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GOIÁS INDUSTRIAL ENTREVIST A Reforma sindical deve dar maior agilidade ao sistema, defende Robson Andrade (Fiemg) ANO 55 # 222 maio 2008 Revista do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás O AVANÇO DA INDÚSTRIA GOIANA PARTICIPAÇÃO DO SETOR NO VALOR DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO PAÍS PRATICAMENTE TRIPLICOU NO CURTO INTERVALO DE UMA DÉCADA E MEIA

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GOIÁSINDUSTRIAL ENTREVISTA

Reforma sindical deve dar maior agilidade aosistema, defende Robson Andrade (Fiemg)

ANO 55

# 222maio 2008

Revista do Sistema Federação dasIndústrias do Estado de Goiás

O AVANÇO DAINDÚSTRIA GOIANA

PARTICIPAÇÃO DO SETOR NO VALOR DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO PAÍS PRATICAMENTE

TRIPLICOU NO CURTO INTERVALO DE UMA DÉCADA E MEIA

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Perdigão, Copebrás e Votorantim Metais. Some-se a esses valores números das

exportações goianas, segundo a Secretariade Estado de Comércio Exterior. Se em1999 Goiás vendia seus produtos a 69países, em 2007 já o fazia a 140 nações, como número de produtos exportados quasetriplicando, de 275 para 796.

Vale, ainda, contabilizar a diversificação ea desconcentração espacial do nossoprocesso de industrialização,estrategicamente para todas as regiões doEstado, aliviando pressões sobre outras

Paulo Afonso [email protected]

Repórteres e analistas da GGooiiáássIInndduussttrriiaall prepararam para esta edição umretrato sem retoque da evolução daindústria goiana, a partir da Pesquisa IndustrialAnual (PIA), do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE), relativa a umperíodo relativamente curto e recente.Nele, o segmento conseguiu quase triplicarsua participação no bolo nacional, alçada ao9º lugar no ranking das maiores economiasestaduais do País.

Números do IBGE revelam: o parqueindustrial goiano cresceu mais de dez vezes,de 1994 para 2005, saltando de 450 para4.513 unidades, com a contratação demais 107,2 mil trabalhadores. Aomesmo tempo, reafirmou-se avocação do Estado para uma indústriabaseada em seus próprios recursos naturais.Já o valor da transformação industrial elevou-se de R$ 743,79 milhões para R$8,502 bilhões, ou 11,4 vezes mais.

Em termos de receita líquida de vendas,o crescimento foi de R$ 4,337 bilhões paraR$ 25,108 bilhões, correspondente a umavariação acumulada de quase 479%,quando as vendas da indústria no Paísampliaram-se apenas 246%. Mas chegaramoutras grandes empresas, como aHyundai/Caoa, Siderúrgica Planaltoe Anglo American, enquanto outrasse expandem, a exemplo da

Para Goiás continuar crescendo

palavra do presidente

cidades maiores. Agregam-se ao nossocomplexo industrial setores não tradicionais,como o fármaco e o automobilístico. Isso tudocriou um desafio para o Sistema Federação dasIndústrias do Estado de Goiás. Uma de suasinstituições, o Senai, por exemplo, além dasunidades fixas – Minaçu e Niquelândia na RegiãoNorte, Itumbiara no Sul, Catalão no Sudeste,Rio Verde no Sudoeste, Goiânia, Anápolis eAparecida de Goiânia, no Centro Goiano –,para atender às necessidades das fábricas quechegam ou que se ampliam, recorrefreqüentemente a unidades e ações móveis queatuam dentro da própria empresa.

Ninguém duvida que essa evoluçãoextraordinária aconteceu em cima de doispilares chamados Fomentar (1983) e Produzir(2000), programas de incentivo fiscal,concebidos e executados graças à sintoniaentre governo estadual e lideranças

empresariais. Nos registros daSecretaria de Estado da Indústria eComércio, os programas aprovarama implantação ou expansão de cercade 1.200 indústrias. Obviamente,para Goiás continuar crescendo assim,

essa harmonia poder público/iniciativaprivada não pode se interromper. É necessárioque a reforma tributária que se esboça na áreafederal garanta mecanismos de incentivosigualmente eficientes.

Por sua vez, é fundamental a uniãode todas as forças legítimas, para exigirque a infra-estrutura imprescindível ao

nosso desenvolvimento – aí se incluindorodovias, ferrovias, portos e aeroportos –seja providenciada, com determinação, oquanto antes.

“Ninguém duvida que essa evolução extraordinária aconteceuem cima de dois pilares chamados Fomentar e Produzir”

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INDÚSTRIA A PLENO VAPOR12 A fatia goiana na produção nacional saltou de 0,6% em 1990 para1,66% em 2005, enquanto a participação de Goiás no total deempregos industriais avançou de 0,8% para 2,23%

índice

CRESCIMENTO NA MINERAÇÃO22 O avanço vigoroso dos investimentos naindústria de mineração altera a fisionomiaeconômica das cidades do Norte goiano,exigindo esforço adicional para a formação ecapacitação de recursos humanos

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ESCOLA DE CIDADANIA25 Em parceria, Sesi eSama investem namodernização de escolaem Minaçu e desenvolvemum trabalho de formaçãode cidadãos

ESPECIALIZAÇÃO EDIVERSIFICAÇÃO28 Apoio do CentroInternacional de Negóciosda Fieg a empresasexportadoras contribui paraformação de culturaexportadora em Goiás, commaior especialização dasindústrias e diversificação napauta de exportações

ARRANJO PRODUTIVO30 Programa capacita mais235 profissionais para a áreade confecções nosmunicípios de Planaltina eSanto Antônio doDescoberto, na região doEntorno do Distrito Federal

ENTREVISTA8 Independente do figurino a ser aplicadoà futura reforma sindical, a CNI temtrabalhado para que os sindicatos possamoperar com autonomia no futuro, afirmao presidente da Federação das Indústriasdo Estado de Minas Gerais (Fiemg),Robson Braga de Andrade

CAPACITAÇÃO32 Programa deCapacitação Profissional(PCP), idealizado pelaSecretaria do Trabalho eRenda de Catalão emparceria com o InstitutoEuvaldo Lodi (IEL Goiás) e oSenai, prevê o treinamentode cerca de 3 mil pessoas

MODA34 Costumes e símbolos da cultura goiana inspiraram calçados e bolsas desenvolvidos pelaequipe do Senai Goiás

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DDiirreeççããoo José Eduardo de Andrade Neto

CCoooorrddeennaaççããoo ddee jjoorrnnaalliissmmoo

Joelma Pinheiro

EEddiiççããooLauro Veiga Filho

SSuubbeeddiittoorrDehovan Lima

RReeppoorrttaaggeemmAndelaide Pereira, Célia Oliveira,

Geraldo Neto, Débora MariaOrsida, Divina Rosa,

Jávier Godinho

CCooll aabboorraaççããooWelington da Silva Vieira

FFoottooggrraaffiiaa::Sílvio Simões

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Wesley Cesar

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As opiniões contidas em artigos assinados são de

responsabilidade de seus autorese não refletem necessariamente

a opinião da revista

GOIASINDUSTRIALSistema FIEG Conselhos Temáticos

Federação das Indústrias do Estado de Goiás

PresidentePaulo Afonso Ferreira

Av. Araguaia, nº 1.544, Ed. AlbanoFranco, Casa da Indústria - Vila NovaCEP 74645-070 - Goiânia-GOFone (62) 3219-1300Fax (62) 3229-2975

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NÚCLEO REGIONAL DA FIEG EM ANÁPOLIS

Presidente: Waldyr O’Dwyer

Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A,Bairro Jundiaí, CEP 75113-630,Anápolis-GOFone/Fax (62) 3324-5768 / 3311-5565

E-mail:[email protected]

SESIServiço Social da IndústriaDiretor Regional:Paulo Afonso FerreiraSuperintendente:Paulo Vargas

IELInstituto Euvaldo LodiDiretor Regional: Daniel VianaSuperintendente: Paulo GalenoParanhos

SENAIServiço Nacional de AprendizagemIndustrialDiretor Regional: Paulo Vargas

ICQ BRASILInstituto de Certificação Qualidade BrasilDiretor Regional: Daniel VianaSuperintendente: Paulo GalenoParanhos

Diretoria da FIEG

PresidentePaulo Afonso Ferreira

1º vice-presidentePedro Alves de Oliveira

2º vice-presidenteWilson de Oliveira

3º vice-presidenteIvan da Glória Teixeira

1º secretárioHélio Naves

2º secretárioLuiz Gonzaga de Almeida

1º tesoureiroDomingos Sávio Gomes deOliveira

2º tesoureiroAntônio de Sousa Almeida

DiretoresCésar HelouSegundo Braoios Martinez Ubiratan da Silva Lopes Marley Antônio da Rocha Joviano Teixeira Jardim Frederico Martins Evangelista Jorge Luiz Biasuz Meister Aluísio Quintanilha de Barros João Essado Flávio Paiva Ferrari Eduardo Cunha Zuppani Laerte Simão Luiz Antônio Vessani José Vieira Gomide Júnior Carlos Alberto Vieira Soares Fábio Rassi Sávio Cruvinel Câmara Elton Teles de Campos José Luiz Martin Abuli Eurípedes Felizardo Nunes Aldrovando D. de Castro Júnior José Magno Pato Domingos Vilefort OrzilRoberto Guimarães Mendes Raimundo Viana Dutra Carlos Alberto Diniz Humberto Rodrigues de oliveira Mário Renato G. de Azeredo

Conselho FiscalDaniel VianaHeno Jácomo PerilloWaldyr O’Dwyer

Conselho de representantesjunto à CNIPaulo Afonso FerreiraSandro Antônio Scodro Mabel

Conselho de representantes junto à FiegAbílio Pereira Soares JúniorÁlvaro Otávio Dantas MaiaAnísio Queiroz de Carvalho Jr.Antônio Clóvis CarneiroCarlos Alberto DinizCarlos Alberto Vieira SoaresCarlos José de Moura JúniorCarlos Queiroz de Paula e SilvaCarlos Roberto de AraújoCarlos Roberto VianaCésar HelouCyro Miranda Gifford JúniorDaniel VianaDomingos Sávio G. de OliveiraDomingos Vilefort OrzilEduardo Cunha ZuppaniEduardo GonçalvesElton de Teles CamposEmílio Carlos BittarEurípedes Felizardo NunesFábio RassiFlávio Paiva FerrariFrancisco Gonzaga PontesFrancisco de Paula e SilvaFrederico Martins EvangelistaHenrique Wilhem Morg de AndradeHélio NavesHeno Jácomo PerilloJaime CanedoJair RizziJoão EssadoJoaquim Cordeiro de LimaJorcelino José Nunes NetoJorge Luiz Biazuz MeisterJosé Antônio VittiJosé Divino ArrudaJosé Francisco de SouzaJosé Luiz Martin AbuliJosé Magno PatoJosé Romoaldo Maranhão NetoJosé Vieira Gomide JúniorLaerte SimãoLeonardo Jayme de ArimatéaLeopoldo Moreira NetoLuiz Antônio VessaniLuiz Gonzaga de AlmeidaLuiz RézioManoel Paulino BarbosaMário Drummond DinizMarley Antônio RochaMário Renato Guimarães AzeredoNelson Pereira dos ReisOnofre Andrade PereiraOrizomar Araújo de SiqueiraPaulo Afonso FerreiraPedro Alves de OliveiraPedro de Souza Cunha JúniorRoberto Elias de Lima FernandesRubens Luiz BernardesSandro Antônio Scodro MabelSávio Cruvinel CâmaraSebastião Elias BarbosaSegundo Braoios MartinezUbiratan da Silva LopesValdenício Rodrigues de AndradeWellington Soares CarrijoWilson de Oliveira

DesenvolvimentoTecnológico e InovaçãoPresidenteIvan da Glória TeixeiraVice-PresidenteMelchíades da Cunha Neto

Conselho Temático de Meio AmbientePresidenteHenrique W. Morg de AndradeVice-PresidenteDomingos Sávio Gomes de Oliveira

Conselho Temático de Infra-EstruturaPresidenteJosé Rodrigues Peixoto NetoVice-PresidenteRoberto Elias de Lima Fernandes

Conselho Temático de PolíticaEconômicaPresidenteBeyle de Abreu Freitas

Conselho Temático de Relaçõesdo TrabalhoPresidenteHélio NavesVice-PresidenteOrizomar Araújo de Siqueira

Conselho Temático de Micro ePequena EmpresaPresidenteHumberto Rodrigues de OliveiraVice-PresidenteCarlos Alberto Vieira Soares

Conselho Temático deResponsabilidade SocialPresidenteAntônio de Souza AlmeidaVice-PresidenteMelchíades da Cunha Neto

Conselho Temático deAgronegócioPresidenteRodrigo Penna de SiqueiraVice-PresidenteSegundo Braoios Martinez

Conselho Temático de ComércioEExxtteerriioorr ee NNeeggóócciiooss IInntteerrnnaacciioonnaaiissPresidenteRonaldo Jair SalesVice-PresidenteAlberto Borges

Conselho Temático Fieg JovemPresidenteAlexandre CostaVice-PresidenteMarduk Duarte

Rede Metrológica GoiásPresidenteHeribaldo Egídio

expediente

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GOIÁS INDUSTRIAL 7

SIAGOSindicato das Indústrias do Arroz noEstado de GoiásPresidente: Pedro Alves de OliveiraRua T-45, nº 60 - Setor Bueno -CEP 74210-160 - Goiânia - GOFone/Fax (62) [email protected]

SIFAÇÚCARSindicato da Indústria de Fabricaçãode Açúcarno Estado de GoiásPresidente: Segundo BraoiosMartinezPresidente-Executivo: André LuizBaptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - Jardim América- CEP 74290-130 - Goiânia - GOFone (62) 3274-3133 / Fax (62)3251-1045

SIFAEGSindicato das Indústrias deFabricação de Álcool no Estado deGoiásPresidente: Segundo BraoiosMartinezPresidente-Executivo: André LuizBaptista Lins RochaRua C-236, nº 44 - Jardim América- CEP 74290-130 - Goiânia- GOFone (62) 3274-3133 e (62) 3251-1045 - [email protected]

SIMESGOSindicato da Indústria Metalúrgica,Mecânicae de Material Elétrico do SudoesteGoianoPresidente: Wellington SoaresCarrijoRua Costa Gomes, nº 143 - JardimMarconal - CEP 75901-550 - RioVerde - GOFone/Fax (64) 3613-4810

SINROUPASSindicato das Indústrias deConfecçõesde Roupas em Geral de GoiâniaPresidente: Frederico MartinsEvangelistaRua 1.137, nº 87 - Setor MaristaCEP 74180-160 - Goiânia - GOFone/Fax (62) [email protected]

SINDUSCON-GOSindicato da Indústria daConstrução no Estado de GoiásPresidente: Roberto Elias de LimaFernandesRua João de Abreu, nº 427 - SetorOeste - CEP 74120-110 - Goiânia-GOFone (62) 3095-5155/Fax 3095-5176/[email protected]

Outros endereços

SIAASindicato das Indústrias daAlimentação de AnápolisPresidente: Wilson de Oliveira

SICMASindicato das Indústrias daConstrução e do Mobiliáriode AnápolisPresidente: Ubiratan da Silva Lopes

SINDIFARGOSindicato das IndústriasFarmacêuticas no Estado de GoiásPresidente: Eduardo Gonçalves

SIMEASindicato das IndústriasMetalúrgicas, Mecânicase de Material Elétricode AnápolisPresidente: Elton de Teles Campos

SINDICERSindicato das Indústrias deCerâmica no Estado de GoiásPresidente: Laerte Simão

SIVASindicato das Indústrias do Vestuáriode AnápolisPresidente: José Vieira GomideJúnior

Anápolis

SIAEGSindicato das Indústrias deAlimentação no Estadode GoiásPresidente: Sandro Antônio ScodroMabelFone (62) 3224-4253 / Fax 3224-9226 - [email protected]

SIEEGSindicato das Indústrias Extrativas doEstado de Goiás e do Distrito FederalPresidente: Nelson Pereira dos ReisFone (62) 3212-6092/Fax [email protected]

SIGEGOSindicato das Indústrias Gráficas noEstado de GoiásPresidente: Antônio de Sousa AlmeidaFone (62) 3223-6515/Fax [email protected]

SIMAGRANSindicato das Indústrias de RochasOrnamentais do Estado de GoiásPresidente: Carlos Queiroz de Paula eSilvaFone/Fax (62) 3223-6667

SINCAFÉSindicato das Indústrias de Torrefaçãoe Moagem deCafé no Estado de GoiásPresidente: Sávio Cruvinel CâmaraFone (62) 3212-7473/Fax [email protected]

SINDAGOSindicato dos Areeiros do Estado deGoiásPresidente: Carlos Alberto DinizFone/Fax (62) 3223-6667

SINDIALFSindicato das Indústrias de Alfaiataria eConfecçãode Roupas para Homens no Estadode GoiásPresidente: Daniel VianaFone (62) 3223-2050

SINDIBRITASindicato das Indústrias Extrativas dePedreirasdo Estado de GO, TO e DFPresidente: Fábio RassiFone/Fax (62) [email protected]

SINDICALCESindicato das Indústrias de Calçadosno Estado deGoiásPresidente: Flávio FerrariFone (62) 3225-6412/Fax [email protected]

SINDICARNESindicato das Indústrias de Carnes eDerivados noEstado de Goiás e Distrito FederalPresidente: José Magno PatoFone/Fax (62) 3229-1187 e [email protected]

SIMELGOSindicato das Indústrias Metalúrgicas,Mecânicas ede Material Elétrico do Estado deGoiásPresidente: Orizomar Araújo deSiqueiraFone/Fax (62) [email protected]

SIMPLAGOSindicato das Indústrias de MaterialPlástico no Estadode GoiásPresidente: Mário Drummond DinizFone (62) 3229-2427/Fax [email protected]

SINDICURTUMESindicato das Indústrias de Curtumese Correlatos do Estado de GoiásPresidente: João EssadoFone (62) 3213-4900/Fax [email protected]

SINDIGESSOSindicato das Indústrias de Gesso,Decorações, Estuques e Ornatos doEstado de GoiásPresidente: José Luiz Martin AbuliFone (62) [email protected]

SINDILEITESindicato das Indústrias de Laticíniosno Estado de GoiásPresidente: César HelouFone (62) 3212-1135/Fax [email protected]

SINDIPÃOSindicato das Indústrias de Panificaçãoe Confeitariano Estado de GoiásPresidente: Luiz Gonzaga de AlmeidaTelefax (62) [email protected]

SINDIREPASindicato da Indústria de Reparaçãode Veículos eAcessórios no Estado de GoiásPresidente: José Francisco de SouzaFone (62) [email protected]

SINDMÓVEISSindicato das Indústrias de Móveis eArtefatos deMadeira no Estado de GoiásPresidente: Manoel Paulino BarbosaFone/Fax (62) [email protected]

SINDTRIGOSindicato dos Moinhos de Trigo daRegião Centro-OestePresidente: André Lavor PagelsBarbosaFone (62) [email protected] das Indústrias de Calcário,Cal e Derivados no Estado de GoiásPresidente: José Antônio VittiFone/Fax (62) [email protected]

SINPROCIMSindicato da Indústria de Produtos deCimentodo Estado de GoiásPresidente: Marley Antônio da RochaFone (62) 3224-0456/Fax [email protected]

SINDQUÍMICASindicato das Indústrias Químicas eFarmacêuticasno Estado de GoiásPresidente: Eduardo Cunha ZuppaniFone (62) 3212-3794/Fax [email protected]

SINVESTSindicato das Indústrias do Vestuáriono Estado de GoiásPresidente: José Divino ArrudaFone/Fax (62) [email protected]

Sindicatos com sede na Federação das Indústrias do Estado de Goiás - FIEG

sindicatos

Av. Anhanguera, nº 5.440, Edifício José Aquino Porto, Palácio da Indústria, Centro, Goiânia-GO, CEP 74043-010

Av. Engº Roberto Mange, nº 239-A, Jundiaí, Anápolis/GOCEP 75113-630 Fone/Fax: (62) 3324-5768 e [email protected]

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defesa dos interesses desse setor edos segmentos que ele representa.

Na visão do setor, haveriahoje um problema de represen-tação nos sindicatos? Qual foiexatamente o diagnóstico que sefez para se chegar à conclusão deque seria preciso fortalecer ossindicatos?

Andrade – Acho que não existeum problema de representação nossindicatos. O que acho é que a CNItem trabalhado com muita determi-nação para que haja uma harmo-nização dos projetos, dos progra-mas, para que os sindicatos saibamperfeitamente o trabalho que a con-federação realiza e de que forma ainstituição tem contribuído para adefesa dos interesses das indústrias,de que forma ela se articula com ogoverno federal, com os órgãos doExecutivo para que possa criar omelhor ambiente para o crescimen-to e desenvolvimento da indústriano País. É importante que o sindica-

n Lauro Veiga Filho

A reforma sindical, se e quando vier a ser proposta, não deve engessar o sistema, mas pode e deve reforçar a atuaçãodos sindicatos. Independente do que virá pela frente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) está preocupadaem preparar as entidades para o futuro, fortalecendo a autonomia sindical. Apenas o fato de o governo apresentarseu projeto de reforma tributária, numa tentativa de introduzir maior racionalidade na cobrança de impostos, nãodeixou de ser um avanço – ainda que a proposta deixe a desejar. Esses e outros pontos são discutidos, na entrevista aseguir, pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Robson Braga de Andrade.

Goiás Industrial - Como estásendo executado e qual o estágiodo programa de fortalecimento emodernização dos sindicatos querepresentam o setor industrial?

Robson Braga de Andrade – Oobjetivo da CNI (ConfederaçãoNacional da Indústria) de fortaleceros sindicatos diz respeito ao própriofortalecimento do sistema em todo oPaís. Isso vai representar, comcerteza, melhoria na prestação deserviços dos sindicatos para asindústrias associadas e vai significartambém melhor representatividadedo sindicato na defesa dos interessesda indústria. Na realidade, empresas,sindicatos, federações e CNI for-mamos uma corrente que tem forçaenorme no País, empregamos umagrande massa salarial, desenvolve-mos tecnologia, pagamos impostos,temos importância do ponto de vistada distribuição de renda e partici-pação muito grande no PIB (ProdutoInterno Bruto). Isso tudo somado,temos ali a importância da CNI na

Com umpé no futuro

"Com certeza, o País precisa

de uma reformasindical que crie avanços,

mas é importante que os atores

envolvidos sejam ouvidos,

participem, dêem

sua opinião"

entrevista com Robson Braga de Andradepresidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)

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to conheça e entenda esse trabalhopara que possa colaborar com esse trabalho.

Que avaliação que o senhorfaz a respeito das propostas dereforma sindical que estão noCongresso? De que forma umareforma poderá afetar a estruturae o trabalho da CNI?

Andrade – Uma reforma sindi-cal pode afetar a estrutura de todasas confederações, em todos ossetores, incluindo as confederaçõesde trabalhadores. O que existe é umgrupo, um fórum, onde todos osatores e todos os segmentos estão alirepresentados para discutir a melhor proposta de reforma sindi-cal. Com certeza, o País precisa deuma reforma sindical que crieavanços, mas é importante que osatores envolvidos sejam ouvidos,participem, dêem sua opinião,mostrem as vantagens ou desvanta-gens de cada sistema. O objetivo écriar condições para que o sistemasindical possa avançar. Não quere-mos, de maneira alguma, pelomenos na minha visão, e falo comopresidente da Fiemg, estabelecercondições para que o sistema fiquemais amarrado ainda, mais engessa-do e possa enfrentar dificuldades naprestação de serviços tanto para asempresas como para a sociedadecomo um todo.

Na visão da Fiemg, quais seriam os instrumentos mais ade-quados para que os sindicatospossam desempenhar esse papel?

Andrade – Há uma série detemas que precisariam ser discuti-dos. A questão é que a reformasindical não está na pauta do gover-no e nem do Congresso para agora.

Esse assunto continua sendo discu-tido. Neste momento, ao contráriodo que já tem no caso da reformatributária, com proposta concreta,com pontos a serem debatidos, nareforma sindical ainda não sechegou a acordo nenhum. Discutiu-se a formação e representatividadedos sindicatos e federações, evoluiu-se em alguns pontos e acho queretrocedeu em outros, e acabou nãose chegando a acordo algum.

A questão da contribuiçãosindical é vista de que forma pelaFiemg?

Andrade – A contribuição éimportante para os sindicatos. É aforma que o sindicato tem hoje deter os recursos necessários paradesenvolver o trabalho de prestaçãode serviços para seus associados.Agora, há diversas formas de osindicato prestar esse serviço. Achoque o que a CNI tem feito é prepararos sindicatos para o futuro. Esse é oponto importante. Se deixarmos delado o que vai acontecer com areforma e com a contribuição sindi-cal, a CNI quer preparar os sindi-catos, desde já, para que no futuro,independente do que venha nessareforma, eles estejam fortalecidospara uma prestação de serviços paraas empresas que seja consideradaimportante por elas. O sindicatotem de ser visto por seus representa-dos e pela sociedade como umorganismo importante na represen-tatividade daquele setor. A empresatem de participar do sindicatoporque acredita que ele presta umserviço importante.

Por falar em reforma tribu-tária, qual a avaliação da Fiemg arespeito da proposta do governo

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que está no Congresso e o que suaaprovação poderá mudar para a indús-tria, em termos de perspectiva para o futuro?

Andrade – No nosso caso, enten-demos que é um avanço muito impor-tante. Primeiro porque recoloca na pautado País um projeto que estava abandona-do. Todos, trabalhadores, consumidores,parlamentares, empregadores, falavam deuma reforma, mas não tinham um proje-to ainda. Houve o mérito do governo decolocar a reforma tributária na pauta doCongresso. Por outro lado, há umagrande vantagem, já que você começa amudar o foco de uma tributação na pro-dução para o consumo, como funcionano mundo inteiro. Os países evoluídos eos países da América Latina e da Américado Sul há muito tempo já fazem isso. Oimposto incide sobre o consumo e nãosobre a produção. O projeto em si trazalguns avanços. Ele cria um impostosobre o valor agregado, que simplifica umpouco a tributação federal, já que englobaPIS/Cofins, salário educação; cria umimposto estadual sobre valor agregado;num prazo mais longo, tende a acabarcom a guerra fiscal entre os Estados, amelhorar o sistema de compensações doscréditos tributários relativos às expor-tações. Um ponto também muito impor-tante é que o projeto, no médio prazo,acaba com a tributação sobre os investi-mentos. Essas são propostas importantís-simas. A nosso ver, o projeto deixa a dese-jar porque nós, como empresários de umsetor importante da produção nacional,queríamos que o avanço fosse mais rápi-do e mais denso. Quando se fala em oitoanos para acabar com a guerra fiscal e nomesmo prazo para recuperar todos oscréditos relativos a investimentos, é umprazo muito longo.

Mas a eventual redução nesses pra-zos não poderia esbarrar na resistênciados governadores, por exemplo?

Andrade – Com certeza. Acho queesbarra em dois pontos. Primeiro, naresistência dos governadores e outro nafalta de conhecimento que o País tem hojesobre quanto cada Estado produz e con-some. Você não tem informação concreta,por exemplo, daquilo que é produzido emGoiás e que vai para o Ceará, daquilo queé produzido em Minas e é comprado porGoiás, daquilo que a economia goianaproduz e envia para São Paulo. Essesdados ainda não são concretos. Por isso éque, a partir da implementação da notafiscal eletrônica, o País vai ter todos essesdados. Mas a nota eletrônica já é uma realidade. Já estão sendo feitas experiên-cias. A partir de 2009 ela já começa a serimplantada de maneira muito rápida e arecuperação dos créditos relativos a inves-

timentos e exportações poderia ser feitana mesma velocidade de implantação danota fiscal eletrônica.

A questão da fiscalização pode serum empecilho?

Andrade – O sistema passa a contem-plar a tributação no destino e não naorigem. Mesmo que o imposto seja cobra-do na origem por causa de substituiçãotributária, ele vai pertencer ao Estadoonde ocorre o consumo. O que se imagi-nou nessa reforma tributária é que se vocêtem um produto que é produzido emGoiás e que é consumido em MinasGerais, o primeiro Estado enviaria o pro-duto sem imposto nenhum e Minasficaria com o imposto. Acho que esse éum sistema que resgata uma dívida que o

"INDEPENDENTE DO QUE VÁACONTECER COM A REFORMA

E COM A CONTRIBUIÇÃOSINDICAL, A CNI QUER PREPARAROS SINDICATOS, DESDE JÁ, PARAQUE NO FUTURO, ELES ESTEJAM

FORTALECIDOS"

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País tem com os Estados que são menosprodutores e mais consumidores, quena realidade acabam ficando prejudica-dos (no sistema atual) porque eles têmconsumo, mas não geram produto e nãotêm imposto. Esse também é um fatorimportante na guerra fiscal. Mas paraque isso pudesse funcionar bem, o pro-jeto de reforma tributária imaginoudeixar 2% no Estado que produz paraque esse porcentual servisse como paga-mento da máquina fiscalizadora doEstado, para que pudesse haver uma fis-calização. A discussão é se isso poderiasubir para 4%. As alíquotas do impostosobre valor agregado passariam a serpropostas pelo Confaz (ConselhoNacional de Política Fazendária) eaprovadas pelo Senado.

O senhor citou a questão da deso-neração dos investimentos mais nolongo prazo. Isso deverá ocorrer namedida que a Fiemg consideranecessária ou ela ficará aquém do quese poderia fazer?

Andrade – A desoneração está pre-vista na reforma, mas, como disse, numprazo muito longo, de praticamente oitoanos. O que acontece é que hoje qualquerempreendedor que vá fazer um novoinvestimento, uma nova expansão, elepaga antecipadamente, antes de iniciar aprodução, em torno de 33% a 35% sob aforma de impostos. Isso não existe emlugar algum do mundo, porque o impos-to incide sobre a produção ou sobre oconsumo. No caso brasileiro, você aindaestá investindo e já está pagando imposto

antes. O que o governo está propondo éque haveria a recuperação imediata doscréditos tributários, o que acho um sis-tema mais adequado. No Brasil, todo oimposto deveria ser sobre valor agregado.Não podemos manter impostos que seacumulam em cascata sobre a produção.Isso acaba prejudicando o consumidor,aumentando os custos dos produtos. OPaís cresce menos. Nos últimos dois anos,temos visto que todas as vezes em que sereduziu impostos, a receita tributáriacresceu, porque houve aumento da pro-dução, do consumo, dos investimentos.

Quais as principais medidas quedeveriam ser adotadas para o setorexportador?

Andrade – Uma das medidas que ogoverno tomou vai nesse caminho detentar melhorar a taxa cambial, pormeio da isenção do IOF (Imposto sobreOperações Financeiras). Há a questãoda isenção do Imposto de Renda parainvestidores estrangeiros que compramtítulos do governo federal no País, quefunciona para atrair dólares e pode sersolucionada. Mas acho que o País temde estudar outras propostas. Por exem-plo, a média empresa de produtos manufaturados, com valor agregado etecnologia, tem custos elevados emuitas vezes enfrenta custos elevadospara participar de feiras no exterior, parafazer prospecção de mercado, para fazeruma pesquisa para saber o gosto do con-sumidor e preços lá fora. Esses sãofinanciamentos que o governo federal,por meio do BNDES, da CaixaEconômica Federal e do Banco doBrasil, pode fazer com um custo muitobaixo para que o produtor brasileiropossa ter uma compensação nessa buscade mercados lá fora. Há os custos deinfra-estrutura e logística que se foremmelhorados, mesmo com uma taxacambial desfavorável, poderiam permi-tir a continuidade das exportações.

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matéria de capa

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n Lauro Veiga Filho

Setor consegue triplicar sua participação no valor total da produção brasileira, puxada por novos setores e pela expansão de fábricas já instaladas aqui.

NA ONDA DAINDÚSTRIA

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No espaço relativamente curto de uma década e meia, a indústriagoiana conseguiu multiplicar em quase três vezes sua participação nobolo nacional, o que contribuiu decisivamente para que a economiaestadual fosse lançada à posição de 9ª maior no País. Os números daPesquisa Industrial Anual (PIA), realizada pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística (IBGE), ajudam a contar a história do setorindustrial goiano, mostrando trajetória ascendente a partir da segundametade dos anos 90.

Até 1990, quando aquele levantamento apontava apenas 466 esta-belecimentos industriais em Goiás, responsáveis por 34,5 mil empre-gos, o valor da transformação industrial (VTI) realizada no Estado representava somente 0,6% de toda a produção brasileira. Da mesmaforma, apenas 0,8% dos empregos industriais estavam em Goiás atéaquele ano. Em 2005, ano do mais recente dado divulgado pelo insti-tuto, a participação da indústria goiana no valor da transformação emtodo o País saltou para 1,66%, enquanto a fatia do Estado no empregogerado pela indústria brasileira chegou a 2,23%.

Encurtando o período de análise, os resultados continuam sur-preendentes, confirmando ritmo de crescimento mais acelerado doque a média nacional, num comportamento próprio de economiasemergentes. Na comparação entre 1994 e 2005, o total de unidadesindustriais instaladas em Goiás, na versão do IBGE, cresceu mais dedez vezes, pulando de 450 para 4.513. Esse movimento veio acompanhado de avanço do emprego no setor, embora em ritmosuavemente mais modesto. A abertura de novas fábricas e a expansãodaquelas já implantadas significaram a contratação de mais 107,2 miltrabalhadores, refletindo aumento de 307% para a força de trabalho

industrial em igual intervalo, para um total de 142 mil empregados.O desempenho mais impressionante, no entanto, ficou por conta

da produção em si, com a consolidação do parque industrial reafir-mando a vocação do Estado para uma indústria com base em recursosnaturais. O valor da transformação industrial pulou de R$ 743,79 mil-hões para R$ 8,502 bilhões, ou seja, um avanço ligeiramente superiora 11,4 vezes.

NEM SÓ GRÃOS E MINÉRIOSA trajetória da indústria em Goiás guarda estreita relação com a

capacidade de reação de empresas locais, como a Halex Istar, pioneirano setor farmacêutico e hospitalar, e com decisões de grandes empre-sas associadas à extração e produção de minérios, grãos e carnes, atraí-das principalmente pela política de incentivos fiscais adotada a partirdo início dos anos 80 e reformulada na década seguinte.

Tradicional no setor de soluções parenterais de grande volume elíder no segmento, a Halex Istar começou a surgir ainda em 1959, coma criação da Indústria Química Istar Ltda, que mais tarde, já em 1970,decidiria se unir ao Laboratório Halex Ltda, fundado em 1967. A fusãolançou as bases para a expansão acelerada da empresa nos anosseguintes, agora sob a denominação de Laboratório Halex Istar Ltda.

Atualmente com mais de 900 trabalhadores, ocupando área de 50mil m² e filiais em São Paulo, no Rio de Janeiro e Recife, a Halex Istarmantém programa permanente de investimentos em tecnologia e emmodernização de suas linhas, ganhando destaque como uma dasprimeiras indústrias do setor no País a produzir soluções parenteraisde grande volume em sistema fechado.

Distrito Agroindustrial de Anápolis: concentração de laboratórios farmacêuticos e pólo logístico do Estado

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PERDIGÃONum setor mais convencional, em meados da década de 1990,

cumprindo planejamento estratégico cautelosamente desenhado por suadireção, a Perdigão decidiu descentralizar seu parque de abates e de indus-trialização de carnes de aves e suínos, diante do esgotamento da fronteiraagrícola no Sul do País e acirramento da competição por milho e soja.

O grupo vinha abastecendo suas unidades no Sul com grãosadquiridos em Goiás, Mato Grosso e mesmo no Tocantins. Nos cálcu-los da empresa, divulgados à época, para transportar uma tonelada demilho, gastava-se duas vezes mais do que o custo do frete de umatonelada de frango desossado e 20% a mais do que o transporte de umatonelada de carne de porco sem osso.

A Perdigão escolheu Rio Verde para instalar o que chegou a serdenominado como o maior complexo de produção de carnes daAmérica Latina. O empreendimento recebeu investimentos iniciais deR$ 517 milhões a partir de 1997, incluindo dinheiro da Perdigão, deseus integrados e de empresas transportadoras. Outros R$ 500 milhõesentraram nos anos seguintes para a expansão do complexo, elevandosua capacidade de abate para 2,1 milhões de aves e 21 mil suínos porsemana, num total de 298 mil toneladas de carnes por ano.

Em março de 2007, a empresa inaugurou o segundo complexo emterritório goiano, num investimento total de R$ 510 milhões. Instaladaem Mineiros, a unidade tem capacidade para abater 24 mil perus e 140mil frangos (ou chester) por dia, produzindo 81 mil toneladas decarnes por ano. Praticamente 80% da produção será destinada ao mer-cado externo. A planta de Jataí, adquirida em agosto do ano passado,receberá, neste ano, investimentos de R$ 165 milhões, dobrando sua

capacidade de abate para 140 mil aves por dia.Até o início de 2008, segundo a empresa, os projetos desenvolvi-

dos em Goiás consumiram R$ 1,65 bilhão, dos quais, R$ 606 milhõesforam aplicados pelos criadores integrados. A Perdigão gera 9,2 milempregos diretos e, estima-se, outros 27,9 mil de forma indireta, ape-nas no Estado. O grupo anunciou sua decisão de investir mais R$ 1,1bilhão em Goiás nos próximos três anos, reforçando os complexos deMineiros, que passará a abater 280 mil aves por dia, e de Rio Verde. Ossistemas de integração em Mineiros, Jataí e Rio Verde deverão receberinjeção de R$ 700 milhões, com recursos do Fundo Constitucional deFinanciamento do Centro-Oeste (FCO).

Perto de R$ 62 milhões foram reservados para a expansão do centrode distribuição em Rio Verde, transformando-o em um dos maiores dogrupo no País. Com previsão para operar a plena carga a partir de ou-tubro próximo, o CD vai abrigar 16 mil posições de armazenagem, con-solidando a movimentação de cargas entre as regiões Centro-Oeste,Norte, Nordeste e parte do Sudeste. A diversificação dos negócios daempresa, com a compra da Eleva Alimentos, levou a Perdigão a incor-porar a unidade de leite longa-vida da marca Elegê em Itumbiara.

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Avicultura: Perdigão anuncia novo pacote deinvestimentos de R$ 1,1 bilhão em três anos

Fatia mais gordaIndústria goiana amplia sua participação no bolo nacional entre 1996 e 2005

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Indústria extrativa: participação dosetor encolheu nos últimos anos, antesdo recente boom de investimentos

Votorantim

Milho e soja: avanço daprodução no Cerrado atraiuas atenções de grandesagroindústrias para o Estado

Mitsubishi: compra de nova área sinalizaplanos para futuras expansões em Catalão

Caoa/Hyundai: projeto contrata créditosdo ICMS no valor de R$ 4,46 bilhões

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SAMAInstalada em Minaçu, no Norte goiano, desde 1967, quando veio

transferida da Bahia para explorar a mina de amianto crisotila descobertacinco anos antes, a Sama Minerações Associadas tornou-se a terceiramaior produtora do minério no mundo, com capacidade instalada para270 mil toneladas por ano. A empresa responde, atualmente, por quase12% da produção mundial e destina 40% de sua produção para a expor-tação. A fibra está presente em mais de 20 países da Ásia, América Latina,África e do Oriente Médio, com destaque para Índia, Tailândia, Indonésia,Japão, México, Colômbia, Nigéria, Emirados Árabes Unidos e Irã, deacordo com a empresa.

Entre 2003 e 2007, a mineradora investiu R$ 51,0 milhões na mina ena planta industrial, envolvendo melhorias no processo, em novas tec-nologias e projetos socioambientais. A produção no mesmo períodoaumentou de 231,115 mil para 254,204 mil toneladas, num avanço de10%. As vendas saltaram quase 27%, passando de 217,139 mil para275,052 mil toneladas.

MITSUBISHIA Mitsubishi Motors do Brasil inaugurou em setembro de 1988 sua

planta em Catalão, numa área total de 630 mil m², já de olho em futurasexpansões. A etapa inicial, com 14 mil m² de área construída, tinhacapacidade para 10 mil unidades por ano, iniciando a produção com alinha L200, de cabine dupla. Numa fase seguinte, em agosto de 2002, aempresa passou a montar a Pajero TR4, incrementando as vendas epreparando terreno para a terceira e última etapa do Projeto Anhanguera,inaugurado em agosto de 2003, ampliando a capacidade para 30 milunidades por ano.

De acordo com a empresa, a fábrica de Catalão, com 57 mil m² de áreaconstruída, produz em média 90 a 100 veículos por dia, incluindo osmodelos L200 Triton, L200 Outdoor, Pajero TR4 Flex e Pajero Sport,além dos veículos da linha Competition. Planos de expansão não foramcongelados pela montadora, que adquiriu terreno de 108 mil m² emfrente a suas instalações atuais para abrigar novas linhas no futuro.

Avanços e retrocessosO valor bruto da produção – que considera as vendas totais de pro-

dutos e serviços, a variação de estoques acabados ou em elaboração,incluindo insumos importados – cresceu ainda mais aceleradamente, aosair de R$ 1,734 bilhão em 1994 para R$ 23,432 bilhões em 2005 (13,5vezes mais). A variação embute um dado não tanto positivo quantoaparenta. Isso significa que a indústria goiana como um todo passou arecorrer em escala crescente à atividade de montagem de bens finais, apartir de peças, acessórios e partes trazidas de outras regiões ou impor-tadas de outros países, com aparente redução do uso de insumos locais,num sintoma de desindustrialização, na visão do Instituto de Estudospara o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

A tendência pode ser avaliada com maior nitidez quando se acom-panha o comportamento da relação entre valor da transformação indus-trial e o valor bruto da produção ao longo dos anos. Em 1982, quando oEstado iniciou, de forma mais agressiva, o uso de instrumentos de políti-ca industrial, com incentivos baseados no Imposto sobre a Circulação deMercadorias e Serviços (ICMS), o valor da transformação representava42,29% do valor bruto produzido pela indústria goiana.

Esse porcentual elevou-se para 45,02% em 1990, ponto máximo atéagora alcançado. Quatro anos depois, o indicador já havia recuado para42,89%, bastante próximo dos níveis observados em 1982. Na metadefinal dos anos 1990, a queda aprofundou-se, com o índice recuando para38,04% em 1996, depois para 37,14% em 1999, quando grandes projetosnos setores de carnes e grãos já haviam começado a se instalar em Goiás,até desabar para 33,70% em 2000.

Houve alguma recuperação num período mais recente, provavel-mente já refletindo o processo de maturação daqueles projetos, mas emamplitude ainda modesta. Em 2004, o indicador oscilou até 34,06%,subindo a 36,28% em 2005.

ACIMA DA MÉDIAA partir de 1996, a nova séria da PIA mostra que a receita líquida de

vendas aumentou quase seis vezes no Estado, pulando de R$ 4,337 bil-hões para R$ 25,108 bilhões em 2005, em valores nominais. Na ponta dolápis, uma variação acumulada de quase 479% em nove anos, enquantoas vendas da indústria no restante do País cresciam "apenas" 246%. A fatiada indústria goiana na receita líquida de todo o setor avançou de 1,23%em 1996 para 1,46% em 1999 até atingir 2,05% há dois anos. Com achegada de novas indústrias, como a Hyundai/Caoa, Siderúrgica Planaltoe Anglo American (Projeto Barro Alto), e a expansão de outras, a exem-plo da Perdigão, Copebrás e Votorantim Metais, essa participação deveráindicar novos incrementos nas pesquisas seguintes.

O valor da transformação industrial (VTI) igualmente cresceu emritmo mais acelerado do que o restante do País, acumulando variação de372,5% em Goiás, frente a 218,5% na indústria brasileira como um todo.

O VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO CRESCEU AINDA MAIS ACELERADAMENTE, AO SAIR DE R$ 1,734 BILHÃOEM 1994 PARAR$ 23,432 BILHÕES EM 2005

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A indústria de alimentos e bebidas – espe-cialmente com a chegada de grandes empresas,como Perdigão, Schincariol e Coca-Cola, ecom a expansão da antiga Arisco, agoraabsorvida pela gigante Unilever, a ampliaçãodo Grupo Mabel e o desembarque de grandesfrigoríficos – ainda é dona da maior fatia daprodução industrial. Embora recentementeoutros segmentos tenham revelado avançossignificativos, a exemplo das indústrias de pro-dutos químicos (adubos e fertilizantes) e demedicamentos e de montadoras de veículosautomotores, reboques e carrocerias, o pre-domínio do setor de alimentação continuaquase inabalável.

A PIA de 1982 atribuiu às indústrias de ali-mentos e bebidas, ainda incipientes no Estado,participação de 26% no total de empregos e de33,9% no valor da transformação industrial.Oito anos mais tarde, a participação haviaalcançado 42,2% no total de empregados e49,6% na produção, recuando, em 1994, quan-do houve o lançamento do Plano Real, para41,9% no valor agregado da transformaçãoindustrial. Paradoxalmente, revelando a forçaempregadora do segmento, a fatia no total deempregos aumentou para 47,1%.

Mas foi em 1999, coincidindo com o iníciodas operações da Perdigão e com a ampliaçãodo complexo instalado em 1997 em Rio Verde,que o setor de alimentos atingiu o que pareceser sua participação máxima, até aqui, passan-do a representar 55,4% de toda a transformaçãoindustrial realizada em Goiás. Mas, ao con-trário do que ocorreu no período anterior, afatia no emprego encolheu para 37,5%, voltan-do a crescer para 39,8% em 2005, quando aparticipação na produção recuou para 51,3%.

Os dados mais recentes do IBGE ainda nãocaptaram o impacto do boom observado nosetor mineral, com investimentos previstos emmais de R$ 4,2 bilhões até 2011. Por isso, osdados da pesquisa industrial mostram umtombo na participação da indústria extrativamineral de 8,1% para 4,7% entre 1999 e 2005,

período em que grandes unidades de produçãode cimento e calcário fecharam as portas e/oudesaceleraram sua operação. Isso fez com que aparcela da produção ocupada pela indústria de

extração de minerais não-metálicos murchassede 7,5% em 1999 para 3,7% em 2005. Com aretomada da produção no setor, a tendência éde recuperação para os anos seguintes.

Alimentos, ainda o “dono” do pedaço

Produtividade dispara...Valor da transformação industrial por empregado na indústria (R$ mil)

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Os anos 80, com a aprovação da Lei9.489/1984, que criou o Fomentar, anota oeconomista da Fieg, Reinaldo Fonseca, oEstado observou uma nova onda de investi-mentos e de expansão industrial. Essatendência, prossegue ele, seria reforçada navirada do século, com a edição, em 2000, daLei 13.197, criando o Produzir.

Os movimentos identificados em setoresde maior valor agregado têm contribuídopara redesenhar o perfil da indústria, notan-do-se, a partir de 2007, incremento acentua-do de retomada do setor alcooleiro, estimula-do pelo crescimento acelerado da demandadoméstica. Antes disso, os grandes investi-mentos detonados pela indústria de adubos efertilizantes e a consolidação do pólo farma-cêutico em Anápolis, Goiânia e Aparecida deGoiânia impulsionaram a participação dosegmento de fabricação de produtos quími-cos no VTI, que saltou de 8,9% para 11,65%também entre 1999 e 2005.

Primeiro, com a chegada a Catalão daMitsubishi Motors Company do Brasil (MMC),em associação com o grupo Souza Ramos, e daJohn Deere (ex-Cameco) e, mais tarde, com afranca expansão da mesma MMC, a indústriade montagem de veículos, reboques e carroce-rias elevou sua fatia no VTI estadual de meros0,26% em 1999 para 4,33% apenas seis anosdepois. Muito provavelmente, a implantaçãoem Anápolis da montadora da Caoa/Hyundaideverá significar nova arrancada da indústria.

A indústria de produção de coque, refinode petróleo e produção de álcool, especial-mente em função deste último, já vinha expe-rimentando alguma aceleração, ao sair de

Os novos"candidatos"

1,86% para 3,63% do VTI entre 1999 e 2005 –o que, na verdade, podia ser visto como merarecuperação, ainda insuficiente para repetir ofeito de 1996, quando o segmento respondeupor 6,24% da transformação industrial. Ocrescimento vigoroso dos investimentos emnovas usinas e na ampliação daquelas já insta-ladas em Goiás, destacadamente a partir de2007, tende a reforçar a posição do setor nabase industrial goiana daqui em diante.

O setor de vestuário e acessórios, comampla capacidade de geração de empregos,ao contrário das montadoras, despencou de6,45% em 1996 para 2,85% em 2005,enquanto sua participação no empregoindustrial total também baixou, de 17,8%para 12,2%. O setor de bens de capital(máquinas e equipamentos), que tinha par-ticipação de 0,39% no valor da transfor-mação industrial em 1996, avançou para0,49% em 1999 até atingir 0,63% em 2005.

PRODUTIVIDADE EM DISPARADAO crescimento vigoroso do valor agrega-

do pela indústria goiana à produção, aliado

ao avanço relativamente modesto doemprego, fez disparar a produtividade dosetor. A Pesquisa Industrial Anual mostraque o valor da produção industrial porempregado pulou de R$ 22,6 mil em 1996para quase R$ 60 mil em 2005.

Aqueles valores representaram variação de165%, num porcentual arredondado, e refleti-ram salto de 372,5% no valor da transformaçãoindustrial. Para comparação, o total de empre-gados, variável que também influenciou nadefinição da produtividade industrial, avançou78,4%. A produtividade da indústria em Goiáspassou a crescer mais velozmente do que orestante do País, o que tem permitido encurtara distância em relação aos níveis médios de efi-ciência industrial. Na comparação com 2004, oindicador em 2005 cresceu 10%, frente a 5,6%na média do País.

A produção média por empregado naindústria em Goiás, na faixa de R$ 59,860 mil,passou a representar 74,5% do indicadornacional (R$ 80,290 mil). A distância eraligeiramente maior em 1999, correspondendo a67% da média brasileira.

Número de novas indústrias atraídas para Goiás cresceu dez vezes em 11 anos, superando 4,5 mil unidades, segundo o IBGE

A força da agroindústria em Goiás: avanço da soja muda geografia do Cerrado e atraiinvestimentos de grandes processadoras de grãos e carnes

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Quem emprega mais

Com base nos dados do Produto InternoBruto (PIB) estadual, aferidos pela Secretaria dePlanejamento (Seplan-GO) e pelo IBGE, aindústria goiana como um todo havia experi-mentado variação de 2,55% em 2005, diante de

8,7% e 8,6% em 2003 e 2004, respectivamente.A perda de fôlego explica-se, em parte, pelotombo na produção da indústria extrativa mi-neral (menos 7,21% em 2005), resultado daqueda na produção de amianto e de calcárioagrícola. A reviravolta no setor mineral ocorre,no entanto, depois de dois anos de forte incre-mento (16,3% em 2003 e 14% em 2004).

Mesmo com a desaceleração, o setor indus-trial conseguiu elevar proporcionalmente suaparticipação no PIB, quando se leva em contaapenas a nova metodologia definida pelo IBGE.No agregado, incluindo a construção civil e osetor de extração mineral, além de serviços

industriais de utilidade pública (energia, gás eágua), a fatia da indústria variou de 23,90% em2002 para 24,98% em 2004, elevando-se para25,97% em 2005. Na série antiga, que agregavasegmentos agora redistribuídos para o setor deserviços, a participação da indústria chegava a35,48% em 2004. Isso corresponde a umaperda de R$ 4,610 bilhões naquele ano.

NOVO MAPA DOS INVESTIMENTOSAs intenções de investimento no setor de álcoole açúcar, em Goiás, subiram praticamente 40%desde setembro, acumulando alta de 87%desde março do ano passado, segundo pesquisa

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O peso dosetor na criaçãode riquezas

Participação por setor no total de pessoas ocupadas na indústria goiana (em %)

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Ganhos e perdas

realizada semestralmente pelaSuperintendência de Estatística, Pesquisa eInformação (Sepin) da Secretaria dePlanejamento e Desenvolvimento de Goiás(Seplan-GO). Entre 2008 e 2011, o levanta-mento prevê a injeção de R$ 12,765 bilhões nosetor, envolvendo um total de 86 projetos,incluindo novas unidades e expansão ou mo-dernização das usinas já instaladas.

Sozinho, o setor de álcool e açúcar deveráresponder por 48,7% de todos os investimentosprojetados para o Estado naqueles quatro anos.O dado parece desmentir a recente tendênciade desaceleração dos projetos anteriormente

anunciados por empresas do setor e novosinvestidores. Mas deve-se levar em conta que osnúmeros correspondem a intenções de investi-mentos divulgadas pelas empresas por meio daimprensa e a projetos apresentados ao Produzire Fundo Constitucional de Financiamento doCentro-Oeste (FCO) a partir de setembro doano passado.

O fato concreto é que, se desconsiderado osetor de álcool e açúcar, as intenções de inves-timento experimentariam queda, quando com-parados aos dados divulgados na pesquisa deintenção de investimentos de março de 2007.Naquela época, todos os demais setores da

economia haviam antecipado a decisão de in-vestir R$ 13,877 bilhões entre 2007 e 2010,valor que baixou para R$ 13,424 bilhões emmarço deste ano, em queda de 3,3%.

Na soma de todos os setores, as intençõesde investimento avançaram de R$ 20,704 bil-hões em março do ano passado para R$ 21,645bilhões em setembro (mais 4,5%), atingindo R$26,189 bilhões em março deste ano – com ele-vação de 21% nos últimos seis meses e de26,5% em 12 meses. O total de empregos pre-vistos avançou de 124 mil em março de 2007para 142,2 mil no mesmo mês deste ano, re-presentando incremento de 15,1%.

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Setores têxtil e de minerais não-metálicos encolhem, produtos químicos e montadores ampliam participação no valor da transformação industrial em Goiás (em %)

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sesi senai sama

3 S, DE SERVIÇO, SOMA, SUCESSOCrescimento acelerado da indústria de mineração, especialmente, no nortegoiano cria novos desafios para formação e capacitação de recursos humanos

n Andelaide Pereira, de Minaçu

O forte aquecimento do setor de mine-ração em Goiás tem provocado mudançassignificativas na economia dos municípios daRegião Norte do Estado. A chegada de novosempreendimentos e a expansão de indústriasjá existentes contribuem com o aumento daoferta de empregos, a geração de riquezas e afixação da população local.

Em Minaçu, a 510 quilômetros deGoiânia, a Sama Minerações Associadas –uma das três maiores produtoras mundiaisde amianto crisotila – comprova esse boomdo segmento com previsão de 7% de cresci-mento na produção do minério em 2008.Para atender à demanda dos mercados inter-no e externo, a empresa investe na comprade equipamentos e na qualificação de mão-de-obra.

Somente neste primeiro trimestre do ano,quase 80 funcionários da mineradora fizeramcursos de aperfeiçoamento profissional e ou-tros 167 integram turmas de aprendizagemindustrial e de habilitação técnica. As ativi-dades de educação profissional são realizadaspor meio de sólida parceria mantida há quase20 anos com o Senai Goiás – instituição inte-grante do Sistema Federação das Indústriasno Estado de Goiás.

BONS FRUTOSConstruído dentro da Vila Residencial

Sama, em 1979, o então Centro de FormaçãoProfissional passou, em novembro de 1988, àresponsabilidade do Senai, com assinatura determo de cooperação mantido até hoje. Anopassado, o Sistema Fieg ampliou sua atuaçãoem Minaçu com a implantação de ações doSesi no município. Com a integração das

duas instituições, a antiga Escola Senai Samapassou à denominação de Unidade IntegradaSesi Senai Sama.

Em janeiro de 2008, a unidade assumiunovo desafio, formalizado em outubro do anopassado – gerenciar a escola da mineradora,que atende filhos dos funcionários e alunosda comunidade. No projeto, a Sama investiumais de R$ 300 mil em equipamentos e melhoria da estrutura física. A Escola SesiSama, que também funciona dentro da min-eradora, oferece da educação infantil ao 3ºano do ensino médio, alem de aulas de teatro,dança, pintura em tela e coral.

Para o diretor geral da Sama, Rubens Rela,a atuação integrada do Sesi e Senai em Minaçuirá contribuir ainda mais com o desenvolvi-mento da região, fortalecer o crescimento daatividade mineral no pólo industrial, além deaumentar a empregabilidade da comunidade.

JOBER DINIZ

Supervisor de produção: "Essa é a terceira habilitação que faço noSenai e estou bastante motivado"

JOSUÉ MOURA

Diretor do Sesi Senai: previstainstalação de biblioteca, salaspara a área de relações com omercado e escritório do Sesi

RUBENS RELA

Diretor-geral da Sama: "Essa união de esforçostem gerado iniciativas de sucesso, como aimplantação do curso técnico em mineração e a excelente gestão da Escola Sesi Sama"

JOSELITO SILVA

Gerente industrial: "Para nós,que sofremos com a carênciade técnicos em mineração, aimplantação do curso tornoureal um sonho antigo"

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GOIÁS INDUSTRIAL 23

Mercado emalta, profissionaisem falta

A exemplo da construção civil, que tam-bém vive fase de acelerado crescimento, amineração foi apontada em recente pesquisarealizada pelo Senai Goiás como um dossetores que enfrentam maiores dificuldadespara encontrar mão-de-obra qualificada.Atento a essa realidade, o Senai intensifica asações destinadas à formação de profissionaisespecializados para o segmento. Uma delas é acriação do curso técnico em mineração mi-nistrado, inicialmente, na Unidade IntegradaSesi Senai Sama.

Dos 70 alunos que compõem as duasprimeiras turmas da habilitação, metade é for-mada por funcionários da Sama e a outra porpessoas da comunidade. O objetivo é preparara mão-de-obra local para atender à grandedemanda da mineradora. "Essa prática valorizaa comunidade em que atuamos, aproveitamosmelhor nosso quadro de colaboradores, alémde reduzirmos custos por não precisar maisbuscar profissionais fora do Estado", destacaRubens Rela.

SONHO REALIZADOPara o gerente industrial da Sama e coor-

denador do curso técnico em mineração,Joselito Dásio da Silva, a metodologia adotadana habilitação, em que teoria e prática camin-ham de braços dados, facilita o aprendizado eprepara os técnicos de acordo com as exigên-cias do mercado. "As disciplinas específicas daárea são ministradas por profissionais experi-entes da Sama. Outro bom recurso foi misturaras turmas, o que estimula a troca de experiên-cias entre os funcionários da empresa e as pes-soas da comunidade. Para nós, que sofremoscom a carência de técnicos em mineração, aimplantação do curso tornou real um sonhoantigo", comemora.

CAIU DO CÉUTécnico de produção da Sama, Vandair

Batista Gomides planejava enfrentar um cursode técnico em mineração fora do Estado, quan-do surgiu a chance de fazer a habilitação nacidade mesmo. "Para mim, a oportunidade caiudo céu. Estudei e me esforcei muito para passarna seleção porque tenho boas expectativas decrescimento profissional", acredita.

Jober Gonçalves Diniz, supervisor de pro-dução, diz que a formação técnica em miner-ação é importante para todos que buscam amelhoria contínua e fundamental para quemtrabalha na área industrial da empresa. "Nuncaparei de estudar. Essa é a terceira habilitaçãoque faço no Senai e estou bastante motivadocom o curso técnico em mineração por ofereceruma formação abrangente e completa”.

O QUE FAZ O TÉCNICO EM MINERAÇÃO\\\\\\ Antiga reivindicação do setor, a habilitaçãotécnica em mineração teve seu plano de cursoelaborado em parceria entre o corpo técnico doSenai e das mineradoras Anglo American, Sama,Fosfertil, Copebrás, Votorantim e MineraçãoMaracá. A iniciativa visa formar profissionais comperfil voltado para as reais necessidades dasindústrias. Aprovado pelo Conselho Estadual de Educação(CEE), o curso técnico vai formar profissionaisaptos a coordenar, planejar, pesquisar,supervisionar e a realizar procedimentos de lavrasem jazidas minerais, processos e métodos deprodução e beneficiamento mineroquímico,aplicando conhecimentos e técnicas na utilizaçãode máquinas, instrumentos, informática eaparelhos específicos em procedimentosindustriais, entre outras atribuições.

PRODUÇÃO AVANÇA\\\\\\ Considerada uma das 150 melhoresempresas para se trabalhar, em pesquisa realizadapela revista Exame - Você S/A em 2005, a SamaMinerações Associadas chegou a Minaçu em1962 e hoje ocupa a 3ª posição no rankingmundial de produtores de amianto crisotila, sendoresponsável pelo abastecimento de 10% doconsumo global do minério. Desse total, 60% são consumidos pelo mercadobrasileiro e 40% exportados para mais de 20países, entre eles Japão, China, Índia, Tailândia,Indonésia, Emirados Árabes, Nigéria, México,Colômbia e Equador. A mineradora produzanualmente cerca de 240 mil toneladas deamianto. "Com a expansão do mercado, a previsãoé de atingir 300 mil toneladas ainda este ano. Paraacompanhar esse ritmo, investimos R$ 3 milhõesem equipamentos na linha de produção", informaJoselito Dásio.

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sesi

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Revolução na escolaAlém da educação formal, a instituição mantida por Sesi e Samafornece as ferramentas para a formação de cidadãos em Minaçun Débora Orsida, de Minaçu

Professora há 30 anos, Maria Elzi Santana Coutinho Carvalhoé uma apaixonada pela educação e ainda hoje se emociona quandoseus alunos aprendem a ler e escrever. "Educar é uma coisa muitogostosa. É gratificante ver o desenvolvimento das crianças, essa é aminha realização", define. Um novo alento na carreira da experi-ente educadora foi a chegada a Minaçu do Serviço Social daIndústria, com o funcionamento da Escola Sesi Sama, em janeiro."Primeiro veio a expectativa e agora a alegria de fazer parte dessaequipe", diz a professora, animada com a reforma feita no prédioda antiga escola, instalada dentro da mineradora. "A mudança físi-ca influencia no aprendizado. Agora todas as salas de aula têm ar-condicionado, o que deu mais disposição aos alunos e professores.É qualidade de vida e de trabalho."

Assim como Maria Elzi, outros professores, pais e alunosaprovaram a nova estrutura da escola e os novos equipamentosadquiridos. "Temos aula com data-show. É muito bom. Despertamais nosso interesse no aprendizado", diz Larissa Cabral, de 11

anos, aluna do 7º ano do ensino fundamental. Moradora há oito anos em Minaçu, a garota achou

boa a chegada do Sesi na cidade. "Eu quero fazerfaculdade de química na Universidade Federal de

Minas Gerais e preciso ter o melhor aprendizadopara alcançar meu objetivo. Eu gostei do Sesi, que

elevou a qualidade da escola e também do ensino.Fico quase o dia todo na escola, faço teatro, educação

física e artes", conta.Mãe de Cláudio Ferreira Leal, de 15 anos, aluno do

1º ano do ensino médio, Cleide Ferreira Ferrão consi-dera que o Sesi vem atendendo às expectativas. "Eu sou

uma otimista e sempre acredito na mudança. Nesseprimeiro momento, essa parceria do Sesi com a Sama pro-

porcionou melhora física na escola, um ambiente apropria-do para os alunos", destaca.

Cleide notou também maior interesse do filho em parti-cipar das atividades escolares. Segundo ela, hoje ele tem mais

vontade de ir para a escola. "Cláudio está mais interessado,

estudando mais. Acredito que ele esteja amadurecendo, já começaa pensar no vestibular, mas a escola estimula esse interesse tam-bém", diz a mãe, que espera ganhos também na biblioteca, nos la-boratórios de química e física.

Para Rubens Rela, diretor geral da Sama, a parceria entre o Sesie a empresa tem sido motivo de alegria para todos. "Os pais estãosatisfeitos com a seriedade com que a instituição conduz as ativi-dades. Melhoramos o ambiente escolar, instalamos ar-condicionadonas salas, enfim, proporcionamos mudanças significativas na estru-tura física. Boas instalações, bons professores e excelente organiza-ção são ingredientes para o sucesso da Escola Sesi Sama", afirma.

A unidade atende 750 alunos nos períodos matutino e vesper-tino e oferece, além do ensino formal, atividades extracurricularescomo artes, esportes, teatro, dança. Diretora da escola, RaquelineFerreira, ressalta que a missão da instituição é oferecer educação dequalidade aos filhos dos trabalhadores da indústria e à comu-nidade. "O Sesi contribui para que a indústria realize política deresponsabilidade social, oferecendo educação às crianças e aosjovens do município, e garante a manutenção de uma escola dequalidade, que forma cidadãos para o exercício da cidadania e con-tribui para o desenvolvimento do País."

"Preciso ter o melhor

aprendizado paraalcançar meu

objetivo. Eu gosteido Sesi, melhorou

a qualidade da escola e também

do ensino."

Larissa Cabral, de 11anos, aluna do 7º ano doensino fundamental daEscola Sesi Sama

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Encontro com o outroUm dos primeiros projetos desenvolvidos pela Escola Sesi Sama

foi o Encontro com o Outro (ECO), destinado a auxiliar o processo deensino-aprendizagem tendo como mediadores os próprios alunos, oque estimula a integração, o senso de responsabilidade e a formação devalores como sensibilidade e solidariedade, com reflexos na formaçãode auto-estima.

Diversas outras ações mobilizaram a escola, como a campanha deconscientização sobre os bens coletivos – mobiliário escolar, telefonespúblicos, computadores, banheiros, livros da biblioteca, materiais dacantina –, além de visitas a creches e asilos, trabalho de monitoria comalunos de outras escolas, Projeto Amigos da Escola, vídeos, produçãoe apresentação de textos dramáticos. Houve até chá dos avós e o 1ºEncontro de Pais - Educando Para a Vida, que reuniu pais de alunos,funcionários e outros convidados, com apresentações teatrais, músi-cas, exposição de cartazes, dinâmicas e depoimentos de participantes.

Iniciativa do aluno Marcos Mendonça, de 11 anos, do 6º ano doensino fundamental, uma campanha envolveu colegas, pais e profes-sores na doação de roupas, calçados e alimentos para uma família car-ente do município. "Meu pai e eu descobrimos essa família e eu pediautorização à diretora Raqueline para ajudarmos. Eles precisammuito, são nove filhos. Graças a Deus todos resolveram nos ajudar,recebemos doações de roupas, sapatos e comidas dos alunos e dospais. Eu tenho certeza de que eles ficarão muito felizes", conta ojovem, que com o gesto de cidadania demonstra já saber bem o significado da palavra dividir.

Essa foi a primeira vez que Jordana de Souza Camargo, tambémaluna do 6º ano do ensino fundamental, ajudou uma família carente.Para ela, esse momento é muito importante. "Graças ao Marcospudemos nos reunir e oferecer um pouco do que temos para aqueles quenão têm nada. Estou feliz em poder participar dessa campanha."

"Nesse primeiromomento, essa parceriado Sesi com a Samaproporcionou melhorafísica na escola, umambiente apropriadopara os alunos"Cleide Ferrão, mãe de aluno

Currículo: escola atende

750 alunos eoferece, além do

ensino formal,atividades

extracurricularescomo artes,

esportes, teatro,dança

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As exportações goianas cresceram 125% nos últimos três anos, diante deum avanço de 66% acumulado pelas vendas externas do País em igual inter-valo, o que demonstra vigor quase duas vezes mais intenso do que a médiabrasileira. Parte não desprezível desse desempenho pode ser creditado à contados esforços que o Sistema Fieg tem desenvolvido, por meio do Centro deNegócios Internacionais (CIN), em parceria com a Confederação Nacional daIndústria (CNI), para formar cultura exportadora entre as empresas goianas.

Os cursos de capacitação em comércio exterior têm se destacado, tam-bém, na tentativa de diversificar a pauta de exportações do Estado, ainda con-centrada em empresas de maior porte e produtos básicos, como soja e carnes,criando possibilidades para que pequenas e médias indústrias participemdesse negócio e conquistem espaços no mercado internacional.

GOIÁS INDUSTRIAL28

comércio exterior

O segredo donegócio

Cursos de capacitação em exportação ajudam a abrir as portas do mercado internacional a médias e pequenas empresas goianas

Rodrigo Almeida: cursos de capacitação em comércioexterior deram origem a novos projetos

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O PAPEL DO CIN\\\\\\Criado para prestar serviços deassessoria, pesquisa e estudos demercado a pequenas e médiasindústrias, o Centro Internacionalde Negócios (CIN), da Fieg,assessora a montagem de projetosde certificação de origem, quepermitirão às empresascredenciadas participar debenefícios tarifários no exterior ede acordos comerciais do Brasilcom outros países.A equipe do CIN, coordenadapelo gerente Plínio Viana,responde pelo trabalho depreparação e consolidação deestatísticas relacionadas aocomércio exterior no Estado, alémde operar os programasEuroCentro – Exporta CIN e StartExport –, em parceria com aUnião Européia.O Exporta CIN adotametodologia customizada (ouseja, adaptada às condições e àvocação de cada empresa) com oobjetivo de internacionalizar asindústrias interessadas, criandocompetência na área de comércioexterior. O programa incluiavaliação da capacidadeexportadora da empresa, escolhae prospecção de mercados noexterior e consultoria de vendas.

O apoio doExporta CIN

Criada em 1996, com sede e indústria emItumbiara, as exportações da Alca Foods, fabricantede cereais matinais e achocolatados, cresceram 30%no ano passado, na comparação com 2006, e projetaavanço de 25% para este ano. Entre outros mercados,os embarques têm sido direcionados para Chile,Emirados Árabes, Arábia Saudita, Ilhas Fiji, Líbia,Angola e Jamaica. Neste momento, a empresa acertaos detalhes finais para iniciar exportações regularespara a Arábia Saudita, com previsão de despachosmensais de seus produtos.

Com faturamento mensal na faixa de US$ 1,5milhão e perto de 200 empregados, a Alca Foodsacredita que os cursos e programas desenvolvidospelo CIN têm contribuído para o incremento de suasexportações, ao fornecer melhor capacitação aosprofissionais de comércio exterior. Isso se traduz,ainda na visão da empresa, em maior faturamento no

mercado internacional, incentivando a indústria abuscar novos espaços lá fora. As queixas são dire-cionadas para o câmbio e aos custos de transporte,que afetam a competitividade das empresas.

Com o suporte do Programa Exporta CIN, a par-tir de cursos e treinamentos recebidos entre março de2006 e junho do ano passado, o empresário RodrigoAlmeida conseguiu estabelecer contato com o Groupe22V, da França. As primeirasconversas conduziram àformalização de um"grande contrato", naspalavras de Almeida, oque abre perspectivasnovas para seus projetos naárea de confecções.

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arranjo produtivo

APL capacita 235 pessoas para setor de confecção naregião de Planaltina e Santo Antônio do Descoberto

n Divina Rosa

“Saí da era primitiva para era contemporânea. Percebi uma evoluçãotremenda, nos traços, na suavidade do desenho." As palavras são de JosuéGomes, que trabalha com grafite em Planaltina, após fazer o curso deDesign de Moda, ministrado pelo Senai na cidade, no Entorno do DistritoFederal. Ele foi um dos 235 concluintes da programação de capacitaçãona área de confecção desenvolvida no município e em Santo Antônio doDescoberto, na mesma região, por meio do programa Arranjo ProdutivoLocal (APL), em convênio com o Ministério da Integração Nacional. Aentrega de certificados foi feita em abril.

Os cursos integram diversas atividades realizadas desde 2007 nasduas cidades, visando capacitar trabalhadores para o setor de confecção eproporcionar a organização dos Arranjos Produtivos Locais e a ampliaçãode renda e emprego para a população.

Responsável técnica pelo programa, a Faculdade de Tecnologia SenaiRoberto Mange, de Anápolis, promoveu 800 horas de cursos gratuitos emcada um dos municípios, com aulas teóricas e práticas de costura indus-trial em tecido plano, modelagem, corte industrial, costura de roupa ínti-ma, design de moda e manutenção em máquina de costura.

Depois de aprimorar seus traços nas aulas, o grafiteiro Josué Gomesjá faz planos para seguir carreira na área de confecção. "Não sabia o queera desenho de moda e me apaixonei. Durante o curso eu andeipesquisando nas confecções da cidade, procurando um estágio. Querocomeçar a trabalhar na área, gostei muito e acho que aqui ainda vaicrescer muito o setor de confecção. Quero aprender mais", resume.

O Ministério da Integração Nacional investiu R$ 300 mil no aper-feiçoamento dos dois APLs, por meio da Região Integrada deDesenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), da Secretaria deDesenvolvimento do Centro-Oeste (SCO), em convênio com as respecti-vas prefeituras e a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), porintermédio do Senai, instituição responsável pela execução do projeto.

Na próxima etapa do APL, os cursos serão voltados para os setores degestão e comercialização, assistência técnica e tecnológica, organização devisitas a pólos de confecção, oficinas e workshops visando estimular oassociativismo e o cooperativismo.

\\\\\\ Aluno de Design de moda, Josué Gomes mostra amudança nos traços dos seus desenhos após curso. "Nãosabia o que era desenho de moda e me apaixonei"

\\\\\\ Balanço: Sinézio Tomaz, secretário de Indústria eComércio de Santo Antônio do Descoberto, Carlos Sobral,coordenador da Ride, e Walmir Telles, do Senai

De grafiteiro a designer de moda

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Perfil das indústrias locaisNa primeira etapa do programa APL em Santo Antônio do

Descoberto e Planaltina, além dos cursos de capacitação, o Senai contra-tou empresa especializada para o desenvolvimento de duas pesquisasuma com foco na análise do perfil das indústrias de confecções e outrasobre a satisfação dos alunos concluintes dos cursos de confecção eopinião do corpo docente.

Segundo dados do Perfil Empresarial das Indústrias de SantoAntônio do Descoberto, o setor de confecção é constituído, quase em suatotalidade, por costureiras autônomas informais. A informalidade consti-tui 75% das atividades desse setor. Os restantes 25% são de empresas for-malmente registradas, representadas por apenas três microempresasfamiliares, que trabalham na produção de camisetas, uniformes, calças,vestidos e modinha. As que operam na informalidade trabalham sobencomenda, em regime instável, voltadas para atendimento à comu-nidade local ou da região. As empresas pesquisadas mantêm um total de68 empregos. Nove empresas informais existentes empregam, em média,dois funcionários por estabelecimento. Observa-se nas indústrias consti-tuídas baixa ocupação de mão-de-obra, com média de 16 funcionáriospor empresa, caracterizando a classificação de microempresa.

Em Planaltina, onde também impera a informalidade, foram identi-ficadas apenas quatro confecções legalmente constituídas. As costureirasautônomas respondem por 83,3% do setor. As confecções geram apenas59 empregos.

Mesmo diante dessa realidade, o coordenador geral da Ride, CarlosHenrique Menezes Sobral, acredita que, com ações específicas como asque vêm sendo empreendidas por meio do programa APL, o setor con-feccionista tem chances de evoluir nos dois municípios e se tornargrande gerador de crescimento econômico e social. "Esse é um dossetores que mais empregam e geram renda no Brasil", explica.

Nos dois municípios foram identificados, por meio da pesquisa,entraves para a expansão do setor, como baixa qualificação dos recursoshumanos, deficiência de capital de giro, de tecnologia de processos,baixa escala de produção, ausência de planejamento e controle, dificul-dade de acesso às linhas oficiais de crédito e desconhecimentos de técni-cas de comercialização. E é justamente nestes pontos que o programaAPL tem procurado atuar.

Walmir Telles, coordenador de projetos do Senai, observa que oestímulo à formação de uma cadeia produtiva voltada para o setor con-feccionista nessas cidades é um projeto de médio a longo prazo. "Sãomuitas etapas a serem trabalhadas. A capacitação de mão-de-obra éapenas uma delas."

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parceria

Qualificaçãopara o trabalho

}

}

O Brasil inteiro começa a nostelefonar para conhecer esseprograma do IEL, do Senai, daprefeitura e com certeza isso medeixa alegre. Adib Elias Júnior, prefeito de Catalão

Demanda de mais de 2 mil vagas de empregoem Catalão incentiva parceria público privadapara capacitação de jovens trabalhadores

n Célia OliveiraHespártaco de Campos, 18 anos, Elaine Cabral, 26, Alessandro

Moretti, 29, e Maria Pereira da Silveira, 33, são todos moradores deCatalão, cidade do Sudeste goiano que experimenta forte desenvolvi-mento da indústria, impulsionado pelo complexo mínero-metalúrgico,mas vivem o drama daqueles que estão fora do mercado de trabalho.Jovens e desempregados, eles iniciam, agora, nova etapa de vida comchance de se qualificarem para ocupar uma das mais de 2 mil vagas detrabalho existentes nas empresas locais.

Os quatro jovens participam do Programa de CapacitaçãoProfissional (PCP), idealizado pela Secretaria do Trabalho e Renda deCatalão, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL Goiás), gestor doprograma, e o Senai, responsável pelos cursos. É por essa ação, que prevêo treinamento de cerca de 3 mil pessoas, que Alessandro Moretti vislum-bra melhorias para seu futuro. "Com o programa tenho me desenvolvidoe estou em busca do primeiro emprego." A expectativa é comum para atelefonista Elaine Cabral, que faz o curso de montador automobilístico.

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Teoria e prática na indústria

O treinamento prático, no ambiente interno das indústrias interes-sadas em absorver a mão-de-obra, completa o ensino da sala de aula, oque dá sentido à teoria e ao que é construído na mente dos futuros profis-sionais da indústria goiana. O reforço da prática significa para esses jovensmaiores possibilidades de formação e funciona como vitrine para as habi-lidades. "Fazer o treinamento dentro da indústria me deixa mais anima-do. As chances são maiores, pois posso mostrar minha vontade", teste-munha Hespártaco de Campos. Natural de Pires do Rio, o jovem semudou para Catalão há pouco tempo, mas conta que nunca conseguiuoportunidade nas indústrias. "Agora, com o curso, já consigo ver chances,porque as empresas têm preferência por quem tem qualificação", afirma,ao comentar que o treinamento lhe dará uma base mais sólida. Dividindoo tempo com um curso de matemática, o estudante escolheu o treina-mento de montador automobilístico um pouco por paixão. "Meu pai eramecânico, é curioso ver um carro na linha de montagem."

A promessa de uma nova vida para esses jovens reflete concomi-tantemente nas empresas, na gestão das instituições públicas e pri-vadas condutoras do PCP. Se de um lado, está a real possibilidade deemprego, de outro, a facilidade na contratação de trabalhadores in locoaptos ao serviço. Os objetivos do PCP fizeram a administração muni-cipal aprovar de imediato a execução do programa. "Quando fuiprocurado pelo IEL e Senai, além de meu secretário do Trabalho, falan-do do investimento que tínhamos que fazer para formar 3 mil jovens,não demorei muito para dar a resposta positiva", diz o prefeito deCatalão, Adib Elias Júnior.

ENFRENTANDO GARGALOSPreencher a lacuna entre a oferta de trabalho existente na cidade e

a não-contratação por falta de trabalhador qualificado exigiu nãosomente a iniciativa em conjunto das instâncias pública e privada, masum esforço maior na viabilização financeira do PCP. A perspectiva deter a gestão dos negócios facilitada e menos dispendiosa levou asempresas a assumir uma fatia do bolo de recursos para a execução das23 turmas de treinamento criadas pelo programa.

"Ter aqui a mão-de-obra preparada é mais fácil para a empresa,reduz custos e valoriza o que temos aqui. Buscar fora é difícil", expli-ca o diretor comercial da Central Metalúrgica Catalana (CMC),Sullivan Fernandes. O empresário, que industrializa produtos e pres-ta serviços de metalurgia e manutenção às mineradoras, não admiteabrir mão do requisito qualificação na hora de contratar, consideran-do que a CMC e demais empresas têm compromisso com a qualidadee com o consumidor.

Recursos do PCP

n Participantes

n EntidadesExecutoras

n FinanciamentoPúblico

n FinanciamentoPrivado

40%

20% 20% 20%

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moda

“Pombo-correio voa depressaE esta carta leva para o meu amor...”Da canção Pombo-Correio, de Moraes Moreira

Das cartas de amor, de amigos e de notícias deixadas nas antigas cai-xinhas de correios, substituídas pelo e-mail, passando pela Festa doDivino Pai Eterno, em Trindade, até a Igreja Matriz de Nossa Senhora doRosário, em Pirenópolis. Esses costumes e símbolos da cultura goianainspiraram protótipos de calçados e bolsas desenvolvidos pela equipe doNúcleo de Inovação e Design de Calçados do Senai Goiás como propos-ta para a moda verão 2009.

A produção integra caderno nacional de tendências editado peloSenai do Rio Grande do Sul e Sebrae, em parceria inédita com aAssociação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro,Calçados e Artefatos (Assintecal). Coordenado pelo estilista WalterRodrigues, um dos principais do País, o novo projeto reúne pela primeiravez profissionais das três instituições envolvidas, em trabalho unificadode pesquisa de moda.

A publicação foi distribuída para mais de 200 empresários do setordurante workshop realizado em abril, na Faculdade de Tecnologia SenaiÍtalo Bologna, em Goiânia. O objetivo: antecipar as tendências para que

fabricantes de componentes consigam criar produtos adequados ao mer-cado, orientar o desenvolvimento de design e aproximar as empresas deseus potenciais clientes.

As inspirações para o próximo verão foram divididas em diferentestemas que mostram os estilos de consumidores cada vez mais influen-ciados e antenados com a moda globalizada. O núcleo goiano desen-volveu peças sobre o tema Memória, com aplicação no produto de técni-cas que lembram a passagem do tempo, como o uso de couro enrugado,corroído ou craquelado, além de metais envelhecidos.

"Para relembrar momentos vividos, trabalhamos com figuras depombos-correios e telegramas, que resgatam sensações saudosistas dostempos em que era comum receber cartas. Costume substituído pelo e-mail", explica Denise Bernardes, designer do Senai Goiás. A religiosi-dade goiana também é destaque em elementos que simbolizam a chaveda porta principal da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário e a pro-cissão dos carros de boi, realizada durante a tradicional Festa do DivinoPai Eterno, em Trindade, em junho.

A TRADIÇÃO E O MODERNO

DESIGN AO ALCANCE DAS INDÚSTRIAS

\\\\\\ O Núcleo de Inovação e Design de Moda e Calçados foi criado

em 2003 por meio de parceria entre Senai, Sebrae e Fundação de

Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec). Instalada na Faculdade

de Tecnologia Senai Ítalo Bologna, no Setor Centro-Oeste, a

unidade busca a melhoria da qualidade dos produtos de

vestuário e calçados de Goiás, ao promover a valorização e a

disseminação do uso do design nas empresas.

SERVIÇOS OFERECIDOS

\\\\\\ Cursos, seminários, palestras, workshops,

desenvolvimento de produtos, além de consultoria

técnica e pesquisas de mercado, colocam à disposição

dos dois segmentos tecnologia e inovação para maior

competitividade do produto goiano.

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"Adolescente é visto comoquem não quer nada com a vida. Enós mostramos que não é assim." Odesabafo é de Letícia GomesGonçalves, de 15 anos, aluna do 2ºano do ensino médio do ColégioÊxodo Vestibulares, vencedor nacategoria Destaque Social do PrêmioConstruindo a Nação 2007. A premiação ocor-reu no dia 29 de março, no Centro deConvenções de Goiânia.

Mobilizados pelo projeto Mãos queConstroem, Letícia e mais 149 alunos do ensi-no médio e fundamental uniram-se para pro-mover uma mudança na vida do catador demateriais recicláveis Lair Alves da Silva,morador da cidade de Bela Vista de Goiás, maisconhecido na região como Profeta.

"Lair vivia com seus dois filhos emcondições subumanas. Eles moravam numacasa de plástico e papelão. Nós não acreditáva-mos que alguém pudesse viver daquele jeito",

conta emocionada a estudante que,com os colegas, mobilizou a escola ea comunidade com o objetivo deconstruir uma casa para a família eoferecer melhor qualidade de vidaàquelas pessoas.

E eles conseguiram. Hoje, Lairmora em uma casa de dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Tem televisão, fogão, camae alimentos. Vive dignamente. Para Letícia,ficou um grande aprendizado. "Vou sempreagradecer a Deus o que ele me dá. Aprendi adar valor a tudo que tenho."

Para a diretora do colégio, LeilamarCorreia, o prêmio é uma oportunidade deexercitar a cidadania. "Com o projeto Mãos queConstroem percebemos que é possível ajudarquando se trabalha em parceria. Contamoscom o apoio dos alunos, professores, pais e dacomunidade de Bela Vista, que prontamenteatendeu ao nosso chamado", conta a diretora,que destaca também o empenho dos alunos.

cidadania

ELES CONSTROEM A NAÇÃO

Alunos do 2º ano se mobilizam e conseguem mudar radicalmente a vida da família que moravam sob plástico e papelão em Bela Vista de Goiás

Alunos do Êxodo Vestibulares:vencedores na categoria Destaque

Social da edição 2007 do PrêmioConstruindo a Nação

Debates e reflexõesReconhecer e premiar os melhores projetos

de cidadania desenvolvidos por escolas é oobjetivo do Prêmio Construindo a Nação, realizado nacionalmente pela ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), pelo Sesi eInstituto Brasileiro de Desenvolvimento daCidadania. Em Goiás, a promoção é realizadapelo Sesi Goiás, em parceria com a SecretariaEstadual de Educação, os Sindicatos dosEstabelecimentos Particulares de Ensino do

Estado e de Goiânia, o Grande Oriente e aGrande Loja Maçônica do Estado de Goiás.

Em sua segunda edição, o Construindo aNação provocou debates e gerou reflexões nacomunidade escolar. Foram 133 projetos comidéias inovadoras e mais de 25 mil alunos de 55municípios colocaram a mão na massa. Osestudantes desenvolveram temas como meioambiente, alimentação, saúde, qualidade devida e valorização da cultura regional.

EXPERIÊNCIAS VENCEDORAS DE 2007:

CATEGORIA ENSINOFUNDAMENTALnn AFMA - Ação Social Comunitária - Padre

Bernardon Escola Estadual Diógenes de Castro

Ribeiro - Uruanan Colégio da Polícia Militar de Goiás -

Polivalente Modelo Vasco dos Reis -Goiânia

CATEGORIA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOSnnCentro de Educação de Jovens e

Adultos de Aragarças - AragarçasnnEscola Estadual Presidente

Kennedy - Goianésia

CATEGORIA ENSINO MÉDIOnnColégio Estadual Alfredo

Nasser - BritâniannColégio Ávila - MinaçunnColégio da Polícia Militar de Goiás -

Itumbiara

DESTAQUE SOCIALnnColégio Êxodo Vestibulares -

Bela Vista de Goiás

HONRA AO MÉRITOnnColégio Classe Sistemas de Ensino Ltda - Goiânia

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Reunido pela primeira vez em Goiânia, no dia 23 de abril, oConselho Temático de Responsabilidade Social da ConfederaçãoNacional da Indústria (Cores/CNI) vai levar à diretoria daquela enti-dade a proposta de replicar para o restante do País o programa de cole-ta seletiva de resíduos recicláveis adotado em Goiânia, numa parceiraentre Prefeitura, Sistema Fieg, por meio do Cores estadual, empresasprivadas e entidades de catadores de lixo.

O programa ganhou elogios do presidente do Cores/CNI, JorgeParente, que antevê possibilidades de inclusão social e geração de rendaem nível nacional, com impactos positivos sobre o meio ambiente e a qualidade de vida em áreas urbanas. "Vamos levar a proposta à avaliaçãoda diretoria da CNI. Mas, pelo escopo do projeto, sua aprovação é bastanteprovável", comentou. O Sistema Fieg atua para estimular a participação domaior número de empresas no programa, com a destinação correta de resí-duos da produção industrial.

Parente fez questão de destacar dois outros programas desenvolvidos noâmbito do Cores/CNI, também pelo alcance social de cada um deles. "São

projetos emblemáticos", disse. O primeiro trata-se do Prêmio Construindoa Nação, que envolve ações e lições de cidadania e ética nas escolas básicase de ensino fundamental. Neste ano, cerca de 4 mil escolas participam doprograma, que prevê a entrega de prêmios e bolsas de estudos às escolas ealunos que apresentarem melhor desempenho.

Na mesma data, Parente e Almeida participaram, ao lado de empresascom representação no Cores e políticos, do lançamento da revista Cores, emsolenidade comandada pelo presidente da Fieg, Paulo Afonso Ferreira. Apublicação, declarou Paulo Afonso, "será um instrumento para aglutinarempresas com atuação socialmente responsável, apresentando experiênciasque deverão induzir outras empresas a se engajar em projetos nesta área".

Ao final, o presidente da Fieg lançou o desafio: "Cada empresaaqui presente deveria assumir o compromisso de atrair mais duasempresas para participar de iniciativas de responsabilidade social." Arevista, com 48 páginas impressas em papel reciclado, numa inicia-tiva do Cores/Fieg, retrata a experiência de 11 empresas com açõesnas áreas social e ambiental.

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responsabilidade social

Antônio Almeida, Jorge Parente, Paulo Afonso e a vereadora Cidinha Siqueira (PT): Cores será instrumento para estimular engajamento de empresas

Programa de coleta seletiva e reciclagem de resíduos da indústria criado emGoiânia poderá ser modelo para projetos semelhantes em outros Estados

DAQUI PARA O RESTO DO PAÍS

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coleta seletiva

PROGRAMA SAI DO PAPELComeça a caminhar a proposta de inclusão social de catadores delixo a partir da venda de resíduos recicláveis coletados em Goiânia

O movimento iniciado em maio do ano passado, com a instalaçãodo Fórum de Coleta Seletiva de Material Reciclável eInclusão Social, numa iniciativa da Fieg, por meiodo Conselho Temático de ResponsabilidadeSocial (Cores), Delegacia Regional doTrabalho (DRT) e Instituto Ethos, comparticipação de empresas goianas,começa a render os primeiros frutos con-cretos. No início de abril, a Prefeitura dacapital baixou decreto que instituiu oPrograma Goiânia Coleta Seletiva, emparceria com entidades do setor privado eda sociedade civil, envolvendo associaçõese cooperativas de catadores de lixo.

Numa divisão de tarefas, a AgênciaMunicipal do Meio Ambiente (Amma) cuidará daeducação ambiental, distribuindo folhetos e orientandocrianças e adultos com uso de estagiários, e da instalação dos Pontosde Entrega Voluntária (PEVs), financiados por empresas parceiras. ACompanhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) definiu rotasespecíficas para a coleta de materiais recicláveis, que será realizadauma vez por semana. O material recolhido será destinado a centros detriagem, mantidos por cooperativas de catadores.

Até o momento, detalha Leandro Gondim Silva, assessor executi-vo do Cores, foram instalados 20 PEVs na cidade, que gera perto de

400 toneladas de resíduos recicláveis por dia, entre papéis, plásticos emetais. Outros 180 pontos de entrega deverão ser instala-

dos neste ano. A programação definida pelaPrefeitura previa, inicialmente, a implantação de

60 unidades em 11 bairros, impondo ao setorpúblico municipal um prazo de 30 dias para

se adequar aos termos do programa decoleta seletiva, o que significaria iniciar asegregação de resíduos sólidos ainda emmaio.

Numa estimativa aproximada, o asses-sor do Cores calcula que existam cerca de 3

mil catadores em todo o Estado. Apenas emGoiânia, duas associações e seis cooperativas

de catadores conseguem responder pelo proces-samento de apenas 30% dos resíduos recicláveis.

"Um dos propósitos do fórum é estimular a criação denovas associações e cooperativas, além de incentivar as empresas aaderirem ao programa", afirma Gondim. Em outra estimativa, ele pro-jeta que cada família de catadores poderia acrescentar a sua rendamensal em torno de dois salários mínimos, "quando as entidades jáexistentes conseguirem melhor nível de organização". Faz parte daproposta, resume Gondim, retirar crianças das carrocinhas de lixo e dos lixões e colocá-las em salas de aula ou incluí-las em proje-tos culturais.

PEVS INSTALADOS A PARTIR DE ABRIL DE 2008

ENDEREÇO SETORPraça Joaquim Lúcio Campinas

Avenida Itália (pista de cooper) Vila Alvorada

Praça Nova Suíça Nova Suiça

Praça Walter Santos Coimbra

Cepal Sul

Praça próximo ao Detran Cidade Jardim

Praça Marcelino Champagnat

(fundo do Shopping Bougainville) Marista

Rua 7 - entre Rua 4 e Av. Anhanguera Central

Praça A Campinas

Rua 4 com Avenida Araguaia Central

PEVS JÁ IMPLANTADOS

ENDEREÇO SETORPEV - AMMA Central

PEV - AREIÃO Pedro Ludovico

PEV - BEIJA FLOR Criméia

PEV - COMURG Vila Aurora

PEV - COOPERSOL Vera Cruz

PEV - COOPREC Jardim Conquista

PEV - MANHATTAN Sudoeste

PEV - MOREIRINHA Coimbra

PEV - SEST/SENAT São Francisco

PEV - ZOOLÓGICO

(Lago das Rosas) Oeste

Fonte: Prefeitura de Goiânia

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produtos. Igualmente, o desenvolvimentonão se faz sem energia elétrica.

Em Goiás, o governador AlcidesRodrigues se empenha, a todo custo, pelaconsolidação de importantes eixosrodoviários e ferroviários, assim como emampliar a oferta e distribuição de energiaelétrica para atender à demanda semprecrescente. Em parceria com o governofederal, atua firme pela construção da FerroviaNorte-Sul, corredor que será um divisor deáguas na economia de Goiás. Igualmente seempenha pela total duplicação da rodoviaGoiânia-Itumbiara.

Em outra frente, Alcides Rodriguesdedica total empenho pela construção doalcoolduto, que vai ligar Senador Canedo aPaulínia, em São Paulo, com extensão até o

Oton Nascimento Júnioré secretário de Estado do Planejamento e Desenvolvimento

"Nenhum programa bem-sucedido de desenvolvimentose concretiza sem uma rede eficiente de logística"

Os avanços ocorridos na economiagoiana ao longo dos últimos anos sãonotórios, colocando Goiás em posição dedestaque no cenário nacional.

Pode-se afirmar que nossa economiacaminha a passos largos, em especial peladiversificação das atividades produtivas, compotencial para avançar muito mais. Essa novarealidade é traduzida pelos dados estatísticosque apontam a economia goiana comcrescimento acima da média brasileira. Sechegar a esse patamar exigiu muitos esforços,é preciso reconhecer que os desafios daquipor diante são ainda maiores. Para darcontinuidade ao irreversível processo dedesenvolvimento, de modo a garantir maiorprodução, maior geração de emprego erenda e, conseqüentemente, melhoria daqualidade de vida da população seránecessário que o poder público e a iniciativaprivada continuem atuando de modo coesoem prol dos interesses maiores do Estado.

Não há dúvida de que a infra-estruturaeconômica é fundamental. Mais ainda: é osuporte a todo o processo dedesenvolvimento, especialmente em setratando de logística, bem como geração edistribuição de energia elétrica. Nenhumprograma bem-sucedido dedesenvolvimento se concretiza sem umarede de logística capaz de assegurar otransporte rápido e barato das mercadorias e

Infra-estrutura, suporteao desenvolvimento

porto de São Sebastião, no litoral paulista. Essaobra mudará o perfil de todo o segmentosucroalcooleiro do Estado, tornando-o forteexportador de etanol.

Recentemente o governador AlcidesRodrigues anunciou investimentos de R$ 120milhões na melhoria da malha rodoviáriagoiana. Igualmente atua no sentido deconsolidar a Plataforma Logística em Anápolis,com a instalação de um entreposto da ZonaFranca de Manaus.

Outro aspecto que se avizinha comomuito promissor para Goiás é a possibilidadeconcreta de um acordo com o Japan Bank forInternacional Cooperation (JBIC), pelo qualGoiás poderá contrair empréstimo de até US$500 milhões para investimentos em infra-estrutura econômica. Esses recursos serãoutilizados na melhoria da malha rodoviária nasregiões onde se concentra a maior parte deprojetos do setor sucroalcooleiro, bem comono fomento à cogeração de energia por essasmesmas usinas, além de promover sua ligaçãoàs redes de distribuição da Celg.

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artigo

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As empresas inscritas no Fundo deParticipação e Fomento à Industrialização doEstado de Goiás (Fomentar) poderão migrarpara o Programa de DesenvolvimentoIndustrial de Goiás (Produzir). A concessão, járeferendada pelo secretário da Fazenda deGoiás, Jorcelino Braga, deverá ser formalizadaainda neste mês por meio de projeto de lei a serencaminhado à Assembléia Legislativa, con-forme anunciou o presidente da Federação dasIndústrias do Estado de Goiás (Fieg), PauloAfonso Ferreira, após rápido encontro comBraga, ocorrido ainda no dia 10 de abril.

A legislação em vigor veta a migração de

um programa para o outro, além de não possi-bilitar que as empresas enquadradas noFomentar realizem novas expansões, com rea-dequação dos incentivos contratados anterior-mente. Paulo Afonso afirmou que a possibili-dade de mudança para o Produzir será autor-izada exclusivamente nos casos em que asempresas beneficiadas se comprometam arealizar novos investimentos. A decisão foitransmitida por Braga ao Fórum Empresarial,representantes do setor de vestuário e con-fecções, diretores da Hering, prefeitos e políti-cos, ao final de um dia de intensa mobilizaçãopolítica. A Hering, que produz 1,2 milhão de

peças por mês no Estado e já havia transferido20% de sua linha infantil em Goiás para o RioGrande do Norte, chegou a ameaçar cancelartoda sua operação goiana caso não fosse encon-trada uma solução para o problema.

Participaram ainda da audiência comBraga, além dos diretores industrial, Edgar deOliveira Filho, e administrativo, Marciel daCosta, e do gerente da unidade em Anápolis,Cláudio Schwaderer, os presidentes doSindicato das Indústrias do Vestuário no Estadode Goiás (Sinvest), José Divino Arruda, e doSindicato das Indústrias de Confecções(Sinroupas), Frederico Martins Evangelista.

Troca deincentivos

nova política industrial

Edgar de Oliveira Filho e Paulo Afonso: acordopode viabilizar expansão da empresa no Estado

Números da Hering em Goiás

Produção prevista para 2010: 2,4 milhões de peças/mês

Arrecadação atual R$ 15 milhões

Arrecadação prevista para 2010 R$ 28 milhões

Estado cede e autoriza migração de empresas do Fomentar para o Produzir, impedindo, assim, a saída da Hering de Goiás

Produção atual = 1,2 milhão peças/mês

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certificação

Na últimalinha

Pesquisa inédita comprova que empresas certificadas conseguem aumentarvendas, reduzir custos e incrementar o retorno para os acionistas

Afinal, investir em um processo dis-pendioso, longo e trabalhoso de certificaçãovale a pena sob o ponto de vista meramentefinanceiro? Isso vai trazer algum retorno para aempresa e seus acionistas? Pesquisa inédita noPaís, apresentada e aprovada pela UniversidadePresbiteriana Mackenzie em 18 de fevereirodeste ano, comprova que sim. Os resultadosestão na dissertação de mestrado em adminis-tração de empresas defendida pelo engenheirometalúrgico e hoje consultor para a área dequalidade Francisco Carlos Tadeu Starke Rodrigues.

A pesquisa consumiu dois anos de trabalhoe consultas aos bancos de dados da Comissão

de Valores Mobiliários (CVM), daEconomática, empresa de consultoria com sedeem São Paulo, e da Associação Brasileira deNormas Técnicas (ABNT). Foram analisadosos balanços de 207 companhias de capital aber-to entre janeiro de 1995 e dezembro de 2006,excluídas as instituições financeiras. Dentre asempresas analisadas, 116 (ou 56,1% daamostra) tinham certificação ISO e 91 (43,9%do total) não tinham.

"Há estudos de casos e pesquisas qualitati-vas sobre o assunto no Brasil, mas nenhumestudo quantitativo. Minha intenção era saberse, na prática, qual o resultado final da certifi-cação", comenta Starke. O consultor, especial-

izado em sistemas de qualidade, utilizou ummodelo econométrico que incluiu parâmetroscomo a existência ou não da certificação, combase nas normas da ISO 9000:2000, risco,tamanho de ativos, lucratividade, endivida-mento, receita operacional e outros.

Na comparação entre certificadas e não cer-tificadas, o primeiro grupo leva vantagem, deacordo com a pesquisa, não só ao aumentarsuas vendas, mas também ao garantir o retornosobre ativos, vendas e patrimônio líquido, alémde acelerar o giro do ativo (vendas sobre o totalde ativos, num indicador de eficiência na operação de seu negócio). Tudo isso comredução de custos sobre as vendas.

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indústria farmacêutica

CIRCUITO FECHADOEquiplex investe em novo sistema para a fabricação de soluçõesparenterais e poderá quase triplicar sua produção a partir de 2010

A partir do final deste mês,por determinação da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária(Anvisa), as indústrias que fabricam soluções parenteraisde grande volume terão queadotar sistemas fechados deprodução, reduzindo os riscosde contaminação dos soros. AEquiplex Indústria Farma-cêutica, com planta emAparecida de Goiânia, transfor-mou a exigência em oportu-nidade para operar um salto emsua operação, buscando a lide-rança no mercado brasileiro.

Depois de três anos de pesquisas exaustivas e R$ 12 milhõesem investimentos, a empresa optou pela importação de tecnologiaitaliana para fazer a migração do sistema aberto para o fechado,ampliando a capacidade de produção da linha de soros em 50%, jáque a nova máquina, trazida da Itália a um custo estimado de 1 mil-hão de euros, poderá envasar 9 mil unidades por hora, diante de 6mil na envasadora instalada atualmente.

A produção efetiva deverá crescer ligeiramente menos."Produzimos, hoje, em torno de 150 milhões de unidades por anoem todas as linhas, ou 12,5 milhões por mês, em média. Dessas, 30milhões de unidades por ano (2,5 milhões a cada mês) são de soroparenteral, volume que deve saltar para 42 milhões (3,5 milhõespor mês) nos próximos 12 meses, num acréscimo de 40% que deverá se refletir no faturamento", afirma Heribaldo Egídio, presi-dente da Equiplex.

Além da máquina de envase, o investimento total incluiu a

expansão da fábrica, que rece-beu mais 3 mil metros quadra-dos de área construída,máquina para moldes, compra-da em Americana (SP) da PavanZanetti, além de testes comresinas de alta pureza e menosabrasivas e desenvolvimento dofrasco. Entre outras vantagens,sistemas fechados de produção,segundo estudos médicos,podem reduzir os índices deinfecção hospitalar em 54%,encurtando em 20 dias o tempode internação dos pacientes.Nas novas instalações, foi mon-

tada uma sala limpa com capacidade para receber uma segundaenvasadora, dependendo da reação do mercado. Egídio estima uminvestimento adicional de outro milhão de euros na compra de novamáquina, o que poderia elevar a produção de soros para a casa de 7milhões de unidades por mês, transformando a Equiplex no maiorfabricante do País. "Mas este é um projeto para 2009", adianta.

Os planos da empresa contemplam o lançamento da linhaCipro, com soluções diluídas pré-preparadas ainda em fase detestes, em setembro ou outubro deste ano. A empresa terá aindaparticipação de um terço das patentes de dois novos produtos ino-vadores – um zooterápico e um composto à base de rutênio, pro-duzido com o uso de nanotecnologia e destinado ao tratamento decâncer. As pesquisas, nos dois casos, estão a cargo de pesquisadoresdas Universidades Católica e Federal de Goiás, neste último caso,envolvendo cientistas que migraram da Universidade Federal deMinas Gerais para a UFG.

Heribaldo Egídio: planos incluem segunda envasadora e dois produtos inovadores

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por dentro da indústriaambi-

PNEUS USADOS

\\\\\\ A fábrica de cimento doGrupo Cimpor em Cezarina(antiga Goiás Cimento)incinerou, no mês passado,6.262 pneus usados,importados irregularmente daEuropa e da Ásia eapreendidos durantefiscalização do Ibama. Adecisão, pouco recomendadaem termos ambientais, foi aalternativa possível e maisconveniente no momento,segundo acerto intermediadopelo Conselho Temático deMeio Ambiente da Fieg. Osfornos da Cimpor sãolicenciados pela AgênciaGoiana de Meio Ambiente(Agma). O transporte dospneus foi acompanhado deperto pelo presidente doconselho, Henrique Morg epelo superintendente doIbama em Goiás, Ary Soaresdos Santos (foto).

CRÉDITOS DE CARBONO

\\\\\\ Numa parceria com aConfederação Nacional daIndústria (CNI), o ConselhoTemático de Meio Ambienteda Fieg realizou o cursoavançado sobre elaboração deprojetos de mecanismo dedesenvolvimento limpo (MDL)entre os dias 28 e 30 de abril.Com duração de 24 horas, osparticipantes tiveraminformação, passo a passo,sobre qual a melhor técnicapara desenvolver essesprojetos. Foram tratados, entreoutros, temas relacionados àapresentação do projeto, linhade base, adicionalidade,elegibilidade, metodologia,aspectos financeiros econcepção do projeto.

DOAÇÕES CONTRA O CÂNCER

\\\\\\ O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás(Fieg), Paulo Afonso Ferreira, dispensou presentes na comemoraçãode seu aniversário, em 5 de abril. Preferiu que amigos e empresárioscontribuíssem para a campanha de arrecadação de fundos que afederação coordena em favor do Hospital Araújo Jorge. Comoresultado, foram arrecadados quase R$ 120 mil. Os recursos serãodestinados à Unidade de Hematologia e Hemoterapia, Unidade deTransplante de Medula Óssea e Laboratório de Biologia Moleculardo hospital, mantido pela Associação de Combate ao Câncer emGoiás. A meta é atingir R$ 1 milhão e as doações, em qualquervalor, podem ser feitas na agência 012, da Caixa Econômica Federal,na avenida Anhangüera, para a conta corrente 1062-6. Maisinformações no telefone (62) 3219-1720.

MICRO E PEQUENA EMPRESA

\\\\\\ Os novos membros doConselho Temático de Micro ePequenas Empresas da Fiegtomaram posse durante reuniãoda diretoria plena da federação,realizada no dia 7 de abril.Presidido por HumbertoRodrigues de Oliveira, tendoCarlos Vieira Soares como vice, oconselho passa a ser formado porJosé Amâncio, Marcos deCampos, Valdey de Paula, GeraldoBorges, Luiz Oliveira, José Ribeiro,João B. de Oliveira, Maurício dePaiva, José Divino Arruda e Abílio Jr.

REPARAÇÃO DE VEÍCULOS

\\\\\\ A nova diretoria doSindicato da Indústria deReparação de Veículos eAcessórios do Estado deGoiás (Sindirepa), quepassa a ser presidido porJosé Francisco de Souza,tendo Francisco de Paulae Silva como vice, foiapresentada aosdirigentes da Fiegdurante reunião dadiretoria plena, realizadano dia 7 de abril.

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educação ambiental

LIÇÃO DE CASALIÇÃO DE CASAEmpresas dedicam tempo e esforços para estimular a formação de consciênciaecológica em alunos deescolas municipais

Empresas dedicam tempo e esforços para estimular a formação de consciênciaecológica em alunos deescolas municipaisHélio Alexander, da Equiplex:

parceria com prefeituras paratransferir conceitos de reciclagema alunos das redes municipais deAparecida de Goiânia e Aruanã

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Neste ano, cerca de 4,5 mil alunos de escolas municipais de Anápolis começam a receberas primeiras noções sobre como utilizar garrafas PET adaptadas para a recuperação de óleo decozinha usado e seu aproveitamento na produção de biodiesel e sabão, que vai abastecer o setorde limpeza da própria escola. O projeto faz parte do programa de educação ambiental desen-volvido na região pela Cebrasa, filial da AmBev, numa parceria que envolve escolas, o SistemaFieg e outras empresas locais.

“A idéia é estimular a evolução da consciência ambiental, inicialmente nas escolas e, depois,para fora delas, que é o que buscamos afinal”, afirma Matheus Nogueira Lemos, gerente de meioambiente da filial Cebrasa. O programa foi iniciado em 2006, com a participação de 320 alunose 10 professores de apenas uma escola, acompanhados por uma equipe de gestores ambientais.

No ano passado, o número subiu para cinco escolas, num total de 3.605 pessoas. Os alunosformam a maioria do público, somando 3.202 crianças, além de professores, coordenadores,participantes da comunidade e funcionários da AmBev. Uma sexta escola já se associou ao pro-jeto neste ano, com mais 1,3 mil alunos, e a sétima parece estar a caminho.

Por meio de workshops de educação ambiental, gestores transmitem a crianças e adultosconceitos de reciclagem, coleta seletiva, saúde e poluição e uso racional da água. No processo,são estipuladas metas para a coleta de materiais recicláveis e estabelece-se uma espécie de dis-puta saudável entre as classes. Aquelas que atingirem as metas e apresentarem o maior volumecoletado ganham o direito de escolher o prêmio, que pode ser uma visita à fábrica da AmBev,um dia no clube do Sesi – parceiro da Cebrasa no projeto –, cinema ou festa na escola, patroci-nada pela empresa, com direito a cachorro-quente e pipoca.

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A renda do “lixo”

O projeto rendeu, em 2007, a coletade 4.692 quilos de plásticas, papelão emetais, acondicionados em coletoresfornecidos pela AmBev e feitos a partir desobras do processo industrial, a custo zeropara a empresa. Os resíduos coletados sãoenviados para a Raffa, empresa de reci-clagem de Anápolis, que pagou, emmédia, em 2007, em torno de R$ 0,50pelo quilo do material recebido. A renda,num total de R$ 2.346, é integralmenterevertida para as escolas participantes.

“O que temos notado é um aumentoda consciência ecológica desde o iníciodo projeto. Os meninos já saem de casacom sacos de material reciclável e algunschegam a controlar o tempo do banhodos pais, para economizar energia”,destaca Nogueira. Para este ano, con-forme ele, os workshops passarão a dis-seminar dicas para a recuperação e reci-clagem de óleo de cozinha.

A AmBev vem negociando a partici-pação de uma indústria de biodiesel deAnápolis no processo, a qual assumiria ocompromisso de transformar o óleousado em combustível. Parte do produtoserá destinada à produção caseira desabão, reforçando a fabricação próprianas escolas.

A Equiplex Indústria Farmacêuticadecidiu trazer para dentro da empresa osalunos da rede municipal de Aparecida deGoiânia. Os estudantes das escolas convi-dadas, descreve Hélio Alexander, psicólo-go responsável pelo setor de gestão depessoas da empresa, recebem a cartilhaMeio Ambiente é a Casa da Gente, produzi-da pela empresa e distribuída pelaprefeitura local.

Na empresa, são programadas visitasao bosque e à nascente do Córrego

Veredas, afluente do Rio Paranaíba,preservados pela Equiplex. Os alunosrecebem conceitos de reciclagem de resí-duos sólidos e efluentes, reforçando aimportância da preservação ambiental nodia-a-dia. Além de Aparecida de Goiânia,a empresa mantém parceria com aadministração municipal de Aruanã, paraonde são destinadas cerca de 300 cartilhas ambientais, também destinadasa escolas públicas.

INVESTIMENTO AMBIENTALEntre 2005 e 2007, a Sama S.A. –

Minerações Associadas, em Minaçu,investiu perto de R$ 2,34 milhões emuma série de projetos ambientais. Na áreade educação para o meio ambiente, apedido da Secretaria Municipal deEducação, o projeto foi ampliado paraalunos até a 9ª série do ensino fundamen-tal, cobrindo todas as oito escolas muni-cipais que incluem aquela série. Antes,houve palestras e apresentações para dire-tores de escola, professoras e orientadoresda rede municipal, assim como a for-mação de equipes de capacitação e multi-disciplinar. Foram distribuídas 1.570 car-tilhas para alunos e 113 para professores.Recentemente, o projeto foi estendido àsescolas rurais da região.

“O que temosnotado é umaumento daconsciênciaecológica desde oinício do projeto.Os meninos jásaem de casa comsacos de materialreciclável e algunschegam a controlaro tempo do banhodos pais, paraeconomizarenergia”Matheus Nogueira Lemos, gerente de meio ambiente da Cebrasa

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GOIÁS INDUSTRIAL

giro pelos sindicatosguia

Siago 3

ISENÇÃO TOTALReeleito para mais um mandato à frente do Sindicato dasIndústrias do Arroz no Estado de Goiás (Siago), o empresárioPedro Alves de Oliveira (foto) pretende manter a plataformaque adotou nos últimos três anos. "Vamos insistir para que ogoverno continue a considerar o arroz e o feijão comoprodutos básicos em suas políticas, buscando, talvez, a isençãototal de impostos para os dois grãos", declara.

Siago 1Setor encolheuPresidente do sindicato pelaoitava vez, em mandatos nãoconsecutivos, Pedro Alves deOliveira lembra que o número decerealistas e beneficiadores dearroz no Estado, que chegou acontar 325 empresas há duasdécadas, despencou para trêsdezenas atualmente. A produçãogoiana de arroz, que chegou a1,549 milhão de toneladas na safra1986/87, encolheu para apenas188,7 mil toneladas no atual anoagrícola. "É preciso criarmecanismos para estimular aprodução no campo", defende.

Siago 2Em disparadaA suspensão temporária dasexportações de arroz, anunciadapelo Ministério de Agricultura,Pecuária e Abastecimento (Mapa)no final de abril, trouxedesconfiança para a indústria. Aexpectativa é de que a decisãoseja mesmo temporária, comoanunciado, comenta Pedro Alvesde Oliveira, presidente do Siago."Os preços (da saca do grão)subiram entre 30% e 35% desdedezembro e os estoques estãotodos em poder dos agricultores",afirmou.

SindileiteAmigos da Veterináriae AgronomiaNo dia 16 deste mês, aAssociação dos Amigos dasEscolas de Veterinária eAgronomia (Aeva) promoveuhomenagem aos fundadores ecolaboradores da Fazenda Escolada Universidade Federal de Goiás(UFG). Criada pela própria Aevaem 1999, numa parceria com oSindicato das Indústrias deLaticínios no Estado de Goiás(Sindileite), a fazenda dedica-se àformação de mão-de-obra rural epara treinamento dos alunos deAgronomia e Veterinária. Complantel de 100 cabeças, a fazendaproduz em torno de 1,2 mil litrospor dia e os resultados daexploração ajudam a manter oestabelecimento.

Sinroupas 1A Sefaz com a palavraAcompanhado do deputado Ozair Silva (PP), o presidente do Sinroupas,Frederico Martins Evangelista, expôs ao secretário da Fazenda, JorcelinoJosé Braga, a situação atual do setor no Estado. Segundo Evangelista, olado formal da indústria caminha celeremente para uma crise depois decair do quarto para o nono posto no ranking nacional .

Sinroupas 2Substituição tributáriaO secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, determinou a criação deum grupo de trabalho, com participação do sindicato, para avaliar a situação e desenhar soluções governamentais de médio e longoprazo para o setor. Evangelista sugere o retorno da substituiçãotributária, de forma a que também o setor informal contribua dealguma forma para a arrecadação, reduzindo a desigualdade nacompetição com as empresas formais. Além disso, o Sinroupaspropõe o retorno do apoio do Estado à participação dasconfecções em eventos.

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ENERGIA DE RESERVASifaeg 1

Os sindicatos das indústrias fabricantes de açúcar e álcool em Goiás(Sifaçúcar e Sifaeg) promoveram em Goiânia, no dia 25 de abril,encontro para discutir a regulação do mercado de energia dereserva, produzida a partir de biomassa. "O encontro foi muitoprodutivo e contribuiu para deixar o horizonte um pouco maisclaro para as usinas", comentou o presidente executivo doSifaçúcar/Sifaeg, André Rocha Baptista (foto).

SindusconEm destaqueO Senai teve presença destacadana reunião da diretoria doSinduscon-GO, realizada no mêsde abril. Durante o encontro entremais de 40 empresários ediretores do sindicato, osuperintendente do InstitutoEuvaldo Lodi e do Instituto deCertificação Qualidade Brasil,Paulo Galeno Paranhos,apresentou o trabalhodesenvolvido pelas instituições.

Sifaeg 2Avanço, mas nem tantoO preço teto para a venda de energia de reserva no leilão marcadopara os dias 20 e 21 de maio, em princípio, foi estabelecido em R$56 por MWh. Segundo o presidente executivo do Sifaeg, o setortenta adiar o leilão para julho. Até lá, será preciso definir, comomaior nitidez, as regras para conexão ao sistema interligado. Assimas usinas terão como avaliar os custos envolvidos no processo e seo preço estabelecido pela Aneel será remunerador.

SicmaConstrução civil em AnápolisEm reunião de negócios realizadaem 17 de abril, em Anápolis, peloSindicato das Indústrias daConstrução e do Mobiliário deAnápolis (Sicma), com apoio daAcia, o vice-presidente da CaixaEconômica Federal, Fábio Lenza,detalhou o programa habitacional eos planos de financiamento dainstituição a empresários do setorde construção. Presidente do Sicmae da Acia, Ubiratan da Silva Lopeselogiou a parceria com a Caixa.

GOIÁS INDUSTRIAL 49

Sindimóveis 1Movelsul BrasilEm promoção do Sindmóveis-GO e do Sebrae-GO, 16empresários do setormoveleiro visitaram a 16ªedição da Movelsul Brasil,realizada entre 24 e 28 demarço deste ano, em BentoGonçalves (RS), um dosmaiores pólos moveleiros doPaís, com 265 indústriasinstaladas. Referência para osetor, a feira acontece a cadadois anos. O grupo deempresários goianos teve aoportunidade de conhecer oCentro de TecnológicoMoveleiro (Cetemo), do Senai-RS, onde participaram depalestra sobre design.

Sindimóveis 2Feira em MilãoCom subsídio do Senai Goiás,empresários goianos do setormoveleiro participaram emMilão, Itália, do 47º SaloneInternazionale Del Mobile /Feira Internacional de Móveis,entre 16 e 21 de abril. Maiorevento do setor no mundo, afeira abrigou 2 mil expositoresem 220 mil m², trazendo osmais recentes avanços dosetor e as novas tendênciasem design. Os representantesgoianos conheceram, ainda, aEurocucina, feira paralela queapresentou produtos elançamentos para o ambientede cozinhas.

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GOIÁS INDUSTRIAL50

artigo

Bruno Fleuryé economista, advogado e consultor do Sebrae-GO

A grande pergunta que vem sendo feitapelos agentes econômicos hoje é: o Brasilcorre o risco de uma crise de créditosemelhante à que vem sendo acometida aeconomia dos Estados Unidos? Apesar daenorme diferença entre as duas economias,um fenômeno pode ser consideradocomum – o ritmo de crescimento da ofertade crédito. Nos últimos sete anos, os EstadosUnidos viveram uma euforia no que serefere à oferta de crédito. Juros cada vez maisbaixos, prazos alongados e critériosinadequados do ponto de vista da seleçãodos tomadores fizeram com que osconsumidores americanos ultrapassassem asua capacidade de endividamento e daí paraum calote generalizado foi um pulo, o que,por pouco, não gera uma crise sistêmica nosistema financeiro americano e mundial.

No Brasil, a oferta de crédito vem numritmo de crescimento ascendente nosúltimos quatro anos e apesar do volume emrelação ao PIB ainda ser relativamente baixo,a falta de cultura do brasileiro em poupar évista como um risco.

O crédito é uma faca de dois gumes.Está clara a sua importância como ferramentapara impulsionar o crescimento econômico,mas está claro também que sem um mínimode educação financeira ou educação para oconsumo ele pode se tornar um instrumentomortal para o consumidor. O longo períodode inflação sem controle impedia qualquer

Crédito, educação financeirae estabilização econômica

aos prazos cada vez maiores dosfinanciamentos. A apreensão se deve àsincertezas sobre o comportamento futuro daeconomia recém-estabilizada e, em especial, àfalta de cultura de planejamento e poupançade longo prazo do brasileiro.

O dilema que a equipe econômica brasileiraenfrentará nos próximos tempos será comocompatibilizar a extrema necessidade do Brasilcontinuar crescendo sem comprometer aestabilidade econômica duramente alcançada.

"Sem um mínimo de educação financeira, o crédito podese tornar num instrumento mortal para o consumidor"

tentativa de planejamento financeiro. Osconsumidores, de uma forma geral, tentavamsalvar o que fosse possível de seu salário antesque a inflação o consumisse. A estabilizaçãofinanceira é um fenômeno recente e,portanto, ainda não muito entendido doponto de vista da administração orçamentáriapela maioria das famílias. A questão creditícia émais recente ainda.

De repente, mal refeito do choque denão mais ter que se preocupar em sobrarmês no fim do salário, o consumidor se vêbombardeado por inúmeras ofertas decrédito com as quais muitos sonharam poruma vida toda. Só que essa mudança nãoveio acompanhada de campanhas deesclarecimento a respeito das diversasmodalidades de financiamento existentes e osriscos do endividamento sem controle.

O consumidor brasileiro, de uma formageral, não tem como norma analisar o custoda operação financeira que está contratando,mas sim se a prestação cabe no seuorçamento, mesmo que para isso ele acabecomprando um bem e pagando três.

Apesar de recentes regulamentações,de a relação entre crédito total e PIB(Produto Interno Bruto) ser baixa nacomparação com outros países ede a inadimplência se mostrarsob controle, existe sim certadose de preocupação entreos bancos no que se refere

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