Revista contemporanea

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Revista Apologético-Cristã Bimestral Ano 7 - 2008 - nº 13 02 Editorial 03 Teologia Contemporânea 07 Teologia relacional 16 Quem é o Apologista? 06 Neoteísmo (Teísmo Aberto) e Idolatria 10 A Igreja Precisa de Teologia? 22 Batistas da CBB... 24 Indicações Bibliográficas Sã Doutrina é marca registrada no CRTD de Vitória da Conquista sob nº 81, Livro B-1 (apresentado para registro e apontado sob nº 34.076). Editor-Chefe LUCIANO HÉRBET OLIVEIRA LIMA Diretor Geral e Co-editor MARCOS ANTÔNIO FREIRE MARTINS Conselho Editorial JOSIAS BARAÚNA JR. HÉLIO DE MENEZES SILVA JOSÉ INFANTE NETO Conselho Teológico PR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA PR. DAVID THOMPSON PR. CALVIN GARDNER Revisão JOSÉ INFANTE NETO Direção de arte/Diagramação JAIME PORTELA DE VERÇOSA JR. Marketing/Publicidade JOSÉ FLORIVAL SOUSA Capa GRÁFICA LASERSET Revista SÃ DOUTRINA A/C Marcos A. F. Martins Praça Gerson Sales, 42 - 1º andar Bairro Alton Maron CEP: 45045-020 - Vit. da Conquista-BA Fone: (77) 8807-0109 www.revistasadoutrina.com Geral: [email protected] Editor: [email protected] Pedidos: [email protected] 18 Escritura Sacada 14 A Falácia dos Liberais ·As opiniões emitidas em artigos subscritos não refletem necessariamente a opinião da Revista. É vedada a utilização, reprodução ou apropriação dos textos, fotos e criações sem autorização por escrito dos titulares dos direitos autorais. · A RSD adota o Textus Receptus (conjunto de manuscritos fiel e providencialmente preservados ao longo dos anos) e sanciona a ACF, da SBTB, como a Bíblia que melhor conserva as suas características e tradução. Portanto, rejeitamos toda e qualquer tradução bíblica baseada no Texto Crítico. Textos escritos com base no TC somente serão publicados se relevantes e se não for autorizada a mudança. · Não nos responsabilizamos pelo conteúdo das propagandas constantes das páginas da Revista, principalmente aquelas que destoem da nossa Declaração de Doutrinária ou da fé cristã bíblico-fundamentalista.

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Revista Sã Dotrina - Teologia Contemporãnea editada pela

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Abílio César Dias NascimentoADVOGADO

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Vit. da Conquista/BA

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NÃO HÁ OUTRO DEUSAutor: John Frame

Recomendamos que a leitura desses livros e de todas as citações Bíblicas seja feita acompanhada da Bíblia Almeida Corrigida Fiel (SBTB), visto ser a Bíblia da Refoma Protestante e dos Puritanos (por equivalência à KJV).

RAÍZES DA TEOLOGIA CONTEMPORÂNEAAutor: Hermisten Maia

Pereira da Costa

EU NÃO SEI MAIS EM QUEM TENHO CRIDOAutores: Douglas Wilson (org.), John MacArthur,

R.C.Sproul, John Frame e outros

Site: www.seminariothompson.com.br E-mail: [email protected]

Revista Apologético-Cristã BimestralAno 7 - 2008 - nº 13

02Editorial

03Teologia Contemporânea

07Teologia relacional

16Quem é o Apologista?

06Neoteísmo (Teísmo Aberto) e Idolatria

10A Igreja Precisa de Teologia?

22Batistas da CBB...

24Indicações Bibliográficas

Sã Doutrina é marca registrada no CRTD de Vitória da Conquista sob nº 81, Livro B-1

(apresentado para registro e apontado sob nº 34.076).

Editor-ChefeLUCIANO HÉRBET OLIVEIRA LIMA

Diretor Geral e Co-editorMARCOS ANTÔNIO FREIRE MARTINS

Conselho EditorialJOSIAS BARAÚNA JR.

HÉLIO DE MENEZES SILVAJOSÉ INFANTE NETO

Conselho TeológicoPR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA

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RevisãoJOSÉ INFANTE NETO

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18Escritura Sacada

14A Falácia dos Liberais

·As opiniões emitidas em artigos subscritos não refletem necessariamente a opinião da Revista. É vedada a utilização, reprodução ou apropriação dos textos, fotos e criações sem autorização por escrito dos titulares dos direitos autorais.

· A RSD adota o Textus Receptus (conjunto de manuscritos fiel e providencialmente preservados ao longo dos anos) e sanciona a ACF, da SBTB, como a Bíblia que melhor conserva as suas características e tradução. Portanto, rejeitamos toda e qualquer tradução bíblica baseada no Texto Crítico. Textos escritos com base no TC somente serão publicados se relevantes e se não for autorizada a mudança.

· Não nos responsabilizamos pelo conteúdo das propagandas constantes das páginas da Revista, principalmente aquelas que destoem da nossa Declaração de Doutrinária ou da fé cristã bíblico-fundamentalista.

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a presente edição, a RSD traz à reflexão do querido leitor o Nrelevante tema da Teologia

Contemporânea. A importância de sua investigação está no fato de que tal “movimento” dos séculos XIX e XX é considerado como precursor ou, pelo menos, sistematizador de várias correntes de pensamentos dentro do cristianismo.

A Teologia Contemporânea ficou conhecida como a religião da razão. O naturalismo foi a sua marca distintiva. Dentro do academicismo, grandes embates eram travados entre os teólogos conservadores e liberais, principalmente em relação à inerrância e inspirabilidade divina das Escrituras. Enquanto, para aqueles, a Bíblia continua sendo a imutável e inspirada Palavra de Deus, para estes, a Bíblia, apesar de conter a Palavra de Deus, ela não é mais inspirada do que qualquer outro livro e, portanto, sujeita a erros e impressões particulares de seus autores.

No campo prático da vida cristã, o resultado foi percebido no surgimento de inúmeras igrejas frias espiritualmente, cujos membros passaram a confiar mais na justiça própria do que na obra salvífica de Jesus, conquistada mediante a sua morte e ressurreição. Uma multidão de cristãos está sendo ensinada doutrinariamente distante dos princípios bíblicos. Grande parte dos movimentos cristãos da atualidade sofreu influência, de uma forma ou de outra, do racionalismo ou naturalismo da teologia contemporânea, que, na verdade era um imenso “caldeirão” de idéias, conflituosas ou não.

Uma análise até mesmo mais

superficial da movimentação cristã de nossos dias aponta para os rumos desastrosos que a igreja cristã tem trilhado. Uma melhor apropriação das principais idéias da Teologia Contemporânea pode nos ajudar a entender algumas correntes de pensamento existentes no meio cristão em nossos dias. Nesse sentido, somos gratos aos autores dos artigos da RSD pela valiosa contribuição através de seus conteúdos bem fundamentados, profundos e de agradável leitura de um tema tão pouco explorado, mesmo nas classes das escolas dominicais e reuniões de estudo.

A RSD tem, ao longo desses sete anos, assumido o compromisso de oferecer ao povo evangélico um material com conteúdo bíblico sólido, que expresse fidedignamente os ensinamentos bíblicos sobre a fé cristã. Rogamos ao querido leitor que ore também por nós. Carecemos das graças divinas para termos força e coragem de prosseguir nesse ministério, cujo labor tem sido bastante árduo. Ore para que Deus nos dê sabedoria e orientação. Ajude-nos também na divulgação da revista entre seus amigos e pastores. Nossas limitações têm sido muitas, principalmente porque temos recebido pouco apoio do meio fundamentalista bíblico.

Nossa oração é para que Deus nos fortaleça ainda mais e, à semelhança daqueles 80 varões sacerdotes que resistiram ao soberbo rei Uzias (2 Cr. 26: 17,18), também possamos nos encontrar firmes nAquele que é a Rocha da nossa salvação.

Boa leitura!O Editor.

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Editorial

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têm sido propaladas de muitas outras maneiras. Por exemplo, a Junta de Missões Nacionais, como se estivesse acima das igrejas, levou a Convenção Batista Brasileira a autorizar em assembléia que missionárias não pastoras batizassem e ministrassem a Ceia. Nada contra, porém quem deveria autorizar era a igreja em que a missionária estivesse atuando e não a Convenção. Em outra ocasião, convocados pelo presidente, uma de nossas Convenções Estaduais, praticou a Ceia, como se fosse uma grande igreja batista e como se o presidente fosse o seu pastor.

Agora, por último, aconteceu uma manifestação escancarada de desejo de poder centralizado: O presidente da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil recomendou às igrejas batistas que incluam em seus estatutos que somente poderão pastorear as ditas igrejas pastores que estejam inscritos na OPBB. A desculpa é que, assim, se conseguiria conter “desmandos” que estão acontecendo em nossas igrejas. Mas, que desmandos são esses? Os desmandos escandalosos que temos presenciado são exatamente em nível de liderança de instituições convencionais; os desvios doutrinários mais gritantes saem de nossos Seminários e estão escritos em nossa literatura oficial.

Ora, sabemos das manipulações políticas que acontecem nas instituições denominacionais, sabemos que a OPBB não está, de maneira nenhuma, isenta de manobras para colocação de determinados elementos na direção ou nas direções estaduais. Sabemos que logo começariam a haver rejeições de líderes formados em Seminários que não são da CBB (que convenhamos, deixaram de ser batistas há muito tempo), de líderes que não lêem na cartilha de dominadores, de líderes que se levantam contra todos os desmandos e

desvios doutrinários que estão acontecendo em nosso meio.

Creio que só não deixamos de ser uma denominação batista por causa de muitos pastores heróis que continuam doutrinando as igrejas que pastoreiam, conduz indo -a s a t r avé s do Novo Testamento, firmando-as em Cristo Jesus, independentemente de toda essa liderança que está ruindo juntamente com as i n s t i t u i ç õ e s c o n v e n c i o n a i s q u e , convenhamos, são pára-eclesiásticas.

Se quisermos continuar sendo batistas autênticos, devemos primar por nossos princípios básicos, e um deles é a independência das igrejas. Por isso tudo e muito mais, não devemos incluir nenhuma cláusula restritiva à independência das igrejas nossos seus estatutos.

Pr Dinelcir de Souza Lima

Pastor da IGREJA BATISTA MEMORIAL DE BANGUDiretor do SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO

OESTE CARIOCADiretor da EDITORA BATISTA BRASILEIRA

Batistas da CBB caminham a passos largos para a dominação clerical

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á pelo menos uma década que as igre jas bat i s tas f i l iadas à HConvenção Batista Brasileira vêm

sofrendo intensa pressão da parte de líderes que exercem cargos executivos em órgãos denominacionais para se submeterem a uma dominação centralizada em um clero.

É uma situação completamente estranha aos princípios batistas seculares, principalmente o da soberania da igreja. Um princípio que nos sustentou com um evangelho bíblico, puro, sem diretrizes traçadas por filosofias humanas. Ao contrário de outras denominações, que têm comando centralizado, as igrejas batistas sempre puderam estudar livremente as Escrituras, sempre puderam cooperar com o reino de Deus sem obrigações e sempre defenderam uma teologia a partir das Escrituras e não as Escrituras a partir de filosofias teológicas.

Os prenúncios da tentativa de dominação foram surgindo em mensagens e atos sutis. Por exemplo, há alguns anos atrás, um presidente da Convenção Batista

Brasileira, ao ser escolhido como Presidente da Aliança Batista Mundial, em uma entrevista à imprensa, declarou que ele era como “o papa dos batistas”. Em outra ocasião, o mesmo ex-presidente, também em uma entrevista com a imprensa, se referiu aos batistas brasileiros como sendo “A Igreja Batista Brasileira”, no singular, como se fôssemos uma só igreja.

Mas as manifestações de desejo de poder centralizado têm crescido muito e já

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Teologia Contemporânea Teologia Contemporânea Teologia Contemporânea

m rápido exame sobre a história eclesiástica revelará que ela não Uocorreu passivamente, pelo contrário,

ela foi (e está sendo) construída através de grandes conflitos: "A história do cristianismo tem sido uma história de batalhas em prol da

1fé” . Desde a sua origem até os nossos dias, a igreja tem enfrentado batalhas importantes para sustentar as doutrinas bíblicas ensinadas por Jesus Cristo e os apóstolos.

Os últimos dois séculos têm sido palcos da chamada Teologia Contemporânea, expressão e sistematização dos pensamentos teológicos desenvolvidos principalmente nos séculos XIX e XX. Esse período é nitidamente marcado pelo embate entre as teologias conservadora e liberal. As raízes do liberalismo teológico talvez possam ser encontradas no movimento deísta dos séculos XVII e XVIII. O Deísmo é a religião naturalista, ou seja, a religião da razão, que, de forma geral, sustentava os pensamentos da paternidade universal de Deus e de que a verdadeira religião (a natural) consiste na moralidade e na crença de um ser superior, que seja vagamente pessoal e transcendente. Não havia a necessi-dade de uma revelação especial, da graça ou de um Salvador. Thomas Jefferson, tão aclamado pelos estadunidenses, tendo sido presidente do país e autor da Declaração de Independência Americana, tinha feito sua própria bíblia; nela, todos os milagres e doutrinas do Novo Testamento, que não fossem explicados pela razão, foram omitidos (será que sobrou alguma coisa em sua bíblia?). Para sermos justos, é necessário dizer que a maior parte dos teólogos liberais da modernidade não é considerada deísta, entretanto, muito de seus ensinos têm

2suas origens fincadas nesse movimento .

3 A "alta crítica " do liberalismo teológico é a expressão viva do pensamento modernista, caracterizada pelo ataque direto à concepção da inspiração das Escrituras e sua inerrância. Como resultado, doutrinas fundamentais como o ensino das duas naturezas de Cristo perdiam espaço dentro da cosmovisão moderna. O liberalismo teológico se tornou hoje em um movimento amplo de distintas concepções e perspectivas, caracteri-zado por uma grande diversidade de pensa-mentos, conflitantes ou não. Dentre elas, destacamos a teologia do processo, a teologia da libertação, o Evangelho Social, a teologia feminista e a teologia relacional ou teísmo aberto.

Em contraposição ao movimento modernista, houve uma reação dos teólogos e pastores comprometidos com a teologia ortodoxa protestante. Teólogos como Abraham Kuyper, Charles Hodge, Gresham Machen e Carl McIntire foram grandes nomes da teologia conservadora, que se juntaram a outros pensadores e líderes protestantes, os quais viam a teologia liberal como uma séria ameaça ao cristianismo bíblico. Esse movimen-to reacionário ao modernismo foi cunhado de Fundamentalismo e não surgiu de uma movimentação ou reação à parte da igreja, e sim da própria igreja que reagiu aos movimen-tos dissidentes e externos, como bem afirmou um próprio teólogo liberal, Kirsopp Loke: "

Luciano Hérbet O. LimaEditor da Revista Sã Doutrina

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Teologia Contemporânea

São erros, geralmente cometidos por pessoas educadas que têm pouco conhecimento de t e o l o g i a h i s t ó r i c a , s u p o r q u e o Fundamentalismo é uma forma de pensar nova e estranha. Ele não é nada disto, ele é... sobrevivente de uma teologia que uma vez foi sustentada universalmente por todos os cristãos. O Fundamentalismo pode estar errado; eu penso que ele está. Mas somos nós que temos desviado da tradição, não eles, e eu sinto pelo fato que alguém argumente com os fundamentalistas na base da autoridade. A Bíblia e o corpus theologicun da Igreja estão do lado fundamentalista " . Um dos marcos desse m o v i m e n t o f o i a o b r a " T H E FUNDAMENTALS", editado por R. A. Torrey (d i spon íve l em por tuguês no s i t e

) como resposta conservadora à teologia liberal, trazendo em seu conteúdo as doutrinas essenciais da fé cristã. Vale a pena ressaltar aqui que nem todos os fundamentalis-tas bíblicos eram (e são) pré-milenistas, doutrina presente no livro, o que gerou uma certa polêmica com os amilenistas e pós-milenistas.

Nos primórdios do movimento, podemos considerar como fundamentalista qualquer cristão protestante conservador, contudo, a partir de 1940 a teologia ortodoxa se viu dividida por dois grupos: o fundamenta-lista propriamente dito e o neo-evangélico, representante da neo-ortodoxia (tinha como principais representantes o teólogo suíço Karl Barth e o americano Reinhold Niebuhr). A neo-ortodoxia era mais aberta ao diálogo e cooperação com outros cristãos não conserva-dores e mesmo com católicos. Seus principais expoentes foram Harold J. Ockenga e Billy Graham. A posição firme dos fundamentalistas quanto às doutrinas escatológicas (final dos tempos) e sua forte posição contrária ao evolucionismo tornaram-se os principais fatores para o afastamento dos "evangélicos" (termo preferido por estes para se diferencia-rem dos fundamentalistas). Enquanto os

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http://www.chamada.com.br/livraria/detalhes/?cod=OF

"evangélicos" começaram a desenvolver com prostestantes liberais e católicos empreendi-mentos sociopolíticos e até mesmo evangelísti-cos, os fundamentalistas passaram a rejeitar qualquer tipo de associação com grupos que não compartilhavam de seu sistema de doutrinas bíblicas. Daí, uma das marcas distintivas do fundamentalismo é a doutrina bíblica da separação.

Embora os "evangélicos" reclamem para si uma teologia conservadora, sua aproximação com grupos liberais e católicos tem colocado em risco suas doutrinas principais. Esse "flerte" tem minado os princípios bíblicos de muitas igrejas e, por abrir mão de ministérios de exortação e defesa da fé, algumas delas, até mesmo pertencentes às denominações históricas, estão sucumbindo diante da apostasia e do ecumenismo. Iniciamos esse breve artigo com a citação de Judas, autor bíblico, que convoca a igreja a batalhar em favor da fé cristã (Judas 3), e agora encerramos, com uma citação do teólogo e escritor reformado, Dr. Martyn Lloyd-Jones, alertando sua congregação do perigo de abandonar a batalha pela fé: “A reprovação da polêmica na Igreja Cristã é uma questão muito grave. Todavia essa é a atitude da época em que vivemos. Hoje a idéia predominante em muitos círculos da Igreja é a de que não devemos importar-nos com essas coisas. Contanto que sejamos cristãos de algum modo, de qualquer modo, tudo estará bem. Não discutamos doutrina, sejamos cristãos unidos e falemos do amor de Deus. Nisso consiste realmente toda a base do ecumenismo. Desafortunadamente, essa mesma atitude está se insinuando também nos círculos evangélicos mais firmes..." .

01. Notas:

1. Pastor Almir Marcolino Tavares, numa palestra sobre Teologia Contemporânea, ministrada na Igreja Batista Boa Vista durante a V Semana Teológica do STBT em Vitória da

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Conforme foi traduzido Pv 22.6 pela NVI, se recitado fora de seu contexto, faz parecer ao leitor que a educação da criança é um ato exclusivo dos objetivos humanos (de seu educador). Levando para o lado do mundo isso pode ser devastador. Imaginem quais objetivos têm para seus filhos, aqueles pais cujas atividades e práxis de vida contrariam frontalmente a Palavra de Deus. Certamente que esses objetivos não incluem o temor ao Senhor.

Reconhecimento: Registro meu reconhecimento a Imprensa Bíblica Brasileira, e a Convenção Batista Brasileira que bravamente resistiram à onda das traduções “modernas”, interpretativas e paráfrases da Palavra de Deus. Nessa perspectiva a Imprensa Bíblica Brasileira e também a Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil foram as únicas Imprensas Bíblicas no Brasil que não editaram traduções interpretativas, denominando-as de Bíblia Sagrada. Isso demonstra respeito e reverência a Santíssimo Deus Yahweh e a sua Sagrada Escritura, o temor ao Senhor.

(*) O Autor é Pastor Igreja Batista em Vila Jaguaribe - RJ, Pós-graduado em Novo Testamento, Mestre em Teologia Sistemática e Doutorando em Teologia.

Palavras da Comissão de tradução NVI Em

2 Por tradução literal entenda-se a tradução realizada pelo método de equivalência formal

[email protected]

http://www.editoravida.com.br/biblias_nvi/nvi_biblia_seculo21.asp

literal, que tem como alvo principal ser como uma cópia o mais fiel possível aos textos do idioma fonte.3 Por exemplo: Uma paráfrase da Bíblia é uma interpretação de um ou mais autores, neste sentido deveria se chamar “interpretação, ou paráfrase da Bíblia segundo fulano de tal” e jamais Bíblia Sagrada, ou pior Bíblia na linguagem de hoje.4 GREEN, J.P. The Interlinear Bible – Hebrew-Greek-English. Massachusetts, Hendrickson, 1986. p.523.5 BIBLEWORKS 7.0 CD Digital6 IBB – Imprensa Bíblica Brasileira (Versão Revisada)7 SBTB – Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil ( ACF- Almeida Corrigida Fiel)8 KIDNER, D. Provérbios Introdução e Comentário. São Paulo, Mundo Cristão, 1992. p.579 KAISER Jr, W. C. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo, Vida Nova, 1988. p.17410 BENTES, J.M. e CHAMPLIM, R.N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. São Paulo, Candeia, 1991. Vol I p.963.11 Quero destacar minha admiração pelo o grupo de tradutores da NVI, até onde vai meu conhecimento, são pessoas de reconhecido valor acadêmico. Minha crítica a NVI é estritamente de caráter teológico, portanto no campo das idéias.12 BOICE, J. M. "Whatever Happened to God?" in Modern Reformation, 1996. p.13.

Escritura Sacada

MATERIAL P/ CONSTRUÇÃO EM GERAL

FONE: (77) 3424-0000

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8principal do livro. O escritor sagrado chega mesmo a afirmar que tem no temor a Deus o princípio (hebraico resit) do conhecimento, mais ainda, o primeiro princípio (hebraico te hilâh) da sabedoria (Pv 9.10). Assim, quando os homens temiam ao Senhor andavam em retidão (Pv 14.2), longe da perversidade (Pv 16.17) e evitavam e detestavam o mal (Sl 34.11; Jó 1.1; Pv 3.7; 16.6).3.2. O significado do caminho a ser ensinado à criança

“Instrui a criança no caminho em que deve andar...” (Pv 22.6), qual caminho ele está indicando? O caminho humano, ou caminho de Deus? Conforme apontado acima, o

9caminho do temor do Senhor (Pv 22.4). De fato, o ensino a qual se refere Pv 22.6 é o temor do Senhor, o conhecimento que vem de Deus, da sua santa Palavra. É um conhecimento que não é gerado pelo homem, mas pelo Eterno Deus Yahweh. Observe estas palavras: “Filho meu, guarda as minhas palavras, e esconde dentro de ti os meus mandamentos” (Pv 7.1). Assim pode-se afirmar que Pv 22.6 é um mandamento para os pais ensinarem o

10caminho de Deus às crianças.

IV Uma Breve Observação da Tradução NVI de Pv 22.6

11Acredito que, quando os tradutores da NVI traduziram Pv 22.6 “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles”, na tentativa de evitarem uma tradução literal, não priorizaram o contexto imediato na qual está inserido o versículo e muito menos o contexto de todo o Livro de Provérbios.

No entanto, os tradutores da NVI, de certa forma, reconhecem o valor e a precisão da tradução literal quando a citam em sua nota de rodapé c (p.518), mas assumem uma tradução alternativa, cuja ênfase ideológica se foca no ser humano em detrimento de Deus. Nessa perspectiva fica ruim o slogam da NVI “Bíblia do século XXI” porque nos induz a pensar que a NVI se amolda ao humanismo, à

ideologia do século XXI, cuja filosofia dominante é aquela onde o homem ocupa o centro do universo, e Deus é relativizado...

J. M. Boice corretamente afirmou que a nossa geração é centralizada no homem e infelizmente a igreja, e as organizações para-eclesiásticas traiçoeiramente, têm se tornado egocêntrica (por ex. a melhor igreja, o melhor

12pastor, a melhor versão...). Essa realidade está muito presente na cosmovisão das igrejas modernas. Sejam através dos cultos, orações, cânticos, do tipo de mensagem pregada, e agora parece fincar bandeira em algumas versões da Bíblia.

ConclusãoEsse assunto da grande diversidade

de versões modernas da Bíblia é algo a ser refletido com o devido cuidado. Isto porque as verdades da fé são de tal forma conexas que uma afirmação, ou mesmo uma nova versão da Bíblia, somente se mantém se estiver em coerência com as bases do edifício teológico do verdadeiro Cristianismo.

Escritura Sacada

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Conquista – Ba (22 a 26/10/2007). Fez um breve apanhado sobre os principais movimen-tos contrários à teologia ortodoxa que surgiram desde o início da igreja cristã até os dias atuais. O conferencista tem afirmado que os movimentos sectários e liberais da moderni-dade não são totalmente inéditos, pois descendem ou têm suas raízes fincadas nos grupos dissidentes da igreja dos primeiros séculos, como por exemplos: o arianismo, sabelianismo e pelagianismo.

2. Louis Berkhof afirma que o deísmo, religião que possui muitas variantes, mas que de forma geral, ensina que Deus deixou sua criação sob leis inalteráveis e que esta se move por si mesma, independente de todo suporte ou direção externa. Esse pensamento faz da criatura auto-sustentadora e mantém Deus fora de sua criação (Teologia Sistemática, pg. 40, 60 e 64)

3. A "alta crítica", termo cunhado pelo crítico liberal J. G. Eichhorn. É uma metodolo-gia investigativa de cunho racionalista aplicada as Escrituras a partir de uma perspectiva anti-sobrenatural, e por isso tem negado a autentici-dade de muitos textos bíblicos. Segundo Gleason Archer em sua Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas (editora Vida) "o advento do racionalismo e do movimento deísta, no século XVIII, conduziu a uma modificação drástica da posição de inerrância atribuída à Bíblia. Logo se demarcaram as linhas de separação, com nitidez, entre os deístas e os defensores ortodoxos da fé cristã histórica. Uma crescente aversão ao sobrenatural

dominou a liderança intelectual do mundo protestante durante o século XIX, e esse espírito cedeu lugar à "crítica histórica", tanto na Europa como nos Estados Unidos".

4. McLachlan, D. R. apud Tavares, A. M.(Apostila sobre Teologia Contemporânea).

5. Lloyd-Jones e a Defesa da Verdade - Exposição de Romanos v. 3 – Editora PES – Autor D. Martyn Lloyd-Jones – p. 140 -142. Disponível em:

02. Referências Bibliográficas:

01. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 5. Ed. Campinas: Luz para o Caminho, 1998. 791 p.

02. NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. 6. Ed. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985. 289 p.

03. OLSON, Roger. História da Teologia Cristã . 1. Ed. São Paulo: Vida, 2001. 668 p.

04. RAPHAEL, Danilo. A teologia liberal e suas implicações para a fé bíblica. Disponível em

Acesso em: 17/Janeiro/2008.

05. TAVARES, Almir Marcolino. Teologia Contemporânea. Apostila do Seminário Batista do Cariri-CE

http://astrosnomundo.blogspot.com/2007/12/lloyd-jones-e-defesa-da-verdade.html

http://solascriptura-tt.org/SeparacaoEclesiastFundament/TeologiaLiberal-Liberalismo-DRaphael.htm

Teologia Contemporânea

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Neoteísmo (Teísmo Aberto) e Idolatria (parte 1)

Neoteísmo (Teísmo Aberto) e Idolatria (parte 1)

Neoteísmo (Teísmo Aberto) e Idolatria (parte 1)

á cerca de duas décadas certos teólogos resolveram redefinir a Hconcepção cristã de Deus. Segundo

eles, a concepção “tradicional” de Deus é maculada pela filosofia grega e apresenta uma idéia acerca de Deus que não corresponde à revelação bíblica. O Deus da Bíblia é “outro deus”, dizem que é soberano, mas abriu mão da Sua soberania por amor a Sua criatura e para conceder-lhe livre-arbítrio, ou, como advogam, “liberdade real” ou “significativa”. É onisciente, mas ignora o futuro, pois só pode conhecer o que é conhecível. Como os homens são livres (no sentido indeterminista), suas ações são imprevisíveis, o futuro não existe (isto é, está aberto), portanto, Deus não pode conhecê-lo. Embora Deus seja sábio, Ele se arrisca no relacionamento com seres morais livres. Ele pode até cometer enganos em determinadas circunstâncias, afinal, não pode prever (com absoluta certeza) como as criaturas agirão. Deus é imutável apenas essencialmente, no mais Ele muda, se arrepen-de de determinadas ações, reage e se adapta às decisões humanas. Deus é amor e exatamente por isso é passível de sofrer conosco, vivendo intensamente a história. Assim, o amor é o Seu mais importante atributo.

Tais concepções certamente estão muito distantes do conceito cristão “tradicio-nal” de Deus. Representam um afastamento não somente do conceito de que Deus preordena todas as coisas, como expõe o calvinismo, mas também que Deus sabe todas as coisas antecipadamente, como expõe o arminianismo tradicional. No entanto, o “neoteísmo” ou “teísmo aberto” não é nenhuma “novidade” teológica, é uma colcha feita com os “velhos” retalhos (trapos) do

pelagianismo, socianismo, teologia processual (e filosofia, embora neguem peremptoriamen-te), arminianismo (extremado) com os alinhavos da cultura moderna (pós-moderna). Assim, não há nada de “novo” (neo) aí, é “velhacaria reciclada”.

O Deus da Bíblia é soberano e em nenhum lugar é declarado que Ele abriu mão da Sua soberania em benefício da criatura, o que não seria benefício algum, mas a própria perdição da criatura. O Deus da Bíblia é onisciente, ainda que não entendamos perfeitamente a relação entre o Seu conheci-mento e a nossa liberdade, o que só indica ignorância da nossa parte, não da Sua. Seu conhecimento do futuro é absoluto, exaustivo, do contrário não nos restaria esperança alguma, visto que não poderia haver certeza de Seu triunfo final. O Deus da Bíblia é onipoten-te, mas isso não significa que tenha que impedir uma catástrofe quando alguns entendem que deveria fazê-lo. Não é porque Deus não impediu uma tragédia ou catástrofe que Ele não interveio ou que não pode fazê-lo. O Deus da Bíblia não arrisca, Ele não erra, não se engana. Falar em Deus que erra é um contra-senso. O Deus da Bíblia é amor, mas esse não é o único atributo dEle. Fazer do amor o mais importante atributo de Deus é um erro, pois nEle há perfeito equilíbrio entre Seus atributos e Ele não exerce um (atributo) em detrimento do outro. O neoteísmo ou “teísmo aberto” distanciou-se dos limites bíblicos e propõe adoração a um “outro deus” sob a capa de outra espiritualidade – e isso é idolatria!

Soli Deo Gloria!

“Lembrai-vos das coisas passadas da antigüidade; que EU SOU DEUS, E NÃO HÁ OUTRO DEUS NÃO HÁ OUTRO

SEMELHANTE A MIM. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não

sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Isaías 46:9, 10).

Silas Roberto Nogueira

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e NT), certamente seria que a tradução fosse uma cópia fiel (na língua portuguesa) dos originais (hebraico e grego). Mas essa realidade é muito difícil de ser atingida. Atrevo-me a dizer que sem o auxílio do Espírito Santo é mesmo impossível.

Por outro lado, existem aquelas versões da Bíblia que vão muito além de apenas traduzir. São interpretativas em função do(s)

3método(s) de tradução que se utilizaram. Uma tradução interpretativa é a interpretação de seus tradutores, que por mais brilhantes que sejam são seres humanos que acertam, mas também erram. Outra questão não menos importante que se levanta é: Será que o Eterno permite alguém re-escrever sua Palavra? Deixo para o leitor essa resposta.

Quando falo em Palavra de Deus refiro-me a Bíblia Sagrada, aos 66 livros que compreendem o Antigo e o Novo Testamento. E que foram providencialmente preservados, por Deus, em seus idiomas originais no decorrer da história humana.

Penso que os estudiosos, educadores, pastores e teólogos que reconhecem a Bíblia como Verdadeira Palavra de Deus temos uma responsabilidade: orientar ao povo Deus sobre o cuidado que se deve ter ao escolher uma versão da Bíblia.

III . Uma Breve Análise Exegética-Hermenêutica de Pv 22.6

O texto hebraico de Pv 22.6 4transliterado com referencias de Strong é:

Chanak {khaw-nak'}(2596) (Educa, instrui); na`ar {nah'-ar}(5288) (o menino); peh

{peh}(6310) (com a boca); derek {deh'-rek}(1870) (a maneira de viver, ou o caminho que deve andar) (1571) (até mesmo); )zaqen {zaw-kane'}(2204) (quando fique velho); (3808) (não); cuwr {soor}or suwr

5{soor}(5493) (desviará dele). Essa tradução é fidelíssima. Nessa

perspectiva, as tradicionais Bíblias Almeidas, traduziram corretamente este versículo: “Educa o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará

6dele” (Pv 22.6) (IBB); ou “educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6)

7(SBTB). Vale aqui citar que a NVI reconhece

que essa tradução literal é correta, pois, em letras menores, em sua nota de rodapé “c” afirma: “ou no caminho que deve seguir, e mesmo quando envelhecer” (NVI p.518).3.1 Uma análise do contexto de Pv 22.6

Analisando o contexto imediato de Pv 22.6, pode-se constatar que a tradução literal adotada pelas Tradicionais Bíblias Almeidas estão corretas. Isto pode ser demonstrado pela forte ênfase que autor de Provérbios dá ao tema: O temor do Senhor, o caminho a ser ensinado a criança.

Observe que no versículo 4 desse capítulo (22) tem-se: “o galardão da humildade e do temor do Senhor é riqueza, e honra e vida” (Pv 22.4). Considerando que o temor do Senhor, aparece treze vezes no livro de Provérbios (1.29; 2.5; 8.13; 9.10; 10,27; 14.26-27; 15.16,33; 16.6; 19.23; 22,4; 23.17). E ainda, que o temor do Senhor é tema

Escritura Sacada

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versículo acima é a tradução de Pv 22.6 da Bíblia NVI (Nova Versão OInternacional) não é uma tradução

literal, cujos objetivos em suas próprias palavras são: “A NVI define-se como tradução evangélica, fiel e contemporânea. Não se trata de tradução literal do texto bíblico, muito

1menos de mera paráfrase” (grifos meus). O ponto gerador desse artigo é uma

leitura crítica, uma elementar sistematização em torno da tradução interpretativa da NVI de Pv 22.6. Analisar-se-á rapidamente a tradução

2literal desse versículo em seu contexto imediato e depois se fará a comparação com a tradução interpretativa realizada pela NVI.

I. As Diversas Versões da Bíblia São Iguais? Há atualmente várias versões da

Bíblia em português. Entretanto, diante dessas versões surgem algumas perguntas: 1. Qual versão é a verdadeira e pura Palavra de Deus? 2. Todas as versões são iguais? Há quem inadvertidamente diga que todas as versões são iguais. O fato problemático dessa afirmativa é que basta se fazer uma leitura superficial nas mais variadas versões, se constatará, facilmente, que as versões não são iguais. Há grandes diferenças.

Um exemplo claro está no versículo de Pv 22.6 acima. Um versículo amado e muito recitado em nossas igrejas. Um versículo que já faz parte da memória histórica da cristandade mundial. Dado sua importância na criação das crianças segundo os preceitos do Eterno. Então se volta à pergunta inicial: Qual versão, ou quais versões da Bíblia em português pode se confiar como uma tradução mais precisa da Palavra de Deus e, portanto fiel aos idiomas originais?

Com este indicativo, fica claro que as diversas versões da Bíblia não são iguais. Algumas chegam mesmo a alterar o significado correto da Palavra de Deus. Isto torna o tema demasiado importante porque todos os aspectos da vida do salvo está alicerçado nas Escrituras Sagradas (Sl 119.105).

II. Um Convite à ReflexãoNesse artigo quero introduzir um

convite à reflexão a todo leitor e estudioso da Bíblia para algo que pode ser um problema: o uso das versões interpretativas da Bíblia Sagrada como sendo Palavra de Deus, isto é como sendo Bíblia. Não se contesta que toda versão contém certa “dose” de interpretação. Nessa perspectiva a melhor versão é a que tem o menor nível de interpretação. Observe.

Se por um lado, o ponto ideal, na relação entre os textos nos idiomas originais e as suas respectivas traduções em português (AT

(*) Wilson Franklin

Escritura SacadaEscritura SacadaEscritura Sacada“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o

passar dos anos não se desviará deles” Pv (22.6).

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s ondas gigantes que provocaram a tremenda catástrofe na Ásia no final de Adezembro de 2004 afetaram também os

arraiais evangélicos, levantando perguntas acerca de Deus, seu caráter, seu poder, seu conhecimento, seus sentimentos e seu relacionamento com o mundo e as pessoas diante de tragédias como aquela. Dentre as diferentes respostas a essas perguntas, uma chama a atenção pela ousadia de suas afirmações: Deus sofreu muito com a tragédia e certamente não a havia determinado ou previsto; ele simplesmente não pôde evitá-la, pois Deus não conhece o futuro, não controla ou guia a história, e não tem poder para fazer aquilo que gostaria. Esta é a concepção de Deus defendida por um movimento teológico conhecido como teologia relacional, ou ainda, teísmo aberto ou teologia da abertura de Deus.

A teologia relacional, como movimen-to, teve início em décadas recentes, embora seus conceitos sejam bem antigos. Ela ganhou popularidade por meio de escritores norte-americanos como Greg Boyd, John Sanders e Clark Pinnock. No Brasil, estas idéias têm sido assimiladas e difundidas por alguns líderes evangélicos, às vezes de forma aberta e explícita.

A teologia relacional considera a concepção tradicional de Deus como inadequada, ultrapassada e insuficiente para explicar a realidade, especialmente catástrofes como o tsunami de dezembro de 2004, e se apresenta como uma nova visão sobre Deus e sua maneira de se relacionar com a criação. Seus pontos principais podem ser resumidos desta forma:

1. O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas.

2. Deus não é soberano. Só pode haver real relacionamento entre Deus e suas criaturas se estas tiverem, de fato, capacidade e liberdade para cooperarem ou contrariarem os desígnios últimos de Deus. Deus abriu mão de sua soberania para que isto ocorresse. Portanto, ele é incapaz de realizar tudo o que deseja, como impedir tragédias e erradicar o mal. Contudo, ele acaba se adequando às decisões humanas e, ao final, vai obter seus objetivos eternos, pois redesenha a história de acordo com estas decisões.

3. Deus ignora o futuro, pois ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do tempo. O futuro é determinado pela combinação do que Deus e suas criaturas decidem fazer. Neste sentido, o futuro inexiste, pois os seres humanos são absolutamente livres para decidir o que quiserem e Deus não sabe antecipadamente que decisão uma determinada pessoa haverá de tomar num determinado momento.

Teologia relacional: um novo deus no mercado

Teologia relacional: um novo deus no mercado

Teologia relacional: um novo deus no mercado

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4. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma significativa.

5. Deus é vulnerável. Ele é passível de sofrimento e de erros em seus conselhos e orientações. Em seu relacionamento com o homem, seus planos podem ser frustrados. Ele se frustra e expressa esta frustração quando os seres humanos não fazem o que ele gostaria.

6. Deus muda. Ele é imutável apenas em sua essência, mas muda de planos e até mesmo se arrepende de decisões tomadas. Ele muda de acordo com as decisões de suas criaturas, ao reagir a suas próprias decisões. Os textos bíblicos que falam do arrependimento de Deus não devem ser interpretados de forma figurada. Eles expressam o que realmente acontece com Deus.

Estes conceitos sobre Deus decorrem da lógica adotada pela teologia relacional quanto ao conceito da liberdade plena do homem, que é o ponto doutrinário central da sua estrutura, a sua "menina dos olhos". De acordo com a teologia relacional, para que o homem tenha realmente pleno livre arbítrio, suas decisões não podem sofrer qualquer tipo de influência externa ou interna. Portanto, Deus não pode ter decretado estas decisões e n e m m e s m o t ê - l a s c o n h e c i d o antecipadamente. Desta forma, a teologia relacional rejeita não somente o conceito de que Deus preordenou todas as coisas (calvinismo) como também o conceito de que Deus sabe todas as coisas antecipadamente (arminianismo tradicional). Neste sentido, o assunto deve ser entendido, não como uma discussão entre calvinistas e arminianos, mas destes dois contra a teologia relacional. Vários líderes calvinistas e arminianos no âmbito mundial têm considerado esta visão da teologia relacional como alheia ao Cristianismo.

A teologia relacional traz um forte apelo a alguns evangélicos, pois diz que Deus está mais próximo de nós e se relaciona mais significativamente conosco do que tem sido apresentado pela teologia tradicional. Segundo os teólogos relacionais, o Cristianismo histórico tem apresentado um Deus impassível, que não se sensibiliza com os dramas de suas criaturas. A teologia relacional, por sua vez, pretende apresentar um Deus mais humano, que constrói o futuro mediante o relacionamento com suas criaturas. Os seres humanos são, dessa forma, co-participantes com Deus na construção do futuro, podendo, na verdade, determiná-lo por suas atitudes.

Contudo, a teologia relacional não é novidade. Ela tem raízes em conceitos antigos de filósofos gregos, no socinianismo (que negava exatamente que Deus conhecia o futuro, pois atos livres não podem ser preditos) e especialmente em ideologias modernas, como a teologia do processo. O que ela tem de novo é que virou um movimento teológico composto de escritores e teólogos que se uniram em torno dos pontos comuns e estão dispostos a persuadir a igreja cristã a abandonar seu conceito tradicional de Deus e a convencê-la que esta "nova" visão de Deus é evangélica e bíblica.

Mesmo tendo surgido como uma reação a uma possível ênfase exagerada na impassividade e transcendência de Deus, a teologia relacional acaba sendo um problema para a Igreja Evangélica, especialmente em seu conceito sobre Deus. Embora os evangélicos tenham divergências profundas em algumas ques tões , r e formados , a rmin ianos , wesleyanos, pentecostais, tradicionais, neopentecostais e outros, todos concordam, no mínimo, que Deus conhece todas as coisas, que é onipotente e soberano. Entretanto, o Deus da teologia relacional é totalmente diferente daquele da teologia cristã. Não se pode afirmar que os adeptos da teologia relacional não são cristãos, mas que o conceito que eles têm de Deus é, no mínimo, estranho ao Cristianismo histórico.

Teologia Relacional

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A predisposição de cair numa teologia pós-gnóstica [favorecendo as crenças da Nova Era] tem sido a tendência de todo evangelicalista da atualidade. Oscilar sobre uma espécie de fé embasada em sensações e experiências é bem mais fácil para o cristão contemporâneo do que estar preparado para uma defesa racional da fé que ele diz possuir. Para ele é bem mais fácil dizer o mesmo que disse o cego de nascença (João 9:25): "uma coisa sei, é que, havendo eu sido cego, agora vejo", confiando mais na experiência do que na explicação racional de sua fé. Mesmo assim, ele ainda pode apelar ao absurdo de um questionamento à sua experiência com a frase típica dos incapazes: "Quem é você para questionar a minha experiência?", embora isso aconteça simplesmente por causa da sua desinformação, ou até por ter ele entrado num evangelho gnóstico.

Cristo convoca os verdadeiros cristãos a muito mais do que isso. Ele nos convoca a preparar um defesa da fé que Ele nos confiou. Isso quer dizer que não somente devemos ter uma defesa preparada, como precisamos saber exata e amplamente o que estamos defendendo. "E, entrando na sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do reino de Deus. Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos" (Atos 19:8-10).

Como vemos, Paulo arrazoava diariamente (com os judeus) na escola de Tirano. Ele não fazia um simples apelo [como é hoje a praxe nas igrejas evangélicas] para que o pecador entregasse a sua vida a Cristo. Ele apelava ao seu intelecto racional [conforme tem feito o pastor da nossa PIBT], cada vez mais freqüentemente. (Leiam o Sermão do Monte e os debates de Paulo, em Atos 14, e no Areópago, conforme Atos 17). Paulo conhecia muito bem o Velho Testamento, mas também convocava os seus ouvintes à consideração da teologia natural. Ele teria sido facilmente descartado pelos incrédulos

nos debates em que se engajou com eles, caso não fosse um profundo conhecedor da Bíblia e fosse incapaz de apelar ao intelecto deles.

Existem dois elementos necessários para que o cristão fique pronto a fazer a defesa de sua fé.

O primeiro é o completo conhecimento da fé que ele professa. [Por que os mórmons e as TJs pescam tantos cristãos no aquário alheio? Simplesmente porque sabem defender a fé que professam mesmo sendo esta biblicamente deturpada]. Infelizmente, muitos cristãos, que têm professado ser crentes há muito tempo (há anos e anos), não saberiam encontrar em sua Bíblia a narrativa da aparição de Deus, com os anjos cantando: "santo, santo, santo". [Leitor, você sabe exatamente onde esta passagem se encontra? Se não o sabe, é no capítulo 6 do Livro de Isaías]. E as profecias sobre a morte de Cristo, contidas nos salmos, quais são? E a passagem que trata da fé no Novo Testamento? E a parábola do filho pródigo? [Se você não sabe, irmão, considere-se um quase analfabeto bíblico. Antes de me filiar a uma igreja presbiteriana, eu já havia lido 50 vezes o Novo Testamento. Quantas vezes você já o leu?]. Os textos supra citados são importantes, porém sempre negligenciados.

O Segundo é que o apologista preparado deveria ter alguma idéia sobre as filosofias e ideologias mundanas, as quais sempre querem se exaltar sobre as Escrituras. Isto não é exatamente indispensável, mas ajudaria muito. E por que não é n e c e s s a r i a m e n t e i n d i s p e n s á v e l ? Hipoteticamente, é possível que, quando surgir um erro diante de um cristão, sendo ele bem versado na verdade, possa refutá-lo inteiramente pela Palavra de Deus. Porém esta é uma exceção e não uma regra.

Dentro do contexto atual da aversão ao que é racional, torna-se cada vez mais necessário que os cristãos tenham uma defesa organizada e bem preparada de sua fé, para a glória do Nome de Jesus Cristo, nosso Deus e grande Salvador.

" A p o l o g e t i c s " - D r . C . M a t t h e w s McMahon/Mary Schultze, 06/01/2008.http://www.drcmatthewmcmahon.com/ e www.cpr.org.br/Mary.htm

Quem é o Apologista?

Page 9: Revista contemporanea

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pologética é a defesa racional do Cristianismo Bíblico. O Cristianismo é Auma fé embasada sobre as razões dessa fé.

A fé não é a razão e a razão não é fé. Mas a fé não pode ser dissociada da razão para que não deixe de existir. É a compreensão da mente e o assentimento a essa compreensão que estabelecem o capo de ação, a fim de que o Espírito de Deus regenere a alma e implante a fé. Como Deus é racional em seu trato com os homens, Ele fez os homens com uma mente racional. Isso não significa que os cristãos devam ser racionalistas, mas sim, racionais.

Apologética é a defesa Bíblica Racional de Jesus Cristo [como Deus] e de Sua Palavra contra as satânicas filosofias, as seitas: (Mormonismo, TJs, Ateísmo, Agnosticismo, Estoicismo, Socionismo, Catolicismo Romano e muitas outras), as quais pululam neste mundo, contestando a veracidade [e infalibilidade], bem como a vontade de Deus revelada na Bíblia.

Não é de admirar que os Puritanos tenham sido excelentes na defesa racional da Bíblia, entrincheirando-se na lógica rameana [ou racionalização de Pierre Ramee ou Petrus Ramus - 1515-1572]. Esse tipo de lógica provê ao escritor a habilidade de escrever cada ponto considerado de grande importância, com exímia precisão. Quando ele o faz, não somente a fé entregue aos santos, para a edificação dos mesmos, como as objeções à fé são respondidas, para a credibilidade da Bíblia. Essas respostas não devem consistir apenas de citações textuais, mas de exposições do texto exegético, a fim de deixar o ouvinte atingido por um sentimento agradável, como se cada dúvida tivesse sido coberta, ou até mesmo exaurida.

Isso é ter (se pudesse haver de fato) um domínio do texto bíblico à disposição. Mas, além do domínio do texto bíblico, o exegeta habilidoso deve lançar mão da Apologética - que é a filosofia racional. A filosofia equivale a Agar para Sara. Enquanto Agar não começa a se exaltar sobre sua senhora (Sara), ela é uma útil

auxiliar da mesma. A Apologética Bíblica Racional vai casar a verdade da Palavra de Deus com a verdade das leis naturais da filosofia racional, a fim de poder refutar, atestar e convencer o oponente do seu erro.

A vã filosofia do mundo há de conter sempre cinco elementos:

1. - Dizer que a Bíblia, é um livro útil, mas não a Palavra de Deus inspirada. (O Catolicismo Romano atesta que a Bíblia é divina, mas coloca a sua Tradição em pé de igualdade - e até de superioridade - com a mesma, decidindo interpretá-la a seu modo).

2. - Negação da mensagem de Cristo no Evangelho Bíblico sobre o Seu completo sacrifício vicário em favor dos eleitos, limitado em escopo, porém não em seu poder.

3. - Negação de que o pecador é moralmente corrupto, morto em pecados, sem a mínima capacidade de aspirar ao bem espiritual ou se voltar para Cristo, a fim de arrepender-se.

4. - Negação da soberania absoluta de Deus em todas as áreas da ordem criada.

5. - Uma desorganizada e distorcida visão (ou visão nenhuma) a respeito de Deus, em geral.

Todo cristão tem o dever de ser um apologista. Alguns cristãos logo fogem dessa obrigação, antes mesmo de conhecer o significado do termo. Um apologista não é simplesmente alguém que se desculpa pela sua fé, mas alguém que é exortado "a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Judas 3). É uma ordem de Deus que o cristão obedeça à 1 Pedro 3:15, que diz: "Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós". Portanto, uma pronta defesa da fé é exigida do cristão. Isto não significa que ele deva ser um "teólogo profissional", a fim de ter uma resposta engatilhada para o oponente. Contudo o cristão, pelo menos, deveria estar preparado ou pronto para fazer uma defesa de sua fé.

Quem é o Apologista?Quem é o Apologista?Quem é o Apologista?Dr. C. Matthews McMahon - Tradução: Mary Schultze

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Ao declarar que o atributo mais importante de Deus é o amor, a teologia relacional perde o equilíbrio entre as qualidades de Deus apresentadas na Bíblia, dentre as quais o amor é apenas uma delas. Ao dizer que Deus ignora o futuro, é vulnerável e mutável, deixa sem explicação adequada dezenas de passagens bíblicas que falam da soberania, do senhorio, da onipotência e da onisciência de Deus (Isaías 46.10a; Jó 28; Jó 42.2; Salmo 90; Salmo 139; Romanos 8.29; Efésios 1; Tiago 1.17; Malaquias 3.6; Gn 17.1 etc.). Ao dizer que Deus não sabia qual a decisão de Adão e Eva no Éden, e que mesmo assim arriscou-se em criá-los com livre arbítrio, a teologia relacional o transforma num ser irresponsável. Ao falar do homem como co-construtor de Deus de um futuro que inexiste, a teologia relacional esquece tudo o que a Bíblia ensina sobre a queda e a corrupção do homem. Ao fim, parece-nos que na tentativa extrema de resguardar a plena liberdade do arbítrio humano, a teologia relacional está disposta a sacrificar a divindade de Deus. Ao limitar sua soberania e seu pleno conhecimento, entroniza o homem livre, todo-poderoso, no trono do universo, e desta forma, deixa-nos o desespero como única alternativa diante das tragédias e catástrofes deste mundo e o ceticismo como única atitude diante da realidade do mal no universo, roubando-nos o final feliz prometido na Bíblia. Pois, afinal, poderá este Deus ignorante, fraco, mutável, vulnerável e limitado cumprir tudo o que prometeu?

Com certeza a visão tradicional de Deus adotada pelo cristianismo histórico por séculos não é capaz de responder exaustivamente a todos os questionamentos sobre o ser e os planos de Deus. Ela própria é a primeira a admitir este ponto. Contudo, é preferível permanecer com perguntas não respondidas a aceitar respostas que contrariem conceitos claros das Escrituras. Como já havia declarado Jó há milênios (42.2,3): "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; cousas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia." Augustus Nicodemus Lopes é paraibano e pastor presbiteriano. É bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife), mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (África do Sul) e doutor em Interpretação Bíblica pelo Westminster Theological Seminary (EUA), com estudos no Seminário Reformado de Kampen (Holanda). Foi professor e diretor do Seminário Presbiteriano do Norte (1985-1991), professor de exegese do Seminário JMC em São Paulo, professor de Novo Testamento do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (1995-2001), pastor da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife (1989-1991) e pastor da Igreja Evangélica Suiça de São Paulo (1995-2001). Atualmente é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro. É autor de vários livros, entre eles O Que Você Precisa Saber Sobre Batalha Espiritual (CEP), O Culto Espíritual (CEP), A Bíblia e Sua Familia (CEP) e A Bíblia e Seus Intérpretes (CEP). É casado com Minka Schalkwijk e tem quatro filhos – Hendrika, Samuel, David e Anna.

Extraído de: http://www.teologiabrasileira.com.br/Materia.asp?Materia

ID=140

Teologia Relacional

VIDA NOVAAlém dos tradicionais assuntos tratados em uma Teologia Sistemática, esta obra proporciona ao leitor os seguintes diferenciais: Adota uma metodologia integrativa que analisa importantes questões religiosas, históricas, apologéticas e práticas. Essa metodologia divide o estudo em 6 etapas: definição do problema; estudo histórico e comparativo (com um estudo das religiões, seitas e filosofias mais significativas); estudo bíblico; estudo sistemático, estudo apologético e aplicação prática na vida e no ministério. Inclui respostas a problemas relevantes levantados pela situação cultural atual.Portanto, o leitor terá em mãos uma obra que vai além da mera sistematização do ensino bíblico, pois procura responder de forma adequada a questões cruciais do contexto atual.Edições Vida Nova - Rua Antonio Carlos Tacconi, 75 Cidade Dutra - 04810-020 - São Paulo - SP Tel/Fax: (0xx11) 5666-1911 - http://www.vidanova.com.br

Uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual - Franklin Ferreira e Alan Myatt

TEOLOGIA SISTEMÁTICA

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Introdução e ConceitosÉ comum ouvirmos que “a teologia

mata a religião” ou que “a Igreja não precisa de teologia e, sim, de vida”. Serão verdadeiras essas afirmações? Admitimos que há muita coisa por aí levando o nome de “teologia” que não passa de especulação humana, por não se basear em pressupostos de uma hermenêutica bíblica. E até a “boa teologia”, quando se torna um fim em si mesma, pode não ter qualquer uso prático e reduz-se a mero academicismo. Não é disto que falamos aqui. Perguntamos se a verdadeira Teologia é necessária à Igreja.

E o que é verdadeira Teologia? Como o próprio nome indica, Teologia é o estudo de Deus, ou, definindo mais formalmente, “é a ciência que trata de Deus em Si mesmo e em relação com a Sua obra” (B.B. Warfield). Perguntamos, por conseguinte, se a Igreja pode prescindir do conhecimento de Deus e da Sua obra e ainda ser Igreja de Deus. É quase certo que aqueles que negam a necessidade da Teologia na vida da Igreja não diriam, conscientemente, que alguém pode ser cristão sem conhecer a Deus. O que lhes falta é um bom conhecimento do que é Teologia e de suas implicações.

Como podemos conhecer a Deus sem estudar a revelação que Ele faz de Si mesmo? Como saber quem Ele é e o que Ele tem feito e faz, quem somos nós em relação a Ele, o que Ele requer de nós, etc., se não investigarmos o que Ele deixou revelado para nosso conhecimento? Pois esse é o trabalho da Teologia. Esse trabalho parte de três pressupostos: O primeiro é o de que Deus existe; o segundo, de que Ele pode ser conhecido, embora não de modo exaustivo e completo; e o terceiro, de que Ele tem Se revelado tanto por meio de Suas obras (criação e providência - Revelação Geral - Sl19:1,2; At 14:17), como, principalmente, nas Santas Escrituras (Revelação Especial - Hb1:1,2; 1 Pd

1:20,21). É porque Deus Se revelou que podemos conhecê-lo. Nosso conhecimento de Deus não é intuitivo, nem natural, mas comunicado por Ele mesmo através dos meios que soberanamente escolheu. “Fazer teologia”, portanto, não é inventar teorias a respeito de Deus e de Suas obras, nem mesmo “descobrir” a Deus, mas conhecer e compreender a revelação que Ele próprio deu de Si. Por isso, qualquer estudo de Deus que não tiver a Sua revelação como base, meio e princípio regulador não é “teologia”, devidamente entendida.

A palavra “teologia” não ocorre na Bíblia e o termo que lhe é equivalente, no N.T., é “doutrina” (“didache” ou “didaskalia”, no grego), que vem de uma raiz que significa “ensinar” e pode se referir tanto ao ato de ensinar, propriamente, como ao conteúdo do que é ensinado (Rm 6:17;1Tm 6:3-4; 2Tim 4:3-4; Tito 1:2,9, etc.). Podemos dizer, de modo mais completo agora, que Teologia é o

João Alves dos Santos

A Igreja Precisa de Teologia?A Igreja Precisa de Teologia?A Igreja Precisa de Teologia?

TEOLOGIA RELACIONAL Autor: Augustus N. Lopes

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convencer, é algo comparável ao iogurte que perde sua validade dentro de algum tempo e, como conseqüência temos que estar apegados ao último modismo? Devemos rejeitar autores clássicos, como Hodge, Warfield, Kuyper, Berkhoff e outros que procuram e manter fiéis à Escritura, por serem “antiquados”? E quão moderna e atualizada é realmente essa “teologia” liberal?

Correção teológica não é simplesmente uma questão de se rejeitar o antigo e se apegar ao contemporâneo. Autores clássicos podem ser rejeitados por refletirem o ensinamento das Escrituras, mas teologia especulativa não é uma descoberta recente nem uma marca de modern idade , pós -modern idade ou contemporaneidade. Ao longo de toda a história da igreja heresias racionalistas têm surgido, com maior ou menor intensidade. Os liberais apresentam, na realidade, apenas uma

mímica mal-feita do racionalismo alemão de F. D. R. Schleiermacher (1768-1834), de A. Ritschl (1822-1889) e outros que se esmeraram em questionar a historicidade dos pontos de fé do cristianismo nos idos do século 18 e 19. Logo eles, que se rebelam contra uma “teologia oitocentista”, vão beber na fonte de autores desacreditados no campo da ortodoxia cristã. Tanto saudosismo poderia, pelo menos, tê-los levado à opção correta pelos “oitocentistas” fiéis às Escrituras.

Essa rejeição latente da teologia clássica e a busca incessante pela descoberta da pólvora teológica os afastam mesmo é da cena contemporânea, lançando-os sob as asas de racionalistas setecentistas , por mais atualizados que queiram parecer.

(Extraído de: http://tempora-mores.blogspot.com/2006/02/falcia-

dos-liberais-temos-uma-teologia.html).

EDITORA PES

A Falácia dos Liberais

LANÇAMENTO

Page 11: Revista contemporanea

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Os liberais gostam de posar de contemporâneos e relevantes em sua teologia, enquanto que apresentam aqueles que prezam as Escrituras como partidários de uma teologia retrógrada e atrasada. Referindo-se aos conservadores, um professor de seminário escreveu, recentemente, “insistir na retórica teológica oitocentista, é responder a perguntas que ninguém mais está fazendo”.

Os documentos e credos históricos, como a Confissão de Fé de Westminster, são rejeitados e ridicularizados e o moto da Reforma – Sola Scriptura – é olhado com desdém. A Bíblia não é aceita como singular, pertinente, revelativa e fonte de autoridade. Em sua "tolerância" lupina que encobre real intolerância, acusam os conservadores de terem uma compreensão que não somente é inválida, mas também prejudicial à igreja e à sociedade contemporânea.

Enquanto esbravejam e se revoltam contra aqueles que rotulam de “donos da verdade”, por acreditarem na verdade da Palavra de Deus, dedicam-se a uma teologia meramente especulativa. Rejeitando a fonte básica da teologia – as Escrituras, a relevância, para os liberais, é supostamente obtida em compêndios sociológicos e em um envolvimento social mal direcionado; ou em tratados filosóficos que se propõem a analisar as práticas discursivas dos oponentes, imprimindo novos significados à existência da humanidade. Essa visão leva freqüentemente a um hiper-ativismo social, que é alienador da

verdadeira espiritualidade. Esse é o caso, por exemplo, da “teologia” da libertação, da “teologia” do processo e de outros ramos “teológicos” peculiares à era pós-moderna na qual nos situamos.

Acontece que teologia especulativa tem existido há séculos. Na igreja primitiva, já existia nos gnósticos e se faz presente hoje como ocorrerá no dia de amanhã. A conseqüência nefasta desse afastamento da ortodoxia e da fé cristã histórica é a cauterização de milhares de mentes que, julgando-se autônomas de um Deus retratado como não sendo soberano, rejeitam a mensagem do evangelho salvador de Cristo, e entregam-se a especulações vãs e mortais, no sentido mais eterno possível.

Mas quão relevante e contemporânea é, realmente, a “teologia” especulativa dos liberais? Será que teologia, como querem nos

Solano Portela

A Falácia dos Liberais:A Falácia dos Liberais:A Falácia dos Liberais:“Temos uma teologia

contemporânea e relevante”

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conjunto de verdades extraídas dos ensinos bíblicos a respeito de Deus e de Sua obra, e que são apresentadas de modo sistemático, na forma de um corpo de doutrinas. A essa forma ordenada de doutrinas dá-se, inclusive, o nome de “Teologia Sistemática”. O adjetivo aqui, não altera o conceito de “teologia”.

Assim entendidas, fica evidente que não há diferença entre Teologia e Doutrina. Mas voltemos ao nosso tema. Duas são as razões geralmente apresentadas para se dizer que a Igreja não precisa de Teologia. Elas se baseiam em duas falsas antíteses:

1. A primeira é a suposição de que o Cristianismo se baseia em fatos e não em doutrinas.

Concordamos que nossa salvação não repousa sobre um conjunto de teorias ou idéias, mesmo que extraídas corretamente da Bíblia, a que damos o nome de “doutrina”, mas sobre os atos poderosos e eficazes do nosso soberano Deus. Não somos salvos através de uma correta teoria a respeito da pessoa de Cristo, mas pela própria pessoa de Cristo; nem através de um exato entendimento da doutrina da Expiação, mas pelo próprio ato expiatório. É possível alguém ser “bom teólogo”, nesse sentido, e ainda não experimentar as graças ensinadas nas doutrinas que expõe. A doutrina realmente não salva. A obra de Cristo, devidamente aplicada pelo Espírito no coração do crente, é que assegura essa graça. Seu nascimento sobrenatural, Sua vida de perfeita obediência à Lei, Sua morte substitutiva, Sua ressurreição, Sua ascensão e assentamento à direita do Pai, Sua segunda vinda, são os grandes fatos que tornam garantida a salvação dos eleitos.

Mas como sabemos que esses são os f a t o s ? Q u e s e n t i d o t e r i a m e s s e s acontecimentos se não tivessem sido interpretados? É a doutrina que lhes dá sentido. Como viemos a saber que aquele menino que nasceu em Belém é o Filho de Deus? Por que descansamos na eficácia da Sua morte para a expiação dos nossos pecados? Por

que sabemos que a Sua ressurreição, há dois mil anos atrás, garante a nossa justificação? É porque esses fatos são todos explicados e interpretados pela doutrina. Esta não só informa o fato como também dá o seu significado. A doutrina não salva, mas pode tornar o homem sábio para a salvação (2Tm 3:15). Doutrina sem fato é mito, mas fato sem doutrina é mera história.

O Cristianismo, portanto, consiste em “fatos que são doutrinas e doutrinas que são fatos”, na expressão de B.B. Warfield. Ele diz: “A Encarnação é uma doutrina: nenhum olho viu o Filho de Deus descer dos céus e entrar no ventre da virgem; mas se isso não for um fato histórico também, nossa fé é vã e permanecemos ainda em nossos pecados” (Selected Shorter Writings, vol 2, p. 234). Fato e doutrina se complementam no Cristianismo. Quando João diz: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14), não está apenas apresentando um fato; está explicando-o também. Quando Paulo afirma que Jesus “por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm 4:25), de igual modo está dando uma interpretação aos fatos da morte e ressurreição de Cristo. Isto é o que se vê em toda a Escritura, especialmente nas epístolas.

Até mesmo os fatos manifestos na natureza (Revelação Geral) não seriam devidamente compreendidos se não fossem explicados pela Bíblia (Revelação Especial). Podemos hoje entender que “os céus declaram a glória de Deus” (Sl 19:1) porque o Criador nos tem revelado isso na Sua Palavra. Sem essa explicação, sua mensagem (a dos céus) passaria despercebida e eles poderiam até ocupar o lugar do Criador, gerando a idolatria (devido ao pecado), como lemos em Rm 1:18-32. Não é o acontece quando as pessoas dizem que “a natureza é sábia”, ou quando a chamam de “mãe natureza”?. Sem a revelação do Criador, a criatura toma o seu lugar. Daí dizer-se que para se conhecer a Deus é preciso que Ele fale,

A Igreja Precisa de Teologia?

Page 12: Revista contemporanea

Paulo de Araújo SantosAdvogado - OAB/BA 12.522

Rua Rotary Club, 138, salas 101 a 103 - 1º andar - CentroVitória da Conquista - BA - CEP: 45020-060

Fonefax: (77) 3421-3487 / Celular: [email protected]

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e não somente que Ele aja. Concluímos, portanto, que os fatos só

têm sentido quando acompanhados da doutrina. Nem é pertinente perguntar qual dos dois é mais importante. Seria o mesmo que indagar qual das duas pernas é mais importante para o nosso caminhar. O ensino da doutrina é uma das ênfases da Bíblia (1Tm 3:2; 2Tm 2:2; Tito 1:9; Ef 4:11), pois sem ela não existe verdadeiro Cristianismo.

2. A segunda é a suposição de que o Cristianismo consiste em vida, não em doutrina.

Por trás dessa afirmação podem estar raízes do conceito filosófico que exalta o misticismo, as emoções, o sentimento religioso do homem, e que procura eliminar da religião todo apelo ao intelecto, à razão. “Religião é vida e a vida é dinâmica, fluente; a doutrina é estática, fria, e, portanto, não pode ser compatível com o caráter do Cristianismo”, dizem. Aqueles que assim pensam até admitem um certo tipo de doutrina, desde que mutável, adaptada sempre à dinâmica da vida e conformada às “necessidades” da época e do lugar onde a vida do Cristianismo se manifesta. At é c h a m a m a i s s o d e “ t e o l o g i a contemporanizada” ou “contextualizada”. Segundo esse ponto de vista, não é a doutrina que deve dirigir a vida, mas esta àquela. “A letra mata, mas o espírito vivifica”, argumentam. A prática (práxis) é colocada acima da doutrina não só em importância, mas também no tempo: a doutrina passa a ser um produto da vida cristã, não a sua norma. Há até quem interprete assim a célebre divisa: “Igreja

reformada sempre se reformando”. Mas será essa a visão bíblica do

Cristianismo? Podemos dizer, com base na palavra de Deus, que o Cristianismo é vida e não doutrina, ou, primeiramente vida, depois doutrina? Existe tal antítese? Se essa posição for verdadeira, então não haverá verdade absoluta, nem princípio fixo, nem revelação objetiva. Tudo cairá no campo dos valores relativos e passará a depender do subjetivismo, da “piedade”, das emoções. Não admira que haja tanta “fluidez” e instabilidade entre os que assim pensam, e que sejam facilmente levados “por todo vento de doutrina”. Para estes, a doutrina é o que menos interessa.

C o n c o r d a m o s t a m b é m q u e Cristianismo é vida, e graças a Deus por isso! Onde a vida não se manifesta, nos moldes escriturísticos, falta a alma da verdadeira religião. Mas devemos ou podemos prescindir da doutrina para que essa vida se manifeste? Antes de tudo, é a verdade de Deus relativa? Depende o seu valor do lugar e da época em que se encontram os homens? Sabemos que esta é a posição atual dos que se denominam pluralistas e esse é o pressuposto básico desta posição. Será que aquilo que foi deixado por Paulo e pelos outros apóstolos como doutrina para os seus dias deveria ser mudado nos dias de Agostinho, depois nos dias de Lutero e Calvino, depois nos dias de Warfield e dos Hodge e, assim, sucessivamente, até os nossos dias, para dar lugar às manifestações de vida? Não creio que a Bíblia justifique essa posição nem que esses teólogos a tenham entendido assim. O princípio de que “a Igreja reformada

A Igreja Precisa de Teologia?

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deve estar sempre se reformando” visa manter sempre a mesma posição em relação à verdade, não alterá-la, para que seja aplicável em todas as épocas. É para que continue sempre sacudindo de si toda tradição e acréscimo humano que não estejam de acordo com os valores fixos e absolutos da palavra de Deus. Reformar é voltar às origens, ao que foi intencionado no princípio por Deus. E não há outra forma de se fazer isto a não ser pela doutrina.

Foi a doutrina bíblica, tão bem exposta pelos reformadores e tão negligenciada pela Igreja, que a trouxe de volta às origens e lhe recuperou a vida, no século XVI. Foi a falta da verdadeira doutrina que enfraqueceu a Igreja e a lançou num tradicionalismo vazio e pagão. É a correta aplicação da doutrina que produz a verdadeira vida cristã. Não basta apenas um sentimento religioso para fazer de um homem um cristão. É preciso que sua vida seja moldada na doutrina de Cristo. É a doutrina que dá característica à vida.

Sem dúvida, não estamos afirmando que apenas a doutrina, independente da obra santificadora do Espírito, produz vida. A doutrina é, isto sim, o meio que o Espírito soberanamente usa para nos fazer conhecer a vontade de Deus e nos levar a praticá-la. É através dela que ficamos sabendo que a vontade de Deus é a nossa santificação e que, sem esta, ninguém verá o Senhor ( 1 Ts 4:3; Hb 12:14). É ela que nos aponta os meios de graça deixados pelo próprio Senhor, que é quem nos santifica (Lv 20:7-8; Ef 5:26). Nas epístolas paulinas, a íntima relação entre doutrina e prática é

evidenciada pelo seu método de apresentar pr imeiro a argumentação teológica (doutrinária) para depois tirar as implicações práticas dela decorrentes (Ex. Rm 1-11: doutrina; 12-16: prática). Isso se torna ainda mais claro na oração sacerdotal de Cristo, em que Ele associa a prática da santificação com a doutrina da Palavra: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17) e em João 7:17, onde o fazer a vontade de Deus está ligado ao conhecer a doutrina: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo”.

O conhecimento de Deus começa pela porta do intelecto, da razão, para depois pervadir todas as áreas do ser e se transformar em manifestações de vida que O agradem e glorifiquem. Por isso, o ensino da doutrina é indispensável na Igreja, tanto através do púlpito como pelos estudos semanais, pela Escola Dominical e por qualquer outro meio disponível. Nossa demonstração de vida pode impressionar as pessoas e despertar nelas certa admiração, mas é pela pregação da Palavra que vem a fé que transforma (Rm 10:7) A espada do Espírito é a Palavra (Ef 6:17).Conclusão

Concluímos, portanto, que a Igreja precisa da Teologia, porque precisa da doutrina nela contida para dar sentido e expressão aos fatos do Cristianismo e para prover os meios de manifestação da verdadeira vida cristã.

Extraído de: http://www.ipcb.org.br/Publicacoes/igreja_teologia.htm

Texto bíblico adaptado para a ACF/SBTB.

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e não somente que Ele aja. Concluímos, portanto, que os fatos só

têm sentido quando acompanhados da doutrina. Nem é pertinente perguntar qual dos dois é mais importante. Seria o mesmo que indagar qual das duas pernas é mais importante para o nosso caminhar. O ensino da doutrina é uma das ênfases da Bíblia (1Tm 3:2; 2Tm 2:2; Tito 1:9; Ef 4:11), pois sem ela não existe verdadeiro Cristianismo.

2. A segunda é a suposição de que o Cristianismo consiste em vida, não em doutrina.

Por trás dessa afirmação podem estar raízes do conceito filosófico que exalta o misticismo, as emoções, o sentimento religioso do homem, e que procura eliminar da religião todo apelo ao intelecto, à razão. “Religião é vida e a vida é dinâmica, fluente; a doutrina é estática, fria, e, portanto, não pode ser compatível com o caráter do Cristianismo”, dizem. Aqueles que assim pensam até admitem um certo tipo de doutrina, desde que mutável, adaptada sempre à dinâmica da vida e conformada às “necessidades” da época e do lugar onde a vida do Cristianismo se manifesta. At é c h a m a m a i s s o d e “ t e o l o g i a contemporanizada” ou “contextualizada”. Segundo esse ponto de vista, não é a doutrina que deve dirigir a vida, mas esta àquela. “A letra mata, mas o espírito vivifica”, argumentam. A prática (práxis) é colocada acima da doutrina não só em importância, mas também no tempo: a doutrina passa a ser um produto da vida cristã, não a sua norma. Há até quem interprete assim a célebre divisa: “Igreja

reformada sempre se reformando”. Mas será essa a visão bíblica do

Cristianismo? Podemos dizer, com base na palavra de Deus, que o Cristianismo é vida e não doutrina, ou, primeiramente vida, depois doutrina? Existe tal antítese? Se essa posição for verdadeira, então não haverá verdade absoluta, nem princípio fixo, nem revelação objetiva. Tudo cairá no campo dos valores relativos e passará a depender do subjetivismo, da “piedade”, das emoções. Não admira que haja tanta “fluidez” e instabilidade entre os que assim pensam, e que sejam facilmente levados “por todo vento de doutrina”. Para estes, a doutrina é o que menos interessa.

C o n c o r d a m o s t a m b é m q u e Cristianismo é vida, e graças a Deus por isso! Onde a vida não se manifesta, nos moldes escriturísticos, falta a alma da verdadeira religião. Mas devemos ou podemos prescindir da doutrina para que essa vida se manifeste? Antes de tudo, é a verdade de Deus relativa? Depende o seu valor do lugar e da época em que se encontram os homens? Sabemos que esta é a posição atual dos que se denominam pluralistas e esse é o pressuposto básico desta posição. Será que aquilo que foi deixado por Paulo e pelos outros apóstolos como doutrina para os seus dias deveria ser mudado nos dias de Agostinho, depois nos dias de Lutero e Calvino, depois nos dias de Warfield e dos Hodge e, assim, sucessivamente, até os nossos dias, para dar lugar às manifestações de vida? Não creio que a Bíblia justifique essa posição nem que esses teólogos a tenham entendido assim. O princípio de que “a Igreja reformada

A Igreja Precisa de Teologia?

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deve estar sempre se reformando” visa manter sempre a mesma posição em relação à verdade, não alterá-la, para que seja aplicável em todas as épocas. É para que continue sempre sacudindo de si toda tradição e acréscimo humano que não estejam de acordo com os valores fixos e absolutos da palavra de Deus. Reformar é voltar às origens, ao que foi intencionado no princípio por Deus. E não há outra forma de se fazer isto a não ser pela doutrina.

Foi a doutrina bíblica, tão bem exposta pelos reformadores e tão negligenciada pela Igreja, que a trouxe de volta às origens e lhe recuperou a vida, no século XVI. Foi a falta da verdadeira doutrina que enfraqueceu a Igreja e a lançou num tradicionalismo vazio e pagão. É a correta aplicação da doutrina que produz a verdadeira vida cristã. Não basta apenas um sentimento religioso para fazer de um homem um cristão. É preciso que sua vida seja moldada na doutrina de Cristo. É a doutrina que dá característica à vida.

Sem dúvida, não estamos afirmando que apenas a doutrina, independente da obra santificadora do Espírito, produz vida. A doutrina é, isto sim, o meio que o Espírito soberanamente usa para nos fazer conhecer a vontade de Deus e nos levar a praticá-la. É através dela que ficamos sabendo que a vontade de Deus é a nossa santificação e que, sem esta, ninguém verá o Senhor ( 1 Ts 4:3; Hb 12:14). É ela que nos aponta os meios de graça deixados pelo próprio Senhor, que é quem nos santifica (Lv 20:7-8; Ef 5:26). Nas epístolas paulinas, a íntima relação entre doutrina e prática é

evidenciada pelo seu método de apresentar pr imeiro a argumentação teológica (doutrinária) para depois tirar as implicações práticas dela decorrentes (Ex. Rm 1-11: doutrina; 12-16: prática). Isso se torna ainda mais claro na oração sacerdotal de Cristo, em que Ele associa a prática da santificação com a doutrina da Palavra: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17) e em João 7:17, onde o fazer a vontade de Deus está ligado ao conhecer a doutrina: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo”.

O conhecimento de Deus começa pela porta do intelecto, da razão, para depois pervadir todas as áreas do ser e se transformar em manifestações de vida que O agradem e glorifiquem. Por isso, o ensino da doutrina é indispensável na Igreja, tanto através do púlpito como pelos estudos semanais, pela Escola Dominical e por qualquer outro meio disponível. Nossa demonstração de vida pode impressionar as pessoas e despertar nelas certa admiração, mas é pela pregação da Palavra que vem a fé que transforma (Rm 10:7) A espada do Espírito é a Palavra (Ef 6:17).Conclusão

Concluímos, portanto, que a Igreja precisa da Teologia, porque precisa da doutrina nela contida para dar sentido e expressão aos fatos do Cristianismo e para prover os meios de manifestação da verdadeira vida cristã.

Extraído de: http://www.ipcb.org.br/Publicacoes/igreja_teologia.htm

Texto bíblico adaptado para a ACF/SBTB.

A Igreja Precisa de Teologia?

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Os liberais gostam de posar de contemporâneos e relevantes em sua teologia, enquanto que apresentam aqueles que prezam as Escrituras como partidários de uma teologia retrógrada e atrasada. Referindo-se aos conservadores, um professor de seminário escreveu, recentemente, “insistir na retórica teológica oitocentista, é responder a perguntas que ninguém mais está fazendo”.

Os documentos e credos históricos, como a Confissão de Fé de Westminster, são rejeitados e ridicularizados e o moto da Reforma – Sola Scriptura – é olhado com desdém. A Bíblia não é aceita como singular, pertinente, revelativa e fonte de autoridade. Em sua "tolerância" lupina que encobre real intolerância, acusam os conservadores de terem uma compreensão que não somente é inválida, mas também prejudicial à igreja e à sociedade contemporânea.

Enquanto esbravejam e se revoltam contra aqueles que rotulam de “donos da verdade”, por acreditarem na verdade da Palavra de Deus, dedicam-se a uma teologia meramente especulativa. Rejeitando a fonte básica da teologia – as Escrituras, a relevância, para os liberais, é supostamente obtida em compêndios sociológicos e em um envolvimento social mal direcionado; ou em tratados filosóficos que se propõem a analisar as práticas discursivas dos oponentes, imprimindo novos significados à existência da humanidade. Essa visão leva freqüentemente a um hiper-ativismo social, que é alienador da

verdadeira espiritualidade. Esse é o caso, por exemplo, da “teologia” da libertação, da “teologia” do processo e de outros ramos “teológicos” peculiares à era pós-moderna na qual nos situamos.

Acontece que teologia especulativa tem existido há séculos. Na igreja primitiva, já existia nos gnósticos e se faz presente hoje como ocorrerá no dia de amanhã. A conseqüência nefasta desse afastamento da ortodoxia e da fé cristã histórica é a cauterização de milhares de mentes que, julgando-se autônomas de um Deus retratado como não sendo soberano, rejeitam a mensagem do evangelho salvador de Cristo, e entregam-se a especulações vãs e mortais, no sentido mais eterno possível.

Mas quão relevante e contemporânea é, realmente, a “teologia” especulativa dos liberais? Será que teologia, como querem nos

Solano Portela

A Falácia dos Liberais:A Falácia dos Liberais:A Falácia dos Liberais:“Temos uma teologia

contemporânea e relevante”

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conjunto de verdades extraídas dos ensinos bíblicos a respeito de Deus e de Sua obra, e que são apresentadas de modo sistemático, na forma de um corpo de doutrinas. A essa forma ordenada de doutrinas dá-se, inclusive, o nome de “Teologia Sistemática”. O adjetivo aqui, não altera o conceito de “teologia”.

Assim entendidas, fica evidente que não há diferença entre Teologia e Doutrina. Mas voltemos ao nosso tema. Duas são as razões geralmente apresentadas para se dizer que a Igreja não precisa de Teologia. Elas se baseiam em duas falsas antíteses:

1. A primeira é a suposição de que o Cristianismo se baseia em fatos e não em doutrinas.

Concordamos que nossa salvação não repousa sobre um conjunto de teorias ou idéias, mesmo que extraídas corretamente da Bíblia, a que damos o nome de “doutrina”, mas sobre os atos poderosos e eficazes do nosso soberano Deus. Não somos salvos através de uma correta teoria a respeito da pessoa de Cristo, mas pela própria pessoa de Cristo; nem através de um exato entendimento da doutrina da Expiação, mas pelo próprio ato expiatório. É possível alguém ser “bom teólogo”, nesse sentido, e ainda não experimentar as graças ensinadas nas doutrinas que expõe. A doutrina realmente não salva. A obra de Cristo, devidamente aplicada pelo Espírito no coração do crente, é que assegura essa graça. Seu nascimento sobrenatural, Sua vida de perfeita obediência à Lei, Sua morte substitutiva, Sua ressurreição, Sua ascensão e assentamento à direita do Pai, Sua segunda vinda, são os grandes fatos que tornam garantida a salvação dos eleitos.

Mas como sabemos que esses são os f a t o s ? Q u e s e n t i d o t e r i a m e s s e s acontecimentos se não tivessem sido interpretados? É a doutrina que lhes dá sentido. Como viemos a saber que aquele menino que nasceu em Belém é o Filho de Deus? Por que descansamos na eficácia da Sua morte para a expiação dos nossos pecados? Por

que sabemos que a Sua ressurreição, há dois mil anos atrás, garante a nossa justificação? É porque esses fatos são todos explicados e interpretados pela doutrina. Esta não só informa o fato como também dá o seu significado. A doutrina não salva, mas pode tornar o homem sábio para a salvação (2Tm 3:15). Doutrina sem fato é mito, mas fato sem doutrina é mera história.

O Cristianismo, portanto, consiste em “fatos que são doutrinas e doutrinas que são fatos”, na expressão de B.B. Warfield. Ele diz: “A Encarnação é uma doutrina: nenhum olho viu o Filho de Deus descer dos céus e entrar no ventre da virgem; mas se isso não for um fato histórico também, nossa fé é vã e permanecemos ainda em nossos pecados” (Selected Shorter Writings, vol 2, p. 234). Fato e doutrina se complementam no Cristianismo. Quando João diz: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14), não está apenas apresentando um fato; está explicando-o também. Quando Paulo afirma que Jesus “por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm 4:25), de igual modo está dando uma interpretação aos fatos da morte e ressurreição de Cristo. Isto é o que se vê em toda a Escritura, especialmente nas epístolas.

Até mesmo os fatos manifestos na natureza (Revelação Geral) não seriam devidamente compreendidos se não fossem explicados pela Bíblia (Revelação Especial). Podemos hoje entender que “os céus declaram a glória de Deus” (Sl 19:1) porque o Criador nos tem revelado isso na Sua Palavra. Sem essa explicação, sua mensagem (a dos céus) passaria despercebida e eles poderiam até ocupar o lugar do Criador, gerando a idolatria (devido ao pecado), como lemos em Rm 1:18-32. Não é o acontece quando as pessoas dizem que “a natureza é sábia”, ou quando a chamam de “mãe natureza”?. Sem a revelação do Criador, a criatura toma o seu lugar. Daí dizer-se que para se conhecer a Deus é preciso que Ele fale,

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Introdução e ConceitosÉ comum ouvirmos que “a teologia

mata a religião” ou que “a Igreja não precisa de teologia e, sim, de vida”. Serão verdadeiras essas afirmações? Admitimos que há muita coisa por aí levando o nome de “teologia” que não passa de especulação humana, por não se basear em pressupostos de uma hermenêutica bíblica. E até a “boa teologia”, quando se torna um fim em si mesma, pode não ter qualquer uso prático e reduz-se a mero academicismo. Não é disto que falamos aqui. Perguntamos se a verdadeira Teologia é necessária à Igreja.

E o que é verdadeira Teologia? Como o próprio nome indica, Teologia é o estudo de Deus, ou, definindo mais formalmente, “é a ciência que trata de Deus em Si mesmo e em relação com a Sua obra” (B.B. Warfield). Perguntamos, por conseguinte, se a Igreja pode prescindir do conhecimento de Deus e da Sua obra e ainda ser Igreja de Deus. É quase certo que aqueles que negam a necessidade da Teologia na vida da Igreja não diriam, conscientemente, que alguém pode ser cristão sem conhecer a Deus. O que lhes falta é um bom conhecimento do que é Teologia e de suas implicações.

Como podemos conhecer a Deus sem estudar a revelação que Ele faz de Si mesmo? Como saber quem Ele é e o que Ele tem feito e faz, quem somos nós em relação a Ele, o que Ele requer de nós, etc., se não investigarmos o que Ele deixou revelado para nosso conhecimento? Pois esse é o trabalho da Teologia. Esse trabalho parte de três pressupostos: O primeiro é o de que Deus existe; o segundo, de que Ele pode ser conhecido, embora não de modo exaustivo e completo; e o terceiro, de que Ele tem Se revelado tanto por meio de Suas obras (criação e providência - Revelação Geral - Sl19:1,2; At 14:17), como, principalmente, nas Santas Escrituras (Revelação Especial - Hb1:1,2; 1 Pd

1:20,21). É porque Deus Se revelou que podemos conhecê-lo. Nosso conhecimento de Deus não é intuitivo, nem natural, mas comunicado por Ele mesmo através dos meios que soberanamente escolheu. “Fazer teologia”, portanto, não é inventar teorias a respeito de Deus e de Suas obras, nem mesmo “descobrir” a Deus, mas conhecer e compreender a revelação que Ele próprio deu de Si. Por isso, qualquer estudo de Deus que não tiver a Sua revelação como base, meio e princípio regulador não é “teologia”, devidamente entendida.

A palavra “teologia” não ocorre na Bíblia e o termo que lhe é equivalente, no N.T., é “doutrina” (“didache” ou “didaskalia”, no grego), que vem de uma raiz que significa “ensinar” e pode se referir tanto ao ato de ensinar, propriamente, como ao conteúdo do que é ensinado (Rm 6:17;1Tm 6:3-4; 2Tim 4:3-4; Tito 1:2,9, etc.). Podemos dizer, de modo mais completo agora, que Teologia é o

João Alves dos Santos

A Igreja Precisa de Teologia?A Igreja Precisa de Teologia?A Igreja Precisa de Teologia?

TEOLOGIA RELACIONAL Autor: Augustus N. Lopes

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convencer, é algo comparável ao iogurte que perde sua validade dentro de algum tempo e, como conseqüência temos que estar apegados ao último modismo? Devemos rejeitar autores clássicos, como Hodge, Warfield, Kuyper, Berkhoff e outros que procuram e manter fiéis à Escritura, por serem “antiquados”? E quão moderna e atualizada é realmente essa “teologia” liberal?

Correção teológica não é simplesmente uma questão de se rejeitar o antigo e se apegar ao contemporâneo. Autores clássicos podem ser rejeitados por refletirem o ensinamento das Escrituras, mas teologia especulativa não é uma descoberta recente nem uma marca de modern idade , pós -modern idade ou contemporaneidade. Ao longo de toda a história da igreja heresias racionalistas têm surgido, com maior ou menor intensidade. Os liberais apresentam, na realidade, apenas uma

mímica mal-feita do racionalismo alemão de F. D. R. Schleiermacher (1768-1834), de A. Ritschl (1822-1889) e outros que se esmeraram em questionar a historicidade dos pontos de fé do cristianismo nos idos do século 18 e 19. Logo eles, que se rebelam contra uma “teologia oitocentista”, vão beber na fonte de autores desacreditados no campo da ortodoxia cristã. Tanto saudosismo poderia, pelo menos, tê-los levado à opção correta pelos “oitocentistas” fiéis às Escrituras.

Essa rejeição latente da teologia clássica e a busca incessante pela descoberta da pólvora teológica os afastam mesmo é da cena contemporânea, lançando-os sob as asas de racionalistas setecentistas , por mais atualizados que queiram parecer.

(Extraído de: http://tempora-mores.blogspot.com/2006/02/falcia-

dos-liberais-temos-uma-teologia.html).

EDITORA PES

A Falácia dos Liberais

LANÇAMENTO

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pologética é a defesa racional do Cristianismo Bíblico. O Cristianismo é Auma fé embasada sobre as razões dessa fé.

A fé não é a razão e a razão não é fé. Mas a fé não pode ser dissociada da razão para que não deixe de existir. É a compreensão da mente e o assentimento a essa compreensão que estabelecem o capo de ação, a fim de que o Espírito de Deus regenere a alma e implante a fé. Como Deus é racional em seu trato com os homens, Ele fez os homens com uma mente racional. Isso não significa que os cristãos devam ser racionalistas, mas sim, racionais.

Apologética é a defesa Bíblica Racional de Jesus Cristo [como Deus] e de Sua Palavra contra as satânicas filosofias, as seitas: (Mormonismo, TJs, Ateísmo, Agnosticismo, Estoicismo, Socionismo, Catolicismo Romano e muitas outras), as quais pululam neste mundo, contestando a veracidade [e infalibilidade], bem como a vontade de Deus revelada na Bíblia.

Não é de admirar que os Puritanos tenham sido excelentes na defesa racional da Bíblia, entrincheirando-se na lógica rameana [ou racionalização de Pierre Ramee ou Petrus Ramus - 1515-1572]. Esse tipo de lógica provê ao escritor a habilidade de escrever cada ponto considerado de grande importância, com exímia precisão. Quando ele o faz, não somente a fé entregue aos santos, para a edificação dos mesmos, como as objeções à fé são respondidas, para a credibilidade da Bíblia. Essas respostas não devem consistir apenas de citações textuais, mas de exposições do texto exegético, a fim de deixar o ouvinte atingido por um sentimento agradável, como se cada dúvida tivesse sido coberta, ou até mesmo exaurida.

Isso é ter (se pudesse haver de fato) um domínio do texto bíblico à disposição. Mas, além do domínio do texto bíblico, o exegeta habilidoso deve lançar mão da Apologética - que é a filosofia racional. A filosofia equivale a Agar para Sara. Enquanto Agar não começa a se exaltar sobre sua senhora (Sara), ela é uma útil

auxiliar da mesma. A Apologética Bíblica Racional vai casar a verdade da Palavra de Deus com a verdade das leis naturais da filosofia racional, a fim de poder refutar, atestar e convencer o oponente do seu erro.

A vã filosofia do mundo há de conter sempre cinco elementos:

1. - Dizer que a Bíblia, é um livro útil, mas não a Palavra de Deus inspirada. (O Catolicismo Romano atesta que a Bíblia é divina, mas coloca a sua Tradição em pé de igualdade - e até de superioridade - com a mesma, decidindo interpretá-la a seu modo).

2. - Negação da mensagem de Cristo no Evangelho Bíblico sobre o Seu completo sacrifício vicário em favor dos eleitos, limitado em escopo, porém não em seu poder.

3. - Negação de que o pecador é moralmente corrupto, morto em pecados, sem a mínima capacidade de aspirar ao bem espiritual ou se voltar para Cristo, a fim de arrepender-se.

4. - Negação da soberania absoluta de Deus em todas as áreas da ordem criada.

5. - Uma desorganizada e distorcida visão (ou visão nenhuma) a respeito de Deus, em geral.

Todo cristão tem o dever de ser um apologista. Alguns cristãos logo fogem dessa obrigação, antes mesmo de conhecer o significado do termo. Um apologista não é simplesmente alguém que se desculpa pela sua fé, mas alguém que é exortado "a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Judas 3). É uma ordem de Deus que o cristão obedeça à 1 Pedro 3:15, que diz: "Antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós". Portanto, uma pronta defesa da fé é exigida do cristão. Isto não significa que ele deva ser um "teólogo profissional", a fim de ter uma resposta engatilhada para o oponente. Contudo o cristão, pelo menos, deveria estar preparado ou pronto para fazer uma defesa de sua fé.

Quem é o Apologista?Quem é o Apologista?Quem é o Apologista?Dr. C. Matthews McMahon - Tradução: Mary Schultze

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Ao declarar que o atributo mais importante de Deus é o amor, a teologia relacional perde o equilíbrio entre as qualidades de Deus apresentadas na Bíblia, dentre as quais o amor é apenas uma delas. Ao dizer que Deus ignora o futuro, é vulnerável e mutável, deixa sem explicação adequada dezenas de passagens bíblicas que falam da soberania, do senhorio, da onipotência e da onisciência de Deus (Isaías 46.10a; Jó 28; Jó 42.2; Salmo 90; Salmo 139; Romanos 8.29; Efésios 1; Tiago 1.17; Malaquias 3.6; Gn 17.1 etc.). Ao dizer que Deus não sabia qual a decisão de Adão e Eva no Éden, e que mesmo assim arriscou-se em criá-los com livre arbítrio, a teologia relacional o transforma num ser irresponsável. Ao falar do homem como co-construtor de Deus de um futuro que inexiste, a teologia relacional esquece tudo o que a Bíblia ensina sobre a queda e a corrupção do homem. Ao fim, parece-nos que na tentativa extrema de resguardar a plena liberdade do arbítrio humano, a teologia relacional está disposta a sacrificar a divindade de Deus. Ao limitar sua soberania e seu pleno conhecimento, entroniza o homem livre, todo-poderoso, no trono do universo, e desta forma, deixa-nos o desespero como única alternativa diante das tragédias e catástrofes deste mundo e o ceticismo como única atitude diante da realidade do mal no universo, roubando-nos o final feliz prometido na Bíblia. Pois, afinal, poderá este Deus ignorante, fraco, mutável, vulnerável e limitado cumprir tudo o que prometeu?

Com certeza a visão tradicional de Deus adotada pelo cristianismo histórico por séculos não é capaz de responder exaustivamente a todos os questionamentos sobre o ser e os planos de Deus. Ela própria é a primeira a admitir este ponto. Contudo, é preferível permanecer com perguntas não respondidas a aceitar respostas que contrariem conceitos claros das Escrituras. Como já havia declarado Jó há milênios (42.2,3): "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia; cousas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia." Augustus Nicodemus Lopes é paraibano e pastor presbiteriano. É bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife), mestre em Novo Testamento pela Universidade Reformada de Potchefstroom (África do Sul) e doutor em Interpretação Bíblica pelo Westminster Theological Seminary (EUA), com estudos no Seminário Reformado de Kampen (Holanda). Foi professor e diretor do Seminário Presbiteriano do Norte (1985-1991), professor de exegese do Seminário JMC em São Paulo, professor de Novo Testamento do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (1995-2001), pastor da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife (1989-1991) e pastor da Igreja Evangélica Suiça de São Paulo (1995-2001). Atualmente é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro. É autor de vários livros, entre eles O Que Você Precisa Saber Sobre Batalha Espiritual (CEP), O Culto Espíritual (CEP), A Bíblia e Sua Familia (CEP) e A Bíblia e Seus Intérpretes (CEP). É casado com Minka Schalkwijk e tem quatro filhos – Hendrika, Samuel, David e Anna.

Extraído de: http://www.teologiabrasileira.com.br/Materia.asp?Materia

ID=140

Teologia Relacional

VIDA NOVAAlém dos tradicionais assuntos tratados em uma Teologia Sistemática, esta obra proporciona ao leitor os seguintes diferenciais: Adota uma metodologia integrativa que analisa importantes questões religiosas, históricas, apologéticas e práticas. Essa metodologia divide o estudo em 6 etapas: definição do problema; estudo histórico e comparativo (com um estudo das religiões, seitas e filosofias mais significativas); estudo bíblico; estudo sistemático, estudo apologético e aplicação prática na vida e no ministério. Inclui respostas a problemas relevantes levantados pela situação cultural atual.Portanto, o leitor terá em mãos uma obra que vai além da mera sistematização do ensino bíblico, pois procura responder de forma adequada a questões cruciais do contexto atual.Edições Vida Nova - Rua Antonio Carlos Tacconi, 75 Cidade Dutra - 04810-020 - São Paulo - SP Tel/Fax: (0xx11) 5666-1911 - http://www.vidanova.com.br

Uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual - Franklin Ferreira e Alan Myatt

TEOLOGIA SISTEMÁTICA

Page 17: Revista contemporanea

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4. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente. Deus corre riscos porque ama suas criaturas, respeita a liberdade delas e deseja relacionar-se com elas de forma significativa.

5. Deus é vulnerável. Ele é passível de sofrimento e de erros em seus conselhos e orientações. Em seu relacionamento com o homem, seus planos podem ser frustrados. Ele se frustra e expressa esta frustração quando os seres humanos não fazem o que ele gostaria.

6. Deus muda. Ele é imutável apenas em sua essência, mas muda de planos e até mesmo se arrepende de decisões tomadas. Ele muda de acordo com as decisões de suas criaturas, ao reagir a suas próprias decisões. Os textos bíblicos que falam do arrependimento de Deus não devem ser interpretados de forma figurada. Eles expressam o que realmente acontece com Deus.

Estes conceitos sobre Deus decorrem da lógica adotada pela teologia relacional quanto ao conceito da liberdade plena do homem, que é o ponto doutrinário central da sua estrutura, a sua "menina dos olhos". De acordo com a teologia relacional, para que o homem tenha realmente pleno livre arbítrio, suas decisões não podem sofrer qualquer tipo de influência externa ou interna. Portanto, Deus não pode ter decretado estas decisões e n e m m e s m o t ê - l a s c o n h e c i d o antecipadamente. Desta forma, a teologia relacional rejeita não somente o conceito de que Deus preordenou todas as coisas (calvinismo) como também o conceito de que Deus sabe todas as coisas antecipadamente (arminianismo tradicional). Neste sentido, o assunto deve ser entendido, não como uma discussão entre calvinistas e arminianos, mas destes dois contra a teologia relacional. Vários líderes calvinistas e arminianos no âmbito mundial têm considerado esta visão da teologia relacional como alheia ao Cristianismo.

A teologia relacional traz um forte apelo a alguns evangélicos, pois diz que Deus está mais próximo de nós e se relaciona mais significativamente conosco do que tem sido apresentado pela teologia tradicional. Segundo os teólogos relacionais, o Cristianismo histórico tem apresentado um Deus impassível, que não se sensibiliza com os dramas de suas criaturas. A teologia relacional, por sua vez, pretende apresentar um Deus mais humano, que constrói o futuro mediante o relacionamento com suas criaturas. Os seres humanos são, dessa forma, co-participantes com Deus na construção do futuro, podendo, na verdade, determiná-lo por suas atitudes.

Contudo, a teologia relacional não é novidade. Ela tem raízes em conceitos antigos de filósofos gregos, no socinianismo (que negava exatamente que Deus conhecia o futuro, pois atos livres não podem ser preditos) e especialmente em ideologias modernas, como a teologia do processo. O que ela tem de novo é que virou um movimento teológico composto de escritores e teólogos que se uniram em torno dos pontos comuns e estão dispostos a persuadir a igreja cristã a abandonar seu conceito tradicional de Deus e a convencê-la que esta "nova" visão de Deus é evangélica e bíblica.

Mesmo tendo surgido como uma reação a uma possível ênfase exagerada na impassividade e transcendência de Deus, a teologia relacional acaba sendo um problema para a Igreja Evangélica, especialmente em seu conceito sobre Deus. Embora os evangélicos tenham divergências profundas em algumas ques tões , r e formados , a rmin ianos , wesleyanos, pentecostais, tradicionais, neopentecostais e outros, todos concordam, no mínimo, que Deus conhece todas as coisas, que é onipotente e soberano. Entretanto, o Deus da teologia relacional é totalmente diferente daquele da teologia cristã. Não se pode afirmar que os adeptos da teologia relacional não são cristãos, mas que o conceito que eles têm de Deus é, no mínimo, estranho ao Cristianismo histórico.

Teologia Relacional

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A predisposição de cair numa teologia pós-gnóstica [favorecendo as crenças da Nova Era] tem sido a tendência de todo evangelicalista da atualidade. Oscilar sobre uma espécie de fé embasada em sensações e experiências é bem mais fácil para o cristão contemporâneo do que estar preparado para uma defesa racional da fé que ele diz possuir. Para ele é bem mais fácil dizer o mesmo que disse o cego de nascença (João 9:25): "uma coisa sei, é que, havendo eu sido cego, agora vejo", confiando mais na experiência do que na explicação racional de sua fé. Mesmo assim, ele ainda pode apelar ao absurdo de um questionamento à sua experiência com a frase típica dos incapazes: "Quem é você para questionar a minha experiência?", embora isso aconteça simplesmente por causa da sua desinformação, ou até por ter ele entrado num evangelho gnóstico.

Cristo convoca os verdadeiros cristãos a muito mais do que isso. Ele nos convoca a preparar um defesa da fé que Ele nos confiou. Isso quer dizer que não somente devemos ter uma defesa preparada, como precisamos saber exata e amplamente o que estamos defendendo. "E, entrando na sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do reino de Deus. Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos" (Atos 19:8-10).

Como vemos, Paulo arrazoava diariamente (com os judeus) na escola de Tirano. Ele não fazia um simples apelo [como é hoje a praxe nas igrejas evangélicas] para que o pecador entregasse a sua vida a Cristo. Ele apelava ao seu intelecto racional [conforme tem feito o pastor da nossa PIBT], cada vez mais freqüentemente. (Leiam o Sermão do Monte e os debates de Paulo, em Atos 14, e no Areópago, conforme Atos 17). Paulo conhecia muito bem o Velho Testamento, mas também convocava os seus ouvintes à consideração da teologia natural. Ele teria sido facilmente descartado pelos incrédulos

nos debates em que se engajou com eles, caso não fosse um profundo conhecedor da Bíblia e fosse incapaz de apelar ao intelecto deles.

Existem dois elementos necessários para que o cristão fique pronto a fazer a defesa de sua fé.

O primeiro é o completo conhecimento da fé que ele professa. [Por que os mórmons e as TJs pescam tantos cristãos no aquário alheio? Simplesmente porque sabem defender a fé que professam mesmo sendo esta biblicamente deturpada]. Infelizmente, muitos cristãos, que têm professado ser crentes há muito tempo (há anos e anos), não saberiam encontrar em sua Bíblia a narrativa da aparição de Deus, com os anjos cantando: "santo, santo, santo". [Leitor, você sabe exatamente onde esta passagem se encontra? Se não o sabe, é no capítulo 6 do Livro de Isaías]. E as profecias sobre a morte de Cristo, contidas nos salmos, quais são? E a passagem que trata da fé no Novo Testamento? E a parábola do filho pródigo? [Se você não sabe, irmão, considere-se um quase analfabeto bíblico. Antes de me filiar a uma igreja presbiteriana, eu já havia lido 50 vezes o Novo Testamento. Quantas vezes você já o leu?]. Os textos supra citados são importantes, porém sempre negligenciados.

O Segundo é que o apologista preparado deveria ter alguma idéia sobre as filosofias e ideologias mundanas, as quais sempre querem se exaltar sobre as Escrituras. Isto não é exatamente indispensável, mas ajudaria muito. E por que não é n e c e s s a r i a m e n t e i n d i s p e n s á v e l ? Hipoteticamente, é possível que, quando surgir um erro diante de um cristão, sendo ele bem versado na verdade, possa refutá-lo inteiramente pela Palavra de Deus. Porém esta é uma exceção e não uma regra.

Dentro do contexto atual da aversão ao que é racional, torna-se cada vez mais necessário que os cristãos tenham uma defesa organizada e bem preparada de sua fé, para a glória do Nome de Jesus Cristo, nosso Deus e grande Salvador.

" A p o l o g e t i c s " - D r . C . M a t t h e w s McMahon/Mary Schultze, 06/01/2008.http://www.drcmatthewmcmahon.com/ e www.cpr.org.br/Mary.htm

Quem é o Apologista?

Page 18: Revista contemporanea

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versículo acima é a tradução de Pv 22.6 da Bíblia NVI (Nova Versão OInternacional) não é uma tradução

literal, cujos objetivos em suas próprias palavras são: “A NVI define-se como tradução evangélica, fiel e contemporânea. Não se trata de tradução literal do texto bíblico, muito

1menos de mera paráfrase” (grifos meus). O ponto gerador desse artigo é uma

leitura crítica, uma elementar sistematização em torno da tradução interpretativa da NVI de Pv 22.6. Analisar-se-á rapidamente a tradução

2literal desse versículo em seu contexto imediato e depois se fará a comparação com a tradução interpretativa realizada pela NVI.

I. As Diversas Versões da Bíblia São Iguais? Há atualmente várias versões da

Bíblia em português. Entretanto, diante dessas versões surgem algumas perguntas: 1. Qual versão é a verdadeira e pura Palavra de Deus? 2. Todas as versões são iguais? Há quem inadvertidamente diga que todas as versões são iguais. O fato problemático dessa afirmativa é que basta se fazer uma leitura superficial nas mais variadas versões, se constatará, facilmente, que as versões não são iguais. Há grandes diferenças.

Um exemplo claro está no versículo de Pv 22.6 acima. Um versículo amado e muito recitado em nossas igrejas. Um versículo que já faz parte da memória histórica da cristandade mundial. Dado sua importância na criação das crianças segundo os preceitos do Eterno. Então se volta à pergunta inicial: Qual versão, ou quais versões da Bíblia em português pode se confiar como uma tradução mais precisa da Palavra de Deus e, portanto fiel aos idiomas originais?

Com este indicativo, fica claro que as diversas versões da Bíblia não são iguais. Algumas chegam mesmo a alterar o significado correto da Palavra de Deus. Isto torna o tema demasiado importante porque todos os aspectos da vida do salvo está alicerçado nas Escrituras Sagradas (Sl 119.105).

II. Um Convite à ReflexãoNesse artigo quero introduzir um

convite à reflexão a todo leitor e estudioso da Bíblia para algo que pode ser um problema: o uso das versões interpretativas da Bíblia Sagrada como sendo Palavra de Deus, isto é como sendo Bíblia. Não se contesta que toda versão contém certa “dose” de interpretação. Nessa perspectiva a melhor versão é a que tem o menor nível de interpretação. Observe.

Se por um lado, o ponto ideal, na relação entre os textos nos idiomas originais e as suas respectivas traduções em português (AT

(*) Wilson Franklin

Escritura SacadaEscritura SacadaEscritura Sacada“Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o

passar dos anos não se desviará deles” Pv (22.6).

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s ondas gigantes que provocaram a tremenda catástrofe na Ásia no final de Adezembro de 2004 afetaram também os

arraiais evangélicos, levantando perguntas acerca de Deus, seu caráter, seu poder, seu conhecimento, seus sentimentos e seu relacionamento com o mundo e as pessoas diante de tragédias como aquela. Dentre as diferentes respostas a essas perguntas, uma chama a atenção pela ousadia de suas afirmações: Deus sofreu muito com a tragédia e certamente não a havia determinado ou previsto; ele simplesmente não pôde evitá-la, pois Deus não conhece o futuro, não controla ou guia a história, e não tem poder para fazer aquilo que gostaria. Esta é a concepção de Deus defendida por um movimento teológico conhecido como teologia relacional, ou ainda, teísmo aberto ou teologia da abertura de Deus.

A teologia relacional, como movimen-to, teve início em décadas recentes, embora seus conceitos sejam bem antigos. Ela ganhou popularidade por meio de escritores norte-americanos como Greg Boyd, John Sanders e Clark Pinnock. No Brasil, estas idéias têm sido assimiladas e difundidas por alguns líderes evangélicos, às vezes de forma aberta e explícita.

A teologia relacional considera a concepção tradicional de Deus como inadequada, ultrapassada e insuficiente para explicar a realidade, especialmente catástrofes como o tsunami de dezembro de 2004, e se apresenta como uma nova visão sobre Deus e sua maneira de se relacionar com a criação. Seus pontos principais podem ser resumidos desta forma:

1. O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas.

2. Deus não é soberano. Só pode haver real relacionamento entre Deus e suas criaturas se estas tiverem, de fato, capacidade e liberdade para cooperarem ou contrariarem os desígnios últimos de Deus. Deus abriu mão de sua soberania para que isto ocorresse. Portanto, ele é incapaz de realizar tudo o que deseja, como impedir tragédias e erradicar o mal. Contudo, ele acaba se adequando às decisões humanas e, ao final, vai obter seus objetivos eternos, pois redesenha a história de acordo com estas decisões.

3. Deus ignora o futuro, pois ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do tempo. O futuro é determinado pela combinação do que Deus e suas criaturas decidem fazer. Neste sentido, o futuro inexiste, pois os seres humanos são absolutamente livres para decidir o que quiserem e Deus não sabe antecipadamente que decisão uma determinada pessoa haverá de tomar num determinado momento.

Teologia relacional: um novo deus no mercado

Teologia relacional: um novo deus no mercado

Teologia relacional: um novo deus no mercado

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Neoteísmo (Teísmo Aberto) e Idolatria (parte 1)

Neoteísmo (Teísmo Aberto) e Idolatria (parte 1)

Neoteísmo (Teísmo Aberto) e Idolatria (parte 1)

á cerca de duas décadas certos teólogos resolveram redefinir a Hconcepção cristã de Deus. Segundo

eles, a concepção “tradicional” de Deus é maculada pela filosofia grega e apresenta uma idéia acerca de Deus que não corresponde à revelação bíblica. O Deus da Bíblia é “outro deus”, dizem que é soberano, mas abriu mão da Sua soberania por amor a Sua criatura e para conceder-lhe livre-arbítrio, ou, como advogam, “liberdade real” ou “significativa”. É onisciente, mas ignora o futuro, pois só pode conhecer o que é conhecível. Como os homens são livres (no sentido indeterminista), suas ações são imprevisíveis, o futuro não existe (isto é, está aberto), portanto, Deus não pode conhecê-lo. Embora Deus seja sábio, Ele se arrisca no relacionamento com seres morais livres. Ele pode até cometer enganos em determinadas circunstâncias, afinal, não pode prever (com absoluta certeza) como as criaturas agirão. Deus é imutável apenas essencialmente, no mais Ele muda, se arrepen-de de determinadas ações, reage e se adapta às decisões humanas. Deus é amor e exatamente por isso é passível de sofrer conosco, vivendo intensamente a história. Assim, o amor é o Seu mais importante atributo.

Tais concepções certamente estão muito distantes do conceito cristão “tradicio-nal” de Deus. Representam um afastamento não somente do conceito de que Deus preordena todas as coisas, como expõe o calvinismo, mas também que Deus sabe todas as coisas antecipadamente, como expõe o arminianismo tradicional. No entanto, o “neoteísmo” ou “teísmo aberto” não é nenhuma “novidade” teológica, é uma colcha feita com os “velhos” retalhos (trapos) do

pelagianismo, socianismo, teologia processual (e filosofia, embora neguem peremptoriamen-te), arminianismo (extremado) com os alinhavos da cultura moderna (pós-moderna). Assim, não há nada de “novo” (neo) aí, é “velhacaria reciclada”.

O Deus da Bíblia é soberano e em nenhum lugar é declarado que Ele abriu mão da Sua soberania em benefício da criatura, o que não seria benefício algum, mas a própria perdição da criatura. O Deus da Bíblia é onisciente, ainda que não entendamos perfeitamente a relação entre o Seu conheci-mento e a nossa liberdade, o que só indica ignorância da nossa parte, não da Sua. Seu conhecimento do futuro é absoluto, exaustivo, do contrário não nos restaria esperança alguma, visto que não poderia haver certeza de Seu triunfo final. O Deus da Bíblia é onipoten-te, mas isso não significa que tenha que impedir uma catástrofe quando alguns entendem que deveria fazê-lo. Não é porque Deus não impediu uma tragédia ou catástrofe que Ele não interveio ou que não pode fazê-lo. O Deus da Bíblia não arrisca, Ele não erra, não se engana. Falar em Deus que erra é um contra-senso. O Deus da Bíblia é amor, mas esse não é o único atributo dEle. Fazer do amor o mais importante atributo de Deus é um erro, pois nEle há perfeito equilíbrio entre Seus atributos e Ele não exerce um (atributo) em detrimento do outro. O neoteísmo ou “teísmo aberto” distanciou-se dos limites bíblicos e propõe adoração a um “outro deus” sob a capa de outra espiritualidade – e isso é idolatria!

Soli Deo Gloria!

“Lembrai-vos das coisas passadas da antigüidade; que EU SOU DEUS, E NÃO HÁ OUTRO DEUS NÃO HÁ OUTRO

SEMELHANTE A MIM. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não

sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Isaías 46:9, 10).

Silas Roberto Nogueira

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e NT), certamente seria que a tradução fosse uma cópia fiel (na língua portuguesa) dos originais (hebraico e grego). Mas essa realidade é muito difícil de ser atingida. Atrevo-me a dizer que sem o auxílio do Espírito Santo é mesmo impossível.

Por outro lado, existem aquelas versões da Bíblia que vão muito além de apenas traduzir. São interpretativas em função do(s)

3método(s) de tradução que se utilizaram. Uma tradução interpretativa é a interpretação de seus tradutores, que por mais brilhantes que sejam são seres humanos que acertam, mas também erram. Outra questão não menos importante que se levanta é: Será que o Eterno permite alguém re-escrever sua Palavra? Deixo para o leitor essa resposta.

Quando falo em Palavra de Deus refiro-me a Bíblia Sagrada, aos 66 livros que compreendem o Antigo e o Novo Testamento. E que foram providencialmente preservados, por Deus, em seus idiomas originais no decorrer da história humana.

Penso que os estudiosos, educadores, pastores e teólogos que reconhecem a Bíblia como Verdadeira Palavra de Deus temos uma responsabilidade: orientar ao povo Deus sobre o cuidado que se deve ter ao escolher uma versão da Bíblia.

III . Uma Breve Análise Exegética-Hermenêutica de Pv 22.6

O texto hebraico de Pv 22.6 4transliterado com referencias de Strong é:

Chanak {khaw-nak'}(2596) (Educa, instrui); na`ar {nah'-ar}(5288) (o menino); peh

{peh}(6310) (com a boca); derek {deh'-rek}(1870) (a maneira de viver, ou o caminho que deve andar) (1571) (até mesmo); )zaqen {zaw-kane'}(2204) (quando fique velho); (3808) (não); cuwr {soor}or suwr

5{soor}(5493) (desviará dele). Essa tradução é fidelíssima. Nessa

perspectiva, as tradicionais Bíblias Almeidas, traduziram corretamente este versículo: “Educa o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará

6dele” (Pv 22.6) (IBB); ou “educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6)

7(SBTB). Vale aqui citar que a NVI reconhece

que essa tradução literal é correta, pois, em letras menores, em sua nota de rodapé “c” afirma: “ou no caminho que deve seguir, e mesmo quando envelhecer” (NVI p.518).3.1 Uma análise do contexto de Pv 22.6

Analisando o contexto imediato de Pv 22.6, pode-se constatar que a tradução literal adotada pelas Tradicionais Bíblias Almeidas estão corretas. Isto pode ser demonstrado pela forte ênfase que autor de Provérbios dá ao tema: O temor do Senhor, o caminho a ser ensinado a criança.

Observe que no versículo 4 desse capítulo (22) tem-se: “o galardão da humildade e do temor do Senhor é riqueza, e honra e vida” (Pv 22.4). Considerando que o temor do Senhor, aparece treze vezes no livro de Provérbios (1.29; 2.5; 8.13; 9.10; 10,27; 14.26-27; 15.16,33; 16.6; 19.23; 22,4; 23.17). E ainda, que o temor do Senhor é tema

Escritura Sacada

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8principal do livro. O escritor sagrado chega mesmo a afirmar que tem no temor a Deus o princípio (hebraico resit) do conhecimento, mais ainda, o primeiro princípio (hebraico te hilâh) da sabedoria (Pv 9.10). Assim, quando os homens temiam ao Senhor andavam em retidão (Pv 14.2), longe da perversidade (Pv 16.17) e evitavam e detestavam o mal (Sl 34.11; Jó 1.1; Pv 3.7; 16.6).3.2. O significado do caminho a ser ensinado à criança

“Instrui a criança no caminho em que deve andar...” (Pv 22.6), qual caminho ele está indicando? O caminho humano, ou caminho de Deus? Conforme apontado acima, o

9caminho do temor do Senhor (Pv 22.4). De fato, o ensino a qual se refere Pv 22.6 é o temor do Senhor, o conhecimento que vem de Deus, da sua santa Palavra. É um conhecimento que não é gerado pelo homem, mas pelo Eterno Deus Yahweh. Observe estas palavras: “Filho meu, guarda as minhas palavras, e esconde dentro de ti os meus mandamentos” (Pv 7.1). Assim pode-se afirmar que Pv 22.6 é um mandamento para os pais ensinarem o

10caminho de Deus às crianças.

IV Uma Breve Observação da Tradução NVI de Pv 22.6

11Acredito que, quando os tradutores da NVI traduziram Pv 22.6 “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles”, na tentativa de evitarem uma tradução literal, não priorizaram o contexto imediato na qual está inserido o versículo e muito menos o contexto de todo o Livro de Provérbios.

No entanto, os tradutores da NVI, de certa forma, reconhecem o valor e a precisão da tradução literal quando a citam em sua nota de rodapé c (p.518), mas assumem uma tradução alternativa, cuja ênfase ideológica se foca no ser humano em detrimento de Deus. Nessa perspectiva fica ruim o slogam da NVI “Bíblia do século XXI” porque nos induz a pensar que a NVI se amolda ao humanismo, à

ideologia do século XXI, cuja filosofia dominante é aquela onde o homem ocupa o centro do universo, e Deus é relativizado...

J. M. Boice corretamente afirmou que a nossa geração é centralizada no homem e infelizmente a igreja, e as organizações para-eclesiásticas traiçoeiramente, têm se tornado egocêntrica (por ex. a melhor igreja, o melhor

12pastor, a melhor versão...). Essa realidade está muito presente na cosmovisão das igrejas modernas. Sejam através dos cultos, orações, cânticos, do tipo de mensagem pregada, e agora parece fincar bandeira em algumas versões da Bíblia.

ConclusãoEsse assunto da grande diversidade

de versões modernas da Bíblia é algo a ser refletido com o devido cuidado. Isto porque as verdades da fé são de tal forma conexas que uma afirmação, ou mesmo uma nova versão da Bíblia, somente se mantém se estiver em coerência com as bases do edifício teológico do verdadeiro Cristianismo.

Escritura Sacada

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Conquista – Ba (22 a 26/10/2007). Fez um breve apanhado sobre os principais movimen-tos contrários à teologia ortodoxa que surgiram desde o início da igreja cristã até os dias atuais. O conferencista tem afirmado que os movimentos sectários e liberais da moderni-dade não são totalmente inéditos, pois descendem ou têm suas raízes fincadas nos grupos dissidentes da igreja dos primeiros séculos, como por exemplos: o arianismo, sabelianismo e pelagianismo.

2. Louis Berkhof afirma que o deísmo, religião que possui muitas variantes, mas que de forma geral, ensina que Deus deixou sua criação sob leis inalteráveis e que esta se move por si mesma, independente de todo suporte ou direção externa. Esse pensamento faz da criatura auto-sustentadora e mantém Deus fora de sua criação (Teologia Sistemática, pg. 40, 60 e 64)

3. A "alta crítica", termo cunhado pelo crítico liberal J. G. Eichhorn. É uma metodolo-gia investigativa de cunho racionalista aplicada as Escrituras a partir de uma perspectiva anti-sobrenatural, e por isso tem negado a autentici-dade de muitos textos bíblicos. Segundo Gleason Archer em sua Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas (editora Vida) "o advento do racionalismo e do movimento deísta, no século XVIII, conduziu a uma modificação drástica da posição de inerrância atribuída à Bíblia. Logo se demarcaram as linhas de separação, com nitidez, entre os deístas e os defensores ortodoxos da fé cristã histórica. Uma crescente aversão ao sobrenatural

dominou a liderança intelectual do mundo protestante durante o século XIX, e esse espírito cedeu lugar à "crítica histórica", tanto na Europa como nos Estados Unidos".

4. McLachlan, D. R. apud Tavares, A. M.(Apostila sobre Teologia Contemporânea).

5. Lloyd-Jones e a Defesa da Verdade - Exposição de Romanos v. 3 – Editora PES – Autor D. Martyn Lloyd-Jones – p. 140 -142. Disponível em:

02. Referências Bibliográficas:

01. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 5. Ed. Campinas: Luz para o Caminho, 1998. 791 p.

02. NICHOLS, Robert Hastings. História da Igreja Cristã. 6. Ed. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985. 289 p.

03. OLSON, Roger. História da Teologia Cristã . 1. Ed. São Paulo: Vida, 2001. 668 p.

04. RAPHAEL, Danilo. A teologia liberal e suas implicações para a fé bíblica. Disponível em

Acesso em: 17/Janeiro/2008.

05. TAVARES, Almir Marcolino. Teologia Contemporânea. Apostila do Seminário Batista do Cariri-CE

http://astrosnomundo.blogspot.com/2007/12/lloyd-jones-e-defesa-da-verdade.html

http://solascriptura-tt.org/SeparacaoEclesiastFundament/TeologiaLiberal-Liberalismo-DRaphael.htm

Teologia Contemporânea

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Page 21: Revista contemporanea

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Teologia Contemporânea

São erros, geralmente cometidos por pessoas educadas que têm pouco conhecimento de t e o l o g i a h i s t ó r i c a , s u p o r q u e o Fundamentalismo é uma forma de pensar nova e estranha. Ele não é nada disto, ele é... sobrevivente de uma teologia que uma vez foi sustentada universalmente por todos os cristãos. O Fundamentalismo pode estar errado; eu penso que ele está. Mas somos nós que temos desviado da tradição, não eles, e eu sinto pelo fato que alguém argumente com os fundamentalistas na base da autoridade. A Bíblia e o corpus theologicun da Igreja estão do lado fundamentalista " . Um dos marcos desse m o v i m e n t o f o i a o b r a " T H E FUNDAMENTALS", editado por R. A. Torrey (d i spon íve l em por tuguês no s i t e

) como resposta conservadora à teologia liberal, trazendo em seu conteúdo as doutrinas essenciais da fé cristã. Vale a pena ressaltar aqui que nem todos os fundamentalis-tas bíblicos eram (e são) pré-milenistas, doutrina presente no livro, o que gerou uma certa polêmica com os amilenistas e pós-milenistas.

Nos primórdios do movimento, podemos considerar como fundamentalista qualquer cristão protestante conservador, contudo, a partir de 1940 a teologia ortodoxa se viu dividida por dois grupos: o fundamenta-lista propriamente dito e o neo-evangélico, representante da neo-ortodoxia (tinha como principais representantes o teólogo suíço Karl Barth e o americano Reinhold Niebuhr). A neo-ortodoxia era mais aberta ao diálogo e cooperação com outros cristãos não conserva-dores e mesmo com católicos. Seus principais expoentes foram Harold J. Ockenga e Billy Graham. A posição firme dos fundamentalistas quanto às doutrinas escatológicas (final dos tempos) e sua forte posição contrária ao evolucionismo tornaram-se os principais fatores para o afastamento dos "evangélicos" (termo preferido por estes para se diferencia-rem dos fundamentalistas). Enquanto os

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http://www.chamada.com.br/livraria/detalhes/?cod=OF

"evangélicos" começaram a desenvolver com prostestantes liberais e católicos empreendi-mentos sociopolíticos e até mesmo evangelísti-cos, os fundamentalistas passaram a rejeitar qualquer tipo de associação com grupos que não compartilhavam de seu sistema de doutrinas bíblicas. Daí, uma das marcas distintivas do fundamentalismo é a doutrina bíblica da separação.

Embora os "evangélicos" reclamem para si uma teologia conservadora, sua aproximação com grupos liberais e católicos tem colocado em risco suas doutrinas principais. Esse "flerte" tem minado os princípios bíblicos de muitas igrejas e, por abrir mão de ministérios de exortação e defesa da fé, algumas delas, até mesmo pertencentes às denominações históricas, estão sucumbindo diante da apostasia e do ecumenismo. Iniciamos esse breve artigo com a citação de Judas, autor bíblico, que convoca a igreja a batalhar em favor da fé cristã (Judas 3), e agora encerramos, com uma citação do teólogo e escritor reformado, Dr. Martyn Lloyd-Jones, alertando sua congregação do perigo de abandonar a batalha pela fé: “A reprovação da polêmica na Igreja Cristã é uma questão muito grave. Todavia essa é a atitude da época em que vivemos. Hoje a idéia predominante em muitos círculos da Igreja é a de que não devemos importar-nos com essas coisas. Contanto que sejamos cristãos de algum modo, de qualquer modo, tudo estará bem. Não discutamos doutrina, sejamos cristãos unidos e falemos do amor de Deus. Nisso consiste realmente toda a base do ecumenismo. Desafortunadamente, essa mesma atitude está se insinuando também nos círculos evangélicos mais firmes..." .

01. Notas:

1. Pastor Almir Marcolino Tavares, numa palestra sobre Teologia Contemporânea, ministrada na Igreja Batista Boa Vista durante a V Semana Teológica do STBT em Vitória da

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Conforme foi traduzido Pv 22.6 pela NVI, se recitado fora de seu contexto, faz parecer ao leitor que a educação da criança é um ato exclusivo dos objetivos humanos (de seu educador). Levando para o lado do mundo isso pode ser devastador. Imaginem quais objetivos têm para seus filhos, aqueles pais cujas atividades e práxis de vida contrariam frontalmente a Palavra de Deus. Certamente que esses objetivos não incluem o temor ao Senhor.

Reconhecimento: Registro meu reconhecimento a Imprensa Bíblica Brasileira, e a Convenção Batista Brasileira que bravamente resistiram à onda das traduções “modernas”, interpretativas e paráfrases da Palavra de Deus. Nessa perspectiva a Imprensa Bíblica Brasileira e também a Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil foram as únicas Imprensas Bíblicas no Brasil que não editaram traduções interpretativas, denominando-as de Bíblia Sagrada. Isso demonstra respeito e reverência a Santíssimo Deus Yahweh e a sua Sagrada Escritura, o temor ao Senhor.

(*) O Autor é Pastor Igreja Batista em Vila Jaguaribe - RJ, Pós-graduado em Novo Testamento, Mestre em Teologia Sistemática e Doutorando em Teologia.

Palavras da Comissão de tradução NVI Em

2 Por tradução literal entenda-se a tradução realizada pelo método de equivalência formal

[email protected]

http://www.editoravida.com.br/biblias_nvi/nvi_biblia_seculo21.asp

literal, que tem como alvo principal ser como uma cópia o mais fiel possível aos textos do idioma fonte.3 Por exemplo: Uma paráfrase da Bíblia é uma interpretação de um ou mais autores, neste sentido deveria se chamar “interpretação, ou paráfrase da Bíblia segundo fulano de tal” e jamais Bíblia Sagrada, ou pior Bíblia na linguagem de hoje.4 GREEN, J.P. The Interlinear Bible – Hebrew-Greek-English. Massachusetts, Hendrickson, 1986. p.523.5 BIBLEWORKS 7.0 CD Digital6 IBB – Imprensa Bíblica Brasileira (Versão Revisada)7 SBTB – Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil ( ACF- Almeida Corrigida Fiel)8 KIDNER, D. Provérbios Introdução e Comentário. São Paulo, Mundo Cristão, 1992. p.579 KAISER Jr, W. C. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo, Vida Nova, 1988. p.17410 BENTES, J.M. e CHAMPLIM, R.N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. São Paulo, Candeia, 1991. Vol I p.963.11 Quero destacar minha admiração pelo o grupo de tradutores da NVI, até onde vai meu conhecimento, são pessoas de reconhecido valor acadêmico. Minha crítica a NVI é estritamente de caráter teológico, portanto no campo das idéias.12 BOICE, J. M. "Whatever Happened to God?" in Modern Reformation, 1996. p.13.

Escritura Sacada

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Page 22: Revista contemporanea

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á pelo menos uma década que as igre jas bat i s tas f i l iadas à HConvenção Batista Brasileira vêm

sofrendo intensa pressão da parte de líderes que exercem cargos executivos em órgãos denominacionais para se submeterem a uma dominação centralizada em um clero.

É uma situação completamente estranha aos princípios batistas seculares, principalmente o da soberania da igreja. Um princípio que nos sustentou com um evangelho bíblico, puro, sem diretrizes traçadas por filosofias humanas. Ao contrário de outras denominações, que têm comando centralizado, as igrejas batistas sempre puderam estudar livremente as Escrituras, sempre puderam cooperar com o reino de Deus sem obrigações e sempre defenderam uma teologia a partir das Escrituras e não as Escrituras a partir de filosofias teológicas.

Os prenúncios da tentativa de dominação foram surgindo em mensagens e atos sutis. Por exemplo, há alguns anos atrás, um presidente da Convenção Batista

Brasileira, ao ser escolhido como Presidente da Aliança Batista Mundial, em uma entrevista à imprensa, declarou que ele era como “o papa dos batistas”. Em outra ocasião, o mesmo ex-presidente, também em uma entrevista com a imprensa, se referiu aos batistas brasileiros como sendo “A Igreja Batista Brasileira”, no singular, como se fôssemos uma só igreja.

Mas as manifestações de desejo de poder centralizado têm crescido muito e já

Batistas da CBB caminham Batistas da CBB caminham Batistas da CBB caminham a passos largos para a a passos largos para a a passos largos para a

dominação clericaldominação clericaldominação clerical

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Teologia Contemporânea Teologia Contemporânea Teologia Contemporânea

m rápido exame sobre a história eclesiástica revelará que ela não Uocorreu passivamente, pelo contrário,

ela foi (e está sendo) construída através de grandes conflitos: "A história do cristianismo tem sido uma história de batalhas em prol da

1fé” . Desde a sua origem até os nossos dias, a igreja tem enfrentado batalhas importantes para sustentar as doutrinas bíblicas ensinadas por Jesus Cristo e os apóstolos.

Os últimos dois séculos têm sido palcos da chamada Teologia Contemporânea, expressão e sistematização dos pensamentos teológicos desenvolvidos principalmente nos séculos XIX e XX. Esse período é nitidamente marcado pelo embate entre as teologias conservadora e liberal. As raízes do liberalismo teológico talvez possam ser encontradas no movimento deísta dos séculos XVII e XVIII. O Deísmo é a religião naturalista, ou seja, a religião da razão, que, de forma geral, sustentava os pensamentos da paternidade universal de Deus e de que a verdadeira religião (a natural) consiste na moralidade e na crença de um ser superior, que seja vagamente pessoal e transcendente. Não havia a necessi-dade de uma revelação especial, da graça ou de um Salvador. Thomas Jefferson, tão aclamado pelos estadunidenses, tendo sido presidente do país e autor da Declaração de Independência Americana, tinha feito sua própria bíblia; nela, todos os milagres e doutrinas do Novo Testamento, que não fossem explicados pela razão, foram omitidos (será que sobrou alguma coisa em sua bíblia?). Para sermos justos, é necessário dizer que a maior parte dos teólogos liberais da modernidade não é considerada deísta, entretanto, muito de seus ensinos têm

2suas origens fincadas nesse movimento .

3 A "alta crítica " do liberalismo teológico é a expressão viva do pensamento modernista, caracterizada pelo ataque direto à concepção da inspiração das Escrituras e sua inerrância. Como resultado, doutrinas fundamentais como o ensino das duas naturezas de Cristo perdiam espaço dentro da cosmovisão moderna. O liberalismo teológico se tornou hoje em um movimento amplo de distintas concepções e perspectivas, caracteri-zado por uma grande diversidade de pensa-mentos, conflitantes ou não. Dentre elas, destacamos a teologia do processo, a teologia da libertação, o Evangelho Social, a teologia feminista e a teologia relacional ou teísmo aberto.

Em contraposição ao movimento modernista, houve uma reação dos teólogos e pastores comprometidos com a teologia ortodoxa protestante. Teólogos como Abraham Kuyper, Charles Hodge, Gresham Machen e Carl McIntire foram grandes nomes da teologia conservadora, que se juntaram a outros pensadores e líderes protestantes, os quais viam a teologia liberal como uma séria ameaça ao cristianismo bíblico. Esse movimen-to reacionário ao modernismo foi cunhado de Fundamentalismo e não surgiu de uma movimentação ou reação à parte da igreja, e sim da própria igreja que reagiu aos movimen-tos dissidentes e externos, como bem afirmou um próprio teólogo liberal, Kirsopp Loke: "

Luciano Hérbet O. LimaEditor da Revista Sã Doutrina

Page 23: Revista contemporanea

a presente edição, a RSD traz à reflexão do querido leitor o Nrelevante tema da Teologia

Contemporânea. A importância de sua investigação está no fato de que tal “movimento” dos séculos XIX e XX é considerado como precursor ou, pelo menos, sistematizador de várias correntes de pensamentos dentro do cristianismo.

A Teologia Contemporânea ficou conhecida como a religião da razão. O naturalismo foi a sua marca distintiva. Dentro do academicismo, grandes embates eram travados entre os teólogos conservadores e liberais, principalmente em relação à inerrância e inspirabilidade divina das Escrituras. Enquanto, para aqueles, a Bíblia continua sendo a imutável e inspirada Palavra de Deus, para estes, a Bíblia, apesar de conter a Palavra de Deus, ela não é mais inspirada do que qualquer outro livro e, portanto, sujeita a erros e impressões particulares de seus autores.

No campo prático da vida cristã, o resultado foi percebido no surgimento de inúmeras igrejas frias espiritualmente, cujos membros passaram a confiar mais na justiça própria do que na obra salvífica de Jesus, conquistada mediante a sua morte e ressurreição. Uma multidão de cristãos está sendo ensinada doutrinariamente distante dos princípios bíblicos. Grande parte dos movimentos cristãos da atualidade sofreu influência, de uma forma ou de outra, do racionalismo ou naturalismo da teologia contemporânea, que, na verdade era um imenso “caldeirão” de idéias, conflituosas ou não.

Uma análise até mesmo mais

superficial da movimentação cristã de nossos dias aponta para os rumos desastrosos que a igreja cristã tem trilhado. Uma melhor apropriação das principais idéias da Teologia Contemporânea pode nos ajudar a entender algumas correntes de pensamento existentes no meio cristão em nossos dias. Nesse sentido, somos gratos aos autores dos artigos da RSD pela valiosa contribuição através de seus conteúdos bem fundamentados, profundos e de agradável leitura de um tema tão pouco explorado, mesmo nas classes das escolas dominicais e reuniões de estudo.

A RSD tem, ao longo desses sete anos, assumido o compromisso de oferecer ao povo evangélico um material com conteúdo bíblico sólido, que expresse fidedignamente os ensinamentos bíblicos sobre a fé cristã. Rogamos ao querido leitor que ore também por nós. Carecemos das graças divinas para termos força e coragem de prosseguir nesse ministério, cujo labor tem sido bastante árduo. Ore para que Deus nos dê sabedoria e orientação. Ajude-nos também na divulgação da revista entre seus amigos e pastores. Nossas limitações têm sido muitas, principalmente porque temos recebido pouco apoio do meio fundamentalista bíblico.

Nossa oração é para que Deus nos fortaleça ainda mais e, à semelhança daqueles 80 varões sacerdotes que resistiram ao soberbo rei Uzias (2 Cr. 26: 17,18), também possamos nos encontrar firmes nAquele que é a Rocha da nossa salvação.

Boa leitura!O Editor.

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Editorial

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têm sido propaladas de muitas outras maneiras. Por exemplo, a Junta de Missões Nacionais, como se estivesse acima das igrejas, levou a Convenção Batista Brasileira a autorizar em assembléia que missionárias não pastoras batizassem e ministrassem a Ceia. Nada contra, porém quem deveria autorizar era a igreja em que a missionária estivesse atuando e não a Convenção. Em outra ocasião, convocados pelo presidente, uma de nossas Convenções Estaduais, praticou a Ceia, como se fosse uma grande igreja batista e como se o presidente fosse o seu pastor.

Agora, por último, aconteceu uma manifestação escancarada de desejo de poder centralizado: O presidente da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil recomendou às igrejas batistas que incluam em seus estatutos que somente poderão pastorear as ditas igrejas pastores que estejam inscritos na OPBB. A desculpa é que, assim, se conseguiria conter “desmandos” que estão acontecendo em nossas igrejas. Mas, que desmandos são esses? Os desmandos escandalosos que temos presenciado são exatamente em nível de liderança de instituições convencionais; os desvios doutrinários mais gritantes saem de nossos Seminários e estão escritos em nossa literatura oficial.

Ora, sabemos das manipulações políticas que acontecem nas instituições denominacionais, sabemos que a OPBB não está, de maneira nenhuma, isenta de manobras para colocação de determinados elementos na direção ou nas direções estaduais. Sabemos que logo começariam a haver rejeições de líderes formados em Seminários que não são da CBB (que convenhamos, deixaram de ser batistas há muito tempo), de líderes que não lêem na cartilha de dominadores, de líderes que se levantam contra todos os desmandos e

desvios doutrinários que estão acontecendo em nosso meio.

Creio que só não deixamos de ser uma denominação batista por causa de muitos pastores heróis que continuam doutrinando as igrejas que pastoreiam, conduz indo -a s a t r avé s do Novo Testamento, firmando-as em Cristo Jesus, independentemente de toda essa liderança que está ruindo juntamente com as i n s t i t u i ç õ e s c o n v e n c i o n a i s q u e , convenhamos, são pára-eclesiásticas.

Se quisermos continuar sendo batistas autênticos, devemos primar por nossos princípios básicos, e um deles é a independência das igrejas. Por isso tudo e muito mais, não devemos incluir nenhuma cláusula restritiva à independência das igrejas nossos seus estatutos.

Pr Dinelcir de Souza Lima

Pastor da IGREJA BATISTA MEMORIAL DE BANGUDiretor do SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO

OESTE CARIOCADiretor da EDITORA BATISTA BRASILEIRA

Batistas da CBB caminham a passos largos para a dominação clerical

Page 24: Revista contemporanea

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Abílio César Dias NascimentoADVOGADO

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NÃO HÁ OUTRO DEUSAutor: John Frame

Recomendamos que a leitura desses livros e de todas as citações Bíblicas seja feita acompanhada da Bíblia Almeida Corrigida Fiel (SBTB), visto ser a Bíblia da Refoma Protestante e dos Puritanos (por equivalência à KJV).

RAÍZES DA TEOLOGIA CONTEMPORÂNEAAutor: Hermisten Maia

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R.C.Sproul, John Frame e outros

Site: www.seminariothompson.com.br E-mail: [email protected]

Revista Apologético-Cristã BimestralAno 7 - 2008 - nº 13

02Editorial

03Teologia Contemporânea

07Teologia relacional

16Quem é o Apologista?

06Neoteísmo (Teísmo Aberto) e Idolatria

10A Igreja Precisa de Teologia?

22Batistas da CBB...

24Indicações Bibliográficas

Sã Doutrina é marca registrada no CRTD de Vitória da Conquista sob nº 81, Livro B-1

(apresentado para registro e apontado sob nº 34.076).

Editor-ChefeLUCIANO HÉRBET OLIVEIRA LIMA

Diretor Geral e Co-editorMARCOS ANTÔNIO FREIRE MARTINS

Conselho EditorialJOSIAS BARAÚNA JR.

HÉLIO DE MENEZES SILVAJOSÉ INFANTE NETO

Conselho TeológicoPR. JOSÉ PEREIRA DA SILVA

PR. DAVID THOMPSONPR. CALVIN GARDNER

RevisãoJOSÉ INFANTE NETO

Direção de arte/DiagramaçãoJAIME PORTELA DE VERÇOSA JR.

Marketing/PublicidadeJOSÉ FLORIVAL SOUSA

CapaGRÁFICA LASERSET

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Pedidos: [email protected]

18Escritura Sacada

14A Falácia dos Liberais

·As opiniões emitidas em artigos subscritos não refletem necessariamente a opinião da Revista. É vedada a utilização, reprodução ou apropriação dos textos, fotos e criações sem autorização por escrito dos titulares dos direitos autorais.

· A RSD adota o Textus Receptus (conjunto de manuscritos fiel e providencialmente preservados ao longo dos anos) e sanciona a ACF, da SBTB, como a Bíblia que melhor conserva as suas características e tradução. Portanto, rejeitamos toda e qualquer tradução bíblica baseada no Texto Crítico. Textos escritos com base no TC somente serão publicados se relevantes e se não for autorizada a mudança.

· Não nos responsabilizamos pelo conteúdo das propagandas constantes das páginas da Revista, principalmente aquelas que destoem da nossa Declaração de Doutrinária ou da fé cristã bíblico-fundamentalista.