Revista apart
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Parceiros nesta edição Edição do
Fotografia de capa:
Nádia Parreira (Aluna de Arquitetura Paisagista.
Vencedora do concurso de fotografia da III Semana
de Arquitetura Paisagista).
As restantes imagens são da autoria e
responsabilidade dos autores e colaboradores desta
edição.
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semanadearquiteturapaisagista2016.wordpress.com
Editorial Prezados leitores,
É com grande orgulho que o atual Núcleo de Arquitetura Paisagista da Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro, dá continuidade a este projeto iniciado pelo mandato anterior.
Permanecendo assim a informar todos os estudantes/ profissionais de Arquitetura Paisagista e
não só, pelos mais variados temas existentes neste ramo.
Nesta segunda edição é de referir artigos de caráter histórico, evolução do Passeio
Público em Vila Real – Jardim da Carreira, sendo também abordados temas da atualidade
com o projeto de “Regeneração urbana – um novo impulso”. Entre outros que a APart
fornece aos seus leitores, destacando o artigo de Diana Cabeleira, este interligado com o
projeto EcoCampus, para remodelação de todo o campus da Universidade de Trás-os-
Montes e Alto Douro.
Desde já agradecemos a todas os colaboradores pela forma que contribuíram e
intervieram para a realização desta edição da Revista APart e também pela sua
disponibilidade tida com o Núcleo de Arquitetura Paisagista da UTAD.
Bruno Pereira
Presidente do Dep. Markting e Publicidade
Sumário 3Relembrar: III Semana da Arquitetura Paisagista na UTAD
4Em Foco: Programa da IV Semana da Arquitetura Paisagista na UTAD
5Planta: O Alecrim
6Crónica: A primeira grande decisão
7Artigo com relevância: A importância dos Ecocampus no contexto ambiental e social
11História: Passeio Público em Vila Real - Jardim da Carreira
13Paisagismo: Regeneração urbana – um novo impulso
15Curiosidade: Concurso de Fotografia da III Semana da Arquitetura Paisagista na UTAD
16Fomos espreitar: Exposição de Domingos Júnior
17Curiosidade: Os 10 mandamentos de Gonçalo Ribeiro Telles para a criação de um jardim
18Entrevista: Matilde Cerqueira Gomes, vencedora do Prémio Vibeiras
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III Semana da Arquitetura Paisagista
na UTAD
Texto de Tiago Silva 8
Corria o mês de Maio do ano transato, quando se deu
início à lll Semana da Arquitetura Paisagista na UTAD.
Dando sequência aquilo que já havia sido feito ao longo
dos anos anteriores, conseguiu-se reunir um conjunto de
atividades ao longo da lll SAP que promovessem não só
uma maior divulgação do curso, mas também que os
participantes envolvidos, conseguissem apreender novos
e importantes conhecimentos e práticas ligadas ao curso.
A lll SAP ficou marcada por um diverso e vasto domínio
de atividades que manifestou de forma inequívoca uma
forte adesão ao longo de toda a semana. Desde a
realização de uma viagem feita logo no primeiro dia da
SAP, a workshop’s de fotografia e de softwares informáticos, seminários relativos a práticas e
formas de sistemas e manutenção de rega, projeto flash e a perpetração de uma mesa redonda
com a participação de antigos alunos e docentes, tudo isto, fez parte de um conjunto de
atividades que pautaram a lll SAP. Um agradecimento especial a todos que participaram e
tornaram mais uma SAP possível, desde alunos, ex-alunos, docentes, coordenação de curso e
convidados especiais.
“AP sobre rodas”, visita ao viveiro Diaplant “Projeto Flash”, trabalhos em ateliê
Rosmarinus officinalis (Alecrim) Texto de Nádia Parreira
Descrição científica
Nome: Rosmarinus officinalis L.
Nome comum: Alecrim
Família: Lamiaceae
Ordem: Lamiales
Classe: Magnoliopsida
Época de floração: Janeiro – Maio
Descrição Geral
O Rosmarinus officinalis, conhecido como o Alecrim é muito mais que uma simples planta
ornamental. Utilizada na culinária tem grande destaque no tempero de pratos de carne.
Além disso as suas folhas prestam-se a usos em perfumaria. Também apresenta
propriedades medicinais.
Propriedades Medicinais:
• Sistema Digestivo: Casos de perturbações digestivas (como a digestão lenta);
• Sistema Respiratório: Combate a tosse, infeções respiratórias;
• Sistema nervoso: A parte aérea florida combate a intranquilidade, ansiedade,
agitação e insónia;
• Sistema circulatório: Ativa o sistema circulatório e nervoso, também trata reumatismos
musculares e articulares.
•Sistema muscular: Estimula a circulação periférica e anti-inflamatório.
• Promove o apetite e combate a anorexia.
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Crónica A primeira grande decisão Texto de Catarina Ferreira e Sofia Almeida (1º ciclo de Arquitetura Paisagista da UTAD)
Há pouco mais de dois anos atrás,
deparamo-nos com algumas decisões que
deveríamos tomar. Decisões essas, que iriam
determinar o nosso futuro. Apesar, de todos
os dias, na televisão, nos jornais, nas
esplanadas, ouvir-se pessoas a queixarem-se
da crise económica e o quanto afeta a vida
dos estudantes assim como o seu futuro, que
cada vez parece mais incerto e sombrio, nós
arriscamos e entramos para o curso de
Arquitetura Paisagista na Universidade de
Trás os Montes e Alto Douro, pois esse foi
sempre o nosso objetivo. Se estamos
arrependidas? Bem, atualmente estamos no
segundo ano e podemos dizer que até agora
não perdemos nada, pelo contrário
ganhámos muito, uma nova experiência de
vida, novas amizades, novos conhecimentos
na área que é do nosso interesse, mais gosto
pela Arquitetura Paisagista, o que nos deixa
ainda mais motivadas e esperançosas para o
nosso futuro. É verdade, que ainda não
estamos no mercado de trabalho, mas já
lemos alguns artigos de pessoas formadas
que afirmam que não está fácil conseguir
trabalho nesta área, pois a Arquitetura
Paisagista depende de vários fatores, como o
investimento público, uma economia
produtiva que permita a capacidade para o
investimento privado, a abertura de empresas
com viabilidade nesta área e a
consciencialização dos agentes decisores.
Apesar de todos os “ses” que a vida nos pode
trazer, temos de ter coragem para arriscar e
não ter medo porque, como o ditado diz,
“quem não arrisca, não petisca”. Por isso, não
estamos arrependidas, pois foi esta a decisão
que tomamos, estudar, trabalhar, empenhar-
nos, e aprender constantemente para que no
futuro a nossa profissão seja um dos motivos
da nossa felicidade e orgulho.
A importância dos EcoCampus no
contexto ambiental e social
Diana Cabeleira, 26 anos, natural da cidade de Chaves. Licenciada e Mestre em Arquitetura Paisagista pela
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. No âmbito da obtenção do grau de mestre em Arquitetura Paisagista
elaborou uma dissertação sobre o campus da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro intitulada de “A Avaliação
do Ecocampus e Parâmetros de Avaliação: Aplicação ao campus da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro”.
A constante degradação do meio
ambiente provocada pelo crescimento das
sociedades e economias tem despertado
diversas preocupações ambientais
relacionadas com a proteção e conservação
dos recursos naturais e funcionamento dos
ecossistemas. Visando encontrar solução para
esta problemática, os líderes das mais
diversas organizações mundiais têm reunido
ao longo das últimas décadas de forma a
encontrar princípios e conceitos, podendo-se
dar como exemplos: sustentabilidade,
desenvolvimento sustentável e gestão
ambiental. Estes vocábulos e conceitos
ambientais associados, rapidamente
passaram a integrar os diversos setores de
atividade. Como tal, o setor da educação, que
se considera ser dos mais importantes, acolhe
também esta preocupação destacando-se as
universidades, que sendo instituições com
elevada importância no papel que assumem
na formação de futuros líderes, técnicos
qualificados e formadores, assumem uma
responsabilidade e consciencialização social
tal como têm o dever de dar o exemplo neste
contexto ambiental.
O estudo aprofundado sobre o tema
permitiu compreender que desde muito cedo,
na história dos campi universitários, sempre
houve uma preocupação não só com os
edifícios mas também com os espaços
envolventes a estes, sendo que os desenhos
dos campi universitários foram alterando
conforme as diferentes necessidades que
surgiram em cada época. Porém, o desenho e
planeamento dos campi universitários nos
últimos anos tem vindo a dar cada vez maior
relevância aos aspetos relacionados com o
contexto físico em que se inserem, relação
com a comunidade e custos de construção e
exploração, estando estas preocupações
associadas à sustentabilidade. Atualmente um
dos maiores desafios das universidades é a
qualidade do meio ambiente e a
sustentabilidade dos campi. Esta preocupação
alterou a forma como as universidades olham
não só para a eficiência dos espaços
interiores, como também para a dos espaços
exteriores. São inúmeras as instituições que já
aderiram a acordos e tomaram medidas para
combater os problemas ambientais do
planeta, processo que acabou por influenciar
as universidades a todos os níveis. Estas
devem e têm de assumir um importante
papel na implementação da sustentabilidade
ambiental, surgindo assim a necessidade de
fazer uma correta gestão ambiental dos
campi.
Para tal, as universidades têm vindo
transformar os seus campi em EcoCampus
adotando e aplicando uma série de
parâmetros e é assim que surgem os Sistemas
de Gestão Ambiental, mais conhecidos por
EcoCampus. Esta é uma das várias expressões
usadas pelas instituições quando têm por
objetivo final a implementação de um
Sistema de Gestão Ambiental. Este último
conceito é um programa estruturado para a
avaliação e gestão dos impactos ambientais
de uma organização para um incremento na
melhoria do desempenho ambiental. Existem
normas e programas para que a organização
do Sistema de Gestão Ambiental possa ser
ordenada, avaliada e certificada. Considera-se
ainda muito importante que para que possam
ser aplicados SGA com sucesso, o contexto
social deva ser um dos mais importantes a ter
em conta pois a forma como a comunidade
universitária, desde alunos a funcionários e
professores é consciencializada para o modus
operandi e comportamentos no campus tem
um elevado peso no resultado final, pois são
estas pessoas que tornam possível a boa e
correta utilização de todo o espaço bem
como a transmissão de valores a gerações
futuras que gerem um impacto positivo no
meio ambiente.
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“... são inúmeras as instituições que já aderiram a
acordos e tomaram medidas para combater os
problemas ambientais...”
A UTAD encontra-se neste processo
estando a implementar as medidas
necessárias para transformar o seu campus
num EcoCampus. Os seus espaços exteriores
têm grande peso nesta transformação dada a
vasta área, diversidade de usos e
biodiversidade. Desta forma, a Arquitetura
Paisagista assume um importante papel na
gestão dos espaços exteriores de forma mais
sustentável e ecológica, pois existe uma série
de parâmetros que devem ser cumpridos e
que permitem a obtenção de uma certificação
ambiental.
A instituição necessita de
consciencializar toda a academia sobre o que
ambicionam implementar e compreender o
potencial que todo o espaço tem se for usado
de forma correta e coerente. É necessário
encontrar e estabelecer um equilíbrio entre os
setores que constituem o SGA.
O campus tem um espaço exterior de
extrema importância e que distingue a UTAD
de outras instituições de ensino superior em
Portugal que deve ser usado por todos de
forma consciente e que projeta acima de
tudo os valores que devem ser mantidos para
que a certificação ambiental seja uma
realidade e assim se tornar numa instituição
de ensino superior exemplar e de referencia
na gestão ambiental a nível nacional e
internacional.
Até lá, ainda há um longo caminho a
percorrer que só será possível com a
colaboração de todos.
Passeio Público em Vila Real
O Jardim da Carreira Texto de Viviana Frutuoso & Tiago Lopes
O Jardim da Carreira foi construído há
mais de 200 anos. Este encontra-se integrado
na malha urbana, perto do núcleo mais antigo
da Cidade – rua direita. A sua evolução ao
longo dos tempos, demonstra um desenho
idêntico ao do Passeio Público. O seu traçado
foi evoluindo ao longo dos tempos, consoante
as influencias dos modelos seguidos a nível
nacional e internacional. É um espaço distinto
dos restantes espaços verdes da cidade.
Enquanto Passeio Público, teve uma influência
bastante importante na sociedade e no
desenho da cidade enquanto atualmente tem
uma importância histórica e cultural, sendo
assim muitas vezes procurado por ser um
espaço rico em história e memórias. Aqui deu-
se o início da criação de espaços verdes na
cidade, embelezando-a e tornando-a mais
saudável. Além do importante papel que
desempenhou na interação social. É um jardim
de carater histórico construído no ano de 1784
devido à necessidade de criar um espaço
público de lazer.
Atualmente o traçado do Jardim é feito a
partir de um eixo principal, conhecida pela
alameda das tílias e por duas alamedas
secundárias. As unidades do Jardim principais
são a frontaria/entrada principal, alameda, área
central com fonte decagonal e área de remate
ao Jardim com fonte neoclássica.
Em termos de vegetação as Tílias (Tilia x
europaea) dominam o eixo principal. Podemos
também encontrar: Camélias (Camellia
japónica); Cedro-do-atlas (Cedrus atlantica);
Magnólias (Magnolia grandiflora); Teixo (Taxus
baccata) – árvore classificada de interesse
público; Pilriteiro (Crataegus monogyna); Tília
(Tilia cordata) e o Ulmeiro-do-Japão (Ulmus
glabra ‘Camperdownii’). O estrato arbustivo é
composto por Buxo (Buxus sempervirens),
Pilriteiro (Crataegus monogyna) e Junípero-
rastejante (Juniperus horizontalis). As plantas
anuais existentes são os amor-perfeitos (Viola
tricolor).
Vista Geral do Jardim da Carreira (2011). Fotografia
retirada do Googlemaps de Tiago Gomes
História e sua evolução
A construção do jardim surge por
influência de Almeida Lucena, presidente da
Câmara Municipal de Vila Real nos biénios de
1867/68 e 1872/73, que faz desenvolver um
plano destinado a embelezar o Monte do
Calvário. O local antes conhecido por Passeio
de São Francisco foi modificado pela Câmara
Municipal em 1782, passando a designar-se
como Jardim da Carreira. Surgiu pela
necessidade de criação de espaço público e de
lazer no século XVIII apesar de ser um modelo
muito celebrado no séc XIX. Este é um espaço
público localizado na Rampa do Calvário,
embelezado pela arborização originalmente
proveniente no Gerês, que mantém a
temperatura amena e agradável.
No ano de 1815, na Carreira de Cima, foi
construído um chafariz. Uns anos mais tarde é
construída, no centro do jardim, uma taça
decagonal com repuxo. Nos anos que se
seguiram, outras estruturas foram sendo
acrescentados ao jardim. Destacam-se: a
frontaria neoclássica, erigida em 1871 e
construída com o granito proveniente das
escavações e portão em ferro; no acesso lateral
um outro portão de ferro fundido; e o coreto,
datado de 1889.
Em 2003, o Jardim da Carreira sofreu
remodelações, construíram-se as escadas
laterais, substituindo as existentes, um parque
infantil, um ringue de patinagem e um café-bar.
Entrada principal do Passeio Público, Portão em
ferro de ferro fundido com as suas figuras
geométricas e cornucópias.
Coreto de base octogonal em granito, telhado em
chapa de ferro, rematado por um friso rendilhado
e encimado por uma lira.
A Regeneração Urbana da
Cidade de Vila Real
João Bicho é um Arquiteto Paisagista formado pela Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Especializado
em arboricultura, exerce atualmente a sua profissão como arquiteto paisagista no gabinete JBJC – Arquitetura
Paisagista, Lda, em Vila Real, e como assistente convidado na UTAD.
Regeneração Urbana – Um novo impulso Texto de Paulo Coelho e Fotografias/ Imagens da Equipa do Gabinete JBJC
O projeto “Regeneração urbana – um novo
impulso” foi um concurso público que
consistiu na regeneração e revitalização da
cidade de Vila Real, nomeadamente o centro
histórico. O concurso contou com vários
gabinetes participantes em que o gabinete do
docente João Bicho ficou em terceiro
classificado.
Este concurso visava a regeneração do
espaço público, requalificação do centro
histórico, recuperação de edifícios
degradados, melhorar a circulação rodoviária
e pedonal e construção de infraestruturas
para estacionamento. Tudo isto para reanimar
a atividade económica, promover no mercado
a integração de edifícios devolutos e
degradados, apoiar a criação de emprego,
dinamizar o comércio e melhorar a qualidade
de vida da população.
Como em todos os projetos existem problemas e limitações este não foi exceção. A malha
urbana desordena, congestionamento automóvel, rua ingremes, pouca clareza nos eixos das ruas,
falta de conectividade, topografia desfavorável e arruamentos privados, tornaram este concurso
mais desafiante.
A equipa do docente para este concurso era formada por cinco arquitetos paisagistas e um
arquiteto (civil). Por fim a equipa teve acesso a cartografia militar, ortofotomapas, SIG’s e PDM’s
para auxiliar na concretização deste projeto.
Concurso de Fotografia III Semana da Arquitetura Paisagista na UTAD Texto de Sílvia Barbadães
No dia 5 de Maio de 2015, na III
semana da Arquitetura Paisagista, realizou-se
um concurso de fotografia no qual o
Professor João Carrola, Professor auxiliar da
DeBA e ECVA, bem como fotógrafo do
campus da UTAD selecionou algumas
fotografias esplêndidas na qual a vencedora
pertence a aluna do primeiro ciclo Nádia
Parreira. O Professor João elegeu as pétalas
da papoila como a fotografia vencedora.
”Apesar de não ter sido fácil
escolher uma única como
vencedora.”
“A fotografia apesar de simples
apresenta uma composição interessante. Está
bem focada mostrando por isso boa nitidez
do conjunto dos elementos fotografados. A
iluminação baseada em luz natural e difusa
permite mostrar os pormenores da flor, sem
zonas sub o u sob expostas, sendo que a
imagem fica ainda mais agradável com um
enquadramento frontal e bastante baixo. A
perspetiva dada pelos detalhes das gotas da
chuva nas pétalas realça ainda mais o
pormenor das cores com cores bem
equilibradas, dando um impacto visual
elegante e nítido das pétalas da papoila num
dia de chuva. Outras fotografias que apesar
de não terem ficado em primeiro lugar
merecem uma menção honrosa, pela
qualidade apresentada, usando os mesmos
critérios que anteriormente foram
mencionados.”
Nádia Parreira, vencedora do concurso
Exposição de Domingos Júnior
Nascido em Lourenço Marques, Moçambique, em 1950, licenciou-se em Arquitetura
pela Escola Superior Artística do Porto, e mais tarde concluiu doutoramento na
Faculdade de Arquitetura da Universidade de Valladolid, Espanha. Foi docente do 2º
Ciclo do Ensino Básico, na ESAP e UTAD. Exerceu Arquitetura, desde que se formou,
com ateliê próprio e em diversas empresas
Realizou-se no passado dia 1 de
Dezembro de 2015, na Sala de Exposições e
Galeria-Bar do Teatro de Vila Real, mais uma
apresentação do arquiteto Domingos Júnior.
Domingos Júnior presenciou-nos com
mais uma das suas magníficas exposições,
apresentando três formas distintas de
representação artística. Intitulada “Jardins”,
exposição conseguida através da pintura e
desenho com tinta-da-china, Naturezas
Mortas, através de lápis de cor e Colagens
Moralistas, tal como o próprio nome indica,
feita através de colagens. Entre a
ambiguidade do desenho e da pintura, a
relação entre o mundo surreal e o exótico, a
multiplicidade dos desenhos e a sua
imensidão e o “perigo da imagem”, resulta
então no seu esplendor e de forma notável
mais um conjunto de obras do arquiteto e
artista Domingos Júnior.
Colagem acrílica – Colagens moralistas Exposição na Sala de Exposições e Galeria-Bar
do Teatro de Vila Real
OS 10 mandamentos de Gonçalo Ribeiro Telles para a criação de um Jardim
Texto de Teresa Paupério
1. Aposte na sublimação do lugar, tornando-
o feliz e ameno.
2. Invista em lagos e charcos. A presença da
água, traduzida na sua serenidade estética,
confere um movimento ritmado e uma
dinâmica musical ao jardim.
3. Arrisque em espécies que podem fazer a
diferença, para sublimar a pujança da
natureza compreendida na sua diversidade
biológica e no ritmo de vida.
4. Tire partido da luminosidade natural dos
espaços. O esplendor da luz é conseguido
através do contraste sombra-claridade e da
harmonia das cores.
5. Deixe-se influenciar pela geometria,
apostando na profundidade das perspetivas e
no recorte dos sucessivos planos
conseguindo valorizar distâncias e formas.
6. A integração na paisagem envolvente,
sempre que esta seja ordenada e bela.
7. Não imponha uma visão que pode não ser
a mais adequada. Aceitar com base da
conceção do jardim ou da paisagem a ordem
natural da natureza liberta da aceção da
sociedade humana.
8. Valorize os aspetos culturais da paisagem.
Tal implica impor à ordem natural a ordem
cultural que sublimará aquela em face do seu
único utente, o homem.
9. Evite os excessos. Esta recomendação
passa por exaltar no jardim ou na paisagem a
simplicidade no ordenamento das coisas,
evitando a decoração pela decoração.
10. Planeie e não tenha medo de recorrer a
ajuda especializada. Um jardim e uma
paisagem são fruto de conceções e projetos e
nunca de arranjos ou decorações, pelo que a
sua grandeza e beleza resulta no que lhes é
essencial na medida certa.
Entrevista a Matilde Cerqueira Gomes
Texto de Teresa Paupério
Depois de deliberado, o, um viveiro florestal como estratégia para desenvolver novas paisagens urbanas em
Groningen, na Holanda, consagrou-se Vencedor do Prémio Vibeiras Jornal Arquiteturas Jovem Arquiteto
Paisagista. A autora Matilde Cerqueira Gomes, representou a Universidade de Copenhaga respondeu-nos a algumas
perguntas.
APart: Resumidamente em que consiste o
projeto que apresentaste no concurso,
Prémio Vibeiras Jornal Arquiteturas Jovem
Arquiteto Paisagista 2015?
Matilde: “O projeto consiste essencialmente
na requalificação de uma zona industrial na
Holanda. A nova proposta de
desenvolvimento urbano ‘Park Kwekerij’
combina o potencial do espaço e suporta um
movimento que liga áreas urbanas e verdes
existentes em Groningen. A plantação do
viveiro florestal é utilizada como estratégia de
desenvolvimento urbano que, por um lado,
disponibiliza ao município uma provisão
arbórea para outros projetos e, por outro,
contém uma identidade em evolução e
ambiente urbano verde em si. Novos espaços
vão surgir e desenvolver-se à medida que a
grelha se transforma, através do transplante
de árvores. A experiência espacial única de
um viveiro florestal cria um parque urbano
que existe no limiar entre a monotonia e
dinâmica. Este parque torna-se numa nova
tipologia na experiência de diferentes
paisagens e usos no limite do município,
entre cidade, indústria e agricultura e, além
disso, uma ferramenta estratégica para criar
uma nova identidade para a área como
espaço público.”
APart: Qual a razão de participares neste
concurso? Alguém te motivou a
participares?
Matilde: “Acho a participação neste género
de concursos importante na medida em que
divulga e dá a conhecer diferentes projetos
no âmbito da Arquitetura Paisagista. Há a
oportunidade de trocar experiências de
diferentes escolas e ver as diferentes formas
de abordar esta disciplina.”
Apart: Qual a sensação de ganhares? Em
que é que te ajudou, este prémio, na tua
carreira?
Matilde: “É sempre bom ver o nosso trabalho
e esforço reconhecido. Para já ainda não senti
nenhum benefício na minha carreira mas é
marcante para quem está a iniciar a carreira
contar com este prémio no currículo.” A
Vibeiras em conjunto com a editora do Jornal
Arquiteturas, com sua crescente notoriedade
celebrou em 2015, a 12ªedição do Prémio
Vibeiras Jornal Arquiteturas Jovem Arquiteto
Paisagista.
O Prémio é o único galardão atribuído
anualmente em Portugal e tem por objetivo a
promoção e o reconhecimento público do
trabalho de jovens Arquitectos Paisagistas
Ibero-Americanos, estudantes ou jovens
profissionais até aos 35 anos de idade. Este é
promovido pelo Jornal Arquiteturas, em
parceria com a Vibeiras e com o apoio
institucional da Associação Portuguesa dos
Arquitetos Paisagistas (APAP).
Em 2011, a iniciativa inaugurou a 1ª
edição internacional – Ibero-Americana e tem
vindo a acolher também candidaturas
estrangeiras, nomeadamente oriundas de
Espanha, Brasil e Bolívia. Em 2013, na mesa de
jurados, destacou-se Gonçalo Ribeiro
Telles, figura de renome da Arquitetura
Paisagista e Ambiente em Portugal.
O Prémio consiste na avaliação de
projetos de Arquitetura Paisagista que
privilegiem a originalidade, funcionalidade e
sustentabilidade. Este dividiu-se em duas
categorias: Estudantes e Jovens Profissionais.
Os projetos são avaliados por um comité -
júri composto por profissionais nacionais e
internacionais. Cada vez mais esta iniciativa
tem vindo a angariar mais participantes, já
que na edição de 2012 envolveu mais de 100
participantes, entre estudantes e jovens
profissionais. No ano passado, o limite para
as candidaturas, foi até 24 de junho e a
entrega das propostas a 26 de junho. A
cerimónia de entrega de prémios teve lugar
no Palácio da Independência, em Lisboa, no
dia 16 de Outubro de 2015.