Revista Educação Física

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Órgão Oficial do CONFEF ISSN 2238-8656 Ano XII n o 47 • março CONFEF marca posição sobre EAD para Bacharelado em Educação Física O que esta sendo feito em defesa da Educação Física Escolar Profissionais de Educação Física se destacam no Prêmio Jovem Cientista Eles foram premiados nas categorias Graduado e Mérito Cientifico Profissionais de Educação Física se destacam no Prêmio Jovem Cientista CONFEF marca posição sobre EAD para Bacharelado em Educação Física O que esta sendo feito em defesa da Educação Física Escolar

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N° 47 - Revista trimestral publicada pelo Conselho Federal de Educação Física

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Ano

XII

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CONFEF marca posição sobre EAD

para Bacharelado em Educação Física

O que esta sendo feito em defesa

da Educação Física Escolar

Profissionais de Educação Física se

destacam no Prêmio Jovem Cientista

Eles foram premiados nas categorias Graduado e Mérito Cientifico

Profissionais de Educação Física se

destacam no Prêmio Jovem Cientista

CONFEF marca posição sobre EAD

para Bacharelado em Educação Física

O que esta sendo feito em defesa

da Educação Física Escolar

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Cédula de IdentIdade ProfIssIonal: tenha sempre com você!

Mostre a todos que você é uM Profissional de educação física. não esqueça sua cédula de identidade Profissional eM casa!

resolução disponível eM confef.com/19

Todo Profissional de Educação Física deve portar sua cédula de identidade Profissional enquanto estiver trabalhando.

resolução conFeF nº 233/2012

Dispõe sobre a obrigatoriedade dos Profissionais de Educação Física portarem as respectivas Cédulas de Identificação Profissional emitidas

pelo Sistema CONFEF/CREFs

O PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, no uso de suas atribuições estatutárias, conforme dispõe o inciso IX, do art. 43 do Estatuto do CONFEF, e;

CONSIDERANDO os art. 11 e 12 da Resolução CONFEF nº 206/2010, que versa sobre o Estatuto do CONFEF;

CONSIDERANDO os incisos XV e XXI do art. 6º e os incisos VI e VIII do art. 9º, ambos da Resolução CONFEF nº 056/2003, que dispõe sobre o Código de Ética do Profissional de Educação Física;

CONSIDERANDO que a identificação do Profissional se fará mediante a Cédula de Identidade Profissional;

CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do CONFEF, em reunião ordinária, de 03 de agosto de 2012;

RESOLVE:

Art. 1º - O porte da Cédula de Identidade Profissional é obrigatório durante o exercício das atividades privativas dos Profissionais de Educação Física, constituindo prova de identidade civil para todos os fins legais.

Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação, revogando as disposições em contrário.

Jorge steinhilberPresidenteCREF 000002-G/RJ

dou. nº 179, seção 1, pág. 254, de 14 de setembro de 2012.

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Palavra do Presidente

Novidades na Revista

A partir desta edição a Revista EF se apresenta com nova denominação e passa a se chamar Revista Educação Física. Após vários anos com a mesma identificação, ouvimos os Profissionais e identificamos que se fazia necessária uma nova roupagem para a revista. Modernizamos o exterior, mas continuamos manteando o conteúdo sério, informativo e do interesse da área e dos Profissio-nais de Educação Física.

Questões relacionadas à Educação Física escolar, à formação acadêmica, à capacitação e atualização, a intervenção nas Políticas Públicas - em especial no SUS/NASF - às relacionadas ao esporte e, nesta década, aos mega eventos esportivos que serão promovidos no Brasil, questões relacionadas ao sedenta-

rismo e à obesidade, dentre outros, são componentes essenciais da conjuntura na qual atuamos. Nela temos desenvolvido nossas ações em torno da defesa da profissão, dos direitos humanos, da promoção da saúde, das políticas públicas e da democracia.

Temos uma agenda que nos desafia cotidianamente na defesa do direito à prática de atividades físicas e es-portivas orientadas por Profissionais de Educação Física, além de uma trajetória construída pelo Sistema CON-FEF/CREFs, abrigando lutas mais abrangentes como a defesa das políticas públicas, a qualidade dos serviços, o fortalecimento da democracia interna, dentre outras.

Iniciamos a gestão cujo tema UNIDADE nos enseja a fortalecer os nossos laços, valorizando e respeitando as nossas diferenças, mas combatendo as nossas contradições inter-regionais, o que nos impõe a necessidade de uma articulação política. O Sistema CONFEF/CREFs é o centro da construção dessa unidade, que pode ser ro-bustecida e consolidada, conjugando nossas diversidades de cultura regionais produzindo uma relação de forças para o enfrentamento dos desafios que se apresentam a nossa profissão e na formação profissional.

Cada ano o Sistema CONFEF/CREFs se consolida e se qualifica como um espaço de interação e de troca, de formulação e de diálogo, de ação e solução de problemas, construindo bases sólidas para tornar permanente o desenvolvimento da profissão, do Profissional de Educação Física e da Educação Física.

Jorge Steinhilber

CREF 000002/G-RJ - Presidente CONFEF

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www.confef.org.br

Conselho Editorial

João Batista Andreotti Gomes TojalLaércio Elias PereiraLamartine Pereira DaCostaSérgio Kudsi Sartori Vera Lúcia de Menezes Costa

Produção Gráfica, Editorial e EditoraçãoDIMMER Comunicações In te gra das

Jornalista responsável Maria Socorro e Silva - DRT/PB1135/97

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PresidenteJorge Steinhilber1º Vice-Presidente João Batista Andreotti Gomes Tojal 2º Vice Presidente Marino Tessari1º Secretário Almir Adolfo Gruhn2º Secretário Iguatemy Maria de Lucena Martins 1º Tesoureiro Sérgio Kudsi Sartori2º Tesoureiro Marcelo Ferreira Miranda

ConselheirosAngelo Luis de Souza VargasAntônio Ricardo Catunda de OliveiraCarlos Alberto Camilo NacimentoCarlos Alberto Oliveira GarciaElisabete LaurindoEmerson Silami GarciaGeorgios Stylianos HatzidakisJanine Aparecida ViniskiJeane Arlete Marques CazelatoLúcio Rogério Gomes dos SantosLuisa Parente Ribeiro R de CarvalhoMárcia Regina Aversani LourençoRoberto Jorge SaadSebastião GobbiSolange Guerra BuenoTeófilo Jacir de FariaTharcisio Anchieta da SilvaValéria Sales dos Santos E SilvaWagner Domingos Fernandes GomesWalfrido José Amaral

Presidentes de CREFsAndré Dias de Oliveira Fernandes (CREF1/RJ-ES)

Eduardo Merino (CREF2/RS)

Eloir Edílson Simm (CREF3/SC)

Flavio Delmanto (CREF4/SP)

Antônio de Pádua Muniz Soares (CREF5/CE-MA-PI)

Claudio Augusto Boschi (CREF6/MG)

Cristina Queiroz Mazzini Calegaro (CREF7/DF)

Jean Carlo Azevedo da Silva (CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR)

Antonio Eduardo Branco (CREF9/PR)

Francisco Borges de Araújo (CREF10/PB-RN)

Ubiratam Brito de Mello (CREF11/MS-MT)

Nadja Regueira Harrop (CREF12/PE-AL)

Paulo César Vieira Lima (CREF13/BA-SE)

Rubens dos Santos Silva (CREF14/GO-TO)

CONFEFRua do Ouvidor, 121 – 7º andar -CentroCEP 20040-030 – Rio de Janeiro – RJTels.: (0xx21) 2526-7179 / 2252-6275 2242-3670 / [email protected]

Periodicidade: trimestralTiragem: 187.000Distribuição gratuita

Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus respectivos autores, não expressando necessariamente a opinião da revista e do CONFEF

4 Muito além do convencional

8 Programa de exercícios físicos ganha prêmio

10 Resultado do II Concurso Literário do CONFEF

11 Estudantes do Amazonas debatem futuro profissional

12 Projeto movimenta a APAE de São Lourenço

14 Obesidade se combate com atividade

16 CONFEF marca presença no Seminário Ciclo Olímpico Brasileiro

18 Orgulhos da categoria

22 Educação Física Escolar Uma bandeira do Sistema CONFEF/CREFs

24 Tênis e Voleibol chegam a quase um milhão de estudantes

26 Congresso da FIEP movimenta Foz do Iguaçu

31 Momento Movimento: Vídeo orienta motoristas a fazerem alongamento

32 O que foi implantado? III Conferência Nacional De Esporte

34 CONFEF manifesta posição contrária à autorização de EAD

35 Espaço do leitor

36 Panoramas

40 Agenda

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Professores de Educação Física driblam as dificuldades e conseguem envolver alunos, colegas e até mesmo a comunida-de em torno de projetos diferentes e divertidos que saem do lugar comum sem fugir dos princípios educacionais.

A edição de dezembro da Revista EF nº 46 trouxe a matéria “Com um toque de criatividade”, abordando projetos de Educação Física inusitados aplicados em escolas do ensino fundamental ao médio. No final da maté-ria, convidamos outros professores a nos enviarem projetos desenvolvidos por eles nos estabelecimentos onde atuam para criarmos uma série a ser divulgada na Revista. Recebemos projetos interessantíssimos com resul-tados que, muitas vezes, extrapolam os limites dos muros escolares. Para esta edição, separamos três deles. O principal critério de escolha foi a forma diferente de ministrar as aulas de Educação Física, bem como os resultados apresentados.

Esportes radicais e de aventura na escola. Por que, não?A proposta do professor Augusto Cesar Cardoso Rena [CREF 097300-

G/SP], do Colégio Maximus, da cidade de Santo Anastácio, interior de São Paulo, de introduzir esportes radicais e de aventura entre as demais ativi-dades coletivas, causou estranheza tanto entre alunos como junto a profes-sores e à direção da escola. Era uma novidade muito diferente do que eles estavam acostumados a vivenciar.

Dentre os esportes de aventura propostos estavam trilhas, cicloturismo, escaladas em paredes indor, slackline, enduros a pé, skate, trilhas, ciclis-mo, le parkour e rapel. O grande desafio era como inserir tais esportes no universo escolar.

“No âmbito escolar ainda encontramos muitas restrições ao tema, pois o risco e o desafio, assim como a imprevisibilidade, são coisas que cos-tumam gerar resistências por boa parte de diretores, coordenadores etc.”, lembra Augusto Rena.

A resistência inicial logo deu lugar à curiosidade e o projeto, intitulado Esportes Maximus, foi implantado em caráter experimental. Com o passar dos meses, já era possível notar que havia algo diferente nas práticas es-portivas da escola com alunos bem mais interessados. Nessa hora, a coor-denação da escola passou a incentivar a mudanças.

Outro desafio foi convencer os pais que as atividades seriam seguras. Para isso, o professor Augusto resolveu criar um blog onde detalha, até hoje, todas as novidades. “Nada disso seria possível se não fosse a ideia que tive de divulgar para pais e alunos o trabalho, através de um blog e das redes sociais”, explica Augusto Rena.

Muito além do convencional

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Tudo começou com um embasamento teórico do assunto. Augusto in-forma que não foi fácil, pois quase não existe literatura sobre o assunto, a não ser como atividade de lazer. “Nessa hora tive que utilizar todo o meu conhecimento prático sobre esportes radicais, pois já pratico há algum tempo”, diz o professor.

Hoje, as aulas de educação física extrapolaram os muros da escola e algumas atividades são praticadas ao ar livre, aproveitando a geogra-fia privilegiada de Santo Anastácio. Segundo o professor, praticamente todos os alunos participam tanto das atividades curriculares como ex-tracurriculares. Para 2013, ele planeja iniciar um trabalho de interdis-ciplinaridade com outros professores. “Para começar, vamos trabalhar conjuntamente com as disciplinas Geografia e História, mas o plano é envolver todas”, finaliza.

Hóquei Indoor saiu de Igrejinha (RS) e ganhou o BrasilQuando, em 2009, o professor Diego Telles Model [CREF 017263-G/RS]

escolheu o Hóquei Indoor como esporte a ser trabalhado nas aulas de Edu-cação Física da Escola Municipal Vila Nova, localizada na cidade de Igreji-nha (RS), não imaginou a proporção que sua ideia tomaria. Tudo apontava para um projeto fadado a não dar certo: o esporte não é difundido no Brasil; a escola não tinha tacos ou qualquer outro material; só existe um campo de grama no país (localizado no interior do Rio de Janeiro); os alunos desconhe-ciam a modalidade esportiva. Mas o professor não deu importância a esses “detalhes”, acreditou na ideia, venceu todos os desafios e hoje comemora, junto com seus alunos, cada título ganho. Sim, os alunos participam de cam-peonatos nacionais e se destacam na maioria deles.

Foi o caso das meninas do sub 17, que em 2012 conquistaram o pri-meiro lugar no Campeonato Brasileiro. Também no ano passado, o time masculino (sub 14) ganhou o 1° lugar no Campeonato Estadual de Hóquei Indoor realizado no Rio Grande do Sul e ainda os 2° e 3° lugares na cate-goria Sub-17 no mesmo campeonato.

Segundo o professor, tudo começou com a necessidade de diversificar as aulas de Educação Física. Ele começou a pesquisar várias modalidades e resolveu optar pelo Hóquei Indoor. “Tendo em vista o desenvolvimento global das crianças, o Hóquei exige movimentação intensa e constante de todos os jogadores e trabalha com todos os músculos do corpo, tanto os inferiores quanto os superiores. Além disso, podemos através do Hóquei, trabalhar questões como disciplina, cuidado com a integridade dos cole-gas, etc. E também a violência, tema tão presente na escola na atualidade”, explica Diego Model.

“Para começar, vamos trabalhar conjuntamente com as disciplinas Geografia e História, mas o plano é envolver todas”

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Sem material, ele conta que buscou a Confederação Brasileira de Hóquei sobre Grama e Indoor (CBGH) que o orientou a montar um projeto pra con-seguir o necessário para dar início às aulas. Feito isso, ele ganhou oito tacos, comprou mais dois e não parou mais. “Primeiramente nas aulas de Educação Física e depois montamos as escolhinhas a partir do interesse dos alunos”.

Dois anos depois, em 2011, a escola ganhou mais materiais e o projeto passou a receber apoio da Prefeitura da cidade e começou a participar de competições dentro e fora do Estado. ‘Em 2012 o projeto cresceu mais ainda, continuamos participando de campeonatos e conquistamos alguns títulos, além de outras ótimas colocações”, comemora Diego Model.

Para 2013, a grande ambição é transformar os times em um clube es-portivo e poder, dentro dos parâmetros legais, gozar dos benefícios das leis de incentivo ao esporte. “No momento estou definindo apoios para o projeto junto ao Município, uma vez que já contamos com o apoio da escola, da Federação Estadual de Hóquei do Rio Grande do Sul (FHERS) e de alguns pais”, informa o professor que enfatiza, “independentemente de apoio, o projeto continua”.

Clube de Xadrez revolucionou a rotina da escolaO Xadrez já era conteúdo trabalhado durante as aulas de Educação

Física na Escola Municipal Professor Hélio Augusto de Souza em São José dos Campos (SP), quando o professor Paulo Cesar Leone [CREF 005981-G/SP] resolveu transformar a atividade em um projeto permanente, - o Clube do Tabuleiro. Isso foi em 2008.

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“A ideia surgiu porque na época eu buscava colocar em prática um projeto que o estudante fosse o protagonista, que além de desenvolver o raciocínio lógico, a concentração, a memorização, a socialização, o res-peito às regras, a criatividade e a criticidade, também pudesse desenvolver sua capacidade de organização, planejamento, enfim administrar um Clu-be de Xadrez Escolar”, explica.

Tudo começou com um convite, feito pelo professor Paulo César Leo-ne, aos estudantes para uma seletiva com a proposta de fundar o Clube de Xadrez. A ideia deixou os estudantes muito animados e o envolvimento foi imediato. Esse foi o pontapé inicial para os trabalhos. Hoje, o Clube tem estatuto, eleições anuais, uniforme com estampa, organiza torneios escola-res, encontros semanais no período oposto ao de aula, programa interação semanal com os estudantes dos anos iniciais e ainda vende doces durante os sábados letivos para arrecadar dinheiro para participar de competições fora da escola.

Segundo o professor, o projeto do Clube deu tão certo que, hoje, os es-tudantes participam não somente das competições regionais realizadas na cidade, mas, desde 2010, ultrapassaram os limites geográficos e competem em campeonatos maiores. Em 2011 veio o primeiro título de destaque: o melhor jogador sub-13 do Vale do Paraíba em 2011 é aluno do Projeto. Em 2012, mais orgulhos para o professor: o campeão e o vice-campeão Pau-

lista Escolar; a 4ª colocada no Brasileiro Escolar; a equipe campeã da Copa Sudeste de Xadrez Es-colar e vários estudantes integrando equipes de rendimento e representando a cidade em com-petições de alto nível como os Jogos Abertos. “Tudo isso sem perder o foco educativo”, desta-ca Paulo César.

Atualmente, todos os 481 estudantes que frequentam as aulas de Educação Física sabem jogar xadrez, para orgulho do professor.

Envie Sua Experiência

Professor de Educação Física, queremos saber sobre suas experiências bem sucedidas nas aulas de Educação Física. Se você tem algum projeto cujos desenvolvimento e resultados são interes-santes, conta para nós. As melhores histórias se-rão publicadas nas próximas edições. E-mail para: [email protected]

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Programa de exercícios físicos ganha prêmio

A receita de sucesso que pacientes com Diabetes tipo 2 estão experimentando junto ao trata-mento convencional já demonstra os primeiros resultados. Dentre eles: melhora dos níveis glicê-micos, maior empenho na automonitorização e atenção na alimentação.

As Profissionais de Educação Física, Débora Cristina Jubilini [CREF - 018453-G/MG] e Alessandra de Magalhães Campos Garcia [CREF 005083-G/MG] não poderiam estar mais felizes: a pesquisa desenvolvida por elas entre pacientes portadores de Diabetes tipo 2, serviu como base para a criação do Projeto Promoção de Hábitos Saudáveis por meio do Exercício Físico em Pacientes com Diabetes tipo 2, desenvolvido no Laboratório do Movimento da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Tera-pia Ocupacional na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O projeto foi um dos vencedores do Prêmio de Incentivo ao Controle do Diabetes Mellitus 2012. O Prêmio é promovido pela Bristol--Myers Squibb Farmacêutica (BMS) e AstraZeneca do Brasil (AZB) com a colaboração da Sociedade Brasileira de Diabetes.

Tudo começou com o acompanhamento realizado pelas duas Profissionais que, durante as consultas médicas aos pacientes atendidos, coletavam e registravam os dados. A orientação para o exercício físico não existia, apenas aconselhamento. Depois da chegada das duas, essa realidade começou a mudar. “Quando iniciamos o acompanhamento no Ambulatório de Diabetes tipo 2 do Centro Metropolitano de Especialidades Médicas na Santa Casa de Belo Horizonte, dados foram coletados durante as consultas e verificou-se que uma boa parte dos pacientes era sedentária e que essa situação comprometia o tratamento da patologia”, informa Débora Jubilini.

Esse foi o pontapé inicial da pesquisa que justificou o projeto implantado na UFMG e a parceria entre Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional e a Santa Casa de Belo Horizon-

Débora Cristina Jubilini

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Programa de exercícios físicos ganha prêmio

te. A pesquisa tratou do registro e acompanhamento de consultas ambulatórias com o objetivo de analisar hábitos de prática de atividade física, Índice de Massa Corporal e parâmetros clínicos dos pacientes atendidos.

O levantamento constatou que, os pacientes deste estudo, além de não atingirem as metas espe-cíficas de controle clínico, apresentavam baixa adesão à prática de atividade física sem supervisão. ”Assim, a partir de uma equipe multidisciplinar em saúde qualificada, comportamentos amplos ne-cessitavam ser integrados à rotina do paciente, promovendo-se um determinado nível de autocontro-le e melhor adesão ao tratamento”, alerta Débora.

De posse dos dados, foi iniciado o trabalho com os pacientes que receberam um convite para fazer exercícios físicos orientados e regulares durante um ano. Aceitos os convites, eles passaram por uma avaliação física e começaram o programa regular de exercícios físicos. “As medições de pressão arterial e glicemia eram realizadas antes e depois dos exercícios. Já, a frequência cardíaca e a percepção subjetiva ao esforço eram coletadas durante e ao final das atividades.”, esclarece Débora.

O objetivo do projeto é educar os pacientes na prática de exercícios físicos ao longo da vida e, consequentemente, fazer com que eles consigam reduzir o peso, controlar a alimentação e o dia-betes, melhorar a qualidade de vida, e que, principalmente, consigam continuar com a prática de exercícios físicos ao longo da vida.

Hoje, entre 12 e 15 pacientes participam do projeto e existe uma fila de espera de mais de 60 pessoas. Os primeiros resultados demonstram que os atendidos pelo no Laboratório do Movimento têm apresentado melhora dos níveis glicêmicos, maior empenho na automonitorização e atenção na alimentação.

“ O objetivo do projeto é educar os pacientes na prática de exercícios físicos ao longo da vida e, consequentemente, fazer com que eles consigam reduzir o peso, controlar a alimentação e o diabetes, melhorar a qualidade de vida e que continuem com a prática de exercícios físicos ao longo da vida”

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Resultado doOs Profissionais de Educação Física Ca-

rolina Figuerêdo Torga [CREF 016935-G/MG], Marcos Paulo Huber [CREF 009500-G/SC] e Marcos Paulo de Oliveira Santos [CREF 006592-G/DF] foram, respectiva-mente, os grandes vencedores do II Con-curso Literário promovido pelo CONFEF. O resultado foi publicado no Diário Ofi-cial da União do dia 14 de dezembro de 2012. O tema desta edição foi “O Profis-sional de Educação Física na Saúde: inser-ção e intervenção”.

“O tema proposto é extremamente relevan-te para o meu dia a dia profissional porque o meu trabalho está diretamente ligado à saúde. Atuo em uma academia totalmente diferenciada, em que a prioridade é a promoção da saúde e a especialidade é em reabilitação, inclusive, gran-de parte dos alunos são indicações de médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros pro-fissionais da área”, destaca Carolina Torga, pri-meiro lugar.

O segundo colocado, Marcos Huber, é co-nhecido dos concursos do CONFEF. Em 2002, quando ainda era estudante de Educação Físi-ca, ganhou o primeiro lugar na categoria aca-dêmico escrevendo sobre “Ética e o Exercício Profissional”. “O concurso é uma oportunidade para demonstrarmos e desenvolvermos o co-nhecimento; a capacidade de realizar pesqui-sas e confeccionar artigos científicos. Isso mos-tra que está existindo uma preocupação com a cientificidade do que lemos atualmente em nossa área”, enfatizou.

Para Marcos Paulo de Oliveira Santos, tercei-ro colocado, o tema traz à baila questões pre-mentes. “A saúde deve ser analisada sob diver-sos prismas: políticas públicas; gestão; relações intersetoriais; medidas preventivas; medidas educativas, etc. Não se pode eclipsar um tema tão candente. As ações que visam a melhoria da saúde no País só serão exequíveis por meio de equipes multidisciplinares e, sobretudo, com maior ênfase no aspecto preventivo, visto que este é menos dispendioso ao Estado”.

Receberam menções honrosas os trabalhos enviados por Vilma Schuvebel do Rosário [CREF 017457-G/PR], 4º lugar e Ludmila Rodrigues Ma-chado [CREF 004926-G/ES], 5º lugar.

CONFEF

Carolina Figuerêdo Torga1º Lugar

Marcos Paulo Huber2º Lugar

Marcos Paulo de Oliveira Santos3º Lugar

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Durante dois dias, estudantes de Educação Física do Amazonas estive-ram reunidos discutindo “A formação do Profissional de Educação Física no Brasil: Desafios e Novas Perspectivas”. Intitulado II Encontro Amazôni-co dos Estudantes de Educação Física do CEFIEP/AM, o evento foi promo-vido pelo Comitê de Estudantes da FIEP – CEFIEP, durante o I Congresso de Educação Física da FIEP/AM, em outubro do ano passado.

Na avaliação dos organizadores, o encontro cumpriu o objetivo geral que foi promover a integração e o intercâmbio de conhecimentos técnico--científicos, entre profissionais de Educação Física renomados em diversos segmentos, e os acadêmicos da Região Norte. De acordo com o relatório final do evento, “os estudantes estão se dando conta do quanto o mercado é volátil, mutável e o Profissional precisa estar preparado para dar resposta às mudanças”.

Dentre os palestrantes, destaque para as presenças do Vice-Presidente da FIEP, Julimar Pereira (representando Almir Adolfo Gruhn - Presidente da FIEP); do Presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber; do Coordenador do CEFIEP, FIEP/MS e CREF11, Luiz Antonio Stopa; do Coordenador do curso de Educação Física da Faculdade La Salle, João Carlos Silva; do Presidente do CREF1, André Fernandes.

Na palestra do primeiro dia a discussão foi em torno de “Os benefícios dos megaeventos para estudantes e profissionais de Educação Física”, mi-nistrada pelo Presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber. A conversa versou sobre a vida profissional e especialmente a Copa do Mundo de 2014 na cidade de Manaus.

No segundo dia foram ministradas as palestras “A responsabilidade civil do Profissional de Educação Física”, ministrada pelo Coordenador do CEFIEP, Luiz Antonio Stopa; “O Profissional de Educação Física na saúde”, pelo coordenador do curso de Educação Física da Faculdade La Salle, João Carlos Silva e “Marketing pessoal e construção de carreira”, pelo Presidente do CREF1, André Fernandes. Todas elas seguidas de mo-vimentados debates.

Estudantes do Amazonas debatem futuro profissional

“A formação do Profissional de Educação Física no Brasil: Desafios e Novas Perspectivas”

Estudantes do Amazonas debatem futuro profissional

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Até fevereiro de 2007, o dia a dia corria sem maiores movimentações na APAE de São Lourenço, interior de Minas Gerais. O atendimento a alunos com deficiência intelectual e múltipla seguia a rotina já estabelecida. Tudo começou a mudar quando a Profissional de Educação Física, Fabiana Neves Politano [CREF 005008-G/MG], avaliou os alunos jovens e adultos e verificou um alto índice de doenças crônico não transmissíveis (diabetes, hipertensão arterial) associadas ao sedentarismo e sobrepeso. Esse foi o pontapé de um projeto que vem fazendo o maior sucesso e com resultados a olhos vistos.

Para começo de conversa, foi necessário educar para a mudança de hábitos. Por isso, todos os funcionários da APAE de São Lourenço (setores administrativo, limpeza e cozinha, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, nutrição e o setor pedagógico), bem como as famílias dos beneficiados foram envolvidas no projeto e orientadas sobre os hábitos de vida saudável através de palestras, seminários, reuniões.

O passo seguinte foi partir para a prática, literalmente. No começo, as atividades físicas desenvolvidas com os alunos eram feitas na própria esco-la (alongamento e fortalecimento muscular) e nas ruas próximas à mesma (caminhada).

“Quanto mais examinamos os riscos para a saúde associados à falta de atividade física, mais convencidos ficamos que pessoas que não praticam atividade física devem começar a se exercitar. Pessoas de todas as idades podem melhorar sua saúde e bem estar ao praticar atividade física regular”, declara Fabiana.

Projeto movimenta a APAE de São Lourenço

Professora Fabiana Neves Politano e Diretora

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Com a evolução dos trabalhos, o Presidente da instituição na época, Alexandre Paiva Frade e a Diretora geral, Elane Medeiros do Espírito Santo, resolveram abraçar a causa e adquirir e implantar uma academia própria. “Desta data em diante, as atividades foram direcionadas ao condiciona-mento físico e fortalecimento muscular na escola e a caminhada passou a ser orientada, com o auxilio das professoras regentes de turma, no Parque das Águas de São Lourenço”, informa Fabiana.

Estas atividades são realizadas três vezes por semana e cada aluno é avaliado pela Profissional de Educação Física semestralmente em IRCQ, IMC, análise postural e avaliado em outros quesitos como assiduidade, comportamento, disciplina, obediência a comandos, companheirismo e cooperação, estes são observados por toda a equipe envolvida.

Atualmente, 120 alunos com deficiência intelectual e múltipla partici-pam deste projeto em busca da qualidade de vida. “Com isso, pudemos observar a melhoria da condição cardiorrespiratória, força muscular, dimi-nuição do peso corporal, redução de uso de medicamentos, além do au-mento da autoestima, das relações interpessoais e do respeito ao próximo”, conclui Fabiana.

“Quanto mais examinamos os riscos para a saúde associados à falta de atividade física, mais convencidos ficamos que pessoas que não praticam atividade física devem começar a se exercitar...”

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O Profissional de Educação Física aproveitou o conteúdo do “Guia da Educação em Famí-lia – Educação Física – 26 Motivos para fazer Atividades Físicas e Esportivas na Esco-la” e provocou uma verdadeira revolução na escola em que trabalha

São Miguel é um pequeno município localizado há 444 quilômetros de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Com pouco mais de 21 mil habitantes e um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,615, considerando como médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), poderia seguir em suas rotinas sem chamar maiores atenções, não fosse o trabalho realizado pelo Profissional de Educação Física Nemézio Pereira da Costa [CREF 001873-G/RN] junto a alunos da Escola Estadual Gilney de Souza.

Tudo começou quando o Professor recebeu o “Guia da Educação em Família – Educa-ção Física – 26 motivos para fazer atividades físicas e esportes na escola”. O material, produzido pela Comissão de Educação Física do CONFEF e distribuído junto com a revista Educar para Crescer da editora Abril, despertou nele a ideia de realizar um levantamento sobre obesidade infantil, tomando como objeto de estudo os alunos da escola onde trabalha. “Tenho como objetivo para meus alunos do 3º ano o incentivo à pesquisa cientifica e ações junto à sociedade como forma de aumentar a responsabilidade social da nossa comunidade”, explica Nemézio.

Os alunos se empolgaram com a ideia e, junto com o Professor, elaboraram um questionário com o objetivo de investigar os hábitos dos estudantes de todas as séries quanto à pratica de atividades físicas. O levantamento durou boa parte do ano letivo e, para surpresa de Nemézio, na medida em que os dados eram catalogados, o interesse e envolvimento dos “pesquisadores” cresciam e as pro-postas de ações vinham junto. “Essa foi a principal avaliação positiva que eu, como professor, pude

Obesidade se combate com atividade

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notar, pois, a partir da análise dos resultados, com tudo o que pude ensinar durante o ano para eles, é que conseguiram identificar os problemas e desenvolver ações”, diz orgulhoso o professor.

Os principais problemas detectados com a pesquisa foram: mudança de hábitos culturais – antes o principal meio de deslocamento na cidade era a bicicleta, a pesquisa confirmou o que já era visto nas ruas: apenas 2% dos entrevistados responderam que vão à escola nesse meio de transporte. Esse quesito deixou os alunos curiosos e incentivados a avançar nos estu-dos; Insatisfação com a merenda escolar - ao analisar as respostas quanto ao nível de satisfação da merenda escolar, que, para muitos, é a principal refeição do dia, a maioria respondeu ruim, razoável e satisfatório. Segundo Nemézio isso alavancou uma serie de perguntas e indagações dos alunos e a principal delas foi “como mudar a realidade da merenda escolar?”; Se-denterismo - foi detectado um grande número de alunos sedentários, seja pelo tempo perdido em frente da televisão ou no computador e em jogos eletrônicos, em detrimento de atividades mais movimentadas.

“Quando constatamos os resultados com todo material que tínhamos estudado, os próprios alunos envolvidos na pesquisa puderam perceber que estava tudo errado. E o mais impressionante é que eles resolveram apresentar sugestões para resolver essa situação”, comemora Nemézio.

As atividades eram tantas que a turma recebeu a adesão das demais sa-las do terceiro ano. O resultado do trabalho foi apresentado para toda a es-

cola em um seminário realizado no final do ano passado. Por fim foi realizada uma mesa redon-da que contou com a presença das autoridades da escola e também do Conselho Escolar, onde foram discutidas ações sobre melhorias para a merenda escolar.

Os alunos se mobilizaram e montaram um stand para ensinar aos outros estudantes, for-mas e alternativas de boa alimentação caseira como um importante aliado para dar suporte às atividades físicas. Eles ensinaram a fazer barras de cereais, isotônicos, hidrotônicos e sanduí-ches naturais.

Ainda como parte da programação foi rea-lizado um passeio ciclístico pelas ruas de São Miguel/RN , com o propósito de envolver toda a sociedade e alertar para a importância do res-gatar à tradição do uso da bicicleta, seja como forma de deslocamento ou como forma de in-centivar a pratica esportiva como atividade físi-ca. Durante o passeio, o grupo aproveitou para reivindicar a construção de ciclovias na cidade e no acesso à escola.

Principais problemas detectados com a pesquisa

MUDANÇA DE HÁBITOS – Somente 2% dos entrevistados us am a bicicleta como meio de transporte. Antes essa era uma das principais formas de desloca-mento na cidade.

MERENDA ESCOLAR RUIM – As respostas variaram de ruim a satisfatório quanto ao sabor e variedade. Também foi descoberto, através de estudos feitos em site sobre alimentação, que a merenda estava fora dos padrões de boa nutrição.

SEDENTARISMO – A maioria dos alunos era sedentária e dentre os moti-vos estavam: aumento do tempo na frente da televisão, computadores e jogos eletrônicos.

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Na ocasião, o Diretor do Departamento do Esporte de Base e de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, André Aran-tes, informou que os Ministérios da Educação e do Esporte vão atuar em conjunto para aumentar o tempo da prática esportiva dos alunos nas escolas.

Presente no Seminário “Ciclo Olímpico Brasileiro – Possibilidade e Po-tencialidades” realizado em dezembro passado, pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara Federal, o CONFEF atuou no sentido de envolver os parlamentares presentes na discussão sobre o Projeto de Lei 68/2011 que pro-põe uma alteração na Lei nº 9.394 - que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (LDBEN), para dispor sobre Educação Física no ensino in-fantil, fundamental e médio. O PL exige que a disciplina seja ministrada exclu-sivamente por Profissionais de Educação Física licenciados em nível superior.

Na ocasião, o Presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, lamentou que alguns Estados estejam diminuindo a carga horária da Educação Física nas escolas e enfatizou que o Governo Federal tem desenvolvido “projetos desarticulados” na área de saúde e bem-estar, sem preocupação com re-sultados efetivos para a população.

CONFEF marca presença no Seminário Ciclo Olímpico Brasileiro

CONFEF marca presença no Seminário Ciclo Olímpico Brasileiro

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O Presidente criticou especificamente o Programa Academia da Saú-de do Ministério da Saúde, e o Programa Mais Educação do Ministério da Educação. Segundo Steinhilber, alguns integrantes dos ministérios de-fendem que, nesses projetos, as atividades físicas sejam ministradas por agentes comunitários de saúde ou pessoas que tenham praticado espor-te - não, necessariamente, profissionais habilitados em Educação Física. “Isso representa um descaso com a qualidade e com a sociedade menos favorecida”, avaliou.

O assunto foi parte da discussão que aconteceu após a exposição do Presidente da Comissão de Educação Física Escolar do CONFEF, Ricardo Catunda, que, na ocasião, apresentou o painel “Redução das Aulas de Educação Física e as Consequências na Capacidade Cognitiva de Escolares e Formação da Cultura Esportiva”. Em sua explanação, Ricardo Catunda destacou que o grande desafio da escola hoje será fugir do viés ideológico do professor que torna o sucesso acadêmico insignificante.

Para Ricardo Catunda, a Educação Física trata-se de uma tarefa com-plexa que exige da escola um movimento que ultrapasse temas, conteúdos e programas. “A boa escola precisa fazer com que os alunos possam usar esses conhecimentos, como ferramenta para desenvolver sua própria capa-cidade de pensar”, disse, ressaltando que as atividades corporais na educa-ção estimulam o raciocínio, prazer no aprendizado, vivência de conflitos, concentração e participação, além de experiências práticas do cotidiano. Catunda concluiu alertando que a busca deve ser a de uma sociedade hu-manizada e com políticas públicas não improvisadas, Profissionais de Edu-

cação Física qualificados e o reconhecimento do esporte como um bem e um direito.

Um dos pontos positivos foi quando o Dire-tor do Departamento do Esporte de Base e de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, André Arantes, informou que os Ministérios da Educa-ção e do Esporte vão atuar em conjunto para au-mentar o tempo da prática esportiva dos alunos nas escolas. Segundo informou, além das duas horas semanais de aulas de educação física, nor-malmente oferecidas nos colégios, os alunos de-vem ter a oportunidade de fazer esportes no tur-no inverso e para tanto terão que ser contratados mais professores, que vão ser capacitados em áre-as específicas, como Judô, Atletismo e Natação.

“Por outro lado, no turno oposto poderemos contemplar tanto os estudantes que desejam fazer uma atividade de lazer como se estivessem em uma academia, quanto aqueles que pretendem treinar uma modalidade a sério”, destacou Arantes.

Os Ministérios da Educação e do Esporte também querem incentivar ainda mais a par-ticipação dos estudantes nas competições es-

portivas escolares da própria cidade, do Esta-do, e em nível nacional e internacional. Outro ponto que discutido foi o estímulo ao Atletis-mo nas escolas.

O Deputado João Arruda, Coodenador da Frente Parlamentar da Atividade Física, afirmou que o objetivo do Seminário e de outros encon-tros promovidos pela Comissão de Turismo e Desporto em vários Estados é fazer com que as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, contri-buam para estabelecer uma cultura de práticas esportivas no País.

“A boa escola precisa fazer com que os alunos possam usar esses

conhecimentos, como ferramenta para desenvolver sua própria

capacidade de pensar”

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Orgulhos da cat egoriaDois Profissionais de Educação Física se destacam no Prêmio Jovem Cientista 2012

O ano de 2012 não poderia terminar melhor para os Profissionais de Educação Física Rodri-go Gonçalves Dias [CREF 059988-G/SP] e Luiz Fernando Martins Kruel [CREF 002211-G/RS]. Premiados na 26ª edição do Prêmio Jovem Cien-tista 2012, eles receberam os troféus das mãos da Presidente Dilma Roussef em solenidade no Palácio do Planalto. O tema proposto para apre-sentação dos trabalhos foi “Inovação Tecnológi-ca nos Esportes” com foco nos grandes eventos esportivos que o Brasil vai receber. Rodrigo le-

vou o primeiro lugar categoria Graduado com o estudo intitulado “Avanços em Genômica para Diagnósticos Moleculares no Esporte”, enquanto Luiz Fernando foi agraciado com a menção honrosa por suas pesquisas envol-vendo a “Avaliação de exercícios físicos e prescrição de treinamentos de populações especiais”.

Em 2012, a organização do Prêmio recebeu inscrições de trabalhos das áreas de Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, Química, Medici-na, Engenharias, Sensoriamento Remoto, entre outras. O Jovem Cien-tista é considerado atualmente o prêmio de maior destaque da ciência no Brasil.

Orgulhos da cat egoria

Dois Profissionais de Educação Física foram premiados – um deles com o primeiro lu-gar geral na categoria Graduado e outro com Menção Honrosa - entre trabalhos apresen-tados nas áreas de Fisioterapia, Nutrição, Química, Medicina, Engenharias entre outras.

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O grande vencedorRodrigo Gonçalves Dias, ganhador do primeiro lugar, conquistou

o prêmio ao descobrir uma mutação genética capaz de comprometer o mecanismo de vasodilatação muscular durante a prática esportiva, o que pode diminuir a possibilidade de destaque dos atletas em modalidades esportivas que exigem maior resistência física. Na sequência, ao rastrear o genoma humano por completo (aproximadamente 25 mil genes), identi-ficou 2.445 genes que sofrem alteração de expressão em resposta ao trei-namento físico, caracterizando assim a “assinatura molecular” do exercício físico. Este conhecimento é a base para a compreensão das diferenças, entre indivíduos e das adaptações fisiológicas sofridas pelo organismo em resposta o exercício físico.

Rodrigo é pesquisador no Instituto do Coração – InCor (HCFMUSP) e dedica sua vida acadêmica ao desenvolvimento de pesquisa na área de Genômica e Ciência do Esporte. Em 2008, uma inédita descoberta en-volvendo genética, cardiologia e exercício físico rendeu-lhe o prêmio de melhor pesquisa do país e projeção internacional quando pesquisadores norte-americanos reconheceram e citaram tal descoberta como uma das mais relevantes para o avanço do conhecimento. Atualmente, ele coorde-na o projeto intitulado “Análise Genômica dos Fenótipos de Boa Forma Física Relacionada à Saúde e de Performance Física Humana”, uma linha de investigação científica resultante da colaboração entre InCor e Polícia Militar do Estado de São Paulo. São aproximadamente 15 pesquisadores dedicados a este estudo.

Orgulhos da cat egoriaDois Profissionais de Educação Física se destacam no Prêmio Jovem Cientista 2012

Orgulhos da cat egoria

Rodrigo Gonçalves Dias, ganhador do primeiro lugar na categoria Graduado

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A Revista EF conversou com Rodrigo sobre o prêmio e sobre sua vida como profissional e pesquisador.

REVISTA Educação física - Como é ser vencedor de um prêmio tão impor-tante para o meio científico no Brasil?

RODRIGO - Minha satisfação é imensurável, bem como a responsabili-dade o é. Uma realização pessoal e profissional que venho lapidando há algum tempo, e neste momento, parece ter chegado a hora. Na ocasião da divulgação do Prêmio, em Brasília, ouvi isso de uma respeitada autoridade que veio me parabenizar. “Eu acho que já tinha ouvido falar de você, um menino que estava se destacando na ciência. Parabéns jovem! Você ainda não deve ter consciência do tamanho desta conquista. Agora não são só seus pais, nem seus colegas de laboratório que sabem da sua existência, agora é a Presidente Dilma! E isso transcende a barreira do território nacio-nal! Boa sorte!”. Durante um bom tempo fiquei “ouvindo” esta fala pelo menos umas 30 vezes por dia.

REVISTA Educação física - Como o seu estudo irá contribuir para a melho-ria da prática esportiva e do desempenho dos atletas?

RODRIGO - Caracterizar por completo a assinatura molecular do exercício físico é o nosso maior desafio. Quando tivermos nas mãos o mapa dos genes que são provocados quando realizamos exercícios físicos e identifi-carmos as mutações genéticas que amplificam ou diminuem as adaptações fisiológicas sofridas pelo organismo, a prática esportiva será revolucionada em vários sentidos. Exemplificando, teremos condição de predizer parcial-mente, o quanto um paciente cardíaco irá se beneficiar com a prática de exercícios físicos e, até mesmo, o quanto um futuro atleta poderá “render” em uma modalidade esportiva específica.

REVISTA Educação física - É disso que o seu estudo trata?

RODRIGO - O nosso trabalho é o resultado não de um único estudo, mas de um histórico referente a uma linha de pesquisa coordenada por mim e dedicada exclusivamente a compreender as interações entre o genoma humano e o exercício físico. Nessa fase da evolução científica e tecnológica em que nos encontramos é relativamente fácil “lermos” a velocidade com que um gene se expressa no organismo quando fazemos exercícios físicos e, até mesmo, lermos o código de um gene para entendermos como de-terminadas mutações na sequência de letras do DNA podem influenciar a performance no esporte. No entanto, vale resaltar que ler é fácil, porém a interpretação é complexa. Além de o volume de informação ser extrema-mente alto (são mais de 25 mil genes para serem investigados), mensurar a participação de cada um deles no ganho de performance é extremamente intrincado. Mas não impossível!

REVISTA Educação física - Como a pesquisa começou e quanto tempo demorou para ficar pronta?

RODRIGO – Tudo teve início com minha proposta de pesquisa para o doutorado. Em 2005 iniciei os estudos investigando a possível influência de uma mutação em um gene conhecido como eNOS, um dos mais im-portantes envolvidos na dilatação dos vasos sanguíneos. Após o nosso inédito achado de que os indivíduos portadores do gene mutante apre-sentam vasodilatação prejudicada durante o exercício, e o subsequente prêmio ganho em 2008 como consequência desta descoberta, resolvemos investir e dar continuidade nos estudos. Até o atual momento são oito anos. Interessantemente, a pesquisa não está pronta e, em tom provocati-

vo, provavelmente nunca estará. Sempre iremos encontrar lacunas que nos permitirão continuar investigando.

REVISTA Educação física - Sobre esses reconhe-cimentos e premiações, quais os mais importan-tes para você?

RODRIGO – São reconhecimentos e prêmios cada qual com suas particularidades e dimen-sões que não permitem comparação. Em adição, cada um aconteceu em estágios diferentes da minha vida, momentos em que o desenvolvi-mento pessoal e profissional permitiram aquele acontecimento, aquela conquista. Com relação ao Prêmio Jovem Cientista não há como negar que em termos de expressividade e visibilidade ele é o de superior destaque. Tenho refletido muito neste período pós-prêmio e confesso que minha mente concentra-se em outros quesitos, que não o grau de importância dos reconheci-mentos e prêmios. Fico extramente emocionado quando visualizo o antes e o depois, em termos de crescimento e maturidade nos múltiplos as-pectos da vida. Enfim, ousaria dizer que eu não teria condições para ser o detentor deste prêmio caso não tivesse, além das descobertas genéti-cas, adquirido destreza e aptidão para lidar com as dificuldades. Isso sim é o primeiro lugar na ordem dos tópicos mais importantes.

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MÉRITO CIENTÍFICOO outro Profissional de Educação Física que se destacou no Jovem Cientista 2012 foi Luiz Fer-

nando Martins Kruel. Ele teve seu mérito científico reconhecido e recebeu a menção honrosa. Luiz Fernando é o sexto pesquisador a ganhar reconhecimento nessa categoria, sendo o primeiro da área de Educação Física a recebê-lo.

A categoria menção honrosa se difere das demais premiadas. Nesse caso, o pesquisador não envia nenhum trabalho para concorrer, é a própria organização do evento - Cnpq, Fundação Ro-berto Marinho, Instituto Gerdau e Instituto GE - que analisa quais as áreas que encaminharam trabalhos nas categorias graduado, graduando e ensino médio e solicitam às Sociedades Científicas e entidades de classe que indiquem pesquisadores que preencham os seguintes requisitos: produ-ção cientifica na área do Prêmio; formação de recursos humanos qualificados; liderem grupos de pesquisa na área. Neste ano foram indicados 13 professores pesquisadores das mais diversas áreas e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) selecionou dentre estes, o nome de Luiz Fernando Martins Kruel.

“Acho que um fator importante para conseguir a indicação e o prêmio é que além de preencher os requisitos, tenho desenvolvido junto com o meu grupo de pesquisa modelos de avaliação e prescri-ção de treinamento de baixo custo, de fácil acesso aos profissionais da área. Estes modelos também não têm como único objetivo atletas de alto rendimento, mas também alunos de academias e popu-lações de risco como gestantes, diabéticos tipo 2, dislipidêmicos e idosos”, resume Luiz Fernando.

O pesquisador é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde coor-dena o Grupo de Pesquisa em Atividades Aquáticas e Terrestres, criado em 1986, no qual hoje traba-lham estudantes, entre iniciação científica e pós-doutorado. Interessado em natação desde o início da vida acadêmica, adquiriu experiência em hidroginástica e deepwater, modalidade de caminhada e corrida praticada dentro da água.

Usando equipamentos sofisticados, piscinas com janelas subaquáticas e vídeos, sua equipe avalia o consumo de oxigênio, o treinamento de força, os movimentos fora e dentro da água e a frequência cardíaca, de modo a ajustar a prescrição de treinamento às necessidades e à capacidade de cada pessoa. Com isso, Luiz Fernando desenvolveu métodos de baixo custo e alta eficiência, ao alcance de qualquer profissional de academia com um mínimo de formação. Ele destaca que, dessa forma, é possível popularizar o atendimento personalizado.

Por essas e outras, o grupo coordenado por Luiz Fernando Kruel já é reconhecido como um dos melhores do mundo, ao lado de equipes do Japão e Espanha.

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Desde sua implantação, em 8 de Novembro de 1998, quando foram eleitos os primeiros Conselheiros Federais, o CONFEF vem se debruçan-do sobre uma série de questões fundamentais para atingir seu objetivo de qualidade e ética no desempenho do exercício profissional.

A Educação Física escolar, intervenção tradicional na nossa área, tem recebido atenção especial por conta da compreensão de que a Educação Física escolar é um importantíssimo componente curricular. É sabido que não há educação sem Educação Física. Em que pese essa tese percebe-se, em escala mundial, que a disciplina de Educação Física vem diminuindo sua oferta e presença nas escolas, mesma posição visível no Brasil, princi-palmente após a promulgação da Lei 9.394/96, quando a disciplina deixou de ser obrigatória.

Felizmente por conta do empreendedorismo de alguns abnegados idea-listas em 1998 foi conquistada a regulamentação do Profissional de Educa-ção Física e consequentemente a possibilidade de atuar, nos aspectos legais, pelo resgate da Educação Física. Assim foi com a recuperação da obriga-toriedade da disciplina inserida na Lei 10.328/96. É certo que, não fosse a intervenção do Sistema CONFEF/CREFs, a Educação Física estaria desapare-cendo das escolas, bem como as atividades físicas estariam sendo ministra-das por qualquer pessoa, colocando em risco os alunos e praticantes.

O Sistema CONFEF/CREFs tem agido no sentido da proposição de leis nas esperas Municipal, Estadual e Federal garantindo o direito dos alu-nos à disciplina Educação Física. A Educação Infantil e principalmente o Ensino Fundamental são da responsabilidade dos Municípios razão pela qual se deve envidar esforços no sentido de promulgação de legislação garantidora da disciplina ser ministrada por Profissionais de Educação Física, como Projetos de Lei que já foram aprovados e outros que estão tramitando em alguns Estados, Municípios e no Congresso Nacional, ga-rantindo esse direito aos alunos.

Educação Física Escolar Uma bandeira permanente do Sistema CONFEF/CREFs

A crise que a Educação Física vive não é isolada, mas da educação de uma forma geral - questão amplamente reconhecida por pedago-gos e pesquisadores. Contudo, o Sistema CON-FEF/CREFs, ao longo dos anos de sua existência, vem atuando no sentido de sensibilizar os gover-nos e os parlamentares quanto à relevância da disciplina, promovendo seminários e fóruns no Congresso Nacional, nas Assembleias Legislati-vas e Câmaras Municipais. Distribuindo docu-mentos aprovados nesses eventos às prefeituras e à mídia, bem como procurando sensibilizar os pais quanto ao direito dos filhos a essa disciplina fundamental. O Sistema CONFEF/CREFs desem-penha seu papel de procurar garantir a legalida-de, ou seja, as normas reguladoras para que a disciplina seja ofertada por habilitados.

O Sistema CONFEF/CREFs atua, paralela-mente, junto aos diversos órgãos governamen-tais, parlamentares, judiciário e mídia no sentido de alertar e sensibilizar o quanto a negligência em relação à Educação Física escolar pode gerar impactos negativos na saúde pública e na gestão da saúde. Difundimos o quanto a Educação Fí-sica atrai os jovens para a prática de atividades físicas e esportivas contribuindo para a adoção de um estilo de vida ativo e saudável ao longo de suas vidas.

Infelizmente, apesar do reconhecimento do impacto da Educação Física no desenvolvimento

“É sabido que não há educação sem Educação Física.”

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infantil, a Educação Física escolar, muitas vezes, é marginalizada no sis-tema educativo. Estamos às voltas com algumas Secretarias diminuindo a oferta da disciplina e Prefeituras retirando o Professor de Educação Física do 1° ao 5° ano das salas de aula por uma questão de economia. Estamos denunciando ao Ministério Público tal negligência e os danos que serão causados ao desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. É justo preju-dicar os alunos para que a Prefeitura diminua seu gasto com Educação?

Em que pese o longo período de duração das leis determinando obriga-toriedade da disciplina - duas e até três aulas semanais na escola - a mesma não conseguiu se legitimar no meio escolar e percebe-se que em nível na-cional e internacional a mesma está descaracterizada enquanto disciplina, com baixo status e sem o necessário vínculo político pedagógico no interior da escola. Assim, o esforço e o trabalho são no sentido de mostrar o porquê da sua necessidade nas escolas e a sua relevância social e política.

A educação das crianças e jovens se faz de forma integral. O Homem não é divisível em corpo e espírito, ele forma um todo psíquico e orgânico. Então por que, de modo geral, a disciplina Educação Física está sendo rele-gada a segundo plano nas políticas educacionais? Porque vêm diminuindo o número de sessões semanais e não se tem dado a devida importância da

Educação Física Escolar Uma bandeira permanente do Sistema CONFEF/CREFs

Educação Física escolar do 1° ao 5° ano ser ensi-nada por Professor de Educação Física?

Acreditamos que estes sejam alguns dos fato-res que estão prejudicando sensivelmente o pro-cesso de educação integral, da aprendizagem e de formação global dos alunos de hoje, inclusive aumentado o número de brasileiros sedentários, obesos, estressados e acometidos por doenças cardiovasculares.

Nas palavras do Conselheiro João Batista An-dreotti Gomes Tojal: “Entendemos que a missão ou objetivo principal da Educação Física é pre-parar o ser humano nas dimensões intelectual, cultural e física para uma capacidade de vivên-cia, seja consigo mesmo, com seus semelhan-tes, com o meio ambiente, com equipamentos e materiais. Enfim preparar o indivíduo para que disponha de cultura que lhe permita a adoção de um estilo de vida ativo”.

Ação junto ao CNE

O CONFEF questionou o Conselho Nacional de Educação (CNE) a respeito do Artigo 31 da Resolução CNE/CEB n° 7, de 14 de dezembro de 2010. O artigo determina que “do 1° ao 5° ano, a Educação Física pode estar a cargo do professor de referência da turma ou professores licenciados nos respectivos componentes”.

Em resposta, o CNE encaminhou ofício n° 12/CEB/CNE/MEC 2013 informando que o assunto está sendo tratado na Câmara de Educação Básica.

Em Minas Gerais

O CONFEF protocolizou uma representação junto à Procuradoria da República, para que seja considerado ilegal o artigo 4° da Resolução SEE n° 2253 de 2013 publicado pela Secretaria Estadual de Minas Gerais, por contrariar Le-gislação Federal e Estadual vigentes.

Tal Resolução, em seu artigo 4º, dispõe que “Nos anos iniciais do Ensino Fundamental os componentes curriculares de Educação Física e Educação Religiosa serão ministrados pelo próprio regente da turma, exceto quando na escola já houver professor efetivo ou efetivado”. Desta forma, qualquer professor poderá ministrar as aulas de Educação Físi-ca, contrariando a Lei Federal 9394/96, a Lei Federal 9696/98 e a Lei Estadual 17942/08, além de colocar em risco a segurança e saúde física das crianças, uma vez que, os professores de turma não possuem a qualificação profissional nem o conhecimento das variáveis da Educação Física Escolar.

O Professor de Educação Física ao desenvolver sua ação de ensino no magistério detém o conhecimento relacionado à motricidade humana, necessário para a sua função no processo ensino de Educação Física e, na sua intervenção, aplica esses conhecimentos como fazem os profissionais em outros espaços do mercado de trabalho com objetivos diferentes. Ou seja, o desenvolvimento dessa função educacional só é possível através de um ato profissional, por-tanto exclusivo de um professor que seja Profissional de Educação Física.

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Tênis e Voleibol chegam a quase um milhão de estudantes

A proposta é democratizar o acesso a esses dois esportes com material al-ternativo e uma metodologia de ensino inclusiva e facilitadora entre crianças e jovens de seis a 15 anos.

Uma parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a empresa Guarani Sport com o objetivo de difundir o Voleibol e o Tênis na Educação Física Escolar vem dando o que falar. Primeiro porque o Tênis não está na lista dos esportes mais populares no Brasil e segundo, porque se trata de uma solução peda-gógica aplicada com um material alternativo e acessível, juntamente com uma metodologia de ensino-aprendizagem que possibilita a iniciação aos dois esportes de forma democrática.

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Para Juarez Muller Dias [CREF 000003-G/SC], Professor da UFSC e Coordenador do Núcleo de Estudos em Tênis de Campo, o projeto é uma importante ferramenta para o desenvolvimento cognitivo, psicomotor e da construção da autoestima dos alunos. “É essencial que se trabalhe o espor-te na Educação Física escolar de forma inclusiva”, afirma.

Tudo começou em 2002 com o projeto “Tênis Júnior”, que hoje, está presente em mais de mil escolas e atende quase um milhão de crianças e adolescentes no Brasil. O “Vôlei Júnior” veio como consequência do su-cesso do primeiro projeto. O funcionamento é simples: para implantação, é fornecido o material didático-pedagógico e curso de capacitação.

No caso do Tênis, o curso tem duração de 16 horas/aulas com foco no processo de ensino-aprendizagem. Os materiais fornecidos são: raquetes em cores e tamanhos diferentes para atender alunos com idade entre seis e 15 anos (público-alvo do projeto); redes de nylon; suportes de sustentação; bolinhas tipo soft; apostilhas e recursos audiovisuais com conteúdo para suporte, capacitação e consulta permanente.

Para o Vôlei o kit é similar com materiais pertinentes ao esporte como: apostila e um DVD; bolas de espuma, que não machucam o braço da crian-

ça; mine redes móveis com regulagem de altura e acessórios de coordenação motora como co-nes, escadas, fita elástica e arco de bambolê.

Para o Diretor da Guarani Sport, Marcos Fernando Luiz, “faz uma grande diferença na vida de uma criança, se ela tem acesso a uma Educação Física de qualidade, com professores capacitados, materiais dimensionados para a sua faixa etária e metodologia de ensino adequada”, explica.

O projeto já faz parte da Educação Física escolar em escolas do Brasil inteiro como: rede estadual de Santa Catarina, rede SESI de San-ta Catarina, rede estadual do Ceará, rede SESI de São Paulo, SESC de Santa Catarina, SESC do Pantanal mato-grossense e Amazonas. Mais informações podem ser encontradas nos sites www.projetotenisjunior.com.br e www.proje-tovoleijunior.com.

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O CONFEF promoveu cinco eventos paralelos dos quais participaram mais de duas mil pessoas entre presentes e participações virtuais. Se você não assistiu pode acompanhar tudo através do nosso canal no Youtube.

A cidade de Foz do Iguaçu (PR) esteve movimentada no último mês de janeiro com o já tradicional Congresso Internacional de Educação Física da FIEP que reuniu mais de 2.800 presentes entre profissionais e estudantes do Brasil e de outros países em uma programação composta por cursos, deba-tes, apresentações de trabalhos científicos e troca de experiências, tendo como assunto principal a carreira do Profissional de Educação Física.

Nesta, que foi a 28ª edição do Congresso, o CONFEF marcou pre-sença promovendo cinco eventos: V Fórum de Educação Física Escolar; IV Seminário sobre Valores do Esporte e Educação Olímpica; XI Fórum de Educação Física do Mercosul; II Seminário de Atividade Física na Atenção Básica à Saúde e VII Seminário de Ética do CONFEF. Todos aconteceram paralelamente ao Congresso e reuniram mais de duas mil participantes entre presenças reais e virtuais em torno dos assuntos apresentados e debatidos.

Os desafios da Educação Física Escolar

O V Fórum de Educação Física Escolar, coordenado pela Comissão de Educação Física Escolar do CONFEF (CEFE), foi aberto pelo Presidente da CEFE, Conselheiro Antônio Ricardo Catunda de Oliveira [CREF 000001-

G/CE], que apresentou um histórico da criação da Comissão desde seu início até o reconheci-mento do plenário do CONFEF que percebeu a necessidade de criação da Comissão. A palestra de abertura foi ministrada pelo Presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber, que instigou todos a refletirem sobre a necessidade de definições, ob-jetivos e conceitos até a proposta de uma reen-genharia da atuação dos professores na escola.

A Mesa Temática de Debates 1 abordou a “Proposta de Planejamento Curricular para a Educação Física Escolar” e teve como conferen-cista a Profissional de Educação Física, Maria Helena da Silva Ramalho [CREF 015993-G/SC].

No segundo dia do Fórum realizou-se a apre-sentação da Mesa Temática de Debate 2 com o tema “O Conhecimento do Professor de Edu-cação Física na Escola e a Qualidade das Aulas Ministradas”. Nesta mesa, a conferencista Lilian Messias [CREF 002328-G/PR] apresentou a vi-são do gestor, enquanto Heraldo Simões [CREF 000590-G/CE], o segundo conferencista, mos-trou a visão do professor.

Congresso da FIEP movimenta Foz do Iguaçu

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O último dia foi reservado para a Mesa Temática de Debate 3 com o tema “A Inserção da Educação Física no Plano Nacional de Educação: perspectiva do MEC e do CONFEF” que contou com representantes das duas entidades. O representante do MEC manisfestou apoio às preo-cupações do sistema CONFEF/CREFs e se comprometeu de levá-la às instâncias superiores. Na ocasião, foi reforçada a afirmação da Educação Física como componente curricular obrigatório da Educação Básica em todos os níveis, também foi demonstrado que existe insatisfação dos professores com a não obrigatoriedade de Profissional licenciado em Educação Física na Edu-cação Infantil e séries iniciais, podendo o professor polivalente assumir as aulas. Este fato tem trazido prejuízos no ensino da disciplina notadamente no que se refere à aprendizagem motora das crianças, haja vista a ausência deste conhecimento na formação dos professores polivalentes.

Formação e controle do Exercício Profissional

O XI Fórum de Educação Física do Mercosul, coordenado pelo Presidente da Comissão Es-pecial do Mercosul – CONFEF, Conselheiro Carlos Alberto Oliveira Garcia [CREF 00002-G/RS], teve como objetivo discutir questões que visam melhorar, o atendimento e atenção à qualidade de vida ativa das diferentes camadas que compõem nossa sociedade, sejam crianças, jovens, idosos e tendo sempre como interventor o Profissional de Educação Física. Durante o Fórum, foram promovidas discussões sobre estas questões entre os Profissionais dos Países do Mercosul e América Latina.

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Num dos momentos do Fórum foi apresentada a Palestra do Conselhei-ro João Batista Tojal, sobre o tema: Tratado de Bolonha, quando foi pro-cedida a apresentação dos termos estabelecidos entre os países da União Europeia, e as características da formação profissional proporcionada por esse tratado na EU, e ainda uma análise de sua aplicabilidade em outros países fora da Comunidade Econômica Européia.

Também estiveram na pauta de objetivos a Formação Profissional em Educação Física nos países que compõem o Mercosul; Análise da Legisla-ção específica da área e proposta de mecanismos de controle do exercício profissional para melhor integração; Formação e ocupação no Mercado de trabalho e integração; Trocas de informações e um maior intercambio entre os Profissionais dos Países do Mercosul.

Na abertura do Fórum estiveram presentes o Presidente da FIEP, Almir Adol-fo Gruhn e o Presidente do CONFEF, Jorge Steinhilber. Na ocasião foram apre-sentados relatos sobre a situação dos países da América Latina e da Europa bem como a ampliação da Comissão do Mercosul com representantes dos Países do Mercosul e da América Latina.

Profissional de Educação Física e Saúde

A segunda edição do Seminário de Atividade Física na Atenção Básica à Saúde trouxe em sua programação palestras com renomados profissio-nais da Educação Física que atuam em diversos âmbitos na área da saúde.

No primeiro dia do evento foram ministradas duas palestras: “Academias da Saúde”, por Alexandre Machado Rosa [CREF 052922-G/SP] do Ministério da Saúde; “Responsabilidade civil na Atividade Física e/ou Desportiva”, sob a responsabilidade de Luiz Antonio Stopa [CREF 000206-G/MS]. Para fechar o primeiro dia do evento o Profissional Rony Carlos Las Casas Rodrigues [CREF 008257-G/MG] que é especialista em atenção básica em saúde da família pela Faculdade de Medicina da UFMG apresentou a experiência do Município de Belo Horizonte com as academias da cidade.

No segundo dia do evento foram apresentados dois relatos de experiências. O primeiro foi de Alessandra de Magalhães Cam-pos Garcia [CREF 005083-G/MG] sobre a atuação do Profissional de Educação Física na Unidade Multiprofissional de Promoção à Saúde da Equipe de Transplante Hepático do HC/UFMG. O seguinte foi do pesquisador Rodrigo Gonçalves Dias [CREF 059988-G/SP], vencedor do Prêmio Jovem Cientista Brasileiro, que relatou sua experiência com a pesquisa no campo da Genética, da Cardiologia Molecular e a relação com a atividade física.

No último dia do evento o Profissional de Educação Física, Sidirley de Jesus Barreto [CREF 000131-G/SC] partilhou a experiência da Universidade Regional de Blumenau (FURB) com a atuação da Educação Física na Atenção Básica à Saúde. Outra experiência relatada foi a do Profissional Deivis Frainer [CREF 008381-G/SC] no processo de elaboração e desenvolvimento de um programa de atividades físicas junto ao NASF do Município de Tijucas - SC.

O último tema “Da ideia ao produto: um novo paradigma em educação física e saúde” pelo Profissional José Marques Novo Junior [CREF 095238-G/SP], abordando alguns aspectos da pesquisa em Educação Física e Saúde no que se refere ao uso de

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instrumentos, equipamentos e serviços, avançando para uma proposta de inovação tecnológica, discutindo a importância do empreendedorismo e a necessidade da criação de produtos/serviços para o mercado.

Novo Código Processual de Ética

Depois da implementação do Código Processual de Ética e o funcio-namento em diferentes situações e instâncias, optou-se pela reorganização de um Seminário para facilitar os procedimentos a serem aplicados pelas Comissões Regionais de Ética no Sistema CONFEF/CREFs, e também pelo Tribunal Superior de Ética através do Plenário do CONFEF. Desta forma, o VII Seminário de Ética teve como tema “O Novo Código Processual de Ética do Sistema CONFEF/CREFs: Alterações”.

No primeiro dia da programação, o Conselheiro Federal Lucio Rogério Gomes dos Santos [CREF 000001-G/DF] ficou responsável por “Apresentar as alterações procedidas no Código de Ética do Sistema CONFEF/CREFs”, seguido pelo também Conselheiro Federal João Batista Andreotti Gomes Tojal [CREF 000003-G/SP] que apresentou as “Alterações procedidas no Código de Ética dos Profissionais de Educação Física no Sistema CONFEF/CREFs: História, procedimentos, estatística e resultados”.

No segundo dia a Conselheira Jeane Arlete Márques Cazelato [CREF 000003-G/RS] apresentou o tema: “Análises das Alterações processadas no Código Processual de Ética” e na sequência o também Conselheiro Federal João Batista Andreotti Gomes Tojal fez uma palestra sobre o tema: “Lógica do Caminhar Processual no Sistema CONFEF/CREF”. Durante o Fórum, o Presidente da Comissão Organizadora apresentou os novos Membros da Comissão de Ética do CONFEF, os Conselheiros Federais: Valéria Sales dos Santos e Silva [CREF 000213-G/PE]; Luiza Parente Ri-beiro R. de Carvalho [CREF 000411-G/RJ]; Solange Guerra Bueno [CREF 011236-G/SP]; Ângelo Luis de Souza Vargas [CREF 000007-G/RJ] e Ro-berto Jorge Saad [CREF 000018-G/SP].

No terceiro dia do Seminário foi desenvolvida uma espécie de jurisdra-ma, com o tema: “Apresentação da aplicação do funcionamento das diferen-tes instâncias segundo o Código Processual de Ética”. Nessa oportunidade contou-se com a participação dos novos Membros da Comissão de Ética do CONFEF com a colaboração ainda de Membros da Comissão de Éti-ca do CREF 4/SP, que serviram como atores: Nestor Soares Publio [CREF 005511-G/SP] – Presidente da CEP-CREF4/SP; Pedro Roberto P. Souza [CREF 000259-G/SP] - Conselheiro Regional, Membro CEP; Rodrigo Nuno P. Cor-reia [CREF 025699-G/SP] - Conselheiro Regional, Membro CEP; Marcelo Vasques Casati [CREF 015211-G/SP] –Conselheiro Regional, Membro CEP; Anderson Cadan Patricio Fonseca – Advogado do Departamento Jurídico; Danielle Pivetti Jaloreto – Secretária das Comissões CREF4/SP; Jonatas Fran-cisco Chaves - Advogado, Departamento Jurídico; Sandra de Castro Silva – Advogada, Assessora Jurídica CEP, além da participação do Conselheiro Fe-deral Lucio Rogério Gomes dos Santos, Membro da Comissão Organizadora do VII Seminário de Ética do CONFEF, que funcionou como denunciante.

Valores do Esporte e Educação Olímpica

O Seminário foi organizado e coordenador pelo Presidente do CONFEF e da Academia Olímpica Brasileira, Jorge Steinhilber e teve como objetivo chamar a atenção para a importância da Educação Olímpica no contexto da Educação Física Escolar e do Esporte nas três manifestações: educacio-nal, participação e alto rendimento.

Foram apresentados relatos de atuações, a questão da sustentabilidade e o que está sendo apresentado no Congresso Nacional no sentido de possibilitar o desenvolvimento da Educação Olímpica objetivamente como legado da edição dos Jogos Olímpicos no Brasil em 2016. O even-to, transmitido ao vivo via internet para o Brasil e exterior, contou com a presença de aproxima-damente 90 pessoas presencialmente a cada dia e de 600 pessoas virtualmente.

Na abertura do Fórum, o Presidente do CON-FEF fez uma exposição ressaltando o 150ª ani-versário do nascimento do Barão de Coubertin e do significado deste grande homem no resgate dos Jogos Olímpicos e do Movimento Olímpico. Abordou a questão da falta de planejamento e de programas para os legados socioeducacionais re-lativos aos mega eventos que serão realizados no Brasil e da oportunidade que está sendo perdida. Alertou para esse fato e instigou os participantes e desenvolverem ações, nos respectivos espaços de atuação relacionados à Educação Olímpica.

Bastante interessante foi a palestra apresen-tada pelo Conselheiro Antônio Ricardo Catunda de Oliveira sobre “Educação Física escolar, di-

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Almir Gruhn é reeleito Presidente Mundial da FIEP

A eleição foi realizada durante o 28º Congresso Internacional de Educação Física, realizado em Foz do Iguaçu, onde também ocorreu a Assembleia Geral da Federação In-ternacional de Educação Física (FIEP). No final do evento, com a participação de mais de 100 delegados de 25 países e de todos os Estados do Brasil, foi realizada a eleição que elegeu a nova Diretoria Mundial da entidade. Apenas a chapa Consolidação concorreu. Ela foi com-posta por 50 profissionais de 29 países e en-cabeçada pelo professor Almir Gruhn, que foi reeleito ao cargo máximo da FIEP.

O Presidente reeleito ressaltou que a FIEP está mais fortalecida como instituição. Ele destacou a importância da Federação em dar uma maior atenção ao continente africano e também apresentou o angolano Pedro Agostino como novo Delegado da entidade.

Após a posse, Almir Gruhn falou da satisfação em permanecer à frente da Federação. “Me sinto muito orgulhoso e honrado em poder representar a FIEP mundialmente, entidade esta que em 90 anos, conquistou muitas divisas”. Em todo este período, Almir Gruhn é o oitavo profissional eleito como Presidente Mundial.

minuição da oferta por conta do ENEM/IDEB e prejuízo para as crianças e sua relação com Educação Olímpica”. Foi uma conferência inovadora em razão de uma situação conjuntural em que Secretarias de Educação estão diminuindo a oferta da disciplina Educação Física Escolar para aumentar a de Matemática e Português por conta do Governo brasileiro ter instituído o ENEM e o IDEB, avaliação dos alunos e classificação das escolas em exames de Matemática e Português.

O “Relato de Avanços no Parlamento a respeito da Educação Olímpica” foi apresentado pelo Profissional de Educação Física e Conselheiro Federal Lúcio Rogério Gomes dos Santos, sobre sua atuação e participação junto aos parlamentares no sentido de promover audiências públicas na Comissão de Turismo e Esporte da Câmara para que os mesmos compreendam o sig-nificado do Movimento Olímpico e da Educação Olímpica. Ele apresentou os Projetos de Lei que alguns parlamentares apresentaram instituindo a Se-mana Olímpica com objetivo de que a escola seja envolvida de pronto no Movimento Olímpico e que os alunos possam compreender o significado da realização do evento Rio 2016. Fora isso, relatou as diversas audiências públicas que foram realizadas em alguns Estados em parceria com a Frente Parlamentar da Atividade Física para o Desenvolvimento Humano objetivan-do propagar e difundir o Movimento bem como apresentação de Projetos de Lei nos Estados. Finalizando apresentou a iniciativa do Sistema CONFEF/CREFs ao realizar caminhada em torno do Congresso Nacional lançando o Ciclo Olímpico no Brasil e em seguida audiência com debate a respeito da importância dessa iniciativa e da participação de parlamentares.

Veja no Youtube

Os Fóruns organizados pelo CONFEF foram transmitidos em tempo real pela Internet. Se você perdeu algum ou gostaria de rever os eventos, pode acessar nossa página no Youtube, no endereço: www.youtube.com/Siste-maCONFEFCREFs.

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A vida dos motoristas profissionais de caminhão e ônibus categorias C, D e E nunca mais foi a mesma depois do “Progra-ma Pela Vida”, do Instituto Júlio Simões. Todos os que passam pelas rodovias onde estão instalados os dez trailers do projeto são convidados a parar, alongar-se e assistir o vídeo “Momento Movimento”, elaborado sob consultoria do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF).

O vídeo nasceu da preocupação dos responsáveis pelo Programa, com a alta prevalência de excesso de peso e obe-sidade dos motoristas monitorados. “A rotina das viagens no-turnas, as longas horas dirigindo, a dificuldade com a alimen-tação adequada nas estradas e a falta de exercícios físicos tem agravado cada vez mais esse cenário, mostrando para nós um profissional bastante sedentário”, destaca a coordenadora do Programa Pela Vida, Ana Luiza Zara.

De posse dessa constatação, o Instituto Júlio Simões bus-cou orientação junto ao CONFEF para a produção de um vídeo com dicas de exercícios que os condutores pudessem realizar em suas paradas. Desde abril de 2012 todos os mo-toristas que passaram pelos atendimentos assistiram ao filme e hoje, quase 20 mil condutores podem se beneficiar dessas informações.

No vídeo, um Profissional de Educação Física dá dicas so-bre alongamento e exercícios físicos que podem ser feitos nas paradas ou mesmo dentro da boleia dos caminhões.

O serviço do Instituto Júlio Simões ainda oferece, gratuita-mente, aferição de pressão arterial, teste de acuidade visual, orientações sobre boa alimentação, atividade física e sono de qualidade. A meta do programa é conquistar a adesão dos motoristas profissionais para o acompanhamento mensal do programa, identificados por uma carteira com os dados de saúde registrados. Além de fazer o atendimento, os profissio-nais de saúde coletam informações dos motoristas para um futuro painel de estatísticas epidemiológicas típicas da vida na estrada.

Para 2013, a meta é a redução de peso e de circunferên-cia abdominal dos motoristas atendidos nos retornos. “Acre-ditamos que sem dúvida, o vídeo Momento Movimento será fundamental para melhor ilustrarmos a necessidade do alon-gamento e do exercício físico no dia a dia dos motoristas bra-sileiros”, resume Ana Luiza Zara.

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Momento Movimento: Vídeo orienta motoristas a fazerem alongamento

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O esporte cresce vertiginosamente tanto em suas práticas quanto em número de praticantes. Urge analisar e reanalisar o grau de comprometi-mento e quais políticas públicas estão sendo implementadas, mormente, se estão na direção do que foi apontado, aprovado e deliberado na III Conferência Nacional de Esporte, realizada no ano de 2010.

Os resultados apontaram para investimento no esporte como fator de desenvolvimento humano. A III Conferência indagou qual política pública está sendo aplicada ao esporte e atividade física no Brasil. Com uma ampla participação da sociedade na formulação das mesmas para o esporte e o lazer, apontou nortes para a implementação de ações estratégicas.

O objetivo do Ministério do Esporte ao optar pela realização das Con-ferências Nacionais de Esporte foi modificar a prática vigente das decisões em gabinete – prática ineficiente e contemplando apenas grupos de inte-resse e apadrinhamento político – para uma abordagem plural, democráti-ca e de responsabilidade social.

Contudo, não podemos ficar apenas nas consultas ou nas retóricas, gastar os recursos financeiros do contribuinte com a realização das Con-ferências, ouvir a sociedade e não implementar as propostas oriundas das bases. Temos que romper essa lógica perversa do gasto público.

O que foi implantado?III Conferência Nacional De Esporte

“É preciso que sejam dadas as respostas à sociedade

a respeito dos pontos que foram aprovados na III

Conferência. É necessário ser divulgado o que

foi realizado em cada proposta, ação e meta.

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No entanto, não adianta implementar políticas e projetos que contem-plam apenas os interesses dos que hoje exercem o poder, ignorando as propostas participativas e, em seguida, realizar outra Conferência apenas para simular que está se criando um processo democrático participativo.

É preciso que sejam dadas as respostas à sociedade a respeito dos pontos que foram aprovados na III Conferência. É necessário ser divul-gado o que foi realizado em cada proposta, ação e meta. Em relação às Conferências, devem ser dadas respostas à sociedade a respeito dos pontos aprovados, esclarecendo o que foi implementado, de que forma foi realizado e como isso vai auxiliar na sustentabilidade social. É preciso demonstrar que os recursos despendidos não foram em vão, não ficaram no nível da demagogia.

Infelizmente ouve-se a respeito da ausência de políticas efetivas na área da atividade física e do esporte e na desarticulação entre os órgãos governamentais para contribuir na promoção da saúde e da qualidade de vida através do esporte. Ficou somente na intenção o projeto para elaborar uma política pública e aprofundar o debate a respeito do significado dos desportos educacional, de participação e de rendimento.

A criação do Ministério do Esporte abriu perspectivas e esperanças de que haveria mudanças significativas na área em benefício da sociedade, definições de políticas públicas estruturantes e efetivas.

A III Conferência Nacional de Esporte apontou para a construção de uma política tendo como fundamento o desenvolvimento humano, a inclu-são social, a democratização do acesso ao esporte, a promoção da saúde e equidade social.

Antes que o Governo lance projeto de realização de nova Conferência, é necessário que seja divulgado o que foi realizado e implementado em relação às propostas, ações e metas aprovadas na III Conferencia Nacio-nal de Esportes. Oficio nesse sentido foi encaminhado pelo CONFEF ao Governo Federal e assim que tivermos retorno informaremos aos leitores.

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O Conselho encaminha ofício ao MEC solicitando que o cur-so de graduação/bacharelado em Educação Física não seja ofer-tado na modalidade de Ensino a Distância.

Nos últimos anos, o MEC vem estimulando a disseminação do mode-lo de Ensino a Distância (EAD), com o objetivo de facilitar o acesso, ao nível superior, de estudantes que vivem em locais distantes dos centros universitários – e a Educação Física figura entre os cursos ofertados nessa modalidade de estudo. Entretanto, esse método de ensino seria de todo compatível com a formação de um Profissional de Educação Física?

Tendo em vista essa questão, o Conselho Federal de Educação Físi-ca encaminhou ofício à Coordenadora Geral de Regulação da Educação Superior a Distância, Cleonice Matos Rehem, solicitando que o curso de graduação em Educação Física não seja oferecido na modalidade de En-sino a Distância. No documento, o CONFEF listou problemas inerentes à aplicação da modalidade EAD no curso de Educação Física, sendo o principal deles a falta de ambientes físicos específicos para atividades práti-cas, essenciais no desenvolvimento de competências do futuro profissional: “as disciplinas demandam o uso de ginásios, piscinas, pistas, laboratórios, equipamentos e materiais específicos, recursos humanos especializados e qualificados, além de campos de estágios reais, onde os estudantes possam ter vivências práticas correspondentes ao exercício profissional futuro”, diz o ofício.

Também há incongruência na concepção do curso e na distribuição de vagas, com oferta muito grande de vagas de EAD em localidades que já possuem a modalidade presencial. Um exemplo disso é uma cidade de 42 mil habitantes, que já tem dois cursos de Educação Física presencial, a qual foi disponibilizada mais 2 mil vagas em modalidade EAD. Além disso, os Projetos Pedagógicos dos cursos de Educação Física na modalidade de Ensino a Distância não deixam claro se a formação oferecida é em Licen-ciatura ou Bacharelado. Para completar, há a ausência de docentes / tutores com formação na área, o que resulta na falta de identidade dos docentes com o curso e com o respectivo projeto pedagógico.

Por tudo o que foi exposto, o ofício demonstra ao MEC que as especi-ficidades da formação superior em Educação Física, pelo seu caráter emi-nentemente prático, inviabilizam a realização da formação acadêmica, na sua totalidade, no formato da Educação a Distância. Então, para resguardar o aprimoramento do exercício profissional e a qualidade dos serviços ofe-recidos à sociedade nos diferentes campos de intervenção do Profissional de Educação Física, o CONFEF, por fim, solicitou ao MEC que os cursos superiores em Educação Física, nível de graduação/bacharelado, não sejam ofertados na modalidade.

O Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde, em Seminário re-alizado em março de 2011, também elaborou relatório posicionando-se contra a oferta de cursos de graduação a distância para a área da saúde. O documento pode ser consultado no link confef.com/35.

CONFEF manifesta posição contrária à autorização de EAD

“O CONFEF solicitou ao MEC que os cursos

superiores em Educação Física, nível de graduação/

bacharelado, não sejam ofertados na modalidade

de Ensino a Distância.”

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Perder para ganhar

Em menos de uma semana, a Secretaria de Saúde e Saneamento de Sorriso (MT) Gestão 2009/2012, foi mais uma vez destaque em duas revistas em nível nacional, a primeira foi a Revista Saúde da Família e a outra foi na Revista do CONFEF.

Ambas reportagens deram ênfase nos trabalhos de promoção e prevenção em saúde coletiva desen-volvidos juntamente com NASF, apoio de 100% da Atenção Básica mais Equipes de Saúde da Família que resulta em trabalho de Educação Permanente em Saúde Pública.

E melhor de tudo, desta vez foi na Revista do Conselho Profissional ao qual estou registrada - CONFEF. Será que precisamos falar mais alguma coisa?

Carla Isabela Bonzanini [CREF 001455-G/MT]

Panorama

A matéria “Santos (SP) exige profissional nas academias populares” (Ed.46 página 32 | dezembro de 2012) nos chamou a atenção visto que, é lei, que haja um Profissional de Educação Física nesses locais.

Gostaríamos de informar que São José dos Campos/SP é pioneira no que tange a professores habili-tados nas academias ao ar livre. A prefeitura de São José dos Campos, desenvolve um programa nesse sentido disponibilizando um profissional em cada uma delas.

Assis Infante [CREF 040504 G/SP]

Como encontrar novos talentos esportivos?

Gostaria de parabenizá-los pela excelente matéria sobre novos talentos esportivos e o ambiente es-colar. Concordo plenamente com o que o professor Mauro Betti afirmou, pois nossa disciplina (dentro do âmbito escolar) tem o mesmo objetivo que as demais: criar leitores críticos do mundo (palavras do prof. Marcos Garcia Neira ), sendo assim, se nosso objetivo fosse apenas garimpar talentos esportivos, não haveria justificativa para que nossa disciplina permanecesse no currículo escolar, porque fora dos muros escolares existem outras entidades que realizam esse trabalho, então, que conhecimentos indispensá-veis nossa disciplina estaria ensinando? Cada disciplina se preocupa com uma parcela da realidade e a Educação Física não fica de fora dessa... Devemos entender que as práticas de nossa disciplina vão além do simples tecnicismo (preocupação da área do treinamento esportivo) e esportivisar a Educação Física é restringir seu enorme campo de atuação. Nos preocupamos com a Cultura de Movimento, com o ser humano em movimento, que produz e reproduz significados através dos diversos contextos socioculturais dentro de cada época e resumir a Educação Física escolar apenas a cultura esportiva é roubar de nossos alunos possibilidades de eles se entenderem como parte atuante do processo histórico em que vivem. A Educação Física escolar deve sim se preocupar com as diversas facetas que o esporte possui, deve pos-sibilitar ao aluno que possa ter escolhas, que possa se posicionar perante os fatos e acontecimentos que cercam o meio esportivo e assim opinar de forma consciente, que não seja influenciável e que veja além do que a mídia apresenta. Será que apenas ensinando técnicas e táticas esportivas visando a garimpagem de talentos, nós professores, conseguiremos justificar a presença da Educação Física dentro do ambiente escolar?! É algo muito sério a se refletir.

Jaqueline Siqueira (012478-G/SP)

E-mails para: [email protected] Cartas para: R. do Ouvidor 121, 7º andar, Centro Rio de Janeiro - RJ - CEP 20040-030

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Pilates é discutida pelo CREF2/RS e Crefito 5 A delimitação do Pilates entre Profissionais de Educação Física e Fisioterapeutas foi o assunto de uma

histórica reunião realizada entre o Presidente do CREF2/RS, Eduardo Merino [CREF 004493-G/RS], o Pre-sidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito 5), Alexandre Doval da Costa, e além de vários Coordenadores de fiscalização.

O objetivo foi tratar questões relativas ao Pilates, na tentativa de esclarecer as chamadas “áreas cinzentas”. Segundo Merino, a delimitação entre as profissões muitas vezes é difusa, o que dificulta a fiscalização.

A reunião reforçou os conceitos do Pilates entre os Profissionais de Educação Física e os Fisiotera-peutas. “Demos o primeiro passo para fiscalizações conjuntas a partir de março, além da formação de um grupo de trabalho com profissionais com dupla formação em Educação Física e Fisioterapia visando formalizar um documento com resoluções e definições sobre o tema”, finalizou Merino.

Fonte: CREF2/RS

CREF7/DF participará do 1º Congresso Internacional sobre Saúde da Pessoa com Deficiência

O CRES7/DF confirmou participação no 1º Congresso Internacional sobre Saúde da Pessoa com Defi-ciência que acontecerá em Brasília entre os dias 16 e 19 de maio. O Conselho promoverá cinco eventos: cursos, trabalhos científicos, relatos de experiência, oficinas e conferência sob o tema “Atendimento às Pessoas com Deficiência e Grupos Especiais na Educação Física”.

A programação contará com a realização de atividades simultâneas entre todas as formações de saúde, intercaladas com eventos realizados por cada uma das entidades convidadas.

O Congresso, coordenado pelo Conselho Regional de Odontologia do Distrito Federal (CRO/DF), proporcionará a transdisciplinaridade entre os profissionais de saúde com o objetivo de aprimorar o trata-mento e atendimento das pessoas com deficiência. Várias entidades estão envolvidas.

Fonte: CREF7/DF

Curso de Educação Física da UERN ganha Laboratório de Alfabetização Motora (LAM)

O projeto é bonito e vai oferecer atendimento a crianças entre dois e seis anos de idade que tenham ou não problemas de coordenação motora, postura, hiperatividade, obesidade ou necessidades especiais residentes em Mossoró/RN.

Segundo o chefe do Departamento de Educação Física, Prof. Dr. Humberto Jefferson de Medeiros [CREF 000367-G/RN], o LAM, funcionará como um pro-jeto de extensão da UERN no Curso de Educação Física. “Será um serviço para a comunidade fornecido por uma equipe multidisciplinar, onde a criança possa brincar, resgatando movimentos do cotidiano, com atividades espontâneas e orientadas instigando um espaço facilitador de desenvolvimento, oportunida-des e envolvimento com outras crianças”.

O Professor Dr. Humberto Jefferson de Medeiros, acrescentou que a con-solidação deste espaço se deve muito aos esforços do Prof. Dr. Ruy Jornada Krebs, (UFSM/UDESC), falecido em 2010 e homenageado na noite com a de-nominação do seu nome ao laboratório. A inauguração aconteceu no último trimestre de 2012

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Levantamento do CREF6/MG aponta academias irregulares em Minas Gerais A morte de um adolescente de 15 anos praticante de Muay Thai em uma academia de Belo

Horizonte, levanta a discussão sobre a regulamentação desse tipo de estabelecimento. Segundo o Conselho Regional de Educação Física da 6ª Região – Minas Gerais (CREF6/MG), sete em cada 10 locais do tipo no Estado não têm registro no órgão, um dos requisitos para o funcionamento. O CREF6, responsável por fiscalizar instituições e Profissionais, alerta também que 40% das academias – regularizadas ou não – mantêm professores não registrados.

Levantamento do CREF6/MG identificou em Minas 4.238 academias em funcionamento, número três vezes maior que há 10 anos, quando havia 1,2 mil estabelecimentos. Das academias, 2.938, que representam 69% do total, não tinham o registro no órgão. Na capital, dos cerca de 1 mil unidades encontradas, a metade funciona sem autorização. É esse cadastro que certifica se o estabelecimento conta com estrutura física e competência profissional, exigidas para prestar serviço na área.

“Por lei, o estabelecimento tem que ter um responsável técnico e Profissionais registrados, alvarás sanitário e de localização e funcionamento, vestiários com chuveiros e piso antiderrapante”, afirma o Coordenador do Departamento de Orientação e Fiscalização do CREF6/MG, Willian Pimentel [CREF 012580-G/MG]. Segundo ele, o Conselho abre processos para que esses locais se regularizem e, vencido o prazo, tem encaminhado a questão ao Ministério Público Estadual. “Os estabelecimento estão lesando a sociedade ao funcionar de forma irregular”, afirma Pimentel.

Fonte: Jornal o Estado de Minas

Lideranças do CREF14/GO-TO se reúnem para planejar ações de 2013 Lideranças do CREF14/GO-TO estiveram reunidas no último dia 19 de janeiro, para avaliar as ações

e os resultados dos últimos quatro anos, período em que Tocantins passou a integrar o CREF14/GO-TO. Após avaliarem o trabalho realizado, os avanços, as conquistas e as dificuldades, foi a vez de discutir a organização, distribuição de funções, tarefas e elencar as prioridades. Na pauta, o planejamento para am-pliar e intensificar as ações de orientação e fiscalização da profissão no Estado, visando contribuir com a segurança dos beneficiários e valorização profissional.

Fonte: CREF 14/GO-TO

CREF10/PB-RN se reúne com Secretaria de Saúde da ParaíbaO CREF10/PB-RN esteve reunido com representantes de outros Conselhos Profissionais e o Secretário

Municipal de Saúde da Paraíba, Lindemberg Medeiros. Durante o encontro foram discutidas ações conjun-tas com o objetivo de fortalecer as relações institucionais entre o Município e os Conselhos.

No encontro inédito, também foram discutidos temas como: Educação continuada dos profissionais de saúde da rede municipal, regularização dos profissionais de saúde nos seus respectivos Conselhos, obrigatoriedade de cada profissional apresentar uma certidão negativa anual emitida por seu Conselho, estabelecimento de critérios seletivos para a realização de interdições éticas e a implantação de um fórum semestral para avaliar e analisar as demandas comuns.

Na avaliação do CREF10/PB-RN, a iniciativa da Secretaria é de fundamental importância para uma gestão preocupada em prestar serviços de qualidade a população do município de João Pessoa.

Fonte: CREF10/PB´RN

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CREF11/MS-MT flagra exercício ilegal em Brasnorte (MT) A Seccional do CREF 11 /MS-MT realizou fiscalização em dois Municípios na última semana: Brasnorte

e Tangará da Serra. Durante a operação, em Brasnorte, os agentes do Conselho flagraram uma academia funcionando sem o registro de Pessoa Jurídica junto ao CREF 11, desrespeitando a Lei 6839:80. No mesmo estabelecimento foi verificado que uma pessoa que estava ministrando aulas de musculação também não possuía registro no Conselho. Questionado pelos fiscais, o homem alegou que não tinha graduação em Educação Física, mas que havia feito um curso de Personal Trainer. O fato foi enquadrado como exercício ilegal da profissão e o CREF11 realizou denúncia junto ao Ministério Público.

Em Tangará da Serra, o CREF11 fiscalizou três academias inauguradas recentemente. Dois dos estabe-lecimentos estavam irregulares, sem o registro no Conselho. Foi dado prazo para que as mesmas provi-denciassem a documentação.

Fonte: CREF11/MS-MT

CREF5/PI autua quatro falsos ProfissionaisEm uma ação de fiscalização realizada pela equipe de fiscais do CREF5/CE-MA-PI em nove Municípios

no sul do Estado do Piauí, foram encontradas algumas irregularidades como academias funcionando sem credenciamento, Profissionais em débito com o Conselho e o fato mais grave foi encontrado em acade-mias do município de Picos, onde, foram flagrados leigos exercendo a profissão. Quatro pessoas foram autuadas, sendo o caso registrado junto a 3ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Picos, que tomou as devidas medidas policiais.

CREF3/SC fiscaliza praias de Florianópolis junto com a Polícia Civil

O CREF3/SC realizou Ação Conjunta com o apoio da Secretaria de Segu-rança Pública, nas praias do leste de Florianópolis, nos dias 24 e 25 de janeiro deste ano. A ação teve como objetivo fiscalizar o exercício irregular da profis-são nas modalidades de Surf, Stand Up Paddle e Body Board e foi planejada em função de várias denúncias recebidas durante o ano de 2012.

As Agentes de Orientação e Fiscalização Joana Bastos Matos [CREF 011042-G/SC] e Leandra Capanema Teixeira [CREF 010002-G/SC] e o Asses-sor de Atividades Externas Juliano Prá [CREF 000258-G/SC], acompanhados de dois Agentes da Coordenadoria de Operações Policiais Especiais (COPE), que estavam à paisana, visitaram 12 locais que oferecem as referidas modali-dades em Florianópolis. Dois deles estavam fechados no momento da visita e cinco não apresentaram alvará da Prefeitura.

Fonte: CREF3/SC

Fiscalização do CREF12/PE-AL constata irregularidades em academias de Penedo (AL)

Técnicos do CREF12/PE-AL realizaram ação de fiscalização na cidade de Penedo (AL) e constataram que, de 10 estabelecimentos visitados na cidade, nove estavam irregulares. É a quarta vez que o Município recebe a comitiva de fiscais.

De acordo com o Vice-Presidente da Seccional Alagoas do CREF12/PE-AL, José Carlos Balbino [CREF 000163-G/AL], “a atividade física tem que ser praticada com saúde e segurança. Para isso, deve ser realiza-da sob a coordenação de um Profissional de Educação Física formado e legalmente inscrito no Conselho”, disse. Além disso, o estabelecimento precisa ter condições físicas adequadas para poder funcionar.

Durante as visitas, os Profissionais responsáveis pela fiscalização verificaram se o local tem licença de funcionamento, alvará da vigilância sanitária, registro de Pessoa Jurídica junto ao CREF e se os Profissionais possuem registro Profissional. Caso seja confirmada alguma irregularidade, a academia é autuada e tem um prazo para sanar os problemas.

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Manaus aprova Lei que determina exigência de Profissional de Educação Física para atuar do 1° ao 5° ano

No Município de Manaus (AM), agora é Lei a obrigatoriedade da formação superior em Educação Física para professores que ministram aulas a partir do 1º ano da Educação Infantil ao 5° ano do Ensino Fundamental.

A Lei Municipal Nº 332/12 foi publicada do Diário Oficial do Município no último dia 27 de dezembro de 2012. O Executivo tem 90 dias para regulamentar a Lei.

Em agosto de 2012, o CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR entregou à Câmara Municipal de Manaus o Projeto de Lei. Vetado pela Procuradoria Geral do Município, o PL entrou em votação e, por unanimidade, foi aprovado pelo plenário da Câmara Municipal, obrigando todas as escolas municipais, estaduais e privadas a contratarem professores habilitados em Educação Física a partir de 2013.

Sobre o registro de formados pela UEA no CREF8Após reunião do CREF8/AM-AC-AP-PA-RO-RR com o Reitor da Universidade do Estado do Amazonas

(UEA), José Aldemir de Oliveira, foi deliberado que a Instituição não mais oferecerá o curso de Educação Física na modalidade Licenciatura/Bacharelado conjuntamente. Segundo a Reitoria, o mesmo não se en-quadra nas normas estipuladas pelo Ministério da Educação.

Diante da questão, o CREF8 comprometeu-se em registrar todos os egressos do curso após o reco-nhecimento e autorização do Conselho Estadual de Educação - CEE/AM. “Como ainda não temos o po-sicionamento do CEE/AM, estamos registrando todos os egressos na área de Licenciatura. Logo, quando formos comunicados da decisão favorável do CEE/AM, chamaremos todos os profissionais registrados para alteração de registro”, informa o Presidente do CREF8, Jean Carlo Azevedo da Silva.

Em encontro com o Reitor, foi sugerido, pelo próprio, a assinatura de um termo entre as partes (UEA, CREF8 e CEE/AM). No entanto, no dia da formalização o CEE/AM não se fez presente, levando a Procura-dora Geral, Indra Mara Bessa a solicitar que as demais partes aguardassem o posicionamento do referido Conselho.

“Só estamos aguardando esse posicionamento para chamarmos todos os egressos para atualização do registro. E asseguramos que nenhum egresso da UEA foi impedido de atuar, mesmo que fora da escola, mesmo tendo o registro de Licenciatura, com atuação na Educação Básica”, finaliza Jean Carlo.

No Piauí, professor de Educação Física só com CREF O juiz Federal Márcio Braga Magalhães da 2ª vara do Tribunal Regional da Primeira Regional Federal

da Primeira Região Seção Judiciária do Estado do Piauí, deferiu o pedido de liminar em mandado de se-gurança impetrado pelo CREF5/CE-MA-PI contra o ato normativo do Secretário de Educação e Cultura do Estado do Piauí, objetivando a suspensão do item 12 do edital 003/2012 (Processo seletivo simplificado para cadastro de reserva).

O referido edital exigia como requisito para o cargo de professor de Educação Física - ensino funda-mental do 6º ao 9º ano - escolaridade de “Licenciatura Plena em Educação Física a partir do 5º período”. Porém, Nos termos do art. 1°da Lei n. 9.696/98, o exercício da atividade de Educação Física somente pode ser realizado por profissional formado com registro no CREF. De acordo com a publicação do Tribunal, “o Graduado de Educação Física com Licenciatura é quem detém a capacitação necessária para atuar na Educação Básica e na Educação Profissional, uma vez que a prática de atividades na área do desporto, ainda que na área de magistério (desporto educacional) é exclusiva dos Profissionais de Educação Física. Assim, a escolaridade exigida pelo referido concurso não se encontra, em princípio, amparada nas normas que disciplinam o exercício da atividade do Profissional de Educação Física”.

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IX Jornada SOCERJ de Educação Física em Cardiologia Data: 03 de abril de 2013Local: Centro de Convenções SulAmérica/RJInformações | Inscrições: 30congresso.socerj.org.br

II Encontro Sul Mineiro de Estudos do Movimento HumanoDatas: 05 a 07 de abrilLocal: UFLA - Lavras/MGInformações | Inscrições: www.esumemoh.blogspot.com

54º Encontro Nacional de Atividade Física e Convenção de DançaDatas: 19 a 21 de abrilLocal: Poços de Caldas/MGInformações | Inscrições: www.enaf.com.br

1º Congresso Internacional sobre Saúde para Pessoas com DeficiênciaDatas: 16 a 19 de maioLocal: Centro de Convenções Ulysses Guimarães - Brasília/DFInformações | Inscrições: www.cispod.com.br

Conexão Brasil Saúde - 2º Congresso de Educação Física da FIEP/GODatas: 16 a 19 de maioLocal: Universidade Salgado de Oliveira - Goiânia/GOInformações | Inscrições: www.conexaobrasilsaude.com.br

6° CONPEF - Congresso Norte Paraense de Educação Física EscolarDatas: 21 a 24 de maio de 2013Local: Universidade Estadual de LondrinaInformações | inscrições: www.uel/eventos/conpef

8º Congresso Internacional de Educação Física e Motricidade HumanaDatas: 29 de maio a 1º de junhoLocal: Unesp - Rio Claro/SPInformações | Inscrições: www.rc.unesp.br

23ª Fitness Brasil InternacionalDatas: 30 de maio a 2 de junhoLocal: Santos/SPInformações | Inscrições: www.fitnessbrasil.com.br

27ª JOPEF BrasilDatas: 30 de maio a 2 de junhoLocal: Centro de Convenções de Curitiba/PRInformações | Inscrições: www.korppus.com.br

8º Congresso Carioca de Educação FísicaDatas: 30 de maio a 2 de junhoLocal: Rio de Janeiro/RJInformações | Inscrições: www.congressocarioca.com.br

20ª Convenção BrasilDatas: 13 a 16 de junho de 2013Local: Porto Alegre/RSInformações | Inscrições: www.convencaobrasil.com.br

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Oquer saber...

O CONFEF quer muito saber o que você acha dos seus veículos de comunicação: boletim eletrônico, site, revista etc. Para isso, elaborou algumas pesqui-sas de satisfação. A primeira delas é sobre a Revista Educação Física e tem o objetivo de avaliar projeto gráfico, projeto edi-torial, seções, entre outras questões. Com os resulta-dos da pesquisa poderemos desenvolver um conte-údo mais relevante e interessante para você, leitor. Os Profissionais podem ainda avaliar o conteúdo dos textos através de um endereço na internet disposto

no final de cada matéria, para a classificação de cada conteúdo, individualmente. Haverá também pesquisas específicas para os usuá-rios de Twitter, Facebook, para aqueles que acessam o portal do CONFEF ou que recebem os Boletins Ele-trônicos. Disponibilizamos ainda um link geral, onde os usuá-rios poderão avaliar todos os veículos de uma só vez, além de poderem remeter suas sugestões, críticas e colaborações.

Participe da pesquisa a respeito dos veículos de comunicação do CONFEF

Acesse o link da pesquisa e participe das melhorias que serão implantadas:

www.confef.org.br/pesquisa

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O Profissional de Educação Física tem um conselho para você: Tenha

disposição

para a vida!Tenha

disposição

para a vida!

A prática regular de atividades físicas e esportivas aumenta a disposição para as atividades do dia a dia, mas, quando mal orientadas ou mal executadas,

causam riscos e lesões irreversíveis. Para sua segurança e de sua saúde, procure um Profissional de Educação Física.

www.confef.org.brCONFEF

Sistema CONFEF/CREFsConselhos Federal e Regionais de EDUCAÇÃO FÍSICA

por um Brasil justo e saudável