Revista Agrimotor

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Revista Agrimotor - ano 8 edição 74

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ÍNDICERevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

EDITORIALÉ hora de tomada de decisões importantes .............................................................................................................................4

IMPLEMENTOS RODOvIáRIOSAnfir aprova medidas econômicas ..............................................................................................................................................6

ESPECIAL AGRISHOWA feira que mudou a história do agro no Brasil .......................................................................................................................8

LANÇAMENTOS NA FEIRAAgrishow, a grande vitrine ............................................................................................................................................................16

CÓDIGO FLORESTALFalta critério na discussão do Código Florestal - Ciro Antonio Rosolem ......................................................................28

RESULTADOSO bom resultado do agro ..............................................................................................................................................................30

ENTREvISTAA ideia que deu certo - Roberto Rodrigues ............................................................................................................................32

IRRIGAÇÃOIrrigar é necessidade e não opção - Vinícius Melo ...............................................................................................................36

SUCROALCOOLEIROProdução de cana-de-açúcar aumenta pouco e a seca traz prejuízo ............................................................................40Gestão de mecanização - frota e operações agrícolas ........................................................................................................42

ENERGIAProdução de biogás - Parte 3 - Prof. Johnson Pontes de Moura ......................................................................................48

AGROTÓXICOSAgrotóxicos no Brasil: fatos e mitos - José Annes Marinho ...............................................................................................52

EvENTOSBahia Farm Show leva tecnologia ao Nordeste .....................................................................................................................56Agrobrasília, a grande feira do cerrado ....................................................................................................................................57

vISÃOOs atos e fatos do agronegócio - José Luiz Tejon .................................................................................................................58

EMPRESASKaiser: 50 anos no mercado agrícola .........................................................................................................................................60

IMPORTAÇÃOIrregularidades na importação de pneus ................................................................................................................................62

BUSINESS WORLDNotícias sobre fatos relevantes do setor ...................................................................................................................................64

ANUNCIANTES .................................................................................................................................................................................66

Edição 74 Ano 8

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EDITORIAL

Coordenação GeralHenrique Isliker Pátria

Diretora ExecutivaMaria da Glória Bernardo Isliker

TIVicente Bernardo

Editor e Jornalista ResponsávelHenrique Isliker Pátria (MTb-SP 37.567)

[email protected]

Reportagens e EntrevistasMário Rolim Cândido (MTb-SP 23.571)

[email protected]

Edição de ArtePriscilla Ramos Nannini

PublicidadeAugusto Isliker - [email protected]

AdministrativoAnderson Rodrigues Maria Rosangela de Carvalho

ColaboradoresÂngelo Domingos Banchi Ciro Antonio Rosolem Johnson Pontes de Moura José Annes Marinho

José Luiz Tejon José Roberto Lopes Rafael Augusto Coli Ricardo de La Fonte Albuquerque Vinícius Melo

Impressão e AcabamentoIpsis Gráfica e Editora

REvISTA AGRIMOTORÉ uma publicação de propriedade da

Grips Marketing e Negócios Ltda.com registro no INPI sob no 826584527

Rua Cardeal Arcoverde, 1745 - cj. 111Pinheiros - São Paulo/SP - CEP: 05407-002

Tel/Fax: (11) [email protected]

www.agrimotor.com.br

As matérias assinadas são de responsabilidade dosautores. Reproduções de artigos e matérias estão

autorizadas desde que citada a fonte.

Edição 74 - Ano 8 - Abril/Maio 2012

Capa: Foto: CaseCriação: Priscilla Ramos NanniniCirculação: Mensal

É hora de tomada de decisões importantes

Henrique Isliker Pátria Editor Responsável

São tantos e tão importantes os temas desta edição que não dá para definir o que é prioridade. Teremos em Ribeirão Preto, município que fica a mais de 300 quilômetros da capital, a edição do ano de 2012 da Agrishow. Vocês poderão notar pela palavra do sempre ministro da Agricultura Roberto Ro-

drigues, que foi nas últimas décadas a ideia que mais deu certo no agronegócio nacional.

Não só pela sua importância, enquanto feira de negócios, em que praticamente todas as empresas que pretendem colocar seus produtos ou serviços na vitrine, mas pelo fórum que se instalou onde são discutidos assuntos relacionados a políti-ca, economia, investimentos, responsabilidades sociais, sustentabilidade e outras questões de fundamental importância para o desenvolvimento do segmento do agro que é, sem sombra de dúvida, a mola propulsora do crescimento brasileiro nos últimos anos.

A revista Agrimotor não poderia ficar alheia a este movimento e apresenta esta edição especial onde ouvimos os principais protagonistas da festa, entre eles o presidente da Agrishow, Maurilio Biagi, o presidente da comissão setorial de má-quinas e implementos agrícolas da Abimaq, Celso Casale, o coordenador do Cen-tro do Agronegócio da FGV e ex-ministro Roberto Rodrigues que manifestaram suas expectativas quanto ao evento.

Em outra seção da revista apresentamos alguns dos muitos produtos que serão oferecidos na feira, e complementamos com uma seleção bem elaborada de arti-gos e reportagens que por certo darão novas luzes a nossos leitores sobre assun-tos importantes do setor.

Produção nacional de cana-de-açúcar, irrigação, Código Florestal, produção de energia alternativa a partir da utilização de dejetos descartáveis, realização de eventos que irão destacar o setor em Brasília e na Bahia, a utilização de agrotóxicos e várias outras questões são destaque nesta edição.

Chamamos especial atenção para um interessante estudo sobre a gestão de meca-nização das frotas em operações agrícolas. O texto oferece alternativas importan-

tes para os administradores deste tipo de problema nas propriedades rurais.

Cremos que a partir desta Agrishow, em que estão pre-vistos os mais proveitosos debates sobre as políticas que orientam o setor, poderemos ter novidades importantes e novas perspectivas para os integrantes desta importan-te cadeia econômica. Para conferir.

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012Implementos RodovIáRIosFo

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Anfir AprovA medidAs econômicAs

As medidas anunciadas pelo ministério da Fazenda atendem reivindicações da Anfir – Associação Nacional

dos Fabricantes de Implementos Rodoviários e dos demais seg-mentos produtivos da sociedade, e deverão produzir efeitos posi-tivos após sua efetiva implemen-tação. “Esperamos que as novas medidas consigam reverter a que-da nas vendas de implementos

rodoviários”, afirmou Rafael Wolf Campos, presidente da Anfir.

De janeiro a março de 2012 a in-dústria produtora de implemen-tos rodoviários entregou 41.835 unidades, um resultado 1,9% infe-rior ao total do primeiro trimestre de 2011 quando o volume foi de 42.645. A maior queda foi regis-trada no segmento Pesado (rebo-ques e semirreboques) com resul-

tado negativo de 8,84%. O setor Leve (carroceria sobre chassis) manteve as vendas com resultado positivo: 1,24%.

Até a apresentação das novas medidas de incentivo a produção industrial, a fatia financiável pelo PSI era de 70% – mudança ocor-rida em abril de 2011 quando até aquela ocasião o mercado podia financiar 100% do bem. Nesse

As mudanças no PSI deverão apresentar reflexos positivos para o setor de implementos rodoviários, a partir da data efetiva de sua entrada em operação.

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Implementos RodovIáRIosRevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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período, o ritmo de crescimento da indústria foi perdendo força e iniciou 2012 com resultados ne-gativos no primeiro bimestre e no primeiro trimestre.

Pelas medidas apresentadas, o financiamento para a compra de implementos rodoviários no PSI teve suas taxas de juros alteradas. Para os compradores classificados como grandes empresas a taxa passa a ser de 7,3% ao ano (antes era 8,7%) e para a micro, pequenas e médias empresas, o patamar será de 5,5% ao ano (antes era 6,5%). A parte máxima financiável pelo PSI ficou em 90% (grandes empresas) e 100% (MPME) sem alteração do prazo máximo: 120 meses.

O programa Procaminhoneiro do BNDES também deve beneficiar o segmento produtor de implemen-tos rodoviários. Em circular do BN-DES ficou estabelecido que a taxa de juros fixa cairá dos atuais 7% ao ano para 5,5%. Além disso, o aumento do nível de participação do BNDES nos financiamentos concedidos no âm-bito do Produto BNDES Finame pas-sará de até 90% para até 100% (cem

por cento). Essas normas devem en-trar em vigor no dia 30 de abril, con-siderando a publicação até essa data no Diário Oficial da União.

O benefício será estendido às pes-soas físicas residentes no Brasil e que trabalham com transporte ro-doviário de carga, assim como aos empresários individuais e as mi-croempresas também estão con-templados na circular do BNDES.

A medida do BNDES também concede as mesmas condições de financiamento aos implementos rodoviários usados, registrados nos órgãos de trânsito competen-tes e que tenham até 15 anos de idade. A Anfir compreende que é importante incentivar igualmente o mercado de produtos seminovos e usados, mas alerta para a quali-dade de conservação desses pro-dutos. “O setor é responsável pelo transporte de 60% da carga bra-sileira e isso exige muita atenção com a segurança”, diz Mario Rinal-di, diretor executivo da Anfir.

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A feirA que mudou A históriA do Agro

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“Momento mágico do agronegócio brasileiro”, a Agrishow destaca a agricultura brasileira incluindo soluções em sistemas de armazenagem e o lançamento do Portal África, parceria Embrapa-Abimaq.

C ompletando em 2012 dezenove anos de his-tória, a Agrishow – Feira Internacional da Tecnolo-

gia Agrícola em Ação – já está consolidada como a principal feira do setor agro na América Latina. Os 360 mil m² destina-dos à edição deste ano servem de palco de demonstrações de máquinas e equipamentos agrí-colas das principais empresas do mercado, além de rodadas de negócios e visitas técnicas. Espera-se um público em tor-no de 150 mil compradores. No ano passado, a feira registrou 146.832 visitantes dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Pa-raná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul, Nordeste e também proceden-tes de cinquenta países de to-dos os continentes. Os negócios totalizaram R$ 1,755 bilhão, o correspondente a um aumento de 52,6% no volume em relação ao ano de 2010.

Mais do que uma vitrine, o evento se configura como um gigantesco encontro marcado do agronegócio para a discus-são dos rumos do agronegócio brasileiro, com toda a repercus-são que esse segmento tem no panorama global. Questões am-bientais, políticas, econômicas e sociais perpassam os enfren-tamentos e se configuram em produtos e ações a posteriori.

Essa é a Agrishow. Um even-to que segundo seu criador, o, também, agricultor Roberto Rodrigues (leia entrevista nes-ta edição) mudou a história do agro neste país.

Faturamento será de 2 bi-lhões de reaisO presidente da Agrishow, o em-presário Maurilio Biagi Filho, de-fine a feira como “um momento muito especial para o agronegó-cio brasileiro, o pessoal que pro-duz tecnologia, os fabricantes guardam seus lançamentos para

a Agrishow, um momento mági-co”. Biagi informa que este ano, a maior feira a céu aberto do mun-do, está muito maior, com 220 mil metros de área de estandes, dos 360 mil m² do total e maior número de expositores.

Segundo Biagi, “no passado, o faturamento e vendas foram ótimos, havia uma euforia, um grande momento no agronegó-cio brasileiro. Este ano, apesar de as coisas estarem bem para o agronegócio como um todo, es-peramos um faturamento no mí-nimo igual ou um pouco maior. Estamos trabalhando com a expectativa de algo em torno de 2 bilhões de faturamento. Mais não será”. Para ele, “o úni-co patinho feio do agronegócio é a cana, mas a cana nunca foi muito importante na Agrishow, apesar de estar na principal re-gião produtora do país.”

O presidente informa que há entre trinta e quarenta delega-ções estrangeiras confirmadas, Maurilio Biagi Filho

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mas muitas aparecem na última hora. O mesmo acontece com autoridades. O ministro Mendes Ribeiro e a secretária Mônika Bergamaschi estão confirmados. A presidente, não. “Estou torcen-do para a presidente vir, porque ela está precisando dar uma atenção para a agricultura”.

Biagi se mostra satisfeito com a perspectiva de inaugurar a feira comunicando a promulgação de lei garantindo o espaço da feira por trinta anos. Segundo ele, o deputado Barros Munhoz, presi-dente da Assembleia, prometeu vir ao evento com a notícia. O governador Geraldo Alckmin, em 2011, prometeu encaminhar o pedido ao Legislativo, e isso foi feito. A definição do espaço, segundo o presidente, garante que os investimentos fixos no espaço da feira vão aumentar muito no ano que vem, me-lhorando o evento, porque há dificuldade em se investir num lugar do qual você pode sair a qualquer momento.

soluções em sistemas de armazenagem serão des-taque na FeiraEm um mercado cada vez mais glo-balizado, competitivo e exigente, o armazenamento de grãos torna-se

estratégico no desenvolvimento econômico de toda a cadeia pro-dutiva agrícola e é um dos garga-los brasileiros no agronegócio.

De acordo com a CSMIA (Câma-ra Setorial de Máquinas e Imple-mentos Agrícolas) da Abimaq (Associação Brasileira da Indús-tria de Máquinas e Equipamen-tos), o setor de armazenagem de grãos das empre-sas nacionais ligadas à entidade movimen-ta hoje cerca de R$ 1 bilhão ao ano. A capa-cidade estática de ar-mazenagem de grãos no país está em torno de 140 milhões de to-neladas, com expecta-tiva de crescimento.

Representando 90% das vendas no merca-do de recepção, pré e pós-limpeza, secagem e armazenagem de grãos no país, grandes marcas, responsáveis por atender a essa demanda e ampliar a participação nos ne-gócios no setor de ar-mazenagem, investem em novos produtos e soluções. As novidades

serão apresentadas aos compra-dores e visitantes da Agrishow 19ª – Feira Internacional de Tec-nologia Agrícola em Ação, em uma área destinada para solu-ções em armazenagem, que está 25% maior este ano.

“Projetamos um crescimento da venda de capacidade estática anual das empresas vinculadas à Abimaq – CSMIA em três mi-lhões de sacas ao ano, sendo que a safra está oscilando em dez milhões de sacas ao ano”, antecipa Amílcar Rostro Junior, executivo da CSMIA.

Portal áFrica será lança-do na agrishow

Sobre este assunto a revista Agrimotor ouviu Celso Casale, presidente da CSMIA (Comissão Setorial de Máquinas e Imple-mentos Agrícolas) da Abimaq que confirmou o lançamento do Portal África, em parceria com a Embrapa, na Feira. Casale está otimista com esta edição da Agrishow.

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postos e taxas com os produ-tos importados e, além disso, temos contribuição do “custo Brasil” e o câmbio para tornar nossas máquinas menos com-petitivos no mercado interna-cional. Este é um gargalo para todo o parque fabril e máquinas e equipamentos, não só os des-tinados para a agropecuária. O projeto de lei PLC 176/2008 vai contribuir no sentido de nos proteger contra uma con-corrência desleal e também proteger o produtor contra máquinas e equipamentos de qualidade duvidosa, e/ou des-respeitando normas técnicas e de segurança.

Agrimotor: Há uma grande alte-ração no quadro econômico bra-sileiro, principalmente motivada por atuação do governo. Na sua opinião, essa conjuntura tende a ser favorável ao segmento de máquinas agrícolas?

casale: Sem dúvida, o governo tem sido atencioso em relação ao setor produtivo agrícola que é muito importante para o cres-cimento da balança comercial brasileira e isso ajuda o setor de máquinas e implementos agrícolas cujo crescimento de-pende de o produtor estar capi-talizado.

Agrimotor: As linhas de finan-ciamento e os volumes de recur-so oferecidos pelas instituições bancárias aos produtores que de-mandam máquinas e implemen-tos agrícolas são satisfatórios para os empresários? E as taxas de juros praticadas?

casale: Do ponto de vista do nos-so setor, em geral temos recursos suficientes e em boas condições. O que temos pleiteado ao gover-no é que se criem linhas de finan-ciamento ainda mais atraentes especificamente ao médio pro-dutor rural brasileiro.

Agrimotor: Quais as expectativas da CSMIA quanto à Agrishow? E da empresa Casale?

celso casale: Estamos otimistas em relação da Agrishow deste ano, afinal as commodities agríco-las permanecem com bons preços e há recursos para financiar em boas condições, principalmente com o PSI-4 com taxas mais atra-entes. Esperamos um aumento de vendas em relação ao ano passa-do de pelo menos 10%.

Agrimotor: Está confirmado o lançamento do Portal África na feira? Quais setores de máquinas agrícolas têm maior possibilida-de de exportação para a África?

casale: Sim, está confirmado o lançamento do Portal África durante a Agrishow, com a pre-

sença do ministro da Agricultura Mendes Ribeiro e do presidente da Embrapa, Pedro Arraes, entre outras autoridades. Para exportar para a África, terão maior sucesso os fabricantes de máquinas e im-plementos agrícolas para agricul-tura familiar, sem dúvida.

Agrimotor: Há algum avanço no sentido de incrementar isonomia de tratamento de máquinas agrí-colas importadas e nacionais? Este é um gargalo importante para o segmento de máquinas agrícolas? O projeto de lei apro-vado no senado este mês (PLC 176/2008, do deputado Mendes Thame), quando regulamentado, poderia ser aplicado nesse caso?

casale: Muito pouco tem sido feito pelo governo em termos de isonomia em relação a im-

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012Lançamentos na feira

Agrishow, A grAnde vitrine

A 19ª Agrishow, como acontece desde a primeira edição, vai se transformar numa grande vitrine para o setor de máquinas e implementos agrícolas apresentar o desenvolvimento alcançado e mostrar que as empresas estão mais atualizadas e competitivas do que nunca. Não por acaso, o nome da feira é: Feira Internacional de Tecnologia em Ação. Mostramos a seguir alguns produtos que serão apresentados na Agrishow 2012.

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Prevendo a crescente demanda de mercado por má-quinas de maior potência, a New Holland apresenta durante a Agrishow a colheitadeira CR9080, de 450

cv. Com capacidade de tanque graneleiro de 12,3 mil litros, o equipamento que se encaixa na classe VIII che-ga ao Brasil para completar a oferta de colheitadeiras de duplo rotor da New Holland, que disponibiliza ao todo cinco modelos com faixa de potência que variam de 300

cv até os 450 cv.

“Estamos trazendo esta máquina para a Amé-rica Latina em função da grande capacidade

produtiva que ela apresenta, o que deve atender muito bem o mercado, principalmente os produtores com extensa área de cultivo. Seu grande diferencial não está apenas na sua potência, mas no sis-tema de debulha do grão, que é composto por dois rotores de 22 polegadas”, diz João Rebequi, supervi-

sor de Marketing de Produto New Holland.

Novidades de aviação ateRRissam em RibeiRão

O Brasil ocupa a segunda posição no ranking mundial dos usuários de aviões agrícolas, e a estimativa é de que o setor movimente R$ 700 milhões por ano com a venda de aeronaves. Os principais fabricantes do setor de aviação agrícola utilizam a Agrishow como vitrine das tendências e novidades do setor. A Embraer apresentará o Ipanema BEM 202A, utilizado na pulverização de defensivos agrícolas e comba-

te a incêndios. Atrativo adicional: trata-se da primeira aeronave produzida em série para voar com etanol.

Também com presença garantida, a Volato leva à feira a aeronave Volato 400, projetada e fa-

bricada em Bauru, para quatro passagei-ros, com autonomia de vôo de quatro

horas e trinta minutos na reserva.

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semeAdorA AdubAdorA Jmd5023, novidAde dA Jumil

Para atender a uma forte demanda do mercado, principalmente de clientes da empresa, a Jumil desenvolveu a Seme-adora Adubadora JM5023PD Plantio Direto, Pantográfica, implemento que vem ampliar o portfólio da linha de seme-adoras e adubadoras da companhia. “É um produto para todo o tipo de lavoura e que estava sendo aguardado pelos produtores brasileiros”, salienta o gerente nacional de vendas, Flávio Trezza, acrescentando que ela é muito robusta, versátil e de alta qualidade na distribuição de sementes. Suas linhas pantográficas ajustam-se muito bem ao solo proporcionando uniformidade no plantio. Suas principais características: Plantio em 23 e 27 linhas, pantográfica,

dosador de adubo Fertisystem, pneus 18.4-30-12 lonas, maior autonomia, eficiência de trabalho, versatilidade, pre-cisão, uniformidade no plantio e na distribuição do adubo.

agRimeC: ReColHedoR de faRdos

Neste ano, as empresas do Grupo Agrimec têm três novidades: a carreta graneleira Granbox 30.000 Multiuso, o reco-lhedor de fardos cilíndricos de feno RFC 1500 e o distribuidor centrífugo a lanço inox ID-600.

O RFC 1500 é o único implemento no mercado com a funcionalidade de recolher e carregar fardos cilíndricos de feno, logo após a ação da enfardadeira. A maior novidade é o redimensionamento das câmaras de recolhimento e do rodado para uso na lavoura arrozeira. Permite que o produtor troque a forma artesanal (dois tratores, um com um garfo e outro com uma carreta precisando, assim, no mínimo dois operadores) pela agilidade. Com o RFC 1500, apenas um operador realiza todas as funções e o implemento suporta até cinco fardos de cada lado, otimizando o tempo. Dependendo da distância entre o local de recolhimento e armazenamento dos fenos, pode-se obter uma redução de tempo de 50% ou mais no processo de recolhimento, transporte e estocagem.

valtRa: Novas estRatégias paRa tRatoRes

A Valtra, marca do grupo AGCO, anuncia o lançamento da S 293 e S 353, máquinas de alta potência que colaboram com a ampliação da capacidade produtiva e sustentável

das áreas agrícolas.

A linha pesada representa cerca de 40% do mercado de tratores Valtra. A partir de 2012, com a ampliação das faixas de potência, a empresa

espera superar este percentual.

A série S é importada da Europa. As máquinas herdaram a exper-tise e designer global da Valtra aliadas a tecnologia AGCO. Tem capacidade de levante de 12 toneladas e bomba de fluxo vari-ável de 200 litros por minuto controlada automaticamente. O trator traz o motor eletrônico AGCO SISU POWER 84 WI – 4V, TR 3, ou seja com baixa emissão de gases poluentes que, associa-do ao sistema de gerenciamento inteligente, busca o equilíbrio

entre a potência e torque e, de acordo com a força exercida na transmissão, pode economizar até 16% no uso de combustível.

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agRiteCH, tRatoRes de 30 e 50 Cv

Uma novidade da empresa é a nova linha 1200, composta por tratores de 30 e 50 cv. Os novos tratores, denominados 1235 e 1250, trazem uma motorização mais moderna dentro da plataforma de transmissão tradicional da Linha 1000, leve, com melhor per-formance, baixo consumo de combustível, baixa emissão de poluentes e apto para rodar com biodiesel B5. A nova linha possui um custo mais acessível, com foco no atendimento das necessidades do pequeno produtor, com aquisição facilitada pelo Programa Mais Alimentos, do governo federal.

Outra novidade da Agritech na feira é o trator 1175 AGRÍCOLA super estrei-to, o mais estreito do mercado com potência de 75 cv e 1,30 me-tros de largura externa dos pneus, direcionado especialmente para a cultura de café adensado. É um trator com alta potência e desempenho, porém, leve, não compacta o solo, com re-duzida manutenção e baixo consumo de combustível.

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moNtaNa destaCa agRiCultuRa de pReCisão

A empresa apresenta cinco linhas de pulverizadores (autopropelidos, acoplados, arrasto, barras e canhão), os equipamentos para agricultura de precisão, colhei-tadeira de algodão e tratores, com as mais modernas tecnologias do segmento.

Um dos destaques da empresa é o sistema de nave-gação agrícola, o Agronave 32, da Agres. Produto efi-ciente, com simplicidade de manuseio, disponibiliza as informações necessárias de modo fácil, seguro e confiável. Com esse GPS, o produtor consegue apro-veitar melhor o tempo de operação do maquinário, garantindo uma redução do uso de insumos, pois o equipamento ajuda a eliminar a sobreposição de fai-xas, gerando aumento da produtividade.

tigRe, sistemas de iRRigação

A Tigre, multinacional brasileira líder na fabricação de tubos, co-nexões e acessórios no país e uma das maiores do mundo, de-monstrará em seu estande produtos voltados para sistemas de

irrigação, com destaque para a linha de conexões de compressão, recém-lançada, utilizadas em sistemas pressurizados de água.

Os sistemas de irrigação da Tigre permitem a ampliação das áre-as agricultáveis e assim o desenvolvimento sustentável de planta-

ções. A empresa produz soluções para irrigação fixas e portáteis, com tecnologia inovadora que economiza água e energia. A Tigre também ofe-

rece para o campo a Linha Geotigre composta por tubos de revestimento para poços tubulares feitos em PVC. Sua principal funcionalidade é a exploração de águas subterrâneas em

poços, tubulares profundos, totalmente ou parcialmente revestidos.

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012Lançamentos na feira

o maioR tRatoR da HistóRia da massey feRgusoN No país

Com 370 cv de potência e uma transmissão cons-tantemente variável (CVT, na sigla em inglês), o trator MF 8690 poderia gerar inveja em muitos donos de carros esportivos. As mais de quinze toneladas de força bruta são capazes de tracionar os maiores implementos do mercado com econo-mia de combustível, baixa emissão de poluentes e o conforto da transmissão automática Dyna-VT. A novidade chega direto de Beauvais, na França, com motor de seis cilindros AGCO Sisu Power de alto desempenho, eixo dianteiro com suspensão de três estágios e suspensão também na cabine, gerando ainda mais conforto operacional.

O maior e mais avançado trator da Massey Fergu-son no mundo é também o mais potente a tra-balhar em lavouras no Brasil com a marca. Para otimizar a alta potência da máquina e garantir desempenho superior em todas as aplicações, a fábrica tomou especial cuidado com o conforto operacional. “Com a transmissão Dyna-VT, co-mando e monitores avançados com fácil acesso, o operador consegue obter o desempenho ideal em qualquer operação,” destaca Everton Pezzi, supervisor de marketing de tratores da Massey Ferguson. A capacidade de levante hidráulico nos três pontos do trator é de 12.000 kg.

PulverizAdor PArA cAnA é A novidAde dA PlA

a pla pulverizadores apresenta seu mais novo modelo de pulverizador autoprope-lido, o max Cana, uma versão elaborada a partir de várias demandas de clientes que trabalham na lavoura de cana.

Conforme explica o engenheiro maximillia-no Cassalha, que trabalhou no desenvol-vimento do produto, o max Cana ganhou uma proteção no Carter, aumento de vão livre que se tornou o maior da categoria, exclusivo giro nas quatro rodas (melhora as manobras), motor mercedes bens ele-trônico de 220 cv, que proporcionam uma economia de combustível de até 20% em relação à concorrência, conjunto de faróis especiais para o trabalho noturno, melho-ria na passarela e na guia de corpo, pneus mais resistentes para o trabalho na cana, e proteções para as mangueiras que ficam expostas ao risco de corte por causa da cana-de-açúcar. “é uma máquina que vem para atender a diversas especificações des-ta cultura e, com isto, melhorando muito a produtividade na hora de pulverizar”, afir-ma maximiliano.

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JoHN deeRe A grande estrela entre os tratores é o novo 9460R, com 460cv, que faz parte da série 9R. Por sua alta potência, os tratores 9R possibilitam um nível de produtividade nunca antes visto no campo brasileiro, permitindo o uso de plantadeiras ou de implementos de prepa-ro de maior porte sem comprometer o desempenho do equipamento.Outra estreia no estande da John Deere é a nova colheitadeira S680 que oferece alta per-formance na colheita com qualidade superior de grãos. Ela conta com um tanque grane-leiro com 14 mil litros de capacidade e alta taxa de descarga, que alcança 135 litros/segundo, tanque de combustível de 1.250 litros e as vanta-gens da utilização da plataforma Hydraflex Draper

de 40 pés.

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Lançamentos na feira Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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a mKs maRKsell tRaz dois guiNdastes

O guindaste Baby e o guindaste Force são perfeitos para as cidades onde há restrições de veículos de grande porte.

O Baby é indicado para cargas de até 1.000 kg/m e pode ser oferecido no mo-delo plus, com acionamento hidráulico para a lança telescópica. O equipamen-to é facilmente instalado tanto na parte dianteira como na parte traseira da car-roceria de caminhões leves ou picapes. Instalações em carrocerias tipo furgão, sobre tratores ou estacionária, também são oferecidas.

O MKS Force é a alternativa mais segura e eficiente para o manuseio de cargas de até 2.000 kg/m em caminhões leves. Com um revolucionário conceito de instalação, não exige deslocamento ou recuo da carroceria do veículo, poden-do ser instalado em qualquer posição sobre a carroceria, proporcionando um maior espaço para o transporte de car-gas, além de um melhor posicionamen-to para o carregamento.

Jumil laNça o distRibuidoR de feRtilizaNtes pReCisa 6 m³

A Jumil, empresa paulista fabricante de im-plementos agrícolas, está lançando no mercado o distribuidor de fertilizantes Precisa 6m³, um equipamento que já nasceu com o DNA da agricultura de precisão. Segundo o gerente nacional de vendas, Flavio Trezza, por ter um leitor individualizado de mapas de produtividade dos talhões e um GPS, a aplicação de insumos é mais exata. “O nos-so equipamento evita que produtor perca a referência de onde ele colocou os insumos, quanto ele colocou de insumos ou como ele deve fazer a distribuição. A partir do momento em que ele usa esta tecnologia terá me-lhores condições para controlar a distribuição, com isto terá uma eficiência maior, com mais lucratividade na sua lavoura”, assinala, acrescentando que foi um produto desenvolvido em con-junto com vários clientes. O Precisa tem capacidade de carga de seis metros cúbicos, depósito de aço inox, bitola regulável 1,80 a 3,30m, acionamento hidráulico sem uso de cardan, rodagem tandem/Cross oscilante/pivotante, permitindo o acompanhamento das irregularidades do solo sem esforçar o chassi.

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steigeR – os maioRes tRatoRes

A linha de tratores Steiger, reconhe-cida pelos principais produtores do agronegócio brasileiros como um das maiores máquinas produzidas pela Case IH no mundo, será lança-da em sua versão no Brasil durante a Agrishow 2012. A nova linha terá dois modelos com 450 e 550 cv de potên-cia nominal, chegando a 502 e 614 cv com o gerenciamento eletrônico do motor. Assim a Case IH completa o portfólio de produtos da marca que agora

oferece tratores nacionais nas faixas de potência entre 60 e 550 cv, chegan-do a ter o maior trator do país.

Projetados para o trabalho com apli-cações pesadas em lavouras de grãos e cana, a linha Steiger reúne potência, desempenho e conforto para a opera-ção, garantindo o melhor resultado e o menor desgaste do equipamento, pro-porcionando conforto ao máximo para quem opera o equipamento.

A montadora traz também os Tratores Puma, a nova enfardadeira Case IH 433R, as primeiras plantadeiras em parceria com a Semea-to e as colhedoras de cana

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a ColHedoRa de foRRagem autopRopelida da ipaCol

A primeira colhedora de forragem autopropelida totalmente brasileira, fabricada pela Ipacol Implementos Agrícolas, de Veranópolis, Rio Grande do Sul é a CFA 2000 Ipacol (foto). Ela traz um novo conceito de funcionamento e desempenho insu-perável em qualquer condição de trabalho, somando ainda diferentes aplicações exclusivas do equipamento.

Conforme explica o diretor da área de desenvolvimento de produtos, Carlos Antoniolli, “esta é a única máquina forrageira nacional autopropelida concebida para trabalhos em médias e grandes propriedades, graças a sua alta produtividade e qualidade de trabalho”. Segundo o diretor comercial da empresa, Luis Carlos Parisi, a CFA 2000 Ipacol levou dois anos de trabalho em pesquisa e desenvolvimento e significou um investimento da empresa na ordem de R$ 3,5 milhões. “Nós acredi-tamos muito no segmento de animais confinados, é um mercado que está em franco crescimento e vai se expandir bastante”, ressalta Parisi.

tRatomix due 5.0 é o Novo pRoduto da ipaCol

A família de vagões forrageiros Tratomix DUE ganhou um novo com-ponente; o Tratomix Due 5.0, produto que está sendo lançado no mercado, pela Ipacol, empresa de Veranópolis, RS, especializada em equipamentos para a alimentação animal, nos mais diversos am-bientes.

O Tratomix DUE 5.0 é um misturador de ração total que oferece comodidade, tecnologia e excelentes condições para racionalizar o manejo da alimentação animal. Suas principais atribuições de desem-penho são: baixa potência requerida; rapidez no carregamento, com excelente capacidade de carga; desensilagem su-ave e precisa; ótima e consistente qualidade no produto final e redução no tempo de mistura de até 50% e ainda, “descarga late-ral uniforme e rápida em ambos os lados, o que torna seu uso muito prá-tico na hora de alimentar o rebanho”, assinala Carlos.

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a ColHedoRa de foRRagem autopRopelida da ipaCol

A primeira colhedora de forragem autopropelida totalmente brasileira, fabricada pela Ipacol Implementos Agrícolas, de Veranópolis, Rio Grande do Sul é a CFA 2000 Ipacol (foto). Ela traz um novo conceito de funcionamento e desempenho insu-perável em qualquer condição de trabalho, somando ainda diferentes aplicações exclusivas do equipamento.

Conforme explica o diretor da área de desenvolvimento de produtos, Carlos Antoniolli, “esta é a única máquina forrageira nacional autopropelida concebida para trabalhos em médias e grandes propriedades, graças a sua alta produtividade e qualidade de trabalho”. Segundo o diretor comercial da empresa, Luis Carlos Parisi, a CFA 2000 Ipacol levou dois anos de trabalho em pesquisa e desenvolvimento e significou um investimento da empresa na ordem de R$ 3,5 milhões. “Nós acredi-tamos muito no segmento de animais confinados, é um mercado que está em franco crescimento e vai se expandir bastante”, ressalta Parisi.

tRatomix due 5.0 é o Novo pRoduto da ipaCol

A família de vagões forrageiros Tratomix DUE ganhou um novo com-ponente; o Tratomix Due 5.0, produto que está sendo lançado no mercado, pela Ipacol, empresa de Veranópolis, RS, especializada em equipamentos para a alimentação animal, nos mais diversos am-bientes.

O Tratomix DUE 5.0 é um misturador de ração total que oferece comodidade, tecnologia e excelentes condições para racionalizar o manejo da alimentação animal. Suas principais atribuições de desem-penho são: baixa potência requerida; rapidez no carregamento, com excelente capacidade de carga; desensilagem su-ave e precisa; ótima e consistente qualidade no produto final e redução no tempo de mistura de até 50% e ainda, “descarga late-ral uniforme e rápida em ambos os lados, o que torna seu uso muito prá-tico na hora de alimentar o rebanho”, assinala Carlos.

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O sistema possui um computador e um GPS, que informa a posição em que se encontra a máquina e se é necessário o fechamento de um bico ou mais para não ter uma aplicação onde já foi aplicado produto. O equipa-mento tem a capacidade de selecionar a ponta de bico automaticamente para se adaptar às diversas aplicações.

O sistema de corte automático por bico permite uma economia muito importante de produto, eliminando uma superdosagem das áreas já aplicadas, e das áreas não tratadas, trabalhando em con-junto com o GPS e computador. O sistema corte de secções por bico é muito mais efi-ciente que o antigo, já que ele atuava em uma secção da barra não menor a 1 metro ou mais. Hoje o corte por bico fecha so-mente a quantidade de bico necessária, em tramo não maior a 35 cm. Fo

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012Código florestal

Falta critério na discussão do código FlorestalAfinal, qual o objetivo de um Código Florestal? Proteger o que e para quem? Proteger de quem? Qual a largura da mata ciliar?

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Ciro Antonio Rosolem*

Toda a discussão sobre modificações no Código Flo-restal Brasileiro tem gerado mais calor que luz. A discussão tem sido, por vezes, parcial e superficial, sem refletir a realidade e a necessidade de nosso

país e de nosso planeta. Afinal, qual o objetivo de um Código Florestal? Proteger o que e para quem? Proteger de quem? Entendo que se procura preservar a água, o clima e, consequentemente, as espécies existentes e a biodiversidade. No entanto, o estabelecimento arbitrário de larguras para a mata ciliar e frações de propriedades agrícolas como previsto podem realmente ajudar na rea-lização destes objetivos?

É extremamente simplista dizer que problemas pontuais da agricultura poderiam ser acomodados, assim como não se pode dizer que os produtores de arroz e uva do Rio Grande do Sul, os produtores de maçã de Santa Cata-rina, os produtores de leite e café de Minas Gerais, entre outros, se constituem numa minoria cujos interesses se-

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Código florestalRevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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riam atendidos pela mudança no atual Código Florestal. Por outro lado, levantar a bandeira da impu-nidade para justificar a manuten-ção do atual código é, no mínimo, irresponsável, uma vez que a le-gislação brasileira permitiu e mes-mo incentivou o desmatamento nestas áreas.

Ora, de um lado temos que o pró-prio aquecimento atmosférico le-vará a perdas de 20% ou mais na produtividade agrícola brasileira, dependendo da espécie, com au-mento do risco e custos, além do deslocamento da produção para o Sul do país. Assim, dizer que é possí-vel aumentar a produção brasileira de alimentos sem grandes esforços e sem aumento da área cultivada não passa de falácia. O aquecimen-to global não afetará apenas a agri-cultura. Afetará todas as espécies à medida que será modificada, além da temperatura, a distribuição de chuvas. Diante disso, como é pos-sível discutir o código florestal sem incluir medidas de mitigação do efeito estufa? A modificação do manejo do solo para sistemas em semeadura direta pode contribuir sobremaneira nesse sentido, uma vez que pode sequestrar mais de uma tonelada de carbono por ano em um hectare. No Brasil isso passa de 50 milhões de toneladas de car-bono por ano. Não é desprezível. A simples recomposição de uma mata ciliar ou não poderia fazer tanto? Isso tudo sem diminuir a área de produção de alimentos e sem expulsar pequenos agriculto-res de seu trabalho.

Para a adequada conservação de áreas e espécies é necessário o le-vantamento de áreas representa-tivas, tendo em conta sua vocação e capacidade de suporte, através de um zoneamento agro-ecológi-co. E então sim, preservá-las. Do ponto de vista de preservação das espécies, a existência de parques contínuos e corredores ecológi-cos é muito mais efetiva que frag-

mentos florestais deixados sem uso, muitas vezes em áreas sem água disponível. Os parques po-dem ser mantidos pela sociedade ou serem autofinanciados, como ocorre em outros países. Assim, a conta não cairia em apenas uma parcela da sociedade, como no caso, absurdo, do atual Código Florestal. As reservas florestais, no momento, não levam em conta a vocação da terra. Existe no Brasil zoneamento agroecológico para quase todas as espécies, levando em conta a capacidade de uso da terra, um parâmetro técnico, ob-jetivo, que, no entanto, não vem sendo considerado nas discussões do novo Código.

Por exemplo, as matas ciliares, margeando os cursos d’água, vêm sendo exaustivamente dis-cutidas. Qual sua largura? Os valores existentes são completa-mente arbitrários, assim como os que vêm sendo propostos. Inde-pendentemente de seu tamanho, a mata ciliar terá sua eficiência na proteção da água muito afetada pela atividade praticada em seu entorno, seja urbana, seja agrí-cola. No caso da agricultura, sim-plesmente não se leva em conta a atividade executada no entor-no da mata ciliar. Por exemplo, a extensão da mata ciliar poderia ser condicionada não à largura do curso d’água, mas sim ao tipo de conservação do solo que se pratica no entorno. Essa sugestão pode acomodar os objetivos de preservação e produção de ali-mentos, fibras e energia. Por que não vem sendo discutida?

*Ciro Antonio Rosolem, pro-fessor titular da Faculdade de Ciências Agronômicas, Unesp, Botucatu, membro do Conselho Científico para Agricultura Susten-tável – CCAS, sociedade civil for-mada por profissionais de diversas áreas para discussão de assuntos ligados à sustentabilidade da agri-cultura brasileira.

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012Resultados

Segmento de carnes teve vendas externas de US$ 3,61 bilhões no acumulado deste ano, com 18,6% das exportações do agronegócio.

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ResultadosRevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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O superávit da balança co-mercial do agronegócio brasileiro atingiu US$ 15,09 bilhões no primeiro tri-

mestre deste ano. No período, as exportações somaram US$ 19,41 bilhões e as importações US$ 4,32 bilhões. As vendas ex-ternas apresentaram variação positiva de 8,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as aquisições cresce-ram 9%.

Os dados, divulgados dia 5 de abril, pelo ministério da Agricultura mostram que a receita das expor-tações do complexo soja somaram US$ 4,83 bilhões, seguido por car-nes (US$ 3,61 bilhões), complexo sucroalcooleiro (US$ 2,33 bilhões), produtos florestais (US$ 2,24 bi-lhões) e café (US$ 1,76 bilhão). O complexo soja foi responsável por aproximadamente um quarto das exportações do agronegócio, en-

tre janeiro e março, impulsionado pela soja em grãos.Na segunda posição, o destaque foi o segmento de carnes, cujas vendas externas somaram US$ 3,61 bilhões no acumulado do ano (18,6% das exportações do agronegócio). Entre os produtos, a carne de frango ocupou o primeiro lugar, com US$ 1,76 bilhão, seguida da carne bovina, com US$ 1,22 bilhão e a carne suína, com US$ 313,63 milhões. Entre as três car-nes destacadas, somente a bo-vina teve queda na quantidade (-2,2%), enquanto o frango e a suína apresentaram aumento na quantidade de 4,3% e 3,8%, res-pectivamente. Em compensação, enquanto a carne bovina obser-vou aumento de 1,8% no preço, a de frango e suína registraram perdas de -3,1% e -2,8%.Chamou atenção na balança que as exportações de café so-

maram US$ 1,76 bilhão no pe-ríodo. Apesar do aumento no preço de venda em 15,8%, o valor e a quantidade exportada sofreram redução em relação a 2011, de 9% e 21,4%, respecti-vamente.

O principal parceiro comercial do agronegócio no acumulado des-te ano é a China, com US$ 2,96 bilhões, o que representou um aumento de 84,5% em relação ao mesmo período do ano pas-sado. Isso significa um aumento de mais de seis pontos percen-tuais no share do país sobre as vendas externas brasileiras do setor. Além da China, outros pa-íses se destacam como parceiros do Brasil, em crescimento, no período, como Taiwan, Emirados Árabes Unidos e o Egito. Já entre as maiores perdas, destacam-se a Rússia (-53,5%), seguida pela Ar-gentina (-14%).

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012ENTREVISTA

A ideiA que deu certo

Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio (GV Agro), da FGV, aponta a criação da Agrishow como uma das suas medalhas pessoais. Avalia a conjuntura global do agronegócio e os preparativos para a Rio+20, em entrevista exclusiva à revista Agrimotor.

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ENTREVISTARevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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Criação da agrishow“A Agrishow é uma das medalhas que eu, pessoalmente, tenho, ten-do sido, como secretário da Agricultura em São Paulo, quem criou as condições para a Agrishow funcionar, cedendo a Estação Experi-mental de Ribeirão Preto e fazendo o convênio com a Abag. Depois a Abimaq assumiu, graças a Deus, porque a Abag sofreu no segun-do ano. Primeiro ano foi um sucesso, 94, depois 95 foi um desastre, a Abimaq assumiu e foi a nossa sorte”.

Menininhas de Minissaia“Eu acho que a Agrishow tem um papel na história da modernização tecnológica da agricultura brasileira. Essa era a minha visão quando, inspirado pelo Brazilio de Araújo Neto, do Paraná, criei a Agrishow aqui em São Paulo. Uma feira estática, com menininha de minissaia e botinha é uma delícia, mas quando as empresas estão competin-do e o agricultor está olhando, ele está julgando a tecnologia de cada empresa. A partir da Agrishow as empresas de equipamentos, de tratores, colheitadeiras, máquinas de uma maneira geral, foram obrigadas a se reciclar e a buscar a última palavra tecnológica que tem no mundo. Para mostrar ao produtor que ele está up to date. As boas empresas deram a volta por cima e explodiram na Agrishow, e as más desapareceram, porque não foram capazes de continuar competindo. Eu acho que a Agrishow tinha que fazer um museu dos equipamentos de cada ano. Se olhar os tratores que tínhamos em 94 e os de hoje, você vai dizer: não acredito que esse mesmo país mudou esse tanto em menos de 20 anos. A Agrishow teve essa condi-ção de mexer vigorosamente na tecnologia agrícola brasileira e um dos fatores de produtividade foi melhoria da colheita, porque você tem uma máquina melhor”.

o que Me inCoModa é a falta de estratégia“A questão central é a seguinte: uma porção de estudos feitos por organizações internacionais e nacionais muito sérias na área de economia rural, pesquisa populacional, etc, mostrando o seguinte,

e a maior organização nesse sentido é a OCDE. Até 2020 a pro-dução mundial de alimentos tem que crescer 20%. Para

que a produção mundial cresça 20%, é fundamen-tal que o Brasil cresça 40%. Para que a média

mundial seja 20, o Brasil tem que crescer 40. É a primeira vez na história do mundo, e não

na deste país, que uma instituição acadê-mica de renome pede para a gente cres-cer. Por favor, cresça! Senão vai ter fome no mundo. Cresça 40%, em dez anos. Onde é que está o lastro dessa posição da OCDE. Por que nós podemos cres-cer 40%. Porque nós temos terra dis-ponível, porque nós temos tecnologia tropical e temos gente preparada. Nós

temos três condições que ninguém mais tem. Enquanto o mundo está pedindo

para a gente crescer, nós estamos de cos-tas para isso. Por quê? Primeiro, não tem es-

tratégia. Qual é a estratégia que existe pra isso? Cadê a questão de uma política de renda para o

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012ENTREVISTA

campo? Não tem política de renda. O crédito rural é de 65. O seguro rural, que eu criei em 2003, é até hoje muito pequeno. O fundo de catástrofe nem entrou em funcionamento. Os preços mínimos são apenas uma referência, não tem recursos para que eles sejam im-plementados. O sistema de opções é muito precário ainda. Não tem uma política de renda para o campo.

Segundo: política comercial; está tudo na cesta da OMC. Cadê acordo com a União Europeia, com a Rússia, com a China, com a Índia, com grandes países consumidores? Não tem acordo bilateral. Pusemos todos os ovos na cesta da OMC. Então, ficamos para trás. Para a Colômbia, para o Chile, para o México, estão fazendo acordo bilate-ral com quinhentos países, e aumentando a exportação.

Terceiro: questão de logística e estrutura. O custo-Brasil é um negócio tenebroso, por causa de juro, por causa de imposto, por causa de câmbio, mas a gente está con-seguindo dar volta nisso porque os preços internacio-nais estão altos, por enquanto, mas logística e estrutura não tem como vencer, tem que fazer investimento nes-sa área. E nós estamos aí, no papel. A coisa está demo-rando para sair.

Quarto: tecnologia. É bem verdade que nós temos a melhor tecnologia tropical do mundo. Só que esse é

um processo dinâmico. Não investe mais hoje, daqui a cinco anos está para trás. Está havendo hoje uma reunião onde se está discutindo o tema transgenia. As cinco maiores empresas de sementes do mundo estão gastando dois bilhões de dólares por ano, só em trans-genia, que é o orçamento da Embrapa inteirinha! Não dá pra competir. Nós vamos ficar para trás. A agroener-gia é típico: como é que o álcool de milho americano pode ficar mais barato que o álcool de cana brasileiro? Impossível! É porque tem erros estruturais no Brasil que têm que ser resolvidos. Tecnologia é um tema central.

Quinto: defesa sanitária. Como é que é possível ter af-tosa no Brasil?

O México acabou com a aftosa em 1948. Nós temos aftosa sessenta anos depois.

É bem verdade que temos vizinhos problemáticos, e tal, mas tem que resolver isso. O México não tinha vizi-nho problemático, resolveu o problema facilmente”.

segurança jurídiCa“Outro tema: segurança jurídica. A discussão sobre o Código Florestal se arrasta há duas décadas. A dis-cussão sobre terra para estrangeiro. Nós temos terra. Temos gente. Temos tecnologia. Mas não temos capi-

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tal. Como é que fica essa questão de segurança com relação à invasão de terras. Como é que fica a questão trabalhista no campo.

Tem que ter uma enorme evolução das questões jurídicas ligadas ao campo.

E tudo isso precisa estar inserido numa estratégia, e não é uma estratégia do governo, é do estado! O governo tem seu papel, o parlamento tem seu papel, a sociedade tem seu papel, o judiciário tem seu papel. Tem que ter uma estratégia de estado.

O mundo está dizendo: cresçam 40%. E nós podemos crescer. Vamos per-der essa oportunidade? Por pura desídia? Por que não fazemos?

O que me incomoda é a inexistência de uma estratégia”.

rio+20: Vão atirar eM nossa Vitrine

“A Rio+20 vai transformar o Brasil numa vitrine global. Uma semana e ela nos oferece uma grande oportunidade, nós podemos mostrar que na hi-pótese de o mundo decidir efetivamente avançar na direção da econo-mia verde, nós já fizemos uma boa parte da nossa lição de casa. Se você olhar, por exemplo, a questão de grãos no Brasil, nos últimos vinte anos, a área plantada com grãos cresceu 34% e a produção cresceu 176%, mais de cinco vezes mais. Esse número já é assombroso mas por trás dele tem um número muito mais importante: nós temos hoje 52 milhões de hec-tares cultivados com grãos no Brasil. Se tivéssemos hoje a produtividade de vinte anos atrás, seriam necessários mais 53 milhões de hectares. Em outras palavras, nós preservamos essa área. Isso é sustentabilidade, não é discurso, não é promessa. Está feita essa parte. O tema da agroenergia. Se o etanol emite apenas 11% de CO2 que a gasolina emite, isso é susten-tabilidade. Se o Brasil já plantou 7 milhões de hectares de florestas. Isso não é promessa. É coisa feita. Se nós temos hoje uma agricultura de baixo carbono, que está trabalhando com a integração lavoura-pecuária, está trabalhando com plantio direto, com recuperação de áreas degradadas. Pra citar alguns temas apenas. O Brasil já fez uma lição de casa que o mun-do não fez ainda.No entanto, por interesses os mais diversos, inclusive comerciais, ou por ig-norância, ou por má-fé, ou por qualquer tipo de instrumento, virão atirar no Brasil. Se a gente demonstrar que o desmatamento na Amazônia diminuiu, é uma medalha para a gente mostrar. Virão dizer que o Código Florestal é uma tragédia. É falso. Outro dia alguém disse: o Código Florestal vai aumentar o desmatamento... Mostre o artigo que está escrito isso. ‘O Código Florestal vai anistiar gente sem-vergonha’. Mostre o artigo que está escrito isso. As pessoas não leram e criticam. Código Florestal, uma vez existindo, é outro troféu para a gente mostrar. Qual é o país que tem um código florestal como o nosso? Que garante APP, reserva legal, serviços ambientais, um cadastro ambiental rural”.

Mentiras repetidas“O que falta é uma preparação midiática para esse grande evento. Nós temos medalhas que ninguém mais tem para exibir na Rio+20. Mas não estamos nos preparando adequadamente para isso. O que vai aconte-cer? Se as medalhas não aparecerem, aparecerão as críticas, que não são verdadeiras, mas que viram verdade à custa de repetição. Por outro lado, percebo que há uma preocupação muito razoável com relação às cúpu-las, entidades de classe, tem gente muito séria dentro do governo cui-dando desse assunto. Ainda temos dois meses e pouco, ainda dá tempo de fazer as coisas acontecerem adequadamente. Mas acho que precisa correr um pouco mais”.

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012irrigação

Com a irrigação, tornamos extremamente viáveis a exploração de culturas de maior valor agregado, gerando mais riquezas em um mesmo espaço.

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Durante muitos anos, o es-tado de Goiás foi símbolo de fazendas de gado de criação extensiva. Com a

introdução das culturas de soja e milho, o estado passou por uma grande transformação e notou-se pelas características climáticas que irrigar é uma necessidade e não uma opção. O período seco é bem distinto do período chuvoso e não é incomum ficarmos com 60 a 70 dias sem chuvas. Com o uso da irrigação, o agricultor pas-

Vinícius Melo*

IrrIgar é necessIdade e não opção

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irrigaçãoRevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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IrrIgar é necessIdade e não opção

mais 47 mil hectares irrigados via pivot, sendo o maior produtor de trigo, milho doce, batata e alho irrigados do Brasil e maior produ-tor de cebola e café irrigados no território goiano.

O grande desenvolvimento de Goiás como destaque nacional em irrigação, se dá por diversos fatores, como clima, característi-cas dos solos, altitude, o incentivo governamental na construção de barragens para captação e apro-veitamento das águas de chuva, mas principalmente, no empre-endedorismo dos produtores rurais, que sempre buscam possi-bilidades de aumentar a produti-vidade com o uso e a intensifica-ção de novas tecnologias.

Com a irrigação, tornamos extre-mamente viáveis a exploração de culturas de maior valor agre-gado, gerando mais riquezas em um mesmo espaço, além de au-mentar a oferta de empregos não sazonais, equacionando a susten-tabilidade econômica, ambiental e social do agronegócio.

Como o estado cultiva diversos produtos, a gama de equipa-mentos Valley, produzidos pela Valmont, requeridos é bem diver-sificada. Temos o setor sucroalco-oleiro que demanda equipamen-tos mais altos, com 3,7 metros de altura, adaptados à aplicação de água residual (vinhaça) utilizan-do os tubos Poly Span™, equipa-mentos que cobrem áreas mais uniformes, como os lineares e equipamentos rebocáveis para escalonamento da irrigação.

Já na produção de cereais, temos uma grande demanda por pivots centrais fixos, que, além de ofere-cer todos os benefícios da irriga-ção, ainda permitem a economia da mão de obra de operação do equipamento.As culturas com maior valor agre-gado, como batata e a produção

sa a ter em média cinco safras a cada dois anos com garantia de produtividade e qualidade, utili-zando a mesma estrutura do se-queiro tradicional.

Especificamente para o caso da cana, o prolongado período seco e a resposta maior na produção devido a temperaturas mais ele-vadas demonstrou a real necessi-dade de irrigação, causando uma grande demanda por equipa-mentos no estado. Em algumas

regiões, principalmente a Central, Oeste e Sudeste, a produção su-croalcooleira se torna inviável sem a irrigação, sendo necessária pelo menos a implantação de sistemas de irrigação de salvamento.

Para demonstrar a grandiosida-de do que a irrigação representa em Goiás, podemos tomar como exemplo o município de Crista-lina, que se destaca hoje como o maior município irrigante do estado, possuindo uma área de

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012irrigação

Área IrrIgada no BrasIl aumentaCom o objetivo de contribuir com informações e assim colaborar com o trabalho de todos os envolvidos com a agricultura irrigada no Brasil, a Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação – CSEI, da Abimaq, le-vantou a estimativa da área irrigada de 2000 a 2011, por tipo de sistema. Estes números foram adicionados aos dados até 1999 divulgados pelo Professor Demétrios Christofidis, da Universidade Nacional de Brasília - UNB, resultando na tabela abaixo:

de diferentes tipos sementes, além de demandar pivots cen-trais, vem demonstrando cres-cente procura por novas tecnolo-gias que auxiliem no manejo da irrigação e na tomada de decisão, como a Base Station2-SM.

Em áreas de pastagem, seguindo

as tendências internacionais de redução da supressão vegetal de áreas nativas, bem como a exi-gência de mercados específicos pelo chamado “boi verde”, a irri-gação torna-se uma ferramenta fundamental para aumento da produtibilidade, permitindo ao pecuarista a intensificação do uso

Histórico ÁrEA totAL irriGADA / ANo – HA

até 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Pivô Central 47.320 50.540 57.820 59.500 47.600 26.600 17.500 19.600 49.000 49.500 52.000 57.750

Carretel 25.000 29.000 30.000 30.000 22.500 21.000 30.000 30.000 30.000 25.000 30.000 32.500

Convencional 16.200 15.300 14.650 17.500 15.000 15.000 15.000 16.500 20.000 17.000 25.000 29.500

Localizada 30.000 33.000 37.000 40.000 38.000 35.000 30.000 40.000 47.000 40.000 50.000 56.000

Total ha/ano 118.520 127.840 139.470 147.000 123.100 97.600 92.500 106.100 146.000 131.500 157.000 175.750

2.949.960 3.068.480 3.196.320 3.335.790 3.482.790 3.605.890 3.703.490 3.795.990 3.902.090 4.048.090 4.179.590 4.336.590 4.512.340

de suas propriedades, com consequente maxi-mização do lucro devido aos valores agregados.

Se avaliarmos a média nacional de produção de gado a pasto, o número de unidade animal (U.A.) por hectare não chega a 1. Com a irrigação, este número pode ser eleva-do para até 15 U.A. / hec-tare, além de possibilitar a produção do chamado novilho precoce.

Além do ganho na produ-ção, o sistema de pastejo rotacionado sob pivot facilita o manejo dos ani-mais na pastagem e pos-sibilita a programação da produção.

Como benefício secun-dário da irrigação, não só os pecuaristas e agri-

cultores, mas a sociedade como um todo, é contemplada com uma menor pressão pela supressão de novas áreas e redu-ção/aproveitamento de áreas su-butilizadas ou degradadas.

*Vinícius Melo é engenheiro-agrô-nomo da Valmont.

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Produção de cana-de-açúcar aumenta Pouco e a seca traz Prejuízo

Aprimeira estimativa de safra da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, na região Centro-Sul, é de 509 milhões de toneladas, 3,19% superior ao que foi pro-

cessado na safra passada, com 493,26 milhões de toneladas. Além da Unica, avalizam essa estimati-va o CTC – Centro de Tecnologia Canavieira e os sindicatos Alcopar, BioSul, Siamig, Sifaeg, Sindaaf, Sindalcool e Sudes.

A principal consultoria do setor, a Datagro, estima uma safra de 518,3 milhões de toneladas, apre-sentando recuperação de 5,1% sobre a anterior, de 493 milhões de toneladas. Para o presidente da consultoria, Plinio Nastari, “as condições climáticas secas durante 2011 atingiram o plantio, o que afe-tará negativamente a nova safra e as chuvas no iní-cio de 2012 não têm sido muito animadoras” para a nova temporada.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Co-nab), do ministério da Agricultura divulgou seu primeiro levantamento da safra 2012/13, preven-do um aumento na produção de 5,4%, com uma recuperação do rendimento médio das lavouras de 2,9%, que passará de 571,44 milhões de tone-ladas na safra passada para 602,18 milhões de to-neladas na nova safra.

A região Centro-Sul corresponde por cerca de 90% da safra brasileira.

Para a Conab, a área de corte também apre-senta uma pequena elevação passando de 8.368 mil hectares para 8.567,2 mil hectares.

No quesito produtividade agrícola, segundo a Unica, a estimativa não prevê melhora no ren-dimento por hectare, atribuindo o pequeno aumento da safra ao aumento da área, confor-me nota à imprensa.

ATRPara a safra 2012/13, as entidades trabalham com uma projeção de ATR – Açúcares Totais Recuperá-veis, na região Centro-Sul superior 1,79% quando comparada com à safra anterior, devendo chegar a 140 quilos de ATR por tonelada de cana na tempo-rada que se inicia.

“O maior teor de açúcares na cana justifica-se, principalmente, pela expectativa de safra mais curta, que permite a concentração da colheita da cana no período mais propício para a maturação da planta, e pelas condições climáticas observa-das até o momento, que não indicam indução de florescimento nas principais áreas produtoras”, destaca a nota. A entidade trabalha com o mes-mo valor observado no último ano: 68,7 tonela-das de cana por hectare.

MixPara a produção de açúcar, espera-se um aumen-to próximo de 5,34%, passando de 36,88 milhões de toneladas para 38,85 milhões. O volume total de etanol deve crescer de 22,86 bilhões de litros para 23,96 bilhões, o que representa um aumen-to de 4,81%. A ênfase maior deverá ficar com o etanol anidro, que se destina à mistura com a ga-solina, com um aumento de 7,44%. Para o etanol hidratado, utilizado nos veículos tipo “flex-fuel”,

Os principais players do setor sucroenergético (Unica, Conab e Datagro) divulgaram suas expectativas para a safra 2012/13.

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o aumento esperado é de 3,07%. É a previsão governamental para o mix.

Para a Unica, 48,75% da cana-de-açúcar colhida no Centro-Sul será destinada para a fabricação de açú-car, praticamente o mesmo percentual da safra pas-sada, que se encerrou com um mix de 48,43% do total voltado para a produção de açúcar, e 51,57% direcionado ao etanol. Nesse quadro, espera-se 33,10 milhões de toneladas de açúcar e 21,49 bi-lhões de litros de etanol, um crescimento de 5,72% e 4,58%, na comparação com a safra 2011/12.Para o etanol, a expectativa é de 14,54 bilhões de litros do tipo hidratado, com um crescimento de 11,14% em relação ao volume da safra 2011/2012, e 6,95 bilhões de litros de anidro, queda de 6,91% perante à última safra.Para a Datagro, a produção de açúcar do Centro-Sul na nova safra foi prevista em 33,88 milhões de toneladas, contra 31,19 milhões em 2011/12. A produção de etanol na mesma região em 12/13 foi estimada em 21,8 bilhões de litros, ante 20,59 bilhões de litros na temporada anterior.

A exportação de açúcar do Centro-Sul na nova temporada foi estimada em 23,6 milhões de tone-ladas pela consultoria. Na temporada anterior, os embarques somaram 21,69 milhões de toneladas.

No caso do etanol, a consultoria prevê que as ex-portações totalizem 1,8 bilhão de litros, contra 1,64 bilhão de litros do ciclo 2011/12.

As importações de etanol foram previstas pela consultoria na atual temporada em 470 milhões de litros, bastante inferior aos 1,6 bilhão de litros adquiridos pelo Brasil em 2011/12.

A produção total de açúcar do país, maior produ-tor global, foi projetada em 38,78 milhões de to-neladas em 12/13, enquanto a produção de etanol no Brasil foi calculada em 23,9 bilhões de litros.

O discreto incremento de corte, mesmo diante do investimento de R$ 3 bilhões em renovação e expansão dos canaviais, o maior da história do negócio sucroenergético, aponta, segundo a Unica, um prejuízo na casa de R$ 5 bilhões, atribuído à seca.

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Gestão de mecanização – Frota e oPerações aGrícolas

Cresce a necessidade de gerenciar os equipamentos de controle e mecanização agrícola.

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inTRoduçãoA agricultura brasileira vem ano a ano ampliando sua produção. Entre-tanto, a deficiência de infraestrutura e a pesada carga tributária são os per-manentes entraves para o agronegó-cio. Dada a expansão econômica do país, surge um novo problema que, até então, não era tão destacável, o da falta de mão de obra. A intensi-ficação da mecanização agrícola soluciona, em parte, essa deman-da, mecanização esta que deve ser administrada de maneira a gerar o melhor custo benefício. Cresce, então, a necessidade de monitorar, controlar e gerenciar esses equipa-mentos e suas manutenções.

Os custos envolvidos no uso dessa frota são bastante significativos. Para grandes propriedades, as des-pesas com mecanização atingem 65% dos gastos agrícolas. Para um resultado positivo, é necessário um uso racional dos equipamentos e uma adequada gestão.

O termo “Gestão de Frotas” represen-ta a atividade de reger, administrar ou gerenciar um conjunto de veículos. Essa tarefa tem abrangência bastante ampla. Ela envolve diferentes servi-ços, dentre eles, seleção dos modelos mais convenientes, planejamento do seu uso, monitoramento das ope-rações, roteirização, rastreamento, administração, manutenção da frota, análise dos custos e renovação de equipamentos. O resultado permite o orçamento das despesas dos próxi-mos exercícios e o cálculo da rentabi-lidade gerada pela frota.

A gestão deve ter ação ativa, com a tec-nologia disponível e realizada em tem-po real (on-line). Medidas corretivas e ajustes podem ser feitos em tempo de não se materializar os prejuízos. Dada a grande abrangência na necessária gestão, a discussão proposta neste ar-tigo se limita à área de administração e manutenção da frota, setor denomina-do de mecanização agrícola.

Ângelo Domingos Banchi, José Roberto Lopes, Ricardo de La Fonte Albuquerque, Rafael Augusto Coli

Figura 01 - Participação das parcelas no custo com a frota

desenvolviMenTo do sisTeMA de gesTão

A composição do custo operacional é relevante para determinação da repre-sentatividade das parcelas que o com-ponham. A parcela de combustível, tanto para veículos quanto para má-quinas, tem maior representatividade nos custos variáveis, seguida dos gas-tos com manutenção (peças, pneus, mão de obra e serviços externos) e lu-brificação. Para os custos fixos, temos as parcelas salários, capital e taxas. Essas percentagens devem direcio-nar as prioridades de investimento na gestão e a quantificação de inves-timento. Nas Figuras 1 e 2, são apre-sentadas as parcelas que compõem o custo das máquinas agrícolas.

Podemos analisar essa composi-ção em processo resumido.

O Planejamento dos equipamen-tos tem como função inicial a se-leção de modelos a comporem a frota, sua quantificação, tanto para as máquinas motoras como para os implementos. Deve-se programar a utilização, vinculada não só ao ob-jetivo de que todas as operações sejam realizadas, nas respectivas áreas, segundo o plano pré-esta-belecido, mas também a determi-nação de que a solução proposta seja a de mínimo custo. Deve tam-bém existir um reprocessamento rotineiro, caso haja discrepância ou alteração nos dados de entrada, tais como mudanças no número de

Figura 02 - Composição do custo operacional veículos e tratores

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dias aptos para trabalho mecânico ou na frota disponível.

O setor sucroalcooleiro não tem o hábito de efetuar um planeja-mento global, soluções parciais são realizadas individualmente em cada processo agrícola e com uso de rotinas determinísticas, isto é, funções matemáticas que não se utilizam de critérios que busquem minimizar os custos. Para tal tarefa, é bastante recomendado o uso de pesquisa operacional nos tópicos programação linear real ou inteira.

O sistema de gestão das opera-ções agrícolas tem a finalidade de programar as tarefas que foram planejadas, monitorar sua realiza-ção, captar as horas ou quilômetros efetivamente trabalhados, as horas paradas e seus motivos. Também é fundamental a geração de um pro-cesso intervencionista de correção e otimização, visando melhorar os rendimentos.

É importante destacar a baixa efici-ência que a frota de máquinas agrí-colas apresenta, que convivem com um uso que poderíamos classificar de baixo a muito baixo quando

comparado com os equipamentos do setor industrial. Para o setor su-croalcooleiro da região centro-sul do Brasil, tais números giram em torno de 25% a 40%, como é mos-trado na figura 3.

As eficiências apresentadas mos-tram claramente a necessidade de uma rígida gestão, de modo que se minimizem os motivos e as horas paradas e, para a reali-zação dessa tarefa, é necessário que as informações sejam capta-das, transmitidas e corrigidas no momento do acontecimento (on-line). Notamos que as colhedoras, que são equipamentos que traba-lham com pesada infraestrutura, tem a percentagem de horas pa-radas menores que os tratores de pneus. Esse ganho em eficiência deve-se principalmente à atenção e à estrutura disponível para o processo de colheita.

gesTão de FRoTA - A operação de uma frota em unidade sucroal-cooleira pode representar 45% do custo de produção do açúcar ou álcool. A manutenção dessa frota (CRM – Custo com Reparo e Manu-tenção) atinge em torno de 15%

dessa produção. Com esses valo-res, torna-se fundamental a atua-ção nessas parcelas. Essa grande quantidade de informações deve ser automatizada o melhor possí-vel. Integração com bombas ele-trônicas, computadores de bordo, coletores de dados, sistema de materiais e folha de pagamento são essenciais para a tomada de decisão em tempo hábil.

Quando se está efetuando uma gestão sobre esses gastos, pode-se atuar em processo preventivo, evitando o surgimento de perdas,

Figura 03 – Eficiência durante a safra.

Tabela 01 – Horas disponíveis por horas paradas (safra).

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ou de modo corretivo, evitando per-petuação ou aumento de gastos. O mesmo pode ser dito quanto às par-celas de manutenção (CRM) ou de lubrificação. Na realização da tarefa de manutenção e administração, um adequado sistema deve possuir muitas funções que podem ser agru-padas em módulos:

invenTáRio e cAdAsTRos Téc-nicos – Efetuam um detalhado levantamento dos equipamentos motores, com detalhamento de suas características técnicas e idade (período trabalhado e anos);

MAnuTenção BásicA – Tem como principal função programar e monitorar as manutenções pri-

márias como análise do consumo de combustível por atividade; pro-gramação e emissão de ordens de serviço das trocas de óleo e filtros, analisando as distorções quanto ao período de uso, tipo de material utilizado e quantidade; analisa as remontas de óleo, verificando seu tipo e diagnosticando seus volumes.

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Para o cárter do motor, determina a porcentagem de remonta; avalia o estado do horímetro e hodômetro, determinando suas avarias; e man-tém um histórico mensal e anual de todas as manutenções básicas.

esToque de coMBusTível e lu-BRiFicAnTe - Controla o saldo, os fluxos de entrada e saída de combus-tíveis e lubrificantes e demais mate-riais do posto, possibilitando:

- Avaliação de estoque e desvios de combustíveis e lubrificantes usados pelos pontos de abastecimento e lubrificação (próprios ou de ter-ceiros); controle de venda, cota e doação de combustíveis e lubrificantes para tercei-ros, apresentando con-ta corrente e extrato dos beneficiados; conhecimento de con-sumo de combustíveis e lubrificantes por período, visando auxiliar na provi-são de estoques; controle da quantidade, ritmo das atividades dos pontos de abastecimento, possibilitando verificar eficiência dos mesmos;

- Entrada de dados deve ser informa-da on-line, via terminal, celular, ou por bombas eletrônicas integradas; também é recomendado o uso de medidores eletrônicos de volume dos tanques de combustível, aferin-do em todo o tempo o saldo virtual (sistema) com o saldo físico.

iMPleMenTo - Controla, após in-ventário detalhado de todos os im-plementos existentes, sua localização, manutenção e lubrificação; o módulo pode ser alimentado e integrado por rastreadores eletrônicos, pois esses ins-trumentos agilizam todo o processo.

MAnuTenção PRevenTivA - De-fine todos os planos de manutenção preventiva mecânica, programa, emi-te ordens de serviço mecânica e con-trola as revisões, registrando como pendências futuras os que não pude-ram ser feitos.

Figura 04: Fluxo de módulos que integram a gestão da frota.

oFicinA MecânicA - Gerencia todas as atividades de uma ofici-na mecânica, sendo: abertura de ordem de serviço (O.S.) on-line no momento da entrada do veículo na oficina, podendo-se imprimi-la em formulário padrão ou com layout específico da empresa; apresenta um histórico da manutenção de cada equipamento ao longo do período; controla toda a manuten-ção dos equipamentos da empresa

tanto na oficina própria como na de terceiros; dá visualização on-line dos equipamentos na oficina, exibindo-os graficamente, inclusi-ve no layout da oficina, com suas seções e boxes, podendo-se iden-tificar os equipamentos que estão com serviços atrasados; apuração da repetitividade de serviços nos equipamentos; determinação da eficiência de manutenção, dos me-cânicos em suas respectivas seções e de toda a oficina.

Fornece o tempo real dos mecâni-cos nos equipamentos com seus respectivos custos; controla a jor-nada de trabalho dos mecânicos e sua produtividade, possibilitando a premiação dos mesmos.

Permite digitação on-line dos me-cânicos dentro da própria banca-da existente na oficina, evitando redigitação de informações, e a entrada de dados pode ser infor-mada on-line, via celular, ou por coletores de dados, etc.

Pneus - Controla, após inventário detalhado de todos os pneus exis-tentes, suas posições, manuten-ções e motivos de eliminação, além de fornecer históricos dos vários modelos de pneus. Diariamente, emite a relação de pneus alocados

em equipamentos ou posições que lhe acarretem desgaste excessivo, a relação de pneus

com calibragens incor-retas, a relação de equipamentos com problemas mecâni-cos (desalinhamento,

desbalanceamento etc.), relação de pneus a serem retirados para reforma; programação de equipamentos para

calibragem, medição de sulcos, alinhamentos,

balanceamentos e rodízios.

coMPonenTes - Trata-se do sis-tema de gerenciamento das partes mecânicas dos equipamentos, que têm como função, em cada com-ponente: determinar durabilidade (hora ou km) e custos (R$/h ou R$/km) em cada vida; histórico das in-tervenções mecânicas; controle da garantia (reformas e consertos).

lABoRATóRio de óleo - Man-tém o histórico das análises por equipamento, compartimento, re-sultado da classe operacional, diag-nóstico e medidas tomadas. Efetua os diagnósticos dentro de parâme-tros previamente estabelecidos e permite análises estatísticas das amostragens e todos seus resul-tados por equipamento, modelo, classe operacional, estabelecendo um total controle para o usuário em suas análises e análise dentro de qualquer período, sendo que essas

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visualizações possuem gráficos para acompanhamento.

AdMinisTRAção - licenciA-MenTo e seguRos - Controla a documentação administrativa dos equipamentos referentes a seu li-cenciamento e seguros, bem como os operadores (motoristas e tratoris-tas) em relação ao vencimento e re-novação de suas habilitações (CNH), exames médicos, treinamento, pres-tação de contas de seu adiantamen-to e multas, com responsabilidade dos condutores ou da empresa pro-prietária do veículo.

cusTos – O sistema, após ter levan-tado e analisado o custo sob o pon-to de vista técnico, deve calcular os custos reais dos equipamentos tan-to por unidade como por modelo, visto que esse parâmetro, receben-do informações dos módulos, traz o resultado da operação dos equipa-mentos e a eficiência da gestão. Os custos são compostos das seguintes parcelas: custos de recuperação de capital (depreciação e juros do ca-pital), taxas (licenciamentos e segu-ros), salário e encargos sociais dos operadores, combustíveis, lubrifi-cantes, custos com reparos (peças e mão de obra mecânica), pneus e rateios (definidos pela empresa). To-dos os custos são atualizados para qualquer época desejada, através de

um conjunto de índices de correção monetária escolhido pela empresa. Também o sistema deve conter os mó-dulos de ferramentaria e gerencial.

consideRAções FinAisDiante do ambiente de competiti-vidade e da busca de eficiência nas empresas, que visam se destacar em seu ramo de atuação, torna-se funda-mental manter os negócios rentáveis, e empresas frotistas, de modo algum, podem encarar a gestão sem estar mu-nidas de sistemas ágeis e eficientes. Os sistemas continuamente expan-dem-se, intensificam suas análises e propiciam menores perdas e maior lucratividade. Os desenvolvimentos de novos e mais representativos in-dicadores ocorrem a velocidade das melhorias tecnológicas, desse modo, a contínua manutenção e aprimora-mento não podem estacionar. Um bom teste para medir os sistemas em uso é medir a mutação ocorrida após sua implantação.

A captação dos dados a serem ge-renciados (coleta de informes) deve ser no mínimo em real time e com processamento on-line, caso não possam ser obtidos em automação de processo.

Muito mais do que uma equipe de digitadores ou controladores, a em-presa deve se munir de gestores

e auditores, e medidas imediatas devem der tomadas, visando a cor-reção dos problemas antes que se perpetuem ou causem perdas.Neste ambiente, os sistemas in-tegrados de gestão empresarial (ERP’s), que, indiscutivelmente, são essenciais para as empresas, ten-dem a tentar controlar a manuten-ção de frota com alguns “pequenos” ajustes. Poucos casos de sucesso são encontrados no mercado, e ainda será necessário um grande esforço de analistas de sistemas e consultores de negócio para criar e manter esta solução. Entretanto, a empresa acaba criando um “elefante branco” em seu depar-tamento de TI. À medida que o tem-po passa, os profissionais envolvidos no processo vão mudando de fun-ções ou deixando a empresa, fazen-do com que se perca o conhecimen-to e a tecnologia desenvolvida.

No mercado existem boas soluções de sistemas especialistas, sendo esses produtos integrados com as demais soluções da unidade corpo-rativa. Uma empresa especialista, desenvolvedora de software técnico, pode acompanhar mais rapidamente a evolução do produto e conseguirá manter em conjunto o conhecimen-to que, certamente, não será perdido ao longo do tempo.

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Prof. Johnson Pontes de Moura*

Produção de biogás Parte 3Apresentamos aqui a parte final de um estudo pioneiro sobre uso de resíduos residenciais, industriais e de matrizes suínas como fonte de bioenergia.

3.5.3. Oferta - Quantidade de LixO OrgânicO prOduzidO

A Organização das Nações Uni-das para Agricultura e Alimen-tação (FAO) apresenta um estu-do detalhado de consumo de alimentos por habitante, ano e tipo de alimento, em sete cida-des brasileiras (FAO, 2000:15). A tabela abaixo apresenta os da-dos de FAO (2000:15), divididos por dia e por refeição (supondo três refeições diárias, de igual ponderação quanto ao consumo de alimentos).

Um estudo sobre o desperdício de alimentos realizado pela Embrapa aponta que cerca de 35% de to-das as hortaliças produzidas pelo Brasil são perdidas (EMBRAPA, 2007:13-14).

Tomando esses valores como re-ferência, supondo um aproveita-mento de 65% na produção de legumes, frutas e vegetais e 85 % para os demais alimentos, para que em cada refeição no Rio de Janeiro se consumam os 250,2 g de frutas, legumes e verduras, é necessário produzir 385 g desses

alimentos. Já para os demais ti-pos, que representam 346,9 g por refeição, é necessário que se pro-duza 408,13 g.

Estima-se também que o des-perdício de alimentos nos res-taurantes fique em 15% e nas cozinhas residenciais em 20% (EMBRAPA, 2007:9).

Multiplicando-se a quantidade de alimento desperdiçada por refei-ção pelo percentual de desperdí-cio que acontece nos restaurantes (10%), obtém-se que são desper-

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tabela 2– Quantidade de alimentos consumidos por refeição, habitante e dia.

diçados 13,47 g de frutas, legumes e verduras por refeição dentro da cozinha industrial. Para os demais alimentos, esse valor é de 6,12 g.

Multiplicando esses 19,6 g de ali-mento desperdiçado a cada refei-ção pelas 6.000 refeições diárias produzidas pela cozinha, conclui-se que a cozinha joga fora, todos os dias, 118 kg de alimento.

Efetuando o mesmo raciocínio para as residências, embora con-siderando o percentual de des-perdício nas cozinhas de 20%, são desperdiçados 26,95 g de frutas, legumes e verduras por refeição e 12,24 g dos demais alimentos. Su-pondo que 20% de todas as refei-ções diárias de Vila Paciência (3 re-feições para 4.000 pessoas) sejam realizadas em casa, essas 2.400

refeições diárias produzem 94 kg de lixo orgânico.

Convertendo esses valores para seus equivalentes em biogás, são produzidos 9 m³ de biogás pelo lixo orgânico proveniente da co-zinha e 7 m³ do lixo oriundo das habitações.

Além dessa conclusão, deve-se ressaltar que é impressionan-te perceber como um pequeno desperdício quando se considera uma única refeição (os 6,12 g de desperdício em outros tipos de alimento que não frutas, legumes e verduras em restaurantes equi-valem a menos de uma garfada) se transformam em uma grande perda de alimentos quando se pensa em escala industrial. Isso reforça a visão de que o biogás

não é uma solução em si mesmo: a redução de desperdícios é uma ação tão ou mais importante do que a produção de biogás a partir dos resíduos.

4. anáLise dOs dadOs

A tabela 3 apresenta o cruzamen-to da oferta e da demanda de energia térmica, a partir do mode-lo construído.

Conclui-se através da tabela que a soma das produções de biogás por meio do esgoto das casas, do lixo da cozinha industrial e do lixo das habitações é capaz de aten-der à demanda de um dos quatro fornos da cozinha industrial e de 100 casas.

O restante da demanda térmica deve ser atendida por meio do

Fonte: Baseado em FAO (2000:15).

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biogás proveniente dos resíduos suínos. Como atualmente o chiqueiro dispõe de cerca de 20 porcos, é possível que se atenda também as outras 300 casas, o que corresponde a cerca de 26% de toda a energia térmica demandada. En-tretanto, para atender aos outros três fornos existem duas opções: aumentar a quantidade de matrizes suínas ou gerar essa energia tér-mica por meio da ener-gia elétrica.

Portanto, conclui-se que no caso analisado não é possível gerar toda a energia térmica necessária para alimen-tar uma cozinha industrial com capacidade para 6.000 refeições diárias e as 400 habitações (CO-ELHO et al., 2006).

5. cOnsiderações finaisA partir do levantamento de da-dos sobre o potencial oferta de biogás e da demanda propos-tas por COELHO et al., 2006 e da posterior análise dos dados, ob-tiveram-se algumas percepções sobre o fornecimento de energia para a área de estudo, mas que se aplicam ao mercado de energia em geral:

1. SILVA et al (2005b) sugerem que o que determina a escala do chamado “bairro-cidade” (ou seja, da unidade mínima neces-sária para que se garanta a sus-tentabilidade econômica e am-biental de um lugar) é o forno da cozinha industrial, já que é esse equipamento que determina a quantidade máxima de pessoas que podem participar do mes-mo “módulo auto-sustentável (SILVA et al, 2005b:5-6). Propõe-se aqui que a oferta de material orgânico para ser processado no biodigestor também é uma res-

tabela 3: consolidação das ofertas e demandas de energia térmica.

Fonte: COELHO et al., 2006

trição de projeto importante e possivelmente será a restrição do sistema. Mostrou-se que a oferta de material orgânico limita (mais do que a capacidade do forno da cozinha) a quantidade de pesso-as vivendo em um mesmo “mó-dulo auto-sustentável”. ALVES & LUCON (2001) apud AMARAL (2004:32) aparentam concordar que esse seja um dos limitantes (gargalos) na construção de sis-temas sustentáveis, pois segun-do os autores, “um programa que empregasse todo o gás de lixo na geração de eletricidade, não representaria 1% daquilo que é consumido hoje no país”.

2. Ainda assim, o biodigestor, embora seja uma tecnologia de produção de energia, possui um papel muito mais importante como destinação de resíduos do que como produtor de energia. A despeito da capacidade de produção menor do que a de-manda total de energia do país (e da área de estudo), encontrar uma destinação aos resíduos aparenta ser fator primordial para o ambiente. Cabe ressaltar, entretanto, que não se trata ape-nas de melhorar a destinação final: o problema que a huma-

nidade enfrenta é viver melhor, consumindo (muito) menos e re-generando a qualidade do meio-ambiente (MANZINI, 2007:3). No caso de Vila Paciência, a solução proposta para resolver esse de-safio é utilizar a produção de bio-gás sobretudo como forma de tratamento de resíduos, tendo como efeito adicional a geração de energia térmica, juntamente com a alimentação da rede elé-trica tradicional.

3. Percebe-se que a principal ra-zão para a adoção da solução dos biodigestores (na área de estu-do conforme dados de COELHO, 2006) são os impactos não direta-mente econômicos, tais como:

(1) os biodigestores solucio-nariam o problema do não tratamento de esgotos e suas conseqüências para a saúde da população local;

(2) desoneração do governo lo-cal da construção de uma unida-de para tratamento de esgotos;

(3) maior interesse de pesquisa-dores dessa tecnologia pelo lo-cal (tanto empresas quanto aca-dêmicos), valorizando a região;

(4) possibilidades de criação de

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novos negócios para replicação dessa tecnologia para outros lo-cais, usando o conhecimento acu-mulado pelos moradores, dinami-zando a economia local e gerando um processo de “aceleração evo-lutiva” (RIBEIRO, 1997: 69);

(5) aumento da oferta de empre-gos na comunidade para a ad-ministração dos biodigestores, o que não seria conseguido caso houvesse uma gestão centraliza-da dos resíduos em uma estação de tratamento de esgoto, por exemplo;

(6) redução da poluição am-biental, pois é realizado o tra-tamento do esgoto e do lixo orgânico, que não era realizado anteriormente.

6. referências ALVES, J. W. S., LUCON, O. S. gera-ção de energia elétrica com gás de Lixo. Ambiente Técnico, CE-TESB/ASEC, v.1, n.2, p.1-3, 2001.

AMARAL, F. L. M. Biodigestão anaeróbia dos resíduos sólidos urbanos: um panorama tecno-lógico atual. Tese de Doutorado, Instituto de Pesquisas Tecnológi-cas – IPT: São Paulo, 2004.

AVELLAR, L. H. N. a Valorização dos subprodutos agroindus-

triais Visando a cogeração e a redução da poluição ambiental. Tese de Doutorado, UNESP, Guara-tinguetá, 2001.

BARRERA, Paulo. Biodigestores: energia, fertilidade e saneamen-to para a zona rural. São Paulo: Ícone, 1993.

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GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

*Johnson Pontes de Moura é en-genheiro químico, doutorando em Engenharia Mecânica UFPE; discen-te do curso de pós-graduação em energias renováveis com ênfase em biogás – Unila.

e-mail: [email protected]

Nota do editor: as partes 1 e 2 deste estudo foram publicadas na revista Agrimotor 72 e 73, respec-tivamente.

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Agrotóxicos no BrAsil: fAtos e mitosSerá que os alimentos produzidos na Inglaterra e nos Estados Unidos são diferentes dos produzidos no Brasil?

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José Annes Marinho*

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Agrotóxicos no BrAsil: fAtos e mitos

Recentemente tenho obser-vado vários artigos relacio-nados ao tema agrotóxicos e muitos deles deveriam

informar a sociedade, mas infeliz-mente, cada vez mais, colocam as pessoas em pânico. Por que será? Levar informações incorretas às pessoas é gratificante? Ou estas pessoas não têm informações su-ficientes para posicionar-se sobre o assunto? Eu particularmente gostaria que o tema fosse tratado de forma agradável, que o mesmo pudesse ser entendido e baseado em ciência que ajudasse o produ-

tor rural a colocar alimentos de qualidade em nossas mesas.

Há muitos fatos que levam pes-soas que não conhecem cienti-ficamente o tema a discorrerem e buscarem explicações, quase sempre, infundadas sobre esta tecnologia. Os agrotóxicos, de-fensivos agrícolas, pesticidas, todas estas definições são si-nônimos. Portanto, se você for questionado a respeito destes nomes, saiba que está falando do mesmo tema, apenas com designação diferente. No Brasil

de acordo com Lei 7.802 o termo aprovado foi “agrotóxico”. Como em algumas discussões caloro-sas, em geral, usamos a ideologia e esquecemos a ciência. No resto do mundo o termo agrotóxico é chamado de pesticida ou pestici-de. Neste contexto, observamos alguns artigos, em especial, o da revista Veja: “A verdade sobre os agrotóxicos” – baseado em ciên-cia, consultando grandes cientis-tas que respondem as principais dúvidas sobre o assunto, para que as senhoras – donas do lar, os senhores empresários, estudan-tes – que estão longe dos cam-pos, possam entender sobre esta tecnologia que, felizmente, revo-lucionou a agricultura brasileira. É fundamental que vocês saibam que estes produtos são responsá-veis por nossa alimentação.

Contaminação de brotos

Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) mostram que, se não existisse esta tecnologia, cerca de 40% do que é produzi-do de alimentos seriam perdidos. Porém, temos de respeitar as opi-niões contrárias a esta tecnologia, a exemplo de quando o Brasil ini-ciou o processo da biotecnologia. No entanto, felizmente quem pre-dominou neste caso foi a ciência. Senhoras do lar: não comemos “agrotóxicos” todos os dias, fi-quem tranquilas. Recentemente, li uma publicação que recomenda comer somente produtos orgâni-cos “recomendo que os alimentos listados acima sejam orgânicos” referindo-se a lista divulgada pela Anvisa. Será que isso resolve ou nos põe em risco? Exemplos mos-trados pelos meios de comunica-ção a respeito da contaminação de brotos de feijão na Alemanha com a bactéria E. coli causou a morte de pelo menos trinta pes-soas, e isso não seria relevante para termos mais cuidados.

Há estudos científicos que com-

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provam que orgânico é melhor que convencional? Pesquisando, encontramos um estudo condu-zido pela Agência de Alimentos do governo da Inglaterra e o trabalho publicado no American Journal of Clinical Nutrition. Re-presenta a maior revisão de es-tudos já feita sobre o tema com 162 artigos científicos publicados nos últimos cinquenta anos. De acordo com os pesquisadores, os alimentos chamados orgânicos – aqueles que utilizam fertilizantes e defensivos agrícolas e não-de-rivados de ingredientes químicos – não têm benefícios nutricionais superiores aos dos alimentos cul-tivados com adubos e defensivos sintéticos. Será que os alimentos produzidos na Inglaterra e nos Estados Unidos são diferentes dos produzidos no Brasil?

Talvez, em paladar, alguns, mas em componentes nutricionais é muito difícil. Outro dado inte-

ressante é que toxicologistas do mundo inteiro nunca comprova-ram casos ou problemas de cân-cer relacionados aos defensivos em seres humanos, o que há são hipóteses, mas nunca relacionado à alimentação e sim a exposição dos aplicadores.

QuímiCos nos orgâniCos

Pois bem, esclarecer é fundamen-tal. Acredito que hoje vocês ima-ginam que não sejam utilizados produtos químicos na agricultura orgânica, estou certo? Que exista controle do que é utilizado na pro-dução orgânica pelas autoridades? Vocês já ouviram falar em calda bordalesa e óleo de nin, ambos usados na agricultura orgânica? Eis a resposta: são produtos quí-micos, mas não sintetizados, que têm suas restrições de uso como os defensivos. Portanto, estamos colocando em conflito a agricultu-ra. Ambas são importantes e têm

seus clientes, o que precisamos são pessoas que busquem as respostas na ciência e não na ideologia.

Diante dessas premissas exis-tem questões que devemos refletir como, por exemplo, se não houvesse mais agro-tóxicos no mundo, será que o custo dos alimentos seria o mesmo? Será que 37% dos empregos gerados no Brasil existiriam? Vamos mais longe: será que manteríamos a ba-lança comercial do Brasil no verde? Pois é, antes de criticar-mos algo, precisamos refletir sobre as implicações que tais decisões possam afetar em nossas vidas.

Dito isto, com base em pes-quisas que duram anos para que um defensivo esteja apto a ser comercializado, apresen-to-lhes algumas informações importantes. Os fatores de se-gurança utilizados para estes

produtos são na ordem de cem quanto ao risco de exposição (apli-cador), pois consideramos que o homem é cem vezes mais sensível que um camundongo. Para com-parar, na construção civil o fator usado fica em torno de quatro. No quesito segurança alimentar, esta-mos preocupados com a seguinte a pergunta: “comer alimentos onde se usa agrotóxicos é segu-ro?”. Respondo a vocês com todas as letras “SIM, é seguro”.

Para que vocês entendam este processo e conceitos, é preciso esclarecer algumas métricas. No Brasil, a própria Anvisa, que di-vulga dados do monitoramento de agrotóxicos nos alimentos, utiliza estes conceitos: Limite Máximo de Resíduos – LMR – é a quantidade máxima de resíduos permitido, para um determina-do produto, em uma determi-nada cultura. É um valor para o mercado, mas dentro da faixa de segurança toxicológica. Um va-lor acima do LMR significa que o produto é impróprio para o mer-cado, mas isto não quer dizer que seja um problema toxicológico (muito pelo contrário, os valores de segurança determinados pelo

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governo apresentam altos fato-res de segurança, igual ao que se pratica no mundo todo).

O outro fator é Ingestão Diária Aceitável – IDA – valor, determina-do pela Anvisa no Brasil, que signi-fica a quantidade máxima de uma determinada substância que pode ser ingerida, por toda a vida, que parece não oferecer risco à saúde humana, à luz dos conhecimentos atuais. É um parâmetro global, definido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e aplica-se a toda substância química que pos-sa ser ingerida, não se restringin-do aos defensivos agrícolas.

Após esclarecer estes conceitos, chegamos ao ponto de partida: os resultados do PARA (Programa de Analise de Resíduos de Agro-tóxicos) são importantes, porém sua amostragem é insatisfatória, pois analisou e divulgou dados de alimentos consumidos no ano anterior e, infelizmente, de forma

direcionada e ideológica, colocan-do receio nas pessoas que vivem nas cidades.

as mesmas pragas

Vejam, quando se fala que, 91,8% das amostras de pimentão, 63,4% do morango, 57,4% do pepino, como exemplo, estão contamina-das ou reprovadas, não significa que você estará intoxicado ou haverá algum dano a sua saúde caso utilize este alimento. No caso do pimentão é mais emblemá-tico ainda: das 91,8% das amos-tras analisadas nenhuma amostra apresentou LMR acima do permi-tido. O que ocorreu foi o uso não autorizado deste defensivo para produzir este alimento. E agora, devemos proibir a produção de pimentão, sendo que o próprio governo não autoriza produtos para a cultura? E o produtor está errado em produzir e usar estes produtos?

Atualmente no Brasil, produtores de tomate têm como segunda receita a produção de pimen-tão, que utiliza praticamente os mesmos defensivos utilizados no tomate, pois as pragas são as mesmas. Além disso, hoje não há no mercado produtos autori-zados pelos órgãos responsáveis (Mapa, Anvisa e Ibama), de quem é a culpa? São questões difíceis de serem respondidas, pois es-tamos falando de pessoas que vivem desta atividade.

Por fim, acredito que pautar estes assuntos com muita serenidade e com dados científicos é impor-tante para o esclarecimento pú-blico. Já revisões, opiniões sem conhecimento e dados, levam as pessoas que não conhecem a

discriminar ambas as atividades, tanto orgânico como o conven-cional. Agricultura orgânica é importante? Claro, o problema é que o Brasil está muito aquém de termos uma agricultura orgânica exemplar. Somos um país tro-pical, onde as pragas destroem as culturas, caso não sejam pro-tegidas, e a função principal do defensivo é proteger as plantas, nada mais. E agricultura conven-cional é importante? Importan-tíssima, não vivemos sem alimen-tos e, de preferência, baratos, por isso rastreabilidade e segurança alimentar são bem-vindas ao nosso dia a dia. O que precisa-mos é fundamentar e esclarecer as pessoas que estão nas cidades de forma cientifica, para não cria-rem receio em nos alimentarmos. Como dizia um grande professor e médico da Unicamp, Sr. Zeferi-no Vaz (in memorian): “Quando a ideologia entra pela porta da frente da universidade, a ciência sai pela porta dos fundos.” Que levemos isto para nossas vidas.

*José Annes Marinho, engenheiro-agrônomo é gerente de educação da Andef – Associação Nacional de Defesa Vegetal.

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012eventos

Bahia Farm Show leva tecnologia ao nordeSte

Bahia Farm Show, a feira do cerrado baiano, é posicio-nada como a maior em tecnologia e negócios agrí-

colas do Norte/Nordeste. A edição 2012 será realizada de 29 de maio a 2 de junho, no município baiano de Luís Eduardo Magalhães. Em 2011, o evento teve negócios concreti-zados na casa dos R$ 570 milhões, com visitação de 44.000 pessoas. A estrutura ampliada deste ano conta com o restaurante definitivo, capaz de servir até 3.000 refeições/dia.

A Jaraguá/New Holland apresentará suas novidades high tech. São má-quinas guiadas via satélite, a maior colheitadeira da América Latina, com muita potência. A Jaraguá é revende-dora da New Holland, tradicional mar-ca de máquinas agrícolas que, nos últimos anos, passou por uma reno-vação no seu portfólio, e hoje foca em entregar produtos com alta potência, tecnologia de ponta e baixo custo de manutenção. Dentre os destaques da Jaraguá Bahia/New Holland para a Bahia Farm Show este ano, está a série de tratores T 8, que vai de 232 a 335 cv de potência. “Tratores nacio-nais, com piloto automático”, ressalta o diretor Fábio Queiroz Martins.

A empresa vai apresentar também o trator T 9.560 articulado, com 507 cv, o pulverizador SP 3500, equipa-do com tanque de 3,5 mil litros, bar-ras de 30 metros e, também, com piloto automático; colheitadeiras axiais da série CR. CR 9060, CR 9060 Premium, e a CR 9080, a maior co-lheitadeira da América Latina.Busa mira negócios para 2012/13.A Busa, uma das empresas brasilei-ras mais representativas no ramo de indústria e comércio de máqui-nas agrícolas, participa este ano pela nona vez da Bahia Farm Show, com equipamentos que com-põem a linha Cotton Log (Bi-train FR, Spear Cotton Busa, Torre 7 Ton Busa). Também serão expostos os produtos que compõem a linha de equipamentos rodoviários (sistema hidráulico roll-on roll-off, contêiner, plataforma para transporte, rebo-que julieta e chassis de adaptação.Segundo a empresa, a Cotton Log veio para facilitar e acelerar a lo-gística do algodão até as usinas de beneficiamento de algodão. “Além da redução na quantidade de má-quinas e operadores, o transporte se torna mais econômico com ela, podendo carregar até 33 toneladas

por viagem e abranger um raio mé-dio de 200km”, diz a analista de ven-das e marketing, Lidiane Moura.

Ela informa que a empresa espe-ra realizar bons negócios na feira em 2012. “Ainda não dá para arris-car um montante, pois o evento ocorre praticamente no meio da colheita do algodão e quem pre-cisava de equipamentos para essa safra já comprou antecipadamen-te. Nossa meta é sempre alavan-car negociações para a próxima safra”, diz. Para a Busa, ter sempre um estande na Bahia Farm Show é estratégico, tanto para mostrar os produtos a um público muito se-lecionado, quanto para prestar su-porte, esclarecer dúvidas, estreitar relacionamentos com o cliente e consolidar parcerias.

A Bahia Farm Show é uma realiza-ção da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), em par-ceria com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Associação das Revendas de Má-quinas e Implementos Agrícolas do Oeste da Bahia (Assomiba), Funda-ção Bahia e Prefeitura Municipal de Luís Eduardo Magalhães.

Em 2011 a feira bateu todos os recordes de desempenho do ano anterior. O foco de aprimoramento em tecnologia está voltado para a próxima safra.

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eventosRevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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agroBraSília, a grande Feira do cerrado

AAgrobrasília é a grande feira do cerrado brasileiro. Dinâ-mica, democrática e focada na viabilização de negócios

agropecuários e na disseminação de conhecimento técnico, com-porta e atende todos os tipos de produtores, do agricultor familiar ao grande empresário. Com a par-ceria do governo do Distrito Fede-ral e de várias instituições públicas, tornou-se, já na sua quinta edição, um dos maiores eventos desse mercado no Brasil. Além disso, mostra a pujança do agronegócio no Planalto Central, uma das regi-ões mais produtivas do país.

O objetivo da Agrobrasília é reu-nir em um só ambiente as diver-sas cadeias produtivas do ramo agropecuário, com as suas neces-sidades e demandas, e oferecer as soluções por meio dos vários expositores. A feira disponibiliza diversas opções em tecnologias, máquinas, implementos, insu-mos, sementes, cursos, palestras

e exposições, além do acesso às instituições financeiras e públicas presentes ao evento.

Neste ano, os organizadores da Agrobrasília esperam atrair mais de 300 expositores, 60 mil visitan-tes e movimentar cerca de R$ 250 milhões em negócios durante os cinco dias de realização da feira, de 15 a 19 de maio.

“Aqui mostramos a força da agri-cultura brasileira. A Agrobrasília é um marco do empreendedorismo do agronegócio brasileiro e tem contribuído significativamente

para o desenvolvimento do Pla-nalto Central e de outras regiões”, explica Leomar Cenci, presidente da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coo-pa-DF), realizadora do evento.

As lavouras do Distrito Federal e do entorno apresentam produ-tividade muito acima da média nacional nas principais culturas de grãos, como soja, milho, trigo e feijão. O bom rendimento se deve ao uso extensivo de tecnologia. A Agrobrasília reúne todos os ele-mentos de sucesso da agricultura local e facilita o acesso dos produ-tores às inovações do mercado.

A localização do Parque Tecnoló-gico Ivaldo Cenci, onde a feira é realizada, é privilegiada. A 60 km do centro de Brasília, está próximo de um aeroporto internacional, de uma vasta rede hoteleira e do po-der político e econômico do Brasil. Tudo isso faz com que a Agrobrasí-lia seja a grande vitrine da agricul-tura brasileira para o mundo.

Organizadores esperam atrair mais de 300 expositores, 60 mil visitantes e movimentar cerca de R$ 250 milhões em negócios.

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012VISÃO

Os atOs e fatOs dO agrOnegóciO

Asabedoria revela: a boa ideia é um investimento em pesquisa pelo setor público, acompanhado

por inovações e investimentos do setor privado. Na área de se-mentes, a partir dos anos 90 só sobrou a Embrapa, como centro de pesquisa no setor genético vegetal brasileiro. A maior em-presa privada de sementes bra-sileiras, a Agroceres, foi vendida para a Monsanto. Os ideais da Agroceres, onde atuei, eram o de ser a organização líder no desen-volvimento de sementes para o cinturão tropical do planeta.

No editorial do jornal O Estado de S Paulo, de 22 de março, são abordados “os problemas da Embrapa”. O que ocorre é que os custos da pesquisa têm cres-cido mui-to mais do que os or-çamentos da Embrapa. Con-forme registra o editorial, são neces-sários US$130 milhões

José Luiz Tejon*

A agricultura é uma vocação, e assegurar o suprimento de alimentos no mundo é o maior desafio.

para todo processo de pesquisa e licenciamento de um único trans-gênico. Quer dizer: R$ 230 mi-lhões. O orçamento da Embrapa é de R$ 2,1 bilhões, menor do que os três anos anteriores. A Monsan-to informa investir mais de US$ 1 bilhão em pesquisa. O que leia-se: Uma Monsanto equivale a toda a Embrapa. Se colocarmos nessa balança outras grandes corpora-ções de pesquisa, como Dupont, Bayer, Basf, Syngenta, a distância que nos separa da vital e funda-

mental pesquisa para garantir a

genética nas condições tropicais de produção é abissal. Qual a solu-ção? Colhermos as boas lições da história. O governo sozinho não conseguirá fazer. Uma empresa exclusivamente brasileira talvez não consiga mais, por ter perdido o “trem da História”. Provavelmen-te a solução envolverá inteligentes negociações entre empreendedo-res privados, do setor de sementes do Brasil, com suporte e apoio da Embrapa e de agentes financeiros como o BNDES; além da atração das mesmas companhias que hoje lideram o investimento na genética mundial, para projetos

em parceria e “co brand”; a busca de inovadores

g e n e t i c i s -tas no Bra-

sil e mundo afora; e a

convicção das asso-ciações e entidades represen-tantes dos

produtores rurais bra-

sileiros, para a tomada de

ações e partici-pação nesse sagrado

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VISÃORevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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tema: a genética tropical brasilei-ra é condição sine qua non, para a competitividade do agronegócio brasileiro, dos produtores, e da produção de alimentos em quan-tidade e qualidade.

O pensamentO dO ciclOJá que o assunto é pesquisa e melhorias, vale lembrar a pes-quisa encomendada pela Basf à Synovate (Alemanha) sobre os aspectos da percepção que os produtores rurais têm de ques-tões do consumidor e destes com os agricultores. A pesquisa foi feita em seis países: França, Espanha, Canadá, Estados Uni-dos, Índia e Brasil. As visões são muito interessantes. As principais conclusões gerais do estudo são: a maioria considera a agricultura uma vocação. Assegurar o supri-mento de alimentos no mundo é o maior desafio. Os produtores levam a sério as preocupações dos consumidores finais e os agricultores buscam maior su-porte da indústria e da socieda-de. Interessante ver que no Brasil e nos Estados Unidos é onde os agricultores mais se consideram como ”homens de negócios”. Ao contrário da Índia.

Também os produtores brasilei-ros se enxergam como “gestores” da terra, da mesma forma como os americanos. Os consumidores individualmente dizem ter res-peito pela profissão dos agricul-tores, mas quando perguntados se a sociedade também tem, a resposta é surpreendentemente menor. Por outro lado, os produ-tores rurais não se sentem res-peitados e nesse item empatam em todos os países, com exceção da Índia, onde a sua autoestima é bem maior. Como imagináva-mos, na França, tanto o consumi-dor respeita o produtor, quanto a sociedade como um todo. Essa imagem é bem maior por parte do público do que aquela que os

produtores da França têm de si mesmos.

No item satisfação, os agriculto-res brasileiros e os americanos são os mais satisfeitos dentre os países pesquisados, e os menos satisfeitos são os franceses e os espanhóis. Os produtores brasilei-ros são os que menos acreditam que os consumidores pagariam mais por produtos ambiental e socialmente sustentáveis. E os consumidores brasileiros ao lado dos indianos são os que revelam, de fato, menor propensão a pagar mais por esses produtos. A Ale-manha e os Estados Unidos são os que mais revelam propensão nesse aspecto. Os produtores ru-rais de forma geral pedem mais tecnologia amigável nos aspectos ambientais, solicitam maior repre-sentação pública dos seus inte-resses, e, no caso brasileiro, gos-tariam de ter mais treinamento sobre a utilização da tecnologia. Importante é ver que o cidadão urbano tem uma visão de que o agricultor é o principal “esteio” das zonas rurais. Entretanto, os agri-cultores têm uma visão menor, nesse sentido, o que é revelador de um campo espetacular para as ações de marketing dos agriculto-res, no mundo inteiro.

*José Luiz Tejon Megido dirige o Núcleo de Agronegócios da ESPM; é diretor vice-presidente do CCAS – Conselho Cientifico para a Agricul-tura Sustentável e é comentarista da Rede EstadãoESPN.

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012EMPRESAS

Kaiser: 50 anos no mercado agrícola

Empresa de peças para tratores comemora 50 anos no mercado lançando novos produtos.

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Fundada em 1962, a Nekarth, empresa de capital nacional, estabelecida em Osasco, está presente no mercado

de peças para tratores, desde a chegada da indústria de má-quinas agrícolas ao Brasil. Em 2012, prestes a completar 50 anos, a empresa é referência no setor e vem ocupando uma importante parcela do

mercado nacional e inter-nacional.

No seu portfólio desta-cam-se eixos, engrena-gens, sincronizados de câmbio, reduzidas com-

pletas, entre outros. O últi-mo lançamento da linha Kai-

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EMPRESASRevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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ser foi o bloqueio de diferencial dianteiro para tratores agrícolas produto inovador, desenvolvido e patenteado pela empresa.

A Kaiser trabalha exclusivamen-te com matéria-prima nacional e

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não importa peças de países que oferecem baixo custo com o in-tuito de manter a qualidade dos produtos e estampar sua marca. Nesse quesito, aliás, Otávio Kai-ser, da terceira geração da famí-lia na empresa, detectou um au-mento significativo de clientes que buscaram peças no exterior, principalmente no ano passado, quando o mercado “abriu mes-mo”, com muitos distribuidores trazendo peças de fora, mas fize-

ram o caminho de volta rapida-mente. Otávio explica: “Depois de uma rápida experiência com o importado, os clientes perce-beram que a opção apenas pelo preço pode ser um grande erro. Eles estão escolhendo a qualida-de”. Principalmente em função dessa concorrência, os preços

do segmento tiveram uma que-da, mas, segundo o empresário, “a tendência é que o mercado se estabeleça este ano”. A empresa exporta para 22 países, incluin-do América, Europa, África e Oceania.

A empresA tem certificA-ção iso 9001, desde 2005.

Desde outubro de 2011 passa por uma grande reestruturação que incluiu melhorias no layout da fábrica, para implantar o sis-tema de produção lean manufac-turing, conhecido como sistema Toyota. Segundo Otávio, no sis-tema, o operador de máquina “é como um cirurgião, não sai para buscar matéria-prima ou ferra-menta: as coisas chegam para ele”. Ele planeja que a transição se efetive ainda este ano.

Todos os produtos Kaiser pas-sam por um rigoroso controle de qualidade, “para que as peças te-nham resistência e durabilidade

para não gerarem problemas no campo”. A garantia de fábrica é de um ano.

Dentre os principais gargalos para esse negócio, Otávio apon-ta “a carga tributária que é um absurdo, da ordem de 32% entre ICMS, PIS e Cofins”, apontando a necessidade urgente de reforma tributária. E reivindica melho-ria nas linhas de financiamento

para o mercado agrícola, o que estimularia um maior investi-mento em tecnologia e máqui-nas, aquecendo o mercado.

O objetivo da empresa, ao al-cançar meio século de vida, é aumentar o mix de produtos através do desenvolvimento de novas produtos, abrir novos clientes e aumentar sua rede de distribuição, fortalecendo a par-ticipação no mercado nacional e internacional, em particular América Latina. Um novo portal da marca Kaiser está sendo dis-ponibilizado.

“É com grande orgulho que a empresa está presente há cinco décadas no mercado, aliando a experiência adquirida com o que há de mais moderno no segmen-to”, complementa Otávio, agra-decendo aos clientes, por todo apoio e confiança nestes 50 anos de trabalho.

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irregularidades na importação de pneus70% dos pneus importados atualmente contêm irregularidades no seu processo de importação.

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O presidente da Abidip – Associação dos Importa-dores e Distribuidores de Pneus, Rinaldo Siqueira

Campos, aponta os caminhos que deveriam ser percorridos pela Secretaria da Receita Federal no combate às irregularidades no processo de importação de pneus

para o Brasil. Dados da associação dão conta de que 70% dos pneus quem chegam do exterior, atual-mente, contêm irregularidades no seu processo de importação.

A Abidip sugere inicialmente que a Receita Federal conceda a antiga reivindicação dos importadores: adotar tabela de parametrização

de pneus levando em conside-ração o peso do produ-

to, mas também o aro. De acordo

com Siqueira

Campos, importadores irregulares podem subfaturar pneus em 25% (nos aros 12’, 13’ e 14’) a até 100% nos chamados pneus high per-formance (que vão dos aros 17’ a 24’). “O artifício reduz o custo dos produtos e consequentemente, o recolhimento dos impostos. Além de tornar a concorrência desleal”, aponta Siqueira Campos.

“A Receita Federal deveria exigir o pagamento dos impostos de im-portação desde a origem do pro-duto e não apenas do trecho que

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ImportaçãoRevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

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compreende os países vizinhos até o Brasil”, ensina Campos. Pelo que foi percebido, as empresas que exportam os produtos pos-teriormente para o Brasil têm re-colhido o frete correspondente ao segundo trecho da intermediação. O valor do frete é de cerca de 400 dólares, deixando de declarar o trecho correspondente à chegada do produto da Ásia para os países vizinhos que é de cerca de 4 mil dólares. “Como todos os impostos incidem sobre o preço FOB + frete, a empresa que pratica essa trian-gulação reduz seu custo final em cerca de 8%”, calcula. “Ainda cabe às autoridades verificar se essas empresas não estão declarando erroneamente como se os pneus tenham sido produzidos aqui na América do Sul, o que constitui outra irregularidade”, pede Siquei-ra Campos.

A terceira medida é, na verdade, um alerta sobre outra ação irregu-lar de importadores fraudulentos. Há importador alterando a NCM (Nomenclatura Comum do Mer-

cosul) que é a classificação dos pneus, de carga para passeio, para pagar menos impostos. Essa sim-ples mudança acarreta uma dife-rença de IPI que é brutal. Para os pneus de carga o IPI é de 15% e para os pneus de passeio é de 2%. “Mudar o NCM é fraude, crime, um desvio de 13% de impostos em cada importação e nada foi feito pelas autoridades governamen-tais, até agora.”, lamenta Campos.

Por fim, Siqueira Campos aponta que seria fundamental a Receita Federal usar a legislação vigente

para barrar mercadorias iguais ou semelhantes que tenham preços visivelmente diferentes. “Não há explicação lógica para um produ-to pago dentro das regras fiscais e tributárias custar U$ 100, por exemplo, e o concorrente importa-dor oferecer um produto similar a U$ 60”, aponta. “Não há mágica, é subfaturamento. Temos documen-tos e informações necessárias para que as autoridades competentes possam agir. Essas provas já foram encaminhadas a Receita Federal, mas até agora nenhuma providên-cia foi tomada”, lamenta.

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012Business World

destaque Gente

Nova presidente critica agrotóxicosEm seu discurso de posse, dia 18 de abril, a nova presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a antropóloga Maria Emília Pacheco, criticou os agrotóxicos e os alimentos transgênicos.“O caminho percorrido historicamente pelo Brasil, com seu modelo atual de produção, nos levou ao lugar do qual não nos orgulhamos – de maior consumidor de agrotóxicos no mundo e uma das maio-res áreas de plantação de transgênicos”, disse ela. “É fundamental adotar o objetivo estratégico da soberania e se-gurança alimentar e nutricional como eixos ordenadores da estra-tégia de desenvolvimento do país.” Maria Emília Pacheco criticou o que chama de “livre atuação das grandes corporações”. “A livre atuação das grandes corporações, apoiada na irrestrita publicidade de alimentos – que tem como um dos alvos principais as crianças – também tem gerado efeitos nocivos para a segurança alimentar e nutricional e em fenômenos como o preocupante avanço do so-brepeso, da obesidade e de doenças crônicas não-transmissíveis”.

China deve dobrar importação de açúcarSegundo reportagem recente do jornal Valor Econômico, a China passou de sexto maior im-portador do produto brasileiro em 2010 para o segundo no ranking em 2011. O salto repre-sentou o aumento expressivo de 70% do volu-me da commodity importada: no ano passado. O Brasil embarcou mais de 2 milhões de tone-ladas para a China, um total de US$ 1,2 bilhão, volume que deve dobrar na próxima safra.Não é por acaso que algumas empresas do setor sucroalcooleiro já começam a investir em escritórios na Ásia, para estreitar relações comerciais.

Rosolem assume vaga no Conselho da CCASNo último dia 23 de março, durante reunião de planejamento do Conselho Científico para Agricultura Sus-tentável (CCAS), tomou posse como conselheiro o professor Ciro Antonio Rosolem, do Departamento de Produção Vegetal. Com formação em Agronomia no ano de 1973, mestrado em 1978 e doutorado em 1979, todos pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), Rosolem foi diretor do Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) e é membro do Interna-tional Plant Nutrition Council. Suas principais áreas de atuação são as de fertilidade do solo, aduba-ção, fisiologia aplicada, crescimento radicular, sistemas de produção agrícola, rotação de culturas e ciclagem de nutrientes. O professor Rosolem passa a integrar o CCAS composto por vinte pesquisa-dores que trabalham para obtenção dos melhores resultados na área da agricultura sustentável. Fo

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Noma lança projeto Visita à FábricaA Noma do Brasil, uma das maiores fabricantes de im-plementos rodoviários da América do Sul, acaba de co-locar em prática o projeto Visita à Fábrica. Trata-se de um programa de convites especiais que serão feitos a dis-tribuidores, parceiros e clientes do Brasil e do mercado externo, para conhecerem todo o processo produtivo de sua fábrica em Maringá, no Paraná, onde atuam 1.400 funcionários e são produzidas 650 carretas por mês. Na estreia do projeto, a Noma contou com a parceria da Truck Center, seu distribuidor no Paraguai, para trazer um grupo de dezessete clientes e dois jornalistas que participaram de um tour e de outras atividades, conhe-cendo os novos sites de produção, recém inaugurados dentro da unidade industrial no Paraná, que conta com 175 mil metros quadrados.

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Business WorldRevista AgriMotor - Abril/Maio 2012

Melhor índice do PIB é da agropecuáriaO Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária cresceu 3,9% em 2011, alcançando, em valores correntes, R$ 192,7 bilhões. O percentual ficou acima do PIB da economia que cresceu 2,7%, segundo dados do IBGE. No período, a indústria cresceu 1,6% e os serviços 2,7%.Na avaliação do coordenador de Planejamento Estratégico do ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, o bom desempenho do PIB da Agropecuária reflete os resultados positivo de produtos como o algodão, café, cana-de-açúcar, milho e soja. Também deve ser considerada a evolução dos preços agrícolas que foram favoráveis no ano passado.O quarto trimestre de 2011 foi o melhor do ano, com crescimento do PIB agropecuário de 8,4%, ante 1,4% do PIB brasileiro.

Variação do PiB da agroPecuária:

2009: .................-3,1%

2010: .................. 6,3%

2011: .................. 3,9%

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Bridgestone pesquisa nova borracha naturalO Grupo Bridgestone planeja uma ampla pesquisa a ser realizada nos Estados Unidos dedicada ao de-senvolvimento do guaiúle, arbusto nativo que cres-ce no sudoeste dos Estados Unidos e no norte do México, como uma fonte comercialmente viável, renovável e que produz uma borracha natural de alta qualidade. Esta planta produz borracha natural em sua casca e nas raízes, com qualidades quase idênticas em relação à borracha natural colhida das seringueiras, que é atualmente o principal compo-nente utilizado nos pneus.A empresa espera encontrar um local, estabele-

cer o espaço de pesquisa e iniciar a cons-trução do centro até o final de 2012. A produção de borracha deve começar em 2015.

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SRB tem novo diretor superintendenteA Sociedade Rural Brasileira anuncia que José Cassiano Gomes dos Reis Júnior foi eleito pelo conse-lho superior da entidade para o cargo de diretor superintendente. Produtor rural e engenheiro agrônomo formado na Esalq/USP, José Cassiano é associado de longa data da entidade e tem vasta experiência no setor. Foi secretário de Agricultura do Paraná entre os anos de 1973 e 1975, e de Indústria e Comércio no final do segundo mandato do governador Ney Braga. Ainda no Paraná, presidiu a Cooperativa Agroindustrial de Maringá, a Cocamar, de 1965 a 1971, hoje uma das mais importantes do país. Recentemente, José Cassiano dos Reis comandou a Coorde-nadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios – Codeagro, órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo durante a gestão de João de Almeida Sampaio Filho.

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Revista AgriMotor - Abril/Maio 2012anunciantes

Aços e Metais Moldalum Ltda. ......................................................................................................................... 57

Açosita Comércio de Aços e Metais Ltda. ....................................................................................................... 55

ADR Brasil Eixos Ltda. ........................................................................................................................................ 15

Banco do Brasil S.A. ................................................................................................................................... 4ª capa

Bardella S/A Indústrias Mecânicas .................................................................................................................. 19

Central Mesh Ind. e Com. de Telas Ltda. ........................................................................................................... 5

Comercial de Ferro e Aço Labatut Ltda. ......................................................................................................... 47

Distribuidora de Aços e Metais Tubometal Ltda. .......................................................................................... 41

Dragtec Tubos Helicoidal Ltda. ........................................................................................................................ 56

GBR Parts - Imdepa Rolamentos ...................................................................................................................... 45

General Motors do Brasil Ltda. ................................................................................................................... 22-23

Guerra S.A. Implementos Rodoviários ............................................................................................................ 21

Indeco Ind. de Eixos Comando de Válvulas Ltda. ......................................................................................... 51

Jumil - Justino Moraes e Irmãos S.A. ...................................................................................................... 2ª capa

K Parts Indústria e Comércio de Peças Ltda. .................................................................................................. 31

Mallas’Car Ind. e Com. de Auto Peças Ltda. ................................................................................................... 49

Máquinas Agrícolas Jacto S.A. .......................................................................................................................... 13

Marksell Equipamentos Hidráulicos ............................................................................................................... 39

Metalmag Produtos Magnéticos Ltda. ........................................................................................................... 65

Microgear Indústria de Peças Ltda. ........................................................................................................ 3ª capa

Nekarth Ind. e Com. de Peças e Máquinas Ltda. ........................................................................................... 59

New Holland - CNH Latin America Ltda. ......................................................................................................... 11

Randon S.A. Implementos e Participações .................................................................................................... 25

Speedy Motors .................................................................................................................................................... 35

Tubonasa Aços Ltda. .......................................................................................................................................... 29

Volvo - VCE ............................................................................................................................................................. 9

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bb.com.br/agronegocioCentral de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 – SAC 0800 729 0722Ouvidoria BB 0800 729 5678 0800 729 0088

Contribuir pro crescimentodo País e oferecer soluções sob medida pra sua produção.Bom pra você.Bom pro Brasil.

na Agrishow Ribeirão Preto 2012

De 30 de abril a 4 de maio

Polo Regional de Desenvolvimento

Centro-Leste/Centro de Cana

Rod. Antônio Duarte Nogueira, Km 321

Ribeirão Preto – SP