Revista Agrimotor

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Revista Agrimotor - Ano 8 - n° 72

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ÍndiceRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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EDITORIALA grande encruzilhada ................................................................................................................................................. 4

CAMINHÕESUma revolução de materiais e motores - Iveco ................................................................................................... 6Mercedes-Benz: recorde de vendas em 2011 ...................................................................................................... 8Scania promove linha de veículos sustentáveis .................................................................................................. 9

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASAno começa com recorde de vendas - Anfavea ................................................................................................10

ESTATÍSTICASDados do agronegócio ...............................................................................................................................................11

SUCROALCOOLEIROAnálise de índices técnicos da colheita mecanizada de cana-de-açúcar ................................................12

SAFRA DE GRãOSProdução de soja deve cair 6% em 2012 .............................................................................................................16

VISãOA retomada do setor agroenergético no Brasil - José Luiz Tejon ................................................................17

EVENTOSAgro quer propostas factíveis para a Rio+20 .....................................................................................................18Coopavel 2012 movimenta R$ 800 milhões .......................................................................................................20

IMPLEMENTOS RODOVIáRIOSCai o ritmo de vendas - Anfir ....................................................................................................................................22

ENERGIAProdução de biogás - Parte 1 - Prof. Johnson Pontes de Moura ..................................................................24

COOPERATIVASExportações de cooperativas têm novo recorde ..............................................................................................29

ESPECIALSeca reduz a moagem de cana para 492 milhões de toneladas .................................................................30

BUSINESS WORLDNotícias sobre fatos relevantes do setor ...............................................................................................................32

ANUNCIANTES .............................................................................................................................................................34

Edição 72 Ano 8

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Editorial

Coordenação GeralHenrique Isliker Pátria

Diretora ExecutivaMaria da Glória Bernardo Isliker

TIVicente Bernardo

Editor e Jornalista ResponsávelHenrique Isliker Pátria (MTb-SP 37.567)

[email protected]

Reportagens e EntrevistasMário Rolim Cândido (MTb-SP 23.571)

[email protected]

Edição de ArtePriscilla Ramos Nannini

PublicidadeAugusto Isliker - [email protected]

Carlos Avila - [email protected]

AdministrativoAnderson Rodrigues Maria Rosangela de Carvalho

ColaboradoresÂngelo D. Banchi Johnson Pontes de Moura

José Luiz Tejon José Marcos S. Martins José Roberto Lopes Valter A. C. Ferreira

Impressão e AcabamentoProl Editora Gráfica

REVISTA AGRIMOTORÉ uma publicação de propriedade da

Grips Marketing e Negócios Ltda.com registro no INPI sob no 826584527

Rua Cardeal Arcoverde, 1745 - cj. 111Pinheiros - São Paulo/SP - CEP: 05407-002

Tel/Fax: (11) [email protected]

www.agrimotor.com.br

As matérias assinadas são de responsabilidade dosautores. Reproduções de artigos e matérias estão

autorizadas desde que citada a fonte.

Edição 72 - Ano 8 - Fevereiro 2012

Capa: Foto: Sérgio SandersonCriação: Priscilla Ramos Nannini

Circulação: Mensal

A grande encruzilhada

Henrique Isliker Pátria Editor Responsável

Agora que finalmente foram removidos obstáculos para a entrada de etanol brasileiro nos EUA, a nossa capacidade de produção está reduzida. Em todas as medições apresentadas, seja pela Co-nab, seja pela Unica ou mesmo pela Datagro, que estimou a sa-

fra em algo perto de 490 milhões de toneladas, há uma redução de cerca de 11% em relação à safra anterior.

Em um evento promovido em Brasília no final do ano passado, o presi-dente da Unica, que representa as usinas de cana-de-açúcar e de etanol, disse perante parlamentares e representantes do executivo que o Brasil precisa investir urgentemente no setor para retomar e consolidar sua posição de liderança mundial. Observou que espera a criação de cerca de 120 novas usinas até o ano de 2020, dentro de um programa desig-nado Mais Etanol. Será um gigantesco esforço, com consideráveis inves-timentos, mas o principal recado foi para a viabilização da desoneração tributária do setor, ou o redimensionamento da carga de impostos. De outro lado, também os produtores de máquinas vêm mais uma vez gri-tar, alertando para a desindustrialização do setor.

Foram feitos estudos e projeções que demonstram de forma inequívoca que vários segmentos empresariais já estão em acelerado processo de sucateamento. O setor que mais chama atenção é o de máquinas.

Algumas fontes alertam que estão sendo preparadas várias manifesta-ções envolvendo a Fiesp e todos os seus filiados, contando com o apoio das centrais de trabalhadores a fim de sensibilizar os poderes constituí-dos para que tomem providências urgentes visando a manutenção dos empregos e a retomada de posição da indústria brasileira.

Ainda para esta semana está marcada uma reunião com o presidente do senado e os líderes dos partidos para fazer um alerta sobre a grave situação por que passa a indústria. Segundo os organizadores do mo-vimento, já não dá mais para esperar a definição das reformas que o país necessita.

Vamos esperar que se chegue a um bom termo.

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Uma revolUção de materiais e motores

Estamos diante de uma “re-volução nos materiais” dos novos motores, com menos cilindros e mais rendimen-

to. O engenheiro Luso Ventura, da SAE Brasil explica que os motores downsizing vêm sendo viabiliza-dos, dentre outros motivos, tam-bém por importantes avanços na tecnologia dos materiais. Materiais mais resistentes a elevadas tempe-raturas são utilizados nos turbos, coletores, anéis e válvulas. Bronzi-nas que suportam maiores cargas e ligas de alumínio com melhores características mecânicas são tam-bém alguns exemplos.

FPT Industrial: Nos últimos anos os motores diesel vêm passando por uma revolução completa, tanto em termos de consumo como de

emissões, graças a vários recursos como a melhoria na eficiência tér-mica do motor com maior pressão de combustão (dos atuais 145, para até 200 bar) e maior pressão de in-jeção (dos 1.350 bar atuais chega a 1.800 bar). Novas estratégias de gerenciamento da combustão com processadores mais potentes nas ECU (Centrais Eletrônicas) garan-tem até sete injeções durante um ciclo de combustão melhorando a eficiência do motor em termos de emissões e consumo de CO2. Temos também a adoção de sistemas de pós-tratamento como DOC + DPF ou SCR. Além disso, a eletrônica embarcada também está presente no OBD (On Board Diagnostic) que permite ao usuário fazer um con-trole do desempenho do motor durante o uso.

O downsizing nos motores industriais já vem sendo adotado há algum tempo. Há dez anos, veículos de oito toneladas tinham motores de quatro ou cinco litros. Hoje temos o Daily de oito toneladas com um motor FPT F1C de 3L 170 CV. Outro exemplo são aplicações off road que adota-vam motores mecânicos de oito a treze litros e hoje utilizam motores de seis litros, tudo isso foi possível adotando novas ligas de alumínio, nova bielas forjadas fraturadas, no-vos sistemas de injeção Common Rail com até 1.800 bar de pressão e ainda cabeçotes multiválvulas e turbo compressor com maior efici-ência entre outros recursos.

As vantagens da liberação do uso de diesel em carros de passeio.Para Luso Ventura a principal van-

Novos materiais, novas técnicas, novos combustíveis... Todo esforço da indústria no desenvolvimento dos motores em geral passa despercebido.

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tagem é maior efi-ciência do motor diesel, ou seja, me-nor consumo de combustível para uma mesma quilo-metragem, o que corresponde a um melhor aproveita-mento dos recur-sos energéticos. As novas refinarias da Petrobrás, em construção, irão priorizar a produ-ção de óleo diesel (mais diesel por barril refinado), portanto não se espera um incre-mento do uso do petróleo. O carro diesel estará deixando de consumir gasolina e etanol, que vêm sendo importados em volumes recordes. Tais volumes de gasolina e etanol serão, ou deslocados para os moto-res flex ou poderão ser exportados (especialmente o etanol) ou terão a importação reduzida.

A frota não seria mais poluente, ao contrário, pois os limites de emissões do Proconve L6 para au-tomóveis diesel são mais rígidos e valem a partir de 2013. Para os motores Otto, a gasolina, álcool ou flex, os mesmos limites, só va-lem em 2015.

Veículo elétrico no BrasilMarco Piquini, da Iveco, garante que a empresa “está um passo à frente no de-senvolvimento e na aplicação de tecno-logias voltadas para o uso de combustí-veis limpos ou reno-váveis no mundo, e no desenvolvimento de produtos mais sustentáveis”.

“Fomos a primeira montadora do Brasil a receber o selo por autorizar oficialmente o uso da mistura de 5% de biodiesel, e a apresentar um veí-culo movido a energia 100% limpa e renovável, o Daily Elétrico, em par-ceria com a Itaipu Binacional, o que colocou as duas empresas como pio-neiras do transporte de carga com emissão zero de poluentes do mer-cado latino-americano. Em maio de 2011, apresentamos um protótipo do Iveco Trakker Bi-Fuel, dotado de nova tecnologia que permite redu-ção no consumo do óleo diesel pela adoção do etanol, ao mesmo tempo em que eleva o ganho econômico dos operadores do setor canavieiro. O Trakker Bi-Fuel garante economia no custo de combustível por quilô-

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Luso Ventura, SAE Brasil

metro rodado, uma novidade entre todas as tecnologias de combustí-veis alternativos para caminhões. A Iveco hoje é líder no uso de com-bustíveis renováveis – biodiesel e biogás - e investe continuamente no desenvolvimento de produtos com baixo consumo de combustí-vel, menor emissão de poluentes e combustíveis alternativos.

Seguindo as normativas do Pro-conve P7/L6 (Euro V), a nova gama de caminhões Ecoline emite me-nos gases poluentes e materiais particulados na atmosfera. Para isso, vamos utilizar as tecnologias EGR (Recirculação dos Gases de Exaustão, em português) e SCR (Re-dução Catalítica Seletiva), com pós-tratamento de emissões com o uso do agente ARLA (agente redutor líquido automotivo) 32. Em todas as suas especificações, os motores ganharam mais potência e torque, melhorando o desempenho e o consumo de combustível”.

Fontes: O engenheiro Luso Ventu-ra é diretor de comissões técnicas da SAE Brasil (sigla em inglês para Sociedade de Engenharia Automo-tiva). Marco Piquini é diretor de comunicação da Iveco. A FPT Indus-trial - PowerTrain Technologies é for-necedora de motores da Iveco.

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Caminhões

Mercedes-Benz: recorde de vendas em 2011

A Mercedes-Benz do Bra-sil, maior fabricante de veículos comerciais da América Latina, atingiu

o expressivo volume de mais de 42.600 caminhões e 14.900 ônibus emplacados no país em 2011. O resultado representa um novo recorde de vendas sobre o desempenho da em-presa no ano anterior, quando foram vendidos no mercado brasileiro 40.850 caminhões e 14.320 chassis da marca.

No segmento de comerciais le-ves na faixa de 3,5 a 4,6 tonela-das de peso bruto total, a Mer-cedes-Benz atingiu o volume de mais de 6.300 veículos Sprinter emplacados no Brasil, melhor desempenho de vendas da li-nha nos últimos onze anos.

“Estamos muito satisfeitos com a performance comercial de nossa empresa em 2011. Atin-gimos volumes inéditos de vendas de veículos comerciais no mercado brasileiro, além de alcançarmos quase 80 mil ca-minhões e ônibus produzidos no país”, declara Joachim Maier, vice-presidente de vendas da Mercedes-Benz do Brasil.

Segundo Maier, nos últimos dez anos o mercado de cami-

Mais de 42.600 caminhões e 14.900 ônibus da marca foram emplacados, superando todos recordes anteriores no mercado brasileiro.

nhões passou de um patamar de 60 para 173 mil unidades vendidas no ano, enquanto o segmento de ônibus saltou de 16 para 35 mil veículos. “Tra-tam-se de volumes expressi-vos, que deverão se repetir nos próximos anos, com algumas oscilações até 2016. A Copa do Mundo e as Olimpíadas irão re-fletir positivamente no desem-penho de vendas de veículos comerciais”, destaca Maier.

Com o início da produção de caminhões na fábrica de Juiz de Fora (Minas Gerais) e o au-mento da capacidade na unida-de de São Bernardo do Campo (São Paulo), a Mercedes-Benz do Brasil está preparada para atender à demanda de veículos comerciais no país, manter a tradicional liderança nas ven-das de ônibus e aumentar sua participação de mercado no segmento de caminhões.

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CaminhõesRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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A Scania, montadora sueca referência em veículos pesados e pioneira na tecnologia de motores a

etanol, iniciou uma campanha publicitária para promover sua linha de ônibus e caminhões 2012. O conceito é a apresenta-ção da nova linha com tecnolo-gia Euro 5, que se enquadra na nova exigência ambiental brasi-leira Proconve P7 e polui até 80 % menos que os antigos mode-los Euro 3. Para este lançamento, a montadora preparou também pacotes com vantagens espe-ciais para os clientes.

Desde janeiro, está em vigor no Brasil o Proconve P7 (Pro-

grama de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automoto-res – Fase 7). Essa norma obri-ga as montadoras a fabricarem motores que se enquadrem no padrão Euro 5 de redução de poluentes, utilizado na Europa desde 2009.

“A mudança de protocolo am-biental no Brasil só reforça o pioneirismo da marca Scania nas questões de sustentabili-dade. A campanha tem por ob-jetivo apresentar a linha 2012 e oferecer, por tempo limitado, vantagens exclusivas aos clien-tes, reforçando nosso portfólio de soluções ao transportador”, explica Márcio Furlan, gerente

de marketing e comunicação comercial da Scania do Brasil.

O conceito promocional da campanha de caminhões está focado no modelo R 440 nas opções 6x2 e 6x4. Quem adquirí-lo ganhará o câmbio automa-tizado Scania opticruise, controle de tração e freios ABS. A montadora tam-bém garante Arla32 por aproximada-mente 120 mil quilômetros para todos os modelos de caminhões vendidos durante o período da promoção. Para o segmento de ônibus, os clientes também terão direito ao ARLA 32, além de um contrato de manutenção preventiva, que inclui troca de óleo de motor, filtros, entre outros.

A campanha se estende até o dia 31 de março.

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Estratégia da montadora é oferecer caminhões e ônibus que atendam à nova norma ambiental brasileira com vantagens exclusivas.

Scania promove linha de veículos SUStentáveiS

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Implementos Agrícolas

Ano começa com recorde de vendas

Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Au-tomotores), a produção de

veículos caiu 11,4% em janeiro em comparação com janeiro do ano passado e ficou 19,2% menor se comparada com o mês ante-rior, dezembro de 2011. No en-tanto, as vendas de automóveis, caminhões e ônibus registraram novo recorde histórico no mês de janeiro. Foram emplacadas 268.273 unidades, representando um aumento de 9,6% em relação ao mesmo período de 2011. Em dezembro, é tradicional um pico de vendas: os negócios de janeiro foram 23% menores.

O presidente da Anfavea, Cledor-vino Belini, avalia que a queda na produção se deve a ajuste dos es-toques. Em janeiro, o estoque foi equivalente a 36 dias de vendas, com 319.881 unidades nas fábri-cas e concessionárias.

A expectativa de vendas do setor é de 3,81 milhões de unidades, um aumento de 5%, se comparado ao resultado de 2011.

CaminhõesEm janeiro foram licenciados 13.017 caminhões, número 16,9% menor que o volume de dezem-bro, mas 6,3% superior ao regis-trado em janeiro de 2011, quando foram licenciados 12.247. A dife-

rença (770 veículos) talvez se deva a antecipação de compras, uma vez que ainda são encontrados veículos remanescentes, anterio-res às exigências Proconve 7/Euro 5, que representam caminhões menos poluentes, mas mais caros entre 15 e 18%. Unidades produ-zidas até dezembro (tecnologia Euro 3) podem ser vendidas até março. Os caminhões pesados foram os únicos que registraram aumento, nada menos que 47,5%, com 4.634 unidades contra 3.141 de janeiro de 2011. Semileves, le-ves, médios e semipesados tive-ram redução, entre 1 e 11,3%.

Dos caminhões licenciados, Man (Volkswagen) ficou com 3.553 unidades, seguida pela Mercedes-Benz, com 3.249 e, um pouco atrás, a Ford: 2.138 veículos.

Belini não tem uma previsão es-pecífica para a produção de ca-minhões este ano, mas salienta que o desempenho do setor está

atrelado ao crescimento econô-mico do país: “crescendo o país, a tendência é que o setor cresça também.”

Máquinas agrícolasO mercado interno de máquinas agrícolas também está aquecido. Em janeiro deste ano foram ven-didas 4.687 unidades, número su-perior em 16% às 4.039 máquinas comercializadas em dezembro e em 16,5% se comparado a janeiro de 2011.

A previsão da Anfavea para pro-dução de máquinas agrícolas é de crescimento zero. Para a enti-dade, este ano deve fechar com o mesmo patamar de produção de 2011: 65.300 unidades. O mes-mo quadro é apontado para o volume de exportações: 18.400 unidades no ano todo. No total, no segmento, seriam produzidas 81.800 máquinas.

Apesar da perspectiva de cres-cimento zero do setor, este ano, Milton Rego, diretor da Anfavea, avalia que é um período mui-to favorável a investimentos no setor sucroalcoleiro, “devido à demanda e porque houve pouco investimento no ano passado”. Para ele, as máquinas contem-pladas seriam as maiores e de maior preço, não afetando de-masiadamente o número de má-quinas como um todo.

Autoveículos emplacados: 268.273 unidades, quase 10% a mais que janeiro do ano passado. Máquinas agrícolas devem ter crescimento zero.

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EstatísticasRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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*estimativa. Fontes: Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Anfavea – Associação Nacional dos Veículos Automotores, Banco Mundial, Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Consultoria Safras & Mercado e EIU (Economist Intelligence Unit). Culturas de grãos: algodão, amendoim, arroz, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale.

Dados do AgronegócioPIB (Produto Interno Bruto): US$ 2,44 trilhões*Crescimento do PIB em 2012 3,4% (* Banco Mundial) Valor bruto da produção R$ 214,6 bilhõesProdução de grãos Safra 2011/2012 R$ 157,07 milhões de toneladas (safra anterior: 162,84 milhões de toneladas)Área cultivada 51,52 milhões de hectares

cana-de-açúcar (região centro-Sul)Produção 493,49 milhões de toneladas (queda de 11,39% ante 556,95 da safra anterior)Etanol 20,61 bilhões de litros Etanol hidratado 12,80 bilhões de litros (-28,79% ante 17,97 bilhões de litros da safra anterior)Etanol anidro 7,81 bilhões de litros (7,41 bilhões na safra anterior, aumento de 5,37%)Açúcar 31,24 milhões de toneladas (queda de 6,76%)

Soja Safra 2011/12 70,273 milhões de toneladas (*Safras e Mercado)Área colhida 24.968.000 hectaresProdutividade 2.814 kg/hectare

café Safra 2011/12 47,7 milhões de sacas (*Safras e Mercado)

Veículos e máquinas agrícolasProdução de autoveículos 3.475.000 unidades*Produção de máquinas agrícolas 81.800 unidades*

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Sucroalcooleiro

Análise de índices técnicos da colheita mecanizada de cana-de-açúcar na safra 2011/2012

O encerramento da sa-fra de 2010/2011 era aguardado com ex-pectativas de queda

significativa na produção agrícola devido à seca entre abril e novembro, as pre-visões foram confirmadas, sendo que as perdas torna-ram-se maiores que as pre-vistas, com implicação não só na produtividade agríco-la, como também em seus índices de mecanização.

O clima mais seco, de abril até o final de agosto, preju-dicou o desenvolvimento dos canaviais. A estiagem atingiu praticamente todo o estado de São Paulo, além do norte do Paraná, triângulo mineiro e partes do sul de Minas Gerais e do centro-sul de Goiás. Esse fato fez com que se favo-recessem a maturação da cana e os trabalhos de co-lheita, mas ocasionou que-bras na produtividade final da safra.

A mecanização das tarefas agrí-colas, que são fundamentais e indispensáveis no desenvolvi-mento da cultura, participa signi-ficativamente na composição dos

Ângelo D. Banchi, José Roberto Lopes, Valter A. C. Ferreira, José Marcos S. Martins*

gastos de produção de açúcar e álcool. Esse fato impõe uma ne-cessidade de que se efetue uma severa gestão. Esse monitora-mento utiliza-se de vários índices

gerenciais e, com a realidade apresentada no ano de 2011, verificou-se a importância de estimar a variação que os ín-dices sofreram.

Foi discutido, nesta publica-ção, o quanto os índices téc-nicos da colheita mecanizada de cana-de-açúcar foram afe-tados pela queda da produ-tividade agrícola e também seus comportamentos ao longo da safra.

Para tal análise, foram recolhi-dos dados referentes à produ-ção e à colheita de 23 usinas do centro oeste do Brasil atra-vés dos sistemas de controle agrícola e de manutenção.

Na Tabela 1, pode-se obser-var, em cada unidade pro-dutora, a queda de produ-tividade em relação à safra passada em 23 usinas de açúcar e álcool, sendo que a perda média foi de 22,1%, com uma perda mínima de 4,7% e máxima de 43,1%.

Além dos valores de produtivi-dades médias em toda a safra, é importante analisar o comporta-mento dos índices de mecaniza-ção ao longo do ano (Figura 1).

Tabela 1 - Produtividade Agrícola – Safra 2011/2012

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Figura 1 – Produtividade agrícola (t/ha) ao longo dos meses – safra 2011 / 2012.

Pode-se observar que a produ-tividade agrícola cai ao longo da safra, começando em 77,1 t/ha no primeiro mês de safra e chegando a 62,6 t/ha no último mês.

Ao analisarmos o processo de mecanização agrícola, encontra-mos vários índices que utilizam direta ou indiretamente o pa-râmetro de toneladas colhidas

(produção das colhedoras, carga transbordada e transportada), e que, evidentemente, tiveram os resultados alterados.

Evidentemente, com a redução das toneladas a serem colhidas, com o mesmo número de equi-pamentos a serem operados ao longo dos meses, o uso mensal decresce no desenvolvimento da safra, principalmente pelo não desenvolvimento da produção de cana-de-açúcar, fato que se torna mais sensível nos últimos meses. O uso anual é apresentado na Ta-bela 2, já o desenvolvimento des-ses índices ao longo dos meses é apresentado na Figura 2.

Na safra 2010/2011, o uso anual médio foi aproximadamente de 2800 h/ano já em 2011 esse va-lor foi inferior e aproxima-se de 2.500 h/ano, devido à queda da produtividade ou ao desgaste mecânico que se acentua no de-correr da safra.

Consumo de combustível e óleo hidráulico - com a dimi-nuição da matéria-prima no campo, os equipamentos ti-veram que cortar, picar, ele-var, limpar e despejar menor quantidade de matéria vegetal por tempo de produção. Desse modo, o consumo de combustí-vel (diesel), quando medido em l/h, foi decrescente ao longo da safra, já o índice de consumo l/t foi crescente, pois as toneladas trabalhadas foram menores no intervalo de tempo.

Ao analisarmos esses dados ao longo da safra, observa-se nitida-mente a redução do consumo de combustível em l/h e o aumento do consumo em l/t.

Disponibilidade de manutenção – esse índice demonstra o per-centual do tempo retido em ma-nutenção pelo tempo decorrido durante a análise (cronograma).

Tabela 2 – Uso médio anual das colhedoras de cana de açúcar da safra.

Figura 2 – Média mensal de uso das colhedoras de cana de açúcar – período de safra 2011 / 2012.

Tabela 3 – Consumo de combustível e óleo hidráulico.

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Sucroalcooleiro

Figura 4 – Consumo de combustível ao longo da safra – litros/hora e litros/tonelada.

No cenário em análise, o processo da colheita mecânica sofre altera-ções operacionais em função das condições climáticas adversas e da produtividade agrícola, visto que, para que uma colhedora em terrenos de baixa produtividade agrícola (t/ha) consiga manter seu rendimento (t/h), é necessário au-mentar sua velocidade, que acarre-ta em desgaste excessivo no mate-rial rodante, eixos (principalmente no dianteiro da esteira), trincas em chassis e bombas hidráulicas. O índice de disponibilidade de ma-nutenção, que normalmente já de-cresce durante a safra, deverá so-frer maior impacto com esse novo regime operacional.

O decréscimo da disponibilidade de manutenção também pode ser explicado pela quantidade razoá-vel de colhedoras colocadas em manutenção antes do término da safra. Esses equipamentos, dado a quantidade de cana menor que a esperada, tornaram-se excessi-vos, e essas paradas ocorreram devido a problemas mecânicos que nem sempre são corrigidos imediatamente.

CRM – Custos com reparos e manutenções – compõe-se das parcelas despendidas na manu-tenção dos equipamentos: pe-ças, mão de obra e reparos reali-zados por terceiros. O CRM tem como objetivo manter a opera-ção do equipamento durante um período de tempo, melho-rando sua condição, sendo que não promove uma valorização significativa no valor do equipa-mento. Sendo assim, o dispên-dio com reparo e manutenção, quando gerenciado de forma eficaz, pode proporcionar uma diminuição no custo de produ-ção da cultura, pela redução de desgaste mecânico.

O CRM apresentado refere-se so-mente ao período de safra, e esse

Figura 3 - Disponibilidade de manutenção de colhedoras ao longo da safra 2011/2012.

Tabela 4 – Custos mensais na safra com reparo e manutenção.

Figura 5 – Custo mensal com reparo e manutenção (CRM) por hora e por tonelada ao longo da safra.

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índice é sensivelmente menor que o CRM do ano agrícola ou do ano legal (comercial), visto que, para o cálculo no período da sa-fra, não se consideram os gastos da entressafra, período em que ocorrem as maiores despesas devido às reformas. Considera-se válido e importante não só a aná-lise do custo total, como o custo da safra, devido ao seu possível acompanhamento e monitora-mento em relação ao orçamento.

Nota-se que os valores de CRM no início da safra são menores, dado a reforma normalmente efetuada, mas tende a crescer ao se aproxi-mar do final da safra. Desse modo, inicia-se no valor de R$ 55,00/h e atinge R$ 90,00/h.

A análise deve também se deter no gasto em manutenção GRM (R$). Na Figura 6, observamos os valo-res despendidos em manutenção, mês a mês, por equipamento du-rante o período de safra.

A linha contínua da figura repre-senta o percentual acumulado de gastos. Esse índice pode ser utili-zado para cálculo do orçamento.

Conclusão

A queda de produtividade afetou negativamente os índices mecâ-nicos da safra 2011/2012 e pode-mos citar várias alterações:

- diminuição no uso médio dos equipamentos, o que implica um menor aproveitamento do inves-

timento feito, ou seja, o custo de aquisição do equipamento tem maior influência no custo total ho-rário se sua utilização é menor;

- o consumo de combustível por hora pode dar a falsa impressão de vantagem ao ser diminuído ao longo da safra, porém, quando se analisa o consumo por tonela-da colhida, tem-se uma realidade contrária;

- a disponibilidade mecânica de manutenção cai aproximadamen-te 15% do início até o fim da safra e o custo por hora, equipamento e tonelada aumenta no mesmo período;

- na safra, o CRM (custo com repa-ro e manutenção) sofre aumento mês a mês, passa dos valores de R$ 55,00/h para os níveis de R$ 90,00/h; quando medido em R$ por toneladas no mês de início da safra, temos o valor de R$ 2,00/t e, no final, aproxima-se de R$ 8,00/t.

*Ângelo Domingos Banchi, enge-nheiro agrícola, é diretor da Assiste; José Roberto Lopes, administrador de empresas, é diretor da Assiste; Valter A. C. Ferreira é consultor técnico da Assiste; José Marcos S. Martins, graduando em engenha-ria agronômica, é estagiário da Assiste.

Figura 6 – Gasto total com reparo e manutenção ao longo da safra.

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012 Safra de Grãos

Produção de soja deve cair 6% em 2012

A produção brasileira de soja na temporada 2011/12 deverá totalizar 70,273 mi-lhões de toneladas, recu-

ando 6% em comparação com a safra anterior, que ficou em 74,380 milhões de toneladas. A previsão faz parte de levantamento divul-gado dia 27 de janeiro por Safras & Mercado. No relatório anterior, divulgado no dia 26 de dezembro, a previsão era de safra de 74,651 milhões de toneladas.

O corte de 5,86% da estimativa anterior para a atual foi determi-nado pela prolongada estiagem na região Sul do país, durante o mês de dezembro e o início de janeiro. A estimativa de área plan-tada passou de 24,170 milhões de hectares em 2010/11 para 24,968 milhões na atual temporada, com aumento de 3%. Safras trabalha com rendimento médio de 2.815 quilos por hectare, contra os 3.077 quilos obtidos no ano passado.

O Rio Grande do Sul foi o estado mais prejudicado pela falta de chuvas. A produção, que no ano passado foi de 11,5 milhões de toneladas, deverá cair para 7,8 mi-lhões de toneladas, com corte de 32%. No Paraná, a safra deverá ter quebra de 23%, recuando de 15,4 milhões para 11,9 milhões de to-neladas. O Mato Grosso continua líder no ranking de produção na-cional, com estimativa de 22,272 milhões de toneladas, represen-tando um crescimento de 9% so-bre as 20,5 milhões de toneladas obtidas em 2010/11.

“Em novembro ainda tínhamos um quadro climático predominante-mente favorável para o plantio e o desenvolvimento da soja no país, com exceção de alguns bolsões de estiagem no sul/sudoeste de Goiás, sul/oeste do Mato Grosso e norte do Mato Grosso do Sul. Mas em dezembro e em boa parte de janeiro formou-se um quadro de

estiagem em parte importante da região Centro-Sul, especialmente na parte sul do Mato Grosso do Sul, oeste de São Paulo, norte e oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e boa parte do Rio Gran-de do Sul”, indica o analista sênior da consultoria Safras & Mercado, Flávio França Júnior.

O cenário também vale para boa parte da área plantada no Paraguai e norte/Pampa Úmido na Argenti-na. As chuvas registradas nos últi-mos dez dias amenizaram essa situ-ação e estabilizaram as perdas em boa parte dessa região. “Entretanto, a situação permanece ainda pre-ocupante, e com perdas em evo-lução, nas lavouras do Rio Grande do Sul, onde as chuvas acumuladas não foram gerais e nem tão pouco volumosas. Por esse motivo os pró-ximos levantamentos podem ainda trazer alterações nas projeções de rendimento desta nova safra”, com-pleta o analista.

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Consultoria Safras reduz estimativa de produção brasileira para 70,273 milhões de toneladas. Projeção é de queda de 32% na safra gaúcha.

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Visão

a retomada do setor agroenergético no Brasil

Sempre reclamamos imensa-mente contra os subsídios e as barreiras tarifárias por parte dos países consumi-

dores, com forte demanda de pro-dutos agrícolas. Assim tem sido nas carnes, no açúcar, e – ultima-mente na agroenergia. Os tais dos 0,54 centavos de dólar por galão de etanol importado pelos Esta-dos Unidos era uma dessas tarifas, além dos subsídios gigantescos para a produção interna norte-americana, do etanol a partir do milho e outros vegetais.

Finalmente, entramos em 2012 com a queda da proteção dos Estados Unidos ao seu mercado interno de etanol, calculado num montante de 13 bilhões de litros adicionais. Termina o subsídio interno e cai a taxa da importa-ção, mas, e agora? Nós não temos etanol para exportar. O setor su-croalcooleiro passou por uma gigantesca transformação e con-solidação, ficamos es-tagnados na expansão e na produtividade; a gasolina cada vez mais importada é fortemen-

te subsidiada pela Petrobras, e o setor dos produtores de açúcar e etanol, representados pela Unica, consideram essa uma das concor-rências impossíveis de serem en-frentadas, e que determinou até agora uma estagnação de inves-timentos, um gap, um buraco na produção brasileira.

A boa notícia é que, a partir da perspectiva do mercado interna-cional, com a abertura do merca-do norte-americano, e com as leis obrigatórias europeias, para mis-turar etanol no combustível dos veículos; o setor entra em rampa de lançamento e de novos investi-mentos. Isso leva pelo menos dois anos, mas iremos vivenciar uma forte e nova retomada do setor agroenergético no país.

*José Luiz Tejon Megido é dirigente do Núcleo de Agronegócio da ESPM. Membro do Conselho Científico da Agricultura Sustentável e do Conse-lho de Administração do Grupo Fertion. Colunista da rádio Eldorado, no programa Desvendando o Agronegócio.

José Luiz Tejon*

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A abertura do mercado americano e a obrigatoriedade dos mercados europeus de adicionar álcool no combustível exigem da indústria brasileira novos investimentos no setor.

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Eventos

Agro quer propostas fActíveis para a Rio+20Segurança alimentar e energética com sustentabilidade e imposto zero para produção de energia renovável estão entre as propostas discutidas em fórum da Abag.

O fórum Abag (Associação Brasileira do Agronegó-cio), denominado Desper-tar para a Rio+20, realizado

no dia 9 de fevereiro, se caracteri-zou, de um lado, pela apresenta-ção formal das iniciativas oficiais quanto à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que acontece no Rio de Janeiro em junho e, de outro, pela expectativa dos empresários do agronegócio de que o evento não seja apenas mais um palco iluminado para propostas que não saiam do papel.

Se dependesse dos empresários, a grande proposta que o governo brasileiro levaria à Rio+20 seria esta, como foi formulada pelo ex-

ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues: segurança alimentar e energética com sustentabilidade. Uma proposta simples e objetiva com a qual todos concordariam, ao contrário do tema CO2 sobre o qual não há consenso, segundo Rodrigues.

Ingo Plöger, diretor da Abag, avaliou que o Brasil deveria in-crementar seu protagonismo na Conferência e propôs que se for-malizasse o objetivo de “acabar com a fome de 200 milhões de pessoas em 10 anos”. Para ele, esta seria “uma pauta mobilizadora, com objetivo claro, permitindo que todos os países pudessem atingir a meta como acontece hoje com a redução de CO2”.

A segunda grande bandeira le-vantada no fórum é a do imposto zero para produção de energia re-novável. Foi lembrado pelos líde-res do agronegócio que a cadeia do etanol, considerando desde a produção na usina até o uso do combustível pelos automóveis, emite apenas 11% do CO2 emitido pela gasolina.

“Nesse sentido, precisamos apoiar a lógica do governo bra-sileiro, que é a de conduzir a dis-cussão na Rio+20 para a direção em que haja equilíbrio no tripé econômico, ambiental e social”, analisou Luiz Carlos Corrêa Car-valho , presidente da Abag, cuja nova diretoria foi empossada no fórum,. Ele lembra que o país

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EventosRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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tem, na sua agricultura, inúmeros exemplos de “economia verde”, como o plantio direto e a integra-ção lavoura-pecuária-floresta.

Roberto Rodrigues vai além, ga-rantindo que deveríamos pro-pagandear medidas que não sejam apenas promessas, como a desburocratização efetiva do Programa ABC - Agricultura de Baixo Carbono, além de mostrar ao mundo o novo código flores-tal como uma conquista do país: “O governo também precisa recordar na conferência as con-quistas do agronegócio brasilei-ro nos últimos anos. Devemos lembrar, por exemplo, que, en-quanto a área plantada de grãos cresceu 30% nos últimos vinte anos, a produção de grãos cres-ceu 180%.” Para Rodrigues, os números mostram, por trás des-sa evolução impressionante na

agricultura brasileira, a constata-ção de que se mantivéssemos a mesma produtividade de vinte anos atrás, precisaríamos ter des-matado 57 milhões de hectares a mais. “Isto é fato. Isso está feito, não é promessa ou compromisso

diplomático”, finalizou, alfinetan-do o embaixador André Correa do Lago, um dos painelistas do fórum. Lago havia dito que é co-mum os embaixadores passarem longas noites em claro discutin-do “colocação de vírgulas”.

A nova diretoria da Associação Brasileira do Agronegócio foi empossa-da formalmente no Fórum da Abag, dia 9 de fevereiro.

Presidente: Luiz Carlos Corrêa Carvalho

Vice-presidente: Francisco Matturro

Diretores: Alexandre Enrico Frigliolino, André Pessoa, César Borges de Sousa, Christian Lohbauer, Eduardo Daher, Glauber Silveira da Sil-va, Ingo Plöger, Luiz Lourenço, Marcello Brito, Mário Fioretti, Urbano Campos Ribeiral e Weber Porto.

Diretor executivo: Eduardo Soares de Camargo

Diretor técnico: Luiz Antonio Pinazza

Diretoria Da abag Para o triênio 2012-2014

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Eventos

coopavel 2012 movimenta R$ 800 milhõesEvento encerra com público de 197,9 mil visitantes, acima do previsto pela organização. Participaram 406 expositores.

A expectativa de público, que era de 180 mil, foi superada mais uma vez. No último dia do Show Rural Coopa-

vel, realizado em Cascavel, no Pa-raná, foram registradas 36.515 visi-tas, totalizando 197.906 nos cinco dias de evento, o maior público já recebido em uma edição do Show Rural desde sua criação, em 1989. O número é 5% maior comparado à edição anterior quando foram registrados 187.738.

O Show Rural Coopavel atraiu comitivas de vários países, como grupos da África do Sul, Nigéria, França, Holanda, Alemanha, Itália e Estados Unidos, além do Merco-sul como Paraguai, Chile e Argen-tina. Muitas autoridades passaram pelo evento, como o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, o go-vernador do Paraná, Beto Richa, o vice-governador Flávio Arns, o senador mineiro Aécio Neves, en-tre outras lideranças políticas e do setor agropecuário.

Em meio às milhares de apre-sentações técnicas realizadas na semana de 6 a 10 de fevereiro, muitas novidades em pesquisas, lançamentos e até apresentações culturais chamaram a atenção dos visitantes. A exemplo da passarela da Emater, que proporcionou uma

viagem pelo tempo, promovendo a conscientização ambiental, dos lançamentos e novos acessórios para o campo, das imponentes máquinas agrícolas e do artesana-to produzido pelos tantos produ-tores rurais da região e expostos no pavilhão dos municípios.

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EventosRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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Os 406 expositores se encarregaram pela apresentação de uma grande quantidade de novidades. Entre elas as últimas descobertas dos profissionais da Embrapa, Iapar, Coodetec, Fundacep e da Emater, bem como de empre-sas privadas, que aproveitam o Show Rural Coopavel para apresentar as novidades ao público alvo de seus produtos: os agricultores.

Nas estações das empresas de pesquisa agrícola, houve ênfase para as tecnologias que vêm para revolucionar a produção no campo: cerca de 200 variedades de soja, 200 híbridos de milho, 45 de sorgo, 55 variedades de feijão, 110 variedades de sementes de outras culturas. Tudo em par-ceria com as 31 unidades de pesquisas da Embrapa, quin-ze programas de pesquisas do Iapar, os oito laboratórios de pesquisas da Coodetec, doze áreas de extensão rural da Emater/Paraná, nove linhas de pesquisas da Fundacep/RS e mais os 45 Laboratórios de pesquisas das empresas privadas. Em pecuária foram apresentadas tecnologias so-bre pastagens, confinamento, pecuária de corte e de leite, ovinocultura, manejo de suínos e silagem.

O coordenador geral da feira, Rogério Rizzardi, garante que “o objetivo principal, de informar os produtores rurais so-bre as novas tecnologias de produção agrícola e pecuária disponíveis no mercado, bem como mostrar novas alter-nativas de produção em consórcio com o meio ambiente, foi amplamente atingido.”

O Show Rural Coopavel 2012 serviu ainda como alavanca para o comércio de máquinas agrícolas, que conseguiu se superar nas vendas mesmo em um momento de insatisfa-ção em relação à safra, que sofreu perdas pela estiagem.

De acordo com Dilvo Grolli, diretor presidente da Coopavel e coordenador geral do evento: “não é possível fazer um le-vantamento sobre o valor comercializado na feira, porque durante o evento são fechados apenas 20% dos negócios que começam ali e se concretizam durante o ano. Entretan-to, em levantamento informal feito junto aos expositores, constatou-se que houve uma comercialização de aproxi-madamente R$ 800 milhões”.

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Implementos Rodoviários

Cai o ritmo de vendas

Avenda de implementos ro-doviários ao mercado inter-no em 2011 registrou um recorde histórico: 190.825

unidades, ante 170.283 do período anterior. Porém, o crescimento não foi uniforme. De acordo com le-vantamento feito pela Anfir (Asso-ciação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), o de-sempenho estatístico da indústria foi sustentado pelos negócios en-volvendo os produtos do segmen-to de carroceria sobre chassi, que registrou crescimento de 18,33%. No setor de reboques e semirre-boques o percentual foi de 0,34%, o que significa que, em números absolutos, foram comercializadas somente 190 unidades acima do total de 2010.

Esse resultado foi causado pela re-dução de acesso a crédito (Finame) de 100% da parte financiável para

70% e pelo redirecionamento da verba que normalmente seria uti-lizada para a aquisição de imple-mentos rodoviários. As empresas optaram por comprar caminhões Euro 3 em vez de renovarem ou ex-pandirem sua base logística.

A queda no ritmo de crescimen-to foi verificada ao longo do ano. O percentual é o acumulado do período em comparação ao ano passado. Assim, no primeiro qua-drimestre (janeiro a abril), o ritmo de crescimento indicava que as vendas do segmento carroceria sobre chassi eram 27,95% superio-res ao mesmo período de 2010. No segmento de reboques e semirre-boques, o percentual era 13,17%. Na estatística de outubro, o setor de carroceria sobre chassi caiu cin-co pontos percentuais (22,81%) e o de reboques e semirreboques bai-xou para 6,5%.

Alguns produtos do segmento pe-sado sentiram com mais força o peso dessa retração. O segmento de tanques sofreu retração acima de 20%. Outra linha de produtos que também sofreu queda expres-siva foi o canavieiro – 23,02%.

“Essa redução no ritmo de vendas não dá demonstrações de que vá pa-rar porque as regras de financiamen-to não foram alteradas”, alerta Rafael Wolf Campos, presidente da Anfir.

O desempenho positivo que se proje-ta para a economia brasileira não terá efeito direto sobre os negócios do setor, que seja capaz de reverter essa tendência, porque não há sinais por parte do governo de que as regras de financiamento serão alteradas. “Se houver uma mudança ampliando o acesso ao crédito, o quadro com cer-teza mudará”, afirma Mario Rinaldi, diretor executivo da entidade.

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Desaquecimento de vendas do segundo semestre indica queo resultado deste ano pode ser inferior ao de 2011.

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ImplementosRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Energia

ResumoAtribui-se o nome de biogás à mis-tura gasosa (combustível), resul-tante da fermentação anaeróbica da matéria orgânica. A proporção de cada gás na mistura depende de vários parâmetros, como o tipo de digestor e o substrato a digerir. De qualquer forma, esta mistura é essencialmente constituída por metano (CH4) e por dióxido de carbono (CO2), estando o seu po-der calorífico diretamente relacio-nado com a quantidade de meta-no existente na mistura gasosa.

Os processos de fermentação anaeróbia que produzem me-tano foram desde sempre, utili-zados pelo homem para o trata-mento dos esgotos nos sistemas conhecidos por “fossas sépticas”. Estas serviam tanto para tratar os esgotos domésticos de pe-quenas comunidades, quanto os resíduos da indústria agroali-mentar ou agropecuária. Com o passar dos tempos estes sistemas simplificados de tratamento evo-luíram nos países desenvolvidos, quando começaram a ser utiliza-dos os chamados digestores, para efetuar a estabilização das lamas resultantes da sedimentação pri-mária e do tratamento biológico aeróbio dos esgotos.

Neste momento, existem duas situações possíveis para o apro-veitamento do biogás: O primeiro caso consiste na queima direta (aquecedores, esquentadores, fo-gões, caldeiras); O segundo caso diz respeito à conversão de biogás em eletricidade. Isto significa que o biogás permite a produção de energia elétrica e térmica. Assim, os sistemas que produzem o bio-gás, podem tornar a exploração pe-cuária autossuficiente em termos energéticos, assim como contribuir para a resolução de problemas de poluição de efluentes. Os efluentes obtidos são normalmente tratados em sistemas de lagunagem, sendo depois utilizados em rega de terre-nos agrícolas ou lançados em linhas de água. Nas restantes instalações, onde este tratamento não existe, o efluente é, em regra, utilizado dire-tamente na agricultura, ou lançado em linhas de água.

Atualmente existem vários estu-dos sobre produção de energia a partir de biogás, dos quais a gran-de maioria sobre o aproveitamen-to de lixo doméstico para geração de energia.

Esse estudo consiste em uma análise técnica preliminar da via-bilidade de produção de energia

térmica por meio de biogás, sintetizado a partir de resíduos sólidos provenientes das habi-tações, de restaurante industrial e de matrizes suínas a partir de dados da literatura. O estudo preliminar indica que embora o sistema não seja autossustentá-vel, já que a demanda é maior do que a oferta, o uso de biodi-gestores é uma possível solução para o problema da destinação dos resíduos sólidos.

1. Considerações IniciaisO presente trabalho consiste em uma análise técnica preliminar da viabilidade de produção energia térmica por meio de biogás, sinte-tizado a partir de resíduos sólidos provenientes das habitações, de restaurante industrial e de matri-zes suínas conforme dados obti-dos na literatura.

Segundo a classificação dos pro-jetos de pesquisa proposta por LACERDA et al (2007a) e por LA-CERDA et al (2007b), a presente pesquisa pode ser classificada, em termos de natureza, como uma pesquisa aplicada, com aborda-gem qualitativa e com objetivo exploratório, visto que procurou entender melhor o problema ao explicitá-lo (GIL, 1999).

Apresentamos aqui a primeira parte de um estudo pioneiro que sugere uso de resíduos residenciais, industriais e de matrizes suínas.

Produção de biogás Parte 1

Prof. Johnson Pontes de Moura*

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EnergiaRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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O biogás é um dos produtos da decomposição anaeróbia (ausên-cia de oxigênio gasoso) da maté-ria orgânica, que se dá através da ação de determinadas espécies de bactérias.

O biogás é composto principal-mente por metano (CH4) e gás car-bônico (CO2) e foi descoberto por Shirley, em 1667. No entanto, foi só um século mais tarde que Volta reconheceu a presença de metano no gás dos pântanos. Já no século XIX, Ulysse Gayon, aluno de Louis Pasteur, realizou a fermentação anaeróbia de uma mistura de es-trume e água, a 35ºC, conseguindo obter 100 litros de gás por m3 de matéria. Em 1884, Louis Pasteur, ao apresentar à Academia das Ciên-cias os trabalhos do seu aluno, con-siderou que esta fermentação po-dia constituir uma fonte de energia para aquecimento e iluminação, devido a presença de metano, o hidrocarboneto de menor cadeia (1 átomo de carbono), principal componente do gás natural e de elevado poder calorífico.

Atualmente, esse processo vem se difundindo como uma forma de tratamento de resíduos por vários países. A recuperação de energia gerada pelos processos de anae-róbios teve grande impulso com a crise do petróleo onde diversos países buscaram alternativas para a sua substituição. Entretanto, como descreve NOGUEIRA (1986), as soluções para os problemas de desenvolvimento devem ser apro-priadas às necessidades, às capa-cidades e recursos humanos, aos recursos financeiros e à cultura. As-sim, o impulso recebido no perío-do de crise não chegou a constituir um sólido movimento de substi-tuição dos recursos não renováveis por outras fontes renováveis.

Inicialmente, o termo biogás esta-va associado aos diversos nomes atribuídos a ele, como: gás dos

pântanos, gás de aterro, gás de di-gestor e gás da fermentação, entre outros. Atualmente, o termo refe-re-se, de forma geral, àquele gás formado a partir da degradação anaeróbia da matéria orgânica.

O primeiro documento relatando a coleta de biogás de um proces-so de digestão anaeróbia ocorreu em uma estação de tratamento de efluentes municipal da Inglaterra, em 1895, sendo que o primeiro es-tudo de aproveitamento em uma pequena planta, com uso de estru-me e outros materiais remontam de 1941, na Índia. Desde então, o processo anaeróbio tem evoluído e se expandido ao tratamento de resíduos industriais, agrícolas e municipais (ROSS et al, 1996).

VILLEN (2001) discorre sobre di-gestão anaeróbia, salientando que na natureza existem vários ambientes favoráveis ao desen-volvimento desse processo, sen-do representados pelos pântanos, estuários, mares e lagos, usinas de carvão e jazidas petrolíferas.

Esses sistemas possuem concen-trações baixas de oxigênio, facili-tando a ocorrência desse fenôme-no. Da observação casual desses ambientes, o ser humano tomou ciência da possibilidade de pro-duzir gás combustível a partir de resíduos orgânicos ao observar a combustão natural desse gás na superfície de regiões pantanosas.

Posteriormente, passou-se a de-senvolver e utilizar esse processo fermentativo para o tratamento de esgoto doméstico, objetivan-do, principalmente, a destruição da matéria orgânica. O gás produ-zido era destinado à iluminação.

No começo do século XX, ocorreu na Índia e na China, o início do de-senvolvimento de digestores para a produção de gás metano a partir de esterco de animais, principal-mente bovinos.

Somente a partir de 1960, a diges-tão anaeróbia passou a ser pesqui-sada com caráter mais científico, havendo então grandes progres-sos quanto à compreensão dos fundamentos do processo e tam-bém de projetos de digestores e equipamentos auxiliares.

Segundo CHAMBERS & POTTER (2002), a aplicação da digestão anaeróbia na América do Norte encontra-se, predominantemen-te, nos domínios da estabilização do lodo do esgoto urbano e no tratamento anaeróbio de efluen-tes industriais e agropecuários

Durante a digestão anaeróbia, a energia química presente na composição orgânica é largamen-te conservada, principalmente, como metano.

A composição do biogás é difícil de ser definida, pois depende do material orgânico utilizado e do tipo de tratamento anaeróbio que sofre. Contudo, em linhas gerais, o biogás é uma mistura gasosa composta principalmente por:

• Metano (CH4): 50 – 70% do volu-me de gás produzido.

• Dióxido de carbono (gás carbô-nico, CO2): 25 – 50% do volume de gás produzido.

• e traços de outros gases:

- Hidrogênio (H2): 0 – 1% do vo-lume.- Gás sulfídrico (H2S): 0 – 3% do volume.- Oxigênio (O2): 0 – 2% do volu-me.- Amoníaco (NH3): 0 – 1% do vo-lume.- Nitrogênio (N2): 0 - 7% do vo-lume.- A digestão anaeróbia é um processo fermentativo em que matéria orgânica complexa é degradada a compostos mais simples. A degradação ocorre

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Energia

através da ação de diversos gru-pos de microorganismos que interagem simultaneamente, até a formação dos produtos finais, metano e gás carbônico. Na ausência de oxigênio ou de agentes oxidantes fortes como o sulfato, nitrato e enxofre, a de-gradação anaeróbia da matéria orgânica até a formação de me-tano, envolve três etapas: hidró-lise e fermentação, acetogênese e metanogenêse.

- Na primeira etapa, a maté-ria orgânica complexa como policarbohidratos, proteínas e lipídeos é hidrolisada e fermen-tada por bactérias hidrolíticas fermentativas a compostos or-gânicos simples como amino-ácidos, açúcares, ácidos graxos e álcoois. Na segunda etapa, os produtos metabólicos do primeiro grupo são então con-vertidos a acetado e hidrogênio pelas bactérias acetogênicas sintróficas associadas às bacté-rias utilizadoras de hidrogênio. Na terceira etapa, bactérias me-tanogênicas convertem aceta-to, formiato, hidrogênio, etc., a metano e dióxido de carbono. O passo limitante, do processo é a metanogênese pois as bac-térias responsáveis, por essa etapa são as mais lentas e mais sensíveis às variações do meio. O bom desempenho do proces-so depende da manutenção do equilíbrio entre as populações microbianas envolvidas.

2. Poder calorífico em função da composição do biogás

O poder calorífico é “a quantida-de de calor transferida da câmara durante a combustão ou reação a temperatura constante (COSTA, 2006:36).

COSTA (2006:135) ressalta tam-bém que o poder calorífico do bio-gás depende fundamentalmente das proporções de metano e gás

Figura 1 - Representação esquemática da digestão anaeróbia em três etapas (IPCC, 2011).

carbônico. Através da compilação dos trabalhos de AVELLAR (2001) Apud COSTA (2006:45) e de COL-DEBELLA et al (2006:4), é possível estabelecer uma relação linear en-tre a concentração de metano e o poder calorífico inferior do Biogás. O gráfico abaixo ilustra essa rela-ção (figura 2).

O valor a ser utilizado como refe-rência nesse estudo é o proposto por NOGUEIRA & ZÜRN (2005), pois diversos autores citam que a concentração de metano no bio-gás costuma variar entre 55 e 60% (COSTA, 2006:45; COLDEBELLA et al, 2006:4; TEIXEIRA, 1985:104). Segundo SILVA et al (2005a:609),

“LUCAS JUNIOR (1987), analisan-do o biogás produzido em bio-digestores modelos indiano e chinês, pelo período de um ano, encontrou, em média, 57,7% de CH4 e 34,2 de CO2”.

NOGUEIRA & ZÜRN (2005) utilizam o valor médio de 58,5% de con-centração de metano. Considerar-se-á, portanto, seguindo essa re-ferência, que cada m³ de biogás é capaz de produzir 5,8 kWh.

Referências ALVES, J. W. S., LUCON, O. S. Gera-ção de Energia Elétrica com Gás de Lixo. Ambiente Técnico, CE-TESB/ASEC, v.1., n.2, p.1-3, 2001.

Figura 2 – Relação linear entre a concentração de metano e o poder calorífico do biogás. Fonte: Base-ado em AVELLAR (2001) Apud COSTA (2006:45) e de COLDEBELLA et al (2006:4).

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EnergiaRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Energia

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*Johson Pontes de Moura é enge-nheiro químico, doutorado em En-genharia Mecânica UFPE; discente do curso de pós-graduação em energia renováveis com ênfase em biogás – Unila.

e-mail: [email protected]

Nota do Editor: A continuação des-te artigo, você encontrará na edi-ção 73 da revista Agrimotor.

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CooperativasRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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Exportações de cooperativas têm novo rEcordE

As exportações das coope-rativas do país apresenta-ram crescimento de 39,8% em 2011 em comparação

com o mesmo período de 2010 (US$ 4,417 bilhões), totalizan-do US$ 6,175 bilhões. Este foi o maior resultado alcançado desde o início da série em 2005. A parti-cipação na pauta total das vendas das cooperativas passou de 1,9%, em 2005, para o patamar de 2,4% em 2011.

Historicamente, a balança comer-cial das cooperativas apresenta saldo positivo, tendo alcançado US$ 5,819 bilhões de janeiro a de-zembro do ano passado. O resul-tado é recorde para o período e supera em 40,4% o valor de 2010, que chegou a US$ 4,144 bilhões. O levantamento das operações

de exportação e importação das cooperativas brasileiras é elabo-rado pelo Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio (MDIC). São Paulo foi o estado com maior valor de exportações com US$ 2,078 bilhões, o que representa 33,7% do total deste segmento. Em seguida aparece o Paraná, com US$ 1,930 bilhão, Minas Gerais, US$ 885 milhões, Rio Grande do Sul, US$ 363 mi-lhões e Santa Catarina, US$ 312 milhões. Rondônia foi o estado que apresentou o maior cresci-mento no período comparativo, seguido por Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás e Piauí.

De janeiro a dezembro de 2011, dos 27 estados brasileiros, 13 re-alizaram importações por meio de cooperativas. O Paraná foi o

estado que importou maior valor (US$ 136,8 milhões), com 38,5% do total deste segmento. As im-portações foram conduzidas em 37 portos, aeroportos e rodovias. O porto de Paranaguá foi o que movimentou o maior valor (US$ 136,5 milhões), com o equivalente a 38,4% do total das importações do segmento.

Os produtos do agronegócio são os que se destacam entre os mais exportados pelas cooperativas. O açúcar refinado foi o mais vendi-do e representou 17% do total ex-portado, com total de US$ 1,048 bilhão. O café em grãos negociou US$ 839,3 milhões (13,6%). Em seguida aparecem: soja em grãos, açúcar em bruto, pedaços e miú-dos de frango, etanol, farelo de soja e trigo.

Valor de US$ 6,17 bilhões cresceu 39,8% em 2011 em comparação com o mesmo período de 2010, quando foram exportados US$ 4,417 bilhões.

P r o g r A m A s d o m dA c h e g A m A 4 m i l co o P e r At i vA sAções como chamadas públicas para o fortalecimento de cooperativas e programas como o Nacional de Produ-ção e Uso de Biodiesel (PNPB), de Aquisição de Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (PNAE) têm incenti-vado o cooperativismo em todo o país.Atualmente, o MDA apoia aproximadamente 4 mil cooperativas e associações de agricultores familiares. Rece-bem crédito, garantia de comercialização e assistência técnica diferenciada. Destas, 1.570 possuem declaração de aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) na modalidade jurídica, o que possibilita sua participação em políticas públicas como o PAA e o PNAE.O diretor do Departamento de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do MDA, Arnoldo de Campos, destaca que as ações desenvolvidas pelo ministério têm o foco na organi-zação produtiva e econômica dos agricultores familiares. “O Programa de Aquisição de Alimentos, por exemplo, que é uma compra do mercado institucional, beneficia hoje mais de 4 mil organizações produtivas da agricultura familiar, servindo como uma alavanca para a organização dos trabalhadores em cooperativas, permitindo uma consolidação dos empreendimentos”.

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Especial

Seca reduz a moagem de cana para 492 milhões de toneladas

O terceiro levantamento da safra brasileira de ca-na-de-açúcar 2011/2012, divulgado pela Conab –

Companhia Nacional de Abaste-cimento, vinculada ao Ministério da Agricultura, em dezembro de 2011, previa que seriam moídas 571.471 milhões de toneladas. A União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), em julho, aponta-va a possível moagem de 533,50 milhões de toneladas, reduzindo ainda mais sua previsão de mar-ço de 2011: 568,50 milhões de

toneladas. No início de fevereiro deste ano algumas poucas usi-nas ainda operavam na região Centro-Sul, e o número final da safra deve ficar em torno de 492 milhões de toneladas. O resul-tado representa uma queda de 11,66% em relação à safra ante-rior, estimada em 556,94 milhões de toneladas pela Unica.

A Conab atribui a quebra da safra principalmente a razões climáti-cas. Houve seca em toda a região Centro-Oeste e Sudeste, no se-

gundo semestre do ano passado, o que prejudicou a brotação e o desenvolvimento das plantas, inclusive nas áreas de renova-ção e de expansão. Além disso, a luminosidade e as diferenças de temperatura estimularam o florescimento das lavouras. A área plantada, segundo a Conab, ficou em 8.368,4 mil hectares, com um crescimento de 697.770 hectares. A região Sudeste apre-sentou 38% de aumento da área agregada, o maior percentual verificado no país.

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Falta de renovação dos canaviais é a grande causa da quebra de safra.

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EspecialRevista AgriMotor - Fevereiro 2012

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As causas climáticas e as dificul-dades financeiras dos produtores são apontadas pela Conab como as principais causas para a renova-ção dos canaviais ter ficado muito aquém do necessário. Os dados apontam 961.915 hectares reno-vados. O mesmo estudo registra a existência de “lavouras que têm mais de dez cortes, quando tecni-camente a recomendação é para que a renovação ocorra após a colheita do quinto corte.” Resul-tado: queda da produtividade, avaliada em 11,8% se comparada à safra anterior, situando-se ao redor de 68.289 kg/ha.

MixPara a Conab, o mix da safra é al-cooleiro, sendo destinadas 287,6 milhões de toneladas para etanol e 283,9 milhões para açúcar. Nes-sa avaliação, teríamos um ligeiro crescimento do percentual des-tinado ao açúcar e a produção estaria em torno de 37 milhões de toneladas. O etanol ficaria na casa dos 22.858 bilhões de litros, o que representaria uma queda de 17,2% em relação à safra an-terior, sendo 9 bilhões de anidro e 13,79 de hidratado.

Os números divulgados pela Unica no início de fevereiro re-gistram 31,19 milhões de tonela-das de açúcar, 12,71 bilhões de litros de etanol hidratado e 7,88 bilhões de litros do anidro. Essa configuração representa, com relação à safra anterior, queda de 7% no total de açúcar e de 29% no etanol hidratado. O ani-dro teve aumento de 6%.

Movimento Mais EtanolCom a intenção de não perder as possibilidades de desenvol-vimento representadas pela tecnologia do etanol, a Unica lançou, em dezembro, em jantar em Brasília com a presença de parlamentares e representantes do governo, um movimento de

valorização dessa energia reno-vável. Focado no futuro, o presi-dente da entidade, Marcos Jank, deixou claro: “Precisamos de 120 novas usinas até 2020, mas isso só vai se concretizar com políti-cas públicas estáveis e consisten-tes.” E políticas públicas estáveis têm nome e sobrenome: deso-neração tributária do etanol, re-dução da carga de impostos. A ideia do Mais Etanol é centrar a pressão sobre os formadores de opinião e tomadores de decisão, utilizando o peso dos players do setor: distribuidoras de combus-tível, as montadoras de veículos e de implementos etc.

Datagro acertou

“Foi a safra mais difícil de estima-tiva, porque você teve uma dife-rença do que foi moído da capa-cidade instalada de 135 milhões de toneladas de cana. A Datagro estima que a capacidade instala-da da região Centro-Sul é algu-ma coisa perto de 620 milhões de toneladas e a safra terminou em 492. Ficou um déficit mais ou menos de uma Tailândia mais uma Austrália.” Esta é avaliação

de Guilherme Nastari, diretor da Datagro, a principal consultoria do setor sucroenergético.

Em agosto/setembro a Datagro estimou uma safra de 490 mi-lhões de toneladas, muito próxi-mo do número que está se confi-gurando, na casa de 492 milhões.

A Datagro ainda não tem um nú-mero para a safra 2012/13, mas situa sua previsão numa banda 500 e 530 milhões de toneladas.

A consultoria prevê “um esforço muito grande de renovação do canavial. A gente estima que a idade média em 2012/13 está por volta de 4,1 anos, canavial está

muito velho, se der para plantar, o usineiro vai plan-tar sim. Se der para plantar significa capacidade de in-vestimento mais condição climática, o fato é que Brasil precisa reformar”.

Nastari também avalia que haverá uma recuperação do rendimento industrial. A safra foi excepcionalmente atípica, para valores entre 139 a 142 kg de ATR (açú-car total recuperável) por tonelada de cana. Para ele, as recentes medidas de sus-pensão de barreiras ao eta-nol brasileiro no mercado americano não terão efeito a curto prazo “porque o pre-ço nos Estados Unidos está mais barato que aqui, mas a médio e longo prazos é

muito importante porque é mais um incentivo em capacidade ins-talada no Brasil”. Nastari avalia que o Brasil precisa fazer de 100 a 120 usinas em oito anos, para suprir a demanda de 2020: “São mais de 600 milhões de cana para suprir demanda, apenas. Não es-tamos falando de mercado in-ternacional e de Estados Unidos, não. Apenas exportando o que a gente exporta hoje.”

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Guilherme Nastari, analista econômico - diretor da Datagro

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Business World

Aumenta crédito para agricultura sustentávelO levantamento da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) dos financiamentos rurais da safra 2011/2012 indica alta de mais de 12% nas movimentações financeiras relativas aos programas de investimento, que incluem Agricultura de Baixo Carbono (ABC), Moderagro, Moderinfra, Moder-frota, Prodecoop e Procap-Agro. Dos R$ 20,5 bilhões previstos, R$ 6,5 bilhões já foram utilizados. Somente o volume captado para o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) cresceu 55,5%. Até o final de novembro, foram libera-dos R$ 178,1 milhões. Nos cinco primeiros meses do ano-safra anterior foram R$ 114,5 milhões em créditos.De julho a novembro de 2011, os agricultores acessaram R$ 2,251 bilhões do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) nas modalidades custeio e comercialização. O montante representa 7,1% a mais que no mesmo período de 2010, quando foram liberados R$ 2,1 bilhões. O valor ofertado passou de R$ 4,95 bilhões para R$ 6,2 bilhões nesta safra. Dos R$ 1,1 bilhão do crédito disponível na linha de investimentos, foram tomados R$ 868,4 milhões, quase 79% a mais que o volume dos cinco meses correspondentes do Plano Agrícola 2010/2011.As operações de custeio e comercialização cresceram 2%, com destaque para a modalidade de empréstimo com juros controlados, que subiu 4,8% em relação ao mesmo período de 2010. Já as transações com taxa de juros livre caíram 13,7%, seguindo a tendência de queda. Nesta safra, foram previstos mais de R$ 80 bilhões para esse tipo de operações, dos quais R$ 35,5 bilhões já estão nas mãos dos produtores.No conjunto de todos os programas, apenas o Moderfrota registra níveis mínimos de aplicação. A baixa pro-cura pode ser atribuída ao amparo do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que oferece condições de juros (6,5% ao ano) e prazos para pagamento (até dez anos), mais atrativos ao produtor. As contratações no âmbito do PSI estão autorizadas até dezembro de 2012. O total movimentado de julho a novembro passou de R$ 2,572 milhões para R$ 2,655 milhões, com alta de 3,2%.Dos R$ 107,2 bilhões disponíveis para serem utilizados pela agricultura empresarial neste Plano Agrícola, R$ 44,67 milhões já foram contratados, um aumento de 3,4% em relação ao crédito concedido neste período na safra de 2010.

Cummins lança grupo gerador da série C3000A Cummins Power Generation acaba de produzir o novo grupo gerador movido a diesel da série C3000, com capacidade para fornecer até 3,5 megawatts (MW), equipa-do com motor QSK95, considerado o mais potente para aplicações de alta velocidade.O produto é adequado para fornecer pro-teção de energia crítica para instalações que exigem maior potência, como cen-tros de dados, hospitais e concessionárias de serviços públicos. Atende às rigorosas exigências de controle de emissões Tier 4, da Agência Ambiental dos EUA (EPA), que passam a vigorar em 2015. O sistema de pós-tratamento SCR (Redução Catalítica Se-letiva) da Cummins foi desenvolvido para substituir o silencioso de escape do grupo gerador, oferecendo uma solução integra-da de comprovado desempenho e alta-mente flexível.

Aprobio propõe selo de qualidade Em documento entregue à Agência Nacional de Petróleo – ANP, a APROBIO - Associação dos Produtores de Biodie-sel do Brasil propôs a adoção de um selo de qualidade para as usinas do setor. Entre os itens a serem identifica-dos que preservariam a qualidade do produto a ANP pre-tende baixar o grau de humidade do produto dos atuais 500 ppm (partes por milhão) para 200 ppm.O conselheiro da entidade, Alexandre Pereira, explicou que na Europa a especificação é 500 ppm, mas produto-res e distribuidores tem acordo para manter a humidade do biodiesel em 350 ppm.“É muito difícil manter a humidade sem variações – expli-cou ele –, onde o produto percorre grandes distâncias no transporte e distribuição”. Battistella acrescentou que as próprias diferenças climáticas de região para região em um país das dimensões do Brasil.www.aprobio.com.br

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Café pode alcançar 52,27 milhões de sacas A produção nacional de café da safra 2012 está estimada entre 48,97 e 52,27 milhões de sacas beneficiadas. Este é o primeiro levantamento realizado pela Companhia Na-cional de Abastecimento (Conab), divulgado no dia 10 de janeiro.O resultado representa crescimento entre 12,6 e 20,2%, quando comparado com a safra anterior, que foi de 43,48 milhões de sacas de 60 quilos. O aumento se deve, prin-cipalmente, ao ano de alta bienalidade, ou seja, carac-terística do grão que produz mais em anos alternados. Caso se confirme, será a maior safra produzida no país, superando o recorde anterior de 48,48 milhões de sacas, do período 2002/2003. Em relação à safra 2009, último ano de ciclo positivo, a nova safra é 5,22% superior.A espécie arábica, com a produção estimada entre 36,41 e 39,02 milhões de sacas, corresponde em torno de 74,5% da produção nacional. Minas Gerais, maior produtor, representa aumento entre 25,25 e 26,82 mi-

lhões de sacas.A produção da espé-cie conilon, avaliada entre 12,56 e 13,25 milhões de sacas, tem a média de 25,5% da produção cafeeira do país. O Espírito Santo, maior estado produtor, tem a safra projeta-da entre 8,97 e 9,53 milhões de sacas.

Safra: VBP cresce 11,9% em 2011O Valor Bruto da Produção (VBP) teve um incremento de 11,9% no ano passado sobre igual período de 2010, o melhor desempe-nho desde 1997, quando o VBP começou a ser acompanhado. Com o resultado, o valor da produção referente às principais lavou-ras totalizou R$ 205,9 bilhões. O Centro-Oeste liderou o crescimento do valor, com aumento de 30,7 % no período, pressio-nado pelos resultados do Mato Grosso. Os dados foram divulgados dia 19 de janeiro, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.O coordenador geral de planejamento es-tratégico do Mapa, José Garcia Gasques, atribui os dados aos preços favoráveis e à boa produção no ano. Os produtos que mais contribuíram para esse resultado foram o algodão, café, laranja, cana-de-açúcar, mi-lho, soja e uva. Abaixo do desempenho do Centro-Oeste, está a região Nordeste, com 17,3%; o Sul, 8,3%; e o Sudeste, com 7,6%, A região Norte encerrou 2011 com queda do valor da produção (- 8,9%).As projeções para este ano são de uma sa-fra de 160 milhões de toneladas, embora não estejam incluídos os efeitos das secas no Sul do país, decorrentes do fenômeno La Niña. O valor da produção das principais lavouras previsto para 2012 é de R$ 216,2 bilhões, 5 % superior ao de 2011. Os dois valores são dos mais elevados historica-mente.w

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Brasil e Israel: acordo para biocombustíveis A empresa israelense Evogene, pioneira em tecnologia para o melhoramento genético de plan-tas, e a SLC Agrícola do Brasil anunciaram um acordo de cooperação para o desenvolvimento e cultivo de sementes de mamona como matéria-prima para biocombustíveis. O acordo, divulgado em um seminário nordestino, veio na sequência de testes recentes no Nor-deste brasileiro, que mostraram que as cepas da planta desenvolvida pela Evogene têm maior potencial de rendimento do que as variedades atualmente disponíveis.A Evogene tem foco na definição do genoma de certas espécies vegetais, com o objetivo voltado para potencializar as melhores características produtivas; permitir melhores práticas de cultivo ligadas à mecanização agrícola e obter melhores respostas no uso de defensivos agrícolas.O mercado de biocombustíveis vem aumentando nos últimos anos, atingindo o valor de US$ 18 bilhões em 2010. O mercado de biocombustível para aviação deve chegar a 15 bilhões de litros em 2020.

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Revista AgriMotor - Fevereiro 2012Business World

ADR Brasil Eixos Ltda. ............................................................................................................................................................ 11Agrishow 2012 ...............................................................................................................................................................2ª capaAgrobrasília 2012 .................................................................................................................................................................. 27Automec 2012 - Pesados & Comerciais .................................................................................................................................... 23Crop World South America 2012 ............................................................................................................................................... 5Grips Editora ..................................................................................................................................................................3ª capaK Parts Indústria e Comércio de Peças Ltda. ............................................................................................................................ 19Mallas’Car Ind. e Com. de Auto Peças Ltda. .............................................................................................................................. 15Microgear Indústria de Peças Ltda. ........................................................................................................................................... 7Nekarth Ind. e Com. de Peças e Máquinas Ltda. ...................................................................................................................... 17Randon S.A. Implementos e Participações ....................................................................................................................... 4ª capa

Anunciantes

Soja: Embrapa quer diminuir perdas A Embrapa pretende intensificar o Programa de Perdas na Colheita de Soja com a promoção de treinamentos em tecnologia que reduz as perdas na colheita e também com a distribuição dos co-pos medidores. “O que tem limitado os ganhos do produtor rural é a falta de planejamento da operação de colheita, a desatenção nas regula-gens dos sistemas da colhedora e a não utiliza-ção de um método prático de monitoramento das perdas de grãos”, explica o pesquisador José Miguel Silveira, da Embrapa Soja.A Embrapa está comercializando dois copos medi-dores e dois manuais sobre a tecnologia a R$ 11,00. Os interessados podem solicitar o kit de perdas na colheita no (43) 3371-6119 ou pelo e-mail [email protected]. As entidades interes-sadas em treinamentos sobre perdas na colheita devem entrar em contato com a Chefia de Trans-ferência de Tecnologia da Embrapa pelo e-mail [email protected] ou pelo (43) 3371-6008. Apesar de não haver um diagnóstico sobre as per-das durante a colheita de soja, no Brasil, há relatos de lavouras que chegam a perder até quatro sacas por hectare. Para a Embrapa, as perdas toleráveis devem estar entre 42 e 60 quilos por hectare.

Ministro defende sustentabilidade

No painel sobre o Plano ABC - Agricultura de Bai-xa Emissão de Carbono, no Fórum Social Temáti-co, dia 26 de janeiro, em Porto Alegre, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, destacou a importância de manter a renda, agregando maior valor aos alimentos como forma de fixar o homem no campo. O ministro salientou a necessidade de se trabalhar a agricultura com sustentabilidade.O ministro ressaltou que o Plano ABC é o carro-chefe do governo Dilma Rousseff e atende às di-retrizes internacionais pactuadas na Conferên-cia da ONU sobre mudanças climáticas, COP-15, em 2009.Mendes Ribeiro disse ainda que o país deve con-tinuar investindo na pesquisa de novas tecnolo-gias no campo, por meio da Embrapa, e de outros órgãos, para garantir a produção de alimentos com qualidade, a preços baixos, ajudando assim, no combate à fome no mundo. “O Brasil está fa-zendo a sua parte. Não queremos mais conviver com a miséria e a desigualdade”, salientou.

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