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Madeira Boa O menejo sustentável como solução para o uso da madeira desde a construção civil até a produção de objetos Arte Design Moda Três estilistas sobem ao altar com a SIM! Um registro das fachadas do Recife Antigo Diversas faces da criação nacional Cozinha gourmet Arquitetura posta à prova pelo sabor Marcelo Kozmhinsky dá as dicas para verticalizar jardins Patologias e soluções para o concreto nas edificações do Recife Jardinagem Construção ARQUITETURA - DECORAÇÃO - DESIGN - ARTE - ESTILO ANO IX - Nº 63 - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

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Revista sobre arquitetura, design e artes

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Madeira BoaO menejo sustentável como solução para o uso da madeira desde a construção civil até a produção de objetos

Arte

Design

ModaTrês estilistas sobem ao altar com a SIM!

Um registro das fachadas do Recife Antigo

Diversas faces da criação nacional

Cozinha gourmetArquitetura posta à prova pelo sabor

Marcelo Kozmhinsky dá as dicas para verticalizar jardins

Patologias e soluções para o concreto nas edificações do Recife

Jardinagem

Construção

ARQUITETURA - DECORAÇÃO - DESIGN - ARTE - ESTILO ANO IX - Nº 63 - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

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Foto de Eudes SantanaDetalhe do restaurante Papa Capim, projeto de Humberto Zírpoli.

CAPA

MADEIRA BOA_p.36

DESIGN BRASIL_p.20 NOIVAS_p.14

CASA COR PE_p.30

ESTRUTURAL_p.46

Mostra apresenta a amplitude do design brasileiro sob curadoria de Adélia Borges.

A sustentabilidade é o norte para projetos arquitetônicos, de interiores e de objetos para decoração.

Antes do grande SIM tem a procura pelo vestido ideal e três estilistas dão as dicas.

Rita Tristão fala com entusiasmo ao assu-mir a organização da mostra em 2009.

Diagnosticar a situação estrutural das edifi-cações tem sido cada vez mais necessário.

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Diretor Executivo Márcio Sena([email protected])

Coordenação Gráfica e EditorialPatrícia Marinho ([email protected])Felipe Mendonça([email protected])

REDAÇÃOAndré Clemente([email protected])Lívia Martins([email protected])Maria Leopoldina([email protected])

RevisãoFabiana Barboza([email protected])

Consultoria EditorialRoberto Tavares

Arquiteto ColaaboradorAlexandre Mesquita

Operações ComerciaisMárcio Sena([email protected])

Eliane Guerra (81) 9282.7979([email protected])

Assessoria JurídicaAldemar Santos - O.A.B. 15.430

SIM! é uma publicação bimestral da MIRAIMÍDIA DESIGN E EDITORA LTDA

Redação R. Rio Real, 49 - Ipsep - Recife - PE CEP [email protected] / Fax: (81) 3471.3705

ComercialR. Bruno Veloso, 603 - Sl 101Boa Viagem - Recife - PECEP [email protected] / Fax: (81) 3327.3639

Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista.

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Enfim, leia a SIM! Felipe Mendonça [email protected]

As novidades foram anunciadas e estão acontecendo. Buscando diversificar nosso conteúdo editorial, a partir desta edição contamos com três novas seções que estarão presentes em todas as próximas edições da SIM!.

Na seção Entrevista, apresentamos a arquiteta Rita Tristão, responsável pela Casa Cor Espírito Santo, há 14 anos, e que em 2009 assume também o comando da Casa Cor Pernambuco. Mesmo estando em Vitória, ES, Rita se mostrou entusiasmada com a empreitada no Recife e aposta num resultado brilhante com a experiência que traz da mostra em Vitória e o apoio da organização em São Paulo.

O paisagista Marcelo Kozmhinsky é nosso novo colaborador na seção Jardins e, a cada edição, irá nos apresentar tendências, dicas e curiosidades sobre o ganho de vida proporcionado pelo uso de plantas e flores na arquitetura. Na primeira, Marcelo nos fala da opção em verticalizar os jardins com o uso de painéis, uma técnica ainda nova em ambientes pernambucanos.

Com a seção Cozinha Gourmet, a SIM! apresenta o delicioso link entre arquitetura e gastronomia mostrando o diferencial de espaços criados para cozinhar com prazer e praticidade. Inaugurando este espaço, Luciana Pimentel e Leila Calil servem iguarias da culinária árabe em uma recém inaugurada cozinha na Praça de Casa Forte, no Recife. Além disso, também mostramos uma boa novidade para os empresários da gastronomia, a inauguração da loja de utensílios profissionais, M.Cassab.

Voltando nossos olhos para os materiais utilizados nas edificações do Recife, abordamos a opção do eucalipto de reflorestamento como material ecologicamente correto, além das principais patologias que ocorrem no concreto de prédios públicos e residenciais e suas respectivas soluções através de obras de restauro e reforço estrutural.

Finalizando, mostramos algumas das principais peças de design brasileiro expostas no Mam (Museu de Arte Moderna de São Paulo) sob curadoria de Adélia Borges. Uma verdadeira viagem pela diversidade e pela multidisciplinaridade da produção nacional. E, da exposição do fotógrafo de Eduardo Queiroga, mostramos algumas histórias do Recife Antigo retratadas nas paredes e nas fachadas da cidade. Em cada foto uma demonstração do que o tempo é capaz.

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Os imãs, antes vistos apenas como uso restrito, invadiram vários ambientes da casa. Com formas criativas, eles surgem como novidades. Na loja Diminuti, po-de-se encontrar uma variedade interes-sante de imãs, em acrílico, no formato de borboleta, em madeira com arame fino trabalhado, em papel e também produzido com mola e resina. Os acessórios custam de R$ 12,75 a R$ 19,90.Diminuti | Rua 17 de Agosto, 823. Casa Forte – Recife – PE. | Fone: (81) 3268-1117.

Democrático na decoração

Observando a dificuldade em se discutir sobre a realidade das profissões de Arquitetura e Design, Alexandre Mesquita coordena um grupo de arquitetos e designers, que passa a se encontrar para debater essa questão contemporânea.

Os locais de reunião são lojas das áreas citadas, como M.Cassab, e sempre discutindo um livro de Teoria da Arquitetura. O grande interesse é comentar e ouvir diferentes opiniões, buscando a intera-ção com um campo não observado. Todos os profissionais da área podem participar. O próximo en-contro será na loja Empório Beraldin e o assunto a ser discutido já foi definido: Tendências das feiras de Design, com destaque para Polônia e Stambul.Alexandre Mesquita | [email protected]

Grupos de estudo

Com design premiado internacionalmente, este guarda tudo facilita a organização e o transporte de vários objetos. Em formato de ondas, com divisórias internas, este objeto de linhas simples ganhou o “The Red Dot Design Award” (www.red-dot.de) e, hoje, faz parte do acervo do Red Dot Design Museum, na Alemanha.

O Wave Caddy competiu com participantes de 49 países, com mais 11 mil inscri-tos, submetidos a um júri renomado, que analisou inovação, funcionalidade, longe-vidade, clareza de função e impacto no meio ambiente. Feito em polipropileno, pode guardar garrafas, revistas, brinquedos e muito mais. Suas divisórias internas facilitam a organização e evitam o barulho, por exemplo, quando os objetos são transportados. Na cor branca. Tamanho: 46,5 x 29 x 26,5 cmDissapo | Fone: (11) 4191-4314.

Wave Caddy

Fotos: Divulgação

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O artista plástico Maurizio Mancioli, ex-sócio da Business School São Paulo, lança um produto, no mínimo, curioso: o Acquabox, um grande aquário para seres humanos. Idealizado como uma convergência entre arte, design e bem-estar, a invenção visa pro-porcionar uma sensação única de “voar” em uma instalação em formato cilíndrico, cheia de água, para que as pessoas vivenciem o mundo social em gravidade zero. O Acquabox também foi de-senvolvido para uso terapêutico. Os benefícios do elemento água podem ser maximizados em sessões de cromoterapia. Disponível em vários modelos, é possível escolher desde a tecnologia de emissões de bolhas e dispositivo para captar água da chuva, até fazer aquecimento solar. O acrílico da instalação, tradicionalmen-te cilíndrica, pode ser feita em diversos formatos.Casa Cor SP | Até 14 de julho | Av. Lineu de Paula Machado, 1075, Jockey Club, São Paulo – SP | Terça a Sábado, das 12h às 21h; Domingo, das 12h às 20h

Aquário para humanos

O Asa Branca Residence, em Gravatá, criou um fireplace, espaço adequado para o acendimento de fogueiras. O local é ponto de encontro para os condôminos que queiram curtir o clima frio da cidade. A área fica ao ar livre, com bancos de praça e é construída com tijolos refratários, capazes de suportar altas temperaturas sem sofrer alterações. O firepla-ce também é ideal para fazer luais ou reunir os amigos no período de São João.Asa Branca Residence | Via local da BR-232, Gravatá – PE | Fone: (81) 3465-4770.

Asa Branca lança o Freplace

A Galeria das Lonas lança a Linha Aalto, uma coleção de mobiliário para áreas externas e internas inspirada na obra do consagrado arquiteto e designer finlan-dês Alvar Aalto. O design das peças reflete a principal característica das criações do artista, que é considerado um clássico da modernidade por utilizar a madeira como elemento estrutural e estético, combinado à tramas de fibra sintética.

Nacional e ecologicamente correta, a Linha Aalto é composta por poltronas, sofás, mesas de centro, mesas laterais e mesas de jantar, todas com traços retos em estruturas de madeira garapeira. Além das opções de cores da fibra sinté-tica (branco, café, savana e areia), as poltronas e sofás possuem almofadas de assento e encosto removíveis e podem ser desenvolvidas em diversos tecidos dis-poníveis no catálogo da loja.Galeria das Lonas | Rua Domingos de Morais, 1708, São Paulo – SP | Fone: (11) 5549-8311 | www.galeriadaslonas.com.br

Arquiteto Homenageado

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Ao completar trinta e cinco anos de atuação no cenário nacional brasileiro, a Light Design ex-pande seus negócios para o mercado europeu e inaugura no o showroom da Light Design Lisboa, a 12º franquia da marca, que ficará sob a coor-denação de Silvia Caetano, sócia-diretora da Light Design do Brasil. O projeto, assinado pelo arquite-to português João Góis, possui 200m² e funcio-nará como escritório luminotécnico, oferecendo toda estrutura para atender às necessidades dos profissionais de arquitetura, design de interiores, paisagismo e construtoras. Além disso, o espaço possui dois laboratórios demonstrativos, onde se poderá conhecer in loco as soluções luminotécni-cas oferecidas pelas luminárias Light Design, as quais, para os projetos realizados no exterior, se-rão fabricadas em Portugal, conforme certificação da União Européia. Light Design Lisboa | LX Factory, Rua Rodrigues de Faria, 103, G2, Lisboa – Portugal | www.lightdesign.com.br

A fábrica pernambucana Novo Projeto, que tem lojas no Recife, Salvador e Brasília, acaba de lançar uma elegante linha de racks e buffets. As peças, com mecanismo e acabamentos em alto padrão, possuem material de altíssima resistência. A estrutura diferenciada das peças permite ao usuário utilizar de forma eficaz os móveis, através de trilhos deslizantes. Um dos destaques é o rack Misura (foto), feito de material bastante resistente e que pode ser encontrado nas cores branco, preto e madeira natural. Novo Projeto | Av. Conselheiro Aguiar, 2088, Boa Viagem, Recife – PE | Fone: (81) 3466-2859 – 3327-0637 | www.novoprojeto.com.br.

Novos racks

Light Design Portugal

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Com estilo tradicional e ao mesmo tempo arrojado, a Grip Set garante uma presença marcante e inovadora na decoração. Ideal para quem procura beleza, segurança e qualidade.

O conjunto Grip Set proporciona o mais alto grau de sofisticação para portas de entrada e confere um toque de classe aos projetos mais exigentes. Do lado externo, apresenta uma imponente alça, estilo puxador, onde todos os com-ponentes estão harmoniosamente integrados ao espelho, incluindo o cilindro IMAB embutido para dar maior segurança. Do lado interno, o acionamento é feito por maçaneta bola e tranqueta.

O conjunto é composto por duas fechaduras tubulares, sendo um trinco e uma lingueta, com pino de aço reforçado. A fechadura do conjunto tem sua caixa estampada também em aço super reforçado, com componentes em latão forja-do e molas em aço carbono.IMAB | Fone: (11) 4662.7500 | www.imab.com.br

A Solarium Revestimentos lança a linha Urbana, que aposta nas tonalidades do cinza ao preto e pode ser usada em revestimento externo e interno; a linha Sand, outra novidade, apresenta revestimentos com texturas que fazem alusão às areias finas, das costas brasileiras; e a linha Terra Viva que traz a mistura de tons de terra, além de uma grande beleza plástica. As três linhas são atérmicas e atinderrapantes. Além dos pisos, as fachadas ventiladas estão nas novidades da empresa. Ten-dência mundial e considerada “os pulmões prediais”, uma vez que acopladas ao revestimento de paredes, permitem a criação de um espaço vazio entre o prédio e a parede de vedação, o que resulta em ventilação contínua no sentido vertical. O seu uso oferece vantagens como: elevado desempenho hidrotérmico em qual-quer estação do ano; melhoria no isolamento termo-acústico; minimização de perdas de calor no inverno; redução do uso de ar condicionado; diminuição da umidade na estrutura; além de facilidade de manutenção e limpeza.Solarium | www.solariumrevestimentos.com.br

Pisos cimentíciose fachadas ventiladas

Um luxo de maçaneta

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A coleção LixoQLuxo! chega ao Recife. São cinco novas bolsas para o dia a dia, incluindo uma unissex. O melhor: Todas as peças confeccionadas em reaprovei-tamento de lonas de campanhas publicitárias ou aparas da indústria gráfica, com parte da execução realizada por comunidades de baixa renda do Recife, capacitadas pela Lixiki. Ou seja, além do bem ambiental, de poder aumentar a vida útil desses materiais, os produtos ainda possuem um caráter de inclusão social, sem falar no luxo que é a peça final depois de passar pelas mãos de habilidosas costureiras. São bolsas, nécessaires, envelopes para laptops, pastas e porta-documentos. É a ener-gia humana transformando o lixo em luxo.

Para quem gosta de curtir a noite, a grife traz duas opções: uma bolsa redonda (Andréa), divertida, e uma versão poderosa de carteira (Aparecida). Para usar a qualquer hora, a grife oferece duas opções (Maria e Morgana), que ganham persona-lidade através das estampas feitas em composés de lona ou em lonas estampadas. E para quem achar estranho os nomes das peças, vale explicar: nesta edição, as bolsas homenageiam as pessoas que trabalham no dia a dia da empresa, seja na própria Lixiki ou nas comunidades.

Lixiki | Rua Albino Meira, 140, Sala 8, Parnamirim, Recife – PE |Fone: (81) 3266-2873 | www.lixiki.com.br

LixoQLuxo!

Na seção Fique por Dentro da edição anterior foi publicada a informação que a nova coleção da mesa de centro Sky é produzida pela Florense, quando na verdade a foto trata-se de um produto da Novo Projeto.

Errata

A Florense, primeira fábrica de móveis do Brasil a conquistar os dois certifi-cados — ISO 9001 em 1997 e ISO 14001 em 2001 —, mais uma vez, foi aprovada pela DNV – Det Norske Veritas e recertificada nas duas normas. Para atingir esses objetivos, a Florense adotou procedimentos que vão desde o controle da origem, forma de extração e produção das matérias-primas, até a destinação final dos resíduos (100% reaproveitados em outros segmentos industriais). Seu parque industrial conta com um grande centro de acabamentos de móveis do Brasil, operando com pro-cessos ecologicamente corretos. Entre cuidados adotados pela empresa, estão equipamentos com menor consumo de energia, cabines e robôs de pintura com captação e depuração de solventes e uma estação própria de tratamento de efluentes, que permite tratar toda a água utilizada na fábrica e devolvê-la ao meio ambiente em sua forma pura.Florense | Av. Domingos Ferreira, 4264, Boa Viagem, Recife – PE | Fone: (81) 3302-3800

Certificações ISO

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NoivasNo Brasil, anualmente, acontecem mais de oitocentos mil casamentos. Casar continua sendo um negócio lucrativo, pelo menos quando se trata do evento e de tudo que o dia D envolve. Igreja, lua-de-mel e bem-casados à parte, antes do “na saúde e na doença, na pobreza e na riqueza”, muitos são os passos para se chegar ao altar. Entre os que mais requerem tempo, dinheiro e bom gosto, está o vestido da noiva. Ele é, digamos, a festa à parte. São para ele que estão voltados todos os holofotes do grande acontecimento. Para que nada acabe em divórcio, a antes mesmo da ceri-mônia, as noivas procuram os estilistas meses antes da data marcada. Tecido, acabamento, bordado e detalhes são decididos com bastante antecedência e, não é raro, que muitas mudanças ocor-ram até o dia do sim.

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Há anos no mercado da moda, a estilis-ta mineira Eliane Matos afirma que de uns dois anos para cá, percebeu o cres-

cimento da demanda. “A impressão

Por isso, o trabalho de Eliane é fazer com que o vestido seja cuidadosamen-te fabricado, com designer especial e detalhes únicos, para cada uma delas. A inspiração para conceber os modelos vem da mulher contemporânea, atenta às novidades da moda, mas sem deixar que as peças usadas por ela se tornem descartáveis.

Para criar suas noivas, Eliane usa pe-dras e aplicações, que iluminam os bor-dados, trazendo requinte e sofisticação aos vestidos. Os bordados são todos artesanais, dando vida a peças únicas e personalizadas.

que tive foi de que os estilistas estavam focados apenas nos convidados, sem valorizar a importância da grande estrela da ocasião, as noivas”, diz.

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Paraibano de nascimento, desde crian-ça, Ary Rodrigues tem contato com o mundo dos “panos”. Foi vendo sua mãe costurar que ele tomou gosto pelo mundo da moda e, não demorou muito para que ele desse vida ao seu próprio negócio. O talento criativo de Ary se desenvolveu em meio a uma cidade de médio porte, no interior da Paraíba, Campina Grande. Fato esse, que não foi empecilho para o estilista mostrar que sua moda, repleta de glamour e recortes ousados, podia tomar conta do mundo. Recentemente, Ary apresentou sua moda sofisticada para Paris e Lisboa, e foi recebido pela crítica e imprensa estrangeira com grandes elogios.

A carreira teve início há dez anos, mas o desafio de fazer noivas começou há oito, quando bateu a vontade de apro-veitar mais um nicho da profissão.

Para compor seus modelos, Ary gasta em média 25 dias e diz que até a sua conclusão são feitas pesquisas e há muito bate-papo com a noiva. Muitas delas deixam em suas mãos o direito de fazer o que ele acha mais correto, outras, porém, opinam bastante. Com sutileza, Ary diz que consegue fazer da maneira que acha correto, usando de um profissionalismo ímpar e conseguin-do acima de tudo um resultado perfeito, que as deixa encantadas.

ARY RODRIGUES“Já tinha feito tudo, até figurino para teatro, mas deu von-tade de trabalhar com noivas e fui em frente”, explica Ary.

Para dar vida aos esfuziantes vestidos, o estilista trabalha com organzas, gazá de seda, musselina de seda e chiffon, isso quando o resultado final é o de uma peça com a silhueta mais fluida. Já quando o objetivo é um look mais sensual, a escolha é por cetins de óti-mos caimentos e toques de seda. Para adornar as peças, são usados cristais e renda francesa. No mais, Ary curte brincar com tecidos, dar-lhes texturas diferenciadas, causando um resultado mais artesanal às noivas sofisticadas, modernas e ao mesmo tempo clássicas, que ele produz.

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MÁRCIO COSTA

Mineiro da cidade de Barbacena, Márcio Costa começou sua carreira trabalhando com o pai em um frigorífico, mas foi na mãe costureira que o gosto pela costura se sobressaiu e passou a dominar o seu lado profissional.

“Ajudava meu pai, mas, à noite, juntava os retalhos das costuras da minha mãe e dava vida a colchas de retalhos”, relembra.

Logo em seguida, passou a fazer roupas sob encomenda, principalmente para candidatas de concursos de miss.

Já como profissional da área de moda, Márcio mudou-se para a cidade de Maceió, em Alagoas e pouco depois, deu-se início a trajetória do renomado estilista de noivas. São 15 anos, produ-zindo, em média, dez vestidos por mês, para as principais moças casadoiras da Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas e Pernambuco.

Para conceber suas criações, Márcio diz que a primeira conversa é decisiva. “Em geral elas trazem uma foto de um vestido que foi usado pela mãe em seu casamento ou de algum modelo que viu e gostou. Eu escuto a opinião delas, da mãe e adapto às tendências atuais e ao tipo físico de cada uma. O maior prazer é realizar o sonho delas”, explica.

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Quando o assunto é tecido e forma, Márcio diz que hoje a preferência é por modelos mais secos e ajustados ao cor-po. Os tecidos mais usados por ele são a renda chantilly e a Racine, umas das mais chiques, finas e de melhor caimen-to da alta-costura atualmente. Para dar o toque glamouroso, o uso de cristais e bordados é praticamente indispensável.

O trabalho de Márcio envolve desde a conversa inicial com a noiva até o corte, o desenho, a escolha do tecido, o bor-dado, as provas (são feitas no mínimo três até a data do casamento) e ele vai pessoalmente vesti-las no dia “D”.

Ary Rodrigueswww.aryrodrigues.com

Eliane MatosModa InternacionalPraça Professor Fleming, 30 – Jaqueira, Recife - PEFone: (81) 3268.1203

Márcio CostaRua Professor Julio Ferreira de Melo, 756, apto 602 – Boa Viagem, Recife – PEFone: (81) 3326.7771

Ao longo dos vários anos dedicados a tudo que envolve o dia mais importante da vida de uma mulher, Márcio lembra de um fato inusitado que marcou o iní-cio da sua vida profissional “Uma moça de São Paulo viu uma criação minha feita em torçal e miçanga na revista Manequim, de muitos anos atrás, e me mandou uma foto sua junto com as me-didas, para que eu confeccionasse o seu vestido de casamento. Eu fiz, mandei para ela e ficou perfeito.

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Se a contemporaneidade dilui as fronteiras,

o design é, por definição, a atividade em que

elas se interpenetram, em projetos em que a

inventividade se põe a serviço de um cotidiano e

de um mundo melhores para todos nós

Brasil de Design mundial

Nami Wakabayashi, Anel Oi, 2003

Fotos: Divulgação

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O que se entende por multidisciplinari-dade? Digamos que, numa visão bem ampla, seria o fato de unir várias ques-tões e poder transmiti-las em um só contexto. Cada parte tem seu potencial, mas juntas, geram um novo conceito. No caso de uma exposição em Design, compreende-se a possibilidade de cada objeto exibido possuir além da sua função prática, de percorrer também caminhos ora de arte, ora de pesquisa tecnológica, em modos de produção di-ferenciados que, hoje, vão do artesanal ao industrial em escalas gigantescas.

Possibilitando esta percepção de como o Design atravessa o cotidiano das pes-soas, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) recebe a exposição “Design brasileiro hoje: fronteiras”, com curadoria de Adélia Borges, jornalista e curadora especializada em design, além de diretora do MAM/SP de 2003 a 2007.

A mostra busca mostrar a relevância global e a multidisciplinaridade inerente ao design produzido atualmente no país por meio de peças utilitárias com as mais diferentes vocações, de móveis a objetos, equipamentos, veículos, aces-sórios, livros, embalagens, luminárias, vinhetas e apresentações para televisão e cinema, etc. Adélia comprova que o Brasil possui uma posição assegurada no cenário internacional. “O design bra-sileiro vê a ampliação de suas fronteiras, criando aberturas para a descoberta de olhares diferenciados em todos os can-tos do Brasil. A criação nesta área deixa de ser algo restrito às grandes metrópo-les ou trazido do exterior”, destaca.

A mostra é de projetos do século 21, de maneira a exibir um momento em que o design no Brasil avança como nunca. Internamente, assiste-se à expansão da prática da atividade, que vem se disseminando por praticamente todos os Estados do país. No cenário interna-cional, há um crescente reconhecimento e inserção do design brasileiro, com mérito em atributos como invenção e criatividade.

“Nesta seleção, a idéia não é fazer um ranking dos melhores, muito menos de traçar um panorama exaustivo de uma produção que é vasta e plural”, palavras da curadora. “O que se busca é mostrar a amplitude e variedade de um campo que vem se desenvolvendo e profis-sionalizando cada vez mais por todo o país”, completa. Na exposição, ao lado das famosas sandálias Melissa, desenhadas pelos irmãos Campana, figuram as bijuterias de borracha de autoria de Marzio Fiori-ni. A vassoura Noviça, produzida pela Bettanin e criada por Liane Schames Kreitchmann, se junta à lavadora de roupas desmontável Superpop, de Chel-les e Hayashi Design. Frequentemen-te, profissionais de outros campos de atuação cruzam a fronteira do design: o artista Guto Lacaz emprestou sua in-ventividade para a Tok Stok na forma do porta-revistas Zig Zag; a identidade vi-sual do Colégio Vera Cruz ficou a cargo de Alexandre Wollner, um dos mestres em elementos de marcas e identida-de visual; o arquiteto Isay Weinfeld é representado na mostra pela fruteira de sua criação, entre outros.

Marcos Roismann, Estojo Faber Castell, 2006

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Na exposição, Pernambuco aparece com quatro expositores. Lira Arquitetos e Joana Lira trazem o Carnaval do Re-cife: É um grande trabalho de ilustra-ção, identidade, cenografia e sinalização urbana. O desafio é mostrar a festa mais importante da cidade traduzida em expressão visual. O carnaval foi dividi-do em oito pólos. Cada um com uma característica visual, vinculada a uma manifestação, como frevo, caboclinhos, maracatu e mangue beat. Partindo da ilustração de Joana Lira, o projeto desenvolve uma linguagem gráfica em que alguns elementos visuais se man-têm (como as máscaras que formam a marca oficial da festa) e outros mudam a cada ano. Em 2008, o tema foi uma homenagem ao artista plástico pernam-bucano Abelardo da Hora.

Alexandre Wolner precisa criar a iden-tidade visual do Colégio Vera Cruz, que acabava de estender sua atuação ao nível superior. Para esta evolução, o designer buscou a essência histórica do termo Vera Cruz, desde a Europa Ocidental, o lastro do seu trabalho. O número quatro perpassa todo o pro-jeto. Uma cruz tem quatro pontas, as palavras Vera e Cruz têm quatro letras cada e a escola tem quatro institui-ções subordinadas a um guarda-chuva. A construção do sinal parte de um quadrado dividido em quatro módulos verticais e horizontais, que por sua vez, podem ser divididos no mesmo sentido sucessivamente, para definir os pontos referenciais da sua construção. Alexan-dre esclarece que, na linguagem do de-sign, este procedimento é um programa de linguagem do comportamento visual de uma instituição empresarial.

Tipos do Acaso expõe todo o movimen-to cultural dos anos 90 na região me-tropolitana do Recife, o Mangue beat. Partindo disso, os designers Solange Coutinho, Miguel Sanches, Márcia Maia, Moema Cruz e Buggy compuse-ram os 26 ícones mais representativos do movimento, como a antena parabó-lica fincada na lama, o caranguejo a al-faia e a rabeca. Eles foram trabalhados e transformados em quatro conjuntos de fontes tipográficas digitais, que podem ser livremente instalados em qualquer computador para a produção de objetos artesanais, estampas, anúncios, mar-cas, placas, sites, filmes, etc. Uma pro-posta que integra tradição e renovação. O melhor é que disponibiliza a cultura local para os interessados.

A exposição “Narrativas em madeira e muro – presença da Xilogravura popular nas obras de Samico e Derlon” apre-sentou os trabalhos de dois artistas pernambucanos que se inspiram na Xilografia popular: o consagrado grava-dor Gilvan Samico e o jovem grafiteiro Derlon. O Cartaz da mostra da ZoluDesign evidencia a contraposição entro o tradicional/erudito e o contem-porâneo/pop. No verso, há a possibili-dade de picotar o papel e transformá-lo em um jogo educativo, utilizado pelos educadores do museu e pelos professores.

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Antônio Bernardo está com o seu Anel Puzzle Mix e Colar e brinco satélite. No primeiro, partes simétricas se encai-xam, duas a duas. A última peça a ser colocada trava o anel. A combinação de ouro branco, amarelo, rosa 18 quilates torna ainda mais evidentes as peças desse quebra-cabeça tridimensional.

O colar e o brinco Satélite dispensam qualquer tipo de cravação (técnica de prender pedra em metal, tradicional-mente usadas em joalheria) através de um original sistema de encadeamento de módulos de ouro. As pedras — aqui, quartzo incolor — ficam soltas dentro deles, o que resulta numa jóia com mo-vimento e leveza.

Os irmãos Fernando e Humberto Campana expõem a Melissa Campa-na. A produção, em plástico reciclado injetado, é em altas séries. O gesto manual permanece no projeto da linha de sandálias que Fernando e Humberto Campana produziram para a Melissa. São três coleções, em várias cores, tipos de plástico (inclusive, em texturas diferentes) e tipos de produtos (sapati-lha, salto alto, tênis, bolsa, etc.) Deta-lhe: as sapatilhas são os produtos mais baratos com a assinatura dos Campana e, rapidamente, se difundiram mundo afora. Levar peças com características manuais para as pessoas é uma carac-terística marcante destes irmãos.

Moda

O conceito que guia o trabalho de Mana Bernardes começa pela escolha dos materiais. Bolas de gude, rede de emba-lar limão, palitos de madeira, corda de polietileno, PET e grampos são descola-dos do seu local original, ou resgatados do lixo, para compor delicados e inven-tivos brincos, colares e anéis dos Ador-nos Corporais. O desfecho fica com a usuária, que pode aumentar ou diminuir a peça, fazendo um novo formato para o corpo.

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A Superpop é a única lavadora vendida para ser montada em casa. O formato, da Chelles e Hayashi Design, é uma grande vantagem na hora da estoca-gem e economiza 40% na logística do produto. O projeto também eliminou partes desnecessárias, o que permite, por exemplo, lavar certa quantidade de roupas com pouquíssima água. Trata-se de um produto semi-automático (tanqui-nho), destinado ao público de baixa ren-da, sem perda de qualidade do serviço.

A NóDesign destaca que pequenas alterações funcionais podem fazer uma grande diferença no uso de alguns ob-jetos. Para facilitar a vida de pessoas de acordo com a forma em que secam suas roupas, surge o cabide Quará, que leva a roupa do varal direto para o roupeiro, além de evitar o amontoado nos varais. Já o Zig-Zag facilita na hora de guardar roupas de golas estreitas ou abotoadas.

Cascas de coco, arroz, babaçu, mamo-na e dendê que anteriormente seriam descartados transformam em placas de pastilhas, prensadas e aglomeradas. A proposta de aproveitar matérias-primas naturais para produção de outros pro-dutos é fruto de um trabalho pioneiro de Eduardo Queiroz em Alagoas. Em várias aplicações, superfícies de móveis e revestimentos de paredes, os seus Pastilhados de Cascas podem substituir a madeira.

Soluções da indústria

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O lema da Mídia Ecoduca é: “Baixo impacto social e alto impacto sensorial”. Fred Gelli aproveitou as folhas secas caídas nas ruas para desenvolver uma nova mídia. As folhas recebem inscri-ções por corte a laser, sem uso de tintas e sem danos ao ambiente. Após o uso, devem ser simplesmente devolvidas à natureza. O projeto estreou no convite para o Workshop “Designing Naturally”, realizado por Gelli no 55º festival de Pu-blicidade de Cannes, França, e pretende empregar o design como ferramenta para ajudar as pessoas a repensarem sua relação com o planeta.

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A intensidade e os efeitos da luz na Linha Bossa de luminárias são alterados com o movimento de colocar o refletor para cima ou para baixo, permitindo mudar a luz de direta para indireta, e vice-versa. A movimentação é feita sem uso de pêndulo, pois o anteparo exerce a função de contrapeso, o que garante a limpidez do projeto. É feito em alumínio repuxado com acabamento em branco texturizado, preto texturizado e titânio. Usa lâmpada incadescente ou halóge-na. A linha de Fernando Prado já foi premiada nacional e internacionalmen-te, entre eles o 4th Gold Award, em Hannover.

Decoração

Exposição “Design brasileiro hoje: fronteiras”Curadoria: Adélia BorgesMuseu de Arte Moderna – MAM/SPVisitação: até 28 de junho de 2009(11) 5085-1300www.mam.org.br

O processo natural de produção de Ladrilhos Hidráulicos ganha um aper-feiçoamento técnico com este trabalho, que altera os mecanismos de cura, a massa e o tratamento da superfície, visando aumentar a dureza e diminuir a absorção do material. Uma inovação é a paleta de cores cítricas e muitos desenhos. As infinitas possibilidades tornam o produto de João Grillo, talvez, um dos mais inovadores no processo de customização em série, tão em voga nos dias de hoje.

É por meio destas múltiplas possibi-lidades que o design vem saindo das pranchetas especializadas para as prateleiras de lojas de todos os tipos e segmentos, provando que o design brasileiro alia praticidade, beleza e inovação ao cotidiano, como define Adélia Borges.

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Depois de 14 anos à frente da Casa Cor ES, Rita Tristão assume, também, a organiza-ção da Mostra no Estado de Pernambuco.

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Qual a história de Rita Tristão na ar-quitetura e na Casa Cor?Bom, sou arquiteta, nasci em Vitória/ES. Eu estou no mercado de arquitetu-ra há mais de 20 anos. Dessa minha carreira, 10 anos foram de atuações no Rio de Janeiro/RJ, então, muito do meu trabalho foi feito na capital carioca e, à frente do projeto Casa Cor no Espírito Santo, estou há 14. Acho maravilhoso e acredito na proposta do projeto.

Como surgiu a proposta de assumir, também, a casa cor PE?Eu faço parte da Casa Cor e a Casa Cor é uma grande família. Com a saída da Mônica Ayub, me chamaram pra conversar e, pelo meu know-how e meu trabalho realizado no Espírito Santo, onde o projeto vem crescendo bastan-te, fizeram o convite. Aceitei o desafio, estou bastante entusiasmada.

Qual a sua análise do mercado de De-coração na região?Minha visão de Pernambuco no quesito decoração ainda é muito pré-matura. Andei pesquisando essa área e vi produções maravilhosas. Recife tem escolas grandiosas na arquitetura e decoração. Nesta questão, ainda não fiz um comparativo com Vitória, que é minha referência. Pelo que já estudei, tenho certeza que será um evento muito bonito. Mas, acima de tudo, acho Recife muito parecido com Vitória na forma em que as pessoas se relacionam, acho interessante... como lidam com o trabalho, com praia, com a vida... gosto muito do Recife.

Como será a administração do evento pernambucano paralela à organização da Casa Cor ES?Minha maior força será aplicada à organização da Casa Cor PE. Como a minha equipe de Vitória/ES está comigo há muito tempo, já temos a metodologia e já sabemos como proceder. Assim, o caminho para o resultado final fica mais tranquilo. Para o Recife, vou estar sempre na cidade pra acompanhar o processo de planejamento até o período de realização da mostra.

A Casa Cor PE sob sua organização vai trazer alguma novidade?Nós ainda não definimos todos os pon-tos. O que posso adiantar é que o tema central do evento será “Sustentabilida-de”. Teremos duas homenagens: uma é a Burle Marx, com matéria para o livro oficial da Casa Cor e, talvez, um espaço institucional. Outra homenagem, e mais local, é a Janete Costa, cujo filho, Mário Santos, terá um ambiente destinado a ela. Estamos tentando fechar o espaço físico. Vimos alguns lugares, mas nada está certo.

Qual a sua expectativa para a Casa Cor PE?Eu tenho certeza que o resultado será brilhante. O presidente geral da família Casa Cor estará na abertura do evento. Toda a organização de SP está comigo nesse desafio. Estou acreditando muito. Adorei a receptividade das pessoas, do Recife. Será entrega e empenho totais para o sucesso da Casa.

Minha visão de Pernambuco no quesito decoração ainda é muito pré-matura.

Andei pesquisando essa área e vi produções maravilhosas.

Recife tem escolas grandiosas na arquitetura e decoração.

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Você já pensou em ter um jardim em casa, apartamento, clínica ou escritório e simplesmente não encontrou espaço apropriado?

A solução está nos jardins e painéis ver-ticais. Os quadros vivos e muros ecológi-cos são a última novidade para quem tem o sonho de ter um jardim e ainda não o possui por falta deste espaço.

Já que as antigas residências com quin-tais, pomares e jardins colossais foram e ainda estão sendo substituídas por con-domínios residenciais, a novidade está tomando conta das cidades, onde há verticalização das construções, cujo es-paço verde nas áreas comuns é reduzido e jardineiras e varandas são limitadas.

Além de apartamentos, essa modalidade de paisagismo tem sido a grande saída para as fábricas, clínicas, escritórios, etc., que estavam em busca de resgatar aquele ar bucólico da vida campestre e integrá-lo aos seus espaços de convivên-cia nos grandes centros comerciais.

O desejo de transformar os ambientes em áreas aconchegantes favorece o contato com a natureza, dá vida à deco-ração, valoriza e humaniza o ambiente e traz o verde para a área de convívio familiar, social e de trabalho.

Existem muitas possibilidades e téc-nicas para se ter um painel verde. Os paisagistas são as pessoas que podem orientar a melhor forma e modelo de es-colher um jardim vertical e adequá-lo ao seu ambiente. A implantação é simples, assim como a manutenção. Os cuidados serão com as regas e a adubação.

Para a área externa, recomendamos atenção aos fatores que limitam muitas espécies a serem utilizadas, como a quantidade de luz solar e os ventos que incidem sobre o local escolhido. Muitas plantas causam efeitos visuais distintos nesses muros, às vezes, dão a impres-são de uma colcha de retalhos magnifi-camente ornamentada.

Se for para a área interna, como salas, varandas e hall, os mesmos fatores de-terminarão o paisagismo a ser utilizado, sendo acrescida a preocupação com o ar condicionado, que não é apreciado pela maioria das plantas.

Ainda para o interior, recomendamos vegetação de sombra e de meia sombra, tais como samambaias e avencas, que andavam esquecidas pelos paisagistas e estão na moda novamente. O painel com fibra-de-côco é outra ótima opção, e pode ser usado às placas de madeira de demolição.

Outras sugestões: chifre-de-veado, bro-mélias, columeias, orquídeas, peperô-mias e planta-batom.

O paisagismo, como fonte de amenizar o peso do ambientes, se adapta à realidade das grandes cidades e reaparece em telas decorativas

Verticalizando o verde

Marcelo Kozmhinsky

[email protected]

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A preocupação com o meio ambiente e com todos os conceitos que envolvem a sustentabilidade devem fazer parte de um projeto arquitetônico.

Muitas obras poderiam ser mais baratas e funcionais se a cultura e o material locais fossem utilizados no projeto, por exemplo.

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Nos últimos tempos, fala-se exaustiva-mente da importância da produção sus-tentável. Para resumir, entende-se que este tipo de projeto é baseado no uso dos recursos disponíveis na natureza para atender às necessidades de sobre-vivência do homem e que, ao mesmo tempo, preserve o planeta para gera-ções futuras com atitudes sustentadas por um tripé: soluções ecologicamente corretas, socialmente justas e economi-camente viáveis.

Uma parcela de arquitetos e engenhei-ros ao redor do planeta levanta esta bandeira verde. Preocupados com os impactos que as obras acarretam ao meio ambiente, estes profissionais pro-põem uma reformulação nos padrões construtivos atuais. No entanto, aqui no Brasil, segundo Pery Bennett, arquiteto e coordenador do curso de arquitetura

da Ulbra, o quesito sustentabilidade ainda é tratado de maneira discreta em todos os tipos de projetos.

“Essa preocupação já existe, mas é incipiente. Para isso, há vários motivos. Dentre os principais, podemos apontar a falta de conhecimento por parte dos profissionais e da própria sociedade, que não cobra deles um projeto mais inteligente, por desconhecer os benefí-cios que pode ter com uma edificação sustentável”, relata o arquiteto. “Ainda contamos, também, com o custo eleva-do de determinados materiais e técnicas construtivas, a falta de uma gama maior de fornecedores de produtos de viés sustentável”, justifica.

Um produto que é base de muitas produções sustentáveis é a madeira. O material pode passar por um processo

legal, ou não, para chegar à obra. O conceito “madeira ecológica” consiste no desenvolvimento de produtos que tenham, como matéria prima essencial, a madeira originária de projetos de reflo-restamento e manejo florestal, reduzin-do o desmatamento e a pressão pela retirada de madeiras nobres nativas de nossas matas.

“Na questão ‘tempo’, fazendo um com-parativo entre os tipos de madeira, uma árvore do tipo nativa, como a maça-randuba, que cresce de uma plantação involuntária, dura de 400 a 800 anos para ficar disponível para corte, o que se torna inviável para ser manejada, já que o capital não retornaria. No caso do Eucalipto, quando manejado, fica apto ao corte entre 10 e 20 anos”, explica Olinto Vitor, distribuidor de madeira de reflorestamento.

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O restaurante Papa-capim Boa Viagem é um exemplo do uso de madeira de re-florestamento. Humberto Zirpoli, arqui-teto responsável pelo projeto do restau-rante, destaca que o resultado mostra explicitamente o forte engajamento da construção com a questão sustentável.

“Foi uma grande parceria com a madeira reflorestada. Se o restaurante for observado por partes, a madeira está presente fortemente. Os detalhes do corrimão, a aplicação dele na esca-da, que também merece um destaque já que é uma montagem bem aplicada, bem planejada”, reforça Humberto.

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A sustentabilidade é muito perceptí-vel após a conclusão da obra. O visual deixa claro, apesar da alta tecnologia aplicada. O custo de operação é menor quando os itens de perfil sustentável aplicados são maiores.

A começar pelo visual externo, uma das metas do projeto era desenvolver uma estrutura que já tivesse identificação com a região, com sombra e que apro-veitasse a ventilação natural, o que ge-rou uma economia em relação às áreas e aos equipamentos de ar condicionado. O arquiteto destaca que o lugar ratifica a importância da incorporação de espé-cies alternativas ao processo de escolha e especificação da madeira empregada nas atividades da arquitetura.

O restaurante está localizado no Bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Delimitando todo o lugar, a madeira de reflorestamento foi tratada para atender todos os espaços. Está nas colunas e vigas, para a composição dos salões, nos caibros, na escada, assoalho, por-tas, janelas, pérgolas, forro do telhado, além de toda a formação de mesas e nos detalhes das colunas, para um efei-to decorativo. O interno e externo são arrematados com plantas verdes natu-rais para completar o ar de natureza. A iluminação revela um visual noturno maravilhoso.

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Olinto completa que esse processo é a solução do mundo. Está há pouco tempo no Brasil e favorece a diminuição do desmatamento de madeiras nativas, que desestabilizam a emissão de car-bonos. “Em Pernambuco, ainda falta a maturidade para perceber que o manejo florestal é positivo, inclusive, financeira-mente. Na Zona da Mata do Estado, há muitas plantações de cana-de-açúcar e que rende metade do lucro do eucalip-to por hectar/ano, considerando gastos desde adubo ao preço de venda com o consumidor final. E é 100% ecologia”, alerta Olinto.

A minimização de impactos ao meio ambiente dá-se durante a constru-ção, por exemplo, através do uso de materiais de baixa emissão de carbono durante a sua fabricação (tijolos e telhas cerâmicas, janelas de ferro ou madeira, etc.), utilização de materiais regionais e mão-de-obra local. Esses dois últimos fatores também contribuem para reduzir a emissão de carbono, pois reduz o uso de transporte rodoviário.

“Tudo é fruto do respeito ao ecossistema. O que se busca é estimular a essência da responsabilidade ambiental. Assim, o trabalho influencia na redução do ritmo das agressões ao meio ambiente”, finaliza Olinto.

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PA Fotos: Hugo Rodrigues

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Como a madeira de manejo florestal cresce rápido, fica muito propícia a ataque de inseto. Por isso, é tratada em usina para ser imunizada. Essa tecnolo-gia não vai até o cerne (centro do tron-co), pois é tão rígido que não absorve o tratamento. Todo este processo é para aumentar a durabilidade da peça. Outra saída para potencializar a utilização da madeira é o que se conhece de mais moderno na “grande arquitetura”. A Madeira Laminada Cortada (MLC) é o resultado de um processo tecnológico industrial, onde blocos são formados com a colagem de várias laminas da madeira. “Coisas fantásticas podem ser feitas com MLC. Desde pequena deco-ração até grandes peças arquitetônicas, como colunas. A maior vantagem é que

abrevia ainda mais o uso da madeira. Com esse tratamento, que pouca gente tem, a madeira pode ser cortada ainda mais rápido, em seis anos”, destaca Olinto Victor.

Serviço

Humberto Zírpoli ArquiteturaAv. Conselheiro Aguiar, 1472, sala 108, Boa Viagem, Recife.(81) 3465.9040 Olinto - Madeira EcológicaAv. Conselheiro Aguiar, 226, Pina, Recife.(81) 3075.3000 / 9714.6970

Papa Capim - Boa ViagemRua Jack Ayres, 288, Boa Viagem, Recife(81) 3326.6150

Coordenação do curso de Arquitetura da UlbraArquiteto Pery Bennett(51) 3477.9113

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Desenvolvimento sustentável exige obras duráveis

O presidente Washington Luís,

na década de 1920, já vislum-

brava uma integração nacional ao

afirmar que “governar é construir

estradas”. Na época, previa-se um

grande potencial de crescimento em

infra-estrutura logística e a direção

a ser seguida por outros presiden-

tes. Tempos depois, nos anos 50,

Juscelino Kubitschek, considerado

um dos mais bem-sucedidos go-

vernantes do Brasil, voltou a usar a

emblemática frase de Washington

Luís, referindo-se ao surgimento da

indústria automotiva e ao cresci-

mento do País, que marcaram os

“anos dourados” da era JK.

Passado mais de meio século, o

Brasil ainda busca solucionar velhos

problemas de infra-estrutura, princi-

palmente no que se refere à logísti-

ca. Maior prova disso são os inves-

timentos anunciados pelo Governo

Federal para o Programa de Acelera-

ção de Crescimento (PAC), que pre-

vê uma soma de R$ 58,3 bilhões

para rodovias, ferrovias, portos,

aeroportos e hidrovias, entre 2007 e

2010. Deste total, R$ 33,4 bilhões

deverão ser aplicados na malha ro-

doviária, em construção, adequação,

duplicação e recuperação de 45 mil

quilômetros de estradas.

Mais uma vez, no entanto,podemos assistir a mudanças.

A crise econômica deflagrada nos

Estados Unidos alastra-se a cada

dia, e o Brasil, que vem atraves-

sando um período de crescimento e

estabilidade bastante significativo,

não deve ficar imune aos efeitos que

já atingem, inclusive, grandes potên-

cias mundiais.

Só não se sabe em que grau e quando.

O presidente Luiz Inácio Lula da Sil-

va, que há pouco tempo comparou

o momento vivido pelo País com os

anos dourados de JK, já não aposta

na blindagem da economia brasilei-

ra, mas também não espera que o

Brasil sofra fortes conseqüências,

como no passado.

Permanece o otimismo, mas com cautela.

O fato é que desde Washington Luís

até Lula, o déficit na infra-estrutura

do País persiste. Dados do Depar-

tamento Nacional de Infra-Estrutura

de Transportes (DNIT), por exem-

plo, apontam que dos cerca de 1,7

milhão quilômetros de rodovias

nacionais, apenas 170 mil quilôme-

tros estão pavimentadas. Isto numa

nação que tem nas rodovias um dos

principais meios de escoamento da

produção nacional. Outro fato que

Renato Giusti

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salta aos olhos é o péssimo esta-

do de conservação da maioria das

estradas, à exceção das rodovias

pedagiadas.

Se existe tanto por fazer, vontade

política e recursos, a pergunta que

se faz é: por que não planejar e exe-

cutar obras para durar 20 anos ou

mais, sem precisar de novos investi-

mentos em manutenção?

Estamos falando em pavimento em

concreto que, ao contrário dos pro-

blemas comumente encontrados nas

estradas com tráfego intenso, pe-

sado e canalizado, tem alto grau de

resistência, não sofre deformação,

como trilhas de roda e buracos. No

Brasil, somente cerca de 4 mil qui-

lômetros de estradas foram constru-

ídos com a tecnologia do cimento,

o que equivale a aproximadamente

2,5% das rodovias pavimentadas.

Muito pouco, se comparado com o

índice mundial, que está entre 25%

e 30%.

No passado, com a tecnologia dis-

ponível na época, homens de visão

pavimentaram estradas importantes

em concreto e suas boas condições

de tráfego perduram até hoje, como

a rodovia Caminho do Mar, datada

de 1923, que foi estratégica para o

transporte de mercadorias entre São

Paulo e o Porto de Santos, a rodovia

Itaipava/Teresópolis, de 1928, na

região serrana do Rio de Janeiro,

e outras como a via Anhanguera e

a via Dutra. Atualmente, um dos

símbolos máximos da engenharia

brasileira, a rodovia dos Imigrantes

(SP), com sua primeira pista conclu-

ída em 1970 e a segunda em 2002,

tem o trecho de serra pavimentado

em concreto que até hoje não sofreu

manutenções corretivas.

A mais recente grande obra em

construção é a duplicação da BR-

101 Nordeste, maior rodovia nacio-

nal em extensão do País, que liga o

Rio Grande do Norte ao Rio Grande

do Sul. Serão 398 quilômetros de

pavimento de concreto, no trecho

entre os estados de Pernambuco,

Paraíba e Rio Grande do Norte.

Exemplos bem-sucedidos não fal-

tam, aqui e no Exterior, e a en-

genharia brasileira tem expertise

suficiente para executar projetos

dos mais sofisticados e duráveis

do mundo. Precisamos encarar a

questão de uma vez por todas, inde-

pendentemente das dificuldades do

momento – que sempre existirão –,

caso contrário a infra-estrutura viá-

ria continuará na pauta das pendên-

cias nacionais, figurando como um

dos entraves ao desenvolvimento

sustentável do País.

Renato Giusti é engenheiro e presidente da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP)

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Em 27 de novembro de 2007, entrava em vigor a Lei Ordinária 13.340, que regulamenta a obrigatoriedade na ques-tão de vistorias em edifícios residenciais e comerciais no Estado de Pernambuco.

Segundo o deputado Augusto Coutinho, autor do projeto de lei, era necessário o estabelecimento de regras básicas para a realização de serviços de vistorias periciais nos projetos arquitetônicos e, consequentemente, executar ações de manutenção na prevenção e correção de problemas. “Não importa se a obra é pública ou privada, a lei deve ser se-guida para o bem de todos. Esse alerta é importante porque é uma questão a menos para se preocupar”, justifica o deputado.

As construções são elementos que se

depreciam. O cuidado é necessário

porque envolve vidas. Cada material

colocado é um dia de história que é

somado ao conjunto da edificação.

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edifíc

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A lei também destaca a participação de proprietários e usuários dos espaços. “Eles têm direito de verificar as condi-ções do lugar, principalmente, no estado de conservação de sua estrutura, além de detalhes, como instalações de água e esgoto, componentes de fachadas do prédio. É direito do morador, ainda, solicitar uma vistoria técnica para com-provar a solidez e segurança de forma pericial”, completa o Augusto Coutinho. De maneira criteriosa, essa vistoria dará ênfase a itens como fundações, pilares, lajes, instalações elétricas e hidráulicas, sistemas de combate a incêndio, eleva-dores, escadas, geradores, climatiza-dores. Tudo observando a segurança e funcionalidade.

Uma questão relevante é que as visto-rias técnicas só podem ser executadas por pessoas (físicas ou jurídicas) devida-

mente registradas no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), com base na Associação Brasileira das Normas Téc-nicas (ABNT). O presidente do Crea-Pe, José Mário de Araújo Cavalcanti, des-taca que deve existir muita responsabi-lidade na execução destes trabalhos, e ser registrado no CREA dá uma segu-rança aos usuários de que o profissional está acobertado pelo órgão que rege a classe. “Nossa avaliação define quem está apto e conhece os procedimentos necessários para efetuar esta ação, como conhecer os prazos para vistorias, que são de cinco anos para edificações residências com até 20 anos de cons-trução e três anos para as que têm mais de 20 anos e para edificações públicas e comerciais”, orienta José Mário.

Márcio Barbosa de Aguiar, da Jatobe-ton Engenharia, empresa especializada na área de recuperação e reforços de estruturas em concreto, destaca que é importante conhecer bem os procedi-

mentos a serem tomados, tanto de me-canismos práticos de reparos quanto à questões oficiais exigidas pela lei. “Nós sabemos que um laudo pericial das condições do edifício deve ser enviado ao CREA, para registro, por exemplo”. O CREA também envia uma cópia do documento ao órgão da prefeitura que regula as construções, pois ele é quem fiscaliza e aplica possíveis penalidades.

Márcio Aguiar destaca a maior incidên-cia de patologias em edifícios. “Dentre os problemas estruturais enfrentados por nossa equipe técnica, os mais re-correntes são os danos provocados pela ação agressiva do meio ambiente, por incêndio, falhas executivas, soluciona-dos com o aumento da capacidade de carga de estruturas através de reforço, contenção de encostas, concretagens especiais, aplicação de concreto pro-jetado, concreto fluído, concretos poli-méricos, concreto submerso, microcon-creto, concreto de grouting, tratamento de concreto aparente, aplicação de revestimentos protetores e refratários, impermeabilizações, reforço de funda-ções, entre outros” exemplifica.

Ilustração: Henrique Pereira

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São 120m de comprimento por 25 m de largura. Uma das principais pontes do Recife e extremamente relevante para o sistema viário da cidade. A Ponte Duarte Coelho estava passando por um processo de deterioração. Armando Carneiro, engenheiro civil da EMLURB, juntamente com a Jatobeton, trabalham diretamente desde outubro na recupe-ração desta ponte que tem 60 anos de construída.

Na primeira análise técnica, foram observadas três grandes patologias na construção: 1. Destacamento do Concreto: É o pro-blema mais geral do projeto. Acontece quando o ferro começa a oxidar e, con-sequentemente, resulta em um aumento do ferro da armadura da ponte. Como o concreto não é flexível, sofre fissuras. A partir daí, o tempo só agrava a situa-ção. Com a exposição dessas arma-duras, há facilidade para a penetração dos agentes agressivos. O aço corrói e reduz consideravelmente a resistência da estrutura.

“Para a prefeitura, foi um caso pensado com muita delicadeza. Realmente, o caso era grave. Todos os anos, a ponte é o centro do bloco carnavalesco Galo da madrugada e, nessas condições, talvez não fosse possível habilitá-la no período de folia. Além disso, pela ponte, passam 100 linhas de ônibus diaria-mente”, destaca Armando.

2. Pouco cobrimento da armadura: É o espaço entre a armadura e a forma de aço. O ideal seria de 1,5 cm. Foi obser-vado um erro no processo executivo e estava com 5 mm, o que facilita a ação dos agentes agressivos, no caso, os clo-retos (sais de maneira geral).

3. Aparelhos de apoio (pontos agrava-dos): Esses elementos são os responsá-veis pela movimentação sobre a ponte, ou seja, o projeto não é uma estrutura rígida. Os aparelhos ficam entre os blo-cos de fundação e os pontos de apoio das vigas principais e formam o conjun-to que dá a flexibilidade da ponte.

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Ponte Duarte CoelhoArmando Carneiro analisa uma falha de projeto em relação a essa terceira pato-logia. “A parte de baixo da construção está dentro da margem de oscilação do nível da água, ou seja, quando a água sobe, molha os rodilhos de aço. Já há muita oxidação na área e o aparelho de apoio perdeu sua função”, completa.

Para a recuperação, foram previstas as seguintes metodologias: o primei-ro passo foi o apicuamento (remoção da camada externa do concreto) das superfícies de concreto das lajes, vigas e transversivas. Em seguida, o concreto passa por um corte, pois, ao apicuar, as barras ficam descobertas para a avaliação do percentual de perda do aço e receberem o tratamento adequado (as barras com perda de mais de 10% de aço, devido ao óxido, são recompostas pois perderam resistência). Depois des-sa etapa, faz-se furos no concreto para preenchimento dos espaços e recompo-sição das armaduras, a limpeza das es-truturas para aplicar o inibidor químico de corrosão.

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“O último passo grande antes do acaba-mento é a aplicação de concreto nas su-perfícies das vigas, lajes e transversivas, deixando o material com FCK (resistên-cia do concreto) de 35 Mpa (Unidade de resistência), espessura de 4 cm e adição de 10% de microssílica por me-tacaulim”, resume Armando Carneiro.

O acabamento nas áreas projetadas é o procedimento seguinte. O processo é finalizado com o reforço da estrutura com groute; injeção sob pressão com microcimento em trincas e vazios; tro-cas dos materiais de apoio de macacos hidráulicos para recuperar as vigas das áreas dos rodilhos de aço.

O custo foi orçado em R$ 5.397.000 e tinha previsão para encerrar em junho, mas, devido a condições adversas no decorrer do projeto, teve o prazo pror-rogado.

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Edifício residencialOutro projeto que passa por recupera-ção é um edifico residencial no Bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, onde houve reação Álcali-Agregado (RAA), que, no concreto, conduz a es-trutura a um quadro patológico identifi-cado por expansões indesejáveis, perda de resistência e alteração das proprieda-des mecânicas.

“A RAA pode ser resumida como um tipo de degradação que afeta o concreto através de um fenômeno de dilatação, causada pela reação química que se processa entre os agregados reativos da mistura do concreto e os álcalis de Sódio (Na) e de Potássio(K), existentes no cimento Portland, e cuja intensidade depende dos produtos formados pela reação”, define Márcio Aguiar.

Para a recuperação da obra, O enge-nheiros adotaram o processo de:1. Mapeamento das trincas para instala-ção de purgadores para monolitização da peça;2. Monolitização do bloco através da injeção de mcrocimento nas trincas e fissuras existentes, com o auxílio de compressor de ar e bomba pneumática de injeção; 3. Escarificação das faces do bloco, com o objetivo de retirar toda superfí-cie de baixa resistência, e aumentar a aderência entre o concreto original e o de reforço;4. Furação, ancoragem e montagem da armadura de reforço (de acordo com projeto de reforço estrutural);5. Execução das formas de madeira;6. Concretagem da peça estrutural, com as especificações do concreto forneci-das no projeto de reforço estrutural;7. Aplicação de impermeabilizante semi-flexível no bloco de coroamento reforçado.

Armando Carneiro relembra que é im-portante um revisão periódica de qual-quer tipo de edificação e compara os projetos arquitetônicos com o corpo hu-mano. “Se sentir um problema, mesmo que pequeno, deve-se tratar logo. Quan-do o problema é de grandes proporções, a recuperação é mais dolorosa, mais longa e muito mais cara. Da mesma forma é a engenharia civil”, ratifica.Em maio, Maurício Pina, Engenheiro civil e 1º vice-presidente do Crea/PE, vai ministrar um curso relacionado ao tema. Segundo o engenheiro, há sempre a necessidade de atualização de infor-mações sobre o assunto. “Novidades aparecem constantemente, tanto de tecnologia quanto de metodologia, e os envolvidos nesse trabalho precisam, no mínimo, saber que existem possibilida-des diferentes da que utilizam”, analisa Maurício Pina.

Serviço:Jatobeton Engenharia Ltda Recuperação e Reforço de Estruturas e Construção Civil Rua Visconde de Uruguai, 546, Madale-na - Recife/PE Fone (Fax): (81) 3445-0500

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Panorama da Edificação sob a Ótica da Patologia

A Patologia das Construções é uma ciência relativamente nova, que estuda os diversos problemas a que as constru-ções estão sujeitas, sejam eles decor-rentes de falhas de projeto, execução, mau uso ou o envelhecimento natural das edificações.

O tema, apesar de parecer estranho, tem uma importância transcendental, pois os conhecimentos mais profundos desta ciência nos dão condições de ter uma visão ampla do processo edilício sob a ótica da segurança e durabilidade.

O conhecimento do comportamento patológico sob o aspecto de degrada-ção e de previsão da vida útil permite incorporar no processo de construção o conceito de manutenção realizado corre-tamente, aumentando dessa forma o tempo de utilização da mesma em boas condições de segurança e desempenho.

Os problemas Patológicos na Constru-ção não atingem só o Brasil, América do Sul ou América Latina, representam também um investimento importante nos países desenvolvidos nas últimas décadas.

Trata-se de manter o patrimônio cons-truído. As últimas estatísticas demons-tram que nos EUA mais de 1/3 do investimento na construção civil é desti-nado a obras de recuperação.

Antonio Carmona Filho

Tem-se realizado várias iniciativas no sentido de conhecer melhor os proble-mas de envelhecimento e deterioração com pesquisas importantes na Europa, América do Norte. Na América Latina um grande esforço ter sido feito pelas redes Durar e Rehabilitar.

No Brasil existem muitos fatores que provocam a degradação das edifi-cações, relacionados com aspectos ambientais, principalmente por ser um país tropical com temperaturas e umidades médias altas desencadeando fortes processos corrosivos que podem reduzir sensivelmente a segurança e durabilidade. Junto aos 8.000 km de costa o problema é agravado, pois a nevoa apresenta grande quantidade de sais agressivos que se depositam sobre a superfície das estruturas.

Além disso, temos grandes pólos de de-senvolvimento industrial, localizados nas principais cidades ou áreas especificas como, por exemplo: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Bahia etc.

Todas essas indústrias geram ações cor-rosivas que diminuem de forma brutal a segurança e a durabilidade, tanto no seu entorno como nos ambientes inter-nos de produção, com vários níveis de agressividade, tanto ao concreto como a todo tipo de materiais metálicos, que compõem as estruturas.

Outra questão é com relação ao cuidado com a qualidade de nossas constru-ções que em muitos casos deixa muito a desejar. Um exemplo é a elevada quantidade de acidentes relacionados com estruturas leves, principalmente em postos de serviço, nos quais as es-truturas são executadas sem o mínimo cuidado técnico, sem projeto e monta-das por empresas desqualificadas.

O mercado mundial de reparo e prote-ção de estruturas vem crescendo e com isso os custos econômicos e sociais da deterioração estão cada vez mais presentes nas economias dos países em desenvolvimento, sendo os custos eco-nômicos diretos estimados entre 1,25% a 3,5% do Produto Nacional Bruto dos países desenvolvidos ou em desenvol-vimento.

Os custos sociais e os custos econômi-cos indiretos são mais complexos, às vezes impossíveis de serem contabili-zados com precisão e em alguns casos irressarcíveis.

Um exemplo de custos indiretos ou perdas econômicas para a população ocorreu por ocasião da ruptura de cabos em uma viga protendida da Ponte dos Remédios, em São Paulo. A marginal Tietê, no sentido Centro - Vila dos Re-

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Antonio Carmona Filho é engenheiro civil, mestre e doutor em engenharia de materiais pela Escola de

Engenharia da Universidade Mackenzie. É especialista em Patologia das Construções pelo Instituto Edu-

ardo Torroja de Ciências de La Construcción e faz parte do quadro de palestrantes do CINPAR 2009,

que acontece de 11 a 13 de junho em Curitiba (www.cinpar2009.com.br).

médios, ficou interditada por mais de uma semana. Na semana de interdição registrou-se um congestionamento de 159 km na cidade e 52 km nas rodo-vias. A marginal Tietê foi parcialmente liberada durante os serviços de recupe-ração da Ponte, que ficou interditada para os serviços por quase meio ano.

Embora a deterioração seja em geral um processo lento, a ruína de estruturas tem ocorrido, por negligencia ou desco-nhecimento da gravidade do problema por parte dos proprietários.

Do ponto de vista técnico, vários estudos têm sido desenvolvidos para explicar, diagnosticar e remediar a feno-menologia, que dentre as manifestações patológicas das estruturas em concreto armado no mundo, apresenta-se com uma incidência entre 14% e 58%.

A corrosão de armadura tem sido uma das principais patologias, responsável pela redução da vida útil das estruturas de concreto armado. Seus mecanis-mos e causas já foram compreendidos. Varias soluções já estão disponíveis e a cada dia novos produtos surgem no mercado e outros tantos estão em estudo, seja para a prevenção ou para terapia.

O concreto seja armado ou protentido apresenta-se amplamente viável do ponto de vista técnico: pela facilidade de adaptação a qualquer tipo de forma e a facilidade de execução, permitindo total liberdade à concepção arquitetôni-ca, estrutural e de método construtivo, liberdade essa que nenhum outro mater ial propicia.

Muitos argumentos estão válidos quan-do se fala que o concreto armado é o sistema estrutural mais viável para construção, exceto quando se fala em manutenção e conservação pratica-mente nulas. Prova de que isso não é verdadeiro: diariamente encontram-se estruturas de concreto armado com menos de dez anos com corrosão de armaduras, e elevados custos de ma-nutenção. O correto seria afirmar que o concreto poderá apresentar manuten-ção e conservação praticamente nulas, desde que o concreto seja de elevado desempenho e a estrutura tenha sido bem executada.

Para construções de concreto armado em áreas agressivas existe a opção de empregar inibidores de corrosão, sejam de base mineral, orgânicos ou mistos.

Esses aditivos já são fornecidos for-mulados por empresas fabricantes de produtos químicos, mas apesar dos sucessos obtidos em casos reais e de várias pesquisas o seu uso no mercado nacional tem sido insignificante, devido a uma visão pouco ampla, sem conside-rar a análise de custo de ciclo de vida. O mesmo acontece com a utilização de outros métodos, como por exemplo a proteção catódica.

Outro fato que ocorre frequentemente no Brasil é a baixa durabilidade de solu-ções de reparo e proteção, fruto de uma abordagem inadequada, sem um estudo completo do caso antes de se partir para a execução.

O mercado e da engenharia e o público em geral devem entender que qualquer trabalho de recuperação realizado sem a orientação de uma empresa ou pro-fissional especializados será um jogo de tentativa e erro, com grandes probabili-dades de insucesso e gastos desneces-sários.

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Para a estreia da seção Cozinha Gourmet, da Sim!, uma parceria perfeita entre duas mulheres. A arquiteta Luciana Pimentel e a sócia da Luthier, Leila Calil, iniciaram esta nova parte da revista

em alto estilo. Luciana nos cedeu o projeto da cozinha de uma cliente e Leila nos emprestou o seu dom culinário, herdado da sua família sírio-libanesa.

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Fotos: Felipe Mendonça

Em 16 m2, Luciana Pimentel projetou uma cozinha em um apartamento no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Re-cife. A arquiteta, em todos os seus pro-jetos de cozinha gourmet, separa todo o espaço, previamente, em três grandes partes, que são as áreas de cozimen-to, de lavagem e de armazenamento. A questão base do projeto é localizar bem estas áreas, para evitar transtornos.

“As cores do espaço são: Preto, branco e aço. O preto está no granito, presente nos balcões que percorrem toda a cozinha. A escolha é devido à baixa absorção de gorduras e por manchar com menos facilidade” destaca Luciana.

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O Branco está nos armários. São dois tipos, ambos Todeschini, e que são um detalhe extra do projeto. Os móveis da Linha Área estão localizados na parte superior da área de lavagem, onde são usados para louças.

Os armários superiores têm um sistema de abertura de baixo para cima. Esse detalhe favorece muito porque permite que a pessoa que trabalha no espaço se aproxime bem do móvel e alcance as partes mais internas do armário, já que a altura é favorável. Outro ponto posi-tivo é a segurança da livre mobilidade lateral. O vidro temperado é color Glass. Os armários da área inferior, que vai da zona de cozimento, passa pela área de lavagem e termina na de armazenamen-to são da linha Mix. Branco em fórmica

e no vidro temperado, a grande peça tem um elegante detalhe: uma moldura em alumínio.

Combinando com o tom do alumínio, o aço aparece bem nas pastilhas da pare-de sobre os setores. “É uma miscelânea de três estruturas do aço inox. Uma mais brilhante, outra mais intermediária e a terceira fosca. O conceito é de uma cozinha viva, porém neutra, ou seja, é bastante forte, mas não é necessária a troca de revestimento para ter outro visual”, afirma a arquiteta. “Basta trocar os acessórios decorativos e conquista-se uma nova cozinha”, garante.

Outra área secundária, mas muito im-portante no projeto, é a área de copa, onde fica o forno de microondas, que

não está na zona de cozimento porque, na necessidade da casa, só é utilizado para aquecimento de alguns alimentos, então, fica próximo à mesa. “Outra pre-ocupação interessante é deixar o gelá-gua, também, na copa, longe das áreas de trabalho. A casa tem crianças e elas podem entrar na cozinha, pegar sua água e sair sem correr o menor risco de se machucar”, finaliza Luciana.

SERVIÇOArquiteta Luciana Pimentel (81) 9111.1741Todeschini Av Eng Domingos Ferreira, 3638 - Boa Via-gem, Recife - PE(81) 3325.3905LuthierAv. Santos Dumont, 391 - Aflitos, Recife – PEFone: 81 3241-6364Av. Conselheiro Aguiar, 1472, Boa Viagem, Recife – PE(81) 3091.1068

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Sua família mora em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, mas o seu dom de chef vem destes dois países árabes. Como sempre, começa como uma brin-cadeira e vira paixão, mas Leila garante que é boa em todos os tipos de comida. “Adoro cozinhar e faço de tudo. Sempre me pedem pra cozinhar comida árabe, acho que é pelo fato de não fazer parte do cotidiano da mesa dos brasileiros, mas é a comida do cotidiano dos meus pais”, comenta Leila.

“Minha família sempre escolheu a cozi-nha como o lugar das reuniões. Era uma felicidade ter todos reunidos em volta da mesa. Me envolvi nesta harmonia e, hoje, exploro essa arte culinária”, revela.Os pratos têm uma excelente apresen-tação. Foram três: A Tabbuleh, a mais famosa salada da culinária árabe, feita com trigo-sarraceno, tomate, salsa e cebolinha, muito bem picados, além da hortelã. É temperada com azeite, bastante salsa e limão. A forma mais servida da Tabbuleh é acompanhada de folhas de alface que, depois de em-brulhada, como um rolinho, é levada à boca com as mãos.

O segundo prato feito por Leila foi uma montagem de Pão Sírio, Chancliche (queijo feito de leite de cabra, típico da culinária árabe) e Kafta (Espetinho de carne moída, cebola e especiarias, grelhado). Para finalizar a mesa, arroz com lentilhas, prato conhecido como Mjadara.

Neta de Síria e pai libanês residente no Brasil há 50 anos. Essa é a herança cultural de Leila Calil, sócia da Luthier revestimentos e nossa primeira personagem da nova sessão da Sim! Cozinha Gourmet.

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Com 80 anos de existência, a M.Cassab inova no Recife. Em 16 de maio, inaugurou uma loja com perfil diferenciado não só para o Nordeste e

garante oferecer total infra-estrutura de apoio ao setor gourmet.

Suporte Completo

A M.Cassab, grupo atacadista que atua no mercado com um leque bastante diversificado no mundo dos negócios, dá mais um passo inovador na capital Pernambucana e abre uma loja no Reci-fe. As áreas de abrangência das marcas representadas pelo grupo vão de Brin-quedos e Eletrodomésticos a Produtos de Químicas Industrial e Fina, passan-do, também, e entre outras, por áreas de Laboratório e Tecnologia Animal.

“A nossa atuação é no segmento de Utensílios Profissionais (UP). O foco da empresa é atender clientes de atacado no segmento de acessórios e suporte de cozinha, como bares, restaurantes, ho-téis, hospitais, cozinha coletiva (refeitó-rios de grandes empresas) e similares”, destaca Márcio Sena, representante regional.

Localizada no Bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, a nova loja é a reu-nião do conhecimento internacional no setor e destaca um eficiente sistema de reposição de peças e estoque, sempre com produtos reconhecidos mundial-mente por sua beleza e durabilidade, o que proporciona aos seus clientes um serviço mais fácil e dinâmico, diminuin-do os investimentos e racionalizando os custos.

O processo era o seguinte: o vendedor fazia a visita ao cliente em potencial para apresentação dos produtos ou uma visita de rotina para realizar um pedido. Em seguida, esse pedido era enviado a São Paulo e os produtos che-gavam aqui. “Agora, pela primeira vez no Brasil, com exceção de São Paulo, o grupo oferece uma loja com produtos na área de UP em pronta-entrega, mais o diferencial de atendimento no varejo”, reforça Márcio Sena.

Sobre o futuro do empreendimento, Bru-no Azevedo, representante regional da marca no Recife, é notoriamente otimis-ta: “o tamanho do sucesso de um grupo empresarial é medido pelo seu tempo de história e, principalmente, por suas obras realizadas. E realizar é ousar, é utilizar a tradição e conhecimento para ampliar a visão trabalho sem ter medo de explorar essas novas chances”, finaliza.

Serviço:M.Cassab - Loja Utensílios ProfissionaisAv. Domingos Ferreira, 3704, Boa Viagem, Recife.(81) 3423-1071www.mcassab.com.br

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Sobreposições

Histórias do Recife Antigo são retratadas nas paredes e nas fachadas da cidade. em cada foto uma demonstração do que o tempo é capaz

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Focada nas épocas que o homem cons-trói ao longo do tempo, a exposição Sobreposições, do fotógrafo e professor Eduardo Queiroga, que está no merca-do desde 1990, são histórias de vários momentos, vistos nas paredes e nas fachadas de casarões do Recife Antigo. Em cada detalhe, uma modificação feita pelo homem. Panfletos, pichações, entre outros poluentes visuais, estão agrupados neste cenário histórico.

Segundo Eduardo, o Recife Antigo pos-sibilita um trabalho que retrate a evolu-ção dos tempos. “O Recife Antigo entra como uma simbologia. É uma referência ao início da nossa cidade. As constru-ções retratadas não são as primeiras, nós sabemos disso. Mas elas remon-tam, simbolicamente, a esse princípio do que chamamos Recife”, comenta Queiroga.

As sombras são um destaque de cada imagem. É uma exclusividade do mo-mento. “As sombras são intencionais e bem presentes neste trabalho. Ela é uma outra camada. Desta vez, uma

camada bem fugaz, que está ali só em um instante, que sabemos ter mudado assim que a luz do sol mudou de posi-ção. É bem importante para o sentido que quero trazer para o Sobreposições”, completa.

No cenário geral, Eduardo Queiroga buscou ser fiel à realidade do lugar. Ne-nhuma estrutura física foi adicionada ou removida, para traduzir a coerência do conceito que o fotografo visualiza. “Hou-ve uma preocupação com a escolha dos locais, dos horários e dos dias, para não sentir necessidade de alterações poste-riores” destaca Eduardo. “A fotografia já é uma grande manipulação, uma grande arrumação, no sentido que escolhemos mostrar mais ou menos coisas, escolhe-mos se vai ser com mais ou menos luz, com mais ou menos cores, etc. Então, isso já é uma grande interferência”, ratifica. A exposição acontece até o dia 28 de junho na Arteplural Galeria, a entrada é franca.

Serviço:Arteplural Galeria Rua da Moeda, 140 Recife Antigo - PETel.: (81) 3424 - 4431Terça a sexta das 13h às 19h/ Sábado e domingo das 16h às 20h

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Foto: Eduardo Queiroga

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