Revista Divulgar Escritor

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Revista Literária da Lusofonia DIVULGA ESCRITOR - 2ª Edição - Acesse: http://www.divulgaescritor.com

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Revista Divulga EscritorRevista Literária da Lusofonia

Ano I Nº 02outubro 2013

Publicação:Mensal

Editora Responsável: Shirley M. CavalcanteTRT: 2664

Projeto gráfico: EstampaPB

Diagramação: Ilka Cristina N. Silva

Para Anunciar:[email protected] – 83 – 9121-4094

Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor.

Entrevistas

PortugalEntrevista com a escritora Amy Dine...........................................................04 Entrevista escritor Armindo Loureiro.......................................................07Entrevista escritor Carlos Bondoso ..................................................................11Entrevista escritora Fátima Veloso................................................................14Entrevista escritor Filipe Assunção...............................................................18 ÁfricaEntrevista escritor Delmar Gonçalves..............................................................21

BrasilEntrevista escritora Angela Ramalho .............................................................24Entrevista escritor Diogo Aguiar................................................................29Entrevista escritora Elisangela Bertotti.......................................................34Entrevista escritor Fernando Figueirinhas....................................................37Entrevista escritor Francisco José Gregório.....................................................41Entrevista escritor Luciano Gouvêa.................................................................45Entrevista escritora Mirian Menezes de Oliveira.............................................50 Entrevista escritor Rui Leitão...........................................................................54Entrevista escritor Welington Ferreira Ruas....................................................58Entrevista escritor Leonardo Marioto.............................................................61 Colunas

Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa – Fátima Veloso......................................06Hora da Poesia – Conceição Lima....................................................................10Solar de Poetas – José Sepúlveda.....................................................................17No Café com Ronaldo Magella..........................................................................28Panorama Cultural – Ana Stoppa.....................................................................32Literatura na Prática – Alexsander Pontes.......................................................36Mercado Literário – Leo Vieira........................................................................40O escritor e a Midia – Carlos Souza Yeschua....................................................44Pense Fora da Caixa – Pense Literatura............................................................48A Vida em Partes – Francisco Mellão Laraya....................................................53

EXPEDIENTE SUMÁRIO

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O projeto Divulga Escritor foi criado em 26 de março de 2013 pela jornalista, radialista, escritora e editora Shirley M. Cavalcante (SMC), o projeto tem como objetivo buscar ferramentas que divulguem literatura, escritores, independentemente de terem livros publicados, ou não, todos podem participar, escritores independentes e de editoras.

Hoje, o projeto conta com mais de 2 mil curtidores em sua página no Facebook, já foram entrevistados e divulgados, em 6 meses, mais de 70 escritores, para ajudar com a divulgação dos escritores e suas obras o projeto criou o grupo Divulga Escritor

– Livros, no Facebook, assim como o grupo Divulga Escritor - Eventos Literários para divulgar Eventos Literários e um site www.divulgaescritor.com.

Leitores e escritores vão participando cada vez mais do projeto, a ajuda de todos com a divulgação do projeto é importante para o seu crescimento e desenvolvimento. A primeira edição da Revista Eletrônica Divulga Escritor – Revista Literária da Lusofonia, que teve como slogan de capa Unindo Países, foi divulgada no dia 15 de setembro de 2013, em 01 de outubro de 2013 emitimos o relatório de acessos, o qual disponibilizamos para todos em imagem, contamos com 2.317 impressões, totalizando uma média de 174 acessos por dia, o que consideramos muito bom.

Agradecemos a cada um de vocês que vem lendo, curtindo, comentando, compartilhando nossas entrevistas, revista, eventos, livros, escritores!Agradecemos a cada parceiro, a cada colaborador, colunistas, apoiadores cultural, vocês são muito especiais para a literatura.

Contem sempre conosco, novas ferramentas de divulgação serão apresentadas gradativamente para que todos possam usufruir e divulgar seus trabalhos literários, assim como publica-los com maior facilidade.

AtenciosamenteShirley M. Cavalcante (SMC)Editora

Shirley M. Cavalcante, é jornalista, radialista, editora, autora do livro: Manual Estratégico de Comunicação Empresarial/Organizacional, administradora do projeto Divulga Escritor, assessora e consultora de Comunicação Empresarial, diretora executiva da SMC Comunicação Humana.

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Entrevista com a escritora Amy Dine

Ana Maria Dine Falcão Sincer e Sepulveda,nasceu em Lisboa a 11 de Novembro de 1951.Desde muito pequena sua Mãe lhe ensinava pequenos poemas para dizer nas festas do Jardim escola. Mais tarde continuou a fazê-lo por si nas festas da Igreja e quando por volta dos 12 anos no liceu teve contacto com trabalhos de escritores e poetas portugueses começou como todos os jovens a ensaiar seus primeiros trabalhos poéticos.Aos 18 anos começou a lécionar Francês, Ciencias Naturais e Desenho. De regresso a Portugal conheceu José Luis Correia Sepulveda com quem casou.Fez então um longo interrégno afim de tomar conta dos 3 filhos. Mais tarde trabalhou num ATL e depois como Ajudante de LAR.Em 2011 integrou o Grupo de Poetas Póveiros e amigos da Póvoa e faz parte do Solar de Poetas desde 2012 como Administradora.“Logo desde os primeiros dias em que soube que meu filho estava por assim dizer “ condenado á morte”eu coloquei em meu coração relatar ponto por ponto todos os factos, fossem tristes ou alegres, fosse qual fosse o desfecho …pois como crente sincera acredito que DEUS dirije nossas vidas se Lho permitirmos. Este livro é pois um testemunho do poder de DEUS.”

Boa Leitura!

Escritora Amy Dine é um prazer ter você conosco no projeto Divulga Escritor. Conte-nos escritora Ana Maria Dine Falcão Sincer e Sepúlveda como foi a escolha do nome artístico Amy Dine? Amy Dine - Estimada amiga e excelente Jornalista Shirley Cavalcante, foi com enorme surpresa que me vi eleita por si para uma entrevista.Por favor não me chame de escritora,pois não me considero tal.Quan-to a meu nome artístico : Amy vem de um diminu-tivo de meu nome próprio Ana Maria e Dine é mes-mo o meu apelido e tem sua origem numa aldeia de Trás-os-Montes da qual é oriunda minha família.

Você hoje tem um livro publicado “ O Toque de Sua Mão”, um livro que é um testemunho de um fato real, como foi escrever este livro? Vi que você cita datas e acontecimentos precisos que aconteceram naquela data. Você o escrevia enquanto vivia aque-les momentos? Amy Dine - Na realidade escrevi esse livro, “O To-que de Sua Mão” logo após meu filho do meio ter sido curado milagrosamente de um Linfoma grau 4.

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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Só nessa ocasião tive tempo e dis-posição para compilar todos os ele-mentos que reunira durante um ano e então relatar os factos tais como ocorreram. Fazê-lo foi para mim emocionante e gratificante. Ao longo dos meses de doença e tratamento eu tomei nota de tudo o que se esta-va passando.

Este livro é muito emocionante, eu mesma me emocionei em vários momentos ao lê-lo. Amy em que momento você pensou vou publicar um livro? O que a motivou a tomar esta decisão? Amy Dine - Logo desde os primeiros dias em que soube que meu filho es-tava por assim dizer “condenado á morte” eu coloquei em meu coração relatar ponto por ponto todos os fac-tos, fossem tristes ou alegres, fosse qual fosse o desfecho …pois como crente sincera acredito que DEUS di-rije nossas vidas se Lho permitirmos. Este livro é pois um testemunho do poder de DEUS.

Hoje você escreve poesias, em que momento surgiu a poeta Amy Dine? Amy Dine - Na realidade nestes últi-mos dois anos e meio integrei o Gru-po de Poetas Póveiros e amigos da Póvoa e também o Solar de poetas há cerca de ano e meio e como tal o ”bichinho” da poesia vai – se desen-volvendo e ganhando forma, contu-do já desde os meus 12 anos, quando comecei a estudar a literatura portu-guesa fiquei fascinada pelos poetas e suas obras literárias e como quase todos os jovens comecei também os meus ensaios poéticos.

Amy o que mais lhe inspira a escrever? Amy Dine - Os temas dos meus poe-mas são muito variados: amor, natu-reza, DEUS, família, etc.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas? Amy Dine - Os poemas faço-os por puro prazer e fico feliz quando as pessoas que os ouvem ou lêem me dizem que gostaram. Quanto ao li-vro “O Toque de Sua Mão” pretendi apenas que todos os que o lessem soubessem que mesmo em meio á angustia e dor existe DEUS a quem podemos recorrer e que nunca nos abandonará.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? Amy Dine - Alguns de meus poemas fazem parte da Antologia dos Poetas Póveiros e amigos da Póvoa. Tenho tambem um blog: amydine.blogspot.com Quanto ao outro livro,foi feita uma edição de 1500 exemplares que está esgotada e neste momento não é ainda o tempo oportuno de avan-çar com uma nova edição uma vez que o livro não foi editado para fins comerciais .

Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades? Amy Dine - O preço que os autores têm de pagar pelos mesmos e depois o terem ainda de por sua conta e ris-co tentarem organizar eventos para os colocar e dar a conhecer ao publi-co.As editoras deveriam ter acordos mais aliciantes com os escritores e elas próprias criarem as condições necessárias para a divulgação dos livros promovendo eventos para os quais convidariam publico interes-sado de acordo com os temas dos livros a apresentar.

Onde podemos comprar o seu li-vro?Amy Dine - Neste momento apenas me restam 30 exemplares dos quais poderei ceder alguns. Se alguém es-tiver interessado poderá contactar--me através do email: [email protected]

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divul-ga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Amy Dine, que mensagem você deixa para nossos leitores? Amy Dine - Gostaria de dizer que por maiores que sejam as dificulda-des da vida jamais desistam de lutar nem deixem de sonhar; mas não percorram sozinhos a estrada da vida… com DEUS a jornada é mais leve.Muito grata por esta oportunidade e pelo carinho e consideração de-monstrados para comigo e meus humildes trabalhos. Que DEUS sem-pre a abençoe e guie, amiga Shirley.

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Poetas Poveiros

Fátima Veloso

Um poema são palavras escritas em solidão, num lugar e num tempo. A poesia é, por isso, uma forma de se distanciar do mundo para pensar e escrever, no momento em que a alma do poeta se perde no labirinto dos sentidos e emoções. Ela abrange assim um conteúdo existencialista e filosófico, indissociável da beleza, da

forma e da arte. Paul Celan (poeta romeno) afirma que: “A Poesia pode significar uma mudança na respiração”, assim, consoante a respiração do momento, o poeta exprime os seus estados de alma. A Poesia é, então, a expressão sublime de um momento. É transformar a dor e transcender. É um inventário de frag-mentos, um engarrafamento de sentidos. Recorrendo a uma imensa constelação de metáforas, todo o poema é auto figurativo, e, por isso, auto ilustra-se. Assim, a palavra poética é criadora e recriadora do mundo porque fala e pinta a realidade conforme o poeta a vê e sente. A Poesia tem a capacidade de seduzir e de trazer consigo o belo. O Poeta, na expressão do seu sentir, molda as palavras, polvilha-as de mistérios, lapida-lhes o óbvio, dá-lhes luminosidade, sublinha-lhes perplexidades, ousadias e assombros. Cada verso seu é uma melodia que embala os seus múltiplos sen-tires. Por fim, todo o poema não se explica. Um poema tem a capacidade de gerar diferentes leituras, sem nunca se consumir de todo. Em poesia, faz-se música com a própria dor, em pinceladas fortes ou brandas tendo sempre o “sentir” como pano de fundo. A poesia é contaminada pelas artes e pelo mundo.

e Amigos da Póvoa

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[email protected]

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Armindo Loureiro (Nome por que gosta de ser tratado e também é conhecido), de seu nome completo Armindo Manuel Soares Pinto Loureiro, natural de São Nicolau/Marco de Canaveses/Porto/Portugal, onde nasceu a 10 de Agosto de 1950. É Aposentado da Função Pública e actualmente é dirigente da Confraria do Anho Assado com Arroz de Forno de Marco de Canaveses (Vice-Chanceler) e da Associação de Ex-Combatentes da Guerra do Ultramar (Presidente do Conselho Superior) e ex-dirigente de diversas associações de base da sua terra, é ainda e para já, o actual Presidente da Junta de Freguesia de Tuías, cargo que abandonará nas próximas eleições para dedicar mais tempo àquilo que é o seu gosto primordial… A Poesia!

“Para que o Mercado Literário possa ser melhorado há necessidade de os mídia darem uma maior cobertura aos eventos relacionados com a apresentação de novos livros e novos autores… Sem isso, parece-me que o mercado livreiro, irá continuar com todas as dificuldades que se lhe reconhecem.”

Boa Leitura!

Entrevista escritor Armindo Loureiro

Escritor Armindo Loureiro para nós é um prazer poder contar com a sua participação no projeto Divulga Es-critor, conte-nos o que o incentivou a iniciar a escrita? Qual a sensação de ter seu primeiro livro em mãos?Armindo Loureiro - O prazer é todo meu. O incentivo à escrita partiu de meu falecido pai que, para além de Poeta Popular, era Maestro… Desde tenra idade que me dediquei a ler tudo quanto vinha parar às minhas mãos! Frequentei duas Bibliotecas, a Municipal (Fixa) e a da Fundação

Calouste Gulbenkian (Itinerante) que me possibilitaram uma leitura assaz deveras importante, para que eu, hoje, tenha a bagagem que me é re-conhecida. Quando tinha aí cerca de 20 anos apresentei umas quadras a meu pai e ele disse-me de pronto:- Olha lá… Isso não tem métrica! E eu, de pronto, lhe respondi:- Pai, eu não escrevo com métrica… Eu escrevo a metro!Em Setembro de 2009 comecei a Frequentar o Curso de Direito, Na Universidade Lusíada do Porto e em

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

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meados de 2010 com 7 cadeiras fei-tas, lembrei-me de pedir a minha admissão ao Facebook e, a partir desse momento lá se foi o Curso, por água abaixo, se, no primeiro ano (sem Facebook) completei sete Ca-deiras do Curso, a partir daí (e com Facebook) foi sempre a descer … Co-mecei a escrever poesia, primeiro na minha página pessoal e, passado al-gum tempo, em alguns Grupos… Nos comentários que iam fazendo aos meus poemas algumas das pessoas ligadas ao mundo da poesia, foram--me incentivando para fazer mais e melhor e para escrever um livro com as minhas poesias… A determinado momento o Escritor Miguel Almei-da, um dos consagrados da literatura portuguesa, convidou-me para fazer parte de uma Coletânea que ele iria coordenar e assim, nasceu o primei-ro livro com intervenção minha (8 poemas) juntamente com mais 29 pessoas que até ali jamais tinham publicado o que quer que fosse.No momento da sua apresentação (Palavras Nossas – Volume 1) fiquei deslumbrado com a aceitação que a minha poesia teve e logo, pensei em escrever um livro de poesia a solo… Foi assim que surgiu o “Rio de Pala-vras”, que foi apresentado na minha Cidade natal (Marco de Canaveses) em 25 de Abril de 2012.Aqui não posso esquecer os incen-tivos que me foram dados pelos po-etas José Carlos Moutinho e Francis Ferreira, amigos que sempre me disseram que a minha poesia tinha qualidade…Agora, passado todo este tempo, já não tremo perante ninguém a ler po-emas meus a sensação é totalmente diferente daquela que tive na primei-ra apresentação.

Conte-nos o que o motivou a publi-

car seu livro “Rio de Palavras”? Que temas abordas em seu livro?Armindo Loureiro - Os amigos, nas Tertúlias Poéticas, que frequentava amiudadamente, diziam-me que eu tinha belos poemas e que era bonito vê-los publicados em Livro e foi as-sim que o “Rio de Palavras” surgiu.É um livro onde imperam as Quadras e os poemas divergem nos seus te-mas… O Ar, a Terra, o Mar, a Vida, o amor, etc., etc..

Por que o titulo “Rio de Palavras”?Armindo Loureiro - Rio de Palavras, porque considero, que a minha po-esia é um rio composto por muitas palavras as quais, têm a beleza das águas e eu faço parte de uma locali-dade onde imperam os rios e a ser-ra… Marco de Canaveses “Entre o Tâmega e o Douro, onde começa o Marão”!

Que temas você aborta em sua es-crita? O que mais lhe inspira a escre-ver sobre estes temas?Armindo Loureiro - Na minha escrita abordo com alguma incidência te-mas relacionados com o amor mas, contudo, não descuro outros te-mas… Sou confrontado assiduamen-te, para fazer poemas em relação a motes que me são fornecidos naque-le momento, Considero-me e consi-deram-me um “Repentista” já que, a poesia está de tal forma impregnada em mim que, os versos saem em ca-tadupa.Talvez o romantismo que hoje trans-piro na poesia que faço tenha tido origem no ter acompanhado de perto cantores como Francisco José ou Tony de Matos… O meu ouvido habituou-se a esse tipo de poemas--cantados… E bem por esses artistas!

Qual o público que você pretende

atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Armindo Loureiro - Gostaria que as crianças fossem mais direcionadas para o campo das letras e que a poe-sia de alguns dos nossos consagrados autores fosse lida e interpretada em todos os níveis de ensino… Ao mes-mo tempo gostaria que toda a gente tivesse um pouco do seu tempo de lazer para dedicar à leitura pois, os neurónios ficar-lhe-iam agradecidos.

Quais seus próximos projetos lite-rários? Pretendes publicar um novo livro?Armindo Loureiro - Tenho vários projetos em carteira e, para além dos dois livros atrás indicados também, participei em mais três coletâneas… Mãe (1 poema); Palavras de Cristal (3 poemas); e Erotismus (8 poemas)… Neste momento está para sair um livro de poemas da minha autoria, cuja responsabilidade será da Cerci-Marco já que, lhe ofereci 100 poe-mas com temas de variada natureza e só estou a aguardar que uma ami-ga minha faça o necessário Prefácio para o entregar à Editora…

Escritor Armindo Loureiro, conte--nos como se sentiu ao receber as menções honrosas do grupo Solar de Poetas?Armindo Loureiro - É com muita sa-tisfação que o digo aqui… Fiquei ma-ravilhado com as Menções que me foram atribuídas não só pelo grupo Solar de Poetas como também, pelo grupo Graffitis del Alma, com sede em Caracas – Venezuela.

Onde podemos comprar o seu livro? Armindo Loureiro - O meu livro “Rio de Palavras” só pode ser comprado à minha pessoa, já que é uma edi-

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ção de autor. O meu contacto é o do Face… Armindo Loureiro! As pesso-as por mensagem privada, pedem--me o livro, e eu dir-lhe-ei as con-dições de venda do mesmo. Neste momento o preço base é de 12 eu-ros aos quais terei que acrescentar o custo do envio.Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portu-gal?Armindo Loureiro - Para que o Mer-cado Literário possa ser melhorado há necessidade de os mídia darem uma maior cobertura aos eventos relacionados com a apresentação de novos livros e novos autores… Sem isso, parece-me que o mercado livreiro, irá continuar com todas as dificuldades que se lhe reconhecem.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Es-critor, muito bom conhecer melhor o Escritor Armindo Loureiro, que mensagem você deixa para nossos leitores?Armindo Loureiro - Eu é que agrade-ço ao Projeto Divulga Escritor a dis-ponibilidade para possibilitarem que eu tenha podido dizer o que me vai na alma em relação a muitas coisas que vão mal, pelo menos em Portu-gal, em aspetos literários… Gostaria, que os vindouros tivessem outra ape-tência pela literatura e que os Gover-nos facilitassem mais os autores.

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A HORA DA POESIA nasceu de um sonho antigo do qual a falta de tempo me afastava...Os sonhos viram certezas, encontram ecos dão retornos e viram prazer!

Foi um filho tardio, de amor serôdio, mas muito de-sejado, muito amadurecido, já amado!Dois anos depois, chega o momento de olhar para trás, com o olhar liberto, crítico...olhar de balanço!A HORA DA POESIA não se reduz a 60 mi-nutos de programa,não se limita ao encontro com Poetas...é mais,muito mais:é deixar que a poesia me penetre, me impregne, me acompanhe, seja companheira, solidária e cúmplice dos actos da minha vida 8 mesmo os mais simples, os mais prosaicos...)Por isso, não conta o cansaço, nunca conta!;por isso, este flutuar, que, às vezes, teima em me despregar do chão;por isso, a Esperança, mesmo nos dias mais secos, mais estéreis e7 ou mais sombrios;por isso, este apelo incessante ao amanhã, ao sol, mesmo nas manhãs envergonhadas;por isso, a for-ça interior que me arranca da sombra;A poesia?

Hora de Poesia

Conceição Lima

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Com ela, por ela, atiro a albarda ao ar e ...vivo!!Deixem-me poisar....lá ia eu!!!!!!Semanalmente se concretizam os seus dois objeti-vos.- divulgar os poetas de Língua Portuguesa;promover a escrita poética.O comboio está em marcha e em todas as 4ªs fei-ras, pelas 21 horas,em A HORA DA POESIA, na Rá-dio Vizela,97.2, vivo de mão dada com os Poetas. recordo-os,divulgo-os, dou-lhes visibilidade e,eles pagam-me, devolvendo-me deste mundo cinzento e anémico, a energia da Vida!Muito trabalho?Sim!Muita ânsia?Sim!Muito envolvimento emocional?Sim!Mas...Muito retorno!Muita ajuda!Muita compreensão!Muita cumplicidade!Muito colo!Meta cumprida?Não!Nunca se chega ao fim de um sonho se a vida não nos trocar as voltas..Continuarei, enquanto a Vida não tiver outro pro-jecto para mim!!!

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Escritor Carlos Fernando Bondoso, nasceu em Moimenta da Beira, uma linda vila de Portugal.Acompanhou seus pais na sua ida para África, mais propriamente S.Tomé e Príncipe, tinha três anos de idade. Permaneceu naquele continente vinte e seis anos, que lhe marcaram profundamente e foi aí que começou a ter o gosto pela escrita quando ainda estudante no único liceu existente D.João II. Foram marcantes esses tempos para o autor que fez amizades das quais nunca se distanciou pois mantem contactos permanentes com esses seus amigos e isso para o autor é de uma riqueza imensurável.Presentemente mora na cidade do Montijo.

“O meu primeiro livro ”sombras que falam” foi escrito baseado na minha vivência em África. Quase todos os poemas revelam o encanto que tenho por aquela gente e beleza daquelas ilhas no meio do mundo. Boa leitura!

Entrevista escritor Carlos Bondoso

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Carlos Bondoso é uma honra tê-lo conosco no projeto Divulga Escri-tor, conte-nos como começou seu gosto pela escrita? Como foi o caminho percorrido até a publicação do seu primeiro livro, soube que você perdeu alguns de seus escritos, como foi que aconteceu?Carlos Bondoso - O meu gosto pela escrita começou, nos meus tempos de es-tudante no liceu. Foi ai que comecei a fazer as minhas primeiras redações e po-emas que por vezes até eram lidas em voz alta para a turma como referenciada pelo próprio professor. Tudo foi guardado assim como os meus livros mais pre-ciosos quase todos eles de grandes escritores russos. Entretanto depois de ter cumprido serviço militar,fui para Luanda-Angola,onde trabalhei numa empresa de importação de automóveis. Os meus pais resolveram regressar a Portugal e com eles vieram todos os meus escritos de quando era estudante assim como todos os meus livros. Azar... essa mala desapareceu no porto de Lisboa. Estive em Angola cinco anos e nesse período nunca mais escrevi. Regressei a Portugal e mais propriamente à quatro anos recomecei a escrever.

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Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritor?Carlos Bondoso - As minhas grandes referências literárias são os grandes escritores russos que nessa altura me influenciaram a ter o gosto pela litera-tura, nomeadamente Máximo Gorki, Nicolay Godol com a sua obra prima “almas mortas” Fiodor Dostoievski com o “Idiota” “irmãos caramazov” Leão Tolstoi com “guerra e paz” e Anton Tchekhov um grande contista. Os poetas de referência são Fernan-do Pessoa,Mário Quintana, Miguel Torga e ainda os clássicos Antero de Quental,Cesário Verde entre outros.

Fale-nos um pouco sobre seus livros “Sombras que Falam” e “cor Púrpu-ra” O que diferencia um do outro? Para quem você indica a leitura de seus livros?Carlos Bondoso - O meu primeiro li-vro ”sombras que falam” foi escrito baseado na minha vivência em Áfri-ca. Quase todos os poemas revelam

o encanto que tenho por aquela gen-te e beleza daquelas ilhas no meio do mundo. O segundo “cor púrpura” também publicado em 2012, é um livro de poemas de amor de inquie-tude e de alguma intervenção.Passo a citar algumas palavras do prefacia-dor do livro Dr.João Saltão professor universitário.“A discrição intrínseca de atmos-feras gris que emergem da solidão e do abandono,estão retratadas magistralmente neste conjunto de poemas, através da doçura parado-xalmente crua do dizer do autor, fa-zendo desta dicotomia entre o apra-zivelmente belo e o desencanto do abandono, a força perturbadora des-te livro.” Indico a leitura dos meus livros a todos os amantes de poesia e mesmo àqueles que não apreciam.Escritor Carlos Bondoso, estou sa-bendo que vem ai um terceiro li-vro, já temos um título para o livro? que temas você vai abordar no livro através de suas poesias? Quais são seus próximos projetos literários?Carlos Bondoso - Já tenho um tercei-ro livro pronto a ser editado em Ou-tubro deste ano que tem por título“a outra face do verso” é mais um li-vro de poesia, com poemas de amor de denúncia e dos sentidos. Estou também a escrever um romance que espero publicar em 2014.

Onde podemos comprar os seus li-vros?. Carlos Bondoso - Os meus livros podem ser adquiridos nas livrarias da “chiado editora”,fnac e ainda em todas as livrarias do país que tenha parceria com a editora “chiado edi-tora”. O meu e-mail é: [email protected]

De que forma você, hoje, divulga seu trabalho?

Carlos Bondoso - Através do Face-book, de algumas revistas literárias para as quais escrevo, assim como, para “as flores do mal” para a “cha-ma folhas poéticas” para os” con-frades da poesia” para o boletim in-formativo e cultural da “Associação Portuguesa de Poetas” da qual eu sou vice presidente da delegação da zona sul do tejo.

Quem é o Carlos Bondoso? O que você gosta de fazer nos dias livres? Carlos Bondoso - Sou um homem normal que gosta muito de viver, de falar com os amigos, olhar o mar e receber aquele tempero do sal. Tor-nei-me escravo das palavras e dificil-mente vou serenar.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?Carlos Bondoso - Às editoras reco-mendava uma melhor divulgação dos novos escritores pois há gente a escrever muito bem.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação, muito bom conhecer me-lhor o Escritor Carlos Bondoso, que mensagem você deixa para nossos leitores?Carlos Bondoso - O meu muito obri-gado e para nunca deixem de ler por-que ler é saber!

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Maria de Fátima Borges Veloso nasceu na Póvoa de Varzim, onde sempre residiu. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Franceses e Ingleses. É professora de Língua Portuguesa do Ensino Básico, no segundo ciclo, desde 1986. Trabalha na Escola E.B. 2,3 Cego do Maio onde é também responsável pelas atividades dinamizadas pelo Clube de Teatro, há doze anos. A paixão pelo ensino da língua materna fez despertar desde o início da sua carreira outra grande paixão: a paixão pela Escrita. Com os alunos, dinamizou projetos de escrita colaborativa, resultando desse processo, a publicação a nível de escola, de três pequenas obras: “Mar, Sempre Mar”; “Num País Chamado «Beiriz» e “Lengalengas, Petas, Letras & Outras Tretas”. Esta última levada à cena, na rua – no Passeio Alegre, na cidade da Póvoa de Varzim, no Carnaval de 2010.É membro do Varazim Teatro, onde fez algumas formações e do Grupo de Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa com o qual participa em encontros onde diz Poesia. Participou na Antologia dos Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa.Em entrevista exclusiva para o projeto Divulga Escritor, a escritora conta-nos sobre sua trajetória e projetos literários, ela nos dá algumas dicas que une a arte teatral com a poesia. Vamos acompanhar de perto um pouco da nossa escritora Fátima Veloso.

Boa Leitura!

Entrevista escritora Fátima Veloso

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Fátima Veloso, para nós é um prazer contar com sua participação no Projeto Divulga Escritor, você hoje trabalha com teatro, conte-nos, como é feito o trabalho unindo a arte teatral com a poesia? Fátima Veloso - Obrigada, Shirley, para mim é um prazer, uma honra, poder participar neste projeto.No Clube de Teatro que coordeno, os alunos dão vida aos textos de autores portugueses/estrangeiros ora adaptan-do-os, ora reproduzindo-os, ora cruzando-os com textos de outros autores e outras artes (canto, dança, circo, música …, sendo a Poesia a arte favorita), ora criando os seus pró-prios textos. O Clube recebe escritores na escola, drama-tiza textos, representa peças de teatro, prepara e realiza simulações de programas radiofónicos e televisivos, orga-niza tertúlias com temáticas relacionadas com o Teatro, a Poesia, Problemáticas e desafios da Escola … tendo como convidados professores moderadores, poetas , atores ama-dores e/ou profissionais, locais. Deste modo, sendo o Tea-tro, o momento em que as palavras sobem ao Palco e a Po-esia, o momento em que as palavras se desprendem do seu

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vazio interior para ganharem formas, sentidos, cores, sabores, sons… gri-tos de alma , verificamos que ambas as artes trabalham a “palavra”, lapi-dando-a, moldando-a, torneando-a, dando-lhe formas, brilhos e sentidos e que é no palco que ela (a palavra) nos conta emoções… É desta forma, a meu ver, que as duas artes se en-trosam, se comprometem, se unem, subindo ao palco para serem ouvidas, sentidas e… aplaudidas. O Teatro e a Poesia são artes da palavra.

Estou curiosa, do que precisamos para realizar um evento unindo o te-atro e a poesia. Hoje qualquer poeta pode se programar para realização deste tipo de evento? O que fazer para realizar um evento deste tipo? Nos dê algumas dicas.Fátima Veloso - Precisamos de um programa, cujo alinhamento de in-tervenções, leitura/dramatizações de textos, animação teatral/musical e/ou de canto tenha uma sequência lógica. Podemos surpreender o pú-blico, com uma dramatização/breve representação teatral, antes de se iniciar as intervenções dos elemen-tos da mesa de honra. Um ou vários atores/diseurs colocados em sítios dispersos, na plateia, dirão um texto em torno da Palavra, da Poesia… ou simplesmente um poema do poeta a apresentar (ou de um outro poeta qualquer). Ou apenas surgir/surgi-rem sem ninguém contar, entrando na sala declamando, interagindo com o público e com os elementos da mesa. Cria-se assim uma excelente expectativa em relação ao momento que vai decorrer. Há poemas que re-sultam bem se forem dramatizados: aqueles que se aproximam de um monólogo ou que contêm diálogos ou cujo tema é abordado com ironia, revolta, inconformismo… Alguns poe-

mas que escrevo têm uma vertente pedagógica. Nestes, os “atores-di-seurs” recorrem a adereços e à inte-ração uns com os outros, para dize-rem os poemas. É tudo uma questão de criatividade.Quando começou seu gosto pela es-crita? Que temas você aborda, hoje, em seu trabalho como escritora?Fátima Veloso - A leitura e a escrita sempre me fascinaram, mas só aos 16 anos é que resolvi transpor para o papel as minhas emoções. Escrevi 70 poemas de Amor e Desilusão, num caderno A4 que acabei por perder. Desiludida com esta perda, desisti de escrever. Contudo, a paixão pelo ensino da língua materna e os proje-tos de escrita que desenvolvi com os alunos, despertaram de novo aquele prazer de escrever que há tanto tem-po estava adormecido. Por volta dos 33 anos, voltou aquela necessidade de exprimir novamente as minhas emoções através da Poesia. Desde então até há um ano atrás, a minha Poesia foi uma longa conversa com a gaveta. O Grupo de Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa de que faço parte, após ter tido conhecimento dos meus escritos, incentivou-me e apoiou-me na sua publicação. O livro foi apresen-tado pela primeira vez, no dia 19 de maio de 2012, no Diana Bar, na Póvoa de Varzim. No livro “Para além do Azul “, são várias as temáticas abor-dadas. Estas oscilam entre a solidão, a saudade, o sentido de perda e de par-tida, a exaltação dos sentidos, Deus, o Mar, a Paisagem, o cosmos no seu es-plendor, a sede de infinito, a elevação do Amor, Fantasia, o meu país…

Você trabalha com projetos em es-colas como é feito este trabalho? Fátima Veloso - Tenho um projeto de teatro há 15 anos: o Clube de Teatro “O Inventão”. Participei na Mostra

de Teatro Escolar, na Póvoa de Var-zim, em 2005 com a peça “Vem aí o Circo da Lua” e nesse ano animamos a Feira do Livro, em agosto, na rua, também com esta peça (adaptada do conto “O circo da Lua”, de André Gago). Esta Mostra decorre todos os anos na primeira semana de abril. Em abril de 2014, estaremos de novo na ribalta com uma nova peça. Com este projeto, animamos a escola em vários momentos do ano letivo para alunos, professores e também encar-regados de educação. O clube tam-bém participa em eventos de Poesia fora da escola, quando é convidado.

Fale-nos um pouco sobre seu livro “Para além do Azul”. Que mensa-gem você quer transmitir para as pessoas através do seu livro?Fátima Veloso - No livro “Para além do Azul “ , as palavras movem-se, flutuam, segredam… desabafam… nas várias temáticas abordadas. O sujeito poético é um “eu” suspenso que “poetiza” o mundo que o rodeia. A obra tem uma estrutura própria: entre o 1º e o último poema de-senrolam-se desabafos e estados de alma. Estes dois poemas têm a mesma estrutura mas sentidos dife-rentes; sendo que o 1º poema refere o nosso mundo debaixo deste azul como um mundo de contrastes (Bem /Mal; Dor/Prazer…) Enquanto que o último termina com uma esperan-ça… como se uma vontade surgisse ao poeta de se abrir ao novo… ao caminho da luz…onde a felicidade afinal é possível… Em todos os poe-mas se fala do Azul. Debaixo deste céu azul, que é o nosso mundo ter-reno, tenho a matéria prima para escrever porque é aqui que tudo acontece: momentos felizes, menos felizes, desilusões … Para além deste Azul, fica o meu espaço psicológico,

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aquele onde eu encontro a Paz e a inspiração para escrever, para criar, para refletir… para sonhar… É “Para além deste Azul” que eu encontro as legendas – as palavras- para as ima-gens e emoções que vivencio debai-xo deste céu que é meu e de todos os que me rodeiam… Com este livro pretendo levar as minhas emoções e o meu fascínio pela palavra a todos quantos me leem e me ouvem. Todos usamos as palavras para comunicar (e mais do que nunca é necessário quebrar silêncios). Através dos meus poemas, pretendo mostrar que as palavras dizem coisas, contam segre-dos… provocam-nos; incendeiam--nos, comovem-nos…, informam--nos… despertam-nos emoções … aprisionam-nos nas suas teias de sen-tidos, enfeitiçam-nos, entranham-se nos nossos ouvidos, na nossa pele, na nossa alma e uma vez dentro de nós, exercem toda a sua magia e encantamento… As palavras estão vivas … e sabemos que nem todas são bonitas… há palavras que nos magoam, que nos doem … mas todas elas “bonitas e feias” exigem a nossa atenção… exigem-nos reflexão, res-postas… ações… E porque somos um país que escreve, eu pretendo que as minhas palavras de alguma forma contribuam para um mundo melhor.

Escritora Fátima Veloso, pensas em publicar um novo livro? Fale um pou-co sobre seus próximos projetos lite-rários.Fátima Veloso - Gostaria imensa-mente de publicar um novo livro, sim, Shirley. Este foi o primeiro livro publicado (há um ano); recentemen-te participei na Antologia dos Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa e conti-nuo a escrever. Quem sabe um novo rebento literário, surja, novamente, sob as luzes da ribalta.

De que forma você divulga, hoje, o seu trabalho?Fátima Veloso - Divulgo, apenas e sim-plesmente, em duas páginas do face-book: https://www.facebook.com/fatima.veloso.56 https://www.face-book.com/pages/Para-al%C3%A9m--do-Azul/176168955851676?ref=hle nas apresentações públicas faço, incluindo feiras do livro, escolas, en-tre familiares, amigos…

Onde podemos comprar o seu livro?Fátima Veloso - Na livraria Locus, na Póvoa de Varzim e através dos se-guintes endereços: www.wook.ptwww.bertrand.pt [email protected]

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?Fátima Veloso - São publicados dia-riamente 40 novos livros, em Portu-gal. Com tantos novos autores, o mer-cado fica sufocado. É, por isso, quase impossível, um autor desconhecido singrar num espaço tão exíguo. Con-tudo, uma das características mais importantes em qualquer autor que esteja a iniciar a sua carreira deve de ser a perseverança, insistir sempre, e acreditar na liberalização (clandes-tina) do mercado livreiro, naquelas pequenas editoras independentes, que continuam a apostar em novos autores, fugindo descaradamente à regra cardinal da mera comercializa-ção. A melhoria essencial que posso apontar para este mercado, é a de deixar estes editores proliferarem, deixá-los em paz a fazer o seu bom trabalho, para que assim, também os autores se possam sentir seguros fazendo o deles.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Es-

critor, muito bom conhecer melhor a Escritora Fátima Veloso, que mensa-gem você deixa para nossos leitores?Fátima Veloso - Obrigada mais uma vez, Shirley, pela oportunidade que me foi dada em participar neste pro-jeto. Aos leitores direi que leiam. Deixem-se envolver no encantamen-to das palavras e seus sentidos, dos autores consagrados e menos con-sagrados do nosso país e dos países de expressão de língua portuguesa. Um país que lê, é um país que não esquece as suas raízes, a sua identi-dade. É um país informado que usa a palavra como arma na procura da justiça, da liberdade, do desenvolvi-mento... da sua felicidade.

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Durante muito tempo re-sisti à entrada no novo mundo do facebook. O tempo ia passando, até que acabei por sucum-

bir ao desejo de aventura. Comecei por participar em alguns grupos, sendo desde logo a poesia o segmen-to favorito. Entrei em alguns grupos que ia conhecendo e aos poucos fui sendo absorvido pelo carinho, pelos comentários, pelo envolvimento má-gico daquele mundo. Já não parecia o submundo dos surdos-mudos mas parecia existir uma interação real, como se estivéssemos dialogando frente a frente. Os convites foram se sucedendo para participar em outros desafios e, eis senão quando, lá esta-va fazendo parte dum grupo, outro e mais outro. Os estímulos às publica-ções aumentando e transformaram--me, vejam bem, em Administrador. Que chique!!! De poeta que publi-cava apenas alguns dos meus mo-destos poemas, sou “promovido” de repente a “comentador” de poesia, a “interventor” nos meandros íntimos dos outros autores.

E senti o desejo de criar um gru-

Solar de poetas

José Sepúlveda

po de raiz, paralelamente com pesso-as com quem em cada dia interagia e que me pareciam partilhar os mes-mos sentimentos: proporcionar aos novos poetas outras oportunidades, abrindo-lhes portas, desbravando horizontes. Os contatos que ia esta-belecendo eram gratificantes e esti-mulavam o desenvolvimento destas ações. Surge antão a ideia da criação de um grupo diferente. Afinal, todos gostamos de ser diferentes.

O grupo de saraus e tertúlias que tinha formado entretanto – Po-etas Poveiros e Amigos da Póvoa ti-nha necessidade de ser divulgado no ciberespaço para que os programas que desenvolvia fossem divulgados e pudesse arrastar poetas de outros lugares para assistir. Surge assim o Solar de Poetas.

A organização do Mar-à-Tona em Poesia - Um Mar de Poemas, em Março de 2012, com um programa intenso e diversificado cujas ativida-des duraram três dias, foi um teste à capacidade de mobilização através do ciberespaço. Resultou. Casa cheia e muitos contactos que nos propor-cionaram criar parcerias e juntar

sinergias com outros grupos então em fase de organização. Aos poucos, passamos do ciberespaço para espa-ços físicos que hoje se multiplicam em toda a zona norte de Portugal, em saraus, tertúlias e programas cul-turais diversificados.

Paralelamente, foram sendo desenvolvidas parcerias com outros grupos, com rádios, editoras e afins, transformaram o pequenino grupo num grupo que quer continuar a crescer e a divulgar autores consa-grados ou iniciados, incentivando--os e ajudando a atingir os seus sonhos. O aparecimento do Divulga Escritor foi uma revelação e as si-nergias criadas entre os dois grupos tem proporcionado atividades de-veras aliciantes.

O grupo tem agora três blogs e parcerias diversas, entre as quais com três estações de rádio e duas editoras, que proporcionam aos seus poetas condições de edição mais vantajosas e pretende alargar bem mais os seus horizontes.

Assim, os poetas nos continuem a presentear com a sua confiança.

Bem hajam

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Entrevista escritor Filipe Assunção

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Quem eu sou?Nada comparado com o ventoUma entre tantasPartículas do tempoQue urge em partirCaminhante de águas friasSonhador compulsivoPoesia escrita por um desconhecidoQue empresta sua almaAo mundo desertoQue não teme o incertoPoeta que nunca se acalmaPena molhadaEm um tinteiroDe emoçõesAlma sentadaMas nunca paradaQue eu sou?Um entre tantosMuitos entre poucosUm tudo de nadaOnde o sonho

Escritor/poeta, Filipe Assunção, é um prazer enorme contar com a sua participação no projeto Divulga Es-critor. Conte-nos o que o motivou a ter o gosto pela escrita? Filipe Assunção - A lágrima distinta a tal porta cai Como uma campainha que inunda Nossa porta por abrir e o sonho se torna real dentro do proprio sonho!Em que momento você se sente mais inspirado a escrever?Filipe Assunção - Escrevo em muitos momentos, mas principalmente nos que passo a citar:

Nunca acabaNa poesiaEssa a que verdadeiramenteMe amaE se estende sobre mimComo um manto reluzenteE cada caminhadaAquela que me abraçaAté ao eu mais íntimoQue me despeDe qualquer defesaQue me ergueEm tanta tristezaQue me alimentaDia após diaDe esperançaQue é possível a mudança

Viajar para todo o lugarOnde minha alma queira estarMe permitindo abraçarTudo que a humanidade pode dar

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Quando a alma os vidros quebrarQuando o coração só quiser sangrarE a vida se tornar um fio no olharQuando já não temos o abraço por darComo um jardim acabado de semearQue as nuvens não querem brotarQuando a lagrima se torna um altarE a dor nos consome a cada luar

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Filipe Assunção - Todos que querem quebrar regras!Sempre estou acordadoQuando me tentas adormecerE isso mata a saudadeSe a verdade já foi proibidaEntão quebrarei todas as regras

A mensagem consiste em rever tudo o que somos!

Nesta arca de NoéQue se abram os olhosAntes da porta se fecharOu não haverá altar

Para contemplarQuem com palavrasQuis fazer acreditarQue ao homemÉ possível, alguma coisa dominar

Filipe quando você esta triste, irrita-do, feliz... Ao escrever uma poesia, um texto, como se sente depois da escrita?Filipe Assunção - Esse teu lugarQue me transforma em nadaQue me deixa vazioDe tanto cheioE sem saber explicarMe sinto a viver

Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades?Filipe Assunção - Agora que me tor-nei viril, e relinchei como os cavalos cuspindo cada ser, recuso cada pala-vra! Essa tua mente puritana afinal fumo é igual. Em cada janela sua cortina, em cada escada seu degrau, sendo eu humano procurando a im-perfeição relincho em cada aconte-cimento, frio ou gélido nunca serei morno em areias de deserto, escon-do a mão afinal sou argucioso de uma sociedade decadente! Que me sejam dados os meus devidos coi-ces e estrumo que apenas erguerei meus cornos ao mundo!!

Quais seus próximos projetos literá-rios? Pensas em publicar um livro?Filipe Assunção - Sim! Mas de uma forma livre!Posso conter como quem chega de passagemNão me desculpes se assim te fiz chorarNão tenho esta primeira na mão em última abordagemDespe-me e deixa-me constipar e que me entre essa aragem

Quem é o escritor Filipe Assunção? Filipe Assunção - Não quero uma correcção inventada por um filósofoQuero uma cadeira quebrada, para com ela poder cairUma linhagem distintaEnquanto caminhas surge a perguntaQuem chegou foste tu, ou mais uma razão?Até que por acaso arguta esta falangeE no ar! Tem este mundo solução?

Em sua opinião o que é ser Poeta?Filipe Assunção - Ser poeta não é ser mais alto, mas sim andar descalço e

sem vergonha ser menor!O poetaO poeta está preso em dois MundosOra chora ora sorriSoltando seus gritos mudosQue por vezes ninguém sabe enten-derE aplaude sem saberO que dói um poema escrever

Em sua opinião o que é liberdade?Filipe Assunção - Homem despojado do seu próprio territórioImpotente diante do OmnipotenteNeste sistema alectórioRolam cabeças do presenteEnquanto os galos cantamO sol se escondeDos que se encantamNesta moralidade agnome

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escri-tor Filipe Assunção, que mensagem você deixa para nossos leitores?Filipe Assunção - Pede uma Alma re-tornadaPede uma Palavra ancoradaPede uma nova vidaE se nada resultarPede um novo amorMas só se for para amar.

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Entrevista escritor Delmar GonçalvesDelmar Maia Gonçalves nasceu a 5 de Julho de 1969 em Moçambique. É Membro do Júri do I Concurso Internacional de Escritores Infanto-Juvenis “La Atrevida” e Presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora. Também é membro do Conselho Cultural da Associação Cultural e Artística Portugal-Lituânia e Membro da direção do Movimento Internacional Lusófono. Livros Publicados: Moçambique Novo, o Enigma; Moçambiquizando; Afrozambeziando Ninfas e Deusas; Mestiço de Corpo Inteiro; Entre dois rios com margens.

“...gostaria de ser lido por todos e em especial por aqueles que não compreendem o que é ser emigrante, imigrante forçado ou exilado e viver na diáspora, fora da sua pátria! A minha mensagem é de paz, verdade, humanismo, irreverência, coragem e fraternidade universal.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Prezado escritor Delmar Gonçalves para nós é um prazer contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que mais lhe atrai na escrita literária? O que o motiva a escrever?Delmar Gonçalves - O que mais me atrai na escrita literária é o eterno namoro do Poeta com as palavras. Os escritores buscam a eternidade delas e não se cansam nunca da vir-tude da beleza e do espanto! O que me motiva a escrever é o sentimento grato de estar vivo e viver. Sobreviver apenas, não é justo! A poesia da vida não aceita! Depois, o vínculo da mi-nha escrita ao útil. A literatura come--se, porque nos alimenta o corpo e a alma eliminando as gorduras desne-cessárias.

Que temas você aborda em seu livro “Moçambique Novo, o Enigma”?Delmar Gonçalves - No livro MO-ÇAMBIQUE NOVO, O ENIGMA, meu país que é efectivamente um enig-ma é o tema central do livro. Seus dramas, tristezas, alegrias, vitórias e derrotas estão presentes.

Como surgiu a ideia de escrever seu livro “Moçambiquizando”? Como foi a escolha do Título?Delmar Gonçalves - No fundo, a con-tinuação de um exercício de moçam-bicanidade com “MOÇAMBIQUIZAN-DO”. Uma espécie de dança, uma celebração do meu país. Uma neces-sidade de abraçar o meu país! O títu-lo para mim diz sempre muito. Mas, este saiu naturalmente para perpe-tuar minha relação especial com ele!

“Afrozambeziando Ninfas e Deusas” Em quanto tempo você escreveu este livro? Que temas você aborda nesta obra? Delmar Gonçalves - Não faço ideia. Fui escrevendo e não dei pelo tem-po. A escrita absorve-me sem me cansar. Nesta obra o tema central é a mulher. A mulher Africana, a mu-lher Moçambicana, a mulher mãe, a amante, a prostituta ou a Deusa.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Delmar Gonçalves - Escrevo por puro prazer. Não escrevo a pensar no público. Nessa medida, não esco-lho público alvo. Mas como é óbvio, gostaria de ser lido por todos e em especial por aqueles que não com-

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preendem o que é ser emigrante, imigrante forçado ou exilado e viver na diáspora, fora da sua pátria! A mi-nha mensagem é de paz, verdade, humanismo, irreverência, coragem e fraternidade universal.

Escritor Delmar de que forma você divulga, hoje, o seu trabalho?Delmar Gonçalves - Divulgo através de entrevistas às rádios, televisões, revistas, jornais, participação em eventos culturais nacionais ou de ca-riz internacional, sites, blogues e das redes sociais.

Onde podemos comprar os seus li-vros? Delmar Gonçalves - Em diversas li-vrarias de Lisboa, em Sites de livra-rias Portuguesas e espanholas onli-ne, de editoras, no meu Site pessoal e do Círculo de Escritores Moçam-bicanos na Diáspora. Site pessoal: www.delmarmg.tk.

Você hoje é presidente/represen-tante de várias entidades literárias, conte-nos quais seus principais ob-jetivos ao Representar estas enti-dades? De forma resumida quais as principais atividades que vocês de-senvolvem? Quem pode participar?Delmar Gonçalves - Ao representar várias entidades literárias pretendo

apenas intensificar e formalizar meu vínculo e paixão eternos com a litera-tura, promovendo-a e promovendo velhos e novos autores, uns mais re-conhecidos, outros menos, uns mais mediáticos outros não! Promovemos um Encontro anual, uma Gala trianu-al, uma Revista do Encontro, Revistas Culturais mensais, Tertúlias de Poe-sia regular e Encontros mensais com escritores e poetas. A participação é sempre aberta a todos indepen-dentemente da sua nacionalidade. Participam essencialmente poetas, escritores (ensaístas, cronistas, ro-mancistas, contistas), jornalistas, artistas plásticos e críticos literários. Atribuímos um Reconhecimento anual a um Escritor/ Poeta e outro a um Artista Plástico. E escolhemos Sócios Honorários que contribuem para a cooperação e o intercâmbio Lusófonos.

Que diferenças literárias você ci-taria entre o mercado literário de Portugal e mercado literário de Mo-çambique?Delmar Gonçalves - O mercado lite-rário português é muito mais com-petitivo, há muito mais oferta de autores e livros. Há mais hipóteses de escolha. O mercado moçambica-no verifica-se estar em franco cresci-mento, com muitos autores de qua-

lidade, mas com limitações na área editorial , que ainda carece de muito financiamento e alguma dependên-cia do mecenato cultural. Acredito no futuro da literatura moçambica-na que não se resume aos quatro ou cinco autores de que se vai falando de forma insistente. Há muitos mais e com enorme qualidade. Alguns deles muito jovens e que merecem todo o carinho e apoio, bastando que apostem neles.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Es-critor, muito bom conhecer melhor o Escritor Delmar Gonçalves, que mensagem você deixa para nossos leitores?Delmar Gonçalves - Quero deixar um grande e fraterno abraço aos leitores do Projeto DIVULGA ESCRITOR e para quem não conhece bem a LITERATU-RA MOÇAMBICANA, que ultrapassa as fronteiras geográficas de Moçam-bique, procure aprofundar esse escas-so conhecimento e tornar-se-á rapida-mente uma enorme paixão!!! Grato abraço SHIRLEY M. CAVALCANTE.

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Entrevista escritora Angela Ramalho

A escritora paranaense Angela Ramalho de forma independente, lançou três livros solo: dois no gênero poesia (“Palavras Pedem Passagem” e “Poeminhas Dedicados”) e um de crônicas e contos (“De Abraços & Cheiros”). Participou de 32 Antologias. Seus livros foram lançados na 21ª e 22ª Bienal Internacional do livro de São Paulo. O primeiro livro foi indicado pelo apresentador Fausto Silva no quadro “Vitrine do Faustão”, em seu programa dominical na Rede Globo de Televisão. No exterior, teve obras divulgadas na Feira de Frankfurt, Feiria Del Libro de Buenos Aires e Expo book em Nova Iorque. Possui obras publicadas na Revista Eletrônica “Varal do Brasil”, editada em Genebra (Suíça). É associada da REBRA – Rede de Escritoras Brasileiras e ocupa a Cadeira nº 27 na Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. Recentemente foi eleita Membro Correspondente da Academia de Letras do Brasil-Seccional Suíça. Em entrevista ao projeto Divulga Escritor a escritora Angela Ramalho nos conta sobre sua carreira literária, como tudo começou, fala de seus livros, nos dá dicas e apresenta algumas sugestões de melhorias para o mercado editorial brasileiro.

“Todo texto, disfarçadamente ou não, é vinculado à realidade. A fala vem e se esvai. O texto é mais sólido, mais definitivo. Imagine um Soneto de Camões, o quanto ele não tem a ver com a realidade, daquele momento (época) em que ele foi escrito. Cada texto conta um pouco de como ele quer ser lido. Não existe texto neutro. Todo autor se entrega na hora de escrever.”

Boa leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Angela quando você começou a escrever? Em que momento decidiu ser escritora? Angela Ramalho - No 3º ano do antigo primário (hoje ensino fundamental), a professora de Portu-guês solicitou que os alunos fizessem uma redação com o tema “Mãe”. Eu devia ter uns 8 a 9 anos, mais ou menos. Fiz a redação e foi um sucesso! Em casa, o texto passou “de mão em mão” e todos riram mui-to. Lembro-me como se fosse hoje dos comentários: diziam que o texto tinha título, parágrafo, as frases eram curtas e as ideias claras. Quando havia diálo-go, eu iniciava com travessão (aquele traço que se usa para começar o discurso direto). A pontuação e acentuação estavam perfeitas, as frases começa-vam com letra maiúscula e a letra era “desenhada”. Como se não bastasse, encerrei o texto dizendo o que pensava sobre minha mãe. Então questionavam:

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como pode uma menina dessa idade ter opinião e escrever dessa forma? Assim, percebi muito cedo a reação que um texto escrito causa nas pes-soas. Percebi também que levava jeito para a escrita e não parei mais. Com nove anos escrevia bons textos e aos 12 anos já compunha meus versos. Como toda adolescente, não mostrava a ninguém o que escrevia. Além disso, perfeccionista, joguei muita coisa fora, por não conside-rar relevante. Esse momento de me tornar escritora, ainda não existiu. Como dizem os jovens: “a ficha ain-da não caiu”. As coisas foram acon-tecendo muito naturalmente. O meu interesse pelos livros e pela escrita me levou a participar de grupos e/ou comunidades literárias pela inter-net e daí para o primeiro livro, foi um pulo! Eu diria que ainda não me con-sidero escritora. Sou uma pedagoga apaixonada por ler e escrever.

Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritora?Angela Ramalho - A poesia na mi-nha vida foi marcada, desde a infân-cia, pela presença de meu pai, um paraibano da Serra de Teixeira (PB), defensor da cultura nordestina, que era repentista, lia literatura de cordel e fazia versos como ninguém! Cresci vendo meu pai compor seus versos de improviso e admirava a facilida-de com que as palavras vinham-lhe à mente, produzindo na oralidade cordéis de riquíssimo conteúdo. Essa foi minha primeira e mais forte influ-ência. Por volta dos meus 17/18 anos a Editora Abril lançou a coleção “Os Imortais da Literatura Brasileira” e a cada semana eu adquiria nas ban-cas um exemplar. Levou tempo, mas completei toda a coleção (mais de 50 fascículos) e pude ler as obras-

-primas dos grandes mestres da li-teratura nacional. Tem ainda muita coisa boa na minha estante que não consegui ler. Penso que devo ter in-fluências desse povo todo em meus trabalhos, mas penso também que agreguei características minhas em todos eles. Quando lemos muito um autor é natural adquirirmos caracte-rísticas de sua escrita, mas quando lemos vários autores, é muito difícil saber qual deles te influenciou mais. Analisando o que escrevo hoje, eu vejo algumas influências, sim. Por exemplo, a influência de gênero. Eu escrevo muito mais poesias do que crônicas ou contos. Exploro nas poe-sias temas variados, mas o tema pre-dominante é o amor. Na opção pelo romantismo, lembro-me de Vinícius de Morais, que também foi predomi-nante para me fazer gostar de sone-tos.

Escritora Angela fale-nos um pou-co sobre seu livro “ Palavras Pedem Passagem”.Angela Ramalho - “Palavras Pedem Passagem” considero um livro ousa-do, pois nele eu contrario Vinícius de Moraes e discordo de Fernando Pes-soa. Deixo para o leitor tirar suas con-clusões. E que me perdoem os meus dois “mestres”, mas muita gente já me deu razão! Mas também o con-sidero um livro político, de cordel, autobiográfico, de reflexões sobre a vida, filosófico, de recordações, eco-lógico, de apego às raízes, religioso, humorístico, de questionamentos, de apologia à liberdade e predomi-nantemente romântico. Enfim: é um livro de poesias, com poemas sobre temas diversos!

Que mensagem você quer transmi-tir para as pessoas através de seu “Poeminhas Dedicados”? Qual a di-

ferença de temas abordados entre ele e o livro “Palavras Pedem Passa-gem”?Angela Ramalho - “Poeminhas De-dicados” foi um “mimo” que fiz aos meus sobrinhos-netos. Para cada um (e às vezes até mesmo antes de nas-cer, quando ainda estavam na bar-riga da mãe, como foi o caso de um deles) eu fiz um poema. Os textos eram personalizados e continham características de cada criança ou adolescente. Fui acumulando esses textos e assim nasceu “Poeminhas Dedicados”. Interessante que outras crianças que leram o livro se identi-ficaram com poemas que tinham o seu nome e/ou alguma característica pessoal citada nos textos. A diferença dos temas abordados entre eles é que “Palavras Pedem Passagem” é um livro de poesias destinado a jovens e adultos e “Po-eminhas Dedicados” é um livro de poesias infanto-juvenil. Que tipo de crônicas e contos abor-das no livro “De Abraços & Chei-ros”?Angela Ramalho - Segundo Rejane Machado, professora e crítica lite-rária (que já trabalhou com Marina Colasanti no Jornal do Brasil) e que prefaciou o meu livro, as minhas crônicas “são conversas bem humo-radas, divertidas, para serem lidas com prazer. São leituras rápidas, pois os jovens da “geração PC” não têm paciência para ler coisas longas. Mas que também vão satisfazer a leitores outros”. Mais adiante ela afirma que “a autora circula com naturalidade, borboleteando sobre os assuntos – muitos - de que se ocupa: seu status de pessoa integrada, o trabalho, os grandes temas da vida, o amor, as perdas, uma leve filosofia”. Conti-nuando sua análise sobre o livro, ela

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diz: “Vez em quando carrega o cenho e usa de muita seriedade, compondo verdadeiras obras primas, crônicas perfeitas, irrepreensíveis” e finaliza o prefácio afirmando que: “De um modo geral a marca desse conversar consigo mesma é a extrema leveza. Que não nos permite largar o livro enquanto não se chega à última pági-na. Como uma obra de ficção. Como um romance bonito que vai nos legar algum sentimento de pertença àque-le universo amável”. Creio que com essas palavras, Rejane conseguiu sintetizar “De Abraços & Cheiros”. Fi-quei muito honrada com a sua fala!

Onde podemos comprar os seus li-vros? Angela Ramalho - Meus livros estão à venda nos catálogos virtuais das livrarias Cultura, Martins Fontes e nos sites das editoras (LivroPronto e Scortecci, que os comercializa atra-vés da Livraria Asabeça). Mas mante-nho em casa um pequeno estoque, pois muitas vezes recebo pedidos para enviar o livro autografado pelos Correios. Quem preferir comprar di-retamente comigo, pode pedir pelo e-mail: [email protected]

Seus textos são 100% verdadeiros ou você costuma fantasiar/criar em cima de situações reais?Angela Ramalho - Todo texto, dis-farçadamente ou não, é vinculado à realidade. A fala vem e se esvai. O texto é mais sólido, mais definitivo. Imagine um Soneto de Camões, o quanto ele não tem a ver com a reali-dade, daquele momento (época) em que ele foi escrito. Cada texto conta um pouco de como ele quer ser lido. Não existe texto neutro. Todo autor se entrega na hora de escrever. Ele coloca nas entrelinhas (e às vezes es-cancaradamente) seu ponto de vista. Prestem muita atenção no título do texto. Às vezes o título é a primeira confissão, onde o autor coloca ali sua verdadeira intenção. Eu tenho alguns textos que considero autobio-gráficos. Outros eu imagino, invento, crio, partindo de situações reais que vivencio no dia a dia. Também me inspiro em leituras, músicas, poemas e faço uma releitura disso tudo nos meus textos. Mas que vai muito de mim em todos eles, isso é certo.

Escritora Angela, hoje você parti-cipa da REBRA - Rede de Escritoras

Brasileiras, assim como de algumas academias, que tipo de eventos lite-rários vocês organizam? Angela Ramalho - A REBRA – Rede de Escritoras Brasileiras disponibiliza para suas escritoras uma home-page que é a grande vitrine mundial de suas associadas. Além disso, cada as-sociada tem uma apresentação vir-tual que é distribuída para uma lista de 30.000 e-mails pertencentes a profissionais da área literária do país e do exterior. Diariamente são dis-ponibilizadas informações literárias por correio eletrônico, mantendo as associadas informadas sobre concur-sos, prêmios, feiras e congressos li-terários. Além disso, é um canal para as associadas divulgarem seus livros e suas conquistas literárias. O Selo Editorial REBRA permite que as asso-ciadas editem livros com descontos. Além disso, são organizadas antolo-gias com participação das interessa-das. Todas essas ferramentas são ex-tremamente importantes para que o escritor possa mostrar seu trabalho, tanto no Brasil quanto no exterior.

Como membro acadêmico da ANL-PB, quais as melhorias que você po-deria citar para as academias brasi-leiras?Angela Ramalho - Eu participo de uma Academia de Poetas que pri-meiro se encontraram/conheceram num portal na internet e depois for-maram a ANLPPB – Academia Na-cional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. Nesse grupo existem re-presentantes da maioria dos estados brasileiros. Uma vez por ano nos en-contramos num Encontro Nacional e a cada seis meses o grupo se en-contra para reuniões. Discutimos a poesia contemporânea, organizamos coletâneas, participamos de feiras e eventos literários, organizamos e/ou

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participamos de saraus de poesias e ao mesmo tempo conhecemos pes-soas do Brasil todo que comungam da mesma paixão: a poesia! Não tenho conhecimento do que fazem outras academias, mas presumo que todas devem trabalhar pela difusão da literatura em geral.

Que dica você dá as pessoas que es-tão iniciando carreira como escritor?Angela Ramalho - Eu digo que acre-ditem em si mesmas e sigam em frente. Eu não teria feito nada se não acreditasse em mim. Sou minha maior fã! Quando escrevo algo que considero uma “obra prima” digo a mim mesma: Caraca Angela, tú é boa nisso! (risos). Costumo aconse-lhar aos jovens escritores que leiam! Leiam muito! Eu li de tudo: autores diversos com seus diferentes estilos e isso foi fundamental para a minha formação. A leitura amplia a visão de mundo. Abre-nos um leque para visualizarmos de forma mais abran-gente a realidade que nos cerca. Além disso, a leitura de vários esti-los de textos é que vai nos capacitar para a escrita, ampliando o nosso vocabulário e nos proporcionando mais segurança para escrever. Ler e escrever sempre! Este foi o melhor conselho que tive e que faço questão de repassar a quem deseja se dedi-car à escrita.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Angela Ramalho - Quanto ao mer-cado literário no Brasil, tem que melhorar muito! As dificuldades de um escritor iniciante são enormes! Vejo por mim. No início, tentei man-dar originais para algumas editoras, mas nem me responderam. Outras não aceitavam originais de poesias e algumas nem abriam espaço para

receberem originais. Eu não tinha nenhum figurão que me bancasse, muito menos conhecimento em edi-toras consideradas top de linha. Era apenas eu e minha vontade. Tam-bém não tinha (e ainda não tenho) paciência para sair de empresa em empresa solicitando patrocínios. Não me dispus a utilizar recursos da Lei Rouanet, por discordar de suas exigências burocráticas. Restou-me apenas uma opção: ser escritora in-dependente ou seja, banco o meu trabalho com meus próprios recur-sos. Se não fizesse assim, não teria escrito nem uma linha! Penso que deveria haver no MinC um programa para incentivo ao escritor inician-te, que analisasse seus originais e lhe desse crédito para se colocar no mercado de trabalho com dignidade.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer melhor a Escritora Angela Ramalho, que mensagem você deixa para nos-sos leitores?Angela Ramalho - Dia desses, vi Ma-rina Colasanti numa roda de escri-tores, dizer que o escritor deve ter foco. Que “modismos” vêm e vão, mas o escritor deve saber se colocar com autenticidade. Assumir uma li-nha e manter-se nela. Tento passar isso nos meus livros. Eu sou aquilo que escrevo. Eu me vejo nos meus textos. Eu tenho sede de viver, te-nho muita energia, sou uma pessoa otimista por natureza: emotiva, ro-mântica, verdadeira. Tento passar tudo isso nos meus escritos. Escrevo o que sinto, vejo ou ouço, sem a pre-ocupação demasiada com métrica ou rimas. Recebo muitos e-mails de leitores que relatam terem se iden-tificado e até chorado com meus textos. Fico feliz com essa empatia,

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mas torço para que tenham chorado de emoção, pois evito escrever sobre coisas tristes. Prefiro falar de amor, de alegria, de fé e de esperança, pois é isso que as pessoas mais precisam.

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Não dá pra gostar daquilo que não se conhece, por isso gostar vem de gos-to, de sentir o sabor, de saber como é ou como seja, o que de fato acontece. Isso acontece muito com as pessoas

que pensam algo de alguém e quando conhecem descobrem que éramos algo totalmente diferen-te. Como disse Hegel, a prova do pudim é comê-lo. Num mundo de aparência, de imagens e símbolos, quando o ver é mais importante do que o sentir, nós nos apegamos e nos apaixonamos pelas imagens em detrimento dos conteúdos. Podemos perceber isso pelas Redes Sociais Digitais, Twitter, Facebook, em geral, todos permeados por imagens, fotos, sons, embriagando os nossos sentidos. A gente aprende a gostar pelo conteúdo, não pela imagem. A imagem nos serve para aproximar, chamar a nossa atenção, mas não nos prende por inteiro, por completo até o fim. A gente pode até se apaixonar pela beleza de alguém, mas irá conviver com o ego, com a persona, com os gostos, medos, qualidades e defeitos, a ima-gem será apenas um detalhe ao nosso sabor. Isso é tão certo que nós comemos com os olhos. Qualquer restaurante terá imagens lindas dos seus pratos, nos faz comer com os olhos, mesmo que depois de pro-vado, o sabor tenha ficado aquém da imagem. Mui-tas vezes uma imagem nos convence, mas o sabor

Ronaldo Magella

No Café com Ronaldo Magella A gente pode aprende a gostar pelo conteúdo, não pela imagem

[email protected], jornalista, poeta,

radialista, escritor e acadêmico de Pedagogia, UFPB, autor de três

livros de crônicas.

nos desagrada. Particularmente não acredito em demônio, no Diabo, mas outro dia vi um filme, não muito bom, mas interessante, chamado O Diabo no banco dos réus, em que um advogado resolve proces-sar e condenar satanás pela maldade do mundo, pois bem. Como disse, o filme é tosco, mas uma frase me chamou a atenção. No filme quando o Diabo se põe a falar, em determinado momento ele diz, quem criou o barulho fui eu, Deus está no silêncio, eu criei o ba-rulho, a histeria, o alarme, o caos. A mensagem que o filme quis passar foi que, é impossível o conheci-mento sem o silêncio, o detalhe sem a reflexão, sem a pausa, sem o momento de introspeção, Deus está na bonança, calmaria. Enfim, é necessário conhecer os detalhes no silêncio, na intimidade, no olho por olho, no cara a cara. Todos nós já passamos por alguma coi-sa assim, semelhante, alguém nos conhece e diz, pen-sei que você fosse mais chato, mas hoje percebo que não. A pessoa nos julgou pela aparência e não pelo conteúdo, no primeiro contato que manteve conosco, desfez toda a ideia que tinha a nosso respeito. Em sua filosofia Platão nos diz que vivemos um mundo de en-godos, mentiras e ilusões, os nossos sentidos nos pre-gam peças, o olhar, o som, a realidade seria outra, o mundo das ideias, não o mundo dos sentidos. É mais importante a ideia de alguém do que a sua imagem, a aparência, beleza. A vida nos prega peças.

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Entrevista escritor Diogo AguiarO autor, Diogo Aguiar, desde muito jovem sempre apresentou grande interesse sobre Literaturas Poéticas, principalmente as Românticas e Ultra-Românticas utilizando sempre a poesia como uma forma de tentar expressar tudo o que pensava e sentia. A fim de gravar momentos e recordações, sempre que havia alguma oportunidade de recitar algum poema lá estava ele, e com isso sempre participava de encontros poéticos e literários.Seus escritores favoritos são: Álvares de Azevedo, Lord Byron e Edgar Allan Poe. Tais influências podem ser percebidas claramente em seus textos poéticos. Pode-se dizer que a “marca” do autor seriam seus poemas românticos, sombrios, tristes e muitas vezes mórbidos. Tais poemas seguem um padrão de identidade única do autor.Atualmente, o autor possui outros projetos poéticos além do livro, que são: O blog pessoal chamado “Amissus Poems” onde semanalmente são postados três poemas inéditos com temas variados, e a participação em um blog literário de Portugal chamado “Tubo de Ensaio”.

“O termo “mortos” foi utilizado porque na maioria das vezes quando algo ou alguém morre, acaba sendo esquecido e somente é lembrado vez ou outra quando esbarramos com uma foto, um local marcante, etc. E tudo que morreu deixa, de certa forma, de fazer parte da nossa vida cotidiana.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Diogo Aguiar, para nós é um prazer contar com a sua parti-cipação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a publi-car seu primeiro livro? Diogo Aguiar - Desde muito cedo tenho essa queda para a escrita e quando mais jovem sempre tive o desejo de publicar uma obra minha. A pouco menos de um ano fui rever os meus projetos que eu tinha arqui-vado: dois livros de poesias e um ro-mance. Decidi publicar um dos livros de poesia, pois o conceito do livro é algo novo, esse conceito é que me motivou, o conceito de um livro de poesias temático e com identidade visual bem explorada.

Que temas você aborda em seu livro de poesia “Poemas Mortos”? O que mais lhe inspira a escrever sobre es-tes temas?Diogo Aguiar - O Livro “Poemas Mor-tos” é uma jornada de sentimentos expressos através de poesias, ele é um livro temático e se divide em três capítulos: O Dia, A Noite e As Trevas. Nesses capítulos são abordados te-mas que fazem o dégradé de poesias alegres e belas, tristes e noturnas, e mórbidas e sombrias. No caso dos textos do livro “Poemas Mortos” o que meu inspirou a escrever sobre o tema foi o ciclo que acontece muitas das vezes no relacionamento amoro-so de duas pessoas, um início belo, um meio triste e um fim mórbido.

Escritor Diogo como foi a escolha do titulo do livro “Poemas Mortos”?Diogo Aguiar - O titulo “Poemas Mortos” leva a crer que o livro só fala de morte, mas não é bem assim. O termo “mortos” foi utilizado porque na maioria das vezes quando algo ou alguém morre, acaba sendo esque-cido e somente é lembrado vez ou outra quando esbarramos com uma foto, um local marcante, etc. E tudo que morreu deixa, de certa forma, de fazer parte da nossa vida cotidiana.

Conte-nos sobre o lançamento do seu livro, onde será? Diogo Aguiar - O Lançamento do livro “Poemas Mortos” será durante todo o mês de Outubro de 2013 em diver-sos lugares do Rio de Janeiro. Em No-vembro de 2013 estou terminando de fechar alguns lugares em São Paulo e Curitiba. A agenda estará disponível

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neste link : http://www.poemasmor-tos.com/#!lancamento/c20vi

Escritor Diogo, onde podemos com-prar o seu livro? Diogo Aguiar - O livro pode ser ad-quirido pelo link: http://www.po-emasmortos.com/#!loja/c23bo Ou pelo e-mail: [email protected]

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Diogo Aguiar - O livro “Poemas Mor-tos” não tem o intuito de um público alvo em si com estilos pré-definidos, o público real do livro é toda e qual-quer pessoa que goste de poesias, desde o leitor romântico ao leitor taciturno. Os textos do livro formam um ciclo, assim como tudo em nós e em nossa volta é formado por ciclos, sejam eles quais forem. E quando aprendemos com esses ciclos, con-seguimos ter uma melhor qualidade de vida em todos os setores.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Diogo Aguiar - Hoje eu divulgo o li-vro através da internet utilizando redes sociais como o Facebook e o Google+, também divulgo outros trabalhos meus através do meu blog pessoal chamado Amissus Poems e de um projeto online de Portugal chamado Tubo de Ensaio.

Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades?Diogo Aguiar - As dificuldades en-contradas por qualquer novo escritor ou escritores independentes são: O pouco crédito que é dado aos mesmos

pelas grandes editoras; O custo muito elevado para uma publicação indepen-dente; e as portas, que são poucas, que se abrem para a divulgação de um novo escritor ou escritor independen-te. Acredito que para amenizar esse quadro temos que em primeiro lugar ter um incentivo maior na cultura em geral. Com isso mais eventos literários voltados a novos e/ou independentes escritores, assim como para pequenas editoras. Acredito que poderíamos ter um maior espaço para os mesmos em eventos grandes, tais como a FLIP, as Bienais, etc.

Quem é o escritor Diogo Aguiar? Quais seus principais hobbies?Diogo Aguiar - O escritor Diogo Aguiar é uma pessoa comum como qualquer outra. Procura viver a vida em harmonia com tudo e com todos. Além de escritor e poeta ele é, nas horas vagas, músico e desenhista. Seus principais hobbies são: escre-ver, tocar violão, desenhar, compor e viajar. De fato uma definição fixa para o escritor Diogo Aguiar é quase impossível, pois o mesmo encontra--se sempre em processo de mutação e auto-conhecimento, descobrindo, aprendendo e modificando a cada dia.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Es-critor Diogo Aguiar, que mensagem você deixa para nossos leitores?Diogo Aguiar - Nunca desistam dos seus sonhos e de suas metas. Nada é fácil, mas perseverança é o que nos mantém de pé para ultrapassarmos os momentos difíceis. “Há coisas que não se pode mudarQuem nasceu p’ra ser estrela do céuNunca será estrela do mar. “Diogo Aguiar

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Ana Stoppa

Panorama Cultural Eu Só Queria Ser Criança

[email protected]

A mãe vai buscar o filho no colégio em meio ao agitado cotidiano.A vida da criança é pautada por uma agenda digna do executivo de uma multinacional.

O menino tem apenas seis anos de idade.Fernando - grita a mãe.Vamos! Você está atrasado para a aula de futebol.- Mais mãe me deixa ficar conversando um pouco com o Eduardo - retruca o menino.De jeito nenhum - diz a mãe já meio que sem pa-ciência.Percebendo que perdera a partida, seguiu a mãe cabisbaixo.Sem dar ou receber um beijo entrou no carro.- Meu filho preste atenção na aula, você precisa ganhar o campeonato - disse a mãe no meio do som infernal do Cd que ouvia.Quando se virou viu que o pequeno adormecera.Meia hora depois pára em frente à escolinha de futebol.- Desce rápido que estou atrasada - fala a mãe já acelerando o carro para sair.- Mais ma ... ma... mãe....Tarde demais - a mãe arrancou velozmente.Decorridas duas horas, lá vem ela novamente ( com muita pressa, como sempre), buscar o filho.Sem beijo e sem perguntar como foi o jogo.- Entra rápido no carro, estamos atrasados para a aula de inglês, dia para o menino parecendo estar

no automático...Novamente Fernando adormece no banco do carro.Poucos minutos depois desembarca meio tonto em frente da escola.A mãe, como faz de modo habitual arranca em dis-parada.Quase sete da noite vai buscar o filho ( com pressa como sempre).Sem dar ou receber beijos ordena que ele entre rá-pido no carro.Mal estaciona aterroriza o pobre menino.- Nada de chegar e ir brincar viu! Tarefa entendeu? Vai, vai logo fazer a lição.O menino cabisbaixo obedece.Enquanto estuda sozinho a mãe se entrega ao com-putador.- Mãe, eu quero comer, diz o menino.Espere seu pai chegar - responde sem erguer a cabe-ça fixa no teclado.Exausto e sem um tempo sequer para brincar, espe-rou pelo jantar até o pai finalmente chegar. Passava das dez da noite. O menino adormeceu sobre o pra-to.No dia seguinte, a mesma rotina.Às vezes que o pai chega mais cedo, se enfia no escri-tório ou na leitura dos jornais - sempre são muitos, de modo que a mãe sempre apressada cobrando e o pai sempre muito ocupado lendo o noticiário.Tem sido assim desde que completou três nos de idade.

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A agenda semanal inclui: duas aulas de inglês, duas de futebol, duas de reforço, uma de judô, duas de música e uma de mangá.O menino não respira.Percebe-se um ótimo aluno no entanto, solitário.Recebe todo tipo de informação, porém os pais dei-xam a desejar na formação.Talvez imaginem estar construindo um robô de últi-ma geração.Só que o menino tem apenas seis anos de idade.Um quarto repleto de brinquedos sem ter com quem brincar.Cobranças diárias quanto ao rendimento de todas as atividades que participa.Um inferno.Quem constrói robôs não consegue preparar gente.Filho precisa sim de informação e mil cursos, de li-mites e educação também.Porém, tudo isso cai por terra se na formação faltar o amor e o carinho.Até os dez anos de idade as crianças obedecem, se submetem.Após esta idade vem o retorno.Desespero dos pais como se a criança tivesse culpa - o fruto do descaso, do apego às famigeradas com-petições, do excesso de tarefas e atribuições.A pressa, a ausência de afeto - o pai omisso na pater-nidade e a mãe só na cobrança.O “ robô” quer e precisa ser gente, porém não está preparado.Tarde demais para rever o quadro.Aproxima-se o dia da Criança.O pai libera o cartão de crédito para a compra de mais um brinquedo caro, que sem dúvida alguma se juntará aos outros que Fernando tem e não brinca.Nem prestou atenção quando a mulher falou do valor.Estava enfiado na leitura dos jornais.

Advogada, Pós Graduada em Direito e Pro-cesso do Trabalho, PUC/SP, Escritora, Am-

bientalista, Ativista Cultural.

- Fernando - gritou a mãe.Amanhã você sai rápido da escola que eu vou te comprar o presente do Dia das Crianças.E não se atrase - emendou.Na saída, o menino entra no carro, sem dar ou rece-ber beijos.Adormece.Chegam ao Shopping.- Não quero descer - disse o menino.Meu filho desce logo, viemos comprar o seu brin-quedo.- Não vou descer e pronto, disse chorando copiosa-mente.- Cooooooooooomo!Gritou a mãe enfurecida.Seu pai dá o dinheiro para comprar o brinquedo que você quiser, paga nove cursos para você, te compra tudo do bom e do melhor e você agora vem fazer manha?Não acredito - continuou.Desce e pronto, eu é quem mando!O menino todo encolhido no banco de trás, choran-do copiosamente disse aos soluços para a mãe....- Mãe eu não quero brinquedo.A mãe sem entender o que o filho dizia, repetiu a gritaria.- Mãe, me deixa falar - pediu o menino pela última vez.Ta bom, então fala - disse a mãe cansada de esbrave-jar, ( e apressada como sempre) , sem dar um beijo .- E fala logo, engole o choro que estou com pressa.- Mãe, sabe o presente que eu quero?Faaaaaaaaaaaaala, moleque, fala.O menino cabisbaixo com os olhos marejados, disse em tom quase que inaudível:- Mãe, eu só queria ser criança. (Ana Stoppa)

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Entrevista escritora Elisangela Bertotti

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Elisangela Bertotti, mora em Teutônia RS. Foi criada em ambiente das salas de aula, acompanhando sua mãe (de quem lembra-se com muito carinho e por quem terá gratidão eterna) que era professora. Concluiu o magistério em 1995 e em 1997 estava em sala de aula. Formou-se em Letras em agosto de 2000. Depois de 15 anos em sala de aula, trabalhando com adolescentes e conhecendo um pouco de seus anseios, resolveu escrever para eles, tentando despertar o gosto pela leitura.Por também ter contato com crianças, buscou um pouco de fantasia na obra infantil “A Receita Mágica”, para mostrar desde cedo a importância da leitura na vida de todos.Tenta escrever de maneira clara, objetiva, um tipo de leitura da qual os jovens gostam, sem rodeios e com muitos acontecimentos, como na vida deles. Está aprimorando a cada nova criação.

“Ler não acaba com nossos problemas, mas nos ajuda a ver soluções e torna a vida mais interessante, nos proporcionando sonhos, que seria quase a mesma coisa.”

Boa Leitura!

Escritora Elisangela Bertotti, para nós é um prazer ter você conosco no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento começou a escre-ver? O que a motivou a escrever seu primeiro livro? Elisangela Bertotti - Comecei a es-crever ao constatar que a literatura disponíveis para os alunos era pouco atrativa e com oferta precária nas bi-bliotecas escolares.

O que mais lhe inspira a escrever? Elisangela Bertotti - Minhas leituras e a vivência com meus alunos, uma vez que escrevo para eles, focando em seus interesses.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que

mensagem você quer transmitir para as pessoas?Elisangela Bertotti - Juvenil, infanto-juvenil e infantil. A mensagem princi-pal é a importância da leitura na vida das pessoas.

O que diferencia seu livro “Tem de ser agora” de seu livro “Coisas que meu pai conta”? Elisangela Bertotti - São obras vo-tadas ao público juvenil, com um diferencial de interesses, um é mais voltado ao romance no outro o tema central são as aventuras. Uma vez que tento atingir o público feminino e o masculino, presentes no meu tra-balho.

Como foi escrever seu livro “ A Re-

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ceita Mágica”? Quem mensagem você quer transmitir para os leitores através da leitura deste livro? Elisangela Bertotti - Escrever A Re-ceita Mágica aconteceu num mo-mento mágico, em 20 minutos a obra estava pronta. Surgiu do pensa-mento relacionado a dificuldade de comunicação que meus alunos pos-suem, apesar de viver em um mundo com tanta oferta de informação, lhes falta, muitas vezes, saber como orga-nizar e transmitir tais informações.

De que forma você divulga, hoje, o seu trabalho?Elisangela Bertotti - Tento buscar espaço junto as secretarias de edu-cação para chegar até as escolas e mostrar que a leitura pode ser inte-ressante e prazerosa, além de impor-tante. Também por meio de visitas em escolas.

Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades?Elisangela Bertotti - Primeiramen-te financeira. Uma vez que não ser reconhecida no meio literário não permite que editoras possibilitem espaço para novos autores. Editoras deveriam buscar novos nomes para a literatura e analisar com mais aten-ção as obras que já publicam e as que poderiam ser lançadas.

Onde podemos comprar os seus li-vros? Elisangela Bertotti - Por ter publica-do por uma editora não comercial, vendo meus livros por conta pró-pria, também conto com o apoio de uma livraria que disponibiliza nota e cupom fiscal às prefeituras. [email protected] os seus principais objetivos

como escritora? Pretende publicar novo livro? Elisangela Bertotti - Quero que mi-nhas obras ajudem a tornar a leitura um prazer na vida das pessoas. Estou produzindo outras obras, mas não sei se chegarei a publicá-las, pelas dificuldades em encontrar apoio edi-torial.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escri-tora Elisangela Bertotti , que mensa-gem você deixa para nossos leitores?Elisangela Bertotti - Ler não acaba com nossos problemas, mas nos aju-da a ver soluções e torna a vida mais interessante, nos proporcionando sonhos, que seria quase a mesma coisa.

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Alexsander Pontes

Literatura na Prática

Quem não conhece a parábola “A Rapo-sa e as Uvas”, atribuída a Esopo, que mais tarde ficou muito conhecida com

a adaptação de Millôr Fernandes? Tecnicamente esta adaptação é chamada de intertextualidade, isso ocorre quando um tex-to faz referência a outro de maneira implícita ou explicita. Seguindo o exemplo do Mestre Millôr, quero propor uma brincadeira a você, caro leitor. Que tal brincarmos de “intertex-tualizar”? Proponho sermos “mestres cucas literários” por um dia. Mas nossa receita será um tanto inusitada. Entre os diversos tipos de textos que existem, encontramos os injunti-vos que são aqueles que instruem o leitor, um exemplo desse tipo textual é a receita. Peço que você, leitor, escolha um texto de sua pre-ferência e o transforme em uma receita culiná-ria. Calma, você verá como isso é perfeitamen-te possível... Vou demonstrar aqui a receita que fiz utilizan-do como base o texto “A Raposa e as Uvas” de Millôr Fernandes:

RAPOSA FRUSTRADA AO CALDO DE UVAS Ingredientes:

1 Raposa esfomeada e gulosa1 areal do deserto1 linda parreira carregada de uvas1 precipício a perder de vista1 pedra enorme1 terreno irregular

MODO DE PREPARO:Misture o terreno irregular com o areal do de-serto de modo que eles se estendam até ao precipício. Depois coloque a parreira carregada de uvas, com cuidado, bem na beira do barranco.Lembre-se de deixar a parreira à vista da rapo-sa, mas cuide para que os cachos fiquem lon-ge do alcance do animal para que não haja a possibilidade dele conseguir pegá-los mesmo com o salto mais alto que possa dar (para que a receita fique ainda mais saborosa o ideal é conseguir uma raposa com uma gula de, no mínimo, quatro dias).Após várias tentativas a raposa desistirá das uvas e irá desdenhá-las, não se preocupe isso é normal.Assim que o animal desistir, adicione à frente dele a enorme pedra, mas tenha cuidado, lem-bre-se de que o terreno é irregular e a pedra pode rolar.Aguarde alguns minutos para que a raposa pos-sa alocar a pedra no lugar desejado, de modo que ela possa finalmente alcançar os frutos.Agora basta sentar-se em um local bem confor-tável e com uma visão agradável para assistir a frustração do pobre animal que terá tanto trabalho para alcançar as uvas que ainda estão verdes e azedas.Obs.: Para que a receita fique ainda melhor, aconselha-se que assista a frustração da rapo-sa tomando uma taça de um bom vinho branco seco. Fácil não é? Agora é a sua vez... Bon appétit e até a próxima!

[email protected] Pontes é brasileiro nascido em

Curutiba - Paraná, formado em Letras e pós--graduado em Produção e Recepção de Textos.

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Entrevista escritor Fernando Figueirinhas

Fernando Figueirinhas é formado em Administrador de Empresas. Escritor, Poeta e Diretor (realizador). Nasceu no Porto, Portugal, em 1952, e veio para o Brasil em 1976, onde se fixou. Interessado em questões perenes de cunho filosófico, que tratam da problemática humana em vários de seus aspectos, como o homem perante o mundo e si mesmo, vale-se da ética, da estética e de princípios fundamentados nos valores universais em favor de um mundo mais justo e digno. Realiza vários documentários sobre arte e outros assuntos polêmicos, cuja complexidade e profundidade devidamente orientadas, defendem com muita intensidade a tese-proposta da questão colocada. Dirigiu e produziu: A Ponta do Iceberg, A Outra Dimensão, Esquecidos na Noite, A Tríada da Cognição, Manlio Moretto, Egas Francisco, Gente sem Nome, Evasão e Sonho, Razão de Ser, Pedras que Falam, e Aldo Cardarelli, entre outros.Preocupado com as grandes questões que o mundo contemporâneo propõe, idealiza o Projeto Cultural Abertura, dedicando-se à administração do projeto, a escrever e à direção e produção de documentários filmados, e também, à produção e manutenção dos websites que mantém na Internet.Ultimamente, atento à realidade do atual momento, vem-se dedicando à escrita ininterrupta de vários textos, poemas e pensamentos, chegando a escrever quinze textos por dia. Publicou, entre outros, os seguintes livros: Manlio Moretto, Palavras de Imagens, A Urgência da Mudança, Palavras Nascem e Pintores Inéditos.

“Não nasci para ser escritor, ou cineasta, muito menos para ser poeta – tudo aconteceu sem que eu me apercebesse, como resultado do mundo que encontrei.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Fernando Figueirinhas para nós é uma honra ter você conosco no projeto Divulga Escritor. Conte-nos quando começou seu gosto pela escrita? Em que mo-mento decidiu publicar seu primeiro livro?Fernando Figueirinhas - Obrigado, Shirley, por esta oportunidade. O meu gosto pela leitura começou mui-to cedo, ainda na infância. Meu pai, avô e bisavô eram livreiros e editores, proprietários da Liv. Ed. Figueirinhas. Meu bisavô, António Figueirinhas, formado em Teologia, jornalista, fundador da citada livraria-editora e dos jor-nais: O Lafões, O Porto, O Meu Jornal, e colaborador de outros tantos. Foi também um importante pedagogo e incentivador da educação em Portugal no final do Séc. XIX e início do Séc. XX, tendo trabalhado até sua morte, em 1945, aos 80 anos de idade, e fundado vários colé-gios, dos quais o mais importante foi o Colégio Viriato, em Oliveira de Frades, e, posteriormente, transferido para Viseu; além de proeminente escritor de livros di-

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dáticos. Em casa de meus pais e avós havia uma grande biblioteca, aliás, em vários lugares diferentes daquela casa, cujo forro das paredes era re-vestido por prateleiras repletas de li-vros. Portanto, acto contínuo, desde cedo comecei a escrever, mas ape-nas mantinha correspondência com alguns poucos amigos de meu pai, sobretudo, colecionadores de selos e postais; e mais tarde, com namo-radas, cujas centenas de cartas ainda conservo – não só as recebidas como também algumas cópias das envia-das, às quais, por amizade, creio, me atribuem um hipotético dom para a escrita. O meu primeiro livro pu-blicado surgiu inesperadamente, quando percebi que tinha em mãos o maior acervo de Paisagens Brasilei-ras realizadas em croquis de campo, ao longo de 50 anos, pelo engenhei-ro e paisagista Manlio Moretto – era um patrimônio muito rico e vasto que merecia ser publicado.

O que mais lhe inspira a escrever? Fernando Figueirinhas - O que mais me inspira a escrever é a constatação do caos em que o mundo vive; a fal-ta de oportunidades de trabalho e as péssimas condições de vida – chegan-do aos limites da sobrevivência, ou nem isso, da pobreza extrema, digo - de milhões de pessoas no mundo; por um lado, e, por outro, a desmo-tivação da quase totalidade das pes-soas pela reflexão sobre os motivos que levam a esta apatia generalizada e permanente caos, cuja resultante encontra no niilismo sua razão. E, ainda, a falta duma educação orien-tada para uma consciência reflexiva, e, consequentemente, desvinculada de compromisso individual e colec-tivo. Quanto à poesia, é o encanto com o achado ao acaso, às vezes, em apenas uma palavra. O poema sai

rápido, não mais que uns 15 minutos, e por vezes chegam a 12 por dia. A poesia também foi um achado muito interessante e meramente casual na minha vida, que em muito facilitou a abordagem de temas profundos e intensos, sem, todavia, exigir rigor científico, suscitando o interesse por parte do leitor. Fazem apenas dois anos a que me dedico à poesia, com um total de mil e quatrocentos poe-mas até este momento.

Fernando, conte-nos, você quem es-creve os textos dos documentários que você produz? Como funciona a produção dos vídeos?Fernando Figueirinhas - Sim, sou eu quem escreve os roteiros e textos dos documentários que produzo. Não nas-ci para ser escritor, ou cineasta, muito menos para ser poeta – tudo aconte-ceu sem que eu me apercebesse, como resultado do mundo que encontrei. Senti que precisava fazer algo a esse respeito, e como não tinha recursos financeiros nem formação específica, resolvi ir fazendo, intuitivamente. A produção dos documentários funciona da seguinte maneira: tenho em mente uma determinada ideia; penso-a, estu-do-a, escrevo-a, convido pessoas que reconhecidamente entendem daque-le assunto e de relevada importância cultural; contrato uma equipe para a produção e assim realizo o documen-tário. Sempre achei muito importante e determinante saber-se exactamente o que se quer para se conseguir fazer alguma coisa. Depois é só encontrar os meios tendo em vista o fim que se procura.

Você é idealizador do Projeto Cultu-ral Abertura. Qual o objetivo do pro-jeto? Quem pode participar? Como a pessoa faz para ter mais informa-ções sobre o projeto?

Fernando Figueirinhas - O Projeto Cultural Abertura (Associação Cul-tural Abertura) tem como objetivo principal a promoção da dignida-de humana, cujo valor mais alto é o próprio homem em todas as suas dimensões. A ética e a reflexão cons-cienciosa sobre os diferentes as-pectos que compõem a esfera das relações humanas são os meios uti-lizados para se atingir este objetivo. Todas as pessoas interessadas neste ideal podem participar e são muito bem-vindas. Para informações mais detalhadas basta acessar o site do projeto: WWW.projetoabertura.org

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Fernando Figueirinhas - Conforme disse acima, pretendemos atingir to-das as pessoas interessadas no ideal do Projeto Abertura. A mensagem que gostaríamos de deixar é simples e contundente: há que se libertar do egoísmo e do individualismo que toma conta do mundo, como resultado da ausência de valores e sentido da vida.

Fale-nos sobre seu livro “A Urgência da Mudança”?Fernando Figueirinhas - O livro A Urgência da Mudança, cujo título original era Mudar o Poder, reúne uma série de textos de fundamental importância no contexto do Projeto Abertura, e de algumas questões, também muito importantes, para a crise em Portugal. Trata-se de um livro, creio, bastante equilibrado e eclético nos temas abordados, inter-calados por poemas sobre os clássi-cos temas do amor, da saudade e do pasmo encontrado na contemplação da paisagem humana e suas ambi-guidades.

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Além de “A Urgência da Mudança”, você publicou, entre outros, os se-guintes livros: “Manlio Moretto”, “Palavras de Imagens”, “Palavras Nascem” e “Pintores Inéditos”, de forma resumida o que diferencia um livro do outro?Fernando Figueirinhas - O livro Man-lio Moretto é uma compilação de algumas obras iconográficas deste pintor, e textos sobre arte pictórica; Palavras de Imagens é formado por todos os textos de filmes por mim realizados até àquela altura; Palavras Nascem é constituído por 65 poemas selecionados; e, Pintores Inéditos ( no prelo) é um resgate de memória da pintura Neoclássica de alguns dos melhores pintores do Século XX no Brasil. Além disso, contém um resu-mo da História da Pintura no Brasil e um capítulo onde se explana sobre a Arte e o Belo artístico, bem como uma análise sobre a interpretação dos rumos da pintura a nível mundial – capítulo este que justificou sua re-alização.

Onde podemos comprar os seus li-vros? Fernando Figueirinhas - Os meus livros podem ser comprados em al-gumas livrarias e pelos links de com-pra das respectivas editoras, nome-adamente: Arte & Ciência, Lua de Marfim, Corpos e Chiado. Também se podem achar através do Google, procurando por “Fernando Figueiri-nhas”. Meu email: [email protected]

Que dica você dar para as pessoas que estão iniciando carreira como escritor?Fernando Figueirinhas - Leia; estude e pense antes de escrever. Procure imprimir sempre, em seus textos, uma conotação universal e perene,

quando possível. Quanto à meto-dologia de trabalho, cada um tem a sua; eu prefiro a seguinte, sobretudo em se tratando de um romance ou poesia: escreva rápido, no embalo do sentimento, e depois corrija os er-ros de lógica e outros que eventual-mente possa encontrar. Procure não mexer muito naquilo que escreveu, pois o texto tem de estar pronto logo no esboço.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Fernando Figueirinhas - Não sei res-ponder a essa questão, teria de estu-dá-la e ser um profissional da área. Apenas posso falar do ponto de vista da iniciativa editorial; isto é, dos cri-térios a serem levados em conta por parte dos editores em relação à obra que lhes chega às mãos. Quero crer que um bom editor tem de ser fiel a uma determinada linha editorial e produzir com rigor e requinte todo o projeto (gráfico e editorial) do livro. Além disso, deve saber estabelecer uma perfeita correlação entre o va-lor literário de uma obra, o interesse do assunto e sua viabilidade comer-cial – não basta publicar, é preciso divulgar.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escri-tor, muito bom conhecer melhor o Escritor Fernando Figueirinhas, que mensagem você deixa para nossos leitores?Fernando Figueirinhas - Nada mais a acrescentar. Resta-me agradecer--lhe, sobremaneira, a atenção e o interesse pela minha obra. Desejo--lhe muito sucesso nesta difícil arte de divulgação e incentivo à cultura. Muito obrigado.

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É o tipo de dúvida intrigante para quem quer faturar no mercado literário. Mas o conselho é: Nunca pense em escrever de acordo com o que vende na atualidade. Na onda dos romances “vampirescos”

liderados por Stephenie Meyer, existem mais de quarenta títulos com o mesmo enredo de romances proibidos protagonizados por meninas insossas que se apaixonam perdidamente por rapazes estranhos e misteriosos até virem à tona a “surpresa” de que eles são... vampiros!É um clichê irritante demais. Não quero julgar que são ruins, afinal eles fazem o bom papel de entre-tenimento juvenil. Muitas editoras vão na onda, até mesmo copiando o modelo de capas de fundo preto com efeitos misteriosos. Realmente podem vender, assim como livros de zumbis e também de roman-ces polêmicos sadomasoquistas. A questão é: será que vale a pena apelar para um clichê somente para vender bem?

Isso é um erro muito grave para quem quer se aven-turar respeitosamente no mercado literário. Não escreva para vender, porque o seu público nota-rá isso. Seja original em sua história. Vampiros são seres sanguinários, violentos, cruéis, demoníacos, soturnos, macabros e desprovido de sentimentos. Na mesma linhagem maligna estão os demônios e os zumbis. Então não tente apelar para os clichês controversos de vampiros e zumbis românticos com missão especial com meninas adolescentes, a não ser que seja algo totalmente original, porque você irá começar mal.Respeite a inteligência do leitor, porque ele é exigen-te e se ele der ao luxo e confiança de apostar em uma literatura nova, então aproveite esse momento com todo o seu empenho. Apresente uma obra origi-nal e contundente. Faça o leitor pensar e ter vontade de reler e compartilhar a novidade. São muito pou-cos os que realmente pensam assim e colocam em prática no início de sua trajetória.

Leo Vieira

Mercado Literário

[email protected] Vieira é escritor acadêmico em várias Academias e Associações Literárias; ator; professor; Comendador; Capelão e Doutor em Teologia e Literatura.

O que Vende Atualmente?

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Escritor Francisco José Gregório de Andrade, natural de Recife – PE, mora em João Pessoa, na Paraíba,Graduado em Engenha-ria Civil, pela UFPB. Possui Pós--graduação em Lato Sensu em Nível de Especialização MBA Executivo em Negócios Finan-ceiros , ministrado pela PUC – Rio de Janeiro (RJ),autor do livro: Reflexões para uma vida melhor - Pensamentos e Expres-sões e bancáro aposentado do Banco do Brasil. Em entrevista o escritor fala do seu livro, como iniciou sua carreira literária, após sua aposentadoria, quais são seus próximos projetos literários, finalizando o escritor dá dicas importantes de melhorias para o mercado literário no Brasil.

“Eu diria melhorias para o mundo literário: - Diminuição do percentual cobrado pelas livrarias na comer-cialização de livros.- Mais apoio e divulgação por parte das editoras e livrarias;- Realização semanal de feiras locais de livros;- Incentivo aos autores em publi-car obras guardadas...”

Boa leitura!

Entrevista escritor Francisco José Gregório de Andrade

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Francisco, é uma honra tê-lo conosco no Projeto Divulga Escritor, quando você começou a escrever? Em que momento decidiu ser escri-tor?Francisco José Gregório de Andrade. (Gregório) - “A grandeza não consis-te em receber honras, mas, em me-recê-las” (Aristóteles). Fico feliz em participar dessa entrevista através do seu Brilhante Projeto que encan-ta, ensina, inspira e ajuda o escritor a divulgar seus trabalhos. Após minha aposentadoria do Banco do Brasil em julho/2007, quando comecei a ter mais tempo para mim, minha fa-mília e amigos, pensei em escrever um livro voltado para a autoajuda. Prometi a mim mesmo que passaria para os outros o que melhorou mi-nha vida depois que segui as Refle-xões para uma vida melhor.

O que mais lhe inspira a escrever?Gregório - O que mais me inspira a escrever é a vontade de ajudar as pessoas na melhoria da sua autoes-

tima. Graças a DEUS, aos bons livros que li, as amizades que conquistei ao longo de minha vida e a escutar boas músicas que consegui inspira-ção para escrever coletâneas de pen-samentos onde se pode encontrar o alívio para os diversos males.

Quais são suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritor?Gregório - Quando adulto tive o pri-vilégio de ler livros de Augusto Cury, David Niven,, Robero Shinyashiki. Da-vid J. Schwartz, Chico Xavier, Norman Vincent Peale, Dalai Lama, Letícia Thompson, José Saramago, Lair Ribei-ro, dentre outros. Mas, o autor que mais influenciou na minha formação como escritor foi Augusto Cury.

Escritor Francisco soube que você já esteve com o escritor Augusto Cury, conte-nos como foi esta perto de uma de suas principais referências literárias? Gregório - Esse encontro foi em maio de 2012 por ocasião de uma palestra proferida por ele no hotel Tambaú onde tive a oportunidade de autografar o meu livro e presen-teá-lo. Na ocasião ele autografou, também o seu livro: A FASCINANTE CONSTRUÇÃO DO EU. A sensação de estar ao lado de um autor brasilei-ro mais lido da década foi fantástica. Durante a nossa conversa, comentei que ele foi o principal escritor que influenciou a escrever: REFLEXÕES PARA UMA VIDA MELHOR - Pensa-mentos e Expressões. Ele se emocio-nou e agradeceu por eu ser mais um de seus seguidores.

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Fale-nos um pouco sobre o seu livro “Reflexões para uma vida melhor”. Que mensagem você quer transmi-tir para as pessoas através de sua obra?Gregório - O livro REFLEXÕES PARA UMA VIDA MELHOR – Pensamen-tos e Expressões é dividido em três partes. Na primeira, o leitor tem acesso a 350 pensamentos de mi-nha autoria. Na segunda parte há expressões e frases de pensadores e figuras emblemáticas que mar-caram e que ainda hoje continuam a transformar a História da Huma-nidade como: JESUS CRISTO, Dalai Lama, Nelson Mandela, Aristóteles, Leonardo da Vinci, Madre Teresa de Calcutá, Chico Xavier, Martin Lu-ther King, Shakespeare, Mahatma Gandhi, Confúcio, Platão, Voltaire, Goethe, Augusto Cury entre outros. A última parte do livro é sobre ora-ções que falam de um diálogo com o nosso Poder Superior. O arquiteto do Universo, o Grande Mestre dos Mestres : JESUS. O livro é um convite ao leitor a mergulhar num mundo de ensinamentos, despertando-o para uma reflexão em busca de uma vida melhor e mais saudável. O livro tenta resgatar os valores que estão ador-mecidos nas pessoas: o sentimento de fé. Amor, caridade e perdão.

Escritor Francisco Gregório, quais são seus novos projetos literários? Pretendes publicar um novo livro?Gregório - Pretendo lançar o meu segundo livro: REFLEXÕES PARA UMA VIDA MELHOR II – Pensamen-tos e Expressões que estará em bre-ve ao alcance dos leitores.

Onde podemos encontrar o seu li-vro? Gregório - Já se encontra à venda na Livraria Leitura e Saraiva do Manaí-

ra Shopping, Bancas Viña Del Mar e Livraria do Luiz (Galeria Augusto dos Anjos , Praça 1817 nº 88- Centro) em João Pessoa(PB). Pode ser comprado na Livraria Saraiva de sua cidade. Di-rija-se a livraria mais próxima e faça a sua encomenda. e-mails: [email protected][email protected] – Facebook – Francisco José Gregório de Andrade - Twitter - @grigasbar.

Que dica você dar para as pessoas que estão iniciando carreira como escritor?Gregório - Persistam no seu sonho de escrever. Não tenham medo. O di-fícil é publicar o primeiro livro. Lem-brem-se: “Suba o primeiro degrau com fé, não é necessário que você veja toda a escada, apenas dê o pri-meiro passo” (Martin Luther King).

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil, em especial na Paraíba? Gregório - Eu diria melhorias para o mundo literário: - Diminuição do percentual cobrado pelas livrarias na comercialização de livros. - Mais apoio e divulgação por parte das editoras e livrarias; - Rea-lização semanal de feiras locais de livros; - Incentivo aos autores em pu-blicar obras guardadas; - Maior con-tato por parte dos autores com os

leitores na divulgação de sua obra. - Maior incentivo por parte da im-prensa falada e escrita; - Mais apoio dos governos: Federal, Estadual e Municipal.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação, muito bom conhecer me-lhor o Escritor Francisco José Gre-gório de Andrade, que mensagem você deixa para nossos leitores?Gregório - Quero agradecer a você Shirley e toda sua equipe a oportuni-dade em divulgar minha obra através desse Espaço. Acredito que só com a dedicação, respeito, disciplina e mo-tivação se constroem um mundo me-lhor e mais saudável para todos. Em relação ao meu livro – Espero passar aos leitores os caminhos e torcer que eles, pelo menos, tentem segui--los. Quando penso que coloquei no papel o que melhorou e que ainda continuo procurando por em práti-ca tudo que escrevi, fico feliz e digo a mim mesmo que estou ajudando, fazendo a minha parte, levando aos leitores um pouco da minha experi-ência em querer dias melhores para quem se interessa em viver bem.

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O ESCRITOR E A MÍDIA

Carlos Souza [email protected]

A maioria das pessoas tem a tendência de quando vê um artista atingir o sucesso fazer comentários negativos, como se a personalidade em questão tivesse che-gado ao auge de uma hora para outra,

sem fazer o sacrifício necessário para concretizar seus objetivos. Como defende o escritor Lair Ribei-ro, “O sucesso não ocorre por acaso”, ou seja, é pre-ciso trabalhar e muito para que os sonhos se tornem realidade. Entre os escritores brasileiros está Paulo Coelho, um autor que levou bem a sério esta questão, tan-to que iniciou sua estratégia ainda muito jovem, em um momento que muitos não acreditavam que ele chegaria tão longe e hoje pudesse colher os frutos daquilo que plantou: uma brilhante carreia literária. Em 1965, quando ainda tinha apenas 18 anos, Paulo Coelho – o escritor brasileiro recordista de venda de livros no exterior -, arquitetou um plano de divul-gação que visava tornar sua obra conhecida, além de reforçar seu marketing e marca pessoal. Naque-le momento, iniciava uma estratégia mercadológi-ca que mais tarde o transformaria no escritor com mais de 100 milhões de livros vendidos em 150 paí-ses, com 66 traduções diferentes, o autor vivo mais traduzido em todo planeta. O que os escritores, novos ou veteranos que so-nham com o sucesso na carreira literária podem extrair das estratégias adotadas pelo velho parceiro

musical de Raul Seixas, nos dias atuais? Muitas das ideias estão acessíveis e todos os artistas da palavra, podem colocar muitas delas em ação, a qualquer momento. Vejamos algumas das táticas adotadas pelo autor de “O Alquimista”, o livro brasileiro mais vendido de todos os tempos. Seu plano consistia no seguinte: Comprar todos os jornais do Rio de Janeiro e verifi-car seções literárias, respectivos encarregados e os diretores desses jornais. Repetir a operação com as revistas e estações de rádio. (Nesta época a internet ainda não estava disponível para a sociedade, por isso ela não estava incluída no plano). Procurar o endereço dos mais importantes escritores e escrever para eles mandando seus poemas e pedin-do opiniões, bem como a colocação em jornais que escrevem; comparecer sempre a noites de autógra-fos, conferências, estreias de peças teatrais, procu-rando conversar com os grandes e fazer-se notado. Organizar montagens de peças teatrais de sua autoria com convidados pertencentes à roda literária da velha geração, conseguindo com isso o ‘apadrinhamento’. Procurar entrar em contato com a nova geração de escritores, oferecendo coquetéis, comparecendo em lugares que eles frequentam. A palavra de ordem era propaganda. Estas e outras dicas estão presentes na biografia de Paulo Coelho, “O Mago”, escrito por Fer-nando Morais. Uma leitura recomendada para todo escritor, que deseja o sucesso profissional!

As estratégias de Paulo Coelho no início da jornada literária

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Entrevista escritor Luciano Gouvêa

Biografia: Nasci em Baependi-MG, uma cidade de pouco mais de 17 mil habitantes. Muito cedo saí de casa, em busca dos sonhos, em busca de algo, em busca. Encontrei um lugar, nenhuma cidade; um lugar dentro de mim, onde resido, onde Ele reside. É nesse lugar que eu moro, esteja onde eu estiver. Minha paixão pelos livros nasceu com um exemplar de “Sementes contemplação” de Thomas Merton, um monge americano dos anos 50. Formei-me fisioterapeuta, fui oficial do exército por 8 anos na Amazônia. Estudei francês no Canadá e não falei mais esta língua linda até quase esquecê-la. Casei, tive uma filha, um anjo que me fez entender um tipo de amor ininteligível, quase insano. Desde sempre escrevi, quis escrever. Primeiro a vontade, depois, a necessidade. Agora é uma expressão tão natural que penso, logo escrevo. Prefiro a escrita à fala. Prefiro a escrita porque ela brota da sabedoria do silêncio.

“Com relação a melhorias, devemos lutar é para que o nosso povo leia! É incrível a quantidade de pessoas que eu encontro e que me dizem ter lido um livro no último ano, alguns casos nenhum livro no ano e ainda pior, nenhum livro em toda a vida! Eu fico boquiaberto, por que há muito que estipulo a meta pessoal de pelo menos quinze livros por ano e sempre ultrapasso-a.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Luciano Gouvêa para nós é um prazer contar com a sua parti-cipação no projeto divulga escritor conte-nos o que o motivou a escre-ver? Em que momento decidiu ser escritor?Luciano Gouvêa - O prazer é meu em participar deste projeto. Sempre gostei de escrever pequenos pensa-mentos e de rabiscar algumas poe-sias. Porém, após dez anos de muita leitura de livros e assuntos relacio-nados a espiritualidade, começou a nascer no meu coração o desejo de transmitir um pouco desse conheci-

mento. No ano passado fui assolado pela ideia do por que não? Queria escrever mas achava impossível por medo da falta de técnica ou pelo medo de não conseguir expressar as ideias adequadamente. mas resolvi tentar e avaliar o resultado depois. Após uma cirurgia no pé, tive que fi-car de licença médica por trinta dias e, nesse ínterim, resolvi iniciar o meu primeiro romance. Em três semanas o corpo do livro “saiu”. Um trabalho incessante, de quase dez horas diá-rias até que tinha algo parecido com um livro. E durante alguns meses re-visei e mandei-o para a editora Novo Século que aceitou publicá-lo.

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Que temas você aborda na sua escri-ta? O que mais lhe inspira a escrever sobre esses temas? Luciano Gouvêa - Nos poemas eu falo sobre o que me inspira; já escrevi sobre esporte, política, sobre a geo-grafia da minha região, família, amor e espiritualidade. No romance eu abordo o tema da presença de Deus entre nós, envolta por uma história simples, porém, que procura levar o leitor a uma situação em que uma mensagem possa ser apresentada. As mensagens que procurei inserir na história são o fruto de muita leitura, pesquisa e, principalmente, de muita oração. Deus que me inspira sempre, na fé silenciosa e na oração contínua.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas? Luciano Gouvêa - Eu não tenho pre-tensões específicas de público. Tenho o desejo de que pessoas com diferen-tes crenças e níveis educacionais pos-sam ler o livro e encontrar um pouco de tudo o que Deus tem me inspirado a escrever. Digo isto pelo fato de que as mensagens divinas não exigem es-colaridade ou qualquer outro requisi-to que não a abertura de coração. Es-crevo de coração para coração e por isso, não me perco em perspectivas. Procuro apenas dizer de forma mais leve, o que leio em textos clássicos como Thomas Merton e São João da Cruz. No fim, quero que o leitor sin-ta que existe esperança e que a vida com Deus vale a pena.

Conte-nos como foi escrever “Sheki-nah - O Sopro da Crença”? Qual o objetivo do livro?Luciano Gouvêa - Como disse ante-riormente, o livro “saiu” dessa vonta-de reprimida de escrever. Fazê-lo, foi

uma libertação, uma descoberta de uma vocação latente; uma necessi-dade que só esperava pelo momento certo para aflorar. Meu único obje-tivo com esse livro é compartilhar o que me foi dado. O que acontecerá com essa obra está nas mãos daque-le que me inspirou a escrevê-la.

Escritor Luciano, de que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Luciano Gouvêa - Eu divulgo meu trabalho através das redes sociais, principalmente Facebook (https://www.facebook.com/ShekinahOSo-proDaCrenca) e agora com o Twitter (https://twitter.com/livroShekinah). Contribuo frequentemente para o blog penseforadacaixa (http://pense-foradacaixa.com/category/luciano--gouvea/) que foi a forma que en-contrei de ter que criar alguma coisa constantemente. O romance contou com um lançamento na minha cida-de natal, faremos uma mesa de autó-grafos em outra cidade no dia 14 de Setembro de 2013, conta com a divul-gação da editora Novo Século pelas redes sociais e eventos como as fei-ras de livros, além das propagandas dos sites nos quais o livro pode ser adquirido.

Onde podemos comprar o seu livro?Luciano Gouvêa - O livro pode ser adquirido pelo site da editora Novo Século, pelos sites da editora Sarai-va, Cultura, pelo site das lojas virtu-ais Americanas, Submarino e pelo Extra.com. Não sei se esqueci algum mas acredito que são os principais. Também podem ser adquiridos co-migo no evento do dia 14 e, poste-riormente, se ainda sobrar algum exemplar comigo, pelo email [email protected]

Quais os seus próximos projetos lite-

rários? Pensas em publicar um novo livro? Luciano Gouvêa - Meu próximo pro-jeto está bastante adiantado. Estou escrevendo uma resposta ao primei-ro livro, com um dos personagens que será agora o relator da sua pró-pria história. Esse livro é todo am-bientado na África e fala também so-bre os Tuaregues, o povo nômade do deserto da Saara. Não tenho tanta pressa para finalizá-lo, por que este livro contém muita informação de cultura, geografia e história e as fon-tes sobre alguns dos episódios abor-dados são escassas. Estou escreven-do e pesquisando desde Maio deste ano e acredito ter concluído metade do livro até agora. Penso em nunca mais para de escrever; pelo menos, até quando Deus achar que eu deva.

Quem é o escritor Luciano Gouvêa? Quais são seus principais hobbies?Luciano Gouvêa - Qualquer defini-ção do ser, quando carrega um título, cargo, posição ou qualquer outra for-ma de nos diferenciar é um simples nome. Todos somos igualmente im-portantes e valiosos para Deus e por isso, apesar de parecer piegas, pen-so que devemos nos ver nessa con-dição humana que nos eleva acima de qualquer nome. Gosto muito de ler, de assistir esportes, de natureza e principalmente, de curtir a minha família e a minha filha Júlia fazendo alguma coisa ou nada com ela.Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Luciano Gouvêa - Vejo o mercado literário se movimentando, criando espaços nas redes sociais e criando alternativas interessantes como se-los para novos autores por exemplo. Como a possibilidade de divulgação, hoje em dia, é muito maior e mais ampla, acho que o autor deve ser

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mais pró ativo. Jogar o fracasso na conta do mercado é um pouco exa-gerado. Penso que se o autor acre-dita na sua obra, deve lutar por ela independente da configuração do mercado ou da atitude, sempre ex-cessivamente prudente, que tomam as editoras. Com relação a melho-rias, devemos lutar é para que o nos-so povo leia! É incrível a quantidade de pessoas que eu encontro e que me dizem ter lido um livro no último ano, alguns casos nenhum livro no ano e ainda pior, nenhum livro em toda a vida! Eu fico boquiaberto, por que há muito que estipulo a meta pessoal de pelo menos quinze livros por ano e sempre ultrapasso-a.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos a sua participação no projeto “Divulga Escritor”, muito bom conhecer me-lhor o escritor Luciano Gouvêa, que mensagem você deixaria para os seus leitores?Luciano Gouvêa - A mensagem que quero deixar é a seguinte: deixem--se levar pela eterna novidade de Deus. Tudo o que Deus nos pede é que digamos sim; o resto Ele faz. É Ele que nos dá a graça de amá-lo e de compreender o que pode ser com-preendido. A felicidade real só existe na paz que nos eleva acima do vai-e--vem da vida. É essa paz que eu peço a Ele diariamente e que, felizmente, Ele quer dá-la a todos nós.

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Pense Literatura

Alexandre [email protected]

Sim, no poema, há que se falar de amor, de ciúme, de encontros e despedidas... sim, por que não?Porém, o poema, por ser

engenho, precisa de técnicas precisas que agradem aos ouvidos - poema é sonoridade antes de tudo - depois de ter vida, por ser arte.Por isso, este poema de Guerá Fer-nandes, como tantos outros dele, merece ser lido com especial aten-ção e cuidado; enquanto o eu lírico vai narrando uma estória de encon-tro e despedida, com direito a fasci-nação e dor da perda, “eu senti seu perfume no ar / eu vi o lume primeiro do seu olhar // eu senti ciúme antes de você sair / eu pedi pra você ficar, pra você voltar”vai fazendo o jogo do poema, lhe acrescentando musicalidade ao bus-car coincidências (perfume, lume, ci-úme) sonoras - acho que estão bem claras - e, por que não, semânticas - acho que podemos bem relacionar o fogo do “perfume, do lume” (óbvio) e do “ciúme” quando acendem; além de usar a rima, como é mais comum, só que de modo refinado, coincidin-do um substantivo: “seu olhar”, com

um verbo: “voltar”; e, mais uma vez, abusar da semântica ao aproximar o sentir físico “senti seu perfume” do sentir passional “senti ciúme” - e isto não é pra qualquer um. Logo a seguir, o poeta passa narrar o terror e o descontrole, em desvario, de quem não aceita o que acontece, o que está totalmente fora de seu controle:“era cedo, era tarde, era madrugada / um bolero canta, lua doida na sala // pareço ouvir sua fala e mais nada / só tenho a noite das suas palavras”ao mudar o tempo dos verbos de pretérito perfeito para pretérito im-perfeito: “senti” para “era”; o que dá a impressão de que o eu lirico passa a divagar consigo em vez de manter um “diálogo” com o objeto de seu discurso “você” - pronome, aliás, muito usado em canções brasileiras, como se o eu lírico conversasse inti-mamente com seu objeto; podendo, assim, ligar também o poema aos clássicos da MPB -; e, mais adiante, para o presente: “canta”, continu-ando com uma oração sem verbo, mas que dá a entender, por elipse, que continua no mesmo tempo da oração anterior; no verso seguinte, o

Perfumeeu senti seu perfume no ar

eu vi o lume primeiro do seu olhareu senti ciúme antes de você sair

eu pedi pra você ficar, pra você voltarera cedo, era tarde, era madrugada

um bolero canta, lua doida na salapareço ouvir sua fala e mais nada

só tenho a noite das suas palavraseu peço a Deus que volte pra casa

o lume do olhar que eu vi primeiroque leve o ciúme o mesmo perfume

que você deixou perdido no ar

Guerá Fernandes

Crítica literária: Perfume (Sobre o desvario na lírica)

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Escritor, poeta, licenciado em letras pela Universidade

do Vale do Paraíba.

tempo verbal no presente continua em “pareço ou-vir / tenho”, o que acentua muito mais a impressão de desvario e divagação solitária, como se o eu lírico, num crescendo, fosse tomando todo o espaço e o tempo, com o objeto ficando totalmente em segun-do plano: o sentimento que o poeta descreve se tor-na muito mais importante que o contexto.Além disso, ainda no mesmo trecho, o eu lírico dá entender de que está só, lembrando do que houve, apesar de dialogar com seu objeto como se estivesse ainda presente: “pareço ouvir sua fala e mais nada/só tenho a noite das suas palavras”.Isso sem mencionar as personificações: “um bolero canta, lua doida na sala”, que também indicam a fal-ta de controle desencadeada por uma partida, e a genial metáfora usada para descrever a lembrança de que se teve e se apreciou: “só tenho a noite das suas palavras”, outro indicativo de solidão; além das

rimas baseadas em tonacidade “madrugada / sala / fala / nada / palavras”... repito: não é pra qualquer um. Pra fechar o poema, Guerá mostra o eu lírico mais em si: “eu peço a Deus que volte pra casa / o lume do olhar que eu vi primeiro // que leve o ciúme o mesmo per-fume / que você deixou perdido no ar” ao descrevê--lo aceitando, na medida do possível, o que não está sob seu controle, ou seja, pede a Deus que lhe ajude a conseguir de volta o que já não tem mais, algo que só pode ser dele: “o lume do olhar que eu vi primei-ro” e que, ao que parece, ainda não teria encontra-do seu pouso: “que você deixou perdido no ar”.Este poema representa bem os “delírios” das pai-xões e dos desencontros, vida obrigatória em qual-quer lírica, e o engenho, faculdade primordial pra qualquer poeta.

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Entrevista escritor Mirian Menezes de Oliveira

Mirian Menezes de Oliveira, Nascida em Guaratinguetá-SP, filha adotiva de São José dos Campos-SP, e contadora de histórias, Mirian Menezes de Oliveira lançou, em 2011, o livro de poesias “O cientista e a poeta”, pela Editora Triom, com patrocínio do CETRANS (Centro de Transdisciplinaridade), entidade da qual é membro. Mestre em Semiótica, Tecnologias de Informação e Educação – UBC – Mogi das Cruzes – SP. Possui também crônicas e poemas publicados em Antologias. Em 2013, foram 04 lançamentos. Com o fotógrafo Gilmar Dueñas possui o Projeto “Diálogo de Olhares” (articulação entre fotografias e poemas). Na extensão do trabalho, desenvolveu o Projeto “Trilha de Olhares” – Vernissage – 21 de setembro de 2012 - articulação entre poemas, fotografias de Gilmar Dueñas e esculturas em vidro de Tita Selicani (artista plástica). A próxima publicação individual: Memórias de Leitura, traduzida para o francês por Diva Pavesi, organizadora da Antologia BRESIL EN SCENE, será lançada no Salão do Livro em Paris em março de 2014, pela REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras), com participação de 40 escritores brasileiros.

“...Nessa exposição, alternamos as linguagens. Às vezes, trabalhamos somente com fotopoemas, outras vezes, inserimos o que denominamos “triálogo” (neologismo que nos agrada!), com as esculturas em vidro, de Tita Selicani. As exposições sempre são interativas e há sempre um novo olhar sobre o que produzimos.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Mirian Menezes para nós é um prazer ter você co-nosco no projeto “Divulga Escritor” Conte-nos em que mo-mento você começou a usar seus textos em eventos? Como é trabalhar com fotos e poesias?Mirian Menezes - Shirley Cavalcante, sinto-me honrada pela oportunidade de relatar, brevemente, uma trajetória que teve início numa brincadeira entre amigos. Conheço o fotógrafo

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Gilmar Dueñas há anos... Certa vez, nos candidatamos a um concurso, que contemplava projetos culturais. Não fomos contemplados, mas da iniciativa, nasceu a ideia de articu-lação entre fotografias e poemas. Muitas pessoas nos incentivaram na época e não sabíamos se publi-caríamos um livro, ou realizaríamos a impressão, no formato de cartões postais... Enormes foram as dúvi-das, entretanto o diálogo teve início. Houve impressão inicial de banners, e, dessa primeira etapa do trabalho, participaram mais 04 poetisas jo-seenses (Dyrce Araújo, Mirian Cris, Rita Elisa Seda e Érika Siqueira). A exposição tornou-se itinerante, em espaços culturais de São José dos Campos. Entre essa primeira experi-ência e o atual estágio de produção em que nos encontramos, houve o “vácuo”. Ficamos muito tempo sem produzir coletivamente! Criamos um blog, que será retomado, mas não o alimentamos, devidamente, por muito tempo... talvez por sermos da “geração X”! Na verdade, retoma-mos, efetivamente, as produções em 2012, com a inserção de uma terceira artista no processo. Preciso destacar que, quando recebo uma fotografia de Gilmar, contemplo-a por horas ou dias e, desta contemplação, emerge um segundo olhar, por isso “Diálo-go de Olhares”. O mais interessante dessa história é que, no ano já citado, conheci, através de Gilmar Dueñas, a artista plástica Tita Selicani, que tra-balha, brilhantemente, com escultu-ras em vidro. O trio se “casou”. Em 21 de setembro de 2012, foi realizada a Vernissage: “Trilha de Olhares: Frag-mentos da Mata Atlântica”, em par-ceria com o Instituto Eco-Solidário. Em 2013, pretendemos comemorar o aniversário dessa exposição e já trabalhamos o novo conceito.

Você hoje tem uma exposição per-manente através do projeto “Diálo-go de Olhares”, qual o objetivo des-te projeto? Mirian Menezes - Atualmente, temos uma exposição permanente, na Pou-sada Quintal da Prosa, em São Fran-cisco Xavier, distrito de São José dos Campos. A família Ceruks foi grande incentivadora de nossas produções te-máticas. Nessa exposição, alternamos as linguagens. Às vezes, trabalhamos somente com fotopoemas, outras ve-zes, inserimos o que denominamos “triálogo” (neologismo que nos agra-da!), com as esculturas em vidro, de Tita Selicani. As exposições sempre são interativas e há sempre um novo olhar sobre o que produzimos.

Mirian você hoje realiza um traba-lho de contação de histórias, conte--nos de que forma é feito e onde pode ser feito este trabalho?Mirian Menezes - Trabalho na rede pública de ensino de São José dos Campos, num programa direcionado ao fomento à leitura, mas também realizo trabalhos voluntários, em di-versas instituições. Já atuei na Biblio-teca de São Paulo – Cruzeiro do Sul, aos domingos, desenvolvendo rodas de leitura, com públicos variados. Já fui convidada, não só por institui-ções ligadas à Igreja Católica, mas por outras denominações religiosas, para trabalhar com rodas de leitura, utilizando-me de diversas estratégias: teatro de fantoches, leitura comparti-lhada, contação de histórias. Também fui convidada, na 21ª Bienal Interna-cional do Livro, em São Paulo, para contar histórias no stand da Volkswa-gen, pelo Projeto Entre na Roda (par-ceria entre o CENPEC, Fundação Poie-sis e Fundação Volkswagen). Uma observação importante: as contações de histórias podem e devem ser reali-

zadas em qualquer situação ou espa-ço, desde que haja predisposição dos interlocutores e um ambiente propí-cio. Sou muito requisitada, nos finais de ano, nas festas em família, para re-alizar este tipo de atividade. Recebo intimações de meus sobrinhos.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Mirian Menezes - Em relação ao trabalho de contação de histórias, pretendo que as pessoas, de todas as idades, sejam felizes, que se be-neficiem dessa arte milenar, seja em casa, entre os familiares, seja na Es-cola, em Bibliotecas, em ONGs, ou instituições religiosas. Já em relação ao meu trabalho como escritora, ressalto que, nos poemas e crônicas que escrevo, pretendo dialogar, com o ser humano que estiver disponível. Penso muito no leitor, na hora da criação. Tento me colocar no lugar dele e acho que minha experiência de vida sempre toca alguém... Sem-pre há uma identificação... a catarse.

Que tipos de poesia você apresenta em seu livro “O cientista e o poeta”? A quem você indica a leitura do livro?Mirian Menezes - “O cientista e a po-eta”, publicado pela Editora TRIOM, apresenta certa complexidade. É um livro que foi concebido para quebrar paradigmas. Possui uma organização diferente, o designer gráfico foi ideali-zado por Adriana Caccuri e as ilustra-ções e escrita à caneta bico-de-pena foram realizadas por Ricardo Chachá. A ilustração da capa e o desenho in-trodutório de três árvores se entre-laçando foram realizados por mim... Enfim, foi um livro escrito por muitas mãos... mistura ciência e poesia... o macro e o micro... física quântica... fala

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desde a expansão do universo, até o universo do átomo... fala da prostitu-ta, do amor, da dor, do presidiário, da tempestade... um livro repleto de reti-cências e indagações... Os elementos coexistem e os versos não são, rigoro-samente, metrificados... Penso que, se não há ainda a denominação que atre-verei citar, gostaria de classificar meus versos como “caóticos” (combina com o conceito do livro).

Onde podemos comprar o seu livro? Mirian Menezes - Há alguns exem-plares na Livraria Maxsigma, no Shopping Vale Sul, em São José dos Campos - SP, na Pousada Quintal da Prosa, em São Francisco Xavier – SP e é possível também uma consul-ta pelo site da Editora TRIOM. Em relação às Antologias, acredito que pelo site da REBRA (Rede de Escrito-ras Brasileiras). Publiquei textos, por diversas Editoras, e a REBRA possui uma relação de livrarias. Pela SCOR-TECCI, há a “Antologia das Mulheres da Floresta” e “Palavras Desavisadas de Tudo”. É o que me lembro agora.

Escritora Mirian, hoje você participa da REBRA - Rede de escritoras brasi-leiras, que tipo de eventos literários vocês organizam? Quem pode parti-cipar dos eventos realizados?Mirian Menezes - Nesse caso, sou uma das associadas e a coordenado-ra Joyce Cavalcante pode falar, com propriedade, sobre a estrutura da REBRA. Aproveito a ocasião para pa-rabenizar Joyce pelo excelente traba-lho. A REBRA foi um divisor de águas em minha vida. Página na REBRA: http://rebra.org/escritora/escrito-ra_ptbr.php?id=1794

Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? Em sua opinião, o que deve ser feito para

amenizar estas dificuldades? Mirian Menezes - Pergunta difícil. Acho que, além da luta, para o estabe-lecimento de políticas públicas de in-centivo ao escritor, temos que cultivar a humildade suficiente, aproveitando todas as oportunidades de divulgação dos trabalhos realizados. Considero a participação em Antologias e Concur-sos Literários de grande importância. O escritor, no início de suas publica-ções, precisa investir na divulgação, principalmente, em seu entorno. As parcerias também fortalecem os escri-tores! Amo meus parceiros!

Quais seus próximos projetos literá-rios? Mirian Menezes - Há previsão de realização de outra Vernissage, en-volvendo fotografias, poemas e es-culturas em vidro. Nesse caso, cito,

novamente, Gilmar Dueñas e Tita Selicani. Futuramente, pretendemos articular outras linguagens ao nosso trabalho: música, dança... Ainda es-tamos no plano dos sonhos... Acredi-to ainda, que se Deus quiser, lançarei outro livro de poemas, pois ele já se encontra, praticamente, finalizado.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto “Divulga Escri-tor”, muito bom conhecer melhor a Escritora Mirian Menezes de Olivei-ra, que mensagem você deixa para nossos leitores?Mirian Menezes - Leiam o mundo, leiam a vida, leiam a si mesmos e não deixem jamais de lutar por seus sonhos! Muito obrigada, Shirley Ca-valcante, pela grande oportunidade! Abraço fraternal a todos!

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Francisco Mellão Laraya

A VIDA EM PARTES

[email protected]

Se um dia perguntarem de mim, não preci-sa responder; observe a pergunta, pense no porque e não julgue, apenas questione a razão!Foi pensando assim que comecei a escre-

ver, foi para responder o indizível, foi para falar do que sempre é mudo, é o dizer das línguas cansadas, que não conseguem se expressar!Percebi que ao falar de mim, do meu quotidiano, re-tratava o dia a dia de pessoas no mundo inteiro. Era universal contando fatos simples que todos vivem, mostrando a realidade do viver, a beleza do sonhar, o exercício do pensar, o ser humano, enfim!Ao caminhar pelas ruas, sei que não sou só eu que vê o dia desabrochar em si, ao andar e ver o vem e vem das pessoas, na rua em que moram.O ato de respirar, rir, chorar é tão universal, que se-quer lembramos-nos dele, muitas vezes damos pre-

ferência a coisas particulares, querendo criar uma identidade própria, fortalecendo o próprio ego, e nos afastando da enorme comunhão que é estar vivo!Cada pessoa que vejo, quando solitário ando, tem uma estória para contar, um quê a dizer, está em eu querer escutar, deixar as pessoas serem livremente elas próprias, e aceitar as diferenças.Pois no meu reconhecimento das desigualdades, e no gostar das diferenças, muitas vezes se encontra a chave da felicidade.Muitos contam estórias, casos, ou como minhas avós diziam causos, minha profissão de escritor é de dar vida a estas estórias, transformá-las em textos, em palavras escritas, nas páginas das recordações de um dia.Em suma, procurar universalizar a minha memória, criar uma identidade com o meu se, é isto que faz sentido na arte de escrever!

Advogado, músico e escritor.

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Entrevista escritor Rui LeitãoEscritor Rui Cezar de Vasconcelos Leitão, conhecido como Rui Leitão, nascido em Patos-PB, atualmente mora em João Pessoa – PB. Em 1968 cursava o curso clássico no Liceu Paraibano. Foi bancário por vinte e três anos como funcionário do Banco do Estado da Paraiba. Ocupou diversos cargos na administração pública, entre os quais: Secretário Adjunto da Industria, Comércio, Turismo, Ciência e Tecnologia do governo da Paraiba; Superintendente do Jornal A União; Superintendente da Rádio Tabajara; Diretor Geral do Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico da Paraíba (IPHAEP); Diretor Presidente da Cia. de Desenvolvimento dos Recursos Minerais da Paraiba; Diretor Nacional de Benefícios do INSS, em Brasília; Secretário de Administração da Prefeitura Municipal de João Pessoa; Superintendente do Instituto de Previdência do Município de João Pessoa; Atualmente é Coordenador Municipal do PAC em João Pessoa. Já assinou colunas nos portais Paraibaonline de Campina Grande, portalbip, em João Pessoa.

“Nosso país é rico em talentos culturais, em especial, na literatura. Há muita gente boa sem oportunidade de divulgar seus trabalhos. A iniciativa desse projeto “Divulga Escritor” vem em direção do atendimento dessa necessidade, mas precisa ser feito muito mais, tanto pelos poderes públicos, quanto pela iniciativa privada.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Rui Leitão para nós é um prazer ter você conosco no projeto Di-vulga Escritor. Conte-nos como surgiu a ideia de escrever seu livro “1968 – O Grito de uma Geração” ?Rui Leitão - Fui contemporâneo desse momento histórico. Pude testemu-nhar o quanto foi importante 1968 para a história universal. Um ano em que aconteceu uma verdadeira revolução de mentalidade. Questionamen-tos, quebra de paradigmas, contestação, faziam com que aquele perío-do oferecesse um legado cultural e político da maior importância para as novas gerações. Entendi que se fazia necessário reconstruir a memória da ação revolucionária que caracterizou 1968, onde o inconformismo se manifestava nas expressões culturais, artísticas, nos movimentos políticos e na presença da juventude nas ruas ecoando o grito de liberdade e de re-ação contra o autoritarismo, em especial, no Brasil, quando vivíamos uma ditadura militar. Dediquei-me a um incessante trabalho de pesquisa em jornais da época, colhendo depoimentos de protagonistas da história, de forma que pudesse, obedecendo a ordem cronológica dos acontecimen-tos, registrar o quanto aquele ano mítico foi pródigo na produção de novos conceitos, novas formas de agir e de pensar, novos padrões de exercício da política e novos costumes. Procurei colocar a Paraíba no contexto, des-tacando como os fatos que ganhavam as manchetes no mundo e no Brasil

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repercutiam em nosso Estado e de como fomos também agentes dessa “onda” inovadora que tomava conta da sociedade como um todo.

Que temas você aborda em seu livro “1968 – O Grito de uma Geração”?Rui Leitão - Concentrei meus relatos históricos nos movimentos culturais, políticos e o ativismo rebelde da ju-ventude através das manifestações estudantis. Acompanhei passo a pas-so todos os acontecimentos que cul-minaram com a edição do AI 5 que tirou a máscara da ditadura militar no Brasil. A juventude nas ruas, os artistas e intelectuais protestando nas letras de músicas, nas peças de teatro, nos filmes, na literatura, nas artes em geral. Os festivais da MPB como cenários de expressão do des-contentamento da sociedade brasi-leira e do seu repúdio à repressão, à censura e ao regime de força que vivíamos na época. O tropicalismo como novidade na produção musical brasileira. A liberação sexual, o femi-nismo, o combate a homofobia, o an-tiracismo, como bandeiras de luta. A Igreja atuando como guardiã dos direitos dos pobres e dos oprimidos pela ação de líderes religiosos, que, com coragem, enfrentavam o poder central. Isso tudo, relatado, no curso do ano, faz com que se compreenda 1968 como um ano extraordinário do ponto de vista das profundas trans-formações que provocou no mundo inteiro.

Conte-nos em que dia e onde será o lançamento do livro?Rui Leitão - Estou programando o lançamento em três cidades. No dia 24 de setembro, em João Pessoa, as dezenove horas, no novo restaurante Picuí Praia, no Bessa. Em 03 de outu-bro, em Campina Grande, no Museu

Assis Chateaubriand. E no dia 22 de outubro, em Brasília, no restaurante Carpe Diem, na Asa Sul.

Quais os seus próximos projetos literários? Pensas em publicar um novo livro?Rui Leitão - Estou em fase de con-clusão de um novo projeto em que produzo textos que têm objetivo de chamar o leitor a refletir sobre os provérbios, as expressões e os di-tados populares. Essa coletânea de textos intitulei “REFLETINDO A SA-BEDORIA POPULAR”. A intenção é publicar em livro, no início do próxi-mo ano.Um outro projeto que deverei ini-ciar sua elaboração em outubro, são crônicas tendo como temas frases inteligentes de letras do repertório musical brasileiro. As mensagens im-plícitas nas composições nacionais sendo comentadas com um olhar de reflexão, procurando absorver toda uma extensão de alcance do que efe-tivamente o autor quis passar para o público.

Hoje você é colunista no Portal Ws-com, conte-nos como surgiu o início da coluna? Que temas aborda nos seus textos?Rui Leitão - Antes do Wscom, assinei colunas no Portalbip, em João Pes-soa, e no Palavraonline, de Campi-na Grande. Por convite do jornalista Walter Santos passei a colaborar dia-riamente com a publicação de textos no seu portal. Em princípio abordava temas políticos, culturais e da atuali-dade. Depois decidi publicar o meu trabalho de pesquisa que resultou no livro “1968 – O Grito de uma Ge-ração”, e agora com a coletânea de textos que integrarão o livro “REFLE-TINDO A SABEDORIA POPULAR (dita-dos, expressões e provérbios)”.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Rui Leitão - No resgate histórico de 1968 meu desejo é fazer com que a geração atual possa entender me-lhor o que se passou naquele ano, num processo de preservação da memória política, cultural e social do nosso país, que a contemporaneida-de precisa conhecer . Há uma boa literatura sobre o tema, mas resolvi inserir a Paraíba no contexto históri-co daqueles acontecimentos. Então há também a intenção de alcançar o público paraibano registrando, com orgulho, de que fomos protagonistas daquela “onda” revolucionária.Quanto aos textos da “Sabedoria Popular”, o público leitor é amplo, pela oportunidade que oferece de provocar a reflexão sobre os ensina-mentos que os ditados e provérbios populares nos transmitem. Procura também ter um efeito didático, con-siderando que, por um trabalho de pesquisa, faço considerações sobre as suas origens.

Onde podemos comprar o seu livro? Já podemos fazer reservas de com-pra?Rui Leitão - Estou ainda mantendo entendimentos com livrarias para colocação do livro no mercado. No entanto, os interessados já poderão fazer sua aquisição através dos tele-fones 083.8801.0902 (Sidartha) ou 083.8887.2228 (Luciana).

Quem é o escritor Rui Leitão ? Quais são os seus hobbies?Rui Leitão - Sou bancário de origem. Trabalhei por vinte e cinco anos no Paraiban. Exercí vários cargos na administração pública onde pude agregar conhecimentos que me per-

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Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

mite ter uma visão macro de gestão estatal. Adquiri gosto pela literatura, por herança de meu pai, Deusdedit Leitão, que foi, em vida, escritor, his-toriador, pesquisador, genealogista. No lazer gosto dum papo descontraí-do com amigos, futebol (torcedor do Flamengo e do Botafogo da Paraiba), viajar. Sou uma pessoa simples, ávida em aprender mais a cada dia. Ado-ro minhas filhas e netos, com quem divido meu cotidiano de felicidade, compartilhando ainda esses momen-tos com minha esposa e enteada.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário brasileiro?Rui Leitão - Nosso país é rico em talentos culturais, em especial, na literatura. Há muita gente boa sem

oportunidade de divulgar seus tra-balhos. A iniciativa desse projeto “Divulga Escritor” vem em direção do atendimento dessa necessidade, mas precisa ser feito muito mais, tanto pelos poderes públicos, quan-to pela iniciativa privada. O custo da edição de um livro inibe a produção literária, por absoluta incapacidade financeira do autor em coloca-lo no mercado. Urge a adoção de políticas de incentivo à criatividade do escri-tor brasileiro.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos a participação, muito bom conhecer melhor o Escritor Rui Leitão, que mensagem você deixa para nossos leitores?

Rui Leitão - Em primeiro lugar, agra-decer o apoio na divulgação do nos-so trabalho. Aos seus leitores deixo uma mensagem de crença na nossa cultura, na convicção de que cada um que acessa esta página na internet, seja um promotor do potencial lite-rário brasileiro, despertando, não só o interesse na leitura, mas, também, no estímulo ao ingresso no mundo da literatura, contribuindo com seu talento na produção de obras que enriqueçam nossa bibliografia.

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Entrevista escritor Welington Ferreira Ruas

Welington Ferreira Ruas, natural de Montes Claros – Minas Gerais. Ruas, é Técnico Têxtil pelo Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI/CETIQT); Engenheiro de Controle e Automação pela Faculdade de Ciências e Tecnologia (FACIT), Pós Graduado em Saneamento e Meio Ambiente pela Faculdade de Ciência e Tecnologia (FACIT); Pós Graduado em Gerenciamento de Projetos (Project Management Institute – PMI) pela Faculdade Grande Fortaleza (FGF/POSEAD); Mestrando em Gestão Integrada: Meio Ambiente, Qualidade e Prevenção de Riscos Laborais pela Universidade Iberoamericana (FUNIBER). Consultor e coordenador de projetos em planejamento empresarial e administração industrial, especificamente em gerenciamento da comunicação em projetos, montagem de Project Offices, negociação em projeto, desenvolvimento de metodologias para o gerenciamento de projetos.

“O livro é indicado para profissionais da qualidade, gestores de todos os segmentos, estudantes de engenharia, administração e áreas afins. Enfim, é indicado para profissionais que desejam conhecer melhor as principais ferramentas da qualidade aplicadas em qualquer tipo de gestão, independentemente de porte ou segmento.O livro irá ajudar o leitor a ampliar os seus conhecimentos sobre a aplicação das principais ferramentas da qualidade.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Welington Ferreira Ruas, para nós é um prazer poder contar com a sua participação no projeto “Divulga Escritor”. Conte-nos como surgiu a ideia de escrever seu livro “Geren-ciando um Projeto Não Qualidade Tecelagem Passo a Passo”?Welington Ruas - Olá Shirley, agradeço pela oportunidade. A ideia de escrever o livro, surgiu no ano de 2008 quando fui convidado a fazer parte de uma equipe do INDG – Instituto de Desenvolvimento Gerencial na minha Companhia. O INDG é uma consultoria brasileira de gestão fundada por Vicente Fal-coni, que atua em todos os segmentos do mercado, atenden-

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do clientes da iniciativa privada e da esfera pública, do Brasil e do exterior. Durante a implementação do projeto Não Qualidade da Tecelagem, fui re-gistrando todos os passos adotados para identificar, diagnosticar e con-trolar o nosso problema (redução de defeitos no tecido cru), o projeto foi um sucesso, as metas foram alcan-çadas antes do prazo estabelecido, a companhia teve ganhos significa-tivos, os procedimentos operacio-nais foram padronizados de forma a garantir a qualidade do tecido cru. A princípio minha ideia era escrever um artigo sobre o tema, uma vez que o segmento têxtil está muito carente de escritores técnicos, mas percebi que o estudo do caso poderia ser pu-blicado na forma de livro.

De que forma você aborda os temas apresentados no livro?Welington Ruas - Os temas são abor-dados de forma prática, primando pela objetividade, para que seja en-tendido pelo leitor de forma clara logo na primeira leitura. O tema da forma como foi apresentado no livro, possibilita ao leitor compreender a dinâmica da gestão de projetos a partir de um estudo de um caso real.

Para quem indicas a leitura deste li-vro? De que forma o livro pode aju-dar a estes leitores?Welington Ruas - O livro é indicado para profissionais da qualidade, ges-tores de todos os segmentos, estu-dantes de engenharia, administração e áreas afins. Enfim, é indicado para profissionais que desejam conhecer melhor as principais ferramentas da qualidade aplicadas em qualquer tipo de gestão, independentemente de porte ou segmento.O livro irá ajudar o leitor a ampliar os seus conhecimentos sobre a apli-

cação das principais ferramentas da qualidade.

Quais, escritores, são as suas refe-rências literárias? Por que eles se tornaram uma referência para você? Welington Ruas - Minhas referen-cias literárias partiram de um seleto grupo de especialistas na área de gerenciamento, em nível mundial são considerados os mestres ou os maiores Gurus da Qualidade são eles: Walter Shewhart, Armand Fei-genbaum, William Edwards Deming, Joseph Moses Juran, Philip B. Cros-by, Kaoru Ishikawa, Genichi Taguchi. São referencia para mim, por terem proporcionado mudanças no campo inovador da Qualidade, tais mudan-ças aconteceram em grande parte devido ao método de administrar a Qualidade desenvolvido por estes autores, a meu ver são os grandes motivadores da era moderna do ge-renciamento da Qualidade. No Bra-sil, minha principal referencia é o Professor Vicente Falconi, sua meto-dologia de implantação do programa de Qualidade Total e Produtividade foi quem exerceu a principal influ-ência no Programa de Qualidade e Produtividade no Brasil. Para Falco-ni “A maioria das pessoas reluta em assumir que tem problemas. Mas, para melhorar continuamente, as empresas devem fazer isso mesmo quando estão satisfeitas com seus resultados”. Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Welington Ruas - Shirley, meu pú-blico é especifico, “profissionais da qualidade, gestores de todos os seg-mentos, estudantes de engenharia, administração e áreas afins”.

A mensagem que quero transmi-tir aos leitores… pessoal o livro não apresenta nenhuma receita mirabo-lante para a solução de problemas, apenas o obvio, mas abordado de uma forma simples e objetiva, de lei-tura fácil e com exemplos práticos de aplicação das principais ferramentas da Qualidade, estou certo de que a obra poderá ampliar os conhecimen-tos dos gestores e profissionais da Qualidade.

Escritor Welington, de que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Welington Ruas - Shirley, o principal meio de divulgação do meu trabalho é a internet (redes sociais: Likedin; Facebook; Orkut, Blogs, Webartigos.com), outra forma de divulgação é por meio de palestras nas escolas de cursos técnicos/faculdades, quando solicitado.

Que dificuldades você encontrou para a publicação do seu livro? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades?Welington Ruas - Ao terminar meu livro pensei, pronto agora é só publi-car… não imaginava encontrar tantas dificuldades para tornar um sonho realidade. No primeiro contato com as editoras percebi que publicar o meu livro não seria uma tarefa fá-cil, descobri que o maior interesse das editoras não estava no conte-údo do livro e sim no tamanho da tiragem que queriam me vender. O principal argumento do atendente era “quanto maior a tiragem menor será o custo do seu livro” isto é ob-vio, é lógico, mas e quanto à venda dos exemplares? Bem, para os gran-des e renomados escritores vender livros é relativamente fácil, existem editoras que patrocinam todo o pro-jeto, principalmente o marketing de

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vendas, por outro lado os escritores iniciantes não tem apoio algum. Tais dificuldades seriam amenizadas com a criação de clubes, associações, co-operativas. O principal objetivo des-tas organizações seria unir a classe (escritores/autores), já diz o velho ditado “a união faz a força”. Estas or-ganizações buscariam recursos (jun-to aos escritores, órgãos públicos e municipais, empresas, etc.) para dar apoio aos escritores iniciantes, ao re-ceber o apoio destas organizações, o escritor passaria e ser membro/co-laborador do projeto, contribuindo para o lançamento de novos talentos no mercado.

Escritor Welington, onde podemos comprar o seu livro? Welington Ruas - O leitor pode com-prar o seu exemplar diretamente co-migo, basta enviar e-mail para: [email protected] Quais seus próximos projetos lite-rários? Você pensa em escrever um novo livro?Welington Ruas - Atualmente estou trabalhando num projeto cujo tema é Gestão Integrada em: Meio Am-biente, Qualidade e Prevenção de Riscos Laborais. O trabalho é a lon-go prazo, sou fascinado pela gestão, propor melhorias em determinados processos e ver os resultados po-sitivos, me envaidece, este tipo de trabalho me motiva muito. Espero poder alcançar bons resultados nes-te projeto, caso sinta que o trabalho poderá contribuir de alguma forma para ampliar os conhecimentos dos gestores de todos os segmentos, ire-mos publicar um novo livro.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer

melhor o Escritor Welington Ferrei-ra Ruas, que mensagem você deixa para nossos leitores?Welington Ruas - Apesar das dificul-dades encontradas para a publicação do meu livro, nunca pensei em desis-tir, sei que as coisas demoram para acontecer, se por um lado foi difícil a publicação, tenho ciência de que é muito mais difícil manter, vou se-guindo, lutando, persistindo, buscan-do o meu espaço. Na busca por este espaço, em agosto de 2012 participei da 22ª Bienal do Livro em São Paulo, tive a maior satisfação que um es-critor pode ter, “ver o meu livro nas prateleiras de uma Bienal” aquele foi um dos momentos mais emocionan-tes da minha vida, o coração acele-rou e gelou, os olhos encheram de lágrimas, foi uma experiência impar na minha vida, de muita felicidade pela conquista. Hoje o que mais me motiva a continuar nesta caminhada é receber e-mail de leitores sobre o meu trabalho. Caro leitor, deixo aqui meus sinceros agradecimentos pela sua atenção, minhas últimas pala-vras são: “todos temos sonhos, tor-na-los realidade é difícil, mas não é impossível” assim digo, nunca desis-tam dos seus sonhos, a persistência é o segredo.

Um forte abraço.Welington Ruas

Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

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Estudante do 4° ano de administração pela faculdade UNICEP de São Carlos. Criador do grupo “Pensando fora da caixa” no Facebook e, também criador dos blogs “discutindo Administração” e “pense fora da caixa.“. Admirador de grandes nomes de sucesso como Bill Gates, Steve Jobs, Peter Drucker, Carl Sagan e outros. Leonardo Marioto em entrevista para o projeto Divulga Escritor, conta-nos um pouco do seu dia-a-dia, de sua trajetória literária, o escritor apresenta-nos algumas dicas de melhorias para o mercado literário brasileiro.“Muitas pessoas não sabem, mas todo escritor conta a sua vida através da escrita. Um poema. Uma poesia. Um pensamento. Através de um argumento que, ele transpõe em determinado texto, pode se conhecer o indivíduo.”Boa Leitura!

Entrevista escritor Leonardo Marioto

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Leonardo Marioto, para nós é um prazer tê-lo conosco no proje-to Divulga Escritor, conte-nos como é conciliar o trabalho, estudos, pro-jetos no dia-a-dia? Estou curiosa para conhecer um pouco sua rotina.Leonardo Marioto - Olá Shirley. Eu que agradeço esta oportunidade sua de divulgar não só o meu, mas o tra-balho de todas as pessoas pensantes que tentam, de alguma maneira, ex-pressar suas idéias, pensamentos e sentimentos no papel. Não é muito difícil conciliar o tra-balho, estudos e outros projetos no dia-a-dia. Acredito que você tem de criar um roteiro para o seu dia e, mais do que isso, colocar este roteiro no papel. Às vezes quando me perco nas tarefas abro o meu Post-it aqui no computador, crio uma enorme anotação colocando-as em ordem de prioridade. Fazendo isto percebo

que consigo resolver os problemas no tempo certo, de maneira mais racional e ajuda-me a concentrar no que tem de ser feito. E como não po-deria me esquecer, tenho amigos no blog que me ajudam nas tarefas do dia-a-dia.

Que tipos de textos você escreve? Que temas você aborda?Leonardo Marioto - Comecei a es-crever sobre administração em um antigo blog. A motivação para es-crever deu-se pelos estudos. Lá pelo segundo ano do meu curso de admi-nistração, comecei a me interessar por gestão de pessoas, empreende-dorismo, liderança. No entanto per-cebi que, apenas, só a leitura, era muito pouco para aprofundar o co-nhecimento teórico, por isso, resolvi começar a estudar e a escrever com as minhas palavras o que entendia sobre o assunto. Tive a idéia de fa-zer um blog para divulgar os meus

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escritos e ajudar outras pessoas in-teressadas no assunto. Infelizmente depois de 1 ano de trabalho, todo o meu blog foi excluído pelo servidor – até hoje não sei o motivo. Então criei outro blog com o meu nome (www.leonardomarioto.com) quando co-mecei a escrever sobre administra-ção e reflexões. No entanto depois de mais ou menos 1 ano e meio, os assuntos de administração com as reflexões começaram a ficar muito divergentes, daí resolvi excluir por vontade própria o blog - agora com as publicações todas salvas – e criar o “pense fora da caixa.” juntamen-te com outros autores e, um outro blog sobre administração, mas que no momento está um tanto quanto inativo. Atualmente escrevo sobre as minhas elaborações pessoais. Coisas que quando escrevo me ajudam a in-corporar mais anda o que eu penso a respeito de determinado assunto, aumentando assim, meu autoco-nhecimento. Escrevo sobre nossa responsabilidade perante a vida, o mundo e as coisas ao nosso redor. Escrevo também sobre religião, alie-nação e entre outras coisas. Mas se você olhar o pano de fundo dos textos sempre estará presente de forma mais explícita ou não, a nossa responsabilidade sobre a nossa vida; o parar de culpar o outro por proble-mas pessoais; o parar de responsa-bilizar, tanto erros, ou fracassos, em cima do natural e sobrenatural. O último texto que escrevi “Tem gente que acorda para continuar dormin-do” reflete um pouco o que estou querendo dizer.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?

Leonardo Marioto - Acredito que meu público específico seja qual-quer pessoa que não esteja no mun-do para continuar dormindo. Tento transmitir o quão satisfeito consigo mesmo sentimos, quando desco-brimos que a responsabilidade pela nossa vida é nossa. Não acredito em rezas – apesar de acreditar em deus como sendo algo inexplicável - ou pensamentos positivos/nega-tivos e etc. Acredito na capacidade do ser humano. Na vontade de “ser alguém” na vida que, na minha con-cepção, “ser alguém” é o sinônimo de se conhecer – perder nossas alie-nações o quanto pudermos - e fazer-mos o que nos interessa. Acredito que temos qualidades e defeitos, e que não há demonstração maior de humildade, em assumir estas carac-terísticas humanas.

Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritor?Leonardo Marioto - Minhas refe-rências literárias estão se expandin-do com o tempo. Comecei a ler e a escrever a cerca de 2 anos e meio atrás. Tomei muito gosto e, por isso, continuei me dedicando. Gosto de ler o astrofísico Carl Sagan, o soci-ólogo Zygmunt Bauman, a filósofa Marilena Chauí e os escritores e pro-fessores Peter Drucker – já falecido – e Idalberto Chiavenato da área de administração. Tenho também como referências não literárias, mas pes-soais, o inventor e empresário Steve Jobs e o fundador da Microsoft, Bill Gates. Minha admiração por estes 2 nomes em especiais, se dá pela im-plicação, ou seja, pelo envolvimento deles com a vida. Eles criaram coisas e, mais do que isso, eles gostavam do que faziam, ou seja, tudo aquilo ha-via sentido para eles.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho como escritor? Como o leitor, que desejar, deve fazer para entrar em contato com você? Leonardo Marioto - Hoje divulgo meu trabalho através do blog pen-seforadacaixa. utilizando as mais diversas formas como rede sociais, otimização de conteúdo (Google) e boca-a-boca. Temos um grupo no Fa-cebook chamado “pensando fora da caixa” onde divulgamos nosso traba-lho e abrimos espaço para que ou-tras pessoas expressem suas ideias.Os meus e-mails para contato são [email protected] e [email protected].

Leonardo, você hoje é administrador do site “Pense Fora da Caixa” o mes-mo tem página em Facebook, grupo, como é administrar esse tão maravi-lhoso projeto? Que tipos de trabalho são divulgados pelo projeto? Leonardo Marioto - É muito grati-ficante fazer parte destes projetos e, mais do que isso, ideiais que me surgiram e estão gerando muitas satisfações. Como tinha dito, eu possuía um blog pessoal com o meu nome e mesmo sabendo que iria ter que começar tudo do zero, decidi excluí-lo e criar outro pro-jeto, porém poderia juntar diver-sas pessoas que compartilhavam e compartilham com os mesmos pensamentos que, como no slogan do blog tem o objetivo de “empur-rar a raça humana para frente”. Nós divulgamos textos e há pouco tem-po estamos expandindo as outras formas de expressar a arte, criando um espaço chamado “Artes do pen-se” onde são postados desenhos, fotografias e vídeos de nossa au-toria. E pretendo aumentar ainda mais estas outras formas de arte, mas tudo isso virá com o tempo.

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Escritor Leonardo Marioto, para nós é um prazer tê-lo conosco no proje-to Divulga Escritor, conte-nos como é conciliar o trabalho, estudos, pro-jetos no dia-a-dia? Estou curiosa para conhecer um pouco sua rotina.Leonardo Marioto - Olá Shirley. Eu que agradeço esta oportunidade sua de divulgar não só o meu, mas o tra-balho de todas as pessoas pensantes que tentam, de alguma maneira, ex-pressar suas idéias, pensamentos e sentimentos no papel. Não é muito difícil conciliar o tra-balho, estudos e outros projetos no dia-a-dia. Acredito que você tem de criar um roteiro para o seu dia e, mais do que isso, colocar este roteiro no papel. Às vezes quando me perco nas tarefas abro o meu Post-it aqui no computador, crio uma enorme anotação colocando-as em ordem de

Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

prioridade. Fazendo isto percebo que consigo resolver os problemas no tempo certo, de maneira mais racio-nal e ajuda-me a concentrar no que tem de ser feito. E como não poderia me esquecer, tenho amigos no blog que me ajudam nas tarefas do dia--a-dia.

Que tipos de textos você escreve? Que temas você aborda?Leonardo Marioto - Comecei a escre-ver sobre administração em um an-tigo blog. A motivação para escrever deu-se pelos estudos. Lá pelo segun-do ano do meu curso de administra-ção, comecei a me interessar por ges-tão de pessoas, empreendedorismo, liderança. No entanto percebi que, apenas, só a leitura, era muito pou-co para aprofundar o conhecimento teórico, por isso, resolvi começar a

estudar e a escrever com as minhas palavras o que entendia sobre o as-sunto. Tive a idéia de fazer um blog para divulgar os meus

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O Presidente da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Gran-de, Dr. Jacques Azicoff, dá boas vindas ao sodalício acadêmico, aos Membros Imortais que foram recebidos em Plenário para posse so-lene em 27 de setembro de 2013, no momento foi comemorado o 6º Aniversário de Fundação da Academia de Iguaba Grande, são eles:Jesusa Perez EstevezKátia Regina Martins de Souza Lima Nancy de Castro Cobo Paulo Roberto Martins Issae Acadêmicos Juvenis:Maria Clara da Luz Cobo Mariana Cobo Moreira

Outorga da Comenda Grã Cruz Acadêmica:Acadêmica Juvenil Beatriz Moura.

Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande

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“É PRIMAVERA”

Autor: Divino Notary

O dia lá vem raiandoLá no horizonte tão lindoEstou me despertando,É primavera estou sorrindo

Sol, chuva e flores...Verdadeiros amoresO céu branco, azul anil,A elegância em coresQue Deus coloriu.

À tarde o arco-írisBeleza nata na expressão felizDa natureza,Nas suas verdes matas, jardins em flores...Amor em cores, flor e amores.

É primaveraQue lindos verdes bosques,As flores exalam os seus perfumesE os amores dispensam os ciúmes,

Tudo é encanto e a sua beleza imperaPor que é fascinante,A tão encantada primaveraAos olhos E aos corações, dos amantes.

“A GRANDEZA DA MULHER”.Autor: Divino Notary

“A grandeza da mulher Está na sua delicadeza, E a sua real beleza Está ao seu interior, Onde mora o seu imenso “amor”.

Momentos de poesia“TODA MULHER”

Autor: Divino Notary

Toda mulher sonhaToda mulher sangra, Toda mulher seduzToda mulher se zanga...E não aceita traição,Toda mulher amaDe todo o coração.Toda mulherGosta e apostaNa relação De um grande amor,Toda mulherTem seu encantoE são tão belasComo uma flor,Por isso eu me rendoEm cada primavera,Aos encantos do seu amor.Para mim a mulher...É Luz que reluzEm meu ser,É o anseio e o desejo de um beijoQue aguça o meu prazer,Toda Mulher!Seja ela como for,São como as estrelasQue brilham no infinito,E me conduz as trilhasMais lindas da amizade,E do amor mais bonito.

Poeta Divino Notary [email protected]

DIREITOS RESERVADOS AO AUTORDivino Notary

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Momentos de poesia Momentos de poesia

NÃO CHORE POR MIM

Não chore por que morri!Pois não poderei te ouvirNem tão pouco te confortaNão chore porque já mortoNão poderei lhe abraçar

E nunca mais te dar confortoNem você me visualizar.

Fique também sabendoQue perdera seu tempoSe comigo vim sonhar.

Não chore porque teu choroNão vai mais me comoverNão poderei ter dor, nem dó.Nem sentir pena de você.

Não chore porque já mortoNão terei mais sentimentoNão posso enxugar tua lágrimaNem ser mais o teu alento.

Não chore, pois em teu choro.Não poderei te acompanharTambém não sentirei mais penaNem nunca mais poderei Chorar.

Não chore nem tenha dó De quem morreu te lembrando Passe o tempo que passar Saiba que morri te amando.

Não chore, pois nem toda lágrima.Fará um dia eu voltarMe, tenha apenas em lembranças.E me guarde em teu sonhar.

Antônio Montes

O CONCERTO

Pegue; leve o carro no concertoe concerte tudo o que precisarveja, não é nada poucoo mecânico vai mesmo acalcarcom aquele preço locoquando o carro ele for arrumarpois a biela e o pistãofarol e também suspensãocabeçote e a dona juntarolamento e as buchaspisca, pisca e a mussinética os freios e a embreagemlá dentro do motor as canecaspara-brisa e a buzinaé mesmo uma fuleiragemvelas, arruelas e fuzisbateria parafuso e porcabenéx e aquele radiadore a porta que já se abriuchassi e o danado diferenciare mais barulhos que surgiua dona caixa de machaesta indo já pro paua coroa esta banguelao painel e os cambale aqueles furos na janelasconcerto nos retrovisormecânico não me leve a malpreço baixo meu senhorse não eu vou ao hospital.

Antônio Montes

LAVADEIRA

Lava roupa lavadeiracom carinho e coraçãoRódia bacia e ladeiravai descendo o ribeirãoLava tudo ate esteira no batedor riachãoE depois que tudo lavacom água fresca e sabãoColoca a roupa a corarali na relva com florTão logo enxagua ao sole estende com muito amorLava a roupa do menino que não para de brincar- preste atenção nessa chuva que a nuvem está a formar!Não deixe a roupa já secaTomar molho no varalDepois dessa trabalheiraMoleza é ir p’ros cambal...lavadeira , olhe a casaque está toda pra varrero terreiro e o pilão com arroz para socar‘inda o café pra torrare beber depois que coaE vai fazer o jantar que a fome n’é coisa boaVá dormir agora nãopois tem louça pra lavartem também que fazer cama e o colchão pra forrarde esperança e de amorliberdade pra sonhar...Bom, a noite já passou Acorda o sol, lavadeira levanta pra trabalhar.

Antônio Montes

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Momentos de poesia Momentos de poesia

Poeta Antônio Montes [email protected]

VENTO SECO

Folhas verdes outroraque já não tenho aquihoje seca a saudadevagueia no tempo por ai.

Assim depenada de amorsó resta o jardim em fimgalhos pêndulos sem flor com a solidão aluir.

Espinhos prontos agora ferindo o triste coraçãoverde tchau foi emborachora desmilinguida paixão.

O vento já não farfalhanão ah mais como sorriro sim, chão cheio de palhacoração só quer partir.

O ar seco agora estadificultando o respirarmundo, aonde vai dar?Dissipando assim o amar.

Antonio Montes

SEM TER SONHO

Criança de rua assim tão pequenobarriga coladapapando sereno.

Não sabe do paida mãe ao que veionem pra onde vaiseu mundo é feio.

Não entende de nadanem conhece esquemaé seca tua estradasua terra é perena.

Não deve ao mundomas paga a misériado político vagabundoque rouba essa terra.

Teu choro é alentonão carrega sonhoteu viver é ao vento seu mundo é medonho.

Nem tem esperançanem vê um futurosem fruto em tua arvoreentão trepa no muro.

Do hoje não sabeamanhã não estateu coração invadea vontade de amar.

Antônio Montes

O SER CRIANÇA

Criança saudável e faceirasai por ai na carreira a corrertudo em ti é brincadeiraem uma vida pra valercom gosto rir de você.

Tempo ruim não lhe comoveinventa o seu faz de contafaz micagem e suas graças adora andar de automóvele se comove com os rachas.

No amanhã só quer crescerem seu pensar de ser adultopequeno quer seu querermesmo muito matutosempre quer tudo saber.

Ama as coisas bem simplesbalões e bolhas de sabãopipa solta a ti é requintepois alegra o seu coraçãocom alegria que é ouvinte.

Não tem contas pra pagarquem vai ganhar não entereçanesse mundo o seu é, o amarem seu viver não quer pressa.

Antônio Montes

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