REVISTA CNT 161.QXD

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NT edição infoRMAtivA dA cnt TRANSPORTE ATUAL Ano XXi núMeRo 244 JAneiRo 2016 LeiA SoBRe A PESQUISA CNT DE FERROVIAS nA PáginA 34 Propostas para o Brasil crescer BR-235, em Juazeiro (BA) SP-326/BR-364, em Matão (SP) Plano CNT de Recuperação Econômica prevê incentivos a investimentos privados em infraestrutura de transporte e Programa de Renovação de Frota Plano CNT de Recuperação Econômica prevê incentivos a investimentos privados em infraestrutura de transporte e Programa de Renovação de Frota

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CNTedição infoRMAtivAdA cnt

T R A N S P O R T E A T U A L

Ano XXi núMeRo 244JAneiRo 2016

LeiA SoBRe A PESQUISA CNT DE FERROVIAS nA PáginA 34

Propostas para oBrasil crescer

BR-235, em Juazeiro (BA)

SP-326/BR-364, em Matão (SP)

Plano CNT de Recuperação Econômicaprevê incentivos a investimentos

privados em infraestrutura de transportee Programa de Renovação de Frota

Plano CNT de Recuperação Econômicaprevê incentivos a investimentos

privados em infraestrutura de transportee Programa de Renovação de Frota

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 20164

REPORTAGEM DE CAPA

Ano XXi | núMeRo 244 | JAneiRo 2016

o fotógrafo JoelSilva comenta suaviagem de carona

PáginA 8

ENTREVISTA

estudo da cntapresenta os problemas do setor

PáginA 34

FERROVIÁRIO

Série especialretrata situação doSudeste do país

PáginA42

PESQUISA DE RODOVIAS

Plano de Recuperação econômica proposto pela cntprevê investimentos privados em infraestrutura detransporte. documento foi entregue à presidentedilma Rousseff e a outras autoridades

Página 16

CONSELHO EDITORIALAloisio carvalhoBernardino Rios PimBruno Batistaetevaldo dias Lucimar coutinhonicole goulartEDITOR

Americo venturaMtb 5125[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAuS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 edifício cnt • 10º andar ceP 70070-010 • Brasília (df)

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ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]ção da cnt (confederação nacional do transporte), registrada no cartório do

1º ofício de Registro civil das Pessoas Jurídicas do distrito federal sob o número 053.

tiragem: 40 mil exemplares

os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CAPA fotoS PeSquiSA cnt de RodoviAS

EXPECTATIVA • Representantes do setorde transporte estão pessimistas, mas buscamalternativas para contornar a crise econômica

PáginA26

CNT T R A N S P O R T E A T U A L

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Motoristas devemficar atentos às imunizações

PáginA 60

VACINAS

Ações garantemsegurança e saúdeaos portuários

PáginA 54

AQUAVIÁRIO

SEST SENAT

duke 6

opinião 7

Mais transporte 12

Boletins 68

tema do mês 78

Alexandre garcia 81

cartas 82

Seções

COMBUSTÍVEL • Redução na cobrança de icMS sobreo querosene de aviação estimula o setor aéreo. insumorepresenta 40% dos custos das empresas

PáginA48

www.cnt.org.br

Código de Trânsito Brasileiro chega à maioridade

Combustíveis mais caros no Brasil

o ctB (código detrânsito Brasileiro)completou, no dia22 de janeiro, 18anos de vigência.ele coloca o Brasil àfrente da maioriadas nações em le-gislação de trânsito.A Agência cnt denotícias preparoureportagens espe-ciais sobre o assunto. Para ler e ouvir, acesse:http://bit.ly/agenciacnt2240

Por que os preços da gasolina e do diesel continuam subin-do no Brasil, enquanto, no mundo, o barril do petróleo estámais barato? A Agência cnt ouviu um especialista sobre oassunto, para entender o que pesa nessa conta. Leia a entre-vista na íntegra: http://bit.ly/agenciacnt2241

curso vai formar 60marinheiros paraatuar em hidrovia

PáginA 64

T R A N S P O R T E A T U A L

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 20166

OPINIÃODuke

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 7

cLÉSio AndRAdeOPINIÃO

odo início de um novo ano traz com ele a opor-tunidade de rever expectativas e refletir sobreacertos e erros. Após um difícil e implacável2015 para os brasileiros, faz-se necessário re-novarmos nosso compromisso com o desen-volvimento do país e planejar novas etapas e

novos desafios. temos plena consciência de queainda estamos em meio a uma crise econômicaintensa, que só se agrava à medida que o cená-rio político se torna cada vez mais nebuloso. eessa realidade atingiu em cheio a atividadetransportadora. contudo, cabe a todos nós, ago-ra, tentar fazer deste ano um novo ciclo de reto-mada do desenvolvimento.

infelizmente, os indicadores econômicosapontam para mais um período de retração eajustes. As expectativas dos analistas de merca-do são de mais elevações de juros e inflação e re-cuo do PiB (Produto interno Bruto). Além disso, noâmbito do transporte, nossos transportadoresnão confiam na gestão econômica do atual dogoverno e só esperam uma recuperação a partirde 2017. em virtude desse cenário incerto, muitosdeles foram obrigados a reduzir seus quadros defuncionários no ano passado, não investirão emcontratação formal de funcionários e adiarãoprojetos e investimentos. o que fazer, então?

Mesmo diante de tamanho pessimismo, é im-portante que as empresas de todos os segmen-tos não se acomodem. essa não é a primeira,nem será a última crise que enfrentamos. emmomentos como esse, precisamos analisar to-dos os processos internos para identificar ondeé possível implementar melhorias e reduzir cus-tos. também é necessário avaliar o mercado e

traçar um planejamento estratégico focado emalternativas que permitam atender à sociedadecom qualidade e eficiência. em paralelo a isso, éfundamental que não haja aumento de insumose de tributos por parte do governo.

com o objetivo de contribuir para um debatepropositivo, encaminhamos, em dezembro, àpresidente dilma Rousseff, a ministros da equipeeconômica e de transporte do governo e aospresidentes da câmara e do Senado o Plano cntde Recuperação econômica. o documento écomposto pelo Programa de investimento em in-fraestrutura 2015-2018, no qual elencamos proje-tos e ações de incentivo à participação da inicia-tiva privada. também prevemos a implantaçãodo Programa de Renovação de frota, que instituiuma política que modernize e recicle a frota au-tomotiva brasileira.

nesta primeira edição de 2016 da CNTTransporte Atual, detalhamos essas propos-tas e apresentamos as expectativas dostransportadores para o novo ano.

Acreditamos fortemente que, ao adotar as me-didas do nosso plano de recuperação, o país po-derá estimular sua economia e retomar o cresci-mento sustentável. É importante aceitarmos queo governo não dispõe de capacidade para investirtudo que o país precisa para melhorar a infraes-trutura de transporte. Por esse motivo, não pode-mos prescindir da participação da iniciativa priva-da, brasileira ou estrangeira, ou seja, assim comorepetimos exaustivamente neste espaço, ao longode 2015, necessitamos de um grande pacto nacio-nal voltado a assegurar a logística e a competiti-vidade para tirar o Brasil da recessão.

TNovo ano, velhos problemas

“Acreditamos que, ao adotar as medidas do plano de recuperação, o paíspoderá estimular sua economia e retomar o crescimento sustentável”

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ENTREVISTA

Afrase-tema do cine-ma novo “uma câ-mera na mão e umaideia na cabeça” po-

de muito bem ser aplicada àexperiência vivida em 2015pelo fotógrafo Joel Silva. tro-que-se a câmera de vídeo pe-la fotográfica e se apresentea ideia: percorrer o Brasil desul a norte de carona.

As experiências vivencia-das durante os 5.000 km per-corridos foram relatadas dia-riamente no blog Maluco deBR, publicado no portal da“folha de S.Paulo”, jornal pa-ra o qual Silva trabalha.

durante o trajeto, ele con-

viveu com caminhoneiros,dormiu à beira de rodovias,visitou cidades pouco conhe-cidas e teve uma única certe-za: “o brasileiro ainda é bas-tante solidário”.

com uma mochila nas cos-tas e R$ 176,50 no bolso, o fo-tógrafo saiu de chuí (RS), nodia 14 de outubro de 2015, emdireção ao norte do país. oprojeto inicial era terminar aviagem em uma pequena vilano interior do Pará, mas ascaronas mudaram seu plane-jamento e Silva acabou che-gando em Piranhas (AL), nonordeste brasileiro. Ao todo,foram 36 dias na estrada.

nesta entrevista concedi-da à CNT Transporte Atual,ele contou os detalhes da via-gem. Acompanhe os princi-pais trechos.

Você tem um currículobastante recheado de gran-des coberturas jornalísti-cas, como a revolta da Pri-mavera Árabe na Líbia, ogolpe militar em Honduras,a ocupação do Exército noMorro do Alemão, no Riode Janeiro, e as Farc (For-ças Armadas Revolucioná-rias da Colômbia). Comosurgiu a ideia de realizaruma viagem de carona pe-

lo Brasil e contar isso emum blog?

essa viagem tem, basica-mente, dois aspectos: um pes-soal e um profissional. Pes-soalmente, isso funcionou pa-ra mim como uma válvula deescape da correria diária. An-dar pelas estradas foi comoum refúgio. eu queria sair umpouco dessa linha de grandescoberturas jornalísticas, deprotestos de ruas, das pautashard news. durante as minhasúltimas férias, acessei um blogde um americano que viajoudo México ao canadá e foi as-sim que surgiu a ideia. conver-sei com a “folha de S.Paulo”, e

“o Brasil é muito lindo e muito rico. Mas, apesar de toda essa beleza natural do nosso país, o que mais me impressionou foi a solidariedade do brasileiro”

PoR LIVIA CEREZOLI

JOEL SILVA - fotógRAfo

Andanças pelo Brasil

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acertamos os detalhes para apublicação do blog com as mi-nhas experiências diárias. noaspecto profissional, foi umaexperiência muito legal a pu-blicação do blog, justamentenesse momento em que o jor-nalismo caminha para um novomodelo, mais voltado para ainternet. Além disso, ter umblog para contar histórias maisleves que fogem da pauta diá-ria dos jornais, muitas vezes,recheada de tragédias, foi algobastante gratificante. o blogfoi um dos cinco mais lidos dafolha no último ano, com umpouco mais de meio milhão devisualizações.

O que você levou emconta para montar o plane-jamento da viagem?

eu tinha um pequeno plane-jamento que previa a saída doextremo sul do Brasil seguindopara o norte. A minha ideia ini-cial era terminar em uma vilano interior do Pará. Porém, na-da impedia de alterar isso, co-mo aconteceu, e terminei aviagem no nordeste do país. eutinha em mente que seguiria ocaminho que as caronas mepermitissem. de qualquer ma-neira, segui a minha propostade fugir dos grandes centrosurbanos e viajar por estradassecundárias. eu queria evitar

as grandes rodovias e encon-trar cidades e vilarejos poucoconhecidos.

Qual a explicação para onome do blog, “Maluco deBR”?

existem os andarilhos quesão chamados de “Malucos deestrada”. São aquelas pes-soas que produzem artesana-to e viajam pelo Brasil, pelasrodovias, pelas BRs. essa foi aminha inspiração para o no-me do blog.

O que mais impressionouno trajeto?

essa é uma pergunta difícil

de responder. o Brasil é um paísmuito lindo e muito rico. Mas,apesar de toda essa beleza na-tural do nosso país, o que maisme impressionou foi a solidarie-dade do brasileiro. Para você teruma ideia, eu comecei a viagemcom pouco mais de R$ 170, e, du-rante um bom trecho, eu nãogastei nada com comida porqueas pessoas pagavam a minhaalimentação. É muito bom saberque as pessoas ainda são soli-dárias. isso me marcou muito.eu não falava que era jornalistae estava escrevendo um blog.Minha proposta era não ter aju-da fácil. Por isso, essa solidarie-dade me impressionou.

fotoS ARquivo PeSSoAL/divuLgAção

JOEL SILVA - fotógRAfo

INÍCIO Joel Silva partiu de Chui (RS), rumo ao norte do paísINÍCIO Joel Silva partiu de Chui (RS), rumo ao norte do país

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Qual foi a sua maior difi-culdade durante essa expe-riência?

foi o cansaço físico. Minhamochila era bem pesada e eucomecei a sentir fortes doresno ombro. depois, quandocheguei à Bahia, tive uma fe-bre bem forte. talvez eu nãotenha me preparado bem pa-ra a viagem. eu esperava terproblemas para encontrar lu-gar para dormir, para conec-tar à internet e atualizar oblog, mas tudo isso foi tran-quilo. eu achei até que pode-ria ser assaltado, mas não fui.

No primeiro dia da via-gem, foram mais de duashoras aguardando uma ca-rona. Essa foi uma realida-de durante todo o trajeto?Qual a sua explicação paraisso?

não foi uma dificuldade,mas, hoje, o medo do assaltoé muito grande. os caminho-neiros são os mais desconfia-dos, os que têm mais medo.Muitos deles, funcionários deempresas, são proibidos dedar carona para evitar maio-res problemas.

Você já viveu experiênciasemelhante em 1989. O quemudou na vida de estradanesses 26 anos?

A forma de pegar carona.como mencionei, por contada violência, as pessoas têm

mais medo. um motorista mecontou que deu carona parauma mulher e, quando eladesceu, os assaltantes esta-vam esperando do lado de fo-ra do veículo. era uma caronaarmada para o assalto. então,a estratégia para conseguircarona agora é outra. Antes,você pendurava a placa como nome da cidade na mochilae era caminhar por um quilô-metro que alguém já te ofere-cia carona. Hoje, as técnicassão outras. você precisa fazeramizade com frentistas deposto de gasolina que pos-sam te apresentar para os ca-minhoneiros, ficar perto dequebra-molas porque o moto-rista consegue te ver quandoreduz a velocidade.

A sua proposta inicial erarealizar todo o percursocom apenas R$ 176,50 quevocê tinha no bolso. Comofoi para você administrar“todo esse dinheiro”?

Realmente, administrar o di-nheiro deu um trabalhão (ri-sos). essa foi uma preocupaçãodiária minha. Precisava manteruma reserva de dinheiro. Masfaço uma constatação diantedesse desafio. A gente tem vá-rias expectativas na vida: com-prar uma casa, adquirir um car-ro, fazer uma viagem. isso tudoé normal e são coisas necessá-rias. Mas, quando você precisaapenas conseguir carona, comi-

da e um lugar para dormir, tudomuda. os nossos valores, a nos-sa percepção de vida e a relaçãocom o dinheiro mudam. eu tam-bém contei com muita ajuda,ganhei comida e até conseguitrabalho em uma fazenda, ondeganhei R$ 200 e depois ajudei adescarregar um caminhão debatatas e recebi mais R$ 80.

A viagem te proporcionouum contato direto com arealidade vivida pelos cami-nhoneiros. Você, inclusive,ajudou um deles a prepararo almoço no caminhão. Oque fica dessa vivência?

Percebi que os caminhoneirosainda são muito sacrificados. eu

TÉRMINO depois de 36 dias viajando pelo país, o fotográfo chegou em Piranhas (AL)

“Andar pelasestradas foicomo um refúgio. Eu

queria sair umpouco dessalinha degrandes coberturas jornalísticas”

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é o que os mantêm na profissão.eu cheguei a perguntar para al-guns se eles já pensaram emvender o caminhão e buscar ou-tro trabalho, mas a resposta sem-pre foi a mesma: “- Rapaz, eugosto muito disso aqui. não con-sigo parar.” conheci, inclusive,um caminhoneiro, que o filho de-le também está na estrada.

A infraestrutura das ro-dovias brasileiras ainda ébastante ruim em várias re-giões. Durante o seu per-curso, de 5.000 km, qual si-tuação você encontrou pelocaminho?

em relação às rodovias,passei por alguns trechos

ruins no Paraná. foi um tre-cho de 50 km, aproximada-mente, com muito buracos. e,depois, no norte de Minasgerais, perto de Salinas. Mas,no geral, viajei por rodoviasonde a situação era bastanteregular. Agora, uma coisa in-teressante que me chamouatenção na viagem foi a qua-lidade dos postos de com-bustível que ficam às mar-gens das rodovias. Percebi,durante a viagem, que a qua-lidade dos postos de gasoli-na no Sul do Brasil (depoisde São Paulo) é bem melhordo que mais ao norte. elesoferecem uma infraestruturade apoio ao caminhoneiromuito maior. eles têm ba-nheiros gratuitos, água gela-da e, às vezes, até um café,como cortesia. Subindo emdireção ao nordeste do país,isso é bem diferente.

Você comenta, em umdos textos, que “quem pegacaronas na estrada tem co-mo obrigação distrair osmotoristas com conversasde todo tipo”. Quais asconversas mais marcantesdurante a sua viagem?

As conversas variam mui-to. falamos de futebol, de di-nheiro, dos problemas doscaminhoneiros, de relaciona-mentos etc. Mais uma vez,volto à questão da necessi-dade de valorização dos ca-

minhoneiros. Acho que essefoi o tema que mais predomi-nou durante as minhas con-versas com esses profissio-nais. eles sentem uma carên-cia enorme e pedem para se-rem melhor reconhecidos pe-la sociedade.

Você esteve em Pirapora(MG), onde começa o tre-cho navegável do Rio SãoFrancisco. Porém, o títuloda sua postagem sobre es-sa parte da viagem é “Visi-tando o Velho Chico naUTI”. Como está a situaçãodessa hidrovia?

durante o período emque estive lá, a navegaçãonão existia mais. Até o Ben-jamim guimarães (embarca-ção que realizava passeiospelo rio) estava ancorado eservia de palco para apre-sentações musicais. esse foium susto muito grande paramim. Sou de uma regiãobem próxima da nascentedo São francisco e há tempoouvia que o velho chico es-tava baixo, mas não imagi-nava que a situação estavatão crítica. É realmentepreocupante, em um paíscom tanto potencial para anavegação, como o Brasil. Ashidrovias do Sudeste passampor uma situação muito preo-cupante. A tietê-Paraná este-ve por muito tempo fechadatambém. l

TÉRMINO depois de 36 dias viajando pelo país, o fotográfo chegou em Piranhas (AL)

tenho a sensação de que elessentem muito os impactos da cri-se econômica. o aumento do die-sel impacta diretamente no tra-balho deles, aumentando os cus-tos e reduzindo o valor dos fretes.eles também sentem uma neces-sidade de valorização maior dotrabalho que realizam. os cami-nhoneiros sãos os responsáveispara que as coisas cheguem aosconsumidores de todo o país eeles têm essa consciência. Po-rém, mesmo diante de todas es-sas dificuldades, o que descobridurante as minhas caronas é quenão existe caminhoneiro algumque não goste do que faz. nasconversas, eles deixaram claroque a paixão pela vida de estrada

“Não existecaminhoneiroalgum quenão goste doque faz”

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201612

MAIS TRANSPORTE

AntAq/divuLgAção

PoRtAL dA coPA/divuLgAção

PARCERIA dnit assinou contrato de prestação de serviços

PROCESSO essa é a segunda etapa antes da realização dos leilões

o dnit (departamento nacional de infraestrutura de transportes) firmou contrato com o usace (corpode engenheiros do exército dos estados unidos, na siglaem inglês), para a prestação de serviços técnicos na elabo-ração de estudos de engenha-

ria fluvial e de navegação. Assim, o exército norte-americano fará transferência de conhecimento, por meio de capacitação e treinamento,para o setor aquaviário brasileiro. o contrato tem duração de cinco anos.

EUA e o transporte hidroviário

A SAc (Secretaria de Aviação civil) entregou ao tcu (tribunalde contas da união) os evtAs (estudos de viabilidade técnica,econômica e Ambiental) para asnovas concessões aeroportuárias.essa é a segunda etapa que precisa ser cumprida para realização dos leilões. osaeroportos que serão concedidosà iniciativa privada são os de Porto Alegre (RS), de florianópolis (Sc), de

fortaleza (ce) e de Salvador (BA).cabe ao tcu, agora, analisar eaprovar esses estudos, o que deve levar aproximadamente 45dias. depois, a Anac (Agência nacional de Aviação civil) elaborará o edital e a minuta de contrato, que serão postos em audiência pública antes da publicação. A expectativa da Secretaria é que os leilões paraos aeroportos sejam realizadosentre maio e junho de 2016.

Concessões de aeroportos

A PRf (Polícia Rodoviária federal)e o ibama (instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos Recursosnaturais Renováveis) realizaram,em 2015, operações de fiscalização no uso do Arla 32 nos estados de Mato grosso,Mato grosso do Sul, Paraná, Santa catarina, Minas gerais eSão Paulo. utilizado em veículosde carga com sistema ScR (Redução catalítica Seletiva), oArla 32 é um reagente químico à base de ureia extra pura,

necessário para atender à fase P7 do Proconve (Programade controle de Poluição do Ar por veículos Automotores) regulamentado pelo conama(conselho nacional do Meio Ambiente), que tem como objetivo reduzir a emissão de poluentes na atmosfera. Ao todo já foram multados e encaminhados aos distritos policiais, por irregularidades,mais de 150 veículos que tiveramconfirmadas as fraudes.

Irregularidades no uso do Arla 32

MOBILIZAÇÃO Ações também capa citaram policiais

fotoS PuBLicAS/divuLgAção

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 13

RetRAção

RESULTADO foram comercializadas 71,7 mil unidades, segundo balanço da Anfavea

Vendas de caminhões novos caem quase 50% em 2015

SeRgio ALBeRto/cnt

Em 2015, foram comercia-lizados 47,7% menos ca-minhões que em 2014,

segundo levantamento da An-favea (Associação nacionaldos fabricantes de veículosAutomotores). no ano passa-do, foram licenciadas 71,7 milnovas unidades, contra 137,1mil do ano anterior. Somenteem dezembro, a queda foi de59%: foram 5,6 mil unidadesvendidas contra 13,7 mil dedezembro de 2014. A produ-ção de caminhões tambémretraiu de um ano para o ou-tro, com 74,1 mil unidades em

2015 e 140 mil em 2014, baixade 47,1%.

o segmento de ônibus re-gistrou queda de 38,9% nasvendas. foram licenciados 16,8mil veículos em 2015, ante 27,5mil de 2014. A produção dechassis baixou de 32,9 mil para21,5 mil, o que significa queda34,7% entre 2014 e 2015.

Já as exportações apresen-taram resultados mais anima-dores. no caso dos caminhões,houve alta de 18%, com 20,9mil unidades comercializadaspara outros países em 2015,frente a 17,7 mil de 2014. tam-

bém foram vendidos 10,9%mais ônibus para o exterior. Aotodo, 7,3 mil coletivos foramexportados em 2015. em 2014,haviam sido 6,6 mil.

contabilizando os negóciosfechados em todos os segmen-tos, a indústria automotiva en-cerrou 2015 com retração de26,6%. foram 2,5 milhões deunidades licenciadas. em 2014,haviam sido 3,5 milhões. Já asexportações aumentaram, nototal, 24,8%, com 417 mil veícu-los novos vendidos para ou-tros países. o resultado foi mo-tivado principalmente pela va-

lorização do dólar e por acor-dos comerciais firmados em2015 com Argentina, colômbia,México e uruguai.

Para 2016, a entidade pre-vê estabilidade para a produ-ção de veículos novos em re-lação a 2015, com alta nas ex-portações e queda nas ven-das internas. conforme a An-favea, os licenciamentos deautoveículos neste ano de-vem cair 7,5% quando compa-rados com 2015. Já para asvendas ao exterior, é estima-do crescimento de 8,1%.

(Por Natália Pianegonda)

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MAIS TRANSPORTE

o ctb (código de trânsito brasileiro) completou18 anos de vigência no último dia 22 de janeiro.Dados do Denatran (Departamento nacional detrânsito) mostram que, desde que o ctb entrouem vigor até hoje, a frota de automóveis em circulação no país cresceu 275%, enquanto asmortes decorrentes de acidentes de trânsitoaumentaram 40%. no período, a nova legislaçãoimpôs mudanças significativas de comportamentoe trouxe diversos avanços. também passou pormuitas mudanças, que causam confusão, e nãofoi totalmente regulamentado pelo contran(conselho nacional de trânsito), a quem cabe,segundo o próprio código, estabelecer comoimplementar alguns de seus artigos. o texto do ctb contempla a maioria dos aspectos considerados mais importantes pela oMS(organização Mundial da Saúde) para aumentar a segurança nas vias, com leis que tratam de álcool e direção.

Dezoito anos deCódigo de Trânsito

FotoS PublicaS/DivulGação

os portos brasileiros movimentaram 98,6% das exportações brasileiras em 2015,dos quais 95,9% foram por viamarítima e 2,7% por via fluvial.Foram mais de r$ 628 milhõesdos r$ 637,6 milhões comercializados para o exterior em 2014, conforme a SEP (Secretaria Especial de Portos),com base em dados do MDic (Ministério do Desenvolvimento,

indústria e comércio). as exportações de soja puxaramboa parte do resultado. os portosque mais movimentaram o produto foram Santos (13 milhõesde toneladas), rio Grande do norte(11,3 milhões) e Paranaguá (8,5milhões). os portos do arco norteconsolidaram-se como importanteponto de saída dos produtos brasileiros e apresentaram destaque com relação à soja em grão.

Exportações e os portos arQuivo cnt

EXPRESSIVO Quase 99% das exportações passaram pelos portos

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 15

PROMESSA gratuidade estava no plano da candidatura dos jogos

em seu terceiro ano de concessão, o Aeroporto deBrasília, administrado pelainframerica, encerrou 2015 com9% de crescimento e 19,8 milhõesde passageiros, consolidando-secomo o segundo maior terminalaéreo do Brasil. um total de186.377 mil aeronaves pousaram edecolaram rumo a mais de 50cidades brasileiras e 60 com destinos ao exterior, uma médiade 509 voos por dia. um dos

fatores fundamentais para oaumento no número de voos paraBrasília é a capacidade de pista do aeródromo, a maior do país,podendo receber um voo porminuto. Além disso, o terminal brasiliense se tornou o maior centro de conexões de passageirosdo Brasil. em 2015, 47% dos usuários usaram o Aeroportocomo ponto de conexão paraoutras regiões. As mais procuradasforam Sudeste e nordeste.

Aeroporto JK é o 2º maior

A promessa de oferecer transporte gratuito aos torcedoresdos Jogos olímpicos do Rio deJaneiro 2016 não será cumprida. A prefeitura lançou seu plano demobilidade para o evento incluindo um cartão para integraros modais municipais e estaduaiscom custo de R$ 25 por dia.

Anunciou também o lançamentodo cartão de transporte olímpico,aceito em ônibus municipais,metrô, vans credenciadas, trens,vLt e barcas, além dos teleféricosdo Alemão e da Providência. Hátrês valores de recarga: R$ 25 por um dia, R$ 70 por três dias e R$ 160 por sete dias.

Rio-2016 sem gratuidade

BLog do PLAnALto/divuLgAção

RECORDE Movimentação de passageiros é 9% maior que em 2014

PASSAGEIROS Resolução inclui transporte interestadual e internacional

infRAMeRicA/divuLgAcAo

JuLio feRnAndeS cnt

Terceirização no transporte A Antt (Agência nacional detransportes terrestres) publicouresolução que estabelece os procedimentos para empresasque fazem o transporte regularinterestadual e internacional depassageiros utilizarem ônibus emotoristas de outras empresas. Atransportadora que tem permissãopara prestar o serviço deve solicitarà Antt autorização para isso. Autilização de veículos de terceirosdeve ser pelo prazo máximo de

90 dias quando ocorrer variaçãotemporária da demanda, comoem datas festivas, feriados eperíodo de férias escolares. Se oobjetivo for a realização de testesoperacionais de ônibus novos,cedidos por uma montadora, oprazo será estendido em 180 dias.os veículos deverão atender àsexigências e características técnicas previstas para a prestaçãodo serviço. Mais informações:www.antt.gov.br.

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Acnt (confederação nacionaldo transporte) encaminhou,no final do mês de dezembro,à presidente dilma Rousseff, a

ministros que compõem a equipe eco-nômica e de transporte do governo eaos presidentes da câmara e do Senadoo Plano cnt de Recuperação econômica.As propostas são constituídas de doispilares principais: Programa de investi-mento em infraestrutura 2015-2018, queprevê o incentivo à forte participaçãoda iniciativa privada, e implantação do

Programa de Renovação de frota, queinstitui uma política que renove e reci-cle a frota automotiva brasileira, espe-cialmente de caminhões.

os benefícios da renovação de frotasão ambientais, econômicos e sociais.veículos velhos poluem mais, gastammais combustível, oferecem mais ris-cos ao trânsito. A expectativa é que aimplantação do Programa de Renova-ção de frota poderá gerar pelo menos285 mil empregos e ainda a arrecada-ção de R$ 18 bilhões em tributos, em

PoR CYNTHIA CASTRO

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REPORTAGEM DE CAPA

cnt propõe

Plano de Recupe ração Econômica Plano de Recupe ração Econômica

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201616

Proposta entregue à presidente Dilma Rousseff e a outras autoridades prevê incentivo a investimentos privados em infraestrutura de transporte e Programa de Renovação de FrotaProposta entregue à presidente Dilma Rousseff e a outras autoridades prevê incentivo a investimentos privados em infraestrutura de transporte e Programa de Renovação de Frota

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Plano de Recupe ração Econômica Plano de Recupe ração Econômica Proposta entregue à presidente Dilma Rousseff e a outras autoridades prevê incentivo a investimentos privados em infraestrutura de transporte e Programa de Renovação de FrotaProposta entregue à presidente Dilma Rousseff e a outras autoridades prevê incentivo a investimentos privados em infraestrutura de transporte e Programa de Renovação de Frota

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nham mais acesso ao crédito econsigam comprar novos veí-culos. os caminhões em finalde vida útil seriam retirados decirculação e encaminhados pa-ra centros de reciclagem.

Conselho gestorem relação à infraestrutura,

a cnt defende a criação de umconselho gestor com represen-tantes das áreas técnica, am-biental e política. esse conse-

preendendo veículos comple-tos e carcaças, segundo dadosapresentados pela fenSeg (fe-deração nacional de Segurosgerais), em uma reunião da co-missão de viação e transporteda câmara.

desde 2009, a cnt defendea implantação de um programano Brasil que renove a frota an-tiga de caminhões. A propostaprevê incentivos para que oscaminhoneiros autônomos te-

2016, contribuindo para o cres-cimento de 1,3% do PiB (Produ-to interno Bruto). também de-ve reduzir o consumo de com-bustível em 18%, além de pro-porcionar expressiva diminui-ção das emissões de poluen-tes, conforme o plano da cnt.

no Brasil, há um potencialenorme a ser reciclado. o pla-no de recuperação da confede-ração indica que há 2 milhõesde veículos apreendidos, com-

lho deverá ter autonomia paraanalisar e aprovar projetos deinfraestrutura com maior cele-ridade e prazo máximo defini-do. A cnt também aponta co-mo necessária a desburocrati-zação do processo licitatóriopor meio da ampliação do usode Rdc (Regime diferenciadode contratações Públicas).

Proporcionar segurança ju-rídica dos contratos vigentes efuturos e incentivar o uso de

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTEPara que ocorra maior dinamização e desenvolvimento da economia, são necessárias as seguintes medidas:

• criar conselho gestor com autonomia para aprovar projetos de infraestrutura (e outros), com prazo determinado

• facilitar o investimento privado - nacional e estrangeiro - em obrasde infraestrutura de transporte

• Promover segurança jurídica

• implantar projeto de renovação e sucateamento de frota

• desenvolver e manter um banco de projetos básicos e executivos de qualidade

• desenvolver um Plano nacional de transporte integrado, de longo prazo

• Assegurar ao setor produtivo maior participação nos processos decisórios

• definir clara e objetivamente as competências de cada instituiçãoenvolvida no processo decisório do transporte

• desembaraçar o processo de financiamento para o setor produtivo

• garantir a estabilidade jurídica dos contratos vigentes e dos futuroscom a manutenção dos termos acordados

• Padronizar editais e contratos de concessão

• investir no desenvolvimento de projetos básicos e executivos e emanálises de viabilidade dos projetos, respeitando prazos

• Ampliar as modalidades de licitação para todos os tipos de infraestrutura de transporte

• Simplificar a legislação tributária com a redução da burocracia

fonte: Plano cnt de Recuperação econômicaBENEFÍCIO Programa para renovar a frota, proposto pela cnt, deve reduzir em 18% o consumo de combustível

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201618

PeSquiSA cnt de RodoviAS

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PMis (Procedimentos de Mani-festação de interesse), commaior agilidade na constitui-ção de projetos, levantamen-tos e estudos, também são me-didas essenciais para o país.

Projetosentre as sugestões propos-

tas ao governo federal está oconteúdo do último Plano cntde transporte e Logística, queprevê 2.045 projetos e quase

R$ 1 trilhão em investimentos.“Adotar essas medidas é o ca-minho para que o Brasil consi-ga recuperar a economia e re-tomar o crescimento. o gover-no não tem capacidade de in-vestir tudo que o país precisapara melhorar a infraestruturade transporte. com isso, a par-ticipação da iniciativa privadabrasileira e estrangeira é fun-damental”, diz o presidente dacnt, clésio Andrade.

o setor de transporte e lo-gística é um dos elementosprimordiais para o desenvolvi-mento de um país. conforme oplano apresentado pela cnt,“por diversos anos, a infraes-trutura e os serviços de trans-porte e logística foram consi-derados como parte secundá-ria nas políticas públicas bra-sileiras”. É, portanto, essen-cial que se busque solucionaros problemas do transporte

para que o setor deixe de re-presentar um fator limitador evolte a atuar como catalisadordo crescimento econômicobrasileiro, conforme indica oplano. A cnt ressalta a impor-tância de se aumentar a den-sidade e a qualidade da malhae integrar com eficiência osdiferentes modais.

o documento foi encami-nhado aos presidentes da câ-mara, eduardo cunha, e do Se-nado, Renan calheiros, e aosseguintes ministros: nelsonBarbosa, da fazenda; JaquesWagner, da casa civil; Antoniocarlos Rodrigues, dos trans-portes; valdir Simão, do Plane-jamento, orçamento e gestão;guilherme Ramalho, da SAc(Secretaria de Aviação civil);Hélder Barbalho, da SeP (Se-cretaria de Portos); ao chefedo gabinete pessoal da presi-dente, álvaro Henrique Baggio;ao diretor-presidente da Anac(Agência nacional de Aviaçãocivil), Marcelo guaranys; ao di-retor-geral da Antt (Agêncianacional de transportes ter-restres), Jorge Bastos; e ao di-retor-geral da Antaq (Agêncianacional de transportes Aqua-viários), Mario Povia.

Leia a seguir as principaispropostas do Plano CNT deRecuperação Econômica.

RENOVAÇÃO DE FROTAImpactos socioambientais, econômicos e de saúde pública:

• Redução das emissões de poluentes atmosféricos

• descarte e reciclagem apropriada para os materiais provenientes da desmontagem de veículos

• fomento aos ganhos sociais com a atividade de reciclagem

• Maior conforto e melhoria das condições de trabalho dos caminhoneiros

• Redução de acidentes e seus custos diretos e indiretos sobre a saúde pública

• controle de zoonoses em zonas urbanas e rurais (como a dengue)

• Alívio de custos e espaço físico nos pátios públicos

• economia de combustíveis pela maior eficiência energética

• Possibilidade de otimização do uso das “cegonhas” por meio do frete retorno ou de utilização de outros meios de transporte

fonte: Plano cnt de Recuperação econômica BENEFÍCIO Programa para renovar a frota, proposto pela cnt, deve reduzir em 18% o consumo de combustível

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 19

PeSquiSA cnt de RodoviAS

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PROPOSTAS PARA A DINAMIZAÇÃO DO TRANSPORTE

RODOVIÁRIOo modal rodoviário tem participação predominante na matriz detransporte do Brasil. no transporte de cargas, é responsável porcerca de 61% dos deslocamentos e no de passageiros representaaproximadamente 96% da matriz. Mas a densidade desse tipo deinfraestrutura no Brasil é inferior à observada em outros países.

Principais problemas• infraestrutura: baixa densidade da malha, pouca integração

com outros modais, reduzida extensão de pistas duplas, máqualidade das rodovias

• gestão: projetos executivos deficientes e inadequada manutenção das rodovias

Soluções propostas• gargalos físicos: R$ 293,88 bilhões para adequação e expansão

da infraestrutura

• gargalos institucionais: investir na elaboração de projetos executivos de qualidade, realizar a manutenção da malha de forma continuada e eficiente

Benefícios das ações propostas• Aumento da densidade da malha rodoviária

• Redução do custo do transporte rodoviário

• diminuição do número de acidentes

• ganho de eficiência no deslocamento de passageiros e cargaspor rodovias

INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS

Tipo de infraestrutura Projetos Investimento(R$ bilhão)

Adequação de rodovia 187 10,17duplicação de rodovia 74 137,13Recuperação do pavimento de rodovia 175 48,25 construção de rodovia 85 47,33Pavimentação de rodovia 97 51,00total 618 293,88

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

PROJETOS DE DESTAQUE 1 duplicação da BR-116: ceará, Pernambuco, Bahia, Minas gerais ,

Rio de Janeiro, Paraná, Santa catarina, Rio grande do Sul

2 duplicação da BR-153: tocantins, goiás, São Paulo, Paraná,

Santa catarina e Rio grande do Sul

3 duplicação da BR-101: Alagoas, Sergipe, Bahia,

Rio de Janeiro e São Paulo

4 duplicação da BR-070: goiás e Mato grosso - cuiabá (Mt)

a águas Lindas (go)

5 construção e pavimentação da BR-242: Mato grosso e tocantins -

Sorriso (Mt) a taguatinga (to)

6 duplicação da BR-242: Barreiras (BA) a Rafael Jambeiro (BA)

7 duplicação da BR-262: espírito Santo e Minas gerais

8 duplicação da BR-251: Montes claros (Mg) a cachoeira

de Pajeú (Mg)

9 duplicação da BR-470: campos novos (Sc) a navegantes (Sc)

10 duplicação da BR-135: Montes claros (Mg) a curvelo (Mg)

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201620

PeSquiSA cnt de RodoviAS

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FERROVIÁRIOo modal ferroviário tem características que lhe proporcionamgrande eficiência no transporte de grandes volumes em longasdistâncias. isso é compatível com as características físicas e econômicas do país. tem papel estratégico na composição da matriz, mas mostra-se pouco abrangente no Brasil.

Principais problemas• infraestrutura: baixa densidade e pouca integração, diferença

de bitolas, invasão de faixas de domínio e passagens em nívelcríticas

• gestão: burocracia sobre as questões do passivo da RffSA

Soluções propostas• gargalos físicos: R$ 281,70 bilhões para a solução dos entraves

físicos, adequação e expansão da infraestrutura

Benefícios das ações propostas• Aumento da densidade da malha ferroviário

• Modernização da matriz com maior participação do ferroviário

• Redução do custo do transporte ferroviário

• diminuição de acidentes em áreas urbanas

• ganho de eficiência para o deslocamento da produção

INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS

PROJETOS DE DESTAQUE1 construção da ferrovia Rio de Janeiro-espírito Santo (ef-118)

2 construção da ferrovia uruaçu - campos

3 construção da ferrovia norte-Sul: Barcarena (PA) e Porto de

espadarte a Açailandia (MA) e estrela do oeste (SP)

a Rio grande (RS)

4 construção da ferrovia transcontinental: vilhena (Ro)

a Rodrigues Alves (Ac)

5 construção da ferrovia cuiabá - Santarém

6 construção da ferrovia de integração centro-oeste:

comodoro (Mt) a campinorte (go)

7 construção do corredor ferroviário de Santa catarina:

itajaí a dionísio cerqueira

8 construção da ferrovia do Pantanal: Brasilândia (MS) e Porto

Murtinho (MS)

9 construção da conexão ferroviária Paraná - Mato grosso do

Sul: cascavel (PR) a Maracaju (MS)

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

Tipo de infraestrutura Projetos Investimento(R$ bilhão)

duplicação de ferrovia 4 2,37 eliminação de gargalos 59 1,72Recuperação de ferrovia 36 31,35 construção de ferrovia 109 157,59 construção de tAv 5 88,67Total 213 281,70

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 21

ARquivo cnt

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PROPOSTAS PARA A DINAMIZAÇÃO DO TRANSPORTE

AQUAVIÁRIOno Brasil, o modal aquaviário é constantemente subestimado emseu potencial transportador. comparativamente aos demais mo-dais, possui vantagens que o tornam estratégico no processo demodernização da matriz, sobretudo no deslocamento de cargas deelevada tonelagem e baixo valor agregado.

Principais problemas• infraestrutura: carência de terminais fluviais e limitações de

espaço, falta de manutenção dos canais de acesso e dos berços,insuficiência de acessos terrestres e ausência de eclusas

• Marco regulatório: rigidez da lei sobre tripulação, alto impostode importação sobre embarcações, tributação do combustível

• gestão: excesso de burocracia na implantação de terminais, du-plicidade de documentos exigidos nos portos, reduzido horáriode funcionamento, dificuldade de acesso aos recursos do fMM

Soluções propostas• gargalos físicos: R$ 121,09 bilhões para a solução dos entraves

físicos, adequação e expansão da infraestrutura

• gargalos institucionais: flexibilizar o Legislativo para a contra-tação de tripulação; permitir que o setor forme seus profissio-nais em centros a serem autorizados pela Marinha

Benefícios das ações propostas• Redução do custo de transporte aquaviário

• Redução da pressão sobre as rodovias

• ganho de competitividade para os produtos nacionais, com amaior eficiência logística

INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS

PROJETOS DE DESTAQUE1 Ampliação de cais e pátio de triagem, construção de

novos píeres, berços e silos no porto de Paranaguá (PR)2 construção de terminais no porto de Santos (SP)3 construção de terminais no porto de vitória (eS)4 construção de berços, retroáreas e pátio de estocagem

de carga geral no porto de itaqui (MA)5 construção de terminais no porto de vila do conde (PA)6 construção do porto de espadarte (PA)7 Ampliação e melhoria da hidrovia do Madeira (Ro) e

construção de 3 eclusas8 Adequação da hidrovia dos rios teles-Pires-Juruena-

tapajós, abertura de canais e construção de 8 eclusas9 Adequação da hidrovia tocantins-Araguaia entre Peixe

(to/Mt), abertura de canais e construção de 5 eclusas10 Adequação da hidrovia do tietê-Paraná (PR/SP),

construção de 4 eclusas e modernização de outras 711 Adequação da hidrovia do rio Paranaíba (SP/go), conclusão

da eclusa de ilha Solteira e construção de outras 4

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201622

ARquivo cnt

Tipo de infraestrutura Projetos Investimento(R$ bilhão)

Acessos terrestres ao porto 36 11,25Ampliação de profundidade 26 3,06área portuária 136 21,03construção de porto 63 25,68Adequação de hidrovia 31 13,70dispositivo de transposição 67 42,12 Abertura de canal 9 4,25Total 368 121,09

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

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AÉREOAs políticas de distribuição de renda permitiram que mais pessoastivessem acesso a esse modo de transporte. Hoje, estima-se que oBrasil é o terceiro maior mercado aéreo do mundo, atrás apenasdos estados unidos e da china, em número de passageiros transportados.

Principais problemas• infraestrutura: deficiência nos aeroportos

(sistemas de pistas, pátios e terminais de passageiros e cargas),reduzido número de aeroportos com voos regularesautorizados, necessidade de modernização do sistema de controle de tráfego aéreo

• gestão: ineficiência nas operações em aeroportosadministrados pela infraero

Soluções propostas• gargalos físicos: R$ 24,90 bilhões para a solução dos entraves físicos, adequação e expansão da infraestrutura

• gargalos institucionais: instituir uma gestão eficiente nos aeroportos administrados pela infraero, redefinir a metodologia de precificação do querosene de aviação (qAv), reduzir a alíquota de icMS incidente sobre o qAv para até 12%

Benefícios das ações propostas• Aumento da capilaridade do transporte aéreo

• Possibilidade de redução do preço da passagem, maior acesso ao transpore aéreo e melhor qualidade de vida da população

• Maior segurança no transporte de cargas e passageiros

• Redução do custo de viagem e reescalonamento de custos das empresas aéreas

INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS

PROJETOS DE DESTAQUE1 Ampliação de aeroporto em Belo Horizonte: aeroporto

da Pampulha

2 Ampliação de aeroporto de congonhas

3 Ampliação de terminal de carga doméstica do aeroporto

de curitiba

4 Ampliação de aeroporto de cuiabá

5 Ampliação de aeroporto de goiânia

6 Ampliação de terminal de carga doméstica e de

passageiros do aeroporto de Porto velho

7 Ampliação de terminal de carga doméstica e internacional

do aeroporto de Salvador

8 construção de aeroporto em guarujá-SP

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

Tipo de infraestrutura Projetos Investimento(R$ bilhão)

Ampliação de aeroporto 128 10,70 Ampliação da estrutura de carga de aeroporto 12 1,41 Melhorias na pista de aeroporto 27 2,11 construção de aeroporto 33 10,78Total 200 24,90

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 23

ARquivo cnt

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PROPOSTAS PARA A DINAMIZAÇÃO DO TRANSPORTE

MOBILIDADE URBANAconforto, rapidez e segurança são essenciais na movimentaçãodiária de pessoas nos centros urbanos. Sistemas de transporte coletivo eficientes garantem o desenvolvimento econômico dascidades, pois reduzem o tempo dos deslocamentos e diminuem aemissão de poluentes. As vantagens sociais e econômicas dotransporte público urbano têm peso ainda maior porque a maiorparte da população e da produção econômica do país estáconcentrada nas cidades

Principais problemas• infraestrutura: reduzida extensão metroviária nas principais

cidades brasileiras e baixa oferta de BRt, trens, metrôs e vLts

• Marco regulatório: reduzido ritmo de implementação da Políticanacional de Mobilidade urbana

• gestão: atrasos na realização das obras de mobilidade urbanano âmbito do PAc e reduzida qualidade das obras realizadas

Soluções propostas• gargalos físicos: são necessários R$ 239,75 bilhões para a

solução dos entraves físicos, adequação e expansão da infraestrutura urbana

• gargalos institucionais: incentivar a implementação da Políticanacional de Mobilidade urbana, cumprir prazos de execução e garantir a qualidade da construção das obras de mobilidade urbana

Benefícios das ações propostas• Redução dos congestionamentos nos centros urbanos

• Melhora da qualidade de vida da população brasileira

• diminuição do índice de acidentes de trânsito

• Redução do tempo de transporte para os trabalhadores

INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS

PROJETOS DE DESTAQUE1 Metrô e vLt no distrito federal e entorno - expansão,

modernização e construção

2 Metrô na região metropolitana de Recife

3 Recuperação de infraestrutura ferroviária de passageiros

na região metropolitana de fortaleza

4 vLt na região metropolitana de Salvador

5 Metrô na região metropolitana de Porto Alegre

6 BRt na região metropolitana de curitiba

7 Metrô na região metropolitana de Belo Horizonte

8 Metrô na região m etropolitana de São Paulo

9 Recuperação de infraestrutura ferroviária de passageiros

na região metropolitana do Rio de Janeiro:

SeRgio ALBeRto/cnt

Tipo de infraestrutura Projetos Investimento(R$ bilhão)

Aquisição e melhoria de material rodante 5 3,73 Recuperação de infraestrutura ferroviária de passageiros 11 8,17 construção de metrô ou trem urbano 29 122,51 construção de vLt ou monotrilho 20 32,72Aquisição e melhorias de embarcações de passageiros 1 0,15 construção de sistema aquaviário de passageiros 2 0,82Adequação de via urbana 76 12,52duplicação de via urbana 7 0,53 construção de via urbana 51 20,75 implantação de corredor expresso ou BRt 111 34,00 Adequação de estação metroviária 5 1,28 Adequação de terminal de passageiros 4 0,08 construção de estação metroviária 4 0,59 construção de plataforma de ônibus 2 0,06construção de terminal de passageiros 15 1,84Total 343 239,75

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

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INVESTIMENTOS NECESSÁRIOSTERMINAIS DE CARGAos terminais são considerados pontos chaves ao longo de um corredor logístico, pois são responsáveis pela integração modal epela continuidade da distribuição das mercadorias. têm comofunções dar suporte ao transporte multimodal de carga e, ao mesmo tempo, minimizar o custo total de transporte, eliminarcongestionamentos e reduzir a poluição e a deterioração ambiental.

Principais problemas• infraestrutura: reduzido número de terminais de carga

• Marco regulatório: conflitos de interesse entre municípios, estados e união no que se refere à instalação dessas infraestruturas

Soluções propostas• gargalos físicos: R$ 25,86 bilhões para a solução dos entraves

físicos, adequação e expansão da infraestrutura

• gargalo institucional: definir claramente a competência - para a liberação da construção e operação de terminais entre municípios, estados e união

Benefícios das ações propostas• Maior integração entre os modais.

• elevação da eficiência do sistema de transporte

• Redução do custo total de movimentação

• diminuição de congestionamentos

MEIO AMBIENTEA atividade transportadora tem responsabilidade na emissão de poluentes,

principalmente pela falta de infraestrutura adequada e de integração entre

os sistemas de transporte. no entanto, além das questões estrutural e

operacional, são necessárias definições de políticas públicas para que

o setor possa reduzir o impacto causado ao meio ambiente.

Licenciamento ambiental

• Principais problemas: Sobreposição de atribuições dos órgãos

ambientais; e f alta de clareza nos critérios utilizados para a liberação

das licenças.

• Soluções propostas: elaborar, por meio de processo participativo , uma

norma federal que consolide e atualize todas as regras e estabeleça

diretrizes; regulamentar a Lc 140/2011; e promover a informatização de

todo o processo de licenciamento ambiental .

Renovação de frota

• Principais problemas: elevada idade da frota de caminhões em operação;

e dificuldade de acesso ao crédito, principalmente, para os

caminhoneiros autônomos.

• Soluções propostas: implementar um programa nacional de renovação de

frota que tenha como princípios - destruir completamente os veículos

antigos, retirando-os de circulação; criar uma linha de crédito específica e

exclusiva para o programa de renovação de frota com benefícios em relação

ao custo do financiamento; requalificar os trabalhadores do transporte

para que possam operar de forma eficiente os novos equipamentos.

Cadastro Técnico Federal (CTF) da Taxa de Controle e Fiscalização

Ambiental (TCFA)

• Principal problema: enquadramento inadequado das empresas de transporte

quanto ao seu potencial grau de impacto ambiental da atividade.

• Soluções propostas: Revisar o enquadramento das empresas transportadoras

no ctf de atividades potencialmente poluidoras e desenvolver formas de

revisão da cobrança da tcfA; e criar mecanismos para evitar ou

minimizar a cobrança retroativa referente ao pagamento da tcfA

nos últimos cinco anos.

Logística reversa

• Principal problema: falta de atenção ao transporte como agente

fundamental no processo de implementação da Política nacional de

Resíduos Sólidos.

• Solução proposta: instituir um grupo técnico exclusivo para

a temática “transporte” no âmbito do comitê orientador para a

implantação dos sistemas de logística. l

INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS

PROJETOS DE DESTAQUE1 construção de terminal rodo-hidroviário de Porto chuelo

em Porto velho 2 construção de terminal rodo-hidroviário em Miritituba 3 construção de terminal rodo-ferro-hidroviário em estreito:

hidrovia Araguaia - tocantins 4 construção de terminal rodo-hidroviário em itumbiara:

hidrovia Paranaíba 5 construção de terminal rodoviário em Rialma 6 construção de terminal rodo-hidroviário em Paulínia 7 construção de terminal rodo-ferro-hidroviário em foz doiguaçu: hidrovia do Paraná

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

Tipo de infraestrutura Projetos Investimento(R$ bilhão)

Adequação de terminal de carga 28 0,78 construção de terminal de carga 275 25,08Total 303 25,86

fonte: Plano cnt de transporte e Logística 2014

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201626

Onovo ano se inicia exata-mente como 2015 se en-cerrou: com o Brasilmergulhado em uma cri-

se econômica, fortemente influen-ciada por um cenário de incerte-zas na política doméstica e peladesaceleração da economia mun-dial. o fMi (fundo Monetário inter-nacional) piorou a perspectiva dequeda da economia brasileira em2016 e não vê mais retomada docrescimento em 2017 – como eraprevisto em outubro. o PiB (Produ-to interno Bruto) do Brasil devesofrer queda de 3,5% neste ano.isso depois de ter encolhido 3,8%em 2015, em estimativa também

revisada para baixo (a queda pre-vista antes era de 3%), segundoatualização do relatório "Perspec-tiva econômica global".

A atividade transportadoranão tem passado incólume poresse período de forte recessão.Muito pelo contrário. em 2015, aqueda na atividade industrial afe-tou diretamente o transporte,que viu uma redução brusca dademanda pelos serviços e, conse-quentemente, do faturamentodas empresas. A alta da inflaçãoe do dólar e a elevação da cargatributária, da taxa de juros e dopreço dos insumos afetaram ne-gativamente o desempenho do

setor. em função disso, houve re-dução nos quadros de funcioná-rios e adiamento de projetos e deinvestimentos.

tal realidade foi constatada naSondagem expectativas econômi-cas do transportador – 2015, reali-zada pela cnt (confederação na-cional do transporte) com repre-sentantes de todos os modais,tanto de cargas quanto de passa-geiros. o levantamento revelouum quadro de pessimismo e faltade perspectiva de melhoria a cur-to prazo. A maioria (86%) dostransportadores entrevistadosnão confia na gestão econômicado governo federal e praticamen-

O que esperarde 2016?

PoR DIEGO GOMES E EVIE GONÇALVES

EXPECTATIVA

Apesar do pessimismo, setor de transporte busca meios para driblar a retração econômica e assegurar

infraestrutura e logística para o país voltar a crescer

Page 27: REVISTA CNT 161.QXD

SeRgio ALBeRto/cnt voLvo/divuLgAção

SeRgio ALBeRto/divuLgAcãoARquivo cnt

PORTOS investimento privado deve ser solução TRILHOS expansão de linhas pode ser afetada

PASSAGEIROS Setor sofre com contingenciament o CARGAS Para 50,8% dos transportadores, economia só volta a crescer em 2017

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te a metade (49%) acredita que opaís só voltará a crescer em 2017.

na edição de dezembro de2015, a CNT Transporte Atualtrouxe o detalhamento dessesnúmeros. Agora, a primeira edi-ção de 2016 ouve representantesdas federações e das associa-ções que representam o setor detransporte sobre as percepçõesdesse momento econômico e asexpectativas para o ano. A des-peito do horizonte nebuloso, navisão deles, o momento de crisedeve ser enfrentado com criativi-dade, em busca de novas alter-nativas e nichos de mercado. Pa-ra os dirigentes, é na adversida-de que as empresas têm a opor-tunidade de mostrar o que têmde melhor, apresentando solu-ções logísticas e econômicasinovadoras e trabalhando commais afinco e eficiência.

As entidades compreendem

que o país atravessa um sérioperíodo de retração, bem comoque o equilíbrio das contas pú-blicas será encontrado com oscortes de despesas e com o in-cremento da atividade econômi-ca, com a redução dos juros e oestímulo à atividade produtiva.no entanto, todos são uníssonosao rechaçar a pesada carga tri-butária brasileira e a possibili-dade da criação ou retomada deimpostos, como a cPMf (contri-buição Provisória sobre Movi-mentações financeiras). o setorconsidera que a manutenção doemprego dos brasileiros deveser, sim, a prioridade do gover-no, porém, tem certeza de que oaumento da carga tributária emnada colaborará para alcançartal propósito.

também é defendida a necessi-dade de o empresariado adotarpostura mais proativa de modo a

Malabarismo para decolarAÉReo

os transportadores do setoraéreo, embora menos pessimis-tas do que os de outros modais,acreditam em cenário incertopara 2016. Para o presidente daAbear (Associação Brasileira dasempresas Aéreas), eduardo Sano-vicz, o setor de transporte comoum todo deve ter uma temporadadifícil neste ano pelo fato de es-tar diretamente relacionado àsatividades da indústria, à evolu-ção do PiB e às expectativas daeconomia nacional. “quaisquerprevisões, tanto no que diz res-peito a custos quanto no que serefere à demanda, têm um altograu de incerteza. É preciso tra-balhar com muitas possibilidadesde cenário, o que é ruim. não háperspectivas de que isso vá mu-dar no curto prazo.”

Segundo Sanovicz, o aprimo-ramento da infraestrutura é ogrande projeto estratégico para osetor em 2016, sendo prioridade oprocesso de concessão dos aero-portos de fortaleza (ce), Salvador(BA), Porto Alegre (RS) e florianó-polis (Sc) e a expansão e qualifi-cação de outros aeródromos pelopaís. Mas ele acredita que o am-biente político coloca dúvidas so-bre o cumprimento do cronogra-ma e sobre o grau de interessedos investidores. o controle detráfego aéreo, bem como a infra-estrutura aeroportuária e o au-mento de capacidade das pistas edos pátios também são conside-rados pontos urgentes pelostransportadores aéreos.

outra questão fundamentalque vem sendo discutida pelo

setor é o alto preço do combus-tível de aviação. no Brasil, o fatode o insumo ser cotado em dólare do câmbio estar em alta acres-ce ainda mais o valor. Além dis-so, o icMS (imposto sobre circu-lação de Mercadorias e Serviços)encarece os voos domésticos egera ineficiências de abasteci-mento. em algumas unidades dafederação, a alíquota praticadachega a 25% sobre o preço de

venda do combustível (leia maisna página 48).

“Para usar uma analogia coma aviação, por enquanto, estamosparados na pista, taxiando com aturbina ligada. enquanto o céunão se abre, estamos queimandocombustível, sem grande produ-tividade, e fazendo malabarismopara que nossos recursos sejamsuficientes até a hora de deco-lar”, compara Sanovicz.

os projetos que não tiverem verbacarimbada terãograndes chances

de serem paralisadosEurico Galhardi

presidente do conselho diretor da ntu

o momento é delicado e

inspira muitoscuidados

Raimundo Holandapresidente da fenavega

TERMINAIS concessão de novos aeroportos é prioridade do setor

infRAeRo/divuLgAcAo

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enxugar estruturas, controlar oscustos operacionais e aprimorar agestão. É consenso que o setor de-ve investir em planejamento es-tratégico focado em alternativaspara prestar serviços de qualidadeà sociedade, como a desconcen-tração e a diversificação da matrizde transporte. Para isso, a partici-pação da inciativa privada no pro-cesso de retomada do desenvolvi-mento econômico e do investi-mento em infraestrutura de trans-porte e logística é considerada

compulsória. o governo, dizem,não dispõe de capacidade para in-vestir tudo que o país precisa paramelhorar a infraestrutura de trans-porte. Portanto, a participação dainiciativa privada brasileira ou es-trangeira nas concessões de rodo-vias e de ferrovias e nos novos edi-tais dos portos e dos aeroportos éencarada como estratégia – atémesmo para desonerar os cofrespúblicos.

entretanto, o sentimento pre-dominante no setor é o de incer-

Cenário incertoRodoviáRio de cARgAS

Responsáveis pelo desloca-mento da maior parte da pro-dução nacional, os transporta-dores rodoviários de cargas, in-cluindo os autônomos, nãopossuem grandes expectativasde que o cenário de crise me-lhore em 2016, embora acredi-tem que a situação econômicado país vá apresentar resu l-tados positivos em algum mo-mento. de acordo com a Sonda-gem expectativas econômicasdo transportador 2015, divulga-da no fim do ano pela cnt (con-federação nacional do trans-porte), 50,8% esperam perce-ber a retomada do crescimentoeconômico somente em 2017.

Para o presidente da ntc&Logística (Associação nacionaldo transporte Rodoviário decargas e Logística), José Héliofernandes, alavancar o setor éconsequência direta da melho-ra da economia. “o empresárionão pode baixar a cabeça. nóstransportamos o que produzi-mos e vendemos. então, paraque o setor vá bem, é precisoque a economia também vábem”. José da fonseca Lopes,presidente da Abcam (Associa-ção Brasileira dos caminhonei-ros), não vislumbra cenárioeconômico melhor para ospróximos seis meses. “não es-pero nada de bom, com exce-ção da área de grãos, que teveum bom período. fora isso, naprática industrial, a situaçãopela qual o país está passandoinflui diretamente na deman-da. Além disso, o desempregoé grande”, avalia. Segundo Pe-dro Lopes, presidente da fe-transesc (federação das em-presas de transportes de car-gas e Logística no estado de

Santa catarina), “a crise desa-bilita a vinda de investidoresinternos e externos e não ofe-rece segurança jurídica”. to-dos acreditam que o momentoruim é consequência da crisepolítica.

Para contornar os efeitosdo mau desempenho econômi-co, eles destacam a necessida-de do marco regulatório do se-tor, do combate ao roubo decargas, além do aprimoramen-to do debate sobre o refinan-ciamento dos veículos e dacriação da tabela de frete. fer-nandes avalia que as mudan-ças podem não chegar com ra-pidez, mas vão chegar.

fonseca enxerga como polê-mica a criação da tabela de fre-te, mas considera a discussãonecessária. no ano passado, aAntt (Agência nacional detransportes terrestres) publi-cou a Resolução nº 4.810/2015,que estabelece regras para aapuração dos custos de trans-porte e disponibiliza uma tabe-la de custos mínimos de refe-rência para a livre negociaçãode fretes. “Pede-se uma reservade mercado. eu acho isso inviá-vel. num país em que tudo é leide oferta e procura, predeter-minar um valor é uma situaçãocomplicada”, avalia.

o presidente da ntc&Logís-tica espera postura proativados empresários, como enxu-gamento de estrutura, controlerigoroso de custos operacio-nais e melhoria na gestão. Já opresidente da Abcam acreditaque é preciso manter o preçodos insumos e aprimorar osmecanismos de financiamentoe refinanciamento para que osetor volte a crescer.

o empresário não pode baixar

a cabeça

José Hélio Fernandespresidente da ntc&Logística

com ou sem pessimismo, a orientação é amesma: só o

trabalho constrói

não há perspectivas de que isso

vá mudar no curto prazo

❛ ❛

Eduardo Sanovicz presidente da Abear

Irani Bertolinidiretor-presidente da transportes

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201630

se inicia, não haverá novos in-vestimentos. o desafio serámanter os existentes.

de acordo com dados da PMS(Pesquisa Mensal de Serviços) doiBge (instituto Brasileiro de geo-grafia e estatística), os transpor-tadores terrestres, aquaviários,aéreos e de armazenagem, aténovembro de 2015, acumularamredução de 6%. em alguns ca-sos, há relatos de perdas de até30% na receita líquida das em-

teza em relação aos investimen-tos já previamente definidos. osdirigentes temem que, em de-corrência dos sistemáticos con-tingenciamentos no orçamentodo transporte, o governo não le-ve a cabo projetos essenciais aosetor para aperfeiçoar a infraes-trutura, a logística, a mobilidadeurbana e a intermodalidade. osempresários transportadorescompartilham das mesmas re-servas e arrematam: no ano que

CONCORRÊNCIA Motoristas lutam para não perder demanda após chegada do uber

Luiz coStA SMcS/fotoS PúBLicAS/divuLgAção

Projetos não podem pararRodoviáRio de PASSAgeiRoS

o setor rodoviário de pas-sageiros, tanto urbano quantointerestadual e intermunicipal,está pessimista em 2016 eacredita que a evolução dosegmento depende diretamen-te da situação econômica dopaís. entretanto, mesmo sa-bendo das projeções negativaspara o ano, os empresários tra-balham em novos projetos quepossam ser colocados em prá-tica no momento da retomada.

de acordo com o presiden-te do conselho diretor da ntu(Associação nacional das em-presas de transportes urba-nos), eurico galhardi, o mo-mento é conturbado. “estamosfazendo projeções. A gente vaievitar que tenhamos que me-xer em custo de mobilidade,mas se não houver equilíbrioeconômico, temos que traba-lhar com essa possibilidade”,acredita. Paulo Porto Lima, pre-sidente da Abrati (AssociaçãoBrasileira das empresas detransporte terrestre de Passa-geiros), trabalha com um cená-rio semelhante ao de 2015.“Mas é evidente que a evolu-ção da economia, como um to-do, pode influenciar para baixoou para cima o segmento”. eu-do Laranjeiras costa, presiden-te da fetronor (federação dasempresas de transporte dePassageiros do nordeste), es-pera que o Brasil consiga me-lhorar, mas, para ele, “a expec-tativa é muito ruim. Ano passa-do, houve queda de 8% na de-manda por serviços”, alerta.

entre os projetos essen-ciais para este ano, estão osde infraestrutura que priori-zem o transporte coletivo, co-mo corredores de ônibus, fai-xas exclusivas e BRts (Bus Ra-pid transit, na sigla em inglês),além da integração entre osmodais. entretanto, o orça-mento do Ministério das cida-des para 2016 foi reduzido emR$ 17,2 bilhões, o que represen-ta corte de 54,2% do montan-te previsto na LoA (Lei orça-mentária Anual).

“com exceção do Rio deJaneiro, que vai sediar os Jo-gos olímpicos, os projetos demobilidade praticamente nãosairão do papel. Aqueles quenão tiverem verba carimbadaterão grandes chances de se-rem paralisados por falta derecursos”, prevê galhardi.

na área de passageiros,uma das prioridades é o pro-cesso de transição do regimejurídico da atividade, em-preendido pela Antt (Agêncianacional de transportes ter-restres), para que as empresaspossam se programar anteci-padamente. “temos nos esfor-çado para oferecer ao usuáriomelhor serviço, com itens deconforto, facilidade de com-pras de passagem com o usode novas tecnologias e rede-senho da malha visando a ummelhor atendimento da de-manda e à manutenção das ta-rifas cobradas, hoje já bemcompetitivas com relação aoutros modais”, diz Lima.

Forte concorrênciatáXiS

Além de registrar fortequeda na demanda por ser-viços, em decorrência da re-tração econômica, os taxis-tas enfrentam a concorrên-cia do aplicativo uber, servi-ço de transporte privado viasmartphones. “neste anoque se inicia, todas as nos-sas lutas estão concentra-das em combater o trans-porte clandestino, como ouber”, sentencia edgar fer-reira de Sousa, presidente - da fencavir (federação na-cional dos taxistas e trans-portadores Autônomos dePassageiros). Segundo ele,

a maior expectativa do se-tor é a total proibição dessetipo de transporte, e não aregulamentação. Sobre oatual momento, Sousa con-sidera que o cenário é ne-buloso e que há uma gravecrise política em curso. “nãodepende de nós, taxistas,aumentar a demanda. issoestá ligado a ações do go-verno no sentido de aquecera economia, como votar asmatérias de interesse daeconomia. o desempregotem aumentado bastante e otáxi é o primeiro a pagar aconta”, conclui.

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presas. irani Bertolini, diretor-presidente da transportes Ber-tolini, que realiza transportesrodoviários e fluviais a partir daregião amazônica, informa que,em 2015, houve queda na de-manda de serviços na empresa.Para tentar contornar a situa-ção, esclarece ele, foram manti-dos somente os serviços e osgastos essenciais. “com ou sempessimismo, a orientação é amesma: só o trabalho constrói.

tivemos redução participativano mercado, e o ano de 2015 foiperdido. Mesmo assim, mantive-mos os investimentos essen-ciais, pois precisamos estar pre-parados para a retomada daeconomia. nossa perspectiva éde que, a partir de agosto de2016, já tenhamos um cresci-mento de demanda e os negó-cios se aquecerão. A instabilida-de política provocou a crise eco-nômica. os políticos organizam

CONCORRÊNCIA Motoristas lutam para não perder demanda após chegada do uber

Cortes afetam desempenhoAquAviáRio

os transportadores domodal aquaviário conside-ram como incerto o cenárioeconômico do país e tambémse mostram reticentes quan-to à possibilidade de recupe-ração ainda em 2016.

Para o presidente da fena-mar (federação nacional dasAgências de navegação Maríti-ma), Waldemar Rocha Júnior,os contingenciamentos feitospelo governo comprometem odesenvolvimento do setor. “Agente só ouve falar em cortes.Até mesmo dos investimentosque já tinham sido planejados,programados e anunciados. Aexpectativa é que tenhamosavanços, mas a posição é deincerteza”, ressalta. Já o presi-dente da fenavega (federaçãonacional das empresas de na-vegação Aquaviária), Raimun-do Holanda, o momento é deli-cado e inspira cuidados. “Masestou convicto de que temosque seguir em frente, traba-lhando para recuperar o país”.

entre os principais proje-tos de infraestrutura estão in-vestimentos em portos, comnovas dragagens, manuten-ção das que já foram realiza-

das nos canais, obras de aces-so terrestre, compra de equi-pamentos e liberação e cons-trução de novos tuPs (termi-nais de uso Privado). outrasquestões relevantes para osetor são o alto custo do die-sel e dos lubrificantes, as ta-xas portuárias e os preços co-brados pela praticagem. da-dos da sondagem da cnt mos-tram que 57,5% dos entrevis-tados revelaram aumento docusto operacional em 2015 de-vido a esses insumos. Alémdisso, a dificuldade de contra-tação de mão de obra qualifi-cada também é observada.

“os serviços não podemser paralisados. o país temque continuar exportando.temos uma situação cambialque, por um lado, favorece aexportação de commodities,mas prejudica outros seto-res. Precisamos trabalhar pa-ra que não haja uma estag-nação completa”.

de acordo com a sonda-gem da cnt, uma soluçãopossível para melhorar a in-fraestrutura do setor é amaior participação da ini-ciativa privada.

A crise desabilita a vinda de

investidores internos e externos

Pedro Lopespresidente da fetransesc

É evidente que a economia pode

influenciar o setor para baixo

ou para cima

não espero nada de bom, com

exceção da área de grãos

A gente só ouve falar em cortes

José da Fonseca Lopes presidente da Abcam

Paulo Porto Lima presidente da Abrati

Waldemar Rocha Júnior presidente da fenamar

❛ ❛

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gou a 80%. danilo Barros, autôno-mo que realiza fretes e mudançasna capital brasileira, informa queesse cenário de recessão acirrouainda mais a concorrência entreos caminhoneiros, porque, em fun-ção da baixa oferta, a maioria tevede depreciar o valor do seu traba-lho para não perder oportunida-des. “Já tivemos outras crises,mas acho que essa é a que maisestamos sentindo, porque vínha-mos de uma realidade, nos últimos

sua casa (executivo e Legislati-vo), volta a credibilidade e oconsumo normaliza”, diz.

no caso dos caminhoneiros au-tônomos, o desaquecimento daeconomia contribuiu para aumen-tar significativamente a inadim-plência do setor. Segundo profis-sionais que atuam nas ruas deBrasília (df), que se aglomeramnos terminais à espera de serviço,a queda por demanda, em algunsmomentos do ano passado, che-

RETOMADA Setor ferroviário acredita em avanços ainda este ano

Crise é oportunidadefeRRoviáRio de cARgAS

Apesar das expectativasnegativas do setor em relaçãoà situação econômica do país,os transportadores ferroviá-rios de carga estão otimistassobre possíveis sinais de recu-peração e aumento da receitabruta em 2016. em 18 anos deconcessão, a movimentaçãode cargas teve crescimento de83,2%. enquanto em 1997 asferrovias transportaram 253,3milhões de toneladas, em 2015,foram 475 milhões.

de acordo com o diretor-executivo da Antf (Associaçãonacional dos transportadoresferroviários), fernando Paes, omomento de crise deve ser en-frentado com criatividade, embusca de novas alternativas enichos de mercado. “É na ad-versidade que as empresastêm a oportunidade de mostraro que têm de melhor, apresen-tando soluções logísticas inteli-gentes e econômicas. nessassituações, os profissionais de-vem trabalhar com mais afinco,deixar a zona de conforto ebuscar eficiência”, destaca.

o setor de cargas apostana prorrogação antecipadados contratos de concessão,previstos na segunda etapa doPiL (Plano de investimento emLogística). A renovação dasconcessões viabilizará a reali-zação de uma série de investi-mentos para aumento de ca-pacidade das ferrovias e desua integração com outrosmodais de transportes. consi-derando que os investimentosferroviários são sempre deelevado valor, a medida garan-tirá que as concessionáriasresponsáveis por 94% das fer-rovias de carga mantenham

seus investimentos na melho-ria e no aperfeiçoamento dosistema ferroviário.

outra discussão essencialao setor é a necessidade de so-lucionar problemas, como asinvasões de faixa de domínio epassagens em nível nas ma-lhas das concessionárias, quedatam de períodos anterioresao processo de concessão. osacessos aos portos, com faltade infraestrutura para embar-que e desembarque de cargas,além da ausência de pátios demanobra, também merecematenção em 2016. em relação àregulamentação, os empresá-rios dão destaque para o direi-to de passagem e questões li-gadas à reversibilidade e às re-gras de segurança para circu-lação de trens.

fernando Paes explica que,para contornar o período deretração econômica, é impor-tante que as empresas de to-dos os segmentos não entremna inércia. “em momentos decrise, a primeira medida a sertomada é uma análise de todosos processos internos paraidentificar onde é possível im-plementar melhorias e reduzircustos. o segundo passo é ava-liar o mercado e traçar um pla-nejamento estratégico focadoem alternativas que permitamatender aos clientes com qua-lidade e eficiência, oferecendoum custo inferior ou algum ti-po de vantagem extra queatraia o cliente”. ele ressalta oexemplo de empresas que jáapostam em medidas para in-crementar sua movimentação,como é o caso do transportepor contêineres, que é mais se-guro, econômico e eficiente.

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anos, com trabalho de sobra, e,agora, tem gente até pensandoem se livrar do seu caminhão”.

diante desse cenário, o setortem empreendido esforços paraabsorver os efeitos da crise damaneira menos danosa aos tra-balhadores e à população. contu-do, todos reiteram que o governofederal precisa manter uma agen-da de desenvolvimento, que prio-rize a infraestrutura de transpor-te. na leitura dos representantes

do segmento, somente por meiode um pacto coletivo que envolvatodos os setores produtores e lo-gísticos do país, será possível re-cuperar a economia brasileira eassegurar a competitividade ne-cessária para fazer frente a mer-cados mais desenvolvidos e ga-rantir um crescimento socioeco-nômico de maneira sustentada,em que o planejamento de mé-dio e de longo prazos dê lugar ainiciativas paliativas. l

RETOMADA Setor ferroviário acredita em avanços ainda este ano

Investimento reduzidofeRRoviáRio de PASSAgeiRoS

no transporte metrofer-roviário de passageiros, ocenário é de pessimismo. osetor também foi impacta-do pelo corte de R$ 17,2 bi-lhões (54,2%) no orçamen-to do Ministério das cida-des e as expectativas para2016 não são boas.

“tudo indica que o Brasilterá orçamento mais restriti-vo para investimentos, tantopor parte do governo federalquanto por parte dos gover-nos estaduais. não se esperaque isso seja diferente com osetor de transportes sobretrilhos”, prevê Joubert flo-res, presidente da AnPtrilhos(Associação nacional dostransportadores de Passagei-ros sobre trilhos).

diante do contingencia-mento, os aportes em trans-porte de massa, com foco namobilidade urbana, tornaram-se estratégicos para o setor.destacam-se, nesse cenário,os projetos de novas linhas detransporte de passageiros so-bre trilhos contratados e/ouem execução. entre eles estãovLt cuiabá (Mt), vLt goiânia(go), diversas linhas de mono-

trilhos em São Paulo (SP), Me-trô e vLt fortaleza (ce), MetrôSalvador (BA) e vLt Rio (PortoMaravilha-RJ). com relaçãoaos projetos que estão sendoestudados, alguns estão emestágio mais avançado e de-vem ter andamento em 2016.São eles: expansão do Metrôde Brasília (df), vLt eixo Monu-mental (df), vLt da W3 (df),Aeromóvel canoas (RS), im-plantação do Metrô de curitiba(PR), trem Brasília-goiânia(df/go) e trem Brasília-Luziâ-nia (df/go).

o presidente da AnPtri-lhos acredita na parceria pú-blico-privada como opçãopara o segmento minimizaros impactos causados pelacrise e alavancar o setor.“trata-se de uma excelenteopção para desonerar os co-fres públicos e acelerar a im-plantação das obras. os par-ceiros privados têm condi-ções de investir”, ponderaflores. dos 13 projetos de no-vas linhas de transporte depassageiros sobre trilhosque estão contratados ou/eem execução no Brasil, setevêm de operação privada.

tudo indica que o Brasil terá

orçamento maisrestritivo parainvestimentos

Joubert Flores presidente da AnPtrilhos

o táxi é o primeiro a

pagar a conta

esperamos que o país melhore,

mas a expectativa é muito ruim

É na adversidade

que as empresaspodem mostrar

o que têm de melhor

Eudo Laranjeiras Costapresidente da fetronor

Edgar Ferreira Souzapresidenete da fecanvir

Fernando Paes diretor-executivo da Antf

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201634

Pesquisa CNT de Ferrovias mostra que velocidade das composições diminui até 8

vezes em áreas urbanas; poder público investe67,5% do volume autorizado em 9 anos

Gargalos reduz em aeficiência

Pesquisa CNT de Ferrovias mostra que velocidade das composições diminui até 8

vezes em áreas urbanas; poder público investe67,5% do volume autorizado em 9 anos

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 35

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Otransporte ferroviário brasileiro regis-trou significativo crescimento desde oinício das concessões, em 1996. Após osinvestimentos das concessionárias, a

produção ferroviária (toneladas transportadaspor km) cresceu 28,9%, entre 2006 e 2014, pas-sando de 238,4 bilhões para 307,3 bilhões. Mas osbaixos níveis de investimento em infraestruturapor parte do poder público e a existência de gar-galos operacionais comprometem a eficiência dosetor. em áreas urbanas, as composições chegama reduzir em oito vezes a velocidade, de 40 km/hpara 5 km/h, causando prejuízos. É o que apontaa última Pesquisa cnt de ferrovias, divulgada emdezembro do ano passado.

o estudo da cnt, que chega à 5ª edição, iden-tifica entraves e propõe soluções. Além disso, ca-racteriza os 13 principais corredores ferroviáriosem relação ao desempenho operacional e des-creve a evolução recente do sistema ferroviáriobrasileiro. foram ouvidos ainda os clientes dasferrovias sobre a qualidade dos serviços. o Brasiltem 12 principais malhas destinadas ao transpor-te ferroviário de cargas. Juntas, compreendem28.176 km. onze são operadas por empresas pri-vadas e constituem o foco da pesquisa.

em nove anos (de 2006 para 2014), o setor pú-blico investiu R$ 12,93 bilhões na expansão damalha e na solução de entraves – média anual deR$ 1,44 bilhão. o valor representa 67,5% do totalde R$ 19,16 bilhões autorizados. nesse mesmo pe-

PoR CYNTHIA CASTRO

Gargalos reduz em aeficiência

fotoS PeSquiSA cnt de feRRoviAS

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201636

ressalta que as característicasdo modal ferroviário o tornamcompetitivo para o transportede grandes volumes de cargapor longas distâncias. “As ca-deias produtivas das commo-dities minerais e agrícolas, nasquais o Brasil se destaca, de-mandam um transporte comtais características, desde asregiões produtoras até os por-tos onde são exportados”, dizo estudo.

conforme a pesquisa dacnt, algumas particularida-des do transporte ferroviário,como segurança, baixo custo

ríodo, o investimento do setorprivado nas ferrovias foi quaseo triplo, R$ 33,51 bilhões – eminfraestrutura, material rodan-te, sinalização telecomunica-ções, oficinas, capacitação, en-tre outros. desde o início dasconcessões até 2014, as con-cessionárias pagaram cerca deR$ 8,0 bilhões pelas outorgas earrendamentos.

“estamos convencidos deque, para resolver os entravesoperacionais e garantir maiorcompetitividade econômica,deve-se aumentar os investi-mentos na expansão da malhae na resolução dos gargalosatuais”, diz o presidente da cnt,clésio Andrade.

Segundo o presidente, “umdos caminhos para o Brasil re-tomar o desenvolvimento epermitir maior integração na-cional é a priorização do trans-porte ferroviário, que levará aoequilíbrio da matriz de trans-porte de cargas e a consequen-te redução dos custos logísti-cos”. de 2011 a 2014, as princi-pais mercadorias transporta-das nas ferrovias brasileiras fo-ram minério de ferro, soja, mi-lho, açúcar e carvão mineral.

A Pesquisa cnt de ferrovias

e reduzida emissão de po-luentes, associadas à confia-bilidade e à disponibilidadedo serviço prestado, mostramo potencial de ampliação dovolume de carga movimenta-do, assim como de diversifica-ção dos tipos de mercadorias,inclusive daquelas com maiorvalor agregado.

entretanto, há diversos gar-galos a serem solucionados, e amalha precisa ser ampliada. Adensidade do transporte ferro-viário brasileiro é muito baixa,na comparação com outros paí-ses. enquanto o Brasil tem 3,6

MOVIMENTAÇÃO Produção ferroviária no Brasil cresceu 28,9% entre 2006 e 2014

“Para garantir competitividade,

deve-se aumentar osinvestimentosna expansão da malha”

CLÉSIO ANDRADE,PReSidente dA cnt

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 37

km de infraestrutura ferroviáriapara cada 1.000 km2 de área, osestados unidos têm 32 km. A Ín-dia, 23 km, e a china, 20,5 km.

Invasões e passagens em nível os conflitos urbanos repre-

sentam graves obstáculos parao setor, assim como outros gar-galos em relação a problemasde traçado, de compartilha-mento de vias, de disponibilida-de de áreas nos portos, de ca-rência de terminais e de dificul-dade de integração devido a bi-tolas diferentes.

Há pelo menos 355 inva-

MOVIMENTAÇÃO Produção ferroviária no Brasil cresceu 28,9% entre 2006 e 2014

Setor precisa de R$ 281,70 bilhõesinveStiMento

o último Plano cnt detransporte de Logísticaidentifica a necessidade deR$ 281,70 bilhões em 213obras ferroviárias, além daconstrução de 72 terminaisintermodais de carga comintegração ferroviária e aampliação de outros sete. Aoritmo atual de investimen-tos, seriam necessários maisde 54 anos para concluir osprojetos prioritários previs-tos no estudo da cnt.

São projetos de integra-ção nacional para a melho-ria e ampliação da malhaferroviária brasileira, com-preendendo a construção(ramais, contornos e va-

riantes ferroviárias), a du-plicação e a recuperação deferrovias, bem como a eli-minação de gargalos (remo-ção de invasões da faixa dedomínio e solução de pas-sagens em nível críticas). oestudo prevê implementa-ção de passagens inferiorese/ou superiores, passarelas,soluções integradas.

A Pesquisa cnt de ferro-vias indica que “embora nãosejam claras as responsabili-dades acerca das invasõesda faixa de domínio, as con-cessionárias têm iniciadoprocessos legais para solu-cionar o problema”. A pes-quisa afirma ainda que os re-

presentantes das concessio-nárias entrevistados disse-ram que, entre 2011 e 2014,foram solucionadas ou rece-beram investimentos visan-do a sua solução, mais de1.300 ocorrências de inva-sões à faixa de domínio. des-se total, 88% são objeto deações que estão em trâmitejudicial e outros 22% (160ocorrências) foram solucio-nadas, conforme a pesquisa.

entre as intervençõespropostas pela cnt, estãotambém projetos necessá-rios para a melhoria das ope-rações e ampliação da capa-cidade dos principais termi-nais portuários do país.

PRINCIPAIS MERCADORIAS TRANSPORTADAS*

*(2011 a 2014 - em % do total de tu)

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201638

sões de faixas de domínio -aglomerações às margens dasferrovias, que surgiram na im-plantação e na gestão da ex-tinta RffSA. A redução da ve-locidade, de 40 km/h para 5km/h, em algumas áreas, geraaumento do consumo de com-bustível, perda de eficiência eprodutividade, entre outrosproblemas. Há maior risco deroubo de cargas devido à re-dução da velocidade. issoacaba, muitas vezes, desesti-mulando o investimento notransporte de cargas demaior valor agregado.

também foram identificadas279 passagens em nível críti-cas, de um total de 3.375. oscruzamentos de ferrovias comrodovias, em um mesmo plano,oferecem risco à segurança.Mesmo com todos esses proble-mas, de 2006 a 2014, com os in-

Baixa qualidade da infraestrutura é citada por 41,1%AvALiAção

nas entrevistas com osclientes das ferrovias brasilei-ras, 41,1% citaram a baixa quali-dade da infraestrutura disponí-vel como um dos principais en-traves e 26,0% reclamaram dainsuficiência de ferrovias. fo-ram selecionadas as empresasresponsáveis pelas principaismercadorias transportadas nos13 corredores avaliados, o queresultou em uma amostra pla-nejada de 111 empresas.

A qualidade da infraestru-tura disponível está relaciona-da, entre outros fatores, a pro-blemas como traçados sinuo-

sos, rampas acentuadas, inva-sões de faixa de domínio epassagens em nível críticas eainda aos terminais das con-cessionárias e de terceiros. Ainsuficiente cobertura territo-rial decorre das dificuldadesna expansão da malha e dossucessivos atrasos na cons-trução das novas ferrovias.

entre os clientes entrevis-tados, há um predomínio deatuação nos ramos da agricul-tura, pecuária, produção flo-restal, pesca e aquicultura, se-guidos das indústrias detransformação e das indús-

trias extrativas (vegetal e/oumineral). o tempo de viagem ea confiabilidade dos prazos,apontados como alguns dosmaiores entraves, estão rela-cionados a fatores como asbaixas velocidades desenvol-vidas em alguns corredores.quando questionados se háperspectiva de melhoria paraos entraves nos próximos doisanos, a maioria dos clientesrespondeu que não.

CorredoresAlgumas empresas utilizam

mais de um corredor ferroviá-

rio. os mais mencionados fo-ram Santos, bitola larga(28,8%); Paranaguá (27,4%) evitória (26,0%).

Sobre a evolução da quali-dade do serviço prestado noscorredores no período de 2011a 2014, os clientes indicaramque a qualidade melhorou ouse manteve na maior parte. oscorredores que se destacaramna avaliação dos clientes porterem melhorado a qualidadedo serviço prestado foram Riode Janeiro – Belo Horizonte(50,0% das respostas) e San-tos (bitola larga) (40,8%).

MAIORES ENTRAVES/DIFICULDADES PARA A UTILIZAÇÃO DO MODAL

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vestimentos que vêm sendorealizados pelas concessioná-rias, o número de acidentes re-duziu cerca de 50%.

os índices passaram de 23,0ocorrências por milhão de trensx km, em 2006, para 11,6 em 2014.de acordo com a Pesquisa cntde ferrovias, os valores obser-vados atualmente estão dentrodos parâmetros internacionais,estabelecidos entre 8 e 13 aci-dentes por milhão de trens x km.

o estudo da cnt mostraque, do total de acidentesocorridos em 2014, 53,5% de-correram da interferência deterceiros (em geral, pessoasou veículos que passam pelamalha). esse tipo de satura-ção ocorre, especialmente,em áreas com invasões dafaixa de domínio e passagensem nível críticas. isso indica,conforme a pesquisa da cnt,que os conflitos urbanos são

os principais geradores deacidentes na malha ferroviá-ria do país.

CorredoresA Pesquisa cnt de ferro-

vias identificou, inicialmente,os corredores ferroviárioscom os maiores volumes demovimentação de carga, in-terligando pontos de origem edestino das principais merca-dorias movimentadas. em se-guida, foram selecionados osindicadores que melhor re-presentam essa realidadeoperacional.

A quantificação desses indi-cadores é feita com as empre-sas concessionárias responsá-veis pelos trechos que formamos corredores: ALLMn (AméricaLatina Logística Malha norteS.A.), ALLMo (América LatinaLogística Malha oeste S.A.),

CARACTERÍSTICA Brasil tem 12 principais malhas destinadas ao transporte ferroviário de cargas

CORREDORES UTILIZADOS PELOS CLIENTES

Acidentesreduziramcerca de

50%de 2006 a 2014

País tem

355invasõesde faixade domínio

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201640

ALLMP ( América Latina Logís-tica Malha Paulista S.A.),ALLMS (América Latina Logísti-ca Malha Sul S.A.), fcA (ferro-via centro-Atlântica S.A.), ftc(ferrovia tereza cristina S.A.),MRS (MRS Logística S.A.), ftL(ferrovia transnordestina Lo-gística S.A.), fnS (ferrovia nor-te-Sul – fnS), vale S.A.

nos principais corredoresferroviários (que podem serformados por uma ou mais

ENTENSÃO Brasil tem baixa densi dade no comparativo com outros países

PROJETOS DE DESTAQUE INDICADOS PELA CNT

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malha), as mercadorias quetiveram os maiores aumentosde volume transportado fo-ram milho, produtos siderúr -gicos, contêineres e soja. emalguns casos, como o milho, oaumento chegou a 1.510,6%.

de acordo com a Pesquisacnt de ferrovias, é necessá-rio ampliar os investimentospara a resolução dos entravesoperacionais e para a expan-são da malha ferroviária bra-

sileira, com o objetivo de au-mentar a cobertura territo-rial, o atendimento aos clien-tes e a captação de diferentestipos de cargas.

“os programas de investi-mento divulgados precisam serefetivados, melhorando-se asetapas de planejamento e exe-cução e ampliando o volume derecursos destinados e efetiva-mente investidos no setor”, diza conclusão do estudo. A cnt

defende o incentivo ao investi-mento privado na construçãode ferrovias, por meio da dispo-nibilização de linhas de finan-ciamento, melhoria das taxasde retorno e estabelecimentode um ambiente regulatório es-tável. A simplificação dos pro-cessos e a desburocratizaçãode procedimentos relacionadosàs intervenções e à operaçãodo sistema ferroviário são me-didas necessárias. l

ENTENSÃO Brasil tem baixa densi dade no comparativo com outros países

São

279passagensem nívelcríticas

DENSIDADE DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO (KM DEINFRAESTRUTURA POR 1.000 KM DE ÁREA TERRESTRE)

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE CARGAS NO BRASIL DE 2006 A 2014 (EM BILHÕES DE TKU)

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201642

em São Paulo, o modelo bem-su-cedido de concessão rende à uni-dade da federação as melhoresclassificações e padrões rodoviá-rios de excelência. em contrapar-tida, em Minas gerais, que tem amaior malha do país, há proble-mas críticos no traçado e na con-servação. Rio de Janeiro e espíritoSanto também precisam de inter-venções fundamentais para favo-recer o desenvolvimento.

Liedi Bernucci, doutora em en-genharia de transportes e profes-sora da escola Politécnica da uSP

(universidade de São Paulo), expli-ca que o desempenho acima damédia das rodovias concessiona-das tem relação com os indicado-res de controle de qualidade esta-belecidos em contrato. “caso asconcessionárias não atendam aosindicadores, elas são multadas ehá uma exposição pública de suaperformance. Há uma gestão ro-doviária que permite obter os in-dicadores de controle adequados,com boas condições de conforto,sinalização e segurança”, diz.

o Programa Brasileiro de con-

cessões de Rodovias teve início nadécada de 1990 como alternativa àfalta de recursos federais. o Brasiltem o segundo maior conjunto derodovias no mundo, sendo que,atualmente, mais de 14 mil quilô-metros são concedidos e opera-dos por 51 empresas, que já inves-tiram cerca de R$ 16 bilhões em 15anos. Segundo dados do coppead(instituto de Pesquisa e Pós-gra-duação em Administração de em-presas da universidade federal doRio de Janeiro - ufRJ), o modal ro-doviário responde por cerca de

Região mais rica do país, Sudeste concentra asrodovias com melhor avaliação na Pesquisa cnt deRodovias 2015; todas concedidas à iniciativa privada

PoR DIEGO GOMES

Conceder é o caminho

PESQUISA CNT DE RODOVIAS - SUDESTE

As 21 rodovias mais bemavaliadas pela Pesquisacnt de Rodovias 2015são as concedidas à ini-

ciativa privada e estão localizadasno coração econômico do Brasil, aregião Sudeste. Porção mais popu-losa e determinante para a infra-estrutura logística do país, elaconcentra significativa extensãodas rodovias utilizadas para es-coamento da produção devido àatividade industrial na região eaos grandes centros populacio-nais. São mais de 500 mil quilôme-tros (33,3% do território brasilei-ro), que apresentam desequilíbrioentre trechos concessionados dequalidade, equiparados a paíseseuropeus e norte-americanos, eoutros com sérias deficiências, aponto de figurarem nas listas dosmais perigosos do país.

nesta reportagem da série so-bre os dados regionalizados da úl-tima Pesquisa cnt de Rodovias,são identificadas essas discrepân-cias em relação à malha rodoviá-ria do Sudeste. os quatro estadosque compõem a região não apre-sentam desempenho uniforme.

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70% do volume de cargas trans-portadas no Brasil.

os dados da Pesquisa da cntindicam que São Paulo destoa emrelação aos demais, configurandouma espécie de “ilha de excelên-cia” quanto às condições e ges-tões das rodovias. dos quase 10mil quilômetros pesquisados,83,6% (8.060 km) tiveram classifi-cação ótimo ou bom. A primeirarodovia do ranking liga a capitalpaulista a Limeira [trecho rodoviá-rio que inclui a SP-310, a BR-364 ea SP-348]. em segundo lugar, está

o trecho da SP-225 e da BR-369, li-gando Bauru e itirapina.

“no estado de São Paulo, a es-truturação das concessões foi emum plano de negócio diferente emrelação a outros do país, resultandoem maior sucesso quanto à quali-dade das rodovias. Além disso, odeR-SP (departamento de estradase Rodagem) era o órgão de maioratração dos melhores engenheirosdo estado, realizando obras arroja-das. Mais tarde, foi fundada a dersaque foi a responsável pela constru-ção de rodovias de um excelente

padrão. A história ajudou a cons-truir uma solidez da malha rodoviá-ria do estado”, pontua Liedi.

Ricardo Pinto Pinheiro, presi-dente-executivo da ABcR (Asso-ciação Brasileira de concessioná-rias de Rodovias), acredita que obom desempenho se deve às ca-racterísticas de manutenção. “Aoassumir o controle da rodovia, aempresa tem de promover umasérie de obras e assegurar a ma-nutenção da malha. em São Paulo,isso deu muito certo. elas pos-suem investimentos, asseguradas

pelo período de pelo menos 20anos, ao passo que as rodoviaspúblicas dependem de recursos aserem aprovados anualmente”,comenta.

Mas, apesar do bom resultado,o estado também precisa de me-lhorias. estima-se que são neces-sários R$ 3,50 bilhões de investi-mentos para a reconstrução, res-tauração e manutenção dos tre-chos de rodovias danificadas.

Gargalos regionais na contramão do vizinho pau-

PeSquiSA cnt de RodoviAS

SP 255

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lista, mais de 61% das rodovias deMinas gerais têm algum tipo dedeficiência e tiveram o estado ge-ral classificado como regular, ruimou péssimo. A pesquisa cnt per-correu 14.597 km no estado quedetém a maior malha rodoviáriado Brasil. A cnt estima que sãonecessários R$ 7,15 bilhões de in-vestimentos para a reconstrução,restauração e a manutenção detrechos em Minas gerais. o acrés-cimo do custo operacional no es-tado, devido às condições do pavi-mento, chega a 27,1%, ante umamédia nacional de 25,8%.

Segundo Waldemar Araújo,presidente da fetram (federaçãodas empresas de transporte dePassageiros do estado de Minasgerais), entre os prejuízos para otransporte de cargas e passagei-ros, está a questão da manuten-ção. “eleva-se o custo para a em-presa e isso acarreta em descon-

forto para os usuários, somado amuitos acidentes, o que impactadiretamente no custo Brasil,com gastos de seguridade so-cial”, completa.

Araújo lamenta o fato de umestado, considerado por especia-listas como de transição logística,ainda “engatinhar” em relação àconcessão de rodovias. “nossaprincipal deficiência continua sen-do a BR-381 no sentido de Belo Ho-rizonte-governador valadares. es-se é o gargalo, que tinha promes-sa de conclusão rápida, mas quecontinua lenta. também temos ou-tras no norte de Minas, que ligaMontes claros à BR-116, que preci-sa de um trabalho de revitaliza-ção. elas são passíveis de conces-são, e vamos estimular para quesigam por esse caminho”, declara.

Já o sistema rodoviário do Riode Janeiro é o menor do Sudeste,mas tem uma importância funda-

Curvas perigosas, pista simples e falta de segurança na BR-381

RiScoS

conhecida pelo alto índice deacidentes graves em decorrênciadas suas características, o quelhe rendeu a alcunha de Rodoviada Morte, o trecho da BR-381 en-tre Belo Horizonte e João Monle-vade é o pior e mais perigosodentro da malha mineira, masprecisa ser percorrido por quemvai viajar para o vale do Aço e pa-ra os litorais capixaba (BR-262) ebaiano (BR-381 e BR-116).

de acordo com o dnit (departa-mento nacional de infraestruturade transportes) e a PRf (Polícia Ro-doviária federal), do total de 2.216quilômetros de vias que se somamà BR-381 e seguem a partir de lápara destinos como a Bahia e o es-

pírito Santo, como as BRs 101, 116,262, 324, 367 e 418, 1.598 quilôme-tros (72%) estão em condiçõesque inspiram cuidados por contade intervenções para ampliação,reparos, curvas fortes e travessiasurbanas perigosas.

A extensão considerada boapara rodar, que é de 310 quilôme-tros, praticamente se equivale aostrechos considerados críticos comalto índice de acidentes, que che-gam a 308 quilômetros, cada umrepresentando 14% do total. velhoproblema que, até os dias de hoje,não foi solucionado. A chance decolisões frontais é grande, pois amaior parte desse trecho não é du-plicado. Além disso, o traçado si-

CLASSIFICAÇÃO - SUDESTE - ESTADOS

Estado Geral

Pavimento

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mental para a economia do país epara fomentar o turismo. na Pes-quisa cnt, 61,9% (1.556 km) da ex-tensão avaliada tiveram classifi-cação ótima ou boa ao passo que38,1% (957 km) apresentam al-gum tipo de deficiência, sendo oestado geral classificado comoregular, ruim ou péssimo. no es-tado, estima-se que é necessárioR$ 1,17 bilhão de investimentospara a reconstrução, restauraçãoe manutenção dos trechos de ro-dovias danificadas.

“o Rio de Janeiro funciona co-mo uma rótula. fica no meio daprincipal região econômica dopaís. tem um ativo portuário mui-to grande. faz fronteira com SãoPaulo, tendo praticamente umaavenida ligando esses dois pontos– a nova dutra. também tem gran-de trecho de contato com Minasgerais – e, por consequência, como centro-oeste – e com o espírito

Santo. estamos com projeto de fa-zer com que o Rio se torne umazona internacional de serviços lo-gísticos, pela possibilidade de en-volver os principais estados e aregião centro-oeste”, explicaeduardo Rebuzzi, presidente dafetranscarga (federação dotransporte de cargas do estadodo Rio de Janeiro).

Rebuzzi chama atenção paraos quase 40% de malha com pro-blemas. “uma malha com deficiên-cia aumenta o custo da operaçãoe de acidentes, além de alongar otempo.” entre os desafios, ele citao novo percurso da BR-116 Sul (aRio-São Paulo), a concessão da no-va dutra (em um trecho de 6 kmde altíssimo risco, na descida daSerra das Araras, construído em1928). ele diz que, apesar de a BR-040 estar em obras, há bastantemorosidade. A BR-101 norte entreRio de Janeiro e espírito Santo e

Curvas perigosas, pista simples e falta de segurança na BR-381

Sinalização

Geometria da Via

nuoso, que acompanha vales e con-torna montanhas, mostra que háquase 200 curvas – muitas com ân-gulo fechado – apenas nos 108 quilô-metros que separam a capital deJoão Monlevade, ou seja, é quaseuma curva a cada 500 metros. ogrande movimento de veículos detransporte de cargas começa juntocom a rodovia, no Anel Rodoviáriode Belo Horizonte, e é apontado pe-la PRf como um dos fatores maispreocupantes pelo fato de a via serde pistas simples, com poucas áreasde ultrapassagem e ter obras emquase toda extensão até governa-dor valadares.

o governo federal autorizou, emsetembro, 26 empresas a realizarem

estudos técnicos para concessão dotrecho mais sinuoso da BR-381, entreJoão Monlevade e Belo Horizonte.Além disso, serão feitas análises dotrecho da BR-262, entre a BR-381, emJoão Monlevade, até o entronca-mento com a BR-101, na região me-tropolitana de vitória (eS). A deci-são, conforme o ministério, faz par-te do PiL (Programa de investimentoem Logística). o prazo para a elabo-ração e apresentação dos estudosserá de 180 dias a partir da publica-ção. Segundo o governo, os estudos"serão utilizados parcialmente ouintegralmente na licitação do trechorodoviário e serão realizados segun-do os critérios definidos no decretonº 8.428, de 2015".

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201646

deração das empresas de trans-portes do estado do espírito San-to), informa que os principais gar-galos rodoviários do estado são aBR-101 e BR-262, que figuram entreas rodovias mais perigosas dopaís, segundo números da PolíciaRodoviária federal.

essas são as duas principaisrodovias do estado e foramconstruídas há mais de 40 anos.“não dá mais para conviver como traçado ruim e a pista simples,pois essa realidade gera veloci-dade baixa, risco de acidentes ealta improdutividade. A BR-262liga o litoral capixaba a Minasgerais e também faz a ligaçãodo espírito Santo com centroshistóricos mineiros. o tráfego decaminhões tem crescido em fun-ção do desenvolvimento econô-mico de Minas e das atividadesportuárias do espírito Santo”,conclui Pícoli.

que está em processo de duplica-ção também apresenta demora nasua conclusão.

Espírito SantoA malha rodoviária no espírito

Santo é a pior da Região Sudeste.de acordo com o levantamento dacnt, 64,5% (1.097 km) das rodo-vias capixabas, entre federais eestaduais, foram classificadas co-mo regulares, ruins ou péssimas.foram avaliados 1.701 km de tre-chos no estado. Para a reconstru-ção, a restauração e a manuten-ção dos trechos, estima-se quesão necessários R$ 852,91 milhões.

inserido na região com a maiorfrota do país, com mais de 41 mi-lhões de veículos, o espírito Santose encontra abaixo da média doSudeste e em posição intermediá-ria quando comparado a todos osestados. Jerson Antonio Pícoli,presidente da fetransportes (fe-

“É preciso melhorar o sistema ferroviário do Sudeste. Isso significa melhorar as rodovias”

entReviStA – PAuLo ReSende - fundAção doM cABRAL

o doutor em planejamentode transportes e logística e di-retor-executivo de ProgramasAbertos e Pós-graduação dafundação dom cabral, o enge-nheiro Paulo Resende, foi ouvi-do há quatro anos pela CNTTransporte Atual. na ocasião,ele avaliou as condições dasrodovias do Sudeste e consi-derou que as deficiências namalha geram prejuízos finan-ceiros ao estado em função daperda de competitividade. Pa-ra esta edição, nossa reporta-gem voltou a procurá-lo parafalar sobre o novo panoramadas rodovias da região maisdesenvolvida do país. Resendecomenta que o programa deconcessões foi determinantepara a elevação da qualidadeda malha.

A última Pesquisa CNT deRodovias apontou que55,5% dos trechos avalia-dos são bons ou ótimos. Aque se deve esse resultado?

o programa de concessõesfoi o principal responsável. osucesso está diretamente rela-cionado ao volume de tráfego.Aquelas rodovias que têmmaior volume de tráfego rece-bem maior atenção do poten-cial concessionário. o queaconteceu, a partir de 2007, –mas também com grande volu-me concentrado em São Pauloe parte do Rio de Janeiro, nadécada de 1990 – foi um pro-cesso de aceleração de con-cessões dos trechos de maiorvolume de tráfego no Sudeste.o mapa dos últimos 18 anosmostra que o programa deconcessões teve São Paulo eparte do Rio de Janeiro como

foco – estaduais e algumas fe-derais. Já em 2007, no caso daregião, a BR-381 e BR-101, na di-reção de São Paulo e na liga-ção Belo Horizonte - São Paulo,que é a fernão dias, foramconcedidas. A partir de 2012, ti-vemos mais trechos importan-tes, como a BR-040 e a BR-262.As concessões priorizam a me-lhoria do pavimento e a sinali-zação. isso tem um efeitogrande.

Em contrapartida, 44,5%dos trechos possuem defi-ciências. Diante disso, quaisos impactos de uma malhaproblemática para a regiãomais desenvolvida do país?

Ao fazer uma análise maisdetalhada da pesquisa, elaaponta que Minas é o estadocom mais problemas rodoviá-rios. trata-se de um estadode transição logística, emque passam os principais cor-redores rodoviários de cone-xão Sul-nordeste e Sul-Su-deste-centro-oeste. Ao longoda história, o estado se con-solidou com a maior malharodoviária do país. Mas, nosúltimos 15 anos, o embate po-lítico entre forças de oposi-ção e a situação no Brasil fezcom que Minas gerais não ti-vesse por parte da união aatenção necessária para quesua malha fosse recuperada –com raras exceções. A BR-381,de Belo Horizonte até o espí-rito Santo, e a BR-262 conti-nuam sem concessão e semduplicação. A BR-101 e a BR-116, na direção do nordeste,estão sem duplicação. Minasé o estado que mais contribuipara esse número.

BR 381 trecho crítico na saida de BH para espírito Santo

PeSquiSA cnt de RodoviAS

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“É preciso melhorar o sistema ferroviário do Sudeste. Isso significa melhorar as rodovias”Qual é a consequência des-

se desequilíbrio?o impacto é uma distorção

perigosa na equação da eficiên-cia logística. Ao trafegar por ro-dovias boas, pagando pedágio,aumenta-se a eficiência logísti-ca. quando se misturam as duasrealidades, há problemas. umacarga que sai de campinas (SP),na direção de Recife (Pe), teráque passar por Minas gerais. en-quanto estiver em territóriopaulista, há maior custo-benefí-cio e melhor eficiência. quandoentrar numa rodovia não “peda-giada” e de má conservação,perderá a eficiência logística eterá aumento de custo. os estu-dos da cnt indicam aumento de30% a 33% no custo ao trafegarem uma rodovia ruim. o resulta-do é prejudicial. As empresas co-locam não somente o valor dopedágio como também esse cus-to no preço do produto.

Como podemos caracteri-zar o Sudeste em relação à re-levância das rodovias para otransporte de cargas e de pas-sageiros do país?

trata-se da macrorregião lo-gística brasileira, que tem na lo-gística um dos seus pilares decompetitividade. Se não tratar-mos essa logística como algo so-fisticado, o resultado é uma que-da de competitividade para todaa região. isso significa impactomuito grande no PiB da regiãoporque estamos tratando deprodutos de alto valor agregadoe peso bruto baixo.

O transporte é importantepara a movimentação de car-gas dentro da região, mastambém por que o Sudeste é

passagem para outras re-giões?

o Sudeste tem duas caracte-rísticas. É uma região de passa-gem, mas que também adicionavalor. Há atacadistas, distribui-dores e centros de distribuiçãoque fazem com que a carga quevem de outros lugares adquiravalor logístico. É uma região pro-dutora e importa de outras re-giões e do resto do mundo, comocommodities, e as transformaem produtos de maior valoragregado. isso faz da região amais importante do Brasil em lo-gística e cadeia de suprimentos.

Minas Gerais tem a maiormalha rodoviária do país.Quais os principais desafiospara o transporte rodoviáriode qualidade nesse Estado?

É necessário melhorar imedia-tamente determinados trechos,que são gargalos. destaco quatro.A ligação da BR-381, de Belo Hori-zonte para o espírito Santo. nãopodemos continuar com essa si-tuação que coloca essa rodoviaentre os cinco trechos mais peri-gosos do país. em segundo lugar,a necessidade de um contornorodoviário na região metropolita-na de Belo Horizonte. o atual anelrodoviário, que, na realidade, éum arco, transformou-se numaavenida, além de ser de altíssimapericulosidade. em terceiro, épreciso melhorar a BR-116, que fazessa grande conexão entre o Sul,o Sudeste e o nordeste. e tam-bém é necessário melhorar a li-gação da BR-262 - rodovia impor-tante por cortar Minas e fazer co-nexão entre o centro-oeste e oespírito Santo. ela conecta Minasao complexo portuário mais pró-ximo (espírito Santo).

São Paulo seria uma espé-cie de “ilha de excelência” noquesito rodovias em relaçãoaos seus vizinhos?

É uma ilha de excelência emtermos de logística rodoviária.Se São Paulo fosse um país, esta-ria entre as 20 principais naçõesdo mundo em eficiência logísticarodoviária. A malha rodoviária éinvejável e não deve nada a ne-nhum país desenvolvido. Mas éuma ilha de eficiência cercadade ineficiência logística. issotem efeito negativo para a eco-nomia brasileira. o que se ganhaem São Paulo perde-se em ou-tros estados.

De forma geral, o que faltano Sudeste em relação às ro-dovias?

É preciso melhorar o sistemaferroviário do Sudeste. isso sig-nifica melhorar as rodovias. Asferrovias da região ainda sãomuito dependentes do minério

de ferro e aço. Precisamos teruma malha rodoviária na regiãopara produtos diferentes do mi-nério de ferro e do aço. com is-so, tiraremos das rodovias com-modities que não deveriam tra-fegar por elas. Portanto, a des-concentração da matriz detransporte do Sudeste para o la-do ferroviário é uma necessida-de. Poderíamos liberar as rodo-vias para produtos mais alinha-dos às suas características.

Quais obras fundamentais osenhor citaria?

Além das intervenções mi-neiras, que representam o prin-cipal gargalo logístico da re-gião, a melhoria do acesso aoPorto de Santos – tanto ferro-viário quanto rodoviário. A con-clusão do anel rodoviário e doanel ferroviário de São Paulo eo melhor aproveitamento da hi-drovia tietê-Paraná tambémsão importantes. l

ARquivo PeSSoAL

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201648

Aredução do tributoque incide sobre oqAv (querosene deaviação) – insumo

que equivale a cerca de 40%do custo do setor aéreo – temcontribuído para atrair novosvoos para alguns estados e es-timular a economia nacional.Segundo a constituição fede-ral, a definição da alíquota deicMS (imposto sobre circula-ção de Mercadorias e Serviços)cobrada sobre o combustível éde competência estadual. noBrasil, ela varia entre 11% e

25% do valor de venda, masexperiências comprovam que aredução da taxa potencializouo desenvolvimento local.

estados como São Paulo,Acre e ceará cobram a alíquotamáxima. Já Rio de Janeiro edistrito federal optaram por12% de imposto – taxa defendi-da pela cnt (confederação na-cional do transporte). Minasgerais possui tributo ainda me-nor: 11%. A lógica é simples. Adiminuição da alíquota torna ocombustível mais barato. As-sim, as companhias aéreas se

sentem atraídas a abastecernos estados e, com isso, inves-tir em novas rotas para osaeroportos. em um cenário emque o número de passageirosno Brasil passou de 30 milhões,em 2002, para 100 milhões, em2014, e que o valor das tarifasdiminuiu 43,1% em 12 anos, adecisão foi comprovadamentebenéfica em várias cidades.

É o caso do distrito fede-ral. Até 2013, a unidade fede-rativa cobrava alíquota de25% sobre o valor do qAv. naépoca, o governo local optou

Redução de ICMSestimula aviação

PoR EVIE GONÇALVES

COMBUSTÍVEL

diminuição de tributo cobrado sobre querosene incrementa venda e potencializa novos voos; df, RJ e Mg apresentam resultados positivos

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 49

JúLio feRnAndeS/cnt

por reduzi-la a 12%. embora amedida tenha afetado a arre-cadação local, na prática, asvantagens foram maiores. emapenas 90 dias, o terminal deBrasília teve um ganho de 56novos voos. um ano após amedida, foram registradas200 rotas a mais e outrasduas companhias aéreas pas-saram a operar no local, com36 frequências internacionaisacrescidas à malha.

A alteração tributária, alia-da ao investimento maciço nainfraestrutura do aeroporto,que entrou no programa deconcessões do governo, au-mentou significativamente aquantidade de queroseneabastecido. de acordo com aSecretaria de fazenda do df,entre 2012 e 2015, houve incre-mento de 38,1% na venda doinsumo. Balanço da AnP (Agên-cia nacional do Petróleo, gásnatural e Biocombustíveis) re-vela que as distribuidoras ven-deram cerca de 40 mil m3 deqAv a partir de maio, um mêsapós a decisão do governo lo-cal de reduzir a alíquota deicMS. no mês anterior, a vendafoi de 32 mil m3 para o mesmoterminal. enquanto em 2012,por exemplo, a venda anual foiVANTAGEM companhias aéreas preferem abastecer em estados que cobram menor alíquota de icMS

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201650

optaram por baixar a alíquotade icMS foram Rio de Janeiro eMinas gerais. na capital flumi-nense, a taxa é de 12% desde2011. Mas a primeira alteraçãoocorreu em 1999, quando o de-creto nº 25.334/1999 reduziu abase de cálculo incidente nasoperações internas com quero-sene de aviação de forma que acobrança do imposto resultasseno percentual de 20%. Poste-

de ter reduzido em mais de50% a alíquota porque ganha-mos com o investimento naaviação local. Se o preço do li-tro do combustível fosse omesmo de 2012, já teríamos re-cuperado. Portanto, aumenta-mos o nosso prazo para maisdois anos, tendo em mente queos ganhos serão ainda maio-res”, ressalta.

outros estados que também

de quase de 412 mil m3, em2015, ultrapassou 520 mil m3.

Após a medida, o aeroportode Brasília tornou-se o segun-do com maior movimentaçãode usuários, ficando atrás ape-nas de guarulhos, em São Pau-lo. o terminal também é refe-rência em conexões domésti-cas. “conseguimos consolidaro aeroporto, favorecido porsua posição geográfica estra-tégica, como um centro de dis-tribuição de rotas entre o nor-te e o sul do país. Além disso,desenvolvemos nossa malhaaérea internacional, dando aopassageiro a possibilidade deviajar para o exterior sem pre-cisar se deslocar para a regiãoSudeste”, afirma o presidenteda concessionária inframerica,José Luis Menghini.

o assessor da Secretaria defazenda do df, Wilson José dePaula, explica que o governotrabalhava com cenário dequeda na arrecadação e queprevia prazo de dois anos paraa retomada. entretanto, fatorescomo o preço do barril de pe-tróleo em baixa influenciaramno prejuízo monetário. “Mesmoassim, não nos arrependemos

VARIAÇÃO taxa sobre querosene de aviação oscila entre 11% e 25% em todo país

CNT defende

12%de cobrançamáxima

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 51

riormente, a taxa foi alteradapara o valor vigente. A Secreta-ria de fazenda, todas essas me-didas foram tomadas com o ob-jetivo de aumentar o volume dequerosene de avião comerciali-zado no estado.

em Minas gerais, a alíquotapassou de 25% para 11%. Alémdisso, a legislação ainda possi-bilita maior redução da cargatributária, se forem seguidas al-

gumas condicionantes. Se acompanhia aérea for signatáriade protocolo firmado com o es-tado e prestar serviço em, nomínimo, dez municípios locais,conforme autorização da Anac(Agência nacional de Aviaçãocivil), a alíquota cobrada sobreo icMS cai para 6%. nos demaiscasos, o valor é de 11%. A asses-soria de imprensa da Secretariade fazenda informou que o go-

verno optou por reduzir a taxapara que a economia mineira fi-casse protegida em decorrênciada concessão de benefício fis-cal para o qAv no Rio de Janei-ro e na Bahia.

Para o presidente da Abear(Associação Brasileira das em-presas Aéreas), eduardo Sano-vicz, o alto valor de icMS sejustificava no passado porquevoar era algo elitista, ou seja,como poucas pessoas tinham

Minas cobra

11%sobre ovalor do

combustível

JúLio feRnAndeS/cnt

VARIAÇÃO taxa sobre querosene de aviação oscila entre 11% e 25% em todo país

Projeto prevê redução gradativa da alíquotaLegiSLAtivo

Além de atuar junto aos es-tados para a redução da alí-quota de icMS sobre o quero-sene de aviação, a Abear (As-sociação Brasileira das em-presas Aéreas) também acom-panha projetos sobre o temano Legislativo. tramita no Se-nado federal projeto de lei dosenador Randolfe Rodrigues(Rede/AP), que fixa alíquotamáxima de 18% do tributo so-bre o combustível e admiteque ela possa ser reduzida,gradativamente, até 4%, ado-tando-se como parâmetros oatendimento crescente deaeroportos nacionais commenor movimentação de pas-sageiros.

A justificativa da matéria éque, no caso de outros com-

bustíveis, como diesel e gaso-lina, embora a constituiçãofederal também deixe a cargodos estados a competênciapara definir alíquotas deicMS, existe padronização devalores. com o qAv, entretan-to, a prática não se observa.Segundo o senador, “são apli-cadas taxas diferenciadas, aexemplo do Maranhão, quetem quatro diferentes alíquo-tas: 25%, 17%, 12% e 7%”.

Ainda segundo o parla-mentar, diante da omissãodos estados em pôr fim àguerra fiscal do querosene,o parlamento deve atuar,pelo menos, para fixar umaalíquota máxima do impostoa fim de impedir práticas,como as de tankering, em

que as empresas optam porabastecer nos estados ondeo combustível é mais bara-to. outro argumento para aredução da taxa é o contex-to econômico do país, afeta-do pela alta do dólar.

Para Rodrigues, “a possi-bilidade de redução da quan-tidade de destinos atendidospor cada companhia aérea éreal e ameaça o desenvolvi-mento regional e a vida eco-nômica das cidades brasilei-ras, em especial as peque-nas e médias, que hoje seservem do sistema aéreo na-cional”. Atualmente, o proje-to encontra-se na cAe (co-missão de Assuntos econô-micos) aguardando designa-ção do relator.

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Sanovicz relata uma práticacomum das empresas aéreasquando o valor do icMS cobra-do sobre o qAv é alto: deixar deabastecer no estado. isso sedeve ao fato de que, havendoum menor preço do combustí-vel sendo praticado em um dosaeroportos de uma ligação, aempresa aérea pode optar poradquirir todo o combustívelnecessário para as etapas dovoo no local onde a incidência

acesso à aviação, os custosprecisavam ser cobertos. Po-rém, desde 2003, com a liber-dade tarifária, o preço médiodas passagens caiu significati-vamente e o número de passa-geiros aumentou. “As alíquotascobradas pelos estados são asmesmas desde então. nessesanos, a arrecadação nacionaltriplicou, em média. entende-mos que é possível e benéficoreduzir o valor”, enfatiza.

tributária permite o menorcusto do insumo, prática co-nhecida como tankering.

Apesar de aparentementevantajosa, a estratégia podeprejudicar a operação do trans-porte aéreo. Ao abastecer todaa capacidade do tanque daaeronave em um único aeropor-to para garantir o trajeto de idae volta, eleva-se o consumo docombustível devido ao aumentodo peso do equipamento. essa

tAM/divuLgAção

IMPACTO icMS cobrado no Brasil torna alguns voos internacionais mais baratos

EDUARDO SANOVICZ

PReSidente dA ABeAR

“Entendemosque é possívele benéficoreduzir o valor”

Insumo onera passagens nacionaisBRASiL

outra questão polêmica en-volvendo o icMS é o fato de oBrasil ser o único país que co-bra o imposto sobre o combus-tível de aviação. isso justificao fato de alguns voos interna-cionais serem mais baratos doque outros nacionais. Muitasvezes, ir para a Argentina émais barato do que voar parao nordeste.

Para se ter uma ideia, ocusto do galão de querosene

de aviação (qAv), saindo doaeroporto internacional deguarulhos/SP, é de uS$ 4,60se for para um voo domésticoe de uS$ 3,38 se for para umvoo com destino internacio-nal, conforme apontado noestudo da cnt transporte eeconomia - transporte Aéreode Passageiros.

A lógica também pode serpercebida no caso do aero-porto do galeão/RJ. Para

voos domésticos, o qAv custauS$ 3,87 por galão. Já paravoos internacionais, o com-bustível custa uS$ 3,37. “essapolítica exporta turistas.com passagens mais atrati-vas, eles preferem, muitasvezes, viajar para fora do quepara cidades dentro do pró-prio país”, ressalta o presi-dente da Abear (AssociaçãoBrasileira das empresas Aé-reas), eduardo Sanovicz.

CONFIRA VALORES POR ESTADO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 53

situação tem dois efeitos nega-tivos: aumenta a emissão de ga-ses de efeito estufa e reduz acapacidade de carga ou de pas-sageiros das aeronaves.

São PauloMesmo sabendo da prática e

dos possíveis benefícios que aredução da alíquota pode tra-zer em termos de abastecimen-to, o estado de São Paulo optapor manter os 25% de alíquota

de icMS. A justificativa da Se-cretaria de fazenda é que jáexistem outros tipos de incenti-vos ao setor no estado, como aisenção do imposto na área depassageiros e a cobrança daalíquota de 4%, no caso de car-gas. Segundo nota, “o estadode São Paulo tem por princípionão entrar em guerra fiscalpraticada por outras unidadesda federação. não vê, por outrolado, impedimentos para a dis-

cussão do assunto no âmbitodo confaz (conselho nacionalde Política fazendária)”.

outra justificativa é que oconsumo de querosene de avia-ção no estado tem se mantidoestável em relação ao nacional.desde 2010, a participação nomercado nacional permaneceem torno de 40%, enquanto queo Rio de Janeiro, em segundo lu-gar na lista, tem participação emtorno de 18%. l

São Paulo eoutros 10Estadosmantêm

25%de cobrança

Alta do dólar impacta valor câMBio

o querosene de aviaçãotambém é impactado pelo fa-to de ser cobrado em dólar.Segundo fórmula da Petro-bras, as companhias pagampelo combustível em moedaamericana e no câmbio dodia. A lógica é oriunda dasdécadas de 70/80, quandotodo o qAv usado no país eracomprado no exterior. entre-tanto, nos dias atuais, cercade 80% do insumo consumi-do no Brasil é produzido nopróprio mercado interno. Porisso, o setor avalia comouma contradição o valor nãoser pago em real.

outro ponto relevante éque, como a demanda portransporte aéreo cresceu, ovolume de compra de qAvtambém aumentou. de acor-do com o estudo da cnttransporte e economia –transporte Aéreo de Passa-geiros, em 2014, foram comer-cializados 7,47 milhões de m3

do combustível no país, sendo40,6% vendidos em São Pau-lo, 17% no Rio de Janeiro e

7,4% no distrito federal. em2000, o número foi de apenas4,33 milhões de m3. “de cincoanos para cá, a taxa de câm-bio subiu 55%. Mesmo comconsumo bem maior, as dis-torções do real frente ao dó-lar oneraram e muito, as com-panhias”, afirma o presidenteda Abear (Associação Brasi-leira das empresas Aéreas),eduardo Sanovicz.

o estudo ressalta o fatode o querosene de aviaçãoter registrado queda de39,9% em seu preço interna-cional, entre dezembro de2012 e julho de 2015. Apesardisso, nem toda variação foipercebida no país, pois a des-valorização da moeda afetouos possíveis benefícios da re-dução do valor do qAv inter-nacionalmente - ou seja, opreço comercializado no Bra-sil é significativamente supe-rior ao observado em aero-portos de outros países, oque eleva o custo da presta-ção do serviço de transporteaéreo de passageiros.

CONFIRA VALORES POR ESTADO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201654

AQUAVIÁRIO

As condições de saúde esegurança dos trabalha-dores portuários têmpreocupado órgãos do

setor. embora não existam dadosespecíficos sobre o número deacidentes registrados nos termi-nais brasileiros, iniciativas bus-cam reduzir as ocorrências e me-lhorar o ambiente de trabalhodesses profissionais. dados do

dSASt (departamento de vigilân-cia em Saúde Ambiental e Saúdedo trabalhador) do Ministério daSaúde revelam que cerca de 700mil pessoas morrem por ano noBrasil em acidentes fatais no am-biente de trabalho.

Para buscar os caminhos quepossam melhorar as condiçõesde saúde e segurança no traba-lho portuário, a SeP (Secretaria

de Portos) firmou uma parceriacom o Ministério da Saúde parainvestigar as condições de tra-balho dos profissionais desse se-tor. Para realizar esse diagnósti-co, foi criado um grupo de traba-lho formado por representantesda secretaria, dos ministérios daSaúde, da Previdência Social edo trabalho e emprego, da Antaq(Agência nacional de transpor-

PoR JANE ROCHA

Atençãonos portos

unidades portuárias investem em segurança e saúde dos trabalhadores

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 55

APPA/divuLgAção

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201656

tes Aquaviários), da Anvisa(Agência nacional de vigilânciaSanitária) e da unifesp (universi-dade federal de São Paulo).

Segundo o coordenador-ge-ral de normalização e Progra-mas da cPnP (comissão Perma-nente nacional Portuária) doMinistério do trabalho e em-prego, Rômulo Machado e Silva,o ambiente de trabalho nosportos é bastante complexodevido à natureza dos serviços

ali executados, que envolvemelevados riscos.

“os equipamentos utilizadosnas operações são de grandeporte e elevado peso. Há riscosfísicos (ruídos, vibrações, umi-dade), químicos (exposição agases e poeiras, grande movi-mentação de cargas perigosas,como produtos químicos e atémesmo materiais radioativos) e,também, ergonômicos (grandeesforço físico com postura in-

correta). também há elevadorisco de queda em razão dagrande quantidade de serviçosrealizados em altura”, destaca.

Segundo Silva, é imprescindí-vel o investimento comprometidonas questões relacionadas à segu-rança e saúde dos trabalhadoresportuários, uma vez que qualquernão conformidade pode dar ori-gem a um acidente de grande pro-porção, que pode afetar tanto a vi-da dos trabalhadores envolvidos

CUIDADO Parceria firmada entre o Sest Senat e a Secretaria de Portos oferece atendimentos gratuitos de saúde

iSABeLLA LAnAve/SeSt SenAt/divuLgAção

RÔMULO MACHADO E SILVA

cooRdenAdoR-geRAL de noRMALizAção

do MiniStÉRio do tRABALHo

“O risco dequeda emrazão

da altura é elevado”

Sest Senat desenvolve projetoiniciAtivA

o Sest Senat tambémtem investido na saúde dostrabalhadores portuários ecaminhoneiros que atuamnas proximidades dos portosbrasileiros. desde agosto doano passado, uma parceriafirmada com a SeP (Secreta-ria de Portos) oferece servi-ços gratuitos de saúde a es-ses profissionais. Mais de 12mil atendimentos foram rea-lizados nos portos de Para-naguá (PR), de Santos (SP),de vitória (eS), de Suape(Pe), de natal (Rn), de Salva-dor (BA), de fortaleza (ce),de Rio grande (RS) e do Riode Janeiro (RJ).

o projeto é executadodentro das áreas portuáriascom a instalação de postosde atendimento nos quaistrabalhadores portuários ecaminhoneiros podem reali-zar diversos exames comoverificação de glicose, afe-rição de pressão arterial,vacinação, teste de glice-mia, iMc (Índice de Massa

corporal), testes rápidos deHiv e sífilis. A iniciativatambém oferece orienta-ções sobre saúde bucal, nu-tricional, saúde do homem,combate ao uso de álcool edrogas, distribuição de pre-servativos, corte de cabelo,cadastro e emissão do car-tão do SuS (Sistema únicode Saúde) além de diversaspalestras, aulas de alonga-mento e ginástica laboral.

neste ano, o projeto foiampliado. A expectativa éque 14 mil trabalhadores se-jam atendidos. os serviçosdevem ser oferecidos nosportos de vila do conde, emBelém (PA), de São Sebastião(SP), de Santos (SP), de itajaí(RJ), de Maceió (AL), de Para-naguá (PR), de Recife (Pe),de vitória (eS), de cabedelo(PR), de Rio grande (RS), deitaguaí (RJ), de Suape (Pe),de Salvador (BA), de Aratu(BA), de fortaleza (ce), deSão francisco do Sul (Sc), denatal (Rn) e de itaqui (MA).

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casos. Já em 2013, foram regis-tradas quatro ocorrências e,em 2014, apenas seis. no anopassado, apenas um único aci-dente foi contabilizado.

A queda dos acidentes de tra-balho na região deu-se graças auma campanha de comunicaçãosobre a importância do uso deePis (equipamentos de Proteçãoindividual) realizada pela Appa(Administração dos Portos de Pa-ranaguá e Antonina). A ação visaconscientizar de forma perma-nente os trabalhadores que atuamna área do cais como operadoresportuários, estivadores, caminho-neiros e funcionários da Appa, pa-ra evitar acidentes de trabalho.

Para isso, a Appa instalou umbanner a cada 300 metros da áreado cais, nos armazéns, terminais ecorredor de exportação, orientan-do sobre o uso dos ePis. Além deuma foto ilustrativa de trabalha-dores trajando os equipamentos,há também uma arte orientandosobre quais são obrigatórios equais são recomendados.

entre as mensagens fixadasem diversos pontos estão: “traba-lho bem feito é trabalho seguro”;“use o seu ePi”; “Motorista, aodescer do caminhão, é obrigatórioo uso de capacete e calçado de se-gurança” e “use sempre o colete

CUIDADO Parceria firmada entre o Sest Senat e a Secretaria de Portos oferece atendimentos gratuitos de saúde

iSABeLLA LAnAve/SeSt SenAt/divuLgAção

diretamente na atividade como to-da a comunidade portuária.

“o investimento em seguran-ça e saúde, por meio da preven-ção dos riscos, gera um círculovirtuoso de respostas positivas,uma vez que o trabalhador pro-duz mais e com melhor qualida-de em um ambiente seguro esaudável, reduz-se o absenteís-mo e os gastos decorrentes dosafastamentos previdenciárioscusteados pelas empresas e pe-

lo governo, ou seja, todos osatores ganham”, conclui.

um bom exemplo vem doParaná. A prevenção contraacidentes de trabalho tem ge-rado resultados positivos nosportos do estado. os acidentesregistrados na região caíramde 166 casos para apenas umem cinco anos. em 2010, foramcontabilizados 166 casos. em2011, o número foi reduzido pa-ra 116 e, em 2012, caiu para 80

Appa realiza palestrasoutRAS AçÕeS

não é apenas campanhade comunicação sobre a im-portância do uso ePis paraevitar acidentes de trabalhoque a Appa realiza. A admi-nistração também promovecom os trabalhadores daárea portuária um diálogosobre segurança, meio am-biente e saúde.

Profissionais de diversasáreas são convidados a con-versar com os trabalhadoressobre os riscos de não usarequipamentos de segurançae sobre quais são os seus di-reitos e deveres no ambientede trabalho no que diz res-peito à proteção individualem um ambiente natural-mente de risco. entre os te-mas abordados, estão o usoadequado dos ePis (equipa-mentos de Proteção indivi-dual) para cada função de-sempenhada, cuidados paratrabalho em altura, cuidadoscom a saúde e ações de sus-tentabilidade.

em novembro do anopassado, por exemplo, a Ap-pa promoveu um diálogo desaúde com os caminhonei-ros, alertando para os riscos

e a importância da preven-ção contra o câncer depróstata. na ocasião, foramoferecidos exames de dia-betes, sangue, pressão edSts, além de orientaçõessobre hábitos alimentaresmais saudáveis, assim comocorte de cabelo gratuito.

Já em dezembro de 2015,foi realizada a 15ª Semanainterna de Prevenção aosAcidentes no trabalho Por-tuário. A ação ofereceu in-formações sobre prevençãode acidentes de trabalho, in-cluindo palestras, examesde prevenção, ginástica la-boral e orientação aos tra-balhadores.

de acordo com a normade segurança regulamenta-dora do Ministério do traba-lho e emprego, a proteçãocontra acidentes e doençasprofissionais, os procedi-mentos para primeiros so-corros em casos de aciden-tes e a implantação de dire-trizes para alcançar melho-res condições possíveis desegurança e saúde aos tra-balhadores portuários sãoobrigatórios.

Em 2015, oSaúde nosPortos realizou

12 mil atendimentos

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salva-vidas próximo ao mar”. Aotodo, foram distribuídos 50 mate-riais em todo o porto.

Para oferecer ainda mais se-gurança, a Appa estabeleceuque o acesso à faixa primáriadeverá ser controlado e os tra-balhadores só são liberados seestiverem com o crachá deidentificação e trajando os ePisobrigatórios. os ePis necessá-rios a todos são o capacete e as

botas de segurança. dependen-do da atividade, exige-se o usode óculos, colete refletivo, pro-tetor auricular e luvas.

o diretor-presidente da Ap-pa, Luiz Henrique dividino, ex-plica que o único acidente regis-trado em 2015 foi de trajeto, ouseja, ocorreu no trecho de casapara o trabalho ou do trabalhopara casa. divaldino afirma ain-da que a queda gradativa no nú-

mero de acidentes de trabalhoestá diretamente ligada aos es-forços da Appa para tornar o lo-cal mais seguro.

“A Appa, em parceria com oogmo (órgão gestor de Mão deobra) e com todos os operadoresque atuam nas atividades portuá-rias, tem procurado aumentar asegurança, oferecendo ePcs(equipamentos de Proteção cole-tivos) e, principalmente, com a

PREVENÇÃO Banners foram instalados pela Appa para garantir a segurança dos trabalhadores portuários

Gestão ambiental é preocupaçãointegRAção

Segundo a Antaq (Agêncianacional de transportesAquaviários), a saúde e segu-rança do trabalhador portuá-rio é uma parte da gestãoambiental que deve estar in-tegrada à gestão dos recur-sos naturais. essa integraçãofaz parte da racionalidade dagestão, situação em que seotimizam os recursos e seobtém os resultados da ges-tão propriamente ditos.

de acordo com a agência,todos os portos organizadosdevem dispor de uma unida-de de engenharia de Segu-rança, integrada à unidadeAmbiental, cujo dimensiona-mento mínimo deve estar deacordo com o constante doquadro i da nR-29/Mte, levan-do-se em conta a formação, aqualificação e a dedicação la-boral (integral ou parcial) da-queles profissionais, de for-ma a acompanhar e a monito-rar o cumprimento das con-formidades exigidas pela le-gislação em vigor.

As principais conformida-des de segurança ocupacionalsão a APR (Análise Preliminarde Riscos), o PPRA (Programade Prevenção de Riscos Am-

bientais), o Pce (Plano de con-trole de emergência) e o PAM(Plano de Ajuda Mútua).

A APR tem por objetivoidentificar os riscos e impac-tos potenciais relacionados àsatividades portuárias, bem co-mo apontar ações para elimi-nação ou controle desses ris-cos. Já as ações do PPRA de-vem ser desenvolvidas no âm-bito das instalações portuá-rias, tais como escritórios, ar-mazéns, faixas de cais, pátiosde contêineres, silos verticaise horizontais, sendo suaabrangência e profundidadedependentes das característi-cas dos riscos e das necessi-dades de controle.

o Pce tem por finalidadedefinir que estrutura opera-cional pode fazer frente às si-tuações de emergência queameacem o homem, o meioambiente e o patrimônio por-tuário, como situações de in-cêndio e explosão, segurançanas operações portuárias,derramamento ou vazamentode produtos perigosos, polui-ção ou acidentes ambientais esocorro a acidentados. e, porfim, o PAM é uma ação conjun-ta de emergência.

Acidentesno Paranácaíram de

166para um em cinco anos

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 59

de do norte, conceição fernan-des, reforça que houve avançosno Porto de natal e no terminal deAreia Branca após a utilização dasdiretrizes do grupo de trabalho.“tínhamos problemas com pom-bos e morcegos, então vistoria-mos, fechamos os buracos e con-seguimos zerar a população des-ses animais. Assim, zelamos pelasaúde do trabalhador, que não irácontrair doenças, as quais podemser fatais”, detalha.

Segundo a gerente, o alto índi-ce de obesidade e de problemaspsicológicos entre os trabalhado-res também foi identificado a par-tir do diagnóstico realizado pelogrupo. “o problema foi constatadoapós a contratação de uma psicó-loga e de uma nutricionista e coma realização de um programa deatividades físicas que incluem au-las de shiatsu e pilates”, explica.

de acordo com o diretor-técnicoda ABtP (Associação Brasileira dosterminais Portuários), Wagner Mo-reira, há incentivo e mobilizaçãodas instituições associadas para asegurança do trabalho portuárioem todos os seus níveis. “o que pre-cisa ser feito é a conscientizaçãoconstante dos gestores e dos traba-lhadores nos portos para a impor-tância do fiel cumprimento das nor-mas de segurança”, reforça. l

PREVENÇÃO Banners foram instalados pela Appa para garantir a segurança dos trabalhadores portuários

APPA/divuLgAção

conscientização dos trabalhado-res sobre a importância do usodos ePis”, afirma dividino.

ProblemasPara o presidente do Suport-eS

(Sindicato unificado da orla Por-tuária do espírito Santo), ernaniPereira Pinto, além das questõesde segurança, existem vários ou-tros problemas enfrentados pelostrabalhadores em alguns portos.

“Há unidades portuárias com au-sência de água potável, instala-ções sanitárias inadequadas, lo-cais de descanso e refeição emcondições ruins, falhas na manu-tenção dos equipamentos e o gra-ve problema de doenças devido àcirculação de animais silvestres,como pombos, morcegos, mosqui-tos, entre outros”, enumera.

A gerente de Meio Ambienteda companhia docas do Rio gran-

“É precisocumprir asnormas desegurança”

CUIDADOSESSENCIAISEquipamentos que devem ser

usados pelos profissionais

nas áreas portuárias

TRABALHADORES DA

FAIXA PORTUÁRIA

Obrigatórios

• capacete

• óculos de proteção

• calçado de segurança

• colete salva-vidas (somente

quando próximo à água)

Recomendados

• Protetor auricular

• Proteção respiratória

• Luvas

• colete reflexivo

MOTORISTAS DE CAMINHÃO

(ao descer na faixa portuária)

Obrigatórios

• capacete

• calçado de segurança

*fonte: Ministério do trabalho

WAGNER MOREIRA

diRetoR-tÉcnico dA ABtP

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201660

Os caminhoneiros queestão todos os dias nasestradas, passando pordiferentes cidades e re-

giões, precisam redobrar os cui-dados para evitar problemas desaúde. Para não correr o risco deperder dias de trabalho e de des-canso por conta de doenças, omotorista precisa adotar algu-mas medidas preventivas. tomarvacinas obrigatórias antes departir em viagem é uma delas.

A principal vacina que oviajante precisa tomar é con-tra a febre amarela. indicadapara residentes ou viajantes,a imunização deve ser toma-da com pelo menos 10 dias deantecedência da data da via-gem. o Ministério da Saúdeorienta tomar até duas dosespor toda a vida para estarimune. As aplicações ocorremem intervalos de dez anos. Avacina é recomendada para

caminhoneiros que vão paratodas as regiões do Brasil.

A vacina é indicada tambémpara pessoas que se deslocampara países em situação epide-miológica de risco e conforme acirculação viral comprovada naárea. os caminhoneiros aindaprecisam tomar as vacinas contratétano e difteria, que devem serrenovadas a cada 10 anos, e hepa-tite B, que é renovada em três do-ses ao longo de seis meses.

o médico epidemiologistado Ambulatório do viajante,instalado no HRAn (HospitalRegional da Asa norte), emBrasília, Luiz fernando de car-valho, alerta que a imuniza-ção, oferecida gratuitamentepelo sistema público de saú-de, ajuda a prevenir doençasque podem ser adquiridas du-rante as viagens. de acordocom carvalho, há diversas va-cinas importantes que os mo-

imunizações contribuem para que algumas doenças não sejam adquiridas durante as viagens pelo país

PoR JANE ROCHA

VACINAS

É melhorprevenir

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 61

fotoS SeSt SenAt/divuLgAção

toristas profissionais preci-sam estar em dia.

“eles passam por muitas re-giões com risco de contágio dediversas doenças, além de se ali-mentarem em muitos lugares.Por isso, são indicadas, porexemplo, vacina contra hepatiteA, que pode ser adquirida aoconsumir água e alimentos con-taminados, hepatite B, transmiti-da sexualmente, e contra febretifoide, doença bacteriana que

PREVENÇÃO Motorista é vacinado durante o comandos de Saúde nas Rodovias realizado em natal (Rn), no ano passado

VACINAS DO VIAJANTEDoença Onde encontrar Gratuita Como é transmitidafebre Amarela SuS sim Picada de mosquitoHepatite B SuS sim Relação sexual sem proteçãotétano SuS sim ferimentos externos geralmente perfurantesdifteria SuS sim contágio direto com doentes ou portadores que não

manifestam a doença através das secreções nasaisSarampo SuS sim tosse, espirros, fala ou respiraçãoRubéola SuS sim emissão de gotículas das secreções respiratórias

dos doentesMalária SuS sim febre, dor no corpo e dor de cabeça

fonte: Ministério da Saúde

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SAÚDE em viana (eS), o projeto transporte e cidadania ofereceu imunizações aos caminhoneiros

rise fonseca, as vacinas sãoindicadas de acordo com odestino. “depende do localque a pessoa vai e das ativi-dades que serão exercidas.Há áreas com mais incidênciade certas doenças e, nesseslocais, a indicação é diferen-ciada, com aplicação de algu-mas vacinas que estão forado calendário do viajante”,explicou a médica.

Perigo no prato

ALiMentAção

A rotina itinerante dos ca-minhoneiros e o tempo prolon-gado na estrada podem acarre-tar em hábitos alimentarespouco saudáveis. estar em dife-rentes lugares com climas dis-tintos requer alguns cuidadosna alimentação. A prevençãoevita que o motorista contraiaintoxicação alimentar, causadapela ingestão de água ou ali-mentos contaminados quecontém organismos prejudi-ciais ao nosso corpo, comobactérias, parasitas e vírus. en-tre os sintomas da doença es-tão: dor na região abdominal,diarreia, dor de cabeça, mal-estar, desidratação e febre.

Segundo a nutricionista doSest Senat de curitiba (PR),charlise frasson, a má quali-dade da alimentação pode tra-zer grandes riscos para a saú-de desses profissionais. “É im-portante estar atento à natu-reza e à qualidade do que é in-gerido, visto que os caminho-neiros costumam consumirpratos fritos e gordurosos emrestaurantes à beira da estra-da, principalmente em postosde gasolina ”, explica.

charlise reforça que consu-mir alimentos crus, pratos fri-

tos e gordurosos de difícil di-gestão pode acarretar em in-fecções intestinais. “Alimentosfolhosos mal lavados ou malconservados geram riscos deadquirir doenças transmitidaspor larvas. Além disso, é neces-sário mantê-los em temperatu-ra fria de, no máximo, 10 °c.uma dieta desregulada combi-nada com estresse, poucas ho-ras de sono e sedentarismo po-de trazer maiores riscos deobesidade, hipertensão e doen-ças cardiovasculares”, diz.

A nutricionista destaca ain-da que, para manter o sonoafastado e permanecer alertanas estradas, os caminhoneirostêm o hábito de consumir maisde uma xícara de café por dia eexagerar no açúcar. “É impor-tante maneirar na ingestão dacafeína presente também nochá mate, refrigerantes a basede cola, no guaraná e no chi-marrão, e dar preferência,quando consumir, ao adoçante.o excesso de cafeína acelera osbatimentos cardíacos e aumen-ta a pressão corporal. Beberágua ao longo do dia também éuma ótima maneira de hidrataro corpo e evitar excessos naalimentação”, orienta.

pode ser contraída por meio dealimentos, em especial nas re-giões mais pobres do interior doBrasil”, destaca carvalho.

o médico epidemiologistaalerta ainda que os caminhonei-ros precisam adotar medidaspreventivas importantes, comoutilizar repelente e roupas com-pridas. “É bom ter esses cuidadospara evitar picadas de insetostransmissores de doenças contra

as quais não há prevenção, comomalária, dengue e leishmaniose”,enumera carvalho.

o epidemiologista destacaainda que, para alcançar o resul-tado esperado das imunizações,é preciso tomar as dosagenscom antecedência. “São neces-sárias pelo menos quatro sema-nas para a vacina fazer efeito noorganismo senão a pessoa nãoviaja protegida, apesar de estar

vacinada. no caso da febre ama-rela, por exemplo, são necessá-rios 10 dias para o organismoproduzir anticorpos”, explica.

em Belo Horizonte (Mg), oHospital das clínicas da ufMg(universidade federal de Mi-nas gerais) oferece, desde2011, o serviço que orienta osviajantes sobre vacinação.Segundo a coordenadora doAmbulatório do viajante, Ma-

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 63

de acordo com a coordena-dora do ambulatório, o atendi-mento é importante paraatualizar o cartão de vacinasdos adultos que costumamadiar as aplicações. “cerca de50% dos pacientes que procu-ram o serviço estão com ocartão de vacinas incompleto.Além disso, alguns médicosclínicos esquecem de infor-mar aos pacientes a importân-

cia de estar em dia com a va-cinação”, completou.

Segundo o Ministério daSaúde, não há um calendário devacinação específico para oscaminhoneiros, porém, consi-derando a faixa etária do pro-fissional, a rede pública oferecegratuitamente quatro vacinas:dt (dupla Adulto/ difteria e té-tano), Hepatite B, febre Amare-la e tríplice viral (Sarampo, ca-

xumba e Rubéola). As doses es-tão disponíveis em, aproxima-damente, 36 mil salas de vacinaem todo Brasil.

Ações do Sest Senat durante todo o ano o Sest

Senat oferece serviços de vaci-nação aos caminhoneiros.Ações voltadas para a saúde doprofissional do transporte dis-ponibilizam diversas imuniza-

ções e são realizadas com fre-quência pelo país. o comandosde Saúde nas Rodovias, porexemplo, oferece, por meio deparceria com as Secretarias deSaúde, vacinação contra difte-ria, tétano, gripe e hepatite B. oevento, que tem como objetivoorientar os motoristas sobre aimportância dos cuidados bá-sicos com a saúde, é realizadoem quatro etapas por ano. Aprimeira de 2016 está previstapara acontecer em março.

os trabalhadores portuáriose caminhoneiros que atuam nasáreas próximas a dez portos or-ganizados do Brasil também es-tão sendo beneficiados com oserviço. o projeto Saúde nos Por-tos, realizado em parceria com aSeP (Secretaria de Portos), ofere-ce vacinas como hepatite B, fe-bre amarela, tétano acidental,sarampo, caxumba e rubéola.

Já o projeto transporte ecidadania, realizado em come-moração ao dia do caminho-neiro e ao dia do Motorista ofe-recem, em parceria com o Mi-nistério da Saúde e o Pni (Pro-grama nacional de imuniza-ções), diversas vacinas. Alémdisso, o Sest Senat realiza tam-bém blitzes rodoviárias comdoses de várias imunizaçõespara os caminhoneiros que ne-cessitam do serviço. l

SAÚDE em viana (eS), o projeto transporte e cidadania ofereceu imunizações aos caminhoneiros

RECOMENDAÇÕES Medidas básicas de higiene

• Lave as mãos com água e sabão várias vezes ao dia, principalmenteantes de ingerir alimentos, após utilizar conduções públicas ou visitar mercados ou locais de muito fluxo de pessoas

• Beba somente água mineral engarrafada. Se não for possível, trate aágua disponível com hipoclorito de sódio a 2,5%, colocando 2 gotasem 1 litro de água e aguardando por 30 minutos antes de consumir

• evite adicionar gelo nas bebidas

• Assegure-se que o alimento esteja bem cozido, frito ou assado

• fique atento à temperatura dos alimentos expostos para venda. osalimentos perecíveis devem ser mantidos em baixa temperatura(abaixo de 5° c) e os quentes bem aquecidos (acima 60 °c)

• evite o consumo de frutos do mar crus

• Moluscos e crustáceos podem conter toxinas que permanecem ativas mesmo após a cocção

• não consuma leite nem seus derivados crus

• não consuma preparações culinárias que contenham ovos crus

• frutas e verduras que possam ser descascadas e cujas cascas estejam íntegras, podem ser consumidas cruas

• quando for consumir alimentos exóticos, seja prudente e não exagere

• Alimentos embalados devem conter no rótulo a identificação doprodutor, data de validade e a embalagem deve estar íntegra

*fonte: Anvisa (Agência nacional de vigilância Sanitária)

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201664

Para atender uma demanda dosetor aquaviário que carece demão de obra qualificada, o SestSenat está custeando um curso

de formação específica para marinheirosque deverão atuar na hidrovia tietê-Para-ná. A via navegável ficou paralisada porquase dois anos e deve retomar suas ati-vidades ainda neste semestre.

A qualificação é uma demanda do Sin-dasp (Sindicato dos Armadores de navega-ção fluvial do estado de São Paulo) e da fe-navega (federação nacional das empresasde navegação Aquaviária). Ao todo, serãoformados 60 marinheiros. o curso será mi-

nistrado pela fatec-Jahu (faculdade de tec-nologia de Jahu/SP), instituição credenciadapela Marinha do Brasil. A carga horária é de400 horas/aula e o conteúdo aborda temascomo serviço de apoio de navegação, mano-bra da embarcação, manuseio e estivagemde cargas, legislação marítima e ambiental,conscientização sobre proteção de navios econhecimentos de primeiros socorros, entreoutros. A formação de marinheiros é umaresponsabilidade da Marinha do Brasil e deinstituições credenciadas por ela.

Segundo o presidente do Sindasp, edsonPalmesan, com a retomada da navegaçãoda hidrovia tietê-Paraná em 2016 e a não

Qualificação demarinheiros

PoR JANE ROCHA

SEST SENAT

curso formará 60 profissionais do setor aquaviário que atuarão na hidrovia tietê-Paraná

Page 65: REVISTA CNT 161.QXD

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 65

fotoS AntAq/divuLgAção

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201666

disponibilidade de marinheirospara a contratação, há necessida-de urgente de aprimoramento ecapacitação de mão de obra queatua nesse setor.

“com a paralisação da tietê-Paraná, alguns profissionais mi-graram para hidrovias que ofe-receram novas oportunidadesde trabalho e outros mudaramde profissão. Agora estamos ca-rentes de trabalhadores do se-tor aquaviário para atuar na re-gião”, destaca Palmesan.

A diretora-executiva nacionaldo Sest Senat, nicole goulart, re-força que a realização do cursofaz parte dos esforços e encami-nhamentos da instituição paraatendimento ao transporte aqua-viário, observada a necessidadede maior investigação e explora-ção de seu potencial estratégico,já que pode operar como elo en-tre os transportes rodoviário eferroviário. “Ao custear esse cur-so de formação, o Sest Senat,mais uma vez cumprindo seu pa-

PREJUÍZO Paralisação da hidrovia tietê-Paraná aumentou o custo logístico do escoamento de grãos

pel, atende à demanda do setoraquaviário. A realização do cursoocorre em consonância com asnecessidades do setor. temoscerteza que essa formação seráprodutiva”, afirma.

A ausência de profissionaiscapacitados para atuar no setortem se tornado uma oportunida-de para quem busca uma carrei-ra. Segundo a coordenadora decursos de qualificação da fatec-Jahu, Rosa Padroni, a carreira épromissora. Além da falta de

profissionais capacitados, o car-go oferece crescimento contí-nuo. “A carreira se inicia comomarinheiro e, após dois anos, oprofissional pode ser promovidoa contramestre. depois de maisdois anos, o trabalhador podefazer um novo curso e se tornarpiloto. em seguida, ele pode secapacitar ainda mais e alcançaro posto de capitão, último nívelda carreira”, explica.

Rosa Padroni conta aindaque os alunos irão aprender

CONHEÇA O CURSOPúblico-alvo: profissionais que queiram atuar como marinheiros na hidrovia

tietê-Paraná

Requisito: o curso é destinado a brasileiros de ambos os sexos, maiores de 18

anos, concluintes do ensino fundamental, aprovados em processo seletivo, de

acordo com diretrizes estabelecidas pela diretoria de Portos e costas,

divulgadas anualmente no Programa do ensino Profissional Marítimo

para Aquaviários (PRePoM – Aquaviários)

Carga horária: 400 horas/aula

Conteúdo:

• Básico de navegação (44 h)

• Serviço de apoio de quarto de navegação (20 h)

• Manobra da embarcação (32 h)

• Arquitetura naval aplicada (52 h)

• Manuseio e estivagem de cargas (32 h)

• estabilidade básica (36 h)

• Legislação marítima e ambiental (20 h)

• conscientização sobre proteção de navios (12 h)

• conhecimentos elementares de primeiros socorros (20 h)

• técnicas de sobrevivência pessoal (20 h)

• Segurança no trabalho (20 h)

• Prevenção e controle da poluição no meio ambiente aquaviário (24 h)

• Relações interpessoais e responsabilidades sociais (12 h)

• Prevenção e combate a incêndio (20 h)

• Pintura e conservação de embarcações (20 h)

• tempo reserva e atividades extraclasse (16 h)

Informações:

fAtec-JAHu/SP

tel.: (14) 3622-8280 – Ramais 214 e 221

fonte: Sest Senat

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 67

e qualidade. “Para suprir a ca-rência profissional dos portosbrasileiros, é necessário umespaço exclusivo para a for-mação dos profissionais domodal”, reforça.

de acordo com o presidentedo Sindasp, edson Palmesan, oideal seria a construção de trêsunidades de treinamento nopaís sendo uma em Manaus(AM), outra em São Paulo (SP) e,por fim, uma na região Sul. “AMarinha do Brasil conta com

PREJUÍZO Paralisação da hidrovia tietê-Paraná aumentou o custo logístico do escoamento de grãos

uma nova profissão. “eles che-gam à faculdade sem nenhumainformação sobre as atividadesque irão exercer. Aqui, aprende-rão a operar as embarcações,pilotar, manobrar e atracar,além de garantir a segurançanos portos”, destaca.

DeficitPara o presidente da fenave-

ga, Raimundo Holanda, além dosmarinheiros, existe deficit demão de obra qualificada na re-

gião também para as funções deoperadores de máquina, mes-tres, contramestres, pilotos, em-purradores, entre outros. “A fal-ta de profissionais qualificadosengessa a navegação. A tripula-ção que atua nos portos brasi-leiros está com a formação anti-ga”, alega.

Holanda defende ainda aconstrução de um centro deformação profissional do setoraquaviário que assegure a ca-pacitação com mais agilidade

centros de formação no Rio deJaneiro (RJ) e em Belém (PA)voltados para a formação deprofissionais marítimos. nossoobjetivo é investir na formaçãode profissionais da navegaçãofluvial”, justifica.

o Sest Senat trabalha em pro-jetos de implantação de centrosde treinamento para trabalhado-res do transporte aquaviário afim de ampliar a formação des-ses profissionais e atender àsreivindicações do setor. l

Hidrovia Tietê-Paraná deve voltar a operarRetoRno

uma das principais hidro-vias do país, a tietê-Paranádeve retomar suas atividadesainda no início deste ano. Anavegação foi suspensa pelaMarinha do Brasil em maio de2014 devido ao baixo nível daágua, consequência da estia-gem que atingiu o Sudeste naépoca. Por causa disso, o vo-lume do rio foi destinado,prioritariamente, para hidre-létricas, a fim de garantir ageração de energia necessá-ria para abastecer a região.

A interrupção das ativida-des da hidrovia atingiu o tre-cho entre o reservatório detrês irmãos e a eclusa de no-va Avanhandava, localizadanos municípios de Andradina(SP) e Buritama (SP). nesseslocais, a profundidade da hi-drovia estava em 1 metro. Se-

gundo o departamento Hidro-viário de São Paulo, para umanavegação segura são neces-sários 2,2 metros.

no fim do ano passado, fo-ram realizadas operações pa-ra transferência de água dosreservatórios de três irmãose ilha Solteira. A ação permi-tiu o restabelecimento e amanutenção do nível neces-sário para retomada da nave-gação na hidrovia tietê-Para-ná. Além disso, as fortes chu-vas que caíram na região mu-daram a paisagem do local.Segundo o governo do estadode São Paulo, o aumento nosníveis dos rios tietê, grande eParanaíba já possibilita a re-tomada da navegação.

A hidrovia atende re-giões de goiás, Paraná, Ma-to grosso do Sul, Minas ge-

rais e São Paulo. Sua exten-são navegável chega a 2,4mil quilômetros. desses,800 quilômetros estão naárea paulista, a mais indus-trializada do Brasil e ondeestá o Porto de Santos, omaior da América Latina.

A tietê-Paraná é estraté-gica para o Porto de Santos.ela escoa boa parte da pro-dução agrícola do interior doestado e do centro-oeste dopaís até a Região Metropoli-tana de São Paulo, de ondesegue para o cais santista emferrovias. estima-se que, noano passado, 8 milhões detoneladas de produtos queseriam escoados pela hidro-via acabaram sendo trans-portados por rodovias, au-mentando o custo logísticodessas mercadorias.

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BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RodoviáRiA - eXtenSão eM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

federal 64.596 11.511 7 6.107estadual 119.747 105.601 225.348Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Rede Planejada - - 157.534Total 211.170 1.352.030 1.720.734

MALHA RodoviáRiA conceSSionAdA - eXtenSão eM KMAdminstrada por concessionárias privadas 19.463Administrada por operadoras estaduais 1.195

fRotA de veÍcuLoScaminhão 2.641.816cavalo mecânico 592.410 Reboque 1.286.732Semi-reboque 870.605Ônibus interestaduais 19.923Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 25.834Ônibus urbanos 107.000

nº de terminais Rodoviários 173

infRAeStRutuRA - unidAdeS

terminais de uso privativo misto 122

Portos 35

fRotA MeRcAnte - unidAdeS

embarcações de cabotagem e longo curso 177

HidRoviA - eXtenSão eM KM e fRotA

vias navegáveis 41.635

vias economicamente navegadas 22.037

embarcações próprias 2.038

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA feRRoviáRiA - eXtenSão eM KM

total nacional 30.576total concedida 29.165concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA PoR conceSSionáRiA - eXtenSão eM KMALL do Brasil S.A. 12.018fcA - ferrovia centro-Atlântica S.A. 7.215MRS Logística S.A. 1.799outras 8.133Total 29.165

MAteRiAL RodAnte - unidAdeSvagões 99.515Locomotivas 3.424

PASSAgenS de nÍveL - unidAdeS total 12.289críticas 2.659

veLocidAde MÉdiA oPeRAcionALBrasil 25 km/h euA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AeRódRoMoS - unidAdeSAeroportos internacionais 34Aeroportos domésticos 29outros aeródromos - públicos e privados 2.519

AeRonAveS RegiStRAdAS no BRASiL - unidAdeStransporte regular, doméstico ou internacional 1.141transporte não regular: táxi aéreo 1.766Privado 10.916outros 10.635Total 24.458

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201670

BOLETIM ECONÔMICO

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

* veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE*

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO FEDERAL EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE

Observações:

(1) expectativa de crescimento do PiB para 2014 e 2015.

(2) taxa Selic conforme copom 25/11/2015 e Boletim focus.

(3) inflação acumulada no ano e expectativas segundo o Boletim focus.

(4) Posição dezembro/2014 e dezembro/2015 em uS$ bilhões.

(5) câmbio de fim de período, média entre compra e venda. (6) Saldo da balança comercial até dezembro/2015.

* A taxa de crescimento do PiB para 2014 diz respeito ao desempenho econômico entre janeiro e dezembro de 2014, os

valores de 2015 referem-se ao valor acumulado até o 3º trimestre de 2015 a preços de mercado.

Fontes: Receita federal, SigA BRASiL - Senado federal, iBge e focus (Relatório de Mercado 31/12/15),Banco central do Brasil.

Investimentos em transporte da União por Modal(Total Pago acumulado até dezembro/2015 (R$ 9,80 bilhões)

1,62(16,5%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - DEZEMBRO/2015

2014 Acumuladoem 2015

Expectativapara 2015

Expectativapara 2016

PiB (% cresc a.a.)1 0,15* -3,16 -3,71 -2,95

Selic (% a.a.)2 11,75 14,25 - 15,25

iPcA (%)3 6,41 10,67 10,72 6,87

Balança comercial6 -4,04 19,67 15,00 35,00Reservas internacionais4 363,55 356,46 - -

câmbio (R$/uS$)5 2,65 3,39 - 4,21

Rodoviário ferroviário Aquaviário Aéreo

8,06,0

R$ bilh

ões co

rren

tes

4,02,0

10,0

18,0

14,016,0

12,0

Rodoviário ferroviário Aquaviário Aéreoinvestimento total

2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (SigA BRASiL - Senado federal)

2,02(20,6%)

0,21(2,2%)

Investimento Total

2011

15,6 12,9 14,2 15,8 11,0

Rodoviário 11,2 9,4 8,4 9,1 6,0ferroviário 1,6 1,1 2,3 2,7 1,6Aquaviário (união+cia docas) 1,0 0,1 0,6 0,8 0,5Aéreo (união+infraero) 1,8 2,4 2,9 3,3 3,0

2012 2013 2014 2015

ORÇAMENTO FISCAL DA UNIÃO E ORÇAMENTODAS ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(valores em R$ bilhões correntes)

0

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal)

(dados acumulados até dezembro/2015)

Autorizado total Pagovalores Pagos do exercício

obs.: o total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.

20

15

R$ bilhõe

s

10

5

0

25

2,94

13,94

Fonte: orçamento fiscal da união e orçamento de investimentos das empresas estatais (SigA BRASiL - Senado federal).

Restos a Pagar Pagos

Autorizado união 13.939,78Autorizado das estatais (infraero e cia docas) 2.008,34Total de Recursos Disponíveis 15.948,12

Rodoviário 5.951,08ferroviário 1.620,40Aquaviário (união + cia docas) 506,23Aéreo (união + infraero) 2.958,45Investimento Total (Total Pago) 11.036,16

Notas: (A) Atualizado em 15.01.2015 com dados acumulados (SigA BRASiL) até 31.12.2015. os dados das empresas estatais

estão acumulados até dezembro de 2015.

(B) Para fins de cálculo do investimento realizado, utilizou-se o filtro gnd = 4 (investimento).

(C) os investimentos em transporte aéreo passaram a incorporar os desembolsos realizados para melhoria e

adequação dos sistemas de controle de tráfego aéreo e de navegação, descrito nas ações 20Xv, 118t,3133, e 2923.

RECURSOS DISPONÍVEIS E INVESTIMENTO FEDERALORÇAMENTO FISCAL E ESTATAIS (INFRAERO E CIA DOCAS)

(R$ milhões correntes - acumulados até dezembro de 2015)

9,80

6,86

Recursos Disponíveis

Investimento Realizado

5,95(60,7%)

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INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM INFRAESTRUTURADE TRANSPORTE POR ESTADOS E REGIÕES

(valores em R$ milhões correntes)1

orçamento fiscal (total Pago2 por modal de transporte)

Notas:(1) foram utilizados os seguintes filtros: função (26), subfunção (781=aéreo, 782=rodoviário, 783=ferroviário, 784=aquaviário), gnd (4=investimentos). Para a subfunção781 (aéreo), não foi aplicado nenhum filtro para a função. fonte: SigA BRASiL (execução do orçamento fiscal da união).(2) o total Pago é igual ao valor pago no exercício acrescido de Restos a Pagar Pagos.(3) o valor investido em cada região não é igual ao somatório do valor gasto nos respectivos estados. As obras classificadas por região são aquelas que atendem a maisde um estado e por isso não foram desagregadas. Algumas obras atendem a mais de uma região, por isso recebem a classificação nacional.(4) As obras foram classificadas pelo critério de maior desembolso (valor Pago + Restos a Pagar Pagos) em 2015.(5) Ações de infraestrutura de transporte contempladas com os maiores desembolsos do orçamento fiscal da união no acumulado de janeiro a dezembro de 2015.(6) os valores expressos na tabela dizem respeito apenas ao total Pago pela união no período em análise. não foram incluídos os desembolsos realizados pelasempresas estatais.(7) As ações orçamentárias são definidas como operações das quais resultam produtos (bens ou serviços) que contribuem para atender o objetivo de um programasegundo o Manual de técnico de orçamento 2015.

REGIÕE

S3Ra

nking

Para consultar a execução detalhada, acesse o link http://www.cnt.org.br/Paginas/Boletim-economico.aspx

Ordem R$ milhões6

1º2º3º4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Elaboração: confederação nacional do transporte*orçamento fiscal da união, atualizado em 15.01.2015 com dados acumulados (SigA BRASiL) até 31.12.2015.

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo TotalAcre 74,24 0,00 0,00 0,48 74,72Alagoas 147,62 0,00 0,00 0,00 147,63Amapá 0,02 0,00 23,87 2,77 26,65Amazonas 55,59 0,00 0,00 0,00 55,59Bahia 451,52 0,83 0,00 8,31 460,66ceará 54,84 0,00 0,00 0,00 54,84distrito federal 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00espírito Santo 37,05 0,00 0,00 0,02 37,06goiás 59,02 26,85 0,00 4,81 90,68Maranhão 99,38 0,00 11,38 0,21 110,97Mato grosso 625,99 0,00 0,00 0,57 626,57Mato grosso do Sul 91,12 0,00 0,00 0,00 91,12Minas gerais 173,76 0,00 0,00 2,75 176,51Pará 217,73 0,00 5,76 0,00 223,49Paraíba 15,06 0,00 0,00 0,15 15,21Paraná 225,36 0,00 0,00 3,35 228,71Pernambuco 1,30 0,00 0,00 0,00 1,30Piauí 79,16 0,00 0,00 3,54 82,70Rio de Janeiro 190,92 0,00 0,00 2,14 193,06Rio grande do norte 7,39 0,00 0,00 0,00 7,39Rio grande do Sul 29,75 0,00 0,00 0,50 30,25Rondônia 44,41 0,00 0,00 0,14 44,56Roraima 309,33 0,00 32,17 0,39 341,89Santa catarina 400,16 0,00 56,75 0,00 456,91São Paulo 78,92 0,00 0,00 0,00 78,92Sergipe 3,75 125,36 2,67 0,00 131,78tocantins 96,24 0,77 0,00 0,01 97,02centro oeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00nordeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00norte 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sudeste 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00Sul 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00nacional 2.381,39 1.466,59 73,81 1.993,76 5.915,56não informado 0,06 - - - -Total 5.951,08 1.620,40 206,41 2.023,90 9.801,73

Estado

s

Manutenção de trechos Rodoviários na Região nordeste 792,88Manutenção de trechos Rodoviários na Região norte 639,59Manutenção de trechos Rodoviários na Região Sul 563,19construção da ferrovia de integração oeste-Leste - ilhéus - caetite - BA 556,59Manutenção de trechos Rodoviários na Região Sudeste 479,26Manutenção de trechos Rodoviários na Região centro-oeste 457,21construção da ferrovia norte-Sul ouro verde de goiás - São Simão - go 379,79Adequação de trecho Rodoviário - Porto Alegre - Pelotas - na BR-116/RS 232,44construção da ferrovia de integração oeste-Leste - ilhéus - caetite - Barreiras - BA 231,21Adequação de trecho Rodoviário - entroncamento BR-116/259/451 (governador valadares) 201,11Total 4.533,28Part. (%) no Total Pago do Orçamento Fiscal da União até dezembro - 2015 46,2%

Ações orçamentárias7

Maiores desembolsos4 (total Pago acumulado até dezembro de 2015)5

Page 72: REVISTA CNT 161.QXD

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201672

DESPOLUIR

A confederação nacional do transporte (cnt) e o Sest Senatlançaram em 2007 o Programa Ambiental do transporte -deSPoLuiR, com o objetivo de promover o engajamento decaminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em trans-porte e da sociedade na construção de um desenvolvimentoverdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos • incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e

terminais de transporte• cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da emissão de Poluentes pelos veículos, entre em contato com a federação que atende o seu estado.

BOLETIM DO DESPOLUIR

Carga(empresas)

fetRAMAzfetRAcAnfenAtAcfetceMgfetRAnSPARfetRAnScARgAfetRAnSuLfetRAnceScfetceSPfecAM-SPfecAM-ScfecAM-RSfecAM-RJfetAc-PRfetAc-MgfetRAnoRtefetRonoRfetRAnS*fetRASuLfetRAMfetRAMARfePAScfetRAnSPoRfeteRgSfetRAnSPoRteSfetRABASe

Ac, AM, AP, PA, Ro e RRAL, ce, MA, PB, Pe, Pi, e Rn

df, go, MS, Mt e toMgPRRJRSScSPSPScRSRJPRMg

Ac, AM, AP, PA e RRAL, PB, Pe e Rn

ce, Pi e MAdf, go, SP e to

MgMS, Mt e Ro

PR e ScRJRSeS

BA e Se

Raimundo Augusto de Araújo Jorge do carmo RamosPatrícia danteMarta gusmão MoraisSolange caumoRenato nerycarlos BeckerRodrigo odaSandra caraviericlaudinei natal PelegriniJean Biazottodanna campos vieirathompson Bahiensefelipe cuchabaRegiane ReisRafhael PinaAdriana fernandes diasMarcelo Brasilvilma Silva de oliveiraMilene Rodrigues Souzacarlos Alberto da Silva corsoRoberto Luiz Harth t. de freitasguilherme WilsonAloisio BremmJoão Paulo da f. Lamascleide da Silva cerqueira

(92) 3658-6080(81) 3441-3614(61) 3361-5295(31) 3490-0330(41) 3333-2900(21) 3869-8073(51) 3374-8080(48) 3248-1104(11) 2632-1010(19) 3585-3345(49) 3222-4681(51) 3232-3407(21) 3495-2726(42) 3027-1314(31) 3531-1730(92) 3584-6504(84) 3234-2493(85) 3261-7066(62) 3233-0977(31) 3274-2727(65) 3027-2978(41) 3244-6844(21) 3221-6300(51) 3228-0622(27) 2125-7643(71) 3341-6238

[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@hotmail.comcoordenadoradespoluir@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]

Carga e Passageiros

Carga(autônomos)

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS COORDENAÇÃO TELEFONE E-MAILSETOR

ESTRUTURA RESULTADOS AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2015 (até dezembro)

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS *

* dados preliminares, sujeitos a alterações.

* A fetRAnS corresponde à antiga cePiMAR, conforme atualização em julho de 2015.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

1.600.0001.400.0001.200.0001.000.000800.000600.000400.000200.000

0 20074.734

100.839 228.860392.524

590.470820.587

1.033.4551.235.589

1.506.432

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

federações participantes 27

Avaliações ambientais (até dezembro/2015) 1.506.432

Aprovação no período 85,85%

empresas atendidas 13.234

caminhoneiros autônomos atendidos 15.135unidades de atendimento

95

Page 73: REVISTA CNT 161.QXD

Materiais institucionais do Despoluir

folder e portfólio

Sondagem CNT de Eficiência Energética no Transporte Rodoviário de Cargasidentifica as perspectivas dos transportadores sobre o assunto e as medidas que podem ser implementadas para a redução do consumo de combustível, para a conservação dos recursosnaturais e para a diminuição das emissões e dos custos das empresas.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIR

conheça as diversas publicações ambientais disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Caderno Oficina Nacional Transportee Mudanças Climáticasexibe o resultado dos trabalhos de 89representantes de 56 organizações,com recomendações referentes à mitigação das emissões, mobilidadeurbana, transferência modal e tecnologias veiculares.

A Fase P7 do Proconve e o impacto no Setor de TransporteApresenta as novas tecnologias e as implicações da fase P7 para os veículos, combustíveis e para o meio ambiente.

Caminhoneiros no Brasil: RelatórioSíntese de Informações Ambientais –autônomos e empregados de frotaPresta informações econômicas, sociais, financeiras e ambientais dos profissionais deste setor de transporte.

A mudança Climática e o Transporte Rumo à COP 15

Apresenta a sua contribuição para a atuação da delegação

brasileira na conferência das Partes das nacões

unidas para Mudança do clima.

Sondagem Ambiental do Transporte

demonstra as ações ambientais desenvolvidas pelas empresas

de transporte rodoviário.

Procedimentos para preservação da qualidade

do Óleo Diesel Belaborada para auxiliar

a rotina operacional dos transportadores, apresentando

subsídios a adoção de procedimentos para garantir a

qualidade do óleo diesel B.

Seminário Internacional sobre Reciclagem de Veículos

e Renovação de FrotaApresenta as diretrizes

levantadas sobre o assunto noevento realizado pela cnt com aparticipação de especialistas da

espanha, Argentina e México.

A Adição do Biodiesel e a Qualidade do Diesel no Brasildescreve as implicações da adição de biodiesel ao diesel fóssil e a avaliação quanto ao consumo e manutenção dos veículos.

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

Série educativa de cartilhas com temas ambientais• os impactos da má qualidade do óleo diesel brasileiro

• Meio Ambiente: responsabilidade de cada um • caminhoneiro Amigo do Meio Ambiente

• queimadas: o que fazer?• Lixo: faça a sua parte! • Aquecimento global

• Plante árvores

8

Page 74: REVISTA CNT 161.QXD

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201674

diesel 49,23 52,26 55,90 58,57 60,03

gasolina 29,84 35,49 39,69 41,42 44,36

etanol 15,07 10,89 9,85 11,75 12,99

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** dados atualizados em 21 de dezembro de 2015.

2010MODAL 2011 2012 2013 2014

TIPO 2010 2011 2012 2013 2014 CONSUMO PARCIAL - 2015 (até novembro)**

BOLETIM AMBIEN TAL

BIODIESEL PRODUÇÃO ANUAL DE BIODIESEL - B100 (em mil m3)

• Biodiesel é um combustível biodegradávelderivado de fontes renováveis como óleosvegetais e gorduras animais.

• As principais matérias-primas do biodieselproduzido no Brasil são a soja (76,6%), o sebo bovino (19,7%) e óleo de algodão (1,2%).

• Atualmente, o diesel comercializado no Brasilé o B7, isto é, composto por 7% de biodiesele 93% de diesel de petróleo, em volume.

4.000

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

500

02010

2.386 2.673 2.717 2.917

3.420 3.624

2011 2012 2013 2014 2015

Rodoviário 34,46 36,38 38,60 40,60 41,40

ferroviário 1,08 1,18 1,21 1,20 1,18

Hidroviário 0,13 0,14 0,16 0,18 0,18

Total 35,67 37,70 39,97 41,98 42,76

PARTICIPAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

outros setores3,0%

Rodoviário7,8%

Aéreo0,5%

Outros meios de transporte0,4%

gasolina35%

diesel50%

etanol15%

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

45

05

10152025303540

2010 2011 2012 2013 2014

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL - 2010 A 2014

Rodoviário ferroviário Hidroviário

(até novembro)

industrial8,9%

geração de energia3,1%

Transporte 8,7%

Mudança no uso da terra

76,3%

* dados atualizados em 04 de janeiro de 2016.

Page 75: REVISTA CNT 161.QXD

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 75

• Proconve - Programa de controle de Polui-ção do Ar por veículos Automotores. criadopelo conAMA, tem o objetivo de reduzir econtrolar a contaminação atmosférica ge-rada pelos veículos automotores. o progra-ma tem como base a regulamentação prati-cada na união europeia (euRo) para veícu-los pesados.

* de acordo com o artigo 5º da Resolução AnP nº 50 de 23.12.2013, o diesel S500 é comercializado obrigatoriamente em todo território nacional, salvo em determinados municípios e regiões metropolitanas. no entanto, constata-se que o S10 já é comercializado em todos os estados brasileiros.

TEOR DE ENXOFRE NO DIESEL - BRASIL E MUNDO

MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7S (ppm)

10

fASeSPAÍSeS

Brasil*Japão

união europeia

Austrália

euA

Rússia

china

México

Índiaáfrica do Sul

50

euRo

PRoconve

500 - 2000

15

viviiiiii0-

NÚMERO DE POSTOS QUE COMERCIALIZAM DIESEL S10 POR ESTADO - DEZEMBRO 2015*

5.500

4.500

5.000

4.000

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

500

1.000

0Ac

103336 258

47

1.4291.037

194438

936 791

2.355

448 719756

4121.086

503

1.7141.126

321 34659

2.0491.447

220268

5.159

AL AM AP BA ce df eS go MA Mg MS Mt PA PB Pe Pi PR RJ Rn Ro RR RS Sc Se SP to

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - BRASIL - NOVEMBRO 2015

(*) Percentual de reprovação do aspecto, por região:

0,0% (nordeste): 0,2% (centro-oeste); 0,1% (Sudeste).

Região norte e Sul não se realizou análise de aspecto.

* Aumento do número de postos em aproximadamente 13% em relação ao total contabilizado em março/2015.

Aspecto0,0% *

corante0,0%

Ponto de fulgor22,9%

teor de Biodiesel42,9%

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

outros (massa específica, destilação)

25,7% enxofre 8,6%

Page 76: REVISTA CNT 161.QXD

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

Poluentes Principais fontes CaracterísticasEfeitos

Saúde humana Meio ambiente

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

gás incolor, inodoro e tóxico.

diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. em grandes quantidades pode levar à morte.

dióxido de carbono

(co2)

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano (cH4)

Resultado da queima de combustíveis, além de atividadesagrícolas, pecuária, aterros sanitários e processos industriais1.

gás tóxico, incolor, inodoro.explosivo ao adicionar a água.

causa asfixia se inalado, além de paradacardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central.

Aldeídos(RcHo)

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

composto por aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

causa irritação das mucosas, vômitos e perda de consciência. Aumenta a sensibilidade da pele. causa lesões no esôfago, traqueia e trato gastro-intestinal.

óxidos de nitrogênio

(nox)

formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e pormeio da queima de biomassa ecombustíveis fósseis.

o no é um gás incolor, solúvel emágua; o no2 é um gás de corcastanho-avermelhada, tóxico eirritante;o n2o é um gás incolor,conhecido popularmente comogás do riso.

o no2 provoca irritação nos pulmões. É capaz de provocar infecções respiratórias quando em contato constante.

gases de efeito estufa quecausam o aquecimento global.estes óxidos, em contato com aumidade do ar, formam ácidoscausadores da chuva ácida.

dióxido de enxofre(So2)

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

gás denso, incolor, não-inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na respiração e agravamento de problemas respiratórios e cardiovasculares.

ozônio (o3)

Poluente secundário, resultado dereações químicas em presença daradiação solar. os hidrocarbonetosnão-metano (nMHc) são precursoresdo ozônio troposférico.

gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

causa destruição de bioma e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a suanatureza corrosiva.

Material particulado(MP)

Resultado da queima incompletade combustíveis e de seus aditivos, de processos industriaise do desgaste de pneus e freios.

1 Processos industriais: processos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.

Material escuro, composto de partículas de diferentes dimensões.Sua ocorrência está relacionada a queima do diesel.

causa irritação no nariz e garganta. está relacionado a doenças respiratórias enos casos mais graves, ao câncer de pulmão.

Altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas.

causa o aquecimento global,por ser um gás de efeito estufa.

Monóxido de carbono

(co)

CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE CADA CATEGORIA DE VEÍCULOS NA EMISSÃO DE POLUENTES - BRASIL

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%co

comerciais leves

nMHc noX MP cH4 RcHo

caminhões semileves

caminhões leves

caminhões médios

caminhões semipesados

caminhões pesados

Ônibus urbanos

Micro-ônibus

Motocicletas

Ônibus rodoviários

Automóveis

co - monóxido de carbono; MP - material particulado incluindo o MP proveniente da combustão e do desgaste do veículo; nMHc - hidrocarbonetos não-metano; cH4 - metano; nox – óxidos de nitrogênio; RcHo - aldeídos

8

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TEMA DO MÊS

“A prioridade número um do setor é a de superar a paralisia catatônicaque assola o país e passar à ação por meio da reinvenção de ideias”

Oano de 2016 se afigurapara o transporte bra-sileiro de passageirose de cargas e para to-

do o conjunto da economia bra-sileira como um período degrandes dificuldades e de es-cassez de recursos.

A recessão e a desorganiza-ção econômica que atingem opaís, desde o último trimestrede 2014, já impactaram o setorde transporte, com redução,em alguns casos, de até 30%dos volumes transportados.

Por isso, a prioridade núme-ro um do setor é a de superar aparalisia catatônica que assolao país e passar à ação por meioda reciclagem, renovação ereinvenção de ideias, procedi-mentos e comportamentos.

É com essas premissas que,no ano de 2016, poderiam serempreendidas ações de baixocusto e resultados imediatos.

É o caso, por exemplo, da re-gularização da prestação deserviços pelo setor privado, viarealização de licitações de con-cessões. tal ação, ao mesmotempo que eximiria o poder pú-blico das pressões do Ministé-rio Público, garantiria ao setorprivado a necessária tranquili-

JAIME WAISMAN

A única solução para 2016 é agir ou agir

JAIME WAISMANengenheiro civil e economista, diretor da Sistran engenharia Ltda. foiprofessor de transporte Público da escola Politécnica da universidade de São Paulo

dade jurídica para operar seusserviços e, eventualmente, vol-tar a investir.

os municípios (de mais de50 mil habitantes) poderiam,por exemplo, dedicar-se à ela-boração dos seus Planos deMobilidade urbana, conformerequerido pela Lei federal nº12.587/12. Recorde-se que me-nos de 6% dos municípios bra-sileiros atenderam à exigêncialegal, o que levou à prorroga-ção do prazo para seu cumpri-mento. e mais: no caso de nãoapresentação dos seus Planosde Mobilidade, essas cidadesnão poderão obter recursos fe-derais para seus empreendi-mentos de transporte urbano.

outra possibilidade é a ra-cionalização dos serviços pres-tados, de cargas ou passagei-ros, com o objetivo de reduzircustos operacionais. Aqui ca-bem tanto melhorias dos pro-cedimentos internos das em-presas, via treinamento de ope-radores, para reduzir o consu-mo de combustíveis, pneus etc.como, em conjunto com o setorpúblico, a realização da rees-truturação dos serviços presta-dos (número de linhas, exten-são, horários etc.) sem que isso

implique o comprometimentoda qualidade de serviços.

dada a quase certa escassezde recursos, os valores disponí-veis deverão ser utilizados comcritério e discernimento, con-centrando-os em empreendi-mentos ora em andamento ecom possibilidade de conclusãono curto prazo, a fim de que asociedade possa usufruir rapida-mente dos seus benefícios. emse tratando de projetos de mobi-lidade urbana, têm-se empreen-dimentos em fase de implanta-ção em diversas cidades como oRio de Janeiro (quiçá o maior le-gado dos Jogos olímpicos para acidade), o vLt de cuiabá – várzeagrande (um bom projeto tantodo ponto de vista do transportecomo do reordenamento urbanoe da sustentabilidade), o BRt deBelém (cuja operação parcial jáapresenta resultados excepcio-nais) e, na cidade de São Paulo,as Linhas 5 – Lilás e 6 – Laranjado Metrô e as Linhas 15 – Prata e17 - ouro do Monotrilho.

É necessário avançar e dei-xar Brasília e suas mazelas pa-ra trás. É também a única for-ma de se impedir que 2016 sejaum ano perdido para os brasi-leiros, como foi 2015.

O que deve ser prioridade no transporte em 2016?

Page 79: REVISTA CNT 161.QXD

“Momentos de crises são adequados para se pensar em planejamento, no futuro e em como deve ser o transporte que queremos”

Priorizar o transporte semgrandes investimentos

MARC-OLIVIER MAURICE MALLEIFAUD

investimentos. Bons exemplos sãoo consórcio grande Recife e o con-sórcio ABc. o primeiro opera emconjunto com as linhas dos siste-mas metropolitano e urbano dosmunícipios, oferecendo benefíciosoperacionais. o segundo firmaacordos entre as administrações elicita obras por meio do recebi-mento de recursos oriundos dasesferas federal e estadual e dá vidaaos projetos regionais.

Para o tráfego de veículos e asaturação da infraestrutura viáriaem grandes cidades como Belo Ho-rizonte, Rio de Janeiro e São Paulo,pode-se tentar soluções interme-diárias, sem os grandes investi-mentos necessários na criação denova infraestrutura. uma linha deatuação a ser seguida é a amplia-ção da capacidade viária por meiodo incentivo das soluções opera-cionais ligadas à forma de circula-ção dos veículos. essas soluçõessão de baixo custo para o trânsitoe transporte público e, ainda, aten-dem aos pedestres e reduzem asemissões de gases. A utilização desoftwares que utilizam modelagemde redes com simulação de tráfegoa nível micro proporciona a elabo-ração de propostas de nova circu-lação e operação, com mudançasna forma de utilização de vias, pro-

MARC-OLIVIER MAURICEMALLEIFAUDengenheiro de transportes do grupotectran (consultoria de transporte)

Oano de 2015 enfrentougrandes obstáculos rela-tivos aos investimentosem transporte ferroviá-

rio e rodoviário, em função da cri-se econômica vivenciada pelo Bra-sil, e que deverá ter continuidade.está claro que, no ano de 2016, a li-beração de recursos públicos parainvestimentos ainda será bastantelimitada. desse modo, há que sepensar em como melhorar e priori-zar o transporte brasileiro semgrandes investimentos.

com a expansão urbana dasmetrópoles brasileiras, a escala domunicípio não é mais adequadapara pensar a organização dostransportes metropolitanos. essasituação não permite organizar osserviços por meio da integração doconjunto da área metropolitana. Alei brasileira abre a possibilidadede criar consórcios intermunicipaispara determinados objetivos.

nessa linha, a criação de con-sórcios metropolitanos para a ope-ração do transporte público é inte-ressante, pois é possível otimizar aoperação trazendo benefícios paraa população (melhor oferta, redu-ção de tarifa), para o operador (di-minuição da concorrência) e para ainfraestrutura viária (diminuiçãodo número de linhas) sem grandes

gramações semafóricas, projetosde geometria, sinalização, estacio-namento etc.

um exemplo recente foi o de-senvolvido para o centro de BeloHorizonte. A área central foi pre-parada para receber as modifica-ções para implantação do BRt. oobjetivo foi aproveitar o ganhoobtido com a redução do númerode ônibus circulando na área e re-direcionar o ganho para melhorara circulação de veículos e pedes-tres. o estudo obteve uma melho-ra de 75% da velocidade média,50% a mais de pessoas atendidasna hora pico e redução de 41% naemissão de co2.

em tempo de crise, o usuárioquer reduzir seus gastos. Momen-tos de crises são adequados parase pensar em planejamento, nofuturo e em como deve ser otransporte que queremos. os in-vestimentos em planos, estudos eprogramas são muito menores doque aqueles necessários à im-plantação de infraestrutura. utili-zar este ano para deixar um lega-do de boas propostas para o mo-mento de retomada da economiaé primordial para que as ações fu-turas no setor de transporte al-cancem maior atendimento àsnecessidades da população.

O que deve ser prioridade no transporte em 2016?

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ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2016 81

ntes que terminasse o ano perdido de2015, a cnt entregou à Presidente dilma,aos presidentes da câmara e do Senadoe aos ministros um documento que pavi-menta uma estrada rumo à recuperaçãoeconômica do Brasil. Propôs-se investi-mento em infraestrutura pelos três anos

restantes do atual governo, com participaçãoprivada, e um programa de renovação da frotasobre pneus. A frota atual está antiquada e gas-ta 18% a mais de combustível. A malha rodoviá-ria é tão carente que representa um imenso po-tencial de aplicação de recursos. Bilhões dereais estimulariam a economia, a recuperaçãode empregos e, é claro, a necessária ampliaçãode caminhos para circular a riqueza nacional.

A cnt faz sua parte e fico me perguntandoquando o governo ficará convencido de que temque governar para o Brasil e não para si, parapartidos e pelo poder. A estrutura brasileira es-tá em frangalhos diante de um estado inchado eineficiente. também em frangalhos está a estru-tura econômica e material e, principalmente, es-tá combalida a estrutura moral. Maus exemplosde cima encontram terreno fértil embaixo. vol-taram a esperteza, o clientelismo e o desânimoque atinge pessoas, empresas e instituições. Háuma grande desesperança em relação ao anoque começou – aliás, que só vai começar depoisdo carnaval. A proposta da cnt ajuda a acenderuma luz no fim do túnel, mas é preciso luz, maisluz, como disse goethe.

governadores comentam, à boca pequena,que a presidente está sem rumo, sem liderança,apenas com o poder da caneta e que precisa fa-

zer alguma coisa para o país não afundar aindamais. A cnt, com sua proposta, percebe a res-ponsabilidade de todos neste barco chamadoBrasil, onde estamos todos. o Banco Mundialprojeta, para este ano, um crescimento econô-mico médio de quase 3% no planeta. o Brasil, nacontramão, ficaria com um decréscimo de 2,5%,na melhor hipótese. nossa companheira deBRicS, a Índia, deve crescer quase 8%.

Há mais de 40 anos, o economista edmar Ba-cha escreveu que o regime militar estava crian-do a Belíndia, um país contraditório, com leis eimpostos equivalentes à Bélgica, país pequeno erico, e uma realidade social da Índia, grande ecom maioria pobre. Hoje, não somos nem umnem outro, já que a Índia se destaca. Somos ape-nas o Brasil, um país quase de ficção, com leisnão cumpridas e desagregadoras, com impostosgigantescos, com governo inútil, um país comfalta de confiança em si próprio.

um país com um estado grande e pesado ecom uma realidade social e econômica parado-xalmente dependente desse estado paquidérmi-co. na estrutura desse estado, com pés dechumbo e cabeça de palha, apenas há os gover-nadores, hoje, contudo, podem significar algumaesperança. os prefeitos estão ocupados com aeleição municipal deste ano; o governo federalamarrado à crise tripla de impeachment, lava-jato e incompetência. os governadores estãoprejudicados pela crise de falta de recursos,mas receberiam bem uma parceria privada paraformar uma força política que dê novo ânimo aopaís combalido. não dá para assistir 2016 per-der-se ladeira abaixo, sem freios.

A

“Há uma grande desesperança em relação ao ano que começou – aliás, que só vai começar depois do carnaval”

Salvar 2016

ALEXANDRE GARCIA

Page 82: REVISTA CNT 161.QXD

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201682

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE clésio Soares de Andrade

PRESIDENTE DE HONRAJosé fioravanti

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

newton Jerônimo gibson duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata filho TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da fonseca Lopes

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

eurico divon galhardi Paulo Alencar Porto LimaTRANSPORTE DE CARGAS

flávio Benatti Pedro José de oliveira Lopes TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

edgar ferreira de Sousanorival de Almeida SilvaTRANSPORTE AQUAVIÁRIO

glen gordon findlayedson Palmesan TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo vilaçaJoubert fortes flores filho TRANSPORTE AÉREO

eduardo Sanovicz Wolner José Pereira de Aguiar

CONSELHO FISCAL (TITULARES)Luiz Maldonado Marthos José Hélio fernandesJerson Antonio Pícolieduardo ferreira Rebuzzi

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)André Luiz zanin de oliveira José veronez André Luis costa

DIRETORIATRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner chieppe Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos teixeira

José Augusto Pinheiro

victorino Aldo Saccol

eudo Laranjeiras costa Antônio carlos Melgaço Knittel José Luís Santolin francisco Saldanha Bezerra João Rezende filhodante José gulin Mário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo trombini

urubatan Helou

irani Bertolini

Paulo Sergio Ribeiro da Silva

oswaldo dias de castro

daniel Luís carvalho

Augusto emilio dalçóquio

geraldo Aguiar Brito vianna

Augusto dalçóquio neto

euclides Haiss

Paulo vicente caleffi

francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Moacir da SilvaSergio Antonio oliveiraJosé Alexandrino ferreira netoJosé Percides Rodrigues Sandoval geraldino dos Santos Renato Ramos Pereiranilton noel da Rocha neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Marcos Machado Soares

claudomiro Picanço carvalho filho

Moacyr Bonelli

george Alberto takahashi

José carlos Ribeiro gomes

Aloísio Sobreira

José Rebello iii

José Roque

fernando ferreira Becker

Raimundo Holanda cavalcante filho

Jorge Afonso quagliani Pereira

eclésio da Silva

André Luiz Macena de Lima

DOS LEITORES

escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

PRÊMIO

Reconhecer os trabalhos de jornalistas que se dedicaram durante 2016 para elaborar matériassobre transporte é uma excelente iniciativa da cnt. estimular asredações dos veículos de imprensa brasileiros a produzir trabalhos a respeito da atividadetransportadora incentiva a sociedade a refletir sobre a importância do setor no desenvolvimento social e econômico do Brasil. Parabéns!

Flávia AnjosRio de Janeiro (RJ)

HISTÓRIA VIVA

curiosa a matéria sobre trens de turismo no Brasil. Poucos brasileiros sabem que há 32 atrações de norte a sul do país que podem ser exploradasdurante todo o ano. Resgatar a memória sobre os trilhos é um dever do governo e de todos os brasileiros. É inadmissível aceitar oabandono de quase 5.000quilômetros de linhas.

Jael SouzaPatos de Minas (Mg)

AVIÃO

investir em tecnologia para evitar acidentes por conta dos raios é uma decisão mais que acertada das companhiasaéreas brasileiras. com a chegada do período das chuvas, a incidência de raios aumenta consideravelmente e os cuidados devem ser redobrados.

Luiza MedeirosLondrina (PR)

AQUAVIÁRIO

Monitorar o impacto da mancha de lama eresíduos na foz do Rio doce chega em boa hora. Avaliar as consequências para a fauna e flora na regiãoafetada pelo rompimento da barragem de fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues (Mg) auxilia na recuperação do Rio doce.

Diego RamalhoBrasília (df)

Cartas:SAuS, quadra 1, bloco Jedifício cnt, entradas 10 e 20, 11º andar70070-010 - Brasília (df)e-mail: [email protected] Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

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