Revista Diagramação

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A HORA É AGORA 11 de Junho, de 2012 1° Edição - JUNHO www.ahoraeagora.com.br OS TRÊS CANDIDATOS MAIS POPULARES Fruet, Ducci e Ratinho Jr todos eles têm planejamento de implantar o metro em Curitiba * Entrevista com os pré - candidatos a prefeitura de Curitiba PÁG 2 * As eleições 2012 em Curitiba prometem ser bastante acirra- das PÁG 7 * Para refletir PÁG 8

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Tudo sobre a política paranaense

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A HORA É AGORA11 de Junho, de 2012

1° Edição - JUNHO

www.ahoraeagora.com.br

OS TRÊS CANDIDATOS MAIS POPULARES

Fruet, Ducci e Ratinho Jr todos eles têm planejamento

de implantar o metro em Curitiba

* Entrevista com os pré - candidatosa prefeitura de Curitiba

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* As eleições 2012 em Curitiba prometem ser bastante acirra-das

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* Para refletir

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Quem é Gustavo Fruet – PDT?R: Foi vereador de Curitiba e dep-utado federal por três mandatos.Nasceu em 1963, em Curitiba.Dis-putou a eleição para o Senado em 2010.

O senhor estava no PSDB e agora está no PDT, podendo ter o apoio do PT. Não é uma contradição?FRUET - Quando tomei essa decisão, deixei claro que estava recomeçando. É importante lem-brar que eu fui vetado de assumir a presidência do diretório municipal do PSDB. Fui vetado pelo presidente da Câ-

mara, João Cláudio Derosso. E houve um silêncio constrangedor das lideranças do partido. Evidente que não nego nenhuma postura e tenho uma expectativa imensa so-bre a decisão do Supre-mo Tribunal Federal em relação à denún-cia do mensalão. Mas a coligação será em cima de pontos de con-vergência. Nunca des-qualifiquei o PT como instituição, nunca gen-eralizei.

O senhor tem medo de perder parte

do seu eleitorado devido a essa aproximação com o PT?FRUET - Em política a gente tem de ter a capacidade de assumir posições com argumentos. O que

não pode ser é uma relação fi-siológica. Quem vai fazer esse jul-gamento é a pop-ulação, mas em cima de princípi-os, de um diálogo e de muitos mais pontos de con-vergência. Com

argumento há uma compreensão.

“É importante discutir o metrô

antes que seja lançado o edi-

tal”

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Entrevista com os pré - candidatos a prefeitura de Curitiba

Gustavo Fruet (PDT), ex-deputado federal

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Não ter uma central de controle do sistema de transporte. Nós não conseguimos ainda sincronizar os ônibus com a sinalização. E são necessários investimentos físicos, com o desalinhamento [das cana-letas] para a ultrapassagem segura [dos ônibus].

Qual sua opinião sobre o pedágio urbano para Curitiba?FRUET - Não é o caso.

O que mais irrita no trânsito? FRUET - A demora.

Quais metas sociais o senhor gos-taria de atender?FRUET - É inacreditável que ainda haja em Curitiba algumas regiões com tamanho grau de miserabili-dade. Claro que não podemos es-perar que a cidade tenha só classe média e que transfira seus proble-mas para a região metropoli

Evidente que a população vai mar-car muito mais sua capacidade de indicar os caminhos para o futuro da cidade do que propriamente um debate ideológico e partidário. A eleição local tem outra carac-terística. Ela é muito mais para discutir o futuro da mobilidade, da segurança, da saúde, que para debater questões que dominam a pauta no Congresso.

O senhor estaria disposto a ampliar as ciclofaixas?FRUET - Ampliar o máximo pos-sível.

Qual a opinião do senhor sobre o projeto do metrô de Curitiba?FRUET - O importante agora é discutir o modelo econômico, financeiro e jurídico. Saber o preço da tarifa, quem vai pagar, qual o subsídio. Qual será a con-traprestação do concessionário para operar o sistema. E o mod-elo jurídico é para saber se a con-cessão para o consórcio que vai implantar o sistema será a mesma concessão para o consórcio que irá operar o sistema. É importante abrir esse diálogo antes que seja lançado o edital.

Há muitas críticas ao projeto. Qual a sua opinião?FRUET - As críticas são pro-cedentes, mas é sobre algo quase que inevitável. Os recursos [fed-erais e do BNDES] são para esse projeto.

Como melhorar o transporte públi-co?

FRUET - É preciso haver mais canaletas. Pensar num novo mod-al não significa excluir os demais. Também não tem sentido Curitiba ainda não ter um sistema integra-do de mobilidade.

tana. Mas penso em uma cidade equilibrada, com todos os níveis sociais tendo uma condição míni-ma.

Quem é o curitibano?FRUET - Mais da metade dos mo-radores, atualmente, não nasceu aqui. Isso oxigenou aquele curiti-bano tradicional, que tem muito orgulho da cidade, que valoriza muito as suas questões. Hoje ele não chega a exacerbar a sua au-toestima, mas nem chega ao ponto crítico do Dalton Trevisan.

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Deputado federal mais votado no Paraná na última eleição, Ratinho Júnior (PSC) garante que estará na disputa para a prefeitura de Cu-ritiba neste ano. Apesar de fazer parte da base de apoio ao governo federal, ele descarta qualquer pos-sibilidade de aliança que o faça desistir de ser candidato. O jovem parlamentar de 30 anos coloca a sua candidatura como “independ-ente”. “A vantagem dessa minha inde-pendência é que eu consigo tran-sitar por todos os grupos políticos. Eu tenho um óti-mo relacionamen-to com o governa-dor Beto Richa e tenho um bom trânsito também no governo fed-eral”, diz.Embora afirme ter bom relacion-amento com Richa, ex-prefeito de Curitiba, Ratinho Júnior não poupa críticas aos últimos ad-ministradores da capital. Para ele, os prefeitos falharam por não planejar a cidade para as próxi-mas décadas. “A maior inovação da cidade de Curitiba é um ônibus de 40 lugares a mais. E isso não é nenhuma inovação. Peo contrário, é uma solução paliativa. [Isso ac-ontece] Porque não se planejou o transporte nos últimos 20 anos. O sistema que nós temos hoje é da década de 1980.

QUEM É RATINHO JÚNIO (PSC)?R: Nasceu em Jandaia do Sul, em 1981.Foi deputado estadual entre 2003 e 2006, atualmente exerce o segundo mandato como deputado federal.

Como o senhor vê a ideia de haver um único candidato da base gov-ernista?

RATINHO JR - O que faz eu me diferenciar dos demais candidatos é a minha independência. Eu não entrei na política apadrinhado por ninguém. Entrei por entender que eu posso ser o instrumento que de alguma maneira pode melhorar a

vida das pes-soas. O meu partido e eu temos a inde-pendência de poder apre-sentar uma opção para a população. O grande p r o b l e m a do Brasil, da nossa política, é que somos

um país escasso de líderes. Se você perguntar hoje um candidato à Presidência além do [José] Serra e da Dilma [Rousseff] para ter uma eleição amanhã, nós não te-mos. Por quê? Porque os partidos entenderam que era melhor fazer acordos ao invés de colocar as-suntos em pauta e apresentar seus quadros para debater a sua cidade, estado ou país. Como eu não penso dessa maneira, acho muito difícil a gente chegar a um consenso. Acho que nós temos de ter muitas can-didaturas. Eu incentivo a candida-tura do PT, mesmo sendo da base. Mas eu acho que um partido que tem a Presidência da República não pode deixar de ter candidato numa cidade como Curitiba. Acho que o PSDB deveria também ter candidato a prefeito.

O senhor planeja alguma inovação para Curitiba?

RATINHO JR - O grande desafio para o próximo gestor de Curiti-ba é planejá-la para os próximos 20 anos. Porque nós, brasileiros, temos o costume de planejar o mandato. Diferente dos asiáticos, que têm um modelo de gestão que é para uma década. Você veja, a maior inovação da cidade de Cu-ritiba é um ônibus de 40 lugares a mais. É isso não é nenhuma inovação. Pelo contrário, é uma solução paliativa. O sistema de transporte que nós temos hoje é da década de 1980.

Mas o senhor tem buscado alianças?RATINHO JR - Tenho procurado os partidos. Tenho procurado o PT, até porque faço parte da base [de apoio da presidente Dilma]. Tenho conversado também com o PV, com o PCdoB, com o PTdoB. Tem que buscar outros partidos para você ter uma aliança forte, ter tempo de televisão.

Ratinho Junior (PSC), deputado federal

“O jovem par-lamentar de 30 anos coloca a

sua candidatura como independ-

ente”.

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O senhor está procurando alianças, mas não está disposto a abrir mão da sua candidatura?R:Estou buscando aliança com aquelas que ainda não têm candi-datura própria definida. O PT ain-da não definiu sua candidatura, o

PV também não. Com o PDT não tem porque eu conversar porque o partido tem o Gustavo [Fruet], que tem se colocado como candidato. A vantagem dessa minha inde-pendência é que consigo transitar por todos os grupos políticos. Ten-ho um ótimo relacionamento com o governador Beto Richa e tenho um bom trânsito também no gov-erno federal.

Do que o senhor mais gosta em Cu-ritiba? R:Eu gosto da cidade em si. Uma cidade bem projetada, que tem um diferencial, é aconchegante, bem

arborizada.Do que menos gosta?R: Talvez um pouco do frio. Eu gosto [do tempo] mais quente um pouco.

Qual o local de que o senhor mais gosta em Curitiba?R:Santa Felicidade. É o bairro em que moro desde pequeno.

O que define o curitibano?R:A personalidade crítica.

E o curitibano é fechado ou tímido? R:Ele é fechado até por umas questões climáticas.

Luciano Ducci atual prefeito de CuritibaQual é o maior desafio na adminis-tração da cidade?DUCCI - O maior desafio é man-ter a capacidade de inovação que a cidade sempre teve. Curitiba cresce bastante e com isso precisa que a infraestrutura urbana acom-panhe este ritmo de crescimento para manter a qualidade de vida para a população. Temos grandes obras em projeto ou execução, mas temos que trabalhar sempre para melhorar a infraestrutura nos bairros.

Quais serão as prioridades da pre-feitura caso seja reeleito?DUCCI - Será de muitas transfor-mações, principalmente na área de mobilidade urbana. As regiões de Santa Felicidade e norte da ci-dade terão um novo eixo viário, com as revitalizações das aveni-das Fredolin Wolf e Toaldo Túlio. Vamos fazer o Anel Viário, um eixo de circulação alternativo ao Centro da cidade, estimulando os motoristas a evitar a região cen-

tral. A Avenida das Torres está ganhando uma trincheira, onde será implantado o binário Chile-Guabirotuba. Teremos a segunda parte do eixo CIC-Tatuquara. Na antiga BR 116, está em construção a trincheira Gustavo Rattman e também iniciaremos a Linha Verde Norte. Neste ano, também começaremos várias obras para a Copa do Mundo de 2014. A Cân-dido de Abreu vai ser transforma-da no segundo grande calçadão de Curitiba. A Avenida das Torres, o terminal Santa Cândida e a Rodo-ferroviária serão revitalizados. Im-plantaremos o Sistema Integrado de Mobilidade, uma rede inteli-gente de organização de trânsito. Também estamos revitalizando a Avenida Marechal Floriano, que terá a primeira ciclofaixa da ci-dade. Na área de saúde, serão 26 novos equipamentos, entre eles o Hospital do Idoso Zilda Arns. Em educação, dezenas de novas creches e mais vagas nas escolas. Para esporte e lazer, Centros da

Juventude, mais Clubes da Gente com piscinas e novas academias ao ar livre. Serão dezenas de grandes obras e também centenas de pequenas obras nos bairros, mel-horando a infraestrutura em todas as regiões da cidade.

Curitiba é uma cidade que está crescendo cada vez mais. E as con-seqüências desse crescimento já podem ser vistas no trânsito cada vez pior, na superlotação do trans-porte coletivo e em diversas outras situações. Qual o planejamento que o senhor imagina para o futuro da

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cidade? Como crescer mantendo a qualidade de vida dos habitantes?

DUCCI - As ruas de Curitiba gan-ham atualmente 900 novos carros a cada semana, o que faz da nossa capital a cidade mais motorizada do país, com um automóvel para cada 1,4 habitantes. Com este cenário, melhorar as condições do trânsito tornou-se um impera-tivo nos últimos anos. Mas vamos investir para diminuir este prob-lema. Curitiba cresce, os novos de-safios surgem, as pessoas renovam a confiança em uma cidade que sempre soube se superar. Curitiba continuará firme no seu caminho de superação e promoção do de-senvolvimento, com trabalho, ino-

vação e melhoria na qualidade de vida. A cidade tem que ser maior que seus desafios.

Inspirado no modelo de qual ci-dade?DUCCI - Estou falando do metrô, que não é de nenhuma cidade es-pecífica. Sempre fui um defensor de que o metrô já deveria estar in-stalado na nossa cidade.

Do que o senhor mais gosta em Cu-ritiba? DUCCI - Do acolhimento. A ci-dade possui tudo que uma grande metrópole tem, mas preserva o acolhimento de uma pequena ci-dade.

Eleições Biométricas na Capital paranaense

E do que menos gosta?DUCCI - Dos problemas sociais. A cidade cresceu muito nesses úl-timos anos e a administração mu-nicipal poderia estar muito mais presente nos bairros.

Como o senhor se define?DUCCI - Eu me defino como um político. Mas ser político não resume e não define a exaustão a minha personalidade e vida.

No início desse ano, abriram os prazos para o recadastramen-

to biométrico, onde os eleitores cu-ritibanos obrigatoriamente deveri-am regularizar seu título de eleitor. A regularização dos documentos eleitorais foi um sucesso, cerca de 80% dos curitibanos fizeram o rec-adastramento, confirmando assim, as eleições biométricas na capital. Muitos enfrentaram longas filas na Central de Atendimento ao Elei-tor, no prédio do Fórum Eleitoral, localizado no bairro Prado Velho. Com essa nova forma de apresen-tação digital, para realizar a vo-tação, ainda será necessário portar o título de papel. Antes de votar pelo sistema biométrico, porém, o cidadão precisa fazer o cadastra-mento de suas impressões digitais e da fotografia. A eleição biométri-ca em Curitiba vinha sendo cogi-tada há algum tempo, pois assim, os cidadãos teriam uma maior fa-cilidade ao votar.

O que muda para o eleitor?

A identificação de cada eleitor será automatizada, diminuindo o risco de fraude ou falsidade ideológica. Segundo o Tribunal Superior Elei-toral, a tecnologia biométrica é um grande avanço, e vem acompan-hada de uma economia de cerca de R$ 2 milhões por ano nos cof-res públicos, verba antes destinada para a revisão dos cadastros eleito-rais.O processo de votação, basica-mente será o mesmo. A pessoa de-verá apresentar o título de eleitor, em seguida, irá colocar o indica-dor ou o polegar em um leitor bio-métrico na própria urna eletrônica que fará a liberação desta para o voto. Ao todo, o processo de iden-tificação levará cerca de 5 minutos.

O que a população curitiba-na está achando dessa nova

forma de realizar o voto?Segundo entrevistados, esse pro-cedimento foi aprovado pela maio-ria dos eleitores. “É uma forma mais prática e se-gura de se votar, pois só com o RG, algumas pessoas poderiam falsi-ficar o documento”. Diz a auxiliar administrativo, de 23 anos, Ana Paula Souza.

Há também alguns eleitores que contrariam a nova forma de vo-tação, achando desnecessário o recadastramento. “Não vejo necessidade de fazer o recadastramento, sempre deu certo assim, a mudança nem foi muita, pois vamos ter que levar o título impresso do mesmo jeito. Isso provocou alguns transtornos, pois muitas pessoas tiveram que disponibilizar tempo, muitas vezes pedir dispensa de seu trabalho, para ir regularizar o título”. Diz a gerente de loja, de 32 anos, Maria

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As eleições 2012 em Curitiba prometem ser bastante acirradas

Gustavo Fruet (PDT) é o candidato que aparece a frente da pesquisa, as intenções de votos variam entre 20,3% a 28,5%.

Ratinho Junior (PSC) encontra se quase em-patado com Fruet , já que os índices das in-tenções de votos para ele tem variação de 18,9% a 27,7%.

O atual prefeito de Cu-ritiba Luciano Ducci ( PSB), é o que está sen-do menos cotado nas pesquisas, mesmo as-sim possui bons índices com intenções de votos que varia de 16,3% a 22,7%.

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Como é sempre considerada uma margem de erro nas pes-

quisas 3,5 pontos percentuais, no caso, para mais ou para menos, en-tão pode se considerar que os três candidatos estão tecnicamente em-patados.Na mesma pesquisa constatou se a popularidade dos candidatos em relação ao sexo e grau de instrução dos entrevistados e notou se que Fruet tem melhor desempenho en-tre eleitores do sexo masculino e aqueles que possuem ensino supe-rior. Já Ratinho possui mais votos entre eleitores do sexo feminino e com aqueles quer cursaram o en-sino fundamental apenas.

Sua rejeição é alta entre o eleito-rado, e sua capacidade de articular uma campanha majoritária (tanto financeira como em termos de apoio político) seria bastante limi-tada.O atual prefeito, Luciano Ducci, conta com o apoio valioso do gov-ernador Beto Richa. Entretanto precisará de muito media training para ser alguém capaz de sobreviv-er a debates televisivos.Ou seja, enquanto as candidaturas não estão definidas, e as campan-has não estão na rua, as pesqui-sas são meramente especulativas, e servem para balizar as decisões dos partidos e esquentar as turbi-nas dos comentaristas políticos.

Entretanto, os cenários testados na pesquisa são todos improváveis. Porque já está praticamente certo que o PT apoiará Fruet desde o primeiro turno, não lançando can-didato. Tal decisão parte dos inter-esses de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann – poderosos ministros de Dilma, que já articulam pen-sando a candidatura de Gleisi ao governo estadual em 2014, com apoio de Fruet.Também é pouco provável que Ratinho Jr mantenha a candida-tura – ele está apenas se cacifando para ser um aliado muito disputa-do, e escolher o lado que lhe sejamais vantajoso.

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