Revista Plano Brasília Edição 59

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Ano 7/Edição 59 - Brasília R$ 5,00 2ª quinzena Outubro - 2009 www.planobrasilia.com.br ISSN 1807 - 5738 Magela Política Brasília Brunelli Ponto de vista Roriz Entrevista Sobreviver Um desafio permanente para os moradores de rua

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Revista com matérias sobre política, finanças, educação, saúde, comportamento, gastronomia, propaganda e marketing, entre outros.

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2ª quinzenaOutubro - 2009

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MagelaPolítica Brasília

BrunelliPonto de vista

RorizEntrevista

SobreviverUm desafio permanente para os moradores de rua

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SUMÁRIO ■Editorial10Cartas12Entrevista13Panorama Político16Brasília e Coisa & Tal18Política Brasília20Economia22Capa24Cidadania28Gente30Cotidiano32Religião33Mercado Imobiliário34Educação36Tecnologia38Planos & Negócios40Automóvel42Cultura44Vida Moderna46Esporte48Personagem52Saúde54Cidade56Moda58Comportamento60Artes Plásticas62Gastronomia64Mundo Animal66Jornalista Aprendiz68Música70Propaganda e Marketing72Ta lendo o quê?74Frases76Justiça77Diz Aí Mané78Ponto de Vista80Charge82

30 Gente - Aniversário Valentina Crisóstomo

48 Esporte - Futebol que já existiu

52 Personagem - Paulo Cabral

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EXPEDIENTE ■

DIRETOR EXECUTIVOEdson Crisóstomo

[email protected]

DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAISNubia Paula

[email protected]

DIRETOR ADMINISTRATIVOAlex Dias

CHEFIA DE REDAÇÃOLetícia Oliveira

Luciana Vasconcelos Reis

COMERCIALRoberta Toscano

DESIGN GRÁFICORodrigo Dias

Romannessa Sanches

FOTOGRAFIAMoreno

Guilherme JoranLecino Filho

Jorge Campos

COLABORADORESCerino, Mauro Castro, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Rafaella Ailgup, Paula

Marques, Roberto Policarpo, Sabrina Brito, Gabriela Rocha, Ana Helena Melo,

Carlos Grillo, Valtemir Rodrigues, Clarisse Ribeiro, Ana Clara Rodrigues, Thalita Lins,

Junior Brunelli

REVISÃOJoão Monteiro

DISTRIBUIÇÃO EM BANCASDistribuidora Jardim

DISTRIBUIÇÃO POR MAILINGVip Logística

IMPRESSÃOProl Editora Gráfica

CAPAFoto: Luiz Clementino

Arte: Rodrigo DiasTIRAGEM

60.000 exemplares

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Plano Brasília Editora Ltda.SCLN 116 Bl H sala 218 • CEP: 70773-580 - Brasília-DFComercial (61) 3034.0011 • Redação (61) [email protected]

REDAÇÃOComentários sobre o conteúdo editorial;Sugestões e críticas às matérias;E-mail: [email protected]

AVISO AO LEITORAcesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora.www.planobrasilia.com.br

CARTA AO LEITORMiséria, preconceito ou falta de oportunidade? O que leva cidadãos a viverem

nas ruas? Resolvemos desvendar um pouquinho da realidade deste grupo signifi-cativo de pessoas que vivem à margem da sociedade: os moradores de rua. Sim, eles contrastam, e muito, com a arquitetura faraônica da Capital Federal, mas na falta de políticas públicas adequadas, eles vão ficando por aí... Em Brasília somam mais de 1.700!

Em política, fomos conversar com o fenômeno político Roriz, que trocou o PMDB pelo PSC, tudo em nome das convicções e do projeto político que o ex-governador tem para Brasília. Trazemos também os comentários sobre política nacional de Romário Schettino, de Tarcísio Holanda e fomos conversar com Magela, para falar do crescimento da representatividade da Capital no poder Legislativo.

Na contramão da falta de iniciativas políticas encontramos grupos de voluntários e associações como a Cidade dos Meninos, projeto que está em fase de construção no Recanto das Emas e atenderá inicialmente a 512 adolescentes, entre 12 e 18 anos. Também não poderíamos deixar de falar que em pleno século 21 ainda existe uma intolerância religiosa acentuada. Mostramos o prejuízo causado pelo vandalismo que constantemente atinge os 16 Orixás, representantes das religiões afrobrasileiras que ficam na orla do Lago Paranoá.

Os jornalistas aprendizes fizeram um belo trabalho ao discutir um assunto polê-mico: o dízimo dos fiéis nas mais diversas denominações religiosas. Em educação, um novo jogo traz esperanças para os pais com filhos que apresentam quadro de autismo. Em meio ao 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, muitas são as discussões quanto ao investimento no setor, principalmente ao montante destinado ao Pólo de Cinema e Vídeo do DF, que precisa de reformas urgentes e não de maquiagens.

O futebol de Brasília já teve seus tempos de glória e agora vive de nostalgia. Apesar de grande potencial, corre atrás de recuperar o espaço perdido ao longo dos anos, conversamos com o grupo que foi campeão do Candango de 1973: o CEUB. Em saúde, damos um incentivo à doação de sangue, que deve ser feita o ano inteiro e não somente nos meses de férias e finais de ano, afinal, doar não dói. E se você não sabia, pesquisa da UnB comprova que a mulher brasiliense é mais vaidosa do que as de outros países. Não poderíamos deixar de mostrar a arte de Thaís Scafuto, famosa por suas composições abstratas. E claro, com o verão às portas, apresentamos as tendências para as roupas de banho.

Um grande abraço!

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Recebi sua revista e gostaria de tecer alguns comentários:1. Percebi que a mesma compõe-se de artigos e artigos publicitários. Reza a boa

imprensa que os artigos publicitários devem vir com a identificação publicidade ou equivalente, o que não acontece na edição 78.

2. No texto publicitário da redução de estomago observa-se erros de portugues, tais como, avaliação pré via (prévia), receber entre 20 e 3mL(30).

3. A frase de Gloria Steinem é uma mulher sem um lar ou homem?4. No texto de Paulo Guiné consta que Roriz foi um dos fundadores do PMDB e

militou na época da repressão política durante o regime militar. Eu que acompanho a política local e nacional desconheço esses fatos. Finalizando sugeriria um revisor e considerando que a credibilidade de um meio de divulgação está na veracidade de suas matérias, recomendaria rever o texto citado no item 4 acima.

Atenciosamente,Waldo Neto – Brasília-DF

Senhor Waldo Neto,A Plano Brasília agradece pelos comentários tecidos à edição 58, mas precisa

informar que desconhece o termo “artigo publicitário” e, como deseja prestar serviço para a cidade, coloca os serviços em praticamente todas as reportagens divulgadas. A frase de Glória Steinem representou um avanço, pois ela foi uma feminista em anos em que essa atividade era uma contravenção e encontrou uma maneira inteligente de dizer que as relações entre homens e mulheres não devem ser de “necessidade”, mas de amor, afeto, companheirismo. E sobre a vida política de Roriz, sugerimos que o senhor acompanhe política com veículos de maior credibilidade, pois os fatos relatados por Paulo Guiné são verídicos e remontam à vida política de Roriz desde a sua atuação no estado de Goiás.

Sr. Diretor,Gosto muito da revista e solicito informação quanto a assinatura da revista Plano

Brasília. Forma de pagamento, dia de entrega e outros dados úteis.Carlos Alberto Neves da Silva – Juazeiro-BA

Prezado senhor Carlos Alberto,Agradecemos seu contato e comunicamos que não enviamos revistas para fora de

Brasilia. Pedimos que o continue nos acompanhando pelo site, onde é possível acessar o conteúdo das revistas na íntegra. Acesse: www.planobrasilia.com.br

Sra. Chefe de Redação,

Adoramos a matéria Vida Moderna (Olhar de Boudoir)! Parabéns!Como fazemos para obter a revista? Já procurei em vários bancas e não encontro.

Você poderia mandar algumas, é possível?Claudia Andrade – Asa Sul

Cara Letícia Oliveira,

Sou farmacêutica e gastrônoma e achei demais essa revista, é um show! Muito obrigada por estar divulgando para todos nós do grupo Gastronomia e Negócios. Quando for a Brasília pretendo ir ao Mercado Municipal, tenho um primo e madrinha que moram no DF.

Haina Almeida Coutinho – São Paulo

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CARTAS & E-MAILS ■

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para:

SCLN 116 Bl H sala 218Cep: 70773-580 - Brasília/DF

Fones: (61) 3202.1357 / 3202.1257 [email protected]

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e

telefone do remetente. A Plano Brasília reserva o direito de selecioná-las e

resumi-las para publicação.

Mensagens pela internet sem identificação completa serão desconsideradas.

Erramos

A Plano Brasília se desculpa por alguns dos erros visualizados na edi-ção 58. Houve um problema no envio dos arquivos para a gráfica. Entre eles ressaltamos: 1) Página 26 – A área do estômago é delimitada para receber entre 200 e 300 ml; 2) Página 61 – Telefones da Clínica Integrar (61) 3245.1160 / 3245.1050; 3) Página 80 – As cidades da saída Norte merecem mais atenção.

Agradeço a gentileza pelo envio da Revista Plano Brasília 1ª quinzena Setembro - 2009 e na oportunidade, manifesto-lhes protestos de elevada estima e distinta consideração.

Estefânia ViveirosPresidente da OAB/DF

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ENTREVISTA ■

E não conseguiu sentir que sua missão estava cumprida, ao deixar o Governo do Distrito

Federal. Depois de quatro gestões, sendo três delas eleito pelo povo, não consegue se despreocupar com algo que o atual governo parece não se preocupar nenhum pouco, a questão do social! Por isso Joaquim Domin-gos Roriz confirma: “Sou candidato a governar a cidade de Juscelino e não é o fato de estar saindo por um partido pequeno que vou me acovardar!”. Ele deseja voltar para melhorar a qualida-de de vida de Brasília, seja por meio da expansão do território, seja dando condições mais dignas de vida para o seu povo. Para os mais pobres ele quer água, comida, moradia. Para os profissionais, salários compatíveis com os praticados pelo primeiro mundo. Para as instituições públicas, mais equipamentos físico e humano. Os melhores serviços públicos do país, “afinal, somos a Capital e o me-lhor tem que vir para cá!”, alerta. Para os brasilienses, Roriz, por enquanto, deixa um grande abraço.

Roriz:“um homem queama a cidade eque ama o povodessa cidade!”

Por Letícia OliveiraFotos Lecino Filho

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[...] Mas tudo bem, eu sei que preocupação com social é,

acima de tudo, uma vocação. E nem todos a tem...

PLANO BRASÍLIA: Roriz, em primeiro lugar, como está sendo a sensação de deixar o PMDB, depois de tantos anos representando o par-tido?

JOAQUIM DOMINGOS RORIZ: A sensação é de alívio! O PMDB que vejo não é o partido que ajudei a criar, o de Juscelino Kubits-chek, que antigamente era PSD, depois se transformou em MDB e depois em PMDB. Eu já provei que não preciso ceder às articulações de uma cúpula para levar à frente o meu desejo de dar melhores condições de vida ao povo que eu amo! Já me elegi pelo PTR, um partido de expressão mínima, e ganhei. A minha desvinculação com Filippelli foi um grande motivo. Eu havia pensado que era só por questões familiares, mas hoje desconfio que ele se decepcionou por não ter sido o candidato em 2006. Foi a partir desse momento que um seg-mento começou a apoiar os projetos de Arruda, que inclusive, em um passado não muito distante, já atuou em prol das causas que eu acredito.

Então, Joaquim Roriz é candidato ao governo do Distrito Federal pelo Partido Social Cristão (PSC)?

Já fiz a minha migração oficial. Concorrerei pelo PSC e o pequeno tempo de televisão não me amedronta! Eu sei conquistar meu eleitorado, faço política andando pelas ruas, escutando os anseios do povo, assim atendo às

expectativas quando elaborar projetos, apresentá-los e executá-los.

Quais composições o senhor está fazendo em prol dessa candidatura? Então, são falsos os rumores sobre os quais o senhor não sairia candidato pelo PSC, mas sim por outra legenda?

Atualmente, tenho como certo o apoio do PTdoB, do PMN, do PSDC e do PRTB. Mas ainda pretendo ouvir mais pessoas, levar propostas a mais partidos, tentar mais e mais apoio. Acredito na força do meu projeto polí-tico e no como ele de fato melhorará as condições de todos que aqui habitam.

Com que olhos o senhor vê o seu principal adversário, atual governa-dor, Arruda?

Eu não posso ver com bons olhos uma pessoa que não coloca os pobres como prioridade, entre eles, o de dar moradia, lote, aos menos favorecidos. Essa é uma política que vem sendo praticada em todo o mundo, uma polí-tica do atual Governo Federal. Quando devidamente organizado e estruturado, resolve uma série de outras questões e melhora a prestação de diversos servi-ços públicos, tais como educação, saúde e, principalmente, segurança. Mas tudo bem, eu sei que preocupação com social é uma vocação. E nem todos a tem...

Então essa será a principal bandeira de luta de Joaquim Roriz,

enquanto governador do Distrito Federal no período 2011-2014?

Não, não... Essa é apenas uma das grandes necessidades de toda a população, para a qual estarei alerta sempre. O meu principal projeto é o de retomar o território do Distrito Federal, demarcado pela Constituição de 1891. A missão Cruls previa um território três vezes maior do que o atual. Com o tamanho original recuperaremos terras que hoje dependem de toda a estrutura pública de Brasília, mas pertencem a Goiás, que não tem condições de dotá-las de melhor infraestrutura. São áreas marginalizadas, consideradas Entorno, como Santo Antônio do Descoberto, Cristalina...

Ampliar resolve esses problemas?É aumentar para também melhorar!

Para integração, melhoria dos transpor-tes públicos (e não redução da oferta). Para suscitar a implantação de pólos in-dustriais, de trens de alta velocidade que ligariam Brasília, Goiânia e São Paulo em horas. É levar a industrialização para o interior. Quando era governador, fui procurado pela Mitsubshi, pois era aqui que eles queriam instalar a fábrica. Mas não pude assumir a responsabili-dade que precisaria compartilhar com o governo de outros estados e com o governo Federal. Hoje, em Catalão, a empresa elevou a qualidade de vida da população local em todos os sentidos, melhorou a prestação de serviços públi-

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E o que seria desse pessoal da Asa Norte se aquelas

pessoas continuassem por lá, sem nenhuma política de atenção especial para

com elas... Um atual Rio de Janeiro? [...]

cos e aumentou a geração de emprego e renda também das proximidades.

Mas isso não reforça a crítica de alguns a Roriz, sobre ter sido Roriz quem inchou a cidade e fez explodir a densidade demográfica de Brasília com a criação de tantas RAs?

Essas críticas vêm de quem é contra a política de atender aos anseios dos mais pobres. Eu sei dos benefícios para os moradores da Asa Norte, por exemplo, quando removi invasão com cerca de mil famílias da altura da 908, a favela do CEUB... Quando removi a invasão da 110. Veja o caso de Samam-baia, da especulação imobiliária, lá já tem prédios de 15 e 20 andares, Fórum,

Hospital, enfim, pelo fato de hoje, do padrão econômico ter melhorado e sobre a própria ONU ter reconhecido a transformação que cidade significou para o Distrito Federal como um todo. Será que eu realmente estava errado? O que seria da Asa Norte se aquelas pessoas continuassem lá, sem nenhuma política de atenção especial... Um atual Rio de Janeiro? Teria eu como impedir as pessoas de migrarem em seu próprio país?

As críticas ao atual governo são feitas, basicamente, pelo PT e por mais ninguém. O senhor concorda com elas? Desconfia de qual o motivo pelo qual anda todo mundo tão quieto

e, aparentemente, tão cordato com as políticas do governo Arruda?

Eu prefiro não responder a essa pergunta agora! Eu preciso aguardar o momento certo, e estar realmente certo de tudo que penso e quero falar e, para isso, estou me informando com a equipe que está me assessorando. Mas uma coisa eu posso falar, existe algo de muito vergonhoso!

Sobre a mudança do Centro Administrativo para Taguatinga e o desamparo da região Norte do Distri-to Federal, qual a sua posição sobre a questão?

Taguatinga que me desculpe, mas o governo de Joaquim Roriz volta para o

Buriti, pois lá está a grandeza, a história da Capital da República Federativa do Brasil. E, realmente, concordo que se alguma mudança devesse ser feita, ela deveria beneficiar a todas as regiões administrativas. Não há porque mudar. O Buriti é o centro da Capital e deve permanecer sendo o Centro Adminis-trativo.

No plano Federal, vemos que associar o seu nome com o do futuro possível candidato à Presidência Ciro Gomes, o faz subir nas pesquisas. Isso o faz já ter alguma definição acerca de para quem fará palanque?

Não. Simpatizo com Ciro Gomes, com o político e trabalho que ele faz,

mas ainda não posso dizer para quem farei palanque, até porque nem eles se definiram. Tudo isso só será composto em março, abril do ano que vem. Eu preciso ter cautela e conversar com todos... Dilma, Serra ou Aécio, Marina...

O que é para Joaquim Roriz estar longe do governo do Distrito Federal?

Não seria nada de tão estranho se eu realmente confiasse que a minha missão estava cumprida. Quando entreguei a faixa, em 1º de janeiro de 2007, eu pensei que sim. Mas com tudo que ando vendo hoje, não posso deixar a cidade desamparada. Eu amo Brasília, e quan-do um governante ama a uma cidade, ele ama também o povo que nela habita.

Alguma proposta definitiva para o problema da saúde, que tanto preocupa e aborrece aos brasilienses atualmente?

Se eu melhorar as condições físicas dos hospitais e valorizar o capital huma-no com melhores salários para médicos, auxiliares e os demais profissionais da saúde, com certeza, eles terão ambição para o serviço público, para cuidar melhor da população.

Quem o senhor prefere enfrentar num eventual segundo turno?

Eu prefiro que não haja um segundo turno! Mas o que tiver que ser será, não tenho medo de ninguém!

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PANORAMA POLÍTICO ■

Tarcísio Holanda

Ciro Gomes acredita que o candidato com maior poder de fogo eleitoral que tem o PSDB não é o governador de São Paulo, José Serra, mas o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que teria condições para ganhar no que o velho Ulysses Guimarães chamava o Triângulo das Bermu-das – Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que detêm

a maior fatia do eleitorado brasileiro. O ex-ministro da Integração Nacional acredita que o lançamento da candidatura de Aécio Neves provocaria uma desagregação da co-alizão governamental constituída por Lula para apoiar seu go-verno.

A análise de Ciro tem sua razão

AÉCIO É MELHOR DO QUE SERRA – DIZ CIRO

O ex-ministro teve oportunidade de desenvolver essa análise para o próprio governador de Minas Gerais, quando este passou por Fortaleza, há mais de um mês. Quanto ao Nordeste, Ciro sustenta que aí ganha qualquer candidato apoiado por Lula. Nessa região, um candidato do PSDB não terá condições de ganhar do candidato de Lula. Porém, se José Serra for o candidato, a rejeição será muito mais forte, porque os nordestinos não estão dispostos a votar em um candidato paulista. Mas se o candidato for Aécio, perderia por menos e compensaria a derrota com a vitória no Sudeste.

O lançamento da candidatura de Aécio Neves teria outro grande mérito, segundo Ciro, pois desconstruiria a estratégia concebida por Lula e seus assessores. O mineiro tem um discurso menos oposicionista em relação a Lula, o que seria um obstáculo à tática lulista de provocar uma

AÉCIO E SERRA

de ser: Aécio teria boa votação no Rio de Janeiro e sairia de Minas Gerais com 70% a 80% dos votos, enquanto a penetração em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, dependeria de um acordo com Serra. No Sul, Lula e o PT sofrem sérias restrições. Geraldo Alckmin, cuja falta de carisma é notória, ga-nhou de Lula na eleição de 2006. Com Serra ou Aécio, a candidata de Lula, Dilma, não teria chance de derrotar o PSDB. Ciro sustenta que, se Aécio for o candidato, partidos governistas que não estão entusiasma-dos com Dilma deverão aderir ao mineiro.

polarização entre Dilma e o candidato do PSDB, supondo-se que fosse Serra. Esse é o raciocínio de Ciro, mas não é o que costuma fazer a maioria das lideranças mais importan-tes do PSDB, que prefere considerar José Serra o favorito com base na sua liderança em todas as pesquisas.

Dificilmente, em uma Convenção Nacional, a maioria dos militantes do PSDB aceitaria ignorar essa liderança que Serra conserva nas pesquisas de opinião de todos os institutos, para seguir Aécio Neves, que amarga percen-tuais inferiores a Dilma e Ciro. Aécio é mais agregador do que Serra, segundo uma concepção predominante no PSDB e no Congresso, mas não é conhecido no país. Serra, que já disputou a sucessão presidencial de 2002 contra Lula, é muito mais conhecido e desfruta de uma liderança incontestável entre os supostos aspirantes a candidatos à Presidência da República.

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Por residirem próximo ao Palácio da Alvorada, discutem política com tanta intimidade...

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, con-tinua alimentando o sonho de disputar a reeleição, embora submetida a um cerco político inédito na história recente daquele Estado, sofrendo censura pública pela acusação de improbidade administrativa. De um lado, as investigações em curso a cargo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito); e de outro, um pedido de “impeachment” da Oposição.

Tanto que o PSDB já optou por uma aliança com o PMDB do Rio Grande do Sul em torno da candidatura a governador do atual prefeito de Porto Alegre, José Fogaça. Não se pode negar fundamento à postura da cúpula do

INTERESSES EM CONFLITOPSDB: basta analisar os resultados da última pesquisa do Ibope realizada no Estado, que deu o quarto lugar a Yeda entre os aspirantes ao Palácio Piratini, ou modestos 4% e 5% de percentuais.

A pesquisa do Ibope dá a José Serra 34%, enquanto Dilma Rousseff, que é gaúcha, surge com 20%, Ciro Gomes com 19%, e Marina Silva, do PV, com 8%. Os líderes nacio-nais do PSDB acham que Serra não tem melhor posição em terras gaúchas por culpa dos desgastes de Yeda na opinião pública. Basta dizer que 74% dos gaúchos desaprovam sua administração, 64% julgam o governo ruim ou péssimo e 62% defendem seu afastamento do Palácio Piratini.

Eleito presidente da República, em 2002, Lula era o fan-tasma que assustava o mercado e os investidores, tanto que o dólar bateu nos 4 reais. O presidente Fernando Henrique Cardoso e o candidato do PSDB, José Serra, que tinha o seu apoio, tratavam de estimular o pânico. Para acalmar o merca-do, Lula convidou Meirelles para presidir o Banco Central, ele que havia sido o deputado federal mais votado de Goiás, com mais de 180 mil votos. Meirelles renunciou ao mandato e foi uma peça fundamental no esforço empreendido por Lula para estabilizar a economia brasileira.

Se será um bom companheiro de chapa de Dilma Rous-seff, aí são outros cem mil réis... Ex-presidente do Banco Boston, Meirelles despertou desconfiança entre os petistas, que criticavam a ortodoxia da política econômica, pregando estímulos ao mercado interno. Henrique Meirelles teve papel-chave no esforço que o governo brasileiro empreendeu para enfrentar a crise financeira. O crédito foi importante nesse esforço, tendo o Banco Central renunciado a 200 bilhões de reais dos recursos gerados pelo depósito compulsório dos bancos, para aumentar a liquidez bancária.

O VENCEDOR DO PÂNICOBasta dizer que, quando Meirelles assumiu a presidência

do Banco Central, a taxa de juros básicos da economia estava em 25% ao ano, e se esperava uma inflação superior a 11%. Por sua iniciativa o juro foi elevado para 26,5%, no início de 2003, e a inflação foi de 8,5%. Com enfrentamento da crise financeira internacional, o Banco Central, sob Meirelles, foi bastante eficaz, tanto que reduziu a Selic para o mais baixo nível já registrado, de 8,75% ao ano. E o Brasil acabou sendo apontado como o país que melhorou ao enfrentar os impactos domésticos da crise internacional.

Faltou dizer que um dos fatores que faz do Brasil mercado de confiança dos investidores internacionais resultou do traba-lho desempenhado por Henrique Meirelles na presidência do Banco Central: as reservas internacionais do país atingiram o recorde de 220 bilhões de dólares. E isso foi possível porque o Banco Central esteve sempre comprando dólares no mercado à vista, ao mesmo tempo em que o real se valorizava. Ao dar ao Brasil a condição de grau de investimento, as agências de risco atribuíram grande valor à estabilidade econômica e às reservas em dólares.

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BRASÍLIA E COISA & TAL ■

Romário Schettino

O PMDB DE SEMPRE

Véspera de eleições e o PMDB, de novo, no dilema: ter ou não ter candidato próprio à Presidência da República? Uma banda peemedebista já se definiu, vai com Dilma Rousseff. A outra banda escolheu José Serra. Sairão divididos, mas isso não é novidade. Esta fica com o senador Mão Santa, do Piauí, que resolveu se mudar para o Partido Social Cristão (PSC), levando junto o seu companheiro de infortúnio Joaquim Roriz. Ambos lamentam o golpe que sofreram da direção nacional do partido, que negou a eles a legenda - a Roriz para disputar o GDF e a mão Santa para reeleição ao Senado..

O “NOVO” SARNEY

O senador José Sarney deixou a presidência do Senado nas mãos de Heráclito Fortes e foi à tribuna fazer um curioso discurso defendendo a reforma agrária e o Mo-vimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O oligarca e ex-udenista Sarney é contra a criminalização e a “de-monização” dos movimentos sociais por uma razão bem prática: “Não podemos perder no campo a guerra que perdemos nas cidades”, disse ele. Ou seja, o abandono dos pobres pelas elites desprovidas de visão social favo-receu o inchaço das cidades e criou guetos de violência. No campo, segundo Sarney, o perigo é permitir o desen-volvimento da guerrilha e o narcotráfico. O caldeirão da miséria pode explodir a qualquer momento e não haverá ordenamento jurídico que segure a fome de justiça dos oprimidos. Sarney tem razão.

PROPOSTA DE INÁCIO

O senador Inácio Arruda (PCdoB/CE) elogiou Sarney por defender o MST e aproveitou para pedir que o sistema de comunicação do Senado (rádio, jornal, TV e agência) entrasse com tudo na I Conferência Nacional de Comu-nicação, que será realizada dias 14, 16 e 17 de dezembro em Brasília com 1.600 delegados de todo o País. Sarney prometeu pedir a Fernando Cezar Mesquita, secretário de Comunicação do Senado, toda atenção à proposta. Aliás, a Câmara também poderia seguir o exemplo.

A INVERSÃO DOS FATOS

O assessor especial da Presidência da República para assun-tos internacionais, Marco Aurélio Garcia, foi taxativo em entrevista ao apresentador da Rádio CBN, Carlos Alberto Sardenberg: “É curioso como a imprensa inverte os fatos, o presidente deposto de Honduras é apontado como se fosse o bandido. O Brasil não se meteu em nenhum imbróglio. O presidente Zelaya foi de carro até nossa embaixada em Tegu-cigalpa e recebeu abrigo, só isso”. Garcia também lembrou que o presidente Hugo Chavez, presidente da Venezuela, corresponde hoje ao que no tempo da guerra fria era atribuído ao “ouro de Moscou”. A óbvia escolha de Zelaya pela missão diplomática brasileira não tem nada a ver com Chavez. “Tudo é culpa do Chavez! Tenha paciência!”, desabafou Garcia.

COMPLEXO DE VIRA-LATA

Há brasileiro que ainda não superou o complexo de vira-lata tão bem definido pelo escritor Nelson Rodrigues. Nós não acreditamos que o Brasil possa ser uma potência e ter influência no mundo. O mais sintomático é que esse sentimento de inferioridade está entre os formadores de opinião. Benza Deus!

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CENSURA NO AR

O Sindicato dos Professores no DF (Sinpro-DF) preparou uma campanha salarial para este ano que incluía quatro outdoors que seriam espalhados por todas as cidades. Seriam, isso mesmo. No último instante, as empresas contratadas (PH Painéis, Stardoor e Visão Painéis) cancelaram a divulgação do material porque não aprovaram os textos. Na verdade elas temem represálias, pois são concessionárias do GDF. As frases censuradas são: “Os professores sofrem de doenças profissionais. GDF, cadê o Plano de Saúde?”; “O GDF deve mais de 50 milhões de reais aos professores”; “O auxílio-alimentação dos professores é de R$ 3,60 por dia. Dá para almoçar com isso?”; “A licença-prêmio dos professores é lei! Há três anos o GDF nega esse direito!”. É lamentável, antide-mocrática e perigosa essa restrição à liberdade de expressão.

CULTURA É O QUE FALTA

Um grande empresário paulista vai investir em Brasília numa área próxima à torre de televisão. Mandou pesquisar para descobrir qual seria o perfil de negócio ideal para esse empreendimento. Sugiro que ele aplique recursos em hote-laria aliada à cultura. Falta em Brasília um shopping cultural de alto nível, capaz de atrair turistas e fornecer opções de qualidade aos brasilienses. O que falta a Brasília é oportuni-dade para seus artistas e visão empresarial inteligente.

TOFFOLI NO STFA trajetória de José Antonio Toffoli até o Supremo Tribunal Federal tem algo em comum com Gilmar Mendes. Ambos foram da Advocacia Geral da União (AGU). Mendes no governo FHC e Toffoli no de Luis Inácio Lula da Silva. Lula escolheu bem.

A OLIMPÍADA 2016 É NOSSA!O governo Lula faturou com a escolha das Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro. A autoestima do presidente Lula contagiou os ca-riocas, os brasileiros e o mundo. Não acho que isso seja a salvação da lavoura, mas a lição foi espetacular.

CONFECOM-DFA I Conferência Distrital de Comunicação será realizada nos dias 6, 7 e 8 de novembro. Em Brasília haverá uma conferência livre dos trabalhadores em comunicação. Estão nesse debate os publicitários, jornalistas, radialistas, trabalhadores em pro-cessamento de dados, correios e telefônicos. Eis uma grande oportunidade para debater os fundamentos da democracia.

AS BOAS INICIATIVASA senadora Marina Silva (PV-AC) e o deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ) estão entre os 38 parlamentares que serão submetidos ao voto dos internautas, na etapa decisiva do Prêmio Congresso em Foco 2009. Os 176 jornalistas que cobrem o Congresso Nacional escolheram também as melhores iniciativas coletivas do Congresso Nacional em 2009, que contribuíram para a valorização da cidadania. Entre essas ações, os jornalistas cita-ram: Lei da Adoção - 29 votos; CPI da Pedofilia - 10 votos; Lei do Divorcio - 9 votos; Lei da Maternidade - 8 votos; Regularização dos motoristas de taxi e motoboys - 6 votos; Liberação da internet nas campanhas eleitorais - 5 votos.O internauta pode votar no site:http://www.premiocongressoemfoco.com.br

RECORD PREMIA ESTUDANTESSaiu o I Prêmio Record de Jornalismo Universitário do DF. Em primeiro lugar, Maurizan Cruz dos Santos, da Facitec, de Tagua-tinga, pela matéria “Dias contados, o fim da Estrutural”. Além de um diploma, Maurizan recebeu R$ 5 mil e uma bolsa estágio por seis meses na emissora. Rachel Cristina Castro, do UniCeub, ficou em 2º lugar com a matéria “Outra Juventude” e, por isso, recebeu R$ 3 mil. Em terceiro lugar ficou Emivaldo Alves, do Unieuro, com a reportagem “Saúde no entorno e seus reflexos”. Emivaldo recebeu R$ 2 mil. A iniciativa mobilizou 391 alunos de dez faculdades. Foram inscritas 186 matérias, tendo como tema os 50 anos do Distrito Federal. Essa iniciativa da Record Centro Oeste é muito boa porque fortalece os cursos de jornalismo e abre possibilidade para que os estudantes mostrem seus talentos.

NOVO ACERTO DO ITAMARATY

A profissional diplomacia brasileira tem marcado pontos po-sitivos na acertada política latino-americana. Ter dado abrigo a Manuel Zelaya e acusado firmemente o golpe de estado não pode ser visto com desprezo. O golpista Roberto Micheletti recua e abre espaço para uma solução pacífica. A diplomacia dos punhos de renda cede lugar aos punhos fortes da razão

ERRAMOS: Na coluna publicada na edição anterior erramos o nome do PMN. Em vez de Partido da Mobilização Nacional, escrevemos Partido Municipalista Nacional, que não existe.

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POLÍTICA BRASÍLIA ■

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A representação do Distrito Federal no Congresso nunca foi tão forte como atualmente, mas precisa de mais! E é por isso que Geraldo Magela, um dos mais importantes deputados hoje na Câmara, está lutando

A capital mais forte no congresso nacional

O Orçamento de 2010

O Orçamento de 2010 é bastante cobiçado, por duas questões polares:

uma é a crise econômica. É fato que o Brasil já saiu dela, mas em termos de arrecadação, o cenário não mudou muito, os níveis são os mesmos de 2005, 2006, nos conta o relator do Orçamento do Governo Federal, deputado Geraldo Magela (PT-DF). “Que a situação vai me-lhorar, isso é líquido e certo, mas a arrecadação precisa aumentar para que as coisas se configurem

Por Rafaella AilgupFotos Lecino Filho

nesse sentido”, afirmou. Além disso, 2010 é um ano eleitoral, um ano em que todos os parlamentares lutam por uma fatia do orçamento, em prol de atender aos anseios dos eleitores.

É necessário que saibamos a im-portância do orçamento para a es-trutura governamental. O governo depende muito do orçamento. Ser relator do orçamento, nesse esteio, torna-se uma função de altíssima confiança do governo, em especial do presidente da República e de alta articulação com o Palácio do Planalto. O maior desafio do orçamento está na transparência do processo de estruturação. O deputado Magela garante que

isso pode ser vencido com mais controle, o que, automaticamente, fará as fraudes menos frequentes. Uma das formas para que isso ocorra está em uma medida que já era recomendada pelo Congresso, mas que só agora está sendo feita, sob a condução do relator. São as Audiências Públicas para Debate do Orçamento, a serem realizadas em todas as capitais do país. Para Magela, as audiências são “uma forma de transformar o Orçamento em uma peça participativa, que atenda aos reais anseios dos habi-tantes dos 26 estados e do Distrito Federal”, destacou. Já ocorreram audiências em Belo Horizonte, em Rondônia e no Amapá.

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Entendendo o Orçamento...

O sistema orçamentário brasilei-ro é composto por três instrumentos principais: a Lei Orçamentária Anual (LOA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Plurianual (PPA). Todos esses instrumentos são elaborados pri-meiramente pelo Poder Executivo, que encaminha as propostas para a avaliação do Legislativo, que poderá modificar a proposta inicial, acrescentando ou diminuindo valo-res para determinadas ações e, em seguida, as propostas retornam para o Executivo que pode sancionar ou não essas novas alterações.

O Plano Plurianual, que vigora por quatro anos, estabelece diretri-zes, objetivos e metas da adminis-tração federal para as despesas de capital e os programas de duração continuada, veiculando, portanto, um planejamento de médio prazo. Já a LDO é elaborada anualmente e objetiva detalhar as metas e priori-dades da administração para o ano subsequente e orientar a elaboração da lei orçamentária anual. A partir dos parâmetros definidos pela LDO e em consonância com a progra-

mação do PPA, a LOA estima as receitas e fixa as despesas de toda a administração pública federal para o ano subsequente.

A compreensão e participação da população é sempre algo difícil, até mesmo porque há falta de interesse devido à complexidade do Orça-mento. As audiências são o primeiro e imprescindível passo nesse senti-do. O processo de elaboração do orçamento público está submetido a regras e limites estabelecidos em leis específicas, mas esses limites não impedem a participação de outros segmentos da sociedade. A população, individualmente ou por meio de organizações e movimentos sociais, pode interferir enviando sugestões, pesquisas e estudos para deputados, senadores, comissões de legislação participativa, e até minis-térios. A pressão popular pode ser feita por carta, mensagens eletrôni-cas, e outros tipos de manifestações.

Em prol da cultura!

Em primeiro lugar, é de suma importância constatar que a cultura não pode ser relegada a segundo plano, como é de costume. Há de se concordar com Magela quando ele diz ser “necessária a atenção para o fato de que é a cultura que traz à tona a consciência crítica acerca do que os indivíduos aprendem com a educação, ou seja, ela possui um ca-ráter complementar indispensável”, desabafou.

Vestir essa camisa também signi-fica expressão dentro do Congresso Nacional e, por isso, Magela com-põe a Frente Parlamentar da Cultu-ra. A Frente instituiu o ano de 2009 como o ano da cultura no Congresso Nacional. Entre as ações previstas pela frente, a mais importante é a aprovação de projetos, tais como a do vale cultura, uma iniciativa que tem como objetivo fazer da cultura

uma mercadoria consumível pelos trabalhadores, que possuem seus orçamentos domésticos restritos e por isso nem sempre aproveitam tão bem a cultura como gostariam e como seria necessário; outro projeto consiste na alteração da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, para alterar o atual modelo de financiamento para projetos culturais no Brasil; e um outro projeto é o da aprovação do Plano Nacional da Cultura, até o final desse ano.

E mais, Magela pretende apre-sentar, até o final do ano, Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para vinculação de receita no âm-bito dos governos federal, estadual e municipal, de 2%, 1,5% e 1%, respectivamente, para a cultura. Na PEC também ficará estabelecido que, da vinculação em âmbito fede-ral, a metade deverá ser repassada aos municípios para investimentos em infraestrutura. Desse modo, será capaz prover os municípios menos favorecidos, com mais possibilida-des de acontecimento da cultura.

Maior representação no DF...

Se depender de Magela, cada vez mais o Distrito Federal deixará de lado uma imagem do passado, em que alguns dos nossos parlamen-tares se envolveram em denúncias, e má-gestão, ou simplesmente em atuações tímidas, sem resultados práticos para o país, para Brasília. É que o deputado está anunciando a decisão do PT sobre ser ele o nome na disputa a uma das vagas do Senado Federal em 2010. Essa decisão, em função de legislação eleitoral, ainda não pode ser dada oficialmente, mas Magela garantiu que a legenda resolveu dessa manei-ra as questões que ainda estavam em dúvida, optando por apresentar um único nome ao Senado: o do atual Relator do Orçamento Federal.

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ECONOMIA ■

Mauro Castro

Economia é coisa de gente grande

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Em uma primeira impressão a palavra economia espanta muita gente. Algumas pessoas asso-

ciam diretamente a cálculos complexos, outras ligam a palavra simples e pura ao caos de um pregão da Bolsa de Valores. O certo é que apenas um restrito grupo da população brasileira sabe que economia é bem menos do que se espera. Chega a ser ingênua e complexa; imprevisível e rotineira; matemática e humana. Diante de características enigmáticas fica difícil convencer um cidadão comum, atribulado em seu dia a dia, a se dedicar ao estudo dos fatores econômicos que envolvem a vida. É certo que todas as pessoas vivem as questões econômicas e deveria ser natural que conhecessem profundamente esse assunto. Algo tão natural quanto um torcedor fanático por futebol conhecer a escalação de um time – inclusive com avaliações técnicas sobre cada jogador....

Pensando em como nosso País está seguindo na trilha econômica é importante colocar o assunto Economia em discussão. Não em uma mesa de jantar ou no bar da vizinhança. A mis-são é colocar este assunto na vida dos estudantes, como se ensina geografia, história e biologia... Economia ajuda a sobreviver. Apresenta uma nova pers-pectiva sobre cada ação de uma pessoa. Claro, tudo isso sem neurose.

Falar sobre economia é tocar no assunto consumo. Tratar de como as pessoas se comportam infantilmente diante de uma vitrine bem preparada no . Verificar a fragilidade humana quando adquiri produtos além da capacidade de compra. Ao longo de uma vida tantos bons hábitos são adqui-

ridos. Mas, o bom hábito de como usar o dinheiro raramente é bem formado na nossa comunidade.

As famílias não abrem espaço para discussões esclarecedoras sobre o uso do dinheiro. Criam verdadeiros desfila-deiros teóricos entre a economia e falta de capacidade de usar conscientemente o dinheiro. Os filhos menores, cursando ensino fundamental, que acreditam que os pais dominam a complexa ciência do dinheiro. Quando escutam no telejornal temas de economia têm a segura crença que os pais estão cientes de tudo que está sendo tratado. Apenas os pais não descem do elevado pedestal da econo-mia para tratar de assuntos mundanos referentes ao uso do dinheiro e o con-sumo desejado.

Essas crianças crescem e, a menos que se dediquem ao mercado financei-ro, ficarão mais impressionadas com o fato que quanto mais velhos ficam mais

distante vai ficando a vontade de enten-der o dialeto e os segredos do mundo das finanças. Essas pessoas se casam, formam famílias e assistem telejornais que apresentam notícias econômicas profundas e fechadas. Olham para seus filhos e, perdidos, resolvem não tocar no assunto que não dominam. Pedindo ao deus do mercado que acompanhe aquelas crianças no desafiante mundo da perdição do consumo.

Nem a escola, nem os pais, tão pouco a mídia conseguem desvendar o segredo do bom uso do dinheiro. Tal-vez, pequenas e modestas ações, como palestras e pequenos cursos apresentem uma pista de dias melhores para todas as pessoas que têm renda. Afinal, não é possível admitir que os brasileiros vivam para o resto das próximas gerações escravos da ignorância com relação ao uso e gestão do dinheiro.

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CAPA ■

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No olho da rua,mas ninguém vê

Lamentável não é a miséria em que se encon-tram, mas a forma miserável como são tratados. Sua fome vai além da falta do pão, eles têm fome de alguém que os escute, que os considere...

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afirmou a especialista dizendo ainda: “Não há autoestima ou cres-cimento emocional o que vale é a lei da sobrevivência” concluiu.

Os moradores de rua não são apenas pessoas desqualificadas, sem eira nem beira. Muitos deles são trabalhadores que tiveram carteira assinada e estão em idade produtiva. Têm instrução primária e até superior, que ao perderam o emprego, não tinham mais condi-ções de sustentar a família ou pagar aluguel, despencando nas ruas dos grandes centros.

Desprezo e preconceito

Muitas dessas pessoas reclamam não só da falta de assistência go-vernamental, mas principalmente do desprezo familiar, como relata Silma das Flores Souza, que é mo-radora da rodoviária do Plano Piloto há 23 anos. Ela já teve emprego fixo e carteira assinada: “trabalhei em um restaurante na 402 Sul por dois anos, eu datilografava o cardápio e tudo que precisava”, morava com minha mãe, mas depois que perdi o emprego as coisas foram ficando mais difíceis, até que sai de casa”, declarou.

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Por Luciana Vasconcelos ReisFotos Luiz Clementino / Guilherme Joran

A gente finge não ver, ignora, passa ao largo, fecha a janela do carro, tentando

se eximir da situação, afinal, não é da nossa conta. Não será mesmo? Eles estão lá, são seres humanos, não são invisíveis! Aquelas pessoas têm sentimentos, necessidades e sonhos. Os moradores de rua são uma questão nacional e não regio-nal. Por esta razão, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) realizou um senso da população de rua do país entre os meses de outubro de 2008 a março de 2009.

Foram mais de 1.200 profissio-nais que saíram em campo aplicando questionários para descobrir o perfil destes cidadãos a fim de elaborar políticas públicas específicas para ajudá-los a ter um mínimo de dig-nidade. Participaram do senso 71 cidades em todo o país. Todas, com população superior a 300 mil habi-tantes. Segundo dados levantados pela pesquisa, e se consideradas as capitais não incluídas pela amostra, como Porto Alegre, a população em situação de rua pode chegar a 45 mil

em todo o país. No Distrito Federal são 1734.

O senso realizado pelo Instituto de Pesquisa Meta revelou ainda que o problema da população em situação de rua não se limita ao déficit habitacional. Existem outras razões, também importantes. As causas são complexas, de várias naturezas, estão inter-relacionadas e abrangem vários fatores, entre eles se destacam os relativos à situação econômica, ao emprego, ao nível informacional, à família, à saúde, aos hábitos e comportamentos, ao quadro emocional e psicológico, à violência e ao desenraizamento social.

Para a psicóloga clínica compor-tamental Dra. Alessandra Regina, normalmente os moradores de rua são pessoas tristes, que se sentem inferiores, com mágoas, têm his-tórias de violência e desafeto: “Na verdade o ser humano necessita de reforço positivo para modificar seu comportamento, conduta e até o modo de ver e entender a vida. Para eles, o reforço não acontece, ou o tempo é longo e as situações fi-nanceiras, emocionais, e familiares acabam reforçando essa situação, o que os impele a utilizar subterfúgios como às drogas para sobreviver”,

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soas pagam o lanche. O banho? Eu tomo aqui mesmo”, disse.

Silma fez também uma denúncia: “ninguém liga para o pobre, fui para a maternidade, tive um filho e no outro dia disseram que as crianças estavam trocadas, mas a destroca só foi boa para a outra mulher, porque o meu filho nunca mais vi”, afirmou. A moradora de rua não se recorda o ano em que o episódio ocorreu, mas fazendo as contas, segundo o depoimento dela, a criança do sexo masculino teria hoje 12 anos.

Assim como no caso de Silma, os problemas na família são relevantes para explicar a ida à rua. A violência intra-familiar, especialmente no caso de crianças e adolescentes, os conflitos, as dificuldades de rela-cionamento levam às ruas indiví-duos que não dispõem de condições financeiras e empregatícias e de

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A senhora, de silhueta esguia e fisionomia sofrida, fala com mágoa na voz, que é mãe de quatro filhos (todos de pais diferentes), três, são mulheres: “A minha filha mais velha morava na Asa Norte com uma fa-mília de boas condições e nunca deu importância para minha situação. Ela foi embora de Brasília, não cus-tava vir me ver”, lamentou Silma di-zendo ainda: “Acho que tinha medo de eu pedir alguma coisa. As outras filhas há muito tempo não vejo”, destacou a mulher de 47 anos.

A moradora revela que a família se afastou dela, depois que ficou muitos meses desempregada: “Eu sei de tudo sobre eles, mas eles não querem nada comigo. Não tenho nem documento para provar quem sou e nem dinheiro para tirar novos. Vivo de doações, quando recebo ajuda eu como... Às vezes as pes-

alternativas de moradia em sua rede de relacionamentos. Wellinton da Silva Ribeiro é um exemplo típico dessa realidade. Hoje ele tem 25 anos, mas mora nas ruas desde os oito. “Eu fugi de casa em Luziânia, Goiás, por apanhar muito do meu pai. Até três anos atrás falava com minha mãe, Marileuza Pereira da Silva, pelo telefone, mas eles se mudaram e eu acabei perdendo contato”, disse.

O Jovem que é solteiro faz seu quarto sem janela ou portas sob uma das marquises do Setor Comercial Sul, em meio a restaurantes e escritórios conceituados. Ele conversa conosco com certa vergonha, sempre cabisbai-xo, evita fitar o olhar. Vivendo nas ruas há 17 anos, Wellinton fala da dificul-dade em se manter: “Eu vigio carros e às vezes peço ajuda. Assim, ganho dinheiro para comer”, desabafou.

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Não concluiu o 1º grau

Declararam não possuir nenhuma renda

São catadores de materiais recicláveis

Trabalham na construção civil

São de outras cidades do DF

São de outros estados

47,5%

Dos 1734 moradores de rua do DF

Serviço:Clínica Integrar CognitivaSEPS 714/914Ed. Porto Alegre, Sala [email protected](61) 3245.1160 / 3245.1050

A droga comomecanismo de escape

A pesquisa encomendada pelo MDS comprovou que muitos mo-radores de rua buscam refúgio nas drogas para minimizar os efeitos de situações emocionais indesejáveis, distorcendo a percepção da realidade como mecanismo de fuga e suavi-zação ilusória da situação. É o caso do jovem Wellinton, que dorme ao relento vestindo apenas uma blusa de moletom com capuz e sem nenhum cobertor. Ele confessa que também é viciado: “Moro nas ruas porque só há abrigos para os menores e o único albergue para adultos em Brasília fica em Taguatinga. Não tenho muita coisa, a não ser minha vida. Muitas vezes, para vencer o frio das noites, bebo e me drogo. Sou viciado em maconha”.

Mesmo diante da dura realidade Wellinton sonha em mudar de vida: “O que me mantém nas ruas não é a malandragem, como muitos podem pensar. Para mim é a falta de oportu-nidade. Eu queria ter um emprego e ter uma família, mas só sei escrever meu nome, nem documento eu tenho. Quem vai dar emprego para uma pessoa com eu, sujo e sem estudo?” relatou Wellinton.

A Dra. Alessandra explica que é comum em casos como o dos mo-radores de rua e de indivíduos que passam por perdas significativas ou por pressões sociais haver um dese-quilíbrio emocional. “A negação de características e realidades, as neu-roses, os complexos, as necessidades de superar situações e patologias podem estimular o uso e abuso de substâncias psicoativas”, afirmou à especialista.

Maria Lucia Lopes da Silva, pesquisadora e autora do livro “Trabalho e população em situação de rua no Brasil” fala que muitas são as razões que levam as pessoas a

morarem nas ruas: falta de estrutura familiar; falta de emprego; maus tratos; o preço dos imóveis, inclusive nas cidades mais afastadas. O estudo inédito, que resultou no livro, reuniu e confrontou os dados de oito levan-tamentos censitários realizados por institutos como a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o Instituto de Assistência Social e Cidadania (Iasc).

O estudo de Maria Lúcia é uma investigação minuciosa que traz conclusões e demonstra a fragilidade das políticas públicas na garantia de direitos para uma população crescen-temente vitimizada e exposta às mais agudas formas de violação dos direi-tos humanos. O novo senso, assim como a pesquisa de Maria Lucia, mostra que o perfil dos adultos de rua é praticamente o mesmo em todo o país: homem, negro ou pardo, já frequentou a escola - quatro anos e meio de estudo, vive de atividades informais, na maioria das vezes ligadas a carros (guarda, lavagem) e está no auge da idade produtiva, em média de 25 a 44 anos.

Dados sobre osmoradores de rua no DF

O novo senso apontou que os in-divíduos e grupos que se encontram na situação grande pobreza sofrem duplamente: com a exclusão social e com o preconceito, mas não dispõem dos recursos minimamente neces-sários para realizar os seus sonhos. Destituídos de poder aquisitivo e sem perspectivas de melhoria de suas condições econômicas buscam no uso do álcool e de outras drogas um refúgio de prazer como forma de desconectarem-se da difícil realidade em que vivem.

Este foi o Primeiro Censo Na-cional de População em Situação de Rua. Na capital, a pesquisa apontou que a proporção desta população

35,9%

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17,6%

2,6%

80%

em relação à população total do DF, corresponde a 0,071%. Segundo a contagem do ano de 2007, apenas 13,4% das pessoas em situação de rua abordadas se recusaram a res-ponder à entrevista.

Quando questionados sobre o que fazem para sobreviver, 23,1% dos entrevistados que estão em situação rua no DF disseram exercer alguma atividade remunerada: 16% são catadores de materiais recicláveis, 17,6% revelaram que trabalham na construção civil e grande parte dessa população afirmou que sua princi-pal fonte de renda são as esmolas. 47,5% não concluiu o 1º grau, 35,9% declararam não possuir nenhum tipo de renda, apenas 26,8% dorme em albergue, 16% sempre viveram aqui no DF, 2,6% são de outras cidades do DF e 80% são de outros estados.

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CIDADANIA ■

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A rodoviária do Plano Piloto é o endereço do jovem Fabrício (nome fictício),

de nove anos, que para sobreviver e ter o que comer costuma sempre pedir alguns trocados. Também é ali que costuma dormir e passar os seus dias. Da família diz ter pou-cas recordações, mas relata que não gostaria de voltar para casa. “Minha mãe sempre me batia, por isso eu sempre fugia. Ela e meu pai também sempre brigavam,

O projeto, que atenderá inicialmente, 512 adolescentes está em fase de construção e deve ficar pronto no início do próximo ano. A ideia é oferecer uma oportunidade de crescimento social

Cidade dos Meninos atenderá crianças de rua em situação de risco

Por Valtemir RodriguesFotos Divulgação

ele bebia muito. Não gostaria de voltar para lá”, relembra.

O menino é o mais velho de três irmãos, que ainda moram com a fa-mília na cidade Jardim do Ingá, perto de Luziânia. Ele é um dos tantos me-ninos e meninas que fazem das ruas do DF seu espaço para viver. Uma alternativa que na maioria das vezes os colocam em contato com o perigo e o mundo das drogas. O crack e a cola fazem parte do cotidiano dessas crianças, muitas delas, alvo de violência psicológica e até sexual sofridas em seus próprios lares.

Para resgatar esses meninos de rua e dar-lhes a chance de cres-cimento social uma nova opor-tunidade vem por aí. Trata-se do Projeto Cidade dos Meninos, que promete ser um espaço de cons-trução coletiva capaz de viabilizar desejos de mudança nos pequenos, além de priorizar todas as ações relacionadas às crianças e adoles-centes. A partir da iniciativa os meninos e meninas de rua poderão participar de oficinas de capacita-ção profissional como marcenaria e workshops sobre convívio social e familiar.

A primeira unidade do projeto está em fase de construção no Recanto das Emas e deve ficar pronta no início de 2010. O espaço funcionará em uma área de 571 mil m² e deverá atender inicial-mente a 512 adolescentes, entre 12 e 18 anos. Eles irão contar com escola, oficina, restaurante, quadra poliesportiva, piscina, vestiário, capela, campo de futebol, audi-tório, lavanderia e uma praça de convivência. A ideia é acolher os meninos carentes das 6h da manhã às 18h. Sempre recheando o seu dia com muitas atividades lúdicas e esportivas, para que eles além de

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Cidade dos Meninos atenderá crianças de rua em situação de riscoaprender tudo, tenham disciplina.

O terreno, a escola, a infraestru-tura e a construção das seis primei-ras casas de abrigo para os jovens e quatro módulos de oficinas estão a cargo do GDF. Já as 26 residências restantes e a manutenção do espaço serão feitas por empresários e pela comunidade. Ao todo, serão 32 casas, de 157 m². Dezoito delas já estão com a construção garantida, pois foram doadas por empresas.

A Associação Pró-Vida Nova, instituição católica, é a responsável pela administração e o processo de construção da Cidade dos Meninos. À frente da instituição e do projeto está o Padre Giovani Carlos, que avalia o projeto como um divisor de águas: “Envolverá não somente o governo, mas empresários e a sociedade como um todo em prol dessa causa. O ensino é sem dúvida o melhor dos instrumentos para mudar a vida desses pequenos que estão sem esperança, sem perspec-tivas e principalmente, sem rumo na vida”, afirmou.

Para Padre Giovani, tirar os meninos da rua, oferecer ali-mentação, esporte, educação e noções de cidadania causará um impacto social muito grande. “O projeto começará pequeno, mas aos poucos será grandioso até mesmo por conta dessa união de esforços”, destacou. Segundo ele, o propósito é priorizar os meninos em piores condições. A seleção das crianças carentes fica a cargo da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest).

A inspiração do projeto vem da matriz em Minas Gerais. Na capital mineira a iniciativa atende cerca de quatro mil adolescentes, metade deles em regime de inter-nato e o restante no semi-internato. Na cidade de Ribeirão das Neves (MG), cerca de 1.800 meninos de

rua também são atendidos. Nas unidades de lá o trabalho acontece com apoio de voluntários, respon-sáveis pelo trabalho pedagógico. Até o Exército faz parte dos par-ceiros, os militares dão noções de disciplina aos internos.

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Política Caixa RápidoRESGATE DA AUTO ESTIMA

A valorização salarial dos músicos, profissionais de atividades culturais e dos servidores agentes de fiscalização do Distrito Federal (Agefis) é uma reivindicação antiga das categorias. E foi atendida! É a luta da oposição para garantir o fim do arrocho salarial no DF e a melhoria dos serviços públicos na Capital.

INÉRCIA ADMINISTRATIVA

Qual será o motivo pelo qual o GDF não investe nenhum centavo do Fundo de Defesa dos Direitos do

GENTE ■ Edson Crisóstomo

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ANDAR COM FÉ EU VOU...Que a fé não costuma falhar! Já dizia Gilberto Gil... Enquanto isso, fica-

mos nos perguntando quanto tempo o GDF vai demorar para regulamentar a Lei do Passe Livre? Resta aos estudantes de Brasília esperar com fé!

VERDADEIRA SOCIEDADE DEMOCRÁTICAA defesa dos direitos humanos e de espaço da comunidade de Lésbicas,

Gays, Bissexuais e Simpatizantes (LGBT) é uma questão de democracia para a Câmara Legislativa, que aprovou a inclusão de companheiro ou com-panheira homossexual como dependente previdenciário no Regime Próprio de Previdência Social (RPPS/DF).

DÚVIDAS DE MINAS... UAI!O eleitorado Mineiro, inconformado com excesso de idas do governador

Aécio Neves. Para festas e visitas inexplicáveis ao Rio de Janeiro, acredita-se que o real interesse dele é o de candidatar-se ao governo do Rio de Janeiro, ou a embaixador de Minas na representação a ser criada na cidade ex-maravilhosa.

DISCUTINDO RELAÇÃO

Tendo em vista deixar mais transparente a relação entre Câmara Legislativa e Tribunal de Contas do DF, Anilcéia Machado, Leonardo Prudente e Júnior Brunelli reunindo-se na Câmara Le-gislativa.

Que não deixou por menos, reuniu uma centena de amigos no espaço Renata La Porta, na comemora-ção de seu aniversário.

DIA DO ALEX DIAS

Com a esposa Ana Paula Santana

Com o filho, Pedro Dias

Entre os filhos: Pedro, Caio e Carolina Dias

foto: Rinaldo Morelli / CLDF

foto: Guilherme Joran

foto: Guilherme Joran

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Geléia GeralCaixa RápidoSAUDADE DAS MINAS GERAISMatar a saudade... Essa foi a ideia de Jorge Ferreira, em 1989. Já em 209, a

criatividade em trazer o Clube da Esquina para comemorar os 20 anos do Feitiço Mi-neiro, foi esplenderosa e disputada pelos brasilienses, mineiros, cariocas, paulistanos, goianos... Anda lotando a CLN 306/307. Mas também houve espaço para artistas da Capital darem o seu recado e alegrar o povo daqui e os saudosos das Gerais.

MÍDIA AMESTRADAA organização Repórteres sem Fronteira classificou o Brasil apenas como a 71ª

posição entre 175 países. Em se tratando de liberdade de imprensa, encontra-se Di-namarca, Finlândia e Irlanda entre os líderes de liberdade. E a opressão ao trabalho da imprensa está com países como China, Cuba, Vietnã e Irã.

QUEM QUER CASA AÍ, GENTE!!!O 4º Salão WImóveis, maior evento imobiliário do Distrito Federal acontecerá

nos próximos dias 13, 14 e 15 de novembro e contará com mais de 100 empresas participantes do evento. Iniciativas como essa consolidam ainda mais o setor na Capital e no entorno.

Consumidor em 2009? O Fundo, gerido pela Secretaria de Justiça, conta com mais de R$ 305 mil para a implantação de projetos, mas nada de proposituras até esse último trimestre.

SÓ SUBINDO...

Esse famoso clichê entre os brasil-ienses também pode ser atribuídos aos impostos e taxas distritais. O próximo aumento previsto é para a iluminação pública, mais 14,5% para o ano 2010 para a CIP – Contribuição de Ilumi-nação Pública. “Cheque especial – To na área de novo, ufa!”

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ANIVERSÁRIO DE VALENTINA CRISÓSTOMO

Levou pequenos e grandes a uma tarde super animada na Villa Patrícia.

Nubia Paula e a filhota

Lázaro e Eunice VelosoKaren Von Frasunkiewicz, Annabel Castagnolli e Rosa Cristina JardimValentina e a dúvida: Esse bolo é todo meu?

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COTIDIANO ■

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Este ano as atividades promo-vidas pela 28ª Feira do Livro de Brasília serão realizadas

no Conjunto Cultural da República, entre o Museu e a Biblioteca Nacional de Brasília - BNB. O evento faz parte do calendário oficial das comemora-ções dos 50 anos da Capital Federal e acontece entre os dias 16 e 25 de outubro.

“Trazer a feira do livro para a Espla-nada dos Ministérios junto ao centro Cultural da República e próximo à Rodoviária do Plano Piloto além de possibilitar a aproximação da população aos agentes de cultura e escritores, retira o estigma de evento comercial e sim, cultural”, ressaltou o diretor da Biblioteca, Antônio Mi-randa. Para ele a mudança de local é uma nova postura política e cultural, que facilita o acesso para o público, amplia a exposição e atrai pessoas de forma mais adequada do que em um lugar fechado e restrito.

O evento é promovido pela Câmara do Livro do Distrito Federal (CLDF) e conta com o apoio de diversos órgãos, entre eles está a Secretaria de Estado da Cultura, a Secretaria de Estado de Educação, o GDF, o Ministério da Cultura, a Brasíliatur, o Museu da República e a Biblioteca Nacional de Brasília. A feira além de comemorar o aniversário de Brasília, festeja também o ano da França no Brasil. O evento terá dois homenage-ados: o escritor mineiro Ziraldo, autor do livro “O menino maluquinho” e o francês Antoine de Saint-Exupéry,

Além de promover lazer e cultura a feira será vitrine para escritores locais

28ª Feira do Livro é dedicada ao cinquentenário de Brasília

Por Clarissa RibeiroFotos Divulgação

autor de “O pequeno príncipe”.

Estudantes das primeiras séries do en-sino fundamental poderão participar de atividades no espaço infantil Saint Exupéry, nome dado em homenagem ao escritor francês. O espaço, loca-lizado no andar térreo da Biblioteca Nacional de Brasília, tem capacidade para acomodar 20 crianças por atividades de artes visuais, cênicas, quadrinhos e contos.

“As oficinas, palestras e os encontros permitirão que o público conheça a BNB e tornem-se leitores e frequen-tadores dela. A Feira, nesse novo formato, possibilita chegar ao público ao invés de esperar pelo público.”, afirmou Miranda.

O Corredor Digital será o elo entre a Cidade do Livro, o Museu Nacional e os espaços internos da BNB. Athos Bulcão também será homenageado em um espaço para oficinas. Na oca-sião os estudantes de ensino médio poderão participar também de cursos na Sala Darcy Ribeiro, além de outras atividades que serão realizadas no Auditório Lúcio Costa. A expectativa é de que 350 mil pessoas visitem o local durante os 10 dias de feira.

Conheça um pouco sobre aFeira do Livro de Brasília

Atualmente, a Feira do Livro de Brasília é um dos maiores eventos literários da região Centro-Oeste. Em sua primeira edição, em outubro de 1982, a Feira já dava sinais de que se tornaria uma referência entre livreiros, bibliotecários, editores e os leitores de diferentes partes do Brasil.

Em 2008, mais de 450 mil pessoas prestigiaram o evento, participando de atividades culturais, oficinas, palestras, workshops, apresentações teatrais e musicais. Em 28 anos de história, a Feira do Livro se carac-terizou por movimentar o mercado editorial e de livros do DF. A cada ano o evento vem ampliando sua participação social e solidária como difusora do hábito da leitura entre crianças, adolescentes e adultos.

28ª Feira do Livro de BrasíliaData: 16 a 25 de outubro de 2009Local: Conjunto Cultural da RepúblicaInformações: (61) 3225.2114

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RELIGIÃO ■

Em pleno século 21 ainda é comum se deparar com casos de intolerância religiosa. Em

Brasília, por exemplo, um recente caso demonstra isso. As 16 estátuas de orixás que representam as religiões afrobrasileiras expostas na prainha do Lago Sul foram danificadas por pessoas contrárias àquela manifestação religiosa. Além dos danos físicos, as peças tiveram mensagens de repúdio grafadas.

Por conta de danos, as estátuas foram recolhidas para restauração. O responsável por esse trabalho é a Fun-dação Palmares que contará com um orçamento de R$ 1 milhão disponível para essa finalidade. Essa forma de vio-lência chamou atenção de alguns parla-mentares que formaram um fórum para discutir com a sociedade uma forma de preservação do local e a garantia do direito das pessoas afrodescendentes manifestarem sua religiosidade.

O deputado distrital Cristiano Araújo (PTB), por exemplo, elaborou

Orixás que ficam na orla do lago Paranoá foram alvo dos vândalos tendo que ser retirados para restauração

Intolerância religiosa na Capital FederalPor Valtemir RodriguesFotos Lecino Filho

um projeto, que acabou se tornando Lei. A Prainha foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural de origem africana e afro-brasileira. “O objetivo é valorizar a dimensão desse patrimônio que tem uma grande representatividade para movimentos afros”, ponderou. Segun-do ele o que se pretende com tal medida é assegurar que o local seja utilizado para a prática de cultos e rituais do segmento, impedindo assim, qualquer outro tipo de exploração da área.

As estátuas de orixás são regular-mente recuperadas. Na avaliação da deputada distrital Érika Kokay (PT), também membro do fórum responsável pela preservação do local, é inaceitável que em uma sociedade que vive um pluralismo religioso grande, esse tipo de situação exista! Para ela, a situação foi um incentivo para a criação de uma subcomissão vinculada à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legis-

lativa, e uma frente parlamentar para tratar da questão.

“Queremos garantir que atos discriminatórios como esse não virem rotina. É preciso haver um processo de conscientização que envolva toda sociedade”, afirmou. Érika Kokay tam-bém adiantou que além da restauração dos orixás haverá ainda um projeto de revitalização no qual estão incluídas a construção de uma praça com calçadas, espelho d'água e quiosques. A ação já recebeu parecer favorável e aguarda apenas a autorização do Instituto Brasí-lia Ambiental (Ibram).

Para que situações como essa não voltem a acontecer, conversas entre os representantes dos vários segmentos religiosos da Capital Federal come-çam a ser realizados. De acordo com Alexandre de Oxalá, representante do coletivo de comunidades negras do DF, visitas têm sido feitas a outras entidades no sentido de firmar parcerias para pro-mover a conscientização da sociedade. “Esse tipo de intolerância é perigosa e precisa ser combatida. Mas isso só será possível com esclarecimento e é o que estamos tentando fazer”, ratificou.

Alexandre destaca que a ideia é fazer com que haja uma união para combater a perseguição. Em sua análise, esse tipo de coisa é mais comum do que se pensa, mas as pessoas não reagem por vergonha, comodismo ou mesmo, risco de exposição. “Se houvesse políticas públicas para garantir a preservação dessa autonomia religiosa, as pessoas não se submeteriam a essas situações”, conclui.

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EDUCAÇÃO ■

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O autismo é um transtorno do desenvolvimento neurológi-co/metabólico atípico, que

se manifesta normalmente antes dos três anos de idade. Mas há evidências de que esta diferença neurológica esteja presente desde o nascimento ou até em um período anterior. Este transtorno compromete todo o desenvolvimento psiconeurológico, afetando a comunicação – fala e entendimento e o convívio social, apresentando em muitos casos um retardo mental. Algumas pesquisas apontam que cerca de 60% dos indivíduos autistas apresentam epi-lepsias

O autismo é geralmente diagnos-ticado por um médico neuropediatra ou por um psiquiatra especializado em autismo. Todavia, nos compor-tamentos observados, através dos quais a desordem é diagnosticada,

Autismo e educação,um desafio constantePor Luciana Vasconcelos ReisFotos Divulgação

Pensando na necessidade educa-cional e no comportamento atípico de crianças autistas, a recém-graduada em Desenho Industrial pela Univer-sidade de Brasília, Brenda Oliveira Kelly, criou modelo de jogo virtual para crianças com este diagnóstico. “A criança autista requer cuidados e educação especial. Elas buscam ordem e previsibilidade em seus ambientes físicos e a ferramenta

Incluir brincandoÉ o que propõe jogo virtual para autista

tendem a ser apenas detectáveis a partir dos 18 meses de idade. Vale ressaltar que a desordem atinge indivíduos de ambos os sexos e de todas as classes sociais, origens geográficas e etnias. A incidência é maior entre o sexo masculino: qua-tro vezes mais comum em meninos do que meninas.

Quanto aos números de casos no Brasil, não há consenso. Na verdade, são bem conflitantes e variam con-forme a escola, autor, profissional e até o país. Ainda não se tem uma causa específica, mas muitas são as suspeitas de possíveis causas e as pesquisas são constantes em todo o mundo.

Os portadores do autismo apre-sentam reações anormais em coisas aparentemente simples, como rela-cionamento com as pessoas, objetos ou acontecimentos. Tudo é vivido de uma maneira incomum. A expe-riência que eles vivenciam quando ouvem, sentem, tocam, vêem, e

degustam é bem diferente, o que leva a crer que exista um comprome-timento orgânico do sistema nervoso central. Neles, a linguagem é atrasa-da ou não se manifesta. Fisicamente não há características marcantes, mas normalmente, por terem suas capacidades comprometidas, podem apresentar inexpressão facial típica de um portador de deficiência.

A educação no Brasil ainda deixa muito a desejar, em se tratando de educação especial, a observação se intensifica: pessoas autistas não têm recebido a atenção necessária, nem mesmo a educação dita especial tem correspondido a estes alunos. Nos autistas a mistura da sensibilidade com a falta de compreensão da vida, provoca comportamentos inespera-dos, e uma avalanche de sentimentos abala e toma conta dos familiares e de alguns profissionais que não têm preparo específico para tratar alunos com esta patologia, resultando na exclusão destas crianças.

em que estou trabalhando pode ser configurada por pais e professores para atender as necessidades de cada usuário”, revelou Brenda.

Normalmente o autista se fecha no mundinho dele, evitando encarar outras pessoas ou olha como se a pessoa não estivesse ali. Ele não gosta de mudanças no cotidiano e é comum que alguns deles apresentem hiperatividade, modos arredios ou

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extrema inatividade. E para ajudar a compreender e a lidar com estas crianças é importante desenvolver ferramentas que dêem a elas a opor-tunidade de vivenciar situações do dia a dia virtualmente.

Dentro do universo autista, a designer observou que o mercado de entretenimento, jogos e brin-quedos não atende a esta parcela da população: “É importante incluir as crianças com autismo em uma das manias favoritas da atualidade: os jogos de computadores” destacou. Aliando a psicopedagogia ao design de interfaces, ela desenhou um mo-delo de jogo virtual acessível a esse público infantil.

O software, desenvolvido por Brenda, ainda está em fase de testes, mas é uma esperança para muitos pais e professores que buscam um auxilio no tratamento dos pequenos. No modelo é possível configurar os níveis de dificuldade, o volume do som e limites de sensibilidade na movimentação do mouse, atendendo as necessidades de cada criança. Respeitando os diversos modos de manifestação do distúrbio, como a hipersensibilidade sonora mais agu-

çada em uns que em outros, além de dificuldades motoras e visuais.

Através do protótipo desenvol-vido por Brenda, fica mais fácil compreender a visão fragmentada e sobrecarregada do mundo que tem uma criança com autismo, já que ela não consegue ver o mundo como um todo, como as outras crianças. O jogo mostra a importância que tem o ambiente ao seu redor, principal-mente na elaboração dos programas educacionais e nos tratamentos que são oferecidos a cada indivíduo. “O modelo que proponho é um novo jeito de pensar ferramentas educativas, que podem incluir todas as crianças, diferente dos jogos pré-formatados, que são produzidos sem distinguir as pessoas”, revelou Brenda

O jogo trabalha o dia a dia na vida da criança autista, que normalmente tem dificuldades em seguir a rotina. Brincando a criança começa a exe-cutar tarefas como escovar os den-tes, brincar dentro do quarto antes de ir para a escola, interage com outras crianças (tem contato físico) ou é abraçado pela professora, o que para o autista é praticamente uma tortura. Segundo o estudo realizado a vivência virtual da situação levará a criança a adquirir esse hábito.

Outro ponto importante do jogo de Brenda é que a criança não terá que enfrentar a situação da perda. Caso ela não se saia tão bem na atividade, apenas precisará melhorar o que fez. Já quando executa bem, será elogiada. Dados da Associação Americana de Autismo apontam que de uma em cada 167 crianças apre-sentarão autismo nos próximos anos.

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TECNOLOGIA ■

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O DF Digital é um programa da Secretaria de Ciência e Tecno-logia do Governo do Distrito

Federal (SECT/GDF) que, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), tem o objetivo de oferecer cursos de capacitação profissional, inclusão digital, empreendedorismo e gestão de microempresas para população do Dis-trito Federal. O programa oferece mais de 70 cursos em unidades espalhadas por todo DF. No entanto, indícios de irregularidades em contratações com fundações e empresas prestadoras de serviço estão se perpetuando ao longo de sua existência.

A Inclusão digital no DF é uma realidade, porém,há acusações e irregularidades e suspeita de

impunidade nas conclusões dos processos

DF Digital: do social ao judicial

Por Paula MarquesFoto Marcello Casal/ABr

A UnB assinou contrato para exe-cutar cursos de treinamento em com-putadores recebendo o valor de R$ 19,8 milhões. No entanto, em 2008 a Universidade terceirizou o serviço contratando a Fundação de Estudos e Pesquisas em Administração e De-senvolvimento (Fepad), que era uma fundação de apoio à UnB. A Fepad por sua vez contratou outras duas empresas para executarem o serviço. Durante o trâmite de contratações, o GDF não realizou concorrência pública para contratar as empresas prestadoras de serviço, dando início às várias irregularidades subsequen-tes. Por consequência, o Conselho da Fepad decidiu em maio de 2008, pela extinção dos contratos. Já em

2009, outras ilegalidades foram des-cobertas pela Controladoria-Geral da União (CGU), que em auditoria de rotina foi surpreendida com irregu-laridades nos recursos encaminhados pelo governo. Há ainda indícios que as duas empresas contratadas pela Fepad contribuíram para a campanha do Secretário de Ciência e Tecnolo-gia, Izalci Lucas. Para dar continui-dade ao programa DF Digital, o GDF assinou outro contrato, sem licitação. Dessa vez com a Fundação Gonçal-ves Lêdo que não tem especialização em informática e contratou empresas outrora já subcontratadas pela Fepad.

Diante da situação e com a pressão da Promotoria de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social à Câmara Legislativa pela instalação de uma Comissão Parla-mentar de Inquérito (CPI), o vice-presidente da casa, deputado Cabo Patrício (PT), reuniu assinaturas su-ficientes para criar a CPI Digital que almejava investigar e apurar a vera-cidade das denúncias. Desde então, a instalação da Comissão vem se ar-rastando de prazos em prazos e tida até como morta. A citada Comissão teve o deputado Patrício na posição de presidente, o deputado Brunelli (DEM) como vice-presidente, Batista das Cooperativas (PRP), relator, Cristiano Araújo (PTB) e Bispo Renato (PR) como membros. No entanto, na primeira reunião da

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Comissão, que aconteceu em 14 de setembro, esteve presente apenas com o presidente Patrício e dois membros, os deputados Brunelli e Batista das Cooperativas. Dois dias depois do encontro os líderes dos blocos partidários retiraram as indicações dos integrantes da CPI.

O Ministério Público denunciou também contra a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Fe-deral (FAP/DF) fazendo com que a Justiça suspendesse contrato de R$ 135 milhões onde ela responsabili-zava a Fundação Gonçalves Lêdo de continuar com o DF Digital. Para a presidente da FAP, Maria Amélia Teles, não se tem mais o que discu-tir sobre o assunto. “CPI tem que ter conteúdo que a justifique, baseado em quê foi pedido uma CPI. Essa foi totalmente negada, ela caiu”, diz Amélia.

No dia 30 de setembro, o deputado Patrício ingressou com mandato de segurança no Conselho Especial do Tribunal de Justiça para a continuidade nos trabalhos da CPI e para que o presidente da Câmara Legislativa deputado Le-onardo Prudente (DEM) indicasse por vez os nomes de integrantes substitutos para a Comissão. Porém o pedido foi negado pelo desembargador, Jair Soares, com alegação de que o presidente não precisa indicar os membros da CPI quando há ausência. “Não me sur-preendi com o resultado por conta da relação que a justiça local tem com o GDF”, diz o deputado. Ele afirmou que vai entrar com recurso no Superior Tribunal Federal (STF) com a esperança de que a justiça dê a garantia do funcionamento da CPI.

De acordo com a assessoria da SECT, os trabalhos do programa DF Digital continuam a todo vapor. E que segundo o secretário Izalci, há garantia de que até dezembro terá ultrapassado os cem, o nú-mero de unidades do DF Digital, capacitando digital e gratuitamente as comunidades do DF. Recente-mente, a Estrutural e Santa Maria foram beneficiadas devido a mais um convênio da Secretaria com o Ministério das Comunicações. As salas possuem dez computadores cada uma e capacidade para atender a 120 alunos por mês.

Enquanto isso a população do Distrito Federal aguarda o desfecho de mais uma pizza, ou melhor, CPI.

Mais informações: http://www.sect.df.gov.br/

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PLANOS & NEGÓCIOS ■

Alex Dias

As novas instalações do INCOR Taguatinga foram reinauguradas, no espaço Contemporâneo Park, no Park Way. Estiveram presentes na ocasião, cardiologistas reno-mados de todo Distrito Federal, representantes dos principais con-vênios e de grandes laboratórios médicos, como: Abbott, AC&L Controladoria, Biotronik, Bioas-sist, Esterilav, Infinity, Med Vida, Newcor, Plantão Médico.

Durante o evento foi exibido um vídeo mostrando as novas instalações do INCOR Taguatinga e os aparelhos de última geração lá instalados. Os presentes foram saudados pelo doutor Vicente Paulo da Mota, diretor-presidente, que em seu discurso, lembrou a trajetória vitoriosa traçada ao longo de quatorze anos. Ele falou da importância das aquisições tecnológicas, que permitem hoje a realização de procedimentos inter-

INCOR TAGUATINGAvencionistas complexos, colocan-do o INCOR em lugar de destaque na cardiologia intervencionista no Brasil e na America Latina. Vicen-te lembrou ainda a atenção que o Instituto oferece a seus pacientes, com um tratamento diferenciado, competente e humanista.

Os presentes puderam constatar que a estrutura hoje montada per-mite a realização de exames como: cateterismo cardíaco e angioplas-tias, valvoplastias, arteriografias periféricas e cerebrais, implantes de marca passos e desfibriladores cardíacos automáticos, estudos eletrofisiológicos, tratamentos por cateteres de arritmias cardíacas e da fibrilação atrial por métodos tridi-mensionais. Tudo isso viabilizado pelo desempenho de máquinas de ultrassom intracoronário, aparelhos de escopia para estudo eletrofisio-lógico, sistema Carto, polígrafos, cardiodesfribiladores entre outros.

Sempre antenado com as tec-nologias mais avançadas para o tratamento de doenças cardíacas, o Instituto dispõe de uma sala de reserva em suas instalações esperando para ser ocupada com a próxima novidade que surgir para o tratamento das doenças do coração. O INCOR Taguatinga está situado no quarto andar do Centro de Excelência do Hospital Anchieta de Taguatinga.

Serviço:INCOR TaguatingaQNC, s/n AE 8/9 – TaguatingaTel: (61) 3352.7705

fotos: Divulgação

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Os amantes da culinária japonesa têm uma nova e deliciosa opção em Brasília. O Mitzu, que fica na 116 Sul, abriu as portas há quatro meses com cardápio variado, serviço de Buffet e bons drinks de saquê em cinco ambientes com capacidade para 240 pessoas. Criado pelos empresários Eduardo Franco e Jefferson Ricardo, o Mitzu tem localização privilegiada – na rua do Templo Budista –, decoração moderna, belos jardins e muita tranqui-lidade para desfrutar pratos saborosos e saudáveis. Possui cinco ambientes distintos. No andar superior, os salões Branco e Negro, com sistemas de ar condicionado independentes, oferecem privacidade e conforto e podem ser reservados para grupos ou aniversá-rios. Neste andar encontram-se ainda quatro, dos dez tatames do restaurante (espaços reservados, com capacidade

MitzuRestaurante Japonês

O ateliê Lu Gastal preparou especialmente para a revista Plano Brasília uma árvore de natal repleta de pombas, para celebrar a chegada da época natalina. Conhecida e muito querida no mercado craft (feito a mão), Luciana Gastal é artesã de árvores de natal e tem seus trabalhos e projetos frequentemente publicados em revistas de abrangência nacional, e participa de exposições de patchwork em São Paulo e Rio Grande do Sul - sua terra natal, onde ministra oficinas e difunde sua arte, tradicional pela profusão e mistura de cores. Brasília foi adotada por Luciana e sua família há alguns anos, e aqui, depois de pedi-dos e encomendas que não paravam de

ATELIÊ LU GASTAL

para até seis pessoas, decorados com mesa baixa e almofadas, bem ao estilo oriental). No térreo estão mais três am-bientes: o salão Buffet, bem próximo aos balcões de serviço e ao sushi bar; o salão Ipê, com grandes janelas que dão para o jardim, ventilação natural (sem ar condicionado), mesas e três tatames; e o salão Verde, que segue a proposta do salão Ipê. Parabéns para a iniciativa do Mitzu que “segue essa ideia” e conta com rampa de acesso diferenciado e ba-

nheiro para portadores de necessidades especiais. O segredo do Mitzu está na qualidade e refinamento dos produtos oferecidos. É a tradição e a ousadia para agradar diferentes paladares.

Serviço:Mitzu – Restaurante JaponêsSCLS 116 Bloco C Loja 29(61) 3797.9440Funcionamento: de 3ª a sab., 12h às 24h/dom. 12h às 17h

chegar, nasceu seu ateliê de costura e criatividade. Todos os anos as novida-des natalinas do ateliê são aguardadas com ansiedade pelas "seguidoras" da costura criativa. Lu sempre surpreende na utilização de cores e faz a compo-sição de forma extremamente original, proporcionando ideias a serem desen-volvidas por suas alunas que curtem os trabalhos manuais. As pombinhas escolhidas para decorarem a árvore da revista Plano Brasília fazem alusão à paz, no intuito de um período natalino mais tranquilo e equilibrado, onde as pessoas possam deixar de lado um pouquinho do estresse e da ansiedade e presentearem seus amigos com traba-lhos manuais. Lu Gastal apresenta sua linha Natal 2009 na loja Casa Quilt, da qual é sócia com as também artesãs Claudia e Roberta Werberich.

Serviço:Ateliê Lu Gastal(61) 9289.6303www.flickr.com/photos/lugastal

fotos: Guilherme Joran

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AUTOMÓVEL ■

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Considerado um dos lança-mentos mais esperados da Chevrolet em 2009, o Agile

chegou ao Brasil. O Hatchback é a aposta da empresa para concorrer com o Fox, da Volkswagen e com o Sandero, da Renault. Com motor 1.4 Econoflex, o modelo se utiliza da fórmula já consagrada pelos rivais, design moderno e amplo es-paço interno, principalmente para os passageiros de trás.

O Projeto Viva agora é conhe-cido como Chevrolet Agile, ele é o primeiro modelo que dará origem a uma família de veículos, inicial-mente para mercados emergentes como o Brasil, Argentina, Uruguai

Novo carro da Chevrolet chega ao Brasil com diferenças como teto

elevado e rodas de 16 polegadas

Agile:Veio para esquentar

a briga entreas montadoras

Da Redação Fotos Divulgação

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e Paraguai. O veículo, que foi de-senvolvido no Centro Tecnológico da GM em São Caetano do Sul (SP) e no Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba (SP), será fabricado em Rosário, na Argentina. Ele será o substituto do Corsa, que por en-quanto continuará a ser produzido.

O Agile será vendido em duas versões. A básica LT sai de fábrica com direção hidráulica, banco do motorista com regulagem de altura, ar-quente, limpador do vidro trasei-ro, computador de bordo e piloto automático, este último inédito em sua categoria. A LTZ inclui tam-bém faróis de neblina, rádio com bluetooth, travas, retrovisores e vidros dianteiros elétricos, alarme, coluna de direção com regulagem de altura e banco traseiro bipartido.

Ar-condicionado e airbag duplo são opcionais nas duas versões, mas apenas o LTZ pode vir com vidros traseiros elétricos, lanterna de neblina e freios ABS.

Na apresentação técnica do Chevrolet Agile, os executivos da General Motors explicaram que enquanto o consumidor de classe média “tradicional” se diz satisfeito em ter um carro como o Corsa, as

pessoas com perfil mais jovem e moderno, antenadas com as novas tecnologias e as tendências da moda, por exemplo, buscam um veículo mais estiloso. Segundo a montado-ra, o Agile atende exatamente a este segmento da população. O modelo chega ao mercado com preço a partir de R$ 37.700. Apesar do design que agrada aos jovens, para quem dirige, a sensação é praticamente a mesma de estar no comando de um Corsa.

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tura. E olha que só nos primeiros dez anos foram mais de 80 filmes, produzidos por diretores brasilien-ses estreantes e também por nomes consagrados! Em 2009 o local foi palco de 12 produções.

O primeiro filme realizado nas dependências do Pólo este ano, foi “Senhoras”, da cineasta Adriana Vasconcelos, produzido com au-xílio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). E, mesmo que algumas produções aconteçam, os cineastas da Capital reclamam de uma polí-tica específica para o setor audio-visual, como explica o diretor da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV), Pedro Lacerda: “Os editais do FAC são gerais e o cinema possui uma demanda muito diferente e mais cara do que outras produções. Acredito que se o Pólo não fosse vinculado a Secretaria de Cultura, seria muito mais fácil angariar recursos para o setor”, concluiu.

CULTURA ■

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O cinema em Brasília co-meçou a dar os primeiros passos nos anos de 1970, e

desde então os cineastas de Brasília reclamam da falta de incentivo para o setor. Em 1991, depois de muita briga entre as cidades brasilienses para abrigar o Pólo de Cinema e Vídeo de Brasília, o empreendimen-to foi construído em Sobradinho.

O anúncio da implantação do Funcine DF pode ser o fim da história que está sempre nas cenas dos próximos capítulos

A novela do Pólo de CinemaPor Luciana Vasconcelos ReisFotos Lecino Filho

O objetivo sempre foi incentivar a produção cinematográfica da região. Mas o que parecia ser a solução para os problemas acabou se tornando mais um episódio de abandono.

Em julho de 1996, passou a ser chamado Pólo de Cinema e Vídeo “Grande Otelo”. O espaço, que foi palco para diversos cursos e oficinas de montagem, direção, fotografia, roteiro, efeitos especiais, som, e maquiagem, atualmente amarga o abandono e o descaso com a estru-

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O Diretor destaca que além de políticas específicas, o patrimônio carece de reparos imediatos: “A es-trutura é muito boa, como cineasta, eu já participei de diversas produ-ções aqui, mas atualmente, o Pólo sofre com a deterioração. Procuro apoio de deputados distritais para resolver os problemas causados pela chuva, antes que o teto desabe”, ressaltou.

Segundo Wanderlei Silva, diretor do Pólo de Cinema e Vídeo do DF, reconhece que as últimas chuvas castigaram as instalações do Pólo, mas ele garante que a licitação para a reforma do Pólo já foi feita e o prazo para o empenho e a execução da obra é até o dia 31 de dezembro. Wanderlei destaca que o valor des-tinado pela Secretaria de Cultura ao cinema de Brasília é de R$ 536 mil. “Tenho me empenhado para que as obras aconteçam dentro do prazo estipulado, trazendo ainda mais oportunidades para os cineastas da cidade e para a cultura brasiliense”, concluiu.

Funcine:Uma luz no fim do túnel

Uma nova solução começa a sur-gir no horizonte, no último dia 29 de setembro, o secretário de Cultura do DF, Silvestre Gorgulho e os ci-neastas brasilienses se encontraram com o presidente da Distribuidora

de Títulos Valores Mobiliários - DTVM do BRB, Ronaldo Medina para tratar da implantação do Fundo de Apoio à Produção Audiovisual, Funcine na capital do País. O fundo de financiamento deverá injetar até R$ 100 milhões na produção e exibição de filmes locais.

Diferente dos outros três fundos existentes no país, o ‘BRB Brasília Funcine’, promete agitar o mercado cultural no Distrito Federal na área de cinema, já que é um dispositivo de capacitação de recursos. Ele será o primeiro administrado por um banco público, e que terá in-vestimentos provenientes de pessoa física, e não de grandes empresas.

Outro diferencial está na apli-cação dos recursos, que não será apenas para produção e distribuição como tem sido feito, mas para pro-dução, construção de novas salas de projeção, distribuição, recuperação e manutenção de equipamentos e espaços, como os cinemas do Conic, além da aquisição de ações de em-presas para investimento do capital administrado.

O lançamento do Fundo, previsto para abertura do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, dia 17 de novembro, entusiasmou os cineastas presentes, que esperam que a comunidade artística do DF seja, de fato, beneficiada com a iniciativa. Mas para sair do papel, o ‘BRB Brasília Funcine’ depende

de um registro junto à Comissão de Valores Mobiliários, o que segundo o presidente do banco, estará pronto nos próximos dias.

Entenda o Funcine DF

O Funcine será dividido em três etapas:

Na primeira, a instituição credora (BRB) tem 360 dias para captar re-cursos por meio da adesão de cotis-tas, a partir do lançamento; a segunda etapa é voltada ao investimento dos recursos nos projetos aprovados; por fim, o desinvestimento - quando o banco prepara a liquidação do Fundo e o rateio dos proventos entre os cotistas. O prazo para liquidação Funcine do DF é de 10 anos.

De acordo com o regimento da lei, no período de captação o Fundo deverá atingir o mínimo de R$ 10 milhões e o máximo de R$ 100 milhões em recursos. Caso o valor seja inferior, o Funcine é desfeito e as aplicações divididas entre os investidores.

A proposta apresentada pelo BRB visa incentivar o correntista do banco a aplicar no Funcine. De acordo com a lei que regulamenta o Fundo, aplicações que representem até 6% do valor de Imposto de Renda do contribuinte pessoa física serão deduzidas. Ou seja, um correntista com IR anual recolhido de R$ 3 mil pode aplicar até 6% desse valor (R$ 180). A quantia retornará via resti-tuição ou será descontada caso haja saldo devedor junto à Receita.

A estratégia do banco é mostrar para seus clientes que, além do ganho na dedução fiscal, é possível ter rendimentos, pois se trata de um Fundo de Aplicação. Outro ponto de relevância está no fato de os recursos aplicados serem revertidos para a cultura local.

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VIDA MODERNA ■

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Definitivamente a beleza está em alta. No univer-so da estética há uma

grande diversidade de produtos e tratamentos para ajudar homens e mulheres a conquistarem um corpo e um rosto mais saudável e bonito. Vale tudo na luta contra as

Tecnologia não invasiva, indolor e com resultados surpreendentes

Resultados imediatosé o que promete o Ultra Accent XL

Por Luciana Vasconcelos ReisFotos Divulgação

indesejáveis gorduras localizadas e a celulite. E a cada dia surgem novas tecnologias para atender aos mais exigentes gostos e pro-blemas estéticos.

Este novo equipamento tra-balha com duas tecnologias de ponta: a consagrada Radiofre-quência, presente nas anteriores versões de Accent e o mais novo ultrassom por shear waves. Tudo para garantir um efeito mais rápi-do e sem causar dor nos pacientes. O aparelho, que foi lançado no Brasil em julho deste ano, tornou-se a nova febre entre as mulheres. Afinal, ele promete eliminar com eficiência a gordura localizada em abdômen, flancos, coxas, culotes e até em áreas pequenas como a papada, além de apresentar a nova ponteira de radiofrequência – UniForm - para tratamento da flacidez e combate à celulite. Os resultados podem ser percebi-dos já na primeira seção.

Quem não quer ficar com a silhueta definida sem precisar passar pelo doloroso e perigo-so bisturi? Com o Ultra isso é possível. O ultrassom por shear waves tem a finalidade de promover a lipólise: que-bra das células de gordura de forma seletiva e não invasiva

para combater a gordura loca-lizada e promover o contorno

corporal. Assim, se concentra apenas na gordura localizada e não causa danos aos demais teci-dos.

No caso da radiofrequência é utilizada a tecnologia da ponteira UniForm, que acelera o meta-bolismo, realiza uma drenagem linfática, além de estimular a pro-dução de colágeno e contribuir efetivamente no combate à flaci-dez e à celulite. “O equipamento de rádio frequência emite ondas eletromagnéticas que provocam uma agitação das moléculas de água dos tecidos, transformando a energia em calor. O aquecimento promove regeneração e retração do colágeno, quebra as células de gordura e fibrose e promove um aumento de circulação e drenagem dos fluídos corporais”, explicou o Dr. Cristiano.

Dr. Cristiano Velasco é res-ponsável pela área de laser da Clinica Laser e Plástica Daher. Segundo ele, o aparelho supera as expectativas. “Tem pacientes que já fizeram outros tratamen-tos, como intradermoterapia, ultrasom focalizado, endermo-logia e radiofrequencia, mas não obtiveram um resultado tão positivo como o proporcionado pelo Ultra”, declarou. Segundo o especialista, o ponto forte do aparelho, que foi lançado no

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Brasil em julho, é a ponteira Ultra com essa nova tecnologia shear waves, que atua em onda de comprimento específico para a gordura localizada com dois sentidos, nos quais, o choque desses na parede da célula de gordura provoca da ruptura da mesma, como por exemplo, um tenor quando começa a cantar, a parede de um copo vibra até provocar a quebra. E também a presença da ponteira UniForm, que tem aprovação do FDA, que estimula a formação de colágeno e ao mesmo tempo age diretamente no tecido adiposo, com excelentes resultados no tratamento de celulite.

As técnicas utilizadas pelo aparelho não comprometem o bem-estar dos pacientes. Tanto a radiofrequência como o ul-trassom, são tecnologias não invasivas e indolores, além de apresentarem resultados surpre-endentes, como revela Maria Neuma Vasconcelos: “Eu fiz cinco sessões de ultracontour no ano passado e não tive resultado.

Este ano, com o Ultra Accent, em apenas três sessões perdi 17 cm no abdome”.

E elogios à nova tecnologia não faltam, “Fiz na papada uma única sessão e todos me pergun-tavam se havia emagrecido, ou se tinha feito plástica”. Já para Sandra Silva, que ficou um pouco flácida depois de fazer uma lipo-aspiração no abdome em 2004, o aparelho corrigiu algumas imperfeições: “Em apenas duas sessões, consigo ver a definição do meu abdome”, declarou Rita Balack cheia de empolgação.

Procedimentos

Segundo o Dr. Cristiano o tra-tamento é realizado em duas fases e o número de sessões depende das necessidades específicas de cada paciente e claro, da avalia-ção que ele faz inicialmente.

Na primeira etapa, acontece a quebra das células gordurosas por meio da aplicação do ultra-som pela ponteira Ultra com a nova tecnologia shear waves. As células são então exterminadas e a fluidez de seus componentes é aumentada. Na segunda etapa, entra o uso da radiofrequência com a ponteira UniForm que tem a finalidade de promover o aque-cimento em profundidade para estimular a produção do coláge-no com o intuito de promover a retração do tecido e dessa forma tratar a flacidez, como promover também a drenagem da gordura eliminada para o sistema linfáti-co, sendo eliminado pelo proces-so natural do corpo.

O médico, Dr. Cristiano

Velasco, responsável pelo de-partamento de dermatologia do Hospital Daher destaca: “Juntas, estas tecnologias fazem o que nenhum outro equipamento faz, proporcionando ótimos resul-tados na correção do contorno corporal”.

Algumas restrições

Há casos em que o tratamento não é recomendado, como por exemplo, em pacientes que têm hiperlipemia, que é o aumento da concentração de lipídios no sangue; doenças do fígado; dis-túrbios de coagulação sanguinea e gravidez.

Já a radiofrequência, é contra-indicada nos seguintes casos: utilização de pino metálico e prótese metálica na área a ser tratada, marcapasso, DIU metá-lico, além de infecção por vírus ou bactéria.

Vantagens da tecnologiaUltra Accent XL

• O paciente pode retomar sua vida normal após cada sessão;

• resultados rápidos e visíveis na primeira sessão;

• indolor;

• procedimento não-invasivo.

Serviço:Clínica Laser e Plástica DaherSHIS – QI 07 Conj. F - Lago Sul(61) 3213.4849 / 3213.4922 / 3364.1590

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ESPORTE ■

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Em 1965, houve no Distrito Fede-ral uma tentativa de implantação do futebol profissional, porém

em vão. Apenas nos anos 70 é que Brasí-lia viveu momentos gloriosos com fute-bol de meninos talentosos. Até 1972, se conhecia apenas o futebol amador. No entanto, com o surgimento do time do Centro de Ensino Unificado de Brasília, CEUB (atualmente UniCEUB), em 1968, que o futebol candango passou a se profissionalizar. Ele foi o primeiro time brasiliense a disputar a divisão principal do Campeonato Nacional, com participação por três anos consecu-tivos (1973, 1974 e 1975). Foi também Campeão do Candango em 1973. Com a participação da equipe do CEUB foi que a história do futebol brasiliense co-meçou a ser construída nacionalmente e continuou sendo escrita por outros times que vieram como Brasília, Gama, Sobradinho, Taguatinga e Brasiliense.

A Capital já teve seu tempo de glória no futebol nacional, hoje, vive constan-te busca pelo sucesso outrora vivido

Futebol que já existiu

Por Paula MarquesFotos Arquivo Pessoal

A criação do CEUB seguiu a prática muito comum em países latino-americanos como Estudiantes, Liga Desportiva Universitária entre outros. Foi criado em 1969 por alunos do centro universitário e marcou o futebol profissional da Capital. No Campeonato Brasiliense de 1976, a primeira edição da competição, a equipe dominou boa parte vencendo os dois primeiros turnos e liderando o terceiro. No entanto, a Federação Metropolitana determinou a realiza-ção de um quadrangular final para a definição do campeão e representante local no Campeonato Nacional. A di-reção do clube se negou a participar. Além disso, a Confederação Brasi-leira do Desporto (CBD), entidade responsável pela organização do todo esporte no país à época, determinou que, naquele ano, o Distrito Federal não teria direito a vaga no nacional. O que abalou ainda mais o financeiro do CEUB fazendo com que o time pendurasse a chuteira.

Quem fala com muito pesar sobre a situação que a equipe viveu é Adilson Peres, único diretor do time profis-sional do CEUB na época. Ele conta que o término do time não foi apenas problemas administrativos com a Di-reção do time e a política da Federação Metropolitana de Futebol, a falta de patrocínio também acarretou para tal decisão. “Naquele tempo não tinha publicidade nas camisas de uniforme, era proibido inclusive, a televisão não colaborava como hoje. Era difícil se manter no profissionalismo”, diz Adilson.

O ex-goleiro Paulo Victor Barbosa de Carvalho lamenta o fato de o time pendurar as chuteiras tão cedo. “Na-quela época grandes jogadores eram revelados aqui em Brasília, principal-mente no CEUB, é lamentável, ele poderia estar hoje como o Universidad Católica de Chile ou Universidad de México”, desabafa o tricampeão carioca (1983 a 1985), e campeão do Campeonato Nacional em 1984, ambos pelo Fluminense. Paulo Victor foi um dos prodígios descoberto nos gramados do antigo Pelezão, palco de grandes rodadas com capacidade para 20 mil espectadores. Ele iniciou sua

Comemoração do dia em que Mané Garrincha vestiu a camisa do CEUB pela primeira vez

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carreira na equipe do CEUB em 1974, aos 15 anos, e conta que a estréia foi contra o Vasco da Gama, que, mesmo sendo campeão não superou os gols dos meninos de Brasília e empatou em 2 x 2, o que para a equipe do CEUB já era um excelente resultado.

Depois da ascensão do futebol bra-siliense nos anos de 1970, uma onda de decadência aconteceu nas duas déca-das seguintes. Paulo Victor revela que quando o seu time precursor jogava o estádio ficava cheio. “Tinha torcida

e ela participava”, diz. Segundo ele nos últimos tempos os estádios ficam vazios até mesmo em partidas de renomados clubes da capital, como Brasiliense e Gama, Mas que ainda há uma luz no fim do túnel. “Acredito que a vinda do Botafogo pode mudar esse quadro

porque os torcedores locais que ele tem estão indo ao estádio e isso é bom para o futebol de Brasília. Acredito que isso pode vir a melhorar o esse futebol”, fala otimista o também comentarista esportivo.

Adilson acredita em um novo mo-mento para o futebol de Brasília e con-corda com Paulo Victor. “Novamente está se consolidando. Com o advento do Botafogo de Brasília levando cerca de cinco mil pessoas, na segunda divi-são do Campeonato de Brasília, para

o estádio, de repente o futebol começa a aparecer mais ainda principalmente com o estádio do Gama, o Bezerrão, e o que vai ser construído para a copa do mundo, o novo Mané Garrincha. Acredito muito na arrancada desse futebol”, diz Adilson.

Apesar da vida curta de apenas seis anos, o promissor time do Distrito Fe-deral ficou marcado por ser o primeiro clube brasiliense a ter projeção nacio-nal e a equipe amarela e azul até hoje é referencia do futebol da capital para os torcedores mais antigos. Adilson faz questão de lembrar o amor que as pessoas tinham pelo clube. “Até hoje recebo carta de gente com idade com-patível à época da equipe do CEUB, ele já é uma marca indelével, inesque-cível. Eles cobram sempre um possível retorno do time, mas no momento não tem condições. É lamentável, mas, ficou para história”, conta Adilson.

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PERSONAGEM In memorian ■

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Quem melhor do que a família para falar do patrimônio construídoe do legado deixado por um dos nomes mais importantes dacomunicação, com história política de orgulho e amigos fiéis?

Essa é a homenagem da Plano Brasília ao cearense apaixonadopor Brasília: Paulo Cabral de Araújo

O dono de um carisma inigualável...

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Falar de Paulo Cabral é um grande desafio. Até mesmo porque, se eu procurasse por uma pequena

fração das pessoas que o conheceram, teria que dedicar toda a revista a essa homenagem. Então, pus-me a pesquisar a vida desse homem que é conhecido pela versatilidade e talento. E também pela integridade e afabilidade que tratava a todos que conhecia, sem dis-tinção. Um dos nomes mais respeitados da imprensa brasileira. A leucemia levou Paulo Cabral, mas o exemplo de 87 anos fica, com uma emoção que o seguiu até o último instante. Seus amigos e admiradores realizaram o seu sepultamento com música e poesia, no último 20 de setembro.

Não é à toa que Cabral foi o homem de confiança de Assis Chateubriand. “Quando já não podia mais discursar, era papai o orador de Chateubriand”, contou orgulhosa a caçula, Regina Trindade. Foi com ela que fui conversar para conhecer ainda mais o “simples, baixinho, nordestino e dono de um carisma inestimável”, como fala o deputado estadual pelo Ceará, José Teodoro Soares.

Pedi a Regina para fazer mais uma homenagem ao pai e ela falou em nome de todos os irmãos, “o que posso dizer é que só tenho a agradecer a tudo o que ele ensinou, fez e, principalmente, mostrou, sempre nos deu apoio incon-

Por Letícia OliveiraFotos Arquivo Pessoal

dicional, e sabe que pode contar com os filhos para sempre”, emocionou-se.

Ele era um homem muito família, apesar da grandiosidade: são oito filhos, vinte netos e dez bisnetos, além da doce Maria Coeli Cabral de Araújo, a esposa. Estar junto era uma realização. Por isso, embora fosse um homem muito dedicado ao trabalho, não abria mão fins de semana com a família. E sempre agregava mais pessoas ao redor da família.

A família enxergava plenamente a integridade, a ética e a humildade do profissional Paulo Cabral. Regina nunca viu o pai reclamar de trabalho. Aos oitenta anos bradou no peito para falar que tinha 63 anos de carteira assi-nada. Inspirou quatro filhos a seguirem a carreira dele e influenciou no modo de agir de todos que o conheceram. Tímido, mas um ótimo orador, ao falar, resgatava todas as emoções possíveis dos ouvintes... “Lágrimas, então...”, complementa Regina.

A história de Paulo Cabral

Foi Guaiúba, no interior do Ceará, que presenteou o Brasil, e especial-mente Brasília, com esse exemplo de vida. Oficialmente, a carreira de Paulo começou aos 16 anos, por concurso público da Ceará Radio Clube. Mas já aos doze dirigia seu primeiro jornal, “O Exemplo”, do Centro Infantil de Cultura de Fortaleza.

Paulo Cabral era um administrador de empresas de comunicação. Tanto que foi o último homem indicado por Assis Chateaubriand, como condômino do Diários Associados, depois disso, ele indicou os 21 restantes. O Diários Associados foi o maior conglomerado de comunicação por muitos anos no Brasil, operando com jornais, rádios e emissoras de televisão.

Mas Paulo era mais intenso... Um político nato. E mostrou-se muito com-petente nesse esteio: aos 28 anos elegeu-se prefeito de Fortaleza (1951-1955); foi deputado estadual pelo Ceará e secretário-geral do ministério da Justiça, no governo Ernesto Geisel; presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), por três mandatos consecutivos (1994-2000); e permanente ativista da liberdade de imprensa. Não por menos, era respeitado por todos os políticos, independente de orientação partidária.

Essa é parte do homem que intentei homenagear. A vocês, leitores, entrego a missão de conhecer mais, cultivar a memória desse grande cidadão que enobreceu Brasília! Agradeço tê-lo conhecido um pouco mais...

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SAÚDE ■

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Convencer a população sobre a importância de doar san-gue de forma continuada e

responsável é o desafio do Hemo-centro. Normalmente as campanhas de doação de sangue são veiculadas pela mídia no fim de cada ano, a iniciativa é até justificada – com o período de festas e de férias, os acidentes aumentam e consequen-temente o estoque na instituição diminui. É importante encontrar pessoas que doem pelo menos duas vezes ao ano.

A fidelização do doador contribui substancialmente para atender com eficiência e qualidade os pacientes, que independente da época do ano, necessitem de transfusão de sangue, como no caso dos hemofílicos, dos pacientes de hemodiálise, das cirur-gias de grande porte como a ponte de safena, bem como para pessoas que sofrem de câncer e se submetem à quimioterapia. No Brasil, estima-se que sejam em torno de cinco milhões de transfusões por ano.

Mas não pense que o sangue doado serve apenas para transfu-sões, ele também é usado para a produção de hemoderivados, como os fatores de coagulação. Logo, as campanhas são apenas um dos pas-sos. O objetivo maior é incentivar a doação voluntária e assim, alcançar índices compatíveis com as deman-

Todo ano uma campanha nova, mas conscientizar e conseguir doadores não é tão fácil

Doar não dói!Por Luciana Vasconcelos ReisFotos Lecino Filho

das. Nós últimos cinco anos, cerca de 1,8% da população brasileira doou, mas este percentual fica muito aquém da quantidade considerada ideal pela Organização Mundial de Saúde - OMS, que é que 3 a 5% de doadores da população de cada país.

Segundo dados da Fundação Hemocentro de Brasília – FHB, 33% das doações são femininas e 67% masculinas, sendo 51% de jovens. William’SantAna, de 27 anos é doador há três anos e fala da experiência: “A primeira vez eu doei porque um parente necessitou, a partir daí não parei mais, dôo uma vez a cada ano e sempre que tem campanha de instituições ou ONGs. A gente só se conscientiza quando acontece conosco. Hoje posso afir-mar, com certeza, que doar é vida, é solidariedade”, declarou.

Muitos foram os slogans: Doe vida. Doe sangue; Entre para a Corrente Sanguínea. Doe e convide alguém a doar; Doar é um gesto de amor. Todas as campanhas objeti-vam transformar o ato de doar em

um hábito de vida saudável. E como a era digital e virtual chegaram para ficar, as campanhas se estenderam e agora vão buscar na Internet os mais variados públicos. Twitter, MSN, comunidades virtuais como blogs, Orkut e Google são utilizados para sensibilizar os possíveis doadores. Afinal, a rede é uma ferramenta poderosíssima de comunicação.

O Ministério da Saúde recomen-da que os homens doem sangue, no máximo, quatro vezes ao ano e as mulheres três vezes. O maior alvo das campanhas são os jovens, que normalmente têm hábitos de vida saudável e são eles que con-seguem persuadir os amigos e os conhecidos. Por isso, a FHB tem dois importantes projetos dedicados especialmente aos jovens, “Hemo-centro nas Escolas” e “Clube 25”.

Para quem recebe “a vida”, que vem através do sangue doado, o ato é literalmente uma demonstração de irmandade, já que o sangue é um tecido vivo não fabricado artificial-mente. Só para se ter uma idéia da

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relevância do ato, se cada indivíduo saudável doasse duas vezes ao ano, não haveria falta de sangue. A preo-cupação com a saúde do candidato à doação de sangue vem em primeiro lugar, para tanto ele passa por algu-mas etapas antes da doação.

A triagem médica procura filtrar possíveis complicações; por meio dela, é verificado se o candidato a doação não apresentou alguma situação de risco, como praticar sexo sem proteção ou ser usuário de drogas. Quando isso acontece, o candidato é informado da im-possibilidade temporária ou defini-tiva de doar, dependendo do caso apresentado. Se você tem dúvidas quanto à doação de sangue entre em contato com o hemocentro que o orientará sobre os critérios para a doação. Depois da coleta, o sangue é submetido a alguns tipos de testes de triagem sorológica como Doença de Chagas, Hepatites B e C, HIV, HTLV e Sífilis.

Serviço:Fundação Hemocentro de Brasília (FHB)SMHN Quadra 03 conj. “A”Bloco 03 – próximo ao HRAN(61) 3327.4424

Condições básicas para doação: • Gozar de boa saúde (avaliação médica no Hemocentro);

• alimentar-se bem antes da doação (verificar abaixo, alimenta-ção aconselhável);

• não estar em uso de medicamentos;

• ter entre 18 e 65 anos de idade;

• pesar acima de 50 quilos;

• apresentar carteira de identidade ou profissional ou habilita-ção ou passaporte;

• ter dormido pelo menos seis horas na noite anterior à doação;

• antes da doação não praticar exercícios físicos;

• não ingerir bebida alcoólica nas últimas 24 horas;

• caso tenha colocado piercing ou feito tatuagem, só poderá doar sangue após doze meses;

• no caso de ter realizado endoscopia, só poderá doar sangue após doze meses;

• evitar fumar duas horas antes da doação. * O candidato à doação deve ser sincero ao responder às perguntas que são feitas a ele, não omitindo informações importantes, pois disso depende a segurança do doador e a de quem vai receber o sangue.

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CIDADE ■

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Diversão e cultura tomam contadas paradas de ônibus de Brasília

Esperar por um transporte coletivo já não é mais uma tarefa tão cansativa

Segundo a Secretaria de Transportes, 700 mil pessoas dependem de ônibus, todos

os dias, no Distrito Federal. Geral-mente, as viagens são longas: 60% das 850 linhas disponíveis ligam cidades satélites ao Plano Piloto. Já pensou ter que enfrentar horas de espera por um ônibus todos os dias de manhã na ida para o trabalho? Essa é rotina de muita gente!

O relógio desperta e... São seis horas da manhã! É preciso tomar um banho, trocar de roupas, se ali-mentar e enfrentar mais um dia de ônibus lotado e, como se não bas-tasse, após uma longa e cansativa jornada de trabalho, ainda é preciso enfrentar mais algumas horas nas paradas para voltar para casa. É,

Por Sabrina BritoFotos Lecino Filho

sem dúvidas, o transporte coletivo parece fazer parte do dia a dia para a grande maioria do trabalhador brasileiro. Em Brasília, esta rotina mudou, ou melhor, melhorou.

Depois de dois anos de projeto “Parada Cultural T-Bone”, idealiza-do por Luiz Amorim, que disponibi-liza livros nos pontos de ônibus da cidade visando incentivar a leitura aos usuários de transporte coletivo, a Capital Federal foi presenteada durante a última semana do mês de setembro com uma nova ação: a campanha de marketing promocio-nal promovida pela empresa Sabin. Segundo Krishna Aum, gerente de marketing da Sabin, esta ação pro-pôs mostrar ao público do Distrito Federal o clima organizacional e os

ambientes de trabalho encontrados diariamente, pelos 800 colaborado-res da empresa.

A ideia era ambientar e decorar as paradas de ônibus com cortinas, puffs, ventiladores, música ambiente e ao vivo, massagista e ginástica laboral. Entre os pontos escolhidos estavam as paradas das quadras 402 Norte, do Setor Hospitalar Norte, em frente ao HRAN, na 110 e 601 Sul. E a iniciativa caiu no gosto dos usuários, como declara a comerciante Maria de Fátima: “Qualquer forma de pas-satempo nas paradas de ônibus é bem vinda. É terrível aguardar quase uma hora por um transporte coletivo”, re-velou dizendo ainda: “Com os livros, músicas e massagens, o tempo passa mais rápido”, conclui.

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O fato é que, tanto o projeto “Parada Cultural”, quanto a ação promovida pela empresa Sabin, ofe-recerem ao trabalhador brasiliense, momentos de cultura, cidadania e relaxamento no cotidiano árduo. Em meio a tantos problemas enfrentados diariamente pela população, como a precariedade de boa parte da frota de transportes e muitas vezes a falta de um abrigo nos pontos de ônibus em dias chuvosos, aliados ainda às altas tarifas, que no DF variam entre R$ 2,00 e R$ 3,00. Os valores colocam a Brasília em 10º lugar no ranking das tarifas mais altas do país. Ações e projetos como estes proporcionam descontração, encanto e alegria aos usuários de ônibus.

Ao contrário dos projetos “Proje-tos Culturais T-Bone”, a ação insti-tucional não é permanente. Mas não passou despercebida, na verdade, atraiu e surpreendeu inúmeras pes-

soas que passavam pelos locais. É o caso do engenheiro Gustavo Barre-to, que achou tudo muito criativo e interessante: “A impressão que tive foi de que o Sabin transportou sua realidade, enquanto empresa, para perto das pessoas que ali passavam”, afirmou dizendo ainda: “Acredito que a ação foi muito válida, porque ofereceu entretenimento aos usu-ários de ônibus, que normalmente aguardam muito tempo nas paradas. As pessoas ficaram muito mais à vontade”, ratificou.

Apesar do curto período da cam-panha Sabin, para os brasilienses ficou a lembrança de que sair da rotina faz bem e dá prazer. Já no que depender dos “Projetos Culturais T-Bone”, diga-se de passagem, que não compreendem somente o “Para-da Cultural”, Brasília continuará a ser prestigiada com o projeto “Quintas Culturais” - que traz todas as

quintas-feiras, músicos, artistas lo-cais e escritores. O projeto retornou às atividades no início do mês com o show da cantora Teresa Lopes e lançamentos literários como “O Filho da Revolução”. Os eventos começam sempre às 20 horas, no próprio Açougue Cultural e a entra-da é gratuita.

Serviço:Sabin516 Norte – W3 Ed. Carlton Center Bl. “E”Loja 74 – Térreo (61) 3329.8000

Açougue Cultural T-BoneSCLN 312 Bl. “B” Lj. 27 (61) 3274.1665

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MODA ■

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Com o verão chegando é hora de se preparar para férias na praia e dias ensolarados na piscina.

As tendências da estação dão liberdade para abusar das cores e combinações de estampas em biquinis e maiôs.

Para variar as produções, blusinhas, batas e vestidinhos saem direto da água para um happy hour com os amigos ou um almoço rápido. As mais ousadas ainda podem lançar mão dos acessórios coloridos e montar looks luxuosos ou modernos nos dias de sol.

Por Gabriela RochaFotos João P Teles

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Crédito:Fotografia: João P Teleswww.joaopteles.com.brProdução: Gabriela Rochawww.atesoura.wordpress.comBeauty: Núbia Rosa (make), Jô (cabelo)Equipe Helio Diffusion des Coiffeurs Modelo: Gabriela Camolesi (Unique Models)

Serviço:Helio Diffusion des CoiffeursSHIS Ql 08 Conj. 1 casa 03. Lago Sul(61) 3364.2000

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COMPORTAMENTO ■

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Naturalmente se rendem, à beleza, à graça e à leveza de ser mulher

A mulher brasiliense é a mais vaidosa da América Latina

Já cantava Benito de Paula: “Mulher brasileira, em primeiro lugar”. Conhecida em todo o mundo e desejada por suas curvas 100% fe-mininas, a mulher brasileira tem a natureza a seu favor, mas nem por

isso se descuida. Pesquisa realizada pela UnB revelou que as mulheres da Capital Federal são ainda mais vaidosas do que as do restante do país e saíram na frente de outras cinco cidades pesquisadas em países como Argentina, Bolívia e Peru.

A questão psicológica de estar bem consigo mesma tem sido o maior apelo. Formada pela UnB, Amália Raquel Pérez-Nebra, que é psicóloga, mestre e doutora em Comportamento do Consumidor, realizou pesquisa e comprovou que as brasilienses são mesmo vaidosas. Ela chegou a essa conclusão depois de entrevistar vendedoras de cosméticos e de roupas entre 20 e 70 anos de idade, pedicures, manicures e cabeleireiras. “Aqui elas costumam fazer ginástica, pintar o cabelo, retirar o excesso nas so-brancelhas, depilam as pernas com mais frequência, além de não saírem de casa sem rímel ou batom”, afirmou a pesquisadora.

Que as mulheres da Capital se destacam pelos cuidados com a beleza é notório. Basta dar uma voltinha nos shoppings e até em supermercados, como relata o jornalista Eduardo Lacombe, que está na cidade há pouco tempo: “Passeava no Pier com minhas filhas e observamos uma mulher bem vestida e de salto alto na grama! Elas, como qualquer outro carioca, estranharam o fato da elegante moça não estar de sandálias. Minha resposta foi quase automática: aqui, sandálias só em casa”, concluiu entre sorrisos.

Brasília é minuciosamente escultural. O céu deslumbrante, e apesar de não possuir mar, o calor aqui também é intenso, o sol domina praticamente o ano todo o que estimula o uso de roupas confortáveis e econômicas na quantidade de pano! Expondo mais as pernas, braços e colo, e com os cor-

Por Luciana Vasconcelos ReisFotos Lecino Filho

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A mulher brasiliense é a mais vaidosa da América Latinapos à mostra, alguns cuidados acabam incorporados ao dia a dia de qualquer mulher. O protetor solar, por exemplo, é indispensável e tem sido acrescentado em diversos cosméticos, como bases e batons. “Elas procuram ressaltar suas características e não poupam esforços e nem dinheiro na hora de ficarem mais bonitas, declarou Carlos Eduardo, proprietário da Loja Lady Perfumaria do Conjunto Nacional.

Carlos comentou que há clientes que chegam a gastar mais de R$ 2 mil mensalmente: “Procuramos atender à mulher brasiliense com o que há de mais novo em tecnologia cosmética, ela é exigente. Muitas entram na loja e pechincham, mas não deixam de levar o produto desejado”, ressaltou Carlos. O empresário destacou ainda que o universo feminino é muito amplo, “o cuidado com a pele e com o corpo tem crescido. Há dois anos, as vendas se dividiam em 50% perfumaria e 50% cosméticos, hoje, essa realidade mudou. 70% do faturamento corresponde a produtos para a pele e maquiagem e o mercado está em franca expansão”.

Enquanto em Brasília elas se preocu-pam com o corpo inteiro, em Tucumán, no noroeste da Argentina, os cuidados

recaem mais sobre o rosto: carregam na maquiagem, principalmente nos olhos, usam sombra e lápis escuros mesmo durante o dia. Amália explica que o clima é o fator responsável pela diferença.

Em segundo lugar no ranking da vaidade feminina estão as peruanas de Lima e Cuzco, só que lá, os cuidados não são tantos como aqui. Em terceiro lugar, mas não menos importante, ficaram as bolivianas da capital La Paz e da interiorana Copacabana, onde a beleza é medida de forma completa-mente diferente. Na Bolívia, a falta de vaidade se dá pela cultura indígena, que representa 70% da população. No país, principalmente nas pequenas cidades, se cuidar é sinônimo de prostituição. “As normas sociais são claras. Usar creme nas mãos, só se o médico man-dar”, pontuou Amália.

Mas há semelhanças. Mesmo considerando as diferenças geográficas e culturais, a pesquisa encontrou entre as cinco cidades vários pontos em comum: as entrevistadas defenderam a tese de que muitas de suas clientes vão ao salão ou compram cosméticos e peças do vestuário pensando na saúde; o embelezamento ou a vaidade se dá

também pela busca de aceitação no grupo social, quer dizer, os cuidados estão intimamente ligados a uma ima-gem de aprovação e às oportunidades.

O estudo apontou também que as mulheres se arrumam para outras mulheres, para prestigiar pessoas queridas ou ainda, para serem notadas. “E, finalmente, o cuidado com o visual também pode ter o sentido, direto ou indireto, inconsciente ou deliberado, de que ao se arrumar, se valorizar, a pessoa adquira status de troféu. Pode ser de um amigo, marido ou namorado”, afirmou Amália.

A psicóloga destacou que a beleza também é uma forma de demonstrar um estado de espírito. O modo como as mulheres se arrumam dirá se estão alegres ou tristes. “Quando a vaidade tropeça no exagero ou é uma extrapola-ção do humor positivo, ou a pessoa está mal e busca uma forma de me sentir bem”, ponderou.

Serviço:Lady PerfumariaTérreo do Conjunto Nacional(61) 3326.5763

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ARTES PLÁSTICAS ■

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Artista plástica brasiliense, famosa por suas composições abstratas conta um pouco sobre sua trajetória de sucesso

Uma releitura da realidade pelas mãos de Thaís Scafuto

Acrílico sobre tela e muita concentração, eis o traba-lho da brasiliense que há

20 anos se dedica a uma compo-sição que só pode ser compreen-dida quando vista: a arte abstrata. Casada há 37 anos, mãe e avó, Thaís Scafuto é apaixonada pela arte. Formada em artes plásticas pela UDF e com inúmeros cursos de especialização na área, Thaís revela na abstração de suas obras, muita vida e essa é a chave de seu sucesso e reconhecimento.

Por Ana Helena MeloFotos Lecino Filho

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A artista conta que às vezes se utiliza de técnicas mistas como uma alternativa para seus quadros. As obras, segundo ela, são uma interpretação pessoal de fatos da realidade. “O dia a dia é riquíssimo e desse cotidiano tiro inspiração, mas meu trabalho é mais fruto de concentração do que de inspiração”. Em seus 20 anos de carreira, foram mais de 500 quadros vendidos, só em Brasília.

A artista já teve seus quadros expostos em locais como o Centro Cultural de Brasília e o Tribunal de Contas da União. Sua última exposição foi na Casa Cor de 2007. “Meus quadros são sucesso entre os arquitetos de Brasília, daí o convite para expor

no Casa Cor”, afirmou. Para o próximo ano, Thaís planeja uma nova exposição. Detalhe que significa muito trabalho no ateliê que fica nos fundos de sua casa. O grande intervalo entre a última exposição e a que a artista planeja, aconteceu por conta da dedicação a outra paixão: os cavalos.

Sobre a arte abstrata

A arte abstrata ou abstracio-nismo é geralmente entendido como uma forma de arte (espe-cialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exte-rior. Ao invés disso, costuma-se

dizer que o gênero usa as rela-ções formais entre cores, linhas e superfícies para compor a rea-lidade da obra, de uma maneira "não representacional".

Este estilo surgiu a partir das experiências das vanguardas eu-ropeias, que recusam a herança renascentista das academias de arte. Um dos pioneiros nesse estilo foi o russo, Wassily Kandinsky, nascido em 1866. Naquela época, o artista de van-guarda não foi compreendido por todos e teve seu trabalho rechaçado por vários críticos da época. Alcançou o sucesso após à Primeira Guerra Mundial quando fundou vários museus e reorganizou a Academia de Belas Artes de Moscou.

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GASTRONOMIA ■

Letícia Oliveira

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Você já pensou no pão como base da sua alimentação? Não? Então, aproveite a foto e tente estar mais próximo disso: uma fatia de pão de campanha torrada com azei-te, uma saladinha de agrião com tomate temperada com vinagrete de framboesa e chambaril desfiado em lascas num vinagrete molho de mostarda Dijon e cebolas... Deu água na boca? Impossível o contrário... E eu garanto, o sabor é algo realmente divinal, a combinação dos ingredientes é de-licada com o paladar e satisfaz muito bem ao estômago. Para experimentá-lo, basta separar uma quinta-feira da sua semana e visitar o mais novo conceito em padarias de Brasília, a Tradition Boulangerie, inaugurada em setembro desse ano, na QI 17 do Lago Sul, no espaço em que funcionava a boate Sabatash. O Plat du Jour custa R$ 17,90. Mas não é só isso, tem muito mais.

Conversando com Guillame Petitgas, chèf e pro-prietário da Casa, ele me explicou que a Tradition não tem a mínima intenção de ser restaurante, ela deseja ser padaria mesmo e deseja ensinar os brasileiros a explorar todas as propriedades do pão. Ele, que já tem a La Boulangerie, premiada e aclamada por ser a

Mais fresco e saudável possível...

Esse mês, só tenho a desejar que você apro-veite mais um passeio gastronômico como eu aproveitei... Paladares, pessoas, dias incríveis... Obrigada pelo carinho e um brinde a todos!

padaria que serve o legítimo pão francês, enfiou a mão na massa e, mais cedo do que pretendia, levou a qualidade, o atendimento e os produtos para o Lago Sul por vários motivos: 1) Queria um espaço com mais interatividade com o cliente; 2) Queria estar mais próximo dos seus clientes do Lago Sul, que eram muitos; e 3) Queria que a padaria da Asa Sul ficasse menos desafogada para continuar mantendo a qualidade do atendimento.

Com a Tradition ele conseguiu atingir esses objetivos!

A Casa tem um cardápio restrito, em função da opção de não ser restaurante. Para fazer com que os clientes não aproveitem apenas o café da manhã, ou o lanche da tarde, Guillame uniu-se com Thaís Rosa de Melo para bolar os Plat du Jour (prato do dia) e as Soupes (sopas) da noite, por R$ 9,90 e também o Cassoulet Du Boulanger dos sábados, por R$ 25,90 e as seis opções de Brunch do domingo por uma média aritmética de R$ 21,40. A cada dia você encontra apenas o prato selecionado, além das opções normais da padaria. Isso porque a ideia é ter tudo o mais fresco possível, o mais artesanal possível, na Tradition não há produção para estoque.

Bom, são muitos os detalhes que você só vai descobrir, quando for lá! O carinho dos funcionários, o lugar aconchegante, os outros aromas e sabores da casa, e aquela sensação de acolhimento, que nem todo mundo sabe dar! Mas duas coisas não posso deixar de registrar: O valor que Guillame dá ao produto nacional, mesmo sendo francês ele sempre prefere usar os produtos made in Brazil, e que ele ainda, com todo esse trabalho, investe no campo social, incentivando os pequenos produtores e a produção de alimentos sem agrotóxico.

A Tradition Boulangerie é uma Casa democrática, preços acessí-veis, para todas as idades e abre de segunda a sábado, das 7h às 21h, e aos domingos, de 7h às 15h. Já chegou lá?

Serviço :Tradition BoulangerieQI 17 – Bloco F – Loja 101 – Lago Sul(61) 4141.1042

Fotos Moreno

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Em mais uma edição, o Mercado Gourmet não deixou por menos com sua maravilhosa equipe ensinando os praze-res da boa gastronomia, exclusiva para buteco! Marcos Lelis e André Fonseca comandaram a cozinha. Antônio Duarte, dessa vez, falou das delícias e potenciais das aguardentes e cervejas. Mais uma noite de congraçamento. Para vocês, a receita da Trouxinha de mortadela com farofa de cuscuz, carne do sol e cebola caramelizada. Mais fotos e receitas em http://todooamorquehouvernessavida.blogspot.com.

Comida de buteco

Não foi à toa que me recordei desse clássico da música sertaneja dos anos de 1970. Entre os risottos que Ana Stellato me apresentou, que permanecem no Cardápio Primavera Verão do La Bene-dicta, o Fuscão Preto foi escolha unâ-nime... Não era “feito de aço, mas fez o meu peito em pedaço... desmoronar!” Um dos pratos mais incríveis que já ex-perimentei e imaginei, um risotto com arroz negro crocante, com linguiças defumadas, lentamente cozido no vapor de vinho branco e manteiga e acrescido de ervas da provance. Uma fusão de sabores! Será por esse motivo que esse arroz foi batizado de “arroz proibido”

Fuscão Preto... Você é feito de aço...

Serviço:La BenedictaSCLN 413 Bloco C Lojas 21/41(61) 3033.8500http://labenedictagastronomia.blogspot.com

(*) Regiões de Vêneto, Lombardia, Piemonte e Ligúria

Ingredientes:

Mortadela fatiada – 20 fatiasFarinha de milho flocão (Cuscuz) – 300grCebola – 3 unidadesAlho – 4 dentesTomate – 2 undPimenta de cheiro – quanto basteCebolinha - qbCoentro - qbCarne do sol – 500grAçúcar - qbManteiga - qb

Preparo:

Cuscuz: Hidrate os flocos de milho com água e tem-pere com sal e pimenta a gosto. Cozinhe no vapor e reserve.

Refogue, em manteiga, a cebola e o alho picados.

Serviço: Mercado MunicipalW3 Sul – Quadra 509(61) 3244.0639

Acrescente os tomates em cubos. Acrescente a cebo-linha, a salsa e o coentro picados.

Em seguida, esfarele o cuscuz cozido no vapor na mesma frigideira que refogou os temperos acima.

na China Antiga? E o carinho com que os prato são servidos... Na panelinha de vôngoles para que você possa passar um longo tempo degustando e o seu risotto não esfrie, um mimo.

Mas a noite foi para lá de agradável, não apenas pela deliciosa gastronomia, mas pelo fato de ter conhecido a incrível chèf de cuisine Ana Stelatto e também pela forma aconchegante com que me re-cebeu Wagner Zampieri Divério, esposo de Ana e administrador do La Benedicta. Sobre o prato, Ana Stelatto me contou um pouco mais da história dos risottos – pratos típicos italianos e que remontam aos ancestrais dela - são os pratos que a região leiteira da Itália(*) prepara com mais maestria. Foi essa maestria que a motivou a escolher o risotto e para que eu consiga, por meio das minhas mais sinceras palavras, inspirá-los a conhecer a Casa e a provar as outras delícias de Ana, será que consegui? Todos os risot-tos foram harmonizados com um Gran Reserva de Cabernet Sauvigon.

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MUNDO ANIMAL ■

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Seu animal de estimação está na melhor idade? Então, ele já pode ser considerado um

paciente geriátrico. Com o avançar dos anos, nossos companheiros em especial, os caninos, perdem boa parte da visão e audição, seus pêlos embranquecem, o metabolismo fica mais vagaroso. A artrite chega, o sistema imunológico cai, o controle das funções excretoras se perde, suas atividades físicas e seu ritmo dimi-nuem e por isso, passamos a achar,

Se o seu amigo é um pet idoso, atenção!Assim como os humanos, os animais envelheceme também precisam de cuidados especiais

Velhos cães, velhos amigos

Por Sabrina BritoFotos Divulgação

por engano, que é normal que fiquem dormindo pelos cantos da casa.

Segundo o veterinário Dr. Fábio Barreto, outra transformação durante a terceira idade, está no temperamento do animal: “Ele fica mais "rabugen-to", perde a disposição para brincar e passa a se irritar com crianças e cães mais jovens”, afirmou dizendo ainda: “As necessidades alimentares também mudam, por este motivo, eles costumam engordar rápido”.

E nesta fase, necessitam maior dedicação, já que as variações e sintomas da velhice são muitos. É

importante empenhar-se na segurança do animal para que ele possa viver com saúde. Ações simples fazem toda a diferença. Evite mudanças nos mó-veis da casa, principalmente no caso de animais com deficiência visual. As escadas também se tornam um obstá-culo dolorido no caso de animais com osteoartrite, como revela o Dr. Fábio: “As visitas ao veterinário devem ser mais frequentes, lembrando que o diagnóstico precoce de inúmeras do-enças significa melhora nos prognós-ticos e maiores chances de sucesso nos tratamentos”, concluiu.

Outra recomendação é não ser rude com seu cão, caso ele comece a fazer suas necessidades fora dos locais onde sempre fez. Ele pode estar perdendo o senso de orientação e apresentar ainda problemas em seu sistema urinário e nervoso. É o caso de Hanna, cadela com 15 anos de idade e que faleceu há poucos dias, como conta sua proprietária, Elaine Marinho. “Hanna passou a fazer “xixi” pela casa, até por força dos remédios que tinham efeito diurético, (Hanna havia sofrido um AVC). Foi aí que para ajudá-la tínhamos que segurá-la, pois não conseguia se sustentar sozinha. Fazíamos tudo com muito prazer e carinho”, afirmou.

Vale ressaltar a importância de oferecer alimentação especial aos bichinhos, o que ajudará na digestão. Além de rações mais nutritivas, ricas

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fonte: www.petpenha.com.br

Você sabe contar aidade de seu cão?

em proteínas e cálcio, evite exercícios bruscos e fortes, pois, a resistência car-dio-pulmonar e músculo-esquelético já não correspondem com facilidade e, principalmente, manter um rígido controle das vacinas e vermifugações, já que o sistema de defesa do animal encontra-se debilitado.

Com todos esses cuidados, o seu amigo envelhecerá com saúde e alegria, é o que afirma Elaine Mari-nho, criadora e amante dos caninos: “Quem cria um animal, desde filhote deve cuidar dele até a velhice com o mesmo carinho, atenção e dedicação. Eles nos deram tanta felicidade, que é o mínimo que podemos fazer”. “Você é responsável pelo seu cão, dê a ele uma terceira idade digna do melhor amigo que você teve na vida”.

Planos de saúde para animais?Sim, eles existem!

A ideia surgiu nos Estados Unidos e chegou há pouco tempo no Brasil. Lá os planos de saúde para cães existem há vários anos. Algumas em-presas americanas chegam a incluir nos planos familiares os animais de estimação.

O sistema é semelhante ao plano de saúde para humanos. O proprietá-rio tem a segurança de contar com um hospital veterinário e uma equipe de médicos veterinários especializados no atendimento, clínico médico e cirúrgico de seus animais. Evitando imprevistos financeiros de urgência, já que é paga uma mensalidade pelo plano de saúde. “O animal idoso necessita de mais cuidados e as visitas ao veterinário passam a fazer parte da rotina. Em idade avançada a realização de check-ups e controle de diabetes são frequentes, sendo assim, o plano de saúde é mais vantajoso”, explica o veterinário Fábio.

Na Capital Federal, o Hospital Ve-terinário Arca de Noé, no Lago Sul, também oferece o serviço de plano de saúde, o “Pet Life”. O preço é único, independente da raça ou idade do animal. O Pet Life oferece consultas, radiologia, internação, tratamento dentário, vacinas importadas e cirur-gias. Além de descontos nos serviços de petshop. “Trabalhamos com plano de saúde há mais de dez anos”, des-tacou Fábio. O hospital veterinário Arca de Noé oferece planos apenas para cães e gatos e funciona 24 horas por dia, de domingo a domingo.

Serviço:Arca de Noé Hospital VeterinárioSHIS QI 25, Bl “E” Lj 70Lago Sul(61) 3367.3232

6 meses 10 anos

1 ano 15 anos

2 anos 24 anos

3 anos 28 anos

4 anos 32 anos

5 anos 36 anos

6 anos 40 anos

7 anos 44 anos

8 anos 48 anos

9 anos 52 anos

10 anos 56 anos

11 anos 60 anos

12 anos 64 anos

13 anos 68 anos

14 anos 72 anos

15 anos 76 anos

16 anos 80 anos

17 anos 84 anos

Idadedo cão

Idadedo homem

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JORNALISTA APRENDIZ ■

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Todo final de mês é sempre a mesma preocupação: Como fazer milagre com o pouco

dinheiro que resta? O que você faria se sobrasse 10 % do seu salário? Para a maioria dos frequentadores de entidades religiosas, essa porcentagem possui um destino certo: vai direto para as caixinhas de dízimo. A contribuição não é um sacrifício para os fiéis. Já que, de acordo com a Bíblia - livro sagrado dos cristãos -, o dízimo é a devolução da décima parte do que Deus entregou ao povo, como explica a passagem Malaquias 3:10: "Trazei todos os dízi-mos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos".

Estudo levantado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), intitulada Economia das Religiões e divulgada em 2007, confirma como os religiosos seguem esse ensinamento à risca. Os dados são significativos, um deles aponta que 55,7% dos católicos têm despesas com dízimo, enquanto 40,9% dos evangélicos praticam a contri-

Seguidores de várias religiões afirmam que o dinheiro do dízimo é sagrado. Pesquisa da FGV revela que 55,7% dos católicos fazem a doação, enquanto os doadores evangélicos somam 40,9%

Famílias fazem “milagres” para economizar e entregar o dízimo

Fotos Divulgação buição. As outras religiões somam 0,5%. Outra informação importante da pesquisa está em declarar que 66,7% do total de dízimo vêm das igrejas evangélicas - os evangélicos represen-tam apenas 18% da população brasi-leira. Já a religião católica, 73,8 % dos brasileiros, totaliza 30,9% do dízimo. A FGV aponta que os católicos pos-suem uma renda 30% superior a dos evangélicos. A conclusão da análise é de que os católicos doam mais, mas em poucas quantidades. No entanto, o valor arrecadado pelos evangélicos ainda chega a ser superior.

A base do levantamento foi feita através de orçamentos familiares e de doações ofertadas às diferentes denominações religiosas. O estudo mostra que a classe E (até dois salários mínimos) é a menos religiosa e por isso conclui-se que esse grupo é o que menos contribui com a entrega do dízimo. Curiosamente, os dados afirmam que a religião católica está presente em classes extremas, como a A1 (acima de 45 salários mínimos) e a E. Os evangélicos estão incluídos nas classes A2 (de

25 a 45 salários mínimos), C (entre 4 a 10 salários mínimos), D (entre dois e quatro salários) e E. As outras religiões estão presentes, em sua maioria, na classe A1.

Exemplo de praticante fiel do dí-zimo é a dona de casa Hilda Amorim, frequentadora da Igreja Universal do Reino de Deus. "Tudo o que somos e temos é dEle e é por isso que, por mês, sempre considero 10% do meu salário como sendo o dízimo. E eu não conto com esse valor para nada", conta a evangélica. De acordo com o pastor Cícero Santos Dias, “os 10% são uma dívida dos fiéis com Deus. Esse dinhei-ro mantém as igrejas e contribui para a construção de novas”. Evangélico e seguidor da Universal, o empresário

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IMPRENSA

Ana Carla Rodriguesé aluna de jornalismo do UniCEUB

SEPN 707/907 - Asa NorteCoordenador Responsável:

Manoel Henrique Tavares Moreira(61) 3966.1385 / 3966.1384

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IMPRENSA

Thalita Linsé aluna de jornalismo do UniCEUB

SEPN 707/907 - Asa NorteCoordenador Responsável:

Manoel Henrique Tavares Moreira(61) 3966.1385 / 3966.1384

Cleanto Miguel Alves se diz um dizi-mista leal. “Assim que recebo alguma quantia na minha empresa, separo o dízimo. Para mim, esse dinheiro é sagrado. Em média, colaboro com R$ 1.300. Quando não contribuo sinto que minha vida anda para trás”, afirmou Cleanto.

Em nenhuma das religiões a doação do dízimo é uma obrigação. As entidades religiosas afirmam que o dízimo é dado de livre e espontânea vontade. No en-tanto, muitos fiéis acreditam que se não ofertarem os 10% ficam em dívida com Deus, como afirma Antônio Francisco de Souza do Nascimento, que possui uma renda mensal de R$ 580: “Devolver esse dinheiro para Deus é fundamental. Na realidade eu recebo de salário R$ 522, porque os R$ 58 vão para o dízimo. Nunca deixei de pagar, quando penso nisso dá um peso na consciência”.

É com os 10% que a maioria das organizações religiosas consegue pagar as contas das igrejas e dos templos. Isso acontece na religião católica, onde as ajudas são essenciais para a manutenção da igreja. De acordo com Rafael Ribeiro dos Santos, secretário da Paróquia São Francisco de Assis, localizada na 914 Norte, todos os fiéis têm conhecimento dos gastos mensais do santuário, por meio de um mural afixado no local e que expõe todas as despesas. “As contas e o saldo em caixa são mostrados para os frequentadores e também o dinheiro que entra e sai da igreja. Nossos gastos são com os pagamentos dos funcionários, com reformas, combustível dos carros e com a alimentação”, conta Rafael.

A publicitária Mara Matos, frequentadora da Paróquia Maria Ima-culada Conceição, afirma que oferta o dízimo há 10 anos. Como trabalha por conta própria, Mara possui uma renda variável. Mesmo com a incerteza de quanto dinheiro terá no final do mês, ela contribui com, no mínimo, R$ 15 mensalmente. A católica esclarece que não doa os 10% pela insegurança do trabalho como autônoma.

O peso dos 10%

“O dízimo pesa mais nas famílias carentes. As pessoas costumam eco-nomizar nas despesas essenciais para não deixar de contribuir”, assegura o economista Carlos Magno Figueiredo. A pesquisa da FVG confirma a infor-mação de Carlos. No Brasil, os mais de 500 judeus têm uma renda média de R$ 5.477 e doam cerca de R$ 33 para as sinagogas, enquanto os 33 mil evangélicos recebem, em média, R$ 2,2 mil e contribuem com o mesmo valor dos israelitas.

Ainda de acordo com a Fundação, os frequentadores das religiões que possuem um número menor de adep-tos são os que possuem maior renda. No país, os judeus estão no topo do ranking. Na sequência estão os espíri-tas, mais de 2,5 milhões no Brasil, que recebem uma renda média familiar de R$ 4,2, logo depois vêm as religiões afro-brasileiras, com mais de 400 mil adeptos, com renda no valor de R$ 3,2 mil. Depois estão os protestantes e, por fim, a católica, com o maior número de religiosos – quase 130 milhões -, ganha em torno de R$ 2 mil mensais.

No estudo, quem comanda as doações do dízimo são os evangélicos pentecostais, com R$ 34 por mês, isso equivale a 2,34% da renda mensal familiar desses cristãos. Logo depois vêm os outros evangélicos, eles doam cerca de 1,5% do capital da família. Depois os judeus com doação de 0,6% da renda. Os católicos oferecem R$

11 mensais, equivalente a 0,5 do orça-mento familiar.

Para o economista, o ideal seria que as contribuições fossem compatí-veis com a renda líquida de cada fiel. “As igrejas deveriam cobrar o dízimo de maneira diferenciada: quem tem o salário mais alto poderia doar mais, já quem recebe menos, como um salário mínimo, deveria oferecer uma quantia menor”, declara.

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MÚSICA ■

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O Clima de Montanha, grupo de pagode formado em Brasília, há cinco anos é sinônimo de

sucesso dentro e fora da Capital. Os rapazes, que antes tocavam pagode e samba de raiz, trouxeram para a cidade um novo conceito de samba que é o diferencial do grupo: o SambaPop.

A banda tem como inspiração, os hits de artistas, como Djavan, Jorge Ben, Jota Quest, o Rappa, Tim Maia, Alceu Valença, Cidade Negra, Natiruts entre outros. Os garotos fazem releituras destes sucessos. Tudo na popular e boa batida do samba e pagode brasileiros.

No início, não passava de uma brincadeira entre amigos, mas, com

Grupo musical composto por artistas que nasceram e cresceram na cidade trouxe e popularizou o SambaPop

SambaPop na Capital FederalPor Ana Helena MeloFotos Divulgação

o passar do tempo, as coisas foram se tornando mais sérias. Com o nome já firmado como a melhor banda de SambaPop de Brasília, Vitinho (voz e violão), Romero (tan-tan), Kinho (pandeiro), Gibran (cavaquinho) e Jonatas (surdão) atualmente moram na cidade de São Paulo e já tocaram em casas como Maevva e Jóckey Clube. O sucesso é tanto que em fevereiro, o grupo foi convidado a tocar no cruzeiro Emoções, do Rei Roberto Carlos.

O reconhecimento chegou em junho de 2005. Ano em que a banda foi o sucesso da cidade nas férias e fez a galera cair no samba sema-nalmente. O evento acabou ficando pequeno para tantos espectadores e foi transferido para uma casa maior, onde participavam aproximadamen-

te 2.000 pessoas. Em 2007, o Clima de Montanha deu início ao seu novo projeto em São Paulo. Com a produ-ção musical de Arnaldo Saccomani e Valtinho Jota, o grupo lançou seu primeiro CD: “Música no ar”. E em apenas alguns meses na cidade, re-alizou apresentações nas casas mais conceituadas.

Com repercussão nacional, a mú-sica de trabalho “quer me dominar” tocou em rádios de todo o país e o Clima de Montanha se apresentou e participou de festivais em diversos Estados como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Amapá, entre outros. A Plano Brasília conversou com o vocalista da banda, Vítor Soares – o Vitinho, para conhecer um pouco mais dos meninos.

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Como começou o grupo Clima de Montanha?

Como a maioria dos grupos de samba e pagode. Nas reuniões e encontros de amigos a gente sempre levava os instru-mentos pra tocar e nos divertir. Depois de um tempo a gente amadureceu a ideia de tocar um pouco mais a sério e começaram a pintar alguns lugares para nos apresen-tarmos semanalmente. Em 2005 o Vitinho (vocalista) entrou no grupo e nessa mesma época começamos a participar de shows maiores, fazendo a abertura dos shows dos artistas que vinham à cidade, como Exalta-samba, Sorriso Maroto e Jeito Moleque. Foi quando a banda ficou bastante conhecida por aqui.

Por que escolheram o samba pop/rock?

No inicio tocávamos basicamente samba e pagode tradicionais, mas atendendo aos pedidos das pessoas que frequentavam nossos pagodes, começamos a tocar músi-cas de outros gêneros musicais no ritmo de samba. A gente percebeu que isso agradava a todos. Daí a origem do nome SambaPop.

Quais são as suas influências musi-cais?

No samba, artistas como Zeca Pago-dinho, Fundo de Quintal e Jorge Aragão. De onde veio a essência do samba e o iní-cio das rodas de samba com amigos. Na MPB o som de Tim maia, Jorge BenJor e Cidade Negra de quem regravamos a música “A sombra da maldade”.

Como foi sair de Brasília, onde vocês tocavam para um público menor e que já era, em sua maior parte, conhecido de vocês e ir para São Paulo?

Para nós é um desafio, talvez o nosso maior desafio para chegarmos onde queremos com a nossa música. São Paulo é o grande centro musical do nosso país, inclusive no nosso estilo, todos os artistas passam por lá. Lá estão as grandes rádios, produtores, gravadoras e mídias nacio-nais.

Quais são os próximos projetos do Clima de Montanha?

Queremos fazer mais shows em Brasília, pois passamos muito tempo em

São Paulo trabalhando na divulgação da banda. Estamos com saudades da galera daqui. E já estamos nos preparando para gravar nosso primeiro DVD no fim do ano. Será aqui na cidade. Também esta-mos nos preparando para nossa primeira turnê no Norte e Nordeste. Em julho do ano que vem iremos nos apresentar em Macapá, Belém, Imperatriz e Fortaleza.

Qual a sensação de ter saído de Brasília, uma cidade que era conside-rada a “capital do rock” e hoje ser um grupo de pagode que tomou proporção nacional?

Para as pessoas de fora somos uma grande referência não só no rock, mas no chorinho e MPB também. E estamos fazendo de tudo para representar bem nossa cidade com o samba. Para nós é uma grande responsabilidade e a gente se sente muito bem com o apoio dos amigos e dos outros grupos de samba que deposi-tam no grupo essa confiança.

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PROPAGANDA E MARKETING ■

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PROPAGANDA E MARKETING ■

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O mundo vem dando inúmeros votos de confiança ao Brasil. Che-gou a hora de nós, brasileiros, fa-zermos o mesmo. A proposta não é ignorar os problemas, fechar os olhos para as mazelas e nos tornarmos um País de Pollyanas, praticantes do “jogo do contente”. Nossas fraquezas estão aí, ainda expostas. No entanto, não nos escolheram para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olimpícos de 2016 pela realidade que apresentamos hoje, mas pela que podemos apresentar nos pró-ximos anos.

Precisamos esquecer de uma vez nosso histórico complexo de vira-lata e deixar fluir toda a nossa ca-pacidade produtiva. Assumir uma nova postura e recusar a pecha de pobres diabos, assolados pelo azar e destinados ao fracasso. Chega! A era do “é artigo importado, doutor” e da reverência cega ao estrangeiro acabou. Nosso capital humano e intelectual é vasto e riquíssimo. Em teoria, temos con-dições de competir, sem medo, com qualquer País do planeta, em qualquer setor.

rantir que o protagonismo vivido pelo Brasil hoje extrapole a esfera da percepção e incorpore-se ao nosso dia a dia.

Como proclamou o folclorista Câmara Cascudo, o melhor do Brasil é, sem dúvida, o brasileiro. Mas o pior também é. A questão é qual dos dois lados prevalecerá em nossas atitudes daqui para frente. Se por um lado podemos nos encher de orgulho, por outro, não devemos ignorar nossas ver-gonhas. Se, por um lado, devemos seguir o exemplo do mundo e assinar uma carta de crédito para nós mesmos, por outro, é nossa obrigação vigiar, cobrar, apurar o senso crítico e, sobretudo, agir. Entre o complexo de vira-lata e a síndrome de Pollyana, tenho fé de que encontraremos nosso caminho e vocação.

XÔ, VIRA-LATAS!

Carlos Grillo

Diretor Associado

Casanova Comunicação Full Thinking

Temos pela frente uma década de oportunidades ímpares e um cenário perfeito. Acabamos de sair, fortalecidos e praticamente ilesos, de uma pesada crise eco-nômica mundial. Nossa principal empresa, a Petrobras, descobriu na região do pré-sal uma riqueza quase sem precedentes. Nossa economia e nossas reservas se-guem equilibradas. Pela primeira vez na história subsidiamos o FMI, algo antes inimaginável. Nós, empresários e profissionais de comunicação, temos o ingrato desafio de reverter a imagem dei-xada pelos “Marcos Valérios” de outrora. Mostrar que marketing não é política e cuidar para que a política seja cada vez menos marketing. O momento pede sin-ceridade. Precisamos transbordar verdade em nossos discursos. Acrescentar alma e sentimento em nossas ações. Revelar uma comunicação responsável, madu-ra e mais comprometida com o consumidor e a sociedade do que com o próprio umbigo.

Mobilização social, promoção, eventos, assessoria de imprensa, relações públicas e outras tantas ferramentas do marketing serão primordiais na construção desse novo País. Devemos lançar mão de cada uma delas, de forma in-tegrada e concomitante, para ga-

“O melhor do Brasil é, sem dúvida, o brasileiro. Mas

o pior também é.”

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TÁ LENDO O QUÊ? ■

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O livro é fantástico! Ele retrata a vida basicamente de muitas mulheres, prá não dizer de todas. Na verdade, a sensação que tive é a de que todas as mulheres, de uma maneira ou de outra, têm um pouco de Elizabeth Gilbert. O livro hipnotisa, prende e, ao mesmo tempo em que eu não conseguia parar de ler, queria economizar na leitura para que o livro pudesse durar mais.

Quando a leitura se encerra e, infelizmente, o livro acaba, tem uma foto dela: A sensação é a de ser a melhor amiga de Elizabeth, de que a conhece-mos por uma eternidade...

Livro: Comer, Rezar, Amar

Autor: Elizabeth Gilbert

Sinara Oliveira

EmpresáriaSinara Oliveira

Eu estou lendo um livro, que releio sempre e recomen-do que todos leiam que é a Bíblia Sagrada. Traduzido para mais de dois mil idiomas e dialetos, a Bíblia é o livro mais lido, pesquisado e pu-blicado em todo mundo. Uma coleção de livros catalogados, considerados como divina-mente inspirados por Deus. Escrito por pessoas diversas, escolhidas por Deus, como profetas, reis, sacerdotes, pescadores, criadores de gado e até cobradores de impostos. Agora estou lendo o livro de Atos, do Novo Testamento, que se inicia com a ascensão de Jesus Cristo.

Livro: A Bíblia Sagrada

Autor: Vários

Leonardo Prudente

Presidente CLDF

Augusto Cury tem a incrível capacidade de nos levar ao autoconhecimento, reconhecendo que a felicida-de está nas coisas simples da vida. Este livro nos convida a uma reflexão para nossos relacionamentos, descobrindo as nossas fraquezas e mostra que as vezes somos prisionei-ros de nossa própria mente e que vivemos uma sociedade doente e deprimida. Tem varias lições para viver a vida com toda intensidade que ela merece. Vale à pena conferir!

Livro: O Vendedor de Sonhos

Autor: Augusto Cury

Celina Leão

Assessora Política

A literatura política, his-tórica mais dura, me agrada bastante. Tanto quanto me dedico à leitura de poesias. Atualmente estou lendo o interessantíssimo Relatos Sub-versivos, que relata a tomada dos militares que começou com a invasão da União Aca-dêmica Paraense (UAP) no dia 1° de abril de 1964 e culminou com prisões. Os momentos na prisão, as angústias e as incer-tezas dos jovens que lutavam por um mundo melhor também são relembrados. Recomendo a leitura, pois só quem viveu, sabe o que é uma ditadura militar, desse modo podemos garantir que nunca mais nossos jovens passem por isso.

Livro: 1964 Relatos Sub-versivos: Os estudantes e o golpe do Pará

Autor: Pedro Galvão, Ro-berto Cortez e outros

Wanderlei Silva

Diretor do Pólode Cinema do DF

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FRASES ■

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“Ao contrário das outras meninas minha diversão em criança era brincar de pobre”Princesa Caroline de Mônaco

“Egoísta, s.m. Um sujeito mais interessado em si próprio do que em mim”.Ambrose Bierce

“Um menino-prodígio é uma criança cujos pais têm muita imaginação”.Jean Cocteau

“O mundo seria um lugar bem me-lhor para as crianças se os pais fos-sem obrigados a comer o espinafre”.Groucho Marx

“Ainda me lembro do primeiro presente que ganhei. Alguém pôs em meu berço um ursinho de verdade”Woody Allen

“Primeiro, apure os fatos. Depois, pode distorcê-los à vontade”Mark Twain

“Jovens de todo o mundo: envelhe-çam!” Nelson Rodrigues

“Meu homem não lava pratinho. Eu lavo o pratinho dele, com o maior prazer”.Danuza Leão

“Os homens mais paquerados pelas mulheres são o cafajeste e a bicha”.Chico Anysio

“Os homens não foram sequer capazes de inventar um oitavo pecado capital”.Théophile Gautier

“Toda História é remorso”.Carlos Drummond de Andrade

“Três entre quatro católicos são filhos de Iansã. O quarto acha que os deuses eram astronautas”.Ivan Lessa

“Prefiro os canalhas aos imbecis. Os canalhas, pelo menos, descansam de vez em quando”.Alexandre Dumas

“Ultimamente, quando um indivíduo abre a porta do carro para a sua mulher, ou é um carro novo ou uma mulher nova”.Príncipe Philip da Inglaterra

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JUSTIÇAJUSTIÇA ■

Roberto Policarpo

Neste mês de outubro, o Brasil comemora 21 anos de sua última Constituição Federal,

compreendendo assim o maior perío-do de nossa democracia. No entanto, recém-chegada à maioridade, nossa “Magna Carta” está prestes a sofrer um golpe severo. Tramita, em surdina, no Congresso Nacional, a PEC 341, de 2009, com a intenção de reduzir de 250 para 76 os artigos constitucionais. Orquestrada por aqueles que nunca en-goliram as inovações sociais trazidas pela Carta de 1988, essa proposta traz sérios danos à sociedade e ao Estado Democrático de Direito.

A população deve ter consciência de que, se essa PEC for aprovada, temas como educação, saúde, previdência, cultura, serviço público, comunicação social, entre outros, deixariam de ser tratados pela Constituição, passando a ser disciplinados pela legislação ordinária. Importantes conquistas como a gratuidade do ensino público e a obrigatoriedade da União, estados e municípios aplicarem, no mínimo, 18% e 25% da receita, respectivamen-te, em educação, deixariam de constar em nossa Carta Maior aprofundando assim um cenário marcado por desi-gualdades e injustiças sociais.

É como se pegassem a nossa Cons-tituição, tão bem afamada no exterior, e rasgassem-na. Ou melhor, é como se rasgassem uma grande quantidade de páginas de nossa história de lutas e conquistas. Não é surpresa que essa intervenção autoritária, elitista e des-necessária já tenha angariado o apóio de diversos parlamentares. Na medida em que o projeto avança na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania

A Constituição sob ameaçada Câmara dos Deputados, direitos constitucionais de natureza social sedimentados na cultura jurídica e no coletivo dos brasileiros estão prestes a serem jogados na lata do lixo.

O curioso é que essa proposta não está embasada em estudo científico algum e contraria a tendência con-temporânea mundial que aponta para a adoção de constituições analíticas e extensas. Com a evolução da sociedade na história dos povos, o texto constitu-cional sintético não é mais suficiente. O discurso de que precisamos de uma constituição enxuta é balela para aniquilar uma série de direitos indivi-duais e coletivos. O que incomoda no detalhamento da nossa Constituição é o fato dele ser resultado da ampla participação popular no processo de sua elaboração.

Há também o argumento de que as emendas provocam insegurança jurídi-ca. No entanto, para emendar a Cons-tituição são necessários procedimentos especiais e quórum qualificado. Com a mudança, o poder dos parlamentares será aumentado enquanto a proteção da sociedade contra eventuais maiorias no Congresso será diminuída. E esse fator gera um enorme risco à manutenção da democracia. Além do mais, a nossa Constituição, como foi elaborada, é um instrumento permanente de luta para diversos grupos sociais.

Quanto à ineficácia no cumprimen-to de normas, reconheço que diversos direitos e garantias constitucionais ainda não saíram do papel. No entanto, retirá-los do texto da Constituição só fará adiar indefinidamente esse cum-primento. Os agentes políticos devem lutar para que o texto constitucional

seja cumprido e não suprimido. Ou seja, a tentativa de reduzir o texto da Constituição não traz vantagens à sociedade brasileira, além de ser inconstitucional. A supressão desses 189 artigos transforma essa “pseudo” PEC em revisão constitucional. E o Congresso Nacional não é legítimo para realizar tal reforma. Somente uma nova constituinte, com ampla participação popular teria condição histórico-jurídica para promover uma mudança dessa magnitude.

Enquanto a Constituição brasileira é símbolo de modernidade e inovação, no que se refere à proteção ao meio ambiente, a previdência, a família, a criança e o adolescente, os índios, a universalização da saúde, a educação de qualidade, aos trabalhadores (inclusive os servidores públicos), a PEC 341 simboliza um tremendo retrocesso. E como toda tentativa de golpe, esse assunto vem sendo tratado em surdina.

Esse tema precisa ganhar as mídias alternativas, os movimentos sociais e populares e a sociedade. A OAB já pediu o arquivamento da proposição. Para se mobilizar, a população deve estar consciente de que nossa Consti-tuição não é apenas um texto norma-tivo, mas a nossa expressão cultural. A Constituição é viável exatamente porque ela não é somente uma letra de Direito, mas um projeto de Nação mais justa e cidadã.

Policarpo é coordenador-geral do Sindjus e autor do blog www.blogdo-policarpo.com.br

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DIZ AÍ MANÉ! ■

Pérolas do vestibular“Nesta terra ensi plantando tudo dá.”

“Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia.”

“O sero mano tem uma mis-são...”

“... são formados pelas bacias esferográficas.”

“Convivemos com a merchenda-gem e a politicagem.”

“Precisa-se começar uma recicla-gem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lavagem celebral em relação ao desmatamento, po-luição e depredação de si próprio.”

“A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acaban-do”

“O cerumano no mesmo tempo que constrói, também destroi, pois nos temos que nos unir para realizarmos parcerias juntos.”

“O serigueiro tira borracha das árvores, mas não nunca derru-bam as seringas.”

“A concentização é um fato es-peransoso para todo território mundial..”

“Imaginem a bandeira do Brasil. O azul representa o céu, o verde representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as matas estão quase se indo. No dia em que roubarem nosso céu, ficaremos sem bandeira.”

“O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente.“

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PONTO DE VISTA ■

Rubens César Brunelli Júnior (*)

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A violência urbana se trans-formou num dos maiores problemas da sociedade

moderna, especialmente porque afeta basicamente os adolescen-tes, ceifando vidas num momen-to em que elas desabrocham para o trabalho e a cidadania.

O cidadão clama por ação eficiente, urgente, enérgica e consistente contra o tráfico de drogas, os assaltos a mão arma-da, o crime organizado e a im-punidade daqueles que cometem crimes.

Para conter a violência e dar tranquilidade ao cidadão que paga em dia seus impostos, torna-se inadiável uma mobili-zação nacional, a exemplo do que aconteceu com a inflação.

A violência é uma semente maligna que embrutece o coração das pessoas. Precisamos lutar contra essa situação dramática e inaceitável, preservando valores morais e cristãos.

Um Plano Nacional contra a Violência implica em medidas urgentes e pontuais. Unificação das polícias Civil e Militar, salá-rios dignos e equipamentos mo-

Violência urbana, erva daninha que envenena nossos jovens

dernos capazes de dar ao policial capacidade de ação e estratégia eficiente no combate ao crime.

Será preciso, ainda, recursos financeiros abundantes, com a fiscalização permanente da sociedade, para a construção de novos presídios, a formação e qualificação do policial, além de uma legislação ágil que evite a impunidade, a morosidade e a burocracia no processo penal.

Outra questão inadiável é a re-visão do Estatuto do Menor e do Adolescente. A aplicação desse diploma legal esbarra na falta de estabelecimentos penais que realmente cumpram seu papel, o de recuperar o delinquente ao convívio da sociedade.

Alguns menores infratores, quando cumprem suas penas sócio-educativas e retomam a liberdade, voltam, infelizmente, como verdadeiros marginais, com poucas e honrosas exceções.

O Estado não está cumprindo com seu papel, com seu dever constitucional, deixando que nossos jovens se transformem em verdadeiros párias. Sem perspectiva futura.

No Distrito Federal a situação é dramática porque a violência urbana está diretamente ligada às desigualdades de renda e ao desemprego aberto entre os jovens.

E, pior ainda, princípios morais e cristãos estão em baixa em nossa sociedade, com o visível esfacelamento da família e consequências dramáticas na educação e na formação moral de nossa juventude.

É preciso dar um basta nesse verdadeiro caos em que se transformou a política oficial de combate à violência em nosso país. O cidadão, as entidades de classe, os políticos, o poder público, todos unidos em uma só voz e um só pensamento: o de recuperar a paz e a tranquilidade de nossos filhos, de nossa famí-lia e da nossa sociedade.

Nós podemos porque acredi-tamos em Deus.

(*) Rubens César Brunelli Júnior é deputado distrital pelo PSC.

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CHARGE ■

EIXO MONUMENTAL

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