Revista Divulgar Escritor - Ed. 12

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Divulga Escritor - 12 ª Edição - Acesse: http://www.divulgaescritor.com

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Revista Divulga EscritorRevista Literária da Lusofonia

Ano I INº 12fev/mar 2015

Publicação:Bimestral

Editora Responsável: Shirley M. CavalcanteDRT: 2664

Projeto gráficoe Diagramação EstampaPB

Para Anunciar:[email protected] – 83 – 9121-4094

Para ler edições anterioresacesse www.divulgaescritor.com

Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor.

ISSN 2358-0119

BrasilEntrevista escritor Alexandre Santos.......................................................................12Entrevista escritora Djanira Silva...........................................................................17Entrevista escritor Geraldo Ferraz..........................................................................22Entrevista escritor Eduardo Garcia.........................................................................28Entrevista escritor Inaldo Tenório de Moura Cavalcanti........................................34Entrevista escritora Ivanilde Gusmão........................................................................37Entrevista escritora Jair Martins..............................................................................41Entrevista escritora Luciene Freitas........................................................................45Entrevista escritora Lourdes Nicácio e Silva..........................................................49Entrevista escritora Telma Brilhante.......................................................................53Entrevista escritora Yara Falcon.............................................................................58

Participação EspecialAdriana Freitas.........................................................................................................16Bernadete Bruto.......................................................................................................20Anchieta Antunes....................................................................................................26Júnior Pereira..........................................................................................................32Maria Pereira..........................................................................................................48João Bezerra...........................................................................................................57

Momentos de poesia com escritores UBEAluízio Furtado.......................................................................................................63Ana Maria...............................................................................................................63Bernadete Bruto......................................................................................................64Flávia Suassuna........................................................................................................64Olímpio Bonald Neto..............................................................................................65Elizabeth Brandt.....................................................................................................65

Entrevista

Melchíades Montenegro - Escritor e Ativista Cultural é destaque Literário com o livro: FELICIANA – Um Olhar no infinitoPág. 05

Sum

ário

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Que maravilha começar o ano com uma edição especial em parceria com a UBE – União Brasileira dos Escritores.Nesta edição vamos encontrar entrevistas e textos só de escritores pernambucanos. Muito obrigada equipe Divulga Escritor, administradores dos grupos:

Obrigada, Jose Sepulveda, apoio em Portugal.Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal.Obrigada, Francisco Mellão Laraya, apoio Brasil.Obrigada, Mirian Menezes de Oliveira, apoio Brasil.Obrigada, José Lopes da Nave, apoio Portugal.Obrigada, Patrícia Dantas, apoio Brasil.Obrigada, Ana Priscila Nascimento, apoio Brasil.Obrigada, Leandro Santos, apoio Brasil.Obrigada, Ilka Cristina, apoio BrasilObrigada, Junior Pereira, apoio Brasil.

Obrigada, a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas em entrevistas.

Obrigada, colunistas, que mantém o projeto vivo!MUITO OBRIGADA, por juntos estarmos Divulgando LITERATURA. por juntos estarmos dizendo ao mundo, EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI.Esperamos que esta seja a primeira de muitas Revistas a serem elaboradas, em parceria com a UBE, agradecemos imensamente ao nosso presidente, o escritor Alexandre Santos, e toda equipe da UBE-PE, pelo apoio e dedicação ao desenvolvimento literário brasileiro.

Estamos juntos!

Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma Revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita para todo o mundo.

Boa Leitura!

Cordialmente

Shirley M. Cavalcante (SMC)EditoraCoordenadora do projeto Divulga Escritorwww.divulgaescritor.com

Shirley M. Cavalcante (SMC)

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No dia 29 de fevereiro de 1996, lendo na coluna “HÁ 150 ANOS”, do Diário de Pernambuco, a notícia da morte de uma escrava, que preferiu abrir com as próprias mãos sua jugular, para não retornar ao cati-veiro, fiz um recorte daquele fato, pensando em, um dia, escrever sobre ele.

O tempo passou, os anos foram correndo e, vez por outra, mexendo nos guardados, me deparava com o recorte, amarelando dentro da gaveta. Pensava en-tão, o que escrever sobre algo tão trágico. Nada me ocorria.

Dezoito anos decorreram, desde que recortara aquela triste notícia em 1996. Casualmente outro fato, dessa vez relacionado com escravos e uma negra liber-ta, me levou a escrever um livro, sem nenhuma relação com aquele recorte. O Livro “CESÁRIO”, ainda não pu-blicado, mas premiado como melhor obra de ficção de 2014, Prêmio Vania Souto Carvalho, da Academia Per-nambucana de Letras, baseado em uma citação sobre a primeira cirurgia cesariana realizada em Pernambuco, pelo Doutor José Correa Picanço, no Hospital Militar da Vila do Recife, no ano de 1817, em uma negra li-berta.

No final de fevereiro deste ano, encontrando no-vamente o recorte, acima citado, de repente, resolvi escrever, não uma tragédia, mas um romance, sobre uma negra que, embora escrava, durante sua vida só conheceu o amor, sofrendo infelizmente na velhice a face amarga do seu antônimo, sendo levada por ele àquele gesto desesperado.

A personagem retrata uma mulher, negra e escra-va, no final do século dezoito e início do século deze-nove, com a personalidade de uma mulher do século XXI, vivendo plenamente sua vida e influenciando a todos que com ela se relacionavam.

Declaro então, para fins de direito, que embora se trate de uma obra baseada em um fato real, ela é totalmente ficcional, não tendo nenhum vínculo com os proprietários da escrava na época ou seus descen-dentes, citados na coluna.

Ficcional também, é o Epílogo em que presto uma homenagem àqueles que muito me incentivam a es-crever. Ressalto que batizei os personagens bons com os nomes dos amigos, os maus não.

Recife, 26 de maio de 2014 Melchiades Montenegro Filho

APRESENTAÇÃO

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Por Shirley Cavalcante e Eduardo Garcia

Pernambucano, nascido em 2 de setembro de 1942 na cidade de Catende, Geógrafo com especia-lização em Solos e Aerofotogra-metria, aposentado da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agro-pecuária – IPA. Escritor, Poeta e Artista Plástico. Possui artigos, contos, poemas e livros publicados desde o ano de 1973. Atual presidente, (biênio 2014/2015) da Academia de Letras e Artes do Nordeste Bra-sileiro – ALANE, acadêmico da Academia de Artes e Letras de Pernambuco – AALP, da Acade-mia de Artes, Letras e Ciências de Olinda – AALCO e da Academia de Triunfense de Letras e Artes - ATLA. Vice-presidente da União Brasi-leira de Escritores – UBE;Secretário Geral da Associação Brasileira de Engenheiros Escrito-res-ABRAEE.Associado da UBE. Secretário da Ordem do Mérito Literário JORGE DE ALBU-QUERQUE COELHO e Coorde-nador do Seminário de Historio-logia Pernambucana da UBE. Outorgado com a Medalha da Comenda da Ordem do Mérito Fernandes Vieira do Museu do Forte do Brum – Recife - PE e da Medalha da Ordem do Mérito, Comenda Joaquim Nabuco da Academia Internacional de Letras e Artes, Recife - PE. Ilustrador de inúmeros livros científicos e literários. Produtor e ator do filme em Curta

Metragem – “TIRO NO PÉ” na cidade de Triunfo PE e partici-pante do Documentário “SER-TÃO, SONHO E CINEMA” e do Curta Metragem ‘O SEGREDO DE JACOBINA”.

Livros: “Memórias Seletivas – Infância” (Memórias) – Edições Bagaço – Recife PE -2002; “Memórias Seletivas – Juventude; (Memórias) – Gráfica New Graph – Recife PE – 2005; “O Tempo e a Fé” – (Religião/Filosofia) – Gráfica New Graph – Recife PE - 2006“Espreitando o Paraíso” (Memó-rias/Ecologia); Novo Estilo Edi-ções do Autor – Recife PE – 2009;“16 Poemas – musicados”; (Por-tuguês, Francês, Inglês, Italiano e Espanhol) FACFORM – Recife PE – 2011;“Histórias que o tempo esque-ceu”; FACFORM – Recife PE – 2011;

“Contos de Canções”; Editora Babecco - Olinda PE – 2012Plaqueta – “PEDRO E EPITÁ-CIO” - BABECCO EDITORA – Olinda PE, da Palestra realizada na ALANE/PB - João Pessoa – PB- 2013Plaqueta – “ITABAIANA, TERRA MATERNA” - BABECCO EDI-TORA – Olinda PE, da Palestra realizada na ALANE/PB - João Pessoa – PB- 2014 “FELICIANA, Um Olhar no Infinito” CHIADO EDITORA, Lisboa Portugal, 2014 Organizador da Coletânea Lite-rária “GATOS, MORCEGOS E CIGARRAS” da UBE – 2014 Organizador (em conjunto) e par-ticipante da Coletânea Literária “Bouquet de Desejos”- Poemas Sensuais, BABECCO EDITORA, Olinda, PE, 2014 Ilustrador em conjunto com outros artistas plásticos dos livros “Água nos trópicos”; - Edições Bagaço Recife PE – 2000 e “Fauna

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Escritor e Ativista Cultural é destaque Literário com o livro: FELICIANA – Um Olhar no infinito

Melchíades Montenegroe Flora dos Trópicos”– SECULT Fortaleza CE - 2002 - Ensaios e seleta de Poemas dentro do Projeto de Literatura dos Tró-picos – Organização: Beatriz Alcântara e Lourdes Sarmento. Responsável pelos Haigas do Livro de Haicais “TRAJETO DAS HORAS” de Elizabeth Brandt, BABECCO EDITORA, Olinda, PE – 2013. Ilustrador do Livro de Literatura Infantil “A CHUVA E A ÁRVORE” de Telma de Figueiredo Brilhante, BABECCO EDITORA, OLIN-DA – 2013. “Responsável pela coluna “Fatos Esquecidos da Nossa História” e Vultos Esquecidos da Nossa História” do Jor-nal Ponto de Encontro e pela coluna “Pernambuco Históri-co” do Jornal da Editora Novo Horizonte, além de inúmeros artigos publicados nos jornais do Recife - PE.Organizador do V CONGRES-SO BRASILEIRO DE ESCRI-TORES, Centro de Convenções de Pernambuco, Olinda, setem-bro – 2012Organizador do CONGRESSO MUNDIAL DE ENGENHEI-ROS ESCRITORES – Forte das Cinco Pontas, Recife – Março – 2014Curador do Evento, FOCCA (Faculdade de Olinda) e UBE (União Brasileira de Escritores), no Encontro Literário - UNI-DOS PELA LITERATURA – Olinda, PE, novembro/2014 Prêmio Vânia Souto Carvalho da Academia Pernambucana de Letras – Melhor livro de Ficção para obra inédita em 2013 – CESÁRIO – Janeiro de 2014

Divulga Escritor- Prezado Escri-tor e Ativista Cultural, Melchíades Montenegro, é com imensa satis-fação que o recebemos no projeto Divulga Escritor. Conte-nos então, partindo do início de sua vida de escritor, em que momento a escrita se encontra com a arte em sua ma-ravilhosa trajetória literária?Melchíades Montenegro - Fui um privilegiado por Deus em nascer com a alma de artista. Nunca es-tudei desenho, mas trabalhei mais de trinta anos em cartografia e de-senhos iconográficos na Empresa Pernambucana de Pesquisa Agro-pecuária – IPA, também não estudei pintura, mas tenho quadros expos-tos pelo Brasil e no mundo. Quanto a escrever – sempre gostei de contar histórias, daí para passá-las para o papel foi fácil. Inicialmente foram poemas, depois crônicas; então minha veia de historiador revelou-se e me levou a escrever memórias. Da ins-piração a fixá-las no papel, foi pura consequência. Hoje diversifiquei me dedicando a ficção.

Divulga Escritor - Poderia falar sobre o perfil e o enredo dos seus li-vros sobre memórias seletivas?Melchíades Montenegro - O que me levou a escrever sobre a Infância e depois sobre a Juventude partiu de um fato ocorrido entre meus filhos e eu. Um dia depois do almoço, eu estava contando uma história sobre um tio avô, quando um das minhas filhas disse não saber de quem estava falando. Descobri nessa hora que era minha obrigação passar para elas e outras pessoas a minha história com todos os personagens que estive-ram nela. Na minha mente fiz a ressalva de selecionar sobre quem e o quê. Pessoas e fatos desagradáveis ficaram de fora. Escrevi obedecendo

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a cronologia dos acontecimentos e enxertando antigas histórias fa-miliares quando tratava de deter-minado personagem. Durante a elaboração das MEMÓRIAS SE-LETIVAS – INFÂNCIA, muitas vezes “viajei no tempo” sentido emoções infantis que não sabia ainda existirem em mim. Até o sabor de lanches que me serviam quando menino (rodelas de ba-nana com mel de abelha Uruçu), parecia que os tinha na boca. Nas MEMÓRIAS SELETIVAS – JU-VENTUDE, foquei a narrativa no entorno do que acontecia na mi-nha cidade, especialmente sobre seus divertimentos.

Divulga Escritor - Você tem di-versos livros publicados em di-ferentes segmentos. O que o in-fluenciou a ter esta diversificação de temas publicados?Melchíades Montenegro - Re-almente não sei. Se um tema me agrada, passo a escrever sobre ele. Gosto muito de aproveitar o que me cerca. Sendo bom observa-dor, não é difícil desenvolver uma narrativa sobre o que vejo. Mui-tas vezes também acontece uma recordação. Foi o caso do Livro O TEMPO e a FÉ. Conversando um dia com minha amiga Sonia Freyre sobre Santo Agostinho, me lembrei da história que minha irmã Miriam contava na minha infância. Era a que eu mais gos-tava. Verdadeira ficção científica – Um monge adormece ouvindo um pássaro quando pensava na eternidade de Deus: acorda e são passados 100 anos!

Divulga Escritor - Sendo geógrafo, conte-nos como surgiu sua atra-ção, em especial, pela história?Melchíades Montenegro - His-tória e Geografia são irmãs por

natureza. Só existe um fato his-tórico verdadeiro com seu local determinado – local determinado é um ponto na superfície da Ter-ra passivo de ser localizado pelas coordenadas geográficas. Aprendi a ler sozinho examinando os jor-nais que meu pai lia. Sendo o mais novo de nove irmãos tive que “me virar” por conta própria; minhas irmãs não gostavam de ler para mim, preferiam contar histórias, então passei a imitar papai lendo e, aos poucos juntei as letras, for-mando as palavras. Quando entrei no Jardim da Infância, sabia ler um pouco. Creio que devo a meu pai o gosto por estudar História. Na nossa biblioteca, a metade era de livros clássicos o restante de Direito, já que meu pai era advo-gado. Também pode ser um dom natural, pois nunca deixei de ter um livro de história em minhas mãos. Posso ler qualquer livro, mas sempre encontro tempo para ler um livro de história, por pura distração seja ela qual for: antiga, medieval, de Portugal, do Brasil ou de Pernambuco.

Divulga Escritor - Em que mo-mento pensou em escrever “Fe-liciana”?Melchíades Montenegro - FELI-CIANA surgiu de um estalo. Em 1996 recortei a Coluna “HÁ 150 ANOS” do Diário de Pernambuco, que narrava um fato extremamen-te sofrido e chocante. Guardei por 18 anos aquele recorte, em uma gaveta, junto com outros papeis. No decorrer de 2013 escrevi o Li-vro, ainda inédito, CESÁRIO, cujo tema trata da escravatura no Bra-sil. Para minha alegria, o livro foi premiado pela Academia Pernam-bucana de Letras, em janeiro de 2014, na categoria de melhor Li-vro de Ficção. Em fins de feverei-

ro, mexendo nas gavetas à procura de um documento, encontrei no-vamente o recorte do jornal. Nes-sa hora resolvi escrever não uma história de sofrimento, mas uma história de amor. Aproveitando o período do carnaval, no sábado, 1º de março, iniciei e terminei seten-ta e três dias depois, concluindo-o no dia 12 de maio de 2014.

Divulga Escritor - Que temas você aborda nesta obra?Melchíades Montenegro - O tema central de FELICIANA é o amor. O amor de uma mulher negra, escra-

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va no final do século XVIII e início do século XIX com a cabeça de uma mulher do século XXI. O amor de um sinhozinho que consegue dri-blar as amarras dos preconceitos da sociedade da época, vivendo plenamente sua paixão. O amor dos senhores dos escravos tratan-do com humanidade aqueles seres que o destino colocara em suas mãos. Também o ódio, a cobiça, a arrogância, a caridade e o amor ao próximo são abordados. Creio que todos os sentimentos humanos são nele tratados, mas com a predomi-nância total do amor.

Divulga Escritor - Como foi a construção do enredo e persona-gens de seu livro “Feliciana”?Melchíades Montenegro - Para mim é um mistério. FELICIANA chegou na minha cabeça comple-tamente pronto. Só tive o traba-lho de digitar. Interessante é que à medida que escrevia, contava aos amigos como a trama estava se de-senvolvia e eles passaram a vibrar com ela e a vida dos personagens. Até o subtítulo do livro me foi su-gerido por minha amiga Geruza Carvalho, que ao ler a morte de “Virgílio”, o amor de Feliciana, achou bela a frase “Um Olhar no Infinito” e me sugeriu colocá-la.

Divulga Escritor - A quem você indica a leitura?Melchíades Montenegro - FELI-CIANA, Um Olhar no Infinito - é indicado para quem se interessa pela paixão proibida entre um Se-nhor e uma escrava, pelos costu-mes de um quilombo, um pouco da história de Pernambuco, anti-gos logradouros da “vila” do Re-cife, os costumes dos banhos de rio, o sincretismo religioso e des-crição das paisagens, que não mais existem. Mas independentemente disso quem apreciar de um bom romance com um toque de realis-mo, sensualidade e até uma pitada de ação policial, pode ler que com certeza irá gostar.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar os seus livros? Melchíades Montenegro - A CHIADO EDITORA de Lisboa, que publicou o livro, disponibi-lizou os exemplares para o lan-çamento, que ocorreu em 21 de novembro do ano passado, o en-tregou nas principais livrarias de Portugal, também disponibilizou em livro digital, mas ainda não

conseguiu colocar no Brasil, por conta de aspecto puramente bu-rocrático. Acredito que em pouco tempo estará na rede das Livrarias Cultura e Saraiva.

Divulga Escritor - Você é ilustra-dor de inúmeros livros. Como surgiu o seu gosto pela ilustração cientifica e literária? Melchíades Montenegro - Não sei! Foi um dom que Deus me deu. Creio que tratei desse assunto em alguma pergunta anterior.

Divulga Escritor - Como Vice--Presidente da União Brasileira de Escritores, conte-nos quais os principais objetivos da UBE?Melchíades Montenegro - A fun-ção de um Vice-Presidente é acompanhar e apoiar as ações emanadas do Presidente. O objeti-vo principal da UBE está na defesa dos escritores. Estas são palavras do Presidente Alexandre Santos.

Divulga Escritor - O escritor que desejar participar da UBE como deve proceder?Melchíades Montenegro - Escre-ver livros e se engajar no meio li-terário. Muitos que se associam a UBE não participam do seu dia a dia. É um erro. Os programas e ações da UBE devem ter a parti-cipação do seu quadro de associa-dos. Ter só a carteira de associado não é nada.

Divulga Escritor - Como atual presidente, (biênio 2014/2015) da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro – ALANE, conte-nos quais os principais ob-jetivos da ALANE, e como o es-critor deve fazer para participar da Academia.Melchíades Montenegro - Dife-rentemente da UBE, a Academia

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de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro – ALANE é essen-cialmente literária com uma pequena dose de atividade ar-tística, especifico desta forma pela razão de que atualmente 98% dos seus membros são poetas e escritores e só 2% são artistas plásticos. Nosso obje-tivo principal é a difusão da li-teratura e da arte do Nordeste Brasileiro, por meio de publi-cações, palestras e encontros literários. A admissão de um novo acadêmico ocorre quan-do do falecimento de um dos membros, e sendo anuncia-da a vacância o candidato se apresenta. É um pouco mais complicado na verdade, com a análise detalhada do currí-culo, das obras e do perfil do postulante.

Divulga Escritor - Como Ativista Cultural, organizador de Con-gressos Nacionais e Internacionais, Curador do Evento, FOCCA (Faculdade de Olinda) e UBE (União Brasileira de Escritores), no Encontro Literário - UNIDOS PELA LITERATURA, como você vê a literatura Pernambucana dentro do mercado literário Brasileiro?Melchíades Montenegro - A literatura pernambucana esta em pé de igualdade com o eixo literário do Sudeste Brasileiro. A quantidade de livros publicados, e de boa qualidade, vem crescendo exponen-cialmente nos últimos anos. Se olharmos para o passado o orgulho nos enche o coração; vivenciando o presente constatamos a euforia literária que nos cerca e se imaginarmos o futuro, o deleite nos eleva a alma. O que nos falta é condições de mostrarmos o que produzi-mos, quebrarmos a hegemonia que sufoca a distribuição de nossa literatura. Não digo que toda nossa produção literária é boa, mas existem excelentes escritores assim como também outros nem tanto. Igual a todas as partes do mundo.

Divulga Escritor - Chegando ao final da entrevista, agradecemos a sua participação no projeto Divulga Escritor; qual a sua mensa-gem final para o leitor?Melchíades Montenegro - Ler é o melhor remédio para o tédio, aguça a inteligência e exercita a imaginação.

Divulga Escritor - Obrigado Escritor e grande Ativista Cultural Melchíades Montenegro, pela sua atenção ao Projeto Divulga Es-critor, desejamos-lhe muito sucesso.

NOITE BRANCAMelchiades Montenegro FilhoRecife, 17 de junho de 2013

No princípio, não parecia sonho. Mãos geladas, pés gelados: campos nevados. Nenhum horizonte – banco manco branco: estanco! Sonho louco, pouco importa: corta.Esqueci de rezar: amar o mar e zarpar. Veleiro branco de velas compridas chegue perto de mim por piedade. Leve –me leve dessa neve.Não é um veleiro? Um jasmineiro lampeiro? Colherei um buquê de jasmins para minha amada, amuada, aluada, suada e molhada. Igual à neve que deixou meus pés.Sonho louco, pouco importa: corta.Esqueci de esquecer: ler, saber, debater. Veleiro negro de velas curtas vá para longe de mim, lhe ordeno. Deixe-me nesse feixe de peixe.Não é um nevoeiro? Um tinteiro soalheiro? Ocioso, molharei minha pena escrevendo uma carta de amor, na dor, no ardor desse calor que abrasa a sola dos meus pés.Sonho parecia, não parecia sonho.

NANOCONTO(55 palavras)

VOZ PATERNAMelchiades MontenegroOlinda, 15 de novembro de 2014

Chuva miúda, anoitecer sombrio.O som na substância do silêncio envolveu os presentes ao cessar o seco ruído da última pá de terra sobre o ataúde. Ultimo som provindo do meu pai.Um denso silêncio cobriu as lembranças paternas agora transformadas em saudades.O som jamais tornaria a vibrar com a voz do meu pai.

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Entrevista com o escritor Alexandre Santos

Nascido e educado em Pernambuco, o escritor e produtor cultural Alexandre Santos teve formação escolar no antigo Colégio Marista do Recife. Depois de graduar-se em engenharia civil pela UFPE, cumpriu os cursos de especialização em Transportes Urbanos e Trânsito na UFCE e de mestrado em Engenharia da Produção e em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste na UFPE. Alexandre é editor-geral do informativo ‘A Voz do Escritor’, membro do Conselho Editorial da Revista Algomais, do Conselho Consultivo da Revista Nova Águia (Lisboa, Portugal) e do Conselho Editorial da Revista Archiépelago (Cidade do México, México). É presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco, da Associação Brasileira de Engenheiros Escritores e da União Brasileira dos Escritores. Entre outros prêmios e láureas recebidas, ganham destaque a Ordem do Mérito Literário ‘Jorge de Albuquerque Coelho’, Ordem do Mérito Capibaribe, Ordem do Mérito Manoel Antônio de Moraes Rego e presença no quadro de agraciados com a Comenda ‘Padre João Ribeiro’, do município do Paulista, e no quadro de Membros Honoráveis do Colégio de Engenharia de Venezuela. Publicou inúmeros artigos, entre os quais A Inflação Desmistificada, O Fantasma da Dívida, A Propriedade dos Meios Naturais de Produção, Os Conceitos de Economia e Fortalecimento da Economia de Base Local. Entres os diversos livros publicados, destacam-se A Inevitável Primavera, Teoria do Valor, Economia & Poder, O Elo Fundamental, A face oculta do mercado, O Moinho (publicado em Espanhol sob o título ‘El molino’, vencedor do prêmio ‘Vânia Souto Carvalho’, instituído pela Academia Pernambucana de Letras para agraciar o melhor romance no concurso nacional de 2006), O Ato de Produção, O Attache, Bastidores & Camarins, G’Dausbbah, Maldição e fé e Raízes.

“O eixo central da minha obra literária é o poder – o fascínio, a busca, a conquista, o exercício e as conseqüências do poder. Naturalmente, aqui e ali, há muitos textos que versam sobre outras temáticas, mas é no estudo do Poder que concentro a minha obra.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Divulga Escritor - Escritor e Pro-dutor Cultural, Alexandre San-tos, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento você pensou em escrever e publicar o seu primei-ro livro?Alexandre Santos - Faz muito tempo desde que publiquei o pri-meiro livro, ‘Os retirantes’ - um ensaio sociológico sobre as mi-grações internas do País, com foco sobre os retirantes nordestinos, que, na época, tinha como destino principal a região sudestina, com destaque para o Estado de São Pau-lo – que teve muito boa acolhida,

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inclusive pela SUDENE e pelo Banco Nacional da Habitação. Naquela época (como hoje, também), eu escrevia muito, especialmente sobre política e economia. Daí, o tema cen-tral da primeira publicação. De lá para cá, sem abandonar a crônica e os ensaios políticos e econômicos, enveredei pela literatura artística, abraçando o vasto campo da prosa.

Divulga Escritor - Neste mo-mento você já tinha planos para escrever outros livros, como vem sendo a constru-ção de sua carreira literária? Alexandre Santos - Sempre escrevi muito e, na época (iní-cio da carreira, digamos as-sim), escrevia basicamente sobre a realidade nua e crua, procuran-do denunciar situações incompa-tíveis com a dignidade da Pessoa Humana, levantar teses, discutir e propor soluções para questões sociais, políticas e econômicas. O tempo passou e, depois, quando constatei que, retirados os meus alunos, poucos eram aqueles que liam as ‘verdades’ por mim de-fendidas, evoquei os ensinamen-tos de José Américo de Almeida (para quem, na maioria das vezes, é mais fácil dizer ‘verdades’ sobre forma de ‘mentiras’) e decidi dizer as coisas nas quais acredito sob outras formas. E, assim, surgiu o escritor Alexandre Santos, au-tor de romances, contos e outros textos literários. A despeito das inúmeras atividades que desem-penho, consigo manter um bom ritmo de produção literária e, qua-se sempre, tenho um ou dois livros por publicar. Divulga Escritor - De forma ge-ral, qual a principal mensagem que você quer transmitir para os

leitores através de tão vasto acer-vo literário?Alexandre Santos - O eixo central da minha obra literária é o poder – o fascínio, a busca, a conquista, o exercício e as conseqüências do poder. Naturalmente, aqui e ali, há muitos textos que versam sobre outras temáticas, mas é no estudo do Poder que concentro a minha obra. A grande mensagem, clara-mente embutida nos textos, diz respeito a importância da força militar, do dinheiro, da comunica-ção de massa e da religião na for-mação e conversão dos esquemas de poder, definindo a forma como se dá a presença humana sobre o Planeta.

Divulga Escritor - Escritor Ale-xandre Santos, conte-nos qual o livro que demorou mais tem-po para ser escrito e publicado? Como foi a construção do enre-do desta obra?Alexandre Santos - Até basear os enredos sobre fatos pretéritos, eu me julgava um ‘escritor rápido’. Esse sentimento acabou quan-

do escrevi ‘Maldição e fé’ - um romance histórico ambienta-do no início do século XVII, cuja pesquisa consumiu mais de dois anos. Entre a primei-ra palavra e o lançamento do romance `Maldição e fé’ trans-correu quase cinco anos. Como os demais textos artísticos, na prática, a despeito das ideias que animaram o início do livro, o enredo de ‘Maldição e fé’ foi construído a medida em que era escrito.

Divulga Escritor - Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado? O que o motivou a escrever de forma mais intensa que os de-mais livros escritos? Descre-

va-nos um pouco sobre a obra.Alexandre Santos - O livro que tomou menos tempo foi a novela erótica ‘O attachè’, cujo texto, ini-ciado em dezembro de 1999, rece-beu o ponto final em abril do ano 2000. Escrever é uma atividade que me dá prazer. Isto ocorre com qualquer tipo de texto. No caso de ‘O attachè’ – uma comédia que conta as aventuras amorosas de um certo Jean Marcel, adido mili-tar da Bélgica na ONU -, por ser uma comédia, me fez rir bastante. Assim, com o prazer redobrado, sempre que podia, me debruçava sobre o computador para dar se-quencia à história. Talvez essa te-nha sido a razão da produção tão rápida.

Divulga Escritor - Em sua opi-nião qual o livro que gerou mais polêmica entre os leitores? O que o levou a gerar esta polêmica?Alexandre Santos - Embora, pes-soalmente, ache o romance ‘O moinho’ o mais agudo, dos livros que escrevi, ‘Maldição e fé’ é o que mais polêmica gera, pois, além de

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denunciar a hipocrisia da Igreja Católica e a forma como a História é registrada, desnuda a falsa moral da oligarquia que se formava no início do século XVII no Brasil. Talvez a forma crua como o texto quebra o segredo de alcova de al-guns dos personagens contribua para o frisson que Maldição e fé causa. De qualquer forma, algo me diz que, rapidamente, ‘Maldição e fé’ vai perder a referência de ‘o mais polêmico’ para o romance ‘O livro dos livros’, que ainda está no prelo.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar os seus livros? Alexandre Santos - Não cuido, pessoalmente, da distribuição dos meus livros. Como não há, no Nordeste, boas distribuidoras, a despeito de acordos e acertos, sinceramente, acho que, do ponto de vista prático, não há ninguém cuidando da distribuição às livra-rias. Sei que muitas livrarias, espe-cialmente as maiores, dispõem de alguns títulos. De qualquer forma,

talvez, a melhor forma de adqui-rir os meus livros seja através da UBE ou diretamente comigo, atra-vés do endereços eletrônicos [email protected] e [email protected].

Divulga Escritor - Temos livros novos no prelo? Alexandre Santos - No início de 2015 lançarei o romance ‘O livro dos livros’, que aborda a imple-mentação de um vasto plano para o controle da humanidade a partir da criação de uma nova religião, e o livro de contos ‘Dossiê de Gus-taff ’, que apresenta episódios que teriam embasado a composição de ‘O livro dos livros’. São livros que, provavelmente, vão causar grande polêmica.

Divulga Escritor - De que forma você divulga o seu trabalho lite-rário? Alexandre Santos - A divulgação – como, de modo geral, todos os elos da cadeia produtiva associada

à arte literária – faz parte da via crucis que o autor precisa enfren-tar para se fazer ler. Não é diferen-te comigo. Reconhecendo, desde sempre, a insuficiência das raras aparições na mídia tradicional, recorro às novas mídias como ins-trumento regular de publicidade, entre os quais, cumpre reconhecer, ganham destaque veículos como o ‘Divulga Escritor’ e ‘A Voz do Es-critor’. Além disso, nunca é demais lembrar, conto com o meu site pes-soal (www.alexandresanttos.com.br), que tem uma boa audiência.

Divulga Escritor - Conte-nos so-bre a criação e objetivos de seu maravilhoso projeto “A Voz do Escritor”? Alexandre Santos - A VOZ DO ESCRITOR é uma revista semanal eletrônica que circula desde se-tembro de 2005, trazendo notícias e fazendo a divulgação de eventos literários ocorridos e programa-dos por todo o País. A revista di-gital surgiu por conta da ausência

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(na época) de um instrumento eficaz de divulgação ao alcance dos escritores e entidades. Passa-da a fase inicial, de consolidação, a revista ultrapassou a maturidade, sendo reconhecida nacionalmente como um dos melhores veículos brasileiros de divulgação no cam-po da arte literária. Hoje, A VOZ DO ESCRITOR alcança semanal-mente cerca de 60 mil endereços eletrônicos, distribuídos por todo o País, atingindo um público espe-cializado, formado especialmente por escritores, editores, críticos literários, professores, clientes re-gulares de livrarias, frequentado-res de eventos literários e estudan-tes das áreas sociais (com destaque para os cursos de letras).

Divulga Escritor - Você é hoje, um grande, reconhecido e res-peitado ativista cultural em Pernambuco, em que momento pensou em atuar como produtor cultural? Alexandre Santos - Desde muito

tempo, direta ou indiretamente, cumpri atividades inerentes à pro-dução cultural. Neste embalo, nos últimos anos, depois de, quase que naturalmente, assumir a produção cultural de alguns eventos impor-tantes, resolvi ‘abraçar a causa’ e, a despeito do enorme trabalho, gostei e resolvi ficar. Em pouco tempo, ganhei muita experiência no ramo e, além do lançamento de livros de sucesso, fiz a produção cultural de um congresso literário mundial (o Congresso Mundial de Engenheiros Escritores, realizado no Recife, em março deste ano) e da Festa Literária Internacional do Ipojuca (FLIPO), que já parte para a terceira edição.

Divulga Escritor - No que depen-der do escritor e produtor cultu-ral Alexandre Santos podemos então esperar muitos eventos culturais?Alexandre Santos - Sim. Venho dando forma à Câmara Brasilei-ra de Desenvolvimento Cultural

(CBDC), entidade cujo objetivo, além de agenciar a carreira de escritores e certificar a qualidade de eventos e empreendimentos culturais, vai produzir encontros culturais. Para 2015, na agenda da CBDC, além do lançamento de al-guns livros, consta a realização de nova edição da FLIPO, em Porto de Galinhas, de mais um Con-gresso Mundial de Engenheiros Escritores e, também, encontro literário em Triunfo e, também, provavelmente, em João Pessoa. A pauta é ambiciosa, mas factível.

Divulga Escritor - Pois bem, estamos chegando ao fim da en-trevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor e Produtor Cultural Alexandre Santos, que mensagem você deixa para nos-sos leitores?Alexandre Santos - Precisamos estimular a leitura e, cuidar para que, cada vez mais, o consumo de bens literários seja corriqueiro. Ja-mais devemos perder de vista que uma sociedade que lê e entende aquilo que lê é mais resistente às manipulações da palavra e, por-tanto, mais consciente daquilo que quer e daquilo que não quer, sabendo, assim, escolher o que é melhor para si e para os seus.

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O mundo hoje está muito diferente. As pes-soas mudaram. Acompanham ou tentam acom-panhar o ritmo acelerado da vida. Cada dia as pessoas perdem-se em compromissos de traba-lho, estudos. Uma rotina cansativa e que em sua maioria toma boa parte do tempo.

Os relacionamentos também mudaram. Tudo mudou. Pela bendita falta do tempo. Muitas pessoas se utilizam de redes de relacionamentos. A verdade é que cada vez mais as pessoas vivem através das mídias sociais. É tão comum assistir cenas de gentes concentradas em seus celulares e nem observarem o que está ao seu redor.

Com todas essas mudanças. A paquera tam-bém mudou. Antes a pessoa tinha que se produ-zir sair de casa e ir para algum ponto de paque-ra. Hoje não. Pra se conhecer e paquerar alguém basta apenas baixar algum aplicativo especifico para esse fim. Pronto está feito. Pessoas viram mercadorias. Você vira mercadoria.

Todos ficam expostos, como se fossem em vitrines. Escolhem e são escolhidos. É tão prático e rápido. É só curtir. Se quem você gostou tam-bém gostar de você. É dado o pontapé inicial. A paquera surge.

Primeiro com as mesmas perguntas de sem-pre. Como vai você? Onde você mora? O que você faz, gosta? A sua altura. Idade. Parece mais pesquisa do senso. E daí a coisa esquenta ou não.

Participação Especial

Escritora Adriana Freitas

Sobre encontro as escuras

Como está todo mundo se conhecendo, “caçan-do e sendo caçada”, do mesmo jeito que uma con-versa se inicia ela termina. Sem nem despedidas. Sem nada. Basta apenas não responder. Esquece. Já era.

Mas sempre tem aquela pessoa que o contato aumenta. Daí para marcar um encontro é rápi-do. Aí onde o perigo pode morar ou não. Nor-malmente as pessoas se veem através de fotos. Quando não usam o “Skype”. E fotografia pode enganar um pouco.

Então um encontro é marcado. Por mais que se tenha visto inúmeras vezes a foto do preten-dente, o ao vivo causa surpresa. Seja boa ou ruim. As conversas antes trocadas por redes sociais, agora é cara a cara. O que pode ser bom ou não.

O encantamento inicial pode se tornar em decepção. A pessoa com quem se marcou pode ser menos atraente que os presentes no local. E o que fazer? Ir embora? Pensar numa boa descul-pa? Deixar pra lá e tentar aproveitar o momento?

É tudo novo e imprevisível. Pessoas que co-nhecemos pessoalmente nos surpreendem. Pes-soas que conhecemos há um bom tempo nos surpreendem. Imagina aquelas que conhecemos apenas por redes sociais? Imagem não é nada. Imagem pode ser ficção. Mas, de toda forma, é só mais uma ferramenta de se encontrar alguém nesse nosso mundo pós-moderno.

e redes de relacionamento

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Divulga Escritor - Escritora Dja-nira Silva, é um prazer contar-mos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte--nos o que a motivou a ter gosto pela escrita?Djanira Silva - Nasci numa épo-ca em que criança não podia falar, perguntar, nem participar da vida dos adultos. Encontrei na escrita uma forma de falar comigo mes-ma, fazer questionamentos e até me rebelar.

Divulga Escritor - Em que mo-mento se sentiu preparada para publicar o seu primeiro livro?Djanira Silva - Muito jovem, ain-da, comecei a escrever nos jornais da minha terra. Tempos depois,

Entrevista com a escritora Djanira Silva

Nasceu em Pesqueira, pequena cidade do interior de Pernambuco, onde viveu da infância à adolescência. Entre serras e cachoeiras plantou sua alma criança, e, de vez em quando, volta para ouvir a menina que sempre tem uma história para contar. Interna num colégio de freiras, rebelde e desobediente, como não podia falar sempre que queria, passou a escrever para afrontar as freiras que não permitiam qualquer atividade fora do programa de estudos. Rabiscou alguns poemas, tomou gosto e, quando voltou para casa, durante algum tempo, publicou alguns nos jornais da terra. Persistiu na teima de escrever e hoje conta com vários livros publicados.

“A única coisa que me preocupa quando escrevo, é conseguir pulsar com o leitor e fazê-lo sentir-se como se ele mesmo estivesse escrevendo.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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já residindo na Capital, conheci o poeta Mauro Mota, com quem trabalhei durante vários anos e que publicou no Diário de Per-nambuco, alguns dos meus poe-mas. Posteriormente, incentivou--me a publicá-los em livro. Daí surgiu Em Ponto Morto, por ele prefaciado.

Divulga Escritor - Você, tem pu-blicado um diversificado acervo literário. O que a escrita significa para você?Djanira Silva - Realmente, tenho dois momentos distintos na mi-nha escrita. O humor leva-me a manter um relacionamento bem humorado com o mundo. Nin-guém gosta de tristeza. Já a outra vertente, a que fala de dor, triste-za e saudade, dela tenho um certo pudor. Tal como fazia na infância e adolescência, confio ao papel o que não posso e nem devo falar. Nos livros as pessoas, lêem, não me ouvem, falar de tristeza.

Divulga Escritor - Quando você termina de escrever um livro, você já tem outro em mente? como vem surgindo a inspiração para a construção de suas obras literárias?Djanira Silva - Sempre tenho mais de um trabalho em pauta. Acabo de lançar Saudade Presa e já estou com O Sorriso da Borbo-leta à espera. Quando à inspiração, não sei se existe ou não. Sei apenas que o passado é um grande contador de histórias.

Divulga Escritor - Suas obras tem uma mensagem em comum ou cada obra tem particularida-des que as diferenciam? Djanira Silva - A única coisa que me preocupa quando escrevo, é

conseguir pulsar com o leitor e fa-zê-lo sentir-se como se ele mesmo estivesse escrevendo.

Divulga Escritor - Dois títulos de seus livros me chamaram a aten-ção, conte-nos o que diferencia “Deixa de Ser Besta” para “Doi-do é Quem tem Juízo”?Djanira Silva - Ambos são de hu-mor. No “Deixe de Ser Besta” con-to fatos reais, acontecidos comigo, pois sou vítima de uma presença de espírito que às vezes me inco-moda. Já no “Doido é quem tem Juízo”, são histórias do dia a dia, fatos observados, alguns imagina-dos.

Divulga Escritor - Como foi a construção do enredo de seu li-vro “A Maldição do Serviço Do-méstico”?Djanira Silva - Nasceu da leitura de um capítulo da Bíblia que narra a visita de Jesus ao seu primo Láza-ro e às duas irmãs Maria e Marta. Ao chegar o Mestre, Maria sentou--se a seus pés para ouvir-lhe as sá-bias palavras, enquanto Marta, de vassoura em punho e colher de pau a tiracolo, pôs-se a trabalhar. Chegou um momento em que, ir-ritada, aproximou de Jesus e recla-mou: Senhor, enquanto me mato de trabalhar, Maria a vossos pés, nada faz? Jesus, na sua mansidão divina, respondeu: Marta, Mar-ta, estás a te atarefares com coisas inúteis, Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada.

Divulga Escritor - Como você vê esta obra?Djanira Silva - Ora, quando Je-sus chamou de inúteis os serviços domésticos, respondeu às muitas questões que intrigam as mulhe-res. Daí, resolvi escrever sobre o tão polêmico trabalho.

Divulga Escritor - Escritora Dja-nira, qual o livro que você indi-caria para eu comprar, agora, por que eu devo ler esta obra?Djanira Silva - A Morte Cega representa um momento muito especial. Nele estão escritos senti-mentos dos quais não ouso falar.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar os seus livros?Djanira Silva - Vendo em casa mesmo. As livrarias não dão a míni-ma para o escritor pernambucano.

Divulga Escritor - Quais os seus principais objetivos como escri-tora?Djanira Silva - Manter-me viva e tentar compreender a vida

Divulga Escritor - Pois bem, es-tamos chegando ao fim da en-trevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Djanira Silva, que mensagem você deixa para nossos leitores?Djanira Silva - A eles só tenho que agradecer. É através deles que o escritor existe. Sem leitor não há escritor. Ele está para o escritor assim como o homem está para o mundo. Quando Deus terminou a criação precisou de olhos que vis-sem e divulgassem sua obra. En-tão, criou o homem e, através do seu olhar o mundo passou a existir.

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Melodia do CoraçãoDos corações entrelaçados numa mesma sintoniaum diaresta aquela melodia!Com este presente mais alemfica a recordaçãodaquela alegriaE tudo termina- ou permanece -bem!

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Participação Especial

Escritora Bernadete Bruto

Pela Livre ExpressãoO dom da palavraquem tem?Quem rotulouna verdadea expressãopura do coração?A coerçãoou a liberdade?

Somos FloresNeste mundosomos floresDelicadasGrandesPequenasColoridasDiversificadasPel8s canteiros da vidaprecisamos sercuidadasprotegidasJamais despedaçadas!

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Divulga Escritor - Escritor e pa-lestrante Geraldo Ferraz, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos em que mo-mento iniciou os seus estudos e pesquisas sobre o Cangaço?Geraldo Ferraz - Inicialmente, gostaria de declarar que o prazer é todo meu. Meu primeiro conta-to com o mundo do Cangaço teve início em meados dos anos 60, do século passado. Naquela época, eu residia com os meus familiares em Gravatá-PE, deveria ter entre 11 ou 12 anos, quando recebemos a honrosa visita da professora Aglae Lima de Oliveira, pernambucana

Entrevista com o escritor Geraldo Ferraz

Natural do Recife–PE. Nascido aos 30 de dezembro de 1955. Primogênito do casal Geraldo Ferraz de Sá Torres (falecido) e Maria José de Holanda Torres. Viveu em várias cidades pernambucanas, entre elas, Triunfo, Taquaritinga e Gravatá. Artista plástico, com diversas exposições (individuais e coletivas), Administrador de Empresas e, atualmente, aposentado da Prefeitura do Recife. Casado com a Sra. Rosane de Oliveira Ferraz Torres, com quem tem duas filhas: Ana Paula de Oliveira Ferraz Torres e Monique de Oliveira Ferraz Torres. Faz parte do Centro de Estudos de História Municipal – CEHM (1984). É sócio fundador das instituições “Amigos do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano”, do Núcleo Pernambucano de História – UBE/PE, e da Sociedade dos amigos da Briosa – SABRI (2010). Membro das seguintes associações: Instituto Cultural Gravataense, Gravatá – PE (2006); Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço – SBEC, Mossoró – RN (2005); da União Brasileira de Escritores - UBE - Secção Pernambuco, Recife – PE (2001); União Nacional de Estudos Históricos e Sociais - UNEHS, São Paulo (2008); Academia Serra-Talhadense de Letras – Serra Talhada - PE, na qualidade de correspondente (2006); da Academia de Letras e Artes de Gravatá - ALAG, Cadeira nº 09, Gravatá – PE (2009); e Academia de Letras e Artes do Nordeste – ALANE, Cadeira nº 29, Recife – PE (2010).

“O que me chama mais a atenção, na história do cangaceirismo, é o fenômeno do Ciclo do Cangaço se configurar, sem a menor sombra de dúvidas, como um dos mais intrigantes e intranquilos da história do povo nordestino, ocorrido, com maior destaque, do final do Século XIX para as três primeiras décadas do XX.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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de Cabrobó. Aquela pesquisadora veio até a nossa residência com a finalidade de reunir dados e fotos que iriam compor o tema do seu trabalho sobre o Cangaço. Tempos depois ela estaria respondendo no programa de J. Silvestre, acredito que era O céu é o limite, na extinta TV Tupi, sobre a vida de Lampião, naqueles instigantes e intranquilos anos do Ciclo do Cangaço. Era o acesso inicial que teria que montar sobre as desafiadoras informações que o tema abrangia. Começava, assim, o meu “despertar” para o tipo de literatura que abracei.Com o passar do tempo, fui for-çado a procurar um centro mais desenvolvido a fim de continuar os meus estudos. Entre os anos de 1983 e 1984, sem maiores preten-sões, sonhei e coloquei no papel a estrutura do que viria a ser uma pequena biografia histórica do meu avô, vivida nos distantes anos da Velha República brasileira.O início não foi nada fácil. Como um grande e intricado quebra--cabeça, debrucei-me sobre os fa-tos e dei início ao longo e cansati-vo trabalho, que duraria cerca de quinze anos. Faltava bibliografia especializada e confiável, faltava, também, uma cronologia que per-

mitisse uma sequencia lógica dos fatos históricos. Um dos primeiros livros em que tive a oportunidade de compulsar, sobre a temática, foi Guerreiros do Sol, valiosa obra do pesquisador Frederico Pernambu-cano de Mello. No ano de 1984, procurei no Centro de Estudos de História Municipal, os parentes e escritores, Carlos Antônio de Sou-za Ferraz e Luiz Wilson de Sá Fer-raz, associados daquela entidade cultural. Na oportunidade, Carlos Ferraz alertou-me para o fato de que eu deveria preparar a cabeça, canela e munheca, pois, até en-tão, Theophanes, devido à queda ocorrida com a quartelada de 30, encontrava-se na sarjeta da histó-ria e eu teria que ressuscitar o seu valoroso trabalho na Força Públi-ca de Pernambuco. Estava selado o meu destino. Agora era trabalhar no complicado quebra-cabeça e me cercar de literatura à altura da minha obra.

Divulga Escritor - Hoje você tem vários livros publicados e minis-tra palestras sobre o Cangaço, o que mais chama a sua atenção na história dos “Cangaceiros”?Geraldo Ferraz - É verdade. Só para lembrar ao público leitor,

gostaria de destacá-los: - Per-nambuco no tempo do cangaço. (Antônio Silvino – Sinhô Pereira – Virgulino Ferreira “Lampião”). - Theophanes Ferraz Torres um bravo militar. 1894/1933 (02 vo-lumes) - Theophanes Ferraz Tor-res, um Herói Militar na Cavalaria de Pernambuco. - Dé Araújo. Um cangaceiro afamado, um solda-do célebre. - Theophanes Ferraz Torres. O centenário da prisão do cangaceiro Antônio Silvino e o júri do século. O que me cha-ma mais a atenção, na história do cangaceirismo, é o fenômeno do Ciclo do Cangaço se configurar, sem a menor sombra de dúvidas, como um dos mais intrigantes e intranquilos da história do povo nordestino, ocorrido, com maior destaque, do final do Século XIX para as três primeiras décadas do XX. O objetivo de resgatar a his-toriografia do cangaço na região nordeste, uma história tão nossa, é a minha temática exclusiva, assim como dos estudiosos que formam o Cariri Cangaço (grupo que se reúne na região do Cariri Cearen-se), da Sociedade Brasileira de Es-tudos do Cangaço (com sede em Mossoró/RN), Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará – GECC, e

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do Grupo de Estudos do Cangaço na Paraíba.

Divulga Escritor - Qual a mensa-gem que você quer transmitir ao leitor através de seus livros sobre o Cangaço?Geraldo Ferraz - O Ciclo do Can-gaço, como gosto de avocar, é uma poderosa mina de ouro, sempre aberta às pesquisas, daí estarmos, sempre, tomando conhecimen-to de fatos novos e relevantes da nossa rica história, em busca do cobiçado filão dourado. Veja o exemplo do fantástico projeto Cariri Cangaço, do qual tenho a honra de ser Conselheiro. A cada edição que participamos, des-cortinam-se fatos novos e somos surpreendidos por uma avalanche de informações. Precisamos, com a máxima brevidade, atravessar-mos o além-mar e destacarmos ao mundo, também, nossa tão rica cultura histórica. A temática apre-sentada traduz toda uma pujança da necessidade de mostrarmos ao mundo a riqueza da saga históri-ca do nosso sofrido povo no final do Século XIX e nas três primeiras décadas do Século XX.

Divulga Escritor - Os temas que você aborda em seus livros são os mesmos abordados em suas pa-lestras?Geraldo Ferraz - Na sua quase to-talidade, sim!

Divulga Escritor - Como surgiu o gosto pela pintura?Geraldo Ferraz - Iniciei meus primeiros contatos no ano de 1991. Naquela oportunidade es-tava acompanhado da minha filha Ana Paula, na época com 08 anos,

para participarmos de um cur-so de pintura que era ministrado no Forte do Brum, pelo profes-sor Fran Marques. Seria uma óti-ma oportunidade para despertar o talento para o desenho que ela demonstrava. Quanto a mim, o gosto pelo desenho já vinha sendo desenvolvido desde minha infân-cia. Durante uma década, partici-pei de várias exposições individu-ais e coletivas. Com o advento da literatura, na minha vida, suspen-di, temporariamente, os pinceis e fechei os tubos de tinta. Agora aposentado, espero retornar a este delicioso hobby em breve.

Divulga Escritor - Quem dese-jar contrata-lo para palestras ou comprar os seus livros, pinturas, como deve proceder?Geraldo Ferraz - Através do e--mail: [email protected] para mais informações:www.geraldoferraz.net.br

Divulga Escritor - Conte-nos sobre o seu projeto “Quartas às Quatro” qual o objetivo, público--alvo, como participar?Geraldo Ferraz - Na realidade o programa Quartas às Quatro, é criação do poeta Vital Correa de Araújo, no mês de março do ano de 2003, quando iniciava a sua primeira presidência à frente da União Brasileira de Escritores. Um programa que resgatou a eferves-cência cultural em nosso Estado, no Século XXI, e do qual participo desde o início. A partir do mês de outubro, daquele mesmo ano, ini-ciei a coordenação deste poderoso sarau literário e, nesta primeira década de incansáveis atividades, o mesmo vem sendo desenvolvido

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com temáticas livres, escolhidas pelos próprios palestrantes e con-templa, entre outras coisas: decla-mações de poemas; ensaios; apre-sentações de números musicais, de teatro e contos, que encantam uma plateia bastante heterogênea, composta por uma média de cin-quenta pessoas – na faixa dos 08 aos 88 anos –, entre elas: acadêmi-cos, escritores, historiadores, pes-quisadores, poetas, cineastas, mú-sicos, cordelistas, pessoal de artes dramáticas, e diversos curiosos. Destaque-se para o fato de que o programa, denominado de UBE–Terapia, O aconchego da cultura pernambucana, dentre outros, é franqueado para todas as pessoas, não se fazendo necessário ser só-cio da União Brasileira de Escrito-res, revelando-se, desta forma, um excelente laboratório cultural da nossa região.

Divulga Escritor - Você hoje é articulista e participa de vários projetos literários, que dicas você dá a quem deseja seguir car-reira literária?Geraldo Ferraz - Ter amor pela leitura e pelos livros. Estes são, a meu ver, os ingredientes funda-mentais para se alcançar o sucesso.

Divulga Escritor - Quais os prin-cipais objetivos do escritor e pa-lestrante Geraldo Ferraz?Geraldo Ferraz - Divulgar para o mundo os fatos e feitos de peque-nos e grandes personagens do uni-verso do Ciclo histórico do Can-gaço.

Divulga Escritor - Pois bem, es-tamos chegando ao fim da en-trevista, agradecemos sua par-

ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor e palestrante Geraldo Ferraz, que mensagem você deixa para nossos leitores?Geraldo Ferraz - A concretização de transcrever uma história séria e divulgá-la para o Brasil e para o mundo é o ápice que um escri-tor deve almejar em seu trabalho. O reconhecimento, por parte dos leitores, muitas vezes tardio, sem-pre virá para nossa completa rea-lização profissional. Gostaria de finalizar esta agradável entrevista, recorrendo ao seu público leitor, para que mantenham acesa a cha-ma da literatura pernambucana e, por consequência, a fantástica lite-ratura brasileira.

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O vento chega sussurrando para não despertar a lebre que dor-me o sono dos velozes, a alegria dos libertos dos açoites da vida em congresso. Esse mesmo vento que cavalga as ondas marinhas que vêm de longe molhar nossas praias, salgar nossas costas, banhar nossos espíritos altaneiros, sobe a serra para bailar entre as nuvens e ins-pirar-se junto aos anjos da cortesia e contemplação. Como que alado, empurrado pelo ritmo da vida, vi-ceja em todos os poros, enxuga as testas dos trabalhadores, escorrega pelas pernas dos caminhantes, e es-tufa os balões dos turistas.

Do alto de sua imponência ele acolhe os pedidos de socorro da gente que modorra o calor do ve-rão; não há ninguém nas calçadas; não adianta, a brisa recolheu-se nas galeras dos piratas que procu-

Participação Especial

Escritor Anchieta Antunes

Alvorada da SerraZzzzuuuuuuummmmmm - zzzuuuuummmnnnn

ram os tesouros dos ventos uivan-tes. Os corações solfejam a canção de uma precária vida de secura na boca, de olhos ardentes, de peles secas, rachadas e opacas. A Pri-mavera sonolenta ronca no oco da serra, distante do bulício dos arbustos ardentes de seiva, com galhos e folhas que balançam ao sabor do grito da cotovia.

A alvorada na serra, além da luz, trás movimento, energia e es-perança; desperta a vontade de ir além de nossas forças, de recarre-gar o dínamo da vida em família, alimentando a roda de fogo que insufla as paixões. A alvorada na serra não se detém para pensar se deve ou não cumprir com seu dever, para pensar se deve dar o próximo passo, ou se recolhe na desesperança dos vencidos. A ser-ra pulsa vibrante em cada pico, em

todos os seus pedaços esfacela-dos de altos e baixos, de ternos e agrestes, de cultos poetas que ca-minham a noite com a viola pen-durada nas costas da paixão pelo lirismo do verso declamado.

Na nossa serra podemos so-nhar sempre aquecidos pelo man-to que Deus nos regalou quando benzeu nosso rincão, e o bafejou de ternura, força e coragem. A luz que aquece os corações, é a mesma que abre as portas para o pátio do con-graçamento; a harmonia é nossa irmã caçula que merece toda nossa atenção e carinho fraternal.

SOMOS FILHOS DAS LTURAS SÓ NOS RESTA SONHAR FLOCOS DE NUVENS...

ALAOMPE Anchieta Antunes – Copyright

Gravatá – 01/01/2015.

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Divulga Escritor - Escritor Edu-ardo Garcia, é um prazer contar-mos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte--nos o que o motivou a ter gosto pela escrita?Eduardo Garcia - Tive a influên-cia na minha infância e adolescên-cia das famosas Rimas de Gustavo Adolfo Bécquer, escritor espanhol. Nas madrugadas de Montevidéu, Uruguai, eu arriscava alguns ver-sos, com metáforas e quimeras em rimas. Ao ir para São Paulo aos 21 anos, deixara os manuscritos que acabaram se perdendo no tempo.

Entrevista com o escritor Eduardo Garcia

O poeta Luis Eduardo Garcia Aguiar, nasceu em 06 de outubro de 1952 em Montevidéu, Uruguai, e hoje é naturalizado brasileiro, reside em Paulista, PE. Filho de José Pedro Garcia e Hilda Nora Aguiar, já falecidos. Autor dos livros “Poesitando”, publicado em 2010, “Além da Fronteira” em 2012, este último lançado na 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo e tendo participado do livro Antologia “Nossa História, Nossos Autores” em 2012, edição comemorativa dos 30 anos da Editora Scortecci, na mesma Bienal. Publicou em 2013 o livro “Derramando Versos” pela Editora Babecco, Olinda PE. Participou da Antologia “Paulista nas Asas da Emoção III“ da Academia de Letras e Artes da Cidade do Paulista, e em outras quatro Antologias. Tem vários artigos publicados.

“Como eu digo sou um pintor de letras, onde escrevo sobre o comportamento das pessoas, seus costumes, descrevendo, praças, logradouros, monumentos, paisagens e também aspectos históricos e geográficos.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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Divulga Escritor - Em que mo-mento se sentiu preparado para publicar o seu livro “Poesitando”? Eduardo Garcia - Depois que dei-xei São Paulo, onde não tive tem-po, tampouco desejo de retomar a escrita, o fiz depois de chegar ao Recife, mais exato na Região Me-tropolitana, Paulista, quando aos poucos escrevia versos desta vez em português. Contagiei-me com o clima cultural do Estado e ao ver minha filha primogênita e o meu genro escreverem e publicarem livros. Participei de alguns con-cursos e posteriormente a minha filha, ao ver uma entrevista na TV Cultura falando sobre a edição de Livros de forma independente e gratuita, imediatamente entrei no Site e publiquei o Livro que já ha-via escrito.

Divulga Escritor - Que temas você aborda em seu livro “Além da Fronteira”? Conte-nos um pouco sobre esta obra.Eduardo Garcia - Além da Fron-teira é um Livro de memórias, uma autobiografia que trata da minha saída de Montevidéu, Uruguai, a

viagem para São Paulo onde defi-ne os momentos mais marcantes da minha vida na passagem pela metrópole. Desde o casamento, ao nascimento das minhas filhas, momentos de emprego ao desem-prego na posterior ida para Per-nambuco. Fracassos e vitórias que culminam com o nascimento dos meus netos recifenses.

Divulga Escritor - Qual a men-sagem que você quer transmitir ao leitor através de seus textos poéticos publicados em seu livro “Derramando Versos”?Eduardo Garcia - Nele eu mostro reflexões, sentimentos, saudosis-mo, ao lembrar da minha infância, da casa e a terra natal, Montevi-déu. Como eu digo sou um pin-tor de letras, onde escrevo sobre o comportamento das pessoas, seus costumes, descrevendo, praças, logradouros, monumentos, paisa-gens e também aspectos históricos e geográficos.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar os seus livros?Eduardo Garcia - Através de dois

sites, eles encontram-se também nas Bibliotecas Públicas da Região Metropolitana do Recife. O pri-meiro não está mais à venda, porém foi incluído no Livro “Derraman-do Versos”, onde acrescentei as po-esias corrigidas às inéditas. “Além da Fronteira” http:// www.livraria-cultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem= 30177096&sid= 759125205151125430996928260“Derramando Versos” http://ba-becco.com/ws/index.php/livros/derramando-versos.html

Divulga Escritor - Quais os seus principais objetivos como escritor?Eduardo Garcia - Na verdade o primeiro e principal motivo é mostrar o meu trabalho, passar a minha mensagem, onde eu possa acrescer à Literatura, divulgan-do, compartilhando e interagindo com os meus colegas escritores. Poder de alguma maneira incenti-var a leitura e o gosto pela escrita. Ao mostrar as minhas reflexões exponho meu íntimo, porém o ob-jetivo principal e servir de alento, transmitindo o lado positivo no

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meio das dificuldades. Cla-ro que pretendo e gostaria trabalhar na área da Cultu-ra, mas esse resultado é uma conseqüência natural.

Divulga Escritor - Pensas em publicar um novo livro?Eduardo Garcia - Sim pen-so, porém não este ano, te-nho um de poesias em an-damento com 66 páginas, inclusive já com o título e idéia do design de capa.

Divulga Escritor - Soube que você é apaixonado pe-los escritores pernambu-canos, inclusive, tem uma coluna no Divulga Escri-tor, onde escreve sobre eles, como surgiu esta paixão por Pernambuco?Eduardo Garcia - Bem como disse anteriormente, é impossível não contagiar--se com o clima cultural do Estado de Pernambuco, com a diversidade de folclore no car-naval e no São João e o calor do povo. Temos nomes famosos na música, artes plásticas, dança e li-teratura, aliás, muitos nomes nas letras e por que não mostrá-los ao mundo para que os conheçam? É uma forma de homenageá-los.Um aspecto importante foi que eu identifiquei-me muito fácil com tudo isto, assimilei como se fosse o meu berço, daí essa paixão...

Divulga Escritor - Como você vê o mercado literário brasileiro?Eduardo Garcia - A produção li-terária hoje é intensa e facilitada pelo avanço tecnológico em todos os setores, existem várias produ-

ções independentes e talentos aflo-ram todo dia.O problema que vejo é a falta de es-paço para divulgação, lançamento e venda nas livrarias, sobretudo ao escritor iniciante.Eu supro tudo isto participando de identidades de escritores como a Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda, Academia de Letras e Ar-tes Do Paulista PE e a UBE Núcleo Paulista PE.

Divulga Escritor - Pois bem, esta-mos chegando ao fim da entrevis-ta, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, mui-to bom conhecer melhor o Escri-tor Eduardo Garcia, que men-

sagem você deixa para nossos leitores?Eduardo Garcia - Sem-pre que puderem leiam. Não deixem de procurar conhecer os famosos da Literatura Universal, mas busquem sempre incen-tivar os escritores nossos, os novos. Se não for pos-sível comprar exemplares, freqüentem lançamentos, palestras, recitais e eventos literários como as feiras ou bienais, procurem lê-los nas Bibliotecas Públicas, sites na internet na ínte-gra ou em pequenos tex-tos, em escolas e colégios. Compartilhem e divul-guem sempre, incentivem as crianças desde cedo, é nossa missão. Agradeço o Projeto Divulga Escritor pelo espaço para mostrar o meu trabalho, na divul-gação, suporte e atenção recebida, obrigado a Shir-

ley Cavalcante pelo seu trabalho incessante em prol da cultura va-lorizando a nós escritores.Saudações a todos!

Participe do projeto Divulga Escritor

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A vida para alguns é algo muito complexo, não vejo dessa forma, acredito que a vida é sim-ples, somos nós que a tornamos complexa. O que precisamos na verdade, é viver a vida na sua sim-plicidade, desfrutando dos bons momentos, sen-do fortes nos maus, agindo sempre sem jamais parar, pois a vida é movimento e ficar parado nos levará a um estresse total.

Grande parte das pessoas do nosso tempo vivem estressadas, e existem mil e uma forma de explicar o porquê disso, porém eu tenho ape-nas uma resposta do porquê tantas pessoas estão cada dia mais estressadas.

O que deixa as pessoas com o estresse ele-vado, não é apenas a correria e o trânsito das grandes metrópoles, nem as contas e os muitos afazeres, o que mais estressa é o fato de a pessoa está parada.

Você pode dizer, mais grande parte das pes-soas que vivem com nível elevado de estresse, tem seus empregos, outros são até grandes em-presários? De fato, mas a questão é, que muitos mesmo estando com bons empregos, ganhando muito dinheiro, estão “parados”.

Quando falo que essas pessoas estão paradas não quero dizer que não estão trabalhando ou fazendo algo, o que quero dizer é que em algum momento essas pessoas tiveram um sonho, um projeto de vida, muitos quiseram ser um cantor,

Detalhes da vida

escritor, médico, jornalista etc, mas pararam, dei-xaram de lado, não tiveram coragem de insistir um pouco mais, e por isso estão cansadas, estres-sadas, são reclamonas, porque sentem-se culpa-das, por ver seus anos se passarem cada vez mais rápido e saberem que estão fazendo o que não

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Participação Especial

Escritor Júnior Pereira

Detalhes da vida

gostam, quando poderiam está lutando por seus sonhos.

Por causa disso vem o estresse, pessimismo, síndrome de inferioridade e seus derivados, não existe nada mais perverso nessa terra, que viver sem lutar por a realização dos sonhos.

Isso nos leva a uma reflexão, o que estamos fazendo com a oportunidade que Deus nos deu de passarmos por essa terra? Acredite, não pode-mos de forma alguma ficar achando que somos um fracasso, fracassado não é aquele que tenta e não consegue, mas sim aquele que não tem co-ragem de lutar, pois se tentarmos, podemos não conseguir na primeira, segunda ou até na décima ou mais, porém uma coisa é certa, quem tenta consegue, quem bate um dia a porta se abre.

Volto a dizer, a vida é simples, basta vivemos na sua simplicidade, aproveitando cada momen-to para lutarmos por nossos objetivos, sonhos e projetos.

A vida é feita de detalhes, são pequenas atitudes que causam grandes resultados, então aproveite, tome atitudes, lute, não dê ouvido a palavras negativas, avance vá além, você é capaz de realizar tudo que almeja, só depende de você, Deus já lhe deu a força, está ai escondida no seu interior, esperando para ser desperta e colocada para fora.

Por Júnior Pereira, Palestrante, Escritor,

Psicanalista e Blogueiro.www.autoajudaemotivacao.

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Divulga Escritor - Escritor Inal-do Tenório de Moura Cavalcanti é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos, em que mo-mento se sentiu preparado para publicar o seu primeiro livro?Inaldo Cavalcanti – Foi uma de-cisão difícil de ser tomada. Eu ain-da era imaturo e tinha um certo medo de ser um escritor publica-do. A insistência de um amigo me levou a publicar, junto com ele, o livro Cúmplices, escrito a quatro mãos. Foi uma experiência impor-tante para mim, mas não deixou a segurança de preparação para publicar. Não sei se ainda estou preparado. O trabalho, sim, e só

Entrevista com o escritor Inaldo Tenório de Moura Cavalcanti

Inaldo Tenório de Moura Cavalcanti é um escritor apaixonado pela prosa, pela magia da ficção, pela arte da criação literária como um exercício vital que é renovado a cada dia. A poesia foi sua primeira expressão literária, ainda adolescente, na cidade de Arcoverde-PE. É filho de pais agricultores, nascido na cidade da Pedra-PE. Livros publicados (poesias): Cúmplices, Assim se Fez, O Recanto Sagrado da Luz e Guardados. Em prosa: Meu Pai e Outros Contos e Paisagens da Janela (contos) e O Colecionador de Cavalos (Romance)

“‘Paisagens da Janela, escrito dentro de um hospital a deixar a alma exposta e traçar um caminho que transparece sua janela para a vida. Indico Paisagens para se conhecer uma outra visão da literatura.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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por isso que publico. Creio que jamais estarei preparado. É como se fossem caminhos diferentes: o do homem, que gosta da reclusão, do ano-nimato; e o do texto por ele escrito, que precisa ser lido, que tem vida que pede olhos, que quer viajar pelo imaginá-rio das pessoas e alimentar ideias, criar estradas.

Divulga Escritor - Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através de seus textos poéticos?Inaldo Cavalcanti – Não tenho intenção com o que escrevo, especialmente a po-esia. Falo da vida e suas com-plicações, dos descaminhos que a alma trilha, da filosofia e da beleza do ser simples. No meu último livro de poesias publicado, Guardados, em 2010, há um poema intitu-lado Jardim Suspenso, que diz na primeira estrofe: “Cactos crescem entre as almas/mortas/que velam seus ossos:/os pássaros silenciam nos galhos/secos/em reverência, como a embalar os sofrimentos”. A vida corre, mas não há lição. A arte está sobre a vida, fala por si só: por isso não existem caminhos indicados.

Divulga Escritor - O que diferen-cia o seu livro “Meu Pai e outros Contos” do seu livro “Paisagens da Janela” ?Inaldo Cavalcanti – Apesar do es-tilo ser corrente entre os dois, há, sim, muita diferença nos temas tratados e na linguagem tanto dos narradores quanto dos persona-gens. Em “Meu Pai”, a vida é mais simples, narrativa mais direta, histórias mais concisas, com um certo humor em algumas contos (mesmo o tema morte já ser tra-

tado em alguns momentos); em “Paisagens”, a linguagem é algo próprio a ela mesma, senhora de tudo. Mas vejamos o que diz o pre-faciador (que está nos dois livros): “Diversos são os espelhamentos e desdobramentos deste livro (Pai-sagens) para com o “Meu Pai”: a potência de lidar com a morte, o que talvez mais sobressaia no con-junto da obra, no aprimoramento das formas”.

Divulga Escritor - Qual o perfil do leitor para os seus livros de contos?Inaldo Cavalcanti – Já ouvi mui-tos comentários vindos de dife-rentes formações; mas creio que os leitores já “afinados” com a pro-sa trazem uma visão mais apurada das histórias. Não me vejo muito fácil para os infantes, de pouca lei-tura: mas não vejo nada fácil nes-se caminhar literário pela abran-

gência e profundidade no desenrolar da prosa em cada autor. Espero que esse perfil seja aberto, como um leque, e abranja a todos os sentimen-tos, todas as almas ávidas pela beleza da viagem.

Divulga Escritor - Como foi a construção do enredo e personagens do seu Ro-mance “O Colecionador de Cavalos”?Inaldo Cavalcanti – O Cole-cionador surgiu com S. José, homem de setenta anos que já sente o peso dos pés e da ca-beça. As reclamações e o mau humor são marcas presentes em seu dia a dia. Olhando para o cavalo sobre o centro, decide fazer uma coleção. Conhece Julinho – filho de Madalena, que vem fazer a faxina uma vez por semana e que desperta o desejo em S.

José – um menino de seis anos, es-perto e simples. Depois vem Car-los, novo vizinho que tem a sua idade e é um sujeito extrovertido, risonho e simpático. Sua vida res-surge com o desejo de colecionar cavalos. S. José faz uma viagem pelo viver de um idoso, compor-tamentos, atividades, questiona-mentos, sexualidade. Vida que ele já não sabia mais viver.

Divulga Escritor - Conte-nos so-bre a escolha do Titulo para esta obra.Inaldo Cavalcanti – Quando S. José olhou para o cavalo sobre o centro, em sua sala, e viu sua al-tivez e beleza, percebeu que era exatamente o oposto dele. Então pensou que colecionar espécimes que trazem essa altivez, brilho, opulência, é trazer de volta para sua vida o desejo de recomeçar, ou de retomar seu viver, de dese-

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jar à vida. E assim vieram Mada-lena, agora como mulher, Julinho, a amizade de volta. Acreditar na vida significava, para ele naquele momento de inércia e omissão de sua vida, onde os pés e a cabeça pesavam dificultando seu andar, que era possível viver. E assim o fez. Começar a coleção significou esse recomeço – portanto a ideia central da mudança – decidi por intitular de O COLECIONADOR DE CAVALOS.

Divulga Escritor - Se você tives-se de escolher um livro agora, de sua autoria, para eu comprar, qual indicaria e por que eu vou gostar da leitura desta obra? Inaldo Cavalcanti – Paisagens da Janela. Esse livro está recheado de histórias originais, bem tramadas, sem, em momento algum, perder a linha condutora do enredo. Des-de o conto Olhos de Suicida, em uma luta telepática com o espelho até o Devaneio, história de uma velha que já desistiu do futuro, por não poder chegar, e quer buscar o passado, mas o caminho é muito longo pela fragilidade de sua men-te, pode-se encontrar enredos bem bolados, tramas de linguagem ca-tivante. E, principalmente, o conto que nomeia o livro, Paisagens da Janela, escrito dentro de um hos-pital a deixar a alma exposta e tra-çar um caminho que transparece sua janela para a vida. Indico Pai-

sagens para se conhecer uma ou-tra visão da literatura.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar os seus livros? Inaldo Cavalcanti – Alguns títu-los (Guardados, Meu Pai e outros contos e O Colecionador de Ca-valos) podem ser encontrados na livraria cultura (www.livrariacul-tura.com.br) ou na livraria da edi-tora (www.lp-boooks.com). O li-vro Paisagens da Janela, ainda não se encontra nas livrarias, podendo ser encontrado comigo.

Divulga Escritor - Quais os prin-cipais hobbies do escritor Inaldo Tenório de Moura Cavalcanti?Inaldo Cavalcanti – Gosto muito de música (canto em alguns corais) e de livros: a biblioteca é o melhor lugar para me encontrar. O silêncio é um grande atrativo para mim: onde houver, ficarei relaxado.

Divulga Escritor - Quais as me-lhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Inaldo Cavalcanti – Um olhar mais apurado sobre o que está acontecendo no meio literário e que está fora da mídia, dos escri-tores já famosos já seria de grande monta. É preciso, também, aproxi-mar o escritor dos leitores jovens através de projetos junto a escolas, bibliotecas, acontecimentos en-volvendo a literatura e o universo

estudantil fundamental e secun-darista. Lá é o tempo ideal para formação do leitor e preparação para aquecer o mercado literá-rio. O espaço também cedido em livrarias para autores ainda não conhecidos é ínfimo, relegado a estantes não visíveis aos visitantes.

Divulga Escritor - Pois bem, es-tamos chegando ao fim da en-trevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Inaldo Tenó-rio de Moura Cavalcanti, que mensagem você deixa para nos-sos leitores?Inaldo Cavalcanti – Ler sem freio, sem muros, sem preconceito. Ler para descobrir que as portas po-dem ser abertas para o mundo através da leitura e que o principal enredo é construído pela beleza da leitura: pelo leitor.

Participe do projeto Divulga Escritor

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Divulga Escritor - Escritora Ivanilde Morais Gusmão, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, em que momento você se encontrou com a Filosofia? Conte-nos como começou esta sua paixão filosófica.Ivanilde Gusmão - Filosofia, en-quanto reflexão sobre o mundo, a sociedade e o humano, sempre esteve presente em minha vida. Quando criança ficava revoltada com as injustiça, discriminações, violência e exclusão e me pergun-tava o porquê dessas questões. Quando fazia o Curso de Mestrado fui apresentada ao Filósofo Pen-sador alemão Karl Marx que fez

Entrevista com a escritora Ivanilde Gusmão

IVANILDE MORAIS DE GUSMÃO, escritora, formada em Geografia e Direito pela Universidade Católica de Pernambuco-UNICAP; Pós Graduada em “Desenvolvimento Urbano e Regional” - Universidade Federal de Pernambuco/UFPE. Professora Aposentada da Universidade Federal de Alagoas/UFAL. Estudiosa do Filósofo Karl Marx e da Literatura; Coordena na União Brasileira de Escritores-UBE o GEMARX-Grupo de Estudos Marxiano e o Encontro Filosófico-Literário; participa dos Grupos de Estudos Literários: a) Clarice Lispector na APL-Academia Pernambucana de Letras; Dom Carrero na UBE. Publicou os livros de Ensaios: SOBRE O PROGRAMA DE GOTHA, Karl Marx/2005; DIGNIDADE NA MORTE/2009; UM CAMINHO PARA MARX/2011; e PARA COMPREENDER O MÉTODO DIALÉTICO/2013. Participou com contos em Talentos da Maturidade e em várias Antologias.

“Entender o caminhar do humano, através da produção literária, apanhando, sobretudo, nos grandes momentos históricos, os pensadores que deram uma contribuição humanista literária ao mundo.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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uma análise profunda da socieda-de e demonstrou como o homem produziu o seu mundo e como, aquele que produzia a riqueza, é desproduzido no ato da produção. Foi um momento mágico quando os véus que encobrem a realidade foram afastados e vi o mundo em sua totalidade. Até hoje, caminho e caminharei por esse caminho na busca da construção da sociedade verdadeiramente humana.

Divulga Escritor - Quais os prin-cipais objetivos do Encontro Fi-losófico Literário?Ivanilde Gusmão - O objetivo principal é compreender o proces-so de construção do mundo hu-mano através da leitura, análise e reflexão da produção literária fun-damentada numa reflexão filosó-fica dos pensadores que desenvol-veram uma concepção ontológica da humanidade. E a partir daí: a) Identificar e abordar no processo de construção da humanidade os pensadores e escritores literatos que refletiram sobre a evolução do mundo humano pelo viés ontológi-co; b) Identificar a importância da leitura da Bíblia e dos clássicos da literatura na reflexão do humano e na construção do seu mundo; e c) Entender o caminhar do humano, através da produção literária, apa-nhando, sobretudo, nos grandes momentos históricos, os pensado-res que deram uma contribuição humanista literária ao mundo.

Divulga Escritor - Onde é reali-zado e quem pode participar?Ivanilde Gusmão - O Encontro Filosófico Literário faz parte da grade de Programação da União Brasileira de Escritores – UBE; se realiza nas segundas quintas feiras de cada mês no horário das 15 às 17horas. É oferecido a alunos do

segundo grau das Escolas Públicas Estaduais de Recife; mas aberto a quem se interessar por filosofia e literatura como instrumento de construção do processo de huma-nização do homem.

Divulga Escritor - Em que mo-mento se sentiu preparada para publicar o seu primeiro livro?Ivanilde Gusmão - Após um lon-go período de estudo e pesquisa o livro estava pronto; constatei, então, que ele teria que ser di-vulgado como uma contribuição à compreensão do humano e do processo de construção de sua humanidade; portanto, era preci-so divulgar, socializar o conheci-mento. Contudo, ressalto, escrever sempre foi o meu grande projeto e, esse se realiza a cada momento que consigo socializar, através da escrita, o conhecimento adquirido ao longo do processo histórico.

Divulga Escritor - Como surgiu o seu gosto em escrever contos?Ivanilde Gusmão - Fui sempre uma leitora voraz, comecei a ler aos cinco anos e quando entrei na Escola Pública Rural aos sete anos (como era o modelo na épo-ca), sabia ler, escrever e as quatro operações, mas só aos trinta anos conclui o segundo grau e a partir daí comecei a caminhada acadê-mica com graduação e pós-gradu-ação na área de geografia, história, política e ciências sociais onde a escrita fazia parte das atividades; bem como na área de planejamen-to, pesquisas e projetos urbanos. Aposentada da universidade fui atrás do meu grande projeto: estu-dar e escrever. E é isso que venho fazendo neste longo caminhar. E escrever contos foi algo fantástico, cujo processo de aprendizagem da técnica se iniciou frequentando a

Oficina Literária do escritor Rai-mundo Carrero e os Grupos de Estudos onde se pratica esse tipo de escrita.

Divulga Escritor - Como foi a construção do enredo para o seu livro “Dignidade da Morte: Di-reito do Ser Social Idoso”?Ivanilde Gusmão - Após um grande enfarte fui fazer terapia e nessa busca de entender a Vida, já no limiar da velhice, fui fazer um curso sobre envelhecimento para compreender o mundo, a huma-nidade e a realidade para a qual caminhava – o envelhecimento -, cujo resultado dos estudos foi o aprofundamento do amor à vida e a certeza de que é preciso, com liberdade, lutar por um mundo melhor; por uma sociedade ver-dadeiramente humana onde todos sejam tratados com dignidade e tenha garantido suas escolhas.

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Divulga Escritor - Qual a men-sagem que você quer transmitir ao leitor em seu livro “Um Cami-nho para Marx”?Ivanilde Gusmão - “Um caminho para Marx” trata do processo de estudos e pesquisas sobre a reali-dade pelo viés da concepção mar-xiana; ou seja, um estudo do ho-mem enquanto ser social. Estudo esse que se iniciou no mestrado e ampliado no curso de doutorado onde cada disciplina cursada, um texto era preparado e onde se ana-lisava a sociedade capitalista pela concepção ontológica de que o mundo humano é um produto do próprio homem através da ativi-dade produtiva do trabalho. Este livro é, enfim, uma síntese de toda essa caminhada, nele buscamos abrir um espaço para reflexão de um caminhar sistemático e rigoro-so da compreensão do pensamen-to do grande filósofo Karl Marx.

Divulga Escritor - Qual de seus livros você indicaria para eu ler? Por que eu devo ler esta obra li-terária?Ivanilde Gusmão - Diante das questões colocadas acima, o início da leitura poderá ser por qualquer dos meus livros; sendo que, é pre-ciso partir da seguinte compreen-são: o mundo humano é constru-ído pelo Homem através de suas relações sociais de produção e, en-tão, ler, estudar, pesquisar por esse viés é ajudar na construção de um caminho para a realização da ver-dadeira sociedade humana onde todos se reconheçam com uno, na sua grande diversidade, formando uma única família, a dos Huma-nos.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar os seus livros? Ivanilde Gusmão - Nas livrarias Jaqueira e Imperatriz em Recife e também no site da Editora dos meus livros: Editora Tarcísio Pe-reira; ou ainda, diretamente com a autora, através dos e-mails: [email protected] e [email protected]

Divulga Escritor - Quais os seus principais objetivos como escri-tora?Ivanilde Gusmão - Socializar, através da escrita, tudo o que aprendi ao longo do meu cami-nho, tanto na literatura, filosofia, política, história, enfim, em todo o processo de conhecimento. Trans-mitir o legado adquirido após anos de estudos para aqueles que estejam interessado em um mun-do verdadeiramente humano. E o saber é o instrumento mais im-portante, e a literatura como sen-do uma “crítica das armas e uma arma da crítica”. (Marx)

Divulga Escritor - Como você vê o mercado literário brasileiro? Ivanilde Gusmão - Partindo do princípio de que o mercado é onde se realiza a mercadoria enquanto valor de troca, quem nele estiver inserido pela lógica do sistema deve obter resultados financeiros positivos com sua escrita. O que não ocorre, é claro, com os meus escritos. É preciso que o conheci-mento e o desvelamento da reali-dade sejam postos como projeto de construção da humanidade e não apenas da acumulação para que, então, aqueles interessados cheguem aos meus livros; pois não é o livro que tem que encontrar leitores; mas os leitores terem a possibilidade de acesso a esse tipo de conhecimento.

Divulga Escritor - Pois bem, es-tamos chegando ao fim da en-trevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Ivanilde Mo-rais de Gusmão, que mensagem você deixa para nossos leitores?Ivanilde Gusmão - É preciso ler, estudar, estudar, estudar e fazer da literatura – ensaio, romance, poesia, cordel, quaisquer uma -, um grande instrumento de trans-formação do mundo na busca da construção da humanidade.

Participe do projeto Divulga Escritor

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Divulga Escritor - Escritora Jair Martins, é um prazer contarmos com a sua participação no pro-jeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter gosto por poesia?Jair Martins - No meu tempo de infância, a criança começava a fre-quentar a escola aos sete anos de idade, no meu caso, visitei pela primeira vez uma sala de aula aos nove anos. Fui alfabetizada pela minha mãe dona Odete Fonseca Martins, aos sete anos. Lembro que a minha ansiedade em apren-der a ler e escrever era grande. Eu vivia soletrando todas as palavras que me apareciam em jornal, pla-cas ou cartazes. Até incomodava por soletrar em voz alta. Eu queria mesmo era aprender a escrever as

Entrevista com a escritora Jair Martins

JAIR FONSECA MARTINS nasceu no Recife-Pernambuco, no dia 29 de dezembro de 1952. Tem participação em várias antologias. Livro Publicado: ESCRITOS DO CORAÇÃO (poesia) – 2009 –Edições Novoestilo. Participa da União Brasileira de Escritores, do Movimento Literário Invenção de Poesia, da ANT-PE – Associação Nordestina de Trovadores Seção de Pernambuco é acadêmica da Academia de Artes, Letras e Ciências de Olinda. Tendo participação em alguns sites literários: Velhos Amigos, Recanto da Letras, Usina de Letras e outros.

“O projeto poderia ser mantido mensalmente havendo o encontro escritor e alunos para um debate sobre o livro do escritor em questão, valendo pontos para a matéria de literatura.”

Boa Leitura!

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palavras que pareciam saltar den-tro da minha cabeça descrevendo o que estava ao meu redor tipo criar uma história. Daí foram sur-gindo os versinhos desencontra-dos nas rimas, versinhos que fa-ziam sentido e agradavam aos que liam (professores, pais, tios). Foi um passo para alguns anos a fren-te, agora já na adolescência, escre-ver bilhetinhos românticos para os namorados das amigas, e na época do ginásio ser aluna nº 1 em Redação. A poesia surgiu assim na minha vida, conversando com os meus sentimentos enobrecendo--os nas palavras, valendo salientar que venho de um núcleo paterno de poetas anônimos.

Divulga Escritor - Em que mo-mento se sentiu preparada para publicar o seu primeiro livro?Jair Martins - Demorou a acon-tecer. A insegurança sempre me atou. Não me sentia preparada, fui incentivada pelos bons e queri-dos amigos que conheciam o meu trabalho. Foi assim que aconteceu, embora fosse um sonho publicar um livro, achava que era algo dis-tante.

Divulga Escritor - Que temas você aborda em seu livro “Escri-tos do Coração”?Jair Martins - Sazonal, Natureza, Fraternidade, Divindade, Puber-dade e Romantismo.

Divulga Escritor - Como foi a escolha do Titulo para esta obra poética?Jair Martins - Diante da diversida-de dos temas e por ser poesia livre, nada mais comportamental do que o nome “Escritos do Coração”.

Divulga Escritor - Você costuma escrever, poemas, prosas e con-

tos, de forma geral, qual a men-sagem que você quer transmitir ao leitor através de seus textos literários?Jair Martins - Uma mensagem de interação com os sentimentos em eco com o leitor, seguida de defini-ções compreendidas no âmbito de lições da vida.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar o seu livro? Jair Martins - A edição está esgo-tada. Amadureço a ideia de uma segunda edição. Existe uma possi-bilidade de encontrá-lo virtual na www.amazon.com.br

Divulga Escritor - Em 2013, você recebeu uma homenagem no li-vro “Mulheres que Mudaram a História de Pernambuco” conte--nos, qual a sua contribuição para mudar a história pernam-bucana?Jair Martins - A minha contribui-ção se deu através de um trabalho de iniciativa própria de inclusão social que foi o de alfabetizar um número considerável de adultos entre os anos 1998-2002 e bem antes, nos anos 1971 -1975 alfa-betizei crianças da comunidade tendo como objetivo fazer com que todos se sentissem cidadãos e o quanto da capacidade que há cada um de vencer na vida tendo o conhecimento secular. Foi um trabalho que contou com algumas dificuldades, porém muito gratifi-cante o seu resultado. Contei com entusiasmo de amigos e colabora-dores e o reconhecimento na mí-dia televisiva.

Divulga Escritor - Quais os seus principais objetivos como es-critora? Pretendes publicar um novo livro?Jair Martins - Meus objetivos se

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prendem: a) A um Projeto de in-teração com os alunos da rede de ensino fundamental e médio, principalmente da rede pública, junto aos escritores, ou seja, fazer com que esse projeto faça parte do currículo escolar com obri-gatoriedade para todo o escritor que tenha seu livro reconhecido pelos critérios de registro de au-toria, seja lido em classe de aula. Isso vai depender de avaliações, claro. Será maravilhoso. Temos um universo de escolas. O projeto poderia ser mantido mensalmente havendo o encontro escritor e alu-nos para um debate sobre o livro do escritor em questão, valendo pontos para a matéria de literatu-ra. Vejo nessa proposta uma forma de conhecermos mais e melhor os nossos escritores acabando com o anonimato dos grandes valores e a oportunidade que é o de incenti-var a leitura. Esse projeto em exe-cução tem desdobramentos favo-ráveis tanto para o escritor como para o aluno. Agradaria a todos e a literatura teria seu ganho em di-mensão fantástica. b) Continuar lutando para que as nossas livrarias aceitem os livros dos escritores pernambucanos iniciantes, com menos exigência, valorizando as obras. c) Continuar escrevendo. d) Pretendo publicar um novo li-vro ou livros. Tenho três no prelo.

Divulga Escritor - Quais os prin-cipais hobbies da escritora Jair MartinsJair Martins - Escrever sempre, colecionar peças de artes ou em biscuit com as figuras de tartaru-gas e jabutis.

Divulga Escritor - Pois bem, es-tamos chegando ao fim da en-trevista, agradecemos sua par-

ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Jair Martins, que mensagem você deixa para nossos leitores?Jair Martins - Que não despre-zem a oportunidade de ler. Mar-quem viagens através da leitura e conheçam outros universos e ex-traiam para o seu próprio univer-so conhecimentos que farão toda a diferença.

BLOGS E EMAILS:www.consentimentodapalavra.blogspot.com

(ESCRITOS DO CORAÇÃO)[email protected]

[email protected]

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Divulga Escritor - Escritora Lu-ciene Freitas, é um prazer con-tarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, hoje você tem 16 livros publi-cados em diferentes segmentos, como surgiu o gosto por diferen-tes áreas literárias?Luciene Freitas - Quando se es-creve sensações é comum viajar por temas variados. Além disso o escritor tem a liberdade de pe-dir emprestado os sentimentos alheios.

Divulga Escritor - Que temas você aborda em seus textos poé-ticos? O que diferencia um livro do outro, podes falar um pouco de forma resumida sobre os seus livros de poesia?

Entrevista com a escritora Luciene Freitas

Luciene Freitas, na Literatura, se divide entre a poesia e a prosa. Nesta aborda conto, crônica, romance, parábolas, pesquisa e aforismo. Tem trabalhos publicados em jornais e revistas de Portugal, Argentina e Itália. Presente em antologias, livros, revistas, jornais, blogs e sites. Formação em Letras, com Pós Graduação em Língua Portuguesa. Além de cursos complementares na língua inglesa, no Brasil e na Universidade do Sul da Flórida.Sócia da União Brasileira de Escritores – UBE / PE. Instituto Histórico e Geográfico da Vitória de Santo Antão / PE. Academia de Letras e Artes do Nordeste / ALANE. Academia Vitoriense de Letras Artes e Ciência – Vitória / PE. Grupo Literário Celina de Holanda. Presidente Pro-tempore da Academia de Letras do Brasil/Seccional Pernambuco. Membro, correspondente, da International Writers and Artists Association, IWA, USA. Academia Irajaense de Letras e Artes – AILA - Irajá / RJ. Academia Momento Lítero Cultural - Porto Velho / RO. Accademia Internazionale Il Convivio. Sicilia / Italia.

“O vai e vem do sonho com a realidade, do passado com o presente, do consciente quase sufocado pela pressão leva o leitor a divagar, a refletir, a se encontrar e finalmente avaliar sua trajetória rumo ao desconhecido.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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Luciene Freitas - “Explosão”, a efemeridade da vida. O ato de coragem, virar a página de dó. O marco do antes e do depois. - “Mil Flores”, nuances do jardim da alma; tons de momentos vá-rios; transparências dos dias de sol ameno ou de lua exposta... - “Que não me roubem os Sonhos”, nas mãos do leitor um livro de versos que viajará por outros universos, levando nas asas sonhos e desejos de sementes fecundas. Os temas os diferenciam. Divulga Escritor - Como foi a construção do enredo e persona-gens de seus romances:Luciene Freitas - “O Espelho do

Tempo” – O Espelho do Tempo é um psico-drama em forma de romance. Salomé volta ao tempo onde deixou a infância, a juven-tude e vai mais além. Dentro de quatro paredes questiona o vi-ver, percebe os erros passados na vida de todos, porque ela é, es-sencialmente, humana. Revolta--se diante da falta de aceitação do natural, do mutável, da recusa do conhecimento. Vê boas ideias serem arrancadas pelo tronco; vozes alheias sucumbirem no si-lêncio das gargantas.Ao libertar--se dos grilhões percebe que está só. Assusta-se ao olhar no espelho e não mais ver a esplêndida face no vigor dos anos. O vai e vem do

sonho com a realidade, do passa-do com o presente, do consciente quase sufocado pela pressão leva o leitor a divagar, a refletir, a se encontrar e finalmente avaliar sua trajetória rumo ao desconheci-

do. “Liberdade Amordaça-da” – O romance engloba a História de uma juventude que pairava sobre o sonho. A vida depositada num amanhã incerto, dentro de todas as proibições. A luta pelo direito de expressão.

Divulga Escritor - Em que momento pensou em es-crever para o público in-fantil?Luciene Freitas - Quando numa arrumação de pastas encontrei muitos desenhos

dos meus filhos, ainda crianças. Pensei em fazer um livro utilizan-do alguns desenhos para surpre-endê-los com uma homenagem. Mas a ideia vazou e logo apareceu uma menininha como “convida-da”. Daí por diante apareceram outras crianças e muita aceitação.

Divulga Escritor - Conte-nos sobre a construção do seu livro “Uma guerreira do Tempo”.Luciene Freitas - Através da fo-tografia de uma mulher antiga ini-ciei um desafio. Em 1996 nascia uma pesquisa para traçar o perfil de uma mulher extraordinária que mexeu com os costumes rigoro-sos do fim do sec. XIX e início do século XX – Martha de Hollanda – primeira eleitora pernambuca-na. Viajei ao passado na busca da personalidade excêntrica, cômica, desafiadora, a escritora do Delírio do Nada e resgatei UMA GUER-REIRA NO TEMPO para ser co-nhecida, revista e estudada.

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Divulga Escritor - Qual a men-sagem que você quer transmi-tir ao leitor através do “Meu Caminho”?Luciene Freitas - Meu Caminho é um roteiro de fé, mensagens para o bem viver. Uma pasta com men-sagens antigas foi motivo para um livro de bolso. Diversos temas, amizade, morte, suicídio... um re-latório para quem quer desbravar um horizonte novo, vencer os me-dos, as angústias.

Divulga Escritor - Descreva um pouco sobre o seu livro de aforis-mos “Mergulho Profundo”.Luciene Freitas - São pensamen-tos de momentos vários, foram escritos de imediato, em situações diversas: nas estradas, na rua, em multidões ou na solidão do quar-to. Alguns são apenas brincadeiras da mente fértil, outros verdadeiros gritos da alma.

Divulga Escritor - Você realiza apresentações/palestras sobre os seus livros? Luciene Freitas - Sim, algumas vezes fui convidada para falar so-bre Martha de Hollanda, princi-palmente no mês da mulher, para falar da mulher forte que rompeu com os padrões da época. Tam-bém sou chamada em escolas para mostrar histórias em versos, ilus-tradas por crianças.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar os seus livros? Luciene Freitas - Essa parte é a mais crucial. A divulgação deses-timula o escritor, a maioria das livrarias cobram 50% e algumas delas não cumprem com o com-promisso. Vendo pelo correio, com depósito em conta corrente. ([email protected]).

Divulga Escritor - Já temos novo livro no prelo? Luciene Freitas - Sim, de poemas. Desta feita o tema é a posse da razão, insanidades e outras pulsa-ções da alma.Divulga Escritor - Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Luciene Frei-tas, que mensagem você deixa para nossos leitores?Luciene Freitas - A leitura abre portas para o conhecimento e só através do conhecimento se cres-ce como criatura. Além do mais a leitura diverte, estimula e nos leva a viagens fantásticas. A leitura me fez viajar por estradas infinitas, acreditar nas possibilidades, am-pliar a comunicação.

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Encomendo um sonhode olhos fechadosboca sorrindocoração aberto

Encomendo um sonhobaixinholábios quase cerradosbasta o destino ouvir

Encomendo um sonhoempenhandoalma,nervos, coração

Encomendo um sonhoe o corpo é um ninhoesperando

Participação Especial

Escritora e poetaMaria Pereira

Para os próximos dias

Do livro CARTAS MARIANASFundadora do Grupo Literário CELINA

DE HOLANDASociedade dos Poetas Vivos de Olinda

Amanhece. Deixo a caverna. O pé, descalço, pisa o orvalho. Atravesso o silêncio da cam-pina. Penetro na mata, me recebe o canto de

um pássaro que acabou de deixar o ninho. Os cachorros seguem comigo. Vamos procurar raízes, castanhas, ervas, mel. Beber água no

riacho encantado e, na mata, recolher galhos, gravetos, as grandes folhas caídas, cipós. Para

secar e servir de alimento para o fogo.Gatos também nos acompanham. Reviram tu-fos e troncos podres em busca de ovos e larvas. Ordeno, deixem em paz a vida! Fazem que não escutam. Alada, a cadela fulva, divide com eles

o leite que as cabras nos oferecem. Não acei-tam. Gostam é de larvas e ovos quebrados. Sob

a luz do amanhecer.

A terra canta em

mim

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Divulga Escritor - Escritora Lourdes Nicácio é um prazer contarmos com a sua participa-ção no projeto Divulga Escritor, você é autora de vários livros, em que momento se sentiu prepara-da para publicar o seu primeiro livro? Lourdes Nicácio - Somente depois de publicar alguns poemas em jor-nais deste e de outros estados, ou-vir os leitores e reescrever bastante os meus textos, é que me senti en-corajada. Foi em 1985 quando pu-bliquei meu primeiro livro Cantos da Ordem do Sol – poemas - com prefácio do poeta e filósofo Nelson Saldanha e depoimentos de outros autores, membros da Academia Pernambucana de Letras. Confes-

Entrevista com a escritora Lourdes Nicácio e Silva

LOURDES NICÁCIO E SILVA é pernambucana de Belém do São Francisco. Reside no Recife desde 1980. Professora, poeta, escritora, editora. Membro da Academia Recifense de Letras - ARL. Formação em Letras com Pós-graduação. Seus livros- romance, contos, poesias - estudados nas escolas e universidades renderam prêmios em Pernambuco e no Rio de Janeiro, homenagens e atividades como peça de teatro na Faculdade São Miguel, monografia na Universidade Federal de Pernambuco, Troféu no I Congresso de Literatura Brasileira / Secretaria de Educação de PE, Diploma da UFPE e Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco. Organizou a Obra Poética de Audálio Alves e a Obra do Professor João Suassuna de Melo Sobrinho. Em várias antologias comparece com sua produção literária, tendo em algumas participado, também como organizadora, com outros autores. Criou as Edições Novo Horizonte e a Revista de Literatura Novo Horizonte.

“Refletindo sobre o quadro atual do mercado brasileiro, compreendo que é necessário mais trabalho de divulgação e incentivo. Este é o caminho para todos nós escritores.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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so que desse mesmo livro muitos poemas já sofreram várias altera-ções ao serem reeditados. Portan-to falaria de coragem, mas não de consciência de uma obra acabada. Para mim não poderá ser diferente.

Divulga Escritor - Neste mo-mento você já trabalhava, ou ti-nha planos para seguir carreira profissional literária? Conte-nos o que a motivou a trabalhar na área literária.Lourdes Nicácio - Já trabalhava como professora de Português e Literatura. Por força das ativida-des profissionais, tinha que es-tudar, ler muito e conviver com alunos, professores, escritores, pessoas que também procuravam realização no mundo das letras. Essa parceria foi importante.

Divulga Escritor - Você hoje tem projetos literários aprovados pelo Funcultura e pelo Ministé-rio da Cultura? Lourdes Nicácio - Em 1999, publiquei “Os dois Mundos de Madalena”, romance de minha autoria e João Suassuna de Melo Sobrinho, um educador exemplar ( Org.) – através do SIC / Sistema de Incentivo à Cultura, hoje Fun-cultura. Naquela época dependí-amos de aprovação do Conselho do SIC para iniciarmos a capta-ção dos recursos. Atualmente os projetos, se aprovados pelo Fun-cultura, já poderão contar com tais recursos financeiros o que permite agilidade no processo de realização. No ano de 2007, eu e a jornalista Raphaela Nicácio tive-mos um projeto de edição do Jor-nal de Literatura Novo Horizonte aprovado pelo Minc/Lei Rouanet e não obtivemos o mesmo êxito referente a captações, o que pos-sibilitou, mesmo adotando o sis-

tema cooperativado entre autores, publicarmos apenas duas edições anuais. Talvez porque àquela épo-ca o Nordeste ainda não fosse o bastante favorecido pelas empre-sas patrocinadoras. Compreen-demos que as leis de incentivo à cultura ainda representam alguns dos possíveis caminhos.

Divulga Escritor - Seus livros são usados para teatralização e deba-tes em colégios e universidades, qual o livro que você destacaria, como o mais debatido por este perfil de leitor, ou seja, o público educacional? Descreva-nos um pouco sobre esta obra literária.Lourdes Nicácio - “Os dois mun-dos de Madalena”, romance, 6ª edição, contemplando públicos jo-vens e adultos. Apresenta o Sertão e o Litoral contemporâneos. Uma obra em que uma mulher sertane-ja, com sua determinação e cora-gem, vai trabalhar como domésti-ca na capital para manter a família

durante as grandes estiagens. A distância, a saudade, os novos há-bitos, novas amizades, a esperan-ça e tudo ao final recompensado. Uma obra inspirada em pessoas e paisagens rurais e urbanas. Desta-que para o mar, o Recife e seu rio Capibaribe, bem como Sertão do São Francisco e o seu Velho Chico. Os diálogos são espontâneos. In-teligência, memória, sensibilida-de, imaginação, leveza, graça, mo-dernidade. Um romance que vem conquistando leitores de todas as idades. Tema de Monografia no Curso de Especialização em Lite-ratura Brasileira da UFPE. Peça de teatro. Votos de Congratulações da Assembleia Legislativa à auto-ra. Aprovado por diversos Conse-lhos do Estado.

Divulga Escritor - Escritora Lourdes, agora, qual o livro mais procurado e lido, sem ser da área educacional? Conte-nos um pou-co sobre a construção do enredo

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desta obra.Lourdes Nicácio - Além do já citado acima, “Os dois Mundos de Madalena”, “O Lavrador e o Templo”, premiado pela Academia Pernambucana de Letras e no IV Concurso Nacional e Internacio-nal de Poesias da Ed. Valença -.Rio de Janeiro, além de O rio, Cana-brava e os Homens – Contos – 9ª edição.

Divulga Escritor - Temos mui-tos escritores que gostariam de ter seus livros lidos em colégios e Universidade, em sua opinião, qual o perfil dos livros mais uti-lizados pelos gestores escolares para debates em sala de aula? Lourdes Nicácio - Não teria uma fórmula. Acontece. Tenho alguns livros de poemas que ainda não foram estudados em sala de aula. Mas um dia, quem sabe, não o ul-tilizarão para estudar na sala de aula linguagem figurada. Um livro por mais de adulto que seja, nele

há sempre espaço ainda que para uma recriação, daí a necessidade de um texto com linguagem fácil e fluente. A literatura em si tem que predominar para abrir cominhos de estudo. Bem, mas acredito que aqueles que escrevem apenas para crianças devem manter um esque-ma diferente, cuidadoso – não é fácil o trabalho desses autores.

Divulga Escritor - Temos livro novo no prelo?Lourdes Nicácio - Estou con-cluindo um livro de contos “So-breviventes” que deverá sair até o mês de março. Venho adiando. Este é meu jeito de fazer literatura, sempre alterando, alterando... Ou-tro livro que deverá sair em breve é um de poemas com a mesma te-mática sobrevivência. Eles foram escritos nestes tempos de seca e de espera pela transposição do rio São Francisco. Já tenho o título, mas...

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar os seus livros?Lourdes Nicácio - Na livraria Imperatriz, Tacaruna - e livraria Cultura, Riomar – e no Varejão do Estudante da Manoel Borba.

Divulga Escritor - Como você se vê no mercado literário brasilei-ro?Lourdes Nicácio - Refletindo so-bre o quadro atual do mercado brasileiro, compreendo que é ne-cessário mais trabalho de divulga-ção e incentivo. Este é o caminho para todos nós escritores.

Divulga Escritor - Quais as me-lhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Lourdes Nicácio - Uma boa divul-gação – ressalte-se este importante DIVULGA ESCRITOR.- Mais in-

centivos destinados à distribuição do livro. - Mais incentivos destina-dos à formação de leitores.

Divulga Escritor - Pois bem, es-tamos chegando ao fim da en-trevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Lourdes Ni-cácio, que mensagem você deixa para nossos leitores? Lourdes Nicácio - Que conti-nuem lendo, lendo e lendo. Os benefícios serão muitos e os con-quistarão de forma prazerosa.“Então, caro leitor, sentarei con-tigo à mesa e provarei dos frutos brancos dos teus outonos”.

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Divulga Escritor - Escritora Tel-ma, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Você começou a trabalhar desde cedo na área educacional. Conte-nos o que a motivou a ter gosto por essa área?Telma Brilhante - O gosto pelo magistério foi despertado nos mo-mentos em que simulava ser pro-fessora nas brincadeiras infantis, tudo isso de um modo embrioná-rio que tempos depois veio deter-minar a escolha da profissão.

Divulga Escritor - Em que mo-mento pensou em publicar o seu primeiro livro?Telma Brilhante - Apesar dos ras-

Entrevista com a escritora Telma Brilhante

TELMA BRILHANTE, Cearense do Crato, mora em Recife desde 1966. No Ceará, em escola da Rede Pública, foi professora e depois diretora. Em Pernambuco, foi professora e vice-diretora. Participou do Projeto de Capacitação de Professores da Rede Pública e coordenou um Grupo de Língua Portuguesa, pela Secretaria de Educação.Na Literatura, estreou com o livro de ficção Contos Chão, premiado pela União Brasileira de Escritores (UBE). O segundo, Aflição de Pássaro, contos, foi premiado pela Academia Pernambucana de Letras. (APL).

“Escrever deflagra um processo catártico e assim veem à tona situações em que você vai ligando os elos até resultar num trabalho literário, sejam contos ou romances. É exaustivo, porque mexe com a estrutura psíquica e emocional do escritor. É neste redemoinho de emoções que acontece a criação literária.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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cunhos engavetados por muitos e muitos anos, somente vim publi-car meus livros após aposentar--me. Foi quando comecei a relê--los, organizá-los e pensar nessa possibilidade. Desde então estou sempre trabalhando em novos projetos.

Divulga Escritor - Como edu-cadora, como você vê a contri-buição da Literatura para a área educacional?Telma Brilhante - É incontestá-vel a importância da Literatura na educação. A leitura possibilita a acumulação do conhecimento que vai se processando gradativamen-te. O hábito de ler deve ser incen-tivado desde a infância, aliando-o ao prazer de manusear os livros, para a criança sentir a textura, de ver as imagens, as cores. A força da Literatura é tão grande na vida dos homens que em tempos pas-sados muitas histórias mudaram o mundo. Por exemplo, A Cabana do Pai Tomás, clássico da litera-tura americana que denunciava a escravidão, deflagrou a grande Guerra de Secessão, que dividiu o país entre Norte e Sul, abolicionis-tas e escravocratas.

Divulga Escritor - Escritora Tel-ma, que temas você aborda em seus livros de contos e crônicas?Telma Brilhante - Os problemas existenciais e sociais que afligem o ser humano. O desejo de desa-fogar as angústias, de extravasar as emoções. Escrever deflagra um processo catártico e assim veem à tona situações em que você vai ligando os elos até resultar num trabalho literário, sejam contos ou romances. É exaustivo, porque mexe com a estrutura psíquica e emocional do escritor. É neste re-demoinho de emoções que acon-

tece a criação literária.

Divulga Escritor - Acho lindo quem escreve para o público in-fantil. De onde vem a inspiração para escrever para crianças?Telma Brilhante - A partir do livro que recebi quando crian-ça, Contos de Fadas, fartamente ilustrado, apaixonei-me pelas his-tórias. Depois entrei em contato com o mundo fantástico de Mon-teiro Lobato, a literatura clássica através da coleção Edição Maravi-lhosa, as lendas de nosso folclore, todos exerceram fascínio pela des-coberta de um mundo novo que se abria nos dando prazer e emoção.O livro nos possibilita o ingresso no mundo mágico. Escutar his-tórias, participar de brincadeiras nas calçadas, de dramatizações, estimulava a imaginação. E assim comecei a criar, a imaginar as mi-nhas histórias. E, embora tardia-

mente, a ousadia de publicá-las.

Divulga Escritor - Qual a prin-cipal mensagem que você quer transmitir através de seus livros infantis para o público leitor?Telma Brilhante - A preservação do meio ambiente, conscientizan-do as crianças de sua importân-cia para a nossa sobrevivência. O problema da água, a poluição dos rios, a Natureza doente pela ação irresponsável dos seres humanos.

Divulga Escritor - Conte-nos um pouco sobre a construção do en-redo na seguinte trilogia: Noite Feliz (Natal); Oh Quarta Feira Ingrata (Carnaval); Olha Pro céu, Meu Amor (São João). Telma Brilhante - O objetivo foi valorizar as festas nordestinas, es-pecialmente as pernambucanas. São festas populares que fazem parte de nossa cultura. O carnaval,

Destino do Planeta Terra, marca o início das incursões de Telma Brilhante na literatura Infantil. Versando sobre questões ambientais, o livro é referência na temática junto às escolas recifenses, pelo que a autora é presença constante em eventos literários e de formação de leitores.

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por exemplo, com o espetáculo do bloco carnavalesco Galo da Ma-drugada, foi considerado Patrimô-nio Cultural imaterial do Estado de Pernambuco, pela Assembleia Legislativa de Pernambuco, o que é um orgulho para todos nós.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar seus livros?Telma Brilhante - Eles podem ser encontrados nas livrarias Impe-ratriz, Saraiva e Jaqueira, aqui em Recife. Ou diretamente, solicitan-do-os através do email da autora, ([email protected]) que os enviará pelos Correios.

Divulga Escritor - Quais os seus principais objetivos como escrito-ra? Temos livro novo no prelo?Telma Brilhante - Dar vazão às ideias e projetos que estão à es-pera nas gavetas. À medida que as ideias surgem vamos transfor-mando-as em projetos. Diversos já estão concluídos, aguardando o momento certo para publicá-los. O que nos impede às vezes de pu-blicar, nos frustram mesmo, vale ressaltar, é a falta de divulgação e distribuição do que produzimos como autores independentes.

Divulga Escritor - Telma, você hoje participa de várias entida-des literárias. Em sua opinião, quais as principais melhorias para a Literatura Brasileira?Telma Brilhante - As entidades li-terárias representam um estímulo para que continuemos a escrever. A escrita é um ato solitário, mas depois sentimos a necessidade do compartilhamento dessas produ-ções literárias, alguém que as es-cutem e nos dê uma opinião. No início é natural essa timidez na vida do escritor. Depois vai ad-quirindo confiança. Em Recife há

uma grande ebulição cultural, vá-rios grupos e academias literárias se encontram não somente com esses objetivos, mas também para estudos de obras literárias, en-saios, debates. E, sobretudo, pelo prazer de angariar novas amizades que fortalecem os laços afetivos.

Divulga Escritor - Pois bem, es-tamos chegando ao fim da en-trevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Telma Bri-lhante, que mensagem você dei-xa para nossos leitores?Telma Brilhante - Cultivar a lei-tura, que é um hábito salutar que nos proporciona momentos de prazer e reflexão, além dos benefí-cios de ampliar os conhecimentos e que sempre há de nos conduzir à descoberta de outros mundos. Trabalhar em prol de nossa cul-tura é muito importante para des-pertar em nosso país, realmente, o orgulho de ser brasileiro. A mídia alimenta a violência a todo instan-te. Não deveria somente priorizar a informação negativa, mas divul-gar algo de bom que esteja acon-tecendo, para gerar em nossa ju-ventude a confiança no futuro que justifique a luta por um mundo melhor.

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Sou pernambucano, moro no Recife há qua-se quarenta anos, adoro o Carnaval e o Frevo em especial. Gosto de ver a festa, apreciar os blocos, a diversidade de ritmos, as músicas saudosas dos carnavais passados cantadas pelos blocos líricos; as composições e melodias dos mestres Capiba e Nelson Ferreira enaltecendo a cidade e nossa gente. Até aí tudo normal.

No entanto, sou destituído de ritmo para me prestar à famosa dança do frevo. Diria mesmo um sujeito arrítmico, que nem o tambor do Olo-dum me faz mexer por dentro, tamborilar os de-dos ou balançar a cabeça diante de um batuque.

Mas, não é surpresa alguém me encontrar de braços cruzados, estático, reservado, assistindo aos blocos passarem em dias de momo. Apenas com um sorriso nos lábios, tal qual “O Homem da Meia-Noite, famoso boneco de Olinda.

É assim meu comportamento perante a be-líssima festa de carnaval, assistir, somente assistir na acepção da palavra, e nada mais.

Porém, certo dia, estava no meu escritório localizado no pólo da folia, em plena sexta-feira pré-carnavalesca. Do lado de fora um fuzuê da-nado, um palco armado onde uma banda equa-lizava seus instrumentos, ouvindo-se o enjoado e repetido, som..., som..., som..., alternados com batuques de baterias e acordes de bandolins, in-comodando a todos que ainda permaneciam em seus escritórios, como eu. O cerco estava se fe-chando para dentro de poucos instantes a atração começar. Era um bloco famoso que saia todos os anos, na sexta-feira antes do Carnaval, sendo o palco a concentração. Apressei-me para sair do escritório antes que fosse tarde. Atirei na bolsa al-

Carnaval: quem não ‘frevar’ é ‘frevado’guns papéis para completar o trabalho em casa, no feriadão, pois, àquela altura, não havia ninguém no prédio, acho que só eu, pois todos os escritórios estavam fechados.

Ao chegar à portaria, o barulho aumentava aos meus ouvidos, pela quantidade de foliões em frente ao prédio, esquentando seus tamborins com muita cerveja, ansiedade e algazarra.

Não sou agorafóbico*, mas, estava apreensivo, mesmo do lado de den-tro, pensando como iria romper toda aquela multidão. E se o show começasse naquele instan-te?..., Pensava!... Estaria em maus lençóis!...

Coloquei os pés ao lado de fora, olhei a mul-tidão com olhar inteligente, por sinal, descobrin-do um bloco de senhoras, (boa idade) sentadas ao chão, ao lado direito do palco daquela rua es-treita. Pensei! Vou tentar chegar até lá, pois, ali, estarei são e salvo. Mesmo que o show comece, aquelas senhoras não iriam pular o frevo com tanto entusiasmo quanto à juventude,... Assim, dará tempo de sair pela rua dos fundos e alcançar meu carro estacionado na outra esquina.

Minha ansiedade crescia enquanto toda aquela multidão vestida a critério, menos eu, de calça social, camisa manga longa, portando uma bolsa de couro, estilo 007, nada convencional à proposta de um folião.

O cheiro do álcool exalava ao vento, enquan-to acotovelávamos pedindo licença e desculpas,

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Participação Especial

Escritor João Bezerra da Silva Neto

Carnaval: quem não ‘frevar’ é ‘frevado’rompendo pernas e braços nus até chegar ao bloco das senhoras. Elas tranqüilas e calmas além do normal, estavam fantasiadas com saias longas coloridas, ape-trechos típicos na cabeça, plumas e paetês, colares, faixas e miçangas, abanan-do-se com leques, seme-lhantes a araras de parques, escovando suas penas. Se conseguisse chegar até lá, bom!...Ficaria protegido,

mesmo se o show começasse, tornando-se fácil seguir adiante e cair fora ileso, daquele alvoroço.

De repente, um apito longo semelhante ao encerramento de uma partida de futebol, a banda dispara um frevo rasgado pra início de conversa, ou melhor, de show. Eu estava alcançando o blo-co das senhoras e aquilo me pegou de surpresa.

Estático, levei um encontrão, caindo entre o bloco das senhoras, onde gostaria de estar. Todas se levantaram de uma só vez, pulando e dando rasteiras de sombrinha em punho, enquanto eu, elemento neutro e maleável, tentava equilibrar--me aos trancos e solavancos, ora no chão, ora suspenso, sem rumo, sem prumo, entre aquelas que julgava serem mansas e frágeis em função da idade. A fobia aumentou meu pânico, quando olhava para cima, o único lado capaz de se ver alguma coisa, mesmo assim tomado de sombri-nhas rodopiando ao ar, envolvidas em fitas, con-fetes e serpentinas, ao odor de suor e cerveja. Eu, a essas alturas, semelhante a um “teimoso” (ma-

mulengo), levado pela correnteza, caia e levan-tava-me enquanto agarrava-me às saias daquelas mulheres e a pasta para não perder os documen-tos. A música longa dava-me calafrios, não pela melodia em si, mas, pela demora em acabar, sen-do o mais horripilante o fôlego daquelas senho-ras que não paravam de pular, rastejar, requebrar, piruetar em acrobacias fantásticas ao ritmo do frevo louco e repetido. Exausto, jogado e esque-cido, já pensava em morrer pisoteado, quando um anjo, (anjo do frevo), caído do céu, esbar-rou em mim, tomou a minha mão e disse em voz alta: Pula!...Pula!... João!... Pula! Meu filho!...Pula ao ritmo!...Continua pulando!...Continua!... Após ouvir aquela voz suave e sentir a quentura de suas mãos, recebi um carinhoso beijo na face e o anjo sumiu. Só sei que daí pra frente, uma força apoderou-se de mim, entre o desespero e medo de morrer em pedaços, continuei pulando ao ritmo, pulando, até, finalmente, escapar pela tangente. Ainda procurei o anjo para agradecer, ou melhor, a (anja), isto é, se anjo tiver sexo. Foi assim que aprendi pular o frevo, embora, hoje, não arrisco entrar na multidão pelas lembranças e fobia adquirida.

Caro leitor, quer uma receita para aprender a pular o frevo? Faça como eu... Trabalhe em vés-pera de carnaval!

• Agorafóbico, de Agorafobia: Pessoa que tem medo de está entre multidões.

www.silvanetoesilva.com.br Joã[email protected]

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Divulga Escritor - Escritora Yara Falcon, é um prazer contarmos com a sua participação no proje-to Divulga Escritor, você tem um currículo espetacular, conhecen-do outras culturas, outros países, conte-nos como você vê a Litera-tura Brasileira?Yara Falcon - A Literatura brasi-leira não deve nada a outros países mais desenvolvidos que o nosso. Não podemos querer comparar o que é bom aqui e o que é bom lá. Óbvio que há obras que trans-põem territórios e são universais, mas são em menor proporção ao que se escreve. Há também muitas que se tornam Best Sel-

Entrevista com a escritora Yara Falcon

Yara Falcon é o nome de autora de Yara Cecy Falcon Lins, nasceu em 09-10-1948, em Salvador-BA, tem dupla cidadania,brasileira e espanhola. Tem também a imigração canadense.Formada em Economia pela Universidade Federal da Bahia/1977, Mestrado em Desenvolvimento Social-CE reconhecido pela Universidade Autônoma de Barcelona, Cursos de doutorado em Economia Aplicada na Universidade Autônoma de Barcelona/Espanha. Especialização em Gestão de Qualidade Total/UFMG 1995, Especialização em Controle de Qualidade, em 1996, no Japão.Foi Coordenadora técnica de projetos econômicos e sociais -FIPLAN-AL, Coordenadora de Planejamento da UFAL, Pró-Reitora de Planejamento substituta, Coordenadora de Modernização Administrativa da UFAL e Pró-Reitora de Administração substituta. Consultora Empresarial e empresária. Palestrante e treinadora em Gestão de Qualidade em médias e grandes empresas. Organizadora.coordemadora e dos encartes em Gestão de Qualidade para jornal em em Maceió-AL. Organizadora e dirigente de Seminários Nacionais e Internacionais em Gestão Empresarial. Recentemente fez palestra no Japão sobre o tema para empresários brasileiros neste país.

“Escrevo porque gosto de falar de virtudes e do amor Universal, escrevo porque amo o que faço e gosto de explicar o que penso.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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lers por conta do mercado que envolve dinheiro e publicidade. Vejo a Literatura brasileira no modernismo, pós-modernismo e contemporânea, na prosa e po-esia, com grandes nomes inclusi-ve alguns publicados no exterior. Cito alguns desta plêiade: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Manuel Bandeira, Carlos Drum-mond de Andrade, Adélia Prado, Adonias Filho, Antônio Calado, Manoel de Barros, Moacyr Scliar, Millôr Fernandes, Mário Prata, Mário Quintana,Ariano Suassuna, Cora Coralina, João Ubaldo, Pe-dro Nava, Jõao Cabral, Luiz Fer-nando Veríssimo, Lêdo Ivo, Paulo Leminski e outros menos conhe-cidos. A Literatura brasileira hoje permite menos enquadramento e mais liberdade ao escrever, não se podendo jamais abdicar de um bom texto e da criatividade. O que falta não são bons escritores e po-etas é um mercado editorial, no sentido de oportunidades iguais entre as regiões.

Divulga Escritor - Você hoje mi-nistra palestras em outros paí-ses, como você se vê no mercado Internacional?Yara Falcon - Embora eu viaje bastante, concentro a divulgação do que eu faço no Japão e Cana-dá, por enquanto. Sendo países que mais frequento, moro alguns meses do ano no Canadá, procu-ro manter meus livros nas biblio-tecas, mesmo em português. Faço lançamentos dos meus novos li-vros no Japão e palestras acerca de minhas impressões sobre o país e minha literatura. Este ano preten-do traduzir minhas obras para o espanhol e para o inglês. O fato de ser espanhola também e ter vivi-do em Barcelona um bom tempo, faz-me sentir o dever de estar na

Espanha como escrito-ra. O mesmo no Canadá onde tenho imigração. E no Japão, tenho algu-ma coisa traduzida para o japonês, mas houve uma interrupção por conta da partida do meu querido tradutor.

Divulga Escritor - Em que momento se sen-tiu preparada para pu-blicar o seu primeiro livro? Podes descrever um pouco sobre esta obra?Yara Falcon - Sem-pre escrevi muito, des-de pequena inventava histórias e tinha meu mundo. Tudo fazia para mim, apenas publicava em jornais e livros artigos e opi-niões sobre economia, conforme minha profissão. Poemas e contos eram minha reserva emocional. Recorria a lê-los quando estava com algum problema e produzia mais nestas ocasiões. Publicar so-mente ousei quando voltei da mi-nha primeira viagem ao Japão, lá descobri que iria mudar de rumo, abraçar a Literatura e seguir este caminho. Meu primeiro romance Pálidos Crisântemos que saiu em 1998, a primeira edição, por sinal com alguns erros, a editora não fez a revisão ou por esquecimento ou não sei bem o que se passou, eu era inexperiente, se passa no Japão quase todo tempo. Na segunda edição saiu certinho. A obra fala de um amor impossível que se torna possível sob uma farsa que é descortinada ao longo da histó-ria que tem como pano de fundo a Restauração Meiji e as lutas pelo poder no Japão do século XIX. A história é construída mesclando amor, arte, preconceito, morte e

poder. Uma arista plástica ociden-tal que se apaixona por um prín-cipe japonês e não mede conse-quencias para ficar com seu amor. Disfarça-se em japonesa e … O fim é trágico, mas é o princípio do segundo livro da trilogia Cri-sântemos, quando os personagens vivem a Segunda Guerra Mundial no Japão.

Divulga Escritor - Yara, qual o diferencial do seu livro de ficção cientifica infantojuvenil “O Ha-bitante de Sísifo”?Yara Falcon - O Habitante de Sísi-fo é na verdade uma série que pen-so concluir em dez livros. Estou no terceiro que será lançado, tal-vez, no final deste ano, pelo menos no Recife e em Maceió. Esta série foi construída inspirada no meu filho menor que hoje é engenhei-ro de Computação no Canadá. Ele gostava demais de computa-dor e isto mexia comigo. Daí criei uma história sobre esta dedicação demasiada ao computador en-

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volvendo um menino do planeta Terra e um alienígena de Sísifo - planeta que criei super avançado. Dou meu recado sobre a disciplina que devemos ter com o uso da tec-nologia, ao tempo em que abordo assuntos filosóficos, morais e éti-cos apropriados ao entendimento de crianças de 7 a 13 anos. Falo da Física quântica e fenômenos que consideramos desconhecidos. As viagens ao Cosmo e visita a outros planetas com vidas incríveis ocor-re em meio a batalhas entre povos do bem e do mal e diversões mil. O preconceito,o respeito aos ani-mais e tudo que eleva a alma faz parte dos diálogos entre os terrá-queos e os povos de outros plane-tas. O encontro com os filósofos Platão e Aristóteles, com Darwin e os compositores Bach, Mozart e tantos grandes personagens que fizeram a passagem mostra a vida continuando em algum lugar do Universo.

Divulga Escri-tor - Como foi a construção do enredo e perso-nagens, do seu romance “No-vos Crisânte-mos - Raízes de Amizade Brasil e Japão”, lança-do na Embai-xada do Brasil em Tóquio, em 2008?Yara Falcon - O último livro da trilogia Novos Crisântemos - Raízes da Ami-zade Brasil e Japão, encerra a história de amor entre Tanaka e

Yuko, personagens de Pálidos Cri-sântemos. Neste livro ele se chama Kioshi e ela Júlia. Um japonês e uma brasileira concretizando um amor que simboliza a união entre os dois países em foco, Brasil e e Japão. Tem como cenário, que an-tecede o encontro dos dois, a mi-gração japonesa, a chegada do Ka-satu-maru no porto de Santos, a construção da ponte entre o Japão e Brasil, a volta dos descendentes, nisseis, sanseis para trabalharem no país nipônico. As duas mãos no mesmo século selando uma amizade entre dois povos. Vol-tei ao Japão para pesquisar a fim de escrever este romance e coisas inusitadas me aconteceram, daria um outro livro o bastidor. Estive em Kobe, no Centro de Migração, de onde sairam os imigrantes ja-poneses para o Brasil e com pesso-as mais velhas que haviam retor-nado para morrer no seu país de origem, como diziam. Sendo 2008

o ano da comemoração dos 100 anos da chegada dos japoneses ao Brasil o livro foi selecionado para ser apresentado na Embaixada do Brasil em Tóquio, em escolas ja-ponesas e na JICA em Yokohama através da ABC JAPAN.

Divulga Escritor - De que for-ma vem sendo planejada a sua carreira literária, quando você termina de publicar um livro, já tem outro sendo escrito?Yara Falcon - Eu amo escrever, sou uma serva nesta missão. Não planejo muito não a carreira. O que conquistei me satisfaz. Os convites chegam, procuro aten-der na medida do possível e me organizo ano a ano, mais ou me-nos, porque tanto posso estar aqui como na Europa, Ásia, América do Norte, na Argentina ou na An-tártida. Como disse, escrever é mi-nha rotina hoje e quando publico um livro dois já vem a caminho. Quando digo alguma coisa como esta rio de mim mesma. Acho que durmo e acordo criando.

Divulga Escritor - Qual o livro de sua autoria, você indica para eu ler? Qual o motivo que eu devo ler esta obra?Yara Falcon - Fica difícil dizer qual o filho preferido, mas eu co-meçaria a ler Pálidos Crisânte-mos, segunda edição, ou toda a trilogia,tenho um de Memórias que estou preparando a terceira edição, chama-se Mergulho no Passado - A Ditadura que Vivi, considero este interessante por ter contado com muita dor esta ex-periência de juventude, um livro criado com lágrimas e muito sen-timento. Para quem tem filhos O Habitante de Sísifo, os três. Faltou Curtos Contos e Poemas, leitura para final de semana.

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Divulga Escritor - Soube que te-mos livro novo no prelo, podes nos contar um pouco sobre o seu novo lançamento?Yara Falcon - Sim, após o lança-mento de O Habitante de Sísifo III – Os Dócimos, vem aí Relatos de Viagens. Pretendo lançar o livro III da série Sísifo na Fliporto e Bie-nal Internacional do Livro aqui no Recife,que acontecerá ainda este mês de novembro.

Divulga Escritor - Onde pode-mos comprar os seus livros? Yara Falcon - Meus livros prati-camente estão esgotados, mas o de Memórias Mergulho no Passa-do – A Ditadura que Vivi e Novos Crisântemos- Raízes da Amizade Brasil e Japão podem ser adquiri-dos no site da LivroRapido. O pri-meiro pode ter algum na Livraria Cultura. Curtos Contos e Poemas pode ter ainda em alguma livraria do Recife. Pálidos Crisântemos e Crisântemos Vermelhos e os dois da série O Habitante de Sísifo, espero alguém se interessar pela obra e republicarem, porque te-nho poucos para colocar em Bie-nais e Feiras de Livros. Deixo meu e-mail para contato [email protected]

Divulga Escritor - Quais as me-lhorias que você citaria para o mercado literário brasileiro?Yara Falcon - Apesar do mercado editorial brasileiro vir crescendo em 1,9% até o ano de 2015, o Brasil ser o nono país no ranking de mer-cado editorial, está se capacitando a novas tecnologias, hoje a publi-cação digital, os e-books já fazem parte das nossas vidas, termos 88 milhões de leitores, a democrati-zação deste mercado em relação a preços ainda é incipiente. O livro custa caro no Brasil. Por outro lado

falando dos escritores não contem-plados pelas 500 grandes editoras e outras renomadas, principalmente os localizados fora do eixo Rio-São Paulo, lutam com produções inde-pendentes caras e sem distribuido-res; o que causa uma desproporção no mercado que somente a sorte para fazê-los conhecidos. As gran-des editoras deveriam receber to-dos os anos obras de escritores por região, julgá-las e se consideradas de valor, publicá-las.

Divulga Escritor - Pois bem, es-tamos chegando ao fim da en-trevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Yara Falcon, que mensagem você deixa para nossos leitores?Yara Falcon - Escrever é mui-to gratificante. Ler é conhecer o desconhecido, sempre alguém diz alguma coisa que nos toca, im-pressiona e faz-nos pensar sermos viajantes arrumando a bagagem de sentimentos, preparando-nos para algum lugar além da nossa compreensão e que acreditamos existir. Escrevo porque gosto de falar de virtudes e do amor Uni-versal, escrevo porque amo o que faço e gosto de explicar o que pen-so. Agradeço a Divulga Escritores, em particular a Shirley com quem venho mantendo contato, pela oportunidade. Parabéns por esta iniciativa que promove os escrito-res brasileiros.

Participe do projeto Divulga Escritor

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Momentos de Poesia

À noite,quando o espírito dos oceanosadormece,é possível ouvir a voz dos búziosmais distantes, anunciando a morte de uma estrela,no mar.

Nas alvas areias da praia,os búzios se comunicam pelos lamentos que emitem vencendo os ventos da costaou arrostando os assombros das pedras altas e os cascalhos soltos,emergentes pelo caminho.

mas se a noite é de calma,se correm brisas do mar pelas encostas,se as dunas apascentam a solidão das estrelas- lá em cima –com sussurros de preces amorosas,o mundo é um imenso oratóriode esperanças e de sonhos renascentes.

Os velhos marinheiros,na solidão silenciosa de seus desenganos,cruzando os mares temperados dos continentes, só eles escutam a voz dos búzios, falando de mulheres, de bebidas e de abandonos, que o tempo de ausências prolongadas não consome.

OS VELHOS MARINHEIROS

Escritor e poeta Aluízio Furtado de MendonçaAcademia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro

Primeiro é o traço vibrante, tenaz em belas palavrastão puras e doces.

Depois vem a corazul, escarlate,esboço de versos impresso em tela. Mulheres esquivas, mulheres serenasde olhos intensose rostos tristonhos.

Palavras de solde chuva e de ventoesboçam o tempoem tons de anil.

Escritora Ana Maria César

POETA DAS CORESPara o pintor Wilton de Souza nos seus 80 anos

Na senda da vidano canto do marpincéis redesenhama dor do amor.

Na pena/pincel poeta das coresdesenha poemasescreve aquarelas.

Wilton pintorWilton poetasenhor da pintura senhor da palavra.

Palheta de traços de letras e sonsexpressas teu gritopoeta/pintor.

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Neste mundoSomos floresDelicadasGrandesPequenasColoridasDiversificadasNos canteiros da vidaPrecisamos serCuidadasProtegidasJamais despedaçadas

Minha solidãose repetenesta cidadede tantoshabitantes,resto sozinhana cama.

Tudo que possoofertarguarda-sesecretoe inconcluso...

O futuroé uma noitesem luae sem estrelas...

Movo-me,cega,dentro dessaescuridão.

Esta esperaé um apelosem eco?

Momentos de Poesia

SOMOS FLORES

Bernadete BrutoUnião Brasileira de Escritores – UBE

Escritora e poeta Flávia SuassunaAcademia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro

MAIS SOLIDÃO

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Momentos de Poesia

SONETO DE AMOR ANTIGO

Olímpio Bonald NetoAcademia Pernambucana de LetrasAcademia de Letras e Artes do Nordeste BrasileiroUnião Brasileira de Escritores

Elizabeth BrandtAcademia de Letras e Artes do Nordeste BrasileiroAcademia de Letras e Artes da Cidade do PaulistaUnião Brasileira de EscritoresSociedade dos Poetas Vivos de Olinda

HAICAIS PARA UM NOVO ANO

Olímpio Bonald NetoAcademia Pernambucana de LetrasAcademia de Letras e Artes do Nordeste BrasileiroUnião Brasileira de Escritores

Ao julgar conquistar fui conquistadoe dominado crendo dominar;amando, certo de que era amado,aprendendo no ato de ensinar.

Ah! Enganos do amor! Preso na teiada mesma tela que julguei tecer;servo domado da vontade alheia;vencido fui no ato de vencer.

Que resta, pois, do rude guerrilheiroQue as armas do amor desembainhouNa refrega final de cavaleiro?

Um tímido valete derrotadocorrendo a pé, atrás do que sonhousolícito, gentil, apaixonado.

EM DOIS MIL E QUINZE FRATERNIDADE COM SOLE SABEDORIA

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COM HAICAIS FRATERNOSMUNDO FLORIDO SEM GUERRASCOM A FORÇA MÁXIMA

*********

SÍMBOLO COM ASASLIBERDADE COM AMORFEITO POMBA BRANCA

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SOB INSPIRAÇÃOPAZ E LUZ COBREM AS TREVASE REINAM FELIZES

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