fiSCalidade Pas implementa projecto Janela nica

BaNCa Banco de moambique lana Central de Crdito

aNliSe uem testa tecnologia de foges solares

Publicao mensal da S.A. Media Holding . Fevereiro de 2012 . 100 Mt

NegCioS BaoBaB reSourCeS procura parceiro para explorao mineira eNergia moambique vai ser um dos maiores produtores mundiais de gs natural deSeNVolVimeNto Velhos problemas minam ambiente de negcios

o efeito do glamourthe glamour effectViSo educao financeira: Cada caso um caso BraNdiNg `o que a Superbrands pode fazer por moambique

N 50 . Ano 05

AfritoolAv. 25 de Setembro, Nr. 2009 Caixa Postal Nr. 2183 Tel. +258 21309068/328998 Fax. +258 21328997/333809 info@afritool.co.mz Maputo - Moambique

A mAis de 13 Anos A proporcionAr os mAis Altos pAdres de servios, com produtos de QuAlidAde, preos competitivos, ideiAs inovAdorAs, Atendimento personAlizAdoMoAMbique TANzANiA ChiPre SwAzilNdiA

delegAeS em quelimane, Tete e Nampula

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6 SUMRIO

REGIESDR

dossierDR

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entrevist

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24DOSSIERBem-vindo 2012

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A leitura que se faz sobre o desempenho do Pas em 2011, nas suas diferentes reas, permite uma perspectiva encorajadora para 2012. Mesmo sem ser o ano moambicano, no presente 2012 quase que certa a convergncia do investimento internacional para o Pas, sobretudo o que se destina rea mineira.

ECONOMIAEconomia vai crescer 7,5 %O plano econmico e social (PES) projecta que 2012 ser um ano economicamente saudvel. O executivo moambicano sustenta a projeco, prometendo a criao de mais emprego, a melhoria dos servios pblicos entre outras benesses.

NDICE DE ANUNCIANTESTDM, p 02 MOZABANCO, p 03 LAM, p 04 MCEL, p 05 STANDARD BANK, p 08 EDITORA CAPITAL, p 11 PUBLIREPORTAGEM BCI, p 13 CORRE, p 15 TIM, p 17 MIRAMAR, p 19 MALALA, p 33 HABITAR, p 37 SUPERBRANDS, p 39 PWC, p 41 BCI, p 51 PETROMOC p 52

SUMRIO 7

taHELGA NUNES DR

turismoDR

desenvolvimentoDR

estilos

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30ENTREVISTA

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MFW: Uma passerelle com a economia a reboqueO director da DDB, Vasco Rocha, faz-nos perceber que afinal existe muita renda por detrs da moda! Esta realidade, que se estreia no nosso meio, comea a revelar-se uma verdadeira porta de entrada para o circuito econmico a um nmero de moambicanos cada vez maior. A DDB descreve como que o evento MFW se agigantou em Moambique at vir a ser uma referncia internacional.

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DESENVOLVIMENTOVelhos problemas minam ambiente de negciosA KPMG est empenhada em perceber os factores que abalam o ambiente de negcios em Moambique. Na presente edio, o organismo explica at que ponto que a burocracia, a corrupo, o acesso ao crdito e o crime organizado persistem em infectar os desgnios empresariais.

EDITORIAL 9

J reparou que os moambicanos esto cada vez mais bonitos?Por volta de 2004, a Moda em Moambique ainda era um conceito incipiente. Um olhar atento aos vesturios envergados por um pblico essencialmente urbano revelava que o conceito de shopping resumia-se, ento, ao acesso aos fardos das roupas de calamidade. Nessa altura, os templos comerciais ainda eram uma miragem Era curioso constatar que, h cerca de 7 anos, a maior parte dos homens usavam camisas s riscas (verticais, horizontais, oblquas ou de outra espcie) com colarinhos gordos e que as mulheres vestiam camisas cheias de folhos e conjuntos vaporosos, sobretudo em nylon, com motivos ou padres to garridos como folclricos (fazendo recordar as tendncias dos anos 80). Cores fortes, motivos vistosos e materiais sempre iguais como se de um exrcito se tratasse. E quanto ao calado, a histria seguia o mesmo tom: sapatos bicudos de plstico para senhor e sandlias e sabrinas para senhora (tudo claro, padronizado e em doses macias). At os empresrios self-made man desfilavam seus fatos (um nmero acima, ou mesmo abaixo) com as etiquetas nas mangas, e calavam sapatos brilhantes! Entretanto, o cenrio mudou de figura. O fortalecimento do metical face ao dlar e ao rand, a estabilidade econmica e a relativa melhoria da qualidade de vida acabaram por assumir claros reflexos na sociedade. Mudaram-se as mentalidades, os conceitos de esttica melhoraram e os moambicanos tm vindo a aproximar-se dos desgnios do design. O que aconteceu? As famlias moambicanas comearam a comprar (ainda que a custo) os receptores de TV. O que tem isso a ver com o resto? Tudo. Atravs da caixa mgica que mudou o mundo, os moambicanos tomaram plena conscincia da existncia de outras modas, e de outras culturas. Os inputs dados pelos filmes, telenovelas, sries e pelos programas de entretenimento - e de moda - vieram alterar gostos e exigncias. E, depois, surgiram os novos eventos. Alm do Mozambique Fashion Week que passou a ser transmitido em directo na TV (ao qual era permitida a entrada de centenas de espectadores), tambm era realizado anualmente um programa chamado FACES. Ou seja, o desafio estava lanado. As camadas jovem e adulta passaram a ser o alvo predilecto das revistas da especialidade e criou-se um task force no de costureiros mas de young designers. A moda em Moambique est cada vez menos elitista e congrega as atenes de outros pases. Veja-se como a designer de moda moambicana Eliana Murargy ganhou o prmio Novos Talentos no maior evento de moda do Centro-Oeste do Brasil, com as suas criaes tnicas inspiradas na tribo dos masai. Hoje em dia, o problema deixou de girar em torno da carga negativa que a profisso de modelo gera nas conscincias mais tradicionalistas, pois at temos modelos profissionais a desfilar nos catwalks internacionais. As preocupaes dos representantes da moda passam, sobretudo, pela formao profissional, pelo acesso aos principais eventos da moda, aos materiais, maquinaria e a uma indstria txtil nacional que tarda em dar sinais de vitalidade. No obstante e no tocante ao consumo, os moambicanos contam agora com centros comerciais, mais lojas e um maior leque de produtos. E uma coisa certa, os moambicanos esto cada vez mais bonitos!c

Helga Nunes

helga.nunes@capital.co.mz

FICHA TCNICAPropriedade e edio: Southern Africa Media Holding, Lda., Capital Magazine, Av. Mao Tse Tung, 1245 Telefone/Fax (+258) 21 303188 revista.capital@capital.co.mz directora geral: Anile Xirinda anile.xirinda@mozmedia.co.mz directora editorial: Helga Neida Nunes helga.nunes@mozmedia.co.mz redaco: Arsnia Sithoye - arsenia.sithoye@mozmedia.co.mz; Srgio Mabombo sergio.mabombo@ mozmedia.co.mz Secretariado administrativo: Mrcia Cruz revista.capital@capital.co.mz; Cooperao: CTA; Ernst & Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS Colunistas: Antnio Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estvo; Jos V. Claro; Leonardo Jnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mrio Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Loureno; Fotografia: Lus Muianga, Amndio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; ilustraes: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Capa: gettyimages Paginao: Benjamim Mapande Design e Grafismo: SA Media Holding traduo: Alexandra Cardiga departamento Comercial: Neusa Simbine neusa.simbine@mozmedia.co.mz; distribuio: Nito Machaiana nito. machaiana@capital.co.mz; SA Media Holding; Mabuko, Lda. registo: N. 046/GABINFO-DEC/2007 - tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinio dos autores e no necessariamente da revista. Toda a transcrio ou reproduo, parcial ou total, autorizada desde que citada a fonte.

fevereiro 2012

revista capital

10 BOLSA DE VALORES em alta modaA estilista moambicana Eliana Murargy venceu o prmio Novos Talentos, um evento de moda do Centro-Oeste do Brasil que j vai na sua 11 edio. A artista moambicana trabalhou a sua linha de vestidos inspirada na tribo Masai, do Qunia. As modelos foram caracterizadas com pinturas nos rostos com referncia tnica a esse povo. A maneira como os Masai dobram os tecidos e as suas indumentrias e o modo como fazem as sobreposies constituem a tnica dominante na coleco da artista.

CAPITOON

deSemPeNHo eCoNmiCoA conjuntura internacional pouco favorvel no impediu que a economia nacional tivesse um desempenho positivo durante o ano de 2011. O PIB registou um crescimento de 7.4 por cento nos primeiros seis meses do ano, um ndice que responde s projeces do Executivo moambicano. O incio da explorao de alguns recursos minerais, assim como a descoberta de outros e a dinmica que se observa em quase todos os sectores econmicos trouxe perspectivas animadoras de curto e mdio prazos para a economia nacional.

ComrCioMoambique vai introduzir o sistema de cdigo de barras (GS1) em 2012 para internacionalizar os produtos locais e criar oportunidades de mercado para as PMEs. Actualmente, 50 empresas moambicanas recorrem frica do Sul e a Portugal para o uso de cdigo de barras e para aceder aos mercados que exigem padres internacionais no que tange colocao dos produtos.

em BaiXa eNergiaSA visita do presidente sul-africano, Jacob Zuma, Moambique, visando aprofundar as relaes polticas e econmicas entre os dois pases contornou o dossier da Hidroelctrica de Mphanda Nkuwa. A viabilizao do Projecto depende da Eskom, a empresa sul-africana de electricidade, que deve dar garantias de que ir comprar parte substancial da energia a ser gerada pelo megaempreendimento. O presente cenrio poder atrasar ainda mais o arranque do projecto.

COISAS QUE SE DIZEMexpectativas defraudadas Obviamente, a nossa expectativa era que chegssemos a um acordo em relao HCBarmando guebuza, aps a no efectivao da compra dos 15 por cento da HCB, ainda detidos por Portugal, no trmino da primeira Cimeira luso-moambicana.

Pancada em prol das Pmes Espero que o Passos Coelho d um murro na mesamrio Soares, manifestando a sua expectativa em relao forma como o primeiro-ministro portugus, Passos Coelho, deveria defender as Pmes durante a Cimeira europeia de dezembro.

SeguraNa alimeNtarAs provncias de Tete, Maputo, Gaza e Inhambane ainda enfrentam um cenrio crtico de segurana alimentar. At 2010, eram 350 mil pessoas necessitando de ajuda alimentar, nmero que reduziu para 240 mil em 2011. Contudo, a melhoria considerada lenta tendo em considerao a emergncia da situao.revista capital fevereiro 2012

Velho continente, velhas asas A actual Europa um Peter-Pan de meia-idade que se recusa a admitir que j no sabe voar.Colunista fernando Sobral, in Jornal de Negcios.

ingls irredutvel No assino nenhum tratado sem garantiasdavid Cameron, nas vsperas da sua participao na Cimeira de Bruxelas, antecipandose s expectativas de pedido de ajuda por parte de alguns pases europeus.

12 MUNDO

NOTCIAS

eua

reguladores da ue investigam apple por suspeita de cartelA empresa americana, Apple, e algumas unidades da News Corp, da CBS Corp, da Pearson Plc e da Lagardere SCA, esto a ser investigadas pelos reguladores da Unio Europeia (UE) por suspeita de prticas de cartel. A investigao anti-cartel da UE poder, a qualquer altura, descortinar se os referidos grupos de publicaes e a Apple se uniram em acordos ilegais ou outras prticas com o objectivo de afectar ou restringir a concorrncia na Europa. A investigao ir examinar ainda os acordos entre a Apple e a Hachette Livre da Lagardere, a Harper Collins da News Corp., a Simon & Schster da CBS, e a Penguin e Verlagsgruooe Georg von Holtzbrinck da Pearson, bem como contratos de agncia entre as cinco editoras e retalhistas de ebooks.cDR

alemaNHa

fmi avisa que acordo franco-alemo insuficienteO Fundo Monetrio internacional (FMI) j reagiu deciso da Alemanha e da aliada Frana que visa impor um novo Tratado Europeu at Maro. O facto, enquanto um meio de compromisso a ser delineado progressivamente crucial, segundo a directora do FMI, Christine Lagarde. A lder do FMI considera que o acordo no ser suficiente face a uma situao econmica extremamente grave. Para Lagarde, necessrio uma estratgia para os dois, trs ou quatro prximos anos, para que os investidores saibam onde vo abrir novas fbricas e onde vo investir. Entretanto, a chanceler alem, Angela Merkel, no desiste de dar prosseguimento ao acordo firmado com Sarkozy, sobre um novo Tratado para a Unio Europeia ou apenas para a Zona Euro (que ter de estar concludo at Maro), com uma maior disciplina oramental, sanes imediatas para os pases que no cumpram dfices de trs por cento.c

CommoditieS

Perspectivas para 2012Espera-se para 2012 uma tendncia de alta nos preos de produtos agropecurios, minerais e combustveis por conta da elevada demanda dos pases em desenvolvimento, principalmente as naes asiticas. Os conflitos no Mdio Oriente e em pases muulmanos da frica tendem a comprometer a oferta de combustveis para o Ocidente. Alm disso, existe escassez de oferta de alguns desses bens, principalmente o petrleo. A reconstruo do Japo e os conflitos no Mdio Oriente, alm de especulao financeira em fundos de commodities, principalmente se o governo americano entrar com um novo plano de liquidez, pressionar os preos das matrias-primas.c

a procura mundial do Petrleo poder baixar em 2012DR

fraNa CHiNa

reforada a aposta na internacionalizao do YuanPequim est empenhado em expandir o uso do Yuan no comrcio para reduzir a dependncia do dlar. Em Dezembro foi dado mais um passo nesse sentido com o incio da transaco do Yuan contra o dlar australiano e dlar canadiano no mercado cambial oficial da China (onshore). Com as aces em curso, Pequim pretende expandir o uso do yuan no comrcio e no investimento, reduzindo a sua dependncia face ao dlar americano e simplificando os processos comerciais. O yuan ainda no completamente convertvel, mas a China tem-se esforado para elevar o status internacional da moeda nos ltimos anos. O objectivo a longo prazo o de transformar Xangai num centro financeiro global em 2020. O pas acredita que o processo ir demorar algum tempo, mas tambm observa que os passos tm sido dados, o que d a perceber que em poucos anos a moeda ir tornar-se convertvel.crevista capital fevereiro 2012

air france vai reduzir rotas e congelar salriosA companhia area francesa, Air France, prepara-se para fechar rotas, diminuir frequncias de outras que sejam deficitrias e congelar salrios a partir de 2012. A administrao da empresa prepara um conjunto de medidas de urgncia para a recuperao da empresa, que est a perder dinheiro. O congelamento de salrio abrange quer as actualizaes gerais, os prmios de produtividade e as promoes, o que dever permitir poupar dezenas de milhes de euros, no em 2012, mas em 2013. Entretanto, embora a administrao tenha margem de manobra para tomar as referidas decises, ir precisar de negociar no que diz respeito a alguns tipos de aumentos, inscritos nos acordos colectivos. O plano poder ser implementado em Maio e Junho de 2012, no que concerne reestruturao, de transformao e desenvolvimento da companhia. O principal objectivo recuperar a actividade de mdio curso, que gera 90 por cento das receitas da empresa.c

A Agncia Internacional de Energia (AIE) reviu em baixa as previses de procura mundial de petrleo em 2011 e 2012 devido ao abrandamento econmico. Segundo a AIE, o consumo de petrleo caiu 50.000 barris por dia em 2011 e deve cair 210 mil em 2012. A procura dever assim passar para 89,2 milhes de barris por dia em 2011 (mais 1,1% do que em 2010), aumentando 1,4% em 2012, para 90,5 milhes de barris por dia. A agncia internacional, que agrega os consumidores de crude mais ricos, admite ainda que as previses possam voltar a baixar se o crescimento da economia mundial continuar a afundar.c

BANCA

BCI

BCI a Personalidade Econmica 2011O BCI foi distinguido como a Personalidade Econmica 2011 - o Melhor Banco da Regio Norte e Centro, e o Presidente da Comisso Executiva do BCI, Dr. Ibraimo Ibraimo, a Figura do Ano 2011. Esta distino foi atribuda no mbito de uma cerimnia organizada pelo Clube Pssaro Azul, que teve lugar no passado dia 16 de Dezembro de 2011, no Salo Nobre do Conselho Municipal de Nampula, que contou com a presena do Governador da Provncia de Nampula, o Presidente do Municpio de Nampula, o Presidente do Municpio do Chimoio, o Presidente da Autoridade Tributria, entre muitos agentes econmicos e diversas personalidades. A entrega dos prmios ao BCI foi feita pelo Sr. Antnio Mavila, Director Executivo do Clube Pssaro Azul, ao Sr. Momade Cadre, Director Comercial do BCI, em Nampula. A nomeao do BCI como Personalidade Econmica 2011 o Melhor Banco da Regio Norte e Centro foi justificada pela qualidade na prestao de servios aos Clientes e pelo contributo no ano que findou para a economia nacional e o desenvolvimento da populao. J a distino atribuda ao Dr. Ibraimo Ibraimo, como Figura do Ano 2011, foi explicada pela liderana que tem imprimido ao BCI, que contribui para o melhoramento da economia e o desenvolvimento do Pas na luta contra pobreza.

Ao teu Encontro Moambique, estreia temporada na Mediateca BCI

Arrancou no dia 11 de Janeiro a temporada 2012 da Mediateca do BCI, em Maputo, com a inaugurao da Exposio individual fotogrfica intitulada Ao teu Encontro Moambique, da autoria de Ceclia Fernndez Villalobos. Ao teu Encontro Moambique mostra o nosso Pas visto pelos olhos de uma estrangeira que foi cativada por um povo maravilhoso, mas que no se centra num s aspecto, antes se deixa absorver pelo que v em cada canto, lugar, sorriso, gesto, cor ou paisagem. Esta exposio fotogrfica mostra uma sinergia do olhar da fotgrafa com o entorno e pretende transmitir o Moambique que entra pelos seus olhos e que leva no corao sempre que nos visita. Esta exposio j percorreu diversos pases, tais como Espanha, Bolvia e seguir brevemente para Portugal onde estar presente na Universidade de Aveiro.

14 FRICA

NOTCIASdesenvolvimento da comunicao e o envolvimento das comunidades, bem como a utilizao das TIC no ensino, podem permitir avanar mais rapidamente e reduzir o tempo e os custos do ensino.c

friCa do Sul fundo Verde suscita reservasOs pases representados na Conferncia das Naes Unidas sobre o Clima contestaram as recomendaes sobre a concesso do Fundo Verde apresentada em Durban pelo Comit de Transio, o organismo responsvel pela criao do fundo. O Fundo Verde criado num contexto mais largo de deciso dos pases industrializados de mobilizar 100 bilies de dlares por ano at 2020, a partir de recursos pblicos e privados. O comit apresentou as suas recomendaes conferncia num documento provisrio sobre a concepo do Fundo Verde, mas todos os pases acharam que este documento continha imperfeies.c

BREVES DOS PALOPS aNgola

Nigria lanada nova companhia area nacionalO Governo federal nigeriano vai criar uma nova companhia nacional de transporte areo em 2012, nove anos aps a liquidao da Nigeria Airways. A companhia, cujo processo de criao j est em curso, ser pertena de investidores pblicos com uma contribuio financeira limitada do Governo. Este ir desempenhar um papel de regulador e criar um ambiente favorvel realizao do objectivo. Os apoiantes duma companhia nacional para substituir a Nigeria Airways consideram que o novo projecto ir resgatar a imagem da Nigria e ajudar na realizao do sonho de o pas se tornar um centro internacional do transporte areo.cDR

Receitas fiscais no-petrolferas superam expectativasAs receitas fiscais no-petrolferas em Angola atingiram, de Janeiro a Outubro, 23 mil milhes de kwanzas contra a previso de 17 mil milhes do Ministrio das Finanas, segundo informou o director da Unidade Tcnica do Projecto Executivo da Reforma Tributria (PERT). A participao na reviso da pauta aduaneira e a concretizao da cobrana coerciva atravs de penhora bancria nos termos do Regime Simplificado Executivo Financeiro (RSEF) contriburam para o aumento das receitas.c

SeNegal Presidente da microsoft frica prope criao de lao entre sectores pblico e privadoO presidente da Microsoft frica, o maliano Cheik Modibo Diarra, defende uma maior ligao entre os sectores pblicos e privado com vista a atingir resultados plausveis em qualquer projecto, indicando os caminhos que podem materializar os desafios. O mesmo defende a instalao de um grupo intermdio entre os dois sectores, que andam a velocidades diferentes e que se suspeitam mutuamente, para facilitar a parceria entre actores pblicos e privados e fazer dela uma realidade. A introduo das Tecnologias de Informao e Comunicao (TICs) como instrumento de ensino e de gesto do tecido escolar do continente constitui outro desafio, na viso da Microsoft frica. O organismo entende que o

So tom e PrNCiPe

firmado acordo para desenvolver fibra ptica

O Estado santomense, a Companhia Santomense de Telecomunicaes (CST) e a AFRICATEL, assinaram um acordo para ligao do primeiro cabo submarino. A parceria visa a construo das infraestruturas necessrias para levar at So Tom e Prncipe o cabo submarino de fibra ptica que vai ligar o arquiplago rede de dados internacionais, aumentando desta forma a qualidade e a velocidade das comunicaes. Com este investimento o pas ganha competitividade, permitindo aos santomenses comunicaes fiveis em termos de qualidade, maior velocidade de Internet e maior capacidade para a rede mvel e a reduo dos preos praticados.cDR

deStaQue

FMI recomenda reduo da dvida pblica a Cabo VerdeA misso do Fundo Monetrio Internacional (FMI), que concluiu mais uma avaliao da economia cabo-verdiana, recomendou a reduo do rcio da dvidarevista capital fevereiro 2012

pblica externa do arquiplago, em relao ao Produto Interno Bruto (PIB), para nveis abaixo de 50 %. O FMI reconheceu, contudo, que a economia cabo-verdiana

est a crescer, embora a um ritmo mais moderado, e apoiada num sector turstico forte e na implementao do programa de infraestruturas pblicas.c

16 MOAMBIQUE

NOTCIAS

AGENDA 11 a 14 de Maro de 2012XII Conferncia Internacional de Educao em Engenharia e Tecnologia - INTERTECH2012Ser realizada de 11 a 14 de Maro de 2012 em Dili, Timor Leste, a XII Conferncia Internacional de Educao em Engenharia e Tecnologia - Intertech2012, cujo tema ser educao em engenharia e Tecnologia: Transformando Desafios em Oportunidades. Esta conferncia de fundamental importncia para as discusses e debates que vm somar aos esforos de cientistas, educadores e profissionais com o objectivo de melhorar o ensino de engenharia e tecnologia. O INTERTECH2012 XII Conferncia Internacional de Educao em Engenharia e Tecnologia conta com a participao de Universidades, pesquisadores e institutos de pesquisas, especialistas mundiais das reas, e polticos engajados com o desenvolvimento cientfico. Com um programa tcnico rico em seminrios, sesses especiais interactivas, sesses plenrias e com oradores de vrios pases oferece tambm um programa social e cultural interessante e diferente.c

Est em processo a fase-piloto da Janela nica Electrnica das Alfndegas, no Terminal Internacional Martimo (TIMAR), em Maputo, em preparao para a expanso do sistema para todo o Pas, com vista a tornar o desembarao aduaneiro electrnico e o pagamento de imposies aduaneiras menos onerosas aos utentes. Desta forma, as Alfndegas de Moambique passaram a engrossar a lista dos pases africanos que usam as potencialidades das tecnologias informticas para incutir maior celeridade no desembarao aduaneiro das mercadorias de comrcio externo. O projecto da Janela nica prev a implementao de duas componentes informticas, nomeadamente, o sistema integrado de gesto aduaneira, atravs do qual as Alfndegas iro administrar de forma exclusiva todas as operaes aduaneiras e o sistema electrnico de interligao dos operadores, TRADENET, que vai constituir a interligao com todos os intervenientes no processo de desembarao de mercadorias e as entidades utilizadoras da informao estatstica resultante da tramitao aduaneira. O projecto poder ter um impacto substancial na melhoria do ambiente de negcios em Moambique e na reduo dos custos operacionais ligados ao processo de desembarao de mercadorias.c

iNflao

Pas apresenta inflao acumulada de 4,7 %De acordo com o ndice de Preos no Consumidor (IPC) divulgado, pelo Instituto Nacional de Estatsticas (INE) o nvel geral de preos em Moambique registou um agravamento de 4,7 % este ano (de Janeiro a Novembro). Segundo a pesquisa, a diviso de Alimentao e Bebidas no Alcolicas contribuiu no total da inflao acumulada com 1,78 %. O peixe fresco (congelado) o carvo vegetal, acar amarelo, a gasolina, o ensino superior pblico, a mandioca seca e o amendoim foram os produtos cujo agravamento de preos teve maior impacto no total da inflao acumulada, ao contriburem com 2,68 %, indica o documento. O ms de Novembro registou um aumento de 0,53 no nvel geral de preos. Em relao a igual perodo do ano passado, o nvel geral de preos registou um agravamento na ordem dos 8,6 %.c

abril de 2012Conferncia Internacional sobre Short Sea ShippingA Cargo Edies e Ana Casaca promovem uma nova Conferncia Internacional de Investigao Cientfica sobre o Transporte Martimo de Curta Distncia (TMCD), no seguimento da Conferncia Anual da Associao Internacional dos Economistas Martimos que teve lugar no passado ms de Julho em Lisboa (IAME 2010) e que atraiu cerca de 240 conferencistas de todo o mundo. A Conferncia ter lugar em Abril de 2012 em Portugal, e semelhana da anterior espera-se a presena de investigadores internacionais que muito tm contribudo para o desenvolvimento cientfico do tema em debate. Sob o tema Cinco continentes diferentes perspectivas um objectivo: transportar carga pelo mar, a Conferncia promove a juno das diferentes reas geogrficas onde o TMCD tem um papel importante e a interaco de ideias e solues que promovam este modo de transporte.crevista capital fevereiro 2012

iNVeStimeNto

moambique e Portugal criam investmozA CTA, AICEP Portugal Global, SOFID e a Cmara de Comrcio Portugal - Moambique, com o apoio dos Governos de Moambique e Portugal, criaram o InvestMoz. Trata-se de um instrumento pioneiro dotado de 94 milhes de euros para apoiar investimentos promovidos por empresas portuguesas e seus parceiros em Moambique. O instrumento servir para cobrir o financiamento de projectos de investimento de iniciativa pblica ou privada em Moambique, promovidos por empresas portuguesas ou por parcerias luso-moambicanas. A iniciativa visa divulgar as potencialidades de Moambique e as oportunidades de negcio, entre ambos os pases e envolver cerca de 150 empresrios que operam em sectores como energia incluindo energias renovveis, infraestruturas, sector agrrio, indstria, turismo, transportes, manufactura, entre outros. Espera-se que esta seja uma oportunidade para os empresrios moambicanos e portugueses conhecerem e consolidarem as potencialidades e facilidades de investimento. Por outro lado, estes podero beneficiar do InvestMoz, que oferece acesso preferencial e facilitado a parcerias de investimento luso-moambicanas.c

DR

fiSCalidade

moambique implementa projecto Janela nica

18 REGIES

NOTCIAS iNHamBaNe maNiCa

inharrime aposta no agro-processamentotete

terceira central hidroelctrica j em obrasDR

ZamBZia

Sofala

iNHamBaNe

maPuto

ZamBZia

oportunidade de investimentosA provncia da Zambzia tem uma reserva de mais de 180 milhes de toneladas de calcrio, matria-prima para a produo de cimento para a indstria de construo civil. Este potencial est concentrado maioritariamente nos distritos de Namacurra e Morrumbala, todos no Vale do Zambeze, o que justifica a implantao de uma fbrica para a produo de cimento. O governador da Zambzia, Francisco Itae Meque, apelou aos inovadores no sentido de usarem a sua capacidade intelectual e criatividade para transformar aquele potencial de calcrio em aces que estimulem o desenvolvimento socioeconmico da Zambzia. A ideia da implantao da fbrica de produo de cimento comea a ganhar maior consistncia por parte do Governo, mas falta o lado da mobilizao dos recursos financeiros para concretizar esse plano.c

O ano 2015 a meta estabelecida pelo distrito de Inharrime, na provncia de Inhambane, para a conquista do estatuto em agro-processamento de produtos locais a nvel da provncia, nomeadamente mandioca, anans, piripiri e produo pecuria. E este desafio foi estabelecido no plano estratgico daquele distrito. Inharrime luta igualmente por um espao no investimento turstico, pela segurana alimentar e num centro de oportunidades de negcio. Para alcanar estes objectivos, foram identificados como principais pilares, o desenvolvimento humano e social atravs da promoo de uma educao de qualidade e relevante para o mercado, acesso sade, emprego e habitao condigna, assegurar o acesso a infra-estruturas de servios bsicos aos residentes do distrito, promover o crescimento da produo e desenvolvimento econmico e social acelerado, atravs da explorao sustentvel das potencialidades do distrito, privilegiando a mandioca, o anans e o piripiri.c

maNiCa

A provncia de Manica ter, a partir de 2014, uma nova central hidroelctrica, orada em 60 milhes de dlares, com capacidade de fornecer energia tambm provncia de Sofala. Segundo a governadora da provncia de Manica, Ana Comoane, a referida infraestrutura est em construo no rio Nhancangare, no distrito de Baru (Manica). Com a construo da barragem de Nhancangare, a provncia de Manica passar a contar com trs empreendimentos do gnero, pois j tem em operao as barragens de Chicamba e Mavuzi, ambas no rio Revu. A localizao da maior parte dos rios da frica Austral d a Moambique um enorme potencial hidroelctrico, como acontece com a Hidroelctrica de Cahora Bassa (HCB), que est entre as maiores barragens do mundo.c

Nota de rodaPDR

PETRONAS inicia prospeco de gs natural em NampulaA Petronas, empresa pblica da Malsia, vai iniciar um processo de explorao de gs natural na costa de Memba (provncia de Nampula), segundo o director provincial dos Recursos Minerais da regio, Moiss Joo. De acordo com o mesmo, a empresa j ter realizado levantamentos ssmicos na regio, que se localiza na zona sul da Bacia de Rovuma, onde empresas como a norte-americana Anadarko ou a italiana ENI, associada GALP, j confirmaram a existncia de grandes poos de gs natural. Em 2008, a Petronas, que responsvel pelas reservas de petrleo e gs natural da Malsia, foi considerada pela revista Forbes como a 95. maior empresa do mundo.c

revista capital

fevereiro 2012

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Bem-vindo 2012!De 2011 todos ns nos despedimos, uns com sentido de misso cumprida e outros nem por isso. Inauguramos agora um novo ano, mas com batalhas antigas e sobejamente conhecidas. neste contexto que se mantm como prioridade na alocao de recursos os sectores da Sade, Educao e Infraestruturas. Mas fora as prioridades, esto as oportunidades de negcio que surgem e crescem de forma auspiciosa nos mais diversos ramos da economia nacional.

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ano passado foi caracterizado por acontecimentos inditos e muitos deles afectaram directa ou indirectamente a economia mundial, de uma forma geral, e a nacional de forma particular. De to peculiar que foi, o ano de 2011 conseguiu de forma incrvel desafiar a capacidade de previso de muitos. O termo turbulento um dos adjectivos que melhor descreve os 12 meses passados em 2011, escala planetria. Visto isto, Moambique no ficou alheio aos eventos que conduziram o ano passado a esta classificao e alm dos seus habituais dilemas sofreu tambm com as consequncias dos problemas vividos em outros quadrantes do mundo, com principal destaque para a primavera rabe e a crise na zona euro. A revoltas populares no mundo rabe conduziram subida galopante do preo do barril de petrleo. A razo deste cenrio simples: o Mdio Oriente, composto pelo Iraque, Iro, Kuwait, Arbia Saudita, Om, Imen, Sria e Quatar, responsvel pela produo de 30,2% do petrleo a nvel mundial. A crise na Lbia, por sinal o 12. maior produtor de petrleo do mundo, le-

vou queda, quase que por completo, das suas exportaes. Deste modo, estavam criadas todas as condies para a subida em flecha do preo do barril do petrleo. A Arbia Saudita, maior produtor de petrleo do mundo, tentou em vo, acalmar o mercado dizendo que a Organizao dos Pases Exportadores de Petrleo (OPEP) estava em condies de cobrir qualquer dfice decorrente da instabilidade poltica na Lbia. Alm do turbilho instalado no mercado petrolfero, a crise rabe influenciou negativamente as previses de recuperao da economia mundial. No caso de Moambique, o pas foi imediatamente penalizado porque no produtor de petrleo, no possui refinarias, que diminuiriam significativamente o preo dos produtos petrolferos e muito menos estratgias estruturantes para amenizar o impacto de situaes como a descrita. Fora isso, as contas ficaram complicadas para o pas uma vez que as previses feitas em 2010 indicavam que o preo do barril rondaria os 78 dlares no ano seguinte. S que essas expectativas caram por terra quando o preo do barril atingiu a fasquia dos 110 dlares. Da que a soluo ime-

diata foi o reajustamento dos preos dos combustveis, que acontece em funo da conjuntura internacional. Mas mesmo assim no atingimos as fasquias praticadas no mercado internacional, por conta das almofadas criadas pelo Governo no sentido de minimizar o impacto da situao. Com causas e caractersticas diferentes, o velho continente tambm se encontra mergulhado num grave problema: a crise na zona euro. Problemas financeiros na Europa so alarmantes para o pas na medida em que este o continente onde se localiza o maior nmero de doadores do nosso Oramento de Estado. Fora o apoio ao Oramento, existe o investimento feito por alguns pases, como o caso de Portugal. Por conta da crise, os investimentos lusos em Moambique abrandaram significativamente, sem contar que o pas teve de comear a procurar novos parceiros para projectos estruturantes, como o caso da ponte Maputo - Ka Tembe. O clima de incerteza to grande na zona euro que o apoio directo externo dos pases doadores vai registar um ligeiro abrandamento, como consequncia da crise financeira internacional.

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Por conta da crise, os investimentos lusos em Moambique abrandaram significativamente, sem contar que o pas teve de comear a procurar novos parceiros para projectos estruturantes, como o caso da ponte Maputo Ka Tembe.Metical estvelFruto das medidas adoptadas pelo Banco Central logo no princpio de 2011, o metical mantm-se forte at hoje face s principais moedas de transaco. Apesar das crticas feitas pelo sector privado, o governador do Banco Central, Ernesto Gove, defendeu que as medidas tomadas, no caso vertente, o aumento das taxas directoras, teriam um impacto no controlo da inflao, que havia atingido nveis alarmantes em 2010. Mesmo com as crticas dos empresrios, as medidas do Banco de

Moambique justificavam-se no facto do controlo da inflao propiciar um bom ambiente de negcios e consequentemente a atraco de investimentos para o pas. Porm o peso ganho pela moeda nacional tambm forou o Governo a refazer algumas contas, que tinham sido esboadas tendo em conta um cenrio cambial menos favorvel para o metical. Ou seja, os valores previstos para a ajuda externa deixaram de ser os mesmos desde a altura em que o metical apreciou, facto que obrigou o Executivo a encontrar alternativas para cobrir o gap entretanto criado.

Perspectivas para 2012Para o presente ano as perspectivas so boas e muitas. A comear pelo carvo que desponta cada vez mais o interesse de investidores multinacionais por Moambique. De acordo com o trabalho feito at aqui pelo Governo, sobretudo no que tange aos incentivos e atraco de investimento, adivinha-se que Moambique d um passo muito grande este ano rumo sua consolidao enquanto destino de investimento e um ponto de muitos e grandes negcios. A nvel domstico, tendo em conta o clima de incerteza a nvel mundial, o Oramento de Estado para este ano est fixado em pouco mais de 162 mil milhes de meticais. As maiores fatias deste bolo sero divididas pelas Obras Pblicas, Educao e Sade. So sectores tidos como prioritrios pelo Governo, fora o facto de garantirem o desenvolvimento sustentvel do pas. No Estado, o nmero de trabalhadores vai aumentar e semelhana dos anos anteriores so os professores que esto em maior nmero. Ora bem, dos 13 mil funcionrios pblicos que se prev contratar, 8.500 vo para a Educao, os restantes sero divididos pela Sade, Justia e outros. Esta operao poder custar cerca de 1,5 mil milhes de meticais aos cofres do Estado. Ainda no Estado est prevista a promoo e progresso de 12.200 funcionrios, sendo a maioria da Educao e da Sade. No que tange arrecadao de receitas fiscais, tendo em conta as dinmicas introduzidas com vista ao alargamento da base tributria e maior controlo para evitar a evaso fiscal, est prevista a colecta de pouco mais de 95,5 mil milhes de meticais. De um modo geral, nota-se nas entrelinhas das aces do Governo uma aposta na eficcia e eficincia de modo garantir um processo mais robusto de gesto e arrecadao de receitas a nvel interno.c

Ambiente de negciosNo Doing Business 2012, Moambique caiu sete lugares, passando da posio 132 para 139. Numa leitura preliminar concluise que o ambiente de negcios piorou. Pode at ser, tendo em conta os indicadores usados pelo Banco Mundial na produo da pesquisa. Mas ideia que persiste de que o pas est estagnado, isto , os pases que se encontravam atrs de Moambique no relatrio anterior que melhoraram os seus ambientes de negcio. Ainda que usem indicadores diferentes, esta ideia adensada pelo ndice de Ambiente de Negcios, divulgado no final de 2011 pela consultora KPMG. A pesquisa aponta para uma ligeira subida no ambiente de negcios no pas. A pesquisa que envolveu mil empresrios de todo o pas mostra que a componente das infraestruturas entendida pelos homens de negcio como fundamental no desenvolvimento das suas actividades econmicas.c

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Marcos de 2011GS NATURAL Os recursos naturais de Moambique estiveram em alta, dentro e fora do pas. As descobertas de petrleo e gs feitas pelas empresas que exploram os diferentes blocos de recursos em Moambique animaram as perspectivas do crescimento econmico. Dados do Ministrio dos Recursos Minerais estimam que a Bacia do Rovuma possua quase 10 vezes mais reservas de gs natural que os blocos de Mpande e Temane, na provncia de Inhambane. Na Bacia do Rovuma, a americana Anadarko descobriu, no bloco um, reservas de gs natural avaliadas em cerca de 12 trilies de ps cbicos, tendo, por sua vez, a italiana ENI descoberto pouco mais de 22 trilies de ps cbicos de gs natural no bloco quatro. Estas descobertas representam um volume de reservas de aproximadamente 10 vezes os 3.5 trilies de ps cbicos de gs natural em explorao em Mpande e Temane. CESTA BSICA Assim como as crescentes descobertas de gs natural, da memria dos moambicanos no sai a to propalada cesta bsica. Trata-se de uma medida anunciada pelo Governo com o objectivo de fazer face ao elevado custo de vida, sobretudo nos grandes centros urbanos. A implementao da cesta bsica movimentou o Executivo de tal modo que o Oramento Rectificativo para 2011 previa a alocao de 335 milhes meticais para a materializao da medida. Segundo o Governo, o bom desempenho da economia nacional, mostrou desnecessria a implementao da cesta bsica. Se ao povo a explicao ficou por a, aos deputados da Renamo nem por isso. Em prova oral, na Assembleia da Repblica, o Governo foi questionado sobre o paradeiro dos 335 milhes de meticais inicialmente alocados para a implementao da medida. Ao que o ministro das Finanas, Manuel Chang, respondeu que o montante estava intacto. AVIAO CIVIL Fomos proibidos de voar para a Europa. Os dirigentes da Comisso Europeia alegam que Moambique no rene requisitos de segurana area suficientes para a admisso das suas companhias ereas no espao areo do velho continente. A deciso de banir Moambique do espao areo europeu foi tomada tendo em conta o relatrio de uma auditoria feita ao pas, pela Organizao Internacional da Aviao Civil (ICAO), em 2010. As concluses do doDR

Assim como as crescentes descobertas de gs natural, da memria dos moambicanos no sai a to propalada cesta bsica. Trata-se de uma medida anunciada pelo Governo com o objectivo de fazer face ao elevado custo de vida, sobretudo nos grandes centros urbanos. A implementao da cesta bsica movimentou o Executivo de tal modo que o Oramento Rectificativo para 2011 previa a alocao de 335 milhes meticais para a materializao da medida.cumento colocaram a nu as fraquezas e deficincias da aviao civil nacional. Ciente do problema e posteriormente, antevendo os prejuzos econmicos e financeiros que o pas acumularia no voando para a Europa, as autoridades reguladoras da aviao civil iniciaram uma corrida contra o tempo, para colmatar todas as irregularidades detectadas pela auditoria da ICAO. A mesma ICAO, a nvel regional e Internacional, voltou a auditar Moambique nos finais de 2011 e chegou a concluso de que em tempo recorde o pas conseguiu suprir as lacunas identificadas em 2010. Mas isso no foi suficiente para fazer os europeus recuar na sua deciso. Alis, a Unio Europeia soberana, da que no se vincula nenhuma auditoria, seja de quem for. Mas por um princpio de razoabilidade, era de se esperar que para avaliar a situao actual de Moambique se baseassem no relatrio da mesma instituio que usaram quando decidiram banir o pas do seu espao areo. TRANSPORTES PBLICOS De volta a terra firme, o problema dos transportes pblicos agudizou-se sobretudo nos municpios de Maputo e da Matola. Foram investidos avultados montantes na aquisio de autocarros para os Transportes Pblicos de Maputo (TPM), mas o problema persiste e manifesta-se de formas cruis com paragens cheias e pessoas sendo transportadas em carrinhas de caixa aberta, como se de mercadorias ou animais se tratassem, expostas aos mais graves e diversos riscos. ESPINHA DORSAL E JANELA NICA ELECTRNICA Mas no podemos s lamentar de 2011, o pas assistiu ao lanamento de projectos estruturantes como o caso da linha de transmisso directa de energia elctrica Tete-Maputo, vulgarmente conhecida como a espinha dorsal. O pas assistiu tambm ao lanamento da Janela nica Electrnica, um sistema que visa dinamizar o desembarao aduaneiro de mercadoria, com recurso a tecnologia informtica de ponta e meios modernos, reduzindo o nmero de procedimentos a obedecer e principalmente o tempo de espera. JOGOS AFRICANOS Para terminar, mas no menos importante, tivemos os X Jogos Africanos, que durante sensivelmente duas semanas colocaram os moambicanos num convvio fraterno com irmos de outros pases. L se foi 2011, um ano mpar de facto! Para 2012 esperamos mais e melhor, no s para ns, mas tambm para os que esto fora das nossas fronteiras, independentemente do tipo de lao que connosco mantenham.c

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Av. Karl Max . Nr. 1599 . R/C . Maputo-Moambique Tlf: (+258) 21302774; (+258) 21302822 . Fax: (+258) 21 302775 Cell: (+258) 824825968; (+258) 844226560 E-mail: info@safetravel.co.mz

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Txis, hotis, voos e artesanato iro lucrar com o MFWcial de projeco que o MFW representa. Com efeito, os batiks feitos durante o MFW foram distinguidos com a medalha de ouro no AfriCannes, um evento voltado para a rea da publicidade produzida em frica. Por outro lado, os mesmos constam do ranking das 200 melhores ilustraes de 2010 a nvel mundial, publicado no livro 200 Best Illustrators Worldwide, da Lurzers Special Archive. Enquanto o MFW exerce a particularidade de gerar negcios em outros sectores de actividade, promovendo o que se chama de desenvolvimento integrado, nota-se por outro lado uma tendncia crescente de simpatizantes deste evento. At ao ano 2010 distribua-se cerca de mil convites por dia para cada desfile ao passo que em 2011 foram 400 mil os convites distribudos na sua totalidade. Por outro lado, quando muitos fruns de discusso se ocupam em debater a moambicanidade, Vasco Rocha traz um posicionamento novo sobre a matria: Vestir Moambique no s enrolar capulana no corpo mas sim encaixarmos o Pas em ns mesmos, assumirmos a moambicanidade tal como ela . Ou seja, na roupa, na hospitalidade, na histria, na gastronomia e mostrar isso perante o Mundo. A viso do lder da DDB tem-se reflectido no perfil do prprio MFW, uma marca que cade vez mais se impe no mercado. A referida moambicanidade desponta nas peas de roupa que foram desenvolvidas ao longo dos ltimos trs anos, assim como nas esculturas, nos quadros pintados durante o certame, que, por sua vez, j correm o mundo atravs dos blogs e das pginas sociais, como o Facebook, tudo resultante da projeco do evento.c

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s hotis, as companhias areas, os transportes, o artesanato e demais actividades podero conhecer um incremento dos seus negcios impulsionados pela actual dinmica da moda no Pas. Os produtores do MFW esto conscientes de que o impacto do evento deve se fazer sentir no s na rea da moda como em outras reas. O sector hoteleiro, um dos que beneficia em larga medida com a realizao do mega-evento. Por outro lado, os organizadores do MFW tm eleito trs ou quatro restaurantes, destacando-os como estando na moda durante a realizao do evento. A audincia que o evento movimenta aumenta consideravelmente o consumo nas casas de repasto da capital, que ganham consideravelmente uma outra

vida e animao. Entretanto, projectam-se resultados ainda maiores com a realizao do MFW. Uma das ambies consiste em gerar uma dinmica em que os voos esgotem ocupados pelos turistas, e que as pessoas venham no s para assistir o Fashion Week mas tambm para conhecer Maputo e viver as experincias proporcionadas pela metrpole. Prev-se ainda que mais quartos sejam ocupados nos hotis e que mais txis venham a ser alugados, assim como o artesanato possa vir a alcanar um maior volume de vendas durante a semana da moda. S deste modo que estaramos a promover o evento no seu todo, garante Rocha. O artesanato um dos segmentos tursticos que melhor pode comprovar o poten-

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Moda entra na rota do emprego algo que depende do esforo, da humildade, do esprito de sacrifcio e do trabalho que cada um de ns empregar nas suas funes, sublinha o mesmo, que descreve os moambicanos como indivduos com capacidade, criatividade e com uma humildade orientada para a vontade de vencer. Havemos de lutar e certamente teremos pessoas a ganhar dinheiro com a moda, garante Rocha. Da mesma forma haver modelos, assim como outros profissionais moambicanos da moda podero ser continuamente convidados para trocar experincia em outros cantos do mundo. O cenrio j se comea a vislumbrar. Vasco Rocha observa que no a toa que, por exemplo, o Joanesburgo Fashion Week quer fazer parcerias com moambicanos, assim como a Southern Africa Fashion Week j o fez. Da mesma forma, a Itlia tem vindo a fazer uma parceria saudvel porque uma forma de criar pontes de culturas e intercmbios vantajosos para todas as partes. Como corolrio do trabalho em curso, muitos eventos similares, em frica e a nvel internacional, tm-se inspirado no MFW.c

ecorridos sete edies do Mozambique Fashion Week (MFW) j se vislumbram certezas de que a moda em Moambique uma arte que ir gerar postos de trabalho. Se h algum tempo atrs ningum imaginava que um evento de moda poderia dinamizar profundamente o Pas, hoje j se v estilistas e costureiros a empregarem cinco, seis ou mais pessoas pagando salrios relativamente competitivos. Segundo Vasco Rocha, difcil estimar o tempo em que os profissionais podero viver plenamente de moda.fevereiro 2012

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Bernina ganha notoriedade de marca com o MFWBernina, marca sua de mquinas de costura e bordados, aumentou a sua notoriedade e incremento de negcios no mercado moambicano, devido parceria com o Mozambique Fashion Week (MFW), segundo observa Rosa Maria, representante da marca em Moambique. A Bernina parceira do MFW desde a primeira edio do evento, em 2005. Rosa Maria, conta que devido sua ligao com assuntos de moda e confeco de vesturio, e por possuir as mquinas de costura Bernina foi contactada pela organizao do evento para oferecer os prmios aos melhores estilistas. A Bernina possui um Centro de Formao, no qual vrios estilistas se capacitam na confeco de vesturio, desde a concepo dos moldes, manuseamento das mquinas at ao prprio acabamento. Tem sido bastante importante este apoio que dou aos estilistas porque eles tm boas mquinas e adquirem conhecimentos para fazerem trabalhos perfeitos, confeccionando todas aquelas roupas bonitas que apresentam. Tem sido um grande orgulho para ns saber que o jri, em muitas edies tem escolhido como melhores estilistas os nossos alunos. Em termos de competitividade face moda internacional, Rosa Maria diz que Moambique tem muito a aprender em

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Rosa Maria a cara da Bernina termos de qualidade pois a concorrncia internacional muito grande e de excelente qualidade. Entretanto, a empresria considera que o pas possui muitas oportunidades de apresentar obras com bastante qualidade. Alis, a mesma ficou bastante impressionada com os trabalhos apresentados no concurso MFW School, no qual participou como jri. E reitera Este novo projecto tem ps para andar, mas precisamos investir bastante no s em meios como na profissionalizao dos estilistas. Relativamente 8 edio do MFW, Rosa Maria diz que ser uma grande aposta e que os estilistas devem levar em conta a melhoria da qualidade das suas obras para conquistarem outros horizontes.c Arsnia Sithoye

Informao veiculada sobre MFW equivale a 3 milhes USDUm dos maiores ganhos do MFW o facto de ter conseguido gerar informao meditica gratuita. As notcias positivas veiculadas de forma gratuita nas televises, nas rdios, revistas e jornais a nvel mundial, equivalem a um budget de mais de 3 milhes de dlares. O director da DDB, Vasco Rocha, aponta que actualmente, at as revistas de maior projeco internacional, como a Sawbona, a bordo da South African Aiways, tm dado um bom destaque ao MFW, realando Moambique como destino a visitar. Por outro lado, as pinturas em batik feitas no mbito do MFW constam do livro 200 Best Illustrators Worldwide, da Lurzers Special Archive. Facto que abre boas perspectivas para uma maior promoo de Moambique. Rocha sublinha que a dimenso do evento j ultrapassa a alada do organismo que dirige na medida em que atingiu a dimenso nacional. Somos ns que o concebemos, sim!, mas j de dimenso nacional. A preparao da 8 edio do MFW j se encontra na forja. O processo teve incio logo em Janeiro. A componente financeira assume-se como o grande desafio para a materializao do evento, mas, tal como nas outras edies, esta componente acaba sempre sendo ultrapassada.cfevereiro 2012 revista capital

Vasco Rocha, lder dos destinos da DDB

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VASCO ROCHA, DIRECTOR DA DDB

MFW: Uma Passerelle com economia a reboqueQuando o Mozambique Fashion Week (MFW) se estreou na paradisaca praia de Tofo (Inhambane) h sete anos, ningum da agncia DDB, a empresa que organiza o evento, previa que a iniciativa iria agigantar-se e alcanar a dimenso popular e at inspirar o mundo da moda a nvel internacional. Hoje, cada edio do MFW surge cada vez mais acoplada gerao de emprego, ao maior consumo nos restaurantes assim como maior taxa de ocupao nos hotis. Saiba como funciona este mega-evento com Vasco Rocha, o lder da DDB.Srgio Mabombo [texto] DDB [fotos]

o mozambique fashion Week j vai na sua stima edio. Como que avalia a evoluo do evento? Todo o caminho que percorremos tem a ver com o desenvolvimento. No incio, tnhamos costureiras e alguns modelos, num cenrio em que as pessoas viviam sozinhas no seu espao. Tu querias um vestido e elas te desenhavam o vestido, cortavam e costuravam. Hoje, com o MFW, estas pessoas profissionalizaram-se e j empregam em mdia quatro ou cinco trabalhadores. Isto significa que comea a criar-se uma pequenina indstria que gera emprego. Hoje muita gente vem a Maputo durante o MFW. O impacto disto que se viaja mais de avio, lota-se mais os restaurantes e hotis. Facto que motivo de orgulho para ns, sobretudo porque contribumos para a gerao desta dinmica. No nos lembramos, em Moambique, de nenhum desfile que mexesse tanto com a cidade como o faz hoje o MFW. Mas quanrevista capital fevereiro 2012

do comemos, h sete anos no Tofo, isto era apenas uma experincia, porque no tnhamos uma noo exacta do que poderia vir a acontecer. Se algum me dissesse naquela altura que o evento iria atingir a dimenso que possui hoje, duvidaria. Depois da primeira edio, concebemos a verso dois do Fashion Week que teve lugar em Maputo. Envidamos os nossos esforos numa perspectiva de desenvolvimento e de procura de valores. Na altura no podamos ser exigentes em termos de qualidade porque estvamos apenas a comear. Como tal, s pedamos s pessoas para que se empenhassem. e hoje mais fcil garantir a qualidade? Hoje mais fcil falar em qualidade. Tambm verdade que na altura tnhamos nove ou dez modelos e uns sete a oito estilistas - chamados estilistas, mas que na verdade eram mais costureiras. No primeiro ano tivemos um misto entre trs a quatro Young Designers e outros

trs j estabelecidos, durante os trs dias do evento. A ideia foi ter um dia para moambicanos e outro para estilistas panafricanos de forma a cruzar informao, para que eles pudessem comear, a partir da, uma troca de sinergias com estilistas de outras partes do mundo. Isso sucedeu muito bem. Depois, e nos anos seguintes, comeamos a trabalhar nas vrias vertentes do que o Fashion Week hoje. Primeiro: a formao. Todos os anos, em Julho, fazemos workshops destinados a estilistas moambicanos. Nesses workshops trazemos profissionais de moda nas vrias vertentes da indstria e explicamos como que se prepara este evento. Como que se prepara uma coleco. Como que se cosem os diversos tipos de tecidos. Como se combinam as cores. Quais so as tendncias dos tecidos. Como que se deve escolher uma msica para o show, enfim Todas estas situaes propiciam a troca de muitas sinergias e as pessoas comeam a

ENTREVISTACurso de moda na forja perceber que, de facto, uma passagem de modelos no s pr as meninas e os meninos com as roupas a caminhar na passerelle. H um mundo de coisas volta disso, h uma preparao muito grande. Com o andar dos anos, comeou-se a dar valor criatividade das pessoas, comearam a aparecer mais nomes, as pessoas comearam a comparar A e B, compararam estilistas estabelecidos com Young Designers, ente outros aspectos. e que novidades surgiram este ano? O processo levou-nos edio sete, onde lanamos dois projectos inovadores que potenciam e perspectivam o futuro do MFW. O primeiro o projecto das escolas que desenvolvido junto dos estabelecimentos escolares de ensino secundrio e das universidades da cidade de Maputo, visando descobrir, no mbito do MFW School, alunos criativos que queiram seguir esta carreira profissional. Tivemos cerca de 37 jovens que apresentaram ideias criativas nas suas peas. O que foi excepcional, ao ponto do prprio jri internacional tecer rasgados elogios. Por outro lado, lanamos o projecto do Moza-beats, que uma iniciativa virada para os Djs, para que os moambicanos desta rea desenvolvam beats para o MFW. Estes beats foram utilizados nos desfiles e nos after-parties. Ao mesmo tempo, trouxemos um produtor que vive h muito tempo em Portugal e na Inglaterra, mas que originrio de Angola, que fez um workshop e explicou aos participantes o que a vida de um produtor e lanamos o CD com o material dos DJs moambicanos. o evento mfW possibilitou que estilistas moambicanos tivessem a oportunidade de participar de workshops sobre moda na itlia e de apresentar a sua coleco. Que evoluo resultou dessas sinergias? A evoluo j se sente. Temos uma parceria com a Embaixada italiana com quem trabalhamos h trs anos. Obviamente os nossos estilistas quando vo para a Europa encaram um mundo diferente. A moda na Itlia vista como uma coisa de topo, de primeira linha. Nestas situaes os moambicanos convivem com estilistas que s conheciam de nome e trocam experincias. Nos ltimos anos, os nossos estilistas tm sido convidados para fora, em eventos como o Fashion Week de Joanesburgo, para o Fashion Week de Angola, da Swazilndia, da Tanznia (que o Swahili Fashion Week), entre outros. Um dado importante que o Swahili Fashion Week nasceu do Fashion Week de Moambique. E temos influenciado bastante outros eventos do gnero.fevereiro 2012

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a utilizao da estao de comboios como cenrio confere uma certa originalidade ao mfW No chamaria de originalidade at porque no somos os nicos a faz-lo. Em Paris, h muitos anos, o Jean Paul Gaultier fez um desfile numa estao de comboios, mas s fez uma vez. Em Moambique j fizemos umas quatro ou cinco vezes. Acho que neste momento h uma grande expresso de moda moambicana l fora. Temos e poderemos desempenhar um papel ainda mais importante. J estabelecemos uma ligao com algumas universidades de Fashion Design, uma vez que ainda no h curso de Fashion Design em Moambique. A ver se implementamos cursos de moda e Fashion Design de curta durao. Neste momento, a jovem Mingas ir frequentar este curso em Cape Town, cujo custo de 200 mil randes. Para quando est prevista a implementao do curso? No ano passado tentamos fazer uma pon-

te entre as referidas universidades de Fashion Design e o ISCTEM, de modo a que a criao do curso compreendesse a vinda a Maputo, durante algum tempo, de professores estrangeiros oriundos da Europa e da frica do Sul pois em Moambique ainda no h professores formados nesta rea. No sabemos se chegar a bom porto, mas a ideia tentar. Quantas pessoas movimenta o mfW? De 8 estilistas que existiam em 2005 passamos a ter 37 no MFW School; 35 Young Designers; 14 estabelecidos o que te d mais de 70 estilistas moambicanos. Em seis anos, passamos de 8 para 70 estilistas moambicanos entre os estabelecidos e potenciais. Da mesma forma que usmos 8 modelos, em 2005, em 2011 usamos 55. Em mdia, assistem aos desfiles - desde segunda a sbado - entre 500 a 600 pessoas por dia, sem incluirmos as transmisses de televiso que atingem muito mais gente. Por outro lado, recebemos informaes de blogs do Brasil, Itlia e vrios cantos do mundo que falam do MFW.c

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VASCO ROCHA, GENERAL MANAGER OF DDB

MFW: A Passerelle with the economy in towSeven years ago during the Mozambique Fashion Week (MFW) premier, at the paradisiacal Tofo beach (Inhambane), no one at DDB, company that organizes the event, could foresee the size and popular dimension the event would achieve and even inspire the fashion world internationally. Nowadays, each MFW edition arises increasingly coupled with job creation, greater consumption at restaurants and with larger occupancy rates at hotels. Find out with Vasco Rocha, leader of DDB, how this mega-event works.

Srgio Mabombo [text] DDB [photos]

mozambique fashion Week is on its seventh edition. How do you assess the evolution of the event? Every path we follow is related to development. In the beginning, we had tailors and a few models, in a scenery where people lived alone in their own space. If you wanrevista capital fevereiro 2012

ted a dress, they would design, cut and sew it. Nowadays, with MFW, these people became professionals and employ an average of four to five workers. This means that a small industry that generates jobs is coming to life. These days, many people come to Maputo

during MFW. The result from this is that people travel more by airplane, restaurants and hotels become packed. A fact that makes us proud mostly because we contribute to this dynamic. We have no recollection, in Mozambique, of any runway show that moved the city

INTERVIEWThe evolution is already felt. We have a partnership with the Italian Embassy who weve been working with for three years. When our designers go to Europe, they obviously face a different world. Fashion in Italy is seen as being the top, first line. In these situations, Mozambicans live with designers they only knew by name and exchange experiences. In recent years, our designers have been invited to international events, such as Johannesburg Fashion Week, Angola Fashion Week, Swaziland, Tanzania (Swahili Fashion Week), among others. An important fact is that Swahili Fashion Week came from the Mozambican Fashion Week. In addition, we have influenced many other similar events.the same way MFW does today. When we started, seven years ago in Tofo, it was just an experiment; we didnt have an exact notion of what could happen. If anyone had told me back then, that the show would reach the dimension as it has today, i would doubt. After the first edition, we conceived the second version of Fashion Week that took place in Maputo. We aimed our efforts in a development and search for values perspective. At the time, we could not be demanding with regards to quality because we were only starting. As such, we only asked people to engage. is it easier to assure quality nowadays? Nowadays its easier to mention quality. It is also a fact that back then we only had nine or ten models and seven or eight designers we call them designers but they were actually tailors. During the first year, we had a mix of three to four Young Designers and other three already established, during the three days of the event. The idea was to have one day for Mozambicans and another for panAfrican designers in order to cross information, so that they could start, from there, an exchange of synergies with other international designers. That went very well. Afterwards, and in the following years, we began working on the various trends that make up Fashion Week today. First: Training. Every year, in July, we develop workshops aimed at Mozambican designers. In these workshops, we bring fashion professionals in the various industry trends and explain how the event is prepared. How a collection is prepared. How to stitch the various types of fabric. How to combine colours. What are the fabric trends. How to select music for a show, and so forth... All these situations provide for the exchange of many synergies and people start to understand that, in fact, a fashion show is not only about dressing up the girls and boys and making them walk on the passerelle. There is a whole world behind it, there is a quite large preparation. Along the years, peoples creativity gained more value, more names arise, and people began comparing A and B, comparing established designers with Young Designers, these and other aspects. What is new this year? The process took us to the seventh edition, where we launched two innovative projects that enhance and envision the future of MFW. The first is the schools project which is developed in secondary education schools and universities in Maputo city, aiming to discover creative students who want to follow this career, this in the scope of MFW School. We had around 37 young people who presented creative ideas in their pieces. This was exceptional to such an extent that the international jury weaved great compliments. On the other hand, we launched the Mozabeats project, an initiative directed to DJs, so that Mozambicans in this area develop beats for MFW. These beats were used in the runways and after-parties. Meanwhile, we brought a producer that has been living in Portugal and England for a long time but comes from Angola; he did a workshop and explained to the participants how a producers life is, and we launched a CD with the Mozambican DJs material. the mfW event allowed mozambican designers the opportunity to attend workshops on fashion in italy and present their collection. What evolution resulted from those synergies? The evolution is already felt. We have a partnership with the Italian Embassy who weve been working with for three years.

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When our designers go to Europe, they obviously face a different world. Fashion in Italy is seen as being the top, first line. In these situations, Mozambicans live with designers they only knew by name and exchange experiences. In recent years, our designers have been invited to international events, such as Johannesburg Fashion Week, Angola Fashion Week, Swaziland, Tanzania (Swahili Fashion Week), among others. An important fact is that Swahili Fashion Week came from the Mozambican Fashion Week. In addition, we have influenced many other similar events. fashion course in the making the use of the railway station as a scenery gives mfW a certain originality I would not call it originality, as we are not the only ones to do this. In Paris, many years ago, Jean Paul Gaultier did a runway in a train station but only once. In Mozambique, we have done this four or five times. I think that at this moment there is a great expression of Mozambican fashion out there. We have and may perform a more important role. We have established a connection with a few Fashion Design Universities, seen that there is no Fashion Design course in Mozambique. We will try to implement fashion and Fashion Design short courses. Meanwhile, a young woman named Mingas will attend this course in Cape Town, the cost is 200 thousand rands. When is the implementation of the course planned for? Last year we tried to bridge Fashion Design universities and ISCTEM, in such a way that the creation of the course involved the coming of foreign teachers from Europe and South Africa to Maputo, for a while, seen that there are no qualified teachers for this area in Mozambique. We do not know if this will work but the idea is to try. How many people does mfW move? From the 8 designers that existed in 2005, we now have 37 at MFW School; 35 Young Designers; 14 established designers, which accounts for more than 70 Mozambican designers. In six years, we moved from 8 to 70 Mozambican designers, among the established and the potential designers, in 2005, in 2011 we used 55. The attendance to runways, in average from Monday to Saturday is between 500 to 600 people per day, without including the TV broadcasts that reach a lot more people. On the other hand, we receive information from blogs in Brazil, Italy and various other parts in the world that mention MFW.cfevereiro 2012 revista capital

30 SECTOR

TURISMO

OBSERVATRIO

Observatrio de Turismo Meeting realiza estudos de satisfao of the EU

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o mbito de um projecto de parceria encetado entre o Observatrio de Turismo da Cidade de Maputo (OTCM) e a empresa de estudos de mercado Intercampus (do Grupo GfK), realizou-se o primeiro Estudo de Satisfao do Turista da Cidade de Maputo. O objectivo do Estudo consiste em providenciar informaes acerca das atitudes e dos comportamentos dos visitantes da cidade, afim de que as aces a desenvolver pelo Observatrio sejam consistentes e adequadas s realidades do mercado, e permitam aos seus responsveis decidir e planificar estratgias bem como introduzir as correces necessrias. O primeiro estudo processou-se, ao longo duma semana em Agosto, com a finalidade de distribuir as entrevistas diariamente, e teve lugar no Aeroporto de Maputo. Para tal, foi implementado um questionrio no Aeroporto Internacional de Maputo com uma amostragem de 400 questionrios, correspondendo a um erro mximo de +/5% e um grau de confiana de 95%. A implementao do questionrio foi realizado durante o processo de check-in dos passageiros com a seguinte distribuio: 200 questionrios no embarque de voos domsticos e 200 questionrios no embarque de voos internacionais.HELGA NUNES

Os turistas entrevistados foram seleccionados aleatoriamente na fi la do check-in, respeitando-se entre eles um intervalo de cinco pessoas, que cumprissem com os seguintes critrios: No residir na Cidade de Maputo; ter idade igual ou superior a 18 anos de idade e ter permanecido, pelo menos, uma noite na Cidade de Maputo. O Estudo j realizado foi feito tendo como base um questionrio que foi validado pelos membros do Observatrio no decorrer de uma reunio e da participao alargada de todos num frum digital. Foi salutar a forma como todos participaram activamente na discusso do questionrio, dando contribuies de grande qualidade e ficando desse modo provado o interesse existente no projecto (Observatrio do Turismo). Bimestralmente, uma amostra de 400 questionrios ser implementada como forma de criar um tracking pool da satisfao do turista da Cidade de Maputo. O segundo Estudo de Satisfao tambm j se encontra realizado e esperamos que todas as informaes coligidas contribuam para que o Observatrio possa dar as informaes de inteligncia de mercado que os actores do sector do turismo precisam para gerir melhor os seus negcios ou planificar melhor as suas polticas e estratgias.c

Trade Officials em MaputoObservatrio do Turismo da Cidade de Maputo esteve presente no Meeting of the EU Trade Officials, na delegao da Unio Europeia em Maputo, um evento dedicado s oportunidades de investimento no sector do Turismo, ao qual estiveram igualmente presentes o INATUR e a empresa Turconsult. Nesse contexto, o INATUR, atravs de Mrio Sevene (responsvel pelo departamento de desenvolvimento e investimento), apresentou as oportunidades de investimento no seio do sector e alguns projectos em Moambique que podero ser tentadores para empresrios estrangeiros, sobretudo nas regies de Pemba, Inhassoro e Vilanculos. Rui Monteiro, empresrio responsvel pela firma Turconsult, abordou as oportunidades e desafios do sector privado no que diz respeito ao turismo, evidenciando o papel relevante dos projectos empresariais de pequena e mdia dimenso, da formao profissional bem como os negcios complementares s empresas do ramo da hotelaria e restaurao (evidenciando sobretudo os respeitantes ao agrobusiness). Em representao do Observatrio do Turismo da Cidade de Maputo, Helga Nunes apresentou o organismo que monitora e analisa o mercado; apoia a gesto das empresas de turismo e das polticas e estratgias do sector e que promove a Cidade de Maputo enquanto destino atractivo. Presentes estiveram os responsveis pelas reas de investimento e negcio das embaixadas de Espanha, Frana, Irlanda, Itlia e Portugal, e ainda Myriam Sekkat (Oficial do Sector Privado e Comrcio) e Francesca Di Mauro (Primeira Secretria Chefe de Seco, Desenvolvimento Econmico e Governncia), da delegao da Unio Europeia em Moambique.c

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SECTOR

TURISMO

OBSERVATRIO 31

Nmero de trabalhadores aumenta nas reas de conservaopessoal afecto s reas de conservao tem vindo a aumentar em praticamente todos os parques e reservas de Moambique. A variao do nmero de efectivos tem sido positiva em 10 das 11 reas existentes, sendo que a que registou um maior aumento foi a reserva do Gil, com uma variao positiva na ordem dos 288,9%. A reserva em causa viu aumentar o seu nmero de trabalhadores, entre 2008 e 2010, de 9 para 35, de acordo com a DNAC. Tambm a Reserva do Niassa apresenta uma evoluo positiva de 80 para 174 postos de trabalho criados de 2008 a 2010 (registando uma variao positiva de 117,5%). No terceiro e quarto lugares, no que diz respeito gerao de emprego e no perodo em estudo, posicionam-se o Parque Nacional de Banhine e a Reserva de Pomene, com uma variao de 87,5 e 62,5%, respectivamente. Curiosamente, e em termos numricos, o Parque Nacional da Gorongosa possui o maior nmero de trabalhadores quando comparado com as restantes reas de conservao do Pas, com um total de 406 funcionrios.c

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Ante-projecto de Lei das reas de Conservao

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o dia 24 de Novembro realizou-se a Consulta sobre o ante-projecto da Lei das reas de conservao. Participaram desta reunio a Governadora da Cidade de Maputo, o ministro do Turismo, juristas, docentes, responsveis de coutadas de caa e representantes da sociedade civil, assim como o Observatrio do Turismo da Cidade de Maputo. O ante-projecto prev dar resposta adequada realidade actual, harmonizar-se lei de pescas, minas, caa e estradas no que concerne proteco, conservao e uso sustentvel da diversidade biolgica para o benefcio da humanidade e de geraes moambicanas em particular. Foram debatidos aspectos sobre: (i) a essncia conceptual das reas de conservao total, posto que habitam no seio dos Parques Nacionais (rea de conserva-

o total) comunidades que tm progressivamente vindo a crescer e com impacto directo sobre o ambiente; (ii) a necessidade de de inir claramente a participao das comunidades locais nas reas de conservao. Salientou-se a dificuldade de funcionar com trs institutos autnomos que regem a mesma matria, nomeadamente o Ministrio do Turismo, o Ministrio para Coordenao da Aco Ambiental (MICOA) e o Ministrio da Agricultura, ainda no mesmo mbito sobre a burocracia exigida pelos Governos provinciais e distritais no que toca s licenas para actividade do turismo e actividade cinegtica. Este projecto prev uma reviso profunda sobre as penalizaes dos actos criminosos voluntrios com a integrao de priso efectiva nos crimes cometidos por reincidncia.c

O Observatrio do Turismo da Cidade de Maputo (OTCM) resultado de uma parceria pblico-privada entre as 18 organizaesque o integram. Trata-se de um organismo especializado em monitorar e analisar informaes de inteligncia de mercado. INFORMAES Associao de Hotis do Sul de Moambi-que (AHSM) Rua da S, n 114, 6 andar,Porta 608 Maputo - Moambique, Tel. +258 21 314970 . Subscries e informaes do Boletim: - observatorioturmaputo@gmail.com. - http://observatoriomaputo.blogspot. com

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BANCA

FINANCIAMENTO

StaNdard BaNK

em prol da educao prticaUm grupo de cinco melhores alunos do ano lectivo de 2011, de um total de 11 estudantes homenageados, em Maputo, pela CADE - Comunidade Acadmica para o Desenvolvimento - vai beneficiar de estgios profissionais concedidos pelo Standard Bank, numa iniciativa que visa complementar a sua formao acadmica com uma componente prtica. Os estudantes contemplados por este projecto so: lsio Joo, da provncia de Sofala; Amir Rachide, da provncia de Cabo Delgado; Mahomed Budy, da provncia de Manica; Lus Pedro, da provncia de Tete; e Facto Leonardo, da provncia de Nampula. Durante a gala de Educao promovida pela CADE, o Standard Bank foi reconhecido com um certificado de mrito, pela sua contribuio para o desenvolvimento da Educao no pas.c

deStaQue

BANCO DE MOAMBIQUE

Central de crdito est a ser preparadaDR

BaNCo terra

Sinnimo de desenvolvimento para a NoruegaO Banco Terra recebeu uma visita oficial dos ministros noruegueses do Ambiente e Desenvolvimento Internacional, Erik Solheim e da Indstria e Comrcio, Trond Giske. A visita enquadra-se no facto de este ser um empreendimento com capitais noruegueses, atravs do Norfund, uma das suas accionistas, da o interesse por parte desta delegao em saber como tem desempenhado o seu papel ao servio dos moambicanos, relativamente ao financiamento e prestao de outros servios bancrios para as reas de agro-negcios. O ministro Noruegus do Ambiente e Desenvolvimento Internacional, Erik Solheim, considera o banco um sinnimo do desenvolvimento, devido aos esforos que a instituio tem vindo a mostrar em dois anos da sua existncia, no financiamento dos projectos de agro-negcios das populaes rurais e peri-urbanas. No seu discurso, Erik Solheim manifestou a satisfao pelo apoio que a embaixada da Noruega em Moambique presta ao banco, reiterando o seu compromisso em continuar a apoiar todas as actividades desenvolvidas por aquela instituio financeira, por serem importantes ao desenvolvimento do pas. Por sua vez, Linda Langa Wicht, representante da FEMME- Associao Moambicana das Mulheres Empreendedoras, disse ser um privilgio que a FEMME seja cliente do Banco Terra, numa altura em que o pas continua a enfrentar as dificuldades do acesso aos fundos para o financiamento de projectos de agro-negcios. O Banco Terra que aumentou, este ano, o seu capital social para 1.065 milhes de meticais prev, para 2012, com a aprovao de um novo plano de negcios, duplicar as suas actividades.c

oS maioreS BaNCoS de moamBiQue em termoS de VolumeS de NegCioSVolume de negcios 2010 6,559,958 3,220,028 2,857,285 1,548,713 546,041 431,381 417,688 294,470 254,927 239,633 128,142 123,132 80,911 62,874 59,806 54,274 Volume de negcios 2009 5,048,631 2,415,994 2,439,397 1,301,617 534,575 390,339 300,365 201,959 245,473 190,339 156,175 77,857 62,358 95,909 55,996 46,765 Percentagem 10/09

EmpresaBIM Banco Internacional de Moambique, SA BCI Banco Comercial e de Investimentos, SARL Standard BANK, SARL Barckays Bank Moambique, SA Banco Procredit, SA African Banking Corporation (Mozambique), SARL FNB First National Bank Moambique, SA Moza Banco Socremo Banco de Microfinanas, SA The Mauritius Commercial Bank, SA International Comercial Bank, SA Banco Terra CPC Cooperativa de Poupana e Credito, SARL BMI Banco Mercantil e de Investimentos, SARL Banco Tchuma, SA Banco Oportunidade de Moambique

30 33 17 19 2 11 39 46 4 26 (18) 58 30 (34) 7 16

O Banco de Moambique est a desenvolver uma central de crdito que ir reunir todas as instituies que desenvolvem actividades de crdito, afirmou o ministro da Indstria e Comrcio, Armando Inroga, durante a apresentao do estudo sobre o ndice de Ambiente de Negcios (IAN) realizado pela empresa de consultoria KPMG Moambique. O ministro salientou que com a criao da central de crdito pretende-se reduzir o risco de crdito e, por essa via, reduzir as taxas de juros. Acreditamos que a reduo das taxas de juro vai impulsionar o crdito comercial que, neste momento, est a ser induzido atravs de uma poltica para a criao e incentivo constituio de instituies micro-financeiras para as zonas rurais, disse Armando Inroga. O ministro acrescentou que no mbito das instituies micro-financeiras, o Governo, atravs do Fundo de Apoio Reabilitao Econmica (FARE) e de outros parceiros, tem estado a financiar a banca comercial e instituies de micro-finanas para que desenvolvam actividades de crdito micro-financeiro.c

Fonte: KPMG 100 maiores Empresas de Moambique, XIII Edio 2011revista capital fevereiro 2012

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SECTOR ENERGTICO

Que panorama as fontes de energias renovveis podem encontrar em Moambique?

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s energias renovveis j desempenham um papel importante na matriz energtica de Mocambique. Uma parte substancial da sua procura de energia, cerca de 80%, satisfeita atravs da biomassa tradicional, lenha e carvo vegetal, usadas principalmente para cozinhar, embora alguns empreendimentos comerciais e industriais (padarias, fbricas de ch) tambm usem biomassa para gerar calor. A biomassa uma fonte renovvel, mas ela geralmente usada de forma muito pouco eficiente e tem um impacto negativo na sade, atravs da poluio no interior da casa e no meio ambiente, atravs do desflorestamento. Os mais afectados pela poluio no interior da casa so as mulheres e as crianas, sendo a exposio particularmente

alta entre mulheres e criancas, ou porque elas ficam mais tempo dentro da casa ou porque so elas as encarregadas de cozinhar e de aquecer com biomassa em fogueiras ou em foges sem chamin. assim que 59% dos bitos atribuveis poluio do ar no interior das casas so de mulheres. De acordo com a OMS, a poluio do ar no interior das casas leva a infeces das vias respiratrias inferiores e responsvel pelo falecimento de uma pessoa em cada 20 segundos. Mundialmente, a pneumonia e outras infeces agudas das vias respiratrias inferiores constituem a principal causa de morte de crianas com menos de cinco anos. A exposio poluio do ar no interior da casa mais que duplica o risco de pneumonia e responsvel por mais de 900.000 dos 2 milhes de

A biomassa uma fonte renovvel, mas ela geralmente usada de forma muito pouco eficiente e tem um impacto negativo na sade, atravs da poluio no interior da casa e no meio ambiente, atravs do desflorestamento.bitos por ano devido a pneumonia (in Fact sheet 292, 2005, World Health Organization,http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs292/en/).c

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90% da produo de carvo ilegalPor outro lado, embora aproximadamente 90% da produo de carvo seja ilegal (no licenciada), estimou-se que ela empregaria cerca de 3 milhes de pessoas entre 2005 e 2006. Por conseguinte, a produo, comrcio e uso de biomassa continuaro a fazer parte dos planos nacionais para o sector de energias renovveis, atravs de polticas ( espera de serem formuladas) e atravs de projectos de foges melhorados e fornos de carvo, procurando melhorar a eficincia e reduzir os impactos negativos. O sector de electricidade em Mocambique depende em praticamente 100% da energia hidroelctrica, mais uma vez um recurso renovvel, mas menos que 20% da populao tem acesso rede de electricidade. A EDM, responsvel pelo processo de electrificao, identificou a necessidade de um investimento de 2 mil milhes de dlares para o perodo de 2011-2021, excluindo novas centrais; contudo, este investimento atingir uma cobertura de somente 44% da populao (fonte: DEP/EDM). evidente que a electrificao convencional no pode satisfazer a necessidade urgente de acesso universal a fontes modernas de energia, mesmo que o capital de investimento esteja disponvel. Mais recentemente, o Governo afirmou que mais 13% da populao passou a ter acesso electricidade atravs de mini-redes ou tecnologias autnomas de energias renovveis, financiadas pelo FUNAE.

A descoberta de depsitos substanciais de gs natural cria possibilidades interessantes para o transporte e para a gerao de calor, mas ainda levar algum tempo at que o sector esteja desenvolvido e o gs se torne facilmente disponvel para o uso domstico.O transporte depende principalmente de derivados de leo importados e aproximadamente 50% da populao depende de querosene importado para a sua iluminao. A descoberta de depsitos substanciais de gs natural cria possibilidades interessantes para o transporte e para a gerao de calor, mas ainda levar algum tempo at que o sector esteja desenvolvido e o gs se torne facilmente disponvel para o uso domstico. Felizmente, o pas dotado de um enorme potencial de energias renovveis, apropriado para desenvolvimentos em pequena escala e para usos domsticos, nomeadamente micro-hidroelctrica, ventos costeiros, biomassa (bagao, copra, caju, milho, florestas e outros) e enormes recursos solares a radiao solar distribuda uniformemente no pas e estimada em cerca de 1,49 milhes de GWh por ano [41], ou seja, cerca de 23,4 vezes o actual consumo domstico de energia [39]. A energia solar pode ser usada para aquecimento do ambiente e da gua, secagem de colheitas, cozinha lenta (slow cooking) e gerao de electricidade atravs de tecnologia fotovoltaica.cfevereiro 2012

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SECTOR ENERGTICO

Sistemas fotovoltaicos so mais eficientesOs sistemas fotovoltaicos (PV) so sem dvida a tecnologia mais eficiente e mais eficaz em termos de custo para providenciar iluminao em zonas remotas. Solues modulares, desde lanternas portteis at sistemas solares domsticos maiores, podem dar acesso a servios energticos modernos, incluindo o acesso aos media e refrigerao de alimentos. Lighting Africa referencia potenciais benefcios da energia solar: no meio ambiente, quando a energia solar substitui combustveis fsseis ou energia de biomassa; na sade, reduzindo as emisses no interior da casa e o risco de acidentes; nas despesas domsticas, atravs de poupanas; na educao e em actividades geradoras de rendimento, por meio do aumento do nmero de horas de trabalho e de oportunidades para novas actividades. A presenca abundante deste recurso em todo o pas faz com que a energia solar seja a mais prometedora para o desenvolvimento. Entre as RE com maiores possibilidades de terem um impacto importante no desenvolvimento rural e na reduo da pobreza tambm-se encontram os biocombustveis para o transporte, o qual uma actividade importante e intensiva em mo-de-obra nas zonas rurais; o biogs proveniente de resduos agrcolas e da pesca e a biomassa moderna para aquecimento, refrigerao, cozinha e iluminao, com um papel-chave reservado para foges melhorados, biodigestores e gaseificadores; e a bombagem de gua com a ajuda de um pedal ou de outros dispositivos mecnicos, vento e tecnologia fotovoltaica. Sistemas hidroelctricos pico a pequenos tambm podem ter um papel importante nas actividades produtivas locais. As agro-indstrias podem ainda impulsionar, no apenas a criao de actividades locais, mas tambm promover a electrificao rural. Esta profuso de alternativas est de acordo com os objectivos declarados pela SNV (Cooperao Holandesa) e da recm aprovada Estratgia Moambicana das Energias Renovveis. A primeira concentra-se claramente no desenvolvimento rural e na reduo da pobreza com um forte interesse na proviso de solues modernas e eficientes para a iluminao domstica e para cozinhar, assim como oportunidades para o uso produtivo de energia por pequenas e mdias empresas. A segunda com uma mirade de aces, incluindo a instalao de sistemas PV para iluminao, geleiras, TVs, servios de bombagem de gua e servios da comunidade, biodigestores, sistemas elicos de bombagem, sistemas produtivos RET e aquecedores solares, alm de energia elica ligada rede, pequenas centrais hidroelctricas e de bagao. c

UEM testa tecnologia de foges solaresOs interesses comuns e a tecnologia disponvel resultam numa quantidade ainda muito grande de possibilidades a explorar. As tecnologias mais simples que podem ser implementadas so, claramente, o melhoramento de foges e fornos domsticos. Esses melhoramentos tm um impacto positivo na sade, no meio ambiente, e as mulheres e as crianas esto entre os mais beneficiados. Uma possvel alternativa, que exige ainda alguns desenvolvimentos tecnolgicos e comerciais a dos foges solares. A ttulo de curiosidade, a Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Cincias, Departamento de Fsica, est a desenvolver e testar adaptaes da tecnologia de foges solares ao contexto moambicano. A nvel de usos produtivos, ou h um mercado domstico potencial para a fabricao e venda de foges e fornos melhorados ou ento um aumento ou melhoramento na qualidade de produtos de biomassa. Quantidades enormes de energia so desperdiadas, especialmente no sector agrcola. Esses resduos no so visveis nas estatsticas nacionais de energia (cf. Cuvilas et al.) para uma estimativa do potencial de resduos em Mocambique. Biodigestores produzem gs para cozinha, iluminao e energia elctrica, e podiam ser uma RET a ser explorada para tirar proveito da presena de resduos animais do gado e de peixe em Moambique o potencial imenso, mas a experincia limita-se a um ou outro projecto-piloto. A bombagem para irrigao de pequena escala uma das actividades produtivas mais evidentes nas zonais rurais, melhorando significativamente a segurana alimentar e tendo um impacto directo na reduo da pobreza. Bombas a pedal ou de vento tm sido usadas em grande escala na frica Oriental, de acordo com GNESD e Moambique teve experincia com bombas de vento em zonas rurais. O Departamento de gua Rural tem dado preferncia a bombas AFRIDEF (mecnicas), mas est a considerar a transio para bombas solares (PV), para furos de maior profundidade. Todas estas tecnologias tendem a ser mais competitivas do que os motores movidos a diesel. O aquecimento solar de gua (SWH) e uma RET, cujo fabrico est bem dentro do alcance das actuais capacidades tecnolgicas de Moambique, e que pode ser amplamente usado em edifcios residenciais, comerciais e pblicos. A frica do Sul j est a apoiar a fabricao e massificao desta soluo energtica e a ustria apoia o desenvolvimento desta tecnologia em quatro pases da frica Austral (projecto Soltrain), como forma de reduzir a procura na rede de electricidade e por causa do seu custo competitivo na base de um ciclo de vida. Gaseificao de biomassa e outra RET, que est a crescer rapidamente na sia. Pode ser usada tanto para electrificao rural como para fornecimento de gs e tambm muito intensivo em mo-deobra, mas ainda requer um determinado esforo de desenvolvimento tecnolgico. Como isto normalmente se encontra vinculado a grandes projectos agrcolas para aproveitar os seus resduos, esta tecnologia no parece concordar muito com um enfoque em micro-desenvolvimento e a nvel domstico. Contudo, desenvolvimentos tecnolgicos indicam que, no futuro, equipamentos pico e micro de gaseificao (por exemplo, o fogo piroltico ou fogo Lucia) estaro disponveis para fins domsticos, dado os enormes recursos de madeira em Mocambique, esta tecnologia no deveria ser completamente posta de parte para estratgias de interveno. Outras tecnologias de energias renovveis so os biocombustveis, cuja produo (etanol ou bio-leo), constitui uma actividade agrcola prometedora, muito intensiva em mo-de-obra, mas mais adaptada produo em grande escala. A organizao de redes de agricultores, produzindo em conjunto para um nico comprador, e