REVISTA IP 39 ok - escolainterativa.com.br · e ensinar Professora Terezinha Rios fala sobre ......

28
impressão Pedagógica [ 3 ] [ editorial ] Direção-Geral: Armindo Vilson Anger Armindo Vilson Anger Armindo Vilson Anger Armindo Vilson Anger Armindo Vilson Angerer er er er er Direção do Centro de Excelência em Educação: Rosalina Soar osalina Soar osalina Soar osalina Soar osalina Soares es es es es Direção de Marketing: Karina L Karina L Karina L Karina L Karina Lafraia afraia afraia afraia afraia Edição e Redação: Andr Andr Andr Andr Andrea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos (Mtb 9355/19/195) (Mtb 9355/19/195) (Mtb 9355/19/195) (Mtb 9355/19/195) (Mtb 9355/19/195) Alessandra P Alessandra P Alessandra P Alessandra P Alessandra Potamianos otamianos otamianos otamianos otamianos (Mtb 4469/18/109) (Mtb 4469/18/109) (Mtb 4469/18/109) (Mtb 4469/18/109) (Mtb 4469/18/109) Direção de Gráfica: Antonio Both Antonio Both Antonio Both Antonio Both Antonio Both Gerente Pré-Impressão: Paulo César Niehues aulo César Niehues aulo César Niehues aulo César Niehues aulo César Niehues Arte e Diagramação: Adriana R Adriana R Adriana R Adriana R Adriana Rocha Dias ocha Dias ocha Dias ocha Dias ocha Dias Fotolitos e Impressão: Editora Gráfica Expoente Ltda. Editora Gráfica Expoente Ltda. Editora Gráfica Expoente Ltda. Editora Gráfica Expoente Ltda. Editora Gráfica Expoente Ltda. Av Av Av Av Av. Maringá, 350 - P . Maringá, 350 - P . Maringá, 350 - P . Maringá, 350 - P . Maringá, 350 - Pinhais-PR inhais-PR inhais-PR inhais-PR inhais-PR CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50 Fax: (41) 3312 43 70 Fax: (41) 3312 43 70 Fax: (41) 3312 43 70 Fax: (41) 3312 43 70 Fax: (41) 3312 43 70 Tiragem: 14 000 exemplar 14 000 exemplar 14 000 exemplar 14 000 exemplar 14 000 exemplares. es. es. es. es. Impressão Pedagógica é uma publicação semestral, de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas, coordenadores e professores, sendo distribuída por mailing personalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões expressas nos artigos assinados. Todos os direitos reservados. [ expediente ] [ 04 ] Entrevista com Teresinha Rios [ 10 ] Ensino Fundamental: mudanças até 2010 [ 14 ] Baixo rendimento tem solução [ 16 ] Educação no mundo informatizado [ 21 ] Escolas sobrevivem às novas gerações [ 28 ] Expoente: duas décadas de sucesso [ índice ] Armindo Angerer Diretor-Geral Grupo Educacional Expoente Soren Kierkegaard (1813-1855), filósofo dinamarquês, escreveu: "A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para a frente". Iniciamos este editorial, citando um dos grandes pensadores do século XVII que, junto com Nietzche, Freud, Goethe, Schopenhauer e tantos outros ilustres, muito contribuiu para o entendimento da mente humana. A frase citada é apropriada para o atual momento do Expoente, pois neste ano comemoramos o nosso 20 o . aniversário. Quanto podemos compreender olhando o passado! Nele, estão nossos trabalhos, experiências, alegrias e sucessos. É todo um rol de práticas que nos fazem amadurecer, para podermos formar um porvir ainda melhor! Mas tudo isso só tem sentido se, como na própria vida, nossas instituições usarem suas experiências para construir o futuro. É essa idéia que queremos desenvolver no Expoente. Vamos marcar a passagem dessa data com algumas ações importantes para o futuro do grupo. Talvez a mais notável seja o desenvolvimento de um planejamento estratégico, no qual já estamos trabalhando desde 2005 e cujas metas e ações desenham um horizonte até 2008. Para o ano de 2006, algumas ações estão em andamento e uma delas diz respeito aos nossos clientes do Sistema Expoente de Ensino. Eles contarão, a partir deste ano, com uma equipe técnica, pedagógica e comercial 50% maior. É a resposta que o Expoente quer dar às exigências do mercado, para atender a um dos objetivos traçados no seu planejamento estratégico: "Até 2008, ser reconhecida como a solução educacional que mais bem atende à expectativa dos clientes no Brasil". Muitas boas notícias surgirão. Esperamos que a leitura dessa edição da Revista Impressão Pedagógica contribua para que possamos nos aprimorar a cada dia, tornando-nos grandes educadores. Um 2006 com muito sucesso!

Transcript of REVISTA IP 39 ok - escolainterativa.com.br · e ensinar Professora Terezinha Rios fala sobre ......

impressão Pedagógica [ 3 ]

[ editorial ]

Direção-Geral: Armindo Vilson AngerArmindo Vilson AngerArmindo Vilson AngerArmindo Vilson AngerArmindo Vilson AngererererererDireção do Centro de Excelência em Educação: RRRRRosalina Soarosalina Soarosalina Soarosalina Soarosalina Soareseseseses

Direção de Marketing: Karina LKarina LKarina LKarina LKarina LafraiaafraiaafraiaafraiaafraiaEdição e Redação:

AndrAndrAndrAndrAndrea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos (Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)Alessandra PAlessandra PAlessandra PAlessandra PAlessandra Potamianos otamianos otamianos otamianos otamianos (Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)

Direção de Gráfica: Antonio BothAntonio BothAntonio BothAntonio BothAntonio BothGerente Pré-Impressão: PPPPPaulo César Niehuesaulo César Niehuesaulo César Niehuesaulo César Niehuesaulo César Niehues

Arte e Diagramação: Adriana R Adriana R Adriana R Adriana R Adriana Rocha Diasocha Diasocha Diasocha Diasocha Dias

Fotolitos e Impressão: Editora Gráfica Expoente Ltda.Editora Gráfica Expoente Ltda.Editora Gráfica Expoente Ltda.Editora Gráfica Expoente Ltda.Editora Gráfica Expoente Ltda.AvAvAvAvAv. Maringá, 350 - P. Maringá, 350 - P. Maringá, 350 - P. Maringá, 350 - P. Maringá, 350 - Pinhais-PRinhais-PRinhais-PRinhais-PRinhais-PR

CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50CEP 83324-000 - Fone: (41) 3312 43 50Fax: (41) 3312 43 70Fax: (41) 3312 43 70Fax: (41) 3312 43 70Fax: (41) 3312 43 70Fax: (41) 3312 43 70

Tiragem: 14 000 exemplar14 000 exemplar14 000 exemplar14 000 exemplar14 000 exemplares.es.es.es.es.

Impressão Pedagógica é uma publicação semestral,de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas,

coordenadores e professores, sendo distribuída por mailingpersonalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões

expressas nos artigos assinados.Todos os direitos reservados.

[ expediente ]

[ 04 ] Entrevista com Teresinha Rios

[ 10 ] Ensino Fundamental: mudanças até2010

[ 14 ] Baixo rendimento tem solução

[ 16 ] Educação no mundo informatizado

[ 21 ] Escolas sobrevivem às novasgerações

[ 28 ] Expoente: duas décadas de sucesso

[ índice ]

Armindo AngererDiretor-Geral

Grupo Educacional Expoente

Soren Kierkegaard (1813-1855), filósofo

dinamarquês, escreveu: "A vida só

pode ser compreendida olhando-se

para trás, mas só pode ser vivida

olhando-se para a frente".

Iniciamos este editorial, citando

um dos grandes pensadores do século

XVII que, junto com Nietzche, Freud,

Goethe, Schopenhauer e tantos outros

ilustres, muito contribuiu para o

entendimento da mente humana. A

frase citada é apropriada para o atual

momento do Expoente, pois neste ano

comemoramos o nosso 20 o. aniversário.

Quanto podemos compreender olhando

o passado! Nele, estão nossos

trabalhos, experiências, alegrias e

sucessos. É todo um rol de práticas que

nos fazem amadurecer, para podermos

formar um porvir ainda melhor! Mas

tudo isso só tem sentido se, como na

própria vida, nossas instituições usarem

suas experiências para construir o

futuro. É essa idéia que queremos

desenvolver no Expoente.

Vamos marcar a passagem dessa

data com algumas ações importantes

para o futuro do grupo. Talvez a mais

notável seja o desenvolvimento de um

planejamento estratégico, no qual já

estamos trabalhando desde 2005 e

cujas metas e ações desenham um

horizonte até 2008.

Para o ano de 2006, algumas ações

estão em andamento e uma delas diz

respeito aos nossos clientes do Sistema

Expoente de Ensino. Eles contarão, a

partir deste ano, com uma equipe

técnica, pedagógica e comercial 50%

maior. É a resposta que o Expoente quer

dar às exigências do mercado, para

atender a um dos objetivos traçados no

seu planejamento estratégico: "Até 2008,

ser reconhecida como a solução

educacional que mais bem atende à

expectativa dos clientes no Brasil".

Muitas boas notícias surgirão.

Esperamos que a leitura dessa edição da

Revista Impressão Pedagógica contribua

para que possamos nos aprimorar a cada

dia, tornando-nos grandes educadores.

Um 2006 com muito sucesso!

[ 4 ] impressão Pedagógica

Compreendere ensinarProfessora Terezinha Rios fala sobreética e avaliação

A doutora em Educação

Terezinha Azerêdo Rios percorre

o Brasil com palestras e projetos

voltados à filosofia da Educação,

à ética e competência dos

professores e à avaliação da

prática educativa. Autora dos

livros Compreender e Ensinar –

por uma Docência da Melhor

Qualidade e de Ética e

Competência, Terezinha também

tem orientado teses de mestrado

em Moçambique, na África.

Em seus discursos, país afora, a

professora do Departamento de

Teologia e Ciências da Religião

da PUC-SP explica que a

competência, em todas as

profissões, é saber fazer bem o

que é necessário e desejável na

profissão.

No ambiente escolar, ela frisa

que os educadores devem se

nortear por princípios universais

como respeito, justiça,

solidariedade e diálogo. Em

agosto, Terezinha Rios estará

participando do IV Seminário de

Educação do Rio de Janeiro.

IP – Quais são os valores que osIP – Quais são os valores que osIP – Quais são os valores que osIP – Quais são os valores que osIP – Quais são os valores que os

educadores jamais podem perdereducadores jamais podem perdereducadores jamais podem perdereducadores jamais podem perdereducadores jamais podem perder

de vista e, inclusive, devemde vista e, inclusive, devemde vista e, inclusive, devemde vista e, inclusive, devemde vista e, inclusive, devem

repassar aos seus alunos?repassar aos seus alunos?repassar aos seus alunos?repassar aos seus alunos?repassar aos seus alunos?

Terezinha Rios – Em todas as ações

e relações humanas encontramos

valores – significações que os

indivíduos, vivendo em sociedade,

atribuem aos diversos aspectos da

realidade. Sendo históricos, eles

diferem de sociedade para

sociedade e se transformam no

decorrer do tempo. Há valores,

entretanto, que se apresentam

como princípios – que têm um

caráter mais amplo e dizem respeito

não a esta ou àquela sociedade,

mas a todos os seres humanos.

Para realizar a tarefa fundamental da

educação, que é construir a

humanidade, criando e socializando

cultura, os educadores devem ter

como horizonte a dignidade

humana, a realização do bem

comum, para o qual aponta a ética.

Portanto, os princípios da ética – o

respeito, a justiça, a solidariedade, o

diálogo – devem ser os norteadores

do comportamento tanto de

professores quanto de alunos.

Não há, assim, uma ética dos

[ entrevista ]

impressão Pedagógica [ 5 ]

educadores. Os princípios da ética

dizem respeito a todos os

profissionais.

IP – Depois de algum tempo deIP – Depois de algum tempo deIP – Depois de algum tempo deIP – Depois de algum tempo deIP – Depois de algum tempo de

carreira, assim como em qualquercarreira, assim como em qualquercarreira, assim como em qualquercarreira, assim como em qualquercarreira, assim como em qualquer

outra profissão, algunsoutra profissão, algunsoutra profissão, algunsoutra profissão, algunsoutra profissão, alguns

professores vivenciam umaprofessores vivenciam umaprofessores vivenciam umaprofessores vivenciam umaprofessores vivenciam uma

espécie de crise, vêem-seespécie de crise, vêem-seespécie de crise, vêem-seespécie de crise, vêem-seespécie de crise, vêem-se

desatualizados e/oudesatualizados e/oudesatualizados e/oudesatualizados e/oudesatualizados e/ou

desmotivados. Como desmotivados. Como desmotivados. Como desmotivados. Como desmotivados. Como eleseleseleseleseles podem podem podem podem podem

ultrapassar essa fase?ultrapassar essa fase?ultrapassar essa fase?ultrapassar essa fase?ultrapassar essa fase?

Terezinha Rios – Devemos lembrar

que a formação do professor é

continuada e que há alguns

aspectos importantes, como a

formação em serviço, a reflexão

coletiva sobre os saberes da

docência, a organização de

projetos, a investigação rigorosa

que amplia o conhecimento e

permite uma atuação mais crítica e

criativa. Quando falo nessa

formação, não me refiro apenas a

um movimento dos professores

nessa direção. Trata-se de um

conjunto de condições que se

requerem do professor, de seus

alunos, dos diretores e

coordenadores, dos órgãos oficiais,

da comunidade.

IP – Um dos temas de suasIP – Um dos temas de suasIP – Um dos temas de suasIP – Um dos temas de suasIP – Um dos temas de suas

palestras é palestras é palestras é palestras é palestras é Qualidade eQualidade eQualidade eQualidade eQualidade e

Competência na DocênciaCompetência na DocênciaCompetência na DocênciaCompetência na DocênciaCompetência na Docência.....

PPPPPodemos enumerar algumasodemos enumerar algumasodemos enumerar algumasodemos enumerar algumasodemos enumerar algumas

dessas qualidades e competênciasdessas qualidades e competênciasdessas qualidades e competênciasdessas qualidades e competênciasdessas qualidades e competências

exigidas atualmente?exigidas atualmente?exigidas atualmente?exigidas atualmente?exigidas atualmente?

Terezinha Rios – Penso que é preciso

adjetivar a qualidade quando nos

referimos a ela, principalmente na

educação. Usamos a expressão “de

qualidade” para indicar algo de

caráter positivo. O que queremos, na

verdade, é uma educação de boa

qualidade, que se revela no trabalho

competente. Faço referência à

competência – no singular – como

um conjunto de qualidades que se

articulam no trabalho profissional,

tendo como eixo fundamental a

dimensão ética, cujo horizonte é a

afirmação do bem comum. A

formação de boa qualidade será,

então, aquela que cria condições

para a construção cotidiana e

coletiva da cidadania e da

felicidade.

Onde antes tínhamos saberes,

capacidades, habilidades, hoje

temos competências. Portanto, é

preciso uma vigilância crítica para

enfrentar o grande desafio que é o

de construir um espaço de

ampliação e aprofundamento dos

saberes, articulados aos sentires e

aos quereres, e caminhar na

direção de uma docência da melhor

qualidade.

IP – Como você avalia o ensinoIP – Como você avalia o ensinoIP – Como você avalia o ensinoIP – Como você avalia o ensinoIP – Como você avalia o ensino

superiorsuperiorsuperiorsuperiorsuperior, responsável pela, responsável pela, responsável pela, responsável pela, responsável pela

formação dos nossos educadores?formação dos nossos educadores?formação dos nossos educadores?formação dos nossos educadores?formação dos nossos educadores?

Terezinha Rios – Há muitos

problemas no nosso ensino de

graduação. Constatamos em muitas

instituições a inexistência da

pesquisa ou a desarticulação dela

com o ensino. E neste, muitas vezes,

há uma grande desarticulação entre

as disciplinas, entre os campos do

saber. Temos que evitar a

fragmentação e, portanto, não

restringir a educação a espaços

estanques do conhecimento.

Há instituições que afirmam que o

importante é “preparar para o

mercado de trabalho”. Penso que é

mais importante falar em educação

“Para realizar a tarefa

fundamental da

educação, que é

construir a

humanidade, criando e

socializando cultura, os

educadores devem ter

como horizonte a

dignidade humana, a

realização do bem

comum.”

[ 6 ] impressão Pedagógica

realizar nossa reflexão, tomando

como referência as questões

fundamentais que se encontram na

escola moçambicana. Assim,

embora do ponto de vista teórico o

trabalho seja semelhante ao que

desenvolvemos no Brasil, as

discussões adquirem um aspecto

diferenciado em virtude das

características específicas do

contexto de trabalho e de vida dos

professores. Embora tenhamos

informações sobre a África, a

possibilidade de lá estar, de

conhecer alguns aspectos de sua

rica cultura, de entrar em contato

com a escola, com os professores e

alunos proporciona um

aprofundamento do conhecimento,

uma vivência e um aprendizado que

deixam marcas muito significativas.

apenas no final, contribuirá para a

transformação e o aprimoramento

do trabalho. Avaliar para crescer,

para avançar rumo aos objetivos –

não para punir ou premiar – deve

ser a tônica dos projetos das

escolas.

IP – A elaboração e monitoramentoIP – A elaboração e monitoramentoIP – A elaboração e monitoramentoIP – A elaboração e monitoramentoIP – A elaboração e monitoramento

de um projeto pedagógico devemde um projeto pedagógico devemde um projeto pedagógico devemde um projeto pedagógico devemde um projeto pedagógico devem

ser trabalhos realizados emser trabalhos realizados emser trabalhos realizados emser trabalhos realizados emser trabalhos realizados em

conjunto. Como diretores econjunto. Como diretores econjunto. Como diretores econjunto. Como diretores econjunto. Como diretores e

professores podem melhorar oprofessores podem melhorar oprofessores podem melhorar oprofessores podem melhorar oprofessores podem melhorar o

andamento do projeto trabalhandoandamento do projeto trabalhandoandamento do projeto trabalhandoandamento do projeto trabalhandoandamento do projeto trabalhando

em equipe?em equipe?em equipe?em equipe?em equipe?

Terezinha Rios – Cada profissional

na escola tem uma especificidade

em sua atuação. É na articulação

dessas especificidades que se

pode tecer um projeto. Conhecer

e reconhecer as atribuições de

cada um e procurar criar espaço

para o desenvolvimento das

potencialidades é algo que se

requer dos gestores e de sua

equipe.

IP – O seu trabalho é muitoIP – O seu trabalho é muitoIP – O seu trabalho é muitoIP – O seu trabalho é muitoIP – O seu trabalho é muito

respeitado por educadores e arespeitado por educadores e arespeitado por educadores e arespeitado por educadores e arespeitado por educadores e a

comunidade envolvida nascomunidade envolvida nascomunidade envolvida nascomunidade envolvida nascomunidade envolvida nas

instituições governamentais einstituições governamentais einstituições governamentais einstituições governamentais einstituições governamentais e

particulares. Tparticulares. Tparticulares. Tparticulares. Tparticulares. Também há uma boaambém há uma boaambém há uma boaambém há uma boaambém há uma boa

repercussão das suas atividadesrepercussão das suas atividadesrepercussão das suas atividadesrepercussão das suas atividadesrepercussão das suas atividades

em Moçambique, na África. Comoem Moçambique, na África. Comoem Moçambique, na África. Comoem Moçambique, na África. Comoem Moçambique, na África. Como

é esse trabalho lá?é esse trabalho lá?é esse trabalho lá?é esse trabalho lá?é esse trabalho lá?

Terezinha Rios – Sou professora em

um Programa de Mestrado em

Educação que resulta de um

convênio entre a PUC-SP e a

Universidade Pedagógica –

Moçambique. Ministrei a disciplina

Avaliação: Teorias e Práticas e

oriento as dissertações de cinco

mestrandos. Tem sido uma

experiência muito rica. Procuramos

para o trabalho do que para o

“mercado de trabalho”. Não

podemos ignorar a existência desse

“mercado”. Mas temos que preparar

indivíduos críticos que percebam as

características do mercado e não

simplesmente se adaptem a ele, mas

possam questioná-lo e transformá-lo,

de maneira criativa e competente.

No que diz respeito à formação de

professores, vejo que há avanços

quando não se desvinculam os

saberes das “áreas específicas” e os

“saberes pedagógicos”. Até porque

os saberes específicos da formação

docente são saberes pedagógicos!

IP – Uma instituiçãoIP – Uma instituiçãoIP – Uma instituiçãoIP – Uma instituiçãoIP – Uma instituição sobrevive semsobrevive semsobrevive semsobrevive semsobrevive sem

projeto pedagógico ou, ainda queprojeto pedagógico ou, ainda queprojeto pedagógico ou, ainda queprojeto pedagógico ou, ainda queprojeto pedagógico ou, ainda que

o tenha, sem uma cultura deo tenha, sem uma cultura deo tenha, sem uma cultura deo tenha, sem uma cultura deo tenha, sem uma cultura de

avaliação constante desse projeto?avaliação constante desse projeto?avaliação constante desse projeto?avaliação constante desse projeto?avaliação constante desse projeto?

Terezinha Rios – Acho que se pode

“sobreviver”, no sentido mais restrito

de se manter vivo. Até porque,

mesmo sem trazer a público seu

projeto, toda instituição tem uma

intencionalidade em seu trabalho,

revelada nas ações que realiza.

Mas viver “de verdade” exige a

construção do projeto – a definição

dos princípios norteadores da ação,

a determinação do que se quer

conseguir, o estabelecimento de

caminhos e etapas para o trabalho,

a designação de tarefas para cada

um dos sujeitos envolvidos e a

avaliação contínua do processo e

dos resultados.

A avaliação – considerada como um

olhar crítico que permite enxergar

os limites e as possibilidades, os

aspectos positivos e negativos de

um aprendizado –, se feita em todos

os momentos do processo, e não

“A formação de

boa qualidade

será, então,

aquela que cria

condições para a

construção

cotidiana e

coletiva da

cidadania e da

felicidade.”

impressão Pedagógica [ 7 ]

“A palavra voa,a escrita fica”

O ato de escrever com competência partede uma formulação de pensamentos

[ artigo ]

Numa sociedade letrada, ler e

escrever são sinônimos de poder e

determinam os valores, as relações

de trabalho, as diversidades. Faz-se

necessário um percurso reflexivo

sobre como a escola é responsável

e desenvolve a competência escrita.

Sabemos que o homem se

apresenta como um ser social

inserido num espaço, num tempo,

numa sociedade e se estrutura,

como cidadão, por intermédio de

sua formação educativa. E, mesmo

não tendo consciência plena do seu

papel social, exerce muitas vezes

uma atitude de reflexão e

interferência perante tudo o que o

cerca. A cada situação que enfrenta,

cria inúmeros elementos que se

relacionam, adquirem significados e

organizam-se respondendo às suas

necessidades que, uma vez

supridas, geram novas

necessidades. Não podemos

esquecer que desenvolver a

promoção humana por intermédio

da educação significa tornar o

homem cada vez mais capaz de

conhecer os elementos de sua

situação para intervir nela,

Escrever com competência parte de

uma formulação de pensamentos, é

preciso que esses pensamentos se

organizem de forma criativa,

estimada pela sensibilidade, pela

consciência viva do mundo que nos

rodeia, pela descoberta de relações,

por uma visão própria da realidade,

com vista a renovar o real e

apresentá-lo à nossa maneira. É por

esse prisma que a função da escola

precisa ser organizada.

O ato de educar, pois, só tem sentido

quando o objetivo maior estiver

voltado para a promoção do

conhecimento, que permita ao

cidadão agir, proagir e transformar o

meio no qual está inserido. Portanto,

refletir sobre qualquer aspecto sobre

a função da escola implica

considerar, dentre outros elementos,

o sujeito que aprende.

transformando-a no sentido de uma

ampliação da liberdade, da

comunicação e colaboração entre

os homens.

"A palavra voa , a escrita fica", já

dizia o antigo refrão latino. Quem

escreve não conta com os recursos

dos gestos, do tom, da mímica, das

pausas, de que dispõe aquele que

fala. Quem fala, tem o ouvinte à sua

frente e se dirige a um público

definido, num contexto definido.

Quem escreve, desliga-se do tempo

e do espaço; não pode determinar

quando e nem por quem vai ser

lido. É essa impossibilidade que lhe

confere a categoria de um código

mais fixo do que oral. É também por

essa maior permanência da forma

escrita que se assegura a

continuidade da tradição lingüistica

dos povos. Portanto, saber ler e

escrever, saber formular os

pensamentos e expressá-los

claramente, por escrito, envolvem

aspectos técnicos de domínio dos

padrões lingüisticos, mas também a

inventividade e a percepção da

realidade que deve ter aquele que

escreve.

Cristiane Gomes Coutinho –Coordenadora Educacional doCentro de Excelência emEducação Expoente.

[ 8 ] impressão Pedagógica

Educação Físicapara a vida

Atividades desenvolvem a autoconfiança

As atividades físicas são

fundamentais para uma formação

integral das crianças e adolescentes.

Com elas, o aluno se desinibe e

adquire autoconfiança e concentração,

tornando-se um cidadão saudável e

com equilíbrio para tomar as próprias

decisões.

O professor de Educação Física

precisa estimular o aluno a

desenvolver suas próprias habilidades.

"É comum vermos um aluno tentando

praticar determinado esporte que não

combina com seu biótipo e suas

habilidades. Isto acontece bastante

com os meninos no futebol, todos

querem ser os melhores e muitas

vezes ficam frustrados. O professor

deve justamente orientar esse garoto

e apresentar outras modalidades para

que ele possa se sentir à vontade e,

quem sabe, tornar-se um talento",

analisa Adauto de Paula, coordenador

de esportes do Expoente.

se as atividades rítmicas, jogos

cooperativos, jogos com regras,

ginástica e esportes em geral. Já no

Ensino Médio, uma dica para não

deixar as aulas caírem na rotina é

trabalhar os esportes radicais, lutas e

atividades de academia. "Para todas

as idades os professores de sala de

aula podem desenvolver tópicos de

suas disciplinas em quadra, em

conjunto com os professores de

Educação Física. Vários trabalhos

interdisciplinares foram realizados no

Expoente e o resultado foi ótimo",

defende o coordenador de esportes.

Além de excelentes resultados

na escola, o aprendizado nas

quadras é levado para toda a vida.

"Conhecendo as modalidades, o

indivíduo poderá escolher uma e

continuar praticando. Desta forma

terá qualidade de vida e uma

ocupação saudável em seu tempo

livre", conclui Adauto.

O principal objetivo das aulas

de Educação Física é estimular o

gosto pela atividade do corpo,

deixando de lado a competitividade.

"Não se deve dar muita ênfase ao

esporte competitivo, assim o aluno

pode participar sem se preocupar

com seu desempenho. As pessoas

confundem esporte com atividade

física. O esporte é uma atividade

física com fins competitivos. A

atividade física é qualquer movimento

do corpo que resulta em gasto

energético, como caminhar ou subir

escadas", explica Adauto.

Os exercícios físicos são

fundamentais em qualquer faixa

etária, mas as atividades desen-

volvidas nas escolas devem ser

selecionadas de acordo com as

idades. Na Educação Infantil, o ideal

é dar ênfase às atividades lúdicas

como jogos e brincadeiras e no

Ensino Fundamental podem iniciar-

impressão Pedagógica [ 9 ]

Expoentena seleção

No Expoente, ginásio próprio,

uniforme e bolsas de estudo são

alguns dos benefícios concedidos

aos esportistas da instituição. Em

2005, eles receberam 48 convo-

cações para seleções, sendo 24 para

seleções municipais, 19 para

estaduais e 5 para brasileiras, para

os times de handebol e voleibol.

"Estar vinculado a práticas saudáveis

é um fato reconhecido pelos nossos

alunos, pelos de outras instituições

e ainda estimula o orgulho dos

estudantes por pertencerem ao

Expoente", defende Adauto de Paula,

coordenador de Esportes do

Expoente.

Conveniado ao Expoente, o

colégio Olympus Yesi, de Codó, no

Maranhão, também incentiva seus

estudantes. No ano passado, duas

alunas participaram pela primeira

vez das Olimpíadas Escolares,

maior evento esportivo escolar do

país, que reuniu, em Brasília, 2 500

alunos de 350 escolas privadas e

públicas. "Nossos alunos treinam

em diversas modalidades de

esporte. Muitos se destacam e

demonstram uma predisposição

para alguns esportes e, a partir daí,

os incentivamos a praticá-los e a

participar de competições", relata o

professor de Educação Física,

Fredson dos Santos.

Material didático

O Expoente oferece um

material completo para os

professores de Educação Física

do Ensino Fundamental. É uma

coletânea, composta por 15

volumes, e escrita por um

grupo de educadores, com

base em pesquisas, em

experiências nas escolas e

logicamente nos Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN´s).

Os livros reúnem em suas

páginas desde o histórico das

modalidades esportivas até

sugestões de atividades

criativas, para o professor

inovar com elas em suas aulas.

“Procuramos desenvolver um

grande número de variações

em cada atividade apresentada,

para que o educador seja capaz

de criar outras e, aliado à sua

experiência profissional, possa

enriquecer o projeto didático-

pedagógico de sua escola”,

explica Simone Iubel, uma das

autoras da Coletânea de

Atividades de Educação Física

para o Ensino Fundamental.

Os volumes são divididos por

modalidades: futsal,

basquetebol, voleibol, handebol,

lutas, atletismo, esportes com

bastões e raquetes, ginástica

(2 volumes), atividades rítmicas e

jogos (5 volumes).

[ 10 ] impressão Pedagógica

Ensino Fundamentalde 9 anosAssunto é polêmico, mas escolastêm até 2010 para se adaptar

A mudança no Ensino Fundamental,

que aumentará seu período letivo de

8 para 9 anos, ainda gera polêmica

entre as escolas. O assunto parece

ser novidade, mas a verdade é que

muitas escolas (privadas ou

públicas) já vêm oferecendo o EF de

9 anos há algum tempo. O motivo é

que essa ampliação consta no Plano

Nacional de Educação desde a

criação dele, no ano 2000. O que o

Ministério da Educação (MEC) está

fazendo é apenas uniformizar a

Educação Básica em todas as

escolas brasileiras.

"A mudança estava prevista em lei,

no Plano Nacional de Educação, e

há dois grandes motivos para isso.

O primeiro é a inclusão de um

número maior de crianças no Ensino

Fundamental e o outro é aumentar o

nível de escolaridade da população

brasileira", justifica Francisco das

Chagas Fernandes, secretário da

Educação Básica do MEC.

Segundo ele, não há motivos para

tanta preocupação como vem

ocorrendo. O prazo até 2010 é viável

para que as escolas possam fazer as

adaptações necessárias e para

esclarecê-las aos professores e pais

de alunos. Chagas também adianta

que ainda não há necessidade de se

adaptar o material didático.

"Os professores não vão precisar

mudar sua rotina em sala. Até

porque a criança de 6 anos ainda é

aquela que brinca e as atividades

são mais infantis. Ela não terá o

mesmo conteúdo daquela criança

de 7 anos", explica Chagas.

O Fundamental é o nível de ensino

que mais concentra estudantes no

país. O Censo Escolar, realizado em

2005, aponta que passam pelos

bancos escolares mais de 25 milhões

de alunos entre 7 e 14 anos. Destes,

quase 10 milhões já estudam em

redes de Ensino Fundamental com

9 anos em mais de mil municípios.

NomenclaturaNomenclaturaNomenclaturaNomenclaturaNomenclatura

Assim que o MEC divulgou a

obrigatoriedade dos 9 anos de ensino

básico, a ser implantada até 2010,

surgiu a dúvida sobre a padronização

dos nomes das séries do Ensino

Fundamental. Segundo Chagas, o

Conselho Nacional de Educação

sugere a padronização da

denominação dos períodos na

seguinte forma: a criança que

completar 6 anos até o início do ano

letivo da sua escola deverá ser

matriculada no 1o. ano do Ensino

Fundamental (não será mais 1a. série).

Por isso, o aluno que hoje está na

8a. série passa a ser identificado como

estudante do 9o. ano (veja tabela).

Idade

6 anos7 anos8 anos9 anos10 anos11 anos12 anos13 anos14 anos

Ens. Fundamentalde 8 anosInfantil III1ª. série2ª. série3ª. série4ª. série5ª. série6ª. série7ª. série8ª. série

Ens. Fundamentalde 9 anos (até 2010)1º. ano2º. ano3º. ano4º. ano5º. ano6º. ano7º. ano8º. ano9º. ano

impressão Pedagógica [ 11 ]

Você filosofa comseus alunos?

Saiba que o pensamento investigativo é omelhor caminho para o desenvolvimento

– Onde estamos e para onde vamos? Ser ou não ser ?

Alguns de seus alunos já questionaram você dessa maneira? Se não,

saiba que é bem provável que, logo, logo, eles o farão. Crianças e

adolescentes são curiosos por natureza e o desafio do professor, é dar conta

dessas indagações sem frustrá-los. Nisso, a Filosofia pode ajudar. Mas não

se trata, porém, daquela Filosofia demasiadamente teórica e chata para

muitos. O objetivo – e daí vem a satisfação do professor – é tornar essa

teoria em algo mais palatável aos alunos diminuindo a resistência que eles

têm a Sócrates, Platão, Aristóteles e tantos outros filósofos. “A prática filosófica

cria um fórum amplo de reflexão que permite à criança e ao adolescente

tanto o distanciamento da realidade imediata para refletir e olhar sobre outras

dimensões dela, como uma imersão nas questões mais profundas da

existência humana, a partir da qual cada um pode criar seu estilo próprio de

pensar, de ler o mundo, de se expressar e de agir”, diz Darcísio Muraro,

coordenador geral do Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças.

O CBFC é uma instituição de caráter científico e cultural, que há 20

anos incentiva no mundo todo a valorização da Filosofia no ambiente escolar,

promovendo, também, cursos de capacitação. Todo o trabalho é baseado

no Programa Filosofia para Crianças, elaborado pelo americano Matthew

Lipman. Estima-se que há mais de 22 mil professores formados para trabalhar

com Filosofia para crianças e jovens e cerca de mil e duzentas escolas

envolvidas com as atividades do Centro.

Não pense, no entanto, que seus alunos precisam se tornar filósofos.

“A proposta dessa disciplina é promover a inserção do aluno à reflexão crítica

e consciente dos fatos da vida. O estudante que vive a Filosofia, e a leva a

sério desde as séries iniciais, apresenta uma capacidade argumentativa muito

boa e sua visão de mundo acaba sendo muito mais refinada”, declara o

professor Alessandro Mombach, que dá aulas de Filosofia para estudantes

de 5a. a 8a. série, no Ensino Fundamental do Expoente.

Leia a entrevista completa com Darcísio Muraro,coordenador geral do Centro Brasileiro de Filosofia para

Crianças, no Portal Escola Interativa,(www.escolainterativa.com.br), e saiba como incluir a

Filosofia e trabalhar com ela em sua instituição,conforme os níveis de ensino.

“O material didático que

usamos no Expoente

proporciona uma reflexão de

temas filosóficos, utilizando

imagens, textos e exemplos

da realidade dos próprios

alunos”, afirma o professor

Alessandro Mombach.

[ 12 ] impressão Pedagógica

Educação ganhaespaço na imprensaApesar de muito divulgado, pesquisa mostraque o assunto é pouco contextualizado

Jornais, revistas e outros meios

de comunicação são elementos que

fazem parte do cotidiano dos

professores (da Educação Infantil ao

Ensino Superior). Nem sempre esses

meios são utilizados como recurso

pedagógico em sala de aula, mas, ao

menos, mantêm os docentes

informados.

Muitas vezes, o foco de

uma notícia lida pelo professor

é a própria Educação, assunto

que, pressupõe-se, é de seu

domínio. E como, então, a

imprensa trata da Educação?

Como os jornalistas abordam

questões tão costumeiras do

dia-a-dia de um professor?

“As questões pedagógicas

têm pouca cobertura da

imprensa. Os jornal istas que

cobrem a educação não têm

consciência dos problemas da

educação brasileira e a divulgação

está mais voltada ao serviço... fala-

se de vest ibular, mas apenas

ci tam-se datas, per íodos de

inscrição, etc. Fala-se de Enem,

mas o que se comenta são

números de inscritos e dias da

prova”, afirma Guilherme Canela,

coordenador de pesquisa e

estatística da Agência de Notícias

dos Direitos da Infância (Andi).

A entidade realizou, em parceria

com o Ministério da Educação (MEC)

e apoio da Unesco, a pesquisa A

Educação na Imprensa Brasileira, um

retrato de como os principais jornais

impressos do país – 57 ao todo –

trataram o tema ao longo de 2004.

Foram analisados mais de

cinco mil textos da grande imprensa

nacional e de veículos regionais e o

que se constatou é que a imprensa

vem dando maior espaço à

Educação ao longo dos últimos anos,

apesar de ainda ser de maneira

pouco contextualizada, –

sobretudo com relação a

outros assuntos como

desenvolvimento humano,

cidadania, família e geração

de renda. Ao tratar a

Educação dentro de um

universo muito específico, os

jornalistas deixam de usá-la

como mola propulsora do

desenvolvimento de outras

áreas. E isso ocorre, de

acordo com Canela, devido

à complexidade do sistema. “A

imprensa tem dificuldades de

reordenamento do pensamento das

políticas públicas. Não há uma

política de integração e muitas

fontes de informação são

‘caixinhas’ isoladas”, diz.

“““““A imprensa tem dificuldades deA imprensa tem dificuldades deA imprensa tem dificuldades deA imprensa tem dificuldades deA imprensa tem dificuldades de

reordenamento do pensamentoreordenamento do pensamentoreordenamento do pensamentoreordenamento do pensamentoreordenamento do pensamento

das políticas públicas. Não há umadas políticas públicas. Não há umadas políticas públicas. Não há umadas políticas públicas. Não há umadas políticas públicas. Não há uma

política de integração e muitaspolítica de integração e muitaspolítica de integração e muitaspolítica de integração e muitaspolítica de integração e muitas

fontes de informação sãofontes de informação sãofontes de informação sãofontes de informação sãofontes de informação são

‘caixinhas’ isoladas”‘caixinhas’ isoladas”‘caixinhas’ isoladas”‘caixinhas’ isoladas”‘caixinhas’ isoladas”

impressão Pedagógica [ 13 ]

Em 2004, o Ensino Superior foi o

tema preferido da mídia impressa.

Os assuntos do ES, principalmente

do acesso a ele, constam em 1/3

das reportagens analisadas pela

pesquisa da Andi. Uma das

hipóteses, apontadas

por Canela, que pode

justificar esse

comportamento da

imprensa é que os

leitores de jornais, em

sua maioria, são

pessoas da classe A e

B, portanto clientes potenciais do

Ensino Superior.

Na lista dos níveis de ensino mais

abordados pela imprensa, atrás do

Ensino Superior está o Ensino

Fundamental. Porém o disparate

entre ambos é grande: 33,4% dos

textos jornalísticos analisados falam

sobre o ES, enquanto apenas 8,4%

Os mais divulgados

A Educação é aA Educação é aA Educação é aA Educação é aA Educação é a

questão social maisquestão social maisquestão social maisquestão social maisquestão social mais

focalizada pelafocalizada pelafocalizada pelafocalizada pelafocalizada pela

imprensa escrita.imprensa escrita.imprensa escrita.imprensa escrita.imprensa escrita.

tratam do EF, nível de ensino que

concentra o maior número de

estudantes brasileiros. Infra-estrutura,

financiamento e avaliação do ensino

foram, respectivamente, as temáticas

mais relacionadas na divulgação do

EF durante 2004.

As matérias

jornalísticas, muitas

delas, são construídas

a partir de entrevistas,

as chamadas fontes.

No setor de Educação,

as fontes mais ouvidas

pelos jornalistas são representantes

de universidades, do

Executivo Federal e do

MEC que subsidiam os

profissionais da

comunicação com

dados, informações e

declarações. Os dois

últimos juntos

representam 22,7% das fontes

ouvidas, indicando que a imprensa

nacional, ao contrário dos anos

anteriores, vem dando mais espaço

e ouvindo mais educadores de

outros núcleos, como associações,

fundações, dirigentes de

instituições de ensino, professores,

sindicatos e organismos

internacionais (Unesco e Unicef).

"Ouvir opiniões divergentes pode

dar conta da complexidade que é a

Educação", acredita Canela.

Todos os dados apresentados no

relatório A Educação na Imprensa

Brasileira serão

publicados em livro e

servirão de instrumento

de trabalho aos

jornalistas, para que

entendam o cenário da

Educação retratada

pela imprensa.

A formação dosA formação dosA formação dosA formação dosA formação dos

educadores foieducadores foieducadores foieducadores foieducadores foi

tema de 0,4% dastema de 0,4% dastema de 0,4% dastema de 0,4% dastema de 0,4% das

reportagensreportagensreportagensreportagensreportagens

analisadas.analisadas.analisadas.analisadas.analisadas.

Níveis e modalidades de ensino

majoritariamente cobertos

Foco central dos textos que abordaram

as questões de violência na escola

Font

e: P

esqu

isa

A Ed

ucaç

ão n

a Im

pren

sa B

rasi

leira

.

[ 14 ] impressão Pedagógica

Em busca decompreensãoÉ preciso interesse e dedicação para ajudaralunos com dificuldades de aprendizado

Baixa auto-estima, desatenção e

necessidade de ler várias vezes

para “fixar” uma frase são apenas

algumas das inúmeras

características entre os mais de 100

comportamentos específicos

identificados em crianças com

algum tipo de dificuldade de

aprendizado. Com certeza,

em sua trajetória, você já

lidou em sala de aula com

alunos de rendimento abaixo

das suas reais

potencialidades e sabe que

uma educação deficitária

pode gerar conseqüências sérias,

como repetência, evasão escolar e

até mesmo bloqueios emocionais

A função do educador, por sua vez,

é compreender as dificuldades do

aluno e ajudá-lo a integrar-se no

processo educacional. Para isso,

precisa conhecer as fases de

desenvolvimento da criança, as

necessidades essenciais dela e as

diferentes dificuldades de

aprendizagem. “É importante

perceber essas crianças como

pessoas que têm potencial,

interesses particulares e medos e

estar realmente interessado em

ajudá-las”, analisa Maria Luiza Pick,

coordenadora pedagógica, da

Educação Infantil à 4a. série, do

Ensino Fundamental do Grupo

Educacional Expoente.

Crianças com dificuldades de

aprendizado precisam de

diagnóstico e intervenção

psicopedagógica, assim que

aparecem os primeiros sinais de

baixo rendimento escolar,

comportamento desatento,

impulsividade, hiperatividade e

dificuldades de leitura e escrita

acima do esperado. “É preciso

então que o professor inicie um

processo de observação e de

identificação da criança em cinco

áreas de comportamento:

compreensão auditiva, linguagem

falada, orientação espaço-temporal,

psicomotricidade e sociabilidade.

Após as observações e a

identificação, ele poderá então

planejar as intervenções

pedagógicas adequadas às

verdadeiras necessidades,

contando com a ajuda de

uma equipe

multidisciplinar”, explica

Maria Luiza.

“A idéia de que um aluno

não estuda porque é

‘vagabundo’ é totalmente

absurda. Ninguém mentalmente

saudável gosta de fracassar, de ser o

pior. Pode até fingir que sim, mas

vemos no consultório que essa

máscara é antes de tudo usada por

crianças que sofrem.

O encaminhamento para a intervenção

psicopedagógica é o melhor que se

pode fazer por essas crianças,

independentemente da causa que o

professor ou a família atribuam ao

problema”, explica Maria Irene Maluf,

Presidente Nacional da Associação

Brasileira da Psicopedagogia (ABPp).

Tratar o aluno com respeito

é o primeiro passo para

integrá-lo ao restante da

turma.

impressão Pedagógica [ 15 ]

Tratar o aluno com respeito é o

primeiro passo para integrá-lo ao

restante da turma. “Estigmatizar é

atitude pouco inteligente e

demonstra que esse professor

está na profissão errada. Aliás,

nem considero quem faz isso um

educador, pois por essência,

quem lida com educação lida

com possibilidade de mudança e

crescimento”, comenta Maria

Irene Maluf.

Para a educadora, criar “rótulos”

para discriminar as crianças com

dificuldades só trará mais problemas

para o aprendizado desses alunos.

“Os sistemas de avaliação não

podem ser concebidos na ótica da

eficácia e do rendimento. Há de se

estabelecer níveis de sucesso, na

medida em que é sempre possível

atingi-lo em algum grau. Não

podemos esquecer que logo que a

criança obtém o rótulo do

insucesso, ela assume que falhou, o

que poderá levar à impossibilidade

de se afirmar como pessoa. Se, ao

contrário, basearmos o ensino na

otimização das áreas fortes da

criança, ganhamos tudo e não se

perde nada”, diz.

A psicopedagoga vai mais longe e

acha que não basta integrar os

alunos com necessidades

educativas especiais. “Isso é

relativamente fácil e já vem

acontecendo. A verdadeira inclusão

requer a reestruturação do sistema

educacional de modo que este cuide

de todos os alunos, dando-lhes

condições de pleno acesso e

participação e aí o professor é peça-

chave”, comenta.

Dicas de livrosA coordenadora pedagógica do Expoente, Maria Luiza Pick, indica alguns livros

que podem ajudá-lo a compreender o assunto e trabalhá-lo em sala de aula.

• As Necessidades Essenciais das Crianças: O Que Toda Criança Precisa para Crescer,

Aprender e se Desenvolver, de T. Berry Brazelton e Stanley Greenspan (editora Artmed).

• Educação Inclusiva com os Pingos nos is, de Rosita Carvalho (editora Mediação).

• O Saber em Jogo: a Psicopedagogia Propiciando Autorias de Pensamento, de Alicia

Fernández (editora Artmed).

• Introdução às Dificuldades de Aprendizagem, de Vítor Fonseca (editora Artes Médicas).

• No Mundo da Lua: Perguntas e Respostas sobre Transtorno do Déficit de Atenção com

Hiperatividade em Crianças, Adolescentes e Adultos, de Paulo Mattos (Lemos Editorial).

• Feurestein e a Construção Mediada do Conhecimento, de Cristiano Gomes (editora

Artmed).

Professor nota 10

Lembre-se de que um professor marca tanto a vida de um aluno

que pode transformar eventuais dificuldades em grandes sucessos.

Confira as dicas da Presidente da Associação Brasileira da

Psicopedagogia, Maria Irene Maluf, para ser um bom educador.

• Esteja consciente de seu papel profissional e prepare-se continuamente

para exercê-lo.

• Troque informações constantemente com a coordenação da escola

para pensar em estratégias de trabalho para sua classe e também para

aquela criança que apresenta dificuldades.

• Aceite suas limitações pessoais e profissionais e ouça pessoas

envolvidas em outras especialidades. Afinal, ninguém sabe tudo.

• Contribua no dia-a-dia, no sentido de acolher a criança com suas

dificuldades, de modo construtivo, e não com uma abordagem

apenas materialista. O aluno precisa de estímulo, de trabalho

cognitivo e não que lhe passem a mão sobre a cabeça, ignorando

seus problemas.

[ 16 ] impressão Pedagógica

impressão Pedagógica [ 17 ]

Educação para o futuroPrepare-se para enfrentar o aluno do século 21

Se você nunca ouviu falar

em orkut ou considera um

aparelho de mp3 algo totalmente

desnecessário e acha que chat é

coisa de quem não tem o que

fazer, provavelmente esqueceu

que o século 21 já chegou.

Os alunos hoje não estão mais

interessados apenas em aprender

conteúdos transmitidos pelo

professor diante de um quadro-

negro. Quem quiser conquistar

esse “novo estudante” precisará

oferecer aulas atraentes, estar

conectado às novidades e, acima

de tudo, ser criativo.

“O foco dos professores não

deve ser mais o repasse de

informações, mas o tratamento

desta informação. Hoje os

educadores devem ser uma fonte

de idéias e reflexões sobre

utilidades, implicações e reflexos

das informações que o aluno já

possui. Seu papel é discutir e

complementar”, analisa o professor

do Expoente e da UniExp –

Unidade de Ensino Superior

Expoente –, Marco Aurélio Kalinke,

autor dos livros Para não ser um

professor do século passado,

Internet na Educação e Educação

2006 – As mais importantes

tendências na visão dos mais

importantes educadores, do qual

participa ao lado de nomes como

Gilberto Dimenstein e Rubem Alves.

Estar atualizado é o principal

dever dos professores hoje. Não

adianta apenas dominar os

conteúdos de uma disciplina. Para

manter um bom relacionamento

com os alunos e prepará-los para

viver em uma sociedade que muda

a cada segundo, é necessário

entender o que acontece no

mundo. Há um estudo de cientistas

americanos prevendo que, em

2020, a quantidade de informação

existente no planeta se multiplicará

a cada 90 dias. É muita coisa e

somente pessoas motivadas a

novos conhecimentos e

capacitadas estarão aptas a

absorver um pouco disso.

“A escola será mais interessante

quando o corpo docente mudar a

postura didática, quando as aulas

forem mais atraentes, quando os

temas trabalhados saírem da

subjetividade para a associação

com o cotidiano dos alunos e

também quando os professores

forem mais criativos”, opina o

educador e psicólogo Caio Feijó,

que acaba de lançar o livro

Preparando os Alunos Para a Vida

(Editora Expoente).

Tornar as aulas mais atrativas

significa, entre outras iniciativas, a

apropriação das novas tecnologias.

Ou seja, é preciso que a escola

aceite e participe das possibilidades

que o mundo moderno nos oferece.

“A utilização de e-mail, orkut,

internet, ambientes de

aprendizagem colaborativa e outras

ferramentas precisa ser

implementada com mais rapidez e

agilidade pelas instituições de

ensino”, avisa Kalinke. “Os jovens

fazem parte desse universo, são

eles que dominam o computador.

Aprendem, no entanto, o que

querem e não apenas o que a

escola quer ensinar. Daí o conflito

instalado. Tenho percebido que os

professores que entram em sala e

perguntam quem conhece o link tal,

que falam a mesma língua dos

alunos, são vistos de forma

diferenciada, com representativa

carga de respeito e conseguem

garantir mais domínio e liderança

sobre os estudantes”, completa

Caio Feijó.

[ 18 ] impressão Pedagógica

Isso não significa que basta o

professor se “fantasiar” de

moderninho para obter sucesso.

Todos sabemos que a educação é

muito mais do que utilizar um

mouse e conhecer sites

interessantes para pesquisa. O

relacionamento entre alunos e

professores não sai de moda e é

cada vez mais importante numa

sociedade em que os pais estão

ausentes e delegam à escola papel

fundamental na formação de seus

filhos. “Vínculo é tudo em qualquer

área das relações humanas.

Quando é estabelecido, permite ao

professor as necessárias

cobranças pedagógicas e

disciplinares”, comenta Caio Feijó.

Por isso, o autor sugere, no livro

Preparando os Alunos Para a Vida,

que a escola adote a estimulação

dos valores sociais humanos como

filosofia de ensino e capacite seus

professores a conduzir dinâmicas

de grupo, com os alunos em sala,

para tratar de temas como justiça,

moral e ética (ver Na sala de aula).

“Esses métodos fazem o professor

crescer como ser humano, ampliam

suas capacidades criativas de inter-

relação pessoal e desenvolvem

habilidades capazes de fazer com

que uma classe inteira o eleja como

líder. Isso é realmente estar

capacitado para preparar seus

alunos para a vida”, completa.

O cidadão que se pretende formar

é justamente o reflexo desse

relacionamento. Alguém que não

se preocupe apenas com o

diploma e com as notas, mas que

seja apto a encontrar respostas

próprias, capaz de pensar no

coletivo e ser menos individualista.

“A sociedade espera por

profissionais preocupados com o

meio ambiente e com o mundo

que os cerca. A consciência

social e ambiental deve ser muito

valorizada e portanto precisamos

desenvolvê-la nos nossos

alunos”, enfatiza Kalinke.

“Estamos formando jovens para

que eles atuem em profissões que

sequer foram inventadas e isso é

um desafio permanente”,

comenta o professor.

“Estamos formando

jovens para que eles

atuem em profissões

que sequer foram

inventadas e isso é

um desafio

permanente”, diz

Kalinke.

impressão Pedagógica [ 19 ]

Criar vínculos efetivos com os

alunos é um dos principais

desafios dos professores.

Para obter isso, algumas

características são fundamentais

e podem ser desenvolvidas.

Caso não se reconheça na

maioria das frases abaixo, é

hora de repensar seu papel.

• Bom desenvolvimento das

habilidades sociais, principalmente

as de comunicação.

• Disponibilidade para trocas

afetivas.

• Bom nível de criatividade.

• Habilidade em reforçar

positivamente comportamentos

desejados no aluno.

• Boa capacidade na gestão de

conflitos.

• Moderna didática de ensino, focada

no aluno como agente e não

apenas no professor como detentor

do conhecimento.

Autor do livro Preparando os Alunos Para a Vida (Editora Expoente), o

educador Caio Feijó, propõe algumas atividades para os professores em

sala de aula, com a finalidade de enriquecer a prática pedagógica. Confira:

• Valores sociais humanos são parte valiosa na educação e podem

ser estimulados com dinâmicas de grupo com os alunos. Discuta

com eles, de acordo com a compreensão de cada faixa etária,

temas como: justiça, respeito, cidadania, l iberdade x

responsabilidade, cooperação, moral, ética e humanismo.

• Também é interessante envolver a família nas atividades, já que

hoje os pais estão cada vez mais distantes da rotina dos filhos.

Converse com seus alunos e peça para que tragam dois textos

escritos pelos pais (um pelo pai e outro pela mãe), com o

seguinte enunciado: “Relate de forma breve um ato seu de

justiça, respeito, ou de cidadania que, a seu ver, tenha servido

de lição de vida para o seu filho”.

Quando os alunos trouxerem os textos, reúna a turma, faça a leitura

e discuta as ações. “Um grupo de professoras com que trabalhei

desenvolveu essa atividade e foi um sucesso, pois além de mostrar

às crianças atitudes que retratam valores elevados também gerou

aproximação com os pais. Confirmando a teoria da Psicologia do

Comportamento Humano, no que se refere à construção do vínculo,

as educadoras declararam, que após várias sessões de dinâmicas

com as turmas, sua relação com os estudantes melhorou

substancialmente”, afirmou o educador e psicólogo.

Na sala de aulaVocê está nocaminho certo?

Mais inteligentesMais inteligentesMais inteligentesMais inteligentesMais inteligentes

O QI de crianças e adolescentes de hoje é

25% maior do que o de crianças e

adolescentes na década de 50. O computador,

a internet, a TV a cabo, o DVD, o celular e os

games criaram a primeira geração

integralmente imersa na tecnologia.

No quadro de desenvolvimento atual, as

crianças são induzidas a selecionar e

processar informações, a exercitar a lógica e

a desenvolver suas capacidades cognitivas.

Nova linguagemNova linguagemNova linguagemNova linguagemNova linguagem

Quando surgiu, a linguagem típica dos jovens

na internet (na qual, aquiaquiaquiaquiaqui vira “aki” e nãonãonãonãonão se

transforma em “naum”) parecia restrita aos chats,

blogs e ICQs. Mas o uso do “internetês” já

começou a influenciar a escrita de adolescentes

em sala de aula. Das 12 escolas particulares do

Rio de Janeiro e de São Paulo consultadas, em

pesquisa do jornal Folha de São Paulo, sete

afirmaram que vícios típicos da internet já são

comuns em redações e trabalhos escolares.

MiniadultosMiniadultosMiniadultosMiniadultosMiniadultos

Uma pesquisa encomendada pela

agência de publicidade Ogilvy Brasil

comprovou que muitas crianças brasileiras

estão ficando adultas antes do tempo.

Segundo o estudo, a hierarquia familiar

também está mudando. Cresce o número

de pais que admitem que os pequenos

devem ter influência nas decisões da família.

A novidade tem mais força entre as classes

A e B, e nas cidades de Brasília e Recife.

Curiosidades

[ 20 ] impressão Pedagógica

Educação a Distância ouEducação Distribuída?A internet já não é mais uma moda.

É uma forma de vida. E o desafio da

humanidade está em estudá-la e

discuti-la, em todos seus âmbitos,

para optar pelos melhores

caminhos na sua utilização.

É visível que houve um crescimento

explosivo da educação a distância.

Dados do Conselho Internacional

de Educação a Distância estimam

que existem cerca de dez milhões

de estudantes realizando cursos

universitários desse tipo em todo o

mundo.

Segundo o Comitê Gestor da

Internet no Brasil (CGI.br), 41% da

população brasileira utiliza a

internet para atividades

educacionais. O Anuário Brasileiro

Estatístico de Educação Aberta e a

Distância nos mostra, no quadro a

seguir, um panorama de como está

se expandindo essa nova forma de

aprendizado.

O ensino a distância é uma forma

de educação distribuída que vem

se configurando como uma das

forças atuais mais inovadoras para

o aprendizado. Apesar disso,

podemos perceber em muitas

instituições de ensino uma certa

resistência ao novo. Não acredito

que se trate de um conflito entre

educação presencial e a distância,

mas sim da oposição feita por um

ensino tradicional que se recusa a

incorporar novas tecnologias ao

seu universo.

As melhores experiências têm nos

mostrado que o aprendizado

on-line representa apenas mais um

meio do qual dispomos para

promover educação ou mesmo

para ser uma forma complementar

do ensino presencial. O chamado

sistema híbrido é o que tem tido

melhores resultados nas

instituições de ensino superior.

* Professora e Mestra em Engenharia da Produção.É coordenadora do curso de Sistemas de Informaçãoda Unidade de Ensino Superior Expoente (UniExp).

Grande número de IES estão

recorrendo ao e-learning para

suprir 20% da carga horária de

seus cursos. Assim, optam por

usá-lo em 20% de todas as

disciplinas do período ou em

apenas uma disciplina, 100% a

distância. As outras permanecem

totalmente presenciais.

Os benefícios educacionais da

aprendizagem on-line são muitos e

só tendem a aumentar em função

dos avanços tecnológicos dos

últimos anos. Nosso estilo de vida

atual, marcado pela agilidade,

velocidade e grandes volumes de

informação a serem processados,

gera novas expectativas também com

relação ao ensino-aprendizagem.

As instituições de ensino que

quiserem fazer parte deste futuro

precisam estar preparadas para

corresponderem às necessidades

de uma sociedade de informação

que já incorporou a tecnologia ao

seu cotidiano.Alunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadasAlunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadasAlunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadasAlunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadasAlunos de EAD no Brasil em instituições oficialmente credenciadas

TTTTTipo de cursoipo de cursoipo de cursoipo de cursoipo de curso

Graduação e Tecnológico

Pós-graduação e seqüenciais

Graduação e/ou pós

EJA, Técnico, Fundamental e Médio

Técnico

Número de alunosNúmero de alunosNúmero de alunosNúmero de alunosNúmero de alunos

89.539

61.637

8.190

159.366159.366159.366159.366159.366

150.571

20

309.957309.957309.957309.957309.957

%%%%%

28,9

19,9

2,6

51,451,451,451,451,4

48,6

0,006

100100100100100

Nível de credenciamentoNível de credenciamentoNível de credenciamentoNível de credenciamentoNível de credenciamento

Federal

Consolidados*

TTTTTotalização no nível federalotalização no nível federalotalização no nível federalotalização no nível federalotalização no nível federal

Estadual

Municipal

TTTTTotal geralotal geralotal geralotal geralotal geral

* Três instituições informaram o número de alunos, consolidando dados de graduação com os de pós-graduaçãoFonte: ABRAED/2005

Rosana Romanó

[ opinião ]

impressão Pedagógica [ 21 ]

De mãe para filhoFamílias dividem a experiênciade estudar na mesma escola

Na hora de decidir qual a

melhor escola para os filhos, é

preciso prestar atenção em todos os

detalhes. Por isso, para evitar erros,

muitos pais buscam resgatar os

melhores momentos de sua infância

e optam por colocar as crianças no

mesmo colégio que freqüentaram

quando pequenos.

Foi justamente desejando que

seus filhos tivessem tão boas

lembranças quanto ela que a

pedagoga Carolina Arantes Pereira

Zweifel colocou Matheus, hoje na 1a.

série do Ensino Fundamental, e

Gustavo, Infantil III, no Expoente.

"Estudei no colégio desde que foi

inaugurado e sempre o adorei. O

ambiente é maravilhoso e, mesmo

sendo uma escola grande, todos os

alunos são chamados pelo nome.

“Gosto de tudo, me sinto em casa",

conta Carolina. "Sou muito exigente

e o material didático é realmente

excelente. Mesmo quando tenho

alguma crítica, escrevo-a na agenda,

converso com a professora e sempre

tenho um retorno. Realmente somos

respeitados", completa.

O ambiente familiar também

foi decisivo para Fernanda Noveletto

Correia escolher a Escola Integrada

Educativa, de Sumaré, São Paulo,

conveniada ao Expoente, para seu

filho Daniel, de 3 anos. "Estudei lá e

sei que tive uma boa formação. Me

sinto segura e acho que isso passa

para a criança. O Daniel ama a

escola", conta.

Com tanto em comum, pais e

filhos trocam figurinhas e as crianças

adoram. "O Matheus sempre me

pergunta como era a escola na

minha época e se diverte vendo as

fotos. Como muitos funcionários

ainda trabalham lá, mas mudaram de

função, lembro o que faziam antes e

ensino para ele como é o trabalho

deles hoje", diz Carolina. "O uniforme

até hoje é o mesmo e o Daniel ficou

muito feliz no dia que eu mostrei

minha foto, quando criança, vestida

como ele", lembra Fernanda.

Os bons momentos em sala

de aula deram um empurrãozinho

final para que Carolina e Fernanda

escolhessem as escolas de seus

filhos. "A professora Regina, que dá

aula para o Matheus este ano, é

sempre uma lembrança especial.

Fico muito feliz que o meu filho tenha

a oportunidade de conviver com

alguém assim", lembra Carolina.

"A Valéria, que hoje é diretora da

escola foi minha professora e eu a

adorava. Quando soube disso, não

tive dúvidas", conclui Fernanda.

“O ambiente no Expoente“O ambiente no Expoente“O ambiente no Expoente“O ambiente no Expoente“O ambiente no Expoente

é maravilhoso e, mesmoé maravilhoso e, mesmoé maravilhoso e, mesmoé maravilhoso e, mesmoé maravilhoso e, mesmo

sendo uma escolasendo uma escolasendo uma escolasendo uma escolasendo uma escola

grande,grande,grande,grande,grande, todos os alunostodos os alunostodos os alunostodos os alunostodos os alunos

são chamados pelo nomesão chamados pelo nomesão chamados pelo nomesão chamados pelo nomesão chamados pelo nome

e conhecemos suase conhecemos suase conhecemos suase conhecemos suase conhecemos suas

famílias.”famílias.”famílias.”famílias.”famílias.”

Carolina com seus filhosMatheus e Gustavo.

[ 22 ] impressão Pedagógica

A profissão de professor é uma das mais corridas que existem. Em

muitos casos, esses educadores não prepararam e apresentam apenas uma

aula por turno, chegam a dar mais de dez aulas por dia. Paulo Sen Lee,

professor de Física do Expoente, só não dá aula de madrugada.

Ele conta que, em seus 22 anos de carreira, a rotina sempre foi

puxada. “Em determinadas épocas do ano, chego a ter todas as aulas

de manhã, tarde e noite. Já cheguei a dar 15 aulas no mesmo dia”,

recorda-se.

Lee dá aulas em cursos de Ensino Médio, Pré-Vestibular e Ensino Superior

em Curitiba (PR) e viaja para Florianópolis (SC), uma vez por semana, para

lecionar lá também. Ele estima que chega a se envolver com a rotina escolar

(aulas, correção de provas, reuniões,

etc.) até 16 horas por dia. Além disso,

Lee criou em 2000 um site sobre sua

disciplina (www.adorofisica.com.br).

Ele procura mantê-lo atualizado

sempre que pode. Muita coisa? Não

para ele. No caso de Lee, o acúmulo

de tantas atividades não interfere

negativamente em seu desempenho

como profissional. A palavra de ordem

é responsabilidade. “Creio que

muitos professores assumem mais do que podem, o que faz a quantidade

ser inimiga da qualidade. O professor deve ter um objetivo claro em mente,

senão dar aulas vira uma rotina desgastante”, explica.

Assim como Lee, Arno Boing, professor de Geografia, dá aulas

em Curitiba, Florianópolis e Ponta Grossa e sempre trabalhou em,

pelo menos, duas cidades. “Considero lecionar em vários locais um

desafio. Se muitos profissionais trocam de empregos – como um

Eles corrempara lá e para cáProfessores chegam a dar até 15 aulaspor dia. E isso não é problema...

“O professor deve ter

um objetivo claro em

mente, senão ‘dar

aulas’ vira uma rotina

desgastante.”

Paulo San Lee,professor de Física do Expoente.

impressão Pedagógica [ 23 ]

• O diálogo em casa, com a família, é

fundamental. Quando ela sabe o que está

acontecendo na vida agitada do professor, fica

mais fácil dar-lhe apoio.

• Não assuma responsabilidades maiores do

que a sua capacidade de administração de

tempo.

• Sempre tenha (e use) uma agenda. Anote

todos os seus compromissos e tarefas e

prazos para executá-los.

• Saiba dizer “não”. Negue-se às atividades que

podem comprometer seu rendimento profissional

ou prejudicar seus momentos de lazer.

• Priorize qualidade, não quantidade.

desafio na carreira profissional – o meu é dar conta do recado. Mas

isso, claro, exige disciplina e profissionalismo”, comenta Boing que,

em média, dá 10 aulas por dia.

Os dois colegas de profissão

concordam que, apesar da rotina

agitada, os momentos de férias ou

finais de semana devem ser

aproveitados para descansar. “Parte

das férias é dedicada à atualização

do material didático, mas tenho

grande facilidade para me desligar no

período em que fico realmente em

férias, e aproveito bem”, diz Boing,

“Sempre tive uma capacidade grande

de me focar no ‘aqui-agora’. Quando

estou dando aulas, evito que outras

preocupações interfiram no meu

rendimento. E, quando estou em

férias, evito pensar em aulas. É uma

forma de manter minha sanidade

mental e física”, complementa Lee.

Para não acumular muitas funções e acabar se prejudicando

profissionalmente, os professores dão algumas dicas (veja box) que evitam que

o corre-corre se transforme em bagunça. “Embora em alguns momentos, como

no final de ano letivo, o excesso de trabalho crie um estresse, tendo a levar uma

vida disciplinada, inclusive com atividade física, o que ajuda a manter a cabeça

arejada”, conta Boing, que mantém o hábito de jogar futebol sempre que pode.

“Embora em alguns

momentos, como no

final de ano letivo, o

excesso de trabalho

crie um estresse,

tendo a levar uma

vida disciplinada,

inclusive com

atividade física, o

que ajuda a manter

a cabeça arejada”

Arno Boing,professor de Geografia.

[ 24 ] impressão Pedagógica

A curiosidade dos alunos sobre as capas temáticas do Material Didático

Expoente fez com que os professores do Colégio Batista Betânia, de Gravatá,

Pernambuco, trabalhassem o tema globalização nos projetos pedagógicos.

Os estudantes, da 5a. série do Ensino Fundamental à 2a. série do Ensino

Médio, tiveram como tarefa avaliar o impacto desse fenômeno mundial sobre

a cidade onde moram, que fica a 80 km de Recife. Os resultados obtidos

nas atividades surpreenderam os educadores, que organizaram uma

apresentação no Clube Centro Desportivo Gravataense. “Não queríamos uma

Feira de Ciências comum, com muita decoreba. Queríamos algo diferente e

aproveitamos a globalização, uma curiosidade dos alunos, para incentivá-

los a estudar sobre um assunto que já era do interesse deles”, comenta a

diretora Maria Conceição Carvalho da Silva.

Em 2006, a direção da escola pretende trabalhar o tema Ecossistemas,

que está estampado na capa do Material Didático do Expoente.

Movidos pela curiosidadeMovidos pela curiosidadeMovidos pela curiosidadeMovidos pela curiosidadeMovidos pela curiosidade

[ conveniadas ]

Escola participa deEscola participa deEscola participa deEscola participa deEscola participa deCongresso InternacionalCongresso InternacionalCongresso InternacionalCongresso InternacionalCongresso InternacionalA escola Caminhos do Sol, de São

João del-Rei, foi destaque na

imprensa mineira em 2005.

Seu projeto pedagógico Neuróbica

foi selecionado para participar do

3o. Congresso Internacional de

Educação, que aconteceu em Belo

Horizonte e reuniu palestrantes dos

Estados Unidos e Espanha.

O Neuróbica surgiu da necessidade

de incentivar o hábito da leitura

como reflexão e estimulação

cerebral aos alunos de 1a. a 4a. série

do Ensino Fundamental. Jornais e

revistas foram incorporados ao

dia-a-dia dos estudantes e eles

passaram a não só ler como a

interpretar o conteúdo das notícias.

Desenvolvendo as atividades do

projeto, as crianças melhoraram o

domínio da linguagem oral,

aprimoraram a escrita e ainda

adquiriram o hábito da leitura.

De acordo com os professores

envolvidos no Neuróbica, o

trabalho com jornais é de grande

relevância, pois tais veículos vão

proporcionar aos educandos não

só a oportunidade de estar bem

informados, como também de se

tornarem mais críticos e

participativos.

A repercussão do projeto

Neuróbica foi excelente. Isso

proporcionou aos seus

idealizadores a satisfação de quem

cumpre uma missão.

“Sempre apostei nesse projeto e

não abro mão dele. Acho-o

extraordinário”, disse a diretora

Liliane Dutra, comentando o tema,

em entrevista à

imprensa de

São João

del-Rei.

impressão Pedagógica [ 25 ]

[ conveniadas ]

BiotecnologiaBiotecnologiaBiotecnologiaBiotecnologiaBiotecnologiaao alcance de todosao alcance de todosao alcance de todosao alcance de todosao alcance de todos

Pensando em uma boa

formação para os alunos que estarão

atuantes no mercado de trabalho do

século XXI, o Colégio Magma, em

Jaboatão dos Guararapes, Perna-

mbuco, criou um projeto audacioso

para o evento Multimagma, que é

realizado todos os anos pela escola.

Depois de muito trabalho, no

final de 2005, os alunos de todas as

séries, da Educação Infantil ao 3o.

ano do Ensino Médio, apresentaram

seus projetos realizados. Estes

obedeciam ao tema "Biotecnologia,

uma Viagem ao Futuro". O evento

aconteceu no clube Jaboatonense e

estiveram presentes mais de 5 000

pessoas, entre pais, colegas e

estudantes de outras escolas.

A complexidade do tema serviu

apenas como mais um incentivo aos

estudantes. Divididos em 45 grupos

de, no máximo, dez alunos, eles

fizeram pesquisas, maquetes e

montaram estandes com os

subtemas escolhidos. Entre os

trabalhos apresentados, estavam:

"Brinquedos Modernos", "Tratamento

de Câncer", "Educação", "Robótica",

"Telecomunicações", "Tecnologia

Odontológica" e "Transportes

Modernos".

Além de adquirir conhecimentos

válidos para toda a vida, os alunos

conseguiram vencer o medo de falar

em público. "Foi um treinamento muito

importante para o futuro. Eles

precisaram se expressar e defender

um ponto de vista diante de pessoas

que não conheciam e esse é um

aprendizado verdadeiro", contou o

diretor financeiro do Magma, Albinoam

Barboza da Silva.

Durante o projeto, cada equipe

é avaliada pelo professor orientador

da turma. Ele ainda tira as dúvidas,

analisa a participação individual e o

resultado de cada trabalho. No dia

do evento, uma equipe avaliadora dá

as notas, que são utilizadas para

compor o resultado do bimestre.

A escola Cooperativa Educacional

de Campo Verde (Coopercamp), no

Mato Grosso, dedica todos os anos

pelo menos um projeto educacional

ao tema meio ambiente. Em 2005, a

instituição uniu educação ambiental

com globalização – temas utilizados

no Material Didático Expoente.

Cada turma, da Educação Infantil à

8a. série, ficou responsável por um

aspecto do assunto. Os pequenos

do Jardim II construíram jogos

pedagógicos com sucatas.

A 2a. série discutiu a moda desde a

década de 60, tendo como principal

preocupação os materiais utilizados

na confecção das roupas. A 7a. e a

8a. séries, por sua vez, visitaram

todos os pontos turísticos da

cidade e a muito conhecida

Chapada dos Guimarães. Assim,

puderam aprender que a natureza

é patrimônio mundial.

Para a diretora da Coopercamp,

Maria do Socorro de Jesus Ricardo,

respeitar o meio ambiente é uma

lição que envolve toda a família.

“Houve uma adesão muito grande

ao projeto. Os pais também

participam e aprendem, pois muitos

não têm informação nessa área.

Na época em que estudaram, a

preocupação com a natureza

praticamente não existia”, opina.

"A adesão é total. Os

alunos abraçam o projeto

por gosto e os trabalhos

estão cada dia melhores",

elogiou Albinoam.

Meioambiente

[ 26 ] impressão Pedagógica

Diferenças sociaisDiferenças sociaisDiferenças sociaisDiferenças sociaisDiferenças sociaiscomo forma de aprendizadocomo forma de aprendizadocomo forma de aprendizadocomo forma de aprendizadocomo forma de aprendizado

As disparidades sociais, presentes

no cotidiano do Brasil, foram o

ponto de partida para o projeto

“Revendo Diferenças”, executado

já há três anos pela Escola Santa

Teresinha, em Ponta Grossa,

Paraná.

Em 2005, as crianças da 1a. série

do Ensino Fundamental visitaram

um assentamento de pessoas

carentes e foram especialmente à

escola que as crianças daquela

comunidade freqüentam.

Ao chegar ao colégio municipal

Crianças abandonadas e carentes do Rio de Janeiro, que participam

de atividades do Centro Educacional do Menor para Assistência e

Reintegração, têm a oportunidade de aprender mais e melhor com o

Material Didático Expoente.

A instituição Cemear, que não tem fins lucrativos, responsável

pelo projeto, conta com o apoio de empresas, voluntários e educadores

que estimulam e viabilizam a reintegração social das crianças que

estão na faixa etária de 4 a 14 anos. São mais de 250 alunos que,

além de aprenderem a ler e a escrever, podem readquirir a auto-

estima perdida devido às baixas condições de vida.

Fundado em 1993, por Túlio Barros Ferreira e o sueco Ingvar

Guldstrand, o Cemear aposta na valorização do ser humano. Além

da Educação Infantil e Ensino Fundamental, o Centro promove

ações sociais, avaliações de saúde (participam médicos e dentistas),

e oferece cursos de preparação para o mercado de trabalho, como

informática, corte e costura, teatro e dança.

Exemplo de solidariedadeExemplo de solidariedadeExemplo de solidariedadeExemplo de solidariedadeExemplo de solidariedade

[ conveniadas ]

Professora Guitil Federmam,

puderam perceber que existem

dois mundos e duas realidades

bem diferentes que separam

socialmente uma escola da outra.

Depois de os alunos da Santa

Teresinha conhecerem uma região

tão pobre de recursos, em que não

há saneamento básico e o lixo fica a

céu aberto, foi a vez das crianças do

assentamento retribuírem a visita.

As atividades recreativas e culturais

foram programadas com o objetivo

de promover a sociabilidade entre

os alunos de realidades e vivências

tão diferentes.

Segundo as professoras Lucélia

Aparecida Maier, Eleni Odete

Prestes e Soriane Stremel,

também coordenadoras do projeto,

além de possibilitar uma

articulação entre as disciplinas de

História, Geografia e Ciências, a

idéia sensibiliza os alunos para a

prática da solidariedade e permite

uma reflexão sobre o fato de que

existem oportunidades para alguns,

mas não para todos.

impressão Pedagógica [ 27 ]

Ao receber a revista Impressão Pedagógica, edição 38, a educadora

Socorro Medeiros, diretora do colégio Êxodus, em Fortaleza, percebeu que

poderia tirar mais proveito ainda do convênio feito com o Expoente. Além de

utilizar o material didático da empresa na Educação Infantil, ela notou que

aquelas reportagens apresentadas na revista poderiam ser uma excelente

fonte de pesquisa para suas professoras.

A primeira oportunidade de “explorar” a Impressão

Pedagógica surgiu no final do ano, quando o tema e o material

didático de 2006 foram apresentados ao corpo docente da

escola. Socorro pediu a cada professora que lesse a revista

e, no dia seguinte, apresentasse ao grupo o assunto que

achasse mais interessante. O resultado, segundo a diretora,

não poderia ter sido melhor. “Todas leram, gostaram e, por

incrível que pareça, escolheram reportagens diferentes. Cada

apresentação gerou uma série de discussões riquíssimas e

importantes para o dia-a-dia da escola”, orgulha-se Socorro.

“É muito bom podermos contar com um material tão bem feito

e atualizado. Essa metodologia de trabalho funcionou tanto

que pretendo utilizá-la novamente”, diz.

A Impressão Pedagógica é uma publicação semestral oferecida a todas

as escolas conveniadas ao Grupo Expoente. Na última edição, o periódico

trouxe reportagens sobre os seguintes assuntos: violência na escola, alunos

superdotados, indisciplina e relação dos pais com a escola.

IP vira fonte de pesquisa“É muito bom podermos

contar com um material tãobem feito e atualizado. Essa

metodologia de trabalhofuncionou tanto que pretendo

utilizá-la novamente”

Socorro Medeirosdiretora do colégio Êxodus

[ conveniadas ]

Fale Conosco

Para anunciar na

Impressão Pedagógica

mande um e-mail para:

[email protected]

[ 28 ] impressão Pedagógica

Duas décadasde sucessoExpoente comemora 20 anoscom crescimento

Há vinte anos, o Expoente começou a traçar sua significativa história.

Da década de 1980 até hoje, muita coisa aconteceu. Só no Brasil, cinco

planos econômicos foram lançados e a população passou por momentos

de euforia, mas também por muitas situações difíceis. Mesmo diante das

eventuais tempestades, o Grupo Educacional Expoente conseguiu superar-

se e completa, em 2006, duas décadas de sucesso.

Hoje, atuando em diversos segmentos educacionais, o Grupo

Expoente tem 300 mil alunos e 900 unidades escolares em todo o Brasil. A

instituição oferece material didático do nível de Educação Infantil ao da

Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de acesso ao portal Escola

Interativa, capacitação para educadores, Sistema de Gestão Acadêmica

(SGA), softwares educativos e serviços gráficos.

O Expoente tem três unidades de ensino em Curitiba. Elas oferecem

atualmente ensino para turmas da Educação Infantil ao Ensino Médio. No

ano de 2002, a instituição inaugurou a UniExp – Unidade de Ensino Superior

Expoente, com cinco cursos de graduação e três de pós-graduação. No ano

passado, a empresa abriu sua primeira sede em Florianópolis, com turmas

de Ensino Médio e Pré-Vestibular.

Essa história de sucesso, porém, não foi escrita de um dia para o

outro. O material didático apostilado surgiu ainda na década de 70, quando

os proprietários do Expoente faziam parte do Pré-Vestibular Barddal. “Lembro

a primeira venda do material didático. O Diocesano de Lages nos procurou

e pediu para conhecer nosso trabalho. Colocamos

os volumes na mala do carro e eu e o Ale –

Dionísio Müller, um dos sócios da

empresa – fomos até lá. A partir daí

percebemos que esse era um nicho

de mercado interessante, mas não

tínhamos equipe para prospecção.

[ história ]

impressão Pedagógica [ 29 ]

Só no final da década de 70, é que

contratamos um vendedor”, recorda

Armindo Angerer, diretor geral do

Grupo Educacional Expoente.

Com o crescimento da

empresa, em 1994, foi criado o

Centro de Excelência em Educação

Expoente (CEEE), responsável por

todo o trabalho de pesquisa,

desenvolvimento, criação e

elaboração de materiais didáticos.

Hoje, o setor é formado por

profissionais das mais variadas

áreas, como autores, revisores,

editores, designers e professores.

O aumento da demanda

levou a um crescimento da Editora

Gráfica Expoente, hoje a terceira

maior do Brasil no setor de material

didático apostilado. Atualmente,

instalada numa área de 2000m2, a

gráfica adquiriu em 2005 uma

impressora que tr ipl icou sua

capacidade de produção.

O ano estratégicoO ano estratégicoO ano estratégicoO ano estratégicoO ano estratégico

“O sucesso do“O sucesso do“O sucesso do“O sucesso do“O sucesso do

Expoente é resultadoExpoente é resultadoExpoente é resultadoExpoente é resultadoExpoente é resultado

de muito trabalho,de muito trabalho,de muito trabalho,de muito trabalho,de muito trabalho,

garra, extremagarra, extremagarra, extremagarra, extremagarra, extrema

dedicação ededicação ededicação ededicação ededicação e

seriedade”, resumeseriedade”, resumeseriedade”, resumeseriedade”, resumeseriedade”, resume

Armindo AngererArmindo AngererArmindo AngererArmindo AngererArmindo Angerer.....

Além de incluir as comemorações pelos 20 anos do Expoente,

2006 será estratégico para essa instituição. A direção da empresa

está trabalhando há alguns meses em um planejamento estratégico

e definindo o foco de todos os seus segmentos de negócios. A equipe

do departamento comercial foi reforçada e já se pode afirmar que

haverá um investimento maior na mídia nacional, com o principal

objetivo de fortalecer a marca Expoente.

A Editora Gráfica Expoente, que em 2005 triplicou sua

capacidade de trabalho, inicia o ano de 2006 com maior capacidade

produtiva e mais competitividade. Inclusive, algumas disciplinas

constantes no material didático passarão por uma reestruturação.

Ainda em 2006, o Expoente construirá nova e moderna

unidade, em terreno próprio, no bairro Água Verde. As obras

começaram em janeiro. No início do ano de 2007, os alunos poderão

usufruir de um ambiente especialmente projetado e construído para

oferecer o melhor aprendizado.

[ 30 ] impressão Pedagógica

[ notas ]

Autor: Caio FeijóEditora: Editora Expoente

Neste lançamento

da Editora Expoente, o educador

e psicólogo Caio Feijó apresenta

valiosos instrumentos de apoio e

ajuda aos professores, já que hoje

eles enfrentam o desafio de

preparar seus alunos para o

futuro. Feijó apresenta as

propostas científicas da psicologia

do comportamento humano,

como o desenvolvimento de

habilidades sociais, comunicação

assertiva e de gestão de conflitos,

além da estimulação aos valores

sociais humanos como respeito,

justiça, cooperação, consenso,

humanismo e cidadania.

Preparandoos Alunospara a Vida

A Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios, realizada

pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE),

em 2004, revela que a

população brasileira está

evoluindo no aspecto educação.

Educação no Brasil melhora

Houve uma melhoria acentuada no

nível de escolarização das crianças

e adolescentes de 5 a 17 anos

de idade.

A taxa de analfabetismo entre

pessoas de 10 a 14 anos caiu de

5,5% para 3,6%.

O Enem vem aíAs inscrições para a 9a. edição do Exame Nacional do Ensino Médio

(Enem) serão realizadas em abril, entre os dias 1 o. e 29 e poderão ser feitas

na própria escola onde os alunos estiverem matriculados e concluindo o

Ensino Médio. Os estudantes da rede privada devem pagar a taxa de

R$ 35,00 numa das agências dos Correios e anexar o comprovante de

pagamento à ficha entregue na escola.

Em 2005, o Enem teve mais de três milhões de inscritos.

Guia do LivroOrientação Básica para Aquisição de Acervos Públicos e Privados

Esta é uma obra voltada aos interesses de bibliotecários ou

responsáveis por espaços destinados à leitura.

O guia ajuda a refletir como deve ser o acervo de um ambiente de

leitura (seja uma sala de aula ou uma biblioteca) e que critérios devem orientar

a seleção do acervo. Em linguagem direta, o manual alerta para os erros

mais comuns que são cometidos na hora da escolha das obras e sugere

critérios para serem usados na organização delas.

A obra é distribuída gratuitamente aos associados da Câmara Brasileira

do Livro e também a escolas, bibliotecas, órgãos públicos de educação e

cultura, entre outros. Mais informações: [email protected]

Autor: Maria Antonieta Antunes CunhaEditora: Câmara Brasileira do Livro