Revista CREA-PA #2

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REA Revista PA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará Setembro 2012 – Ano I – nº 02 Pag. 6 PROGRAME-SE Cursos e eventos de especialização profissional Pag. 22 FISCALIZAÇÃO Crea-SP doa 23 carros ao Crea-PA FIEPA Pag. 8 Pag. 10 Os desafios e gargalos da indústria no Pará INOVAÇÃO Pag. 16 CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA Impresso Especial 28.907.186-2/2005/DR/PA CREA-PA CORREIOS Minérios: a realidade paraense Minérios: a realidade paraense Cadeira de rodas movida por pensamento Projetos, exploração, geração de emprego e renda, Lei Kandir e a verticalização de produção mineral no Estado Projetos, exploração, geração de emprego e renda, Lei Kandir e a verticalização de produção mineral no Estado

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Minérios: a realidade paraense. Projetos, exploração, geração de emprego e renda, Lei Kandir e a verticalização de produção mineral no Estado.

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REARevista

PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

Setembro 2012 – Ano I – nº 02

Pag. 6

PROGRAME-SE

Cursos e eventos de especialização profissional

Pag. 22

FISCALIZAÇÃO

Crea-SP doa 23 carros ao Crea-PA

FIEPA

Pag. 8

Pag. 10

Os desafios e gargalos da indústria no Pará

INOVAÇÃO

Pag. 16

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

Impresso Especial28.907.186-2/2005/DR/PA

CREA-PA

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Minérios: a realidade

paraense

Minérios: a realidade

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produção mineral no Estado

Projetos, exploração, geração de emprego e renda, Lei Kandir e a verticalização de

produção mineral no Estado

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EntrEvista

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nOssas sEÇÕEsPalavra do Presidente 4Expressas 6Artigo Técnico 18Agenda 22Livros 23

MOvida pElO pEnsaMEntOO MinériO

paraEnsE

cOntrOlE E aUtOMaÇÃO

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Últimas Vagas

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Engenheiro ANTONIO CARLOS ALBERIO Presidente do CREA-PA

Prezado profissional,

É com imensa satisfação que iniciamos dando uma notícia muito positiva: nosso Regional recebeu do CREA de

São Paulo a doação de 23 carros que irão incrementar o desenvolvimento das ati-vidades de fiscalização do Conselho em nosso Estado. Considerando fatores como: extensão territorial do Estado, dificuldades de acesso e condições climáticas pouco fa-voráveis, o investimento em infraestrutura torna-se fundamental para a melhoria do desempenho das ações. Resta-nos, pois, em nome dos Diretores, Conselheiros, Inspetores e Colaboradores do CREA-PA agradecer esse gesto do CREA-SP.

PALAVRA DO PRESIDENTE

ESPAÇO DO LEITOR

CREA-PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

CONFEAConselho Federal de Engenharia e Agronomia

Sede: Tv. Doutor Moraes, 194 • Nazaré • Belém-PA • CEP 66035-080 Fone/Fax: (91) 3219-3402 / 3219-3403 / 3219-3404 / 3219-3408

Funcionamento: 2ª feira a 6ª feira das 8h às 16he-mail: [email protected]

ouvidoria: (91) 3219-1132 / 3219-1136 ou [email protected] / www.creapa.com.br

diretoria 2012Presidente

Eng. Agrônomo Antonio Carlos Alberio1° Vice-presidente

Eng. Civil Carlos Eduardo Domingues e Silva 2° Vice-Presidente

Eng. Mecânico Ricardo José Lopes Batista1° Secretário

Eng. Civil e Segurança do Trabalho Harold Stoessel Sadalla2° Secretário

Eng. Civil Salomão Peres Elgrably 1° Tesoureiro

Eng. Agrônomo Rui de Souza Chaves 2° Tesoureiro

Eng. de Infraestrutura Aeronáutica Marco Valério Vinagre

cÂmaraS eSPecialiZadaSCâmara Especializada de Agronomia

Coordenador: Eng. Agrônomo Dinaldo Rodrigues Trindade Adjunto: Eng. Agrônoma Ana Maria Pereira de Faria

Câmara Especializada de Engenharia Civil, Segurança do Trabalho, Geologia e Minas

Coordenador: Eng. Civil Antonio Noé Carvalho de Farias Adjunto: Eng. Civ. e Arq. Alexandre de Moraes Ferreira

Câmara Especializada de Engenharia ElétricaCoordenador: Eng. Eletricista Adalziro Duarte Rodrigues Adjunto: Eng. Eletricista Beatriz Ivone Costa Vasconcelos

COMISSÃO EDITORIAL

CoordenadoraEng. Agrônoma Ana Maria Pereira de Faria

Coordenador AdjuntoEng. Eletricista Antonio Marcos de Lima Araújo

MembroEng. Civil Evaristo Clementino Rezende dos Santos

SuplentesEng. Eletricista Ricardo Guedes Accioly Ramos e

Eng. Agrônoma Layse Goretti Bastos BarbosaCoordenadora do Núcleo de Relações Institucionais

Geógrafa Glayds BarbosaAscom CREA-PA: Raquel Rodrigues DRT/PA 1.926

Esta é uma publicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA) executada pela

Chaves Mais Comunicação (Rua Manoel Barata, 1569. Reduto. CEP 66053-320. Fone 91 3218-4698)

Diretores: Alexandre e Olinda MendesEdição: Mara Góes DRT/PA 1.430

Reportagens e textos: Orlando Cardoso, Raquel Rodrigues e Vanessa Vieira Monteiro

Fotos: Edinaldo Silva, Hilário Jr. e banco de imagensDiagramação e arte: Júlio Brasília DRT/PA 840

Tratamento de imagens: Elias Portilho Comercialização: Lúcia Martins

Tiragem: 15 mil exemplaresImpressão: Gráfica Halley

*Sua opinião é muito importante. Mande seus comentários e sugestões para [email protected].

Revista

PAREA

78 Anos

Ainda nesta edição, traremos uma ampla abordagem sobre o potencial mi-neral do Estado do Pará, suas políticas de beneficiamento e formas de reversão des-te recurso para a própria região. Em en-trevista especial, o presidente da Federa-ção das Indústrias do Pará, José Conrado, fala sobre a importância e as perspectivas para o setor no Estado. Na seção Mercado de Trabalho, o destaque é para a engenha-ria de automação, um curso que vem sen-do essencial para o desenvolvimento de tecnologias que beneficiam o dia a dia da população, em todos os segmentos.

E para valorizarmos a produção científica do Estado, esta edição traz re-portagem sobre o trabalho de conclusão de curso, de autoria de estudantes para-enses, que criou o deslocamento de ca-deira de rodas utilizando apenas a força do pensamento, sem dúvida um salto na produção científica do país. Neste sentido, esperamos ter cumprido nosso objetivo de disponibilizar a você maior conhecimento sobre nossas ações ins-titucionais, além de informá-lo sobre assuntos importantes para o desenvolvi-mento do Estado e do país.

Um forte abraço,

Quer fazer comentários, sugestões, críticas ou tirar dúvidas sobre os temas publicados? Escreva para

[email protected] ou [email protected].

ComEntárIos•A comissão editorial está de parabéns. Adorei o layout e a escolha das matérias! Estamos à disposição na Inspetoria de Bragança para contribuir com futuras matérias. Dioniso de Souza Sampaio, Professor (Pres. da AEP-PA/AP e Inspetor Chefe do CREA em Bragança)•A publicação ficou excelente e com certeza fortalecerá as profissões e o Sistema CONFEA/CREAs. Parabéns! Anna Preussler (Ascom CREA-PR)

sugEstõEs• Sugiro uma matéria sobre a produção de sementes e mudas (grãos, frutíferas e florestais), de fundamental importância para o desenvolvimento agrícola do Pará. Pedro Paulo da Costa Mota (Engº Agrº Fiscal Federal Agropecuário)rC: Vamos analisar o tema com a Comissão Editorial. Em breve traremos um texto a respeito.

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Mais carros para a fiscalizaçãoO presidente do Conselho Regio-

nal de Engenharia e Agronomia do Pará, Antonio Carlos Alberio, foi a São Paulo para receber 23 automóveis doados por aquele Regional. Como coordenador do Colégio de Presiden-tes do Sistema Confea/CREA/ Mutua, foi o presidente do CREA-PA quem discursou e agradeceu a atitude do presidente do CREA-SP, Francisco Kurimori, em contribuir para a melhor estruturação das atividades de fiscali-zação dos CREAs contemplados.

De acordo com o presidente do CREA-PA, a iniciativa tem uma impor-tância muito grande, pois vai contribuir para o desenvolvimento da atividade fim do Regional, a qual se torna ainda mais difícil no Estado do Pará por conta das dimensões colossais de deslocamento, suas dificuldades de acesso e condições climáticas pouco favoráveis. “Considero um passo muito significativo também no sentido de nós funcionarmos de

fato como um sistema, no qual os que têm mais recursos possam abrir mão de um excedente para ajudar os que têm menos”, avaliou o presidente. Além do Pará, presidentes de outros 6 Regionais também estiveram na Barra Funda, Dis-trito de São Paulo, no último dia 22 de agosto especialmente para a assinatura do termo de doação de parte da frota do CREA paulista.

A doação foi possível porque o

CREA-SP renovou sua frota recentemen-te e ao constatar a dificuldade de alguns Conselhos em realizar a fiscalização adequada, optou em ajudar os chamados CREAs menores. “O profissional da área tecnológica não atua apenas no seu esta-do. Ele atua em outras regiões também. Por isso a nossa visão mais abrangente é o nosso desejo de compartilhar aquilo que temos”, justificou o presidente José Tadeu da Silva.

art de obra concluída só poderá ser feita até 31 de dezembro

confea e crEa-pa participam de congresso em belémA mesa oficial de abertura do XL

Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (Cobenge), na Universidade Federal do Pará, teve a presença ilustre do presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, José Tadeu da Silva. O evento, organizado pela UFPA e realizado pela Associação Brasileira de Educação em Engenharia – ABENGE, teve como tema: “O engenheiro profes-sor e o desafio de educar”.

De 3 a 6 de setembro, palestras, discussões e debates ressaltando a importância da formação e da cons-cientização de educadores foram pautas da programação nacional. “Precisamos fortalecer a nossa base, o ensino médio, diminuir a grande dificuldade que os alunos sentem nas disciplinas básicas dos cursos da área tecnológica”, ressaltou o presidente do

Confea abordando sobre os fatores que contribuem para o déficit na formação de engenheiros no país.

“Mais conhecimento e menos aula” foi a bandeira levantada para o engran-decimento da formação acadêmica do país. “Nossas universidades precisam

acompanhar a evolução tecnológica e usá-la a favor do aprimoramento, da ca-pacitação”, defendeu o presidente. Apro-veitando a passagem pelo Estado, Tadeu participou de reunião com conselheiros, diretores, presidência e colaboradores, na sede do CREA-PA.

visita da virgem de nazaré A imagem peregrina da Virgem

de Nazaré visitou a sede do Conselho no dia 11 de setembro. Colaborado-res, conselheiros e diretores partici-param do rito da bênção em ação de graças, por ocasião do Círio de Nossa Senhora de Nazaré.

A bênção, celebrada pelo diácono Emanuel Duarte, da Capelania dos Bombeiros, ocorreu no final da ma-nhã, no Auditório Lourival Bahia, e marcou o retorno da visita da imagem oficial do Círio de Nazaré na sede da instituição.

O presidente Alberio recebeu os carros de Francisco Kurimori (Crea-SP)

A imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré foi recebida com muito entusiasmo pelos funcionários do Conselho

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Profissionais do Sistema Confea/Crea têm até o dia 31 de dezembro deste ano para requerer ao Conselho a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) de obra ou serviço concluído que tenham sido iniciados até 2011. O mesmo vale para ART de cargo ou função extinta.

A decisão, que veio através da Resolução nº 1042/2012, foi to-mada durante reunião Plenária do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, em Brasília. Por una-nimidade, os conselheiros federais aprovaram projeto de resolução que estendeu o prazo.

De acordo com deliberação da Comissão de Ética e Exercício Profis-sional do Confea sobre o assunto, a inexistência de normativo que permi-tisse o registro de ART de serviços e obras concluídos gerava insegurança jurídica à sociedade brasileira.

A Resolução nº 1025/2009, que entrou em vigor em 2010, impede o registro retroativo de ART de obra ou serviço já concluído, ou de função e cargo extintos. À época, foi estabelecido o prazo de um ano para que os profissionais e órgãos públicos registrassem suas ARTs de obras concluídas no passado. O tex-to da Resolução aprovado argumen-ta, no entanto, que esse primeiro prazo concedido foi insuficiente para que os profissionais juntassem os documentos necessários e para que os órgãos públicos aprovassem sua dotação orçamentária especí-fica para o registro das ARTs dos quadros técnicos e das obras e serviços concluídos. Conforme o documento, essa situação dificultou a adequação da comunidade profis-sional ao novo critério estabelecido pela Resolução nº1025.

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ORLANDO CARDOSO

ENTREVISTA

José conrado santos, presidente da Fiepa

Qual o cenário e as perspectivas para o setor industrial paraense diante dos recentes pacotes de incentivo lançados pelo Governo Federal para combater os efeitos da crise econômica interna-cional? Quais os entraves para a indús-tria local?

A indústria local ainda sofre com uma série de gargalos para ganhar com-petitividade frente à produção de outras regiões brasileiras. Destes gargalos, vejo como o mais grave a questão logística. Não foi à toa que a Federação ideali-zou projeto com diagnóstico logístico, o Norte Competitivo, o qual apontou as fraquezas e ameaças caso nossas ne-cessidades por novos eixos logísticos não saiam do papel. Dado a sua serie-dade e levantamento de informações altamente relevantes sobre a situação atual da região, o projeto foi mais tarde capitaneado pela Ação Pró-Amazônia, organização da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e que congrega as federações dos nove estados da Amazô-nia Legal. Este diagnóstico ganhou força no cenário nacional, sendo apresentado aos nossos representantes políticos no Congresso Nacional e até mesmo para a presidente Dilma Rousseff. Acredito, inclusive, que este estudo tenha servido de base para que o estafe do governo de-cidisse quais obras seriam executadas na região amazônica.

O senhor esteve recentemente no Rio de Janeiro tratando da implantação de algum tipo de certificação para empre-endimentos industriais do ponto de vista ambiental. Como funcionará e qual é o objetivo?

Os grandes projetos são fundamen-tais para o desenvolvimento do Estado do Pará, no entanto, vemos muitos de-les gerarem impactos negativos que são irreversíveis tanto na questão ambiental quanto em questões sociais e culturais. Para mitigar os impactos negativos e construir um cenário mais propício para o desenvolvimento, a Federação foi bus-car consultoria com a IBIO, organização sem fins lucrativos, ligada a Eliezer Ba-tista, ex-presidente da Vale e pai do em-presário Eike Batista. Esta organização já tem experiência na área da redução dos impactos gerados pelos grandes projetos. Por meio do projeto Gestão Integrada Territorial, a IBIO atuou diretamente no superporto do Açu, investimento do gru-po EBX, localizado no município de São João da Barra, no Rio de Janeiro, e dentre resultados obtidos conseguiu integração

dos investimentos em condicionantes das empresas do complexo, capacitou 68 lideranças locais e estabeleceu um Centro de Governança no município, reduzindo conflitos e mitigando impac-tos negativos, ao envolver a sociedade no projeto. A ideia é fazer o mesmo que foi feito no Rio de Janeiro. Trabalharemos em um projeto piloto no distrito de Mi-ritituba, em Itaituba. A localidade deverá receber nove terminais graneleiros e qua-tro novas hidrelétricas. Somente os ter-minais deverão movimentar cerca de 5 milhões de toneladas por safra, escoando a produção da região Centro-Oeste e que deverá afetar diretamente a realidade do distrito. Para suavizar eventuais impac-tos negativos, a ideia dos parceiros envol-vidos (Fiepa, Sebrae, Faepa e Governo do Estado), juntamente com a IBIO, é que a as principais ameaças, vulnerabilidades e cenários sejam identificados antes mes-mo da fase do licenciamento ambiental, atrelando as condicionantes desde a eta-pa inicial do projeto.

A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte está mais uma vez parali-sada pela Justiça. Desta vez, parece que a solução definitiva será dada por um tribunal superior. Como o empresaria-do paraense vê essa paralisação? Quais as perspectivas da obra? Ela será posi-tiva para o Pará?

Ficamos bastante preocupados com a paralisação desta obra, que é funda-mental não só ao Pará, mas para todo o Brasil. A energia é outro gargalo da ati-vidade industrial. Precisamos de fontes de energia limpa e segura para expandir nossa produção. Sei que as questões so-ciais e culturais devem ser consideradas no processo, mas acredito que a parali-sação não é viável para ninguém.

Como uma entidade de classe como a Fiepa se relaciona com um conselho profissional, como o Crea-PA? De que forma a parceria entre as entidades pode evoluir?

Buscamos nos envolver com o con-selho sempre que nos deparamos com questões ligadas à construção. O Crea--PA é referência e merece todo o res-peito por parte da sociedade. Ademais, o conselho é figura fundamental neste processo de pujança que vive o setor da construção civil. Vejo que a parceria en-tre Fiepa e Crea deverá se estreitar cada vez mais, considerando as perspectivas de crescimento e desenvolvimento da construção.

Há seis anos o administrador José Conrado Santos comanda a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) com a missão de representar os interesses do setor industrial em prol do desenvolvimento, em especial na reivindicação de investimentos em logística capazes de eliminar gargalos que atrasam a economia paraense. À frente dos acontecimentos, a Fiepa acaba de estabelecer parceria com instituições públicas e privadas para criar mecanismos de certificação e preparação para empreendimentos importantes para a superação de entraves de produção, como é o caso do distrito portuário de Miritituba, em Itaituba, para que a qualidade do planejamento, inclusive ambiental, impeça problemas judiciais como o que atravanca a construção de Belo Monte, outra preocupação para a Fiepa.

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pará quer compensação pela riqUEza MinEral

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Ck O Pará corre contra o tempo para auferir benefícios ao seu

desenvolvimento decorrentes da grande riqueza mineral que tem em seu subsolo, superando a lógica perversa da exploração pura e simples de recursos primários, seja pela compensação ou taxação das suas exportações, seja criando condições para a ver-ticalização da indústria mineral, de modo a dar à sua população benefícios em forma de empregos e mais qualidade de vida.

Esse é um objetivo que envolve toda a classe política, do Executivo ao Legislativo. Não é para menos. Com a pujança da economia chinesa, o ritmo de exploração do minério de ferro e outros minerais cresce acelerado, permitindo a grande expan-são internacional da Vale, a maior mineradora do Brasil e uma das maiores do mundo. A preocupação de muitos paraenses é: teremos como obter vantagens ao nosso desenvolvimento antes que as reservas minerais do Estado se esgotem?

Para o secretário de Estado de Indústria, Comércio e Mi-neração - Seicom, David Leal, a preocupação existe. “Veja o exemplo de Minas Gerais, berço da mineração no Brasil. A mi-neração existe lá há mais de 200 anos e os prefeitos e o gover-nador ainda hoje choram por mais recursos da CFEM (Com-pensação Financeira da Exploração Mineral), para atender às enormes demandas sociais”, explica.

O Pará tem grandes reservas de bauxita, cobre, níquel e ferro, que, no entanto, são finitas. De acordo com o Relatório Anual de Lavra (RAL) de 2011, ano-base 2010, e em outras informações fornecidas pela Seicom, as reservas de ferro ultra-passam 16 bilhões de toneladas. Ao ritmo produtivo de 2010, de 107 milhões de toneladas/ano, a vida útil das reservas de ferro do Pará é estimada em 149 anos.

Entretanto, com o aumento da produção para 200 milhões de toneladas/ano, prevista para 2015, a vida útil do projeto de exploração de ferro pela Vale em Carajás cai para 80 anos. Num cenário crescente de aumento da produção de 300 mi-lhões de toneladas/ano previsto para o período 2016-2020, a vida útil das reservas de ferro do Pará cai para apenas 53 anos, “correspondente a duas gerações de paraenses, se considerar-

ORLANDO CARDOSO

mos 30 anos para cada geração”, preocu-pa-se David Leal.

O mesmo acontece com outros mi-nerais importantes, com o caulim, cujas reservas no subsolo paraense ultrapas-sam a 130 milhões de toneladas. Com um ritmo de produção de 1,6 milhão de toneladas/ano, a vida útil dessas reservas é de 81 anos, sendo que algumas reservas ainda são desconhecidas.

As reservas de bauxita ultrapassam a 1,4 bilhões de toneladas, mas podem chegar a 3 bilhões de toneladas. Ao rit-mo de 27 milhões de toneladas/ano, a vida útil da bauxita é de no mínimo 52 anos. O calcário de Itaituba e Capanema é suficiente para abastecer a produção de cimento por mais de 85 anos, no atual ritmo de produção.

Já o níquel explorado pela Vale se esgota em pouco mais de 30 anos, en-quanto que as reservas da Anglo Ame-rican são suficientes para mais de 40

anos. Apenas na região de São Félix do Xingu existem pequenos depósitos cuja reserva total ultrapassam a 150 milhões de toneladas de minério de níquel, mas que são de difícil exploração, por falta de logística de transporte e de mercado para desenvolver uma mina.

Por outro lado, as reservas de cobre total no Pará chegam ao patamar de 3 bi-lhões de toneladas, descontados projetos menores, em fase de análise de Relatório Final de Pesquisa.

Diante desse cenário, o Pará busca ao menos compensações para a explo-ração da sua riqueza. A Lei Estadual nº 7.591/11, instituída no final do ano pas-sado, criou a Taxa de Acompanhamento, Controle e Fiscalização da Exploração dos Recursos Minerais (TFRM), regu-lamentada pelo Decreto nº 389/12, e já implantada pela Seicom, que cadastrou 253 empreendimentos, que desde mar-ço fazem o pagamento regular da taxa, correspondente a três Unidades Padrão Fiscal do Estado do Pará (UPF-PA) por tonelada de minério extraído. Uma UPF

corresponde hoje a R$ 2,3020.De acordo com a Seicom, as únicas

empresas que não estão pagando a taxa são a Mineração Buritirama S/A, por estar com sua produção de manganês metalúr-gico e químico paralisada, e a Vale S/A, em seus projetos ativos de ferro, cobre, níquel e manganês, com débitos acumulados que totalizam R$ 200 milhões, correspon-dentes aos fatos geradores de março até julho de 2012. Isso porque a Vale, através da Confederação Nacional da Indústria (CNI), recorreu ao Supremo Tribunal Fe-deral (STF) contra a cobrança.

A Advocacia Geral da União (AGU) deu parecer favorável ao pleito do Estado de Minas Gerais, que tem a mesma estru-turação jurídica da Lei do Pará, exceto na diferenciação ao mercado externo. Tan-to Minas quanto o Amapá, que também têm leis semelhantes, estão atrás do Pará na implantação da cobrança, pois en-frentam barreiras jurídicas ainda no âm-bito estadual. Enquanto isso, a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), responsável pela cobrança tributária da TFRM, já providenciou a inscrição em dívida ativa e se prepara para cobrar judicialmente o débito, informou a Seicom.

A Secretaria de Estado informa ainda que apenas oito empresas, responsáveis por 15 projetos minerais locais, pagam a TFRM. As demais estão isentas, em obediência ao princípio da onerosida-de excessiva, incluídas todas as micro e pequenas empresas, garimpeiros (pesso-as físicas), cooperativas de garimpeiros, empresas envasadoras de água mineral, produtoras de material para construção civil (areia, seixos, brita, pedra de talhe, cantaria, etc), cerâmicas que utilizam argilas para fabricação de tijolos, telhas

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e similares, produtoras de calcário para corretivos de solos, extratores de pedras preciosas, produtores de rochas orna-mentais e de produtos fertilizantes.

CADASTRAMENTO Ainda em atendimento ao Decre-

to nº 389/12, de 27 de março deste ano, já se cadastraram junto ao Governo do Estado 253 pessoas físicas e jurídicas responsáveis por atividades minerárias no Pará, até o prazo limite de 25 de ju-lho deste ano, esgotados 120 dias da pu-blicação do decreto. As informações do cadastro são cruzadas pela Seicom com o Cadastro Mineiro do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), com o Cadastro de Contribuintes da Sefa e com o Cadastro Ambiental da Secreta-ria de Estado de Meio Ambiente (Sema), para comparação de dados e levanta-mento dos faltosos, que podem sofrer multa prevista na Lei nº 7.591/11, de 10 mil UPFs, correspondentes hoje a R$ 23.020,00.

De acordo com David Leal, até o final de setembro a Seicom terá concluída a normativa de controle, acompanhamen-to e fiscalização que, ao lado da receita da arrecadação, se constituirá na base de sustentação da política mineral e de ver-ticalização.

Para o senador Fernando Flexa Ribei-ro (PSDB-PA), a medida do Estado é cor-reta e justa. “Esse, aliás, é também o en-tendimento da Advocacia Geral da União (AGU), que deu recentemente parecer favorável, considerando legal e constitu-cional a TFRM. Foi uma atitude séria e inovadora do governador Simão Jatene, após muitos estudos sobre o tema.”

Para o senador, o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF vai manter a taxa, pois há uma base legal consolidada “fruto de um tra-balho exaustivo do Governo do Estado, em especial do vice-governador Hele-nilson Pontes, que é especialista na área tributária”, diz Flexa Ribeiro.

Para o senador, o novo cadastro mi-neral permitirá o acompanhamento mais atento e próximo da realidade da ativida-de mineral no Estado. “A ideia não é ape-nas fiscalizar, mas principalmente iden-tificar as características das empresas instaladas, aproximá-las ainda mais do Governo do Estado e propor, em conjun-to, políticas públicas que possam gerar maior dinamismo na cadeia produtiva da mineração, atraindo novas empresas, ampliando benefícios para aperfeiçoar os fornecedores e promover maior qua-

lificação do trabalhador – este que é um dos maiores desafios no Pará e que deve contar com o apoio e atenção do poder público, em parceria com entidades re-presentativas, como o próprio CREA e o Sistema Fiepa, por exemplo.”

VALOR DE MERCADOA verticalização tem o condão de

melhorar a capacidade geradora de empregos da mineração, que é baixa, e alavancar a renda. No segmento do alu-

mínio, por exemplo, a bauxita lavada e seca é comercializada no mercado entre US$ 22-27/tonelada. A alumina vale hoje US$ 570-750/tonelada, mais ou menos 25 vezes mais, enquanto que o alumínio metálico vale US$ 1.870/tonelada, quase 2,5 vezes mais do que a alumina e quase 70 vezes mais que a bauxita. O segmento do ferro também agrega muito valor. O minério vale US$ 107/tonelada. O ferro gusa vale US$ 470/toneladas, cerca de 4,39 vezes o minério de ferro. A placa de

aço vale US$ 800/tonelada, cerca de 7,47 vezes o minério de ferro. E com o cobre ocorre o mesmo.

O projeto Aços Laminados do Pará – Alpa é um caso a parte. Essencial ao polo metal-mecânico, depende da regulari-zação da hidrovia do Tocantins, projeto incluso no PAC, mas sem previsão para o derrocamento do pedral do Lourenço. Há a possibilidade de construção de um ramal ferroviário ligando Açailândia no Maranhão a Barcarena no Pará.

Mas, em geral, o cenário das explorações minerais é de franco crescimento, em razão de vultosos investimentos de ampliação na capacidade instalada. As indústrias de cimen-to do Estado estão trabalhando acima da sua capacidade in-dustrial instalada. A Itacimpasa, do grupo João Santos, em Itaituba, concluiu a construção de seu forno de pozolana para produção do cimento CP IV, destinado a construção de barra-gens. A Vale tem investimentos de R$ 20 bilhões na abertura da mina de ferro S11D.

A Vale investiu também US$3 bilhões no seu projeto de níquel em Ourilândia do Norte/São Félix do Xingu. O projeto de cobre do Salobo sofreu cortes substanciais, ficando somente na produção de concentrado e deixando de aproveitar o miné-rio oxidado.

“Mas é preciso estar atento e preparado, pois, o que se avis-ta no Vale do Tapajós, com a construção de cinco hidrelétricas, uma hidrovia, 10 portos no Miritituba, 60 mil garimpeiros no garimpo da água branca, três projetos minerais (dois de ouro e um de gipsita), BR-163, Porto de Santarém, se constituem num verdadeiro Tsunami de projetos capaz de explodir aquela região”, prevê David Leal.

Para o senador Flexa Ribeiro, um dos maiores gargalos no Estado é a infraestrutura. “Por exemplo, temos a expectati-va da Alpa, em Marabá, no sudeste paraense. Porém, ainda não é algo concreto. E isso ocorre porque a hidrovia do To-cantins – que servirá para escoar a produção – não pode ser utilizada ao longo de todo o ano – só é navegável por oito meses. Essa obra estava prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e seria complementar às Eclusas de Tucuruí. Porém, inexplicavelmente, ela foi retirada do PAC e desde então temos feito um enorme esforço, em conjunto da bancada federal do Pará, do Governo do Estado e empre-sariado da região de Marabá, para que essa obra seja retoma-da”, diz o senador, que recentemente participou de reunião no Ministério dos Transportes e ouviu do ministro Paulo Passos (Transportes) que o projeto executivo do derrocamento sairia até o final de setembro.

“Assim, poderemos ter o processo licitatório iniciado ain-da este ano. Sem o derrocamento, não temos hidrovia. Sem hidrovia, não teremos a siderúrgica e o polo industrial metal--mecânico de Marabá. Esse é apenas um exemplo do quanto a verticalização da indústria no Pará depende da melhoria da nossa infraestrutura”, diz o senador.

O Governo Federal confirmou que vai construir a amplia-ção da Ferrovia Norte-Sul, de Açailândia ao Porto de Vila do Conde, em Barcarena, ligando o sul/sudeste do Estado a uma das principais vias de escoamento do Pará, a partir de emenda do senador Flexa Ribeiro. “Na mesma emenda de Barcarena incluímos também outro trecho da mesma ferrovia, indo até Curuçá, onde está o projeto do Porto de Espadarte. Com tudo isso, a Vale não tem mais desculpa para implantar a Alpa, já que terá a hidrovia e a ferrovia para escoar sua produção”, pre-vê Flexa Ribeiro.

cadastro mineral é mais um passo para a verticalizaçãoEscapar da armadilha da mera ex-

ploração dos recursos primários é a meta que todo governante gostaria de deixar cumprida no Pará. Para a Secre-taria de Indústria, Comércio e Mine-ração (Seicom), com o novo Cadastro Mineral será possível ter um retrato completo da situação da mineração atu-ante no Estado, um raio-x não somente nos dados tradicionais do trinômio re-serva, produção e comercialização, mas também informações quantitativas e qualitativas das áreas social, ambiental, econômica e, em alguns casos, até cul-tural, de projetos de qualquer porte ou composição.

“Essas informações serão essenciais para o Estado conhecer a realidade mais profundamente e poder colocar sua mão na questão mineral e de transformação, objetivando mudar a atual realidade, seja regulando, seja impondo sua visão, seja para melhorar o ambiente de negócios, seja para integrar as cadeias produtivas e de insumos, enfim, o Estado ter uma governança que se traduza em desenvol-vimento econômico, social e ambiental, pois, como todo paraense deve saber, se deixar o nosso futuro somente nas mãos das empresas de mineração, a população certamente não se beneficiará das rique-

zas minerais que estão sendo extraídas do nosso subsolo”, prevê David Leal.

Para David Leal, o cadastro e a TFRM serão a base da formulação de uma política mineral e de verticalização. “A nossa meta é traçar uma política mi-neral e de transformação de longo prazo, abrangendo o horizonte de 2012-2030”, revela o secretário. Um dos desafios será convencer as empresas a participar do processo de desenvolvimento econô-mico, social e ambiental do Estado, em movimento contrário à tradição das mi-neradoras, que costumam restringir sua atividade a extrair e vender “in natura”, sem maiores interações sociais.

Hoje, o cobre paraense sai na forma de concentrado a 30%, enquanto que o níquel sai na forma de ferro-níquel. Ne-nhum deles forma uma cadeia produtiva de valor agregado capaz de movimentar a economia local. O manganês sai de for-ma ainda mais primária, seja “in natura” para o exterior, seja para a Bahia, onde é transformado em ferro-liga.

A Alubar, instalada em Barcarena, produz cabos e fios de alumínio para ele-trificação e vai ampliar seu projeto com uma unidade de cabos e fios de cobre. Há grande perspectiva de Barcarena se tornar um importante polo aluminífero.

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prejuízo com a lei Kandir já chega a r$ 21 bilhõesUm dos grandes dilemas da pro-

dução mineral local está relacionada à Lei Kandir, que desonerou, no final dos anos 1990, as exportações de produtos primários, semielaborados e serviços do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com promessa de compensação aos estados. Hoje, quanto mais cresce a produção, mas aumenta o déficit fiscal do Pará, por falta de compensação das perdas.

“Os créditos de ICMS contra o gover-no do Pará são enormes e se acumulam ano após ano. Calcula-se que esse déficit anual chega a casa dos R$ 1,5 bilhões/ano”, diz o titular da Seicom, David Leal. “Para mudar esse quadro, é desejável re-gulamentar dispositivo na Constituição Federal que trata das compensações aos estados pelas perdas”, diz Leal. Uma su-gestão seria taxar os maiores estados im-portadores, como São Paulo, Paraná e o vizinho Amazonas, propõe Leal.

De acordo com o senador Fernan-do Flexa Ribeiro, a regulamentação da Lei Kandir é um dos temas que unem as bancadas dos estados exportadores, mas que encontra séria restrição por parte do Governo Federal, que não está aberto para discutir o tema. “Há uma enorme perda de arrecadação por parte dos esta-dos devido à isenção do imposto nesses produtos exportados. Todos os anos, o Executivo envia ao Congresso Nacional o Orçamento e verificamos que as verbas para a compensação pelas perdas com a Lei Kandir aos Estados está zerada. En-tão, fazemos um esforço conjunto das bancadas e governos estaduais para colo-car recursos no orçamento e que, mesmo assim, não chegam a 15% das perdas dos Estados”, revela Flexa Ribeiro.

A estimativa do senador é de que apenas o Pará tenha tido perdas na casa de R$ 21,5 bilhões nos últimos treze anos. “O Governador Simão Jate-ne está estudando e deverá entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal solicitando que o STF determine que o Congresso faça a regulamentação, o que é previsto na Constituição Federal”, avisa. Com uma vitória no STF será es-tabelecida uma data limite para que esta regulamentação ocorra. “Só assim o Go-verno Federal terá que ceder e permitir que o assunto seja definido no Senado e na Câmara dos Deputados, o que hoje não ocorre por falta de vontade política”, completa o senador.

“A história nos mostra que não podemos mais cometer os erros do

passado. Tivemos muitos ciclos e não soubemos aproveitar de uma forma duradoura, ampliando nossa cadeia produtiva e dinamizando a economia para garantir o desenvolvimento de for-ma sustentável em todo o Estado. Por isso, a questão da mudança da CFEM [Compensação Financeira pela Explo-ração Mineral} é algo prioritário”, diz Flexa Ribeiro. E completa: “O Brasil precisa mudar a legislação. A alíquota da CFEM que o Brasil cobra para o mi-nério de ferro está em 2%. Muito longe do que tributam países como a Índia (10%), Austrália (7,5%) e Rússia (4,8%), enquanto que os royalties do petróleo geram ganhos de arrecadação na ordem de R$ 25,8 bilhões, a mineração recolhe apenas cerca de R$ 1,5 bilhão.

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Houve um tempo em que falar de leitura de pensamentos ou era coi-sa de filme de ficção científica ou

conversa de algum charlatão. Mas com o avanço tecnológico dos últimos anos, o procedimento não só se tornou realidade, como também fica mais acessível.

Isso possibilitou ao então estudan-te do curso de Ciência da Computação, Felipe Nascimento adquirir um aparelho chamado Emotiv Epoc, que permite ma-pear as correntes elétricas (geradas pelo pensamento) do cérebro e, assim, fazer uma “leitura” delas. O Emotiv Epoc é uma espécie de eletroencefalograma, que já mapeou alguns movimentos que são comuns a todas as pessoas, como o de ir para trás e para frente.

De posse do “leitor cerebral” e interes-sado em desvendar a interação do cérebro com as máquinas, Felipe se arriscou a fa-zer alguns experimentos mecânicos movi-dos a pensamento: primeiro um pequeno robô, depois uma mão mecânica e, final-mente, uma cadeira de rodas, a grande re-volução, já que inova nos equipamentos e na maneira como acontece a comunicação entre equipamento e usuário.

“Quando comprei esse equipamento, a minha intenção era fazer um robô que conseguisse se movimentar pelo pensa-mento. Fiz um que se movimentava para frente e para trás, para direita e para es-querda. Como muita gente gostou, perce-bi que era uma área que podia beneficiar alguém. Passei a investir e fiz uma mão

bilidade a baixo custo”, conta.Para a ideia sair do papel foram ne-

cessárias três etapas: projeto mecânico, elétrico e programação. O primeiro passo foi adquirir uma cadeira de rodas básica. “Procurei a Casa da Cadeira de Rodas e o dono me doou uma cadeira usada”. Daí partiu para o projeto mecânico com a ajuda de um especialista. Um ano e meio depois, após testar várias possibilidades para chegar a um modelo de baixo custo, o protótipo ficou pronto. “Os motores de ca-deira elétrica são muito caros, por isso usei motores de para-brisas de carro”, revelou.

A mecânica pronta foi a vez do pro-jeto elétrico. Para conter os gastos, Feli-pe adaptou o uso de relés em opção ao joystick (espécie de câmbio das cadei-ras de rodas elétricas que determinam a direção das mesmas). Mas faltava um software que promovesse a interação do pensamento com os projetos mecânico e elétrico. Então, juntaram-se a Felipe Nas-cimento o colega de curso, Felipe Cintra, e os professores/orientadores Polyana Nascimento e Eugênio Pessoa. Assim, o projeto inicialmente pessoal passou a ser desenvolvido como Trabalho de Conclu-são do Curso de Ciências da Computação do Centro Universitário do Pará (Cesu-pa). “O professor Eugênio já ajudava nos projetos anteriores. O Felipe Cintra foi o principal responsável pelo software, de-senvolvendo os detalhes. E a professora Polyana ajudou com a programação”, ex-plicou Nascimento.

A partir desse ponto, os estudantes usaram um headset (aparelho similar a um fone de ouvido) com sensores que captam o pensamento e mandam as in-formações para o software fazer a leitura, provocando a movimentação da cadeira.

DIFERENCIALAlém do fato do projeto ser mais aces-

sível financeiramente, a maior e mais im-portante inovação é que a cadeira de ro-das paraense se utiliza de um método não invasivo. “Entre tantos projetos na área para tetraplégicos, as que estão no merca-do funcionam com a implantação de um chip direto na massa cerebral. São mais precisas, mas muito caras”, disse Eugênio Pessoa. “Essa cadeira é muito mais em conta. Qualquer pessoa consegue acessar o funcionamento sendo tetraplégico ou não. Pode também servir para algo tem-

Estudantes criam cadeira de rodas movida a pEnsaMEntO

CAPA

VANESSA VIEIRA

INOVAÇÃO

porário, uma reabilitação, por exemplo”, completou a professora Polyana.

NA PRÁTICAAntes de usar a cadeira, é preciso que

o usuário faça um treino, porque o mapa do pensamento dos movimentos não são exatamente iguais em todas as pessoas, mas similar. O treino permite ao progra-ma armazenar o pensamento da pessoa em relação aos principais movimentos, como ir para frente e para trás. “Depois que a gente armazena o pensamento de ir para frente, por exemplo, utilizamos a programação que o headset nos dá para fazer a comparação de dados. O softwa-re então vai reconhecer aquele padrão armazenado e a pessoa apenas tem que treinar para a direção que ela quer se mo-vimentar”, detalha Felipe Cintra.

VISÃO PARA O FUTUROPara os professores e orientadores

dos estudantes, o mais importante nesse momento é não deixar o projeto cair no esquecimento, já que ainda não apareceu nenhuma proposta concreta de investi-

mento. Eles torcem para que o estudo do protótipo avance e que, em breve, o proje-to possa se tornar realidade no mercado. Uma cadeira elétrica base custa, em mé-dia R$ 5.500, enquanto que o custo final do projeto dos estudantes de Ciência da Computação saiu a R$ 4 mil.

Eles agora torcem para que o projeto ganhe vida. Para Nascimento ainda fal-ta visão dos empresários para uma ideia boa. “No meu ponto de vista o mais im-portante, é que a pessoa não pense nisso mercadologicamente, mas pense no bem que ela pode gerar. As pessoas não tem visão de que nosso futuro produto pode agregar não só o pequeno mercado de tetraplégico, como pode também agregar todos os mercados de cadeiras elétricas, com todas as melhorias e custos que a gente conseguiu gerar aqui”.

“Falta para as pessoas que investem nesse ramo acadêmico perceberem que o projeto não é só o ganho, mas o fim que ele vai gerar. A ciência que o proje-to gerou até chegar no fim é aproveitável também”, complementou o programador Felipe Cintra.

“Nessa caderia qualquer pessoa consegue acessar o funcionamento, sendo tetraplégico ou não”, POLYANA NASCIMENTO

que era uma prótese controlada pelo pensamento. A diferença entre essa pró-tese e as que existem no mercado é que os comandos dela são dados pelo pensa-mento e não pelo estímulo dos múscu-los”, detalha Nascimento.

A partir desses dois primeiros expe-rimentos, Nascimento ousou e desenvol-veu o projeto da cadeira de rodas movida

a pensamento. “Penso que o tetraplégico necessita muito de alguém para se loco-mover. Estima-se que, no Brasil, quase um milhão de pessoas sejam portadoras de algum tipo de lesão na coluna, inde-pendentemente do tipo de acidente. A realidade é que a maioria não consegue trabalhar e não têm poder aquisitivo alto, então resolvi fazer um projeto que dê mo-

Felipe Nascimento, Polyana Nascimento,

Felipe Cintra e Eugênio Pessoa:

professores e alunos que desenvolveram o projeto

Abaixo a cadeira desenvolvida pelos alunos. No detalhe, o mecanismo

que ajuda no movimento

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ARTIGO TÉCNICO

A proteção acidentária é determinada pela Constituição Federal (CF) como a ação integrada de

Seguridade Social dos Ministérios: da Previdência Social (MPS), Trabalho e Emprego (MTE) e Saúde (MS). Essa proteção deriva do Art. 1º da Constituição que estabelece como um dos princípios do Estado de Direito o valor social do trabalho. Esse valor social é estabelecido sobre pilares estruturados em garantias sociais tais como o direito à saúde, à segurança, à previdência social e ao trabalho. O direito social ao trabalho seguro e a obrigação do empregador pelo custeio do seguro de acidente do trabalho também estão inscritas no Art. 7º da CF/1988.

A fonte de custeio para a cobertura de eventos advindos dos riscos ambientais do trabalho - acidentes e doenças do trabalho, assim como as aposentadorias especiais - baseia-se na tarifação coletiva das empresas, segundo o enquadramento das atividades preponderantes estabelecido conforme a Subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). A tarifação coletiva está prevista no Art. 22 da Lei 8.212/1991 que estabelece as taxas de 1%, 2% e 3%, calculadas sobre o total das remunerações pagas aos segurados empregados e trabalhadores avulsos. Esses percentuais poderão ser reduzidos ou majorados, de acordo com o Art. 10 da Lei 10.666/2003. Isto representa a possibilidade de estabelecer a tarifação individual das empresas, flexibilizando o valor das alíquotas: reduzindo-as pela metade ou elevando-as ao dobro.

A flexibilização das alíquotas aplicadas para o

valter José v. maradei Engenheiro Civil com pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho e especialista em legislação trabalhista e previdenciária.

O FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP) DO INSS E O CUSTO DAS EMPRESAS

financiamento dos benefícios pagos pela Previdência Social, decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, foi materializada mediante a aplicação da metodologia do Fator Acidentário de Prevenção, o FAP. A metodologia foi aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) - instância quadripartite que conta com a representação de trabalhadores, empregadores, associações de aposentados e pensionistas e do Governo -, mediante análise e avaliação da proposta metodológica e publicação das Resoluções CNPS Nº 1308 e 1309, ambas de 2009. A metodologia aprovada busca bonificar as empresas que tenham feito um trabalho intenso nas melhorias ambientais em seus postos de trabalho

e apresentado no último período, menores índices de acidentalidade. Ao mesmo tempo, aumenta a cobrança das empresas que tenham apresentado índices de acidentalidade superiores à média de seu setor econômico.

A implementação da metodologia do FAP servirá para ampliar a cultura da prevenção dos acidentes e das doenças do trabalho, com a implantação de varias ferramentas de gestão, além de auxiliar a estruturação do Plano Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (PNSST) que vem sendo implantado mediante a condução do MPS, MTE e MS, fortalecendo as políticas públicas neste campo, reforçar o diálogo social entre empregadores e trabalhadores, tudo a fim de avançarmos cada vez mais rumo às melhorias ambientais no trabalho e à maior qualidade de vida para todos os trabalhadores no Brasil.

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MERCADO DE TRAbALhO

Controle e automação é a área da engenharia com aplicações em

praticamente todas as áreas

ORLANDO CARDOSO

Quem optar por seguir carreira em Engenharia de Controle e Automação pode ter a certeza

de amplas possibilidades na carreira e bons salários não só em território para-ense, como em qualquer outro estado. Encarregada de projetar sistemas auto-máticos para indústrias diversas, a auto-mação tem aplicação em praticamente toda grande linha de produção e hoje é empregada junto com a engenharia civil também no desenvolvimento de casas e prédios inteligentes, com acionamentos automáticos de eletroeletrônicos. Outra aplicação é nas ciências biomédicas, com o desenvolvimento e aperfeiçoamento de aparelhos cirúrgicos.

Segundo a professora Luciana de Azevedo Vieira, coordenadora do curso de Engenharia de Controle e Automação do Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (Iesam), o engenheiro desta área tem formação multidisciplinar abran-gendo computação, elétrica, eletrônica e mecânica. Com isso, é capaz de construir

do FUtUrOa engenharia

enses pudessem preencher vagas surgidas em grandes empreendimentos, como os da cadeia produtiva da mineração, como a do alumínio (Albras/Alunorte), caulim (Imerys/Rio Capim Caulim); geração de energia (hidrelétrica de Tucuruí) e uma série de outras indústrias e prestadores de serviços, como Rede Celpa e Cosanpa.

“Na área hospitalar também cresce a oferta por engenheiros de automação, principalmente em UTIs onde o paciente recebe medicamentos de acordo com o peso, e a medição [do peso] é feita atra-vés da cama do paciente”, explica a co-ordenadora. E o mercado ainda é mais amplo. No Pará, Facepa, Phebo, Duelo, Coca-Cola e Schincariol são exemplos de fábricas automatizadas. Madeireiras também usam a automação, assim como indústrias de reciclagem.

Na verdade, o céu é o limite para o aluno que é ambicioso. “Ex-alunos nos-sos estão trabalhando em projetos de aviões e navios, cursando pós-graduação no Instituto Tecnológico da Aeronáutica

(ITA)”, conta Luciana, destacando a mais recente febre entre os estudantes: ingressar no Centro de Instrução Almirante Braz e Aguiar (Ciaba), em busca do conhecimento de sistemas auto-matizados de navegação. Depois, na marinha mercante priva-da, esses engenheiros conseguem salários de mais de R$ 30 mil.

Apesar de existir demanda para esses profissionais, “os engenheiros que são colocados no mercado paraense ainda não atendem toda a necessidade da região. Muitos não ficam aqui, vão fazer pós-graduação em outros estados e acabam fi-cando por lá”, revela a professora. Ou seja, oportunidade é o que não falta.

sistemas computadorizados para os seto-res de segurança e automação residencial, industrial e predial; atender às necessida-des tecnológicas do comércio, saúde, en-sino, urbanismo e arquitetura; programar e operar equipamentos para indústrias de biotecnologia, projetar sistemas de infor-mação e bancos de dados, além de progra-mar equipamentos automatizados.

“Desde o primeiro ano, o aluno já mescla a prática com a teoria. O curso todo tem 60% de aulas teóricas e 40% de aulas práticas. Os equipamentos de labo-ratório são os mesmos usados em fábri-cas, e os experimentos são realizados com equipamentos de fabricantes diferentes. Além disso, as máquinas funcionam com softwares próprios e muitos alunos criam os próprios softwares, como por exemplo, para prever defeitos em máquinas que fun-cionam 24 horas”, explica Luciana Vieira.

A criação do curso pelo Iesam, há cin-co anos, foi uma necessidade de entidades de classe como a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), para que para-

ONDE ESTUDAR

Instituto de Estudos Superiores da AmazôniaIesam (Belém)Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA (Belém)

GRADUAÇÃO

Tempo: 5 anos no Iesam e IFPA. Acesso: via processos seletivos ou Enem. No Iesam ainda existe a modalidade Processo Seletivo Planejado, para concluintes do ensino médio antes da obtenção do certificado de conclusão do curso. Caso aprovado, o aluno pode até assistir aulas antes da matrícula definitiva. Períodos: Iesam (julho e novembro) / IFPA (janeiro - Sisu) ou Enem.Nº de vagas: No Iesam são 150/ano divididas em uma turma matutina e duas noturnas. Custo: R$ 937,00 no Iesam. No IFPA, gratuito.

ESPECIALIZAÇÃO

Iesam: Mecatrônica, Engenharia Elétrica e Manutenção Preditícia.Formação: em média 1 ano e meio.Investimento: a mensalidade custa R$ 350.

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PORTOMELLO

AGENDAAGENDA

Em sua narrativa não acadêmica, Heliomar Venâncio nos aponta o

“caminho verde” para uma construção sustentável em Minha Casa Sustentável. Um eficiente guia para construção resi-dencial responsável, para ser amigo da natureza e trazer a felicidade para seus moradores. Este livro, ricamente ilustrado, é um importan-te instrumento de consulta para engenheiros que desejam integrar seus projetos com o meio ambiente.

Objetivo e didático, Técnicas e Práticas Construti-vas para Edificação, editado por Erica, descreve as

principais técnicas para edificações, desde a concepção da obra por parte do cliente até a sua entrega. Trata das fases de implantação, movimento de terra, medidas de segurança, drenagem, fundação, armaduras, formas para concreto e sua preparação. Descreve alvenarias, colocação de coberturas, impermeabilização, tipos de piso e assentamento, pavimen-tação, esquadrias, instalações elétricas e hidráulicas e as respectivas normas e cuidados, revestimentos, o sistema de

pintura, verificações finais e limpeza até a entrega da obra.

100 Barragens Brasileiras –

Casos históricos, materiais de cons-trução e projeto consolida teoria e prática, discute e dá diretrizes para crité-

rios de projeto, cálculos de estabilida-de, sistemas de vedação e drenagem, instrumentação, etc. Ensecadeiras, aterros hidráulicos e barragens de enrolamento com face de concreto complementam os tipos de barragens mais convencionais abordados. A obra vem atender as demandas mais recorrentes de profissionais da área geotécnica. Dividido em três partes: revisão de casos históricos, mecânica dos solos residuais e a filosofia de projeto, comparada com projetos de barragens de outros países.

Estruturas Isostáticas, de Maria Cascão Ferreira de Almeida e editado pela Oficina

de Textos, inicia com um amplo conceito de estruturas e noções básicas da estática, apre-sentando os esforços feitos nas estruturas retí-culas, passando às aplicações a determinação das linhas de estado de vigas, grelhas, pórticos e treliças, incluindo as espaciais, completando o tema com linhas de influência.

Uma das matérias mais importantes dos cursos de enge-nharia é a que estuda a resistência dos materiais. Para

tornar o ensino mais fácil, o livro Resistência dos materiais – Para entender e gostar utiliza elementos da literatura e da música brasileira para explicar conceitos de maneira simples e agradável. Há também uma lista de livros para complemen-tar o estudo dos leitores interessados e diversos exercícios para ajudar a fixar conceitos.

23° ExpoAgroindustrial de ItaitubaPeríodo: 13 a 21 de outubroLocal: Parque de Exposições de Itaituba

Curso Melhores Práticas em Gerenciamento de ObrasPeríodo: 15 a 18 de OutubroLocal: sede do CREA-PA (Belém)Informações e inscrições: [email protected]

LIVROS

Feira Agropecuária de AlenquerPeríodo: 21 a 28 de outubroLocal: Parque de Exposições de Alenquer

Marajó Búfalo Fest- Expo Marajó Período: 24 a 28 de outubroLocal: Parque de Exposições de Soure

Curso Elaboração e Acompa-nhamento de Planilha de Com-posição de Custos na Contração de Serviços Contínuos Período: 22 e 23 de outubro Local: Hotel Sagres / BelémInformações e inscrições: www.negociospublicos.com.br

XXVI Feira Agrocultural de MojuPeríodo: 08 a11 de novembroLocal: Parque de Exposições / Moju

38° Encontro Ruralista Período: 22 a 23 de novembroLocal: sede da FAEPA / Belém

Exposibram Amazônia 2012Período: 05 a 08 de novembroLocal: Hangar – Centro de Con-venções da Amazônia / Belém

Curso de Capacitação em Recuperação de Áreas DegradadasPeríodo: 8 e 9 de outubroLocal: sede do CREA-PA (Belém)Informações e inscrições: [email protected]

VI Encontro Nacional da ANPPAS - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e SociedadePeríodo: 24 a 28 de setembroLocal: Universidade Federal do Pará – UFPA – Campus BelémInformações: www.anppas.org.br/encontro6

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