Revista Informativa Especial - ANEC

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Congresso Nacional de Educação Católica Com quase 3 mil participantes, evento traz inovação e empreendedorismo para pauta do dia a dia educacional ESPECIAL Revista ANEC OUTUBRO DE 2010 :: ANO III :: N O 11

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Criação de Capa, Diagramação, tratamento de imagem

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Page 1: Revista Informativa Especial - ANEC

Congresso Nacionalde Educação CatólicaCom quase 3 mil participantes, evento traz inovação e empreendedorismo para pauta do dia a dia educacional

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Revista ANEC OUTUBRO DE 2010 :: ANO III :: NO 11

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NO 11 :: AN

O III :: OUTU

BRO DE 2010

Page 2: Revista Informativa Especial - ANEC

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Page 3: Revista Informativa Especial - ANEC

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4642 52

12ESPECIAL

28EXPOSITORES

34PÚBLICO

36TRABALHO REGIONAL

REPERCUSSÃO DO CONGRESSO

CONVERSA COM MANTENEDORAS

REFLEXÃO

PALESTRANTES

26PROGRAMAÇÃO CULTURAL

2 PALAVRA DO DIRETOR PRESIDENTE

4 ACONTECE

Sumário

Page 4: Revista Informativa Especial - ANEC

Em homenagem ao sucesso alcançado no maior Congresso de Educa-

ção Católica do país, a ANEC preparou uma edição especial da Revis-

ta Informativa Educacional para mostrar os bastidores desse evento,

que reuniu em Brasília quase 3 mil pessoas.

Caravanas de educadores de todo o Brasil se reuniram na capital federal para

discutir o tema: Educação, Inovação e Empreendedorismo Global. Pales-

trantes renomados e diversas iniciativas culturais deram o tom do trabalho,

que recebeu ótima avaliação dos inscritos.

Nas próximas páginas, os leitores vão conferir os detalhes do encontro e um

perfil detalhado dos participantes, obtido por meio de uma pesquisa de opi-

nião. Além disso, conversamos individualmente com os palestrantes para

dar uma dimensão mais real dos temas tratados durante os três dias de Con-

gresso, para aqueles que não acompanharam os debates.

Desejamos a todos uma boa leitura e que na próxima edição do Congresso

Nacional de Educação Católica da ANEC, a ser realizado provavelmente em

2012,  você possa também partilhar dessa mística conosco!

DIRETORIA NACIONAL

Diretor PresiDente

Reitor Pe. José Marinoni, SDB

Diretor 1º Vice-PresiDente

Reitor Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJ

Diretor 2º Vice-PresiDente

Reitor Ir. Clemente Ivo Juliatto, FMS

Diretora 1º secretária

Ir. Ana Maria Paes

Diretor 2º secretário

Reitor Pe. Christian de Paul de Barchifontaine, MI

Diretor 1º tesoureiro

Ir. Joaquim Juraci de Oliveira, FMS

Diretor 2º tesoureiro

Pe. Guido Aloys Johanes Kuhn, S.J

secretário executiVo

Prof. Dr. Dilnei Lorenzi

CONSELHO SUPERIOR

PresiDente

Reitor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães

Vice-PresiDente

Reitor Prof. Wolmir Therezio Amado

secretário

Reitor Pedro Rubens Ferreira Oliveira

CONSELHEIROSIr. Teresinha Maria de Sousa, MCIr. Nelso Antônio Bordignon, FSCPe. Wilson DenadaiProfessor Roberto PradoPe. Nivaldo Luiz Pessinatti, SDBPe. Mieczyslaw Smyda, SJ

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DEEDUCAÇÃO CATÓLICA DO BRASIL

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CATÓLICA DO BRASIL - ANECSRTV/Sul Quadra 701 Bloco O Sala 135Ed. MultiempresarialCEP: 70340-000 - Brasília-DFFone: 61 3226-5655 - Fax: 61 3322-5539E-mail: [email protected]

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃOLuciene Lopes PereiraNelismar de Souza

JORNALISTALana Canepa

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IMPRESSÃOParque Gráfico da Editora FTDFone: 11 2412-8099

As ilustrações foram cedidas pelas instituições

Palavra do Diretor-Presidente

Pe. José MarinoniDiretor-presidente da ANEC

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2 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Page 5: Revista Informativa Especial - ANEC

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Page 6: Revista Informativa Especial - ANEC

Nas próximas páginas, apresentaremos um pouco do que foi divulgado durante os três dias de Congresso

Nacional de Educação Católica. As notícias a seguir foram publicadas no site da ANEC, no site do evento e no Twitter, além de terem sido reproduzidas nos meios de comunicação de várias instituições associadas e na imprensa em geral. A partir dos textos abaixo é possível acompanhar, passo a passo, a evolução dos fatos durante o evento e como o público reagiu aos conteúdos e oportunidades de negócios oferecidos pela ANEC.

ANEC realiza maior Congresso de Educação Católica do país

4 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Acontece

Page 7: Revista Informativa Especial - ANEC

ANEC realiza maior Congresso de Educação Católica do país

Lana Canepa, jornalista da ANEC

educacionais. O tema apresentado foi: Educação, Inovação e

Empreendedorismo Global.

Para o secretário-executivo da ANEC, Prof. Dilnei Lorenzi, o

Congresso superou as expectativas. “É um tema moderno, dis-

cutido no mundo inteiro, e que foi recebido com muita satisfa-

ção entre os participantes. É um congresso bienal e, certamente,

em 2012 estaremos juntos novamente. Provavelmente no pró-

ximo iremos trabalhar os conceitos de educação e criatividade”.

Caravanas de várias instituições percorreram centenas de qui-

lômetros para participar dos debates na capital federal. Para a

Irmã Terezinha, do Rio de Janeiro, a impressão dos educadores

foi muito positiva. “Este primeiro Congresso organizado pela

ANEC foi surpreendente. Os colaboradores do evento também

trabalharam muito bem e os palestrantes foram ótimos. Hoje, a

ANEC está se abrindo para outros temas, de forma que a edu-

cação é o que transforma. O Rio de Janeiro esteve presente em

massa e estaremos novamente no próximo”.

O Congresso Nacional de Educação Católica, realiza-

do em Brasília, reuniu durante três dias quase 3 mil

educadores de todo o Brasil. A Associação Nacional

de Educação Católica do Brasil (ANEC), responsável

pela organização do encontro, congrega mais de 2,5 mil ins-

tituições de ensino. Com o evento, a proposta da Associação

foi promover um debate sobre conceitos modernos e questões

científicas relacionados à melhor forma de educar.

A cerimônia oficial de abertura do Congresso contou com a

presença da vice-governadora do Distrito Federal, Ivelise Lon-

ghi; do presidente do Conselho Superior da ANEC, Dom Joa-

quim Mol; do arcebispo metropolitano de Brasília, Dom João

Braz; do senador da república, Cristovam Buarque, entre ou-

tras autoridades.

Além das discussões técnicas, muito entretenimento, peças de

teatro, shows e um espaço de negócios que reuniu os parceiros

com estandes para apresentação de novos serviços e produtos

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 5

Page 8: Revista Informativa Especial - ANEC

Começa o Congresso Nacional de Educação CatólicaOs participantes se reuniram no Centro de

Convenções Ulisses Guimarães, no coração da

capital federal. O primeiro compromisso do

encontro aconteceu às 17h, horário em que

estava marcada uma Celebração Eucarística

com o arcebispo metropolitano de Brasília, Dom

João Braz de Aviz.

O evento contou com a presença de

autoridades que representam a educação

brasileira. Em seguida, às 18h, aconteceu a

solenidade de abertura oficial e um coquetel

para os participantes. Um dos objetivos do

Congresso foi proporcionar momentos de

reflexão em relação às temáticas de Educação,

Inovação e Empreendedorismo Global, com

a finalidade de contribuir com a realidade

educacional brasileira.

O evento ainda teve a palestra do professor doutor

Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, presidente

do Conselho Superior da ANEC e reitor da PUC-

Minas. O tema do debate era a Educação Católica,

identidade e inovações para uma sociedade plural.

O Congresso contou também com programação

cultural, praça de alimentação, além de uma

feira de estandes com uma extensa relação de

expositores de produtos e serviços educacionais,

que aconteceu na Ala Sul do Centro de

Convenções, em Brasília.

Após a solenidade de abertura, Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães,

presidente do Conselho Superior da ANEC e reitor da PUC-Minas, proferiu a

primeira palestra do Congresso.

Com o tema Educação Católica, identidade e inovações para uma

sociedade plural, Dom Joaquim ressaltou que as inovações promovidas

pelas escolas católicas fazem parte da própria identidade dessas

instituições. “Pelo fato de serem católicas, é uma obrigação oferecerem

um ensino de qualidade e excelência, é mister que sejam boas escolas”,

afirmou o bispo.

Dom Joaquim Mol citou ainda Cardeal Newmann, que considerava como

ponto central da identidade das universidades católicas o fato de serem

“boas universidades”. Diante de uma sociedade em profunda mudança, Dom

Joaquim também acredita que as entidades católicas de ensino somente

poderão corresponder às exigências atuais na medida em que incorporarem

e produzirem inovações.

Educação Católica, identidade e inovações para uma sociedade plural

Dom Joaquim Giovani Mol fala sobre inovação na Educação Católica

Momento de abertura do Congresso

6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Acontece

Page 9: Revista Informativa Especial - ANEC

O Congresso começou com uma celebração

eucarística presidida pelo arcebispo de Brasília,

Dom João Braz de Aviz. O motivo de o evento

ser aberto com uma cerimônia religiosa foi

explicado pelo presidente da ANEC, Pe. José

Marinoni: “essa celebração abre com chave

de ouro nosso primeiro Congresso, pois nada

melhor que começar com as bênçãos, com a

proteção de Deus, que é nosso Pai, e Nossa

Senhora, nossa mãe”.

Ao referir-se à iniciativa de promover um evento

dessa proporção, Dom João Braz afirmou que

“a ANEC desenvolve de maneira positiva a

unificação dos rumos da Educação Católica no

país”. Outro ponto fundamental da palavra do

arcebispo de Brasília diz respeito a fomentar a

identidade específica das escolas católicas, que é a

experiência da fé cristã, e que toda a inovação não

pode prescindir desse fundamento.

Durante a realização do Congresso, 22 empresas

parceiras apresentaram seus produtos na feira

de exposição organizada especialmente para o

evento.

Entre os intervalos do Congresso, os

participantes circularam pela Feira de Produtos

e Serviços Educacionais, que reuniu estandes de

empresas e instituições,. A iniciativa contou com

uma estrutura para profissionais técnicos do

ensino básico e superior, educadores, docentes,

gestores, mantenedores e coordenadores.

A meta foi investir em instrumentos para

aumentar a qualidade do aprendizado dos

alunos, tanto em escolas de ensino básico como

superior.

Além da feira, a organização do evento

preparou diversas atrações culturais. Entre

elas uma peça teatral, em que o ator Ayrton

Salvanini apresentou um monólogo baseado

em Vinícius de Moraes. Em seguida, os

participantes confraternizaram o fim do

primeiro dia de Congresso em um coquetel

oferecido pela ANEC.

Feira chama a atenção dos participantes do Congresso da ANEC

Celebração Eucarística abre evento com chave de ouro

Celebração eucarística marca abertura do evento

Feira de exposição com produtos e serviços educacionais

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 7

Page 10: Revista Informativa Especial - ANEC

Após a Celebração Eucarística, teve início a palestra do Dr. José Eduardo

Azevedo Fiates, atualmente diretor-executivo da Sapiens Parque S.A –

complexo que reúne empreendimentos de ciência e tecnologia, educação

e cultura.

Segundo Dr. José Eduardo, entre 100 ideias, quatro ou cinco tornam-se

casos de sucesso no que diz respeito à quantidade e à qualidade. Assim,

é necessário estarmos mais atentos e mais presentes dentro das escolas

para apoiar os alunos empreendedores. “Professores com potencial

tornam-se incubadores de grande empreendedorismo global”.

Ainda de acordo com o palestrante, as principais universidades do

mundo geram resultados importantes com o trabalho em parques

tecnológicos. Portanto, é preciso existir um processo permanente

de inovação. Esse é o papel do empreendedor, profissional ligado

diretamente à educação.

Educação deve considerar desenvolvimento das virtudes humanas A professora e doutora Léa Fagundes,

coordenadora de pesquisa no Laboratório de

Estudos Cognitivos da UFRGS e assessora do

Ministério da Educação, foi uma das palestrantes

do Congresso. 

O tema de sua apresentação foram as virtudes

humanas, inovação e empreendedorismo.

A palestrante falou sobre alguns problemas

enfrentados na sociedade massificada, em

que o objetivo dos jovens estudantes é

somente conquistar o ganho direto individual.

Aprender simplesmente para conquistar um

bom espaço no mercado de trabalho. “Essa

competição, essa voracidade, é a mesma

situação encontrada no mundo dos animais.

Os animais é que precisam lutar contra o outro

pela sobrevivência. Entre os seres é preciso

aprender e ensinar”. O ponto mais importante

desse ensinamento seria reforçar as virtudes

humanas.

Outro tema que dominou a palestra foi a

questão das novas tecnologias, a geração

digital, e como isso pode ser prejudicial

aos jovens. O recorta e cola de alunos que

não aprendem a ter opinião, criar dúvidas e

questionamentos pessoais, transformam esses

estudantes em repetidores de informação.

Tecnologia da comunicação está mudando o ensinoAs mudanças impostas pelo mundo moderno

estão transformando também a forma de

ensinar. A influência da internet na vida dos

jovens é tão importante que modificou a forma

de construir o conhecimento.

Essas e outras ideias foram apresentadas durante

a palestra do presidente da Fundação de Apoio

à Pesquisa de Santa Catarina, Dr. Antônio

Diomário Queiroz. Segundo ele, a comunicação

diferenciada, feita em uma sociedade em rede,

entrelaçada pela internet, é realizada com base

na transferência de conhecimento, e não na

construção de conhecimento.

“Essa interação social se faz em um processo de

comunicação que tem a palavra como base. A

palavra vem sempre com a conotação da questão

moral, e ela reflete os valores que são a própria

essência da religião católica. Então, a Educação

Católica precisa também interagir de forma aberta

em todos os níveis de formação, começando

pela educação infantil, respeitando a criatividade

das crianças, fortalecendo o seu senso crítico, a

comunicação com pessoas diferentes de diversas

culturas, para construir realmente algo novo”.

A palestra teve como tema Interacionismo Social

e Novas Tecnologias da Comunicação no Processo

Educativo Contemporâneo.

O poder dos parques tecnológicos no empreendedorismo educacional

Dr. José Eduardo Azevedo Fiates durante palestra

8 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Acontece

Page 11: Revista Informativa Especial - ANEC

Dom Dimas preside oração inicial no segundo dia do Congresso da ANECO segundo dia do evento contou com a presença

do secretário-geral da Conferência Nacional dos

Bispos do Brasil, Dom Dimas Lara Barbosa, que

presidiu a oração para o início dos trabalhos.

De acordo com Dom Dimas, a educação católica

no Brasil foi fortalecida com a fusão das três

antigas entidades, AEC, ANAMEC e ABESC, na

atual Associação Nacional de Educação Católica

do Brasil, a ANEC.

Dom Dimas mencionou que a partilha de

metas e objetivos, a comunhão das entidades

associadas e os novos rumos do ensino católico

são contribuições de valor inestimável que

o Congresso da ANEC ofereceu, “É muito

importante que a escola católica retorne às suas

origens e redescubra sua própria identidade e

missão”, afirmou o secretário-geral da CNBB.

Especialistas debatem teorias educacionais em mesa redondaUm grupo de educadores coordenados pela

diretora da Mathema Formação e Pesquisa,

Dra. Kátia Smole, debateu os dilemas e novas

tendências da formação de jovens. Em uma

citação, a coordenadora dos trabalhos disse que

“não é porque somos humanos que sabemos

o que é bom, belo e verdadeiro. É a educação

que nos mostra o que é bom, belo e verdadeiro,

e a educação católica já tem meio caminho

andado”.

Essa frase demonstra o espírito dos quase 3

mil participantes do evento, que vieram de

todos os cantos do país para debater o tema:

Educação, Inovação e Empreendedorismo

Global.

Ivan Lins se apresenta no encerramento do segundo dia de Congresso da ANECO cantor e compositor Ivan Lins empolgou o

público durante a apresentação de encerramento

do segundo dia de Congresso da ANEC. Entre

as canções do repertório estavam os sucessos

Começar de Novo e Lembra de mim.

Ivan Lins iniciou sua carreira musical em

festivais universitários no final dos anos 1960,

influenciado por diversos gêneros musicais como

jazz, bossa nova e soul. Em suas apresentações,

tem como principal instrumento o piano. Autor

de dezenas de sucessos que foram temas de

novelas, o artista, vai comemorar, em 2011, 40

anos de carreira.

Os novos perfis profissionais: jovens empreendedores e multifuncionais

Como se forma um bom profissional? Um cidadão consciente? Um jovem educado?

Algumas respostas para essas e outras perguntas foram apresentadas durante a palestra

do escritor e psicoterapeuta, Dr. Leonardo Fraiman, que é diretor da Clínica Fraiman

e parceiro da Teenager Assessoria Profissional.

Hoje em dia, todos buscam a juventude. Essa referência muda o parâmetro

sobre o que é realmente ser jovem. A tendência é que os jovens saiam de

casa mais tarde até que tenham uma estrutura de vida mais completa.

“Antes, o profissional que trocava muito de emprego era mal

visto, mas atualmente os jovens procuram com mais frequência

boas oportunidades profissionais. Tendo um bom currículo e

aparecendo uma melhor oportunidade de emprego, ele logo faz

a troca, pois o jovem de hoje não procura ter muitos vínculos.”

O mercado de trabalho é focado em novidades tecnológicas,

como GPS, notebook e celular, ou seja, o que antes era luxo

passou a ser comodidade, facilitando a vida do profissional,

mas sem perder de vista a necessidade de ensinar

princípios básicos de educação, convivência, respeito,

aqueles conceitos que as crianças levam para a vida toda.

Isso se reflete também no seu local de trabalho, com a equipe de

profissionais. De acordo com o palestrante, o novo profissional

busca com mais frequência, ser empreendedor. Para que ele seja

bem-sucedido em seu segmento, precisa alcançar um diferencial.

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 9

Page 12: Revista Informativa Especial - ANEC

Congresso Nacional de Educação Católica

12 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Especial

Page 13: Revista Informativa Especial - ANEC

ConteúdoOs participantes receberam uma sacola ecológica, preparada

pela equipe de comunicação da ANEC, com a programação do

evento, guia do participante com dicas de estadia, transporte e

alimentação, além de bloco e caneta para anotações.

Durante o congresso, três jornalistas trabalharam na produção

de conteúdo para alimentar o site da ANEC, preparar essa edi-

ção especial da revista e atender a imprensa local e nacional para

a divulgação do Congresso. As reportagens de acompanhamen-

to do passo a passo do encontro também foram reproduzidas em

sites de instituições associadas e comentadas no Twitter.

Espaço O evento foi realizado no Centro de Convenções Ulisses Gui-

marães, no coração da capital federal, em plena Esplanada dos

Ministérios. Esse é um dos espaços mais nobres para a realiza-

ção de eventos em Brasília, e conseguir reservar o local foi uma

conquista da ANEC.

O centro oferece um amplo espaço, auditório para 3 mil

participantes, várias salas para as equipes da organização e um

salão muito vasto para exposição. No auditório foram realiza-

das as palestras e shows. No salão, decorado com grandes fotos

das capas da Revista Informativa Educacional, a ANEC ofere-

ceu os coquetéis, com um buffet que oferecia almoço aos par-

ticipantes e também uma grande feira de negócios.

Foram convidados parceiros de vários setores ligados à

educação que mostraram seu trabalho durante os três dias de

encontro. Uma oportunidade para os gestores fecharem con-

tratos com custos abaixo dos de mercado.

Congresso Nacional de Educação Católica

Com a proposta de consolidar a atuação da ANEC como

entidade representante da Educação Católica do Brasil

e de oferecer um conteúdo de qualidade no debate do

tema: Educação, Inovação e Empreendedorismo Glo-

bal, a Associação organizou um encontro que reuniu em Brasí-

lia quase 3 mil educadores de todo o país.

Um evento de proporções desafiadoras e que demandou um

processo complexo de organização. Toda a equipe da ANEC

participou dos preparativos e execução. A seguir, mostraremos

os detalhes do encontro.

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 13

Page 14: Revista Informativa Especial - ANEC

Cada um dos nove palestrantes convidados para o evento concedeu à nossa equipe

de jornalistas uma entrevista exclusiva para comentar detalhes do conteúdo debatido e falar sobre o trabalho desenvolvido no mercado com relação à educação. A escolha dos especialistas demandou muito esforço da equipe da ANEC e o resultado foi muito positivo. Na avaliação dos participantes, as palestras foram o ponto forte do evento. Conheça agora um pouco sobre cada um dos palestrantes do Congresso Nacional de Educação Católica.

14 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Palestrantes

Page 15: Revista Informativa Especial - ANEC

Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães

Palestra: Educação Católica, identidade e inovações para uma sociedade pluralComo o senhor avalia o papel da edu-

cação católica na formação da identi-

dade brasileira?

A educação católica é um tesouro porque

nasce de experiências muito bem-suce-

didas e pessoas profundamente inspira-

das em métodos e pedagogias novas na

lida com a juventude e a criançada. São

os fundadores. Depois disso, as experi-

ências foram aglutinadas e a igreja tem

o papel de uma mestra educadora. Ela

é construtora de novas metodologias de

educação, na medida em que tem como

foco principal a pessoa humana.

A educação católica se prima por fo-

calizar e centrar, o tempo todo, a pessoa

humana com todas as suas dimensões. É

isso que ela busca e, por isso, a pessoa

que sai da educação católica sai desen-

volvida na sua dignidade, na sua cidada-

nia, na sua dimensão transcendental e na

sua relação com Deus. Esse trabalho é co-

letivo, feito em conjunto com toda a im-

portância da comunidade educativa, pai,

família, professores, gestores, os próprios

alunos e funcionários das escolas.

Porque aquele educando precisa ser

cercado, ambientado plenamente para

poder se tornar uma pessoa adulta, bem

formada e bem preparada para a vida. A

educação católica é um tesouro porque é

um conjunto de todas essas coisas.

O senhor acredita que os conceitos reli-

giosos estão tendo a importância diminu-

ída em algumas escolas que pretendem

atingir o público de todas as religiões?

O problema de neutralizar os conceitos

da educação católica, para atingir públi-

cos que não têm envolvimento com a re-

ligião existe realmente nas nossas institui-

ções. Algumas tentam se colocar melhor

no mercado, mas na maior parte os prin-

cípios são prioridade para educadores e

educandos.

Eu penso que nós não devemos

afrouxar, porque não existe educa-

ção neutra. A educação que se preten-

de neutra, na realidade, reduz a concep-

ção, a sua antropologia e, assim, reduz

também o ser humano. O ser humano é

tudo isso, e hoje há uma redescoberta do

sagrado como ponto de equilíbrio mui-

to importante. Está claro que as religiões

podem contribuir para a paz no mundo

de uma maneira decisiva, então, a edu-

cação católica precisa assumir isso de

maneira explícita e ofertar isso a pessoa.

Porém, isso não significa impor, não

é assim. É um trabalho educacional, de

oferta, de diálogo e interação. A educa-

ção hoje pretende esconder, colocar de

forma mais leve, enfim, amenizar. Não

se deve amenizar porque isso é uma ex-

plicitação que a pessoa aceita ou não,

ela é livre para poder se posicionar. O

verdadeiro educador – e nós pretende-

mos que na educação católica tenha-

mos sempre, somente, educadores – é

capaz de deixar que o outro exerça a

sua liberdade.

Como o senhor define, de forma bem

simples, a missão de educar?

Educar é transformar a pessoa em mais

pessoa. É tornar humana a pessoa huma-

na que ela já é. É engrandecer o ser huma-

no, isso é educar, preparar para a vida.

Presidente do Conselho Superior da ANEC e reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 15

Page 16: Revista Informativa Especial - ANEC

Palestra: Qual é o papel dos parques tecnológicos na geração de emprego e nas relações de escola-empresa?O senhor pode falar um pouco sobre o

conteúdo da palestra proferida duran-

te o Congresso?

Essencialmente, a ideia foi apresentar

como os parques tecnológicos desem-

penham um papel essencial nesse em-

preendedorismo inovador. Chamando a

atenção de que o parque tecnológico, na

verdade, é a ponta de um processo que

pressupõe a geração de empresas de su-

cesso, tecnologias e inovações, capaci-

dade empreendedora na forma de pes-

soas qualificadas e, consequentemente,

escolas qualificadas. Elas têm um papel

fundamental para que exista uma massa

crítica de empresas que depois possam

ocupar o parque tecnológico.

Na sequência, a ideia foi apresentar

exemplos internacionais para mostrar que

existe, de fato, uma experiência mundial

bem-sucedida, em que parques tecnoló-

gicos geraram e geram resultados econô-

micos extremamente relevantes para os

países. Fazer o contraponto com o que já

existe hoje no Brasil, que é uma experiên-

cia importante no âmbito internacional do

ponto de vista de empresas e projetos de

parques tecnológicos bem estruturados,

mas que ainda está distante do nível inter-

nacional no que diz respeito aos patamares

de receita e tamanhos das empresas.

Concluindo, destaca-se o papel e a

importância que a educação tem, seja no

ensino básico ou no superior, de prepa-

rar pessoas com espírito empreendedor,

com capacidade de inovação, com base

de conhecimento e atitude de compor-

tamento empreendedor para poder fazer

esse processo se desenvolver.

Como estimular um aluno a ser em-

preendedor?

Fundamentalmente você tem de traba-

lhar, sem dúvida, a qualificação do alu-

no. Uma boa base nas várias disciplinas,

não só necessariamente aquelas que tra-

tam de tecnologia, como Matemática e

Dr. José Eduardo Azevedo FiatesDiretor de Inovação da Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras.

Ciências, mas também as áreas de cul-

tura geral, relacionamento humano e a

postura empreendedora do aluno. Isso

envolve assumir a capacidade de tomar

riscos, enfrentar desafios, ser questiona-

dor, ter ambição de coisas grandes, ou-

sadas e audaciosas. Portanto, isso envol-

ve tanto um treinamento, uma educa-

ção técnica, quanto uma educação mais

comportamental, psicológica e de atitu-

de dos jovens.

Como o senhor avalia a iniciativa da

ANEC de realizar um Congresso com

esse tema?

É fundamental, porque a ANEC congre-

ga um conjunto de escolas, seja do ensino

fundamental ou do superior, que represen-

tam uma massa crítica de alunos que cer-

tamente constituem um segmento funda-

mental para esse tipo de iniciativa no país.

Eles são os novos empreendimentos ino-

vadores, porque no ensino básico normal-

mente estudam em escolas de grande qua-

lidade, portanto, com possibilidade de ge-

rar aquele perfil alvo que nós estamos co-

locando. Também no âmbito universitá-

rio, escolas católicas são bem preparadas

e têm condição de gerar essa massa crítica

de empresas para os parques tecnológicos.

É claro que é necessário, cada vez

mais, haver uma ação sistêmica para que

as escolas e universidades compartilhem

boas práticas e experiências para desen-

volver projetos, programas e capacida-

des bem estruturadas no sentido de pro-

mover novos empreendimentos.

16 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Palestrantes

Page 17: Revista Informativa Especial - ANEC

Comente sobre o conteúdo da sua pa-

lestra e o relacionamento com os alu-

nos. Como tudo começou?

Fundei um laboratório de estudos cogni-

tivos há 30 anos. Trabalhei durante alguns

anos no curso de Pedagogia e durante 20

anos fui professora de escola pública. De-

pois, fiz Pedagogia, concurso e passei a dar

aula em uma universidade federal. Como

tinha muita experiência, via que estava fal-

tando conhecimento na escola. Então, fui

atrás de estudar e descobri muita coisa.

A resposta foi estar sempre imersa nos

problemas de sala de aula. Trabalhan-

do na periferia, o que a gente mais tem é

contato com crianças que têm sofrimento

social. Então resolvi criar um laboratório.

Uma das questões que eu comecei a es-

tudar foi a aprendizagem de Matemática.

Surgiu a Matemática moderna, e eu notava

que quanto mais novas fossem as crianças,

mais gostavam dos números e continhas,

mas à medida que começavam a crescer,

passavam a odiar. Eu queria saber o porquê.

Nós tínhamos um amigo que era piloto de

avião, e ele ia muito para a França. Por isso,

encomendávamos publicações sobre isso.

Depois fui trabalhar no Instituto Na-

cional de Educação para fazer supervisão

de currículo. Quando comecei a lecionar

na universidade, assessorava a professora

titular. Ela tinha me passado algumas au-

las e comecei a estudar os currículos e pro-

gramas. Vi que não tinham fundamento.

Então, toda vez que você começa a ques-

tionar, concentra a atenção nos problemas

e tem vontade resolvê-los, existe uma pes-

quisa encaminhada.

Então, resolvi chamar a diretora da

escola e formamos um grupo de estudo

Prof. Dra. Léa Fagundes

Palestra: Virtudes humanas, inovação e empreendedorismo sobre as teorias de Piaget. No começo,

parecia incompreensível. Primeiro por-

que a abordagem é sistêmica e cria con-

ceitos novos. Então são palavras que não

existem no nosso vocabulário e, se exis-

tem, têm sentido diferente. Piaget, que

era biólogo, construiu uma teoria, criou

um método de concepção do conheci-

mento cientifico para estudar como o ser

humano constrói o conhecimento.

Ele começou a estudar como a inteli-

gência se desenvolve, o que ela é e como

se aprende. Estudando essas teorias, tive a

oportunidade de fazer outro vestibular de

Letras Clássicas, Grego, Latim e Língua Por-

tuguesa. Até que eu fui para a faculdade de

Pedagogia, quando minhas filhas estavam

maiores, e consegui fazer um estudo sistê-

mico do condicionamento operante.

Os pesquisadores tinham descoberto

que os reflexos poderiam ser condiciona-

dos, assim como os de um cachorro. O ser

humano é totalmente condicionável. A es-

cola hoje está baseada nisso, porque quan-

do queremos que um comportamento se

repita, condicionamos com elogios e com

estrelinha no caderno, inclusive com di-

nheiro ou chocolate, mas a escola condi-

ciona só com notas, estrelas e castigos. E se

o aluno é bom, ganha elogios, e isso é um

condicionamento muito forte. Hoje a gen-

te sabe que a punição não é tão eficiente

quanto a ausência do elogio.

Eu quase me desiludi porque que-

ria fazer ciência na Educação. Eu não

entendia porque as crianças tinham de

decorar todas as operações e a tabuada

mas não conseguiam resolver um pro-

blema se a ‘tia não dizia se a continha

era de mais ou de menos’. Isso é condi-

cionamento. Então, a diretora me deu o

aval para fazer a pesquisa na escola. Aí

eu fiz mestrado e doutorado. No labo-

ratório, estudei muito Piaget e práticas

pedagógicas, e eu preparava os alunos

para a Psicologia. Até hoje tenho um

grupo de alunos que fez a primeira tur-

ma de Psicologia do Desenvolvimento.

Com o tempo, iniciamos o mestrado e,

depois, o doutorado. Eles foram acom-

panhando e agora são diretores de insti-

tuições e coordenadores. Isso me deixa

muito feliz e orgulhosa.

Coordenadora de pesquisa no Laboratório de Estudos Cognitivos (UFRGS) e assessora do Ministério da Educação

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 17

Page 18: Revista Informativa Especial - ANEC

Qual foi o conteúdo da sua palestra? O

que o senhor avalia ter passado como

mensagem aos educadores?

Em resumo, nós mostramos que a socie-

dade de hoje é uma sociedade em redes.

A internet consegue integrar as pessoas do

mundo todo, e dar acesso a conhecimentos

que decorrem apenas das vivências. Existe

o acesso aos saberes e, a partir daí, desen-

volvem-se os próprios conhecimentos.

Esse conhecimento está no relaciona-

mento social, que se faz por um processo

de interação que tem como base a palavra.

Ela vem sempre com a conotação de na-

tureza moral e, por conseguinte, reflete os

valores morais que são a própria essência

da educação católica. A educação precisa

interagir de uma forma aberta em todos os

níveis de formação. Começando pela edu-

cação infantil, respeitando a criatividade

das crianças e ajudando a fortalecer o seu

espírito crítico, a sua liberdade de criticar,

Palestra: Interacionismo social e novas tecnologias da comunicação no processo educativo contemporâneo.

sua capacidade de conversar com pessoas

de diversas culturas, para, posteriormen-

te, construir o novo, um mundo melhor.

A inovação nada mais é do que a conver-

gência da experiência de diversas pessoas

e instituições para encontrar soluções aos

problemas que hoje existem no mundo.

Isso demonstra que os alunos estão

exigindo um pouco mais do que as

instituições ofereciam até agora?

Tanto os alunos quanto a sociedade. Os

alunos que acessam a internet e outros

meios de comunicação conhecem um

conteúdo diferente do que as apostilas

e materiais tradicionais às vezes ofere-

cem.. Portanto, o professor tem de abdi-

car daquela postura medieval de incutir

verdades e transferir conhecimentos aos

alunos e respeitar a sua capacidade de

aprender, gerando condições de apren-

dizagem e participando de uma função

importantíssima, que é a liderança des-

se processo interativo de aprendizagem.

Para o senhor, qual é o diferencial da

educação católica?

O diferencial são os valores éticos e mo-

rais na formação das pessoas. Não apenas

o discurso ético, que parte de crenças e

valores às vezes distorcidos. Hoje eles se

transformaram em uma condição imposta

pelas instituições, mas no conceito moral

de Deus dentro de ti, que é palavra verbo

e que passou a Cristo a sua palavra viva

de natureza moral. Isso nos possibilita de-

finir com clareza o bem e o mal, e essa

condição protege as pessoas das incerte-

zas e das mudanças dos tempos. Da mes-

ma forma, possibilitam ter clareza e opor-

tunidade para entrar nesses processos de

inovação e de desenvolvimento cientifico

e tecnológico, que também caracterizam

essa sociedade de conhecimento.

Prof. Dr. Antônio Diomário QueirozPresidente da Fundação de Apoio à Pesquisa de Santa Catarina

A inovação nada mais é do que a convergência da experiência de diversas pessoas e instituições para encontrar soluções aos problemas que hoje existem no mundo.

18 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Palestrantes

Page 19: Revista Informativa Especial - ANEC

Qual é a ideia da sua palestra?

Primeiro, é preciso observar que traba-

lhar em rede é uma forma de viver en-

tre outros, como resultado de uma esco-

lha e uma deliberação. Portanto, é uma

questão ética por excelência, e isso não

é nenhuma novidade. Os gregos estavam

convencidos de que a melhor maneira de

viver pressupõe entender que nós faze-

mos parte de um todo maior do que nós.

Nossa vida depende de certo ajuste, uma

adequação a esse todo que nos transcen-

de. Esse todo é o universo, e temos um pa-

pel nele. A vida só será boa se entendermos

isso. O que é mais interessante é que não

só vivemos mal como também condena-

mos todos aqueles que dependem da nos-

sa vida para que vivam mal também.

Explico que isso é um pouco a ideia

contemporânea de sustentabilidade. Em

outras palavras, uma ação sustentável é

adequada e ajustada a uma ordem sistê-

mica na qual as vidas estão interligadas e

interdependentes. Essa é a primeira ideia.

A segunda é que quando o homem

se dá conta que o universo não é bem

como os gregos achavam, ele percebe

que a coisa fica um pouco na mão dele.

A resposta para uma vida boa não é dada

por uma instância concedente, ela não é

um tesouro pronto. Mas é o resultado de

uma elaboração de uma produção dele

mesmo, intersubjetiva. A moral se tor-

na contratual e resulta de um acordo, de

um entendimento entre as partes, sobre

até onde eu posso ir, até onde você pode

ir. De novo a ideia de rede parece muito

clara, quer dizer, de certa maneira para

refletir sobre a melhor maneira de viver

Palestra: Redes Sociais, Educação para o Empreendedorismo Global é absolutamente fundamental considerar

que os outros vivem também, portanto,

existem limites nas estratégias de vida.

Abordo também a questão da política

de resultados e o pragmatismo. É a primei-

ra solução que aponto e mostro o quanto

esse discurso dos resultados está presente

no mundo contemporâneo e de que ma-

neira as alianças potencializam eventuais

vitórias e sucessos. Digo que essa perspec-

tiva pragmática tem problemas, então abor-

damos a segunda opção: o utilitarismo.

A vida boa é aquela que alegra o

maior número de afetados pela ação. De

novo, a ideia de rede continua presente,

a questão da responsabilidade social e,

finalmente, o contratualismo moral, ou

seja, o entendimento de que a coisa de-

pende de um acordo.

O que é fundamental para o traba-

lho em rede é que as pessoas tenham não

só o direito, mas as condições necessárias

Dr. Clóvis de Barros FilhoDoutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. docente da Universidade de São Paulo e conferencista pelo Espaço Ética.

para se manifestar. Porque toda vez que al-

guém não se manifesta nesse pacto social

global sobre o certo e sobre o errado, dei-

xa um vazio perigosíssimo, sempre apro-

veitado por um tirano qualquer que pode,

no lugar dele, dizer o que acha certo e o

que acha errado. Portanto, devemos edu-

car para participar, interagir e dizer o que

pensamos, para que nossos alunos pos-

sam, devam e entendam que têm de ocu-

par espaço. Dizer o que pensa e participar,

sob pena de aceitar que um ou outro tira-

no lhe empurre uma opinião goela a baixo.

O educador é peça-chave nesse caso. Ele

tem uma responsabilidade muito grande?

Exatamente, o papel do educador é cha-

ve em toda a história. Seja lá qual for a

concepção que você adotar, ele é funda-

mental, porque preparará o futuro agen-

te para buscar no mundo as situações de

vida mais adequadas possíveis.

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 19

Page 20: Revista Informativa Especial - ANEC

O que a sua palestra mostrou sobre as

novas pesquisas em educação?

O mundo mudou muito. Observamos

hoje uma família menos estruturada,

menor e com menos tempo para in-

teragir. Uma escola com carga maior

por parte da sociedade, e até por par-

te do mercado de trabalho, e um alu-

no mais inquieto e dinâmico. Diante

de tudo isso, desenvolvi junto à equi-

pe uma metodologia chamada Orien-

tação Profissional e Empregabilida-

de e Empreendedorismo (OPE). So-

bretudo, a metodologia parte do au-

toconhecimento dos valores humanos

para construir a empregabilidade e o

Dr. Leonardo Fraiman

Palestra: O Brasil e os novos perfis profissionais

Escritor e psicoterapeuta, diretor da Clínica Fraiman e Parceiro da Teenager Assessoria Profissional

espírito empreendedor dos jovens. Na

minha apresentação, comento qual é

o papel do educador de todas as áre-

as do conhecimento para despertar

essa vontade de agregar à vida, rom-

pendo a ideia de que uma boa profis-

são é aquela que vai me dar dinhei-

ro. Não é. Uma boa profissão é aquela

que vai me dar satisfação, aquela que

tem uma relação de ganhar, uma re-

lação sustentável no tempo. É a nos-

sa maneira de trabalhar pela sustenta-

bilidade, de criar relações de sinergia,

de parceria e de comunhão, em que o

espírito empreendedor seja um dever,

e não uma opção.

Acredito que uma pessoa não tem di-

reito a um trabalho medíocre..Um pro-

fessor, quando dá uma aula medíocre,

automaticamente afasta o aluno do co-

nhecimento, atrapalha sua autoestima,

afasta até mesmo uma escolha profissio-

nal. Um produto que eu compro quebra-

do certamente está assim porque alguém

não trabalhou de maneira empreendedo-

ra. Portanto, o empreendedorismo é um

respeito ao outro. Não é uma opção.

A gente trabalha por essa causa, de

despertar no jovem uma vontade de ser

empreendedor, mas que vai ser desper-

tada através de um adulto que vai con-

viver com ele.

O aluno é o construtor do seu projeto de vida, não é simplesmente alguém que vai aplicar um teste e dizer o que ele tem que fazer. Ele é ensinado a pesquisar o mundo para construir um projeto de vida sustentável.

Palestrantes

20 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Page 21: Revista Informativa Especial - ANEC

sar o mundo para construir um projeto de

vida sustentável.

Qual a relação das instituições católi-

cas, uma vez que o senhor fala muito

de valores?

Todo o nosso trabalho está alinhavado com

os valores humanos do Fundo das Nações

Unidas para a Infância (Unicef), sendo os

13 grandes valores que, hoje, a Organiza-

ção das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura (Unesco) adota nas es-

colas associadas no mundo inteiro. Entre

elas estão propostas atividades, reflexões

e rodas de conversas. Hoje é interessan-

te observar que o grande diferencial de um

profissional não é a competência técnica,

mas sim o berço. A gente avançou muito

em tecnologia e pouco em metodologia, e

muito menos ainda na humanidade.

Se observarmos olho no olho, saber se

sentar, sorrir, pedir as regras básicas de po-

lidez, como ‘licença’, ‘obrigado’, ‘por favor’,

entre outras noções básicas de convivên-

cia. Certamente isso faz toda a diferença.

Contudo, não seria possível pensar no

empreendedorismo sustentável se não fos-

Como isso chega hoje efetivamente

em sala de aula?

De duas maneiras. Hoje temos um livro

para cada série, a partir do primeiro ano do

ensino fundamental até o terceiro ano do

ensino médio, sendo, portanto, uma possi-

bilidade. A segunda forma seria pela capa-

citação do educador por meio de um por-

tal. Toda essa capacitação de forma teórica

e prática é filtrada ao final por uma avalia-

ção de questões conceituais e latitudinais.

Cada escola ministra de acordo com a sua

deliberação. Existem escolas que possuem

isso na grade horária, sendo uma diretriz

da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB), em que prepara o aluno

para o mercado de trabalho. Outras ado-

tam no horário contrário como discipli-

na eletiva. O bom é que quem ministra a

matéria é um professor de qualquer disci-

plina Pode ser um filósofo, um psicólogo,

um historiador ou um matemático – uma

vez que a disciplina é centrada em auto-

conhecimento. O aluno é o construtor do

seu projeto de vida, não é simplesmente al-

guém que vai aplicar um teste e dizer o que

ele tem que fazer. Ele é ensinado a pesqui-

se assentado em valores. Nós temos um

portal com depoimentos de alunos e edu-

cadores sobre esse trabalho. Atualmen-

te, são mais de 50 escolas que adotaram,

e é emocionante, porque as pessoas dizem:

“aprendi a gostar da vida, a gostar de mim,

e eu quero ser engenheiro mecânico por-

que quero trabalhar pela sustentabilida-

de. Quero criar um motor que não polua”.

A outra quer ser artista porque quer tra-

zer alegria para o mundo, “Isso é o que eu

sinto que está dentro de mim”, diz. Então

são depoimentos que vão, inclusive, mui-

to contra o que a mídia propaga do jovem,

que é basicamente que o jovem não quer

nada com nada e só consome drogas. Isso

não é a realidade que vemos nas escolas

que adotam o trabalho da gente.

Muitas das escolas adventistas, salesia-

nas, católicas, judaicas, enfim, que têm uma

tradição religiosa honesta na sua proposta,

são as que mais abraçam a causa. Elas en-

tendem que acabam sendo um diferencial

que reforça a missão de formar um ser hu-

mano do bem e, ao mesmo tempo, sentem

a necessidade do jovem e da família. Acaba

sendo um ganho muito interessante.

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 21

Page 22: Revista Informativa Especial - ANEC

Palestra: A função das instituições de ensino no desenvolvimento do empreendedorismo

Dr. Clemente Nóbrega Presidente da CN Projetos de Inovação

Quais são os principais pontos da palestra?

Os pontos principais estão relacionados à ideia de empreende-

dorismo. O que a escola, a formação, tem a ver com essa ideia

moderna e que está tão em voga? Como a educação pode con-

tribuir para o empreendedorismo? Para isso, precisamos par-

tir de um entendimento claro do que é ser um empreendedor.

O empreendedor, na verdade, é uma figura que sempre

existiu na economia, é um ente econômico. Ele só ficou bem

definido a partir do trabalho de um economista austríaco cha-

mado Yosef Schumpeter. Ele mostrou que o empreendedor não

é uma entidade nem um governo. Eles são pessoas que se des-

tacam pelo fato de terem um apetite maior para o risco do que

a média dos seus contemporâneos.

Mas correr risco para fazer coisas que ele acha que o mun-

do vai querer comprar. Então, atraído pela possibilidade de

capturar os ganhos daquele risco que está correndo, se der cer-

to, ele tem aquilo para ele. A figura do empreendedor só flores-

ce em sociedades e regimes que garantam a propriedade priva-

da, porque senão ele não existe. Não existe empreendedor em

Cuba e na antiga União Soviética. Mas é só tirar essa restrição

da paisagem e ele vai brotar.

22 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Palestrantes

Page 23: Revista Informativa Especial - ANEC

Quando dizemos: “vamos incentivar o empreendedorismo”, o que temos de fazer é definir perfeitamente que isso não é uma profissão clássica. Não é como ser um advogado ou um médico. Empreendedorismo não é profissão, é estado de espírito.

Hoje se fala muito que é preciso buscar

o empreendedorismo, que a universidade

o discute como tema ligado à inovação. A

ideia que a gente defende é partir desse en-

tendimento. Então dou muitos exemplos

de figuras históricas, de outros que corre-

ram riscos acima da média, sem considerar

aqueles que perderam, porque esses a gen-

te não conhece, apesar de serem a enorme

maioria. Quando dizemos: “vamos incen-

tivar o empreendedorismo”, o que temos

de fazer é definir perfeitamente que isso

não é uma profissão clássica. Não é como

ser um advogado ou um médico. Empre-

endedorismo não é profissão, é estado de

espírito. Para que isso seja estimulado, é

preciso explicar direito, para que as pesso-

as não pensem que elas podem fazer con-

curso para empreendedorismo. Tem méto-

do para quem quer aprender, mas isso não

garante o sucesso, apenas orienta a busca.

Bill Gates não precisou de um méto-

do. Aí entra a genialidade?

Os que a gente vê por aí são gênios, os

caras do Google, o Steve Jobs, mas para

podermos massificar a ideia de inovação,

precisamos de métodos, porque todo

mundo pode empreender.

Bill Gates contratava pessoas de em-

presas que entravam em falência. Isso

acontecia porque essas pessoas tinham

a perspectiva de passado e futuro e sa-

biam que a ruína poderia acontecer.

Como o senhor observa essa realidade?

Eu vejo que há todo tipo de explicação e

de filosofia a respeito do tema que você

está colocando. Outros executivos de su-

cesso, na segunda metade do século XX,

contratavam gente simples, oriundas das

forças armadas, para priorizar a lógica da

disciplina, e deu certo.

A filosofia do Bill Gates deu certo na

Microsoft. O Google seguiu outro cami-

nho, seleciona gente que tem certa intui-

ção matemática. Não há uma maneira cer-

ta. Cabe ao empreendedor criar a empresa

e ela vai adquirindo com o tempo os hábi-

tos oriundos daquilo que fez sentido.

Uma das soluções hoje nas empresas é

criar equipes multidisciplinares. Isso

também é uma inovação?

Isso é uma inovação organizacional. Tem

uma lógica. Empresas inovadoras, e que

criam culturas inovadoras, priorizam

muito o trabalho de time, não valorizam

tanto o cara genial, isso é tudo mito. Não

são os grandes gênios que tocam as em-

presas. É a capacidade de pessoas relati-

vamente comuns articularem coisas no-

vas. O que eles só conseguem fazer jun-

tos é uma propriedade de grupo, de cul-

tura empresarial.

O Congresso da ANEC reúne entida-

des da educação católica. Se o senhor

fosse consultor dessas entidades, que

conselho daria para não perder o ca-

minho da inovação?

A primeira dica que eu daria, e a mais im-

portante delas, é: convençam-se de que

inovação e empreendedorismo são coi-

sas que têm método. Pode ser ensina-

do, aprendido e está ao alcance de qual-

quer um, não precisa ser gênio. É um ca-

minho necessário. O dilema da sociedade

é que todo mundo sabe que precisamos

ter mais empreendedores. Por outro lado,

não há método para formar essas pessoas.

Eu escrevi um livro chamado Inno-

vatrix, inovação para não gênios. É sobre

o método que foi construído por mim e

outro físico, e a gente ensina metodolo-

gia para inovar. Muitas empresas têm in-

teresse nisso. Não é uma receita de bolo,

a gente tem consultoria para adaptar esse

método à realidade das empresas.

Como o senhor avalia a iniciativa da

ANEC em debater com escolas cató-

licas o tema da Educação, inovação e

empreendedorismo global?

Eu acho fantástico, merece o nosso

aplauso. Ligar a educação católica às te-

máticas que estão dominando o pensa-

mento contemporâneo. Ainda falta mé-

todo, as pessoas são cobradas para ofe-

recer mais criatividade, mas não sabem

como. Precisam aprender o método.

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 23

Page 24: Revista Informativa Especial - ANEC

Qual o conteúdo da sua palestra?

A ideia é pensar um pouco sobre a trilo-

gia Educação, Cultura e Desenvolvimen-

to. Cultura enquanto os saberes, quere-

res e fazeres de uma comunidade, além

do processo plural de aprendizagem e de

desenvolvimento como geração de opor-

tunidade. A Cultura é a matéria-prima da

educação e do desenvolvimento. Então

essa relação de pluraridade entre o eu e o

outro cria oportunidades para as pessoas.

Esse é um primeiro olhar para o trinômio.

Depois contextualizo onde ela se

aplica. Na família, na comunidade e

na escola. Qual é a posição estratégi-

ca desses espaços geográficos, geofísi-

cos, e como as articulações se fazem?

Com isso, quero construir esse desenho,

pensar que a gente deve, como educa-

dor, cultivar e desenvolver nosso olhar

muito mais pelo lado cheio do copo do

que pelo lado vazio. Não devemos olhar

para o Índice de Desenvolvimento Hu-

mano (IDH) para medir as carências, te-

mos que medir as potências. Então, te-

Prof. Dr. Tião Rocha

Palestra: Saberes necessários para a formação do cidadão: desafio da educação para uma sociedade sustentável

mos de medir o Índice de Potencial de

Desenvolvimento Humano (IPDH), da

capacidade de acolhimento, convivên-

cia, aprendizagem e oportunidade.

Com isso, discutimos a inovação, o

empreendedorismo e a construção da

perspectiva de um mundo que deve es-

tar incluída em nossa vida, os princípios

da Carta da Terra, desde a escolinha. O

resto é ‘causo de mineiro’.

Então o aluno deve reagir muito mais

ao ponto positivo, ao elogio, do que à

critica. Ver a vida dessa forma é o pri-

meiro passo. Os alunos devem apren-

der isso na escola?

Eu falo sempre que a gente precisa cons-

truir uma pedagogia própria. Na minha

experiência como educador acabei por

construir algumas. A primeira é a pedago-

gia da roda, que tenta estabelecer um espa-

ço generoso e acolhedor de trabalho; a ou-

tra é a pedagogia do brinquedo, em que os

meninos aprendem brincando. Essa é uma

pergunta que me fiz há vinte e tantos anos:

será que os meninos podem aprender tudo

o que eles precisam brincando, ou será que

a escola tem de ser o serviço militar obri-

gatório aos sete anos? A outra foi a pedago-

gia do sabão, porque o sabão todo mundo

sabe fazer e custa muito barato, e é muito

útil para a limpeza e a higiene.

Então, é aproveitar os recursos que você

tem a sua volta e dar a eles sentido. A ou-

tra, que eu chamo de pedagogia do abra-

ço, traz a importância do cafuné pedagó-

gico. Só quem fez cafuné na vida sabe o

quanto é bom, então o processo de apren-

dizagem e de ensino pode ser um pou-

co disso – prazeroso e gostoso. A sala de

aula, um espaço educacional qualquer,

pode ser esse espaço. Ela não precisa ser

necessariamente antagônica e conflitante.

Mas isso é uma postura do educador

diante de sua crença nessa possibilidade.

Quando ele crê e olha as pessoas com

esse lado luminoso, e não pelo lado obs-

curo, o cafuné pedagógico acontece na-

turalmente, não como uma coisa piegas,

mas algo de construção e generosidade.

Presidente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento

24 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Palestrantes

Page 25: Revista Informativa Especial - ANEC

Anúncio

Page 26: Revista Informativa Especial - ANEC

Durante o evento em Brasília, a ANEC ofereceu aos participantes vários momentos de descontração por meio

de uma programação cultural. Entre eles, uma peça de teatro com o ator Ayrton Salvanini, que apresentou um monólogo baseado em Vinicius de Moraes. O autor falou de forma intensa e, em alguns momentos, ao som do violão, recitou trechos de poesias consagradas e músicas famosas baseadas em letras de Vinicius. Outros momentos culturais foram propiciados durante o Congresso. Entre eles estão o show do Pe. João Carlos, que cantou dezenas de canções religiosas, como “Meu Bom Deus” e “Menestrel”. O show do Pe. João Carlos revelou-se como um momento singular de reflexão, catequese e, ao mesmo tempo, descontração. O evento contou também com a apresentação do cantor e compositor Ivan Lins, que relembrou grandes sucessos. Antes do show, o artista conversou com a equipe de comunicação da ANEC. Confira a entrevista:

26 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Programação Cultural

Page 27: Revista Informativa Especial - ANEC

Qual a importância de realizar um show em um congresso de educação? Você acredita que a música também é uma fonte educacional?

Primeiramente, o show é baseado nos 40 anos de carreira. Não dou preferência a nenhum trabalho novo ou antigo. Cantar para professores é sempre uma honra, porque eu sou um apo-logista de que a educação e a saúde são talvez as áreas mais prioritárias de um governo. Um país só pode ser considerado de primeiro mundo se tiver educação e saúde de primeiro mundo. Acho que o Brasil ainda está longe disso.Acredito que um professor é um super-herói. Consegue sobreviver com salários que são muito aquém do que eles merecem, e se nós tivéssemos gestores no nosso país com capacidade, certamente entenderiam que a educação é fundamental para que um país seja autônomo, para se criar cidadania, autoestima, acabar com a violência, com todas as mazelas enfrentadas pela sociedade moderna.

Algum educador marcou a sua vida? Os educadores marcam?

Os educadores marcam. Eu tive vários, muitos educado-res espetaculares. Eu estudei em colégio militar mas, antes dis-so, no primário, no breve período em que estudei em Niterói, tive uma professora que ensinava com o violão. Ela ensinava

métodos de se guardar a tabuada, de se aprender regras de Português, ortografia, Geografia, História, memorização, enfim, tudo com a música.

Será que surgiu dessa época o talento de Ivan Lins?

Eu já era músico, desde os dois anos minha mãe dizia que eu seria. Mas o exemplo da minha professora me ensinou como a música é importante, tem de ser preservada e pode ser usada como uma ferramenta para aprimorar os métodos educacio-nais. Com a música você pode transformar uma aula em uma coisa extremamente prazerosa. Eu ainda acredito muito na educação do Brasil. Ainda mais agora, com a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas – que foi aprovada através de uma luta nossa, na qual estive muito inserido –, e que pode mudar a pedagogia brasileira, para que se possa dar um avanço e utilizar a música com mais intensidade nos proces-sos educacionais. Eu tenho visto muito a aplicação de músicas em igrejas, em cantos. A música realmente pacifica o indivíduo, faz muito bem à saúde. Deveria também ser um objeto de estudo da Medicina. Portanto, participar deste Congresso para mim é uma honra. Toda vez que canto para educadores, certa-mente acredito estar cantando para heróis. São os meus heróis brasileiros.

IVAN LINS

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 27

Page 28: Revista Informativa Especial - ANEC

Mais de 20 empresas montaram estandes na Feira de Negócios da ANEC. Os expositores ofereceram produtos e serviços variados. Conheça aqui um pouco do trabalho desses parceiros.

Mehta containersA empresa trabalha com módulos habitáveis para salas de aula.

O interessado aluga ou adquire os módulos para colocar pro-

visoriamente no local. No caso de uma reforma, a escola pode

alocar os alunos ou a parte administrativa dentro dos módu-

los enquanto a reforma é executada, e depois transferir as pes-

soas para a obra fi nal.

De acordo com a gerente comercial da empresa, Sabri-

na Adorno, a parceria com a ANEC foi importante porque o

produto ainda não é conhecido por todas as instituições ca-

tólicas. “Conseguimos mostrar ao público de escolas o que a

gente pode oferecer. Muitas vezes as pessoas não sabem que

existe esse tipo de estrutura e simplesmente fazem constru-

ções temporárias para destruir depois da reforma, e isso não é

ecologicamente correto. É muito melhor ter um módulo alu-

gado e alocar os seus alunos, para depois transferir para a es-

trutura defi nitiva”.

Rede salesiana de escolasA Rede Salesiana de Escolas é um conjunto de instituições

católicas do Brasil cuja mantenedora é a Acipice Brasil.

Hoje, são mais de cem escolas espalhadas de norte a sul do

país, de Belém a Uruguaiana, e de Recife a Porto Velho. Há

escolas no plano piloto de Brasília, como também em con-

glomerados e favelas do Rio de Janeiro. Por exemplo, den-

tro da favela “Jacarezinho”, trabalha-se com educação fun-

damental de meninos e meninas desde o ensino infantil até

o nono ano do ensino fundamental.

28 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Expositores

Page 29: Revista Informativa Especial - ANEC

A rede trabalha com material pedagógico próprio desde

2004, porém, ainda não é comercializado nas livrarias. Foi fei-

to apenas para as escolas da rede, mas algumas conveniadas,

que não são Salesianas, também recebem o material. Escolas

que pertencem a outras congregações, dioceses ou instituições

particulares, como é o caso do Colégio Cavalieri, em Belo Ho-

rizonte, e do Colégio Maria Cardoso, no interior da Bahia. São

100% leigos, mas compraram a proposta.

Mais do que vender o livro ou fazer o convênio, a ideia é

promover uma proposta de educação. O projeto é estruturado

nas diretrizes curriculares nacionais, dentro dos parâmetros e

das tendências modernas da pedagogia.

De acordo com o gestor do polo de Belo Horizonte, Ailton

Moreira, a coleção tem livros para o público infantil, de três

anos de idade, até o jovem do terceiro ano do ensino médio, e

para todas as disciplinas. Segundo ele, a parceria com a ANEC

é um sucesso. “É claro que os benefícios começam a aparecer à

medida que a ANEC se propõe a dar esse suporte em vários se-

tores, como a construção do Portal da Educação Católica Na-

cional. Esse seria sem dúvida um suporte muito grande, é pe-

sado para nossas escolas terem sites e portais menores. Esse

megaportal uniria todas as escolas católicas do Brasil, desde o

infantil até a pós-graduação. A ANEC está conosco também na

avaliação institucional. No ano passado foi feita essa primeira

jornada de avaliação, levantando não só a questão do desem-

penho acadêmico, mas avaliando também como a escola é vis-

ta, a questão da aceitação ou não. Como os diversos atores da

escola se enxergam, como o professor enxerga a direção, a di-

reção o professor, o professor o aluno, a família e escola, enfi m,

todos esses dados são cruzados”.

EducandusA Educandus é uma empresa que nasceu em Recife há 20 anos e

trabalha com software educacional, conteúdo multimídia e por-

tais educacionais. Atende as escolas públicas e privadas, redes

de ensino e cursos livres. Possui conteúdo multimídia em toda a

educação básica, atua em todo o país e tem cinco polos em vá-

rios Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Ce-

ará. Hoje, são 130 funcionários atuando nesses cinco polos que

atendem diretamente cerca de 400 mil alunos no Brasil.

O diretor de projetos da empresa, Leonardo Mateu, fala sobre

os benefícios da parceria com a ANEC. “Em primeiro lugar é

uma grande parceria, pois se realiza com todas as redes cató-

licas. Além da visibilidade, pela referência que as escolas ca-

tólicas têm, é também para a empresa uma projeção, um cres-

cimento considerável na área privada. Esse é um megaproje-

to e um crescimento considerável. É visibilidade, uma parceria

com uma grande rede, uma rede de excelência na qualidade de

ensino, sendo extremamente importante”.

“É claro que os benefícios começam a aparecer à medida que a ANEC se propõe a dar esse suporte em vários setores, como a construção do Portal da Educação Católica Nacional. Esse seria sem dúvida um suporte muito grande, é pesado para nossas escolas terem sites e portais menores.

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 29

Page 30: Revista Informativa Especial - ANEC

GPN Print CenterA GPN é uma empresa que nasceu dentro da Universidade Ca-

tólica de Brasília com o objetivo de criar um sistema que pos-

sibilita a reprodução de material indicado pelos professores.

Normalmente são trechos de livros de terceiros, que até então

eram reproduzidos nas universidades de forma ilegal, ou sem

controle, o que caracteriza a violação de direito autoral. A pro-

posta, desde 2005, foi desenvolver um sistema que pudesse re-

gulamentar essa questão para organizar esses materiais aponta-

dos por eles e considerar a gestão do direito autoral.

Esse projeto foi ganhando força dentro da Universidade

Católica. A iniciativa foi levada ao Ministério da Cultura, que

conheceu a solução e, mais tarde, foi apresentada à ANEC. A

parceria com a associação foi um caminho para divulgar essa

solução de gestão de direito autoral.

O responsável pela empresa, Guilherme Camargo, conta

como a parceria aconteceu. “Surgiu a oportunidade de partici-

par do Congresso. É a nossa primeira exposição pública, tanto

da empresa quanto da nossa parceria, que ainda está sendo mol-

dada. O que a gente entende é que a GPN tem uma solução im-

portante para a sociedade, principalmente para o universo aca-

dêmico, do ponto de vista de acesso ao conhecimento, de for-

ma justa e organizada, remunerando o autor, para que ele possa

continuar a produzir. A ANEC, por outro lado tem uma repre-

sentatividade muito forte. E a coisa funcionou muito bem. O Mi-

nistério da Cultura propõe uma consulta pública de moderniza-

ção da Lei do Direito Autoral. Nossa lei é muito falha, não defi ne

bem o que pode e o que não pode. Assim, deixa toda a discussão

com as editoras, que dizem de um lado o que não pode, e por

outro lado os universitários se defendendo do que pode passar a

ser uma discussão muito pobre. A proposta é simples: é a tarifa-

ção para cada página reproduzida e o pagamento sobre o direito

autoral para o detentor, seja a editora ou o autor. A parceria com

a ANEC foi fundamental, ganhou um peso político muito gran-

de, e fi camos satisfeitos com essa parceria”.

Escola de InteligênciaA Escola de Inteligência é uma empresa que visa à educação da emo-

ção dentro da sala de aula, entre professores e pais de alunos. A pro-

posta é fazer parceiras na educação para a promoção da saúde emo-

cional, o desenvolvimento do caráter e das relações interpessoais.

A diretora da escola, Camila Cury, fala sobre as vantagens da

parceria com a ANEC. “Tem sido muito gratifi cante para nós,

pois a ANEC é uma associação realmente preocupada com os

valores. Os colégios católicos têm essa preocupação na formação

do ser humano, que precisa caminhar junto com a informação.

A informação são sementes, a formação do ser humano é a ter-

ra, e se você não prepara a terra, não importa quão frutífera seja

a semente, ela não irá germinar. Nós propomos às instituições

de ensino uma formação para que possamos colher boas semen-

tes no mundo, que infelizmente adoece rápida e coletivamente”.

Gvdasa SistemasA empresa oferece um sistema de Relações Públicas Educacio-

nal (RP), que é um produto para atender as instituições de en-

sino. A ANEC fez uma parceria com a GVDASA para creden-

ciar e oferecer o produto para as instituições associadas.

Para a diretora da empresa, o benefício principal é a visibi-

lidade. “Nós somos uma empresa que veio do sul do país, ago-

ra estamos sendo vistos pelo Brasil todo. Com essa parceria au-

mentamos nossos relacionamentos e, consequentemente, esta-

mos conseguindo captar mais clientes. O objetivo da ANEC é

30 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Page 31: Revista Informativa Especial - ANEC

fazer com que as instituições tenham uma profi ssionalização da

gestão. A GVDASA vem ajudar com isso, porque o RP é um sis-

tema que faz com que as instituições fi quem mais automatizadas

em seus processos de gestão”.

Sindicato dos Professores de Escolas Particulares (SIMPROEP)O Sindicato dos Professores de Escolas Particulares também foi

um dos expositores na Feira de Negócios da ANEC durante o

Congresso Nacional de Educação Católica. Nesse caso, a meta

da parceria foi tirar dúvidas dos professores sobre pontos espe-

cífi cos como a convenção, o sistema de trabalho, como fazer a fi -

liação ao sindicato e adquirir os benefícios que ele oferece, como

rede de planos de saúde, odontológicos, de clubes e associações.

Para a responsável pelo sindicato, Viviane Davi, o próprio

Congresso trabalha com professores, o público-alvo do sindicato.

“Com o estande, fi camos à disposição dos que precisavam escla-

recer dúvidas. O resultado é que algum profi ssional de educação

que não pode ir ao nosso sindicato por questão de tempo pôde

conversar aqui mesmo e conhecer melhor o que é o SIMPROEP.

Avalia Assessoria EducacionalA parceria entre a Avalia e a ANEC começou na intenção da as-

sociação de oferecer um produto diferenciado aos seus associa-

dos, quando se trata de avaliação educacional e institucional.

Assim, foi criado o Sistema de Avaliação Educacional ANEC.

Foi realizada uma vasta pesquisa de mercado, no Brasil e na

América do Sul, antes de escolher o sistema. Com a parceria,

a associação oferece um produto diferenciado no mercado. A

avaliação, algo inédito, é um questionário de atitudes e valores

que os alunos respondem.

O professor Luiz Magalhães Filho, gerente de Operações e Ma-

rketing da empresa, fala sobre a parceria. “A Avalia ganha porque a

educação católica no Brasil tem um espectro muito grande de es-

colas. A gente acaba ganhando em escala, em quantidade de res-

postas aos instrumentos de avaliação. A parceria foi bastante be-

néfi ca para os dois lados, uma vez que os associados têm um pro-

duto diferenciado. A empresa atendeu uma associação de renome

no mercado, que representa uma fatia muito grande”.

Grupo FactusO grupo Factus é uma organização genuinamente brasiliense com

17 anos de fundação. O principal produto é um programa de re-

cuperação de créditos, aliado com um processo chamado matrícu-

la digital. Esses produtos permitem aos estabelecimentos de ensi-

no melhorar a sua efi ciência na gestão dos recebíveis, ou seja, das

mensalidades escolares não pagas pelos responsáveis fi nanceiros.

De acordo com o diretor presidente da empresa, José Ge-

raldo Pimentel, a parceria é de extrema valia, uma vez que a

ANEC certamente está provendo seus associados com soluções

que possam contribuir para um engrandecimento do profi ssio-

nalismo dessas instituições de ensino. “A montagem do estan-

de é um compromisso de fazer com que todos os estabelecimen-

tos de ensino possam direta ou indiretamente usufruir toda uma

orientação por meio de uma consultoria prestada por nós . En-

tão, esse é o objetivo da nossa participação, além de prestigiar

todas as pessoas que aqui estão e a direção da ANEC”.

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 31

Page 32: Revista Informativa Especial - ANEC

34 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Com base em uma pesquisa de opinião realizada com os participantes inscritos no Congresso Nacional de Educação Católica, a equipe de comunicação da ANEC produziu uma série de reportagens sobre vários temas abordados. O primeiro foi a avaliação geral do encontro.

Um Congresso para ficar na história da Educação Católica do BrasilUm grande sucesso é o que assinala os números da avaliação do

Congresso Nacional de Educação Católica, promovido pela ANEC. Para

58% dos participantes, o Congresso foi excelente, e 35% deles avaliaram o

desempenho do evento como bom.

Dos 2,5 mil inscritos, 81% consideram ótimo o material informativo recebido

durante o Congresso e 78% elogiaram o atendimento prestado pelas equipes

de serviço. A performance dos palestrantes foi outro quesito que mereceu

destaque da grande maioria dos participantes, que atribuíram a nota máxima

em 76% dos casos.

Na avaliação geral do Congresso, 58% dos opinantes indicaram o evento

como extremamente válido e 30% como muito bom. O Congresso

correspondeu às expectativas de 85% dos entrevistados. A meta é realizar um

novo congresso em 2012.

Especialistas superam os graduados no Congresso da ANEC. O primeiro Congresso Nacional de Educação Católica da ANEC revelou

que mais da metade (52%) dos seus participantes concluíram curso

de especialização. Esse número, de fato, representa uma quantidade

significativa de 1.300 educadores especialistas de diversas regiões do

país, que ministram disciplinas nas instituições católicas de ensino básico,

médio e superior.

O quadro dos participantes do Congresso da ANEC mostrou, ainda, que 325

inscritos são mestres e mais de 50 são doutores. Bacharelados e licenciados

representaram 33% dos participantes, o que equivale a 825 educadores.

Esses números representam uma boa notícia, pois uma das grandes

preocupações da ANEC é fomentar que as escolas, faculdades e universidades

católicas ofereçam um ensino de excelência com profissionais capacitados

para o exercício de suas funções.

O perfil dos participantes do Congresso

Uma recente pesquisa da Organização das Nações

Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

(Unesco) mostra que os professores brasileiros

do ensino básico da rede pública são os mais

insatisfeitos com seus salários. O relatório ainda

aponta que 83% deles acreditam que deveriam ser

mais bem remunerados.

Durante a realização do Congresso, a ANEC quis ouvir

os educadores do nível básico, médio e universitário

sobre o índice de satisfação com seus salários e o

resultado mostrou uma realidade bastante diversa

do relatório elaborado pela Unesco.

Segundo nosso estudo, os professores totalmente

insatisfeitos com seus rendimentos mensais

equivalem somente a 4% do total. Os que se

consideram apenas insatisfeitos somam 18%.

Apenas esse resultado já seria suficiente para

mostrar que as instituições de ensino privadas

oferecem melhores condições financeiras para o

exercício de atividades de seus professores.

O índice de 31% foi atingido por aqueles que

consideram que seus salários são razoáveis, isto é, de

Pagar bons salários é uma forma inteligente de se investir na Instituição

acordo com o que podem oferecer à instituição e aos

alunos, sentem-se remunerados de maneira justa.

No topo da pesquisa encontramos aqueles que

recebem bons salários (32%) e excelentes salários

(15%). Assim, podemos afirmar que 47% dos

educadores das instituições católicas de ensino se

sentem bem remunerados.

É elogiável a iniciativa de diversas instituições em

aplicar mais recursos para aumentar o nível de

satisfação salarial de seu corpo docente. Atitudes

como essa denotam um estágio elevado de

consciência dos gestores escolares, que entendem

que essa forma de agir atinge resultados de alto

valor qualitativo.

Profissionais mais bem remunerados têm

melhores condições de aprimorar os seus

currículos e serem, consequentemente, bons

formadores para os educandos. E, é obvio que,

na arte de administrar torna-se mais fácil cobrar

resultados daqueles profissionais mais bem pagos,

pois estes sentem-se obrigados a corresponder

com os propósitos da instituição.

Público

Page 33: Revista Informativa Especial - ANEC

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 35

Abrindo caminhospara uma educação de excelênciaA indisciplina é, sem dúvida, um dos principais

percalços aos quais os educadores estão sujeitos no

exercício de suas atividades. Uma pesquisa realizada

pelo Ibope em 2007 apontou que 69% de 500

professores entrevistados em todo o país

indicavam a falta de atenção e a indisciplina

como as realidades mais sofríveis dentro das

salas de aulas.

As causas desse fenômeno são diversas. Podem

provir do ambiente familiar, social, da falta de

preparação dos educadores, da metodologia do

ensino ou da própria escola. Mapear a fonte dos

problemas é fundamental para se estabelecer o

caminho para superá-los. Ainda que não seja um

propósito fácil de atingir, a experiência de várias

instituições de ensino serve como estímulo e, por

que não, de modelo para as demais.

Atingir uma média de comportamento em sala

de aula, com conceitos que variam entre 52%

considerados bom e 21% como excelente, não é

apenas uma meta possível, mas uma realidade

constatada em uma pesquisa promovida pela ANEC

durante o Congresso.

Foram ouvidos 250 educadores do ensino básico,

médio e universitário entre os 2.500 participantes

do Congresso. Outros números da pesquisa sobre o

comportamento dos alunos durante o processo de

aprendizagem mostraram que o comportamento

razoável equivale a 22%, o ruim, a 4%, e o péssimo a

apenas 1%.

Um dos itens da pesquisa propõe a seguinte

pergunta: como são avaliados os projetos de

transmissão de valores e atitudes incutidos nas

propostas pedagógicas das instituições católicas

de ensino?

Dentre os educadores entrevistados, 81%

consideram que esse diferencial oferecido

pelos colégios católicos é extremamente válido

e eficaz; 43% consideram excelente, e 38%

acham que o diferencial é bom. Apenas 4% dos

entrevistados acreditam que a proposta é ruim

ou péssima e que não contribui para promover a

disciplina em sala de aula.

Para fi nalizar essa temática, a ANEC apresentou mais

uma questão: qual seria a validade desses conceitos

recebidos para o processo formativo dos educandos?

O resultado desse questionamento mostra que 54%

dos entrevistados consideram excelente o resultado,

e 28% creem que é efetivamente bom.

Os números revelam a performance efi ciente das

instituições católicas de ensino, pois os entrevistados

são educadores envolvidos diretamente no processo

educativo de seus alunos em sala de aula.

Católicos, claro que sim!Entre as pesquisas realizadas com os participantes do primeiro evento, foi

realizada uma avaliação sobre o índice de comprometimento com a Igreja

Católica dos profi ssionais e educadores de nossas associadas.

O intuito da pesquisa não foi promover uma refl exão que sugerisse qualquer

tipo de discriminação. Apenas nos pareceu interessante averiguar o nível de

envolvimento dos funcionários com a missão diferenciada de nossas instituições.

Sabemos que se exige uma boa atuação dos educadores que trabalham em

instituições católicas para se formar bons alunos. Por isso, nosso objeto foi

verifi car os percentuais de envolvidos na mesma fé, que é a vitalidade do

projeto educacional das escolas católicas.

Essas escolas desenvolvem o papel de educar segundo as exigências

estabelecidas. Entretanto, há um elemento que lhes dá uma identidade

singular não somente na forma com que aplicam os conteúdos

programáticos, mas principalmente no modo de ser e agir, no cumprimento

de uma missão que é seu elemento central, isto é, a experiência cristã.

A realidade nos indica que não basta ter profi ssionais que cumpram somente

as regras de conduta, que trabalhem por mera obrigação, mas que se sintam

integrantes de um corpo cuja tarefa é a promoção humana integral dos educandos.

Eis uma premissa simples de se entender: “se creio naquilo que a instituição

acredita e me esforço por fazer o que a instituição faz, ofereço o melhor

de mim e compartilho não só do desafi o, mas também do benefício dos

resultados de tal empreendimento”.

A pesquisa revelou que apenas 4% dos educadores de instituições católicas

não frequentam cultos e liturgias semanais. Outros 7% afi rmaram ter

participação fraca nos eventos promovidos pela Igreja; Uma participação

razoável foi a resposta de 18% dos entrevistados.

Os resultados posteriores indicam como as nossas instituições de ensino

se esforçam para terem profi ssionais dedicados com a missão cristã.

Cerca de 30% dos entrevistados consideram ter uma boa participação em

comunidades católicas e 41% afi rmam ter uma vida religiosa excelente.

É óbvio que não se pode afi rmar que um educador católico tenha

supremacia profi ssional sobre os demais. A escolha de funcionários

comprometidos com a fé cristã pelas escolas católicas se justifi ca pela defesa

de princípios fundamentais e pela aplicação mais intensa de esforços comuns

visando os melhores resultados possíveis.

Região Centro-Oestelidera participação no CongressoO primeiro Congresso Nacional de Educação Católica promovido pela ANEC

contou com a participação de representantes de suas associadas de todos os

cantos do país. A região Centro-oeste se destacou das demais ao representar

31% dos inscritos. Foram 225 pessoas provenientes do Estado de Goiás e 550

do Distrito Federal.

A região Sudeste fi cou logo atrás, com 23% dos participantes. Os paulistas e

mineiros contribuíram com o mesmo número de inscritos: 200 cada um. A

participação dos cariocas foi de 125 educadores.

Os representantes da região Sul e do Nordeste corresponderam a 19% e 17%,

respectivamente, enquanto a região Norte do Brasil superou as expectativas

ao inscrever 250 educadores para o Congresso.

Outra boa surpresa constatada no evento da ANEC foi a expressiva

participação de educadores do Estado do Piauí, que marcaram presença

com 200 inscritos, representando 8% do total de inscrições, igualando-se aos

grandes centros do país, como São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

para uma educação de excelência

Page 34: Revista Informativa Especial - ANEC

Nesta edição da Revista Informativa, o tema da editoria Conversa com Mantenedoras é a formação do senso crítico dos alunos. O intuito é saber o que as nossas escolas estão fazendo para investir nesse importante momento da vida de uma criança – a construção do caráter.

A educação vai determinar como as crianças de hoje irão tratar e conduzir a sociedade amanhã. Conceitos como ética, respeito e moralidade são lições essenciais que, se não forem aprendidos desde cedo, podem fazer falta no futuro. É como na hora de votar e decidir quem merece a nossa confi ança. Em ano eleitoral, nos perguntamos se a formação do senso crítico dos alunos de hoje vai ser sufi ciente para mudar a sociedade de amanhã. Veja a seguir uma série de entrevistas com participantes do Congresso Nacional de Educação Católica sobre ações simples e que podem infl uenciar o futuro do nosso país.

Nesta edição da Revista Informativa, o tema da editoria Conversa com Mantenedoras é a formação do senso crítico dos alunos. O intuito é saber

42 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Conversa com mantenedoras

Page 35: Revista Informativa Especial - ANEC

Qual é a dinâmica do colégio da para

levar as crianças a uma refl exão pro-

funda que envolve e cria um senso crí-

tico sobre a vida?

Nós já estamos há quase 100 anos aqui

no Brasil. Nossa fundação foi na Ucrânia,

e a nossa missão e fi losofi a é o legado dei-

xado pelos nossos fundadores. Eles falam

que onde há um coração humano, há a

necessidade de se educar. Apoiadas nesse

legado é que desenvolvemos nossa mis-

são e o nosso trabalho educativo.

Como a senhora avalia a realidade das

crianças e o papel das famílias?

Hoje mais do que nunca o papel da esco-

la é triplicado. Porque muitas vezes as fa-

mílias deixam para a escola resolver, for-

mar e educar. Tanto que, antigamente, a

criança já vinha da família com isso, e

hoje a escola tem de desenvolver todos

esses papéis.

Como conduzir os pais no caminho da

consciência de que eles são os primei-

ros educadores?

É os mantendo presentes na escola.

Aproveitando o momento, quero pa-

rabenizar a ANEC pelos palestrantes,

pelo conteúdo e pelos debates que fo-

ram conduzidos para os educadores.

Tenho certeza que focaram muito a

educação, mas também a fé e a forma-

ção católica.

conseguem perceber essa necessi-

dade porque acham que os filhos já

têm capacidade de escolher. É cla-

ro que as crianças fazem as escolhas

delas, mas os pais muitas vezes se

omitem porque não percebem essa

necessidade.

Como a senhora acha que esse Con-

gresso pode ajudar?

Eu acho que, em primeiro lugar, para

abrir as nossas mentes. Para mim es-

pecificamente como gestora, já perce-

bi várias saídas e opções que podem

ser um pouco diferentes do que esta-

va sendo feito até agora.

Ir. Lucia ScarloseColégio Sagrada Família

de Campo Largo – Congregação das Irmãs

Sagrada Família

Como a escola desenvolve o trabalho

de levar as crianças no caminho da

formação de um senso crítico na reali-

dade que as rodeia?

Desenvolver o senso crítico não é tão fá-

cil assim. O que nós normalmente faze-

mos é estimular uma refl exão sobre os

fatos da vida e da sociedade. Uma das

ações que têm ajudado nesse desenvol-

vimento do senso crítico são também as

aulas de Ensino Religioso e Filosofi a.

E é difícil conduzir os pais nessa pre-

ocupação de que eles devem fi ltrar

aquilo que os fi lhos aprendem?

Eu acredito que sim. Para nós, pelo

menos, é muito difícil. Os pais não

Ir. Lucia Scarlose

Ir. Terezinha de Stoski

Servas de Maria Imaculada – Curitiba PR

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 43

Page 36: Revista Informativa Especial - ANEC

Irmã Rosangela de Melo

CampanharoServas de Maria

Imaculada – Educandário Nossa Senhora Aparecida,

em São Paulo

Como a escola tem desenvolvido o tra-

balho para a formação do senso crítico

das crianças?

De certa forma, a escola apoia as crian-

ças para que elas tenham uma leitura de

mundo através de debates, leituras, es-

colhas de livros didáticos pertinentes a

uma linha filosófica. A nossa escola de

um modo geral tem como lema: educan-

do o coração do aluno, educando para a

comunidade. Então, através de reflexões,

participação em projetos sociais, pasto-

ral escolar, passeios, entre outros, os pro-

fessores apresentam várias situações nas

quais os alunos podem se inserir na socie-

dade em que ele está e começar a refletir.

E os pais? Qual a motivação que a es-

cola dá para que eles saibam que são

os primeiros educadores?

Os pais estão muito participativos, todas

as iniciativas da escola são muito bem re-

cebidas e acolhidas. Eles participam de

reuniões e toda vez que tem um even-

to na escola eles têm vontade de partici-

par. Não gostam quando a escola de cer-

ta forma determina o público, só mães ou

pais. Eles querem que todos da família es-

tejam integrados na escola, pois ela tra-

balha bastante com projetos, e quando fi-

naliza algum deles chama os pais, a famí-

lia, para participar da finalização.,Feiras

culturais, dia das mães e dos pais, missas.

Como escola católica, a gente prima mui-

to por isso, então sempre antes do dia dos

pais, antes do dia das mães, fim de ano

ou início de ano, fazemos alguns momen-

tos religiosos na escola. Isso tem ajuda-

do muito na participação de todo mundo.

Como um Congresso como esse pode

ajudar no trabalho da escola?

Eu acredito que pode ajudar muito. Vejo

o nível da escolha dos palestrantes. A gen-

te pode fazer uma leitura muito ampla de

tudo isso, acredito que foram escolhidos

a dedo, sendo um evento desse porte e sa-

bendo que aqui estariam pessoas de esco-

las católicas , que vêm em busca de uma

qualidade melhor para a sua escola.

Maria Rosa Pastuch

Congregação das Servas de Maria Imaculada – Prudentópolis, Paraná

Como a instituição tem se preocupado

em elevar o senso crítico dos alunos?

Com certeza é um trabalho amplo,

mas que sempre está permeado dentro

do dia a dia das disciplinas, dos conteú-

dos trabalhados. Eles já estão pré-plane-

jados nesse sentido. Mas principalmente

através da Filosofia e do Ensino Religio-

so, que despertam e levam o adolescen-

te e o jovem a refletir sobre a sua vida e

os seus valores, enfim, tudo que norteia

o universo deles, dentro e fora da escola.

Como um Congresso como esse pode

ajudar?

Um debate como esse é muito enrique-

cedor. Ele fortalece tudo aquilo que você

vem buscando, lendo, que norteia no dia

a dia, e com certeza de outros encontros e

congressos, pessoas de alto porte, digamos

assim, que já fazem parte e contribuem

para a formação dos educadores na nossa

instituição. Nos abastecemos e enriquece-

mos com todas as informações transmiti-

das nesse congresso maravilhoso.

44 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Page 37: Revista Informativa Especial - ANEC

Anúncio

Page 38: Revista Informativa Especial - ANEC

Durante o Congresso, vários convidados ilustres foram entrevistados para comen-

tar a iniciativa e avaliar o encontro realizado pela ANEC. Entre eles, o senador Cristovam Buarque e o reitor da Universidade Católica de Brasília. A intenção foi medir o grau de aprovação do evento pelo olhar de pessoas de fora que não tives-sem participado da organização do encontro ou não estivessem inscritos. Por fim, encerramos esta edição da Revista Informativa com uma en-trevista com o Pe. José Marinoni, presidente da ANEC, que fez uma avaliação geral do Congresso.

Repercussão do Congresso

46 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Page 39: Revista Informativa Especial - ANEC

Cristovam Buarque(PDT-DF)

Como o senhor avalia o tema do Con-

gresso da ANEC?

O tema é muito oportuno – Educação,

Inovação e Empreendedorismo Global –,

e que se descubra como colocar isso na

educação, mas não só na educação su-

perior. Eu temo muito que a área tenda

a sequestrar a inovação e o empreende-

dorismo, quando na verdade a inovação

é da ciência e da tecnologia, e devem co-

meçar na educação de base.

É muito difícil ter um grande cientis-

ta que após os quinze anos não demons-

trava vocação para a ciência, não apren-

dia Matemática, não lia textos de Ciên-

cia. Mas no geral a gente é o que foi até

os quinze anos.

A partir daí, podemos melhorar

uma coisa ou outra, mas o grande sal-

to é até essa idade. O grande jogador de

xadrez, o grande pianista, o grande pin-

tor, o grande jogador de futebol, o gran-

de cientista e o grande empreendedor es-

tão ali arraigados já na educação de base.

Falta então voltar um pouco mais o

olhar para a educação de base?

Falta voltar o olhar para os pequenos,

que a gente tende a ignorar. Você vê,

todo mundo fala em universidade, me-

lhorar a universidade, cota para a uni-

versidade. Ninguém fala em cota para a

educação de base. E falta olhar para as

mudanças que o conteúdo da educação

de base exige. Não se pode continuar

dando a um aluno de educação de base

o que aprendia a minha geração. O pro-

cesso de mudança da sociedade é mui-

to rápido. Deveríamos colocar também

empreendedorismo, Ciência e Matemá-

tica desde o começo.

Qual é a sua opinião sobre a educação

pública e a privada?

A primeira coisa é romper o preconcei-

to de que público significa estatal e que

particular significa privado. Uma educa-

ção pública tem uma repercussão do in-

teresse público e é acessível a todos. Uma

escola pode pertencer a uma pessoa, ter

um dono e ser pública em duas condi-

ções: primeiro, ela deve ter repercussão

de interesse público, qualidade e ensinar

coisas que sejam de interesse da socieda-

de. Segundo, deve ser acessível a todos

porque alguém paga para que todos es-

tudem. Assim, ela se torna pública.

E uma escola estatal que não tem

qualidade não é pública, e se até tem

qualidade, mas não oferece conteúdo

de interesse público, ela não é publica.

Porque é fundamental separar público

de estatal.

Uma escola não seria pública se você

começasse a ensinar preconceitos raciais

ou machismo, preconceito de gênero ou

ensinar a desenvolver bombas atômicas.

Isso não é de interesse público.

Uma das saídas seria o governo com-

prar vagas em escolas particulares. Eu te-

nho um projeto que tramita hoje no se-

nado e que se chama Programa do Ensi-

no Básico (Proesb). É um Prouni da edu-

cação de base em que não existe esco-

la pública, e existe escola particular de

qualidade para que o aluno estude.

Cristovam Buarque (meio) fala da importância da educação de base

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 47

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Pe. José Romualdo de Gasperi reitor da UCB

Como o senhor avalia a iniciativa da

ANEC de promover um Congresso

Nacional de Educação Católica no ano

de aniversário de 50 anos da capital

federal?

É evidente que quando se faz um Con-

gresso, se congrega, e reúnem-se os

educadores de todo o país. Então, no

Congresso, os educadores de norte

a sul, leste a oeste do Brasil ouviram

uma linguagem comum, única, que

pode se repetir em todos os lugares. E

me parece que o Congresso tinha essa

qualidade, de reunir todos os educa-

dores, além de elevar a autoestima da

educação católica já que, às vezes, não

se acredita muito nela.

Durante o evento, fizemos uma pes-

quisa de opinião sobre o perfil do

educador católico justamente sobre

essa questão da autoestima. Como o

senhor, que comanda uma instituição

de ensino de renome, avalia as res-

postas de seus educadores?

O ambiente de convivência das católicas

é o que mais atrai os educadores, falando

a partir da minha universidade, e acho

que isso se repete em todos os cantos.

Em segundo lugar, é a perspectiva que

eles têm de estar em uma instituição sé-

ria, que tem propósitos sérios e que quer

levar a coisa à frente com muita serieda-

de também.

Ao mesmo tempo, eles percebem

que têm um projeto de vida a realizar

ali dentro, e que a grande maioria rece-

be bem. Eles são bem remunerados, até

em um nível maior, mas têm muito do

aspecto da gratuidade, que os faz per-

manecer lá dentro.

Então o senhor avalia que a questão

dos valores atrai os alunos e profes-

sores?

Com certeza, isso faz com que eles se

sintam muito bem. Tenho depoimen-

tos de pessoas que saíram para ou-

tras instituições, até públicas, e dizem:

“sinto que perdi tudo que eu tinha,

não tem esperança, não tem perspec-

tiva nenhuma por aí afora”. Ou seja,

o ambiente em uma comunidade edu-

cativa que vai se formando dentro de

uma instituição católica é um valor

que não pode ser perdido de qualquer

forma. Acho que isso vai sendo cons-

truído para o bem da pessoa, da insti-

tuição e da sociedade.

Como o senhor avalia a iniciativa

da ANEC de realizar esse Congres-

so?

Felicíssima! A ANEC, como eu disse

no começo, está trazendo educadores

de todo o país. Esses que têm na mão

a mística e que têm todos os valores

da instituição católica, para serem

permeados por todos os cantos. Feli-

císsima porque, dessa forma, a ANEC

congrega, faz conviver e, ao mesmo

tempo, convive, eleva a autoestima de

todo mundo. Com certeza isso plan-

ta esperança para o país. Estamos se-

meando a esperança da perspectiva da

educação católica.

48 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2010

Page 41: Revista Informativa Especial - ANEC

Dom Dimas LaraSecretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Em nome da CNBB, como o senhor

avalia esse Congresso?

A CNBB vê com grande esperança. A pró-

pria construção da ANEC, reunindo as an-

tigas entidades, teve um significado muito

grande no sentido de fortalecer a educação

católica no Brasil. Em vez de nos apresen-

tarmos divididos entre mantenedoras, ensi-

no superior e básico, agora temos uma úni-

ca instituição de educação católica, e cada

vez mais à luz, inclusive da Conferência de

Aparecida, e mais ainda à luz dos documen-

tos da Congregação para Educação Católi-

ca e do próprio Papa. Aliás, tanto para João

Paulo II quanto para Bento XVI é muito im-

portante que a escola católica volte às suas

origens, e veja sua própria identidade e mis-

são. Nada melhor do que estarmos juntos

para darmos passos nessa partilha de expe-

riências e definição de metas e objetivos.

Na atual gestão da CNBB começaram

a ser promovidos cursos de gestão. O

tema do Congresso consolida projetos

da CNBB e da ANEC?

Os cursos de gestão eclesial que a CNBB

tem promovido, inclusive com a partici-

pação da ANEC, são uma atividade mais

pontual, mais concreta,. Ou seja, dar

aos gestores de bens eclesiásticos, ecô-

nomos, administradores diocesanos, pa-

roquiais, gestores de escolas e hospitais,

enfim, de todas as organizações da igre-

ja, instrumentos básicos da legislação

trabalhista, da questão da filantropia –

inclusive agora saiu a regulamentação a

esse respeito. Então, a ideia é profissio-

nalizar cada vez mais esses gestores.

Agora, o empreendedorismo social

global é, sim, parte das estratégias não

só da CNBB, mas da sociedade como um

todo. A CNBB vê como um sinal dos tem-

pos e que cada vez mais se valorize o vo-

luntariado no mundo globalizado. Nós

também, como cristãos, devemos ter a

iniciativa para uma ação social e trans-

formadora e, aí, tudo o que pudermos

aprender uns com os outros é bem-vindo.

O senhor poderia dar uma palavra fi-

nal sobre o que incentivou a caminha-

da de formação de jovens e adultos na

academia

É interessante como, ao longo dos sécu-

los, a igreja desempenhou um papel fun-

damental na educação. Lembro da pri-

meira vez que fomos ao Ministério da

Educação e fizemos questão de dizer que

representávamos mais de 1,2 mil escolas,

80 instituições de ensino superior e 500

anos de presença na educação do Brasil.

Hoje, sabemos que a educação passa por

uma crise muito grave e, nesse sentido,

de vez em quando vemos camisetas que

brincam, mas que expressam uma reali-

dade muito séria. Como aquela: “Hei de

vencer Deus, mesmo sendo professor”, ou

seja, nem sempre o professor é valorizado

como merece por causa do seu papel fun-

damental na sociedade.

De fato, acho que o Brasil vai dar um

salto de qualidade efetivo no dia em que

passar a acreditar na educação. Nós so-

mos formadores para valores e para a

vida, e nada é comparado a essa missão,

que é um verdadeiro sacerdócio.

Informativa Educacional 2010 :: Revista da ANEC 49

Page 42: Revista Informativa Especial - ANEC

Pe. José MarinoniPresidente da ANEC

Qual é o balanço que o senhor faz do

Congresso? Superou as expectativas?

Superou sim. No começo, estávamos

com receio por ser a primeira grande ini-

ciativa da nova associação, mas graças a

Deus, ao empenho e ao compromisso da

organização, o Congresso superou as ex-

pectativas. Isso pode ser constatado não

só por nós ou por aqueles que organi-

zaram, mas também pelos participantes,

pela satisfação, pelo prazer dos envolvi-

dos que permaneceram na plateia ou-

vindo e interagindo com os palestrantes.

Creio que, pelos assuntos que foram tra-

tados, esse Congresso vai marcar a vida

de muitos educadores e educadoras.

Não só como presidente, mas também

como participante, o senhor gostou do

conteúdo que foi apresentado?

Sim, porque era um conteúdo mui-

to atual e desafiador. Um conteúdo que

muda os parâmetros do nosso fazer edu-

cativo. No mundo globalizado, não po-

demos mais permanecer com as nossas

convicções de que tudo aquilo que fi-

zemos é ótimo e não precisa ser muda-

do. Nós precisamos de uma nova cultura

que exige um intercâmbio de mentalida-

des, atitudes e fazer educativo.

Já dá para dizer que esse foi o primei-

ro de muitos congressos da ANEC?

Sim, é claro, a ANEC não pode parar. Se a

educação católica desse país está presente

desde os primórdios, continuará marcan-

do a história educacional e a formação de

pessoas que vão se transformar em agentes

transformadores da sociedade para melhor.

A gente vai estabelecer a periodicida-

de da realização do Congresso. O assun-

to vai ser debatido com a diretoria e o

conselho superior, pois não é viável fa-

zer todo ano. Mas a ANEC assume a res-

ponsabilidade de realizar um Congresso

como esse a cada dois ou três anos.

No mundo globalizado, não podemos mais

permanecer com as nossas convicções de que tudo

aquilo que fizemos é ótimo e não precisa ser mudado.

Pe. José Marinone durante lançamento do livro Parceiros Educadores

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Page 44: Revista Informativa Especial - ANEC

Lana Canepa, jornalista da ANEC Lana Canepa, jornalista da ANEC

Quando um grande desafi o é su-

perado descobrimos a real pro-

porção das capacidades huma-

nas e o peso do trabalho em

equipe. Sem a superação o homem não

capaz de conhecer exatamente os seus

limites.

Mesmo quando sentimos que não se-

ria possível enfrentar todas as difi culda-

des, principalmente quando foi consi-

derada a possibilidade de desmarcar o

Congresso, a equipe fi cou mais forte. To-

das as coordenações se envolveram no

processo e valeu a pena o esforço.

O Congresso foi um sucesso, os nú-

meros da pesquisa de opinião dos par-

ticipantes mostram isso. Esta edição

da Revista Informativa é uma home-

nagem ao trabalho de todos. Uma for-

ma de eternizar a importância do even-

to para a consolidação da ANEC e

para a superação dos limites de toda a

equipe. Com esse trabalho fi cou cla-

ro que podemos fazer mais, e melhor.

Parabéns a todos!

Lana Canepa

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Refl exão