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    pentagramaLectorium Rosicrucianum

    Eu sou um heriJ.H. Moolenburgh

    O fim o meu incio Tiziano Terzani

    Nenhuma separao interior

    Que msica a alma canta?

    O livro do desassossego Fernando Pessoa

    2012 NMERO5

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    tij voor leven

    Editor responsvel

    A.H. v. d. Brul

    Linha editorial

    P. Huis

    Redatores

    K. Bode, W. v.d. Brul, A. Gerr its,H. v. Hooreweeghe , H.P. Knevel, F.

    Spakman, A. Stokman-Griever, G. Ulje

    Redao

    PentagramMaartensdijkseweg 1

    NL-3723 MC Bil thoven, Pases Baixos

    e-mail: [email protected]

    Edio brasileira

    Pentagrama Publicaeswww.pentagrama.org.br

    Administrao, assinaturas e vendas

    Pentagrama Publicaes

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    Nmero avulso: R$ 16,00

    Responsvel pela Edio Brasileira

    M.V. Mesquita de Sousa

    Coordenao, traduo e reviso

    J.C. de Lima, V.L. Kreher, L.M. Tuacek, U.B. Schmid, N. Soliz,

    J.L. F. Ornelas, L.A. Nepomuceno, M.B.P. Timteo, M.M.R.

    Leite, J.A. dos Reis, D. Fonseca, M.D.E. de Oliveira, M.R.M.Moraes, M.L.B. da Mota, R.D. Luz, F. Luz, R.J. Arajo

    Diagramao, capa e interior

    D.B. Santos Neves

    Lectorium Rosicrucianum

    Sede no Brasil

    Rua Sebast io Carneiro, 215, So Paulo - SP

    Tel. & FAX : (11) 3208-8682

    [email protected]

    Sede em Portugal

    Travessa das Pedras Negras, 1, 1, Lisboa

    www.rosacruzlectorium.org

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    Stichting Rozekruis Pers

    Proibida qualquer reproduo semautorizao prvia por escrito

    ISSN 1677-2253

    Revista Bimestral da Escola

    Internacional da Rosacruz ureaLectorium Rosicrucianum

    A revista Pentagramadirige a ateno de seus lei-tores para o desenvolvimento da humanidade nestanova era que se inicia.O pentagrama tem sido, atravs dos tempos, osmbolo do homem renascido, do novo homem.

    Ele tambm o smbolo do Universo e de seueterno devir, por meio do qual o plano de Deusse manifesta. Entretanto, um smbolo somentetem valor quando se torna realidade. O homemque realiza o pentagrama em seu microcosmo, emseu prprio pequeno mundo, est no caminho datransfigurao.A revista Pentagramaconvida o leitor a operaressa revoluo espiritual em seu prprio interior.

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    pentagramaano 34 2012 nmero 5

    O trabalho da Fraternidade da Rosa-Cruz e da

    Corrente Universal de Fraternidades, da qual oLectorium Rosicrucianum faz parte, realizadocom a inspirao e as novas energias da luz que, emsentido libertador, abre passagem no corao e nacabea, e tambm nas aes da parcela da humanidade que est em busca do verdadeiro bem, do que realmente eterno e verdadeiramente humano.No verdade que o ser humano tem, dentrode si, uma fora e um poder quase supraterrenos,com o auxlio dos quais pode elevar a sociedade

    e o mundo a um nvel melhor, a um plano maiselevado? No ser possvel que o homem, comopequeno mundo, como microcosmo, se torne outravez criativo, como criador do nico-bem, como serautocriador?Aos poucos, a humanidade, e em especial asorganizaes e instituies que determinam aconvivncia social, v-se diante de perguntas comoessas. Elas so convocadas por todos para sustentaresse desenvolvimento de forma constante com suasforas econmicas e logsticas.A humanidade volta seu olhar para as novas energiasde Aqurio ainda que este nome no lhe sejaconhecido. Ela gostaria de dispor das magnficasforas vitais com que pode servir e divulgar onico-bem, ou seja, a luz e a vida que emanam daVida Una, do Criador.Nesta edio, a revista Pentagramaprocuramostrar ao leitor que, no homem, todos os

    elementos realmente concorrem para fazer triunfaresse plano mais elevado em seu ambiente e tambmem seu prprio minutus mundiou pequeno mundo.Esperamos, dessa maneira, dar uma contribuiopara esse novo desenvolvimento.

    Mural em Paris

    catharose de petria estrela da esperana e da

    realizao 2

    nenhuma separao interior 6

    os quatro elementos: terra 12

    fragmento de dirio,

    fernando pessoao livro do desassossego 13

    h.c. moolenburgheu sou um heri 14

    msica e espiritualidade 26

    os quatro elementos: gua 30

    fragmento de dirio,dag hammerskjld

    acontecimentos marcantes 31joo sortudoo milagre do desapego 32

    os quatro elementos: ar 37

    afinar-se com a eternidade 38

    resenha de livro,tiziano terzanio fim o meu incio 41

    os quatro elementos: fogo 46fragmento de dirio de um alunoque msica a alma canta? 47

    o quinto elemento: o homem 48

    1

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    O CAMINHO QUNTUPLO DA ESCOLA ESPIRITUAL

    a estrela da esperana eda realizaoCatharose de Petri

    As oficinas de trabalho e os focos do reino gnstico necessrios para a execuo dopoderoso plano que o fundamento de todas as coisas j funcionam na Europa. A EscolaEspiritual da jovem Gnosis atualmente est em condio de realizar a tarefa que lhe foiconfiada. O que expomos a seguir deve servir para compreender o que tudo isso significae as formidveis consequncias relacionadas.

    Primeiro, dizemos que as fraternidades

    que constituem a Corrente GnsticaUniversal so todas dignas desse nome,

    o que quer dizer que elas, em sua poca, nose contentaram apenas em cumprir sua missoevanglica, chamando e precedendo os homens

    para a vida libertadora, mas foram ao mesmotempo capazes de levar sua colheita para oscampos da libertao. Portanto, evidente quecada uma dessas fraternidades teve necessidadede um perodo mais ou menos longo de desenvolvimento a fim de realizar sua incumbncia.Enquanto uma fraternidade no atingia essamaturidade, ela era auxiliada pela fraternidade

    precedente, que dessa forma, evidentemente,tinha seu desenvolvimento retardado. De fato,cada fraternidade precedente no pode elevar-se para um novo campo de trabalho senoquando a fraternidade seguinte pode, por suavez, assumir plenamente o trabalho na natureza

    da morte.Portanto, em determinado momento, a ltimadas fraternidades dever tornar-se, em senti-do perfeito, uma fraternidade quntupla; ou

    falando em linguagem mstica, a fraternida

    de seguinte tem de fazer brilhar a Estrela deBelm acima das sombrias regies da naturezada morte.Por conseguinte, o que , na prtica, uma fraternidade gnstica quntupla?1. Ela deve possuir e poder fazer funcionaruma instituio que possa colocar-se em contato com o pblico que busca, por consequncia, um organismo que seja capaz de pescar oshomens do mar da vida. Como sabeis, possumos esse organismo: o Trabalho Pblico doLectorium Rosicrucianum.2. Essa fraternidade deve ter um instrumento que lhe permita ensinar, metodicamente,o conhecimento da salvao e nele introduzir

    progressivamente os que o desejem. O ensinamento dado deve ser tal que o aluno, mesmomdio, veja que no existe outra sada senoseguir, em autorrendio, o caminho da liber

    tao. Ns possumos esse instrumento: oLectorium Rosicrucianum;3. Ela deve poder dispor de um organismoque possa conduzir, no menor tempo possvel,

    2 pentagrama 5/2012

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    Catharose de Petri fundoucom J. van Rijckenborgh oLectorium Rosicrucianum.Com um profundosentimento pela Gnosis

    do cristianismo e oconhecimento da puramagia gnstica, ela cuidouda beleza e da orientao

    mgica dos templos, nosquais atua a energia purado Esprito. Foi incansvelem expor aos colaboradoresa ideia de que um trabalho

    libertador somente podeter xito quando se praticauma atitude de vida maiselevada e a motivao

    interior pura. QuandoJ. van Rijckenborgh faleceu,em 1968, Catharose dePetri, como gr-mestra,consolidou a fora autnoma

    da Escola Espiritual, como colegiado da DireoEspiritual Internacional.

    a estrela da esperana e da realizao 3

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    Desde o momento em que a Escola atingiu a maturidade,a Estrela de Belm passou a brilhar novamente

    os que de fato o querem e demonstram,

    autorrendio, ausncia do eu; o que lhespermitir participar verdadeiramente davida interior, mediante o renascimento daalma. Possumos esse organismo: a Escola deConscincia Superior, no qual cada um pode, na

    prtica, em trs anos, festejar essa maravilhosae magnfica vitria.4. Ela deve ter, a seu servio, um grupo deservidores e servidoras escolhidos, que possa

    prover os necessrios processos de circulao de

    novos fluidos vitais, de modo gnstico-mgico,dotando assim o corpo-vivodas foras necessrias para poder realmente viver. a falange sacerdotal de nossa Ekklesia, que est diariamenteocupada com esse magnfico trabalho;5. Dever existir um organismo que, entreoutras coisas, funcione no novo campo astral do reino gnstico, a fim de fazer entrare estabelecer na vida libertadora do novoreino das almas todos os irmos e todas asirms que dela so dignos. Falando de outromodo, na l inguagem do evangelho gnstico Pistis Sophia: dever existir um DcimoTerceiro on perfeitamente gil e atuante. A

    jovem fraternidade dispe desse organismo: a Comunidade da Cabea urea.Portanto, fica claro que a jovem Gnosis atualmente atingiu sua maturidade, liberando afraternidade precedente de muitas preocu

    paes. Desde essa maturidade, a Estrela deBelm comeou novamente a brilhar. aestrela da esperana e da realizao! Ora, h

    pouco tempo existe uma nova escola espiritual

    gnstica completa; um novo grupo de perfeitos

    prepara-se para percorrer as regies das trevas,para a realizar sua tarefa, tarefa da cabea, docorao e das mos. Assim, a jovem fraternidade gnstica tornou-se uma escola de mistrios,correspondendo sua vocao original, tendoo mesmo valor de cada uma das fraternidades

    precedentes da Corrente Universal.Em verdade, essa uma justa razo para elevar jubilosas vozes de graa, adorao e alegria, por termos conduzido a bom termo nossa

    tarefa aps longos anos de ansiedade. Porm,h mais ainda! Quando uma fraternidadegnstica quntupla alcanou verdadeiramenteesse ponto de realizao de sua misso, elaest capacitada a levar para a ptria todos osque vm a ela. Esse um dos aspectos do reinodos mil anos(um conceito mstico proveniente do Apocalipse de Joo), que um perododurante o qual uma fraternidade, protegida

    pelos trs primeiros raios do Esprito Stuplopara fazer a colheita dos filhos de Deus, noexperimentar, no decorrer de sua atividade ede seu trabalho, obstculos de qualquer aoda natureza da morte que tentassem opor-sea essa colheita ou aniquil-la. Esperamos que

    possais compreender essas coisas, senti-las umpouco e conceber a importncia da poca emque ingressamos. Quando uma fraternidadegnstica consegue erigir sua cidadela em terra

    inimiga, -lhe dado o poder de limitar o raiode ao da antiga serpente por determinadotempo, a fim de poder realizar sua misso semobstculos.

    4 pentagrama 5/2012

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    Um perodo desse gnero tem consequncias

    incalculveis. Se perceberes bem, podeis verque um caminho protegido e seguro foi preparado, que leva de baixo para cima, mas tambm de cima para baixo. Entre outras coisas,isso quer dizer que inmeros prisioneiros eescravos da esfera refletora, e tambm os que,em determinados estados de ser, no puderamcontinuar seu desenvolvimento porque seumicrocosmo no podia esvaziar-se, receberam aoportunidade de participar da vida libertadora.

    H, por exemplo, milhares de almas ainda nolibertas que, no transcorrer dos sete ltimos sculos, aps o desaparecimento da fraternidade

    precedente, foram lanadas morte por daremtestemunho de Jesus e da palavra de Deus; ho-mens que outrora negaram a besta da dialticae todas as suas representaes fantasmagricas eenicas e, assim, puros de pecado mortal, prestaram grande servio humanidade.Contudo, esses irmos valorosos, aps suamorte heroica, no puderam ingressar nomundo do estado de alma vivente, porque no

    possuam o sinal da libertao, a assinatura danova alma. Seu sacrifcio pelo mundo e pelahumanidade e seu amor indizvel a todos osque eram obrigados a sofrer to amargamentena natureza da morte tambm foram to grandes que no puderam, por isso, ser esvaziadosmicrocosmicamente e seguir o caminho de to-

    dos os outros mortais. Esses seres esto em umaregio que se poderia qualificar de zona limtrofe entre a sexta e a stima regio csmicas.Muitos dentre eles, aqueles cujo estado podia

    ser levado em considerao, j foram libertados

    pela fraternidade precedente e admitidos navida libertadora. Entretanto, os outros precisaram esperar, porque as contingncias na esferadialtica no permitiam que esses microcosmosreencarnassem, pois seu potencial de fora lhesteria ocasionado outra vez um sofrimento muito profundo e imerecido. Portanto, essas almastiveram de aguardar at que fossem criadas ascondies propcias que foram realizadas na

    jovem fraternidade gnstica. Agora, elas podem

    mergulhar no tempo e ingressar na morada doPai, e seguir o rpido e sublime caminho dainiciao gnstica. evidente que o grupo queintegra o corpo-vivo e continuar a integr-lo,em um futuro prximo, dar nascimento a novas geraes de qualidade muito especial.No grupo da jovem Gnosis, durante os prximos dez a vinte anos, nascero seres humanosque demonstraro muito cedo orientao e

    possibilidades positivas. Esses seres, jovens ainda, faro muitos ancios envergonhar-se, mastambm os emudecero de alegria pelo impulsoe progresso que traro ao grupo inteiro.Por isso, j no precisamos de modo algumficar inquietos quanto ao futuro da Escola. A

    peregrinao para a nova Jerusalm ser empreendida e conduzida a bom termo, medianteum grupo cheio de jbilo, sempre crescente emnmero e em qualidades. Durante muito tempo

    demonstrar-se- a bno da Gnosis Petri, C. de. O selo da renovao. Jarinu: Lectorium Rosicrucianum,

    2008. cap. 1.

    a estrela da esperana e da realizao 5

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    nenhuma separaointeriorEm muitos templos da Escola da Rosacruz ureafoi lido, em maro, um texto que jovens alunosdo Lectorium Rosicrucianum escreveram emcooperao internacional.

    Gostaramos de convid-los a empreen

    der conosco uma viagem. Vamosanalisar o presente para melhor co

    nectar-nos com as exigncias do futuro. Ahumanidade chegou a uma nova era, cujasconsequncias foram previstas h vrias dcadas

    por muitos, inclusive pelos nossos gro-mestres.Agora, essas consequncias tornaram-se atuais.Estamos observando os efeitos de Aqurio emtodos os setores sociais, no mundo inteiro.Durante as chamadas Conferncias de Aquarius,

    J. van Rijckenborgh anunciou que, nesta era,a atmosfera mundial mudaria completamente. Essa atmosfera exige que cada ser humanoescolha entre um caminho que conduz a umaconscincia mais elevada e regenerao com

    pleta da humanidade, ou a um caminho queleva degenerao total no mundo dos opostose da matria. Isso fica patente em nosso cotidiano pela acelerao de nossa vida, que seest tornando menos previsvel e estruturada.H uma ou duas geraes, era comum o filhoherdar a profisso ou a empresa do pai e ocupara mesma posio pela vida inteira. Pesquisasmostram que agora se troca de emprego de 7a 10 vezes, em mdia, durante a vida. difcilas pessoas ligarem-se realmente a algo por umlongo perodo de tempo e se dedicarem a algointensamente.A Internet, com todas as suas possibilidades,

    tornou as distncias relativas e, assim, imitou a onipresena. A comunicao tornou-seimediata, substituindo, de muitas maneiras,os contatos pessoais habituais. As distncias

    aparentemente diminuram, com meios de

    transporte mais rpidos e de fcil acesso. Nossavida j no est to fortemente ligada matriavisvel: passamos cada vez mais tempo no mundo digital. Podemos chamar a esse processo dedesmaterializao, um dos fenmenos queacompanham a nova era, um dos efeitos do quechamamos de radiao de Aqurio.Como a humanidade est reagindo a essa radiao? O que est acontecendo ao nosso redor?Como cada um de ns est lidando com isso?

    Devemos esclarecer que, para ns, desmaterializao no significa necessariamente libertao desta era ou deste mundo. Diariamentesurgem oportunidades de encontrar a senda dalibertao e, como buscadores, obter informaes sobre temas interessantes a respeito desseassunto, pois todas as informaes sobre todoe qualquer tema esto disponveis. Entretanto,tudo isso tambm tem suas desvantagens, poishoje, a disperso muito grande!

    Justamente porque encontramos tantas coisas,so inmeros os temas que nada tm a ver como que estamos buscando. Tambm possvelque a atual gerao de buscadores, que dispede todas as informaes, que consegue tudoo que deseja, termine por ligar-se mais a estemundo e vida material. Por isso, devemossempre ponderar o que significa para ns desmaterializao segundo a forma, e desmate

    rializao em sentido libertador.Como no poderia ser diferente, a humanidade continua sempre em busca do sentido daexistncia. Durante os trs ltimos sculos, o

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    WESLEYFRYER

    Palavras-chaves dos alunos corajosos do sculo 21 [Angela Maiers]

    desenvolvimento de mtodos cientficos para bm tocam o ser humano espiritualmente. Isso

    facilitar nossas decises cotidianas fez que a acontece em novas reas do saber, tais comoinfluncia da religio diminusse consideravel- mecnica quntica, astrofsica, fsica de par-mente. Hoje, podemos verificar que a cincia tculas e cosmologia. Essas ideias podem inmoderna est desenvolvendo ideias que tam- centivar-nos a fazer mudanas em nossa vida

    nenhuma separao interior 7

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    Uma profunda confiana nos traz conscinciaque os alunos podem seguir seu caminho de maneiras

    muito diferentes, mas igualmente vlidas

    e a ampliar nossa conscincia. Cada vez mais,

    observamos que a humanidade est pronta paravivenciar a cooperao ou fuso entre a cinciae um novo tipo de espiritualidade. Notamosisso, por exemplo, em algumas tendncias dateoria quntica, segundo as quais existe umarealidade fundamental que impele tudo atividade, com base em regras ainda desconhecidas. essa realidade que muitos chamam de desconhecido, a fora que atua por trs de tudo.Ela nos faz pensar no princpio Deus, que

    no consiste em uma inteligncia ou em umplano, como concebido por um ser humano.Trata-se, muito mais, de um princpio fundamental que cria a realidade na qual vivemos.

    Assim, observamos que as radiaes de Aqurioimpulsionam a humanidade, com fora cadavez maior, a um novo processo de desenvolvimento. Muitos procuram desesperadamentemanter as velhas estruturas. Mas por outrolado, vemos tambm que muitos outros reagemde forma positiva e espontnea nova era e nova atmosfera que nos rodeia e interpenetra.Nos prximos anos, todos teremos de familiarizar-nos com essa nova atmosfera, de coraoaberto e corajosamente: o corao aberto, paraque jamais nos desviemos de nosso caminho devida to nico e especial; e coragem, para quenos adaptemos s mudanas de modo positivo.

    Aqurio exige isso de ns.Quando J. van Rijckenborgh falava sobreas foras de Aqurio, mencionava vrias vezes imensas possibilidades, no apenas para o

    despertar da humanidade, mas tambm para a

    senda da transfigurao. Em seus comentriossobre a Confessio Fraternitatis, ele diz expressamente que o desenvolvimento do discipuladonada mais do que a acelerao do caminhonormal da humanidade: uma senda que, poramor, foi aberta para todos os microcosmossaturados pelas experincias. Por isso, de certamaneira, os alunos so os pioneiros da novahumanidade que est surgindo, por desenvolverem o novo corpo mental, ligado nova alma.

    isso que pretendemos demonstrar para omundo como verdadeiros exemplos vivos.Alm do processo individual de desenvolvimento de cada aluno, ns todos, que juntosconstitumos o corpo-vivo da Escola Espiritual, temos uma tarefa a cumprir, uma vez queAqurio nos oferece novas foras e possibilidades. A Escola pode trabalhar com essas forasno apenas porque segue as mudanas, mastambm porque , ela prpria, um instrumentode mudana.

    Ento, como poderemos trabalhar em conjunto,na Escola, para que tais mudanas se tornemvisveis na Escola e em ns mesmos? No mundo atual, ter abertura, saber dividir, mostrarreciprocidade e interdependncia so fatoresessenciais que favorecem a cooperao. Vriasempresas de pequeno porte surgem agora fun

    damentadas nessa forma aberta de cooperao.Nesse sentido, tambm serve de exemplo otrabalho segundo o princpio open source(cdigo aberto): muitas vezes so criados produtos

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    digitais que qualquer pessoa pode usar e modificar para atingir um objetivo comum. Noentanto, a cooperao somente pode acontecer,de fato, quando existe confiana mtua: quando o grupo est ligado ao campo de fora e

    todos reconhecem a mesma verdade que emanado corao, apesar das diferenas de opinio,discipulado, idade ou de qualquer outro tipoque possa haver entre as personalidades.Uma profunda confiana nos traz conscinciaque os alunos podem seguir seu caminho demaneiras muito diferentes, mas igualmente vlidas, e que no precisam ter medo de perder ocontrole, pois todo esforo conjunto leva a umbom resultado, desde que ansiemos pelo mesmoobjetivo, cheios de entusiasmo, sem reservas,de corao pleno e puro.No mundo inteiro as pessoas desejam concretizar esse tipo de cooperao e esto a caminhodesse objetivo realmente possvel mediante umnovo pensamento no egosta! Esse novo pensar, que poderamos chamar de inteligncia es

    piritual, uma profunda intuio com base nasabedoria interior. Quando nos aproximamos

    dessa eternidade interior, a inteligncia espiritual se fortalece, e as decises tomadas peloscolaboradores da Escola tornam-se um reflexodessa nova capacidade. Quanto ao trabalho

    pela Escola, sabemos que a nossa tarefa maiselevada consiste na disposio para servir, emautoesquecimento em prol da humanidade, emverdadeira dedicao e uso de todas as nossascapacidades.

    Portanto, estamos a servio da centelha divinaem ns e da Fraternidade da Vida, que torna

    possvel o plano divino.Para seguir a senda, fundamental que o aluno busque sempre orientar-se pelo princpiouniversal, que podemos denominar de silnciointerior, plano divino ou frmula mundial.A clebre frase de Scrates tambm expressa esse incessante alinhamento, essa sintoniacom o divino: Tudo o que sei que nadasei. Ou ento, numa verso moderna: Voudeixar para trs todo o pseudoconhecimentoque adquiri e vou seguir agora diretamente

    para meu objetivo nico, sempre observando everificando tudo.No paro nunca de perguntar, nunca me deixoesmorecer. Permaneo atento e no aceito nadacomo verdade at que ela tenha se tornadoa minha verdade interior, por meio de uma

    compreenso real e verdadeira. Tudo o mais,sejam ideias esotricas, religiosas ou cientficas,apenas serve para dispersar-me, para distrairmeu crebro de seu objetivo real.

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    Como esse princpio no se realiza de forma automtica e exige a constncia de umcomportamento consciente, ele desperta umanecessidade urgente de cooperao. Comela, vm a disposio para dividir, a abertura

    e a reciprocidade, que trazem como consequncia a confiana mtua. Nenhum de ns

    pode seguir a senda do outro. Temos de sercompletamente autnomos e encontrar nosso

    prprio caminho. Mas podemos ajudar-nos aficar atentos.A senda da transfigurao um caminho dinmico. Por isso, deve ser trilhado em unidade de grupo, ao contrrio de um caminhofilosfico ou religioso, para os quais so necessrios apenas estudo e confiana cega. Quantomaior for a diversidade dentro de um grupoharmonioso, mais facilmente ele conseguirenfrentar as diferentes situaes que aparecem. essa unidade que forma a base do caminhoespiritual de Aqurio. necessrio notar que

    j no ser possvel continuar apoiando-se emfilosofias que dividem e separam, causandointolerncia e dogmatismo.

    A linguagem da Escola e a maneira pela qualnos exprimimos no mundo deve refletir essafluidez, esse dinamismo e essa diversidade naunidade que os alunos experimentam no cami

    nho. Nesse sentido, a linguagem de sabedoriada Escola, fluida e leve, um instrumento precioso. A linguagem que utilizamos deve refletirnosso desenvolvimento interior. E com a palavra linguagem queremos significar tambm

    multimdia e mtodos modernos para transmitirnossa mensagem. No h palavra mais forteque um testemunho autntico. J no devemosfalar por parbolas, mas sim de forma tocante,sensvel, na linguagem atual.Podemos utilizar todos estes adjetivos paracaracterizar essa nova linguagem: clara, direta, exata, essencial, tocante, criativa. Comoa quantidade de informaes cresce cada vezmais no mundo, a ateno das pessoas se tornacada vez mais superficial. Por isso, a Escola

    precisa encontrar novos caminhos para quesua mensagem toque os buscadores. Quandoutilizamos expresses dif ceis ou especficas

    para explicar a senda a algum que antes nadahavia ouvido sobre isso, provvel que nosentendam mal. Porque essas expresses podemser relacionadas com outras, de outros gruposespirituais que no compartilham nossos obje

    tivos essenciais, ou que no nos compreendemde forma alguma. Jamais podemos esquecernos de que devemos ir ao encontro do mundoe da humanidade para dividir com eles nosso

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    Quanto maior for a diversidade dentro de um grupoharmonioso, mais facilmente ele conseguir enfrentar as

    diferentes situaes que aparecem

    grande tesouro. Esse tesouro no uma filoso

    fia, nossa luz interior, nossa compreensointerior. o fato de sermos chamados depequeno mundo e estarmos em condio derestabelecer a ligao com o mundo divino.Portanto, a linguagem da Escola no tem porobjetivo falar sobre coisas indeterminadas edistantes, mas sim dar uma perspectiva de umcaminho vivo; assim, o ouvinte poder sentirse mais prximo dessa perspectiva, porque odivino est dentro dele, mais prximo do que

    mos e ps. A mensagem somente verdadeira quando contm o Esprito de que falamos.Assim, poder evocar em quem a ouve o mesmo Esprito: a ligao com o divino que estdentro dele.Por isso, Aqurio conclama-nos a deixar de ladotodo e qualquer conhecimento baseado em conceitos fixos e ficar somente com o que importa:ser autntico e realmente manifestar o homemalma-esprito. Quando soubermos colocar esseconhecimento verdadeiro sob a luz da eternidade-em-ns, com certeza nos surpreenderemoscom a simplicidade dessa verificao.Essa luz interior tem o poder de estabelecer uma ligao real e il imitada com o nossotrabalho em prol do mundo e da humanidade.A luz eterna dinmica e sempre a mesma,inaltervel. Ela tem o poder inerente de criaruma humanidade totalmente nova. Essa luz

    extraordinria modifica nossa realidade a cadadia: os significados mais elevados e profundosde nossas experincias descortinam-se diantede nossa conscincia, impulsionando-nos para

    uma atitude de vida l ibertadora. Essa luz no

    chega at ns por encomenda. Mas podemossintonizar-nos com ela, voltar-nos para ela,acolh-la e deixar que ela seja a diretriz principal de nossa vida. Ento, ela nos permitirverificar, conscientemente, a profunda realidade interior. Assim, veremos que a realidade

    percebida por meio dos rgos sensoriais nopassa de uma sombra.

    Sobre isso, J. van Rijckenborgh escreveu o

    seguinte:Na Escola, fazemos distino entre a natureza da morte e natureza da vida. Essa diferenciao inevitvel devido nossa situaoatual e precisamos ensinar uns aos outroscomo podemos parar de olhar para o lado dofogo e voltar-nos para o lado da luz. Primeiro,

    precisamos dirigir-nos para a luz e deixar-nosdissolver por ela. Depois, com base nessa luz,transformar o fogo em luz, a servio do mundo e da humanidade.Em essncia, existe apenas umanatureza, umreino, e todos podem verificar isso. Em nossointerior, na qualidade de homem-alma, no

    possvel fazermos nenhuma separao. Mas, porrazes prticas, para discernir nosso caminho,

    para determinar claramente nosso objetivo,precisamos distingui-las e dizer: Estamos comos olhos voltados para a luz!

    Porm, assim que sejamos capazes de elevarnos at a luz, haver to-somente a maravilhosa misso de servir humanidade, com todas assuas consequncias!

    nenhuma separao interior 11

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    O S Q U A T R O E L E M E N T O S

    Terra, Gaia ou Htor a deusa-me: sempre frtil, produtiva, feminina e mais forte que a foramasculina, que nela penetra em busca de pedras preciosas, combustvel, leo em busca de seusegredo. Porm, a prpria terra se acha pura no cu puro, [] denominado ter por quantoscostumam discorrer sobre essas questes, cuja borra, precisamente, tudo aquilo que no parade depositar-se nas cavidades da terra, assim diz Plato no Fdon. A terra sustenta a vida, mas

    tambm o lugar onde o p volta ao p. Ela a me primitiva, que transforma a fora do sol e adisponibiliza para ns. Ela onisciente. Aprendamos com ela pacincia e estabilidade.

    T E R R A

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    FRAGMENTO DE DIRIO o livro do desassossegoOlho, como numa extenso ao sol que rompe nuvens, a minhavida passada; e noto, com um pasmo metafsico, como todos osmeus gestos mais certos, as minhas ideias mais claras, e os meus

    propsitos mais lgicos, no foram, afinal, mais que bebedeiranata, loucura natural, grande desconhecimento. Nem sequer representei. Representaram-me. Fui, no o actor, mas os gestos dele.[...] to difcil descrever o que se sente quando se sente que real-mente se existe, e que a alma uma entidade real, que no sei

    quais so as palavras humanas com que possa defini-lo. Nosei se estou com febre, como sinto, se deixei de ter a febre deser dormidor da vida. Sim, repito, sou como um viajante quede repente se encontre numa vila estranha sem saber como alichegou; e ocorrem-me esses casos dos que perdem a memria, eso outros durante muito tempo. Fui outro durante muito tempo

    desde a nascena e a conscincia , e acordo agora no meio daponte, debruado sobre o rio, e sabendo que existo mais firmemente do que fui at aqui. Mas a cidade -me incgnita, as ruasnovas, e o mal sem cura. Espero, pois, debruado sobre a ponte,

    que me passe a verdade, e eu me restabelea nulo e fictcio, inteligente e natural.

    Foi um momento, e j passou. J vejo os mveis que me cercam,os desenhos do papel velho das paredes, o sol pelas vidraas

    poeirentas. Vi a verdade um momento. Fui um momento, comconscincia, o que os grandes homens so com a vida. Recordolhes os actos e as palavras, e no sei se no foram tambm tentados vencedoramente pelo Demnio da Realidade. No saber desi viver. Saber mal de si pensar. Saber de si, de repente, comoneste momento lustral, ter subitamente a noo da mnada ntima, da palavra mgica da alma. Mas essa luz sbita cresta tudo,consume tudo. Deixa-nos nus at de ns.[...]

    Fernando Pessoa, O livro do desassossego, 21 de fevereiro de 1930

    o livro do desassossego 13

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    eu sou um heriA palestra transcrita abaixo foi proferida duas vezes na Livraria Pentagrama, em Haarlem,Holanda, por H.C. Moolenburgh, mdico, e atraiu um interesse impressionante. Nessa pales

    tra, o dr. Moolenburgh comenta o seu livro U kunt meer Dan U denkt(Voc pode mais do queimagina), que aborda tratamentos complementares para o cncer, aprofundando-se em numerosos aspectos que o buscador pode resumir como aspectos prticos da nova atitude devida. O dr. Moolenburgh restringe-se fundamentalmente sua especialidade, que a Medicina,mas tambm aponta as consequncias do modo de vida do homem atual. com satisfao quereproduzimos essa palestra na revista Pentagrama.

    Diante dos relatos contraditrios apresen

    tados na mdia e em publicaes especializadas, faz sentido fazermos a seguin

    te indagao: Podemos dizer que a ocorrnciade cncer aumentou? At recentemente as autoridades afirmavam que o aumento da incidncia de cncer era uma consequncia da longevidade da populao. Porm, em agosto de 2011,de acordo com dados publicados, de repente ficou demonstrado que atualmente est acontecendo uma exploso que, caso se tratasse de

    uma doena infecciosa, seria considerada umapandemia. No entanto, continua-se a dar destaque ao aumento da expectativa de vida e da idade da populao.Um dos lemas que adotei na vida, e que devo auma jornalista inglesa cujo nome desconheo, que nunca se pode dar crdito a alguma coisa at que ela seja negada oficialmente pelas autoridades. Isso se aplica totalmente afirmaode que o aumento da ocorrncia de cncer deve-se, em sua maior parte, ao envelhecimentoda populao. Fazendo uma retrospectiva dosmeus quase 60 anos de prtica mdica, posso dizer que essa afirmao no procede. Realmente:em 1950, quando trabalhei como coassistente(fase prtica do estudo de Medicina na Holanda)no setor de Medicina Interna do HospitalUniversitrio de Leiden, o cncer era uma doena que atingia principalmente as pessoas mais

    velhas. Em outras faixas etrias a ocorrnciaera menor, e o ndice de cncer de mama emmulheres (mais velhas) era de 1 em 35, hoje de 1 em 8-9. Se um paciente de 40 anos fosse

    acometido de cncer, dizia-se, em linguagem

    popular, que se tratava de um cncer jovem.Nos trs meses em que trabalhei como coassistente no setor de pediatria, vi uma nica criana com leucemia (era uma criana com sndrome de Down). Hoje a situao completamentediferente. A ocorrncia de cncer no s aumentou em termos absolutos e tornou-se at a causa n. 1 de morte em 2008, como tambm vematingindo cada vez mais as faixas etrias jovens.Agora, o cncer atinge as pessoas no auge da

    vida. E, no que diz respeito s crianas: meu terceiro filho trabalhou por 30 anos no mesmo se-tor de pediatria onde fui coassistente em Leidene, suspirando, me disse: L s tem leucemia.Na minha juventude, era muito raro ouvirmosfalar de algum com cncer. Hoje, com certeza, a maioria das pessoas tem um parente ou algum prximo que sofre dessa doena.

    DEFINIO Qual a definio de cncer deacordo com a Medicina oficial? O cncer basicamente uma clula alterada que no para dedividir-se. Tambm se fala bastante de predis

    posio gentica. Chegou-se ao ponto de indicar a amputao dos dois seios em mulheres jovens que apresentavam muitos casos de cncerde mama na famlia os mdicos acreditavamter encontrado o gene maligno. Que terapia

    preventiva extremamente radical!

    O tratamento totalmente direcionado s clulasalteradas e malignas no levou aos resultados esperados. No fundo, a Medicina oficial no sabeo que o cncer.

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    H.C. Moolenburgh

    Todas as fotos deste artigo so registros da horta do Centro de Conferncias de Renova. D. Letema

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    TERAPIA E RESULTADOS Ser que atualmentemuito mais pessoas so salvas, de acordo com oque sempre se divulga? A terapia do cncer foirealmente aperfeioada a esse ponto? Quando fizresidncia no Hospital Universitrio de Leiden,o tratamento consistia em operao e radiotera

    pia. Contra determinado tipo de cncer o linfoma de Hodgkin ou cncer das glndulas linfticas injetava-se nitrognio nas veias: essa foi a

    primeira forma de quimioterapia. Esse era o gsusado como antigo meio de combate na primeira guerra mundial! Os tumores diminuam um

    pouco, porm, depois, as veias pareciam grossoscordes escuros. Ainda hoje, em essncia, soestes os trs pilares mais significativos da tera

    pia convencional: bisturi, radiao e drogas venenosas. Hoje essas terapias esto muito mais refinadas e possvel controlar um tumor dessaforma. Mas ser que essas terapias obtm real-

    mente o resultado que reivindicam para si? Parareconhecer o resultado negativo, basta olharmos ao nosso redor. As estatsticas mostram quea quimioterapia, por exemplo (sem considerarmos algumas poucas excees como leucemia,cncer de testculo, linfomas de Hodgkin e noHodgkin), no traz nenhum tempo de vida adicional nos casos que geralmente constituem causa de morte, como cncer de pulmo, de intestino e outros semelhantes.A radioterapia d resultados em certos tipos decncer de pele e tambm pode ser eficiente nareduo da dor no caso de cncer nos ossos.Mas, em geral, no se pode falar de uma tera

    pia com ao curativa digna de nota. Tambmme pergunto se, com o tempo, uma radiotera

    pia preventiva de largo espectro aplicada apsuma cirurgia de mama tambm no tem consequncias negativas, principalmente porque vi

    muitos casos de metstase justamente na reade radiao. Mas, no que diz respeito a operaes, penso que um tumor deve ser removidosempre que possvel. Pela minha experincia, os

    bons resultados esto principalmente nas operaes eficazes.

    TRATAMENTOS COMPLEMENTARES DO CNCERAo lado da Medicina convencional para o cncer,tambm surgiu a Medicina complementar. Estano deve ser vista como uma futura substituiodos procedimentos oncolgicos, mas sim comoum complemento til. Sou a favor de um duplo

    procedimento. Existem referncias importantes deque esse mtodo, desde que bem empregado, au-menta as chances de cura. Infelizmente, essa terapia ainda no reconhecida pela Medicina convencional, sendo mesmo duramente combatida,

    principalmente por aqueles que se uniram contrao charlatanismo. Eles afastaram-se de seu objetivo original e combatem a ferro e fogo os mdicoscujos pensamentos sobre a Medicina diferem um

    pouco dos seus. Em minha opinio, o tratamento

    complementar tambm muito bom para agilizara terapia contra o cncer, que to rigidamenteregulamentada.

    UMA LACUNA NO PENSAMENTO Agora vouapontar uma grande falha na cincia mdica atual,segundo minha avaliao. Nas culturas anteriores nossa, os mdicos tambm eram sacerdotes oufilsofos. Para eles, o conhecimento da Medicinafazia parte de uma viso de mundo abrangente.Assim, para os antigos chineses, os doze meridianos do corpo, pelos quais flua a energia vital chi,faziam parte da ordem celeste. Qualquer perturbao nessa ordem causaria doenas. Assim, a acu

    puntura trazia equilbrio e cura durdoura.Os antigos hindus conheciam os sete chacras,centros de fora invisveis no corpo, centros deprana, a mesma energia vital que concilia esprito e corpo.

    Os antigos mdicos europeus conheciam ateoria dos quatro humores vitais acrescidos dovis medicatrix natur(energia medicinal da natureza), que tambm seria essa quinta fora

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    A vida no deriva de um processo qumico entre as molculas:na verdade, ela um fator absolutamente peculiar

    misteriosa portadora de vida. A Medicina oficial

    de nossos dias no a conhece.O grande mdico do sculo 16, Paracelso, tambm chamado pai da Qumica moderna, diziaque existem cinco tipos de Medicina:

    1. De natural (por meio do corpo). o enfoque puramente fsico, que geralmente atua demodo insuficiente para um restabelecimento prolongado. Essa a nossa Medicina imediatista, que eficiente em caso de uma fratu

    ra de perna, infeco aguda, na Odontologia,e assim por diante. Em doenas crnicas, elachega a uma minimizao do sofrimento, masno verdadeira cura.

    2. De veneni(por meio das drogas). o conhecimento das drogas, de substncias txicasque nos ameaam de fora (hoje principalmente por meio da poluio ambiental). Quandoessa situao no contraria grandes interessescomerciais, algum empreende alguma aocontra ela. Na realidade, a Medicina atualconsiste nos itens 1 e 2.

    3. De spirituale(por meio do esprito especfico ativo nas plantas). Com essa expresso,Paracelso designa a fora secreta invisvel queest oculta nas plantas. Mediante um preparocorreto, o espirito curador da planta pode ser

    liberado. o caso da Homeopatia.

    4. De astorum(por meio dos astros). No se trata de Astrologia. Na verdade, so doenas

    causadas pelo carter das pessoas. De acor

    do com Paracelso, o carter estruturado emconformidade com as linhas dos astros celestes. s vezes a nossa Psicologia assemelhase a essa abordagem. Quanto ao tratamentodo cncer, deve-se pensar sobretudo na tera

    pia do psiclogo americano Lawrence Leshan,cujo livro O cncer como ponto de mutaoj foitraduzido para o portugus.

    5. De dei(por meio de Deus). So doenas que

    Deus consente que cheguem at ns para delas tirarmos alguma lio. Nesses casos, ns,mdicos, somente podemos ajudar realizandoo acompanhamento dos pacientes com com

    paixo. , por exemplo, a assistncia a crianas deficientes, a idosos em estado de demncia, ou a pessoas com uma doena contra aqual nada podemos fazer. Esse tipo de assistncia bem organizado na Holanda.

    Todos j devem ter percebido que falta nossaMedicina uma viso de conjunto. Na realidade,nossa cincia mdica, em grande parte, consisteem uma cincia descritiva: resume-se no registrode nossa percepo sensorial com a ajuda de aparelhos. Infelizmente, s vezes, nossos sentidos nosenganam ou nos bloqueiam justamente quandodeveramos pensar mais a respeito do assunto.

    DESCRIO DAS TERAPIAS COMPLEMENTARESCONTRA O CNCER Esta longa introduo foinecessria para esclarecer o que inclui exatamente a terapia complementar do cncer. Ela

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    Uma margarida pode algo que ns homens no podemos:ela consegue transformar calcrio no potssio, um rico nutriente

    tem trs pilares: o fsico, o psquico e o espiri

    tual. Tratarei principalmente do primeiro, sobreo qual falarei com mais profundidade.

    I A TERAPIA FSICA

    Esta tambm se divide em trs reas:

    A. A ELIMINAO DO TUMOREste propriamente o terreno da Medicina convencional: bisturi, radiao e drogas (e um pou

    co de terapia hormonal). Se, dessa forma, o cncer desaparecer, timo! Pode-se operar ainda?Sempre! Porm talvez vocs, com seu saudvelsenso comum, j tenham descoberto, melhor doque o especialista consagrado, que quando tentamos eliminar uma doena que vem de dentro

    por meio de operao, radiao ou drogas, estamos apenas nos enganando a respeito da existncia de algo que est l. Por essa razo, o cncertem forte tendncia a reaparecer. Tambm a terapia complementar conhece mtodos de tratamento de tumores. Um deles, e certamente umdos mais bem sucedidos, conhecido h maisde cem anos: a terapia das enzimas pancreticas do professor Beard, elaborada pelo odontlogo dr. Kelley e aperfeioada pelo dr. Gonzales,mdico em Nova York. Essa terapia, que no intoxica nem mutila, literalmente faz os tumoresse desmancharem, alm de, muitas vezes, tam

    bm trazer resultados prolongados. No inciodos anos 1920, o professor Beard foi ridicularizado, e Kelley foi ignorado com um dar de ombros. Gonzales foi perseguido sem piedade por

    mais de quinze anos pela corporao mdica.

    Mesmo assim, esse mtodo agora j vence lentamente essa resistncia, pois seus resultados somuito notrios. Desse modo, a desintegrao segura de tumores brevemente ser possvel.

    B. A ORIGEM DO TUMOREmbora o cncer no surja do nada, a Medicinaconvencional sabe muito pouco a esse respeito. Imaginem que vocs possuem um campocheio de margaridas. Isso significa que o terreno

    rico em calcrio, pois uma margarida pode fazer algo que ns homens no podemos: ela con-segue transformar calcrio em potssio, um riconutriente, como descobriu o professor Kervran.Portanto, podemos concluir que o terreno des-se campo prprio para margaridas. Nosso cor

    po tambm tem um terreno e, quando ele bom e saudvel, a sade floresce. Por outro lado,quando est poludo ou lhe faltam nutrientes,acontece a doena. Ora, o cncer surge com facilidade quando o tecido celular cido, quando o corpo est com muita eletricidade positiva (deficincia de eltrons) e poludo. Portanto,no acreditem que tudo tem a ver com os genes! Esse tipo de pensamento fatalista: nossosgenes no atuam em um cenrio de decadncia!Na verdade, eles mais se parecem com o teclado de um piano onde podemos tocar nossa pr

    pria melodia, e ento vocs podem, na maioria

    das vezes, evitar a melodia do cncer. No se esqueam de que esto equipados com um sistemaimunolgico fantstico que, 24 horas por dia,extermina 100.000 clulas cancerosas, e, assim,

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    elas no conseguem crescer. Porm, o modocomo esse sistema imunolgico trabalha depende do terreno do corpo.Agora importante saber que uma clula cancerosa uma clula em asfixia. Como h algo errado, a clula j no recebe oxignio e comea afermentar. Alm disso, ela divide-se rapidamente, talvez para dar mais chance s suas descendentes. Mas, quando suas descendentes tambm

    esto doentes e quase se asfixiam, dividem-serapidamente do mesmo modo. Assim, comose as clulas cancerosas corressem da morte em

    pnico, multiplicando-se cada vez mais rpido!Essa situao precisa ser resolvida. Isso somente possvel pela insuflao de vida, como afirmouo velho Moerman, pois, quando a vida retorna,a clula pode respirar livremente outra vez, e interrompe essa proliferao. Mas de onde podemos obter a vida, esse quinto elemento?

    Uma regra geral : Somente a vida pode dar vida!

    Onde encontrar esse admirvel quinto fator, aquintessncia, tambm chamada de chi,prana, vismedicatrix nature, no sculo 20, denominada orgniopor Wilhelm Reich? Ela chega at ns vinda do sol, na forma de pequenos pacotes de luzchamados ftons, que so os portadores visveisda vida invisvel.

    O que fazem os ftons? Vou indicar duas de suaspropriedades:a. Eles fornecem estrutura. Eles fornecem ao cor

    po a informao para que as formas estejam emconcordncia com o plano geneticamente estabelecido, com base no ponto de vista funcional e harmnico. Como as clulas se comunicam entre si diretamente com o auxlio dos

    ftons, e estes tm uma velocidade de 300.000km/s, o corpo um todo coeso. Cada clulaest exatamente no seu lugar. Portanto, os ftons tambm so portadores de informao.

    b. Eles fornecem energia e vitalidade resumindo, eles adicionam vida matria. A vida noderiva de um processo qumico entre as molculas: na verdade, ela um fator absolutamente peculiar.

    DE ONDE TIRAMOS A VIDA?Diretamente da luz do dia que incide nos olhos(desde que no haja culos entre eles e a luz).

    Alm disso, ela vem das plantas cruas, saudveise frescas!Nas folhas verdes das plantas (bem menos naquelas que so tratadas com adubos artificiais e

    pesticidas) a luz do sol capturada por meio daclorofila. a partir da, com dixido de carbo-no (CO

    2) e gua, que a planta produz acar.

    Depois, com o auxlio de minerais do solo, esseacar, esse alimento bsico, transformado emcarbo-hidratos, gorduras, protenas, vitaminas

    etc. Portanto ns, homens (assim como os animais), somos comedores de luz!

    Quem tomou essa fotossntese como ponto departida para suas regras de alimentao foi o famoso mdico suo Bircher Benner, terapeuta natural. Ainda sem ter conhecimento da existncia dos ftons, ele afirmou que o alimentoque contm o mximo de luz o mais saudvel. Ele dividia os alimentos em quatro categorias, em ordem decrescente de energia luminosa:1. Todas as partes das plantas cruas frescas (na

    quela poca o cultivo artificial ainda era raro)so o alimento bsico para o homem, ou seja:cereais, verduras, razes, frutas, nozes, azeitede oliva obtido naturalmente etc.

    2. a. Partes de plantas cozidas, refogadas ou fritas. Portanto, po, legumes cozidos e frutas

    aquecidas. Nesse caso, a energia luminosa jse reduz um pouco.b. Quando o alimento vegetal ingerido

    por um animal, o tecido desse animal recai

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    Quando uma pessoa se alimenta de acordo com essas regrase ainda se movimenta suficientemente ao ar livre, luz, vida eoxignio fluem para o seu interior. Assim, o resultado timapreveno contra o cncer

    na categoria 2. Portanto, leite cru, bife cru,

    arenque cru. O leite cru, fresco, ainda contm muita energia luminosa e isso pode serdemonstrado por fotos Kirlian. Infelizmente

    pasteurizamos todo o leite: assim, ele passa apertencer categoria 3. Mas, se adicionarmosa ele bactrias vivas, como por exemplo, noiogurte, podemos traz-lo de volta categoria2. Um ovo cru pertence categoria 2.

    3. Quando fritamos a carne bovina ou o peixe

    (estou falando da maior parte dos peixes herbvoros) ou quando cozinhamos um ovo, essesalimentos perdem muita energia luminosa. Osgneros alimentcios de categoria 2 so bons;

    j os da 3 devem ser ingeridos moderadamente e no todos os dias.

    4. O animal herbvoro pode ser devorado por umpredador. Ento, esse predador traz em si tecidos da categoria 3. Na natureza, os lees, porexemplo, devoram primeiro os intestinos desuas presas: que ali ainda se encontra bastante energia luminosa das plantas que foram parcialmente digeridas. Mas quem come feras carnvoras? Por que elas so um grupo isolado? Amaioria do nosso povo constituda de comedores de predadores carnvoros: lembrem-seque o porco, que onvoro e devora de tudo,

    pertence categoria 3 com relao a seu teci

    do. Mas como sua carne frita, chega-se, assim, categoria 4, na qual quase j no existeenergia luminosa. No judasmo e no islamismoa carne de porco proibida.

    5. De acordo com Bircher Benner, surgiu mais

    uma categoria com o acar refinado, o pobranco, gorduras saturadas como margarina, leite em p, corantes e aromatizantes artificiais. Todos esses so meros aditivos e noalimentos. So at ladres de luz e devem serevitados!

    Ao lado dos alimentos portadores de luz existembons complementos com bastante luz, como vitaminas naturais ( estranho, mas mesmo quando

    consta biolgico na embalagem muitas vitaminas so, em sua maior parte, de produo sinttica, como a vitamina B1, feita de alcatro de hulha), e tambm o tomilho, poderoso portador deluz. por isso que, nos dias mais escuros do inverno, o xarope de tomilho auxilia tanto nos casos de resfriado. Babosa, ginseng e alho tambmso grandes portadores de luz. Quando uma pessoa se alimenta de acordo com essas regras e ainda se movimenta suficientemente ao ar livre, luz,vida e oxignio fluem para o seu interior. Assim,o resultado tima preveno contra o cncer.

    C. DEPURAOO terceiro pilar da Medicina complementar

    para o cncer a depurao ou purificao. AMedicina convencional contra o cncer nadasabe a respeito disso. Depois de 60 anos de reflexo sobre esse tema, cheguei, por fim, con

    cluso de que o conceito cncer pode ser condensado como o estgio terminal de intoxicaonos trs planos da estrutura humana. Eis algunsexemplos de intoxicao fsica:

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    Com os programas de vacinao em massa trouxemos realmenteo cavalo de Troia para dentro de nossa vida

    1. Na Holanda, na sexta semana aps o nasci

    mento, comeamos a ministrar a nossos bebs uma grande quantidade de vacinas. Desdeque, no dia 1 de outubro de 2011, a hepatiteB foi oficialmente includa no programa de vacinao, inocula-se em cada lactente, aps seissemanas de vida, micrbios domesticadosde seis doenas diferentes. As ampolas contm ainda elementos nocivos realmente muito nocivos. Em torno do 15 ms de vida, cadacriana j recebeu cerca de 32 pores desses

    venenos; e isso acontece quando o crebro e osistema imunolgico ainda no esto suficientemente maduros! O neurocirurgio americanodr. Russel Blaylock descobriu que nosso sistema imunolgico no est em condio de lidar com o coquetel de doenas infecciosas queessas vacinas contm. Ele reage com a produo de excitocinas que provocam inflamaocrnica, principalmente no crebro, e cada coquetel que vier a seguir provocar uma escalada desse processo. Desse modo, as vacinas notreinam, de modo algum, as assim chamadasneurglias (clulas do tecido nervoso) do sistema imunolgico, mas, na verdade, impem aelas uma brecha permanente! Mais tarde, as inflamaes cerebrais subclnicas (no identificadas do exterior) podem exteriorizar-se emuma verdadeira tempestade de perturbaescomportamentais como as TDAH (Transtorno

    do Dficit de Ateno com Hiperatividade)que, desde as vacinaes em massa, aumentou de modo explosivo, e o autismo (que, de1992 a 2008, subiu de 1:100.000 para 1:125 e

    continua aumentando). Aps a segunda vaci

    nao, principalmente, percebemos tambmmuitas inflamaes corporais crnicas, comomolstias do nariz, da garganta e dos ouvidos, alm de muitas doenas alrgicas. A vacina no a causa direta delas, mas lana abase. Com nossos programas de vacinao emmassa trouxemos realmente o cavalo de Troia

    para dentro de nossa vida.

    2. Na agricultura, so empregados pesticidas

    massivamente. Um dos exemplos mais recentes o imidacloprid, que est causando danos ao sistema nervoso central no apenasdos seres humanos, mas tambm no das abelhas, que, por isso, j no conseguem encontrar o caminho de volta para suas colmeias.

    por isso que populaes inteiras de abelhas esto desaparecendo em grande escala sem deixar vestgios.

    3. Na Holanda, o flor misturado apenas napasta dental, mas em dosagens fixas. Crianaspequenas engolem 35% dele. De acordo comDean Burk e John Yiamouyiannes, nos estados americanos nos quais a gua potvel fluoretada, apesar das inmeras comprovaesde danos sade, h um crescimento de 10%na mortalidade por cncer.

    4. Metais pesados como alumnio, mercrio,chumbo. Os dois primeiros so adicionados aalgumas vacinas e, mesmo em quantidades bem

    pequenas por ampola, so muito prejudiciais.

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    5. Plstico. Ficou comprovado que o plstico no

    neutro. Ele libera o nonilfenol, que age comohormnio feminino. Ele prejudica, entre ou-tras coisas, a capacidade de procriao masculi-na! A poluio que o plstico provoca em nos-sos oceanos gigantesca. Por meio da cadeiaalimentar, toda essa poluio chega aos nossos

    pratos e, assim, podem provocar tumores rela-cionados aos hormnios.

    6. O enorme aumento da radiao gerada pelas

    torres de GSM, e UMTS. As torres de GSM(Sistema Global para Comunicaes Mveis)

    portanto para celulares e de UMTS(Sistema de Telecomunicaes MveisUniversal) isto , para Internet mvel

    so causadoras de cncer, por mais queesse fato ainda seja fortemente contestado.Tambm ocorrem muitos gliomas (tumoresbenignos no crebro) em pessoas que tele-fonam frequentemente com o uso de equi-

    pamentos GSM e DECT (TelecomunicaesSem Fios Digitais Melhoradas) telefonessem fio, por exemplo.Mesmo sendo benig-nos, os gliomas so perigosos devido sualocalizao.

    7. O inquietante aumento dos detritos radia-tivos que provocam cncer. O acidente nu-clear no Japo foi 60 vezes mais grave do

    que o de Chernobyl e esta catstrofe jhavia prejudicado toda a Europa. A radia-o vinda do Japo ainda no foi medidasuficientemente.

    O que estamos desvelando aqui apenas a pon-ta de um iceberg txico. por essa razo que

    prescrevemos tratamentos de desintoxicao

    de grande amplitude para pacientes com cn-cer. Primeiro, porque todo adulto jovem jtem 1 kg de matria txica acumulada no cor-

    po. Segundo, porque a destruio do tumor li-bera muita matria txica acumulada nas clu-las tumorosas, e essa matria atinge o sangue. Adra. Catherine Kousmine pressupe at que ostumores so pequenas fbricas de processamen-to de venenos. Quanto mais veneno, mais cn-cer! Portanto, falamos resumidamente sobre a

    parte fsica. Mas ela diz respeito apenas ao cor-po! O verdadeiro homem, que somos ns mes-mos, invisvel. Ele consiste em alma e esprito.No inclu-los na terapia demonstrao de ne-gligncia. Vamos, ento, refletir sobre isso: nos-so corpo visvel a expresso da verdadeira per-sonalidade invisvel. Este um campo imenso!Vamos apresentar uma sntese.

    II TERAPIA DA ALMA

    Notamos nossa alma atravs das emoes e demuitas outras formas. Existem em ns emoes

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    construtivas, como amor, amizade, vivacidade,alegria, serenidade. Mas, em relao ao problema do cncer, preciso falar sobre as emoesnegativas como: dio, clera, cime, humilhao, ressentimento, e tambm medo, contrariedade prolongada, desesperana e sensao deinutilidade e improdutividade. Essas emoesnegativas so saqueadoras de luz da alma. Elas aobscurecem, e isso tem efeito direto sobre nos-

    so sistema imunolgico. Assim, elas retardam aao dos glbulos brancos do sangue que, des-se modo, mal conseguem detectar e combater asclulas cancerosas. Trata-se de emoes negativas longamente cultivadas, to perigosas quanto fumar um pacote de cigarros por dia. im

    portante detect-las e isso no simples, poisprincipalmente os pacientes com cncer somestres em ocultar dos outros e de si prpriosas emoes negativas. Em geral, so justamente

    pessoas amorosas, que querem contentar a todos.

    Por isso, reprimem com firmeza as prpriasemoes negativas. Assim, no demonstram oque lhes acontece no interior. Leshan, o escritorque acabei de citar, diz que elas passam a vidainteira seguindo a msica dos outros e no conseguem cantar a prpria melodia interior. Eleconta muitas histrias de pacientes com cncerque, mesmo desenganados, curaram-se quandoreencontraram a prpria melodia e tiveram a co

    ragem de express-la de novo. Nessa poca quej no d alma seu direito e seu espao, pocaque podemos chamar, com razo de desanimada ou sem alma, especialmente importantedar ao paciente com cncer a oportunidade decontar a histria de sua vida. Essa questo nunca colocada na prtica da Oncologia. Por isso, comovente assistir como os pacientes ficam felizes e surpresos quando dedicamos tempo paradescobrir quem eles realmente so.

    III TERAPIA DO ESPRITO

    O campo espiritual imenso: um universo emsi mesmo. Mas, uma vez mais, sou obrigado arestringir-me a um pequeno resumo.Assim como as emoes negativas intoxicam aalma, os pensamentos equivocados e as informaes falsas intoxicam o campo do esprito,que a conscincia. A esse respeito mencionareiaqui um bestseller absoluto de 2011 na Europa:o livro Sie sind Ihr Gehirn(Voc seu crebro).Rapidamente foram vendidos 100.000 exemplares e isso de um livro sobre o crebro! bem escrito, com suspense e pitadas de humor. Porm,qual a mensagem que o autor, Dick Schwab, divulga atravs de todo o livro?- O esprito um detrito do crebro do mesmomodo como a urina uma secreo dos rins.

    - O livre-arbtrio no existe: uma iluso.- Por esse motivo, a pessoa no responsvelpor seus atos.- A vida no tem sentido. O nico sentido da

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    Uma das grandes tarefas nossa frente fazer com queo esprito desperte do coma profundo em que entrou

    vida fazer que um smen consiga chegar at

    um vulo.Na minha opinio, isso desinformao absoluta! a viso de mundo materialista, niilista, quemantm presos, como numa camisa-de-fora, osnossos detentores do poder e grande parte domundo. Hitler e Stlin tambm tinham essa concepo da vida. Foi essa concepo materialistaque levou cerca de 100 milhes de pessoas morte, pois Hitler usou-a como motivo (o direito domais forte) para exterminar os judeus, e Stlin,

    para eliminar a pequena-burguesia. No minhainteno comparar o autor citado h pouco comesses assassinos em massa. Pretendo apenas mostrar aonde um pensamento desumano pode levarmesmo quando os que formularam esse tipo de

    pensamento nem sequer previam isso.Esse modo de pensar, que praticamente dominante, ensinado a nossos jovens j des-de a escola fundamental. A consequncia umaepidemia de sentimentos de desesperana e desamparo entre os jovens. A depresso, que j semanifesta em crianas bem pequenas, chamada pelo psiclogo Coleman de a grande doena espiritual do sculo 21. Segundo Leshan,o desamparo e a desesperana so as duas palavras-chaves para descrever o estado de esprito dos pacientes com cncer. E o cirurgioBernie Siegel descobriu algo que j era sabidona Antiguidade: esse estado de esprito j exis

    te profundamente oculto na pessoa muito tempoantes de o cncer irromper.Se negarmos obstinadamente a existncia do homem metafsico, aquele que realmente somos,

    resta apenas o corpo. Ento, ele cai em si no

    verdadeiro sentido das palavras, e a a matriacomea a proliferar, do mesmo modo que a natureza quando, no outono, ela morre e fica cheiade fungos. preciso fazer algo contra isso, poisa matria impetuosa, mas no tem existncia

    prpria. Ela apenas expe luz do dia o grandeproblema existente por detrs da doena, mostrando nossos erros fundamentais. Em minhaopinio, uma das formas de preveno do cncermais importantes consiste em ensinar aos jovens,

    desde pequenos, que a vida tem sim um sentido,e que o Criador fez a vida com muito amor ecuidado. Por essa razo, uma das funes do tratamento complementar do cncer buscar como paciente o sentido da vida.Uma das grandes tarefas nossa frente fazercom que o esprito desperte do coma profundoem que entrou. Pais e avs tm a imensa tarefade atacar o esprito da poca e dar novamente aseus amados filhos e netos po espiritual ao invs de pedras. Para isso, obviamente, cada umdeve educar a si mesmo o que demanda muita coragem, pois quando nos voltamos contra oesprito dominante na poca, ele se vinga! Maso bom que ns mesmos podemos criar coragem. Por essa razo dou a esta palestra, comolema para este conflito espiritual, as palavrasdo Profeta Joel, do Velho Testamento, de 2.700anos atrs, que tambm foi uma poca de gran

    de carncia espiritual:Forjai de vossas relhas espadas, e de vossas podadeiras lanas. Que o fraco diga: Eu sou um heri!(Joel 4:10)

    eu sou um heri 25

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    msica e espiritualidadeSe extinguisses o som e o sentido, o que ouvirias ento? Essa pergunta foi feita por umgrande mestre zen no sculo 11. Desde ento, ela continuou sendo feita durante sculos

    nos mosteiros zen do Japo. A resposta pode exigir uma vida inteira, ou at mais.O som e o significado da msica so o tema deste artigo, dentro do contexto de umpossvel caminho de desenvolvimento espiritual.

    MSICA COMO REFLEXO DO

    MACRO E DO MICROCOSMOAntes de criarmos msica com a voz

    ou instrumentos, fomos criados pelo som. pelo som que a imagem do macrocosmo sereflete no microcosmo. A respeito do macrocosmo, j no sculo 17, Kepler percebeu queos planetas no se moviam em rbitas circulares, mas em rbitas elpticas. De todas as infinitas possibilidades, os planetas seguem precisamente rbitas elpticas que correspondem

    ordem dos harmnicos superiores na msica.Elas correspondem, por assim dizer, mesmasequncia de harmnicos superiores. A srieharmnica1 a escala mais natural que existe.

    O timbre de um instrumento determinadopela quantidade maior ou menor de harmnicos que soam ao mesmo tempo com um somfundamental. Quando escutamos uma notamusical de um instrumento, ouvimos sempreum som fundamental e uma srie especficade harmnicos. medida que a srie harmnica avana, mais dissonantes os harmnicosse tornam em relao ao som fundamental.No comeo da srie, encontram-se as relaes mais harmoniosas entre as notas: comoa oitava (relao de frequncias de 1:2), aquinta (2:3) e a quarta (3:4). Mas, no final dasrie, notam-se relaes sonoras menos har

    moniosas: a segunda (7:8), a stima (12:23) e

    1 Para os leitores leigos em msica, aconselhamos umapesquisa na Wikipedia ou outra enciclopdia.

    o trtono (12:17), que um intervalo consti

    tudo por trs tons completos.Os intervalos tambm podem ser expressosem nmeros. Eles correspondem s relaesque encontramos na natureza e no cosmo.Portanto, as relaes acsticas tm um cartercsmico. Todos os movimentos do cosmo emitem um som, por mais baixo que seja. Esses

    princpios de organizao aplicam-se tanto aomacrocosmo e ao microcosmo quanto msica. O conhecido princpio da razo urea

    (0,618), na natureza e na arquitetura, corresponde, por exemplo, na msica, ao intervalode sexta (entre 12:19=0,63 e 12:20=0,60).Todas as formas orgnicas, e tambm os cristais, so constitudas de tal maneira que suas

    propores correspondem s relaes numricasentre os intervalos harmoniosos na msica, asquais podem ser expressas por nmeros inteirosnaturais, tal como Pitgoras e Plato j haviamverificado. Uma pesquisa especfica revelou quese podem distinguir mais de mil notas diferentes entre o som audvel mais grave e o maisagudo. Na msica apenas se usa uma pequena parcela delas. Um piano comum tem, porexemplo, apenas oitenta e oito teclas. As notasusadas esto relacionadas s leis da naturezae do cosmo anteriormente descritas. Mesmoquando as notas se desviam levemente dessasleis, so afinadas (puras) e justas.

    No piano no possvel produzir notas correspondentes a um quarto de tom, porque noh teclas para isso. Em instrumentos em que

    podemos produzir frequncias livremente,

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    incluindo a a voz humana, pode-se emprincpio fazer isso. Tambm as escalas noOriente, com 22 notas, tm uma estrutura daqual fazem parte quartos de tom.As notas dentro da oitava no so afinadas demaneira pura. A tenso das cordas do piano ajustada de maneira que as notas possam serouvidas bem afinadas. A relao de frequncias entre cada semitom a mesma o quese desvia da afinao matemtica pura, que

    corresponde a nmeros inteiros. Justamente poradotar-se uma distncia igual em frequnciaentre os semitons o temperamento igual que foi possvel modular ou alternar entre os

    diferentes tipos de tonalidades e, dessa maneira,criar a msica ocidental nos ltimos sculos!O que costumamos chamar de msica comparvel a um aspecto da harmonia e daenergia do universo que est ativo em tudo etodos e a origem da natureza.A histria da msica traduz-se na descobertade novas harmonias. No princpio da msicahumana, somente se consideravam belas asmelodias monofnicas (apenas uma voz).

    No perodo grego, foi descoberta a primeiraoitava. Este foi o primeiro passo na direode tocar duas notas simultaneamente. Depoisse segue a descoberta da quinta (relao de

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    A partir de 1300, a tera, o intervalo do diabo,entrou nas composies musicais!

    frequncias 2:3) e a quarta (3:4). Na Idade

    Mdia, considerava-se ainda a tera (4:5)como o intervalo do diabo, mas, a partir de1300, ela entrou nas composies musicais.Ao longo do sculo 15, a escala maior (correspondente a d, r, mi, f, sol, l, si, d)conquistou o seu lugar. Durante os sculossubsequentes, vemos um aumento do uso deduas ou mais notas que anteriormente eramconsideradas dissonantes. No sculo 19, eramsomente consideradas como dissonantes a

    segunda (12:13), a stima (12:23) e o trtono(12:17), apesar de Bach e Mozart j os usaremcomo elementos de tenso em passagens paraacordes harmnicos. Atualmente, nossa audio aceita como independentes essas relaesde frequncias de suspense. As conhecidasdoze notas da oitava e seus intervalos foramintegrados gradualmente na msica pelo serhumano, que assim se ligou cada vez commais intensidade s leis do mundo. Por consequncia, ele acrescenta aos intervalos maisharmoniosos intervalos que, a princpio, soamcada vez mais dissonantes. No sculo vinte,esse desenvolvimento desaguou na reproduo deglissandos(passagens contnuas e suavesde uma nota para outra) e no uso de rudose barulhos nas composies musicais o queindica a chegada do final de uma fase.

    MSICA E EMOO Atualmente, podemosouvir e tocar diferentes espcies de msica. Qual a base de nossa escolha? Qual a base, por exemplo, dos blues?A expresso

    No white man can play the blues, refere-se aos

    escravos no passado, que tinham de trabalharnas piores condies nos campos de algodo.Eles exprimiam sua experincia de vida e oexlio da ptria por meio dessa msica. Hojeconhecemos msicos que no tm de vivercomo escravos, tendo at mesmo uma boasituao financeira, e que, no entanto, conseguem tocar bluesde maneira convincente. Aconscincia de vida que aqui exprimida serelaciona eventualmente com sofrimento, com

    frustrao e um vago desejo que no pode serapaziguado pelas atuais condies de vida. A

    palavra bluesrefere-se a um estado de esprito melanclico. Esse sofrimento pode provirde uma insatisfao com este mundo, mas amelancolia pode tambm ser um desejo deamor, de ligao com um estado ideal. Tantono bluescomo na msicapop, trata-se de umamor no realizado ou inatingvel. Em muitoscasos, a msica reflete a conscincia de vidade determinado perodo. Jovens para os quaisa vida no tm sentido e so obrigados a crescer num mundo orientado para o materialismoe a intelectualidade criam msica que exprimeessa experincia de vida. Nesse contexto, podemos falar de um estado de conscincia que convertido em ritmo e som.O ouvinte acha a msica bonita se seu estadode conscincia e sua experincia de vida cor

    respondem ao do compositor e ao do msico, tal como uma corda que est afinada emdeterminada nota entra em ressonncia quando outro instrumento prximo toca a mesma

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    nota. A msica considerada bela na proporo em que houver ressonncia entre compositores, msicos e ouvintes. Essa ressonncia

    pode ser no nvel deste mundo, mas tambmno nvel da alma. A msica pode expressarsentimentos como tristeza, alegria, agresso edesejo, que podem ser refletidos no ouvinte.A forte influncia da msica reside em seus as

    pectos mais imater iais. E muitos casos no so

    as notas em si que determinam o efeito, mas arelao entre elas.

    O POSSVEL SIGNIFICADO DA MSICA NASENDA ESPIRITUAL Em que ponto de nos-so desenvolvimento nos encontramos comocompositor, msico ou ouvinte?Um belo poema de Eichendorff diz-nos oseguinte:

    Dorme uma canoEm todas as coisas,Que sonham e sonham.E o mundo somente a entoaQuando encontras a frmula mgica.

    No possvel captar na ntegra a melodia, acano da terra sagrada, sem a frmula mgica, que o som nico.

    Estamos em um ponto onde j no se trata dereproduzir as leis do universo ou nossos sentimentos, mas de ligar-nos a esse som, foraoriginal, unificar-nos com ela e deix-la soarno mundo por nosso intermdio. Se extinguisseso som e o sentido, o que ouvirias ento?Se nossosentido auditivo no estiver ativo nem houversom, ento o som divino poder soar em nse fazer todo o microcosmo vibrar. Ouvimos

    a Voz do Silncio e nos transformamos nela.No entanto, Catharose de Petri, em seu livroCartas, captulo 42, citando Plato, diz: otreinamento musical um instrumento mais

    poderoso do que qualquer outro, porque ritmoe harmonia chegam aos recnditos da alma,onde se fixam poderosamente. A tarefa doscompositores e msicos , em sentido espiritual, esvaziarem-se a si mesmos para poderemassimilar as vibraes divinas e possibilitar aressonncia destas em seu prprio sistema. Porconseguinte, o ouvinte que pode ressonar con-segue conectar-se com essa energia.

    Se os seres humanos que se encontram na senda, orientados espiritualmente com base numasintonia interior, cantarem em unssono, elecriaro, mediante a msica, o som e o significado das palavras, uma vibrao que trespassao campo vibratrio da terra. Uma vibraoanloga j presente no universo ir ressonarcom essa vibrao especial. O som que emanado microcosmo fortalece a vibrao semelhante no universo presente nos seres humanos e,

    dessa maneira, fortalece a vibrao no prpriomicrocosmo. A msica um fenmeno com

    plexo com muitos aspectos diferentes. Comoreflexo das leis csmicas bsicas, ela pode des

    pertar e exprimir diferentes emoes em ns.O desejo de reunificao com o campo de vidadivino pode exprimir-se na msica, cujo efeitoreflete-se sobretudo no plano da alma, mas, noentanto, dependendo do estilo, tambm outrasreas podem ser influenciadas.O nvel de conscincia e a inteno comque ouvimos ou tocamos msica tm carterdecisivo

    Bibliografia:

    Berendt, J.-E. Nada Brahma: Die Welt ist Klang(Nada Brahma: o

    mundo som). Frankfurt: Rowohlt, 1983.

    Berendt, J.-E. Nada Brahma: De wereld is geluid, een speurtocht

    door muziek, wording en bewustzijn(Nada Brahma:o mundo som:

    uma incurso em msica, vir-a-ser e conscincia), Haia: East West

    Publications, 1988.

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    O S Q U A T R O E L E M E N T O S

    Durante bilhes de anos, gua e terra interagiram at que a vida se tornasse possvel. Vidaunicelular, mnima, sem fixar-se em um local preciso, sempre em movimento: comeo da existncia.

    Mistrio profundo: numa concentrao crescente, uma densificao desprovida de conscinciade repente veio a ser! Pela atividade do fogo, da chuva e do vento surgiu ou os elementos

    aprenderam um conceito rudimentar de ser

    g u a

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    FRAGMENTO DE DIRIO acontecimentos marcantesOutra histria no h seno a da alma, nem outra paz,seno a da alma.

    Revestido deste ego criado pelo juzo dos indiferentes,por condecoraes sem sentido, por desempenhos como protocolo necessrio amarrado na camisa-de-fora docotidiano. Na escarpa do pico ensolarado surgem na luz, coma luz, da luz: o um e a vida no um aceitos, invencveis,livres.

    O caminho fora de mim obstculo;e o que leva para dentro de mim, realizao.

    Dag Hammerskjld, Acontecimentos marcantes, 28 de abril de 1957

    No s nem leo nem ar, apenas um ponto incandescente, ofoco onde a luz pode nascer. Nada mais s que uma lente pelaqual passa o feixe de luz. Somente assim consegues absorver,obter e irradiar a luz.

    Quando buscas a ti mesmo, porque teu direito, impedeso encontro do leo e do ar na chama e tiras a transparnciada lente.

    Santificao ser a luz ou estar na luz, aniquilar-se paraque a luz possa nascer, aniquilar-se para poder concentr-lae irradi-la. Conhecers a vida e sers reconhecido pela vidasegundo a medida de tua transparncia, ou seja, pela capacidade de desaparecer como fim para ser apenas meio.

    Dag Hammerskjld, Acontecimentos marcantes, 28 de julho de 1957

    acontecimentos marcantes 31

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    o milagre do desapegoJOO SORTUDO

    Os irmos Grimm escreveram uma histria sobre Joo Sortudo, que recebeu uma enormepedra de ouro como pagamento pelo perodo de aprendizado com seu mestre. E assim elevolta para casa com aquela pedra reluzente do tamanho de sua cabea. No caminho, eletroca a pedra por um cavalo, o cavalo por uma vaca, a vaca por um porco, o porco porum ganso. Por fim, troca o ganso por uma pedra de amolar. Mas logo a pedra cai em umafonte e ele acaba sentindo a maior felicidade!

    Esse conto muito conhecido, mas quem

    entende a profunda verdade por detrsdessa histria? a verdade do Tao: a

    sabedoria do milagre do desapego, expressa aqui por inmeras metforas.

    Joo Sortudo aparentemente um boboou um louco pode ser visto como um serhumano que dedicou a vida a uma grandetarefa: a de transformar-se em um novohomem. O que significa ser um novohomem? E como possvel imaginar o

    caminho para chegar a esse objetivo? Quemrecebe uma pedra de ouro do tamanhoda prpria cabea como recompensa pelo

    per odo de aprendizado na escola do mundocertamente trabalhou bem. sinal que utilizou bem seus instrumentos: pensar, desejare agir. E tambm usou de inteligncia pararealizar a obra do tornar-se consciente, eo fez de forma a sat isfazer completamenteseu mestre. Um homem como esse destaca-seda multido: ele realmente tem sorte. Ele um Joo Sortudo, um feliz servidor de seumestre. nessa situao que encontramos

    Joo Sortudo com a pedra de ouro, a r iquezaadquirida pela experincia, j liberado davida e do destino por seu mestre, e pronto

    para voltar para casa! Ele est consciente doreal valor do tesouro de experincias. Porisso, sabe que j pode iniciar seu caminho de

    volta.At esse momento, seu aprendizado haviaconstitudo a base necessria para sua misso.Ento ele recebe do mestre a inteligncia

    csmica que sustenta a evoluo da huma

    nidade uma pedra de ouro do tamanho desua cabea.Assim, agora ele possui uma personalidadeque funciona perfeitamente: um ego fortalecido, uma ferramenta de trabalho ideal parao indivduo.Essa a recompensa que Joo recebeu porseu trabalho aqui neste mundo da matria,durante inmeras experincias: uma pedra deouro do tamanho de sua cabea.

    Isso permiti r que Joo observe o mundode maneira inteligente, para discernir entreo bem e o mal (ser que ele conseguir?),ganhando sempre novas experincias edecidindo livremente qual caminho desejaseguir.Agora, aps finalmente ter conquistado apedra de ouro, Joo quer ir para casa.Ele deseja voltar para a me, para a fonte

    primordial de todo o ser, para o Tao, pois oretorno me o caminho que ir lev-lo acompletar sua misso de tornar-se um novohomem, mediante o acesso ao pensamentoautnomo, criador e realizador do plano deDeus.

    Joo est muito feliz com isso. No caminhode volta, ele passa por experincias total-mente imprevistas. Experincias que elenunca teria imaginado para seu caminho.

    No retorno me ao Tao inicia-sealgo totalmente novo para os seres humanosque, como Joo, adquiriram a pedra de ouromediante uma personalidade amadurecida.

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    Joo Sortudo (Hans im Glck). Hans Fischer, Zrich 1961

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    como se h muito, muito tempo, ele tivessedescido uma montanha csmica rumo ao vale

    profundo da matria, onde realizou seu aprendizado por meio de inmeras experincias.Agora, ele espera conseguir subir novamente amontanha csmica, de volta origem.Colocado diante de provas inesperadas, Joo

    precisa demonstrar o que aprendeu no decorrer de seu aprendizado no vale da matr ia,confrontar sua razo, seu modo de pensar eseu ego com as experincias da realidade. Essaconfrontao dever permitir-lhe adquir ir a

    conscincia da limitao do mundo material,de sua decadncia inevitvel, do fim de todasas coisas, de acordo com as leis da prpriaessncia desta natureza. Por que existe decadncia? Por que existe morte? Por que existemmedo, sofrimento e essa eterna repetio dasexperincias da vida? Ser que Joo realmentetomou conscincia de tudo isso?

    Joo Sortudo recebeu, por seu per odo deaprendizado, uma pedra de ouro do tamanho

    de sua cabea. Isso significa que seu ego realmente dotado de uma razo e de umaconscincia, e que agora pode ver o mundocomo ele : no ele uma maravilha comouma escola de sete n veis, onde as pessoas

    podem repetir as lies infinitamente? Umaescola para imperfeitos um enormehospital, uma priso, um campo de batalha,um cemitrio Sim: um imenso lugar onde

    podemos passar por exper incias, ondeestamos sempre nos enganando, um lugarcheio de catstrofes, mas tambm de tantasmaravilhas da natureza? Bem, essa umacontradio que no pode ser resolvida. Esse o jogo da constante mudana dos opostos!O que significa isso, no fundo? A verdadenica, eterna e real, onde todos os opostosse dissolvem, no est por detrs disso?

    Joo Sortudo refletiu sobre tudo isso com

    seu eu-conscincia e deseja de coraovoltar sua me. Por isso ele entra nocaminho de retorno, o caminho da escaladacsmica interior em direo origem divina,

    para a me de toda a vida, a mater. Nessecaminho, a pedra de ouro parece tornar-se

    cada vez mais pesada. Todo o peso adquiridopor seu ego, sua complexa personal idade esuas inmeras experincias, a lentido de suarazo aprisionada na matria e voltada parao eu, tudo isso paral isa-lhe os passos. Apesarde estar sedenta, sua alma no consegueseguir em frente.Ela fica cada vez mais bloqueada por questes vindas do eu-conscincia, encapsulada

    por dvidas, atormentada pela culpa.

    Ento, ele encontra um homem montadoem um cavalo quase indomvel. Que sorte!Para Joo, o cavalo simboliza o dinamismo,a energia mental, a fora de vontade ea idealidade. Um cavalo como esse comcerteza haveria de fazer que ele chegassemais rpido meta! Um princpio superioro anima: ele troca com prazer sua pedra deouro pelo cavalo.Assim agindo, ele desapega-se de seu eu e

    de sua personalidade complicada e a entregaao princpio superior do mundo da ideao.Dinamismo, fora de vontade e inspiraohavero de conduzir-me at o bom fim!,exclama Joo Sortudo. Eia! Eia! Eia! Assimele vai tentando ultrapassar o tempo e oespao. Mas, vejam! Em sua impacincia, ele

    perde o controle da montar ia. Logo depoisde ter uma ideia repentina, o dinamismode sua vontade desenfreada derruba Jooda sela! Ele cai do cavalo no cho duroda realidade. Joo fez a tarefa muito rapidamente. Nunca mais vou montar nessecavalo, decide, feliz por ter descoberto,com essa experincia, um novo aspecto doautoconhecimento. ento que aparecem um fazendeiro e suavaca. O que falta para mim, fala consigomesmo Joo, perdido em seus pensamentos,

    a meditao: um corao suave, o sossego,a paz, a contemplao interior e o silncio.E a vaca simboliza justamente isso! Alm domais, ela me dar leite, que o sumo sutil

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    das antigas sabedorias. Bem que vou precisardisso no caminho de volta para minha me.

    Fantstico! E, assim pensando, feliz, Jootroca seu cavalo pela vaca, e a segue, tranquilo, contente consigo mesmo. Ele seguemeditando sobre a eternidade, pensando name, no TaoSim: ele fica contente at com o esterco que,como sinal de elevada sabedoria, a vaca vaideixando para trs. Mas por que ser que essavaca no d nem uma gota de leite sequer?E por que ela sempre tenta chifr-lo quando

    tenta ordenh-la? Ah, essa vaca muitomagra e velha!, explica um campons quevai passando com um porco gordo em umcarrinho de mo. Joo mal consegue percebera inteno oculta do campons. Ele tinhaesperado tanto da vaca e do princpio de suareflexo mstica a respeito do eu! Todas essasmeditaes sobre o nada e a ascese fizeram-noficar magro como um varapau! Talvez eutenha pedido muito para mim, reflete Joo,

    isso no combina com minha verdadeiranatureza. Ento, ele pensa que seria melhorviver a realidade presente e, apesar daascenso espiritual da montanha, seria erradodeixar de lado o simples bom-senso naturale o bem-estar fsico. Muito bem!, diz ocampons com um estalo de lngua e oferecelhe o porco gordo em troca da vaca.Eu topo!, diz Joo, enquanto pega o porcoe diz adeus velha vaca.Como bom viver no presente e sempre

    poder renunciar ao que velho!, pensaele, feliz. E assim segue seu caminho, combom-humor, carregando o porco debaixo dobrao. No posso perder de vista a sade docorpo, a harmonia da alma com a naturezae o assado de porco! No quero distanciarme do mundo e ficar inacessvel. Vou aderirao princpio de uma vida s e natural: amar

    as coisas simples, gozar das boas coisas danatureza, e, claro, sem perder de vista ameta do caminho: voltar para a casa deminha me, para minha origem.

    Tudo corre bem por algum tempo. Mas,de repente, l vem um campons com um

    ganso. Ele conta a Joo que roubaram oporco do prefeito do vilarejo vizinho. EJoo fica martelando os pensamentos. Noseria isso um sinal de que h algo errado?Sua estratgia de sade, de acordo com asltimas tendncias, no estaria em perigo?Seu prazer em sentir a harmonia com anatureza no passaria de uma iluso? E noseria por causa desse mesmo princpio queo roubo de um porco de estimao lhe foi

    colocado nas costas? O campons mostra-lheseu ganso branco como a neve e prope-lhetroc-lo pelo porco, para que ele escape do

    per igo de ser preso por roubo. Convencidopor essa lgica, Joo aceita fazer o negcioe agradece ao campons. Sim, ele pressentemelhor o que realmente lhe falta: sua a lmaaspira pureza branca como a neve, vidadesinteressada, s asas espirituais que o levariam, cheio de ardor e com toda a calma at

    a casa de sua me. Basta olhar para o gansopara sentir-se estimulado pelo princpio dopuro Eros, o puro amor desinteressado, pelodesapego da terra e pela intu io superior.Sem hesitar, ele troca o porco pelo gansobranco como a neve.

    Joo Sortudo, o homem que volta para suaorigem, para o Tao, abriu mo de muitascoisas antigas que possua: a pedra de ouro,smbolo do princpio-eu; o cavalo, smbolodo princpio da mentalidade dinmica, daidealidade e da fora de vontade; a vaca,smbolo do princpio do mistrio da meditao e do egocentrismo; o porco, smbolodo princpio da estratgia de sade para umavida natural e saudvel.Cada vez mais, ele pensa alegremente nastrocas de velhas ideias por novas experincias. Agora, com a maior alegr ia, ele

    segue carregando o seu ganso: smbolo doprincpio do Eros puro e da intuio elevada.O desejo melanclico de ir at a fonte pura

    primordial de todo o ser efet ivamente lhe d

    o milagre do desapego 35

  • 8/12/2019 Revista Ano 34 Numero 5

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    asas aos ps. Sua dedicao meta, ao Tao,est quase completa. Mas qual a finalidade

    que ele vem ansiando por tanto tempo?Ainda no foi alcanada? Por que o caminhode volta origem, me, parece ser infinitamente longo?Assim pensando, Joo encontra um amoladorque, depois de ter ouvido sua histria, lhefala sobre fatalidade, colocando-o em dvidaquanto divindade. O amolador diz a Joo:A nica coisa que lhe falta a certezade que realmente alcanou seu objetivo.

    Quando temos segurana do que fazemos,ficamos livres de todas as preocupaes edvidas. Veja, a certeza est aqui, na minha

    pedra de amolar. Com ela, voc podeafiar o que est sem fio e endireitar pregosdobrados. Com esta pedra voc realmenteter nas mos uma pedra mgica: a pedra dasabedoria. Esse o mtodo absolutamentecerto para garantir a chegada meta.

    Joo sorri. No fundo, ele sabe que, sem essa

    confiana em Deus, ele no teria conseguidoempreender o caminho de volta para casa.Mas, tudo bem! Ele j est achando que essecaminho muito longo mesmo Talvez oamolador esteja certo a respeito dessa pedra.Alm do mais, que mal poderia haver seele fizesse a pedra mgica deslizar para suasacola? Foi assim que o amolador o destino

    conseguiu convencer Joo a trocar o gansopela pedra mgica.Animado, Joo segue alegremente porconta da troca, o pr incpio da segurana,da certeza. Ele escuta o canto enganoso doamolador que, no importa o que acontea,sempre se curva ao destino e, assim comoo catavento, gira ao sabor do vento. Almdisso, Joo est convencido de que, graas pedra f ilosofal, conseguir a lcanar seuobjetivo. Com a pedra, ele afia tudo o

    que est sem f io e desgastado. Ele aprendealgumas tcn icas para alcanar um estadode conscincia superior. Assim ocupado, nov o tempo passar. Vai andando, andando.

    Ele sobe e desce montanhas com a pedra deaf iar o destino.

    Alguns exerccios de condicionamento lhedo, s vezes, a certeza de chegar meta.Ao mesmo tempo, vai afiando a si mesmo.No entanto, h algo que o atormenta cadavez mais: a sede. Ele sente uma enormenecessidade de gua fresca, como um bichosedento que suspira ao lado da fonte.Exausto, Joo chega ao campo onde esta fonte. Ele coloca a pedra perto da fontee mata a sede. Que refrescante! Ele bebe

    da gua viva da fonte da verdade eterna.E ento, de repente, a pedra cai na fonte,afundando em sua insondvel profundeza.Que sorte!

    Joo Sortudo agradece a Deus porque atmesmo essa ltima pedra foi reti rada dele.Ele j se libertou das imagens e das ideiascom as quais queria voltar para a casa desua me. Ele deixou para trs todas as fa lsasesperanas e i luses, que considerava como

    fins em si mesmas. E mesmo que, segundo aaparncia, essas trocas paream ter-lhe sidodesvantajosas, finalmente ele conquistou otesouro dourado da experincia da verdadeira renncia. Abandonando o velho mundoimaginrio, a pedra de ouro da personalidade-eu precisa fundir-se ao ouro espiritual do

    profundo conhecimento do ser verdadeiro,depois de desapegar-se do velho mundo.

    Joo Sortudo agora apresenta um estadode ser que se define pela rendio ao Uno,consentida livremente. Ele sabe que refeza ligao com a fonte interior, a origem detudo o que existe.Ele volta-se para o Tao, que a me de todavida. Assim, ele completa o mistrio do puroamor de Deus e de sua criao. A finalidadedo verdadeiro vir-a-ser humano alcanada.

    Joo Sortudo, o bem-aventurado, retornou

    fonte da vida.E quem observar cuidadosamente o que sepassa, descobrir que, perto da fonte, h umaroseira em flor

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    O S Q U A T R O E L E M E N T O S

    Assim como nossa