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1R E V I S T A C O N C R E T O
Instituto Brasileiro do ConcretoFundado em 1972Declarado de Utilidade Pública EstadualLei 2538 de 11/11/1980Declarado de Utilidade Pública FederalDecreto 86871 de 25/01/1982
Diretor PresidentePaulo HeleneDiretor 1º Vice-PresidenteCláudio Sbrighi NetoDiretor 2º Vice-PresidenteEduardo Antonio SerranoDiretor 3º Vice-PresidenteMário William EsperDiretor 1º SecretárioEduardo Figueiredo HortaDiretor 2º SecretárioPaulo Fernando Araújo da SilvaDiretor 1º TesoureiroAntonio Domingues FigueiredoDiretor 2º TesoureiroLaércio Amâncio de LimaDiretor TécnicoRubens Machado BittencourtDiretor de Relações InstitucionaisLuiz Rodolfo Moraes RegoDiretor de Pesquisa e DesenvolvimentoTúlio Nogueira BittencourtDiretor de PublicaçõesPró-tempure - Ana Elizabeth PaganelliDiretor de MarketingWagner Roberto LopesDiretor de EventosPaulo Roberto AmaroDiretor de CursosJuan Fernando Matías MartínDiretor de InformáticaJosé Roberto BraguimAssessor da PresidênciaAugusto Carlos de VasconcelosAssessor da PresidênciaJorge Bautlouni Neto
Revista CONCRETORevista Oficial do IBRACONRevista de Caráter Científico, Tecnológico eInformativo para o Setor Produtivo daConstrução Civil, para o Ensino e para aPesquisa em ConcretoISSN 1806-9673Tiragem desta edição 5.000 exemplaresPublicação TrimestralDistribuida gratuitamente aos associadosPreço do exemplar: R$ 12,00Assinatura R$ 40,00/anoPublicidade e PromoçãoArlene Regnier de Lima [email protected]+55-11-3767-4106Projeto GráficoASC Comunicação Té[email protected] Luis Pedroso MTB [email protected] e AtendimentoThaís [email protected]+55-11-3765-0122
As idéias emitidas pelos entrevistados ou emartigos assinados são de responsabilidade deseus autores e não expressam, necessaria-mente, a opinião do Instituto.
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Comitê EditorialAna Elizabeth P. Guimarães, UNICAMP, BrasilAntonio Figueiredo, PCC-EPUSP, BrasilFernando Branco, IST, PortugalHugo Corres Peiretti, FHECOR, EspanhaPaulo Helene, IBRACON, BrasilPaulo Monteiro, UC Berkeley, USAPedro Castro, CINVESTAV, MéxicoRaul Husni, UBA, ArgentinaRubens Bittencourt, FURNAS, BrasilRuy Ohtake, Arquitetura, BrasilTulio Bittencourt, PEF-EPUSP, BrasilVitervo O’Reilly, MICONS, Cuba
Endereço:IBRACONAv. Prof. Almeida Prado, 532 Prédio 62, 1ºandar, IPT - Cidade Universitária.CEP 05508-901 - São Paulo - SP
sumário
e mais...
Reportagem de Capa
Sensibilidade ArtísticaOusadia e Coragem para Projetar
Construindo aInfra-EstruturaNacionalMaior evento técnico daContrução Civil no País
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3 Editorial
4 Converse com o IBRACON
6 Personalidade Entrevistada. Ruy Ohtake
10 46º Congresso Brasileiro do Concreto
14 Acontece na Regional São Paulo
16 Qualidade de Vida
20 Mercado Nacional
22 Fluência e Prêmios IBRACON
24 Sensibilidade Artística
30 Workshop de Pavimentos e de Pesquisas
32 Superconcretos
36 Fissuração e Industrialização
38 ABCIC
40 Conferências
43 Concursos
46 Umidade em Lajes
54 16 anos de HPC (CAD)
62 Recordes da EngenhariaFoto Capa: interior da OCAarquiteto: Oscar Niemeyerfotógrafo: Nelson Kon
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Paulo Helene - Presidente
Li com interesse o significado de uma nova expressãoda grande mídia, o chamado “apagão logístico”. Areportagem, veiculada em periódico de grandecirculação, chamava atenção para a importância deinvestimentos na infra-estrutura nacional sob risco dehaver uma incapacidade de armazenamento e detransporte de mercadorias, além de falta de energia,falta de água potável, e outros problemas associados.
Mantidas as previsões otimistas de produção agrícola,cimento, aço e crescimento industrial para 2005, ficaevidente que o investimento brasileiro na infra-estruturarealizado em 2003, de apenas 0,1% do PIB, foi insuficientee temerário. Recomendações internacionais sugereminvestimentos anuais de 3% a 6% do PIB.
Se por um lado essa constatação é desalentadora, poroutro aponta claramente para melhores dias no setorde construção civil no país. Não há como investir eminfra-estrutura sem consumir concreto em abundância.
Curiosa me pareceu outra matéria jornalística que sepropunha a explicar como proteger um edifício deatentados terroristas. Recomendava sistemas rigorososde vigilância, novas opções de resgate, instalação deradares e, construtivamente, deixava bem claro que omelhor material de construção para dar resposta a essenovo tipo de risco era um bom concreto com fibras deaço. Propunha a construção de escadas de fugatotalmente vedadas em caixas de concreto armado comfibras, assim como salas estanques a cada certo númerode andares para abrigar os usuários do calor e da fumaça.
Não pude deixar de refletir e reconhecer a enormeversatilidade e capacidade desse jovem material deconstrução, —com apenas cem anos de idade—, em darrespostas competentes a tão diferentes naturezas dedemanda. O concreto pode ser tão imbatível comoopção para reservar água potável, quanto o melhor paraconstruir uma habitação ou suportar o impacto de mísseise bombas.
Estas leituras me levaram a pensar na proposta para acapa do livro brasileiro sobre CONCRETO: ENSINO, PESQUISA E
REALIZAÇÕES que os sócios do IBRACON estão elaborando,com o objetivo de também dar boas respostas a novasdemandas de conhecimento atualizado. A sugestão doProf. Isaia, editor do livro, foi de utilizar na capa umafoto da Catedral de Brasília, que segundo ele é a obraque melhor pode simbolizar o que se deseja repassar nolivro: ciência aplicada com criatividade e competência aserviço do desenvolvimento e qualidade de vida dasociedade.
Na antiguidade e Idade Média os arquitetos-construtores utilizavam as rochas para construir osimponentes e duráveis monumentos e catedrais, erguidaspara simbolizar a grandeza de Deus e a pequenez dohomem. Hoje, o concreto pode exprimir melhor asnecessidades de construção desses marcos de uma
Capacidade para dar resposta
c i v i l i zação ,empresa ouseita, poiscom poucovolume emuita arte etécnica, ép o s s í v e lt r a n s m i t i rimponência emajestade auma obra, comotão bem alcançado no caso da Catedral de Brasília, cujaestrutura lembra mãos unidas em prece e dirigidas aoscéus. Concreto, vidro, crença e beleza plástica seencontram harmonicamente.
Essa obra emblemática de Oscar Niemeyer e BrunoContarini, realizada numa época que ainda não se contavacom os recursos de computação hoje disponíveis, é maisuma forte demonstração da versatilidade epotencialidade desse material.
O concreto é obtido com matéria prima simples; salvoo cimento, requer pouca industrialização. Depende muitoda arte do arquiteto e da técnica do engenheiro, paraser plasmado numa obra em que função e forma seconfundam num todo único, durável e resistente.
Neste número da revista CONCRETO a matéria de caparessalta a contribuição do profissional arquiteto para asociedade brasileira nos últimos anos. Ruy Ohtake é apersonalidade entrevistada e obras históricas e marcosde nossa civilização são lembrados e reverenciados.
O papel do concreto dando respostas à melhoria daqualidade de vida também é registrado com umadescrição dos túneis de concreto recém construídos einaugurados na cidade de São Paulo: a mais importanteobra de melhoria da infra-estrutura da capital nestadécada.
O sucesso do 46º Congresso Brasileiro de Concreto emFlorianópolis, com a presença de profissionais oriundosde 16 países estrangeiros e 25 Estados da Nação,discutindo a temática “Construindo a Infra-EstruturaNacional”, e suas várias atividades e eventos paralelos,também está sintetizado nesta edição, deixando preverpara Olinda, em setembro de 2005, um evento capaz desuperar todos os anteriores.
Reconhecer, ressaltar e divulgar a capacidade doconcreto, dos arquitetos e dos engenheiros civis de darboas e oportunas respostas para a construção dasociedade que queremos contribui para a valorizaçãoprofissional e atende à nobre missão do IBRACON.
Vamos em frente...
Editorial
C o n v e r s e c o m o I b r a c o n
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Arevista Concreto abre espaço para seu público manifestar-se sobre as atividadesdesenvolvidas pelo Instituto Brasileiro do Concreto. O objetivo é utilizar mais esse meio parauma maior aproximação entre o Instituto e seus associados e colaboradores.
Entre em contato conosco pelo e-mail: [email protected]
Assistência Médica nos Congressos IBRACON
Aproveito a oportunidade para felicitá-lo pelo sucesso do 46o. Congresso do IBRACON. O evento esteve no mesmonível de outros similares de que tenho participado no chamado “primeiro mundo”. Na certeza de que o colega pretendetornar os futuros congressos ainda mais perfeitos, tomo a liberdade de lhe dar duas sugestões: melhorar as condiçõesambulatoriais para emergências médicas e criar um mecanismo que possibilite o acesso de leigos e profissionais nãoinscritos no Congresso à área dos “stands” das empresas presentes ao evento. Se precisar de algo aqui pelo Ceará,estamos ao seu inteiro dispor.
Eng. Dácio CarvalhoSócio Ouro individual. Fortaleza
Caro DácioExcelentes sugestões. Vamos colocá-las em prática.Paulo Helene
FEBRACON em Recife
Fiquei sabendo da intenção do IBRACON de promover a primeira Feira Brasileira do Concreto em Recife. Entendo quedeverá ser algo do tipo “World of Concrete” com todos da cadeia produtiva do concreto fazendo parte da feira. Seassim for quero antecipadamente felicitar o IBRACON pela iniciativa. Vamos participar sem dúvida. E ainda se houver astais “Mega-Demo” poderá ser fantástico para todos.
Eng. Paulo Sérgio Ferreira de OliveiraSócio Diamante mantenedor. São Paulo
Caro PauloPode comemorar porque terá opção de demonstrações ao vivo durante a feira.Paulo Helene
Aquisição de publicações do ACI
Gostaria de adquirir algumas publicações do ACI, relacionadas em texto anexo, através do IBRACON. Como proceder?Eng. José Luís Serra RibeiroSócio Ouro individual. Aclimação. São Paulo
Caro SerraO IBRACON tem um acordo com ACI e consegue todas as publicações do ACI com 20% de desconto. Para tal é
necessário que você preencha um formulário padrão disponível on line no site do IBRACON ou via fax com Arlene (11-3767-4106). Liste as publicações desejadas, coloque os preços do ACI para nonmember e aplique 20% de desconto.Declare como deseja que sejam enviadas as publicações, por via aérea ou via marítima, e indique todos os dados docartão de crédito para pagamento. Não esqueça de incluir seu nome completo e seu endereço detalhado para receber aspublicações. A seguir, depois de assinar você mesmo envia via fax ou scaneado via e-mail esse formulário deencomenda a Melinda G. Reynolds Manager, Member Services, Concrete International, American Concrete Institute, POBOX 9094, Farmington Hills, MICHIGAN 48333, USA, fone 1-248-848-3802, fax: 1-248-848-3801,[email protected]
Paulo Helene
Personalidade entrevistada
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ENTREVISTA RUYOHTAKE
A Arquiteturae o
Concreto
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IBRACON: Segundo os historiadores, oprimeiro arquiteto reconhecido pelasociedade foi Amhtop, no Egito, quepropôs construir as pirâmides em rocha emsubstituição às tumbas de argila até entãoutilizadas. Com isso, mudou a história econhecemos muito daquela civilizaçãodevido a esse primeiro “arquiteto”. Osenhor também acredita que, naconstrução civil, os materiais devam serduráveis?
Ruy Ohtake: O testemunho da arquitetura,como participante da história e da culturade uma comunidade, de uma região, ou deum país, é conseguida quando alcança ,seja em termos da beleza que emociona ouno que concerne aos materiais que utiliza,buscando-se a durabilidade. A Acrópole deAtenas tem mais de 20 séculos; o Paláciodos Dodges, em Veneza, 5 séculos; a CasaBandeirantista do Sítio Santo Antônio maisde 2 séculos; o Forte de São Marcelo, emSalvador, mais de 3 séculos.
IBRACON: Neste ano, o Brasil comemoraos 100 anos da primeira obra de concretoarmado, que foram os sobradosconstruídos em Copacabana em 1904. Emque o concreto armado e protendidoinovou a arquitetura brasileira?
Ruy Ohtake: A arquitetura brasileira é aque melhor usa o concreto armado nomundo. A enorme diversidade com que nósutilizamos o concreto é admirada em todoo mundo. O Museu de Arte de Niterói, aCatedral de Brasília, a Central Telefônica deCampos do Jordão são alguns exemplos.
IBRACON: Fundado há 32 anos, o IBRACONé uma entidade sem fins lucrativos e deutilidade pública que tem mobilizadomilhares de profissionais da área embenefício do maior conhecimento doconcreto. Por que há pouca participação e
engajamento de arquitetos no campo dasentidades voluntárias de valorização doconhecimento do concreto no país?
Ruy Ohtake: Os arquitetos brasileiros têmvalorizado enormemente o uso doconcreto. Eu acredito que o Ibracon deveutilizar a linguagem mais adequada paradifundir o conhecimento do material entreos estudantes e jovens arquitetos. Essa deveser nossa colaboração para a difusão datecnologia do concreto na arquitetura.
IBRACON: No museu Guggenheim deBilbao, um dos mais famosos museus dearte moderna da Europa e monumento doséculo XXI, o arquiteto Gehry usa lâminasde titânio na fachada. O senhor acreditaque o caminho da arquitetura esteja no usode “novos materiais” como esse?
Ruy Ohtake: A cada mês surgem novosmateriais. Cada arquiteto escolhe e utilizao material que melhor esteja adequado aoseu projeto. Evidentemente, há que seevitar os modismos, que o tempo seencarrega de di luir. A arquiteturaPós-Modernista não durou mais do que15 anos.
O testemunho daarquitetura, como
participante da história eda cultura de uma
comunidade, de umaregião, ou de um país, é
conseguida quando alcançauma boa proposição
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Personalidade entrevistada
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A ligação entre duas partesda cidade, sobre um rio,
deve conter uma expressãocultural e tecnológica.
A ponte não deveria serbanalizada como mera
transposição. A eficiênciado transporte deve estar
ligada à estética e àtecnologia.
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IBRACON: Santiago Calatrava, consideradoum especialista no desenho, autor de obrastão conhecidas como a ponte do Alamillo, oPabellón de Kuwait en la Expo´92, ambas emSevilla, e a torre de comunicações deMontjuic, em Barcelona. Comentou que “umaponte é um marco importante de referênciaem uma cidade, a elevação daauto-estima de um povo e pode ser usadapara complementar a paisagem urbana “. Osenhor acredita que os arquitetos devamconstruir pontes? Por que isso não ocorre noBrasil?
Ruy Ohtake: Sem dúvida alguma osarquitetos devem projetar pontes, comoacontece em qualquer país desenvolvido domundo. A ligação entre duas partes dacidade, sobre um rio, deve conter umaexpressão cultural e tecnológica. A ponte nãodeveria ser banalizada como meratransposição. A eficiência do transporte deveestar ligada à estética e à tecnologia. Aspontes de Maillart, de Calatrava, são orgulhosnacionais. Brasília tem duas pontes muitointeressantes, que atravessam o LagoParanoá: a de Oscar Niemeyer, quesimplesmente toca a água, num gestopoético; e a outra, denominada Três Pontes,porque os três arcos estruturais estão comoa dançar de um lado e outro da plataformada ponte.
IBRACON: O museu do Louvre, com aconstrução de uma grande pirâmide no centroda “cour Napoléon”, pelo arquiteto sino-americano Leoh Ming Pei, duplicou outriplicou a quantidade de visitantes. Oarquiteto tem o poder de recuperar e valorizaras áreas degradadas e os edifícios antigos?
Ruy Ohtake: A arquitetura excepcional temo poder de valorizar qualquer área de umacidade. É ponto de convergência entrepopulações visitantes. A arquitetura atrai amassa de visitantes à Catedral de Notre Damemais do que a missa. O Guggenhein de Bilbaoprovocou o turismo cultural para aquelacidade, não tanto pelas exposições de arte,mas sim pela sua arquitetura. Com as igrejasde Ouro Preto ocorre o mesmo, assim comocom o hotel Unique.
IBRACON: Os dois arquitetos do Partenon,célebre templo da ordem dórica, Ictinos deMileto e Calícrates, orientados por Fídias, umdos maiores escultores da época (anos 447 e432 A.C), fizeram as colunas do edifício comlinhas suavemente curvas. Alguns séculosantes (650 A.C) Ninrode, o grande arquitetodos Jardins Suspensos da Babilônia, tambémusou o mesmo recurso nas colunas de mais de100m de altura. Ambos justificaram que erapara conseguir uma perspectiva de maiorgrandiosidade a essas construções. Vocêtambém usa predominantemente linhascurvas em seus projetos por essa mesmarazão? Quais são os principais conceitos dedesenvolvimento em seus projetos?
Ruy Ohtake: Quando da recenteinauguração do Museu de Arte deCuritiba, foi perguntado ao OscarNiemeyer sobre o que mais gostava nesseprojeto. Ele respondeu: a surpresa! Pois,a surpresa é um dos elementos daarquitetura brasileira, que eu procuro
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sempre. As curvas são mais surpreendentesdo que as retas. Às vezes, não: no hotelUnique, um detalhe que tem provocadomuita surpresa é a borda de 3 cm daempena lateral de concreto, que sobe atéa altura de 25 m. Você já imaginou 3 cmcom 25 m de altura? É surpreendente!
IBRACON: Tem-se pouco registro deplanejamento urbano no Brasil. LucioCosta desenhou o plano urbano de Brasíliae você o Parque Ecológico do Tietê. Porque as cidades do Brasil são tão caóticas?Por que o arquiteto não tem quaseparticipação no planejamento das cidadesou, se tem, seus projetos não sãoexecutados?
Ruy Ohtake: Quando o planejamentourbano deixa de ser desenho urbano, acidade perde o ideário, que é responsávelpela identidade da cidade. Brasília tem umideário porque o planejamento nasceujunto com o desenho urbano; o ParqueEcológico do Tietê também nasceu com odesenho, retomando a sinuosidade do rioTietê, valorizando o paisagismo epossibilitando o uso recreativo de suasmargens.
IBRACON: O fenômeno MovimentoModernista na arquitetura brasileira tevesua “fase heróica” entre 1930-45. Nadécada de 30, já com muitas obrasrealizadas, foi desenvolvido o projeto doMinistério de Educação e Saúde, no Riode Janeiro, contando inicialmente com aparticipação de Le Corbusier, arquitetoque marcou profundamente a geraçãoque então se formava no Brasil. Poucodepois foi construído outro marco daarquitetuta moderna: o conjunto dePampulha, por Niemeyer, em BeloHorizonte. Como o senhor classifica a atual
arquitetura em concreto do Brasil?Evoluimos? Como estamos em relação àsobras em destaque no mundo?
Ruy Ohtake: A arquitetura contemporâneabrasileira já tem 60 anos, com forte atuação ereconhecimento. Sua produção edesenvolvimento continuam. Recentemente,a revista Conde Nast, a mais importante revistainglesa de turismo internacional, considerouo hotel Unique como uma das sete obras maisexpressivas do mundo neste princípio deséculo. Por conseguinte, o concreto continuacomo o material importante para aarquitetura, pois é moldável e atende muitobem aos desenhos que elaboramos; podemospigmentá-lo; podemos desafiar a gravidade.
IBRACON: Em que projetos você trabalhanesse momento além do projeto de IdentidadeCultural de Heliópolis e o Templo Religiosopara 30.000 mil pessoas do Padre MarceloRossi?
Ruy Ohtake: Além desses projetos, estoudetalhando um edifício de escritórios naavenida Paulista e um Centro de Convençõesem Rio das Ostras, litoral fluminense.
IBRACON: Observa-se em certas obrasemblemáticas que a forma ou o desenho temum impacto positivo, porém o acabamentofinal deixa a desejar, com a presença de ninhosde concretagem, juntas frias visíveis, lixiviaçãoe falta de estanqueidade. O que você achamais importante: o desenho ou a qualidadeda execução?
Ruy Ohtake: Os dois aspectos de uma obraarquitetônica são importantes: o desenho e odetalhamento adequado no que diz respeitoaos materiais empregados, à execução e aoacabamento da obra, uma vez que o arquitetodeve ter também como uma de suaspreocupações a durabilidade da edificação.
4 6 ° C o n g r e s s o b r a s i l e i r o d o c o n c r e t o
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OMaior evento técnico nacional da construção civil reúne os melhores
profissionais do ramo para “construir” a infra-estrutura nacional
CONGRESSOBRASILEIRO DO
CONCRETO BATE TODOSOS RECORDES
Solenidade de abertura do 460 Congresso Brasileiro do Concreto
anualmente o Congresso Brasileiro do Concreto, que,em sua 46º edição, já se tornou ‘uma tradição nocalendário de eventos da engenharia civil no país’ nadefinição do engenheiro Wagner Lopes, diretor daAssociação Brasileira de Empresas e Serviços deConcretagem (ABESC).
concreto é o material de construção mais largamenteempregado no Brasil, desde o início do século XX.Visando congregar todos os agentes da cadeiaprodutiva do concreto, para discutir as novidades emtorno desse material, em termos de pesquisas eaplicações, o Instituto Brasileiro do Concreto promove
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Prof. Dr. Ivo Padaratz, da Comissão Organizadora do evento
O 46º Congresso Brasileiro do Concreto, que ocorreuentre os dias 14 e 18 de agosto, em Florianópolis,caracterizou-se pelo sucesso pleno desde suasolenidade de abertura. Participaram mais de 900congressistas, acontecimento inédito na história daorganização do evento. “Foi uma surpresa muito boaa maciça participação dos congressistas nasolenidade de abertura. O fato demonstra umaresposta positiva do meio com relação à retomadado crescimento econômico. É um momento deconstrução da infra-estrutura nacional, nó górdio parao desenvolvimento sustentável e tema dessa ediçãodo Congresso”, destacou o professor Paulo Helene,presidente do IBRACON.
Números apontam a urgência de investimentos nainfra-estrutura do Brasil: cerca de 90% das rodoviasnão são pavimentadas e 75% das rodovias federaisnecessitam de manutenção; o déficit habitacional nopaís é da ordem de 6,5 milhões de moradias. Alémdisso, vez ou outra aparece nos meios decomunicação notícias sobre a necessidade deinvestimentos em usinas hidrelétricas e outros tiposde geradores de eletricidade, diante da iminência deum colapso no fornecimento, tendo em vista umcrescimento da economia de 3% ao ano. Sem falarnas carências agudas no tratamento e fornecimentode esgotos que afetam a vida de milhões debrasileiros.“O Brasil é um país de paradoxos: ilhas de excelênciasituam-se num mar de desigualdade e miséria”, frisouo professor Vahan Agopyan, diretor da EscolaPolitécnica da USP, referindo-se à necessidade demaiores investimentos no país, em especial, na infra-estrutura nacional, e, ao mesmo tempo, afirmandonossa capacidade técnica em suprir adequadamenteessas carências.
Como fórum nacional que reúne desde projetistas eexecutores experientes, passando pelos tecnologistas,até os estudantes de graduação e pós-graduação detodo país, o Congresso Brasileiro do Concreto firma-se como evento capaz de transferir o conhecimentoda tecnologia do concreto dos institutos de pesquisase das universidades para a rede da construção civilno Brasil. “O Congresso mostra o caminho para acomunidade com a divulgação do conhecimento sobremateriais, sobre técnicas, sobre a evolução dasnormas técnicas, contribuindo para o estreitamentodas relações entre o setor acadêmico e a sociedadecivil. O resultado final é uma melhor qualidade edurabilidade das obras de infra-estrutura do país”,ressaltou o professor da Universidade Federal de SantaCatarina Ivo Padaratz, um dos organizadores doevento.
Nos cinco dias de realização do 46º CongressoBrasileiro do Concreto diversos eventos ocorreramsimultaneamente. Além das sessões plenárias epôsteres, onde os congressistas tiveram a chance
Prof. Dr. Paulo Helene, presidente da IBRACON
Prof. Dr. Vahan Agopyan, diretor da Escola Politécnica da USP
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de apresentar e trocarinformações sobre seustrabalhos técnicos,resultados de pesquisasna academia, noslaboratór ios einstitutos de pesquisa,foram organizadosworkshops e painéistemát icos , onder e n o m a d o se s p e c i a l i s t a sdiscutiram problemasteóricos relacionadosao concreto (causas esoluções de fluência efissuração), as últimasnovidades em termosde uso do concretona construção c iv i l(pavimentos deconcreto e pré-moldados) e a políticade pesquisa e desenvolvimento do concreto no Brasil.
Diretores do IBRACON na solenidade de abertura
Concurso de estudantes
Ao mesmo tempo, ocorriam os concursos técnicos organizados e realizados pelo IBRACON, no sentido deestimular a participação efetiva dos estudantes nos diversos ramos de saber do concreto: o concursoAparato de Proteção ao Ovo (APO), onde um modelo de pórtico é submetido a cargas sucessivas,testando sua resistência ao impacto; o concurso CONCREBOL, no qual uma bola de concreto passapelos testes de resistência e de esfericidade; e o concurso técnico para estudantes de arquitetura,que tem o propósito de ressaltaras qual idades p lást icas doconcreto. “Outra atração doCongresso foi a feira de exposiçõesque contou com a participação de21 empresas do setor . Nela oscongress i stas t iveram aoportunidade de conhecer melhoras atividades, produtos e serviçosdas empresas que compõem acadeia produtiva do concreto e depart ic iparem dos diversosconcursos e sorteios organizadospelos expositores.A dinâmica do 46º CongressoBras i le i ro do Concreto fo i tãointensa que, além da participaçãoefetiva nos eventos programados,muitos outros nasceramespontaneamente do interesse einiciativa de alguns congressistasreunidos em torno de questõescomuns. Assim, organizaram-se nodecorrer do evento: o grupo de discussão sobrebarragens; a reunião dos editores das revistas científicas eletrônicas de estruturas e de materiais,recentemente lançadas pelo Instituto Brasileiro do Concreto; reuniões entre os integrantes dos diversoscomitês técnicos do IBRACON; e reunião entre os diretores regionais do Instituto.
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Salão de exposição do evento
Não se poderia esquecer de constar neste texto as Conferências Internacionais, que finalizaram ostrabalhos técnicos do Congresso e determinaram que o recorde da participação perdurasse até ofinal. Palestrantes renomados internacionalmente de países da Europa, dos Estados Unidos, Canadáe da Amér icaLatina brindaram oCongresso com aexposição de suaspesquisas de pontarea l izadas nessespa í ses . “EsteCongresso tematra ído muitosp r o f i s s i o n a i squa l i f i cados ee x p e r i e n t e s ;estamos ouv indoopin iões ec o n s i d e r a ç õ e stécn icas mui todiferentes, o queforma umi n t e r e s s a n t eintercâmbio deexperiências entrecu l turas mui tod i s t i n t a s ” ,sintetizou CarmenAndrade, doRILEM y CYTED.
Camerata de Florianópolis
a c o n t e c e
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A
TECNOLOGIA DECONCRETO-MASSAVIABILIZA CONCRETAGEM
URBANA por Eng. José Gasparim (EMURB)da Regional IBRACON/SP
Maquete da futura ponte estaiada sobre o rio Tietê
Prefeitura Municipal de São Paulo PMSP, através daSecretaria de Infra-estrutura Urbana, está implantando,na Zona Leste da Capital, uma obra inédita no País:trata-se de uma ponte estaiada sobre o Rio Tietê eRodovia Ayrton Senna, no prolongamento da AvenidaJacu-Pêssego, rumo ao Aeroporto de Cumbica, como peculiar detalhe, que lhe confere pioneirismonacional, de que será moldada paralelamente à rodoviae nas margens do rio Tietê e depois rotacionada aoredor de seu apoio central até atingir a posição definitivasobre o rio e a rodovia.
Sob gerenciamento da Empresa Municipal deUrbanização EMURB e com execução a cargo daConstrutora C. R. Almeida, a ponte , verdadeira obra-de-arte, terá 255m de comprimento e 28,52m delargura, comportando seis faixas de rolamento e doispasseios. Será sustentada simetricamente por 34estais fixados a um único pilar central (mastro) com54m de altura, a partir do tabuleiro e mais dez metrosentre o tabuleiro e o grande bloco de apoio sobre afundação.
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Esse bloco, com 26m de comprimento, 26m delargura e 3,5m de espessura maciça, que está apoiadoem 30 estacas escavadas com diâmetro de 1,40m por22m de profundidade média, teve sua concretagemviabilizada com sucesso através da parceria dosdiversos intervenientes incluindo a assessoria do Prof.Paulo Helene e sua equipe da Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo. A execução dos serviçosaconteceu sob rigoroso controle de temperatura docalor de hidratação do concreto, para garantir omonolitismo da peça, necessário à funcionalidadeestrutural desse elemento, na semelhança do que éfeito com concreto-massa na construção de barragense com a diferença que neste caso a resistência àcompressão do concreto deveria superar 35MPa aos28 dias de idade e o consumo de cimento por m3 deconcreto acima de 300kg.
Sendo a hidratação do cimento Portland uma reaçãoexotérmica, ou seja, libera calor no interior da massade concreto, passa a ser muito importante a naturezado cimento que neste caso foi recomendado o CP III32 (o conhecido cimento de ‘escória’ de alto forno).
A saída desse calor para o meio externo é
Detalhe do bloco de fundação construído
O concreto deveria atender simultaneamente, asexigências de resistência mínima de projeto, baixocalor de hidratação, boas condições de dissipaçãotérmica e boa trabalhabilidade (slump de 100mma 120mm) para viabilizar bombeamento contínuocom 3 bombas–lança durante 30h ininterruptas.
Foi elaborado cálculo térmico para determinaçãoda temperatura de lançamento do concretoespecif icado, levando-se em conta o calorespecífico dos materiais utilizados: brita granítica,areia quartzosa natural e artificial, água e cimento,de acordo com as condições locais, a partir doqual, foi necessário que 100% da água adicionadano balão do caminhão betoneira fosse na formade gelo em escamas ou picado.
Além disso, foram considerados os efeitos dadissipação de calor durante a concretagem, atravésdo método de Schmidt e os limites de deformação,de modo que as deformações impostas fossemsempre inferiores aos limites de deformabilidadedesse concreto em cada idade.
O concreto, dosado pelo Eng.Eliron Souto Jr, foi fornecido pelaEngemix, com aditivos da MBTDegussa. Toda a logística de obraesteve a cargo dos experientesEngenheiros. Zanetti e Cid da C.R.Almeida. A concretagem foirealizada no dia 22 de maio último,mediante rigoroso controle datemperatura, resultando num vol-ume da ordem de 2.400m³ de con-creto lançado continuamente, atéhoje sem qualquer f issura,constituindo-se também na maiorconcretagem urbana em única etapade que se tem notícia no país.
Na seqüência, o bloco receberá umpino central e 36 aparelhos de apoio
metál icos e ci l índricos com Ø de 80cm, quepermitirão a rotação dessa ponte que será umnovo e vitorioso marco na história da engenhariade concreto do país.
Cabe registrar ainda a visão e o grandeenvolvimento e competência do corpo técnico daEMURB composto pelos arq. Dario Bergamo, eng.ºCharles Abreu, eng.º Mario Feliciani, eng.º PercivalNascimento, eng.ª Eliane Barral, eng.º Chen Tung,eng.º Antonio Augusto Rocha e eng.º ClodoaldoDessotti, responsáveis por esse empreendimento.
influenciada pelas características térmicas dos materiaisempregados, pelas condições ambientais e pelasdimensões da estrutura, como no caso desse grandebloco de fundação.
O concreto sofre variações dimensionais, quandoexposto à ação da temperatura, levando aosurgimento de tensões térmicas que podem superaras resistentes, e aumentando os riscos de fissuraçãoda estrutura.
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CONCRETOCONFERINDOQUALIDADE DE VIDAE CIDADANIA
uma região de muito transito, excesso de pedestres e com um subterrâneo minado deredes de utilidade pública, as Construtoras Queiroz Galvão responsável da confluênciada Av. Faria Lima com Av. Rebouças e Construtora Odebrecht responsável da confluênciada Av. Faria Lima com Av. Cidade Jardim, praticamente bateram todos os recordesp o s s í v e i srealizando umaobra de prazonorma l daordem de 14meses em apenaso i to . I s so semcontar a enormepressão política;uns acelerando eoutros frenando,o tempo todo.
O resultado foifantás t i co emost rou umavez ma i s aimportância daversatilidade doconcreto e suacapacidade dea g u e n t a rpres sões davárias naturezas.
As obras foram finalizadas antes do previsto e demonstraram o cuidado do projetocom uma cidade mais bonita, limpa e moderna.
Canteiro de obras na Av. Rebouças
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Detalhe do túnel Fernando Vieira de Mello
Dois túneis foram construídosnesse cruzamento entre janeiroe setembro de 2004. Paralelose similares, destinam-se àpassagem de veículos leves epossuem emboquesdesencontrados em 80m dedistância que possibil ita aexistência de um corredor centralde ônibus.Com duas faixas de trânsito emcada túnel, a extensão total deescavação foi de 1.165m, tendoavançado, nos momentos maisintensos, até 2,4m por dia. “Cutand cover” foi o método deescavação adotado (escavaçãoa céu aberto) para os 945m queconstituem os emboques de acesso e saída.O trecho exatamente sob a avenida Faria Lima, com220m de extensão e até 15 m de profundidade, exigiuo uso de uma técnica denominada Escavação deTúnel em Solo Tratado (ETST), derivada do conhecidoNew Austrian Tunnelling Method (NATM).O túnel, que leva o nome do fundador da rádio JovemPan, jornalista Fernando Vieira de Mello, é elíptico etem 9 m de diâmetro, com apenas 6 m de coberturae gabarito de 4,5 m. A largura média é de 7m. Todo osolo da região foi mapeado com georadar e induçãoeletromagnética.
A profundidade - 6 m a 15 m da abóbada superiorao arco invertido - situou maior parte da obraabaixo da l inha do lençol freático, que seposic iona, na região, entre 3 m e 4 m deprofundidade. O rebaixamento do lençol foidescartado por se tratar de um processo lento eque poderia causar impactos nas edificações doentorno. Toda a escavação foi mecanizada, sem ouso de explosivos.A Queiroz Galvão uti l izou martelete, fresa e
r o m p e d o rhidráulico. Oreforço dosolo foi feitocom Colunade CimentoP o r t l a n dH o r i z o n t a l(CCPH).
CruzamentoRebouças x Faria Lima
“Toda aescavação foimecanizada,sem o uso deexplosivos.”
Obras de Escavação
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Sistema NATM na execução de túnel
Durante todo o tempo de intervenção os trabalhos nunca pararam.As equipes trabalharam 24 horas diárias. A chegada dos equipamentos e o manuseio das peças pré-moldadase das gaiolas para as paredes diafragma foi todo feito durante a madrugada, com o fechamento daligação entre a Rebouças e a avenida Eusébio Matoso entre 23h e 5h.A saída do material escavado não exigiu cuidados especiais pois o tráfego na região é intenso e uns poucoscaminhões por hora a mais não foram nem percebidos.
Obras em acabamento na Cidade Jardim
Cruzamento Cidade Jardim X Faria Lima
A passagem subterrânea construída pela construtora Odebrecht sob a Faria Lima no trecho em que cruzacom a avenida Cidade Jardim conta com três ramos distintos.
O primeiro, cuja rampa de emboquefica na avenida Europa, logo após ocruzamento desta com a Nove de Julho,tem duas pistas de rolamento e gabaritoviário de 4,5 m. O terceiro tramo, com341,4 m de extensão, sendo 223,5 msubterrâneos, inicia-se a partir dosegundo tramo, sob a avenidaBrigadeiro Faria Lima, e termina naNove de Julho, próximo à rua Amauri.A construção das rampas de acesso aostúneis também adotou a metodologiade escavação a céu aberto. Nessemétodo executou-se 250 metros derampas. Os 515 metros restantes,subterrâneos, foram construídos pormeio do método ETST Escavação deTúnel em Solo Tratado.
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Conforme avançavam os t raba lhos deescavação dos poços aplicava-se uma tela e,em segu ida, concreto pro jetado sobre aparede. Esse procedimento visou o incrementoda sustentação. A escavação das valas dosemboques também utilizou o método cut andcover, com emprego de estacas secantes de40cm de diâmetro nas contenções laterais.
Pavimento, acabamento e segurança
O acabamento das pistas de rolagem dostúneis, tanto para o trecho subterrâneo comopara as rampas de acesso, foi executado empavimento rígido de concreto. O projeto dopavimento foi concebido de acordo com asDiretrizes para Dimensionamento dePavimentos Rígidos da American Association of State Highway and Transportation Officials (AASHTO)e da Portland Cement Association (PCA).A concepção do pavimento também é diferenciada para cada etapa da obra. Embora seja rígido emtoda a extensão, nos emboques é incorporado à laje de fundo. Tal característica garante que setrata de uma placa monolítica, evitando o risco de descolamento da camada superficial.O grande desafio foi alcançar um acabamento de qualidade, que atendesse às exigências deplanicidade especificadas pela EMURB.
Qualidade de vida e cidadania
É muito conhecido que obras de grande porte como essa possam mexer com a auto-estima, acidadania e a qualidade de vida da população. Desta vez não foi diferente.Mesmo sem que as obras tenham efetivamente terminado, nota-se essa região da cidade bem maisbonita. Segundo o administrador de empresas Pedro Furtado Neto, frequentador da região: “Hojeem dia eu vou trabalhar a aproximadamente 8 quilômetros da minha casa, passando por viasarborizadas com muitas espécies de árvores e plantas diferentes; aquela cidade poluída econgestionada ganhou tons de verde inimagináveis há alguns anos”.Os “corredores de ônibus” criados aumentaram a circulação. Além de estar mais agradável pelaurbanização projetada e semi-concluída, hoje é possível gastar bem menos tempo de carro notransito que há poucos anos atrás. Para quem vai de ônibus a redução de tempo foi ainda maisdrástica; o tempo de percurso entre Consolação e Cidade Universitária despencou de 60minutosou mais para menos de 30min.As obras recém concluídas permitem dizer que foi dado o ponta-pé inicial para que a cidade deSào Paulo se transforme verdadeiramente em uma cidade mais humana, mais habitável, uma cidadeem que haja prazer em morar e trabalhar.
Emboque na Av. Rebouças
Serviço Rebouças Cidade Jardim
Contratante PMSP / EMURB PMSP / EMURB
Construtora Queiroz Galvão Odebrechet
Projeto Estrutural Emurb Emurb
Serviços de Concretagem Engemix Engemix
Consultor de Concreto Giovanni Palermo Luis Prudêncio Jr.
Controle Tecnológico G.B.A. Eng. e Consultoria G.B.A. Eng. e Consultoria
Meio Ambiente Geotec Geotec
Aço Belgo Mineira Gerdau
M e r c a d o n a c i o n a l
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PPPs: ALGUMASREFERÊNCIAS INTERNACIONAIS
projeto de PPPs encaminhado ao Congresso pelogoverno fundamenta-se na necessidade de grandesinvestimentos para estimular o crescimento. Oportfólio de investimentos apresentado explicita apreocupação com os gargalos em infra-estrutura quepoderiam crescentemente restringir tanto aprodução como a sua distribuição. A questãolevantada é até que ponto as associações com ainiciativa privada seriam capazes de atrairinvestimentos na escala que o país necessita e quaisseriam seus impactos sobre a sociedade. Destamaneira, um estudo sobre as experiênciasinternacionais pode proporcionar novas perspectivassobre a discussão.
Um primeiro caso que merece atenção é o projetode PPPs, Public-Private Partnerships, adotado noReino Unido. O modelo pioneiro de parcerias utilizourecursos privados para financiar provisões e serviçospúblicos considerados prioridades pela administraçãopública. Assim, segundo a agência de promoção doComércio e Investimento, foraminvestidos até 2004 aproximadamente£30 bilhões em 500 projetos em diversossetores desde hospitais e escolas arodovias e prisões. Desta maneira, oesquema de parcerias sustentou-se pelautilização de capital privado, aumentode eficiência e produtividade dosprojetos, menor custo de captação dosrecursos financeiros e, por último, atransferência de riscos. Os riscosenvolvidos são tanto de naturezasistêmica através da ausência de marcosregulatórios que evitem a exposição daeconomia a instabilidades, como denatureza estrutural no qual a falta degerenciamento adequado pode gerarprejuízos aos consumidores finais.Entretanto, as PPPs não estiveram a salvode críticas sendo questionada a qualidade dosserviços oferecidos, os custos sociais e impactosregionais dos projetos e, principalmente, apreocupação de austeridade fiscal.
Outro caso interessante é o Chile. No início dadécada de 90 esse país começou a incursionar naincorporação da iniciativa privada em construçõese na gestão de obras públicas. O déficit de infra-estrutura estimado em US$11 bilhões pelo Ministériode Obras Públicas (MOP) e o temor de
endividamento público excessivo fizeram com quea primeira Lei de Concessões fosse aprovada já em1991. O documento estabelece o ambiente jurídicoinicial para a construção, manutenção e operaçãode projetos de grande porte e que teriam o períodode 15 a 25 anos de concessão. Inicia-se assim nofinal de 1992 um plano de concessões de obras parao capital privado. Em 1996 é aprovada a Lei de ObrasPúblicas resultante de Decreto do MOPestabelecendo melhorias significativas no sistema deparcerias. Assim, entre 1993 e 2002, as associaçõespúblico-privadas foram responsáveis peloinvestimento de US$ 5,4bilhões sendo o capitalprivado responsável por mais de 60% (US$3,25bilhões) do capital investido na infra-estruturaportuária, aeroportuária e, principalmente,rodoviária.
Atribui-se o financiamento privado ao capitalnacional, em especial os fundos de pensão, e àsconcessões ao setor de construção civil chileno
através dosistema BOT-Build, Operateand Transfer-,destacando-se aconstrução e aadministração dosistema de umanel viário emtorno da regiãometropolitana deSantiago.
Essas duasexperiências dãoboas indicaçõessobre a aplicaçãodas PPPs. Oprimeiro deles é o
fato das PPPs viabilizarem ciclos importantes deinvestimento em segmentos onde o Estado ou ainiciativa privada sozinhos não teriam condições deassumir. Outros benefícios apontados concentram-se no fato das concessões filtrarem os maus projetosque, geralmente, não apresentam interessados emnegociar. Além desses, a eficiência e rapidez naexecução das obras públicas assim como a menorinterferência política são considerados outrosgrandes benefícios do sistema de parcerias.
Chile: Investimento Privado (obras públicas)Ano US$mil Variação(%)1993 1.9961994 14.087 7161995 73.145 5191996 142.126 94,31997 233.683 64,41998 370.304 63,11999 590.379 59,42000 689.299 8,52001 647.322 -9,42002 493.428 -31,1
FONTE: Ministerio de Obras Publicas
Ricardo Sennes – Diretor Executivo da Prospectiva Consultoria InternacionalLuis Eduardo Rielli – Analista da Prospectiva Consultoria Internacional
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mercado de capitais. No caso do Chile foi feita umasérie de modificações em seu sistema financeiro etributário para incentivar o financiamento dasconcessionárias: modificação da Lei Geral de Bancospara ampliar empréstimos, a modificação dalegislação de fundos de pensão, companhias segurose fundos de investimento de capital estrangeiro e amodificação da Lei de Valores que permitiasecuritizar os fluxos das concessões foram asprincipais medidas no sistema financeiro.
No que tange à possível pressão das PPPs sobre ascontas públicas, parece ser consenso que o programade PPPs deverá estar enquadrado na lei deresponsabilidade fiscal vigente. Não obstante, no quese refere ao balanço de pagamento, relatóriorecente da CEPAL chamou a atenção para o fluxode remessa de divisas que poderia ser gerado porum volume muito alto de IED concentrado no setorde infra-estrutura que, por definição, é não tradable.
Finalmente, ambas experiências reforçam aimportância de um controle rigoroso sobre asconcessionárias evitando a oferta de serviços de baixaqualidade e, ao mesmo tempo, para osprocedimentos referentes às renegociações decontrato.
A análise dos dois modelos indica as possíveisoportunidades e dificuldades que o projeto brasileiroterá que enfrentar. O olhar para fora pode nosajudar a antever tais dificuldades de modo que opaís defina um marco regulatório equilibrado eeficiente.
Por outro lado, devido à longa maturidade dosprojetos, a renegociação dos contratos se tornoudemanda recorrente das concessionárias buscandosolucionar as disparidades apresentadas com aexecução dos projetos. As renegociações setornaram alvo de críticas devido à falta detransparência dos novos acordos. Além disso, discute-se os reais retornos para os consumidores finais, parao governo e para a iniciativa privada.
Os casos britânico e chileno dão algumas pistassobre os pontos fortes e fracos da proposta de PPPe certamente são parâmetros para o caso brasileiro.O balanço geral dessas experiências indica que defato as PPPs abrem uma importante frente deinvestimento em infra-estrutura. No caso inglês omontante foi expressivo, mas no caso chileno nãochegou a ter a abrangência imaginada inicialmente.No caso brasileiro, o Ministério do Planejamentoprojeta investimentos via PPP de, aproximadamenteUS$12 bilhões em 3 anos, uma cifra bastante otimista.
O debate no Brasil tem indicado que os pontossensíveis do projeto são de duas ordens: capacidadedo Estado garantir regras estáveis e a sua parcelano investimento e, de outro lado, o possível impactodesse programa nas contas públicas. Sobre o primeiroponto, vários instrumentos estão sendo cogitados:provisões legais determinando que o pagamento doscontratos de PPP terão prioridade sobre os demais,garantias de pagamento por meio de fundosespecíficos de ativos públicos, além da própriacobertura do BNDES, bancos multilaterais e pelo
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Opainel sobre o tema da fluência em estruturas deconcreto contou com a paticipação dos engenheirosLuiz Henrique Ceotto, da Inpar, Francisco Graziano,da Pasqua & Graziano, e o Prof. Fernando HenriqueSabbatini, da Universidade de São Paulo.
A afirmação do engenheiro Ceotto de que aconstrução civil deveria buscar outra tecnologiapara substituir a alvenaria na construção civilapontou nitidamente a polêmica que envolve otema da fluência. Ceottoargumentou que asestruturas dos edifíciosaltos evoluíram muito nasúltimas décadas, devido aoimperativo econômico damaior produtividade, masque não foramacompanhadas pelaevolução da alvenaria,causa das principaispatologias observadas neste tipo de construção.Usando a metáfora do avião que, conformeganhava maiores velocidades, utilizava fuselagemmais apropriada, o engenheiro concluiu que ‘utilizar a
alvenaria nas modernas estruturas de concreto é comocolocar jatos em balão’, fazendo sorrir o auditório deaproximadamente 600 pessoas.
Francisco Graziano fez uma apresentação técnica,explicando como a fixação da alvenaria pode deformarestrutura de concreto. Sua exposição foicomplementada pelas observações do Prof. Sabbatini,que afirmou a necessidade de se fazer uma modelagemestrutura-alvenaria, numa abordagem sistêmica da
estrutura, ao invés de se considerar apenasa modelagem da estrutura no projeto daobra. “A modelagem estrutura-alvenariaé um problema do futuro, não sendo viávelcomercialmente em nossa realidade atual,mas apenas estudada no campoacadêmico”, concluiu o professor.
Paulo Helene, do auditório pediu a palavrapara relembrar que o comportamento doconcreto sob cargas de longa duração é
conhecida há muitos anos e está corretamente previstonas normas técnicas “Precisa-se projetar comcompetência” Concluiu.
Salas lotadas nas palestras
“Precisa-seprojetar com
competência”
Painel discute a fluência emestruturas de concreto
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Prêmio Emílio Baumgart
Destaque em Engenharia de Estruturas de Concreto: Dr. Francisco Paulo Graziano
Prêmio Ary Frederico Torres
Destaque em Tecnologia do Concreto: Engº. Rubens Machado Bittencourt
Prêmio Argos Menna Barreto
Destaque em Engenharia de Construções em Concreto: Engº.José Reinaldo Marins
Prêmio Falcão Bauer
Destaque em Pesquisas em Tecnologia de Concreto: Dr. Luis Roberto Prudêncio Jr.
Prêmio Fernando Luiz Lobo Barbosa Carneiro
Destaque em Pesquisa em Estruturas de Concreto: Dr. Munir Khalil El Debs
Prêmio Epaminondas Melo do Amaral Filho
Destaque em Engenharia de Concreto de Alto Desempenho: Dr. Geraldo Cechella Isaia
Prêmio Gilberto Molinari
Destaque em Reconhecimento aos serviços prestados ao IBRACON: Engº. Eduardo Figueiredo Horta
Prêmio Francisco Basílio
Destaque em Engenharia de Concreto na região de Florianópolis: Engº. Tuing Ching Chang
Prêmio Liberato Bernardo
Destaque como Tecnologia de Laboratório de Concreto: Tec. Pedro Carlos Bilesky
Durante a solenidade de abertura do 46° Congresso Brasileiro do Concreto, que ocorreu de 14 a 18 deagosto, em Florianópolis, foram premiados os profissionais brasileiros de alto nível que se destacaram noano. Os agraciados por categoria foram:
Premiação dos profissionais dedestaque no ano de 2004
Prof. Dr. Munir Khalil El Debs - EESC-USP Pedro Carlos Bilesky - IPT
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Sensibilidade Artistica´
T ?Estaremosvivendo a
Era do concreto?
Estaremosvivendo a
Era do concreto? alvez seja um pouco cedo para talafirmação, mas o fato é que já se passammais de um século de casamento perfeitoentre técnica e partido arquitetônico.
Art-Deco, Art-Nouveau, Modernismo,Pós-modernismo e contemporaneidade, oconcreto é a linha que tangencia as maisdiferentes correntes destes movimentos eainda se apresenta como instrumento paraos vindouros, fato que o coloca emincessante evolução.
É indissociável da história daarquitetura brasileira, a história do concreto.Embora seja este um material relativamentejovem, tendo a primeira norma técnicadatada de 1903, na Suíça, e a primeira obrano Brasil em 1904, o concreto é tidonaturalmente como tradicional tamanhasua popularidade.
Para entender a importância doconcreto armado para arquitetura, basta umolhar furtivo sobre qualquer cidadebrasileira. Mais do que ícones arquitetônicos,o concreto produziu paisagens urbanas queinfluenciam e refletem o modo de vida de
milhares de cidadãos.Interior da Oca, obra de Oscar Niemeyer no Parque doIbirapuera, em São Paulo: “Fomos ousados com o Concreto”
Autora: Soraya Rodrigues - Arquiteta mestrada FAU/USPCo-autor: Daniel CostolaColaborador: Paulo Augusto de Marques Mendes
SENSIBILIDADE ARTÍSTICAOUSADIA E CORAGEMPARA PROJETAR
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SensibilidadeArtística
“A composição do Sr.Dubugras tem o mérito
de convencer dapossibilidade de fazer
uma bela obra deconcreto armado aos
descrentes da estéticadesse novo sistema de
construção...”.
Estação de Mairinque (1906) – arquiteto Victor Dubugrasprimeira grande obra em concreto armado no Brasil.
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No Brasil, o arquiteto pioneiro no uso doconcreto armado foi Victor Dubugras, construindoem 1907 a Estação Ferroviária de Mairinque.Nesta época a Revista Polytechnica, periódicoeditado pelo grêmio estudanti l da EscolaPolitécnica de São Paulo, escreveu sobre a obra:“A composição do Sr. Dubugras tem o mérito deconvencer da possibilidade de fazer uma belaobra de concreto armado os descrentes daestética desse novo sistema de construção...”.
Tão importantequanto as obras deDubugras que refletiamo momento histórico dasduas primeiras décadasdo século XX de intensast r a n s f o r m a ç õ e stecnológicas e urbanas,foi a cr iação nestamesma época doGabinete de Resistênciade Materiais dentro daEscola Politécnica de SãoPaulo, fato queorganizou e impulsionouo desenvolvimentotecnológico do concretoarmado. Nasce aí o casamento entretécnica, estrutura e forma arquitetônica que criouaqui no Brasi l um campo fért i l para odesenvolvimento da Arquitetura Moderna.
Paralelamente,na Europa,em 1919, oa r q u i t e t oa l e m ã oWalter Gropius fundou uma nova escola dearquitetura e desenho a que deu o nome deStaatliches Bauhaus (Casa Estatal de Construção). Oedifício em Dessau projetado por Gropius paraabrigar a Bauhaus é feito de concreto armado evidro, um prenúncio do modernismo e seus conceitosde economia, repetição, padronização e produçãoem série.
No Rio de Janeiro é construído o edifício “A Noite” eem São Paulo o “Edifício Martinelli”, dois marcos daforça das estruturas de concreto que por primeira vezno mundo superam a barreira dos 100m de altura. OBrasil se encantava e surpreendia-se com o potencialdesse novo material de construção.
Mas, é com Le Corbusier, arquiteto suiço, que o concretoadquire intimidade e popularidade mundial com odiscurso arquitetônico da modernidade. Em 1928,projetou a Ville Savoye em Paris revelando em si umavisível intenção de criar uma “máquina de morar”
enfatizando ao máximo os aspectosfuncionais.
Corbusier propõe uma grandemudança no modo de utilizar oconcreto separando vedação e sistemaestrutural o que viabiliza os preceitosracionalistas do modernismo.
Tanto quanto na racionalização dosespaços, Le Corbusier inovou naspossibilidades plásticas do concretoprova disto é a igreja de Rochamp,obra arquitetônica dramaticamenteexpressiva.
Le Corbusier vem ao Brasil a convitede Lúcio Costa em 1936 para darconsultorias no projeto da sede doMinistério da Educação e Saúde. Osarquitetos brasileiros, entre eles Lúcio
Costa e Oscar Niemeyer, apropriaram-se dosensinamentos corbusianos neste projeto. O resultadoé considerado o marco da arquitetura
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Sensibilidade Artistica´
Catedral de Brasília (1970) – arquiteto – OscarNiemeyer – As delgadas colunas de concretocriam vazios que inundam de luz o interior doedifício, contrastando com o sombrio acessoatravés de um túnel.
Casa Kaufmann (1936/37) – arquiteto Frank Llyod Wright –Nesta obra, conhecida como casa da Cascata , o arquitetoatingiu uma perfeita sintonia do concreto com a paisagem.
moderna no país, tendo como grande novidade obrise-soleil que consiste em uma série de placas,confeccionados em concreto, adaptadas à fachadaa fim de protegê-las dos raios solares.
Em meados dos anos 50 já estávamos na linhade frente do cálculo estrutural. Telêmaco VanLangendonck ousava nos critérios de introduçãoda segurança no projeto estrutural e projetava aengenharia de concreto nacional. Tínhamosengenheiros do gabarito de Joaquim Cardozo queentendia arquitetura como “a arte de criar lugaresfavoráveis à existência humana” e não apenascomo ciência ou técnica de cr iar espaçosfuncionais.
Essa estreita l igação entre a forma deinterpretar arquitetura dos engenheiroscalculistas em concreto e os conceitos daarquitetura culminam na formação de umaarquitetura moderna tipicamente brasileira,conhecida e respeitada mundialmente.
Oscar Niemeyer, na catedral de Brasília, deixaclaro essaconvergência entreos interessesr a c i o n a l i s t a smodernos, onde odesenho da
e s t r u t u r adeveria sera q u e l enecessário àfunção e ài n t e n ç ã oplást ica dod i s c u r s oarquitetônico,s e g u n d oenfatiza op r ó p r i oNiemeyer “eusenti que podiaambicionar tudon a q u e l emomento, isso mefoi suficiente parafazer uma obraoriginal, projetei
as colunas como as mãos em um momento deprece, extremamente delgadas fazendo com quea técnica máxima do concreto armado realizassetodas as nossas fantasias.”
Uma outra tendência do modernismo, menosracionalista que a encabeçada por Le Corbusier, é ado arquiteto americano Frank Lloyd Wright, maisorgânica e natural.
Wright tira partido do concreto armado,utilizando-o com extrema leveza e sintonia comoutros materiais como a rocha. Foi um mestre nautilização do concreto ciclópico. Projetou uma dasmais famosas obras da história da arquiteturamundial, a Casa da Cascata. Seus enormes balançosque avançam na floresta virgem estabelecem umnovo diálogo do material com o entorno, comoquem quer dizer que o importante não é só a obraconstruída, mas o espaço que esta cria serelacionando com o entorno. João Batista Vilanova
Artigas é o reflexo da obra de Wright no Brasil, umadas suas principais preocupações era a honestidadedos materiais, vertente que fica clara no prédio daFAU-USP construído na década de 60. Do desenhodos pilares ao detalhe da amarração das formas esteprédio mostra e ensina como se construir emconcreto.
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MASP
(1957/68) –a r q u i t e t oLina BoBardi – Ogrande vãolivre de 74mserve ac i d a d ecomo uma grande praça de esca lametropolitana.
Museu Brasileiro da Escultura – MUBE – (1986/1995) arquiteto Paulo Mendes da Rocha – O grande pórtico,composto por uma viga de 60 metros de vão, é a forma com que o prédio se insere no entorno.
O conseqüente incremento daresistência do aço e do concretopossibi l itou adiminuição dasseções das peçasestruturais e apossibilidade de sefazer vãos cada vezmaiores. O desafioproposto por LinaBo Bardi aoe n g e n h e i r oFigueiredo Ferrazpara a construçãodo MASP é provadisto. O desenhooriginal demandavasoluções inéditas. Não existia nenhuma fórmulapronta que permitisse tornar realidade àquela idéiaaparentemente utópica.
Mas a popularidade do concreto foi alcançadano Brasil, menos pelas grandes obras e mais pelonúmero expressivo de conjuntos de habitaçãopopular construídos em todo país, pós GetúlioVargas, dentro dos preceitos racionalistas – pré-fabricação e padronização dos elementosconstrutivos. Dentreesses conjuntos talvez omais emblemático desteperíodo seja oPedregulho, projetadoem 1947 por AffonsoReidy. Estas obras, doschamados IAPs –Institutos deAposentadoria ePensão, permitiram aprimeira difusão doconhecimento técnico arespeito do concretoarmado, que logochegaria às áreas nobree periféricas da cidade,se firmando comotécnica democrática econfiável para construir.
O milagre econômicobrasileiro na década de70 impulsionou e exigiua construção degrandes obras emconcreto armado, tais como a
ponte Rio Niterói, o metrô de São Paulo,o aterro do Flamengo e a usina de IlhaSolteira. Sua construção constituiu ummarco tecnológico do período.Inaugurada em 1973, tinha umaestrutura – barreira de concreto de984 m de extensão.
Em 1976, Sérgio Ferro, em obra emseu texto O Canteiro e o Desenho,denuncia a discrepância entre asprecárias condições dos operários noscanteiros e a nobreza das obrasconstruídas. O desenvolvimentotécnico, principalmente das fôrmas eestruturas de cimbramento, assimcomo uma normalização consciente eos programas de certificação para a
construção civil vieram amenizar em muito estascondições, ainda hoje foco de grande preocupação.
O Museu Brasileiro de Escultura MUBE, de PauloMendes da Rocha, com construção iniciada em 1986e concluída quase dez anos mais tarde, marca umatransição no uso do concreto na arquitetura. Aestrutura deixa de ser o principal elementoexpressivo, e o concreto passa a responder adiferentes solicitações dos arquitetos.
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Sensibilidade Artistica´
Atelier em Oyodo (1982) – arquitetoTadao Ando O arquiteto tira partido dosfuros de fixação das formas nacomposição das paredes.
Centro Rosenthal para Arte Contemporânea-2003.projeto de Zaha Hadid.
Esta linha da exploração máxima das possibilidadesplásticas do concreto, além do desafio estrutural,fica também evidente nas obras contemporâneasde Niemeyer, mais especificamente no MAC deNiterói. A relação com o entorno, o respeito apaisagem, são vertentes explícitas no discurso doarquiteto - “Quando comecei a desenhar este museu,já tinha uma idéia a seguir. Uma forma circular,abstrata sobre a paisagem. E o terreno livre de outrasconstruções para realça-las. Não queria repetir asolução usual de um cilindro sobre o outro, mascaminhar no sentido do Museu de Caracas, criandouma linha que subisse com curvas e retas do chão àcobertura”.
Superadas as tendências radicais do racionalismomodernista, novos paradigmas tomam o cenário da
a r q u i t e t u r abrasileira einternacional.
A arquiteturacontemporâneaimpuls iona oconcreto ao u t r a spossibilidades,como apigmentação enovas texturas,mais sutis eadaptadas às
necessidades locais como as observadas na obrade Tadao Ando, arquiteto japonês, que utilizaamplamente concreto armado aparente, não sócomo estrutura, mas também como vedação. Asparedes tornam-se como que dobraduras deorigami, criando planos extremamente singelos,onde é possível observar todo processo construtivoda obra, como os furos oriundos da fixação dasfôrmas.
A obra recente de renomados arquitetos,aponta para os rumos do uso do concreto naarquitetura em um futuro próximo.
Fica evidente a tendência de utilizar o concretocom outros materiais como no Hotel Unique deRuy Ohtake, inaugurado em 2002. O edifício comforma original, reúne elementos que consagraramo arquiteto como um dos expoentes daarquitetura brasileira. Além de tirar partido dapigmentação do concreto, conjuga-oharmoniosamente com o cobre e a madeira.
É também o caso de Zaha Hadid, arquiteta iraquianaradicada nos Estados Unidos, vencedora do PrêmioPritzker deste ano, uma espécie de Nobel daarquitetura. No projeto do recém inaugurado CentroRosenthal para Arte Contemporânea (2003),Cincinnati. A fachada deste edifício é marcada poruma composição de planos de concreto aparente evidro, em contraste com o interior do edifício, noqual a composição com planos curvos de concreto,exemplificam o chamado movimento deconstrutivista.
A obra do arquiteto holandês Rem Koolhaas étambém marcada pela idéia de complexidade e caos,revelando o aprendizado de que arquitetura eurbanismo são capazes e não devem impor soluçõesaos usuários. Em seu projeto de 1997 para oEducatorium de Utrecht, é possível observar umaestrutura de concreto armado de grandeinventividade. A mesma grande laje inclinada quesuporta a platéia das duas salas de espetáculo doedifício, se dobra para configurar o hall de entrada ecobrir as referidas salas. Outra laje faz o mesmopercurso nos fundos do prédio criando uma área deexposições. A estrutura de concreto brinca com apercepção de que as lajes deveriam se encontrar, oude que piso, paredes e cobertura são elementos aserem diferenciados.
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Pavilhão da Expo 98 – (1998) – arquiteto Álvaro Siza.
possibilidade de que sejam percebidos mais
luminosos e arejados, complementando a
imagem de força e resistência que
oferecem os concretos tradicionais.
As discussões a respeito do futuro do
concreto, só fazem sentido dentro das
discussões sobre os rumos da arquitetura,
pois é esta que coloca os desafios à técnica.
A função essencial da Arquitetura é a de
concretizar significados culturalmente
relevantes de uma sociedade e não
necessariamente apresentar uma resposta
técnico, funcional ou econômica a uma
necessidade.
Para tanto, são necessários profissionais,
tanto arquitetos quanto engenheiros, com
sensibilidade artística, ousadia e coragem
para inventar.
Em uma linha menos retórica, podemos comparar os projetosdo inglês Sir Norman Foster para o Museu Americano da
Aeronáutica em Duxford, Inglaterra (1997) e do escritório holandês
Mecanoo para a Biblioteca de Delft (1998). Em ambos a soluçãoclássica da casca de concreto é utilizada. No caso do Museu, a
casca suporta as aeronaves em exibição. Na Biblioteca, a laje
suporta um jardim que integra o edifício ao entorno, e conferegrande conforto térmico e isolação acústica à biblioteca.
O Pavilhão da Expo 98 criado pelo arquiteto português, Álvaro
Siza é um exemplo de como o concreto caminha nos mesmospassos da arquitetura em direção a uma corrente mais plástica
referenciada na cultura local. A pala de concreto protendido de
60 metros de extensão é revestida e pintada de branco paraparecer intencionalmente com uma lona, trazendo talvez uma
referência das velas marítimas tipicamente portuguesas.
Bill Price, arquiteto americano da Universidade de Houston,inspirado pela pergunta feita por Rem Koolhas, de que seria
possível criar um concreto transparente, desenvolveu um material
original – o concreto translúcido. O segredo da translucidez domaterial está na fibra
de vidro incorporada
que permite visualizaros contornos do
exterior.
Já Aron Losonczi ,jovem arquiteto
húngaro de 27 anos,
pesquisou um materialque deu luz
literalmente a um novo
concreto que, em linhasgerais, definiu seu
material como o
seguinte “ são milharesde fibras ópticas que se
agrupam em uma
matriz , e que corrementre si paralelamente
entre as superfícies
principais de cadabloco”.
Se espera que estes
novos materiais
transformem o aspectointerior dos edifícios de
concreto, dando-lhes a
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Abrindo o workshop sobre pavimentos de Concreto,o professor José Tadeu Balbo, da Escola Politécnicada USP, ressaltou os objetivos da reunião: adiscussão da análise estrutural dos pavimentos emconcreto e a eficiência desses pavimentos. A estruturade apresentação, formada por três palestrantesbrasileiros e um palestrante russo, residente nos EUA,possibilitou aos congressistas fazer um contrapontoentre as experiênciasbrasileira e americananeste assunto.
Valéria Marim expôs aexperiência do GrupoGerdau na construção dopavimento em concretoestruturalmente armadoda rodovia BR 232, queliga Recife a Caruaru,escoando a produção dointerior de Pernambuco.Sua palestra versousobre o cálculo de cargasno pavimento, odimensionamento dearmaduras de tração e deretração, a capacidadeestrutural dos pontos da placa, concluindo pelaviabilidade do uso deste tipo de tecnologia narecuperação das vias urbanas.
O Prof. Balbo discutiu o modelo de análiseexperimental de tensões no pavimento de concreto,sob o enfoque das temperaturas na seção transversalda estrutura e das deformações nas barras de aço eno concreto.
Andréa Severi, engenheira da Votorantim, fez umapalestra sobre a tecnologia de Whitetopping ultra-delgado, refletindo a experiência da empresa narecuperação da rodovia Castelo Branco, em SãoPaulo, primeira whitetopping do Brasil. Foi discutido
O ciclo de palestras foi encerrado pela fala doProf. Lev Khazanovich, da Universidade deMinnesota, que trouxe o modelo dedimensionamento dos pavimentos em concretomais recente utilizado nos Estados Unidos. Aprincipal vantagem deste modelo em relação aosmodelos da AASHTO-2002 consiste na ausência derestrição na espessura das placas de concreto, umavez que outros fatores, como barras eespaçamento entre juntas, são considerados nomodelo, tanto para os pavimentos armados comosimples.
Mesa do workshop
Workshop discute odesempenho e a análiseestrutural dos pavimentos
também o modelo proposto pela pesquisadorade doutorado da USP, Tatiane Cervo, que serviude instrução de projeto da Prefeitura do Municípiode São Paulo para concreto simples. Nesta tese aautora conclui pela revisão do método dedimensionamento dos pavimentos para o climatropical brasileiro.
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O
Mesa de discussão no Workshop
Workshop propõe integrar pesquisacientífica e desenvolvimento
tecnológico da cadeia produtiva doconcreto
s Comitês Técnicos do Instituto Brasileiro do Concreto têm aintenção de congregar profissionais da cadeia produtiva doconcreto em torno de temas e questões específicos que afetamo concreto. O objetivo é coligir informações do meio acadêmicoe do mercado, para propor a contínua revisão das normastécnicas, no sentido de seu aperfeiçoamento, assim comopropor práticas recomendadas, que são textos explicativos ecomentados sobre normas técnicas, que são demasiadamenteobjetivas e concisas. O trabalho dos Comitês reflete-se naqualidade da engenharia do país: nos projetos de estruturas,nas práticas de construção e no controle de qualidade doproduto final, determinando uma maior produtividade econtribuindo para inserir cada vez mais a engenharia nacionalno mercado global.
Recentemente, o IBRACON criou o Comitê de Pesquisa eDesenvolvimento, com a finalidade de integrar os elos da cadeiaprodutiva do concreto no que diz respeito à pesquisa científicae tecnológica. Um dos primeiros passos do Comitê foi aimplantação de um cadastro permanente dos projetos depesquisas científicas e tecnológicas desenvolvidas no país,denominado CONCRETO BRASIL 2004.
“A finalidade precípua do cadastro permanente é unir os doiselos da cadeia do concreto: a academia e as empresas. Almeja-se saber as áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovaçãoque são mais demandadas atualmente pelas empresas, paracom isso induzir pesquisas científicas e tecnológicas nestasáreas; pretende-se também dar visibilidade aos trabalhosdesenvolvidos nas universidades e institutos de pesquisas, paraque não se repitam pesquisas sobre os mesmos temas”,salientou o professor Túlio Bittencourt, da Escola Politécnica daUSP. O cadastro do IBRACON diferencia-se de outrossimilares porque volta-se para a descrição minuciosados projetos, ao invés de focar os grupos de pesquisa,constituindo-se numa vitrine para as empresas. Ele nãoé restrito à divulgação de trabalhos de pessoas quealmejam recebem bolsas de pesquisa, mas objetivadivulgar todo e qualquer trabalho científico etecnológico que esteja sendo feito sobre o concretono país.
Para discutir o formato do cadastro, assim como asdiretrizes do Comitê de Pesquisa e Desenvolvimento,foi realizado no 46° Congresso Brasileiro do Concreto,o 3° Workshop sobre Pesquisas e Desenvolvimentoem Concreto. O objetivo foi ouvir as sugestões ecomentários dos congressistas no sentido dedesenvolver os trabalhos do comitê técnico, agregandopara o fórum as experiências dos pesquisadores.
“A finalidade precípua do cadastropermanente é unir os dois elos da
cadeia do concreto: a academia e asempresas. Almeja-se saber as áreas depesquisa, desenvolvimento e inovaçãoque são mais demandadas atualmentepelas empresas, para com isso induzir
pesquisas científicas e tecnológicasnestas áreas; pretende-se também dar
visibilidade aos trabalhos desenvolvidosnas universidades e institutos de
pesquisas, para que não se repitampesquisas sobre os mesmos temas”
Ficou acertado durante o workshop as atribuições quedevem ser contempladas pelo Comitê Técnico dePesquisa & Desenvolvimento: desenvolver diretrizese políticas de qualidade e de produtividade daspesquisas em concreto, assim como do ensino sobre oconcreto; atualização permanente e gerenciamento docadastro de pesquisas; integração da rede IBRACONde Pesquisa & Desenvolvimento com outras redes decadast ramento e d ivu lgação de pesqu i sas ,viabilizando parcerias institucionais; apóio político-institucional dos trabalhos científicos e tecnológicosmais demandados pela cadeia produtiva do concreto;e realização de diagnósticos no sentido de melhorar ofinanciamento da pesquisa no país.
C o n c r e t o e m A ç ã o
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SUPERCONCRETOS
D
Superconcreto utiliza técnicasavançadas na mistura para garantir
durabilidade e resistência nunca antesimaginadas
Com esse título a revista Superinteressante tratouda evolução da construção civil há mais de 6 anos.Na época, um dos marcos da fronteira deconhecimento no tema era a obra da Torre Nortedo CENU, em São Paulo, construída com concretosde alto desempenho de f
ck de projeto de 50MPa.
Aquela matéria escrita para leigos conseguiumobilizar também o meio técnico, que se perguntou– Qual pode ser o limite da alta performance naconstrução civil brasileira? Sabe-se que os concretos,ou melhor, os então chamados pela matéria citadade “superconcretos” utiliza técnicas avançadas deseleção de materiais e de mistura para garantirdurabilidade e resistência nunca antes imaginadas.
Thiago [email protected]
MASP - Construído com “Superconcreto” da década de 60
Antes de abrigar o Museu de Arte de São Paulo(MASP), o terreno em frente ao parque TenenteSiqueira Campos (Trianon), na avenida Paulista, eraocupado por um salão de bailes, por um restaurantee por um ensolarado terraço. Deste badalado pontode encontro da elite cafeeira no início do séculoXX era possível avistar o Vale do Anhangabaú, nocentro, e a Serra da Cantareira, no extremo norteda cidade.
Ao doar este terreno à Prefeitura de São Paulo oengenheiro Joaquim Eugênio de Lima, construtorda avenida Paulista, fez apenas uma exigência: avista não poderia jamais ser prejudicada pornenhuma edificação no local.
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Fundação do Edifício e-Tower - Concreto Refrigerado
Esta exigência foi o ponto de partida para uma dasmaiores proezas da engenharia brasileira no séculoXX: a construção do MASP, suspenso por doispórticos de concreto, que deixaram um imenso vãolivre abaixo do prédio, respeitando a visibilidaderequerida pelo engenheiro Lima. Lina Bo Bardi,autora do magnífico projeto arquitetônico, declarouposteriormente “Nada de colunas; oitenta metrosde vão livre, oito metros de pé direito”.
As obras de construção do MASP começaram em1960 e se arrastaram durante 8 anos. Além dasdisputas políticas entre os administradoresmunicipais, a execução do projeto foi dificílima emvirtude de uma questão estrutural: como suspenderuma estrutura gigantesca com apenas quatro pontosde sustentação nas laterais, os quatro pilares. Acriatividade e competência do engenheiro politécnicoJosé Carlos de Figueiredo Ferraz, responsável pelaobra, venceu o desafio. Ferraz utilizou diversastécnicas novas para criar um concreto protendido quesustentasse tamanha edificação. Além disso, oconstrutor reduziu drasticamente a quantidade deágua na mistura do concreto, criando um materialmuito mais forte que o usual da época.
Uma obra como a do MASP, que levou oito anospara ser concluída e teve até 250 operáriostrabalhando simultaneamente, seria consideradatrivial nos dias atuais. O desafio da resistência cadavez maior, porém, continua a movimentarengenheiros e pesquisadores ao redor do mundo.Nas décadas de 70 e 80, a partir da utilização deaditivos químicos e de novos materiais na formulaçãodo concreto, os pesquisadores chegaram a ummaterial chamado Concreto de Alto Desempenho(CAD) que recentemente em Goiânia superou amarca dos 260MPa. Se oengenheiro Ferraz tivesse acessoàs novas misturas de concreto,poderia ter projetado colunas50% mais esbeltas para sustentaro mesmo MASP. Além disso, omuseu teria uma durabilidadeinfinitamente maior do que aatual.
SuperconcretoO desenvolvimento da indústriaquímica e a entrada definitiva dainformática nas pesquisascientíficas durante as décadas de80 e 90 permitiu alguns avançossignificativos na formulação e noemprego do concreto naconstrução civil. O grande desafio
aumentar a resistência do concreto sem diminuirexcessivamente a trabalhabilidade do material. Oaumento da resistência foi possível com o adventodos aditivos plastificantes e superplastificantes. Estesaditivos permitem a redução significativa daquantidade de água na mistura básica do concreto(cimento, pedra, areia e água).
A década de 90 e a alta tecnologia trouxeram umnovo termo para o glossário da engenharia: oSuperconcreto, um material de alta performance nasustentação, com resistência extrema à forçasmaiores que 100MPa e altamente durável mesmocom as condições ambientais mais adversas. Estematerial pode ser visto como uma evolução naturaldo Concreto de Alto Desempenho da década de80. O Superconcreto define-se como um materialdesenvolvido especialmente para cada obra, ou seja,um tipo de concreto que, através de estudosespecíficos, atingirá sua maior performance dadasas condições ambientais e de uso, podendo chegara 800 Mpa de resistência à compressão.
A gama de técnicas para o desenvolvimento desuperconcretos ainda não foi totalmente exploradapelos pesquisadores e engenheiros ao redor domundo. A busca pela resistência extrema, porexemplo, teve descobertas importantes nos últimosanos. Descobriu-se que a utilização de sílica ativa emetacaulim no lugar de agregados ou a adição deminúsculas fibras de aço na mistura poderia reduzirainda mais a distância entre cada grão de cimento,permitindo uma redução significativa na porosidadedo material final. Aliadas aos super-plastificantes,estas técnicas também reduzem em até 10 mil vezesa permeabilidade do concreto, diminuindosignificativamente a lixiviação e brisa marinhacausada, por exemplo, pela chuva ácida.
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Arranha-céus
O desafio de alcançar oscéus e mostrar asupremacia técnica deuma civilização através deedifícios altos tem seuprimeiro registro nahistória humana com aconstrução da pirâmidede Queóps, no EgitoAntigo (2580 a.C.),construída apenas com autilização de pedrassobrepostas e queatingiu 146m de altura. Oc r e s c i m e n t opopulacional dasgrandes cidades nomundo contemporâneofez com que aconstrução de prédios degrande porte se tornasseuma necessidade urbana.
Em 2002, mais de 70anos depois do memorável “Edifício Martinelli”, acapital paulista entra novamente no circuito deponta da engenharia de concreto com o início das obrasdo e-Tower, na Avenida das Nações Unidas. Com 162metros de altura, o edifício é o primeiro nacional a utilizaro Superconcreto em sua estrutura. O material,desenvolvido com modernas técnicas de dosagem edispondo de aditivos eficientes, chegou a um índice deresistência média de 125 MPa, sendo considerado recordemundial. Com a utilização desse concreto, os pilares de
Conjutos de Edifícios das Nações Unidas
sustentação foram reduzidos de uma seção transversaloriginal de 0,90m2 para 0,42m2, possibilitando oacréscimo de 16 vagas de garagem no subsolo.Apesar de estar intimamente associado à construçãode arranha-céus, dada a alta performance nasustentação, o Superconcreto também tem ummercado promissor na construção de estradas, túneisde metrô, pontes e outras edificações. O estádio do
Maracanã, construídocom concretoconvencional nadécada de 50, jáapresenta sinais deforte desgasteestrutural, sendocogitada até a suaimplosão. Em SãoPaulo, o estádio doMorumbi tambémpassou por umareforma significativana parte estrutural,concluída em 2001. Seestas duas obrastivessem sidoconstruídas comS u p e r c o n c r e t o ,teríamos pelo menosmais 200 anos dee s p e t á c u l ofutebolístico sem anecessidade denenhuma intervençãoestrutural.
Estádio do Maracanã - RJ
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O
Painel debate o tema dafissuração em concreto
46° Congresso Brasileiro do Concreto montou umpainel de debate sobre o tema da fissuração previstaem cálculo. Para debater o assunto, juntamente comum auditório de 400 pessoas, foram convidados osengenheiros Paulo Fernando da empresa Concremat,Antônio Zorzi Neto da Cyrella Tecnisa InvestimentosImobiliários e Júlio Timerman, presidente da Abece(Associação Brasileira de Engenharia e ConsultoriaEstrutural). O coordenador da mesa foi o Prof. PauloHelene, da Escola Politécnica da USP.
Chegou-se ao consenso de que a fissuração deveser minimizada e os palestrantes concordaramparcialmente em suas propostas para alcançar talobjetivo.
Paulo Fernando sugeriu as seguintes medidas:· Buscar uma sinergia entre os profissionais:
entre consultores, construtores e projetistasde uma obra
· Utilizar concreto com menores teores deágua) e com baixa retração
Julio Timerman, Paulo Helene, Paulo Fernando e Antônio Zorzi Neto
· Reforçar os cantos reentrantes· Fazer uma cura adequada.
Antônio Zorzi salientou a dosagem do concreto e ocuidado com a cura – especialmente para obras comvelocidade de execução de uma laje por semana –como medidas preventivas da fissuração.
Julio Timerman destacou que a abertura tolerávelda fissura depende dos aspectos estrutural, funcional,de durabilidade, estético e de conforto de umaedificação. Como medida preventiva propôs umamaior integração dos agentes da cadeia produtivado concreto, de modo a se obter uma sinergiaquanto à concepção, ao projeto, à execução, àutilização e à manutenção da obra.
Houve uma discussão acirrada em torno das questõesdo tempo que se deve esperar para se retirar asformas e submeter o concreto às cargas, assim comoquanto a necessidade ou não de se fazer a cura doconcreto.
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Em Florianópolis oengenheiro Ériton NunesCosta, da Cassol Pré-Fabricados, forneceu asespecificações técnicasdas peças pré-moldadas eexpôs a facilidade deexecução de um shopping-center, através dosmétodos industrializadosde construção emconcreto. Trabalhandoem seis frentes, oshopping ficou prontoconforme a previsão docronograma, em 13meses. Decisivo para ocumprimento do prazoforam os mecanismos degestão e de controleutilizados na obra, objetode exposição daengenheira Íria Lícia Olívia Doniak, da Engenharia eProjetos.
Para falar sobre estruturas pré-fabricadas em edifíciosaltos, foi convidado o engenheiro Hercílio Ferrari. Eletrouxe para o workshop a experiência da HF Engenhariano projeto e execução do Centro Empresarial São Joséda Terra Firme, em São José, São Paulo. O desafio eraconstruir uma estrutura de pré-fabricados com 24pavimentos. Ferrari expôs as etapas da execução daobra, para concluir sobre o sistema construtivoadotado:
· Vantagens: não houve necessidade deescoramento; boa velocidade do processo;redução da mão-de-obra, com a suaconseqüente qualificação; maior segurança;otimização da grua; e melhor controle dequalidade
· Desvantagens: maior custo; maior tempo; nãoadmissão de erros de projeto, execução emontagem; e impossibilidade de ajustes na obra.
Workshop discute industrialização daconstrução em concreto no46° Congresso Brasileiro do Concreto
Concluindo o workshop, o engenheiro Nivaldo Richter,da BPM Pré-Moldados, apresentou o processo defabricação de postes em concreto para telefonia, ondefoi ressaltada a solução encontrada pela empresaem combinar a protensão com a centrifugação,determinante para uma deflexão máxima de um grauna ponta do poste. Quanto às lajes pré-fabricadas,Richter concluiu com suas vantagens:
· Menor vibração, devido à superestaticidade;
· Maior solidarização dos elementos
estruturais;
· Uso da viga T;
· Possibilidade de aberturas na laje;
· Não necessidade de acabamento;
· Otimização do dimensionamento;
· Maior isolamento termo-acústico;
· Menor custo de transporte.
Workshop Pré-moldados
Espaço Institucional das entidades parceiras
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SELO DE EXCELÊNCIAABCIC – O SINAL
VERDE PARA SUACONSTRUÇÃO
Osetor da construção industrializada,especificamente da construção pré-fabricada emconcreto, deu início à operacionalização do selo deexcelência ABCIC (Associação Brasileira daConstrução Industrializada de Concreto),concomitantemente ao momento inicial deoperacionalização da NBR 6118 e dodesenvolvimento das normas de desempenho daconstrução pelo Sinduscon.
O selo vem para proporcionar ao usuário finalda construção a confiança de que suasnecessidades referentes ao escopo do sistema pré-fabricado de concreto estão sendo atendidas, emespecial, as relacionadas à qualidade percebida nocanteiro de todo o processo que envolve aexecução do sistema. Este é o compromisso daAssociação Brasileira da Construção Industrializadade Concreto, entidade surgida em outubro de2001 e que reúne as principais empresas dosegmento.
Para conquistar a qualificação, as empresas sãoanalisadas em seu desempenho técnico eempresarial, desde a venda até a satisfação docliente. Atualmente, 13 empresas estão emprocesso de qualificação. A previsão é de que, emoutubro, se estiverem dentro dos padrões dequalidade e segurança, sejam as primeiras a possuiro selo.
Agentes ResponsáveisA entidade responsável pelo Selo é a ABCIC -
Associação Brasileira de Construção Industrializadaem Concreto. A ABCIC realiza a divulgação doSelo, mobilizando o mercado de construção pré-fabricada e também coordena as possíveis revisõespertinentes ao sistema.
Especificamente para o gerenciamento doprocesso de avaliação, a ABCIC define uma
entidade terceirizada. Esta entidade, aCoordenação Operacional do Selo, é responsávelpelo planejamento e a realização de todas asatividades técnicas e operacionais relacionadas aoSelo, proporcionando condições para ocredenciamento das empresas interessadas.
As visitas de avaliação são realizadas porprofissionais previamente selecionados ecapacitados pela Coordenação Operacional, osavaliadores.
Além disso, para o acompanhamento dasatividades da Coordenação Operacional e dosavaliadores, foram estabelecidos uma Comissão deCredenciamento (responsável pela análise dasatividades dos avaliadores e aprovação docredenciamento de plantas de produção) e umConselho Consultivo (responsável pela análisecrítica de todo o funcionamento do sistema edeliberações específicas sobre as atividades detodos os agentes envolvidos).
A Comissão tem caráter neutro, constituída porrepresentantes das diversas classes envolvidas como SELO e o Conselho é constituído pelos membrostitulares da Comissão de Credenciamento e toda aDiretoria da ABCIC.
Solicitação de CredenciamentoA empresa interessada no credenciamento de
sua planta de produção deve preencher umformulário, com todos os dados da empresa,informações da planta de produção a ser avaliada,volume de produção da planta, tipos de elementospré-fabricados produzidos na planta de produçãoe obras em andamento.
Este formulário pode ser fornecido pela ABCICou Coordenação Operacional (brevemente estarádisponível ainda no site www.abcic.com.br) e deve
Por: Paulo Sérgio Teixeira CordeiroPresidente da ABCIC e Diretor Comercialda Munte Construções Industrializadas
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Figura 1 - Fluxograma resumo doprocesso de classificação da Planta
ser entregue à Coordenação Operacional (poremail ou fax) para a elaboração da propostatécnica.
Classificação e PropostaA planta de produção é classificada de acordo
com sua complexidade, baseada no volume deprodução da empresa e tipos de produtos e/outecnologias utilizadas pela planta. Existe umanorma específica para esta classificação.
Com base nesta classificação a CoordenaçãoOperacional tem condições de dimensionar aduração das atividades de credenciamento e assimelaborar a proposta técnica mais adequada.
Os tipos de elementos pré-fabricados e/ou atecnologia de produção, além de serem utilizadospara a classificação da planta são identificados emum atestado de credenciamento. São eles:
• Elementos pré-fabricados para fundação• Elementos pré-fabricados para estrutura armada• Elementos pré-fabricados para estrutura protendida• Painéis arquitetônicos• Peças alveolares
• Telhas• Monoblocos
Pré-avaliaçãoAntes da realização das visitas para
credenciamento, a empresa pode optar por umavisita de pré-avaliação, realizada por avaliador
Classificação da Planta
Deseja a pré-avaliação?
Realização dapré-avaliação
Pré-avaliaçãopositiva?
Comissão julga orelatório e possíveis
ações corretivas
Realização dasalterações
nescessárias
Empresaaceita osmotivos?
Avaliação inicialda Planta
Avaliaçõesperiódicas demanutenção
Não há ocredenciamento
da Planta
Atende aosrequisitos ?
Credenciamentoda Planta
Julgamento daavaliação e parecer
da comissão
Convocaçãodo conselho
SimNão
Não
Não
NãoSim
Sim
Sim
autorizado, devidamente credenciado ecapacitado pela Coordenação Operacional.
Nesta visita, o avaliador realiza um diagnósticona fábrica a ser credenciada, verificando oscritérios do Selo e identificando ações a seremrealizadas pela empresa para que esta atenda aositens estabelecidos na norma. As ações sugeridassão identificadas em formulário específico,disponibilizado para a empresa.
A empresa não é obrigada a seguir as açõesidentificadas na pré-avaliação, tendo totalautonomia para realizar outras ações que julgarnecessárias ou mesmo em prazos diferentes dossugeridos pelo avaliador.
Credenciamento e DescredenciamentoApós a realização das visitas de avaliação, os
registros (check-lists, relatórios e planos de açãocorretiva) são analisados pela Comissão deCredenciamento.
No caso da empresa e/ou planta de produçãonão concordar com o parecer da Comissão, estapoderá solicitar a revisão do julgamento para oConselho Consultivo, que se reúneextraordinariamente, conforme regimentoespecífico.
No caso de parecer favorável da Comissão, aempresa recebe um Atestado de Credenciamentoe pode utilizar o Selo em seus processos internosou externos.
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N
Formas, texturas e cores doconcreto na palestra doarquiteto Ruy Ohtake
Ruy Ohtake em visita a Exposição
ormalmente, o concreto é utilizadopara se construir pontes, estradase edificações em geral. Todavia, suaaplicação é muito mais rica: oconcreto é também muito utilizadona arquitetura brasileira, porque éum material muito amoldável paraas criações do arquiteto, atendendoaos desenhos mais diversos eimaginativos. Quem expôs a íntimarelação entre o concreto e aarquitetura, em especial, nas obrasbrasileiras, em palestra inaugural do46º Congresso Brasileiro doConcreto, foi o arquiteto RuyOhtake. “Meu objetivo nesteevento que discutirá o desempenhocada vez melhor do concretoarmado é fazer com que osprofissionais, professores eestudantes olhem o concreto não somente comoelemento estrutural, mas também como elementoestético”, explicitou.
O uso do concreto como material plástico naarquitetura brasileira teve como precursor oarquiteto Oscar Niemeyer, há cerca de 60 anos coma construção da Igreja da Pampulha, em Brasília. Naépoca, a obra foi tida como tão revolucionária,devido às suas formas inusitadas, que a igrejapermaneceu fechada por 15 anos para as cerimôniasoficiais do Catolicismo. “Desde o início do uso doconcreto na arquitetura primou-se por deixar omaterial à mostra na obra arquitetônica, valorizandosuas texturas, cores e formas”, definiu Ohtake.
Em sua palestra “O Concreto na arquiteturacontemporânea”, Ruy Ohtake comentou o uso doconcreto em nestas obras arquitetônicas, em termosda textura, forma e cor do material. Falando sobrea forma que pode ser assumida pelo concreto, citouo Instituto Tomi Ohtake, localizado no bairro dePinheiros, em São Paulo. O pátio de entrada doInstituto constitui-se de obra de concreto onduladaem duas direções, de modo a termos a sensação deque estamos envoltos num pano de concreto.
Quanto à textura e cor, o exemplo mais característico
ficou por conta do Unique Hotel, devido ao uso
de formas de 10 cm não regulares, criando um
ambiente de mistério e curiosidade. “O Unique
Hotel com suas colunas de poucos centímetros de
espessura justif ica o uso contemporâneo doconcreto na arquitetura, desmentindo a afirmação
de que este material fosse essencialmente ligado à
arquitetura moderna”, finalizou Ohtake.
Ruy Ohtake dedicando seu livro
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O
Conferencistas internacionaisdiscutem o futuro da tecnologia
do concreto
últ imo dia do 46º Congresso Bras i le i ro doConcreto, evento ocorrido de 14 a 18 de agostode 2004, no Centro de Convenções deFlorianópolis, foi marcado pelas palestras deconferencistas internacionais.
O Mohan Malhota, do CANMET Energy TechnologyCentre (Otawa, Canadá), após sua exposição dahistória do cimento no mundo e sua contribuiçãopara o desenvolvimento da engenharia. Concluiupela pouca durabilidade das estruturas de concretoconvencional.
A Dra. Oladis de Rincón, do CYTED – Ciência yTecnología para el Desarollo (Madrid, Espanha),explicou ao auditório de aproximadamente 500pessoas os modelos do sistema lifejacket, espécie
Vista Geral do Plenário
de malha de proteção da armação, concluindo pelouso do alumínio como melhor aplicação e doconcreto como eletrólito para proteger o aço.Sua exposição foi complementada por Maria DelCarmen Andrade, do RILEM – Internacional Unionof Laboratories and Experts in Construction
Materials, System and Structures, que explicoucomo a resistividade do concreto pode ser usadapara diminuir a taxa de corrosão e a propagaçãode cloretos. Outra palestra referente ao assuntoda proteção das armaduras foi proferida peloengenheiro Pedro Castro, do Cinvestav – Centrode Investigación y Estudos Del IPN (México), queexpôs as vantagens e desvantagens dos diversossistemas de revestimentos. “Em média, a pinturadas barras de aço das armações as mantêm embom estado durante 35 anos, apesar da
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desvantagem de perda deaderência, em torno de 35%”,concluiu.
Terrence Hol land, do ACI –American Concrete Inst itute(EUA), procurou responder aoproblema das causas dafissuração em concreto de altodesempenho, relacionando-o àretração plástica, às junções daspontes e à rigidez do concreto.Como solução propôs reduzir aproporção água/cimento, semdiminuir a qualidade do concreto.Já, o Prof. Swami, da SheffieldUniversity (Inglaterra), esclareceusobre as possibilidades de uso dasf ibras vegetais no concreto,recomendando seu limite em torno de 10 a 30%,devido aos problemas de perda de aderência,rigidez e ductilidade.
O engenheiro James McDonald, do ACI, expôs ométodo de reparo de eclusas e de cais com placaspré-fabricadas, que usam concreto de boa qualidadecom menor custo.
Para explicar o método do impacto-eco, criado em1953, para se determinar o interior de estruturas deconcreto, o Instituto Brasileiro do Concreto convidou
o Prof. Nicolas Carino, do NIST – National Institute ofStandards and Technologies (EUA).
Ele explicou os modelos das ondas de tensão P e S,usadas para determinar as espessuras de falhas naestrutura de concreto.
O engenheiro Bruno Contarini (Brasil) deixou a platéiaem estado de graça ao expor os percalços dorelacionamento criativo entre o projetista de estruturase o arquiteto, para o caso do Museu de ArteContemporânea de Niterói, concebido por Oscar
Niemeyer. Suaexposição foidividida nastrês partesque forma aobra: acobertura feitacom vigasprotendidas;o hall dee x p o s i ç ã oestruturadocom ocruzamentode cabos,devido aoelevador naárea central; eo subsolo ef u n d a ç õ e s ,feitos comarmação emsapata.
James McDonald, do ACI
Grupo Internacional Duracon no 46° Congresso Brasileiro do Concreto.
R E V I S T A C O N C R E T o 43
OOs concursos que foram criados para motivar os estudantes a participar do Congresso
Brasileiro do Concreto movimentaram o evento deste ano.
1º Concrebol e 11º APO reuniramestudantes de todo o Brasil
lançamento do Concrebol e a tradição do Aparatode Proteção ao Ovo movimentaram o públicoacadêmico que participou do 46º Congresso Brasileirodo Concreto, em Florianópolis. O objetivo doConcrebol é construir uma bola de concreto simples,com dimensões pré-estabelecidas, que apresente amaior resistência do concreto e seja capaz de rolarem uma trajetória retilínea.
Para os ensaios do Concrebol e do APO foramutilizadas máquinas especialmente desenvolvidaspela Emic - Equipamentos e sistemas de EnsaiosLtda. “Esperamos mais uma vez contribuir com aeducação tecnológica do país, tão importante paraque o Brasil cresça e sempre disponha de umaengenharia forte e de nível internacional”, diz odiretor da Emic, Ivan Rodrigues, que investe na
idéia do concurso de Aparato ao Ovo,desde a sua primeira edição. Asmáquinas que servem para o ensaiodo APO são sorteadas entre asinst ituições presentes nosconcursos. “Não existe qualidadesem norma”, diz Rodrigues, quereforça a importância dos alunosparticiparem do processo de controlequalidade.
Para a equipe campeã do 1ºConcrebol, alunos do quarto ano deEngenharia Civ i l da Escola deEngenharia de Piracicaba, osegredo da vitória foi estar atentoaos detalhes. “Nosso traço era bom,mas o método construtivo foi o que
fez a diferença. Nos atentamos aos detalhes e oque prevíamosaconteceu, aprova doperímetro dabola foi muitoi m p o r t a n t e ” ,conta Rafael deCamargo. Parapart ic ipar commais bolas,foram montadasduas equipes daEscola deEngenharia deP i r a c i c a b a .Cada dupla tinhadireto aapresentar duasbolas.
O concurso testa a habilidade dos competidores nodesenvolvimento de um método construtivo eprodução de concreto de alta resistência. Ocoordenador do sub-comitê Concrebol, RobsonLopes, explicou que a idéia surgiu baseada em algosemelhante desenvolvido pelo Instituto Americanodo Concreto, focado apenas no concreto simples,sem o aço. Competiram 22 equipes de 14instituições de ensino entre Universidades,Faculdades e Escolas Técnicas de todo o Brasil.
Segundo Lopes, participante e ganhador do primeiroAPO, que aconteceu na Bahia, em 1999, osconcursos têm a grande finalidade de motivar, cadavez mais, o estudante a participar do Ibracon. “Oestudante de hoje é o engenheiro, o empresário deamanhã. É preciso criar a cultura para quecontinuem participando do evento depois deformados”.
Concrebol
Compressor da Bola
4 6 ° C o n g r e s s o b r a s i l e i r o d o c o n c r e t o
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O concurso leva cada vez mais estudantes aoIbracon. Este ano, o 11 º Concurso TécnicoIbracon “Prêmio Professor Telemaco Hippolytode Macedo Van Langendonck” Aparato deProteção ao Ovo, reuniu 110 estudantes em 31equipes.
O objetivo do concurso é projetar e construiruma peça de concreto armado, denominada deAparato de Proteção ao Ovo (APO), que seja omais resistente possível a uma carga de impactoque lhe será imposta. Este Aparato consiste deum pórtico de concreto armado, que deverásofrer o impacto vertical de uma carga de 15kgf. Esta carga cairá de alturas crescentes de0,5m; 1,0m; 1,5m; 2,0m e 2,5m. Todos os APO´ssão testados , com aumento progress ivo decarga, até que o ovo, posicionado sob o aparato,se ja danif i cado. Os APO´s que res i s t i rem àprimeira etapa serão submetidos a um máximode quatro quedas da carga de 15kgf caindo deuma altura de 2,5m. A máxima energia (carga xaltura) será a somatória das energias parciaisres ist idas pelo APO e corresponderá àquelaanotada antes da ruptura. A equipe vencedoraé a que conseguir obter a máxima energia antesda quebra do ovo.
Para o coordenador do Comitê de AtividadesEstudantis e sub-comitê do APO, Paulo MartinsPereira Neto, os alunos e também as instituiçõesonde estudam, assim como as empresas produtorasde cimento, aditivos e equipamentos para ensaio,têm se empenhado cada vez mais, a cada ano, paraque cada APO se torne mais competitivo. “Temoso dever e a obrigação de incentivá-los a se interessarpor temas ligados à tecnologia do concreto e aparticipar de eventos como os Congressos doIbracon, onde se reúnem os agentes mais expressivosde nosso meio, dando seus exemplos a uma geraçãode futuros profissionais”.
Este ano, a equipe vencedora no APO, foi do CEFET-GO Centro Federal de Educação Tecnológica deGoiás, com o APO 28. Ludimilla Fernandes deOliveira, uma das integrantes da equipe, conta queo trabalho começou dois meses antes do concursoe foi levado muito a sério pela equipe. “Tivemosque trabalhar duro, uma de nossas maioresdificuldades foi conseguir material, pois é tudomuito caro, mas contamos com a ajuda ‘preciosa’de nossos professores e vencemos”. A equipe doCEFET-GO também foi dividida em duas para queos alunos pudessem levar os quatro pórticos queconstruíram.
Premiação - Festa, alegria e orgulho de ser o melhor
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Posição
0102030405060708091011121314151617181920
Equipe Carga I n s t i t u i ç ão
21222324252627282930313233
Perímetro C1 Final
343536
107A115A117A118A120A108B119A100B107B109A110A102B101B101A104A116B100A102A112A103A121B108A121A105B109B113A113B112B114A106A116A104B103B115B111A110B
111
0,811111111111111111111
0,81
0,81
0,80,811
0,80,80,81
111111111111111
0,751111111
0,751
0,750,75
11
0,750,750,75
10,750,75
1
0,68830,69330,69400,69370,69400,68800,69400,69170,68730,68300,68800,69370,69330,6947
0,68900,67000,70770,66800,69730,70370,66630,6873
0,69800,70270,69400,69100,69070,68470,69400,68570,69270,67130,68170,71270,71070,6923
C2
366,91364,54349,96436,70347,87333,68321,03317,41311,81290,17286,78290,62285,26282,32284,63384,32278,81265,76256,49251,41255,65248,92250,50310,06298,20339,90410,65230,78260,45291,08258,19212,08214,90276,44208,57127,82
Escola de Engenharia de PiracicabaUniversidade Católica de GoiásUniversidade Federal de GoiásUniversidade Federal de GoiásUniversidade Federal de Goiás
Escola de Engenharia de PiracicabaUniversidade Federal de Goiás
Universidade do Oeste de Santa CatarinaEscola de Engenharia de Piracicaba
Faculdade IdealInstituto Maúa de TecnologiaUniversidade Federal do Pará
Universidade do Oeste de Santa CatarinaUniversidade do Oeste de Santa Catarina
Universidade de FortalezaUniversidade Católica de Goiás
Universidade do Oeste de Santa CatarinaUniversidade Federal do Pará
Universidade do Estado do Rio de janeiroUniversidade de Fortaleza
Universidade Federal do ParáEscola de Engenharia de Piracicaba
Universidade Federal do ParáUniversidade Federal da Bahia
Faculdade IdealUniversidade Federal do CearáUniversidade Federal do Ceará
Universidade do Estado do Rio de janeiroCentro Universitário Adventista de São Paulo
Universidade Federal da BahiaUniversidade Católica de Goiás
Universidade de FortalezaUniversidade de Fortaleza
Universidade Católica de GoiásEscola Técnica Federal de Palmas
Instituto Maúa de Tecnologia
4866,14765,24565,44561,54538,14429,34188,04168,44147,43908,33806,73794,63728,93675,6
2757,82444,52429,32239,72221,62104,51771,11700,1
3670,73667,73637,23497,13378,13369,53335,13326,43280,23242,33225,53153,43065,03025,4
Resultado Final do “Primeiro Concurso CONCREBOL”
Resultado do Concurso de APARATO DE PROTEÇÃO AO OVO – APO2004
11º Concurso Técnico IBRACON – Florianópolis 14 a 18 de agosto de 2004Comitê de Atividades Estudantis - Ibracon
3º lugar
Bárbara Godinho MirandaClecyo Lourenço CésarLiara Marcório Borges
CEFET-GO Centro Federalde Educação Tecnológicade Goiás - APO 26 Equipe 1
Orientadores:Afonso Maria de AraújoGiovane BatalioneJorge Fernando Squeff SahbPaulo Francinete Silva Júnior
2º lugar
Ana Pula Ferreira SantosÉder Cardodo de LimaPaulo Sérgio de OliveiraResendeSérvio Túlio Pessoa de Oliveira
UCG – Universidade Católica deGoiás – APO 53 Equipe 2
Orientadores:Alberto Vilela ChaerJosé Sergio dos Passos OliveiraRicardo Veiga
1º lugar
Abelardo Torreal FonsecaClaudinei Alves de ÁvilaLudimilla Fernandes de Oliveira
CEFET-GO Centro Federal deEducação Tecnológica de Goiás- APO 28 Equipe 2
Orientadores:Afonso Maria de AraújoGiovane BatalioneJorge Fernando Squeff SahbPaulo Francinete Silva Júnior
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O EXCESSO DE UMIDADE DOSUBSTRATO COMO CAUSA DAOCORRÊNCIA DE FALHAS EMREVESTIMENTOS DE PISO APLICADOS
SOBRE LAJES DE CONCRETO
Spor Elizabeth Montefusco Lopes eMércia Maria S. Bottura de Barros
Palavras-chave: patologia; umidade;revestimento de piso; pavimentos de concreto
obre o piso desenvolvem-se todas as atividades a que sedestina a edificação. Falhas em sua execução, tais como,empenamentos, placas soltas, bolhas e manchas têmcomo conseqüências, desde o desconforto pessoal deandar em uma superfície irregular, ao risco de acidentesde trabalho, contaminação de produtos por poeira,desalinhamento de equipamentos ou até mesmo ainterferência no processo de produção, podendo provocara paralisação parcial ou total da atividade produtiva daempresa.Tais problemas, muitas vezes são decorrentesdo excesso de umidade intrínseca ao substrato deconcreto, quando da aplicação de revestimentossuscetíveis à presença de água, por não ter tido o tempode secagem adequado, de maneira a atingir o nível deumidade ideal.
O comportamento da umidade do concreto é resultadode uma complexa ação entre a quantidade de água físicae quimicamente ligada, durante a hidratação do cimentoe a capacidade de transporte de água do sistema deporos do concreto. Neste contexto, o presente trabalhoprocura contribuir na sistematização do conhecimentosobre o assunto, descrevendo, inicialmente, como ocorrea secagem do concreto e a influência do tempo de cura,relação água/cimento do concreto e condiçõesambientes sobre o tempo necessário para que aumidade do concreto atinja o nível ideal para o início dorevestimento do piso. Na seqüência são descritos ostestes utilizados para a medição do nível de umidade doconcreto, enfatizando os de caráter quantitativo,baseados na medição do teor de umidade, taxa deemissão de vapor de água e umidade relativa interna doconcreto. Valores dos níveis ideais de umidade, emconformidade com o tipo de teste aplicado e materiaisempregados, estabelecidos por entidadesrepresentativas de fabricantes de revestimentos parapisos de concreto são apresentados como referências. Otexto é finalizado com a apresentação dasrecomendações que visam facilitar a secagem doconcreto e aspectos a serem observados quando darealização da medição do nível de umidade.
OOn the floor are developed all the activities the building isdestined to. Faults in its execution, such as warping, looseplates, bubbles and stains, bring about from the personaldiscomfort of walking on an irregular surface, to the risk ofworkplace accidents, contamination of product due to dust,misalignment of equipment or even the interference inthe production process, which may cause a partial or totalstalling of the company productive activity. Such problemsoften derive from excess moisture in the concretesubstrate, when the lining is applied, for not having beendried long enough, so as to attain the ideal moisture level. The excess residual water deriving from substrate moistureis one of the main causes generating pathologies onconcrete floors when linings susceptible to the presenceof water are used. The moisture behavior of concretederives from a complex action between the amount ofphysical and chemically related water, during the hydrationof the cement and the water transport capacity of theconcrete pore system. In this context, the present workaims to contribute in systematizing the knowledge on thematter, initially describing the behavior of the concretebases concerning the action of water and the factorsinfluencing this: degree of hydration, balance conditionsand humidity. The work shows how the drying of concreteoccurs and the influence of the curing time flux, concretewater/cement ratio and ambient conditions on the timerequired for the concrete moisture to attain the ideal levelto start the floor lining. The tests used to measure theconcrete moisture level are described, emphasizing thoseof quantitative character, based on the measurement ofthe moisture content, water vapor emission rate and theconcrete relative internal humidity. Values of the ideallevels of moisture, in accordance with the type of testapplied and materials employed, established byrepresentative manufacturer entities for concrete floorslinings, are presented as references. The text concludeswith the presentation of recommendations that aim to makethe drying of concrete easier and aspects to be observedwhen the measurement of the moisture level is performed.
Key words: concrete slabs moisture; floor pathology
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1. IntroduçãoNo Brasil, a prática de construção de edifícios
industriais e de muitos edifícios comerciais, taiscomo “shopping centers” por exemplo, tem levadoao emprego intenso de pavimentos constituídospela execução de uma laje de concreto armadosobre a qual diversos tipos de revestimentospodem ser aplicados.
Uma importante função desse conjunto é sersuporte dos usuários, máquinas, equipamentos,veículos e mobiliário, devendo permitir que otrânsito sobre a sua superfície ocorra de maneirasegura e confortável.
É sobre esse conjunto, aqui denominadopavimento, que se desenvolve toda atividade a quese destina a edificação, sendo que falhas em suaexecução, podem comprometer o desempenho detodo o edifício, pois além de resultar em um altocusto de reparação do pavimento em si, poderesultar, ainda, em elevados custos decorrentes daparalisação das atividades previstas, tais como:perda de receita, multas, rescisões contratuais e,ainda, em danos à imagem das empresasenvolvidas, sendo estes, muitas vezes, impossíveisde serem quantificáveis.
A figura 1.1, por exemplo, ilustra problemas dedestacamento da camada de revestimento quevem ocorrendo em um piso de laboratório deensino e pesquisa de engenharia. A recuperação dacamada de revestimento tem levado à necessidadede isolamento de diversas áreas, resultando naparalisação de muitas atividades tanto didáticas,quanto de pesquisa. Os custos dessas paralisaçõesdificilmente podem ser mensurados; por outrolado, muitos já foram consumidos para o reparodo pavimento em si.
Os requisitos de desempenho necessários paraque o pavimento exerça adequadamente asfunções que lhe são atribuídas são garantidos àmedida em que sejam conhecidas ecompatibilizadas as características específicas desuas camadas (neste caso a laje de concreto e orevestimento), com as solicitações a que oconjunto estará sujeito durante sua vida útil,decorrentes das suas condições de exposição e deutilização.
Decorre que, grande parte das vezes, aspropriedades da camada de revestimentodeterminam muitas das características do conjunto.Portanto, pode-se dizer que o desempenhoadequado do pavimento depende, notadamente,da durabilidade, da sua camada de revestimento
que, por sua vez, é função:
• da correta definição das condições deutilização;
• da adequação do projeto ao uso;• da adoção de procedimentos de execução
corretos;• da compatibilidade entre os condicionantes
que originaram o projeto do pavimento;• das condições de exposição a que o mesmo
estará submetido; e• da implementação de um programa de
manutenção periódica.
Dentre estes fatores, destacam-se, nestetrabalho, aqueles ligados aos procedimentos deexecução da camada de revestimento e, emparticular, à adequada condição de umidade dalaje que irá receber o revestimento.
O excesso de umidade das lajes de concreto,quando da aplicação de revestimentosimpermeáveis sensíveis à presença de água, é umadas principais causas dos problemas que vêmafetando os pavimentos de edifícios, sobretudodaqueles destinados à industria e ao comércio,como ilustram as figuras 1.2 e 1.3, a seguir.
O excesso de umidade das lajes de concreto queirão receber os revestimentos tanto pode impedira cura apropriada da camada de ligaçãoempregada (usualmente adesivos), como tambémpode evitar que seja atingido o grau de aderêncianecessário entre o revestimento e o substrato. Demaneira geral, ambas as situações levam aoinadequado desempenho do conjunto ao longo dotempo, com potencial perda de aderência do
Figura 1.1: Destacamento da camada de revestimento,em contato com substrato (Fonte: Foto da autora, 2003).
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revestimento, fissuração excessiva e até mesmoseu descolamento.
Os fatores geradores dessas patologias nosrevestimentos decorrem principalmente de falhasde projeto e ou de execução. Como falha deprojeto pode-se destacar, por exemplo, a nãoespecificação da quantidade de umidade máximapermitida à laje de concreto, em função domaterial do revestimento a ser aplicado e comofalha de execução, pode-se destacar a aplicaçãodo revestimento sobre a laje enquanto estaapresenta-se com uma quantidade de umidadesuperior à especificada pelo fabricante dorevestimento ou pelo projeto.
O excesso de umidade da laje de concreto podeter origem intrínseca (água de preparo do con-creto) ou extrínseca (lençol freático, precipitações,sistemas de irrigação e combate a incêndios).Neste trabalho, será abordada apenas a umidadedecorrente da água de preparo do concreto, ouseja, a de origem intrínseca.
Esta água será parcialmente consumida, namedida em que ocorre a hidratação do cimento ea parte excedente será evaporada quando, logoque terminada a cura do concreto, iniciar oprocesso de secagem do concreto.
Portanto, para evitar a ocorrência de problemas,a princípio, basta que previamente à aplicação dorevestimento sobre a laje, permita-se a secagem doexcesso de água de preparo do concreto, por umperíodo de tempo suficiente para que seja atingidaa condição de umidade adequada à aplicação dorevestimento especificado.
No entanto, diversos fatores têm impedido que
sejam atingidas as condições ideais para aaplicação dos materiais sensíveis à umidadeutilizados na execução de revestimentos, dentreeles: o aumento na velocidade de execução dasobras; as novas técnicas construtivas utilizadas quetêm limitado o emprego de solventes fortes nosmateriais constituintes dos revestimentos de piso; eo próprio desconhecimento quanto aosmecanismos que regem a secagem do concreto. Etudo isto têm feito aumentar as falhas nosrevestimentos, resultantes do excesso da água deprodução do concreto.
Assim, acredita-se que seja determinanteconhecer a maneira como a umidade é distribuídana laje de concreto e como ocorre suaredistribuição após a aplicação de umrevestimento impermeável.
Além disso, é importante conhecer os métodosdisponíveis para medir esta umidade, pois acondição de umidade do substrato de concretopode ser expressa de forma quantitativa atravésdo teor de umidade do concreto, do fluxo deumidade através da superfície do concreto ou daumidade relativa interna do concreto.
Para cada uma destas maneiras de expressar acondição de umidade do substrato, deve-seestabelecer valores de referência para aquantidade de umidade, em conformidade com otipo de revestimento a ser aplicado, consideradoslimites aceitáveis para a sua aplicação.
É, pois, neste contexto que se insere o presentetrabalho cujo objetivo principal é contribuir para queos problemas nos revestimentos de pisodecorrentes da presença de umidade do substratopossam ser minimizados.
Para isto, inicialmente, sintetiza-se osconhecimentos acerca do comportamento da águade preparo do concreto quando este é empregadona produção de lajes de piso; na seqüência,destacam-se os principais métodos para a mediçãoda umidade contida na laje e, finalmente, sãodestacadas as condições aceitáveis de umidade deuma laje de concreto quando for um substrato parao recebimento de um revestimento de pisosuscetível à umidade.
2. Comportamento da água de preparo doconcreto quando aplicado em lajes de edifícios
Da quantidade total da água utilizada para aprodução do concreto, parte combina com ocimento, tornando-se quimicamente ligada e outra
Figura 1.2: Destacamento do revestimento depequena espessura, à base de resina epóxi(Fonte: PCA, 2000).
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parte permanece fisicamente ligada ao sistema deporos do concreto.
Após o período de cura do concreto, parte daágua fisicamente ligada irá continuar combinandocom o cimento ainda não hidratado e parte seráadsorvida na superfície dos produtos dahidratação. O restante da água irá evaporar, sendoa evaporação função da idade do concreto, dageometria do elemento, da temperatura e daumidade relativa ambiente junto à superfície doelemento. Este mecanismo é denominado secagemdo concreto.
Em resumo, o comportamento da água depreparo do concreto é afetado tanto peloprocesso de hidratação do cimento, quanto pelasecagem do concreto, os quais ocorremsimultaneamente.
A secagem do concreto decorre da complexarelação entre a quantidade de água quimicamenteligada, a água fisicamente ligada e a capacidadedo sistema de poros no transporte da água livre,que é influenciada na medida em que ocorre ahidratação do cimento que, por sua vez, é funçãoda relação água/cimento, temperatura e umidaderelativa ambiente (HEDENBLAD, 1996).
Portanto, a secagem ocorre como umacombinação de um fluxo de umidade do interiordo material para o exterior e da sua posteriorevaporação na superfície, sendo que esta teminício quando a condição ambiente ao seu redorpermitir que ocorra a evaporação, isto é, paratemperaturas constantes, quando a umidaderelativa do ar (UR) for menor que 100%.
As propriedades necessárias para se determinar o
teor de umidade remanescente num pavimento deconcreto são, conseqüentemente: hidratação,condições de equilíbrio e fluxo de umidade.
A umidade no interior de um material porosonão é constante; isto faz com que, segundo Moore(1978), a uma temperatura constante, a umidadeseja transportada da parte mais úmida para a maisseca, de maneira que a direção do fluxo deumidade pode ser determinada pela concentraçãode umidade nos diversos pontos e é função doteor de umidade, umidade relativa, grau dehidratação, temperatura e, ainda, se o concretoestá em situação de absorção ou desabsorção(HEDENBLAD, 1993).
Uma vez que o transporte da umidade noconcreto ocorre através de um sistema de poroscapilares interligados que representam a parte dovolume total não preenchido pelos produtos dahidratação, deverão ser considerados, ainda, otempo de cura, a relação água/cimento e ascondições ambientes, visto que estes fatoresalteram a estrutura do sistema de poros e, porconseqüência, os coeficientes do transporte daumidade.
De um modo geral, a secagem do concreto seprocessa de uma maneira muito lenta; assim, oexcesso de umidade poderá estar presente noelemento de concreto por um longo período detempo. Conseqüentemente, nos casos das lajes depavimento, em muitas situações de obras, apenasuma parte deste excesso terá sido eliminada antesda aplicação do revestimento.
O importante, porém, é que a quantidade deumidade remanescente no pavimento não deverácausar quaisquer danos ao revestimento que seráaplicado; daí a importância de se conhecer omecanismo de secagem e de se saber avaliar oexcesso de umidade presente no pavimento deconcreto. Além disso, faz-se necessário saber,ainda, quão suscetível à umidade é o revestimentoque será aplicado.
2.1. Deve-se também conhecer o desempenhodo revestimento após a aplicação, uma vez que onível da umidade não é distribuído de maneirauniforme no substrato de concreto, sendo menorpróximo à superfície em contato com o ambientee aumentando para o seu interior.
Torna-se, então, necessário o conhecimento decomo ocorre esta distribuição, e de como é alteradapela aplicação de um revestimento sobre a
Figura 1.3: Ocorrência de bolhas no revestimento devidoà presença de umidade no substrato quando da suaaplicação (Fonte: Foto cedida pelo centro tecnológico decontrole de qualidade L. A. Falcão Bauer, 2003).
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superfície do concreto, enquanto o fluxo de umidadecontinuar a existir.
A secagem de uma laje de concreto inicia-se pelasuperfície, enquanto o teor de umidade no meiodesta permanece alto. Quando um revestimentoimpermeável é aplicado sobre a superfície, aumidade no concreto situada abaixo desterevestimento é redistribuída uniformemente, atéque uma nova condição de equilíbrio sejaalcançada entre a lenta evaporação através dorevestimento e o fluxo de umidade em direção àsuperfície.
Para uma determinada profundidade, medida apartir da superfície da laje antes de ser revestida, aqual denomina-se “profundidade equivalente”, onível de umidade é exatamente igual ao nível deumidade que será alcançado na superfície da laje,após a aplicação do revestimento. Esta“profundidade equivalente” varia se a secagem dalaje ocorre por ambos os lados ou somente porum deles (HEDENBLAD, 1996).
Conforme ilustra a figura 2-1, no caso dos pisosde concreto executados sobre o solo (situaçãomais comum nos edifícios industriais), a secagemocorre por apenas um lado e, neste caso, o valoradotado para a “profundidade equivalente” éigual a 0,4H, sendo H a espessura da laje. Para estasituação, a umidade no piso de concreto, após orevestimento da superfície, irá atingir o equilíbriomantendo-se constante em toda a espessura dopiso.
Nívelsuperiorda laje deconcreto
Nívelinferiorda laje deconcreto
Figura 2.1: Distribuição da umidade antes e após asecagem e aplicação do revestimento para um piso deconcreto executado diretamente sobre o solo (Fonte:HEDENBLAD, 1996).
podendo, neste caso, ser expresso na forma de “teorde umidade”, “umidade relativa” ou “taxa deemissão de vapor”. E, uma vez determinada umadessas grandezas, deve-se compará-la com ascondições aceitáveis definidas para os diferentesrevestimentos a serem utilizados.
4. Condições Aceitáveis de umidade do substrato,para a aplicação de revestimentos
A condição de umidade de uma laje de concreto,
Conhecer a umidade do pavimento na posição0,4H é conhecer a umidade a que o pavimentoestará sujeito após a aplicação do revestimento e,portanto, a que umidade tal revestimento ficarásujeito. Com isto, será possível saber se o adesivo eo próprio revestimento têm características parasuportar tal umidade ou não.
Entretanto, mais um, dentre as muitasdificuldades existentes no meio técnico, é adefinição da forma de medição da umidade dosubstrato, cujas principais serão abordadas naseqüência.
3. Medição da umidade no substrato de concreto
Organizações como: “ASTM – American Societyfor Testing Materials”, “BSI - British StandardsInstitution” e “NCF – Nordic Concrete Federation”normalizaram testes para avaliar as condições deumidade de pavimentos de concreto a fim de sedeterminar se está aceitável para receberrevestimentos suscetíveis à umidade ou não. Osresultados destes testes podem ser qualitativos ouquantitativos e são registrados de várias maneiras,dependendo do método empregado, variando deobservações visuais, testes físicos ou medições dasquantidades ou percentuais de água.
No Brasil, a inexistência de normas próprias temlevado os fabricantes e aplicadores derevestimentos sensíveis à umidade ou a adotaremprocedimentos consagrados em outros países ounem mesmo a avaliarem esta variável.
Na tabela 3-1 apresenta-se uma síntese dosprincipais ensaios disponíveis para medição daumidade em lajes de concreto.
Observa-se que os resultados dos ensaios aquireunidos podem ser qualitativos ou quantitativos,
Onde: a = perfil da distribuição da umidade antesda secagem;
b = perfil da distribuição da umidade apósa secagem;
c = perfil da distribuição da umidade após aaplicação do revestimento e a redistribuição da umidade;
H = espessura do piso de concreto; 0,4H = profundidade equivalente.
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Teste
Qualitativo
Tipo Duração Descrição
Tabela 3-1: síntese dos principais ensaios para medição da umidade em lajes de concreto.
16 ou 24h
72h
Quantitativo
Quantitativo
Imediato
72h
Mantaplastica
Placacolada
Resistênciaeletrica
Impedânciaeletrica
Avaliação Liberação
Cobrir o local demedição com umamanta plástica(46x46cm), fixa nasextremidades comfita adesiva.
Aplica-se 1 m2 derevestimentoseguindo-se asrecomendações dofabricante.
Mede a impedânciade um sinal elétricode baixa freqüênciaemitido entre doiseletrodos nomedidor colocadosobre a superfície doconcreto.
Coloca-se umapastilha de cloretode cálcio anidrosobre a superfície deconcreto e medindo-se o ganho de pesoapós 72h.
Visual
Visual e esforçofisico
O teor de umidadedo concreto variainversamenteproporcional àimpedância elétrica,sendo a conversãodos valores indicadapelo fabricante.
Calcula-se a taxa deemissão de vaporde umidade queexpressa o volumede umidade emitidoatravés dasuperfície doconcreto durante oteste, conformeindicação dofabricante do kit deteste.
Se a colagemestiver fraca e oadesivo úmido oupegajoso orevestimento nãodeve ser aplicado
Após constataçãode que não hajaumidadecondensada sob amanta ou asuperfície doconcreto nãoesteja escurecida.
De acordo com aindicação dofabricante dorevestimento,normalmenteinferior a 10%.
De acordo com aindicação dofabricante dorevestimento,variando entre 3e 5lbs/1000pésquadrados.24hou 170 e 280 ìg
/ s.m2.
Cloretode
cálcioanidro(TCCA)
Qualitativo
Quantitativo Imediato
Mede acondutividade elétricaentre dois eletrodoscolocados nasuperfície doconcreto ou emperfuraçõesexecutadas com25mm deprofundidade.
O teor de umidadeque é o peso daágua em relação aodo concreto,expresso emporcentagem, variacom acondutividadeelétrica, sendo aconversão dosvalores indicadapelo fabricante domedidor.
De acordo com aindicação dofabricante dorevestimento,normalmenteinferior a 10%.
Umidaderelativa Quantitativo Imediato
Executam-seperfurações noconcreto, comantecedência de72h, em que serãorealizadas asmedições com usode higrômetro naprofundidade de 0,2ou 0,4 daespessura do piso.
A umidade relativainterna doconcreto, que é aquantidade de vaporde água no ar noinstante da mediçãoem relação à desaturação do ar,expressa emporcentagem.
De acordo com aindicação dofabricante dorevestimento, ouestabelecido emnorma.Variando de 75%a 90%.
Instrumental
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adequada para a aplicação do revestimento, deveser estabelecida em função do material utilizado eem conformidade com o tipo de teste utilizado.
Os níveis aceitáveis de umidade para os diferentesmateriais utilizados para revestimento de pisosaplicados sobre lajes de concreto não sãoconhecidos, sendo, a princípio, uma atribuição dofabricante.
4.1 Níveis ideais de umidade
Na tabela 4-1 são resumidos os níveis ideais deumidade recomendados por diversas organizaçõesnormalizadoras internacionais, em função do métodode medição util izado, para os revestimentossuscetíveis à umidade tais como os de madeira,vinílicos, borracha, têxteis de fibras naturais e, à basede polímeros.
concreto de maneira a serem atingidos os níveis deumidade compatíveis com os materiais utilizados.
Para que o tempo de secagem não sejademasiadamente longo, a ponto de comprometero cronograma da obra, as seguintes recomendaçõesdeverão ser seguidas, tanto pelo projetista, comopelos executores do piso de concreto e aplicadoresdo revestimento, a fim de facilitar a secagem doconcreto:
. utilização de concreto com baixa relaçãoágua/cimento;. tempo de cura de sete dias;. não umedecer o piso antes da aplicação dorevestimento;. diminuir a umidade relativa ambiente: e. aumentar a temperatura ambiente.
A fim de que os valores obtidos com a medição daumidade do concreto sejam confiáveis, os testes deverão ocorrer dentro das seguintes condições:
Pode-se notar a predominância do teste da umidaderelativa, além disso, nota-se, ainda, variação existente
BS 5325:2001
BS 8203:2001
HusAMA 83
ASTM F 710-98
ASTM E 1907-97
Tabela 4-1 : Níveis ideais de umidade recomendados em função do método de medição utilizado
Origem Teor deumidade
Umidaderelativa
TEVUlbs/1000 pés
quadrados.24h(µg/s.m2)
EUA
EUA
Inglaterra
Inglaterra
Brasil
75
85 a 90
Níveis ideais de umidade
3 a 5 (170 a 280)
3 a 5 (170 a 280)
Suécia
2,5 a 4,5
NBR-14050 Não específica
Norma
entre os valores recomendados pelas normasamericanas e britânicas e a recomendação da normasueca, demonstrando a necessidade de adequaçãodos valores às condições locais.
4.2. Tempo de secagem recomendadosUm resumo dos tempos de secagem recomendados éapresentado na tabela 4-2 notando-se, pela grandevariação existente nos tempos indicados, a importânciada realização da medição da umidade da laje de con-creto, devendo estas recomendações serem consideradaspara efeito da elaboração do cronograma de obra.
4.3 Recomendações para a avaliação da condiçãoda umidade do substrato
Para a aplicação de revestimentos sensíveis àumidade, deverá ser permitida a secagem do
75
75
. a temperatura e umidade relativa ambientedevem ser o mais próximo possível daquelasque ocorrerão quando da utilização daedificação;. as medições não deverão ocorrer antes daexecução da cobertura e fechamento daedificação; e quando as medições foremrealizadas util izando-se aparelhos oudispositivos colocados sobre a superfície dopiso de concreto é recomendável que sejarealizado o teste da manta plástica e,posteriormente, sejam repetidas nesteslocais as medições da umidade.
Os valores propostos por Lopes, 2003 para acondição de umidade do substrato de concreto, em
R E V I S T A C O N C R E T O 53
conformidade com o teste util izado, para aaplicação de revestimentos suscetíveis à presençade água são:
. teor de umidade inferior a 4,5%;. umidade relativa interna do concretoinferior a 75%; e. taxa de emissão de vapor de umidade,medida com a utilização do teste da pastilhado cloreto de cálcio anidro, de 3 a 5 lbs/1000 pés quadrados.24h ou 170 a 280 (ìg/s.m2).
5. Considerações finais
Acredita-se que o objetivo apresentado para estetrabalho, de “contribuir para que os problemas nosrevestimentos de piso decorrentes da presença deumidade do substrato possam ser minimizados”tenha sido atingido pois foi possível compreendercomo a umidade distribui-se no interior do concreto,fator determinante na metodologia de medição daumidade através do teste da umidade relativainterna do concreto.
Com isto, foi possível a compreender a metodologiaadotada em cada tipo de teste apresentado para amedição da condição da umidade do concreto econcluiu-se que aqueles que melhor refletem ocomportamento da umidade são os testes do cloretode cálcio e o da umidade relativa interna doconcreto, tendo este último predominado na Europae sendo cada vez mais aceito nos Estados Unidos,em função, principalmente, de ser o menos afetadopelas condições ambientes e possibilitar a mediçãoem vários pontos do concreto.
A partir dessa compreensão global, foi possível aelaboração das recomendações necessárias para aavaliação da condição de umidade do substrato,permitindo que se avalie previamente o substratoe, com isto, possa-se minimizar a ocorrência deproblemas patológicos.
Referências
Tabela 4-2: Tempos de secagem recomendados
ASTM E 1907-97
CRI - Carpet and Rug Institute
RFCI - Resilient Floor Covering Institute
NBR - 14050
PCA - Portland Cement Association
Recomendação
Seis semanas a seis meses
90 a 120 dias
Mínimo 6 semanas
Mínimo de 60 dias
Não Específica
Referências bibliográficasASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Sistemas
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MOORE, A.E. No attempt to predict the maximum forces thatcould be generated by alkali-si l ica reaction. In:INTERNATIONAL CONFERENCE ON EFFECTS OF ALKALIS INCEMENT & CONCRETE, 4., Purdue University, 1978. Anais.Publication no CE-MAT-1-78.
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A
CONCRETO DE ALTARESISTÊNCIA COM16 ANOS DE IDADE
Por TIBÉRIO ANDRADE
Engº Civil Tecomat Engenharia
Universidade Federal de Pernambuco UFPE
Universidade de Pernambuco UPE e
Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica de São Paulo
(Orientador: Prof. Paulo Helene)
Este trabalho discute a evolução efetiva daresistência à compressão do concreto de altaresistência com 16 anos de idade, empregado naconfecção dos dormentes protendidos utilizadosna linha do Metrô da Região Metropolitana domunicípio de Recife, em Pernambuco, Brasil. Ocrescimento da resistência foi analisado em funçãodas características dos materiais componentes doconcreto, do uso de cura acelerada tipo térmica eda natureza do cimento, comparando-se com osmodelos de crescimento de resistência àcompressão disponíveis na bibliografia, em especialo consagrado pelo fib(CEB-FIP) Model Code 90. Osresultados obtidos demonstraram que não houveinteferências negativas de solicitações cíclicas nemde uma eventual relaxação do concreto (efeitoRusch). Constatou-se que houve crescimentoefetivo da resistência à compressão entre 1,28 e1,42 vezes acima do resultado a 28dias, muitosuperior ao normalmente previsto pela literatura einfelizmente propalado por alguns falsos críticosdos HPC ou HSC.
Palavras-chave: concreto de alto desempenho;concreto de alta resistência; evolução daresistência.
bstractThis paper discusses the effective evolution ofresistance to compression over a 16 year-old HighPerformance Concrete, used on the pre-stresseddormants production for a railroad in the MetropolitanArea of the city of Recife, in Pernambuco, Brazil.The improvement of resistance was analyzedaccording to the characteristics of the materials usedin the concrete as well as to the use of its thermaltype fast curing and cement nature, as compared tothe available models for improved resistance in thebibliography, particularly in the Model Code 90approved by fib(CEB-FIP). The results obtainedshowed no negative interferences from ciclicaldemands nor a lessening of tension in the concrete(Rusch effect). An effective improvement of theresistance to compression was found at the ratio of1.28 and 1.42 times above the expected result on28th day, therefore, much higher than the one usuallyaccepted by the official literature and unfortunatelypublicised by many critics of the HPC or HSC.
Key-words: high performance concrete; highstrengh concrete; concrete strength raise
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Concreto dos dormentes do Metrô do RecifeNos anos de 1983, 1984 e 1985 foi construído o
Metrô de superfície da Região Metropolitana doRecife, com 20 quilômetros de extensão e 17estações de embarque e desembarque depassageiros, envolvendo, investimentos da ordemde 300 milhões de dólares. O dormente utilizadona via dupla do metrô foi em concreto, do tipoprotendido, utilizando o processo de fabricaçãodenominado de “short line”. O concreto foiprojetado para atingir uma resistênciacaracterística à compressão, aos 28 dias, de 45MPae resistência característica à tração na flexão, aos 7dias, de 5MPa. Por uma necessidade de ordemfinanceira e de prazo, o concreto dos dormentesdeveria atingir também uma resistência mínima àcompressão de 35MPa às 18h de idade, resistênciaesta necessária à transferência de protensão. Paraisto, foi utilizado o sistema de cura a vapor. Foramfabricados 79.103 dormentes de março de 1984 ajaneiro de 1985, num processo atípico para opadrão normal de fabricação de concreto naregião. Foi empregado concreto de consistênciaquase seca tipo “terra úmida”, utilizandomisturador de eixo vertical e mesa vibratória dealta potência com prensagem simultânea para oadensamento, sem uso de qualquer tipo de adiçãomineral ou aditivo.
Dosagem e Materiais empregadosFoi utilizado o método de dosagem proposto
por Helene & Terzian sendo que aproximadamente84% dos 79.103 dormentes fabricados utilizaram aproporção encontrada ideal e apresentada naTabela 1. Em cada fôrma produzia-se,simultaneamente, 3 dormentes.
Para a confecção do concreto dos dormentes,procurou-se o cimento que possuía maiorresistência à compressão. Na época, não estavadisponível na praça do Recife, nem o cimento declasse 40, nem o cimento de alta resistência inicial.A opção mais viável econômica e tecnicamente, foia utilização do cimento de classe 32 fornecido pelogrupo Atol, fabricado em São Miguel dos Campos,município situado no Estado de Alagoas (CP I 32).
Este cimento, apesar de classificado como classe
32, apresentava resistência à compressão daclasse 40 e comportamento tipo ARI. Este cimentofoi empregado em todo o concreto dos dormentes,não tendo sido rejeitado nenhum lote de concretono controle estatístico, realizado conforme asrecomendações estabelecidas pela NBR 6118/781,para aceitação do concreto.
Figura 1 - Detalhe do corte dos dormentes
Tabela 1: Composição do traço de concretoutilizado nos dormentes
Traço unitário em massa secaVebetest(s)
15 a 20
Slumptest(mm)
0
aditivo
-
a/c
0,33
cimento
1,00
areia
0,52
brita9,5
1,40
brita25
1,57
Consumo decimentokg/m3
500
O agregado miúdo utilizadofoi de origem quartzoza,extraído do rio Capibaribe, nomunicípio de Limoeiro, e osagregados graúdos, britados,ambos de origem gnaissiana,extraídos da jazida situada naregião Metropolitana domunicípio de Recife.
ExperimentoPara estudo das características e propriedades
dos concretos, foram retirados da via 22dormentes, de um total de aproximadamente78.000 dormentes assentados, procurando-secobrir parte da sua extensão, com objetivo degarantir a representatividade da amostragem emrelação à produção dos dormentes, devido àimpossibilidade da identificação das datas exatasde fabricação.
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Os dormentes foram cortados em prismas deseção trapezoidal com comprimento deaproximadamente 25cm, com auxílio de discoapropriado, sendo posteriormente extraídostestemunhos cilíndricos de 10 ´ 20cm, através deextratora. O corte e a extração podem servisualizados nas Figs. 1 e 2.
De cada dormente extraído, foram ensaiadostrês testemunhos para a determinação daresistência à compressão do concreto. Com osresultados obtidos, foi estimado o crescimento daresistência à compressão nesses 16 anos defabricação, através de comparação com osresultados de resistência à compressão, obtidos naépoca da construção, aos 28 dias de idade.
ResultadosOs resultados foram divididos em duas partes. Os
resultados da resistência à compressão, obtidos nocontrole tecnológico dos dormentes aos 28 dias eos resultados da resistência à compressão, obtidosdo experimento, após 16 anos de fabricação dosdormentes.
Foram resgatados os relatórios mensais deacompanhamento, referentes aos meses de
março/84 a dezembro/84. Nestes relatórios,encontravam-se os resultados do controle deaceitação dos lotes formados para liberação daspeças. Nesses resultados, são descritos: o períodode formação dos lotes, a média de resistência (µ),o desvio padrão (σ), o coeficiente de variação (V)e o valor estimado (f
ck
est) de cada lote.
Na Tabela 2 estão apresentados os resultados daresistência à compressão obtidos nos testemunhosextraídos dos 22 dormentes retirados da viaférrea, em 2001.
A Tabela 3 esta reproduzindo, os resultadosemitidos nos relatórios da época da construção.
Não estão incluídos os resultados dos 2021dormentes fabricados em janeiro de 1985.
Análise dos ResultadosNa Tabela 3 foram apresentadas as resistências
médias à compressão, obtidas aos 28 dias deidade, dos 33 lotes formados para o controle deaceitação. A menor resistência média obtida emum lote foi de 57,1MPa e a maior de 70,4MPa,apresentando uma amplitude de 13,3MPa, duranteos 10 meses de produção dos dormentes.
A média das médias da resistência à compressãodos lotes formados para aceitação do concretopode ser considerada, sob o ponto de vistaestatístico, como a resistência média do concretoproduzido ao longo da fabricação dos dormentes.
Calculando a média ponderada das médias daresistência à compressão dos lotes, em função daestimativa de dormentes fabricados mensalmente,e distribuindo uniformemente estes dormentes noslotes do mês, obteve-se um valor de 65,0MPa. Estevalor pode ser considerado como a resistência àcompressão média do concreto, obtida aos 28 diasde idade, correspondente aos 10 meses defabricação dos dormentes.
Para estimativa da variabilidade aparente doprocesso de produção e ensaio da fabricação doconcreto, foi utilizado o desvio padrão daresistência à compressão obtido nos 33 lotesindividuais, empregando-se a expressão (1)proposta por [2].
S2c = S2
c1 x (n1 – 1) + S2c2 x (n2 – 1) + S2
ci x (ni – 1) +..............+ S2
cp x (np – 1)
(n1 – 1) + (n2 – 1) + (ni – 1) + ......... + (np – 1) (1)
Númerod e
identificação01
02
03
04
05
06
07
08
09
11
12
13
14
16
17
18
19
20
21
22
fc (MPa)
Individual Média
Tabela 2: Resultados dos ensaios deresistência a compressão dos testemunhosextraídos
Média Geral - 82,2 MPa
Desvio Padrão - 5,26 MPa
85,1/87,5
80,8/80,5
82,6/84,5
81,8/83,7
88,5/85,5
86,8/85,3
95,4/93,1
78,7/82,9
77,5/71,8
84,4/87,3
92,7/89,2
78,3/84,6
78,9/77,9
84,1/79,6
78,3/76,0
84,6/84,0
77,0/73,6
77,0/74,0
79,7/78,7
76,2/78,0
86,3
80,6
83,6
82,8
87,0
86,0
94,3
80,8
74,7
85,9
91,0
81,5
78,4
81,9
77,1
84,3
75,3
75,5
79,2
77,1
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onde:Sc = desvio-padrão do processo de produção e
ensaio do concreto;Sci = desvio-padrão do processo de produção eensaio do concreto obtido para a amostra i;Ni = Nº de exemplares do lote.
Com os dados da Tabela 3 e a expressão (1),obteve-se um desvio padrão do processo deprodução e ensaio do concreto dos dormentes de4,01MPa, obtendo com estes dados, umcoeficiente de variação de 6,1 %. O intervalo deconfiança da resistência à compressão média doconcreto dos dormentes, com um nível designificância de 95%, pode ser obtida a partir dateoria das grandes amostras (n>30), através daseguinte expressão (2):
ΧΧΧΧΧ ±±±±± z x Sc/N1/2 (2)
onde: X = 65,0 MPa;
z = 1,96 (tabelado para limite de confiança de 95%-
distribuição normal);
Sc = 4,01 MPa (estimado); N = 33 (Nº de lotes)
Aplicando os dados na expressão, obtém-se quea resistência média do concreto dos dormentes,aos 28 dias, esteve compreendida entre 63,6MPa e66,4MPa, com 95% de probabilidade de acerto naafirmação. Estas informações serão utilizadas maisadiante para estimativa do crescimento daresistência à compressão do concreto.
A resistência média obtida nos 22 exemplaresensaiados à compressão, nas condições de ensaioespecíficas do experimento, foi de 82,2MPaconforme mostrado na Tabela 2, após 16 anosidade, com desvio padrão de 5,26MPa, obtendo-se
Mês
0102030405060708091011121314151617181920
Lote Período µ µ µ µ µ (MPa)
Tabela 3: Resistência a Compressão obtida no controle tecnológico aos 28 dias (1984)
28/02-12/0317/03-27/0303/04-13/0416/04-27/0428/04-09/0510/05-22/0523/05-30/0501/06-08/0609/06-16/0619/06-26/0627/06-30/0601/07-07/0708/07-14/0715/07-21/0723/07-28/0729/07-04/0806/08-11/0812/08-18/0820/08-25/0827/08-01/09
212223242526272829
03/09-08/0909/09-15/0916/09-22/0923/09-29/0930/09-06/1007/10-14/1016/10-21/1023/10-27/1028/10-03/10
30313233
04/11-10/1111/11-17/1120/11-01/1204/12-12/12
Marçoe
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Dezembro
Novembro
σ σ σ σ σ (MPa) V (%) fckest NBR 6118 Número de peças
62,158,358,657,158,461,060,861,665,659,659,459,966,062,060,563,670,468,268,668,368,367,066,064,964,764,867,766,967,267,867,966,668,6
10,404,703,873,533,973,764,634,734,502,803,903,908,805,605,205,303,202,152,502,742,204,462,452,743,322,853,322,303,142,133,102,632,90
16,88,16,66,26,86,27,67,76,84,74,76,5
13,39,08,68,34,53,23,64,03,26,73,74,25,14,44,93,44,83,14,64,02,9
46,449,649,848,549,651,951,752,455,850,650,650,953,252,751,454,159,858,058,358,158,145,056,155,255,055,157,556,957,257,757,756,358,3
94994995095125012501250113611361136213622658265826592660276727672767276727673195319531953195261426142614261326132480248024802572
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um coeficiente de variação de 6,2 %. O intervalo deconfiança da resistência à compressão média doconcreto dos dormentes, com um nível designificância de 95 %, pode ser obtida a partir dateoria das pequenas amostras (n<30), utilizando adistribuição de Student, através da expressão (3).
ΧΧΧΧΧ ±±±±± t x S/(N-1)1/2 (3)
onde: ΧΧΧΧΧ = 82,2 MPa;
t = 2,093 (valor tabelado para limite de confiança
de 95%- distribuição Student com n –1 graus de
liberdade (19));
S = 5,26 MPa; N = 20 (nº de corpos de prova)
Utilizando a expressão ao lado, obtém-se, a umnível de significância de 95 %, que a média daresistência à compressão do concreto dosdormentes, após 16 anos de idade, nas condiçõesde ensaio experimental, está compreendida nointervalo de 79,7MPa a 84,7MPa. Na relação decrescimento de 1,26 vezes a resistência média à
compressão, obtida aos 28 dias de idade. Narealidade além deste crescimento natural, existemoutros fatores que estão influenciando noresultado, referente às condições diferenciadas narealização dos ensaios e às condições diferenciadasde cura do concreto.
No controle tecnológico realizado na fabricaçãodos dormentes, foram empregado corpos deprova cilíndricos de 15 X 30cm, ensaiados nacondição úmida. O concreto dos corpos de provanão sofreram cura térmica, sendo curados sobcondições normalizadas durante os 28 dias.
Os corpos de prova cilíndricos do experimentoforam extraídos dos dormentes, com dimensões de10 X 20cm e ensaiados à seco. O concreto dosdormentes foi curado termicamente a vapor,diferentemente dos corpos de prova normalizadospara o controle tecnológico.
Para estimativa do crescimento de resistência àcompressão, algumas correções necessitam serintroduzidas para tentar estabelecer as mesmascondições de ensaio e cura dos corpos de provado experimento, em relação aos corpos de provanormalizados, as quais estão descritas a seguir:
• Coeficiente de minoração devido àsdimensões dos corpos de prova. Segundo dadosobtidos de [3] e [4], um coeficiente de 1,05 é umaestimativa razoável (c
1);
• Coeficiente de minoração devido à condiçãode umidade do cp no ensaio, [5] recomendaadotar um coeficiente de 0,94, quando ostestemunhos são ensaiados a seco(c
2);
• Coeficiente de majoração devido ao efeito debroqueamento. Foram encontrados dadosbastante conflitantes na revisão bibliográfica. [5]recomenda o coeficiente de 1,06, para corrigirapenas o efeito de broqueamento, sem levar emconsideração as condições de cura (c
3);
• Coeficiente de majoração devido ao efeitonegativo da cura a vapor na resistência àcompressão do concreto. Em [6], [7] foramencontradas reduções na resistência à compressão,quando curados a vapor em relação aos corpos deprova com cura normalizada. Estas reduçõesvariaram de 5% a 20%, dependendo datemperatura de cura, intervalo de pré curaadotado e condições de cura dos corpos de prova
Figura 2 - Detalhe da extração dos testemunhos dormentes
Extração dos Testemunhos
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após o tratamento. Será adotado um coeficiente demajoração de 1,125 para a correção dessainfluência (c
4).
Com os coeficientes mostrados acima, aresistência média à compressão corrigida do ensaiodo experimento assumirá o seguinte valor:
fc16anos corri. = fc16 anosxc1xc2xc3xc4 (4)
onde: fc16 = 82,2 MPa,
c1 = 1/1,05 = 0,952, c2 = 0,94,
c3 = 1.06, c4 = 1,125,
fc16 anos corri. = 87,7 MPa
A resistência média à compressão corrigida, paraas condições de ensaio normalizado, foi de87,7MPa, tendo um crescimento estimado de 1,35(87,7/65,0), podendo assumir valores entre 1,28 e1,42, em função do intervalo de confiança obtidopara a resistência média nas duas idades. Estaresistência à compressão seria a obtida caso oconcreto fosse ensaiado com corpo de provacilindrico moldado de 15 x 30cm, úmido, sem tersido submetido à cura a vapor.
O texto do fib(CEB-FIP) Model Code 90,recomenda a adoção da seguinte expressão (5)para a estimativa da resistência à compressão como tempo:
fcm (t) = βββββcc (t) fcm (05) com βββββcc (t) = = exp ⎨⎨⎨⎨⎨s [[[[[ 1 - (28/t/t1)
1/2] ⎬] ⎬] ⎬] ⎬] ⎬ (5)
onde: fcm (t) é a resistência média à compressão aidade t dias;
fcm é a resistência média à compressão a 28 dias;βββββcc (t) é o coeficiente que depende da idade do
concreto;t é a idade do concreto;t1
= 1dia;s é um coeficiente que depende do tipo de
cimento empregado. Para cimentos de elevada resistênciae rápido endurecimento, adota-se 0,20 para s. Para cimentosde endurecimento rápido e normal do tipo N e R, s igual a0,25, e para cimentos de endurecimento lento, s é igual a0,38.
Aplicando a expressão acima para a idade de 16anos, isto é, 5.840 dias, e utilizando o coeficiente sde 0,25, será obtido um coeficiente de crescimentode 1,26. Caso seja utilizado s igual a 0,20, estevalor será de 1,20.
Uma expressão para se estimar a resistência àcompressão do cimento com o tempo a longasidades, foi proposta por [2]. Esta expressão (6), éfunção não só do tempo e do tipo de cimentoempregado, mas também da relação água/cimento, podendo ser extendida para a previsãodo crescimento de concretos.
Log (fccj /fccm28) = k9 + k10 x t/t1/2 (6)
onde: fccj = Resistência do concreto à idade de j diasutilizando um determinado tipo de cimento e relação água/cimento.
fccm28 = Resistência à compressão média doconcreto à idade de 28 dias, utilizando o mesmo tipo decimento e relação água/cimento.
k9 e k10 = coeficientes que são função do tipo decimento e relação água/cimento empregada.
Para o cimento utilizado nos dormentes, e umarelação água/ cimento de 0,38, que é a relaçãoutilizada por [2], o coeficiente de crescimento, para 16anos resultaria de 1,26. O concreto dos dormentespossuía relação água/cimento de 0,33, portanto, aprevisão de crescimento, segundo [2], teria valoresinferiores aos obtidos com 0,38, talvez da ordem de1,21.
Como se observa, apesar das incertezas devidas àsvariáveis envolvidas para a estimativa do crescimento daresistência do concreto, o valor efetivo ou real obtido decrescimento entre 1,28 e 1,42, possui coerência comos valores estimados através de equações clássicas econservadoras de predição do crescimento com otempo.
Esta afirmação é mostrada graficamente na Fig. 3,onde as equações sugeridas por [8] e por [2], paraa estimativa de crescimento do concreto dosdormentes, com resistência média à compressão, aos28 dias de idade, de 65MPa. Os pontos no gráficomostram a resistência média, os limites inferior esuperior do intervalo de confiança da resistência médiaestimados para o concreto, em função dasconsiderações admitidas para a correção das diferentescondições de ensaio que sofreram os corpos de prova,do controle, do experimento e cura.
A resistência à compressão média do concreto,obtida nas condição de ensaio não normalizado, foi de82,2MPa, com o intervalo de confiança de 79,7MPa a84,7MPa, podendo ser adimitida como a resistência àcompressão média real ou efetiva do concreto dosdormentes, após 16 anos de idade.
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Não se deve esperar novo incrementona resistência do concreto tão intensocomo foi observado nesses primeiros16 anos. Por outro lado, a resistênciamédia atual é mais de 1,80 vezesmaior do que resistência de projeto(45MPa), para a qual o dormente foidimensionado. Esta resistência médiaà compressão alcançada após 16anos de uso não parece ter sidominorada por efeitos deletérios tipofadiga resultante dos carregamentoscíclicos nem por efeito de relaxaçãodevido a cargas de longa duração(efeito Rusch), neste caso a da própriaprotensão que supera a acidental.
Esse comportamento excepcionaldesses concretos ao longo de 16anos também foi observado nassuas propriedades de durabilidadeque serão objeto de artigo próximo.
94,0
92,0
90,0
88,0
86,0
84,0
0 5 10 15 20 25Idade (anos)
MPa
R. corrig. (média)R. corrig. (lim. inf.)R. corrig. (lim. sup.)CEB s = 0,25CEB s = 0,38
Figura 3 - Estimativa de crescimento potencial da resistência à compressãoconcreto dos dormentes
ESTIMATIVA DE CRESCIMENTO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
Referência Bibliográficas
[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de Estruturas de Concreto- NBR 6118. Rio de Janeiro, 1982.
[2] HELENE, P.; TERZIAN, P. Manual de Dosagem e Controle do Concreto. São Paulo, Pini, 1993. 349p.
[3] BAUER, R.J.F.; et al. Influência da resistência à compressão simples com relação a dimensão máxima dos agregados edimensão dos corpos de prova. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CONCRETO, 41. Anais. Salvador, Ibracon, 1999;
[4] LESSARD, M. ; et al, Testing High-Strenght Concrete Compressive Strenght. ACI Materials Journal. V.90, nº4, July-Agu. 2001; p.303-8.
[5] AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Standards Test Method for obtaining and drilled cores andsawed beams of concrete; ASTM – C.42/C.42M – 99, Philadelfia, 1999.
[6] SHIDELER, J. J.; CHAMBERLIN, W. H. Early strength of concrete as affected by steam curing temperatures. Journal ofthe American Concrete Institute, v.46,n.18, Dec., p.273-83, 1949.
[7] HIGGINSON, E. C. Effect of Steam Curing onthe Important Properties of Concrete. Journal of the American ConcreteInstitute. v.58, n. 3, Sept., p.281-98, 1961.
[8 ] COMITE EURO-INTERNATIONAL DU BETON, CEB-FIP model code 1990, Lausanne, 1993. 437p (Design Code).
ConclusõesOs estudos realizados permitem concluir;
• É possível obter-se concretos de alta resistência à compressão com o emprego de cimentosnacionais, ou seja, concretos de resistência média à compressão a 28 dias de idade de 63,6MPa a66,4MPa, que apresentam a 16 anos de idade resistências médias no intervalo de 79,7MPa a 84,7MPacom 95% de confiança;
• A resistência à compressão estimada do concreto dos dormentes após 16 anos de idade, tomandocomo medida de referência corpos de prova cilíndricos de 15 x 30cm, e sob condição de umidadeexistente na peça, com 95% de confiança, foi de 82,2MPa. Este valor é 80% superior ao f
ck de projeto
(45MPa);
• O crescimento da resistência à compressão em 16 anos, em relação aos 28 dias de idade, sobcondições padronizadas de ensaio, foi estimado entre 1,28 e 1,42 com 95% de confiança sendo esteintervalo superior ao previsto pelas equações de estimativa da resistência à compressão a longasidades consagradas e propostas pelo fib(CEB-FIP) Model Code 90 e outros autores e entidades;
• Os resultados obtidos são francamente positivos e questionam certos preconceitos infundados deparcela do meio técnico brasileiro que não acredita no crescimento da resistência à compressão doconcreto posterior a 28dias, principalmente depois de submetido a cura térmica e com relações a/c tãobaixas quanto 0,33.
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Idealizador: Eng. Luiz Roberto Fortes FurtadoObs.: se você tem conhecimento de projeto significativo ou de obra equivalente realizada em dataanterior ou posterior às aqui apresentadas, por favor envie ao IBRACON através de correio normal oupreferivelmente através de: [email protected]
Esta é uma nova seção da Revista CONCRETO quepretende iniciar um processo importante deregistros históricos que não podem deixar deexistir. Claro que há uma enorme dificuldade deassegurar que tal feito tenha sido o recordebrasileiro ou mundial. Nossa pretensão, narealidade, é registrar um grande feito daengenharia de concreto numa dada época,reconhecendo os autores e estimulando aengenharia de ponta. Se houver outros feitosequivalentes na mesma data ou em datasanteriores e posteriores seus conhecedores podemenviar as informações para esta seção que serãoanalisadas e publicadas.
O livro Guinness apresenta recordes curiosos:jogar toras em altura, tempo de duração de beijosentre casais, máximo comprimento de pizza, eoutros na mesma linha. A parte técnica e cientificarequer uma atuação especializada e o Guinnessnão se encarrega dela.
O primeiro passo para o reconhecimento de umrecorde no IBRACON será o interessado enviar adocumentação pertinente e solicitar o recorde,justificando-o. Na sequência o IBRACON através desua Diretoria julgará a importância do feito parafins desta seção, recomendando a sua publicação.
Millau Viaduct
Visão geral do projeto
Essa ponte tipo estaiada, sobre o Rio Tarn, fazparte da auto-estrada A75 que interligará Paris aosul da França e Barcelona na Espanha. Deverá estarpronta em 2005 após 39 meses de construção.Trata-se de uma obra com recursos da iniciativaprivada construída num sistema tipo PPP. São 7pilares de apoio. A altura dos pilares varia de 75mao mais alto de 235m com vãos livres entre ospilares de 350m e com extensão total da ponte de2.5km. O Millau Viaduct foi projetado e construídoem estreita colaboração entre arquitetos eengenheiros pois a comunidade europea entendeque obras de infraestrutura têm forte impactoambiental. O custo estimado é de 300 milhões deEuros, ou seja, U$ 4,600/m2. Foram consumidos36.000t. de aço e 206.000t. de concreto,equivalente a 8.500 m3 de concreto tipo HPC comFck = 60 MPa. A vida útil de projetos desta obra éde 120 anos.
Pilar com 235 metros de altura.
Início da construção: 16 de outubro de 2001Término previsto: 2005Projeto de Arquitetura: Foster and PartnersConcepção Estrutural: SETRAProjeto Estrutural: EEG Simecsol and GreischConstrutora: Eiffage ConstructionEmpreiteira: Eiffel ConstructionCabos / estais: FreyssinetFôrmas: PERI Formwork and Scaffolding
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Comparativo com a Torre Eiffel.
Vista geral da ponte.
Tabuleiro em construção.
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Ponte rio Guamá
Término do projeto: 2002Início da construção: 2001Inauguração: 2003Projeto de Arquitetura: Studio de Miranda Associati
( Milão - ITÁLIA)Concepção Estrutural: SETRANProjeto Estrutural: Eng. Catão F. RibeiroConstrutora: Consórcio Novo GuamáEmpreiteira: Probase, Construbase, Paulitec, CidadeCabos / estais: Belgo Mineira/ProtendeFôrmas: Consórcio Novo GuamáControle de Qualidade: Concretest ltda
Ponte sobre o rio Guamá, em Belém no Pará
Construção com sistema de balanços sucessivos.Obra gerou doze mil empregos, diretos e indiretos
Visão geral do projeto
A ponte de concreto protendido sobre o rioGuamá faz parte do sistema viário da regiãometropolitana de Belém no Pará. Tem 2km decomprimento, 12,2m de largura e é a maior pontedo tipo estaiado já construída no Brasil, Essasolução estrutural exigiu apenas dois grandespilares no leito do rio e reduziu o impacto ao meioambiente. Trata-se de obra executada comrecursos essencialmente públicos. O vão centraltem 320 metros em tabuleiro de concretoprotendido construído pelo sistema de balançossucessivos, com aduelas de concreto pré-fabricadasem canteiro na margem do rio. Os cabos ou estaissão sustentados por duas torres ou pilares,chamados de mastros, com 100m de altura. Oconcreto utilizado foi f
ck = 50MPa e a vida útil de
projeto é de 50 anos. O custo total da obra atingiu70 milhões de Euros, ou seja, U$ 3,350/m2. Doze milempregos, entre diretos e indiretos, foram geradospelo complexo no auge das obras. O Prof. Eng.José Zacarias Rodrigues da Silva Jr., diretor regionaldo IBRACON e sócio diamante da Instituição,esteve a cargo da dosagem, tecnologia e controledos vários High Performance Concretes HPCutilizados nessa ponte que enobrece a engenhariade concreto do país.