Revista pme lider2011

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Empresas Lideres em Portugal

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  • 1. Uma iniciativa de: Esta revista faz parte integrante do Dirio Econmico n. 5122 de 24 de Fevereiro de 2011 e no pode ser vendida separadamente.PME LDER 2011 | AS 6700 PME QUE LIDERAM EM PORTUGALPORTUGAL Como podem as PME contribuir para o futuro do Pas ENTREVISTAS Baslio Horta, Joo Castello Branco, Antnio Souto INTERNACIONALIZAR Investir no exterior para fugir crisePRODUZIR A competitividade comea no mercado interno INOVAR O crescimento de Portugal na inovao VENDER Como se vende a marca Portugal TURISMO As PME que lideram ANLISE As lderes, sector a sector

2. editorialNegcios com valoracrescentado Exportar vital, mas o que se exporta ainda mais determinante. A chave est na inovao: preciso inovar para crescer mais.HELENA CRISTINA COELHO Subdirectora iInovar tornou-se uma palavra-chavenos discursos de polticos, nos progra-mas de governantes e na estratgiade muitos empresrios. Dos primeirosouvem-se palavras bonitas, dos segun-dos esperam-se condies para umaconjuntura favorvel, mas aos lti-mos, aos empresrios, que se exigemresultados e nmeros que alimentemo crescimento da economia. E, embo-ra o nmero de empresas portuguesasdepender da aptido das empresasnacionais para vender mais dentro e,sobretudo, fora de Portugal.Exportar vital, mas o que se exporta ainda mais determinante. no valoracrescentado das suas criaes e pro-dues que os portugueses marcam adiferena. Da a importncia do inves-timento em investigao, desenvolvi-mento, inovao made in Portugal. Osapoios de 275 milhes de euros anun-que esto a marcar pontos no pas e emciados pelo Governo para apoiar as em-vrios mercados internacionais com apresas exportadoras so um preciosocriao de produtos e servios inova- alento, sobretudo num perodo de cri-dores, a verdade que ainda so insu-se como o actual, para alavancar neg-cientes para acelerar a economia na- cios. Mas devem ser encarados apenascional. H poucas que so muito boascomo isso, um apoio, no podem ali- mas so precisas mais.mentar uma situao de dependncia.A chave est na inovao: preci-A inovao distingue os lderes dosso inovar para crescer mais. E essa seguidores, defendeu um dia um em-capacidade - como vrios casos de preendedor norte-americano. Esse ho-Pequenas e Mdias Empresas (PME)mem chama-se Steve Jobs, comeou anesta edio provam -, depende mais trabalhar num negcio de futuro in-do investimento e do esforo do que certo numa pequena garagem e hoje da dimenso. E agora que o pas vivedono da Apple, uma das mais valiosas eum momento especialmente crti- inovadoras companhias do planeta. Osco, essa capacidade de inovar torna-melhores exemplos, s vezes comeamse ainda mais vital para potenciar apequenos. Faz-los crescer dependecriatividade, a reteno de talentos, o muito da convico, da criatividade eaumento de produo e o crescimen-do momento certo. E hoje a economiato das exportaes. Cada vez mais, aportuguesa precisa mais de lderes doperformance da economia portuguesaque de seguidores. PME LDER 2011 3. ndice04ABERTURAQue futuro para Portugal? Especialistas explicam por que via deve Portugal caminharpara chegar a bom porto. Entre internacionalizar, inovar, produzir e saber vender, saiba o que propem os gestores e conhea13 casos de empresas de sucesso. pgs. 6 a 51FOTO BRUNO BARBOSAENTREVISTA60Lus Filipe Costa, presidente do IAPMEI: Director Antnio CostaMuitas empresas tm resistido Director-executivo Bruno Proena Subdirectoresbem crise Francisco Ferreira da Silva, Helena Cristina Coelho, Pedro Sousa Carvalhopg. 60e Vitor Costa Editor Irina Marcelino Coordenao Ana Cunha AlmeidaPME LDERRedaco Ana Cunha Almeida, AntnioOs oito passos para alcanar Freitas de Sousa, Ctia Simes, Drcia Lopes, Elisabete Felismino, Elisabete Soares, Hermnia Saraiva,a lideranaMarina Conceio, Nuno Miguel Silva, Raquel Carvalho,66pg. 56Snia Santos Pereira Produo Ana Marques (chefia), Artur Camaro, Carlos Martins Joo Santos e Rui RatoENTREVISTA Departamento Grfico Drio Rodrigues (editor),Turismo de Portugal: EstamosAna Maria Almeida e Ins Rodrigues Tratamento de Imagemoptimistas em relao a 2011Samuel Rainho (coordenao), Paulo Garcia, Pedro Filipe e Tiago Maiapg. 66Fotografia Paulo Figueiredo (editor), Joo Paulo Dias, Paula Nunes, Paulo Alexandre Coelho e Cristina BernardoINTERNACIONALIZAOImpresso e Acabamento SogapalOs melhores mercados para82as empresas portuguesasPresidente Nuno Vasconcellospg. 82Vice-presidente Rafael Mora Administradores Paulo Gomes e Antnio Costa Directora AdministrativaANLISEe Financeira Elisabete SeixoTop 15 e anlise de 16 sectoresDirector Geral Comercial Bruno Vasconcelos Director de Operaespgs. 204 a 235e Controlo Pedro Ivo de Carvalho RedacoAs 6700 PME LderRua Vieira da Silva, n45, 1350-342 Lisboa, Tel.: 21 323 67 00/ 21 323 68 00pgs. 68 a 71 (turismo) e 96 a 203 (geral) Fax: 21 323 68 01PME LDER 2011 4. O ano da consolidaodo estatuto das PME Lder COFACE SERVIOS PORTUGAL Direco de Marketing e QualidadefFoi com grande satisfao que a Coface Servios Por-tugal abraou mais uma edio das empresas PME L-DER, juntamente com o Dirio Econmico, ao fornecera informao complementar sobre as entidades queconstam na listagem cedida pelo IAPMEI no mbito doprograma de incentivo s empresas FINCRESCE, criadoem parceria protocolar com os cinco principais gruposbancrios a operar em Portugal.O Programa PME Lder j uma referncia na classica-o do tecido empresarial portugus, enquanto elemen-to impulsionador de novas exigncias e de modelos de tentado e a preparao de modelos de gesto inovado- res e adequados a cada negcio. As PME Lder tm um Volume de Negcios superior a 27 Mil Milhes de Euros, dos quais cerca de 4 mil e qui- nhentos milhes so relativos a exportaes, uma vez que cerca de 54% das empresas desta listagem so ex- portadoras. importante destacar que a soma do total do activo de todas estas empresas representa mais de 23 Mil Milhes de Euros, um valor excepcional que tambm um bom indicador da qualidade de gesto. Em relao aos Distritos com maior nmero de pre-gesto inovadores e responsveis, representando umasenas, destacamos o Porto (20%), Lisboa (16%), Aveiroseleco de destaque ao nvel da gesto empresarial(13%), Braga (12%) e Leiria (9%), denota-se, uma vezportuguesa, com gestores focalizados na excelncia demais, a concentrao das empresas localizadas nasresultados, com base no investimento em capital huma-regies centro e norte do Pas, provenientes dos maisno e em critrios de qualidade rigorosos.variados sectores de actividade, entre os quais desta-Analisando os dados das empresas que constam nacamos as indstrias alimentar e txtil, o comrcio porlistagem deste ano das PME LDER, em termos gerais grosso e a construo. No conjunto, estas empresas evericamos que nesta edio de 2011 o conjunto das empresrios empregam 231.058 mil funcionrios, umempresas e empresrios reconhecidos com este esta- nmero que denota a sua importncia no seio das co-tuto so cerca de 6.562. Ou seja, mais 1.344 entidades munidades, bem como, a sua responsabilidade socialque na edio anterior de 2010, o que demonstra um enquanto facilitadoras do equilbrio socioeconmicoclaro interesse do tecido empresarial por esta iniciati- das famlias da sua regio, directa e indirectamenteva, associada no s ao reconhecimento das valias de consigo relacionadas.cada empresa, por um conjunto de entidades priva-A adeso ao programa, bem como, os nmeros quedas e organismos pblicos, mas principalmente pelosapresentamos, levantam o vu do que poder ser o ce-benefcios que traz com vista ao reconhecimento dosnrio do prximo ano, quando no devemos falar deseus pares, ao nvel da visibilidade e notoriedade as- uma alterao de mentalidades na gesto portuguesa,sociadas, que se traduzem no reforo da sua imagem mas sim na consolidao de novos modelos de gesto ee vantagens competitivas face ao mercado. Tais como, atitudes, criadas a partir da inovao e da excelncia eo acesso privilegiado a linhas de nanciamento exclu-que, no seu todo, representam apenas um grande ob-sivas, com o propsito de fomentar o crescimento sus-jectivo global: o progresso.PME LDER 2011 5. PME Lder06 futuro ? Qual STPHANE GARELLI Centro para a Competitividade BASILIOHORTA o futuro Mundial As pequenas e mdias empresas AICEP Neste momento inegvel que paradesempenham um papel funda- mental na evoluo econmica. Do algo de fundamental economia: diversidade. Quando j nos distinguimos em muitos mercados internacionais exigen- tes como bons fornecedores de bens e servios em reas, como as PME s existem grandes empresas,por exemplo as das energias re- -se vtima da crise. As PME donovveis, das novas tecnologias estabilidade e emprego para asde informao e comunicao, classes mdias , e a estabilidade,da sade, da biotecnologia, do um factor-chave para a compe- automvel, da aeronutica, da e para atitividade de um pas. A Sua, a Sucia e Alemanha so casos de sucesso no que respeita a PME exportadoras. Mas no se deve defesa e das nano-tecnologias. Houve tambm uma resposta inovadora forte concorrncia internacional nos sectores ditosEconomia apenas exportar. Deve-se tam- bm ter em conta o mercado in- terno. As exportaes portugue- sas - baseadas em produtos de tradicionais, que reconquista- ram notoriedade e prestgio pela qualidade, inovao, design e marketing. valor - devem estar viradas paraH que persistir na via da ino- os mercados emergentes, como ovao, do conhecimento e da Brasil, Angola e o resto de frica, qualidade dos nossos produtos que prefere, em geral, fazer ne-e servios, para que se consolide gcios com pequenas empresase reforce a imagem positiva que Portugal j entrou ou no em recesso? Carlos Costa, e pases. As PME portuguesasas nossas empresas tm vindo a governador do Banco de Portugal, diz que sim. Baslio Horta afirma que no. Mas enquanto se discutem nmeros, devem apostar na produo degranjear no exterior. as empresas lutam pela sua prpria vida e pela vida alimentos, na especializao e do Pas. Alguns especialistas disseram ao Dirio Econmicona tecnologia.o que pensam que podem as pequenas e mdias empresasportuguesas fazer para ajudar o Pas a sair da crisee o que pode o Pas fazer por elas. POR IRINA MARCELINOPME LDER 2011 6. JORGE ROCHA DEJOO CASTELLO JOOJOOMATOSBRANCOCONFRARIA RODRIGUESAIP McKinsey EconomistaEconomistaDuas reas em que devem havermudanas:Na campanha nacional contra os fundamental para a nossas PME desenvolverem uma voca- o de exportao e internacio-Parece-me importante centraros apoios a empresas que pro-duzam bens transaccionveis.As dificuldades no acesso ao crdi-to e a recesso induzida por pol-ticas de austeridade contraprodu-atrasos de pagamentos, cabendo nalizao. O seu sucesso e o doComo exemplos:centes e com escala europeia queao Governo criar as condies em Pas esto intimamente ligados a) Criar condies para reduzir comprimem a procura interna sotermos de execuo efectiva no abertura de novos mercados os custos unitrios do trabalho,a maior ameaa s PME e eco-que respeita ao funcionamentoalm-fronteiras. Para que este designadamente atravs de nomia nacional. Neste contexto, oda justia econmica. Refira-sereforo da internacionalizao uma reduo das contribuies Governo nacional, em articulaoque a prxima transposio daseja possvel, necessria umasociais a cargo da entidade pa- com os outros governos das pe-nova directiva comunitria re- aposta na diferenciao e na tronal. riferias, deveria fazer presso nolacionada com o late payment inovao atravs do investimen-b) Reduzir os prazos de paga- prximo conselho europeu paratorna esta medida ainda mais to interno em I&D, em recursos mentos, designadamente dosque o fundo europeu se transfor-oportuna. Justificao: reduohumanos de qualidade, em par-pagamentos devidos pelo Esta- masse num fundo de verdadeiroda necessidade de recursos fi- cerias estratgicas com outras do e pelas administraes locais. apoio economia, prescindido denanceiros e consequentes custosinstituies lderes e universida- c) Reforar articulao com cen-receitas recessivas e atenuandopara o funcionamento normaldes. Dados os nossos problemas tros de tecnologia e de investi-as dificuldades de financiamentoda economia. de dimenso tambm creio que gao.nacionais. Este fundo deveria darNa reviso da tributao na es-as empresas portuguesas te-d) Simplificar leis e procedimen- ao pas mais tempo para efectu-fera pessoal (IRS) dos rendimen- ro que aprender a associar-se tos, reduzindo custos legais en-ar uma consolidao oramentaltos auferidos pelos empresriose inclusivamente consolidar-se frentados pelas empresas. apoiada no crescimento econ-de micro e pequenas empresas muito mais.mico e abrir caminho emisso(por um perodo de cinco anos)de dvida pblica europeia. Porno sentido de promover a sua re-outro lado, dadas as assimetriasduo significativa. Justificao:de competitividade na Unio,aumentar os recursos financei-pases como Portugal deveriamros das empresas sem recurso arecuperar margem de manobradvida e fomento do empreen-para definir polticas industriaisdedorismo.assertivas de apoio aos sectoresindustriais nacionais mais inova-dores, ajudando assim a debelaros seus desequilbrios com o ex-terior. PME LDER 2011 7. que futuro poder Portugal seguir08 internacionalizar Investir no exterior para fugir crise Internacionalizar parece ser fundamental para os representantes associativos e para O consumo interno est a baixar, os in- alguns empresrios. Mas para ir para fora no preciso apenas coragem. preciso vestimentos no param de decrescer e conhecer os mercados para onde se vai, ir com um projecto definido e... ter sorte.o abrandamento econmico teima em ensombrar as contas do Pas. Este o ce- POR DRCIA LOPESnrio com que as empresas portuguesas se deparam no dia-a-dia e para o qual procuram uma soluo. Para o Governo e agentes econmicos a resposta para reverter ou minimizar este cenrio s pode ser uma: internacionalizar.ANTNIO SARAIVAPresidente da CIP O mercado nacional muito limitado para a esmagadora maioria das empresasFOTO BOBBY YIP/REUTERS portuguesas.PME LDER 2011 8. A aposta no investimento no exteriorAssim, para estas empresas, a inter- Por isso, sugere que h que persistirno podia estar mais na ordem do dia, nacionalizao um imperativo, umana via da inovao, do conhecimentosobretudo neste ms de Fevereiro quenecessidade premente. De acordo e da qualidade dos nossos produtos ecou marcado pela realizao do Con-com o presidente da CIP, preparar as servios, para que se consolide e re-gresso das Exportaes, onde o Gover- empresas, em particular as Pequenasforce a imagem positiva que as nossasno anunciou novos apoios s empresase Mdias Empresas, para um novo ci-empresas tm vindo a granjear no ex-exportadoras de mais de 275 milhes clo de crescimento coloca como con-terior. A fasquia no que se refere sde euros. Durante este Congresso, o dio um forte incremento da pro-exportaes ambiciosa: aumentar, aPrimeiro-ministro Jos Scrates lem-dutividade e da competitividade. Por mdio prazo, o peso no PIB para 40%,brou que as exportaes devem serisso a aposta das estratgias empre- sendo que no nal do terceiro trimes-uma prioridade indiscutvel na econo- sariais e das polticas pblicas deve tre de 2010 situava-se nos 33%.mia portuguesa para o ano de 2011 ese centrar no sector das actividades Francisco Van Zeller, presidente dogarantiu que o Estado e as empresastransaccionveis, ou seja, com uma Conselho para a Promoo da Inter-esto determinados a fazer uma agen-orientao para a exportao e in- nacionalizao, armou que as em-da comum neste domnio.ternacionalizao. Nestas condies, presas tm de investir no estrangeiroAntnio Saraiva, presidente da Con- diria que a internacionalizao o ca-para se tornarem competitivas. Todosfederao da Indstria Portuguesa minho certo para o futuro.os esforos tm de ser no sentido das(CIP), em declaraes ao Dirio Eco-Neste mbito, Baslio Horta, presiden- exportaes e de reduo das impor-nmico, no tem dvidas que o mer- te da AICEP Portugal Global, salientou taes. O presidente do CPI lamentacado nacional muito limitadoque inegvel que j nos que ainda haja poucas PME exporta-para a esmagadora maioria distinguimos em muitos doras, j que de um total de 370 mildas empresas portuguesas. mercados internacionaisempresas em Portugal cerca de 94% exigentes como bons for-do total das exportaes tm origemnecedores de bens e servios em apenas trs mil entidades. Vanem reas como por exemplo as Zeller defende que o Pas deve diver- das energias renovveis, das novassicar mais os pases alvos para setecnologias de informao e comuni-conseguir ser independente das crisescao, da sade, da biotecnologia, doda Europa. Assim, deve-se olhar paraautomvel, da aeronutica, da defesa o Atlntico Sul, Amrica Latina, Lba-e das nano-tecnologias. O presidenteno, Sria, Jordnia, Egipto, Iraque, su-da AICEP referiu que houve tambmdoeste asitico (sobretudo Singapura)uma resposta inovadora forte con-como destinos alternativos.corrncia internacional nos sectores Exemplo de inovao e de protagonis-ditos tradicionais, que reconquista- ta no panorama internacional desderam notoriedade e prestgio pela qua-1992 a Logoplaste. Presente em 17lidade, inovao, design e marketing.pases com 54 fbricas e 1400 cola- >FRANCISCO VAN VELLERFILIPE DE BOTTONPresidente do Conselho para a Presidente da LogoplastePromoo da Internacionalizao As empresas tm de investirno estrangeiro para setornarem competitivas. As empresas tm que pensar que o seu mercado, no mnimo, a Europa.PME LDER 2011 9. que futuro poder Portugal seguir10 internacionalizar> boradores assume-se como uma em-presa portuguesa com forte cariz in-ternacional. O objectivo era simples:encontrar espao para continuar acrescer, j que o mercado portuguscomeava a ser muito limitado. Fili-pe de Botton, presidente da empresaque facturou 350 milhes de eurosem 2010, coloca a internacionaliza-o como ponto fundamental da es-tratgia empresarial. As empresastm que pensar que o seu mercado,no mnimo, a Europa. Hoje no h oconceito de mercado local, precisopensar que o mercado internacio-nal, explicou. Com base nesta estra-tgia, a Logoplaste est a crescer emtodas as geograas onde est presen-te, sendo que cerca de 50% da factu-rao da empresa conseguida emPortugal, Brasil e Reino Unido. Se-gundo Filipe de Botton, as vendas nomercado portugus tm um peso de15% na facturao, o que justicadono por um decrscimo dos negciosno mercado portugus, mas porqueos mercados internacionais e novosesto a crescer. No mercado brasilei-ro lidera e assume que detm a maiorempresa produtora de plsticos.Para o empresrio o trunfo paraconquistar novos mercados e con-tratos assenta na inovao isto por-que apresentam solues diferentesface aos principais concorrentes.Questionado sobre se a crise no li-mitou o investimento em inovao,Filipe de Botton peremptrio emarmar que nestas alturas quemais se deve apostar em inovao.Continuamos a crescer e a cimentara posio de liderana porque man-tivemos o investimento em pesquisae desenvolvimento, que por sua vezleva inovao. No ano passado aempresa investiu 11 milhes de eu-ros em I&D.O presidente da Logoplaste escusou-se a sugerir os melhores mercadose estratgias a adoptar isto porquequem deve escolher a sua geograade eleio cada uma das empresas.So elas que tero de saber onde es-to as suas vantagens competitivas.PME LDER 2011 10. ENTREVISTA A BASLIO HORTA, PRESIDENTE DA AICEP PORTUGAL GLOBAL As nossas exportaes cresceram o ano passado cerca de 15% Baslio Horta, A internacionalizao a alternativa Quais os apoios previstos presidente da AICEP, vivel para as empresas continuarem para as PME que pretendam alerta que num a crescer?internacionalizar? contexto de crise aUm Pas cujo mercado interno de apenasDesde logo, apoios de ndole nanceira e internacionalizaode 10 milhes de consumidores e que se in-de facilitao do acesso ao nanciamento. torna-se ainda tegra no processo de globalizao tem deOs sistemas de incentivo do QREN esto mais imperiosa.encarar a exportao como uma via de sen- quase exclusivamente focalizados na te- Para as PME quetido obrigatrio indispensvel ao cresci- mtica da internacionalizao, em espe- pretendam avanarmento econmico. Num contexto de crise, cial no reforo das capacidades produti- para o exteriora internacionalizao apresenta-se como vas e de inovao das empresas que sejam esto previstosuma necessidade ainda mais imperiosa. orientadas para os bens transaccionveis apoios, porFelizmente as nossas empresas tm dadoe para os mercados internacionais, bem exemplo, ao nvel do uma resposta altura. Contrariando todas como no reforo da actuao directa das financiamento. as previses nacionais e internacionais, as empresas nos mercados externos. No l-nossas exportaes cresceram o ano passa- timo Concurso para a Internacionalizao POR DRCIA LOPES do cerca de 15%, em pleno ciclo dominadode PME a AICEP recebeu 320 novas candi-pela crise internacional. Estou conantedaturas de PME, que traduzem intenesem que a resposta este corrente h-de con-de investimento da ordem dos 120 milhestinuar a ser determinantemente positiva.de euros na rea da promoo internacio-nal, da prospeco de novos mercados deAs PME esto a triunfar no exterior?exportao e do incremento do esforoSem dvida. H cada vez mais PME a ex-de marketing cada vez mais necessrio portar para mais e diversicados merca- presena das empresas portuguesas numdos e a competir em segmentos muito exi-mercado globalizado e extremamentegentes e de vanguarda. A par do esforo competitivo.no sentido da diversicao de mercadose da melhoria do padro das exportaes,E quais os apoios para vencer a crise?um dos nossos objectivos estratgicos o Nos ltimos dois anos, no contexto dasalargamento da base exportadora, objecti- Medidas Anti-Crise, foi dada particularvo que tem vindo a ser realizado com umaateno ao acesso ao financiamento,crescente integrao de PME no arco ex- tendo sido criadas e reforadas as li-portador nacional. O Pas pode orgulhar-senhas de crdito PME Investe, que visamdos feitos das suas empresas nos mercados o acesso ao crdito em condies prefe-internacionais, em nichos onde a criativi-renciais, atravs da bonificao das ta-dade e a inovao se apresentam comoxas de juro associadas ao financiamentofactores determinantes de xito. Poderiae da minimizao do risco das operaescitar muitos outros alm dos sectores das bancrias. As seis linhas PME InvesteTIC, da nano tecnologia, biomdicas, mol- permitiram j enquadrar mais de 81 milFOTO PAULA NUNESdes, engenharias e arquitectura, energias operaes, correspondendo a 53 mil em-e ambiente, onde muitas PME nacionais sepresas apoiadas por este instrumento,tm destacado como empresas de prest-num montante de crdito superior a 7,3gio em mercados de grande exigncia.mil milhes de euros. PME LDER 2011 11. case-study12FrulactFruta da Frulactfaz as delciasdo mundoa As fbricas de preparado de frutada portuguesa Frulact so as for-necedoras de matria-prima dosiogurtes de marcas to conheci-das como a Danone ou a Nestl.Esta empresa familiar nasceu naMaia em 1987, mas cedo perce-beu que o mercado domsticono tinha escala capaz de nospermitir atingir os nveis decompetitividade exigidos, bemcomo permitir a libertao derecursos capazes, de efectuara aposta que sempre esteve no As fbricas da Frulact so responsveis pela matria- prima de iogurtes de vrias marcas internacionais. POR DRCIA LOPES Hoje, a componente externa representa 96% do volume de negcios da empresa que se si- tua nos 70 milhes de euros. O mercado ibrico e francs, bem como o Norte de frica e Mdio Oriente so os mais representa- tivos da actividade. Questionado sobre se equaciona entrar nou- tros pases, Joo Miranda admi- tiu que a Frulact continua aten- ta a novas geograas. Hoje, as fbricas da Covilh (con- sideradas uma das melhores daDNA dos seus mentores, salien-Europa no sector) e a de Apt, emta Joo Miranda, presidente do Frana, tm localizaes geoes-grupo Frulact. Com esta ideiaem mente, a empresa iniciou oprocesso de internacionaliza-o em 1992, quando terminouo primeiro grande investimentode trs milhes de euros numanova fbrica na Maia, com tec-nologia de ponta e capacidadeinstalada suciente para abor-dar os mercados externos.Joo Miranda recorda que nessaaltura tnhamos duas certezas: sfacturvamos dois milhes de eu-ros, e tnhamos conscincia quea aposta efectuada no permitiaerros nem falhas. Mas o primeirocliente s surgiria dois anos depoisde terem efectuado o investimen-to fruto de muita persistncia.PME LDER 2011 12. DADOS DA EMPRESA Volume de negcios 70 milhes de euros Peso do exterior 96% Incio da internacionalizao 1992 Nmero de fbricas 6 tratgicas, baseadas na lgica da proximidade aos mercados de maior consumo da Europa do sul e central e do prprio apro- visionamento. O mesmo acon- tece com a fbrica de Larache em Marrocos, de onde a Frulact exporta para o Norte de frica e Mdio Oriente. A fbrica de Ak- bou na Arglia, a nica que re-FOTO BRUNO BARBOSA sulta de uma partilha de capital, em que a Frulact maioritria, e que pretende responder ao mer- cado argelino e adaptada reali- dade sociopoltica.Na foto: O presidente do grupo explicouJoo Miranda,que a abordagem ao mercado presidente dafeita de forma faseada e diferen-Frulact, uma ciada, privilegiando sempre aempresa familiar proximidade ao cliente e numaque d cartaslgica de criao de uma man-no mercado cha geogrca de inuncia. Ointernacional. conhecimento das expectativasRecentemente e apetncias do consumidor emapostou na novacada pas, bem como o acultu-marca Fru dedicada ramento da nossa organizao,a produtos sempre foi para ns a chave paragourmet (ao lado)um maior sucesso, armou Joo Miranda. O presidente da Frulact aconselha s PME que pretendamFOTO CEDIDA POR FRULACT avanar para o mercado externo a avaliar o risco e investir no essencial, ou seja, conhecimento e capital humano. Persistncia, persistncia, persistncia PME LDER 2011 13. case-study14 DiviminhoDiviminho prepara DADOSDA EMPRESA Facturao do grupoentrada no Brasil,Diviminho em 201060 milhes de euros Nmero de colaboradoresda Diviminho S.A.Arglia e Lbia 140 Estimativa de facturaoda Diviminho S.A. em 201134 milhes de eurosa A Diviminho, empresa do nor-te especializada em tectos fal-sos, divisrias e revestimen-tos deu os primeiros passos narea internacional no binio2005/2006. Na altura, Angola eEspanha foram os dois pases es-colhidos para o arranque da ex-panso alm-fronteiras. Depoisde a empresa ter estado envolvi-da na maioria das grandes obrasde construo civil que surgi-ram na ltima dcada em Por-tugal (como os estdios do Euro Perante a incapacidade de continuar a crescer no mercado interno, a Diviminho investiu num plano de internacionalizao em 2005. POR DRCIA LOPES2004), foi confrontada com anecessidade de crescer para po-presente em Espanha, Frana, as duas componentes internas eder corresponder aos desaos e Angola, Tunsia e Cabo Verde.externa.cumprir com os compromissosO presidente da empresa ar- Antnio S destacou que nalgunsassumidos, explicou Antnio mou que todos estes pases so mercados como Angola, FranaS, presidente e administrador igualmente importantes paraou Tunsia, a Diviminho tem opta-da Diviminho. O abrandamento Portugal mas, neste momento,do por ter presena fsica, com es-da economia e em especial da Angola e Frana assumem espe-critrios prprios que do apoioactividade imobiliria em Por- cial importncia pelo dinamis- s equipas e pessoal que a se en-tugal e Espanha, levou tambmmo que tm evidenciado. Mas a contram, sendo que esto dotados necessidade de procura de expanso para o exterior no sede grande autonomia nanceira emercados alternativos no exte- ca por aqui. Isto porque esto gesto. Noutros mercados, comorior, onde a capacidade e know- a ser dados passos muito rmes os de Espanha e Cabo Verde op-how da empresa pudessem ser para entrar, em breve e comtou-se pela gesto dos projectosaproveitados. Em simultneo, a grande intensidade, nos merca- com as mesmas equipas a sereminternacionalizao , desde hdos brasileiro e tambm no mer-deslocadas de Portugal, como emalguns anos, considerada comocado argelino e lbio, adiantou qualquer outra obra em territriouma vertente importante da es- Antnio S. A componente ex- nacional, uma vez que o volumetratgia de crescimento e conso- terna atingiu, em 2010, cerca de actual de negcios no justica,lidao da empresa e do grupo,30% do volume total de negciospara j, a instalao de escritriossalientou Antnio S. Hoje, alm da empresa. O objectivo para o nesses mesmos pases.de Portugal, a Diviminho estcorrente ano ser o de equiparar Questionado sobre o conselhoPME LDER 2011 14. OBRAS INTERNACIONAIS Angola: Edificio Escon Espanha: Villa Magna FOTOS CEDIDAS POR DIVIMINHO Frana: Auditrio de PoitiersNa foto:Antnio S,presidente daDiviminho,que daria a uma PME que pre-afirmou quetenda avanar para o merca- neste momentodo externo, Antnio S sugere Angola e Franaque, antes de mais, dena uma assumem especialestratgia clara sobre o que pre- importncia notende atingir a mdio e a lon-que se refere aogo prazo, bem como garantir a investimentodisponibilidade dos recursos eexterno.competncias necessrios para S. Tom: Hotel Pestanaa prossecuo do mesmo. Deveprocurar conhecer bem o mer-cado e as realidades do pas, de-vendo atender especialmente estabilidade poltica, ao quadroadministrativo-legal, s normasscais, s diferenas culturaise a toda a uma panplia de ele-mentos, tais como a concorrn-cia existente, a disponibilidadede infra-estruturas, de trabalha-dores qualicados, etc.. PME LDER 2011 15. case-study16 CenorCenor obtm 20% DADOSDA EMPRESA Peso da rea internacionalda facturao no17% Nmero de colaboradoresCerca de 250 Facturaomercado externo Cerca de 20 milhes de euroso O mercado externo complexo,exigente e requer capacidade denanciamento prprio. s PMEaconselharia a associarem-separa ganhar dimenso e poderemconcorrer nesses mercados. Esta a estratgia que Pedro Tavares,presidente do conselho de admi-nistrao do grupo Cenor, espe-cialista em consultoria de enge-nharia, que sugere s empresasque pretendam avanar com umplano de internacionalizao. Noentanto, no tem dvidas que aOs PALOP tmsido o principaldestino deinternacionalizaoda empresaespecialistaem consultoriade engenharia.Para 2011a estimativa que a componenteexterna atinja20% do volumede negcios.2010, o peso da rea interna-cional atingiu cerca de 17 % dovolume de negcios do grupoCenor, prevendo-se que cresapara 20 % em 2011.O primeiro destino de expansofoi os PALOP, sendo que hoje oprincipal mercado de exporta-o Angola. Onde comeou porconstituir uma sucursal em 2006e neste momento j opera comuma empresa local, a Cenor Con-sultores (Angola).Segundo o presidente da Cenor,internacionalizao a nicaa empresa est a iniciar em Cabosoluo que permitir manter oPOR DRCIAVerde os primeiros projectos nanvel do emprego e ultrapassarLOPES rea das barragens associadas ao aviltamento dos preos que se sistemas de rega. Ainda no m-verica, actualmente, no merca- bito dos PALOP, inicimos, emdo nacional. 2010, os primeiros contactos comEm 2005, perante a evidnciaMoambique, estando previstoque a capacidade da consulto-para 2011 o estabelecimento deria portuguesa de engenharia s uma participao numa empresaseria sustentvel com o recurso local, avanou Pedro Tavares. internacionalizao, o grupoDe acordo com o presidente daavanou para o exterior paraCenor, a empresa est presenteganhar dimenso. Pedro Tava-em Timor, em participao comres lembra que nessa altura paramais duas portuguesas, na DALAN,o grupo Cenor, j com cerca deEngenharia, Estudos e Projectos160 colaboradores, tornava-Lda., empresa de consultoria dese imperioso investir em novosarquitectura e engenharia que temmercados, dado que o ciclo dasvindo a consolidar a sua posiograndes obras de infraestrutu-naquele territrio, desde 2005.ras em Portugal tinha entrado O investimento em novos mer-na sua curva descendente. Em cados j levou a companhia paraPME LDER 2011 16. Na foto: a Romnia, onde est presentePedro Tavares, atravs da Cenorvia Proiect SRL,presidente empresa detida em partes iguaisda Cenor. Angola pela Cenor e pela Norvia. hoje o principal J em 2011 obtivemos o nos-mercadoso primeiro contrato no Brasil,de exportaoestando neste momento emda empresa.anlise a forma de nos estabele- cermos naquele territrio. Com efeito, o volume de projectos de infraestruturas previsto para o Brasil na prxima dcada obriga a uma reexo aprofundada do tipo de interveno e das par- cerias a estabelecer, adiantou Pedro Tavares. No Magreb (Marrocos e Arglia) a empresa j est a trabalhar atravs do apoio de projecto de empreiteiros portugueses, estan- do em anlise o estabelecimento de uma empresa na Arglia que permita um apoio mais prximo naquela zona. Mas a instabilida- de que se abateu sobre aquela regio recomenda ponderao na tomada de deciso dos inves- timentos a efectuar, salientou Pedro Tavares. Quanto possi- bilidade de alargar a presena internacional armou que, neste momento, a estratgia passa por consolidar o mercado do Brasil e desenvolver o de Moambique. No entanto, estaremos atentosFOTOS PAULA NUNES a outras geograas onde surjam oportunidadesinteressantes para a nossa rea de negcios ou parceiros com idntica losoa. PME LDER 2011 17. que futuro poder Portugal seguir18inovarPortugal no grupodos inovadoresmoderados As energiasi renovveis so outra das reas onde Portugal tem dado nas vistas nos ltimos anos.Inovao. Inveno. Ideia. Pa- Num universotudo, sobretudo das polticas dolavras que se relacionam entre de 27 estados conhecimento. Portugal obtevesi mas que falam de coisas dife- membros daestes resultados pela aposta norentes. O que a inovao? oUnio Europeia, conhecimento cientco e pelaconcretizar de uma nova ideiaPortugal surgeaposta na educao, como co-que crie valor para a economia.em 15 posiomentou o primeiro-ministro,Independentemente de falar-no ltimo Jos Scrates.mos de um produto especcoranking europeu Portugal foi o pas da Unioou de uma soluo tecnolgica, dos pases mais Europeia que mais cresceu noa inovao surge apenas quan-inovadores. Ranking Europeu da Inovao.do se cria algo melhor do que j Um motivo deNos ltimos cinco anos conse-existe, quando se verica a suaorgulho paraguiu crescer mais de 10% faceaplicabilidade na vida real. empresas, mdia da Unio Europeia. NaE por muitos projectos, por mui- universidades,terminologia da Unio Europeia,tas invenes que se tenham no empreendedoresPortugal j est inserido no gru-mercado portugus, nem todas que trabalham po designado por inovadoresse transformam como seriadiariamente com moderados, juntamente comodesejado em inovao. Mas de a misso pela Espanha, por exemplo.ano para ano vo sendo dados inovao. Para Daniel Bessa, director-geralpassos gigantes. Universidades,da COTEC Portugal, esta entida-empresas, inventores. Sozinhos POR ANA CUNHA de continua convencida de queou em parceria, so cada vez ALMEIDA estamos a fazer melhor no quemais os casos que demonstram se refere aos recursos afectos que este um Pas em ascenso inovao (seja em investimentona rota da inovao. E a prov-em I&D) em percentagem do PIB,lo est o facto de Portugal terseja nos recursos humanos qua-subido um degrau no rankinglicados) do que no que se refereeuropeu dos pases mais ino- aos resultados econmicos con-vadores, tendo conquistado a seguidos com estes recursos. 15 posio no universo dos 27 por isso que esta uma frenteestados membros da Unio Eu- em que nos propomos trabalharropeia. Um ranking que fala demais intensamente: melhorar >PME LDER 2011 18. NMEROS1,71%Do PIB, despesa total em I&D atingiu,em Portugal, em 2009, 1,71% do PIB,valor ligeiramente inferior mdiada UE.8,2investigadoresNmero de investigadores por milharde trabalhadores, valor que excedea mdia da OCDE.FOTO ADRIANO MACHADO/BLOOMBERGPME LDER 2011 19. que futuro poder Portugal seguir20 inovar> a qualidade e a ecincia dosnossos processos de inovao,traduzindo-se, se possvel maisdepressa, em maior empregoqualicado, maior valor acres-centado e salrios mdios maiselevados, acrescenta o mesmoresponsvel.reas de actividadeonde Portugal inovaMas inovao no se resumeapenas a tudo o que tenha a verdirectamente com tecnologia.Daniel Bessa no considere serlegtimo falar nas reas de ac-tividade em que Portugal que btm tido posies de destaqueno mercado internacional por-que todas elas tm dado passosimportantes. Claro que no sepode negar a evoluo em re-as como as TIC Tecnologias deInformao e Comunicao, e naBiotecnologia, mas tambm aquios outros pases tm feito pro-gressos. As energias renovveisFOTO PAULO FIGUEIREDOso outra das reas onde Portu-gal tem dado nas vistas nos l-timos anos. Mas para que nose pense em inovao se reduza actividades de grande inten-sidade tecnolgica, a evoluoextremamente favorvel, emPortugal, de um sector to tradi-rncia no possa replicar essacional como o calado, salienta inveno.Daniel Bessa.A perspectiva de internacionalAs grandes reas de futuro emo negcio tambm surge asso-termos de investimento em Ino- ciada Inovao, demonstran-vao so precisamente estas do ambio, persistncia paradas TIC, Biotecnologia, Energia, criar, mais uma vez, mais valormas tambm Tecnologias daeconmico.Sade, Floresta, novos materiais Portugal tem cada vez mais recur-e as tecnologias da produo.sos humanos. Joaquim Goes, admi-No sendo certo que venhamosnistrador executivo do BES lembraa dar cartas em todas estas re- que em 2008 havia um ndice de es-as, estamos, em todas elas, a re-tudantes de Doutoramento por ha-alizar um esforo considervel, bitante superior mdia europeiaacrescentou o director-geral daem 40% e tnhamos igualmenteCOTEC Portugal.um total de 75 mil investigadoresAlgo que seja inovador deve ser(quase o dobro desde 2005). Esta-protegido, atravs de um pedi- mos a par da Alemanha e acima dedo de patente, por exemplo. Epases como a Holanda e a Espa-assim assegurar que a concor-nha, por exemplo.PME LDER 2011 20. FOTO ARQUIVO ECONMICO Nas fotos: As grandes reasO mesmo gestor lembra que de futuro emhoje 33% dos novos licenciados termos de em Portugal so licenciados em investimento em Cincias e Engenharia (somos l- Inovao so as deres na Europa). TIC, Biotecnologia, A questo do capital humano Energia, masqualicado determinante para tambma evoluo pela inovao mas Tecnologias da tambm necessrio reforar Sade, Floresta,prticas em trs dimenses, se- Calado, novosgundo Joaquim Goes. So elas: materiais e aso nanciamento inovao, a tecnologias daarticulao entre as Universida- produo. des e a Indstria e um aspecto mais complexo que tem a ver coma reduzida valorizao queFOTO JOO PAULO DIAS culturalmente atribumos ini- ciativa pessoal e ao empreende- dorismo, defende o administra- dor executivo do BES. PME LDER 2011 21. case-study22 M.A.R. KayaksDe Vila do Condepara o mundoa A M.A.R. Kayaks nasceu em 1978numas instalaes que no ti-nham mais de 50 metros quadra-dos. E se tudo comeou pela mode Manuel Ramos, com a produ-o de barcos para uso prprio,aquele que viria a ser empres-rio da conceituada marca Nelofoi deixando seguir a ordem na-tural das coisas e medida que odesporto foi crescendo em Por-tugal, tambm ele foi produzin-do mais barcos e aumentando aA empresaque se dedica produo debarcos paracanoagem soba marca Nelorecebeu daAEP o galardoProdutividadepela Inovao2010 .POR ANA CUNHA ma Joo Costa, director nan- ceiro da empresa. Como se inova num negcio de barcos para a prtica da canoa- gem? Em primeiro lugar, pelas pessoas. Cerca de um tero dos funcionrios so praticantes ou ex-praticantes de canoagem. importante para a motivao, para o alinhamento com os ob- jectivos da empresa, ajuda a criar um sentimento de perten- a organizao. E isso crucialdimenso da fbrica.ALMEIDApois potencia uma cultura deA empresa que rapidamenteinovao mpar, avana Jooexpandiu o seu negcio paraCosta.Espanha e hoje est espalhadaDepois investe-se em inovao.em todo o mundo por interm- Se em 2009 a empresa investiudio de agentes revendedores,assume que uma das maio-res empresas do mundo e semdvida uma das melhores. Um DADOSverdadeiro caso de inovaoDA EMPRESAmade in Portugal. Somos l-deres mundiais neste mercado: Nmero de trabalhadoresa representatividade da nossa91marca nos principais eventos Facturao 2010da canoagem (i.e., campeonatos 3,6 milhes de euros Investimento em I&D 2010FOTOS BRUNO BARBOSAdo mundo e jogos olmpicos) 250 mil eurosmaior que os nossos concorren- Produo anualtes juntos. Isto mede-se em me-3000 barcosdalhas conquistadas e nmerode barcos em competio, ar-PME LDER 2011 22. Nas fotos:Todos os barcos,quer de turismo,quer de competioso desenhadospela equipa de 91pessoas da M.A.R.E todos so umapea fundamentalquando a palavrade ordem inovar.Em baixo, ManuelRamos, o fundadorda empresa, quecomeou em 1978a produzir barcospara uso prprio. 182 mil euros, em 2010 a fasquia foi bem alta, nos 250 mil euros. E esta aposta em I&D um tra- balho de todos, j que desde a administrao at aos operado- res todos esto envolvidos no departamento. Com uma estrutura de 91 pesso- as dos quais 11 tm licenciatu- ra ou grau superior a M.A.R. Kayaks tem hoje 8.000 metros quadrados de fbrica, onde pro- duz 3000 barcos/ano entre os mais variados modelos de bar- cos de turismo ou de competi- o. Mas todos so desenhados e concebidos pela empresa, re- correndo a tcnicas avanadas e suportados no investimento em I&D que envolve maquinaria e prototipagem rpida. O ano de 2011 no podia ter co- meado da melhor maneira para a M.A.R. Kayaks, j que recebeu da AEP o galardo Produtivida- de pela Inovao 2010. Nos ltimos trs anos, a em- presa que facturou cerca de 3,6 milhes de euros em 2010 tem vendido para 63 pases, no ha- vendo um mais importante que o outro, como salienta o director nanceiro. PME LDER 2011 23. case-study24 BERDDescomplicar a engenharia de equipa de 22 trabalhadoresda BERD so pedidas trs coi-sas: que pensem no processoconstrutivo de uma ponte deforma racional, ou seja, queeste seja seguro, econmico erpido; que disponibilizem osgrandes equipamentos cons-trutivos necessrios e quedem formao e apoio tcni-co na construo das pontes. Aexplicao de Rodrigo GraaMoura, vice-presidente e CFOda BERD Bridge Engineering A empresa que tem como accionistas institucionais a AICEP Capital, FEUP Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e Mota- -Engil no pra de dar cartas no mercado mundial. POR ANA CUNHAA empresa, criada em 2006, ain-da no facturou um euro emPortugal, o que signica quenasceu j com uma enorme ver-tente de exportao. E isto o que mais exigente, a BERDteve 100% de exportao,arma o vice-presidente. Trsmeses depois do arranque, osresponsveis da empresa per-ceberam que a sobrevivncia,de incio, e o sucesso, a mdioprazo, passavam incontor-navelmente pela exportao.quanto aos resultados e ori-gem dos mesmos.Em 2010 a BERD esteve envol-vida em quatro/cinco projec-tos em quatro pases, mas ondetem uma presena mais forte na Repblica Checa. A ponte deHostovsky Creek Valley, na Es-lovquia foi o maior desao doano passado.Research & Design. ALMEIDANo houve, portanto, surpresasPME LDER 2011 24. Na foto:O dia-a-dia nosescritrios da BERD,em Matosinhos,trabalhando numdos projectosde clientes DADOSinternacionais. DA EMPRESA Pedro Pacheco,presidente da Nmero de trabalhadoresempresa, e um 22 dos projectos que Facturao 2010constituiu um dosFOTOS HERNNI PEREIRA 4 milhes de euros maiores desafios Budget em I&D 2011de 2010: a ponte 350 mil eurosde HostovskyCreek Valley, naEslovquia.pontesO sistema OPS Sistema de Pr-Este ano muito pode aconte-incontornvel, garante o vice-Esforo Orgnico, a base do tra- cer. Ser um ano de enormepresidente.balho de engenharia em pontes, investimento e de aumento A BERD avana tambm quetem sido alvo de vrios prmios, de carteira de clientes, onde 2012/2013 ser um ano de fortecomo um prmio na rea da Cin-Portugal far parte do desen- aumento de facturao, tendocia (da Federation Internacional volvimento do negcio a curto neste momento a facturaodu Beton) e dois na rea da Ino- prazo, embora a grande voca-assegurada para esse perodo.vao (Prmio BES, Prmio Five e o da BERD continua a ser aO oramento deste ano ao nvelPrmio Infante D. Henrique). Com vertente de exportao. Ser de I&D aponta para os 350 milorgulho de serem portugueses,sempre preponderante isso euros. A empresa est concen-a equipa profundamente res- trada em consolidar os negciospeitada e admirada pelos crculosncora mas j admite que entrarmais prestigiados de engenhariaem novos negcios um cen-de Pontes, a nvel mundial, asse- rio muito provvel. Mas sempregura Rodrigo Graa Moura.com muita disciplina.PME LDER 2011 25. case-study26 VortalAjudar os clientesa comprar melhore a vender maisc Com 10 anos de actividade, aVortal tem o desao constantede inovar num mercado que nopodia ser mais competitivo, o dasTecnologias de Informao, maisconcretamente no segmento deinternet business. O esforopara estar sempre frente exigeum investimento ainda maior,arma Rui Dias Ferreira, CEO daVortal. Todos os dias somos con-frontados com inovaes disrup-tivas, com gigantes a aparecereme a desaparecerem, onde operamCom escritriosno Porto, Lisboa,Madrid e tambmem Inglaterra,a empresaportuguesaespecializada eminternet businesscontinua acrescer, semprecom uma fortepoltica deinvestimento emI&D.actividade. Parar morrer nestarea de actividade.A empresa tem uma equipa demais de 120 colaboradores quese encontram distribudos nos em Portugal, nos escritriosdo Porto e Lisboa, mas tambmem Espanha, Madrid, e Ingla-terra. A Vortal desenvolve asolues sempre adaptadas snecessidades dos clientes. Enesta perspectiva, a empresafaz periodicamente inquritos eworkshops para perceber quais DADOS DA EMPRESA Nmero de trabalhadores 120 colaboradores Facturao 2010 11 milhes de euros Investimento em I&D 2010 Mais de um milho de euros Nmero de clientes 25 milnomes como a Google, LinkedIn,as reas onde preciso melho-Alibaba, GroupOn, etc, acres-POR ANA CUNHA rar alguma coisa sempre comcentou o CEO. ALMEIDA o objectivo de continuar a terCom mais de 25 mil empresas uma oferta vlida para os mer-clientes e um crescimento m- cados onde actuamos, salientadio anual de 20% - em 2010 aRui Dias Ferreira.empresa facturou 11 milhes deA ideia do negcio da Vortal euros a Vortal direcciona maisajudar os clientes a comprarde um milho de euros para I&D, melhor e a vender mais. Como?tendo uma equipa de 30 pessoasDisponibilizando solues naexclusivamente afectas a esta rede que lhes permitam encon-PME LDER 2011 26. FOTOS PAULA NUNESNa foto:O Laboratrio trar os melhores parceiros dede Inovao e negcio. () Hoje passam pelasDesenvolvimento,nossas plataformas 2,5% do PIBVortal Innovation Nacional, admite o CEO.Lab, em Lisboa, E se o ano correu bem em 2010,recebe anualmente com a consolidao de lideranaestudantes eem Portugal, a nvel internacio-recm-licenciados nal a empresa assume ter obtidopara integrarem a importantes reconhecimentos.empresa em regime A Gartner Group, consultora nade estgio ou derea das TI, fala da Vortal nosprimeiro emprego. seus relatrios Cool vendors aqui quein Procurment Applicationstrabalham mais de e Strategies dor Public Sector30 engenheiros e ao Investment in Procurementqual correspondeApplications como uma dasum investimento quatro maiores players mun-superior a sete diais em solues de contrata-milhes de euros. o electrnica. E atribuem-lheRui Dias Ferreira, CEO da VORTAL, parauma quota de mercado de 7%quem a dedicao, o empenho e enfoque na Europa.no cliente so os grandes conselhos que At nal deste ano, a Vortal es-recomenda a todos os que se iniciam tima investir mais de dois mi-agora no meio empresarial.lhes de euros em projectos decursos.PME LDER 2011 27. entrevista28 Joaquim Goes, administrador executivo do BESInovao no uma inveno por si sO que falta a PortugalO financiamentoQuais as reas de actividade O que tem feito o mercadopara atingir patamares inovao,onde Portugal temnanceiro nacional parade liderana na reaa articulaoum posicionamento forteajudar na promoo destada inovao?entre universidadesem termos de inovao? inovao made em Portugal?O nosso Pas encontra-se aindae a IndstriaSo exemplos deste sucesso em- Falando da realidade do Ban-aqum das melhores prticas e ainda a iniciativa presas de variadssimas reas, co Esprito Santo, a promooeuropeias em termos de Ino- pessoal edesde as Tecnologias de Infor- da inovao assenta em quatrovao. No entanto temos con-empreendedorimos.mao, Comunicao e Electr-pilares que se complementamseguido registar uma evoluonica (como a Outsystems, a Alert,e que pretendem Estimular amuito expressiva nos diversos POR ANA CUNHAa YDreams, a Vortal, a Critical, a Inovao, Investir na Inova-indicadores e rankings existen- ALMEIDAChipidea), as CleanTech (temos o, Acompanhar a Inovao etes sobre Inovao. H ainda exportado o nosso know-how Apoiar a Internacionalizao.um caminho a percorrer. Um em termos de renovveis, no O primeiro pilar (Estimular aaspecto importante termos aapenas nas elicas mas tambm, Inovao), tem o seu expoentecapacidade de tirar partido do mais recentemente, nas fotovol-mximo no Prmio Nacional dereferido investimento efectuadotaicas), a Sade, passando pelas Inovao BES, que tem tido umaem capital humano ao longo dos reas mais industriais como os forte adeso: 1.059 participantesltimos anos, e assim assegurarmoldes, a construo, a alimen-em 6 edies, 33 prmios e quea sua transposio para iniciati-tao ou mesmo em reas mais j atribuiu um total de 2,1 mi-vas com impacto econmico: nocientcas. Da nossa experin- lhes de euros em prmios.referido Innovation Scorecard, cia, os resultados positivos queapesar de globalmente estar- se tm alcanado no resultamDos vrios instrumentosmos na 15 posio, no que diz destas empresas serem desta ou quais os preferidos dasrespeito aos efeitos econmicosdaquela rea de actividade emempresas e particulares paradecorrentes da Inovao, ocupa-particular, mas antes do grandeo nanciar os seus projectos?mos a 23 posio entre 27 Pa-mrito dos seus produtos ino-No caso Portugus temos vin-ses. Temos ainda de ser capazesvadores e dos seus empreende-do a convergir para os nveisde reforar as nossas prticas dores. Em termos de empresas de nanciamento em I&D queem trs dimenses importantes: mais consolidadas, algumas tm se registam em mdia na Unioo Financiamento Inovao, ademonstrado a sua capacidade Europeia. Segundo a sua fase dearticulao entre as Universida- em vencer no mercado global, desenvolvimento (comeandodes e a Indstria e um aspecto com base na sua capacidade empela fase de seed, passandomais complexo e que tem a verinovar, como por exemplo na fase de start-up e depois com a reduzida valorizao que rea do calado, dos txteis, ou de crescimento) as empresasculturalmente atribumos Ini-ainda em reas mais especcas,inovadoras emergentes em Por-ciativa pessoal e ao Empreende-como alguns OEM na indstria tugal tm como instrumentosdorismo. automvel. de nanciamento, tipicamente,PME LDER 2011 28. a fonte denominada FFF (Fa-mily, Friends and Fools), os Pr-mios de concursos de inovao,os Business Angels, alm de fun-dos especcos (pr-seed, seed eVenture Capital), pblicos e pri-vados. Nenhuma destas fontesde nanciamento se encontranuma fase madura em Portugal,mas tambm verdade que setm feito progressos signicati-vos nos ltimos tempos nas v-rias frentes.Muitos inventoresportugueses queixam-seque existem boas ideias,verdadeiros exemplosde inovao, que continuamna prateleira por faltade investidoresInovao no uma Invenopor si s: uma Inveno torna-senuma Inovao quando se reec-te no mercado de forma expres-siva, gerando valor econmico.A claricao do conceito ajudaa perceber o porqu de algunsexemplos de Inovao no te-rem visto a luz do dia enquantoiniciativas empresariais concre-tas. Mas no explica tudo obvia-mente, e existe muitas vezes umdce que importa combater naJoaquim Goes lembra que uma invenoidenticao dessas situaes etorna-se numa inovao quando seno apoio transformao dosreflecte no mercado de forma expressiva,casos de maior potencial nasgerando valor econmico. O administradorreferidas iniciativas concretas.executivo do BES defende tambm que osDo lado dos empreendedoresempreendedores devero esforar-se porimporta assegurar uma maiorcomunicar os seus projectos de uma formacapacidade para comunicar demais simples. forma articulada a Ideia, atravsde um discurso simples, quan-ticado e numa linguagem quepermita aos investidores cap-turar com clareza o verdadeiropotencial de cada Ideia esta FOTO PAULA NUNESmais uma das valncias que oPrograma Avanado de Gesto eInovao para Empreendedorespretende reforar.PME LDER 2011 29. que futuro poder Portugal seguir30produzirA competitividadecomea nomercado internom Mais do que uma aposta, a in-ternacionalizao das empresasportuguesas comear a ser qua-se uma obrigatoriedade. Sobre-tudo num ano marcado por crisee austeridade, onde o consumovai cair a pique, condenando avida difcil todos aqueles quevivem exclusivamente do mer-cado interno. Mas se verdadeque as exportaes so funda-mentais no caminho da compe-titividade, tambm no menoscerto que esse caminho se fazNum ano emque a economiadever apenascontar com oimpulso dasexportaespara crescer,os empresriosnacionais devemaproveitar paraganhar fora nomercado interno,melhorando acapacidade para As necessidades face ao exterior vo representar cerca de 8,8% do PIB no nal do ano ainda assim, abaixo dos 10,3% verica- dos em 2010. Um problema que, para economistas como Vitor Bento, est inclusive na origem da actual crise de endividamen- to do pas. Foi a acumulao de dces externos que acabou por se traduzir na acumulao de d- vida externa, disse o presiden- te da SIBS numa conferncia na Faculdade de Direito de Lisboa.por duas vias. E, mesmo em cri- concorreremPara reduzir o dce externo,se, a segunda via algo que as com os produtosa aposta do Governo passa porempresas no podem descurar estrangeiros.beneciar o sector transaccio-e que diz respeito capacida- nvel da economia, para que asde que tm (ou no) para fazerPOR LUS REISempresas possam ganhar com-frente, no mercado nacional, aosPIRESpetitividade e ganhar quota deprodutos vindos do estrangeiro.mercado com as suas exporta-Portugal vai ter este ano o maiores. Mas em termos de vendasdce externo de toda a OCDE ao exterior, a coisa at tem cor-Organizao para a Cooperaorido bem.e Desenvolvimento Econmico. Alis, com um mercado interno >PME LDER 2011 30. FOTO OLIVER BUNIC/BLOOMBERGPME LDER 2011 31. que futuro poder Portugal seguir32produzirFOTO JOO PAULO DIAS FOTO PAULO ALEXANDRE COELHOFOTO NACHO DOCE/REUTERNa foto:Desde o incioda dcada, as> a funcionar ainda muito aqum importaes deque estamos a ver o normal de rem para ganhar espao no mer-do desejado, as empresas por- alimentos vinhamuma indstria exportadora que cado interno. Nesse sentido, notuguesas tm contado com os aumentando, at tem conseguido de alguma for- incio do ano, Vitor Bento avisouclientes internacionais paraatingirem no incio ma internacionalizar-se, seguin-que, para ganharem competiti-aguentarem as suas vendas.de 2008 um valordo o sucesso dos seus clientes.vidade, as PME tero que fazerEm Dezembro, por exemplo, aspreocupante:Olhando para o conjunto de 2010,um esforo para concorreremnovas encomendas indstriacerca de 70%o INE mostra que as encomendascom os produtos estrangeirosaumentaram 24,7%, revelam osdos alimentos provenientes do exterior subi-que entram no pas. [Face dados publicados ontem pelo consumidos no pasram 18,8% face a 2009. Caminhoactual conjuntura] as empresasInstituto Nacional de Estatstica eram importados.contrrio ao das encomendas dotero que se virar para o mer-(INE). Mas as encomendas feitas Mas a crise ps ummercado interno, que recuaram cado externo, mas a sua com-pelo mercado interno subiramtravo s compras 0,4%. No surpreendente,petitividade no depende s doapenas 2,2%, enquanto as do de alimentos ecomenta Paula Carvalho, econo-aumento das exportaes. Tmmercado externo tiveram umbebidas do exterior.mista do BPI, porque o lado da que ter capacidade de concorreraumento 47,5%. Uma diferenaoferta tem dado sinais positivos, no mercado interno com os pro-signicativa que no causa sur- mas o grande impulso tem tido dutos estrangeiros, frisou.presa a Filipe Garcia, economista origem nas exportaes.E aqui o sector agro-alimentarda IMF - Informao de Merca- Mas o mercado externo no que leva vantagem, tambm pordos Financeiros. evidente quepode ser a nica opo dos em-fora da conjuntura. Desde o in-o resto do mundo cresce nesta presrios. E se verdade que a cio da dcada, as importaes dealtura muito mais que Portugal, actividade econmica continua alimentos vinham aumentando,os nossos clientes esto a deno-aqum do desejado em Portugal,at atingirem no incio de 2008tar bom crescimento, diz, e o tambm cabe s empresas luta- um valor preocupante: cerca dePME LDER 2011 32. FOTO STRINGER/REUTERduo fora do pas. De entre osassociados da Centromarca [querene as marcas de fornecedor]86% dos produtos so fabricadosfora de Portugal e apenas 14%em territrio nacional, concre-tiza.Ora, a troca de uma marca defornecedor por um produtoequivalente de marca de distri-buidor implica muitas vezes asubstituio de bens importadospelos nacionais. A aceleraodos custos dos transportes nosegundo semestre do ano passa-do tambm poder ter retirado avantagem competitiva aos pro-dutos importados, estimulandomais a compra dos nacionais,acrescenta Augusto Mateus, ex-70% dos alimentos consumidoso expressiva das importaesministro da Economia. Mais: osno pas eram importados. Mas a(-10,7%). nmeros vo ainda ao encontrocrise ps um travo s comprasPerante os nmeros, Lus Reis,do esforo mais acentuado dede alimentos e bebidas do exte- presidente da Associao Portu- articulao entre fornecedoresrior. No ano passado, a impor-guesa de Empresas de Distribui- e distribuidores nacionais, notatao deste tipo de bem cresceu o (APED), lembra que ao longo o economista.quatro vezes menos do que o to- de 2010 se vericou um a in- O caminho parece estar inicia-tal das importaes e foi a nica tensicao da troca das marcas do, mas preciso continuar acategoria de produtos em quede fornecedor pelas de distribui- trilh-lo, estendendo o esforoPortugal reduziu o consumo nosdor nos bens alimentares. Mais tambm aos outros sectores queparceiros extracomunitrios.sensveis ao factor preo, muitos no o alimentar. Nesse sentido,De acordo com o INE, Portugal consumidores optaram pelos2011 at pode ser um bom anocomprou 6.915 milhes de euroschamados produtos de marcapara faz-lo. A actividade eco-em alimentos e bebidas l fora, branca ou do prprio supermer-nmica vai ressentir-se com aem 2010, o que equivale a uma cado que os distribui. Lus Reisausteridade mas, a acreditar nosubida de 2,5% face a 2009 - um explica que enquanto as marcascenrio do Governo, as importa-aumento que em parte pode-dos distribuidores associados daes tambm iro recuar (1,7%),r ser explicado pela variaoAPED - que rene as grandes ca- podendo as empresas nacionaisde preos e que contrasta com deias, como a Sonae ou a Jerni-aproveitar para instalarem noa subida de 10,5% do total dasmo Martins - so cerca de 45%mercado interno produtos na-importaes. E olhando apenas produzidos em Portugal e 55%cionais sucedneos de outrospara os parceiros extracomuni-fora do pas, a maioria das mar- tantos que Portugal se habituoutrios, verica-se at uma redu-cas de fornecedor tem a sua pro-a comprar l fora.PME LDER 2011 33. case-study34 Portugal FreshPortugal Fresh querduplicar exportaesem cinco anosf Foi apresentada publicamenteno Ministrio da Agriculturano dia 20 de Dezembro de 2010e ser a associao responsvelpela promoo nacional e inter-nacional das frutas, legumes eores nacionais. formada por50 empresas de todos os subsec-tores, com uma distribuio ge-ogrca bastante representati-va do sector agrcola portuguse chama-se Portugal Fresh.O sector hortcola tem cada vez A associao quer promover o consumo interno de frutas, legumes e flores nacionais, mas tambm encontrar novos mercados, incrementar a capacidade negocial e de criar e fomentar de que a conjuntura que o pas vive, tem originado em todo o mercado uma presso de preos baixos que em nada benecia o sector, pelo que considera que a associao que dirige vai per- mitir a concertao e coopera- o empresarial. Mas no s. Manuel vora acredita que a a necessidade de encontrar novos mercados, de incrementar a ca- pacidade negocial do sector e de criar e fomentar parcerias commais peso na economia nacional,parcerias todos os protagonistas do sectorrepresentando j um volume decom todos os a base para desenvolvermos onegcios na ordem dos 2,5 milprotagonistas doconsumo das frutas, legumes emilhes de euros anuais, com assectorores de Portugal. No fundo,exportaes a representarem em a Portugal Fresh ter o papel2010 cerca de 800 milhes de eu- POR RAQUELde tornar o sector muito maisros. Mas o objectivo da associa- CARVALHOcoeso proporcionando aos agri-o duplicar este volume de cultores, aos empresrios agr-exportaes nos prximos cinco colas e s empresas uma solidezanos, revela Manuel vora, pre- que lhes permita criar valor esidente da Portugal Fresh. aumentar signicativamente oNa origem da criao desta as- investimento, incrementandosociao esteve a necessidade o emprego e criando condiesclara e evidente dos produtorespara uma estabilidade do sec-hortofrutcolas e ores de con-tor, arma.seguirem encontrar alternativasUm dos objectivos conquis-vlidas e seguras s enormes di- tar os mercados internacionais,culdades que o sector apresen-nomeadamente o mercado data em Portugal, confessa o res- Amrica Latina e alguns pasesponsvel, que no tem dvidasdo continente africano, mas aPME LDER 2011 34. Na foto em cima:associao est especialmente O ministrofocada em incrementar o con- da agriculturasumo interno destes produtos, e Antnio Serrano em aumentar substancialmen- (ao centro), est te o volume de negcios nesta junto do Secretrio rea, sublinha Manuel vora de Estado que se mostra muito satisfeito das Florestas e com o facto da associao ter Desenvolvimento marcado pela primeira vez uma Rural, Rui Barreiro e presena prossional na edio de Rosrio Carvalho,deste ano da Fruit Logstica, o da Cmara maior evento mundial do sec- de Comrcio tor, que se realiza em Berlim, na Luso-Alemanh.Alemanha, todos os anos, e que se realizou este ano, de 9 a 11 de Na foto Fevereiro. A presena nacional esquerda: representada por 23 empresas, O stand de umarevelou-se um enorme suces- das 23 empresas so e constituiu um marco, diz nacionais presentes o engenheiro agrcola, que subli- na Fruit Logstica, nha o facto de, entre os 2500 ex-FOTOS CEDIDAS POR PORTUGAL FRESH atravs da Portugal positores e 84 pases presentes, Fresh.ter-se realado a importncia que foi reconhecida a Portugal, com o governo alemo e a direc- o da feira a decidir realizar a cerimnia de inaugurao em pleno pavilho de Portugal.PME LDER 2011 35. case-study36 grupo Ortigo CostaAposta na inovaoe formaomarcam a diferenau Uma procura obstinada pormelhores produtividades acom-panhada de um apertado con-trolo de custos a chave dosucesso da actividade agrcolado grupo Ortigo Costa. Mas nos. O lema do grupo trabalharintensamente, com honestida-de e competncia que os resul-tados mais cedo ou mais tardeaparecem. Quem o diz JorgeOrtigo Costa, administrador dogrupo que sublinha que ao su-cesso est tambm associada a55 anos detrabalho intensoe obstinadotornaram o grupoOrtigo Costanum caso desucesso. O grupo o primeiroprodutorde tomateda Europa,produzindopor ano, 65 miltoneladas. dando-lhes formao constante, sublinha. Tudo isto se reecte no nvel da produo actual, com- parativamente com h 55 anos atrs quando surgiu o grupo, bem como na mo-de-obra ne- cessria e no nvel de produo actual. Segundo Jorge Ortigo Costa, para a quantidade diria de tomate colhida hoje pelas nos- sas mquinas, h 55 anos atrs necessitaramos de 1.500 pessoas para colher a mesma quantidade. Na poca tnhamos 800 pessoas edimenso da empresa que trazfazamos metade da rea que fa-boas economias de escala, bemPOR RAQUEL zemos hoje com 50 pessoas.como o reinvestimento de todoCARVALHO O grupo Ortigo Costa produzo cash ow gerado nos ltimostomate para indstria, arroz,anos. leite, azeite e uva e no se quei-A agricultura um sector tipi-xa da crise. Jorge Ortigo Costacamente tradicional. Porm, nosrevela que 2010 foi um ano de DADOSdias de hoje, imprimir inovaoboas produtividades e que osDA EMPRESAe modernidade a sectores tradi-efeitos da crise apenas afecta- Volume de negcios em 2010cionais igualmente um factor ram a empresa na crescente di-17,5 milhes de eurosque marca a diferena. tambmculdade de obteno de novos Produo de tomateaqui que o grupo aposta e quenanciamentos para projectos 65 mil toneladaspotencia o sucesso. O administra-de expanso e no aumento dos Produo de arrozdor arma haver a preocupaocustos nanceiros.4 mil toneladasde adquirir todas as tecnologiasOs nmeros falam por si: A em- Produo de leitemais modernas do mercado empresa tem capacidade para pro- 7.000.0000 litrostermos de maquinaria agrco- duzir 65 mil toneladas de toma- Produo de uvala, a que se junta a existncia te por ano, o que nos torna no1200 toneladas Produo de azeitede um consultor independenteprimeiro produtor de tomate da450.000 litrospara cada rea de actuao, queEuropa, revela Jorge Ortigoacompanha os nossos tcnicos,Costa. Alm disso, produz 4.000PME LDER 2011 36. FOTO YURIKO NAKAO/REUTERS FOTO TONY GENTILE/REUTERS Na foto:toneladas de arroz, 2.5% daO grupo Ortigoproduo nacional, 7.000.0000Costa produzlitros de leite por ano, 1.200 to- tomate paraneladas de uva e 450.000 litrosindstria, arroz,de azeite. Uma actividade agr-leite, azeite e uvacola que representou em 2010,e no se queixaum volume de negcios de 17.5da crise. Ao lado, omilhes de euros. Para este ano, seu administrador,as previses so de 18,6 milhes Jorge Ortigode euros.Costa, diz queNeste momento, a estratgia de a empresa hojecrescimento passa pela interna-a maior produtora FOTO NEVES ANTNIOcionalizao da produo, es-de tomatetando o grupo a desenvolver um da Europa.projecto na Romnia em conjun-to com um scio portugus.PME LDER 2011 37. case-study38 SousaCampNa agriculturatambm h espaopara inovart Trabalho e dedicao caracte-rizam o sucesso da SousaCamp,uma empresa que, sedeada emBenlhevai, uma aldeia de VilaFlor, em Trs-os-Montes, con-seguiu vencer e tornar-se umaPME de sucesso. Alis, estes doisfactores conjugados explicam aconcretizao de todos os objec-tivos pensados, e que em 1989,aquando da criao da empresade produo de cogumelos, pa-recia uma misso impossvel.Para contrariar o que pareciaProduzircogumelos emTrs-os-Montesrevelou-se umatarefa maisfcil do queinicialmenteprevista paraa SousaCamp,empresa quej nasceu coma inovaoincorporada nasua actividade.est na utilizao das capacida-des de cada um. Tcnicas de Pro-duo, investigao, formao,investimento entre outras.A capacidade humana e as tecno-logias utilizadas aperfeioaram-se, da que desde 1989 at agora,as grandes diferenas ao nvelda produo se notem essencial-mente na informtica e na bio-tecnologia que hoje utilizamospara maximizar a qualidade e aproduo, ajudando-nos a con-trolar todo o processo, explicaimpossvel, a empresa j nas-Artur Sousa.ceu de um conceito baseado na POR RAQUELOutro factor que tem contribu-inovao, estando bastante aCARVALHOdo para o sucesso a aposta per-frente de pases como Frana, manente na investigao e naEspanha e outros, explica Ar-formao contnua dos recursostur Sousa, administrador. E o humanos, a par de uma constan-resultado cou vista. Em 1992te actualizao do mercado, ofomos honrados com o prmio que obriga a analisar os pontosinovao e criatividade, frisa,fracos de forma a poder comba-explicando que a inovao temt-los, antecipar mudanas e re-sido contnua at hoje.forar os pontos fortes de formaClaro est que em sectores tra- a estimular a competitividadedicionais como o agrcola a ino-no nvel interno e externo davao marca a diferena, e Arturempresa, frisa.Sousa garante que na agricultu-Desta forma a empresa conse-ra tambm h espao para ino- guiu identicar oportunidadesvar, acreditando que a soluo e implementar mudanas quePME LDER 2011 38. DADOSDA EMPRESA Volume de negcios em 201020 milhes de euros Volume de negcios previstopara 201130 milhes de euros Facturao prevista numprazo de trs anos50 milhes de euros Representao dos mercadosexternosMais de 50% do volumede facturao Produo anualde cogumelos11.000 toneladasNa foto:possibilitaram contornar a cri-A SousaCamp se, o que se reectiu num vo-produz por anolume de negcios superior a 20mais de 11 milmilhes de euros em 2010. Alis,toneladas por ano a SousaCamp tem conquistadode vrios tipos um crescimento na sua factura-de cogumelos. A o de mais de 30% ao ano. Deempresa sedeada referir que a empresa produzem Benlhevai, anualmente cerca de 11 mil to-Trs-os-Montes, neladas de todas as variedades,administrada portendo aumentando para as 16Artur Sousa, na mil toneladas depois dos recen-imagem ao lado. tes investimentos numa novafbrica.Segundo Artur Sousa, 2011 de-ver continuar a revelar um in-cremento da actividade sendoque o contributo da exportaodever ser decisivo para a ob-teno de um adequado nvelde resultados globais, diz, ar-mando esperar perto de 30 mi-lhes de euros de venda. J nosprximos trs anos o objectivo FOTOS JOO PAULO COUTINHOchegar aos 50 milhes de euros.Frisar ainda que a estratgia decrescimento da empresa est fo-calizada nos mercados externosos quais j representam mais de50% do volume de negcios.PME LDER 2011 39. que futuro poder Portugal seguir40 venderVender Portugall forav Vender a imagem de Portugal lfora vender uma imagem colec-tiva de Portugal, de vrios secto-res por intermdio das empresasque comercializam calado, tx-teis, mobilirio, vinho, cortia,design, turismo, etc. Estes sos exemplos de sectores que notm estado de braos cruzados.Quer seja atravs de campanhaspromocionais, quer seja atravsPromover o Pasl fora tem de seruma iniciativaconcertada detodos os sectoresde actividade,onde Portugalmarca a diferenapela qualidadee diferenciaodos seusda presena em feiras da espe-produtos e/oucialidade, ou ainda pelo esforoservios.que fazem de investimento e ex-portao dos seus produtos. So POR ANA CUNHAempresas, muitas PME, que do ALMEIDAa conhecer os seus produtos mastambm um pouco da qualidademade in Portugal.Mas vender uma imagem positi-va do Pas no pode ser um actoisolado, de apenas um sector. nisto que acredita FranciscoBorba. Na ltima entrevista quedeu enquanto presidente da Vi-niPortugal [demitiu-se do cargouma semana depois da entre-vista ao Dirio Econmico, ale-gando razes pessoais] armoupouco vale o esforo isoladodo sector vitivincola, se outrossectores no cooperarem numesforo conjunto de promoverPortugal. tambm Francisco Borba queaponta o turismo, o golfe, a gas-tronomia, o design, a moda, acortia ou o azeite a par dos vi-nhos como sectores e produtoscom mais-valias indiscutveis.PME LDER 2011 40. Na foto: Mais de 750 pessoas provaram os vinhos portugueses em Nova Iorque durante a prova de vinhos organizada pela ViniPortugal, no Cipriani da 42 Street, em Abril de 2010. O evento contou com 52 empresas portuguesas participantes e foi um dos eventos com maior adeso de visitantes. Para este ano esto previstas aces semelhantes. Em 2011, a ViniPortugal vai procurar desenvolver aces conjuntas e convidar algumas empresas de sucesso a estarem presentes nos nossos eventos, como forma de armar que Por- tugal tem muito para oferecer, diz o agora ex-presidente da Vi- niPortugal. O objectivo o de criar uma imagem positiva de Portugal na mente das pessoasFOTO CEDIDA POR VINIPORTUGAL que no nos conhecem e ainda no nos visitaram, acrescenta. Mas se a ViniPortugal tem tido um papel activo na promoo do Pas nos mercados externos, os nmeros tambm falam por si. > PME LDER 2011 41. que futuro poder Portugal seguir42 vender> Em 2010, o vinho portugus re-Na foto:gistou um aumento das exporta-A APICCAPS,es em mais de 30,3% em valorem representaoe um aumento de 12,4% em vo-do sector dolume. Resultados que Franciscocalado, vai investirBorba atribui ao fruto do traba-10 milhes delho da ViniPortugal em conjunto euros este anocom todos os empresrios vitivi-numa ofensivancolas. A maior conquista no promocional. Sob o nossa, do sector, salienta.slogan The sexiestNo ano passado, a ViniPortugalindustry in Europe,realizou cerca de 100 acesa campanhano total dos pases em que est ousada epresente: Brasil, estados Unidos, irreverente, afirmouCanad, Reino Unido, sia, An-Fortunato Frederico,gola, Pases Nrdicos e Alema-presidentenha. Mas mais importante que da APICCAPS.o nmero de aces realizadas a qualidade e a capacidadede gerar retorno com essas ac-es, admitiu Francisco Borba.E exemplicou com vrios ca-sos prticos. Entre algumas dasmais inditas aces de promo-o da marca Wines of Portugal,a partir do Reino Unido zemosa primeira prova de vinhos onli-ne The Big Tasting e tivemosmais de 3000 pessoas em directoa provar os vinhos portugueses,refere o mesmo responsvel.Tambm em 2010 a Vini Portu-gal trouxe 100 convidados inter-nacionais para assistir Winesof Portugal International Confe-rence. So apenas exemplos dotrabalho feito em 2010 que tercontinuidade este ano.J a Associao Portuguesa dosIndustriais de Calado, Compo-nentes, Artigos de Pele e seusSucedneos (APICCAPS) fala em10 milhes de euros investidospelo sector do calado em 2011numa ofensiva promocionalFOTO CEDIDA POR APICCAPSonde contam com o apoio doprograma Compete. Sob o slo-gan The sexiest industry inEurope (ver foto), a campanha ousada e irreverente, comoPME LDER 2011 42. A AICEP est igualmente a trabalhar na percepoda imagem de Portugal l fora como um pasque inova, exporta e investe.avanou ao Dirio Econmico da Economia, a AICEP assumeFortunato Frederico, presidente uma importncia fulcral na pro-da APICCAPS.moo do que nacional. BaslioMais de 140 empresas portugue-Horta, presidente da AICEP, ar-sas mostraram o que de melhor ma que estamos a desenvol-fazem no sector do calado em ver iniciativas de promoo em68 certames prossionais em mercados que j tem algum peso16 pases. E para este ano est nas exportaes nacionais masj agendada a presena em 74que acreditamos apresentamfeiras da especialidade. Fruto da ainda muitas oportunidades porgrande campanha de promoo explorar. E aqui esto pases escala internacional a noto- como Mxico, Turquia, China,riedade do calado portugusRssia, Canad, frica do Sul etem vindo a aumentar de forma Moambique, Arbia Saudita econsidervel, tendo o preo m- Emirados rabes Unidos, Singa-dio aumentado 11%, sendo, hoje, pura e Malsia. E numa rpidao segundo mais elevado a nvelvisita ao site da AICEP conhe-mundial, explicou o presidentecem-se as vrias iniciativas quedaquela associao. esto programadas, mercado aA indstria portuguesa de cal- mercado, no mbito do planoado jovem, moderna e alta- promocional de 2011.mente inovadora que alia o sa-A AICEP est igualmente a tra-ber fazer acumulado ao longobalhar na percepo da imagemde vrias geraes a um designde Portugal l fora como um pasvanguardista e s mais avana-que inova, exporta e investe. Istodas tecnologias. por esse mo- , atravs da marca Innovatetivo uma das principais e maiswith us procura-se atingir doisreputadas indstrias de calado objectivos. Por um lado, cativara nvel mundial, assume For- os consumidores internacionaistunato Frederico. O ano de 2010 com um apelo directo e mobili-foi de crescimento para as PMEzadora que inovem e, por outro,de capitais exclusivamente por- convid-los a que inovem con-tugueses e hoje o calado nacio-nosco num duplo sentido, con-nal j chega a 130 pases. Mesmocretiza Baslio Horta. Os formatosnos EUA mercado de grandede comunicao deste novo con-dimenso, com muitas particu- ceito sero vrios, desde confe-laridades e muito distinto asrncias, road-shows e aces deexportaes aumentaram na relaes pblicas e media. Quan-casa dos 20% em 2010. to aos pases, em 2011 a grandeA par destes e de outros sectores aposta sero os EUA e Brasil. PME LDER 2011 43. case-study44 Adega de BorbaDo coraoalentejanopara o mundoo O ano passado foi um ano mar-cante para a Adega de Borba.Lanou a primeira pedra naconstruo da sua nova adega,um investimento volta dos 11,6milhes de euros que lhe abreum novo horizonte quanto ex-portao e lhe permite reforara presena nos 30 pases onde osvinhos com a assinatura Borbaesto a ser comercializados.Neste momento, a adega encon-tra-se 50% construda e ManuelRocha, CEO da empresa, garan- Os anos de 2010 e 2011 so anos de fortes de investimentos na Adega de Borba, situada no distrito de vora. Alm de uma nova imagem e novo plano de marketing, da construo de uma nova adega, a missoacabado e centro de expedio,explicou o CEO. Um projecto queconta com o apoio do PRODER(fundos comunitrios para o De-senvolvimento Rural).A Adega de Borba que tem umanova imagem de marca, tendoperdido a palavra Cooperativano meio tem sede no distritode vora. A sua misso o ree-xo da sua estratgia, como ex-plica Manuel Rocha. E isto passapela criao de uma empresamelhor e com maior valor, atra-te que estar necessariamen-est centrada na vs do enfoque na construo dete pronta para trabalhar nesta criao de umamarcas, optimizao dos inves- DADOSvindima de 2011, de forma a queempresa melhor timentos e no desenvolvimentoDA EMPRESApossamos beneciar de todo o e com mais valordas pessoas. Viticultores associadosaumento de qualidade e econo-para tambmNo referindo o volume de ne-300mias de escala desde j.chegar a novos gcios conseguido em 2010, o Hectares de vinhaEste investimento prev a cons-mercados.CEO fala com optimismo deste 2.200truo de um centro de vini-ano que agora arrancou. Ape- Castas tintascao de vinhos tintos e um POR ANA CUNHAsar do contexto macroeconmi-75%armazm de produtos acabados ALMEIDAco adverso, os nossos objectivos Garrafas por hora/capacidade(vinhos engarrafados) mas pre-de vendas apontam para umde enchimentov ainda uma zona de armaze-crescimento de 16% em 2011,18 mil Peso das vendas no mercadonagem de vinho e uma cave defruto de oportunidades ainda externo para a facturaobarricas. Paralelamente ade- no exploradas quer em Portu-15%ga, est tambm a ser constru- gal quer em mercados de expor-do o novo armazm de produtotao. Questionado sobre estaPME LDER 2011 44. Manuel Rocha consideraque a imagem dos vinhosportugueses, com excepo noBrasil e em Angola apesar deterem uma inegvel qualidade,tm uma imagem que reflecteo posicionamento do nossoprprio Pas. Uma imagem queno ajuda, mesmo quandocomparada com outrosprodutores recentes, como aAustrlia, Nova Zelndia, EUA,Chile, frica do Sul ou Argentina.A grande diferena da AdegaBorba face a outros produtoresportugueses, segundo o CEO, que a sua empresa est presente FOTOS CEDIDAS POR ADEGA DE BORBAnos mercados da saudade, maso seu enfoque de crescimento,de forma a que este possa sersustentvel, ser sempre nosmercados e nas populaesautctones.vertente de negcio a explorar, um budget de dois milhes de dos mundiais e apesar de extre-Manuel Rocha explica que passaeuros. mamente concorrenciais apre-pelo aumento da distribuiosentam tambm oportunidadesnos canais de vendas, hipers eTrs grandes clusterspara grandes volumes, avanasupers, bem como canal hore-Mas aonde chegam os vinhos Manuel Rocha. E, por m, masca, da totalidade das marcas do Borba? O enfoque est denidono menos importante comoportfolio da Adega de Borba nos em trs clusters de pases e tem salienta o CEO o mercado asi-mercados domsticos e de ex-sido aqui que a Adega investe etico, encabeado pela China. Deportao. Faz igualmente par-vai continuar a investir. Brasil e parte no esto oportunidadeste dos planos conquistar novosAngola fazem parte do primeiro que possam vir da Rssia e Pol-consumidores e reforar o con-cluster, mercados com eleva-nia, mercados com uma impor-sumo dos actuais consumidores,das oportunidades. Inglaterra,tncia signicativa.o que a empresa prev fazer Alemanha e EUA compem o As vendas para o mercado ex-atravs de planos de marketing. segundo grupo de pases para terno tm j um peso de 15% noE para a nova imagem e aces onde a Adega exporta as suas volume de negcios da Adegade marketing, a empresa tem marcas. So os maiores merca-Cooperativa de Borba. PME LDER 2011 45. case-study46 ZarcoSapatos medidado mercadointernacionals So sapatos. Feitos mo, a pre-ceito. E por isso, nas fbricas daZarco, em So Joo da Madeira,Aveiro, so produzidos por diaapenas 400 pares, uma constru-o minuciosa e o acabamentodas peles a exigir muito tempo.Para um leigo, 400 pares de sa-patos por dia at parece muito,atendendo que no h pormenorque seja descurado. Os nossossapatos precisam de estar cin-co a sete dias na prxima formapara terem um tempo de seca- O negcio da empresa de calado de Aveiro feito praticamente todo no estrangeiro. Um produto de qualidade e um forte sentido de internacionalizao o segredo desta PME de sucesso que aproveita entre os 300 e os 750 euros. E se forem de peles exticas como, por exemplo, de crocodilo, o va- lor dispara para 4.500 euros. E as matrias-primas, ou seja, as pe- les vem todas de Frana, Itlia e Alemanha. A empresa que diz estar numa fase de grandes investimentos na reestruturao da interna- cionalizao, deixa para mo- mento oportuno a abertura de uma loja em Paris, um objectivo que Carlos Santos sempre tevegem natural, diz Carlos Santos, feiras, agentes em mente.presidente da empresa. locais e agncias O ano de 2010 correu felizmen-E esta ser uma realidade quede publicidadete sem desmotivaes, como dizcontinuar a marcar os dias dospara vender osCarlos Santos depois de olhar107 trabalhadores, distribudosseus sapatos l para a facturao da empresa:pelas duas unidades fabris dafora. oito milhes de euros. E no Zarco. No pretendemos de novidade que cerca de 96% dasDADOSforma alguma descurar a ideiaPOR ANA CUNHA vendas venha do negcio inter- DA EMPRESAde que todo o processo manu- ALMEIDA nacional, j que a empresa sem-al exige a parceria dos equipa-pre olhou para mercado externo Trabalhadoresmentos tecnolgicos. Todos oscomo natural. 107investimentos a fazer agora soActualmente, a Zarco vende Facturao 2010no sentido de criar mais-valiaspara 10 pases da Europa, para8 Milhes Peso do mercado externonos nossos produtos e no no o Japo, EUA e Angola. E aqueles na facturaosentido de acelerar qualquer que tm sido mais representati- 98%processo, admite Carlos Santos. vos para as vendas da empresa Pares de sapatos produzidosFOTOS CEDIDAS POR ZARCOAt porque depressa e bem, h so a Holanda, Alemanha e Fran- por diapouco quem, acrescenta. a. A MackJames, que at agora400Os preos vo ao encontro do era uma das marcas fortes daperfeccionismo com que so companhia, vai mudar toda afeitos os sapatos. Podem variarproduo para a Carlos Santos,PME LDER 2011 46. outra das marcas que se subdivi-de em trs linhas Carlos SantosHandcrafted (mais cara), CarlosSantos e Santos. Existe ainda amarca Star Label direccioona-da para produtos de linha maisjovem, copmo explicou o presi-dente da empresa de calado. Aopasso que no estrangeiro ven-dem todas estas marcas, em Por-tugal s esto a ser comerciali-zados alguns modelos da marcaSantos e da MackJames.A empresa no tem lojas pr-prias nem trabalha com enco-mendas de outras empresas. Strabalhamos directamente como cliente lojista, assegura.Para Carlos Santos, a Apiccaps a associao do sector estde parabns, a par de outrasentidades que tm promovido aimagem de Portugal l fora, porintermdio do sector do cala-do. A imagem Marca Portugaltem feito um bom trabalho nosentido de levar at Europa aimagem da qualidade portugue-sa, admite. Tambm a presen-a em feiras da especialidade, apromoo por parte de agenteslocais e de agncias de publici-dade estrangeiras tm ajudado onegcio da Zarco e consequen-temente a imagem de Portugal.Na foto:O negcio da Zarco este ano de-Carlos Santos, nome ver seguir os parmetros dodo presidente daano anterior, diz Carlos Santos.Zarco, tambm A losoa da empresa continua-o nome da r focada na oferta de qualidademarca estrela daelevada e num forte sentido decompanhia que seinternacionalizao. E , alerta,subdivide em vrias que quando se fala de interna-linhas de sapatos.cionalizao preciso no es-Os preos de cada quecer que necessrio que to-par variam entre os dos os empresrios que apostem300 e os 750 euros, neste caminho tenham os apoiosmas em materiaisnecessrios para levarem a cabomais especiaisas suas estratgias fundamenta-podem atingir osdas e que fazem desenvolver a4.500 euros.economia portuguesa.PME LDER 2011 47. case-study48 A.BritoTodo o designe qualidade de ummvel portugusa A A. Brito mais um bom exem-plo de uma PME portuguesa adar cartas no mercado externo.Trabalha num sector tradicional,o mobilirio. E se h muitos anosesta era uma indstria um pou-co acomodada enquanto outrospases, como Espanha ou Itlia,procuravam inovar e diferen-ciar-se, hoje a realidade outra,arma Jorge Brito, o presidenteda empresa. Actualmente, Por-tugal j consegue vender comA empresafundada em 1970por AntnioAlves de Brito uma refernciano mercado domobilirio emPortugal. Linhasmodernas,tecnologia eum bom serviopermitem-lhe gerir uma lar e para hotelaria. Mas tambm os pedidos que vm de Espanha, Frana, Inglaterra e Malta. So estes os quatro mercados para onde a A. Brito vende. Gostaria que o ano de 2010 ti- vesse sido melhor, j que se ve- ricou uma reduo de 15% face a 2009, admite o presidente da empresa, acrescentando logo de seguida que, apesar de tudo, no se pode queixar porque tem uma boa carteira de encomen-qualidade e design e competir carteira dedas e potencial de crescimentosobretudo no mercado europeu,clientes entre nos vrios mercados. Alm dis-refora o responsvel da empre- Portugal,so, pessimismo palavra quesa com sede em Guimares. Espanha, Frana, no paira sobre a A. Brito. na fbrica no Lordelo que Jorge Inglaterra e O mercado externo j respon-Brito vai gerindo as encomendas Malta. svel por cerca de 50% da factu- se realiza de 23 a 27 de Fevereiro,que chegam por intermdio dosrao 6,3 milhes de euros emna Exponor. Mas tambm marca200 pontos de venda do Pas que POR ANA CUNHA2010. Espanha e Frana so ospresena em feiras da especiali-comercializam o mobilirio de ALMEIDApases mais slidos em termosdade em Espanha e Frana. de vendas e a aposta em 2011 ir A empresa emprega 80 pessoas passar por continuar a crescer directamente, tendo ainda uma DADOS em cada um destes mercados,rede de vendedores, nacionais e DA EMPRESAapostando sobretudo no merca-estrangeiros. do francs, onde a empresa en- O investimento em I&T uma Nmero de empregadostrou em ltimo lugar, h cerca constante. As tendncias mu-da empresa de trs anos.dam muito rapidamente, pelo80 A presena em feiras da especia- menos investimos sempre por Facturao 2010 lidade uma altura importante,ano qualquer coisa como 5006,3 milhes de euros j que aqui que estabelecemmil euros, avana Jorge Brito. Peso do mercado externo novos contactos, se angariam A empresa, que recorre a equi-na facturao50%novos clientes. Em Portugal fa-pamentos italianos no fabrico rea produtivazem questo de estar na EXPORT de mveis, aposta em inovado-12.000 m2HOME, feira para prossionaisres conceitos modulares que lhe de mobilirio, iluminao, arti- tem garantido a apresentao de gos de casa para exportao, que linhas mais contemporneas.PME LDER 2011 48. A matria-prima [derivados de madeira] utilizada no fabrico dos mveis A. Brito toda portuguesa. S as ferragens e componentes so comprados fora, uma vez que a oferta a este nvel em Portugal diminuta e funciona com representaes. A empresa est constantemente a investir na fbrica, apostando em inovadores conceitos modulares que lhe tem garantido a apresentao de linhas mais contemporneas.FOTOS CEDIDAS POR A. BRITOO leque de produtos fabricado vasto, funcionando com basenas encomendas em dois seg-mentos distintos: o lar e a ho-telaria. Se no primeiro, falamosde mobilirio de quarto, sala eoutros mdulos. No segundo acriao de estruturas medidados hotis. Aqui h os clientesque procuram a soluo chavena mo, que alm do mobiliriotambm pretendem, por exem-plo, servio de cutelaria, expli-ca Jorge Brito. por isso com-plicado determinar qual destesassume um contributo maiorpara as vendas. Depende mui-to das encomendas, de parte aparte. Em 2010, cada segmentoteve um peso de 50%.PME LDER 2011 49. case-study50 Empresa Industrial SampedroUma referncianos txteis parao sector hoteleiroa A Empresa Industrial Sampedroj existe desde 1921. Iniciou ac-tividade como fabricante de te-cidos de linho, destinados con-feco de lenis e atoalhados demesa. E esse foi o primeiro passoporque a partir da nunca maisparou. Alargou a produo paranovos materiais, como algodo,polister/algodo e outras -bras, como felpos.O nome Sampedro uma re-ferncia sempre deste tipo deProdutos paracama, mesa,banho. Delinho, algodo,polister ououtras fibras.A etiquetaSampedro uma das eleitaspelo mercadoempresarialnacional eestrangeiro. s diculdades sentidas nos dois anos anteriores. A gama de produtos Sampedro est presente em cerca de 40 pases espalhados pelos cinco continentes. Os mais represen- tativos so Espanha, Sucia, Su- a, Inglaterra e Angola e Dinis Dias Assuno explica que para 2011 esto abertas perspectivas resultantes de vris misses de prospeco levadas a efeito em nichos de mercado e em mer-artigos txteis para o sector A unidadecados em desenvolvimento. Ahoteleiro. Onde h um hotel, h industrial situada empresa aguarda igualmente,artigos para cama, mesa, banhono Lordelo,este ano, o retorno de negciose complementares. E em muitos Guimares, nos mercados tradicionais dadeles, l est a etiqueta Sampe-continua a dar Europa e das Amricas, acres-dro. E se uma das principaiscartas num sectorcentou o director nanceiro.empresas da indstria nacional, tradicional, ondeO parque industrial da Sam-a verdade que no apenasno faltam novas pedro tem uma superfcie deisso. Assume-se j como um dostecnologias para 25.000 m2, implantados numamaiores fabricantes na Europa trabalhar os fios. rea total de 60.000 m2. Esta para o sector hoteleiro. A fac-uma moderna unidade indus-turao da empresa que em, em POR ANA CUNHAtrial equipada com tecnologia 2010, facturou 10 milhes de eu-ALMEIDAaltura dos mais exigentes requi-ros, comprova a sua presena nositos do sector para responder,mercado internacional. A maior assim, desde a criao de prot-DADOSfatia das vendas, 70%, foi conse-tipos at