Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

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Especial de Aniversário ANO 10 Nº 94 ELÉTRICA, ELETRÔNICA, ILUMINAÇÃO E ENERGIA AGOSTO’2013 ANO 10 – Nº 94 • POtêNciA Potência entra em seu décimo ano mantendo a seriedade, inovação e respeito com leitores e parceiros. Ano Caderno Atmosferas Explosivas Evolução da base normativa no País tem sido fundamental para o crescimento do setor.

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Especial de Aniversário

ANO 10N º 94

E l é t r i cA , E l E t rô N i cA , i l u m i N AçãO E E N E r g i A

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Potência entra em seu décimo ano mantendo a seriedade, inovação e respeito com leitores e parceiros.

Ano

Caderno Atmosfe

ras Explosiv

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Evolução da base normativa no País t

em sido

fundamental para o cresci

mento do setor.

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sumário

potência 3

12 EspEcialRevista Potência entra no décimo ano com o compromisso de levar informação de qualidade ao mercado eletroeletrônico.

26 Matéria dE capaNo aniversário da Revista Potência, um balanço dos últimos dez anos do mercado eletroeletrônico no Brasil.

62 MErcadoBusca por mais segurança nas instalações elétricas pode ajudar setor de plugues e tomadas industriais a crescer.

66 cadErno ExÚltimos dez anos do setor de áreas classificadas foram marcados por evolução normativa e maior conscientização por parte dos usuários.

04 › ponto dE vista

08 › ao lEitor

08 › cartas

74 › Espaço abrEME

78 › vitrinE

81 › link dirEto

84 › agEnda

outras sEçõEs

• Capa: Márcio Nami

26

3634

50

66

62

34 Fios E cabos ElétricosSegurança e eficiência marcam evolução.

36 iluMinaçãoLEDs avançam no mercado.

44 gtdPlanejamento ainda faz falta.

50 sMart gridAplicação em larga escala está próxima.

54 EnErgia altErnativaGeração eólica se consolida.

58 coMércioLojistas se profissionalizam.

12

44

5458

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bEth brididiretora de redaçã[email protected]

Filiada ao

Circulação e t i ragem auditadas

E X P E D i E N T E

a n o X • n º 9 4 • a g o s t o | 2 0 1 3

Publicação mensal da Grau 10 Jornalismo e Comuni-cações Ltda, com circulação nacional, diri gida a indús-trias, compradores corporativos, distribuidores, varejis-tas, home centers, construtoras, arquitetos, engenharia e insta ladores que atuam nos segmentos elétrico, ele-trônico e de iluminação; geradoras, trans misso ras e dis-tribuidoras de energia elétrica. Órgão oficial da Abreme - Associação Brasileira dos Re vendedores e Distribuido-res de Materiais Elétricos.

Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e co-laboradores não refletem, necessariamente, a opinião da revista e de seus editores. Potência não se respon-sabiliza pelo conteúdo dos anúncios, informes publi-citários. Informações ou opiniões contidas no Espaço Abreme são de responsabilidade da Associação. Não publicamos matérias pagas. Todos os direitos são re-servados. Proibida a reprodução total ou parcial das matérias sem a autorização escrita da Grau 10 Edito-ra, assinada pela jornalista responsável. Registrada no INPI e matriculada de acordo com a Lei de Imprensa.

rEdaçã[email protected]

Diretora de redação: Beth BridiEditor: Marcos Orsolonrepórter: Paulo MartinsFotos: Ricardo BritoJornalista responsável: Beth Bridi (MTB nº 17.775)

consElho [email protected]

Beth Bridi, Francisco Simon, José Luiz Pantaléo, Mauro Delamano, Nellifer Obradovic, Paulo Roberto de Campos e Roberto Said Payaro.

[email protected]

Diretor Comercial: Edvar LopesCoord. de Atendimento: Cléia TelesContato Publicitário: Silvana Ricardo e Christine Funke

produção visual E grá[email protected]

Chefe de Arte: Sérgio RuizDesigner gráfico: Márcio Nami

atEndiMEnto ao [email protected]

Coordenação: Paola Oliva

administraçã[email protected]

gerente: Edina SilvaAssistente: Bruna Franchi e Ana Claudia Canellas

impressão

Prol Editora

rEdação, adMinistração E publicidadE

sede Própria:Rua Afonso Braz, 579 - 11º andarVila Nova Conceição - 04511-011 - São Paulo-SPPABX: (55) (11) 3896-7300Fax redação: (55) (11) 3896-7303Fax publicidade: (55) (11) 3896-7307Site: www.grau10.com.br

Fechamento Editorial: 27/09/2013Circulação: 10/10/2013

Diretores: Habib S. Bridi (in memorian)

Elisabeth Lopes Bridi

ISSN 2177-1049

PoNTo DE visTA

potência4

Fazer aniversário é sempre uma benção.

É a conclusão de mais um ciclo e as boas vin-

das para o que o futuro nos reserva. Potência

entra, com esta edição, em seu décimo ano de

vida. E o tempo só trouxe benefícios. O ama-

durecimento veio acompanhado da aprendiza-

gem, mas nunca foi abandonada a busca pela

inovação. Toda a equipe que atua na Potência

trabalha com a mesma garra do lançamento,

mas agora motivada para abrir as portas para

mais uma década.

Juntos, motivação e conhecimento darão

à Potência ainda mais segurança para levar

aos leitores, a cada mês, temas que se per-

petuarão na história deste setor. Já foi assim

nesses primeiros anos. E será ainda mais forte

nos próximos.

O levantamento realizado em nossos ar-

quivos, que publicamos como uma espécie

de retrospectiva de uma década, mostra cla-

ramente o que este período significou para o

setor. Os avanços desse segmento, as lutas a

serem vencidas, os entraves, os progressos, o

desenvolvimento e os desafios a serem ultra-

passados. Nada é fácil, mesmo para um seg-

mento pujante e de grande importância para

a economia nacional. Mas as conquistas são

visíveis e estão registradas em nossas páginas.

Potência sempre assumiu o desafio de ir

além da notícia. Quer agregar valor à leitura,

ir além do fato, inferir, analisar, debater, discu-

tir... Essa é a contribuição a ser dada aos nos-

sos leitores da indústria, da distribuição, do

varejo, aos profissionais de instalação e aos

especificadores e decisores de compra em ge-

ral. As páginas da Potência são dedicadas aos

que fazem o segmento eletroeletrônico. É para

o “trade” que dedicamos nossos espaços, cada

título e cada texto, nos colocando como um

verdadeiro elo entre quem produz, quem dis-

tribui e quem compra material elétrico e ele-

trônico neste País.

O desafio é grande. E ao comemorar esse

10º Ano a motivação é o sentimento que toma

conta da nossa equipe. Temos o compromisso

de aprimorar, crescer, revigorar e engrandecer

esta publicação, já tão elogiada e reconheci-

da. Um agradecimento especial aos leitores

que nos tratam com tamanho carinho e aos

nossos anunciantes que acreditam na publi-

cação como meio para levar a sua mensagem

a este mercado.

Foi muito produtivo esses anos passados.

Que agora venham mais dez, repletos de con-

quistas e sucesso para nós e todos os que fa-

zem o futuro deste segmento.

Que venham mais dez anos...

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FALE DIRETO COM A DIRETORA DE REDAÇÃO [email protected]

PARA ENVIAR RELEASES E INFORMAÇÕES EDITORIAIS [email protected]

PARA ENVIAR OPINIÕES/CRÍTICAS E SUGESTÕES [email protected] PARA RECEBER A REVISTA OU ALTERAR CADASTRO [email protected]

PARA ANUNCIAR [email protected]

Fale com a REVISTA POTêNCIA

ao leitor cartas

potência8

MARCOS ORSOLON, EDITOR

Este é um mês muito importante para a equipe que

faz a Potência. Isso porque ele marca a entrada da

revista em seu décimo ano de vida. Por isso, optamos por

montar uma edição especial. Uma edição que faz um ba-

lanço desse período, apontando vários dos acontecimen-

tos que marcaram o setor eletroeletrônico desde 2004, e

que foram noticiados em nossas páginas.

Lidar com essa edição comemorativa também fez

com que olhássemos para trás e víssemos tudo o que foi

feito, desde a primeira revista, que foi recebida com certo

grau de desconfiança do mercado, até a última, no mês

passado, quando o nome Potência já havia se tornado

parte desse, que é um dos setores mais importantes da

economia brasileira.

Fico particularmente feliz com o trabalho que fizemos

ao longo destes anos, pois fica a certeza de que acerta-

mos mais do que erramos. Nosso balanço, sem dúvida é

positivo. Mais que isso, conseguimos atingir o objetivo de

abordar o mercado de uma maneira diferente da que era

praticada até então. Com uma linha editorial que grada-

tivamente foi entendida e assimilada por nossos leitores

e colaboradores.

Hoje, tenho a certeza de que a Revista Potência se

consolidou como um importante veículo de comunicação

desse mercado. Um veículo que dá voz às empresas de

todos os portes e segmentos, e que se propõe a manter

as páginas abertas para reportagens e discussões que

colaborem para o crescimento do setor como um todo.

Agora, o desafio é outro. Os objetivos para os próximos

dez anos passam por manter a revista moderna e atualiza-

da, trabalhando com os mesmos valores e compromissos,

e procurando se reinventar a cada edição, mas sem per-

der a essência que nos trouxe até aqui. Essência motivada

pelo desafio de fazer melhor. E nós gostamos de desafios.

Boa leitura hoje, amanhã e nos próximos dez anos!

ano

s de C

ONq

UIST

A FONTE DE CONhECIMENTOOlá pessoal. Sou José Amaro de Santana, da Santana

Eletricista & Encanador, e recebo a revista Potência desde o seu lançamento. Agora eu mudei e, se possível, gostaria muito de continuar recebendo a revista com minha assina-tura cortesia no novo endereço, pois ela é uma das melho-res maneiras de conhecer as novidades do mercado. Se isso não for possível pela distância ou qualquer outro motivo, quero aqui agradecer de coração por todos esses anos de conhecimento que vocês me proporcionaram. Muito suces-so a todos e fiquem com Deus, forte abraço.

José Amaro de Santana | Santana

Eletricista & Encanador | Recife | PE

Redação Responde: José, nosso departamento de atendimento ao leitor já providenciou a atualização dos seus dados em nosso cadastro. Assim, já a partir da próxima edição você passará a receber a revista Potência no novo endereço. Grato pelo contato e pelas palavras de incentivo, sempre tão importantes em nosso dia a dia.

PARABéNS“Acabo de saber durante a Feicon Nordeste que a re-

vista Potência, que me acompanha há tempo, vai completar 10 anos. Não hesitei em deixar essas poucas palavras escri-tas, dirigidas aos responsáveis por tão bela publicação. Só constrói sua história quem tem força para ultrapassar seus desafios. Parabéns, de coração, por essa excelente revista. Que Deus os abençoe sempre e os ilumine para que todo mês possamos ser contemplados com suas matérias, fotos, capas e artigos de tão elevada qualidade”

José Eleutério M. Soares | M. S. Santos Com. Matl. Elétrico |

Jaboatão dos Guararapes | PE

Page 9: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência 9

©2013 Schneider Electric Industries SAS. All trademarks are owned by Schneider Electric Industries S.A.S. or their affiliated companies. All other trademarks are the property of their respective owners. www.schneider-electric.com • 998-1196839_BR_Galaxy©2013 Schneider Electric Industries SAS. All trademarks are owned by Schneider Electric Industries S.A.S. or their affiliated companies. All other trademarks are the property of their respective owners. www.schneider-electric.com

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Page 12: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

ESPECIAL

potência

potência: 2004-2013

12

DivulganDo

DesDe as novas

tenDências

tecnológicas

até as últimas

muDanças na

legislação,

Potência tornou-

se um imPortante

instrumento De

informação Para

a inDústria, o

comércio e a área

De serviços no

munDo elétrico e

eletrônico.

Page 13: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência 13

De 2004, data de publicação da primeira edição, até este momento, quan-do chegou ao número 94, a revista potência tem se destacado por al-gumas características que acabaram se tornando sua marca registrada. textos bem elaborados, linguagem acessível a todo tipo de público

e matérias atuais e abrangentes, pautadas pela imparcialidade, sempre marca-ram o tom da linha editorial que conquistou o respeito e a admiração dos leitores.

Logo no número 1 a revista daria mostras da contribuição que proporcionaria ao mercado ao analisar o novo modelo do setor elétrico. Esse segmento, a propósi-to, sempre esteve bem representado nas páginas da potência, que dedicou espaço tanto para novas fontes de energia, como eólica e solar, como para as fontes tradi-cionais, como hídrica e nuclear.

as oportunidades decorrentes do crescimento dos mercados sucroalcooleiro e petrolífero, o advento dos veículos elétricos e os sempre preocupantes acidentes com eletricidade também mereceram destaque nas páginas da revista.

no comércio, temas como fusões e aquisições, venda direta, gestão de estoque e Substituição tributária foram esmiuçados no momento oportuno de forma a manter o distribuidor de material elétrico atualizado às novas tendências e obrigações. Já a indústria, que volta e meia se via no interior de um furacão de novidades, sempre pode contar com a segurança e a qualidade das informações levantadas pela revista.

ao longo das 94 edições, potência abordou temas como pirataria, nanotec-nologia, certificação de produtos, atmosferas explosivas, logística reversa, qualifi-cação profissional, redes subterrâneas, responsabilidade social, sustentabilidade, concorrência chinesa, desindustrialização e até o efeito das redes sociais.

também merece destaque a cobertura e a participação da publicação nos mais diversos eventos, como seminários, congressos, workshops e feiras nacionais e in-ternacionais. Enfim, foram anos de muito trabalho, mas muito mais ainda virá pela frente. E o leitor pode ter certeza de que sempre poderá contar com o empenho e a perícia da equipe da revista potência para acompanhar o que de mais impor-tante acontecer ou estiver previsto dentro daquela que é uma das mais dinâmicas e importantes áreas da economia brasileira e mundial: o setor eletroeletrônico.

Page 14: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência14

ESPECIAL potência: 2004-2013

11

Edição 1 Governo Lula regulamenta novo modelo do setor

elétrico no Brasil. Setor elétrico se mantém dividido em relação à

adoção da nBR 14136.

Edição 2 Empresas do setor eletroeletrônico sofrem com

aumento da pirataria. abreme faz pesquisa que dimensiona tamanho

do setor de material elétrico de baixa tensão. agentes do setor tentam alavancar certificação

voluntária das instalações elétricas.

Edição 3 Multinacionais

investem para transformar Brasil em base exportadora.

Edição 4 Fabricantes de

disjuntores residenciais travam briga na justiça.

Edição 5 política industrial

completa um ano com poucos resultados

positivos.

Edição 6 Setor de iluminação discute o descarte correto de

lâmpadas com mercúrio. Mercado brasileiro tenta viabilizar a tecnologia de

transmissão de dados via rede elétrica.

Edição 7 Empresas investem

em pesquisa e desenvolvimento na área de nanotecnologia.

Edição 8 crise política coloca

empresas do setor eletroeletrônico em alerta.

Edição 9 Baixa qualificação dos profissionais preocupa

empresas do setor. Goldman Sachs compra operações de cabos da

pirelli e dá origem à marca prysmian.

Edição 10 Fabricantes de

condutores elétricos sofrem com o aumento no número de roubos de cobre.

primeira edição do prêmio abreme Fornecedores movimenta o setor.

Page 15: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013
Page 16: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

ESPECIAL

potência

potência: 2004-2013

16

Edição 12 abilux finaliza

pesquisa que traça perfil do setor de iluminação no Brasil.

Edição 13 indústria e comércio

discutem a venda direta de produtos no país.

LEDs avançam no mercado de iluminação.

Edição 14 Mercado de crédito

de carbono abre oportunidades no setor de energia alternativa.

Edição 15 Empresas do

setor eletroeletrônico ainda engatinham no

comércio eletrônico.

Edição 16 produtos de

baixa qualidade são vendidos com o Selo do inmetro.

Edição 17 Distribuidores

investem na implantação de lojas in company.

18

Edição 19 Setor discute como

irá se adaptar à nova edição da nR-10.

investimento em energia nuclear gera debates no Brasil.

20Edição 21

Lei aprovada pela prefeitura de São paulo abre boas perspectivas

para as redes subterrâneas.

22Edição 23

Em busca de mais eficiência, lojistas investem na gestão de estoque.

Edição 24 Distribuidores

ampliam vendas com a inclusão de itens de MRo em seu portfólio.

Edição 25 Diretiva RoHS leva

fabricantes a reduzirem o uso de substâncias nocivas à saúde e ao meio ambiente.

Humberto Barbato assume presidência da abinee.

Page 17: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência 17

Edição 26 construção da usina

de angra 3 divide opiniões no setor.

Edição 27 Especialistas falam

em eficiência energética para evitar risco de apagão.

Edição 29 chineses conquistam

espaço no mercado eletroeletrônico nacional.

Edição 30 Mercado

sucroalcooleiro gera oportunidades para empresas do setor eletroeletrônico.

31Edição 32

Setor de áreas classificadas demonstra maturidade e evolução.

Edição 33 processo normativo

avança no Brasil.

Edição 34 Falta de mão de obra

qualificada preocupa empresas do setor.

abinee apresenta proposta de política industrial ao governo federal.

Edição 28 Qualidade dos

reatores para lâmpadas preocupava agentes do setor de iluminação.

plástico ganha força em diversos segmentos, como o de quadros de distribuição.

Edição 35 São paulo adota

sistema de Substituição tributária de icMS que inclui produtos elétricos.

Edição 36 Governo Lula

apresenta nova política industrial.

Edição 37 número insuficiente

de laboratórios acreditados pelo

inmetro atrapalha processos de avaliação

e certificação em algumas áreas.

Edição 38 cresce o número

de empresas eletroeletrônicas que investem na área social.

cobei chega aos 100 anos.

Page 18: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência18

ESPECIAL potência: 2004-2013

Edição 39 pac começa a

repercutir no setor eletroeletrônico.

Edição 40 Retrofit impulsiona

negócios.

Edição 41 crise econômica

mundial chega ao Brasil.

Edição 42 Smart Grid

promete revolucionar mercado de geração,

transmissão e distribuição de

energia elétrica.

43

Edição 44 Empresas e associações formam grupo para

combater a pirataria no setor eletroeletrônico. Fusões e aquisições movimentam mercado

eletroeletrônico no Brasil.

Edição 45 Governo sinaliza

apoio à energia eólica.

Edição 46 Gestão de resíduos

sólidos aponta responsabilidades e gera oportunidades.

Edição 47 indústria de

componentes elétricos e eletrônicos vive momento delicado.

crise econômica perde força e empresas do setor começam a retomar projetos.

Edição 48 abinee apresenta

o estudo “a indústria elétrica e eletrônica em 2020 – Uma estratégia de desenvolvimento”.

Edição 49 players do setor

defendem a criação de um modelo brasileiro de Smart Grid.

Edição 50 Ficap passa a fazer

parte do Grupo nexans.

Edição 51 Empresas do setor

começam a enxergar as redes sociais como

ferramenta para divulgar suas marcas.

Page 19: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

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Page 20: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

ESPECIAL

potência

potência: 2004-2013

20

Edição 52 Ferramentas

de rastreabilidade geram segurança e oportunidades às empresas do setor.

Edição 53 Smart Grid evolui

no Brasil.

Edição 54 Mercado de LED

cresce e já movimenta US$ 100 milhões por

ano.

Edição 55 Energia eólica inicia

ciclo de consolidação no Brasil.

Edição 56 Energia solar

fotovoltaica dá os primeiros passos no país.

novo padrão de plugues e tomadas muda perfil do mercado.

Edição 57 Descobertas na

camada do pré-sal geram oportunidades de negócios para empresas do setor.

58Edição 59

Empresas investem na qualificação de

funcionários.

Edição 60 perda de

competitividade faz empresas alertarem

sobre riscos de desindustrialização

no país.

61 Edição 62 avanço das

construções sustentáveis gera demanda no setor.

63Edição 64 copa do Mundo

e olimpíadas abrem perspectiva de

negócios para o setor eletroeletrônico.

Edição 65 tem início o

governo Dilma

Page 21: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência 21

Edição 66 carga tributária

prejudica competitividade das empresas eletroeletrônicas.

Edição 67 investimentos em

inovação ainda são baixos no setor.

68

Edição 69 Deficiências na

infraestrutura tiram a competitividade

das empresas, mas geram demandas em

diversas áreas.

Edição 70 Mercado de

eficientização energética das instalações elétricas tem grande campo para crescimento.

Edição 71 Setor eletroeletrônico discute a logística

reversa e os impactos da política nacional de Resíduos Sólidos.

Revista potência tem reportagem premiada no V prêmio abracopel de Jornalismo com a matéria “perigo Mortal”, publicada em maio de 2010.

72

Edição 73 abinee envia

ao governo federal documento com propostas para o desenvolvimento da indústria de componentes.

Fiesp encabeça luta pela redução da tarifa de energia elétrica.

Edição 74 pirataria ainda causa prejuízo às empresas

do setor.

75 Edição 76 Empresas esperam

regulamentação para que Smart Grid avance

mais no país.

Edição 77 Setor vive risco de

desindustrialização por conta do custo Brasil.

Edição 78 chegada de

grandes players muda perfil do setor

de distribuição de materiais elétricos

no Brasil.

7979

Page 22: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência22

ESPECIAL potência: 2004-2013

Edição 80 Gestão de

estoques traz mais competitividade para

os lojistas de material elétrico.

Edição 81 Rio+20: setor

eletroeletrônico se apresenta como indutor de processos mais sustentáveis.

82

Edição 83 os avanços dos veículos elétricos no Brasil. potência lança o caderno atmosferas Explosivas,

por meio de parceria com a aBpEx (associação Brasileira para prevenção de Explosões).

Edição 84 para tentar baixar

a tarifa de energia, governo edita a polêmica Mp 579.

Edição 85 criada no Brasil a

associação KnX.

86 Edição 87 Brasil precisa

melhorar o planejamento no setor

de energia elétrica.

Edição 88 investimentos na

Região norte marcam retomada das grandes hidrelétricas no país.

89 90

Edição 91 avança a

certificação de pessoas nos segmentos de instalações elétricas e atmosferas explosivas.

Edição 93 programa inova

Energia destina R$ 3 bilhões a empresas do setor.

Edição 92 Brasil ainda tem dificuldades para

ampliar parque de redes subterrâneas

de energia.

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Marcelo rizi andrade Oliveira Baptista Lima

pereira santos da Rocha filho, foi o primeiro.

APOIO patrocínio

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v e n d a s @ p d i c . c o mt e l . : + 5 5 1 1 3 4 5 7 0 3 0 0

S E G U R A N Ç A E Q U A L I D A D E E M F I O S E C A B O S E L É T R I C O S

• CONSTRUÇÃO C IV IL • INDÚSTR IA E MINERAÇÃO • GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E D I STR IBU IÇÃO DE ENERG IA • GÁS , PETRÓLEO E ENERG IAS ALTERNAT IVAS • T ELECOMUN ICAÇÕES E TRANSM ISSÃO DE DADOS • I NFRAESTR UTURA

Fazemos pa r t e do Grupo Genera l Cab le , uma das ma i o r es f ab r i can t es de f i o s e cabos e l é t r i c os no mundo .

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matéria de capa década 2004 a 2013 - indústria

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potência 27

Na correria do dia a dia, nem sempre nos da-mos conta de como as coisas evoluem ao nosso redor. E, no caso de uma revista, nem sempre temos a noção exata do tamanho, ou

da importância, das pequenas mudanças que noticiamos.Mas quando paramos para olhar para trás, aí sim te-

mos a oportunidade de enxergar tudo o que aconteceu. E essa é a proposta dessa reportagem. no mês em que a revista potência entra em seu décimo ano de vida, opta-mos por parar e analisar o que publicamos desde 2004.

E é com alegria que notamos - e registramos em nossas páginas - que o setor eletroeletrônico passou por altos e baixos nesse período, mas não deixou de caminhar. nun-ca se acomodou frente a crises financeiras mundiais ou a problemas regionais. o setor reivindica, mas também arre-gaça as mangas e trabalha. E é um pouco disso que mos-traremos nas páginas a seguir. a começar pela indústria.

no ano de lançamento da revista, em 2004, o balan-ço feito pela associação Brasileira da indústria Elétrica e Eletrônica (abinee) não poderia ter sido melhor, com cres-cimento robusto. descontada a inflação, o avanço foi de 11% sobre 2003 – crescimento nominal de 24% -, com o faturamento atingindo a marca de Us$ 27,9 bilhões, ou r$ 81,6 bilhões.

Um aspecto importante nesse ano é que o bom mo-mento da economia brasileira aumentou a confiança dos empresários do setor, que incrementaram os investimentos no país e abriram uma perspectiva de mais crescimento

Anos de lutaÚltimos dez Anos dA

indÚstriA eletroeletrônicA

forAm mArcAdos por

dificuldAdes e crescimento

no fAturAmento.

reportAgem: mArcos orsolon

ilustr

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para 2005. a projeção era de aumento de 18%, mas, em reais, o avanço em 2005 foi da ordem de 14%.

aliás, desde 2004 a indústria eletroele-trônica tem registrado crescimento em prati-camente todos os anos. a exceção ficou por conta de 2009, quando, sob o efeito da crise financeira mundial, houve leve recuo no fa-turamento. o resultado deste desempenho é que o setor encerrou 2012 com faturamento

de r$ 144,5 bilhões, montante quase 80% superior ao registrado em 2004. Quanto aos segmentos cobertos pela abinee, sem dúvi-da o que mais chamou a atenção nesse pe-ríodo foi o de geração, transmissão e distri-buição de energia elétrica (Gtd). apesar de não ser o setor industrial que mais fatura, ele foi o que mais cresceu nos últimos nove anos, com o faturamento, em reais, avan-çando impressionantes 174,26%.

no entanto, este bom desempenho não garante que o futuro da indústria de Gtd instalada no país será tranquilo. ao contrá-rio, há uma grande inquietação com a con-corrência estrangeira, especialmente das empresas chinesas. “Hoje, uma das maiores preocupações do setor está voltada para as questões das nossas indústrias de equipa-mentos para Gtd, que vêm perdendo terre-no para as empresas estrangeiras. para falar sobre isso, estive reunido em Brasília com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, para pleite-ar políticas visando fortalecer a competitivi-dade da área de Gtd”, comenta Humberto Barbato, presidente da abinee.

outras indústrias que apresentaram bom desempenho nos últimos nove anos foram as de Equipamentos industriais e de informática, com aumento de 116,31% e 111,21%, respectivamente. o destaque ne-gativo fica por conta da indústria de compo-nentes elétricos e eletrônicos, que registrou aumento de apenas 12,16%. o número de empregados do setor também avançou nos últimos nove anos, saltando de 132,9 mil pessoas em 2004, para 183 mil em 2012.

Balança negativa: eterno problemao momento favorável de 2004 também

levou algumas companhias a investir na ampliação da produção local, inclusive em novas fábricas, para aumentar sua partici-pação no comércio exterior. o Brasil apre-sentava estabilidade econômica, política e grande potencial de crescimento, aspectos que aumentaram sua credibilidade frente os investidores.

de outro lado, o comportamento do câmbio, com o real desvalorizado frente ao dólar – na casa de r$ 2,90 -, ajudou nesse processo, e algumas indústrias multinacio-nais optaram por transformar o Brasil em base exportadora para a américa Latina.

Foi o caso da Black & decker, que impor-tava quase toda a linha de produtos vendi-das no país e, na época, mudou a estratégia e passou produzir mais no Brasil, transfor-mando a operação local em base para aten-

der os países vizinhos. outra multinacional que apostou no país na ocasião foi a aBB, que investiu cerca de r$ 19 milhões na ex-pansão de sua fábrica de Blumenau (sc). os produtos decorrentes da ampliação se-riam destinados integralmente à exportação.

Este movimento criou uma expectativa positiva por parte dos dirigentes da abinee,

que já acompanhavam com apreensão o comportamento da balança comercial do setor, cada vez mais deficitária, principal-mente em função da dependência externa de componentes eletrônicos. tanto, que a abinee já se esforçava para incluir os com-ponentes elétricos e eletrônicos na política industrial do país.

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matéria de capa década 2004 a 2013 - indústria

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a preocupação com este déficit levou a abinee a lançar, em 2002, o estudo “polí-tica para o desenvolvimento do complexo Eletroeletrônico Brasileiro”, que propunha ações para amenizar o problema. como lembra Humberto Barbato, presidente da abinee, na época o setor sofria tanto com as importações legais, quanto com a entrada indiscriminada de produtos ilegais. “isso foi foco da ação firme da abinee, que culminou com a edição da Lei do Bem, de 2004, que contribuiu para a redução dos preços dos produtos legalmente produzidos no Brasil, o aumento das vendas e, por consequência,

com exportações de Us$ 7,7 bilhões, e im-portações da ordem de Us$ 40,2 bilhões. E, em parte, um dos vilões que levaram a esta situação foi justamente o câmbio, com a forte valorização do real frente o dólar que favoreceu a entrada dos importados.

o comportamento da balança comercial da área de Gtd é emblemático para ilustrar o que ocorreu. Historicamente superavitário, este setor tem apresentado sucessivos défi-cits desde 2009, atingindo o recorde negati-vo de Us$ 1,1 bilhão em 2011. E os dados dos seis primeiros meses de 2013 não são animadores. segundo a abinee, o déficit nes-sa área atingiu Us$ 624 milhões, ou 72% acima do mesmo período do ano passado.

“Estas importações não têm razão de existir, uma vez que o segmento de Gtd, que possui tecnologia madura e produz com elevado valor agregado local, tem expertise

suficiente para atender as deman-das”, lamenta Barbato, que de-monstra grande preocupação com o avanço dos chineses no país.

“temos observado vários anúncios de investimentos de em-presas chinesas no setor elétrico brasileiro nos últimos anos. segun-do dados do conselho Empresarial

Brasil-china, o investimento Estrangeiro di-reto (iEd) chinês no Brasil atingiu Us$ 13,1 bilhões em 2010, vinte vezes superior ao va-lor acumulado nos dois anos anteriores”, re-vela o presidente da abinee, afirmando que essa é uma ‘briga’ desigual, uma vez que a produção e os investimentos das empresas chinesas recebem elevados subsídios do go-verno, sem contar o câmbio artificialmente desvalorizado adotado pelo país.

para Barbato, a situação só não é mais grave porque o Brasil conta com um grande número de empresas fabricantes de equipa-mentos elétricos. “E boa parte delas com vasta experiência internacional, tendo par-ticipado dos maiores projetos hidroelétricos do mundo, como três Gargantas, na china, e itaipu e tucuruí, no Brasil. tal experiência propiciou a implantação de centros de com-petência de empresas transnacionais e na-cionais, oferecendo a técnicos e fabricantes

o constante conhecimento de projetos de todo o mundo”, explica o executivo.

para Barbato, o avanço chinês nesta e em outras áreas da nossa economia mere-ce especial atenção. Ele sugere ainda que, no caso dos grandes empreendimentos do setor elétrico, o governo deveria exigir que o fornecimento de equipamentos seja feito por fabricantes instalados no Brasil e que a nossa mão-de-obra seja utilizada priori-tariamente.

“o nosso governo tem que agir antes que seja tarde, estabelecendo regras rígidas nos leilões e concessões, e atuando nas causas que tornam os equipamentos fabricados no Brasil mais caros que em outros países, que não praticam comércio desleal”, completa.

o novo patamar em que se encontra o câmbio - com o dólar sendo vendido a cer-ca de r$ 2,20 - também tende a ajudar a indústria nacional a recuperar um pouco da competitividade perdida nos últimos anos, inclusive favorecendo as exportações. E isso

o crescimento da arrecadação de impostos por parte do governo, inibindo a entrada de produtos de procedência duvidosa”, co-menta Barbato.

os efeitos da Lei do Bem só não foram maiores porque o país já sofria com proble-mas estruturais que comprometiam a com-petitividade da indústria nacional, como os gargalos da infraestrutura logística, a alta carga tributária, elevada taxa de juros, bu-rocracia e corrupção. problemas, aliás, que persistem até hoje e geram o chamado custo Brasil.

a notícia ruim é que ao longo dos anos a situação da balança comercial do setor se agravou, batendo recordes negativos. Em 2012, o déficit ficou em Us$ 32,5 bilhões,

Governo precisa priorizar a

indústria para o desenvolvimento

do país.humberto barbato

abinee

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matéria de capa década 2004 a 2013 - indústria

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2004importações: us$ 12,667exportações: us$ 5,344Saldo: - US$ 7,323

2012importações: us$ 40,222exportações: us$ 7,719Saldo: - US$ 32,503

2013 (jan - jul)importações: us$ 25,2exportações: us$ 4,10 Saldo: - US$ 21,11

balança comercial

do setor eletroeletrônico

ilust

raçã

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e

(bilhões)

Page 31: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência 31

vale não apenas para a área de Gtd.para Humberto Barbato, apesar do mo-

mento ser de grande volatilidade, o patamar atual do câmbio possibilita que os produ-

tos fabricados no país fiquem mais compe-titivos diante dos importados. “isto ocorre tanto no mercado interno, como também abre espaço para as nossas exportações”,

Setor reivindica e desenvolve propostascom citamos anteriormente, a indústria

eletroeletrônica tem em seu currículo uma gama vasta de reivindicações. no entanto, principalmente em função do trabalho da abinee, ela não se limita a reclamar. Ela se organiza, desenvolve estudos e mantém o canal aberto com o governo para apresen-tar suas propostas, que muitas vezes são atendidas.

Em 2007, por exemplo, numa parceria com o BndEs a abinee apresentou ao gover-no federal o documento “política industrial, tecnológica e de comércio Exterior”, cujo objetivo principal era o de contribuir para a ampliação da eficiência e da competitivida-de das empresas instaladas no país.

Já nessa época, o empresariado do se-tor demonstrava preocupação com um novo fantasma: o risco de desindustrialização no país. E, fruto dessa preocupação, surgiu a ideia de elaborar um trabalho mais com-pleto, que visava não apenas o combate ao processo de desindustrialização, mas tam-

bém o fortalecimento da indústria eletroe-letrônica brasileira.

assim nasceu, em 2009, o estudo “a indústria Elétrica e Eletrônica em 2020 – Uma estratégia de desenvolvimento”, que contou com a participação de especialistas e representantes das empresas associadas da abinee. “Este trabalho, que vigora até hoje, oferece propostas concretas para que o país tenha uma indústria mais independente sob o ponto de vista da tecnologia, que produza com maior valor agregado local e que tenha uma efetiva e competitiva participação no mercado internacional”, explica Barbato.

Em síntese, a meta do documento é ob-ter intensa expansão da produção eletroe-letrônica para que, seguindo a tendência dos países desenvolvidos, o setor amplie sua participação no piB nacional em 2020. desafio difícil de ser superado.

“apesar de algumas ações adotadas, o fato é que a indústria de transformação como um todo tem vivido um quadro deli-cado nos dias de hoje. é lamentável que, em 2012, a participação da indústria brasileira no piB tenha atingido somente 13,25%, ní-vel inferior à época de Juscelino Kubitschek, quando representava 13,75% do piB total”, lamenta Barbato.

o presidente da abinee alerta que estes números mostram que os diversos alertas não são meros choros de empresários. “a alegação de que isto ocorre por ineficiência das indús-trias instaladas no país esconde o real motivo para esta perda de competitividade e empurra para debaixo do tapete os problemas que de-vem ser enfrentados”, dispara Barbato, obser-

afirma o executivo, destacando que quanto maior a agregação de valor local, maior o benefício, como é o caso nas áreas de Gtd e Equipamentos industriais.

indÚstriA mAntém cAnAl

de comunicAção com o

governo pArA reivindicAr

e ApresentAr propostAs.

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potência32

Faturamento da indústria

eletroeletrônica(bilhões)

2004 r$ 81,6 • us$ 27,9

2005 r$ 92,8 • us$ 38,1

2006 r$ 104,1 • us$ 47,8

2007 r$ 111,7 • us$ 57,3

2008 r$ 123,1 • us$ 67,0

2009 r$ 118,8 • us$ 56,1

2010 r$ 124,4 • us$ 70,7

2011 r$ 138,1 • us$ 82,5

2012 r$ 144,5 • us$ 73,9

Font

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país precisa voltar a produzir componentesUm ponto chave que poderia ajudar

o setor eletroeletrônico nacional a ganhar mais competitividade seria o fortalecimento da indústria de componentes, principalmen-te os eletrônicos. Área que já foi bastante forte no Brasil, essa indústria começou a perder força na década de 90, quando al-guns países asiáticos, motivados por vulto-sos incentivos governamentais, começaram a se consolidar como grandes fabricantes mundiais de componentes, fornecendo para praticamente todos os países, e não apenas o Brasil.

o resultado deste fenômeno é que o Brasil praticamente deixou de ter produção local. o que existe hoje representa muito pouco diante da demanda da nossa indús-tria. E os números da abinee mostram a gravidade do problema.

Já há alguns anos, a área de compo-nentes é responsável, sozinha, por mais da metade do déficit da balança comercial do

setor eletroeletrônico nacional. Em 2012, por exemplo, as importações de compo-nentes elétricos e eletrônicos chegaram a Us$ 22,31 bilhões, ou 55,5% do total do setor. de outro lado, as exportações dessa área somaram Us$ 3,66 bilhões, fazendo com que o saldo negativo nesse segmento ficasse em Us$ 18,65 bilhões.

a situação incômoda mais uma vez fez com que a abinee agisse. E, em 2011, a associação enviou ao governo federal o documento “propostas da abinee para o desenvolvimento da indústria de compo-nentes no Brasil”, que foi elaborado pela Lca consultores.

o objetivo do estudo era mostrar ao governo a importância estratégia que essa área pode ter para a indústria brasileira, des-de que houvesse estímulo para a produção local, inclusive com a atração de grandes grupos mundiais para o país.

os resultados deste trabalho ainda são

vando que, apesar das dificuldades, há alguns sinais positivos por parte do governo.

“ainda que tardiamente, o governo da presidente dilma rousseff tem dado mostras de que está sensibilizado com a situação, e tem procurado colocar a indústria novamen-te como prioridade para o desenvolvimento

do país. algumas medidas vieram, porém, ainda há muito a se fazer, como, por exem-plo, conter o desanimador inchaço da má-quina pública, que termina por inviabilizar investimentos, principalmente em infraestru-tura, que é a causa maior da nossa perda de competitividade”, completa.

tímidos, mas já há sinais de pequena evo-lução, com algumas iniciativas isoladas pi-pocando pelo país. a expectativa do empre-sariado é que o movimento ganhe corpo e que, nos próximos dez anos, tenhamos no Brasil uma indústria de componentes mais forte e expressiva.

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matéria de capa década 2004 a 2013 - indústria

Page 33: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

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Page 34: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência34

A indústria de fios e cabos é in-quieta por natureza. inquieta e criativa. atento às tendên-cias globais, o setor destaca-se

pela capacidade de inovar, seja em busca de produtos mais seguros, seja para desenvolver tecnologias mais limpas e eficientes.

é possível afirmar que esses objetivos - entre outros -, foram atingidos ao longo dos últimos anos. Mas essa é uma jornada que ainda não acabou. Longe disso.

Essa história continua sendo reescrita todos os dias, em base cada vez mais sólida. Basta uma rápida análise sobre alguns nú-meros para comprovar o progresso da área.

tomando como base o ano de 2007, o setor de fios e cabos e semimanufaturados

de cobre e suas ligas faturou r$ 7,5 bilhões. Em 2012, esse montante dobrou de tama-nho, chegando a expressivos r$ 15,7 bilhões.

o número de empregados nas empre-sas também registrou acréscimo substan-cial, partindo de 18.521, há seis anos, para 26.310, no ano passado.

Houve evolução ainda em relação à ca-pacidade instalada dessa indústria. a marca de 755 mil toneladas, registrada em 2007, subiu para 1,5 milhão de toneladas, em 2012.

nos últimos dez anos, vários aconteci-mentos importantes contribuíram para mol-dar a atual configuração desse setor, mas al-guns, em especial, chamaram mais atenção.

é o caso do boom da construção civil. o grande número de lançamentos de edifícios

residenciais e comerciais privados gerou um expressivo volume de vendas de fios e ca-bos prediais, em especial a partir de meados dos anos 2000.

isso sem falar nos programas habitacio-nais como “Minha casa, Minha Vida”, do go-verno federal, e da cdHU, em são paulo, que ajudaram a movimentar fortemente o merca-do, assim como as obras do pac (programa de aceleração do crescimento) e os investimentos para a realização da copa do Mundo no país.

as novas demandas da sociedade tam-bém agitaram a rotina do setor. a procura por produtos específicos para aplicação em redes subterrâneas de energia e na auto-mação dos chamados edifícios inteligentes é cada vez maior.

indÚstriA de condutores elétricos

destAcA-se pelA buscA por produtos

mAis seguros e eficientes.

reportAgem: pAulo mArtins

inquieta e criativa

matéria de capa década 2004 a 2013 - Fios E caBos ELétricos

Page 35: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência 35

as redes inteligentes de energia (smart Grids) começaram a sair do papel e ainda prometem exigir muito da capacidade dessa indústria. “o setor de fios e cabos está preo-cupado com isso e já estuda produtos para atender melhor a essa evolução”, garante Eduardo daniel, gerente de tecnologia do sindicel (sindicato da indústria de conduto-res Elétricos, trefilação e Laminação de Me-tais não Ferrosos do Estado de são paulo).

outro fator que contribuiu para alavan-car significativamente o mercado foram as novas descobertas na área petrolífera. Entre outras linhas de produtos beneficiados, vale destacar as novas oportunidades que surgi-ram para os fabricantes de cabos umbilicais - solução essa utilizada para a interconexão

das plataformas marítimas ou navios-plata-forma com equipamentos instalados nos po-ços de petróleo, no fundo do mar.

também foi nesse período de dez anos que pela primeira vez na história o Bra-sil registrou a presença dos três grandes players mundiais da área de cabos elétri-cos: prysmian, nexans e General cable. Um fato a ser comemorado, sem dúvida, pois é um indicador do grau de relevância e ma-turidade do mercado interno no contexto internacional. “nunca os três estiveram si-multaneamente no Brasil antes”, destaca Eduardo daniel.

ainda em relação ao comportamento do setor, outro fenômeno relevante foi a maior divisão do mercado. Fabricantes nacionais,

que há alguns anos desempenhavam um papel discreto, conquistaram o acesso a novas tecnologias e hoje participam mais ativamente dessa disputa, inclusive rivali-zando com os grandes em determinados nichos. com isso, todo o segmento evoluiu. “Houve um nivelamento por cima”, avalia o porta-voz do sindicel.

claro que também há problemas no se-tor que continuam pendentes. é o caso dos roubos de matéria-prima e também de pro-dutos acabados, que provocam grande pre-juízo para a indústria. “Esse é um ponto crí-tico, pois faz os custos de todos os processos aumentarem. o problema preocupa bastante, e, na medida do possível, o mercado tem feito ações preventivas”, comenta daniel.

ilustração: drea

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Page 36: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência36

Em relação ao desenvolvimento tecno-lógico do setor, algumas tendências se con-solidaram, enquanto outras novas surgiram. de maneira geral, considera-se que o pro-duto brasileiro está alinhado com o que de melhor há no mundo - até porque muitos fabricantes possuem atuação global.

Uma das tecnologias mais difundidas nos últimos anos foi a de combate à propa-gação do fogo. tudo bem que os chamados ‘cabos com propriedades especiais de au-toextinção de chamas’ surgiram ainda na década de 90, mas foi nos anos 2000 que eles ‘pegaram’ de vez. “antes esses con-dutores eram considerados especiais. Hoje, para instalações fixas, a norma técnica só cita esse tipo de cabo, não existe outra possibilidade”, comprova Eduardo daniel.

como a meta principal é a segurança, essa família de cabos precisa passar por ensaios específicos para garantir que aten-dem à legislação.

Mas o mercado evoluiu a tal ponto que até mesmo alguns cabos que não têm a obrigação de atender a esses requisitos já possuem o recurso de autoextinção de chamas.

a partir desse ponto, uma evolução natural do mercado ocorreu no sentido de desenvolver produtos com baixa emissão de fumaça e de gases tóxicos - foi aí que entraram em cena os cabos não halogena-dos. se no início pouquíssimos fabricantes detinham essa tecnologia no Brasil, hoje esse cabo é quase uma commodity, sendo produzido por várias empresas.

Um reforço para garantir a qualidade veio no ano passado, com a determinação de que essa linha precisa de certificação compulsória. a medida deve passar a valer ainda neste ano.

outra corrente surgida no setor envol-ve a adoção de componentes que atendam aos requisitos do meio ambiente. a prys-mian, por exemplo, criou um cabo que, em vez de polímeros derivados do petró-leo, emprega o chamado polietileno verde (ou plástico verde), um material renovável desenvolvido a partir da cana-de-açúcar.

Muitas empresas promovem a avalia-ção de todo o ciclo de vida dos produtos, começando na extração da matéria-prima, passando pelos processos de transforma-ção e chegando até a dissolução final do artigo acabado.

a normalização é outro aspecto que evoluiu bastante. Hoje, praticamente todos os produtos seguem alguma norma. o des-taque nesse campo fica para uma resolução do Mercosul que obrigou os itens de baixa tensão a buscar a certificação compulsória

nos países membros. “isso signi-ficou para o setor de fios e cabos sair de três normas compulsórias para onze, que permanecem até hoje”, explica daniel.

Em relação aos processos pro-dutivos, também merece registro a curva de aprendizado apresenta-da pelas fábricas. o porta-voz do

sindicel lembra que há alguns anos o setor sofria com a limitação de fornecedores de vergalhões de cobre e de alumínio, pois es-sas eram instalações fabris muito caras. as-sim, quem detinha essa tecnologia tinha o mercado na mão.

com a evolução dos processos produ-tivos os equipamentos ficaram mais acessí-veis e mais empresas passaram a trabalhar a matéria-prima. “no Brasil, vinte anos atrás, praticamente só uma empresa fornecia ver-galhão de cobre. as alternativas eram produ-tos com qualidade não muito boa, fabrica-dos a partir de sucata e sem controle. Hoje, boa parte dos fabricantes produz o próprio vergalhão de cobre. isso fez cair bastante o custo de fabricação e, aliado à tecnologia de processos mais eficiente, mudou bastante o perfil do setor”, comenta daniel.

Mais recentemente surgiram novas tec-nologias que contribuem para aperfeiçoar cada vez mais os processos produtivos no setor. com a automatização crescente é possível obter produtos melhores, a custos mais baixos. “Equipamento para monitorar a fabricação de cabos é coisa que há cinco anos pareceria filme de ficção. Hoje exis-tem equipamentos que detectam proble-mas internos na aplicação da isolação dos cabos. é possível garantir a uniformidade das espessuras com uma exatidão incrível, coisa que há alguns anos não se pensava”, exemplifica daniel.

Setor registrou forte evolução tecnológica nos produtos e processos.eduardo danielsindicel

tecnologias limpas e mais baratas

evolução da indústria de fios e cabos e semimanufaturados de

cobre e suas ligasAno 2007 2012

faturamento r$ 7,5 bilhões r$ 15,7 bilhões nº empregados 18.521 26.310 capacidade instalada 755 mil toneladas 1,5 milhão de toneladas

Fonte: sindicel

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matéria de capa década 2004 a 2013 - Fios E caBos ELétricos

Page 37: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

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Page 38: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

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período de novidadessetor de iluminAção pAssA por mudAnçAs

profundAs com A sAídA de cenA dAs lâmpAdAs

incAndescentes e AvAnço do led.

reportAgem: pAulo mArtins

Um setor dinâmico, em constante evolução. assim pode ser resu-mido o perfil da área de ilumi-nação. na última década, vários

acontecimentos importantes contribuíram para modificar essa indústria, que conserva o poder de se reinventar a cada dia.

na opinião dos especialistas, um fator preponderante nesse processo é o advento da eficientização energética. “a iluminação tem uma série de propriedades que permi-tem que ela proporcione mais saúde, segu-rança e felicidade e contribua para melhorar o padrão de vida do homem. além desses aspectos, ganhou muita força nos últimos anos um extraordinário componente, que é a conservação de energia”, comenta car-los Eduardo Uchôa Fagundes, presidente da abilux (associação Brasileira da indús-tria de iluminação).

matéria de capa década 2004 a 2013 - iLUMinaçÃo

Page 39: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

potência 39

Em se tratando de otimizar o consumo de eletricidade, a grande cartada do setor consistiu na substituição das tecnologias consideradas ultrapassadas por outras mais modernas.

a derrocada da lâmpada incandescen-te é um fato marcante nesse processo. Uti-lizada há mais de 130 anos, e considerada ineficiente, ela sofreu um duro golpe com a publicação da portaria interministerial nº 1.007, de 31 de dezembro de 2010.

o documento definiu níveis mínimos de eficiência energética que as incandescen-tes precisam atender. os produtos que não

atingirem os novos índices serão retirados do mercado gradativamente, até 2016. na prática, alguns modelos já saíram de circula-ção e a fabricação nacional acabou.

no passado, o Brasil chegou a produzir mais de 400 milhões de lâmpadas incandes-centes por ano (algumas estatísticas falam até em 500 milhões). Hoje o consumo ainda é significativo: algo entre 250 milhões e 300 milhões de unidades/ano - todas importadas.

ao que tudo indica, as incandescentes tendem mesmo a desaparecer, mas não sem deixar saudades. “as pessoas se acostuma-ram com o tipo de iluminação proporciona-do por essa lâmpada, mais gostosa, quente e aconchegante”, destaca Uchôa Fagundes.

Ele concorda que as incandescentes são de baixa eficiência, mas lembra que essa tec-nologia tem outras características positivas, como o baixo custo. além disso, prossegue o executivo, os componentes (basicamente vidro e alumínio) são recicláveis e essa lâm-pada sempre alimentou um grande mercado de reposição, até mesmo devido à menor vida útil que tem.

convidada a opinar sobre o assunto, a philips informou que apoia a adoção de produtos mais eficientes, que reduzam o consumo de energia e minimizem o impac-to sobre o meio ambiente. “a empresa já

disponibiliza alternativas que proporcio-nam essa redução de energia, como lâm-padas halógenas, fluorescentes compactas e LEds”, comenta Lamaro parreira, diretor de Marketing e produto da philips para a américa Latina.

celso santos, diretor comercial da syl-vania, tem a mesma opinião. “a incandes-cente gasta mais eletricidade para produzir a mesma quantidade de luz que a fluores-cente. a segunda chega a ser cinco vezes mais eficiente que a primeira, dependendo da potência”, compara o executivo.

Falando nas lâmpadas fluorescentes compactas, se até meados dos anos 2000 elas ainda eram relativamente caras para

empresAs investem em tecnologiA pArA desenvolver

produtos e soluçÕes Que economizem energiA

elétricA e ofereçAm boA iluminAção.

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o bolso do brasileiro, hoje elas estão bem mais acessíveis e consolidaram sua posição no mercado nacional. por ano, são vendidas cerca de 200 milhões de unidades.

Mas a maior evolução do setor nos úl-timos anos certamente ocorreu no univer-so do LEd. “Essa fonte de luz está revolu-cionando os sistemas de iluminação, assim como as luzes incandescentes fizeram com a sociedade no início do século vinte”, re-sume parreira.

é preciso reconhecer: essa tecnolo-gia segue batendo recordes de eficiên-cia. no mercado já se fala na obtenção de 170 lúmens por Watt, enquanto uma incandescente de 60W possui eficiência luminosa de aproximadamente 15 lú-mens por Watt.

o baixo consumo energético é ou-tra característica do ‘Light Emitting dio-de’. Estima-se que os LEds proporcionam economia de até 85%, em comparação às lâmpadas incandescentes comuns. E mais: o LEd permite maior flexibilidade de controle (tonalidades, fluxo, etc) e de quebra não polui o meio ambiente, pois não possui elementos nocivos em sua composição. a maior durabilidade tam-

bém precisa ser destacada. Uma lâmpa-da de LEd pode funcionar entre 15 e 25 anos. Já a incandescente dura em média um ano. por conta disso tudo, o LEd atingiu novos patamares nos últimos dez anos. “Em 2004, esses produtos ocupavam um es-paço quase inexistente no mer-cado, sendo direcionados para utilizações bem específicas. a aplicação, que antes era muito mais focada no canal profissio-nal, está cada vez mais presente no canal residencial”, atesta celso santos.

segundo a abilux, por ano já são ven-didas 500 mil lâmpadas de LEd no Brasil. a philips trabalha com a estimativa de que esse mercado representará 45% da área de iluminação em 2015, uma vez que a taxa anual de crescimento tem sido supe-rior a 30%.

a sylvania informa que está trabalhan-do fortemente na expansão do mix de pro-dutos nessa área. “Estamos dobrando o nú-mero de lâmpadas, passando de dez para mais de vinte tipos. crescemos mais ainda em luminárias. tínhamos cerca de cinco e hoje temos entre trinta e quarenta mode-

los diferentes. é nisso que vamos investir cada vez mais”, revela santos.

indo além, é preciso citar ainda a nova onda de evolução que surgirá a partir do pleno desenvolvimento do oLEd (organic LEd). Em vez de pontos de luz, como o LEd, essa tecnologia apresenta-se no formato de lâminas (telas) finas e flexíveis capazes de produzir luz difusa e potente. é aguardar para ver o resultado.

a indústria de luminárias é

muito forte no Brasil e assim

continuará.carlos eduardo uchôa Fagundes

abilux

ao contrário do LEd, as lâmpadas fluo-rescentes apresentam elementos nocivos à saúde e ao meio ambiente, como o mercúrio. por conta disso, a última década foi ampla-mente marcada pela discussão da implan-tação da Logística reversa, um instrumento da política nacional de resíduos sólidos.

a ideia é fazer com que o produto, ao final de sua vida útil, seja encaminhado para reciclagem ou destinação final adequada - ou seja, que não vá parar em lixões comuns. o processo envolverá fabricantes, importa-dores, distribuidores, comerciantes e con-sumidores, constituindo o que se chama de responsabilidade compartilhada.

os detalhes do funcionamento desse sistema estão sendo discutidos pelos di-

versos segmentos envolvidos. Entretanto, algumas ações já estão sendo colocadas em prática. a philips, por exemplo, criou o programa ciclo sustentável, uma iniciativa inédita no mercado brasileiro que envolve a reciclagem de produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos que levam a marca da em-presa, incluindo lâmpadas, aparelhos de áu-dio e vídeo e eletroportáteis, entre outros, e que antes não possuíam destino apropriado.

todo produto recolhido é encaminha-do a um local ambientalmente adequado, onde cada componente presente é devida-mente tratado. “dessa forma, os produtos completarão seu ciclo de vida de maneira sustentável, minimizando os impactos no meio ambiente”, garante Lamaro parreira. 

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organização Setor discute modelo de logística reversa.

Logística reversa no centro das discussões

matéria de capa década 2004 a 2013 - iLUMinaçÃo

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potência 41

ainda no campo da tecnologia, outro fato importante ocorrido nos últimos anos no setor de iluminação foi o advento do re-ator eletrônico para lâmpada fluorescente, que proporciona maior segurança e econo-mia de energia do que os equipamentos eletromagnéticos.

também é válido citar a evolução do de-sign nacional, que atingiu um status de pri-meira linha. “o Brasil tem excelente design

e manufatura de qualidade. nossas empresas são muito criativas. a indústria de luminárias é muito forte e assim continuará”, orgulha-se Uchôa Fagundes.

segundo dados da abilux, as luminárias representam 61% do faturamento anual do setor, contra 28% das lâmpadas e 11% dos reatores. Estima-se que o consumo de lu-minárias/ano no Brasil gire em torno de 35 milhões de unidades. 

Uma prova da qualidade do produto brasileiro é a boa aceitação das luminárias no mercado externo. inclusive, nos últimos anos o Lux Export, programa de promoção de exportações criado pela abilux ganhou novo fôlego e vem apresentando bons re-sultados. “o mercado mundial é muito grande, está em crescimento e sempre há muitas possibilidades”, vislumbra o presi-dente da abilux.

do ponto de vista econômico, o balan-ço da indústria de iluminação nos últimos anos também é positivo. a abilux informa que as vendas do setor no Brasil deverão evoluir de r$ 2,8 bilhões, em 2004, para r$ 4 bilhões em 2013, ou seja, um crescimento

de 4,2% ao ano.Em 2004 o mercado brasi-

leiro de iluminação concentra-va 604 empresas. Hoje são 670. o maior número de empresas deve-se em parte à atratividade desse segmento, que recebeu inclusive players que tinham tradição em outras áreas. é o

caso de pelo menos três companhias que adicionaram lâmpadas ao seu mix de pro-dutos: Lorenzetti (tradicional fabricante de

rápido avanço da tecnologia

exige mudança de postura dos

profissionais do setor.

lamaro parreiraphilips

os leds estão

revolucionAndo

os sistemAs de

iluminAção,

Assim como As

incAndescentes

fizerAm no

século XX.

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Fonte: abilux

números do setor de iluminação

As vendas do setor de iluminação no brasil deverão evoluir de r$ 2,8 bilhões para r$ 4 bilhões no período entre 2004 e 2013 (crescimento de 4,2% ao ano)

Nº DE EMPREGADOS 2004 .........................................50.000 2011 .........................................37.500

Vendas em alta, emprego em baixa

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chuveiros), alumbra (materiais elétricos) e rayovac (pilhas e baterias).

Entretanto, o número de trabalhadores nessa indústria vem diminuindo. Em 2004 o mercado brasileiro de iluminação empre-gava mais de 50 mil pesso-as. Em 2011, a quantidade de pessoal empregado caiu para 37.500.

isso se deve basicamente ao fato de que o Brasil per-deu muitas plantas produto-ras de lâmpadas, que empre-gavam grandes contingentes de pessoas. Hoje produzimos apenas fluorescentes tubulares e alguma coisa na linha de lâmpadas de descarga.

sem dúvida, esse processo joga con-tra o antigo sonho do setor, de ver o Bra-sil atuando como um polo mundial da indústria de iluminação. “de certa forma conseguimos isso, porque foram desmon-tadas fábricas em países como colômbia, peru, argentina e Venezuela e concen-trada a produção no Brasil. Mas agora, de uma vez só, isso tudo mudou para a china”, reclama Uchôa Fagundes. Mas o executivo ainda acredita na possibilidade de que se criem condições para que o país volte a possuir um parque industrial de lâmpadas.

como se não bas-tassem as dificuldades causadas pelos al-tos custos, o mercado brasileiro sofre ainda com a concorrência desleal de produtos de baixa qualidade e preço inferior vindos do

exterior. Em 2004, os produtos piratas do-minavam 60% do mercado de lâmpadas e 80% da área de luminárias. Em 2011 esses índices haviam caído bastante, para 30% e 15%. de qualquer forma, ainda incomodam.

o pior é que existe o risco desse mo-vimento conseguir acompanhar as ten-

Uma das tendências do

setor é a busca por soluções

cada vez mais completas.

celso santossylvania

economia produtos mais eficientes ganham espaço no mercado.

dências tecnológicas. assim, até mesmo o mercado de LEd estaria sujeito a compor-tamentos inoportunos. “atualmente não há um regulamento do governo sobre LEd, o que abre a possibilidade para produtos de baixa qualidade”, confirma Lamaro par-reira, diretor da philips.

para o executivo, o desenvolvimento de regulamentos e políticas públicas para promover o uso do LEd no país poderia passar mais confiança para os consumi-dores sobre esses produtos, além de me-lhorar a qualidade e também gerar uma melhor competição entre os fabricantes e importadores.

dificuldades à parte, o setor de ilumi-nação brasileiro tem se desdobrado para manter-se atualizado e competitivo frente às novas demandas do mercado nacional e internacional.

celso santos, diretor comercial da syl-vania, conta que uma tendência verificada no setor é a busca por soluções completas, em vez de apenas um ou outro item. “ofe-recemos ao mercado a solução contendo lâmpada, luminária e reator”, explica.

parreira, da philips, destaca que o rá-pido avanço da tecnologia dos produtos exige também uma mudança de postura dos profissionais do setor. “as empresas devem estar preparadas para trabalhar com parceiros de iluminação que este-jam a par das últimas novidades e que sejam capazes de oferecer os produtos mais adequados, mais eficientes e com a melhor solução de custo-benefício”, alerta o executivo.

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consumo anual de lâmpadas no brasil 2012-2013

incandescentes 250  milhões/anofluorescentes compactas 200 milhões/anotubulares 90 milhões/anoHalógenas 20 milhões/anoled 500 mil/ano     

estimativa do consumo de luminárias/ano no brasil: 35 milhões de unidades Fonte: abilux

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assim nasceu o chamado “novo Modelo do setor Elétrico”, cujo principal objetivo, mas não o único, era expandir o parque gerador de energia para evitar novos períodos de ra-cionamento ou falta de eletricidade no país.

passados nove anos, é possível identi-ficar avanços importantes decorrentes do modelo adotado, como a retomada do pla-nejamento para a expansão do parque ins-talado; a adoção e consolidação do sistema de leilões para a comercialização de energia e execução de novas linhas de transmissão; a aproximação entre os setores estatal e privado, e a criação de regras para melho-rar o funcionamento do Mercado Livre e do regulado.

para cláudio sales, presidente do insti-tuto acende Brasil, pode-se dizer hoje que o Brasil conta com um marco regulatório consolidado, com avanços importantes em relação ao passado. no entanto, ele adver-te que isso não significa que devemos nos

acomodar. ao contrário, o executivo afirma que nosso modelo requer aperfeiçoamentos constantes, que serão fundamentais para en-frentar os desafios dos próximos dez anos.

Quanto aos avanços, sales destaca que um dos principais foi a introdução do me-canismo de leilões. “Em síntese, posso des-crever isso como a criação de um ambiente de competição para a oferta de energia e de linhas de transmissão associado a contra-tos de longo prazo. Este formato viabilizou, digamos, a ‘financiabilidade’ dos empreen-dimentos, o que fez com que houvesse um incremento importante da oferta de energia contratada. Esse foi um marco importante da mudança do modelo regulatório de en-tão”, comenta o executivo, lembrando que ao longo dos anos este modelo tem sido aperfeiçoado. “Hoje, os leilões já são feitos de forma melhor que no início”, completa.

os números do setor confirmam o avan-ço. a capacidade instalada de geração elé-

Se 2004 ficou marcado para a Grau 10 Editora com o lançamento da revista potência, este ano tam-bém entrou para a história do

setor energético nacional, sendo o início de uma nova fase de investimentos, evolução, ajustes e crescimento. isso porque no dia 30 de julho o governo Lula promulgou um de-creto que regulamentou o novo modelo do setor elétrico no país.

de certa forma este decreto foi uma res-posta do governo aos players do setor, que ainda se mostravam preocupados com o que havia ocorrido em 2001, quando o país so-freu com apagões e com o racionamento de energia. na ocasião, já era sabido que para permitir que a economia brasileira cresces-se seria preciso melhorar o potencial e as condições de geração, transmissão e dis-tribuição de energia, inclusive para motivar os investidores privados a colocar dinheiro nesse mercado.

Anos de transformação

matéria de capa década 2004 a 2013 - Gtd

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potência 45

trica, por exemplo, saltou de 96,29GW em 2006, para 120,97GW em 2012, o que re-presenta um incremento de mais de 25%. a extensão das linhas de transmissão também foi significativa, passando de 86.229km em 2006, para 106.444km em 2012, um au-mento de 23,44%.

Um aspecto importante do marco re-gulatório e que se transformou num avan-ço significativo foi a oferta de projetos nos leilões de concessões de geração de energia hidrelétrica já com a licença ambiental pré-via emitida. “isso foi um avanço porque fez com que uma concessão que fosse leiloada,

de fato tivesse condição de ser construída. di-ferentemente do que era no passado, em que os proponentes competiam no leilão, ganha-vam a concessão e apenas depois tentavam obter a licença. E muitas vezes não conse-guiam essa licença, mostrando que o leilão não era realista. Então, o dispositivo de ter a usina leiloada já com a licença prévia foi um avanço importante”, afirma cláudio sales.

no entanto, o presidente do instituto acende Brasil cobra melhorias no processo

de licenciamento. “nesse caso, continuamos com os mesmos de-safios de sempre. é um processo ainda pouco eficiente e sujeito a interferências de toda natureza. o processo de licenciamento ainda está longe de ser satisfatório”, observa sales, destacando que o próprio governo, que tem a res-

ponsabilidade de apresentar uma hidrelétrica com a licença prévia, enfrenta dificuldades.

Marco regulatório proMulgado

eM 2004 deu uMa nova cara ao

setor elétrico brasileiro, Mas,

apesar dos avanços, ainda há

Muito a ser feito.RepoRtagem: maRcos oRsolon

segurança Geralmente acionadas para evitar riscos nos períodos de seca, termelétricas têm capacidade instalada de 32.778mW.

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outro ponto levantado por sales é que na parte de transmissão não há essa exi-gência do governo submeter os projetos já com a licença prévia. ou seja, o proble-ma permanece. Há situações em que uma empresa ganha o leilão de transmissão, tenta obter a licença e, muitas vezes, isso

se arrasta por muito tempo, ameaçando os prazos para o cumprimento da obra.

“Eu fiz recentemente um levantamento que indica que os prazos médios concedi-dos no leilão para a construção de linhas de transmissão era da ordem de 23 meses, em média. só que os prazos médios consumidos

para a obtenção de licença prévia eram de 19 meses. sobram quaro meses para a licença de instalação e para a construção. Quer di-zer, o empreendedor não consegue cumprir o contrato”, lamenta o executivo, observan-do que a falta do licenciamento prévio gera uma grande insegurança aos investidores.

revisão tarifária e avanços na distribuiçãono que tange às empresas de distri-

buição, os últimos dez anos também foram marcados por mudanças importantes, in-clusive no que se refere às tarifas de ener-gia praticadas. no período, aconteceram dois ciclos de revisão tarifária, dois mo-mentos em que a aneel reviu a regra, a metodologia de estabelecimento da tarifa.

segundo cláudio sales, na prática aconteceu que ao longo desse período o serviço de distribuição de energia conse-guiu ganhos significativos de produtivida-de, que foram transferidos para o consu-midor na forma de modicidade tarifária.

os ciclos de revisão são momentos em que, em média a cada quatro anos, a

aneel revê as regras de estabelecimento da tarifa. teoricamente ela faz um ajuste olhando para o futuro. sales explica que o resultado dos dois últimos ciclos é que os dados objetivos de performance de distri-buição melhoraram. “as empresas tiveram um ganho de produtividade e transmitiram isso ao consumidor”, afirma o executivo, citando o ganho obtido: “Há cerca de dez anos a atividade de distribuição era, em média, 36% da tarifa. Hoje, está em 24% da tarifa. Foi um ganho expressivo de produção”.

Mas aí questionamos: por que essa re-dução não foi percebida pelo consumidor?

cláudio sales é enfático: “porque este

ganho de produtividade foi fortemente corroído, ou comido, pelo aumento de tri-butos e encargos, que foi extremamente grande nesse período. E aí, olhando para o futuro, na Mp 579 o governo fez a re-dução de alguns encargos, mas deixou de lado a parte do Leão, que são os tributos que oneram a conta de luz de maneira per-versa. E dou um dado que ilustra isso de maneira contundente. a participação do setor de energia elétrica representa 2% do piB. Mas em pis/cofins ele representa 5,2%. do icMs o setor representa 8,4%. Esse é o retrato definitivo do lado perver-so da tributação sobre a energia elétrica no país. o que assistimos ao longo desses

programa luz para todosuma ação importante do governo federal

nos últimos dez anos foi o lançamento pelo ministério de minas e energia, em 2003, do programa luz para todos, que foi criado para acabar com a exclusão elétrica no brasil. em sua estrutura, o luz para todos é operacio-nalizado pela eletrobrás e executado pelas concessionárias de energia elétrica e coope-rativas de eletrificação rural em parceria com os governos estaduais.

inicialmente, o programa tinha como meta levar o acesso à energia elétrica, gratui-tamente, para cerca de 10 milhões de pessoas do meio rural até o ano de 2008. no entanto, durante a sua execução novas famílias sem

energia elétrica em casa foram localizadas e, em função do surgimento de um grande nú-mero de demandas, o luz para todos acabou atendendo um número maior de pessoas, além de ter sido prorrogado até 2014. Até o final de 2012, o programa realizou pouco mais de três milhões de ligações, atendendo 15,1 mi-lhões de pessoas. os investimentos passaram de r$ 20 bilhões, dos quais cerca de r$ 14,5 bilhões são provenientes do governo federal.

Além disso, estima-se que as obras do luz para todos tenham gerado cerca de 439 mil novos postos de trabalho e utilizado 1 milhão de transformadores, mais de 7,3 milhões de postes e 1,4 milhão de km de cabos elétricos.

Fonte: MME

ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 totaL

número de ligações 69.999 378.046 590.013 397.877 441.427 357.970 419.204 247.862 120.131 3.022.529

população atendida (mil) 350 1.890 2.950 1.989 2.207 1.790 2.096 1.239 601 15.113

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dez anos foi um aumento disso, o que é um contrassenso. a ponto de corroer os ganhos de produtividade que as empresas têm alcançado”.

o presidente do instituto acende Bra-sil também demonstra preocupação com o que está acontecendo a partir do terceiro ciclo de revisão tarifária. Ele explica que as regras estabelecidas no terceiro ciclo impõem uma redução na capacidade de geração de caixa das empresas distribui-doras da ordem de 30%, em média. E isso combinado com desafios crescentes para investimentos voltados ao aumento da qualidade, diminuição de perdas, etc.

“o problema no terceiro ciclo é que, na nossa visão, eles forçaram demais a mão no que diz respeito ao desafio imposto às empresas, que terão de fazer mais, só que com menos recursos. Esse é o dilema. E até o bom senso mostra que é difícil. Quer di-zer, o setor já vinha apresentando ganhos de produtividade constantes, acumulativos numa média maior que 1% ao ano, que era 36% da tarifa e baixou para menos de 24%. o ganho de produtividade já avançou muito e foi proposto ainda mais. é um de-safio de alto risco, mas é o que está acon-tecendo. E as empresas estão segurando investimentos, que é o que podem fazer. tudo isso aumentando o risco”, pondera.

Fonte: EpE

Fonte/ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Usinas hidrelétricas 72.005 74.937 74.901 75.484 77.090 78.371 79.811

Usinas termelétricas 20.372 21.229 22.999 25.350 29.689 31.244 32.778

pcH 1.566 1.820 2.490 2.953 3.428 3.870 4.248

cGH 107 112 154 173 185 216 235

Usinas nucleares 2.007 2.007 2.007 2.007 2.007 2.007 2.007

Usinas eólicas 237 247 398 602 927 1.425 1.886

Solar - - - - 1 1 8

totaL 96.294 100.352 102.949 106.569 113.327 117.135 120.973

capacidade instaladade geração elétrica no Brasil

(MW)

planejamento ainda deixa a desejarUm avanço importante do novo marco

regulatório do setor foi o resgate do plane-jamento nessa área. E isso ficou evidente desde o seu lançamento, quando foi criada a Empresa de pesquisa Energética (EpE), braço do governo que passou a ser respon-sável pelo planejamento desse mercado, junto com o operador nacional do sistema (ons). antes de 2004, essa era uma obri-gação da Eletrobrás.

Mas qual foi o resultado efetivo dessa mudança?

Essa é uma resposta que pode ser divi-dida em duas partes. a primeira é positiva, pois, apesar das falhas, a EpE conseguiu tra-zer o tema planejamento à tona, o que favo-

receu a realização dos investimentos. o lado negativo fica por conta da qualidade deste planejamento. na opinião da maioria dos especialistas do setor o planejamento pre-cisa ser aprimorado para que os empreende-dores se sintam mais seguros para investir.

para cláudio sales, o próprio plano de-cenal de Expansão de Energia (pdE) emi-tido anualmente pela EpE precisa ser melhorado, pois hoje, da forma como ele é feito, acaba tendo pou-ca valia para o mercado. o proble-ma está nas distorções, visto que há grande diferença entre as pro-jeções realizadas ano após ano. por exemplo, se forem comparadas as

planejamento ainda precisa

ser melhorado no setor de

energia.cláudio sales

instituto acende brasil

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matéria de capa década 2004 a 2013 - Gtd

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projeções de expansão de oferta hidrelétri-ca para o ano de 2015 nos planos decenais publicados em 2007 e 2012, a diferença é enorme. no plano de 2007 a projeção era de 60%, enquanto que no de 2012 ela era de 33,5%.

sales observa ainda que planejar é mais que elaborar estes planos decenais. por isso, é preciso aprimorar a atuação da EpE para que ela exerça um papel que não se resuma a tentar elaborar planos. “o que se espera da EpE é que ela lidere uma re-flexão de como atender melhor as necessi-dades de energia do país, ajudando a criar um ambiente para que os agentes, sabendo

Font

e: E

pE2006 86.229 km

2007 87.286 km

2008 91.928 km

2009 96.995 km

2010 100.179 km

2011 103.362 km

2012 106.444 km

extensão das linhasde transmissão do sin

Font

e: E

pE

2004 387.452 GW

2005 402.938 GW

2006 419.337 GW

2007 444.583 GW

2008 463.120 GW

2009 462.976 GW

2010 515.799 GW

2011 531.758 GW

2012 552.498 GW

geração de energia elétrica

anual no Brasil

disso, possam propor as soluções mais efi-cientes”, pondera.

nessa forma de agir também se en-quadram os leilões, mas eles precisariam ser aprimorados em relação ao que existe. “Hoje, eles contemplam exclusivamente a oferta de quantidade de garantia física de energia. Mas essa é uma visão daltônica do planejador, pois não contempla as outras cores importantes, que são a localização das usinas, a capacidade de modulação da oferta de energia e até a sua a despachabi-lidade”, destaca.

cláudio sales também critica algumas ações recentes do governo, em especial a publicação da Mp 579. “nesses últimos dez anos, embora em ritmo menor do que poderia, o setor evoluiu. Mas é com triste-za que observamos um ponto de inflexão nessa curva, que foi apresentado pela Mp 579, que foi produzida sem transparência, sem discussão prévia e que a pretexto de equacionar a questão da renovação das concessões introduziu uma série de dis-torções no ambiente regulatório do setor. o Brasil já está pagando um custo grande por isso. não é por decreto que se baixa preço de energia. isso é uma ameaça gran-de para a confiança no setor. Espero que nos próximos dez anos a revista potência possa noticiar uma evolução em relação a isso, sem aventuras no setor, como essa da Mp 579”, completa.

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Se há uma área que tende a passar por uma verdadeira revolução nos próximos dez anos no Brasil, é a de distribuição de energia elétri-

ca. conhecido por certo grau de conserva-dorismo, este segmento tem visto várias em-presas trabalharem, principalmente a partir de 2008, no desenvolvimento de projetos e tecnologias que fazem parte do chamado smart Grid, ou redes inteligentes.

conceito relativamente novo no mun-do, o smart Grid abre uma perspectiva com-pletamente diferente às concessionárias de energia elétrica, inclusive no que tange ao seu modelo de negócios e gestão de rede.

smArt grid

AvAnçA no brAsil e

eXpectAtivA é Que

os próXimos Anos

sejAm mArcAdos

por evolução

tecnológicA e

AplicAção em

lArgA escAlA.

reportAgem: mArcos orsolon

redes inteligentes

Entre outros avanços, as redes inteligentes permitem um maior controle sobre o par-que instalado, facilitando o monitoramento de falhas e o combate às fraudes, a bus-ca pela eficiência energética, a implanta-ção das vendas pré-pagas de eletricidade, o estabelecimento de tarifas diferenciadas ao longo do dia e até mesmo a geração e armazenamento de energia dentro das pró-prias residências.

Mas como este conceito tem se desen-volvido no Brasil?

ao contrário do que muita gente pen-sa, nesse caso o Brasil não está muito atrás dos principais países do mundo. E a história mostra isso. Em 2004, quando a revista po-tência foi lançada, o termo smart Grid ain-da não existia. naquela época, já havia um movimento em mercados mais avançados, como o americano e os de alguns países eu-ropeus, em torno de um número grande de novas tecnologias que começavam a surgir, principalmente nas áreas de medição e de telecomunicações, que estavam convergindo para uma nova plataforma de operação dos negócios na área de distribuição de energia.

apenas entre os anos de 2005 e 2006 é que o termo smart Grid passou a ser usado por alguns especialistas. E, grosso modo, ele surgiu para dar nome a esta cesta de tecno-logias que não para de crescer, com soluções capazes de aprimorar e modernizar os ser-viços de eletricidade prestados pelas con-cessionárias de energia de todo o mundo.

no Brasil, a discussão mais aberta em torno das redes inteligentes ocorreu por volta de 2007, embora alguns especialis-tas já viessem acompanhando a novidade. E ela ganhou corpo a partir de 2008, com a realização da primeira edição do Fórum Latino-americano de smart Grid, realizado em são paulo. a iniciativa tinha como obje-tivo avaliar como as novas tecnologias de energia poderiam trazer benefícios à socie-dade brasileira e latino-americana, inclusive através da troca sistemática de informações com especialistas de todo o mundo.

Graças ao evento, que em 2013 chega à sua sexta edição, o Brasil pode acompanhar

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potência52

a evolução ocorrida do smart Grid no mundo quase que simultaneamente. “as coisas esta-vam começando a acontecer no mundo, essa consciência de que um elenco grande de tec-nologias iria transformar fundamentalmente as plataformas operativas e os modelos de negócios das empresas”, comenta cyro Vi-cente Boccuzzi, presidente do Fórum e cEo da empresa Ecoee, acrescentando que, atra-vés do fórum, foi possível inserir os profissio-nais e as empresas brasileiras nas discussões.

analisando os primeiros passos do smart Grid no Brasil, Boccuzzi lembra que o início teve um perfil quase que didático. “no primeiro evento a gente tinha que convidar as pessoas para a discussão, mas precisava explicar durante 20 minutos o que era essa nova tecnologia e esse novo modelo de ne-gócios, baseado nessas plataformas. Foi uma etapa difícil, pois era um termo absoluta-mente desconhecido”, relembra o executivo.

o lado positivo, segundo Boccuzzi, é que o evento começou a gerar conhecimento e alguma discussão sobre o tema. “Houve um despertar de interesse. trouxemos algumas pessoas que estavam liderando estes movi-mentos no exterior, gente dos Estados Uni-dos e da Europa, e isso ganhou uma massa e um interesse importante”, completa.

a partir daí, a evolução apenas não foi

maior porque a realidade do país era outra. ou melhor, as priorida-des eram outras. “o Brasil estava investindo em coisas mais funda-mentais. na época havia um es-forço grande na universalização de acesso à energia, com um pro-grama que foi muito bem sucedi-do em termos mundiais, e o país estava mui-to focado em grandes empreendimentos de geração e linhas de transmissão. Estas ações estavam consumindo um volume grande de recursos e não sobrava espaço para se discu-tir a modernização”, comenta cyro Boccuzzi.

de qualquer modo, o fato é que as dis-cussões foram avançando ao longo dos anos e o termo smart Grid passou a fazer parte do dia a dia das distribuidoras de energia, inclusive com o desenvolvimento de proje-tos-piloto em várias cidades do país.

Este avanço foi percebido nas próprias edições do Fórum Latino-americano de smart Grid. Há dois anos, por exemplo, en-trou em pauta a discussão: crescer ou mo-dernizar? porque o Brasil seguia aumen-tando o parque instalado, mas precisava também focar na modernização e na con-fiabilidade do sistema. no ano passado, a necessidade de financiamento e da articula-ção governamental foi debatida. E a edição

deste ano dará enfoque à transformação que já está acontecendo, pois muitas empresas estão usando essas tecnologias para espe-cificação normal.

“Então, o Brasil começou quase que junto com o resto do mundo. Ele teve algu-ma inércia por conta dos grandes progra-mas do governo no setor, que são meritó-rios e eram prioritários, mas agora chegou o momento de pensar na modernização do sistema. E é nesse momento que esta-mos, porque o setor elétrico mundial está num momento crucial de transformação”, afirma Boccuzzi.

plano inova energia representa avanço

o setor elétrico mundial está

num momento crucial de

transformação.cyro boccuzzi

ecoee

para que as redes inteligentes sigam em evolução no país, há consenso entre os es-pecialistas que é preciso haver mais apoio governamental. a percepção é que o smart Grid tem de entrar no radar de planejamento de longo prazo do governo. E isso começou a acontecer de forma mais clara em abril desse ano, com o lançamento do plano de apoio à inovação tecnológica no setor Elé-

trico, ou plano inova Energia, que abre uma nova perspectiva.

Em linhas gerais, este é um amplo plano de investimentos em inovação do governo federal que prevê a articulação de diferen-tes ministérios e grande aporte de recursos para estimular o desenvolvimento da inova-ção no país. a princípio, estão previstos r$ 3 bilhões para o programa, disponibilizados

por aneel, Finep e BndEs. Mas onde o smart Grid se encaixa nessa iniciativa?

ocorre que o inova Energia foi estru-turado em torno de três áreas temáticas, selecionadas a partir de uma análise crite-riosa que considerou, sob o ponto de vista tecnológico, olhando para o futuro, onde há oportunidades para a inserção da pesquisa, desenvolvimento e inovação. E uma das áre-as escolhidas foi justamente o smart Grid.

Máximo pompermayer, superintendente da aneel, declarou no lançamento do plano que as redes elétricas inteligentes abrem ca-minho para vários avanços, inclusive na in-teração com a área de fontes renováveis, e nos avanços em eficiência energética e nos veículos elétricos.

smArt grid tem de entrAr no rAdAr de plAnejAmento de

longo prAzo do governo. e isso começou A Acontecer de

formA mAis clArA com o lAnçAmento do plAno inovA energiA.

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as redes elétricas inteligentes abrem espaço para vários avanços no país.máximo pompermayer - aneel

o executivo da aneel também citou que há oportunidades relevantes na parte de equipamentos para smart Grid, com os investimentos abrindo espaço para a estru-turação de uma indústria capaz de produzir localmente, e não apenas importar as solu-ções necessárias.

cyro Boccuzzi comemora a iniciativa. “na Europa houve apoio governamental, com verbas, para a evolução das tecnologias que interessavam, como a geração distribu-ída, as tarifas mais sofisticadas e as regu-lamentações. nos Estados Unidos também houve uma implantação maciça de proje-tos para aumentar a confiabilidade. ago-ra, no Brasil, estamos nesse momento em que isso foi assumido como um programa de governo, com um esforço integrado, ar-ticulado, onde o smart Grid entra no radar de planejamento do país no longo prazo”, observa Boccuzzi.

Boccuzzi lembra ainda que a própria sociedade vai demandar uma confiabilida-

de maior do sistema nos próximos anos. por isso, as empresas de energia que não trans-formarem suas operações tendem a enfren-tar problemas. “a própria modificação nas tarifas, que ocorreu agora por conta da re-novação das concessões, é um impulsiona-dor disso, pois as empresas terão de atuar com um nível de exigência muito alto, mas com custos muito mais baixos, compatíveis com os requisitos exigidos. ou seja, as em-presas não têm outra saída a não ser moder-nizar suas plataformas”, comenta Boccuzzi, afirmando que muitas dessas plataformas já estão disponíveis no mercado nacional.

outro ponto positivo do inova Energia, é que o plano estimula a aproximação en-tre o setor privado e o meio acadêmico. “o plano tem uma formatação que permite a

formação de parcerias. ninguém consegue desenvolver e dar grandes saltos tecnológi-cos trabalhando sozinho. por isso, acho que este formato foi muito feliz, pois o desenvol-vimento tecnológico pode caminhar a pas-sos mais largos se houver uma colaboração integrada”, comenta Boccuzzi.

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Desde que a revista potência foi lançada, em 2004, temos ouvido reclamações de vários setores do mercado eletroele-

trônico. E, entre elas, talvez a mais recorrente seja a de falta de apoio do governo (em todas as suas esferas) para facilitar o desenvolvi-mento dos negócios. apoio que pode vir de várias maneiras, como o estabelecimento de um patamar mínimo de nacionalização em investimentos estatais e na área de petróleo, desenvolvimento de programas de isenções de impostos, oferta de linhas de crédito a ta-xas mais acessíveis ou mesmo de subsídios para impulsionar o desenvolvimento de uma determinada área.

nesse contexto, temos casos de suces-so que reforçam a percepção de que mais apoio oficial pode resultar em mais desen-volvimento tanto do setor, quanto do pró-prio país. E um desses casos, talvez até o

vento a favor

em dez Anos A gerAção eólicA nAsce, cresce

e se desenvolve no brAsil. modAlidAde é

A segundA Que mAis AvAnçA nA mAtriz

energéticA do pAís.

reportAgem: mArcos orsolon

mais robusto, é o que se refere à energia eólica, cujo embrião surgiu há nove anos com a regulamentação do proinfa - progra-ma de incentivo às Fontes alternativas de Energia Elétrica.

tendo o Ministério de Minas e Energia (MME) à frente, o proinfa foi instituído para ajudar a diversificar a matriz elétrica nacio-nal, com a inserção de empreendimentos de geração a partir das fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (pcH). a in-tenção era aumentar a segurança no abas-tecimento de energia através das chamadas fontes alternativas, evitando novos racio-namentos, como o que ocorreu em 2001.

Mas havia um problema: a energia ge-rada pelas fontes alternativas tinha custo bem mais alto que a gerada pelas tradicio-nais hidrelétricas. aí entrou o apoio gover-namental através de um programa de sub-sídios, que foi o proinfa. E, principalmente

matéria de capa década 2004 a 2013 - EnErGia aLtErnatiVa

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no caso das eólicas, o resultado não poderia ter sido melhor.

“dos 3.300MW/h previstos no progra-ma, a eólica vendeu cerca de 1.400MW. E um fator que chamou a atenção na ocasião foi o preço. se aplicarmos o ipca e trazer a valores de hoje, seria comparar o valor da eólica a r$ 320,00 o MW/h, em contras-te com a hidrelétrica em torno r$ 70,00 o MW/h. Então, não havia outra forma de in-serção dessas fontes no Brasil a não ser por meio de um programa de subsídio como o proinfa”, relata élbia Melo, presidente exe-cutiva da associação Brasileira de Energia Eólica (aBEEólica).

Mais que o montante contratado, esta ação foi fundamental para a eólica por-que começou a ge-rar conhecimento no país. “o Brasil não ti-nha nenhum conhe-cimento dessa fonte, nem sobre o poten-cial do país para a produção de energia eólica. nesse contex-to, o proinfa foi de muita relevância por-que com a contrata-ção desses 1.400MW/h tivemos os primeiros investimentos em parque eólico no país - o primeiro deles foi inaugurado em 2006. E, a partir daí, pudemos gerar o conhecimento de como produzir energia a partir de fonte eólica. E aprendemos bastante com as carac-terísticas do vento brasileiro”, lembra élbia, que acrescenta: “na época só tínhamos um fabricante de equipamentos no Brasil e es-tava chegando um segundo. a expectativa do proinfa era de trazer a indústria, trazer tecnologia para o país, o que não ocorreu naquele momento, mas nos trouxe bastante know-how e algum interesse por parte dos investidores”.

o último parque inaugurado em torno do proinfa ocorreu em 2011 e o resultado do programa foi a geração de uma base im-portante para a tomada de decisões relativas ao futuro dessa matriz no país. E um fato re-levante é que, naquele momento, o contexto

mundial de investimentos em eólica já era outro, com avanços importantes em países como alemanha e Estados Unidos.

os avanços tecnológicos acompanha-ram estes investimentos e, num período curto de tempo, a tecnologia eólica evoluiu bastante. as torres que tinham 50 metros de altura passaram a ter 100. os aerogeradores que eram máquinas de 600, 900kW, passa-ram a ter opções com mais de 3MW. “sig-nifica que o ganho de tecnologia aumentou muito a produtividade e contribuiu para a redução do custo de produção da energia eólica no mundo. Este ganho tecnológico, somado às características de vento do Bra-sil, tornou o custo de produção de energia eólica no país também bem mais baixo”,

observa élbia.c o m a q u e -

da nos preços, em 2009 os empreen-dedores de eólica no Brasil apresentaram para o governo uma proposta para que o governo federal rea-lizasse um leilão de energia eólica com o objetivo de contratar

essa fonte, mas agora sem a necessidade de subsídio, apenas por meio de leilões com-petitivos. isso porque o custo de produção já tinha caído. Foi assim que o Brasil iniciou a sua segunda fase de energia eólica, que é a fase competitiva (a primeira fase foi a do proinfa).

atendendo a reivindicação dos empre-sários, em dezembro de 2009 o governo re-alizou o primeiro leilão competitivo, quan-do foram contratados 1,8GW de energia eólica. o preço foi de r$ 180,00 o MW/h, ou seja, já com forte redução. com o re-sultado, o governo percebeu que a eólica tinha boas chances de entrar na matriz energética em outro contexto. assim, em 2010 foram realizados mais dois leilões, com contratação de 2GW e preço da or-dem de r$ 140,00. Em 2011, foram mais três leilões, com a contratação de energia eólica a cerca de r$ 100,00 o MW/h. com

proinfA foi

fundAmentAl pArA os

primeiros investimentos

em energiA eólicA

no brAsil.

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isso, a eólica passou a ocupar a posição de segunda fonte de energia mais barata do país, perdendo apenas para as grandes hi-

drelétricas, que estão em cerca de r$ 90,00 o MW/h.“de 2009 para cá foram contra-tados cerca de 8,7GW/h de eólica no pro-

cesso de leilões competitivos, num patamar de r$ 100,00 a r$110,00”, comemora a presidente da aBEEólica.

ano 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2020 237 247 398 602 927 1.403 1.981 5.208* 20.000**

Evolução da capacidade instalada de geração eólica no Brasil (MW)

*Estimativa EpE **Estimativa aBEEólica - Fontes: EpE e aBEEólica

Fabricantes investem em produção no Brasilo volume de energia eólica contratada

e a perspectiva de mais projetos nos pró-ximos anos deram início a outro processo no país, que foi a vinda dos fabricantes de equipamentos. “desde 2010 os investido-res internacionais, principalmente por con-ta da crise europeia, trouxeram investimen-tos para o Brasil. o país passou a ser muito atrativo em termos de investimentos e, hoje, estamos com nove fábricas de equipamen-tos no país, o que faz com que os leilões se tornem ainda mais competitivos”, comenta élbia Melo, que completa: “Hoje, a eólica é a fonte que mais cresce no Brasil e a segunda fonte mais competitiva. além disso, estamos desenvolvendo uma cadeia produtiva madu-

ra, que tem investimentos em fabricação de equipamentos e perspectivas de aportes em pesquisa e desenvolvimento. ou seja, é uma fonte que apresenta um cenário virtuoso de investimento para os próximos anos, tendo em vista que é uma energia limpa, renovável e que o Brasil tem um potencial de produção imenso, que chega a 300GW”.

toda essa movimentação se reflete na capacidade instalada para geração. segundo a aBEEólica, hoje essa capacidade está na faixa de 2.788MW. a projeção da associa-ção é que deverão entrar em operação até o final de 2017 cerca de 10,4GW, confirman-do o futuro promissor dessa fonte no país.

no cenário projetado para 2020, a situ-

ação é ainda melhor. “Vislumbramos para 2020 algo em torno de 20GW instalados, com a eólica representando 12% de parti-cipação na matriz. é uma estimativa com base no que tem acontecido nos últimos três anos”, comenta élbia.

de acordo com élbia, hoje a indústria trabalha com a meta de 2GW por ano. “se vendermos este montante por ano, teremos o suficiente para sustentar as fábricas que vie-ram para o Brasil. no leilão de agosto desse ano vendemos 1,5GW. Então, a própria con-tratação nos leilões está de acordo com as metas da indústria”, destaca a executiva, afir-mando que, hoje, os principais fabricantes de aerogeradores do mundo já estão no Brasil.

Solar fotovoltaica ainda engatinha no paíso percurso percorrido pelos empreende-

dores que militam no setor eólico tem servido de inspiração para os agentes que atuam na área de geração fotovoltaica no país. na ver-dade, a esperança desse pessoal é que o go-verno adote medidas de estímulo a esta fonte, dando um empurrão para que ela se consolide.

Hoje, a geração solar fotovoltaica é inci-piente no país. apesar do Brasil contar com um alto índice de radiação solar, em 2012 os sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica chegaram a modestos 3,5MWp. para 2013 a expectativa é atingir cerca de 30MWp. o cenário mundial, puxado por

países como alemanha e Estados Unidos, é bem diferente, com o parque instalado che-gando a 100GWp.

Mas engana-se quem pensa que os players interessados nesse segmento este-jam parados. ao contrário, eles têm se orga-nizado para levar propostas ao governo que

matéria de capa década 2004 a 2013 - EnErGia aLtErnatiVa

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estimulem os investimentos e o crescimento do setor nos próximos anos. a principal ação nesse sentido ocorreu no início de 2011, com a criação do Grupo setorial de sistemas Fo-tovoltaicos da abinee (associação Brasileira da indústria Elétrica e Eletrônica), que reúne empresas ligadas à cadeia de produção e in-

energia Fotovoltaica investimentos no Brasil ainda são pequenos.

Hoje, a eólica é a fonte que mais cresce no Brasil e a segunda mais competitiva.elbia meloabeeólica

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tegração de sistemas fotovoltaicos. Hoje, mais de 150 companhias par-ticipam desse grupo, cuja missão é discutir e formular propostas para a evolução da área no país.

assim como ocorreu com a energia eólica há dez anos, um dos entraves para a evolução do setor está no alto custo de geração. algumas estimativas indicam que, hoje, seria possível comerciali-zar a energia a cerca de r$ 300,00 o MW/h, o que torna inviável a produção.

daí a necessidade de apoio governa-mental. Em entrevista recente para a revis-

ta potência, arthur ribeiro, co-ordenador da Enersolar+Brasil, afirmou que o custo da energia é realmente o maior entrave no país e que faltam políticas públi-cas que incentivem a inovação tecnológica nessa área. inova-ções que possibilitariam, inclu-sive, a formação de um parque

industrial nacional para atender à demanda desse mercado.

E, novamente utilizando a eólica como parâmetro, dois fatores podem ajudar na queda dos preços. de um lado há a redução dos preços dos equipamentos, que é uma tendência mundial. de outro, especialistas acreditam que um leilão exclusivo para essa fonte no ambiente regulado poderia ajudar o preço a cair, inclusive aumentando a deman-da, ponto fundamental para atrair empresas para fabricar no país.

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Page 58: Revista Potência - Edição 94 - agosto de 2013

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O período de tempo tomado como referência para esta sé-rie de reportagens tem sido de grandes transformações tam-

bém para o setor de distribuição de material elétrico. os últimos anos ficaram marcados pela entrada ou consolidação de grandes players internacionais no Brasil, como so-nepar e rexel, inclusive promovendo uma série de importantes aquisições.

Uma consequência desse processo foi a maior profissionalização do setor. o comér-cio foi varrido ainda pelo furacão chamado substituição tributária, que promoveu uma mudança radical no sistema brasileiro de tri-butação. Enfim, foi uma década de bastante aprendizado, com pontos positivos e outros

salto de qualidade reportAgem: pAulo mArtins

entrAdA de grAndes plAyers mundiAis elevA

nível de AtuAção dA distribuição de mAteriAl

elétrico no brAsil. profissionAlizAção

tAmbém Atinge o vArejo.

negativos. de qualquer forma, a sensação dos profissionais da área é de que o setor de distribuição de material elétrico definiti-vamente mudou para melhor.

na opinião de roberto payaro, diretor colegiado da abreme, a chegada dos gran-des grupos internacionais começou a mudar

o cenário do mercado, embora ainda de forma tímida, devido à pulverização do setor. “acre-dito que passando a crise europeia todos es-ses grupos tendem a intensificar as aquisições e, por consequência, haverá aumento dessa concentração”, prevê o dirigente.

sobre o nível de competitividade do se-tor no futuro, payaro destaca que as empre-sas precisarão se esforçar muito, investindo na melhoria dos processos e na redução de custos. “a concorrência vai ficar cada vez mais organizada com a chegada dos grandes grupos”, alerta. o fato é que esse fenômeno já começa a influenciar o mercado no sen-tido de aumentar o grau de profissionaliza-ção com que os negócios são administrados.

segundo a abreme, a criação de centros de distribuição, a abertura de lojas in com-pany com o aumento do portfólio de pro-dutos e a gestão de estoque são exemplos de como as empresas estão evoluindo. “de empresas essencialmente familiares estamos passando por um período de adequação às novas exigências, com fortes investimentos na automatização dos processos”, comple-menta payaro.

matéria de capa década 2004 a 2013 - coMércio

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a sonepar é um dos grupos internacio-nais do setor que aportaram no Brasil - em 2013 a companhia completou 12 anos de atuação no país. na visão da empresa, os distribuidores buscaram profissionalizar a gestão através da mensuração da perfor-mance e de investimentos para melhorar a produtividade. além disso, os lojistas passa-ram a valorizar mais determinados processos e ferramentas, como logística e informática.

para a sonepar, tem havido evolução também na postura dos fabricantes. o gru-po reconhece que mesmo as indústrias que vendem diretamente ao cliente já promove-ram grandes melhorias em suas políticas de comercialização, nos últimos anos.

Quanto aos resultados obtidos pelo mercado, os executivos consultados nesta matéria concordam que o boom da cons-trução civil favoreceu de forma marcante o setor de distribuição de materiais elétricos nos últimos cinco anos - apesar da atuação direta dos fabricantes em muitos negócios.

a sonepar confirma que a construção civil foi o motor do setor nos últimos anos, enquanto que as vendas para os clientes do setor industrial permaneceram estagnadas.

Entre as estratégias adotadas pelo mer-cado de distribuição de material elétrico

para incrementar os negócios nos últimos anos, sem dúvida é válido citar a abertura de lojas in company, ou seja, fi-liais que funcionam dentro do cliente - uma montadora auto-mobilística, por exemplo. Essa é considerada uma excelente ferramenta de fidelização do cliente, desde que a operação seja rentável, pois trata-se de um serviço caro.

outro movimento que ga-nhou força foi o aumento do portfólio de produtos, com inserção de itens para Mro (manutenção, reparo e opera-ções), Epis (equipamentos de proteção in-dividual) e ferramentas. a sonepar entende que essa é uma estratégia válida, mas forte consumidora de capital de giro, o que exige que o lojista faça a mensuração da rentabi-lidade e do retorno dos investimentos rea-lizados nessa diversificação para decidir por expandi-los ou interrompê-los.

por fim, é impossível fechar o assunto sem falar no advento da substituição tribu-tária, que mudou radicalmente o dia a dia da indústria e também do comércio.

na opinião de roberto payaro, à parte a complexidade criada, o sistema acabou aju-

dando na organização do mercado, comba-tendo fortemente a sonegação, que foi um grande problema no passado. “Hoje, com regras iguais para todos, a concorrência fi-cou mais justa”, avalia o diretor da abreme.

apesar de considerar que as MVas (Margens de Valor agregado) foram fixadas em valores “irreais”, a sonepar também faz uma avaliação positiva da substituição tri-butária. para a companhia, esse fenômeno produziu um efeito moralizador importante no mercado e contribuiu para formalizar boa parte da distribuição.

  Varejo também progridea exemplo do setor de distribuição, o

comércio varejista de material elé-trico também segue a tendência de busca por maior profissionalização. na última década, as mudanças fo-ram significativas, conforme atesta Marco aurélio sprovieri rodrigues, presidente do sincoElétrico (sindi-cato do comércio Varejista de Ma-terial Elétrico e aparelhos Eletrodo-mésticos no Estado de são paulo).

“dez anos atrás a informá-tica ainda engatinhava no setor. Hoje ela se disseminou e a administração no varejo é toda feita por meio eletrônico, o que não acontecia no passado. também evoluíram a administração de estoques e a formação de preço. o varejo se tornou mais competitivo e

mais agressivo na maneira de oferecer seus produtos aos clientes”, compara o dirigente.

Entre as conquistas do setor é válido citar a ascensão do nível de emprego. ape-sar de algumas oscilações, a tônica foi de crescimento, nos últimos dez anos. Um dos motivos que possibilitaram essa alta foi a abertura de novas filiais - uma característi-ca típica do varejo.

Muitos lojistas investiram fortemente na expansão do número de pontos de venda nos últimos anos. são paulo abriga exem-plos curiosos dessa tendência. “tem empre-sa que mantém cinco lojas só na rua santa ifigênia”, exemplifica sprovieri, referindo-se à tradicional região de venda de materiais elétricos e produtos eletrônicos.

a exemplo da distribuição, o varejo tam-

o varejo se tornou mais

competitivo e mais agressivo na maneira de oferecer seus produtos aos

clientes.marco aurélio

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Hoje, com regras iguais para todos, a concorrência ficou mais justa.roberto payaroabreme

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bém investiu na ampliação do mix de pro-dutos comercializados. “antigamente existia loja de material elétrico e loja de iluminação. Hoje grande parte delas oferece as duas li-nhas, entre outras coisas, como ferramen-tas”, relata o presidente do sincoElétrico.

além de administrar essa mudança in-terna de perfil, o varejo também teve que

prêmio abreme

tornou-se tradição. todo mês de de-zembro a indústria eletroeletrônica cruza os dedos e torce para ser chamada ao pal-co e receber o cobiçado prêmio Abreme, destinado aos fornecedores que mais se destacaram durante o ano. para roberto payaro, diretor colegiado da Abreme, a independência como é feita a pesquisa garante a seriedade e a confiança do mer-cado em torno da premiação. “o prêmio Abreme veio para incentivar nossos for-necedores a melhorar. Acho que ao longo desses anos ele se tornou uma bússola para muitas das ações a serem tomadas”, comenta o porta-voz.

assumir aquele que provavelmente foi o trabalho mais pesado dos últimos anos: as-similar a evolução tecnológica e ao mesmo tempo retransmiti-la ao consumidor, que muitas vezes é leigo no assunto. nesse as-pecto o papel de cada lojinha de bairro é importante, pois é esse setor que está em contato direto com o usuário final, ouvindo reclamações e tirando dúvidas.

“certas mudanças causam muitos trau-mas, tanto aos empresários do comércio quanto aos consumidores. Mas elas são implementadas e temos que trabalhar com as ferramentas que nos dão”, conforma-se sprovieri. Entre as transformações mais re-levantes registradas nos materiais elétricos nos últimos anos podemos destacar a ado-ção do novo padrão de plugues e tomadas, a migração dos reatores eletromagnéti-cos para os eletrônicos, o novo padrão de disjuntores e a substituição crescente das lâmpadas incandescentes pelas tecnologias fluorescente e LEd.

Esta última, em especial, ainda está em andamento e constitui uma etapa bastan-te difícil. “a mudança cultural em relação à lâmpada incandescente foi traumática. até  hoje ela tem seu nicho de mercado. Embora algumas versões tenham sido proibidas, esse ainda é um produto pro-

curado, porque nas regiões onde a tensão sofre muita oscilação essa é uma lâmpada que resiste. as eletrônicas não resistem às variações de tensão muito bruscas”, co-menta sprovieri.

sobre a administração do negócio, o di-rigente comenta que a substituição tributá-ria ainda é uma pedra no sapato do comér-cio varejista, pois, embora assimilada pelos lojistas, gerou acréscimo de custos. “é muito difícil o sistema de compensação de crédi-tos. E as empresas que vendem para outros estados têm muitos problemas, devido às alíquotas diferentes”, exemplifica sprovieri.

Quanto ao futuro o dirigente acredita que o perfil do setor deverá continuar sen-do marcado por empresas familiares, com algumas optando pela especialização - hoje existem lojas que só comercializam lâmpa-das, por exemplo. “acredito que o varejo de material elétrico tem seu lugar garantido no cenário econômico”, arrisca.

indagado sobre a postura ideal do lojista, sprovieri recomenda o exercício permanen-te de observar e sentir a situação do merca-do e do país. “o empresário do varejo e da distribuição tem que estar muito cauteloso e atento ao seu dia a dia para não formar esto-que em excesso, não se endividar e não correr riscos desnecessários”, orienta.

o pApel de cAdA lojinHA

de bAirro é importAnte, pois é esse

setor Que está em contAto direto

com o usuário finAl.

matéria de capa década 2004 a 2013 - coMércio

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mercado

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plugues e tomadas industriais

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mercado plugues e tomadas industriais

Foto: dreamstime

Poderia estar melhorElEvar o nívEl dE

consciência Em

rElação à sEgurança

das instalaçõEs

é fundamEntal

Para quE tomadas

industriais sEjam mais

utilizadas no Brasil.

rEPortagEm: Paulo martins

As vendas de plugues e tomadas industriais no Brasil movimen-tam por ano algo em torno de r$ 120 milhões, montante que

faz deste um mercado considerável, no cená-rio global. a oferta de produtos é bastante satisfatória, assegurada por renomados fabri-cantes nacionais e estrangeiros, que primam pela qualidade e eficiência.

graças ao dinamismo da economia do país, onde quase sempre há algum setor em alta, as perspectivas de crescimento para os

próximos meses são boas. entretanto, ainda existe algo que poderia evoluir no mercado consumidor: a cultura da segurança. ou seja, os usuários precisam se habituar a sempre buscar a solução mais adequada para cada ambiente ou equipamento.

utilizar produtos comuns em uma ins-talação industrial ou comercial mais pesa-da certamente proporcionará a economia de alguns reais, mas também irá aumentar o risco de problemas como sobrecarga de energia e infiltração de água nos dispositivos

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elétricos, podendo ter como consequências choques e incêndios.

em poucas palavras, demétrius Basile, gerente de marketing do grupo legrand, explica em que os plugues e tomadas in-dustriais diferem daqueles destinados ao uso residencial: “são tomadas para uma aplicação mais robusta, com capacidade de corrente superior, devido às cargas instaladas”.

para efeito de comparação, vale lem-brar que por uma tomada tipicamente residencial circulam correntes entre 10 e 20 ampères. Já os produtos industriais dis-poníveis no mercado normalmente aten-dem correntes de 16, 32, 63, 125 e até 200 ampères.

outras características inerentes aos produtos industriais e comerciais são: de-sign ergonômico, para facilitar o trabalho dos operadores; montagem rápida; resis-tência mecânica e possibilidade de trava do plugue, de maneira a garantir a segu-rança durante a instalação e operação.

Há casos, por exemplo, em que é ne-cessária resistência à ação do tempo e a ambientes agressivos. a steck indústria elétrica desenvolveu os plugues e toma-das blindados à prova de água shock

tite, indicados para lugares que requerem proteção total contra a umidade.

o portfólio do grupo legrand, por sua vez, inclui produtos especiais para contêi-neres. os itens fazem parte da linha p17 e incluem tomadas de sobrepor e de em-butir e plugues e tomadas móveis.

enfim, existem solu-ções para as situações mais complexas - como os ambientes onde há risco de formação de atmosfera explosiva. cabe ao usuário fazer uma pesquisa crite-riosa e tomar certos cuida-dos ao escolher plugues e tomadas industriais que

atendam suas necessidades de maneira adequada.

Basicamente, conforme recomendam os especialistas do setor, é conveniente verificar o ambiente onde o produto será aplicado para determinar o grau de prote-ção (ip). também é preciso calcular o nú-mero de polos necessários (2p+t ou 3p+t, por exemplo), a tensão de utilização (V) e a corrente nominal in (a). por fim, é pre-ciso definir se a instalação será embutida ou na versão de sobrepor.

caso não tenha especialistas inter-nos que possam orientar essas especifi-cações, o cliente pode recorrer à consul-toria de instaladores ou escritórios de engenharia ou projetos. muitos dis-tribuidores também es-tão aptos a prestar essas informações. além disso, sempre se pode contar com o suporte dos pró-prios fabricantes. muitos deles oferecem catálogos detalhados para consulta, in-clusive pela internet.

ainda no que diz respeito ao papel do fabricante, o setor é regulado pelas normas iec 60309-1, iec 60309-2 e iec 60529 e ainda pelas normas nBr iec 60309-1, nBr iec 60309-2 e nBr iec 60529. na opinião dos executivos ouvidos nesta ma-

téria, a maioria dos players que atuam no país atende à legislação.

sobre os principais cuidados adotados, a steck informa que utiliza matéria-prima de primeira qualidade e mantém um cri-terioso sistema de testes e de certificação dos artigos por ela fabricados. “não usa-mos material reciclado ou qualquer com-ponente que possa levar contaminação aos produtos”, garante o presidente da com-panhia, luis Valente.

apesar da predominância de fabrican-tes sérios, o mercado de plugues e toma-das industriais também registra a ação de empresas que recorrem a práticas comer-ciais duvidosas - algumas, consideradas ‘suicidas’.

É o caso daquelas que importam pro-dutos de qualidade até aceitável ou mais baixa e praticam preços irreais na tentativa de ‘derrubar’ os grandes fabricantes, mas que acabam contribuindo para ‘destruir’ o chamado valor de mercado.

Hoje, evolução dos produtos ocorre mais em relação ao design e às matérias-primas utilizadas.Demétrius BasileGrupo leGranD

proteção Produtos são

fundamentais para a segurança

de usuários e profissionais.

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plugues e tomadas industriais

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como se vê, este é um mercado dinâmi-co e complexo, com produtos para aplica-ções específicas - o que exige conhecimen-tos mínimos por parte dos compradores -, e com muitas opções de marcas e níveis de preços - o que requer ponderação para en-

contrar a melhor relação custo-benefício. na opinião de luis Valente, a evolução do

segmento de plugues e tomadas industriais depende fundamentalmente do comporta-mento do usuário. “o Brasil precisa passar por um processo importante de conscientiza-

ção sobre segurança nas instalações elétricas. Você vai num parque de diversão e vê barba-ridades, como os famosos gatos. o brasileiro ainda não leva a eletricidade a sério. e não é por falta de campanhas, é uma questão cul-tural”, analisa o presidente da steck.

maior conscientização do usuário em relação à segurança pode ajudar no crescimento do mercado.

luis Valentesteck

VenDas mercado brasileiro movimenta cerca de r$ 120 milhões

por ano.

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Plástico se consolida entre as matérias-primasapesar de representar uma tecnologia

já consagrada, os plugues e tomadas indus-triais ainda tentam encontrar espaço para novos avanços. entre as principais tendên-cias estão a busca por novos materiais e a preocupação de não usar elementos que agridam o meio ambiente na composição dos artigos.

“no que diz respeito à aplicação das normas, os produtos de mercado já seguem os padrões. as inovações estão mais vol-tadas à evolução da matéria-prima e do design”, confirma demétrius Basile, do grupo legrand.

em relação ao desenho das peças, a linha p17 da legrand destaca-se por ca-racterísticas como trava instantânea com fixação sem parafuso; conexão direta com parafusos universais voltados para o mes-mo lado; sistema de prensa-cabo sem utili-zação de parafuso e posicionamento junto à trava de fechamento.

Já na linha Brasikon, da steck, a con-figuração combina um método de identi-ficação da voltagem através de cores e da polarização, que se dá através da posição horária do contato terra, eliminando o risco de acidente por curto-circuito ou incêndio.

Quanto às matérias-primas, o desta-que sem dúvida fica para a consolidação

do uso do plástico na fabricação do cor-po dos plugues e tomadas industriais, em substituição ao metal.

“somente os componentes ativos, responsáveis pela condução da energia elétrica, se mantiveram metálicos. até os marca-datas e os suportes acabaram mi-grando para o plástico”, observa luis Va-lente, da steck.

a opção por materiais como nylon, po-liestireno e determinadas ligas compostas começou entre dez e quinze anos atrás, e hoje o plástico predomina fortemente nesse segmento. ainda existem no mercado op-

ções de plugues e tomadas industriais de metal, mas para aplicações bem específicas.

essa migração ocorreu por várias ra-zões técnicas, inclusive fabris, além da

questão econômica. segundo os espe-cialistas do setor, o manuseio do metal é mais complexo e custoso. também pesou o aspecto de durabilidade das peças - por exemplo, diante da ação do tempo.

os elementos ativos dos plugues e to-madas industriais também estão em pro-cesso de evolução. a novidade fica por conta da utilização de novas ligas de me-tais especiais, visando atingir melhor con-dutividade.

definitivamente, os plugues e tomadas industriais estão entre os produtos mais versáteis do setor eletroeletrônico. eles encontram aplicação nos mais distintos ambientes, como indústria em geral, su-permercados, restaurantes, cozinhas, la-vanderias, canteiros de obras, agricultura e marinas. existem modelos voltados para utilização interna e também externa.

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É justamente a diversidade de aplica-ções que faz deste um mercado dinâmi-co e repleto de oportunidades. entre os principais fenômenos que impulsionam as vendas destacam-se os investimentos das indústrias em novas plantas e maquiná-rio e a movimentação da construção civil.

É sobre o desempenho deste último setor, aliás, que muitos fabricantes depo-sitam grande esperança para os próximos meses. após passar por períodos de franco crescimento, estabilização e estagnação, a área volta a dar sinais de reaquecimento.

“o mercado da construção está que-rendo retomar com mais força e já há mui-tos projetos importantes. estamos esperan-do um bom segundo semestre”, sintetiza luis Valente.

o executivo revela que em 2013 a ste-ck vem apresentando níveis de crescimento acima do mercado e, consequentemente,

ganhando market share em diversas linhas. especificamente sobre o segmento de plu-gues e tomadas industriais, a empresa es-tima que detém mais de 50% do mercado brasileiro, além de exportar para diversos países da américa latina.

o grupo legrand também demonstra confiança em relação ao futuro desse mer-

cado e vem se preparando para enfrentar a concorrência que tende a se acirrar, con-forme revela o gerente de marketing de-métrius Basile: “as vendas vêm em forte crescimento, comparadas ao ano passado. temos previsões de crescimentos ainda maiores, considerando novas estratégias de atuação e produtos”.

apesar das boas perspectivas de cres-cimento que determinados segmentos da economia mantêm, é consenso entre as correntes empresariais que o Brasil ainda precisa amadurecer para atingir um estágio mais sólido e seguro de desenvolvimento, sem que as empresas e os consumidores fiquem sujeitos aos sobressaltos dos mer-cados nacional e internacional.

na opinião de luis Valente, o atual go-verno privilegiou o incentivo ao consumo, estratégia essa que não seria eficaz para a criação de uma base segura na economia. “na minha visão, o Brasil só vai construir bases para um crescimento sólido e sus-tentável investindo seriamente em infra-estrutura pesada”, defende.

para ilustrar sua teoria o executivo cita problemas como os frequentes congestiona-mentos registrados nas estradas de acesso a diversos portos brasileiros. Valente reclama também do alto custo dos transportes em geral e da quantidade de impostos cobra-dos no país. “precisamos atacar de frente o chamado custo Brasil”, conclama.

mercaDo Fabricantes esperam por mais crescimento nos próximos anos.

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áreas classificadas - evolução nos últimos dez anos

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dessem, de fato, a lidar com estes ambientes.o problema principal, no caso, era a fal-

ta de conhecimento dos profissionais envol-vidos na análise dos riscos de uma planta fabril. Via de regra, na dúvida eles optavam pelo exagero, a ponto de considerar que to-das as áreas de uma determinada indústria – como a química ou de fertilizantes, por exemplo – eram classificadas. E, para evitar riscos de acidentes, orientavam os empre-sários a instalar equipamentos à prova de explosão em todos os locais.

ou seja, era feita uma superavaliação que levava ao superdimensionamento na proteção dos sistemas elétricos presentes. consequência: a indústria se via obrigada a fazer investimentos vultuosos para se man-ter segura ou, o mais grave, simplesmente

não tomava as devidas providências por não ter (ou não querer) condições de investir na proteção e controle.

Esse quadro se arrastou até meados da década de 80, quando o Brasil passou a se alinhar às normas internacionais iEc, que não apenas facilitavam a identificação dos riscos, mas também apontavam que havia diferentes tipos de equipamentos para a pro-teção em áreas classificadas, e não apenas as conhecidas soluções à prova de explosão.

Mas este foi apenas o início de um pro-cesso que ganhou fôlego na última década e que tem elevado o setor de áreas classifi-cadas a outro patamar, em que a segurança e a gestão de riscos conquistam cada vez mais espaço. Entre os avanços nesse perío-do, podemos destacar que o país construiu

Período de amadurecimento e forte evolução. assim podemos sinte-tizar o que foram os últimos dez anos no setor de áreas classifica-

das no Brasil, quando houve a consolidação de uma ampla base normativa para os equi-pamentos e instalações, e o início de uma fase de conscientização que tem levado empresas de todos os portes, mas principalmente as grandes, a cuidarem de seus ambientes com atmosferas potencialmente explosivas. Mas nem sempre foi assim.

Historicamente, o setor de áreas clas-sificadas se manteve em evolução lenta no Brasil. podemos considerar que, desde que as primeiras empresas com atmosferas ex-plosivas surgiram no país, na década de 30, levou bastante tempo para que elas apren-

setor de áreas classificadas evolui de

forma consistente nos últimos anos e

especialistas projetam que avanços terão

continuidade.

reportagem: marcos orsolon

década de amadurecimento

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áreas classificadas - evolução nos últimos dez anos

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uma base normativa que não deve nada ao que há de mais moderno no mundo. além disso, o próprio trabalho de classificação, prevenção e proteção amadureceu, embo-ra ainda necessite de avanços e de maior penetração entre as indústrias.

por fim, fechando o cerco, algumas ini-ciativas em outras áreas colaboraram para este processo evolutivo, com destaque para a publicação da revisão da norma Regula-mentadora n° 10 (nR 10), em 2004, da nR 33 em 2006 e da revisão da nR 20 em 2012. Estas normas, além de outras ambientais, fizeram com que as ações de fiscalização fossem incrementadas, obrigando as em-

presas a se adequarem para não serem penalizadas.

com isso, o setor de áreas classificadas, que era pratica-mente desconhecido há cerca de duas décadas, ganhou vi-sibilidade e atenção. E, mais que isso, passou a crescer, gerando, além de segurança, oportunidades para fornece-dores de equipamentos e prestadores de serviços, onde se incluem empresas que fa-zem o estudo de classificação de áreas e que oferecem trabalhos de montagem, inspeção, manutenção e especificação de materiais.

avanço normativo foi fundamentalSe há uma certeza no mercado de áre-

as classificadas brasileiro é que o setor co-meçou a entrar em uma nova fase a partir das melhorias e atualizações em sua base normativa. E um marco nesse processo ocor-reu no início dos anos 80, quando a aBnt optou por alinhar a normalização técnica nacional dos equipamentos Ex com a internacional, da iEc (interna-tional Electrotechnical commis-sion). a partir desse momento, o país não parou de evoluir e, prin-cipalmente nos últimos dez anos, trilhou um caminho que o levou a publicar uma gama enorme de normas técnicas para este segmento. a ponto de, hoje, estarmos muito bem cobertos.

no Brasil, a entidade responsável pela elaboração das normas técnicas nessa área é o Subcomitê Sc-31 – atmosferas Explo-sivas, do cobei, que é formado por mais de cem profissionais envolvidos com equi-pamentos e instalações elétricas para este segmento.

Um ponto que merece ser destacado é que o Sc-31 está diretamente ligado ao tc-31, da iEc. Significa que, mais que sim-plesmente atuar na tradução de normas internacionais, o Sc-31 tem permitido ao

ce. para que o mercado amadureça e se tor-ne cada vez mais seguro é preciso seguir es-sas normas. E aqui, novamente o Brasil tem se destacado, com avanços recentes impor-tantes no setor de áreas classificadas, onde a maioria absoluta de fabricantes segue as recomendações normativas.

obviamente, a especificação e aplicação correta dos equipamentos são essenciais para se atingir o resultado esperado. E tam-

bém existe legislação para isso no Brasil, com normas de aplicação, de como

se elaborar um projeto, como fa-zer a especificação técnica do equipamento, como o produto deve ser instalado e, depois de

instalado, como deve ser inspecio-nado e como deve ser feita a manutenção ao longo dos anos.

Se as normas técnicas foram importan-tes para ajudar a organizar o setor de áreas classificadas, algumas ações de outros seg-mentos foram fundamentas para levar os usuários e empresas a seguirem a legislação. E o destaque, nesse caso, fica por conta das normas regulamentadoras do Ministério do trabalho, como a nR 10, a nR 20 e a nR 33.

criadas para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores no dia a dia, essas

nos últimos anos tem

aumentado a conscientização

quanto aos riscos das áreas

classificadas.ivo rausch

project-explo

Brasil ampliar cada vez mais a sua atuação dentro da própria iEc, passando a ser um efetivo colaborador para o desenvolvimento de novos documentos. E isso também tem ocorrido de forma mais intensa ao longo dos últimos anos.

para ter uma ideia do que isso represen-ta, esta atuação faz com que o país possa dar sugestões e tecer comentários sobre os trabalhos em andamento. ou seja, os representantes brasileiros podem dar con-tribuições que fazem com que o texto final de cada nova norma, ou revisão, atenda, pelo menos em parte, às demandas do país.

Só que contar com normas técnicas de qualidade não basta para que o setor avan-

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Apoio Institucional:

setor começou a entrar

em uma nova fase a partir das

melhorias e atualizações em

sua base normativa.

nRs, que têm força de Lei, não foram criadas para atender especificamente a situações que envolvem áreas classificadas. no en-tanto, o setor está entre os que apresentam maiores riscos e, portanto, também é coberto por esse tipo de regulamento.

publicada em 1978, a nR 10 visa pro-mover a ‘Segurança em instalações e Servi-ços em Eletricidade’. E sua revisão, conclu-ída em 2004, trouxe avanços importantes, inclusive com abordagem relacionada às áreas classificadas, embora este tema ocu-pe espaço discreto.

Essa discrição em relação às atmosferas explosivas também é observada na nR 20, revisada em 2012. no entanto, ao analisar-

mos as duas normativas juntas, chegamos à conclusão de que elas constituem uma importante ferramenta para a preservação da integridade física dos profissionais que lidam com a combinação entre eletricidade e atmosferas explosivas.

segurança normas regulamentadoras visam a proteção dos trabalhadores.

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isso porque, motivadas mais pelo medo de autuações e penalizações do que pro-priamente pela conscientização, algumas empresas passaram a adotar medidas para adequar suas instalações. E, entre estas medidas, está a mais básica de todas, que é a realização do estudo de classificação de áreas – a nR 10 determina que este estudo seja feito, assim como as devidas adequações das instalações.

parece pouco, mas este pequeno deta-lhe deu novo impulso aos negócios relativos às áreas classificadas, visto que várias em-presas, para atender às exigências da nR 10, foram “obrigadas” a se mexer. E, de outro lado, começou também a haver uma maior conscientização em relação aos riscos e à necessidade de adequar as instalações, em-bora ainda haja muito campo para evolução.

“a nR 10 foi a primeira norma Regula-mentadora a mencionar a necessidade de se tomar providências para minimizar os riscos

de explosão”, afirma ivo Rausch, coorde-nador de projetos da project-Explo, empre-sa especializada em atmosferas explosivas.

Rausch destaca que os reflexos no setor são claros. “Há alguns anos, muitos clien-tes que procuravam a project-Explo sequer sabiam o que era uma área classificada. De

2004 para cá (com a revisão da nR 10) a situação mudou e é possível perceber que aumentou a conscientização sobre os riscos envolvendo as atmosferas explosivas. Houve uma revolução em empreendimentos como usinas de açúcar e álcool, fábricas de tintas, vernizes e resinas e em áreas como siderur-gia e mineração, que nunca haviam tratado do assunto dessa forma, e com a nR 10 co-meçaram a compreender os riscos”, constata.

nesse contexto, a revisão da nR 20 tam-bém trouxe avanços importantes, complemen-tando a nR 10. por exemplo, a nR 10 fala sobre o desenho de classificação de áreas, citando que todos os riscos elétricos devem ser iden-tificados. Mas é a nR 20 que fala que este desenho é um documento básico do projeto de uma instalação que tenha inflamáveis e combustíveis. “Ela aborda o tema claramen-te e diz que essa classificação deve vir junto com o projeto da instalação. ou seja, a em-presa já tem que nascer com seu desenho

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nr 10 e nr 20

têm ajudado na

conscientização dos

profissionais quanto

aos riscos das áreas

classificadas.

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como se vê, o setor de áreas classifi-cadas tem crescido de forma consistente e gradativa nos últimos anos. a evolução, que passou pelo desenvolvimento de normas in-ternacionais, foi impulsionada pelas normas regulamentadoras do Ministério do trabalho e, hoje, recebe a ajuda de outro segmento: o de seguros.

ocorre que, assim como no caso das nRs, as seguradoras têm exercido certa pressão para que as indústrias cuidem de suas áreas classificadas. traduzindo: elas têm negado o seguro a empresas que não cuidam de seus parques fabris.

Este processo teve início em 2007, quando o instituto de Resseguros do Bra-sil (iRB) deixou de ter o monopólio em sua área de atuação. antes desse período, o iRB ressegurava praticamente tudo, facilitando a atuação das seguradoras. Mas desde en-tão ele se tornou apenas mais um player do mercado e, como tal, também passou a ser mais criterioso. E aí começaram as negativas.

o lado bom da história é que, com a negativa, muitas indústrias “correm” para regular a situação para não ficarem “des-cobertas”. Elas acabam optando por investir nas correções necessárias, seguindo todas as etapas, o que inclui o estudo de classifi-cação de área e a adoção das medidas para garantir a redução e o controle dos riscos. ou seja, há um novo estímulo para avanços

no setor de áreas classificadas.todo este movimento tem ajudado para

que ocorra um novo avanço no setor: o de ge-renciamento de riscos. ao começar a lidar de forma adequada com os ambientes com at-mosferas explosivas, as empresas começam a entender que, muitas vezes, não é necessário conviver com um determinado risco. ao con-

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soluções eficientes

de classificação de área”, explica ivo Rausch.outro ponto relevante é que a nR 20 é

mais abrangente em relação aos treinamen-tos exigidos. a nR 10 tem foco no eletricista, enquanto a nR 20 diz que os treinamentos são necessários para todos aqueles que frequentam as áreas classificadas, como os operadores, por exemplo. ou seja, juntas estas normativas trouxeram evolução ao mercado de áreas classificadas, fazendo

com que as empresas tivessem mais co-nhecimento sobre o tema e sobre os riscos que sua planta corre. a situação só não é melhor porque, segundo os especialistas, a fiscalização ainda não é tão eficiente. Sem contar que ainda há muito desconhe-cimento no mercado. E, de outro lado, a parte financeira pesa muito no momento de fazer estudos e adequações, desenco-rajando muitas empresas a agirem.

Hoje, seguro é nova mola propulsora do setor

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áreas classificadas - evolução nos últimos dez anos

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trário, é possível desenvolver trabalhos para minimizar o risco e, em algumas situações, até desclassificar alguns ambientes.

“por definição, uma área classificada é o local sujeito à probabilidade de se formar ou

manter uma atmosfera explosiva. ou seja, é um assunto probabilístico. E se é probabilís-tico, você pode atuar para diminuir esta pro-babilidade. ou até eliminá-la, considerando a relação custo-benefício. porque também é uma questão financeira. Se o investimento para eliminar for muito alto, não faça, ape-nas diminua”, explica nelson López, presi-dente da associação Brasileira para preven-

algumas empresas começam a investir

para reduzir os riscos.

nelson lópezabpex

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ção de Explosões (aBpEx).para desenvolver o trabalho de geren-

ciamento dos riscos, deve-se pegar o estudo de classificação de área e, a partir dele, fa-zer uma análise detalhada de cada ambiente, identificando as causas que levaram à sua classificação e as possíveis soluções para que elas sejam reduzidas ou eliminadas. So-luções que nem sempre são complexas e onerosas.

importante observar que não há uma fórmula pronta para fazer este trabalho. como o universo de áreas classificadas é bastante diversificado, as possíveis solu-ções para reduzir os riscos são igualmente diversificadas, inclusive em empresas do mesmo segmento de atuação. Daí a ne-cessidade da análise detalhada de cada situação, que é o que irá apontar as ações mais adequadas para cada ambiente, que pode ser a instalação de um sistema de ventilação, reformas na parte civil, troca de matéria-prima em um processo ou mesmo mudanças na maneira como alguns produ-tos são manipulados.

“Muitas vezes as soluções são simples. agora mesmo estamos entregando um tra-balho em que a área classificada ocorre

porque o desengraxante utilizado no local é inflamável. Vamos trabalhar para trocá-lo e, no próximo estudo, vai aparecer como área não classificada porque o produto inflamá-vel foi substituído”, exemplifica ivo Rausch, destacando que o aumento do nível de co-nhecimento sobre o tema tende a favorecer o avanço da gestão de riscos nesse setor nos próximos anos.

Apoio Institucional:Apoiador:

algumas indústrias

começam a perceber

que não precisam

conviver com o

risco, pois é possível

minimizá-los.

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Apoio Institucional: Organização e Promoção:

Proibida a entrada de menores de 16 anos, mesmo acompanhados. O evento, exclusivo para pro� ssionais do setor, é gratuito para aqueles que � zerem seu pré-credenciamento pelo site ou apresentarem o convite no local. Dos demais será cobrado o valor de R$ 55,00 pela entrada, a ser adquirida no balcão de atendimento.

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Associação Brasileira dos Revendedorese Distribuidores de Materiais Elétricos

espaço abreme

potência

Editorial

74

Roberto PayaroDiretor Colegiado [email protected]

Mudança e Competitividadepara concorrentes externos, mas, e aqui den-tro, na área de distribuição de materiais elétri-cos, será que estamos fazendo nossa tarefa de casa? temos ganhado produtividade nos pro-cessos principais de nossas empresas? a aus-teridade nos custos é algo sempre presente nas decisões da equipe de gestão da companhia?

acho que a maioria de vocês vai concordar que não. a distribuição não passa por mudan-ças significativas desde a introdução da infor-mática, há 20 anos. processos logísticos mais eficientes, sistemas de vendas automatizados pela internet ou mesmo trocas de informações entre fornecedores são coisas que não têm evoluído na velocidade necessária.

nos últimos anos o governo tem compulsi-vamente promovido aumentos salariais acima da inflação. o levantamento do departamento intersindical de Estatística e Estudos Socioeco-nômicos (dieese), divulgado em março, apon-tou que 94,6% dos reajustes salariais de 704 unidades de negociação em 2012 ficaram aci-ma da inflação medida pelo Índice nacional de preços ao consumidor (inpc), causando um desequilíbrio nas contas das empresas.

Se o empresário não tomar ações para a melhoria da produtividade terá problemas. É difícil investir mais quando já se tem tantos problemas, porém não tem outro jeito.

recentemente tive a oportunidade de comparar alguns dados do nosso mercado com o de países da Europa e Estados Unidos, e posso assegurar que nossos índices são, na média, 30% a 40% inferiores aos deles. o negócio “distribuição”, embora possa pare-cer simples, tem técnica e tecnologia em cada etapa, é importante então separar cada uma delas para que seja tratada com especialistas como se fossem negócios diferentes.

Em cada uma dessas etapas, índices devem ser criados para que sejam aferidas as melho-rias e se estabeleçam novos patamares de efi-ciência. o empresário do nosso setor raramente se preocupa com essa administração. Ganhar produtividade é questão de sobrevivência. não teremos mais os resultados financeiros do passado sem a gestão profissional aos pontos mencionados, o mercado está continuamente em transformação e essa não é mais uma ten-dência, é bom nos acostumarmos com isso.

rua oscar Bressane, 283 - Jd. da Saúde04151-040 - São paulo - Sptelefone: (11) 5077-4140

Fax: (11) 5077-1817e-mail: [email protected]

site: www.abreme.com.br

Membros do Colegiado Roberto Said Payaro

Nortel Suprimentos Industriais S/A Francisco Simon

Portal Comercial Elétrica Ltda. Mauro Luiz Delamano

Delamano Materiais Elétricos Ltda. José Jorge Felismino Parente

Bertel Elétrica Comercial Ltda. José Luiz Pantaleo

Everest Eletricidade Ltda. Roberto Varoto

Fecva Com. de Mat. Elétricos e Ferragens Ltda. Paulo Roberto de Campos

Meta Materiais Elétricos Ltda.

Conselho do Colegiado Antonio M. D. Mendoza

Etil Comércio de Material Elétrico Ltda. Marcos Sutiro

Comercial Elétrica PJ Ltda. Nemias de Souza Nóia

Elétrica Itaipu Ltda.

Secretária Executiva Nellifer Obradovic

Associação Brasileira dos Revendedorese Distribuidores de Materiais Elétricos

FUndada EM 07/06/1988

Prezados amigos, através da revis-ta potência mensalmente temos a oportunidade de trazer informações e comentários para vocês leitores, que

conhecem e vivem o mercado da distribuição, mas tem sido difícil nos últimos tempos ofe-recer temas com um viés de otimismo e po-sitividade. Sinto muito por isso.

Um relatório divulgado no semestre pas-sado por um dos mais respeitados centros de ensino na Suíça, indicou que o Brasil é um dos países menos competitivos do mundo, e foi um dos que mais perderam posições desde que o ranking sobre competitividade foi criado.

de 2012 para 2013, o país caiu do 46º para o 51º lugar entre 60 nações analisadas pela escola de negócios iMd. na comparação entre o ano passado e 2011, o Brasil já havia recuado duas posições no ranking.

o relatório, chamado iMd World compe-titiveness Yearbook, analisa o gerenciamento das competências de cada país na busca por mais prosperidade. nas análises feitas, o rela-tório considera que a economia de um país não pode ser reduzida apenas à medição do piB (produto interno Bruto), o país tem que lidar com dimensões políticas e sociais.

o ranking avalia o desempenho de cada país em quatro áreas: desempenho econômi-co, eficiência governamental, eficiência empre-sarial e infraestrutura. a liderança voltou a ser ocupada pelos Estados Unidos, que desbanca-ram Hong Kong e voltaram ao topo, enquan-to que a Venezuela foi considerada o menos competitivo dos países pesquisados.

o Brasil vem perdendo posições desde que o ranking foi criado, em 1997. naquele ano, o país ocupava a 34ª colocação entre 46 países.

Estamos, cada vez mais, perdendo terreno

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pErFil do aSSociado

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ção

A intral é considerada uma das maio-res empresas do mercado nacional de iluminação, sendo a maior em-presa de capital nacional. Sediada

em caxias do Sul (rS), a companhia ope-ra com duas fábricas, num total de 11 mil metros quadrados, onde é produzida uma variedade de reatores e de luminárias, além de produtos com tecnologia lEd.

na última década, a empresa registrou uma média de crescimento de 10% ao ano. tal resultado é sustentado pela tradição de uma empresa líder de mercado, com his-tórico de credibilidade iniciado em 1950, e de sua competência técnica e comercial para entender as mudanças tecnológicas em tempo hábil para manter-se na vanguarda do seu segmento.

durante as cinco primeiras décadas, as fontes de luz sofreram poucas evoluções. o controle das lâmpadas de descarga esteve predominantemente baseado na utilização

de reatores eletromagnéticos. com isso, a intral foi se aperfeiçoando no desenvolvi-mento do produto, chegando ao estado da arte do reator eletromagnético.

Quando chegou a era do reator eletrô-nico, a empresa transferiu a sua expertise conquistada ao longo das décadas com o reator eletromagnético, por dominar o com-portamento da lâmpada e do reator anterior, o que serviu de trampolim para desenvolver o novo reator. desta forma, foram mantidas as características de robustez, confiabilidade e eficiência, que já caracterizavam a geração anterior de produtos.

Este processo marcou a entrada da em-presa numa fase nova. a intral assimilou o conhecimento desta nova tecnologia, que tem em sua essência um movimento mui-to dinâmico. ou seja, ao findar os primeiros 50 anos da empresa, foi necessário mudar o modelo tecnológico para continuar na sua posição de liderança.

atualmente a expertise da intral está sendo empregada no desenvolvimento de produtos de lEd. E é nisso que a intral apos-ta ao consolidar investimentos na ordem um milhão de dólares, no último ano, para a construção de uma nova linha de monta-gem, fora os demais recursos investidos nos anos anteriores para sustentar o seu avanço no mercado nacional e internacional.

a empresa conta ainda com laboratórios próprios de Eletrônica, de Ótica e de térmica para garantir a confiabilidade no desenvol-vimento de seus produtos.

os saltos tecnológicos da intral contam com algumas parcerias fortes para serem bem-sucedidos, a começar pelos fornece-dores, por desempenharem papel funda-mental no quesito insumo de alto padrão de qualidade. ao reconhecerem a intral como uma empresa geradora de produtos de alto desempenho, gerados por meio de alta tecnologia, os fornecedores contribuem

Tradição e competência técnica

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Associação Brasileira dos Revendedorese Distribuidores de Materiais Elétricos

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na geração de vantagens competitivas. tam-bém tem sido de fundamental importância o envolvimento dos mais de 800 funcioná-rios no processo de aprimoramento técnico e comercial da empresa, sendo considerados o principal capital da intral.

produtosos recentes desenvolvimentos da intral

incluem luminárias de lEd e uma ampla li-nha de drivers, de tensão e de corrente. E a empresa mantém a linha de produtos tradi-cionais, como os reatores eletromagnéticos e eletrônicos; reatores para lâmpadas vapor de sódio, mercúrio e multivapor metálico; transformadores para lâmpadas halógenas dicróicas; ignitores para lâmpadas a vapor de mercúrio, sódio e multivapor metálico; inversores para lâmpadas fluorescentes;

produção empresa mescla fabricação de produtos tradicionais com desenvolvimento de novas tecnologias.

com perfil industrial e técnico, a intral atravessou seis décadas oferecendo produ-tos de alta qualidade, o que garantiu a credi-bilidade da empresa e a sua perpetuação. o momento atual é de identificar oportunida-des de mercado, entrando com novas mar-cas, a exemplo da “aledis”, criada especifi-camente para produtos com tecnologia lEd.

Esta fase implicou na reestruturação da área comercial, sem perder o foco no dna da empresa, alicerçado na competência técnica.

LiNhA DO TeMPO POR FASe De PRODuTOS

1995 a 2000Foco na produção do reator magnético. intral chega ao “estado da arte” deste produto.

2000início da produção de reator eletrônico. Em dez anos, de 2002 a 2012, a intral registra o crescimento médio de 10% ao ano, dominando esta nova tecnologia.

2008início da produção de produtos com lEd.

2013a intral investe em conhecimento e tecnologia, construindo laboratórios e linha de pro-dução de produtos com lEd, entendendo a migração do setor para esta nova realidade.

relés fotoelétricos; lâmpadas de lEd; lumi-nárias lEd e luminárias para lâmpadas flu-

orescentes para uso industrial, comercial e residencial.

posicionamento no mercado a empresa compreende, neste momento, que o mercado de iluminação está gradualmente migrando para produtos com tecnologia lEd.

Esta transformação já acontece e a in-tral, buscando atualizar-se nesse mercado altamente competitivo, investe numa linha de montagem de “placas de lEd” a serem utilizadas em suas luminárias e atendendo o mercado de clientes o&M.

outro traço relevante da atuação da companhia é a igualdade no relacionamen-

to com os clientes, independente do porte. isso se reflete em vendas pulverizadas para cerca de 2 mil a 2,5 mil clientes por mês. Esta forte penetração em revendas, casas de materiais elétricos, casas de materiais eletrô-nicos e home centers consolida a presença da marca em todo o Brasil.

o mercado de especificação também é relevante e está dividido em dois grupos: vendas corporativas e eficiência energé-tica. o primeiro se constitui em venda di-reta a empresas que exigem a certificação

de produtos. no outro, de eficiência energética, a intral tem participação relevante por ter facilidade para pre-encher os requisitos dos órgãos téc-nicos, como as concessionárias de energia e EScoS dos vários estados brasileiros. trata-se de um mercado em que a intral transita com efici-ência, justamente por estar apta a

atender as especificações e homologações dos produtos, desde o projeto.

além do mercado nacional, a empresa exporta seus produtos para diversos países e o projeto de internacionalização ainda in-clui a entrada em mercados estratégicos da américa central, américa do norte, África do Sul e Europa.

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vitrine

potência

produtos e soluções

78

RegistRadoR de energiaa Fluke Corporation apresenta o Fluke 1730, um registrador de energia elétrica que é trifásico,

intuitivo e de fácil utilização - com recursos para a coleta de dados de energia profissional. acom-panhado de um software de análise de energia, proprietário da Fluke, o equipamento é compacto e realiza medições de tensão, corrente, potência e fator de potência para identificar as áreas de desperdício de energia. Todos os valores medidos são registrados automaticamente e podem ser revisados durante o registro. erros comuns de conexão são corrigidos por meio de cabos rede-senhados, verificação digital e autoverificação de todas as conexões, e assistente inteligente, na tela, para configuração de intervalos. a peça tem classificação de segurança 600V CaT iV/1.000V CaT iii e pode ser alimentada diretamente do circuito medido.

oRganização de ambienTes

a Forjasul eletrik acaba de lançar o Tubo espi-ral, produto desenvolvido para agrupar e organizar os fios e cabos elétricos. a novidade é indicada para auxiliar a organização da fiação em quadros de comando; em equipamentos de informática, como computadores, impressoras, roteadores e carrega-dores; câmeras de circuito interno de TV; home the-ater, aparelhos de dVd e videogames. Fácil de insta-lar, ele é fabricado em resina plástica e é encontra-do nas cores branca e preta, nos diâmetros de ½”, ¾” e 1”, em embalagens de 1, 5 ou de 50 metros.

integRação múlTiplaa rockwell automation incluiu um recurso integrado opcional de Tradução de endereços de

rede (naT) em seu switch ethernet industrial gerenciável stratix 5700, que permite aos Oems fornecer máquinas padrão aos clientes sem ter que programar endereços ip exclusivos para essas máquinas e, ao usuário final, integrar as máquinas de forma mais simples em uma rede maior. O dispositivo também elimina a necessidade de componentes adicionais que requerem espaço extra no gabinete, fiação extra, configuração adicional e suporte gerencial. a família de switches stratix 5700 é fornecida com configurações de seis, dez e vinte portas fixas e inclui recursos como sin-cronização de tempo conforme ieee-1588, Qualidade de serviço (Qos) (priorização) e protocolo ethernet resiliente (rep). Cada switch inclui entrada redundante de energia, alarmes de entrada e saída, porta de console, slots sFp para fibra ótica, montagem em trilho din e faixa de tempera-tura de operação de -40 °C a 60 °C.

peça de decoRação

a avant destaca ao mercado o penden-te globo, que foi desenvolvido com o intuito de valorizar a decoração dos ambientes. O modelo, que faz parte da linha pendentes, é feito em alumínio e funciona bem como pon-to focal, ou seja, para marcar um ponto de luz no cômodo. ele possui cúpula de 200mm de comprimento por 180mm de largura. O pendente é indicado para iluminar peças de decoração e do mobiliário, revelando os contornos dos objetos, e conta com fio elé-trico aparente com cobertura isolante cris-tal e funciona nas tensões de 127 ou 220V, sendo que a potência máxima da lâmpada deve ser de 60W, com base e27.

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agenda

potência

outubro/novembro 2013

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EvEntosFórum nacional sobre Riscos de ExplosõesData/Local: 16/10 – São Paulo-SPinformações: [email protected]

2ª Conferência Logística Reversa, Reciclagem e Gerenciamento de ResíduosData/Local: 22 e 23/10 - São Paulo-SPinformações: (11) 3452-3155

3º seminário nacional de Energias Renováveis e Eficiência EnergéticaData/Local: 22 e 23/10 – Rio de Janeiro-RJinformações: [email protected]

Xv Congresso Brasileiro de EnergiaData/Local: 22 a 24/10 – Rio de Janeiro-RJinformações: (21) 2562-8772

Exponorma – Congresso & ExposiçãoData/Local: 30 e 31/10 – São Paulo-SPinformações: www.exponorma.com.br

Automation FairData/Local: 13 e 14/11 – Houston (EUA)informações: www.automationfair.com

CuRsostecnologia LEDData/Local: 16/10 – São Paulo-SPinformações: (11) 4704-3540

Cidades Inteligentes + sistema de telegestãoData/Local: 19/10 – Vinhedo-SPinformações: [email protected]

subestações III – Inspeção e ManutençãoData/Local: 28 a 30/10 – Uberlândia-MGinformações: (34) 3210-9088

Iso 50.001 sistema de Gestão de Eficiência EnergéticaData/Local: 31/10 e 01/11 – Campinas-SPinformações: (11) 2655-9018

Qualidade de Energia ElétricaData/Local: 11 a 14/11 – São Paulo-SPinformações: (11) 3579-8777

Curto-circuito, coordenação e seletividadeData/Local: 18 a 20/11 – São Paulo-SPinformações: www.barreto.eng.br

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