Revista Encontros 1

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R R E E V V I I S S T T T L L Í Í N N G G G T T T A A E E N N C C O O N N T T R R R G G G U U A A S S E E M M A A Ç Ç Ã Ã Ã Fortaleza-Ceará Edição Especial Agosto - 2011 R R R O O S S : : Ã Ã Ã O O

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Revista produzida por professores de Cabo Verde, participantes do Projeto Jose Aparecido Oliveira, durante uma oficina no Brasil-Fortaleza-CE do Programa Linguagem das Letras e dos Numeros

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Fortaleza-Ceará Edição Especial Agosto - 2011

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EXPEDIENTE

Coordenação Geral

Maria Claudete Lima

Equipa de revisão

Aleida Fonseca Ângela Cidário

Arnaldo Rodrigues Dulce Helena

Dulcelina Teixeira Elisabete Silva

Eliza Mendonça Eloisa Tomar

Filomena Siva (coordenadora) Janira Gomes

José Manuel Pereira Manuel Vieira Mara Monteiro

Maria Custódia Silva Maria de Jesus

Maria Rosa Monteiro (coordenadora) Nivia Lima

Oriza Andrade Rogério Monteiro

Equipa de formatação

Adélica Gonçalves Alcides Miranda

Ângela Varela(coordenadora) Antônio Santos

Diamantino Freire Jailson Lopes

Jair Neves João Gomes

José Ramos Márcia da Graça

Margarida Agues(coordenadora) Maria dos Anjos Merlina Tavares Paulino Moreno

Rosevelt Montrond

Equipa de produção:

Ana Maria Lopes

Anísio Rodrigues Carmen Andrade

Conceição Matos Deusa Fernandes

Eunice da Luz

Gil Vaz Hélida Freire

Idermira dos Santos João Paulo de Oliveira(coordenador)

Saida Silva Vanda Neves Waneida Dias

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SUMÁRIO Editorial Entrevistas Aquário ceará – uma construção do futuro Construção do aquário ceará Construção do aquário do ceará: Questão de embelezamento ou de beneficio? Cultura Cultura Cearense Cultura musical: Funaná Histórias contadas, saber construído Origens e afinidades Projetos A leitura da canção Apresentação do projeto Sócrates Caminhos de Iracema Pedagogia de projetos Relatos Estadia em Fortaleza Formação em Fortaleza Memórias de letramento Relato de experiencia 3 Relato de Experiência 2 Reportagem Transparência linguística Poemas Batuku – Cabo Verde Cabo Verde Cabo Verde, meu orgulho Ceará Irmãos para sempre Kab Verd lá fora Meu Amor Qual é!... Aquário Ceará 1 Aquário Ceará 2 Aquário Ceará 3 Crônica Cidadezinha acolhedora!

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EDITORIAL

No âmbito do PJAO ( Projecto José A parecido de Oliveira) surge a Revista Encontro: Línguas em Acção – experiências partilhadas cujo objectivo geral é promover a interacção professor -- professor e professor – aluno, socializando técnicas de trabalho através da interdisciplinaridade. Os objectivos específicos estão dispersos em cada projecto que são vários, tendo em conta os desafios preconizados, não só na actividade docente como também na condução e organização geral do processo educativo. Destaca-se a pedagogia de projecto, um módulo que foi altamente discutido dentro do programa de formação e serviu de base para aprofundar a discussão e definição de propósitos do ensino da língua portuguesa. Os projectos discutidos são vários de entre os quais destacamos o projecto de letramento; o de apoio às escolas secundárias; O caminho de Iracema; A produção do CD; Sócrates, etc. Durante a formação presencial abordamos alguns aspectos relacionados com relatos de experiência de memórias de letramento, um modulo que consiste em reviver o nosso primeiro contacto com as letras. É um exercício importante que poderá ser facilmente implementado nas salas de aula. Os formandos, guiados pelos assistentes, visitaram alguns pontos importantes da cidade com o objectivo de conhecerem as origens e a formação do povo cearense, com destaque para o nascimento da cidade de Fortaleza e os heróis cearenses que a ela estão irremediavelmente ligados. A Iracema de Alencar, a guerreira cearense, foi a mais falada em quase todas as sessões, por ser considerada a mãe do povo cearense. A Transparência Linguística é um ponto muito importante tratado nesta revista, tendo em conta a sua pertinência dentro das comunidades de língua portuguesa, na perspectiva de que a língua é dinâmica e flexível,e, está em constante construção. É um convite especial para os pormenores da sua leitura. A nível de tecnologia de informação, refere-se o módulo: comunidade de aprendizagem, um recurso para os professores que é um sistema On-line que cria projectos e comunidades. Sócrates foi concebido a partir do NEPEC ( Núcleo de Estudos e Pesquisas na Educação Continuada e o grupo de desenvolvimento do instituto UFC virtual, da Universidade Federal do Ceará. O nascimento da revista é o fruto do esforço de todos. Foi um parto que, embora tenha durado horas, foi fácil porque todos se esmeraram para que o projecto tornasse realidade. Sejam bem-vindos caros leitores! Façam dela um bom uso.

Os editores

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ENTREVISTAS

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Construção do Aquário Ceará

imagem:http://www.google.com.br/search?q=aqu%C3%A1rio+do+cear%C3%A1&hl=ptBR&biw=1366&bih=680&prmd=ivns&source=lnms&tbm=isch&e

A materialização do Projecto Acquário Ceará será uma realidade, segundo informações cedidas pela Casa Civil que esclareceu que a parceria entre o Governo Cearense e os fornecedores para a construção do Aquário já eExim Bank, remonta os US$105 milhões. A sua construção, porém, está envolta em poleErotildes Moreira e a gerente Alcione Gato, a mostrarem a sua opini

� � Verde, enquadrado no PJAO, na área de Língua Portuguesa. (Foto feita pelos entrevistadores)Perg.

Acquário Ceará, o que pensa relativo ao impacto social e ambiental que este empreendimento trará à Cidade de Fortaleza? Terá um impacto “tremendo” com pontos positivos e negativos. Positivos a meu ver defendidas pelos criadores do projecto: ampliará a malha turística, redimensionará o ambiente que está abandonado na praia de Iracema, revitalizará a praia de Iracema e gerará mais empregos. Há pontos negativos que a meu ver ultrapassam os ptemporariamente. Porque, na minha opinião, há outros problemas de cunho urbano, social e ambiental que precisam ser resolvidos antes da construção de um equipamento dessa natureza, além do facto de o montante a ser gasto não ser pouco. Perg. 2: Acha que a construção desse aquário deve ser prioridade para Fortaleza? Por quê? A praia de Iracema está caindo aos pedaços, as ruas sem condições para os transeuntes e estradas esburacadas, segurança pública que não expara as crianças em boas condições, escolas insuficientes. Todos esses são problemas que ao meu ver devem ser prioritários e resolvidos antes de se pensar em criar uma infraestrutura desse porte. Ao invés dessa construção, poder

ENTREVISTA

Construção do Aquário Ceará

Imagem do aquário extraída do site:Fonte de imagem:http://www.google.com.br/search?q=aqu%C3%A1rio+do+cear%C3%A1&hl=ptBR&biw=1366&bih=680&prmd=ivns&source=lnms&tbm=isch&e

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A materialização do Projecto Acquário Ceará será uma realidade, segundo informações cedidas pela Casa Civil que esclareceu que a parceria entre o Governo Cearense e os fornecedores para a construção do Aquário já está formalizada e que a assinatura do financiamento, junto ao Exim Bank, remonta os US$105 milhões.

A sua construção, porém, está envolta em poleḿica e, por isso, convidamos a professora Erotildes Moreira e a gerente Alcione Gato, a mostrarem a sua opinião sobre o assunto.

Erotildes Moreira ,

professora de Língua Portuguesa no ensino médio, participa como assistente no curso de professores de Cabo

Verde, enquadrado no PJAO, na área de Língua Portuguesa.

(Foto feita pelos entrevistadores) Perg. 1: Estando a par da polémica envolta à construção do

Acquário Ceará, o que pensa relativo ao impacto social e ambiental que este empreendimento

Terá um impacto “tremendo” com pontos positivos e negativos. Positivos a meu ver defendidas pelos criadores do projecto: ampliará a malha turística, redimensionará o ambiente que está abandonado na praia de Iracema, revitalizará a praia de Iracema e gerará mais empregos. Há pontos negativos que a meu ver ultrapassam os positivos e que fazem com que eu seja contra, temporariamente. Porque, na minha opinião, há outros problemas de cunho urbano, social e ambiental que precisam ser resolvidos antes da construção de um equipamento dessa natureza, além

ser gasto não ser pouco.

Perg. 2: Acha que a construção desse aquário deve ser prioridade para Fortaleza? Por quê?

A praia de Iracema está caindo aos pedaços, as ruas sem condições para os transeuntes e estradas esburacadas, segurança pública que não existe, não há lugar para estacionamento, não há creches para as crianças em boas condições, escolas insuficientes. Todos esses são problemas que ao meu ver devem ser prioritários e resolvidos antes de se pensar em criar uma infraestrutura desse porte.

vés dessa construção, poder-se-ia fazer uma distribuição dessa verba na perspectiva de se

imagem:http://www.google.com.br/search?q=aqu%C3%A1rio+do+cear%C3%A1&hl=ptBR&biw=1366&bih=680&prmd=ivns&source=lnms&tbm=isch&ei=28RDTuicDoPr0gGXoYngAw&sa=X&

A materialização do Projecto Acquário Ceará será uma realidade, segundo informações cedidas pela Casa Civil que esclareceu que a parceria entre o Governo Cearense e os fornecedores

stá formalizada e que a assinatura do financiamento, junto ao

ica e, por isso, convidamos a professora ão sobre o assunto.

professora de Língua Portuguesa no ensino médio, participa como assistente no curso de professores de Cabo

Verde, enquadrado no PJAO, na área de Língua Portuguesa.

1: Estando a par da polémica envolta à construção do Acquário Ceará, o que pensa relativo ao impacto social e ambiental que este empreendimento

Terá um impacto “tremendo” com pontos positivos e negativos. Positivos a meu ver pelas questões defendidas pelos criadores do projecto: ampliará a malha turística, redimensionará o ambiente que está abandonado na praia de Iracema, revitalizará a praia de Iracema e gerará mais empregos. Há

ositivos e que fazem com que eu seja contra, temporariamente. Porque, na minha opinião, há outros problemas de cunho urbano, social e ambiental que precisam ser resolvidos antes da construção de um equipamento dessa natureza, além

Perg. 2: Acha que a construção desse aquário deve ser prioridade para Fortaleza? Por quê?

A praia de Iracema está caindo aos pedaços, as ruas sem condições para os transeuntes e estradas iste, não há lugar para estacionamento, não há creches

para as crianças em boas condições, escolas insuficientes. Todos esses são problemas que ao meu ver devem ser prioritários e resolvidos antes de se pensar em criar uma infraestrutura desse porte.

ia fazer uma distribuição dessa verba na perspectiva de se

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resolver esses problemas. Muito também porque a resolução desses problemas trará melhores condições para então se receber os turistas que aportarão à Fortaleza para v

Alcione Gato � � do Resort Carmel Charme.� divulgação do Ceará no Brasil e fora dele. (Foto feita pelos en

Perg. 1: Estando a par da polémica envolta à construção do Acquário Ceará, o que pensa relativo ao impacto social e ambiental que este empreendimento à Cidade de Fortaleza e qual a sua posição pessoal em relação à construção? Totalmente a favor. É um empreendimento novo, um atractivo novo para a cidade, que gera empregos, um novo ícone que pode ser usado na divulgação de Fortaleza. Antes Fortaleza era divulgada pelas suas praias como destino de férias. Hoje tem de se fazer mais eventos, maconstruções cooperativas para poder competir com outros destinos, tem de apresentar inovações e há muito que não temos nada disso. Perg. 2: Acha que a construção desse aquário deve ser prioridade para Fortaleza? Por quê? Claro. Vai gerar mais emprego. ter um impacto grande. Comercialmente dará à Fortaleza, para além do aumento de empregos tanto directo, como indirectamente, um diferencial que outros destinos não têm. A nossa Praia de Iracetotalmente revitalizada e sairá ganhando. Ela que já foi um ícone de referência, poderá ganhar novo alento aliada ao aquário. Se o projecto sair do papel terá uma dinamização revitalizadora também para outros aspectos menos bons que teimam em fazerque também seja feito um mega trabalho ao redor da própria área, que hoje não tem essa estrutura. Enfim, exige que seja feito um trabalho de revitalização da acidade e Fortaleza sairá a ganhem todos os aspectos: infraestruturais; sociais; segurança, que deixa muito a desejar; só tem a ganhar. Perg. 3: Pensa que Ceará terá capacidade para manter um Acquário dessa dimensão a longo prazo? A manutenção é algo que só pode ser vista ao longo

resolver esses problemas. Muito também porque a resolução desses problemas trará melhores condições para então se receber os turistas que aportarão à Fortaleza para visitar o acquário.

Alcione Gato

Paraense. Gerente comercial dos Hotéis Magna Praia e Água Marinha e

do Resort Carmel Charme. Já trabalha há 10 anos na área turística ligada à hoteís e

divulgação do Ceará no Brasil e fora dele.

(Foto feita pelos entrevistadores) Perg. 1: Estando a par da polémica envolta à construção do Acquário Ceará, o que pensa relativo ao impacto social e ambiental que este empreendimento à Cidade de Fortaleza e qual a sua posição pessoal em relação à construção?

favor. É um empreendimento novo, um atractivo novo para a cidade, que gera empregos, um novo ícone que pode ser usado na divulgação de Fortaleza. Antes Fortaleza era divulgada pelas suas praias como destino de férias. Hoje tem de se fazer mais eventos, maconstruções cooperativas para poder competir com outros destinos, tem de apresentar inovações e há muito que não temos nada disso.

Perg. 2: Acha que a construção desse aquário deve ser prioridade para Fortaleza? Por quê?

O projecto tem toda uma logística a ser feita para poder também

Comercialmente dará à Fortaleza, para além do aumento de empregos tanto directo, como indirectamente, um diferencial que outros destinos não têm. A nossa Praia de Iracetotalmente revitalizada e sairá ganhando. Ela que já foi um ícone de referência, poderá ganhar

Se o projecto sair do papel terá uma dinamização revitalizadora também para outros aspectos menos bons que teimam em fazer parte da nossa cidade. Sendo um mega projecto terá de se exigir que também seja feito um mega trabalho ao redor da própria área, que hoje não tem essa estrutura. Enfim, exige que seja feito um trabalho de revitalização da acidade e Fortaleza sairá a ganhem todos os aspectos: infraestruturais; sociais; segurança, que deixa muito a desejar; só tem a

Perg. 3: Pensa que Ceará terá capacidade para manter um Acquário dessa dimensão a longo

A manutenção é algo que só pode ser vista ao longo dos tempos, uma incógnita. Autores:

Maria Rosa Monteiro Elisa Mendonça João Paulo

resolver esses problemas. Muito também porque a resolução desses problemas trará melhores isitar o acquário.

Gerente comercial dos Hotéis Magna Praia e Água Marinha e

Já trabalha há 10 anos na área turística ligada à hoteís e

Perg. 1: Estando a par da polémica envolta à construção do Acquário Ceará, o que pensa relativo ao impacto social e ambiental que este empreendimento à Cidade de Fortaleza e qual a sua

favor. É um empreendimento novo, um atractivo novo para a cidade, que gera empregos, um novo ícone que pode ser usado na divulgação de Fortaleza. Antes Fortaleza era divulgada pelas suas praias como destino de férias. Hoje tem de se fazer mais eventos, mais construções cooperativas para poder competir com outros destinos, tem de apresentar inovações e

Perg. 2: Acha que a construção desse aquário deve ser prioridade para Fortaleza? Por quê?

O projecto tem toda uma logística a ser feita para poder também

Comercialmente dará à Fortaleza, para além do aumento de empregos tanto directo, como indirectamente, um diferencial que outros destinos não têm. A nossa Praia de Iracema será totalmente revitalizada e sairá ganhando. Ela que já foi um ícone de referência, poderá ganhar

Se o projecto sair do papel terá uma dinamização revitalizadora também para outros aspectos parte da nossa cidade. Sendo um mega projecto terá de se exigir

que também seja feito um mega trabalho ao redor da própria área, que hoje não tem essa estrutura. Enfim, exige que seja feito um trabalho de revitalização da acidade e Fortaleza sairá a ganhando em todos os aspectos: infraestruturais; sociais; segurança, que deixa muito a desejar; só tem a

Perg. 3: Pensa que Ceará terá capacidade para manter um Acquário dessa dimensão a longo

dos tempos, uma incógnita.

Maria Rosa Monteiro Elisa Mendonça João Paulo Oliveira

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“Aquário de Ceará

Tendo em conta a construção do aquário do Ceará, fomos à procura do sr. Yvanovick Dantas Valério, professor da Universidade Federal do Ceará e Coordenador do Projecto José Aparecido de Almeida, no Ceará: E. D. A. Aquário aqui no Estado de Ceará?Y– E. D. A. local escolhido?Y–Iracema. É uma boa escolha, porque ali tem o centro Dragão do Mar. A ideia é juntar o centro, o museu, o espaço de show a esse espaço cultural. Este aquário se integra no aparelho cultur

é o Centro Dragão do Mar. ¨Esse projeto tem sido polêmico no seio político; alguns o consideram um investimento de alto valor cultural, cientifico e educacional; outros consideram que não é uma prioridade.¨ E. D. A. – Qual é a sua opinião sobre a construção desse aquário?Y – Bem, acho que realmente existem muitas coisas a serem feitas na cidade, incluindo o saneamento básico, a estruturação das ruas, escolas, mas não podemos esquecer que Fortaleza é uma cidade turística e depende decidade. Embora o custo seja alto e haja outras coisas que precisam ser feitas, o investimento neste aquário é importante para garantir à cidade um atrativo a mais. E. D. A. – Trará algum beneficio para os cearenses?Y– É um centro de cultura, científico e de lazer. Esta é uma vantagem imediata para a população da cidade. Uma vantagem indirecta disso é o favorecimento do turismo que certamente é um atrativo a mais para as pessoas que se interesDragão do Mar. Então, este equipamento vai atrair a atenção das pessoas para a cidade. Acho que a principal vantagem é a questão do turismo.

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

“Aquário de Ceará – uma construção do futuro¨

Tendo em conta a construção do aquário do Ceará, fomos à procura do sr. Yvanovick Dantas Valério, professor da Universidade Federal do Ceará e Coordenador do Projecto José Aparecido de Almeida, no Ceará:

E. D. A. – Já ouviu falar que o governo estadual vai construir um Aquário aqui no Estado de Ceará?

– Sim, já ouvi falar.

E. D. A. - Sabe onde será construído o aquário? Concorda com o local escolhido?

– Até onde eu sei será construído ali pelas imediações da Praia de Iracema. É uma boa escolha, porque ali tem o centro Dragão do Mar. A ideia é juntar o centro, o museu, o espaço de show a esse espaço cultural. Este aquário se integra no aparelho cultur

¨Esse projeto tem sido polêmico no seio político; alguns o consideram um investimento de alto valor cultural, cientifico e educacional; outros consideram que não é uma prioridade.¨

inião sobre a construção desse aquário? Bem, acho que realmente existem muitas coisas a serem feitas na cidade, incluindo o

saneamento básico, a estruturação das ruas, escolas, mas não podemos esquecer que Fortaleza é uma cidade turística e depende deste tipo de equipamento cultural para favorecer o turismo na cidade. Embora o custo seja alto e haja outras coisas que precisam ser feitas, o investimento neste aquário é importante para garantir à cidade um atrativo a mais.

cio para os cearenses? É um centro de cultura, científico e de lazer. Esta é uma vantagem imediata para a população da

cidade. Uma vantagem indirecta disso é o favorecimento do turismo que certamente é um atrativo a mais para as pessoas que se interessam por Fortaleza onde já existe o Planetário, o Museu e o Dragão do Mar. Então, este equipamento vai atrair a atenção das pessoas para a cidade. Acho que a principal vantagem é a questão do turismo.

número 1 – agosto 2011

uma construção do futuro ̈

Tendo em conta a construção do aquário do Ceará, fomos à procura do sr. Yvanovick Dantas Valério, professor da Universidade Federal do Ceará e Coordenador do Projecto José Aparecido de Almeida, no

Já ouviu falar que o governo estadual vai construir um

Sabe onde será construído o aquário? Concorda com o

Até onde eu sei será construído ali pelas imediações da Praia de Iracema. É uma boa escolha, porque ali tem o centro Dragão do Mar. A ideia é juntar o centro, o museu, o espaço de show a esse espaço cultural. Este aquário se integra no aparelho cultural que já existe que

¨Esse projeto tem sido polêmico no seio político; alguns o consideram um investimento de alto valor cultural, cientifico e educacional; outros consideram que não é uma prioridade. ̈

Bem, acho que realmente existem muitas coisas a serem feitas na cidade, incluindo o saneamento básico, a estruturação das ruas, escolas, mas não podemos esquecer que Fortaleza é

ste tipo de equipamento cultural para favorecer o turismo na cidade. Embora o custo seja alto e haja outras coisas que precisam ser feitas, o investimento neste

É um centro de cultura, científico e de lazer. Esta é uma vantagem imediata para a população da cidade. Uma vantagem indirecta disso é o favorecimento do turismo que certamente é um atrativo

sam por Fortaleza onde já existe o Planetário, o Museu e o Dragão do Mar. Então, este equipamento vai atrair a atenção das pessoas para a cidade. Acho que a

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E. D. A.– Essa construção de alta envergadura envolve conhecimento do montante a ser utilizado e de como será financiadoY – Não. Eu não sei quanto custaria; sei que é muito caro e sei que há condições para o fazer. Espero que haja transparência na divulgação do esteja bem informada dos custos que não é tão transparente quanto deveria ser.

Imagem da maquete virtual do aquário.

E. D. A. – Qual é a sua opinião sobre o produto final (aquário) apresentado nesta maquete?Y– É a primeira vez que estou vendo esta maquete. Ela é bonita. Acho que vai valorizar muito o espaço da Praia de Iracema, que é uma área meio abandonada e que serve para esconder drogados e bandidos. Então, abrir um espaço de lazer naquela área, que é uma área estagnada do ponto de vista económico, político e cultural é uma vantagem. Vai ser mais um fortalezenses.

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

Essa construção de alta envergadura envolve altos custos. Será que a população tem conhecimento do montante a ser utilizado e de como será financiado?

Não. Eu não sei quanto custaria; sei que é muito caro e sei que há condições para o fazer. Espero que haja transparência na divulgação do projecto. Realmente, não acredito que a população esteja bem informada dos custos que não é tão transparente quanto deveria ser.

Fonte: http://www.putsgrilo.com/turismo/acquariofortaleza-definitivamente-global/

Imagem da maquete virtual do aquário.

Qual é a sua opinião sobre o produto final (aquário) apresentado nesta maquete?É a primeira vez que estou vendo esta maquete. Ela é bonita. Acho que vai valorizar muito o

paço da Praia de Iracema, que é uma área meio abandonada e que serve para esconder drogados e bandidos. Então, abrir um espaço de lazer naquela área, que é uma área estagnada do ponto de vista económico, político e cultural é uma vantagem. Vai ser mais um espaço bonito para o lazer dos

E-mail: [email protected]

número 1 – agosto 2011

altos custos. Será que a população tem

Não. Eu não sei quanto custaria; sei que é muito caro e sei que há condições para o fazer. projecto. Realmente, não acredito que a população

esteja bem informada dos custos que não é tão transparente quanto deveria ser.

Fonte: http://www.putsgrilo.com/turismo/acquario-ceara-global/

Qual é a sua opinião sobre o produto final (aquário) apresentado nesta maquete? É a primeira vez que estou vendo esta maquete. Ela é bonita. Acho que vai valorizar muito o

paço da Praia de Iracema, que é uma área meio abandonada e que serve para esconder drogados e bandidos. Então, abrir um espaço de lazer naquela área, que é uma área estagnada do ponto de vista

espaço bonito para o lazer dos

Autores: Eunice da Luz Diamantino Freire

Ângela Cidário mail: [email protected]

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Construção do acquário do ceará

Questão de embelezamento ou de benefício?

(Foto feita por: Margarida)

JMJ: - O senhor é um cidadão cearense. É do seu conhecimento que se vai construir um

acquário na Praia de Iracema?

Walter: - Sim, tenho conhecimento muito vago, através da notícia de jornisto é, não sei bem o que se vai fazer.

JMJ: - Sabe para quando está prevista a construção? Walter: - Pelo que eu sei, não há uma data definida. Os políticos dizem que fazem isto hoje, fazem

amanhã, mas depois passa muito tempo e não se vê nada. O mês de Dezembro está próximo. Se calhar fica lá para o próximo ano.

JMJ: - Para si, a construção do Acqu Walter: - Se for para gerar rendas, emprego, colocação de barracas, de lojas, pode ser. Mas se for só

para embelezamento, não vejo benefício nenhum. JMJ: : - Do seu ponto de vista, esse empreendimento ter Walter: - Não vou falar de um assunto do qual não estou muito por dentro, assim como outros

tantos. Acho que os milhões que vão gastar nessa construção deveriam ser gastos noutras coisas. Há pessoas que precisam. Mas eu não sou contr

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

Entrevista

onstrução do acquário do ceará

Questão de embelezamento ou de benefício?

Walter, funcionário da Wal*Mart residente em Fortaleza.

O senhor é um cidadão cearense. É do seu conhecimento que se vai construir um acquário na Praia de Iracema?

Sim, tenho conhecimento muito vago, através da notícia de jornais. Mas nada de concreto, isto é, não sei bem o que se vai fazer.

Sabe para quando está prevista a construção?

Pelo que eu sei, não há uma data definida. Os políticos dizem que fazem isto hoje, fazem amanhã, mas depois passa muito tempo e não se vê nada. O mês de Dezembro está próximo. Se calhar fica lá para o próximo ano.

Para si, a construção do Acquário trará algum benefício para o Estado do Ceará?

Se for para gerar rendas, emprego, colocação de barracas, de lojas, pode ser. Mas se for só para embelezamento, não vejo benefício nenhum.

Do seu ponto de vista, esse empreendimento terá alguma desvantagem?

Não vou falar de um assunto do qual não estou muito por dentro, assim como outros tantos. Acho que os milhões que vão gastar nessa construção deveriam ser gastos noutras coisas. Há pessoas que precisam. Mas eu não sou contra.

Entrevistadores: José Manuel Pereira; Margarida Agues; João GomesE-mail: [email protected]

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Wal*Mart residente em

O senhor é um cidadão cearense. É do seu conhecimento que se vai construir um

ais. Mas nada de concreto,

Pelo que eu sei, não há uma data definida. Os políticos dizem que fazem isto hoje, fazem amanhã, mas depois passa muito tempo e não se vê nada. O mês de Dezembro está

ário trará algum benefício para o Estado do Ceará?

Se for para gerar rendas, emprego, colocação de barracas, de lojas, pode ser. Mas se for só

á alguma desvantagem?

Não vou falar de um assunto do qual não estou muito por dentro, assim como outros tantos. Acho que os milhões que vão gastar nessa construção deveriam ser gastos noutras

Entrevistadores: José Manuel Pereira; Margarida Agues; João Gomes mail: [email protected]

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CULTURA

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Muitos são os encantos que Ceará oferece àqueles que odiversificada. Descubra-a. Arte Popular O artesanato do Ceará é caracterizado pela sua genuína criatividade e singularidade.São variadas as produções feitas no Ceará: – Redes com diversos bordados e formas; – Rendas (peças bordadas pelas confeccionada sobre uma almofada redonda, apoiada em uma armação de madeira.

– Esculturas humanas, quadros talhados na gravura, vasos adornados(artesanato feito em madeira e barro);

– garrafas de areias coloridas (são usadas para ornamentação de ambientes diversos de residências às salas de escritórios.);

– cestarias, chapéus e trançados com variadas

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

CULTURA CEARENSE

Muitos são os encantos que Ceará oferece àqueles que o visitam. A sua cultura é rica e

O artesanato do Ceará é caracterizado pela sua genuína criatividade e singularidade.São variadas as produções feitas no Ceará:

Redes com diversos bordados e formas;

as bordadas pelas rendeiras usando a almofada, linha e os confeccionada sobre uma almofada redonda, apoiada em uma

Fonte: http://www.cearacultural

Esculturas humanas, quadros talhados na gravura, vasos adornados(artesanato feito em madeira e barro);

Fonte: http://www.cearacultural

garrafas de areias coloridas (são usadas para ornamentação de ambientes diversos de residências às

––– Fonte:http://www.cearacultural

estarias, chapéus e trançados com variadas

número 1 – agosto 2011

visitam. A sua cultura é rica e

O artesanato do Ceará é caracterizado pela sua genuína criatividade e singularidade.

e os birros.)A renda é

http://www.cearacultural.com.br/artesanato

http://www.cearacultural.com.br/artesanato

http://www.cearacultural.com.br/artesanato

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Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

formas e desenhos feitas de palha da carnaúba, do bambú e do cipó.

Fonte: http://www.cearacultural.com.br/artesanato

––– Xilogravura – os clichês são confeccionados para ilustração de cordéis e retratam temas típicos da região, como festas populares e religiosas, ou a viagem de retirantes. São produzidos em casca de cajá, imburana-de-cheiro e cedro. Folclore Tem suas raízes na miscigenação das raças branca, negra e indígena. Principais manifestações do folclore brasileiro: ––– Bumba-meu-Boi ou Boi-Ceará (De tradição luso-ibérica do século XVI, nasceu dos escravos e pessoas agregadas aos engenhos e fazendas.) ––– Pastoril (Festa de origem portuguesa,) ––– Reisado (De origem ibérica, é caracterizada por um grupo de pessoas que se reúne para cantar e louvar o nascimento de Cristo.) ––– Caninha Verde (Dança de origem portuguesa) ––– Dança do Coco (surgiu entre os negros do Ceará, nos engenhos de açúcar) ––– Banda Cabaçal (Conjunto musical mais típico do interior do Cerá(Cariri):origem africana, com influência indígena no uso do pífaro e pífano, instrumentos com características indígenas) ––– Torém (Dança indígena) ––– Dança de São Gonçalo (Dança de origem portuguesa) ––– Maracatu (De origem africana. Desfile de reis, em forma de cortejo carnavalesco. A dança se dá em passos lentos e cadenciados) Música O género musical mais identificado com o Ceará é o forró, em suas variadas formas. O baião é outro género muito apreciado pelos cearenses. As bandas cabaçais, que utilizam pífanos, zabumbas, fazendo acompanhar sua música com movimentos e acrobacias com facões, também se destacam na música tradicional cearense. Literatura A literatura cearense floresceu em torno de grupos literários. O primeiro desses grupos foi Os Outeiros, outros grupos literários que apareceram foram: Padaria Espiritual, Academia Cearense de Letras, O saco, etc. Na literatura cearense encontram-se muitos escritores e poetas brasileiros, destacando-se entre eles José de Alencar.

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José de Alencar

José Martiniano de Alencar nasceu em 1º de Maio de 1829, em Mecejana, Ceará. Foi autor de várias obras como por exemplo: Iracema (que é o símbolo do povo cearense), O Guarani, etc.

Fonte: http://www.cearacultural.com.br/literatura

Literatura de cordel É uma espécie de poesia popular, predominantemente escrita em sextilhas com rimas nos versos pares(2º, 4º e 6º); cada verso possui geralmente sete sílabas métricas (Redondilha maior). É impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura.

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Um dos cordelistas mais destacados aqui no Ceará é Patativa do Assaré.

Patativa do Assaré Antônio Gonçalves da Silva, filho de Pedro Gonçalves da SMaria Pereira da Silva, nasceu a 5 de Março de 1909, no Sítio denominado Serra de Santana, que dista três léguas da cidade de Assaré.Desde criança é apaixonado pela música. Aos treze anos começou a fazer os primeiros versos. Aos dezesseis comprcantar de improviso.

Fonte: http://www.cearacultural.com.br/musica

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

José Martiniano de Alencar nasceu em 1º de Maio de 1829, em Mecejana, Ceará. Foi autor de várias obras como por exemplo: Iracema (que é o símbolo do povo

nse), O Guarani, etc.

.com.br/literatura

É uma espécie de poesia popular, predominantemente escrita em sextilhas com rimas nos versos pares(2º, 4º e 6º); cada verso possui geralmente sete sílabas métricas

É impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o

Fonte:http://www.google.com/search?q=literatura+de+cordel&hl=ptR&client=ubuntu&hs=r8W&channel=fs&prmd=ivnsb&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=CeZDTp

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Um dos cordelistas mais destacados aqui no Ceará é Patativa do Assaré.

Patativa do Assaré

Antônio Gonçalves da Silva, filho de Pedro Gonçalves da SMaria Pereira da Silva, nasceu a 5 de Março de 1909, no Sítio denominado Serra de Santana, que dista três léguas da cidade de Assaré.Desde criança é apaixonado pela música. Aos treze anos começou a fazer os primeiros versos. Aos dezesseis comprou uma viola e começou a cantar de improviso.

.com.br/musica

número 1 – agosto 2011

José Martiniano de Alencar nasceu em 1º de Maio de 1829, em Mecejana, Ceará. Foi autor de várias obras como por exemplo: Iracema (que é o símbolo do povo

http://www.google.com/search?q=literatura+de+cordel&hl=pt- s&prmd=ivnsb&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=CeZDTp--I4yhtweHr-

2vCQ&ved=0CDMQsAQ&biw=1366&bih=626

Antônio Gonçalves da Silva, filho de Pedro Gonçalves da Silva, e de Maria Pereira da Silva, nasceu a 5 de Março de 1909, no Sítio denominado Serra de Santana, que dista três léguas da cidade de Assaré. Desde criança é apaixonado pela música. Aos treze anos começou a fazer

ou uma viola e começou a

Page 18: Revista Encontros 1

Gastronomia A gastronomia de Ceará é tipicamente nordestina. Assim como muitos aspectos da cultura cearense, resulta da fusão dos povos africanos, indígenas e portugueses. Nela se sobressai pratos típicos tais como: – baião-de-dois; – churrasco de carneiro ou carne– tapioca – moqueca de arraia – peixadas de cavala – camarão no leite de coco – camarão frito ao alho e óleo, etc.

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

A gastronomia de Ceará é tipicamente nordestina. Assim como muitos aspectos da cultura cearense, fusão dos povos africanos, indígenas e portugueses. Nela se sobressai pratos típicos tais

churrasco de carneiro ou carne-de-sol;

moqueca de arraia cavala

ao alho e óleo, etc.

Tapioca com coco baião-

Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/blogs/anamaria receitas/2010/08/19/especial-comidas

E-mail: nyce

número 1 – agosto 2011

A gastronomia de Ceará é tipicamente nordestina. Assim como muitos aspectos da cultura cearense, fusão dos povos africanos, indígenas e portugueses. Nela se sobressai pratos típicos tais

cavala

-de-dois

http://mdemulher.abril.com.br/blogs/anamaria- comidas-tipicas-receitas-do-ceara/

Autora: Eunice da Luz

São Vicente

mail: [email protected]

Page 19: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Cultura musical: Funaná

A música é um meio de expressão que se manifesta naturalmente no ser humano. Em Cabo Verde

a música é uma das maiores manifestações culturais. O seu povo, desde o início da sua história,

sempre fez uso desse vínculo para expressar os seus sentimentos nas mais variadas realidades: na

angústia e no dilema do “querer ficar e ter que partir”, nas conquistas à amada, através das belas

serenatas ao luar, na revolta ao sistema colonial, o que de outra forma lhe era proibido, na labuta do

dia-a-dia e, sobretudo, nas festas como forma de convivência.

Apraz-nos dizer que em Cabo Verde existem vários gêneros musicais que traduzem o ser, o sentir

e o estar do homem cabo verdiano, entre os quais a morna, o batuque, a mazurca, a coladeira e o

funaná.

É nossa intenção, em cada edição, fazer uma singela homenagem a essas manifestações, por isso

hoje dedicamos este artigo ao funaná.

Em Cabo Verde a música resulta de elementos musicais europeus aos quais se sobrepõem

elementos musicais africanos. O Funaná surgiu no início do século XX em Cabo Verde, mais

concretamente, na ilha de Santiago, na República de Cabo Verde. Desde de sempre, qualquer que

fosse a festa (um casamento, um baptizado, uma festa religiosa) é sempre ao som do "Funaná".

Caracteriza-se por ter um andamento variável, acelerado e um compasso binário, está

intimamente associado ao acordeão, conhecido em Cabo Verde por gaita. Diz-se que a origem do

termo "Funaná" vem de um homem que se chamava Funa e tocava gaita (acordeão) e de uma

mulher chamada Naná que tocava ferrinho. 1

De acordo com os pesquisadores, numa pesquisa feita às pessoas mais velhas, em algumas

localidades do interior de Santiago, o Funaná antigamente era chamado de 'badjo di gaita'. O

movimento mais lento era chamado de Samba (de acordo com uma demonstração feita por um

senhor com cerca de setenta anos, o Funaná dançava-se como o Samba era dançado antigamente

no Brasil). De Santiago, o Funaná viajou para as outras ilhas onde é muito apreciado. Dança-se

aos pares com movimentos do quadril cadenciados, sensuais e vivos. 2

Para quem não conhece o funaná de raiz é fácil deixar-se enganar pelas novas abordagens. Não

fugindo à regra das mutações, também a música vem ganhando nova “performance” de acordo com 111 HHHTTTTTTPPP:::wwwwwwwww...yyyooouuutttuuubbbeee...cccooommm 222 HHHTTTTTTPPP:::WWWWWWWWW...yyyooouuutttuuubbbeee...cccooommm

Page 20: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

o ritmo do desenvolvimento do país e efeito da globalização. Ao Funaná de raíz foram introduzidos

novos ritmos que satisfazem os mais variados gostos (Deka, originado do Senegal), (Hip-hop, dos

Estados Unidos de América), (finaçon ou Konbersu Sabi, originado do interior da ilha de Santiago)

e muitos outros mais.

Para encerrar este número, convidamos aos leitores que ainda não tiveram a oportunidade de

descobrir e deixar-se levar por este ritmo estonteante e frenético, a fazerem uma “viagem no tempo”

ao som das magníficas interpretações de alguns dos mais conceituados e fazedores deste estilo

musical. De Codê di Dona e Sema Lope, passando por Zeca di Nha Reinalda, Katchás, os Ferros

Gaita até os mais recentes como Zé Espanhol, Binho, Nha Manazinha e Xibioti, entre outros mais.

Delicia-se!

Autoras: Dulcelina Teixeira;

Eloisa Tomar;

Mara Sacramento;

Merlina Tavares

E-mail: [email protected]

Page 21: Revista Encontros 1

Uma das visitas de estudo do PJAO foi a visita à 10ª Região Militar e a partir dela, se descobriu a formação histórica do estado cearense, mais concretamente, o nascimento da cidade Fortaleza e os heróis cearenses, que a ela estão irremediavelmente ligados. A atual cidade Fortaleza crescera e desenvolvera à volta da mesma Região Militar e ligada à história do Martim Soares Moreno, natural de Santiago do Cacém. Chegara dessa região não tenha iniciado a partir de então. Já havia conhecido conquistas e tragédias ao longo dos tempos. A chegada desse jovem conquista,

definitivamente, o Ceará. Logo construiu um Fortim de madeira no mesmo lofortificação do S. Tiago, designandolíngua e interagiu rapidamente com o nativo. Porém, após um ano teve que partir para retornar em 1621, passados quase dez anos, encontrando com vigor em uma década. (imagem extraída: http//blog.opovo.com.br/portugalsempassaporte/martinssoares-moreno)

Essa história fazEste era filho de Juvenal Lopes Cabral (caboÉvora (guineense), nasceu na Guiné Bissau e fez os estudos secundários em C. Verde. Em 1945, conseguiu Superior de Agronomia.Tendo terminado o curso, foi contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços

1952, iniciou o seu trabalho na gro que lhe permitiu adquirir um conhecimento profundo da realidade social vigente.Em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com outros formou na clandestinidade, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Em 23 de janeiro de 1963 teve início a luta armada contra a metrópole colonialista.Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral foi assassinado em Conacri. E após a sua morte, um dos combatentes, Aristides Pereira tomou a liindependência de Cabo Verde foi proclamada em 5 de Julho de 1975. Graças a Amílcar Cabral, o fundador da nacionalidade, Cabo Verde tem trilhado em caminhos íngremes, com os seus próprios pés, mas tem cum dos grandes exemplos para os países pobres. extraída:http//www.didinho.org/abeldjassi3.JPG)

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

Origens e afinidades

Uma das visitas de estudo do PJAO foi a visita à 10ª Região Militar e a partir dela, se descobriu a formação histórica do estado cearense, mais concretamente,

o da cidade Fortaleza e os heróis cearenses, que a ela estão irremediavelmente ligados. A atual cidade Fortaleza crescera e desenvolvera à volta da mesma Região Militar e ligada à história do Martim Soares Moreno, natural de Santiago do Cacém. Chegara ao Ceará em 1605, embora a história dessa região não tenha iniciado a partir de então. Já havia conhecido conquistas e tragédias ao longo dos tempos. A chegada desse jovem conquista,

definitivamente, o Ceará. Logo construiu um Fortim de madeira no mesmo lodesignando-a agora de S. Sebastião. Martins Soares Moreno conhecia a

língua e interagiu rapidamente com o nativo. Porém, após um ano teve que partir para retornar em 1621, passados quase dez anos, encontrando a aldeota em situação de penúria, fazendo

(imagem extraída: http//blog.opovo.com.br/portugalsempassaporte/martins

sa história faz-nos relembrar um grande herói do nosso país, Amílcar Cabral. Este era filho de Juvenal Lopes Cabral (cabo-verdiano) e de Dona Iva Pinhel Évora (guineense), nasceu na Guiné Bissau e fez os estudos secundários em C. Verde. Em 1945, conseguiu uma bolsa de estudos para Portugal no Instituto Superior de Agronomia. Tendo terminado o curso, foi contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné. Regressando à Bissau em

1952, iniciou o seu trabalho na granja experimental de Pessube, fazendo o recenseamento agrícola o que lhe permitiu adquirir um conhecimento profundo da realidade social vigente.Em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com outros formou na clandestinidade, o Partido Africano

cia da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Em 23 de janeiro de 1963 teve início a luta armada contra a metrópole colonialista. Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral foi assassinado em Conacri. E após a sua morte, um dos combatentes, Aristides Pereira tomou a liderança. A partir daí, a luta armada intensificou e a independência de Cabo Verde foi proclamada em 5 de Julho de 1975.

Graças a Amílcar Cabral, o fundador da nacionalidade, Cabo Verde tem trilhado em caminhos íngremes, com os seus próprios pés, mas tem conseguido afirmar-se no mundo, tornandoum dos grandes exemplos para os países pobres. extraída:http//www.didinho.org/abeldjassi3.JPG)

E-mail:

número 1 – agosto 2011

Uma das visitas de estudo do PJAO foi a visita à 10ª Região Militar e a partir dela, se descobriu a formação histórica do estado cearense, mais concretamente,

o da cidade Fortaleza e os heróis cearenses, que a ela estão irremediavelmente ligados. A atual cidade Fortaleza crescera e desenvolvera à volta da mesma Região Militar e ligada à história do Martim Soares Moreno,

ao Ceará em 1605, embora a história dessa região não tenha iniciado a partir de então. Já havia conhecido conquistas e tragédias ao longo dos tempos. A chegada desse jovem conquista,

definitivamente, o Ceará. Logo construiu um Fortim de madeira no mesmo local dos escombros da de S. Sebastião. Martins Soares Moreno conhecia a

língua e interagiu rapidamente com o nativo. Porém, após um ano teve que partir para retornar em a aldeota em situação de penúria, fazendo-a reflorescer

(imagem extraída: http//blog.opovo.com.br/portugalsempassaporte/martins-

nos relembrar um grande herói do nosso país, Amílcar Cabral. verdiano) e de Dona Iva Pinhel

Évora (guineense), nasceu na Guiné Bissau e fez os estudos secundários em C. uma bolsa de estudos para Portugal no Instituto

Tendo terminado o curso, foi contratado pelo Ministério do Ultramar como Agrícolas e Florestais da Guiné. Regressando à Bissau em

anja experimental de Pessube, fazendo o recenseamento agrícola o que lhe permitiu adquirir um conhecimento profundo da realidade social vigente. Em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com outros formou na clandestinidade, o Partido Africano

cia da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Em 23 de janeiro de 1963 teve início a luta

Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral foi assassinado em Conacri. E após a sua morte, um dos derança. A partir daí, a luta armada intensificou e a

Graças a Amílcar Cabral, o fundador da nacionalidade, Cabo Verde tem trilhado em caminhos se no mundo, tornando-se assim

um dos grandes exemplos para os países pobres. (imagem

Autores: Filomena Silva Custódia Silva

Maria Rosa Monteiro

mail: [email protected]

Page 22: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

PROJETOS

Page 23: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

PROJECTO “A LEITURA DA CANÇÃO”

Neste projecto debruçamos essencialmente sobre o estudo da semiótica discursiva, tendo como objecto de estudo a significação, que são todos os mecanismos que o texto musical possui e oferece ao ouvinte. O signo como objecto da semiótica nunca está completo porque nos fornece uma ilusão de estabilidade e conteúdo, pois o texto, sendo uma totalidade em funcionalidade não pode ser interpretado por partes isoladas, acarreta consigo o sentido e a sonorização. Um dos grandes equívocos desta matéria é afirmar que o significante é aquilo que nos proporciona recursos para chegarmos ao significado. Por consequência, analisar um texto por parcelas significa mutilar o conjunto da sua potencialidade semântica. Assim também acontece com a linguagem musical e verbal quando tomada como principal veículo de identidade de um povo, de uma comunidade, da constituição da individualidade cultural. As componentes constitutivas da linguagem musical nem sempre criam estruturas de significação lineares. Pelo contrário, os seus objectos de valor estão permanentemente em conflito e não convivem um com o outro, embora saibamos que o produto final arrecada uma certa harmonia do conjunto. Nesta conjuntura estamos a fazer referência a dois processos fundamentais que se manifestam na produção e interpretação: o processo gerativo ascendente e o processo gerativo descendente. Muitos textos musicais podem ser construídos a partir de uma matriz reconhecida pelos grandes músicos da nossa praça como o de oposição e o de opressão abrindo caminhos para operacionalizar os órgãos sensoriais. A canção é constituída e revestida por uma linguagem musical e verbal, simultaneamente cumprindo a dimensão cultural, teórica e técnica como encontros felizes de linguagens diferenciadas. Ela é uma peça que relata certa experiência para o ouvinte, articulando as linguagens que o convencem porque para além de música (ritmo) há uma inflexão melódia da fala imantada na canção. Ela presencia a fala, e fica presa aos elementos prosódicos da fala. No tratamento de uma canção é preciso ter em conta as principais leis que o regem e dependem dos efeitos de sentido que o cancioneiro quer gerar, o que acontece de forma aleatória, inconsciente, acentuado na linguagem verbal. É assim que podemos encontrar incorporada numa canção efeitos de alongamento, duração e saltos, criando alto campo de tecitura tonal ou acentuada exploração desse campo. Por isso dizemos com confiança que um cancioneiro é um malabarista. Em resumo, a canção é um género que pode ser utilizado para recuperar a memória de um povo subsequentemente a sua cultura, o conhecimento da sua gente, a sobrevalorização da sua identidade resgatando a maneira de ser e sentir deste mesmo povo.

Autores: José Ramos Maria dos Anjos Costa

E-mail:

Page 24: Revista Encontros 1

Apresentação do pr

O ambiente Sócrates foi-nos apresentado no âmbito do estudo do módulo 4: de aprendizagem:um recurso para os professores O Sócrates é um sistema Onvirtual que permite a criação e gestão de projetos e comunidades colaborativos de aprendizagem. Foi concebido a partir de discussões operadas entre o Núcleo de Estudos Continuada e o grupo de desenvolvimento do Instituto UFC virtual, da Universidade Federal do Ceará. Tratando-se dum projeto virtual que visa a aprendizagem num ambiente interativo, o Sócrates foi-nos apresentado na perspectiva de que facilita a criação de comunidades nas escolas dentro deste ambiente. Assim, é orientado ao professor e ao aluno, possibilitando a publicação de cursos e a interação com os mesmos. Foi desenvolvido no sprópria interface gráfica do ambiente e para que ele tenha mais eficácia e eficiência no acesso às páginas e ao conteúdo, fácil navegabilidade e compatibilidade com Navegadores. Aqui, o interagente se sente seguro a explorar os espaços disponibilizados. O ambiente é apoiado numa filosofia de interação e não de controle. Imagem extraída do site: http://www.virtual.ufc.br/socrates/

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

Apresentação do projeto Sócrates

nos apresentado no âmbito do estudo do módulo 4: de aprendizagem:um recurso para os professores, pela professora Betânia Tenório Soares da Rocha.

O Sócrates é um sistema On-line que cria projetos e comunidades, ou seja, é um ambiente virtual que permite a criação e gestão de projetos e comunidades colaborativos de aprendizagem. Foi concebido a partir de discussões operadas entre o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada e o grupo de desenvolvimento do Instituto UFC virtual, da Universidade Federal do

se dum projeto virtual que visa a aprendizagem num ambiente interativo, o nos apresentado na perspectiva de nos permitir explorá-lo como uma ferramenta útil

que facilita a criação de comunidades nas escolas dentro deste ambiente.

Assim, é orientado ao professor e ao aluno, possibilitando a publicação de cursos e a interação com os mesmos. Foi desenvolvido no sentido de permitir ao utilizador uma relação com a própria interface gráfica do ambiente e para que ele tenha mais eficácia e eficiência no acesso às páginas e ao conteúdo, fácil navegabilidade e compatibilidade com Navegadores. Aqui, o

e seguro a explorar os espaços disponibilizados. O ambiente é apoiado numa filosofia de interação e não de controle.

http://www.virtual.ufc.br/socrates/

Autores do texto:

número 1 – agosto 2011

nos apresentado no âmbito do estudo do módulo 4: Comunidades , pela professora Betânia Tenório Soares da Rocha.

line que cria projetos e comunidades, ou seja, é um ambiente virtual que permite a criação e gestão de projetos e comunidades colaborativos de aprendizagem.

e Pesquisas em Educação Continuada e o grupo de desenvolvimento do Instituto UFC virtual, da Universidade Federal do

se dum projeto virtual que visa a aprendizagem num ambiente interativo, o lo como uma ferramenta útil

Assim, é orientado ao professor e ao aluno, possibilitando a publicação de cursos e a entido de permitir ao utilizador uma relação com a

própria interface gráfica do ambiente e para que ele tenha mais eficácia e eficiência no acesso às páginas e ao conteúdo, fácil navegabilidade e compatibilidade com Navegadores. Aqui, o

e seguro a explorar os espaços disponibilizados. O ambiente é apoiado numa

Autores do texto: Adélica Gonçalves Jair Neves

Page 25: Revista Encontros 1

Projeto: Caminhos de Iracema

Caminhos de Iracema é um projeto coordenado pelas Professoras Maria Ednilza Oliveira Moreira e Maria Erotildes Moreira, professoras da UFC.O referido projecto visa: • dar a conhecer a história de Iracema enquanto personagem da obra de José de Alencar e as diferentes percepções da mesma;• enquadrar a temática/formação do povo cearense a partir do romance Iracema; • difundir a cultura cearense, para efeito de projeção do estado do Ceará; • conhecer as múltiplas produções relacionadas à Índia Iracema (romance, poemas, canções, cantatas, esculturas, pintura, etc). “Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba. Além muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema, a virgem dos lábios de mel”.

Iracema foi imortalizada no romance homônimobrasileiros, nascido em Messejana, Fortaleza, que diversos pontos turísticos em homenagem a eles foram criados e preservados.

O mapa abaixo mostra o roteiro de Iracema e José de Alencar em F

1. Monumento de José de Alencar do escultor paulista Humberto Cozzo, foi inaugurado em 1º de março de 1929. A estátua é de granito branco com 6,5 metros de altura e 4 metros de largurindígenas foram extraídos dos romances Iracema e o Guarani.

2. Theatro José de Alencar - Inaugurado em 17 de junho de 1910, apresenta traços ecléticos em suas linhas arquitetônicas, especialmente neoclássicas e art noveau. A pintura dos frisos dos camarotes na sala de espetáculos recebeu o nome das obras do romancista.

3. Índia Iracema - O marco rotário do Rotary Clube Fortaleza Praia de Iracema traz a personagem feminina de José de Alencar. A peça artesanal foi inaugurada em 2002, na Avenida Presidente Castelo Branco e é uma criação do cearense Descartes Gadelha

4. Iracema Guardiã - A segunda estátua de Iracema é de autoria do artista plástico cearense Zenon Barreto. Esculpida em ferro no ano de 1960, ela foi apresentada à Prefeitura de Fortaleza em 1965, no centenário da obra. Somente em 1996 foi inaugurada, na

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

Caminhos de Iracema

Caminhos de Iracema é um projeto coordenado pelas Professoras Maria Ednilza Oliveira Moreira e Maria Erotildes Moreira, professoras da UFC.

cer a história de Iracema enquanto personagem da obra de José de Alencar e as diferentes percepções da mesma;

enquadrar a temática/formação do povo cearense a partir do

difundir a cultura cearense, para efeito de projeção do estado do

conhecer as múltiplas produções relacionadas à Índia Iracema (romance, poemas, canções, cantatas, esculturas, pintura, etc).

“Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba. Além que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema, a virgem dos lábios de

romance homônimo de José de Alencar, um dos maiores escritores brasileiros, nascido em Messejana, Ceará. Tão associados ficaram Iracema e Alencar à cidade de

, que diversos pontos turísticos em homenagem a eles foram criados e preservados.

O mapa abaixo mostra o roteiro de Iracema e José de Alencar em Fortaleza.

. Monumento de José de Alencar - Localizado na praça de mesmo nome, o monumento, de autoria do escultor paulista Humberto Cozzo, foi inaugurado em 1º de março de 1929. A estátua é de granito branco com 6,5 metros de altura e 4 metros de largura. Os baixos relevos com temas indígenas foram extraídos dos romances Iracema e o Guarani.

Inaugurado em 17 de junho de 1910, apresenta traços ecléticos em suas tetônicas, especialmente neoclássicas e art noveau. A pintura dos frisos dos camarotes

na sala de espetáculos recebeu o nome das obras do romancista.

O marco rotário do Rotary Clube Fortaleza Praia de Iracema traz a personagem e José de Alencar. A peça artesanal foi inaugurada em 2002, na Avenida Presidente

Castelo Branco e é uma criação do cearense Descartes Gadelha.

A segunda estátua de Iracema é de autoria do artista plástico cearense Zenon lpida em ferro no ano de 1960, ela foi apresentada à Prefeitura de Fortaleza em 1965,

no centenário da obra. Somente em 1996 foi inaugurada, na Praia de Iracema.

número 1 – agosto 2011

conhecer as múltiplas produções relacionadas à Índia Iracema (romance, poemas, canções,

“Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba. Além que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema, a virgem dos lábios de

, um dos maiores escritores ema e Alencar à cidade de

, que diversos pontos turísticos em homenagem a eles foram criados e preservados.

Localizado na praça de mesmo nome, o monumento, de autoria do escultor paulista Humberto Cozzo, foi inaugurado em 1º de março de 1929. A estátua é de

a. Os baixos relevos com temas

Inaugurado em 17 de junho de 1910, apresenta traços ecléticos em suas tetônicas, especialmente neoclássicas e art noveau. A pintura dos frisos dos camarotes

O marco rotário do Rotary Clube Fortaleza Praia de Iracema traz a personagem e José de Alencar. A peça artesanal foi inaugurada em 2002, na Avenida Presidente

A segunda estátua de Iracema é de autoria do artista plástico cearense Zenon lpida em ferro no ano de 1960, ela foi apresentada à Prefeitura de Fortaleza em 1965,

Page 26: Revista Encontros 1

5. Estátua de Iracema“virgem dos lábios de mel” foi esculpido pelo pernambucano Corbiniano Lins e inaugurado em 24 de junho de 1965.construída na enseada do Mucuripe, local onde a índia esperava o regresso do “Guerreiro Brmonumento, os personagens:Moreno, o filho Moacir e o fiel cão Japi

6. Palácio Iracema de fevereiro de 2005. Encontra-se no Palácio Iracema e foi esculpida em resina acrílica, revestida por 92 mil pedaços de cristal, pelo artista cearense Francisco Zananzanan.

7. Casa José de Alencar - Localizada no Sítio Alagadiço, em Messejana, a casa onde nasceu o escritor, em 1829, teve sua estrutura original mantida. Aberta à visitação (3229.1898), nela podeconhecer a exposição iconográfica dos objetos de José de A

8. Iracema - Musa do Ceará - A estátua foi criada após o concurso Iracema realizado pelo Sistema Verdes Mares. Participaram 2.760 candidatas. O monumento, criado por Alexandre Rodrigues, é baseado nas características físicas da maio de 2004.

Imagens extraídas do site: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000136.pdf

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

. Estátua de Iracema - O primeiro monumento que retratou a “virgem dos lábios de mel” foi esculpido pelo pernambucano Corbiniano Lins e inaugurado em 24 de junho de 1965.construída na enseada do Mucuripe, local onde a índia esperava o regresso do “Guerreiro Branco” - Martim Soares Moreno. No monumento, os personagens: a índia Iracema, seu marido Soares Moreno, o filho Moacir e o fiel cão Japi.

. Palácio Iracema - A quinta estátua da índia foi inaugurada em 15 se no Palácio Iracema e foi esculpida em resina acrílica, revestida

por 92 mil pedaços de cristal, pelo artista cearense Francisco Zananzanan.

Localizada no Sítio Alagadiço, em Messejana, a casa onde nasceu o escritor, em 1829, teve sua estrutura original mantida. Aberta à visitação (3229.1898), nela podeconhecer a exposição iconográfica dos objetos de José de Alencar.

A estátua foi criada após o concurso Iracema - Musa do Ceará, realizado pelo Sistema Verdes Mares. Participaram 2.760 candidatas. O monumento, criado por Alexandre Rodrigues, é baseado nas características físicas da ganhadora e foi inaugurado em 1º de

Imagens extraídas do site: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000136.pdf

Autoras: Carmen Neusa M. Andrade Deusa Josefa M. FernandesE-mail: carmenneusa1@hotmail

Brasil/Fortaleza: 09 de Agosto de 2011.

número 1 – agosto 2011

O primeiro monumento que retratou a “virgem dos lábios de mel” foi esculpido pelo pernambucano Corbiniano Lins e inaugurado em 24 de junho de 1965. A estátua foi construída na enseada do Mucuripe, local onde a índia esperava o

Martim Soares Moreno. No a índia Iracema, seu marido Soares

a da índia foi inaugurada em 15 se no Palácio Iracema e foi esculpida em resina acrílica, revestida

Localizada no Sítio Alagadiço, em Messejana, a casa onde nasceu o escritor, em 1829, teve sua estrutura original mantida. Aberta à visitação (3229.1898), nela pode-se

Musa do Ceará, realizado pelo Sistema Verdes Mares. Participaram 2.760 candidatas. O monumento, criado por

ganhadora e foi inaugurado em 1º de

Imagens extraídas do site: www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000136.pdf

Autoras: Carmen Neusa M. Andrade Deusa Josefa M. Fernandes

mail: [email protected] Brasil/Fortaleza: 09 de Agosto de 2011.

Page 27: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Pedagogia de projectos

O módulo Pedagogia de Projectos: Práticas de Ensino e Avaliação enquadra-se no âmbito do

programa “Linguagem das Letras e dos Números”, do Projecto José Aparecido de Oliveira,

Formação de Professores de Língua Portuguesa. Foi-nos apresentado pela professora Margarete

Schlatter e teve entre outros objectivos principais, os de retomar a discussão de letramento de modo

a se conceber a ideia de biletramento, aprofundar a discussão e definição de propósitos do ensino da

língua portuguesa, apresentar os pressupostos da pedagogia de projectos e discutir práticas de

ensino e de avaliação nessa perspectiva, construir um repertório de temas e de projectos e géneros

do discurso implicados que poderiam ser relevantes para o contexto escolar dos alunos,

operacionalizar os conteúdos trabalhados ao longo do curso na elaboração de sequências didácticas

para o ensino do português, que, após discutidas em grupo, foram posteriormente aprimoradas e

organizadas numa colectânia de sequências didácticas para ser apresentada aos colegas em Cabo

Verde.

Adquirimos as ferramentas necessárias para a elaboração de projectos escolares, tais como,

definição de eixos temáticos e de géneros do discurso a serem trabalhados, compilação de textos

para os diferente eixos temáticos, definição dos objectivos de ensino e de avaliação e elaboração de

uma sequência didáctica.

Finalmente, os conhecimentos teóricos adquiridos foram aplicados na elaboração de alguns

projectos escolares, em grupos, que poderão ser concretizados nas nossas escolas, de entre os quais

se destacam, o da criação de um Horto Escolar, Criação de uma campanha publicitária pelos

alunos, para resolver o problema da comunidade afectada , com o mal da acácia, Concurso de

Escrita, Visita de Estudo a Santo Antão,

Autores: Dulce Levy/ Roosevelt Montrond

E-mails: [email protected]

[email protected]

Page 28: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

RELATOS

Page 29: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

RELATO DE EXPERIÊNCIA

José Ramos Viana

Com as experiências vivenciadas no projecto PJAO, em cada módulo que foi exibido, os

selectos e importantes conteúdos encheram os nossos olhos absorventes de alegria estonteante pela

pertinência. Não podemos, nem de brincadeira, negar as qualidades das apresentações e o nível de

profissionalismo nelas ressaltado e decorrente. O desenvolvimento das actividades expressou astuto,

o respeito ao trabalho interactivo e participativo em absoluto. Tudo para que nós alcançássemos,

pleiteada na produção de técnicas, estratégias e métodos, de fazer inveja a quem hoje só ouve falar

em jeito de partilha. Mas imaginem!... Habilidades inúmeras foram estimuladas para que todos nós,

os receptores atentos, envolvidos nesse projecto muníssemos de conhecimentos, procedimentos

didáctico-pedagógicos que nos permitirá despertar nos nossos alunos o interesse, a criatividade que

os moldará enquanto indivíduos, sujeitos de uma prática virada para aquisição de competências

sociais, para além das cognitivas, que façam jus ao exercício da cidadania. Contudo o que mais me

fascinou foi passear com classe pelos caminhos de Iracema, a lendária.

Uma experiência soberba que me resgatou do meu latente nacionalismo recatado e

docemente trouxe-me para me sentar na cadeira macia dos sonhos e cultura cearense.

Da apresentação do nascimento de Iracema indefectível guardiã do segredo da jurema,

dona do igaçaba, moça de viríl presença acolhida no uraçaba, perdida no tufo preto longo que

cobria seu couro cabeludo de cor de graúna, e lábios de mel. Em todo o itinerário, Iracema passeou

sua classe em pontos – chave da cidade, mostrando tudo que prendera Martin e fê-lo cativo da sua

formosura até que quebrara com ele, num acto de bravura, a flecha da paz enterrada no jardim da

Jandaia. Tudo isso pudemos observar in locus no museu da Casa de José de Alencar, seu criador,

como ilustração incontestável do Romance Iracema. O primeiro e principal homem de letras

brasileiro. É ele a quem as letras pátrias devem suas melhores obras de originadíssimo sabor,

saudades aplaudidas por todas as literaturas, no dizer de Capistriano de Abreu.

Nesta romaria, recuperei a memória da terra, de lugares que impuseram a ampliação da

minha visão e subsequentemente, da imponente cultura que nasce do mito à nacionalidade, a

identidade construída. Tudo o que relatei e o que ficou por relatar enformam e estimulam para a

sobrevalorização da identidade cearense resgatando a história e enaltecendo, fulgurentemente, a

Fortaleza de Iracema que tem para sua defesa o forte da décima região militar, a retaguarda segura,

palco de algum convívio menos confortante da grande Bárbara de Alencar, símbolo de heroísmo.

Relatos de experiências

Estadia em Fortaleza

Page 30: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Quando cheguei em Fortaleza, exceptuando o cansaço das extensas filas no aeroporto, tudo

foi maravilhoso. A recepção, de uma forma geral, foi calorosa, para que se sentíssemos à vontade.

A simpatia dos assistentes e dos funcionários do hotel foi bem visível. Também a abertura

sintetizada da sessão pelos órgãos competentes, a dedicação dos professores em transmitir os

conteúdos de forma a serem entendidos pelos formandos são de entre as várias acções que me

marcarão pela vida inteira.

Identifiquei-me bem com os brasileiros. Cheguei até a confundir as pessoas daqui com os

cabo-verdianos, devido à aparência, às vezes na cor da pele, no jeito, no andar, enfim, no modo de

ser e de agir. Adorei a comida, embora não tenha apreciado a tapioca, uma comida típica dos

cearenses.

Não posso deixar ainda de frisar o nome de alguns professores que mais me despertaram

pela sua simpatia, agrado e atenção: Professoras Imaculada Pereira e Betânia Rocha. Em particular,

sentir-me-ei bem em deixar aqui estas palavras de apreço às Professoras: o sorriso alegre que m fez

despertar em mim o interesse especial em estar na sala de aula-- as brincadeiras fizeram com que as

horas voassem e o tempo dentro da sala passasse depressa. Foram muitas informações dadas em

pouco tempo. Uma semana foi insuficiente para assimilar, claramente, todos os conteúdos

ministrados, mas a vontade de aprender é mais forte e com o tempo, nas minhas salas, vou pondo

em prática aquilo que apreendi e quiçá apresentar sugestões aos meus colegas professores de LP.

Adoro-vos porque vocês fizeram com que merecessem o nosso carinho.

Deixo aqui um abraço caloroso e saudoso a todos os colegas e a todos os que nos

acompanharam nesses dias.

Autora: Merlina Tavares

E-mail: [email protected]

Page 31: Revista Encontros 1

A primeira impressão que tive de Fortaleza foi de

estar num lugar diferente e ao mesmo tempo familiar. A

localização do hotel, o sol, a praia de areia branca e a

avenida lembraram-me a praia de Beach Rotxa, a

Avenida Marginal e a cidade de Sal Rei, em Cabo Verde.

Entrando em contacto com a formação e em

particular com a professora Imaculada, pude fazer uma

série de reflexões sobre a minha prática pedagógica. Os

módulos regidos pelos professores Imaculada e Pedro

Textual/Retextualização da professora Ednilza foram muito importantes e serviram

consolidar conhecimentos sobre a leitura e a esc

funções. As actividades, principalmente o processo de letramento, foi o que mais me marcou.

Relatar como foi o meu primeiro contato com letramento foi emocionante e pude lembrar de factos

que estavamesquecidos na minha memória e que nunca tinha pensado serem importantes. Esta

actividade é importante na medida em que pude compreender até que ponto há diferença de

aprendizagem entre um e outro aluno. Constatei que a forma como o aluno adquire o letramento é

fundamental para a sua evolução, isto é, ficou evidente que os alunos com vivência de letramento

muito cedo e que convivem com pessoas que leem ou escrevem têm mais habilidades para

aquisição da língua.

No nosso contexto escolar, a tendência é dizer que os n

e não querem ler. Reflectindo sobre os textos e as sessões práticas, concluí que, muitas vezes, são

as metodologias que usamos no ensino da leitura e da escrita que podem dificultar a aquisição de

aptidões que ajudem o aluno a gostar destas actividades. Daí que é tarefa do professor orientar o

aluno no sentido de motivá-lo e criar nele o gosto pela leitura e pela escrita, através de actividades

lúdicas e sempre levando em consideração que a leitura e a escrita têm funçã

souber para que fim lê ou escreve, com certeza passará a gostar de desenvolver as suas capacidades

neste sentido.

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

Formação em Fortaleza

A primeira impressão que tive de Fortaleza foi de

estar num lugar diferente e ao mesmo tempo familiar. A

sol, a praia de areia branca e a

me a praia de Beach Rotxa, a

Avenida Marginal e a cidade de Sal Rei, em Cabo Verde.

Entrando em contacto com a formação e em

particular com a professora Imaculada, pude fazer uma

a minha prática pedagógica. Os

módulos regidos pelos professores Imaculada e Pedro – juntamente com o módulo Produção

Textual/Retextualização da professora Ednilza foram muito importantes e serviram

consolidar conhecimentos sobre a leitura e a escrita que me vão servir no desempenho das minhas

funções. As actividades, principalmente o processo de letramento, foi o que mais me marcou.

Relatar como foi o meu primeiro contato com letramento foi emocionante e pude lembrar de factos

s na minha memória e que nunca tinha pensado serem importantes. Esta

actividade é importante na medida em que pude compreender até que ponto há diferença de

aprendizagem entre um e outro aluno. Constatei que a forma como o aluno adquire o letramento é

damental para a sua evolução, isto é, ficou evidente que os alunos com vivência de letramento

muito cedo e que convivem com pessoas que leem ou escrevem têm mais habilidades para

No nosso contexto escolar, a tendência é dizer que os nossos alunos não sabem, não gostam

e não querem ler. Reflectindo sobre os textos e as sessões práticas, concluí que, muitas vezes, são

as metodologias que usamos no ensino da leitura e da escrita que podem dificultar a aquisição de

luno a gostar destas actividades. Daí que é tarefa do professor orientar o

lo e criar nele o gosto pela leitura e pela escrita, através de actividades

lúdicas e sempre levando em consideração que a leitura e a escrita têm função social. Se o aluno

souber para que fim lê ou escreve, com certeza passará a gostar de desenvolver as suas capacidades

número 1 – agosto 2011

juntamente com o módulo Produção

Textual/Retextualização da professora Ednilza foram muito importantes e serviram-me para

rita que me vão servir no desempenho das minhas

funções. As actividades, principalmente o processo de letramento, foi o que mais me marcou.

Relatar como foi o meu primeiro contato com letramento foi emocionante e pude lembrar de factos

s na minha memória e que nunca tinha pensado serem importantes. Esta

actividade é importante na medida em que pude compreender até que ponto há diferença de

aprendizagem entre um e outro aluno. Constatei que a forma como o aluno adquire o letramento é

damental para a sua evolução, isto é, ficou evidente que os alunos com vivência de letramento

muito cedo e que convivem com pessoas que leem ou escrevem têm mais habilidades para

ossos alunos não sabem, não gostam

e não querem ler. Reflectindo sobre os textos e as sessões práticas, concluí que, muitas vezes, são

as metodologias que usamos no ensino da leitura e da escrita que podem dificultar a aquisição de

luno a gostar destas actividades. Daí que é tarefa do professor orientar o

lo e criar nele o gosto pela leitura e pela escrita, através de actividades

o social. Se o aluno

souber para que fim lê ou escreve, com certeza passará a gostar de desenvolver as suas capacidades

Margarida Agues 09/08/2011

Page 32: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Relato de Experiência

Arnaldo Rodrigues

Caros professores e colegas do curso de formação no âmbito do Programa Linguagem de

Letras e Números do Projecto José Aparecido de Oliveira.

Os trinta dias intensos e de muito trabalho, passaram-se rapidamente, com benefícios

inestimáveis no que tange às metodologias, técnicas e estratégias didáctico-pedagógicas de ensino e

aprendizagem de Língua Portuguesa e língua adicionais, no mundo da lusofonia sobretudo no Brasil

e em Cabo Verde.

Se tivesse que fazer um balanço franco e minucioso de tudo quanto aprendi de bom e

relevante para o enriquecimento da minha experiência, enquanto docente de Língua Portuguesa em

exercício de funções nas escolas secundárias públicas e privadas do nosso país, teria necessidade de

muita tinta e papel para o efeito. Relatar só uma ou outra experiência interessante no seio de várias

outras que chamaram, igualmente, minha atenção e me marcaram muito positivamente, seria

valorizar apenas uma gota na imensidão do oceano.

Como posso deixar de mencionar, por exemplo, experiências ligadas ao conhecimento do

pensamento contemporâneo que, em parte, se traduz na natureza complexa do letramento e da

Língua Portuguesa ao serviço de biletramento?

Será desnecessário frisar aspectos inerente a natureza de interacção escolar contemporânea

para que possamos estar capacitados e hábeis na reflexão pedagógica no decurso de uma

determinada prática de ensino?

De igual modo foi muito interessante e frutífero conhecer, experimentar e refletir

criticamente sobre as realidades socio-culturais brasileiras, seguido de uma apresentação e reflexão

conjuntamente com os demais participante e docentes sobre as suas nossas próprias realidades

culturais.

Enfim, tudo isso contribuiu e de que maneira, na formação de um conhecimento integral e

uma visão mais ampla daquilo que vínhamos fazer nos espaços intra e extra sala de aula com

alunos, capacitando-nos a conduzir um ensino de língua portuguesa voltado para formação de

cidadãos reflexivos, críticos, aptos à participação plenas nas práticas sociais letradas das complexas

sociedades actuais, em geral e do mundo da lusofonia em particular. Face a isso tudo, imponha-se

também a necessidade de uma metodologia de avaliação contemporânea, capaz de desenvolver

instrumento de avaliação coerentes com os objectivos da educação linguística. Nas quartas feiras

que se diziam mais livres, conseguimos reunir útil ao agradável naquilo que podemos chamar de

Page 33: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

passeios intelectuais ou diversões sérias. Através de várias visitas à diversos lugares,

designadamente, à Livraria Saraiva com o objectivo de não só conhecer, mas também escolher e

adquirir obras para o nosso uso socio-profissional; visita ao Museu ao Centro Cultural Dragão do

Mar e ao Memorial de Cultura Cearense, a Ceara da Ciência da Universidade Federal do Ceará, ao

Museu do Y Park; Passeios Caminhos da Iracema não só para conhecer um pouco da história do

Ceará e aumentar os nossos conhecimentos e ícone Iracema, mas também para apreciar estátuas da

mesma erigidas em diferentes locais da Fortaleza, e assim, conhecer localizar e vivenciar a

produção cultural prestigiosa brasileira a lusofonia. Visita a uma escola pública de ensino médio

para conhecer e vivenciar a prática de sala de aula de escolas brasileiras.

Nas noites de terças e quintas feiras eramos exibidos filmes com temáticas variadas para

problemática da educação no Brasil e nas outras paradas do mundo.

Em termos de assistência social, principalmente na área de saúde fomos ainda facultados

oportunidades para consultas e exames clínicos que foi muito bom para nós enquanto habitantes de

um país onde a saúde é ainda é uma área muito carente

É de se destacar contudo, a unidade Pedagogia de Projectos: práticas de ensino e avaliação,

com o qual apreendemos muitas coisas sobre projectos pedagógicos e progressão curricular;

sugestões do gênero do discurso a partir de eixos temáticos, definição dos objectivos da unidade

temática e dos critérios de avaliação, das sequências didácticas.

Marcou-me também bastante a unidade Comunidades de Aprendizagem: um recurso para

professores que muito nos irá ajudar na elaboração e discussão virtual dos projectos com colegas,

mesmo a distancia.

Minicursos

1- Português e Crioulo: Aspectos do bilinguismo

2- Cores de África na Literatura do cordel

3- Variação do português do Brasil- pressupostos básicos da sociolinguística,

heterogeneidade, variação e mudança, norma e preconceito linguístico

Estiveram também em alta as unidades Processo de Produção e Destino do texto escrito, bem

como revista electrónica: uma ferramenta de ensino e orientação de trabalhos pelos assistentes.

Por último, não podia deixar de referir a unidade que despertou maior interesse a atenção de

todos: A Leitura da Canção, a qual apresenta canção apresenta canção como um objecto semiótico

sincrético: compatibilização entre letra e melodia na linguagem da canção; modelos básicos de

composição de canções (fala e música) que englobam às categorias: figurativização, tematização e

passionalização; categorias de análises: andamento, concentração, expansão, salta intervalar, graus

imediatos, gradação, transposição, após o que, produzimos canções em vários grupos de cinco e de

seis elementos, a partir dos modelos vistos, tendo sido comentado pelos próprios docentes como um

Page 34: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

dos grandes projectos de sucesso protagonizado pelos grupos.

Só nos resta dirigir uma palavra de grande apreço e carinho ao Programa Linguagem das

Letras e Números- PJAO e toda equipa de Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível

superior (CAPES), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e Universidade Federal de Ceará

(UFC) que há quatro anos vem desenvolvendo esta grande acção aos professores africanos, com a

duração de um mês para cada encontro, extensivos à várias instituições que também prestam a sua

colaboração, de entre elas a UFC, UFRGS, UNICAMP e CENPEC.

Page 35: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

REPORTAGEM

Page 36: Revista Encontros 1

“A língua portuguesa é uma só, portanto, não devemos ter preconceito por esta ou

Esta reportagem tem o objetivo de apresentar o que algumas pessoas

pensam sobre as variedades linguísticas da língua portuguesa, levando

em conta que existe um número significativo de pessoas que se

importam com esta questão nos momentos de comunicação v

Cabo Verde e Brasil. Assim, para traçar um quadro representativo desta

questão, entrevistamos três pessoas que interagem significativamente nesta situação. Iniciamos

nossa conversa com a professora e linguista brasileira, Maria Claudete Lima,

professora de gramática normativa e funcional no Ensino Superior na UFC (Universidade Federal

do Ceará), há 18 anos. Ela relacionou este fenómeno com a educação escolar e o domínio de

classes. Para Claudete, a linguagem é um fenómeno social

dominação. Neste sistema/espaço se aprende a língua escrita, que se torna a língua padrão e norma

geral a ser seguida por todos e que encontra ampla aceitação entre os setores privilegiados e

dominantes da sociedade. No entanto, a professora declarou que “o importante é que a

comunicação se estabeleça”, já que é o mesmo sistema linguístico. Porém, não podemos esquecer

que a língua é um diassistema com variedades e variantes .

Embora, algumas pessoas tenham o

determinadas variedades linguísticas, segundo a linguista, a noção de correto imposta pelo ensino

tradicional da gramática normativa origina um preconceito contra as variedades não

Ela declara : “A língua é dinâmica, flexível e emergente. Está sempre se fazendo e se construindo”,

e conclui: “Não há linguagem melhor ou pior; todas as formas são eficientes , o que vai tornar uma

língua prestigiosa é a questão política. Por exemplo, na

Brasil, foram os portugueses que determinaram a língua de prestígio. Assim, o tupi guarani, língua

falada pelo povo dominado, que eram os índios, desapareceu.”, ou seja, “a classe mais baixa é

discriminada por questões sociais e económicas e o que mede este desprestígio, geralmente é a sua

fala, por isso, as pessoas querem alcançar linguisticamente a norma culta como uma forma de subir

um degrau na sociedade.

“A língua portuguesa é uma só, portanto, não devemos t

variedade”. De acordo com a professora, a língua portuguesa é uma só, porque pertence ao mesmo

sistema linguístico. O que difere são as normas e os falares, por exemplo, o falar brasileiro, o falar

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

Transparência Linguística

“A língua portuguesa é uma só, portanto, não devemos ter preconceito por esta ou aquela variedade”

Esta reportagem tem o objetivo de apresentar o que algumas pessoas

pensam sobre as variedades linguísticas da língua portuguesa, levando

em conta que existe um número significativo de pessoas que se

importam com esta questão nos momentos de comunicação v

Cabo Verde e Brasil. Assim, para traçar um quadro representativo desta

questão, entrevistamos três pessoas que interagem significativamente nesta situação. Iniciamos

nossa conversa com a professora e linguista brasileira, Maria Claudete Lima,

professora de gramática normativa e funcional no Ensino Superior na UFC (Universidade Federal

do Ceará), há 18 anos. Ela relacionou este fenómeno com a educação escolar e o domínio de

classes. Para Claudete, a linguagem é um fenómeno social e está diretamente ligado ao processo de

dominação. Neste sistema/espaço se aprende a língua escrita, que se torna a língua padrão e norma

geral a ser seguida por todos e que encontra ampla aceitação entre os setores privilegiados e

ade. No entanto, a professora declarou que “o importante é que a

comunicação se estabeleça”, já que é o mesmo sistema linguístico. Porém, não podemos esquecer

que a língua é um diassistema com variedades e variantes .

Embora, algumas pessoas tenham o preconceito linguístico gerado através de um conceito social de

determinadas variedades linguísticas, segundo a linguista, a noção de correto imposta pelo ensino

tradicional da gramática normativa origina um preconceito contra as variedades não

a declara : “A língua é dinâmica, flexível e emergente. Está sempre se fazendo e se construindo”,

e conclui: “Não há linguagem melhor ou pior; todas as formas são eficientes , o que vai tornar uma

língua prestigiosa é a questão política. Por exemplo, na classe social dominante, na colonização do

Brasil, foram os portugueses que determinaram a língua de prestígio. Assim, o tupi guarani, língua

falada pelo povo dominado, que eram os índios, desapareceu.”, ou seja, “a classe mais baixa é

uestões sociais e económicas e o que mede este desprestígio, geralmente é a sua

fala, por isso, as pessoas querem alcançar linguisticamente a norma culta como uma forma de subir

“A língua portuguesa é uma só, portanto, não devemos ter preconceito por esta ou aquela

variedade”. De acordo com a professora, a língua portuguesa é uma só, porque pertence ao mesmo

sistema linguístico. O que difere são as normas e os falares, por exemplo, o falar brasileiro, o falar

número 1 – agosto 2011

“A língua portuguesa é uma só, portanto, não devemos ter preconceito por esta ou

Esta reportagem tem o objetivo de apresentar o que algumas pessoas

pensam sobre as variedades linguísticas da língua portuguesa, levando

em conta que existe um número significativo de pessoas que se

importam com esta questão nos momentos de comunicação verbal, entre

Cabo Verde e Brasil. Assim, para traçar um quadro representativo desta

questão, entrevistamos três pessoas que interagem significativamente nesta situação. Iniciamos

nossa conversa com a professora e linguista brasileira, Maria Claudete Lima, que atua como

professora de gramática normativa e funcional no Ensino Superior na UFC (Universidade Federal

do Ceará), há 18 anos. Ela relacionou este fenómeno com a educação escolar e o domínio de

e está diretamente ligado ao processo de

dominação. Neste sistema/espaço se aprende a língua escrita, que se torna a língua padrão e norma

geral a ser seguida por todos e que encontra ampla aceitação entre os setores privilegiados e

ade. No entanto, a professora declarou que “o importante é que a

comunicação se estabeleça”, já que é o mesmo sistema linguístico. Porém, não podemos esquecer

preconceito linguístico gerado através de um conceito social de

determinadas variedades linguísticas, segundo a linguista, a noção de correto imposta pelo ensino

tradicional da gramática normativa origina um preconceito contra as variedades não-padrão.

a declara : “A língua é dinâmica, flexível e emergente. Está sempre se fazendo e se construindo”,

e conclui: “Não há linguagem melhor ou pior; todas as formas são eficientes , o que vai tornar uma

classe social dominante, na colonização do

Brasil, foram os portugueses que determinaram a língua de prestígio. Assim, o tupi guarani, língua

falada pelo povo dominado, que eram os índios, desapareceu.”, ou seja, “a classe mais baixa é

uestões sociais e económicas e o que mede este desprestígio, geralmente é a sua

fala, por isso, as pessoas querem alcançar linguisticamente a norma culta como uma forma de subir

er preconceito por esta ou aquela

variedade”. De acordo com a professora, a língua portuguesa é uma só, porque pertence ao mesmo

sistema linguístico. O que difere são as normas e os falares, por exemplo, o falar brasileiro, o falar

Page 37: Revista Encontros 1

português, o falar cabo-verdiano e, dentro de cada país, os seus falares com suas variantes. E ela

deixa um recado para todos os falantes da língua portuguesa: “ Todos devem orgulhar

comunidade da língua portuguesa, entender e conscientizar

das diferenças fonológicas, sintáticas e lexicais. Da mesma forma que a humanidade evolui e se

modifica com o passar do tempo, a língua acompanha essa evolução e varia de acordo com os

diversos contatos entre os seres pertencentes à comunidade univers

objeto histórico, sujeita a transformações, que se modifica no tempo e se diversifica no espaço.

Existem quatro modalidades que explicam as variantes linguísticas:

1. variação histórica (palavras e expressões que

2. variação geográfica (diferenças de vocabulário, pronúncia de sons e construções sintáticas

em regiões falantes do mesmo idioma);

3. variação social (a capacidade linguística do falante provém do meio em que vive, sua c

social, faixa etária, sexo e grau de escolaridade);

4. variação estilística (cada indivíduo possui uma forma e estilo de falar próprio, adequando

de acordo com a situação em que se encontra).”

Magna, Sr. José Elildo da Rocha, brasileiro, de 44 anos e trabalha, há 18

anos atendendo turistas de diversas comunidades linguísticas. Ele

comenta uma situação na qual teve de atender um telefonema de Cabo

Verde e não conseguia entender o nome do hósp

estava a falar muito baixo e bastante rápido, e só conseguiu saber quem

era pelo sobrenome, só depois de várias repetições por parte do interlocutor, e acrescenta: “ apesar

deste ser o terceiro ano que o grupo vem para este mesmo hote

”. Outra situação narrada pelo empregado foi quando um cabo

água: “ longa-me um copo d'água lá, por favor”. O funcionário declarou que só depois pode

entender, devido a rapidez do falan

através do contexto, e o recepcionista pôde prontamente atendê

diferenças entre o nosso português, o português dos cabo

com dedicação e atenção consigo entender a todos sem nenhum problema e sem nenhum

preconceito, pois sabemos que todos falam de forma diferente, ninguém fala igual a ninguém, a fala

é individual, mas a língua portuguesa é nossa”.

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

verdiano e, dentro de cada país, os seus falares com suas variantes. E ela

deixa um recado para todos os falantes da língua portuguesa: “ Todos devem orgulhar

comunidade da língua portuguesa, entender e conscientizar-se que todos fazem parte dela, ap

das diferenças fonológicas, sintáticas e lexicais. Da mesma forma que a humanidade evolui e se

modifica com o passar do tempo, a língua acompanha essa evolução e varia de acordo com os

diversos contatos entre os seres pertencentes à comunidade universal. Assim, é considerada um

objeto histórico, sujeita a transformações, que se modifica no tempo e se diversifica no espaço.

Existem quatro modalidades que explicam as variantes linguísticas:

variação histórica (palavras e expressões que caíram em desuso com o passar do tempo);

variação geográfica (diferenças de vocabulário, pronúncia de sons e construções sintáticas

em regiões falantes do mesmo idioma);

variação social (a capacidade linguística do falante provém do meio em que vive, sua c

social, faixa etária, sexo e grau de escolaridade);

variação estilística (cada indivíduo possui uma forma e estilo de falar próprio, adequando

de acordo com a situação em que se encontra).”

Fomos conversar também com um dos recepcionistas do Hot

Magna, Sr. José Elildo da Rocha, brasileiro, de 44 anos e trabalha, há 18

anos atendendo turistas de diversas comunidades linguísticas. Ele

comenta uma situação na qual teve de atender um telefonema de Cabo

Verde e não conseguia entender o nome do hósp

estava a falar muito baixo e bastante rápido, e só conseguiu saber quem

era pelo sobrenome, só depois de várias repetições por parte do interlocutor, e acrescenta: “ apesar

deste ser o terceiro ano que o grupo vem para este mesmo hotel, de vez em quando, tenho dúvidas

”. Outra situação narrada pelo empregado foi quando um cabo-verdiano lhe solicitou um copo de

me um copo d'água lá, por favor”. O funcionário declarou que só depois pode

entender, devido a rapidez do falante. Porém, as pessoas presentes ficaram tentando descodificar

através do contexto, e o recepcionista pôde prontamente atendê-lo. Declarou: “Há muitas

diferenças entre o nosso português, o português dos cabo-verdianos, bem como o de Portugal , mas

cação e atenção consigo entender a todos sem nenhum problema e sem nenhum

preconceito, pois sabemos que todos falam de forma diferente, ninguém fala igual a ninguém, a fala

é individual, mas a língua portuguesa é nossa”.

número 1 – agosto 2011

verdiano e, dentro de cada país, os seus falares com suas variantes. E ela

deixa um recado para todos os falantes da língua portuguesa: “ Todos devem orgulhar-se da

se que todos fazem parte dela, apesar

das diferenças fonológicas, sintáticas e lexicais. Da mesma forma que a humanidade evolui e se

modifica com o passar do tempo, a língua acompanha essa evolução e varia de acordo com os

al. Assim, é considerada um

objeto histórico, sujeita a transformações, que se modifica no tempo e se diversifica no espaço.

caíram em desuso com o passar do tempo);

variação geográfica (diferenças de vocabulário, pronúncia de sons e construções sintáticas

variação social (a capacidade linguística do falante provém do meio em que vive, sua classe

variação estilística (cada indivíduo possui uma forma e estilo de falar próprio, adequando-o

Fomos conversar também com um dos recepcionistas do Hotel

Magna, Sr. José Elildo da Rocha, brasileiro, de 44 anos e trabalha, há 18

anos atendendo turistas de diversas comunidades linguísticas. Ele

comenta uma situação na qual teve de atender um telefonema de Cabo

Verde e não conseguia entender o nome do hóspede, pois quem ligou

estava a falar muito baixo e bastante rápido, e só conseguiu saber quem

era pelo sobrenome, só depois de várias repetições por parte do interlocutor, e acrescenta: “ apesar

l, de vez em quando, tenho dúvidas

verdiano lhe solicitou um copo de

me um copo d'água lá, por favor”. O funcionário declarou que só depois pode

te. Porém, as pessoas presentes ficaram tentando descodificar

lo. Declarou: “Há muitas

verdianos, bem como o de Portugal , mas

cação e atenção consigo entender a todos sem nenhum problema e sem nenhum

preconceito, pois sabemos que todos falam de forma diferente, ninguém fala igual a ninguém, a fala

Page 38: Revista Encontros 1

portuguesa, Manuel Vieira, de 36 anos, cabo

rede de ensino há 8 anos. Ele trabalha na Escola Secundária de Chão

Bom, na ilha de Santiago, há 3 anos. O mesmo declarou que é a

primeira vez que vem ao Brasil e notou

dos brasileiros, porém, isso não impede a comunicação entre eles. O

professor acredita que é uma questão de acostumar com a variante, porém apontou para alguns

vocábulos com que os brasileiros não estão acostumados como: telem

almoço e autocarro. Ele exemplificou também alguns lugares populares que teve oportunidade de

visitar, em Fortaleza, entre os quais, a feira do centro da cidade e o Centro Municipal, onde as

pessoas tiveram dificuldades em ente

dos brasileiros, é mais por causa da rapidez da fala do cabo

causa dos vocábulos e termos.”. Ele disse que teve uma passagem neste campo, onde queria ir na

casa de banho e o interlocutor só entendeu quando ele disse que queria urinar e declara : “Não senti

me constrangido, nem envergonhado, simplesmente substitui a expressão e prontamente ele

indicou-me o local desejado”.

As variantes possuem o objetivo pr

efetiva entre as pessoas e que não deve haver preconceito. Todas as variedades são prestigiadas, a

partir do momento em que a comunicação se estabelece.

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

Trocamos impressões também com o

portuguesa, Manuel Vieira, de 36 anos, cabo-verdiano, que está na

rede de ensino há 8 anos. Ele trabalha na Escola Secundária de Chão

Bom, na ilha de Santiago, há 3 anos. O mesmo declarou que é a

primeira vez que vem ao Brasil e notou uma grande diferença na fala

dos brasileiros, porém, isso não impede a comunicação entre eles. O

professor acredita que é uma questão de acostumar com a variante, porém apontou para alguns

vocábulos com que os brasileiros não estão acostumados como: telemóvel, casa de banho, pequeno

almoço e autocarro. Ele exemplificou também alguns lugares populares que teve oportunidade de

visitar, em Fortaleza, entre os quais, a feira do centro da cidade e o Centro Municipal, onde as

pessoas tiveram dificuldades em entendê-lo, conclui: “ tais dificuldades de entendimento, por parte

dos brasileiros, é mais por causa da rapidez da fala do cabo-verdiano e da pronúncia, do que por

causa dos vocábulos e termos.”. Ele disse que teve uma passagem neste campo, onde queria ir na

casa de banho e o interlocutor só entendeu quando ele disse que queria urinar e declara : “Não senti

me constrangido, nem envergonhado, simplesmente substitui a expressão e prontamente ele

As variantes possuem o objetivo principal de promover a comunicação interativa e verdadeira

efetiva entre as pessoas e que não deve haver preconceito. Todas as variedades são prestigiadas, a

partir do momento em que a comunicação se estabelece.

Escola Secundária de Coculi

E-mail:

Fotografias feitas pela autora

número 1 – agosto 2011

Trocamos impressões também com o professor de língua

verdiano, que está na

rede de ensino há 8 anos. Ele trabalha na Escola Secundária de Chão

Bom, na ilha de Santiago, há 3 anos. O mesmo declarou que é a

uma grande diferença na fala

dos brasileiros, porém, isso não impede a comunicação entre eles. O

professor acredita que é uma questão de acostumar com a variante, porém apontou para alguns

óvel, casa de banho, pequeno

almoço e autocarro. Ele exemplificou também alguns lugares populares que teve oportunidade de

visitar, em Fortaleza, entre os quais, a feira do centro da cidade e o Centro Municipal, onde as

lo, conclui: “ tais dificuldades de entendimento, por parte

verdiano e da pronúncia, do que por

causa dos vocábulos e termos.”. Ele disse que teve uma passagem neste campo, onde queria ir na

casa de banho e o interlocutor só entendeu quando ele disse que queria urinar e declara : “Não senti-

me constrangido, nem envergonhado, simplesmente substitui a expressão e prontamente ele

incipal de promover a comunicação interativa e verdadeira

efetiva entre as pessoas e que não deve haver preconceito. Todas as variedades são prestigiadas, a

Autora: Nivia Benrós

Ilha de Santo Antão

Escola Secundária de Coculi

mail:[email protected]

Fotografias feitas pela autora

Page 39: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

POEMAS

Page 40: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Cabo Verde

Cabo Verde, pedacinhos de pérolas,

mergulhados no imenso Atlântico Iluminados 365 dias por frenéticos raios de sol dourados.

Cabo Verde, Dez ilhas afortunadas

abençoadas pela sua gente: Sábia, linda, humilde e batalhadora.

Cabo Verde,

Dez irmãzinhas deixadas sozinhas na imensidão do mar, mas...

Com pés firmes e mãos engenhosas aprenderam a caminhar

com os seus próprios pés. entário

Sofreram muito! Opressão do homem,

Ingratidão da natureza... Mas, firmemente resistiram

e hoje, tenazmente, estão a trilhar um caminho ungido de paz, amor e muito labor...!

Ó Cabo Verde,

meu torrão, minha doce paixão!

Avance sempre

nesta trilha de construção e deixe que a vida brote a cada instante.

Jair Neves prof. de Língua Portuguesa no Centro Educativo Miraflores – Praia

fortaleza, 2011 E-mail:

Page 41: Revista Encontros 1

Ceará, vou-lhe contar, um deputado, ao público veio condenaras críticas à construção do Acquário do Cearáe mostrou que nesse projeto tudo Oh povo cearense de brilho encantador ter Acquário no Dragão do Mar é a alegria do povo empreendedor,é fortalecer o coração de quem nos quer amar. Fortaleza, beleza, riqueza maravilha esse nosso Acquário, fazendo da grandiosidade um espanto,e trazendo para a vida um encanto. Oh, praia de Iracema, Oh, vida de cearense, Oh, empreendimento encantador,Oh, luz do Ceará. Fortaleza de praias maravilhosas,areias brancas, com belos coqueirais,o nosso aquário, beleza trará alegria ao povo acrescentará. Para isso tem que haver coerênciae dar voz à razão, o Acquário de Ceará em Iracema ficará, e dos visitantes para sempre no coração estará.

Revista Encontros: línguas em ação – número 1

Acquário Ceará

um deputado, ao público veio condenar as críticas à construção do Acquário do Ceará

de maravilhoso há.

Oh povo cearense de brilho encantador

é a alegria do povo empreendedor, é fortalecer o coração de quem nos quer amar.

grandiosidade um espanto, e trazendo para a vida um encanto.

Oh, empreendimento encantador,

Fortaleza de praias maravilhosas, areias brancas, com belos coqueirais,

rá alegria ao povo acrescentará. Imagem extraída do site: http: www.google.com

Para isso tem que haver coerência

coração estará. Autoras: Ângela Varela, Eloisa Tomar, Janira Gomes

E-mail: [email protected]

número 1 – agosto 2011

Imagem extraída do site: http: www.google.com

Autoras: Ângela Varela, Eloisa Tomar, Janira Gomes mail: [email protected]

Page 42: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

ACQUÁRIO CEARÁ

Fortaleza vai fortalecer O Acquário Ceará Vai aparecer. O tão desejado aquário, A praia de Iracema Vai receber. Com os peixinhos vai nadar; E com os golfinhos festejar. Iracema guardiã! Companhia vai ganhar. Ceará de Alencar, A hora já chegou! A espera terminou Acquário vai nascer.

Autoras: Hélida Freire Maria dos Anjos Costa

(Pro-acquário)

Page 43: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Poema Ceará Tem cheiro da morabeza Que floresce na amizade Tem sabor doce do mel, Como a Iracema dos lábios de mel Tem som do bater das ondas do mar que circulam na fortaleza Tem temperatura quente do verão Tem peso de uma flor, levado pelo vento Que nos faz sentir alegres e bem servidos

Autora: Ana Maria Lopes E-mail:

Page 44: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

POEMA

ACQUÁRIO CEARÁ

Todos reunidos em sessão plenária Rogam-se em não imitar lei agrária

E, possuindo todos instrução Debatem polêmica construção

Os partidos representam o povo Que, sempre à espera de algo novo,

Vai dormindo e sonhando com o acquário Se o projeto escapar do herbário.

Pensar Fortaleza sem o Dragão E Ceará sem Iracema Lendária

É esquecer a refeição diária É esquecer a cultura em ação.

O desenvolvimento tem um preço E o “Acquário Ceará” é prioritário

Mas, enquanto alguns o esperam com apreço Os outros vão ficando pelo comentário.

Rogério Monteiro

E I C M

Page 45: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Poema Acquário Ceará

Debaixo de um céu de anil Contemplo maravilhas mil Num Brasil de encantos e beleza Na Fortaleza, Ceará, Tumultos, cogitações Ecos sibilantes

Da Fortaleza que será Sem Aquário no Ceará? Pouco importará O que a polémica semeará Qual ovo sem a gema Na Praia Iracema Falta este feito Pra melhor efeito Brasil, Fortaleza, Ceará no devir Aquário, Cultura ,Turismo, Emprego, economia, desenvolvimento do porvir Ó magno e mais moderno Empreendimento do Hemisfério Sul! Vem depressa, vem lesto, Educar, entreter e inspirar a lira e devaneio A quantos Perambulam Na selva urbana do Ceará E nas areias movediças Da aconchegante Praia de Iracema!

Arnaldo de Jesus Lopes Rodrigues Professor de Língua Portuguesa e Comunicação Expressão

ESAD – Escola Secundária Abílio Duarte, Palmarejo, Santiago, Cabo Verde

Brasil, Fortaleza, Ceará, 10 de Agosto de 2011

Page 46: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Cabo Verde

Cabo Verde, pequeno paraíso escondido no meio do oceano

teu nome espelha amor e beleza incomparável é a tua morabeza

A distância entre nós

aproximou-te à Fortaleza onde estás sempre presente

no clima e na morabeza

Cabo Verde, terra de saudade de “Katxupa” e simpatia longe de ti estamos, hoje,

mas a causa é nobre.

Adeus, Fortaleza amiga nossa terra nos espera

saudades levamos e recordações deixamos Cabo Verde e Fortaleza, morabeza é vossa riqueza.

Autora:Eliza dos Santos Varela Mendonça

E-mail:[email protected]

Page 47: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Cabo Verde

Cabo Verde, pequeno paraíso escondido no meio do oceano

teu nome espelha amor e beleza incomparável é a tua morabeza

A distância entre nós

aproximou-te à Fortaleza onde estás sempre presente

no clima e na morabeza

Cabo Verde, terra de saudade de “Katxupa” e simpatia longe de ti estamos, hoje,

mas a causa é nobre.

Adeus, Fortaleza amiga nossa terra nos espera

saudades levamos e recordações deixamos Cabo Verde e Fortaleza, morabeza é vossa riqueza.

Autora:Eliza dos Santos Varela Mendonça

E-mail:[email protected]

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Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Meu Amor

Meu amor é assim: Um doce jasmim. Mora em mim O desejo de tê-la assim Toda para mim. Meu amor é assim: um caso simples. Não vivo sem ela Porque quem manda é ela No meu coração. Meu amor é assim: Um caso simples Que me deixa nas nuvens, Que diz para mim Que só quer a mim. Meu amor é assim: fome insaciável, Doença incurável, Desejo insatisfeito, Sonho realizado. Meu amor é assim: Um sonho para mim Que não tem fim, Espero que fique assim: Nós dois para sempre.

Autor: Domingos Gomes Coelho

E-mail:[email protected]

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Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Irmãos para sempre

Jogadas no meio do atlântico As dez ilhas do eterno encanto De longínquos cântico e conto De tanto temporal sofrimento Ai liberdade!Último alento!

Filhas de uma história Pais da mesma herança Transborda Cabo Verde

No ímpeto do batuku, funaná, tabanka, morna, koladera, Grandi bo é, tera pikinoti

Cabo Verde mãe solteira

Dos irmãos separados pelos continentes Ligados pela herança de uma leira

Que nos identifica e nos une conscientes Quão fantásticas se tornaram as leituras diferentes

Num entendimento de união sem suplentes!

Amarrados pelo mesmo laço estridente Separados pelo azul ondulante

E por um vento ululante Como de Iracema a flecha pendente

Que protege essa união fervente De uma postura vincada e comovente.

Por: Gil A. A da Costa Vaz & José Manuel Semedo Pereira

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Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

CRÔNICA

Page 51: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Cidadezinha Acolhedora Eram aproximadamente duas horas e quinze minutos de Cabo Verde, quando aterramos

no aeroporto de Fortaleza. De lá do alto, antes de nos poisarmos, já tínhamos contemplado a

cidade e tudo nos parecia como um postal animado, com um colorido de uma noite de

excelência, testemunhando os progressos do desenvolvimento tecnológico da cidade. No céu,

não nos lembramos de ter registado nada porque, no aeroporto, fomos contagiados pelo

movimento e os adornos que nos rodeavam e ficamos alheios às estrelas, à lua ( se havia) e

outros corpos celestes...

Depois de todos os procedimentos no aeroporto, que parecia não acabar, com um pouco

de cansaço, lá fomos imaginando que tipo de saudade é que nós tínhamos. Tínhamos já razões?

Não era ainda muito cedo? Não, a saudade começou já no aeroporto da Praia.

O nosso primeiro contacto foi com a professora assistente Eliane. Uma pessoa diligente

na sua profissão, simpática e também linda, de uma educação exemplar, lá foi ela conseguindo

interagir connosco nos primeiros minutos.

Entramos no autocarro já com uma boa impressão do que nos iria acontecer. As

expectativas eram muitas, quando deixamos o aeroporto. A noite já ia longe e mesmo estando

cansados e sonolentos, pudemos

observar através das janelas do nosso acolhedor transporte que, nas paredes ao longo da

estrada, há muita publicidade que muito impressiona, aliás, é uma injecção de

“convencimentos” que não é praticada em Cabo Verde, com frequência. Depois perdemos as

contas porque a ansiedade de chegar ao destino era mais forte.

Chegamos ao hotel. À primeira vista, deparamos com um ambiente muito agradável,

mas fomos novamente submetidos quase aos mesmos procedimentos dos do aeroporto. Tudo

isso, talvez seja por uma questão de organização e de segurança. Depois de bem instalados,

veio o sono merecido. Não houve espaços para sonhos. O cansaço da viagem era mais forte.

Fortíssimo mesmo. Foi inexplicável. Mesmo estando na terra da Iracema de Martim, não houve

sonhos nem cor de rosa, nem de outra cor. Uma confusão de imagens pairava na nossa cabeça.

O desconforto de estar fora do ninho, das raízes fora da terra, longe do calor já característico do

nosso Cabo Verde falaram mais alto. Tudo isso era ilusão a mais ou era por ser a primeira vez

que muitos conheciam este pais?!

Page 52: Revista Encontros 1

Revista Encontros: línguas em ação – número 1 – agosto 2011

Quando acordamos, pensamos que o meio- dia já ia bem longe. Entre o dormir e o

acordar, ainda sentíamos fora do ninho. Levantamo-nos. Da janela dos quartos vislumbramos a

Avenida que dá acesso a algumas praias. Uma avenida com uma movimentação

impressionante. Gente de toda a raça no seu footing de manhã, carros participando do habitual

engarrafamento na hora de ponta. Em cada espaço vemos uma modalidade de desporto e em

cada comerciante há uma estratégia para vender o seu peixe. Destacamos o desporto. Parece

que os governantes investem muito no desporto. Por toda a parte é visível o espaço e talento em

cada modalidade.

O nosso primeiro dia continuou. No Hotel era uma azáfama. O elevador não tinha

descanso. Às dez horas da manhã tínhamos de estar presentes na abertura da formação... O piar

do elevador, sem descanso, subindo e descendo, num fluxo e refluxo 24 horas por dia,

testemunhava tudo. No refeitório, os pratos enfeitados de sabores diferentes desfilam num Self-

service democrático e amigável como se todos os ocupantes se conhecessem “ todinhos.”

Fortaleza é uma cidadezinha muito acolhedora. É maior do que o nosso Cabo Verde uns

milhões de vezes. Está parada no seu lugar. As pessoas é que vão ter com ela. Parece um

brinquedo de Natal, com uma arrumação organizada de tijolos cujas casas são colocadas de

acordo com a conveniência de cada criança. Mas, isso no fundo não é verdade. A nivel

arquitetónico, é uma bela cidade bem organizada e todos se ajudam mutuamente para a

melhorar cada vez mais, principalmente para aqueles que moram mal nas periferias. Mas, há

união e essa união faz a força--Fortaleza é forte e a sua força talvez venha da coragem

inspiradora da guerreira Iracema.

Os seus habitantes, simpáticos e nacionalistas (se me permitam o termo), valorizam o

seu produto. ypioca, havaiana, skol, etc. Tudo é nacional! Até os estrangeiros se confundem

entre os nacionais.

Há um contraste entre uns e outros. Uns vivem no céu e outros vivem na terra. Levam a

vida como podem. De um milho cozido até uma publicidade ambulante ou um desenho ao vivo,

lá vão alguns lutando pela sobrevivência. Ao nascer do sol, quente como o fogo, os transeuntes

entrelaçam-se uns nos outros e dessa mistura nasce todos os dias uma Fortaleza mais forte que

rotulado de um povo que não trabalha desfazem esse mito. Todos trabalham sim senhor! Ao

menos é a nossa impressão à primeira vista. Nós somos testemunhas. Confessamos.

Rogério Nascimento Monteiro