Revista Saúde, Minas

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JUNHO/JULHO 2014 1 Santa Casa: um complexo hospitalar de casos A qualidade percebida a partir das certificações www.saudeminas.com.br edição 1 . ano 1 . nº 1 junho/julho de 2014 Programa de Segurança do Paciente do MS Notificação de erros é obrigatória em todo o País HISTóRIA GESTÃO À VISTA Distribuição gratuita

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Edição 1 - Ano 1 - Junho/Julho 2014

Transcript of Revista Saúde, Minas

junho/julho 2014 1

Santa Casa: um complexo hospitalar de casos

A qualidade percebida a partir das certificações

www.saudeminas.com.bredição 1 . ano 1 . nº 1junho/julho de 2014

Programa de Segurança do

Paciente do MS Notificação de erros é

obrigatória em todo o País

história GEstÃO À Vista

Distribuição gratuita

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Já está funcionando a nova Unidade Mater Dei Contorno. Um hospital construído com o que há

de mais avançado em arquitetura e engenharia hospitalar, com a mesma qualidade assistencial

de sempre, complementando os serviços da Unidade Mater Dei Santo Agostinho. Juntas, as unidades

formam a Rede Mater Dei de Saúde, um marco no atendimento médico-hospitalar no Brasil.

O Mater Dei cresceu para fazer mais por seus clientes, colaboradores, corpo clínico, convênios

de saúde e parceiros de Minas Gerais e de todo o país.

Há momentos em que a vida pede mais. Chegou o Mater Dei Contorno.

Fale com a gente e saiba mais.

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twitter.com/hosp_mater_dei

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Dr. Sandro Rodrigues ChavesDiretor TécnicoCRM-MG 24892

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Já está funcionando a nova Unidade Mater Dei Contorno. Um hospital construído com o que há

de mais avançado em arquitetura e engenharia hospitalar, com a mesma qualidade assistencial

de sempre, complementando os serviços da Unidade Mater Dei Santo Agostinho. Juntas, as unidades

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ÍndicE

mElhOrEs práticas

Universidade e poder público se unem na assistência à saúde 8nOtÍcias da saúdE

Cordão para esperança 10

aVançOs na mEdicina

Cirurgia bariátrica por videolapa-roscopia avança no Brasil 14

história

Santa Casa: uma causa de histórias e números 18

EntrEVista

Saúde financeira dos hospitais de Minas Gerais está debilitada 22

tEcnOlOGia

Mobile em favor da saúde 24

capa

Segurança do paciente: questão estratégica na saúde 26 a 30

BEm-Estar

Estética que (de)forma 32

GEstÃO À Vista

Qualidade como palavra de ordem 34

Do modelo de gestão da indústria para as atividades da saúde 36

saúdE nO EstadO

Triângulo Mineiro é referência no tratamento do câncer 38

humanizaçÃO

O tratamento que vem da água 40

Academia da Cidade é para todos 42

Mães de Minas monitora gestantes e bebês pelo Estado 44 a 47

sElfiE

O médico #sonhador que faz acontecer 48

#saúdE

Curtas 50

Estamos lançando a primeira publicação segmentada do Estado, a revista Saúde, Minas, que vai trazer notícias sobre o setor público e privado. Esta é uma publicação da agência Atitude Comunicação, fruto de 15 anos de atuação profissional na área. Após quatro anos de criteriosa pesquisa, identificamos a carência de espaços que trouxessem, com uma linguagem menos técnica e menos restritas aos profissionais, informações sobre o nosso bem mais valioso: a saúde.

A revista será distribuída gratuitamente, a cada dois meses, nos principais hos-pitais, laboratórios, clínicas, consultórios, órgãos públicos de saúde, entidades de classe, entre outros em Minas.

A saúde, enquanto instituição, tem agonizado pela necessidade não somente de informação sobre os direitos dos pacientes, mas sobretudo pela carência de mais leitos, menos barreiras no acesso a tratamentos, redução do tempo para liberação de uma guia de exames e procedimentos cirúrgicos, além de tantas outras questões que adoecem a população pela demora nos processos.

Nesta primeira edição, identificamos que a saúde tem feito um esforço, com resultados visíveis, para melhorar a assistência a gestantes e bebês, por meio de programas como o Mães de Minas e Academias da Cidade. No setor privado, as novas técnicas na cirurgia bariátrica também nos mostram que a tecnologia médica está a serviço da vida e que vem para auxiliar no combate a um problema de saúde pública, como a obesidade.

Da saúde pública para a saúde suplementar, o nosso olhar é de quem tenta identificar melhorias contínuas que possam ser aplicadas e divulgadas em qualquer organização desse segmento, a partir da correta gestão administrativa e financeira. Isso passa também pela integração de médicos, farmacêuticos e enfermeiros, o que parece ser a melhor das práticas que o Programa de Segurança do Paciente tem buscado. Cada ação depende do processo humano, muito mais que do tecnológico e de protocolos; acima de tudo, prescinde do equilíbrio entre a saúde de quem presta o serviço e a de quem recebe a assistência.

Desejamos, com esta revista, o que nossa marca representa: uma saudação para que tenhamos saúde em Minas.

NAdjANAirA CoStA Diretora geral / Editora [email protected] facebook.com/atitudecomunica

Saúde para todos: pacientes, profissionais e governo

dO EditOr

cOnsElhO EditOrial

dr. reginaldo teófanes - CRMMG 9371 - presidente da AHMG dra. tânia Grillo - CRMMG 17700 - presidente do IAG Saúde dr. Henrique Salvador - CRMMG 15404 - presidente do Hospital Mater Dei dr. Wagner Brant - CRMMG 6699 - diretor do CQAI Farmacêutico Claudiney Ferreira - CRFMG 12067 - vice-presidente do CRF/MG

ExpEdiEntE

diretor geral/editora: Nadjanaira Costa | jornalistas: Elisângela Orlando e Ilda Nogueira | revisão: Cefas Alves Meira | diagramação: Fernanda Braga | Projeto Gráfico: Atitude Comu-nica | Financeiro: Carlos Alberto Costa | Comercial: Carlos Daniel Costa | impressão: Gráfica Formato | tiragem: 10.000 exemplares | distribuição gratuita Para anunciar: (31) 3047-4050/9779-4123/9684-9513 Para sugestões: [email protected]

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mElhOrEs práticas

Universidade e poder público se unem na assistência à saúde

A parceria entre universidades, entidades filan-trópicas e poder público pode ser a chave para melhorar a qualidade do atendimento no Sis-tema Único de Saúde (SUS). Em Ouro Preto, a iniciativa tem dado resultados positivos. Em

março, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de re-cursos da ordem de R$ 4,2 milhões para ampliar o núme-ro de leitos da Santa Casa de Misericórdia da cidade, dos atuais 72 para 142.

Além de aumentar o número de atendimentos, ou-tro objetivo é viabilizar a transformação da instituição

Alunos de Medicina do primeiro ao último período vão atuar em unidades de saúde

NovAS diretrizeS

Em abril, a Câmara de Educação Superior do Con-selho Nacional de Educação (CNE) aprovou as novas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de Medici-na, que determinam que pelo menos 30% da carga ho-rária do estágio obrigatório, em regime de internato, ocorra no Sistema Único de Saúde (SUS), na atenção básica e em serviço de urgência e emergência.

O diretor da Faculdade de Medicina da UFOP, Már-cio Antônio Moreira Galvão, afirma que a medida é importante para que os estudantes tenham formação condizente com a realidade da medicina praticada no país. “A ampliação da oferta de serviços de saúde traz enormes benefícios à população”, frisa.

Prefeitura de Ouro Preto (MG) firma parceria com UFOP e Ministério da Saúde para fortalecer o ensino e a assistencia à saúde

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FederassantasEncontro 2014

11° Encontro de Provedores, Diretores e Administradores de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais

16 a 18 de setembro de 2014

Local: Expominas (Feira HospitalMinas) – Belo Horizonte

PARTICIPE DO MELHOR E MAIOR EVENTO MINEIRO EM GESTÃO DA SAÚDE

Avaliação dos Futuros Cenários PolíticosAtualização e Inovação em Gestão de Serviços da SaúdeBenchmarking em Processos Hospitalares

Informações:www.federassantas.org.br/encontro2014 - (31) 3241-4312

FederassantasEncontro 2014

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11° Encontro de Provedores, Diretores e Administradores de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais

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Informações: www.federassantas.org.br/encontro2014 - (31) 3241-4312

Até junho, devemos licitar e iniciar a construção da

unidade, que será concluída dentro de um ano.

SANdrA BrANdãoSecretária de Saúde de Ouro Preto

FederassantasEncontro 2014

11° Encontro de Provedores, Diretores e Administradores de Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais

16 a 18 de setembro de 2014

Local: Expominas (Feira HospitalMinas) – Belo Horizonte

PARTICIPE DO MELHOR E MAIOR EVENTO MINEIRO EM GESTÃO DA SAÚDE

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Informações: www.federassantas.org.br/encontro2014 - (31) 3241-4312

Edifício da reitoria da Universidade Federal de Ouro Preto

Sandra: nova unidade dentro de um ano

de saúde em hospital de ensino, o que será feito por meio de convênio com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Desde 2007, as faculdades de Medicina e de Nutrição da UFOP mantêm parceria com a prefeitura da cidade para atuação de alunos e professores nas unidades de saú-de do município, abrangendo disciplinas do primeiro ao último período dos cursos.

Em setembro de 2013, o órgão federal também autori-zou o repasse de R$ 2,2 milhões para a construção de uma nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Ouro Preto. A UPA fará parte de um complexo de saúde que está sendo edificado no bairro São Cristóvão, incluindo ainda Unidade de Saúde da Família (USF), policlínica e Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS Infantil).

Segundo a secretária de Saúde de Ouro Preto, Sandra Brandão, o projeto arquitetônico da UPA está em fase fi-nal de aprovação pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Até junho, devemos licitar e iniciar a construção da unidade, que será concluída den-tro de um ano”, ressalta.

De acordo com o reitor da UFOP, Marcone Jamil-son Freitas Souza, os projetos com intermediação do Ministério da Saúde também incluem a constru-ção de duas novas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município.

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Cordão para esperança

o cordão umbilical, um elo vital que une mamãe e bebê, e que vem sendo imediatamente descar-tado após o nascimento,

pode, agora, ser congelado para ou-tra destinação. Esse resíduo sólido produzido pelo ambiente hospita-lar será utilizado no tratamento de mais de 80 tipos de cânceres no san-gue, com a estruturação em Minas do Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais (Cetebio).

De acordo com o diretor Técnico-Científico da Fundação Hemominas, Fernando Valadares Basques, a partir de 2015 a coleta do cordão umbilical e placentário será um processo permanente na maternidade Sofia Feldman e no Instituto de Previdência dos Servi-dores do Estado de Minas Gerais, podendo ser expandido para outras unidades de saúde. “Pensar em um banco público é pensar em um lo-cal onde há a guarda dos tecidos de forma a disponibilizá-los a tempo e a hora para o paciente, sem demo-ra”, esclarece Basques.

nOtÍcias da saúdE

Banco público mineiro vai coletar e disponibilizar células-tronco a partir da doação voluntária de cordão umbilical e placentário

Pensar em um banco público é pensar em um local onde há a guarda dos tecidos de forma a disponibilizá-los a tempo e a hora

para o paciente, sem demora.

FerNANdo vAlAdAreS BASqUeS Diretor Técnico-Científico da Fundação Hemominas

Com a inauguração do novo serviço em Minas, será possível armazenar até duas mil bolsas, in-tegrando outros 12 bancos em fun-cionamento no país, formando a Rede BrasilCord, gerenciada pela

Fundação do Câncer. Até o momen-to trabalham no projeto do banco de cordão umbilical e placentário 20 profissionais, formados por mé-dicos, enfermeiros, técnicos e bió-logos, os quais estão passando por capacitação e treinamentos para desempenhar essas atividades. O treinamento é realizado pelo Insti-tuto Nacional do Câncer (INCA) e também em hospitais que fazem a coleta de cordão umbilical.

Basques: disponibilizar os tecidos a tempo e a hora

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eNteNdA CoMo é Feito o trANSPlANte de MedUlA óSSeA

Para receber as células-tronco, o paciente passa por um tratamento prepa-ratório, que pode durar de seis a dois anos. Nesse período, são utilizadas a com-binação ou uso isolado da rádio, quimioterapia e medicamentos para melhorar o sistema imunológico.

O procedimento do transplante é realizado com o paciente respirando em ar ambiente, consciente, no leito de internação, sem a necessidade de centro cirúrgico. Além de ser indolor, durante todo o tempo o paciente terá a companhia dos familiares e a supervisão da equipe transplantadora e equipe multidisciplinar.

O paciente recebe a infusão das células-tronco por um cateter central. O conteúdo é lançado na corrente sanguínea e posteriormente migra para a medula óssea. O tempo médio é de 30 minutos a duas horas, dependendo do volume de células transplantadas. Geralmente, o paciente fica em observação de duas a quatro semanas e passa a ser acompanhado periodicamente, por toda a vida, em atendimento ambulatorial.

CeteBio O projeto do banco de cordão

umbilical e placentário integra o Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais (Cetebio), primeiro banco de multitecidos do país, que tem previsão de funcionamento efe-tivo a partir dos próximos três anos. Nele, serão coletados, processados e armazenados tecido do músculo esquelético, sangue raro, válvulas cardíacas e membrana amniótica. O

Cetebio vai poder armazenar, a partir de 2015, todo o material coletado na Maternidade Sofia Feldman, IPSEMG e outras unidades de saúde do Estado

nOtÍcias da saúdE

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espaço também abrigará o banco de medula óssea, que funciona, até en-tão, nas dependências do Centro de Especialidades Médicas, e também vai hospedar o banco de pele, que atualmente está com suas experiên-cias suspensas.

O Cetebio funcionará em Lagoa Santa, a 38 km de Belo Horizonte, e para isso foram investidos R$ 7 mi-lhões do Governo de Minas, nesta

MiNAS reGiStrA 12 trANSPlANteS CoM Cordão UMBiliCAl e PlACeNtário

O Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Minas Gerais acumula a experiência de 12 trans-plantes utilizando bolsa de cordão umbilical e placentário de bancos nacionais e até de outros países. O hematologista Gustavo Machado Tei-xeira está à frente da coordenação da Unidade de Transplante de Medula Óssea do HC. Para ele, a expectativa com a chegada do banco no Estado é acelerar os processos de transplante, já que se pode encontrar um doador no próprio território. Outra vantagem apontada pelo coordenador está na redução dos custos operacionais para os cofres públicos.

Para que o transplante tenha maior sucesso é necessário ter a “pega me-dular”, ou seja, volume adequado de células. O hematologista explica que por essa razão observa-se maior indi-cação em pacientes pediátricos. “De-pendendo do porte físico do receptor, se é um adulto, são necessárias duas bolsas de cordão umbilical”. Segundo ele, o cálculo deve seguir a recomen-dação do Ministério da Saúde de 3 x 107 células nucleadas totais por kg/peso do receptor.

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Hospital das Clínicas já realizou 12 tansplantes utlizando o cordão umbilical e placentário

primeira fase, sendo R$ 3 milhões provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e So-cial. O município de Lagoa Santa fez doação do terreno para construção da área física do empreendimento.

BANCo PúBliCoEstima-se que a chance de en-

contrar um material compatível em banco público é de 70% a 80%. Isso

é possível em função das doações voluntárias, realizadas de forma sigilosa e com o consentimento ma-terno. As doações podem ser feitas por mulheres com idade entre 18 a 37 anos, que tenham realizado pelo menos duas consultas de pré-natal; se enquadrarem no perfil de gesta-ção classificada como baixo risco e risco habitual; e que tenham com-pletado as 35 semanas de gestação.

nOtÍcias da saúdE

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SAiBA MAiS

O cordão umbilical é uma das fontes de células-tronco hematopoéticas. É possível retirar células-tronco da medula óssea e do sangue periférico. Na primeira, o material é coletado por punções nas cristas ilíacas (ossos da bacia) do doador/paciente em centro cirúrgico, aspirando-se o líquido medular. Na segunda forma, as células são obtidas por meio de equipamentos de aférese fazendo a separação dos diferentes componentes sanguíneos.

Ainda na cena do parto, o cordão umbilical é pinçado (lacrado com uma pinça), interrompendo a ligação entre o bebê e a placenta. O sangue disponível no cordão, que pode variar de 70 a 100 ml, é drenado para uma bolsa de coleta.

trANSPlANte AUtóloGo - As células-tronco hematopoéticas provêm da me-dula óssea ou do sangue periférico do próprio indivíduo a ser transplantado (receptor).

trANSPlANte AloGêNiCo - As células-tronco hematopoéticas provêm da medula óssea, do sangue periférico ou do sangue de cordão umbilical de um outro indivíduo (doador).

trANSPlANte AloGêNiCo APAreNtAdo - Quando o receptor e o doador são consanguíneos.

total de células nucleadas necessárias: valor igual ou maior do que 3 x 107 célu-las nucleadas totais por kg de peso do receptor (com idade igual ou inferior a 60 anos).

trANSPlANte AloGêNiCo Não-APAreNtAdo - Quando o receptor e o do-ador não são consanguíneos.

total de células nucleadas necessárias: valor igual ou maior do que 3 x 107 célu-las nucleadas totais por kg de peso do receptor (com idade igual ou inferior a 55 anos).

A coordenadora do banco de cor-dão umbilical e placentário do Hospi-tal Israelita Albert Einstein, Andrea Tiemi Kondo, ressalta a importância da doação. “A chance de encontrar uma medula compatível na família é de 25% a 30%. Ou seja, 70% das pessoas vão precisar justamente de recorrer a um banco público para conseguir uma resposta terapêutica.”

Andrea considera, ainda, que a doação do cordão para um banco público aumenta a chance de vida do paciente que aguarda um trans-plante. “Se as pessoas começarem a guardar o cordão em bancos priva-dos, automaticamente está limitan-do a representação genética. Quanto maior a diversidade, maior a chance de atender a população que vier a demandar por este tipo de interven-

ção”, esclarece. Ela acrescenta que o cordão é utilizado exclusivamente para um possível transplante de me-dula óssea.

Para se ter ideia do investimen-to nessa área, uma família pode de-sembolsar, em média, de R$ 3.500 e R$ 6.000,00 por ano para preservar o material genético em um banco priva-do de cordão umbilical e placentário. Muitas são atraídas pela expectativa de preservar a saúde do bebê nos pró-ximos anos de sua vida. Os especialis-tas pontuam que a probabilidade de uma criança necessitar de suas pró-prias células-troncos é bem reduzida, e há também a contraindicação em casos de doenças de origem genética, já que o cordão também pode trazer as mesmas anomalias responsáveis por uma doença.

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oBeSidAde AFetA 30 MilHõeS de BrASileiroS

A obesidade é uma doença crônica, progressiva e fatal quando não tratada. A doença atinge 600 milhões de pessoas no mundo, 30 milhões somente no Brasil. Se for incluída a população com sobrepeso, esse número aumenta para 1,9 bilhão de pessoas no mundo e 95 milhões de brasileiros. A SBCBM estima que 5% dos que possuem excesso de peso no país são considerados obesos mórbidos.

Levantamento feito pelo Estadão Dados, com base em informações do Datasus, aponta que o número de mortes por complicações ligadas diretamente à doença triplicou entre 2001 e 2011, passando de 808 óbitos para 2.390 no período, um cres-cimento de 196%. Como o excesso de peso é fator de risco para outras patologias, estima-se que o número de vítimas indiretas da obesidade seja ainda maior.

o Brasil vive hoje uma epidemia de obesidade, que tem resultado no aumento do número de mortes provocadas por

complicações ligadas diretamente ao excesso de peso. Não é de hoje que a luta contra a balança se trans-formou em uma verdadeira guerra, que encontra na cirurgia bariátrica uma solução definitiva quando os tratamentos clínicos convencionais não funcionam. No ano passado, 80 mil brasileiros realizaram o proce-dimento cirúrgico, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Ba-riátrica e Metabólica (SBCBM).

Os avanços da tecnologia médica permitiram a realização da cirur-gia bariátrica por videolaparosco-pia, que vem crescendo nos últimos anos. O procedimento minimamen-te invasivo é associado a algumas técnicas cirúrgicas que possibilitam a redução significativa dos riscos de complicações, o tempo de duração da cirurgia e de recuperação do pa-

Cirurgia bariátrica por videolaparoscopia avança no Brasil

aVançOs na mEdicina

A videolaparosco-pia permite uma

imagem mais fide-digna da realidade.

Procedimento corresponde a 75% das operações realizadas no País

Girundi: tratamento foi executado em BH pela primeira vez em 2003

MArCelo GirUNdiPresidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica - sessão Minas Gerais

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1994. Em Belo Horizonte, o proce-dimento foi executado pela primei-ra vez em 2003.

Girundi ressalta que, na cirur-gia aberta, o acesso à cavidade ab-dominal é mais difícil devido à es-pessura da parede do abdômen e à quantidade de tecidos e de gordura. “A videolaparoscopia permite uma imagem mais fidedigna da realida-de. Hoje, conseguimos fazer uma cirurgia com imagem Full HD, que fornece detalhes técnicos muito melhores se comparados aos do mé-todo convencional”, diz.

A fotógrafa Drika Vianna, de 41 anos, fez a cirurgia bariátrica por videolaparoscopia há cinco meses. Com 1,57m de altura, ela pesava 97 Kg e conta que se sentia infe-liz e insegura. Quinze dias após o procedimento, já estava liberada a retomar suas atividades.“Não senti dor e tive uma ótima adaptação”, diz. De lá para cá, emagreceu 23 kg e afirma que tudo mudou para melhor. “Aquela mulher que en-

ciente, além de menores chances de infecção após o procedimento.

Dados da SBCBM apontam que o volume de cirurgias bariátricas e metabólicas por videolaparoscopia no Brasil dobrou em 2012 em rela-ção ao ano anterior, totalizando 54 mil procedimentos, o que representa 75% dos procedimentos cirúrgicos realizados no país.

O salto na adesão à videolaparos-copia se deve à mudança na legis-lação da Agência Nacional de Saú-de Suplementar (ANS), que, desde janeiro de 2012, obriga os planos e operadoras de saúde a oferecerem tratamento cirúrgico sem qualquer restrição aos portadores de obesida-de mórbida, respeitando a decisão médica e o direito do paciente.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica - sessão Mi-nas Gerais, Marcelo Girundi, o tra-tamento cirúrgico da obesidade por videolaparoscopia começou a ser realizado nos Estados Unidos, em trou no bloco cirúrgico não existe

mais”, comemora.O cirurgião bariátrico Hêmerson

Paul Vieira Marques, especialista em cirurgia videolaparoscópica, afirma que os riscos associados à gastroplastia não estão relaciona-dos à técnica utilizada para a via de acesso cirúrgico, mas à gravida-de do quadro clínico dos pacientes. “Problemas pulmonares graves, su-perobesidade, coronariopatia e do-ença arterosclerótica avançada au-mentam os riscos tanto na cirurgia convencional quanto na videolapa-roscópica”, alerta.

Ainda assim, há pessoas que tive-ram problemas no pós-cirúrgico, mas garantem que fariam tudo novamen-te. É o caso da professora Ana Paula Monteiro Nogueira, de 43 anos. Com 1,70m de altura, ela chegou a pesar 140 Kg. Depois de fazer vários trata-mentos clínicos para perda de peso, ela se submeteu à cirurgia bariátrica aberta, em fevereiro de 2011.

Ana Paula ficou internada 90 dias

Problemas pul-monares graves, superobesidade, coronariopatia e

doença arteroscle-rótica avançada au-

mentam os riscos tanto na cirurgia

convencional quan-to na videolapa-

roscópica.HêMerSoN PAUl vieirA MArqUeS

Cirurgião bariátrico, especialista em cirurgia videolaparoscópica

Hêmerson Marques: riscos relacionados com a gravidade do quadro clínico

Drika Vianna: uma nova mulher depois da cirurgia

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CreSCiMeNto do MerCAdo de videoCirUrGiA AlAvANCA NeGóCioS eM MiNAS

A expansão do número de cirurgias por vídeo tem ajudado a impulsionar os negócios da H-Tech Video Surgery, em-presa mineira que oferece soluções em equipamentos e serviços para video-ci-rurgia. Com 22 anos de atuação nesse mercado, a H-Tech encerrou 2013 com um crescimento de 80% no volume de vendas,em relação ao ano anterior. Para 2014 e 2015, a expectativa é crescer 100% ao ano.

Para atingir o objetivo e atender a crescente demanda do mercado, a em-presa aposta em algumas estratégias. Uma delas é o aluguel de equipamen-tos por longo período. De acordo com o presidente da empresa, Herbert Portugal

Freire, a solução é uma alternativa para os hospitais que precisam atualizar o aparelha-mento utilizado nos procedimentos por vídeo, mas não dispõem de recursos para a compra.

Segundo Freire, o financiamento na aquisição de instrumental e o lançamento da nova geração de equipamentos também devem ajudar a sustentar o crescimento da empresa nos próximos dois anos. Outra meta é expandir a atuação em outros es-tados brasileiros e iniciar as operações no mercado latino-americano.

A H-Tech já possui uma filial em Miami. “A unidade foi criada para suportar a oferta de equipamentos através de importação di-reta, que barateia o custo para grande parte dos hospitais, com benefícios de isenção de

impostos e mesmo para os que não têm isenção, pois ele elimina da cadeia os tri-butos comerciais”, assinala o empresário.

diviSão de NeGóCioSSegundo Freire, para aprimorar o sis-

tema de gestão, houve a necessidade de criar uma nova divisão de negócios, a HPF Surgical, que comercializa descartáveis como trocaters, afastadores, dispositivos para sucção e irrigação, entre outros. A H-Tech, por sua vez, está focada no for-necimento de simples conectores até aparelhos eletrônicos de alta tecnologia, produzidos pela Ackermann Instrumente, uma das maiores fabricantes do mundo no segmento de videocirurgia.

Ana Paula Monteiro Nogueira perdeu 50 quilos e após internação de 90 dias na UTI recuperou a qualidade de vida

no hospital, 40 deles no CTI. “O mé-dico disse que as complicações foram decorrentes de problemas causados pelo meu excesso de peso”, conta. Hoje, com 50 Kg a menos, ela diz que tem mais disposição e garante que a saúde vai bem. “Não me arrependo de nada”, frisa.

Segundo Marques, todas as téc-nicas para o tratamento cirúrgico da obesidade podem ser realizadas por videolaparoscopia. A mais utilizada no Brasil é a Derivação Gástrica em Y de Roux, também conhecida como Bypass Gástrico. Ele alerta que, ape-sar da popularização da videolapa-roscopia na medicina bariátrica, o método exige uma maior habilidade técnica e não deve ser realizado por profissionais que não sejam bem trei-nados. “O risco técnico está direta-mente relacionado à capacidade do cirurgião de realizar o procedimento e a falta de treinamento tem impacto significativo no resultado”, alerta.

CirUrGiA BAriátriCA No SUSEntre 2010 e 2013, o número

de cirurgias bariátricas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

aVançOs na mEdicinaDi

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NÃO COLOQUE SUA SAÚDE EM JOGOProcure seu farmacêutico etire suas dúvidas sobre medicamentoscrfmg.org.br/usoracional

PALAVRA DE

valor ESPECIALISTA te

m m

ais

aumentou 45%, passando de 4.489 para 6.493. Os recursos investidos pelo SUS cresceram proporcional-mente no mesmo período: de R$ 24,5 milhões para R$ 38,1 milhões, um acréscimo de 56%.

O Ministério da Saúde também revisou, recentemente, a Portaria nº 492, de 2007, que traz, entre outras novidades, o incremento de 100% a 277% no valor pago em cin-co exames ambulatoriais pré-opera-tórios necessários. A portaria prevê ainda reajuste médio de 20% das técnicas de cirurgia bariátrica na tabela do SUS.

Permanece, porém, a orienta-ção de se utilizar a cirurgia bari-átrica como último recurso para perda de peso. Antes de realizar o procedimento, o paciente do SUS deve passar por avaliação clínica

e cirúrgica e ter acompanhamento com equipe multidisciplinar duran-te dois anos. Nesse período, ele é submetido a uma dieta e, se os re-sultados não forem positivos em re-lação a esse e outros métodos con-vencionais, o tratamento cirúrgico é recomendado. Atualmente, o SUS não cobre a cirurgia bariátrica por videolaparoscopia.

Para Marcelo Girundi, apesar

dos avanços, a fila de espera para fazer a cirurgia pelo SUS ainda é grande. “Alguns pacientes chegam a esperar mais de cinco anos para realizar o procedimento. O que pode ser fatal, uma vez que a obe-sidade pode desencadear doenças como hipertensão arterial, diabe-tes, artroses, apneia do sono, infarto agudo, derrames cerebrais e morte súbita”, observa.

CoBertUrA oBriGAtóriA

Desde janeiro deste ano, os beneficiários de planos de saúde individuais e cole-tivos têm direito ao cuidado integral da saúde e ao tratamento multidisciplinar, por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Isso significa co-bertura obrigatória de consultas com fisioterapeutas, além da ampliação do número de consultas e de sessões - de 6 para 12 - com profissionais de especialidades como fonoaudiologia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional.

aVançOs na mEdicina

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Santa Casa: uma causa de histórias e números

A Santa Casa de Misericór-dia de Belo Horizonte é um dos símbolos da capi-tal. Nos primeiros anos de seu funcionamento o aten-

dimento à população era realizado em uma tenda de lona, e logo ficou conhe-cida como “Hospital-Barraca”. Depois de construídos os primeiros leitos, as barracas serviram de cozinha, dormi-tório para funcionários ou para arma-zenar mantimentos. O primeiro pavi-lhão foi construído na esquina de Rua Ceará com Avenida Francisco Sales. Ao longo dos anos, novas unidades foram incorporadas, como o prédio da Maternidade Hilda Brandão (Rua Álvares Maciel) e o pavilhão Miguel Couto, na Rua Ceará.

Os traços que caracterizam a obra da década de 40 é do italiano Raffa-ello Berti (1900-1972), responsável também pela arquitetura dos hospi-

tais Odilon Behrens, Felício Rocho e Vera Cruz, além do prédio da Prefei-tura de Belo Horizonte, Palácio Cris-to-Rei e da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O título “Casa de Misericór-dia” é uma herança de Portugal, do fi-nal do século XV, da benfeitoria inicia-da pelas mãos da rainha dona Leonor de Lancastre. O hospital, que preserva o nome original, passou por grandes transformações do ensino, para for-mação médica, e da assistência na média e alta complexidade.

O “Hospital-Barraca” expandiu-se para Grupo Santa Casa, composto pelo Hospital São Lucas, Serviço Fu-nerário, Instituto Geriátrico Afonso Pena, Centro de Especialidade Médi-cas Santa Casa BH, e Ensino e Pesqui-sa Santa Casa BH. Ao todo são 1.196 médicos credenciados e 5.077 funcio-nários, entre contratados, residentes,

história

Por ano, são mais de 400 mil consultas, 1,5 milhões de exames e 15 mil cirurgias

especializandos e estagiário. Com 115 anos de existência, o complexo hospitalar ocupa hoje um quarteirão do bairro Santa Efigênia, na região Centro Sul da cidade, com nove pré-dios anexos, composto pela Mater-nidade Hilda Brandão, a Pediatria, o Centro de Diagnóstico e Tratamento, as unidades de Tratamento Intensivo adulto e pediátrico, o Centro Cirúrgi-co, a Clínica de Olhos, as unidades de Nefrologia, Oncologia Clínica (Radio-terapia e Quimioterapia), e as enfer-marias de Clínica Médica, Cardiologia e Neurologia.

SANtA CASA eM NúMeroSAo longo de toda a sua história,

a instituição contou com o apoio da sociedade em geral para sua manu-tenção financeira. José Maria Alkimin (1938 a 1974) responsável pela inau-guração do atual complexo hospita-

Santa Casa de Misericórida de Belo Horizonte completa 115 anos de histórias, ampliando a capacidade de atendimento na capital, interior e a outros estados

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cirurgias. Definida como associação sem fins lucrativos, de caráter filan-trópico, reconhecida como Utilidade Pública pelo Decreto Federal de nº 47.778/60, a Santa Casa de Miseri-córdia de Belo Horizonte se mantém por meio de convênio com o SUS.

Em sua trajetória de crescimento, a Santa Casa acompanhou também as transformações da capital mineira e a formação dos municípios do Estado. Com o aumento da população, atual-mente 40% do atendimento são desti-nados às pessoas que vêm de cidades distantes. Estima-se que pelo menos um cidadão residente em um dos 580 municípios, do total de 853 espa-lhados pelo Estado de Minas Gerais, utilizou a assistência médica da insti-tuição. Para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, é também uma

lar, em 1946, dizia que a instituição “Santa Casa” foi criada com “dinheiro dos pobres e promessa dos ricos”. Mu-dando o pensamento do idealizador do complexo e favorecendo mais pes-soas que necessitam de tratamento in-tensivo, o médico, banqueiro e empre-sário Aloysio de Andrade Faria doou, recentemente, equipamentos hospita-lares para revitalização das Unidades de Tratamentos Intensivos (UTI’s).

A Santa Casa dispõe, atualmente, de 1.085 leitos de internação 100% do Sistema Único de Saúde (SUS) e movimenta mais de 2, 5 milhões de atendimentos em mais de 35 especia-lidades médicas, desde consultas am-bulatoriais, sessões de hemodiálise, quimioterapia, internação em UTI até cirurgias de alta complexidade. Por ano, são mais de 400 mil consultas, 1,5 milhões de exames laboratoriais, 66 mil sessões de hemodiálise e 15 mil Antônio Pedro: mais de 40 anos de trabalho ajudando a construir as histórias do complexo hospitalar

Santa Casa: uma causa de histórias e números

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referência médico-hospitalar, respon-dendo por 60% dos atendimentos que se estendem também a pessoas vindas de outros estados.

MUdANçA de GeStão A Santa Casa adotou um novo

modelo de gestão que contribuiu para o fortalecimento da instituição. Para se ter uma ideia dessa transfor-mação, no início dos anos 2000 o hospital contava com 20 leitos de te-rapia intensiva e pouco mais que 570 leitos destinados ao SUS. Hoje são mais de 181 leitos de terapia inten-siva e aumentaram os leitos de inter-nação. Em 2009 foi lançado o projeto 1000 Leitos SUS, resultado da par-ceria com o Mistério da Saúde, Go-verno de Minas e Prefeitura de Belo Horizonte, com o objetivo de suprir o déficit de leitos no Estado. As obras

pital para um tratamento dermatoló-gico e, algum tempo depois, foi con-tratado. O cuidado que recebeu ele guarda na lembrança. “A Santa Casa é a minha segunda mãe”, diz. O fun-cionário já passou por diversas áreas do hospital e hoje atua na unidade de Hemodinâmica.

Mendonça afirma que até os anos 70 médicos e colegas de trabalho consideravam o hospital uma exten-são da casa dos pacientes, manten-do inclusive obrigações domésticas diárias, com limpeza e manutenção da área comum feitas pelos pacien-tes que estavam em melhores con-dições clínicas. “Um passava a vas-soura no chão, outro palha de aço e a cera. Também era a casa dos fun-cionários, porque muitos deles mo-ravam nas dependências do hospital e contribuíam com cinco cruzeiros mensais para utilizar o alojamento conjunto”, diz.

HoSPitAl CoM CArA de CidAde

Estima-se que nessa “cidade” cir-culem diariamente mais de 15 mil pessoas, entre médicos, pacientes, funcionários, visitantes e acompa-nhantes. Por dia, são servidas 10 mil refeições, três toneladas de enxoval, que podem chegar até a 90 toneladas por mês. Para manter essa “cidade que não dorme”, paga-se em média R$ 200.376,99 de energia elétrica e R$ 222.613,32 de água, somando quase meio milhão de reais por mês.

Antônio Pedro de Freitas, 69 anos, 41 deles dedicados à Santa Casa, tam-bém presenciou as mudanças, como a classificação então dada aos pacien-tes. “Houve um período em que eles eram identificados como “pagantes” ou “indigentes”. Isso tudo mudou para os beneficiários do SUS e para ele, que aderiu ao programa de demissão voluntária e logo em seguida voltou atrás. “Gosto demais daqui e sentiria muito se saísse. Vou ficar até quando eles me tolerarem”, afirma. Atualmen-te, Freitas trabalha na área de seguran-ça do Hospital São Lucas.

de melhoria e revitalização ainda es-tão em andamento e têm previsão de conclusão até dezembro deste ano.

O administrador Saulo Coelho, provedor da Santa Casa BH desde 2000, comemora os avanços obtidos nos 14 anos à frente da Instituição. “Encontramos a Santa Casa em uma situação operacional difícil, mas com muito trabalho promovemos mudanças significativas”, comen-tou. Além do modelo de gestão, des-taca-se a renegociação de antigos passivos e a implantação do Projeto Santa Casa 1000 Leitos SUS, que viabilizou o aporte de R$ 47 milhões em investimentos.

O mineiro de Bom Despacho (MG) Simeão Pedro de Mendonça, 72 anos, que há 46 anos dedica seu tempo à Santa Casa, testemunhou essas mudanças. Ele chegou ao hos-

Dr. Jamerson Marques é o funcionário mais antigo, com 56 anos de dedicação à instituição

história Di

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Com o título de mais “antigo de Casa”, o médico cirurgião Jamerson Rodrigues Marques, 79 anos, diz orgu-lhar-se de já ter vivido 56 anos dos 115 da Santa Casa de Misericórdia. Há mais de meio século ele diz que o seu regime de trabalho é ditado pelo paciente. “Meu horário é o tempo que for preciso. Venho ver meus pacientes nos finais de semana e feriados”, orgulha-se.

A devoção ao trabalho médico e de-dicação aos pacientes é motivo para ele contestar a retirada da palavra “miseri-córdia” do nome da Santa Casa, e para isso, ele intervém com a precisão de um cirurgião. “É Santa Casa de Miseri-córdia de BH, mas querem tirar isso de qualquer jeito”, adverte Jamerson, que também defende que o paciente seja chamado pelo nome e não pelo número do leito ou da doença.

Nem mesmo as complicações car-díacas que o colocaram na condição de paciente, com várias intervenções tera-

pêuticas e mais de 70 dias de UTI, fo-ram capazes de afastá-lo de sua profis-são. Ainda no quarto ano de Medicina, ingressou na instituição com o desejo de aprender os ofícios do reconhecido cirurgião mineiro Edmundo de Paula Pinto. Com persistência, conseguiu ser um dos primeiros estudantes admiti-dos pelo médico. “Ele dizia que não gostava de estudante. Mas por um tem-po respondi pelos exames laboratoriais e pré-operatórios. Naquela época, con-távamos as hemácias no olho”, lembra.

O cirurgião também recorda o trabalho da irmã Magdalena, da Con-gregação Servas do Espírito Santo, que amparava os 48 pacientes da II Clínica Cirúrgica da Santa Casa. “Cada enfermaria tinha uma irmã de caridade. Elas recebiam uma ajuda de custo, mas na maioria das vezes usavam esse dinheiro para auxiliar na necessidade dos pacientes”, conta .

Segundo Marques, a ampla unida-de da Clínica Cirúrgica passou recen-temente por reformas para adequação das instalações físicas e substituição dos móveis e equipamento médico-hospitalar. Uma das pacientes que têm utilizado essa nova estrutura, que até hoje traz a marca do cuidado da irmã Magdalena, é a aposentada Ma-ria das Graças de Paula, 74 anos, que está se recuperando de uma cirurgia

Santa Casa de Misericórida de Belo Horizonte, no início do seu funcionamento

409.291 CONSULTAS

50.131SESSõES DE RADIOTERAPIA

15.579CIRURGIAS

34.832 INTERNAçõES

NúMeroS 2013

22.013SESSõES DE QUIMIOTERAPIA

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para retirada de cálculo na bílis. Já são quase 90 dias de internação, ao lado do marido Antônio Francisco de Paula, 82 anos, que traz consigo o rádio por-tátil para ajudar a passar as horas.

O médico da “misericórdia” a cada corrida de leito se renova para rever os pacientes internados ou os que che-gam para a primeira consulta. “Sei de cada caso, como se fosse um velho médico da família. Coleciono cartões e carinhos de pacientes, familiares e residentes”, afirma. Exemplo de que a Santa Casa é uma cidade que acumu-la números e inúmeras histórias, ele também abre espaço para que a fé e a medicina caminhem juntas pelos cor-redores desse secular complexo hospi-talar. “Sou católico e acho uma pena as escolas de medicina não ensinarem religião”, questiona.

Para ele, a arte da medicina necessi-ta da sabedoria divina. Lembrando o Sir Robert Huchinson, médico inglês, ele recorda a oração: “da incapacidade de não interferir, do entusiasmo exagera-do pelo que é recente e desdém pelo que é tradicional, de valorizar mais o conhe-cimento do que a sabedoria, a Ciência mais do que a Arte e o talento mais do que o bom senso, de tratar os pacientes como casos e de fazer a cura da doen-ça mais penosa do que a tolerância da mesma, Senhor Deus, livrai-nos”.

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EntrEVista

Saúde financeira dos hospitais de Minas Gerais está debilitada Indicação da AHMG é readequar a tabela do SUS, o repasse dos prestadores, e ampliar mercado para outras operadoras de saúde

o cirurgião geral Reginal-do Teófones Ferreira de Araújo, 65 anos, está em seu segundo mandato como presidente da Asso-

ciação dos Hospitais de Minas Gerais (AHMG). Ele recebeu a reportagem da Revista Saúde Minas na sede da insti-tuição, no bairro Santo Antônio, para uma entrevista que trouxe à discussão os impactos da baixa remuneração do Sistema Único de Saúde (SUS) e a “lógica equivocada” de pagamento das operadoras de saúde. Destacou também avanços na gestão municipal da Capital, que atrela qualidade e me-tas à remuneração dos prestadores de serviços. Quanto à atuação da AHMG, ele falou sobre a parceria com o Sindi-cato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde e destacou ainda que o próximo passo da sua gestão é a fusão com a Fe-deração das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (Federassantas).

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), Belo Horizonte conta com 5.296 instituições de saúde e 6.145 leitos, desses 3.537 do SUS.

São 34.409 equipamentos de saú-de distribuídos no Estado, repre-sentando o segundo maior número (12,23%), perdendo apenas para São Paulo (22,88%).

SAúde, MiNAS - Como o senhor avalia a saúde dos hospitais no estado de Mi-nas Gerais?reGiNAldo teóFoNeS - O problema é que o Brasil tem inúmeros hospitais com baixa resolutividade e em Minas Gerais isso não é diferente. Certa-mente, a maioria deles tem menos de 50 leitos. E, com isso, vem a difi-culdade de atrair e fixar profissionais médicos em localidades com popu-lação entre cinco e dez mil habitan-tes. Parece que os governos já estão atentos para esse fato e devem pro-por uma nova função para esses equi-pamentos de saúde, estruturando os hospitais de referência para atender uma determinada região, criando assim uma hierarquia de assistência.

SM - qual o prejuízo dessa falta de re-solutividade para o paciente e o siste-ma de saúde?rt - Existe uma dificuldade de fazer a triagem e um referenciamento ade-quado que atendam efetivamente à demanda clínica ou cirúrgica do paciente. Muitas vezes, quando esse paciente chega ao local com a reso-lutividade necessária, não há mais o que ser feito. Isso porque, antes, ele passou, às vezes, por três hospi-tais, e o sistema pagou e prestou um atendimento inadequado. Mas antes de pensar em hospital, que é uma necessidade, temos que pensar na

atenção primária, o que reduziria o atendimento na atenção secundá-ria. É como se faz na educação, tem que fortalecer as bases. E, para isso, tem que organizar os serviços com algum tipo de hierarquia para ofere-cer esses cuidados à população. Além disso, temos que pensar que há uma mudança no perfil populacional, que vai demandar outros mecanismos de atenção, além do hospital. Infeliz-mente, hoje, a saúde ainda está mui-to centrada no hospital, mas é preci-so pensar em outros mecanismos.

Temos que pen-sar na atenção primária, o que

reduziria o atendi-mento na atenção

secundária.

Reginaldo Teófones ficará à frente da Associação dos Hospitais de Minas Gerais até 2017

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SM - Como organizar o acesso aos ser-viços de saúde?rt - É preciso estruturar os ser-viços, fazer o arroz com o feijão. Muitos falam que temos proble-mas de gestão, mas falta recurso, financiamento e vontade política. O poder público deve otimizar, vo-cacionar e cobrar resultado de cada serviço contratado.

SM - e o que o Governo Federal tem feito para contribuir na gestão da saúde?rt - O Governo Federal deixou um problema a ser solucionado pelos municípios e estados, principalmen-te, para os municípios. Ocorreu a mu-nicipalização da saúde, sem oferecer aporte financeiro para viabilizar essa operacionalização. Não vejo mudan-ças. A saúde continua indo a reboque de determinadas entidades ou seto-res, de quem grita mais. Há 20 anos que as portas das urgências estão lo-tadas e o corredor está cheio.

SM - e a gestão de saúde do município de Belo Horizonte?rt - Talvez, seja quem mais apresen-tou melhorias. Vejo como um avan-ço a reestruturação da Santa Casa de Misericórdia e dos hospitais São Francisco e São José, com atendi-mento feito 100% pelo SUS. Além disso, eles atrelaram indicadores de qualidade e metas para remunerar o prestador de serviço.

SM - e as ações estaduais?rt - Tem investimentos importantes em algumas regiões, como aconteceu com o hospital de Montes Claros, que passou a ser uma referência na assis-tência às vítimas de traumas. Mas, falando em poder público, eu vejo que tem uma questão importante que deve ser tratada. Tem que se achar uma saída para trabalhar os recursos da saúde pública e privada. Vamos pegar um exemplo fictício: se a saúde suplementar gasta 100 bilhões para atender 50 milhões de usuários, e o

negociar a tabela de pagamento. O problema da remuneração vai refle-tir também na escassez de algumas especialidades médicas. O médico recém-formado não enxerga benefí-cios em fazer residência em pedia-tria, por exemplo. Esse profissional só vai contar com os honorários da consulta, e frequentemente ficar dis-ponível para atender ligações em fe-riados ou de madrugada.

SM - isso ameaça a sustentabilidade dos hospitais?rt - Sim, ameaça. Todos os hospitais apresentam dificuldade financeira. Talvez, a única exceção seja o Mater Dei, que apresenta relatórios indican-do vitalidade econômica. O municí-pio não oferece atrativos para gru-pos externos, como é o caso da Rede D’Or, que está presente em diversos estados e até agora não fixou unida-des por aqui.

5.296 INSTITUIçõES DE SAÚDE

E 6.145 LEITOS E, DESSES,

3.537 PRESTAM SERVIçOS

PELO SUS.

34.409 EQUIPAMENTOS

MÉDICOS EM MINAS,

12,23% SãO DA SAÚDE PÚBLICA

governo outros 120 milhões para 150 milhões de pessoas, talvez, se somás-semos os investimentos seria possível fazer mais e melhor, reduzindo os gastos em duplicidade.

SM - e a oferta de leitos hospitalares no estado?rt - É indiscutível que há uma falta de leitos. Uma saída seria organizar a rede assistencial para reduzir essa carência. Acredito ser necessário in-vestir em remuneração do prestador, critérios para acesso aos serviços, além de vocacionar as unidades hos-pitalares, estabelecer meta e indica-dores de qualidade. A remuneração é um dos grandes problemas que en-frentamos. A lógica de pagamento do SUS é muito boa, mas a tabela está defasada, já na saúde suplementar a remuneração é por produção.

SM - então essa remuneração traz pre-juízo para todos?rt - Sim. Há uma promessa do novo ministro de Saúde de refazer o pa-gamento da tabela do SUS. Em Belo Horizonte, o cenário fica ainda mais complicado. A operadora de saú-de líder monopoliza o mercado, ela estabelece o preço e a regra do ne-gócio. Raramente a AHMG negocia em nome de todos, pois ainda há um comportamento egoísta e isso acaba fragilizando o hospital quan-do individualmente a instituição vai

Infelizmente,hoje, a saúde ainda

está muitocentrada no hospi-tal, mas é precisopensar em outros

mecanismos.

EntrEVista

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Mobile em favor da saúdeDispositivo médico ajuda a monitorar paciente, ampliando adesão ao tratamento

tEcnOlOGia

Dr. Gustavo Landsberg, coordenador médico de Tecnologia da Informação da Unimed-BH

o avanço da tecnologia tem trazido benefícios para os mais variados setores, proporcionando a otimização de processos e a disseminação rá-pida da informação. Na saúde, não é diferente. A ideia básica por trás do conceito de Mobile

Health (m-Health) é utilizar soluções tecnológicas em fa-vor da saúde e da qualidade de vida. Em inúmeros países já existem dispositivos móveis que permitem acompanhar o estado físico do paciente a distância. No Brasil, a adoção de soluções com essa finalidade ainda esbarra em questões financeiras,culturais e éticas. Algumas empresas, porém, já realizam estudos na área a fim de monitorar a saúde do paciente e, dessa forma, também reduzir gastos com inter-nações e atendimentos de emergência.

Há cerca de um ano, a Unimed-BH criou um projeto-pi-loto de monitoramento de dados clínicos a distância para portadores de doenças crônicas. Trata-se do pillbox, um dis-positivo semelhante a uma caixa de comprimidos que ar-mazena os medicamentos, gera alertas sonoros e visuais na hora de tomá-los e registra os horários em que o paciente ingeriu as pílulas.

Caso ele atrase ou não use a medicação, o fato fica regis-trado e o sistema envia um e-mail ou mensagem de celular para o próprio paciente, um familiar ou o médico, informan-do o ocorrido. Os dados também ficam armazenados em um portal, que também pode ser acessado pelos três responsá-veis por monitorar a não ingestão.

O pillbox pode ser configurado para se conectar a apare-lhos como medidor de pressão arterial, glicosímetro, saturí-metro, entre outros. A conexão é feita via bluetooth, tecnologia sem fio que permite a comunicação entre vários dispositivos a

partir de ondas de rádio. Dessa forma, é possível monitorar, a distância, pacientes com doenças como hipertensão, diabetes, asma, enfisema pulmonar e insuficiência cardíaca.

Inicialmente, o dispositivo foi utilizado, durante seis me-ses, no monitoramento de uma paciente idosa com histórico de hipertensão, internações recorrentes e interrupção do uso da medicação oral. “Ao final do período, conseguimos uma adesão de 100% ao tratamento e essa média tem se mantido até hoje”, afirma o coordenador médico de Tecnologia da In-formação (TI) da Unimed-BH, Gustavo Landsberg.

O resultado levou a cooperativa a expandir o estudo. Re-centemente, um grupo de 70 pacientes começou a ser acom-panhado com a mesma finalidade. Todos são hipertensos, possuem alguma doença cardíaca e estiveram internados por mais de uma vez em razão do histórico clínico. Durante um semestre, metade deles será monitorada por meio do disposi-tivo e a outra metade pelo método convencional. O objetivo é fazer uma avaliação do custo/eficácia do equipamento.

Landsberg explica que, à medida que a adesão ao trata-mento aumenta, a saúde do paciente melhora e, dessa for-ma, a tendência é reduzir o número de internações e de idas ao pronto-atendimento. “Uma internação que você evita, pode compensar o custo do dispositivo, que é alto”, assinala. Segundo ele, somente o medidor de pressão arterial que se conecta ao pillbox custa dez vezes mais caro se comparado ao preço de um aparelho convencional.

De acordo com o coordenador, existem outros projetos na área de m-Health. Um dos objetivos é utilizar o pillbox para monitorar pacientes oncológicos e portadores de diabetes.

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O pillbox pode conectar-se a outros aparelhos como medidor de pressão arterial, glicosí-metro, saturímetro, entre outros

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Segurança: questão estratégica na saúdeOs seis protocolos do MS vão alinhar ações em hospitais de todo o País e paciente também pode intervir

o Programa de Segurança do Paciente, do Ministé-rio da Saúde (MS), lança-do há um ano pelo Gover-no, apresenta um quadro

clinico de evolução positiva. A adesão de mais de mil profissionais ao I Con-gresso Internacional sobre Segurança do Paciente (ISMP) Brasil e do V Fó-rum Internacional sobre Segurança do Paciente: Erros de Medicação dá indí-cios de que a discussão pode contri-buir com a melhoria da qualidade do

com a administração incorreta de medicamentos; falhas na identifi-cação do paciente; erros em pro-cedimentos cirúrgicos; infecções; mau uso de dispositivos e equipa-mentos médicos; e queda no am-biente hospitalar. Para minimizar esses índices, o Programa instituiu estes seis protocolos de segurança, centrados nos problemas de maior incidência. O estudo aponta ainda que parte dessas ocorrências pode-riam ser evitadas.

atendimento em estabelecimentos de saúde, além de servir de alerta sobre os efeitos adversos da automedicação de famílias brasileiras.

O evento reuniu 52 palestrantes do Brasil e do exterior, na Universi-dade Federal de Ouro Preto, preo-cupados em discutir e buscar solu-ções emergenciais para a saúde. De acordo com estudos da Fiocruz, de 2005, de cada dez pacientes aten-didos em um hospital, um sofre, pelo menos, um evento adverso,

Congresso internacional reúne mais de 1000 profissionais para debater segurança do paciente

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Segurança: questão estratégica na saúdeDe acordo com o presidente do

ISPM Brasil, Mário Borges, o traba-lho de segurança do paciente requer iniciativas que não oneram um hospi-tal de pequeno porte. “A retirada das ampolas de cloreto de potássio das unidades, por exemplo, pode preve-nir muitos eventos adversos, inclusive mortes, e não tem impacto financeiro algum”, enfatiza. Para o farmacêu-tico, várias outras ações podem ser implantadas como um código de bar-ras e prescrição eletrônica. “Mesmo que exija um investimento do hospi-tal, evitará erros, retrabalhos, gastos com outros processos, o que justifi-ca a aquisição desses recursos pelo custo-benefício”, destaca.

Presidente do ISPM Brasil, Mário Borges considera que os hospitais já estão se organizando para minimizar as inúmeras possibilidades de erros

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PAíS

Brasil

Nova Zelândia

Austrália

Dinamarca

França

Espanha

Canadá

iNCidêNCiA (%)

7,6

11,3

16,6

9

14,5

14,5

7,5

evitáveiS (%)

66,7

61,6

50

40,4

27,6

42,8

37

Fonte: Fiocruz

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Vice-presidente do CRF/MG, Claudiney Ferreira, destaca a importância da integração das equipes para sucesso do programa

qUAlidAde NA SAúdePara cumprir as diretrizes do

programa, os hospitais públicos têm de seguir algumas diretrizes, como a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC nº 36/2013), que estabelece a obrigatoriedade de criação de nú-cleos de segurança do paciente. Isso, além de terem que adotar o processo de notificação dos eventos adversos associados à assistência e também publicar edital de chamamento pú-blico para proposição de medidas de ampliação da segurança. “Desen-volvemos um caderno para implan-tação dos seis protocolos, cursos e vídeos para preparação e formação de profissionais, que serão multipli-cadores nas unidades de saúde”, diz o presidente do Comitê Nacional de Segurança do Paciente.

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Borges explica, ainda, que dife-rente do que ocorreu na indústria, com a corrida pela busca da quali-dade, os hospitais ainda estão se organizando devido às inúmeras possibilidades de erros e à comple-xidade dos processos na área. Os seis protocolos foram publicados no ano passado e a sua implanta-ção ocorreu em janeiro deste ano. A notificação obrigatória come-çou a ser realizada em fevereiro, o que ainda não permite ter indica-dores que mensurem o resultado do programa.

Segundo o vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de MG, farmacêutico Claudiney Luís Ferreira, o programa está bem de-finido e estruturado, mas o envol-vimento de prestadores de serviços

e profissionais de saúde ainda é um ponto que requer atenção es-pecial. “A eficiência das medidas de segurança do paciente depende diretamente da conscientização do médico sobre a correta prescrição médica; do enfermeiro sobre o de-vido cuidado, e do farmacêutico quanto à dispensação de medica-mento”, afirma. Para ele, o trabalho é multidisciplinar e deve ter como foco o paciente.

O diretor médico da e-Broselow e professor assistente da University of Florida, Dr. James Broselow, su-geriu, durante sua conferência, três medidas que já vêm sendo adotadas no Brasil: padronizar o processo, eliminar o cálculo das dosagens, au-tomatizando-o, e simplificar a lin-guagem nas receitas médicas. Para

A eficiência das me-didas de segurança do paciente depen-de diretamente da

conscientização do médico sobre a correta prescrição médica; do enfer-meiro sobre o de-vido cuidado, e do

farmacêutico quan-to à dispensação de medicamento.

ClAUdiNey FerreirAVice-presidente do CRF/MG

junho/julho 2014 29

Presidente do ISPM Brasil, Mário Borges, ao centro, com palestrantes

além dessa prática, a discussão tam-bém girou em torno da necessidade de treinamento de equipes, visando ao monitoramento e prevenção de danos na assistência.

Ferreira destaca que ainda há a necessidade de treinamento de pes-soal administrativo e prestadores de assistência à saúde. “Muitas unida-des de saúde insistem em manter um quadro mínimo de profissionais, sendo que em alguns locais inexis-te o profissional farmacêutico para fazer a análise crítica da prescrição e dispensação correta dos medica-mentos”, adverte. Ele completa que é preciso implantar gerenciamento de riscos, promover a rastreabilia-dade de documentos e estabelecer indicadores de qualidade.

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Fundamental também nesse pro-grama de segurança, o profissional da enfermagem exerce uma tarefa que é, ao mesmo tempo, múltipla e exposta a riscos pela sobrecarga da jornada de trabalho. O assessor técnico da presidência do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG), Rubens Schrö-der Sobrinho, alerta que pesquisas mostram que após exaustiva jornada desse profissional há um desequilí-brio no raciocínio, aumento da fadi-ga e consequente estresse, que pode ocasionar alguns dos eventos adver-sos. “A enfermagem está na ponta da assistência, pois entre ela e os cuida-dos prestados ao paciente não exis-tem outras categorias. A enfermagem consegue interceptar, por exemplo,

86% dos erros que surgem decorren-tes de uma prescrição errônea, de transcrição, e de medicamentos vin-dos da farmácia”, esclarece.

Para Borges, o processo de segu-rança do paciente é uma questão sis-têmica na saúde, envolvendo todos os profissionais da área. A iniciativa do governo vai abranger 6 mil hospitais e 44 mil estabelecimentos de saúde e ambulatórios. Para que a sociedade também esteja inserida nessa prática de segurança, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou, em 2012, o Programa de Segurança do Paciente para o Paciente, com res-

postas às dúvidas mais comuns como o que fazer em caso de efeito colate-ral de medicamento e informações sobre a doença.

Nesse conjunto de ações, a Anvi-sa também institui um caderno que estabelece o direito dos pacientes. “Eles têm direitos que ainda não conhecem e que estão descritos no programa como: o de saber o que está tomando e a que horas tomar. Se ele for informado pela enfer-magem sobre o que está sendo ad-ministrado, isso evitará que seja dado um medicamento trocado”, orienta Borges.

SeGUrANçA do PACieNte

1 IDENTIFICAR CORRETAMENTE O PACIENTE.

2 MELHORAR A COMUNICAçãO ENTRE PROFISSIONAIS DA SAÚDE.

3 MELHORAR A SEGURANçA NA PRESCRIçãO, NO USO E NA ADMINISTRAçãO DE MEDICAMENTOS.

4 ASSEGURAR CIRURGIA EM LUGAR DE INTERVEN-çãO, PROCEDIMENTO E PACIENTE CORRETOS.

5 HIGIENIZAR AS MãOS PARA EVITAR INFECçõES.

6 REDUZIR O QUADRO DE QUEDAS E ÚLCERAS POR PRESSãO.Assessor Técnico da Presidência do Coren-MG,

Rubens Schröder Sobrinho

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ACREDITAR NA VIDANÃO É OTIMISMO.É O NOSSOCOMPROMISSO.

PROMOVER A SAÚDE POR MEIO DA UTILIZAÇÃO ÉTICA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO, SEMPRE ACOMPANHADO DO CALOR HUMANO, DEDICAÇÃO E AMOR. É ESSA A MISSÃO QUE INSPIRA O TRABALHO DA ONCOMED HÁ 20 ANOS.

OBRIGADO À TODOS QUE FAZEM PARTE DESSA HISTÓRIA.

oncologia cardiologia hematologia clínica da dornutrologia nutrição psicologia

(31) 3299-1300 www.oncomedbh.com.br Dr Luiz Adelmo Lodi Neto. Responsável Técnico. CRM 16564

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JUNHO/JULHO 201432

BEm-Estar

estética que (de)formaProcedimentos realizados por profissionais sem qualificação podem resultar em deformidades

Andréa Dorofeeff defende que procedimentos devemser feitos por cirurgiões plásticos

Nos últimos anos, o Bra-sil foi invadido por uma avalanche de procedi-mentos estéticos que prometem ser a nova

fonte da juventude, eliminando

samento científico, realizados por profissionais não qualificados.

Quando o problema está no pa-ciente que quer se submeter a várias cirurgias plásticas de uma só vez, ou que nunca está satisfeito com sua aparência, mesmo após ter feito mais de uma intervenção estética, o cirurgião plástico precisa ter aten-ção especial. Segundo Taranto, em

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ção rugas, estrias, celulites, manchas,

cicatrizes e outras “imperfeições” que prejudicam a constante busca do homem pela perfeição. Porém, essas técnicas podem se transfor-mar em armas perigosas e causar deformidades, quando realizadas sem critério.

É importante ficar atento, por-que a maioria desses procedimen-tos só pode ser realizada por um

cirurgião plástico. O exercício de profissionais sem especializa-ção na área tem impactado na imagem dessa especialidade. A cirurgiã plástica Andréa Do-rofeeff Viana Daker alerta que,

atualmente, é comum ver médicos de outras áreas re-alizando cirurgias com fins estéticos. Segundo ela, isso ajuda a explicar o aumento

do número de casos mal suce-didos e de complicações ocor-

ridas no pós-operatório.De acordo com o cirurgião

plástico Teófilo Braz Taranto, frequentemente a imprensa mos-tra exemplos de uso exagerado ou mesmo inadequado de proce-dimentos que acabam produzin-do resultados desastrosos ou até deformidades que chocam a esté-tica. “Podemos definir, com ape-nas uma palavra, o que se deve es-

perar do resultado de uma cirurgia plástica: naturalidade”, ressalta.

Segundo ele, para mudar esse quadro é necessária a realização de campanhas de informação e conscientização da população so-bre os riscos de se submeter a pro-cedimentos que não têm emba-

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Teófilo Braz Taranto considera que “naturalidade” é o resultado que deve ser alcançado pelo paciente

ProCediMeNtoS Não CirúrGiCoSTécnicas de rejuvenescimento,

como os preenchimentos dérmi-cos injetáveis e a injeção de toxina botulínica são alguns dos proce-dimentos estéticos não cirúrgicos mais procurados atualmente. Eles são utilizados para aumentar lá-bios finos, melhorar contornos su-perficiais, suavizar ou eliminar ru-gas faciais e disfarçar as cicatrizes. Se realizados de forma incorreta, porém, podem também resultar em deformidades.

Para Andréa Dorofeeff, muitos procuram clínicas e pessoas sem qualificação em razão do preço. “Os clientes se esquecem de avaliar a qualidade do material utilizado e a capacitação do profissional que está executando o procedimento. Com isso, muitas vezes, acabam pagando um valor muito mais alto”, frisa.

elAS doMiNAM

Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica indi-cam que em 2013 foram realizadas 1 milhão e 400 mil cirur-gias entre cosméticas e reconstrutivas. Desse total, 73% são procedimentos estéticos e 27% reparadoras. As mulheres lideram a procura pelo procedimento, sendo as cirurgias de aumento de mama e a lipoaspiração as preferidas. O Brasil é o 2º maior em realização de cirurgias, ficando atrás dos EUA, e na frente da China no ranking.

Desde 2000, o aumento anual de procura é de 10%. Causas: tecnologia, ascensão social, tempo/internação. 80% são mulhe-res, 10% adolescentes entre 13 a 18 anos, e 3% estrangeiros.

BEm-Estar D

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geral, pessoas assim são portadoras de Transtor-no Dismórfico Corporal (TDC), alteração comportamental em que um problema psicológico de qualquer natureza se manifes-ta, afetando a percepção corporal do indivíduo. O resultado disso é a preocupação excessiva com defei-tos mínimos ou até inexistentes.

junho/julho 201434

qualidade como palavra de ordem

Por muitos anos a assistên-cia hospitalar era destina-da aos menos favorecidos e aqueles que dispunham de algum recurso finan-

ceiro eram atendidos em domicílio pelo médico da família. Acredita-se que, por isso, só em 1924 as institui-ções começaram a se preocupar com a qualidade dos serviços de saúde. A primeira iniciativa nesse sentido nasceu com o Colégio Americano de Cirurgiões, quando propôs o Progra-ma de Padronização Hospitalar. O ce-nário atual é bem diferente daquela época: ter qualidade tornou-se prio-

ridade para funcionamento e susten-tabilidade dos serviços de saúde.

A rede hospitalar tem disponível quatro processos de acreditação: certificação realizada pela Organiza-ção Nacional de Acreditação (ONA), que é nacional; e três internacio-nais: NIAHO (National Integrated Accreditation for Healthcare Orga-nizations), JCAHO (Commission of Acreditation for HealthcareOr-ganizations) e a CCHSA (Canadian Council on Health Services Accredi-tation). A metodologia de gestão da qualidade, aplicável a qualquer tipo de organização, e frequentemente

GEstÃO À Vista

Especialista avalia a qualidade como poderosa ferramenta de estratégia e sustentabilidade econômica

utilizada no setor da saúde, é a nor-ma ISO 9001:2008.

O processo de busca da acredi-tação é mais frequente nas organi-zações privadas e filantrópicas, mas vem sendo adotado em serviços pú-blicos. Esse é o caso da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que desde 2008 iniciou o processo de acreditação nos hospi-tais regionais Antônio Dias, em Patos de Minas, e João Penido, em Juiz de Fora, acreditados pela ONA nível 2, em 2010 e 2013, respectivamente.

CoNHeçA oS ProGrAMAS

SiSteMA BrASileiro de ACreditAção – SBA/oNAÉ coordenado pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), que atua por intermédio de instituições acreditadoras (IAC’s), as quais têm a responsabilidade de proceder a ava-liação e a certificação da qualidade.

NAtioNAl iNteGrAted ACCreditAtioN For HeAltHCAre orGANizAtioNS – NiAHo Programa de acreditação hospitalar norte-americano utilizando como premissa básica a conformidade com a norma ISO 9001. Seus pilares são a Segurança do Paciente e do Ambiente, com foco nos resultados assistenciais efetivos.

joiNt CoMMiSSioN iNterNAtioNAl – jCiA Joint CommissionofAcreditation for Healthcare Organizations (JCAHO), como a NIAHO, é um programa de acreditação de hospitais norte-americanos.

CANAdiAN CoUNCil oN HeAltH ServiCeS ACCreditAtioN – CCHSAO CCHSA é uma organização independente que operacionaliza o processo de acredita-ção hospitalar no Canadá, semelhante ao modelo da JCAHO.

Fonte: IAG Saúde

Tânia Grillo é uma das precursoras do movimento de qualificação hospitalar em Belo Horizonte

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FerrAMeNtA A acreditação não pode ser consi-

derada a tábua de salvação, mas indis-cutivelmente é uma ferramenta geren-cial que pode poupar a instituição de vários desgastes. Entre eles destacam-se: perdas com erros e eventos adver-sos assistenciais; custos de retrabalho ou processos ineficientes; custos de eventuais processos judiciais; compro-metimento da imagem da organização perante a sociedade; e perda de clien-tes ou de mercado.

Na avaliação de uma das precurso-ras do movimento de qualificação hos-pitalar no cenário de Belo Horizonte, a infectologista Tânia Moreira Grillo Pedrosa, acreditar é um processo vital para as organizações de saúde. “Em um cenário tão complexo como é o da saúde, organizações com lideranças com foco e visão de futuro, que inves-tem na segurança de seus processos por meio da excelência do desenvol-vimento das competências do capital humano, se farão perenes, maiores e melhores”, argumenta.

CorridA PelA ACreditAçãoA especialista é uma das sócias

fundadoras do IAG Saúde, instituto de consultoria que há 22 anos atua em diversas organizações ligadas à área, em todo o país. Das 70 instituições do Estado de Minas que aderiram à implantação e implementação de pro-cessos permanente de melhoria pela certificação ONA, o IAG acompanhou a acreditação de 23 delas.

Na avaliação da consultora, o Bra-sil ganhou impulso para a pauta da qualidade a partir da Portaria GM/MS n.º 1.107, de 14 de junho de1995. “A portaria cria o programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar e este foi o pontapé fundamental de todo este movimento de qualidade no Brasil”, afirma Tânia Grillo. A especialista pontua, ainda, que o poder público é um importante catalisador de ações e programas benéficos às organizações do segmento da saúde.

MArCoS HiStóriCoS PArA o ProCeSSo de qUAlidAde e AvAliAção doS ServiçoS de SAúde

1918 é realizada a primeira avaliação de hospitais nos Estados Unidos.

1924 é criado o Programa de Padronização Hospitalar pelo Colégio Americano de Cirur-giões (CAC) nos Estados Unidos.

1951 criada a Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais (CCAH).

1952 a Joint Commission on Accreditation of Hospitals passa a responder pelo progra-ma de Acreditação.

1970 é estabelecido o Accreditation Manual for Hospital, que engloba padrões de qua-lidade, considerando também processos e resultados da assistência.

1951 é realizado o Congresso Nacional do Colégio Internacional de Cirurgiões, em São Paulo.

1970 o Ministério da Saúde passa a desenvolver o tema da Qualidade e Avaliação Hospitalar.

1990 foi firmado convênio com a Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS, a Fe-deração Latino Americana de Hospitais e o Ministério da Saúde para elaborar o Manual de Padrões de Acreditação para América Latina.

1992 a OPAS promove, em Brasília, o primeiro Seminário Nacional sobre Acreditação.

1994 o Ministério da Saúde lançou o Programa de Qualidade.

Estabeleceu a Comissão Nacional de Qualidade e Produtividade em Saúde - CNQPS que desempenhou importante papel na elaboração das diretrizes do programa e na sua disseminação, inclusive em outras esferas do governo.

1997 o Colégio Brasileiro de Cirurgiões promove seminário para elaborar o programa nacional de acreditação de hospitais. O evento foi organizado com assessoria da Joint Commission.

O Ministério da Saúde anunciou medidas para desenvolver a Acreditação Hospitalar.

1998 é lançado o Programa Brasileiro de Acreditação.

1999 é criada a Organização Nacional de Acreditação (ONA) no Brasil.

Fonte: Liliane Bauer Feldman, Maria Alice Fortes Gatto, Isabel Cristina Kowal Olm Cunha - História da evolução da qualidade hospitalar: dos padrões a acreditação

Já em 2011, o Brasil assiste a uma corrida pela acreditação após a Nor-mativa nº 267 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Pela reso-lução, as operadoras de saúde devem divulgar para os usuários o nível de qualidade da rede prestadora. “Ne-nhum prestador deseja aparecer com baixo nível de qualidade para seus

clientes”, observa a médica. De qualquer modo, por exigência

ou não, a acreditação fomenta melho-rias importantes. Pode contribuir para segurança e resultados assistenciais para o paciente, trazer melhor resul-tado econômico para a instituição e oferecer ao colaborador um melhor ambiente de trabalho.

GEstÃO À Vista

junho/julho 201436

PerFil

Inaugurado em 1965, com 50 leitos, o Hospital Márcio Cunha dispõe, atualmente, de mais de 500 leitos. Tornou-se referência para procedimentos de média e alta complexidade, e de atendi-mento em oncologia, urgências e emergências para 800 mil habi-tantes de 35 municípios do Vale do Aço e da Região Leste de Minas.

do modelo de gestão da indústria para as atividades da saúde

o Estado de Minas Gerais tem hoje 70 instituições acredi-tas pela ONA e o hospital Márcio Cunha é umas das 20 que estão no ranking

de “excelência hospitalar”. O exemplo vem do próprio modelo de qualidade da Usiminas, que passou a aplicá-lo na gestão de hospitais. De olho no futuro, a instituição foi pioneira, no país, na incorporação de ferramentas da qua-lidade específicas da indústria nas ati-vidades da área hospitalar. A iniciativa possibilitou sua acreditação em nível

cirúrgicas do paciente. Ocupa também a terceira posição em número de partos, com 6,5 nascimentos, em Minas Gerais.

vAlor Segundo Ramos, as certificações

agregam qualidade, efetividade e se-gurança aos serviços prestados. “A percepção positiva e satisfação dos clientes são reforçadas, o exercício profissional torna-se mais seguro, su-jeito a menos erros, os colaboradores sentem-se valorizados e a institui-ção fortalece a sua sustentabilidade e competitividade”. Além disso, ele acredita que o selo de qualidade con-tribui para o fortalecimento da marca e da imagem institucional.

GEstÃO À Vista

Primeira instituição do Brasil acreditada pela ONA, hospital prevê investimentos da ordem de R$ 50 milhões

de excelência pela ONA e a certificação ISO 9001, em 2003.

Na avaliação do presidente da Fun-dação São Francisco Xavier (FSFX), responsável pelo hospital Márcio Cunha, Luis Márcio Araújo Ramos, quando as instituições buscam uma certificação estão se comprometen-do com um programa permanente de melhorias. “Esta foi e continua sendo a escolha do Hospital Márcio Cunha. Sempre acreditamos que podemos melhorar - fazer com mais qualidade, com mais satisfação para os clientes e utilizando os recursos financeiros ne-cessários, sem desperdícios”, diz.

O hospital deve receber, até 2015, uma certificação internacional e con-cluir o plano de investimentos da ordem de R$ 50 milhões em obras para amplia-ção e modernização de equipamentos. Há oito anos vem reduzindo a taxa de infecção hospitalar geral, que passou de 4,1% para 2,90%. As mais de 20 mil in-ternações realizadas em 2013 colocam o hospital Márcio Cunha, na quarta posição do Estado em atendimento ao SUS. A instituição também se destaca pelas respostas dadas, em até cinco dias de internação, às demandas clínicas ou

Luis Márcio Araújo Ramos, presidente da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), responsável pela administração do hospital Márcio Cunha

Fachada do hospital Márcio Cunha

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ação

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anosHá 65 anos baseia suas práticas na melhor evidência científi ca, ética e equipe multiprofi ssional altamente qualifi cada.

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triângulo Mineiro é referência no tratamento do câncer

Nos últimos anos, o aumento do número de casos de câncer no Brasil fez com que a do-ença ganhasse um perfil epidemiológico. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta para a ocorrência de, apro-

ximadamente, 576 mil novos casos em 2014, reforçan-do a magnitude do problema no país. Nesse cenário,o Centro Oncológico do Triângulo (COT)desponta como referência no tratamento da doença. Além da sede em Uberlândia, a instituição inaugurou, recentemente, uma filial na cidade de Araguari e já possui novos projetos de expansão para 2015.

A unidade de Araguari foi inaugurada no último mês de agosto e demandou investimentos de R$ 2,5 milhões. O prédio foi erguido em um terreno de 2.800 m², sendo 550 m² de área construída.Segundo a médica oncologista Valé-

saúdE nO EstadO

COT investiu R$ 2,5 milhões na abertura de filial em Araguari e já tem novos projetos de expansão para 2015

PANorAMA Cot

O COT foi fundado em 1998, com o objetivo de oferecer tratamento contra o câncer a uma população que tinha acesso à medicina suplementar. Durante 15 anos a clínica funcionou em três locais diferentes e atendeu a mais de 12 mil pacien-tes. A primeira sede própria foi inaugurada em 2001, em uma área de 500 m² que dispunha de três salas com seis cadeiras para aplicação de quimioterapia, além de uma farmácia e uma capela onde também se preparava a medicação. Em 2006, a clínica investiu cerca de R$ 5 milhões em obras e equipamen-tos e inaugurou um novo prédio. Hoje, a unidade de Uberlândia ocupa uma área de 1.320 m², realizando, em média, 550 pro-cedimentos por mês.

Foram investidos R$ 2,5 milhões na filial de Araguari

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A médica oncologista Valéria Ribeiro é uma das fundadoras do COT

ria Ribeiro, uma das sócias e fundadoras do COT, um novo projeto de expansão está previsto para 2015 e inclui inves-timentos em infraestrutura, tecnologia e atendimento.

No ano passado, a instituição deu outro passo im-portante para se firmar como referência no tratamento do câncer ao conquistar o Selo Acreditado Pleno da Or-ganização Nacional de Acreditação (ONA). “O COT vem num processo contínuo de amadurecimento de gestão, o que é fundamental para que os processos sejam cum-pridos e a qualidade dos serviços seja mantida”, afirma Valéria Ribeiro.

Hoje, as duas unidades do COT atendem, em média, 800 pacientes por mês. A maioria vem de cidades do Triângulo Mineiro,da região doAlto Paranaíba, além do interior de Goiás. Ao todo, são disponibilizados 18 lei-tos para pacientes oncológicos e um acelerador linear de elétrons para o tratamento de radioterapia. A aquisição do segundo aparelho já está fase de aprovação nos orga-nismos regulatórios.

A clínica dispõe de especialistas em oncologia clínica, hematologia, cirurgião, radioterapeuta, nutrição e psico-logia, que trabalham em conjunto para suprir as diversas necessidades que podem aparecer durante o tratamento. O cuidado multidisciplinar é uma modalidade que vem conquistando adeptos em todo o mundo na área oncoló-gica. O objetivo é contribuir para a humanização do trata-mento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Segundo Valéria Ribeiro, outro diferencial do COT é o investimento constante em tecnologia. Exemplo disso é o uso da Radioterapia de Intensidade Modulada(IMRT) no combate a vários tipos de câncer. Essa modalidade per-mite administrar altas doses de radiação em áreas que precisam ser tratadas, minimizando as doses nos tecidos saudáveis. A clínica também dispõe de outros tratamen-tos de ponta, como radiocirurgia, radioterapia tridimen-sional, e quimioterapia com anticorpos monoclonais ou drogas moléculas-alvo.

CeNtro de PeSqUiSAS

Desde 2009, o COT atua como Centro de Pesquisas em Uberlândia, conduzindo estudos fase III aprovados pela Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A instituição já participou de estudos de dois laboratórios internacionais com medicamentos para câncer de mama, pulmão, próstata e tumor gastrointestinal.Atualmente, 18 pessoas já receberam tratamento experimental no Centro de Pesquisas do COT.

O COT vem num processo con-tínuo de amadurecimento de gestão, o que é fundamental para que os processos sejam

cumpridos e para que a quali-dade dos serviços seja mantida.

vAlériA riBeiroMédica oncologista, sócia e fundadora do COT

saúdE nO EstadO

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o tratamento que vem da água

A espondilite anquilosante é uma dentre várias patologias que encon-traram na água uma boa aliada no tratamento. Hoje, a hidroterapia é um dos recursos mais indicados pelos médicos para auxiliar na recuperação desses pacientes. Trata-se de uma es-pecialidade da fisioterapia que se ba-seia nos princípios mecânicos e térmi-cos da água aquecida em uma piscina terapêutica. Os efeitos da imersão corporal associados aos exercícios fisioterápicos provocam diversos es-tímulos, ativando o sistema imunoló-gico, melhorando a circulação e dimi-nuindo a sensação dolorosa.

CoNHeCiMeNto e AMBieNte AdAPtAdoA modalidade exige do fisiotera-

peuta conhecimentos das proprieda-des hidrostáticas, hidrodinâmicas e termodinâmicas da água, bem como da anatomia, fisiologia e biomecâ-

Aos 60 anos, a aposen-tada Marli Rodrigues Sudário, hoje com 74, começou a se preocupar com as dificuldades de

resposta do corpo. Sempre que se sentava com o corpo projetado para um dos lados a fim de conversar com alguém, percebia que, no dia seguinte, sentia dores no lado opos-to. O diagnóstico veio em seguida: espondilite anquilosante, doença inflamatória crônica que afeta as articulações do esqueleto axial, es-pecialmente as da coluna, quadris, joelhos e ombros. Se não tratada, pode se tornar incapacitante. Cator-ze anos após a descoberta e um ano depois de iniciar as sessões de hi-droterapia, Marli comemora: a do-ença parou de progredir, a respira-ção melhorou e ela já consegue ir ao shopping sozinha.

humanizaçÃO

Hidroterapia auxilia na reabilitação de pacientes e proporciona melhoria da qualidade de vida

oriGeM

Na antiguidade, Hipócrates (460 -375 a.C.) já utilizava o contraste entre banhos quentes e frios para a cura de doenças, assim como Johann S. Hahn (1696-1773), que tratava muitos de seus pacientes utilizando a mesma técnica e ficou conhecido como o pai da hidrotera-pia moderna. Um dos principais pre-cursores da fisioterapia aquática tal como é praticada em todo o mundo hoje é o monge alemão Sebastian Kneipp (1821-1897).

Marli Rodrigues Sudário: qualidade de vida após um ano de tratamento

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nica corporal. Os exercícios preci-sam ser realizados em uma piscina adaptada, com a inclusão de barras simples, barras paralelas, escadas especiais, bancos e macas no seu in-

o tratamento que vem da água

junho/julho 2014 41

terior. O piso deve ser antiderrapan-te para viabilizar o deslocamento dos pacientes e dos fisioterapeutas.

“O sucesso do tratamento em pis-cina terapêutica depende da correta indicação, da utilização adequada dos princípios físicos da água, associados aos efeitos fisiológicos do corpo em imersão e de uma infraestrutura que permita a realização do tratamento de forma segura e agradável”, afirma o fisioterapeuta Rogério Celso Ferreira, especialista em fisioterapia aquática.

Segundo ele, a possibilidade de redução de carga nas articulações é uma das grandes vantagens da tera-pia na água. “Por isso, a hidroterapia é indicada quando há inflamação, dor, desgaste articular, espasmo muscular ou limitação da mobilidade e da for-ça. Esses sintomas são provocados, principalmente, por enfermidades, transtornos ou traumas que com-prometem as funções corporais do paciente”, destaca.

qUAlidAde de vidA e BeM-eStArEm outubro do ano passado, a

enfermeira Ana Victória de Medeiros teve uma lesão no ombro e precisou

Rogério Ferreira, especialista em fisioterapia aquática

se submeter a uma cirurgia. Após o procedimento, o médico indicou a fisioterapia aquática para auxiliar na recuperação da enfermeira. Hoje, Ana Victória faz duas sessões por semana e assegura que não pretende parar após o término do tratamento.“A água é re-laxante. Desde que comecei a fazer os exercícios, passei a dormir bem à noi-te, tenho mais qualidade de vida”, diz.

De acordo com Ferreira, estresse mental, irritabilidade e distúrbios do sono também podem ser tratados,

minimizados e até sanados por meio da hidroterapia. “O efeito do calor na pele, associado a exercícios específi-cos, provoca o relaxamento das fibras musculares, e a flutuação leva à sen-sação de que o corpo está mais leve, solto e flexível. Com isso, o paciente vai melhorando progressivamente, desenvolvendo sua consciência e seu controle corporal, recuperando a au-toconfiança e superando traumas. Tudo isso se refletirá numa saúde me-lhor”, explica.

CoNdiçõeS PAtolóGiCAS qUe PodeM Ser BeNeFiCiAdAS Pelo trAtAMeNto HidroterAPêUtiCo

reUMátiCASartrite reumatoide, febre reumática, espondilite anquilo-sante, osteoartrites ou artroses, tendinites, bursites, capsulites, miosites, discopatias degenera-tivas, polimialgias

ortoPédiCAS e trAUMAtolóGiCAS

fraturas consolidadas ou em fase de consolidação, alterações posturais, entorses, luxações, lesões impactantes, pós-opera-tórios ósseos e articulares

NeUrolóGiCASMal de Parkinson, Mal de Al-zheimer, sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), Trau-matismo Raquimedular (TRM), Poliomielite, polineuropatias, Traumatismo Cranioencefáli-co (TCE), Paralisia Cerebral (PC), Tumores do SNC, doenças degenerativas do sistema nervoso, lesões periféricas de nervos, síndromes neurológi-cas, pós-operatórios em geral

reSPirAtóriAS asma brônquica, bronquite crônica, enfisema pulmonar, fibrose cística e sequelas de infecções respiratórias, pós-operatórios

CArdíACAShipertensão, alterações valvulares

eNdóCriNASobesidade, altera-ções da tireóide

PSíqUiCASdepressão, neuroses, autismo, transtornos mentais

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junho/julho 201442

População conta com mais de 60 unidades, que oferecem atividades supervisionadas por instrutores de educação física

humanizaçÃO

Academia da Cidade é para todos

Afuncionária pública Ingaldana Romano, 53 anos, saiu das estatísticas do sedentaris-mo, que atinge 80% dos brasileiros. Há dois anos deixou a desculpa da falta de tempo e dinheiro e passou a frequentar regular-

mente as aulas de ginástica oferecidas na Academia da Cidade, no bairro Universitário, região da Pampulha. A unidade é uma das 63 distribuídas pelas regionais Venda Nova (8), Nordeste (8), Norte (9) Barreiro (11), Oeste (5) Noroeste (8), Barreiro (11) e Pampulha (4), que funcionam em horários variados, de segunda a sá-bado, das 7h às 12h, e, em outros horários específicos, à tarde e à noite.

“É muito prazeroso participar das atividades. Não é aquela coisa mecânica que você fica contando quantos exercícios fez, é tudo muito dinâmico. É diferente das

Como romper o sedentarismo e começar uma atividade física gratuita em sua região

Atividades físicas contribuem para o condicionamento cardiorrespiratório

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academias convencionais”, compara. Quem vê a Gal, como é conhecida, exibindo flexibilidade nos exercícios físicos não imagina que há algum tempo ela tinha difi-culdade para amarrar o próprio tênis. “Por meio da aca-demia, com o trabalho de reeducação alimentar, con-segui perder 15kg no último ano”. Hoje ela se diz mais feliz, disposta e bem consigo mesma.

MelHoriAS As atividades físicas contribuem para o condicio-

namento cardiorrespiratório, consciência corporal, flexibilidade, força, coordenação motora geral e saúde emocional. Segundo a educadora física Nathália Turci, os exercícios podem ajudar também na qualidade do sono, redução de dores e favorecer a adesão de hábitos de vida mais adequados. “Nas avaliações, realizadas a cada seis meses, a gente consegue mensurar as melho-ras e avanços que o aluno conseguiu”, diz a especialista.

Há cinco anos envolvida no projeto, a também edu-cadora física Paula Nadielly conta que se surpreende quando acompanha a evolução positiva de um aluno. “Para nós, não há dinheiro que pague a nossa felicidade por vermos uma pessoa que chegou deprimida, usando medicamento, com baixa auto-estima e sem ânimo para vida, e notarmos uma melhora. Com o tempo aquela pessoa até parece outra”, explica.

Quem se sente mesmo renovada é a aposentada Lu-ciene de Paulo, 62 anos, que orgulha-se de ser uma das primeiras alunas da Academia da Cidade. “Estou aqui há sete anos. Cheguei com muitas dores, em função da artrose nos braços e joelhos”, conta. Hoje, ela ainda sente um pouco de incômodo, mas nem se compara aos tempos que mal conseguia andar. “Sinto-me muito mais disposta, consigo fazer as coisas em casa, não abro mão da academia”, conta.

iNSCrição Todo primeiro dia útil de cada mês são abertas ins-

crições para novos participantes, que podem ser feitas diretamente nas academias. Na unidade do bairro Uni-versitário estão disponíveis oito turmas, com capacida-de para atender até 60 pessoas em cada uma. Após a avaliação física individual o aluno recebe a indicação aeróbica de acordo com o perfil físico e o nível de in-tensidade (1 a 4) que está apto a realizar. As aulas têm duração de 60 minutos e é composta com circuitos ae-róbicos, caminhada, corrida, dança, jogos, luta, jump e step. Além disso, são realizadas atividade de integração em datas comemorativas. O aluno pode utilizar a aca-demia até três vezes por semana.

Além das atividades supervisionadas disponíveis na Academia da Cidade, é possível também se utilizar as dezenas de parelhos aeróbicos em mais de 90 pontos, distribuídos em praças e parques.

Mais informações sobre a iniciativa podem ser obti-das pelo 156.

BH tem 90 opções de locais para realização de atividades físicas em praças e parques Pessoas aproveitam as academias na praça até no periodo da noite

Exercícios ajudam na consciência corporal, coordenação motora geral e saúde emocional

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Mães de Minas monitora gestantes e bebês pelo estadoCom a prevalência de altos índices de mortalidades infantil e materna, Minas encontra solução para o bom parto

em Minas Gerais gestantes e mulheres em trabalho de parto, recém-nascidos e crianças contam com ini-ciativas pioneiras desde

2003, como o “Programa Viva Vida”, que estabelece ações de cuidados e assistência. Complementando esta proposta, o Estado criou o “Mães de Minas”, em 2011, que visa reduzir os altos índices de mortalidade infantil e materna no Estado. No Brasil, mais de 50% das gestantes são submeti-das a uma cesariana. A concentração dos partos cesáreos é liderada por mulheres que possuem planos de saúde, chegando a 82%. Já no Siste-ma Único de Saúde (SUS) esse dado é um pouco menor, com 37%. Ainda assim, a situação é desanimadora já que estudos científicos preconizam que apenas 10% das gestantes neces-sitam de intervenção cirúrgica.

A efetividade do programa Mães de Minas, que visa minimizar os im-pactos dos altos índices de morta-lidade infantil e materna, pode ser conferida através dos seus números. A taxa de mortalidade antes do pro-jeto era de 18 óbitos para mil nas-cidos vivos. Com a implantação do programa, em 2003, esse número re-duziu para 17,6 óbitos. Atualmente, o programa contabiliza uma queda de mais de 27% na taxa de mortali-dade infantil.

O programa Mães de Minas já atendeu a mais de 184 mil gestan-tes e 152 mil crianças. Atualmente, Mães podem recorrer a uma “madrinha”, ligando para o 155 e esclarecendo dúvidas

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cerca de 50 mil mulheres estão sen-do assistidas pelo projeto em todo o Estado. “O programa estabelece um contato individual, monitorando a mãe, no acompanhamento do pré-na-tal, e o bebê até o seu primeiro ano de vida”, esclarece a gerente do Projeto Viva Vida - Mães de Minas, Carla Car-valho Martins. Para Maria Albertina Santiago Rego, referência técnica do programa, Minas é pioneira nesse trabalho. “Não existe no país um mo-nitoramento individual da gestante e do recém-nascido como é feito no Es-tado de Minas”.

GeStão iNteGrAdAA administradora Eliane Andrade,

33 anos, mãe da Manuela, de 1,3 me-ses, foi uma das usuárias do serviço. Ela soube do projeto durante uma fei-ra de gestante e passou a recomendar o “Mães de Minas” para outras mu-lheres. “Todos os meses recebia uma ligação antes e após a consulta do pré-natal, me perguntando se estava tudo bem comigo e com o bebê”, con-ta. A filha de Eliane foi uma das 180 mil crianças, nascidas vivas no Estado

em serviços públicos ou particular de saúde e acompanhadas pelo progra-ma desde 2011.

A gestão do programa Mães de Minas tem por trás a tecnologia de uma das maiores empresas do seg-mento de prestação de serviço do Brasil, a AeC. Um call center estru-turado com 90 posições de atendi-mento (PA) com 104 “madrinhas” — como são chamadas as atenden-

Movimentos sociais fomentam discussão sobre humanização do parto

A administradora Eliane Andrade e a pequena Manuela aprovaram a iniciativa do Mães de Minas

tes, que se revezam 24 horas, diaria-mente —, possibilitando a orientação das gestantes até o final da gravidez e também o monitoramento do bebê até que complete um ano de idade. Em média, as atendentes recebem quatro mil ligações todos os dias, que envolvem desde esclarecimentos de dúvidas até chamadas para acompa-nhar o desenvolvimento da gestação. A equipe do call center conta também com médicos e enfermeiros que ficam disponíveis para auxiliar o atendi-mento, esclarecer sobre cuidados bá-sicos, data de consulta ou exames.

“Cada contato realizado segue uma série de protocolos de entrevis-

AlMG ProPõe HUMANizAção do PArto

Também está em tramitação na As-sembleia de Minas Gerais, o proje-to 4.783/2013, que institui o Plano Estadual para a Humanização do Parto, de autoria do deputado Adelmo Leão (PT/MG). Iniciativas semelhantes já foram aprovadas em alguns municípios do Estado de São Paulo no último ano.

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ta, que têm como objetivo monito-rar o processo gestacional. Com esse trabalho, é possível traçar o percen-tual de gestação de risco habitual, risco médio, alto risco ou muito alto risco”, explica o diretor técnico do Hospitale AeC, Bernardo Gomes. O processo permite que cada municí-pio receba um relatório mensal, com o número de mulheres que deman-dam maior cuidado e risco de com-plicação. “Isso é muito importante, porque o gestor de saúde municipal tem um panorama do perfil gesta-cional de cada paciente, podendo assim dar respostas às demandas de cuidado”, esclarece.

rede CeGoNHA e o PArto NorMAl Estabelecida pela portaria nº

1.459 de 2011, a Rede Cegonha pre-vê uma série de ações para garantir à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humaniza-da à gravidez, ao parto e pós-parto, bem como à criança, o seu direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.

A expectativa, de acordo com o Ministério da Saúde, é investir R$ 9,397 bilhões até o fim deste ano na construção de uma rede de cui-dados primários à mulher e à crian-

Programa acompanha a gestante do pré-natal até o primeiro ano de vida da criança

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A “doeNçA” dA CeSAriANA

Dados da Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde, em Belo Horizonte, apontam que 75% dos partos por cesárea acontecem no setor privado, contra 29,8% no SUS. Para a coordenadora da Comissão Perinatal da capital, Sônia Lansky, há uma epidemia de prematuridade, provocada por essa onda de cesariana. “Nossas crianças estão sendo retiradas do útero antes da hora de nascer”, alerta. Especia-listas acreditam que a explicação para isso seja, talvez, a tendência na contempora-neidade de correr contra o tempo. Em média, o trabalho de parto dura entre oito e 12 horas, enquanto a cesariana pode ser realizada em até 20 minutos.

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ça no País. Minas Gerais conta com uma estrutura de 350 leitos neona-tais e 96 leitos obstétricos de alto risco. Para os próximos anos está prevista a abertura de aproximada-mente 492 novos leitos, 25 Centros de Parto Normal e 18 Casa de Ges-tantes, Puérperas e Bebês, represen-tando um investimento de R$ 144,8 milhões/ano. As macrorregiões do Estado de Minas Gerais - Centro, Jequitinhonha, Leste, Norte e Nor-deste – recebem R$ 193.452.978,48 milhões/ano do Governo Federal.

rePeNSANdo A ASSiStêNCiA oBStétriCA

Uma das metas da Rede Cegonha é oferecer Centros de Parto Normal

como estratégia para reduzir a taxa de mortalidade materna e as ce-sarianas desnecessárias. “A Rede Cegonha tem como objetivo for-talecer a rede de referência e con-tra-referência com a qualificação das equipes para oferecer pré-natal de qualidade”, avalia a coordena-dora da Política Nacional de Aten-ção Integral à Saúde da Mulher, Esther Vilela.

Para a coordenadora, uma das boas práticas trazidas pela Rede Cegonha na atenção obstétrica é co-locar um enfermeiro-obstétrico na cena do parto, modelo já implan-tado com sucesso no Hospital So-fia Feldman, localizado na Região Norte de Belo Horizonte. “O servi-ço é referência para o programa do governo federal e recebe visitas de gestores de saúde de todos os esta-dos. A visão do Hospital é oferecer um modelo de assistência centrado nos interesses da mulher, da famí-lia, respeitando a fisiologia do nas-cimento”, destaca. Ela completa, ainda, que essa mudança vem sen-do influenciada pelo programa do governo federal, que motivou al-guns concursos públicos a exigirem como requisito essa capacitação.

Segundo o diretor clínico do Hospital Sofia Feldman, João Ba-tista Marinho de Castro Lima, em todos os países que têm os melho-res indicadores de saúde materna

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retorNo à NAtUrAlidAde do PArto

Na avaliação da professora Míriam Rêgo, um fator que tem contribuído para fomentar essa discussão são os movimentos sociais de defesa de humanização, que pressio-nam o poder público para dar resposta a essas reivindicações. “Há um fortalecimento desses grupos que passam a buscar informação na internet e trocar experiências em redes sociais”, revela.

Segundo a professora, essas mulheres estão descobrindo que o parto natural é uma experiência prazerosa e não querem ser privadas de vivê-la. “É muito comum essa mu-lher fazer uma verdadeira peregrinação em busca da realização desse desejo. E quando consegue, muitas vezes ela passa a integrar a causa e às vezes até muda os rumos profissionais e se torna uma doula voluntária para ajudar outras mulheres”, observa.

Em recente tese de doutorado apresentada à Escola de Enfermagem da USP, a pro-fessora Miriam Rêgo destacou pontos importantes como o compartilhamento consen-sual, a partir de movimentos sociais pela humanização do parto, do significado dele como experiência de superação e prazer. “Esse processo contínuo, ao longo do tempo, é capaz de modificar a estrutura social que sustenta o significado do parto como so-frimento e risco e de ressignificar culturalmente o parto, sendo de grande relevância para países como o Brasil, com elevadas taxas de intervenções no parto, em especial, de cesarianas desnecessárias e indesejadas”, explica.

As mulheres que participam desses movimentos querem um parto sem muita in-tervenção, semelhante ao que mães e avós tiveram. Outras, esperam um ambiente menos frio e menos medicalizado. Esses desejos ficam muito evidentes durante os encontros mensais da Organização Não Governamental (ONG) Bem Nascer, realizados nos parques Municipal e Mangabeiras, em Belo Horizonte. “Estamos lutando pelo respeito à mulher e a criança no primeiro rito de passagem”, defende a fundadora da ONG Bem Nascer e ativista da causa do parto normal, Cleise Soares, que está à frente dessa questão desde a década de 80.

infantil, a assistência é totalmente compartilhada, como acontece na Inglaterra, Dinamarca, Suécia, Fran-ça. “O modelo assistencial do Brasil é ultrapassado, permanece ainda centrado no hospital e no médico obstetra”, avalia.

A necessidade de contribuir com um novo modelo de assistência obs-tétrica também faz parte do projeto de pesquisa da doutora em enfer-magem e professora da Puc Minas, Míriam Rêgo.

Há mais de cinco anos, ela está à frente do projeto que oferece aten-dimento gratuito com assistência a pré-natal e pós-parto, com ativi-dades em grupo e individual. “Co-mecei orientando e atendendo os familiares dos estudantes. Depois assumi o projeto de extensão “BH pelo parto normal” e hoje o serviço integra a grade curricular do curso de Enfermagem do campi da Puc Barreiro”, explica.

Encontro da ONG Bem Nascer

ServiçoS GrAtUitoS

Programa “Mães de Minas”

A gestante deve ligar no número 155 para ser incluída no cadastro.

Atendimento gratuito à ges-tante na Puc Minas Barreiro

A gestante pode ligar no número (31) 3328-9543 ou diretamente na Clínica de Nutrição (Av. Afonso Vaz de Melo, 1.200, prédio 5, sala 111, Barreiro de Baixo, Belo Horizonte), das 7h às 17h e das 18h às 20h.

rede Cegonha

A gestante deve procurar o posto de saúde mais próximo de sua residên-cia para fazer o pré-natal.

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o médico #sonhador que faz acontecer

o neurologista Gustavo Daher, 34 anos, coor-dena a equipe de neurologia do Mater Dei – Unidade Contorno. Ele atua como professor na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e há três anos é voluntário e diretor

técnico da Associação Mineira de Acidente Vascular Ce-rebral (AMAVC).

A AMAVC ajuda centenas de pessoas a identificar si-nais e adotar hábitos para a prevenção do Acidente Vas-cular Cerebral. A associação representa as famílias e pa-cientes de AVC, atuando em fóruns de discussão com a sociedade e gestores de saúde para oferecer atendimento adequado na atenção primária, na assistência hospitalar e no acesso a uma adequada reabilitação e suporte clínico aos pacientes.

Dedicado às famílias, o especialista, que esteve à fren-te da primeira unidade de AVC do Estado, implantada no Hospital Vera Cruz, defende o ideal de que, em qualquer parte do Brasil, o paciente acometido por essa doença terá uma atenção integral no tratamento do AVC agudo, possibilitando uma sobrevida com qualidade.

Gustavo Daher é coordenador da equipe de Neurologia do Hospital Mater Dei, Unidade Contorno

Atenção integral no tratamento do AVC agudo, com sobrevida de qualidade.

Assistência plenaem saúde

www.facebook.com/hospitalfeliciorocho

www.feliciorocho.org.br@

Mapa

Holter

Ecocardiogra�a �idimensional

Ecocardiogra�a Transesofágico

Ecocardiogra�a de Stress

Eletroencefalogra�a

Eletroneuromiogra�a

Exames Laboratoriais

Mamogra�a

Endoscopia Digestiva

Colonoscopia

Cintilogra�a

Tomogra�a Computadorizada

Raio X

Ressonância Magnética

Teste Ergométrico

Duplex Scan

NATE - Núcleo Avançado de Tratamento das Epilepsias

CEAP - Centro de Excelência em Atenção Primária Consultas médicas até 21h

Mais de 30Especialidades Médicas

Equipe Multidisciplinar

Exames diagnósticos

Mais de vinte especialidades médicasApartamentos privativos com TV, climatização e internetRadioterapiaRetaguarda Hospitalar em caso de intercorrência

3514-7000

Diálise

Fisioteprapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia

CUrtA o SelFie de GUStAvo dAHer

NAtUrAlidAde: Juiz de Fora – MG, Zona da Mata

eStAdo Civil: casado

ForMAção: Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora

eSPeCiAlizAção: médico neurologista pela Santa Casa de Belo Horizonte

CUrte: família

CoMPArtilHA: os sonhos

leitUrA PreFeridA: romances policiais

PArA reCArreGAr A eNerGiA: contato com a natureza, junto com a família

PAlAvrA-CHAve: harmonia

HASHtAG qUe SiNtetizA dr. GUStAvo: #sonhador

PrAto ideAl: um bom churrasco

SoBreMeSA: à base de chocolate

BeBidA: um bom vinho tinto ou cerveja bem gelada

CidAde doS SoNHoS: todas que eu ainda não conheço

UMA trilHA SoNorA: Eterno Aprendiz (Gonzaguinha)

reAlizAção MédiCA: sensibilizar a sociedade sobre o quanto é importante e viável uma assistência adequada às urgên-cias neurológicas

NotA de Pé: a paciência é a mãe das virtudes

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Assistência plenaem saúde

www.facebook.com/hospitalfeliciorocho

www.feliciorocho.org.br@

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Holter

Ecocardiogra�a �idimensional

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3514-7000

Diálise

Fisioteprapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Psicologia

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#saúdE

A Associação Mineira do AVC (AMAVC) conta com ações de apoio a familiares e pacientes em tratamento do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além disso, dá suporte às familias na cobrança da adoção de protocolos clínicos de atendimento ao AVC, que contemplem a reabilitação especialiada, incluem fisioterapia e fonoaudiologia, cui-dados ao paciente, tanto na internação quanto no domicí-lio, e reinserção no mercado de trabalho. O Ministério da Saúde definiu por meio da Portaria nº 664/GM/MS,

#AMAvC

Site: amavc.com.br/PáGiNA: facebook.com/Amavcmgial e-MAil: [email protected]: (31) 9971-9991

Em 24 horas, dúvidas e per-guntas de mulheres interessa-das em realizar a inseminação artificial são respondidas por um profissional por meio de e-mail ou pelas redes sociais. A clínica privada oferece o trata-mento de fertilização e dis-

#Pro_Criar

PáGiNA: facebook.com/procriarbhSite: procriar.com.br/

Criado nos Estados Unidos, o IMF atua na troca de informações científicas e dúvidas dos pacientes e de seus familiares. Em Belo Horizonte, a paciente Gimene Mota Alckmin, diagnosticada com o mieloma há cinco anos, passou a organizar o “Café e Acolhimento”, que acontece uma vez por mês. A iniciativa foi recebida pelo IMF e, hoje, a proposta é replicar em outros estados a partir da experiência bem-sucedida em Minas Gerais.

#international_Myeloma_Foundation_ (iMF) latin_America

Site: mielomabrasil.orgPáGiNA: facebook.com/FundacaodoMielomaMultiploe-MAil: [email protected]

ponibiliza um serviço gratuito para aqueles que têm dúvidas sobre o processo.

Sua participação é importante! Envie sua sugestão ou dicas de página social e ajude a ampliar a saúde em rede.

#revista_Saúde_Minas

eNtre eM CoNtAto CoNoSCo

WHAtSAPP : (31) 9684-9513

de 12 de abril de 2012, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas - Trombólise no Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo e a AMAVC contribuiu para essa ação.

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PáGiNA: facebook.com/procriarbhSite: procriar.com.br/

Os médicos do corpo clínico se destacam pelo conhecimento cientí� co apurado, bom relacionamento com os pacientes e valores éticos.A equipe de enfermagem e farmácia possuem vasta experiência na área; os pro� ssionais administrativos estão aptos a prestar o melhor atendimento aos clientes.

Equipe Multidisciplinar

Dra. Cláudia Maria Franco Ribeiro CRMMG 12.180 (Responsável Técnico)Dr. Daniel Dias RibeiroCRMMG 29.391Dr. Evandro Maranhão FagundesCRMMG 21.211Gilberto Ramos CRMMG 7.860Dr. José dos Santos QuintãoCRMMG 19.805Dr. Ricardo Vilas Freire de Carvalho CRMMG 21236

Serviços

Atitu

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Há mais de 15 anos é especializada na realização dos serviços de:

Atendimento de consultas em Hematologia, Oncohematologia e Oncologia Pediátrico e Adulto;

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Rua dos Otoni, 881 - 15º andar Santa E� gênia - Belo Horizonte/MGFone: (31) 3248-6784 - www.hematologica.com.br

Especializada em Hematologia, Oncohematologia e Oncologia, tem como missão prestar atendimento humanizado, com alta resolubilidade, pautada em conhecimento técnico, cientí� co e ética.

Clínica Hematológica

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