Revista CREA-PA #1

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REA Revista PA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará Junho 2012 – Ano I – nº 01 PROGRAME-SE Pag. 22 Cursos e eventos de especialização profissional FORMAÇÃO Pag. 20 O mercado para engenheiros de produção FAEPA Pag. 16 Pag. 10 Avanço tecnológico para a pro- dução rural O potencial energético do Pará O que Governo, empresas e pesquisas estão fazendo para garantir a eficiência energética paraense rá 01 Ava tecn para duç AMBIENTAL Pag. 8 O destino dos resíduos sólidos na RMB CORREIOS DEVOLUÇÃO GARANTIDA Impresso Especial 28.907.186-2/2005/DR/PA CREA-PA CORREIOS

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O potencial energético do Pará. O gue Governo, empresas e pesquisas estão fazendo para garantir a eficiência energética paraense.

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PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

Junho 2012 – Ano I – nº 01

PROGRAME-SE

Pag. 22

Cursos e eventosde especializaçãoprofissional

FORMAÇÃO

Pag. 20

O mercado para engenheiros de produção

FAEPA

Pag. 16

Pag. 10

Avanço tecnológico para a pro-dução rural

O potencial energético

do Pará O que Governo, empresas e

pesquisas estão fazendo para garantir a efi ciência energética

paraense

rá01

Avatecnparaduç

AMBIENTAL

Pag. 8

O destino dos resíduos sólidos na RMB

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

Impresso Especial28.907.186-2/2005/DR/PA

CREA-PA

CORREIOS

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RESÍDUOS RESÍDUOS SÓLIDOS X SÓLIDOS X

LIXÃO DO AURÁ LIXÃO DO AURÁ

ENERGIA PARA O ENERGIA PARA O DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTO

ENTREVISTAENTREVISTA

ENGENHARIA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DE PRODUÇÃO

88 1010

1616

2020

NOSSAS SEÇÕESPalavra do Presidente 4

Expressas 6

Artigo Técnico 18

Agenda 22

Livros 23

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Engenheiro Antonio Carlos AlbérioPresidente do CREA-PA

Superar limites, vencer desafios e não desistir das batalhas. Quando

fui eleito para assumir pela terceira vez a presidência do CREA-PA tinha a plena convicção de que estas três ações estavam totalmente atreladas ao cargo. Tive-

novo canal de comunicação que o CREA-PA irá dispor para tratar de assuntos im-portantes tanto para a clas-se tecnológica, quanto para toda a sociedade.

Esta publicação, que será distribuída gratuitamente para todo o Estado do Pará, tem o objetivo de ser a ima-gem desta gestão, pois de modo transparente, impar-cial e ético, irá divulgar as principais ações executadas por este Regional e mais: irá trazer matérias e reporta-gens especiais sobre assun-tos que interessam todos os setores sociais, a níveis re-gionais e nacionais.

De modo muito especial, quero agradecer a todos os parceiros que se uniram co-nosco neste projeto. Tenham a certeza de que nossa publi-cação – pela alta qualidade

e nível editorial – se tornará referência para a realização de estudos, aquisição de co-nhecimentos, funcionando como uma fonte segura para nossos profissionais, empre-sas e toda a sociedade.

Nesta primeira edição, daremos uma ampla aborda-gem sobre o potencial ener-gético do Estado do Pará e falaremos, entre outros as-suntos, da destinação dos resíduos sólidos e da utili-zação correta do aterro sa-nitário, o que tem sido uma problemática das grandes cidades. Com a participação de diversos atores sociais pretendemos cumprir de modo eficaz uma de nossas missões mais importantes: a de compartilhar todo nosso conhecimento técnico em prol do desenvolvimento das cidades, do Estado e do país.

PALAVRA DO PRESIDENTE

mos um início de manda-to bastante difícil, mas não deixaremos de lutar para ver nossos planos e proje-tos concretizados, dando os frutos que esperamos. E é justamente por isso que fi-camos honrados em poder apresentar a você, leitor, este

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PALAVRA DO CONFEA

ESPAÇO DO LEITOR

CREA-PAConselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará

CONFEAConselho Federal de Engenharia e Agronomia

SEDE: Tv. Doutor Moraes, 194 • Nazaré • Belém-PA • CEP 66035-080 FONE/FAX: (91) 3219-3402 / 3219-3403 / 3219-3404 / 3219-3408

FUNCIONAMENTO: 2ª feira a 6ª feira das 8h às 16hE-MAIL: [email protected]

OUVIDORIA: (91) 3219-1132 / 3219-1136 ou [email protected] / www.creapa.com.br

DIRETORIA 2012Presidente

Eng. Agrônomo Antonio Carlos Alberio1° Vice-presidente

Eng. Civil Carlos Eduardo Domingues e Silva 2° Vice-Presidente

Eng. Mecânico Ricardo José Lopes Batista1° Secretário

Eng. Civil e Segurança do Trabalho Harold Stoessel Sadalla2° Secretário

Eng. Civil Salomão Peres Elgrably 1° Tesoureiro

Eng. Agrônomo Rui de Souza Chaves 2° Tesoureiro

Eng. de Infraestrutura Aeronáutica Marco Valério Vinagre

CÂMARAS ESPECIALIZADASCâmara Especializada de Agronomia

Coordenador: Eng. Agrônomo Dinaldo Rodrigues TrindadeAdjunto: Eng. Agrônoma Ana Maria Pereira de Faria

Câmara Especializada de Engenharia Civil, Segurança do Trabalho, Geologia e Minas

Coordenador: Eng. Civil Antonio Noé Carvalho de Farias Adjunto: Eng. Civ. e Arq. Alexandre de Moraes Ferreira

Câmara Especializada de Engenharia ElétricaCoordenador: Eng. Eletricista Adalziro Duarte Rodrigues Adjunto: Eng. Eletricista Beatriz Ivone Costa Vasconcelos

Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Metalúrgica

Coordenador: Eng. Químico Carlos Augusto de Brito CarvalhoAdjunto: Eng. Mecânico Raimundo Lucier Marques Leal Júnior

COMISSÃO EDITORIALCoordenadora

Eng. Agrônoma Ana Maria Pereira de FariaCoordenador Adjunto

Eng. Eletricista Antonio Marcos de Lima AraújoMembro

Eng. Civil Evaristo Clementino Rezende dos SantosSuplentes

Eng. Eletricista Ricardo Guedes Accioly Ramos e Eng. Agrônoma Layse Goretti Bastos Barbosa

Coordenadora do Núcleo de Relações InstitucionaisGeógrafa Glayds Barbosa

Ascom CREA-PA: Raquel Rodrigues DRT/PA

Esta é uma publicação do conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (CREA-PA) executada pela

Chaves Mais Comunicação (Rua Manoel Barata, 1569. Reduto. CEP 66053-320. Fone 91 3218-4698)

Diretores: Alexandre e Olinda MendesEdição: Mara Góes DRT/PA 1.430

Reportagens e textos: Luciana Cavalcante, Raquel Rodrigues e Vanessa Vieira Monteiro

Fotos: Hilário Jr. e banco de imagensDiagramação e arte: Júlio Brasília DRT/PA 840

Tratamento de imagens: Elias Portilho Tiragem: 15 mil exemplares

Impressão: Gráfi ca Halley

*Sua opinião é muito importante. Mande seus comentários e sugestões para [email protected].

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PAPAREA

Neste momento em que a eco-nomia brasileira se consolida no cenário mundial e em que

nossa sociedade passa a efetivamente valorizar o profi ssional da área tec-nológica como fundamental em seus empreendimentos, quero na pessoa do presidente do Crea-PA, Antonio Carlos Alberio, cumprimentar todos que fi zeram ser possível o lançamen-to da Revista do Crea-PA.

Infraestrutura, inovação e tec-nologia estão entre os primeiros

Engenheiro JOSÉ TADEU DA SILVAPresidente do Confea

itens da pauta quando se fala em Brasil. Ao produzir notícias sobre temas de interesse de nossos profi s-sionais, a Revista do Crea-PA alia o cenário de desenvolvimento do país à realidade internacional atual: a era da informação.

Em um estado com dimensões gigantescas como o Pará, tenho a certeza de que esta ferramenta de comunicação proporcionará maior integração entre o Conselho e os profi ssionais que o integram, infor-mando e orientando sobre legisla-ção, novas tecnologias bem como sobre o mercado de trabalho.

Aproveito a oportunidade para parabenizar o Conselho Regional do Pará também pelos seus 78 anos de existência, marco que muito nos orgulha e traduz toda a história de atuação em direção ao correto exer-cício de nossas profi ssões, em defesa da ética profi ssional e da sociedade como um todo.

Um forte abraço a todos.

Se você quer fazer comentários, sugestões, críticas ou tirar

dúvidas sobre os temas publicados na Revista Crea-PA, entre em contato pelo e-mail [email protected] ou [email protected] saber o que você tem a dizer para fazer uma revista cada vez melhor.

78 Anos

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EXPRESSAS

Com BRT, a atual gestão do Crea retoma discussões de projetos e políticas públicas

O Conselho Regional de Engenha-ria e Agronomia (Crea-PA) iniciou uma nova fase de discussões e debates sobre projetos importantes do Estado, levan-do para o auditório na sede da entida-de, no dia 5 de junho, a apresentação do projeto BRT (Ônibus de Trânsito Rápido, em inglês) a um público multi-profi ssional. Esse evento volta a inserir o Crea-PA nas discussões sobre planos, políticas e projetos que afetam direta-mente a população da Região Metropo-litana de Belém.

“Nosso objetivo é retomar a ação de trazer estes assuntos para serem dis-cutidos no Conselho, pois com certeza, nós, enquanto órgão colegiado multi-profi ssional, temos muito a acrescentar e contribuir para o desenvolvimento das ações”, ressaltou o presidente do Conse-lho, engenheiro Antonio Alberio.

Suely Sawaki, gerente da unida-de gestora de projetos especiais da Prefeitura Municipal de Belém, fez a

apresentação do projeto aos presentes. Entre os diversos questionamentos fei-tos estavam os relacionados à quanti-dade de linhas de ônibus que passarão a trafegar na cidade, os possíveis pro-blemas a serem enfrentados pela exis-tência de uma adutora da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) ao longo da Avenida Almirante Barroso, e a conclusão dos estudos de viabilida-de do projeto, que justifi cariam o alto

investimento nas obras. De acordo com a gerente, a tendên-

cia é de que não haja mais nenhuma linha de ônibus circulando na Avenida Almirante Barroso. “Todos os órgãos relacionados com o trecho das obras foram consultados e é preciso salientar que não estamos seguindo uma linha isolada e sim consubstanciada, é o que está sendo planejado para o Brasil todo”, defendeu Suely.

Garantir maior autonomia, infra-estrutura e capacitação de mão-de-obra para as representações do Crea-PA situadas no interior do Estado é um dos principais objetivos da atual gestão do Conselho. E foi buscando alcançar esta meta que, ao longo do primeiro semestre, colaboradores das Inspetorias do Regional receberam treinamento especializado, que os capacitaram para a realização de atividades anteriormente restritas à sede do Conselho. “Nosso objetivo é garantir maior rapidez no atendimento de solicitações dos profi s-sionais das regiões do Estado e, conse-

quentemente, reduzir a demanda de atividades na sede do Conselho”, ressal-tou o presidente do Crea, Antonio Alberio.

Colaboradores de todas as inspetorias do Conse-lho, com exceção do oeste paraense que participarão no segundo semestre, já rece-beram treinamento sobre emissão de visto profi ssional, alteração de endereço e recebimento de carteiras no SIC. Além desta capacitação, as Inspetorias de Ananindeua e Santarém, que já fazem

a emissão de carteira profi ssional, e a de Parauapebas, que também passará a emiti-la a partir de 1º de julho, rece-beram treinamento específi co sobre o trâmite deste tipo de ação.

Rumo à descentralização das atividades

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Construindo com responsabilidade

VIA SUL EMPREENDIMENTOSAlameda 3 quadra 11 nº 121 - COHAB - Tucurui - Pa

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responsabilidade

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15 anos no mercado.

Em ritmo acelerado. É assim que se encontra a velocidade da tramita-ção de processos relativos a registros de instituições e cursos no Crea-PA. De acordo com a analista técnica Priscylla Souza, assessora da Comis-são de Educação, a cada mês são tra-mitados, em média, cerca de 20 a 30 processos de registro de instituições e cursos, número considerado elevado em relação aos anos anteriores.

Para a analista, o maior contato com as instituições, a simplifi cação dos procedimentos e o maior desem-penho da Comissão de Educação foram os principais fatores que con-tribuíram para aumentar a fi naliza-

ção dos procedimentos. Obrigatório – Antes de uma

pessoas ingressar em uma instituição de ensino ligada às áreas abrangi-das pelo Sistema Confea/Crea, é importante verifi car se a mesma e o respectivo curso estão registrados no Crea-PA. Tal registro é obrigatório e sem ele, o recém-formado fi ca impe-dido de obter o registro profi ssional e, assim, não estará habilitado a exercer a profi ssão. Para ver a rela-ção de escolas cadastradas e quais as exigências necessárias para obter o registro acesse o link da comissão de educação, no site do Crea (www.creapa.com.br).

Com o objetivo de dinamizar a pre-sença da fi scalização do Conselho junto aos grandes projetos instalados no Es-tado do Pará, o presidente do Regional, engenheiro agrônomo Antonio Carlos Alberio deu início a uma articulação do Crea-PA com o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no município de Altamira.

O encontro, que ocorreu entre os dias 7 a 9 de maio, contou com a participação dos colaboradores arqui-teta Priscylla Souza, analista técnica designada ofi cialmente para desenvol-ver estudos e realizar ações destinadas a fortalecer a atuação da fi scalização do Conselho, e Marllus Pimentel, da equipe de fi scalização do Regional.

O estreitamento de relações entre o Conselho e os grandes projetos é consi-derado como um passo importante para o alcance do objetivo maior do órgão de fi scalização profi ssional que é promo-ver a regularização dos profi ssionais e empresas, garantindo, deste modo, a segurança social. “Fizemos a solicitação por escrito para envio do levantamento de todas as empresas e profi ssionais que

Tramitação de registros de instituições e cursos está em alta velocidade

União em prol da regularização profi ssional na região Oeste do Pará

atuam no Consórcio, após isso daremos início à análise para que possamos solu-cionar as possíveis pendências da melhor maneira possível”, explicou a analista.

Após o Consórcio Construtor Belo Monte, os próximos projetos a recebe-rem a articulação direta do Crea-PA serão os desenvolvidos pela Mineração Rio do Norte. Ainda na região Oeste paraense, os municípios de Santarém, Juruti e Oriximiná receberam, de 14 a 17 de maio, o presidente Alberio, para estabelecimento de articulações com o poder público local, visando agregar me-lhor atendimento para os profi ssionais daquela região.

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CAPA

CARLA ALBUQUERQUE

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CCACACACACARLRLRLRLA A A ALALA BUBUQUQUQ ERQUQ E

Por dia, das 1800 toneladas de resí-duos sólidos coletadas na Região Metropolitana de Belém - RMB,

832 ainda são jogadas praticamente a céu aberto. A informação chega a as-sustar, pois segundo o engenheiro civil sanitarista, consultor em engenharia sanitária e ambiental e membro da Co-missão de Meio Ambiente do Crea-PA, Luis Otavio Pereira a problemática vivenciada no lixão do Aurá é conside-rada um grave crime sócioambiental.De acordo com ele, a RMB - inclui Belém, Ananindeua, Santa Bárbara, Benevides, Marituba e Santa Izabel - está bem longe de atender as exigên-cias da Lei Federal nº 11.305/10, que institui a política nacional dos resíduos sólidos. “Belém precisa de um plano de gerenciamento integrado de resíduos sólidos, pois o lixão do Aurá, de acor-do com a avaliação dada por estudos científi cos, deveria ter sido encerrado em 2007”, destaca o engenheiro.

LIXO: totalmente inadequado para resíduos sólidos. “Não tem como recuperar e sim encerrar”, alerta o especialista. A justifi cativa que agrava ainda mais a situação do local é o vazamento do chorume sem tratamento. “Por mais de uma década, toneladas de lixo produzem vazamento de chorume no local, sem nenhum tipo de tratamento”, dimensiona.

ENTRAVESNa análise do engenheiro, vários fatores contribuíram para a destinação inadequada dos resíduos sólidos: a falta de um plano de gestão integrada de resíduos, a ausência de campanhas permanentes de educação ambiental – com envolvimento e participação da população – e a precariedade do sistema viário em áreas periféricas são as principais causas da situação degra-dante. “A precariedade do sistema viá-rio resulta ainda no uso inadequado de caçambas basculantes para a coleta de lixo doméstico, tornando insufi ciente a coleta alternativa para áreas de difícil acesso ou estivas”, informa. “Para mudar esse cenário, precisamos urgentemente mobilizar a sociedade

RAQUEL RODRIGUES

ESPECIAL

De acordo com a Lei, os municípios são orientados a estabelecerem um consórcio para distribuição de resíduos sólidos entre si, com base na Lei dos Consórcios Públicos. Caso esta inicia-tiva não ocorra, os municípios fi carão impedidos de receber qualquer recurso do Governo Federal.Para Luis Otavio, a maior preocupa-ção está na ausência de propostas e ações que tragam soluções sustentáveis para este tão grave problema urbano, tendo em vista que a coleta, o trans-porte e o destino fi nal dos resíduos são atividades tipicamente municipais. “O percentual de domicílios urbanos com coleta domiciliar regular na RMB é insufi ciente, em torno de 60%, ou seja, a coleta é feita com irregularida-de e inefi ciência”, avalia o engenheiro chamando atenção ainda para o fato de que o lixão Aurá, utilizado por Belém, Ananindeua e Marituba, hoje abriga cerca de mil catadores, que vivem em situação de risco.

IRRECUPERÁVEL Área degradada e aterro exaurido. É esta situação que faz com que o lixão do Aurá seja considerado um depósito

ONDE VAMOS PARAR?

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e cobrar do poder público o desenvolvimento deste plano integrado, subsidiado em estudos técnicos de viabilidade e real atendimento das necessidades dos municípios”, alerta o especialista. Segundo Pereira, como conteúdo mínimo, este estudo deve conter aspectos de diagnóstico, metas para redução de rejeitos, apropriação de custos e ganhos, indicadores de desempenho, educação ambiental, fi s-calização e controle. “Este é o conteúdo mínimo que os planos municipais de gestão integrada de resíduos devem ter para atendimento da legislação vigente”, observou.

SOLUÇÕES A solução para a destinação fi nal de resíduos da RMB, com base nos estudos do especialista, deve ter abran-gência metropolitana, através de consórcio municipal, observado os princípios da Lei 11.107/05 e Decreto 6.017/07, que tratam da Lei de Consórcios Públicos e Regulamentação. “Os municípios devem ter sistema de coleta local, com a realização de coleta seletiva e os códigos de postura deverão ser equalizados”, observa, enquanto chama atenção para a importância da valo-rização do papel do catador e da criação de cooperati-vas: “eles são agentes de limpeza urbana”, enfatizou. De acordo com o engenheiro, os estudos técnicos e as novas tecnologias não devem – de maneira alguma – fi car de fora do plano integrado. Entre elas está o aterro sanitário com captação e aproveitamento ener-gético dos gases, a usina de composto de baixo custo e a incineração do lixo com o aproveitamento dos gases para a geração de energia – técnica esta que já vem sendo desenvolvida, inclusive, em projeto experimen-tal da Usina Verde, no Rio de Janeiro. “A implantação da usina de triagem e compostagem apontam vantagens para o município, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental”, avisa Luis Otavio, reiterando ainda que a mesma reduz a neces-sidade de lixões e devem ser de pequena capacidade. “Devem receber de 30 a 40 toneladas/dia e ser locali-zadas em áreas periféricas como Mosqueiro, Outeiro, ilhas, áreas com vocação para agricultura familiar”, concluiu.

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Nos últimos anos o Brasil teve crescimento no Produto Interno Bruto e com ele vêm

as demandas por aumento da oferta de energia. Tudo depende de energia: pro-dução industrial, sistemas de transpor-tes, de segurança, agricultura, pecuária, saúde, educação, lazer, comércio.

Para atender as necessidades de todos esses setores o Governo Fede-ral incluiu no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) vários projetos de geração de energia. Em destaque está o complexo hidrelétrico de Belo Monte, em construção na Bacia do Rio Xingu. A capacidade instalada da usina será de 11 mil MW, o que a tornará a segunda maior hidrelétrica do País.

O projeto de Belo Monte é o mais representativo do potencial energético paraense. Com seus rios caudalosos e grande ocorrência de quedas naturais o Pará ocupa posição privilegiada quanto ao potencial para geração de energia. Os le-vantamentos mais recentes mostram que o Brasil tem potencial hidrelétrico superior a 260.000 MW. Detentora de mais de 60.000 MW, o Pará é a unidade da Federação com a maior reserva de energia hidráulica.

CAPA

MARTA CARDOSO

PRODUÇÃO PRODUÇÃO ENERGÉTICA ENERGÉTICA PARA O PARA O DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTO

Diante da necessidade de defi nir novos investimentos e implementar mecanismos de regulação e controle o setor energético brasileiro enfrenta o desafi o de fazer uso desse potencial sem ignorar os debates mundiais sobre o meio ambiente. Aliás, esse foi um dos destaques da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimen-to Sustentável realizada de 13 a 17 de junho, no Rio de Janeiro: a discussão sempre polêmica da construção de hidrelétricas na Amazônia.

Na década de 1980 - no embalo dos debates sobre desmatamento e mudan-ças climáticas - os países debateram em conferências como a Eco-92, formas de avançar no desenvolvimento sem preju-dicar ainda mais o planeta. A resistência à construção de hidrelétricas continua forte. Os movimentos sociais, organi-zações não-governamentais e povos indígenas estão melhor organizados e as exigências sobre a viabilidade de implantação estão mais rigorosas.

Na tentativa de repetir o desempe-nho na conferência de 1992 o cartão de visitas do Governo Federal foi um relatório sobre as emissões de gases de efeito estufa pelo País. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a geração de energia pelas hidrelétricas

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PRODUÇÃO ENERGÉTICA PARA O DESENVOLVIMENTO

ajudou o Brasil a emitir 64g de CO² para cada KWh produzido. A média mundial é de 500 g/KWh.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - Uma das primeiras medidas de efi ciência energética no Brasil foi a implantação, em 1981, do Programa de Conservação de Energia no Setor Industrial (Con-serve), destinado ao setor industrial. Na prática, acabou se concentrando na substituição de fontes de energia utiliza-das pelas indústrias.

Mais adiante, em 1985, foi implanta-do o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), conhecido pelo selo nos eletroeletrônicos indicando quais produtos poupam mais energia. Essa é uma das formas de promover a melhor utilização de fontes energéticas com maior economia de energia.

A tarefa não é fácil. E muita gente se pergunta: “O Brasil precisa de tantas hidrelétricas”? Até o momento ninguém conseguiu responder com propriedade essa questão. Independente de ser pró ou contra hidrelétricas, uma conclusão é consensual: o Brasil precisa de energia. Sem conseguir uma alternativa que supe-re as hidrelétricas, o País enfrenta desafi os para promover a conservação de energia e melhorar o rendimento no seu uso.

Apesar da produção hidráulica re-ceber subsídios mais volumosos, o Go-verno Federal trabalha alternativas para potencializar a produção de energia (eólica, etanol, biomassa, etc). Afi nal, a previsão do mais recente Plano Decenal de Expansão (PDE) é de aumento de 60% no consumo de energia até 2020.

DESPERDÍCIO - Estima-se que, no Brasil, as perdas elétricas na rede de dis-tribuição sejam responsáveis por perdas em torno de 15% da energia. Alinhada com o PDE, em outubro passado, o Ministério de Minas e Energia (MME) lançou o Plano Nacional de Efi ciência Energética (PNEF), que prevê redução

de 10% no consumo.Combater a perda de energia é tare-

fa para todos. Mas os números mostram que a lição de casa não está bem feita. Alguns setores da indústria brasileira estão gastando cada vez mais energia para produzir a mesma quantidade em reais. É o que consta em relatório publicado ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo o estudo a indústria brasilei-ra (responsável pelo consumo de 35% da energia nacional) vai contra a tendência mundial, que é de produzir cada vez mais sem aumentar o consumo de energia. Os setores com maior desperdício, segundo o Ipea, são os de ferro-gusa, minerais não-metálicos, aço, papel celulose e, em menor intensidade, indústria química.

Do outro lado da moeda (os con-sumidores) o desperdício também é signifi cativo. Balanço sobre a perda de eletricidade feito pela Agência Nacio-nal de Energia Elétrica (Aneel) indica prejuízo de R$ 8,1 bilhões ao ano. Esse é o valor que deixa de ser arrecadado no período de 2007 a 2010 com as ligações clandestinas, os famosos gatos.

O valor corresponde a mais de 27 mil GWh, aproximadamente 8% do consumo do mercado cativo brasileiro. Dentre as distribuidoras pesquisadas a Centrais Elétricas do Pará (Celpa) lidera o ranking de perdas não-técnicas, com 24,4%).

ECONOMIA - Uma reação foi comemorada recentemente. De março de 2008 a março de 2012, a Aneel contabilizou 926 projetos de efi ci-ência energética apresentados pelas distribuidoras de energia elétrica no Brasil. Os projetos envolvem iniciativas relacionadas ao aquecimento solar, à gestão energética municipal, além de projetos educacionais para mudança de hábitos de consumo. Segundo a Aneel a economia de energia foi de 2,5 milhões de MWh/ano.

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27 distribuidoras de eletricidade pelo preço de R$ 79,97/MWh, tendo a Rede Celpa adquirido 3,2% dos 70%. Além disso, 10% da energia produzida por Belo Monte foi vendida por R$ 100/MWh para empresas equiparadas a autoprodutores, localizadas no Pará. Já os 20% restantes da energia foram vendidos ao preço de R$ 130 MWh e poderão ser adquiridos por qualquer empresa, inclusive as situadas no ter-ritório paraense, até 180 dias antes da entrada em operação comercial de Belo Monte. Após esse período, a prerrogati-va de compra dos 20% será exclusiva da Eletrobrás.

Especialistas críticos à construção da hidrelétrica no Xingu apontam que o Brasil precisaria de uma usina de Belo Monte a cada 16 meses para dispor da energia elétrica de que necessitará nos próximos dez anos, se a economia cres-cer 5,1% por ano no período.

Potencial no Pará - Por outro lado, o assistente da Diretoria de Planejamento e Engenharia (DE) da Eletronorte, Joaquim Carlos da Cruz, afi rma que o potencial hidrelétrico do Pará está sendo explorado, em grande escala, pela usina de Tucuruí, que foi integralmente implantada, e pela usina de Belo Monte, que está em cons-trução e terá início de geração comercial a partir de fevereiro de 2014.

Novas usinas - Ele adianta que, além dessas usinas, estão em estudo outras duas no rio Tapajós, São Luís e Jatobá, com potência total instalada superior

A QUESTÃO BELO MONTE

Belo Monte é alvo de polêmicas há mais de trinta anos, quando se pensou em construir uma usina no Rio Xingu. Todos se questionam se o projeto é caro ou barato, se é viável ou inviável, se a potência compensará os investimentos e se a população local será negativa-mente afetada.

A Eletronorte, subsidiária da Ele-trobrás, é a operadora de Belo Monte. A hidrelétrica ocupará parte dos municí-pios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. A maior população está em Al-tamira, com cerca de 98 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geo-grafi a e Estatística (IBGE). Os demais têm entre 10 mil e 20 mil habitantes.

Um dos receios da população local é referente à área alagada. Pesquisa encomendada pelo Ministério Público Federal à Universidade Federal do Pará (UFPA), mostrou que a área inundada pela usina será 55% maior que o previs-to, afetando 16 mil pessoas. Os dados foram rebatidos pelo CCBM (Con-sórcio Construtor Belo Monte), que atribuiu a diferença entre os resultados a referências desatualizadas.

Atualmente a usina de Tucuruí fornece metade de sua geração para as indústrias e o restante para os centros urbanos, nos estados do Pará e Mara-nhão. No caso de Belo Monte, 70% da energia produzida foi adquirida por

a 8 mil MW, e três no rio Jamanxim, totalizando em torno de 2 mil MW. “Estes aproveitamentos foram conside-rados prioritários pelo governo federal e devem ser licitados ao longo de 2013”.

No rio Tocantins as usinas de Ma-rabá têm potência prevista da ordem de 2 mil MW. Já na Serra Quebrada os estudos sinalizam para algo em torno de 1.300 MW de potência. “Os estudos de usinas no rio Araguaia estão mais atrasados por questões ambientais, já que os órgãos licenciadores têm mani-festado desejo de preservar a sua bacia”, explica o assistente da Eletronorte.

Pela margem esquerda do rio Amazonas, na porção oeste do Pará, o destaque é para a bacia hidrográfi ca do rio Trombetas, que já foi inventariada e está sendo novamente estudada. Outros rios com bacias hidrográfi cas menores têm considerável potencial hidrelétrico e serão objeto de estudo nos próximos anos.

USINAS X PROTEÇÃO AMBIENTAL

De um lado, cresce a efi ciência em engenharia. De outro, cresce a preocu-pação com as questões ambientais. A busca pela sintonia entre os dois ainda é desafi adora. O representante da Eletro-norte aponta que nos últimos anos foi criada uma cultura de criminalização dos reservatórios das usinas hidrelé-tricas. “Há de se ressaltar que eles são necessários para as usinas hidrelétricas, pois permitem a criação de quedas, o espaço para construção das estruturas e o armazenamento da água. Este é um fato a ser desmistifi cado por meio de ampla discussão envolvendo a socieda-de, a área técnica e os órgãos regulado-res do País”, defende Cruz.

Segundo ele, a legislação referente ao licenciamento ambiental precisa ser reavaliada a luz da experiência vivida pelo Brasil nos últimos 26 anos. Cruz defende a redução dos prazos para emissão das licenças, porém, sem fl exi-bilizar a preservação do meio ambiente e as medidas compensatórias a serem feitas pelos empreendedores.

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INVESTIMENTOS ESTADUAIS

A expectativa de investimentos públicos e privados para o estado do Pará, segundo o Governo Estadual, são de cerca de 120 bilhões de dólares até 2016. Isso colocaria o Pará em destaque no Brasil “principalmente para verticalizar a produ-ção agregando valor aos recursos naturais aqui explorados. Isto é uma posição fi rme em qualquer negociação de prospecção de novos investimentos no Estado, atual-mente”, diz Airton Fernandes, Diretor de Desenvolvimento do Comércio e de Ser-viço da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom).

Apesar da concentração de riquezas naturais e potencial energético, na análise do diretor, ainda enfrentamos defi ciên-cia em infraestrutura de distribuição de energia fi rme, infraestrutura de transporte (rodovias), comunicação, logística, dentre outros pré-requisitos favoráveis à instala-ção de unidades de produção, comércio e de serviço, para a geração de emprego e renda e consolidação das cadeias produti-vas dentro do território paraense. Fernandes destaca que, além do po-tencial para geração de energia, o Pará também ganha destaque em outras fon-tes renováveis. Uma delas é o biocom-bustível extraído da palma, na região nordeste paraense.

O Estado também desenvolve parceria com a Eletronorte, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), para implantação do Mosaico de Unidades de Conservação do Lago de Tucuruí. Ele foi criado a partir de mobilização social para ordenamento do uso das terras do entorno, do reser-vatório e suas ilhas.

NOVAS FONTES DE ENERGIA

A Eletronorte tem uma área de pesquisa e desenvolvimento tecnológico para aproveitamento da energia solar no Pará. Porém, segundo Joaquim Cruz, o custo da energia solar ainda é elevado e não competitivo com outras fontes de geração de energia, sendo recomendado o seu uso nos casos em que não se dispõe de outras fontes, a exemplo das ações realizadas pela empresa para geração de energia elétrica em pequenas comunidades. Já o potencial eólico do Pará está concentrado na região litorânea. O aproveitamento, no entanto, está condicionado ao fato de parques eólicos serem incluídos pelo Governo Federal em leilões para concessão. A Eletrobras/Eletronorte é sócia de três empreendimentos de geração de energia eólica, Miassaba 3, Rei dos Ventos 3 e Brasventos, que se encontram em implantação no estado do Rio Grande do Norte. A empresa, segundo Cruz, tem interesse em participar de empreendimentos no estado do Pará, quando eles forem disponibilizados pelo MME e Aneel.

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ENTREVISTA

À frente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, oparaense Carlos Fernandes Xavier é um defensor extremo das políticas devalorização da agropecuária estadual. Imbuído da missão de representar edefender a classe produtora rural, ele conhece como poucos a realidade de cadamunicípio paraense – ajudoua criar mais de 30 municípios e mais de 100 sindicatos, e acompanha em temporeal o que acontece nas 144 cidades do Estado. Nesta entrevista exclusiva,Xavier apresenta a visão desenvolvimentista que a Faepa realiza para fazer oPará fi gurar entre os principais e mais importantes estados brasileiros.

CARLOS XAVIER, PRESIDENTE DA FAEPA

Qual o papel da Faepa e sua relação com o CREA-PA?

A Federação de Agricultura e Pecuária é um órgão de representação dos produ-tores rurais. Hoje nos destacamos entre as demais federações ligadas à Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) por algumas ações, como a iniciativa que juntou as entidades empresariais, repre-sentativas dos trabalhadores e dos profi s-sionais liberais – aqui entra o CREA-PA – do estado, no Instituto Alerta Pará, que visa discutir, sobretudo, temas relaciona-

dos a uma economia de desenvolvimen-to atrelada ao meio ambiente. Dentro do Alerta Pará, lançamos em 2008 o Projeto Preservar, onde a premissa é discutir com a sociedade paraense um pacto para que o desenvolvimento sustentável, atrelado à tecnologia. Hoje o Pará é o único esta-do brasileiro que tem essa proposta, mas muita gente tem a visão de que aqui nós destruímos tudo, quando a realidade é que apenas 24% do nosso território é antropi-zado. E mesmo assim, essa antropização ocorreu em função de políticas públicas

defi nidas pelo governo federal quando convidou o brasileiro a ocupar a Amazô-nia. Essa ocupação colocou quase duas po-pulações de imigrantes aqui. Isso tem be-nefícios, mas também causa um impacto forte nas administrações públicas, Na hora que há uma população maior, vêm exigên-cias de saúde, educação, segurança, justiça e tantas outras a ser tomadas com relação a infraestrutura, energia, saneamento. Imagine o que tem ocasionado a nós para-enses o fato de ser um dos estados com o crescimento populacional mais expressivo

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consciência política estadual mais forte. Tem estados adentrando o nosso, como o Mato Grosso que já entrou 150 Km pela BR-163, já botou dentro do Pará um pos-to da receita estadual dele - o Idea, que é a nossa Adepará. O que tá acontecendo em Belo Monte agora, que tomaram conta e acham que eles é que mandam, não é bem assim. Precisamos ter políticas mais fortes nas regiões fronteiriças, precisamos tra-balhar muito forte a área de logística, aí a engenharia, o CREA-PA está fazendo um trabalho forte em favor disso. O Pará é um estado grandioso. Devemos ajudar o Bra-sil, mas em primeiro lugar devemos ajudar os paraenses. É inconcebível ter comuni-dades em Tucuruí que não têm energia. Essa potencialidade tem que ser primei-ro transformada porque nós temos ainda 40% da nossa população abaixo da linha de pobreza e isso nos deixa numa situação extremamente incômoda.

Quais as políticas que a Faepa tem desen-volvido para os pequenos produtores? Há dados de que os pequenos produto-res são responsáveis por cerca de 70% do que é consumido dentro do estado.

Essa informação não é verdadeira. No Preservar, a Faepa defende alguns proje-tos: o primeiro deles é a reforma agrária, mas dentro da lei, dentro da ordem. Para se ter uma ideia, no mundo houve um êxodo rural signifi cativo. Há 50 anos éra-mos 75% no campo paraense, hoje somos 17% da população. Na hora que se tem um Estado com as vantagens que já falamos, com terra e brasileiro querendo se fi xar, temos que defender os interesses de quem vive aqui. E é isso que a Faepa faz. Existem distorções imensas porque não adianta jogar o produtor rural na terra, dizer que é um lote da reforma agrária. É preciso capacitá-lo, treiná-lo, levar para lá toda a infraestrutura, logística na área de educa-ção, saúde, justiça, saneamento.

Qual é o futuro do Pará na questão da agricultura e desenvolvimento susten-tável?

Não se pode desvincular uma ativi-dade econômica de outra. Porque a única atividade geradora de riqueza no mundo é a agropecuária. Fora disso é extrativis-mo. Tirou acabou. Isso é uma renúncia da sociedade futura. Temos que estar atentos a isso, porque a agropecuária é renovável. Não tenho dúvida: o Estado tem vocação pra ser um dos principais Estados brasilei-ros e vou fi car muito satisfeito no dia em que puder diminuir essa desigualdade na sociedade.

ser a mais séria de todas, é a geração co-nhecimento. Como provocar o desenvol-vimento se não tem conhecimento?

A Faepa busca de alguma maneira fo-mentar essa ampliação do conhecimen-to, fechando parcerias com as universi-dades?

Temos o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Es-tado do Pará (Fundepec) e da Amazônia Rural, instituições que integram o Sistema Faepa. Temos propiciado uma parceria mais forte com todas as academias para fazer a somatória na área do conhecimen-to, principalmente junto à Embrapa.

Existe alguma pesquisa relevante?Estamos trabalhando muito na pes-

quisa aplicada. Agora foi lançado um polo de arroz irrigado no Marajó, uma das re-giões que tem um dos mais baixos IDH do Brasil. Estamos juntos com a Embrapa, Sagri e com o Instituto Rio Grandense, com especialistas na área do cultivo de arroz irrigado, para levar esclarecimento à sociedade, mas, sobretudo mostrar aos produtores o potencial que a região tem. Temos que trabalhar nosso potencial, va-lorizar nossas peculiaridades de clima: muita luz o ano inteiro, 3,2% da água doce no mundo e um clima estável de 24º o ano todo, diferente de outros países e regiões. Isso é, dentro do agronegócio e de pers-pectiva de avanço da produção, uma van-tagem comparativa da maior importância, e todos os projetos implantados nessa área vão ter a vantagem competitiva.

Então, a perspectiva para quem é do se-tor aqui no Pará são favoráveis?

Com essas vantagens comparativas que o Pará oferece eu não tenho dúvidas que na hora que a sociedade tiver uma consciência plena, nos vamos direcionar a transformação social da população de forma muito forte. E aí acontece um fato, como a antropização do Pará ocorreu de quatro décadas para cá, quem mora em Belém tem a visão de que o estado é Salinas e Mosqueiro. Os paraenses não conhecem a própria realidade. Eu tenho extrema di-fi culdade de dialogar com a representação da sociedade porque não têm essa visão. Na hora que você diz, por exemplo, que o Pará tem 32 hidrelétricas a serem constru-ídas, a pessoa não sabe nem onde fi cam os rios e os municípios. De qualquer manei-ra, nós precisamos ter um contato muito mais forte, muito mais inteiro com a so-ciedade paraense, para desenvolver uma

e que por outro lado não tem uma política publica federal compensatória. Se os bra-sileiros vêm pra cá, nós devíamos receber também um pouco mais de recursos fede-rais para poder compensar esse défi cit.

O estado lançou o Programa Municípios Verdes....

Quando o Estado lançou o Municípios Verdes no ano passado foi basicamente em cima do projeto Preservar, lançado há 4 anos, pelo Alerta Pará. A base foi a ex-periência que nós já havíamos adquirido. Mas estamos atentos porque começou a ter uma conotação pro Municípios Verdes muito mais para o verde e muito menos para a produção. Buscamos um impacto positivo para todas as áreas produtivas: agricultura, pecuária, comércio, indústria, serviço, transporte. Na hora que alguém investe num rebanho, vamos ter mais ani-mais para o abate, mais mercado para os abatedouros, mais serviços de transpor-te, etc, providenciando uma melhoria no serviço de forma global. Por outro lado, me sinto insatisfeito de estar num estado imenso com potencial enorme, mas fi gu-rar entre os 10 municípios mais pobres do Brasil.

E qual é a solução que o senhor enxerga para esse problema?

A solução é a transformação social, que se faz com produção aliada à geração de conhecimento, porque sem dinheiro no bolso não se faz nada. A melhor ma-neira de fortalecer a produção dentro da sustentabilidade e o Projeto Preservar, que basicamente agrega tecnologia para fazer a redução dos gases do efeito estufa, produ-zindo mais na mesma área e proporcio-nando essa transformação social de nossa população

Qual é a grande barreira que o proje-to encontra pra deslanchar? As pessoas ainda vêm a agropecuária como um em-pecilho para o desenvolvimento susten-tável?

Temos quatro gargalos mais sérios: a parte fundiária do Estado, onde mais de 2/3 do nosso território tem uma legislação com gerência federal. Isso gera entraves a serviços. O segundo empecilho é a legis-lação ambiental. Ela tem sido mudada ao longo do jogo e termina que não temos uma segurança jurídica. Vemos agora o código fl orestal, que está sendo discutido há quase 2 décadas e foi prorrogado mais uma vez, gerando insegurança. O terceiro é o pouco capital, a pouca poupança na re-gião. E a quarta barreira, que eu entendo

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ARTIGO TÉCNICO

Estudo de Demanda Potencial e For-mação de Rede Rodofl uvial na Região Metropolitana de Belém – RMB, denominado de D-Fluvial, teve como objetivo desenvolver um modelo de

sistema integrado de transporte rodofl uvial utilizando tecnologia naval de média capaci-dade, a fi m de atender a demanda potencial da RMB. A proposta do projeto D-Fluvial, bem como os estudos anteriores, complementaram e se integraram ao projeto do Plano Diretor de Transporte Urbano da RMB, ampliando seus benefícios, através do melhor uso dos recursos fi nanceiros e naturais, aumentando sua área de abrangência e a população benefi ciada.

Estão presentes duas realidades “urbanas”, marcadas pela sua localização na foz do rio Amazonas; uma porção continental e outra in-sular. A situação geográfi ca favorece a formação de áreas insulares, com 414,82 km² constituído aproximadamente por trinta e nove ilhas, que fazem parte do município de Belém e oito ilhas integrantes do município de Ananindeua. A área insular da RMB possui ocu-pação completamente diferenciada da área continental e, por sua vez, um desenvolvimento bastante desigual. No D-Fluvial (2009) estimou-se que a RMB possuía 30% do território composto de ilhas, com 70.000 habitantes vivendo em condições de pobreza.

O extrativismo vegetal, a horticultura, a produção de uten-sílios e a pesca de peixe e camarão são as principais atividades econômicas dos ribeirinhos. Basicamente, as ilhas abastecem os municípios da RMB e as iniciativas empreendedoras são indivi-duais ou em forma de cooperativas, apresentando ainda traços de uma economia bastante frágil. A infraestrutura social básica das ilhas é rústica e precária: a maioria das residências é de casa de madeira, exceto nas duas maiores ilhas (Mosqueiro e Outeiro); não existe água potável, logo há a necessidade de poços artesia-nos e a energia elétrica é gerada por motores a óleo diesel.

Na parte continental da RMB as características básicas do transporte apresentam indicadores bastante comuns em metró-

Maisa Sales Gama TobiasPós-doutorado em Planejamento Urbano e Regional, com ênfase em Transportes, pela Universidade do Minho, em Braga/Portugal.Doutora em Engenharia de Transportes pela USP, com ênfase em Planejamento de Transportes.Mestre em Engenharia Civil, com ênfase em Geotecnia e Transportes pela UFPB.

TRANSPORTE FLUVIAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM – PARÁ

(Pesquisa acadêmica coordenada pela autora e concluída em 2009, na perspectiva da função social, econômica e ambiental através do transporte fl uvial em Belém-PA)

O poles sul-americanas: 2,0 milhões de habitantes (IBGE, 2007); 169 mil automóveis (IBGE, 2007); motorização: 84,5 autos/1000 hab (IBGE, 2007); 1,9 milhões viagens/dia em transpor-te coletivo, 60% das viagens urbanas (JICA, 2001), e 1,3 milhões viagens/dia em transporte individual (JICA, 2001). Na parte insular, o transporte é predominantemente fl uvial, exceto nas ilhas de Mosqueiro e Outeiro, que possuem ligação rodoviária. É comum paisagens com a presença de embarcações e trapiches dos mais diversos arranjos de projeto. A pesquisa D-Fluvial apontou na pesquisa de campo em 2009: freqüência de viagens hidroviárias das ilhas para o continente tem a seguinte propor-ção: diária: 32,3%; semanal: 29,6%; quinzenal: 15,3%; mensal: 19,1% e há pessoas que nunca viajam: 3,9%. Os principais motivos de viagem são: trabalho (20,1%); saúde (10,4%) e estudo (9,33%). Por outro lado, os motivos de viagem que mais atraem pessoas para as ilhas são: lazer

(47, 97%) e pessoas que visitam a família (19,17%).Na pesquisa de demanda ribeirinha do continente e de peri-

feria constatou-se que uma ligação fl uvial entre UFPA, Ver-o--Peso, Tapanã e Icoaraci seria bastante promissora, em termos de atendimento a uma demanda atual do transporte rodoviário que poderia utilizar o transporte fl uvial como complementar. Para estes usuários, as questões básicas seriam: o acesso terrestre aos terminais ou pontos de integração e a integração tarifária. A liga-ção entre Icoaraci e Ver-o-Peso, também, tem grande potencial porque atende dois grandes polos geradores de viagens. Talvez seja pouco atualmente em relação ao transporte por ônibus ao longo da orla, mas comparando-se com a demanda atual de transporte fl uvial, os números são signifi cativos.

A oferta de transporte, de maneira geral, é espontânea e de baixa confi abilidade. Como serviço regular existe apenas a Linha Belém-Cotijuba, com subsídio da Prefeitura de Belém, possuindo duas saídas diárias para Cotijuba: uma pela manhã e outra no fi nal da tarde. Os demais horários são cobertos por barqueiros que fre-

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quentam o mesmo terminal portuário. Nesta ilha e nas demais ilhas, onde o transporte fl uvial é o único modo de transporte, o transporte é feito pela iniciativa privada, sem controle do poder público.

A análise de resultados permitiu elencar como principais condicionantes para o planejamento de transporte fl uvial na RMB (Tobias et al, 2009):

Localização geográfi ca: o rio por si só serviu como barreira de ocupação territorial. A existência de afastamento terrestre favore-ceu o desenvolvimento desigual, havendo uma realidade insular completamente diferenciada da porção continental. Este aspecto difi culta a acessibilidade física e a implantação de infraestrutura social básica: água, energia, escolas, postos de saúde e eleva o custo de vida. Por outro lado, a abundância de rios, entrecortando o território, potencializa o emprego do transporte hidroviário como modo mais adequado para este tipo de espaço urbano;

Ausência de gestão pública e de oportunidade de trabalho: a falta de serviços básicos à população, tais como água potável e energia e a carência de serviços de saúde são indicadores da necessidade de maior atenção por parte do poder público. No que diz respeito ao transporte, o mesmo é feito sem normas disciplinadoras, as embarcações são inadequadas e a estrutura portuária é defi ciente. A falta de investimentos no setor difi culta as atividades econômicas e, com isto, diminui a possibilidade de fi xação da população na porção insular, de geração de renda e de maior articulação com a porção continental, o que torna esta situação excludente socialmente;

Falta de identidade ou de sensação de pertencimento da po-pulação em relação à Belém: os aspectos anteriores provocam na população insular, como foi verifi cada in loco, a sensação de que não pertencem ao município e sempre se referem a ele, quando se deslocam, como se fosse um a outro lugar, um espaço distante no imaginário de todos. Isto se expressa na pouca participação dos mesmos em reivindicações próprias das populações urbanas;

População de baixa renda com demanda social por trans-porte: na Tabela 1, pode-se observar que metade da população tem renda familiar de um salário mínimo, sendo adulta, de baixo nível de instrução, com atividades ligadas ao comércio. Observa--se, ainda, que a maioria realiza com freqüência viagens para Belém motivada pela demanda social por trabalho e saúde e, em contrapartida, a maioria dos que chegam é para o lazer, ou seja, as ilhas são consumidoras por excelência dos serviços urbanos de Belém e dependem em grande parte da atividade turística. Estes movimentos são essenciais para a sobrevivência da população local e se manifestam por meio de uma demanda acentuada por transporte hidroviário, com expressiva quantidade diária de viagens;

Demanda reprimida: há pessoas que não viajam e, julgando pela ausência de serviços sociais básicos nas ilhas acrescido da falta de oportunidade de trabalho, as mesmas vivem em condi-ções degradantes do ponto de vista da dignidade humana. O que torna a questão do transporte mais grave, pois isola por completo pessoas que poderiam estar vivendo em melhores condições.

No quadro de condicionantes assinalados para a situação do

transporte nas Ilhas de Belém, a atividade de planejamento do transporte fl uvial deve considerar aspectos, tais como:

A elaboração de uma rede transporte hidroviário principal que possa se articular com o sistema de transporte urbano da porção continental e fomentar as atividades desenvolvidas nas ilhas que gerem renda e bem-estar social.

A elaboração de estrutura operacional que atenda as especi-fi cidades da demanda, em termos de horários e rotas e, ainda, em termos de equipamentos de apoio e de embarcações.

A elaboração de uma estrutura tarifária que proporcione a integração dos sistemas de transporte urbano, com condições de pagamento da população, que é de baixa renda. Também, há de se estudar o sistema de gestão deste transporte metropolitano, uma vez que os sistemas atuais de transporte urbano: rodoviário e hidroviário não se comunicam e possuem características com-pletamente diferenciadas de operação.

A demanda de transporte e a oferta precisam ser diferen-ciadas em função das especifi cidades da demanda e da neces-sidade de tecnologia adequada às necessidades, como também, deve haver a regulamentação do serviço para viabilizar novos investimentos no serviço. Por outro lado, há necessidade de de-senvolvimento de estudos, uma vez que sobre a região insular da Região Metropolitana de Belém existe poucos dados a respeito da população, logo, havendo muita difi culdade em se planejar o transporte.

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Fazer compras no supermercado é uma atividade tão rotineira, mas quando vamos atrás de um produto e notamos

que ele sumiu da prateleira, percebemos a falta de um engenheiro de produção na loja. Isso porque toda a logística, que envolve o planejamento transporte, estocagem e ven-da, visando a otimização do processo com a diminuição dos custos, tempo e desperdí-cio de materiais é um dos ramos de atuação do engenheiro de produção.

De acordo com o coordenador do curso de engenharia de produção do Centro Universitário do Pará (Cesupa), Cláudio de Oliveira, a função básica da profi ssão é organizar o processo de pro-dução de uma empresa. “Ele pode ser relacionado a bens tradicionais, como máquinas, carros, produtos tangíveis, assim como na parte de serviços como atendimento em hotéis e restaurantes”, exemplifi ca.

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O objetivo do curso é desenvolver um profissional multifunções, com ha-bilidade em várias áreas convergentes. “É um curso bastante sistêmico, que une a parte gerencial, habilidades em administração, finanças, economia, além dos preceitos básicos da enge-nharia”, ressalta Oliveira. Os conheci-mentos em engenharia podem ajudar, por exemplo, a identificar em uma obra da construção civil materiais que têm menor ou maior resistência, que possam interferir no resultado final de um processo, acrescenta.

Com uma área de atuação tão vas-ta o engenheiro de produção é, por vezes, confundido com administrador, economista, entre outros. “Essa confu-são ainda existe em função dessa ser uma profissão relativamente nova no Brasil”, diz a coordenadora do curso na Universidade Estadual do Pará (Uepa),

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Renata Melo. “O engenheiro de produ-ção possui a mesma formação básica das Engenharias III, estudando cálcu-lo, estatística, materiais, física, quími-ca, informática, hidráulica, eletricida-de, etc e aplica esse conhecimento de maneira combinada à outra faceta de sua formação: a habilitação para ser gestor”, esclarece.

E a possibilidade de atuar em áreas que vão da indústria, passando pelo va-rejo e serviço, faz com que a profi ssão tenha um mercado em franca expansão no Brasil e no Pará, especialmente na construção civil e mineração. “O mer-cado está aquecido, com espaços prin-cipalmente para gerentes de processo, de suprimentos, de qualidade e geren-tes de projetos de empreendimentos. Essas atividades têm grande aderência às habilitações do Engenheiro de Pro-dução”, diz a coordenadora do curso na

ONDE ESTUDAR

Centro Universitário do Pará – Cesupa (Belém)Universidade da Amazônia – Unama (Belém)Universidade do Estado do Pará – Uepa (Belém, Castanhal, Marabá e Redenção)

GRADUAÇÃO

Tempo: 4 anos no Cesupa. Uepa e Unama em 5 anosAcesso: via processos seletivosPeríodos: Cesupa e Unama (junho e novembro) / Uepa (Prise e Prosel, no fi nal do ano) Nº de vagas: Cesupa, 150/ano. Na Uepa, são 160, sendo 40 para cada município. Na Unama são 100 vagas anuais.Custo: R$ 1.000, em média no Cesupa e Unama. Na Uepa, gratuito.Disciplinas básicas: planejamento de controle da produção, logística, qualidade, simulação de processos produtivos, planejamento estratégico, custos industriais e de serviços, engenharia de produção, ciência dos materiais, química e meio ambiente, resistência de materiais, gerência de manutenção.

ESPECIALIZAÇÃO

Mais rentáveis: Logística, Gerenciamento de Projetos e Engenharia de SegurançaFormação: 1 ano e meio.Investimento: as mensalidades dos cursos variam de R$ 300 até R$ 1.000.

Uepa. Ela destaca ainda o mercado de logística, agora que a siderurgia no Es-tado demanda tantos engenheiros das mais diversas áreas.

Um profissional da engenharia de produção tem salário médio inicial de R$ 3.660,00. Mas esse valor pode che-gar até R$ 8 mil, dependendo da área e do projeto de atuação.

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PORTOMELLO

AGENDA

44ª Expofac – Exposição Agropecuária de Castanhal

Período: 01 a 09 de setembroLocal: Parque de ExposiçõesMunicípio: Castanhal

XXVI EXPOAMA – Exposição Agropecuária

de Marabá

Período: 01 a 08 de julhoLocal: Parque de ExposiçõesMunicípio: Marabá

21ª Festa do Peão de Boia-deiro e XII Feira de Exposição Agropecuária de Novo

Progresso

Período: 19 a 22 de julhoLocal: Parque de ExposiçõesMunicípio: Novo Progresso

X Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia Ambiental

Período: 22 a 27 de julhoLocal: Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA – Campus BelémInformações e inscrições: www.eneeamb.com

41ª EXPOTUC – Exposição Agropecuária de Tucuruí

Período: 28/07 a 05/08Local: Parque de ExposiçõesMunicípio: Tucuruí

35ª Feira Agroindustrial de Santarém

Período: 08 a 12 de agostoLocal: Parque de ExposiçõesMunicípio: Santarém

46ª Agropec – Feira Agropecuária de Paragominas

Período: 11 a 19 de agostoLocal: Parque de ExposiçõesMunicípio: Paragominas

Curso Gestão para Pequenos Negócios

Período: 28 de agosto a 02 de setembro Local: Sebrae-ParáInformações e inscrições: www.pa.sebrae.com.br

40º Congresso Brasileiro de Educação em

Engenharia

Período: 03 a 06 de setembroLocal: Universidade Federal do Pará – Campus Guamá-Belém/PAInformações e inscrições: www.cobenge2012.ufpa.br

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CAFÉ TRINDADE

LIVROS

Desenvolvido para estudantes de engenharia civil, arquitetura, tecnólogos e profi ssionais da constru-

ção em geral, Concreto Armado: Eu Te Amo - Vol.1, de Manoel Henrique Campos Botelho, está em sua 6ª edição. O livro é um ABC explicativo, didático e prático no mundo do concreto armado e tem aplica-ção prática atuante em construções de até 4 andares. O destaque desta edição é a inclusão de várias fotos e uma cartilha que explica a norma do concreto armado. Editora Blucher.

A editora Novatec achou uma nova lingua-gem para o ensino da eletricidade. Em

Guia Mangá de Eletricidade, de Kazuhiro Fujitaki, utiliza a arte japoneza do mangá para contar a história de Rereko, aluna de um colé-gio em Electopia, a terra da eletricidade, que foi reprovada. Agora ela precisa de aulas de recuperação em um curso de verão na Terra, e desta vez ela tem que passar.Recorrendo ao uso de exemplos e de farta ilus-

tração, Yopanan Rebello faz uma interpretação matemática do comportamento das estruturas em Estruturas de Aço, Concreto e Madeira, facilmente entendida por estudantes ou profi ssionais interessa-dos em quantifi car as dimensões das peças estru-turais. Reúne os procedimentos para o dimensio-namento de estruturas de aço, concreto e madeira. Editora Zigurate.

O objetivo de Frank Salisbury e Cleon Ross em Fisiologia das Plantas (Ed. Cengage) é

fornecer aos seus leitores uma explicação ampla da fisiologia vegetal, desde a germinação até o crescimento vegetativo, amadurecimento e florescimento. Apresenta também os princípios e os resultados de pesquisas desta área em todo o mundo, concentrando a atenção nas plantas de semente.

Ecologia e Sustentabilidade aborda princí-pios e conceitos da evolução biológica e da

ecologia em suas diferentes escalas: popula-ções, comunidades e ecossistemas. Esta pbra oferece diveros estudos de caso que expõem uma visão detalhada dos problemas ambien-tais e sociais acompanhados de suas possíveis soluções. Os autores são G. Tyler Miller e Scott E. Spoolman, Ed. Editora.

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Valor mensal do Serviço Vivo Direto: R$ 49,90 (promocionalmente R$ 29,90), com tributos, sujeito a alteração conforme legislação vigente. Serviço exclusivo para clientes Vivo GSM Pós-pago, compatível com terminal PTT (Push- To-Talk). O Vivo Direto é um serviço de valor agregado que permite ao cliente realizar chamadas nacionais para outro assinante do Vivo Direto dentro da área de cobertura da Vivo e possui renovação automática. Consulte os preços, mensalidades e condições de contratação dos Planos Vivo Pós. Antes de contratar o Vivo Direto, consulte o Termo de Uso do Serviço e verifi que os aparelhos compatíveis em www.vivo.com.br/vivodireto. A Vivo possui a maior cobertura do país, em número de municípios, conforme o site www.teleco.com.br, em 15/04/2012.

A contratação do VivoDireto está condicionado à contratação de um Vivo Póse à aquisição do aparelhocompatível.

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