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por uma cultura de paz e pela ecologia integral Revista Ecologia Integral Impressa em papel reciclado Ano 6 - N.º 29 - R$6,00 Para aprendermos a cuidar da vida em todos os ambientes Foto: Desirée Ruas Educação ambiental Educação ambiental

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por uma cultura de paz e pela ecologia integral

Revista

Ecologia IntegralImpressa em papel reciclado

Ano 6 - N.º 29 - R$6,00

Para aprendermos a cuidar da vidaem todos os ambientes

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Educação ambientalEducação ambiental

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O que é educação ambiental, EAO que é educação ambiental, EAO que é educação ambiental, EAO que é educação ambiental, EAO que é educação ambiental, EA

Algumas def inições de educação ambientalAlgumas def inições de educação ambientalAlgumas def inições de educação ambientalAlgumas def inições de educação ambientalAlgumas def inições de educação ambiental

A trajetória da educação ambientalA trajetória da educação ambientalA trajetória da educação ambientalA trajetória da educação ambientalA trajetória da educação ambiental

Acontecimentos marcantesAcontecimentos marcantesAcontecimentos marcantesAcontecimentos marcantesAcontecimentos marcantes

Pr incípios da EAPrincípios da EAPrincípios da EAPrincípios da EAPrincípios da EA

Educar para transformarEducar para transformarEducar para transformarEducar para transformarEducar para transformar

A prát ica da educação ambientalA prát ica da educação ambientalA prát ica da educação ambientalA prát ica da educação ambientalA prát ica da educação ambiental

Convi tes à ref lexãoConvites à ref lexãoConvites à ref lexãoConvites à ref lexãoConvites à ref lexão

Sugestões de at iv idades didát icasSugestões de at iv idades didát icasSugestões de at iv idades didát icasSugestões de at iv idades didát icasSugestões de at iv idades didát icas

A EA em Belo HorizonteA EA em Belo HorizonteA EA em Belo HorizonteA EA em Belo HorizonteA EA em Belo Horizonte

A EA em Minas Gerais e no BrasilA EA em Minas Gerais e no BrasilA EA em Minas Gerais e no BrasilA EA em Minas Gerais e no BrasilA EA em Minas Gerais e no Brasil

A EA nas escolasA EA nas escolasA EA nas escolasA EA nas escolasA EA nas escolas

Pensar globalmente, agir localmente:Pensar globalmente, agir localmente:Pensar globalmente, agir localmente:Pensar globalmente, agir localmente:Pensar globalmente, agir localmente:

Exemplos de educação ambiental na Escola MunicipalExemplos de educação ambiental na Escola MunicipalExemplos de educação ambiental na Escola MunicipalExemplos de educação ambiental na Escola MunicipalExemplos de educação ambiental na Escola Municipal

Ulysses Guimarães e na Escola da Coopen, BHUlysses Guimarães e na Escola da Coopen, BHUlysses Guimarães e na Escola da Coopen, BHUlysses Guimarães e na Escola da Coopen, BHUlysses Guimarães e na Escola da Coopen, BH

Centros de educação ambientalCentros de educação ambientalCentros de educação ambientalCentros de educação ambientalCentros de educação ambiental

por Deborah Munhozpor Deborah Munhozpor Deborah Munhozpor Deborah Munhozpor Deborah Munhoz

As empresas e a educação ambientalAs empresas e a educação ambientalAs empresas e a educação ambientalAs empresas e a educação ambientalAs empresas e a educação ambiental

por Deborah Munhozpor Deborah Munhozpor Deborah Munhozpor Deborah Munhozpor Deborah Munhoz

Como fazer educação (ambiental )Como fazer educação (ambiental )Como fazer educação (ambiental )Como fazer educação (ambiental )Como fazer educação (ambiental )

por Ana Mansoldopor Ana Mansoldopor Ana Mansoldopor Ana Mansoldopor Ana Mansoldo

Formas de part icipação em todo o Brasi lFormas de part icipação em todo o Brasi lFormas de part icipação em todo o Brasi lFormas de part icipação em todo o Brasi lFormas de part icipação em todo o Brasi l

Educação Ambiental: o novo desafioEducação Ambiental: o novo desafioEducação Ambiental: o novo desafioEducação Ambiental: o novo desafioEducação Ambiental: o novo desafio

por Oscar Alves de Carvalho Júniorpor Oscar Alves de Carvalho Júniorpor Oscar Alves de Carvalho Júniorpor Oscar Alves de Carvalho Júniorpor Oscar Alves de Carvalho Júnior

Informação e art iculação em redesInformação e art iculação em redesInformação e art iculação em redesInformação e art iculação em redesInformação e art iculação em redes

Década da EducaçãoDécada da EducaçãoDécada da EducaçãoDécada da EducaçãoDécada da Educação

para o Desenvolvimento Sustentávelpara o Desenvolvimento Sustentávelpara o Desenvolvimento Sustentávelpara o Desenvolvimento Sustentávelpara o Desenvolvimento Sustentável

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Educação ambientalEducação ambientalEducação ambientalEducação ambientalEducação ambiental

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Para a divulgação da ecologia integral e da cultura de paz, os conteúdos aqui apresentados podem e devem serrepassados adiante. Você pode reproduzir os textos da Revista Ecologia Integral, citando o autor (caso houver)e o nome da publicação da seguinte forma: “Extraído da Revista Ecologia Integral, uma publicaçãoda ong Centro de Ecologia Integral. Informações no site www.ecologiaintegral.org.br”.Fineza enviar-nos cópia do material produzido para o nosso arquivo.

A Revista Ecologia Integral é uma publicação do

Centro de Ecologia Integral, organização não-

governamental, sem fins econômicos, que tem

por finalidade trabalhar por uma “cultura depaz” e pela “ecologia integral”, apoiando e de-

senvolvendo ações para a defesa, elevação e

manutenção da qualidade de vida do ser

humano, da sociedade e do meio ambiente,

através de atividades que promovam a ecologiapessoal, a ecologia social e a ecologiaambiental. A Revista é um dos meios utilizados

para divulgar, informar, sensibilizar e iniciar um

processo de transformação em direção à

ecologia integral e a uma cultura de paz.

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ExpedienteExpedienteExpedienteExpedienteExpediente EditorialEditorialEditorialEditorialEditorialEducar para a sustentabilidade

Revista Ecologia Integral - ISSN 1808-7256Ano 6 - N° 29 - Impressa em novembro de 2006Publicação do Centro de Ecologia Integral - CeiRegistrada no Cartório de Registro Civil dePessoas Jurídicas sob o nº 1093Diretores do Cei: Ana Maria Vidigal Ribeiro e

José Luiz Ribeiro de Carvalho

Editora: Ana Maria Vidigal Ribeiro - MG 5961 JP

Jornalista responsável: Desirée Ruas - MG 5882 JP

Fotografia: Irma Reis, Iracema Gomes e

José Luiz Ribeiro de Carvalho

Projeto gráfico e editoração: Desirée Ruas

Serviços gráficos: Gráfica e Editora O Lutador

Tiragem: 2000 exemplares

Endereço para correspondência:Centro de Ecologia Integral

Rua Bernardo Guimarães, 3101 - Sala 204

Bairro Santo Agostinho - Belo Horizonte

Minas Gerais - Cep: 30.140-083

Telefone: (31) 3275-3602

[email protected]

www.ecologiaintegral.org.br Em respeito ao meio ambiente, a Revista Ecologia Integral é impressa em papel reciclado.

Ana Maria e José LuizDiretores do Centro de Ecologia Integral

Para adquirir uma assinatura da Revista EcologiaIntegral (oito edições), envie cheque cruzado e

nominal ao Centro de Ecologia Integral no valor de

R$48,00 (preço válido até 31/12/2007). Você

também pode efetuar depósito no Banco do Brasil

(Ag: 1629-2 C/C:18377-6) ou Banco Real (Ag: 0181

C/C: 2971626-4) e enviar comprovante para o Centrode Ecologia Integral. Ou solicitar boleta para

pagamento que será enviada pelo correio.

Desde 1965, quando foi mencionada pela primeira vez, numaConferência de Educação da Universidade de Keele, na Inglaterra, aeducação ambiental passou a ter importância crescente, especialmentepor mostrar às pessoas que o planeta se constitui de uma rede intrincadade relações entre todos os seres, e que o equilíbrio dessas relações éfundamental para a continuidade da vida.

É importante refletir sobre o fato de que a fragmentação a que chegamosfoi tamanha que foi necessário criar um novo tema dentro da educação,responsável por nos lembrar que a vida não é feita de compartimentosestanques, mas que tudo tem a ver com tudo, e que nós, seres humanos,somos somente um dos fios do emaranhado da teia planetária. Assim, opapel da educação ambiental é fundamental. Nela, a superficialidade nãotem lugar e o exemplo e a prática são os principais pilares.

O educador ambiental é antes de mais nada um idealista, atuando nasterras áridas de um materialismo doentio. Tem pela frente muitos desafios:procurar ser coerente; propiciar reflexões; incentivar mudanças de hábitose atitudes; promover o exercício da cidadania; despertar o sentimento depertencimento; conseguir que da informação e do conhecimento broteuma ação concreta; estimular a criatividade na busca de novos caminhos;mostrar como mudar o olhar, como compreender a teia da vida, comorespeitá-la e como ajudar na sua restauração.

Assim, este número da Revista Ecologia Integral é dedicado aosverdadeiros educadores ambientais, que mudaram o seu olhar e o seu agir,mostrando que é possível uma relação harmoniosa do ser humano com anatureza, e que a sustentabilidade da vida se faz, principalmente, com aspequenas ações do cotidiano.

Um grande abraço a todos.

Revista Ecologia Integral n°29

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Amalé - Grupo de Divulgação dasManifestações Folclóricas

Juiz de Fora/MGwww.grupoamale.org.br

Centro de Ecologia Integralde Jequitinhonha/MG

Tel.: (33) 3741-1107 (Frei Pedro)

Centro de Ecologia Integralde Pirapora/MG

Tel.: (38) 3741-7557 (Delvane)

Gráfica e Editora O LutadorTel.: (31) 3441-3622www.olutador.org.br

Instituto Renascer da ConsciênciaTel.: (31) 3296-3864

www.institutorenascer.org.br

Projeto O Sal da [email protected]

Sociedade Brasileira Vegetariana (BH)[email protected]

Quatro Cantos do MundoTel.: (31) 9111-9359 (Carolina)

[email protected]

Rede Mineira de Educação AmbientalTel.: (31) [email protected]

Trilhas D’Água Passeios EcológicosTels.: (31) 3295-6546/9985-3185 (Evaldo)

[email protected]

Universidade Internacional da PazUnipaz-MG

Tel.: (31) 3297-9026www.unipazmg.org.br

Unipaz - AraxáTels.: (34) 3661-3199 (Homero)

Vibra Mais - Vida à Bacia do RibeirãoArrudas, Meio Ambiente e Integração Social

Tels.: (31) 3393-2659 (Selma) (31) 3467-2275 (Joana)

Atuais parceirosAtuais parceirosAtuais parceirosAtuais parceirosAtuais parceiros

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Conheça as dimensões daConheça as dimensões daConheça as dimensões daConheça as dimensões daConheça as dimensões daecologia integralecologia integralecologia integralecologia integralecologia integral

iA ecologia pessoalvisa a saúde física, emocional, mental e espiritual do ser humano como

estratégia fundamental para o desenvolvimento da paz e da ecologia

integral.

A ecologia socialbusca a integração do ser humano com a sociedade, o exercício da

cidadania, da participação e dos direitos humanos, a justiça social, a

simplicidade voluntária e o conforto essencial, a escala humana, a cultura

de paz e não-violência, a ética da diversidade, os valores universais, a

inclusividade, a multi e a transdisciplinaridade.

A ecologia ambientalobjetiva a integração do ser humano com a natureza facilitando o processo

de conscientização e sensibilização no sentido da redução do consumo e

do desperdício, do incentivo à reutilização e à reciclagem dos recursos

naturais, bem como da preservação e defesa do meio ambiente e de

sociedades sustentáveis.

Como é utilizado o conteúdo da Revista Ecologia Integral?“Os conteúdos da Revista Ecologia Integral têm sido utilizados, pelos técnicos daequipe de educação ambiental da Superintendência Regional de Ensino de CampoBelo, nas conferências infanto-juvenis realizadas nas escolas, e em outros eventoscomo seminários e encontros.”Míriam Lúcia Martins - Analista da Educação BásicaSuperintendência Regional de EnsinoCampo Belo - MG

“A Revista Ecologia Integral é de grande valia para uso nas aulas interdisciplinares.Os professores utilizam-na em suas aulas e os alunos ampliam seus conhecimentosatravés das pesquisas realizadas na Revista.”Sâmia Silva - DiretoraEscola Municipal de Ensino EspecialCapinópolis - MG

“O projeto de arborização desenvolvido pela escola utilizou a Revista EcologiaIntegral para trabalhar a conscientização, promovendo uma cultura de cooperaçãoe integração com o meio ambiente. (...) A Revista aborda temas atuais e de granderelevância para nossos alunos, professores e funcionários, pois mostra que nossasações são decisivas para a promoção da cultura de paz e da qualidade de vida.”Maria Aparecida Medeiros - DiretoraEscola Estadual Benedita Conceição RoquetteBuritizeiro - MG

Revista Ecologia Integral n°29

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ObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioAquecimento global Risco de desertificação

Planeta Terra

Segundo estudos da Nasa, a agência espacial norte-americana, a Terra aquece 0,2ºC por década. Nos últimos30 anos, o planeta esquentou 0,6ºC, o que eleva para0,8ºC o total de aquecimento anormal observado no século20. Isso faz com que a temperatura média atual seja amaior dos últimos 12 mil anos.

Entre as principais causas do aquecimento global estãoa queima de combustíveis fósseis (petróleo e derivados ecarvão mineral) que movimenta a economia do planeta,e o desmatamento das florestas tropicais.

Aproximadamente um terço do mundo será desertoem 2100, segundo relatório do Centro Hadley para oPrognóstico e as Pesquisas sobre o Clima, vinculado aoEscritório Meteorológico do Reino Unido. É a primeiravez que se quantifica o risco de desertificação induzidopela mudança climática.

O relatório completo foi levado pelo governo britânicoàs conversações sobre o Protocolo de Kyoto queaconteceram na 12a Conferência das Nações Unidas sobreClima, realizada em Nairóbi, no Quênia, em novembro.

Uma exposição itinerante percorreu nove capitaisbrasileiras divulgando os dados do relatório “Mudançasdo Clima, Mudanças de Vida - Como o Aquecimento Globaljá Afeta o Brasil”, da organização não-governamentalGreenpeace.

O levantamento, que inclui pesquisas de universidadese órgãos ambientais nacionais e internacionais, mostracomo o efeito estufa está afetando cada uma das regiõesbrasileiras e como seria o futuro do Brasil com o aumentoglobal das temperaturas.

Ciclones tropicais, aumento do nível do mar, mudançasna agricultura e secas são algumas das previsões para oBrasil nas próximas décadas por causa do aquecimentoglobal.

Alterações climáticas

Ameaça aos oceanosNos últimos anos, houve uma diminuição da

contaminação por petróleo e seus derivados e porPoluentes Orgânicos Persistentes - substâncias químicasnão-biodegradáveis que se acumulam nos organismosvivos através da cadeia alimentar. Entretanto, as águasnão tratadas que chegam aos oceanos são hoje uma dasmaiores ameaças aos ecossistemas marinhos. Segundorelatório da Organização das Nações Unidas, “O estadodo meio ambiente marinho”, elaborado pelo Programadas Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, maisda metade das águas que chegam ao Mediterrâneo estãosem tratamento, enquanto na América Latina e no Caribeo número se aproxima de 85%. A contaminação acontecedevido ao aumento das populações litorâneas e à faltade infra-estrutura para o tratamento adequado dosresíduos. Calcula-se que 80% da poluição marinha tenhaorigem em terra.

Poluição e saúdeSegundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, a

poluição atmosférica mata dois milhões de pessoasanualmente, com mais da metade dessas mortesocorrendo em países em desenvolvimento.

Reduzir o tipo de poluição conhecido com PM10 -matéria particulada menor que 10 micrômetros - poderiasalvar até 300.000 vidas a cada ano. A poluição PM10 éprovocada, principalmente, pela queima de combus-tíveis, fósseis ou de outros tipos. As partículas são tãopequenas que escapam dos filtros naturais do nariz e dagarganta, e vão parar nos pulmões, onde provocamproblemas de saúde.

O aumento das populações litorâneas contribuipara a poluição dos oceanos

Foto: Luciene Gomes

Revista Ecologia Integral n°29

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Situação do cerrado em Minas

Meio ambiente

Entre 2003 e 2005 foram devastados 92,5 milhectares de cerrado em Minas Gerais, segundo omapeamento e inventário da flora nativa e dosreflorestamentos de Minas Gerais, elaborado pelaUniversidade Florestal de Lavras, Ufla, e pelo InstitutoEstadual de Florestas, IEF. O cerrado ocupa um quartodo território nacional e 32% de Minas Gerais. Nasúltimas décadas, a agricultura vem substituindo ocerrado, desalojando sua fauna e destruindo sua flora,e provocando graves impactos ambientais.

Uso da energia solarO aquecimento solar pode se transformar em política

pública em Belo Horizonte. Dois projetos de lei foramdebatidos durante o seminário Cidades Solares, umainiciativa para promover o uso da energia solar através doplanejamento urbano em várias cidades do Brasil. BeloHorizonte é a cidade brasileira com maior volume desistemas de aquecimento solar instalado.

O uso da energia solar para o aquecimento de águarepresenta, no orçamento familiar, a redução média de 25a 30% na conta de luz das residências. Em termoscomparativos com outras fontes de energia, cada metroquadrado de coletor instalador equivale a 215 quilos delenha, 55 quilos de gás de botijão, 73 litros de gasolina e56 metros quadrados de terras inundadas para geração deenergia hidrelétrica.

Deserto verde é o nome dado às monoculturasde eucalipto, destinadas normalmente às in-dústrias de papel e madeira. Especialistas emmeio ambiente afirmam que este tipo de culturaprovoca degradação ambiental, pois substitui aplantação nativa por grandes áreas de eucalipto,destruindo a biodiversidade por onde avança.

Ambientalistas alertam: o cultivo de eucaliptoé uma monocultura como outra qualquer - nãose trata de reflorestamento. Só é reflorestamentose for feito o plantio de espécies nativas.

Apesar dos impactos destas plantações, osgovernos continuam apoiando tais monoculturas,através de subsídios, isenções tributárias, créditosbrandos, concessões de terras e outros meca-nismos de promoção.

Desertos verdes

Pela primeira vez, um estudo pretende mapear a faunada bacia hidrográfica do Rio São Francisco. O estudo visaidentificar e estudar as espécies da região, verificando quaisestão criticamente ameaçadas de extinção, a fim de quesejam realizados projetos para a conservação da biodi-versidade da bacia. Esta é a primeira fase das análises quetem duração de dois anos e previsão orçamentária de cercade R$ 2 milhões. Serão estudados os predadores naturais,com ênfase em carnívoros; primatas brasileiros; répteis eanfíbios e aves silvestres.

Rio São Francisco

ObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatório

Fauna da bacia do Rio São Francisco está sendo mapeada

Foto: José Luiz

Revista Ecologia Integral n°29

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Cidadania

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Mais de 218 milhões de crianças no mundotrabalham, segundo a Organização Internacionaldo Trabalho, OIT. O trabalho infantil atinge, naAmérica Latina e Caribe, 5 em cada 100 crianças.No Brasil, são mais de 2,2 milhões da populaçãoentre 5 e 14 anos, somando aproximadamente 6,8%do total de crianças.

Só para se ter uma idéia dos recursos quepoderiam ser investidos a favor das crianças e contrao trabalho infantil: com 11 bilhões de dólares seriapossível garantir a educação de todas as criançasdo planeta, valor correspondente a apenas 2% dosgastos militares no mundo.

Combate ao trabalho infantil

A aprovação da Lei Orgânica de Segurança Alimentar,Losan, em setembro de 2006, representou o primeiropasso para dar respaldo legal ao direito à alimentação,assim como acontece com a saúde, cuja Lei Orgânicadata de 1990 e instituiu o Sistema Único de Saúde. Ospassos seguintes são a regulamentação e a implantaçãoda Losan.

A Losan estabelece como obrigação do governobrasileiro a garantia, proteção, fiscalização e avaliaçãoda realização do direito humano à alimentação por meiode políticas de promoção da segurança alimentar enutricional. A norma define a segurança alimentar como“a realização do direito de todos ao acesso regular epermanente a alimentos de qualidade, em quantidadesuficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidadesessenciais, tendo como base práticas alimentares promotorasde saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejamambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis”.

Segurança alimentar

ObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatórioObservatório

Falta de águaA falta de água de qualidade é uma realidade para

5,33% das crianças e adolescentes no Brasil e 13,95% doscidadãos brasileiros com menos de 18 anos de idade vivemsem esgotamento sanitário, segundo relatório do Fundodas Nações Unidas para a Infância, Unicef. Os dadostambém apontam para as desigualdades relacionadas àrenda ou raça. Enquanto o número de crianças e adoles-centes negros sem acesso a este serviço com qualidade éde 7,85%, o percentual entre as crianças e adolescentesbrancos é de 2,59%.

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- Fins de semana ecológicos- Fins de semana ecológicos- Fins de semana ecológicos- Fins de semana ecológicos- Fins de semana ecológicos preparados especialmente para o CEI (Parques Estaduais e Nacionais, Estrada Real - Circuito do Ouro, Cidades Mágicas do Sul de Minas, entre outros).

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Assinantes da Revista Ecologia Integral e colaboradores do CEI têm descontos especiais.

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Segurança alimentar é o acesso a alimentos dequalidade e em quantidade suficiente

Foto:Irma Reis

Revista Ecologia Integral n°29

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O que é educação ambiental?

Revista Ecologia Integral n°29

Quando se fala em educação ambiental, muitos pensam somenteem aulas sobre a importância da preservação da biodiversidade, dacoleta seletiva de resíduos e da economia de água e energia. Nãoincluem o próprio ser humano e os variados tipos de ambientes queele cria e habita e suas relações.

Educação ambiental é um vocábulo composto por um substantivoe um adjetivo, que envolvem, respectivamente, o campo da educaçãoe o campo ambiental. Educação tem sua origem no verbo latinoeducare, que significa ação de criar, nutrir, cuidar, cultivar,transformar... Ambiental é relativo ao ambiente, a tudo aquilo quenos rodeia ou envolve por todos os lados: pessoas, animais, vegetais,objetos, construções, ações, sentimentos, pensamentos, costumes,instituições, organizações, etc. É como uma grande teia, com todosos seus fios interdependentes.

A educação ambiental tem como objetivo despertar nas pessoas acapacidade de ver e entender os ambientes em que estão inseridoscom um olhar crítico, e de perceber a inter-relação e ainterdependência de tudo que existe. Incentiva a adoção de posturasmais éticas e novos valores perante a vida, buscando a participaçãoe o trabalho coletivo para a prevenção e a resolução dos problemasde cada ambiente.

Nesse sentido, qualquer pessoa que já tenha despertado para estenovo olhar e se identifique com este ideal poderá se tornar umeducador ambiental. Quem gosta e tem a oportunidade de trabalharcom algum grupo de pessoas - seja no clube, na igreja, na associaçãode bairro, no local de trabalho, no condomínio - pode incentivareste novo olhar sobre o mundo que nos rodeia, contribuindo assimpara a mudança em direção a uma sociedade sustentável, onde o serhumano poderá viver de forma mais harmoniosa com os outros serese com o planeta.

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Algumas definições de educação ambientalEm 1976, na Conferência Sub-regional de Educação

Ambiental para a Educação Secundária, que aconteceuem Chosica, no Peru, foi deliberado que “a EducaçãoAmbiental é a ação educativa permanente pela qual acomunidade educativa tem a tomada de consciência desua realidade global, do tipo de relações que os homensestabelecem entre si e com a natureza, dos problemasderivados de ditas relações e suas causas profundas. Eladesenvolve, mediante uma prática que vincula oeducando com a comunidade, valores e atitudes quepromovem um comportamento dirigido à transformaçãosuperadora dessa realidade, tanto em seus aspectosnaturais como sociais, desenvolvendo no educando ashabilidades e atitudes necessárias para dita trans-formação”.

Um ano depois, durante a I Conferência Intergo-vernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, naGeórgia (ex-URSS), educação ambiental foi definidacomo “uma dimensão dada ao conteúdo e à prática daEducação, orientada para a solução dos problemasconcretos do meio ambiente, através de enfoquesinterdisciplinares e de uma participação ativa eresponsável de cada indivíduo e da coletividade”.

A Unesco, em 1987, definiu que “educação ambientalé um processo permanente no qual os indivíduos e acomunidade tomam consciência do seu meio ambientee adquirem conhecimentos, habilidades, experiências,valores e a determinação que os tornam capazes de agir,individual ou coletivamente, na busca de soluções paraos problemas ambientais, presentes e futuros”.

No capítulo 36 da Agenda 21, a educação ambientalé definida como processo que busca “desenvolver umapopulação que seja consciente e preocupada com o meioe com os problemas que lhe são associados. Umapopulação que tenha conhecimentos, habilidades,atitudes, motivações e compromissos para trabalhar,individual e coletivamente, na busca de soluções paraos problemas existentes e para a prevenção dos novos”.

No Brasil, a Lei Federal nº 9.795, de 27 de abril de1999, que instituiu a Política Nacional de EducaçãoAmbiental, em seu artigo 1°, a define como “o processopor meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes ecompetências voltadas para a conservação do meioambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadiaqualidade de vida e sua sustentabilidade”.

A educação ambiental estimula uma novaforma de olhar os ambientes que nos cercam

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O ser humano deve assumir a responsabilidade de preservar oplaneta em respeito à atual e às futuras gerações

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A trajetória da educação ambientalA educação ambiental, EA, como processo educativo,

surgiu e se desenvolveu como parte do movimentoambientalista e da conscientização gerada acerca dosproblemas ambientais globais. Além de conscientizar apopulação sobre questões como o desmatamento,poluição, perda da biodiversidade, era preciso refletirsobre os caminhos possíveis para a reversão daquelequadro no presente e no futuro e a educação foi a saídaencontrada. Educar para preservar.

A primeira finalidade da EA foi a proteção do ambientenatural com a diminuição das interferências humanasnegativas sobre o meio como a poluição do ar, das águas,dos solos, etc.

Em um segundo momento, a educação ambiental foise aprimorando e os educadores ambientais perceberamque uma abordagem ampla dos problemas erafundamental. Não é possível educar para a defesa da

floresta se a rua onde o educando mora não é preservada.Todos os ambientes precisavam ser cuidados.

Em um terceiro momento, a visão holística de quetudo interfere em tudo amplia o conceito de ambientetambém para o social e o pessoal. É preciso cuidar dasrelações sociais e do “ambiente” que é cada ser humano.

Cuidar do ambiente é cuidar da nossa casa, ou melhordas nossas casas: do planeta Terra, do país, da cidade, dobairro, da escola, da rua, da residência, do quarto, dafamília, das relações sociais... É uma visão de educaçãoambiental que nasce dentro da ecologia integral, queenvolve as dimensões das ecologias pessoal, social eambiental. Este é um conceito de educação ambientalfácil de ser entendido mas certamente difícil de serexercitado pois depende da nossa vontade e da nossadisposição para encarar estes vários desafios na buscapela paz entre todos os seres.

“Conta-me eeu vou esquecer;

Mostra-me eeu vou lembrar;Envolva-me e

eu vou entender.”Confúcio

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Foto: Alice Okawara

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No mundo1965 - Na Conferência em Educação, realizada em Keele,na Inglaterra, a expressão educação ambiental (em in-glês, environmental education) foi ouvida pela primeiravez, e levantada a necessidade da mesma se tornar parteessencial da educação de todos os cidadãos.1970 - Os Estados Unidos aprovaram a primeira lei sobreeducação ambiental.1971 - O Programa Internacional da Unesco sobre oHomem e a Biosfera lançou as bases científicas para autilização de recursos naturais, introduzindo a impor-tância da Biosfera.1972 - O Clube de Roma iniciou discussões a respeito dapreservação dos recursos naturais do planeta Terra epublicou a obra “Os Limites do Crescimento”. Relacio-nava quatro grandes questões que deveriam ser solucio-nadas para que se alcançasse a sustentabilidade: ocontrole do crescimento populacional, o controle docrescimento industrial, a insuficiência da produção dealimentos e o esgotamento dos recursos naturais.1972 - A Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano,realizada em Estolcomo, na Suécia, fomentou em âmbitomundial a preocupação com os problemas ambientais,reconhecendo-se a necessidade do desenvolvimento deuma educação ambiental.1975 - Seminário Internacional sobre Educação Ambientalaconteceu em Belgrado, na ex-Iugoslávia, atual Sérvia.1977 - A I Conferência Intergovernamentalsobre Educação Ambiental de Tbilisi, naGeórgia, ex-URSS, reconheceu, em âmbitomundial, a necessidade de se desenvolverprogramas ambientais. Para isso, apresen-tou 41 recomendações com as diretrizes quemostram a importância da interdepen-dência dos fatores econômicos, sociais,políticos e ecológicos e a necessidade dese conscientizar todos os segmentos dasociedade, para uma ação conjunta embusca de soluções globais para a problemá-tica ambiental.1987 - Congresso Internacional sobreEducação e Formação relativas ao MeioAmbiente, realizado em Moscou, na Rússia.

Acontecimento marcantes1992 - A Conferência das Nações Unidas sobre o MeioAmbiente e Desenvolvimento, a Rio-92, reforçou asrecomendações de Tbilisi, propondo entre outras medidasa promoção do ensino, da conscientização e dotreinamento. Nesta conferência foi proposta areorganização do ensino e a EA foi incorporadadefinitivamente como processo indispensável no caminhodo desenvolvimento sustentável.(Agenda 21, capítulo 36)

No Brasil1988 - A Constituição Federal do Brasil, promulgada em1988, estabeleceu que ao poder público cabe promovera educação ambiental em todos os níveis de ensino e aconscientização pública para a preservação do meioambiente.1996 - A Lei n° 9.394 de Diretrizes e Bases da Educaçãoreafirmou os princípios definidos na Constituição,relativos à educação ambiental: “a educação ambientalserá considerada na concepção dos conteúdos curricularesde todos os níveis de ensino, sem constituir disciplinaespecífica, implicando desenvolvimento de hábitos eatitude sadias de conservação ambiental e respeito ànatureza, a partir do cotidiano da vida, da escola e dasociedade”.1999 - É promulgada a Lei n° 9.795 que instituiu a PolíticaNacional de Educação Ambiental definindo as bases parao Sistema Nacional de EA, o SISNEA.

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Após a Conferência Rio-92, os problemasambientais ganharam mais visibilidade

Ilustração: Emidio

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Princípios da educação ambiental

1. A educação é direito de todos; somostodos aprendizes e educadores.

2. A educação ambiental deve ter comobase o pensamento crítico e inovador,promovendo a transformação da socie-dade.

3. A educação ambiental é individual ecoletiva. Tem o propósito de formar cida-dãos com consciência local e planetária.

4. A educação ambiental não é neutra,mas ideológica. É um ato político.

5. A educação ambiental deve envolveruma perspectiva holística, enfocando arelação entre o ser humano, a naturezae o universo de forma interdisciplinar.

6. A educação ambiental deve estimular a solidariedade,a igualdade e o respeito aos direitos humanos, valendo-se de estratégias democráticas.

7. A educação ambiental deve tratar as questões globaiscríticas, suas causas e inter-relações em uma perspectivasistêmica, em seu contexto social e histórico.

8. A educação ambiental deve facilitar a cooperaçãomútua e eqüitativa nos processos de decisão, em todosos níveis e etapas.

9. A educação ambiental deve recuperar, reconhecer,respeitar, refletir e utilizar a história indígena e culturaslocais, assim como promover a diversidade cultural,lingüística e ecológica.

10. A educação ambiental deve estimular e potencializaro poder das diversas populações, promovendooportunidades para as mudanças democráticas de baseque estimulem os setores populares da sociedade.

O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Globalredigido pelo Fórum Global das Organizações Não-governamentais, durante a Rio-92, é ummarco referencial da educação ambiental, no qual são definidos os seguintes princípios decompromisso com mudanças nas dimensões individuais e estruturais, tendo em vista o estabelecimentode sociedades sustentáveis:

11. A educação ambiental valoriza as diferentes formasde conhecimento. Este é diversificado, acumulado eproduzido socialmente.

12. A educação ambiental deve ser planejada paracapacitar as pessoas a trabalharem conflitos de maneirajusta e humana.

13. A educação ambiental deve promover a cooperaçãoe o diálogo entre os indivíduos e instituições com afinalidade de criar novos modos de vida, baseados ematender às necessidades básicas de todos os indivíduos.

14. A educação ambiental deve integrar conhecimentos,aptidões, valores, atitudes e ações.

15. A educação ambiental deve ajudar a desenvolver umaconsciência ética sobre todas as formas de vida com asquais compartilhamos este planeta, respeitar seus ciclosvitais e impor limites à exploração dessas formas de vidapelos seres humanos.

A educação ambiental tem o propósito fundamental de mostrara interdependência dos aspectos biológicos e físicos e das

dimensões socioculturais, econômicas e éticas da vida

Foto: Irma Reis

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Não existe uma receita pronta do que seja fazer educação ambiental. O educadorambiental deve procurar, de acordo com a realidade local e com o grupo queestiver trabalhando, a melhor forma de promover a reflexão e a ação sobre atemática socioambiental

Tipos de educação ambientalFormal: é aquela que acontece dentro da escola.Informal: é aquela que acontece fora da escola, sejanas empresas, nas associações comunitárias, nasigrejas, através de cursos, oficinas, passeios, visitas,englobando um público bem variado em faixa etária,nível de escolaridade, nível de conhecimento daproblemática ambiental, etc.No cotidiano, a educação ambiental também acontecede forma espontânea, em locais e momentos nãoplanejados como no supermercado, na fila do banco,na pracinha perto de casa, no elevador. Sempre queconversamos sobre as questões socioambientais etrocamos nossas experiências com outras pessoasestamos praticando educação ambiental.

Educar para transformar

Educar é certamente uma tarefa complexa que envolveesforço e vontade do educador e do educando, que atodo momento trocam de lugar na relação deaprendizado. Conhecer as letras, aprender a ler, conheceros números, aprender as operações fundamentais, saberescrever um texto, ler uma placa, ler um livro. Desde omomento em que uma pessoa é alfabetizada, ela ganhao passaporte para a leitura do mundo. Mas é precisoaprender a ler o ambiente que nos cerca.

Perceber o que podemos fazer para a melhoria donosso ambiente. Esta é a função da educação ambiental:ensinar a mudar, a melhorar, a resolver problemas...

Educar para transformar reflete o elemento centralda pedagogia criada pelo educador e escritor Paulo Freire(1921-1997), que acreditava que a educação só cumpririaa sua função fundamental, a humanização de mulherese homens, caso se transformasse em ferramenta demudança social.

Para Freire, a educação sozinha não revoluciona asociedade, mas ela pode transformar pessoas para seengajarem nessa tarefa. Educar, na linguagem freiriana,

Dentro ou fora da sala de aula, a diversidade entre os participantesde um grupo de educação ambiental enriquece o trabalho dofacilitador

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é o duplo movimento da existência humana de “ler etransformar o mundo”.Para conhecer mais sobre a obra do educador, visite ossites www.paulofreire.org e www.paulofreire.org.br

Foto: Alice Okawara

O teatro e a dança são formas de expressão artísticaque podem ser utilizadas em atividades de educaçãoambiental

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Nada de imposição. A prática pedagógicadeve ser construída de forma participativa.

As idéias e os saberes de cada participantedevem ser valorizados, pois o conhe-cimento é sempre uma produção social ecoletiva.

Uma comunicação aberta e segura entreas pessoas deve ser incentivada. Destaforma cada um se sentirá mais dispostopara expressar seus desejos e sentimentos

Contação de históriasUma forma divertida e prazerosa de se promovera sensibilização para um determinado tema éatravés de histórias. Quando o educador contauma história para um grupo, ele permite areflexão sobre situações e valores de formalúdica e envolvente. O contador de históriasprecisa escolher uma narrativa que sejaadequada ao público e aos objetivos pretendidos.O cuidado com a narração também éfundamental para prender a atenção do grupo:é preciso conhecer bem a idéia central e contarcom riqueza de detalhes os fatos da narração.

Psicodrama pedagógicoO psicodrama pedagógico é um poderosoinstrumento para mudança de atitudes e assimpode auxiliar muito os educadores ambientais.É um trabalho em grupo articulado no plano tea-tral, que sustenta a elaboração de conceitos,com base em experiências cotidianas significa-tivas.

Tema transversalAs temáticas da educação ambiental podem ser tratadasnas várias disciplinas sob diferentes perspectivas. Aabordagem das questões ambientais deve ser globalizante,e por isso a educação ambiental não deve constituir umadisciplina – ela entrará no currículo tecendo uma redede relações entre todas as disciplina na forma de tematransversal, como foi definido pelos ParâmetrosCurriculares Nacionais em 1996.

Refletir sobre uma realidade concretaPara se atuar em determinado ambiente é preciso, antesde tudo, conhecê-lo. A leitura do ambiente é funda-mental. A partir da realidade de um grupo ou comunidadeé possível iniciar uma discussão sobre cidadania, valores,atitudes, papel da comunidade, papel do poder público.

Abertura para aprenderNinguém ensina ninguém, porque o aprender é sempreum processo pessoal. Só aprende determinado conteúdoquem está disposto a aprender, por melhor que seja oprofessor ou a professora. O processo de aprendizado éuma via de mão dupla e não uma relação entre umapessoa que sabe e ensina e pessoas que não sabem eaprendem.

O aprendizado é constanteA educação escolar proporciona à criança, já nosprimeiros anos de sua vida, a inserção no processodenominado socialização, fundamental para todos osindivíduos. Na escola, as crianças aprendem a conviver,a dividir, a respeitar, a dialogar, ações vitais para a vidaem coletividade. A educação que vivenciamos na escola- seja no papel de professor ou de aluno, ou em ambos ospapéis, simultameamente - é muito representativa emnosso processo de crescimento enquanto ser humano, masela não é a única. O aprendizado fora da escola acontecea todo instante, na interação entre as pessoas na família,na comunidade, no clube, na igreja, no trabalho, nocontato com a arte, com os meios de comunicação, etc.

Como fazer?

A prática da educação ambiental

A grande inovação pedagógica trazida pela educação ambiental é a ênfase naação e na busca de soluções para os problemas que afetam o meio ambiente

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Melhorar oambienteAlguns temas po-dem ser sugeridospara facilitar umdebate e apontar a maneira como o outro (ser humano,meio ambiente) é percebido por cada um dos integrantesdo grupo. Como sugestão para discussão, pode-se pedirque cada um dos integrantes do grupo fale sobre seupercurso pessoal buscando evidenciar:• as relações sociais que foram importantes na sua vida;• a relação que cada um mantém com o meio ambientee as respectivas visões de natureza e ambiente;• a capacidade de resposta ao outro quando é solicitado,ou seja, como se traduz em ação e engajamentos sociaisa sua responsabilidade pelo outro e pelo ambiente.

Educadores podem elaborar atividades, dinâmicas ou vivências específicaspara o grupo que estiver trabalhando

Convites à reflexão

Durante e depoisNo momento do trabalho com um grupo, o educador ambiental deve

ter como objetivos o estudo de conteúdos e a construção de conceitosatravés de discussões coletivas. Após ter participado de um trabalho deeducação ambiental, o educador ambiental espera que os participantesassumam mudanças de atitudes e práticas de cidadania em relação ao quefoi trabalhado.

Cuidar do ambienteQuais os cuidados que eu tenho comigomesmo? E com o lugar onde moro? E como bairro? E com a escola? E com o localonde trabalho? E com a cidade onde moro?E com o país? E com o planeta?

Entender nossas necessidadesAlgumas perguntas podem iniciar um trabalho deeducação ambiental, qualquer que seja o público ou otema abordado.• Por que o tema ou assunto em questão necessita serabordado? Ou seja, esse assunto é importante para aminha vida e motiva a minha ação?• O que conhecemos e o que ainda precisamos conhecera respeito do tema ou assunto em questão?• Existe algo que articule todos os envolvidos em umaação coletiva?• O que podemos realizar de imediato e o que planejarpara ações de médio e longo prazo?Tais questões propiciam a reflexão e auto-reflexão críticasobre: o que, o porquê, o como e o quando desejamostransformar.

O educador ambiental deve sensibilizarseus educandos sobre a importância decada ser vivo que existe no planeta

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A arte é uma forma de educação

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Sugestões de atividades didáticas

DiscussãoOs alunos sentam-se em círculo e toda a turma éenvolvida num grande bate-papo informal.Discussão em grupoEnvolve toda a turma, organizada em pequenos grupos eo professor atua como facilitador.Trabalho em grupoEnvolve a participação de vários grupos pequenos e cadagrupo se torna responsável pela execução de uma tarefadurante determinado período de tempo, o que exercitaa capacidade de organização.Júri simulado ou debateRequer a participação de dois grupos para apresentaremidéias e argumentos de pontos de vista opostos aos demaiscolegas de classe, que podem formar um grupo deavaliação. Permite o desenvolvimento das habilidades defalar em público e de ordenar a apresentação de fatos eidéias.Mutirão de idéiasChuva de idéias (Brainstorm - tempestade cerebral, eminglês). Os participantes são encorajados a apresentaridéias e soluções possíveis para um dado problema emum curto espaço de tempo (10 a 15 minutos). Todas assugestões são anotadas. A regra éevitar avaliações ou julgamentosprematuros sobre as idéias apre-sentadas.QuestionárioConjunto de questões usado para seconhecer a opinião de determinadopúblico sobre um ou mais assuntos.

ReflexãoÉ o oposto da “chuva de idéias”. É fixado um tempo aosestudantes para que pensem acerca de um problemaespecífico. Usado para encorajar o desenvolvimento deidéias em resposta a um problema. Tempo recomendadode 10 a 15 minutos.ImitaçãoEstimula os estudantes a produzirem sua própria versãodos jornais, dos programas de rádio e televisão. O trabalhofinal pode ser apresentado na escola, aos pais e àcomunidade.ProjetosOs alunos, sob a supervisão do professor, planejam,executam, avaliam e redirecionam um projeto sobre umtema específico.Exploração do ambiente localPrevê a utilização e a exploração dos recursos locaispróximos para estudos e observações a fim de ajudar nacompreensão do metabolismo local, ou seja, da interaçãocomplexa dos processos ambientais do entorno.

Para o trabalho com grupos, o educador ambiental pode utilizar diversas estratégias de ensinobuscando a participação dos envolvidos de forma divertida e prazerosa. Veja algumas dessasestratégias para a prática da educação ambiental:

Com o auxílio de teatro debonecos, brincadeiras ou jogos, otrabalho de educação ambiental,principalmente com as crianças,

se torna mais interessante

Fontes: Unesco - Organização das Nações Unidas paraEducação, Ciência e Cultura; Unep - Programa de Ambientedas Nações Unidas e IEEP - Instituto de Política AmbientalEuropéia.

Foto: Alice Okawara

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Atividades oferecidas pelo CEEAOficinas de educação ambiental:Abordam a história ambiental, aspectosnaturais e intervenções humanas nomunicípio, poluição sonora, partici-pação popular, recursos hídricos, sanea-mento, unidades de conservação, etc.Visitas orientadas com travessiasurbanas: Saídas a campo realizadas emdiversos locais e instituições da regiãometropolitana de Belo Horizonte.BH Itinerante: Curso de extensãoteórico e prático que tem como obje-tivo formar agentes ambientais capaci-tados para realizar atividades de EA.Educação para o risco: Curso deextensão com o objetivo de debatersobre a importância de atitudes proati-vas em relação às situações de risco.Ecoteca: Biblioteca especializada em temas ambientais criada em 1990.Consultoria em educação ambiental: Atendimento específico a indivíduosou grupos que buscam orientação para a realização de trabalhos ou projetos de EA.Rede Ação Ambiental: Iniciativa lançada em 2005, com o objetivo de fortalecer a ligaçãoentre o CEEA, a comunidade e os agentes ambientais formados pelos cursos BH Itinerante.

A educação ambiental em Belo HorizonteO Centro de Extensão em Educação Ambiental, CEEA,

da Secretaria Municipal Adjunta de Meio Ambiente daPrefeitura de Belo Horizonte, atua com uma propostapolítico-pedagógica que visa a abordagem e construçãodo conhecimento de temas ambientais relacionados àrealidade local de forma criativa, interativa e lúdica.

Criado em 1994, o CEEA, primeira Sala Verde doMinistério do Meio Ambiente em Belo Horizonte, ofereceatividades para um público bastante diversificado e commetodologias baseadas nos paradigmas da educação quevisam a construção do conhecimento que proporcioneuma nova maneira de pensar e intervir na realidade quecerca o cidadão. Aliando a teoria à prática, o CEEA buscapropiciar uma visão holística da realidade e, a partirdessa visão, uma mudança interior dos participantes. “Éessa mudança interior que desencadeia uma série de

novas atitudes e posturas desse cidadão, agora crítico eparticipativo na sociedade que o cerca. Se a pessoaconhece os problemas que estão mais próximos a ela,certamente poderá agir de modo a transformar a suarealidade e a partir dessas ações irá intervir nos problemasmais distantes, partindo do princípio da criação das redessociais de atuação”, segundo Aluísio Cardoso de Oliveira,gerente de Educação Ambiental da PBH. Ele explica queessas redes são a mola propulsora da mobilização socialem que pessoas de diferentes grupos atuam em prol datransformação de uma realidade. Neste sentido, otrabalho do CEEA visa conscientizar e capacitar agentesmultiplicadores que irão trabalhar a questão ambientalnas comunidades onde estão inseridos.

O CEEA atua ainda como secretaria executiva da RedeMineira de Educação Ambiental, RMEA.

Mais informações pelo telefone (31) 3277-5199 ou pelo e-mail [email protected]

Grupo participa de atividade doCentro de Extensão em Educação

Ambiental, CEEA

Foto: Arquivo CEEA

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A educação ambiental em Minas GeraisEm Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Meio

Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Semad, tem opapel de planejar e coordenar planos e programas deeducação ambiental. Através do Programa ParticipaçãoCidadã, a Semad vem tentando envolver vários segmentosdo poder público e da sociedade civil na busca de diálogose cooperação para o desenvolvimento socioambiental.

De acordo com a diretora de Educação e ExtensãoAmbiental da Semad, Idarci Esteves Lasmar, a história ea trajetória da educação ambiental não só em MinasGerais, mas em todo o Brasil, apesar dos avanços jáconquistados, padecem de limitações e de carênciasrelacionadas tanto à administração pública quanto aosrecursos humanos educadores. “As descontinuidadespolítico-administrativas; a não prioridade governamental(apesar dos discursos quando se referem a ela); asdificuldades para elaboração, aprovação de projetos eidentificação de instituições financiadoras; a excessivadependência do poder público; a ausência de plane-jamento estratégico e operacional são alguns dos muitosobstáculos que temos que enfrentar”.

Mas apesar das dificuldades, “precisamos destacartambém, nessa trajetória, o idealismo e a criatividadede inúmeros educadores ambientais que, conseguindocontornar as deficiências técnicas, institucionais,

financeiras, culturais, vêm operando transformaçõespositivas com efeitos multiplicadores”, lembra Idarci.

A educação ambiental no Brasil

Projetos do Programa Participação Cidadã da SemadParticipação Cidadã: Seu objetivo é a descen-tralização e a regionalização da Comissão Interinsti-tucional de Educação Ambiental, CIEA-MG, por meioda criação e implantação de CIEAs regionais.

Educação Ambiental no Processo de Licenciamentode Minas Gerais: Foi elaborado um Termo deReferência que se encontra em processo de aprovaçãopelo Conselho de Política Ambiental, COPAM,contendo diretrizes para orientar os empreendedoresna elaboração de programa de educação ambientaldestinado a alguns empreendimentos de portes 5 e6, conforme a DN 074/2004 e a Lei 9.795/99 (PolíticaNacional de Educação Ambiental).

Construção de Municípios Sustentáveis: Seu objetivobásico é subsidiar sociedade e governo na tarefacomum de conservar, preservar e recuperar aqualidade ambiental como condição para a qualidadede vida das comunidades, por meio de apoioinstitucional, financeiro e técnico a vários projetosdesenvolvidos por instituições parceiras.

Segundo Marcos Sorrentino, responsável pela Diretoriade Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente,a construção do Sistema Nacional de EducaçãoAmbiental, SISNEA, tem por base a Política Nacional deEducação Ambiental (que passou a ser implementada apartir de julho de 2003, com a implantação do seu ÓrgãoGestor e respectivo Comitê Assessor) e o ProgramaNacional de Educação Ambiental.

Para a consolidação do SISNEA, o Ministério já contacom as Comissões Interinstitucionais de EA em cadaestado, os Coletivos Educadores, as Com-Vidas (círculosde aprendizagem e atuação na conservação, recuperaçãoe melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida nasescolas e comunidades), as redes de EA, o SistemaBrasileiro de Comunicação em EA, SIBEA, o canal virtual

da EA, a EA.NET, os Fóruns Nacionais de EA (organizadospela Rede Brasileira de EA) e as Conferências Nacionaisde Meio Ambiente organizadas pelo MMA, MEC e outrosparceiros.

Em relação a financiamentos, já existe uma Rede deFundos Socioambientais que prioriza pequenos projetosde educação ambiental. Sorrentino considera que,embora o Brasil já esteja servindo como referênciainternacional, é necessário aprimorar o SISNEA,radicalizando a gestão democrática e expandindoabrangência e profundidade das ações. Segundo ele,deve-se propiciar meios para que a sociedade se apoderede todo o sistema e, acima de tudo, que tenha recursosfinanceiros para incrementar os trabalhos que hoje sãorealizados quase que totalmente de forma voluntária.

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Como a educação ambiental vem sendo trabalhada pelaCoordenação Geral de Educação Ambiental, CGEA ,doMEC?o Ministério da Educação trabalha em conjunto com oMinistério do Meio Ambiente na implementação daPolítica Nacional de Educação Ambiental (PNEA) – Leino 9.795/99, por meio de um Órgão Gestor. Em relaçãoao sistema educacional, o MEC/SECAD – Secretaria deEducação Continuada, Alfabetização e Diversidade e oDepartamento de Educação para a Diversidade eCidadania, por meio da Coordenação-Geral de EducaçãoAmbiental, tratam da sua implementação em quatroprincipais eixos de ação:1) Programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas apartir de uma visão sistêmica, baseada em um círculovirtuoso contendo quatro ações estruturantes (Confe-rência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente,Formação Continuada de Professores e Estudantes,Inclusão Digital com Ciência de Pés no Chão e AçõesTransformadoras – Com-vidas, Coletivos Jovens e Educa-ção de Chico Mendes). Esse programa se propõe a cons-truir um processo permanente de educação ambientalna escola. Por meio de instâncias presenciais, à distância(internet) e difusas, as ações envolvem Secretarias deEducação estaduais e municipais, professores, alunos,comunidade escolar, sociedade civil e universidades.2) Enraizamento da educação ambiental no Brasil - açãoconjunta com o Ministério do Meio Ambiente que visapotencializar a implementação das políticas e programasde educação ambiental em todas as unidades federativasdo país e contribuir para o seu enraizamento e forta-lecimento. Essa ação processual caminha no sentido defortalecer a sua institucionalização nas Secretarias deEducação; articular os diversos atores e instituições parapotencializar e integrar ações de EA; fomentar a criaçãoe consolidação das Comissões Interinstitucionais de MeioAmbiente, CIEAs, e redes de EA; divulgar e assessorar aexecução dos projetos e programas da CGEA/SECAD/MECe integrar e promover sinergia entre as ações, projetos eprogramas de EA dos Ministérios da Educação e Meio

A educação ambiental nas escolasEntrevista com Rachel Trajber

Coordenadora geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação, MEC

Ambiente por meio do Órgão Gestor da Política Nacionalde Educação Ambiental.3) Normatização da educação ambiental no ensino formalcom a elaboração de suas diretrizes e regulamentaçãopor meio do Plano Nacional de Educação - Revisão da Leinº 10.172/2001, das Diretrizes Curriculares Nacionais(CNE) e da participação em colegiados (Comitê Assessordo Órgão Gestor da PNEA, Câmara Técnica de EducaçãoAmbiental do Conama, etc.)4) Documentação, pesquisa e avaliação dos processos eprodutos das ações da CGEA. As pesquisas e as estratégiasde monitoramento fornecem subsídios para a avaliaçãoe conseqüentemente para o planejamento incrementaldas ações. As publicações são dirigidas a públicosdiferenciados, contribuindo para a difusão do conhe-cimento e subsidiando as ações educacionais trans-formadoras. São organizadas em documentos técnicos,que descrevem os projetos e ações da coordenação e emlivros, que abordam conceitos e referenciais teóricos

Como tema transversal e em qualquer disciplina, aeducação ambiental nas escolas desperta os alunos para

as questões da sociedade e do planeta

Foto: Alice Okawara

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sobre educação ambiental. Esse conjunto documentalcolabora com o aprimoramento metodológico das açõese com o adensamento conceitual da temáticasocioambiental.Qual o conceito de EA utilizado pela CGEA?Partimos da urgente necessidade de transformação socialque visa à superação das injustiças ambientais, dadesigualdade social, da apropriação funcionalista danatureza e da própria humanidade. Cumpre portanto àeducação ambiental fomentar processos que possibilitemum aumento do poder das maiorias hoje submetidas, desua capacidade de autogestão e o fortalecimento de suaresistência a um modelo devastador das relações de sereshumanos entre si e com o meio ambiente. A educaçãoambiental se propõe a operar uma mudança radical deparadigmas de ordem científica, educacional e tambémpolítica. Nesse sentido, uma educação ambiental queeduca para a cidadania pode “construir a possibilidadeda ação política, no sentido de contribuir para formaruma coletividade que é responsável pelo mundo quehabita”, resgatando o pensamento de Edgar Morin, quevislumbra para o Terceiro Milênio a esperança da criaçãoda cidadania terrestre. A política de educação ambientaldesenvolvida no Brasil se insere como estratégia paratornar concretas a participação, o reconhecimento dadiversidade e a solidariedade.Como as escolas vêm trabalhando a educação ambiental?Já envolvemos 22 mil escolas de todo o Brasil com arealização das duas Conferências Infanto-Juvenis peloMeio Ambiente. A realização das Conferências propicioua mobilização destas escolas e suas comunidades para adiscussão de temas relacionados ao meio ambiente. Comoresposta à mobilização, os professores destas escolaspassaram e estão passando por processos de formação.Além disso, de acordo com o Censo Escolar do InstitutoNacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnísioTeixeira (INEP) em 2001, 71,72% das escolas de ensinofundamental trabalhavam alguma ação de educaçãoambiental. Em 2004, este número passou para 94,95%,ou seja, podemos afirmar que a presença da educaçãoambiental nas escolas de ensino fundamental no Brasil éuniversalizada. No entanto, é preciso conhecer estasações. Para tal, estamos finalizando a pesquisa “O quefazem as escolas que dizem que fazem EducaçãoAmbiental” cujo resultado subsidiará todas as nossasfuturas ações.

Como cada comunidade pode contribuir para a efetivaçãoda Política de Educação Ambiental?Uma palavra que pode resumir nossa ação é aresponsabilidade. Cada comunidade, cada indivíduo quecompõe a sociedade deve estar imbuído deste valorchamado responsabilidade. Responsabilidade em conhe-cer sua realidade, as conexões e elos existentes entreindivíduos, comunidade e o mundo. Responsabilidade emconhecer o papel das instituições e demandar às mesmassua responsabilidade na construção de sociedadessustentáveis. Responsabilidade em propiciar e participarde espaços para a formulação de ações que visem asustentabilidade, sejam estes espaços institucionalizados(Foros, Conselhos, CIEAs), sejam estes espaços espon-tâneos (círculos de aprendizagem).Quais são os principais valores e ações norteadoras parao trabalho dos educadores ambientais?Para a educação ambiental, podemos pensar que somostodos, ao mesmo tempo, educadores, educadoras eaprendizes em estado permanente e continuado deatuação e participação. Nas escolas, espaços privilegiadosde educação, nosso grande objetivo é que professores setornem também educadores ambientais, que sigamosprincípios e valores presentes em documentos dasociedade como, por exemplo, o Tratado de EducaçãoAmbiental para Sociedades Sustentáveis e Respon-sabilidade Global, a Carta da Terra, a Carta das Responsa-bilidades Humanas. Essa opção precisa se refletir em suasatitudes e tomadas de decisões cotidianas, desde atossimples como recusar o uso de produtos descartáveis,alimentos trangênicos ou artificiais, até a opção radicalpor construir sociedades sustentáveis, com uma culturade paz, que reconheçam a diversidade e as diferençascomo riquezas da vida.O que se espera para o futuro do Brasil ?O Brasil, apesar de estarmos ainda tateando nos caminhospara uma sociedade democrática, mais eqüitativa e justa,tem muito a contribuir para a construção de sociedadessustentáveis em suas múltiplas facetas, ambiental, social,econômica, política e ética. Esperamos que um paísmegadiverso em suas características biológicas, comágua em abundância (ainda que mal distribuída e malcuidada), com a riqueza cultural e étnica que temos,poderá se constituir um modelo possível desustentabilidade. Da educação ambiental se espera quecontribua para essas urgentes transformações.

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O cuidado com o espaço escolarO cuidado com o ambiente escolar é uma prática permanente

na Escola Municipal Ulysses Guimarães, localizada no bairroSão Pedro, em Belo Horizonte. Os 700 alunos nos três turnossabem que suas ações individuais no espaço coletivo podemtrazer prejuízos para todo o grupo. A responsabilidade naconservação da Escola e do entorno, o respeito pelo espaçocomum e a valorização e apreciação dos espaços cultivados naescola refletem no comportamento das crianças e dos jovenstambém no cuidado com os outros ambientes: na sua casa e nacidade como um todo, acredita a diretora da Escola Maria LígiaFernandes.

“Sempre tivemos a concepção de que um lugar limpo eorganizado não dá espaço ao vandalismo e à depredação.Acreditamos que a manutenção da pintura das paredes, areposição de vidros quebrados e a limpeza de salas de aulasproporcionam aos alunos o bem-estar de uma escola bonita eque merece ser cuidada por todos”, explica a vice-diretoraMayalú Rodrigues.

Quando resolveram revitalizar o passeio da escola em 2004,as diretoras perceberam que muitos desacreditaram da idéiapor achar que a comunidade não respeitaria o espaço externo.A revitalização previa recortes no passeio para o plantio degrama, plantas ornamentais e o aproveitamento de árvores jáexistentes. Os alunos foram primeiramente conscientizadosquanto ao objetivo da obra: tornar a entrada da escola e a ruamais agradável e verde. “Com esse entendimento foi mais fácilpreservar. Cada aluno se sentiu responsável pelo cuidado doespaço que também é o principal acesso à Vila Santa Rita. Nosfinais de semana, os alunos ajudaram-nos a pedir a colaboraçãodos moradores. Assim a escola ganhou uma entrada mais bonitae os moradores gostaram de usufruir de uma calçada agradávele com muito verde”, conta Mayalú.

Outro fator importante para a manutenção dos espaços é otipo de relação estabelecida com a comunidade escolar e acomunidade do entorno. “Promovemos atividades que fazem acomunidade reconhecer o espaço da escola como um espaçodela, como a festa da família, a festa junina, o colegiado, asassembléias, o projeto Escola Aberta nos finais de semana, quereafirmam a escola como um espaço público que deve serrespeitado e cuidado”, enfatiza Lígia.

Pensar globalmente, agir localmentePensar globalmente, agir localmentePensar globalmente, agir localmentePensar globalmente, agir localmentePensar globalmente, agir localmenteFotos: Arquivo EMUG

Na Escola Municipal Ulysses Guimarães, o cuidado com os ambientese com as relações é incentivado na comunidade escolar

Ações para a conservação da Escola Municipal Ulysses Guimarães, BH

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De olho no consumo

Um exemplo prático de como é possível desenvolverprojetos de educação ambiental associados aos conteúdosde todas as disciplinas: os alunos da quinta série daCoopen, Escola da Cooperativa de Ensino de BeloHorizonte, participaram do Projeto Industrialização eConsumo Sustentável, proposto pela professora deGeografia Aurora Daya.

O projeto permitiu aos alunos compreenderem o poderda publicidade ao incentivar o consumo não-sustentável;tornarem-se conscientes de suas compras e das mensagensocultas nas propagandas - que visam criar estilos de vidaa fim de aumentar o consumo; e entenderem que oconsumo sem limites exerce uma grande pressão sobreos recursos naturais e provoca danos ao meio ambiente.

A professora explica que as crianças e os jovens sãomais vulneráveis à publicidade do que os adultos. Issoacontece porque eles ainda não têm uma mentalidadecrítica bem desenvolvida, nem a capacidade de ver oque está por trás da mensagem publicitária. E comoconstituem um grupo cada vez maior de consumidoresem potencial, eles são um importante alvo na mira dasgrandes empresas.

Aurora comemora os resultados do projeto que podemser medidos pelos depoimentos dos alunos. “Após odesenvolvimento da pesquisa, os alunos mostraram-semobilizados pelas questões relativas ao consumo, o que

possibilitou uma melhor compreensão do princípio dos 3Rs: reduzir o consumo de produtos e o desperdício demateriais; reutilizar materiais criando novas possibi-lidades de uso e reciclar para consumir menos matéria-prima, água e energia. Assim sendo, se o aluno pensarem algum destes aspetos, poderemos dizer que o estudose tornou contextualizado dentro da geografia.”

Pensar globalmente, agir localmentePensar globalmente, agir localmentePensar globalmente, agir localmentePensar globalmente, agir localmentePensar globalmente, agir localmente

Projeto Consumo Sustentável da Escola da Cooperativa deEnsino de Belo Horizonte, Coopen

Alunos da Escola da Coopen, em Belo Horizonte, refletiramsobre as suas atitudes enquanto consumidores e criaram umlivro sobre o tema, na disciplina de Geografia

Fotos: Arquivo Coopen

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O que mudou a partir do projeto?“O projeto fez com que nós olhássemos nosso consumo eos nossos desejos de uma outra forma. Antes de comprar,olho se preciso mesmo do produto e não deixo me levarpelas propagandas. Ele não fez com que eu deixasse decomprar mas me deu uma noção maior do que estoufazendo. Ninguém consegue parar de comprar as coisasque gosta de uma hora pra outra, mas uma pessoaresponsável consegue ter uma consciência de que nãoprecisa de tudo que tem em um shopping.”Sófia Myrrha Nicodemo - 12 anos

“O projeto mostrou o que é realmente o consumosustentável e que o que vem primeiro na nossa vida é omeio ambiente e não o nosso hábito de consumo. Achoque se todos pensassem assim o mundo hoje estaria muitodiferente.”Iran de Oliveira Silva e Freitas - 12 anos

“Temos que mudar o nosso comportamento. O consumoexcessivo, além de ser prejudicial ao meio ambiente,pode causar estresse, uma espécie de obsessão porlançamentos e promoções. A pessoa estressada se tornaquase incapaz de viver feliz sem comprar produtos novos.Mas um consumidor sustentável deve ter a noção do queé realmente necessário, ser capaz de resistir a produtossupérfluos e procurar consumir os produtos menosprejudiciais ao meio ambiente. Após o projeto, comeceia ser menos incentivada pelos comerciais, propagandase anúncios que tentam nos vender produtos falsos ou comfalsas impressões.”Iramaya Haddad Battaglia - 12 anos

“Esse projeto mudou o meu modo de pensar. Eu não tinhaconhecimento do quanto eu desperdiçava e dos váriosprodutos que eu nem precisava. Pensei também que hámilhares de crianças que estão morrendo de fome emtodo o mundo.”Cristiano Fusini Severo - 13 anos

“Com o projeto sobre consumo, eu passei por umamudança espetacular e agora tudo o que eu compro euvejo se é necessário.”Hélio Marcio Pinto Neto - 14 anos

Para ela, a educação ambiental se constitui numaforma abrangente de educação, que se propõe a atingirtodos os cidadãos. “Para mim, é clara a necessidade demudar o comportamento do ser humano em relação aomeio ambiente, no sentido de promover um modelo dedesenvolvimento sustentável - processo que assegura umagestão responsável dos recursos do planeta de forma apreservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmotempo, atender às necessidades das gerações atuais.”

Aurora acredita que a educação ambiental deveestimular também a solidariedade, a igualdade e orespeito aos direitos humanos, valendo-se de estratégiasdemocráticas e da interação entre as culturas.

Vários temas foram tratados ao longo das aulas,incluindo o desperdício, a água, o lixo, aindustrialização, a quantidade de produtos, a lei dedefesa do consumidor, os 3Rs e o poder dapublicidade. Tendo por base as discussões do projeto,os alunos escreveram um pequeno livro sobre aspossíveis mudanças no consumo do seu dia-a-dia,respondendo às seguintes perguntas:O que eu posso mudar em meus hábitos para contribuirpara um consumo mais sustentável?Que mudanças posso sugerir aos membros da minhafamília?Que mudanças posso sugerir para a minha escola?Que mudanças posso sugerir para a sociedade emgeral?

Alunos criam o livro “Virando um consumidor sustentável”

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O que foi feito?

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Centros de educação ambiental

O ano de 1992 foi bastante marcante para a educaçãoambiental. Além da elaboração dos documentos Agenda21, Carta da Terra, Tratado de Educação Ambiental paraResponsabilidade Global para Sociedades Sustentáveisgerados na Rio-92, também foi o ano do I EncontroNacional de Centros de Educação Ambiental - CEAsocorrido de 7 a 9 de dezembro de 1992 em Foz do Iguaçu.A oficialização dos CEAs no Brasil pelo antigo Ministériode Educação e Cultura – MEC veio a seguir, em 1993.

Os CEAs em geral têm como função promover aeducação ambiental através de atividades desensibilização, motivação, integração e prática;disponibilizar informações, compartilhar conhecimentose contribuir para a aprendizagem e posicionamentocrítico de seus públicos. Geralmente possuem um espaçoespecífico, equipamentos e podem se encontrar emdiferentes entornos: rural, urbano, industrial, meionatural ou em ilhas, como o caso do Parque Estadual daIlha Anchieta, em Ubatuba.

Existe também uma grande diversidade de CEAs noque se refere à manutenção e à administração: públicos,de empresas, de ongs, universidades, mistos. Os Núcleosde Educação Ambiental – NEAs, do IBAMA, são exemplosde CEAs públicos. Já os CEAs de empresas são espaçosmantidos pela iniciativa privada. Alguns são implantadospor demanda de um órgão ambiental e outros por açãoproativa da empresa.

Muitos CEAs existem ou começam graças à chamada“euquipe” – constituindo a iniciativa pioneira de uma sópessoa. Posteriormente, a “euquipe” vai sendo ampliadacom a adesão de novos membros. Os CEAs maisestruturados possuem uma equipe educativainterdisciplinar e um documento norteador chamadoProjeto Político Pedagógico – PPP. O PPP é um importantedocumento no qual está explicitado a missão, objetivos,princípios, a descrição das atividades realizadas,delimitação de público, procedimento metodológico,formas de avaliação da equipe e do próprio CEA. Muitasvezes o PPP não existe formalmente mas encontra-se

implícito na condução dos trabalhos. Se for precisosubstituir alguém ou receber novos membros no grupo, oPPP, ao registrar o histórico do processo, ajuda a darcontinuidade a ele. É o registro de um caminho especialescolhido e, portanto, um posicionamento político dogrupo ou pessoa que o escolheu.

Muitas pessoas estranham a palavra “político” notermo Político Pedagógico. Vale lembrar que nenhumaeducação é neutra. A escolha da linha de educaçãoambiental, dos projetos, da condução dos trabalhos daequipe, do conteúdo e abordagem das atividades e aforma com que o CEA e sua equipe se relacionam com acomunidade de entorno, como se relacionam com odinheiro – tudo isso é uma escolha política. Deve-selembrar que um PPP não é definitivo nem é uma camisade força, mas sim um documento vivo que permite aavaliação contínua do caminho e processo escolhidos.

Um Plano de Sustentabilidade também se faznecessário para uma boa administração de um CEA. Eleinclui um planejamento financeiro para orientar acaptação de recursos, parcerias, o bom uso dos recursosfinanceiros, investimentos, pagamento da equipe,compra de material, previsão de melhorias, programade orientação para estagiários, voluntários, etc.

Os CEAs enfrentam vários desafios. Dentre eles,podem ser citados: ter uma identidade própria;sustentabilidade financeira; incorporar a cultura deelaboração do PPP; manutenção física; atendimento dopúblico e expansão das atividades pedagógicas - umavez que a demanda da comunidade vem aumentando;avaliação de resultados e criação de indicadores dedesempenho; pessoal preparado para receber osvisitantes. No caso dos CEAs de empresas há ainda algunsdesafios específicos tais como incluir o atendimento paraos próprios funcionários, que muitas vezes é esquecidoem favor do atendimento do público externo.

Deborah MunhozQuímica e Mestre em Saneamento e Meio Ambiente

[email protected]

Para saber mais sobre os CEAS:www.redeceas.esalq.usp.br/rede.htm

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A iniciativa privada oferece práticas de educaçãoambiental, EA, voltadas tanto para a comunidade quantopara seus funcionários e familiares.

Para os funcionários a EA está associada à prevençãode riscos, resolução de conflitos, cuidado com oambiente, saúde e segurança; capacitação, preparaçãopara certificações, redução de práticas indesejadas,formação de agentes internos, dentre outros.

Para a comunidade, visa atender às demandas sociaise governamentais, cultivar o relacionamento e atenderexigências legais. Para ambos busca: conscientizar epromover o equilíbrio entre o ser humano e a natureza,potencializar a política ambiental, melhorar a imagemda empresa, atender exigências legais e exercitar ocompromisso e a responsabilidade social e ambiental.

Os programas de educação ambiental nas comunidadessão baseados nas políticas e diretrizes ambientais daempresa, em estudos de percepção socioambiental, nasconsultorias externas, nos sentimentos e desejos dostécnicos da empresa, nas solicitação de liderançascomunitárias, na avaliação dos impactos gerados nosprocessos produtivos, nas condicionantes do órgãoambiental, nas estratégias de negócio, em ongs e naspróprias demandas da empresa.

Algumas empresas começam a entender a educaçãoambiental como um processo e identificam a necessidadede um Projeto Político Pedagógico (PPP) para fundamentarum plano de ação que seja capaz de proporcionartransformações culturais efetivas no ambienteorganizacional. Outras promovem ações isoladas semfundamentação, mas que são capazes de atender àsdemandas legais. Muitas vezes há choque entre oprocedimento considerado pedagógico e o que é possíveldentro da ótica orçamentária da empresa. Há muitas vezesfalta de processualidade, realização de ações empíricase pontuais que, por definição, não podem ser consideradascomo EA.

As empresas e a educação ambientalDeborah Munhoz

Química e Mestre em Saneamento e Meio [email protected]

A EA pode contribuir para os negócios da empresa,ajudando na formação de seus profissionais, no aumentoda visibilidade e bom posicionamento da marca peranteo competitivo mercado global, no controle de desperdícioe aumento de produtividade, facilitando a implantaçãoda Produção mais limpa e da ecoeficiência. Proporcionatambém relações humanas mais harmoniosas, um maiorcompromisso, o reconhecimento da comunidade externae interna e a valorização da função social da empresa.

Para realmente incorporar a EA em sua gestão, aempresa necessita ter um programa estruturado no tempoe no espaço, dotação de orçamento específico eprofissionais capacitados para a realização e conduçãodo mesmo.

No sistema de gestão convencional, a EA é tida comocusto mas à medida que o conceito de sustentabilidadevai entrando na práxis das empresas, passa a ser vistacomo benefício. A empresa passa a adotar uma posturamais proativa. A criação de termos de referência paraeducação ambiental nos processos de licenciamentoambiental configura-se como uma tendência no cenárionacional. Faz-se urgente a necessidade de definição decritérios de qualidade, formas de avaliação e definiçãode indicadores para os trabalhos de prestadores de serviçoe projetos de EA. O diversificado mundo da iniciativaprivada tem necessidades, culturas e dinâmicas própriasque precisam ser estudadas, compreendidas e respeitadaspelos profissionais que nela desejam atuar.

Para saber mais: “Alfabetização Ecológica: das pessoasàs cadeias produtivas”, Deborah Munhoz , da publicação“Identidades da Educação Ambiental Brasileira”.Disponível no site www.mma.gov.br (Seção EducaçãoAmbiental - Série Desafios da EA)Rede Brasileira de Educação Ambiental. “Resultados doGrupo de Trabalho de Educação Ambiental e Empresa”.V Fórum de Educação Ambiental - Goiânia.

A educação ambiental pode contribuir para os negócios da empresa no controlede desperdício e aumento de produtividade

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Educação ambientalEducação ambientalEducação ambientalEducação ambientalEducação ambientalComo fazer educação (ambiental)

Ana MansoldoPsicóloga, pós-graduada em Educação Ambiental e colaboradora do Centro de Ecologia Integral

Construir valores, conhecimentos, habilidades,atitudes e competências voltadas para a conservação domeio ambiente, pela sustentabilidade da vida não éexatamente uma novidade das atuais políticas deeducação ambiental, considerando que seriam estes osprincípios norteadores da vida dos nossos ancestrais.Educar sempre foi, portanto, transmitir de geração ageração a maneira de sobreviver preservando o ambiente,a fonte de vida de todas as espécies.

Mas, num certo momento, passamos a subjugar anatureza ao nosso interesse, nos apropriando comexclusividade de todos os recursos disponíveis. Descon-sideramos que seu tempo de recuperação segue umpaciente ciclo natural e não corresponde à premênciade nossa avareza consumista. Esta prática extorsiva, deuma cultura de acumulação e desperdício, se mostrouinsustentável, resultando no iminente colapso da vida naTerra.

Então, o que era apenas o processo natural paraaprendermos a sobreviver, passa a ser chamado educaçãoambiental, regida por leis, proclamada em discursosacadêmicos, técnicos e políticos, na urgência detransformarmos esta realidade devastadora.

Como a proposta sugere uma novidade, a perguntaangustiante parece óbvia: como fazer educaçãoambiental? Basta ser educador, eu diria, amparada porPaulo Freire, pois a educação é a alavanca transformadorada realidade. Evidente que Freire se refere à educaçãolibertadora, a que promove a autonomia do educando:(...) a realidade não pode ser modificada senão quandoo homem descobre que ela é modificável e que ele podefazê-lo. Ou seja, uma educação para conscientização.

Conscientização não é apenas a apreensão ingênuada realidade, mas é quando o ser humano assume o seupapel de sujeito que faz e refaz o mundo numapermanente e mútua transformação. É o olhar críticopara desvelar a realidade e os mitos que a enganam. É

questionar as ações inconscientes e repetitivas docotidiano. É perceber a vida não como um beco semsaída, mas como desafios a responder.

Educação para conscientização é diálogo, um encontrode sujeitos interlocutores que buscam juntos oconhecimento. E conhecimento não se dá por trans-ferência de saber, por mera informação, mas pelacompreensão das causas e conseqüências de cada açãoindividual, repercutindo no coletivo.

O educador libertador é o que considera o mundo comoproduto da percepção subjetiva e propicia ao educandoexperiências que ampliem sua percepção, permitindo queele se reconheça como transformador desse mundo. É oque respeita no educando sua vocação de ser sujeito.Um sujeito capaz de fazer escolhas dentro de seumomento, de seu contexto. Disso emerge a consciênciade si e a capacidade de intervir em seu ambiente, não sóadaptado, mas integrado à realidade.

Este é o desafio do educador (ambiental), transformaro sujeito pela sua própria experiência, enfatizando aresponsabilidade por suas escolhas, criando contextos deautonomia e de relações, fazendo cultura. Quanto maiorsua percepção do mundo mais ele pode avaliar asconseqüências de suas ações, mais pode optar pelaconstrução ou pela destruição. O sujeito educado paraconsciência de si e do mundo age espontaneamente pelaredução de supérfluos, pela destinação adequada do lixo,pelo respeito às plantas, aos rios e aos animais, pelocuidado consigo e com seu semelhante, como simplesconseqüências de seu novo olhar para o mundo.

Peço licença para terminar, soletrando a canção derebeldia, que existe nos fonemas da alegria; canção deamor geral que eu vi crescer nos olhos do homem queaprendeu a ler. Thiago de Mello, 1965

Sugestão de Leitura:Pedagogia do Oprimido - Autor: Paulo Freire

Este é o desafio do educador (ambiental): transformar o sujeito pela suaprópria experiência, enfatizando a responsabilidade por suas escolhas

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Salas VerdesSalas Verdes são espaços dentro de instituições onde

as comunidades têm acesso a informações ambientais; aatividades e eventos de caráter ecológico e cultural,dentre outras ações e a processos educacionais voltadosa questão ambiental.

O projeto Sala Verde é coordenado pela Diretoria deEducação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente -DEA/MMA e é aberto à participação de qualquer tipo deinstituição, seja ela pública, privada ou do terceiro setor.Em geral, o MMA recebe propostas de prefeituras,associações, universidades, dentre outras.

Periodicamente realizam-se chamadas pararecebimento de propostas, através do lançamento de umManual Orientador, que fica disponível na páginawww.mma.gov.br.

As Salas Verdes recebem do Ministério do MeioAmbiente publicações nas áreas de educação ambiental,sustentabilidade e meio ambiente.

Espaços abertos para a sociedade participar da educação ambiental

RejumaA Rede da Juventude pelo MeioAmbiente e Sustentabilidade, Rejuma,é uma rede de jovens ligados àsquestões socioambientais e estápresente em todos os estadosbrasileiros. Formada em setembro de2003, conta hoje com mais de 200membros e vem fortalecendo as açõeslocais dos grupos de juventude atravésda troca de informações, experiências e apoio mútuoem âmbito nacional. Site www.rejuma.org.br

Formas de participação em todo o Brasil

Coletivos EducadoresO Coletivo Educador é um conjunto de instituições

que atuam em processos de mobilização social eformação de educadores ambientais populares, que porsua vez atuam na criação e no fortalecimento deComunidades de Aprendizagem e Qualidade de Vida, asCom-Vidas. Estes grupos, articulados com os poderespúblicos municipais e outras instituições (empresas,organizações não-governamentais, movimentos sociais,movimentos sindicais, pastorais, etc.), avaliam,planejam e desenvolvem projetos e práticas voltados àformação do Município Educador Sustentável.Na internet: http://coletivoseducadores.blogspot.com

Coletivos JovensSão grupos informais que reúnemrepresentantes de organizações emovimentos da juventude que têmcomo objetivo discutir a questãoambiental e realizar atividades rela-cionadas à conservação, recuperaçãoe melhoria do meio ambiente e daqualidade de vida.

Com-VidasAs Com-Vidas são grupos dedicados às questões socioam-bientais tanto na escola (Comissão de Meio Ambiente eQualidade de Vida na Escola) quanto fora dela, como asComunidades de Aprendizagem para Qualidade Ambientale de Vida na comunidade, no bairro e em outros espaços.

Jovens e crianças podem participar de diversas redese projetos de educação ambiental em todo o país,

contribuindo para a preservação do meio ambiente

Foto: Arquivo EMUG

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Espaço da FlorindaEspaço da FlorindaEspaço da FlorindaEspaço da FlorindaEspaço da Florinda

“O mundo está muito poluído e só depende de nós para que asmatas não sejam queimadas, para que os rios não sejampoluídos”. Sheila Adriana

“As pessoas têm que ter consciência do que está acontecendocom o mundo: animais em extinção, árvores sem vidas, lagossujos, etc.” Jéssica Januária da Costa

“O meio ambiente depende de nós, mas nós dependemos maisdele.” Estela Luíza, Tatiane Couto e Poliana de Paula

“Água, um fruto que brota na terra. A cada litro quedesperdiçamos perdemos uma semente. Vamos preservar estasemente pois ela é o fruto da nossa vida”. Francielle de Fátimae Sabrina Lina

“Se continuarmos jogando lixo por toda a parte vamos acabartomando água poluída, respirando ar poluído e tendo chuvasácidas.” Josiane Batista

“Não jogue lixo no chão. Chão é para a gente plantar sementepara a alimentação da gente.” Weber

Depende de nós...Depende de nós...Depende de nós...Depende de nós...Depende de nós...Educação ambiental

“Na nossa vida existem trêscasas: uma pequena, uma médiae uma grande. Todas são extrema-mente importantes para nós e todaselas têm uma função.

A menor casa é o nosso corpo,pois guarda nossa alma e a protege de coisasruins como tristeza, falsidade, ódio, etc.

A média é o nosso convívio, por exemplo:nossa casa, nossa família, nossa escola, nossosamigos, enfim, com que convivemos no nossodia-a-dia.

A maior é o planeta Terra: o meio ambiente.Como podemos preservar o nosso planeta Terra?Cuidando da natureza, reciclando o lixo,preservando as matas e não poluindo lagoas emuitas outras coisas.”Jenifer Lorraine e Lorena Leão

Textos e desenhos de educação ambiental feitosTextos e desenhos de educação ambiental feitosTextos e desenhos de educação ambiental feitosTextos e desenhos de educação ambiental feitosTextos e desenhos de educação ambiental feitospelos alunos da Escola Estadual José Rodrigues Betim,pelos alunos da Escola Estadual José Rodrigues Betim,pelos alunos da Escola Estadual José Rodrigues Betim,pelos alunos da Escola Estadual José Rodrigues Betim,pelos alunos da Escola Estadual José Rodrigues Betim,

da cidade de Ibirité, Minas Geraisda cidade de Ibirité, Minas Geraisda cidade de Ibirité, Minas Geraisda cidade de Ibirité, Minas Geraisda cidade de Ibirité, Minas Gerais

Para participar do Espaço da Florinda, escreva para a Revista Ecologia Integral,Rua Bernardo Guimarães, 3101 - sala 204 - Bairro Santo Agostinho- Belo Horizonte - Minas Geraiscep:30140-083 ou envie seu desenho, foto ou mensagem para o e-mail [email protected]

Participe da Revista Ecologia IntegralParticipe da Revista Ecologia IntegralParticipe da Revista Ecologia IntegralParticipe da Revista Ecologia IntegralParticipe da Revista Ecologia Integral

Taís e Douglas

Marlon e Diogo

Marcelo

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Educação Ambiental - o novo desafio

Os diferentes problemas que afligem nossa sociedadee nosso planeta são fragmentos de uma grande crise depercepção. Dentro desta perspectiva, a educaçãoambiental deve trabalhar no sentido de ampliar apercepção das pessoas sobre o mundo em que vivemos.

Os paradigmas existentes na nossa sociedade são dotempo em que o planeta era habitado por uma populaçãomuito menor do que a de hoje. Isto posto, somado aomodelo de desenvolvimento vigente, modelo este quepodemos entender como simples crescimento econômico,vem aumentando sobremaneira a pressão sobre o meioambiente.

O ser humano, principal agente da crise ambientalque nos envolve, não é uma criatura racional, emborapareça ser. Suas atitudes em relação ao nosso planeta eseus habitantes – desmatamento, consumismo, poluição,intolerância, desrespeito com o ambiente, com os outrose consigo mesmo, entre muitas outras – comprovam talafirmação.

Vivemos hoje em uma sociedade superpopulosa,mercantilista, imediatista que valoriza desmedidamenteo ter em detrimento do ser. A conseqüência deste estilode vida é um consumo cada vez maior e mais incen-tivado. Assim, o que vem ocorrendo é a rápida dilapi-dação dos recursos naturais, fundamentais para a nossasobrevivência e para a manutenção do equilíbrio dosistema Terra.

A visão fragmentada, mecanicista e cartesiana queainda prevalece no mundo contemporâneo deu suacontribuição para avançarmos em diversos campos dosaber. Só que ela não atende mais aos novos desafios dahumanidade. Sozinha, não. A dissociação do ser humanoda natureza provoca distorções de percepção e condutaque podem nos levar a um destino previsível e caótico. Épreciso rever necessidades e prioridades mudando nossapercepção do mundo. Está claro que somos natureza ecomo tal estamos no mesmo nível dos outros elementosdesta teia dinâmica que sustenta a vida na Terra. Opensamento sistêmico deve estar presente na mente e

Oscar Alves de Carvalho JuniorGeógrafo e pós-graduando em Educação Ambiental, Agenda 21 e Sustentabilidade

ser sentido no coração de cada ser humano para que oplaneta mantenha o pulso.

A educação ambiental é uma ferramenta poderosa eessencial na construção de novos paradigmas quepermitam a manutenção das condições de vida no planeta.Para isto, de um modo geral, é necessário entendê-lacomo aquela que permite a compreensão do fun-cionamento dos sistemas sociais, dos sistemas naturais eda relação entre eles. Devemos compreender os prin-cípios de organização dos ecossistemas e usá-los paracriar comunidades humanas sustentáveis, formandocidadãos com consciência local e planetária. Éimprescindível garantir a participação de todos osenvolvidos, respeitando e considerando sua cultura, suasvivências e seus anseios.

Através da educação ambiental poderemos sensi-bilizar, conscientizar e mobilizar pessoas para que seenvolvam na construção de uma sociedade mais justa,sustentável, integral. Ou estaremos correndo o sério riscodo sistema Terra ultrapassar seu limiar de recuperação ese estabilizar em um novo nível de equilíbrio dinâmicoque não sabemos se será ou não propício à vida e, se for,que qualidade de vida nos proporcionará.

Assim como os outros seres, nós fazemos parte da teiadinâmica que sustenta a vida na Terra

Foto: Alice Okawara

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A palavra rede deriva do latim retis que significaentrelaçamento de fios que formam uma espécie de tecido.Com o passar do tempo, a palavra passou a ser empregada emvárias situações, mas manteve seu significado original.

“Onde quer que encontremos sistemas vivos – organismos,partes de organismos ou comunidades de organismos – podemosobservar que seus componentes estão arranjados à maneira derede. Sempre que olhamos para a vida, olhamos para redes.(...) O padrão da vida, poderíamos dizer, é um padrão de redecapaz de auto-organização.” escreveu o físico Fritjof Capra nolivro A Teia da Vida.

A natureza se organiza em redes e a sociedade também seestrutura da mesma forma. Nos dias de hoje, as redes unemindivíduos ou organizações em torno de um ou mais objetivoscomuns: sejam redes de educação ambiental, redes deproprietários, redes de consumidores, redes de voluntários, redesde colaboradores, dentre outras.

As redes de educação ambiental, assim como as demais, seapresentam como estruturas horizontais, o que significa aausência de hierarquia. Não há centro nem periferia porque opoder se encontra diluído entre os diversos elos que a compõem.São também sistemas abertos, em constante relacionamentocom o meio, e a participação dos membros é voluntária. Destaforma, se sustentam pela vontade e afinidade de seusintegrantes. O respeito à diferença e à igualdade de direitossão também características fundamentais das redes.

A base de funcionamento de uma rede é a circulaçãoincessante de informações entre seusmembros para que ações coletivaspossam ser realizadas e as ações decada membro possam ser fortalecidas.

Diversas redes de educaçãoambiental estão estruturadas ou emprocesso de estruturação no Brasil, amaioria utilizando a internet comoum dos meios de disseminação deinformações. Em 1992, durante aConferência Rio-92 foi criada a RedeBrasileira de Educação Ambiental,REBEA. Em 1997, foi a vez da RedeMineira de Educação Ambiental serformada.

Informação e articulação em redesRede Mineira de Educação Ambiental

A Rede Mineira de Educação Ambiental,RMEA, é um espaço participativo de troca deexperiências e informações entre profissionais,instituições e cidadãos que trabalham comeducação ambiental em Minas Gerais. É umfórum democrático e solidário através dadiscussão e disseminação de ações einformações referentes à educação ambiental.Em âmbito nacional, se articula com a RedeBrasileira de Educação Ambiental, Rebea.

Podem participar da RMEA aqueles quedesenvolvem projetos ou ações de educaçãoambiental ou se interessem em fazê-los.

Evento realizado pela Rede Mineira em julho de 2001

Foto: Arquivo RMEA

Algumas das redes de EA do Brasil:Rede Mineira de EA - [email protected].: (31) 3277-5199 - Aluísio Cardoso de OliveiraRede Brasileira de EA - www.rebea.org.brRede Universitária de Programas em EA para SociedadesSustentáveis - www.uefs.br/rupeaRede Matogrossense de EA - www.ufmt/remteaRede Pantanal de EA - www.redeaguape.org.brRede Acreana de EA - www.raea.ufac.brRede Paulista de EA - www.repea.org.brRedede EA de Pernambuco - www.reape.pe.gov.brRede de EA do Paraná - www.rea-parana.pop.com.brRede de Educação Ambiental do Rio de Janeiro [email protected] de Educação Ambiental de Sergipe -www.ufs.br/rease

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Alguns temas merecem, mais do que uma única datacomemorativa anual, estímulos de maiores proporçõesporque exigem mudanças e esforços continuados e delongo prazo protagonizados por vários setores sociais.São os Anos ou as Décadas Internacionais proclamadospela Assembléia Geral das Nações Unidas. Nesse sentido,as Nações Unidas instituíram a Década da Cultura da Paz,iniciada em 2001 e a Década da Alfabetização, iniciadaem 2003, por exemplo. E na mesma medida, a AssembléiaGeral das Nações Unidas instituiu o início da Década daEducação para o Desenvolvimento Sustentável de 2005-2014.

Essa iniciativa, a nona Década Internacionalproclamada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, éuma proposta sugerida pelo governo japonês, foi apoiadapor quarenta e seis países, e é decorrente do projeto“Educação para um Futuro Sustentável”, criado em 1994,como o principal mecanismo para a aplicação das

Década da Educação para oDesenvolvimento Sustentável

recomendações relativas à educação, efetuadas pelasgrandes conferências das Nações Unidas na década de90 e pelas Convenções da diversidade biológica, mudançaclimática e desertificação. Foi encaminhada, em 2002,à Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentávelde Johannesburgo, que oficializou uma recomendação àAssembléia Geral das Nações Unidas para adotar a Décadada Educação para o Desenvolvimento Sustentável.

A Educação para o Desenvolvimento Sustentável nãoé um novo programa, mas uma chamada para umprocesso de reorientação e potencialização de políticas,programas e ações educacionais já existentes, para quepossam desempenhar um papel preponderante naconstrução do futuro sustentável. Foram definidos seteeixos temáticos: cidadania, valores comunitários,diversidade, interdependência, sustentabilidade,qualidade de vida e justiça social.

Segundo a Unesco, o objetivo da Educação para oDesenvolvimento Sustentável é a promoção de valoreséticos na perspectiva da mudança nos estilos de vida daspessoas e da construção de um futuro sustentável.

Os esforços para a implementação da Educação parao Desenvolvimento Sustentável devem também se integrara outras iniciativas globais na educação. A Unesco citaparticularmente:

• O Plano de Ação de Dakar da Educação para Todos,adotado pelo Fórum Mundial de Educação em 2000.

• A Década das Nações Unidas para a Alfabetização(2003 a 2012).

• O Projeto Milênio do Programa das Nações Unidaspara o Desenvolvimento – PNUD (2002 a 2015), quecontém oito Objetivos de Desenvolvimento.

A construção de um futuro sutentável depende do cuidado edo respeito por todos os seres

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Mais do que educar para odesenvolvimento sustentável épreciso educar para asustentabilidade, num esforçoglobal para a preservação da vida

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Múltipla escolhaMúltipla escolhaMúltipla escolhaMúltipla escolhaMúltipla escolha

Leituras pela educação ambiental

Educação Ambientale SustentabilidadeO livro reúne textosde vários pesquisa-dores e educadoressobre temas relacionados à educaçãoambiental e à sustentabilidade.(Edições Manole)

Serviço Social e meio ambienteO livro discute cidadania, direitos,educação e a relação do ser humanocom a natureza.(Cortez Editora)

Conhecimento, Cidadaniae Meio AmbienteNo livro, os vários autoresapresentam temas rela-cionados ao exercício dacidadania sob uma pers-pectiva planetária, esta-belecendo relações entreindivíduo, vida, natureza,cultura, conhecimento e tecno-logia. (Editora Fundação Peiró-polis)

O projeto Cidade Escola Aprendiz começou a partir de um site, com uma redação-escola para alunos de escolas públicas e privadas, que se propunha à disseminaçãode temas relacionados à educação para a cidadania. O site www.aprendiz.org.brexiste até hoje e é considerado uma referência de educação na Internet.

Aprendiz de Mim - Um bairro que virou escolaRubem Alves conta a experiência do Projeto Escola Aprendiz, em São Paulo,uma proposta de bairro-escola considerada referência mundial pela Unescoe Unicef. (Editora Papirus)

Universidade Internacional da Paz - UNIPAZ-MG

Informações e inscrições:Unipaz-MG - Rua Paulo Afonso, 146 - Sala 605 - Bairro Santo Antônio - BH/MGTelefone: (31) 3297-9026 - www.unipazmg.org.br - [email protected]

Próximos seminários8 a 10/12/06 - A arte de cura dos Pajés - Tradição sagrada Tupi-guarani (Kaka Werá Jecupé)

15 a 17/12/06 - A arte de viver em harmonia (Elizabeth Richard)

12 a 14/01/07 - E a vida continua (Pierre Weil)

26 a 28/01/07 - Sua vida, sua obra de arte (Aidda Pustilnick)

9 a 11/02/07 - Apresentação de obras-primas da Turma 6

23 a 25/02/07 - Sonhos e Mandalas (Gislaine Maria D’Assumpção)

Inscrições abertas paraa Turma 8 da Formação

Holística de Base(como pós-graduação ou

como extensão).

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O vôo do pássaroReflexõesReflexõesReflexõesReflexõesReflexões

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O ninho mostrado na capa destaedição foi encontrado, por acaso,na jardineira de uma janela nonono andar de um prédio emBelo Horizonte. De lá, nasceramos pequenos e indefesos pássarosque receberam alimento eproteção de seu pai e sua mãe.

Apesar do cuidado incessantedos dois, um dos filhotes nãoconseguiu sobreviver. Osoutros cresceram e setornaram capazes de selançarem no primeiro vôo e nagrande aventura da vida. Fora

do ninho, certamente elesvão se lembrar das liçõesde vida que aprenderamem família...Um exemplo da naturezaque nos mostra que aeducação ambientalcomeça sobretudo dentrode nossas casas.

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Centro de Ecologia Integral - R. Bernardo Guimarães, 3101 - Sala 204 - B. Santo Agostinho - Belo Horizonte/MGBrasil - Cep: 30.140-083 - Tel.: (31) 3275-3602 - E-mail: [email protected] - www.ecologiaintegral.org.br

O Centro de Ecologia Integral, Cei, é uma associação sem fins econômicosreconhecida de utilidade pública municipal e estadual. É registrado noCadastro Nacional de Entidades Ambientalistas, CNEA, do Ministério doMeio Ambiente.Participa atualmente dos seguintes fóruns, redes e comissões: Rede Mineira de Educação Ambiental, RMEA

Rede de apoiadores e Conselho do projeto Fogo da Paz

Fórum de Ongs Ambientalistas de Minas Gerais Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Belo Horizonte

Fórum Estadual Provisório da Agenda 21 de Minas Gerais Comissão Organizadora do Fórum da Agenda 21 de Belo Horizonte

Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional da RMBH

Comissão Organizadora Estadual da II Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente

Grupos de estudos(abertos e gratuitos)- Ecologia do ambiente (semanal)- Meditação (quinzenal)- Sonhos (quinzenal)

Atividades do Cei

BibliotecaCine-pazPalestrasPasseios ecológicos deintegração com a natureza

Em Belo Horizonte:Bancas e agências de revistas: ver com a Distribuidora Santana - DISA: (31) 3388-6669

Barreiro: Vagner Luciano - Tel. (31) 3225-0644 Barroca: Homeopatia Vitae (R. Brumadinho, 267) Barro Preto: Reciclo/Asmare (Av. do Contorno, 10.564)

Centro: Farmácia Chamomilla (Av. Augusto de Lima, 403); Restaurante Vegetariano Naturalmente (R. Rio de Janeiro, 1197) Floresta: Farmácia Homeopática

Digitalis (Rua Curvelo, 130) Santo Agostinho: Livraria do Usina Cineclube (R. Aimorés, 2424); Farmácia Chamomilla Weleda (Av. Olegário Maciel, 1358);

Farmácia Atma (R. Rodrigues Caldas, 766) Savassi: Homeopatia Germinare (R. Paraíba, 966 - Loja 2); Homeopatia Vitae (R. Cláudio Manoel, 170); Mandala

Restaurante Natural (R. Fernandes Tourinho, 290) Serra: Farmácia Amaryllis (R. do Ouro, 1582) Sion: Restaurante Natural Nascente (R. Paraguai, 86)

No interior de Minas Gerais:Caeté: Livraria e Papelaria Universo (Rua Israel Pinheiro, 305); Papelaria Pergaminho (Rua Jair Dantas, 402); Livraria Tau (Rua Cadete de Melo, 348);

Loja do Cabral (Av. João Pinheiro, 3654) Juiz de Fora: G2 Comércio de Livros (Campus da UFJF); Livraria Liberdade - Tel. (32) 3215-7863

Pompéu: Jacson Afonso de Sousa - Tel. (37) 3523-1107

Pontos de venda da Revista Ecologia Integral

Seminários, cursos e oficinas- Ecologia integral- A arte de viver em paz

- Educação ambiental

- Educação para a paz

- Educação para o consumo consciente- Comunicação interpessoal- Comunicação para o terceiro setor- Agenda 21- Desenvolvimento humano, de grupos, de comunidades e de organizações- Psicodrama pedagógico- Meditação- Sonhos- Pós-graduação Educação Ambiental, Agenda 21 e Sustentabilidade

Educação Ambiental, Agenda 21 e Sustentabilidadeem parceria com a Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte.

Curso de pós-graduação lato sensu

Inscrições e informações pelo telefone (31) 3275-3602 (14h -18h)ou pelo e-mail [email protected]

por uma cultura de paz e pela ecologia integralCentro de Ecologia Integral

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Por uma cultura de paz e pela ecologia integral!A Revista Ecologia Integral é uma publicação da organização

não-governamental Centro de Ecologia Integral.PPPPPararararara adquirir uma assinatura adquirir uma assinatura adquirir uma assinatura adquirir uma assinatura adquirir uma assinatura ou ea ou ea ou ea ou ea ou exxxxxemplaremplaremplaremplaremplares avulsos liguees avulsos liguees avulsos liguees avulsos liguees avulsos ligue

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Ed. n°27 - SustentabilidadeEd. n°26 - Saúde/meio ambienteEd. n°25 - Valores humanos

Ed. 24 - Economia solidáriaEd. n°20 - Folclore Ed. n°21 - Agenda 21 Ed. n°22 - Alimentação Ed. 23- Cultura de paz

Ed. n°10 - Ecovilas Ed. n°11 - Temas diversos Ed. n°12 - Água

ESGOTADA

Ed. n°13 - Terra Ed. 14 - Energias

ESGOTADA

Ed. 19 - Povos indígenasEd. n°17 - AnimaisEd. n°16 - BiodiversidadeEdição n°15 - Ar Ed. n°18 - Consumo consciente

ESGOTADA

Ed. n°28 - Direito Ambiental Ed. n°29 - Educação ambiental

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Para que nos tornemos plenos,cumpre resgatar a educação como oato de libertar as potencialidades eas capacidades que estão latentesdentro de cada um.

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por uma cultura de paz e pela ecologia integralCentro de Ecologia Integral