Revista Plano Brasília Edição 50

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Ano 6/Edição 50 - Brasília R$ 5,00 www.planobrasilia.com.br COTAS RACIAIS OU SOCIAIS Polêmica continua e tema volta ao debate COTAS RACIAIS OU SOCIAIS Polêmica continua e tema volta ao debate DEPUTADA ÉRIKA KOKAY Trajetória de sucesso na luta pelos direitos humanos FIBRA 2008 foi ano de novos investi- mentos para Brasília que serão ampliados neste ano

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Revista com matérias sobre política, finanças, educação, saúde, comportamento, gastronomia, propaganda e marketing, entre outros.

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00www.planobrasilia.com.br

COTAS RACIAISOU SOCIAISPolêmica continua e tema volta ao debate

COTAS RACIAISOU SOCIAISPolêmica continua e tema volta ao debate

DEPUTADA ÉRIKA KOKAYTrajetória de sucesso na luta

pelos direitos humanos

FIBRA2008 foi ano de novos investi-mentos para Brasília que serão ampliados neste ano

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SUMÁRIO ■

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20Editorial10Cartas12Entrevista13Panorama Político16Política Brasília18Capa22Economia26Cidade28Gente30Cidadania32Indústria34Educação38Planos e Negócios40Tecnologia42Cultura44Vida Moderna46Esporte48Artes Plásticas50Personagem52Saúde54Saúde Bucal56Comportamento58Música60Moda62Turismo64Gastronomia66Mundo Animal68Saúde Animal69Bom pra Cachorro70Propaganda e Marketing72Tá Lendo O Quê?74Frases76Diz Aí, Mané78Ponto de Vista80Charge82

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Capa - Cotas Raciais ou Sociais?

Indústria - Antônio Rocha

Entrevista - Érika Kokay

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CARTA AO LEITOR

É hora de darmos adeus a 2008. Mais um ano de muito trabalho, esforço e dedicação para tentar levar, a você leitor, reportagens de alto nível. Nosso objetivo é deixá-los bem informados; além de proporcioná-los

momentos de entretenimento. Estamos cientes que o novo ano que nos brin-da com sua chegada será um ano difícil. As demissões geradas pela crise econômica internacional interromperam a trajetória positiva de geração de empregos.

Pela primeira vez em 2008, novembro teve um saldo negativo entre de-missões e desligamentos. No Brasil, 40,82% dos postos formais de trabalho foram fechados. Aqui no Distrito Federal, no entanto, registrou-se um saldo positivo em novembro com mais 906 carteiras assinadas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, Caged. Os efeitos da crise internacional no Brasil foram retardados, mas ela está chegando. É enorme nosso desafio, mas como bons brasileiros faremos limonada desse limão, como em outras crises durante as quais crescemos a partir da diversidade.

Nessa última edição do ano, levamos aos nossos leitores a polêmica cota racial nas universidades. Depois de muito debate, opiniões divergentes, o Senado deixou para votar o assunto em 2009. Nossa reportagem ouviu pessoas que estão participando da discussão sobre as cotas e ainda existem muitos pontos de vista, mas há unanimidade na necessidade de se melhorar o ensino como um todo no Brasil.

A Plano Brasília vem ainda com matérias sobre a falta de segurança nas escolas públicas do DF, onde cresce o índice de violência, sobre a descober-ta de uma vacina para uma grave doença, a Leishmaniose visceral canina, responsável por centenas de mortes de cães e ainda sobre a tranqüilidade de se fazer uma plano de seguro para animais. Você, leitor, encontrará ainda uma bela reportagem sobre homens que cometem graves agressões contra suas companheiras. Também nessa edição trazemos uma entrevista com a deputada Érika Kokay, onde a parlamentar faz um balanço do trabalho da Câmara Legislativa e fala de decepções e de seu futuro político.

Desejamos a todos boa leitura, esperando estarmos juntos no ano que começa.

Um 2009 de muita paz, realizações e amor!

Plano Brasília Editora Ltda.SCLN 116 Bl H sala 218 • Cep: 70773-580Brasília-DF Fones: (61) 3202-1257 / [email protected]

REDAÇÃOComentários sobre o conteúdo editorial;Sugestões e críticas às matérias;@ e-mail: [email protected]

DIRETORA DE REDAÇÃOLiz Elaine Lobo

DIRETOR COMERCIALEpaminondas Gomes

DIRETOR DE CRIAÇÃORodrigo Dias

ASSITENTE DE CRIAÇÃOBruno Lapagesse

COLABORADORESCerino, Marcio Vieira, Mauro Castro, Romário Schettino, Tarcísio Holanda,

Carina Freitas, Adriana Vanessa da Costa, Patrícia Colmenero Moreira de

Alcântara, Alaise Beserra, Roberta Ban-deira Rosa

REVISÃOCharles Vieira

FOTOGRAFIAMoreno, Júlio Gomes

DISTRIBUIÇÃO EM BANCAS

Distribuidora Jardim

DISTRIBUIÇÃO POR MAILINGVip Logística

IMPRESSÃOProl Editora Gráfica

TIRAGEM60.000 exemplares

CAPARodrigo DiasFoto: Moreno

Modelo: Jorgim di Morais

DIRETOR EXECUTIVOEdson Crisóstomo

DIRETORANubia Paula

Editora

EDITORIAL / EXPEDIENTE ■

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. Matérias não solicitadas, fotografias e artes não são devolvidas.

AVISO AO LEITORAcesse o site da editora Plano Brasília para conferir o conteúdo de todas as revistas da editora na íntegra.www.planobrasilia.com.br

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anúncioSicoobBruno

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CARTAS ■

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Senhor Diretor, Excelente o Ponto de Vista da Edição 48, onde Davi Faustino explica de forma didática o comportamento de nossos políticos, sem exceção de partido. Só es-pero que não venham a se queixar quando a cera derreter.

Milton BarbosaLago Norte

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Senhor editor, Gostaria de saber se a revista Plano Brasilia ainda está em circulação? Recebi alguns exemplares, a achei muito interessante e rica em conteúdo. Não sei porque pararam de enviá-la. Gostaria muito de voltar a recebê-la. Seria possível? Ah, parabenizo o editor e equipe pelo excelente trabalho.Obrigada!

Maria Reis, moradora de Goiânia.

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Acuso o recebimento da Revista Plano Brasília, Ano 6, Edição 48 e, na oportu-nidade, agradeço a gentileza pelo envio. Com os melhores cumprimentos, manifesto-lhes protestos de elevada estima e distinta consideração.

Estefânia ViveirosPresidente da OAB/DF

Cartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas

para:

SCLN 116 Bl H sala 218Cep: 70773-580 - Brasília/DF

Fones: (61) 3202-1357 / 3202-1257 [email protected]

As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, identificação, endereço e

telefone do remetente. Plano Brasília reserva o direito de selecioná-las e

resumi-las para publicação. Mensagens pela internet sem identificação

completa serão desconsideradas.

Sindicato repudia ato violento do deputado Alírio NetoO jornalista Zildenor Ferreira Dourado, funcionário concursado, foi covardemente agredido ontem à

noite pelo presidente da Câmara Legislativa, Alírio Neto (PPS). A atitude violenta do distrital foi presenciada por dezenas de pessoas que participavam de uma festa de confraternização no estacionamento da Casa.

Alírio, numa atitude incompatível com o decoro parlamentar, atingiu o rosto do jornalista apenas e tão somente porque se sentiu criticado por Zildenor, que segurava o próprio sapato enquanto o deputado discursava para os funcionários.

Zildenor registrou queixa no serviço de segurança da Câmara Legislativa, depois de ter sido recusado na 2ª Delegacia de Polí-cia.

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal se solidariza com o jornalista e acompanha o caso por intermédio do seu Departamento Jurídico.

A reação desproporcional do deputado fere o decoro parlamen-tar e é incompatível com a prática democrática.

Brasília, 19 de dezembro de 2008.

Romário SchettinoPresidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF

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ENTREVISTA ■

Na luta pelos direitos

Ela é cearense, mãe de três filhos, 51 anos, chegou à Brasília em 1975, iniciando uma próspera carreira políti-ca no ano seguinte ao ingressar na Uni-versidade de Brasília, UnB. Estamos falando da deputada distrital Érika Kokay, uma das mulheres atuantes no movimento estudantil contra a ditadu-ra militar. Em 1982, ela ingressou na Caixa Econômica Federal. Organizou, em 1985, a primeira greve dos funcio-nários daquele banco em 125 anos de existência da empresa.

Na ocasião, a categoria conquistou a jornada de trabalho de seis horas e o direito à sindicalização, passando a ser reconhecida como bancária. A partir daí participou da liderança da categoria até ser eleita presidenta do Sindicato dos Bancários de Brasília, onde exerceu dois mandatos, de 1992 a 1998. Elegeu-se deputada distrital pelo PT em 2003, sendo reeleita em 2006.A parlamentar foi presidente também da Central Única dos Trabalhadores, CUT /DF e da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa.

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Plano Brasília - Como presidente da Comissão de Direitos Humanos por dois mandatos, a senhora acha que podemos comemorar os 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos?

Érika Kokay - A Declaração dos Direitos Humanos foi um marco,

uma reação humana às atrocidades cometidas durante a Guerra Mundial. Por meio dela, asseguramos muitos direitos. Ela é um instrumento de igualdade, de apoio à luta pela justiça social. A meu ver, no entanto, ela está longe ainda de se transformar em realidade, de fazer entender que nenhum direito é maior que o outro. A sociedade tem um perfil desigual, o que é diferente da luta pela cidadania que envolve direitos e deveres. Na prática, por exemplo, acontece uma espécie de invisibili-zação dos direitos das crianças e dos adolescentes.

Devemos lembrar que eles são vítimas antes de serem vitimizados. Crianças e adolescentes tornam-se visíveis apenas com uma arma na mão e, depois da sentença, passam a ser invisíveis novamente. Todos nós temos direito ao sonho, somos seres humanos com nossas peculiaridades

e nessas condições, necessitamos nos sentir pertencentes a uma sociedade. É preciso dar condições sociais às pessoas, sem as quais é impossível exercer políticas públicas. Ainda vivemos em um Brasil de casas gran-des e senzalas. Levaremos muitos anos para mudar isso. Hoje é uma loteria biológica, seu futuro depende

do local, da cor e das suas origens. A meu ver, o direito é uma eterna construção, uma busca inesgotável porque ele precisa acompanhar os avanços da humanidade. O Estatuto da Criança e do adolescente, ECA, o Estatuto do Idoso, a Lei Maria da Penha são instrumentos para se bus-car as garantias dos nossos direitos. É preciso que a sociedade os utilize para buscar seus direitos legais. Devemos despertar essa maturida-de, essa vontade na sociedade de se apropriar dos seus direitos. É preciso que as pessoas se sintam sujeitos de direito. Quem não se sente livre, não se sente um ser humano com capaci-dade de acompanhar o orçamento, a sua execução, as políticas públicas. Esse ano, por exemplo, o orçamento para a área social foi inferior ao da publicidade. Não basta ter orçamen-to, não se pode continuar fazendo política pobre para que as pessoas

continuem pobres. Uma política pú-blica acertada é fundamental.

P.B. - Como foi o trabalho na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa presidida pela senhora?

Érika Kokay - Então, na Comis-

são de Direitos Humanos recebia-se 22 denúncias por ano; hoje são 300, 400 denúncias. É um sinal de que as pessoas estão mais conscientes dos seus direitos e também de reconhe-cimento do nosso trabalho. Cada denúncia é acompanhada; criamos um trabalho em rede, sociedade e governo; onde há uma integração de diferentes instituições para se dar o andamento as apurações necessárias. Em cada caso, acionamos uma rede específica. A comissão hoje dispõe de uma defensoria jurídica, fazemos mutirões de atendimento nessa área, na área de saúde com consulta den-tária entre outras. Acompanhamos tudo. O poder que não tem controle externo tende a dissolução. Não te-nho medo de errar ao dizer que já sal-vamos muitas vidas com o trabalho da comissão. Quando recuperamos um direito, resgatamos a auto-estima da pessoa. Tudo isso é comprovado

Crianças e adolescentes tornam-se visíveis

apenas com uma arma na mão e, depois da

sentença, passam a ser invisíveis novamente.

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nos nossos relatórios. A equipe da comissão fez este ano mais de 60 visitas como ao Caje, a hospitais e instituições. Nós analisamos e não só apontamos os problemas como também as soluções. Tentamos for-talecer, enquanto sujeitos, as pessoas que têm seus direitos violados para que possam andar com as próprias pernas e buscar as garantias delas. Incentivamos muito a criação de associações, como ajudamos a criar a Associação de Familiares e amigos dos Presos, de Familiares de Meno-res em Conflito com a Lei. Abrimos um horizonte para elas, trabalhamos com a lógica da independência. Fazemos o elo entre essas entidade e as autoridades competentes para que juntos encontrem uma solução para determinado conflito, determi-nado problema. Lidamos com muito sofrimento na comissão, mas é um trabalho gratificante, porque tem resultado. As pessoas chegam aqui

vulneráveis e tornam-se detentoras de suas próprias vidas. Lembro de um caso de uma mãe de Planaltina que teve seus dois filhos espancados pela polícia, era ameaçada para não denunciar o policial, mas demos força a ela que fez justiça. Hoje um de seus filhos fez o curso de Direito

e ela entrou em uma cooperativa de artesanato, cujo trabalho sustenta a casa. Essa senhora conquistou auto-estima e independência financeira.

P.B. - Como a senhora viu a vota-ção do Plano Diretor de Ordenamen-to Territorial, o PDOT?

Érika Kokay - Nós, deputados da Câmara Legislativa, não tínha-mos elementos para analisar o que está sendo discutido. Esse plano teve parecer contrário do Ibama, segundo o qual haverá impacto ambiental irreversível. Nosso dever era analisá-lo com o máximo de responsabilidade, impedir danos ao meio ambiente e destruir o menos possível. É engraçado porque colegas deputados alegaram que o Ibama es-tava tumultuando o processo, houve uma falta de compreensão em relação ao trabalho e a preocupação daquele órgão. Perguntaram inclusive porque

ele estava acompanhando todo o pro-cesso de discussão do PDOT. A sua aprovação a toque de caixa foi um desrespeito ao Estatuto das Cidades. Vários lotes vão ser valorizados do dia para a noite. Como disse um co-lega parlamentar, tem gente que vai dormir pobre e acordar rico.

O Estatuto da Criança e do adolescente, o Estatuto

do Idoso, a Lei Maria da Penha são instrumentos

para se buscar as garantias dos nossos direitos. É

preciso que a sociedade os utilize para buscar seus

direitos legais.

P.B. – Qual os planos para 2009 e qual o balanço que a senhora faz de 2008?

Érika Kokay - Em 2009, eu as-sumirei a liderança do PT na casa. O ano de 2008 foi um ano duro, a Câmara foi subalterna do Poder Executivo, fazendo com que aquela Casa perdesse toda a sua função. O GDF não priorizou a política social, a qual precisa ser fortalecida. Um exemplo é a idéia da terceirização da merenda escolar, uma alimenta-ção faz parte do projeto pedagógico. Existem dados que mostram que com a forma pretendida pelo governo, ela ficará até 70% mais cara do que com a execução direta. A própria empre-sa selecionada pode contratar outra empresa, terceirizar e ela própria vai fiscalizar o serviço. Isso significa que não há segurança no controle dos alimentos e que as crianças po-derão receber inclusive quentinhas.

Repito: a merenda escolar faz parte do projeto pedagógico de uma escola e como isso poderá acontecer com essa possível terceirização? Tanto a possível terceirização da merenda escolar como também dos hospitais serão nossos enfrentamentos já para o início de 2009. ■

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PANORAMA POLÍTICO ■

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Uma dor de cabeça para o governo

Tarcísio Holanda

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As eleições para renovação das Mesas das duas Ca-sas do Congresso sempre

causaram dor de cabeça aos nossos governantes – e não apenas na demo-cracia. No mandato do General João Baptista de Figueiredo, já no ocaso da ditadura militar, o governo teve de mobilizar o apoio de Paulo Maluf, então candidato a presidente da Re-pública, e os préstimos do Ministério da Previdência para afastar a ameaça de eleição de um dissidente do então

PDS, o deputado liberal Djalma Marinho (RN), garantindo a vitória do deputado Nelson Marchezan, seu preferido.

O governo Lula teve oportunidade de experimentar uma meia-derrota com a eleição para presidente da Câmara do então deputado Severino Cavalcanti, que acabou renunciando para evitar um processo de “impea-chment”, com base na denúncia do arrendatário do restaurante da Casa, que teria sido obrigado a lhe pagar

uma “comissão”. A oposição em peso votou em Severino, dizem que por inspiração do ex-presidente Fer-nando Henrique Cardoso, que nisso viu a oportunidade para infernizar a vida do presidente Lula e de seu governo.

É verdade que o PT acabou dando ajuda ao êxito do projeto da Oposição de confundir as coisas. O indicado pelo partido, por influência do pre-sidente Lula, foi o então deputado paulista Luiz Eduardo Greenhalgh,

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que não conhecia a maioria dos de-putados. O PT se dividiu, uma vez que o deputado mineiro Virgílio Guimarães decidiu manter a sua can-didatura, julgando-se preterido pelo presidente. Houve segundo turno, ganho pelo deputado Severino Caval-canti, graças à votação em massa dos partidos oposicionistas, que queriam criar dificuldades a Lula.

No dia 1º de fevereiro realiza-se a eleição para escolha do presidente da Câmara. Logo depois, no dia 2 ou 3 do mesmo mês, é a vez da es-colha do presidente do Senado. Para presidente da Câmara o PMDB, na condição de bancada majoritária, indicou o deputado Michel Temer (SP), mas no próprio partido resolve-ram se lançar candidatos os deputados Osmar Serraglio (PR), atual 1º secretário da Casa, e Rita Camata (ES). Além disso, o deputado Ciro Nogueira lançou-se candi-dato independente em nome do PP, que integra a coalizão governista de Lula.

Quando da eleição do deputado Arlindo Chinaglia para presidente da Câmara, o PT assumiu o compromisso de votar no candidato indicado pelo PMDB. Ocorre que os dois partidos não se entendem no Senado, uma vez que o PMDB ali também é majoritá-rio e deseja se manter na presidência da Casa, enquanto o PT sustenta, com o apoio de Lula, que não convém que um mesmo partido acumule as presi-dências das duas Casas do Congres-so. Na década de 90, o PMDB deteve os dois cargos, através do senador Mauro Benevides (CE) e do deputado Ibsen Pinheiro (RS).

Em recente conversa, quando se analisou a futura eleição do presiden-te do Senado, o senador José Sarney (PMDB-AP) disse ao presidente Lula, na presença do ministro José

Múcio Monteiro, que não deseja ser candidato, não faz qualquer restri-ção à indicação pelo PT do senador Tião Viana (AC), que considera um bom candidato, mas compreende o movimento dos seus companheiros de partido, que pleiteiam a presidên-cia para um dos seus integrantes. A oposição anima-se com a hipótese de uma divisão que lhe permita influir no desfecho dessa disputa.

Os senadores do PT ameaçam fazer com que a bancada petista não apóie a candidatura do deputado Michel Temer, uma vez que os sena-dores do PMDB se recusam a votar no senador Tião Viana, pleiteando o cargo para um dos seus. O deputado Michel Temer já teve oportunidade

de dizer que o acordo entre PT e PMDB na Câmara nada tem a ver com a eleição da Mesa Diretora do Senado. Convém lembrar que a escolha do presidente da Câmara se verifica no dia 1º de fevereiro, enquanto a eleição para presidente do Senado ocorre no dia 2 ou 3 do mesmo mês.

Não se pode descartar a hipótese de um acordo, agora que o presidente Lula fez um apelo ao senador José Sarney para que contribua na busca de uma solução política. O ex-presi-dente tem bom trânsito na bancada do PMDB e na Casa, mas terá que gastar muita saliva para convencer o senador Renan Calheiros a aceitar a

ascensão de Tião Viana à presidência do Senado. Renan não se esqueceu que Tião, ao assumir a presidência, quando de sua renúncia, aceitou todos os recursos que poderiam ter levado à cassação do mandato do senador alagoano.

Também não há unidade na base de apoio do governo na Câmara, amplamente majoritária. O deputado Ciro Nogueira (PI), que se lançou can-didato à revelia de Lula e dos partidos aliados, acaba de receber o apoio do PCdoB, cuja direção advertiu que o partido não está obrigado a cumprir a orientação do PT ou de Lula. O PSB também parece se inclinar pela mesma postura independente. Ciro disse recentemente que, se a eleição

fosse hoje, seria o vencedor. É difícil garantir que ele esteja certo ou errado, mas é evidente que sua candidatura ameaça Temer.

Parece oportuno lembrar que, já consagrado candida-to a presidente do Colégio Eleitoral da própria ditadura militar, com o apoio dos generais, Tancredo Neves resolveu apoiar a candida-tura do senador Humberto

Lucena, líder do PMDB, que era majoritário no Senado. No dia da votação na bancada, Tancredo foi surpreendido por uma conspiração de desconhecidos senadores, que escolheram o senador José Fragelli (MS), derrotando Lucena, que foi obrigado a voltar para a liderança do partido no Senado, de lá deslocando o senador Fernando Henrique Cardoso. Para que FHC não ficasse no limbo, isto é, sem qualquer posição, Tancre-do inventou de criar a liderança do governo no Congresso...

Portanto, o presidente Lula que se prepare para a hipótese de um vale-tudo na disputa das presidências das duas Casas do Congresso. ■

Os senadores do PT ameaçam fazer com que a bancada pe-tista não apóie a candidatura do deputado Michel Temer,

uma vez que os senadores do PMDB se recusam a votar no senador Tião Viana, pleitean-do o cargo para um dos seus.

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1 – A era Zé Geraldo na UnB

O novo reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Júnior, que tomou posse no dia 18 de novembro, perante uma grande platéia no Centro Comunitário Athos Bulcão, prometeu exercer o cargo sob o comando do que chamou de gestão compartilhada. Isso significa incluir nas decisões estraté-gicas as três comunidades universitárias: os professores, os estudantes e os funcionários. “Queremos uma universidade moderna e comprometida com o desenvolvimento humano”, disse. José Geraldo foi eleito pelo voto paritário e teve nos estudantes o apoio necessário à sua vitória no segundo turno. A recuperação da imagem da UnB e sua integração com a sociedade estão em mãos seguras, o povo brasiliense agradece e espera pelos resultados.

3 – Muretas no Eixão

O centenário arquiteto Oscar Niemeyer mandou carta ao governador Arruda manifestando seu profundo desagrado com a idéia “absurda e de mau gosto” de construir muretas no Eixão para “salvar vidas”. Arruda leu e, constrangido, mandou seus auxiliares pensarem em algo mais criativo do que gastar dinheiro com um muro da vergonha de 80 cm, cheio de “plantas espinhosas para afugentar pedestres”, como declarou à imprensa o seu secretário dos Transportes, Alberto Fraga.

4 – Muretas II

Outro arquiteto mais jovem, Mateus Porto, atualmente vivendo e fazendo pós-graduação em Madri, escreveu para a coluna: “Mureta não me parece que seja a solução. Se o governo e o Iphan querem realmente salvar vidas devem reduzir a velocidade máxima permitida de 80km para 50km por hora, colocar mais pardais, mais semáforos, construir novas passagens subterrâneas dignas de uso para pedestres e, no máximo, um canteiro central verde. Não é justo obrigar os pedestres a fazerem os enormes deslocamentos para al-cançar as atuais e precárias, imundas, passagens. A intenção é mesmo salvar vidas ou incentivar o uso irresponsável dos veículos particulares? O que não se pode é simplesmente eliminar os obstáculos chamados pedestres”.

9 – Uma Funarte nacional

O ministro da Cultura Juca Ferreira, ao empossar o novo presidente da Funarte, o ator Sérgio Mamberti, falou que Funarte significa Fundação Nacional de Artes, mas nas últimas décadas a instituição vem perdendo esse caráter nacional, pois suas ações estão restritas ao Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. “Apesar de haver alguns editais nacionais, a atuação da instituição está muito restrita a esses lugares. Faz parte de nossos objetivos dar essa amplitude à Fundação”.

A primeira tarefa de Mamberti será transferir a presidência da entidade para Brasília, na Quadra 502 Sul, e trabalhar em conjunto com os vários diretores de áreas e o ministro.

5 – Muretas III

Mateus continua: “Essas idéias podem parecer radicais, mas nada será solucionado sem um conjunto de outras medidas. É necessário melhorar a conexão Leste-Oeste eliminando a barreira que o Eixão representa no meio da cidade. Com essas muretas horríveis, os pedestres morreriam esmagados contra o concreto, pois as pessoas continuariam atraves-sando por cima, saltando as muretas, atendendo a uma necessidade natural de fazer o caminho mais curto entre um lado e outro do Eixão”.

10 – O destino do DF

Na nova concepção, a Funarte-DF vai se tornar uma gerên-cia administrativa dos espaços físicos existentes. A idéia é criar cinco regionais: Norte e Nordeste (a definir), Sul (São Paulo), Sudeste (Rio de Janeiro) e Centro-Oeste (fora de Brasília). No Rio será criado um grande Centro Cultural no Palácio Gustavo Capanema.

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POLÍTICA BRASÍLIA ■

Romário Schettino

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2 – Só a Globo não quer

O governador Roberto Arruda ofereceu às seis emissoras de televisão aberta de Brasília (Globo, Record, Nacional/EBC, SBT, Brasília e Bandeirantes) a chance de se instalarem em terrenos de 12 mil metros quadrados na Cidade Digital, ao lado do CCBB. Os preços dos lotes serão definidos dentro do programa Pró-DF, isto é, subsidiados, uma pechincha.

Todos aceitaram, inclusive a Empresa Brasil de Comunica-ção (EBC), que está investindo pesado em equipamentos e instalações da TV Brasil, menos a Globo. Motivo: A Globo não quer saber de nenhuma aproximação com a TV Record, sua arquiinimiga.

8 – O que esperam os cubanos

O sonho de Cuba é ver o bloqueio econômico dos EUA de-saparecer. Para o bem e para o mal. O consumo desenfreado imediato pode vir a ser um problema, mas a chegada dos investimentos estrangeiros pode ser a solução. Obama já recebeu elogios de Lula, Evo Morales, Chávez e Fidel. Todo querem ouvir a mesma frase “Chega de bloqueio, pô!”.

6 – Obama nas alturas

Finalmente a premonição de Monteiro Lobato se faz. Os Estados Unidos têm um presidente negro. Barak Obama arregimentou a juventude, as mulheres, os negros e os brancos e balançou os EUA com seu slogan marcante: “Change, yes we can” (Mudança, sim nós podemos). 65% dos eleitores foram votar e esse fato histórico encheu o mundo de esperanças. Vamos aguardar um pouco mais para ver a que veio o novo líder.

7 – O imperialista simpático

O otimismo do jornalista ACQ não lhe permite dizer outra coisa sobre a eleição de Obama: “Trata-se do imperialismo simpático. Por enquanto é festa, mas pouca coisa muda nos EUA, onde reina a democracia do Partido dos Empresários. Obama continuará a guerra, não no Iraque, mas no Afega-nistão e no Paquistão”. ACQ registra que Obama conseguiu fazer campanha com UR 640 milhões, a mais cara da his-tória, o dobro do seu concorrente republicano McCain, que só arrecadou US$ 340 milhões. Quem pagou tudo isso? “Os empresários, que vão dizer ao presidente eleito o que fazer, ou alguém tem dúvida disso?”, conclui ACQ.

12 – Roriz em Roma

O ex-governador e ex-senador Joaquim Roriz foi a Roma ver o Papa acompanhado de duas secretárias e um padre. “Seu Joaquim”, segundo fontes romanas, foi pagar promessa no Vaticano e pedir a Deus que o proteja dos inimigos e força para agüentar até 2010, quando pretende voltar ao Buriti. Roriz foi visto já embarcando num avião da TAP rumo a Lisboa, de óculos, mas foi reconhecido pela voz: “Boa tarde”, carregou no sotaque goiano ao se dirigir ao comissário de bordo.

11 – Chega de paradeira

A atual coordenadora da Funarte-DF, Maria Carmem, deve deixar o cargo para dar lugar a alguém com perfil mais adequado. O Movimento Cultural local deseja alguém mais ligado a uma gestão pública diferente da gestão privada. O movimento cultural também acha que o espaço privado não pode ser gerenciado com salários do espaço público.

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Em breve...

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CAPA ■

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Reservar 50 por cento das vagas para afrodescententes em uni-versidades públicas e escolas

técnicas. A proposta contida em projeto na pauta do Congresso Nacional, deba-tida há tempos, termina o ano sem um consenso. Parlamentares não chegaram a um acordo e deixaram para 2009 a colocação do tema na pauta de votação

Senado deixa para este ano a decisão de criar cotas raciais nas universidades, tema que vem des-pertando polêmica em todo o país

Cotas Raciais:

Por Liz Elaine Fotos Moreno

da Comissão de Constituição e Justiça. Esta é a segunda vez que o Senado adia a votação das cotas. Cientistas políticos, antropólogos e estudiosos da questão racial têm seus pontos de vista; no en-tanto, todos são unânimes em afirmar que o investimento na educação seria a melhor forma de se buscar a verdadeira igualdade.

O professor de Pós-graduação e Co-ordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Paulo Vinícius Batista,

participante em recente debate na rádio CBN, defendeu a aprovação do projeto em discussão no Senado Federal. Se-gundo ele, existem dados muito positi-vos em universidades onde o acesso foi realizado por meio de cotas. “Os alunos beneficiados tiveram um resultado de acordo com os demais e foram melho-rando ao longo do curso. Além disso, o índice de abandono desses alunos foi 2 ou 3 vezes menor”, afirmou Paulo. O professor considera que houve um melhor investimento do Estado, com

Instrumento de igualdade ou privilégio?

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resultados positivos tais como melhor mobilidade social, diversidade cultural e social, e ainda o aumento de alunos se formando.

Para aqueles que acreditam ser racista a determinação de cotas, Paulo Vinícius diz que o racismo é estrutural na sociedade brasileira; tanto o racismo indireto como preterir um negro diante de uma vaga de emprego como se a cor da pele definisse a classe social da pessoa, como ainda explicito com atitu-des de violência. O professor da UFPR considera necessário o investimento no ensino, desde a educação infantil, mas também é preciso uma ação para acelerar o resultado deste esforço. “O fruto deste investimento, caso fosse feito hoje, seria colhido somente daqui a 15 anos”, acredita.

Diferenças

Paulo Vinícius afirma que a desi-gualdade racial, particularmente no ensino superior é muito alta e vem crescendo a cada ano. “Em 1960 a diferença entre negros e brancos com 25 anos, com ensino superior comple-to, era de menos de quatro por cento. Hoje essa diferença subiu para 13 por cento”, relatou à CBN. Na opinião do professor, durante os últimos 30 anos, as universidades se expandiram para o atendimento de uma população branca e de classe média alta. “O investimento deveria ser feito de outra forma, acre-dita Paulo”.

O cientista político Bolívar Lamo-nier, outro participante do debate na CBN, combateu a criação de cotas. A seu ver, essa não seria a solução para o fim da desigualdade social no país e acredita também tratar-se de um projeto inconstitucional. “O ponto central da

questão é que, com a aprovação dessa matéria, vai-se inaugurar a figura racial com divisor de classes e a Constituição proíbe qualquer tipo de diferenciação em termos raciais”, explicou. Lamo-nier acredita que, com a aprovação do projeto, o Brasil caminhará para uma separação por segmento, lançando tra-balhadores contra trabalhadores com base em critérios raciais, “Esse projeto é uma cópia subserviente de projetos dos Estados Unidos e África do Sul, sendo que, em julho, a Suprema Corte dos Estados proibiu a determinação de cotas com base em raça pelas mesmas razões que devemos rejeitá-lo: ser inconstitu-cional e discriminatória”, afirmou.

Bolívar acredita que não há discri-minação nos processos seletivos para o acesso às universidades, pois não há entrevista pessoal, apenas provas escritas. “Não tem cabimento alguém afirmar isso”, disse. O cientista político é a favor, se necessário, de medidas in-diretas para facilitar o acesso ao ensino superior, como a reserva de vagas para alunos do ensino público. ”Seriam cotas baseadas em critérios sociais, não em critérios raciais”, explica Bolívar.

Segundo ele, a aprovação do projeto em discussão no Senado fará com que seja criada no Brasil a figura raça como base de diferenciação entre as pessoas. “Amanhã será com base no emprego ou em outra coisa. Amigos vão se ver como competidores por causa de reservas de vagas em universidade, no serviço público. Vamos criar um problema do qual já nos livramos há muito tempo”, acredita o cientista político.

Idéia errônea

Para a antropóloga da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Yvonne Ma-

ggie, a reserva de vagas para negros nas universidades públicas ou em qualquer outra instituição é uma medida errônea e perigosa, porque parte do princípio da crença em raças, o que segundo ela é inexistente. “As cotas para negros carregam em si o veneno em lugar de solução porque, para diminuir o racis-mo, elas constituem, fundam, a idéia de raça, dividindo os estudantes por força de lei em negros e brancos para assegurar direitos”, explica.

Maggie é uma das intelectuais que, em abril, entregaram uma carta ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o fim da política de cotas. Ela aponta que essa divisão contribui para a segregação. “As pessoas dizem que a sociedade brasileira já é dividida, mas ela não é dividida legalmente em negros e brancos, as leis são universais para todos. As políticas de cotas fazem essa segregação”, defende. A pesquisadora alerta que em episódios anteriores em que o Estado “obrigou” as pessoas a se definirem de acordo uma categoria, os resultados foram negativos. “Todas as vezes em que o Estado se meteu a definir a raça das pessoas produziu muito mais dor do que alívio, a começar pelo holocausto”, argumenta.Maggie acredita que os resultados desse tipo de intervenção podem ser “a morte e a carnificina” quando um dos grupos usa essa categorização como uma arma para defender seus direitos “Foi assim com o nazismo; foi assim em Ruanda”, cita.

Para o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Univer-sidade de Brasília, Nelson Inocêncio, os movimentos que são contrários à política de cotas estão “alienados” ao processo. “Você começou com um movimento de uma ou outra universi-dade implantando o sistema e hoje são

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várias, ou seja, a tendência é o cresci-mento. Quem está refratário, não só está contra como também não está fazendo a leitura do processo. De certa forma, está alienado porque ignora algo que está se adensando de maneira efetiva”, defende.

Para Inocêncio, um país não pode defender a democracia enquanto não enfrenta a questão do racismo. “Não adianta se falar em democracia e não perceber que existe um contingente de quase a metade da população que está excluído de um processo cidadão. É paradoxal falar de democracia sem combater o racismo”, afirma. Sendo ele, as expressões tão usadas como “samba do crioulo doido”, “programa de índio” e “A coisa está preta” confirmam esse racismo.

Provocação e simbolismo

Nelson Inocêncio acredita que a cria-ção de cotas raciais seja uma forma de provocar o enfrentamento do racismo, qualificar mais os negros e inseri-los na sociedade. “Se não houvesse racismo, não teríamos organizações negras logo após o fim da escravidão e os negros não seriam sempre coadjuvantes”, ex-plica. Para o professor da UnB, conse-guir colocar o tema na mídia, na agenda

de debates do Governo Federal, mostra o resultado do trabalho dos grupos que lutam contra o racismo.

Nelson, no entanto, acredita haver pouca disposição dos parlamentares em votar o Estatuto da Igualdade Racial, há cinco anos em pauta. Nelson lembra que o Estatuto do Idoso, o Estatuto da Criança e do Adolescente foram votados e aprovados em muito menos tempo. “A idéia é deixá-lo de lado para que ele morra”, acredita. A seu ver, os movimentos negros precisam utilizar das mesmas estratégias dos grupos po-derosos que fazem lobby no Congresso Nacional.

Na opinião de Nelson Inocêncio, a cota foi criada porque tem um simbolis-mo de tentar fazer com que uma parcela da população negra faça parte de uma elite. “Enquanto houver divisão de clas-ses, devemos ter representantes negros em todas elas”, diz. Para o professor da UnB, as cotas não são perenes, têm interesse muito específico e datado por-que tem início e fim; e servirão, neste momento, para diminuir foco entre ne-gros e brancos. De acordo com Nelson, as estatísticas mostram que 70% dos jovens mortos pela polícia são negros, muitos não chegam aos 20 anos.

Nelson afirma ser necessário ter uma dimensão histórica para se discutir a questão das cotas raciais. Segundo

ele, a população negra sempre foi pre-terida, nunca inserida na sociedade. O professor da UnB diz não entender os movimentos contrários às cotas raciais já que o Brasil, lembra ele, “sempre teve políticas setoriais que atenderam a determinados grupos hegemônicos e a sociedade nunca criticou”. “Temos a Lei do Boi que dava regalias aos filhos de fazendeiros que fizessem curso de agronomia, veterinária ou outros na área. Filhos de militares e estrangeiros também têm vaga garantia na uni-versidade em caso de transferência e ainda há a obrigatoriedade dos partidos reservarem 30% de suas vagas para mulheres. Isso é cota”, lembra.

O debate sobre a validade da criação das cotas raciais continua no próximo ano. A favor ou contra, os parlamen-tares terão que definir se a aprovação do projeto no Senado será a melhor forma de garantir a inclusão do negro no ensino superior. Hoje os negros são os de menor salário e poder aquisitivo; a remuneração para um mesmo cargo é diferente entre negros e brancos. A maioria (na realidade, uma minoria) dos alunos oriundos de escolas públicas que conseguem entrar em uma universidade pública no Brasil são brancos, ou seja, mesmo entre aqueles que conseguem vencer a diferença, os negros são mi-noria. ■

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Uma boa parte dos novos proprietários de imóveis acredita que após a aquisição de uma casa ou apartamento nada mais é

preciso fazer. O investimento está feito. Seguro e confiável. Só que as coisas não funcionam assim tão facilmente. Os imóveis apresentam, como qualquer investimento, uma margem de risco. Bem menor que ações ou câmbio. Por conta disso, é importante que todo investidor tenha controle sobre seu investimento imobiliário.

Por muito tempo no nosso país imóvel foi si-nônimo de segurança e moradia. De uns tempos para cá, as coisas têm mudado. Muita gente tem comprado imóvel para investir e garantir um bom retorno do dinheiro aplicado. Só que con-tinuam com o mesmo comportamento do antigo comprador de imóvel que deixa o tempo passar e não avalia oportunidades de melhoria desse investimento. Há histórias em Brasília de imóveis que perderam seu valor inicial de compra, ou seja, fizera com que o investidor perdesse dinheiro, em vez de ganhar. Um exemplo simples é percebido quando um investidor, percebendo que um setor da cidade vem crescendo em termos de valo-rização, decide comprar tardiamente, fato que pode gerar um custo por metro quadrado muito elevado e ligado a uma especulação temporária. Alguns empreendimentos no Setor Sudoeste tiveram essa história: alcançaram um valor que não era compatível com o empreendimento e depois de pronto; perderam valor.

No Brasil temos mais um trilhão de reais investidos em ativos imobiliários. E tem mais: imóveis representam o principal investimento patrimonial do brasileiro – algo em torno de 70 por cento, contra 30 por cento investido em ativos financeiros – como poupança ou previdência privada.

Por tudo isso tem que ficar uma pergunta

respondida – como conseguir mais de um inves-timento imobiliário? A resposta é relativamente simples: basta gerenciar permanentemente. Não se pode deixar a sorte levar seu dinheiro por que seu imóvel está localizado em uma região que não prosperou. Verificar tendência e medir valor do metro quadrado do seu imóvel duas vezes por ano faz parte do gerenciamento do seu patrimônio. Se houver qualquer sinalização de perda de valor, decida rápido pela substituição do imó-vel, ou para outro prédio, ou para outra região. Afinal, se você comprou para investir, nada de ligações emocionais com o seu imóvel.... ■

Como fazer seu investimento em imóvel valer mais

Mauro Castro

ECONOMIA ■

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anúncioLe Français

(antigo)

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CIDADE ■

Projeto prevê a criação de postos comunitários em todas as cidades-satélites, principalmente em regiões com maiores índices de violência

Segurança Comunitária em Brasília

A população brasil iense já pode contar com os servi-ços oferecidos pelos novos

postos policiais. As construções fazem parte do Programa Segurança Comunitária, iniciado pelo Governo do Distrito Federal em 2003. Ao todo

serão construídos 300 postos, sendo 250 pe-quenos e 50 grandes, ou seja, com cabines estendidas.

O espaço contará com telefone, compu-tador, banheiro, uma minicozinha e uma

torre, com caixa d’água, para instala-ção de câmera e patrulhamento visual, com oito metros de altura. Todos os postos terão estrutura pré-fabricada, de aço e carenagem de fibra de vidro. O material dispensa manutenção, pois não sofre danos com a ação do sol e das chuvas, além de evitar infiltra-ções.

O efetivo de cada posto será de, no

mínimo, 16 policiais, que se revezarão em escalas de 24 horas. Uma viatura e duas motos acompanharão o trabalho: uma ficando fixa no posto e outra fazendo o policiamento ostensivo. O número de policiais trabalhando juntos dependerá do local, além do número de ocorrências atendidas.

A escolha dos locais para a instala-ção dos novos postos foi baseada em uma pesquisa que apontou as regiões com maiores índices de violência no Distrito Federal, apresentando grande número de ocorrências relacionadas à tráfico de drogas, furtos e prosti-tuição.

Em Samambaia, cidade-satélite de Brasília, já foram inaugurados quatro postos: um na quadra 413, outro na

Por Cleymenne Cerqueira Fotos Divulgação

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anúncioFazendo Arte

Segurança Comunitária em Brasília612, um na 512 e outro na 112. O número ainda é pequeno e não possui efetivo para atender a toda a popula-ção da cidade, o que, segundo o gestor do Posto Comunitário da quadra 512, sargento De Sales, se deve ao fato de o projeto ainda estar em fase de adaptação.

A idéia dos postos policiais surgiu durante o programa Governo das Ci-dades, e pretende inaugurar dez novos postos a cada mês no Distrito Federal. A estimativa é que somente este ano sejam inaugurados 100 postos.

Para o sargento, o projeto aproxi-ma a comunidade dos policiais. “Esse posto aqui da 512 fica bem próximo ao comércio da Área de Desenvolvimen-to Econômico (ADE). Por isso, temos um contato direto com os comercian-tes e moradores da quadra; que tem ajudado a diminuir os números de

ocorrências ou incidentes na área, pois os moradores indicam quando há algum suspeito e os marginais ficam desconfiados e apreensivos de agirem aqui nas proximidades”, afirmou.

O projeto ainda está em fase de implantação e, por isso, nem todos os postos contam com infra-estrutura adequada para acomodar os policiais e atender à população. Na maioria ainda faltam equipamentos e eletrodomés-ticos da cozinha e computadores. Em outros não há filtros ou bebedouros para os policiais. Os moradores tam-bém não contam ainda com o registro de ocorrências no local. Quando pre-cisam dese serviço são encaminhados para a delegacia mais próxima.

Para a moradora da cidade Étel Teixeira, os postos não demonstraram ainda utilidade para a população. “Aqui na minha quadra (406) não

tem, mas observando os que têm aqui na cidade, os acho pouco práticos, além de deixarem os policiais muito vulneráveis. Os postos não são feitos de material blindado. “Quando os vejo me pergunto qual a utilidade real deles, se estão ali somente para intimi-dar os bandidos que ficam próximos ou se prestam serviços à comunidade mesmo”, declarou.

“Por estarmos fardados sempre estamos expostos, seja aqui no postou ou no patrulhamento na rua. Para uma maior segurança os postos teriam re-almente que ser blindados e também contar com um efetivo maior”, afir-mou De Sales. Segundo ele, o policial e o cidadão é que ficam expostos o tempo todo, em qualquer situação. “O bandido fica escondindo e pronto para agir, quando nós é que devíamos estar preparados para eles”, disse. ■

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GENTE ■ EDSON CRISÓSTOMO

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Política Caixa Rápido

Beleza pura

O concurso de miss Park Way, deixou seu administrador An-tônio Girotto na dúvida: Qual era mais bela? A 2008 ou 2009. Priscilla Parreira (2008) e Elen Gonçalves (2009).

Vai encarar?

José Humberto Pires enca-rou e com sua experiência de mercado privado, tá passeando em campo no serviço público, joga em todas.

O tom é solidariedade

A banda RPC antes de subir ao palco. Márcio Oliveira, Alex Pe-rez, Hugo Sternick, João Marcelo e Silas Macedo.

Despacho final

O coordenador-geral do Sindjus, Roberto Policarpo, buscou o apoio do presidente do STF para acelerar a tramitação do PL 319/07, que inte-ressa aos servidores do Judiciário, e está parado na Comissão de Finan-ças da Câmara dos Deputados desde outubro de 2007. Depois dizem que lento é o Judiciário...

TUDO MUITO BONITO, MAS...

Mais uma da Brasília Tur. Fazer o maior e melhor natal da Esplanada, tudo bem, difícil é explicar a altura da eletrizante árvore de Natal, locada pela bagatela de R$ 3 milhões. Afirmar que a mesma tinha a altura igual a um prédio de 20 andares foi demais, nem de longe e até mesmo de perto ou ao lado de qualquer ministério, a árvore era maior. Talvez para o Natal de 2009, papai Noel e a empresa contratada entregue os 10, 11 ou 12 andares que faltaram.

PAPO ESQUISITO

O presidente Lula, em seu último en-contro com Evo Morales, confirmou a continuidade da compra do gás boli-

viano para três usinas termoelétricas. Informou que a Petrobras investirá mais de US$ 1 bilhão nos próximos anos em território boliviano. Só não percebeu a cara de paisagem do presidente boliviano quando ofereceu ajuda para combater o narcotráfico. Isso definitivamente o cocaleiro não quer nem ouvir falar.

PRESTÍGIO EM BAIXA

É lamentável a atitude do administrador de uma satélite que mostrou toda sua pequenez para a vida pública ao exonerar sua assessora de imprensa pelo simples fato do governador Arruda não estar pre-sente em uma solenidade de sua cidade. Como se fosse atribuição de jornalista convidar e obrigar uma autoridade a estar presente a um evento.

DEPOIS DE COMER TODA BICHARADA...

Depois de muito comer porco, peru, galinha, bacalhau, cordeiro e até bode e acumular calorias, é melhor começar imediatamente a queimá-las, afinal, em ano com previsão de crescimento de apenas 2% é preciso começar já e não depois do carna-val, conforme a cultura e tradição de empresários acomodados que contentam-se só com o crescimento vegetativo de seus negócios.

BÚSSOLA

Crescimento contínuo e sólido com certeza são algumas qualidades da

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Geléia Geral

Maria da Penha, Lino Neto, Holga e Abel Pereira

Casal Joelma e Jones Alves

Cidade livre

Super evento marcou mais um ani-versário do Núcleo Bandeirante que foi a primeira a abrigar os pioneiros de Brasília.

Confraria dos velhosamigos em ação

José Hilário de Vasconcelos, Ni-dia Marlene, Edson Mendonça, Heladio Toledo, Cesalpio Ramos e Roberto Almendra.

MAROLA DO DESEMPREGO

No período de elevada taxa de de-semprego, também aumenta as ma-triculas em cursos de pós graduação e mestrado. Para esses dias é um diferencial bastante significativo em um currículo.

UM DESASTRE

Pela total falta de manutenção de cam-panhas educativas para o uso e respeito da faixa de pedestres, os índices de atropelamento e uso errôneo da faixa aumentaram muito entre os jovens que eram crianças quando do seu lan-çamento há anos atrás. Um tiquinho só da milionária verba publicitária do GDF vai ajudar muito.

Cygnus Imóveis além do vigorosa capacidade de transformar projetos em negócios altamente lucrativos e com esse norte, acaba de associar-se ao SINDUSCON e ADMI/DF onde seu presidente Alexandre Matias pretende contribuir para a qualidade e desenvolvimento do setor da cons-trução civil no DF.

AGRESSIVIDADE

A turma da CNI, FIBRA, FIESP e de modo geral todos os empresários do setor produtivo continuam esperando uma atitude mais forte do COPOM em relação às taxas de juros. O vice José Alencar também continua espe-rando, esperando, esperando...

Fotos: Moreno

ECLÉTICO

Está de parabéns, mais uma vez a direção do CCBB que, dando mostra de atingir todos os públicos possíveis, trouxe em janeiro para a criançada uma agenda extremamente divertida e inteligente para as crianças que por lá passaram.

VINGANÇA

Tá chateado com alguém? Torça para ele ir para a Espanha! Para sua sorte, e azar do turista, além de deportado, o cidadão ainda pode ganhar uns so-papos no pé do ouvido.

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CIDADANIA ■

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Desabafo ao telefone

Ter alguém para conversar, desabafar, dividir os proble-mas e as alegrias é o desejo

de muitas pessoas, mas muitos não têm com quem contar nessas horas. Um trabalho louvável e importante, porém pouco divulgado, é o dos voluntários do CVV, Centro de Va-lorização da Vida.

O CVV é um programa que atua na valorização da vida e na preven-ção do suicídio. Hoje, o centro conta

com 2.300 voluntários no Brasil e 44 postos de apoio em todos os estados. De acordo com a central do CVV, no ano de 2007 foram recebidas 1.000.100 ligações.

Os voluntários estão à disposição de todos que sentem necessidade de conversar com alguém, oferecendo apoio emocional de forma gratuita, por quanto tempo e quantas vezes a pessoa quiser. Os Postos CVV têm a mesma estrutura em todos os estados e estão disponíveis 24 horas por dia, por telefone, através do número 141. O atendimento também pode ser feito por carta, e-mail, pessoalmente

ou pelo chat online que funciona ás quartas e sábados das 20h às 23h.

O CVV, em Brasília, completa 30 anos em 2009. Existe um posto do CVV na cidade e são 57 voluntários que se revezam de quatro em quatro horas. O atendimento pessoal aconte-ce de 8h às 20h, mas, de acordo com Gerlan Rodrigues, coordenador geral do CVV em Brasília, os contatos pessoais acontecem raramente, são dois ou três casos por mês.

Segundo Gerlan, não existe um perfil de quem procura o CVV. São adolescentes, homens, mulheres, de todas as idades, que ligam para falar

Por Roberta Bandeira Ilustração Rodrigo Dias

Trabalho realizado pelos voluntários do CVV em Brasília completa 30 anos de escutas de aflições e alegrias de desconhecidos

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anúncioRobotron

sobre qualquer assunto: alegrias, tristezas, angústias, tudo o que sen-tem vontade de dividir com alguém. Como cada voluntário atende uma pessoa diferente, não há como saber quais são os problemas mais co-muns, pois uns não dividem com os outros as informações das ligações recebidas. “O sigilo é a base das li-gações. Além disso, o CVV não faz diagnósticos e não substitui terapias, funciona como apoio emocional, baseado na oferta de atenção e calor humano”, explica Gerlan.

Os voluntários do CVV partici-pam de treinamentos constantes para se aperfeiçoarem e para não ficarem depressivos com os problemas ou-vidos. Gerlan conta que em alguns casos a pessoa quer que o voluntário se comporte como um psicólogo. “Aí a gente aprende a lidar com a situ-ação no curso de treinamento. Não dá importância ao problema e sim ao sentimento da pessoa,” diz o volun-

tário. De acordo com ele, quando a pessoa pede opinião com relação a determinado assunto significa que ela está querendo uma segurança maior naquilo que ela quer fazer e, nessa hora, o treinamento ajuda o voluntário no que deve dizer. Para ele, o curso permite que os voluntá-rios conversem sobre qualquer tipo de assunto com as pessoas.

As ligações do CVV não são gra-vadas, é preservado o anonimato de quem procura o serviço e a pessoa não precisa se identificar. Por essa causa, não há como ter registros de ligações ocorridas em casos de risco. Apesar disso, Gerlan conta que já recebeu ligações em casos de ameaça de suicídio. “Não acontece com fre-qüência. A gente oferece ajuda, como ligar para o bombeiro. Se a pessoa não quiser ajuda, a gente continua conversando e respeita a decisão”, afirma o coordenador. Segundo ele, os voluntários estão sempre dispo-

níveis para ouvir atentamente as pessoas que os procuram, como um pronto socorro emocional. O CVV , de acordo com Gerlan, não tem vín-culo religioso e político. “Estamos disponíveis pelo tempo que a pessoa quiser conversar”, completa.

O trabalho do CVV é mantido pelos próprios voluntários. Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode ser voluntário do CVV. Basta procurar um posto ou preencher o formulário no site. ■

Serviço:CVV – Centro de Valorização da VidaPosto de BrasíliaSRTVN Quadra 702 Ed. Brasília Rádio Center, Sobreloja 05 – Asa NorteCep: 70719-900Telefone: 141www.cvv.org.br

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INDÚSTRIA ■

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Brasília entrou na rota do desen-volvimento industrial em 2008. E, por trás deste momento, a

Federação das Indústrias do DF (FI-BRA) teve participação importante, quer seja para atrair novos investimen-tos para a capital brasileira, quer seja para obter incentivos junto aos gover-nos que levem os empresários a deci-direm pelo Distrito Federal no instante de direcionarem os negócios.

À frente destas articulações está o empresário Antônio Rocha da Silva. Com o semblante sereno, o presiden-te da FIBRA fala nesta entrevista à Plano Brasília sobre as ações das entidades que representam o segmen-to industrial. Rocha acredita que o período mais crítico, a partir da crise nos mercados internacionais, está se diluindo e aposta na retomada do crescimento já nos primeiros meses

Brasília, a capital empreendedoraSob liderança da FIBRA, indústrias entram na fase do crescimento

Por Roberto Cordeiro Fotos Carlos Humberto

deste ano.“O que ocorreu na economia na-

cional foi um freio de arrumação”, diz Rocha.

Apesar do momento delicado nos mercados mundiais, as indústrias do DF exportaram US$ 149,069 milhões entre janeiro e novembro de 2008, crescimento de 101% em relação ao mesmo período em 2007. Os indica-dores industriais mostram que, em outubro do ano passado, as fábricas operaram com 66,10% da UCI (Uti-lização da Capacidade Instalada). A UCI média nos dez primeiros meses do ano ficou em 66,65%. O fatura-mento total do setor industrial apre-sentou crescimento de 8,36% entre janeiro e outubro de 2008. A oferta de emprego registrou expansão de 3,68% em dez meses do ano passado.

O empresário também foi reeleito

para mais dois anos no cargo de pre-sidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE no DF. A posse aconteceu em janeiro deste ano. Nesta entre-vista, ele nos conta também sobre a importância do apoio da entidade às micro e pequenas empresas locais. No SEBRAE, segundo estatísticas, foram conduzidos 51 projetos finalísticos estruturados e pactuados na metodo-logia GEOR com investimentos da ordem de R$ 45 milhões, sendo R$ 19 milhões do SEBRAE e R$ 26 milhões de parceiros.

Plano Brasí l ia – O segundo semestre de 2008 foi marcado pela crise econômica mundial iniciada nos setores financeiro e imobiliário dos Estados Unidos. Qual avaliação o sr. faz deste momento e os seus reflexos na economia do DF?

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Antônio Rocha – De fato, o que se percebeu nos últimos meses de 2008 foi uma avalanche que sacudiu os mercados em diversos pontos do pla-neta. Muitas empresas e investidores perderam dinheiro. As bolsas de va-lores despencaram em muitos países. O crédito para exportações ficou mais escasso. Porém, percebo certa acomo-dação nesta virada de ano. Este ano ainda dividem os especialistas. Mas eu aposto numa retomada do cresci-mento. Os incentivos para minimizar os impactos da crise já foram feitos. Acho que houve uma espécie de freio de arrumação. Os setores produtivos devem retomar o crescimento.

Plano Brasília – E no DF?Antônio Rocha – A economia da

capital brasileira vinha se expandin-do. Nos primeiros meses de 2008, as exportações subiam e, quando chegou o mês de outubro, ocorreu um recuo considerável. O mesmo se repetiu em novembro. Ainda assim, as vendas para o mercado externo estão em US$ 148,2 milhões, ou seja, bem mais do que os US$ 81,5 milhões registrados em todo o ano passado. Outro in-dicador, inclusive apresentado pelo GDF, diz respeito ao programa de investimento privado no DF. Daquilo que foi projetado até agora, não se teve informação de recuo ou mudança de rumo.

Plano Brasília – Então, o sr. acha que Brasília é um bom investimen-to?

Antônio Rocha – Sim. Brasília é um dos melhores lugares do País para se investir. É isso que estamos afirmando desde o ano passado. Com base em dados que estão disponíveis, conversamos com investidores no Brasil e no exterior para mostrar que a capital federal possui um dos melhores IDH, a mais elevada renda per capita brasileira e a melhor taxa de escolaridade. Isso sem contar que Brasília está na região central do País, com o eixo Brasília-Goiânia que en-globa mais de cem municípios e uma população estimada em seis milhões de habitantes, o que torna um grande mercado consumidor. Brasília é sede do governo federal, tem aqui os minis-térios, além da Câmara e do Senado.

Plano Brasília – E como a FIBRA vem se posicionando para atrair em-presas para a capital federal?

Antônio Rocha – Em 2008, par-ticipamos de missões empresariais, nas quais integramos as delegações do presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]. A mais recente foi à Itália, onde pudemos ter uma interação com o mercado daquele país. Ao longo dos meses estivemos na Índia, Países Baixos, Colômbia e Argentina. Em todas as oportunidades foi possível mostrar aos investidores as propostas de desenvolvimento econômico para a nossa região.

Plano Brasília - Quais as vocações econômicas do DF? Tem ocorrido mudança neste cenário?

Antônio Rocha – A indústria da construção civil na capital federal continua em franca expansão. Temos também os segmentos de alimentação, gráfico, reparo de veículo, madeira e mobiliário, eletroeletrônico, grãos, lavanderia, metal-mecânico, vestu-ário e informação. A tendência é o crescimento do segmento de fármacos e tecnologia da informação. Aliás, o Parque Tecnológico Capital Digital começa a ser delineado. As nossas expectativas são de investimentos de cerca de R$ 4 bilhões, com a ins-talação de duas mil empresas que, juntas, vão gerar 30 mil novos postos de trabalho.

Plano Brasília - Qual avaliação sobre a política industrial do GDF?

Antônio Rocha – A nova admi-nistração do GDF, que assumiu em janeiro de 2007, veio com propósito real de estimular o setor produtivo local. O fato de o secretário de De-senvolvimento Econômico e Turismo ser um empresário, neste caso o Paulo Octávio, o relacionamento entre o go-verno e o setor privado fluiu. Ao longo dos meses temos conversado sobre política industrial e percebemos muita receptividade por parte do Executivo local. Uma destas respostas foi o DF Industrial, lançado no dia 1º de maio de 2007, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, que tem por ob-jetivo basilar manter as indústrias que aqui já estão instaladas e atrair novas empresas. O Pró-DF é, sem dúvida, o mais importante programa de incenti-vo aos empreendedores locais. O certo é que a parceria entre o governo local e a iniciativa privada tem possibilitado grandes avanços.

No ano passado, buscamos aper-feiçoar ainda mais estes objetivos.

Por isso, Paulo Octávio foi escolhido “Parceiro de Fibra 2008” e recebeu o troféu “Abraço da Indústria”. Tratou-se do reconhecimento daquilo que vem sendo feito em prol do desenvol-vimento industrial brasiliense.

Plano Brasília - Quais as perspec-tivas de crescimento da economia do DF para este ano?

Antônio Rocha – Posso af ir-mar que para o DF, as expectativas estão voltadas para o segmento de tecnologia da informação. Porém, a construção civil deve ser destaque em especial no segmento residen-cial. Tendo a favor a implantação do setor Noroeste, alta do crédito e pelas medidas de desoneração, este setor provavelmente deve recuperar o desempenho de 2006 e, como con-seqüência, prevê-se que puxará os segmentos metal-mecânico, madeira e mobiliário e edição e impressão. Essas seriam as nossas expectativas para este ano. Devemos considerar também que vamos dar um passo fundamental no sentido de implantar o Parque Tecnológico Capital Digital. Ou seja, a respeito das previsões mais alarmistas dos ‘especialistas’ após a crise econômica mundial, estou certo de que seguiremos rumo ao crescimento.

Plano Brasília - Como foi em 2008?

Antônio Rocha – Foi o ano em que pudemos pavimentar a extensa rodo-via que nos levará a um futuro mais promissor. Sob todos os aspectos, 2008 foi um ano excelente. Tivemos uma aproximação com os governos local e federal. Demos continuidade ao projeto que é o de mostrar ao Brasil e ao mundo que no DF há um setor produtivo em franca expansão. Forta-lecemos, ainda mais, as relações entre a Fibra e os sindicatos representativos da indústria.

Plano Brasília - Quais os setores que mais cresceram no DF?

Antônio Rocha – Os indicadores da indústria do DF mostram o nível de recuperação das indústrias brasilien-ses. Este índice analisa o comporta-mento de oito segmentos industriais. Posso assegurar que, até o momento, os números mostram que a indústria local vem acompanhando o cenário nacional. Fica difícil destacar setores isoladamente. O certo mesmo é que

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o conjunto de nossas indústrias tem dado resposta aos anseios da socieda-de, assegurando a geração de emprego e renda para as famílias.

Plano Brasília – Retornando à questão do parque tecnológico, esse é o principal incremento da parceria público-privado?

Antônio Rocha – Sem dúvida, o Capital Digital é a aposta da indústria brasiliense ao desenvolvimento eco-nômico do DF. Para se ter uma idéia da dimensão do projeto, o plano de trabalho apresentado pelo Grupo de Gestão prevê a oferta de milhares de empregos. As exportações de produ-tos devem chegar a US$ 100 milhões, um salto significativo para a nossa balança comercial. Então, estamos diante de um desafio aceito pela Fibra que mantém a coordenação da equipe encarregada de colocar o parque tec-nológico em funcionamento. Agora, nos últimos meses do ano, conhece-mos também o projeto do aeroporto de cargas previsto para ser construído em Planaltina. Isso será um importante instrumento que certamente trará benefícios para as indústrias locais no escoamento da produção, bem como na atração de investimentos para de-senvolver aquela região. Além disso, as indústrias podem se instalar naque-la área na fabricação de produtos com valor agregado.

Plano Brasília – Como é a Fi-bra, o SESI, o SENAI e o IEL?

Antônio Rocha – A Federação das Indústrias do DF (Fibra) con-grega 11 sindicatos empresariais de Brasília. Com apenas 36 anos de existência, a Fibra vem se tornando dinâmica e defensora dos interesses do empresariado local. Aliados à Federação, te-mos os três braços do sistema: o SESI, braço da responsabilidade social, o SENAI, da qualificação profissional e o IEL, responsável pela interação entre universida-des e indústrias e pela gestão de pesquisas.

Plano Brasília – E os projetos educacionais? Como eles foram implementados?

Antônio Rocha – A CNI (Confederação Nacional da In-dústria) lançou o programa Edu-cação para a Nova Indústria. Um ousado projeto educacional que

vai merecer investimentos de cerca de R$ 10,5 bilhões até o ano de 2010 e tem por meta 16,1 milhões de novas matrículas. No DF, o programa terá importante impacto. Tivemos tam-bém no SESI o programa Escola em Tempo Integral, apontado pelo SESI Departamento Nacional como refe-rência no País. Em novembro passado, recebemos a visita de integrantes de diversos departamentos regionais do SESI, que conheceram de perto o trabalho desenvolvido no DF.

Plano Brasília – A mídia vem enfocando com certa freqüência a qualificação profissional. As entida-des que integram o Sistema Indústria formalizaram com o governo um acor-do para os cursos, tendo como público o cidadão mais carente. Como o sr. avalia a questão? Existe algum projeto neste sentido para este ano?

Antônio Rocha – Isso é muito im-portante. Ao mesmo tempo em que se busca por profissionais, há uma neces-sidade de mão-de-obra qualificada. Deste modo, o SENAI no DF dispõe de cursos voltados para o aperfeiçoa-mento destes trabalhadores.

Plano Brasília – Gostaria de mu-dar um pouco o foco da entrevista. O sr. foi reeleito para presidir o Conse-

lho Deliberativo do SEBRAE no DF. Como a economia da capital brasileira tem uma grande presença de micro e pequenas empresas, qual é a participa-ção da entidade neste mercado?

Antônio Rocha – Agradeço a oportunidade de poder falar também um pouco sobre o SEBRAE. A mis-são da entidade tem sido importante no apoio às MPEs (micro e pequenas empresas). Primeiramente, o pro-cesso de recondução foi marcante, pois a eleição reforçou o trabalho que vínhamos fazendo à frente do Conselho Deliberativo. A equipe executiva do SEBRAE no DF é uma das melhores do país. Aliás, em todas as entidades (Sistema FIBRA – SESI, SENAI e IEL) em que tenho posição de comando posso afirmar que temos executivos competentes. Por conseqü-ência, o quadro funcional traz bons resultados. A máquina funciona em perfeita sintonia. Uma pesquisa feita pelo Instituto Vox Populi/SEBRAE pode aferir o grau de satisfação dos micro e pequenos empresários com a entidade. Os resultados mostram que 79,4% dos entrevistados estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o SEBRAE/DF. Outro dado importante é que 92,2% dos clientes afirmaram que o faturamento das MPEs aten-didas pelo SEBRAE/DF aumentou

ou permaneceu estável em 2008. Além disso, tivemos no ano passa-do 51 projetos finalísticos estrutu-rados e pactuados na metodologia GEOR, com investimentos de R$ 45 milhões, sendo R$ 19 milhões do SEBRAE/DF e R$ 26 milhões de parceiros.

Plano Brasília – Durante a viagem do sr. a Itália foi propos-to uma maior interação entre as MPEs dos doi s países. Como isso vai ocorrer?

Antônio Rocha – O modelo italiano é bastante interessante. Em Roma, durante uma das missões oficiais do presidente Lula, nos pediram sugestões para uma reunião que teríamos. Então, disse que o intercâmbio, a troca de experiência, seria muito importante. A proposta foi bem recebida e deve ser articulada pelo SEBRAE nacional. De nossa parte, estamos à disposição para apoiar nos estudos e articulações para que haja maior intercâmbio entre os países. ■

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EDUCAÇÃO ■

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Pesquisa divulgada pela Secretaria de Educação revela que professores vêm sendo alvo de agressão física, preconceito e desrespeito por parte de alunos

O retrato da violência nas escolas públicas do DFPor Cecília de Castro

Um lugar de aprendizado, acolhe-dor, harmonioso e prazeroso. É assim que educadores definem

o ambiente escolar. No entanto, essa não tem sido a realidade enfrentada por profissionais e alunos da rede de ensi-no pública do Distrito Federal. Uma pesquisa divulgada recentemente pela Secretaria de Educação revelou que as escolas têm se tornado cada vez mais palco de batalha entre alunos e profes-sores. De acordo com o resultado do estudo, 43% dos professores afirmam que não se sentem respeitados e 79% declararam que não são realizados profissionalmente.

O resultado da pesquisa realizada pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (RITLA), empresa contratada pela Secretaria de Educa-ção para fazer o diagnóstico, é perce-bido pela quantidade de professores que tem se afastado das salas de aula por motivos de doenças como estresse, depressão e baixa auto-estima. Há 70 dias em casa, a professora Cristiane Madalena da Silva, 33 anos, usa três med ica mentos por dia: um para depressão, outro para mudança de humor e um tercei-ro para conseguir dormir. “Meus alunos têm seis anos, mas já não respeitam a figura do professor, para eles não repre-sentamos nada. Eles nos agridem verbalmente e fi-sicamente todos os dias”, conta.

Cristiane Ma-dalena af irmou que já levou um cuspe no rosto de um aluno ao repreendê-lo. Ao cobrar o dever-de-

casa, as crianças amassavam a folha de caderno e arremessavam contra ela. “Eu não estava tendo controle dos alunos pela primeira vez em 13 anos de magistério. Tive crises de choro nas salas de aula. Eu dizia que ia ao banheiro, mas saia para desabafar. Comecei a sentir uma angústia e arre-pios só de pensar que teria que voltar no outro dia”, afirma. Hoje, Cristiane não consegue ficar em lugares agitados e nem fechados. “Minha vida social está nula. Não consigo ouvir vozes de crianças porque me faz reviver tudo”. Ela leciona há três anos no Centro Educacional 418, em Santa Maria.

A intolerância

Ser negro, homossexual ou pobre significa que você está mais propício

a sofrer represálias e perseguição pelos alunos. Os próprios estudantes do Ensino Fundamental e Médio reco-nhecem. A pesquisa indica que cerca de 54,5% admitiram ter presenciado preconceito por raça, 63% por escolha sexual e aproximadamente 42% por ser pobre. No que se refere a xingamentos e ofensas verbais, 74,9% dos estu-dantes afirmam que acontecem com freqüência no ambiente escolar.

Professor de História há mais de 20 anos, José Camilo de Lima, 42 anos, conta os dias para a aposentadoria che-gar. Homossexual assumido, ele diz sofrer perseguição dos alunos. “Eles me esperam passar pelo corredor e dão gritinhos, assobios, fazem gestos e me xingam de boiola, viadinho e bicha desgraçada. Alguns até gritam das ja-nelas quando passo pelo estacionamen-to da escola. Em sala de aula gasto dez

minutos explican-do a matéria e 20 chamando a aten-ção deles”, conta. José Camilo diz que já perdeu a conta de quantas licenças médicas ele já apresentou nos últimos três anos. “Não con-sigo ir mais todos os dias dar aula. Quando dá a hora de ir para a escola, eu já começo a me sentir mal. Fico re-zando para o tem-po passar logo”.

E m b o r a j á tenha sido con-siderado um dos melhores profes-sores de História

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anúncioEmporio carneiro

Declaram saber já ter acontecido na escola, entre 2006 e 2008

Porcentagem (%)Alunos Professores

Pichação ou depredação da escola 71,0 74,6Agressão física 69,7 71,1Roubos/ furtos 69,2 74,2Ameaças 63,7 65,0Ação de gangues 39,3 30,9Comércio ou tráfico de drogas 23,3 33,3

do Distrito Federal, José Camilo não tem mais vonta-de de continuar na profissão. Nos tempos que ele intitulou de “Anos Dourados”, o pro-fessor utilizava ferramentas como músicas e vídeos para estimular os alunos, mas hoje ele só tem um desejo: “peço a Deus que eu sobreviva aos 13 anos que me faltam para aposentar. Mas, se eu tivesse uma outra oportunidade, como passar em outro concurso públi-co, eu largava a profissão”, finaliza.

Surra e Assassinato

Desentendimentos entre alunos e professores também culminam em agressões físicas. Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 25% dos professores já sofreram ameaças de alunos; 16,5%, roubos ou furtos e 7,5%, agressões físicas. O caso mais recente é do diretor do CEF 13, no P Sul, em Ceilândia, Sérgio da Silva Se-verino. Ao repreender um adolescente que assediava as garotas na porta da

escola, ele foi ameaçado de morte. A sorte do diretor é que a coordenadora viu quando o jovem retornou empu-nhando uma arma e escondeu o diretor rapidamente.

Outros dois episódios de violência contra professores também chocaram o DF em 2008. Em junho, o então diretor de uma escola no Lago Oeste, Carlos Ramos Mota, 44 anos, foi assassinado com um tiro no peito por um traficante, dois ex-alunos e um estudante da es-cola. O motivo? O professor combatia o tráfico de drogas dentro da institui-ção. Em maio, Valério Mariano, 40 anos, professor de História do CEF 4, em Ceilândia, acabou espancado em frente ao colégio por um ex-aluno e

dois comparsas. O trio só parou depois que o educador estava desmaiado.Valério apanhou porque flagrou o aluno jogando pedras nos carros dos docentes.

Segundo a coordenadora da Secretaria de Imprensa do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro), Rosilene Corrêa, em 2008 foram re-gistrados mais de 15 casos de

ameaças e violência de alunos contra professores. “Não somos preparados a lidar com essas situações. Daqui a pou-co teremos que incluir em nossa pauta de reivindicação gratificação por risco, como os policiais recebem. Mas, não podemos chegar a esse ponto”, defen-de. Corrêa afirma que os números de casos de violência contra professores têm aumentado; no entanto, o Estado não tem tomado atitudes práticas. “O Estado é o único que tem poder de ação como implementar projetos lúdicos como oficinas de teatro, esporte e mú-sica em horários diferentes das aulas. É preciso ocupar esses adolescentes”, completa. ■

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PLANOS E NEGÓCIOS ■

Trônica em Taguatinga

A população de Taguatinga já pode ad-quirir produtos com a tecnologia GPS mais próximo às suas residências. Foi inaugurado, no Taguatinga Shopping, o mais novo quios-que da Trônica, uma empresa especializada em produtos com a tecnologia GPS e que conta com todas as novidades do mercado. São produtos inovadores e de alta qualidade que ajudam motoristas a evitar acidentes e multas, localizar endereços desconhecidos e informar com precisão a localização espacial de pessoas e veículos, seja para atividades profissionais ou esportivas.

RR Parafarmácia

A RR Parafarmácia nasceu com o objetivo de oferecer ao público produtos na área de mobilidade e acessibilidade, proporcionan-do conforto a quem necessita de cuidados especiais. A empresa oferece todos os tipos de cadeiras de rodas nacionais e importadas: motorizadas, para atletas, cadeiras especiais para banho, todas personalizadas de acordo com a prescrição do fisioterapeuta. Também têm almofadas anti-escaras feitas com um gel especial e brinquedos feitos para crianças com dificuldades motoras.

Pocket Fest

Uma parceria entre Balloonática, Projeto Organização de eventos, DJ Zé Luiz, criou-se processo de uma festa econômica, dentro de espaços inesperados como por exemplo, uma pizzaria, isso é possível. Com DJ, decoração, TV de plasma, o Pocket fest, são festas rápidas, baratas e alternativas, executadas com exce-lência, tornando possível o sonho do cliente, seja ele clássico, despojado, moderno ou rústi-co, transformando peças que já temos na idéia da festa sonhada. É um verdadeiro espetáculo, sem utilizar nenhuma flor. “O show é pocket, mas a energia é grande demais”.

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TECNOLOGIA ■

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Acada a dia a tecnologia GPS vem conquistando cada vez mais adeptos, pois as facilida-

des e tranquilidade que os produtos proporcionam são inúmeras, seja no trânsito, para a prática de esportes ou lazer. Na Trônica, que está presente em quatro grandes shoppings da cidade (Pátio Brasil, Liberty Mall, Brasília Shopping e Taguatinga Shopping) é possível encontrar variados produtos com a tecnologia GPS, muito úteis no cotidiano dos brasilienses, em especial para motoristas.

As principais marcas revendidas pela Trônica são a Robotron Automa-ção e Tecnologia, que produz aparelhos GPS veiculares inovadores e a Garmin, a maior e mais conhecida fabricante de equipamentos GPS. São modelos para usar em barcos, fazendas, trilhas e prática de atividades físicas como corrida, ciclismo, motociclismo, e muitos outros.

Já a Robotron, uma empresa bra-siliense que com apenas quatro anos de existência tem seus produtos em pelo menos um de cada cem carros que circulam na Capital da República, apresenta novidades que vão atrair ainda mais consumidores que buscam conforto e tranquilidade no trânsito.

NAVEGADOR ROTA GPS 4.3 – O novo modelo de Navegador Rota GPS 4.3, além de guiar o usuário por meio de setas indicativas e comandos de voz por inúmeros caminhos em várias

A Trônica, empresa especializada em produ-tos com a tecnologia GPS, oferece aos brasi-lienses o que há de melhor no mercado. São equipamentos que vão desde os tradicionais aos mais modernos.

Tecnologia GPS

cidades do país, agora oferece mais funções e comodidades ao motorista, como tela touch screen maior, com 4,3” em LCD. Além disso, a nova versão possui conexão bluetooth que permite atender e fazer ligações celulares por meio do som do carro, liberando as mãos do motorista e ainda transmissão FM, que possibilita ao usuário ouvir suas músicas MP3 gravadas no cartão SD (incluso no Rota) nos alto-falantes do veículo. Basta apenas sintonizar uma freqüência de rádio FM no apa-relho de som do veículo.

O Rota GPS 4.3 continua com todos os benefícios do modelo anterior, que continuará sendo vendido. São 1.294 mapas de todo o país, sendo 311 rot e i r i záveis , mais de 587 mil pontos de in-teresse previa-mente marcados, cartão de memó-ria SD de 1GB, entre outras fun-ções. Além dis-so, outro grande diferencial do Navegador Rota GPS é o sinali-zador de pontos de controle de velocidade Lince GPS, já incluso no aparelho, que evita multas.

R A S T R E -A D O R V E I -CULAR TR K

– Mais uma novidade da Robotron é o aparelho GPS Rastreador TRK. Instalado em local escondido permite monitorar o veículo 24 horas por dia. O monitoramento é feito pela internet, por meio de senha e assim é possível verificar a velocidade em que o carro está trafegando, o histórico de percur-sos, checar se o carro está ligado ou não, em movimento ou não, entre vá-rias outras informações. Além disso, o rastreador possui botão de pânico que, ao ser acionado, a central de monitora-mento Bsb Track imediatamente entra em contato para tomar as providências cabíveis.

Outra ótima novidade para os clien-

Por Tatiana Drumond Fotos Júlio Gomes

Rota GPS 4.3

A diretora de comunicação da Trônica Letícia Brom em um dos quiosques da empresa

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anúncioPanitália -

pão italiano

tes que adquirirem o rastreador será a facilidade de comprar o Lince GPS a um valor praticamente simbólico. Com isso, além da segurança proporcionada pelo rastreador, o usuário também evitará ser multado.

LINCE PARA OUTROS APARE-LHOS GPS – A Robotron lançou o sof-tware Lince GPS para celulares HTC (CRUISE, Qteck S200 e KAISER) e ainda para os Navegadores Quatro Rodas (MIO 310), Visteon VNS 4078 e Orange OR-G658. O cliente instala o Lince GPS em seu equipamento a custo zero e utiliza por 30 dias gratui-tamente. Com o Lince GPS o condutor é alertado por meio de sinal visual e sonoro, da aproximação a pontos perigosos e de controle de velocida-de. Após o período de testes, caso o cliente fique satisfeito com o serviço, basta fazer a assinatura anual para ter no seu celular ou navegador toda a comodidade de ser avisado sobre a aproximação de pardais, já previa-mente marcados pela Robotron. São mais de 7 mil pontos em todo o país, coletados e atualizados mensalmente. Caso o seu celular ou navegador tenha a tecnologia GPS, consulte a Robotron

para saber se o software Lince GPS é compatível com seu aparelho.

LINCE GPS PARA IPHONE – A próxima novidade da Robotron que será lançada no mercado em breve é o software Lince para iPhone, que avisa o usuário da aproximação de pardais e barreiras eletrônicas, já previamente marcadas pela Robotron. Basta insta-lar o Lince GPS no iPhone para evitar multas. ■

Serviço:

TrônicaQuiosques no Liberty Mall, Brasília Shopping, Pátio Brasil e Taguatinga Shopping. www.tronica.com.brTelefones: (61) 3328 5449 e 0800 646 4321

Sinalizador de pontos lince GPS

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CULTURA ■

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A op in ião de quem esteve p resente no F I C B r a s í l i a 2 0 0 8

Longe dos holofotes, perto dos famosos

No hall de espera, garotas tatu-adas, hippies, idosos, adultos, jovens e muita pipoca (de

graça!): é o FIC 2008, o Festival Inter-nacional de Cinema de Brasília, que, nesta edição, completou dez anos. Apesar do ilustre prêmio Itamaraty, o festival, realizado no mês passado na Academia de Tênis de Brasília, seguiu quase que totalmente deserto, excetuando os finais de semana e os dias com coquetel. O estudante de ci-nema, Cledson Dias, e sua namorada Leila Dantas só puderam ir no sétimo dia de festival: “O dia que a gente conseguiu escapar foi hoje!”, afirma o amante da sétima arte.

Na primeira sessão do filme Policarpo Qua-resma, com a atuação e presença do ator global Paulo José, homenage-ado do FIC do ano pas-sado, haviam cerca de oito pessoas, incluindo o próprio Paulo: cenário desestimulante para o ator, que teve de es-perar um pouco pelas palmas parcas que só saíram depois do pe-dido da fotógrafa. Ves-tindo uma bata branca, Paulo comparou o herói sem caráter que fez em Macunaíma com o muito justo Policarpo.

A exibição do filme atrasou mais de quinze minutos e o debate prometido na programação não aconteceu, por-que o ator teve de se recolher mais cedo.

Problemas como esse se repetiram ao longo do festival e o diplomata Tiago fez questão de gravar um de-poimento irritado sobre o seu descon-tentamento com o guia do FIC:

“Ele tem os dias e os horários só com o título e do outro só as sinopses sem o horário e o dia, é uma com-plicação pra você saber onde está a sinopse de cada filme. Você fica uns 5 minutos procurando o filme que vai assistir”, afirma indignado.

A aposentada Márcia Laiz, no entanto, acredita que o festival já melhorou muito em termos de orga-nização: “A cada ano vai melhorando mais, há muito mais prestígio hoje. Os primeiros eram muito desorgani-zados”, afirma Márcia que freqüenta assiduamente o festival desde o come-ço e prefere os filmes mais críticos: “Eu sempre venho, todo ano eu estou aqui, eu gosto muito do festival. Gosto da qualidade dos filmes, do ambiente que fica aqui. Eu fico ligada na qua-lidade do filme, se ele é mais crítico, comercial, de atualidade, ou sobre temas mais sociais. É isso que eu acho que interessa no festival!”, garante.

Para quem deseja ver os filmes depois, no circuito comercial, Márcia indica Fatal, da diretora Isabel Coixet, com a atriz Penélo-pe Cruz, e Ninho Vazio, do diretor Daniel Burman: “Vi Fatal e gostei muito. É um filme muito interessante, intimista, com um final muito imprevisível que vai num crescendo muito bom, que você pode ver a oportunidade de mudança nas pessoas”. recomenda . Daniel indica ainda Ninho Vazio, o qual achou o tema muito original; os relacio-namentos de casais com os filhos.

Por Patrícia Colmenero Fotos Júlio Gomes

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anúncioCampaned

(antigo)

SITE No orkut, as pessoas também deram

sua opinião sobre os filmes. Na comu-nidade do FIC Brasília, o pessoal que compareceu ao festival fez um fórum para indicação de filmes que valiam a pena serem vistos. Marcello também recomendou Fatal e Woody Allen: “Vicky Cristina Barcelona na abertura foi 10! Woody Allen é sempre Woody Allen! Uma pena eles não repetirem o filme ao longo do festival...Um ex-celente filme é o Fatal (Elegy)!Denso, com excelentes atuações de Ben Kin-gsley, Penélope Cruz e coadjuvantes de luxo...Programa obrigatório desse festival!”, garante o entusiasta. Outro filme, citado por Chico Acioli, foi Wackness, do diretor Jonathan Levi-ne, também com o ator Ben Kingsley: “Vale a muito a pena. Uma estória leve e divertida. O mais estranho e incrível é que quase tudo dá errado e mesmo assim há esta sensação de que o filme é leve. Confiram!”, garante o estudante de Sociologia. Marcello dá a última dica do fórum com Sinédoque, Nova York: “Um projeto muito ousado que está em cartaz no FIC. Vale a pena dar

uma conferida, afinal vem da cabeça do roteirista mais absurdo e genial com que Hollywood já se deparou: Charlie Kaufman. Não é filme para todos, ten-do suas virtudes como as atuações ins-piradas de Philip Seymour Hoffman e de Samantha Morton, e pecados como os longos 122 minutos de duração que começam a ficar arrastados e a edição comprometida do longa. É um filme curioso...é bem inferior a Quero ser John Malkovich ou Adaptação, mas, ao longo dos 122 minutos de non sense, há traços do bom e velho Kaufman, cenas bem pontuais, mas que são geniais!A impressão que dá é que o cara é tão doido e criativo que ele não sabe o que fazer com esse dom, esse filme pra mim foi a prova disso.”, afirma como um crítico de cinema faria.

O mundo da música pop também invadiu o festival com Madonna, de-butando como diretora do filme Filth and Wisdom. O fã da cantora Rodrigo Rodrigues, garante que ela tem mais ta-lento como diretora do que como atriz: “Acho que ela é melhor diretora do que atriz! Mas, com certeza, ela é melhor como cantora, mas não pela voz, e, sim,

pelo conjunto artístico dela, quando ela está no meio da música, parece haver muito mais paixão...”, explica Rodrigo considerou um filme bom , apesar de não ser comercial, e que o divertiu bastante. Ele recomenda para qualquer um que goste de filmes não comerciais, mais alternativos.

O jornalista Wolglan Costa foi pela primeira vez ao festival e reclamou da falta de planejamento, o que levou a uma grande incompatibilidade de horários: “Fora isso, tá legal. Estou esperando o Matheus Nachtergaele e o Selton Mello!”, explica Wolglan que recomenda o filme do diretor Carlos Daniel Malavé, Por um polvo.Nenhum dos filmes recomendados pelos espec-tadores ganhou prêmios no festival, mas conseguiram conquistar o gosto elaborado dos cinéfilos que preenche-ram as cadeiras vermelhas do Cine Academia! ■

Festival Internacional De Cinema De BrasíliaAcademia de Tênis José FaraniSetor de Clubes Esportivos Sul, Tc. 4, Cj. 5Telefone: (61) 3316.6373

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VIDA MODERNA ■

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O Orkut virou feira!

Sacola decomprasvirtual

Conversas sociais, entre amigos e até venda de mercadorias e ofertas de emprego, inclusive

em outros países. O Orkut tornou-se uma ferramenta importante nos dias de hoje. Com uma estrutura para fotos, recados, perfil e outros aplicativos, o site de relacionamento vem sendo um meio convidativo de propaganda e marketing, o que aumentou muito as possibilidades para os comerciantes “orkutianos” como Nayara Ferreira, de 19 anos. Conhecida como Naya Viole-ta, uma estudante de Design de Moda que está fazendo fama nacional.

Naya produz bolsas com discos

de vinil como uma forma de aprender e como fonte de renda. A idéia de ter um Orkut para as bolsas surgiu da necessidade de fazer uma vitrine que as pessoas pudessem ver em casa, o que economizaria tempo e eliminaria algumas dificuldades de locomoção. No começo, ela mesma usava as bolsas e as amigas e amigas de amigas que viam, recomendavam e encomenda-vam. Mas, quando a quantidade de clientes cresceu, Naya fez um perfil com imagens das bolsas que já haviam sido vendidas e das clientes usando o produto.

O Orkut aumentou em muito as vendas da artesã de Goiânia, que con-seguiu levar seus produtos para outros estados: “Pessoas de diversos lugares, algumas chegam aleatórias, outras por amigos ou conhecidos que já viram as minhas coisas ou já adquiriram, fazem contatos. Foi o boca-a-boca virtual, amigos falando em uma conversa ou outra, e quando surgia interesse sem-pre falavam ‘Vai lá no Orkut, coloca Naya Violeta, é fácil, só tem ela, ou Artesanato da Violeta, e vê se você gosta’”, explica Naya.

Apesar do artesanato não gerar tanto dinheiro, ela garante que todo esforço vale a pena. “Estou começando a fazer algumas peças de roupa, mas ainda vivo das bolsas. Acredito que, mesmo com alguns perrengues, viver do que a gente gosta ainda é uma coisa maravilhosa”, afirma Naya. Segundo ela, cada nova encomenda é sempre um novo desafio, “lá vou eu atrás de algum fetiche alheio, um tecido diferenciado, aquela imagem, e isso me diverte muito”, garante. A artesã afirma que, ao terminar uma bolsa,

olha pra ela e fica se deliciando por ser uma peça única, personalizada, já que, apesar de usar o mesmo material, elas nunca ficam iguais.

A estudante de tradução Clarissa Gianni conheceu Naya Violeta pela In-ternet e comprou duas bolsas. “Eu es-tava procurando idéias para o presente de aniversário de uma amiga minha, e, há algum tempo atrás, tinha achado na internet um tutorial em inglês ensi-nando a fazer bolsas com vinil, então pensei se a idéia já não tinha chegado ao Brasil e resolvi procurar pelo Goo-gle”, explica. Clarissa encontrou vá-rias pessoas fazendo essas bolsas pra vender, incluindo a Naya. Desta forma, ela solicitou um orçamento, tamanhos disponíveis, opções de fotos e tecidos, preço de frete e tempo de entrega. A Naya é a que tinha o melhor. O negócio foi fechado.

Visibilidade

O Orkut expõe as redes sociais e deixa que os relacionamentos fiquem à mostra, o que também acontece nas transações comerciais feitas no site. O contato com o perfil no Orkut é uma garantia maior no ainda pouco confiá-vel mundo virtual. Além da segurança, Clarissa também considerou a comu-

Por Patrícia Colmenero Fotos Divulgação

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nicação por Orkut mais rápida, apesar de ser menos detalhada. Por isso, as suas idas ao shopping diminuíram muito na hora de comprar produtos: “O que eu vejo de vantagem nessas compras por internet é a variedade de produtos que se pode encontrar, além

de muitos produtos artesanais que não se encontram facilmente nas lojas e, quando encontramos, é um preço absurdo, pois não tem concorrência, como essas bolsas de vinil”, afirma a estudante que também gosta de usar esses serviços para ampliar sua própria criatividade.

Assim como a Clarissa, Naya Vio-leta tem muitas outras clientes desse tipo. A artesã chega a fazer trinta e cinco bolsas por mês e, se todo o material necessário já estiver em sua casa, ela produz as peças em torno de três horas: o ritmo é acelerado.

Por ser um serviço personalizado, Naya recebe alguns pedidos mais ex-travagantes: “Lembro de dois clientes bem engraçados. Um foi uma menina que queria por que queria uma foto sua. Daí conversamos, ajudei a esco-lher a imagem e colocamos uma foto dela sim, uma foto bacana, que parecia de revistas e coisa e tal. Outra vez, um homem, que estava num congresso em que eu estava vendendo, também me veio com uma encomenda: queria a

Serviço:

Naya Violeta: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=14356501703739678561Artesanatos da Violeta:http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=14808757448616233372Flickr:http://www.flickr.com/photos/nayvioleta/Celular: (62) 8455.1928Local de venda: Loja do Cine Ouro Goiânia.Rua 09 com a rua 03 Centro - GoiâniaBarlavento rua 10849, sala 04, Setor Oeste.Goiânia -Goiás.

anúncioInovareBruno

imagem de dois gatos na bolsa porque a esposa era apaixonada por gatos. Eu sempre procuro achar uma certa harmonia entre o gosto do cliente e o design da bolsa, já que o produto final é de minha autoria. Então sempre vejo e procuro a melhor imagem, para que ,no final, o cliente fique satisfeito e a bolsa, bonita. Os adesivos que eu mais gosto de usar e acho que combinam com o ar retrô das bolsas são de pin-ups e celebridades clássicas”, conta a artesã, que está sempre disponível pelo Orkut, Flirck e ao vivo. ■

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ESPORTE ■

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Pequenas amazonas superam obstáculos e conquistam campeonatos de diversas catego-rias no 5º campeonato das princesas – Ama-zonas inter-escolas

Princesas do hipismo

Jovens amazonas de várias escolas de equitação do Centro-Oeste partici-param de competições de diversas

modalidades hípicas em dezembro. Trata-se do campeonato das princesas, organizado pelo Centro Hípico do Lago Sul e pela Federação Hípica de Brasí-lia, realizado todos os anos a partir do segundo semestre. Este já é o 5º ano de competição. A idéia do campeonato surgiu da necessidade de reunir várias amazonas de diferentes escolas de equi-tação que não têm seus cavalos próprios e que saltam entre 40 cm e no máximo até 90 cm. As provas são mais baixas, o que diferencia dos grandes campeonatos em que a pessoa tem que saltar 1 metro e ainda ter o seu cavalo.

A administradora Cristiane Gulyas diz que o principal objetivo é motivar as amazonas iniciantes e incentivar a práti-ca do hipismo. Ela ressalta que tem obti-do ótimos resultados, e que atualmente o esporte está mais acessível, tornando-se mais popular e atraindo, com isso, um número maior de praticantes a cada dia. “As aulas custam o mesmo que em uma academia, e ainda trazem vários benefí-

cios”, explica Cristiane.Segundo a administradora,

existem bons motivos para mon-tar, pois, além de trabalhar muito

a coordenação motora, melhora o

equilíbrio e a postura, aumenta a auto-estima, estimula as funções tátil, visual, auditiva e olfativa. “A montaria é ainda um exercício altamente aeróbico, com a vantagem de ser praticado ao ar livre; e o interessante é que nesse esporte ho-mens e mulheres competem em grau de igualdade, não tem separação”, explica Cristiane.

O campeonato das princesas é uma prova específica para as crianças do sexo feminino e, para participar, tem que estar matriculada em uma escola de equitação. De acordo com os instrutores, o ideal é praticar duas vezes por semana. Durante as aulas são feitos rodízios com os animais, para que a criança aprenda a montar em qualquer tipo de cavalo e, no prazo de seis a oito meses, ela já está apta para competir.

Cristiane relata a importância da par-ticipação das escolas no campeonato “É uma prova grande, animada, porque é na escola onde tem maior movimento. Toda a família vem prestigiar e acaba que in-centiva a prática do esporte. As escolas de quitação são super importantes para o hipismo porque são delas que saem os grandes cavaleiros e as grandes amazo-nas”. As provas de hipismo contam com cinco categorias – iniciante (obstáculos de 40 cm), intermediário (60 cm), avan-çado (80 cm) e livre (1m e 1,10m). Os juízes são da Federação Hípica.

Conheça as princesas do hipismo de 2008:

Amanda Piquet, 12, campeã na ca-

Por Adriana Vanessa Fotos Júlio Gomes

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anúncioFernanda Almeida

(antigo)

tegoria livre (1,10m); Flávia Borges Lucas, 11, campeã na cate-goria mini-mirim; Isadora Peixoto, 14, foi a 3ª colocada geral na categoria avançado (80 cm) e Samanta Tiveron, 9, vice-cam-peã mini-mirim (1m). Elas conquistaram vários prêmios e me-dalhas e contam com entusiasmo a paixão pelo esporte e pelos cavalos.

Para Isadora, que participa há dois anos, a competição é muito importante porque concorre com muitas amazonas. Ela diz que sempre gostou de cavalos, começou a ver os campeona-tos na televisão, se interessou e pediu a mãe para colocá-la na escola, a motivação

partiu dela mesma. Samantha também pratica o esporte há dois anos, diz que sempre gostou de animais, decidiu entrar para a escola após assistir o filme Spirit - O Corcel Indomável. O incentivo de Flávia veio de seu irmão, que já praticava o esporte. Ela já está há quatro anos e meio no hipismo e diz que ama montar e participar de campeonatos.

Amanda monta desde os sete anos e conta com emoção como é ter seu pró-prio cavalo e participar de competições: “é muito bom participar, competir com as amigas, com outras amazonas. Eu e meu cavalo, a gente é muito unido, isso é muito importante pra mim”, explica. O pai de Amanda sempre montou, e foi isso que a estimulou. As princesas exibem com orgulho troféus e medalhas conquistadas no quinto campeonato das princesas. ■

Serviços:

Centro Hípico Lago Sulwww.chlagosul.com.br(61) 3367.5345 / 3367.0384

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ARTES PLÁSTICAS ■

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Toninho de Souza

Por Alaise Beserra Fotos Júlio Gomes

Parece mesmo vocação da cidade a inspiração para a figura geo-métrica e a predileção por cores

quentes. É um pouco assim o perfil das criações do artista Toninho de Souza, ou Antônio Alves de Souza. Seus críticos dizem que ele começou com a figuração e depois foi se “ge-ometrizando”, mas independente do que faz, tudo é sempre para traduzir uma concepção bastante contempo-rânea de mundo. E, diga-se, também,

e sua arte de melancias

de Brasil. “Eu não tenho referencias estrangeiras. Minha arte é inspirada em tucanos, araras e melancias. É tudo muito brasileiro. É o que eu vejo” , afirma o artista.

Nascido na Bahia, Toninho veio para Brasília muito cedo, ainda em 1957. E além de pioneiro na cidade é pioneiro em levar arte brasiliense para fora do quadradinho distrital. Conhe-cido não só por aqui, o artista vem fazendo uma carreira reconhecida,

conquistando admiradores em países como México, Espanha, Japão, Bélgica e França, entre muito outros. Parte da produção de 40 anos de carreira está registrada em revistas especializadas de arte e catalogada no Artes Latino-Americanas; Vários Perfis da Arte Brasileira; Art Trade International de Portugal e essa é só uma pequena amostra da lista de anuários de arte.

Ainda que tenha se dedicado es-pecialmente à pintura e à escultura,

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Toninho é um artista plástico completo e tem trabalhos em cerâmica, gravura, fotografia e inclusive, instalações. Também realizou memoráveis in-tervenções urbanas; Rabiscava com carvão e argila sobre sacos de cimento vazios nas cantinas das construções na altura das quadras 507 e 508 sul de Brasília na década de 80. Fazia arte de rua na Praça do DI em Taguatinga e out-doors em um coletivo de artistas que se denominavam “Os coloristas”

e que anunciavam, por exemplo, men-sagens como “O Natal está dentro da gente” perto dos shoppings.

Recentemente fez muito sucesso com seus guarda-chuvas coloridos, uma série de objetos pintados ex-clusivamente e expostos em mostra única no Foyer da Sala Villa-Lobos no Teatro Nacional. Ao ser perguntado se trabalharia por encomenda, Toninho diz: “sim”. Mas esse é um privilégio pouco observado pelo brasiliense. O

artista, tão disposto a fazer um traba-lho autoral e a procurar um caminho peculiarmente livre foi mais reco-nhecido longe daqui. Ganhou alguns prêmios em Brasília, mas foi no Rio de Janeiro que conseguiu se destacar e ganhar o prêmio mais significativo de sua biografia, e que o levou à Europa depois de “90 Horas de Pintura Con-temporânea”, evento promovido pela Casa Grande Galeria de Arte, Leme Espaço Cultural. ■

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PERSONAGEM ■

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Por Liz Elaine Fotos Moreno

Brasília , janei ro de 1959, acampamento do IAPI, onde atualmente é a 305 Sul, obras

por todos os lados. Foi esse o cenário que o menino Mário de Assunção, sete anos, encontrou ao chegar de Minas Gerais com os pais à capital do país. Morou por dez anos, de 1996 a 1971, na 409 Sul. Hoje, com 56 anos, casado, três filhos e avô de dois netos, Mário segue a profissão de mecânico do pai. Ele é dono de uma oficina mecânica na Vargem Bonita, Parkway. É considerado um profissional competente, tendo uma clientela fiel e muita antiga. “Tem clientes que eu comecei a atender e hoje atendo o filho e o neto dele. É muito gratificante, são amigos que fazemos”. Garante.

Entre a regulagem de um motor e outro, Mário lembra das histórias vividas durante a construção da ci-dade. Mário estudou Mecânica em 1968 e 1969 no CETEB, onde teve um colega de classe que atualmente é conhecido em todo o mundo, o tricampeão de Fórmula 1, Nelson Piquet. Ele também tentou a carreira de piloto, sendo campeão da extinta classe Turismo Força Livre, Hot Dooge, em 1984, e vice-campeão em 1981 e 1985.

O mecânico iniciou sua ten-tativa de ser piloto correndo de kart. “Quando comecei a correr, treinávamos no estacionamento do estádio Mané Garrincha e depois no kartódromo do Guará, inaugurado em 1974”, explica. Mário participou da organização de várias provas de kart, sendo também responsável pela parte mecânica dos carros. Naquela

Mário de Assunção

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época, ele também acompanhava o início da carreira do amigo Nelson Piquet. Comemorou com ele várias vitórias em competições de kart por todo o Brasil de 1976 a 1980. “Éra-mos jovens, 17 anos, e saíamos jun-tos com os colegas para tomar uma cervejinha e paquerar no Gilberto Salomão”, lembra Mário.

Já de longe, o mecânico tímido, simples, de pouca conversa, acompa-nhou a carreira de piloto de Nelson Piquet deslanchar, passando do kart para Turismo, Fórmula Super V, Fórmula Ford, Fórmula 2 e depois fórmula 1. Mário fez ainda amizade com outro piloto de grande destaque nacional, Roberto Pupo Moreno, que passou pela Fórmula Ford, Fór-mula 3, Fórmula 1 e Fórmula Indi. Atualmente, as boas recordações das amizades do passado ajudam o mecânico a superar a perda da filha, falecida em um acidente de carro no ano passado. ■

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SAÚDE ■

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Além dos resultados estéticos, estar com o peso em dia ajuda a prevenir várias doenças

Menos calorias,

mais saúde

Todo final de ano é a mesma coisa. As academias, as clínicas de estéticas e os consultórios de

nutrição e de endocrinologia ficam lotados de pessoas interessadas em eliminar os quilos extras adquiridos ao longo dos meses. Porém, muito mais que uma questão de estética, estar com o peso em ordem é uma questão de saúde. Afinal, são muitos os problemas causados pelo excesso de gordura no corpo, entre eles a obesidade.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 60% da população mun-dial apresenta algum problema relacio-nado à obesidade, já encarada como uma epidemia mundial. Só no Brasil, cerca de 38 milhões de brasileiros com mais de 20 anos estão acima do peso. Desse total, mais de 10 milhões são considerados obesos, de acordo com os padrões estabelecidos pela OMS e pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).

O consumo de alimentos industria-lizados, açúcar e gordura, a falta de atividade física e fatores genéticos são os principais fatores que desencadeiam a obesidade. O excesso de peso, por sua vez, contribui para o aparecimento de doenças respiratórias, motoras, car-diovasculares e também para o desen-volvimento de neoplasias, comuns nos casos de obesidade. Para diagnosticá-la, os médicos usam o Índice de Massa Corporal (IMC). Porém, o endocrino-logista José Augusto Pinto Serrano, explica que muitas pessoas com o IMC abaixo de 25 kg/m2, considerado normal, precisam ficar atentas ao acú-mulo de gordura visceral, a conhecida “barriga de chopp”. “Ela também causa o risco de doenças cárdio-metabólicas. Nestes casos, a avaliação na prática é feita pela medida da cintura na região da cicatriz umbilical. A circunferência é considerada normal para homens me-didas menor ou igual a 90 centímetros e, para mulheres, menor ou igual a 80 centímetros”, avisa o médico.

Serrano explica que o acúmulo de gordura no abdômen se relaciona à pre-sença de síndrome metabólica, conjun-to de comorbidades como resistência insulínica, diabetes, hipertensão, disli-pidemias, apnéia do sono e outras que, quando presentes, aumentam o risco de morte por problemas cardiovasculares. Quem tem esse perfil precisa procurar o médico e submeter-se a uma avalia-ção criteriosa. O personal trainer Vítor Campos Nogueira afirma que, em rela-ção a obesidade, a maior preocupação é com a dificuldade do tratamento mas, o principal meio de combate, segundo ele, deve ser a prevenção. “A atividade

física regular pode ser considerada uma das profilaxias. Estudos revelam que o sedentarismo é responsável por cerca de um terço das mortes por do-ença coronariana, câncer de cólon e diabetes”, alerta o professor.

A nutricionista e presidente do Con-selho Regional de Nutricionistas da 1ª Região (CRN-1), Simone da Cunha Santos, explica que, para recuperar o peso normal, a pessoa precisa adotar, também, uma alimentação balanceada. Alimentar-se a cada três horas e incluir na dieta produtos de todos os grupos alimentares é o primeiro passo. Como a obesidade é uma doença inflamatória, o cardápio precisa ter alimentos com propriedades antiinflamatórias. “Outra dica é dar preferência aos carboidratos complexos e integrais e de baixo índice glicêmico, com alto consumo de fibras. Dentre as gorduras, priorizar azeite, abacate e oleaginosas como castanhas, nozes e amêndoas, além de excluir a gordura trans”, recomenda.

Dependendo da avaliação do nu-tricionista, o suplemento nutricional manipulado mostra-se como um gran-de aliado do paciente e do prescritor. Nesse caso, apenas na Farmácia de Manipulação ele consegue incluir em uma única formulação todos os nutrientes necessários a determinado perfil do paciente. “Atualmente, com os avanços de diagnóstico das alergias alimentares, a suplementação nutri-cional personalizada tem se mostrado muito útil. Nós, da Farmacotécnica, temos nos especializado a cada dia na área de nutrição, colaborando com os profissionais nutricionistas na solução de problemas encontrados no dia-a-dia

Por Ana Gonçalves Fotos Ademir Rodrigues

Vito

r Nog

ueira

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anúncioFarmacotécnica

de seus consultórios”, diz a farmacêu-tica Leandra Sá de Lima.

Porém, mesmo com essas atitudes, muitas pessoas precisam de uma aju-da extra. São aqueles pacientes que apresentaram falhas no tratamento de mudanças nos hábitos alimentares e atividade física continuada e que possuem IMC maior que 27. “Nesses casos, o uso da medicação é recomen-dada”, afirma o endocrinologista. Nos

casos em que, por duas tentativas o tratamento clínico convencional fa-lhou, agravando os fatores de risco e aumentando as chances de uma fatali-dade, Serrano diz que é recomendada a cirurgia bariátrica. “Normalmente estes pacientes estão com IMC acima de 40, com graves comorbidades”, alerta.

Leandra conta que, nesses casos, a melhor opção terapêutica é a manipula-ção de medicamentos, uma vez que ela leva em consideração as características individuais de cada pessoa. “De acordo com a avaliação que o endocrinologista fez do paciente, ele detecta quais são as necessidades em medicamento, pois os exames clínicos realizados demonstram ao médico se existem outros fatores associados à obesidade e, quando necessário, a personalização do medicamento é a melhor opção”, afirma. O médico, então, irá decidir que medicamentos usar, em quais doses, e a forma farmacêutica mais adequada. Se, por exemplo, o paciente é diabético e não consegue deglutir cápsulas, o médico poderá solicitar que o medicamento seja manipulado em xarope sem açúcar.

Queimando calorias

A atividade física, quando bem conduzida, pode aumentar a taxa meta-bólica basal, que é o numero de calorias do corpo quando está em repouso. Ví-tor diz que, além de ajudar a queimar calorias, ela reduz o apetite. Contudo, é preciso tomar alguns cuidados antes de pegar o tênis e sair correndo por aí. Fazer uma avaliação médica, aquecer, alongar, ter atenção com a postura, usar calçados e roupas adequadas, além de procurar um profissional de Educação Física são as dicas do personal trainner. “Esses cuidados previnem lesões du-rante e após o exercício”, afirma.

Atividades como natação, spinning, step, lutas e treinos intercaladas com ergometria são indicadas para quem quer perder peso. “Elas são extrema-mente eficazes e recomendáveis para o processo de redução da gordura corporal. E aí vai uma dica: descubra que atividades, eficientes para o seu objetivo, lhe dão mais prazer, tenha paciência e persistência. Dessa manei-ra, a pessoa não conseguirá viver sem atividade e fará dela a melhor hora do dia”, garante. ■

Sim

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Sant

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SAÚDE BUCAL ■

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Uma grande frustração notada por nós dentistas nos pacientes é quando estes apresentam

perda de algum ou vários elementos dentais. Hoje em dia, cada vez me-nos estamos utilizando as opções de Prótese Fixa e/ou Prótese Removível (as populares pontes e dentaduras) como tratamento para ausência den-tária, devido ao, entre outros fatores, desconforto gerado ao paciente. Além disso, com o advento da Especiali-dade de Implantodontia, o famoso “parafuso” tem sido a sensação do momento.

A verdade é que os implantes den-tários já não são mais tão novidade. Há alguns anos, quando ele estourou como a inovação dos tratamentos odontológicos, era um tratamento com o custo realmente elevado. Mas na atualidade, é uma opção acessível a todos os níveis sociais.

O edentulismo (falta de dentes) tem diminuído a cada década, dados mostram que no futuro próximo o número de desdentados totais na população adulta irá aumentar signi-ficativamente, devido ao aumento da expectativa de vida desta população. Somados a isso ainda há a incidência da doença da cárie, perda de suporte periodontal e trauma dento-alveolar, os quais levam a perda dos dentes.

Com o advento do implante os-seointegrado descrito por Branemark pela primeira vez em 1969, a reabili-tação em desdentados parciais e totais tornou-se uma realidade. Usa-se o termo osseointegrado porque, para se ter sucesso nesse tipo de tratamento, temos que observar o osseointegração do implante com o organismo, e hoje isso é possível, sem rejeição, através do tipo de material, forma, superfície e rosqueamento dos implantes.

A reabilitação de desdentados totais ou parciais com a utilização de implantes osseointegrados tem apre-sentado bons resultados desde a sua descoberta, o que levou ao aumento nas indicações e possibilidades de reabilitações. Inicialmente, o proto-

Por Débora Marândola Fotos Divulgação

Pra rir sem medo

colo propunha instalar os implantes e deixá-los submersos (embaixo da gengiva) por um período que poderia variar de três a seis meses, depen-dendo da localização em maxila ou mandíbula, tempo esse que era neces-sário para que ocorresse o processo de osseointegração. No entanto, várias das teorias propostas inicialmente foram sendo modificadas com a evo-lução das técnicas de reconstrução e com a evolução dos sistemas de implantes, possibilitando um aumen-to nas indicações para os pacientes.

Apesar dessa evolução, o tempo de tratamento ainda traz desconforto para alguns pacientes, fazendo com que parte desses pacientes despreze o planejamento ideal com uso de im-plantes osseointegrados em busca de um plano de tratamento mais rápido e, em parte, menos satisfatório. Essa espera pelo período de osseointe-gração tem se mostrado um grande inconveniente, já que muitas vezes, durante essa espera, principalmente naqueles casos de próteses totais convencionais, os pacientes utilizam

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próteses totais aliviadas e que apre-sentam pouca estabilidade, trazendo transtornos mastigatórios, de fala, estéticos, e afetando inclusive, a auto-estima desses pacientes. Já com as próteses fixas pouco extensas, há a possibilidade de utilização de provi-sórios adesivos, o que traz um certo conforto, mas ainda sim, um pouco de insegurança quanto a sua utilização durante a função.

Com o intuito de eliminar esse período, muitos trabalhos científicos surgiram com o objetivo de viabilizar a técnica clássica de dois estágios em apenas um estágio, onde implante e prótese provisória seriam instalados num período de até 72 horas. Mas foi em 1999 que BRANEMARK et al., publicaram um trabalho clínico onde os implantes e a prótese definitiva foram instalados na mesma sessão clinica, não necessitando do uso de prótese provisória durante o perío-do de cicatrização. Essa técnica foi chamada de Branemark Novum®. A partir disso, existe atualmente uma grande tendência dos pesquisadores buscarem novas técnicas e estabelece-rem novos protocolos de tratamento.

Assim como a técnica clássica, os

implantes submetidos à carga imedia-ta apresentam também altos índices de sucesso. Apesar disso, fatores como micromovimentação, qualidade óssea, estabilidade primária, desenho do implante e tratamento de superfí-cie, assentamento passivo e oclusão devem ser levados em conta para a longevidade do tratamento.

Um trabalho realizado com pa-cientes submetidos ao protocolo de carga imediata e que responderam a um questionário mostrou o seguinte resultado: o principal motivo que os levaram a procurar esta modalidade de tratamento era o desconforto cau-sado com as próteses removíveis, nos primeiros 120 dias relataram melhora na auto-estima, mais facilidade de se apresentar em público, melhoria da eficiência mastigatória; dos pacientes que não tinham dentes na parte supe-rior e utilizavam prótese total, todos manifestaram interesse em fazer o mesmo tipo de tratamento na parte superior, afirmaram ainda que, como a satisfação foi grande, fariam todo o processo novamente na parte superior acaso fosse necessário.

Porém, há que se lembrar que embora esse tipo de tratamento traga

bastante benefícios, o perfil psicoló-gico desses pacientes também deve ser avaliado, explicando os riscos, os benefícios, as restrições e que nem todo paciente pode ser submetido a esse tipo de tratamento, necessi-tando ser verificado fatores como tabagismo, diabetes não controlado, imunossuprimidos, instabilidade emocional, situações de estresse, ex-pectativas irreais de estética, pacien-tes pouco colaboradores, bruxismo, infecções e inflamações bucais, todos esses fatores são limitantes e podem contra-indicar essa modalidade de tratamento.

Com isso, observamos que a Implantodontia constitui um grande avanço na odontologia moderna e dentro dessa especialidade, os traba-lhos realizados com carga imediata, quando bem indicados, verificando tanto o perfil psicológico, quanto o biológico dos pacientes que recebem esse tipo de tratamento, constituem uma modalidade bastante eficiente e segura, podendo ser executada com segurança quando bem indicada, tra-zendo satisfação para o profissional e benefícios biopsicossociais para os pacientes. ■

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COMPORTAMENTO ■

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Lei Mar ia da Penha prevê penas mais severas à agressores domésti-cos e os obriga a procurar ajuda em núcleos de atendimento psicossocial

“Em briga de marido e mulher se mete a colher”

Um empurrão aqui, um puxão de cabelo ali. Um grito, um tapa ou palavras que desmoralizam.

Gestos de agressão que muitas vezes passam despercebidos como tais e que são considerados normais por quem os comete. Assim acontece em grande parte dos casos de violência doméstica. “Eles acham tudo isso muito normal, que não fizeram nada e agem com na-turalidade”, afirma Lucélia Carvalho, assessora do Conselho dos Direitos da Mulher.

Frutos de uma sociedade que ain-da carrega ares do machismo, alguns homens acham que têm plenos pode-res sobre a mulher e a família, o que banaliza essas violências e as colocam como algo que faz parte da vida do casal. Essa atitude de normalidade é justamente o que dificulta a forma da sociedade lidar com a violência doméstica, e também da mulher ver tal

atitude como agres-são.

D e s d e cedo se ensina que homem

n ã o d e ve chorar, de-m o n s t r a r

sent imentos de afeto, ami-

zade ou delica-deza. Pelo contrário,

estimula-se o ser diferente, agir com soberania sobre as mulheres, ser forte, provedor e, muitas vezes, exprimir somente sentimentos de posse.

Pesquisas apontam que para alguns homens ser violento é o mesmo que ser viril, forte, destemido e ter poder e status. Comportamentos que podem usar a força física superior dos homens ou desconfianças em relação aos sen-timentos da companheira para serem justificados.

Muitas vezes, dizem, a mulher que apanha tem pouca instrução e vive em classes sociais mais baixas, bem como o agressor. Ledo engano. Pesquisa realizada pelo Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro indica que 30% das vítimas de violência domés-tica têm pelo menos o ensino médio e pertencem às classes médias e altas. O que dificulta ainda mais o registro das agressões

Muitos órgãos já realizam ações para diminuir o número de agressões sofridas pelas mulheres. No Distrito Federal destaca-se o trabalho realizado pela Delegacia Especial de Atendi-mento á Mulher (DEAM), também presente em outros estados, do Conse-lho dos Direitos da Mulher e da Casa Abrigo, onde as vítimas de violência familiar e seus filhos recebem prote-ção, atendimento e acompanhamento psicossocial.

Outra dificuldade na identificação ou resolução do problema é o saber lidar com os problemas enfrentados

pelo próprio agressor, que tem defeitos e qualidades como qualquer ser huma-no. Muitos cresceram em ambientes violentos, tendo as agressões e o uso de álcool ou entorpecentes como coisas cotidianas; outros ainda não aprende-ram a lidar com os traumas vividos na infância.

Pensando nisso, novas formas de atendimento aos agressores estão sendo estudadas. Um exemplo é o nú-cleo especial voltado para autores de violência doméstica, criado há quatro anos, o qual está ajudando a diminuir a reincidência de casos de agressão. O núcleo faz parte do Conselho de Direitos da Mulher.

Segundo a psicóloga Andréia Ma-tos, que atende vítimas e autores de agressão, o autor da violência chega desconfiado ao núcleo de atendimento, encaminhado pelo juiz, obrigado a procurar ajuda. No entanto, segundo a psicóloga Andréia Matos, com o tra-tamento esse comportamento vai mu-dando e o agressor passa a ter atitudes melhores como pessoa e marido.

O trabalho tem dado muitos resul-tados. Em Samambaia, cidade-satélite do Distrito Federal, o número de reinci-dências caiu bas-tante. Outras sete cidades contam com os núcle-os: Sobra-d i n h o , S a n t a

Por Cleymenne Cerqueira

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anúncioNobel

(antigo)

Maria, Planaltina, Gama, Taguatinga, Ceilândia e Paranoá. A estimativa é que o projeto seja estendido às demais satélites.

Para Andréia Matos, o projeto é apenas o início de um processo de mudança, o pontapé inicial. Durante os encontros, os agressores têm a oportu-nidade de refletir sobre o que fizeram. Na verdade, a mudança depende de cada um”, afirmou.

Com a aprovação da Lei de Vio-lência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, mais conhecida como Lei Ma-ria da Penha, e com base no previsto em seu artigo 35, o Governo Federal pretende criar Centros de Educação e Reabilitação de Agressores. A lei pre-tende punir com mais rigor os agresso-res domésticos, que antes tinham que pagar fiança, cestas básicas ou prestar serviços à comunidade.

Com a nova lei, que determina o fim da retirada de queixas pelas vítimas, os agressores podem ficar reclusos de acordo com tipo de vio-lência que cometeram. Eles ainda são obrigados a freqüentar esses centros, comparecendo quantas vezes o juiz ordenar para participar de projetos de

orientação e reabilitação social. De acordo com Andréia Matos, os ho-mens são mais conscientes da lei que as mulheres, até porque têm medo da Justiça e sempre tendem a minimizar o ocorrido.

“Eles dizem: não aconteceu nada doutora. Ela me encheu muito o saco e eu apenas a empurrei. Dei uns safanões nela porque ela me agrediu primeiro. Ela só fez isso, me denunciou, por influência da mãe dela e da vizinha”, disse Andréia Matos.

Foi justamente o que, segundo R. P. aconteceu, quando ele perdeu a cabeça e quase matou a companheira. “Ela é mais nova que eu, não tinha maturida-de. Vivia xingando meus filhos e me chamando de corno. Eu conversava com ela e até sugeri que procurasse ajuda com um psicólogo porque era muito nervosa”, disse.

R. P. conta que um dia a mulher chegou em casa depois de ele ter bebi-do. Ela não gostou, começou a agredi-lo, xingou e bateu em seu rosto. “Ela não fazia nada em casa, sempre com a desculpa que estava cansada. Tomava banho e corria pra casa da vizinha. Esse dia, avançou em mim. Em cara de

homem não se bate. Eu perdi a cabeça e revidei, dei uns chutes nela e quase a matei”, declarou.

O resultado da agressão é que a companheira dele o denunciou, foi embora de casa e hoje vive com outro companheiro. R. P., que está desempre-gado, disse viver da ajuda da mãe. Ele responde a processo, sendo obrigado a participar de encontros e acompanha-mentos psicossociais oferecidos pelo Conselho dos Direitos da Mulher no Fórum de Ceilândia. ■

Atendimento à vítima e agente de agressão•Núcleo de Atendimento à Família e Autores de Violência Doméstica e Sexual (NAFAVDS). Brasília/DF Telefone: (61) 3321-2280 email: [email protected]•Centro de Atendimento a Vítimas de Crimes (CEAV). QNN 17 conjunto B lote 01 – Ceilândia/DF Telefone: (61) 3901-1703 email: [email protected]•Conselho dos Direitos da Mulher. Venâncio 2000, sala 109 – Brasília/DF Telefone: 3905-1471

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MÚSICA ■

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Julho de 2004, em pleno ar, em um vôo Brasil/ França, uma conversa de dois funcionários que iriam fa-

zer um curso de especialização e apai-xonados por música. Foi esse o cenário

Brincadeira levada a sério

do nascimento da Banda RPC. O que significa? Ruins Pra Caramba. Már-cio Oliveira, 44 anos, Hugo Sternick, 54, Silas Macedo, 56, João Marcelo, 35, e Alex Perez, 58, componentes da RPC, podem até não se considera-rem os melhores músicos da cidade, mas por onde passam estão fazendo sucesso com o repertório dos anos

Por Liz Elaine Fotos Moreno

60 e 70. Três são engenheiros, um é administrador e outro, artista plástico e comerciante. Todas às terças-feiras, à noite, em um estúdio da 715 Norte, eles tiram a gravata e o paletó, plugam os equipamentos de som, guitarras e se desligam dos problemas de trabalho para levar o hobby da música a sério durante as três horas de ensaios.

A banda toca temas inesquecíveis dos Guns and Roses, Erick Clapton, Beatles, The Doors, Rolling Stones, entre outros. Dos sucessos nacionais a RPC toca Barão Vermelho, Raul Seixas, Mutantes e a músicas da velha guarda, com arranjos mais pesados. A banda gravou um CD este ano, segun-do os músicos, “só por brincadeira”. A idéia deles era fazer o lançamento na Ponte do Bragueto para que jogassem os CDs no Lago Paranoá durante a apresentação.

Hugo Sternick, baterista e criador da banda, toca desde os 14 anos. Ele garante que o objetivo dos músicos não é se profissionalizar nem estar nas paradas de sucesso. “A gente gosta de música, tocamos mais para nós mesmos do que para os outros. A gente quer é agradar o grupo, nos divertirmos”, afirma. Segundo ele, a

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anúncioRapidinho

RPC toca só por prazer, não cobram para fazer os shows que, geralmente, são na casa de amigos e em espaços fechados para convidados. “Aceitamos apenas doações espontâneas como foi o caso da apresentação mais recente, na Quituart, no Lago Norte, onde foi feita uma campanha de arrecadação de alimentos para as vítimas das chuvas em Santa Catarina”, explica.

Outro guitarrista da RPC, Márcio Oliveira, está há um ano na banda onde, no início, achou que não seria aceito pelos colegas, “Pensei que não fosse agradar, ia ser expulso porque tocava mal à beça”, explica. Márcio diz que o alto astral do grupo, o clima de amizade torna os ensaios momentos de muito prazer para todos. Este ano, a Banda RPC pretende mudar todo o repertório musical, “Vamos tocar ou-tras músicas dessa mesma época, anos 60 e 70”, informa Hugo Sternick. É só aguardar para ver... ■

Serviço:Hugo Sternick(61) 8134.7130

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MODA ■

Modelo: Foto: Cristiano SérgioMaquiagem e cabelo: Hélio Nakanishi

Modelo: Foto: Cristiano SérgioMaquiagem e cabelo: Hélio Nakanishi

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Modelo: Foto: Cristiano SérgioMaquiagem e cabelo: Hélio Nakanishi

Modelo: Foto: Cristiano SérgioMaquiagem e cabelo: Hélio Nakanishi

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Não há arranha-céus. Meio-dia e não há retenção no t rânsi-

to, nem buzinas. A cidade tem uma praça com espelho d’água, nascentes que brotam em vários lugares, cachoeiras, reservas ambientais, é limpa e o tempo parece passar devagar, sem pressa. Essa definição pode ser associada a uma pe-quena cidade do interior, mas estamos a 59 quilômetros de Brasília.

A Região Administrativa IV foi criada em 1933 e o nome Brazlândia é uma homenagem a família de Amé-lia Braz de Queiroz. Em 1910, seus herdeiros, que tinham à frente João Braz Sobrinho, chegaram às terras e fizeram moradas. A eles se uniram os Abreu de Lima, os Rodrigues do Prado e os Cardoso de Oliveira. Na década de 30, o povoado recebeu o título de distrito de Santa Luzia, hoje

Brazlândiacidade das águase religiosidade

Luziânia. Vinte e cinco anos depois o distrito seria integrado ao Distrito Federal. Hoje, com 75 anos a cidade possui aproximadamente 53 mil ha-bitantes e é uma potência agrícola, turística, cultural e religiosa.

Considerada um dos cinturões agrícolas da capital, abastece com 40% de hortifrutigranjeiros o mer-cado interno brasiliense. Brazlândia também exporta para cidades do Entorno e outros estados brasileiros. A atividade está praticamente voltada

para a produção de morangos, goiabas, tomates e hortaliças. Para o empresário e técnico agrícola Marco Aurélio Fernandes, o po-tencial agrícola da região se deve à colônia japonesa e sua tradição na produção de hortaliças. “Bra-zlândia tem a maior comunidade de origem nipônica do Distrito Federal. Foram eles que trouxe-ram o morango para cá”, disse.

Segundo o empresário, o clima da região é muito propício para o cultivo do dessa fruta. “Faz calor durante o dia e a noite é frio”, explicou.

Maior produtora de morangos do Centro-Oeste e a sétima no ranking brasileiro, a cidade promove no mês de agosto, a Festa do Morango, que chega a ser visitada por mais de 50 mil pessoas e já está na 11ª edição. São duas semanas de festividade, com apresentações musicais, exposições e venda da fruta in natura, além de

TURISMO ■

Responsável pelo abastecimento de aproximadamente 70% do total de água potável à população do Distrito Federal, a região ainda oferece reservas naturais, festas e qualidade de vida.

Por Cleymenne Cerqueira e Flávia da Guia Fotos Júlio Gomes

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Para visitar:

Chapada Imperial É preciso fazer reservaOferece três modalidades de passeio:Leve, intermediário e longo. Contatos: http://www.chapadaimpe-rial.com.brMarcelo Imperial (61) 9984.4437

Poço AzulNão necessita reservaCaverna com um poço para banhoCachoeirasNão oferecem refeição

Cachoeira e Gruta do Rio do Sal Não necessita reservaGrutas com galerias com estalactites e estalagmites

doces, geléias, licores e mudas que são vendidas pelos produtores.

Ecologia

Não é só na agropecuária que Brazlândia se destaca. O turismo ecológico é muito forte. Cercada pelo cerrado e cachoeiras, a cidade-satélite é quase em sua totalidade formada por Áreas de Proteção Ambiental (APA). As principais são: Área de Proteção Ambiental do Descoberto, que possui 39.100 hectares, e a Área de Prote-ção Ambiental de Cafuringa, com 46.000 hectares. Ambas protegem boa parte da água consumida pelos brasilienses.

É na APA de Cafuringa que se encontram as belezas naturais da região. A cachoeira do Poço Azul, Mumunhas, a Gruta do Rio do Sal e a Chapada Imperial. Todas, proprie-dades particulares que ficam abertas à visitação. Os proprietários que têm como lema: o cuidado com a natureza e a plena integração do homem com o

meio ambiente, com responsabilidade e zelo.

Não bastasse ser rodeada por água, no centro da cidade é possível entrar em forma se exercitando na praça ao lado do Lago Veredinha, ou Espelho D’água, como é chamado pelos mo-radores. Recentemente reformado, é um dos cartões postais da cidade, juntamente com o Santuário Menino Jesus de Praga.

Considerado o segundo maior santuário religioso da América do Sul, atrás apenas do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Apa-recida do Norte, em São Paulo, o espa-ço tem estrutura para acomodar 4.500 fiéis sentados. Estima-se que, com a consagração desse santuário, a cidade passe a receber peregrinos de todo o Distrito Federal, cidades do Entorno e demais estados. Morador de Brazlân-dia, Manuilson acredita que o turismo religioso vai trazer crescimento para dentro da cidade. “O investimento dos empresários ainda é no turismo rural. Com a Basílica a cidade vai precisar se preparar para receber os

visitantes e a qua-lidade dos hotéis e restaurantes vai melhorar”, acre-dita o morador.

O calendário religioso da ci-dade começa na Sema na Sa nt a com a Via Sa-cra e a encena-ção da Paixão de Jesus Cristo. Há 15 anos, no mês de maio, aconte-ce o Encontro da Mãe com o Filho, quando as ima-gens do Menino Jesus, padroeiro do Santuário, e a imagem Peregri-na de Nossa Se-nhora de Fátima, vinda de Portu-gal, se encontram. A cidade ainda mantém a tradi-ção da Festa do Divino.

Com o aumento do turismo, o artesanato da cidade também está se desenvolvendo. Dona Eva Braz é artesã e faz parte da família que deu nome à cidade. Bonequeira, também confecciona tapetes. Para ela, a Fei-ra Alternativa é uma boa forma de mostrar o trabalho dos artesãos da cidade. “A feira acontece sempre no segundo sábado do mês na Praça do Artesão, no centro da cidade. Começa ás 16 horas e vai até ás 22 horas. Vale a pena conferir”.

Vinícius de Araújo, sobrinho de dona Eva, informou ainda que a Administração de Brazlândia tem incentivado a fabricação de peças com temas religiosos, inclusive com a ima-gem do novo Santuário. “Os visitantes sempre levam lembranças do local visitado. Por isso, acreditamos que os turistas que vierem à cidade podem levar produtos estampados com os principais cartões postais daqui, como o Santuário, o Espelho D’água ou as várias cachoeiras e reservas naturais que temos.”

Mas toda essa agitação não altera a tranqüilidade do local. “Só no car-naval”, diz Manuilson. “Brazlândia tem o melhor carnaval do Distrito Federal, e no ano de 2008 não houve nenhuma ocorrência grave de inci-dentes ou violência durante o evento”, informou. ■

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Coisa boa!! Nem somente de festas natalinas, vivem os baladeiros. O empresário Ricardo Poli amplia seus negócios e abriu mais um empreendimento gastronômico na cidade. É o Bistrot Gourmet, que foi inaugurado na última quinta-feira (4), às 21h30, na expansão do ParkShopping. Com cardápio cria-do pela sempre simpática chef Juliana Cestari, a nova casa tem culinária com toque francês. São mais de 60 itens no cardápio do bistrot, que terá ainda um espaço dedicado aos doces, com produtos do confeiteiro francês Daniel Briand, Karim Schneider e Sweet Cake. O projeto arquitetônico é de André Alf. Ricardo Poli ainda é proprietário dos restaurantes Laguna, Esquina da Vila, Gameleira e – ufa!

Wrap Express. Telefone: 3245-8382.

Maria Christina Costa, do res-taurante O Convento, prepa-rou um menu especial para a noite do revéillon. Nas mesas da casa, a despedida de 2008 terá romãs, cachos de uvas verdes, mousse de ervas com torradas e mix de tâmara, cas-tanhas e damasco. A ceia será servida em um buffet com leitoa à pururuca com chutney de carambola, farofa com uvas passas e azeitonas; paleta de cordeiro com batatas; bacalhau gratinado; tender com fio de ovos; salmão grelhado ao creme de limão siciliano; arroz com amêndo-as; e arroz com lentilhas. Para sobremesa, as opções são doce de figos verdes com chantily, doce de ovos e torta de nozes com chocolate. A festa será animada por um DJ e o público poderá acompanhar a virada do ano em todo

Vamoscomemorar

É festa!!!Chegou aquela época do ano que, ao menos para mim, é unanimidade. Tem-po de paz. Se é que o sen-timento de solidariedade deve valer para todo o ano e não somente neste perí-odo de festas. Bom, sendo assim, como nosso papo aqui é gastronomia, a dica da coluna para este mês é toda voltada para as casas que irão oferecer ceias e petiscos para a ocasião. Aproveitem!

o Brasil por meio de um telão. O revéillon no O Convento começará às 21h. O preço será R$ 190,00 por pessoa, com bebidas e taxas de 10% incluídas. Reservas podem ser feitas pelo telefone.

O Convento - EQS 208/209, entrada pelo Eixo L, Asa Sul. Tel: 3443-3104.

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Márcio Vieira

GASTRONOMIA ■

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Diferente do ditado que diz que “tudo acaba em pizza”, a pizzaria Querubina acredita que tudo pode começar em pizza. Foi pensando nisso que a pro-prietária da casa, a belíssima Vanessa Peres (na foto), oferecerá um serviço especial para a noite de ano novo ser brindada com deliciosas redondas. “Até criei duas pizzas especiais para a ocasião: a de peito de peru e a de carne seca com lentilhas”, avisa Vanessa. As pizzas da Querubina também podem ser degustadas fora da pizzaria, na casa dos clientes. O mínimo de pessoas para contratar esse serviço no revéillon é de cem convidados. A pizzaria leva para o local da festa as massas, os recheios das pizzas, bem como o pi-zzaiolo e, se necessário, o forno para assar as pizzas. O preço deve ser feito sob consulta no telefone: 3443-6000. A Querubina fica na comercial da 309 Sul, bloco D, loja 36. E, queridos, nos vemos no ano que vem. Beijão!!

Ano novo com pizza....mas aquela que a gente degusta

Só no árabe Fátima Hamu, do restaurante Lagash, preparou um menu de Natal digno de príncipes árabes. Só para dar um gosti-nho: tem arroz com tâmaras e cordeiro desfiado com nozes. Aproveite para conhecer o Empório. O telefone é o 3273-0098 e 3273-9208.

Conjunto Mapuche 01 Saca-Rolha Automático Tocave01 Mapuche Carmenére01 Mapuche Cabernet Sauvignon01 Caixa Vintage Classic

Preço : R$ 97,00

Conjunto Terracota 01 Terracota Brut01 Terracota Brut Rosé01 Terracota Chenin01 Caixa Vintage Classic Preço : R$ 123,50

Vamos dar um pulo no Lake s Restau-rante. As encomendas podem ser entre-gues em casa no dia 24 de dezembro. No entanto, as encomendas devem ser feitas até o dia 23. As opções são as mais variadas, desde os convencionais peru e bacalhau a pratos franceses reelaborados pelo chef Rodrigo Vianna. O ratatuille – aquele prato do desenho homônimo – é um clássico francês, que traz legumes

Ceia em casa

Vinhos e proseccos não podem faltar em nenhum tipo de comemoração. Principal-mente nesta época do ano. Daí, pedimos a sempre bem-humorada e prestativa equipe da Vintage Vinhos, do Liberty Mall, para preparar caixas das bebidas da qual a casa é expert. Sou supeito para falar, porque adoro o que tem lá. Dia desses fui almoçar no segundo piso da casa com dois amigos e olha.....é muito chique e muito bom. Como digo que tem sempre que ser: Luxo, poder e glória sempre. Rsrsrsrsrsr!!!!!! Mais in-formações pelo telefone 3328-8837

E viva os vinhos e espumantes!

salteados. No entanto, o chef Rodrigo apresenta a iguaria com mexilhões, polvo e camarões. Na versão do Lake s, dá para servir seis pessoas. Tem mais. O menu do restaurante está para lá de eclético. Há terrine de foie trufada com pistache e geléia lampone, brandade de bacalhau com confit de alho poró, o tradicionalíssimo salpicão de chester de-fumado com presunto e passas, a farofa de ervas com frutas secas, conchilones recheados de mussarela de figo rami ao creme basílico e nozes, a famosa raba-

nada com calda de caramelo, o lombo de porco caramelado em seu molho e o peru recheado com farofa ainda são os mais pedidos. Além de atender a todos os gostos, o restaurante faz a entrega em travessas descartáveis especiais e esteti-camente ideais para a mesa de natal.

Lake's RestauranteSHC/Sul CL 402, Bloco C, loja 15Asa sul – Brasília.Telefone: (61) 3323.1029 / 3321.5181 / 3321.1730

Conjunto Sul da França 01 Gigondas Duc de Mayreuil 200601 Corbiéres Domaine Chris Limouzi 200501 Côtes du Rhône Les Caprice D’Antoine 200401 Caixa Vintage Classic Preço : R$ 262,00

Conjunto Douro Especial 01 Quinta do Portal Tawny01 Quinta do Portal Ruby01 Quinta do Portal Moscatel01 Caixa Vintage Classic Preço: R$ 324,00

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MUNDO ANIMAL ■

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Sinais Precoces de Doenças

Os pontos a seguir são sinais precoces de diversas doenças. Alguns deles são tão mínimos que podem parecer insignifi-cantes. No entanto, nosso objetivo é diagnosticar e tratar doenças na fase inicial, quando as chances de sucesso são muito maiores. Leve seu gatinho ao médico veterinário caso um dos seguintes sinais sejam observados:

1. Aumento significativo na ingestão de água por um período prolongado (o anormal é a ingestão de água acima de 100 ml/kg/dia ou um total de 500 ml/dia para um gato de 5 kg).2. Aumento significativo na elimina-ção de urina ou na quantidade de areia molhada na vasilha sanitária. 3. Perda de peso.

Recomendações para Donos de Gatos

Proprietários de animais de es-timação carregam consigo a responsabilidade de se preocu-

parem com a saúde e bem-estar dos seus animais. Existem alguns passos que devem ser seguidos a fim de se prevenir problemas de saúde. Nós, da Só Gatos Clínica Veterinária, recomendamos o seguinte:

1. Um exame anual é essencial. Lembre-se que um ano para nós equivale a cerca de 5 anos para o seu gato. Esse é um longo tempo a ser seguido sem se passar por um bom exame físico2. Mantenha as vacinas em dia. O programa de vacinação deve ser direcionado às necessidades do seu gato.3. Escove seu gatinho frequen-temente para evitar a formação de nós de pêlo. Muitos gatos não se limpam bem.

4. Corte as unhas conforme necessário a fim de se evitar supercrescimento. A maioria dos gatos com menos de 10 anos de idade não precisam de cuida-dos com as unhas. 5. Mantenha sempre água fresca dis-ponível e monitore o consumo. 6. Monitore a quantidade de urina que está sendo eliminada observando a quantidade de areia sanitária úmida

4. Redução significativa no apetite ou dificuldade para se alimentar por mais de dois dias consecutivos. 5. Aumento signficativo do apetite.6. Repetidos episódios de vômito.7. Diarréia por mais de 3 dias.8. Dificuldade para defecar ou urinar ou permanência prolongada na vasilha sanitária.9. Mudanças nos hábitos de defecar e urinar, principalmente se urina ou fezes forem encontradas fora da vasilha.10. Claudicações (“manqueiras”) que perdurem por mais de 5 dias ou quando presente em mais de um membro.

11. Notável redução na visão, especialmente se as pupilas não contrairem com a presença da luz.12. Massas, ulcerações (feridas abertas) ou múltiplas crostas

sobre a pele que perdurem por mais de 1 semana.13. Odor ruim na boca ou salivação que perdure por mais de 2 dias.14. Aumento no tamanho do abdo-men.15. Aumento na inatividade ou nas horas de sono.16. Perda de pêlo, principalmente se acompanhada por coceira ou se em áreas específicas (de maneira oposta a um quadro generalizado).17. Respiração difícil ou rápida duran-te o repouso.18. Dificuldade de mastigação ou in-gestão de ração seca.

dentro da vasilha sanitária. 7. Não deixe que outros animais impe-çam seu gatinho de ter livre acesso à vasilha de água e comida. 8. Mantenha seu gato dentro de casa o máximo possível, mas ao menos à noite. 9. Elimine regularmente parasitas, incluindo pulgas, carrapatos, vermes intestinais e vermes do coração.

10. Pese seu gato na mesma ba-lança e registre o peso a cada 60 dias. Tanto o ganho quanto a perda de peso são importantes. A obesidade é uma condição séria que tem se tornado cada dia mais comum dentre os felinos.11. Dentes limpos são essenciais para se manter uma boa saúde. Geralmente limpezas anuais ou a cada 2 anos são necessárias.12. Diferentes fases da vida e condições de saúde exigem dietas especiais. Solicite ajuda do seu médico veterinário para verificar a dieta adequada para o seu gato.

Por Vanessa Pimentel de Faria

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SAÚDE ANIMAL ■

Assegurar o bem-estar dos animais de estimação agora ficou mais fácil

Plano de saúde animal

Uma novidade para o mundo ani-mal vem facilitando o dia-a-dia dos donos de animais que se

preocupam em dar a eles uma vida sau-dável; os planos de saúde. Eles são uma maneira de acompanhar e cuidar de cães e gatos, por exemplo. Assim como os planos de saúde para pessoas, o plano de saúde para animais traz vantagens como evitar gastos não previstos com consul-tas e cirurgias de emergência. É também uma forma de acompanhamento médico com maior facilidade e praticidade para manter a saúde dos bichos.

Em Brasília, o Hospital Veterinário Arca de Noé oferece o plano de saúde Pet-Life, que cobre consultas, vacinas, cirurgias, internações, eutanásia, partos, tratamento dentário, exames laborato-riais, exames radiológicos. Quando a mãe é inclusa no plano, o filhote tem direito ao primeiro corte de cauda e a primeira vacina em um período de trinta dias.

De acordo com o Dr. Fábio Barreto, veterinário do hospital Arca de Noé, são atendidos em média vinte animais por dia, entre cães e gatos. Em muitos casos é necessário que o cão fique internado no hospital. Nos casos de internação, o plano cobre toda a medicação que é utilizada no animal.

O veterinário afirma, também, que existem vinte cães internados todos os dias, aproximadamente. Ele explica ainda que alguns cães passam um dia internados, mas existem aqueles que ficam sete dias ou até mais, dependen-do do caso. “A gente costuma deixar o menor tempo internado”, diz Dr. Fábio. Segundo ele, existem casos como infec-ção uterina, picada de cobra, fraturas, que levam mais tempo. Já nos casos de partos cesariana, de cadelas que têm di-ficuldade para parir em casa, o hospital faz o parto e, às vezes, a mãe fica apenas 24 horas internada.

O plano Pet-Life só é aceito no Arca de Noé, que abriga em sua estrutura dois

Por Roberta Bandeira Fotos Júlio Gomes

centros cirúrgicos, três consultórios, duas farmácias, laboratório, sala de limpeza de tártaro, sala de radiografia, sala para esterilização, gatil, internação, isolamento (para aqueles animais que estão com doenças infecto-contagiosas) e sala para banho e tosa. Esse último serviço não é incluso no plano de saúde, assim como cirurgias estéticas.

Fidelidade

Acompanhamento médico efetivo e trabalho de forma preventiva é o foco da Clínica Big Dog que criou o Programa de Atendimento Continuado. “Muita gente perguntava se aqui tinha plano de saúde; então, resolvi criar esse programa para fidelizar os clientes daqui”, conta o veterinário responsável pela clínica, Dr. Kleber Felizola.

O Programa de Atendimento Conti-nuado é também uma espécie de plano de saúde, mas como os cães e gatos só podem ser atendidos na clínica Big Dog, Dr. Kleber decidiu chamá-lo de plano de fidelização. “O cliente gosta do atendi-mento e adere ao plano”, conta o vete-rinário. A partir do momento da adesão coloca-se um microship no animal para identificá-lo quando for à clínica.

A Big Dog funciona 24 horas e

atende cães e gatos do Lago Sul e con-domínios, Águas Claras, Guará, Asa Norte, entre outros. Há 25 anos na área, o veterinário e criador da raça Bulldog Inglês acredita que o programa ajuda a manter o animal saudável. “Ele vem aqui todo mês, tem um acompanhamen-to, um trabalho de forma preventiva”, afirma Dr. Kleber. O veterinário ga-rante que quando calculados os gastos com consultas, medicação, internação e cirurgias é possível identificar que os planos de saúde são mais econômicos para o bolso daqueles que criam cães e gatos. Além disso, é possível acom-panhar a saúde do animal com maior freqüência. ■

Serviço:

Plano de Saúde Pet-LifeArca de Noé Hospital VeterinárioSHIS QI 25 Bloco E Loja 70, Subsolo – Lago Sul(61) 3367-3232

Programa de Atendimento Continu-adoClínica Veterinária Big DogSMDB Conjunto 12, Bloco D Loja 05 – Lago Sul(61) 3366-3131

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BOM PRA CACHORRO ■

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Eficaz método de controle da Leishmaniose utiliza Tecnologia Recombinante e promete evitar o sacrifí-cio de milhares de cães

Vacina que combate aleishmaniose caninachega a Brasília

Uma vacina considerada inovado-ra por garantir a proteção eficaz contra a Leishmaniose Visceral

Canina já está disponível para comer-cialização na cidade. A Leish-Tec, sur-gida de uma parceria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com a indústria veterinária da Hertape Ca-lier Saúde Animal S/A, é produzida na única planta exclusiva para a produção de vacinas recombinantes, localizada no município de Juatuba, a 45 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Fo-ram investidos mais de R$ 20 milhões

da empresa em pesquisas científicas. A Leish-Tec será comercializada exclusivamente para médicos veteri-nários, sendo encontrada somente nas clínicas. A vacina promete imunizar o animal e impedir que ele se torne reservatório de parasita. “Por se tratar de uma zoonose - doença transmitida dos animais para o homem - vacinando vamos diminuir a incidência de Leish-maniose nos seres humanos”, explica o veterinário e gerente de produtos da Hertape Calier, Vinícius Hermont. Entre os principais diferenciais da vacina estão a tecnologia empregada na sua produção, baseada na moderna técnica de Biotecnologia Molecular, que fornece ao produto recombinante diversas vantagens: a sua composição, formada pela proteína A2 - eleita como um dos melhores antígenos capazes de induzir resposta imune protetora contra Leishmaniose Visceral Canina; a res-posta imune induzida, que faz com que o animal, mesmo depois de vacinado, continue negativo nos exames soroló-gicos utilizados para diagnóstico da doença, não interferindo nos inquéritos

epidemiológicos realizados e o fato dela não oferecer reações adversas de nenhuma natureza (dor, queda de pelo no local, prostação, etc).

Transmissão

A Leishmaniose, doença ainda sem cura, é transmitida pela picada do flebótomo (inseto também conhecido por mosquito-palha) infectado que afeta o homem e, particularmente, o cão doméstico, desenvolvendo lesões na pele (Leishmaniose Tegumentar)

Por Vinícius Junqueira Hermont Imagens Divulgação

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anúncioPremipet

ou envolvimento visceral genera-lizado (Leishma-niose Visceral). É curioso lembrar que as fêmeas des-tes flebotomíneos possuem caráter oportunista, no qual uma ampla variedade de ver-tebrados faz parte de sua alimentação no meio ambiente, aumentando assim os reservatórios da doença. Outro as-pecto importante está no fato de o inseto não se re-produzir na água e sim em matéria orgânica em decomposição, dificultan-do ainda mais o seu combate.

Nos cães, a doença é sistêmica, crô-nica, e leva o animal à morte. A doença, em geral, afeta cães sadios ao contrário do que ocorre em humanos. Após ser contaminado, o animal pode demorar de 2 meses até 6 anos para apresentar

os sintomas clínicos da doença. Em geral, os animais podem apresentar emagrecimento, apatia, fraqueza, queda de pelo, descamação e lesões de pele, feridas que não cicatrizam, cres-cimento exagerado das unhas, aumento e disfunção dos órgãos internos como fígado e baço, dentre outros, levando

o animal à mor-te. No Brasil, o tratamento contra a Leishmaniose Visceral Canina não é recomenda-do pelo Ministério da Saúde e Minis-tério da Agricul-tura e os animais infectados devem ser sacrificados. Para minimizar a possibilidade de infecção, é neces-sário associar uma série de medidas preventivas como aplicação ou uso de repelentes quí-micos ou naturais nos animais, facil-

mente encontrados no mercado vete-rinário sob formas de coleiras, sprays, xampus, dentre outros; dedetização do ambiente peridomiciliar, mantendo o ambiente sempre limpo, livre de folhas e matéria orgânica em geral; instalação de telas protetoras nos canis; dentre outras. ■

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PROPAGANDA E MARKETING ■

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anúncioFace

Bruno

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TÁ LENDO O QUÊ? ■

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“Esta obra está dividida em 4 partes: Técnicas fun-damentais para tratar com as pessoas; Seis maneiras de fazer as pessoas gosta-rem de você; Como fazer as pessoas pensarem do seu modo; Seja um líder. Indispensável à pessoa inte-ressada em fugir do “lugar comum” e conquistar novos espaços.“

Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas

Carnegie Dale

Jones AlvesEmpresário

Eminência PardaAldous Huxley

Ricardo FenelonDermatologista

Os Segredos da Mente Milionária

T Harv Eker

Natal FuruchoDiretor Record Brasília

O Ponto de MutaçãoFritjof Capra

João Teodoro da SilvaPresidente do Cofeci(Conselho Federal de

Corretores de Imóveis)

“Tendo como cenário a França de Luis XIII, conta a história do frade francis-cano Joseph, assessor mais próximo do cardeal de Ri-chelieu, e como eles atuam nos bastidores da política. O livro aborda o Poder, ques-tionando se é um mandato outorgado por Deus, se é missão ou se é um produto do metabolismo de algumas céluas que se impõe sobre os demais”.

“È um livro que nos ajuda a ver o dinheiro de forma diferente e a adotarmos hábitos de pessoas bem-sucedidas.”

“É uma digressão sobre a história da ciência no mun-do. A narrativa começa há uns 300 anos, ali por 1.700, quando se iniciam as gran-des descobertas científicas. Passa por Newton, Ke-pler, Copérnico, Descartes, Einstein e outros. O livro disserta sobre a seqüência dos acontecimentos. Tem afinidade com Física Mate-mática, Filosofia”.

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anúncioWorld Study

(antigo)

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FRASES ■

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anúncioMaravilha Noivas (rs

cerimonial)Bruno

O amor é como capim: você planta e ele cresce. Aí vem uma vaca e acaba com tudo.

Estamos numa época em que o Fim do Mundo não assusta tanto quanto o Fim do Mês

Quer conhecer sua namorada... CASA! Quer conhecer tua mulher... SEPA-RA!!!

Quando me casei, descobri a felicidade.

Mas aí, já era tarde demais....

Casamento é uma tragédia em dois atos: civil e religioso

Status é comprar uma coisa que você não quer, com um dinheiro que você não tem, para mostrar pra gente que você não gosta, uma pessoa que você não é.

Feliz é aquele que é tão bonito quanto a mãe acha que é. Tem tanto dinheiro quanto o filho dele acha que tem. Tem tantas mulheres quanto a mulher dele acha que ele tem. E é tão bom de cama como ele acha que é.

Quem trabalha muito, erra muito. Quem trabalha pouco, erra pouco. Quem não trabalha, não erra.. E quem não erra... é promovido.

Casamento é igual piscina gelada. Depois que o primeiro tonto entra, fica falando para os outros: Pula que a

água tá boa.

Um cigarro encurta a vida em 2 minu-tos... Uma garrafa de álcool encurta a vida em 4 minutos... Um dia de trabalho encurta a vida em 8 horas.

Se você é capaz de sorrir quanto tudo deu errado, é porque já descobriu em quem pôr a culpa.

90% do meu dinheiro eu gasto com be-bida.. Os outros 10% são do garçom

Eu bebo pra ficar ruim mesmo... se fos-se para ficar bom eu tomava remédio.

Se não puder ajudar, atrapalhe; afinal, o importante é participar. Errar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico.

Casar é a metade do divertimento pelo dobro do preço.

Todos os cogumelos são comestíveis... porém alguns só uma vez.

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DIZ AÍ, MANÉ ■

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anúncioTraje

Bruno

Pérolas de vestibularLavoisier foi guilhotinado por ter in-ventado o oxigênio.

O nervo ótico transmite idéias lumino-sas ao cérebro.

O vento é uma imensa quantidade de ar.

O terremoto é um pequeno movimento de terras não cultivadas.

Os egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos pu-dessem viver melhor.

O problema fundamental do terceiro mundo e a superabundância de neces-sidades.

O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes se afoga-vam dentro d'água.

A principal função da raiz é se enter-rar.

A igreja ultimamente vem perdendo muita clientela.

O sol nos dá luz, calor e turistas.

As aves têm na boca um dente chamado bico.

A unidade de força é o Newton, que significa a força que se tem que realizar em um metro da unidade de tempo, no sentido contrário.

A febre amarela foi trazida da China por Marco Pólo.

Os ruminantes se distinguem dos outros animais porque o que comem, comem por duas vezes.

O coração é o único órgão que não dei-xa de funcionar 24 horas por dia.

Quando um animal irracional não tem água para beber, só sobrevive se for empalhado.

A arquitetura gótica se notabilizou por fazer edifícios verticais.

A diferença entre o Romantismo e o Realismo é que os românticos escrevem romances e os realistas nos mostram como está a situação do país.

As múmias tinham um profundo co-nhecimento de anatomia.

O batismo é uma espécie de detergente do pecado original.

As plantas se distinguem dos animais por só respirarem à noite.

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anúncioVia dos pães

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O cooperativismo emtempos de Obama

Benedito Faustino

PONTO DE VISTA ■

Podemos esperar grandes mu-danças na economia mundial após a histórica posse do 44º

presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama. Chefe da maior nação do planeta, ele representa profundas mudanças e se lança a desafios difí-ceis de superar, como o de dar fim à mais profunda crise financeira dos Estados Unidos em 30 anos. Como bandeira, ele também promete lide-rar os chefes de estados do mundo todo em prol da tão sonhada justiça sócio-econômica nos países em de-senvolvimento, o que indiretamente deve abrir novas oportunidades para o cooperativismo de crédito.

Obama bem sabe que os bancos privados foram os grandes vilões dessa crise alimentada pela irres-ponsabilidade de um crédito fácil

sem lastro. Nas últimas três déca-das, nos Estados Unidos,

a parcela do lucro do setor financeiro

sobre o lucro total avançou de 10% para cerca de 50%. Na verdade estas instituições praticavam um vale-tudo, coisa que jamais aconteceria com as cooperativas de crédito. Diante disso, foi difícil combater essa ciranda, mas mesmo assim as cooperativas sempre agüentaram firmes. Nos EUA as co-operativas conseguiram suprir as fa-lhas de mercado, prestando serviços que não eram oferecidos pelo governo ou pelas empresas privadas. Para se diferenciarem da concorrência, conseguiram garantir preços compe-titivos e retorno financeiro. As coo-perativas setoriais norte-americanas conquistaram até isenção de imposto de renda para a sobra de produtos e a elaboração de uma Lei Antitruste.

Agora, o presidente americano terá que renovar a política fiscal para “limpar” o lixo de papéis podres acumulados nos últimos anos e au-mentar rapidamente a renda pessoal disponível, abrindo novos espaços para o consumo globalizado. Obama vai lutar para recuperar a confiança de consumidores e investidores, a partir da recuperação da saúde o sis-

tema financeiro de seu país, o que necessariamente vai acalmar o

resto do mundo

Barack Obama assume com o desafio de viabilizar uma equação em que consumidores e investidores sejam tratados como cidadãos iguais. Nós, cooperativistas, sabemos de cor e salteado essa lição! Percebendo isso, os investidores se voltam para ativos financeiros de menor risco e é por isso que as cooperativas de crédi-to aparecem como alternativa segura, porque não possuem grande risco de liquidez. Eles sabem muito bem que podemos ser uma ponte para trans-ferência de aplicações de alto risco praticadas pelos bancos tradicionais para investimento de renda fixa em qualquer cooperativa, ou seja, uma alternativa bastante segura.

Por fim, é justamente neste ce-nário que as cooperativas terão que brilhar. Não somente o novo presi-dente americano, mas os dirigentes do mundo inteiro sabem que é preciso criar mecanismos para incentivar uma melhor distribuição da renda produzida, o que inclui uma nova abordagem para os subsídios aos pobres, ao sistema público de saúde e de previdência, assim como à repre-sentação política dos trabalhadores, ou seja, exatamente o que reza a nossa cartilha...

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