Revista Fale Mais Sobre Isso

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1 Fale Mais Sobre Isso

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A Revista “Fale Mais Sobre Isso” nasce com o intuito de ser um veículo de comunicação entre os profissionais da Psicologia e a sociedade em geral em Uberlândia(MG) e região. Se é conversando que a gente se entende, esta revista pretende ser um espaço democrático, responsável e de qualidade por meio do qual os psicólogos – e demais profissionais, direta ou indiretamente, ligados ao universo da saúde mental – possam trocar experiências, divulgar seus trabalhos, apresentar suas idéias, demonstrar suas importâncias e oferecer seus serviços.

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CARTA AO LEITOR................................... 3

PSI’s ............................................................... 4

ENTREVISTA .............................................. 5

CONHEÇA MELHOR ................................ 8

DEPOIMENTOS ........................................ 10

SAIBA MAIS .............................................. 12

GUIA DE PSICOLOGIA DE UBERLÂNDIA

E REGIÃO .................................................. 13

SEÇÕES

CA

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AO

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ITO

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CoordenadorLeonardo AbrahãoDiagramação e ArteOsvaldo Guimarães

A Psicologia, as ciências Psi e todas as ciências e práticas ligadas

ao universo da Saúde Mental mudam e salvam vidas. Nosso objetivo é, democraticamente,

falar mais sobre isso e divulgar ao máximo os profissionais dessas

áreas. Dessa forma, todo o conteúdo da Revista Fale Mais

Sobre Isso nos ajudará nessa tarefa – assim como os debates,

as conversas, as controvérsias e a muito bem vinda participação dos

leitores. Leia-nos. Escreva-nos. Sua participação nos felicita e

engrandece!Contato comercial: (34)99661835

[email protected]

“Eu escavo a casca do impossível até achar o pos-sível lá dentro”. Esta inspirada frase de Carlos Drum-mond de Andrade poderia estar grafada nas portas ou nos cartões de visita de todos os profissionais de-dicados a tornar melhor a vida das pessoas. Tornar melhor a vida das pessoas – objetivo maior e para o qual todas as profissões, habilidades e competências humanas deveriam dirigir-se justamente por serem... humanas. Escavar a casca do impossível: lutar contra as adversidades, sobreviver às contrariedades, resistir às desesperanças e suportar as desilusões. Com inte-ligência. Com vitalidade. Com otimismo. Com criati-vidade. Achar o possível: saber encontrar-se; saber-se humano e saber-se capaz, humanamente capaz, de se

redescobrir ou de se reinventar, apenas falando... ouvindo... pensando. Com essa crença – a crença de que se escavando o impossível podemos achar o

possível lá dentro –, a Revista Fale Mais Sobre Isso nasce em Uberlândia com o in-tuito de ser um importante veículo de comunicação entre os profissionais da Psicologia e entre esses e a sociedade em geral. Se é conversando que a gente se entende, esta revista pretende ser um espaço democrático, responsável e de qualidade por meio do qual os psicólogos – e demais profissionais, direta ou indiretamente, ligados ao univer-so da saúde mental – possam trocar experiências, divulgar seus trabalhos, apresentar suas idéias, demonstrar suas importâncias e oferecer seus serviços. Oferecer seus ser-viços? Sim. Toda edição da Revista Fale Mais Sobre Isso apresentará um Guia de endereços e telefones ao qual as pessoas interessadas em serviços ligados à saúde men-tal poderão recorrer quando sentirem necessidade dos mesmos. Considerando que o mercado profissional não existe de forma independente ao que dele fazemos, importa aos profissionais da saúde mental – e, em especial, aos psicólogos de Uberlân-dia e região –, a existência de um veículo de comunicação por meio do qual as suas valiosas atuações possam ser divulgadas e conhecidas pelo grande público. A Psicologia, as ciências Psi e todas as ciências e práticas ligadas ao universo da saúde mental já ocupam um lugar de destaque nesse século que, por ora, apenas se inicia e é considerado o século do conhecimento. Se assim o é, Uberlândia e região passam, agora, a contar com um poderoso instrumento de divulgação das potencialidades terapêuticas das áreas do conheci-mento humano comprometidas com o mais louvável dos objetivos das ciências: tornar melhor as vidas das pessoas.

Se é escavando a casca do impossível que podemos encontrar o possível lá dentro, é chegada a hora de nos doarmos a esse exercício. Conhe-cimentos salvam vidas e é a partir desta crença que nos esforça-remos para esta revista chegar a todos os cantos e recantos dessa nossa região privilegiada pela presença de excelen-tes profissionais comprometidos com a saúde de todos. Se, como certa vez disse Freud, poetas e filósofos, antes dele, já haviam descoberto o inconsciente, é hora, agora, de nossos conterrâneos descobrirem as Psicologias, as ciências e todas as práticas que lidam com o psiquismo hu-mano. Escavando o impossível e achando o possível lá dentro.

Portanto, falemos mais sobre isso. Falemos muito. Falemos todos. Falemos... sempre!

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Maconha pode acelerar manifestação da Esquizofrenia

É o que concluem pesquisadores australianos após uma revisão de 83 estudos, envolvendo 8.167 pessoas com do-enças psicóticas (como a esquizofrenia) que usavam maconha e 14.352 que não tinham o mesmo hábito.

Matthew Large, um dos responsáveis pela pesquisa, afirma que entre os jovens usuários de maconha a doença aparece em média 3 anos antes do que entre aqueles que não são usuários da droga.

O Dr. Christoph U. Correll, do Zucker Hillside Hospital (EUA), defende que a maconha causa transtornos psicó-ticos apenas naqueles que já possuam uma pré-disposição à doença. Alerta ainda, que em alguns casos de pessoas que possuem pré-disposição a transtornos psicóticos, a doença pode nem vir a aparecer sem o uso de nenhum tipo de substância psicoativa ilícita.

Fonte: Portal Boa Saúde Uol.

PS

I’s

...pessoas que possuem convênio mé-dico têm direito à sessões de psicotera-pia?

De acordo com a ANS (Agência Na-cional de Saúde Suplementar), todas as pessoas que possuem plano de saúde com-plementar (convênio médico) têm direito a um número entre 12 e 40 sessões de psi-coterapia por ano com psicólogos conve-niados.

...a psicoterapia pode ser mais útil do que você imagina?

Incontinência urinária, dores de cabe-

ça, medos incontroláveis ou inexplicáveis, ansiedade, insônia, gastrites, ciúmes exa-gerado, insegurança no trabalho ou no relacionamento, lutos intermináveis, falta de apetite, obesidade, auto-estima bai-xa, traumas de infância, dores no peito, dificuldades com o corpo, tiques nervo-sos, fantasias sexuais, impotência sexual, pensamentos incontroláveis, angústias ou crises existenciais, dúvidas profissionais, seleção de pessoas, problemas escolares, sentimentos torturantes de culpa e tris-tezas sem fim podem ser trabalhados por psicólogos especializados.

VOCÊ SABIA QUE...

Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma

humana, seja apenas outra alma

humana

Carl Gustav Jung

Quando a mente está pensando, está falando

consigo mesma Platão

Existo onde não penso

Freud

O que é verdadeiramente imoral

é ter desistido de si mesmo

Clarice Lispector

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Jorge Pfeifer Costa é psicólogo há 34 anos, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Marcos, hoje Universidade São Marcos, em São Paulo. É credenciado pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, como Supervisor Clínico, Empresarial e Educacional e desenvolve esse

trabalho em supervisões clínicas e afins em Uberlândia / MG. Possui formação especializada em terapias de múltiplas abordagens e especialização didática em Psicanálise pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É escritor, articulista em revistas e jornais de Uberlândia, debatedor em programas ligados à Psicologia e palestrante em áreas ligadas ao mercado de trabalho e educação. Foi o fundador do CESMU – Centro de Estudos

de Saúde Mental de Uberlândia, hoje extinto e exerce o seu trabalho clínico e social nessa cidade. A entrevista – que nos foi concedida na bela residência em que Jorge mora com sua muito simpática esposa – ocorreu em meio ao excelente bom humor e a inesgotável solicitude desse impor-

tante pioneiro da Psicologia em Uberlândia. Foram bons ventos os que o trouxeram para cá e melhores ainda os que o mantiveram-no por aqui. Sua prática profissional e as suas colaborações com jornais, revistas e programas de televisão têm contribuído, há três décadas, para o crescimento e o

fortalecimento da Psicologia em nossa região. Para nós, é uma imensa honra tê-lo como o primeiro entrevistado da Revista Fale Mais Sobre Isso – o primeiro de todos os grandes profissionais que iremos entrevistar!

Então, conte-nos Jorge, conte-nos como tudo isso começou...

Jorge Pfeifer Costaentrevista

Por quê a opção pela Psicologia?O que nos leva a fazer um curso de

psicologia? Eu também passei por esse questionamento e isso acontece quando somos jovens, desejamos muitas coisas, mas temos algumas dificuldades em nos fixarmos em nossas decisões. Eu cursava Administração de Empresas, gostava de algumas coisas mas achava que alguma coisa de minha personalidade e nature-za estava fora de lugar. Interrompi o cur-so e fui tratar do meu desentendimento comigo mesmo. Penso que a primeira motivação para estudar Psicologia é nos conhecermos melhor e entender como nos relacionamos com as pessoas a nossa volta. Quando entendemos a razão das nossas tristezas e insatisfações, aprende-mos a lidar com os nossos conflitos reais ou imaginários e nos fortalecemos para enfrentar os nossos desafios. Na medida que buscamos ajuda psicológica, pas-samos a nos entender e ao outro e en-contramos formas de lidar com nossos sentimentos de amor, ódio com pessoas que nos aceitam ou nos repudiam, que representam a nossa experiência afeti-va, sexual e que de alguma maneira fa-zem parte do nosso crescimento. É nesse contexto que nos descobrimos sozinhos em um mundo, sem referências e sem garantias, o que nos leva a tomar as nos-sas próprias decisões. A busca de uma ajuda psicológica nos leva a acreditar e confiar no nosso poder de fazer mudan-ças e reduzir nossos conflitos. Esse per-sonagem que nos acompanha e nos for-talece, mas também nos coloca diante da nossa verdade, é o psicólogo. O psi-cólogo é o personagem que não conhe-cemos, que não se revela, mas em quem aprendemos a confiar para enfrentar e resolver as nossas neuroses cotidianas.

Como o psicólogo pode operaciona-lizar essa ajuda?

Pela atenção flutuante e pela neutra-lidade, onde nenhuma decisão possa ser tomada sem a compreensão do seu cliente.

Nesse desconhecimento mútuo, como fica a cabeça do psicólogo?

Fica bem. A escuta é basicamente o início do conhecimento. O profissional não tem julgamentos prévios e tudo que o paciente disser vale como uma leitura, ainda incompreensível das necessidades do consultante. A partir daí, os víncu-los podem, ou não, serem criados. Em última instância, o que o paciente traz é uma dúvida: “O que eu faço com essa situação e com os problemas que en-contro para resolvê-los?”. Todas as suas necessidades, sentimentos e conflitos são lentamente levados ao profissional. Seus medos e desejos e sua necessidade de sobreviver a tantos sentimentos de rejeição, de auto-estima ou desvaloriza-ção, de trair, de ter filhos drogadictos, de ser homossexual ou mesmo de usar drogas, de amor ou ódio por algumas pessoas, pela família, esposa e tantas incompatibilidades cotidianas. São sentimentos que existem nos relacio-namentos que, quando chegam a um dano emocional, precisam ser traba-lhados e superados. O que buscamos em uma terapia de abordagem psica-nalítica, holística, comportamental, etc., é nos conhecermos em questões que carregamos vida à fora e que, de al-guma maneira, foram deixadas de lado ou deslocadas para não serem enfren-tadas e resolvidas. É através desse lon-go processo que descobrimos as nossas partes boas e más, coisas que são sinal e sintoma de nosso ego fragilizado. Um bom terapeuta deve fazer sua própria terapia ou análise. Se não o faz, certa-mente terá dificuldade em li-dar com o que ele é e quem é o outro. Eu sempre digo que o paciente se traz e se leva. Quando ele me-lhora ou fica bem com as coisas dele, ele se dá alta e diz “eu já me resolvi”, aí o terapeu-ta vai dizer “bom, se

você achar que ainda precisa resolver alguma coisa, me procure e venha para conversarmos novamente sobre isso”. Tem mais uma coisa que acho positiva: depois que Freud colocou em evidencia a psicanálise, muitas pessoas, como dis-sidentes, admiradores, questionadores ou polemizadores do trabalho dele, de-senvolveram aquilo que chamamos de terapias alternativas. Depois de Freud, apareceram muitos outros teóricos de abordagem psicoterápicas que não são psicanálise, mas são altamente benéfi-cas dependendo do quadro clínico de

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cada paciente. Para você oferecer uma terapia a um paciente, torna-se impor-tante você avaliar clinicamente esse paciente. Um bom diagnóstico facilita o trabalho. Se a pessoa chega e diz “eu quero fazer psicanálise, eu quero um divã e isso e aquilo”, você deixa ela colocar o que ela quer. Essas abordagens terapêu-ticas são facilitadoras também da grande abordagem do inconsciente do sujeito. Logo, têm uma orientação freudiana que coloca no sim ou do não a questão do posso ou não posso, sou ou não sou, que-ro ou não quero que fazem parte da vida e do conflito desse paciente neurotizado. Freud não trabalhava com psicóticos. Entretanto, era também um facilitador. Na técnica da “atenção flutuante”, tal-vez esteja o seu poder de observação so-bre o inconsciente reprimido do seu pa-ciente. No caso do pequeno Hans, que é um menino que ele nunca viu, a não ser quando ficou adulto, ele tratava o meni-no através do pai. Olha o brilhantismo dele de tentar no discurso do pai sacar o que estava sendo mandado através da conduta do menino. Um outro caso mui-to sério e que até hoje eu admiro muito é o do Schreber, um juiz onipotente, pre-potente, quase psicótico no sentido mais explícito da palavra que, como se ele fos-se um enviado de Deus, pudesse admi-nistrar à revelia qualquer coisa, por que tinha em suas mãos o poder e a lei. Além disso, tem as histórias bonitas dos sonhos do homem dos lobos, aquela confusão toda que o Freud elucidou, explicou, mas que muita gente ainda tem dificuldade em engolir. O Freud dizia “não subesti-mem a inteligência do seu paciente – na sua mentira existem verdades que ele não quer aceitar”. É preciso devolver o sujeito para a sua história, para que ele veja os prós e os contras daquilo que é a razão da sua própria neurose.

Por quê muitas terapias duram muito tempo?

O tempo da análise é o mesmo das re-sistências.

O Sr. diz, então, que a técnica é levar o sujeito a ressignificar as questões que ele traz?

Exatamente. Fazê-lo contar a história dele do jeito que ele pode. Por exemplo: o Freud pede para o paciente contar o sonho de novo, por que não ficou muito claro, e, cada vez que o sujeito conta, um elemento novo surge na narrativa. Quan-do o analista o questiona “mas você não falou isso por quê?”, e o paciente respon-de “ah, por que isso não tem nada a ver”, ao que o analista responde “isso não tem

nada a ver, mas você se lembrou disso”, então o Freud coloca a dúvida do sujeito em relação à própria tomada de decisão sobre alguma coisa da qual ele não quer falar. O bom terapeuta deve ser um faci-litador. Existem pessoas que vem ao meu consultório, se deitam no divã e dizem “por favor, converse um pouco comigo, por que eu já tive com outros analistas que não falam nada e eu me sinto muito abandonado. Se eu já tenho problemas, por quê ele faz isso comigo?”. Eu res-pondo “por quê você não conversa com ele?”. Ele responde “ah, eu falei com um ou com outro e ele falou ‘sei’, mas não me disse nada”. E eu coloco “mas o que você queria que eles lhe dissessem?”.

O paciente “que ele está tentando me entender”. Eu respondo “mas como você pode dizer que ele não está tentando te entender? Ele está deixando você falar. Se ele não fala, não é porque não se in-teressa e sim para que você ouça a sua própria fala. Se você é capaz de se ouvir melhor, você pode compreender o seu problema”. Nesse trabalho de terapias alternativas a gente tem um ganho que é a forma de você lidar com o sujeito, fren-te a frente, e trabalhar a angústia dele, a dificuldade dele, a curiosidade dele, o desejo dele de controlar, dele sacar que tipo de aprovação ou desaprovação você está tendo no seu olhar, ou seja, aquilo que é controle do sujeito sobre a relação estabelecida entre ele e o terapeuta. Mas isso tudo vai se diluindo dentro do pró-prio processo. Quanto mais receptivo ou mais tranqüilo está o terapeuta com esse sujeito que conta e desconta, que muda daqui e troca de assunto e tudo mais, mais ele vai se sentir mais a vontade para voltar para a história dele. Com isso, você trabalha com o privilégio de dar ao paciente uma oportunidade de ouvir essa história que ele não conta bem nem para si mesmo por que ele não a entende.

Contudo, há pacientes que se colo-cam como um objeto nas mãos dos terapeutas, como um objeto nas mãos de um profissional à espera de uma in-tervenção objetiva, pragmática, utilita-rista e imediatista...

De uma forma idealizada e fantasiosa, pensando que você tem o segredo, que você tem a solução pra vida dele. E isso é perigoso. Se ele encontrar um terapeuta

mal formado, onde a contratransferên-cia está presente, a terapia deixa de ser o que é para tornar-se um trabalho de aconselhamento solidário.

E o paciente fica esperando que o te-rapeuta aja como um amigo...

Exatamente. Fica esperando que o te-rapeuta se torne um personagem idea-lizado e não o sujeito da neutralidade. Esse não é o papel do terapeuta.

O terapeuta deve ajudá-lo a pensar e a lembrar-se que ele não é coisa e nem objeto...

E também o fazendo aceitar que se algo aconteceu no passado quando ele era uma criança frágil e dependente, por que isso o incomoda hoje em sendo adulto? Por que ele continua trazendo conflitos infantis para a vida adulta e projetando isso nas relações adultas que ele cons-trói?

Como o Sr. enxerga o paralelo en-tre a subjetividade da Psicologia e o pragmatismo/a objetividade das ciên-cias médicas em um momento, como o que estamos vivendo, em que os mé-dicos possuem a pretensão de exercer controle sobre tudo por meio de uma legislação como a do “Ato Médico”?

Vamos pensar que o discurso médico é o discurso da onipotência. Na medida em que eles são treinados a dissecar um corpo sem vida, muitos se sentem aptos a invadir um território em que podem manipular a vontade. Só que no psiquis-mo isso não é possível. O psiquismo tem uma característica que o Freud deixou bem claro: tem aquilo que é conscien-te e aquilo que é inconsciente. Coisa que não tem registro em computadores, nem através de radiografias. Então, tudo aquilo que eles não podem controlar eles negam como ciência. Isso se dá em fun-ção da própria ausência de privilégios que o homem tem pra dominar tudo, então, ele, naturalmente, o controla, ou imagina que ele pode fazer e que o outro não. São coisas muito mais liga-das ao poder e a pretensos privilégios do que à razão. Eles dizem que a psicologia ou a psicoterapia são achismos e que a medicina é ciência por que poderia ser feita e refeita sem grandes erros. Isso nem sempre é verdade. Até na hora de se fazer uma pesquisa em grandes labora-tórios, existem variáveis que interferem no resultado – as chamadas variáveis in-tervenientes, em que até uma lufada de ar ao abrir de uma janela pode mudar o resultado.

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Imagino que, ao longo da sua carrei-ra, o Sr. Já tenha tratado e ouvido mui-tos médicos...

Eu tenho, ainda, pacientes médicos.

O Sr. consegue enxergar esse contras-te entre a formação e a realidade que os médicos vivem, e que traz a angústia contrária à formação onipotente que recebem?

Sim. A grande dificuldade é lidar com a perda dessa onipotência para se torna-rem humanos.

Por falar em médicos, nós sabemos que existem psicólogos e psicanalistas radicais contrários a qualquer medica-ção. E existem também aqueles mais flexíveis que pedem suporte à medica-ção. Qual é a sua posição?

Eu peço suporte. A minha posição é essa. Se o discurso do sujeito se torna in-coerente, ou ele está muito agitado, ou se não consegue dormir, ou muito agressivo, ele precisará, naturalmente, de um tran-qüilizante. Eu recomendo que ele procu-re um clínico geral ou até um psiquiatra se for o caso, dependendo dos sintomas que ele apresenta. Se eu não posso me-dicar, encaminho o paciente a outro pro-fissional. Eu respondo “olha, rapaz, o re-médio eu não dou. Você deverá procurar um clínico geral, vai explicar para ele o seu caso, e ele vai ver se realmente é caso de medicação ou não”. O paciente pode dizer “mas o Sr. é Dr.!”. Eu digo: “Sim, mas eu não posso medicar. Eu sou psicó-logo”, e fecho isso, não digo boicotando o paciente. Assim explico para ele que existem limites até para você atendê-lo e que não são aqueles que ele quer. On-tem mesmo me telefonou uma senhora dizendo que queria fazer uma consulta comigo, mas que queria também um ates-tado para ela ficar pelo menos uma sema-na afastada, pois não estava conseguindo dormir. Eu disse a ela: “eu nem conheço a senhora e a senhora já está me pedin-do um atestado? Sinto muito, mas acho que a senhora deve procurar um médico, pois se for caso de insônia e precisar, ele vai atendê-la”. Existem esses pacientes que trazem o diagnóstico no bolso para te convencer a aceitar o jogo neurótico deles, uma maneira de monopolizar tudo para não se fazerem responsáveis. Agora, todas essas coisas acontecem pela expe-riência e pelo discurso. Se você não quer jogar, ele continua o trabalho terapêutico ou te abandona.

Como foi o início da sua experiência profissional em Uberlândia?

Eu estou aqui há 30 anos, com forma-

ção em São Paulo, e eu comecei fazendo um monte de coisas dentro da psicolo-gia: acompanhando escolas, orientação vocacional, fiz também testes psicológi-cos, essa coiserada toda, orientação de professoras, palestras em instituições e coisas básicas de modificação de compor-tamento. Depois, eu mudei para o setor de clínica quando começaram a aparecer os casos “mais graves” e as neuroses esta-belecidas. E isso foi a construção de uma identidade profissional dentro de Uber-lândia quando não tinha quase ninguém trabalhando em Psicologia. Um ano mais tarde começaram a aparecer os novos formandos da UFU. Alguns vieram pra mim, muitos até, fizeram terapia comigo e com outros colegas profissionais que se mudaram para cá. Então nós somos re-ferenciais de um início da psicologia em Uberlândia como atuação. E acho que foi uma coisa muito positiva, por que aprendemos o que podíamos fazer dentro dessa realidade.

O Senhor atendeu a muitos psicólo-gos e psicanalistas?

Não escolhemos clientes. Muitos co-legas psicólogos estiveram comigo e eu também já fiz terapia e análise. Todo terapeuta deve buscar ajuda quando suas dificuldades pessoais interferem no se u trabalho. O terapeuta deve ser uma pessoa despojada dessa onipo-tência de tudo resolver. É preciso haver essa permeabilidade entre o profissional e aquele que o dá suporte tanto quanto do profissional com o seu paciente que chega, naturalmente, em crise. Eu me lembro de história de uma pessoa que me colocou a seguinte coisa: nós estávamos fazendo especialização em psicanálise e uma menina conta que ela estava com uma paciente que achava muita dificul-dade em cuidar da mãe doente, da mãe que precisava muito dela. Uma noite, com uma chuva danada, a moça ligou em prantos dizendo que a mãe estava muito mal e que ela não sabia o que fazer e que precisava muito que a terapeuta desse suporte para ela e se possível para mãe dela também. A terapeuta disse que não poderia ir e que no horário dela, no dia seguinte, conversariam. Aí ela vira e per-gunta para o nosso analista supervisor se aquilo estava certo, se aquilo era o que ela deveria fazer já que não podia mistu-rar amizade com trabalho. O supervisor

olhou para ela e perguntou: “Fulana, o que você gostaria de fazer? Qual era o seu desejo?”. Ela disse: “meu desejo era de correr lá e ajudá-la!”. O supervisor re-trucou: “E por que não foi?? Olha, vocês são muito teoria, vocês precisam deixar as teorias no lugar que elas estão lá nos livros escritos, aprender o que é possível e o que não é possível, mas também tra-balhar os seus sentimentos em uma situa-ção como essa”. Ficamos em silêncio, en-vergonhados, mas aprendemos mais uma lição. Assumir nossos sentimentos sem nos sentirmos culpados. Em uma outra supervisão ele nos diz: “Falamos e trata-mos tanto de neuroses, mas eu gostaria que vocês me respondessem o que é neu-rose para vocês?”. Começamos a respon-der “ah...neurose, segundo isso, segundo aquilo...”, arranjamos mil teóricos para falar de neurose, e o supervisor ironizou e tirou o maior sarro com a cara da gente, “que brilhantismo! Vocês são realmente intelectuais dos livros, da tecnologia, e tudo mais...mas, gente, o que é neurose? Como é possível tratar de uma coisa que não sabem o que é?”. Silêncio. Alguém se atreveu a perguntar “se tudo isso não é neurose que a gente aprendeu tanto aqui e em outras escolas, o que é neurose???”. E ele: “neurose é um presente que você ganha do seu pai e da sua mãe quando você nasce”. Acabou. Derrubou a gente. A gente nasce perfeito e fica neurótico. Neurótico por que recebe não, recebe sim, recebe pode, não pode, você começa a não saber qual é o lugar e pra onde você vai. A gente caiu na risada depois, mas na hora ficamos com cara de bobões. Mas é assim que a gente aprende.

Para terminar, qual recado o Senhor deixaria aos estudantes recém forma-dos em Psicologia?

Que eles aprendam pela experiência e que eles tenham, verdadeiramente, um projeto de levar à sério a opção que fi-zeram e fazer as transformações advindas dessas mudanças que estão acontecendo no mundo, em favor do crescimento hu-mano, da própria melhora na qualidade de vida das pessoas e, não digo, desmanchar a neurose, pois ela sempre existirá. Nosso objetivo é atenuar os processos das neuro-ses das pessoas diante da realidade de um mundo em constantes mudanças.

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O que você faz no trabalho?Trabalho priorizando projetos com grupos

de adolescentes do ensino médio e funda-mental e eventualmente com atendimen-tos individuais a pais e casos mais graves ocorridos com alunos. O foco dos projetos é preparar o aluno para a vida, ajudando-o a se conhecer, a lidar com dificuldades no processo de aprendizagem e de relaciona-mento humano na escola. Mas acima de tudo meu trabalho ajuda a canalizar toda a energia criativa própria do adolescente para movimentar a escola com a arte e conscien-tização através de temas. O foco é na po-tência e não na doença, é na prevenção e não na resolução de problemas. O olhar do psicólogo escolar deve ser para a luz que ha-bita o ser - como diriam os orientais, senão ele acaba se transformando num clínico que quer resolver todos os problemas escolares. As pessoas se curam no encontro de umas com as outras, por isso acredito no trabalho em grupo, principalmente na adolescência que é um período em que o grupo é funda-mental para a construção da identidade do

ser. A dor deve ser vista como um processo e não como meta final. Não fico olhando para todo o problema que o aluno traz para o grupo. Olho para o adolescente e vejo nele toda a potência que habita ali dentro. Trabalho com recursos do teatro, da medi-tação e de técnicas vivenciais. Trabalho com o projeto de Orientação Profissional, Auto-estima e Meditação, com encontros semanais de 1h30 minutos e duração de 6 meses a 1 ano, dependendo do projeto.

O que você faz no trabalho?Acompanhamento de todo processo de

recrutamento e seleção (processos seleti-vos, dinâmicas de grupo, aplicação e cor-reção de testes psicológicos, entrevistas), entrevistas de desligamento, identificação de necessidades de treinamento, elabora-ção e/ou busca de profissionais qualificados para condução de treinamentos, integração de novos colaboradores; Desenvolvimento de lideranças; Desenvolvimento e aplica-ção de política de avaliação de desempenho

e plano de cargos e salários; Elaboração e condução de pesquisa de clima organizacio-nal, Pesquisa salarial e de benefícios, Moni-toramento de indicadores setoriais; Desen-volvimento de estratégias para melhoria do clima organizacional; Atuação juntamente a todos os gestores para acompanhamento do desempenho dos colaboradores e orien-tações visando à mediação de conflitos.

O que é a Psicologia para você?Basicamente, a Psicologia estuda os pro-

cessos mentais e comportamentais dos seres humanos.

Na área clínica, ela ajuda as pessoas e en-tenderem o porquê agem e reagem de uma determinada maneira, muitas vezes levan-do-as a fazer coisas que não gostariam (ou deixando de fazer o que acham que seria o melhor para elas, ou mais saudável), sentin-do-se mal consigo mesmas, e por muitas ve-zes, sem saber como mudar aquela situação.

O saber psicológico possibilita ao indi-víduo conhecer a si mesmo, entender seus processos mentais, emocionais e comporta-mentais e, à medida que vão entendendo

Nome: Leonardo Andrade NogueiraIdade: 36Formação: PsicologiaOnde se formou: Universidade Federal de UberlândiaAtuação: Psicologia Escolar e Psicologia ClínicaCRP 18039/04

Nome: Hérika Beatriz Mota Oliveira Idade: 25 Formação: Psicologia / MBA Gestão EmpresarialOnde se formou: Universidade Federal de Uberlândia / Fagen – Faculdade de Gestão e NegóciosAtuação: Psicologia Organizacional (Hospital Santa Genoveva)CRP 29205/04

Nome: Andréa Vieira de PaivaIdade: 48 Onde você se formou? UFU – Universidade Federal de Uberlândia, em 2000.Atuação: Psicologia ClínicaCRP 18518/04

Conheça melhor os Psicólogos de Uberlândia e Região

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9Fale Mais Sobre Isso

como sua história pessoal construiu um modo próprio de perceber o mundo, a vida, a si mesmo e aos outros, cria-se a oportuni-dade para repensar e re-estruturar .

Para mim, a Psicologia é essa área do saber que nos dá a chance de nos conhecermos me-lhor e de nos livrar de traumas, bloqueios, me-dos, fantasmas, redimensionando cada coisa e resignificando-as, para nosso momento atual. Ela permite o desbloqueio do melhor que há em nós, para alcançarmos paz, harmonia, ale-gria, enfim, a saúde integral.

Conte-nos um pouco sobre como você começou a trabalhar:

Na verdade, não estava nos meus pla-nos abrir uma clínica para atendimento psicoterápico. Havia alguns meses em que eu estava trabalhando em um projeto para o mestrado e estava muito envolvida com isso. A partir de uma conversa com uma pessoa do meu convívio pessoal que me incentivou bastante, eu resolvi galgar este caminho e hoje não me vejo fazendo ou-tra coisa. A vontade de colocar em prática tudo o que eu estudei durante os quatro anos de faculdade, de começar a estabele-cer o meu papel no mundo, fazer por mim e pelos outros é o que hoje me move.

Algo em especial lhe chamou ou tem lhe chamado a atenção na prática do consultório?

Sem dúvida, patologias decorrentes do cotidiano vivido por cada um de nós. Eu penso que nossa singularidade vem sen-do diluída em função de vivermos em um mundo tão capitalista e imediatista, em que as pessoas, gradativamente, vão per-dendo sua identidade e se tornando vazias.

Por que a opção pela Psicologia? Sempre gostei, desde adolescente há ‘escu-

tar’ os outros. A intimidade de cuidar do ou-tro, começou, então, a fazer parte de minha vida. Cada dia que passa, me encanto mais com a Psicologia. Ela tem sempre me ensi-nado a ser melhor pessoa. Estudar sempre foi meu desejo, compartilhar com a clínica, enfim, algo motivador.

Algo em especial lhe chamou ou tem lhe chamado a atenção na prática do consul-tório?

O sofrimento humano e a falta de senti-do de vida interna que tem apresentado as pessoas

Como você enxerga a atuação dos psicó-

logos em Uberlândia e região?Tem melhorado o lugar de procura da

psicologia em Uberlândia e região, princi-palmente os encaminhamentos médicos au-mentaram sensivelmente.

Considerando que você trabalha há muito tempo com adolescentes, uma per-gunta sob medida: quem são os adoles-centes de hoje?

Os adolescentes de hoje são pessoas que passam por um período de transição marca-do por mudanças físicas, emocionais e rela-cionais, naturais dessa fase, mas que hoje, diferente de alguns anos atrás, têm que administrar as possibilidades e os desafios decorrentes da internet e das demais tec-nologias que fazem parte do nosso dia a dia.

Algo em especial tem lhe chamado a atenção na prática do consultório?

O que percebo é que, de maneira geral, o preconceito com a psicoterapia tem dimi-nuído, também noto que tem aumentado o número de homens que buscam a terapia psicológica.

Nome: Cecília Alves Almeida Idade: 33 Onde você se formou? Centro Universitário do Triângulo - Unitri / UberlândiaAtuação: Psicologia ClínicaCRP 33153/04

Nome: Andrea Cunha ArantesIdade: 47Onde você se formou? Universidade Federal de Uberlândia– Biologia e PsicologiaAtuação: Psicologia ClínicaCRP 10438/04

Nome: Ana Paula de MeloIdade: 42 Onde você se formou? Universidade Federal de UberlândiaAtuação: Psicologia ClínicaCRP 9974/04

Page 10: Revista Fale Mais Sobre Isso

Gostaria, também, de dar o seu depoimento? Envie-o para: [email protected]

ANA*, 35 ANOS“Fazer psicoterapia foi, até hoje, um dos passos mais enrique-cedores e importantes que dei neste meu percurso de vida. Não apenas me conheci melhor como convivi com os meus pa-radoxos e “fantasmas” acompa-nhada por alguém que me escu-tou abertamente, sem juízos de valor ou diretrizes de conduta, alguém que me compreendeu e me ajudou a crescer enquanto ser humano. Atualmente con-sidero-me uma pessoa franca-mente mais saudável, conscien-te e mais flexível para comigo e para com os outros. Talvez a aprendizagem mais significativa que fiz foi a de encontrar forças para enfrentar e mudar o que posso e a serenidade para sos-segar relativamente às “coisas” da vida que não posso controlar. Isso faz de mim uma pessoa mais feliz.”

MARIA*, 46 ANOS“Fiz psicoterapia duas vezes na vida, em fases diferentes e por razões diversas. O primeiro ci-clo durou três anos e aconteceu na sequência do meu divórcio, quando eu tinha 37 anos. Da segunda vez senti que precisava de procurar forças para conti-nuar a lidar com as dificuldades interiores que sentia perante algumas adversidades da vida. Numa e noutra fase foi decisivo para mim ter esta ajuda técnica.

Permitiu-me conhecer-me me-lhor, identificar as minhas for-ças e as minhas fraquezas e sen-tir-me mais confiante. Ter uma pessoa especializada a ouvir-me e a acompanhar-me nestes dois períodos da vida impediu-me de afundar na tristeza e, até, na de-pressão. Deu-me ‘ferramentas’ para me ajudar a mim própria a lidar com o lado difícil da vida. Mais ou menos na mesma altura em que fiz a minha primeira psi-coterapia , o meu filho também foi acompanhado por uma psi-cóloga e isso ajudou-o a expri-mir os sentimentos provocados pelo divórcio dos pais e a gerir melhor as suas dores e frustra-ções. Por experiência própria e pe-los resultados que observei no meu filho, posso dizer que sou radicalmente a favor das ajudas técnicas de psicólogos em fases e circunstâncias específicas, em que realmente sentimos que precisamos de ser ajudados.” SÔNIA*, 34 ANOS“Fazer terapia foi fundamental para a minha vida, uma vez que antes de iniciar o processo dava mais importância aos outros do que a mim própria e tinha extrema dificuldade em lidar com as emoções. O processo terapêutico promoveu o meu crescimento, independência e valorização, bem como uma maior adaptabilidade emocio-nal e relacional.

Sou da opinião que todas as pes-soas passem por este processo uma vez que só assim se apren-de a lidar com o próprio e como consequência também com os outros de uma forma mais har-moniosa.”

SILVIA*, 35 ANOS"Para mim, ter feito psicoterapia foi de uma extrema importân-cia, pois sem esse processo seria muito difícil, talvez impossível, sentir a segurança pessoal, pro-fissional e relacional que hoje sinto. Claramente, aumentou a minha qualidade de vida. Muitas vezes saí da consulta de psicoterapia com a sensação de que estava abalada, sem nun-ca ter deixado de ver, refletir e sentir, em conjunto com a psi-coterapeuta, o lado menos cor de rosa da minha própria pessoa e de algumas situações de vida. Foi um despertar para uma vida mais saudável, com muito mais capacidades internas e resistên-cia às rasteiras que a vida vai nos dando. Recomendo forte-mente a todas as pessoas."

SUSANA*, 31 ANOS"A psicoterapia revelou ser a resposta que procurava. Com a ajuda do meu Psicoterapeuta, que me acompanhou na árdua procura pela realidade e liber-dade interiores, vi desenvolver-se o meu potencial humano e consigo compreender e lidar com as situações quotidianas de forma bem mais integrada."

MARIANA*, 30 ANOS“A psicoterapia ajudou–me a dar passos em frente na minha vida. Com a psicoterapia resolvi “medos” que sentia em mim e que não compreendia de onde vinham nem porque surgiam.. quebrei barreiras.. Aprendi

VEJA O QUE DIZEM PESSOAS QUE FIZERAM PSICOTERAPIA

* Nomes fictícios para preservara identidade.

10 Fale Mais Sobre Isso

Page 11: Revista Fale Mais Sobre Isso

mais de mim, cresci emocional-mente... Acima de tudo aprendi a viver melhor a vida. Ajudou-me a caminhar para onde quero chegar.”

CAROLINA*, 26 ANOS“Na altura em que pedi ajuda, não sabia o que me esperava, sa-bia que não estava bem comigo mesma e isso refletia-se no meu dia-a-dia. Penso que o primeiro passo é admitir que não estamos bem, se assim for, o caminho a percorrer é muito mais “cur-to”…Na primeira sessão senti logo um alívio imenso, ao longo do tempo comecei a conhecer-me melhor, a saber quais eram os meus limites e acima de tudo ganhei uma auto-estima que não tinha. Hoje em dia sei que sou uma pessoa diferente, cres-ci muito e aprendi a dar valor a muitas coisas na vida que na altura passavam-me ao lado. Por vezes não é um trabalho fá-cil, mas o resultado final é mui-to positivo.”

PEDRO*, 40 ANOS“A psicoterapia é um espaço de reflexão interna onde podemos olhar para dentro e ver as coisas com maior clareza, com a ajuda de um profissional na matéria. Ao embarcarmos nesta viagem, entramos numa lógica de com-promisso que assumimos co-nosco mesmos de, uma vez por semana, olhar para nós mesmos, o que permite desatar os nós – formas de estar e de ser que nos limitam.”

AMADEU*, 35 ANOS“Acho muito importante as pes-soas terem um profissional que as ajude a situar e progredir no seu processo de desenvolvimen-to. Acredito ainda que para um psicólogo fazer bem o seu traba-lho, mais importante que pos-suir diplomas na área, é possuir

grandes qualidades humanas. Uma pessoa assim consegue mudar para melhor a vida de outro.”

RITA*, 27 ANOS“A psicoterapia tende a tornar-nos melhor pessoas. Porque nos ensina a lidar melhor conosco e com os outros e, portanto, aju-da-nos a sermos melhor pessoas para nós mesmos e com os ou-tros, tornando-nos, consequen-temente, mais felizes!”

PEDRO*, 24 ANOS“Fazer psicoterapia ajudou-me a desenvolver a minha auto-es-tima, deu-me uma maior à von-tade para lidar com várias situ-ações, como no contato com os outros, deu-me motivação para lutar pelos meus objetivos, etc. Graças à psicoterapia , hoje sou definitivamente mais eu pró-prio, mais feliz.”

MARIA ALMEIDA*, 30 ANOS“Agradeço à minha psicotera-peuta a ajuda que me deu para o meu desenvolvimento pesso-al. Senti grandes melhorias ao nível da minha auto-estima, aprendi a lidar melhor com os outros o que me permitiu cons-truir e reconstruir relações mais saudáveis e positivas. Aprendi também formas mais ajustadas e eficientes de lidar com os pro-blemas que vão surgindo. Ao nível do trabalho, senti também a grande importância da psi-coterapia, onde abri a mente, reconheci e trabalhei melhor capacidades e tornei a minha vida neste campo também mui-to melhor! Enfim, hoje sou uma pessoa muito melhor: mais se-gura, tolerante, serena e feliz!”

JOANA*, 26 ANOS“Antes pensava que a psicologia era só para pessoas com graves problemas. Depois de várias

conversas com uma grande amiga, “normal” e que estava fazendo psicoterapia fiquei con-vencida que eu também podia me beneficiar de uma maior paz mental, como ela. Iniciei terapia e foi das melhores de-cisões que tomei! Percebi que vivia com certos bloqueios que me limitavam ao nível pessoal e do trabalho e, com a ajuda de um profissional fui capaz de me desenvolver no que sou hoje em dia: uma pessoa muito mais ca-paz em todos os níveis!”

MANUEL*, 27 ANOS“Sempre fui extrovertido e se-guro de mim mesmo. No en-tanto, a dada altura comecei a sentir que não era feliz. Não estava me sentindo bem comigo e com a minha vida. Comecei a viver uma grande ansiedade e queria mostrar aos outros que estava bem, mas não estava. Tive medo de um dia estourar, e decidi investir em psicoterapia. Posso afirmar que foi dos me-lhores investimentos que algu-ma vez fiz! Conheço-me melhor e sou mais feliz assim”

SARA*, 31 ANOS“Estava com a minha vida num caos. Sabia que não estava bem, mas nem queria pensar no que teria de mudar, porque bloque-ava com medo de que as coisas ficassem ainda pior. Foi como um círculo vicioso, em que cada vez me enterrava mais. Cheguei mesmo a cair em depressão, algo que não desejo a ninguém! Aconselho a todos que não es-perem tanto tempo para iniciar terapia. Passamos a ver a vida de uma forma muito mais con-fiante e saudável, vale mesmo a pena!”

11Fale Mais Sobre Isso

Poesia

Pois fica decretadoa partir de hoje,

que terapeuta é gente também.Sofre, chora,ama e sente

e, às vezes, precisa falar.O olhar atento,

o ouvido aberto,escutando a tristeza do outro,

quando, às vezes, a tristezamaior está dentro do seu peito.

Quanto a mim,fico triste, fico alegree sinto raiva também.

Sou de carne e sou de ossoe quero que você saiba isto de

mim.E agora,

que já sabes que sou gente,quer falar de você para mim?

Cyro Martins

Page 12: Revista Fale Mais Sobre Isso

12 Fale Mais Sobre Isso

- O que é Psicologia?A Psicologia é a ciência que estuda o psiquismo humano. O

campo de estudo e de atuação da psicologia é muito amplo e a análise dos processos psicológicos compreende a inter-relação com os aspectos biológico/político/econômico/social/cultural. Para compreender a construção da subjetividade humana e abordar os processos psíquicos e comportamentais, a Psicologia associa-se a outras disciplinas, tais como: Psiquiatria, Neurolo-gia, Sociologia, Filosofia, Antropologia etc.

- O que é Psicoterapia?A psicoterapia é uma prática da psicologia clínica que con-

siste no tratamento de dificuldades afetivas ou mentais, com o objetivo de promoção da saúde emocional e integral do indiví-duo, bem como, de prevenção e tratamento de psicopatologias. Busca identificar os aspectos afetivos que dão sustentação ao comportamento, bem como os demais aspectos a estes relacio-nados, para compreender e modificar as ações na família, na escola, no trabalho e melhorar sua relação com a vida.

- Quem pode ser atendido por psicólogo?Qualquer pessoa, criança, adolescente, adulto em qualquer

idade, casal e família. O atendimento pode ser realizado indi-vidualmente ou em grupo. O profissional de psicologia pode também prestar serviços a instituições e organizações (empre-sas, escolas, hospitais, etc.).

- O que eu disser durante uma sessão poderá ser comen-tado com outras pessoas?

Todo profissional de Psicologia deve garantir e preservar a privacidade de seu cliente. Por isso, este profissional mantém em sigilo as situações e informações relatadas pelos seus clien-tes, conforme as determinações do Código de Ética do Psicó-logo.

Em clínicas e consultórios particulares, empresas, indústrias, escolas, hospitais e outras instituições, ou qualquer outro local em que se fizer necessária a presença do profissional, desde que preservadas as condições apropriadas para o atendimento.

- Quem busca ajuda de um psicólogo?Pessoas comuns que buscam o auto-conhecimento, o desen-

volvimento de seu potencial humano e a melhoria da qualida-de de sua vida e de suas relações. Pessoas que se apresentam em crises emocionais; situações de estresse; situações de per-da; transtornos afetivos; transtornos de ansiedade, transtornos de humor; distúrbios emocionais diversos; dificuldade nas rela-ções inter-pessoais; conflitos familiares; dependência a drogas; distúrbios alimentares, tais como, obesidade, bulimia, anore-xia; problemas sexuais; desvios de conduta; situações traumá-ticas, psicopatologias neuróticas e psicóticas, doenças psicos-somáticas (sintomas orgânicos com causas psicológicas), etc.

- Como é uma sessão de psicoterapia?A sessão individual tem a duração de 50 a 60 minutos, as

sessões de casal 90 minutos e as sessões de grupo duram de 1 hora e trinta minutos a 2 horas.

FONTE: www.unipsicouberlandia.com.br

Saiba mais sobre a Psicologia

A Psicologia pode se dividir em diferentes áreas de atuação. Veja algumas delas:

Psicologia Escolar:Psicólogos escolares e educacionais são profissionais que atuam em instituições escolares e educativas, bem como dedicam-se ao ensino e à pesquisa na interface Psicologia e Educação. As concepções teórico-metodológicas que norteiam a prática profissional no campo da psicologia escolar são diversas, conforme as perspectivas da Psicologia enquanto área de conhecimento, visando compreender as dimensões subjetivas do ser humano. Algumas das temáticas no campo da psicologia escolar são: processos de ensino e aprendizagem, escolarização em todos os seus níveis, inclusão de pessoas com deficiências, políticas públicas em educação, avaliação psicológica, história da psicologia escolar, formação continuada de professores, dentre outros.

Fonte adaptada: Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional

Psicologia Hospitalar:A psicologia hospitalar se ocupa da compreensão e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecer. Não trata apenas das doenças com causas psíquicas ou psicossomáticas, mas dos aspectos psicológicos de qualquer doença, buscando resgatar a subjetividade das situações re-lacionadas ao adoecimento em instituições de saúde. O objeto de trabalho da psicologia hospitalar se amplia para além do paciente, abrangendo também a dor da família, assim como as repercussões na equipe de saúde. Além do trabalho realizado em torno da doença, da internação e do tratamento, há o apoio à família e equipe, procurando também facilitar o diálogo entre todos os envolvidos.

Fonte adaptada: Márcia Ebling (Psicóloga/PR)

Psicologia Clínica:São muitas as abordagens clínicas na Psicologia, contudo, em geral, o psicólogo clínico (psicoterapeuta) é um outro , com o olhar e a perspectiva de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não tinha visto antes e nem suspeitava ser possível. Assim, a psicoterapia faz você parar para refletir sobre a própria vida. O psicoterapeuta conhece teorias psicológicas e métodos de investigação que ajudam na compreensão do que ocorre com você e que tornam possível descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma observação não treinada ou a uma conversa comum com um amigo.

Fonte adaptada: Artur Scarpato (Psicólogo Clínico/SP)

Psicologia Organizacional e do Trabalho:A denominação Psicologia Organizacional e do Trabalho inclui larga abrangência, uma vez que busca compreender o comportamento das pessoas que trabalham, tanto em seus determinantes e suas conseqüências, como nas possibilidades de construção produtiva das ações do trabalho, com preservação máxima da natureza, da qualidade de vida e do bem-estar humano. As interfaces entre o comportamento, o trabalho e a organização constituem três subcampos dentro da Psicologia Organizacional e do Trabalho: a interface entre comportamento humano e o trabalho constitui o subcampo denominado Psicologia do Trabalho. O segundo subcampo emerge das interações entre comportamento no trabalho e a organização: a Psicologia Organizacional. O terceiro subcampo surge da relação entre a ação humana e a organização propriamente dita, enfocando o conjunto de políticas e práticas que revelam a estratégia utilizada para organizar a ação individual e a coletiva de forma congruente com os seus objetivos e missão: as práticas de gestão de pessoas.

Fonte adaptada: Psicologia, Organização e Trabalho, de José Carlos Zanelli e Antonio V. B. Bastos (Ed. Artmed).

Page 13: Revista Fale Mais Sobre Isso

13Fale Mais Sobre Isso 13Fale Mais Sobre Isso

Ana Paula Rodrigues RochaPsicologia Clínica

Clientela: Crianças, adolescentes e adultos

Rua Artur Bernardes, 260 – Martins - Uberlândia - MG(34) 9135-9655

[email protected]

Leonardo Andrade NogueiraPsicologia Clínica e Educacional

Clientela: Adolescentes, adultos e casaisAtendimento individual, em grupos,

a casais e à famíliaTravessa Ricardo Silva, 94 - Uberlândia - MG

(34) 3219-6986

Fernando Silva SalesPsicologia Clínica, Acupuntura e Yoga

Clientela: Adolescentes, adultos, idosos, casais e famílias

Atendimento individual, a casais e em domicílios

R. Benjamim Constant, 448 - B. Aparecida - Uberlândia - MG(34) 32142906 - (34) 9176-0342 - (34) 9966-4499

www.psicologouberlandia.com.br

Mara Aparecida Girardi AlvesPsicologia Clínica, Escolar e Organizacional

Clientela: crianças, adolescentes, adultos e idosos

Atendimento individual e em grupos

Av. Getúlio Vargas, 1005 - Centro - Uberlândia - MG(34) 3235-2558 – (34) 3236-6473

Francisco Luiz Ferreira BoleliPsicologia Clínica

Clientela: Crianças, adolescentes, adultos, idosos

Atendimento individual e em domicílios

Rua Bernardo Cupertino, 300 - Martins - Uberlândia - MG(34) 3223-7389 – (34) 9124-6413

Carolina Moreira MarquezPsicologia Clínica

Clientela: crianças, adolescentes, adultos e casaisAtendimento individual e a casais

R. Agenor Paes, 32 e Av. Santos Dummont, 174 Uberlândia - MG

(34) 3223-5253 - 9114-5925

Marina Emilia Drummond ZlochevskyPsicologia Clínica e Institucional

Clientela: Adolescentes, adultos e casaisAtendimento individual, em grupos e a casais

Rua Guilhermino Rodrigues da Cunha, 149 - 2º andar Jardim da Colina - Uberlândia - MG

Rua Coronel Antônio Alves Pereira, 400, sala 419Centro - Uberlândia - MG

(34) 3236-2914 – (34) 9135-7653

Mara Cristina Oliveira PeixotoPsicologia Clínica e Hospitalar

Clientela: Adultos, idosos e casaisAtendimento individual, a casais e em

domicíliosRua Praça Rui Barbosa, 148 – Centro - Uberlândia - MG

(34) 3255-0310

Patrícia Faria SoaresPsicologia Clínica e Escolar

Clientela: Crianças, adolescentes, adultos, famílias e casais

Av. Fernando Vilela, 1302, sala 05 – Martins - Uberlândia - MG(34) 3087-5175 – (34) 9969-1097

[email protected]

Maria Amélia Chamma MaximianoPsicologia Clínica

Clientela: Adolescentes, adultos, idosos e famíliasAtendimento individual e em grupos

Av. Cruzeiro dos Peixotos, 499, sala 409 – Centro Uberlândia - MG

(34) 3086-2663 – (34) 9108-8331

Roberta Mendonça Melazzo BernardesPsicologia Clínica

Clientela: Crianças, adolescentes e adultosAtendimento individual

Av. João XXIII, 140 - Santa Maria - Uberlândia - MG(34) 3231-2039 – (34) 9966-1997

Fabiana Pinto da CruzPsicologia Clínica

Clientela: Adolescentes, adultos e idososAtendimento individual

Rua Bernardo Cupertino, 300, sala 05 - Martins Uberlândia - MG

(34) 3223-7389 – (34) 9663-0501

Ângela Maria Machado RezendePsicologia Clínica e Organizacional

Clientela: Adolescentes, adultos, idosos e famíliasAtendimento individual, em grupos e em

domicíliosRua Antônio Fortunato da Silva, 810 (antiga 03)

Santa Mônica - Uberlândia - MG(34) 3215-5710 – (34) 9966-1518

Miriam Vieira Ribeiro de LimaPsicologia Clínica e Organizacional

Avaliação psicológica para piloto e concursos públicosClientela: Adolescentes, adultos, casais e família

Atendimento individual, em grupos e a casais

Rua Senador Salgado Filho, 504 - Maracanã - Uberlândia - MG(34) 3236-2646

Maria Luiza Zago de BritoPsicologia Clínica

Clientela: Adolescentes, adultos, casais e idososAtendimento individual, a casais e em domicílio

Rua Caiapônia, 260/270 - Aparecida - Uberlândia – MG(34) 9976-2529 - (34) 9116-6700

Ludoana P. C. de Paiva Rocha BarrosPsicologia Clínica

Clientela: Crianças, adolescentes, adultos, idosos, família e casais

Atendimento individual, em grupo e a casaisRua Agenor Paes, 32 - Centro - Uberlândia – MG

(34) 9966-1122 – (34) 3215-7288

Dra. Veridiana Nogueira LadicoNeuropsicologia

Clientela: Adultos, idososAtendimento individual e em grupo

Rua Araguari, 865 - Martins - Uberlândia – MG(34) 3219-0199

Heloísa Vanorden de AssisPsicologia Clínica

Clientela: AdultosAtendimento individual e em grupos

Rua Goiás, 11- sala 28 - Centro - Uberlândia – MG(34) 8806-0184 – (34) 9979-1445

Page 14: Revista Fale Mais Sobre Isso

14 Fale Mais Sobre Isso

Que mãe nunca “pagou língua” com relação a seus filhos? Antes de tê-los talvez pensasse

que NUNCA os deixaria na frente da TV para ter descanso, ou que não daria “besteiras” açucaradas ou gordurosas para seus pequenos DE FORMA AL-GUMA, ou que ainda os amamentaria no peito e não daria mamadeira EM NENHUMA HIPÓTESE até os seis meses. Isso sem falar nas frases que come-çam com “filho meu não vai...”, e os pensamentos críticos em relação àquela mãe ou àquele pai que não está conseguindo controlar os altíssimos gritos do filho.

Mas chegou a sua vez e tudo saiu do planejado. A rotina que você tanto planejou está menos rígida do que você gostaria, seu filho chora mais do que você imaginava e há momentos que você consente o que ele tanto quer só para ficar livre.

É... quem é mãe ou pa i sabe que a palavra CON-TROLE não está no dicionário da criação de filhos. Criá-los não é mesmo uma ciência exata. O Fala Mamãe é totalmente a favor da criação sem estresse e apóia 100% as mamães que “pagam língua” e que já descobriram que o importante é amar e fazer o melhor que podem, pedindo ajuda quando precisa-rem. Muitas vezes, as situações vão se apresentando e, só então, você descobre o melhor a ser feito.

Existe um problema que acontece quando o pai ou a mãe se fixam em ideais pré-concebidos ou mes-mo passados por outra pessoa e que não funcionam bem para uma situação específica, mas, mesmo as-sim, insistem em seguir aquele ideal, muitas vezes causando sofrimento desnecessário. O compromis-so deve ser com princípios, NÃO COM OBRIGA-ÇÕES concebidas fora de contexto. Crianças são todas diferentes, o que funciona com uma não ne-cessariamente funcionará com outra. Crie crianças com valores, ética, moral e leve todo o resto com moderação e sem neuroses (se possível!).

Maternidade sem neurose! (é possível?)

Carolina Moreira Marquez - CRP: 27390/04

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15Fale Mais Sobre Isso

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