Revista A Semente

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Entrevista Professor doutor Neliton Marques da Silva destaca desafios da formação Pioneirismo Ano 1 - Nº 1 - OUT 2013 INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS AGRÔNOMOS DO AMAZONAS- AEAEA A Semente A AEAEA fundada em 10 de outubro de 1968, é a entidade máxima representativa da categoria, tendo como sua principal meta a valorização do profissional Profissão completa 80 anos de regulamentação ENGENHEIRO AGRôNOMO Agricultura tradicional indígena atende 1,5 mil famílias no AM

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Confira na página 4 da Revista A Semente a entrevista do secretário de Produção Rural, Eron Bezerra.

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EntrevistaProfessor doutor Neliton Marques da Silva destaca desafios da formação

Pioneirismo

Ano 1 - Nº 1 - OUT 2013 InformatIvo da assocIação dos EngEnhEIros agrônomos do amazonas- aEaEa

A Semente

A AEAEA fundada em 10 de outubro de 1968, é a entidade máxima representativa da categoria, tendo como sua principal meta a valorização do profissional

Profissão completa 80 anos de regulamentação

EngEnhEiro Agrônomo

Agricultura tradicional indígena atende 1,5 mil famílias no AM

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Manaus, outubro de 2013

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Antônio Joaquim do Espirito Santo Oliveira PrESiDEnTE

Sílvia Christina Domingues de Abreu ViCE-PrESiDEnTE

Francisco Braga de Souza Primeiro Secretário

Ronaldo Pereira Santos Segundo Secretário

Geraldo dos Santos Reis Conceição Primeiro Tesoureiro

Sebastião Dias de Mendonça Segundo Tesoureiro

Eronildo Braga Bezerra Conselho Fiscal/membro Efetivo

Omar da Silva Oliveira Conselho Fiscal/membro Efetivo

Nélio Nogueira do Nascimento Conselho Fiscal/membro Efetivo

Marcílio Paschoalino Conselho Fiscal/membro Suplente

Antônio Cláudio Brandão Conselho Fiscal/membro Suplente

Hélida TavaresJornalista responsável

Junior Fonseca/[email protected]ção eletrônica

Editorial

assocIação dos EngEnhEIros agrônomos do amazonas- aEaEa

A Semente

A melhor comemoração para o dia em que celebramos nossa profissão é olhar para frente com a certeza de que o futuro está sendo construído com muito trabalho, dedicação e realizações. Neste dia 12 de outubro queremos reforçar nosso comprometimento com a construção contínua e incansável, através do debate permanente, de melhores condições da Agronomia como protago-

nista da sustentabilidade do planeta.Vislumbramos a discussão das políticas públicas que permeiam nossa atuação profissio-

nal como uma possibilidade real, concreta e necessária para a construção paulatina de um campo cada vez mais fértil para a atuação regular da Agronomia e de seus profissionais nas políticas públicas voltadas para o homem do campo e à produção rural em nosso Estado.

Nosso mandato na presidência da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Es-tado do Amazonas temos a convicção de que nosso ofício nunca esteve tão próximo da sociedade como agora, pois não nos furtamos a honrar nenhum dos compromissos propostos para alavancar o nome da instituição e de seus associados.

É com muita luta e perseverança que proporcionamos aos nossos colegas o 1º exem-plar de nosso informativo “A Semente”, que originou-se do nosso informativo eletrônico e será um veículo de informações de nossa categoria.

Somos responsáveis por grande parte da cadeia produtiva deste planeta, do qual devemos preservar sob pena de sofrermos consequências mais graves. Portanto é nosso dever fomentar um desenvolvimento sustentável, produzindo economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente justo.

Nesta edição do nosso informativo A Semente, apresentamos um balanço dos últi-mos anos da atuação junto aos produtores indígenas do interior do Estado (página 5), numa iniciativa pioneira da Sepror, quando evidenciamos a importância da assessoria técnica mesmo a produtores altamente adaptados à agricultura amazônica.

Também cedemos espaço a dois grandes expoentes de nossa profissão, que muito tem colaborado com a formação acadêmica e profissional dos companheiros de ofício: o secretário de Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra e o Diretor da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professor Neliton Marques da Silva (páginas 4 e 6, respectivamente).

Saudações Agronômicas!Que Deus ilumine nossos caminhos!

Eng. Agro. Antônio Joaquim do Espírito Santo OliveiraPresidente da AEAEA

Comemorando conquistas e construindo uma agenda de futuro

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história

A profissão de Engenheiro Agrô-nomo completa 80 anos de regulamentação no País neste ano, sendo estabelecida por meio do Decreto Nº 23.196 de 12

de outubro de 1933. Da sua regulamenta-ção aos dias de hoje, quase um século se passou. Neste tempo, o saber agrícola cres-ceu junto da população, das tecnologias e da preocupação com o meio ambiente.

Quando o então presidente da Repú-blica Getúlio Vargas assinou o decreto que regulamentou o exercício da profissão, a Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” – FAEM, completava 50 anos de fundação, o que mostra que os primeiros colegas tive-ram que lutar durante meio século até que a legislação oficializasse nossas atribuições profissionais e então o exercício da ativida-de agronômica por leigos passasse a ser considerado exercício ilegal da profissão.

A história da Agronomia brasileira co-meçou junto do surgimento da Agricultura do País. Ao lado dos grandes fazendeiros, desde o início da colonização ao estabele-cimento da República, a ciência agrária se mostrou uma importante personagem na evolução da economia agrícola.

Durante o Império, o sistema sucroal-cooleiro nordestino entrou em de-cadência devido

ao fim da escravidão e ao deslocamento do núcleo econômico para o Sudeste cafeeiro.

Com isso, a aristocracia agrícola nor-destina buscava uma solução para voltar a ser uma grande potência. Visando uma mão-de-obra mais qualificada e conheci-mento de comércio, criaram, em 1859, o

Imperial Instituto Baiano de Agricultura. Dezesseis anos depois, em São Bento das Lages, foi fundada a primeira escola de Agronomia no Brasil, que hoje integra a Universidade Federal da Bahia.

no AmazonasA Associação dos Engenheiros Agrô-

nomos do Estado do Amazonas (AEAEA), fundada em 10 de outubro de 1968, é a en-tidade máxima representativa da categoria, tendo como sua principal meta a valoriza-ção do profissional.

Os principais objetivos da AEAEA são: congregar e representar os Engenheiros Agrônomos do Estado do Amazonas, coor-denar a defesa dos interesses profissionais, atuar na formação e aperfeiçoamento, im-pedir que a profissão seja envolvida por in-teresses estranhos à categoria, à sociedade e ao meio ambiente, atuar junto ao sistema CONFEA/CREAs exigindo a fiscalização profissional, em cumprimento à legislação vigente, exigir dos poderes públicos a par-ticipação do Engenheiro Agrônomo na so-lução dos problemas de sua competência profissional, incentivar o intercâmbio entre as filiadas e entidades congêneres nacio-nais e estrangeiras, dentre outros.

Profissão de Engenheiro Agrônomo completa 80 anos de regulamentação

1946O primeiro símbolo da profissão do Engenheiro Agrônomo surgiu em 1946 por ocasião da regu-lamentação da profissão e era uma engrenagem – simbolizando a enge-nharia – com um arado dentro – simbolizando a agricultura. Em 1963 ele foi reformulado, ganhan-do mais detalhes e escrito “Engenheiro Agrônomo” ao longo da engrenagem.

A história da Agronomia brasileira começou junto do surgimento da Agricultura do País

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Entrevista/Eron Bezerra

Sustentabilidade e produtividade: os novos tempos da produção ruralO engenheiro agrônomo Eron Bezerra assumiu a Secretaria de Estado da Produção Rural (Se-pror) em fevereiro de 2007 com o desafio de organizar e estruturar as políticas do setor pri-mário. Para ele, este foi um dos principais desafios dentro do setor uma vez que não havia uma política estruturada que desse o norte das ações da Secretaria para o trabalhador do campo

A Semente: Secre-tário, de que forma a política do Setor Pri-mário no Amazonas foi estruturada?

Eron Bezerra: Primei-ro é importante frisar e lembrar que quando eu as-sumi a Sepror em 2007 não havia uma política para o setor. Iniciamos o trabalho do zero. Hoje quem assu-mir o comando da Sepror terá em mãos uma política estruturada, com começo, meio e fim. Nossa política foi construída em torno de cinco programas baseados na sustentabilidade e vá-rios projetos.

AS: Secretário como funciona esse modelo de atuação voltado para a Sustentabilidade?

EB: A Sepror trabalha a partir de um princípio filosófico de que não há desenvolvimento sem sus-tentabilidade e nem sus-tentabilidade sem desen-volvimento. Nós, portanto, desenvolvemos a produção, o trabalho da Sepror base-ado na Sustentabilidade. Tendo presente que não há ação que não promova im-pacto e que não há recurso infinito.

AS: E como se dá essa estrutu-ra política da Sepror? Como atender a demanda do setor primário tendo como norte essas políticas?

EB: Aqui há uma política estrutu-rada e todos os trabalhos e ações da Sepror são pautadas dentro desses

cinco programas. São eles: Programa de Aprimoramento Legislativo, Pro-grama de Infraestrutura, Programa de Expansão da Agroindústria, Expansão da Produção e Programa Sociocultural. Cada um possui um papel fundamen-tal dentro do setor. No programa de infraestrutura que foca o escoamento da produção, já recuperamos mais de

1500 quilômetros de ra-mais e vicinais.

AS: Certamente as ações da Sepror visam o homem do campo e as pes-soas que atuam nele como os profissionais técnicos e de nível superior.

EB: Sim, com toda cer-teza. Um dos principais gar-galos do setor sempre foi a atividade de expansão e assistência técnica. Mas a Sepror de uma única vez colocou à disposição do se-tor primário, neste caso, dos produtores, 170 profissionais que atuam em dez linhas de atuação. Em 47 anos, o Idam colocou no campo 300 pro-fissionais e de uma única vez a Sepror colocou 60% a mais dessa mão de obra.

AS: Toda essa política e esses programas já pos-sibilitam a Sepror colher saldo positivo para o setor primário?

EB: Sim. Já colhemos os frutos deste trabalho. Quando cheguei a Sepror, em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor primário no Ama-zonas era algo em torno de 4,3%. Em 2010, o PIB saltou

para 7%. Isso é maior do que a média do PIB nacional para o setor primário. Não es-tamos falando de qualquer setor até por-que dialogamos com 276 mil produtores. De acordo com o IBGE, o setor primário é o que mais gera postos de trabalho no cam-po. São 276 mil postos de trabalho contra 206 mil no comércio de todo o Estado e 130 mil de toda a indústria de transformação.

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Pioneirismo

Quase um terço do Estado do Ama-zonas é composto de terras indí-genas que abrigam mais de 168 mil índios. A sobrevivência desta população indígena é basicamente

garantida pela agricultura familiar de subsis-tência que é associada a uma cultura e tradi-ção própria de cultivo e que conta com supor-te técnico especializado para obter melhores resultados num projeto pioneiro desenvolvido pela Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror): o Programa de Agricultura Indígena.

Segundo a secretária-executiva da Sepror, Sonia Alfaia, foi a partir das conclusões obti-das por meio de estudo realizado pelo Insti-tuto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas (IDAM), em 2008, que a Sepror criou a Gerência de Agricultura Indíge-na, pois identificou que a agricultura indígena apresenta necessidades específicas que não eram contempladas pela assistência técnica convencional.

Ela explica que a Gerência é responsável pela coordenação do Programa desenvolvido em 12 municípios do interior do Amazonas e que no ano passado atendeu 1.539 famílias. Em 2013, o número de técnicos envolvidos no projeto aumentou de dez para 16 e a expecta-tiva é que o número de famílias beneficiadas pelo programa também seja consideravel-mente ampliado.

Segundo Sonia, uma das principais atri-buições desse Programa é a promoção de políticas públicas voltadas para a população indígena do Estado e implementação de sis-

Agricultura tradicional indígena atende 1,5 mil famílias no AmPrograma de Agricultura Indígena atua com 16 técnicos em 12 municípios do interior

temas de produção que sejam ambiental e economicamente sustentáveis. “Temos como objetivo no programa garantir a se-gurança alimentar e gerar renda para essas famílias, melhorando a qualidade de vida da população atendida”, afirma a gerente de Agricultura Indígena Maria Auxiliadora Viei-ra, que é da etnia Baré.

Considerando que a agricultura prati-cada pelas populações indígenas no Ama-zonas possui na raiz cultural a sua principal particularidade, Sonia explica que torna-se mais eficaz e viável, para atingir os objetivos propostos, o desenvolvimento de um progra-ma de assistência técnica e extensão rural exclusivamente indígena, baseada em téc-nicas culturalmente adaptadas, capazes de propiciar o desenvolvimento da agricultura baseada em preceitos culturais, ambientais, sociais e economicamente sustentáveis.

A partir deste ano os municípios de Pa-

rintins, Barreirinha e Nhamundá também receberam os técnicos indígenas. Além dessas cidades, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Nova Olinda do Norte, Autazes, Borba, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Benjamin Constant e Maués já participavam do projeto.

Os técnicos envolvidos no programa fo-ram capacitados nas técnicas de ATER pelos extensionistas do IDAM e da SEPA/SEPROR. O processo de qualificação para atuação no programa também prevê estágio no Institu-to Permacultura da Amazônia (IPA), onde receberam conhecimentos em sistemas de produção agrícolas de baixos insumos, eco-nomicamente produtivos e biologicamente ricos, compreendendo as atividades de pes-ca e caça a criação de pequenos animais, a meliponicultura, a criação de galinhas caipi-ras, a agricultura orgânica (compostagem) e a implantação de sistemas agroflorestais.

QUADRO XVI – NÚMERO DE PRODUTORES INDÍGENAS ASSISTIDOS EM 2012município no. de famílias atendidas 2011 2012São Gabriel da Cachoeira* 396 625Santa Isabel do Rio Negros 60 150Benjamin Constant 119 160Atalaia do Norte 80 80Autazes 230 200Borba 90 76Nova Olinda do Norte 111 97Maués 122 151Total 1.208 1.539

Fonte: Gerência de Agricultura Indígena/SEPROR, 2012*Referente a atuação de dois técnicos indígenas

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Entrevista/neliton marques da Silva

A Semente: Faça um retrospecto da Faculdade, dos cursos e os avan-ços dos últimos anos?

neliton marques: O processo de for-mação de profissionais na área de Ciências Agrárias no Amazonas não é recente. Ini-ciou em 1909 com os cursos de Agronomia e Agrimensura, na Escola Universitária Li-vre de Manaós, posteriormente extintos em 1943, no âmbito da primeira experiência uni-versitária brasileira. Essa experiência foi re-tomada em 1976, com a recriação do curso de Agronomia e posteriormente dos cursos de Engenharia de Pesca, Engenharia Flores-tal, Zootecnia e Engenharia de Alimentos, na Universidade Federal do Amazonas. Na época, o curso de Agronomia era vinculado ao Instituto de Ciências Biológicas da UFAM. As instalações físicas da FCA compreendem cinco blocos contendo 31 Laboratórios de ensino e pesquisa; dois Núcleos de Pesqui-sa: Núcleo de Etnoecologia/NETNO e Nú-cleo de Socioeconomia/NUSEC com diver-sas áreas de atuação; Projeto de Produção, Setor de Avicultura, Setor de Bovinocultura, Suinocultura, Aquicultura e Ovinocultura, Viveiro Florestal e Centro de Sementes da Amazônia. Assim, podemos afirmar que a UFAM tem um compromisso histórico com a formação de profissionais nesta importante área do conhecimento humano.

AS: Como o senhor avalia a formação dos engenheiros agrônomos na Ufam? Quantos são formados por ano e quantos foram formados nos últimos anos?

nm: A agenda do profissional das agrárias deve ser permanentemente atu-alizada. Porque ele lida com o manejo, a produção e processamento de alimentos, que são essenciais para a vida humana e animal neste planeta. Formar esses profis-sionais no contexto do bioma amazônico; o desafio é bem maior. Temos que ousar na internalização do conceito de sustenta-bilidade no processo de formação desses

profissionais. Temos cerca de 1.081 estu-dantes matriculados nos cursos da FCA.

AS: Como funciona a parte prática do ensino e a estrutura da Ufam para a formação dos Engenheiros Agrônomos?

nm: No processo de formação dos nos-sos engenheiros agrônomos as atividades práticas ocorrem, fundamentalmente em três espaços: Fazenda Experimental da UFAM; La-boratórios e lavouras particulares, além dos laboratórios e atividades de extensão.

AS: Qual o cenário de mercado de trabalho para essa área de Formação na sua avaliação?

nm: As oportunidades de trabalho e

emprego são diversas. Esse profissional pode optar pela iniciativa privada, crian-do sua própria empresa, atuar no setor público ou em uma organização não--governamental. A ecleticidade vinculada ao processo de formação do engenheiro agrônomo possibilita ao profissional dis-putar diferentes nichos de mercado. A Amazônia como provedora de imensos serviços ambientais e agroambientais é o espaço adequado para o exercício da atividade agronômica.

AS: Como é formação dos enge-nheiros levando em consideração a região em que vivemos, de imensa diversidade ambiental?

nm: Pode-se de forma genérica admi-tir que, no Amazonas, a atividade agrícola se materializa por diferentes siste¬mas de produção agropecuária, que podem ser de pequena dimensão (itine¬rante ou não) ou de larga escala. Portanto, ser engenheiro agrônomo nesta região, particularmen-te no Amazonas, requer um permanente exercício de reconstrução de conceitos e paradigmas. É consenso que o engenheiro agrônomo independentemente da região geográfica brasileira em que é formado, deve ser o mais eclético possível

AS: Qual o perfil dos universitários do curso de engenharia agrônoma? Que competências e habilidades o estudan-te precisa ter para se dar bem na área?

nm: A crise no ensino na área das ci-ências agrárias é reflexo da crise da edu-cação como um todo nesse país. Focando apenas na área das agrárias, temos ob-servado que a maioria dos nossos ingres-santes tem pouca ou nenhuma vinculação com a realidade agroambiental da região amazônica. A maioria dos nossos ingres-santes é urbana. Entretanto, esse distan-ciamento, abre uma janela de oportunida-de de dimensões inimagináveis.

“o engenheiro agrônomo deve ser o mais eclético possível”Militando no ensino e pesquisa há mais de 30 anos, o professor doutor Neliton Marques da Silva fala com exclusividade ao A Semente sobre a atual conjuntura do ensino das Ciências Agrárias na Faculdade de Ciências Agrárias da Ufam, instituição que dirige, destacando as características que facilitam o sucesso dos novos profissionais no mercado

“Ser engenheiro agrônomo no Ama-

zonas, requer um permanente

exercício de recons-trução de conceitos

e paradigmas”

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Curtas

A Associação dos Engenheiros Agrôno-mos do Amazonas ( AEAEA) participou, de 8 a 12 de Setembro, da 70ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), conside-rado o maior evento de Engenharia e Agro-nomia do Brasil. O evento contou com a par-ticipação do presidente da AEAEA, Joaquim do Espirito Santo e do segundo-secretário da entidade, Ronaldo Santos. O Engenheiro Agrônomo Carlos Alonso, pela Diretoria do CREA-AM, também esteve presente.

Como resultado, o presidente da AE-AEA destaca que foi aprovada a sugestão da associação para incluir na Lei 5.194/66, uma estrutura de fiscalização de agrotó-xicos - no sistema CREA/Confea. O even-

to que reuniu cerca de 3 mil profissionais e estudantes de todo o País e discutiu o aperfeiçoamento da legislação, além de nortear as competências dos profissionais para o desenvolvimento tecnológico nacio-nal, objetivando a valorização profissional e a proteção à sociedade.

Profissionais e estudantes de Agro-nomia já podem se inscrever na 28ª edição do Congresso Brasileiro de Agro-nomia (CBA), que neste ano irá debater a Segurança Alimentar e Nutricional e será realizado no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá (MT), entre os dias 19 e 22 de novembro.

O XXVIII CBA - Congresso Brasileiro de Agronomia, o maior e mais tradicio-nal evento da Agronomia Brasileira (des-

de 1935), será realizado em Cuiabá, no Centro de Eventos Pantanal, com públi-co estimado de 2000 participantes.

A agronomia tem muito a se orgu-lhar por ser uma tradicional provedora de soluções para o mundo e muito a se preocupar com a confluência de crises sistêmicas como a alimentar, a econômi-co-financeira, a ambiental e a energéti-ca, obrigando-nos a oferecer respostas rápidas, interdependentes, e articuladas.

O site do Conselho Federal de Enge-nharia e Agronomia (Confea) disponibiliza a Cartilha Profissionais da Engenharia e da Agronomia, que apresenta esclarecimentos acerca das atribuições, áreas de atuação e atividades dos profissionais do Sistema. O documento foi elaborado a partir da publica-ção da Resolução 1.048/13, que consolida as áreas de atuação, as atribuições e as ativida-des profissionais relacionadas nas leis, nos decretos-lei e nos decretos que regulamen-tam as profissões de nível superior abrangi-das pelo Sistema Confea/Crea e Mútua.

A Associação dos Engenheiros Agrô-nomos do Estado do Amazonas (AEAEA) participou nos dias 21, 22 e 23 de agosto, da 21º Edição da Agrinordeste, realizada pela Federação de Agricultura do Estado de Pernambuco ( FAEPE), no Centro de Convenções de Pernambuco. O Agrinor-deste completou 21 anos de cenário nacio-nal, trazendo informações relevantes para os que fazem o agronegócio, com painéis sobre Apicultura, Atualidades, Bovinocul-tura de Leite, Caprinovinocultura, Fruti-cultura, Turismo Rural, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, perfazendo um total de 86 palestras. A AEAEA foi convidada a indicar o Moderador do painel 3, sendo representada pelo presidente Joaquim do Espírito Santo.

AEAEA representa o Amazonas no maior evento de Engenharia e Agronomia do Brasil

Congresso Brasileiro de Agronomia será realizado em novembro

Cartilha esclarece atribuições, áreas de atuação e atividades dos profissionais do Sistema

AEAEA participa da 21ª da Agrinordeste

gT várzea tem participante da AEAEAO Conselho Estadual de Desenvol-

vimento Rural Sustentável do Amazo-nas, cumprindo deliberação tomada em sua reunião plenária de 09/07/2013, convidou e indicou membro da AEAEA para fazer parte do Grupo de Trabalho

sobre várzea. O GT objetiva estudos re-lativos a utilização de Terras de Várzea e demais temas envolvidos. O Presi-dente da AEAEA, engenheiro Agrôno-mo Joaquim do Espirito Santo, será o membro representante neste GT.

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Projeto e Execução de Obras: Residenciais, Comerciais e Industriais

Fone: (92) 3213 7532 e-mail: [email protected]

CREA/AM - 2117

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA A/C MONSENHOR COUTINHO - PRAÇA DO CONGRESSO S/N - CAIXA POSTAL 898 - CEP 69011-970 - MANAUS-AM