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LUGAR DO MÊS
Machu PicchuA cidade perdida
Machu Picchu, também chamada "cidade perdida dos Incas", é
uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de
uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba,
atual Peru. Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti.
O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca,
quer devido à sua original localização e características geológicas,
quer devido à sua descoberta tardia em 1911. Apenas cerca de 30%
da cidade é de construção original, o restante foi reconstruído. A
construção original é formada por pedras maiores, e com encaixes
com pouco espaço entre as rochas.
Consta de duas grandes áreas: a agrícola, formada
principalmente por terraços e recintos de armazenagem de
alimentos; e a outra urbana, na qual se destaca a zona sagrada com
templos, praças e mausoléus reais.
A disposição dos prédios, a excelência do trabalho e o grande número de terraços para agricultura são
impressionantes, destacando a grande capacidade daquela sociedade. No meio das montanhas, os templos, casas
e cemitérios estão distribuídos de maneira organizada, abrindo ruas e aproveitando o espaço com escadarias.
Segundo a história inca, tudo planejado para a passagem do deus sol.
“O lugar foi elevado à categoria de Património mundial da UNESCO, tendo sido alvo de preocupações devido à interação com o turismo por ser um dos pontos
históricos mais visitados do Peru.”
A mais aceita teoria afirma que foi um assentamento construído com o objetivo de supervisionar a
economia das regiões conquistadas e com o propósito secreto de refugiar o soberano Inca e seu séquito mais
próximo, no caso de ataque.
HISTÓRIA
Em 1865, no curso de suas viagens de exploração pelo Peru, o naturalista italiano Antonio Raimondi passou
ao pé das ruínas e menciona o quão escassamente povoada era a região na época. Porém, tudo indica que foi por
esses anos que a região começou a receber visitas por interesses distintos.
“Uma investigação em curso divulgada recentemente revela informação sobre um
empresário alemão chamado Augusto Berns que em 1867 não só havia "descoberto"
as ruínas mas também havia fundado uma empresa "mineira" para explorar os
presumidos "tesouros" que abrigavam.”
De fato, uma investigação em curso divulgada recentemente revela informação sobre um empresário alemão
chamado Augusto Berns que em 1867 não só havia "descoberto" as ruínas mas também havia fundado uma
empresa "mineira" para explorar os presumidos "tesouros" que abrigavam. De acordo com esta fonte, entre 1867
e 1870 e com a aprovação do governo de José Balta, a companhia havia operado na zona e logo vendido "tudo o
que encontrou" a colecionadores europeus e norte-americanos.
Conectados ou não com esta suposta empresa (cuja existência espera ser confirmada por outras fontes e
autores) o certo é que nesta época que os mapas de prospecções mineiras começam a mencionar Machu Picchu.
Assim, em 1870, o norte-americano Harry Singer coloca pela primeira vez em um mapa a localização do Cerro
Machu Picchu e se refere ao Huayna Picchu como "Punta Huaca del Inca".
“Charles Wiener confirma a existência de restos arqueológicos no lugar, afirma que há ruínas na Machu Picchu”
Um segundo mapa de 1874, elaborado pelo alemão Herman Gohring, menciona e localiza em seu local exato
ambas montanhas.
Por fim, em 1880 o explorador francês Charles Wiener confirma a existência de restos arqueológicos no
lugar, afirma que há ruínas na Machu Picchu, embora não possa chegar ao local. Em qualquer caso está claro que
a existência da suposta "cidade perdida" não se havia esquecido, como se acreditava até há alguns anos.
Foi o professor norte-americano Hiram Bingham quem, à frente de uma expedição da Universidade de Yale,
que redescobriu e apresentou ao mundo Machu Picchu em 24 de julho de 1911. Este antropólogo, historiador ou
simplesmente, explorador aficcionado da arqueologia, realizou uma investigação da zona depois de haver
iniciado os estudos arqueológicos. Bingham criou o nome de "a Cidade Perdida dos Incas" através de seu
primeiro livro, Lost City of the Incas.
Enquanto inspecionava as ruínas, Bingham, assombrado, anotou em seu diário:
“Would anyone believe what I have found?" (Acreditará alguém no que encontrei?)”
EDITORIAL
As drogas nas famílias
Começou na última segunda-feira a semana de informação sobre as drogas. Em Araçatuba, o Amor
Exigente, entidade sem fins lucrativos, assiste na luta tanto dos viciados quanto das famílias pela libertação.
Esta semana, especialmente, servirá para alertar aos pais, principalmente, sobre os perigos das drogas e quais
os motivos que levam crianças e adolescentes ao consumo de entorpecentes.
Após anos de experiência, muito trabalho, realizações e frustrações, a opinião unânime é de que o
ambiente familiar desestruturado é uma das principais entradas para o vício em entorpecentes, sejam eles
lícitos ou ilícitos. Famílias desestruturadas, onde pais buscam, acima de tudo, a amizade dos filhos e a
compensação da ausência pelas longas jornadas de trabalho com presentes e dinheiro tornam-se fragilizadas,
propiciando o encontro com as drogas e a utilização destas como válvula de escape para a falta de carinho,
amor, atenção e afeto, sentimentos que, impreterivelmente, permeiam o ambiente familiar.
A facilidade em obter dinheiro e presentes empurra os filhos para experiências novas, pois a curiosidade
é satisfeita a todo o momento com o brinquedo da moda, a roupa de grife, o tênis importado, o cartão de
crédito e a mesada graúda, maior do que o salário de inúmeros trabalhadores que labutam de sol a sol,
incansavelmente, para prover, deficientemente, o sustento familiar. Nenhum sentimento poderá, em momento
algum, ser suprido por presentes ou dinheiro. O dinheiro nunca trará felicidade, basta olhar para o grande
número de pessoas abastadas financeiramente e que dariam tudo para recuperar a saúde, a família, um ente
querido, um filho perdido para o mundo das drogas. É como a parábola do filho pródigo.
Lutar contra as drogas é um exercício diário que deve ser praticado em família. A melhor maneira de
evitar as armadilhas deste submundo é o diálogo franco e aberto entre pais e filhos, independentemente da
idade. Pai é pai. Mãe é mãe. Nada impede que os pais sejam amigos dos filhos, mas, acima de tudo, eles
devem exercer o dever da paternidade responsável e não tentar ter a mesma atitude e idade mental dos filhos e
amigos. Quantos pais molham chupetas de bebês na cerveja achando que isso não é problema? Quantos
fumam e não falam aos filhos as verdades sobre os males do cigarro por vergonha de admitirem a fraqueza
perante o vício? São esses pequenos exemplos que, futuramente, trarão transtornos maiores e culminarão com
a dilaceração da família. A melhor prevenção é o diálogo e as informações são essenciais. Ser viciado não é
vergonhoso. Vergonhoso é não admitir o erro e ignorar a ajuda que pode ser obtida.
ESCOLA
Alunos do Barão realizam Feira dos Sentidos.
Num trabalho prático da disciplina de Ciências, os estudantes da 7ª série do Instituto Anglicano Barão
do Rio Branco pesquisaram e montaram experiências com o objetivo de mostrar e explicar o funcionamento de
cada um dos sentidos do corpo humano. Todos os alunos do Ensino Fundamental visitaram a feira, onde em
barracas montadas no pátio da Escola, vivenciaram experiências envolvendo o paladar, a visão, a audição, o tato
e o olfato. Na barraca do paladar, os visitantes são vendados e devem adivinhar os sabores de água com sal,
água com café e água com açúcar. O olfato é testado pelos participantes também vendados, os quais precisam
saber o cheiro de gengibre, canela, cravo, mel, café e perfume.
A oficina “Do toque ao Braile” permite que os alunos, com uma venda, sintam sensações semelhantes à
de um cego, tocando em água quente e gelada, diferentes texturas e figuras feitas de alfinetes. Na “Trilha dos
Sentidos” é possível testar as sensações transmitidas pela água gelada, esponja, limão com palitos, massinha de
modelar e conchas, desafiando os alunos a tentar adivinhar o que está sendo tocado.
Na oficina da audição, os participantes deitam em colchões e escutam sons de carro, trem, vento,
cachoeira e diversos animais, para que no final, conversem sobre o que ouviram e confirmem se era realmente o
que imaginavam. Na barraca da Visão, um caderno e estojo são colocados dentro de uma caixa escura para que
as pessoas enxerguem sem a presença da luz. Quando colocada uma lanterna sobre esses objetos, a visualização
fica mais perceptível, partindo assim, do princípio da dilatação da pupila.
Na “Ilusão de Ótica”, os estudantes mostram testes de astigmatismo, daltonismo, figuras ambíguas e
imagens que “se mexem” aos nossos olhos. Os organizadores dessa barraca declaram que “ao mostrar essas
figuras, a gente percebe que o nosso cérebro não é uma máquina perfeita, afinal, ele pensa uma coisa e é outra
totalmente diferente”.
“A gente estudou muito para poder chegar até aqui e explicar sobre cada sentido. Agora, melhoramos o nosso aprendizado e podemos mostrar aos outros o que
aprendemos.”Ao finalizar a visualização de todas as barracas, os alunos aprendem e se divertem na parte das
“Brincadeiras dos sentidos”, sendo possível brincar, por exemplo, com o “Pênalti cego”, onde eles fazem o
pênalti com vendas nos olhos e na “Vista sem vista”, que os participantes, vendados, vestem bonecos com
diversas roupas. Também podem se divertir com jogos relacionados aos sentidos no Laboratório de Informática.
Tudo para “ perceber melhor o que nos cerca”, conforme a professora Graciela Tonin, responsável pelo trabalho.
A aluna Fernanda Fávero relata que o entendimento sobre o assunto ficou mais fácil depois da criação da
Feira. “A gente estudou muito para poder chegar até aqui e explicar sobre cada sentido. Agora, melhoramos o
nosso aprendizado e podemos mostrar aos outros o que aprendemos”.
SAÚDE
Saúde sem médico?
Zero Hora publicou nesta semana mais um fato envolvendo a UTI neonatal de Canguçu, interditada há seis
meses por não ter até hoje contratado médicos. Sem conseguir vagas em outros hospitais, após 10 dias de espera,
leitos de UTI para dois recém-nascidos foram improvisados. Mais um capítulo dramático da novela da unidade
de Canguçu que deve servir de exemplo do ocaso da assistência, a pública e a privada.
As dificuldades crescentes para usuários de planos acessarem uma simples consulta ou procedimentos têm
relação direta com uma constatação: o sistema explodiu, chegando a 47,6 milhões de segurados (25% da
população do país) e não houve uma correspondência em aumento de oferta de serviços credenciados, e a que
existe, de tão desvalorizada, enfrenta evasão. Este é o quadro na área médica.
E na hora de cobrar pelo atendimento, tanto o gestor público (União, Estados e municípios) quanto as
operadoras (reguladas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar) deveriam prestar contas, executado o que
está na Constituição Federal (SUS) e nos contratos dos planos comprados pelos usuários. São dois extremos:
recursos de menos nos governos e mal direcionados, e recursos demais na rede suplementar _ a receita das
empresas avançou quase 200% (!) entre 2003 e 2011, mas que não foram investidos na melhoria da remuneração
dos prestadores. O valor da consulta médica, por exemplo, foi corrigida em apenas 65% no mesmo período.
Na administração do SUS, como em uma empresa, tem a fase do projeto, da aprovação do plano junto aos
órgãos da saúde, da obtenção do dinheiro para o projeto e a execução. Em que etapa, houve de forma
responsável o dimensionamento do custo de contratação de médicos para assegurar o pleno funcionamento da
UTI de Canguçu?
Novamente, cabe alertar que não faltam médicos para atuar nos serviços. O Estado tem o dobro de
profissionais de que a população precisa, segundo dados do Ministério da Saúde. O que é insustentável é a
conduta irresponsável de administradores públicos, em sua maioria cargos de indicação política (cujos ocupantes
mudam a cada quatro anos), na hora de entregar o que a população precisa.
A dificuldade em preencher postos médicos em diversas instituições é hoje o entrave número 1 ao
funcionamento dos serviços. Na Capital, na Região Metropolitana ou no Interior, há hospitais com leitos
fechados ou subutilizados porque não são contratados especialistas. E a razão é simples e envolve planejamento:
o sistema de saúde deve ser dimensionado para dar conta do potencial de demandas dos pacientes. Depois de
termos isso, parte-se para montar a rede da básica ao nível terciário (hospitalar).
Pouco disso tem sido considerado. Senão, como explicar que ao montar as equipes economiza-se
exatamente no que é o elemento fundamental do tratamento: o médico? O Estado perdeu 30% das vagas de
internação no SUS nos últimos 20 anos, e o que
restou opera abaixo da capacidade,
sobrecarregando outras estruturas (fenômeno da
superlotação das emergências). Por quanto
tempo ainda gestores lutarão contra o sentido
terapêutico da vida? Não bastam leitos, UTIs,
postos e equipamentos sofisticados, se falta o
médico. Problema é que querem contratá-lo
com propostas que já fracassaram faz tempo.