Revista Brasil Paraolímpico Nº 35
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PARAOLÍMPICO
mundialde Atletismomundialde Atletismo
Entrevista: Carlos Arthur Nuzman
Daniel e Edênia: os melhoresde 2010
rEvistA do COMItê PARAOLÍMPICO bRAsILeIRO // mArço/Abril 2011 // www.CPb.ORg.bR
Brasil brilha na Nova Zelândia e conquista inédito terceiro lugar
brAsil
35númEro
O Movimento Paraolímpico Brasileiro co-meçou com tudo o ano de 2011. O Cam-peonato Mundial de Atletismo foi um su-cesso em todos os sentidos. Primeiro pela performance espetacular de nossos atle-tas, que colocaram o País no terceiro lugar geral da competição, atrás apenas de Chi-na e Rússia e à frente de potências como Grâ-Bretanha, Estados Unidos e Austrália. Em segundo lugar, pelo resultado de uma gestão eficiente, planejada e executada por diversos setores do Comitê Paraolímpico Brasileiro – CPB. Entenda-se por CPB, toda a comunidade paraolímpica envolvida nes-te processo, desde a diretoria técnica, pas-sando pelos diversos departamentos do CPB, até nossa comissão técnica – que é do mais alto nível – profissionais de apoio, técnicos de base, clubes e, obviamente, os próprios atletas.
O resultado de 30 medalhas, sendo de 12 de ouro, 10 de prata e 8 de bronze não foi conquistado por acaso. Houve traba-lho duro por trás dessas conquistas. De muitos profissionais. Aliás, essa tem que ser a palavra de ordem no meio esporti-vo: profissionalismo. Se por um lado atin-gir resultados tão expressivos é ótimo, ao mesmo tempo nos traz a certeza de que o esporte paraolímpico será muito mais co-brado daqui por diante. Não apenas a mo-dalidade atletismo, mas todo o conjunto de modalidades paraolímpicas. A respos-ta está sendo dada. Se começamos 2011 com um resultado bastante expressivo, 2010 não foi diferente.
As conquistas do ano passado nos dão a certeza de que o CPB e as Confederações
Paraolímpicas Brasileiras estão no caminho certo. Exemplos não faltam: a confirmação de títulos importantes como os obtidos nos Mundiais de Natação, Bocha, Futebol de Cegos e Judô, além da Copa América de Futebol de PCs; aliados às conquistas que mostram evolução como o inédito pódio 100% verde-amarelo do Mundial de Ci-clismo, a medalha de prata no Mundial de Remo, o título Parapan-americano do Vo-leibol, o título Sul-Americano do Basquete; e mesmo resultados de outras modalida-des que, se ainda não trouxeram medalhas, apontam para o cumprimento fiel do Pla-nejamento Estratégico do CPB 2010-2016, com brasileiros subindo de posição de for-ma consistente do ranking mundial.
Outro destaque já de 2011 foi a repercus-são dos resultados do Mundial de Atle-tismo na mídia brasileira. Fruto de um in-vestimento bem sucedido do CPB já de muitos anos, esse reconhecimento da im-prensa reverbera na sociedade e faz com que o País inteiro se impressione, admi-re e se torne fã dos atletas brasileiros com deficiência. É nesse momento em que além de orgulhar o Brasil, o esporte para-olímpico adquire a capacidade de mudar a percepção de milhões de brasileiros em relação às pessoas com deficiência.
Começamos bem, o caminho é esse, mas 2011 está só no início. Em novembro, te-mos os IV Jogos Parapan-americanos Guadalajara 2011. Mais uma vez, vamos brigar para ganhar. Mas a vitória será uma conseqüência de nossos esforços, disci-plina, planejamento e foco. Esse é o movi-mento paraolímpico brasileiro hoje.
Editorial
AndRew PARsOnsprEsidEntE do comitê pArAolímpico brAsilEiro
Um grande abraço,
Andrew Parsons
4rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
5
história”
grandes nomes do esportepaulo césar tavares
“meu nome ficou na
“Sou da era dos campeões”, diz, orgulhoso, o cestinha do Mundial da Inglaterra de 1977, o primeiro título conquistado pelo Brasil.
Paulo César conheceu o Clube dos Para-plégicos ainda jovem, aos 13 anos, quan-do procurava emprego. Foi lá que come-çou a praticar esportes e dedicava-se a diversas modalidades. Aos 15 anos, co-meçou a chamar a atenção no basque-te: ganhou medalhas de destaque, cesti-nha da partida, o mais rápido em quadra.
Em 1968 veio a primeira convocação pa-ra a seleção brasileira. No ano seguin-te, a primeira competição internacional com a camisa verde e amarela: o Pana-mericano de basquete na Argentina. A seleção ficou em terceiro lugar.
Paulo César ainda defendeu o Brasil na Jamaica e Lima. No primeiro Mundial na Inglaterra, em 1974, não foi. Mas foi no de 1977, em comemoração aos 25 anos de Stoke Mandeville – cidade inglesa onde o Esporte Paraolímpico nasceu e que rece-beu o primeiro campeonato para pesso-as com deficiência. Foi a principal compe-tição de sua carreira: na Inglaterra, Paulo César fez parte da conquista do primei-ro título mundial do Brasil, contra a Itália.
“Foi a competição de maior brilho. Eu lembro até hoje daquela final. Marca-mos por pressão. Quando pegávamos a
bola, eu saía em velocidade, enfiava pa-ra o Cláudio, ele para mim, e, ali, ganha-mos o jogo. Chego a me arrepiar. A bola do campeonato terminou na minha mão, eu vendo o cronômetro passar”, recorda.
Paulo César foi também o cestinha do Mundial. O segredo, segundo ele, sem-pre foi a dedicação.
“A gente treinava muito, insistia, errava. Quando colocava a camisa da seleção brasileira, parecia que eu estava defen-dendo minha família”, diz.
Além do trabalho pesado na quadra de bas-quete, Paulo César também praticava outra modalidade: era velocista no atletismo. Ga-nhou diversas medalhas em competições nacionais. Mas o forte era mesmo a bola ao cesto. Os treinos na pista, no entanto, ajuda-vam dentro de quadra, garante.
Paulo César defendeu a seleção até 83. Foram 15 anos vestindo a camisa ver-de e amarela.
Eu era muito veloz, então comandava os contra-
ataques das minhas equipes e por isso fazia tantos
pontos, de 25 a 28 por partida
Aos 62 anos de idade, o carioca paulo césar tavares não
tem dúvidas da importância que teve para o basquete
“em cadeira de rodas” brasileiro 10
6 18 24
mundial de atletismocom 30 medalhas, sendo 12 de ouro, brasil supera expectativas e fica em terceiro no mundial de Atletismo da nova Zelândia, atrás apenas de china e rússia.
Daniel Dias e Edênia Garcia nadadores brilham do mundial e são escolhidos os melhores do ano no prêmio brasil olímpico.
Circuito Caixa Etapas regionais ajudam a descobrir novos talentos.Jonathan santos brilha.
Congresso Paraolímpico Encontro reúne principais nomes do Esporte paraolímpico do brasil e do mundo.
9ColuNistA CoNviDADo
renato peters
20ENtrEvistA carlos Arthur nuzman
22PromEssA 2016
natália mayara
27workshoPs Qualificação das entidades
29NovAs fErrAmENtAs
seja bem-vindo ao novo site do cpb
suMáRIO Edição 35 // mAr/Abr 2011 // www.CPb.ORg.bR
6rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
7Os melhores atletas de 2010daniel e Edênia
daniel dias subiu no lugar mais alto do pódio 25 vezes em 2010 e se
destaca como um dos maiores nomes do esporte paraolímpico mundial
Vinte e cinco ouros, uma prata, cinco recordes mun-diais e um recorde das Américas. Esse foi o desem-penho de Daniel Dias no ano de 2010, o mais vito-rioso de sua carreira. Além das medalhas e recordes, Daniel ganhou também o Prêmio Brasil Olímpico pe-la quarta vez e foi indicado ao Laureus 2011, o Oscar do esporte mundial.
No prêmio máximo do esporte, Daniel não conseguiu repetir a conquista de 2009. Dessa vez, Verona Ben-teler, que conquistou cinco ouros no Mundial de Es-qui, foi quem recebeu a honraria.
Sobre a conquista do Prêmio Brasil Olímpico 2010,
na categoria atleta paraolímpico masculino , Da-niel foi sucinto:
“Já levei esse prêmio outras três vezes, mas a cada ano sinto uma emoção diferente. Estou muito feliz. É um reconhecimento do meu trabalho”.
O Mundial Paraolímpico de Natação de 2010, reali-zado em Eindhoven, na Holanda, é o principal mo-tivo de tamanho sucesso. Daniel foi o grande nome da competição e, com seus oito ouros (sendo um deles em prova de revezamento) e uma prata (tam-bém em revezamento), ajudou o Brasil a alcançar a quinta colocação geral.
“Foi um feito inédito para a minha car-reira, o que mostra como o ano foi in-crível”, lembra.
Com tanto sucesso , como manter a motivação, de onde tirar forças para tantos treinos?
“Da vontade de divulgar o esporte pa-raolímpico e ajudar as pessoas com deficiência. Acho que o bom trabalho dos últimos anos gerou mais reco-nhecimento. A ideia é continuar nes-se caminho e deixar o Movimento Pa-raolímpico cada vez maior.”
Ainda faltam quase dois anos para os Jogos Paraolímpicos de Londres, mas Daniel sabe muito bem o que deseja:
“Meu sonho é conquistar oito medalhas de ouro numa única Paraolimpíada”, diz.
Foi um feito inédito para a
minha carreira, o que mostra
como o ano foi incrível
depois de ano vitorioso, Edênia sonha com o degrau mais
alto do pódio em londres 2012
Em busca do ouro PARAOLÍMPICO
Em 2010, Edênia Nogueira Garcia tornou-se a primeira mulher brasileira tricampeã mun-dial de natação paraolímpica. A conquista dos 50m costas, na Holanda, mostra que a cearense está no caminho certo e injeta dose extra de ânimo e confiança para os Jogos Pa-rapan-americanos deste ano, em Guadalaja-ra, e a Paraolimpíada de Londres, em 2012.
“O ouro paraolímpico é o maior objetivo de todos os atletas. Já tenho a prata e o bronze. Quem sabe se ano que vem não é a vez de a dourada fazer parte da família também?”, diz.
No Mundial, Edênia ganhou mais duas me-dalhas: prata no revezamento 4x50m livre e bronze nos 50m livre. Os resultados lhe ga-rantiram o Prêmio Brasil Olímpico.
“Quando fiquei sabendo, não acreditei! Foi inesperado! É um prêmio que representa mui-to na carreira de qualquer atleta”, declarou.
Agora, os planos são continuar treinan-do forte para baixar ainda mais seus tem-
pos e subir no topo do pódio nos Jogos de Guadalajara.
“Quero muito ser tricampeã (dos 50m cos-tas) também nos Jogos Parapanamericanos. Para isso, pretendo nadar no tempo do meu recorde (51s51).
No Mundial, a equipe brasileira enviada à Ho-landa conquistou 14 medalhas de ouro, três de prata e nove de bronze, alcançando o quinto lu-gar no quadro de medalhas e ficando à frente, por exemplo, da gigante China. Para Edênia, is-so fortalece o Movimento Paraolímpico.
“Juntos, Daniel Dias e André Brasil conquista-ram mais medalhas do que muitos países. Isso ajuda o Movimento a se tornar mais profissio-nal e ganhar a confiança da sociedade. Temos um longo caminho para chegar ao ideal, mas hoje o Brasil tem os melhores atletas do mun-do em várias modalidades, e o trabalho do CPB está sendo muito profissional. O esporte parao-límpico está perdendo a fama de reabilitação e já é visto como profissão”, finaliza.
Ano DourADo
o caminho é de muito
trabalho: entrega total,
foco, dedicação e, acima
de tudo, acreditar que
é possível
O italiano Romolo Lazzaretti fez boa campanha com a equipe de ciclismo no Mundial e foi homenageado no Prêmio Brasil Olímpico, recebendo o prêmio de melhor técnico paraolímpico de 2010.
“Este prêmio coroa a modalidade e os atletas. O trabalho vem sendo feito e o esporte começa a ter uma visibilidade maior. Em nível pessoal, é um prazer. Ainda mais por eu não ser brasileiro. Ressalto a conquista como uma melhora geral no desempenho coletivo”, declarou Lazzaretti.
Dez atletas representaram o Brasil no Mundial que aconteceu em Baie-Comeau, no Canadá, em agosto. O resultado foi o melhor da história: um ouro, uma prata e dois bronzes.
O melhOr técnicO ParaOlímPicO dO anO
8rEvistA
bRAsIL PARAOLÍMPICO
9Colunista convidadorenato peters
anúncio infraero
A PrimEirA vEZ, deu medo
Era 2004. A pauta, confesso, dei-xou-me um tanto quanto preocu-pado. Na época, eu era repórter de esporte da TV Globo em Bra-
sília e fui cobrir a reunião dos atletas paraolímpicos que estavam na Capital Federal, preparando-se para uma com-petição internacional.
Era a primeira vez que eu faria uma reporta-gem com eles. Estava aflito porque não sa-bia como conduzir a matéria. Meus conflitos eram: e se eu falo algo que não é adequado? Como cumprimentar alguém que não tem mão? Pergunto o por quê de tal deficiência?
As dúvidas eram muitas quando desem-barquei no local da gravação da matéria. Lá fui recebido por um coordenador e lo-go depois pelos atletas.
Sim, havia muitas deficiências, muitas limitações, mas também encontrei um alto astral de dar inveja a muitos que se consideram “normais ”.
Outra coisa que me fez ficar mais a von-tade foi o fato de eles mesmos brincarem com as próprias deficiências. “Ei, cegui-nho, senta aqui!”, dizia um. “Corre, man-quinho!”, gritava outro, tudo seguido de muitas risadas.
Saí de lá com uma bela reportagem e com a certeza de que nós temos uma visão muito distorcida do mundo das pessoas com deficiência, que no Brasil somam 25 milhões. Gente que vive inúmeras difi-
culdades e enfrenta olhares atravessados. O meu já foi assim.
Depois daquele primeiro encontro não consegui mais esquecer os sorrisos e as brincadeiras e resolvi arregaçar as man-gas para doar um pouco do meu tempo em prol do esporte paraolímpico.
Em 2008, criei o programa SEM BARREI-RAS no canal SPORTV, ao lado da jorna-lista e mesatenista cadeirante Carla Maia. Estamos no ar mostrando para o Brasil do que esses brasileiros tão especiais são capazes. O trabalho é voluntário e a maior recompensa vem dos e-mails que recebe-mos de telespectadores admirados com a força de vontade e, acima de tudo, com os resultados de nossos atletas. E tudo isso começou com aquela pauta, lá em Brasí-lia, em 2004. E eu com medo dela.
o que vem a seguir
mudou minha vida para
sempre: nada de tristeza,
frustrações, choro. Os
atletas eram as pessoas
mais felizes da pista * Renato Peters é repórter da TV Globo de São Paulo, editor e apresentador do programa SEM BARREIRAS do SPORTV
Renato Peters e Carla Maia, do Sem Barreiras
Judô Paraolímpico. Um esporte
que, antes de a luta começar,
já tem dois vencedores.
Infraero. Patrocinadora o�cialdo Judô Paraolímpico Brasileiro.
Através do judô, de�cientes visuais provamque o esporte tem poder de superação e que
impossível é uma palavra que não deveria existir.
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INF_0004_11_ANR_judo_paraolimpico_21x28.pdf 1/18/11 11:10:40 AM
10rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
10 Mundial de atletismo rEvistA
bRAsIL PARAOLÍMPICO
11Mundial de atletismobrasil top 3
A seleção brasileira deu um show no Campeo-nato Mundial de Atletis-mo, na Nova Zelândia.
Os 25 atletas que representaram o Brasil em nove dias de competi-ção conquistaram 30 medalhas e o histórico terceiro lugar geral, atrás apenas de China e Rússia. Com 12 medalhas de ouro, 10 de prata e oi-to de bronze, o Brasil terminou a competição à frente da Grã-Breta-nha que teve o mesmo número de ouros, mas uma prata a menos.
“Disputamos a terceira posição com a Grã-Bretanha, que recebe-rá as Paraolimpíadas ano que vem
e tem tido investimento. Isso sig-nifica que estamos fortes. Temos que aproveitar essa oportunidade de sediar uma Paraolimpíada pa-ra investir também. Existem áre-as que ainda estão descobertas”, ressaltou o presidente do Comi-tê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons.
O resultado em Christchurch foi acima da meta estabelecida pe-la comissão técnica, que era de pe-lo menos igualar ao resultado das Paraolimpíadas de Pequim 2008, quando o País ficou em 10º, com 15 medalhas, quatro delas de ouro. Uma evolução grande: no Mundial
de Assen, em 2006, o Brasil ficou em 17º no quadro geral de medalhas.
“Não foi por acaso. O Brasil Parao-límpico cresceu com bastante pla-nejamento e uma gestão séria”, explicou o presidente do CPB.
A seleção brasileira se preparou por mais de um ano para o Mun-dial. Além do acompanhamen-to constante da comissão técni-ca e das competições nacionais e internacionais, os atletas tiveram quatro encontros durante 2010 para avaliações físicas, treina-mento, orientação técnica e tes-tes fisiológicos.
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
o mElhorde todos os tempos
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com 30 medalhas, brasil conquista o
terceiro lugar na classificação geral do
mundial, disputado na nova Zelândia,
ficando atrás apenas de china e rússia
André olivEirA
ShirlEnE CoElho
TErEzinhA GuilhErminA E GuilhErmE SAnTAnA
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CArloS BArTô E CáSSio hEnriquE dAmião
YohAnSSon do nASCimEnTo
odAir doS SAnToS E CArloS AnTônio SAnToS
luCAS PrAdo E JuSTino BArBoSA SAnToS
ádriA doS SAnToS E luiz rAFAEl KruB
12
“O Brasil é hoje uma das potências do Es-porte Paraolímpico. Agora, todo mundo quer nos superar. Por isso precisamos au-mentar a base de medalhistas. Temos que consolidar algumas provas e investir na renovação”, destacou o diretor técnico do CPB, Edílson Rocha Tubiba.
Qualidade cOncentrada“O crescimento técnico em relação ao último Mundial e às Paraolimpíadas foi grande. Isso é fruto da nossa estratégia de trazer um número menor de atletas. Assim conseguiríamos prepará-los me-lhor e teríamos maior qualidade”, expli-cou Tubiba.
Dos 24 atletas brasileiros que entraram em ação (Delfino se contundiu na véspera
da competição e não pôde participar), 19 conquistaram medalha na Nova Zelândia. Um aproveitamento de quase 80%.
“Essa posição mostra a força do atle-tismo paraolímpico brasileiro. Mais de dois terços dos atletas da seleção bra-sileira estão entre os três primeiros do mundo”, destacou o presidente do CPB, Andrew Parsons.
terezinha é a melhOr dO Brasil e mulheres evOluemAs mulheres também se destacaram na delegação brasileira neste mundial. Te-rezinha Guilhermina conquistou quatro medalhas douradas e foi a maior cam-peã da competição ao lado da nortea-mericana Tatyana McFadden.
“Isso é uma coroação especial porque trabalhei muito para che-gar aqui. Eu prometi que neste Mundial não erraria. Fechar com as quatro medalhas de ouro mostrou que consegui chegar ao meu 100% e, mais importante, que consegui fazer o meu melhor em cada prova”, comemorou Terezinha.
Além disso, em Christchurch as mulheres brasileiras foram res-ponsáveis por nove medalhas, o maior número até aqui. Em Pe-quim 2006 elas subiram ao pódio oito vezes e no Mundial de Assen, no mesmo ano, apenas cinco. A evolução é resultado de um trabalho constante desenvolvido pelo CPB.
"O Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) tem por meta de-senvolver o esporte para pessoas com deficiência severa, os ca-sos mais graves, e o esporte para mulher. No CPB não é diferen-te. O Circuito está sendo uma ferramenta muito importante para o surgimento de novas atletas. Agora elas têm competições o ano todo para se manter treinando e motivadas", explicou o di-retor técnico do CPB, Edílson Rocha Tubiba.
"Chegamos a ter cotas de convocação de mulheres em nossas delegações. Dos 30 nomes, por exemplo, 12 tinham que ser do sexo feminino. Em algumas modalidades ainda precisamos desse incentivo, mas o atletismo mostrou sua rápida evolução. Todas as atletas que vieram ao Mundial foram por índice próprio. E os re-sultados mostram a qualidade delas", justificou o diretor técnico.
Os medalhistas do Brasil
OurO
Terezinha Guilhermina 100m T11
200m T11
400m T11
Terezinha Guilhermina 4x100m T11-13
Ádria dos Santos
Jerusa dos Santos e
Ana Tércia Soares
Odair dos Santos 1.500m T11
5.000m T11
10.000m T11
Lucas Prado 100m T11
200m T11
400m T11
Yohansson do Nascimento 100m T46
Shirlene Coelho Lançamento de dardo F37
Prata
Paulo Douglas Lançamento de dardo F35
Jerusa dos Santos 100m T11
200m T11
Yohansson do Nascimento 200m T46
Jonathan Santos Lançamento de disco F40
André de Oliveira Salto em Distância F44
Daniel Silva 200m T11
400m T11
Carlos Bartô 800m T11
Tito Sena Maratona T46
BrOnze
Daniel Silva 100m T11
Edson Pinheiro 100m T38
Shirlene Coelho Lançamento de disco F37
João dos Santos Lançamento de disco F46
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12 Mundial de atletismo brasil top 3 rEvistA
bRAsIL PARAOLÍMPICO
13Mundial de atletismobrasil top 3
mais de dois terços
dos atletas da seleção
brasileira estão entre os
três primeiros do mundo
Andrew Parsons
14
O reconhecimento da conquista dos atletas brasileiros veio logo que chega-ram ao Brasil. No dia seguinte ao de-sembarque no país, eles foram recebidos em Brasília pela Presidenta da Repúbli-ca, Dilma Rousseff. No encontro no ga-binete presidencial, os atletas receberam um a um o cumprimento da presidenta, que elogiou as conquistas e brincou com o peso das medalhas.
“Fiquei muito feliz em recebê-los. Acho que devo a vocês um agradecimento, porque demonstram que o trabalho de equipe pode fazer com que cheguemos lá. Qualquer preconceito cai por terra ao ver as medalhas e a superação dos atletas paraolímpicos. É um imenso orgulho ver vocês competindo e um orgulho especial quando vocês sobem ao pódio. É um or-
gulho que vocês dão não só a cada pessoa com deficiência, mas a cada cidadão desse país”, ressaltou a Presidenta da República.
Terezinha Guilhermina aproveitou a opor-tunidade e mais uma vez quebrou o proto-colo: presenteou Dilma Rousseff com um Kiwi – animal símbolo da Nova Zelândia.
“Espero que ele me dê a mesma sorte que lhe deu”, agradeceu Dilma.
Abraçada pela presidenta, a atleta ainda deu-lhe as medalhas de ouro conquista-das em Christchurch. Dilma agradeceu a gentileza, mas devolveu o símbolo da conquista de Terezinha.
“Estamos aqui hoje simplesmente pa-ra agradecer o apoio do Governo Fede-
ral. Gostaríamos de dividir com o Brasil a alegria dessa conquista”, disse o presi-dente do CPB, Andrew Parsons. “O Bra-sil Paraolímpico é um Brasil que dá certo. O apoio da CAIXA foi fundamental para essa profissionalização”, destacou o pre-sidente do CPB.
O Ministro do Esporte, Orlando Silva, elo-giou o planejamento do Comitê Paraolím-pico Brasileiro, que começa a apresentar seus primeiros frutos.
“O CPB foi exemplar ao apresentar, ano passado, um planejamento detalhado até 2016. Isso com certeza trará resultados de sucesso. Se conseguimos ter esse re-sultado fantástico no Mundial, na Nova Zelândia, nas Paraolimpíadas de Londres será melhor ainda.”
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICOrEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
14 Mundial de atletismo brasil top 3 rEvistA
bRAsIL PARAOLÍMPICO
15Mundial de atletismobrasil top 3
QuadrO geral de medalhas
Ouro Prata Bronze Total
1o China 21 22 15 58
2o Rússia 18 11 6 35
3o BRASIL 12 10 8 30
4o Grã-Bretanha 12 9 17 38
5o Polônia 12 7 6 25
6o EUA 9 10 15 34
7o África do Sul 9 7 9 25
8o Ucrânia 8 10 9 27
9o Alemanha 8 8 8 24
10o Austrália 8 8 7 23
DilmA: “um orgulho para cada cidadão desse país”
Não foi apenas dentro das quadras, pis-cinas e pistas que o Movimento Parao-límpico do Brasil deu provas de sua exce-lência. O CPB foi o protagonista de uma ação de imprensa exemplar, que ren-deu elogios do Comitê Paraolímpico In-ternacional, mereceu reportagem no jor-nal ThePress, da Nova Zelândia, e deixou os gestores de comunicação dos Comi-tês Paraolímpicos de Estados Unidos, Grã Bretanha e Austrália impressionados.
“O nível de profissionalismo do Brasil nesse sentido é incrível. Vocês realmen-te sabem o que estão fazendo”, elogiou o chefe de imprensa do IPC, Craig Spencer.
Nos Mundiais de Natação, em Eidhoven, Fut 5 para Cegos, em Hereford, e também no de Atletismo o contingente de jorna-listas brasileiros era o maior entre os cre-
denciados. Na Holanda, acompanhando as medalhas dentro d’agua, estavam jor-nalistas de TV Globo/SporTV, O Estado de SP, O Globo, Correio Braziliense e Ter-ra. Estes veículos, desta vez ainda com a presença da Record/RecordNews, foram à Nova Zelândia noticiar o show da equi-pe verde-amarela no atletismo. Em Here-ford, com o Fut 5, estiveram presentes a TV Brasil e a Revista FUT do LANCE!. Sempre acompanhados da equipe de co-municação do CPB, com jornalistas, fotó-grafos e cinegrafistas.
Ao todo, foram dezenas de horas de transmissão e milhares de centímetros na mídia impressa. Contando Eidhoven e Christchurch, as medalhas do Brasil ren-deram 12 inserções no Jornal Nacional, o que significa dizer um retorno de visibi-lidade espontânea equivalente a mais de
operação de mídia do CPB impressiona o ipc
A evolução do Brasil no quadro de medalhas foi impressionante. No Mundial de Assen, em 2006, o país terminou na décima-sétima colocação, com 15 medalhas. Na Nova Zelândia, foram trinta medalhas e o terceiro lugar geral, à frente de países com muito mais investimento, como Grã-Bretanha, Estados Unidos e Alemanha
R$ 5,5 milhões no principal telejornal da televisão brasileira.
Em ambos os campeonatos, o CPB in-vestiu ainda na aquisição dos direitos de transmissão de TV, o que possibilitou ao canal SporTV mostrar, diariamente, provas ao vivo e os melhores momentos dos atle-tas brasileiros, bem como permitiu ao CPB enviar imagens de provas para emissoras de todo o país sem qualquer custo.
“Os feitos dos atletas paraolímpicos bra-sileiros, ao serem retratados pela impren-sa, têm papel decisivo na mudança de percepção da sociedade brasileira em re-lação às pessoas com deficiência”, diz o presidente do CPB, Andrew Parsons.
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Quase metade do que é arrecadado pelas Loterias CAIXA é destinado a áreas sociais do nosso país, como o esporte. Em 2010, só o Comitê Paraolímpico Brasileiro recebeu mais de R$ 25 milhões. Para as Loterias CAIXA, apostar no nosso esporte é ver o Brasil inteiro tirar a sorte.
Alan FontelesAtleta patrocinado pelas Loterias CAIXA
18rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
19Circuito Loterias CAIXAEvoluçãorEvistA
bRAsIL PARAOLÍMPICO
comitê amplia o número
de etapas, criando
eventos regionais para
ajudar a detectar novos
talentos para o esporte
brasileiro. cerca de 2 mil
atletas participaram das
competições do circuito
loterias cAiXA brasil
paraolímpico de Atletismo,
natação e Halterofilismo
na temporada 2010
Circuito Loterias CAIXAEvolução
Em 2010, o Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico de Atletismo, Halterofilismo e Natação cresceu. Foram realizadas três etapas re-
gionais, classificatórias para as três eta-pas nacionais. Desta forma, as etapas regionais tiveram como foco a revelação de novos talentos. Para tanto, os atletas que tinham índice equivalente a, em média, 80% do recorde mundial, se classificaram automaticamente para as três etapas na-cionais do Circuito.
A fórmula deu certo. Tanto que, em 2011, será mantida com apenas uma alteração: São Paulo deixa de fazer parte da Centro /Sul e ganha uma regional exclusiva, por ser o estado com maior número de atle-tas do País.
“Com esse novo formato conseguimos oferecer o atendimento específico que ca-da grupo necessita”, justifica Andrew Par-sons, presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB).
O presidente do CPB destaca ainda que, com esse formato de 2010, as fases re-gionais se transformaram em momentos de observação e detecção de talentos para o Esporte Paraolímpico, enquanto as nacionais passaram a ser dedicadas à elite das modalidades.
“O caminho a ser percorrido pelo atle-ta no Esporte Paraolímpico brasileiro fi-ca cada vez mais claro”, ressalta o presi-dente do CPB.
O sucessO em númerOsMais de 1800 atletas, de todas as regiões do País, disputaram as três fases regio-nais. As etapas nacionais, em média, con-taram com cerca de 500 atletas. Entre os principais nomes da temporada do Circui-to ficou o alagoano Jonathan Santos, que quebrou três recordes mundiais, no ar-remesso de peso e lançamento de disco F40, durante o ano.
As outras marcas mundiais foram que-bradas por Yohansson do Nascimento, nos 200m T45, e Paulo Douglas, no lan-çamento de dardo F36, ambos em For-taleza, em maio. Durante a etapa de São Paulo, em agosto, foi a vez da venezue-lana Tatiana Briceño derrubar a marca do lançamento de dardo classe F12 (pa-ra pessoas com baixa visão).
Os atletas brasileiros ainda superaram 219 recordes nacionais e 83 marcas do Circuito.
nOvOs talentOs Daniel Dias e Andre Brasil confirmaram, durante todo o ano, por que são os me-lhores nadadores do Brasil e do mundo
O circuitO Brasil ParaOlímPicO de atletismO, halterOfilismO e nataçãO em 2011
18 a 20 de mar etapa regional norte/nordeste Fortaleza/CE
15 a 17 de abr etapa regional rio/sul Curitiba/PR
27 a 29 de mai etapa regional centro leste Brasília/DF
24 a 26 de jun etapa regional são Paulo Campinas/SP
05 a 07 de ago 1ª etapa nacional Fortaleza/CE
02 a 04 de set 2ª etapa nacional São Paulo/SP
02 a 04 de dez 3ª etapa nacional Porto Alegre/RS
em suas classes e venceram todas as pro-vas que disputaram no Circuito Loterias CAIXA Brasil Paraolímpico 2010.
Ao mesmo tempo, novos nomes não pa-raram de surgir a cada etapa do Circuito. Em Fortaleza, São Paulo e Porto Alegre, cada cidade teve um atleta diferente co-mo destaque da competição.
“Posso ressaltar que os jovens atletas es-tão crescendo muito. Essa nova geração, de atletas com até os 17 anos, vem evo-luindo tecnicamente, o que nos deixa mui-to animados”, afirmou o técnico chefe na-cional da modalidade, Rui Menslin, após a etapa de Porto Alegre, em dezembro.
fOrça femininaAs mulheres foram o grande destaque das provas de halterofilismo. Elas foram responsáveis pela quebra de 11 recordes brasileiros durante a temporada. René Bel-casse, (até 48kg), Cleide Inês Campos (até 40kg), Edilândia Araújo (acima de 82,5Kg), Dádila do Carmo Rodrigues (até 52kg), e Josilene Ferreira, a Josi, da classe até 75kg, foram as estrelas.
1 Daniel Dias e Andre Brasil, dupla de ouro2 Jonathan Sanos, três recordes mundiais3 Josilene Ferreira, destaque no halterofilismo
seis recordes mundiais
foram quebrados
no circuito, três por
Jonathan santosCircuito crescee se consolida
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20rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
21entrevistario 2016
entrevistario 2016
rBP // Em visita no final do ano passado, os inspetores do COI gostaram muito do que encontraram. Quais pontos deixaram os representantes internacionais mais impressionados?
nuzman // Impressionou o início em tempo re-corde de uma série de obras relacionadas ao Projeto Olímpico e Paraolímpico, principal-mente a Vila Olímpica e Paraolímpica e a li-nha quatro do metrô. Impressionaram tam-bém os esforços para despoluição das lagoas da Barra; e os projetos a cargo da adminis-tração do Prefeito Eduardo Paes, como a Transoeste, a Transcarioca, a Transolímpica, o BRT da Avenida Brasil, o Parque dos Atle-tas e o Centro Olímpico de Treinamento. A política de Segurança do Governador Sérgio Cabral, as UPPs, também foi reconhecida co-mo referência e legado que a Rio 2016 já es-tá entregando à cidade e ao país.
rBP // O comprometimento dos três níveis de governo, municipal, estadual e federal, foram fundamentais para a vitória da candidatura do Rio. E agora, como estão este envolvimento e comprometimento para a realização do megaevento?
nuzman // A união dos três níveis de Gover-no continua sendo primordial para que o cro-nograma estipulado com o COI esteja sendo cumprido à risca e, em muitos casos, adian-tado. Os Governos Municipal, Estadual e Fe-deral também estão trabalhando em co-ope ração absoluta com o Comitê Rio 2016, através de uma série de Comitês Temáticos, que são compostos por integrantes dos en-tes governamentais e do Comitê Organizador e tratam dos temas Instalações, Transporte, Acomodações, Infraestrutura, Garantias, Co-municação, Coordenação e Integração.
O comprometimento do Prefeito Eduardo Paes e do Governador Sérgio Cabral têm sido essencial e a Presidente Dilma Rousseff reite-rou ao Presidente do COI, Jacques Rogge, to-das as garantias que haviam sido dadas pe-lo Presidente Lula – de que o Brasil realizará um grande evento.
rBP // A palavra legado passou a ser uma das mais importantes no vocabulário olímpico e paraolímpico. Na opinião do Sr, quais serão os principais legados para o Brasil?
nuzman // Inicialmente, é preciso um esclare-cimento. O Comitê Organizador Rio 2016 é o
responsável pelo planejamento e pela organi-zação dos Jogos. As obras e os investimentos em infraestrutura, construções e segurança são de atribuição dos três níveis de Governo.
Acompanhamos os projetos com os Go-vernos, através dos Comitês Temáticos e sa-bemos que os Jogos Olímpicos e Paraolím-picos vão trazer para o Brasil uma série de benefícios para a população.
A vitória da candidatura do Rio teve uma repercussão recorde do Brasil no mundo in-teiro. A realização dos Jogos Olímpicos e Pa-raolímpicos Rio 2016 promoverá ainda mais a imagem do país no cenário internacional por muitos e muitos anos.
Essa projeção internacional já está tra-zendo e atrairá ainda mais investimentos pri-vados e negócios para o Brasil, gerando, como uma de suas consequências, uma qualificação profissional enorme da população brasileira.
rBP // E no campo esportivo?
nuzman // A conquista da candidatura do Rio é um marco para o país como fator de trans-formação. A população e todos nós vamos sentir o grande interesse que hoje há na evo-lução do esporte no Brasil, no oferecimento do esporte à juventude do país.
As instalações construídas para os Jogos também deixarão um legado para o país e para a juventude. O Parque Olímpico e Pa-raolímpico vai se transformar em um Cen-tro Olímpico de Treinamento após o evento, com estrutura para receber atletas olímpicos e paraolímpicos de todo o Brasil. E o Parque Radical, em Deodoro, área com a mais alta concentração de jovens abaixo dos 18 anos do Rio de Janeiro, será aberto à população.
A indústria do esporte neste novo sécu-lo é uma das que mais vão crescer no mundo e já se percebe isso no Brasil e em vários pa-íses do mundo. Os Jogos de Londres lança-ram vários pólos de treinamento para as De-legações. Isso movimenta as cidades social e economicamente. Faremos isso no Brasil também. As cidades brasileiras devem cres-cer como indústrias do esporte.
rBP // O Sr. acredita que o Rio de Janeiro sofrerá intervenções necessárias para deixar um legado de acessibilidade?
nuzman // Com certeza as instalações esportivas e não esportivas dos Jogos Rio 2016 incorpo-rarão os padrões mais altos de acessibilidade.
Como disse o Governador Sérgio Cabral no lançamento da pedra fundamental da Vila Olímpica e Paraolímpica, esse será um pro jeto que servirá de modelo de acessibilidade para a arquitetura brasileira.
rBP // Como está hoje em dia a integração entre o Comitê Organizador e o Comitê Paraolímpico Brasileiro para o planejamento e realização dos Jogos Paraolímpicos de 2016?
nuzman // Esta integração acontece desde o início do processo de candidatura. O CPB participou ativamente da construção do Dossiê de Candidatura, trazendo sua exper-tise em Jogos Paraolímpicos. e o Presidente Andrew Parsons tem assento no Conselho Executivo Rio 2016. O Departamento Técni-co do CPB constantemente é consultado pe-lo Departamento de Esportes do Rio 2016, sempre ajudando com questões técnicas es-pecíficas dos esportes paraolímpicos.
O Rio 2016 tem uma área de Integra-ção dos Jogos Paraolímpicos, responsável
por garantir que cada departamento e cada área funcional planeje suas operações para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de forma paralela e no mesmo nível de serviço. Os Jo-gos Paraolímpicos tem o mesmo tratamen-to e atenção.
Entre COB e CPB a relação é de perfei-ta sintonia e cooperação constante. Os dois Comitês trabalham sempre em parceria e es-tão alinhados em todas as questões comuns, tanto sobre o desenvolvimento do esporte no Brasil quanto no que diz respeito aos Jogos Rio 2016.
As instalações que serão construídas es-tão sendo planejadas levando em considera-ção as necessidades dos esportes olímpicos e paraolímpicos em relação ao legado. Em es-pecial o Parque Olímpico e Paraolímpico, que sediará períodos de treinamento para atletas dos dois Comitês, antes e após os Jogos.
rBP // O esporte hoje movimenta valores altíssimos em patrocínio. Quais parceiros já estão fechados para 2016? Como funciona esta questão em relação aos Jogos Paraolímpicos?
nuzman // Fechamos o primeiro contrato de patrocínio oficial no fim do ano passado, na mesma época do lançamento do projeto co-mercial olímpico. Assinamos com Bradesco e Bradesco Seguros nas categorias Serviços Financeiros e Seguros por um valor recorde, um resultado que reflete o reconhecimento do mercado brasileiro da oportunidade única que os Jogos Rio 2016 representam.
A equipe comercial do Comitê Rio 2016 trabalha atualmente no desenvolvimento do plano comercial para os Jogos Paraolímpicos, e estamos confiantes que os resultados des-te plano demonstrarão que o mercado tam-bém valoriza as possibilidades que se abrem com a associação a um evento de tamanha importância.
rBP // O Sr. acompanha o desempenho dos atletas paraolímpicos brasileiros?
nuzman // O Esporte Paraolímpico brasilei-ro vive um momento fantástico, e o trabalho do CPB e seu Presidente, Andrew Parsons, é excelente. A posição final do Brasil na úl-
tima edição dos Jogos Paraolímpicos, entre os 10 primeiros do quadro de medalhas, foi marcante e o recente desempenho dos atle-tas brasileiros no Campeonato Mundial Pa-raolímpico de atletismo, na Nova Zelândia, conquistando 30 medalhas e terminando na inédita terceira colocação geral, só veio com-provar essa evolução.
rBP // Como o Sr. vê o desenvolvimento do Movimento Paraolímpico no mundo e no Brasil?
nuzman // O Movimento Paraolímpico está passando por um desenvolvimento mundial muito grande. Os Jogos Paraolímpicos cres-cem em cada edição, tanto no que diz respei-to ao número de atletas quanto ao interesse e participação do público e da mídia.
No Brasil, desde Atenas 2004 o movi-mento vem crescendo. Os Jogos Parapan--americanos Rio 2007 foram o primeiro evento paraolímpico continental a ser reali-zado no mesmo formato dos Jogos Paraolím-picos, organizado pelo mesmo Comitê Orga-nizador e utilizando as mesmas instalações.
Foi um grande impulso para o movimen-to no Brasil, aumentando o conhecimento do público sobre os esportes paraolímpicos. Ho-je o público em geral reco nhece alguns dos nossos principais atletas paraolímpicos.
Temos a certeza de que realizaremos os Jogos Paraolímpicos de maior sucesso da história em 2016 e levaremos essa mensa-gem de superação para o Brasil e o mundo, transformando a vida de milhões de pessoas.
com certeza as
instalações esportivas
e não esportivas
dos Jogos rio 2016
incorporarão os
padrões mais altos de
acessibilidade.
CARLOs ARtHuR nuzMAn
“cob e cpb estão em PeRfeItA sIntOnIA”
22rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
23Promessa 2016natalia mayara
Segundo Natália, o objetivo de todo esse esforço é alcançar o seu maior sonho: “Hoje o tênis significa boa parte da minha vida, porque foi através dele que eu tive minhas maiores conquistas e realizações. Meu so-nho é o mesmo de todo atleta: estar no topo, ser a número um do ranking mundial adulto feminino e ser reconhecida por isso”. Em 2010, a tenista trouxe para o país o vice-campeonato do Masters Cup Juvenil, torneio que reuniu apenas os quatro melhores tenistas em cadeira de rodas do mundo. Foi a primeira vez que o Brasil teve representante na competição. A garota repetiu a façanha em janeiro de 2011 e novamente sagrou-se vice-campeã. No torneio de duplas foi campeã, ao lado colombiana Maria Angélica. “O reconhecimento internacional é muito gratificante. Quando eu estava aprendendo a jogar, já tinha na cabeça que queria ser uma atleta paraolímpica internacional, então é muito bom ver que tudo isso vem dando certo”, comentou Natalia. A qualidade técnica de Natalia surpreende. Há apenas quatro anos na modalidade, a tenista tem como principais habilidades o saque e a batida fortes. “O Wanderson tem trabalhado muito comigo, se dedica mes-mo, e eu me esforço para retribuir com a mesma dedicação nos jogos. Ainda pretendo melhorar muita coisa, como as trocas de bola e o condicionamento físico”, comentou a atleta.
acidente em recifeNo dia 26 de setembro de 1996, Natália, com três anos, estava com a mãe em uma das paradas de ônibus da Avenida Agame-non Magalhães, em Recife, quando um ônibus subiu na calça-da e atropelou a menina. O acidente foi tão grave que ela sofreu edema cerebral, diversas escoriações e teve as pernas amputa-das. Internada por 95 dias, Natalia foi operada 12 vezes. Em bus-ca de tratamento na Rede Sarah Kubitschek, Natalia e a família se mudaram para Brasília quando a garota tinha oito anos. O primeiro contato com o esporte foi aos 12, com a natação. Aos 13 conheceu o tênis e se apaixonou pela modalidade.
Joia
rar
a
Segunda colocada no ranking mundial júnior de tênis, Natalia Mayara coleciona títulos em seu currículo: quatro de simples e oito de duplas em competições válidas pela NEC Wheelchair Tennis Tour (Circuito Mundial de Tênis em Cadeira de Rodas).
Concentração e agilidade são algumas das qualida-des da bela jovem. Campeã das Paraolimpíadas Es-colares 2010, Natalia demonstrou força ao vencer o paulista Pedro Rocha no tie break (6-2/1-6/10-8). “Ela é uma menina de muito talento. Se bem traba-lhada, pode obter grandes conquistas na carreira, co-mo o almejado ouro nos Jogos de 2016. Essa geração será responsável também por desenvolver e divulgar
o Esporte Paraolímpico no Brasil,” avaliou Wander-son Cavalcante, técnico de Natalia e da seleção mas-culina brasileira de tênis em cadeira de rodas.
recOnhecimentO internaciOnalA rotina de treinos da atleta não é das mais fáceis. Atualmente são duas horas de treinos nas quadras, além de trabalho muscular reforçado, em dois dias da semana. No segundo ano do ensino médio, a atle-ta divide as atenções entre o esporte e os estudos.
“É complicado dividir os estudos e o tênis, mas gra-ças a Deus eu tenho aprendido a manter os dois na linha (risos). As minhas amigas também sempre me ajudam a repor os conteúdos das aulas”.
o ditado de que
meninas são café-com-
leite quando jogam
contra meninos não é
de todo verdade. pelo
menos para a mineira
radicada em brasília
natalia mayara.
principal atleta
brasileira do tênis
em cadeira de rodas
júnior, a menina de 16
anos perdeu as contas
de quantas vezes
venceu meninos
categOrias dO tênis em cadeira de rOdas
QuadComprometimento funcional em três ou mais extremidades. OpenComprometimento dos membros inferiores.
Ela é uma aposta da federação
Internacional de tênis, que a apoia em
eventos esportivos fora do país, o que
demonstra o interesse na jovem revelaçãoWanderson Cavalcante, técnico
24rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
25Congresso Paraolímpicoprofissionalismo
Congresso Paraolímpicoprofissionalismo rEvistA
bRAsIL PARAOLÍMPICOrEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
Encontro realizado em campinas reuniu
profissionais e estudiosos do Esporte
paraolímpico do brasil e do mundo
1º CoNGrEsso PArAolímPiCo BrAsilEiro foi um sucesso
o 1º Congresso Paraolímpico Brasileiro termi-nou sob aplausos. O encontro, que ocorreu em novembro de 2010, visava à aproxima-ção entre as universidades e os profissio-
nais que desenvolvem o Esporte Paraolímpico, fomen-tando a pesquisa e sistematização do conhecimento.
Foram quatro dias de discussões. Nos dois dias de pré--Congresso, turmas reduzidas, de no máximo 50 pes-soas, puderam aproveitar as palestras dos convidados estrangeiros Collin Higs, Marco Cardinale e Peter Van de Vliet. Entre os temas estavam a formação de re-cursos humanos para o Esporte Paraolímpico, classifi-cação funcional e treinamento e avaliação em Espor-te Paraolímpico.
Os outros dois dias foram de discussões mais amplas, e marcaram a presença de mais de 500 estudantes e profissionais de todos os cantos do país. Além das ex-
periências estrangeiras, profissionais do Brasil relataram suas experiências de pesquisa no Esporte Paraolímpico. Ainda foram oferecidos aos participantes minicursos de esgrima, remo, rúgbi em cadeira de rodas e vôlei senta-do. Para completar, mais de 50 trabalhos de todo o país foram apresentados durante o Congresso.
“O 1º Congresso Paraolímpico Brasileiro marca uma nova era, uma era de profissionalismo”, disse ao final do evento o presidente do CPB, Andrew Parsons. “Com este Congresso, o Movimento Paraolímpico dá uma prova de que sabe para onde está indo. Nossas metas para Londres 2012 são bastante ousadas, ficar em 7º, e é imprescindível o apoio da ciência para que cheguemos lá”, argumentou o presidente do CPB.
O Ministro do Esporte, Orlando Silva, que participou da abertura do evento, elogiou a iniciativa do CPB e das
universidades federais para a realização do Congresso – ele foi realizado pelo CPB em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), a Universidade Fe-deral de São Paulo (UNIFESP) e a Universi-dade Federal de Uberlândia (UFU).
“O Brasil é uma potência paraolímpica, fi-cou em nono em Pequim. O nosso desafio é fazê-lo avançar mais ainda. Tanto que a me-ta brasileira paraolímpica, de ficar em quin-to em 2016, é bem ousada. Espero que as reflexões desse Congresso possam ser as-similadas pelo Comitê Paraolímpico Brasi-leiro, para que se tornem iniciativas a serem acolhidas pelo Governo”, ressaltou o Minis-tro do Esporte.
segunda ediçãO cOm casa marcadaO 1º Congresso Paraolímpico brasileiro começou já sabendo quando e onde seria sua segunda edição. Este ano será a vez de Uberlândia, outro centro de formação de referência, sediar o 2º Congresso Pa-raolímpico Brasileiro, de 28 a 30 de outu-bro de 2011.
Se seguir no ritmo do primeiro, quem de-sejar participar deve ficar atento quando as inscrições forem lançadas, cerca de um mês antes. Na primeira edição do Con-gresso, em apenas dois dias, mais de 180 pessoas de todo o país já haviam garanti-do sua participação. As 500 vagas foram preenchidas em menos de um mês.
estrangeirOs aPrOvam eventOOs palestrantes estrangeiros presentes deram seu depoimento sobre 1º Congres-so Paraolímpico Brasileiro. E gostaram muito dos debates.
“O Congresso foi uma oportunidade ma-ravilhosa de partilhar experiências com os colegas brasileiros. Fiquei satisfeito de ver a variedade de atividades nas quais o Co-mitê Paraolímpico Brasileiro está engaja-do e, em particular, nas ligações entre as universidades e os grupos de esporte para pessoas com deficiência físicas. A qualida-de das apresentações foi marcante. Apren-di bastante”, disse o canadense Colin Higgs, membro do Conselho Internacional para Ci-ência do Esporte e Educação Física e um dos pioneiros na invenção da cadeira de ro-das para corridas.
“Fiquei impressionado pelo número de pes-soas interessadas no Esporte Paraolímpico e a paixão e vontade de aprender de todos organizadores e participantes. Existe um senso claro de que algo grande está sendo desenvolvido no Brasil. Considerando que isso foi só o 1º Congresso Paraolímpico Bra-sileiro, as coisas só podem melhorar. Quan-do muitas pessoas são apaixonadas por al-go, coisas boas acontecem. E do que eu vi, tenho certeza que o Rio terá um evento Olímpico e Paraolímpico de sucesso!”, tes-temunhou Marco Cardinale, chefe de Ci-ência do Esporte e Pesquisa da Associação Olímpica Britânica.
De cima para baixo Colin Higgs, membro do Conselho Internacional para Ciência do Esporte e Educação Física, e um dos pioneiros na invenção da cadeira de rodas para corridas.
Marco Cardinale, chefe de Ciência do Esporte e Pesquisa da Associação Olímpica Britânica
Orlando Silva , Ministro dos Esportes
Peter Van de Vliet, diretor científico e médico do IPC
o 1º congresso paraolímpico brasileiro
marca uma nova era, uma era de
profissionalismo
Andrew Parsons
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
26rEvistA
bRAsIL PARAOLÍMPICO
27workshopsFormação
anúncio reatech
cpb investe naquALIfICAçãO dAs entIdAdes esportivas paraolímpicas
curso de mobilização de recursos será realizado em oito capitais
Iniciativa de sucesso no ano passado, o Curso de Mobilização de Recursos está de volta em 2011. Desta vez, oito estados brasilei-ros irão receber o workshop oferecido pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). As cidades sedes do curso serão: Goiânia/GO; Teresina/PI; Fortaleza/CE; São Paulo/SP; Porto Alegre/RS; Ma-ceió/AL; Belém/PA e Vitória/ES O Curso de Mobilização de Recursos pretende mostrar e deta-lhar às entidades do esporte paraolímpico formas de captar re-cursos de fontes alternativas, além de ajudá-las na construção de projetos e na orientação dos recursos adquiridos. Todos os participantes vão aprender, durante dois dias, detalhes sobre ar-recadação e captação de recursos de fontes alternativas. “Conseguimos cumprir uma promessa do início de nossa gestão: oferecer ferramentas para que os nossos dirigentes tenham pos-sibilidades de pensar em projetos bons e eficientes para a área. Todos nós do CPB, em especial a diretoria executiva, comemora-mos os resultados obtidos, pois temos a absoluta certeza de que conseguimos atender o apelo da sociedade, de ter o nosso comi-tê próximo, com um paradesporto consolidado e cada vez mais forte”, avaliou o vice-presidente do CPB, Luiz Claudio Pereira. “Tendo em vista o grande sucesso que foram as nove edições em 2010, que abrangeu um público de quase 350 pessoas, de várias associações e entidades ligadas ao segmento de pes-soas com deficiência, o CPB resolveu reeditar o curso neste ano, em cidades que ainda não foram contempladas”, com-pletou Luiz Claudio.
Em 2010, o workshop foi realizado em sete cidades brasileiras: Manaus/AM; Belo Horizonte/MG; Curitiba/PR; Itajaí/SC; Reci-fe/PE, Rio de Janeiro/RJ e Brasília.
cOnfira O calendáriO de 2011
1- goiânia/gO 19 e 20 de Fevereiro
2- teresina/Pi 26 e 27 de Março
3- fortaleza/ce 09 e 10 de Abril
4- são Paulo/sP 07 e 08 de Maio
5- Porto alegre/rs 04 e 05 Junho
6- maceió/al 16 e 17 de Julho
7- Belém/Pa 27 e 28 de Agosto
8- vitória/es 24 e 25 de Setembro
28rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
29novas ferramentasinovação
notíciasrEvistA
bRAsIL PARAOLÍMPICOrEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
marcelo collet busca novo feito históricoprimeiro paraolímpico a atravessar o
canal da mancha, brasileiro encara
o desafio de Gibraltar em 2011
Depois de entrar para a história da natação mundial ao se tornar o primeiro atleta paraolímpico a fazer a temida travessia do Canal da Mancha, em setembro, o baiano Marcello Collet busca novos desa-fios em 2011. Collet quer ser o primeiro paraolímpico a fazer a traves-sia de ida e volta do Estreito de Gibraltar, entre a Europa (Espanha) e a África (Marrocos). “Foi uma emoção grande estar entre os 10% que completaram a tra-vessia do Canal da Mancha, mas agora está na hora de olhar para frente e este ano tenho dois objetivos: Gibraltar e disputar o Para-pan de Guadalajara”, disse o nadador, que pretende tentar a traves-sia em agosto.
A travessia do Canal da Macha aconteceu justamente dia 17 de se-tembro de 2010, quando Collet completou 30 anos, um verdadeiro presente de aniversário. Durante o feito, o nadador contou com o au-xílio de seu técnico, Murilo Barreto.
“Não é um travessia simples. Alguns dizem que é o maior desafio do homem, maior até que escalar o Everest. A gente sabe que ele é um guerreiro, que não desistiria jamais”.
o Comitê Paraolímpico Brasileiro apresentou no fim de 2010 seu novo portal, com o intuito de ampliar a visibilidade das ações
desempenhadas pelo Esporte Paraolímpico no país. O site (www.cpb.org.br) estreou com o compromisso de divulgar dados, notícias, regras, classificações e instru-ções para atletas, treinadores, imprensa e demais interessados. infOrmaçãO de cara nOvaNa página inicial, as notícias ganham des-taque, bem como as competições e even-tos. Os internautas podem acessar uma vasta galeria de imagens em alta resolu-ção, produzidas por nossa equipe.
Ainda na primeira página, a coluna da es-querda dá acesso a um ambiente específi-
co para imprensa. Também há espaço para a agenda de eventos futuros, avisos de lici-tações e inscrição de clubes. À direita, um calendário interativo para acompanhar as próximas ações e eventos em que o CPB se envolve. Links levam aos nossos canais no microblog Twitter e no site de compar-tilhamento de vídeos Youtube e os usuá-rios poderão baixar todos os exemplares da revista Brasil Paraolímpico em PDF.
cOnheça O cPBO menu Conheça o CPB abre espaço pa-ra a história, os objetivos, as missões e os princípios do Comitê, bem como sua es-trutura e diretoria executiva.
cOmunicaçãONo menu, estão todas as notícias já pu-blicadas, o acervo de vídeos e fotogra-
fias e um ambiente para cadastro de jornalistas. esPOrtesNa área de Esportes estão disponíveis descrições das modalidades, um guia so-bre classificação funcional e informações sobre doping. O usuário poderá aprovei-tar para se informar sobre os Jogos Pa-raolímpicos e iniciativas como as Para-olimpíadas Escolares, o Clube Escolar Paraolímpico e a APB. financeirOInformações sobre gestão de recursos (lei 9.615, de 1998), acesso ao siste-ma de licitações, o extrato de quando o CPB dispensou tais licitações e um es-paço para cadastrar empresas interes-sadas, estão lá.
sEJA BEm-viNDo, sinta-se em casa!conheça detalhes do novo portal do comitê paraolímpico brasileiro
Novos cargos no iPC
O Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) pretende adicionar dois novos cargos ao seu organograma: o de gestor de antidoping e o de gerente sênior de esportes. O primeiro fi-cará responsável por reforçar o cumprimento total do Código Mundial de Antidoping, ge-rir programas e projeto de educação antido-ping. O segundo coordenará e supervisionará a equipe de esportes do IPC, com a missão de gerenciar todos os eventos que acontecem com apoio do Comitê, além de desenvolver planos de atividades e orçamentos para aju-dar na criação de novos NPCs, com o intuito de difundir o Movimento Paraolímpico.
Guadalajara acessível
Entre os dias 17 e 21 de janeiro, Bernie Cli-fford, especialista do Comitê Paraolímpico In-ternacional (IPC), esteve na cidade mexicana que sediará os Jogos Pan e Parapanamerica-nos desse ano. Clifford gostou do que viu e, a 295 dias do início do evento, afirmou que a cidade está pronta para receber os atletas pa-raolímpicos de toda a América.
Canoagem e triatlo em 2016
Após análise do Comitê Paraolímpico Inter-nacional (IPC), a canoagem e o triatlo entra-ram no programa dos Jogos Paraolímpicos de 2016. Os esportes venceram a concorrência contra outras cinco modalidades: badmin-ton, golfe, futebol em cadeira de rodas elé-trica, tae kwondo e basquete para deficientes intelectuais. Assim, a Paraolimpíada do Rio, receberá 22 modalidades, duas a mais que Londres: tiro com arco, atletismo, bocha, ci-clismo, canoagem, hipismo, futebol de 5 para cegos, futebol de 7, goalball, judô, halterofilis-mo, remo, vela, tiro esportivo, triatlo, nata-ção, tênis de mesa, vôlei sentado, basquete em cadeira de rodas, esgrima em cadeira de rodas, rúgbi em cadeira de rodas e tênis em cadeira de rodas.
30rEvistAbRAsIL PARAOLÍMPICO
expediente
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PresidenteANDREW PARSONS
vice- Presidente MIZAEL CONRADO
vice-PresidenteLUIZ CLAUDIO PEREIRA
Superintendente Administrativo, Finanças , Contabilidade e EventosCARLOS JOSÉ VIEIRA DE SOUZA
diretoria TécnicaEDILSON ALVES DA ROCHA
Gerência de marketing FREDERICO L. MOTTA
Conselho FiscalJOSÉ AFONSO DA COSTA
HÉLIO DOS SANTOS
Coordenação MEDIA GUIDE COMUNICAçãO
Jornalista responsávelDIOGO MOURãO MTB 19142/RJ
Edição e Textos JANAíNA LAZZARETTI
THALITA KALIX
EstagiárioRODRIGO ANTONELLI
imagensEXEMPLUS COMUNICAçãO
Projeto gráfico e diagramaçãoINVENTUM DESIGN
impressãoGRÁFICA CLICHERIA CHROMOS
Brasil Paraolímpico é uma publicação bimestral do Comitê Paraolímpico Brasileiro e esta edição teve 3.500 exemplares impressos em fevereiro de 2011.
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turma da Mônica
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