Revista Santa Casa de Maceió, Nº 8
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4
Dr. Humberto Gomes de MeloProvedor
Dr. Artur Gomes NetoDiretor-médico
Dr. Paulo de LiraDiretor administrativo/financeiro
Duílio Marsiglia
Euclides Ferreira de Lima
Francisco de Assis Gonçalves
Giovani A. C. Albuquerque
Ivone dos Santos
João Augusto Sobrinho
José Peixoto dos Santos
Marcos Davi Lemos de Melo
Milton Hênio de Gouveia
Cônego João José de Santana Neto
Mesa Administrativa
Antonio NoyaAssessor de comunicação 44 MTE/AL
Theodomiro Jr.Jornalista 535 MTE/AL
Sílvio RomeroFotografia e arquivo
Revista produzida pela
Assessoria de Comunicação da
Santa Casa de Misericórdia de Maceió
Tiragem: 10 mil exemplares
Sumário
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
9
OperaçãoRadioterapia envia para Recife
última fonte de cobalto-60
12
FarmáciaSanta Casa e Anvisa investem
em projeto de nutrição parenteral
16
PrevençãoColonoscopia previne o
câncer de colo-retal
Transplante renalJovem salva a vida de dois alagoanos 18
DatasusSanta Casa interna 60% a mais que
o 2º hospital no ranking do SUS
20
HistóriaPreservar o passado e
preparar-se para o futuro
13
25
26
28
ArtigoProtegendo os rins,
salvando seu coração
30
17
24
23
Recado para as mãesPré-natal reduz chances de
nascimento prematuro
Sem estresseProjeto Momento na Redinha ajuda
no desenvolvimento dos recém-nascidos
Responsabilidade SocialProjeto Jacintinho combate
a mortalidade infantil
Caminho naturalParto normal reduz riscos e agiliza
recuperação da mulher
MarketingDiagnósticos Santa Casa oferece
mais de 150 exames por imagem
TratamentoAcompanhamento psicológico
e medicação contra o tabagismo
10 22 HNSGUnidade amplia atendimento e
espera por mais recursos
5
3DTecnologia diagnostica e trata
doenças vasculares e cerebrais
8
6 Coração partidoProblemas afetivos podem
causar infarto do miocárdio
CampanhaHospital abre posto de coleta de leite humano
22FBAHProvedor assume cadeira no Conselho
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br
5
Oprovedor da Santa Casa de
Maceió, Humberto Gomes de
Melo, recebeu uma nova
missão no último mês de março: o execu-
tivo foi convidado pela Federação Brasileira
de Administradores Hospitalares para
tomar assento no Conselho Nacional
de Gestão em Saúde, colegiado vin-
culado à instituição cuja missão é dis-
cutir os grandes temas nacionais de
interesse do setor.
Além de administrar a Santa Casa
de Maceió, Humberto Gomes de Melo
preside a Federação Nacional dos Esta-
belecimentos de Serviços de Saúde (Fe-
naess) e o Sindicato dos Hospitais de
Alagoas. Recentemente, o executivo
assumiu o cargo de vice-presidente da
Confederação Nacional de Saúde
(CNS) e foi indicado para presidir a edição
2011 do ClasSaúde, evento realizado
em parceria com a Feira e Fórum Hos-
pitalar - maior evento de produtos, equi-
pamentos e serviços para a área de saúde
da América Latina.
No currículo de Humberto Gomes
de Melo destacam-se, ainda, a gestão
na Secretaria de Medicina Social do Inamps
em Alagoas e o cargo de secretário de
Estado da Saúde.
Provedor assume cadeirano Conselho da FBAH
Provedor da Santa Casa de Maceió, Humberto Gomes de Melo
FEDERAÇÃO DE ADMINISTRADORES HOSPITALARES
Executivo passaa integrar o
ConselhoNacional deGestão em
Saúde, colegiadovinculado à instituição
6Revista da Santa Casa de Maceió
www.santacasademaceio.com.br
Problemas afetivos podemcausar infarto do miocárdio
Opoeta e jornalista Mário Quin-
tana escreveu certa vez: "É tão
bom morrer de amor e conti-
nuar vivendo...".
Ao falar de morrer de amor, o mes-
tre das letras usava metáforas para falar
sobre os caminhos e descaminhos do cora-
ção, dos amores perdidos ou não corres-
pondidos. Mas se engana quem pensa
que morrer de amor é apenas uma figu-
ra de linguagem.
"Existe uma doença, conhecida co-
mo síndrome do coração partido, que afeta
principalmente as mulheres na faixa dos
50 aos 65 anos, cujos sintomas e o risco
de morte são os mesmos de um infarto
do miocárdio", alerta o cardiologista da
Santa Casa de Maceió, George Franco
Toledo.
A síndrome ganhou este nome
devido à relação entre a doença e o es-
tresse emocional ou físico enfrentado por
mulheres e homens de meia idade, nota-
damente envolvendo situações afetivas,
como divórcio, problemas familiares, en-
tre outros. Segundo Toledo, cerca de 80%
dos casos ocorrem entre as mulheres no
período na menopausa, mas há registros
também em pacientes mais jovens. Ou-
tra motivação para o nome é a forma que
o coração ganha, dando a impressão de
que foi partido fisicamente.
A síndrome do coração partido é muito
rara. Os primeiros casos foram detecta-
dos por pesquisadores japoneses em 1990.
Há relatos de casos nos Estados Unidos
e no Brasil. Em Alagoas, foi diagnostica-
do menos de uma dezena de pacientes
com a síndrome. O total de casos rela-
tados na literatura médica não passa de
200. Provavelmente, esse número é
bem maior, já que a síndrome é desco-
nhecida.
As manifestações da doença são as
semelhantes as de um infarto do mio-
cárdio. Por meio das alterações das enzi-
mas do sangue, pode-se comprovar lesão
do músculo cardíaco, exigindo os mes-
mos cuidados de um ataque cardíaco. O
ecocardiograma e a cinecoronariografia
selam o diagnóstico, já que as artérias
coronárias apresentam-se sempre nor-
mais nesses casos, sem obstruções. Quando
o atendimento é rápido, os pacientes que
superam as primeiras 48 horas sobrevi-
vem e têm recuperação total, sem
sequelas.
"Acredita-se que os sintomas pos-
sam surgir pela reação do coração a uma
grande liberação de hormônios do estres-
se, como a adrenalina, fazendo com que
uma parte do órgão enfraqueça tempo-
rariamente ou fique enrijecida (cardio-
miopatia), embora o mecanismo exato
ainda seja desconhecido", explica Geor-
ge Franco Toledo.
Esses pacientes podem apresentar-
se em situação de choque cardiogêni-
co quando a pressão arterial e o fluxo
sanguíneo são insuficientes para man-
ter os orgãos funcionando adequadamen-
te. "É um quadro grave, que exige inter-
nação em UTI", destaca Toledo. A boa
nova é que a síndrome é temporária e
reversível.
Ainda segundo o especialista, o pro-
blema é que, em muitos casos, os médi-
cos diagnosticam espasmo no coração.
Se fossem feitos exames complementa-
res, muitos diagnósticos identificariam a
síndrome do coração partido, o que evi-
taria o receituário desnecessário de medi-
camentos.
CORAÇÃO PARTIDO
Cardiologista George Franco
7
Mesmo com a coronária sadia, indivíduo pode
sofrer infarto do miocárdio devido a problemas afetivos
8Revista da Santa Casa de Maceió
www.santacasademaceio.com.br
HEMODINÂMICA
AHemodinâmica da Santa Casa de Ma-
ceió inaugurou um dos mais modernos
equipamentos para diagnóstico e trata-
mento de doenças cardiovasculares e cerebrais:
o Innova 3100.
Considerando os gastos com as novas instala-
ções do Laboratório de Hemodinâmica e o Innova
3100, adquirido à multinacional americana General
Eletric (GE), a Santa Casa de Maceió investiu
nada menos que R$ 1,2 milhão.
Segundo o médico Rodrigo Peres, especialis-
ta em neuroradiologia pelo Colégio Brasileiro
de Radiologia e pela Sociedade Brasileira de Neu-
rocirurgia, o Innova 3100 disponibiliza imagens
tridimensionais em alta resolução das estruturas
(veias e artérias) examinadas.
"A tecnologia garante maior precisão e agili-
dade nos procedimentos endovasculares, endo-
neurológicos e na cardiologia intervencionista",
acrescentou.
Nos casos de pacientes com aneurisma cere-
bral (quando ocorre a dilatação de artérias, difi-
cultando o fluxo sanguíneo), o equipamento permi-
te o diagnóstico com apenas uma aplicação de
contraste, o que reduz os riscos e garante maior
segurança aos pacientes.
Conforme adiantou o coordenador da Hemo-
dinâmica, Gilvan Dourado, a Santa Casa de Ma-
ceió é uma das poucas instituições filantrópicas
a dispor desse equipamento. "Fazemos parte de
um restrito grupo de hospitais que possui tal tecno-
logia. Por isso, os alagoanos não precisam deixar
o Estado para ter acesso a essa moderna técni-
ca de diagnóstico e tratamento", disse Gilvan.
Tecnologia 3D diagnostica e tratadoenças vasculares e cerebrais
Laboratório deHemodinâmica
amplia e moderniza
instalações parareceber novo equipamento
médico
Médico Rodrigo Peres analisa imagens em 3D geradas pelo moderno Innova 3100
SÍL
VIO
RO
ME
RO
9Revista da Santa Casa de Maceió
www.santacasademaceio.com.br
Ao abrir seu posto de coleta de leite
humano, o Hospital Nossa Senho-
ra da Guia iniciou uma dupla cam-
panha. A primeira visa arrecadar embala-
gens de vidros de maionese ou café solú-
vel (com tampa) e a segunda busca esti-
mular as mães a doarem leite materno ao
posto de coleta.
“A doação de leite humano não dimi-
nui a produção de leite materno. Pelo con-
trário, estimula as glândulas mamárias a pro-
duzirem mais leite”, enfatizou a neonato-
logista Délia Herrmann.
Devem comparecer
ao posto de coleta as mã-
es que realizaram os exa-
mes solicitados no pré-
natal. Por isso, é preci-
so apresentar o cartão do
pré-natal ou até os próprios
exames. Esse cuidado é importante para
garantir a qualidade do leite coletado e
a segurança dos bebês que receberão o
alimento. Também são doadoras as puér-
peras que estejam internadas e amamen-
tando.
SÍL
VIO
RO
ME
RO
Campanha quer estimular novas doadoras e arrecadar embalagens devidro de maionese ou café solúvel
Hospital abre posto de coleta de leite humano
CAMPANHA
Equipe: Délia Herrmann, Zara Cristina e Missilene Morais
A neonatologista Janaína Nogueira con-
vidou a população a doar recipientes de
vidro lisos e transparentes com tampa de
plástico, sendo descartadas aquelas com
tampa metálica.As embalagens permitem
a esterilização e o correto acondicionamen-
to do leite.A campanha é necessária porque
a escassez de embalagens é um sério pro-
blema enfrentado pelas unidades em
todo o País.
O leite coletado no Hospital Nossa Senho-
ra da Guia é enviado ao Hospital Universi-
tário para ser pasteurizado. Depois, retor-
na para a maternidade para salvar a vida
de recém-nascidos.
Doe embalagens de vidro
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br10
ONúcleo de Apoio ao Tabagista (NAT) da Santa Casa
de Maceió abriu inscrições para a formação de novos
grupos de tratamento antitabagismo. A iniciativa
integra uma série de ações do NAT para estimular e aju-
dar colaboradores e pessoas da comunidade a deixarem o
hábito de fumar.
Coordenado pela pneumologista Fátima Alécio, o NAT
possui uma equipe multidisciplinar, formada por psicólo-
gos, assistentes sociais, enfermeiros, entre outros profis-
sionais.
O projeto conta ainda com o apoio do Ministério da
Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde, que repas-
sam os medicamentos de forma gratuita.
Os grupos de tratamento antitabagismo reúnem entre
10 e 15 pessoas. Durante três meses são realizadas seis
sessões, sendo uma reunião a cada 15 dias.
O tratamento inclui acompanhamento psicológico e
administração de medicamentos, como drágeas e/ou ade-
sivos de nicotina. Os medicamentos têm a função de redu-
zir os efeitos que a dependência química provoca nos pacien-
tes que deixam de fumar.
"O paciente pode sofrer a crise de abstinência, cujos sin-
tomas principais são sequidão na boca, taquicardia, insônia,
irritabilidade e um intenso desejo de fumar, que beira a com-
pulsão", finaliza a pneumologista Fátima Alécio, lembrando
que esse é o principal fator que dificulta o processo de aban-
dono do tabaco.
NÚMEROS
O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), realizado em 2009, trouxe uma boa
e uma má notícia para os pesquisadores e médi-
cos que lidam com a questão.
A boa nova é que houve uma significa-
tiva redução no número de fumantes no
Brasil. Enquanto, em 1999, cerca de 30%
da população tinha o hábito de fumar,
em 2009 esse percentual caiu para
impressionantes 17%.
A má notícia é que os fuman-
tes ainda somam 32,5 milhões, um
contingente que está sob o risco de
desenvolver câncer nos próximos anos,
o que preocupa médicos, autoridades
e profissionais da saúde.
A pneumologista Fátima Alécio e o oncologista
Marcos Melo, ambos da Santa Casa de Misericórdia
de Maceió, elencaram dez motivos que podem sal-
var a vida de quem pensa em fumar ou quer largar
o vício. Além do risco de câncer, a discriminação em
locais públicos é um dos fatores que incomodam os
fumantes. "Eles são criticados até pelos filhos", diz
Fátima Alécio. Confira no alto da página!
Acompanhamento psicológico emedicação contra o tabagismo
TRATAMENTO
Dez motivos para detestar o tabaco
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 11
e
1o Impotência sexual
2o Alto risco de desenvolver câncer
3o Mau hálito
4o Perda de sensibilidade no olfato
5o Discriminação de filhos e da sociedade
6o Odor pessoal desagradável
7o Crianças podem adoecer
8o O fumante vive entre 6 e 8 anos a menos que um não fumante (OMS)
9o Problemas respiratórios
10o Alto risco doenças como derrame infarto
12
Revista da Santa Casa de Maceiówww.santacasademaceio.com.br
A Santa Casa de Maceió enviou para
o escritório da Comissão Nacional de Energia
Nuclear (Cnen), em Recife, a última fonte
de elemento radioativo cobalto-60, que esta-
va sob a guarda do Serviço de Radioterapia.
Utilizado no tratamento de câncer na insti-
tuição desde 1947, o cobalto-60 foi subs-
tituído nos anos 1990 pelo acelerador nuclear,
cuja radiação ionizante é produzida eletro-
magneticamente, ou seja, sem a presença
de elementos radioativos.
"Para nós, é um momento histórico. É
o fim do processo de descomissionamen-
to (desativação) dessa fonte, que teve iní-
cio em 1998 e será concluído assim que o
material ultrapassar a fronteira com Pernam-
buco e chegar a Recife. Dessa forma, pas-
samos a responsabilidade sobre o material
à Cnen", comemora o físico-médico José
Joaquim Ferro Costa.
Questionado sobre os riscos da opera-
ção, o especialista explicou que a cápsula
pesa três mil quilos, dos quais apenas 16
gramas correspondem ao cobalto-60.A cáp-
sula é selada e formada por chumbo e cama-
das de platina.Além disso, a estrutura onde
a cápsula está instalada recebeu barras de
ferro, que reforçam ainda mais a segurança.
Um transporte portátil, conhecido como
"patinha", foi adquirido para levar a fonte
até o veículo da empresa Nuclear Assesso-
ria e Projetos em Radioproteção, contrata-
da pela Santa Casa para realizar o trans-
porte para a capital pernambucana.
A operação de descomissionamento re-
presentou um custo de mais de R$ 100
mil à Santa Casa de Maceió e segue as
rígidas normas da Cnen, estabelecidas após
o desastre com o césio-137, ocorrido em
Goiânia (GO).
Radioterapia envia para Recifeúltima fonte de cobalto-60
OPERAÇÃO
Físico-médico José Joaquim Ferro Costa: “Para nós, é um momento histórico.”
Descomissionamento
da fonte de elemento
radioativo seguiu as
rígidas normas da
Comissão de Energia
Nuclear estabelecidas
após o desastre com
o césio-137 em 1987
Revista da Santa Casa de Maceiówww.santacasademaceio.com.br 13
Fundada em 7 de setem-
bro de 1851 pelo cône-
go João Barbosa Cordeiro,
na época pároco da capital ala-
goana, a Santa Casa de Mise-
ricórdia de Maceió enfrentou muitos desafios
ao longo de seus 160 anos.A iniciativa do reli-
gioso se deu no mais absoluto espírito de cari-
dade, já que ele tinha como objetivo garan-
tir um lugar adequado para prestar socorro à
população carente. Assim a instituição
chamou-se, inicialmente, Hospital de Ca-
ridade São Vicente de Paulo. Todo o serviço
era feito pelas irmãs vicentinas.
Havia grande falta de infra-estru-
tura em todo o Estado, inclusive em Ma-
ceió, levando o povo a adoecer por cau-
sas simples, geradas muitas vezes pela
falta de higiene, tanto no ambiente público como
no próprio domicílio.Predominavam a febre amarela,
tifóide, anemia, bronquites, varíola e doenças
sexualmente transmissíveis como a sífilis.A escassez
de médico e a dificuldade de acesso ao medica-
mento eram fatores agravantes naquela época,
sendo necessária muita caridade para atenuar
o sofrimento da comunidade.
HISTÓRIA
Preservar o passado e preparar-se para o futuro
Ao comemorar160 anos, omais antigo hospital de
Alagoas resgataa memória e asorigens de sua
fundação.Participe dessafesta conosco!
Nesta fotomontagem é
possível comparar as
principais mudanças que
ocorreram na fachada
do complexo hospitalar
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br14
O próprio cônego João Bar-
bosa Cordeiro cedeu os rendi-
mentos das paróquias para aju-
dar na construção do hospital.
Já o advogado João Camilo de
Araújo doou o terreno, com 200 palmos de
frente e 300 de fundo, e o engenheiro Pedro
José de Azevedo Sharamback projetou o pré-
dio. Na ocasião a igreja católica fez um apelo
aos fiéis. Resultado: muita gente colaborou
doando o que podia, até que em 7 de setem-
bro de 1851 foi lançada a pedra fundamen-
tal pelo vice-presidente da Província, Ma-
noel Sobral Pinto. O presidente era Sá e Albu-
querque, que mais tarde nomeou, em 30
de abril de 1855, uma comissão encarrega-
da pela construção do hospital, bem como
pela criação da Irmandade.
Foram montadas de ime-
diato duas grandes enfermarias,
sendo uma feminina e outra
masculina. Em termos de
dedicação sobressaíram-se
os médicos José Antônio Bahia da Cu-
nha, Possidônio de Mello Accioli, José An-
tônio Lopes, Francisco Homem de Carva-
lho e Francisco Dias Cabral. Foi um longo
processo, até a conclusão do trabalho. O
valor necessário para a obra era alto, o
dinheiro chegava aos poucos, diferente-
mente dos pacientes, cuja demanda era
sempre crescente. Não foi à toa que o patro-
o escolhido para o hospital foi São Vicente
de Paulo, mestre da caridade. Daí surgiu
o nome Hospital de Caridade São Vicente
de Paulo.
Fundação da Irmandade
Naqueles tempos medievais o modis-
mo na Europa e, depois no Brasil, eram as
confrarias ou irmandades, grupos de pes-
soas que se reuniam em prol de um mesmo
ideal.A Irmandade da Misericórdia foi a que
mais se destacou na assistência à saúde dos
enfermos. Os olhos de todos se voltavam
para a primeira Santa Casa de Misericórdia,
inaugurada em Portugal, nas cidades de Coim-
bra, Santarém e Leira, no Século XII. A ini-
ciativa ganhou vulto através do trabalho filan-
trópico da rainha Isabel, esposa do rei Dom
Diniz, neto de Afonso X, fundador da Universi-
dade de Coimbra. Três séculos depois, em
15 de agosto de 1498, sob as ordens da rai-
nha regente dona Leonor, foi criada a Irmandade
da Santa Casa pelo frade Miguel Contreras.
Católicos uniram forças e dons para erguer o hospital
Serviço de Radioterapia deu um grande salto tecnológico ao longo dos anos
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 15
No Brasil, a primeira Irman-
dade da Misericórdia foi funda-
da em 1543, na Capitania de
São Vicente, em Santos (SP), no
mesmo molde da instituição de
Lisboa. Em Maceió, a Irmandade nasceu em
conseqüência do início da construção do hos-
pital, também com o incentivo do cônego
João Barbosa Cordeiro, que mobilizou os
devotos de Nossa Senhora dos Prazeres para
tal iniciativa, em 30 de abril de 1855. Fizeram
parte da primeira comissão da Irmandade
Antônio da Silva Lisboa, Rodrigo Antônio
Brasileiro e Manoel da Costa Moraes. Depois
o hospital passou momentos de crise finan-
ceira até ser transfor-
mado em filantrópico por
Decreto/Lei e adotar o
nome Santa Casa de Mi-
sericórdia de Maceió.
Até a inauguração do Hospital Uni-
versitário, em meados de 1970,a Santa
Casa de Maceió era o principal pólo
de formação profissional da Medici-
na alagoana.Atuando como hospital de ensi-
no, formou inúmeras gerações de médicos
em seus 160 anos de existência.
Hoje a instituição é uma das poucas San-
tas Casas do país a gozar de uma boa saúde
financeira e de crédito junto às instituições
bancárias para realizar investimentos em infra-
estrutura física e novas tecnologias, uma rea-
lidade bem distante daquela enfrentada por
muitas Santas Casas brasileiras. Por isso, a
posse do provedor Humberto Gomes de Melo
foi um marco na história da instituição.
Após concluir o mandato do então pro-
vedor Lourival Nunes da Costa, Humberto
Gomes foi eleito em 2007 e reconduzido
ao cargo em 2011 pelos membros da Irman-
dade da Santa Casa de Maceió. Sua ges-
tão vem sendo marcada pela moderniza-
ção de processos; a adoção de modernas
ferramentas de gestão, como o planejamen-
to estratégico; a profissionalização do cor-
po gerencial; a adesão ao sistema de qua-
lidade auferido pela Organização Nacional
de Acreditação; a informatização de servi-
ços e processos administrativos; e pelo cum-
primento de todas obrigações para com co-
laboradores e prestadores de serviço.Além
disso investiu em qualificação e em bene-
fícios que vão muito além do que prevê a
legislação trabalhista.
Em virtude desses fatores, o hospital deu
um salto tecnológico importantíssimo pos-
suindo atualmente equipamentos de ponta,
principalmente em áreas como radioterapia,
quimioterapia, medicina nuclear, centro de
diagnóstico por imagem, cardiologia, endos-
copia digestiva, UTIs e centro cirúrgico.
Mas engana-se quem pensa que saúde
é apenas tecnologia. Saúde é fruto, sobre-
tudo, da relação humanizada entre profis-
sionais e pacientes. Por isso, foram realiza-
dos investimentos na humanização do aten-
dimento ao paciente, com destaque para
o Hospital Nossa Senhora da Guia, unida-
de da Santa Casa de Maceió candidata ao
selo Iniciativa Hospital Amigo da Criança,
da Unicef. Para tanto, o hospital vem esti-
mulando o aleitamento materno, permitin-
do a presença de acompanhante durante
a internação, capacitando a equipe para a-
tender às pacientes soropositivas e adotan-
do o parto acompanhado, onde os pais po-
dem estar presentes no parto.
Como se pode observar, a história da
Santa Casa de Maceió se confunde com a
história da própria sociedade alagoana, evo-
luindo com a cidade e cumprindo a missão
para o qual foi fundada: prestar atendimen-
to médico e ambulatorial a todos.
Santa Casa prepara as bases para o futuro
Irmandade mantém instituição
Tecnologia é aliada da saúde
Reunião da Irmandade
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br16
OServiço de Farmácia da Santa Casa
de Maceió deu um salto qualita-
tivo nos últimos dois anos que equi-
parou a instituição aos mais importantes
complexos hospitalares do País. Um dos inves-
timentos foi a parceria firmada entre a Santa
Casa de Maceió e a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) para implan-
tação de salas de manipulação de nutrição
parenteral.“A alimentação parenteral é admi-
nistrada ao paciente por via venal, por isso,
o complexo de salas é dotado de toda tec-
nologia necessária para garantir a seguran-
ça dos procedimentos”, explicou Lizete Vitorino,
coordenadora do Serviço da Farmácia.
Para começar, o acesso ao setor é res-
trito. Uma fechadura eletrônica, dotada de
senha, controla o acesso às salas de mani-
pulação. Já as portas dos vários ambien-
tes possuem sensores, cuja função é evi-
tar que duas portas estejam abertas ao mesmo
tempo, evitando a entrada de elementos noci-
vos junto com o fluxo de ar.
Por sua vez, a assepsia do espaço inclui
piso, paredes e teto e o ingresso de pes-
soal exige o uso de batas e protetores para
cabeça, rosto, calçados e luvas descartá-
veis.
O mesmo grau de controle foi utiliza-
do no Centro de Oncologia, que contou com
recursos próprios da Santa Casa. O Serviço
de Farmácia também recebeu investimen-
tos na reforma e modernização da Central
Abastecimento Farmacêutico (CAF) e das
farmácias satélites. Sensores controlam a
temperatura e umidade do espaço de arma-
zenamento. As novas estantes garantem a
organização do local. Enquanto a CAF é espon-
sável pelo recebimento, controle e distribui-
ção do material hospitalar, as farmárcias saté-
lites dispensam os medicamentos aos se-
tores ligados à assistência ao paciente, sendo
todo processo informatizado.
“Todo esse investimento visa garantir
a segurança do paciente”, disse Lizete Vitorino,
destacando o apoio prestado pelas gerên-
cias de Suprimentos e Engenharia e Infraes-
trutura à Gerência Assistêncial.
Santa Casa e Anvisa investem emprojeto de nutrição parenteral
Farmacêuticas manipulam
medicamentos em sala sob rígidas
normas de segurança e garantem
a qualidade na distribuição de
material na central de abastecimento
FARMÁCIA
Salas de manipulação integram lista de investimentos da instituição
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca)
indicam que a incidência de câncer colorretal está
aumentando, juntamente com a urbanização das
cidades e a mudança de hábitos da população. Médicos
como o coloproctologista e cirurgião do aparelho diges-
tivo Ricardo Tavares alertam que uma dieta saudável e
mudanças de hábitos são decisivos para se prevenir o cân-
cer de colorretal, que, detectado precocemente, apresen-
ta grande chance de cura.
"Uma dieta baseada em gorduras animais, baixa inges-
tão de frutas, vegetais e cereais, assim como o consumo
excessivo de álcool e tabagismo, são fatores de risco para
o aparecimento da doença", diz Tavares, ressaltando faci-
lidades da vida moderna, como o fast food, que na ver-
dade podem trazer problemas no longo prazo.
Para se ter uma ideia da dimensão
do problema, somente no ano passa-
do foram registrados mais de 28 mil
novos casos de câncer de colorretal (co-
lo e reto), sendo pouco mais de 13 mil
homens e cerca de 15 mil mulheres.
De acordo com outro especialista
da Santa Casa de Maceió, o coloproc-
tologista e cirurgião do aparelho diges-
tivo Carlos Cabús, o câncer de intes-
tino é "traiçoeiro" por não apresen-
tar sintomas na fase inicial da doença.
"Qualquer alteração no ritmo intestinal, como cons-
tipação ou diarreia, anemia, sangue ou catarro nas fezes
e emagrecimento são indícios de que a pessoa pode estar
com a doença", acrescentou Cabús. Nesse caso, quan-
do se manifesta, já está razoavelmente avançada porque,
na fase inicial, costuma ser assintomática.
Grande parte dos tumores se inicia a partir de póli-
pos, lesões benignas que podem crescer na parede inter-
na do intestino grosso. Uma forma de prevenir a doença
é a detecção e a remoção dos pólipos antes de se tor-
narem malignos. O exame conhecido como colonosco-
pia é a principal ferramenta para se
identificar e retirar os pólipos.
"Apesar de ser um procedimen-
to simples, a colonoscopia precisa ser
realizada por uma equipe experien-
te e numa unidade com modernos equi-
pamentos e infraestrutura para res-
ponder a eventos adversos",disse Ricardo
Tavares, lembrando que é necessária
a sedação do paciente.
Segundo Carlos Cabús, quem tem
familiares em primeiro grau com câncer no sistema diges-
tivo deve fazer a primeira colonoscopia aos 40 anos ou
dez anos antes do ano em que foi confirmado o diag-
nóstico da doença em seu parente próximo. A explica-
ção é simples: o pólipo leva dez anos para evoluir para
um câncer. Já quem não tem casos da doença na famí-
lia pode adiar o exame para os 50 anos.
Colonoscopia previne o câncer de colo-retal
PREVÊNÇÃO
“Foram registradosmais de 28 mil novos casos de
câncer de colorretalsomente em 2010
“Coloproctologistas Carlos Cabús e Ricardo Tavares
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18
TRANSPLANTE RENAL
Ao ser informada do diagnóstico de morte
cerebral irreversível, a família do jovem de
28 anos, vítima de acidente de trânsito,
sensibilizou-se e autorizou o transplante.
Em casos como esse cabe à família decidir
pela doação do órgão, independentemente
se há vontade expressa ou não do paciente.
Jovem salva a vida de dois alagoanos
ASanta Casa de Maceió realizou mais
dois transplantes de rim, benefician-
do dois pacientes que aguardavam
um doador na lista de espera. Ganharam
"nova vida" um adolescente de 17 anos e
uma mulher de 48 anos, ambos, coinciden-
temente, moradores de Murici, município da
Zona da Mata alagoana.
Segundo o Serviço Social da Nefrolo-
gia, os dois rins foram doados por um jovem
de 28 anos, vítima de acidente de trân-
sito. Ao ser informada do diagnóstico de
morte cerebral irreversível, a família do
jovem sensibilizou-se e autorizou o trans-
plante.
"Em casos como esse cabe à família de-
cidir pela doação do órgão, independente-
mente se há vontade expressa ou não do
paciente", explicou o diretor-médico da San-
ta Casa de Maceió, Artur Gomes Neto, ci-
rurgião torácico que sofria de insuficiência
renal crônica e que no fim de 2009 rece-
beu um rim doado por um de seus irmãos.
Na condição de transplantado,Artur Go-
mes Neto passou a apoiar com mais ênfa-
se o transplante renal, tanto que, com a deci-
são do provedor da Santa Casa de Maceió,
Humberto Gomes de Melo, a instituição pas-
sou a asssumir parte dos altos custos que
envolvem os exames que antecedem os trans-
plantes.
"Estamos negociando, junto aos ges-
tores municipal e estadual, ações para am-
pliar o número de doações em Alagoas, par-
ticularmente, os transplantes de doadores
cadáver".
Urologista Mário Ronalsa
é dos membros da equipe
que está empenhada no
projeto de transplante
de órgãos na Santa
Casa de Maceió
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19
CENTRO DE REFERÊNCIA
Conforme explica o urologista da Santa Casa
de Maceió, Mário Ronalsa, a instituição é refe-
renciada pelo Ministério da Saúde para cap-
tar orgãos e realizar transplantes de rim e de
coração em Alagoas.
Duas equipes permanecem de plantão 24
horas por dia, durante todo o ano, à espera
de doadores de órgão para transplante.A equi-
pe cirúrgica urológica, formada pelos especia-
listas Mário Ronalsa,Alexandre Moura e William
Monteiro, é responsável pelo transplante e pela
preservação do órgão. Já a equipe de cirurgia
vascular, integrada pelos especialistas Pedro
Fernando, Ronaldo Nardão e Jubrant Petruceli,
é responsável pela revascularização do órgão
no receptor. "As duas equipes realizam tanto
a captação como o transplante renal", expli-
cou Mário Ronalsa, destacando o importante
papel desempenhado pela médica intensivis-
ta Kátia Arruda, cuja missão é coordenar a sele-
ção e os preparativos do paciente-doador para
o transplante renal.
PIONEIRISMO
Um único doador pode salvar a vida de vários
pacientes ao mesmo tempo. De acordo com
o seu estado, podem ser transplantados pul-
mões, córneas, coração, rins, pâncreas, fígado
e até mesmo pele e ossos. Na classificação dos
doadores, os médicos dividem em doador vivo
relacionado e doador cadáver. Perguntado se
o doador vivo de um rim leva uma vida nor-
mal, Mário Ronalsa foi categórico. "A vida do
doador continua a mesma. Já a do receptor
muda para muito melhor."
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Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br20
Filantrópicos e privados internam 72% dos pacientes em Maceió
78%A MAIS QUE O HOSPITAL GERAL DO ESTADO
60%A MAIS QUE O HOSPITAL SANATÓRIO
(COM UNIDADE PAULO NETO)
A SANTA CASA DE MACEIÓ INTERNA
404%A MAIS QUE O HOSPITAL DO AÇÚCAR
HOSP. AÇÚCAR1.475 INTERNAÇÕES
SANATÓRIO - 4.626 INTERNAÇÕESHOSP. GERAL DO ESTADO
4.161 INTERNAÇÕES
SANTA CASA DE MACEIÓ - 7.435 INTERNAÇÕES
SANTA CASA DE MACEIÓ - 7.435 INTERNAÇÕES SANTA CASA DE MACEIÓ - 7.435 INTERNAÇÕES
A SANTA CASA DE MACEIÓ INTERNAA SANTA CASA DE MACEIÓ INTERNA
Santa Casa interna 60% a mais que o 2º hospital no ranking do SUS
Consulta ao Datasus revela que no
primeiro semestre de 2011 os hos-
pitais filantrópicos e privados foram
responsáveis por 72% das internações regis-
tradas em Maceió, bem superior aos 28%
das unidades estatais. Considerando ape-
nas as entidades filantrópicas e privadas -
a Santa Casa de Maceió e os hospitais do
Açúcar e Sanatório produziram mais que o
conjunto de hospitais privados. Foram
13.257 internações das instituições filantró-
picas ante as 12.683 dos hospitais priva-
dos, grupo que reúne 16 estabelecimentos.
No ranking dos 26 hospitais pesquisa-
dos, a Santa Casa de Maceió e sua unida-
de externa, o Hospital Nossa Senhora da
Guia, realizaram 7.436 internações entre janei-
ro e junho, representando 16,2% das quase
46 mil verificadas em toda a rede.
Comparando a produção da SanIa Casa
com a dos demais hospitais contratualiza-
dos, a instituição internou no período 60%
a mais que o Hospital Sanatório (com Unidade
Paulo Neto); 78% a mais que o Hospital
Geral do Estado; 230% a mais que o Hospital
Universitário e 404% a mais que o Hospital
do Açúcar.
“Neste momento em que iniciamos as
negociações com os gestores do Estado e
do município de Maceió sobre a nova con-
DATASUS
A SANTA CASA DE MACEIÓ INTERNA
230%A MAIS QUE O HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
HOSP. UNIVERSITÁRIO 2.252 INTERNAÇÕES
SANTA CASA DE MACEIÓ - 7.435 INTERNAÇÕES
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br 21
tratualização, queremos mostrar à socieda-
de que a Santa Casa de Maceió, assim como
os hospitais privados e filantrópicos, desem-
penham um importantíssimo papel no aten-
dimento hospitalar e ambulatorial, sem o
qual o Estado não conseguiria atender a deman-
da da população.
A Santa Casa de Maceió por si só é res-
ponsável por mais de 16% das internações,
por isso, é justo que a negociação consi-
dere esse fato”, disse o provedor da Santa
Casa de Maceió e presidente do Sindicato
dos Hospitais de Alagoas, Humberto
Gomes de Melo.
A consulta realizada pelo executivo ao
Datasus analisou o mapeamento das inter-
nações em Alagoas. No primeiro semestre
deste ano, a Santa Casa de Maceió rece-
beu pacientes de 101 municípios alagoa-
nos, ficando de fora apenas Campestre, na
região da Zona da Mata. Já o Hospital Geral
do Estado e a Maternidade Santa Mônica,
referências no atendimento pelo SUS, cra-
vou 96 e 95 municípios, respectivamente.
Mas, engana-se quem pensa que a San-
ta Casa de Maceió recebe apenas cidadãos
alagoanos.A instituição internou pacientes
de estados como Pernambuco (Recife, Ga-
ranhuns, Bom Conselho, Palmares e São José
da Coroa Grande) e até de Minas Gerais
(Belo Horizonte).
Depois de Maceió, oito cidades lideram
a lista de municípios que mais internam na
Santa Casa. São eles Rio Largo, Arapiraca,
Marechal Deodoro, São Luis do Quitunde,
Atalaia, Pilar, Porto Calvo e Coruripe.
REGISTRO DE INTERNAÇÕESFrequência segundo hospitais de Maceió - Jan-Jun/2011
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br22
OHospital Nossa Senhora da Guia,
unidade materno-infantil de baixa
e média complexidades com atendi-
mento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), está pronto para realizar cirurgias neo-
natais em pacientes encaminhados por mater-
nidades como a Santa Mônica.A informação
foi confirmada pelo cirurgião pediátrico Luciano
Agra, que operou um recém-nascido com
atresia de esôfago com fístula traqueo esofá-
gica distal.
"Trata-se de uma intervenção neona-
tal que baliza a qualidade do atendimen-
to prestado ao recém-nascido", explicou Lu-
ciano Agra. "Nesse sentido, há o interesse
dos próprios gestores da Maternidade
Santa Mônica para que isso aconteça", acres-
centou o coordenador-geral do hospital.
Com equipamentos de ponta, moder-
no centro cirúrgico e uma equipe de cirurgiões
e anestesiologistas especializados, o Hos-
pital Nossa Senhora da Guia prepara-se para
se tornar referência em cirurgia neonatal para
as maternidades de Maceíó, de Alagoas e
de estados vizinhos.
Questionado sobre o que falta para que
isso torne-se realidade, Luciano Agra expli-
cou que ainda são necessárias negociações
com os gestores de saúde de Maceió e do
Estado, além da ativação de leitos da UTI
Neonatal.
A unidade ampliou o atendimento pe-
diátrico no ambulatório e nas cirurgias or-
topédicas com os especialistas Roberto A-
raújo de Oliveira e Rogério Barboza da Silva
e nas cirurgias plásticas pediátricas com
os cirurgiões André Mendonça e Joaquim
Diegues. Em 2011, o Hospital Nossa Se-
nhora da Guia também recebeu o reforço
dos profissionais da Residência Médica em
Pediatria e em Ginecologia/Obstetrícia, o
que eleva a unidade à condição de cen-
tro de ensino e pesquisa.
Para este ano, o Hospital Nossa Senhora
da Guia prepara-se para ser avaliado e rece-
ber o selo Iniciativa Hospital Amigo da Crian-
ça. Outra ação é o Projeto Jacintinho, que
prestará consulta pré-natal a gestantes do
bairro, além de atendimento neonatal, visan-
do reduzir significativamente o índice de mor-
talidade materno-infantil.
Unidade amplia atendimento e espera por mais recursos
Médicos Luciano Agra e Henrique Normando e o anestesista Joaquim
HOSPITAL NOSSA SENHORA DA GUIA
23Revista da Santa Casa de Maceió
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Com crescimento do segmento de diag-
nósticos por imagem, a Santa Ca-
sa de Maceió apresentou a sociedade
alagoana a unidade Diagnósticos Santa Ca-
sa, complexo que centralizará todos os exa-
mes deste tipo. Para tanto, foram necessários
investimentos, mudanças no fluxo interno
do então Centro de Diagnósticos e o reposi-
cionamento da marca.
Após concluir a reformulação dos pro-
cessos, a Gerência de Marketing lançou uma
campanha publicitária para divulgar os ser-
viços oferecidos pelo novo Diagnósticos San-
ta Casa.
O complexo tecnológico realiza mais de
150 procedimentos nas áreas de Medicina
Nuclear, Hemodinâmica, Patologia Clínica,
entre outros. Na lista de exames constam
densitometria óssea, ecocardiograma, ele-
troencefalograma, endoscopia, ergometria,
mamografia, raios X, ressonância magnéti-
ca, tomografia, ultrassonografia etc.
"A Santa Casa de Misericórdia de Mace-
ió vem consolidando seu posicionamento
no mercado, já que é sempre lembrada pelos
alagoanos como um centro de excelência
em internação hospitalar. Justamente por
isso, a instituição vem investindo em mo-
dernas tecnologias de diagnóstico, dispo-
níveis não apenas aos seus pacientes, mas
a toda a sociedade alagoana", explicou o
gerente de Marketing, André Carneiro.
O trabalho envolveu a criação de uma
marca específica para o Diagnósticos
Santa Casa, visando a um melhor posicio-
namento do serviço perante o mercado.
André Carneiro,
gerente de Marketing
MARKETING
Diagnósticos Santa Casaoferece mais de 150exames por imagem
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br24
Oestímulo ao parto natural também
faz parte do projeto Jacintinho, por
ser uma forma de reduzir os ris-
cos tanto para as mães, quanto para os bebês.
Segundo Rejane Paixão, cerca de 60% dos
partos realizados no Hospital Nossa Senho-
ra da Guia (HNSG) ainda são cesarianas,
enquanto apenas cerca de 40% das crian-
ças nascem de forma natural. Inverter esse
dado é um dos desafios.
No pré-natal, a equipe multidisciplinar
do projeto orienta as gestantes sobre os bene-
fícios do parto natural e ajudam a fazer com
que o medo, considerado o grande vilão,
deixe de existir.
"Elas chegam procurando o parto ce-
sariana e o que percebemos é uma falta
de conhecimento. Elas acham que dói menos,
que vão sofrer menos e que o processo
é mais rápido. Nós queremos desmistifi-
car isso, fazendo com que elas entendam
que o processo da dor pode ser aliviado
e que o parto natural é mais seguro. Temos
que ganhar a confiança das mães, pois
o medo ainda é o grande vilão", ressal-
ta Rejane.
De acordo com o médico obstetra Antônio
Carlos Moraes, a melhoria da qualidade do
pré-natal é fundamental para que a gestan-
te chegue ao parto esclarecida sobre o momen-
to que vai viver, além de ser de grande impor-
tância para a diminuição dos riscos de infec-
ções, que podem vir a causar problemas na
hora do nascimento do bebê.As orientações
passadas às pacientes também visam redu-
zir o número de cesarianas nas mulheres que
já tiveram parto normal e querem fazer cesá-
rea, aproveitando a hora do parto para fazer
a laqueadura.
"Esse não é o procedimento ideal por-
que o risco cirúrgico é muito maior que o
parto normal.A gestante fica exposta a hemor-
ragias e infecções. Hoje, o que mais causa
a morte de grávidas são as infecções, hemor-
ragias e a hipertensão. Quando a mulher
se submete a um procedimento desneces-
sário, como a laqueadura durante a cesá-
rea, aumenta o risco de infecção e morte",
explica o obstetra.
Tendo isso em vista, o HNSG criou um
programa de laqueadura que visa ao retor-
no das mães que estão aptas ao procedi-
mento depois do nascimento do bebê.
"A mãe tem a criança de forma normal,
depois volta para consulta pós parto, faz exa-
mes e com 60 dias, estando tudo certo, ela
pode fazer a laqueadura.Temos todo um pro-
tocolo a seguir. A mulher tem que ter, no
mínimo, 25 anos e dois filhos vivos, por exem-
plo", destaca Antônio Carlos.
CAMINHO NATURAL
Parto normal reduz riscos eagiliza recuperação da mulher
Parto natural e amamentação desencadeiam uma série de reações no corpo da
mulher que reduzem o período do resguardo e beneficiam tanto mãe como filho
Oprofessor e pediatra Milton Miyoshi,
diretor-clínico do Hospital Univer-
sitário, vinculado à Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), destacou,
durante palestra realizada na Santa Casa
de Maceió, a importância do pré-natal na
redução dos nascimentos prematuros no País.
"A prematuridade leva o recém-nasci-
do a precisar de cuidados intensivos em UTIs
ou UCIs e, em alguns casos, a fazer uso até
mesmo de ventilação mecânica", diz o espe-
cialista, que também participou do Simpósio
Alagoano de Neonatologia e ministrou o
Curso Teórico-Prático em Ventilação Mecâni-
ca Neonatal no Centro de Estudos da Santa
Casa de Maceió. O curso reuniu mais de 60
pediatras de Maceió, Pernambuco, Paraíba,
Sergipe, Ceará e Bahia.
Em linhas gerais, entre 10% e 20% dos
nascidos em maternidades precisam de tera-
pia intensiva, havendo, em 50% a 60% dos
casos, indicação de suporte ventilatório",
contabilizou Milton Miyoshi.
Na opinião de Miyoshi, o acompanhamen-
to médico durante a gestação reduz subs-
tancialmente as chances de prematuridade,
uma vez que o profissional pode se ante-
cipar a eventuais ocorrências, propondo pro-
cedimentos específicos para cada gestante.
A meta, claro, é permitir o desenvolvi-
mento da criança durante os nove meses
de gestação, evitando as consequências do
nascimento prematuro e, por tabela, a neces-
sidade de cuidados intensivos após o parto,
como a ventilação mecânica. Esse tipo de
suporte - abordado por Milton Miyoshi em
sua passagem por Maceió - supre o paciente
com oxigênio, ajudando os pulmões no pro-
cesso respiratório.
RECADO PARA AS MÃES
25Revista da Santa Casa de Maceió
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Pré-natal reduz chances denascimento prematuro
Buscando trazer mais conforto e ame-
nizar a dor para os recém-nascidos,
o Hospital Nossa Senhora da Guia
investiu em uma iniciativa que vem apresen-
tando bons resultados. O projeto Momento
na Redinha, implantado na Unidade de Cui-
dados Intermediários (UCI neonatal), permi-
te que os recém-nascidos durmam em peque-
nas redes de tecido hipoalergênico, coloca-
das nas incubadoras.
A iniciativa, que já é adotada em ou-
tras maternidades do Brasil, foi implanta-
da no Hospital Nossa Senhora da Guia em
novembro de 2010 e, de lá para cá, já be-
neficiou cerca de 80 recém-nascidos, con-
tribuindo para o desenvolvimento neurop-
sicomotor de cada um deles. Na rede, o bebê
pré-maturo sente o mesmo conforto que sen-
tia quando estava no útero da mãe, o que
o deixa mais tranquilo.
"A rede simula o espaço intrauterino,
o que acalma e ajuda no desenvolvimento
dos recém-nascidos", concordam as fisio-
terapeutas Gabriela Noya e Sarah Suênya,
articuladoras do projeto.
"É bastante notável como eles se sen-
tem mais confortados e acalentados quan-
do estão na rede. Os bebês ficam menos
agitados, e até as mães acabam notando
a mudança", acrescentam as fisioterapeu-
tas, lembrando que as redinhas não subs-
tituem as mães, apenas tornam a interna-
ção no hospital um pouco menos doloro-
sa para os recém-nascidos.
Sarah Suênya destaca que, para serem
colocados na redinha, os recém-nascidos pre-
cisam estar hemodinamicamente estáveis,
com a concentração de oxigênio no sangue
e a frequência cardíaca em normalidade. "A
rede ajuda a reorganizar a parte motora dos
recém-nascidos", afirma a fisioterapeuta.
Segundo ela, geralmente, os bebês são
colocados na rede duas vezes ao dia, nos
turnos da manhã e da tarde. Lá, eles ficam
cerca de 40 minutos a 1 hora. "Mas, às vezes,
eles passam mais tempo, quando vemos que
eles estão relaxados, dormindo. Aí preferi-
mos não acordar", destaca Sarah.
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SEM ESTRESSE
Projeto Momentona Redinha ajudano desenvolvimento dos recém-nascidosImplantada na UCI neonatal do Hospital Nossa Senhora da Guia, iniciativa já beneficiou cerca de 80 bebês
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O uso da redinha também traz benefí-
cios para as mães na hora de amamentar.
"Quando colocados no berço aquecido ou na
incubadora, os recém-nascidos ficavam mais
irritados e inquietos, além de chorarem mais.
Com o uso da redinha, eles ficam bem mais
tranquilos, o que facilita na hora de o bebê
pegar o peito", conta Gabriela Noya.
CIRANDA CIRANDINHA
Além das redes, outra iniciativa com-
plementa o clima de aconchego dentro
da UCI: é o chamado projeto Ciranda Ciran-
dinha, que utiliza música instrumental
ambiente, visando reduzir os níveis dos
hormônios do estresse (cortisol). O re-
sultado é o aumento do período de so-
no e a redução das expressões faciais
de dor, da irritabilidade e do choro do
recém-nascido.
Revista da Santa Casa de Maceió www.santacasademaceio.com.br28
Com o objetivo de contribuir para a
redução da mortalidade materno-
infantil, o Hospital Nossa Senhora
da Guia (HNSG) vem implementando ações
de acompanhamento de gestantes e bebês
que vivem em um dos bairros mais caren-
tes de Maceió, onde são altas as taxas de
natalidade e de mortalidades materna e infan-
til. "Dados da Secretaria de Saúde apon-
tam que 65% dos óbitos infantis são por
causas evitáveis. Um índice muito alto, e nós
temos que contribuir para reduzi-lo", diz a
gerente de Unidades Externas da Santa Casa
de Maceió, Rejane Paixão.
Por meio do projeto Jacintinho, uma
iniciativa do Hospital Nossa Senhora da Guia
que conta com a parceria das secretarias
Municipal e Estadual de Saúde, as gestan-
tes do bairro são acompanhadas desde o
pré-natal até o pós-parto, e as crianças têm
assistência médica garantida no primeiro
ano de vida. A meta é zerar o índice de
mortalidade infantil por causas evitáveis.
Iniciado no último mês de maio, o pro-
jeto Jacintinho conta com uma equipe mul-
tiprofissional formada por obstetras, pe-
diatras, enfermeiros, psicólogos, assisten-
tes sociais, fisioterapeutas e nutricionis-
tas. Durante o pré-natal, as gestantes rece-
bem orientações sobre exames e nutrição,
têm atendimento psicológico e são cadas-
tradas para receber a cesta nutricional ofer-
tada pelo governo às gestantes com risco
nutricional.Além disso, as equipes do HNSG
dão orientações voltadas a outras áreas,
como a de cidadania.
"Se for uma gestante que venha sem a
condição civil plena, seja menor ou maior de
idade, nós fazemos uma orientação para que
ela se organize e faça a documentação, para
que, assim, comece a se perceber como cida-
dã", destacou Rejane.
As orientações passadas às gestan-
tes durante o pré-natal ajudam a com-
bater doenças que possam vir a aconte-
cer durante o período de gestação - sejam
elas sexualmente transmissíveis ou não.
Também contribuem para que as futuras
mães tenham uma alimentação saudável
e sejam encaminhadas para vacinação, por
exemplo.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Projeto Jacintinho combate a mortalidade infantilGestantes do populoso bairro de Maceió são acompanhadas do pré ao pós-parto; crianças são assistidas no primeiro ano de vida
No posto de coleta de leite materno e na Unidade de Cuidades Intermediários a palavra de ordem é amamentar
Crianças têm acompanhamento médicoDepois que nascem, as crianças também
têm acompanhamento médico garantido por
um período de um ano. O primeiro retorno
ao hospital é agendado para oito dias depois
do parto, mas o acompanhamento continua
sendo feito mensalmente até que a crian-
ça complete um ano de idade. Segundo a
médica pediatra Délia Herrmann, o HNSG
montou um ambulatório para atendimento
das crianças que nascem lá. O local funcio-
na nos períodos da manhã e da tarde e tem
como meta o atendimento de 400 crianças
da região.
"As crianças nascem no hospital e são
agendadas para o retorno na primeira sema-
na. A partir daí, nós fazemos a puericultu-
ra, que é o acompanhamento do crescimen-
to e do desenvolvimento dessa criança até
o primeiro ano de vida", conta a pediatra,
explicando que, nesse período, as mães tam-
bém são orientadas sobre vacinação e cui-
dados para evitar acidentes com as crian-
ças, além de serem estimuladas a fazerem
o aleitamento materno.
Procura por pré-natal registra aumentoSegundo o médico Antônio Carlos
Moraes, após a implantação do projeto Jacin-
tinho, a procura pelo pré-natal pelas ges-
tantes residentes no bairro aumentou.Apesar
disso, muitas mães ainda procuram o hos-
pital somente quando estão com a gesta-
ção avançada, quando o ideal seria iniciar
o pré-natal antes das 12 semanas.
"Nós percebemos o aumento do núme-
ro de pessoas procurando o pré-natal. Ho-
je vão muitas mães do Jacintinho.Apesar disso,
nós atendemos gestantes em trabalho de par-
to que chegam com duas, três consultas e
que não tiveram acesso aos exames neces-
sários, quando o ideal é que elas tenham,
no mínimo, seis consultas", afirma.
Quando o pré-natal é iniciado antes das
12 semanas, as gestantes têm acesso às
informações necessárias e evitam perigos
como o de se exporem a alguma droga ou
medicamento, realizar algum exame que
possa interferir no desenvolvimento do bebê
ou pegar uma infecção. "Quanto mais cedo
se captar essa gestante, melhor", diz.
No HNSG, o estímulo ao parto normal
também está associado à fisioterapia. "A fisio-
terapia faz um trabalho importante no au-
xílio da orientação de postura e respiração
da paciente, além de orientar sobre algu-
mas posições que as gestantes podem ir tra-
balhando em casa, com exercícios que aju-
dam na hora do parto", enfatizou.
A ajuda psicológica também é importan-
te e faz parte do projeto. No caso das ado-
lescentes, por exemplo, grupos são forma-
dos e recebem atendimento de psicólogos.
29
Hospital recebeu investimentos em modernos equipamentos e em equipe de profissionais especializada
ARTIGO
No último dia 10 de março foi come-
morado o Dia Mundial do Rim, um
evento anual criado pela Socieda-
de Internacional de Nefrologia e pela Federa-
ção Internacional de Fundações do Rim. Desde
a sua origem, em 2006, a data vem adquirindo
cada vez mais importância em todo o mundo.
Atualmente, o Dia Mundial do Rim é o
mais importante evento em escala global
dedicado à conscientização da população
e das autoridades governamentais sobre a
doença renal, em particular a doença renal
crônica.
Estima-se que até 10% da população
apresente algum grau de doença renal, poden-
do esse número ser até maior em países
em desenvolvimento, como o Brasil.
No momento, estima-se que mais de 10
milhões de pessoas no Brasil sofrem de doença
renal crônica em diferentes estágios e que
mais de 90 mil estão sob terapia renal subs-
titutiva dialítica ou à espera de transplante
de rim.
A tendência é de que esses números
sejam ainda maiores ao longo dos próxi-
mos anos devido ao aumento da prevalên-
cia de doenças crônicas, como hipertensão
arterial sistêmica, diabetes mellitus, obesi-
dade e dislipidemia.Todos os pacientes por-
tadores de hipertensão arterial sistêmica,
diabetes, tabagistas, obesos, com história
familiar de doença renal e com passado de
doenças do trato urinário devem ser inves-
tigados precocemente para prevenir a
doença renal.
Este ano, o Dia Mundial do Rim enfati-
zou o significativo, embora frequentemente
subestimado, papel desempenhado pela dis-
função renal no aumento da doença car-
diovascular; a causa mais comum de mor-
bimortalidade no mundo.A doença cardio-
vascular é responsável por 30% de todas
as mortes no mundo.
A presença de doença renal crônica au-
menta significativamente o risco de um even-
to cardiovascular (infarto agudo do miocár-
dio, insuficiência cardíaca, acidente vascu-
lar cerebral, aneurisma de aorta), tanto em
pacientes diabéticos quanto em pacientes
com hipertensão arterial sistêmica.
Vale ressaltar que o diabetes mellitus
e a hipertensão arterial sistêmica são as maiores
causas do desenvolvimento da insuficiên-
cia renal crônica. No entanto, ainda é pouco
valorizado o fato de que a doença renal crôni-
ca sozinha é um forte fator de risco para
o aparecimento de doenças cardiovasculares,
a despeito da existência de diabetes e hi-
pertensão ou qualquer outro fator de risco
convencional para doença cardiovascular.
Hoje, sabe-se que esse aumento de doença
cardiovascular é 20 a 30 vezes maior nos
pacientes com doença renal avançada.
Felizmente, também há boas notícias.
O diagnóstico precoce da doença renal pode
modificar e retardar o curso dessa doença,
além de reduzir o risco do aparecimento de
eventos cardiovasculares. Os biomarcadores
da doença renal crônica, que são a proteinúria
e a taxa de filtração glomerular; esse últi-
mo medindo o grau e o estágio da doença
renal crônica, são de fácil detecção e baixo
custo. A proteinúria é um excelente mar-
cador porque já aparece cedo na evolução
da doença cardiovascular.
Assim, programas de detecção e pre-
venção tendo o rim como alvo parecem ofe-
recer uma valiosa oportunidade para a insti-
tuição de medidas preventivas precoces, que
vão além das tradicionais medidas cardio-
protetoras.
(*) Dr. Rodrigo Peixoto Campos é médico
nefrologista da Santa Casa de Maceió.
Protegendo os rins,salvando seu coração
Nefrologista Rodrigo Peixoto
“O diagnóstico precoce da doençarenal pode retardar
o seu curso
“
30Revista da Santa Casa de Maceió
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