Revista Offside Sports

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A Offside Sports é uma revista especializada em esportes pouco divulgados no Brasil.

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FUTEBOL AMERICANO

Como anda o esporte no Brasil

www.offsidesport.blogspot.com

Conheça o KUNG FU, a arte milenar chinesa Pag.6

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EDITORIAL

Informação e conteúdo diferenciado

Caro leitor, A Offside Sports nasceu com o intuito de levar esportes pouco conhecidos para o grande público, esportes estes que são tão interessantes quanto o que acompanhamos ou conhecemos. Aliás, nosso objetivo é informar justamente sobre estes esportes, para aumentar o seu conhecimento e te possibilitar novas experiências.

Os esportes com os quais tratamos são pouco ou quase nada divulgados, mas isto não quer dizer que não há amantes ou praticantes destes esportes. É isso que buscamos com esta revista, aproximá-la de um público interessado em novos esportes ou que quer ganhar conhecimento, mas também para aqueles que gostam e não tem em uma publicação aquilo que procuram em uma revista do gênero.

Nós, integrantes da Offiside Sports, temos em comum o gosto por algum esporte alternativo ou não muito praticado aqui no Brasil, mas que tem um grande potencial, como o caso do Pôquer, explanado em artigo pelo Thiago Sanches ou o Futebol Americano, esporte nº1 dos estadunidenses e que por aqui ainda engatinha. E falando em esportes populares na terra do Tio Sam, na seção Internacionais, temos o Hóquei no gelo, em que não são somente brutamontes disputando um disco, como nos diz a matéria da Viviane Cosme.

Além disso, temos Esportes Comunitários, que mostra como o esporte pode ajudar e mudar a vida nas pessoas, no caso, o Xadrez, em reportagem feita pela Laís Franco. Ok, mas e os esportes pouco ou nada conhecidos vocês nos perguntam, que tal Slackline e Kung Fu? O esporte da corda bamba e a arte marcial milenar chinesa estão nesta edição, em reportagens feitas por Elias Oliveira e Érika Costa respectivamente.

Então, sem mais delongas, leia e desfrute desta edição, se surpreenda com as matérias e as reportagens, mas que acima de tudo, se enriqueça com o conteúdo e divirta-se!

Por: Mateus Lemos

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SUMÁRIORevistaOFFSIDE3 Editorial

4 Sumário e expediente

5 ArtigoPôquer não é jogo de azar

6 Kung FuA arte milenar chinesa

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InternacionalSaiba mais sobre hóquei no gelo

SlacklineJá ouviu falar?

10 Xeque-mate do esporteComo o xadrez mudou a vida de um empresário

11 Futebol americanoAs dificuldades para quem pratica o esporteno Brasil

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Redação:

Thiago SanchesMateus Lemos

Elias Oliveira

Viviane Ferreira

Érika CostaLais Franco

Diagramadores:Mateus LemosThiago Sanches

Revisão:Érika Costa

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Redação:

Diagramadores:

Revisão:

ARTIGO

O pôquer vive hoje seu melhor momento no Brasil, aos poucos nossos atletas

vão aparecendo nos eventos internacionais e pela primeira vez na história tivemos um brasileiro na mesa final do maior evento do mundo, além disso, o esporte vem crescendo em número de jogadores. De acordo com os dados da Confederação Brasileira de Texas Hold’em, neste ano contamos mais de cinco milhões de praticantes, o que colocou o Brasil no 8º lugar do ranking dos países mais representativos no universo do pôquer. Esta ascensão começou apenas no ano de 2010, quando o pôquer foi reconhecido como esporte da mente pelas autoridades e deixou de ser considerado como jogo de azar.

Desde que começou a ser praticado no país, o jogo e seus praticantes sofrem um preconceito por conta da imagem estereotipada que o jogador de pôquer é um viciado compulsivo. A ideia de jogo de azar se dá por conta de filmes e histórias antigas em que os jogadores apostavam casas, carros e todos seus bens em uma partida. O perfil de jogador viciado não existe há anos e se um dia existiu não chegou a sentar pelas mesas brasileiras, pois quando começamos a praticar, o pôquer já estava em um estágio mais avançado de profissionalização pelo mundo.

Como toda atividade que passa a ser profissional, o pôquer também ganhou novas regras. Os torneios têm uma taxa de inscrição única e todos os atletas começam com o mesmo número de fichas em condições iguais, independente se um possui mais bens do que o outro. Após a eliminação do jogador não é permitida sua volta naquele torneio, o que impossibilita que ele continue gastando e perdendo. Além das regras para que os

jogadores não gastem mais do que podem, hoje em dia é fácil encontrar torneios que pagam bons prêmios e possuem uma taxa de inscrição baixa, cada praticante deve analisar qual competição cabe no seu bolso e vale seu investimento.

Pôquer é um esporte fascinante e você pode de fato acabar viciado, mas não no sentido pejorativo da palavra e sim no sentido de querer estudar e aprender cada vez mais, para isso existem centenas de livros e vídeos que ensinam como se aprimorar. Para quem está de fora, o pôquer pode parecer apenas mais um jogo de cartas onde quem tiver a sorte de sair com as melhores vai ganhar, mas ao entendê-lo vemos que vai muito além. Apesar de ter a distribuição das cartas de forma randômica, ou seja, aleatória, existem dezenas de variáveis que são determinantes no resultado de uma mão. Cada jogador tem sua estratégia definida: o uso da estatística, a matemática, a sua posição e a dos adversários, as rodadas de apostas e como elas se desenvolvem, o padrão de comportamento dos jogadores e o blefe, são alguns dos muitos fatores que podem mudar o curso do jogo.

A tendência é que o cenário continue evoluindo no Brasil. Precisamos quebrar essa imagem equivocada que existe sobre o esporte para que os passos sejam maiores e para que daqui alguns anos, quando eu disser que gosto de jogar pôquer como hobbie, não tenha que ouvir a expressão: “Nossa! Você é viciado em jogo, cuidado para não perder tudo”.

Pôquer: O esporte da mente

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Texto: Thiago Sanches

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REPORTAGEM

Treinando a arte da guerra

“Para você aprender Kung

Fu, você tem que trabalhar corpo mente e

alma.”

O hemisfério ocidental passou a conhecer o Kung Fu em meados da década de 70, com a série de televisão homônima estrelada por David Carradine e escrita por Bruce Lee que é o símbolo do Kung Fu até hoje, foi somente com o sucesso de Lee nos cinemas, estrelando filmes de ação que o mundo passou a se interessar por essa modalidade.

“O praticante de Kung Fu quando gosta, gosta mesmo. Duas semanas sem fazer exercícios é uma tortura e você começa até a ficar desesperado. É algo que você traz para o resto da sua vida. O primeiro contato que eu tive com o Kung Fu, foi através do seriado do David Carradine. Cada episódio tinha uma luta, uma luta feia, horrível, bem tosca, mas o que me chamava à atenção era o diálogo do mestre com o discípulo, a sabedoria daquele monge

me chamava atenção e eu pensava: pena que não tem no Brasil! O tempo passou e um dia encontrei um colega do serviço na rua que me falou que perto da casa dele tinha umas pessoas treinando Kung Fu. Imediatamente eu pedi que me arrumasse o endereço, fui ao local e vi as pessoas treinando. Quando terminou a aula eu fui na secretaria, fiz a minha inscrição e desde então eu nunca mais parei”. Professor Afonso Pereira Filho. Treina há 33 anos, ensina o estilo Hung Gar.

Vitor Pinheiro, esportista do estilo Louva-a-deus nos conta como começou a praticar “Sempre gostei de assistir filmes de artes marciais, como os do Jackie Chan, Jet Li entre outros, e sempre achei bonito o Kung Fu, por isso sempre tive vontade de praticar, mas sempre fui gordinho e acabava ficando com receio de que não conseguiria praticar algum

tipo de arte marcial, até que um dia um colega de sala no colégio começou a praticar, e ele era simplesmente um cara normal, pensei poxa se ele consegue por que eu não posso conseguir? Foi assim que acabei decidindo treinar Kung Fu”.

“Wushu é a palavra certa para a arte marcial, para você treinar o Wushu você precisa de Kung Fu, que significa treinamento árduo, treinamento intenso em alguma coisa. Por exemplo, você tem Kung Fu em jornalismo, a pessoa que ensina datilografia tem Kung Fu em datilografia, ou seja, ela teve um treinamento árduo e é boa naquilo. Através do trabalho árduo, do treinamento intenso ela obteve o resultado, no caso para você treinar o Wush você precisa do Kung Fu”, explica o Professor Cláudio Rampazzo. Treina

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Texto: Érika Costa Fotos: Divulgação

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REPORTAGEMKung Fu há 13 anos e ensina o estilo Louva-a-deus.

Existem variados estilos, dentre eles o Hung Gar (Garra de Tigre), baseia-se nas técnicas de cinco animais: Tigre, Dragão, Garça, Leopardo e Serpente. Visto como um estilo mais “duro”, o aluno praticamente é treinado primeiro em força física e em resistência respiratória para depois aprender a canalizar a energia interna. Em contrapartida, no Brasil o estilo mais praticado é o Louva-a-deus, que se caracteriza pela velocidade, precisão e o ataque são simultâneos com a defesa.

Não há restrição para quem deseja praticar esta arte. “Requisito para treinar Kung Fu é tempo e vontade. Não existem limitações para treinar”. Professor Cláudio Rampazzo.

“Para você aprender Kung Fu, você tem que trabalhar corpo mente e alma. O Kung Fu trabalha muito com energia. Kung Fu sem energia interna é apenas movimento, é apenas uma coreografia como outra qualquer.”. Professor Afonso Pereira Filho.

Esta modalidade desportiva não se limita apenas ao combate corpo a corpo. Existe uma variedade de armas, como o bastão, a lança, espada, facão entre outros. Todos são inseridos no treinamento de acordo com o nível em que o aluno está.

“O leque, por exemplo, era uma arma muito utilizada. Era feito com hastes de aço na ponta, escondidas em baixo do tecido. Onde você utilizava o leque ele ia cortando o oponente e também era muito utilizado contra a espada, ele encaixava na lamina o que permitia que você desarmasse o seu oponente”. Professor Afonso Pereira Filho.

Para quem tem interesse em começar a praticar, tem que saber que a arte baseia-se em dedicação, responsabilidade, concentração, disposição e muito treino! “Ter persistência. O que diferencia um faixa preta de um faixa branca é a persistência. “

“Ter um objetivo. E é importante que esse objetivo se renove quando se conquiste ele. Ter persistência. O que diferencia um faixa preta de um faixa branca é a persistência. O faixa preta é um faixa branca que não desistiu. Por mais dificuldades que você tenha, se você persistir e não desistir você vai ter sucesso”. Professor Cláudio Rampazzo.

“Se tem alguém que gosta da arte e está a fim de praticar, procure uma academia séria, um professor sério e responsável. Não importa o estilo de Kung Fu, nós temos vários estilos aqui no Brasil.

Comece a praticar porque isso só vai trazer benefícios. Vai controlar a ansiedade, a hipertensão, a diabetes, ajuda no emagrecimento para que você possa ter uma saúde melhor. Você vai trabalhar melhor a respiração, inclusive a técnica de respiração do Kung Fu é recomendada para pessoas que sofrem com bronquite asmática, ou seja, praticando pode-se evitar as crises. Procurem conhecer um pouco mais sobre o Kung Fu. É uma arte que está no Brasil há alguns anos, mas muitos brasileiros não conhecem. Ela não é uma arte para quem gosta de violência, o Kung Fu é para ser usado no dia a dia com sabedoria. Utilizar essa sabedoria que o Kung Fu traz, para melhorar a sua vida e o seu relacionamento com as pessoas. Eu sou um exemplo disso e não me arrependo”. Professor Afonso Pereira Filho.

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Texto: Érika Costa Fotos: Divulgação

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ENTREVISTA

SLACKLINEganha cada vez mais adeptos no Brasil

Conhecido também como corda bamba, o slackline é um esporte praticado sob uma fita de nylon flexível que permite ao praticante executar saltos e manobras. O esporte surgiu nos EUA na década de 80 quando alguns montanhistas nas horas vagas esticavam suas fitas de ancoragem entre dois pontos fixos para aprimorar o equilíbrio. Por aqui a corda bamba começou a ganhar espaço em meados de 2010, mas virou febre em

2012 quando Igor Zambelli se consagrou o primeiro campeão mundial brasileiro de slackline.

O feito aconteceu no dia 1 de setembro de 2012, no campeonato mundial disputado na Austrália. O torneio reuniu 16 atletas do mundo todo, sendo que 8 são pré-classificados por serem os melhores do mundo. Igor se classificou após ter passado por uma seletiva através do ‘Wild Card’, uma competição online onde atletas do mundo

tudo enviam vídeos em busca de uma vaga na classificação.

Em SP o esporte ganhou tanta popularidade que o Parque Ibirapuera, inaugurou o primeiro Slack Park do estado, um local especialmente criado para a prática do esporte. A equipe da Offside Sports esteve por lá e entrevistou o slacker Léo Mitsuiki que pratica slackline a 09 meses. Confira:

Offsidesports: Como você conheceu o slackline?Léo: Bom, o slackline eu conheci basicamente quando eu vim ao parque e vi algumas pessoas andando sobre a fita, ai eu fiquei curioso pra saber o que era aquilo e perguntei a um dos slackers se eu podia tentar. O pessoal do slackline é bem gentil, me deixaram andar e aos poucos eu fui tomando gosto até que certo dia eu comprei o meu próprio kit e comecei a praticar com frequên-cia.

Offsidesports: Há quanto tempo você pratica?Léo: Olha, eu pratico a mais ou menos 9 ou 10 meses, eu fiquei algum tempo parado por causa das provas na faculdade mas ao todo acho que é isso.

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Texto: Elias Oliveira Fotos: Thiago Sanches

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ENTREVISTA

ganha cada vez mais adeptos no Brasil Offsidesports: O slack-line pode ser praticado em qualquer lugar?

Léo: Não, antes de ancorar a fita, o slacker deve observar se as árvores são grossas o sufi-ciente para aguentar a pressão exercida pelos saltos no caso do trickline ou pelo peso dos passos no highline.

Offsidesports: O slack-line é um esporte caro?

Léo: Sim, o kit de slackline ainda é um pouco caro, mas hoje em dia está muito mais acessível, atualmente existem algumas marcas nacionais que vendem alguns kits mais em conta. Porém por se tratar de um esporte que necessita de segurança, as vezes é melhor investir em um kit melhor pra sua própria segurança.

Offsidesports: Do que é composto um kit de slackline?

Léo: No kit nós temos a catraca, que é uma peça de metal que trava a fita e faz a ancoragem, a fita que é onde o praticante se equilibra, o protetor de árvores que é uma borracha utilizada para proteger a casca da árvore e o backup de catraca que é amarrado na catraca e na árvore. Ele serve para travar a catraca no caso da fita arrebentar, impossibilitando a

catraca de ser arremessada contra o slacker ou alguém que esteja por perto. Offsidesports: Bom Léo, muito obrigado pela entrevista e por nos apresentar um pouco desse esporte tão fascinante que é o slackline. Você gostaria de deixar alguma mensagem para os iniciantes ou para quem tem vontade de começar a praticar este esporte?

Léo: Eu que agradeço, espero que esta entrevista tenha ajudado a esclarecer um pouco mais sobre o slackline e que nós possamos tornar esse esporte incrível cada vez mais conhecido no Brasil. Bom, o meu conselho é ter paciência, perseverança e dedicação, pois a sensação de conseguir dominar o equilíbrio sobre uma fita é indescritível. Abraços! O slackline é um esporte que traz muitos benefícios para o corpo e mente. É um exercício aeróbico, ajuda a perder peso, trabalha a musculatura das pernas, dos braços e trapézios, aprimora a capacidade de concentração e melhora o autocontrole. É um esporte indicado para pessoas de todas as idades, então coloque os equipamentos de segurança, procure um lugar adequado e experimente essa nova sensação!

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MATÉRIA

O Xeque-mate do esporteExistem muitas histórias que cercam a

origem do xadrez. Quase nenhum enxad-rista sabe afirmar exatamente quando e onde esse jogo complexo de tabuleiro surgiu, a única coisa que se tem certeza é que já não o prati-cam mais por esporte, e sim por amor. Ele é usado como analogia para ações que envolvem estratégia, como por exemplo, empresariais e políticas, sendo o esporte mais praticado no mundo.

Hoje em São Paulo, contamos com mais de 5.000 escolas públicas, e pelo menos 5% delas oferecem xadrez como uma atividade escolar, ou extracurricular. Segundo professores de Educação Física, se pelo menos metades das escolas desde cedo ensinassem e incentivasse o xadrez na rede pública, muitas crianças teriam mais oportunidades de se desenvolver intelectualmente e criar perspectivas, pois o xadrez proporciona outra realidade.

Edy Sakita tem 58 anos e diz: “Sempre baseando minha vida na estratégia do xadrez, posso dizer que ela nunca foi tão boa quanto agora”.

Sakita aos 6 anos aprendeu juntamente com seus irmãos, o que era aquele jogo mágico de tabuleiro. Seu pai sempre lhe ensinou que o xadrez faria parte de sua vida e tudo teria que ser feito com destreza, cuidado, estratégia e planejamento. Não é a toa que alguns anos de-pois de sua vinda para o Brasil, Sakita fundou uma empresa no ramo de produção de tabu-leiros e acessórios deste esporte.

“A empresa nasceu na mão de artesões de

marchetaria. Eram confeccionados tabuleiros e inúmeros acessórios. Íamos a todos os tor-neios possíveis para conseguir comercializar o nosso produto. Hoje, além da loja, temos tam-bém um projeto em que ensinamos o esporte. Organizamos torneios, palestras e workshops para mostrar realmente os benefícios da mo-dalidade. Nosso objetivo não é somente vender os produtos que fazemos, e sim, mostrar que o xadrez pode sim dar uma objetividade na vida das pessoas. Com mais concentração, estra-tégia e paciência, com certeza as pessoas irão conseguir chegar aonde almejam. Eu cheguei, porque ninguém mais conseguiria Quem faz sua vida, sua felicidade, é apenas você. Então faça por onde se orgulhar. Eu escolhi o xadrez, e não me arrependo disso por nada”.

Edy Sakita

Texto: Lais Franco Fotos: Divulgação

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Texto: Lais Franco Fotos: DivulgaçãoFutebol

AmericanoFomos descobrir porque não deslancha no Brasil. Conversamos com um atleta, identificamos as principais dificuldades para quem pratica e o que ele enxerga no horizonte em relação ao esporte.

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REPORTAGEM Texto: Thiago Sanches Fotos: Thiago Sanches

Foto: Lilian Kim

O esporte da bola oval no país do futebol

Foi assistindo uma edição do Super Bowl que uma dúvida surgiu em minha

cabeça: Por que o futebol americano não faz sucesso no Brasil? O Super Bowl é o evento final da NFL (National Football League), a maior liga de footbal existente. O evento é grandioso e no intervalo acontece uma apresentação de algum artista consagrado, o que ajuda a atrair milhões de pessoas, em sua última edição bateu recorde de audiência e foi o programa mais assistido em toda a história da TV americana. Então, por qual motivo o esporte quase não é divulgado em nossas terras?

“É engraçado, quando digo que jogo futebol americano as pessoas já criam uma expectativa negativa e acham que sou um monstro, mas não é assim”, conta Guilherme Barboza, atleta há três anos e dono de títulos como o Campeonato Brasileiro classificatório, Metropolis Bowl e Sanca Bowl. Guilherme garante que futebol americano não é apenas entrar em campo e dar pancada nos adversários. “Os atletas aprendem como usar seu corpo e sua força sem machucar

os outros. Não é começar a jogar e sair dando “capacetada”, nós passamos por um treinamento intenso para saber o que estamos fazendo. Tudo que acontece em campo é consciente, afinal é sua vida que está em campo e com uma entrada ou pancada errada você pode se machucar”.

Apesar de ser intenso, o treinamento não acontece todos os dias. O Brasil ainda não possui uma liga profissional de futebol americano o que obriga os atletas terem outros empregos, por conta disso a preparação para os jogos é feita aos finais de semana. “Nós vamos conversando entre os atletas e quando dá, treinamos durante a semana três ou quatro horas e no domingo treinamos em dois períodos.”

A falta de uma liga profissional está diretamente ligada ao fraco investimento no esporte. Em 2013 a CBFA (Confederação Brasileira de Futebol Americano) chegou a anunciar o que seria a primeira liga de fato profissional no Brasil, a LFA (Liga de Futebol Americano). Havia um acordo com o canal

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REPORTAGEM

O esporte da bola oval no país do futebol

SporTv para a transmissão dos jogos e uma arena especial para a prática do esporte seria construída, mas o sonho foi suspenso meses depois devido à desistência de um dos principais investidores do projeto.

Mesmo sem uma liga profissional a CBFA é reconhecida pelo Ministério dos Esportes e pela Federação Internacional de Futebol Americano que mantém o campeonato Brasileiro, disputado por times de 18 estados. Os jogos acontecem geralmente em campos de futebol espalhados pelo país, o que dificulta o avanço do esporte, como explica Barboza: “Falta também apoio do governo que poderia nos ceder campos melhores, hoje jogamos em campos de futebol que são pintados, mas não é sempre que deixam pintar os campos, aí somos obrigados a colocar faixas para demarcar o que

aumenta a chance de causar algum acidente se de repente algum jogador enrosca o pé na faixa pode causar uma lesão que não ocorreria se jogássemos em um campo próprio”.

O apoio ajudaria no deslocamento das equipes de uma cidade para a outra e na compra dos equipamentos, por ser um esporte que começou a ser praticado recentemente no Brasil, os materiais utilizados são todos importados e o preço para quem começa a jogar é alto. “Todo o investimento em chuteira, capacete, protetor de costela, protetor bucal, coquilha, luva, calças especiais e Shoulder, giram em torno de R$ 1.500, sendo tudo de uma marca mediana, se quiser um equipamento realmente bom vai passar disso e fica muito pesado para quem está começando. Fora o equipamento para treinos, uma bola é absurdamente cara”.

Por conta disso, Guilherme dá uma dica para quem pensa em começar a praticar o esporte, “Acontecem seletivas em várias equipes no Brasil inteiro, começa devagar, vai fazendo seletivas e veja se é isso que realmente quer, não adianta fazer todo o investimento e comprar um material de ponta se depois da primeira pancada você perceber que não é o que queria ou esperava”.

O desenvolvimento das equipes também

é prejudicado pela falta de patrocínio, poucas equipes possuem um bom patrocinador, como o Corinthians Steamrollers ou o Flamengo, e estas equipes maiores conseguem pagar alguns jogadores ou treinadores. São poucos os atletas que são pagos, mas faz a diferença no campo, um atleta que pode treinar todos os dias rende mais do que um atleta que treina somente no fim de semana, isso afeta as equipes pequenas que são maiorias. Por outro lado, a chegada das equipes grandes atrai o público e é comum ver torcedores do Corinthians Steamrollers que não entendem do esporte e vão assistir aos jogos por torcer pelo Corinthians no futebol. O caminho pode estar aí, o público precisa de um motivo para buscar aprender sobre o futebol americano e assistir seu time do coração em outro tipo de modalidade é um bom incentivo.

A verdade é que o futebol americano vem crescendo no Brasil e sua prática é muito recente. A CBFA foi oficializada em 2012 e o campeonato Brasileiro teve apenas quatro edições. Todo esporte passa por dificuldades em seu começo, mas apoio e divulgação são indispensáveis para que ele possa evoluir. A transmissão da NFL em alguns canais da TV fechada ajuda a difundir o football, mas para o esporte nacional é importante que outros grandes clubes montem suas equipes de futebol americano, para assim atrair público e investidores.

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MATÉRIA Texto: Viviane Ferreira Fotos: Divulgação

Você conhece hóquei no gelo?Esporte pouco conhecido no Brasil, o Hóquei no

Gelo é popular nos países da América do Norte, como os Estados Unidos da América e o Canadá, que disputam na liga profissional de hóquei NHL (National Hockey League). Composta por um total de 30 equipes resultantes dos dois países, elas são divididas em duas conferências: leste e oeste. As maiores equipes canadenses da atualidade são os Montreal Canadiens, Toronto Maple Leafs, Vancouver Canucks e as americanas são Boston Bruins, Pittsburgh Penguins, Detroit Red Wings e Philadelphia Flyers.

Criado no Canadá ao final do século XIX por imigrantes e soldados britânicos, é uma modalidade derivada do Hóquei de Grama. No Canadá é considerado o esporte nacional, tendo o melhor time de hóquei. Derrotou a seleção dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Inverno 2010 em Vancouver (Canadá) e a seleção da Suécia nos Jogos Olímpicos de Inverno 2014 em Sochi (Rússia). É a primeira seleção, além da soviética, que conquista a medalha de ouro por duas vezes consecutivas nestas olimpíadas.

As partidas dos jogos são similares ao nosso futebol, com seis jogadores em cada equipe, são três atacantes, dois defensores e um goleiro. Assim como no esporte tupiniquim o objetivo é marcar o maior número de gols possíveis, mas as semelhanças acabam por aí. Os jogadores são equipados com patins próprios para patinação no gelo, sticks (tacos em formato de “L”), capacetes, visores, luvas, protetores e o disco chamado puck, feito de borracha vulcanizada que alcança

incríveis 160km/h. Tudo isso torna a aparência dos jogadores bem diferentes das quais estamos acostumados a ver.

Cada vez mais o hóquei ganha admiradores. Considerado o esporte mais rápido do mundo, devido seu deslocamento no rinque de gelo é também um dos mais violentos. Não é difícil ver jogadores sem dentes por causa de “acidentes” ocorridos durante a partida. O museu Hockey Hall of Fame (Hall da Fama do Hóquei) localizado em Toronto no Canadá, contém em seu acervo os uniformes e parte dos acessórios utilizados pelos maiores jogadores da história do hóquei. Possui também uma réplica da tão cobiçada Stanley Cup (Copa Stanley, taça dada à equipe vencedora da NHL).

Assim como os torcedores do futebol, os de hóquei também são apaixonados pelo esporte, em 2011 quando a equipe dos Vancouver Canucks perdeu a final da Stanley Cup para o Boston Bruins, a cidade canadense viveu cenas de violência, pessoas se feriram, carros foram incendiados e lojas destruídas por alguns torcedores que estavam afetados pelo álcool e não aceitaram a derrota do seu time. Algo sempre lamentável entre as torcidas de qualquer modalidade esportiva.

Por outro lado, após a tragédia do atirador de Ottawa os Estados Unidos prestaram uma homenagem ao irmão do norte num jogo entre as equipes Philadelphia Flyers e Pittsburgh Penguins onde todos os presentes, sendo em sua grande maioria americanos, cantaram o hino canadense em uma das mais belas demonstrações de respeito já vistas no esporte.

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