Revista ME 2015/1 - JOVENS

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Revista do Movimento Encontrão - Jovens - Edição 07 - Ano 2015 movimento me.org.br

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Revista do Movimento Encontrão - Jovens - Edição 07 - Ano 2015movimento

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Revista MovimentoRevista de circulação interna do MEEdição 7Ano 2015Tiragem: 3.000 exemplaresDistribuição gratuita

Diretor Executivo ME: Airton Härter PalmEditorial: Joana A. Bauer WulffProjeto Gráfico: Paulo Eduardo SellRevisão: Simony Ittner Westphal Diagramação: Paulo Eduardo Sell

Movimento EncontrãoRua Francisco Caron, 630CEP 82120-200 - PilarzinhoCuritiba/PR|41| 3302-5100 - [email protected]

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Descoberta, entusiasmo, disposição, insegurança, crises, descompasso... Essas são algumas das palavras que me vêm à mente quando o assunto é jovens. Estar na juventude, sem dúvida, é uma das fases com as maiores descobertas e, também, de muita insegurança.

Quem já passou por isso o sabe muito bem. E aqueles que estão exatamente nesta fase da vida experimentam essa sensação constantemente. Pessoalmente, já entrei na fase de olhar para a juventude como alguém que não está mais nela.

Chegando aos 30 anos, parece que estou, mas não estou, sabe?! (Quem disse que a crise é só de quem está na juventude?). Não sei em que fase da vida você está, o que eu posso garantir é que esta edição da revista Movimento traz textos para quem está chegando na juventude, quem a vive diariamente e para aqueles que já a olham de fora.

Como igreja, parece que a percepção geral é de que precisamos trabalhar com jovens, queremos jovens na nossa igreja, mas nem sempre sabemos muito bem como fazer isso. Não se preocupe, você não é o

único a sentir isso. E qual é a receita? Não existe uma ou duas, existem várias, e todas recebem ingredientes que variam de acordo com o contexto e o momento. Por isso, aproveite as dicas dos nossos autores, adapte-as ao seu contexto e não tenha medo deles. Isso mesmo, não tenha medo dos jovens! Chegue perto deles, converse com eles, ouça-os, fique ao lado, abrace (quando ele deixar, claro!). Se você começar a fazer isso, já vai descobrir muitas formas de trazê-los para mais perto da vida em comunidade e, principalmente, da vida de fé.

Agora, o papo é com você, dos 14, 17, 19, 23 anos, ou seja lá qual for a sua idade agora. Quer aproveitar uma das melhores e mais apavorantes fases da vida de um jeito que você não vai se arrepender quando for um idoso sem dentes? Entregue o seu caminho ao SENHOR; confie nele, e ele agirá (Sl 37.5).

Boas descobertas por meio da leitura!

Joana A. Bauer WulffCoordenadora de Ministérios

Movimento Encontrão

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está avulso nesta revista ou depositando na seguinte conta:

Movimento Encontrão | CNPJ 40.388.647/0001-57Bradesco Ag. 1808-2 CC. 2006-0 | Banco do Brasil Ag.

1622-5 CC. 209878-4

14 a 17 de FevereiroEncontrões Regionais

28 e 29 de MarçoAssembleia Geral do MECPM-Curitiba/PR

01 a 03 de MaioEJN - Encontro Jovem Nacional ENA - Encontrão Nacional de AdolescentesJoinville/SC

27 e 28 de JunhoEncontro de LiderançasFlorianópolis/SC

AGEN

DA 10 a 13 de Agosto

Encontro de ObreirosFlorianópolis/SC

28, 29 e 30 de AgostoEncontro de Profissionais Liberais e Empresários CristãosFlorianópolis/SC

19 e 20 de SetembroEncontro de Líderes do Ministério Infantil

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Vivemos num tempo extremamente interessante e intrigante na história da humanidade. Se você tem alguma dúvida, digita no Google. Se quiser falar com alguém, em qualquer lugar do mundo, usa o WhatsApp. Se quiser relacionamentos, procura no Facebook. Neles, encontramos de tudo e todo mundo e, por meio deles, sentimo-nos cidadãos do mundo, conectados em tudo o que se passa, seja onde for: somos globais! Ao mesmo tempo, há um sentimento geral de tristeza e falta de sentido no ar.

Contraditoriamente, este mundo fantástico em que vivemos, cheio de informações, viagens e aventuras, não tem sido capaz de produzir, nas pessoas, um sentimento de satisfação e alegria. Somos atropelados por uma inflação de informações, que não melhora nossa vida, e que não nos capacita a viver melhor. Pelo contrário, muitas vezes, não conseguimos dar conta das tarefas mais simples do dia a dia. Aliás, a rotina diária se torna enfadonha, entediante. O mundo do Facebook sempre é tão bonito e maravilhoso, que parece que a nossa simples vida é tão sem graça, que nem vale muito a pena ser vivida.

Com isso, um sentimento de depressão coletiva não tem sido incomum. Muita gente vive debaixo de antidepressivos. Se as coisas não têm adrenalina, não têm graça. Se os encontros com jovens não têm algo ou alguém “muito louco”, são chatos e um “saco”. Um constante e crescente descolamento da realidade vai sendo criado, no qual, se eu não estiver me “drogando” com alguma coisa, parece que a vida não tem cor nem brilho.Uma percepção de caos e desordem vai se generalizando. Interessante que o caos, na mitologia grega, é um deus gerador de divisão e desordem.

Ele é o criador da noite e das trevas. Trevas geram insegurança e medo. Não nos sentimos seguros andando no escuro. Nas trevas, nem enxergamos direito para onde ir. Sem saber aonde ir, nada do

Rui PetryPastor em Florianópolis/SC

3Nova História

que fazemos realmente nos dá um sentimento de satisfação e de propósito para a vida. Enquanto as estruturas deste mundo se encarregam de nos “entreter” na virtualidade, a realidade nos deprime e nos põem de joelhos. Virtualmente somos felizes, engajados e combativos, mas na realidade, somos tristes, alienados e indiferentes.

É atribuída a Einstein a frase de que ele temia o tempo em que a tecnologia superasse a interação humana. Se foi ele quem disse isso ou não, não sei, mas o fato é que vivemos este tempo. Tempo complicado, no qual, todo mundo está tão ligado e tão desligado e, ao mesmo tempo, sem perspectiva e nem esperança alguma.

Não é à toa que a Palavra de Deus diz que ele é luz. Deus ilumina o caminho, expulsa as trevas, traz sentido para nossa vida e ordena o caos que se forma em nós e à nossa volta. Vale ouvirmos Jesus dizer que ele é a luz do mundo, e que quem o segue não andará nas trevas da depressão. Dentro do abraço de Jesus, não tem lugar para o medo, para a ansiedade e a tristeza. Enfim, não há melhor lugar do que dentro do abraço de Deus, neste mundo maluco em que vivemos. Volte para ele, pois só nele sua vida vai encontrar sentido e esperança! Saia da sua alienação e volte para Deus! #reinventesuahistoria com ele, e um grande amor arderá em seu peito.

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Ser cristão na universidade é um desafio pela mesma razão que sempre foi um desafio ser cristão em qualquer tempo e espaço. A humanidade é formada por “religiosos necessitados”. As religiões são a busca do ser humano distante de Deus por suprir suas necessidades, na vivência e interpretação do cotidiano (material) e do eterno (imaterial), por conta própria. Na universidade, diversas religiões coexistem e, a maioria dos universitários tem uma ou várias delas. Um dos religiosos mais comuns é aquele que, durante a semana, é aspirante em ciência e, no final de semana, é doutor em embriaguez e relacionamentos descartáveis. Em um momento, busca viver e interpretar o cotidiano e até o eterno, cientificamente, em outro, busca viver e interpretar o cotidiano e o eterno por meio das experiências sensitivas e sexuais. Em meio a tanta tendência religiosa, interna e externa a nós, é que se estabelece o desafio de ser cristão. E a única maneira de enfrentar esse desafio é vivendo de acordo com a Palavra de Deus.

A Palavra de Deus é a manifestação de Deus, é o que Deus revelou de uma forma compreensível para nós. Deus já se revelou e se revela de diversas formas, mas a mais completa delas, a sua Palavra plena e definitiva, é Jesus Cristo! Viver de acordo com a Palavra não é religião, porque é viver de acordo com o que Deus revela: tudo o que o ser humano necessita para viver e interpretar, tanto o cotidiano como o eterno. Revela tudo o que o ser humano necessita para ter uma correta relação com seus semelhantes, com a criação e com o Criador. Deus revela e, além disso, restaura essas corretas relações em nós por meio de Cristo. Assim, somente assim, podemos ser cristãos na universidade, ou seja, em qualquer lugar.

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Junto com o privilégio de ser cristão, inevitavelmente, há a consequência de testemunhar sobre o fundamento da nossa vida e da interpretação da realidade, cotidiana e eterna, que estamos desfrutando. Assim como a Palavra tornou-se carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, cheia de graça e de verdade (Jo 1.14), somos chamados a encarnar essa Palavra. Isso é realização ativa da graça e da verdade no dia a dia. O nosso testemunho será então Palavra de Deus, manifestação compreensível de Deus, e essa manifestação, assim como foi em Cristo, será voltada para as necessidades do ser humano e de toda a criação.

As universidades estão repletas de necessidades e de necessitados, iludidos com as religiões, carentes de significado e restauração para a realidade do cotidiano e do eterno da vida. Se vivermos de acordo com a Palavra é extremamente possível e necessário dar testemunho!

Acauã Auler RolimBacharel em teologia, estudante da UFSC e

coordenador da MUNIL (www.munil.org)em Florianópolis/SC.

Universidade

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Alguns anos atrás, fui convidado para substituir um pastor que estaria de férias durante os feriados de final de ano. Minha tarefa era conduzir cultos em algumas comunidades. Uma delas era bem pequena, constituída basicamente de pessoas mais velhas. Cantei com eles, conduzi a liturgia e preguei. Foi muito gostoso estar lá, pois aquele pessoal demonstrou grande satisfação por ter dois jovens (minha esposa estava comigo) celebrando um culto de Natal com eles. Creio que isso era consequência do fato de sua comunidade estar envelhecendo, e muitos de seus filhos e netos não se interessarem em se envolver com uma comunidade cristã.

Em boa parte das comunidades que visitei e que estão passando pelo mesmo processo de envelhecimento, essa alegria de ter jovens querendo se envolver é evidente. As pessoas sabem que a igreja precisa aprender a passar o bastão para a próxima geração, senão, ela morrerá! Apesar disso, algumas perguntas rondam minha mente: quanto tempo essa alegria durará quando esses jovens começarem a querer dar a “sua cara” para a maneira como a comunidade vive? Será que temos sido igreja para eles também?Quando penso nisso, sempre me recordo daquela história em que os discípulos estavam impedindo as crianças de chegarem perto de Jesus (Mt 10.13-16). Independentemente do motivo, eles se tornaram um grande obstáculo para as crianças encontrarem a Cristo. E me pergunto se nossas igrejas não fazem o mesmo em relação aos jovens e adolescentes: eles são muito diferentes; não se

comportam nos cultos; não gostam das músicas dos mais velhos; são barulhentos; vestem-se de uma maneira esquisita; são rebeldes – a lista de motivos pode ser bem maior do que esta. A tensão entre o querer e o ter jovens na igreja local sempre existirá. O que precisamos é encontrar caminhos para aprender a viver juntos. Por isso, é interessante deixar algumas dicas para sermos auxílio e não obstáculo para eles:

• Compreender quem são os jovens. Você conhece a vida deles? Geralmente temos medo daquilo que não conhecemos e, por fim, agimos de maneira precipitada.

• Entender que as mudanças que ocorreram no mundo dificilmente voltarão atrás. Saudosismos não ajudam muito a receber os jovens com alegria.

• Não sacralizar o que é antigo. Somente os princípios de Deus são imutáveis. Por isso, é preciso aprender a ser flexível com aquilo que trazemos de nosso passado para não impor nossa cultura ou preferências, mas ensinar princípios de vida.

• Não gastar tanta energia para criticar, mas amar e guiar jovens a Jesus. Eles precisam de referências para se espelhar; de pessoas “modelo” que os aceitem e lhes ensinem a viver com Deus.

André Rodrigo KohlrauschCoordenador do Ministério Jovem

Movimento Encontrão

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Jonatan Bartz NeumannProfessor de idiomas em Três Lagoas/MS

Ser jovem é desafiador. O tempo todo nós temos que tomar decisões que afetam nosso futuro profissional e pessoal, nossos relacionamentos com a família, amigos e até mesmo com Deus. Diariamente, somos instigados a viver conforme os padrões do mundo moderno e, de certa forma, pressionados a adequar nossa conduta conforme o padrão que o próprio Deus estabeleceu. Podemos dizer que vivemos em meio a um triângulo composto de opiniões conflitantes em que, de um lado, estão nossas próprias aspirações e sonhos. Do outro, nossa família, com seus desejos e também sonhos para a nossa vida. E, por fim, Deus, com todo seu projeto de vida esperando uma resposta. Desafio lançado, agora é nossa a tarefa de lidar com tudo isso.

No entanto, como viver nossa própria liberdade, expressando nossas opiniões, sem que um dos lados seja machucado? Como correr em busca de nossos próprios sonhos e ainda vivê-los de acordo com o que Deus espera, sem entristecer nossos pais ou frustrar os planos que eles mesmos têm para nós? Afinal, é mandamento do Senhor amá-lo, ao mesmo tempo em que devemos honrar pai e mãe. E, em Mateus 28, quando Jesus nos chama ao “ide”, isso inclui também nossa família.

Na carta que Paulo escreveu a Timóteo, um jovem para os padrões da época, encontra-se a senha para resolver todo esse conflito: Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza (1Tm 4.12).

Para o jovem, talvez não haja desejo maior do que ter opiniões respeitadas e voz ativa dentro da própria família. Buscamos ansiosamente marcar o nosso território e estabelecer autoridade. E é exatamente esse o conselho de Paulo. Devemos sim buscar por isso, porém, não por ostentação ou força, mas pelo exemplo de vida baseado na Palavra de Deus. E, para que consigamos o equilíbrio entre os três lados do triângulo, precisamos viver de tal modo que nossas atitudes sejam marcas visíveis dessa Palavra, que é o amor, dentro da nossa família. Não viver esse amor de forma fútil ou banal, resumindo-o a uma mera forma de tratamento, mas fazendo com que ele se torne parte do nosso caráter para que todo o nosso procedimento esteja nele fundamentado.

Assim, para começarmos a demarcar o nosso território e experimentar uma vida de liberdade, precisamos abandonar a rebeldia e abraçar, de fato, esse amor, que é a verdadeira essência de Deus. Ao entendermos isso, entenderemos também que a humildade é uma de suas principais características, e o considerar os outros superiores a nós mesmos (Fp 2.3), aceitando um lugar de serviço, preocupando-nos com as necessidades dos outros e não com os nossos próprios interesses, não é obrigação e sim um exemplo de amor. Dessa forma, evitaremos conflitos, ao mesmo tempo em que buscamos o nosso espaço, sem feridas.Temos pela frente um desafio e tanto!

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Foi em um Encontrão de Ituporanga que, pela primeira vez, de uma maneira muito clara, senti um forte amor por pessoas que eu nem conhecia. Com o passar dos anos, o sentimento se transformou em convicção, sobreviveu durante a faculdade de medicina e acabou se tornando uma realidade na minha vida. Graças a Deus, o mesmo sentimento foi também plantado no coração da minha, então, namorada, hoje esposa. De lá para cá, já se passaram mais de dez anos, mas a ideia continua a mesma: que “somos abençoados para abençoar” (Gn 12). Nossa história de compartilhar as boas

Ele é médico, ela é professora e são missionários na África.*por motivo de segurança seus nomes não foram divulgados.

novas de Jesus com pessoas que nunca antes tiveram a oportunidade de ouvir o evangelho começou cedo, na adolescência, justamente naquele tempo da vida em que o jovem passa por tantas transformações, tantas emoções e tantas incertezas. Nessa época, demos os nossos primeiros passos em direção ao trabalho na África, eu como médico e a minha querida como professora. Hoje, olhando para trás, louvamos a Deus porque fomos cercados por pessoas que deram ouvidos às nossas ideias, pessoas que entenderam a necessidade de que alguns de nós tenhamos que ir “até os

confins da terra” para proclamar as boas novas. Os jovens, com toda a sua energia, são uma ferramenta afiada nas mãos do Criador. Sua sinceridade, liberdade e capacidade de se entregar de cabeça em projetos são essenciais para o trabalho ao qual Deus tem chamado a igreja para completar. Se você é jovem e também crê que Deus o tem chamado, não permita que ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza (1Tm 4.12). Como corpo de Cristo, a igreja tem o dever de ser uma ferramenta na mobilização, capacitação e envio de jovens para o trabalho

transcultural. Se as nossas igrejas não têm feito isso, precisamos rever a nossa teologia e a nossa prática em relação a missões. Entendemos realmente a sua importância? Estamos profundamente envolvidos?Sem dúvida, Deus pode levantar jovens “sem igreja” para esse trabalho, mas quantas bênçãos estaríamos perdendo por não participar desse projeto maravilhoso do Pai, de resgatar e redimir toda a humanidade para si? Uma teologia correta nos ensina que missões são um privilégio e não um fardo, afinal, a obra é de Deus, e nós somos apenas as suas ferramentas.

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11Comportamento

Substituindo a centralidade de Cristo pela centralidade do smartphone.

Na internet, o dito popular “Mostra-me o que postas que direi quem és” simplesmente não funciona. Tudo bem que as pessoas são naturalmente contraditórias e inconstantes, mas a rede leva isso ao extremo, por deixar tudo na distância de um clique, tanto aquilo que é bom quanto aquilo que é ruim. Assim, posso, ao mesmo tempo, reproduzir online aquilo que vivo quando não estou conectado ou inventar outra realidade e usar a internet para potencializar tudo de ruim que existe dentro de mim. Quando estamos cara a cara com alguém, até podemos sustentar uma máscara por certo tempo, enganar e esconder nossos reais sentimentos e pensamentos, mas uma hora ou outra essa máscara cai. Casos desses são tão comuns que até existe um programa de TV, no qual, são desmascarados falsos casos de namoros virtuais. Contudo, devemos fazer como está escrito em Memesias 120.2014: “Não xingai muito no Twitter”. Brincadeiras à parte, esse lance de “forjar a verdade” é tão fácil que um fotógrafo japonês, cansado das selfies super felizes de casais mega fofinhos, decidiu ele próprio criar sua história de amor virtual com uma namorada que nunca existiu. Além disso, temos o fato de que os tais smartphones alcançaram uma centralidade exagerada no nosso cotidiano; são realmente parafernálias sensacionais, que facilitam muito a vida. Por outro lado, eles são tão viciantes que a primeira e a última coisa que a maioria das pessoas que tem um faz durante o dia é olhar para o bichinho, como dizendo: “Bom dia, iPhone 6STXZ lindo!” “Boa noite, Galaxy StarWars

maravilhoso!” Ou seja, é um verdadeiro deus; eu até posso ficar com fome, mas tenho que andar sempre com o carregador de bateria para a hora em que o apetite de meu smartphone aumentar. O que é interessante, e triste ao mesmo tempo, é que os dois casos são exemplos claros da marca do pecado em nossas vidas. E nem precisamos de um conhecimento bíblico muito profundo para vermos isso; é só darmos uma olhada nos Dez Mandamentos, lá em Êxodo 20, para percebermos que mandamos alguns deles para o espaço. Contudo, se realmente somos filhos de Deus, como João escreveu no capítulo 1 de seu Evangelho, devem existir para nós alguns pontos centrais na nossa fé, valores inegociáveis de obediência ao nosso Pai do Céu, seja em frente a um equipamento eletrônico ou em frente a uma revista ou um jornal; seja ao lidarmos com pessoas virtualmente, seja ao lidarmos com pessoas fisicamente. Isso porque, independentemente do lugar ou da maneira, estamos tratando do mesmo assunto: RELACIONAMENTOS – eu e Deus/eu e o outro. Quando substituímos valores bíblicos ou mesmo pessoas pelo manuseio de um objeto ou de uma realidade que só é acessível por meio dele, sucumbimos à tentação da impessoalidade e temos a sensação de que estamos livres para fazer o que quisermos com quem quisermos. Mas será que isso vale realmente a pena? Será que o nosso comportamento deve mudar pelo fato de estarmos lidando com uma tela grande parte de nossos dias, como se dela saísse um gênio malvado que magicamente troca os nossos valores? #ficaadica!

Mateus Fonseca PereiraMissionário e professor em Passo Fundo/RS

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Numa noite de quarta-feira, enquanto conversava com alguns líderes da igreja, fomos interrompidos por um jovem que estava à porta do templo e pedia ajuda. Fui conversar com ele, e o rapaz pediu que o levasse até uma cidade vizinha, a uma casa de recuperação para drogados. Apesar de alguns medos e dúvidas, eu e minha esposa o levamos ao local.

Durante a viagem, ele contou que sua desgraça começara quando ele tinha 17 anos e fora convidado para uma balada. No embalo da festa e pressionado pelo grupo, aceitou experimentar algo que lhe ofereciam. Era crack! “Só vou experimentar”, pensou. Desde então, nunca mais se livrou do vício, e isso já vai para dez anos.

Pois é, galera, essa é uma história que se repete, e você precisa estar atento. O risco é real, pois o período da adolescência e juventude é marcado por intensas e profundas mudanças, por descobertas e experiências que determinarão o seu futuro. É um tempo de curiosidade e de busca da própria identidade que, associadas ao desejo de tomar decisões próprias pode expor jovens e adolescentes ao risco das drogas.

Entre as causas diversas, podemos citar a impulsividade típica do período, a necessidade de ser aceito pelo grupo, o sentimento de que “isso não acontece comigo”. Certamente também fatores familiares contribuem para que o jovem seja seduzido pelas drogas. Jovens de famílias desestruturadas, famílias marcadas pelo

conflito, ausência de carinho e amor, falta de diálogo e inexistência de limites claros são mais suscetíveis ao envolvimento com diversos tipos de drogas. É aí que entra uma sacada para lá de interessante.

A Bíblia pergunta: como pode o jovem manter pura a sua conduta? E a resposta é clara: Vivendo de acordo com a Palavra de Deus (Sl 119.9). É isso mesmo, uma vida marcada pela obediência aos princípios de Deus traz inúmeras bênçãos, pois os limites que ela estabelece nos ajudam a viver de forma segura, evitando a tentação de experimentar o perigo. E, ao mesmo tempo, a Palavra pode ajudar quem já está envolvido com drogas. Diálogo franco, amor sem fingimento e misericórdia são fundamentais para apoiar aquele amigo que se vê preso na rede das drogas. Evidentemente, será necessário contar com a ajuda de profissionais, mas você pode animar o dependente a buscar ajuda. Deus guarde sua vida!

Valdecir PatzlaffPastor em Ituporanga/SC

Drogas

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FILHOS

Família, educação dos filhos... Nas conversas com amigos e irmãos, esse assunto, frequentemente, entra na roda. E, na maioria das vezes, vêm à tona a preocupação e as dificuldades de enfrentar os desafios diários que a convivência e as relações entre os membros da família apresentam. De fato, não é tarefa fácil, mais ainda, quando buscamos viver sob os princípios do evangelho de Jesus Cristo. É como se andássemos na contramão.Contudo, sendo a presença de Deus prioridade em nossas vidas e famílias, buscamos nele orientação, capacitação, consolo e alegria. Assim, “as coisas mudam de figura”. Temos em Jesus o “caminho das pedras”. Ele nos ensina para onde e como devemos caminhar. Ou seja, o melhor sempre é segui-lo. Na sua carta aos Efésios, Paulo nos lembra: Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus (Ef 2.19). Pertencemos à família de Deus, estamos marcados por seu amor, já não vagamos mais por aí sem saber para onde ir, mas sabemos quem somos e a quem pertencemos. Essa marca, esse amor e agir de Deus, em nossas vidas, precisam ser notados e vistos por todos.Conhecer e viver o amor de Deus, a vida que ele gera em nós, quando depositamos nossas vidas em suas mãos, vai além da compreensão humana. Pois, nem olhos viram nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus

tem preparado para aqueles que o amam (1Co 2.9 - ARA). Que promessa! Como pais, precisamos nos lembrar sempre disto: Deus nos chama a viver e a praticar seu amor, dentro e fora da família. Ele já nos deu seu exemplo, o amor e cuidado que devemos ter uns com os outros.No quesito cuidar, Paulo nos adverte duramente: Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente (1Tm 5.8). Como temos reagido a essa advertência de Paulo? É importante termos em mente e no coração de que “nossos” filhos não são “nossos” filhos, mas foram confiados a nós, pais, para que os amássemos, caminhássemos com eles, fortalecendo “suas asas”, ensinando-os a andar no bom caminho e, assim, orientando-os a assumirem seus compromissos e responsabilidades. Nossos filhos, que não são nossos filhos, mas de Deus, irão deixar seus ninhos e voar para o mundo. Amar e cuidar, para que possam viver no mundo, testemunhando da fé e do amor em Jesus Cristo, é a nossa maior tarefa como pais. Deus nos ajude a sermos fiéis nesta caminhada, assim como ele tem sido conosco.

Mara e Flávio BauerProfessora aposentada/Comerciante

Linha Nova/RS

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