Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

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C NT EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XVI NÚMERO 185 JANEIRO 2011 TRANSPORTE ATUAL LEIA ENTREVISTA COM O ECONOMISTA JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO Caminhoneiro tecnológico Perfil do motorista muda e exige atualização profissional constante e conhecimentos das novidades embarcadas dos veículos

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Novas tecnologias de caminhões atraem motoristas jovens, que também buscam na profissão a liberdade de trabalhar na estrada, conhecendo lugares e pessoas; cursos do Sest Senat ajudam a obter destaque no mercado.

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CNTEDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

ANO XVI NÚMERO 185JANEIRO 2011

T R A N S P O R T E A T U A L

LEIA ENTREVISTA COM O ECONOMISTA JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO

Caminhoneirotecnológico

Perfil do motorista muda e exige atualização profissional constante e conhecimentos das novidades embarcadas dos veículos

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 20114

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho

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EDITOR-EXECUTIVO

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Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XVI | NÚMERO 185 | JANEIRO 2011

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA MERCEDES-BENZ/DIVULGAÇÃO

João Paulo dos ReisVelloso quer reduçãode gasto público

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Cidades cresceme pedem soluçõessustentáveis

PÁGINA 50

EXPANSÃO

Réplicas podem ser conhecidasem museus

PÁGINA38

PATRIMÔNIO NAVAL

Veja os cuidadospara uma viagemsem contratempos

PÁGINA32

SEGURANÇA

DIVERSIDADE

Caminhão de empresaatacadista abastecetodo o Brasil

PÁGINA 54

AVIAÇÃO REGIONAL • Participação no mercadoaumenta a taxas superiores a 300%, mas ainda faltainfraestrutura adequada para atender a demanda

PÁGINA44

Novas tecnologias de caminhões atraem motoristasjovens, que também buscam na profissão a liberdade detrabalhar na estrada, conhecendo lugares e pessoas; cursosdo Sest Senat ajudam a obter destaque no mercado

Página 22

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Novas regras para osetor no país estãosendo estudadas

PÁGINA 66

FERROVIAS

SUPERANDO DESAFIOS • Empresas de transporte coletivo urbano investem em treinamentos que motivam os profissionais e promovem a direção defensiva

PÁGINA60

Alexandre Garcia 6

Humor 7

Mais Transporte 16

Boletins 72

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82

SeçõesSEST SENAT

Programa pelo meioambiente define açõespara este ano

PÁGINA 68

Índices de aprovação do governo Lula e expectativas para a gestão da nova presidente,Dilma Rousseff. Confiraesses e outros resultadosda 110ª edição.

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TRANSPORTE EM FOCO

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rasília (Alô) – O medidor de impostosda Associação Comercial de São Paulodiz que em 2010 pagamos R$ 1, 27 tri-lhão em impostos – quase 16% acimado que fora pago em 2009, ou seja, trêsvezes a inflação. E significa que a cada

três meses as empresas e as pessoas destepaís produziram, venderam e trabalharam ummês inteiro para que governos – municipal,estadual e federal – nos prestassem bons ser-viços públicos.

Por triste coincidência, no fim do ano,quando se anu nciou esse valor gigantesco, dacapital do país não se conseguia ir à capitaldo Estado de Goiás, o hospedeiro do DistritoFederal, porque a BR-060 estava interrompidapela água. Ruiu o leito da rodovia recém-feito. E, olhando a espessura do asfalto e aterra sobre a qual foi feita a pista, compreen-de-se perfeitamente por que ruiu, mesmosendo leigo em engenharia. Estradas por aquise derretem com a chuva e, além disso, acu-mulam a água na pista.

Não deve ser falta de tecnologia. Afinal,empreiteiras brasileiras fazem estradas nosEstados Unidos que absorvem a água dachuva, têm fundações sólidas e são construí-das para durar décadas. No entanto, quandofazem estradas por aqui, elas duram pouco –às vezes pouco demais, como essa entreGoiânia e Brasília. Engraçado que, quando umbatalhão rodoviário do Exército constrói

estrada, como a BR-101 em trechos de Recife aNatal, sai rodovia de primeiro mundo, sólida,duradoura, segura.

Não é preciso fazer a demonstração disso.Basta viajar. Pelo Brasil e pelo mundo. Nem épreciso comparar com estradas dos EstadosUnidos ou da Alemanha. Se tivéssemos rodo-vias como as do Chile ou de Portugal já seriaa realização de um sonho. Certa vez, dirigin-do na Itália, parei para olhar de perto a manu-tenção da rodovia. Porque, afinal, havia caído,recentemente, um aguaceiro e não tinha sinalde água na estrada. E percebi que não eraaquela coisa rudimentar, de compactar terrae depois jogar massa asfáltica por cima.Estavam refazendo os alicerces da estrada,uma espessa camada de material, que susten-tava o leito da rodovia.

“Puxa! E aqui tem corrupção”, murmurei.Minha companheira ao lado completou: “Mas vejaque ainda sobra dinheiro para fazer a pista...”

Um empreiteiro construtor de estradas noexterior alega que o governo paga mal. E umamigo norte-americano argumenta que lá ogoverno fiscaliza.

E nós, pagadores de impostos, só quere-mos estradas dignas desse nome. E temostodo direito de tê-las. Afinal, pagamos muitoimposto para isso e também o salário dos queprecisam gerenciar a construção de estradas.Viajar e comparar esclarece. Mas deixa agente com raiva.

B

“Nós só queremos estradas dignas desse nome. E temos tododireito de tê-las. Afinal, pagamos muito imposto para isso”

O imposto e a raiva

ALEXANDRE GARCIA

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Duke

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ENTREVISTA JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO

Defensor de uma reformapolítica consistente deredução das taxas dejuros e da contenção de

gastos públicos no país, o econo-mista João Paulo dos Reis Vellosoacredita que o Brasil ainda temum longo caminho para alcançar,de fato, o desenvolvimento.

De acordo com ele, é chega-da a hora de mudança. E oscaminhos para isso foram apre-sentados no livro “Brasil, novasoportunidades: economia verde,pré-sal, carro elétrico, Copa eOlimpíadas”, da Editora JoséOlympio, com textos de impor-tantes nomes da economianacional sob a coordenação deVelloso. A publicação é resulta-do das discussões de 2010 doFórum Nacional, uma associa-ção de economistas, sociólogose cientistas políticos que tem

como finalidade oferecer pro-postas para a modernização dasociedade brasileira. Criado em1988 pelo economista, o fórumrealiza encontros anuais.

Nascido em Parnaíba,Estado do Piauí, em 1931,Velloso graduou-se na antigaUniversidade do Brasil, atualUFRJ (Universidade Federal doRio de Janeiro), e concluiu, em1964, mestrado pela YaleUniversity, nos Estados Unidos.

No mesmo ano, fundou o Ipea(Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada) e foi seu primeiro presi-dente. Foi ministro doPlanejamento de 1969 a 1979,durante os governos de EmílioGarrastazu Médici e ErnestoGeisel. Em sua primeira fase nocargo, conviveu com o “milagrebrasileiro”, e, na segunda, admi-nistrou a desaceleração da eco-

nomia provocada pela crise dopetróleo do final de 1973.

Em 1991, o ex-ministro tambémfundou o Inae (Instituto Nacionalde Altos Estudos). Além de estar àfrente desse órgão, Velloso é pre-sidente do Ibmec (InstitutoBrasileiro de Mercado deCapitais), uma associação civilsem fins lucrativos, voltada aestudos e pesquisas sobre o mer-cado de capitais.

É autor ou organizador deaproximadamente 70 livros publi-cados sobre a economia brasilei-ra, a maior parte resultante dasdiscussões promovidas nosfóruns que promove. Também émembro do CDES (Conselho deDesenvolvimento Econômico eSocial), criado em 2003 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula daSilva, para debater temas econô-micos e sociais. Desde 2008,

ocupa uma cadeira no Conselhode Orientação do Ipea.Acompanhe a entrevista que eleconcedeu à revista CNTTransporte Atual sobre os novosrumos do Brasil.

No seu livro, lançado apóso Fórum Nacional, em 2010, osenhor apresenta o carro elé-trico e a exploração do pré-sal como as grandes oportu-nidades estratégicas para oBrasil. Como elas devem seraproveitadas?

Talvez a grande oportunidadeseja colocar a questão: será queessa crise que está havendo prin-cipalmente nos países ricos comoEstados Unidos e na UniãoEuropeia não abre ao Brasil a pos-sibilidade de pensar um novo tipode estratégia de desenvolvimen-to? O que queremos dizer com

“Pré-sal, carro elétrico e os eventos esportivos devem ser o Brasil em um país desenvolvido. É esse o novo tipo de estraté

Chance paraPOR LIVIA CEREZOLI

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caminho para transformar o gia que temos que pensar”

isso é que o Brasil conseguiu mini-mizar os piores efeitos da crise,tanto que ano passado já cresceurazoavelmente. Só que a crise faza gente pensar: nós vamos conti-nuar fazendo o mais do mesmo,vamos querer continuar crescen-do sempre um pouquinho? De1900 a 1980, o Brasil foi o país domundo que mais cresceu,segundo um estudo da OECD(Organização para a Cooperaçãoe Desenvolvimento Econômico,da sigla em inglês). Mas isso nãofoi suficiente, porque o desenvol-vimento é uma corrida de longadistância. Pré-sal, carro elétrico eos eventos esportivos devem sero caminho para transformar oBrasil em um país desenvolvido. Éesse o novo tipo de estratégia quetemos que pensar. Nós sempresubutilizamos todas as oportuni-dades que temos.

Qual caminho o Brasil preci-sa percorrer para ser de fatoum país desenvolvido?

Um novo tipo de estraté-gia seria fazer as transforma-ções que não conseguimos.Transformações na própriasociedade. Uma sociedademais ativa, que se manifeste,que controle o Executivo, oLegislativo e o Judiciário. Umasociedade que se revolte comos escândalos políticos de cor-rupção, até mesmo contra ohorror em que se tinha trans-formado a segurança do Brasil.Isso que se está fazendo agora(a ocupação de comunidadesno Rio), com o apoio doExército e da Marinha, nósdeveríamos ter feito há dezanos. O fórum já disse em livro,muitas vezes, que essa ques-tão de segurança tem que

estar em nível federal. Alémdisso, é preciso fazer umatransformação política. Onosso sistema de partidospolíticos é ruim. Não é apenasessa reforma política queestão discutindo por aí, porque isso é apenas uma mudan-ça de legislação, de partido, deeleições. Nós temos que terum bom sistema de partidospolíticos, como Espanha ePortugal fizeram depois dosregimes autoritários. Um siste-ma de partido político quetenha conteúdo programático,que se interesse pela agendade reforma e não deixe essamesma a cargo do Executivo.

Como o carro elétrico podeajudar nesse caminho?

Devemos ter como objetivochegar à melhor matriz energé-tica do mundo, porque nóspodemos fazer isso. Já temosuma boa matriz, mas ela não ésuficiente. Ela pode ser muitomelhor. O carro elétrico é umdos instrumentos. Há um estudodo Ministério do Meio Ambienteque diz que os grandes poluido-res das cidades são os carros,mesmo com a adição do etanolcomo combustível. Então, pro-gressivamente, nós temos quesubstituir esse carro poluidorpelo carro elétrico, que nãopolui e é mais eficiente. Já exis-

RAFAEL ANDRADE/FOLHAPRESS

crescer

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te a tecnologia para isso. Jáexistem montadoras que produ-zem carro elétrico. Agora, é pre-ciso que elas produzam no Brasile em grande quantidade. Há cemanos, existia uma dúvida noBrasil se o futuro do carro esta-va no elétrico ou no motor decombustão. O Henry Ford veiocom a história de que todos ostrabalhadores das fábricas deletivessem carro e, com isso, pas-sou-se então a ter uma produ-ção em massa. É isso que preci-samos fazer com o carro elétri-co, mesmo que de início elerepresente apenas 5% da produ-ção. Nós temos o maior poten-cial hidrelétrico do mundo e porisso temos o maior programa deconstrução de hidrelétricas.

Para o Brasil, devido à nossaextensão territorial, não é maisvantajoso continuar trabalhan-do no desenvolvimento de bio-combustíveis?

Uma coisa não elimina nemexclui a outra. No caso do biocom-bustível, precisamos entrar numasegunda geração de produtos.Com relação à autonomia dos veí-culos, os já existentes podemfazer até 300 km ou ter velocida-de de até 180 km/h. E tudo issopode ser aperfeiçoado. Não setrata do elétrico substituir ocomum em curto prazo. Ele vaisubstituir gradualmente. Mas épreciso começar.

Como resolver os problemasde custo e abastecimento docarro elétrico?

O custo você resolve pela pro-dução em grande escala, comofez o Henry Ford, há mais de cemanos. A Petrobras já tem umabastecimento de carros elétri-cos na Barra da Tijuca, no Rio deJaneiro. O Brasil é capaz de insta-lar em postos de gasolina, porexemplo, um centro de abasteci-mento, ou o sujeito abasteceriaem casa de noite, quando che-gasse do trabalho, como faz coma bateria do celular.

Investir em veículos elétri-cos no transporte urbano, umserviço já subsidiado pelosgovernos, não seria mais inte-ressante?

O Brasil já deveria estar fazen-do isso. Precisamos aproveitar asoportunidades. Mas acredito que,inicialmente, devemos trabalharcom os carros pequenos para irganhando espaço. A ideia é termostrês modelos simultaneamente: ocomum, o flex fuel e o elétrico.Quem for melhor, ganha a corrida.E aí veremos que daqui a pouco,quando todo mundo experimentaros benefícios do carro elétrico,você vai ver como isso vai crescer.É claro que, para isso, precisamosresolver os problemas tributários.Hoje, a alíquota de IPI (Impostosobre Produtos Industrializados)sobre o veículo elétrico é o dobro

dos carros comuns. Ele entra nacategoria outros.

Qual deve ser a posição doBrasil diante da questão ener-gética e ambiental, a partirda descoberta de reservas dopré-sal?

O pré-sal deve ser um instru-mento para criar um grande com-plexo industrial no Brasil porquevai ter, se nós tivermos juízo, uminvestimento gigantesco por parteda Petrobras e outras empresasque atuam na área de petróleo egás. Não é apenas para tirar petró-leo do mar, mas para fazer a trans-formação da economia brasileira.A Venezuela tem muito petróleo ede que está servindo? A Venezuelahoje é pior do que há 30 anos,quando eu estive lá. Também acre-dito que muitos países do OrienteMédio não sabem tirar petróleo.

OPORTUNIDADE Exploração do pré-sal é o

“Poderíamosser um paísdesenvolvido,mas perdemosa parada paraos EUA noséculo 19 e aCoreia do Sul,em 1980. Éhora de nãoperder mais”

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Espera-se que a Copa de2014 e as Olimpíadas de 2016favoreçam grandes investimen-tos no país. Que legado a reali-zação desses eventos esporti-vos podem deixar para o Brasil?

O que interessa é exatamen-te esse legado que será deixa-do. A preparação de infraestru-tura, melhorias no atletismobrasileiro, principalmente notocante aos clubes. É importan-te pensar na herança que fica,de forma que ela não seja mal-dita. É preciso ir às causas.

Barcelona, na Espanha, é umexemplo claro de uma cidadeque se transformou depois darealização dos Jogos Olímpicos.O Rio de Janeiro pode seguiresse mesmo caminho?

Pode seguir de duas for-mas. Primeiro, é preciso rever

o sistema de clubes existentepara evitar que não continuehavendo máfia. Em outros paí-ses, isso é diferente e não exis-tem problemas. Com relação àinfraestrutura, é preciso pen-sar que as obras não são ape-nas para a Copa ou para asOlimpíadas. É preciso pensarque elas são feitas e ficarãopara comunidades ou cidadescarentes desse tipo de serviço.Os eventos acabam, as melho-rias sempre ficam.

O senhor foi ministro doPlanejamento no chamado“milagre brasileiro”. Comoavalia a economia nacionalatualmente? O crescimento éconsistente?

Nós fomos bem quando preci-samos minimizar os efeitos dacrise, porque já tínhamos, inclusi-ve, um sistema de bancos que nãoestava sujeito aos riscos do siste-ma financeiro norte-americano eeuropeu. Mas não podemos acharque com isso o problema estáresolvido. Esse é como o problemada segurança. O primeiro passo foidado. O Mao Tse Tung já diziasobre a Longa Marcha (uma revol-ta de camponeses): ela começoucom o primeiro passo. E é assimem todos os casos. Precisamosdar o primeiro passo. Parece quena questão da segurança, issoaconteceu. Nós temos agora querepensar a maneira que estamosvendo o desenvolvimento brasilei-

ro. Já poderíamos ser um paísdesenvolvido, mas perdemos aparada para os Estados Unidos noséculo 19, depois perdemos para aCoreia do Sul entre 1980 e 1990.Agora é hora de não perder mais.Precisamos ter a visão de umBrasil desenvolvido e saber che-gar lá. Temos hoje uma síndromemacroeconômica constituída naquestão da taxa de juros que é amais alta do mundo; na taxa decâmbio flutuante, mas só flutuapara baixo; e da questão fiscal,onde temos uma dívida públicaenorme. Temos déficit nominal noTesouro, uma altíssima carga tri-butária (carga essa de paísesdesenvolvidos) que usamos paradespesas correntes. O investimen-to desse valor é mínimo. Só 5%das despesas públicas são eminvestimentos. Nos anos de 1980,era qualquer coisa da ordem de20%; em 1987, um ano antes daConstituição, era 15%; depois caiupara 3% e agora subiu para 5%. Ese nós fizermos contenção dedespesas e passarmos a usar areceita mais para investir, além deaumentar o investimento total,estamos até ajudando a resolver oproblema da taxa de câmbio e dosjuros. Já houve quem dissesseque o Brasil deve pensar em tertaxas de juros iguais as de paísesdesenvolvidos, de 2% ou 3%. Euestou de acordo. Só que isso só épossível se tivermos contençãode gastos, principalmente, gastosde custeio público. l

primeiro passo para o desenvolvimento

PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

Como a política econômicabrasileira deve ser repensadaa partir da questão ambien-tal? É possível incorporar apreservação ambiental àestratégia de desenvolvimen-to do país?

Com certeza. Com a novavisão do que seja políticaambiental você passa a ideia doPIB verde, da economia verde.Em lugar de ficar controlandoemissões, é preciso agir preven-tivamente. Ficar estipulandometas de redução de emissõespor ano é como tratar uma pes-soa apenas depois que ela ficadoente. Vamos gerar um PIB tãoverde quanto possível.Precisamos gerar uma indústriaverde, assim como outras áreas,como agronegócio e serviços. Épreciso resolver o problemaantes de ele aparecer.

“Precisamosgerar umaindústria

verde, assimcomo outrasáreas, comoagronegócio e serviços”

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MAIS TRANSPORTE

ITAPOÁ Movimento anual poderá ser de 350 mil contêineres

Porto é inauguradoO Porto Itapoá, terminal privativo de uso misto para amovimentação de contêineres, foi inaugurado no dia 22 dedezembro. O empreendimentoportuário, localizado na Baía daBabitonga, em Santa Catarina,tem como acionistas a PortinvestParticipações (Grupo Battistella eLOGZ Logística Brasil S.A.) e aAliança Navegação e Logística(Grupo Hamburg Süd). O portoestá preparado para movimentar350 mil contêineres ao ano. Deacordo com a assessoria, após otérmino das ampliações, já projetadas, o terminal terá

capacidade para 600 mil contêineres anuais. Itapoá temprofundidade natural de 16metros e está adequado parareceber navios de grande porte,funcionando como um hub-port,um porto concentrador de cargasque possibilitará o atendimentotanto de transporte de longocurso como de cabotagem. Foraminvestidos R$ 475 milhões, sendoR$ 145 milhões dos sócios e R$330 milhões por meio dos financiamentos com a Funcef(Fundação dos EconomiáriosFederais) e à Petros (FundaçãoPetrobras de Seguridade Social).

Juizados nos aeroportosOs juizados especiais de cincoaeroportos atenderam 14.637pessoas em cerca de cincomeses. Em dezembro, foram mais de mil reclamações naJustiça em relação a cancelamentos e atrasos de voos, extravio de bagagem, overbooking e outros problemas.

Desde julho de 2010, os aeroportos de Congonhas eGuarulhos (São Paulo), Galeão eSantos Dumont (Rio) e JuscelinoKubitschek (Brasília) contam comos juizados. O atendimento é gratuito, e o objetivo é solucionar discussões que envolvam até 20 salários mínimos.

EDMLOGOS/PORTO ITAPOÁ/DIVULGAÇÃO

Libras nos ônibus A Real Auto Ônibus, empresa dotransporte coletivo de passageiroscom atuação no Rio de Janeiro,iniciou em dezembro o curso de Libras para seus motoristas e cobradores. O objetivo, segundoa Real, é oferecer atendimento

mais qualificado aos surdos-mudos, por meio da comunicação na LinguagemBrasileira de Sinais. As aulas acontecem na garagem sede da empresa, com duas horas de duração semanais.

INCLUSÃO Empresa oferece curso de linguagem de sinais

CrescimentoO mercado de implementos rodoviários atingiu crescimentode 48,17% no período de janeiro a novembro de 2010,com relação ao mesmo período do ano passado. Olevantamento divulgado pela Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de

Implementos Rodoviários)aponta que os emplacamentosde reboques, semirreboques ecarroçarias sobre chassis,entre janeiro e novembro,alcançaram 151.663 unidades.No mesmo período de 2009, o total de emplacamentos foi de 102.356.

REAL AUTO ÔNIBUS/DIVULGAÇÃO

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Foi lançado no final de outubroo livro “Análise da competitividadeda indústria marítima brasileirae um panorama do setor decabotagem no Brasil e no exterior – Uma visão da construção naval brasileira e seusprincipais atores”. A publicaçãoé resultado de um estudo pioneiro patrocinado pela Finep(Financiadora de Estudos eProjetos) que contou com aparticipação de pesquisadoresdo Departamento deEngenharia Naval e Oceânicada Poli/USP (Escola Politécnicada Universidade de São Paulo).

Solução integrada A Bysoft, empresa especializada em soluçõespara o gerenciamento de processos de comércio exterior, firmou parceria com a Projecta Web, quedesenvolve soluções para o aumento da produtividadedas empresas. O objetivo éviabilizar as demandas detransportadores rodoviários,prestadores de serviços dedesembaraço aduaneiro,agenciamento de cargas,importadoras e exportadoras,entre outros. Com a medida, as empresas pretendem proporcionar ao mercado uma solução integrada ao controle

financeiro, além de emissão de documentos pertinentes à área, por meio dos sistemas da linha i-Global, com total gestão sobre o documentalnecessário e rastreamentodas mercadorias por intermédio de consulta web. A novidade fica por conta dosistema Frotanyware, capazde controlar custos comoabastecimento, pneu e manutenção, emitir documentos fiscais e coleta no transporte de cargas, além de centralizar as informações geradas pelos diversos setores operacionais.

PRÊMIO AMBIENTAL

AFetracan (Federaçãodas Empresas deTransporte de Cargas

do Nordeste) entregou, nodia 3 de dezembro, o PrêmioRegional Excelência emMeio Ambiente para seisempresas de transporte decargas e passageiros. Acerimônia de premiaçãoaconteceu no hotel GoldenTulip, em Recife (PE), duran-te o 27º jantar de confrater-nização dos empresários detransporte rodoviário decargas do Nordeste.

O prêmio é concedidoanualmente desde 2008 etem como objetivo estimular

a adoção de medidas ouações que resultem noaumento da eficiência no usodos combustíveis na produ-ção de bens e serviços, alémde divulgar e disseminarações bem-sucedidas.

Entre os premiados na cate-goria transporte de cargas, oprimeiro lugar foi para aAvelmar Transportes Ltda., osegundo para Gafor Ltda. e o ter-ceiro para JB Transportes deCargas Ltda. Na categoria passa-geiros, as premiadas foram RCRLocação Ltda., Logo TransporteLtda. e Transportadora MarcanLtda., respectivamente em pri-meiro, segundo e terceiro lugar.

Empresas homenageadas

EXCELÊNCIA Newton Gibson premia empresa Avelmar

FETRACAN/DIVULGAÇÃO

Indústria marítima

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MAIS TRANSPORTEFORD/DIVULGAÇÃO

A Ousadia de Ser Líder - a Históriado Homem Que Construiu a VirginUm dos mais bem sucedidosempresários globais mostra como criou um império multibilionário demais de 300 empresas.De: Richard Branson, Ed. Agir, 400 págs., R$ 49

100 Grandes LíderesObra examina a habilidade e o talento para a liderança de cada um e analisa os efeitos que a vida deles tiveram na história. De: Brian Mooney, Ed. Madras, 416 págs., R$ 49

Bilionários por Acaso: a Criação do FacebookA história de como dois estudantes deHarvard criaram o site de relacionamentoque se tornou uma das mais poderosasempresas do mundo.De: Ben Mezrich, Ed. Intrínseca, 232 págs., R$ 22

Investimento em leitura via celularA Infraero investiu R$ 780 mil emequipamentos para leitura, viacelular, de selos bidimensionaisde embarque. Os selos são disponibilizados por algumascompanhias aéreas em papel ouvia check-in. Os equipamentosforam adquiridos por meio decontrato de locação e estão disponíveis em caráter experimental, desde dezembro,

nos principais aeroportos daInfraero, como Brasília, SantosDumont e Congonhas. O objetivoé exercer maior controle do acesso às salas de embarque eagilizar a movimentação de passageiros nos terminais. O selo bidimensional possibilitacoletar um maior número deinformações sobre o perfil dopassageiro que embarca nos

aeroportos administrados pelaautarquia. Além de dados comodata do embarque, companhiaaérea, número e tipo de voo(doméstico ou internacional), jáfornecidos pelo selo tradicional,o novo modelo informa qual o destino do passageiro, além de outros dados que vão auxiliar na elaboração de estatísticas operacionais.

A última geração do Ford Focus teve sua produção iniciada em dezembro, em Saarlouis (Alemanha). Oveículo abastecerá o mercado europeu, nas versões com quatro e cinco portas, e perua. O Focus integrao plano global da Ford de produção de modelos com as mesmas plataformas em três continentes.

Iniciada produção da última geração do Focus

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SEGURANÇA Presidente da Volvo entrega premiação

Transportadora premiada A Dalçoquio recebeu o prêmio Volvo de Segurançano Trânsito 2010, na categoria Transportadora de Carga e/ou Passageiros da região Sul. O programaMotorista Nota 10 foi o responsável pela conquistada transportadora. De acordo com a Dalçoquio,

o projeto proporcionou uma redução média de 40% no número de acidentes da empresa. O 18° Prêmio Volvo deSegurança no Trânsito teve 254 trabalhos de 114 cidades e 19 Estados inscritos em diversas categorias.

VOLVO/DIVULGAÇÃO

Formação de pilotos A Anac (Agência Nacional deAviação Civil), por meio de umaproposta de audiência pública,propôs a criação de centros deinstrução de pilotos certificadospela agência, dentro das empresas aéreas. A propostatambém prevê a criação de uma nova licença: a de tripulação

múltipla. A ideia, segundo a Anac,é permitir a quem deseja se tornar piloto profissional, iniciar a carreira diretamente nasempresas, o que garante uma formação mais especializada enos padrões de cada companhia.A Anac vai julgar a necessidadede alterações no texto original.

TRANSPORTADORA DA VIDA

AVBR Logística conquis-tou o prêmio de desta-que ouro do programa

Transportadora da Vida 2010,entregue pelo Setcergs(Sindicato das Empresas deTransporte de Cargas eLogística no Estado do RioGrande do Sul) e a FundaçãoThiago de Moraes Gonzaga.

A cerimônia foi realizada nodia 30 de novembro, no auditó-rio do Pavilhão do Centro deEventos Fiergs (Federação dasIndústrias do Rio Grande do Sul).O troféu prata foi entregue paraa Luft Agro e o bronze para aTransportadora Transmiro.

Durante o evento, 24 empre-sas de transporte rodoviário decargas também receberam acertificação do programaTransportadora da Vida. Sãoempresas que desenvolveramuma série de programas e açõesjunto ao público interno e exter-

no, além de passar por uma ava-liação realizada em visita técni-ca, com base em uma lista deverificação padronizada.

O programa foi lançado em2006 e tem como objetivosreconhecer, valorizar e incen-tivar ações educativas em prolda educação e segurança notrânsito. São certificadas asempresas do setor que sepreocupam com a segurança ecom a vida, levando aos seusmotoristas, familiares e comu-nidade o conhecimento e aconscientização da responsa-bilidade durante a conduçãodos veículos.

Segundo José CarlosSilvano, presidente do Setcergs,as empresas participantes doprograma apresentaram, em2010, redução média de 22%nos incidentes de trânsito. Oíndice de acidentes fatais caiu apraticamente zero.

Setcergs entrega prêmios

VALORIZAÇÃO VBR Logística ganha prêmio oferecido pelaFundação Thiago de Moraes Gonzaga e pelo Setcergs

JOSÉ LUIS ROCHA/SETCERGS/DIVULGAÇÃO

Page 20: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201120

Crédito de automóveis A Anef (Associação Nacional dasEmpresas Financeiras dasMontadoras) divulgou em dezembro os números de crédito para venda a prazo deautomóveis para pessoas físicas.A soma das carteiras de CDC(Crédito Direto ao Consumidor) eLeasing para compra de veículosatingiu a marca de R$ 179,4bilhões no acumulado de janeiro

a outubro. O montante é 16,3%maior, se comparado ao valor deoutubro de 2009, e 2% superiorao acumulado até setembro de2010. Observadas separadamente,a carteira de CDC chegou a R$ 130,1 bilhões, com crescimentode 44,4% em relação ao mesmomês de 2009. Já o saldo deLeasing decresceu 23,2%, secomparado a outubro de 2009.

Tecnologia para vagõesA AmstedMaxion assinouacordo de transferência de tecnologia e licenciamento com a MG&T, empresa com mais de 20 anos de atuação no Chile. Pelo contrato, a companhia brasileira vai transferir sua tecnologia,qualidade e conhecimentotécnico para a MG&T na

fabricação e manutenção de vagões. Com isso, a MG&T passa a trabalharcom os mesmos sistemas de engenhariaAmstedMaxion. Segundo aassessoria, a aliança com aempresa chilena faz parte da estratégia da AmstedMaxionde expandir a atuação no mercado global.

A Ramos Transportes inaugurou uma nova filial, no polo industrial de Rio Largo, a 20 quilômetros de Maceió (AL). A aquisição do novo terminal se deu em virtude do aumento dademanda em transportes da indústria calçadista, têxtil e de e-commerce

na região. A transportadoraestima um crescimento de 30% com a nova estrutura, que possui uma área de 10.247 metros quadrados e temcapacidade de atender até 42 caminhões simultaneamente.Segundo a Ramos, o investimento foi da ordem de R$ 1,2 milhão.

DEMANDA Transportadora Ramos inaugura filial em Alagoas

PROJETO Teatro é apresentado nas escolas e orfanatos

Ramos investe R$ 1,2 milhão

RAMOS TRANSPORTES/DIVULGAÇÃO

MAIS TRANSPORTE

RAQUEL SANTOS/PORTO RIO DO GRANDE/DIVULGAÇÃO

Porto nas escolas O Porto do Rio Grande realizou durante o mês dedezembro as apresentaçõesdo projeto Porto nas Escolas. A iniciativa faz parte das comemorações de 95 anos do terminal. Cincoentidades, entre escolas,orfanatos e instituiçõescarentes receberam o teatrode bonecos dos personagens

Capitãozinho e sua turma,que repassa aos alunos a história do porto. Segundo osuperintendente JaymeRamis, a ideia é que a apresentação de marionetesse integre às atividades doEscola no Porto, projeto que leva as escolas da região às instalações doPorto do Rio Grande.

Page 21: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 21

PINTURA DE FROTA

As empresas TNT Brasil,Brisa Ônibus S.A., SãoSalvador e TDB Transporte

e Distribuição de Bens Ltda.foram as vencedoras da 42ª edi-ção do Concurso de ComunicaçãoVisual e Pintura de Frotas deTransporte Moderno. A entregados prêmios aconteceu no finalde outubro, em São Paulo, duran-te o evento Maiores e Melhoresdo Transporte e Logística 2010.

Promovido anualmentepela OTM Editora, o concursohomenageia as empresasque apresentarem os melho-res projetos de pintura empelo menos três veículos,nas categorias Transporte deCarga (caminhões e utilitá-rios), Transporte Rodoviáriode Passageiros (ônibus) eTransporte Metropolitano dePassageiros (ônibus). A cate-goria Especial é entregueexcepcionalmente ao compe-tidor que apresentar um sóveículo de edição comemo-rativa.

Vencedora da disputa no seg-mento de transporte de carga, aTNT concorreu com outras 24transportadoras ao primeirolugar da categoria. A Brisa Ôni-bus S.A. teve a melhor colocação

entre as 31 concorrentes dorodoviário, e a São Salvador dis-putou a escolha dos jurados com11 empresas de transporte urba-no de passageiros.

A versão 2010 do concursotambém conferiu à TDB a pre-miação de destaque na catego-ria Especial, em um grupo com-posto por sete empresas.

Concurso escolhe os melhores

BRISA ÔNIBUS Primeiro lugar na categoria TransporteRodoviário de Passageiros

BRISA ÔNIBUS/DIVULGAÇÃO

Transporte de Carga

1º lugar - TNT Brasil2º lugar - Meridional Cargas Ltda.3º lugar - Breda Transportes e Serviços S.A.

Transporte Rodoviário de Passageiros

1º lugar - Brisa Ônibus S.A.2º lugar - Expresso Unir Ltda.3º lugar - Domínio Transportadora Turística

Transporte Metropolitano de Passageiros

1º lugar - São Salvador2º lugar - Londrina Sul3º lugar - Seletivo Seturb

Especial

1º lugar - TDB Transporte eDistribuição de Bens Ltda.2º lugar - Transportes Graciiosa3º lugar - Man Latin America

PRIMEIRAS COLOCADAS

SÃO SALVADOR/DIVULGAÇÃO

SÃO SALVADOR Primeiro lugar na categoriaTransporte Metropolitano de Passageiros

TDB TRANSPORTE Vencedora da categoria Especial

TNT BRASIL Empresa conquistou o primeiro lugar na categoria Transporte de Cargas

TNT BRASIL/DIVULGAÇÃO

TDB TRANSPORTE/DIVULGAÇÃO

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REPORTAGEM DE CAPA

Inovações embarcadas nos caminhões servem como

Sem medo d

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

atrativo para o ingresso de profissionais no mercado

VOLVO/DIVU

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ÃO

a tecnologia

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Page 24: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

Para ser um excelentecaminhoneiro e obterdestaque no mercado detrabalho, não basta mais

saber apenas dirigir bem. Com astecnologias lançadas a cada dianos veículos novos, é necessáriose manter atualizado. Hoje, umbom caminhoneiro, seja ele autô-nomo ou funcionário de empresa,precisa ter noções básicas deinformática e conhecimentossobre os sofisticados mecanis-mos de comunicação por satélite,entre outras novidades.

Essa proximidade da profis-são com o que há de maismoderno, para melhorar tanto asegurança quanto o conforto naestrada, pode ser um atrativo,principalmente para o públicojovem, que tem mais intimidadecom a tecnologia. Para aquelesmotoristas com dificuldades emacompanhar a evolução da tec-nologia, a qualificação tem sidoo melhor caminho.

“É muito importante sequalificar e saber lidar com asnovas tecnologias. Os cami-nhões de hoje têm pilotoautomático, computador debordo, rastreador. São muitomais seguros e confortáveisdo que os antigos. Mas é pre-

encomendas dos Correios, em umAxor da Mercedes-Benz. ParaSilva, a tecnologia é positiva paraa profissão. Ele e o colega consi-deram que as empresas que tra-balham com caminhões maisnovos tendem a atrair mais osprofissionais.

A cada dia, as montadoras lan-çam novidades. Dentro da cabinede uma carreta em movimento,um sinal sonoro pode avisar, porexemplo, que o veículo passoupela faixa central da pista semsinalizar. Isso pode indicar que omotorista está desatento ou deuuma cochilada. Se a direção esti-

ciso saber lidar com eles”, dizLívio Gonçalves da Costa, 29,funcionário da BotafogoTransportes.

Com oito anos de profissão,Costa diz que o perfil do cami-nhoneiro mudou, e ele consideraque as tecnologias dos cami-nhões são atrativas para osjovens. “Hoje, o novo caminho-neiro está mais instruído.Melhorou a escolaridade. Ele pre-cisa também estar atento à quali-ficação. Tem de saber um poucode informática”, diz Costa.

Desde criança, nas brincadei-ras com o irmão mais velho,Costa já pensava que um diaseria caminhoneiro. E a influêncianão veio da família, mas da proxi-midade de sua casa com a BR-040, onde ele acompanhava dia-riamente um pouco da vida dequem trabalha na estrada. Naadolescência, já estava certo dequal profissão queria seguir. Aos21 anos, tirou carteira na catego-ria D, depois conseguiu a E, e hojegarante que não se arrepende.“Esse era o meu sonho de infân-cia. Amo o que faço e sou muitofeliz com a minha escolha.”

O colega dele, Daniel SouzaSilva, 28, nascido no Maranhão,também decidiu cedo que iria tra-balhar nas rodovias. Atualmente,ele e Costa fazem entregas de

ver em zigue-zague, um alarmepode ser acionado, avisando omotorista. Os sistemas de ras-treamento via satélite, cada vezmais sofisticados, informam exa-tamente o trajeto, oferecendosegurança durante a viagem.

Há mais de 30 anos trabalhan-do na cabine de um caminhão, omineiro Renato Pereira Rezende,55, conta que em todo esse perío-do mudou completamente o per-fil que o caminhoneiro de hoje,mais tecnológico, precisa ter. E asempresas, na opinião de Rezende,também precisam se adequar.Atualmente, ele dirige uma carre-

NOVIDADE Daniel Souza Silva considera que a tecnologia dos novos cami

POR CYNTHIA CASTRO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201124

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 25

“As estradas exercem um fascínio muito grande”HISTÓRIAS

Cada dia de trabalho naestrada é diferente dooutro. Mesmo que se repi-tam o trajeto e o destino,uma nova viagem trazsempre novas histórias.Para alguns caminhoneirosque escolheram trabalharnas rodovias, esse é umdos principais atrativos daprofissão.

“As estradas exercemum fascínio muito grande.A gente vive muitas emo-ções diferentes, conhecepessoas e lugares que tal-vez nunca conhecería-mos”, diz Renato PereiraRezende, 55. Casado e paide um filho de 24 anos, eleconta que ser caminhonei-ro foi um sonho cultivadodesde a infância.

Com o pai lanterneiro epintor de empresa de ôni-bus e dois tios caminho-neiros, o transporte sem-pre fez parte da vida de

Rezende. Em 1978, elecomeçou a trabalharcomo carreteiro. Chegou ase aposentar, mas nãoconseguiu ficar parado.“Bateu uma saudadeenorme da estrada.” A dis-tância da família é umadas dificuldades que esseprofissional precisa saberlidar, conforme comentaRezende.

Mas, como definemalguns caminhoneirosentrevistados pela CNTTransporte Atual, “a pro-fissão está no sangue”.Daniel Souza Silva, 28, dizque não consegue se ima-ginar executando outrotipo de trabalho. Além depossibilitar o contato como novo, com novas amiza-des, as viagens o tornaramuma pessoa mais segura,confiante.

“Hoje em dia não tenhomedo de ir a lugar nenhum,

mesmo que eu nunca tenhaouvido falar desse lugar enão conheça ninguém lá.Com a profissão, aprende-mos que, se chegarmos aqualquer canto dessemundo, sempre haverá umjeito. Ser caminhoneiro medeixou mais autoconfiante,mais independente”, afir-ma Silva.

E a sensação de estarcontribuindo para o desen-volvimento do país e tam-bém para o conforto dapopulação que dependedos produtos transporta-dos pelos caminhões éoutro benefício que a pro-fissão apresenta, na opi-nião de quem trabalhanela. “Nosso trabalho estáem tudo. Fazemos parte docrescimento da economiado país, pois somos nósque transportamos. E issoé muito gratificante”, dizRezende.

ta Scania 420 e transporta cimen-to e outros materiais.

“A tecnologia trouxe inúmerosbenefícios. Esses caminhões dehoje praticamente falam com agente. Se o motorista souber usaras tecnologias disponíveis, o índi-ce de acidentes pode reduzirdemais. Não vai acabar, mas vaiquase zerar. É formidável a segu-rança que temos hoje ao dirigiruma carreta moderna”, dizRezende. Ele cita, por exemplo,que o computador avisa atémesmo se o motorista esquecer opé em cima da embreagem.

Sobre a possível falta de

nhões é atrativo, principalmente para jovens

COMODIDADE Caminhões novos oferecem conforto e segurança

JULIO FERNANDES/CNT

SCANIA/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201126

privacidade que seria causadapor alguns equipamentosmodernos que “contam” para aempresa onde o motorista estáe como ele dirigiu em todo opercurso, o mineiro Rezendediz não se incomodar. É melhorgarantir a segurança. “Sou dis-ciplinado e gosto de trabalharda forma correta. Detesto serchamado à atenção. Por isso,para mim, quanto mais equipa-mento tiver pela nossa segu-rança, melhor.”

Sempre que pode, Rezende

Não há dúvidas de que,em qualquer profissão,estar mais qualificadoaumenta as chances de seconseguir um bom empregoe de se obter destaque notrabalho. Com as novas tec-nologias dos caminhões,essa qualificação torna-seainda mais importante parao profissional que desejaseguir na estrada. E é pen-sando dessa forma que ocaminhoneiro Ricardo AlvesPereira, 36, de BeloHorizonte, espera crescerna carreira.

Em dezembro, ele con-cluiu o curso Condutores deVeículos de Transporte deProdutos Perigosos (conhe-cido como MOPP). Pereiraestudou na unidade do SestSenat da capital mineira.Esse curso é obrigatóriopara o transporte de deter-minados tipos de cargas,mas a ideia de Pereira éestar sempre se mantendoatualizado.

“Os cursos que o SestSenat oferece são impor-tantes para abrir a mentedos motoristas, para mos-trar quais são as atitudes

corretas. Com certeza, oscursos aumentam as chan-ces de se conseguir umbom emprego”, diz o cami-nhoneiro.

Consciente da responsa-bilidade de sua missão, eleafirma que o caminhoneiroé responsável pela segu-rança dos condutores dosveículos menores. “Osmotoristas dos carros depasseio são amadores, sóusam o carro para locomo-ção. Nós, que somos profis-sionais, temos que protegeresses condutores.”

TecnologiaO Sest Senat já capaci-

tou pelo menos 8 milhõesde profissionais nas 137 uni-dades espalhadas por todoo país. Neste ano, um doscursos que está em fasefinal de preparação vai dei-xar o caminhoneiro maisatualizado para lidar comas novidades dos veículosde carga. O curso virtualNovas Tecnologias tem 20horas de duração e, na salade aula, os alunos estudamos conceitos e o significadode cada tecnologia. Em um

computador, no laboratório,poderão vivenciar todas assituações que envolvem aatividade. O condutor nãoprecisa ter conhecimentosprévios de informática por-que o curso será desenvol-vido com o acompanha-mento de instrutor especia-lizado.

Em parceria com aMercedes-Benz, o Sest Senatdesenvolve também o cursoCondução Segura e Econômicae o curso ExcelênciaProfissional para Motoristasde Transportes de Cargas,em seis Estados brasileiros(São Paulo, Paraná, SantaCatarina, Rio Grande do Sul,Minas Gerais e EspíritoSanto). Dirigindo um cami-nhão da montadora, os alu-nos aprendem, por exemplo,quais as situações que impe-dem o maior rendimento doveículo durante o desloca-mento. Nos cursos chama-dos itinerários formativos,os alunos também aprendemaspectos de tecnologiaembarcada.

Conheça alguns cursosdo Sest Senat na página 25

SEST SENAT

Qualificação aumenta chances de emprego

“Hoje, o novo caminhoneiro escolaridade. Ele precisa tam LÍVIO GONÇALVES DA COSTA, 29, CAMINHONEIRO

ATUALIZAÇÃO Ricardo Alves Pereira

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 27

busca informação sobre o que háde novo no mercado, em revistas,jornais ou livros. Fazer cursos,oferecidos pela empresa que tra-balha e pelo Sest Senat (ServiçoSocial do Transporte e ServiçoNacional de Aprendizagem doTransporte), também tem sidouma estratégia adotada por elenos últimos anos para se manteratualizado depois de algumasdécadas de profissão.

O diretor da AutotracComércio e Telecomunicações,Márcio Toscano, afirma que tanto

CYNTHIA CASTRO

está mais instruído. Melhorou a bém estar atento à qualificação”

Administrador da Frota

Público-alvo: Profissionais das áreas operacionais, de controle de frota e de logísticaObjetivos• Conhecer instrumentos para o planejamento da frota• Conhecer os fatores para decisão entre frota própriaou contratada

• Identificar o momento certo para renovar a frota

Atendimento Eficaz ao Cliente

Público-alvo: Profissionais de qualquer segmentoObjetivos• Compreender a importância de conhecer as características da empresa

• Perceber que controlar emoções, diminuir o estresse e gerenciar problemas com eficiência são atitudes fundamentais no atendimento a clientes

• Perceber como ocorre a fidelização dos clientes ecomo mantê-los

Direção Preventiva

Público-alvo: Condutores em geralObjetivos• Reconhecer as atitudes que configuram comportamentoseguro e de risco

• Identificar as atitudes que evitam acidentes compedestres

• Identificar os componentes do veículo que demandammanutenção periódica

Condução Econômica

Público-alvo: Condutores de veículos de cargas e depassageirosObjetivos• Conhecer as principais regras práticas da conduçãoeconômica

• Identificar aspectos que dificultam o deslocamentodos veículos, impedindo o maior rendimento no deslocamento

• Conhecer a tecnologia embarcada de apoio à condução econômica

Informática Básica

Público-alvo: Profissionais de empresas de qualquersegmento

Objetivos• Explicar o que é um programa e identificar suasresponsabilidades

• Utilizar as principais ferramentas de trabalho do Word• Entender a organização da Internet

Cursos Operacionais do Transporte de Cargas

Público-alvo: Profissionais da área de gestão das empresas de transporte de cargas e armazénsObjetivos• Conhecer a diferença entre gastos, custos e despesas• Conhecer métodos de cálculos de custos operacionais• Conhecer as aplicações dos custos nas empresas

Condutor de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos

Público-alvo: Condutores interessados em atuar notransporte de produtos perigososObjetivos• Conhecer a normatização para condução de veículosde transporte de produtos perigosos

• Aprender sobre a responsabilidade do condutor detransporte de produtos perigosos

• Entender a responsabilidade civil e criminal do condutor

Manuseio de Cargas Perigosas

Público-alvo: Profissionais da área de transporte de cargas e armazénsObjetivos• Aprender como são classificados os produtosperigosos quanto aos riscos de manuseio e transporte

• Saber verificar as informações da ficha de emergênciae do envelope de transporte com a nota fiscal

• Conhecer a ficha de informação de produtos químicos

Transportador Autônomo de Cargas

Público-alvo: Condutores autônomosObjetivos• Capacitar para o gerenciamento e planejamento correto de sua atividade

• Conhecer e identificar os principais equipamentos de tecnologia embarcada

• Mostrar procedimentos de segurança no transporte e arrumação de mercadorias

Fonte: Sest Senat

ATUALIZAÇÃOSaiba mais sobre alguns cursos oferecidos nas unidades do Sest Senat

fez curso no Sest Senat de Belo Horizonte

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201128

o caminhoneiro autônomo quan-to aquele que trabalha em umatransportadora já entenderamque a tecnologia é uma excelentealiada. “Não há mais espaço paracaminhoneiros que não respei-tam as regras de segurança, asnormas ambientais, os horárioscontratados de coleta e entrega enão dominam os recursos dispo-níveis no caminhão para fazê-loser mais eficiente”, diz Toscano.

Segundo ele, “esse funil temcontribuído para que a categoriase torne mais especializada e queefetivamente contribua para ocrescimento das empresas em

“As estradas exercem um fascínio muito diferentes, conhece pessoas e lugares RENATO PEREIRA REZENDE, 55, CAMINHONEIRO

Atualmente, o Brasil temaproximadamente 1,4 milhãode caminhões em operação.O número de caminhoneirosé ainda maior, e a demandapor esse profissional estáaumentando. Há a necessi-dade de mão de obra qualifi-cada, e a tendência é que oBrasil precise ainda de maiscaminhoneiros nos próxi-mos anos.

Mais de 60% do transpor-te de cargas se dá pelo modalrodoviário, e a mudança namatriz deve demorar anospara acontecer. O Brasil temregistrado crescimento eco-nômico expressivo. Com isso,torna-se mais necessária aatuação do caminhoneiro,conforme destaca o presiden-te da Fenatac (FederaçãoInterestadual das Empresasde Transporte de Cargas),José Hélio Fernandes, tam-bém conselheiro da CNT.

“A venda de caminhõesestá aquecida, a economiaestá aquecida. E já temosmuitas empresas com cami-nhões parados por falta demão de obra. É um problemageneralizado em todo o Brasil

e atinge também outras pro-fissões”, diz Fernandes.

Em 2010, as montadorasbateram o recorde históricode vendas no Brasil. De janei-ro a novembro, foram vendi-dos 140,2 mil caminhões,quase 50% a mais que nomesmo período do ano ante-rior. A maior parte, 45.591(67,5%) é da categoria cami-nhão pesado. E a Anfavea(Associação Nacional dosFabricantes de VeículosAutomotores) atribui o recor-de ao aquecimento da econo-mia e às obras do PAC(Programa de Aceleração doCrescimento).

A maior movimentaçãonas estradas para escoar osprodutos do agronegócio,da mineração e também oincremento na construçãocivil está aumentando ademanda por caminhonei-ro. “Se as vendas continua-rem nesse ritmo, em dezanos teremos mais de 1milhão de caminhões novosentrando no mercado.Precisaríamos de, no míni-mo, a mesma quantidade demotoristas, o que não é

tarefa nada fácil”, diz o pre-sidente da Fenatac.

O presidente da Fecam(Federação dos CaminhoneirosAutônomos dos Estados do RioGrande do Sul e SantaCatarina) e conselheiro daCNT, Eder Dal´ Lago, destacaque “sem caminhão o Brasilpara”. O presidente da Abcam(Associação Brasileira dosCaminhoneiros), José daFonseca Lopes, tambémpresidente da seção detransportadores autôno-mos, de pessoas e de bensda CNT, reforça a importân-cia de treinar os motoristaspara que eles possam ope-rar com eficiência as novastecnologias disponíveis nomercado.

Entretanto, em relaçãoaos autônomos, Fonseca des-taca que eles têm dificulda-des em obter caminhõesnovos e tecnológicos. “O pro-blema é que o autônomo nãotem como comprovar rendanem tem acesso aoProcaminhoneiro (programade financiamento do BNDES),para renovar sua ferramentade trabalho”, diz.

MERCADO DE TRABALHO

Demanda por caminhoneiro vai aumentar

EMOÇÃO Para Renato Pereira Rezen

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 29

ESCOLHA Lívio Gonçalves da Costa diz que só se imagina sendo caminhoneiro

que atua”. A Autotrac, em opera-ção desde 1994, atua no segmen-to de comunicação móvel dedados, monitoramento e rastrea-mento de frotas.

A empresa desenvolve produ-tos e serviços para o setor detransportes, nos modais rodoviá-rio, ferroviário e hidroviário. Odiretor afirma ainda que, com aoferta dos sistemas, os caminho-neiros “passaram a ter maissegurança e apoio nas estradas,além de aprimorar a sua formade operar a logística e a própriacondução do veículo”.

Entre os sistemas que a

Autotrac oferece estão produtospara frotas de longa distância(baseados em tecnologia viasatélite), aparelhos para opera-ções urbanas e equipamentosespecíficos para a telemetria docaminhão (técnica de processa-mento e transmissão de dados adistância), úteis para empresasque transportam cargas perigo-sas ou têm frota pesada.

AtualizaçãoAlém de atrair jovens moto-

ristas e estimular muitos vete-ranos a se atualizarem, a tec-nologia contribui para que

aumente a procura por mão deobra mais qualificada. A neces-sidade de atualização dosmotoristas de caminhão emrelação às novas tecnologiasdisponíveis no mercado é umademanda que vem sendo levan-tada pelos empresários dosetor de transporte.

Quem domina as técnicastem mais chances de colocaçãono mercado. Com isso, o profis-sional acaba se interessandoem aprender para driblar asdificuldades, conforme destacao presidente da Fetcemg(Federação das Empresas de

Transportes de Carga do Estadode Minas Gerais), VanderFrancisco Costa, também conse-lheiro da CNT.

Segundo ele, um grandedesafio das empresas para seconseguir bons motoristas é otreinamento (e conscientiza-ção) sobre segurança e sobreos procedimentos corretos naestrada. “As empresas queinvestem em segurança e trei-namento conseguem se dife-renciar. Há uma necessidadeenorme de se conscientizar omotorista para a importânciade uma direção defensiva.”

grande. A gente vive muitas emoções que talvez nunca conheceríamos”

CYNTHIA CASTRO

JULIO FERNANDES/CNT

de, conhecer pessoas e lugares é um diferencial da profissão de caminhoneiro

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Oespírito heroico presente nos caminhoneiros que trabalham diariamente nas rodovias brasileirasestá reportado no livro “Caminhoneiro Herói”, de Graziela Potenza e Francisco Reis, lançado nosegundo semestre de 2010 pela Tudo em Transporte Editora, que edita a revista“Caminhoneiro”. Vinte e cinco profissionais, de diferentes idades, contam casos interessantes

ocorridos durante o trabalho. São histórias que passam pela solidariedade com outros motoristas e pas-sageiros, pelos desafios encontrados nas rodovias e pelos encontros interessantes proporcionados pelaprofissão. O caminhoneiro Nardi Manuel da Silva, 63, relata, por exemplo, que teve o prazer de conhe-cer o velejador Amyr Klink durante uma viagem de trabalho. “Sem querer ser pretensioso, em ummomento da viagem me senti como ele: um desbravador solitário. Enquanto ele ia ficar um bom temposozinho no mar, eu estava atravessando um deserto de 600 km de distância, onde não se via ninguém.Era eu, meu caminhão e Deus.” O livro comemora os 25 anos da revista “Caminhoneiro” e teve patro-cínio da Mercedes-Benz e incentivo da Lei Rouanet. Segundo os organizadores, o projeto tem o objeti-vo de valorizar a dedicação dos caminhoneiros ao trabalho e mostrar a importância da atuação dessesprofissionais para o desenvolvimento do país. Leia a seguir trechos de algumas histórias.

O herói das rodovias

‘Enfrentando o mistério do de

serto’

“Conheci o Brasil inteiro e fiz algu

mas viagens por países vizinhos. A q

ue mais me marcou

foi a que fiz para o Ushuaia, na Ar

gentina, onde tive a oportunidade

de conhecer Amyr

Klink, o velejador que deu a volta

na calota polar, sozinho em um barco. Fui encarr

egado de

transportar um caminhão-tanque, com 30 mil litros de óleo d

iesel, da base da Petrobras em

São José dos Campos (SP) até a cid

ade de Ushuaia. Uma viagem de 4.000 quilôm

etros. A

Petrobras patrocinou o óleo diese

l que foi especialmente desenvolvid

o para suportar baixas

temperaturas, afinal Amyr Klink ia descer

rumo ao Polo Sul e um diesel comum poderia dar

problemas. A empresa na qual eu trabalhava patroc

inou o transporte e eu tive a oport

uni-

dade de conhecer lugares lindos e

uma pessoa incrível como o Amyr Klink. E, sem querer

ser pretensioso, em um momento da viagem me senti como ele: um desbravador soli

tário.

Enquanto ele ia ficar um bom tempo sozinho no mar, eu estava atra

vessando um deserto de

600 quilômetros de distância, onde não se vi

a ninguém. Era eu, meu caminhão e

Deus...Cheguei ao porto onde estav

a o barco de Amyr Klink e descarreguei o diesel. E

le já

estava pronto para partir...No meu coração de ca

minhoneiro, aventureiro por excelên

cia,

senti uma vontade de trocar de veículo e ir

naquele barco em busca de aventu

ra. Mas,

pensando bem, meu caminhão balança bem menos e é muito mais confortável...”

Nardi Manuel da Silva, 63

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201130

Page 31: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

Serviço

Livro: “Caminhoneiro Herói”Site:www.caminhoneiroheroi. com.brMais informações: pelo telefone (11) 3049-1799ou e-mail historias@caminhoneiroheroi. com.br

Fonte: Livro “Caminhoneiro Herói”

‘O próximo em primeiro lugar’

“Moro na cidade de Campo Belo (MG). Trabalh

o por conta própria

dirigindo um caminhão truck baú, ano 1983. Há quatro meses, estava

retornando de Belo Horizonte, passava pe

lo trevo de Campanha, na

Fernão Dias – porta para o Circuito das Ág

uas e também aos que se

destinam a cidades importantes como o Rio de Janeiro, ouvindo

louvores evangélicos. Esse tipo de música me acalma. O céu era de

brigadeiro e a visibilidade excelente. De r

epente, olho para a esquerda

da rodovia e avisto um carro branco com as rodas para cima...Vi um

rapaz acenando desesperadamente...Resolvi parar...

Ao chegar perto

desse rapaz, que se encontrava em estado de choque e

apontava para

o automóvel, percebi que a situação era difícil, po

is ele pedia ajuda

quase sem fala. Quando olho para o carro, vejo uma pessoa presa ao

volante, muito machucada e mais duas pessoas reclamando de dor,

no banco de trás do carro...Me mantive calmo e usei minha vasta

experiência para transmitir tranquilidade a e

les. Situação

aparentemente controlada, o próximo passo foi pegar o t

elefone e

ligar para o socorro da Autopista, em busca de um resgate...”

Raimundo Roberto Pereira, 44

‘Sou caminhoneira e não me rendo nunca’“Enfrentei muitos problemas por ser mulher em uma profissão dominada peloshomens, mas sempre tirei de letra. Com relação ao preconceito, me acostumei e osinto apenas de uma minoria de homensmachistas e desinformados. Fiz grandes amigos por essas estradas. Fui ajudada por eles em algumas situações e cheguei a ajudá-los em outras. Afinal, o buraco da estrada não vê sexo, estoura o pneu do caminhão de homens e de mulheres. O preconceito, tiro de letra...” l

Roseli Dutra Nascimento, 58

‘Honestidade acima de tudo’“Desde pequeno, aprendi com minha mãe que a gente não deveficar com aquilo que não nos pertence. Hoje, além de praticar esseditado no meu dia a dia, repasso a importância disso aos meusfilhos. Um dia desses, em São Luís do Maranhão, resolvi parar emum posto para almoçar. Quando cheguei ao banheiro, vi uma bolsapendurada em um dos chuveiros. Cheguei perto e percebi que estava aberta e cheia de dinheiro. Como eu não tinha a intenção de ficar com ela, nem me preocupei em saber o valor total. Apenaspeguei a bolsa e guardei esperando que o dono voltasse para buscar. Uns 15 minutos depois, entra no banheiro um senhor deidade, apressado e nervoso, procurando pela bolsa. Eu fiz algumasperguntas sobre a cor e o que tinha dentro, até me certificar de que ele era realmente o dono. Quando tive a certeza, entreguei a bolsa para ele, que ficou muito contente...”Alvino Ribeiro, 55

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 31

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Manutenção constante erevisão mecânica, sejaem veículos de passeioou de carga, são cuida-

dos básicos para garantir uma boaviagem. Além deles, a escolha peloposto adequado na hora de abas-tecer pode significar um percursotranquilo e sem surpresas desa-gradáveis. Entidades e especialis-tas afirmam que, antes de qual-quer excursão, a melhor dica éplanejar o roteiro e pesquisar os

estabelecimentos disponíveis aolongo da via.

Alísio Vaz, vice-presidente-exe-cutivo do Sindicom (SindicatoNacional das EmpresasDistribuidoras de Combustíveis ede Lubrificantes), diz que umaopção viável ao escolher o postode abastecimento é reconhecer amarca do local. “Se a bandeira forassociada a bons serviços e pro-dutos, ele é confiável. O motoristadeve considerar se o local tem

essa marca de respeitabilidade”.Vaz afirma que a aparência doestabelecimento também podeindicar bons serviços. “Iluminação,pista limpa e uso de uniformespelos funcionários sugerem que olugar é benquisto. Outros aspectoscomo refeição, troca de óleo,lavagem e demais funções quepodem completar a necessidadedo motorista também servemcomo diferencial.”

Ele afirma que, por muitas

vezes, o motorista se vê atraídopelo preço. Mas, segundo o diri-gente, a vantagem econômica nãorepresenta garantia de qualidade.“O valor não deve ser preponde-rante sobre outros aspectos deconfiabilidade, como segurança,por exemplo.” Combustíveis adul-terados são uma realidade tantonas estradas quanto nos grandescentros urbanos. “Milagre nãoexiste. O motorista, esteja ele emcarro de passeio ou caminhão,

Planejar é amelhor opção

POR LETICIA SIMÕES

ESTRADAS

Revisão do veículo, escolha do posto de combustível e paradas para descanso são atitudes

que garantem uma viagem tranquila

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não pode levar como condição deabastecimento o preço. O queexiste é uma média para fixar osvalores”, afirma José AlbertoPaiva Gouveia, presidente doSincopetro (Sindicato do ComércioVarejista de Derivados de Petróleodo Estado de São Paulo).

Por meio de sua assessoria deimprensa, a ANP (AgênciaNacional do Petróleo, Gás Naturale Biocombustíveis) afirma que oconsumidor pode e deve exigir o

teste de proveta (que mede o teorde álcool na gasolina) sempre quejulgar necessário. Além disso, indi-ca a entidade, solicitar a nota fis-cal do posto revendedor podeauxiliar em reclamações futuras.

De acordo com a ANP, o moto-rista também deve verificaroutras obrigações do estabeleci-mento, como a exposição do qua-dro de aviso da agência em localdestacado e visível. Ele exibe onome e a razão social do posto

revendedor, o endereço eletrônicoda autarquia e o número de telefo-ne do CRC (Centro de Relaçõescom o Consumidor). O quadroinforma também que as queixasdo cliente não atendidas peloposto devem ser encaminhadasao CRC, em ligação gratuita.

A agência enfatiza que, no casode postos de bandeira branca (quenão têm vínculo contratual comdistribuidora específica), o consu-midor precisa observar se o nome

da distribuidora da qual o postoadquiriu os produtos está infor-mado na bomba abastecedora.“Com combustível adulterado, oveículo consome muito mais, nãosó na estrada como nas cidades. Oproprietário do posto é quemgarante a qualidade do local e dosserviços prestados. Existem osgrandes líderes de mercado, maso relevante são bom atendimentoe combustível de qualidade”, dizGouveia, do Sincopetro.

PAULO ASSIS/FUTURA PRESS

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“Postos bandeirados têm umarotatividade grande de combustí-vel e, por isso, a chance de se tercombustível adulterado é menornesses locais”, afirma o professordo departamento de EngenhariaMecânica do Centro Universitárioda FEI (Fundação EducacionalInaciana), Ricardo Bock.

O professor diz que a opçãoentre etanol e gasolina dependedo modelo e da região por ondeo veículo irá trafegar. Ele ressal-ta que a diferença de energiaentre eles é de 30%. “Um quilode etanol vai gerar 30% menoscalor do que o de gasolina. Arigor, é a mesma diferença dopreço na bomba. Se esse refe-rencial for menor que 30%,

Indicações via rádio auxiliam profissionais na estradaAPOIO

Os motoristas profissio-nais mantêm um canal decomunicação para a trocade informações sobre ascondições das rodovias edos postos de combustí-veis disponíveis em suasrotas. A difusão é feita,geralmente, via rádio PX,uma faixa de radiofrequên-cia utilizada por radioama-dores, com licença daAnatel (Agência Nacionalde Telecomunicações).

Fábio Simão, gerente-comercial da ATACSP, confir-ma que 99% da comunica-ção entre os caminhoneirosé feita via rádio PX. “Essatroca facilita em tudo. Elespodem ter acesso a infor-mações variadas sobreonde encontrar um postoque ofereça bom preço eatendimento, chuveiro eoutros serviços.”

De acordo com Simão, asfranquias e as bandeirasderam credibilidade aosetor. “A preferência doscaminhoneiros pelos postosbandeirados comprova amelhoria do atendimento eda qualidade dos combustí-veis comercializados.”

O professor do departa-mento de EngenhariaMecânica da FEI RicardoBock aprova o estabeleci-mento da rede entre osprofissionais. “Quem estána estrada tem condições

de avaliar os estabeleci-mentos e indicar os maisadequados às suas necessi-dades. A troca de informa-ção auxilia, inclusive, naquestão da segurança paraa categoria.”

O caminhoneiro JúniorCésar Ferreira, filiado aoSindtanque-MG (Sindicatodos Tanqueiros de MinasGerais), diz que a comunica-ção via rádio PX é feita dia-riamente entre os motoris-tas da entidade. “Às vezes,muitos fazem a mesma rota.Quem pega estrada maiscedo indica os locais melho-res, recomendando ou não,determinado posto para oscolegas.”

Para José da FonsecaLopes, presidente da Abcam(Associação Brasileira dosCaminhoneiros), os melho-res postos estão concentra-dos nas rodovias concessio-nadas. “As estradas peda-giadas têm postos comótimo atendimento. A BR-116tem uma estrutura muitoboa com atendimento einfraestrutura adequados.Acredito que em algumasrodovias das regiões Nortee Nordeste as condiçõesdesses estabelecimentosainda deixem a desejar.”

Dezenas de unidades doSest Senat estão anexas apostos de combustíveis. NoSest Senat de João

Monlevade (MG), a presençados motoristas que trafe-gam pela BR-381 é frequentenos atendimentos odontoló-gicos urgentes. “Motoristasque passaram por um aten-dimento emergencial aca-bam fazendo todo o trata-mento na unidade, mesmosabendo que existem outraspróximas de suas casas, emoutras regiões”, afirma odiretor José Hairton daSilva. A unidade de JoãoMonlevade é anexa ao postoMarfim, onde pernoitam,aproximadamente, 130caminhoneiros diariamente.

O Sest Senat de Três Rios(RJ) também é anexo a umposto de combustível.Maristela Spinelis Costa,diretora da unidade, afirmaque o motorista profissionalaproveita os intervalos dopercurso para buscar aten-dimento odontológico.“Todos os dias atendemosmotoristas que estão depassagem pelo posto.Alguns vêm até a unidadeagendar e outros telefonamda estrada, informando aque horas irão chegar.Dessa maneira, consegui-mos agilizar o atendimentoao usuário sem atrasar aentrega de sua carga.” Noposto anexo ao Sest Senatde Três Rios, pernoitam 50motoristas, em média, dia-riamente.

ESTRUTURA Unidades do

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muito provavelmente será maiseconômico o uso do etanol.” Deacordo com ele, esse percentualsignifica que, abastecido somen-te com etanol, o carro terá con-sumo maior de combustível, poiso motor compensa a altercaçãoforçando-se mais.

Vaz, do Sindicom, destaca apossibilidade que o motorista bra-sileiro tem em optar pelo etanol oupela gasolina. “O consumo de eta-nol disparou em 2009, mas regis-trou queda de 10% este ano, emrelação ao anterior, devido à altado preço. A relação de preço entreetanol e gasolina é o fator que indi-ca a decisão do consumidor.”Segundo ele, nas estradas, odesempenho do veículo pode

pesar na decisão. “Se existe neces-sidade de prolongar a autonomiado carro, a gasolina pode ser maisinteressante para o motorista.”

A ANP afirma que a seleção docombustível mais adequado deveser feita segundo a orientação dofabricante do veículo, por meio daconsulta ao manual do proprietá-rio ou ao serviço de atendimentoao cliente, quando necessário.Segundo a agência, em caso decarros importados, normalmenteo valor de octanagem (índice deresistência a combustíveis) éinformado e deve-se selecionar ocombustível cujo valor de octana-gem mais se aproximar ao estipu-lado pelo fabricante. As distribui-doras brasileiras são obrigadas a

misturar na composição do diesel(combustível que abastece amaioria dos caminhões) 5% debiodiesel, desde 2008.

FacilidadesPara Bock, o planejamento

antes de pegar a estrada é sinôni-mo de uma viagem sem surpresas.“Hoje em dia, o motorista encontramuitas facilidades para se progra-mar. Mapas, Internet e outros meiosestão bem acessíveis. Isso podegarantir uma viagem segura. Paradistâncias acima de 2.000 km, essalogística fica mais difícil, mas, aindaassim, é possível uma pesquisa.”

O caminhoneiro Luiz CarlosNeves, presidente da Fenacat(Federação Nacional das

Sest Senat são pontos de apoio para motoristas nas rodovias do país

JULIO FERNANDES/CNT

Associações e Cooperativasde Caminhoneiros eTransportadores), tambémaconselha levantar informa-ções sobre o destino. “Casoseja a primeira viagem, é viá-vel colher notícias com quemjá conhece o lugar. Os cami-nhoneiros podem obtê-lascom os próprios colegas. Se omotorista estiver a passeio,um amigo que já tenha ido aolocal pode ajudar. Sites deconfiança ou das concessio-nárias das rodovias tambémsão bons canais.”

Na opinião dos caminhoneiros,há postos bons e ruins em todasas regiões. “Alguns deixam a dese-jar na infraestrutura. Não ofere-

MANUAL DO MOTORISTA

Como encontrar o melhor posto

• Abastecer sempre em postos com bandeira reconhecida, pois

têm maior rotatividade de combustível e, geralmente, oferecem

melhores serviços e infraestrutura

O que fazer em caso de suspeita de adulteração

• Denunciar o posto revendedor à ANP, por meio da seção Fale com a

ANP, no site www.anp.gov.br ou na Central de Atendimento 0800 970

0267 (ligação gratuita). Para que a denúncia seja registrada, é

necessário que o consumidor informe o nome, o endereço e o

CNPJ do estabelecimento

O que fazer em caso de pane seca

• Entrar em contato com a concessionária da rodovia, caso

seja privatizada

• Entrar em contato com a Polícia Rodoviária, em caso de estradas

administradas pelo poder público

• Contatar a seguradora

• Em casos de veículos não assegurados, abordar os veículos

que passam na rodovia para solicitar ajuda

Fontes: ANP/Fenacat

Dicas para quem vai pegar a estrada

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Para ele, abastecer em postosbandeirados é uma garantia detranquilidade para todos os moto-ristas. “Frequentar postos conhe-cidos e não mudar muito é umasugestão que repasso aos asso-ciados do sindicato.”

Fábio Simão, gerente-comer-cial da ATACSP (Associação dosTransportadores Autônomos deCargas de São Paulo), diz que asegurança tem pautado a escolhados caminhoneiros. “Muitos pos-tos estão em situação precária.Faltam sinalização, garantias eespaço físico para pernoitar. Porisso, os motoristas procuram sem-pre os locais mais conhecidos eque possuem segurança própria,pois durante a madrugada aconte-cem muito roubos.”

A ANP não possui levantamen-to de quantos postos de combus-tíveis existem nas estradas brasi-leiras. O Estado de São Pauloconta com, aproximadamente,850 deles, espalhados pelasrodovias federais e estaduais,segundo o Sincopetro.

De acordo com Alísio Vaz, doSindicom, não existem estudosque indiquem qual o intervaloideal para o abastecimento nasrodovias. “O que é mais reco-mendável, em termos de capaci-dade de concentração, são deduas a três horas. Esse período éo limite indicado para que omotorista, profissional ou não,pare e descanse”. Neves, daFenacat, afirma que o aconselhá-vel é se basear na marcação dotanque. “Sempre que atingir amarca de 2/4 de consumo é bomabastecer, pois não existe nasrodovias indicação de quilôme-tros para o próximo posto.”

De acordo com ele, quandonão houver postos e o motoristaficar sem combustível, a dica éentrar em contato com a conces-sionária da rodovia, caso sejaprivatizada, ou com a PolíciaRodoviária, em estradas admi-nistradas pelo poder público.“Contatar a seguradora, se hou-ver sinal de telefonia celular nolocal, também é uma saída. Se oveículo não for assegurado, aalternativa é abordar os veículosque passam na rodovia e solici-tar ajuda”, diz Neves. l

rodovias. O tempo de estrada con-tribui para acharmos os melho-res.” Uma boa dica do caminhonei-ro para profissionais ou não éverificar se o posto tem cami-nhões estacionados. “Se há mui-tos caminhões em um posto, ésinal de que ali tem boa comida ebom serviço.”

Roberto Pessoa Costa foi cami-nhoneiro por 30 anos. Hoje, à fren-te do Sindicato dos CaminhoneirosAutônomos do Mato Grosso, dizque o atendimento e a qualidadedos combustíveis melhorarammuito. “Já estive em postos quecausavam vergonha, sem a menorcondição de funcionamento. Issomudou. Hoje há lugares que ofere-cem segurança para auxiliar ocaminhoneiro.”

cem banheiros limpos e o preçodo diesel é muito diferenciado deum Estado para outro”, afirmaJosé Geraldo de Castro Gonçalves,caminhoneiro autônomo há 13anos. Ele diz que não tem postoscertos de parada, mas os maisindicados pelos colegas são aque-les que possuem bandeiras conhe-cidas. “Postos de grandes redes,geralmente, oferecem vigia notur-no. Eles ajudam a cuidar do cami-nhão. Para quem trabalha naestrada, isso é muito importante.”

Caminhoneiro autônomo há 15anos, Júnior César Ferreira diz quepostos bem estruturados, comsegurança e infraestrutura paraos motoristas são raros, mas exis-tem. “Esses estabelecimentosestão espalhados por todas as

COMBUSTÍVEIS Postos com bandeira oferecem mais garantia, diz professor da FEI

FREDERICO HAIKAL/JORNAL HOJE EM DIA/FUTURA PRESS

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Opatrimônio navalbrasileiro, que pormuito tempo perma-neceu restrito ao

universo das populações cos-teiras e ribeirinhas, ganhouas salas de museus. Réplicasde embarcações tradicionaisforam produzidas em escala,para contemplar o acervo doMuseu Nacional do Mar, emSão Francisco do Sul (SC).Modelos em miniaturas estão

disponíveis no Museu Naval,no Rio de Janeiro. Outraopção para os admiradoresdessa riqueza nacional é oEspaço Cultural da Marinha,também na capital fluminen-se. Além das exposições, oprojeto Barcos do Brasil, idea-lizado pelo Iphan (Instituto doPatrimônio Histórico eArtístico Nacional), resgata atradição da atividade pes-queira e contempla ações de

valorização e identificaçãodos mestres de carpintarianáutica, de manutenção dosbarcos tradicionais e de capa-citação e qualificação profis-sional.

Maria Regina Weissheimer,coordenadora do “Barcos doBrasil”, diz que o projetoganhou corpo a partir da cria-ção do Museu Nacional doMar, em São Francisco do Sul,há 15 anos. “O arquiteto

Dalmo Ferreira Filho foi o res-ponsável pela concepção domuseu. Aficionado pela temá-tica marítima e, mais precisa-mente, pelo patrimônio naval,ele foi uma das poucas pes-soas no Brasil que aprofun-dou o conhecimento sobre osprincipais contextos de pesca,da construção naval e dapesca artesanal brasileiras.”

Segundo a coordenadora,personalidades como o almi-

RiquezanacionalPatrimônio naval brasileiro pode ser visto emexposições e museus que resgatam a tradição

e a importância da atividade para o país

POR LETICIA SIMÕES

HISTÓRIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 39

rante Alves Câmara, que aindano século 19 pediu a modelis-tas navais de diversas partesdo país que reproduzissemem miniatura as embarcaçõestradicionais regionais, o his-toriador e antropólogoCâmara Cascudo, KelvinDuarte, estudioso do modelis-mo naval brasileiro, LuizPhelipe Andrès e LevSmarsevski, autores de livrosligados à temática naval, e o

navegador Amyr Klink, entreoutros, antecederam ou sesomaram à iniciativa de valo-rizar o patrimônio naval bra-sileiro e contribuíram para acriação do museu.

Amyr Klink é patrono do“Barcos do Brasil”. Para ele, oMuseu Nacional do Mar é umgrande exemplo para divulgara riqueza das tradições náuti-cas brasileiras, bem como oprojeto. “A iniciativa é impor-

tante, pois é necessário traba-lhar a preservação desse patri-mônio. Eu sou um divulgador,mas existe uma falta de inte-resse cultural no país. Nãohouve ainda uma postura cons-ciente em relação à importân-cia de todo esse acervo.” A pri-meira canoa de Klink e o barcoutilizado por ele na travessiasolitária pelo oceano Atlântico,em 1984, fazem parte do acer-vo do museu.

A exposição do museu deSão Francisco do Sul recebeuo nome de “Alves CâmaraSéculo 21”, por ser uma exten-são da apresentação disponí-vel no Rio de Janeiro, quehomenageia o almirante, con-siderado por muitos um pre-cursor da preservação damemória naval do Brasil. Adiferença entre as duas, alémde alguns modelos, é que apadronização das réplicas no

ACERVO FOTOGRÁFICO MUSEU NACIONAL DO MAR - E.B/DIVULGAÇÃO

PATRIMÔNIO Museu Nacional do Mar, em São Francisco do Sul (SC), preserva réplicas de embarcações tradicionais brasileiras produzidas em escala

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ACERVO VIVA SAVEIRO/DIVULGAÇÃO

Tanto o acervo do MuseuNacional quanto a exposiçãodo Rio de Janeiro viajam peloBrasil com alguns modelospara mostras itinerantes.

O Espaço Cultural daMarinha, no centro do Rio,possui uma exposição perma-nente chamada “O podernaval na formação do Brasil”.A mostra destaca a participa-ção da esquadra na históriabrasileira e a importância queo acervo náutico nacionalteve na formação do país.Maquetes de navios, obras dearte, canhões resgatados de

lenha da região deFlorianópolis e a falua de pas-sageiros do Rio de Janeiro sãoalguns dos modelos que repre-sentam a diversidade dasembarcações. O processo decriação é artesanal e o acervoconta hoje com 80 peças.

No Museu Naval, os barcosem miniaturas fazem referên-cia a peças produzidas nopaís desde 1908. O projetoresgata embarcações dediversas regiões, como asbaleeiras, comuns em SantaCatarina, as jangadas doCeará e os saveiros baianos.

Museu Nacional do Mar foifeita em escala. Já no MuseuNaval são miniaturas. “A‘Século 21’ inclui novos exem-plares da diversidade dasembarcações tradicionaisexistentes em lagoas, lagos,rios e da costa brasileira. Aexposição inclui também per-sonagens referentes à embar-cação, produzidos na mesmaescala”, afirma Ana LúciaCoutinho, diretora do museu.

Exemplares da canoa deconvés de Santa Catarina, dacanoa de pranchão do RioGrande do Sul, do bote da

navios naufragados, figurasde proa e medalhas, entreoutros objetos, contemplam aapresentação. O museu ofere-ce recursos multimídia desom e imagem para os visi-tantes.

Para Maria Regina, do“Barcos do Brasil”, as açõesdo projeto, além de contribuí-rem para a preservação dopatrimônio cultural e naval,servem como um canal devalorização para os brasilei-ros que vivenciam essa reali-dade. “O projeto permitiuidentificar onde se encontram

PRESERVAÇÃO Saveiro de vela de içar faz parte do patrimônio naval brasileiro

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ACERVO MUSEU NÁUTICO/DIVULGAÇÃO

ACERVO FOTOGRÁFICO MUSEU NACIONAL DO MAR - E.B/DIVULGAÇÃO

ainda, a prioridade dada aotransporte rodoviário, com aabertura da malha em todo opaís. “As rodovias foram priori-zadas, em detrimento da nave-gação de cabotagem e dotransporte fluvial. Além disso,as políticas de incentivo àindústria pesqueira contri-buem ainda mais para a liqui-dação de formas de pesca e deconstrução naval tradicionais.”

A coordenadora enfatizatambém a falta de conhecimen-to acerca da diversidade dopatrimônio naval brasileiro.“Poucas pessoas foram capa-

das com o contexto regional,e sejam mais interativas”, diza coordenadora.

Ela destaca que o patrimô-nio naval é um dos ramos maisameaçados da riqueza nacio-nal. “A ameaça se deve ao cres-cente processo de transforma-ção das paisagens, provocadopela intensa urbanização eindustrialização do Brasil.Outro fator é a pressão imobi-liária exercida na costa brasi-leira, responsável pela expul-são de vários núcleos pesquei-ros dos seus locais tradicio-nais.” Maria Regina aponta,

os últimos construtores dejangada de pau, uma embar-cação típica do Nordeste bra-sileiro, em vias de extinção.”O “Barcos” tem executadoprojetos-pilotos Brasil afora.“O trabalho consiste em esti-mular as localidades para queelas se envolvam e que oIphan, em todos os Estados,seja capaz de pactuar açõeslocais. O projeto busca parcei-ros para criar unidades regio-nais do Museu Nacional doMar. A ideia é que essas uni-dades tenham um acervoreduzido, de peças relaciona-

zes de olhar para um barco demadeira e perceber que nelepodem estar sintetizadosconhecimentos seculares, tra-zidos ao Brasil por europeus eafricanos, conjugando conheci-mento indígena local, tradiçõesárabes, indianas e de outrasinfluências que já haviam sidoincorporadas pelos portugue-ses.” Os próximos passos do“Barcos do Brasil” vão contem-plar, entre outras ações, amobilização de comunidadescosteiras e ribeirinhas para quese envolvam no projeto cominiciativas locais. l

RESGATE Canoa de pranchão, tombada pelo Iphan HOMENAGEM Exposição no Museu Nacional do Mar leva o nome de “Alves Câmara Século 21”

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Próximosdesafios

Mesmo com taxas de crescimento superiores a 300%, a aviação regional ainda enfrenta

gargalos na área de infraestruturaPOR LIVIA CEREZOLI

AEROVIÁRIO

Em um país com asdimensões do Brasil, otransporte aéreo tempapel fundamental na

integração e no desenvolvimentodas diversas regiões, seja notransporte de cargas, seja notransporte de passageiros.

E a melhor forma de ligaçãoentre o interior e os grandes centrosurbanos em Estados com áreas terri-toriais amplas, como Amazonas,Pará, Mato Grosso e Minas Gerais,são os voos oferecidos por compa-nhias aéreas regionais.

Essa é uma atividade quevem, anualmente, apresentando

altas taxas de crescimento. De2002 a 2010, a participação nomercado das empresas aéreasregionais cresceu 340%, passan-do de 1,5% para 5,5%, segundo aAbetar (Associação Brasileiradas Empresas de TransporteAéreo Regional).

Porém, a falta de condiçõesem alguns aeroportos que rece-bem voos no interior do paíspode ameaçar a continuidadedesse crescimento. A grandemaioria dessas áreas mantémuma infraestrutura deficitária enem sempre oferece as condi-ções de segurança e conforto

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FERNANDO BATTISTETTI/PASSAREDO/DIVULGAÇÃO

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adequadas para a operaçãodas companhias aéreas.

Administrados, na maioriadas vezes, por governos esta-duais, municipais ou porempresas terceirizadas, essesterminais, quando não aten-dem às exigências necessá-rias, deixam de receber voos,o que prejudica o desenvolvi-mento da atividade.

O assunto foi destaque no5º Congresso Abetar 2010,realizado em dezembro, nasede da CNT, em Brasília. Como tema “A nova aviação regio-nal: crescimento e desafios”,

o evento reuniu representan-tes do governo federal, gesto-res de aeroportos e empresá-rios do setor aéreo.

“O desenvolvimento dointerior do país passa pelasasas da aviação regional e, porisso, precisamos investir eminfraestrutura. Nossas compa-nhias aéreas têm aprimoradoseus serviços, falta a contra-partida”, afirmou ApostoleLazaro Chryssafidis, presiden-te da Abetar, durante a abertu-ra do congresso.

O trabalho intitulado“Estudo para adequação da

CONGRESSO Apostole Lazaro Chryssafidis, presidente

Ampliação das atividades em 2011

PLANEJAMENTO

Mesmo com todas as difi-culdades de operar em deter-minados aeroportos, asempresas aéreas regionaismantêm seus planos de inves-timentos e ampliação de rotaspara este ano.

Depois de registrar cresci-mento de 80% na participa-ção do mercado entre 2009 e2010, a Passaredo preparapara 2011 a ampliação donúmero de frequências nascidades já atendidas. Paraisso, três novas aeronavesERJ-145 devem entrar em ope-ração. “Uma das nossas estra-tégias para este ano é criarrotas diretas entre algumascidades com baixa demanda.Assim, podemos cobrir umafatia do mercado ainda abertae ajudar a desafogar os gran-des aeroportos do país”, afir-ma Ricardo Cagno, diretor-comercial e marketing daempresa. Entre os novos voosque serão oferecidos pelaPassaredo estão Goiânia-Salvador, Goiânia-Curitiba eGoiânia-Porto Alegre.

A companhia atende 20cidades brasileiras com 15

aeronaves (dez ERJ-145 comcapacidade para 50 passagei-ros e cinco BEM-120 Brasília,com capacidade para 30 pas-sageiros) e fechou 2010 com750 mil passageiros transpor-tados. Em 2004, quando foramreiniciadas as operações, onúmero era de apenas 17 milpassageiros por ano.

Para o presidente da PumaAir, Gleison Gambogi, mesmocom o crescimento do setoraéreo nos últimos anos, aindaexistem muitos desafios aserem enfrentados. “Existemaeroportos no país que nãooferecem nenhuma condi-ção de pouso e decolagem.E esse não é só um proble-ma de aeroportos peque-nos. Os de grande porte,quando não operam no limi-te da capacidade, tambémtêm condições precárias.”

A Puma opera linhas entreBelém, Macapá, Fortaleza eSão Paulo com um Boeing 737-300, com capacidade para 132passageiros. Em dezembro doano passado, a empresa pas-sou a fazer a rota São Luís-Santarém-Recife.

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infraestrutura aeroportuárianas regiões de interesse turís-tico”, iniciado pela associaçãoem 2010, apresenta as maioresdeficiências dos aeroportosregionais e o valor dos investi-mentos necessários para queos mesmos ofereçam condi-ções de operação.

O estudo é uma parceria daAbetar com o Ministério doTurismo e está sendo desen-volvido pelo ITA (Instituto deTecnologia Aeronáutica). Emtodo o país, 174 aeroportosque já recebem voos regio-nais ou têm demanda para

isso serão analisados. A faseinicial foi realizada na regiãoCentro-Oeste, onde 27 aero-portos em potencial foramidentificados.

O Mato Grosso, com 15aeroportos, já teve os dadosfechados. Pelo levantamento,o Estado precisaria investirR$ 73 milhões entre 2011 e2015 para adequar a infraes-trutura dos aeroportos à pro-jeção de crescimento nonúmero de passageiros. Deacordo com Anderson RibeiroCorreia, responsável peloestudo e coordenador do

curso de pós-graduação emengenharia de infraestruturaaeronáutica do ITA, as maio-res deficiências dos aeropor-tos estão relacionadas ao ter-minal de passageiros e à ins-talação dos equipamentoscontraincêndio.

Dos 15 aeroportos analisa-dos, somente um, o de Cuiabá,que está sob administraçãoda Infraero (estatal que admi-nistra 67 aeroportos em todo opaís), tem a categoria do con-traincêndio suficiente paraatender a demanda projetadapara os próximos anos. Todosos outros precisam de adequa-ções e, segundo Correia, ele-var essa categoria custa, emmédia, R$ 1 milhão por aero-porto. Padrões internacionaisda aviação civil determinamdez categorias de serviçocontraincêndio, de acordocom a movimentação de pas-sageiros nos terminais.

“Um Brasil que quer ser aquinta economia do mundonão pode conviver com aero-portos precários”, afirma oprofessor. Para ele, a aviaçãonão pode parar no país porfalta de equipamentos e pavi-mentação nas pistas, e a solu-ção é investir.

Chryssafidis, presidente daAbetar, defende, além dos inves-timentos, uma maior flexibiliza-ção das regras definidas pela

JULIO FERNANDES/CNT

da Abetar (dir.), falou sobre a importância da aviação regional para o desenvolvimento do interior do Brasil

“Uma dasestratégias écriar rotasdiretas entrecidades com

baixa demanda”

RICARDO CAGNO, DIRETOR-COMERCIAL DA PASSAREDO

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resposta a emergências daagência, a resolução nº 115,editada em 2009, permitiu quea atividade da aviação regularno país fosse tratada como ati-vidade civil, e não mais comomilitar. “Com isso, consegui-mos melhorar as condições dealguns aeroportos no país.”

Em 2009, antes da resolu-ção, dos 136 aeródromos(pista homologada pela Anacdestinada a pousos e decola-gens; quando possui terminalou outras facilidades para oembarque de passageiros, é

Anac (Agência Nacional deAviação Civil) para equipar osaeroportos regionais no país.“Precisamos ser mais flexíveis.Entendemos que a segurança éprioridade, mas existem regrasinternacionais que não se apli-cam por aqui. Cada aeroportotem suas particularidades.”

A Anac reconhece essequestionamento e afirma quejá trabalha para que as exigên-cias levem em consideração arealidade de cada terminal.Segundo Caubi Batista deSouza, da gerência técnica de

denominado aeroporto) querecebiam voos regulares noBrasil, apenas 41 cumpriam asexigências dos equipamentoscontraincêndio. Em novembrodo ano passado, 95 aeropor-tos já tinham se adequado.Outros 12 tiveram o prazopara o cumprimento dasregras estendido até dezem-bro deste ano.

“Recebemos da Abetar umdocumento solicitando umanova prorrogação nesseprazo. Entendemos a dificul-dade dos aeródromos em ade-

INVESTIMENTO Empresa aérea Puma

As empresasaéreasregionais

representam

5,5%do mercado

EMPRESA 2006 2007 2008 2009 2010**

Azul - - 0,03 3,82 6,73

Gol 34,00 39,56 42,46 41,37 39,15

Meta 0,06 0,04 0,04 0,03 0,02

NHT - - 0,03 0,03 0,02

Avianca (OceanAir)* 1,46 2,43 2,79 2,54 2,52

Passaredo 0,06 0,09 0,18 0,42 0,65

Puma Air 0,05 0,02 0,01 0,00 0,10

TAM 47,96 48,86 50,30 45,60 42,83

Total 0,54 0,53 0,15 0,11 0,08

Trip 0,40 0,47 1,13 1,50 2,25

Webjet 0,32 0,77 2,46 4,46 5,60

* A empresa sofreu alteração no nome fantasia em 2010

** Até outubro

Fonte: Anac

MERCADO AÉREOVeja evolução da participação das empresas nos voos domésticos (%)

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 49

quar os equipamentos, masprecisamos priorizar a segu-rança dos usuários. De qual-quer forma, estamos avalian-do o pedido da associação”,afirma Souza.

Outro ponto questionado pelaAbetar diz respeito à aplicação derecursos do Profaa (ProgramaFederal de Auxílio a Aeroportos)para obras de melhorias nos aero-portos. Atualmente gerenciadopela SAC (Secretaria de AviaçãoCivil) do Ministério da Defesa, oprograma vê a cada ano os recur-sos serem subutilizados.

Dos R$ 112,9 milhões previs-tos no plano de investimentodo programa em 2010, apenasR$ 29,7 milhões foram utiliza-dos. De acordo com a SAC, asprincipais razões para que ovalor não seja aplicado emsua totalidade são a demorados Estados em enviar oplano de interesse, dificulda-de em atender os pré-requisi-tos, como obtenção de licençaambiental, previsão de con-trapartida, comprovação depropriedade do terreno, difi-culdade na elaboração de

projetos, demora na obtençãoda autorização da Anac para aconstrução e vedações da Leide Responsabilidade Fiscal.

“Estamos trabalhando naatualização da metodologia,revisando os critérios técnicospara aplicação dos recursos,simplificando o processo e atémesmo retirando algumas obri-gatoriedades para facilitar aadequação dos documentos porparte dos Estados”, afirmaDouglas Targa, diretor da SAC.

De acordo com o gerente deengenharia de infraestrutura daAnac, Tarik Pereira de Souza, aautorização de construção denovos aeródromos já está maiscélere, mas mesmo assim os pro-cedimentos levam tempo. Por isso,acredita ele, é preciso informatizartodo o sistema de coleta de dados.

Segundo Souza, a agênciatambém estuda possibilidadespara reduzir as informaçõesexigidas e ampliar a fiscaliza-ção das obras em andamento,bem como aumentar a partici-pação da iniciativa privada nagestão dessas áreas. “Está nahora de fomentar a utilizaçãodos aeródromos privados nopaís, principalmente pela proxi-midade dos eventos esportivosque vamos sediar (Copa doMundo de 2014 e Olimpíadas em2016). Essa pode ser uma das saí-das para desafogar aeroportosde médio e grande porte.” l

PUMA AIR/DIVULGAÇÃO

Air registra aumento de demanda de passageiros e amplia oferta de voos para as regiões Norte e Nordeste do país

“Está na horade fomentar autilização dosaeródromosprivados no país”TARIK PEREIRA DE SOUZA,

GERENTE DA ANAC

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Oprocesso de urbaniza-ção das cidades brasilei-ras, que atingiu seu augenos anos de 1970 e desde

então continua crescendo, abreespaço para a discussão sobre ofuturo dessas localidades. Comoelas devem se organizar diante danova realidade?

Números do Censo 2010, divul-gado em novembro do ano passa-do pelo IBGE (Instituto Brasileirode Geografia e Estatística), mos-tram que a população urbana noBrasil passou de 81,25%, em 2000,para 84,35%, atualmente. Se por

um lado esse crescimento é posi-tivo porque permite um acessomaior das pessoas aos diversosserviços oferecidos, por outro, elerevela a deficiência em algunssetores e até mesmo no modelode gestão das cidades.

Mais pessoas nos centrosurbanos significam um aumentode demanda nas áreas de trans-porte, moradia, saneamento eeducação. E numa época de dis-cussões ambientais, as soluçõespara oferecer serviços nessasáreas precisam ser pautadaspela sustentabilidade.

Esse novo modelo de cresci-mento das cidades foi o assuntoprincipal da 11ª edição daConferência das Cidades, realiza-da em dezembro na Câmara dosDeputados, em Brasília.Organizado pela CDU (Comissãode Desenvolvimento Urbano daCâmara dos Deputados), o even-to teve como objetivo principalconhecer os problemas enfrenta-dos pelas cidades e propor solu-ções para oferecer uma convivên-cia mais harmoniosa. A primeiraConferência das Cidades foi reali-zada em 1999 e é reconhecida

O PAC 2deve

investir

R$ 18 biem obras demobilidadeaté 2014

POR LIVIA CEREZOLI

TRANSPORTE URBANO

Priorizaro coletivoCom o crescimento das cidades brasileiras, é fundamental pensarem soluções de mobilidade que sejam sustentáveis em longo prazo

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FOTOS NTU/DIVULGAÇÃO

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tura se moderniza, as pessoas tro-cam o campo pela cidade, e atémesmo pelas de porte médio”,afirma Carlos Nobre, chefe doCentro de Ciência do SistemaTerrestre do instituto.

As soluções, segundo ele, jáestão elencadas nos PlanosDiretores das cidades, como redu-zir a impermeabilização do solo eos processos de poluição eaumentar as áreas verdes. “Mastudo isso é de difícil implantação.”

Presente ao evento, o jornalis-ta André Trigueiro, apresentadordos programas “Cidades eSoluções” e “Jornal das Dez” daGloboNews, pós-graduado em ges-

como a responsável pela aprova-ção da lei nº 10.257/2001, oEstatuto da Cidade. O tema centralda conferência foi o “O futuro dascidades no novo contextosocioambiental”.

Um estudo do Inpe (InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais),órgão ligado ao Ministério daCiência e Tecnologia, mostra que,se fosse possível parar o processode urbanização agora, mesmoassim os impactos ambientaisiriam continuar causando proble-mas até o final deste século.“Temos estatísticas de que aexpansão urbana vai continuaraté 2030. À medida que a agricul-

tão ambiental pela Coppe/UFRJ(Instituto Alberto Luiz Coimbra dePós-graduação e Pesquisa deEngenharia da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro), ques-tionou a forma de gerenciar osproblemas nas cidades. De acordocom ele, não é possível idealizarsoluções que se apliquem porigual a todos os centros urbanos.“Cada cidade tem sua história, ésingular, e precisa ser pensada deforma individual.”

Trigueiro afirma que o iníciode toda a solução deve serbaseado em planejamentos, euma das maiores urgências érepensar a mobilidade urbana.

DESAFIO Transporte

“Temosestatísticas de que a expansãourbana vaicontinuaraté 2030”

Inovações são importantes para as cidadesALTERNATIVA

Não existem regras para sealcançar a sustentabilidade nascidades, sejam elas brasileiras,norte-americanas ou europeias.No entanto, priorizar determi-nadas ações que visam o bem-estar social da população podeser um caminho.

Para Laura Valente deMacedo, diretora do Iclei(Conselho Internacional paraIniciativas Ambientais Locais,da sigla em inglês) paraAmérica Latina e Caribe, asprincipais ações para se chegarà sustentabilidade passam pelaredução dos impactos sobre osrecursos naturais utilizados, aproteção dos bens globais, amanutenção da qualidade devida das pessoas, com garan-tias de justiça social, e equilí-brio econômico.

De acordo com ela, investirem inovação é o melhor cami-nho. “Precisamos buscar novasfontes de energia, como a solar,descentralizar o poder e a ges-tão das cidades e até mesmotrabalhar para facilitar a comu-nicação em rede. Precisamospensar em compartilhar servi-ços, bens e informação”, afirma.

No Brasil, algumas cidades jácaminham para isso, como é ocaso de Curitiba. A capital para-naense mudou o estilo de vidade sua população quando deci-diu investir em transportepúblico de qualidade, há maisde 40 anos. “Mas ainda é preci-so fazer mais”, diz Laura.

Segundo a diretora, osmelhores exemplos de cidadessustentáveis podem ser obser-vados nos municípios escandi-

navos, como em Estocolmo (leiamais na edição nº 182 da CNTTransporte Atual), na Suécia,ou Copenhague, na Dinamarca.“Essas são cidades que reduzi-ram a pegada ecológica quequalquer atividade causa comcoleta seletiva de lixo, utiliza-ção de novas fontes de energiae, principalmente, pela valoriza-ção dos pedestres.”

Laura defende a implanta-ção de medidas que reduzam onúmero de veículos nas ruas,como o aluguel de carros e atémesmo o pedágio urbano, jáexistentes na Europa, e outrasações que possibilitem o trânsi-to de pedestres pela rua.Porém, ela alerta que, antesdisso, é preciso melhorar a qua-lidade das vias urbanas e ofere-cer segurança à população.

CARLOS NOBRE, INPE

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 53

Segundo o jornalista, existe umarelação direta entre a ausênciade transporte público de massaeficiente e o processo de faveli-zação das cidades.

A conclusão vai ao encontro doresultado de um trabalho da ONU-Habitat que revela que o modelode urbanização da maioria dascidades, atualmente, não é ade-quado porque segrega as popula-ções. O relatório mostra que aspessoas precisam se deslocar porlongas distâncias de casa até otrabalho, geralmente em carrospróprios, o que além de causarsérios problemas no trânsito, con-tribui para uma maior emissão de

gases poluentes e causa proble-mas de moradias inadequadas.

Como não é possível modificaras cidades já existentes, a soluçãoé investir em políticas de mobili-dade urbana que revertam o pro-cesso de estrangulamento causa-do pela prioridade que é dada aocarro próprio. “Não existe outrasaída para as nossas cidades anão ser trocar o individual pelocoletivo. Precisamos parar defazer cidades para automóveis.Quem sofre com as agruras daimobilidade são as pessoas”, afir-ma Ana Lúcia Rodrigues, pós-dou-tora em urbanismo pela FAU-USP(Faculdade de Arquitetura eUrbanismo da Universidade deSão Paulo), professora daUniversidade Estadual de Maringá(PR) e integrante do Observatóriodas Metrópoles.

A organização da sociedadepara exigir políticas públicas queofereçam um sistema de transpor-te integrado e vedem a utilizaçãodo carro próprio nos grandes cen-tros urbanos é o primeiro passopara um processo de urbanizaçãomais eficiente, segundo Ana Lúcia.A professora também defende queas melhorias na mobilidade urba-na devem trazer benefícios para apopulação como um todo e nãoapenas para parte dela.

Parceria entre o Observatóriodas Metrópoles e a Finep(Financiadora de Estudos eProjetos), do Ministério da Ciência

e Tecnologia, assinada em dezem-bro do ano passado, vai permitir oacompanhamento das obras demobilidade previstas nas 12 cida-des-sede da Copa do Mundo de2014. “É muito dinheiro envolvidonisso e queremos ter a certezaque, mesmo que haja remoção depessoas, elas sejam beneficiadascom essas modificações. O grandedesafio é transformar as metrópo-les em lugares onde as forçassociais e políticas se congreguemem torno de objetivos comuns”,explica Ana Lúcia.

Por meio do PAC (Programa deAceleração do Crescimento), oMinistério das Cidades já liberouR$ 7,7 bilhões para as obras demobilidade nas cidades-sede daCopa. Outros R$ 18 bilhões inte-gram o chamado PAC 2 que prevêinvestimentos entre 2011 e 2014.

A maior parte dos recursosserá aplicada na implantação desistemas BRTs (Ônibus deTrânsito Rápido, da sigla eminglês). Pelo menos 20 dos 47projetos apresentados estãorelacionados a esse tipo demeio de transporte baseado nomodelo de Curitiba (PR), implan-tado há 40 anos. O restante serádividido em sistemas de trans-porte sobre trilhos, como osmonotrilhos (trens elevados),que serão implantados em SãoPaulo e Manaus, e de VLTs(Veículo Leve sobre Trilho), emBrasília e Fortaleza. l

público de qualidade é o primeiro passo para uma cidade sustentável

“Cada cidadetem sua

história que precisa serpensada deforma

individual”

ANDRÉ TRIGUEIRO, JORNALISTA

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LOGÍSTICA

De Norte a Sul doCaminhões das empresas atacadistas percorrem as regiões do país e abastecem o Caminhões das empresas atacadistas percorrem as regiões do país e abastecem o

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 55

De gêneros alimentíciosindustrializados a arti-gos de higiene pessoal ede limpeza doméstica.

De itens de papelaria a materialde construção. Tudo isso e maisuma variada gama de sortimen-tos são transportados pelos gran-des atacadistas, responsáveispelo abastecimento de tantosprodutos pelo interior do Brasil. Arotina dessas empresas dependede uma logística especial, já quedezenas de caminhões saem dia-riamente dos centros de distribui-ção para, não raro, percorrermilhares de quilômetros.

A região Sudeste concentra omaior número de grandesempresas atacadistas, em espe-cial, São Paulo e Minas Gerais.“Vale ressaltar que, na região Suldo país, o Estado de SantaCatarina reúne 10% dos maioresatacados distribuidores doBrasil. De modo geral, as unida-des do segmento estão pulveri-zadas em todas as regiões”, afir-ma Eduardo Severini, presidenteda Abad (Associação Brasileirade Atacadistas Distribuidores deProdutos Industrializados). Elediz que, nos últimos anos, asregiões Norte e Nordeste têmdemonstrado grande potencialde crescimento no setor.

Segundo o dirigente, o ataca-do distribuidor brasileiro repre-senta 52,2% das vendas do vare-jo mercearil, que inclui produtosalimentícios industrializados; dehigiene pessoal; de limpeza; cos-méticos e medicamentos quenão necessitam de receita médi-ca. Além disso, o setor movimen-ta, aproximadamente, 5% do PIB(Produto Interno Bruto) do país.“O varejo independente, que cor-responde a quase 1 milhão depontos de venda em todo oBrasil, é o principal cliente doatacadista.”

A Tambasa, com sede emContagem (MG), região metropo-litana de Belo Horizonte, comer-cializa mais de 14 mil itens, commaior ênfase para materiais eferramentas para construçãocivil. As entregas são feitas emtodo o país. Instalada em umaárea total de 238 mil metros qua-drados, a empresa possui 1.850funcionários, sendo 220 motoris-tas para as entregas. A frota écomposta de 220 caminhões pró-prios, entre pequenos, médios ede três eixos, com idade médiade 10 anos. “Apesar de a idademédia da frota ser alta, há umcontrole sobre os custos por qui-lômetro. A empresa conta commais de 550 veículos agregados

Brasil varejo com todo tipo de produto

POR LETICIA SIMÕES

DEPA

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DE MAR

KETING

–EMBR

ASIL/DIVUL

GAÇÃ

O

varejo com todo tipo de produto

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201156

entre caminhões diversos,utilitários e baú”, diz CarlosRajão, gerente de transportesda Tambasa.

Os roteiros de viagem sãofeitos diariamente. “São 12centros de distribuição emseis Estados, para agilizar asentregas em regiões commaior concentração de ven-das. Estas são realizadas comveículos menores”, afirma ogerente.

Para atender aos 126 milclientes ativos, a distribuiçãoda Tambasa é dividida em trêsseções: atendimento em umraio de 100 km, operada comveículos agregados e utilitá-rios, com uma viagem por diacada um; no raio entre 100 e250 km, com duas viagens porsemana; e, por último, paraentregas que exigem viagensentre 7 e 15 dias, operadascom frota própria e agregada.Estas, segundo Rajão, podemdemorar até 20 dias.

Bruno Álvaro Sales Queiróztrabalha no atacadista há qua-tro anos. Ele diz que a rotina épesada, já que passa de 5 a 7dias longe de casa. Ele faz arota entre Minas Gerais, Rio deJaneiro, São Paulo e Paraná."Às vezes, visito 50 clientes emuma viagem. Mas procuro sem-pre relevar os contratempos.”

O caminhão dirigido por ele é

adaptado. O motorista pernoitano próprio veículo todas as noi-tes. "A empresa disponibilizauma diária para refeições ebanho." Queiróz se adequou àdistância da família e ao dia adia na estrada. Ele afirma que aestrutura da empresa o permitesuperar as adversidades."Tenho segurança para execu-tar meu trabalho, e a Tambasaoferece toda a liberdade a seusfuncionários para propormosmelhorias em nosso cotidiano."

TreinamentoDe acordo com Rajão, todos

os motoristas da empresa

passam por treinamentosconstantes. “O foco é que elesconheçam a gama de produ-tos, os métodos comerciais edetalhes da operação. Osmotoristas funcionários aindapassam pelo treinamento nosetor de manutenção, ondesão orientados para as emis-sões de ordens de serviços,além da análise de viagemcomo velocidade, rotações demotor, desvio de rotas e ras-treamento.” O treinamentoocupa de 30 a 45 dias de cadacondutor, incluindo duas via-gens, acompanhados por ummotorista instrutor.

ABRANGÊNCIA Empresa mineira Tambasa comercia

“O varejoindependente,com 1 milhãode pontos devenda, é oprincipalcliente do atacadista”

EDUARDO SEVERINI, PRESIDENTE DA ABAD

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 57

O Aldri Atacadista, comsede em Itajaí (SC), distribuigêneros alimentícios, bebidase produtos de higiene e lim-peza, nos três Estados daregião Sul. São 160 represen-tantes comerciais para aten-der quase 10 mil clientes. “Aempresa, no início, comercia-lizava somente produtos ali-mentícios. Devido ao valoragregado mais alto e tambémà exigência do mercado, pas-samos a distribuir outraslinhas”, diz o diretor AlceuAlcides Pereira.

Toda a frota do Aldri, quetem idade média de 7 anos,

possui seguro contra tercei-ros. “É uma obrigação daempresa, pois os motoristas ea carga precisam estar segu-ros na estrada”, afirmaPereira. Os condutores rece-bem treinamentos por meiode uma parceria estabelecidacom a seção catarinense daAbad, além de outros desen-volvidos na própria empresa.

O Aldri tem uma estratégiadefinida para cada saída decaminhão. O atacadista pos-sui dezenas de centros de dis-tribuição espalhados emSanta Catarina, no Paraná eRio Grande do Sul. “É feito um

rodízio entre os motoristas.Eles saem da garagem comtodo o roteiro e têm à disposi-ção um número de telefone 24horas por dia, de domingo adomingo, para ser acionadocaso haja qualquer imprevis-to”, diz Antonio Vieira doAmaral Neto, coordenador delogística e transporte daempresa.

Segundo ele, os motoristasque seguem para os centrosde distribuição têm a oportu-nidade de conhecer as cida-des de destino, já que a entre-ga é feita direto nos pontos, enão no endereço dos clientes.

liza mais de 14 mil itens em todo o país

DANIEL IGLESIAS/O TEMPO

DEMANDA Regiões Norte e Nordeste têm demonstrado potencial de crescimento

ALDRI/DIVULGAÇÃO

“Produtosdiversificadose condições deentregas emtodo país sãoessenciaispara a

atividade”

RONIERY MAGALHÃES, CGERENTE DA EMBRASIL

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201158

der às cinco regiões do país, oEmbrasil desenvolve umalogística distinta. “No inícioda semana atende-se a regiãoSudeste. Entre terça e quarta-feira, o Centro-Oeste e oNorte, para na quinta irmosao Nordeste e, na sexta-feira,ao Sul e à Bahia”

O pedido é processadointernamente. Passa pela aná-lise gerencial, liberação depedidos e, por fim, roteiriza-ção. “Depois, ele é encami-nhado para o centro de distri-

Neto reconhece a importânciado motorista para o dia a diade um atacadista. Ele própriotrabalhou na função por 13anos e ainda pega a estradapara visitar os centros de dis-tribuição do Aldri. “O condu-tor leva o nome do atacado aocliente, é ele quem finalizatodo o processo. O retrato daempresa é repassado pelomotorista para o clientefinal.”

O grupo Embrasil possuium centro de distribuiçãocom 24 mil metros quadradose 39 docas de expedição erecebimento. As instalaçõesestão no município deRibeirão das Neves (MG). Aempresa conta com uma frotade 55 veículos próprios eoutros 200 agregados, comidade média de 5 anos.

O atacadista trabalha comseis segmentos de produtos,em um mix de mais de 12 militens, entregues em todo o ter-ritório nacional. “Desse mon-tante, 60% das vendas estãoconcentradas nos segmentosde material de construção eagropecuária. Os outros 40%da distribuição estão divididosentre lar, bazar, lazer, ferra-mentas e linhas especiais,entre outros”, afirma o geren-te de transportes RonieryMagalhães Paes.

Ele explica que, para aten-

buição para separação, confe-rência e carregamento.” Paesafirma que, para cada região,é determinado um tipo de veí-culo para as entregas. “Para oSudeste e Centro-Oeste, sãoveículos 3x4 e tocos, entre osda frota própria e agregados,para realizar as entregasdiretamente aos clientes. Nasdemais regiões, faz-se o pro-cesso de transbordo. As car-retas são carregadas noscentros de distribuição eseguem viagem para realizar

MERCADO Aldri Atacadista, de Itajaí (Santa Catarina), distribui produtos di

“O retratoda empresaé repassadopelo motorista

para ocliente final”

ANTONIO VIEIRA NETO, COORDENADOR DO ALDRI

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 59

o transbordo para veículosmenores, até finalizar a dis-tribuição.”

TrânsitoOs motoristas do grupo

ficam em trânsito por até 15dias. “Na chegada, eles reali-zam a prestação de contas,pois recebem os valores dosclientes. Realiza-se o acertodo frete e um check-list (con-ferência), com o supervisorda frota para as devidas pro-vidências de manutenção do

veículo. Então, o condutorrecebe folga, que é determi-nada pela quantidade de diasem que permaneceu em via-gem”, diz o gerente.

Jair de Paula Inácio émotorista do Embrasil hámais de dois anos. Ele faz adistribuição para o sul deMinas Gerais e para o Rio deJaneiro. “Geralmente, visito20 cidades por semana. Tenhouma rotina normal. Pego ocaminhão na garagem às 6h efaço minhas refeições em

versos para os três Estados da região Sul

postos que tenham umaestrutura adequada.”

Ele diz que fica na estrada deaté sete dias por semana e, porconta da quantidade de entre-gas, não tem tempo suficientepara conhecer as cidades poronde passa. “Dos municípiosdisponíveis em minha rota, des-taco a cidade de Cabo Frio (RJ),pois as pessoas são educadas eos clientes sempre gentis.”

Na opinião de Inácio, a trocade gentilezas facilita a árduarotina de trabalho. “O motoristaé a linha de frente da empresa.Dele, depende o futuro da orga-nização, por isso, é preciso sercortês e educado, saber seimpor para certos momentos eser maleável nas entregas.”

A concorrência entre o setoratacadista é vista com naturali-dade pelas empresas. “Os ataca-distas atuam em diferentes mer-cados e destinos, e cada um temum carro-chefe de distribuição”,diz Carlos Rajão, da Tambasa.Roniery Magalhães Paes, doGrupo Embrasil, acredita que adiversidade de produtos podefazer a diferença. “Cada empre-sa possui suas estratégiascomercias e operacionais. OEmbrasil tem como foco atuarem todos os mercados. Um mixde produtos diversificado e con-dições de entregas em todo oterritório nacional são prepon-derantes para a atividade.” l

ALDRI/DIVULGAÇÃO

NÚMEROS DO SETOR

Mais de250 mil empregos gerados em todo Brasil

Quase1 milhão de pontos de venda presentes

nas cinco regiões brasileiras

Movimenta, aproximadamente,5% do PIB nacional

Faturamento deR$ 131,8 bilhões em 2009

Expectativa de crescimento de6% para 2011

Fonte: Abad

“Atacadistasatuam emdiferentesmercados edestinos”

CARLOS RAJÃO, GERENTE DA TAMBASA

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Congestionamento, sol,chuva, estresse. A vidaao volante nos gran-des centros urbanos é

um desafio diário para os moto-ristas do transporte coletivo.Contrariedades e imprevistossão comuns, mas os profissio-nais os superam com habilidadee dedicação. Junto a esse esfor-ço, diversas ações das empre-sas do transporte de passagei-ros auxiliam os condutores naárdua tarefa, por meio de cur-sos, treinamentos e orientaçãoprofissional.

A maior metrópole do país,São Paulo, concentra 14.989veículos cadastrados para ope-rar no transporte coletivo dacidade, totalizando 1.352 linhasdivididas entre diversasempresas. Uma delas, a ViaçãoCampo Belo, possui mais de milmotoristas ativos em seu qua-dro. A empresa organiza roti-neiramente palestras motiva-cionais, de sensibilização e dedireção defensiva focadas nasadversidades do trânsito, alémde exposições dialogadas edinâmicas. Sueli de Oliveira,gerente do departamento deRecursos Humanos, revela queuma das reclamações maiscomuns entre os motoristas dizrespeito ao trânsito caótico dacapital paulista. “O motoristaque dirige sob estresse correriscos de acidentes, atropela-

mentos e de situações de into-lerância ao próximo, entreoutros aspectos.”

Segundo ela, é possíveldetectar o estresse. “A altera-ção do comportamento e oaumento da irritabilidade nastarefas diárias são algunssinais.” Sueli revela que, paraevitá-lo, é necessário investir naqualidade de vida dos colabora-dores dentro do ambiente detrabalho. “Incentivar a prática

de exercícios físicos também éuma maneira de eliminar os pri-meiros indícios.”

A empresa também ofereceaos profissionais diversos cur-sos de capacitação e recicla-gem. Postura de Atendimentoao Usuário, Atendimento àPessoa Portadora deDeficiência, Transportando comSegurança Operacional e oConviver com Ciclistas sãoalguns deles. O gerente opera-

cional Adonias de Souza afirmaque os cursos são aplicadosanualmente, na própria sede.“Todos os motoristas recebem aconvocação de treinamento,com uma semana de antecedên-cia. Não há resistência quanto àparticipação e eles vivenciamcomo um momento de troca deexperiência e conhecimentocom os outros profissionais.”

Segundo Souza, não háregistros relevantes quanto ao

PASSAGEIROS

Motoristas do transporte coletivo dos grandes centros

Superando

POR LETICIA SIMÕES

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afastamento por estresse dosmotoristas da Campo Belo.Quando ocorrem, diz ele, o pro-fissional é encaminhado paraavaliação da saúde física emental no setor interno deMedicina do Trabalho.

Há sete anos como motoristada Campo Belo, AndersonMarques afirma já ter participa-do de 46 cursos. “Eles permitemao profissional aprimorar o tra-balho, e com a constante atuali-

zação adquire-se conhecimentosobre novas tecnologias enovas legislações.”

A VIP Transportes Urbanostambém atua em São Paulo. Aempresa possui 3.500 motoris-tas em atividade. Para oferecero suporte necessário aos milha-res de profissionais do volante,a empresa conta com uma equi-pe formada por um coordena-dor de Treinamento eDesenvolvimento, instrutores e

monitores preparados para trei-nar e desenvolver o potencialhumano dos colaboradores.

De acordo com o departa-mento de Recursos Humanos,os motoristas são convidadosa participar dos cursos e, ape-sar de certa resistência inicialà presença nas salas de aula,atualmente eles estão adapta-dos e cobram quando aempresa atrasa no agenda-mento dos treinamentos.

Em relação às adversidadesda jornada de trabalho, osmotoristas da VIP são encami-nhados, quando necessário, auma entrevista individual, comos psicólogos que atuam naempresa. A viação também dis-ponibiliza aos colaboradores apalestra “Estresse noTrabalho”, com foco ao atendi-mento ao cliente e à direçãopreventiva. Distribuição defolhetos técnicos de relaxa-

usam a habilidade e a dedicação contra os imprevistos do dia a dia

adversidadesJÚ

LIO FE

RNAN

DES/CN

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Cidade deSão Paulotem quase

15 milveículoscoletivos

Page 62: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201162

mento, com orientações médi-cas para evitar o estresse, tam-bém é uma ação praticada.

Alexandre dos Santos estána VIP há quase dois anos eacredita que os cursos auxi-liam o motorista a ter maiorsegurança no trânsito. “Pormeio deles a condução ficamelhor.” O motorista EdgarGonçalves enfatiza que acapacitação e a reciclagemsão o caminho para que o pro-fissional possa evoluir nomercado de trabalho.

Em outra grande metrópolebrasileira, empresas tambéminvestem na capacitação eorientação dos motoristas. ATransportes Flores, com sede noRio de Janeiro, tem em seu qua-

RESPONSA

Como lidar com os contratempos diáriosBARREIRAS

Enfrentar as intempéries doclima e o trânsito cada vezmais caótico dos grandes cen-tros, mais do que uma rotinapara os motoristas do trans-porte coletivo, passou a seruma barreira a ser superadatodos os dias. Além disso, aviolência urbana tambémassusta os profissionais que,apesar de todas as contrarie-dades, continuam firmes nointuito de transportar vidaspelas metrópoles do país.

Antônio Gomes da Silva écondutor há 22 anos, 20 delescomo motorista da Turilessa,empresa do transporte coleti-vo de Belo Horizonte. Silvaafirma que o trânsito pesadoaflige os motoristas, mas épreciso lidar com essa reali-dade da melhor maneira. “Ocuidado, o conhecimento e aprecaução me ajudam aenfrentar essas tensões. Épreciso paciência, iniciativa econtar com a orientação e oapoio da empresa.”

Ele foi vítima de assaltos 11vezes, sob ameaça de revól-ver e faca. “Sempre existeuma saída. Saber quando aatenção deve ser redobrada émuito importante para o con-dutor. Toda atitude à frentedo volante deve ser tomadacom responsabilidade.”Apesar de tudo, nunca pen-sou em desistir da profissão.“Quando estou em férias,tenho a sensação de que algo

importante está faltando. Oprazer da profissão é maiordo que as dificuldades.”

O condutor Júlio CésarBarbosa é motorista da ViaçãoPlaneta, de Brasília, há 19anos. Barbosa afirma que afalta de educação no trânsitoo incomoda muito mais do queos constantes congestiona-mentos. “O profissional deveenfrentar todos os problemascom muita calma, colocandoem prática o que aprendemosnos cursos e na vida.”

Para Aderson Marques,condutor da paulista CampoBelo, a falta de fluidez e aintolerância no trânsito cau-sam desconforto. “O bommotorista consegue lidar comas situações adversas edemonstrar a qualidade doserviço e de seus valores.”Profissional do transportecoletivo há 22 anos, ele afir-ma que já cogitou desistir daprofissão. “A falta de reco-nhecimento pela categoria eas pressões do dia a dia meincomodam muito.”

Hildebrando Alves, instru-tor de cursos e treinamentosda Braso Lisboa, com sede noRio de Janeiro, diz que éimportante conscientizar osmotoristas sobre as dificulda-des da profissão. “Para nãoestressar demasiadamente oprofissional, é preciso que eleentenda que o exercício desua função, nas circunstân-

cias atuais, será sempre difícil.Trabalhar sob tensão é com-plicado. Porém, são adversida-des inevitáveis e não depen-dem da ação do motorista.”

Alexandre dos Santos,motorista da VIP TransportesUrbanos, de São Paulo, diz quepor pouco não se afastou dotrabalho, em virtude doestresse. “Houve uma épocaem que meu tempo de deslo-camento de casa para o traba-lho, e vice-versa, levava quasetrês horas. Isso me desgastoubastante, já que enfrentava asdificuldades do trânsito o diainteiro.” Edgar Gonçalves, tam-bém condutor da VIP, afirmaque controlar o estresse nodia a dia é o grande desafio aser superado pelo motorista.“O trânsito intenso e a falta deprioridade para o transportecoletivo nas vias urbanas sãorecorrentes. É preciso estarsempre bem preparado parasuperar tudo isso.”

Na opinião de MariaAparecida Ramos, profissionalda carioca Real Auto Ônibus,manter a calma nos momentosmais críticos da jornada de tra-balho é a melhor dica paraenfrentá-los. “O indivíduo nãotem o poder de controlar osacontecimentos, mas manten-do a tranquilidade, as coisasmelhoram muito. Quando háalguma situação de violência,por exemplo, procuro acalmaros passageiros.”

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 63

dro mais de 1.200 motoristas. Osprofissionais contam com cur-sos mensais e bimestrais quetêm o objetivo de contribuirpara o cotidiano da atividade.Marcos Antônio PereiraGuimarães, gerente deDesenvolvimento Humano eOrganizacional, afirma que aempresa possui uma estruturaadequada para ministrar os cur-sos. “A Flores conta com cincosalas para treinamento, todasequipadas com os recursosnecessários. As turmas sãoseparadas de acordo com oturno de trabalho, para nãoatrapalhar a escala de serviço.”Segundo ele, o treinando recebeo material didático do módulo.Ao final, é aplicada uma avalia-

ção de eficácia para mensurar oresultado do treinamento.

Guimarães diz que, aproxi-madamente, 4% dos motoristasda Flores são afastados porestresse, anualmente. “Aempresa realiza um trabalhoespecífico, com todos os cola-boradores afastados. Uma equi-pe multidisciplinar, com médicodo trabalho, assistente social epsicólogo, vem buscando estra-tégias eficazes de prevenção.”

Ele afirma que o motoristaacometido pelo estresse apre-senta redução da percepção ea consequente diminuição daconcentração. “O indivíduoperde um pouco da capacidadede julgamento dos estímulosvisuais e, também, desenvolve

certo grau de agressividade,medo e considerável alteraçãono desempenho de suas fun-ções normais. Tudo isso repre-senta grandes riscos de aci-dentes e outras complicaçõesno trânsito.”

Jennifer Camargo é psicólo-ga da carioca Real Auto Ônibus.Ela diz que vários fatorespodem levar o motorista dotransporte coletivo dos grandescentros urbanos ao estresse.“Eventos que produzem perdade tempo, dirigir em horários depico, ficar atrás de carros lentose motivos pessoais podeminterferir no trabalho.”

Ela define o estresse como“um estado de tensão do orga-nismo para se preparar para

TURILESSA/DIVULGAÇÃO

BILIDADE Antônio Gomes da Silva é motorista há 22 anos, 20 deles na Turilesa

Veja algumas ações que auxiliam o motorista

• Palestras motivacionais

• Cursos de capacitação e reciclagem para contribuir com a rotina e

prepará-lo para os eventos da jornada de trabalho

• Acompanhamento das atividades e elaboração de ações

motivacionais

• Acompanhamento psicológico

• Folhetos técnicos com orientações médicas para evitar o estresse

• Veículos limpos e em boas condições de manutenção

• Apoio médico quando o profissional é acometido pelo estresse

AJUDA AO VOLANTE

“Quando háalguma

situação deviolência,procuro

acalmar ospassageiros”

MARIA APARECIDA RAMOS, REAL AUTO ÔNIBUS

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201164

cursos periódicos para auxi-liar seus motoristas, comoDireção Preventiva, Combate aIncêndio, Primeiros Socorros,Identificação de Defeitos,Normas de Trânsito eTransportes de Coletivos paraPassageiros. “Eles são impres-cindíveis, porque possibilitamaos profissionais uma constan-te atualização e percepção desuas responsabilidades”, dizHildebrando Alves, instrutor decursos da Braso Lisboa.

PsicologiaOs motoristas da Viação

Planeta, com atuação em Brasília,

cursos propostos, pois entendeque eles são fundamentais paraseu desempenho.

A também carioca BrasoLisboa conta com 373 motoristasativos, com índice de afastamentopor estresse de 31,25% ao ano. Acarga horária média é de setehoras diárias. “O funcionário éafastado da função e encaminha-do para um serviço de saúde men-tal”, afirma Samara Jamile, geren-te de Recursos Humanos daempresa. A falta de educação notrânsito é o motivo de maior recla-mação por parte dos motoristasda Braso, de acordo com ela.

A empresa oferece diversos

enfrentar ou fugir do perigo”.Segundo a psicóloga, nemsempre o estresse é ruim,salvo quando o indivíduo éexposto constantemente asobrecargas emocionais. “Sobestresse, o motorista poderánão parar no ponto para pas-sageiros, aumentando a veloci-dade do veículo para superar otempo perdido enquanto‘preso’ no trânsito, o que colo-ca em risco sua vida e dosdemais passageiros.”

Jennifer acredita que asempresas do transporte coletivodevem oferecer o suporte neces-sário ao profissional, para quesituações extremas sejam evita-das. “É essencial o atendimentopsicológico, planejando e reava-liando o tempo para cumprir itine-rários, pois o trânsito é muitodinâmico. Uma boa noite de sonoe boa alimentação também fazemdiferença. É importante ainda queo motorista vá para o trabalhopreparado para encontrar adver-sidades e tente manter a calma.”

A maior queixa dos motoris-tas da Real, segundo a psicólo-ga, está ligada à incompreensãodos passageiros quanto aosimprevistos durante o itinerá-rio, como os constantes engar-rafamentos, que acabam atra-sando o tempo da viagem.

Maria Aparecida Lemos émotorista da empresa há seisanos. Ela diz que faz todos os

têm à disposição um psicólogopara atendê-los diariamente.“Contamos com parcerias deoutras clínicas especializadasquando o número de atendimen-tos aumenta”, afirma FernandoEloia, diretor de RecursosHumanos. O número de afasta-mento por estresse, segundo ele,não é acentuado na empresa.

A Planeta tem 1.483 motoris-tas ativos. Uma série de cursosé disponibilizada aos profissio-nais, como o de TransporteColetivo de Passageiros, deReeducação no Trânsito e deReciclagem por Reclamações deUsuários, entre outros.

TREINAMENTO Instrutor Hildebrando Alves passa orientações na Braso Lisboa

BRASO LISBOA/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 65

Com mais de 2.500 moto-ristas, a Turilessa, empresado transporte coletivo deBelo Horizonte, oferece trei-namentos para os condutorescom dois focos: técnicos ecomportamentais. “O treina-mento é visto como um pro-cesso de transformação pes-soal e profissional”, dizCarlos Alberto da Silva, coor-denador de treinamento edesenvolvimento.

Segundo ele, faz parte da cul-tura organizacional da Turilessa oatendimento psicológico aos cola-boradores. “A empresa sabe que ocotidiano do motorista não é fácil.

Mas, com habilidade, é possívellidar com os contratempos. A áreade suporte contribui muito para otrabalho dos condutores, poisexiste a preocupação em manteros veículos revisados e limpos,oferecer equipamentos comrecursos e os treinamentos paracapacitá-los.”

A psicóloga Renata Pasciniatuou na avaliação psicológicado Detran –MG (DepartamentoEstadual de Trânsito). Ela afir-ma que o índice de motoris-tas do transporte coletivoacometidos pelo estressesempre foi alto.

De acordo com a psicóloga,

as companhias estão mais cien-tes das consequências que aatividade pode causar aos pro-fissionais e, por isso, vêminvestindo em cursos motiva-cionais e de capacitação.“Quanto antes se verificar ossintomas do estresse, maiscedo as providências podemser tomadas. Psicoterapia,ginástica laboral (exercitada noambiente de trabalho) e a práti-ca de exercícios que evitemlesões, entre outras ações, sãooferecidas por muitas empre-sas. Isso motiva o condutor emsua atividade e pode contribuirpara evitar o problema.” l

“O cotidianodo motoristanão é fácil.Mas, comhabilidade, épossível lidarcom os

contratempos”

Sest Senat oferece cursos para o setor em parceriasCAPACITAÇÃO

O Sest Senat mantém parce-rias com as empresas do trans-porte coletivo urbano em váriascidades. O foco é capacitar oscondutores para que eles este-jam atualizados e preparadospara enfrentar os contratemposda rotina de trabalho.

A unidade de Belo Horizonteministra o curso TransporteColetivo de Passageiros, comcarga horária de 50 horas/aula.O curso é obrigatório a todos oscondutores do transporte coleti-vo. Ele obedece às resoluções nº168 e nº 285 do Contran(Conselho Nacional de Trânsito),que tratam das normas e proce-dimentos para a formação decondutores de veículos automo-tores e elétricos, e dos cursospara habilitação dos conduto-res, respectivamente.

José Vicente Pinto Júnior,diretor do Sest Senat da capi-tal mineira, afirma que o curso

foi consolidado em meados de2005. “Desde 2008, houve oacordo com todas as empresasque contribuem com o SestSenat para a gratuidade totaldesse curso.”

O condutor não precisa sercontratado por uma empresapara se inscrever. “O curso épermanente na grade. A pro-gramação é divulgada, o alunose inscreve na unidade e esco-lhe a data que melhor lhe con-vier. Alguns cursos são fecha-dos diretamente com asempresas. Esses são específi-cos para seus funcionários.”

Em Contagem (MG), a unida-de do Sest Senat mantém parce-ria com, aproximadamente, 150empresas do transporte coleti-vo. Os cursos são abertos a todaregião. “As parcerias são firma-das por meio dos departamen-tos de Recursos Humanos dasempresas”, diz o diretor Geraldo

Malta. De acordo com ele, sãoformadas 40 turmas por ano, oque representa uma média de1.200 motoristas capacitadosanualmente.

O Sest Senat de Cariacica(ES) ministra, além do cursoobrigatório estabelecidopelas resoluções nº 168 e nº285, o Procat (Programa deCapacitação para Trabalhadoresdo Transporte). O Procat possuitrês módulos: excelência naqualidade do atendimento, rela-cionamento interpessoal, higie-ne e saúde e qualidade de vida,profissional cidadão, direçãodefensiva, condução segura,econômica e mecânica básica elegislação de trânsito.

O diretor da unidade, EliomarRossati, destaca que algunsrequisitos são exigidos. “O con-dutor interessado deve sermaior de 21 anos, ser habilitadono mínimo na categoria D, não

ter cometido nenhuma infraçãograve ou gravíssima, ou ser rein-cidente em infrações médiasdurante os últimos 12 meses,não estar cumprindo pena desuspensão do direito de dirigirou estar impedido judicialmentede exercer seus direitos.”

O Procat, segundo Rossati,foi desenvolvido em parceiracom a Fetransportes (Federaçãodas Empresas de Transportesdo Espírito Santo), o Setpes(Sindicato das Empresas deTransporte de Passageiros doEspírito Santo), o GVBus(Sindicato das Empresas deTransporte Metropolitano daGrande Vitória) e com represen-tantes das instituições do setor.Vinte e uma empresas são par-ceiras da unidade de Cariacica.Este ano, 3.875 motoristas dotransporte coletivo foram trei-nados pela unidade, em umtotal de 26 turmas.

CARLOS ALBERTO DA SILVA, TURILESSA

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Uma possível propos-ta do governo fede-ral para alterar asatuais regras de

concessão ferroviária podemudar os rumos do modal. OMinistério dos Transportesestuda disponibilizar trechosnão utilizados comercialmen-te à estatal Valec. Com isso,abre-se a chance de novasempresas adquirirem permis-são para operar em ramaisque hoje não são explorados,já que a intenção é repassaresses intervalos para outrosoperadores ferroviários. Ogoverno não confirma asmudanças, mas entidades e

concessionárias já vislum-bram outros horizontes com apossibilidade de um novomarco regulatório.

Procurada pela reporta-gem, a Valec não se pronun-ciou sobre o assunto. A ANTT(Agência Nacional deTransportes Terrestres) e oMinistério dos Transportes,por meio de suas respectivasassessorias, afirmam que nãohá nada de oficial sobre novasregras para o segmento.Rodrigo Vilaça, diretor-execu-tivo da ANTF (AssociaçãoNacional dos TransportadoresFerroviários), diz que a inicia-tiva, mesmo que não confir-

mada, está alinhada com aexpansão do modal ferroviá-rio. “É natural que esses tre-chos passem a ser explora-dos. O setor tinha ciência deque o novo marco regulatórioseria iniciado o mais brevepossível.”

Para Vilaça, a abertura deoutros ramais pode atrairnovos investidores e impul-sionar ainda mais o modal. Eleconfia que ainda no primeirosemestre deste ano a mudan-ça nas regras de concessãoseja oficializada.

Estima-se que a extensãodos trechos que vão compor onovo marco regulatório do

setor ferroviário seja de,aproximadamente, 16 mil qui-lômetros. Vilaça diz que elesestão concentrados nasregiões de commodities agrí-colas, onde há grande volumede escoamento da produçãonacional. “É importante quese tenha novas regras para aexpansão da malha. Que sejaum instrumento de normasclaras e bem definidas, paraque os investidores estejamcertos do negócio.”

Neuroci Antonio Frizzo,presidente da Ferroeste, afir-ma que os operadores ferro-viários veem a mudança comotimismo. “É justo que uma

POR LETICIA SIMÕES

FERROVIAS

Novas regrasem estudo

Pelo novo formato, empresas poderiam operarramais inexplorados pelos operadores

NOVAS REGRAS

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 67

cindível a participação dosoperadores para que o setorpossa garantir seus interes-ses.” A ANTT receberá as suges-tões até as 18h do dia 28 dejaneiro. “Todo esse processo éfruto da troca de propostas econhecimento entre as conces-sionárias e as autoridades. Épreciso dar sequência ao cres-cimento do modal ferroviáriode carga e de passageiros.”

Uma das preocupações dostransportadores ferroviários, deacordo com ele, diz respeito àmaneira como a integração damalha será feita. “Os gargalosdos 15 principais corredores damalha atual precisam ser com-batidos, para que essa amplia-ção seja eficaz.” Para Vilaça, oBrasil poderia se espelhar nomodelo ferroviário norte-ameri-cano. “Nos Estados Unidos, omodelo se baseia no ‘short line’,em que os operadores atuamem trechos menores, com maioratratividade comercial.”

De modo geral, as empresasque atuam no “short line” identifi-cam um nicho de mercado emdeterminado ponto da malha ecriam um trecho de alimentaçãopara a ferrovia principal. “Quandoo Brasil tiver toda a malha ferro-viária bem trabalhada e estrutura-da, esse sistema vai funcionar.” l

regime de metas de segurançapor trecho para os transporta-dores ferroviários de cargas eregulamento de defesa dosusuários de transporte ferro-viário de cargas. Segundo aassessoria da agência, as con-sultas públicas visam alterar aregulamentação para melho-rar o transporte ferroviário decargas no país, e nada têm aver com a possível decisão deretomar trechos de ferroviassubutilizados pelas concessio-nárias.

A ANTF, segundo Vilaça,mobiliza seus associados paraque o setor envie contribuiçõesaos textos originais. “É impres-

as empresas terão atrativida-de para os investimentos.”

Em meados de dezembro, aANTT publicou no “DiárioOficial da União” a abertura detrês consultas públicas rela-cionadas às ferrovias: propos-ta de procedimentos de regu-lamentação de operações dedireito de passagem e tráfegomútuo, visando à integraçãodo Sistema Ferroviário Federal;proposta de procedimentos deregulamentação para pactua-ção das metas de produção esegurança por trecho para asconcessionárias de serviçopúblico de transporte ferroviá-rio de cargas e a adesão ao

concessionária que não tenhainteresse em explorar deter-minado trecho transfira aque-le intervalo para outra empre-sa que queira investir. Haverámais competitividade, abertu-ra de novas possibilidades denegócios e de projetos, àmedida que o novo modelofor implantado.”

Na opinião de Vilaça, osatuais operadores da malhapodem vir a investir nos novostrechos. “As concessionáriaspodem ser os investidoresdesse marco regulatório,dependendo da região em queos intervalos forem estabeleci-dos. A experiência contribui e

Discussão sobre a possibilidade de criação de um novo marco regulatório no setor ferroviário ficou para este ano

VALE/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201168

Oprograma Sest Senatpelo Meio Ambiente,iniciado em junho doano passado, alcançou

resultados positivos e preparanovas ações para este ano. Maisde 75 mil pessoas já participa-ram das atividades realizadasem todas as unidades em fun-cionamento do país.

Foram palestras, distribuiçãode material educativo, implanta-ção de sistema de coleta seleti-va, produção de um curta-metragem e orientações sobre oconsumo correto de energia elé-

trica e água, além do plantio deárvores. Pelo menos 200 milsachês com sementes de ipêroxo e cedro rosa foram distri-buídos em campanhas educati-vas. As espécies foram escolhi-das por serem nativas e seadaptarem facilmente em qual-quer região do país.

Ao trabalhar o meio ambien-te, o Sest Senat espera contri-buir para a preservação dosespaços verdes, a transformaçãodas pessoas e o desenvolvimen-to econômico sustentável,melhorando, simultaneamente, a

qualidade de vida de seu públi-co-alvo, de seus colaboradores eda sociedade em geral.

Uma das principais açõesdesenvolvidas foi o curta-metra-gem “Próximo Retorno”, queserá utilizado nos programas deconscientização ambientaldesenvolvidos pelas unidadesem 2011.

O curta tem direção deSantiago Dellape e traz no elen-co José Delvinei Santos, SérgioSartório, Vinícius Ferreira eGraça Veloso. A produção é daCara de Cão Filmes. Esse é o

Mobilizaçãoambiental

POR LIVIA CEREZOLI

SEST SENAT

Unidades recebem curta-metragem sobre temática ambiental para ações de conscientização

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 69

ROSANA TEIXEIRA/CARA DE CÃO/DIVULGAÇÃO

CINEMA Equipe grava uma das cenas do curta-metragem que será utilizado nas campanhas de conscientização do Sest Senat

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201170

sociais que serão realizadosao longo do ano. Depois decada exibição, haverá debatesrelacionados ao tema.

E as ações do Sest Senat para2011 não param por aí. Aindaeste mês serão conhecidas asunidades vencedoras do concur-so “Redução de consumo deenergia no Sest Senat”. Duranteum período de seis meses – dejulho a dezembro de 2010 –foram observadas as taxas deconsumo das unidades partici-pantes e comparadas ao mesmoperíodo do ano anterior.

blitz policial. O caminhoneiroMiguel se depara com o fogoconsumindo um pasto e nãomede esforços para resolver asituação.

As duas histórias forambaseadas em fatos reais. A dotaxista aconteceu em Manaus,em 2008. O profissional encon-trou em uma das ruas da cidadeum bicho preguiça e o entregouaos órgãos competentes. A docaminhoneiro foi baseada naatitude de um motorista dePatos de Minas (MG) que salvouum rebanho de cem cabeças de

gado de um incêndio criminosoàs margens de uma rodovia.

Como mensagem final, ofilme ressalta que atitudesambientalmente responsáveis,como a dos dois trabalhadoresem transporte, são essenciaispara a preservação ambiental, oresgate do sentimento da cida-dania e a transformação domundo em um lugar melhor.

O filme já está sendo distri-buído nas unidades do SestSenat e será exibido duranteos cursos de capacitação pro-fissional e os programas

segundo trabalho do Sest Senatem parceria com a produtoraenvolvendo o cinema. O primei-ro curta, “Mudança de Rumo”,foi realizado em 2009 e é utili-zado no programa de enfrenta-mento à exploração sexual decrianças e adolescentes.

O enredo conta a históriade dois trabalhadores emtransporte. Jonas é um taxis-ta que encontra um tamanduána beira da rua e vê aí a opor-tunidade de ganhar dinheirofácil, mas toma a decisão cor-reta depois de parar em uma

PARTICIPAÇÃO Seminário sobre meio ambiente realizado na unidade do Sest Senat de Contagem, em Minas Gerais

SEST SENAT CONTAGEM/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 71

A unidade vencedora seráaquela que alcançar o maiorpercentual de economia deenergia elétrica sem alterar assuas atividades habituais. Olevantamento de dados estásendo finalizado, mas resulta-dos preliminares já mostramuma redução de 3% a 4,5% noconsumo de energia elétrica.

O assunto meio ambientetambém será um dos temas dedestaque do Ciclo de Palestrasdesenvolvido nas unidades doSest Senat. Ainda está previstaa implantação das oficinas de

reciclagem, que além de ensi-nar técnicas de reaproveita-mento de material, abrirá aoportunidade de uma novafonte de renda a pessoas decomunidades carentes.

Na lista de bons resultadosdo programa Sest Senat peloMeio Ambiente alcançadosem 2010 também está a reali-zação dos seminários itine-rantes. Durante sete meses,cinco temas – legislaçãoambiental, meio ambiente eresponsabilidade empresarialno setor de transporte, mar-

keting socioambiental, ten-dência para o consumo cons-ciente e casos de sucesso –foram apresentados durantepalestras em 14 cidades dascinco regiões do país.

Ao todo, 2.287 pessoas par-ticiparam do programa queteve como objetivo principalconscientizar os gestores dasempresas do transporte quan-to à necessidade de um maiorcomprometimento com asquestões ambientais.

Outra ação que merece des-taque é a implantação das

lixeiras de coleta seletiva delixo, pilhas e baterias em todasas unidades do Brasil. Por meiode parcerias com as secreta-rias municipais ou ONGs queatuam em defesa do meioambiente, os materiais coleta-dos (papel, plástico, metal,vidro e orgânico) passaram ater destinação correta. Emalgumas localidades, os pontosde coleta já receberam atémesmo baterias de motocicle-tas e veículos de passeio.

Completando as ações, ocurso on-line Noções de MeioAmbiente recebeu 8.272 matrícu-las de junho a dezembro de 2010.Com inscrição gratuita, o conteú-do programático de 12 horas estádividido em cinco temas princi-pais: meio ambiente – responsa-bilidade de cada um, aquecimen-to global, plante árvores, lixo –faça a sua parte e dicas para oconsumo consciente.

O curso é aberto a qualquerpessoa interessada em conhecerconceitos e informações sobre omeio ambiente e auxiliar na suapreservação. Para se inscrever, épreciso ter conhecimentos bási-cos de informática e Internet eendereço de correio eletrônico. Asinscrições podem ser feitas pelosite www.sestsenat.org.br. l

Mais informações pelo telefo-ne 0800-728-2891 ou pelo e-mail:[email protected].

SEST SENAT BRASÍLIA/DIVULGAÇÃO

COMPROMISSO Unidades, como a de Brasília, receberam cestas de coleta seletiva

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201172

IDET

Em novembro, o transpor-te rodoviário de cargasrepetiu seu comporta-mento sazonal para o

mês, apresentando queda de 1,0%no total movimentado. No entan-to, observa-se que o total trans-portado foi 2,4% e 0,8% maiorque o total do mesmo mês de2009 e 2008, respectivamente.Além disso, observa-se que aqueda este ano foi menos acen-tuada que em 2008, quando otransportado no mês caiu 4,7%,sinalizando o início da crise eco-nômica daquele ano.

Esta queda no total transpor-tado pelo modal deveu-se à dimi-nuição no volume transportadode cargas industriais, que caiu3,0% em relação a outubro,seguindo o comportamentosazonal de fim de ano. A movi-mentação em novembro mante-ve-se superior 2,4% e 0,9% queo mesmo mês de 2009 e 2008. Jáo transporte de outras cargascresceu 1,0% em novembro, em

relação a outubro. Com a tonela-gem transportada de outras car-gas acumulada no ano, o modalprecisará transportar em dezem-bro apenas 56,3% da sua médiamensal para atingir o volumetotal de 2009.

Em novembro, o transportecoletivo urbano caiu 1,7% no totalde passageiros transportados.Apesar da queda, o total movi-mentado no mês foi superior em1,2% e 3,1% que o mesmo mês de2009 e 2008, respectivamente.Isso se deve ao fato que nos anosanteriores a queda no total depassageiros transportados foimais acentuada, de 2,2% em 2009e 6,5% em 2008, devido à criseeconômica daquele período.

O transporte rodoviário inter-municipal transportou 3,7%menos passageiros em novem-bro, comparativamente a outu-bro. Houve também queda de3,9% no número de passageirospor quilômetro rodado, indican-do uma preferência por viagens

Poucas viagensem novembro

Movimentação de passageiros no mês apresentou queda nos modais rodoviário e aeroviário

de curta distância. Em relação aanos anteriores, o número depassageiros transportados emnovembro 2010 foi 4,6% e 5,0%superior ao transportado nomesmo mês de 2009 e 2008.

Caindo 2,9% no total de passa-geiros transportados no mês denovembro, o transporte rodoviáriointerestadual de passageirosacompanhou o comportamentosazonal de anos anteriores, masmanteve-se no mesmo patamarde movimentação dos três últimosmeses, em torno de 6,3 milhões depassageiros. O total transportadono mês supera em 9,2% e 14,2% omovimentado no mesmo mês de2009 e 2008, respectivamente.

O transporte ferroviário decargas apresentou elevação de2,9% em outubro, em relação aomês anterior, devido, principal-mente, ao aumento na demandapor minério de ferro. Com isto, ototal de carga transportada noacumulado do ano até este mêsestá 30,8% e 11,3% acima do rea-

lizado no mesmo período de2009 e 2008.

Em outubro o transporte aqua-viário de cargas cresceu 4,4% emrelação ao mês anterior. No acu-mulado do ano, a movimentaçãojá supera em 6,3% o total trans-portado em 2009 e está apenas2,6% de alcançar o total movi-mentado em 2008.

O transporte aéreo de passa-geiros transportou em novembro5,2% menos passageiros que nomês anterior. Contudo, o movimen-tado no mês manteve-se superior15,4% e 47,6% em relação aomesmo mês de 2009 e 2008.

O Idet CNT/Fipe-USP é umindicador mensal do nível deatividade econômica do setorde transporte no Brasil. l

8

Para a versão completa daanálise, acesse www.cnt.org.br.Para o download dos dados,www.fipe.org.br

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 73

Fonte: Idet CNT/Fipe-USP

ESTATÍSTICAS DO TRANSPORTE BRASILEIRO

Transporte Rodoviário de Cargas - Total

Milh

ões de

Ton

elad

as

110

90

95

100

105

85

80

jan fev mar abr mai jun jul

2008 2009 2010

ago set out nov dez

Transporte de Passageiros - Coletivo Urbano

Milh

ões de

Passage

iros

1050

990

930

870

810

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Rodoviário de CargasIndustriais por Terceiros

Milh

ões de

tone

lada

s

55

50

40

45

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Rodoviário Interestadual dePassageiros

Milh

ões de

Passage

iros

8

7

5

6

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Ferroviário de Cargas

Milh

ões de

Ton

elad

as

50

30

35

40

45

25

20

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Aquaviário de Cargas

Milh

ões de

Ton

elad

as

80

60

70

40

50

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2008 2009 2010 2008 2009 2010

2008 2009 2010

2008 2009 2010

2008 2009 2010

Page 74: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201174

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 61.920 13.775 75.695 Estadual Coincidente 17.197 6.224 23.421 Estadual 111.375 111.474 222.849 Municipal 27.342 1.236.128 1.263.470Total 217.834 1.367.601 1.585.435

Malha rodoviária concessionada 15.809Adminstrada por concessionárias privadas* 14.745Administrada por operadoras estaduais 1.064

FROTA DE VEÍCULOS - UNIDADESCaminhão 2.016.493Cavalo mecânico 363.717Reboque 674.451Semirreboque 584.083Ônibus interestaduais 13.907Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 25.120Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo 42

Portos 40

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 141

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.148

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM*

Total Nacional* 29.817Total Concedida* 28.314Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMCompanhia Vale do Rio Doce/FCA 9.863MRS Logística S.A. 1.674ALL do Brasil S.A. 7.304Outras 9.473Total 28.314

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 87.150Locomotivas 2.624 Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.273Críticas 2.611

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 33Domésticos 33Pequenos e aeródromos 2.498

AERONAVES - UNIDADESA jato 820 Turboélice 1.700Pistão 9.354Total 11.874

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

Page 75: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 75

BOLETIM ECONÔMICO

Orçamento de InvestimentosMinistério dos Transportes

(Novembro/2010)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - NOVEMBRO/2010

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Investimento liquidado Total pagoObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior.

Arrecadação Acumulada

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001.Atualmente é cobrada sobre a comercialização de gasolina (R$ 0,23/liltro) e diesel (R$ 0,07/litro) e a destinação dos recursos engloba o subsídio e transporte de combustíveis,projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em transportes.

NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO: R$ 373,0 BILHÕES(PLANO CNT DE LOGÍSTICA - 2010)

Investimento Pago Acumulado

14,012,0

8,06,04,0

R$ bilhões

2,00,0

16,0

20,018,0

10,0

6,1

16,4

11,7

60

403020R

$ bilhões

100

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

70

50

26,8

8

2009 acumuladoem 2010

últimos12 meses

Expectativapara 2010

63,7

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Valores Pagos (CIDE)

Não Utilizado

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Outros

R$ 4.705,7(75,8%)

R$ 1.325,0(21,4%)

R$ 111,4(1,8%)

R$ 63,2(1,0%)

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

PIB (% cresc a.a.) -0,2 8,35(1) 7,51(1) 7,54

Selic (% a.a.) 8,75 10,75(2) 10,75

IPCA (%) 4,31 5,25(3) 5,64(3) 5,78

Balança Comercial(4) 25,3 14,94(4) 17,11(4) 16,24Reservas Internacionais

239,64(5) 285,36(5) - -

Câmbio (R$/US$) 1,74 1,71(6) 1,71

Observações:

1 - Taxa de crescimento do PIB para o 3º semestre 2010 e acumulada em 12 meses até setembro/2010

2 - Meta Taxa Selic conforme Copom 08/12/2010

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até novembro/2010

4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até novembro/2010

5 - Posição dezembro/2009 e novembro/2010 em US$ Bilhões

6 - Câmbio de fim de período novembro/2010, média entre compra e venda

Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (novembro/2010), IBGE e

Focus - Relatório de Mercado 03/12/10), Banco Central do Brasil.

Investimentos da União por Modalacumulados no ano até Novembro/2010

(R$ 6.205,4 milhões) - Liquidados(em R$ milhões)

CIDE (R$ Milhões)Arrecadação no mês Novembro/2010 678,0

Arrecadação no ano (2010) 7.077,0

Investimentos em transportes pagos (2010) 3.710,6

CIDE não utilizada em transportes (2010) 3.366,5

Total Acumulado CIDE (desde 2002) 63.688,0

48%

52%

Page 76: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201176

BOLETIM AMBIENTAL DO DESPOLUIR

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO

* Em partes por milhão de S - ppm de S

Estrutura do Despoluir

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - OUTUBRO 2010

AL AM

% NC

AP BA CE DF ES GO MA

MG MS

MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

Brasil

6,9

3,8

0,8 2,8 4,

0

0,9

3,3

1,9 2,5 1,0

1,1 2,7 3,0 3,5

AC

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - OUTUBRO 2010

0

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

0,9

15,3

5,3

1,8

2,14,9

0

13

10

8

0

3

18

15

5 2,0

0

Corante 3,0%1,5%

6,7%

Aspecto 26,1%

Pt. Fulgor 15,3%

Enxofre 6,7%

Teor de Biodiesel 47,4%Outros 1,5%

47,4%

26,1%

15,3%

3,0%

1,4

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DASEMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

NÚMEROS DE AFERIÇÕES

228.866 134.302 11.953 375.121

85,63% 89,28% 88,04% 87,03%

Federações participantes 21Unidades de atendimento 70Empresas atendidas 6.041Caminhoneiros autônomos atendidos 7.097

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL*

Japão 10 ppm de SEUA 15 ppm de SEuropa 50 ppm de S

Frotas cativas de ônibus urbanos das cidades do Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, BeloHorizonte e Salvador. Regiões metropolitanasde São Paulo, Belém, Fortaleza e Recife Diesel metropolitano (grandes centros urbanos)

Diesel interior (substituição de 11% do Diesel 1.800 ppm de S por Diesel 500 ppm de S)

Brasil

1.800 ppm de S

500 ppm de S

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,30Transporte 136,15 8,60Industrial 114,62 7,30Outros setores 47,78 3,12Energia 48,45 3,10Processos industriais 25,43 1,60Total 1.574,56 100

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100

VEÍCULO CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Caminhões 36,65 44Veículos leves 32,49 39Comerciais leves - Diesel 8,33 10Ônibus 5,83 7Total 83,30 100

50 ppm de S

MODAL MILHÕES DE m3 PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 32,71 96,6Ferroviário 0,69 2Hidroviário 0,48 1,4Total 33,88 100

TIPO 2006 2007 2008 2009 2010(ATÉ OUTUBRO)

Diesel 39,01 41,56 44,76 44,29 40,83Gasolina 24,01 24,32 25,17 25,40 24,32Etanol 6,19 9,37 13,29 16,47 12,18

7,7

6,0

ATÉ OUTUBRO NOVEMBRO20102007 A 2009 TOTAL

Aprovação no período

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE

CONSUMO POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões m3)

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

7,8

Page 77: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011
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São muitas as conse-quências negativasdecorrentes do fun-cionamento inadequa-

do dos sistemas de transporteurbano. Elas afetam não ape-nas os moradores da cidade,tratando-os de forma iníqua,como também seu dinamismoeconômico e o meio ambienteurbano. Nesse particular, des-tacam-se, entre outras, a perdade tempo decorrente dos con-gestionamentos, o desperdíciode energia, a poluição atmos-férica, o estresse e os aciden-tes de trânsito.

E por que estamos vivendotal situação? São três as princi-pais razões.

A sociedade urbana aindanão percebeu a incompatibili-dade entre o uso irrestrito docarro individual e a limitaçãona disponibilidade e ampliaçãodo espaço urbano.

Ademais, os usuários dotransporte privado motorizadonão absorvem os custos gera-dos por suas decisões indivi-duais quanto ao meio de trans-porte utilizado, custos esses quedecorrem das deficiências ante-riormente apontadas.

Por fim, há de se admitir que

CESAR CAVALCANTI

nenhum meio de transportepúblico consegue igualar a con-veniência e o conforto propor-cionado pelos meios de trans-porte privados. Assim, as pes-soas raciocinam logicamente, aoescolher um meio de transporteque, além de oferecer condiçõesinigualáveis de conveniência econforto, aparenta ser bem maisbarato do que realmente é, eainda é o mais rápido de se des-locar nas cidades modernas.

Acontece que ficou de foradessa equação a limitação, ine-rente às cidades, de absorver, deforma indefinida, uma quantida-de crescente de automóveis,cujo movimento, nos horários depico, apresenta uma taxa de uti-lização inferior a 1,5 pessoa porveículo. Para enfrentar essedesafio, precisamos aprimorar otransporte público coletivo, deforma a corrigir a demora dasviagens, a superlotação e ocalor dentro dos veículos.

Neste sentido, a implantaçãode corredores exclusivos paraônibus, nos principais eixos dacidade, responde às duas pri-meiras questões, de maneirarápida e econômica. Isso por-que, independente das irregula-ridades do tráfego geral, os ôni-

bus poderão elevar a sua veloci-dade, encurtando os tempos deviagem e aumentando a ofertade veículos (uma frota de ôni-bus, rodando a uma velocidademédia de 36 km/h, oferecerá odobro do serviço que essamesma frota pode oferecer a 18km/h). A climatização dos veícu-los fica a depender de uma polí-tica de subsídios aos usuáriosque permita a melhoria do con-forto das viagens, sem lhessobrecarregar o bolso, a exem-plo do que fazem os países doPrimeiro Mundo.

Entretanto, o mais importan-te na estratégia de implantaçãodas ideias aqui colocadas é oconvencimento da população,quantos às limitações e prejuí-zos causados à cidade, por umasistemática de transporte queprivilegia o desperdício, a polui-ção, as enfermidades e o rancorentre os cidadãos. Quando issoocorrer, e se acreditamos nacontínua evolução do homem,fatalmente ocorrerá, a cidadeserá um lugar mais equitativo eagradável de viver, economica-mente pujante e ambientalmen-te sustentável.

Afinal, não é exatamente issoque todos desejamos?

DEBATE Como valorizar o transporte coletivo?

CESAR CAVALCANTIChefe do Departamento de Arquiteturae Urbanismo da UFPE (UniversidadeFederal de Pernambuco) e membro doConselho Diretor da ANTP (AssociaçãoNacional de Transportes Públicos)

Atuar no convencimentoda população urbana

“Precisamos aprimorar o transporte público coletivo, para corrigir ademora das viagens, a superlotação e o calor dentro dos veículos”

Page 79: Revista CNT Transporte Atual - Jan/2011

Como valorizar o transporte coletivo?

Há inúmeros fatores queestão determinando umnovo mercado para otransporte público e ele

poderá tirar grandes vantagensdessas tendências.

Uma forte mudança nos obje-tivos dos acionistas de fundos deinvestimento é observada, haven-do uma proliferação de fundos decobertura (em inglês HedgeFund), que é a denominação dadaàs formas de investimento alter-nativas. O setor de transportepúblico, por ser um mercado sóli-do, com grande número de clien-tes cativos, é uma opção paraesse tipo de aplicação. É umaoportunidade de obter uma fontealternativa de financiamento quetraz recursos diretos para os sis-temas. Para isso, basta o setor detransporte público melhorar suaapresentação e criar uma novacultura de negócios, com umcenário claramente regulamenta-do e favorável empresarialmente,permitindo criar sistemas comesquemas altamente profissiona-lizados.

O transporte público significaprogresso para as sociedades epode proporcionar aos cidadãosum atraente pacote de mobilida-de sustentável. De forma geral, a

determinante para criar um servi-ço de transporte de qualidade. NaAmérica Latina, temos 30% dapopulação acessando a Internet,40% das residências com compu-tadores e 95% da população compelo menos um aparelho de celu-lar habilitado. Toda essa tecnolo-gia é uma realidade que o sistemade transporte deve utilizar comoferramenta, desde meio de paga-mento, sistema de informaçãoaté outros serviços que podemagregar valor ao sistema. Porexemplo, a integração da passa-gem do transporte público comserviços de lazer (entrada parashows, teatros e outros).

O desenvolvimento de políti-cas urbanas visionárias e integra-das é outro ponto para a valoriza-ção do transporte público. Aspolíticas integradas otimizam asvantagens das políticas urbanas ede transporte público, possibili-tando aos cidadãos desfrutar deuma qualidade de vida urbana.Aliada a essas políticas sãonecessárias medidas de estímuloda utilização do transporte públi-co. Essas medidas devem influen-ciar ativamente a mobilidade doscidadãos, incentivando a utiliza-ção dos transportes públicos.

ELEONORA PAZOS Gerente da Divisão América Latina da UITP (União Internacional de Transportes Públicos)

Mercado exige uma novacultura de negócios

“O sistema de transporte público deve prover os serviços para cadaestilo de vida, atendendo às necessidades dessa nova sociedade”

sociedade já está convencida poresses argumentos, mas a realida-de do mercado de transportepúblico na América Latinademonstra um comportamentocontrário. O setor perdeu emtorno de 20% dos seus clientes.

Esse é o novo cliente do trans-porte público, mais exigente, quetem um maior poder aquisitivo edeseja uma motorização emmassa. Há 20 anos, a média deviagens por pessoas era dois ter-ços do que é hoje. Temos naAmérica Latina 233 viagens porano por habitante, o que ainda é20% menos do que na Europa. Aexpectativa da população do con-tinente, no último meio século,aumentou em cerca de 20 anos. Osistema de transporte públicodeve prover os serviços para cadaestilo de vida, atendendo àsnecessidades dessa nova socie-dade. Esses novos parâmetrossão os condutores do planeja-mento e do financiamento dosserviços de mobilidade de altaqualidade. Entender a necessida-de dos horários gerados pelasdiversas atividades das cidades, otipo de viagem que o usuáriorequer e a comodidade que elenecessita são fundamentais.

A tecnologia é outro ponto

ELEONORA PAZOS

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OPINIÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2011 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

s profissões mudam, evoluem, transformam-se, enfim acompanham a dinâmica da socieda-de. Em especial, nos últimos anos, as novastecnologias têm determinado mudanças maissignificativas em muitas delas. Globalização,inovações e o dinamismo do mercado determi-

nam um perfil profissional diverso daquele queconhecemos para o caminhoneiro, seja o autôno-mo ou o empregado. Com segurança, posso afir-mar que está em curso uma verdadeira transfor-mação do profissional do volante.

A lendária figura do caminhoneiro autôno-mo ou empregado viajando livre pelas estradasestá cada vez mais longe da realidade. O setordo transporte se profissionalizou, um caminho-neiro hoje precisa ser um profissional beminformado, focado em sua atividade, conhece-dor de tecnologias embarcadas, com prepara-ção específica para conduzir os diferentes tiposde carga e para lidar com equipamentos de últi-ma geração. Hoje, os caminhões saem das fábri-cas com elevada aplicação de recursos tecnoló-gicos. Altamente informatizada, a chamada tec-nologia embarcada exige especialização namesma proporção. Assim, os profissionais daestrada passaram a ser, também, operadores decomplexos sistemas de informática.

A alta especialização que muito rapidamente sepassou a exigir dos profissionais para o exercícioda atividade e a grande disponibilidade de vagas

para contratação imediata estão criando um novoperfil do caminhoneiro, seja autônomo ou empre-gado. Aqueles que ingressam na profissão, sobre-tudo motoristas mais jovens, chegam com maiornível de escolaridade e mais conhecimentos espe-cíficos dos novos caminhões.

De janeiro a novembro do ano passado, o Brasilregistrou a maior venda de caminhões de todosos tempos, nada menos que 140.225 unidadesforam comercializadas. A prosperidade do paísrequer que empresas e caminhoneiros autôno-mos invistam em ampliação e/ou renovação defrotas. Com isso verifica-se uma procura extraor-dinária por profissionais qualificados.

Inquestionável é a essencialidade desse pro-fissional, cujo desempenho tem impactos diretossobre a distribuição de bens, produtos, insumosetc. e que conduz 61% da riqueza nacional.

A CNT e o Sest Senat há muito se dedicam a pre-parar não apenas o presente de nossos caminhonei-ros, mas principalmente o futuro destes profissionais.

Em convênio com fabricantes de caminhões, oSest Senat mantém, em seis Estados, cursos decondução de veículos de alta tecnologia. Mesmocom toda dedicação para a qualificação dos pro-fissionais, o Sest Senat depende de mais pessoasingressando na profissão.

Agora, a profissão deve passar por uma renova-ção que provavelmente trará um novo status paraaqueles que conduzem as riquezas do Brasil.

ACaminhoneiro – uma

nova profissão

“Aqueles que ingressam na profissão chegam com maior nívelde escolaridade e mais conhecimentos dos novos caminhões”

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201182

TRÂNSITO

Gostei muito da entrevista da edição nº 184 da revista CNT Transporte Atual. A visão do antropólogoRoberto DaMatta sobre o trânsito brasileiro é realmente real. Atualmente, é um risco diário sair de casa e tentar andar pelas ruas, seja de carro ou mesmoa pé. Nossos motoristas precisam mesmo ser maishumildes quando dirigem. A rua é espaço público.

Natália RochaCuritiba/PR

MALAS PERDIDAS

Achei muito válido o alerta que a reportagem da revistaCNT Transporte Atual dedezembro fez sobre a perda de bagagens nos aeroportos.Desembarcar de um avião eperceber que sua mala foiextraviada é realmente muito chato. Já passei por isso duas vezes e foi um transtorno. Fiquei horas aguardando uma solução e só tive a mala de volta três dias depois. Como faremos uma Copa do Mundocom problemas desse tipoainda acontecendo?

Thiago Magalhães RibeiroSorocaba/SP

CORES

Gostei bastante da revista CNT Transporte Atualdo mês de dezembro. As matérias estavam bem interessantes, mas o que mais chamou a minha atenção, em relação às outras edições, é que a revista de dezembro estava mais colorida.

Marília SoaresBelo Horizonte/MG

PRÊMIO CNT

Parabéns para a CNT por realizar o Prêmio CNT de Jornalismo, que chegou em 2010 à sua 17ª edição. É uma iniciativa muito importante para incentivarreportagens que reduzam os acidentes e melhorem a infraestrutura de transporte do país.

Teodomiro SouzaRecife/PE

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco J

Edifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar

70070-010 - Brasília (DF)

E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

[email protected]

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRA DA CNTThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio GulinTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho Ilso Pedro Menta TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiAntônio Pereira de SiqueiraTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Paulo Cabral Rebelo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Jacob Barata Filho

José Augusto Pinheiro

Marcus Vinícius Gravina

Tarcísio Schettino Ribeiro

José Severiano ChavesEudo Laranjeiras CostaAntônio Carlos Melgaço KnitellFrancisco Saldanha BezerraJerson Antonio PicoliJosé Nolar SchedlerMário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Paulo Brondani

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Dirceu Efigenio Reis

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

José da Fonseca Lopes

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Braatz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

Moacir da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

José Carlos Ribeiro Gomes

Claudomiro Picanço Carvalho Filho

George Alberto Takahashi

Marcos Machado Soares

José Eduardo Lopes

Fernando Ferreira Becker

Luiz Ivan Janau Barbosa

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Eclésio da Silva

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