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REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE Ano lV Número 15 Outubro de 2016 a Janeiro de 2017

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REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSEAno lVNúmero 15Outubro de 2016 a Janeiro de 2017

EDITORIAL

A revista Dhâranâ on-line vem ao público brasileiro e internacional mostrar um pouco do conhecimento eubiótico, extraído do imenso acervo que reúne as ciências, a história e as tradições de sabedoria do Oriente e do Ocidente. Tal conhecimento, profundo e revelado pelo insigne Professor Henrique José de Souza, fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose (SBE), traz a luz sobre o viver em sintonia e harmonia com as Leis Universais, o que definitivamente desmistifica a antropomorfização do Deus das várias religiões, tendo como princípio religar o homem vulgar ao divino, conforme a inscrição na entrada do templo de Apolo em Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”, e transformar a vida-energia em vida-consciência através da busca incessante pela Verdade. Essa busca é uma batalha de grande fôlego entre o conhecimento acadêmico da ciência oficial, contemporânea multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar e o conhecimento ocultado nas “escolas iniciáticas” acerca das tradições e sabedorias do Oriente e Ocidente ou “ciências das idades”. Tal busca traduz-se conforme a expressão do Professor Henrique José de Souza: “A aquisição da verdade é o mais elevado dos ideais humanos”, e segundo declaram outros Iluminados: “...é uma conquista inabarcável numa única vida”. O ambiente do novo milênio (século XXI) vem promovendo uma revolução no pensamento através do ganho de consciência para transformar e superar a ignorância científica, o fanatismo religioso e o egocentrismo materialista, causadores de todos os grandes males e problemas que afligem a humanidade, e que ao longo da história obscureceram a cultura da Paz, do Amor e da Sabedoria. A ignorância é certamente uma penúria para a mente humana, pois está alicerçada no medo da morte e na dúvida sobre a natureza da vida. Com as descobertas científicas, o que eram teorias hipotéticas ou dúvidas sobre a natureza ponderável e/ou imponderável manifestada no grande Cosmo, passam a ser verdades incontestáveis, e corroboraram as grandes tradições de sabedoria ou ciência das idades, difundidas no programa de iniciação eubiótica da SBE. Nesta edição da Dhâranâ on-line serão apresentadas páginas de história escritas por destacados apoiadores da missão do Professor Henrique José de Souza, agindo como protagonistas dos movimentos culturais e escolas iniciáticas em todos os continentes, abordando os vários ramos do Conhecimento. As ciências, as artes, as filosofias à luz da Eubiose irão influenciar fortemente nos estudos comparados para a formação da juventude e buscadores da Verdade, além de contribuir com um ingrediente inovador nos conteúdos das escolas, universidades, institutos de ciências e filosofias, fundações filantrópicas, organizações de governo e da sociedade civil.

Por Ronaldo Lyrio Borgo

4A Queda do Tibete e a Missão da S.T.B (SBE)

Por Henrique José de Souza

10O Egito (Parte 1)

Por Antônio Castaño Ferreira

16Excertos Poéticos de

Guerra JunqueiroPor Celso Agostinho

21Sinarquia Americana

Por Ronaldo Lyrio Borgo

27Aspectos da transição

de Eras Peixes-Aquário e o Capítulo da Adaptação

para SustentabilidadePor Ronaldo Lyrio Borgo

7O Que é Religião?Por Sebastião Vieira Vidal

15O Divino e o HumanoPor Sri Aurobindo

19Pensamentos Espiritualistas

26Pensamentos Filosóficos e Científicos

Sumário

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Quem está acompanhando os horrores que se dão no Tibete, como Telhado do Mundo, julga que se trata de um fenômeno natural à época que estamos atravessando em relação do Comunismo querendo invadir os países do Oriente. Acontece, porém, que as próprias tradições daquele País e da Mongólia já falavam sobre o fato há muitos séculos, sem falar em velhos livros, como por exemplo, o Vishnu-Purana, cuja profecia principal merece ser aqui transcrita: “Nos dias em que os mlechchas (estrangeiros) forem senhores das margens do Indo, Cachemira e Chandrabagha, aparecerão monarcas de mau espírito, gênio violento, mentirosos e perversos. Eles darão morte às mulheres, às crianças e aos próprios animais. No entanto o seu poder será limitado. Suas vidas serão curtas, embora seus desejos insaciáveis. Gentes de vários países, com eles se misturando, seguirão o seu exemplo. Os puros são desprezados. E com isso o povo perecerá, porque os mlechchas ou bárbaros, estarão nos extremos, enquanto os verdadeiros ários estarão no centro. A riqueza e a piedade diminuirão cada vez mais, até o mundo entrar em completa degradação... Então, somente a fortuna dará valor aos homens; ela será a única fonte de devoção. A paixão animal será o único laço de união entre os sexos. A falsidade, o único meio de vencer as contendas; as mulheres, mero objeto de satisfação sexual. A exterioridade, o único sinal de distinção entre as camadas. A falta de honradez, o mais prático meio de se ganhar a vida. A debilidade trará consigo a dependência; a ameaça e a ostentação suplantarão a verdadeira Sabedoria. A mais desenfreada liberdade não permitirá outras aspirações mais dignas. A riqueza dará ao homem a reputação de puro e honesto. O matrimônio não passará de simples negócio. A razão estará sempre do lado mais forte. E o povo, esmagado pelo peso da enorme carga, começará a emigrar de lado para lado... E assim, na Idade Negra, a decadência moral continuará a sua marcha, até que a raça humana se aproxime da sua extinção.

Quando o fim de tal idade estiver próximo, descerá sobre a Terra uma parte daquele Ser Divino, que existe em sua própria natureza espiritual, dotado das Oito faculdades supremas. Ele restabelecerá a justiça na Terra, e as mentes dos que viverem até o fim, serão tão puras como o cristal. Os homens, assim transformados, serão como SEMENTES DE UMA NOVA RAÇA, que seguirá as leis da Idade de Ouro ou da Pureza, para transformar o mundo. Dois elevados Seres, dois DEVAPIS, volverão à Terra, para felicidade dos homens”. Interessante também é a profecia do “Rei do Mundo” narrada por Ferdinand Ossendowsky em seu livro Animais, Homens e Deuses: Cada vez mais os homens esquecerão as suas almas, preferindo ocupar-se de seus corpos. A maior corrupção reinará sobre a terra. Os homens tornar-se-ão idênticos aos animais ferozes, embebidos no sangue de seus irmãos. O Crescente se aniquilará e seus adeptos sairão em miséria e guerra perpétua. Seus conquistadores serão iluminados pelo Sol, mas não se elevarão duas vezes; acontecerá a maior das desgraças, que culminará em injúrias diante dos outros povos. As coroas dos reis, grandes e pequenos, cairão: uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito... Haverá uma guerra terrível entre todas as nações. Os oceanos se tingirão com o sangue de irmãos contra irmãos, A Terra e o fundo dos mares ficarão cobertos de ossadas... Povos inteiros morrerão de fome, ou por moléstias desconhecidas, ou pela prática de crimes não previstos nos códigos com que se regem os homens, e isto por nunca terem sido vistos iguais na terra... As maiores e as mais belas cidades serão destruídas pelo fogo. O pai se revoltará contra o filho, o irmão contra o irmão, a mãe contra a filha. O vício, o crime, a destruição do corpo e da alma continuarão a sua rota fatal... As famílias serão divididas... O amor e a fidelidade desaparecerão, porque a prostituição reinará até nos lugares mais sagrados... Em dez mil homens, um só viverá, mesmo assim, louco e sem forças, não encontrando habitação nem alimento.

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Toda a Terra ficará deserta. Deus lhe voltará as costas. Sobre ela cairá o espesso véu da noite e da morte... Então enviarei um POVO, agora desconhecido, que, com mão firme, arrancará as más ervas da loucura e do vício. E CONDUZIRÁ AQUELES QUE FICAREM FIÉIS AO ESPÍRITO DE VERDADE NA BATALHA CONTRA O MAL. Eles fundarão uma nova vida na Terra, purificada pela morte das nações...” Convém lembrar o leitor que esta profecia foi feita há mais de meio século, no mosteiro de Narabanchi, na Mongólia Exterior. Nos preceitos de TSONG-KHAPA (fundador do Lamaísmo), há uma profecia de grande valor... “que a Terra Sagrada de Bod-Yul (Tibete) seria inacessível aos estrangeiros até o dia que PANTCHE-RINPOCHÊ se reencarnasse no País de PHELING-PA (Ocidente), para aí disseminar a Lei do TATÂGATA. Nesta, ocasião um grande movimento renovador terá início, para além das águas negras de KALAPANI (Atlântico)”. Realmente inútil e sacrílega é a comédia que se representa desde aquela época (1921) no Tibete, como em todo o Oriente. Comédia essa tecida pela política de alguns “lamas” cobiçosos do País das neves eternas, mas já começaram a apelar para os homens do Ocidente. Sim, um grande movimento espiritualista se iniciou em 1921, no Brasil, trasladando para estas plagas o “Teto do Mundo” conforme depoimento que transcrevemos e que para isto estamos autorizados: “Em setembro de 1933, visitou a Chefia Suprema da Sociedade Teosófica Brasileira, um SER de alta hierarquia espiritual, Secretário particular de S.S., o Chefe do Lamaísmo Tibetano, conhecido com o precioso nome de DALMA DORGE, que além de ser o portador de determinada relíquia para a Obra em que a Sociedade Teosófica Brasileira está empenhada, relatou ao Dirigente da mesma última visão do 31º e último Budha Vivo, S.S. Djebtsungu Damba Hutuktu Khan, Bogdo Ghen-Ghen, pontífice de Ta Kure. Num belo dia de setembro de 1921, o Bem-Aventurado Budha Vivo recuperou sua visão física, o que havia perdido há muitos anos, ou seja. desde 1883. Mandou chamar em seu Santuário particular, em Urga, todos os Marambas (discípulos). Ordenou que estendessem no assoalho um tapete de cor azul índigo. Pediu que queimassem perfume conhecido com o nome de Fatyl, a fim de preparar a ambiência ritualística. Logo após ter iniciado o Cerimonial, o Bogdo Ghen-Ghen chamou a atenção dos Marambas para o centro do Santuário. A seguir, do centro do tapete ergueu-se magicamente, uma Montanha, por cujas encostas dois Cavaleiros subiam, até quase ao cume. De súbito, os Dois Seres se prostraram de joelhos sobre uma Pedra diante de um Círio aceso. Com enorme agilidade, Sua Santidade ergueu o braço direito e, com o indicador, apontando para o Ocidente, disse:

“EIS MEUS SUCESSORES, A QUEM PASSO MEU MADEIRO. SOBRE AMBOS PAIRA O CAVALEIRO DAS IDADES, MONTADO EM SEU CAVALO BRANCO. MAIS ACIMA ESTÁ A MAJESTOSA EFÍGIE DAQUELE QUE VIRÁ COMO CHENRAZI, O ESPÍRITO MISERICORDIOSO DA MONTANHA, CUJO NOME É MAITREIA BUDA, OU O CRISTO UNIVERSAL.” “Vamos preparar nossas relíquias, Livros Sagrados, objetos e símbolos, porque as nossas terras serão invadidas por gentes de outras plagas, que virão destruir nossas tradições, nossos Templos, nossas bibliotecas, carregar nossos bens e matar nossos filhos”. Neste Santo momento lançou sua Bênção para todo o Mundo. Como despedida do cenário humano, saiu em procissão pelo Tibete, durante vários dias. Por onde passava, fazia cura de cegos, paralíticos e doentes portadores de moléstias incuráveis. Antes de deixar o Tibete, encarregou seus Ministros ou Colunas particulares (J. e B.), Jahantzi e Kampo Ghelung, de manter sua tradição e orientação espiritual, a fim de não prejudicar a evolução espiritual daquele povo. Pediu a DALMA DORGE que mantivesse guarda a determinado objeto que deveria ser trazido na época para o OCIDENTE. Estes foram os últimos dias do Budha Vivo da Mongólia – Takura Bey, que levou em seu magnânimo Coração o EX ORIENTE LUX, porque deste momento em diante o ciclo passou a ser do EX OCIDENTE LUX. Desde 1921 as Consciências ou Divinas Essências que animavam Aquela Corte Tibetana de nobres e ilustres Marambas, começaram a projetar-se nas mentes do Filhos do Ocidente. A sublime imagem daquele Santo Ancião, embora tenha deixado o cenário humano, não abandonou, entretanto, os nossos Corações ocidentais. Com uma precisão matemática, suas profecias vão se realizando no Oriente, e suas visões se objetivando rapidamente. O que outrora era tomado como símbolo, hoje é dura realidade. Observando as coisas com olhos da Iniciação, verificamos que o Oriente de hoje se ocidentalizou com as artes bélicas, com a ciência positiva e materialista característica do pensamento e temperamento ocidental, ao passo que o OCIDENTE está aos poucos se orientalizando com as Filosofias e conhecimentos das Tradições exotéricas e esotéricas do Oriente. As Consciências esclarecidas do hemisfério oriental estão voltadas para as nossas plagas. Os mistérios guardados ciosamente no Coração dos Transhimalaios, estão aos poucos sendo transladados para o âmago dos Templos ocultos em... Cordilheiras Americanas. A tradição do Monte Meru já cedeu lugar à dos Montes Ararat no Roncador e MOREB nos contrafortes da Mantiqueira. Isto posto, podemos dizer que o Himalaia e a Mantiqueira se consorciaram, cujo himeneu dará ao Mundo Aqueles que realizarão a CONCÓRDIA UNIVERSAL.

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Quando em 1924, com o seu primitivo nome de DHÂRANÂ, a SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA caminhava para seus altos desígnios, recebeu do Oriente a seguinte mensagem que mais uma vez trazemos a público: “Salve DHÂRANÂ, rebento novo, mas vitalizado pela uberdade do Tronco Gigantesco donde nasceste. Vieste do ORIENTE, como uma rama extensa, florescer as mentes dos filhos deste País grandioso, que já tiveram a dita de ouvir o cantar mavioso da AVE CANORA, que lhes segreda internamente, amor a todos os seres. Os teus triunfos já são cantados em melodiosas estrofes no grande concerto universal da CADEIA SETENÁRIA, porque TU, excelsa Potência criada pelos teus próprios esforços, começaste a dar crescimento, nas tuas poderosas hastes, às folhagens verdejantes, onde amarelados frutos serão colhidos por todos aqueles que se acham, famintos e perdidos, na grande floresta da vida. E assim, com as cores do Pavilhão da Pátria de teus Filhos, também tu, DHÂRANÂ, terás o teu Hino glorioso cantado pelos Querubins que adejam em torno da Silhueta majestosa do SUPREMO INSTRUTOR DO MUNDO”. Tão excelsa mensagem, que foi enviada do ORIENTE, é uma verdadeira Apoteose ao Continente Americano, dando ao BRASIL o seu lugar de destaque, pois como disse muito bem o Presidente da Sociedade Teosófica Brasileira, Prof. Henrique José de Souza: “BRASIL, Terra do Fogo Sagrado, tu és o Santuário da Iniciação moral do gênero humano a caminho da sociedade futura”.

Texto publicado originalmente em:Dhâranâ nº 9 e 10 – Março a Junho de 1959 – Ano XXXIV

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O queReligião?

P O R S E B A S T I Ã O V I E I R A V I D A L

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O termo religião vem do latim e que quer dizer religar; ligar novamente o emocional com o mental de maneira consciente. Para que a consciência da humanidade aflore ela é auxiliada por Seres, que embora sejam deuses, tomam forma física e habitam entre os homens. Estes Seres são chamados AVATARAS. Essa palavra vem do sânscrito: Ava – descida, Tara ou Thora – Lei. Portanto é a descida da Lei, que a tudo e a todos rege. O avatara se manifesta ciclicamente e de cada vez relembra o que disse anteriormente e acrescenta algo. Por trazer algo novo, alguma coisa que mexe com o mental, que obriga o homem a pensar, quebra a rotina os conceitos já estabelecidos, é sempre combatido, pois aqueles que se dizem doutores da lei não admitem nada que os venham contradizer ou inovar. Após a retirada do mundo físico do avatara, os seus seguidores começam a trabalhar no sentido de divulgar a nova doutrina. Passado algum tempo aparecem aqueles que querem tirar proveito material e modificam os conceitos deixados pela boca da verdade para adequá-lo às suas necessidades, deturpando tudo de bem, bom e belo, foi dito pelo precursor da doutrina. Para outros o bem material não é importante, mas sim sua satisfação de glória e de poder e mais uma vez fazem modificações nos conceitos originais. Surgem dessa maneira, as diversas religiões, criadas pelos seguidores do Avatara que nada tem a ver com o original. Cada um querendo ser a dona da verdade, cada querendo ser melhor que a outra, levando seus fiéis ao fanatismo a ponta de promoverem guerras religiosas. Como podemos observar, os Avataras não fundaram nenhuma das religiões existentes. Elas surgiram da ganância de alguns homens, da sede de poder de outros, firmando a doutrina religiosa através de suas personalidades, daquilo de mais grosseiro que possui, dando uma visão toda sua particular dos conceitos emitidos pela boca do Avatara quando de sua passagem pela face da Terra, colocando na doutrina suas mazelas, seus conflitos interiores, tornando tudo muito dogmático para esconder seus próprios defeitos. Os homens, com sua cegueira, perdem a oportunidade de ouvir diretamente da boca do Deus feito Homem tudo aquilo que de verdade Ele possa transmitir, dirimindo as dúvidas diretamente na fonte, atrasando com isso a sua evolução, ele sempre será o que se diz em linguagem popular “Maria vai com as outras”, por não estar acostumado a ouvir a sua voz interior, a sua intuição, mas sempre seguir com a fé cega aqueles que lhes falam coisas já estabelecidas e já trabalhadas, desobrigando-o de pensar. Os Avataras sempre deixam marcada fortemente a sua passagem pela face da Terra e seus nomes são lembrados através dos milênios, tais como Krishna, a mais bela manifestação da divindade, Mahomé, Gautama, o Budha, Jesus, o Cristo e tantos outros de que nos fala a história. O mais recente Avatara foi o iniciado baiano, Prof. Henrique José de Souza que veio fazer a tônica da Era de Aquário, a tão propalada era de paz e tranquilidade para a humanidade. Legou-nos Ele um um conhecimento fabuloso e tudo por escrito para que não fosse possível a deturpação

que faz os seus seguidores. Para aqueles que buscam com sinceridade a verdade, é um manancial de conhecimento e sabedoria inesgotável. Após a passagem de um Ser dessa hierarquia entre os homens, o conhecimento puro, aquilo que Ele falou integralmente é conservado em escolas que se organizam nas chamadas “Sociedades Secretas” que promovem, em seus seguidores, a iniciação, fazendo com que o seu caminhar seja mais rápido e seus membros se coloquem à frente do caminhar da humanidade, podendo auxiliar aqueles que querem seguir o caminho da verdade, dando-lhes os ensinamentos da verdadeira religião, da religião-sabedoria. Aqueles que são detentores de tal conhecimento têm grandes chances de se colocarem acima do karma, pois, conhecendo a Lei, não mais errarão. Aqueles que seguem as chamadas religiões do mundo profano vivem na ignorância das leis divinas, pois, é necessário que assim se faça para maior facilidade de seus dirigentes moverem o seu rebanho como gado que é dirigido para onde manda seu dono e não a sua consciência. Pergunta-se por que a Lei que tudo rege permite esse estado de coisas. Tem uma explicação muito simples. Como a humanidade é dotada de um poder que se chama livre-arbítrio ela faz de sua consciência o que bem entende. Pois bem, nem sempre o resultado de sua ação é proveitoso e vai ocorrendo atraso em sua evolução. O ciclo avança, mas a humanidade não, e então surge a necessidade de existirem instituições adequadas ao mental de cada estágio evolucional dos homens, por isso são mantidas as religiões nas suas mais diversas formas até que surja a necessidade, dentro do Ser Humano, de procurar algo mais adequado ao seu novo estado de consciência. Assim ela vai pulando de degrau em degrau até que seus passos a conduzam a um colégio de iniciação aos mistérios maiores. O erro das religiões está em não propiciarem a seus membros condições de retirar o atraso evolucional, pelo contrário, fazendo-o ser maior ainda. A maioria da humanidade segue alguma religião, não por convicção, mas por comodismo, já que a família onde nasceu professa essa ou aquela, para ele tanto faz, pois considera a fé religiosa uma maneira de se redimir de seus pecados diários. Comete uma série de inconveniências durante todo o dia, faz as orações determinadas pela religião que professa e está livre de todos os pecados cometidos. Uma vez por semana ou com maior intervalo, segundo a sua conveniência, vai ao culto. A missa ou qualquer outro ritual e ali se acha em comunhão com Deus sem nada ter feito, nem em atos, nem em pensamentos, para que isso ocorra. Quando a consciência incipiente que ele tem o acusa de ter exorbitado, dá uma esmola generosa, ou à igreja ou a algum mendigo, e com isso acha que comprou o reino dos Céus para si. O temor de fazer oposição à crença da família onde nasceu, de falar algo novo com os amigos ou em seu ambiente de trabalho, com medo de ser ridicularizado,

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faz com que continue naquela mesma religião. Não encontra força para romper com os lagos de família em favor da sua evolução e assim continuando cada vez mais enredado nos dogmas e práticas religiosas arcaicas. Ele prefere se guiar pela fé que pela intuição. A fé é aquilo que é imposto, que é falado de fora para dentro. É tudo aquilo que faz parte do conhecimento externo, por isso chamado de exotérico, isto é, de fora. Acredita-se naquilo que é dito por outra pessoa igual a nós, gerando, dessa maneira, os dogmas, os tabus, as crendices, as simpatias e toda sorte de coisas sem explicação do porquê, apenas mandando que se faça. Já a intuição é tudo aquilo que brota de dentro do Ser Humano, fazendo com que ele tenha o conhecimento de dentro para fora, com que ele questione todas as informações que lhe são dadas e as sinta em sua mente e no seu coração antes de pô-las em prática como sendo verdadeiras. A intuição é o chamado conhecimento esotérico, pois ele vem de dentro, internamente. É o hálito divino que nos faz sentir como o próprio Deus. É a centelha divina manifestada no homem, é o seu próprio Deus interno, é o farol que nos guia nos labirintos da vida sem nunca perdermos o caminho reto. Enquanto a fé é o instinto que nos leva a agir a partir de conhecimentos e experiências dos outros, levando-nos a seguir informações que nos fornecem os sentidos, que são ilusórios, causando sofrimento e dor, gerando karma, a intuição é o instinto divino que nos leva a agir baseado em nossos próprios conhecimentos, no conhecimento da verdade das Leis que regem a natureza e o universo. Diz o teósofo Franu Hartmann: “O verdadeiro fim de um sistema religioso, deve ser, como pode uma pessoa desenvolver a potência de perceber a Verdade.

Pedir a alguém que acredite na opinião expressa por outro e que fique satisfeito com semelhante crença, é o mesmo que desejar que ele continue na ignorância, confiante mais em outro do que em si mesmo”. É aí que enquadramos os falsos profetas, os falsos messias, aqueles que fundam seitas, ou cultos de adoração a eles próprios como deuses absolutos. A verdadeira religião é a religião-sabedoria, aquela que permite ao homem falar ao Cristo no seu Deus interno. Religião é não só entender a verdade, mas percebê-la em sua mente e em seu coração. A verdadeira religião está em todos os ramos do conhecimento humano, seja nas artes, nas ciências exatas, na medicina, na filosofia, e muito mais. O erro da humanidade está em dissociar a ciência da religião pois só a integração das duas é que faz se chegar ao conhecimento da verdade com maior rapidez e eficiência e com menor esforço. Tenhamos sempre em mente que a verdadeira religião, aquela que faz o homem se reintegrar na sua origem, que faz o homem ser um com o universo, é a religião-sabedoria, aquela que explica a causa das causas e não pede somente que acredite por que sim. É a que faz o homem acreditar em si mesmo sem precisar de informação externa, é o homem se basta a si mesmo como o próprio Deus que lhe deu origem.

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A história da Civilização Egípcia abarca um período de cerca de 10.000 anos. Os 3.500 anos, referentes ao período pré-histórico, assim como os períodos em que o país esteve sob o domínio estrangeiro, não interessam diretamente à sua história. Sua civilização estendeu-se ao longo do rio Nilo pela facilidade de navegação que apresentava durante todo o ano e pela regularidade de suas inundações que, fertilizando suas margens, proporcionavam aí abundantes colheitas. As defesas naturais de seu território, cercado de desertos e de margens, numa época em que a navegação praticamente não existia, possibilitaram sua prodigiosa civilização. Concorreram, para que fosse conhecida sua história, dois fatores determinantes:1. A ausência de madeiras e demais materiais facilmente trabalháveis, comumente empregados em construção, o que lhes obrigou a empregarem a pedra em seus templos, túmulos, palácios e demais monumentos;2. Seu clima, excepcionalmente constante e seco, que preservou tudo que as areias encobriram, em sua forma primitiva. As demais construções residenciais feitas de barro, foram destruídas pelo tempo. Reinaram durante o Período Histórico do Egito, 30 dinastias. As divisões estabelecidas pelos historiadores e arqueólogos, quanto a estas dinastias, se apoiam principalmente nos fragmentos da história do Egito, escrita em grego, por Maneto de Sebenito (Mantoth), Sacerdote de Heliópolis, em meados do século III a. C. Esta história, compreendia os fastos dos reis desde a 1ª dinastia até Alexandre Magno. Entretanto, desta obra chegaram a nossos dias somente transcrições referentes a um terço do original. Possuíam os Egípcios profundos conhecimentos astronômicos, que lhes possibilitaram dividir o tempo de forma a que ora fazemos.

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Assim, seu dia tinha 24 horas, que subdividiam em minutos, segundos e terços de segundos. Sua semana constituída de 10 dias e o mês de três semanas. Seu ano inicialmente era constituído de 360 dias. Porém, no reinado de Pepi II, da VI dinastia, notaram que as estações já se achavam muito distanciadas das épocas devidas e então acrescentaram 5 dias complementares, que dedicaram ao aniversário de Osíris, Hórus, Seth, Ísis e Nethys, considerando, entretanto, estes dias de mau agouro. Dividiam o ano em três estações: a 1ª era Shat ou Ahket de 19 de julho a 15 de novembro, a época das inundações do Nilo; a 2ª de 15 de novembro a 15 de março; a 3ª de 15 de março a 13 de julho. Mais tarde, introduziram um dia de 4 em 4 anos devido ao acúmulo de erros entre o ano civil e o ano astronômico. Segundo o estudo interpretativo dos hieróglifos, foi estabelecida a tradição de uma origem oriental para a Civilização do Egito. Dizem ter vindo do país de Punt, provavelmente a Somalilândia uma invasão semítica. Supõem alguns egiptólogos que tivessem partido os invasores, que conquistaram o Egito no período que antecedeu as dinastias históricas da Antiga Caldeia, através do estreito de Bab-el-Mandeb. Outros dizem ter vindo os invasores através da península do Sinai. Existe ainda a tradição que diz serem os habitantes do Egito Pré-histórico, remanescentes da Atlântida, salvos da grande catástrofe que a destruiu. As escavações procedidas pelos arqueólogos no subsolo egípcio, trouxeram à luz do dia objetos do Período Paleolítico, tais como “achas”, machados de sílex e etc., o que prova Ter havido aí povoações na Idade da Pedra Lascada. Em outras escavações foram encontrados objetos do Período Neolítico, em quantidade mais abundante, tais como pontas de flechas, objetos de uso doméstico, cerâmicas de fina grã, completamente modeladas à mão, sem o auxílio da pedra. Os Egípcios das primeiras dinastias acreditavam ser divina a origem do rio Nilo. Diziam ser um braço celestial que cercava toda a terra. Nilo parece derivar-se de Nakhal, palavra semítica que significa rio e que os gregos transformaram em Neiles, e os romanos em Nilus. A ação fertilizante de suas cheias influiu profundamente na Teogonia Egípcia, sendo adorado como um deus (o deus Hap ou Hapi). Celebravam festas no mês de junho, denominadas “As Noites das Lágrimas”, supondo que o pranto de Ísis, lamentando a morte de Osíris, era o que produzia a inundação.

A cronologia do Egito difere profundamente, segundo os diversos autores. No período Pré-histórico ou Pré-dinástico temos os “Reis Divinos”, post-atlantes; os “Reis Menfitas” adoradores de Seth; e os “Reis Shem-su-Her”, ou adoradores de Hórus, O período histórico está dividido em três partes. A primeira, chamada pelos historiadores de “Antigo Império” compreende as dinastias de 1 a 10. A 1ª dinastia, cujo rei foi “Menés” ou Menás (Manu), iniciou seu reinado segundo alguns egiptólogos cerca de 3.000 a. C. e segundo outro no ano 5.500 a. C. Dizem ter o país sofrido nesta época uma invasão vinda do oriente, que trouxe como benefícios, principalmente novos métodos agrícolas para o preparo dos campos e o cultivo dos cereais, a arte da fabricação do ladrilho e a arte de escrever. Segundo a tradição, foi Menés o fundador da cidade de Mênfis, a capital do Antigo Império. O reinado de Nefer-Ka-Ra-Humi, último rei da III dinastia, marcou o término do período arcaico. A IV dinastia marcou o advento dos grandes construtores e conquistadores. Krhfu ou Cheops, Khafra ou Chefren e Mankaura ou Mikerinos, reis desta dinastia, foram segundo alguns, os construtores das pirâmides que tomaram seus nomes. A 11ª dinastia marca o início do Médio Império que se estende até a 17ª dinastia. Seu 1º rei foi Antef, o grande. Sua capital foi Tebas. Apontamos como fato interessante que nos relata a história, a expedição marítima que organizou o último rei desta dinastia, a Somalilândia (Punt) em busca de grande quantidade de mirra e outras resinas balsâmicas, indispensáveis ao preparo das múmias. A 15ª e 16ª dinastias foram constituídas de Reis Pastores, os Hicsos, que invadiram e conquistaram o país. Nada diz a história de feitos de valor durante o governo destes reis, o mesmo acontecendo com 17ª dinastia. A 18ª dinastia começou em 1.580 a. C. com Amasis I, ou Aahmés, libertador do Território Egípcio e fundador do Novo Império. Durante seu reinado, conquistou novos territórios na Ásia para o Império, incentivou o comércio, dando grande impulso às artes, às ciências e à literatura. Fez incursões na Síria onde conquistou os últimos baluartes dos Hicsos, os Reis Pastores, que continuavam a fomentar rebeliões. Sucederam-lhe reis e conquistadores que continuaram a manter forte o Império, entre eles Tutmosis III, que governou durante 53 anos, considerado pelos historiadores o maior de todos os reis do Egito.

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Do nosso ponto de vista, entretanto, o maior deles foi Amenhetep-Neter-Heq-Uast, Amenofis IV, Khuenaten ou Kunaton, filho de Amenofis III e da rainha Taia, que reinou do 1.400 a.C. a 1.384 a.C. Sobre este rei falaremos detalhadamente em uma aula futura desta unidade. Sucederam-lhe Tutankhamen e Ai, seus genros, que desfizeram sua obra. Com o reinado militar de Harmahib, terminou o governo desta gloriosa dinastia. Na XX dinastia, Ramsés III pôs termos às desordens e ao feudalismo existente, combatendo vitoriosamente a confederação dos filisteus com os reis de Creta e Chipre. Cometeu, entretanto, o erro de doar aos sacerdotes de Amon-Rá, cerca de 15% da área do país, assim como grande quantidade de cereais, gado e escravos. Com sua morte, o governo caiu nas mãos dos sacerdotes, que impunham sua vontade aos reis fracos que lhes sucederam, de Ramsés IV a Ramsés XII. Somente o XII conseguiu impor-se, assumindo as prerrogativas reais. A XXIII dinastia segundo alguns historiadores foi simultânea com a XXII. Durante o reinado de Peta Bast, os Sacerdotes de Amon-Rá abandonaram Tebas estabelecendo-se em Nápata, ao pé da 4ª Catarata do Nilo, induzindo a Pianki, rei Sudanez a invadir o Egito a fim de conquistar Mênfis. Pianki realizou a aventura, regressando, vitorioso a Nápata, onde construiu um templo dedicado a Amon-Rá, com o produto do sangue que realizou no Vale do Nilo. A XXV dinastia (Etiópia) foi iniciada por um invasor etíope, denominado Shabako. Queimou vivo seu antecessor, estabelecendo um governo forte. Governou sobre o Egito e a Etiópia. Caracterizou-se esta dinastia pelas lutas com a Síria e a Fenícia e a derrota que sofreu o Egito na luta com a Assíria, passando para seu domínio. A XXVI dinastia (Saita) iniciou com o reinado de Psametico I, 610 a.C., filho do governador assírio de Saís e de Mênfis. Conseguiu livrar o país do domínio assírio. Caracterizou-se esta dinastia por suas intensas lutas com os povos vizinhos e um verdadeiro florescimento das artes. Terminou esta dinastia com a derrota que sofreu seu último rei Psametico III, frente aos Persas dirigidos por Cambises, em Pelusium no ano 525 a.C. A XXVII dinastia caracterizou-se pelo domínio Persa que durou 110 anos. A XXVIII dinastia teve somente um rei, Armiteo ou Amyrtes que conseguiu livrar o país do jugo persa. A XXIX dinastia, que consta somente de três reis, nada apresenta de valor histórico. A XXX dinastia, também teve três reis, sendo o último Nectanebos II, que fugiu covardemente para a Etiópia, quando da invasão do país pelas hostes de Ochus que dominou o Egito durante 8 anos. Depois da batalha de Ísis, em que Alexandre Magno destruiu o exército de Dario III, o jovem vencedor foi recebido em Mênfis, como salvador do Egito, fundando, em 331 a.C., a cidade de Alexandria.

A XXXI dinastia, a dos Ptolomeus, foi estabelecida depois da divisão do Império de Alexandre por seus filhos, sendo entregue o governo do Egito ao general Ptolomeu Lago. Os Ptolomeus adotaram os costumes egípcios, respeitando a religião do país, sem, entretanto, permitirem aos sacerdotes imiscuírem-se em questões do estado. A língua oficial era o grego, sendo usada a língua egípcia somente para o culto religioso. Houve, durante esta dinastia, 24 reis. Terminou-a Ptolomeu XVI, Cesar, filho do ditador romano e de Cleópatra, eliminando a última aparência de independência depois da derrota de Marco Antonio por Otávio, em Actium, no ano 30 a.C., passando o Egito a ser uma província romana.

O DOMÍNIO ROMANO Durante este domínio, nenhum fato histórico de valor se passou no Egito, além das contínuas lutas e perseguições religiosas. Durou cerca de 670 anos, de 30 a.C. a 40 de nossa era. O domínio árabe abrange os dois períodos da história, conhecidos como Idade Média e Idade Moderna, isto é, de 640 a 1805, sendo conhecido na história do Egito, como o domínio do Califado. No período contemporâneo, ressurge o Egito Moderno com Mahemet Ali.

ARQUITETURA Do período arcaico pouco resta em estado de ser apreciado além dos túmulos e monumentos. As primeiras residências eram cabanas ovaladas, cobertas de cana ou junco assentadas nas paredes laterais de barro e no centro em uma coluna, que geralmente era um tronco de palmeira. As residências que lhe seguiram eram mais perfeitas. Os edifícios mais antigos que se conhecem no Egito são os túmulos, as fortificações de Ábidos e a pirâmide em degraus de Sahkarat, construídos de tijolos pelo rei Tcheser da III dinastia. A maior parte dos templos que encontramos no Egito foi construída durante o Novo Império e foram, sem dúvida, destruídos durante a invasão dos Hicsos, os Reis Pastores. Os templos do Novo Império apresentam colunas lavradas em baixo relevo, pintadas em cores vivas, como vermelho, azul, amarelo e verde. Os motivos principais dos relevos eram os feitos gloriosos dos reis que mandavam construir os edifícios. Durante a dinastia dos Ptolomeus, como nas últimas dinastias que lhes antecederam, o motivo religioso era o único empregado pelos decoradores.

AS ARTES No antigo Egito, as artes estiveram sempre ligadas à religião e às conquistas dos seus reis. Além da arquitetura monumental, destaca-se a escultura, a pintura mural e a cerâmica.

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Todos os túmulos dos reis tem suas paredes decoradas em baixo relevo, narrando suas vidas e seus feitos gloriosos. Os sarcófagos dos reis e grandes dignatários, descobertos nas escavações, apresentam suas faces finamente esculpidas, representando quase sempre as feições do extinto com uma fidelidade admirável. Os objetos de cerâmica encontrados nestes túmulos atestam a perfeição com que modelavam a cerâmica e o conhecimento da pintura a esmalte.

USOS E COSTUMES DO ANTIGO EGITO Baseados nos tesouros e inscrições encontradas nas escavações e túmulos egípcios, chegaram os arqueólogos e historiadores a reconstruir, de forma quase perfeita, a civilização daquele país, chegando com detalhes seus usos e costumes. Sobre o casamento, por exemplo, era comum realizar-se entre irmãos. Não adotavam a poligamia, mesmo quando esta não era proibida. A esposa era encarregada da direção da casa, tendo aí toda autoridade. Os Ptolomeus, apesar de sua origem grega, adotaram os costumes egípcios quanto ao casamento. O matrimônio era, principalmente, um convênio econômico, procurando os reis casarem-se com mulheres de fortuna para melhor assegurar seus direitos no trono. As crianças já, naquele tempo, possuíam brinquedos semelhantes aos atuais. Revelam este fato, as descobertas de túmulos, onde foram encontradas bonecas, elefantes, gatos, leões e outros animais com as mandíbulas móveis; além de bolas de papiro macerado, de couro, cheias de palha. As de classes elevadas, recebiam instruções nos colégios. O conhecimento dos escribas não era comunicado a qualquer pessoa; só o transmitiam a seus filhos, pois era uma chave que abria as portas aos melhores empregos. Os escribas se instruíam nas escolas dos templos, copiando e comentando os textos. Nas escolas do estado, os alunos aprendiam tudo o que se referia ao cuidado e irrigação das terras, agrimensura, aritmética, geometria e redação de correspondência oficial. A educação e instrução das escolas sacerdotais, eram bem diferentes. Ensinava-se aos neófitos os arcanos mágicos, cosmogonia, os textos religiosos, anais dos reis, os processos de embalsamamento e o significado do Livro dos Mortos. A vestimenta usada tanto pelos homens como pelas mulheres era de linho, pois que a lã era considerada “suja”. Suas sandálias eram feitas de tiras de palmeira trançada, ou de pele de gazela, ou de cabra. Cobriam a cabeça com o toucado característico, tão conhecido de todos pelas estampas de personagens do Egito. Os homens de posição usavam um bastão e os magnatas e grandes da corte usavam um colar de ouro, que era uma autêntica condecoração, pois indicava a hierarquia junto ao Faraó. Tanto os homens quanto as mulheres usavam toda a sorte de joias. As mulheres usavam pintura nos olhos, no rosto e nas unhas. A alimentação do povo humilde consistia de pão de centeio e de vegetais. O leite era alimento comum a todas as classes. As frutas e as carnes, eram abundantes na mesa dos abastados. Não davam nenhum valor ao peixe, nem ao porco; este último o consideravam um animal imundo. A bebida nacional, por excelência, era a cerveja, aromatizada com várias plantas que substituíam o lúpulo.

As classes ricas bebiam vinho de uvas fermentadas de certa classe de palmeiras. A caça e a pesca era o desporto predileto dos abastados. Entre as demais diversões dos egípcios, conta-se a dança e a música. Entre os jogos mais populares encontra-se uma espécie de damas, jogado em um tabuleiro algo diferente do atual, sendo também conhecido o jogo de dados. Usavam os egípcios, para escrever, pedaços de papiros, palheta, penas de canas, tinta e tinteiro. As folhas de papiros eram confeccionadas com o talo da planta do mesmo nome. Conta a literatura egípcia, com várias obras, entre a s quais, as mais importantes são: O Perem-rbu, o Livro dos Mortos, e Livro das Súplicas, ambos atribuídos a Thoth, o escriba dos deuses; as Lamentações de Isis e Nephtys; As Litanias de Seker; Que Floresça meu Nome, escrito durante a dominação romana, extraído de uma extensa súplica, conhecida desde os tempos da VI dinastia e o Livro da Travessia da Eternidade. Além destes papiros de textos religiosos, existe uma coleção muito grande de hinos, tratados de geometria; a série interminável de relações que existem entre os elementos da grande pirâmide quanto à geometria, atesta plenamente o profundo conhecimento que os egípcios tinham desta ciência. Pode-se presumir que o mesmo acontecesse com a aritmética. Os direitos dos homens e mulheres eram os mesmos desde os primeiros tempos históricos, podendo a mulher exercer qualquer cargo público até a própria investidura real. A influência semítica introduziu no Egito a poligamia, sendo constatados inúmeros casos em escavações de túmulos de reis, encontrando-se as múmias da primeira mulher “Nebtpa” e de outra proveniente de um casamento de segunda ordem. O adultério era punido com penas severas, tanto no homem como na mulher. Durante o período em que vigorou a poligamia, devia o homem, ao contratar o segundo casamento, dar uma indenização à sua primeira mulher. O divórcio antes da vigência do contrato oral, era pouco comum. As terras pertenciam ao Estado que outorgava ao cidadão o direito de utilização das mesmas, não, porém, o de propriedade.

Quanto ao direito penal, vemos no Egito o extremo rigor na punição dos crimes. Era cominada pena de morte para o perjuro e o assassino. O falso testemunho tinha como pena a extirpação das orelhas e do nariz. A falsificação de documentos e a espionagem eram punidas com o corte das mãos e da língua. Para os crimes menores usavam a tortura e exigiam o juramento de não reincidência na falta. A justiça era feita no Tribunal Supremo por um Presidente e 30 juízes, escolhidos entre destacados homens de Heliópolis, Mênfis e Tebas. A queixa, o julgamento e a sentença eram verbais, nada havendo escrito.

Nota: Nos próximos números serão publicadas:

Parte II - O Egito: As Lendas da Fundação do Egito, Os Monumentos,Os Templos, A Esfinge e as Pirâmides.

Parte III - O Egito:O Sistema Religioso do Egito,As três Tríades Divinas, O Panteon Egípcio.

Parte IV - O Egito:O Livro dos Mortos.

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Quanto ao divino e ao humano, trata-se de uma dificuldade fabricada pelo mental. Deus está presente no homem, e este, quando realiza e ultrapassa suas tendências e aspirações as mais altas, torna-se divino. Quando Ele desce e carrega o fardo cármico da humanidade a fim de soerguê-la, torna-se humano, para ensinar aos homens como tornarem-se divinos. Há, portanto, nele um duplo ser: humano visível e divino oculto. Se considerarmos o homem, examinando-o somente com a visão exterior, não veremos senão um homem; mas se buscarmos nele o divino, com olhos capazes de vê-lo, o divino será encontrado. A maneira que têm os homens de fazer as coisas e julgá-las está em relação com o que buscam por um gosto emocional ou uma perfeição humana mental. Quando alguns pensam na manifestação da Divindade, supõem que deva ser de uma perfeição absoluta, infalível nos prognósticos, insuperável nas ciências, nas artes, na política; ou que deva ser um deus etéreo, sem as necessidades e as injunções da contingência humana, mas com faculdades onipotentes. Isto, porém, nada tem de verídico com respeito às manifestações do Divino, com a presença dos Avataras. São errôneas essas conjecturas. Não se ab-rogam as leis eternas. A Divindade manifesta-se e age segundo outro estado de consciência, a Consciência Superior da Verdade e a inferior da do jogo da vida; atua consoante os imperativos da Lei da Evolução, cujos desígnios escapam ao raciocínio humano.

O D I V I N O

E O H U M A N OP o r S r i A u r o b i n d o

Abilio Manuel Guerra Junqueiro nasceu em 15 de setembro de 1850, em Freixo de Espada à Cinta, distrito de Bragança, Trás-os-Montes. Foram seus pais José Antonio Junqueiro Júnior e Ana Maria Guerra. Faleceu em Lisboa em 7 de julho de 1923. Casou-se com Dona Filomena Neves em 1880. O casal teve duas filhas: Maria Isabel e Júlia Francisca. Depois de estudar os preparativos no Porto, matriculou-se em 1866 na Faculdade de Teologia, da Universidade de Coimbra. Em 1868 matriculou-se na Faculdade de Direito, também da Universidade de Coimbra e terminou o curso em 1873. Em 1874 publicou “A Morte de D. João”, poema de ataque à burguesia dissoluta e um brado contra a figura do don juan, destruidor de lares. Em 1885 publicou A Velhice do Padre Eterno, livro duramente atacado pelos religiosos, principalmente católicos. Em sua defesa, no Prefácio, ele diz:

“Tenho uma crença firme, uma crença robusta Num Deus que há-de guardar, por sua própria mão, Numa jaula de ferro, a alma de Locusta, Num relicário d’oiro, a alma de Platão.”

E mais adiante: “No entanto também creio, embora isso vos pese E me julgueis talvez o maior dos ateus, Que Universo inteiro há uma só diocese, E uma só catedral com um só bispo: Deus.”

Sua última obra foi Prometeu Libertado, que ele não chegou a concluir. Numa conversa que teve com Luís de Magalhães, o Poeta disse as seguintes palavras referentes à obra Prometeu Libertado: “- E, se não fosse a infernal política, eu teria feito com ele um dos maiores poemas contemporâneos. Porque, creia V., a minha ideia era ‘genial’ e eu havia atingido a ‘onipotência’ da forma”.

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No canto I Prometeu e Jesus. Prometeu no Cáucaso e Cristo no Calvário – Diálogo entre os dois – Cristo quer levar o mundo para Deus – Prometeu quer destruir os deuses e fazer um deus de cada homem. No Canto II ele descreve o Sermão de São Paulo e termina com a seguinte quadra:

“Cruzes, cruzes sem fim, de cedro ou de granito, De topo em topo e monte em monte e serra em serra, Como braços de angústia abraçando o infinito, Como punhais de dor apunhalando a terra...”

Canto III – Prometeu desagrilhoado, escalou o Céu e matou os deuses. O Olimpo doravante será na Terra – Prometeu libertador, revelando, dominando e entregando aos homens as forças prodigiosas da natureza. A humanidade vai libertar-se. Cada homem será um deus. Canto IV – A Niilite – O Deus-Milhão onipotente e escravizando a humanidade, servindo-se das revelações e descobertas de Prometeu. O império do Deus-Milhão. Prometeu, indignado, vê que da sua obra resultou o despotismo, a tirania, a miséria, o crime, a devassidão. Não desanima. Os homens serão livres, serão iguais, serão fraternos. Prega a revolta dos escravos. A morte do Deus-Milhão. Triunfo da revolta. O saque e a partilha. Cada escravo, liberto, torna-se um tirano. A batalha infrene dos desejos e da animalidade demoníaca. As feras quebraram a jaula: libertaram-se? Não! Soltaram-se para se trucidarem, disputando a presa etc. A hecatombe da revolução. A anarquia sangrenta. O fecho da obra Prometeu: o Niilismo. Canto V – Cena final: Cristo aparece-lhe e converte-o. Prometeu cristianizado, exclama: “Só agora sou livre. Foi Jesus Cristo que me libertou”.

Principais obras de Guerra Junqueiro: Vozes sem Eco – 1867; Batismo de Amor - 1868; A Morte de D. João – 1874; O Melro – 1879; A Musa em Férias – 1879; A Velhice do Padre Eterno – 1885; Os Simples – 189; Oração ao Pão – 1902; Oração à Luz – 1904; O Caminho do Céu – 1925; Prometeu Libertado – 1926.

Algumas poesias do Poeta: Parasitas No meio de uma feira, uns poucos de palhaços Andavam a mostrar, em cima de um jumento Um aborto infeliz, sem mãos, sem pés, sem braços, Aborto que lhes dava um grande rendimento. Os magros histriões, hipócritas, devassos, Exploravam assim a flor do sentimento, E o monstro arregalava os grandes olhos baços, Uns olhos sem calor e sem entendimento. E toda a gente deu esmola aos tais ciganos: Deram esmola até mendigos quase nus. E eu, ao ver este quadro, apóstolos romanos, Eu lembrei-me de vós, funâmbulos da Cruz, Que andais pelo universo há mil e tantos anos Exibindo e explorando o corpo de Jesus.

O Genesis Jeová, por antiga alcunha – o Padre Eterno, Deus muitíssimo padre e muito pouco eterno, Teve uma ideia suja, uma ideia infeliz: Pôs-se a esgaravatar com o dedo no nariz, Tirou desse nariz o que o nariz encerra, Deitou isso depois cá baixo, e fez-se a Terra. Em seguida tirou da cabeça o chapéu, Pô-lo em cima da Terra, e zás, formou o céu. Mas o chapéu azul do Padre-Onipotente Era um velho penante, um penante indecente, Já muito carcomido e muito esburacado. E eis aí porque o céu ficou todo estrelado. Depois o Criador (honra lhe seja feita!) Achou a sua obra uma obra imperfeita, Mundo sarrafaçal, globo de fancaria, Que nem um aprendiz de Deus assinaria, E furioso escarrou no mundo sublunar, E a saliva ao cair na Terra fez o mar. Depois, para que a Igreja arranjasse entre os povos Com bulas da cruzada, alguns cruzados novos, E Tartufo pudesse inda dessa maneira Jejuar, sem comer de carne à sexta-feira, Jeová fez então para a crença devota A enguia, o bacalhau e a pescada-marmota. Em seguida meteu a mão pelo sovaco, Mais profundo e maior que a caverna de Caco, E arrancando de lá parasitas estranhos, De toda qualidade e todos os tamanhos, Lançou-os sobre a Terra, e deste modo insonte Fez ele o megatério e fez o mastodonte. Depois, para provar em suma quanto pode Um Criador, tirou dois pelos do bigode, Cortou-os em milhões e milhões de bocados, (Obra em que ele estragou quatrocentos machados) Dispersou-os no globo, e foi desta maneira Que nasceu o carvalho, o plátano e a palmeira. Por fim com barro vil, assombro da olaria!, (CONT.) 17

(CONT.) O que é que imaginais que o Criador faria? Um pote? Não; um bicho, um bípede com rabo, A que uns chamam Adão e outros Simão. Ao cabo O pobre Criador sentindo-se já fraco, (Coitado, tinha feito o universo e um macaco em seis dias!) pensou: - Deixemo-nos de asneiras, Fastio... Isto dá cabo até duma pessoa... Nada, toca a dormir uma sonata boa! Descalçou-se, tirou os óculos e o chinó, Pitadeou com delícia alguns trovões em pó, Abriu, para cair num sono repentino, O alfarrábio chamado o Livro do Destino, E enflanelando bem a carcaça caduca, Fez ortodoxamente o seu sinal da cruz Como qualquer de nós, tossiu, soprou à luz, E de pança p’ro ar, num repoiso bendito, Espojou-se, estirou-se ao longo do infinito Num imenso enxergão de névoa e luz dourada. E até hoje, que eu saiba, inda não fez mais nada.

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pensamentosespiritualistas

HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA

HELENA PETROVNA BLAVATSKY

SRI AUROBINDO

MAHATMA GANDHI

e livro de oráculos

I-Prof. Henrique José de Souza

- “Se o homem foi feito à semelhança de Deus; e cada homem sentir que é esse Deus, mesmo quando ele errar, dirá: Meu Deus, que é igual ao de todas as criaturas, está revoltado. Por isso ele errou. Errou porque eu ainda não o compreendi ou senti como devia. Se o amasse e respeitasse em mim, eu não erraria. Por isso, também compreendo a mesma coisa nos demais. E assim, não posso julgá-los, senão como julgo a mim. De fato, só quem pode julgar as criaturas é o Grande Legislador ou dirigente da Terra (na mesma razão o dos demais globos quando chegar a sua vez.”- “Nenhum homem nasceu sem ter em seu seio a Luz Divina, o Facho com que, mais hoje, mais amanhã, procurará iluminar o caminho a outros que tenham ficado para trás.”- “Deus e Verdade são uma só e mesma coisa.” - “Não há nada mais elevado do que a Verdade, e por isso mesmo é que a sua aquisição é o mais elevado dos ideais humanos.”- “A realidade é o mistério. Tal a maior altura a que pode chegar a nossa filosofia” (M. R. Luna, H. J. Souza)- “Transformar-se ou morrer é um dilema iniludível.” - “Acho-me diante de um Altar. Em cima está o Supremo Arquiteto. Em baixo, a Humanidade. Para adorar o Primeiro, mister se faz servir a segunda.” - “O altruísmo é o mais nobre privilégio e trabalhar pelo mundo, é a mais alta recompensa da vida. Filosofias, Ciências e Religiões valem por aquilo que nos fizeram mais úteis à Fraternidade Humana.”

II-Helena Petrovna Blavatsky

- “O Teósofo não crê em milagres divinos nem diabólicos, nem bruxos, nem profetas, nem augúrios, mas, tão somente em Adeptos (Iniciados) capazes de realizar fatos de caráter fenomênico a quem julgar “por palavras ou atos” (isto é, aos que se fizerem dignos de tamanha honra...).”- “Vida equilibrada, mente livre e sem preconceitos, coração puro, intelecto sequioso de conhecimentos, percepção espiritual lúcida, fraternal carinho para com toda a humanidade, boa disposição para receber e transmitir conselhos e instruções, resignação e ânimo nos sofrimentos das injustiças pessoais que nos podem afetar,... (CONT.)

... (CONT.) firmeza inabalável de princípios, valorosa defesa dos injustamente atacados, devoção perseverante para com os ideais de progresso e perfeição da humanidade que a ciência sagrada descreve: tais são os degraus de ouro, pelos quais o principiante pode alcançar o Templo da Sabedoria Divina.”- “Aquele que vive para a Humanidade faz muito mais do que aquele que por ela morre.”

III-Sri Aurobindo

- “Cada religião ajudou a Humanidade. O paganismo aumentou no homem a luz da beleza, a largura e a altura da vida, a tendência para uma perfeição multiforme. O Cristianismo deu-lhe uma visão de Caridade e Amor Divinos. O Budismo mostrou-lhe um nobre meio de ser mais SÁBIO, mais doce, mais puro. O Judaísmo e o Islamismo, como ser religiosamente fiel em ação, e zeloso na sua devoção por Deus. O Hinduísmo abriu-lhe as mais vastas e as mais profundas possibilidades espirituais. Seria uma grande coisa se todas essas visões de Deus pudessem se abraçar e se fundir uma na outra; porém, o dogma intelectual e o egoísmo cultural barram o caminho. Sim, todas as religiões salvaram um grande número de almas, mas nenhuma foi ainda capaz de espiritualizar a Humanidade. Para isso, não é o culto e a crença o necessário, englobando tudo que seja de desenvolvimento espiritual próprio.” (Excerto do livro Aperçu et Pensées)

IV-Mahatma Gandhi

- “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova. Temos de nos tornar na mudança que queremos ver.”- “A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.”

V - Livros de Oráculos Arcaicos

- “Ó Tu, Senhor! Que fazes entrar o Dia na Noite e a Noite no Dia. Ó Tu, Senhor! Que fazes entrar a Morte na Vida e a Vida na Morte. A Ti mais preciosa é a tinta do sábio que o sangue do mártir.” (Sura III – Corão)- “Há uma só VERDADE, embora os homens lhe deem nomes diferentes.” (RIG-VEDA)- “Lava o teu coração nas águas do ‘Oceano Tranquilo’; cerra os teus olhos, tapa teus ouvidos e narinas, sem esquecer que tua boca deve estar calada. E olha para dentro de Ti. Pensa na alma suprema do Divino Ser que existe em toda parte... porque nas Trevas do teu interior a Luz inextinguível fez clarear o Grande dia que te desobrigou de tornares a nascer. Tu és um com Ele!” (Livro de Kiu-Té)

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SINARQUIA AMERICANAO GOVERNO E A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

“Um governo deve se fazer amar para ser respeitado. O governo que se faz temido não pode deixar de ser odiado. E a História o confirma, quer no passado, quer no presente, como o seria no futuro se as coisas caminhassem do mesmo modo.

Tal governo é aniquilado por suas próprias mãos, não importa como, mas o fato é que nunca o deixou de ser.” (Prof. Henrique José de Souza – Pequeno Oráculo)

O termo Sinarquia Americana refere-se à região “América” ou “Américas”, composta por América do Sul, do Norte, Central e Caribe. O tema vem a propósito de estabelecer um diálogo sobre conhecimento e governo no século XXI, como tema político-sociológico inserido e aderente aos novos paradigmas antiglobalizantes da sociedade do conhecimento, principalmente difundidos a partir dos Fóruns Sociais Mundiais ocorridos até então. Atualmente é muito comum ler as notícias alarmantes em torno das crises e desvios de governo, em que, regra geral, o contorno é firmado com a palavra sustentabilidade. “Desenvolvimento Sustentável” tornou-se moda na política institucional, e, a falácia em torno da sustentabilidade uma moda na diplomacia de governo. Tem sido uma constante no marketing de governo, e, vem se repetindo quase que diariamente. A maior preocupação dos governos tem sido a de estabelecer bons objetivos para seus planos e ações, de modo que sejam bem assimilados e ingeridos pela maioria do povo, através da mídia pública.

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É impressionante o fato de que os governos americanos, quase sempre, não estabelecem consulta pública para os temas mais polêmicos e estratégicos de governo. Dessa forma a ação de governo, a ação de Estado, é baseada em um colóquio unidirecional, ou seja, do congresso eleito para a nação, aquele que o povo elegeu, o congresso deve deliberar com a anuência do presidente da República e demais órgãos dos três Poderes. De modo que não há um colóquio de mão dupla, digamos assim, bidirecional entre ideias, ações, planos e ações de governo e o povo, que é a massa de mercado que sustenta todo o estabelecimento, toda estrutura de Estado e de governo de uma nação. Enfim, o povo nunca é consultado sobre as demandas sociais e de governo, e, como tal, as questões e termos mais importantes e estratégicos, ficam, portanto, por conta da intelligentsia dos três Poderes. Acontece que a maioria fica isolada das decisões que vão impactar o futuro e todas as suas vidas, de seus filhos e gerações. Outrossim, na contextualização da Sustentabilidade versus Insustentabilidade do planeta frente às mudanças climáticas globais, em meio à diversidade de crises cíclicas do capital, guerras e catástrofes bem atuais, surgiu das inventivas sociológicas e seus think tanks anglo-californianos a iniciativa para reafirmar o welfare da Sociedade do conhecimento como a evolução civilizatória admissível para o século XXI fundamentada nas mais diversas tecnologias da informação e comunicação, ao modo de novo paradigma sociopolítico: empowerment, ou empoderamento dos cidadãos, ou o fortalecimento sociopolítico, a capacitação e potencialização sociopolítica dos cidadãos e torno do conhecimento, uma vez que esteja consolidada uma cidadania em rede, intensamente baseada em redes sociotécnicas, ou redes sociais, por fim, “redes humanas” interconectadas nas malhas web-mundo ou internet, como novo paradigma da sociologia política fundamentada em uma horizontalidade de poder em todos os níveis da sociedade, com extensão de atribuição de poderes para a tripla hélice: governos, sociedade civil e corporações. Porém, regra geral, os mecanismos de empowerment até hoje empregados são mais “válvulas de escape” para impedir que grandes problemas sociais e psicológicos das massas submetidas a diversos processos político-sociais não se tornem um “caos generalizado” e desestabilizem os poderes constituídos.

Acima a ilustração da estatística de acesso domiciliar à rede Internet por gênero “masculino & feminino”, extraído do Relatório “Medindo a Sociedade da Informação” da União Internacional de Telecomunicações - UIT em 2010. Note-se que o termo utilizado empowering women refere-se ao empoderamento da mulher através do acesso à rede, ou inclusão digital pelo acesso a infraestrutura de tecnologias de informação e comunicação (TIC´s), ou inclusão produtiva na sociedade da informação e conhecimento. Note-se que a diferença porcentual de acesso à Internet entre os gêneros é pouca, e que no Brasil foi medido acesso em cerca de 35% dos domicílios em 2008, e cerca de 42% para ambos os gêneros em 2010.

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Número de usuários Internet nos países selecionados em maio 2015 (milhões); Fonte: http://www.statista.com/statistics/271411/number-of-internet-users-in-selected-countries/

Taxa de acesso/uso Mundial da Internet em 2015 por região e por gênero (masculino, feminino, total). Fonte: http://www.statista.com/statistics/491387/gender-distribution-of-internet-users-

region/

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Os quadros acima mostram cenário atualizado em 2015 para população versus acesso/uso da internet. O porcentual atinge na média 65% para ambos gêneros na região das Américas, onde um total de 65 milhões acessam a internet no Brasil, o que corresponde a cerca de 82% da população economicamente ativa (aproximadamente 80 milhões) e a 42% da população em idade ativa (aproximadamente 156 milhões) num total de 206 milhões de habitantes no Brasil. (http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/populacao-economicamente-ativa-brasil.htm).

- Uma visão para um sistema pré-sinárquico baseado na submissão absoluta da política à moral, do poder à autoridade, para as Américas com ênfase no Brasil:

“Defender a América e o Brasil é defender para a Humanidade a terra generosa de onde brota a esplendente árvore de um novo e glorioso capítulo da civilização.” (Prof. Henrique José de Souza – Pequeno Oráculo)

A democracia falaciosa despreza o princípio de empoderamento do povo, porque remonta à velha prática da democracia americana pós-Roosevelt, ou de congresso da elite dominante, centrada no Congresso como berço de poderes constitucionais, como o status quo da intelligentsia política com base nas velhas premissas doing business as usual (fazendo negócios como de costume), de governança mediática entre povo e o “Deus Mercado”.

“Sinarquia pode ser entendida como a palavra que denomina tal sistema de governo, na etimologia grega, é formada por sun (com) e arché (comando), ou seja, uma sociedade com governo, em substituição a nossa sociedade anárquica, sem governo,

gerada pela centralização estatal, e pela ditadura da classe política, formada por políticos profissionais, aliados do poder econômico e especuladores internacionais, que arruínam países e escravizam suas populações. A Sinarquia consiste na aplicação dos ensinamentos da Alta Ciência, visando atingir a harmonia que procede do domínio das causas primeiras, isto é, do domínio do conhecimento das Leis Universais.” (Sinarquia. Sistema Filosófico-Político-Iniciático. SBE -Representação de Piracicaba)

O argumento justificativo de sinarquia como sistema de governo assentado na capacitação antropotécnica e com amplas possibilidades materiais de ser implementado a partir de sistemas democráticos pode ser intensivamente suportado no conceito de empoderamento dos cidadãos, em que as redes de comunicação e informação promovem o capilar geográfico nacional.

“É perceptível por todos, que o mundo está se tornando cada vez mais frágil, mais interativo, e nesse mundo o papel da tecnologia é preponderante e decisivo. Vemos que sucedendo as três grandes revoluções da humanidade, a revolução francesa, a revolução industrial, a revolução comunista, surge agora a quarta fase revolucionária, e vivenciamos a revolução tecnológica, alavancada principalmente pela informática. Esta, se for orientada pelos princípios da antropotecnia, nos fará caminhar para uma ordem mais orgânica, muito mais integrada, do que esta que está se dissolvendo. Caminharemos para a cidade técnica

universal, com suas especialidades, seus blocos econômicos, e sua mecânica de precisão global, que será o suporte para os grandes núcleos espirituais, de grandes sociedades culturais, de homens libertos do trabalho embrutecedor.”

(Antropotecnia x Barbarismo tecnológico. Sinarquia. Sistema Filosófico-Político-Iniciático. SBE -Representação de Piracicaba)

Valorizar a vida e a cidadania através da consulta pública estendida a todas as classes sociais é um processo que estabelece um grande conselho público, ou conselho indireto, ou consultoria da maioria, que certamente contribuiria sobre maneira para consolidar esse governo através do empoderamento do povo, e constituiria assim uma base sólida de nação, através de uma vida nacional estimulada e encorajada.

“Em razão do estilhaçar da categoria social povo em um conjunto de indivíduos sem nexo forte; em razão da perda do poder de classe pela ausência, cada vez mais notória, da consciência e força de classe (que o “demos” = povo deteria), o que redunda em

alienação contínua de poder (porque se não existe mais essa consciência, ela não pode, sem conveniência hipócrita, ser utilizada para comprovar a justeza do regime atual em que todos almejam e dizem falar e agir em prol do bem geral, enfim, do povo) a Sinarquia, como reunião e acordo dos poderes individuais, como libertação consciente desse poder em forma de ação positiva, estabelece-se como um sistema filosófico-político-económico não só viável como inovador em sua resposta coerente ao duplo desafio que as democracias de há muito impendem sobre o homem-cidadão: substituivoluídoção de uma categoria política

morta (“demos”) por uma categoria social emergente (o indivíduo em suas múltiplas ligações); ultrapassagem de um poder de classe enraízado que já nada significa, simplesmente por não se basear numa categoria social que o justifique, ou seja, que o

torne operativo, por um poder real que dimana do próprio indivíduo, que tece sem preconceitos as combinações inter-individuais de poder possíveis a partir de uma elaboração sobre o seu presente e futuro sem restrições de índole forçada (falamos de todos aqueles agrupamentos que mais do que potenciar as faculdades individuais, as oprimem, ao ponto de cada um não agir senão

em função daquilo que pode ser e não daquilo que na realidade tenta ser e que no fundo é em potência).”(Wikipédia-Justificação da Sinarquia)

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A visão de consulta pública na forma de campanhas de opinião pública, planejadas pelo governo juntamente com as organizações da sociedade civil e corporações diversas, que teriam a função primordial de esclarecer a todos sobre o tema sob consulta, e a importância de subsidiar o governo com a opinião do povo para tomar uma decisão conjunta, ou unida, a fim de promover a sustentabilidade socioeconômica, política, ambiental, não é provisionada, isto não está na ordem do dia, não está na ordem das ideias, melhor dizendo, não é ideologia de governo. A consulta pública, digamos que coloca o povo de uma maneira geral, suas classes, sua divisão de classe e associações diversas para pensar o país, pensar seus temas e problemas, refletir e subsidiar a tomada de decisão do governo, em vez de ficar submetidos às brigas medíocres de poderes, tem se tornado prática de governos tradicionalistas e até monárquicos. A consulta pública quase sempre é colocada como mecanismo de manuseio da opinião pública e não propriamente de construção de capacitação, de modo a promover na Sociedade do Conhecimento, um governo sustentado no empoderamento nacional, baseado na expressão da maioria consciente, da verdadeira representatividade da União que sustenta uma nação chamada democrática, com um governo democrático.

“Esta é a parte mais controversa do sistema para-científico de Saint-Yves. Resultado da compreensão mais profunda do homem, da sua natureza intrínseca, é o conhecimento de que a Sinarquia é portadora. Esse conhecimento arvora-se num dado anterior à própria narrativa histórica, sendo ao mesmo tempo susceptível de observação empírica. Saint-Yves combina transcendente e

imanente para conduzir à aceitação inequívoca da infalibilidade lógica e real das três funções humanas (física, social e cultural) com sua raíz profunda na própria natureza humana. A primeira (nutrição-reprodução) relaciona-se com a ordem económica.

A segunda (socialização) relaciona-se com a ordem moral e a justiça legal. A terceira (intelectualidade e acção derivada) relaciona-se com a ordem cultural simbólica e instrumental.

A partir desta premissa ao mesmo tempo lógica e real, Saint-Yves analisa a sociedade do seu tempo e conclui algo que pode muito bem ser transportado para os dias de hoje:

1. É comum separar a moral da política. 2. É comum separar a ciência e a moral da dinâmica sociocultural.

3. É comum separar a cultura da ética pessoal, social e profissional relativizando a moral.Para reverter estes erros propõe:

1. Submissão da política à moral. 2. Submissão do poder à autoridade.

3. Submissão da lei à vontade esclarecida dos mandantes que são também aqueles que obedecem(Wikipédia -Sinarquia como Representação)

Em resumo, promover plebiscitos, após amplas campanhas culturais e educativas e consulta pública, em torno de temas estratégicos para a nação, além de suportar as boas ações de governo, legitima o poder público nacional para tomar “a decisão” que irá impactar a realidade, mudar as perspectivas e rumos do país, garantir sustentabilidade e sociabilidade ao desenvolvimento. Indo mais longe, seria promover uma base para uma Sinarquia para o Brasil. E aqui, nós nos detemos em um tema sensível, que é fundamental para a inicialização de projetos políticos que visem a uma Sinarquia mundial, à partir do Brasil, e, todo o argumento lançado acerca do empowerment na Sociedade do Conhecimento para objetivar uma sustentabilidade desejada, vem à propósito de justificar uma pré-Sinarquia brasileira, baseada no alavancamento ou construção de um futuro governo de sábios, de um grande conselho de sábios para uma nação, que está na base do governo eleito.

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PensamentosFilosóficos eCientíficosProudhomRichard FeynmanLeibniz Albert Einstein Dieter Duhm Oscar Quiroga

“Quando se busca a Verdade, não se contam os sufrágios”(Leibniz)

“As maiores Verdades são, também, de certo modo, os maiores absurdos” (Proudhom)

“A ciência é a crença na ignorância dos especialistas” (Richard Feynman)

“O Pensamento do Futuro terá de tornar a Guerra Impossível”

(Albert Einstein)

“O caminho para superar a guerra não termina numa profundeza de espírito esclarecida. O mundo não precisa apenas de boas pessoas, acima de tudo precisa de novas formas reais de vida para um futuro sem guerras. Ele precisa de modelos para uma nova civilização, para que possamos começar a habitar o nosso planeta de uma

nova maneira que seja coerente com as leis da vida.” (Dieter Duhm)

“Antes de qualquer manifestação exterior de maldade ou bondade há uma prontidão interior, mas nossa huma-nidade se acostumou a desprezar os movimentos subjetivos, achando que por ser ocultos ou sutis não merece-

riam maior importância. Eis um grande engano que se multiplica até transformar-se nessa civilização às avessas em que existimos. Há assuntos extremamente reais que não saltam aos olhos, pois ainda não se manifestaram

concretamente, mas isso não os torna desprezíveis. Pelo contrário, é nessa sutileza que se revela o que acontecerá no futuro imediato e a longo prazo. É pelo que nossa humanidade pensa e não pelo que ela diz que se processa o

futuro de nossa civilização.” (Oscar Quiroga)

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Aspectos da transição

de Eras: Peixes-Aquário

e o Capítulo da Adaptação

para Sustentabilidade

“Talvez o mais triste seja que GAIA perderá tanto quanto ou mais do que nós. Não só a vida selvagem e ecossistemas inteiros serão extintos, mas na civilização humana o planeta tem um recurso precioso. Não somos meramente uma doença; somos, por

meio da nossa inteligência e comunicação, o sistema nervoso do planeta. Através de nós, GAIA se viu do espaço, e começa a descobrir seu lugar no Universo.” (Prof. Henrique José de Souza)

I - Aspectos do Mundo Contemporâneo Desde 2005/2006 que as ciências da Terra vêm evidenciando fenômenos transformadores da Natureza em nosso globo, com ênfase nos fenômenos naturais extremos que surpreendentemente marcam o século XXI, e que atualmente divide completamente o entendimento científico acerca das causas das “mudanças globais”, e das tão famosas “mudanças climáticas” no planeta. Diversas são as evidências observadas e divulgadas na mídia científica especializada e redes de informação globais. 1-As capas polares estão derretendo mais rapidamente que nunca antes registrado em ciclos de gelo e degelo nos Polos Norte e Sul. Vários programas estratégicos baseados em tecnologias espaciais para reduzir os efeitos dos desastres estão montados pelas agências da ONU desde 2005. 2-Os desastres devido às variações climáticas bruscas têm aumentado de intensidade, e frequência, em todos os continentes, principalmente as inundações torrenciais ou desastres pluviais. Os sistemas tecnológicos para adaptação, prevenção e gestão de desastres estão em alta prioridade em políticas de Ciência e Tecnologias.

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3-Projetos especiais e estratégicos de grandes barcas para sobreviver no mar, cidades flutuantes, arcas de sementes no gelo do polo norte, cidades subterrâneas, naves espaciais para transporte pesado interplanetário, estações espaciais e outras não são mais temas de ficção americana, fazem marketing pela internet e têm sido veiculados pela mídia científica internacional. 4-Já foi disparada uma corrida desde o século XX, para habitar os polos inicialmente com expedições científicas, atualmente com explorações e pesquisas. A Divisão continental de placas oceânicas no Polo Ártico é uma peleja entre os países do hemisfério Norte, e os planos de exploração de gás e petróleo em águas polares são as novas odisseias de civilização baseadas em novos mapas e rotas transoceânicas. 5-Também as potências de guerra realizam uma corrida espacial sem precedentes no intuito de encontrar outras “Terras”, e planetas habitáveis. Pelas evidências, tudo indica que somente um globo não os sustenta, e certas mídias argumentam que serão necessários 03(três) planetas. É fato constatado que nenhum dos exo-planetas (planetas de outros sistemas solares da galáxia) encontrados reúnem as bases para sustentação da vida, ou seja, composição da atmosfera e biosfera terrestre. 6-A biodiversidade está mirrando, sob efeito do progresso e desenvolvimento desordenado, com extinção de espécies de todos os reinos da vida: mineral, vegetal, animal e hominal. O caso da dispersão e desaparecimento das abelhas, que sustentam todos os ciclos de reprodução do reino vegetal, dos lixões com soterramento dos manguezais e morte das barreiras de corais e algas, que sustentam a reprodução da vida marinha e terrestre, são simplesmente avassaladores! 7-Os mananciais de água potável, que é o elemento da natureza mantenedor da vida, estão sob sério risco de desaparecer neste no cenário de 2050, e/ou de se degradarem sob efeito da escala de produção e de consumo, e dos resíduos e poluição e do lixo humanos. Com certeza as tecnologias de dessalinização já funcionam e poderão vir à suprir parte das demandas. O previsível, é que a água venha a ser uma moeda forte, e causa guerras neste século XXI. 8- Há diversas difusões sobre evidências de passagens de vários cometas cerca do interior do sistema solar em 2013, da queda de asteroides e de adensamento meteórico na alta atmosfera, tendo sido constatado a presença de um terceiro cinturão de Van Allen circundante, esferoide global. Diversos efeitos não lineares são constatados pela observação da Terra através de constelações de satélites observatórios astronômicos, que vão desde a reversão de campo magnético até ao adensamento de matéria na atmosfera, orbitação irregular de asteroides, e chuvas de meteoros, com consequências diversas como os extremos hidrometeorológicos, geomagnéticos, climáticos e seus efeitos transformadores desastrosos para o globo terrestre.

II - Acerca das Ciências Eubióticas, das Ciências Oficiais e do Capítulo da Adaptação para Sustentabilidade

Aspectos de sabedoria fundamentada nas Ciências Eubióticas , com foco na Astrologia, é que tais transformações no globo comprovam uma transição de ciclos evolucionais da humanidade, bem caracterizados como a transição de eras astrológicas de Peixes para Aquário, O ambiente planetário de transformações globais no médio termo de 2016 a 2050, para o qual se completa o pequeno ciclo de sustentação do Sol, e se inicia regência de 35 anos de Saturno, inserido na transição de ciclos maiores (2.250 anos), ou eras astrológicas Peixes-Aquário. As ciências oficiais ao final do século XX estabeleceram uma nova idade para a humanidade intitulada “Antropoceno”, em que posiciona toda as causas das “mudanças globais” com ênfase nas “mudanças climáticas”, no desenvolvimento das nações das eras industrial (século XVIII ao século XX) e pós-industrial (século XX), e sociedade da informação e conhecimento (século XXI), Adaptação às mudanças climáticas está no cerne de todos os processos civilizatórios da humanidade que têm registro na história mundial, com experiências e saberes arcaicos e modernos acerca da geração de resiliências para mitigar impactos sobre as vulnerabilidades ambientais e alcançar certo grau de sustentabilidade. Do ponto de vista das Ciências Eubióticas o entendimento geral acerca da Vida e da Adaptação Humana no planeta consoante à transição de eras e/ou ciclos evolucionais está bem expressa na sentença: “Quando o homem chegar a dominar-se conscientemente, dominará também a Natureza, porque conhecendo e obedecendo às suas leis, a Natureza, submissa e escrava, obedecerá as suas ordens. Porém, enquanto imperar o egoísmo entre os homens, os elementos transbordados serão tão caprichosos e cruéis como a humana natureza ... segundo estas proféticas palavras: ‘Quanto mais pesado fizeres o mundo, mais o mundo pesará sobre ti’”.(Pequeno Oráculo – Prof. Henrique José de Souza)

III - Visão e Missão de Hipotética Associação Rural e Ecovila Solar “Aquário do Cerrado”.

Assim, surgiu a visão da Eco ou Agrovila Solar “Aquário do Cerrado”, para que se torne um exemplo/modelo para outras regiões do Brasil. A visão do projeto é muito clara e se fundamenta em ciências eubióticas e tecnologias solares adaptáveis e limpas. Estas células estão baseadas em agro/ecovilas cooperativas solares, conforme o plano básico retificado em versão simplificada , e, se enquadram como projetos aderentes ao paradigma “Cura da Terra” (“Healing of Earth” que fundamenta a Vila Solar de Tamera em Portugal) , suportado na transdisciplinaridade das ciências da Terra. A missão está na vontade eubiótica de adaptação no ambiente do século XXI, expressa por:

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Construir Células Sinárquicas Sustentáveis como bases comunitárias para a supervivência da Fraternidade, Paz e Solidariedade, baseado numa nova concepção de cooperativa rural e Agro/vila Solar permacultural, intensamente suportadas por infraestruturas tecnológicas alternativas e adaptadas às mudanças climáticas características da transição de Eras Peixe-Aquário, e, em conformidade com os novos paradigmas culturais: Alteridade, Idade de Ouro na Era de Aquário, Sinarquia Universal, Cultura da Paz, Fraternidade Universal, Solidariedade humanitária, Economia da Natureza ou Ecoeconomia, Vida Una na Terra Gaia, Energias Limpas e Renováveis, Permaculturas do Cerrado Brasileiro, Cura da Terra.

III.I - Referências dos novos paradigmas na Mídia Cultural “Sinarquia pode ser entendida como a palavra que denomina tal sistema de governo, na etimologia grega, é formada por sun (com) e arché (comando), ou seja, uma sociedade com governo, em substituição a nossa sociedade anárquica, sem governo, gerada pela centralização estatal, e pela ditadura da classe política, formada por políticos profissionais, aliados do poder econômico e especuladores internacionais, que arruínam países e escravizam suas populações. A Sinarquia consiste na aplicação dos ensinamentos da Alta Ciência, visando atingir a harmonia que procede do domínio das causas primeiras, isto é, do domínio do conhecimento das Leis Universais”.(Quais os fundamentos da Sinarquia? - Yahoo! Respostas) “Prediz-se que a Era Aquariana será uma era de fraternidade universal baseada na razão onde será possível solucionar os problemas sociais de maneira equitativa para todos e com grandiosas oportunidades para o desenvolvimento intelectual e espiritual, dado que Aquarius é um signo aéreo, científico, intelectual e o seu planeta regente, Uranus, é associado com a intuição (conhecimento acima da razão) e percepções diretas do coração e, a nível mundano, este planeta rege a electricidade e tecnologia”(Wikipédia – Visão Geral da Era de Aquário).

“Permacultura é uma síntese das práticas agrícolas tradicionais com ideias inovadoras. Unindo o conhecimento secular às descobertas da ciência moderna, proporcionando o desenvolvimento integrado da propriedade rural de forma viável e segura para o agricultor familiar. A Permacultura origina-se de uma cultura permanente do ambiente: estabelecer em nossa rotina diária, hábitos e costumes de vida simples e ecológicos - um estilo de cultura e de vida em integração direta e equilibrada com o meio ambiente, envolvendo-se cotidianamente em atividades de autoprodução dos aspectos básicos de nossas vidas referentes a abrigo, alimento, transporte, saúde, bem-estar, educação e energias sustentáveis”. (Wikipédia - Permacultura)

“Ecoeconomia é uma nova proposta econômica (de Lester Brown, desde 1980) que passa a considerar a ecologia e seus sistemas de suporte e reposição” (Wikipédia - Ecoeconomia).

“Uma economia só é sustentável quando respeita os princípios da ecologia. Esses princípios são tão reais quanto aqueles da aerodinâmica. Para que uma aeronave possa voar, terá que satisfazer certos princípios de empuxo e sustentação. Da mesma forma, para que uma economia sustente o progresso, deverá satisfazer os princípios básicos da ecologia. Se não o fizer, declinará e entrará em colapso. Não há meio termo. Uma economia ou é sustentável ou não é. A economia global atual foi formada por forças de mercado e não por princípios de ecologia” (Lester Brown, Eco Economia, cap. II: A Nova Economia)

“As reações do planeta às ações humanas podem ser entendidas como uma resposta autorreguladora desse imenso organismo vivo, Gaia, que sente e reage organicamente . O cientista britânico James E. Lovelock, juntamente com a bióloga estadunidense Lynn Margulis analisaram pesquisas que comparavam a atmosfera da Terra com a de outros planetas, vindo a propor que “é a Vida da Terra que cria as condições para a sua própria sobrevivência, e não o contrário, como as teorias tradicionais sugerem”. Vista com descrédito pela comunidade científica internacional, a Teoria de Gaia encontra simpatizantes entre grupos ecológicos, místicos e alguns pesquisadores. Com o fenômeno do aquecimento global e a crise climática no mundo, a hipótese tem ganhado credibilidade entre cientistas”. (Wikipédia – Hipótese de Gaia)

No próximo número continua a matéria: “V - Acerca do Plano de Agrovila Solar “Aquário do Cerrado”.

Referências: 1 - Souza, Henrique José de. Pequeno Oráculo. CEP- Fundação H.J.S. SBE – Sociedade Brasileira de Eubiose. 2 - Souza, Henrique José de. Os mistérios do sexo: A genealogia esotérica no cosmos e no homem. 2. ed. São Lourenço, MG. Sociedade Brasileira de Eubiose, 2001. 3 - Laurentus (Henrique José de Souza e Mario Roso de Luna). Ocultismo e Teosofia, Revelações à Luz da EUBIOSE. Central de Publicações - Cep - da Sociedade Brasileira de Eubiose, R. Mario Roso de Luna, 21. VI. Canaã, São Lourenço, MG. CEP 47370-000. Edições: 1949 - 1966 - 2003. 4 - Iovino, Genaro. Mistérios Celestes I, II, III. SBE Maria da Fé/MG. Maria da Fé, Minas Gerais, Brasil. 2005. 5 - Nicolescu, B. 2000. Um novo tipo de conhecimento – Transdisciplinaridade. Educação e Transdisciplinaridade, I, pp.13-29. Brasília, UNESCO, 2000. 6 - Morin, Edgar.2006. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2006. 7 - Mollison Bill. Permacultura em paisagens úmidas. http://www.barkingfrogspermaculture.org/

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8 - Diether Dhum. Future without War. The Theory of Global Healing. Verlag Meiga. 9 - J. A. Chapin . GENESIS - 2012 AD: The Beginning of a New Age. 2008. 10 - W. Scott Elliot. La pérdida Lemuria. 1921, Biblioteca Orientalista. 11 - lmmanuel Velikovsky. Terra em Ebulição. 1981, MELHORAMENTOS. 12 - Borgo. R, L. Metafísica da Evolução: A tese de NÊMESIS. Brasília ,2013. (No prelo) 13 - Loiola, Sérgio. Adaptação aos Cenários imponderáveis da variabilidade climática. TERCEIRO INCLUÍDO - ISSN 2237-079X – NUPEAT–IESA–UFG, v.2, n.1, jan./jun./2012, p.86–110, Artigo 22 Página 86. 14 - Steffen, Will; Grinevald, Jacques; Crutzen, Paul; McNeill, John (2011). «The Anthropocene: conceptual and historical perspectives» (PDF). Phil. Trans. R. Soc. A [S.l.: s.n.]369: 843. Consultado em 31.12.2014. 15 - Borgo R.L., Silva D. H. 2016. An Overview 2015 on the International Cooperation Initiatives to Improve Disaster Risk Science and Support the Disaster Reduction and Management Convergence. https://www.researchgate.net/publication/302566804, DOI: 10.13140/RG.2.1.4414.5522. 16 - Baima, Cesar. A aurora do ‘Antropoceno’, a era dos humanos. Jornal O Globo Online, 16.1.2015. 17 - Borgo, R. L. 2013. About the extreme climate changes adaptation and disaster risks management and reduction in the Latin America and Caribbean Region. DOI: 10.5216/teri.v3i1.27319. www.revistas.ufg.br/index.php/teri/article/download/27319/15466.

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Ano IV – edição 15 – outubro de 2016 a janeiro de 2017

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