Revista Mundo e Missão - Novembro de 2014

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Sorriso, linguagem universal Novembro 2014 Ano 21 – nº 187 – www.mundomissao.com.br R$ 10,00

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Uma comunidade em Obras (Segunda Parte).

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Sorriso, linguagem universal

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O sino ao lado da cozinha toca alto a cada momento de pausa e de ali-mentação. O ba-

dalar do sino para o almoço logo lota o refeitório. E não é para menos, pois a comunidade ha-via madrugado e todos já desen-volveram inúmeras atividades. Agradecer e pedir ao Senhor que o alimento a ninguém falte já é parte da rotina, mas, aguar-

Uma comunidade em obras

(Segunda parte)

MUNDO E MISSÃO44

Maurício Araújo – [email protected]

O sítio de 20 hectares em Pouso Alegre-MG onde se encontra a Fazenda da Esperança, inaugurada há três anos, passa por uma grandiosa reforma para adaptá-lo às

necessidades dos jovens, aos métodos terapêuticos da comunidade e à rotina diária de uma fazenda. Nesta edição você fica sabendo o que se faz por lá.

esteve em Três Marias, em Mi-nas; em Teresópolis, no estado do Rio; mas foi na Fazenda de Poço das Trincheiras, em Ala-goas, que mais cresceu e apren-deu, principalmente com o lon-go período de estiagem. Natural de Minas, ficou longe da esposa durante um ano. Nelci, a espo-sa, 54 anos, também mineira de Andradas é funcionária pública. Passa a semana na cidade e, no final de semana, segue para a fa-zenda onde o marido e ela tra-balham lado a lado com jovens.

À espera das visitasO sol está alto, mas não afu-

genta; pelo contrário, aquece o trabalho. Alguns lavam telhas usadas preparando-as para co-brir a nova casa que está sendo construída. Em volta do lago, da gruta de Nossa Senhora de

dar que a visita seja a primeira a se servir, só para, então, seguir a fila, foi um aprendizado e já muda o fluxo do dia a dia.

Ao andar pelas dependências da comunidade, encontram-se jovens no colóquio, outros co-chilando à sombra das árvores e outros ainda distraindo-se com um jogo de uno ou domi-nó. E o mesmo sino, que chama para a pausa, toca para lembrar a moçada que é hora de voltar ao batente.

Os valores de um casalO responsável por esta Fazen-

da, José Roberto Caldas, recu-perou-se em 1999 em Guara-tinguetá/SP. Depois, tornou-se voluntário para ajudar na visita do então papa e hoje emérito Bento 16 e, desde então, passa de uma comunidade a outra. Já

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Guadalupe, e em alguns outros pontos do quintal são constru-ídos quiosques, sob os quais os jovens se reúnem com os fami-liares nos dias de visita.

PrecauçãoNo momento, o pequeno cur-

ral não comporta mais que três animais. Por este motivo, um maior e mais adequado curral está sendo construído bem pró-ximo das pastagens. O atual é pequeno e ficará disponível para acolher carneiros. Afinal, é pre-ciso evitar acidentes, como os que já ocorreram com a perda de filhotes que caíram no lago, e se precaver contra outros im-previstos, por exemplo, as visi-tas indesejadas de lobos guará.

Apetite e recuperaçãoEnquanto os trabalhos exter-

nos prosseguem, dentro da casa as exigências não ficam para traz, principalmente, com os horários da alimentação. O seu responsável é Carlos Henrique S. Renno, de 43 anos, mineiro de Itajubá. Ele nos conta que fica impressionado com a fome dos que, dez minutos antes de cada refeição, já aguardam an-siosamente o tocar do sino. Car-los fez seu ano de recuperação em Guaratinguetá e voltou para casa. Retomou a vida. Alguns anos depois teve uma recaí-da, mas logo procurou ajuda e, apoiado pelo responsável, hoje

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veitam para se distrair e outros escrevem a seus familiares.

Um dia especial e a esperançaA segunda-feira é um dia es-

pecial. O padre Mario Borghi, fundador do Mosteiro Popular Nossa Senhora de Guadalupe, celebra Missa às 17h30 na pe-quena capela adaptada em um dos chalés. É hora em que todos entregam suas preocupações, colocam nas mãos de Deus as dívidas e as dúvidas, as dificul-dades e o emprego, a família, tudo o que deixaram na socie-dade e pedem muita força para a caminhada, porque esse dia se encerra e amanhã novos desa-fios e trabalhos os esperam.

Se, entre todos, apenas um fi-car; se, entre todos, apenas um continuar sóbrio; se ninguém re-cair, melhor ainda. Mas, se entre todos existir a esperança, Jesus Cristo, valeu a pena enfrentar cada dificuldade e sonhar com a felicidade de quem tem, aqui, a oportunidade de recomeçar.

*Reside e trabalha na sede da Fazenda da Esperança

em Guaratinguetá

só tem a agradecer pela oportu-nidade de recomeçar.

A alegria por todo ladoO resultado das atividades

anima a caminhada dos jovens. Um e outro serviço chega ao fim, mas há também os que exi-gem maior paciência. No final do dia, percebe-se o cansaço, que é, porém, suplantado por algo mais atraente: a alegria ge-ral. O sino toca. Encerrou-se o dia de trabalho. Quinze minutos depois, o sino soa novamente. É hora do cafezinho. Pare, feche os olhos e ouça: parece que você está em uma festa. Você ouve risadas gostosas, conversas en-trelaçadas. Abra os olhos: não se vê dependentes químicos; ape-nas pessoas com brilho no olhar que lhe dão esperança, atraem seu olhar. A história de cada um desperta a sua curiosidade.

Ainda dá tempo para jogar um baralho, dominó ou outros jogos, antes de jantar. Você tem a sen-sação de que está em um retiro e não em tratamento, tamanha é a alegria dos jovens. E, após a últi-ma refeição do dia, alguns apro-