Revista FBTS N3 Agosto 2009 Bx

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1 FBTS EM REVISTA Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

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1 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

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2 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

FBTSGarantindo qualidade

aos técnicos e aos produtosda construção soldada

Anuncie na FBTS em RevistaO ponto de solda que faltava ao mercado

Contato: (21) 2215-2245 / 2262-9401E-mail: [email protected] Arruda / Vera Rocha

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3 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

Sumário FBTS em ReviSTa Ano 1, Número 3 - agosto de 2009

Expediente

FBTSRua Primeiro de Março,23 – 7º, 11º (Sala 1107) e 17º Andar – Centro Rio de Janeiro – RJCep 20010-000 / Telefone: 2505-5353

CONSELHO DIRETOR Diretor PresidenteSolon Guimarães Filho

Diretor Vice-PresidenteLaerte Santos Galhardo

CONSELHO CONSULTIVOCarlos Maurício Lima De Paula Barros - Abemi \ José Luiz Fernandes - Cefet/Rj \ Glauco Colepícolo Legatti - Petrobras.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOValdir Lima Carreiro - Abemi \ Antonio Carlos Martins Bastos - Abemi \ Solon Guimarães Filho - Abendi \ Sérgio Damasceno Soares - Abende \ José Luiz Do Lago - Cirj \ Laerte Santos Galhardo - Petrobras \ José Luiz Ro-drigues Cunha - Petrobras \ Maria Lúcia Telles - Senai/Rj \ Marcos Pereira - Senai/Rj \ Cesar Moreira - Simme/Rj \ Douglas Robinson Martins - Simme/Rj \ Carlos Henrique Moreira Gomes - Sinaval \ Antonio Mauro Miranda Saramago - Sinaval.

CONSELHO FISCALPaulo da Cunha Pedrosa, Irajá Galeano Andrade, Marcelo José Barbosa Teixeira, Fernanda Ribas Andrade Borges, Sérgio Magalhães Gonçalves.

CONSELHEIROS BENEMÉRITOSMaurício Medeiros De Alvarenga, Maria Aparecida Stallivieri Neves, José Paulo Silveira, Orfila Lima Dos Santos, Ubirajara Quaranta Cabral.

SUPERINTENDENTES EXECUTIVOS

Departamento de Certificação de QualidadeJosé Alfredo Bello Barbosa, Telefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

Departamento de CursosMarcelo Maciel PereiraTelefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

Departamento de Gestão TecnológicaMarcelo Maciel PereiraTelefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

Departamento Administrativo e FinanceiroMaristela Medeiros da CunhaTelefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

Departamento TécnicoJosé Alfredo B. BarbosaTelefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

REDAÇÃO, PRODUÇÃO E COMERCIALIzAÇÃOPlaneja e Informa Comunicação e MarketingRua Santa Luzia no 799, Grupo 1004, Centro -Rio de Janeiro/RJ - CEP.: 20.030-041

Contatos:E-mail: [email protected]@planejabrasil.com.br(21) 2215-2245 / 2262-9401

Jornalista Responsável:Carlos Emmiliano Eleutério MTB-RJ 12.524Projeto gráfico e direção de arte:

João Paulo Sampaio ([email protected])

Fotografia:Alexandre Loureiro / Joberto Andrade / Agência BR / Agência Petrobrás / Agência O Globo

Departamento comercial:Cristiane Arruda e Vera Rocha

Entrevista

Petróleo e gásSeToR em alTaAmanda Pieranti

Editorial ..........................04

Ponto a ponto ...............05

Mão de Obra ................26

Angra 3.................................43

Abemi 45 anos ..................46

Abendi 30 anos .................54

Plano de Negócios da Petrobras prevê investimentos de US$ 174,4 bilhões até 2013 e já aquece setor de soldagem

Angra 3 e perspectiva de novas usinas deverão movimentar a indústria e criar novas oportunidades profissionais

Engenharia perde Antônio Fragomeni, mas seu legado permanece

Página

36

Cidades da Solda

Modernização

PeTRoBRaS ReSPonde à demanda de mão-de-oBRa com novoS cenTRoS de caPaciTação

FBTS Se ReeSTRuTuRa em BuSca de maiS qualidade e maioRcomPeTiTividade

Juliana Aquino

Amanda Pieranti

Assistente da presidência da Eletronuclear

Juliana Aquino

Página

32

Página

22

Página

12

Página

52

CAPAexcelência em Soldagem

Página

06Centro Tecnológico da FBTS busca inovação e novas tecnologias para reduzir custos e elevar a produtividade da construção soldada

HomenagemeleTRonucleaR

leonam doS SanToS guimaRãeS

E MAiS

Juliana Aquino

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Editorial Solon guimaRãeS Filho Presidente da FBTS

jetos especiais e um Centro de Treinamento.

A sua localização o coloca de forma privilegiada entre dois principais eixos do sis-tema viário existente, que dá acesso direto a todos os pontos da cidade, bairros, aeroportos, estação rodo-viária, entrada e saída da cidade e ponte Rio-Niterói.

Todas essas razões se constituíram em elementos fundamentais à tomada de decisão do Conselho de Administração da FBTS que autorizou a sua aquisição.

As estratégias, objeto de trabalho em andamento, visando ao aumento da produtividade e redução dos custos na fabricação e na construção soldada, principalmente no setor de óleo e gás passariam necessariamente por este importante passo que acaba de ser dado.

”“

A estratégia da FBTS visa

ao aumento da produtividade e

redução dos custos na fabricação e na construção soldada

ma outra realidade se inicia para a FBTS, a par-tir da implantação do seu novo Centro Tec-

nológico, como já venho anunciando.

Trata-se da execução do primeiro Projeto Estrutu-rante, concebido no modelo de crescimento adotado sob orientação metodológica da COPPE/UFRJ, segundo uma visão atualizada, de um Centro de Excelência em Soldagem.

Ficará estrategicamente situado numa área revitali-zada da cidade do Rio de Ja-neiro, onde já se encontram algumas universidades, um Centro de Convenções, o Teleporto, a Universidade Corporativa da Petrobras, muitas empresas, a sede da Prefeitura da Cidade e uma nova estação do metrô, em construção.

O prédio escolhido, após

Primeiro passo

Centro de excelência: projeto estruturante nº 1

“Capacitar a FBTS comInstalações Laboratoriais”

Upesquisa que demandou cerca de seis meses de in-tenso trabalho, oferece ca-racterísticas construtivas que permitirão uma fácil ampliação e adaptação aos objetivos planejados proje-tando, a curto prazo, a sua plena utilização.

Na lateral central da Praça da Bandeira está o prédio, já adquirido pela FBTS, para abrigar seus novos laborató-rios, centro de exames de qualificação, de pesquisas, de desenvolvimento de pro-

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Ponto a Ponto

SERVIÇO AO PROFISSIONAL DO SETORPrezados senhoresPrimeiramente gostaria de parabe-nizar a revista pelas informações que são essenciais para o profissio-nal do ramo. Gostaria de saber se é possível assinar a revista ou adquiri-la, se existe assinatura e qual é o procedimento para assinar...Um grande abraço e prosperidade a todos nesta área promissoraLeandro Mesquita de Almeida.

AgRADECIMENTOPrezados SenhoresRecebemos e agradecemos a FBTS em revista, v.1, n.2, 2009.Gostaríamos de continuar a re-ceber os demais exemplares bem como os números publicados anteriormente.Antecipadamente agradecemos Rose Elga Beber

n Acesse o Site da FBTSem www.fbts.com.br e conhe-ça a programação para 2009.

Novos telefones do Departa-mento de Cursos:(21) 2505-5323 / (21) 2505-5332,(21) 2505-5339 / (21) 2505-5340.

Departamento deCertificação da Qualidade >

ASSINATURA DA REVISTASenhoresFaço em Salvador um curso pela FBTS (Inspeção de equipamen-tos), gostaria, se possível, de receber a Revista FBTS, que está ótima, pelos correios.Desde já agradeço. Pablo Melo

Prezados senhoresgostaria de saber como faço para adquirir a revista FBTS, pois estou em fase de qualificação como N1 de solda e tenho certeza que ela trará conhecimentos amplos para minha profissão.Obrigado.Alexandre Gomes

FBTS em ReviSTa Cartas, e-mails, notas e agenda

Consolda 2009

Considerado o maior evento técnico-científico do Brasil e um dos maiores do mundo dedicado exclusivamente ao desenvolvimento da soldagem e operações afins, será realizado de 26 a 29 de outubro próximo, em Piraci-caba, São Paulo, o XXXV Congresso Nacional de Soldagem (Consolda 2009). Na sua 35ª Edição, palestran-tes convidados do exterior vão exibir o estado da arte e tendências das técnicas e equipamentos relaciona-dos com a soldagem e operações afins nos países mais avançados tecnologicamente. Pesquisadores brasileiros e de países vizinhos deve-rão apresentar seus resultados em busca de melhoria de processos e técnicas para contornar os problemas metalúrgicos, expondo suas poten-cialidades para cooperar com o meio produtivo no desenvolvimento e aplicação da tecnologia da soldagem.

ExpoAlumínio

Está marcada para 18, 19 e 20 de maio de 2010, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, a ExpoAlu-mínio, uma feira destinada a mostrar produtos e soluções tecnológicas para o setor. A mostra pretende ser uma grande oportunidade de negócios e divulgação de produtos, equipamen-tos, serviços e inovações tecnológicas. Estarão presentes empresas, profis-sionais de toda a cadeia do alumínio e de seus setores consumidores, como embalagens, construção civil, transpor-tes, máquinas e equipamentos e bens de consumo do Brasil e do Exterior. Além deles, estudantes e a comuni-dade em geral irão compor o público.

Cartas

FBTS Programação / cursos

Eventos

Novos telefones:(21) 2505-5329, (21) 2505-5330 e (21) 2505-5320

NOTA DA REDAÇÃOGostaríamos de agradecer as palavras de apoio e incen-tivo, através de dezenas de cartas e emails de leitores solicitando assinatura da FBTS em Revista. Informamos que todas serão respondidas por email. A assinatura pode ser feita através do telefone (21) 2505-5353 ou pelo email [email protected]

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m 27 anos de existên-cia, a Fundação Bra-sileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS)

contribui ativamente para a indústria brasileira, par-ticularmente no segmento da tecnologia da soldagem e inspeção e, para manter-se em dia com as inovações tecnológicas, está próxima de ter seu próprio Centro de Excelência. O primeiro passo foi a aquisição de um prédio inteiro no bairro da Praça da Bandeira, que abrigará

A FBTS do futuro em BuSca do eSTado da aRTe na conSTRução Soldada

modernas instalações com laboratórios de Soldagem nos principais processos utilizados pelo mercado.

Esse projeto começou no fim de 2008, com a visita do presidente da FBTS, Solon Guimarães Filho, e do vice presidente, Laerte Galhar-do, ao Espaço Centros e Redes de Excelência COPPE/Petrobras.

Sob orientação da COPPE – UFRJ, através do Espaço Centros e Redes de Exce-lência, coordenado pelo en-genheiro José Fantine, que conta com o apoio da Ge-rência de Desenvolvimento de Sistemas de Práticas de Gestão da Petrobras, foi desenvolvido um modelo, posteriormente consolidado num livro conceitual, inte-grando as atividades atuais da FBTS ao novo projeto de um Centro de Excelência, suportado por Projetos Es-truturantes, reunindo ativi-dades de pesquisa e desen-volvimento, formação, qua-

Um passo definitivo na busca do desenvolvimento e aprimoramento de novas tecnologias de soldagem acaba de ser dado pela FBTS com o anúncio da criação de seu Centro de Excelência. Concebido com apoio da COPPE/UFRJ e da Petrobras, o Centro Tecnológico terá modernas instalações, com laboratórios de soldagem e corte, e estará capacitado a realizar análises de materiais e juntas soldadas, através de ensaios não destrutivos, mecânicos e metalográficos.

E

“”

Acentua-se cada vez mais, no

mercado nacional e internacional,

a competição em todos os campos

da economia

Excelenciaem soldagemFBTS cria seu próprio Centro Tecnológico rumo à vanguarda e liderança no desenvolvimento do setor

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inovação Tecnológica

Excelenciaem soldagem

lificação e certificação de pessoas e produtos, assim como gestão tecnológica.

Segundo o responsável pelo Departamento de Cur-sos e Gestão Tecnológica da FBTS, Marcelo Maciel Pereira, a competição cres-cente no mercado nacional e internacional em todos os campos da economia, hoje, demanda maior empenho das empresas na introdução de inovações tecnológicas e na otimização do uso dos recursos públicos e privados que, diante da magnitude das carências existentes, sempre se mostram escas-sos. “Particularmente, no que concerne à tecnologia da soldagem surgem ne-cessidades que devem ser atendidas sob vários as-pectos: demandas de pro-cessos de soldagem, novos materiais e suas proprie-dades, automatização das tecnologias já existentes, novos softwares e métodos produtivos, técnicas de ins-peção, consumíveis e for-mação de pessoal em vários níveis, inclusive superior e pós graduação”, explica.

Ainda segundo Marcelo Pereira, a fim de subsidiar a implementação do modelo de Centro de Excelência em Tecnologia da Soldagem, a FBTS realizou, recentemen-te, um estudo prospectivo para diagnosticar a dinâmica da produção do conheci-mento internacional em

Por juliana aquino

Visão do prédio adquirido pela FBTS após a conclusão da obra de ampliação, de acordo com o gabarito permitido

Foto reprodução 3D

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A FBTS do futuro em BuSca do eSTado da aRTe na conSTRução Soldada

soldagem. Neste estudo verificou-se uma grande defasagem da produção intelectual em soldagem, beneficiando largamente os países desenvolvidos em relação ao Brasil, o que corrobora a importância de um trabalho sinérgico para a diminuição desta lacuna.

O estudo foi alicerçado em técnicas de mineração de dados nas informações disponíveis na Base de Da-dos – Weldasearch do The Welding Institute, que pos-sui artigos científicos, livros, relatórios de pesquisas, patentes e dissertações. O uso de bases de dados como fonte de prospecção tecno-lógica é baseado no pressu-posto de que o aumento do interesse por novas tecnolo-gias se refletirá no aumento

da atividade de pesquisa e desenvolvimento e que isso, por sua vez, se refletirá no acréscimo de artigos, pa-pers e patentes publicados. Assim, presume-se ser pos-sível identificar novos de-senvolvimentos científicos e tecnológicos pela análise dos padrões de publicações em determinada área do conhecimento. O período estudado foi de 2000 a 2007, com 22.615 registros obtidos nesta fase.

“A FBTS é uma entida-de que sempre buscou excelência nos seus pro-gramas de treinamento, qualificação e certificação de pessoal e materiais. A transformação da FBTS em um Centro de Excelência em Tecnologia da Soldagem é, portanto, a continuidade de um processo, agora com maior ênfase na área de inovação e desenvolvimen-to de novos produtos e pro-cessos na área de união de materiais”, afirmou Laerte Santos Galhardo.

Além de questões como controle de qualidade, do-mínio das tecnologias de soldagem, o estudo mos-trou também a utilização da tecnologia da soldagem em várias áreas. Destacam-se as engenharias automobi-lística, aeroespacial, nuclear de vasos de pressão e a preocupação ambiental. A atenção especial fica por conta da grande incidência

de pesquisas na aplicação da tecnologia da soldagem em oleodutos e em tubulações.

Segundo o engenheiro e ex-diretor da Petrobras, José Fantine, responsável pela concepção e implanta-ção de Centros de Excelên-cia voltados para pesquisas na área de petróleo, o Cen-tro conduz uma carteira de Projetos Estruturantes que permitem o avanço con-tínuo rumo à vanguarda, além de promover ações consideradas de ponta em todo o universo da temática escolhida. “Nesse avanço deve ser sempre conside-rado que a cada degrau vencido outro horizonte mais amplo se descortina, exigindo que Ações e Pro-jetos Estruturantes mais complexos e desafiadores

Há uma grande defasagem da produção intelectual

em soldagem em favor dos países desenvolvidos

Buscamos caminhos para acompanhar os

avanços tecnológicos e de qualificação profissional

maRcelo maciel PeReiRa

Solon guimaRãeS

Superintendente do Departamente de Gestão Tecnológica e de Cursos da FBTS

Diretor presidente da FBTS

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9 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

”inovação Tecnológica

sejam definidos”, disse o engenheiro.

Segundo Fantine, a rede do Centro é formada por parcerias que necessaria-mente devem incluir atores dos campos governamental, acadêmico e das pesquisas, da sociedade em geral como empresas, fundações, ONGs e outros e, ainda, entidades do exterior. Ele é conduzido, qualquer que seja a sua for-ma por um bem estruturado sistema de poder, moldado de acordo com os interesses e acordos em jogo. “Durante a visita feita pela diretoria da FBTS, a equipe do Espaço ficou muito bem impressio-nada com o que a FBTS já alcançara e faltaria pouco para instalar um processo de busca contínua da van-guarda”, disse Fantine.

Em tempos de ousadia, com o anúncio do Plano de Negócios da Petrobras, pré-sal e competitividade, a FBTS busca caminhos para acompanhar os avanços tecnológicos e de qualifica-ção profissional do setor de

A construção soldada exige alto nível técnico, daí a importância da inspeção

“A cada degrau vencido, surge

outro mais amplo, exigindo ações e projetos

estruturantes mais complexos

Foto agência Petrobrás - Stéferson Faria

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A FBTS do futuro em BuSca do eSTado da aRTe na conSTRução Soldada

soldagem. A criação de um Centro de Excelência chega para impulsionar ainda mais esse trabalho. Segundo a FBTS, o Centro de Excelência em Tecnologia da Soldagem se formará pela constituição de um núcleo de gestão com representantes dos sócios fundadores, da sua diretoria e seus superintendentes, es-tabelecendo um conjunto de Ações e Projetos Estruturan-tes. De uma maneira geral resultará de um esforço da FBTS junto com seus Parcei-ros Estratégicos e daqueles que almejam conquistar vantagens no mercado pelo exercício de associações estratégicas, pautadas na busca da sustentabilidade.

Ainda segundo a entidade, a motivação para a adoção do modelo de um Centro de Excelência em Tecnologia da Soldagem é alavancar a in-dústria nacional de constru-ção onshore e offshore, ten-do como instrumento básico a capacitação, automação e inovação tecnológica e de gestão de forma sustentável e competitiva.

O engenheiro Fantine explica que o Centro irá cuidar ou ajudar a promover a formação de um setor de Recursos Humanos de alto nível (médio ou superior), criará novos processos e serviços de ponta, aprimo-rando os existentes. Ele também contribuirá para a

O novo prédio da FBTS fica localizado no no 291 da Praça da Bandeira, RJ

O Centro Tecnológico da FBTS terá modernas instalações com laboratórios de Soldagem e Corte nos principais processos utilizados pelo mercado, e ainda laboratórios que vão permitir a análise de ma-teriais e juntas soldadas, através de ensaios não destrutivos, en-saios mecânicos e metalográficos. Estes laboratórios darão suporte à formação de inspetores e tam-bém às atividades de Certificação de consumíveis de soldagem e Qualificação de procedimentos de soldagem e soldadores.

O Centro será também equipa-do com laboratórios específicos para a formação de inspetores de dutos, equipamentos e inspetores de fabricação, disponibilizando os meios necessários para as aulas práticas, além das atividades de desenvolvimento tecnológico.

Nas novas instalações será instalado mais um Centro de Exames de Qualificação para ins-petores de soldagem, permitindo a aplicação de exames teóricos e práticos para os candidatos.

Novo Centro de Excelência

Tecnologia de1º Mundo

Foto reprodução 3D

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inovação Tecnológica

melhoria dos padrões, nor-mas e leis vigentes, promo-verá pesquisas continuadas do Estado da Arte no tema, além de customizar as me-lhores práticas de gestão existentes, incluindo a da Qualidade, desenvolvendo novas práticas de gestão, contribuindo com diagnósti-cos continuados e orientan-do através de um modelo de planejamento estratégico e tático. “Seu processo de planejamento estratégico e tático anual captará as demandas de novas tec-nologias e a dos clientes e da sociedade em geral, as evoluções dos produtos e processos e serviços”, afirmou. “A idéia é ir além de acompanhar o avanço tecnológico dos países mais avançados na matéria, assim progressivamente buscando a vanguarda no tema con-siderado. Mesmo que essa vanguarda possa estar em um horizonte muito longe dos olhos”, completou.

Quando se fala na com-petitividade com o mercado internacional na área de sol-dagem, não é possível falar somente em tecnologia. É preciso considerar a quali-ficação da mão-de-obra e a melhor forma de aprimorá-la para a competição se tornar completa. Mais uma vez, o Centro de Excelência assume o crescimento e a dianteira da entidade. “Com a união da Indústria, Universidades,

pessoas envolvidas no Centro, ouvindo-as, desenvolvendo suas idéias, integrando-as no processo, dando os retornos e compensações necessários para manter um ambiente de colaboração e inovação má-xima. Deve valer-se de bons processos de planejamento anual nos quais todos sintam valer a pena a sua participa-ção. “Todos tornam-se cien-tes de que seus processos são conhecidos pelos concorren-tes, portanto ponto de parti-da mínimo para eles. Assim, se sentem desafiados para inovar em maior velocidade e a lançarem novos processos, produtos e serviços antes da demanda real e muito antes do que a concorrência conse-guiria fazê-lo”, explicou.

A FBTS já identificou um conjunto de Projetos Estru-turantes que oportunamen-te serão de conhecimento de todos. Sem dúvida, o primeiro deles é capacitar a entidade com instalações la-boratoriais próprias.“Temos que aproveitar os grandes investimentos previstos na área de energia, indústria naval e siderurgia para criar um parque industrial forte e sustentável, voltado não só para o mercado interno, mas apto a competir no mer-cado mundial. Esta compe-titividade está diretamente relacionada com a equação tecnologia e produtividade na soldagem”, concluiu La-erte Galhardo.

Instituições de Pesquisa e o apoio do Governo, iremos oti-mizar os recursos na busca de soluções para os problemas que afetam a produtividade e competitividade da indústria de construção soldada no Bra-sil”, disse Laerte Galhardo.

Para Fantine, a idéia de um Centro de Excelência é buscar a valorização de todos os seus colaboradores no sentido mais amplo possível e, assim, sua motivação plena. “Uma entidade como a FBTS foi construída com muita luta, inteligência e dedicação, tudo começando com um grande desafio. Alcançou, assim, o seu voo de cruzeiro como ocorre com todas as organi-zações vitoriosas”, disse.

Para ele, cada entidade deve mapear todas as opor-tunidades para integrar as

“ ”Nosso primeiro Projeto

Estruturante é capacitar a entidade com instalações

laboratoriais própriaslaeRTe galhaRdo

Vice presidente da FBTS e presidente doCentro de Excelência em EPC

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EnergiaEspecial Plano de negócioS da PeTRoBRaS 2009/2013

stas são algumas das me-tas que a companhia pre-tende alcançar com o Pla-no de Negócios orçado em

US$ 174,4 bilhões até 2013. O ambicioso plano da esta-

tal brasileira para os próximos cinco anos, aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras em janeiro des-te ano, ainda tem como foco atender a uma demanda de 135 milhões de metros cú-bicos por dia de gás natural. Deste total, 73 milhões de metros cúbicos por dia serão provenientes da produção nacional, mantendo a impor-tação de cerca de 30 milhões de metros cúbicos/dia da Bo-lívia e 32 milhões de metros

cúbicos diários decorrentes das plantas de gás natural liquefeito (GNL).

De acordo com a empresa, do total previsto para inves-timento nos próximos cinco anos, US$ 5,2 bilhões serão

E

em novos projetos e US$ 5,4 bilhões, em projetos já em andamento. A companhia deverá destinar para o setor de GNL cerca de US$ 3 bi-lhões, que deverá contar com uma terceira unidade de pro-dução de GNL e uma outra onshore, que terá caracterís-tica híbrida (de gaseificação e regaseificação). Em maio, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, apresentou o Plano na sede da Organização Nacio-nal da Indústria do Petróleo

Fortalecer a liderança da Petrobras no mercado brasileiro de gás natural com atuação internacional, ampliar o negócio de geração de energia elétrica no país, estabelecendo flexibilidade no suprimento e no atendimento às demandas, assim como flexibilizar a oferta aos mercados térmico, além de não-térmico e tornar-se uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo.

contra a crise

Terminal de Regaseificação de GNL da Petrobras na Baía de Guanabara

Foto agência Petrobrás - Stéferson Faria

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EnergiaP-51 / ESPECiALPor CéSar Guerra ChevranD

Foto agência Petrobras Steferson Faria

contra a crise

”“Do total previsto

para investimento nos próximos cinco

anos, US$ 5,2 bi serão em novos

projetos e US$ 5,4 bi em projetos já em andamento

Petróleo e gás

Navio Gás Natural Liquefeito (GNL) Golar Spirit

Por amanDa Pieranti e juliana aquinoFoto agência Petrobrás - Geraldo Falcão

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“(Onip), no Rio de Janeiro, e disse que para as atividades de exploração e produção serão destinados US$ 92 bilhões entre 2009 e 2013, sendo US$ 28,9 bilhões para desenvolvimento do pré-sal - região que receberá, até 2020, investimentos de US$ 111,4 bilhões.

Ainda segundo o diretor, com US$ 47,8 bilhões, a área de Abastecimento tem como meta agregar valor ao petróleo pesado doméstico e produzir diesel e gasolina nos padrões internacionais. Os investimentos em refino serão focados em qualidade dos combustíveis e aumento

da capacidade de processa-mento. A previsão de carga de petróleo processada para 2013 é de 2.270 mil/bpd, chegando a 3012 mil/bpd em 2020. Na área de Gás e Ener-gia, os principais projetos en-volvem integração da malha

- com construção de 2.332 quilômetros de gasodutos até 2010 e 307 quilômetros de gasodutos a partir de 2011, além de flexibilidade de suprimento e oferta, com a entrada em operação dos terminais de GNL.

Redução de custosApesar de a Petrobras não

incluir uma possível redução de custos no Plano de Negó-cios, a companhia reconhe-ceu a queda de preços e está comprometida à reduzir os custos dos bens, produtos e serviços usados em seus in-vestimentos. De acordo com o presidente da Petrobras,

”Os investimentos em refino serão focados em qualidade e aumento da capacidade de processamento

Presidente Lula discursa para os funcionários que trabalharam e que vão trabalhar na plataforma

Especial Plano de negócioS da PeTRoBRaS 2009 / 2013

Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, projeto estratégico para reduzir a dependência de gás importado

Fotos agência Petrobrás - Stéferson Faria

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15 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

tradicionais para projetos que podem ter soluções mais tradicionais. Precisamos revi-sar cláusulas contratuais, em termo de minimizar os riscos, reformular estratégicas de contratação e aprimorar o acompanhamento da execu-ção orçamentária de diversos projetos. Com isso, nós es-peramos um grande ganho de redução de custos como elemento importante para a financiabilidade de nossos projetos”, complementou o presidente.

Com relação à BR, a es-tatal informou também que haverá um crescimento de mercado, pulando de 35

pontos para 40,6, mais espe-cificamente na área de rede de postos, um crescimento de 26,3 para 40 pontos de participação. De acordo com a Petrobras, este crescimen-to está ancorado em três pontos: a incorporação da rede de postos Ipiranga no Centro-Norte e Nordeste, uma aposta feita na cres-cente melhoria da regulação de mercado, combate ao comércio irregular de com-bustíveis e um processo de incentivo integrado da rede de postos para aumento da produtividade.

Desses investimentos de US$ 2,1 bilhões, a com-

Sergio Gabrielli de Azevedo, a companhia adotará uma série de procedimentos para atingir este objetivo. “O pri-meiro elemento importante: nós iremos ao mercado com projetos mais detalhados, o que significa que o fornece-dor terá mais precisão na de-manda que estamos fazendo e, portanto, poderá avaliar melhor seus custos e, logo, oferecer um preço melhor”, disse Gabrielli. “Vamos ten-tar simplificar e uniformizar os projetos, utilizar equi-pamentos especializados, replicar unidades e utilizar prateleiras sempre que for possível, usar soluções mais

Petróleo e gás

Sérgio Gabrielli de Azevedo, Presidente da Petrobrás

Gasoduto Urucu - COARI

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panhia irá atuar de forma forte na adequação da in-fraestrutura e logística e também na área de GLP. Serão reformados centros operativos e construído um grande centro operativo no Rio de Janeiro, já em fase de andamento, que vai permitir que a Petrobras alcance a liderança no mer-cado de GLP.

Mercado Nacional Com o Plano de Negócios,

instituições referentes à in-dústria nacional, como por exemplo o setor de solda-gem, estão focadas e prepa-rando-se para acompanhar a Petrobras e, consequente-mente, fomentar a indústria brasileira. De acordo com o diretor presidente da Fun-dação Brasileira de Tecno-

logia da Soldagem (FBTS), Solon Guimarães Filho, este novo capítulo do setor de energia do país é, definitiva-mente, “para ninguém ficar parado. Todos precisam se preparar para este cenário de oportunidades. Com um grande plano como este da Petrobras, justifica-se uma adequada mobilização para o alcance de novos padrões

Navio Gnl - Golar Spirit atracado ao Terminal da Bahia da Guanabara

Especial Plano de negócioS da PeTRoBRaS 2009/2013

”“

Este novo cenário do setor de energia é, definitivamente,

para ninguém ficar parado.

Todos precisam se preparar

Foto agência Petrobrás - Stéferson Faria

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17 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

FPSO - Cidade São Vicente

Petróleo e gás

de produtividade, redução de custos e competitividade, e a FBTS está se estruturando para este novo caminho”, disse Solon.

Segundo o responsável pelo Departamento de Cur-sos da FBTS, Marcelo Maciel Pereira, com o anúncio do Plano e seu impacto no setor produtivo “a FBTS é chama-da para contribuir junto à indústria nacional buscando uma capacitação tecnológica inovadora no que tange às empresas, na formação de pessoal e na prestação de serviços, objetivando sempre ao aumento da produtividade e a redução de custos”.

Com o Plano da estatal, inevitavelmente haverá, por exemplo, uma grande possi-bilidade de contratação no Brasil de novas sondas (serão construídas 28 sondas para o Campo de Tupi, e a Petro-bras irá discutir como será conduzido processo de lici-tação), construção de dutos (adição de 307 km de dutos e novas estações de compres-são), navios e plataformas, exploração e produção de vários campos, ampliação do parque de refino, aqui-sição de equipamentos e um dos maiores desafios: a formação qualificada de mão-de-obra.

Para o diretor executivo de petróleo, gás, bioenergia e petroquímica da Associa-ção Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos

”“

O Plano de Negócios da

estatal vai gerar uma grande

possibilidade de contratação de novas sondas

Foto divulgação - agência Petrobrás

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(Abimaq), Alberto Machado, o Plano de Negócios é uma excelente oportunidade de renda e emprego e um dos únicos ou o mais volumo-so investimento do mun-do. “O Plano de Negócios é onde vemos de onde vem a oportunidade. As empresas precisam fazer uma pesqui-sa e achar o seu nicho de mercado. Temos demanda significativa interna, devido ao pré-sal, Petrobras e outras indústrias petrolíferas, e um parque fabril de primeiro mundo. Como as empresas de petróleo estão investin-do menos que em 2008, o mercado internacional es-tará com os olhos voltados para o Plano da Petrobras”, disse Machado, que aler-tou, ainda, sobre o risco de o mercado nacional perder algumas oportunidades. “Sempre há países interes-sados em vender pra cá com o suporte de empréstimos dados pelos seus bancos de desenvolvimento, agregando uma troca, ou seja, finan-ciando projetos desde que os equipamentos sejam de tal país”, completou.

No que diz respeito ao mercado interno de enge-nharia, a Associação Brasi-leira de Engenharia Indus-trial (Abemi) faz um balanço positivo sobre a estratégia da Petrobras. “O progressi-vo aumento dos índices de nacionalização conseguido nos empreendimentos não

deixa dúvida quanto ao au-mento progressivo de nossa competitividade”, disse o presidente Carlos Maurício de Lima de Paula Barros. “Nos últimos oito anos, a Petrobras aumentou em oito vezes os seus investi-mentos no Brasil, que foram executados, em sua maioria,

pelas associadas da ABEMI. A manifestação explícita do governo de privilegiar bens e serviços feitos no Brasil nos deu confiança para investir no futuro e vencer estes de-safios”, reiterou.

De acordo com o enge-nheiro e responsável pelos Departamento Técnico e de Certificação de Qualidade da FBTS, José Alfredo Bello Barbosa, a formação de pro-fissionais qualificados para o setor ainda é um dos maiores desafios que o Brasil terá que enfrentar para poder acom-panhar o mercado internacio-nal de igual para igual. Ainda segundo o engenheiro, a FBTS fará a sua parte certificando inspetores responsáveis e

Gasoduto Cacimbas-Catu - Primeiro ponto de solda

Especial Plano de negócioS da PeTRoBRaS 2009 / 2013

Fotos agência Petrobras - Stéferson Faria

”“

No que diz respeito ao mercado interno

de engenharia, a Abemi faz um balanço positivo

sobre a estratégia da Petrobras.

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19 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

qualificados. “Com relação aos cursos de certificação e treinamento da FBTS defini-tivamente irá acompanhar o avanço tecnológico para agre-gar valores e bons profissio-nais, atendendo à demanda”, disse José Alfredo.

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azeve-do, durante evento na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em Sal-vador, falou sobre o início dos testes de longa duração no Campo de Tupi, ocorrido em maio, e a demanda da Petro-bras por 28 navios-sondas.

Em relação aos projetos

voltados para o Estado da Bahia, Gabrielli destacou a construção de duas platafor-mas no estaleiro São Roque do Paraguaçu (Maragogipe, BA). Para a construção da P-59 e da P-60, plataformas auto-elevatórias idênticas, com especificações para ope-rar em lâminas d’água de até 110 m, a Petrobras está inves-tindo US$ 502 milhões.

Ainda segundo Gabrielli, outro grande projeto na Bahia é o trecho do Gasene que corta parte do estado, o Gaso-duto Cacimbas- Catu (Gascac). O gasoduto possui 954 km de extensão, sendo 794 km na

Bahia e 160 km no Espírito Santo. “Com a conclusão das obras do Gascac em março de 2010, as malhas de gasodutos do Sul-Sudeste e Nordeste do país estarão integradas“, afirmou o presidente.

Com relação ao pré-sal, Gabrielle afirmou que o Plano de Negócios é um projeto de investimentos que envolve 47,9 bilhões de novos proje-tos, especialmente na área do pré-sal. “Agora nós temos o pré-sal. Nós queremos che-gar ao primeiro milhão em 12 anos e 1,8 em 16 anos. Isso é um desafio enorme, e esse plano leva em conta essa

Presidente Lula e o Presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, inauguram o primeiro ponto de solda do Gasene

Petróleo e gás

Foto agência Petrobras Geraldo Falcão

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20 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

Engenharia industrial Plano de negócioS da PeTRoBRaS 2009/2013

possibilidade. Nós temos um investimento total, dados os preços do terceiro trimestre de 2008, de 174,4 bi”, disse o presidente da Petrobras.

Para o presidente da As-sociação Brasileira de Enge-nharia Industrial (Abemi), Carlos Maurício Lima de Paula Barros, a instituição tem a responsabilidade de exercer o papel de catalizador. “A Abemi tem a responsabilidade da convergência de idéias e, prin-cipalmente, de desenvolver esforços conjuntos com outras associações e entidades como a FBTS, para ajudar a dar velo-cidade a estes investimentos. A sobrevivência de nossas em-presas depende do sucesso desta empreitada”, disse.

Plano de Negócios da Petrobras é definido como uma agenda es-tratégica a longo prazo,

independente das conjuntu-ras de curto prazo. De acordo com o presidente da estatal, essa agenda envolve um con-junto de temas referentes aos movimentos de longo prazo da indústria do petróleo re-ferentes às necessidades de adicionar volumes e capaci-dades de produção de longo prazo em dimensões extre-mamente desafiadoras.

Agenda estratégicaA crise global e o Plano de Negócios

Ainda segundo Sérgio Ga-brielli, o desafio de cresci-mento é muito grande para a capacidade de produção mundial. “A Petrobras está numa situação privilegiada em relação a outras em-presas. Privilegiada porque, primeiro, ela tem reservas a desenvolver e tem recursos identificados em volumes significativos que podem virar reservas e, portanto, sustentar um crescimento muito acelerado da sua pro-dução”, disse.

OApesar da crise, segundo

o presidente da estatal, fa-zer da Petrobras uma grande produtora e se tornar um grande player nesta área de produção de petróleo é a meta. “Nós esperamos que, nos próximos três anos, a situação financeira esteja sob controle. Mesmo em condições de stress, nós queremos incorporar ao nosso plano a redução de custos que nós estamos pro-jetando e os preços do ter-ceiro trimestre, porque nós

BR Distribuidora abastece a rede de postos com Etanol

Foto agência Petrobras

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Petróleo e gássabemos que eles vão cair”, acrescentou Gabrielli.

Para o presidente do Sindi-cato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha, no Brasil a crise não atinge a construção naval, blin-dada com os financiamentos do Fundo da Marinha Mercan-te e com as encomendas da Petrobras e da Transpetro.

A geração de empregos nos estaleiros associados ao Sinaval registra 32 mil pessoas diretamente empregadas, além de outros 10 mil postos de trabalhos em estaleiros não associados e na indústria náutica. “A frota de navios com bandeira brasileira, em 2007, somava 3,3 milhões de TPB. As

encomendas em andamento nos estaleiros brasileiros, com contratos já assinados, somam mais 3,3 milhões de TPB, so-mente em 25 navios petrolei-ros”, disse Ariovaldo Rocha.

Para o presidente da Abemi, Carlos Maurício Lima de Paula Barros, apesar do cenário atu-al ser de grandes incertezas devido à crise internacional, é possível acreditar em planos futuros. “Os fundamentos ma-croeconômicos consistentes do país permitem-nos acredi-tar em perspectivas futuras de alta atratividade e importân-cia para a nossa sociedade”, disse Barros, que também elogiou o Plano de Negócios da Petrobras. “O aumento significativo da Petrobras em

seus investimentos para os próximos cinco anos, acres-cidos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), são a ponte visível para que possamos aguardar a retoma-da do desenvolvimento dos demais segmentos econômi-cos, que foram desacelerados ou paralisados pela crise inter-nacional”, concluiu.

Biocombustível

De acordo com a estatal, a estratégia é atuar normalmen-te no segmento de biocombus-tível com participação relevan-te no negócio de biodiesel e etanol. O valor dos investimen-tos, que estão previstos para o segmento como um todo, é de US$ 2,8 bilhões, mas, segundo a Petrobras, é fundamental sa-ber que existe um investimen-to previsto para produção de biocombusível, que é de US$ 2,4 bilhões e que está a cargo da Petrobras Biocombustível, e que também há cerca US$ 400 milhões previstos para a área de alcoodutos, que está a cargo da Petrobras, e mais especificamente para a área de abastecimento. Ainda segundo a empresa, a meta global de biodiesel é de 970 milhões de litros para 2013, sendo que 535 milhões de litros no Brasil.

Sobre investimentos em biodiesel no exterior, a Pe-trobras explicou que estão sendo desenvolvidos proje-tos na América do Sul e na África. Na América do Sul, a Colômbia é o foco principal na produção de etanol.

Refinaria de Biodiesel - Terminal de Guamaré

Foto Banco de imagens agência Petrobras

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Homenagem - maRca RegiSTRada de PRoFiSSionaliSmo e inTegRidade

“”

“Eu acho que foi a época mais feliz na

minha estadia na Petrobras. O Cenpes foi

fabuloso. Tudo que eu obtive sempre foi em função da dedicação,

de trabalho”

Plataforma de Garoupa: marco tecnológico na Bacia de Campos cuja construção foi gerenciada por Fragomeni

Antônio Sérgio PizArro FrAgomeniSobre o Cenpes, onde trabalhou quatro anos como

superintendente, em entrevista para o Memória Petrobras.

anTônio SéRgio PizaRRo FRagomeni

Legadode honra

Foto Banco de imagens - agência Petrobras

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23 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

Homenagem

ascido no Rio de Janeiro, em 22 de abril de 1946, formou-se em engenha-ria pelo Instituto Militar

de Engenharia, em 1968, ano de seu ingresso na Petrobras.

Trabalhou na Reduc e pós-graduou-se na Inglaterra. Na Bacia de Campos, foi gerente da construção da plataforma de Enchova e Superintenden-te geral de Garoupa. Foi chefe do escritório da Petrobras em Londres, superintendente do Sermat e do Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvi-mento Leopoldo Américo Miguez de Mello), e secretário de Política Tecnológica Em-presarial do primeiro governo FHC. Fragomeni foi também um dos mais ilustres e ativos membros do Conselho Téc-nico e Científico do Instituto Nacional de Tecnologia, além

Obras eternas são construídas sobre alicerces sólidos. E como suas obras o legado de sua vida ficará para sempre de pé em nossa memória como um exemplo de integridade e profissionalismo

de secretário de Desenvolvi-mento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), entre 1999 e 2001. De volta à Petrobras,

foi até o ano passado gerente executivo de Comunicação Institucional. Não são por aca-so as muitas memórias sobre o ilustre profissional. Tanto em termos de profissionalismo quanto em histórias parti-culares, que alguns amigos relembram como uma forma de homenageá-lo.

Solon GuimarãesFomos colegas durante

muitos anos na Petrobrás, onde sempre atuou com mui-ta competência nas diversas missões que recebeu em dife-rentes setores. Não é possível deixar de salientar como tra-ços marcantes da sua perso-nalidade a sua postura ética e a fidalguia no relacionamento profissional e pessoal, indis-tintamente, entre todos que o cercavam. Desempenhou importantes funções no Brasil e no exterior, representando a companhia em Londres, além de atuar junto ao governo, em Brasília, na área tecnoló-gica. Foi Superintendente do Cenpes, deixando também ali a sua marca de realizações na busca de soluções inovadoras com redução nos custos de pesquisa. Não poderia deixar de mencionar duas das suas realizações que tive a oportu-nidade de supervisionar, pes-soalmente, e que certamente enriqueceram a sua biografia pela importância estratégica, as quais ele sempre dedicou um carinho muito especial: como responsável pela im-plantação do sistema definiti-

Faleceu em São Paulo, em 14 de maio, aos 64 anos, Antônio Sérgio Pizarro Fragomeni. O ex-diretor, vice-presidente e conselheiro benemé-rito da Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS) marcou a trajetória de sua vida pelo profissionalismo e integridade.

N

“ ”Eram traços da sua personalidade a sua

postura ética e a fidalguia nos relacionamentos

Solon guimaRãeS Filho Diretor presidente da FBTS

Foto

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o

Por amanDa Pieranti

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24 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

Tecnologia maRca RegiSTRada de PRoFiSSionaliSmo e inTegRidade

vo de produção do Campo de Garoupa, no GECAM, como campo descobridor da Bacia de Campos, um símbolo da soberania nacional, e também o grande apoio que sempre prestou à FBTS, superando momentos difíceis, como Vice Presidente e, posteriormen-te, Conselheiro Benemérito. Reverenciar a sua memória é o mínimo que a FBTS poderia fazer em reconhecimento aos trabalhos que aqui realizou e que deram sustentação ao seu desenvolvimento.

José Luiz do LagoO meu primeiro contato

com Fragomeni foi no cam-po profissional. As primeiras descobertas de petróleo na Bacia de Campos levaram a Petrobras a criar um grupo de trabalho constituído de

sem deixar de atender aos pleitos das contratantes que considerasse justos. Termina-dos os trabalhos de Garoupa, Fragomeni teve uma carreira brilhante na Petrobras, ocu-pando cargos de destaque como chefe do escritório de Londres e superintendente do Cenpes. Como presidente da FBTS, o convidei para ser meu vice-presidente, o que foi aceito por ele. Estávamos, então, no mesmo barco e en-frentamos momentos difíceis no período. Sua experiência administrativa e o prestígio de que desfrutava na Petrobras foram fatores fundamentais para que superássemos os obstáculos enfrentados, ter-minando nossa gestão com a FBTS navegando em águas tranqüilas. Perdemos um amigo, mas resta a certeza de

“ ”Sua trajetória profissional

e o exemplo de figura humana permanecerão na

nossa lembrançaJoSé luiz do lago

Conselheiro da FBTS

Foto

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iro um também seleto grupo

de engenheiros e técnicos, com a finalidade de dar um tratamento prioritário à ex-ploração e desenvolvimen-to da bacia. Contratadas as principais plataformas e seus módulos, obras importantís-simas, porém de prazo longo, optou a Petrobras por abrir uma concorrência para a pro-dução antecipada do campo de Garoupa. A empresa da qual eu era um dos diretores ganhou esta concorrência. No dia imediato à abertura dos preços, fui chamado na Petrobras, onde o diretor Orfila comunicou-me que desejava o início imediato dos trabalhos e designou como gerente do contrato pela Pe-trobras o engenheiro Frago-meni. Foi o início de uma longa convivência, na qual aprendi a admirar sua capacidade de trabalho, competência e seus conhecimentos técnicos aprimorados no conceituado ‘Imperial Institute de Londres’, onde tinha realizado pós-graduação. O seu entusiasmo pelo trabalho a ser realizado, a isenção de suas decisões nunca deixando de atender uma reivindicação justa, sem prejudicar os interesses da Pe-trobras, conquistaram nosso respeito e admiração. Cabe aqui um parêntese, de que sua atuação era um reflexo de toda uma filosofia de trabalho implantada pelo diretor Orfila, exigindo o rigoroso cumpri-mento dos contratos em vigor,

“ ”Fragomeni era uma

pessoa especial, que nos deixa saudades, mas deixa também grandes exemplos

caRloS Tadeu FRagaGerente executivo do Cenpes

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25 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

que sua trajetória profissional e o exemplo de figura humana sempre atenciosa e a enfren-tar desafios, permanecerão na nossa lembrança e de todos que tiveram o privilégio de conviver com Fragomeni.José Paulo SIlveira

Perdemos prematuramen-te o profissional competente e o colega sempre amigo, nosso estimado Fragomeni. Tive o privilégio de percorrer caminhos muito próximos aos dele. A engenharia meta-lúrgica, a função de professor dos cursos de treinamento de engenheiros da Petrobras, a gerência do Cenpes, a Fun-dação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, a Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico do Ministério de Ciência e Tec-nologia e a Academia de Enge-nharia. Sei, portanto, como foi extraordinária sua contribui-ção e também como é grande agora o sentimento de perda de seus colegas e amigos. Seu conhecimento, entusiasmo e habilidade gerencial foram essenciais ao sucesso de mui-tas missões importantes na Petrobras, no Governo Federal e em instituições da sociedade civil. Engenheiro Metalurgista, pós-graduado na Inglaterra, tornou-se, desde o início de sua carreira, um ponto de re-ferência técnica na Petrobras. Transmitiu seus conhecimen-tos, com sólida competência para centenas de jovens en-genheiros da empresa. Mas não é apenas essa a razão pela

fício do aprendizado de todos os demais alunos. Esse era o Fragomeni, e assim continuará vivo em nossas memórias.

“Fragomeni marcou a his-tória da Petrobras, não só pela sua forma de lidar com as pessoas, pela educação, pela fidalguia, mas também pela enorme contribuição que deu à Companhia, tendo atuado em diversos setores da em-presa. Fragomeni atuou com desenvoltura e competência em áreas tão diversas quanto a Engenharia, Materiais, E&P, Petroquímica, Comunicação, atividades internacionais e, principalmente, na formação de recursos humanos. Eu faço uma menção especial à ati-vidade dele na formação de recursos humanos, porque a despeito de formalmente ele ter atuado nessa atividade apenas no início de sua car-reira, nós que convivemos com ele sabemos o quanto ele nos ensinou ao longo de toda sua trajetória. Fragome-ni era uma pessoa muito es-pecial, que nos deixa muitas saudades, mas deixa também grandes exemplos.

Orfila Lima dos SantosFragomeni foi um profis-

sional extremamente dedi-cado ao trabalho que tinha, entre outros grandes valo-res, a forma competente na formação e condução de equipes. Mesmo tendo trabalhado 40 anos na Petro-bras, vai fazer muita falta.

Homenagem

“ ”Transmitiu seus

conhecimentos, com sólida competência para

centenas de jovensJoSé Paulo SilveiRa

Diretor Associado da MacroplanProspectiva e Estratégia

qual é lembrado em todos os lugares da Petrobras. Sua paci-ência e relacionamento aten-cioso com os alunos ficaram gravados na memória coletiva dos técnicos da empresa. Das muitas estórias que compõem historia humana da Petrobrás, há uma muito saborosa que surge em todos os momentos em que se fala de Fragomeni. Durante suas aulas, respondia com muita atenção a todas as perguntas formuladas pe-los alunos, inclusive aque-las completamente fora do contexto. Nestas situações, sempre dizia: “Meu caro, sua pergunta é muito importante” e, como um mágico, retirava lá do fundo da pergunta idiota um fragmento aproveitável que se transformava numa resposta brilhante, em bene-

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té o fechamento desta edição, a Petrobras não havia concluído ainda o diagnóstico de demanda

por profissionais para o seu Plano de Negócios, o que só deverá acontecer no segun-do semestre. Atualmente, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petró-leo e Gás Natural (Prominp) tem cerca de 33 mil alunos formados, cerca de 6,5 mil alunos em curso e 38,5 mil aguardando início de turmas. Mas são números que mudam diariamente.

Por enquanto, estão sendo treinados os candidatos sele-cionados no quarto Ciclo de Qualificação Profissional, que

começaram as aulas em mar-ço e abril deste ano. No total, são 20.631 pessoas sendo capacitadas em todo o Brasil, dos quais 1.200 nas categorias profissionais de soldadores de tubulação, 1.200 soldadores de estrutura e 150 encarrega-dos de solda.

O Prominp tem um contra-to vigente com a Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS) para certifi-cação dos alunos que fizeram os cursos do nível de inspe-tor. No momento, há cerca de 130 alunos em processo de certificação na FBTS, in-cluindo os que já iniciaram exames e os que ainda serão convocados. Dos 130, dezenas

Os investimentos previstos pela Petrobras até 2013, estimados em US$ 10,6 bilhões na área de gás e energia, deverão provocar expressiva demanda de mão-de-obra especializada, devido ao forte impacto da aplicação desses recursos na indústria nacional, principalmente, no setor de soldagem.

A

Mão-de-obra meRcado de TRaBalho na áRea de Soldagem

Investimentos aumentam demanda de profissionais na área de

Inpeção em terminal de gasoduto na estação

Solda e i ndústria Foto Banco de imagens - agência Petrobras

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27 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

Superintendente executivo do departamento de Certificação da Qualidade da FBTS

Mercado de trabalho

Solda e i ndústria

correspondem a inspetores de soldagem.

Para o presidente da FBTS, Solon Guimarães Filho, o gran-de desafio do mercado nacio-nal de soldagem é a qualifica-ção da mão-de-oba, seja ela de soldadores ou inspetores de soldagem. “A melhoria con-tínua da formação profissional é um desafio constante, e para acompanhar o desenvolvi-mento a FBTS está sempre buscando soluções inovadoras ao oferecer em seus cursos de formação de inspetor de soldagem a melhor qualifica-ção possível de acordo com o avanço tecnológico”, reitera. “Mas é preciso deixar claro que, hoje, a maior deficiência para a formação de inspetores e engenheiros está, sim, na educação de base, nas esco-las do país”, complementa Solon.

Para o engenheiro José Alfredo Bello Barbosa, su-perintendente executivo do departamento de Certifica-ção da Qualidade da FBTS, o Brasil tem em seu mercado profissionais que não devem em nada à mão-de-obra in-ternacional. “Colocamos bons profissionais no mercado.

Concordo com o presidente da FBTS, Solon Guimarães, quando ele fala sobre a edu-cação de base do país. Aí está a grande questão”, completou o engenheiro.

Aptidão certificadaA Associação Brasileira de

Ensaios Não-Destrutivos e Ins-peção (Abendi) e a Associação Brasileira de Corrosão (Abra-co) também têm contrato de prestação de serviços com o Prominp. “A importância des-ses contratos se dá pelo fato

de compressão de Iacanga

O Brasil tem em seu mercado profissionais

que não devem em nada à mão-de-obra internacional

JoSé alFRedo Bello BaRBoSa

Por amanDa Pieranti

Foto Banco de imagens - agência Petrobras

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28 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

de as instituições certificarem que os alunos estão aptos a trabalhar como inspetores após os cursos oferecidos pelo Prominp”, informa a assesso-ria do programa.

Para Carlos Madureira, pre-sidente da ABENDI, a certifi-cação de profissionais é muito importante para a atividade de Inspeção por Ensaios Não Destrutivos. “Muitos equipa-mentos são de alto risco e, portanto, precisam ser inspe-cionados por pessoal treinado e com conhecimento técnico do ensaio a realizar”, acredita.

A ABENDI sempre esteve focada no treinamento, sejam aqueles proporcionados pela entidade, bem como pelos seus Organismos de Treina-mento Reconhecidos – OTR.

Mão-de-obra meRcado de TRaBalho na áRea de Soldagem

lhoria contínua do processo”, comenta Carlos Madureira.

Mas há algum tempo a ABENDI vem diversificando suas atividades para atender demandas de outros segmen-tos que não a área de Petróleo e Gás. Hoje já está implemen-tada a certificação de profis-sionais na área de Saneamento Básico, Inspeção Submarina, Acesso por Cordas, entre ou-tras. Em processo final estão a Avaliação de Atmosferas Explosivas e Inspeção de Fa-bricação. “Estamos, portanto, atentos às demandas do mer-cado e focados cada vez mais em oferecer o melhor serviço em atendimento ao trinômio Treinamento, Normalização e Certificação”, conclui o presi-dente da ABENDI.

“Estes organismos passam por um processo de Auditoria rigorosa para se credenciarem pela ABENDI como aplicadores do treinamento teórico e prá-tico, que leva à Certificação. A entidade valoriza e apóia os OTR´s com o objetivo de manter o alto nível dos cursos, através de suporte técnico e auditorias, que ajudam na me-

Pesquisador na unidade piloto de biodiesel - foto Rogério Reis

“”A maior deficiência

para a formação de soldadores, inspetores e

engenheiros está, hoje, na educação

de base do país

Foto agência Petrobras - rogério reis

Page 29: Revista FBTS N3 Agosto 2009 Bx

29 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

Terminal de armazenamento de tubulação do Gasoduto Urucu-Manaus

“”O fortalecimento da economia brasileira

gera empregos e provoca o

aumento de renda, fortalecendo o

mercado interno

FBTS vem atuando for-temente na formação dos profissionais de inspeção de soldagem.

Os desafios tecnológicos que o setor de petróleo e gás apresentam são enor-mes. Segundo Solon Gui-marães, a demanda por treinamento e certificação dos profissionais aumenta a cada mês, com a oferta de boa remuneração. “A FBTS já certificou cerca de 2.300 inspetores de soldagem”.

De acordo com Marcelo Maciel Pereira, superinten-dente executivo do depar-tamento de Cursos e Ges-tão Tecnológica da FBTS, uma questão interessante,

Liderança na formação de PessoalFBTS prioriza qualificação em soldagem e inspeção

atualmente, é o aumento progressivo do conteúdo na-cional pela Petrobras. “Esta opção melhora a capacidade instalada do parque tecnoló-gico brasileiro, estimulando o desenvolvimento de novos fornecedores, possibilitando a prática de menores preços, mais opções no mercado e flexibilidade com maior disponibilidade. O fortale-cimento da economia gera empregos e provoca o au-mento de renda fortalecendo o mercado interno”, afirma.

Conforme divulgado em seu Plano de Negócios, 59% dos US$ 174,4 bilhões que representam os investi-mentos da Petrobras estão

Ana exploração e produção, 25% no refino e transporte e 11,8% em gás e energia. Observa-se que os investi-mentos da Petrobras priori-zam sua meta de produção e para o Segmento E&P, cerca de US$ 28 bilhões relacionam-se com o desen-volvimento do Pré-Sal.

Neste contexto, a FBTS vem buscando o atendimen-to à formação de pessoal em inspeção de soldagem, já que a área de soldagem encerra uma série de pro-cessos com aplicação em diversos segmentos no par-que industrial do País, nota-damente as indústrias naval, petroquímica, nuclear e óleo

Mercado de trabalhoFoto agência Petrobras - Bruno veiga

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Mão-de-obra meRcado de TRaBalho na áRea de Soldagem

”“

A importância da tecnologia da soldagem se faz sentir ao longo

de todo o ciclo de vida de instalações

industriais

e gás. “A importância da tec-nologia da soldagem se faz sentir ao longo de todo o ciclo de vida de instalações industriais, desde a fase de projeto, passando pela fase de construção e montagem até as atividades de manu-tenção, configurando uma tecnologia sempre atual e em constante evolução à medida que o conhecimento científico e tecnológico se desenvolve”, lembra o supe-rintendente da FBTS.

A FBTS atua regularmente em vários estados do Brasil (CE, RN, BA, PE, MG, ES, RJ, SP e RS), onde os profissio-nais podem contar com ati-vidades da fundação. Além destes a FBTS está negocian-do parcerias com várias ou-tras instituições localizadas em outros estados.

A figura ao lado mostra o crescimento da demanda dos últimos anos e, de certa forma, pode-se inferir o es-forço que a FBTS vem fazen-do para atender ao mercado sem perda de qualidade e de forma rápida e eficiente.

Pré-sal

O desenvolvimento do pré-sal da Bacia de Santos vai direcionar o crescimento da produção da Petrobras no longo prazo. Aconteceram descobertas significativas de óleo leve e gás natural na Bacia do Espírito Santo, e a Bacia de Campos respon-de atualmente por 82% da produção total de petróleo

da Petrobras. Estes dados, segundo Marcelo Maciel Pe-reira, são significativos: “Nos orientam para a tomada de decisão e a distribuição geo-gráfica das nossas atividades para o atendimento às de-mandas do mercado”, diz.

Na área de Abasteci-mento, serão investidos US$ 47,8 bilhões sendo que 73% no refino, 8% em Dutos e Terminais, 7% no Transporte Marítimo e 12% em petroquímica. “Como estes investimentos estão previstos no par-que atual de refino, e a crescente demanda do

mercado doméstico apon-ta para a necessidade de investimentos em novas plantas de refino, a FBTS fortaleceu sua atuação na formação de pessoal nesta área. Dentre outros cursos ofertados temos o de For-mação de Inspetores de Equipamentos que já é re-alizado no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Gran-de do Sul, Espírito Santo. Este ano será realizado também em Minas Gerais e em Pernambuco”, salienta Marcelo, lembrando que tais cursos são feitos em parceria com a ABENDI.

Novos cursosEm função do aumento

da demanda por gás natural, com um forte crescimento médio previsto até 2013, e também a previsão de au-mento da malha dutoviária, a FBTS vem implementando esforços no atendimento dos Inspetores de Dutos Terres-tres. “Este curso tem como

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31 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

objetivo preparar profissio-nais da área tecnológica para as provas de qualificação e certificação nas atividades de inspeção, reabilitação, construção e montagem de dutos terrestres e seus com-plementos, de acordo com a Norma Petrobras N-2776, buscando atender aos re-quisitos do mercado nacio-nal de petróleo e gás. Para este curso, o público alvo é constituído de técnicos e engenheiros que possuem o CREA”, orienta Marcelo.

Com a busca da otimização dos custos e com o desen-volvimento do pólo pré-sal, através do desenvolvimento de novas fronteiras explo-ratórias, serão necessários novos equipamentos, novas plataformas e navios para atendimento a esta deman-da. “Como um dos gargalos previstos é a inspeção de fabricação destes equipa-mentos, estamos buscando a formação dos profissionais que atuarão na inspeção de fabricação”, adianta o supe-rintendente da FBTS.

A inspeção de fabricação é a atividade que tem como objetivo verificar, durante a fabricação dos equipamen-tos, a conformidade dos produtos fabricados com os documentos contratuais, bem como notificar as di-vergências e acompanhar as ações corretivas. A avaliação da qualidade de materiais e equipamentos é de fun-damental importância para

os clientes que adquirirão os equipamentos para os novos empreendimentos, expansões ou substituições dos existentes. Assim, a FBTS está oferecendo o Curso de Inspetor de Fabricação.

Brevemente, a FBTS dis-ponibilizará para o mercado Cursos de Especialização para Engenheiros de Soldagem, a fim de fortalecer o profis-sional no que concerne aos desafios tecnológicos, como

o processo de gestão da pro-dução soldada, e elaboração e qualificação de procedi-mento de soldagem, análise e seleção e dos processos de soldagem para aplicações específicas, possibilitando ao profissional a análise de questões envolvidas na soldagem dos materiais. Também será foco deste curso a análise de falhas e a avaliação da integridade es-trutural de juntas soldadas.

Mão de obra de soldador em treinamento

Mercado de trabalho

Foto Divulgação

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rguida em um espaço de 500 m², com capacidade para comportar o públi-co-alvo de cerca de 250

pessoas, o projeto Cidades da Solda – que começou em 2005 em Contagem, Minas Gerais, e depois seguiu para São Paulo, devido ao sucesso - responde à crescente demanda por mão-de-obra qualificada, am-pliando a empregabilidade na área de soldagem da região. A unidade abriga oficinas de formação de soldadores, que serão qualificados para o tra-balho nas áreas de petróleo e gás, siderurgia e minera-ção, além de papel e celulose.

A Cidade da Solda de Duque de Caxias, que tem a Petrobras como a principal patrocina-dora, oferece cursos de níveis

básico, médio e avançado para a atividade profissional na área de soldagem, com 300 horas /aula no total do curso. Segundo a Petrobras, as turmas já estão completas e, por enquanto, não há previsão para novos grupos de alunos. O projeto adotado contempla conteúdos programáticos adequados à construção da autonomia do aprendiz durante sua for-mação e seleciona pessoas que moram no entorno de refinarias ou de canteiros de obras do setor de Petróleo e Gás Natural, oferecendo cursos gratuitos na área de soldagem.

“Além de ser uma excelente forma de suprir a demanda para o trabalho de soldagem, a inauguração da unidade em Caxias é, ainda, um trabalho

E

de forte cunho social”, disse o diretor presidente da FBTS, Solon Guimarães Filho. “A FBTS pode orientar a todos que desejam fazer a qualifi-cação profissional”, comple-tou José Alfredo Bello, do departamento de certificação da qualidade da fundação.

Durante a inauguração da unidade, o gerente geral da Reduc e coordenador do Fó-rum Regional do Prominp de Duque de Caxias, João Ricardo Barusso Lafraia, disse que a Cidade da Solda fará módulo de aperfeiçoamento, para quem já tem alguma experi-ência, ou está desatualizado na área, adquirir condições de entrar, e outro de qualifi-cação, voltado a atender às exigências da Petrobras. “Este será um espaço de cidadania. A idéia é implantar uma série de outras oficinas e atividades sociais, de forma que os mora-dores encontrem qualificação para usufruir os benefícios das obras e empreendimentos da região”, afirmou Lafraia.

Cidades da soldaPetrobras responde à demandade mão-de-obra com as

Com base no crescimento do setor de soldagem do país e a neces-sidade crescente de profissionais qualificados e atualizados com o que há de mais novo em tecnologia, foi inaugurada em março, pela Petrobras, em Campos Elísios, no município de Duque de Caxias (RJ), mais uma etapa do projeto Cidades da Solda.

Qualificação um meRcado SemPRe caRenTe de novoS PRoFiSSionaiS

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33 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

Cidades da solda

”“

Este será um espaço de

cidadania. A idéia é implantar

uma série de outras oficinas e atividades sociais

Segundo a Petrobras, na nova unidade da Cidade da Solda, o papel do SEQUI será o de apoio no direcionamento aos temas de maior interesse da indústria do petróleo na área da soldagem, para que os treinamentos, foco dessa insti-tuição, tenham maior eficácia.

De acordo com o engenhei-ro José Alfredo Bello Barbosa, como a FBTS forma o inspetor de soldagem, o trabalho realiza-do na Cidade da Solda é funda-mental. “É um trabalho muito importante para o setor e com-plementar ao que é realizado na FBTS”, disse o engenheiro.

A unidade de Duque de Caxias tem, além da Petrobras (através da Refinaria Duque de Caxias) e do Fórum Regional do

PROMINP, uma parceria com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem Industrial, Mármore e Granito, Mobiliário e Vime de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Magé e Guapimirim (SITICOMMM).

Soldadores em treinamento nas unidades da Petrobras

Soldadores em treinamento nas unidades da Petrobras

Mercado de trabalhoPor juliana aquino

Foto Divulgação

Foto Divulgação

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Especial indústriaum meRcado SemPRe caRenTe de novoS PRoFiSSionaiSQualificação

á quase 30 anos o Setor de qualificação industrial da Petrobras (SEQUI) rea-liza a qualificação de mão-

de-obra e de procedimentos de controle da qualidade dos fornecedores da Petrobras. O SEQUI foi o primeiro centro de qualificação de pessoal do Brasil nas atividades de inspe-ção. Em 1994, a atividade de qualificação de inspetores de Soldagem recebeu a certifica-ção da norma ISO 9002. E, em 1997, na atividade de qualifi-cação de inspetores em En-saios Não-Destrutivos (END). As qualificações realizadas pelo SEQUI não contempladas pelos Sistemas Nacionais de qualificação e certificação de inspetores de Soldagem e END atendem às normas Petrobras de cada especialidade.

“O SEQUI é o precursor de tudo o que há hoje. Há mui-tos anos era preciso importar o profissional de soldagem ,porque não havia mão-de-obra especializada no Brasil. Hoje a história é outra”, disse o diretor presidente da FBTS, Solon Guimarães. “A ligação com o SEQUI sempre foi mui-to forte, e próxima. O SEQUI deu o suporte inicial para que FBTS encontrasse o seu próprio caminho”, declarou.

Com a vocação natural para treinamento e desen-

SEQUI – referência em soldagemCentro de qualificação do país aposta em tecnologia

volvimento, o SEQUI, assim como a Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, vem inovando e apostando alto no que diz respeito às novas tecnologias que estão em voga na indústria interna-cional da soldagem na área do petróleo, e aplicáveis a muitas outras áreas afins tais como: Processo TIG mecani-zado; Soldagem mecanizada/automática de dutos; Proces-sos de soldagem híbridos, por exemplo, MIG/Laser; Arco submerso de onda quadrada; MAG duplo-arame e MAG como modo de transferência curto-circuito controlado.

De acordo com o consultor técnico do setor de Engenha-

Hria/SL/ SEQUI/CI do setor de Certificação e Inspeção, Marcy Saturno de Menezes, no setor de soldagem o SEQUI poderá desenvolver, inclusive, em parceria com instituições de ensino e pesquisa, estudos sobre a soldabilidade de no-vos materiais propostos pela indústria do petróleo.

Outro ponto importante é propor, em apoio às necessida-des da Petrobras, procedimen-tos de soldagem para os novos materiais citados, além de poder avaliar e emitir parecer sobre processos de soldagem e suas novas variações paten-teadas por diversos fabricantes de equipamentos de soldagem em âmbito mundial.

Turma de Soldadores em treinamento

Fotos de Divulgação

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35 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

“”O SEQUI é

um Centro de Excelência que

exporta profissionais capacitados para diversas partes do

mundo

ParceriaO SEQUI e a FTBS sempre

mantiveram estreito relacio-namento. A parceria, no Sis-tema Nacional de Qualifica-ção e Certificação de Pessoal em Soldagem (SNQC-PS) como também no centro de exames de qualificação. Independente disso, as co-missões e conselhos contam com a participação de um representante do SEQUI do setor de certificação e qua-lificação”, disse Alfredo. “É um know-how de 30 anos de trabalho”, completou.

Do ponto de vista tecnoló-gico, segundo o engenheiro Marcy Saturno de Menezes, com o esperado nascimento do Centro de Excelência em Tecnologia de Soldagem da FBTS – mais uma inovação da fundação em busca pela melhoria no setor de sol-dagem no Brasil -, o SEQUI tem a expectativa da criação de mais uma parceria para que, de forma conjunta, as duas instituições possam colaborar de maneira rele-vante com a Petrobras no que tange a tecnologia de novos matériais, processos de soldagem e equipamen-tos de soldagem.

Os especialistas do SE-QUI já estiveram presentes em, aproximadamente, 50 países prestando assessora-mento técnico para as áreas de abastecimento, explora-ção e produção, transporte marítimo, transporte duto-

viário, gás e energia, além de demandas ocasionais das unidades de negócio. O SEQUI é também considera-do um Centro de Excelência que exporta profissionais capacitados para diversas partes do mundo, atuando de igual para igual com a mão de obra internacional.

Soldador em treinamento

O SEQUI possui 11 especialidades de qualificação profissional: Controle dimensional; Controle tecnológico de concreto; Elétrica; Ensaios Não-des-trutivos; Ensaios Não-destrutivos sub-marinos; Inspeção de dutos terrestres; Reconhecimento da Certificação de du-tos terrestres; inspeção de fabricação; inspeção de soldagem, Instrumentação e Pintura Industrial. Para os candidatos, a documentação necessária é diferente para algumas modalidades. Nas de Ensaios Não Destrutivos, os pré-requisitos estão descritos na Norma de Qualificação do Sistema Nacional de END - ABENDE. Para as modalidades de Soldagem, os pré-requisitos estão descritos na Norma de Qualificação do Sistema Nacional de Soldagem - FBTS. Para se qualificar nas modalidades do Sistema Petrobras, os pré-requisitos estão descritos na Nor-ma de Qualificação específica de cada modalidade. O SEQUI disponibiliza ainda a outras empresas o nome, firma e modalidade de qualificação dos aprovados. Uma prova da importante relação estabe-lecida entre a Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem e o SEQUI está no site da estatal. Links voltados para a FBTS sobre inspetores de dutos terres-tres e inspetores de soldagem chamam a atenção dos interessados para uma melhor qualificação e, conseqüente-mente, o sucesso profissional.

SEQUI – Excelência em Qualificação Industrial

Cidades da Solda

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leonam doS SanToS guimaRãeSAssistente da presidência da Eletronuclear

Energia para todo o País

FBTS em RevistaQual a importância de Angra 3 para a matriz energética brasileira?Leonam GuimarãesA retomada das obras de Angra 3 é um dos principais empre-endimentos da Eletronuclear. Terceira usina da Central Nu-clear Almirante Álvaro Alberto

(CNAAA), localizada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ), demandará investimentos da ordem de R$ 7,2 bilhões em cinco anos e meio, além do R$ 1,5 bilhão já investido. Trinta por cento do empreen-dimento já foram realizados. Quando entrar em operação, em 2014, a nova unidade

terá uma potência elétrica de 1.400 MW (térmica de 3.782 MW), e poderá gerar mais de 10 milhões de MWh por ano – carga equivalente a um terço do consumo total do Estado do Rio. Com a conclusão de Angra 3, o complexo nuclear de Angra terá capacidade para atender a cerca de 70% do consumo

Depois de Angra 3, Região Nordeste deve receber as novas usinas

Entrevista

A A Eletronuclear – Eletrobrás Termonuclear S.A. já iniciou os estudos para definir a locali-zação das novas centrais nucleares que serão

construídas no Brasil, alem de Angra 3, como a Central Nuclear do Nordeste, cuja região de inte-resse localiza-se na faixa litorânea entre Salvador e Recife. Em entrevista à FBTS em Revista, Leonam

dos Santos Guimarães, assistente da presidência da Eletronuclear, disse que os sítios serão selecio-nados considerando futuras expansões da Central Nuclear para até seis unidades de aproximada-mente 1000 MWe, cada. Leonan Guimarães dá mais detalhes dos projetos da empresa ao longo desta entrevista exclusiva.

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de energia do Rio de Janeiro. Hoje, Angra 1 e Angra 2 geram o equivalente a 50% da energia elétrica consumida no Estado. A construção da nova usina também permitirá a criação de novos empregos, aque-cendo o mercado de trabalho regional. No período de maior movimentação no canteiro de obras, a estimativa é que sejam criadas cerca de nove mil novas vagas. Esse contin-gente poderá ser ainda maior, podendo gerar 15 mil novas vagas em empregos indiretos, incluindo os que serão criados pelas empresas fornecedoras de peças e equipamentos, bem como pelo previsível au-mento da demanda por bens

e serviços, como resultado do aquecimento da economia local no entorno da Central Nuclear. Além do conjunto de obras civis, a conclusão do empreendimento incluirá a montagem eletromecânica e o comissionamento dos equi-pamentos e sistemas até a fase de testes operacionais.

FBTS em RevistaQuais são os principais empre-endimentos a serem imple-mentados neste e nos próxi-mos anos pela Eletronuclear?Leonam GuimarãesPor determinação da Secretaria de Planejamento e Desenvolvi-mento Energético do MME, foram iniciados os estudos de

localização da Central Nuclear do Nordeste, cuja região con-siderada “de interesse” fica na faixa litorânea compreendida entre Salvador e Recife. Os sítios serão selecionados consi-derando futuras expansões da Central Nuclear para até seis unidades de aproximadamen-te 1000 MWe, cada.No momento, a Eletronuclear está solicitando à Eletrobrás recursos para financiar a exe-cução das atividades que com-põem o processo de seleção de sítios para essa Central Nuclear, através da Reserva Global de Reversão - RGR. O cronograma de atividades prevê 20 meses. A primeira fase, que consiste na seleção das primeiras áreas

Energia nuclear

Canteiro de Obras da Usina de Angra 3. Ao fundo, as unidades UTN 1 e 2 de angra dos reis

Por amanDa Pieranti

Foto Paulo múmia

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Área dos geradores de vapor da Usina de Angra 2

Área do gerador de vapor da usina de Angra 2

candidatas, deve ser finalizada em quatro meses, a partir do efetivo início do processo. O valor global estimado é R$ 20 milhões. FBTS em RevistaQual o impacto desses inves-timentos para as empresas de engenharia industrial e fabricantes de materiais e equipamentos?Leonam GuimarãesCerca de 70% do orçamen-to para conclusão de Angra 3, de R$ 7,3 bilhões (base dez/2007), serão gastos em moeda nacional, através de contratação de empresas de engenharia, fabricação e mon-tagem brasileiras. FBTS em Revista Certamente, isso influenciará o setor de soldagem. De que maneira isso se dará e em que proporção?Leonam GuimarãesPara a construção de Angra 3, a demanda existente na área de soldagem será grande le-vando à necessidade de apro-ximadamente 400 soldadores qualificados no pico da obra da usina, que vem a ocorrer entre a metade do terceiro ano e a metade do quarto ano de construção. Lembrando que a demanda de soldadores se inicia nos primeiros meses de uma obra de 5,5 anos. FBTS em RevistaOnde buscarão mão-de-obra especializada, especificamente no setor de soldagem?

Leonam GuimarãesAs obras deverão ser iniciadas em breve, com a construção ci-vil. A demanda por soldadores ocorrerá posteriormente. FBTS em RevistaEm que etapa o projeto está?Leonam GuimarãesNo que se refere aos aspec-tos ambientais, a Usina já obteve todas as autorizações necessárias. No entanto, para a efetiva retomada do empre-endimento, a Prefeitura de Angra dos Reis deverá ainda conceder a licença para o uso

do solo. A Eletronuclear e a Prefeitura de Angra conclu-íram as negociações sobre as compensações socioam-bientais do empreendimento Angra 3 aplicadas a Angra dos Reis. Em atendimento às condicionantes estabe-lecidas pela Licença Prévia nº 279/2008 e Licença de Instalação nº 591/2009, o investimento para implanta-ção de Angra 3 contemplará R$ 317 milhões em projetos e atividades a serem execu-tadas durante o período de 2009 a 2014, que trarão sig-

leonam doS SanToS guimaRãeSAssistente da presidência da EletronuclearEntrevista

Foto Paulo múmia

Área do gerador de vapor da usina de Angra 2

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nificativos benefícios sociais e ambientais ao Município de Angra dos Reis.

FBTS em RevistaComo está sendo desenvolvida a tecnologia para disposição fi-nal adequada do lixo atômico?Leonam GuimarãesA Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA - pos-sui quatro depósitos iniciais de rejeitos de baixa e média atividade (depósitos 1, 2A, 2B e 3), devidamente licenciados pelo Ibama e pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que compõem seu Centro de Gerenciamento de Rejeitos – CGR. Estes depósi-tos têm capacidade suficiente para armazenar de forma segura, ou seja, isolados do público e meio ambiente, todos os rejeitos de baixa e

média atividade produzidos pela operação e manutenção das UTNs Angra 1, Angra 2 e Angra 3, até 2020. A partir da entrada em operação do Depósito Final de Rejeitos Ra-dioativos de Baixa e Média Ati-vidade (Repositório Nacional), prevista para 2018, os rejeitos armazenados nos depósitos

iniciais da CNAAA serão pau-latinamente transferidos para essa instalação, abrindo espa-ços para armazenagem inicial após essa data. Os elementos combustíveis usados, em que pese o fato de conterem em seu seio rejeitos nucleares, não podem ser considerados nem técnica nem legalmente como “rejeitos de alta ativi-dade”. Essencialmente, 95% do combustível usado são urânio, material físsil e, por-tanto, combustível passível de reciclagem. Nada impede, tecnicamente, que esse urânio venha a ser, futuramente, uti-lizado em reatores brasileiros, como de fato já é feito em diversos países como França e Japão. Dos restantes 5%, cerca de 3% são elementos radioati-vos que decaem rapidamente e, após um ou dois anos,

Leonam dos Santos Guimarães, com a Usina de Angra 2 ao fundo

“”

As obras deverão ser iniciadas

em breve, com a construção

civil. A demanda por soldadores

ocorrerá posteriormente

Energia nuclear

Foto alexandre loureiro

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40 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

Cobertura externa da cúpula do vaso do reator da Usina de Angra 2

representam ameaça insigni-ficante. Portanto, apenas 2% do material que sai do reator após transformar massa em energia por cerca de três anos, constituem rejeito radioativo de alta atividade e longo prazo de decaimento.

FBTS em RevistaE quanto ao armazenamento definitivo do lixo atômico?Leonam GuimarãesSoluções definitivas (repositó-rios eternos) ainda não existem porque ainda não são imedia-tamente necessárias. Sob a ótica de tecnologia e custos, já são viáveis há longo tempo. São razões de ordem política e perspectivas de uso futuro dos elementos combustível usado que têm postergado sua efetiva implantação no mundo. Consi-derando que a reciclagem de elementos combustíveis usados

no Brasil hoje não é viável nem técnica nem economicamente, porém é uma decisão que de-verá ser tomada pelas gerações futuras. O CDPNB estabeleceu a meta que o Depósito Interme-diário de Longa Duração (DILD) para elementos combustíveis usados seja implantado no País até 2026. Assim como nas UTNs Angra 1 e Angra, a UTN Angra 3 terá depósito inicial próprio, previsto no seu projeto.

FBTS em RevistaQual é o grau de nacionalização previsto (e possível) deste pro-jeto Angra 3?Leonam GuimarãesEm Angra 2, foi de 50,4%. Para Angra 3 a previsão é que seja 54% e para as usinas nucleares pós-Angra 3 a meta é de 70%. A experiência com a monta-gem eletromecânica de Angra 2 vem demonstrar a capaci-dade brasileira na montagem de empreendimentos dessa natureza. Todas as atividades foram executadas por empresas brasileiras, sob a supervisão e o controle técnico da própria Ele-tronuclear, sendo a participação estrangeira voltada apenas para atividades nas quais aspectos contratuais assim determina-vam. Quanto ao suprimento de equipamentos para Angra 3, a indústria nacional terá participação ativa, através da

“”

Essencialmente, 95% do combustível

usado são urânio, material físsil e, portanto, combustível passível de reciclagem.

leonam doS SanToS guimaRãeSAssistente da presidência da EletronuclearEntrevista

Foto Paulo múmia

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41 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

Início das obras de Fundação - Canteiro de Obras da UTN Angra 3

colocação de encomendas no valor de cerca de R$ 1,4 bilhão. A maior participação de estran-geiros se dará principalmente na fase de comissionamento de equipamentos e sistemas da Usina, cabendo à empresa franco-alemã Areva a comple-mentação do fornecimento de parte dos equipamentos, não disponível no mercado nacional, e o suporte técnico de alguns serviços específicos de supervisão de montagem e de engenharia.

FBTS em RevistaQue garantia a população tem com relação a riscos de acidentes?Leonam GuimarãesAs usinas nucleares possuem sistemas de segurança re-dundantes, independentes e fisicamente separados, em condições de prevenir aci-dentes e, também, de resfriar o núcleo do reator e os gera-dores de vapor em situações normais ou de emergência. Na situação improvável de perda de controle do reator em ope-ração normal, esses sistemas independentes de segurança entram automaticamente em ação para impedir condições operacionais inadmissíveis. Além de todos esses sistemas, as usinas nucleares de Angra possuem sistemas de seguran-ça passivos, que funcionam sem que precisem ser aciona-dos por dispositivos elétricos. Esses sistemas são as nume-rosas barreiras protetoras de

concreto e aço, que protegem as usinas contra impactos ex-ternos (terremotos, maremo-tos, inundações e explosões) ou aumento da pressão no in-terior da usina. Cerca de 95% das substâncias radioativas de uma usina nuclear são geradas no núcleo do reator durante o funcionamento deste, quando da fissão nuclear do combus-tível. O próprio combustível funciona como barreira in-terna, pois a maior parte dos produtos que se originam da fissão dos núcleos de urânio, fica retida nas posições va-zias da estrutura cristalina da matriz cerâmica do UO2. Ape-nas uma pequena fração dos segmentos de fissão voláteis

e gasosos consegue escapar da estrutura do combustível. Para reter essa fração, as pas-tilhas de dióxido de urânio são colocadas no interior de tubos revestidos por uma liga especial, chamada zircaloy. Os tubos são selados com solda estanque a gás. Na eventu-alidade de microfissuras em algumas varetas do elemento combustível, existem sistemas de purificação e desgaseifi-cação dimensionados para o reator continuar operando com segurança. O sistema de refrigeração do reator funcio-na como uma barreira estan-que, evitando a liberação de substâncias radioativas. Angra 1 e Angra 2 operam com um

Energia nuclear

Foto Paulo múmia

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reator do tipo PWR (água pressurizada), que é o mais utilizado no mundo.

FBTS em RevistaQual o nível de preparação dos profissionais que lidam com esta parte da usina?Leonam GuimarãesTodos os operadores de uma usina nuclear são altamente treinados e precisam ser ne-cessariamente licenciados pela CNEN. Os operadores de Angra 1 passam por um rigoroso trei-namento realizado nos Estados Unidos e na Europa, onde utilizam simuladores compa-tíveis com a Sala de Controle de Angra 1. A Eletronuclear possui em Mambucaba (muni-

Sala do Gerador da Usina de Angra 2

cípio de Paraty) um simulador que é uma réplica da sala de controle de Angra 2. Lá, todos os operadores da Usina Angra 2 são treinados, podendo-se reproduzir todas as situações que ocorrem durante o fun-cionamento normal da usina ou em situações anormais e

emergenciais. Operadores de diversos países têm sido treinados nesse simulador nos últimos anos. Ainda assim, há um plano de emergência que abrange uma área com raio de 15 Km em torno da CNAAA. Esse plano, que envolve além da Eletronuclear, o Exército, o Corpo de Bombeiros e os órgãos de defesa civil, con-templa todas as medidas para proteção da população da vizinhança das usinas no caso de um acidente nuclear, inclusive até a necessidade de evacuação ordenada e, por isso, periodicamente são feitos exercícios simulados para que se possa testar o seu funcionamento.

”“

Os elementos combustíveis usados em Angra 1 e Angra 2 são armazenados

em depósitos iniciais localizados no

interior das usinas

leonam doS SanToS guimaRãeSAssistente da presidência da EletronuclearEntrevista

Fotos de Paulo múmia

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Sistema secundário de Angra 2

AngrA 3

das KTA e AD – Merkblatt , a criação da usina será inspe-cionado de perto por técnicos de diferentes nacionalidades, que impõem exigências ainda mais rigorosas do que aquelas vistas em Angra 1. Afinal, o código alemão é mais severo que o americano (determina-do pela American Society of Mechanical Engineers), que apontara os padrões das duas

primeiras usinas fluminenses. E os diferentes processos de soldagem empregados durante as obras são alguns dos itens observados com mais rigor pelos inspetores.

“Com base nos códigos in-ternacionais, cada processo de soldagem envolvido, nas diferentes partes e equipamen-tos da usina, tem um projeto elaborado. Este define minu-

orque, regida por normas internacionais minuciosas, a construção de uma usi-na exige um processo de

registro e de documentação permanente. O que, em termos práticos, gera uma papelada de dimensões gigantescas.

Com a construção de Angra 3 não será diferente. Regida por especificações baseadas em normas alemãs intitula-

Normas extremamenterigorosas impõem

Qualidademáxima

Por juliana GuimarãeS

Soldagem em usinas nucleares – um desafio composto de eletrodos, know how e muita papelada

um PRoceSSo Sem maRgem PaRa eRRoS

Há uma frase que costuma ser muito repetida no canteiro de obras de uma usina nuclear, proferida em geral pelas equipes de soldagem. “Pre-cisamos de um caminhão para carregar o componente; então, vamos providenciar mais dois para a documentação”, diz-se. A brincadeira, que tem lá o seu fundo de verdade, simboliza o nível de exigência que marca os processos de soldagem em obras deste tipo.

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ciosamente todos os materiais que deverão ser usados, como vão ser feitas as soldas e por quem e como serão inspecio-nadas”, explica o engenheiro João Negreiros, da Gerência de Componentes Mecânicos da Eletronuclear.

Este projeto inclui dese-nhos, listas de materiais, planos de soldagem e de tratamentos térmicos, além das projeções das inspeções realizadas nos testes dos materiais que deverão ser usados. Cada uma das quali-ficações - que acompanham todo o processo de emissão do projeto - gera uma série de outros documentos que com-provam que ela foi feita e que os códigos são os exigidos.

E isso tudo, vale lembrar, é apenas o pontapé inicial. Pois, enquanto técnicos e engenhei-ros estão se esmerando nos es-critórios para a criação de toda essa papelada, já há equipes de soldagem sendo treinadas para o trabalho em Angra 3.

“Há dois principais desafios que diferenciam as soldagens em uma usina das de uma obra convencional. Uma delas diz respeito às condições nas quais as soldas serão feitas, durante a montagem. Mui-tas vezes o soldador precisa enfrentar situações adversas para fazer o serviço, em locais de difícil acesso, por exemplo. Por isso, antes de executá-lo, são feitas várias simulações, que procuram retratar as condições reais de trabalho”, conta Negreiros.

Já a segunda diferença se refere ao cuidado na seleção dos materiais. “Para garantir a propriedade das soldas, é preciso o uso de materiais que já tiveram as características adequadas testadas e com-provadas para aquela utiliza-ção”, prossegue o engenheiro. “Então é necessário que sejam feitos testes de qualificação do material, exatamente o mesmo que será usado”.

Esta etapa gera aos arquivos da Eletronuclear não apenas registros dos testes e certifica-ções, mas também amostras reais das peças soldadas. Nada de descarte: estas amostras são

catalogados e guardadas nos armazéns anexos às usinas, para que possam ser consul-tados a qualquer momento. Talvez por isso uma visita aos galpões que preservam tal tipo de material seja tão impactan-te: estão lá, depositados em in-finitas prateleiras e catalogados em planilhas rebuscadíssimas, as peças que serviram para os testes de soldagem na época da construção de Angra 1 e 2.

O papel dos chamados “ins-petores de soldagem”, nesta etapa e em todas as outras, é crucial. Impossível estimar quantos sejam esses profissio-nais, uma vez que, dependen-

AngrA 3 um PRoceSSo Sem maRgem PaRa eRRoS

Condensador da Usina de Angra 2

Foto Paulo múmia

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do da especificidade do serviço, são necessários peritos de dife-rentes origens e categorias. No caso de parte dos equipamen-tos, por exemplo, são exigidos os pareceres de inspetores da Eletronuclear, da empresa que os fornece e das instituições internacionais que supervisio-nam a usina. Mas, no caso dos serviços que se enquadram na categoria “engenharia nuclear”, é exigido também o parecer de um perito independente, que não tenha nenhum vínculo com as empresas envolvidas na construção. Este técnico em geral pertence a alguma consultoria estrangeira - mas,

há algum tempo, o Instituto Brasileiro de Qualidade Nuclear (IBQN) já está autorizado tam-bém a fazer tal perícia.

São os inspetores que fazem ensaios não destrutivos, inspe-ções por ultra-som, por raios-X e por líquidos penetrantes, por exemplo. E o caminho de um engenheiro para se tornar um inspetor não é simples: é necessário ter certificações emitidas pelas entidades re-conhecidas, que só são con-quistadas após treinamento adequado, comprovação de experiência, aptidão física e aprovação em exame prático. Ainda assim, a inspeção de

determinados processos de soldagem em uma usina só pode ser feita por aqueles que tenham determinado tempo de experiência; a de outros exige ainda um certificado médico, que comprove itens como acuidade visual.

Para o caso de Angra 3, os técnicos terão de ter neces-sariamente o certificado de inspetores do IBQN. Longe de se encerrar com o término das obras na usina, o trabalho de inspeção prossegue durante toda a sua vida útil. Isso porque, a cada parada - período anual no qual o funcionamento da usina é interrompido para a sua manutenção - é feita a perícia em algumas soldas pré-determinadas.

Independente dos inspe-tores, estima-se que Angra 3 demande aproximadamente 400 soldadores qualificados no pico da obra, ou seja, en-tre a metade do terceiro ano e a metade do quarto ano (serão quatro anos e meio de construção).

“Hoje existe no mercado uma demanda muito grande por profissionais de solda e en-saios não destrutivos. Podemos abrir brechas para a entrada de estrangeiros, mas a mão de obra nacional tem capacidade técnica para nos atender”, espera José Eduardo Costa Mattos, chefe do Escritório de Obras da Eletronuclear. “Os soldadores brasileiros, quando bem treinados, são plenamen-te capazes de realizar todas as soldas da usina”.

Solda de Alta Qualidade

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ABEMi

de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP). Isso se deve à descoberta da camada pré-sal, que pode colocar o país

entre os maiores produtores do mundo e vem contribuir para a confiança no futuro de grandes realizações.

Para o presidente da ABE-MI, Carlos Maurício Lima de Paula Barros, a engenharia tem importante papel não apenas na geração de em-pregos e renda, mas tam-bém no fortalecimento da soberania nacional. “Foi o domínio da engenharia de ponta que deu segurança e autonomia à Petrobras para aventurar-se a provar o gosto do pré-sal das águas ultraprofundas, conduzindo o país à autossuficiência na produção de petróleo”, diz.

Parceria históricaA festiva comemoração

de quase meio século de existência aconteceu em

Além disso, empresas privadas que atuam no setor deverão investir cerca de 34 bilhões de

dólares no país até 2013,

Quase meio século

á Serviço daengenhariaFBTS prestigia a ABEMI, grande parceira e fundadora, nas comemorações de seus 45 anos de fundação

PaRceiRa e FundadoRa da FBTS

Com 115 associadas e participação ativa no crescimento econômico do país, a Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI) tem razões de sobra para comemorar seus 45 anos de fundação: petróleo. Os investimentos no setor prometem crescimento para as empresas associadas, que festejam o presente satisfatório e futuro promissor, com anúncio de crescimento dos investimentos da Petrobras em todas as unidades de negócio, nos próximos cinco anos.

Solenidade de comemoração dos 45 anos da ABEMI

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47 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

45 anos de fundaçãoPor amanDa Pieranti

”“

A engenharia tem importante

papel na geração de empregos e também no

fortalecimento da soberania nacional

Foto Divulgação Prefeitura de Campos

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23 de junho, reunindo per-sonalidades representativas da engenharia nacional, contando também com a presença da Petrobras, re-presentada pelo diretor Renato Duque e o gerente executivo da Engenharia, Pedro Barusko, além de outros gerentes e muitos ex-presidentes da associação.

A Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS), que tem a ABEMI como uma das suas fun-dadoras, também esteve presente na figura do pre-sidente Solon Guimarães. “Sempre tive uma con-vivência muito próxima com a diretoria da ABEMI e muitas das suas empre-sas associadas, durante a

ABEMi

minha vida profissional na Petrobras e principalmente quando à frente do SEGEN”, pontua Solon.

Falando dos 45 anos da ABEMI, Solon reverencia a figura saudosa do Engº Pa-rker. “Sem dúvida, um gran-de pioneiro da engenharia industrial e de construção e

montagem no Brasil, sempre atento às soluções inovadoras mais avançadas e a sua absor-ção em termos da tecnologia aplicável a processos constru-tivos e concepcionais, numa fase anterior ao desenvolvi-mento tecnológico nacional, hoje amplamente liderado pelo CENPES”, declarou.

”“

A engenharia tem importante papel

na geração de empregos e renda,

e também no fortalecimento da

soberania nacional

Construção da jaqueta e da plataforma fixa de Mexilhão, no estaleiro Mauá, RJ

Carlos Maurício Lima de Paula Barros, presidente da Abemi

PaRceiRa e FundadoRa da FBTS

Foto

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49 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

relacionamento PE-TROBRAS/ABEMI se constituiu numa parce-ria que deu certo. “De

um lado estava a empresa estatal de petróleo com um expressivo e continuado programa de investimentos a cumprir e determinada a desenvolver, segundo pa-râmetros internacionais de custo, a engenharia nacio-nal. Do outro lado, estavam as empresas prestadoras de serviços de engenharia industrial da construção e montagem, dando respostas muito positivas em termos de capacitação tecnoló-gica, atuação gerencial e desempenho contratual”, argumenta o presidente da FBTS, Solon Guimarães.

O engenheiro ressaltou ainda que o resultado pal-pável dessa parceria se evi-denciaria com o grande salto de desenvolvimento do país principalmente nas áreas de óleo, gás, energia e constru-ção naval, durante esses 45 anos. “O parque básico de refino foi concluído desde a década de 70, tornando o país autossuficiente em deri-vados, com poucas exceções, sofrendo desde então, acrés-cimos de novas unidades, atualizações e moderniza-ção. Os recursos financeiros gerados pelo refino, em prin-

Incentivo mútuoA engenharia industrial brasileira e a Petrobras

cípio, custearam, em grande parte, os investimentos em exploração e produção que conduziram à descoberta da Bacia Submarina de Campos, em 1974, e a construção dos primeiros sistemas de desen-volvimento da sua produção. Hoje a Bacia de Campos contribui com mais de 80%

Oda produção nacional, culmi-nando com a sua autosufici-ência em petróleo”, observa o presidente da FBTS.

Solon Guimarães lembra, ainda, que a implantação dos sistemas definitivos de pro-dução da Bacia de Campos (que tiveram início no final da década de 70 até o final da década de 80 – consti-tuindo-se de 14 plataformas fixas nos Pólos Norte, Sul e Nordeste da referida Bacia) “só foram viabilizados pela existência no país de uma robusta infraestrutura de en-genharia tanto na produção de bens de capital, como de prestadoras de serviços de construção industrial forma-da nas décadas anteriores, ”

“O parque básico de refino foi concluído desde a década de 70, tornando o país

autossuficiente em derivados de

petróleo

45 anos de fundação

Sistema marítimo de Produção da Plataforma semi-submersível P.51

Foto agência Petrobras - Stéferson Faria

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resultante da exitosa parce-ria mencionada”.

Segundo o presidente da FBTS, as novas descobertas de óleo em águas cada vez mais profundas levaram à subs-tituição dos sistemas fixos de produção pelos sistemas flutuantes. “Numa primeira fase, ocorreu uma redução do conteúdo nacional cuja re-cuperação vem se dando de forma progressiva, podendo atingir-se hoje níveis compa-tíveis à capacitação atual da engenharia nacional”.

Montagem final do casco da Plataforma P-51 fora da doca seca

Abemi PaRceiRa e FundadoRa da FBTS

ABEMI foi fundada em maio de 1964 por um grupo de 12 empresários que visava desenvolver

ações de valorização do setor de engenharia de projetos e montagem industrial, buscan-do conquistar representativi-dade junto aos contratantes, indústrias das áreas de ener-gia, mineração, siderurgia, papel e celulose, química e petroquímica e petróleo e gás. É a única associação do país que reúne empresas de todas as áreas da engenha-ria industrial, do projeto à manutenção, passando por montagem, construção e gestão, permitindo a troca de informações no setor, o

45 anos de história para contarEngenharia industrial e Petrobras

que gera o desenvolvimento tecnológico e a consolidação do conhecimento.

Na ocasião da fundação, era uma época de mudanças significativas no cenário eco-nômico nacional. A fundação de grandes indústrias – como a Companhia Siderúrgica Na-

Acional (CSN), em 1941; a Vale, no ano seguinte; a Petrobras, em 1953; e a Usiminas, em 1958 – atraiu empresas espe-cializadas do exterior e serviu de incentivo para a criação das primeiras companhias brasileiras do setor.

De acordo com Barros, a fundação da entidade ante-cipava o futuro promissor do país. “Foi uma aposta correta no pioneirismo e espírito arrojado dos em-presários brasileiros, que permitiram o milagre econô-mico da década de 1970 e a construção de obras inicial-mente polêmicas, e depois de sucesso, emblemáticas, como a Ponte Rio-Niterói, ”

“Na ocasião da

fundação, vivíamos uma época

de mudanças significativas no

cenário econômico nacional

Foto agência Petrobras - Stéferson Faria

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51 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

a Usina Nuclear de Angra I, a Hidrelétrica de Itaipu e as plataformas da Bacia de Campos, todas com expres-são internacional”, afirma.

Após esta fase de cres-cimento, o país mergulhou em um período de retração econômica. Na década de 1980, apesar da diminuição dos investimentos, a ABE-MI coordenou esforços no objetivo de instituir uma nova cultura na engenharia nacional voltada para asse-gurar nível de qualidade dos projetos industriais. Esta mo-bilização, que mudou o pata-mar das empresas, permitiu a execução das plataformas da primeira fase da Bacia de Campos, com alto índice de nacionalização.

Na década de 1990, o Brasil esteve perto da estag-nação econômica. O setor estacionou e muitas empre-sas de engenharia industrial

fecharam as portas. Mas Bar-ros acredita que a articulação sempre presente entre as associadas, visando a defesa dos interesses coletivos, foi o que permitiu a retomada no início de 2000.

O empresário crê que a profissionalização deu mais autonomia ao setor, que agora se mobiliza para evoluir em nível de pro-dutividade, priorizando a qualificação de pessoal.

Por isso, o investimento em mão-de-obra qualificada é uma das principais realiza-ções da ABEMI. Em parceria com a Petrobras, a entidade coordena o Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQP) do Programa de Mobilização da Indústria Na-cional de Petróleo e Gás Na-tural (Prominp), criado pelo Governo Federal em 2003 com o objetivo de tornar a indústria nacional de bens e serviços mais competitiva na implantação de projetos de petróleo e gás no Brasil e no exterior. “A ABEMI tem o papel de coordenar os esforços de suas associadas para que tenham respostas adequadas e com a velocida-de que o mercado impõe à engenharia industrial brasi-leira e, portanto, do desen-volvimento e soberania do país”, comenta o presidente.

O vice-presidente da Abemi, Márcio Cancellara, reitera as palavras do pre-sidente, lembrando que as expectativas da associação, a curto prazo, “é de melho-ria contínua no atendimen-to às associadas, mediante a participação efetiva e im-portante em vários fóruns setoriais como o Centro de Excelência em EPC, o geren-ciamento do PNPQ (Plano Nacional de Qualificação Profissional), o Grupo de Trabalho de Produtividade em Construção e Monta-gem, o Grupo de Trabalho com a Petrobras e outros”.

Refinaria Landulpho Alves, um marco na história da Petrobras

Marcio Cancellara, Vice Presidente da ABEMI

”“

A profissionalização

deu mais autonomia ao

setor, que agora evolui em nível de

produtividade

45 anos de fundação

Foto agência Petrobras - juarez Cavalcanti

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e acordo com o Dire-tor Presidente da FBTS, Solon Guimarães Filho, a FBTS busca soluções

inovadoras, já que as institui-ções nacionais e internacionais estarão buscando tornarem-se cada vez mais competitivas. “Não podemos perder os in-vestimentos programados por falta de competitividade e perder as grandes opor-tunidades de geraração de empregos e participação ma-ciça da engenharia nacional”, afirmou Solon. “A metodologia utilizada pela Macroplan, que

induz ao desenvolvimento e à descoberta do que está faltando, é exatamente o que procuramos”, acrescentou.

De acordo com o consultor da Macroplan responsável pelo projeto da FBTS, Victor Prodonoff, estão sendo pes-quisados os principais fatores impactantes sobre produtivi-dade e custos junto a mais de 20 empresas e entidades do mercado brasileiro e mundial. A primeira carteira de projetos será voltada para o setor petró-leo. “Trabalharemos os resulta-dos desta pesquisa qualitativa

A busca contínua pelo alto padrão de qualidade da soldagem brasileira e pela competitividade no mercado internacional levou a Fundação Brasileira da Tecnologia da Soldagem (FBTS), criada na década de 80, a dar um novo salto em direção ao futuro: contratou a Macroplan, uma das maiores e mais experientes empresas de consultoria em cenários prospectivos, administração estratégica e gestão orientada para resultados, para auxiliar a Fundação na elaboração de um estratégia tecnológica com vistas ao aumento da produtividade e redução de custos na fabricação e na cons-trução soldada, principalmente no setor petróleo brasileiro em função da magnitude dos investimentos projetados para os próximos anos.

D

Modernização menoReS cuSToS e maiS PRoduTividade

Qualida deTecnologia em busca de

Victor Prodonoff, da Macroplan responsável pelo projeto da FBTS

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53 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

Qualida de

vimento tecnológico e de ca-pacitação serão incorporados pelas empresas participantes e pelos seus fornecedores, onde trarão ganhos de produtivida-de e redução de custos através de tecnologias inovadoras no cenário nacional”, completou.

A primeira fase do trabalho, voltada para o levantamento de necessidades e oportunida-des para melhoria da constru-ção soldada junto ao mercado brasileiro, já está sendo con-cluída e de acordo com o con-sultor a resposta está sendo favorável. “A pesquisa tem sido muito favorável à iniciativa da Fundação, e as contribuições dos profissionais entrevistados altamente relevantes para o desenho de uma estratégia que cause impacto”, afirmou.

Nas próximas etapas pro-fissionais de projeção na co-munidade de soldagem serão convidados para trabalhos de aprofundamento dos prin-cipais temas e isso, segundo Prodonoff, exigirá um compro-misso maior do tempo de par-ticipação destes profissionais.

Assim como a FBTS, a Ma-croplan espera que os projetos resultantes da consultoria aju-dem a elevar a produtividade brasileira em soldagem de equipamentos, em caldeiraria, na construção naval e offshore a padrões iguais ou bem mais próximos das melhores práti-cas mundiais. “Sabemos que os desafios são grandes, mas há um alinhamento político, econômico e empresarial em torno deste desafio, motivado,

Macroplanprincipalmente, pelas oportuni-dades trazidas pela exploração do pré-sal”, disse o consultor.

De acordo com Victor Pro-donoff, o trabalho ora desen-volvido com a FBTS deverá estar concluído até setembro deste ano, com a construção de uma carteira de projetos e na definição do modelo de gestão que a Fundação utilizará para tocá-los. Para atingir as metas e enfrentar o desafio contínuo do avanço da tecnologia, a FBTS irá apostar alto na certificação da mão-de-obra. “A FBTS já contribui há vários anos com a formação e certificação de pes-soal, mas este esforço precisa ser ampliado, pois a demanda do setor petróleo no Brasil é enorme. O adensamento tec-nológico da soldagem precisa andar em sincronia com a for-mação de profissionais capazes de extrair o máximo que a tec-nologia tem a oferecer em ter-mos de redução de custos e de produtividade”, disse. “Estamos agora numa fase de entrevistas com fabricantes de equipamen-tos, materiais e percebemos uma cobrança na formação de pessoal como, por exemplo, de engenheiros de soldagem”, disse o engenheiro José Alfre-do Bello Barbosa. “É a contri-buição que todos esperam da nossa instituição”, completou.

Para o Diretor Presidente, os desafios no setor serão sempre diferentes, mas alcançáveis. “O desafio de hoje já não será o de amanhã. Devemos estar preparados para enfrentar qualquer desafio”, declarou.

em oficinas e painéis temáticos, objetivando lançar uma carteira de projetos estratégicos de ino-vação para a soldagem no setor petróleo brasileiro”, disse Pro-donoff. “A FBTS será a gestora desta carteira de projetos, que serão conduzidos em parceria com empresas, institutos e uni-versidades localizados dentro e fora do país. Os resultados destes projetos de desenvol-

Por juliana aquino

Foto Banco de imagens - agência Petrobras

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Aparelho de Ultrasom para inspeção de soldas utilisado em treinamento na Abendi

frásio, da V & M do Brasil.Nascida do sonho de jo-

vens idealistas, no final da década de 70 (março de 79), os profissionais de END decidiram encarar o desafio

de organizar sua área de atuação, carente de norma-lização e de qualificação e certificação profissional. As-sim, a Abendi foi criada com o intuito de oferecer serviços em prol do desenvolvimen-to e gestão de tecnologias empregadas na inspeção de materiais, geralmente utilizadas nos setores petró-leo/petroquímico, químico, aeronáutico, aeroespacial, siderúrgico, naval, eletro-mecânico, papel e celulose, entre outros.

Agora, a Abendi tem como presidente o engenhei-ro metalurgista Carlos Madureira, diretor da

Bureau Brasileiro Ltda. (BBL) e como vice Edson José Eu-

Novos desafios Abendi comemora três décadas de fundação e aponta

A Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção – Abendi – entidade sem fins lucrativos, que visa a difundir as técnicas de END e Inspeção no mercado, através da articulação entre indústrias, instituições de ensino, pesquisas e profissionais, comemorou, este ano, 30 anos de existência. Na ocasião, foi anunciado seu novo quadro diretivo, assim como os membros dos conselhos Fiscal e Deliberativo.

Abendi 30 anos enSaioS não deSTRuTivoS

Fotos Duvulgação aSCom abendi

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55 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

Bancada de experimentos no laboratório de treinamento da Abendi

Foi sob a gestão de João Rufino Teles Filho que a Aben-di comemorou 30 anos, com gosto de missão cumprida: “Creio que a entidade alcan-çou marcos extremamente significativos em muito pou-co tempo. Podemos destacar a consolidação da entidade na formação, capacitação e certificação de pessoas para ensaios e inspeção, na elaboração de técnicas na-cionais, no desenvolvimento de projetos de pesquisas e, especialmente, cumprindo a missão de difundir a tecno-

logia e congregar pessoas”, salientou à revista da Abendi comemorativa de 30 anos.

Um dos objetivos da atual gestão é consolidar a Abendi nos temas treinamento, nor-

malização e certificação, no Brasil e na América Latina. “Creio que o maior desafio é fazer com que o SNQC/END – Sistema Nacional de Qualificação e Certificação de Pessoal em END continue sendo uma ferramenta de apoio ao desenvolvimento industrial do país”, comen-tou Madureira.

Segundo o presidente, a engenharia de inspeção no Brasil já atingiu um estágio de excelência, que permi-te que muitas empresas minimizem suas paradas

Abendi 30 anos

“”Um dos objetivos

atuais é consolidar a Abendi nos

temas treinamento, normalização e

certificação

Por amanDa Pieranti

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de manutenção, obtendo ganhos significativos com o aumento de produção. “Obviamente, existem se-tores que aproveitam esta evolução e já implementam novas filosofias, como ins-peção baseada em risco, por exemplo”, pontua Ma-dureira.

De acordo com ele, a integridade dos materiais e equipamentos é uma bus-ca contínua de todos os envolvidos neste processo. “Cada vez mais existe uma conscientização de que o risco quanto à vida humana e o meio ambiente não po-dem ser mensurados. Neste caso, pesquisam-se continu-amente novas tecnologias que possam aumentar a confiabilidade dos ensaios e testes, visando, assim, a garantir a qualidade dos serviços de inspeção”, com-

certificado. É necessário conhecer equipamentos e acessórios, desenho téc-nico e ter facilidade de comunicação e redação. A exigência de Curso Técnico para entrar na área, que será implantada a partir de 2012, tem esse objetivo, bem como o curso de nive-lamento que também será implementado. Este curso objetiva dar uma prepara-ção maior aos candidatos que não possuem formação técnica”, disse o presidente da Abendi, lembrando que serão enfocados aspectos não abrangidos nos cursos de segundo grau, tais como Desenho Técnico, Processos de Fabricação, principais tipos de equipamentos em plantas industriais etc.

Reconhecimentointernacional

O desafio enfrentado pelo grupo de fundadores rendeu frutos para os profissionais da área, para as empresas de inspeção e ensaios, para a indústria e para a economia brasileira, com ênfase para a exportação de bens e ser-viços. Segurança e saúde do trabalhador, bem como pre-servação do meio ambiente, são benefícios resultantes destas conquistas. Além da segurança do consumidor em relação à qualidade de produtos e serviços.

Não foi por acaso e sim por mérito que a Abendi é

A Abendi atua no desenvolvimento de tecnológias para a inspeção de materiais utilizados na indústria da soldagem

Abendi 30 anos enSaioS não deSTRuTivoS

Foto Banco de imagens -agência Petrobrás

plementou Madureira. Avaliando as carências do

setor, ele aponta como uma das maiores dificuldades a formação de profissionais. “Não basta somente ser

“ ”O risco quanto à vida

humana e o meio ambiente não pode ser

mensuradocaRloS maduReiRa

Diretor da Bureau Brasileiroe presidente da Abendi

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57 FBTS em ReviSTa Ano 1 - Número 3 - Agosto de 2009

Abendi 30 anosreconhecida nacional e inter-nacionalmente, trinta anos depois de sua fundação. Ela é reconhecida pelo Ministé-rio da Ciência e Tecnologia como Entidade Tecnológica Setorial e pela European Federation for NDT – EFNDT, através do Mutual Recogni-tion Agreement – MRA. Os profissionais certificados no Brasil têm a sua qualificação reconhecida em países da Europa, e a associação é cre-denciada pela ABNT como Organismo de Normalização Setorial; acreditada pelo INMETRO como Organismo de Certificação de Pessoal; e qualificada como Organi-zação da Sociedade Civil e Interesse Público pelo Mi-nistério de Justiça.

A Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS), que teve a Abendi como uma de suas sócio-fundadoras, parabeniza as três décadas de existência da Associação. “A FBTS se sente honrada pela par-ceria e apoio obtidos ao longo destes anos”, diz o presidente da FBTS, Solon Guimarães Filho, lembran-do que tanto a soldagem quanto as atividades de END contribuem para a qualidade dos bens e ser-viços, redução de custo e aumento da competitivida-de das empresas. “Ambas as atividades requerem pessoal treinado e certi-ficado e procedimentos

de execução previamente qualificados. São portanto atividades que se comple-mentam, tornando as duas entidades fundamentais para o desenvolvimento industrial, social e para segurança operacional dos equipamentos fabricados”, finaliza Solon.

Responsabilidade social Impossível falar da trajetó-

ria da Abendi nestes 30 anos sem evidenciar responsabili-dade social, que na visão da associação, não é somente a participação das empresas na solução de problemas sociais do país. É também o compromisso que as em-presas têm com a socieda-de, através da qualidade do que produzem, a segurança em relação a equipamentos e processos empregados, garantindo a preservação ambiental e a saúde, não apenas dos funcionários, mas da comunidade abran-gida por suas atividades.

Foto histórica da fundação da Abendi

Foto Divulgação aSCom abendi

“”A FBTS se sente

honrada pela parceria e apoio

obtidos da Abendi ao longo destes

anos

A Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos tem uma nova si-gla, ABENDI, e não mais ABENDE. A mudança veio acompanhar o mercado de Ensaios Não Destruti-vos (END), que agora não se limita apenas à END, e voltam suas ati-vidades para a Engenharia de Ins-peção, em que os ensaios, é uma das ferramentas que garantem a Integridade dos Equipamentos. A troca do “E” para o “I” incorpora a atividade de Inspeção, que já está no nome da Associação há muito tempo.

Fique sabendo:

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Abendi 30 anos enSaioS não deSTRuTivoS

Alunos assistem aulas de END em curso da Abendi

Espera-se, portanto, segu-rança por parte das empre-sas em relação aos serviços e produtos oferecidos. A primeira empresa brasileira a se preocupar com qua-lificação e certificação foi a Petrobras. Ela criou, em 1978, o Setor de Qualifica-ção e Certificação (SEQUI). E a primeira especialidade abordada foi a de Ensaios Não Destrutivos (END).

Segundo o engenheiro Wilson do Amaral Zaitune, da área de Certificação e Inspeção da Petrobras, que participou da fundação da Abendi, um ano após a criação da associação a en-tidade passou a coordenar um trabalho de detalha-mento das bases técnicas e administrativas para a constituição de um sistema brasileiro de certificação de profissionais em END. Todo este trabalho, resultou na criação do Sistema Nacional de Qualificação e Certifica-ção Pessoal em Ensaios Não Destrutivos.

Luiz César de Almeida, gerente de Certificação, Qualificação e Inspeção de Engenharia da Petro-bras – SEQUI – destaca que a implementação da qualificação e certificação de profissionais de END, no Brasil, contribuiu de forma relevante para a qualidade e confiabilidade das instalações da Petro-bras nas áreas de óleo,

gás e energia. “Também é inegável a influência direta da certificação no nível de capacitação da mão-de-obra no Pais e nos avan-ços tecnológicos da área”, disse ele, em entrevista à revista especial de 30 anos da Abendi.

A partir da implantação desta cultura de segurança e qualidade pela Abendi, foram identificadas áreas mais críticas na qual a ne-cessidade de certificação e inspeção era imprescindí-vel. Isto gerou conteúdos programáticos para cursos, elaboração de normas em parcerias com as entidades responsáveis nacionalmen-te, mais investimentos em educação e formação profis-sional. Como o desenvolvi-mento está sempre impon-do novos desafios, a Abendi é, desde dezembro de 2008, a entidade responsável pelo Registro de Auditores Certi-ficados (RAC).

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A primeira empresa brasileira

a se preocupar com qualificação

e certificação foi a Petrobras, com a criação do SEQUI

Foto Divulgação aSCom abendi

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