Revista Polifonia
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POLIFONIAPOLIFONIA
Bruno CoimbraBruno Coimbrae o movimento autoral de BHe o movimento autoral de BH
A intervenção social de Cris do Morro
As melhores casas de shows da capital mineira
A intervenção social de Cris do Morro
Conheça a banda Chuva a Granel
As melhores casas de shows da capital mineira
Conheça a banda Chuva a Granel
ano 1 - nº 01 - junho 2013
EMDESTAQUE!
3
Cris do MorroFeito em casa pág. 20
Chuva a GranelAutorais! pág. 22
Chuva a GranelAutorais! pág. 22
Bruno CoimbraEspecial pág. 12
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A Polifonia é uma revista laboratorial foi desenvolvida pelos alunos do módulo JRM3A do curso de Jornalismo do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), como produto final da disciplina de Trabalho Interdisciplinar de Graduação V - Jornalismo Especializado. O objetivo da publicação é abordar a cena musical independente mineira.
Nesta edição destacamos o processo de criação, em matéria com a banda A Fase Rosa, que acaba de lançar seu primeiro disco. O trabalho dos grupos que tocam apenas repertório autoral e como o mercado absorve este conteúdo também é apresentado, em conversa com a Chuva a Granel. A editoria contempla ainda a participação governamental no processo de desenvolvimento de ações sociais, que colaboram para a divulgação da nossa cultura, exemplo disso, é o projeto Vozes do Morro.
Os espaços de divulgação e as casas de shows de BH também ganham espaço na revista, que oferece dicas dos melhores lugares para assistir às apresentações, desfrutar da gastronomia local e se divertir. Aproveitando a passagem do ex-beatle Paul McCartney por Belo Horizonte, o crítico Kiko Ferreira comenta o projeto musical da oficina instrumental UAKTI, que transforma as canções dos meninos de Liverpool, dando nova roupagem aos grandes sucessos dos Beatles.
O trabalho do artista mineiro Vander Lee é descrito pela crônica do jornalista e músico Maurício Guilherme. Além disso, nossos repórteres conversaram com a banda Valsa Binária, que fala das dificuldades em conseguir gravar e divulgar o trabalho no cenário da música independente, e como o auxílio de um projeto de incubadora de bandas pode facilitar isso.
EDITORIALEDITORIAL
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A MELHOR
DAS FASESA MELHOR
DAS FASES
SAINDO DO FORNO
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Homens lentos tem 12 faixas autorais e caracteriza com propriedade a cultura urbana e o som produzido pela banda. Preocupados com a qualidade das músicas, e com o processo de produção, “esses homens” representam acontecimentos do mundo globalizado e contradições da condição humana, enquanto caminham lentamente pela sociedade. “O fato de sermos uma banda independente nos permite ter mais liberdade de escolhas, o que está bem identificado no som que produzimos”, comenta Thales.
Com carreira consolidada e reconhecida no cenário da música independente mineira, A Fase Rosa tenta, pela primeira vez, neste ano, conseguir investimento da Lei de Incentivo à Cultura. “Já organizamos toda a documentação e estamos concorrendo ao edital. Agora, é torcer para dar certo. Com o recurso financeiro do projeto, conseguiríamos divulgar melhor nosso trabalho e dar mais visibilidade à banda”, explica o vocalista.
Como investimento na carreira, os garotos sempre divulgaram a banda nas redes sociais e em outras plataformas digitais. Em pouco mais de um mês, o site do grupo registrou quatro mil acessos referentes somente ao primeiro disco. O número é bem expressivo para uma banda independente. Thales diz que “A intenção é conseguir levar nosso som a outros estados. Já tocamos em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas queremos mais e estamos nos qualificando para isso. Redes sociais são ferramentas muito importantes neste sentido”, comenta.
Fotos: Ana Eisbãer e Fernanda Navegando
Paola Gomes
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A oficina instrumental UAKTI encontra o repertório dos Beatles e transfere para seu idioma original 16 temas dos Fab Four. “Beatles” é um disco para estar na relação das recriações das obras primas de John, Paul, George e Ringo e seduzir ouvidos de latitudes e gostos musicais variados.
Sem jamais perder a dicção que deu ao grupo um status mundial de originalidade, o UAKTI fez um apanhado que vai do espírito rock de “Get Back” à dramaticidade e ao tom emocionado de “Julia”, passando pelo psicodelismo de “Lucy in the Sky with Diamonds”, a universalidade de “Mother Nature´s Sun” e “Across The Universe” , as cores épicas de “Come Together”, “A Day in the Life” e “With a Little Help from My Friends” e uma cesta básica com algumas das melodias mais marcantes da história da civilização, como “For No One”, “Eleanor Rigby”, “Golden Slumbers”, “She´s Leaving Home” e as duas mais belas contribuições de George Harrison ao portfólio construído por John e Paul, “Something” e “ “Here Comes the Sun”. E ainda sobrou espaço para surpreender, com um lado B revalorizado, “Dig a Pony”, e um tema que ganha nova dimensão, “Ob-La-Di, Ob-La-Da”.
Responsável pelos arranjos e mentor da ideia, o beatlemaníaco Marco Antonio Guimarães cresceu ouvindo os Beatles e já pensava no projeto há alguns anos. No ano passado, começou a trabalhar os arranjos e foi definindo o repertório final após encontrar detalhes e chegar a soluções diferenciadas em cada caso. “Quem conhece o gigantesco repertório deles sabe que nada é ruim. Quem critica a primeira fase se esquece que era o padrão da época, e que eram adolescentes fazendo música para adolescentes. Foi a banda que mais evoluiu musicalmente na história. Os Rolling Stones, por exemplo, são muito bons, mas não mudaram muito. A evolução musical dos Beatles, principalmente depois que eles deixaram de se apresentar ao vivo e passaram a trabalhar mais no estúdio, é inacreditável”. Como todo trabalho do UAKTI, “Beatles” é a tradução de uma visão da música a partir de tubos de PVC, cabaças, apitos e materiais inusitados, tratados com o rigor de um grupo de parceiros e amigos que compartilham um modo de fazer único, original, inimitável. E, pela primeira vez, o grupo usa o piano solo para conduzir uma melodia, de “Come Together” e a guitarra numa gravação, num solo diferenciado em “Get Back”.
UAKTI MEET THE BEATLES
CRÍTICA - KIKO FERREIRA
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Aliás, para quem estranha que um compositor de formação erudita tenha os Fab Four como ídolos, Marco Antônio lembra que “Get Back” tem só dois acordes , lá e ré, e é uma prova contra os críticos que reclamam dos famosos três acordes que formam a base de boa parte dos clássicos do rock.
Seja na transformação de “A Day in the Life” (“uma das melodias mais interessantes da história da música pop”, segundo Marco) numa balada mais marcante, seja aproximando do minimalismo de Philip Glass, numa brincadeira rítmica, de “Lucy in the Sky with Diamonds” e “Julia”, ou, ainda, reforçando a influência da música indiana em “Here Comes the Sun”, os arranjos cuidadosamente elaborados reinventam cada tema com elementos inesperados e caminham para um encerramento que lembra uma caixinha de música, com “Something”.
O UAKTI abre sua caixinha de surpresas e cumpre com brilhantismo mais uma tarefa ousada e coerente com sua trajetória de riscos que rimam com sucesso.
KIKO FERREIRA é jornalista e crítico musical.Com passagens em várias rádios e Tvs de Minas Gerais,atualmente é Diretor executivo da rádio e TV UFMG.
foto de divulgação
10
ENTREVISTA
Valsa Binária
Paola Gomes
foto: Rodrigo Valente
11
O quarteto conquistou em 2011, menção honrosa com o clipe da música Por esse lugar no festival musical Fest Clip, na cidade de São Paulo. Para você qual é a importância dos festivais para as bandas independentes?
Os festivais são importantíssimos. É o melhor meio que os artistas têm para fazer a divulgação das bandas e dos trabalhos já lançados. Participamos de vários festivais como o (In) Fluências, que acontece em São Paulo, Grito Rock Mundo, na cidade de Vespasiano, e o Palco Rampa, que acontece em Belo Horizonte.
Os artistas independentes sofrem com as dificuldades para conseguir gravar e produzir seus discos. Dentre os problemas encontrados, estão a ausência de profissionais qualificados, falta de estúdios bem estruturados e de recurso financeiro. Esta também é a realidade de vocês?
Não. Nós temos o domínio de tudo que produzimos, sem nenhuma dificuldade. O vocalista é dono de um estúdio com ótima estrutura e somos beneficiados por isso. Quanto ao recurso financeiro é mais complicado, pois não temos patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura, mas participamos de uma incubadora de bandas, que consegue captar os recursos. É mais forte conseguir vender as ideias de um coletivo, ao invés de artistas únicos.
Você acredita que é mais fácil conseguir produzir um disco nos dias atuais?
Sim. Antes este processo era caro, não existiam bons estúdios e o material físico era muito importante. Hoje com os recursos tecnológicos disponíveis é possível gravar um EP, com investimentos financeiros mais acessíveis, e a plataforma digital auxilia bastante na divulgação do trabalho por meio das redes sociais.
O Valsa em si não tem recurso de incentivos governamentais, mas participa do Rampa. O que é o projeto? Como ele funciona?
O Rampa é um projeto coletivo de bandas independentes, que surgiu em 2011 a partir de um programa de qualificação do Sebrae Minas. Fazem parte dele, os grupos Aldan, A Fase Rosa, Valsa Binária e Vitrolas. A intenção era capacitar as bandas para a autogestão de suas carreiras. A função da incubadora é organizar a divulgação, estrutura e os shows de cada uma das quatros bandas, que acontecem semanalmente. O coletivo tem mais força e temos projetos musicais aprovados para ele.Quais são as pretensões da Valsa Binária para o futuro da banda? Queremos continuar com o nosso trabalho, agora o cenário musical é bom, está profissionalizado. Acredito que o fato de sermos uma banda independente nos dá uma liberdade maior de produção e colabora para o amadurecimento de nossas músicas.
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MOVIMENTOS QUE IMPULSIONAM
Açõesqueaquecemo mercadoindependente
Ione Caetano
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Fortalecer as ações que fazem parte do cenário da música
independente da capital mineira é o intuito do Movimento Autoral de Belo
Horizonte (MOVA BH). Fundado há quatro meses, ele disponibiliza uma
equipe de produção para os artistas envolvidos no Movimento. “A
proposta do MOVA é segmentar as atividades de uma produção
independente. É muito comum que os artistas se envolvam em diversas
funções, na tentativa de disseminarem seu trabalho. Isso não é bom! Se
você toca guitarra e canta, cabe a você, tocar e cantar. Deixe a fotografia e
edição, por exemplo, por conta de quem entende”, afirma Bruno Coimbra.
A divisão de tarefas em uma produção independente é vista por Bruno
Coimbra, como uma das principais dificuldades encontradas por quem
pretende se consolidar no cenário musical. Com seus 13 anos de carreira e
atual vocalista da banda 'Eu e Outros Loucos', ele sempre acompanhou os
desafios que fazem parte da rotina dos que optam pela música. “Quando um
artista está começando ele se encarrega de produzir seu próprio release, aceita
a ajuda de diversas pessoas, inclusive daquelas que se dizem profissionais,
para realizarem, por exemplo, o serviço de assessoria de imprensa”, comenta.
O MOVA BH espera não apenas criar uma equipe que se responsabilize
pela produção dos artistas, como também almeja fortalecer uma instituição
capaz de captar verbas em prol de um movimento artístico. “Infelizmente, a
música independente ainda é sinônimo de coisa ruim. Essa impressão exige
que os artistas desse mercado, tracem caminhos alternativos, para que o
cenário seja reconhecido por canções de boa qualidade”, reforça o vocalista.
Responsável por hospedar mídias em convergência, a internet é um
recurso muito utilizado por artistas do mercado independente. Além de
aproximar o público dos materiais, ela ainda transmiti ao internauta alguns
quesitos importantes, como: a trajetória, o repertório e gênero produzido por
uma determinada banda. “A internet percorre o caminho inverso da mídia
aberta. Nela você não é obrigado a consumir o que a maioria consome. Você
tem livre arbítrio para selecionar o que deseja consumir. Se você acompanha
uma apresentação independente, por exemplo, você pode chegar em casa e
acessar a todas as informações referentes àquela banda. A internet viabiliza
isso!”, ressalta Bruno.
Os espaços de apresentações é outro fator que desperta o interesse
dos artistas. Interessados em reunir o maior público em função de um único
show, lugares como o Grafinos, o Matrix e o Estúdio Bar, são referência no que
diz respeito às recepções e apresentações de artistas da nova cena musical.
“Em espaços como esses, o artista precisa ser bom o suficiente para ter
público. 14
Se em uma noite ele consegue levar entre 400 e 600 pessoas para
apreciar o trabalho dele, o dono da casa de show irá se interessar pelo seu
trabalho. Caso contrário, ela continuará dando prioridade as produções
conceituadas”.Ser conceituado no mercado musical está intimamente
relacionado à união existente entre os artistas do mesmo gênero. “Você sabe
por que o axé e o sertanejo, por exemplo, fazem sucesso e a música
independente, não? Eu te conto! Por pior que sejam as composições destes
estilos, seus artistas trabalham unidos”, conclui Bruno Coimbra.
Lei estadual de incentivo à cultura
Para captar recursos, iniciativas compostas por mais integrantes são
mais fortes. Pensando nisso, o MOVA BH espera se consolidar como um grupo
de artistas capaz de fazer o intermédio de ações que conquistem mais
investimentos para a proposta do movimento.
Uma das opções de captação de recursos é a da Lei Estadual de
Incentivo à Cultura que busca reconhecer e aprovar projetos inseridos no
mercado artístico de Minas Gerais. Ela viabiliza a apresentação de projetos
prioritariamente culturais, produzidos em diversas áreas, por pessoas físicas ou
jurídicas, com ou sem fins lucrativos.
O candidato interessado em captar recursos, por meio da Lei Estadual
de Incentivo, precisa preencher o protocolo e o formulário indicados no edital.
Aberto anualmente é ele que estabelece as normas de participação e ainda
informa os critérios de julgamento e análise dos projetos em questão. Além
disso, o artista precisa comprovar que reside em Minas Gerias e que
desenvolve um trabalho cultural. Na música os editais sempre são mais
concorridos. Em 2012, por exemplo, foram inscritos 1888 projetos, desses 753
eram musicais. Dos 1696 aprovados, 687 eram trabalhos desse segmento. A
prestação de contas dos projetos aprovados está disponível no site:
www.cultura.mg.gov.br
15
O espaço é delesO espaço é deles
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CASAS DE SHOWS
Casa de show em Belo Horizonte prioriza as
manifestações autorais
por Poliana Micheletti.
or volta das 17 horas de uma terça-feira, naquele espaço
Psinples era exibido no telão o clipe musical When I Was Your
Man, do americano Bruno Mars, enquanto no palco a
mineira Laura Lopes e sua banda ensaiavam para a apresentação gratuita
de uma nova música. As paredes que pertenceram a um antigo cinema
viraram telas para duas obras do artista Eduardo Fonseca: na entrada ele
fez um enorme olho humano, que foi desenhado minuciosamente, no fundo
do bar pinturas diversas tornam o ambiente descontraído. No grande
balcão, há 15 tipos de cervejas, entre as nacionais, importadas e
artesanais.
Frederico Garzon diz: "Música ruim é comercial! "
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não têm uma assessoria própria, e geralmente quem é o produtor deles
é um amigo ou um integrante da banda.
O Grupo Gad tem uma curadoria composta por uma
coordenadora de produção e o proprietário Frederico, para fazerem a
seleção das bandas que irão apresentar no local. A escolha é realizada
conforme a qualidade e o conhecimento musical que o artista possui,
se esse já tem um público ou não. Garzon argumenta que eles recebem
um número grande de bandas e músicos mineiros e de outros estados.
como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília querendo tocar no ambiente.
O proprietário diz que: "a intenção é que o CCCP se torne referência
para essa galera, que eles entendam que a Casa é para divulgar o
trabalho deles".
Novo no mercado, o estabelecimento foi inaugurado há nove
meses, e Frederico afirma que a Casa vai demorar a ficar pronta, pois há
outros projetos que serão implantados. Ele declara que uma das
propostas, será reunir pessoas que estão começando a carreira
musical, para tocarem no local a partir de junho deste ano, aos
domingos. "A ideia é abrir o espaço e apresentar esses novos artistas
para o público", finaliza.
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19
Inaugurado em setembro de 2012,
o Cult Club Cine Pub (CCCP), é um espaço
multicultural, com música, cinema, artes em
geral e um pub. Situado no antigo Savassi Cine
Pub, o local se consolidou como um dos mais
tradicionais, no que se refere às apresentações
de bandas independentes.
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ONDE IR...
A cidade de Belo Horizonte é conhecida mundialmente como a capital dos bares. Foi pensando nisso, que a Polifonia destacou os melhores lugares para se divertir, dançar, beber, encontrar os amigos e como bom mineiro jogar conversa fora.
Granfino`s
Com uma programação diária diversificada, a casa dedica cada noite da semana a
um estilo musical diferente. Tocando sons que vão do
rock a música popular, entre canções autorais e covers.
O local possui dois mezaninos, três bares e
estacionamento próprio.
Avenida Brasil, 326, Santa Efigênia. Tel.: (31) 3241-
1482. Foto: Poliana Micheletti. www.granfinos.com.br
A Obra Bar Dançante
A Obra Bar Dançante destaca-
se na cena musical de BH por
ser um loca l que recebe
diferentes estilos da música independente.
Rua Rio Grande do Norte, 1168, Savassi. Tels.: (31) 3215-8077 / 3261-9431.
Foto: A Obra / Divulgação. www.aobra.com.br
Stonehenge Rock Bar
A casa noturna recebe as melhores bandas de rock da cena
independente de BH. A entrada do espaço é um corredor
estreito, que leva os frequentadores a vários locais
distintos, inspirados nos pubs londrinos.
Rua: Tupis, 1448, Barro Preto. Tel: (31) 32713476/92472020. Foto:
Dvulgação/Stonehenge www.stonehengerockbar.com.br
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Cult Club Cine Pub (CCCP)
A casa funciona no local onde antes existia o
antigo Savassi Cine Club. Após reforma,
ganhou novos espaços e um design moderno.
Os proprietários apostam no conceito de espaço
multicultural, trabalhando com a música, cinema
e as artes plásticas. Além disso, também é um
pub que se diferencia por transmitir jogos de futebol.
Rua Levindo Lopes, 358, Savassi. Tel.: (31) 3658-2156. Foto: Divulgação/CCCP.
www.cultclubcinepub.com.br
Nelson Bordello – Bar, Restaurante e Cabaré
O espaço fica próximo de pontos culturais da capital mineira,
como a Praça da Estação, Serraria Souza Pinto e o Viaduto
Santa Tereza. A casa é um bar, restaurante e também um
cabaré. Isso mesmo um cabaré, que homenageia os bordéis
que ficavam na antiga zona boêmia da cidade.
Rua Aarão Reis, 554, Centro. Tel: (31) 3564-3323. Foto:
Divulgação/Nelson Bordello www.nelsonbordello.com.br
Circus Rock Bar
A casa foi inspirada no filme “The Rolling Stones
Rock and Roll Circus”, de 1968. Com uma decoração
circense, o local se transformou no picadeiro do Rock
em BH, recebendo duas apresentações de bandas
por noite, nos dois ambientes que têm capacidade
para 600 pessoas.
Rua Gonçalves Dias, 2010, Lourdes. Tel: (31) 32754344/32230090. Foto:
Divulgação/Circus Rock Bar www.circusrockbar.com.br
Paola Gomes
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VOZES DO MORRO
Ione Caetano
O canto que nuncasilenciou
Reconhecido mundialmente, o projeto Vozes do Morro, tem levado
música para as vilas, favelas, comunidades, aglomerados e periferias de Belo
Horizonte, além de municípios da região metropolitana da capital. Fundado em
2008, ele foi idealizado por Cristiano da Silva, o Cris do Morro, já reconhecido
anteriormente por iniciativas como o 'Vila Viva', que realizava ações no mesmo
contexto.
Por considerar a intervenção social em sua comunidade, o principal
papel de um artista, Cris afirma que este é o diferencial mais importante,
daquele que se inscreve, no 'Vozes'. “Cantar, até passarinho canta! Este é o
último quesito que avaliamos em um artista. Para nós, importante mesmo, é o
valor social que ele desempenha em sua comunidade”, destaca Cris do Morro,
coordenador do projeto.
Com seletivas anuais, o 'Vozes do Morro' recebe mais de 1000
inscrições, mas apenas 10 artistas são selecionados e passam a ter seus
trabalhos, inseridos nos veículos de comunicação parceiros do projeto. Desta
forma, espera-se que o artista conquiste espaço no cenário musical. “Nossos
produtores não querem apenas eleger artistas, mas sim impulsioná-los
profissionalmente”, acrescenta o músico.
Para que essa inserção ocorra de maneira qualificada, os alunos são
capacitados a gerenciem suas carreiras, por meio de um curso oferecido pelo
SEBRAE-MG. Ao final de cada edição é produzida uma coletânea com as
principais canções desses artistas. Esse material passa a ser o meio de
divulgação do projeto daquele ano e serve de um impulso a mais na
disseminação do trabalho.
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Por meio do 'Vozes do Morro', alguns artistas já conquistaram
espaço no cenário internacional da música independente. Países como a
Itália, os EUA e a Suécia, já foram palco de apresentações dos integrantes
da iniciativa. O intercâmbio, intermediado pelo projeto, não só levou
artistas a outros países, como também despertou o interesse dos
profissionais estrangeiros em visitar o Brasil. Exemplo disso, foi à vinda
dos integrantes da produtora Play for Change – sucesso no You Tube, com
a canção Stand by Me, interpretada por artistas de diversas
nacionalidades – que quiseram conhecer o 'Vozes' e os aglomerados
mineiros.
Recentemente, outra produção, interessou o contexto
internacional. Também a frente da Assessoria de Vilas e Favelas do
estado, Cristiano da Silva, foi personagem de um curta metragem.
Produzido pelo cineasta brasileiro, Fernando Meireles, a produção,
intitulada 'Caminhe com Cris do Morro', venceu no ultimo mês de junho, o
prêmio Johnnie Walker, que selecionou seis curtas para o projeto “The
Walkers”, que busca manter o espírito “Keep Walking” das ações sociais.
Transformando a realidade de muitos artistas, Cris segue
acreditando na intervenção social desenvolvida pela música e pretende
incluir outras ações ao 'Vozes do Morro', visto por ele, como um projeto
consolidado. “Estamos pensando em maneiras de ampliar o 'Vozes do
Morro'. Se tratando de música, não temos mais como expandir. O projeto
deu certo e já tem seu espaço. Agora é o momento de estabelecer outras
ações transformadoras”.
O Projeto Vozes do Morro é desenvolvido em parceria com o
Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado e Cultura do Serviço
Voluntário de Assistência Social (SERVAS) e do Sindicato das Empresas
de Rádio e Televisão de Minas Gerais (SERT-MG). Todas as ações
realizadas pelo projeto podem ser acompanhadas pelo endereço
eletrônico: http://www.vozesdomorro.mg.gov.br
“Outro dia me perguntaram o que significa Chuva a Granel.
Lembrei-me que, para comprar a granel, é necessário que se faça
em larga escala.
Sendo assim, de súbito, disse que Chuva a Granel era mais ou
menos um bom toró!”.
É em versos que o gaitista Felipe Gaeta explica a peculiaridade do
nome da banda mineira Chuva a Granel. O quinteto é composto por Jardel
Rodrim (guitarra), Mário Lúcio (baterista), Felipe Gaeta (gaitista), Hugo
Bizzotto (piano e teclado) e pela voz doce e potente da vocalista Karine
Amorim.
A ideia de montar o grupo surgiu em 2008, durante conversa entre os
amigos Jardel e Karine. Desde então, já se passaram cinco anos. E muita coisa
mudou: assim como a composição dos integrantes se alterou com o tempo, a
sonoridade ganhou identidade e os fãs começaram a surgir. Entretanto, o que
nunca se modificou na proposta dos artistas foi à ideia inicial de criar uma
banda de músicas autorais. O guitarrista explica que diferentemente “da
maioria das bandas independentes, escolhemos começar com repertório
autoral e experimental, enquanto outras bandas preferem covers de artistas já
conhecidos”.
24
AUTORAIS!
Chuva a Granel
Foto: Fabrício Belmiro
Paola Gomes
25
As influências musicais para criar as canções vêm do gosto musical
de cada integrante, mas existe um elo entre eles, que é o apreço pelo blues
e o jazz. Os dois gêneros, de origem norte-americana, são os responsáveis
por conduzir grande parte da produção sonora do Chuva a Granel. Artistas
brasileiros como Tom Zé, Egberto Gismonti, Naná Vasconcelos e o músico
experimental Hermeto Pascoal são referências para o quinteto, que
trabalha com o elemento observador do olhar urbano, a poesia da cidade, o
cotidiano e as angústias pessoais do ser urbano.
O som produzido pela banda pode ser encontrado pelo público em
diferentes mídias online, como as redes sociais-Facebook, YouTube e
Twitter – e as plataformas digitais que permitem hospedar músicas
–SoundCloud e Reverbnation, e o site TNB e o próprio portal do grupo
(endereço). A relação dos músicos com os fãs é tão intensa que o primeiro
disco a ser lançado por eles, no fim de 2013, vai contar com processo de
financiamento colaborativo. Nesta ação, a banda vende as cópias dos CDs
antes de estarem prontos.
A gravação do disco vai ser viabilizada com o dinheiro arrecadado
por meio das vendas antecipadas. “O que os fãs estão fazendo é algo muito
especial. Eles não poderiam somente ganhar o disco, por isso terão
entrada gratuita no show de lançamento e o nome deles já está
mencionado em nosso site, como patrocinadores. Temos relação muito
pessoal com eles”, diz Jardel.
Para os músicos, a cena independente em Belo Horizonte é boa,
mas ainda existem poucas casas de shows e espaços de divulgação para
os artistas que trabalham com projetos autorais “Os donos das casas de
shows preferem apresentar bandas que tocam covers, pois é uma forma de
garantir retorno financeiro. Só prestigiam as apresentações dos grupos
autorais as pessoas que conhecem o trabalho e as letras das canções. É
preciso ter mais espaços para quem produz música própria”, lamenta
Karine.
26
CRÔNICA VANDER LEE
POLIFONIAPOLIFONIA
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