Revista Eles & Elas - Outubro 2011

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ELES & ELAS 268 l Set./Outubro 2011 With English Text 2.50 (Cont.) Living and LifeStyLe Vaidades & Verdades Bárbara Norton de Matos Uma mulher de desafios Enlace aos 87 anos Tourada Eles & Elas Festas Beleza Arte Casamentos Alta Costura Desporto & Cavalos, Barcos e Golfe www.eles&elas.com.pt

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Revista Eles & Elas - Outubro 2011

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2.50 (Cont.)Living and LifeStyLe

Vaidades & Verdades

Bárbara Norton de Matos

Uma mulher de desafios

Enlace aos 87 anos

Tourada Eles & Elas

Festas

Beleza

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Casamentos

Alta Costura

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Page 2: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

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Page 3: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

3Eles & Elas

A CAPA

Eles & Elas — Desde 1982

DIRECTOR

Maria da Luz de Bragança

PRODuçãO

César Soares

EDITOR PROPRIETÁRIO

Gabinete 1

Imprensa, Promoção,

Relações Públicas, Lda

Editor nº 211 326

DIRECçãO, REDACçãO, ADmInIsTRAçãO,

PRODuçãO

Rua Ramalho Ortigão, 43 A

1070-228 Lisboa

Tel.: 21 322 46 60 a 76 Fax: 21 322 46 79

PublICIDADE

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GRAfIsmO, PRODuçãO,

fOTOCOmPOsIçãO

sElECçãO DE COR E mOnTAGEm

Gabinete 1

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ImPREssãO

Madeira & Madeira, Artes Gráficas, S.A.

DIsTRIbuIçãO

Logista

Alcochete

Telefone: 21 926 78 00

Fax: 21 926 78 45

TIRAGEm mÉDIA

60.000 exemplares

ISSN 0870-8932

Depósito Legal Nº 11035/86 - Publicação

registada na Direcção Geral da Comunicação

Social com o nº 109 161

Associação de Imprensade Inspiração Cristã

Nº268

2011

A sempre elegante Barbara Norton de Matos a viver um

momento alto da sua vida, revela em conversa com a

Eles & Elas como tem defendido a sua vida pessoal e o

que deseja para a sua carreira.

&

46moda Dior

56America's

Cup

26fernando

Pereira

40Isaboo

52festa brava

14Duquesa

de Alba

16Vitoria

da suécia

18Casamento

no mónaco

22Olimpo dos

Grimaldi

32Amy

Winehouse60

Hipismo

10Casamento

Zara Philips

3. Carta ao leitor.4. sumário.5. A Capa – Bárbara Norton de Matos.

10. Casamento Zara Philips – a neta

preferida de Isabel II de Inglaterra.

14. Duquesa de Alba – uma das mais ricas

mulheres de Espanha.

16. Victoria da suécia – Anunciou a

chegada do seu primeiro filho.

18. Casamento no mónaco – Charlene Wit-

tstock casou com Alberto II do Mónaco.

22. O Olimpo dos Grimaldi – Principado

do Mónaco.

26. fernando Pereira – O multifacetado

artista fala dos 30 anos de carreira.

30. Carlos do Carmo – interpretou Frank

Sinatra.

32. Amy Winehouse – o inesperado adeus

a uma das mais belas vozes do soul.

34. World monument’s fund – visita

Portugal para conhecer monumentos

portugueses.

36. finishing schools – As escolas de luxo

38. filipa Rebelo de Andrade – o rosto

português por trás do sucesso da

leiloeira Bonham’s em Portugal.

40. Isabo – uma estilista parisiense de

gema, amante do vintage e do burlesco.

46. moda Dior Outono-Inverno52. festa brava – A Corrida de Verão

Eles & Elas.

56. America’s Cup – Primeira Etapa em

Cascais.

60. Hipismo – 6º Grande Prémio de

Portugal.

66. Taça Portugal solidário – contou com

o patrocínio do Presidente Cavaco Silva.

70. festa do Ye-Ye – A mais chique e

tradicional das festas algarvias.

74. miss universo Portugal 76. Gala em marbella – O requinte das

festas de Verão.

78. Crónica de marta Aragão Pinto82. Crédito Agrícola. Inaugura exposição

"Um século em retrospectiva".

86. Crónica de batata Cerqueira Gomes88. Cinema – As Serviçais.

90. milu ferreira – Uma das responsáveis

pelo negócio das artes em Portugal.

95. sedas & Chitas.

96. Traduções.98. Horóscopo.

Page 4: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

3Edito

Editor

Para todos, desde os grandes empresários

aos mais pequenos, manter-se em cima

é quase tão difícil, ou mais, do que subir a

escada. Maria de Bragança

4 0

Page 5: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

5ELES & ELAS

Bárbara Norton de Matos por Maria Dulce Varela fotos Sérgio Matos

Uma mulher de desafios

Enche o ecrã das nossas televisões com aquele ar de menina, serena e delicada.

Falamos de Bárbara Norton de Matos, actriz, modelo e escritora. Tem 32 anos,

feitos em Julho, e é mãe da pequena Luz, já com 5 anos de idade. ➤

Capa

Page 6: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

6

➤ Filha de Luís Norton de Matos, com que tem uma

ligação profunda, recorda a sua infância com carinho,

defende a sua privacidade a todo o custo, dá grande

importância aos valores que lhe foram incutidos des-

de criança e que, agora, transmite à filha. Elegante

q.b., gere bem a sua ligação com os media, que,

curiosamente, não a expõem demasiado.

O seu primeiro livro, que contou com a presença-

surpresa do pai na apresentação, é uma espécie de

catarse, talvez mesmo uma quase autobiografia.

lembro-me de a ouvir declarar que, desde meni-

na, se via a apresentar o telejornal. não foi bem

esse o caminho que seguiu, ainda que a televisão

faça parte integrante da sua vida, sem esquecer,

naturalmente, o teatro, o cinema, pontualmente a

moda e, mais recentemente, a escrita. Tudo isto

me leva a perguntar se se sente realizada profis-

sionalmente?

Profissionalmente, não me sinto a 100% realizada.

Ainda sou muito nova, tenho muito que aprender.

Acho, que na minha vida, tudo tem corrido natural-

mente, no timing certo. Tenho tido muita sorte nos

papéis que me têm sido oferecidos, tanto na televisão

como no teatro. No cinema foi muito pontual, mas

cada coisa a seu tempo. A escrita foi um desafio, que

já estou a continuar...

As câmaras continuam a assustá-la, apesar da

experiência que tem? Ou o “nervoso miudinho”

está sempre presente em cada nova experiência?

É sempre igual. Cada trabalho que eu faço, é como

se fosse a primeira vez. À medida que o tempo vai

passando, maior a responsabilidade que eu sinto,

maior o desafio e o desejo de corresponder, da

melhor maneira, em quem confia em mim e no meu

trabalho

Qual é o balanço que faz do seu último trabalho

na televisão?

“Sedução” não foi o trabalho que eu mais gostei, mas

também por isso foi um desafio. A personagem e o

seu desenvolvimento não me agradou, mas tentei dar

o meu melhor. Costumo “apaixonar-me” pelas perso-

nagens que interpreto e não foi este, sinceramente, o

caso.

mas, confesse lá, o centro da sua vida é, sem

sombra de dúvida, a sua filha, a pequena luz,

agora já com 5 anos. se eu disser que ela é a sua

prioridade, a”luz da sua vida”, estou errada?

Tem razão, é mesmo a “luz da minha vida” e a quem

quero proteger. A exposição pública é uma coisa

que me assusta em relação à minha filha. A mim,

essa exposição não me incomoda pessoalmente,

porque estou muito resolvida comigo própria. O meu

problema é a minha filha ser exposta a determinados

comentários e situações que não entende e com as

quais dificilmente pode lidar.

Criar uma filha, de algum modo, sozinha, é dificil

para si, ainda que mantenha uma boa relação

com o pai da sua filha, Gonçalo Pina e melo? ➤

Bárbara Norton de Matos

Page 7: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

7ELES & ELAS

➤ Agora é mais fácil, mas, de início, foi muito difícil ser

mãe solteira, com uma criança que tinha apenas 3

meses. Criar uma criança é um trabalho de equipa e,

neste caso, não foi.

Hoje em dia, em que os valores que lhe trans-

mitiram em pequena estão em crise, a cair em

desuso, como encara a educação? É uma mãe

absorvente ou deixa crescer a sua filha com algu-

ma liberdade (sem ser permissiva), ainda que lhe

aponte caminhos a seguir...

O que eu tenho sentido é que a crise, no nosso País,

não é só económica. Acho mesmo que há uma crise

de valores. Honestidade, coerência, generosidade,

foram valores muito firmes que a minha família me

incutiu, para que eu fosse feliz. Que a minha felicida-

de não passasse por prejudicar os outros. Acredito

muito que, quando se consegue ajudar alguém, a vida

retribui-nos tudo de bom. Tento muito passar este ➤

Page 8: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

8

➤ sentimento à minha filha, porque é fundamental.

Esta conversa sobre valores familiares, leva-nos à

sua relação com o seu pai, luís norton de matos,

há mais de dois anos a trabalhar no senegal. E

que lhe fez a surpresa de estar presente no lança-

mento do seu primeiro livro “Escrito nas Estre-

las”. Custa-lhe a suportar a sua ausência? Como

lida com ela?

Desde pequena que me custa suportar a ausência do

meu pai. Temos uma relação muito forte, mesmo que

ele esteja no outro lado do mundo. É um grande pilar

na minha vida e sinto-o sempre por perto.

E a sua filha, como é a relação da menina com o

avô?

É uma relação muito gira. O meu pai está comple-

tamente babado, como todos os avós. Ela adora-o,

puxa imenso por ele. Vejo, às vezes, o meu pai fazer

cambalhotas no chão com a Luz e acho a maior das

graças. Faço questão de cultivar muito essa relação.

A sua infância marcou-a de que maneira? O que

guarda no seu coração, no que toca a recorda-

ções?

Tanta coisa! Guardo, na memória, a minha quinta,

em Ponte de Lima (da parte paterna), brincar muito

na rua, ter uma liberdade que as crianças de hoje não

podem ter (por diversas razões, nem sempre as mais

agradáveis), o contacto com a natureza, que é tão

importante.

Podíamos falar aqui da sua ascendência, da li-

nhagem nobre, de política, de amor, etc... Até que

ponto isto é importante para si?

Há muitas conversas, a nível familiar, da responsabi-

lidade que eu tenho em função do meu nome. É uma

coisa intrínseca, uma responsabilidade e um respeito

que eu tenho de ter pelo meu nome e pelo que os

meus familiares fizeram, por exemplo, a nível políti-

co, como foi o caso do general Norton de Matos e o

marquês de Tomar. Enfim, mas é algo que faz parte

da minha natureza, do meu crescimento natural. Pode

dizer-se que aceito com naturalidade e orgulho!

mudando de tema – fale-nos da sua experiência

como escritora e como lhe surgiu a ideia de escre-

ver um livro, tarefa árdua durante nove meses, ao

mesmo tempo que tratava da sua pequena luz...

Acredite que nem calculava no que me ia meter. Ao

contrário do que se possa pensar, sou extremamente

tímida e, desde menina, era através da escrita que eu

me expressava. A Catarina Stilwell, uma grande ami-

ga, que estava a trabalhar na altura na Leya, lembrou-

se de me desafiar a pôr os meus diários em letra de

forma. A questão dos diários foi, desde logo, posta de

parte, mas acabei por aceitar escrever um romance,

usando, naturalmente, coisas da minha infância. Tive

a colaborar comigo a Raquel Palermo e, agora a con-

tinuar a escrever, vou manter a mesma equipa.

O seu livro foi uma espécie de catarse, um ex-

pressar de emoções, de gostos, de esperanças,

com um toque autobiográfico?

Foi, sem dúvida nenhuma. Depois do livro, não

preciso de psicólogo. Foi uma experiência muito mais

enriquecedora do que eu poderia ter pensado. E cor-

reu muito bem a nível de vendas. Já vai na segunda

edição, algo que eu não esperava mesmo.

Já disse que gostaria de ter mais filhos. E o casa-

mento, é ainda um sonho por realizar?

Eu sinto-me muito realizada como mãe, com a minha

filha Luz. Mais filhos, só mais pensado e se fizer

sentido. O casamento é ainda mesmo um sonho que

quero realizar, ao menos uma vez na vida.

E falemos de moda. É algo que lhe agrada em

especial? É uma mulher que dá importância à sua

aparência? Vemo-la, ora chique, ora descontraída,

consoante as ocasiões. Tem preferência por mar-

cas ou escolhe, simplesmente, o que acha que lhe

fica bem?

Eu visto-me muito de acordo com o meu estado

de espírito a cada dia que passa. Não ligo nada a

marcas e, para mim, é uma dor de cabeça pensar no

que vou vestir para uma festa ou uma apresentação...

Eu gosto de vestir como me apetece, como me sinta

bem. Sei que, às vezes, devia dar mais atenção à mi-

nha aparência, mas francamente não ligo muito. Faz

parte da minha essência ser assim. Não gosto, nem

quero ser escrava da imagem. Quero ser mulher, o

mais real possível, quero ser sempre assim.

se eu lhe pedisse que me descrevesse quem é a

bárbara norton de matos, como o faria?

Sensível, muito, lutadora, tímida, saudosista, conser-

vadora (ainda que não tanto quanto minha família

gostaria que eu fosse), impaciente, activa e sinto que

tenho imenso amor para dar.

A bárbara tem o curso de Comunicação Empre-

sarial do IsCEm mas, tanto quanto sei, nunca

seguiu essa via profissional. Por alguma razão em

especial?

Nunca segui esta via profissional, mas ao longo da

minha vida (recordo que tive um restaurante), tive

oportunidade de aplicar muitas coisas que aprendi ➤

Bárbara Norton de Matos

Page 9: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

9ELES & ELAS

➤ no curso. Eu acabei a Faculdade, a família ficou

satisfeita... e depois segui aquilo que o meu coração

mandava – ser actriz.

lembro-me que foi apresentada à sociedade, na

festa do 20º aniversário da nossa Revista. Teve,

para si, algum significado especial, para além da

festa em si?

Teve, sem dúvida, um significado especial. Senti-me

uma princesa, passei de menina a mulher nesse dia.

E tenho pena que esses eventos não tenham criado

raiz no nosso País.

Apesar do seu ar discreto, algo tímido até, a bár-

bara gosta de se rodear de amigos e familiares.

Acha que é difícil para eles estar junto de alguém

que está sempre na mira dos media?

É verdade, ainda que não tenha muitos amigos, mas

os que tenho são bons, e um grande pilar na minha

vida, que é a minha família. Gosto muito de estar no

meu ninho. Mas, sim, é difícil para eles estar junto de

alguém que, por vezes, é tão magoado pelos media.

Isso é o que me preocupa mais, é que eles sejam

afectados com a minha exposição pública.

Projectos profissionais para o futuro? Pode

desvendar-nos alguns?

Vou acabar um novo romance até ao final do ano e,

em princípio, devo começar a gravar em Janeiro a

nova novela do Tó Zé Martinho, cujo nome ainda não

sei... Mas sendo criada por ele, eu confio que será

mais sucesso da TVI.

A terminar, quer deixar aqui uma mensagens aos

leitores da Revista Eles & Elas?

Para já, que a preservem bem, sendo a 1ª revista

social que apareceu, há 30 anos, no nosso mercado.

Que a acarinhem e apoiem, para que ela possa con-

tinuar em frente, vencendo dificuldades e desafios.

Na verdade, é a única revista verdadeiramente social

que temos em Portugal. E, já agora, uma palavra de

carinho para a Maria da Luz de Bragança, que tanto

tem lutado pelo sucesso e sobrevivência da revista

Eles & Elas. ■

Page 10: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

10

Toda a sua vida foi pautada pela simpli-

cidade. Ocupando o 13º lugar na linha

de sucessão ao trono britânico, filha da

princesa Ana e de Mark Philips, talvez

mesmo a neta preferida de Isabel II (que

teve de dar a sua aprovação, para a

jovem não perder o seu lugar na linha

de sucessão ao trono), Zara Philips uniu

o seu destino ao jogador de rugby Mike

Tindall, na Escócia. E até nisso a noiva

foi original, anunciando que vai manter

o nome de solteira, alegando razões

profissionais (ela pratica hipismo profis-

sional há já muitos anos). Algo que não

escandalizou ninguém, pois todos estão

habituados à maneira de ser, descom-

promissada, da jovem Zara.

Por exemplo, a jovem princesa anunciou

o seu noivado na revista “Country Life”,

aparecendo com um simples conjunto,

avaliado em 70 euros, composto por

um polar e umas calças de ganga. Além

disso, Zara, que sempre foi considera-

da como uma “lufada de ar fresco” na

família real, posou ao lado de Storm,

o seu labrador de estimação e, mais

tarde, o casal posou na sua casa de

Gloucestershire para a fotografia oficial

do noivado. Aí, o protocolo foi mantido,

com a princesa a mostrar o seu anel de

noivado, lindíssimo – um solitário com

diamantes, oferecido pelo agora mari-

do. Mas não fossem os jornalistas (e a

casa real) habituarem-se mal, sempre

foi adiantando, na altura, que iria ser

vestida pelo designer Stewart Parvin,

um dos criadores predilectos da noiva

e da rainha. O que Zara não conseguiu

mesmo foi que a casa real a autorizasse

a vender o exclusivo do casamento a

troco de quase 700 mil euros. Também

não se pode ter tudo...

Mas, é bom que se diga, ainda que

quebrando alguns protocolos estabe-

lecidos na realeza britânica para este

tipo de eventos, os Windsor estavam

francamente felizes com esta união,

bem como os cerca de 300 convidados,

presentes na cerimónia.

Namorados há cerca de 7 anos, Zara

Philips e Mike Tindall eram a viva ima-

gem da felicidade, perante os olhares

sorridentes de todos os membros da

família real e dos escoceses, em geral,

que há cerca de 20 anos que não viam

um casamento real ocorrer nos seus

domínios.

Com um vestido de seda em tons de

marfim (criado, como dissemos já, por

Stewart Parvin), um véu em cascata,

feito de várias camadas de tule de seda,

preso por uma tiara de diamantes (uma

peça de joalharia grega que pertenceu

à mãe da princesa Alice, mãe do du-

que de Edimburgo), a noiva entrou na

igreja de Canongate pelo braço do pai, o

capitão Mark Philips. A noiva usou ainda

os brincos de diamantes, em forma de

lágrimas, que a princesa Ana, sua mãe,

usou numa produção para a revista

Vogue, no ano do seu casamento com

Mark Philips.

No altar, sorridente ainda que nervoso, o

noivo, ladeado pelo padrinho e seu cole-

ga de equipa, Ian Balshaw, e pelo irmão

da futura mulher, Peter Philips, espera-

va pela noiva. Diga-se, de passagem,

que o noivo (sobre quem se chegou

a especular que iria usar o tradicional

escocês, o que não se confirmou, pois

Tindall optou por um elegante fraque

azul-marinho) chegou à igreja (a mesma

em que a princesa Ana casou com o seu

actual marido, Tim Lawrence) uma hora

antes da noiva.

Os noivos e convidados seguiram de-

pois para o Palácio de Holyroodhouse,

a residência oficial da rainha Isabel II na

Escócia, onde decorreu uma animada

festa, em que a boa disposição imperou. ➤

Zara PhilipsUm casamento real, marcado pela simplicidade

Caras & Coroas

Page 11: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

11ELES & ELAS

Page 12: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

12

➤ Este casamento foi a formalização de

uma união de facto, que já durava há

vários anos, sempre dentro de uma lou-

vável discrição, que era do agrado de

todos. Agora, Zara Philips, que não tem

nenhum título, mas é membro da Or-

dem do Império (título com que a avó a

agraciou), realizou o seu sonho junto a

Mike Tindall, que declarou, recentemen-

te, que “Zara é o amor da minha vida”

e que não está, “de todo, nervoso”, por

ter entrado para a família real. O casal

já vivia junto num cottage, em Gatcom-

be Park, propriedade da princesa Ana.

Quanto à lua-de-mel, cujo destino não

se conhece, teve de ser adiada por

motivos profissionais dos noivos, que se

conheceram através do príncipe Harry,

primo da noiva. Os noivos, sabe-se já,

vão continuar com as suas profissões

desportivas, até porque Zara espera

que 2012 seja do ano da sua consa-

gração nas Olimpíadas como campeã

equestre.

Mas o que muitos não sabem é que será

também em 2012 que terminarão as

obras de construção do seu refúgio de

férias em Portugal, mais concretamente,

no CampoReal Golf Resort & Spa, na

costa oeste. ■

Zara Philips

Page 13: Revista Eles & Elas - Outubro 2011
Page 14: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

14

Espanha espanta-seDuquesa de Alba vai casar...

O eleito é Alfonso Diez, um funcionário público que,

de há uns anos para cá, tem sido o companheiro

constante de Cayetana Fitz-James Stuart, condessa

de Alba, uma das mulheres mais ricas de Espanha e

a que mais títulos nobiliárquicos tem. ➤

Caras & Coroas

Page 15: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

15ELES & ELAS

➤ A duquesa abdicou já de parte da sua

imensa fortuna, repartindo a herança pelos

seus seis filhos, para fazer este casamento

que, segundo a revista espanhola “Semana”,

se realizará a 5 de Outubro.

Uma vez salvaguardado o património da

Casa de Alba, tudo está encaminhado para

a concretização do enlace. Os filhos, Carlos,

Jacobo, Alfonso, Fernando, Cayetano e Eu-

genia são titulares dos bens da mãe desde o

passado 4 de Julho, mas a duquesa conti-

nuará a ter o usufruto desses bens, enquanto

for viva.

Desconhecem-se, de momento, quais os

bens doados pela duquesa e como foram

distribuídos. Para os que não acreditam que

esta decisão de Cayetana de Alba tenha

a ver com um casamento, a curto prazo,

com Alfonso Diez, outros asseguram que

a duquesa “está estupenda” no tocante à

sua saúde. O que se sabe, de fonte segura,

é que, para que a doação seja efectiva, os

filhos de Cayetana tiveram que aceitá-la. E

aceitaram, ao que parece, não só a doação,

como o próprio casamento, a que tanto se

opunham. Em todo o caso, dizem fontes pró-

ximas do casal, a relação familiar ainda não

é totalmente pacífica.

A totalidade do património da Casa de Alba

(de valor incalculável, uma vez que inclui

milhares de hectares de terreno, palácios e

valiosíssimas obras de arte) é gerida pela

Fundação, criada pela própria duquesa em

1975. Esse património é “intocável” e não

pode ser dividido. Para além disso, Dona

Cayetana continuará como presidente do

patronato da Fundação e chefe da Casa de

Alba, refere uma fonte próxima da família.

De acordo com o estabelecido, será o filho

mais velho a herdar o título e a fortuna, que

ele mesmo deverá distribuir, segundo o seu

próprio critério, pelos irmãos. De acordo com

o jornal El Pais, Carlos Fitz-James Stuart, o

filho mais velho, herdará o Palácio de Líria,

em Madrid, e o Palácio de Monterrey, em

Salamanca.

Os outros palácios e as terras serão divi-

didas pelos outros filhos e os oito netos da

duquesa.

Só que, desta vez, a duquesa decidiu, de

novo, romper com a tradição, como está à

vista. Com aquela força que todos lhe reco-

nhecem, a duquesa afirmou já, publicamen-

te, que “Alfonso não quer nada. Tudo o que

ele quer sou eu”. Contra factos não há, pelos

vistos, argumentos.

De momento, Cayetana e Alfonso Diez des-

frutam do seu último Verão como solteiros.

O casal gozou de uma romântica estadia

em San Sebastian, apenas com uma ida

aos touros em Santander. Agora, em fins de

Setembro, princípios de Outubro, tal como

anunciou a Semana, o par casará na pe-

quena capela do Palácio de Dueñas, numa

cerimónia muito restrita, salvo se houver

alguma alteração de última hora. Em princí-

pio, a cerimónia será celebrada pelo padre

Jiménez Sánchez-Dalp, pároco da igreja

sevilhana de La Asunción e amigo íntimo da

duquesa. Está já confirmado que os seus

seis filhos estarão, naturalmente, presentes

na cerimónia.

O segredo mais bem guardado é, natural-

mente, quem vai criar o vestido da noiva,

ainda que haja quem diga que os estilistas

andaluzes Victorio e Lucchino, amigos ínti-

mos de Cayetana, serão os escolhidos pela

duquesa.

Ainda que não tenha sido possível a confir-

mação oficial, diz-se que Alfonso Diez, ao

casar com a duquesa, ficará com o título

de duque de Alba consorte. Diz-se também

que, neste momento, Diez já está a conside-

rar a hipótese de abandonar o seu trabalho

de funcionário público, para se instalar no

Palácio das Dueñas, onde a noiva quer viver

depois de casada.

E vão ter lua-de-mel, pois então, tudo apon-

tando para as paradisíacas praias da Tailân-

dia. É esperar para ver... ■

Page 16: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

16

Victoria da Suécia vai ser mãe...

A princesa Victoria da Suécia está grávida. A notícia foi dada,

através de um comunicado da Casa Real da Suécia,

que revela ainda que o nascimento do primeiro filho da herdeira

do trono sueco e do marido, o príncipe Daniel,

está previsto para Março do próximo ano.

No comunicado real, pode ler-se que Victoria e Daniel

estão radiantes com a chegada do seu primeiro filho,

adiantando ainda que não haverá, para já, mudanças na agenda

da princesa, pelo menos durante o próximo Outono. ➤

Caras & Coras

Page 17: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

17ELES & ELAS

➤ Recorde-se que a princesa Victoria da Suécia

e Daniel Westling casaram-se a 19 de junho de

2010, após um conturbado namoro. Em 2002,

surgiram especulações na imprensa acerca de

uma possível ligação amorosa entre Victoria e

Daniel Westling, seu antigo professor de ginás-

tica e dono de uma academia, na qual se ins-

creveu. À época, Victoria apenas reconheceu

ser amiga de Westling. Em 2006, a especulação

continuou. Victoria e Daniel foram vistos várias

vezes juntos, tendo Daniel participado em alguns

eventos formais em que a princesa esteve pre-

sente. Finalmente, em Fevereiro de 2009, a corte

sueca anunciou que Victoria e Daniel estavam

noivos. O noivado fora, finalmente, aprovado

pela Câmara Baixa do país e o casamento real,

marcado para 19 de Junho de 2010, na catedral

de Estocolmo. Depois do casamento, Daniel

Westling passou a usar o título de S.A.R. prin-

cipe – duque de Västergötland. O anúncio do

casamento provocou, na altura, manifestações

antimonárquicas e grande mobilização, especial-

mente pela Internet. Muitos suecos consideraram

inaceitável que as despesas com o casamento

- estimadas em 3 milhões de dólares – fossem

custeadas com recursos públicos.

Mas já em 2005, durante uma visita à Expo 2005,

em Aichi, no Japão, durante uma entrevista con-

cedida ao jornal Yomiuri Shimbun, Victoria ad-

mitiu a existência de alguém na sua vida. Ao ser

questionada sobre o que pensava a respeito do

casamento de membros da realeza com pessoas

não pertencentes à nobreza, respondeu: “Creio

que, em geral, os suecos acreditam que a forma

moderna seja casar-se com quem se ama, não

importando de onde ele ou ela vem”. Recorde-se

que também a rainha Sílvia, mãe de Victoria, é

de origem burguesa.

Victoria nasceu dia 14 de julho de 1977 em Es-

tocolmo, Suécia, sendo a filha mais velha do rei

Carlos XVI Gustavo da Suécia e de sua mulher,

a rainha Sílvia da Suécia, pertencendo à Casa

Real de Bernardotte, como princesa da Suécia,

sendo designada como Princesa Herdeira em

1979, à frente de seu irmão mais velho, devido

à aprovação do Acto Sueco da Sucessão. Esta

reforma constitucional tornou possível que o

descendente mais velho do monarca sueco (no

caso, Victoria) fosse o herdeiro do trono, inde-

pendentemente do género. Graças a seu pai, um

primo de terceiro grau de Isabel II, ela ocupa o

205º lugar na linha de sucessão ao trono britâ-

nico. Existem alegações de que a reforma não

teria sido apoiada pelo rei, que pretendia que o

Príncipe Carlos Filipe fosse o herdeiro do tro-

no, mas nada foi confirmado. Assim, a princesa

Victoria foi solenemente investida como herdeira

do trono sueco numa cerimónia no Palácio Real

de Estocolmo, a 14 de Julho de 1995, dia do

seu 18ª aniversário, quando proferiu discurso no

parlamento. De então para cá, Victoria da Suécia

tem vindo a ser preparada para assumir o trono,

na devida altura, representando os reis em diver-

sas viagens e eventos oficiais.

O casamento de Victoria e Daniel Westling foi

descrito como “o maior casamento real da Europa”

desde o casamento de Carlos e Diana de Gales.

A música da cerimónia foi da responsabilidade de

Gustaf Sjökvist, organista da corte e da paróquia

da Catedral de Estocolmo e também responsável

pela música durante o casamento dos pais de Vic-

toria em 1976. Os oficiantes, escolhidos pelo rei,

foram o arcebispo Anders Wejryd, o bispo emérito

Lars-Göran Lönnermark,o bispo de Lund Antje

Jackelén e Dom Åke dy Bonnier.

Victoria usou um vestido de casamento branco,

com vários metros de comprimento, e usou a

mesma tiara com que a sua mãe se casou. Vic-

toria e Daniel passaram por debaixo de espadas

cruzadas após sair da catedral. A carruagem dos

noivos, em procissão, passou por uma grande

multidão de pessoas em Slottsbacken. Muitos

membros da nobreza internacional compare-

ceram ao casamento, entre eles os condes de

Wessex, em representação de Isabel II, a rainha

e os príncipes da Dinamarca, os reis da Jordâ-

nia, os príncipes de Orange, a rainha de Espa-

nha e os príncipes das Astúrias, entre outros.

Após o casamento, a popularidade da família

real explodiu. Uma pesquisa mostrou que 70%

dos suecos aprovavam a monarquia e apenas

16% gostariam de abandonar o regime monár-

quico.

Após seu casamento, a princesa e o marido

mudaram-se para o Palácio de Haga. Agora, é

tempo de preparar a vinda do herdeiro do jovem

casal. ■

M.D.V.

Page 18: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

18

Alberto do Mónaco Afinal houve lua-de-mel...

Casou Alberto II do Mónaco, para grande alegria dos monegascos.

Mas não foi fácil, apesar de tudo. A noiva, Charlene Wittstock,

correu o risco de se transformar numa “noiva em fuga”, ao saber,

dias antes da cerimónia, através do jornal francês L’Express, da

existência de mais dois filhos do noivo, o que foi desmentido pelo

palácio, através de um comunicado oficial. Charlene não partiu

para a África do Sul e o casamento realizou-se finalmente, peran-

te a alegria de milhares de pessoas que aplaudiam e agitavam as

bandeirinhas do Mónaco e da Àfrica do Sul. ➤

Rewind

Page 19: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

19ELES & ELAS

➤ Alberto do Mónaco e Charlene Wittstock

casaram, duas vezes, como sempre acon-

tece nas uniões reais – primeiro, pelo civil,

depois, no dia seguinte, pela igreja, numa

cerimónia celebrada pelo arcebispo do Mó-

naco, Bernard Barsi.

Visivelmente nervosa, até mesmo um pouco

triste, sem aquele brilho com que a vimos

nos últimos tempos, a agora já Primeira-Da-

ma do Mónaco entrou no Pátio de Honra do

Palácio do Mónaco (especialmente prepara-

do para o efeito), pelo braço do pai, Michael

Wittstock, no seu belíssimo vestido Armani

Privé, em seda natural em tons marfim, com

discretos bordados em forma de flores, 40

mil cristais Swarovski, 20 mil pérolas em for-

ma de gota e 30 mil contas de ouro incrus-

tadas. Crise é crise, mas no Mónaco já se

sabe como é. Belíssima a jóia que a noiva

usava para segurar o cabelo – uma grinalda

de flores em diamantes, que lhe foi empres-

tada pela princesa Stéphanie, visivelmente

emocionada, ela que foi, desde sempre, a

irmã favorita de Alberto. O véu da noiva,

com 20 metros de seda, tinha, sem dúvida,

um aspecto impressionante.

Se pusermos de lado a polémica que se

gerou antes do casamento, o nervosismo

de Charlene justificava-se, de algum modo.

Afinal de contas, ela conseguiu o que nin-

guém, até agora, conseguira – levar o sobe-

rano monegasco, já em muito boa idade de

casar, ao altar.

Muito emocionante para a noiva, que até

deu a mão errada para Alberto lhe colocar a

aliança (ainda que Alberto lhe tivesse dado

uma piscadela de olho, no preciso momento

em colocou na mão da noiva a aliança de

platina de 18 quilates, criada pela Cartier),

foi o momento em que Charlene, agora

Alteza Real, depôs o seu bouquet de frésias

no altar da Santa Devota, cumprindo assim

a tradição.

Presentes na cerimónia estiveram pratica-

mente todos os representantes das casas

reais europeias (os condes de Wessex

substituiram os duques de Cambridge, em

nome da casa real britânica), excepção feita

aos príncipes das Astúrias que, pelo menos,

até agora não deram qualquer explicação

para a ausência da representação espanho-

la. Diz-se que Filipe e Letizia se recusaram

a estar presentes, ainda ressentidos com a

maneira como Ernst de Hannover se portou

na catedral de Madrid, durante o casamento

do herdeiro espanhol e que o rei Juan Car-

los justificou a sua ausência, alegando estar

a recuperar da operação ao joelho. Presen-

tes, entre os 3500 convidados, estiveram os

duques de Bragança.

A cerimónia foi marcada por vários mo-

mentos musicais, entre eles, a actuação de

Andrea Bocelli, que interpretou, já no final

da cerimónia, a Avé Maria de Schubert. Mas

antes, a cerimónia contou com a colabora-

ção da Orquestra Filarmónica do principado

e o Coro dos Pequenos do Mónaco.

No centro das atenções estiveram também

Stéphanie (que surgiu de braço dado com

o filho, Louis Ducruet, seguida pelas filhas,

Pauline Ducruet e Camille Gottlieb) e Caro-

lina do Mónaco, que percorreu a passadeira

vermelha com a filha mais nova, Alexandre

(única filha do seu casamento com Ernst de

Hannover, que logicamente não foi convi-

dado) e Charlotte, Andrea e Pierre, os seus

filhos mais velhos.

Já casados, Suas Altezas Sereníssimas, os

príncipes Alberto e Charlene saíram para

a Praça do Palácio, tendo sido aclamados

pela multidão, debaixo de uma chuva de

pétalas brancas. Um momento que teve

uma impressionante banda sonora, digamos

assim, produzida pelas sirenes de nevoeiro

das embarcações atracadas na baía de

Montecarlo.

Os noivos, num Lexus híbrido descapotável,

seguiram em cortejo pelas ruas do Mónaco,

ovacionados pelos monegascos e por imen-

sos turistas, regressando depois ao palácio

para trocar de roupa, uma vez que para o

jantar, nos Terraços do Casino de Monte-

carlo e baile de gala, que se lhe seguiu na

Ópera Garnier, era exigido o traje de gala.

Jantar esse, em que estiveram apenas 450

dos 3500 convidados, e foi servido pelo

famoso Chef francês Alain Ducasse.

Mas não só as cabeças coroadas (Bélgica, ➤

Page 20: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

20

➤ Suécia, Luxemburgo, Holanda, Dinamar-

ca, Noruega se fizeram representar pelos

príncipes herdeiros, lado a lado com a ex-

imperatriz Farah Diba) estiveram presentes

no casamento do soberano monegasco com

Charlene. Nomes ligados à moda, espec-

táculo, desporto e alta finança mundial,

sem esquecer Nicolas Sarkozy (sem Carla

Bruni, que está grávida de seis meses) e

Bernardette Chirac, estiveram presentes

na cerimónia, entre eles, Naomi Campbell

e Karolina Kurkova, Roger Moore (grande

amigo dos Grimaldi), Giorgio Armani e Karl

Lagerfeld, Nadia Comaneci e Henri Leconte.

Apesar dos rumores relativos à forma

como os noivos gozaram a lua-de-mel no

país natal de noiva, a África do Sul (diz-se

que em hotéis diferentes, o que, a confir-

mar-se, é uma forma estranha de estar em

lua-de-mel), a verdade é que o Palácio fez

sair um comunicado, em que rejeita total-

mente quaisquer problemas entre o casal,

mostrando, aliás, a sua indignação face

à polémica desencadeada. Enfim, com

os Grimaldi, sabemos nós de experiência

feita, as surpresas nunca faltam. Espere-

mos que, desta vez, Alberto II do Mónaco

seja um soberano à altura das suas res-

ponsabilidades para com o Principado e os

monegascos. ■

Alberto do Mónaco

Page 21: Revista Eles & Elas - Outubro 2011
Page 22: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

22

O Olimpo dos Grimaldi por Maria Dulce Varela

Nos últimos dias, o Mónaco esteve particularmente em foco, na

sequência do casamento do casamento do príncipe Alberto II,

soberano monegasco, com Charlene Wittstock. Um casamento

que, como não podia deixar de acontecer, uma vez que se tratou

da família Grimaldi, com alguma polémica à mistura. Mas adiante.

Falemos, então, um pouco, do Mónaco. ➤

Destinos

Page 23: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

23ELES & ELAS

➤ Depois do Vaticano, o principado do Mónaco é o

mais pequeno Estado soberano do mundo. Apesar

dos seus 195 hectares, tem o maior recorde de densi-

dade populacional e, sem dúvida, de milionários. São

alguns “pequenos pormenores” que distinguem este

Estado: o príncipe reinante, agora Alberto II, detém o

poder absoluto, tem laços privilegiados com a França

e continua a ser um paraíso fiscal. Et voilá!

Que ninguém diga aos monegascos que habitam

“num principado de opereta”, até porque eles são

especialmente patriotas e têm uma verdadeira

veneração pelos seus príncipes, a quem todas as

fraquezas têm sido perdoadas. Mais do que isso, têm

argumentos de peso, como por exemplo, lembrar aos

“provocadores” que o Mónaco é um Estado sobera-

no, membro da ONU, da UNESCO e da OMS. Para

além do mais, ninguém duvida que se trata de um

país próspero, facto que muito se deve ao 55 anos

de reinado do desaparecido Rainier (antes dele, mais

não havia que abrigos de pescadores e oliveiras, diz

quem viveu então no principado). Caberá, agora, a

Alberto (a quem o pai preparou de forma exaustiva)

assegurar que tudo continue nos mesmos termos.

À primeira vista (se for de helicóptero, claro está),

vindo de Nice, é-se confrontado com uma espécie

de Singapura sobre o Mediterrâneo, ponteada com

torres, ainda assim dispensáveis, dada a beleza do

maravilhoso céu azul e do mar, cheio de calhetas e

velas brancas inclinadas sobre as vagas. Mas depois,

à medida que nos aproximamos da costa, desco-

brimos, pouco a pouco, o Casino, o Hotel Paris e o

Hermitage, as suas cúpulas, coruchéus, balaustres,

fachadas de estilos surpreendentes (desde o barroco

ao rococó, passando pelo Segundo Império), o Ro-

chedo e as ameias do castelo principal, o velho bairro

de La Condamine, com os seus telhados rosados.

À sombra das palmeiras, dos hibiscos e das laran-

jeiras, podemos continuar a sonhar com contos de

fadas. O Mónaco é, realmente, um importante centro

financeiro, cultural e turístico, com importantes ban-

cos e o famoso Casino, hotéis magníficos, mansões

de sonho, enfim, um país, que se percorre rapida-

mente, mas que, apesar disso, não perde o encanto.

Claro que a sensação de que se está quase numa

espécie de paraíso não é fruto de um milagre. Por

detrás de todo este charme estão verdadeiros “faze-

dores de sonhos”, invisíveis para o turista, mas muito

reais e eficazes. Se pensarmos que a localização das

700 empresas industriais do Mónaco, das quais são

retiradas 12% das receitas fixas do principado, estão

localizadas em Fontvieille, sob a forma de prédios de

luxo e indústrias, que chamaríamos de adequadas

(cosmética, química ligeira), é fácil de perceber que

o choque normal, que se sente face a um tradicional

edifício industrial, não se verifica no principado. ➤

Page 24: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

24

O Olimpo dos Grimaldi

O Louis XV, restaurante de Alain Ducasse no Hotel de Paris

Em primeiro plano, o Hotel Loew’s e, em segundo plano, o Casino de Monte Carlo O Bairro de La Condamine

No porto de Hércules

O mercado local

Page 25: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

25ELES & ELAS

➤ Ruas estreitas, casas ocres e rosadas, jardins de

cores e aromas extraordinários, folhas verdes das

palmeiras espelhando-se num céu azul eléctrico,

uma vista profunda sobre o porto e, mais longe, um

imenso panorama de montanhas e mar. Pequenos e

requintados cafés, sombreados com toldos e cara-

manchões, fazem a delícia dos turistas. Diante da

entrada principal do palácio real, os carabineiros, de

uniforme branco, procedem ao render da guarda,

observados por mirones, talvez esperançados em ver

algum dos membros da família real. Encostado ao

porto, aos pés do Rochedo, o encontro inesperado

com o tudo o que nos é oferecido por uma verdadeira

aldeia provençal: o bairro La Condamine seduz-nos

com a traça geométrica de algumas ruas, silenciosas

nas horas de maior calor, casas em tons pastel, mar-

cadamente históricas, a dança dos mastros no porto

de Hércules. A Praça das Armas anima-se todas as

manhãs, com um mercado quase de bonecas, em

que o odor do peixe se mistura com o das especiarias

e das frutas. À noitinha, os marinheiros, de blazer e

gravata, saem dos seus iates de luxo para saborear

jantares requintados nos pequenos restaurantes de

La Condamine, verdadeiramente chiques.

Mas, em Monte Carlo, a vida continua e o sonho

também. A par de novos locais de moda, o Casino,

o Hotel de Paris e o Hermitage, admiravelmente

conservados, são factores indispensáveis à unidade

do sonho monegasco. Pelos corredores do Casino,

quase podemos imaginar a presença de príncipes

e reis sem coro, cortesãs excêntricas, milionários

efémeros, estrelas de cinema, estadistas, para quem

Monte Carlo continua a ser um “must”. Nas ruas de

Monte Carlo, os Bentleys e Jaguares substituíram

as caleches e, no terraço do Café Paris, cruzam-se

jogadores empedernidos, banhistas bronzeados e

velhos senhores aristocratas. Os visitantes param,

de montra em montra – Piaget. Hermès, Saint-Lau-

rent, Chanel, Dior e Vuitton são algumas das mar-

cas expostas, verdadeiras tentações, a que é difícil

resistir.

Os verdadeiros monegascos têm as suas tradições,

as suas festas, os seus lugares especiais de encon-

tro, onde se fala o monegasco, uma língua obrigatória

nas escolas primárias do principado.

Se depois de tudo o que lhe disse, não sentir uma

vontade irresistível de visitar o principado, é porque

o seu desejo de aventura e sonho se desfez na dura

realidade do quotidiano. ■A Catedral neo-romana

Page 26: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

26

Desculpe-se a falta de isenção

do jornalista, mas Fernando

Pereira é, de facto, a “Voz de

Portugal” em todo o seu esplen-

dor. Desde 1982, o ano em

que se iniciou a sua activida-

de, que nos habituámos à sua

versatilidade e extraordinária

capacidade vocal, cantando

e e imitando as superestrelas

de todo o Mundo.Com classe,

surpreendendo o público.

Ao longo da sua carreira, obte-

ve vários discos de ouro e pla-

tina, assim como interveio em

centenas de programas para

televisão. Já se apresentou ao

vivo em mais de três mil espec-

táculos e esteve, desde sem-

pre, envolvido na criação de

todo o tipo de produções para

teatros, empresas, convenções

e eventos sociais, tendo sido

presença em destaque na festa

de aniversário da “Eles &Elas”.

Talvez faltasse assumir a sua

própria identidade, a chama-

da “cereja em cima do bolo”,

objectivo que poderá ter sido

alcançado no final do ano ➤

Fernando Pereira, por José Leite

A “Voz” assume a sua própria identidade e apresenta sugestão para o responsável da Cultura do novo governo:

“Tentava acabar com os lobbies e as capelinhas de chupistas”

Convidado Especial

Page 27: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

27ELES & ELAS

➤ passado, ao editar o projecto

musical “A Sério”, um disco em

que pela primeira vez assume

integralmente o seu próprio

estilo, voz e personalidade en-

quanto cantor e intérprete.

“Este novo disco “A sério” é

um projecto que sempre ha-

bitou o meu imaginário pro-

fissional e já andava efectiva-

mente há alguns anos a ser

pensado”, sublinha Fernando

Pereira a propósito deste seu

último trabalho, acrescentando:

“Sou um artista da voz, ela é o

alfa e o ómega de tudo o que

faço musicalmente e consigo

usá-la das formas mais di-

versas, cantando e imitando

sempre centenas de cantores,

os registos e timbres mais

variados. Impunha-se, por isso,

apresentar um dia um trabalho

em que a personalidade vocal,

a alma e o som do verdadeiro

cantor que sou, absolutamente

despido de máscaras e carica-

turas, estivesse presente em

toda a sua plenitude. Esse dia

aconteceu, o projecto finalmen-

te saiu e tem sido uma expe-

riência fantástica. Muita gente

conhecia bem o “cantor de

vozes” mas nunca tinha ouvido

a voz o Fernando Pereira “ A

Sério”. Agora tem também esta

nova faceta, um artista e um

cantor ainda mais completos”.

Verdadeiro “animal” de palco,

é nossa convicção que Fer-

nando Pereira ainda não viu

reconhecido o seu mérito em

Portugal, contrariamente ao

que acontece no estrangeiro.

Questionámo-lo, por isso, se

acha que Portugal cultiva por

baixo os méritos dos seus artis-

tas de craveira, em detrimento

do chamado «lixo» musical,

mais popularucho, mas, prova-

velmente, mais rentável?

Diz-nos a esse respeito o

artista: “Vou completar para

o ano 30 anos de carreira e

já fiz tudo o que era possível

alguém ambicionar fazer em

Portugal: milhares de con-

certos ao vivo, centenas de

horas em televisão, discos

de ouro e platina, banhos de

multidão, infindáveis voltas

ao mundo e ao país real...

Experienciei, graças a Deus,

todas as formas possíveis de

sucesso, disso não me pos-

so realmente queixar. mas é

preciso compreender que a

nossa profissão, tal como a

vida em geral, é um proces-

so dinâmico, tem fases de

maior e menor exposição,

movimenta muitos interes-

ses, engrenagens complexas.

Gera tanto afectos, paixões e

aplausos como também inve-

jas, maldade e mesquinhez.

não há nada que se possa

fazer contra isso, é a nature-

za humana. Eu tenho os meus

valores éticos e estéticos,

uma imagem e postura artís-

tica da qual não abdico e não

vou nunca baixar o nível para

me tornar um “produto” mais

fácil e rentável. são opções”.

Em tempo de renovação gover-

namental e de políticas cultu-

rais - políticas que não implica-

ram a criação de um Ministério

que tutele esta área, talvez uma

lacuna no governo de Passos

Coelho - se Fernando Pereira

fosse o ministro da Cultura o

que faria?

“Eu tentava acabar com os

lobbies e as capelinhas de

chupistas profissionais, que

são sempre os mesmos, para

dar lugar a novos produtores

e aos verdadeiros criadores.

Apoiava a produção e autoria

nacional em todas as áreas:

teatro, música, cinema, artes

plásticas, literatura… Concre-

tamente em relação à música,

promovia e apoiava os dis-

cos em língua portuguesa,

baixava o IVA nas produções

de músicos e autores por-

tugueses, subindo, em opo-

sição, as taxas nos discos

estrangeiros ou em línguas

estrangeiras. baixava o IVA

e incentivava os espectácu-

los de artistas ou músicos

portugueses e criava depois

taxas especiais, muito gran-

des mesmo, para os músicos

e bandas estrangeiras que

viessem actuar em Portugal.

Esses fundos seriam de-

pois aplicados no apoio aos

jovens valores, aos autores

e à produção nacional. Obri-

gava as rádios portuguesas a

passar essencialmente músi-

ca portuguesa, com pesadas

multas e cassação da licen-

ça a quem não cumprisse a

lei… mas é melhor parar por

aqui antes que me dêem um

tiro…”.

Espectador atento da vida po-

lítica actual, o artista sustenta

que “sair desta maldita crise

não é apenas uma necessida-

de, é uma exigência nacional,

um imperativo de sobrevivên-

cia”.

E vai mais longe nas criticas,

propondo que os verdadeiros

responsáveis por toda a ganân-

cia e especulação financeira

que deram origem a este pro-

blema “deviam ser responsa-

bilizados e seriamente casti-

gados e também que a ➤

Page 28: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

28

➤ “carga” de austeridade de-

veria ser melhor repartida”.

“Eu não me importo de pa-

gar mais impostos, se outros

também pagarem mais em

proporção, aliviando ou mesmo

isentando os idosos, os refor-

mados e as pessoas em geral

com menos recursos. Temos

todos que ser solidários, inte-

ligentes, eficientes, produzir

muito mais, trabalhar melhor,

consumir o mais possível em

Portugal e produtos portugue-

ses!”, sublinha.

Artista das mil vozes, ainda

haverá alguma que Fernando

Pereira gostasse de interpre-

tar?

“Há algum tempo entraram

no “elenco” a lady Gaga e o

mika, mas os grandes “clás-

sicos” irão sempre conviver

no espectáculo ao lado dos

“novos” valores. Há que estar

permanentemente actualiza-

do, sem nunca perder o ecle-

tismo e a universalidade”,.

refere

Não se lhe conhecem amores…

nem desamores. Talvez seja

uma questão estratégica salva-

guardar a sua vida privada?

“É realmente uma estraté-

gia, mas ao contrário do que

algumas pessoas possam

pensar, não sou um eterno

solteirão. moro sozinho, mas

não vivo sozinho, há sempre

alguém na minha vida, no

meu coração. Desde sempre.

na verdade, tudo o que faço é

público e a minha vida priva-

da é, de facto, a única coisa

que me resta e posso guardar

só para mim… mais do que

um direito, é efectivamente o

meu derradeiro refúgio, um

exercício de plena e verdadei-

ra liberdade individual”.

Para além deste novo disco “A

Sério, Fernando Pereira apre-

senta o espectáculo “Cantor de

Vozes” em permanente digres-

são.

A “voz” está no ar e recomen-

da-se… ■

“Sou um artista da voz, ela é o alfa e o ómega de tudo o que faço musicalmente

e consigo usá-la das formas mais diversas, cantando e imitando sempre

centenas de cantores, os registos e timbres mais variados.

Impunha-se, por isso, apresentar um dia um trabalho em que a personalidade

vocal, a alma e o som do verdadeiro cantor que sou”

Fernando Pereira

Page 29: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

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Page 30: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

30

Carlos do Carmo canta Frank Sinatra

Recordando "A Voz"

Page 31: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

31ELES & ELAS

Convidado pelo programa “Allgarve”, Carlos do Carmo juntou-se

a Claus Nymark Big Band, para um espectáculo verdadeiramen-

te imperdível, no Convento das Bernardas, em Tavira, durante o

qual interpretou alguns dos temas celebrizados por Frank Sina-

tra, perante uma plateia absolutamente rendida.

Aos 71 anos de idade e com mais de 45 de carreira, Carlos do

Carmo ainda surpreende quem assiste aos seus espectáculos.

Depois de inovar, abrindo novos caminhos ao Fado, foi agora

altura de dar a conhecer ao grande público a sua imensa versati-

lidade na música.

“Fly Me to the Moon”, “Cheek to Cheek” ou “Come Fly with Me”,

da autoria de compositores lendários e consagrados, como Cole

Porter, George Gershwin ou Irving Berlin, e celebrizados por

Sinatra, foram, desta vez, interpretados, de forma impecável, por

Carlos do Carmo.

Apreciador do cantor norte-americano desde os anos 60, quando

ouvia permanentemente os seus álbuns, Carlos do Carmo de-

senvolveu o gosto pelo repertório americano e pela inconfundível

interpretação deste lendário cantor. É curioso lembrar que, em

2008, Carlos de Carmo foi convidado para uma pequena inter-

pretação num concerto da Count Basie Orchestra, em que inter-

pretou “I’ve Got You Under My Skin” e “You Make Me Feel So

Young”. Mais tarde, em 2010, foi convidado para repetir a expe-

riência num espectáculo único e, em nome próprio, no Pavilhão

Atlântico, onde pode interpretar vários temas originais de Sinatra,

celebrizados por este cantor.

Carlos de Carmo, recordamos, foi uma das personalidades distin-

guidas, há alguns anos, pela revista ELES & ELAS, com o prémio

Estátua da Verdade. ■

Page 32: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

32

“Pessoas loucas como eu, não vivem muito, mas

vivem como querem” – esta frase é da própria Amy

Winehouse, recentemente desaparecida, deixando o

mundo da música mais pobre.

Sem dúvida que Amy Winhouse não foi uma figura

consensual – ou se amava, ou se detestava. Mas o

que ninguém pode questionar é que o seu talento se

aproximava muito da genialidade. A sua voz soltava-

se, límpida, saída de dentro dela, com uma emoção

que se transmitia a todos os que a ouviam. Era,

sem dúvida, uma estrela, que viveu como quis, que

se atreveu a escrever música para se desafiar a si

própria, para entender qual era o seu limite. Ela que,

durante a sua curta existência (tinha apenas 27 anos),

ultrapassou todos os limites possíveis e se deixou

arrastar para o mundo das drogas, que acabariam por

a destruir.

Os seus concertos eram momentos especiais, quer

fossem de qualidade, quer mostrassem uma Amy

descontrolada, fora de si, pedindo desculpa, em pal-

co, aos seus fãs.

Com 13 anos, teve a sua primeira guitarra. Aos 16,

fez a primeira tatuagem e começou a fumar cannabis.

Simon Fuller, um dos mais importantes agentes musi-

cais britânicos, trabalhou, em segredo, um demo das

músicas de Amy, que lhe foi enviado por um namo-

rado da cantora. Apesar de ter já um contrato com a

EMI, Winehouse acabaria por assinar pela ➤

Amy WinehouseA Alma do Soul

Remembering

Page 33: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

33ELES & ELAS

➤ Island/Universal. A 20 de Outubro de 2003 é

editado o primeiro disco de Amy, “”Frank”. No ano

seguinte é premiada com o Ivor Novello Award por

“Stronger Than Me”. Mas é, precisamente, nesta

altura, que surge na vida de Amy, Blake Fielder-

Civil, que ela conhece num pub, em Camden, Um

homem rodeado de companhias duvidosas, um

marginal que vende e consome droga. Desespera-

damente apaixonados, entram (pelo menos ela) no

caminho da autodestruição, com a dependência do

álcool e de cannabis a aumentarem de modo incon-

trolável. Depois de Blake a abandonar, Amy entra

em depressão, mas agarra-se à música, trazendo

a público, em 2006, “Black to Black”. “Rehab”,

momento musical autobiográfico, catapulta o álbum

para os top’s, tornando-se no álbum mais vendido no

Reino Unido, em 2007.

Depois foi a onda dos prémios – Brit Awards e

Grammys não paravam de lhe chegar às mãos.

Nesse mesmo ano, Blake regressa, em má hora, e os

dois casam em Miami, celebrando com uma festa de

estupefacientes, que durou três dias.

Amy começa então a sua fatal caminhada para o fim.

À beira da anorexia, foi destruindo os seus próprios

concertos, sempre intoxicada. Uma verdadeira des-

cida aos infernos (que a própria Amy não negava) e

que acabaria, sem surpresas para ninguém, com a

sua morte recente. ■

Page 34: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

34

Uma delegação de dirigentes e mecenas do

World Monuments Fund realizou, recente-

mente, uma visita a Portugal para conhecer

monumentos portugueses e prestar home-

nagem a Paulo Lowndes Marques, que foi

presidente do WMF Portugal até ao seu

falecimento, ocorrido no primeiro dia do ano

de 2011.

No Palácio Nacional de Queluz foi descerra-

da uma lápide, assinalando a concretização

de um projecto de conservação e recupe-

ração dos jardins, lagos, fontes e jogos de

água deste importante monumento nacional,

incluindo as estátuas em chumbo do escul-

tor setecentista inglês John Cheere. Estes

trabalhos de conservação e restauro foram

coordenados pelo WMF Portugal, agora pre-

sidido por José Blanco, com o patrocínio de

várias empresas portuguesas e instituições

internacionais, entre as quais a Fundação

EDP, a Cimpor e o Grupo André Jordan.

No programa do evento foi incluída uma ➤

Delegação do World Monuments Fund visita Portugal

1. Bayão Horta, Jardim Gonçalves, Bertrand du Vignaud, andré Jordan, Christopher Ohrstrom, Rui Machete e

Francisco de Barros 2. André Jordan, José Blanco (presidente WMF Portugal), Joan Hardy Clark (WMF USA) e

Nancy Brown (WMF Usa) 3. Bonnie Burnham, Christopher Ohrstrom, José Blanco e Isabel Cruz de Almeida

1

2 3

Causas

Page 35: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

35ELES & ELAS

➤ exibição da Escola Portuguesa de Arte

Equestre, dirigida por Felipe Graciosa. Em

honra do grupo de dirigentes e mecenas do

WMF foi ainda servido um jantar de gala na

Sala do Trono do Palácio Nacional de Que-

luz e oferecido um almoço no Belas Clube

de Campo.

Os trabalhos de conservação e restauro dos

jardins do Palácio Nacional de Queluz in-

tegraram a recuperação dos lagos e fontes

existentes, incluindo a implementação do

novo sistema hidráulico que lhes devolveu

o esplendor dos seus jogos de água. A par

do programa de reabilitação dos jardins,

o WMF promoveu a realização de alguns

workshops para formação em técnicas

de limpeza e conservação dos elemen-

tos pétreos. O sucesso destas acções de

formação ficou assinalado pela numerosa

participação de alunos oriundos de várias

regiões do Continente, das Ilhas, e também

de Espanha. ■

4. Jantar de Gala da Sala do Trono do Palácio de Queluz 5. Os trabalhos de conservação de

recuperação do Palácio Nacional de Queluz, incluindo as estátuas de chumbo

4

5

Page 36: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

36

As “escolas de finalização de luxo” ou “escolas de

charme”, nome pelo qual também é conhecido este

tipo de estabelecimentos de ensino, são escolas

privadas para raparigas que consideram prioritá-

rias as actividades culturais e sociais. São, por

regra, escolas que as alunas começam a frequen-

tar após o término do período regulamentar de

escolarização e pretende-se que completem a sua

educação, dando um ênfase especial a tudo que

se relacione com etiqueta. Este tipo de formação

tanto é proporcionado durante um ou dois meses,

a um nível intensivo, quanto em cursos de um ano

ou mais. Mais recentemente, prestam também o

ensino regular a jovens entre os 11 e os 18 ou 20

anos, mas proporcionando algo extra em termos

extra-curriculares.

Embora as “finishing schools” sempre tenham exis-

tido na Europa e América do Norte, foi no final do

século XVIII que conheceram o seu maior desen-

volvimento e divulgação. Este facto ficou a dever-

se em parte à discussão, que se tornou premente

nessa época, sobre a importância da educação no

alcançar de uma sociedade melhor – pese embora

de acordo com os bem definidos estratos sociais

vigentes.

No início, estas escolas para meninas eram quase

exclusivamente divididas em função de classes

sociais, algo que continuou a ser normal até ao

século XX. As jovens das classes mais baixas,

quer fossem provenientes de cidades ou do cam-

po, tinham aulas rudimentares onde também lhes

eram incutidas as mais básicas regras de boas

maneiras; já as meninas das classes superiores e

aristocráticas recebiam um tipo de educação que

as preparava para o lugar que ocupariam na socie-

dade. Todavia, tanto no caso das classes sociais

mais baixas quanto das mais altas, um factor era

imutável: o proporcionar de um tipo de educação, ➤

“Finishings Schools”um segredo muito bem guardado

Educação

Page 37: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

37ELES & ELAS

➤ que deixasse bem claro nas educandas a po-

sição secundária das mulheres na sociedade.

Contudo, a expansão da escolaridade para rapari-

gas no decorrer dos últimos duzentos anos trouxe

consigo inúmeras alterações: em primeiro lugar,

o aumento de escolas para raparigas aumentou

o nível de alfabetização no feminino e abriu as

portas a muitas mulheres para se tornarem profes-

soras. Por sua vez, este acréscimo de mulheres

no ensino fez com que o nível da educação femini-

na se equiparasse mais ao masculino. E foi assim

que, quando chegou a década de 80 do século

XX, a distinção entre raparigas e rapazes já tinha

praticamente desaparecido.

No entanto, apesar de estas uniformizações no

tocante à educação, existiu sempre por parte dos

pais das jovens a vontade de assegurar que às

suas filhas eram transmitidos alguns conhecimen-

tos especiais - em parte, uma vez mais, por forma

a poderem tornar-se melhores esposas e mães.

Precisamente por isso, as famílias com poder

económico suficiente optavam, e continuam a

optar, por enviar as suas filhas para escolas com

sistema de internato, em Inglaterra ou na Suíça,

para terminarem a sua educação. No caso inglês,

o mais frequente, é importante saber que entre os

dez melhores colégios britânicos 8 são colégios só

para raparigas e entre os trinta primeiros apenas

dois são colégios mistos. Entre estes destaca-se,

nos nossos dias, o St. Paul’s Girls School, que

começou nos princípios do séc. XX como colégio

feminino e apresenta, a nível do Reino Unido, dos

melhores resultados a nível académico.

Um outro exemplo disso foi a muito famosa Ros-

slyn House School que, ao longo de anos, foi

formando muitas das filhas das melhores famílias

inglesas mas também portuguesas e de muitas

outras nacionalidades. Outras escolas como a

St. Georges-Ascot, em Inglaterra, ou St. Surval

Mont-Fleuri, em Montreux, na Suíça, apresentam

também as melhores referências e, para além do

ensino normal, são excepcionais no âmbito dos

desportos, artes plásticas, música, moral, arte de

bem receber, etc.

Todavia, para todos aquelas que na sua juventude

não tiveram a hipótese de frequentar uma escola

deste género, ainda existe solução. Em Inglaterra,

na Suíça ou nos Estados Unidos têm surgido, nos

últimos anos, escolas de etiqueta e boas maneiras

que procuram recuperar o tempo perdido e propor-

cionar a todos sem excepção a educação primo-

rosa que, desde sempre, as “finishing schools”

disponibilizaram. Como referido por uma destas

escolas, a Final Touch, no Texas, “ajudamos todos

os nossos clientes a desenvolver os quatro pila-

res de uma imagem requintada: graça, elegância,

força e confiança. Qualquer uma destas qualida-

des está directamente ligada ao ser interior e nada

têm a ver com o tamanho da conta bancária de

cada um. Antes são qualidades que têm de ser

incentivadas e não podem ser compradas!” Se no

entanto preferir uma escola em Londres, mas que

possibilita aulas no Ritz da capital londrina, no Ritz

Carlton de Nova Iorque ou numa praia das Cara-

íbas, a escolha deve recair sobre a Beatons High

Society Secrets, na qual é proporcionada “uma

aprendizagem intensa de tópicos como etiqueta,

postura, estilo e elegância - contemplando até a

possibilidade de ensinar as mais incautas a cami-

nhar sobre saltos altos”… ■

I.P.

Page 38: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

38

Filipa Rebelo de Andrade por Maria Dulce Varela, fotos Lígia Correia

Arte e profissionalismo de mão dada

Filipa Rebelo de Andrade é, desde Fevereiro deste ano, a representante

da Bonhams em Portugal, uma das maiores leiloeiras do mundo, líder de

mercado em diversos segmentos, nomeadamente vinhos, carros e armas.

Filipa Rebelo de Andrade sente-se feliz com este novo desafio, “até porque

os responsáveis da Bonhams acreditam que o seu trabalho irá contribuir

para o crescimento da firma em Portugal, que continua a ser um dos gran-

des depósitos de tesouros de Arte e Antiguidades da Europa”. ➤

Perfil

Page 39: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

39ELES & ELAS

➤ Como foi o seu percurso profissional até

chegar aqui?

Sou licenciada em História de Arte, pela Universi-

dade Nova de Lisboa; fiz estudos de pós-gradua-

ção na Universidade de Manchester, trabalhando,

simultaneamente, na Sotheby’s, especializando-

me em Arte Oriental. Após uma passagem de 10

anos pela Fundação Oriente, em Lisboa, com as

funções específicas de adquirir arte no mercado

internacional, sempre na área da arte do Extremo

Oriente. Daí para a frente, movimentei-me sempre

no mercado internacional, na óptica do investidor

e do coleccionador. Entretanto, nunca deixei de

fazer aconselhamento para bancos e companhias

de seguros.

E a bonhams, como surge na sua vida profis-

sional esta empresa, que é uma das maiores e

mais antigas leiloeiras de arte e antiguidades

londrinas?

Foi de uma maneira relativamente simples. De

repente, foi-me formulado um convite, por Colin

Sheef, Chairman para a Ásia e a Europa. Este

convite surge na sequência de uma ligação pro-

fissional de longos anos, uma vez que Sheef tem

grandes ligações em Portugal de há 30 anos para

cá, nomeadamente com a Christie’s.

E, agora, como se processa a sua actividade?

Pretendemos que os investidores portugueses se

utilizem de nós para aconselhamento dos seus

investimentos em Arte, sendo que, operando à

escala global, a Bonhams é uma montra do mun-

do e para o mundo. Quem pretenda ver as suas

peças avaliadas, poderá fazê-lo gratuitamente,

beneficiando de toda a assessoria desta nova

representação e da “expertise” dos 56 departa-

mentos diferentes. Estamos, neste momento,

a instalar-nos, pelo que, em caso de interesse,

poderei ser contactada pelo telefone 919214778.

Não posso deixar de referir que, periodicamen-

te, visitarão Portugal os nossos peritos nas mais

diversas áreas, o que será oportunamente divul-

gado.

sempre sentiu que queria seguir este caminho

da História de Arte?

Acho que sim. Desde os 13 anos, depois de uma

viagem ao Egipto, em que fiquei perfeitamente

fascinada pelas pirâmides, eu senti crescer, cada

vez mais, dentro de mim, um grande apelo pelas

artes visuais e pela estética, algo que se tornou

ainda mais vincado pelo facto do meu pai sempre

me levar, ainda em criança, a visitar os grandes

museus do mundo. Lembro-me de ficar perplexa

a olhar para os quadros, a reflectir porque razão

eles eram tão diferentes uns dos outros...

E mais tarde, quando cresceu, concretizou

esse sonho?

Sim, sempre através da História de Arte e com

uma especialização específica no Oriente, ao

mesmo tempo que leccionava, como assistente,

na Faculdade, obviamente nestas áreas.

A filipa, tanto quanto sabemos, viaja muito...

Bastante, umas vezes em trabalho, outras vezes

em lazer. Neste momento, mantenho, desde há

muito, uma ligação especial com Londres, cidade

que considero como a minha segunda casa.

sendo casada, como gere o binómio família-

trabalho?

Sim, sou casada, tenho três filhos e faço questão

absoluta em despertar neles uma actividade, a

que eu chamo “contemplar”, que é diferente de

observar. Dada a minha actividade, confesso que

tenho pena que, no campo da educação do 1º

ciclo, não se contemple, com mais atenção, esta

força potenciadora e criativa que são, afinal, as

artes individuais, essenciais para o desenvolvi-

mento do ser humano e da própria sociedade.

Dada a crise actual, a sua actividade não deve

estar a ser muito fácil de concretizar, de imple-

mentar, pois não?

Sabe, o mercado funciona com dois polos – o

de quem compra e o de quem vende. Se, neste

momento, no mundo ocidental, assistimos a uma

depressão, não esqueçamos que, no Oriente e no

Médio Oriente, essas condicionantes não se fize-

ram sentir com tanto impacto. Existem, tanto no

Oriente como no Médio Oriente, mercados investi-

dores fortíssimos. Se eu tiver uma óptima pintura,

ou uma jóia, muito provavelmente eu conseguirei

colocá-la num desses mercados emergentes. Re-

cordo-lhe que, actualmente, a Bonhams é a casa

que mais artigos coloca para venda, tanto em

Londres como nos restantes centros espalhados

pelo Reino Unido, EUA, Suiça, França, Mónaco,

Austrália, Hong Kong e Dubai. Resumindo, o meu

papel é, objectivamente, o de acompanhamento

e assessoria dos clientes, que querem avaliar as

suas colecções, e encaminhá-las para o vasto

mercado internacional. ■

Page 40: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

40

Isabo por Isabel Prates, fotos Lígia Correia

A moda da Dior por terras lusas

A estilista Isabo nasceu em França, mas foi por terras lusas

que encontrou a paz de que necessita para criar.

Graças ao seu trabalho, o melhor da alta costura parisiense

chegou e está para ficar em Lisboa, onde admite que a sua

próxima colecção seja inspirada no fado ➤

Atelier de costura

Page 41: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

41ELES & ELAS

➤ Como é que chegou ao universo da moda?

A moda esteve presente na minha vida desde a

infância, pois os meus avós trabalharam desde

sempre para a casa Cardin. Os meus pais sem-

pre professaram a elegância como uma forma de

estar na vida e com a minha mãe aprendi as artes

da costura, do “tricot”, do “crochet”… Foi precisa-

mente por isso que fiz a minha educação na École

d’Arts Appliquée LISAA em Paris, onde me espe-

cializei em Design de Moda, Execução de Padrões

e Design Têxtil.

E que é que se seguiu à escola?

Logo após terminar a escola, em 1999, tive a sorte

de ir trabalhar com John Galliano, o que se revelou

uma experiência incrível por todas as razões –

quer em termos práticos quer no que toca a con-

tactos e a experiência profissional.

Essa colaboração durou quanto tempo?

Estive no seu atelier até 2005, altura em que con-

siderei que necessitava de alargar os meus hori-

zontes e parti numa viagem de quase um ano até à

Índia e ao Nepal.

Esse foi um passo muito arrojado. uma volta na

sua vida de 180 graus. saiu da sóbria Paris para

um universo desconhecido e multicolorido…

É verdade que sim, foi realmente uma grande

aventura, mas muito útil sob todos os aspectos:

gentes diferentes, formas de estar na vida diver-

sas, muitas cores, texturas novas e formas de

trabalhar alternativas. Foi, acima de tudo, uma

grande lição de vida.

mas que não chegou a ser suficiente para si,

pois acabou por vir viver para Portugal. Como é

que isso sucedeu?

Tudo sucedeu por mero acaso. Viajava com uma

amiga e um stopover acabou por se ir prolongando

quanto mais ia conhecendo a cidade de Lisboa.

Quando regressei a casa sabia que desejava viver

nesta cidade tão especial. Aliás, embora tenha

parecido uma loucura a muita gente, pois o cora-

ção do negócio da moda é, realmente, Paris, quem

me conhece bem, como os meus pais e alguns

amigos perceberam de imediato o que me levava

a dar este passo. Aqueles a quem ainda restavam

dúvidas quando me começaram a visitar em Lisboa

acabaram por perceber.

E porquê esta cidade? O que encontra aqui que

faltava noutros locais?

Lisboa é uma cidade encantadora. Come-se lin-

damente – tão bem como em Paris e tem uma luz

única e milhares de recantos diferentes e espe-

ciais. Confesso que adoro partir à descoberta da

cidade e poder, ao sair apenas poucos quilómetros

do centro, poder estar junto ao mar ou encontrar

pequenas vilas pitorescas. Nas minhas viagens por

Portugal, em particular pelo Norte do País, bus-

co muitas vezes em aldeias típicas artesãos cujo

nome fico a conhecer através da net e é simples-

mente delicioso parar num café, perguntar aos

presentes onde mora a “senhora tal”, ser levada

até ela e de imediato dar por mim a ver os seus

trabalhos e a tomar um café dentro da sua casa.

É muito refrescante este tipo de coisa ainda existir

em pleno século XXI!

E de que forma é que estas experiências e es-

tas viagens influenciam o seu trabalho?

São muito importantes para aquilo que faço, pois

são universos que transporto para aquilo que crio.

Já o fiz com dançarinos de flamenco, com cantores

ciganos, etc.

E para quando criações com influência portu-

guesa?

Creio que isso poderá muito bem acontecer.

Talvez mergulhando no fado. Em todo esse ritual

sombrio, vestido de negro, com os xailes… É bem

possível.

Como caracterizaria as suas criações?

Eu adoro, o bem vestir. Fui habituada com os

meus pais e os meus avós a fazerem da escolha

da toilette algo de muito sério. Por isso mesmo

adoro o vintage, os anos 30, 40, 50, 60, em que

era impossível ver sair alguém de sua casa sem

estar impecável, bem maquilhada, bem penteada.

Essas eram épocas em que se cultivava a elegân-

cia e é muito isso que eu procuro transpor para as

minhas criações. Se há algo que adoro é ver mu-

lheres, e homens bem vestido, com um ar distinto!

A primeira apresentação em Portugal do seu

trabalho decorreu recentemente em lisboa…

Sim, a convite do Lisbonne Accueil apresentei no

Terrazza Martini algumas das minhas criações –

um pouco daquilo que tenho feito ao longo dos

anos por forma a dar a conhecer o meu trabalho

sob uma perspectiva mais abrangente. Foi uma

noite fantástica e felizmente correu muito bem.

Vale a pena referir que aproveitei para pedir a

colaboração dos criadores da escola profissional

MAGESTIL, pois é muito importante dar a ➤

Page 42: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

42

➤ conhecer o que os jovens estão a fazer.

E para quando um desfile de Isabo em lisboa?

Em Setembro vou passar a minha colecção em Pa-

ris, como é usual, e depois, no regresso a Lisboa

tenciono apresentar cá o meu trabalho – ainda não

sei onde, mas sei que o vou fazer e é algo em que

também estou a trabalhar.

uma área que a apaixona, e para a qual já traba-

lhou, é o teatro burlesco. Porquê esta atracção?

Porque a sensualidade está no ar. Porque existe

uma exigência extrema no que toca ao pormenor,

à elegância, à relação corpo-música-movimento

que é super-interessante. Em Portugal não existe

tradição de espectáculos de burlesco, mas quem

sabe se não consigo trazer até cá um bom show e

tudo isso muda?

uma das suas lutas mais intensas e da qual

não abdica é a defesa do “made in france”. O

que faz para defender os artesãos franceses e

os seus produtos?

Na verdade, faço tudo o que posso para alertar

para a mais-valia que é trabalhar com produtos

franceses. No meu caso, em todos as minhas

criações uso em exclusivo materiais produzidos

em França. Dos tecidos aos bordados, das ren-

das às lãs, das peles a tudo o resto de que possa

necessitar. È verdade que muitas vezes o produ-

to francês é mais dispendioso que o que ➤

Isabo

Fo

tos:

Isa

bo

Page 43: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

43ELES & ELAS

Page 44: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

44

➤ chega do Oriente ou dos países do Leste, mas

a França tem uma indústria de manufactura e de

artesanato que é ímpar na perfeição daquilo que

produz. Como tal, é indispensável que ajudemos

os artesãos a não perder as centenas de anos de

história e experiência que estão por trás de cada

peça executada. Já que o Governo francês não

apoia tanto os artesãos quanto deveria, temos de

ser nós, cada um de nós, a velar por esta heran-

ça de qualidade!

Gostaria de mudar a imagem alguma figura

pública em particular? E quando vai na rua

dá por si a “trabalhar” a imagem das pessoas

com quem se cruza?

Sempre! Quando olho para as mulheres com quem

me cruzo é quase impossível não pensar num ou

outro pormenor para mudar: um acessório que pode-

ria ser determinante, um penteado ou uma opção de

cor diferente… Quanto a figuras públicas não é um

tipo de desafio que me interesse particularmente.

E quanto a outros criadores? Existem alguns

cujo trabalho admire particularmente?

Claro que sim! John Galliano, o falecido Alexander

McQueen, Balenciaga, Jean-Paul Gaultier, Azze-

dine Alaia, Yves Saint Laurent, Madeleine Vionnet,

Madame Grès. ■

Isabo

Page 45: Revista Eles & Elas - Outubro 2011
Page 46: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

46

Alta Costura

A passagem de Alta Costura assinada por Bill Gaytten

era esperada com ansiedade e muita curiosidade.

Era a primeira vez, desde há 15 anos,

que a casa Christian Dior não estava a ser

representada por Galliano.

Uma avalanche de magníficas criações,

repletas de texturas requintadas, estampados pop-art,

bordados, saias estruturadas, vestidos de baile

românticos, volumosos, em tons rosa e de efeitos

“mille-feuille”. Em tons vibrantes, sem faltarem os tons

suaves, a colecção foi um misto de referências,

que variaram entre o chique e o boémio, inspirada nos

anos 70 e até 80.O luxo e a voluptuosidade

foram uma constante.

Gaytten revelou que procurou inspiração

no trabalho do eterno Marc Bohan, para apresentar

uma colecção moderna.

Mais uma vez, a casa Dior foi muito aplaudida.

Gaytten não desiludiu. ➤

Christian DiorAlta Costura 2011/12

Casa Christian Dior recebe Gaytten

Page 47: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

47ELES & ELAS

Alta Costura DiorOutono/Inverno

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48

Dior

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49ELES & ELAS

Alta Costura DiorOutono/Inverno

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50

Dior

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51ELES & ELAS

Alta Costura DiorOutono/Inverno

Page 52: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

52

A Praça de Toiros das Caldas da Rainha, agora

chamada Manuel dos Santos, acolheu a Corrida de

Verão ELES & ELAS.

Uma corrida especial (era a 129ª tradicional Corrida

do 15 de Agosto), numa Praça totalmente cheia (em

que ninguém arredou pé, apesar da chuvinha “molha

todos” que teimou em cair), e em que se homena-

geou o toureiro Manuel dos Santos, na pessoa do

seu filho, Jorge. Assim, o local passou a chamar-se

Praça Manuel dos Santos, por iniciativa do novo

proprietário da praça, Nuno Alves. Também a rua

junto à praça passou a ter o nome de Manuel dos

Santos, um homem que teve toda a sua vida ligada

à tauromaquia, quer dentro das praças, em Portugal

e no estrangeiro, quer, mais tarde, como empresário

da Sociedade Campo Pequeno e como ganadeiro.

O seu percurso foi recordado nas Caldas da Rainha

e, na arena, o seu filho recebeu das mãos da direc-

tora da revista ELES &ELAS, Maria da Luz de Bra-

gança, um presente simbólico. Em praça estiveram

também Nuno Alves, o empresário Paulo Pessoa de

Carvalho e Mestre David Ribeiro Telles, que foi dos

últimos cavaleiros a lidar, em praça, lado a lado com

Manuel dos Santos.

O cartel era fantástico. A cavalo, lidaram António Ri-

beiro Telles e Manuel Telles Bastos. A pé, toureou ➤

Corrida Eles & Elas Nas Caldas da Rainha

1 2

3 4

Festa Brava

Page 53: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

53ELES & ELAS

➤ Vítor Mendes. Os três acompanhados pelas

respectivas quadrilhas de bandarilheiros. O jovem

António Ribeiro Telles Bastos tirou alternativa de

bandarilheiro, mas as coisas não lhe correram muito

de feição.

Os toiros, da Ganadaria Coimbra, não facilitaram a

vida aos cavaleiros e ao toureiro, nem aos Forcados

Amadores de Santarém e Caldas da Rainha.

A corrida foi acompanhada pela Banda Comércio e

Indústria das Caldas da Rainha.

As lides a cavalo, tanto de António Ribeiro Telles

como de Manuel Telles Bastos, entusiasmaram os

aficionados, como aliás é hábito. Menos sorte teve

o jovem António Ribeiro Telles Bastos, que tirou a

alternativa de bandarilheiro mas, apesar do entusias-

mo do jovem, não chegou para chegar ao sucesso

pretendido.

Vítor Mendes, no toureio a pé, não foi feliz na

sua primeira intervenção (verdade seja dita que o

toiro não ajudou); já a sua segunda lide foi muito

boa. Como boas foram as pegas dos Forcados Ama-

dores de Santarém (os primeiros a entrar na arena e

que fizeram a melhor pega da tarde, tendo à cabeça

o forcado António Brito) e dos Forcados Amadores

das Caldas da Rainha, que estiveram muito bem e

foram muito ovacionados em pé pela assistência. ■ ➤

1. Manuel Telles Bastos na sua

lide

2. Vítor Mendes, na sua primei-

ra lide a pé, não foi muito feliz

3. António Ribeiro Telles

agradece ao público, a quem

dedicou a sua lide

4. Manuel Telles Bastos na

volta à praça

5. Grande pega dos Forca-

dos Amadores das Caldas da

Rainha

6. Bancada de honra, onde se

encontra o Presidente da C.M.

Caldas da Rainha, Fernando

Costa

6

5

Page 54: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

54

8 9

10 11 12

13 14 15

16 17 18

8. Maria da Luz de Bragança entrega o prémio Eles & Elas ao filho do toureiro Manuel dos Santos, na presença de Nuno

Alves, Paulo Pessoa de Carvalho 9. O presidente da C.M. Caldas da Rainha anunciando a decisão de dar o nome da rua

circundante à praça de Manuel dos Santos 10. Nuno Gonçalo Duarte e António de Macedo 11. Filomena Moreira da Silva,

António Ponces de Carvalho e Alberto Ornellas e Vasconcelos 12. António Vilela 13. Maria Dulce Varela e Ana de Brito

14. Paulo Pessoa de Carvalho, Vítor Mendes e Nuno Alves 15. António Vasco Lucas e Nuno Alves 16. Alberto Ornellas e

Vasconcelos e José Reis 17. Rimpumpinho Neiva Correia, Leonor Baptista Coelho e Rita Sepúlveda 18. Rui Neiva Correia

e Ripumpinho de Bragança Neiva Correia

Corrida Eles & Elas

Estiveram lá...

Page 55: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

55ELES & ELAS

19 20 21

22

23 24

25 26

27

28

29 30 31 32

19. Ana de Brito e António Alvim 20. Vítor Mendes, Nuno Alves e o filho de Manuel dos Santos, Jorge 21. Mestre David

Ribeiro Telles com o neto, Manuel Telles Bastos 22. Maria Fernanda Martins Correia e Paulo Costa 23. Teresa Pessoa de

Carvalho com Jaime e Ana Bessa com os filhos 24. Maria da Luz de Bragança e António Vieira da Luz Varela 25. Fanny

Novo Moura e Nuno Vaz Moura 26. Carlos Empis e Paulo Pessoa de Carvalho 27. Vítor Nobre e Maria Fernanda Martins

Correia 28. Infante da Câmara, Manuel Veiga e Manuel Coimbra 29. Maurício do Vale e a mulher 30. Miguel Alarcão Albu-

querque e Manuel Vale Domingues 31. Maria da Luz de Bragança, Mariazinha Veiga e Fernanda Canelas 32. José Soares

Albergaria

Page 56: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

56

Emirates Team New Zealand vence Primeira Etapa da America’s Cup World Series em Cascais

O Emirates Team New Zealand venceu a

America’s Cup World Series Cascais, primeira

etapa da nova era da America’s Cup rumo a São

Francisco 2013. Os neozelandeses alcançaram

o triunfo, depois de uma recuperação incrível na

regata decisiva.

Com nove barcos à largada, a regata foi mui-

to disputada, sob condições muito instáveis de

vento. As mudanças de liderança foram uma

constante ao longo dos dias em que decorreu

a regata. O ORACLE Racing Spithill seguiu na

frente em grande parte da prova, mas não con-

seguiu proteger o primeiro lugar, porque Dean

Barker, o leme dos kiwis, conseguiu mais vento e

ultrapassou-o

“Para nós foi fantástico”, afirmou Barker. “Sabia-

se que a regata seria muito complicada, porque o

vento estava instável. Havia grandes “buracos” ➤

Nos mares...

Page 57: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

57ELES & ELAS

➤ no campo de regatas, por isso a sorte foi estar

no sítio certo na hora correcta.”

O Artemis Racing teve a coragem e o saber para

chegar à segunda posição na regata, depois de

ter estado nos últimos lugares. O ORACLE Ra-

cing Spithill acabaria por ter de se contentar com

o 3º posto na classificação final.

“A tripulação fez um trabalho fantástico para

nos trazer de novo para a regata”, referiu Terry

Hutchinson, skipper do Artemis Racing, num dia

em que tiveram de recuperar da segunda metade

da frota para o segundo lugar: “Foi, provavelmen-

te, a nossa melhor prestação da semana. Foi um

bom final para o Artemis.

A surpresa chegou com os espanhóis do Green

Comm Racing. De últimos classificados, Vasilij

Zbogar e a sua tripulação de velejadores olímpi-

cos conseguiram entrar na prova na última perna ➤

Page 58: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

58

➤ do percurso, para alcançarem um fantástico 5º

lugar. Um feito incrível da equipa de estreantes.

“Foi um dia fantástico. Fomos os últimos a che-

gar e últimos nas três primeiras regatas. Depois,

melhorámos todos os dias”, disse Vasilij Zbogar,

felicíssimo. “Fomos oitavos, depois sétimos,

sextos e agora quintos. Hoje, o espírito de equipa

ficou demonstrado – nunca desistimos. Luta-

mos até ao fim. Estamos contentes com o nosso

desempenho, mas ainda não estamos com o

resultado. Somos uma tripulação de vencedores,

por isso só estaremos satisfeitos quando ganhar-

mos”, disse ainda Zbogar.

Além do catamarã AC45, houve outra estreia

em Cascais, a dos convidados a bordo, em que

cada equipa levava um sexto tripulante. A lista

de VIP’s desta semana incluiu nomes como Yves

Carcelle, Chairman e CEO da Louis Vuitton, a

cantora Pop Little Boots, Cecilia Meireles, se-

cretária de Estado do Turismo, juntamente com

alguns nomes mais familiares do mundo da vela,

como John Bertrand, vencedor da America’s Cup ➤

1. A equipa vencedora - Team New Zealand 2. Dean Barker - Team New Zealand com Carlos Carreiras, Presidente da

Câmara Municipal de Cascais 3. Carlos Carreiras com os skippers

1

2 3

Emirates Team New Zealand

Page 59: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

59ELES & ELAS

➤ em 1983, Paul Cayard, CEO do Artemis Racing

Torbjorn Tornqvist, armador do Artemis Racing,

e Larry Ellison, fundador e armador da ORACLE

Racing, que esteve a bordo do ORACLE Racing

Spithill na fase final.

“Fizemos uma boa largada, mas tanto o Arte-

mis como o Team New Zealand conseguiram

passar-nos. Estes barcos são assim,” explicou

Larry Ellison depois da regata. “Torna a vela

muito mais emocionante. Não se trata apenas

de largar à frente e ganhar a regata. Isto era

o que esperávamos quando nos decidimos por

multicascos para a próxima America's Cup…

É muito competitiva e é isso que as pessoas

querem ver. Querem regatas disputadas pelos

melhores velejadores, nos barcos mais rápi-

dos.”

A America’s Cup World Series viajou já para

Plymouth, no Reino Unido, onde as mesmas

nove equipas vão competir de 10 a 18 de

Setembro, antes de seguirem para San Diego,

Califórnia em Novembro. ■

4. Skippers com Patrick Monteiro de Barros, Carlos Carreiras e Richard Worth 5. Richard Worth, CEO America's Cup

Event Authority com Paulo Portas, Carlos Carreiras e James Spithill, Skipper Team Oracle 6. Jantar de Gala

4

5 6

Page 60: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

60

Hipódromo de Cascais, palco de prestigiado evento hípico

O Hipódromo Manuel Possolo,

em Cascais, foi palco da 6ª edi-

ção do GCT – Grande prémio de

Portugal, etapa integrada no Glo-

bal Champions Tour, prestigiado

circuito de saltos internacional,

que contou com a presença dos

melhores cavaleiros do Mundo

e destacadas figuras do jet-set

nacional e internacional.

Christian Ahlman foi o vencedor

do Grande Prémio, uma prova

CSI 5 ***** estrelas. Desta vez,

subiu também ao pódio uma

portuguesa, Luciana Diniz, que

conquistou o segundo lugar. O

terceiro lugar pertenceu ao ho-

landês Ludger Beerbaum, ➤

1 2

3 4

1. João Pereira Coutinho 2. Pius Schwizer 3. Álvaro de Miranda 4. Athina Onassis

Hipismo

Page 61: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

61ELES & ELAS

➤ actualmente primeiro classifica-

do no ranking GCT.

Entre os participantes desta

importante competição estiveram

Athina Onassis e o marido, Doda

Miranda (já presenças habituais

neste tipo de competição no

nosso País), Cayetano Martinez

de Irujo, Marta Ortega, Sérgio

Alvarez Moya, Mariana Frutuoso

de Melo e o sheik Bin Nahyan al

Nahyan.

Esta etapa portuguesa, que faz

parte daquele que é o circuito

internacional de saltos de obs-

táculos mais cotado do mundo,

que conta com a presença dos

30 cavaleiros mais bem ➤

5 6

7

5. Alexandre Mascarenhas de Lemos 6. Rodrigo Pessoa 7. O pódio com os vencedores, Christian Ahlman (1º lugar), Lu-

ciana Diniz (2º lugar) e Ludger Beerbaum (3º lugar)

Page 62: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

62

➤ classificados do ranking mun-

dial, entre os quais os campeões

olímpicos, mundiais e europeus,

como Ludger Beerbaum (que se

classificou nesta etapa), Kevin

Staut, Billy Twomey e Denis

Lynch.

Esta sexta edição foi ainda

marcada por uma novidade:

o pequeno Grande Prémio. O

sucesso da estreia, na edição

passada, ditou, este ano, o

regresso da prova CSI Childrens,

que decorreu em paralelo ao já

consagrado Concurso de Saltos

internacional, e permitiu aos ➤

8 9 10

11 12 13

14

8. Carlos e Ana Carreiras e filhas 9. Carloto Beirão da Veiga, Sofia

e Duarte Nobre Guedes 10. Arlete e Patrick Monteiro de Barros

11. Madalena Bravo e Jose Maria Ribeiro da Cunha 12. Luis e

Sofia Nobre Guedes 13. Jose Rufoes e sua Mulher com amigos

14. Christian Ahlman (Vencedor)

Hipódromo de Cascais

Page 63: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

63ELES & ELAS

➤ mais jovens cavalaieros parti-

lhar o palco do hipódromo com

os mais importantes represen-

tantes da modalidade.

Uma palavra especial para

os portugueses participantes.

Primeiro, para Luciana Diniz, 2º

lugar do Grande Prémio Turismo

de Portugal de Hipismo, para

António Carvalho Martins e João

Chuva, os grandes vencedores

das provas de 1,20 metros e 1,40

metros, respectivamente, vitórias

que confirmaram o domínio dos

portugueses que, ao longo dos

três dias de competição, ➤

15 16 17 18

19 «20 21

22

15. Gilberto e Pepa Jordan 16. Ana Paula Piedade e Domingos Piedade

17. Ana e Manuel Castelo Branco 18. Embaixadores Leonardo e Teresa

Mathias 19. Francisco e Ana Nobre Guedes com Isabel e Eduardo Peres-

trello 20. Isabel e Felipe Graciosa 21. Maria do Carmo Asseca e Peter Brito

e Cunha 22. Luciana Diniz (2º Lugar)

Page 64: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

64

➤ estiveram sempre no primeiro

lugar do pódio das provas CSI 1*.

No segundo dia de provas, os

cavaleiros Pius Schwiser e Ro-

drigo Pessoa foram os grandes

vencedores das duas provas CSI

5***** estrelas. Já nas provas

CSI 1*, no mesmo dia, o vence-

dor do Grande Prémio, foi Ale-

xandre Mascarenhas de Lemos.

E finalmente, uma referência ao

jovem João Pereira Coutinho,

com o cavalo Theodora 4, que

se sagrou vencedor da primeira

prova CSI Children, tendo com-

pletado a prova de 1,10 metros,

com o tempo de 43,14’, perante

a manifesta satisfação de seu ➤

23. Marta Ortega e Sergio Alvarez Moya 24. Sergio Alvarez Moya 25. João Pereira Coutinho (pai e filho) 26. Álvaro de

Miranda e Athina Onassis 27. Vasco e Vanda Pinto Basto 28. Christine Lucas e Manuel Ferreira Enes 29. Joana Lemos

23 24

25

26 27 28 29

Hipódromo de Cascais

Page 65: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

65ELES & ELAS

➤ pai, João Pereira Coutinho e de

seu avô, D.Diogo Pereira Coutinho.

Entre as muitas personalidades

que, como é habitual, costumam

estar presentes neste tipo de

eventos, estiveram para além da

família Pereira Coutinho, Arlete

e Patrick Monteiro de Barros,

Madalena Bravo, José Maria Ri-

beiro da Cunha, Marina e Jorge

Arnoso, Margarida Prieto, Luís

e Sofia Nobre Guedes, Duarte

e Sofia Nobre Guedes, Carloto

Beirão da Veiga, Ana e Manuel

Castel-Branco, Isabel e Eduardo

Perestrelo, Ana e Carlos Carrei-

ras com as filhas, Paulo Santana

Lopes, entre muitos outros. ■

30

31

33 34 35

32

30. Cayetano Martínez de Irujo (filho da Duquesa de Alba) 31. Carlos e Ana Carreiras e Sofia e Duarte Nobre Guedes

32. Jorge e Marina Arnoso 33. Rui e Conceição Carp 34. Rodrigo Pessoa (Campeão Olímpico em Atenas) 35. João Pe-

reira Coutinho, D. Diogo Pereira Coutinho e Diana Pereira Coutinho, Carlos Carreiras e Duarte Nobre Guedes com Carlos

Carreiras e Duarte Nobre Guedes

Page 66: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

66

Mais uma vez, o Ocean Gof Course de Vale do

Lobo foi palco da Taça Portugal Solidário, já na

sua 5ª edição, que contou com o alto patrocínio

do Presidente da República, tendo os fundos

angariados revertido a favor da Associação de

Portadores de Trissomia 21.

No torneio, cujo vencedor foi a equipa da Unicer,

liderada por António Pires de Lima, participaram

cerca de 60 jogadores, representando as empre-

sas que contribuiram com verbas para o apoio

solidário à APATRIS 21.

A Golfecom e a Desafios Criativos, mentores e

promotores do evento que, juntamente com Vale

do Lobo, organizaram o torneio, conseguiram an-

gariar 45.000 Euros, provenientes dos apoios ➤

Presidente Cavaco Silva na Taça Portugal Solidário

1

2

1. Campo de golfe de Vale do Lobo 2. António Pires de Lima re-

cebe o prémio da equipa vencedora das mãos de Cavaco Silva

Golfe

Page 67: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

67ELES & ELAS

3

4

3. Um belo swing de Diogo Gaspar Ferreira 4. Na cerimónia de entrega de prémios, o Presidente Cavaco Silva e Mário

Carvalhosa com os vencedores da Taça Portugal Solidário

Page 68: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

68

➤ financeiros de empresas ás equipas participan-

tes. O cheque foi entregue por Cavaco Silva, du-

rante a cerimónia de entrega de prémios, a Maria

Augusta Pereira, presidente da Associação, a ser

utilizado nos diversos projectos da APATRIS.

O excelente tempo que se fez sentir, bem como

as condições em que o campo de golfe se en-

contra, fizeram deste evento uma data a assina-

lar de forma especial. A Unicer voltou a mostrar

(tal como no ano passado) como, em união, se

vence uma competição. A equipa era constituída

por André Roquette, Bernardo Sousa Coutinho,

António Pires de Lima e Tomás Mello Gouveia.

O vencedor individual Net foi Jorge Abreu, em

representação da Golfecom, com um extraordi-

nário resultado de 4 pancadas abaixo do par do

campo. ■

Presidente Cavaco Silva na Taça Portugal Solidário

5

6 7

8

5. O cheque de 45.000 euros foi entregue por Aníbal

e Maria Cavaco Silva à presidente da Associação de

Portadores da Trissomia 21, Maria Augusta Pereira, na

presença de Mário e Sofia Carvalhosa 6. Cavaco Silva,

José Pereira de Gouveia, Vasco Rocha Vieira com um

dos participantes 7. Mário Carvalhosa, Aníbal Cavaco

Silva e Diogo Gaspar Ferreira 8. Mário Carvalhosa com

Maria e Aníbal Cavaco Silva

Page 69: Revista Eles & Elas - Outubro 2011
Page 70: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

70

É, neste momento, a festa, por excelência, do

Verão algarvio. Falamos da festa do Yé-Yé, já na

sua 14ª edição, que voltou a reunir, no sempre

requintado espaço do T-Clube, na Quinta do Lago,

muitas caras conhecidas da nossa melhor socie-

dade, de Lisboa e Porto.

É sabido que esta festa, que teve como anfitriões

Luís Ferreira de Almeida (NOW) e José Manuel

Trigo, tem sempre o sucesso assegurado, pois

os convidados fazem dela um ponto de encontro

certo em todos os Verões, nalguns casos, para ver

amigos de longa data que, durante o ano, não se

vêem.

Este ano, a festa teve uma característica diferente:

em palco, esteve GYP, numa interpretação-home-

nagem à recentemente desaparecida Amy Wi-

nehouse, naturalmente apreciada pelos presentes.

A música, durante toda a noite, foi, como sempre

fantástica, tendo a assegurá-la os DJ’s Pedro

Fajardo e Pedro Frazão, levando para a pista

todos os que ali estavam, dispostos a divertir-se

em grande.

Muita gente jovem acorreu também à festa, o

que se explica pelo facto da Trigonometria estar

encerrada. Uma noite divertidíssima, que é já

um tradição de Verão e se espera que continue

sempre. Luís Ferreira de Almeida voltou a estar de

parabéns. ➤

Yé-Yé no T-Clube homenageia Amy Winehouse

Verão quente

1

2

3

1. Festa em homenagem a Amy Winehouse 2. e 3. A nova geração Yé-Yé

Page 71: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

71ELES & ELAS

4 5 6 7

8 9 10

11

12 13

14

15 16

4. Cristina e Luis Ferreira de Almeida 5. Piedade e Miguel Polignac 6. Antonio e Mariana Cardoso Ribeiro 7. Suzana e

Renato Arie 8. Lourenço Ferreira de Almeida e Lourenço Tamagnini 9. Paulina e Antonio Figueredo 10. José Luís Arnauth

e Maria Herédia 11. Marina Costa e Francisco Castelo Branco 12. Cartarina Feio e Salvador Guedes 13. Constança Pinto

Correia e Cipriano Pinto 14. Carmo Aranha e Carlos Vasconcelos e Cruz 15. Vera Roquette e José Manuel Trigo 16. Ana

e António Palha com Micas e Pedro Lima

Estiveram lá...

Page 72: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

72

17 18 19 20

21

22

23

26

25

24

27

302928

17. Rita e Gonçalo Rebelo de Almeida 18. Ana e José Mattos e Silva 19. Martim Cabral com sua Mulher e filha 20. Heloisa e

João Proença de Carvalho 21. Antonio e Leonor Stock da Cunha 22. Joao Pedro Gomes, Eugenia Melo e Castro e Antonio

Castanheira 23. Teresa e Vasco Melo 24. Teresa e Francisco Champalimaud 25. Zé Tó e Joana Reymão Nogueira 26. Maria

e Francisco Lacerda 27. Tona e João Corte Real 28. Nuno e Isabel Cid Alvares, Cristina e José Pulido Valente 29. Aida e Joao

Mexia de Almeida 30. José e Leonor Melo Ribeiro

Yé-Yé no T-Clube

Estiveram lá...

Page 73: Revista Eles & Elas - Outubro 2011
Page 74: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

74

Beleza

Foi uma angolana, Leila Lopes, de Benguela, de 25

anos, que venceu, em S. Paulo, Brasil, o concurso de

Miss Universo 2011. Uma jovem que admitiu, emocio-

nada, que a sua vida acabava de mudar e que preci-

sava de ter os pés bem assentes na terra.

Igualmente emocionada estava a representante de

Portugal, Laura Gonçalves, que se classificou num

honroso 10º lugar.

A portuguesa foi eleita, em Cascais, no Miragem,

durante um evento, em que o júri foi constituído por

Boanerges Gaeta, Joana Santana e Vanessa Veloso,

José Moutinho, Isilda Peixe e Mi e Tó Romano, todos ➤

Leila Lopes, Miss Angola, é Miss Universo

Leila Lopes

Page 75: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

75ELES & ELAS

➤ ligados ao mundo da moda em Portugal.

Entre as 12 candidatas, vestidas em exclusivo pelo

estilista João Rolo, foi Laura Gonçalves a eleita, que

não escondeu a sua felicidade.

Antes da realização de um concurso, foi servido um

requintado cocktail aos muitos convidados, entre

os quais estiveram Teresa Stürken, António Vilar,

Fátima Vilela, Bebé e José Mesquita, Leila Nyrop e

Guy Defense, Gilda Paredes Alves, Jorge Correia de

Campos, Ana Paula Taborda, Helena Pedro Nunes,

Henrique Schiappa, Filipa Vicente Ribeiro e Luís Car-

doso Menezes, entre outros. ■

Laura Gonçalves, candidata de Portugal

Page 76: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

76

A Grande Gala da Concórdia,

festa mais elegante do verão

de Marbella realizou a sua XVI

edição em Puerto Banus, no

Marbella Club, com a presen-

ça de 350 convidados, figuras

destacadas da melhor sociedade

internacional que escolhe este

local como residência ou para

veraneio.

A Gala da Concórdia, que tem

como fim obter fundos para a

luta contra a Sida, tem como

presidente a Rainha Sofia que

se faz normalmente representar

no evento pela Princesa Maria

Luisa da Prússia acompanhada

pelo seu marido Conde Rudy

von Schonburg. Receberam

entre outras personalidades as

Princesas Beatriz de Hohenlo-

he, descendente do fundador

do Marbella Club, Beatriz de

Orléans, Gunilla von Bismarck

Ortiz, Bea von Auersberg e tam-

bém Fernando Martinez Irujo,

Lamia Kashogghi, Sheik Ahmed ➤

Gala em Marbella

1. Animação de Mariachis durante o jantar 2. Lamia Kashogghi, Debbie Mace e Kristina Szekely e Paula Bobone 3.Fer-

nando Martinez Irujo com Paula e Vasco Bobone

1

2 3

Première

Page 77: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

77ELES & ELAS

➤ Ashmavi ou Maya Swarovski.

Como já vem sendo habitual

Paula e Vasco Bobone estão

entre os convidados, tal como

José Fortes da Gama e altas fi-

guras do Brasil, o Presidente da

Câmara de Pirenopolis, Nivaldo

Melo e o representante do Insti-

tuto brasileiro de golf e turismo,

Durval Mota.

Este ano, o tema de animação

da festa foi, "Viva México", sen-

do que para o próximo ano será

o Brasil, já que do encontro dos

dois autarcas resultou a gemina-

ção das duas cidades. Começou

a ser celebrado com o patrocínio

do empresário Fortes da Gama

e o encontro foi ainda apadri-

nhado pela Princesa Maria Luísa

da Prússia, que ofereceu uma

recepção no Marbella Club, para

as personalidades portuguesas

e brasileiras. O Brasil será a

referência de animação na Gala

da Concórdia em Marbella no

próximo verão. ■

4. Vasco Bobone, Consul do Panamá e Conde Judy von Schonburg 5. José Fortes da Gama, Nivaldo Melo e Durval Mota

6. José Fortes da Gama, Princesa Maria Luisa da Prússia e Carla Antonelli 7. Gunilla von Bismark, Luis Ortiz e princesa

Maria Luisa 8. Paula Bobone e princesa Bea von Auersberg 9. Princesa Beatriz de Orléans e Vasco Bobone 10. A vedeta

televisiva Carmen Lomana e Paula Bobone

4 5

6 7

8 9 10

Page 78: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

78

Crónica Eles & Elas

Marta Aragão Pinto

S. Martinho do Porto

São Martinho do Porto é uma fre-

guesia portuguesa do concelho de

Alcobaça situada na margem da baia

de São Martinho frente a Salir do

Porto, com 15,01 km² de área e 2 644

habitantes (2001). Densidade: 176,1

hab/km².

Foi vila e sede de concelho até 1855.

Era constituído inicialmente ape-

nas pela freguesia da sede e tinha,

em 1801, 932 habitantes. Em 1839

foram-lhe anexadas as freguesias de

Alfeizerão, Salir do Porto e Serra do

Bouro. Tinha, em 1849, 3 596 habi-

tantes.

A Baía de São Martinho do Porto é

um acidente geográfico que, pela sua

forma, em concha perfeita, é único no

país e na Europa.

Situada a 19 quilómetros de Alcobaça,

a Baía de S. Martinho do Porto é o

último vestígio do antigo golfo que se

estendia até Alfeizerão até ao século

XVI.

A antiga Lagoa de Alfeizerão seria na-

vegável desde o mar em S. Martinho

até Tornada, tendo existido um porto

de mar em Alfeizerão.

Hoje resta a concha de S. Martinho do

Porto, uma bacia marítima de forma

elíptica, com águas calmas e arvore-

do envolvente, constituindo um porto

natural de paisagem única. Possui

3 quilómetros de areal e uma barra

com 250 metros de abertura, entre os

Morros de Santana a sul e do Farol a

norte.

A povoação de S. Martinho do Porto

desenvolve-se em anfiteatro desde a

Capela de Sto. António até ao Cais e

à praia, seguindo pela Avenida margi-

nal até às dunas de Salir. Foi fundada

pelos monges do Mosteiro de Alcoba-

ça, no século XIII.

Até finais do século passado São ➤

A lenda de s. martinho

Martinho era um soldado romano, valente e valioso, que regressava de

Itália para a sua terra, em França.

Na viagem, cruzou-se com um mendigo que tremia de frio, devido à

chuva que caía com intensidade. Sentindo piedade daquela alma que lhe

pedia esmola, Martinho não hesitou em partilhar a sua capa militar.Pegou

na espada e cortou a capa ao meio.

Quando se preparava para seguir viagem, a chuva parou de cair, as nu-

vens fugiram e o sol começou a brilhar. Assim ficou o tempo durante três

dias. Diz-se que foi recompensa divina.

A tradição mantém-se e por isso se fala do Verão de São Martinho, para

lembrar que as boas acções não se devem esquecer.

1. 2. e 3. Pôr do Sol em S. Martinho

Page 79: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

79ELES & ELAS

lenda do lago:

N'aquela tarde calma. Fora a pesca abundante,

Sant’António do seu nicho, assiste vigilante

À faina. Os pescadores largam já d’amarra

E, como o mar manso,lá vão de proa à barra

Alegremente em fila, o porto demandando.

O leme vai na orça, velozes vão passando

Na linha da “ carreira “. Em frente da capela;

O Santo vai contando, um por um, vela por vela.

O sol é posto já. Traiçoeiro a refrescar

O vento aflige o Santo e atormenta o mar.

Toldou-se o céu também, logo a terra escureceu

E no regaço o Santo Jesus adormeceu.

Já nas ondas envergam os novelos d’espuma

Mas, na conta das velas, inda falta uma!

Nos lábios d’António, trémulos d’amargura

Alguma praga ao mar, entre as preces se mistura.

Um ponto branco, ao sul, lá longe entre a procela,

Traz rumo aproado, à alvura da capela.

O bom do Santo ao ver, esse asa de gaivota

Que, tão audaz procura. A linha da derrota,

Empalidece, e treme, temendo-lhe o destino.

Não se atreve porém a acordar o seu Menino.

E murmura: “Jesus, Senhor! A vaga é tão alta”

“E aquela vela é, a mais pequena que me falta”

Enquanto Dura a luta, entre o mar e a vela

António nota já, não ser deserta a capela.

Uma pobre mulher, nos degraus ajoelhada

Cinge contra o seio, uma cabecita dourada;

No seu ardente olhar e nos olhos da criança,

O ponto branco brilha, como um farol d’esperança

E o pescador afoito, aproa sempre a vela

Ao vulto da mulher, à brancura da capela

O mar redobra a fúria, é um leão rugindo

E tranquilo Jesus, no regaço vai dormindo;

Mas avistando o pano, roto já p’la rajada

A cabecita d’ouro exclama apavorada:

“Ó mãe? Ó minha mãe?”

“É o meu pai, que lá vem?!

”N’isto; o Menino acorda e mui mal humorado,

O aio santo increpa, de sobrolho carregado;

“O que foi isto António?” – “Quem foi que se atreveu?

”O Santo aponta a medo, a vela, o mar, o céu.

Nos olhos da mulher, onde a vela é agravada

Uma lágrima... Uma pérola pendurada.

Desvairado ao vê-la, implora Sant’António:

“Senhor... fazei bonança... O mar é um demónio... “

Jesus serenamente, do nicho então desceu,

Com uma mãozita em concha, a pérola colheu,

O seu rosado braço, enérgico balança

E às ondas infernais, a humilde jóia lança.

Depois... sorriu ao Santo com divino afago

E no mar, defronte da capela, fez-se um “lago” .

Um Pescador

(o autor destes versos é desconhecido, sendo atribuído

a um pescador da época)

➤ Martinho do Porto foi um dos prin-

cipais portos do País mas, com o

aparecimento dos navios a vapor,

perdeu gradualmente a sua importân-

cia, sendo hoje porto de recreio e de

apanha submarina de algas.

Nesta Baía desagua o rio Tornada,

obrigando a cuidados especiais contra

o assoreamento e a poluição.

Do alto dos miradouros do facho e do

Cruzeiro ou da Capela de Sto. An-

tónio, pode observar-se a beleza da

paisagem.

Acabaram as férias de Verão e eu de-

cidi dedicar esta minha crónica a este

lugar especial na terra.Pelo menos

para mim.

Às vezes dou por mim a tentar ex-

plicar às pessoas o porquê de eu

sentir esta terra como minha, e penso

sempre, qualquer dia escrevo um livro

sobre S. Martinho, não vou escrever

um livro, mas uma crónica, acho que

é um bom começo.

“S. Martinho é um lugar que temos no

coração, praia , férias e o mar, são os

jogos de Verão.”

Este era o refrão do hino dos Jogos

de Verão, cantando pela Nucha e por

todos nós, Verão após Verão em S.

Martinho.

Há coisas que não se explicam, mas

o sentimento que me invade cada vez

que chego a S. Martinho é de uma

paz sem igual.Sinto-me em casa,

sinto-me bem, segura.

Muitas vezes dou por mim a vaguear

por ali, a observar a paisagem, a rua,

as pessoas, a sentir o cheiro de S.

Martinho.Muitas vezes durante o ano,

sinto um espécie de “chamamento”

para ir lá e lá vou eu, convenço a

família a vir comigo e lá vamos nós

dar um passeio, e isso muitas vezes

chega para recarregar baterias, para

que o mundo pareça cor de rosa outra

vez.

Sei que imponho ao meu marido e às

minhas filhas, todos os anos, que as ➤

Page 80: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

80

➤ férias em família sejam lá.Sei que

as minhas filhas já ganharam o “bichi-

nho”, não porque as obriguem a nada,

mas porque já elas próprias ganharam

essa paixão.

Sei que elas lá se sentem livres, se

sentem donas do mundo.Sentem-se

também em casa, porque toda a gente

as conhece desde que elas nasceram,

porque reencontram amigos e família

que não veem durante todo o ano.

O meu marido, por mais que se queixe

do tempo, de que não há nada para

fazer, já se rendeu, rendeu-se ao

tempo em família, aos passeios, aos

petiscos e rendeu-se principalmente

por ver a mulher feliz, por ver a mulher

bem, e isso faz com que ele fique bem

também.

Gozam o ano todo comigo por eu

passar o Verão em S. Martinho e ter

que levar roupa de Inverno, por não ir

à praia por causa do mau tempo.E eu

já nem digo nada.Porque eu não vou

para S. Martinho atrás do calor e da

praia, isso graças a Deus temos em

muitos sítios na nossa costa, vou para

lá por causa de coisas muito mais

importantes, vou para lá por valores

e sentimentos muito mais nobres.

Até me podiam garantir que ia estar

sempre a chover, que eu iria para lá

na mesma.

O que torna as minhas férias espe-

ciais em primeiro lugar é o tempo que

tenho para quem gosto, que não tenho

ao longo do resto do ano, depois é

o tempo para as memórias, o tempo

para as recordações, o tempo para

me sentir reconfortada, e aquela terra

dá-me isso, a sua gente dá-me isso.

Viram-me crescer, sabem quem eu

sou genuinamente, sabem quem é a

minha família, conheciam os meus

pais.E agora conhecem as minhas fi-

lhas e o meu marido e receberam-nos

de braços abertos.

Sinto que os meus pais estão ali

comigo, pois também eles tinham esta

paixão.E sei que os deixa muito con-

tentes eu ter “herdado” este sentimen-

to por S. Martinho.

Adoro encontrar pessoas que tam-

bém sentem isto, porque é uma forma

de reforçar aquilo que eu sinto, uma

forma de mostrar a quem não percebe

que eu não sou maluca, que não é

uma paixão só minha, inexplicável e

sem nexo.

Quando oiço, como ouvi um primo

meu que também padece desta “doen-

ça”, a falar como eu falo, a dizer que ➤

4. A minha granny em S. Martinho

5. As 3 Princesas em S. Martinho

6. O meu avô Zé, em S. Martinho

Crónica Marta Aragão Pinto

Page 81: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

81ELES & ELAS

➤ está com o sorriso “estúpido” na

cara só porque está em S. Martinho,

eu percebo tão bem o que ele quer

dizer, quando ele diz que se sente

novamente uma criança feliz e conten-

te, eu percebo tão bem o que ele está

a dizer...

Não sou fundamentalista ao ponto

de dizer que não gosto de mais lado

nenhum e a seguir fui em semana

romântica com o Filipe até Marbella,

onde já tínhamos estado o ano pas-

sado, mas este ano ele reservou um

hotel diferente, digno de Reis e Rai-

nhas, clássico, romântico, lindo. E aí,

sim, apanhámos Verão à séria,que

este ano não apareceu como deve ser

no nosso pais.

40 Graus de dia e de noite, chinelos

no pé 24h por dia, almoçar e jantar na

praia.Bom, muito bom.

E agora vou falar em aniversários!A

Mónica fez 9 anos e a Joana 3

anos!!Mais uma vez festas cá em casa

com a família!!

O meu Avô Zé fez 80 anos!E fez um

grande almoço para toda a família e

amigos na quinta dos meus tios em

Santarém.Foi maravilhoso ver a feli-

cidade e alegria do meu Avô, estava

como ele mais gosta de estar, junto da

família, sem horas, sem tempo conta-

do, sem pressas.

Eu e o Filipe Fizemos um ano de

casados!!!!E como as nossas 3 prince-

sas também “casaram” connosco tro-

cámos presentes uns com os outros,

passámos o dia juntos e depois fomos

jantar fora os dois sozinhos.

E Setembro é significado de regresso

ao trabalho e regresso às

aulas.Já regressei ao ac-

tivo com excelentes traba-

lhos e bons projectos para

o futuro.

Já estive na loucura da

compra do material escolar

e das fardas.E este ano vai

ter uma particularidade, é

o primeiro ano da Joana

no colégio.Vou ficar sem

bebés em casa...acho que

vou sofrer mais eu do que

ela, acho que vou ser mais

eu a puxá-la para fora do

colégio para vir comigo, do

que ela a puxar-me para

ficar com ela.É a lei da

vida, e o tempo passa e

elas vão crescendo.

Por falar nisso amanhã

faço 35 anos. ■ Marta Aragão Pinto

7. O nosso hotel em Marbella

Page 82: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

82

A exposição “100 Anos do Crédito Agrícola em

Portugal, 1911-2011” está patente na sede da

Caixa Central, em Lisboa até ao final do mês de

Outubro, passando depois a exposição itineran-

te por diversas Caixas de Crédito Agrícola. Esta

iniciativa dá a conhecer a evolução da institui-

ção financeira e a forma como se adaptou ao

desenvolvimento do país ao longo dos anos e o

contributo relevante que tem dado ao desenvol-

vimento social e económico.

Estiveram presentes na cerimónia, várias figu-

ras ligadas à Instituição, membros dos órgãos ➤

Crédito Agrícola inaugura exposiçãoUm século em retrospectiva

Os Nossos Parabéns

Page 83: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

83ELES & ELAS

➤ sociais do Grupo Crédito Agrícola, nomeada-

mente:

João da Costa Pinto, Presidente do Conselho

de Administração Executivo da Caixa Central;

Carlos Courelas, Presidente do Conselho Geral

e de Supervisão da Caixa Central e Francisco

Silva, Presidente da FENACAM – Federação

Nacional das Caixas de Crédito Agricola; e tam-

bém alguns dos membros da equipa de museo-

grafia, responsáveis pelo projecto da exposição,

tais como, Silvana Bessone, e Luís Pascoal.

Esta mostra está aberta ao público e oferece ➤

João da Costa Pinto

Page 84: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

84

➤ aos visitantes, não só a riqueza dos elemen-

tos históricos, como também peças únicas que

possibilitam uma oportunidade para testemu-

nhar alguns dos períodos mais importantes da

história do Crédito Agrícola e do País. Dividi-

da em quatro áreas, a exposição começa por

dar a conhecer a história do CA em 16 painéis

ilustrados, com imagens das épocas a que se

reportam. Seguidamente é feita uma caracteri-

zação da instituição, demonstrando a dimensão

e alguns eventos marcantes da mesma.

Posteriormente, o visitante é convidado a

conhecer alguns documentos históricos, como o

decreto de constituição do Crédito Agrícola em

Portugal. No final, são apresentadas fotos de

todas as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, um

balcão antigo com os equipamentos usados na

época e uma tábua cronológica.

Esta mostra oferece aos visitantes, não só a

riqueza dos elementos históricos, como também

peças únicas que nos permitem conhecer me-

lhor, momentos marcantes da história do Crédi-

to Agrícola e o seu contributo para o desenvolvi-

mento sócio-económico de Portugal. ■

1. Silvana Bessone e João da Costa Pinto 2. Maria de Bragança, Isabel Matos e Carlos Courelas

3. Francisco Silva 4. Membros dos Órgãos Sociais do Grupo Crédito Agrícola

1 2 3

4

Crédito Agrícola inaugura exposição

Page 85: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

85ELES & ELAS

A transmissão da tradição de valores familiares caracteriza as

famílias aristocráticas. A educação dada aos filhos acontece mais em

casa que nas escolas. Muito se passa na família que ainda atribui

maior valor à educação que à instrução.

Os aristocratas regem-se por valores do seu meio. Desejam transmi-

tir uma imagem como se fosse uma fotografia de grupo. A família é

para eles uma fortaleza que determina essa pertença ao grupo, uma

identidade colectiva ou melhor, mesmo um espírito de família.

A educação neste grupo social assenta na memória, da distinção e na excelência: saber conhecer a

história da família, as suas raízes e sociabilidade reforçada entre os seus parentes.

Distingue-se pela conduta, pelos gestos e certamente pela linguagem.

Existe uma estética e uma continuidade familiar bem como uma exclusividade social.

Os aristocratas têm formas próprias de pronunciar as palavras e um tom de voz diferente, resultan-

te da pertença de longa data à sua elite. Os de maior tradição mantêm ligações a valores morais e

espirituais. Isso faz parte da sua identidade.

O estilo de vida e as práticas sociais nem sempre são marcados pelo dinheiro.

Eles têm grande desenvolvimento no saber estar, como também na linguagem que vêm do peso da

memória e do desejo de distinção. Unidos pela mesma educação, modo de vida e pela sociabilidade,

têm portanto um sistema de valores comum que são a essência da própria aristocratização.

Normalmente são um grupo fechado, marcado por preocupações perfeccionistas dando uma ima-

gem exterior de unidade e solidez.

A sua identidade é sempre marcada pela presença de antepassados e por uma rede de alianças e

parentescos, são todos primos ou tios.

Existe uma coesão entre o grupo com obrigações, códigos, respeitabilidade e hierarquia.

Algumas curiosidades de referir, têm quando podem, criados ou empregados como hoje se diz,

usam papel timbrado com brasão gravado , o título ou alternativamente com a morada e apenas a

morada, nunca o nome, em papel de carta , cartões e envelopes.

Fazem festas de família, raramente com estranhos. Muitos ainda têm o hábito antigo de ter dias

certos para receber em casa os amigos mais próximos, para chás ou jantares.

Alguns membros de famílias mais desviantes, casam com pessoas de diferentes meios sociais, os

chamados casamentos hexogâmicos. Esses sofrem por vezes represálias e são objecto de exclu-

são e até corte com a família.

O catolicismo é essencial e é veiculado pela educação em casa ou pelos colégios, normalmente

de freiras. A memória destas famílias apoia-se no apelido, na nobreza ou títulos e ainda em armas,

retratos pintados, casas, objectos pessoais, arquivos e tradição oral. Tudo isto constitui a linhagem.

A aristocracia sempre deu importância aos sítios onde se passava a infância, às lembranças que

marcavam a memória. A terra , o campo, as boas casas, as quintas constituiam o tempo de lazer em

férias e a cidade era o regresso às aulas e à mistura com a burguesia.

Pode perguntar-se se nisto tudo não existe vaidade. Claro quem sim, mas fundamentada.

Há vários tipos de nobreza: a imemorial, de que se não conhece as origens, a feudal ou cavalheires-

ca, que remonta à Idade Média, a de cortesia que aqueles que frequentavam a corte e bem assim a

nobreza anterior e a posterior ao liberalismo.

Aristocracia ou nobreza são coisas do antigamente, mas constituem as raízes de muitas famílias que

do seu passado se orgulham. O fenómeno social tem sido copiado pela burguesia e até por popula-

res que têm ou desejam cultivar a notoriedade e desse modo reproduzem todos estes aspectos que

para eles constituem referência. Sempre assim foi. Continuará a ser? Quem sabe.

Etiqueta Social, por Paula Bobone

8º Fascículo

✂ página 15

Noblesse Oblige I

Page 86: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

86

Crónica de Batata Cerqueira GomesEles & Elas no Twins

Com a chegada do verão temos,

como sempre, grandes festas e

eventos! Para nós têm sido uns

meses óptimos, sempre com

muito trabalho e novos projec-

tos. Ainda assim, tive algum

tempo de férias e tenho que vos

recomendar a Pousada do Gaio,

dos meus grandes amigos Cláu-

dia e Vasco Gallego, também

donos do conceituado restau-

rante XL em Lisboa. O sítio não

pode ser mais bonito, tem uma

paisagem muito relaxante e a

forma como somos recebidos

faz-nos sentir em casa.O am-

biente é muito acolhedor e a

comida fantástica não fosse o

Vasco um gourmet de primeira.

Passei lá um fim-de-semana

inesquecível.

Entre todos os eventos que a

BCG organizou, tenho que des-

tacar o cocktail de inauguração

da Marc by Marc Jacobs no Por-

to. Esta nova loja enquadra-se

no centro da baixa, num modo

de vida com um espírito reno-

vado, cheio de público jovem,

rodeado de bares de restauran-

tes da moda e do núcleo das

faculdades que tornam o lugar

único.

O cocktail de inauguração foi

um momento muito especial,

num fim de tarde fantástico,

com muita gente bonita e muita

animação.

A baixa do Porto tem cada vez

espaços mais bonitos e que vale

a pena visitar, no emblemático

Largo de S.Domingos o conceitu-

ado decorador Paulo Lobo abriu

uma loja de Artesanato Con-

temporâneo, a Lobo Taste com

peças feitas por artesãos que

nos fazem perder a cabeça.

Uma das festas mais diverti-

das foi o S.João, no Largo de

S.Domingos que já uma tradição,

a não perder.

Não faltaram as tradicionais

sardinhas, o caldo verde, o vinho

verde, a música do Paulo e muita

animação.

Como adoro petiscos, não posso

deixar de recomendar que pas-

sem pelo restaurante Rogério do

Redondo, onde o meu amigo Gero

os vai receber com a melhor ➤

Page 87: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

87ELES & ELAS

➤ gastronomia do norte de Portugal!

Depois de 5 anos á frente do

grupo Twins é altura de novos

projectos, na próxima crónica

espero ter grandes novidades

mas para já o segredo é a alma

do negócio… e mais não posso

dizer para já! ■

Um abraço Batata

1. Aspecto geral da inauguração do novo espaço Marc Jacobs

2. Artur e Jaques Bec com Raquel Cerqueira Gomes 3. Um

grupo de elegantes junto à Marc Jacobs 4. Manuel Guedes,

Batata Cerqueira Gomes e Pedro Santos 5. Milhares de pes-

soas encheram as ruas dos porto para celebrar o S. João

6. A musica não faltou para animar a festa de Marc Jacobs

1 2

3 4

6

5

Page 88: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

88

Baseado no livro de Kathryn Stockett, que alcan-

çou os tops de venda nos Estados Unidos, As

Serviçais, The Help, no original, é uma história de

amizade, resistência perante as injustiças e um

fiel retrato da segregação nos Estados do sul da

América nos anos 60 do século passado.

Tudo começa quando três mulheres normais de-

cidem tomar uma atitude extraordinária…

Skeeter, uma jovem de 22 anos regressa a casa

depois de se formar na Universidade de Ole

Miss. Embora tenha terminado uma licenciatu-

ra, o Estado do Mississipi no ano de 1962 não

é propenso a ver com bons olhos mulheres a

trabalhar. A sua mãe é da mesma opinião e não

parece descansar enquanto não vê a filha casa-

da – o destino habitual para todas as meninas

de boas famílias. Por regra, Skeeter procuraria

conforto nos braços de Constantine, a ama negra

que a criou, mas durante o tempo que passou

fora de casa esta parece ter desaparecido sem

deixar rasto.

Aibileen é uma criada negra, uma mulher sá-

bia e que se encontra a criar a sua 17ª menina

branca. Todavia, a sua forma de estar na vida

mudou depois de ter perdido o seu único filho

num acidente de trabalho, e Aibileen não conse-

gue esquecer o facto de que o jovem poderia ter

sido salvo caso tivesse sido auxiliado a tempo

pelos patrões, que se limitaram a ignorar a

situação. Devotada de alma e coração à menina

que está a criar, não deixa, no entanto, de sentir

no seu íntimo, que esta relação pode vir a ser ➤

Cinema

As Serviçais

Page 89: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

89ELES & ELAS

➤ complicada para ambas.

Minny é a melhor amiga de Aibileen, é baixa,

gordinha e audaciosa. Cozinha como ninguém e

não consegue ficar calada perante uma injustiça

o que a leva a perder mais de uma vez o empre-

go. A solução acaba por passar por uma posição

em casa de uma recém-chegada à cidade que

ainda não teve tempo de ficar a conhecer a sua

reputação. Todavia, a sua nova patroa também

traz consigo os seus próprios segredos…

Aparentemente tão diferentes umas das ou-

tras quanto possível, estas três mulheres, uma

branca e duas negras, uma menina bem e duas

criadas, unem-se para levar a cabo um projecto

clandestino que as coloca a todas em sérios ris-

co de vida. Tudo isto porque o que as rodeia na

cidade de Jackson, Mississipi, todas as mentiras,

todas as perversões e as maldades de que são

vítimas, as faz sentir sufocadas e as torna sufi-

cientemente corajosas para enfrentarem tudo e

todos, para levantarem a voz a alertar o mundo

para esta realidade - ou pelo menos os outros

estados americanos para uma forma de vida que

já não é suportável.

Emma Stone, Viola Davis e Octavia Spencer dão

vida a estas três fantásticas mulheres, sendo

apoiadas no elenco pelas veteranas, Sissi Spa-

cek, Cicely Tyson, Allison Janney, Mary Steen-

burgen e secundadas por Bryce Dallas Howard

e Jessica Chastain, numa realização de Tate

Taylor, também responsável pelo guião. ■

I.P.

Page 90: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

90

Milú Ferreira por Paula Bobone, fotos Lígia Correia

Triunfar nas artes

Arte

Uma mulher de cultura, bem conhecida no mundo das artes, fala-nos

do seu percurso e dos grandes nomes da pintura contemporânea.

Com galerias em Paris e Lisboa Milu Ferreira é a nossa convidada. ➤

Page 91: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

91ELES & ELAS

➤ Paula bobone (Pb) – milú ferrreira é um nome

de referência em lisboa, Portugal, frança e não

só porque é do mundo das artes. mas milú fer-

reira não é só isso. Vamos indagá-la sob outros

pontos de vista: um deles é a mãe, a mulher, a

dona de casa, a mãe de família, a empresária; e

então sim, a mulher das artes. Iríamos começar

com a pergunta: afinal quem é milú ferreira: é a

mulher das artes ou é a mãe de família?

Milú Ferreira (MF) – Eu diria que sou as duas. Mas

há ainda uma outra situação: as artes começaram

por uma oportunidade que as pessoas pouco

conhecem que foi devida à minha vida política

enquanto assessora de Maurice Couve de Murville,

que foi Ministro de várias pastas antes e depois

do General De Gaulle até aos finais dos anos 70.

Ele era um homem apaixonado pelas artes. Inclu-

sivamente uma das suas casas é hoje património

municipal e alberga um Museu de Arte Contempo-

rânea no Sul da França. Tive a sorte de me inte-

grar num lugar daqueles e foi um grande privilégio

ter trabalhado com esse senhor.

Pb – mas tu és uma Portuguesa de gema. És

uma mulher de Cantanhede.

ML – De Cantanhede, e como eu costumo dizer,

da Bairrada!

Pb – A tua família é um núcleo muito forte, mui-

to afectuoso. O teu marido, Prudêncio ferreira,

desenvolve as mesmas actividades e sempre

te acompanhou nestes últimos trinta e quatro

anos apoiando-te nessa tua actividade, assim

como as tuas duas filhas.

ML – As minhas filhas neste momento, e em situa-

ções diferentes, querem também envolver-se neste

Mundo. A Patty, que é casada, já com um filho e

que já está envolvida no Mundo das artes. O bichi-

nho das artes infiltrou-se na família.

Pb – É uma empresa familiar. Tens um espaço

maravilhoso aqui nos Restauradores (lisboa)

que é o Espaço Arte livre num edifício antigo

perfeitamente preservado.A nós, no Eles &

Elas, não nos passa despercebida a figura de

milú ferreira.

Por uma razão: tem desenvolvido uma activida-

de que nos espanta a todos e em outros pontos

onde tem levado as suas colecções revela o

mais fino gosto e um critério de escolha ex-

traordinário. Quais são os grandes nomes da

pintura contemporânea, mas também da mais

antiga, com que tu trabalhas e pelos quais tu és

procurada?

ML – Há uma chave pela qual nós começámos

que será a daqueles pintores como Columbano,

Malhoa, Souza Pinto, Alberto Pinto, Silva Porto...

Todos aqueles que fizeram escola no estrangeiro,

que se internacionalizaram. Contudo existe muito

pouca documentação porque na altura não havia

a possibilidade de fazer catálogos como agora há,

de forma que tentamos encontrar vestígios destas

obras e encontramos algumas. Tive uma pessoa

fantástica a trabalhar comigo, que foi o Paulo Fer-

reira, um homem muito ligado às artes que muito

me ajudou.

Pb – E conheceu-o onde?

ML – Foi uma situação muito engraçada porque

acabei por encontrá-lo em Paris. Eu andava à

procura dele porque me foi indicado como uma das

pessoas que melhor percebia de pintura portugue-

sa, mas não sabia onde encontrá-lo. Eu, nos anos

60, ainda não estava muito integrada na parte por-

tuguesa. Estava mais com os franceses dos quais

tenho amigos de longa data como o infelizmente

desaparecido Manolo Ruiz-Pipo. O meu marido

estava muito ligado aos departamentos do mu-

seus que tratava do século XV ao XIX, de todas

as escolas mundiais e eu fazia-lhe a assessoria.

Para ele e para a Galeria Charles et André Bailly

que trabalhavam para todos os Museus. Colabora-

va com eles mas aos fins-de-semana e durante a

semana dedicava-me ao Ministro.

Nos anos 70, deixou de haver tantos árabes a

comprar e o mercado de arte de Paris entrou em

decadência. E foi aí que comecei a ficar mais liga-

da a Portugal.

Pb – Regressaste então em força para Portugal

tendo acabado a tua função junto do ministro?

MF – Não, isso foi uma situação paralela. Eu ainda

fiquei bastantes anos, mas fiz um acordo que, na

verdade, foi proposto pelo próprio Ministro, de a

partir de cada sexta e durante os fins-de-semana

me dedicar às artes. Ele é o homem a quem muito

devo.

Pb – É uma mulher que reconhece quem a

ajuda.

MF – Sim. E como ele houve outros, como o meu

padrinho João Pais de Sousa, que me serviu

durante quase catorze anos de pai. Até à morte foi

um segundo pai. Há uma coisa a realçar: é que o ➤

Page 92: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

92

➤meu pai era um óptimo desenhador e me deixou

o bichinho das artes. Tinha um grande talento,

mas nunca o desenvolveu, uma vez que estava

nos Serviços Geográficos em Angola. Portanto não

tinha margem nem tempo para se dedicar às artes.

Pb – É engraçado notar que foram por razões

que te foram alheias que acabaram por te levar

à situação onde agora estás.

MF – Isso tem sobretudo a ver com o Charles

Bailly, que é o padrinho da minha filha Sara. Um

homem muito inteligente; um dos poucos no Mun-

do que enfrenta e diz aos Museus o que uma obra

é ou não é. Um verdadeiro expert, muito respeita-

do. Existem muitas obras nos Museus que foram

escolhidas e pesquisadas por ele. Quando eu tinha

21 anos, ele apercebe-se do meu gosto pelas artes

e incentiva-me.

Pb – mas como surge esse gosto assim tão

nova?

MF – Eu comecei por estudar Artes Plásticas mas

não segui. Fiz a preparação para a Universidade

mas interrompi para ir para Paris.

Pb – foste para Paris já casada?

MF – Não. Fui para Paris com 16 anos e meio. E

houve uma grande sorte. As pessoas conhecem-

me do mundo das artes mas eu passei também

pelo Mundo da moda e da política.

Pb – Começa a viver em Paris e onde é que

conhece o Prudêncio ferreira?

MF – Eu já conhecia o Prudêncio, mas não havia

uma aquela grande convivência. Foi muito engra-

çado a forma como começou. Havia um Baile de

Finalistas e eu, como não tinha ido ao Baile de

Finalistas em Portugal, eles insistiram que eu fosse

a esse Baile. Este baile não era o do Colégio onde

estive, onde fiz dança, teatro, artes plásticas...

Pb – sempre ligada às artes!

MF – O Baile de Finalistas foi em Santa Iria, numa

associação que ainda hoje apoio. Por graça fez

uma aposta que tinha que dançar comigo. Apos-

ta essa que é claro eu não soube. Fez tudo para

dançar comigo e ganhou a aposta.

Pb – A aposta e o seu amor...

MF – Foi uma situação um pouco embaraçante.

Porque os tempos eram outros e eu não via muito

bem aquilo, porque na altura tinha uma pessoa

comigo que viera de França. Vinha de sair de um

namorico...

Pb – mas eis que aparece o homem da sua vida.

MF – Exactamente. Ele ganhou essa aposta.

Pb – E tu aí não te sentes vencida?

MF – Nada, antes pelo contrário. Senti-me muito

realizada. Em vários níveis. Até nos meus estudos,

que continuaram de uma forma diferente, com

muita prática.

Pb – Conheceste os melhores nomes da Pintu-

ra portuguesa?

MF – Sim. Deixando de parte dos pintores do séc.

XVII e XIX, obviamente, tenho uma grande ami-

zade com os pintores com quem trabalho. Como

com o Júlio Pomar, a Graça Morais, o José de

Guimarães, a Vieira da Silva, o Eduardo Moniz,

o Manuel Cargaleiro... Conheci toda a gente! Em

parte graças ao Paulo Ferreira, que teve um papel

muito importante.

Pb – Editou-se um livro sobre ele, designado

Paulo ferreira, uma obra de referência

MF – Esse livro passa-se entre 1989 até aos nos-

sos dias.

Pb – Tens a sensação que estás só num eixo

Paris-lisboa? Pretendes alargar a outras partes

do mundo?

MF – O que acontece é que já fiz mais trajectos:

Luxemburgo, Macau, Brasil, Inglaterra... Portanto

acontece que, neste momento, continuo a ter os

mesmos apelos internacionais.

Pb – Trabalhas sozinha ou com galeristas inter-

nacionais?

MF – Normalmente as bases de saída são sempre

estatais. O que depois permite conhecer outras

pessoas e estabelecer contactos. Sempre pelas

vias oficiais.

Pb – O que é uma mais-valia. Então depois

estabeleces relações com os outros artistas.

És uma mulher privilegiada, mas isso devido

ao estatuto que já alcançaste nestes trinta e

quatro anos de carreira.

MF – Sim. E de alguma forma também me ajuda e

continua a servir as relações que adquiri durante

a minha actividade política, onde ainda se fala do

meu nome.

Pb – A tua carreira política marcou-te muito?

MF – Marcou-me e marca. Ainda as minhas filhas

são bastante respeitadas por essas razões. O

meu marido foi um protector das artes, um grande

coleccionador e, para mais, um homem de grandes

valores. Esteve muito ligado à aguarela, sobretudo

à inglesa. Lembras-te com certeza da conversa ➤

Milú Ferreira

Page 93: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

93ELES & ELAS

➤ que tivemos com o Vasco Bobone, em que ele

dizia que admirava os seus livros. Quero aqui tam-

bém falar de um outro grande homem que muito

me ajudou, o Robert La Court Gauye, escritor da

Casa Branca, homem muito ligado à Política na

área da Economia, tanto em França como nos

Estados Unidos. Em França, chegou mesmo a ser

Ministro das Finanças. Era casado com a Condes-

sa e Marquesa de la Falle, que era também uma

grande senhora das artes, aguarelista de flores e

pássaros. E daí a envolvência com a aguarela.

Queria ainda falar de um outro grande homem,

muito importante na minha vida, o arquitecto

Sommer Ribeiro que trabalhou na Gulbenkian e

acabou a sua carreira na Fundação Arpad Szenes.

Uma pessoa muito sensível, com grande conheci-

mento da arte contemporânea e amigo lá de casa.

Ajudou-me muito e fomos comissários de algumas

exposições em conjunto.

Pb – A milú está também muito ligada a inter-

câmbios, certo?

MF – Exacto. Continuo a ser muito solicitada para ➤

Page 94: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

94

➤ levar os nossos artistas ao estrangeiro. E se eu

posso fazer isto pelos nossos artistas, então é um

trabalho que eu devo fazer!

Pb – Para terminar: uma palavra de coragem

para os artistas emergentes.

MF – Digo-lhes para não baixarem os braços.

Temos grandes talentos que precisam de ser

divulgados. Digo sempre às pessoas que têm essa

responsabilidade para nunca esquecer os mais

novos.

Nós estamos a criar novas saídas. Estive a falar

com o Director do Salon des Grands et Jeunes

d’Aujourhui, que é uma Feira Internacional onde se

apresentam novos talentos, que depois são convi-

dados para outras situações. Nós servimos então

de intermediários para uma carreira internacional.

Pb – milú ferreira a Eles e Elas fica muito hon-

rada com a simpática entrevista que nos conce-

deu. Parabens.

MF – Eu é que agradeço. ■

Milú Ferreira

Page 95: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

95ELES & ELAS

O Verão (se é que se pode chamar assim a esta

estação do ano, que andou a “fazer fosquinhas” con-

nosco durante estes três meses) já se foi. Um Verão

em que, cá dentro do nosso Portugal, tudo se espa-

lhou pelo Algarve, pela Comporta, pelo Porto Santo

e, nalguns casos, pela Costa do Estoril (aqueles a

quem a crise afectou muito e resolveram, por isso,

deliciar-se com os banhos na Linha e ficar por casa).

Um Verão que, para as Sedas e Chitas foi, agra-

davelmente, marcado pela Corrida ELAS & ELAS,

na Praça de Toiros das Caldas da Rainha, agora

Manuel dos Santos, o grande toureiro (já desapare-

cido), que foi justamente homenageado, na pessoa

do filho, Jorge, pela directora da nossa revista, Maria

da Luz de Bragança, e pelas autoridades locais.

Uma praça cheia, os Telles e Vítor Mendes, as-

sim como os Forcados Amadores das Caldas e de

Santarém, puseram os aficionados ao rubro. Festas,

essas foram mais que muitas, mas o que é curioso

é que, sabendo nós das muitas figuras conhecidas

que estiveram no Algarve, em tantos lugares, como

o Urban Beach, o Bliss (que trouxe Vilamoura, de

novo, ao cenário de festas), o Faces, o Manta Bea-

ch, o Sport Summer Sessions, em Portimão, etc... as

revistas cor-de-rosa só nos brindaram, praticamente,

com caras novas, algumas estrelas da televisão, e

pouco mais... Estranhámos. Ou será que os tempos

mudaram assim tanto?

Claro que os fiéis da Quinta do Lago assim continu-

aram, fiéis ao T-Clube e ao Gigi (sempre igual a si

próprio, e sua Leonor), Marcelo Rebelo de Sousa

(muito saudoso dos netos, este ano ausentes) e

Rita Cabral, Fernando Seara e Judite de Sousa, os

Damásios e muitos mais; no Ancão, João de Deus

Pinheiro com a família, aproveitou para grandes

banhos, alguns gelados e muito golfe, uma das suas

paixões. Maria e Aníbal Cavaco Silva ficaram na

sua casa de Albufeira; fiel a Vilamoura esteve, como

sempre, Marques Mendes. Os duques de Bragança

(que, além de Ferragudo, deram um pulo à Quinta

do Lago) e a família Pereira Coutinho, em Ferra-

gudo, aproveitaram em cheio as férias, dando um

pulinho ao Evaristo, onde as ameijoas continuam a

ser deliciosas e o peixe óptimo. Mas ao que me con-

taram (eu não tive tempo para tudo), o Porto Santo

esteve em alta este Verão.

Cá por Lisboa, e antes de fazer uma viagem ao

Mónaco, ainda estive na grande festa da vela que foi

a America’s Cup, Mas não resisto a dar esta notícia.

Sabem que o Diogo Quintela, um dos “Gato Fedo-

rento”, abriu uma padaria? Pois é, mas não é uma

padaria qualquer. É em Campo de Ourique e está

a ter o maior dos sucessos... Crise é crise e é bom

diversificar.

Mas este foi, apesar da chuva e das nuvens, um

Verão “quente”. Quente de amores e desamores,

de divórcios inesperados (quem diria que Isabel

Angelino se divorciaria?), outros menos inesperados

(o de Sofia Ribeiro e José Maria Tallon), namoros

desfeitos novas relações (a Raquel Rocheta anda

de namoro com Fernando Santos.

E com a crise a agudizar-se, lá segui para o Móna-

co... Que bom, chegar ao principado. Ali não chega

a crise e respira-se outro ar. Desta vez, estivemos

com Alberto do Mónaco e a princesa Charlene, que

tanto no Baile da Cruz Vermelha como, dias mais

tarde, no jantar do Variety Club, em Leeds (onde

também estive, com a mesma toilette, pois claro,

que a crise assim o obriga), mostraram uma grande

cumplicidade e carinho. Calcule-se que o soberano

monegasco até já usa aliança!

Dei depois um salto a Espanha, onde se aguarda,

ansiosamente, o casamento da duquesa de Alba,

marcado, em príncípio, para 5 de Outubro. O que

não a impediu de uma espécie de despedida de

solteira, em Ibiza, com uma amiga, usando um

moderno biquíni, apanhando sol (nós bem a vimos a

mergulhar nas quentes águas, sem falsos pudores).

Valente duquesa e bravos 84 anos! Ainda tive tempo

para dar um pulinho a Maiorca e vi parte da família

real (Don Juan Carlos está recuperar de uma opera-

ção ao joelho...), os príncipes das Astúrias, muito ca-

rinhosos (talvez para fazer esquecer a notícia, dada

pelos mentideros do país vizinho, de um encontro

de Felipe com a ex-noiva, Eva Sannum (lembram-se

dela?), numa ilha grega. O último rumor que corre é

de que Don Juan Carlos não quer abdicar a favor do

filho, porque não deseja que Letizia seja rainha tão

cedo...

da França... Será que é desta?

Já na nossa “santa terrinha”, vim encontrar tudo na

mesma. A crise some e segue e já nem a pílula es-

capa... Quer fazer amor? Pague a pílula por inteiro,

que o Governo não paga “vícios”! ■

Sedas & Chitas por Mimi Trancoso

95

Page 96: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

96

Cover:

The elegant actress Bárbara Norton de Matos is

enjoying a special moment in her life and in a cosy

conversation with Eles & Elas she talks about her

personal life and her wishes career-wise

Contents:

page 97

World Monuments Fund In Portugal

Filipa Rebelo de Andrade

Art and Professionalism

Eles & Elas Bullfight in Caldas da Rainha

Yé-Yé party in Algarve’s T-Clube

Crédito Agrícola inaugurates exhibition

A Century in Review

Milú Ferreira

A Triumph in the World of Art

Summary

English Text

268

3. letter from the Director.

4. summary.

5. Cover. Bárbara Norton de Matos.

10. The wedding of Zara Philips. Queen Elizabeth II’s

favourite granddaughter got married to rugby player

Mark Tindall.

14. The Duchess of Alba. One of the wealthiest women in

Spainis about to marry Alfonso Diez, a civil servant.

16. Victoria of sweden. The heir to the throne of Sweden

has announced the arrival of her first child.

18. Wedding in monaco. Prince Albert II made all Mone-

gasques truly happy by marrying Charlene Whitstock.

22. The Grimaldi’s Olympus. Get to know a little better

one of the smallest and wealthiest countries in the

world, the Principality of Monaco.

26. fernando Pereira. This fantastic Portuguese artist

speaks about a career that will celebrate its thirtieth

anniversary in 2012.

30. Carlos do Carmo. the fado singer presented in Tavira

the songs from crooner Frank Sinatra.

32. Amy Winehouse. The unexpected goodbye to one of

the best singers of soul music.

34. World monument’s fund. this organization visited

Portugal in order to get to know some portuguese mo-

numents.

36. finishing schools. The luxurious schools that educate

young women into becoming proper young ladies.

38. filipa Rebelo de Andrade. the portuguese face behind

the sucess of Bonham’s in Portugal.

40. Isabo. A true Parisian designer, passionate for both vin-

tage and burlesque that chose Lisbon to live and work.

46. fashion. Maison Dior has presented some fascinating

proposals for the next Fall-Winter.

52. Tauromachy. The bullfighting ring of Caldas da Rainha,

renamed Praça Manuel dos Santos, was the venue for

the Eles&Elas Summer Bullfight.

56. America’s Cup. the Emirates Team New Zealand

won the First leg of the America’s Cup World Series in

Cascais.

60. Equestrianism. The Manuel Possollo Hippodrome was

the venue for the 6th Grand Prix of Portugal, part of the

Global Champions Tour.

66. solidary Portugal Cup. took place in the Ocean Golf

Course in Vale do Lobo and president Cavaco Silva

was in attendance.

70. Ye-Ye Party. the most refined and tradicional of all

Summer parties in the Algarve was a great success.

74. miss universe Portugal. this contest took place in

Hotel Miragem, in Cascais.

76. Gala in marbella. the charm of Summer parties

was present in the south of Spain, in Marbella, and

Eles&Elas wouldn’t miss it.

78. Chronicle by marta Aragão Pinto

82. Crédito Agrícola. Inaugurates exhibition

"A Century in Review."

86. Chronicle by batata Cerqueira Gomes

88. Cinema. The Help

90. milu ferreira – an interview with one of the great ladies

of the fine arts in Portugal.

95. sedas & Chitas

96. English Texts.

98. Horoscope.

Page 97: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

97ELES & ELAS

english text

A delegation of leaders and patrons of

the World Monuments Fund has recently

undergone a visit to Portugal to learn about

Portuguese and monuments and pay

tribute to Paul Lowndes Marques, who was

president of the WMF Portugal until his

death, which occurred on the first day of

2011. At Queluz National Palace was

unveiled a plaque, marking the completion of

a draft conservation and restoration

of gardens, lakes, fountains and water in

this important national monument, including

the lead statues in the eighteenth century

English sculptor John Cheere. ■

Eles & Elas Bullfight in Caldas da Rainha

Eles & Elas promoted its Summer Bullfight in

Caldas da Rainha in the newly named Praça

Manuel dos Santos. This bullfight, that always

takes place on the 15th of August, saw this year

saw 129th edition and as usually was completely

full – in fact not even the rain that begun to fall

made anyone leave their seats. An homage to the

“matador” Manuel dos Santos took place, and his

son Jorge was there to receive the award from the

hands of Maria da Luz de Bragança. So being, the

bullfight ring got his new name with the blessing of

Nuno Alves, the owner of the venue. ■

Yé-Yé party in Algarve’s T-Clube

Filipa Rebelo de Andrade – Art and Professionalism

It is every year, par excellence, the party of

Algarve’s Summer. By this we mean

the always expected Ye-Ye party, this year in

its 14th edition, and taking place, as always,

in the exquisite space of the T-Club, in

Quinta do Lago. This Summer, as usual,

many familiar faces of our best society, both

of Lisbon and Oporto were in attendance. The

hosts, Luís Ferreira de Almeida (NOW) and

José Manuel Trigo, were as usual presenting

yet another big sucess, given that all those

that are lucky enough to be invited make

sure to be there in order to enjoy themselves

but also to make sure that they met up with

some friends that they only get to see in this

particular party. ■

World Monuments Fund In Portugal

Crédito Agrícola Bank inaugurated, on July 12,

the exhibition “100 Years of Crédito Agrícola in

Portugal, 1911-2011” which will remain available

to the public at the headquarters of the central

office, in Lisbon, until the end of the current

year. This initiative provides information on the

evolution of this financial institution and on how

they adapted to the country’s development over

the years but also to the important

contribution it made to its social and economic

development. Present at the opening ceremony

were several figures linked to the institution but

also many well-known figures both of politics and

society. ■

She is since February of last year the face of

Bonhams in Portugal. The famous auction house,

one of the most important ones in the world, arrived

in Portugal wanting to do business in different kinds

of segments, mostly wines, car and guns. Filipa

Rebelo de Andrade is truelly pleased with this new

challenge and is looking forward to good business

deals in the area of Art and Antiquities. ■

Crédito Agrícola inaugurates exhibition – A Century in Review

Milú Ferreira – A Triumph in the World of Art

Milú Ferreira is a household name in Lisbon,

Portugal, France and not just around the

art world. A mother, business woman

and homemaker, a woman connected to politics and

society but above all a woman of high capacities

and extraordinary determination. Currently the

responsible for the Espaço Arte Livre gallery, the

marchand has had the pride and joy of dealing

and working with some of the greatest masters

of contemporary painting and sculpture. ■

Page 98: Revista Eles & Elas - Outubro 2011

98

O dinheiro vai estar em alta na sua vida.

Mas cuidado, pois pode vir a fazer-lhe

falta no início de 2012. Ainda assim, é

importante que se divirta e passe tempo

com aqueles que lhe estão mais próxi-

mos. ■

Esta vai ser uma excelente época para

si! Aproveite para relaxar, e não se

preocupe – tudo vai correr da melhor

forma! Fará amizades que lhe serão

muito úteis e chegará à rentrée feliz e

renovada! ■

O melhor para o nativo deste signo é

não se preocupar muito com o futuro.

Vai ter de encontrar coragem para par-

tir em busca de uma aventura, pois o

que está para trás vai ficar mesmo para

trás. ■

A vida não tem estado fácil mas tudo

está prestes a mudar. Encontrará al-

guém especial e dará por si mais feliz

do que jamais esteve. Cuidado com

as poupanças, pois o Verão vai sair

caro! ■

Nesta altura o mais importante é passar

tempo com a sua família, pois ultima-

mente não lhes tem dado a atenção que

requerem. Inclua-os nas suas férias e vai

ver que se diverte muito mais que é ha-

bitual. ■

Vai aperceber-se de que tem procurado

o amor em locais errados, quando este

esteve sempre à sua frente. Ainda assim

não deixe de levar as coisas com calma

pois não vai querer perder um bom ami-

go. ■

Embora aprecie divertir-se o momen-

to é de trabalho intenso. Seja qual for

a sua área, porquanto trabalhe inten-

samente o sucesso estará assegura-

do. Não vai ser fácil, mas vai valer a

pena! ■

Ao contrário do que é habitual, vai ter

tempo à vontade para desfrutar com a

sua cara-metade. Divirtam-se a dois e

aproveite para recuperar, em grande, o

tempo que passou longe daqueles que

ama. ■

Evite compromissos sérios pois pode

vir a arrepender-se. Tome todas

as suas decisões com a maior das

calmas. De momento, lembre-se que

viver cada dia com paixão será a me-

lhor solução. ■

Não permita que a má disposição dê cabo

das suas vitórias tanto a nível emocional

quanto profissional. Aproximam-se dias

ainda melhores e parte dos seus desejos

serão concretizados desde que faça um

pequeno esforço nesse sentido.■

Vai estar perante a hipótese de fazer

dinheiro como já não lhe acontecia há

algum tempo. Aproveite e saiba que

os seus lucros vão depender do bom

relacionamento profissional com um

colega. ■

Está na altura de se libertar um pouco

das convenções e de não se preocupar

com pequenas coisas. Divirta-se como

se fosse de novo adolescente, e pode

ser que a felicidade o apanhe de surpre-

sa. ■

Astrologia

Carneiro21/3 a 20/4

Virgem23/8 a 22/9

Leão23/7 a 22/8

Touro21/4 a 20/5

Capricórnio21/12 a 19/1

Caranguejo22/6 a 22/7

Balança23/9 a 22/10

Gémeos21/5 a 21/6

Escorpião23/10 a 22/11

Peixes19/2 a 20/3

Sagitário23/11 a 20/12

Aquário20/1 a 18/2

Page 99: Revista Eles & Elas - Outubro 2011
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