Revisão sobre a relação entre a de café e o risco...
Transcript of Revisão sobre a relação entre a de café e o risco...
FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA
Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência
Revisão científica sobre a relação entre a ingestão crónica de café e o risco de arritmias cardíacas e hipertensão arterial
Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
para a
Associação Industrial e Comercial do Café
Prof. Doutor António Vaz Carneiro
Prof. Doutor João Costa
Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência Faculdade de Medicina de Lisboa Av. Prof. Egas Moniz 1649-028 LISBOA Tel.: (351) 217 940 424 / 217 985 135 Fax: (351) 217 940 424 Internet: http://www.cembe.org e-mail: [email protected]
2010
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
2
DATA E ASSINATURA
Lisboa, 30 de Dezembro de 2010
Prof. Doutor António Vaz Carneiro
Director, CEMBE da FML
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
3
ÍNDICE
DATA E ASSINATURA .......................................................................................................................... 2
ÍNDICE ............................................................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 5
QUESTÃO CLÍNICA .............................................................................................................................. 6
ESTRATÉGIA DE PESQUISA E CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA ................................ 7
RESULTADOS DA PESQUISA DA LITERATURA ....................................................................................... 9
CAFÉ E HIPERTENSÃO ARTERIAL ‐ ESTUDOS SELECCIONADOS PARA INCLUSÃO FINAL ......................... 10
CAFÉ E HIPERTENSÃO ARTERIAL ‐ ANÁLISE INDIVIDUAL DOS ESTUDOS SELECCIONADOS .................... 12
CAFÉ E HIPERTENSÃO ARTERIAL ‐ ANÁLISE DOS ESTUDOS REJEITADOS .............................................. 25
CAFÉ E HIPERTENSÃO ARTERIAL ‐ COMENTÁRIOS .............................................................................. 58
CAFÉ E ARRITMIAS ‐ ESTUDOS SELECCIONADOS PARA INCLUSÃO FINAL ............................................. 60
CAFÉ E ARRITMIAS ‐ ANÁLISE INDIVIDUAL DOS ESTUDOS SELECCIONADOS ........................................ 61
CAFÉ E ARRITMIAS ‐ ANÁLISE DOS ESTUDOS REJEITADOS .................................................................. 65
CAFÉ E ARRITMIAS CARDÍACAS ‐ COMENTÁRIOS ................................................................................ 70
CONCLUSÕES FINAIS ......................................................................................................................... 72
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
4
Abreviaturas
CV Cardiovascular AVC Acidente vascular cerebral DC Doença coronária EAM Enfarte agudo do miocárdio TAS Tensão arterial sistólica TAD Tensão arterial diastólica FR Factor de risco TA Tensão arterial RAA Renina‐angiotensina‐aldosterona RR Risco relativo OR Odds ratio IC Intervalo de confiança HR Hazard ratio FA Fibrilhação auricular IMC Índice de massa corporal FL Flutter auricular
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
5
INTRODUÇÃO
O café constitui um dos componentes da alimentação mais frequentemente ingeridos
no mundo inteiro, sendo a cafeína a substância farmacologicamente activa mais
utilizada universalmente.
O café tem uma constituição complexa ‐ mistura de milhares de componentes
químicos, incluindo carbohidratos, compostos nitrogenados, lípidos, minerais,
vitaminas, alcalóides e compostos fenólicos ‐ sendo a cafeína (que pertence ao grupo
das metilxantinas) o principal componente e a sua substância activa.
Devido ao seu consumo generalizado, o café encontra‐se na primeira linha das
preocupações do sistema de saúde e dos consumidores, assim como das instituições
reguladoras dos produtos alimentares. O café tem sido estudado em diversos
contextos, tendo sido provado que o seu consumo pode prevenir – pelo menos em
parte ‐ doenças como a diabetes mellitus tipo 2, a demência ou certas hepatopatias.
A maior parte da investigação sobre os efeitos do café é epidemiológica, apresentando
estes estudos sobretudo dois problemas principais: em primeiro lugar, a quantificação
da ingestão de café – feita através de inquéritos sobre o nº de chávenas ingeridas por
dia ‐ é muito variável, já que quer a capacidade das chávenas quer o teor de cafeína
por chávena é dificilmente reprodutível de inquérito para inquérito (mesmo quando se
assume que uma chávena poderá ter 85‐100 mg de cafeína, este teor pode ser
alterado por diversas formas de moer e filtrar o café). Em segundo lugar, existe um
conjunto de factores de confundimento que podem, quando não ajustados, influenciar
a relação entre o café e os outcomes clínicos: tabagismo, idade, nível económico,
exercício físico, estado de saúde basal, etc.
Apesar destes problemas metodológicos, a investigação sobre o café possui excelente
qualidade e os dados apresentam duma maneira geral grande consistência de estudo
para estudo.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
6
QUESTÃO CLÍNICA
O café tem constituído nos últimos anos uma área de particular interesse por parte da
comunidade científica internacional. Na verdade, nos últimos 30 anos foram
publicados mais de 37.000 documentos técnicos e estudos clínicos num universo de
5.000 revistas científicas.
Tendo a Associação Industrial e Comercial do Café (AICC) constatado que a
generalidade dos técnicos de saúde em Portugal adoptam uma postura de restrição
face ao consumo de café, considerou importante realizar uma campanha de
informação junto destes profissionais, uma vez que os pressupostos que subsistem a
esta atitude frequentemente não têm fundamentação científica.
No sentido de concretizar esta campanha de informação sobre os efeitos do café para
a saúde, foi recentemente efectuado pela AICC um estudo sobre as convicções dos
consumidores sobre o café, com questionário de identificação das fontes de
informação em que fundamentam a sua conduta perante este produto. Os resultados
desta campanha foram analisados por uma equipa de consultores que, em conjunto
com a equipa da AICC, definiu várias questões clínicas relevantes. Para além da equipa
interna da AICC e da equipa de consultores, foi identificada também a necessidade da
existência de um Centro Universitário independente que acompanhe do ponto de vista
técnico‐científico os trabalhos do grupo, tendo sido seleccionado o CEMBE da FML.
O CEMBE da FML emitiu já quatro relatórios periciais sobre a ingestão de café, um
sobre o risco da diabetes mellitus tipo 2, outro sobre o risco de demência (Alzheimer
ou outra), um terceiro sobre o risco da doença de Parkinson e outro sobre o cancro do
fígado (hepatoma).
A questão presente em que é pedida ao CEMBE uma fundamentação científica e clínica
é a seguinte:
“A ingestão crónica e regular de café pode aumentar o risco de
hipertensão arterial e de arritmias cardíacas em indivíduos normais?”
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
7
ESTRATÉGIA DE PESQUISA E CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA
De forma a identificar e selecionar a literatura relevante, isto é, estudos científicos
sobre a avaliação da associação e causalidade entre um factor de risco (neste caso, o
consumo de café/cafeína) e o desenvolvimento de uma determinada condição
patológica ou doença (no presente caso, hipertensão arterial e arritmias cardíacas)
procedemos à pesquisa de estudos comparativos do tipo coorte ou seccionais
cruzados, de ensaios clínicos e de meta‐análises na base de dados Medline (PubMed)
até Junho de 2010. Foram ainda pesquisadas as listagens de referências dos estudos
incluídos para análise.
As equações de pesquisa electrónica realizada foram, respectivamente para a
hipertensão arterial e as arritmias:
1. ("Hypertension"[Mesh] OR “Blood Pressure” [Mesh]) AND ("Caffea"[Mesh] OR
"Coffee"[Mesh] OR "Caffeine"[Mesh]) AND (“Cohort Studies”[MeSH] OR
“Comparative Study”[PT] OR “Prospective Studies”[MeSH] OR “Follow‐Up
Studies”[MeSH] OR “Cross‐Sectional Studies”[MeSH] OR “Review”[PT] OR
“Meta‐Analysis”[PT] OR “Risk Factors”[MeSH] OR “Risk Assessment”[MeSH] OR
“Risk Reduction Behavior”[MeSH] OR “Regression Analysis”[MeSH] OR
“Multivariate Analysis”[MeSH] OR “Proportional Hazards Models”[MeSH])
2. (“Arrhythmias, Cardiac” [MeSH] OR Dysrhythmi* OR Arrythmi*) AND
("Caffea"[Mesh] OR "Coffee"[Mesh] OR "Caffeine"[Mesh]) AND (“Cohort
Studies”[MeSH] OR “Comparative Study”[PT] OR “Prospective Studies”[MeSH]
OR “Follow‐Up Studies”[MeSH] OR “Cross‐Sectional Studies”[MeSH] OR
“Review”[PT] OR “Meta‐Analysis”[PT] OR “Risk Factors”[MeSH] OR “Risk
Assessment”[MeSH] OR “Risk Reduction Behavior”[MeSH] OR “Regression
Analysis”[MeSH] OR “Multivariate Analysis”[MeSH] OR “Proportional Hazards
Models”[MeSH])
O conjunto das referências obtidas com esta estratégia de pesquisa foi avaliado pelos 2
autores deste relatório (António Vaz Carneiro e João Costa) de forma independente.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
8
Os autores consideraram para análise os estudos que cumprissem os seguintes
critérios de inclusão:
1. Revisões sistemáticas da literatura
2. Estudos de coorte prospectivos, caso‐controlo ou estudos transversais
(seccionais cruzados), assim como ensaios clínicos
3. Exposição a café/cafeína durante um período de tempo adequado
4. Avaliação do aparecimento de hipertensão arterial e arritmias cardíacas
5. Estudos com publicação integral.
Os autores extraíram de forma independente para cada estudo, de acordo com uma
folha de recolha de dados sistemática, os seguintes dados:
Publicação
Desenho, metodologia e duração do estudo
Possíveis factores de enviesamento dos estudos, como estudos não
prospectivos, métodos inadequados de avaliação da exposição ao factor de
risco ou avaliação das variáveis clínicas e a taxa de perdas durante o
seguimento
Características (tempo, quantificação) da exposição ao factor de risco
(café/cafeína)
Análise de resultados (variáveis consideradas e estimativas das associações
encontradas).
Foram consideradas como força de evidência mais forte as revisões sistemáticas da
literatura que incluiam ensaios clínicos, estudos de coorte e de caso‐controlo
relacionando a ingestão de café com a hipertensão e as arritmias.
Deste modo, não foram analisados todos os estudos individuais já incluídos nas
revisões sistemáticas, apenas os que eventualmente tenham sido publicados em data
posterior àquelas ou que pelas suas características (por ex. dimensão da amostra) o
justificassem.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
9
RESULTADOS DA PESQUISA DA LITERATURA
Após um screening prévio de um nº muito elevado de estudos, obtiveram‐se 251
referências de acordo com a estratégia de pesquisa referida para a hipertensão e 41
para as arritmias, tendo sido seleccionados para análise 13 estudos para a hipertensão
e 4 para as arritmias, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão explicitados e a
selecção da força de evidência de base.
No sentido do estabelecimento de uma seriação do grau de evidência para
hierarquizar a força de recomendação ‐ como se procede no caso de uma Norma de
Orientação Clínica (Guideline) ‐ foram analisadas em primeiro lugar as revisões
sistemáticas da literatura e só depois, caso não estivessem incluídos naquelas, os
estudos individuais de coorte prospectivos, caso‐controlo, estudos transversais
(seccionais cruzados) e ensaios clínicos.
Seguem‐se:
1. a listagem dos artigos incluídos na análise final
2. a descrição individual de cada artigo incluído, com as secções respectivas
tabuladas (variáveis conforme o tipo de estudo) e resumo dos factos e dados
mais importantes nelas encontradas
3. a listagem dos artigos seleccionados mas não incluídos e que não foram
tabulados, mas com a justificação para a sua não inclusão.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
10
CAFÉ E HIPERTENSÃO ARTERIAL ‐ ESTUDOS SELECCIONADOS PARA INCLUSÃO FINAL
1. Lang T, Degoulet P, Aime F, Fouriaud C, Jacquinet‐Salord MC, Laprugne J, Main J,
Oeconomos J, Phalente J, Prades A. Relation between coffee drinking and blood
pressure: analysis of 6,321 subjects in the Paris region. Am J Cardiol 1983;52:1238‐
42.
2. Shirlow MJ, Berry G, Stokes G. Caffeine consumption and blood pressure: an
epidemiological study. Int J Epidemiol 1988;17:90‐7.
3. Sharp DS, Benowitz NL. Pharmacoepidemiology of the effect of caffeine on blood
pressure Clin Pharmacol Ther 1990;47:57‐60.
4. Salvaggio A, Periti M, Quaglia G, Marzorati D, Tavanelli M. The independent effect
of habitual cigarette and coffee consumption on blood pressure. Eur J Epidemiol
1992;8:776‐82.
5. Stamler J, Caggiula AW, Grandits GA. Relation of body mass and alcohol, nutrient,
fiber, and caffeine intakes to blood pressure in the special intervention and usual
care groups in the Multiple Risk Factor Intervention Trial. Am J Clin Nutr 1997;65(1
Suppl):338S‐365S.
6. Wakabayashi K, Kono S, Shinchi K, Honjo S, Todoroki I, Sakurai Y, Umeda T, Imanishi
K, Yoshizawa N. Habitual coffee consumption and blood pressure: A study of self‐
defense officials in Japan. Eur J Epidemiol 1998;14:669‐73.
7. Nurminen ML, Niittynen L, Korpela R, Vapaatalo H. Coffee, caffeine and blood
pressure: a critical review. Eur J Clin Nutr 1999;53:831‐9.
8. Jee SH, He J, Whelton PK, Suh I, Klag MJ. The effect of chronic coffee drinking on
blood pressure: a meta‐analysis of controlled clinical trials. Hypertension
1999;33:647‐52.
9. Klag MJ, Wang NY, Meoni LA, Brancati FL, Cooper LA, Liang KY, Young JH, Ford DE.
Coffee intake and risk of hypertension: the Johns Hopkins precursors study. Arch
Intern Med 2002;162:657‐62.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
11
10. Winkelmayer WC, Stampfer MJ, Willett WC, Curhan GC. Habitual caffeine intake
and the risk of hypertension in women. JAMA 2005;294:2330‐5.
11. Noordzij M, Uiterwaal CS, Arends LR, Kok FJ, Grobbee DE, Geleijnse JM. Blood
pressure response to chronic intake of coffee and caffeine: a meta‐analysis of
randomized controlled trials. J Hypertens 2005;23:921‐8.
12. Palatini P, Dorigatti F, Santonastaso M, Cozzio S, Biasion T, Garavelli G, Pessina AC,
Mos L. Association between coffee consumption and risk of hypertension. Ann
Med 2007;39:545‐53.
13. Uiterwaal CS, Verschuren WM, Bueno‐de‐Mesquita HB, Ocké M, Geleijnse JM,
Boshuizen HC, Peeters PH, Feskens EJ, Grobbee DE. Coffee intake and incidence of
hypertension. Am J Clin Nutr 2007;85:718‐23.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
12
CAFÉ E HIPERTENSÃO ARTERIAL ‐ Análise individual dos estudos seleccionados
Lang T, Degoulet P, Aime F, Fouriaud C, Jacquinet‐Salord MC, Laprugne J, Main J, Oeconomos J, Phalente J, Prades A. Relation between coffee drinking and blood pressure: analysis of 6,321 subjects in the Paris region. Am J Cardiol 1983;52:1238‐42
Questão Qual é associação entre a ingestão de café e a tensão arterial (TA), tendo em consideração o tabagismo, o grupo etário, o peso e a ingestão de álcool de cada paciente?
Métodos Estudo epidemiológico seccional cruzado em 6.321 adultos (3.704 homens e 2.617 mulheres) vivendo em Paris, com uma média de idades de 39.9±11.5 anos.
Inquéritos foram efectuados procurando dados sobre os hábitos tabágicos, o grupo etário, o peso e a ingestão de álcool de cada paciente, assim como a actividade física. A TA foi medida em cada doente na linha de base e depois regularmente.
Dentro da amostra, 5.430 sujeitos auto designaram‐se como abstémios e, nos bebedores, a ingestão de café foi classificada como leve (1‐2 chávenas/dia), moderada (3‐4/dia) e alta (>5/dia).
Resultados A correlação entre ingestão de café, quando controlada para todos os outros factores já indicados, está representada no quadro. A TA foi mais elevada nos bebedores mais frequentes do que nos moderados ou leves.
Ingestão de café (chávenas/dia)
n TA sistólica(mmHg)
TA diastólica(mmHg)
0 891 125.6±15 79.8±10.5 1‐2 3.275 127.9±15.8 80.4±10.1 3‐4 1.530 129.2±15.1 80.9±10 >5 625 130.3±16 81.8±10.4 Total 6.321 128.1±15.6 80.6±10.2 P <0.001 <0.002
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a uma variação significativa mas moderada da tensão arterial.
Comentários Excelente estudo de base populacional, com identificação de potenciais factores de risco para variação da TA normal.
Após controlo para os hábitos tabágicos, o grupo etário, o peso e a ingestão de álcool e a actividade física de cada paciente, a ingestão frequente de café associou‐se a uma subida da TA. Esta subida, no entanto, foi de modestas dimensões.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
13
Shirlow MJ, Berry G, Stokes G. Caffeine consumption and blood pressure: an epidemiological study. Int J Epidemiol 1988;17:90‐7
Questão Qual é associação entre a ingestão de café e a hipertensão arterial em adultos saudáveis?
Métodos Estudo epidemiológico seccional cruzado em 5.147 adultos australianos (2.921 homens e 2.226 mulheres), com idades compreendidas entre 20‐70 anos.
Os pacientes responderam a um inquérito com dados sobre os hábitos tabágicos, o grupo etário, o peso e a altura, nível de colesterol, tomada de anticonceptivos orais e a ingestão de álcool. A ingestão de cafeína foi medida através de mg por semana (27‐71 mg/semana).
A TA foi medida em cada doente regularmente, normalizada para cada medidor e a relação entre o café e a HTA foi analisada através de técnicas de regressão logística.
Resultados O quadro mostra os níveis de TA em relação com o consumo de café, ajustado para todos os outros factores de risco potenciais.
Não foi detectada nenhuma alteração da TA com ingestão de café (independentemente da quantidade).
Sexo masculino Sexo feminino
TA sistólica TA diastólica TA sistólica TA diastólicaIngestão de cafeína nas últimas 3 horas
Não 126.4*** 80.2**** 119.9*** 75.2****Sim 128.7 81.6 123.0 77.2 Consumo de cafeína (mg/dia)
0‐150 128.2* 81.1* 123.6* 77.2* 151‐250 128.8** 81.5 123.2 76.5 >251 127.3 81.0 120.9 76.5
*=ns, **p<0.05, ***p<0.01, ****p<0.001
Conclusões A ingestão de cafeína não se associou a nenhuma alteração da TA em adultos normais.
Comentários Estudo de boa dimensão, não demonstrando qualquer relação entre a tomada de café e alterações na TA de indivíduos normais.
A questão entre a ingestão crónica de café – ao contrário da aguda – poder induzir um estado de tolerância cardiovascular à cafeína (ou outros componentes do café) não foi aqui estudado.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
14
Sharp DS, Benowitz NL. Pharmacoepidemiology of the effect of caffeine on blood pressure Clin Pharmacol Ther 1990;47:57‐60
Questão Qual é a relação entre o consumo de cafeína (café e bebidas cafeinadas) e a tensão arterial?
Métodos Estudo seccional cruzado de 821 condutores de autocarro da cidade de San Francisco.
Os pacientes eram todos normotensos, e as suas características demográficas, os seus hábitos tabágicos, de dieta e exercício físico foram colhidos através de questionários auto‐aplicados. Foram registadas as ingestões regulares de café, chá e colas.
A TA foi medida a intervalos regulares, tendo ainda sido obtidas colheitas de sangue para medição da cafeína circulante.
Resultados Verificou‐se uma relação inversa entre a ingestão de cafeína e os níveis de TA, isto é, os bebedores tinham uma TA média inferior aos abstémios (ou bebedores fracos). (quadro).
Abstémios Bebedores regulares
Média DP Média DP TAS (mm Hg) 127.5 16.2 123.2 11.8 TAD (mm Hg) 82.2 10.1 80 8.15
Conclusões O consumo de cafeína associou‐se a uma baixa do nível sa tensão arterial.
Comentários Estudo seccional cruzado relacionando a ingestão de cafeína com níveis tensionais em bebedores de café.
Verificou‐se uma relação inversa entre a cafeína e o café.
Amostra de dimensões algo modestas.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
15
Salvaggio A, Periti M, Quaglia G, Marzorati D, Tavanelli M. The independent effect of habitual cigarette and coffee consumption on blood pressure. Eur J Epidemiol 1992;8:776‐82
Questão Qual é associação entre a ingestão de café (e tabagismo) e níveis tensionais emindivíduos normais?
Métodos Estudo epidemiológico de base populacional em 9.601 indivíduos (7.506 homens e 2.095 mulheres), com idades compreendidas entre 18‐65 anos (média de idades nos homens de 43.8±9 e nas mulheres de 38.7±10.6), examinados entre 1986‐88.
Foram usados questionários procurando dados sobre os hábitos tabágicos, o grupo etário, o peso e a ingestão de álcool de cada paciente, assim como a actividade física.
A TA foi medida em cada doente na linha de base e depois regularmente durante o estudo.
Resultados A ingestão de café teve uma relação inversa com a TA, mais acentuada em homens que nas mulheres (quadro).
TA homens (mm Hg) TA mulheres (mm Hg)
Nº de chávenas café/dia TAS TAD TAS TAD 0 131.3 83.5 121.4 77.9 1‐3 130.7 83.3 121.3 77.3 4‐5 128.4 82.6 120.0 77.2 >5 127.2 81.8 120.5 78.2
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a um menor risco de subida tensional.
Comentários Estudo relacionando a ingestão de café e o tabagismo com a TA.
A principal conclusão é que o efeito deletério do café só se verifica nos indivíduos fumadores e que a ingestão do café é benéfica em relação à HTA.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
16
Stamler J, Caggiula AW, Grandits GA. Relation of body mass and alcohol, nutrient, fiber, and caffeine intakes to blood pressure in the special intervention and usual care groups in the Multiple Risk Factor Intervention Trial. Am J Clin Nutr 1997;65(1 Suppl):338S‐365S
Questão Existe associação entre um conjunto de factores de risco CV (IMC, ingestão alcoólica, dieta, e cafeína) e o risco de HTA?
Métodos Análise sectorial do estudo MRFIT, que analisou a relação entre o IMC, a ingestão alcoólica, dieta e o café.
A amostra foi de 12.785 indivíduos seguidos por 6 anos e em que foram colhido um nº elevado de características demográficas e dados sobre factores de risco (FR) mencionados. As análises da relação do café com a TA foram controladas para todos os outros FR.
Foram utilizados inquéritos auto‐aplicados na elucidação dos FR e a TA foi medida no início (linha de base) e regularmente durante 6 anos.
Resultados Verificou‐se uma relação inversa entre a ingestão de café e o risco de HTA (com descida da TAS ou TAD) na amostra global, assim como em homens a fazer terapêutica anti‐hipertensiva.
Os resultados foram apresentados em termos de coeficientes de regressão linear, pelo que não é possível representar os OR/RR.
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a um menor risco de HTA.
Comentários Estudo com amostra e grandes dimensões, analisando um enorme nº de FR para doença CV, entre os quais o café.
Os resultados parecem consistentes entre si, em subgrupos de risco, em grupos etários variados e globalmente.
Não foi desenhado expressamente para estabelecer correlações entre a ingestão de café e a incidência de HTA.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
17
Wakabayashi K, Kono S, Shinchi K, Honjo S, Todoroki I, Sakurai Y, Umeda T, Imanishi K, Yoshizawa N. Habitual coffee consumption and blood pressure: A study of self‐defense officials in Japan. Eur J Epidemiol 1998;14:669‐73
Questão Qual é associação entre a ingestão de café e o risco de HTA?
Métodos Estudo seccional cruzado realizado entre 1986 e 1992, em 3.336 militares com média de idades entre 48‐56 anos.
Inquéritos foram efectuados procurando dados sobre o grupo etário, os hábitos tabágicos, o peso e a ingestão de álcool de cada paciente, assim como a actividade física.
A TA foi medida inicialmente e depois regularmente por enfermeiros em cada doente.
Resultados Verificou‐se uma relação inversa entre a ingestão de café e os valores médios de TA, com ou sem ajustamento para tabagismo, ingestão alcoólica, IMC, intolerância à glicose e ingestão de chá verde (que não provocou alterações).
As diferenças médias ajustadas por chávena de café diária foram:
TAS: ‐ 0.6 mm Hg (IC 95% = ‐ 0.9 a ‐0.3, p=0.0001)
TAD: ‐ 0.4 mm Hg (IC 95% = ‐0.5 a ‐0.2, p=0.0002)
Os bebedores regulares de café apresentaram uma TA mais baixa que os abstémios, em todos os estratos de tabagismo, obesidade e intolerância à glicose.
Conclusões A ingestão de café associa‐se a um menor risco de HTA.
Comentários Estudo de prevalência de ingestão de café, demonstrando ausência de efeito hipertensivo da cafeína.
O estudo tem as limitações de ser seccional cruzado (e portanto ser de limitada utilidade na perspectiva temporal), ter escasso nº de medições da TA e depender de auto‐avaliações da ingestão média de café.
Os resultados no entanto são consistentes através das subpopulações.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
18
Nurminen ML, Niittynen L, Korpela R, Vapaatalo H. Coffee, caffeine and blood pressure: a critical review. Eur J Clin Nutr 1999;53:831‐9
Questão Quais são os efeitos da ingestão de café ou cafeína na tensão arterial?
Métodos Revisão sistemática da literatura de 1966‐1999, pesquisando as bases de dados Medline e Current Contents. O filtro de pesquisa incluiu as palavras “coffee or caffeine” e “blood pressure or hypertension”.
Os critérios de inclusão foram no caso dos ensaios clínicos o estudo ser controlado e aleatorizado e nos estudos epidemiológicos haver dados relevantes entre sobre a relação entre o café e a TA.
Foram ainda considerados estudos animais como base de explicação dos efeitos do café na TA.
Resultados Foram incluídos para análise final 46 ensaios clínicos e 16 estudos epidemiológicos relacionando o café com a TA.
A ingestão aguda de café (em doses de 2‐3 chávenas) aumenta a TAS em 3‐14 mm Hg e a TAD em 3‐14 mm Hg em indivíduos normais. A resposta hipertensiva é maior nos doentes com HTA prévia.
A ingestão crónica de café não parece manter a resposta da ingestão aguda, com uma fase de tolerância com a ingestão repetida de cafeína de maneira a que o efeito hipertensor se atenua consideravelmente. Este efeito verifica‐se também nas bebidas descafeinadas.
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a um maior risco de HTA em indivíduos susceptíveis a virem desenvolver HTA.
Na maior parte dos casos, a ingestão crónica afecta muito ligeiramente os níveis tensionais em indivíduos normais.
Comentários Boa revisão sistemática da literatura, incluindo dados observacionais e experimentais.
Confirma‐se a ideia que a ingestão aguda induz subida da TA, mas a crónica não afecta significativamente os níveis tensionais. A população em maior risco é a dos indivíduos com tendências hipertensivas prévias à tomada do café.
O número de pacientes estudados é muito elevado nos estudos observacionais, mas muito reduzido nos ensaios clínicos.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
19
Jee SH, He J, Whelton PK, Suh I, Klag MJ. The effect of chronic coffee drinking on blood pressure: a meta‐analysis of controlled clinical trials. Hypertension 1999;33:647‐52
Questão Qual é o efeito da ingestão crónica de café na incidência de HTA?
Métodos Revisão sistemática da literatura de 1966‐1997, pesquisando a Medline e as bibliografias de ensaios clínicos (RCTs) relevantes (e apenas estes). O filtro de pesquisa incluiu as palavras “caffeine”, “blood pressure” e “coffee”.
Os critérios de inclusão foram o estudo ser baseado em experimentação humana, incluir intervenção activa com café, ajustamento de factores de confundimento, indicação da TA antes e depois da intervenção e ter uma duração superior a 24 horas.
Obtiveram‐se dados individuais sobre: idade, sexo, técnica de medição da TA, presença de HTA e de terapêutica anti‐hipertensiva, valores da TA de base e deltas, dimensão amostral, desenho do estudo, tipo do controlo, ingestão de café (método de preparação e quantidade ingerida) e definição de um período de run‐in.
Resultados Foram incluídos 11 RCTs. A ingestão individual média de café variava entre 4,5 e 6 chávenas diárias.
Comparados com os controlos, os doentes bebedores de café apresentaram uma variação média nos valores da TAS de ‐2.1 a 6.1 mm Hg e na TAD de ‐0.9 a 3‐1 mm Hg. As estimativas combinadas do efeito da ingestão de café foram +2.4 mm Hg (IC 95%=1.0 a 3.7, p=0.005) para a TAS e +1.2 mm Hg para a TAD (IC 95% CI=0.4 a 2.1, p=0.015) (figura).
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a um maior risco de HTA
Comentários Boa revisão sistemática, padecendo dos problemas dos estudos individuais: amostras de dimensões relativamente modestas.
Dado que se tratava de estudos experimentais com períodos de seguimento relativamente curtos, não foi captado conhecido o efeito de tolerância à ingestão crónica de café nos níveis tensionais.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
20
Klag MJ, Wang NY, Meoni LA, Brancati FL, Cooper LA, Liang KY, Young JH, Ford DE. Coffee intake and risk of hypertension: the Johns Hopkins precursors study. Arch Intern Med 2002;162:657‐62
Questão Qual é associação entre a ingestão de café e o desenvolvimento de HTA?
Métodos Estudo observacional, prospectivo, epidemiológico e de base populacional, com uma amostra constituída por 1.017 estudantes de raça branca (The Johns Hopkins Precursors Study), seguidos prospectivamente por 33 anos.
A ingestão de café – medida 11 vezes durante o período do estudo (na escola médica, de 5 em 5 anos até 1984, em 1978, 1986, 1989 e 1993) – foi determinada usando questionários. Foi ainda colhida informação sobre dados médicos, história familiar de HTA, hábitos de saúde, actividade física, ingestão de álcool e tabagismo.
Os dados do EO incluíram a TA, pulso, e BMI.
Resultados A média de idades foi de 26 anos e a relação entre a ingestão de café e a TA está descrita no quadro
Chávenas de café por dia Risco relativo ajustado (IC 95%)
0 1.00
1‐2 1.24 (0.87‐1.77)
3‐4 1.49 (1.01‐2.20)
>5 1.07 (0.67‐1.69)
P para tendência 0.48
A incidência de HTA em relação à tomada continuada de café está na figura.
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a um risco leve de aumento da TA, mas com um contributo mínimo para HTA.
Comentários Estudo de coorte prospectivo, de seguimento com grandes dimensões, num grupo de pacientes bem caracterizado.
O estudo é forte, porque determina a ingestão de café antes do aparecimento da HTA, tem uma taxa muito elevada de respostas, validação das auto‐medições da HTA, e um seguimento notavelmente longo (33 anos!). Os outros factores de confundimento – tabagismo, ingestão de álcool, exercício físico, história familiar, etc. – foram controlados no cálculo do RR da cafeína na incidência e risco de HTA.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
21
Winkelmayer WC, Stampfer MJ, Willett WC, Curhan GC. Habitual caffeine intake and the risk of hypertension in women. JAMA 2005;294:2330‐5
Questão A ingestão de café ou de bebidas cafeinadas está associada a uma maior incidência de HTA em mulheres?
Métodos Estudo epidemiológico prospectivo com 2 coortes (Nurses’ Health Studies I and II) estudadas durante as décadas de 70 a 90 e com amostras de 121.700 (idades 30‐50 anos) e 116.671 (idades 25‐42 anos) mulheres, respectivamente. Destas, 155.594 mulheres normotensas constituíram a amostra estudada. O seguimento foi de 12 anos.
A ingestão de café foi determinada usando questionários auto‐administrados. Foi ainda colhida informação sobre dados médicos, história familiar de HTA, hábitos de saúde, actividade física, ingestão de álcool, tabagismo e medicações (incluindo anti‐conceptivos orais, analgésicos e AINEs).
Resultados Durante o seguimento verificaram‐se 19.541 novos casos de HTA no NHS I e de 13.536 no NHS II.
Os RRs multivariados para HTA segundo os quintiles de ingestão de café estão representados no quadro.
Quintiles 1 2 3 4 5 P para
tendência
Nurses’ Health Study I (1990‐2002)Nº de casos 3.402 3.893 3.934 4.147 4.165 RR multivariado (IC 95%)
1.00 1.13 (1.08‐1.19)
1.13 (1.08‐1.18)
1.08 (1.03‐1.13)
1.04 (0.99‐1.09)
0.29
Nurses’ Health Study II (1991‐2003)Nº de casos 2.472 2.687 2.848 2.785 2.744 RR multivariado (IC 95%)
1.00 1.05 (0.99‐1.11)
1.12 (1.06‐1.18)
1.06 (1.00‐1.12)
1.01 (0.95‐1.07)
0.53
Conclusões Não se detectou qualquer associação entre a ingestão de cafeína e a incidência de HTA.
Comentários Excelente estudo com amostras de grandes dimensões, com a característica positiva de incidir em mulheres.
Alguns pontos fracos incluem a dificuldade de determinar a ingestão exacta de cafeína, o facto da HTA ser auto‐reportada e ter sido realizado apenas em mulheres de raça caucasiana.
Globalmente, resultados consistentes com outros estudos.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
22
Noordzij M, Uiterwaal CS, Arends LR, Kok FJ, Grobbee DE, Geleijnse JM. Blood pressure response to chronic intake of coffee and caffeine: a meta‐analysis of randomized controlled trials. J Hypertens 2005;23:921‐8
Questão Qual é o efeito da ingestão crónica de café e cafeína na TA?
Métodos Revisão sistemática da literatura de ensaios clínicos (RCTs), pesquisando várias bases de dados (Medline, Embase, Lilacs and Current Contents), de Janeiro de 1966 a Janeiro de 2003, assim como listas bibliográficas relevantes.
Os filtros de pesquisa incluíram as text words ‘coffee or caffeine’, ‘blood pressure or hypertension’ e ‘trial or intervention or random or study’, sendo incluídos apenas estudos em inglês.
Os critérios de inclusão foram: estudos em doentes e alocação aleatorizada das intervenções.
Incluíram‐se 16 RCTs (fornecendo para análise 18 estratos de café e 7 estratos de cafeína), analisados em termos de dimensão da amostra, características da população (idade, sexo, TA, frequência cardíaca, ingestão de café/cafeína, uso de medicação anti‐hipertensiva), metodologia dos estudos individuais (paralelos, cruzados, ocultação, tipo/duração da intervenção e do controlo) e alterações da TA e FC.
Resultados Os resultados indicam um efeito global da ingestão de café/cafeína de 2.04 mm Hg (IC 95% CI = 1.10‐2.99) para TAS e 0.73 mm Hg (IC 95% CI = 0.14–1.31) para a TAD. Após exclusão de 9 RCTs com desenho aberto as estimativas foram: TAS 2.81 mm Hg (1.08‐4.53) e TAD 1.17 mm Hg (0.54–1.81).
Verificou‐se um aumento não‐significativo da FC de 0.15 pp/mn (‐0.52‐0.83).
A figura demonstra o efeito do café na TAS.
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a um aumento da TA, mas este efeito é modesto.
Comentários Boa revisão sistemática envolvendo um nº muito significativo de ensaios clínicos.
A força desta revisão é o seu desenho e dimensão. O efeito parece ser algo modesto e a ingestão crónica acaba por dissipar os efeitos hipertensivos da cafeína.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
23
Palatini P, Dorigatti F, Santonastaso M, Cozzio S, Biasion T, Garavelli G, Pessina AC, Mos L. Association between coffee consumption and risk of hypertension. Ann Med 2007;39:545‐53
Questão Qual é o risco de hipertensão arterial (HTA) mantida em relação à ingestão crónica de café?
Métodos Estudo prospectivo longitudinal de 1.107 participantes do estudo HARVEST (Hypertension and Ambulatory Recording VEnetia Study), com um seguimento médio de 6.4 anos.
A ingestão de café foi calculada com base em questionários e a TA foi medida em cada paciente na linha de base, 3 e 6 meses mais tarde. 73% dos sujeitos eram bebedores de café.
O outcome principal foi a incidência de HTA.
Resultados Durante a duração do estudo, 561 pacientes apareceram com HTA, tendo os bebedores de café desenvolvido mais frequentemente HTA que os abstémios (53.1% vs. 43.9% p=0.007), sem diferenças entre a quantidade ingerida por dia.
A análise de Kaplan‐Meier confirmou a incidência de HTA sustida em bebedores de café (figura).
O risco relativo ajustado foi superior em bebedores de café do que em abstémios (HR, IC 95%=1.24, 1.06–1.44).
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a um maior risco de incidência de HTA.
Comentários Excelente estudo prospectivo demonstrando uma associação positiva entre a incidência de HTA e a tomada de café.
O efeito é modesto, mas real e verifica‐se em pessoas que bebem álcool ou que fumam.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
24
Uiterwaal CS, Verschuren WM, Bueno‐de‐Mesquita HB, Ocké M, Geleijnse JM, Boshuizen HC, Peeters PH, Feskens EJ, Grobbee DE. Coffee intake and incidence of hypertension. Am J Clin Nutr 2007;85:718‐23
Questão Em pacientes normotensos, a ingestão de café associa‐se a incidência aumentada de HTA?
Métodos Estudo longitudinal com 6.368 pacientes (2.985 homens e 3.383 mulheres), em que a ingestão de café foi identificada através de questionários individuais na linha de base, 3 e 6 meses mais tarde.
A ingestão de café foi estratificada em 0, 0‐3, 3‐6 e >6 e a HTA foi definida como uma TAS >140 mm Hg e TAD ≥90 mmHg (segundo o 7th Report of the Joint National Committee of the National Heart, Lung, and Blood Institute).
O outcome principal foi a incidência de HTA, num seguimento médio de 11 anos.
Resultados O RR para HTA está representado no quadro.
Nº chávenas/dia Total coorte Normotensos Hipertensos OR ajustado (IC 95%)
0 231 214 17 0.54 (0.31‐0.92)
0‐3 1173 970 203 1 3‐6 2737 2203 534 0.93
(0.76‐1.12) >6 1048 846 202 0.83
(0.65‐1.07)
Conclusões A ingestão leve de café associa‐se a um maior risco de HTA.
Comentários Estudo observacional de grandes dimensões em que a relação entre o café e a HTA é variável.
Os subgrupos de maior risco são as mulheres e globalmente os resultados são pouco significativos.
Nas mulheres existe uma relação em U e nas idades mais avançadas não se verificou esta relação.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
25
CAFÉ E HIPERTENSÃO ARTERIAL ‐ ANÁLISE DOS ESTUDOS REJEITADOS
1. Harris RA, Nishiyama SK, Wray DW, Richardson RS. Ultrasound assessment of flow‐
mediated dilation. Hypertension 2010;55:1075‐85.
Estudo imagiológico.
2. Dworzański W, Opielak G, Burdan F. Side effects of caffeine. Pol Merkur Lekarski
2009;27:357‐61.
Estudo em polaco.
3. Endo M. Calcium‐induced calcium release in skeletal muscle. Physiol Rev
2009;89:1153‐76.
Estudo fisiológico.
4. van Dieren S, Uiterwaal CS, van der Schouw YT, van der A DL, Boer JM, Spijkerman
A, Grobbee DE, Beulens JW. Coffee and tea consumption and risk of type 2
diabetes. Diabetologia 2009;52:2561‐9.
Estudo relacionando o café com a diabetes mellitus tipo 2.
5. Kokaze A, Ishikawa M, Matsunaga N, Karita K, Yoshida M, Ohtsu T, Shirasawa T,
Sekii H, Ito T, Kawamoto T, Takashima Y. NADH dehydrogenase subunit‐2 237
Leu/Met polymorphism modulates the effects of coffee consumption on the risk of
hypertension in middle‐aged Japanese men. J Epidemiol 2009;19:231‐6.
Estudo fisiológico.
6. Husemoen LL, Linneberg A, Fenger M, Thuesen BH, Jørgensen T. Changes in
lifestyle, biological risk factors and total homocysteine in relation to MTHFR C677T
genotype: a 5‐year follow‐up study. Eur J Clin Nutr 2009;63:1233‐40.
Estudo genético.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
26
7. Natale F, Cirillo C, Di Marco GM, di Vetta LS, Aronne L, Siciliano A, Mocerino R,
Tedesco MA, Golino P, Calabrò R. When chewing gum is more than just a bad habit.
Lancet 2009;373:1918.
Estudo não relacionado com o tema.
8. Edgar KS, Woodside JV, Skidmore P, Cardwell C, Farelll K, McKinley MC, Young IS,
Whitehead AS, Gey KF, Yarnell JW, Evans A. Thiol and cardiovascular risk factor
status in a male northern Irish population. Int J Vitam Nutr Res 2008;78:208‐16.
Estudo não relacionado com o tema.
9. Steinke L, Lanfear DE, Dhanapal V, Kalus JS. Effect of "energy drink" consumption
on hemodynamic and electrocardiographic parameters in healthy young adults. 11.
Ann Pharmacother 2009 Apr;43(4):596‐602.
Amostra de dimensão reduzida.
10. Zhang WL, Lopez‐Garcia E, Li TY, Hu FB, van Dam RM. Coffee consumption and risk
of cardiovascular events and all‐cause mortality among women with type 2
diabetes. Diabetologia. 2009;52:810‐7
Estudo em doentes diabéticos.
11. Geleijnse JM. Habitual coffee consumption and blood pressure: an epidemiological
perspective. 13. Vasc Health Risk Manag 2008;4:963‐70.
Artigo de revisão.
12. Forman JP, Choi H, Curhan GC. Fructose and vitamin C intake do not influence risk
for developing hypertension. J Am Soc Nephrol 2009;20:863‐71.
Estudo não relevante para a questão café‐HTA.
13. Al Lawati NM, Patel SR, Ayas NT. Epidemiology, risk factors, and consequences of
obstructive sleep apnea and short sleep duration. Prog Cardiovasc Dis
2009;51:285‐93.
Artigo de revisão.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
27
14. Riksen NP, Rongen GA, Smits P. Acute and long‐term cardiovascular effects of
coffee: implications for coronary heart disease. Pharmacol Ther 2009;121:185‐91.
Artigo de revisão.
15. Ozkan B, Yüksel N, Anik Y, Altintas O, Demirci A, Cağlar Y. The effect of caffeine on
retrobulbar hemodynamics. Curr Eye Res 2008;33:804‐9.
Estudo oftalmológico.
16. Catalano D, Trovato GM, Spadaro D, Martines GF, Garufi G, Tonzuso A, Grasso D,
Sciacchitano SG. Insulin resistance in postmenopausal women: concurrent effects
of hormone replacement therapy and coffee. Climacteric 2008;11:373‐82.
Estudo não relevante para a questão clínica.
17. Driessen MT, Koppes LL, Veldhuis L, Samoocha D, Twisk JW. Coffee consumption is
not related to the metabolic syndrome at the age of 36 years: the Amsterdam
Growth and Health Longitudinal Study. Eur J Clin Nutr 2009;63:536‐42.
Estudo não relevante para a questão clínica.
18. Mort JR, Kruse HR. Timing of blood pressure measurement related to caffeine
consumption. Ann Pharmacother 2008;42:105‐10.
Estudo não relevante para a questão clínica.
19. Cornelis MC, El‐Sohemy A. Coffee, caffeine, and coronary heart disease. Curr Opin
Clin Nutr Metab Care 2007;10:745‐51.
Artigo de revisão.
20. Astorino TA, Rohmann RL, Firth K, Kelly S. Caffeine‐induced changes in
cardiovascular function during resistance training. Int J Sport Nutr Exerc Metab
2007;17:468‐77.
Estudo fisiológico.
21. Hu G, Jousilahti P, Nissinen A, Bidel S, Antikainen R, Tuomilehto J. Coffee
consumption and the incidence of antihypertensive drug treatment in Finnish men
and women. Am J Clin Nutr 2007;86:457‐64.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
28
22. Dhingra R, Sullivan L, Jacques PF, Wang TJ, Fox CS, Meigs JB, D'Agostino RB,
Gaziano JM, Vasan RS. Soft drink consumption and risk of developing
cardiometabolic risk factors and the metabolic syndrome in middle‐aged adults in
the community. Circulation 2007;116:480‐8.
Estudo não relevante para a questão clínica.
23. Blank MD, Kleykamp BA, Jennings JM, Eissenberg T. Caffeine's influence on
nicotine's effects in nonsmokers. Am J Health Behav 2007;31:473‐83.
Estudo não relevante para a questão clínica.
24. Bonita JS, Mandarano M, Shuta D, Vinson J. Coffee and cardiovascular disease: in
vitro, cellular, animal, and human studies. Pharmacol Res 2007;55:187‐98.
Estudo não relevante para a questão clínica.
25. Maki KC, Rains TM, Kaden VN, Raneri KR, Davidson MH. Effects of a reduced‐
glycemic‐load diet on body weight, body composition, and cardiovascular disease
risk markers in overweight and obese adults. Am J Clin Nutr 2007;85:724‐34.
Estudo não relevante para a questão clínica.
26. Greenberg JA, Dunbar CC, Schnoll R, Kokolis R, Kokolis S, Kassotis J. Caffeinated
beverage intake and the risk of heart disease mortality in the elderly: a prospective
analysis. Am J Clin Nutr 2007;85:392‐8.
Estudo não relevante para a questão clínica.
27. Hamer M, Williams ED, Vuononvirta R, Gibson EL, Steptoe A. Association between
coffee consumption and markers of inflammation and cardiovascular function
during mental stress. J Hypertens 2006;24:2191‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
28. Ng GA. Treating patients with ventricular ectopic beats. Heart 2006;92:1707‐12.
Estudo não relevante para a questão clínica.
29. Cohen DL, Townsend RR. Does consumption of high‐caffeine energy drinks affect
blood pressure? J Clin Hypertens 2006;8:744‐5.
Editorial.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
29
30. Greenberg JA, Boozer CN, Geliebter A. Coffee, diabetes, and weight control. Am J
Clin Nutr 2006;84:682‐93.
Artigo de revisão.
31. Stendel R, Irnich B, al Hassan AA, Heidenreich J, Pietilae T. The influence of ethanol
on blood flow velocity in major cerebral vessels. A prospective and controlled
study. Alcohol 2006;38:139‐46.
Estudo fisiológico.
32. Salamé E, Mallat S, Kassab R, Berbari A. Diet and arterial hypertension. J Med Liban
2005;53:220‐8.
Artigo de revisão.
33. Palatini P. Caffeine and incident hypertension in women. JAMA 2006;295:2136
Carta ao editor.
34. Tsioufis C, Dimitriadis K, Vasiliadou C, Taxiarchou E, Vezali E, Tsiamis E, Stefanadis
C, Kallikazaros I. Heavy coffee consumption in conjunction with smoking is
accompanied by increased inflammatory processes and impaired
thrombosis/fibrinolysis system in essential hypertensive subjects. J Hum Hypertens
2006;20:470‐2.
Estudo fisiológico.
35. Hackman RM, Havel PJ, Schwartz HJ, Rutledge JC, Watnik MR, Noceti EM, Stohs SJ,
Stern JS, Keen CL. Multinutrient supplement containing ephedra and caffeine
causes weight loss and improves metabolic risk factors in obese women: a
randomized controlled trial. Int J Obes 2006;30:1545‐56.
Estudo não relevante para a questão clínica.
36. Rempher KJ. Cardiovascular sequelae of tobacco smoking. Crit Care Nurs Clin North
Am 2006;18:13‐20.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
30
37. Notarius CF, Morris BL, Floras JS. Caffeine attenuates early post‐exercise
hypotension in middle‐aged subjects. Am J Hypertens 2006;19:184‐8.
Estudo não relevante para a questão clínica.
38. Yamaguchi J, Hozawa A, Ohkubo T, Kikuya M, Ugajin T, Ohmori K, Hashimoto J,
Hoshi H, Satoh H, Tsuji I, Imai Y. Factors affecting home‐measured resting heart
rate in the general population: the Ohasama study. Am J Hypertens 2005;18:1218‐
25.
Estudo não relevante para a questão clínica.
39. Patja K, Jousilahti P, Hu G, Valle T, Qiao Q, Tuomilehto J. Effects of smoking, obesity
and physical activity on the risk of type 2 diabetes in middle‐aged Finnish men and
women. J Intern Med 2005;258:356‐62.
Estudo não relevante para a questão clínica.
40. Wierema TK, Houben AJ, Kroon AA, Postma CT, Koster D, van Engelshoven JM,
Smits P, de Leeuw PW. Mechanisms of adenosine‐induced renal vasodilatation in
hypertensive patients. J Hypertens 2005;23:1731‐6.
Estudo de fisiologia humana.
41. Riksen NP, Oyen WJ, Ramakers BP, Van den Broek PH, Engbersen R, Boerman OC,
Smits P, Rongen GA. Oral therapy with dipyridamole limits ischemia‐reperfusion
injury in humans. Clin Pharmacol Ther 2005;78:52‐9.
Estudo não relevante para a questão clínica.
42. Vlachopoulos C, Panagiotakos D, Ioakeimidis N, Dima I, Stefanadis C. Chronic coffee
consumption has a detrimental effect on aortic stiffness and wave reflections. Am J
Clin Nutr 2005;81:1307‐12.
Estudo de fisiologia humana.
43. Richardson T, Thomas P, Ryder J, Kerr D. Influence of caffeine on frequency of
hypoglycemia detected by continuous interstitial glucose monitoring system in
patients with long‐standing type 1 diabetes. Diabetes Care 2005;28:1316‐20.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
31
44. Sudano I, Binggeli C, Spieker L, Lüscher TF, Ruschitzka F, Noll G, Corti R.
Cardiovascular effects of coffee: is it a risk factor? Prog Cardiovasc Nurs
2005;20:65‐9.
Artigo de revisão.
45. Diakoumopoulou E, Tentolouris N, Kirlaki E, Perrea D, Kitsou E, Psallas M,
Doulgerakis D, Katsilambros N. Plasma homocysteine levels in patients with type 2
diabetes in a Mediterranean population: relation with nutritional and other factors.
Nutr Metab Cardiovasc Dis 2005;15:109‐17.
Estudo não relevante para a questão clínica.
46. Stisen AB, Lambrechtsen J, Puggaard L. The effect of caffeine on hypertension.
Ugeskr Laeger 2005;167:1264‐8.
Artigo em dinamarquês.
47. Papaioannou TG, Karatzi K, Karatzis E, Papamichael C, Lekakis JP. Acute effects of
caffeine on arterial stiffness, wave reflections, and central aortic pressures. Am J
Hypertens 2005;18:129‐36.
Estudo fisiológico humano.
48. Vlachopoulos C, Kosmopoulou F, Panagiotakos D, Ioakeimidis N, Alexopoulos N,
Pitsavos C, Stefanadis C. Smoking and caffeine have a synergistic detrimental effect
on aortic stiffness and wave reflections. J Am Coll Cardiol 2004;44:1911‐7.
Estudo fisiológico humano.
49. Mukamal KJ, Maclure M, Muller JE, Sherwood JB, Mittleman MA. Caffeinated
coffee consumption and mortality after acute myocardial infarction. Am Heart J
2004;147:999‐1004.
Estudo não relevante para a questão clínica.
50. Dhote R, Thiounn N, Debré B, Vidal‐Trecan G. Risk factors for adult renal cell
carcinoma. Urol Clin North Am 2004;31:237‐47.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
32
51. Richardson T, Rozkovec A, Thomas P, Ryder J, Meckes C, Kerr D. Influence of
caffeine on heart rate variability in patients with long‐standing type 1 diabetes.
Diabetes Care 2004;27:1127‐31.
Estudo não relevante para a questão clínica.
52. Jazbec A, Simić D, Corović N, Duraković Z, Pavlović M. Impact of coffee and other
selected factors on general mortality and mortality due to cardiovascular disease in
Croatia. J Health Popul Nutr 2003;21:332‐40.
Estudo não relevante para a questão clínica.
53. James JE. Critical review of dietary caffeine and blood pressure: a relationship that
should be taken more seriously. Psychosom Med 2004;66:63‐71.
Artigo de revisão.
54. Panagiotakos DB, Pitsavos C, Chrysohoou C, Kokkinos P, Toutouzas P, Stefanadis C.
The J‐shaped effect of coffee consumption on the risk of developing acute coronary
syndromes: the CARDIO2000 case‐control study. J Nutr 2003;133:3228‐32.
Estudo não relevante para a questão clínica.
55. Zimmerman E, Wylie‐Rosett J. Nutrition therapy for hypertension. Curr Diab Rep
2003;3:404‐11.
Estudo não relevante para a questão clínica.
56. Berry NM, Rickards CA, Newman DG. The effect of caffeine on the cardiovascular
responses to head‐up tilt. Aviat Space Environ Med 2003;74:725‐30.
Estudo de fisiologia humana.
57. Yoshida M, Ishikawa M, Kokaze A, Sekine Y, Matsunaga N, Uchida Y, Takashima Y.
Association of life‐style with intraocular pressure in middle‐aged and older
Japanese residents. Jpn J Ophthalmol 2003;47:191‐8.
Estudo não relevante para a questão clínica.
58. Alagiakrishnan K, Juby A, Hanley D, Tymchak W, Sclater A. Role of vascular factors
in osteoporosis. J Gerontol A Biol Sci Med Sci 2003;58:362‐6.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
33
59. Cameron J, Grassi G. Effects of caffeine on arterial function and haemodynamics:
implications for cardiovascular risk. J Hypertens 2003;21:491‐3.
Artigo de revisão.
60. Botella P, Parra A. Coffee increases state anxiety in males but not in females. Hum
Psychopharmacol 2003;18:141‐3.
Estudo de fisiologia humana.
61. Rust J. The impact of coffee drinking. Arch Intern Med 2003;163:370‐1
Artigo de revisão.
62. Bigal ME, Sheftell FD, Rapoport AM, Tepper SJ, Lipton RB. Chronic daily headache:
identification of factors associated with induction and transformation. Headache
2002;42:575‐81.
Estudo não relevante para a questão clínica.
63. Basile J. Coffee intake over 33 years is not associated with developing
hypertension. J Clin Hypertens 2002;4:434.
Carta ao director.
64. Keogh E, Chaloner N. The moderating effect of anxiety sensitivity on caffeine‐
induced hypoalgesia in healthy women. Psychopharmacology 2002;164:429‐31.
Estudo não relevante para a questão clínica.
65. Sondermeijer HP, van Marle AG, Kamen P, Krum H. Acute effects of caffeine on
heart rate variability. Am J Cardiol 2002;90:906‐7.
Estudo fisiológico.
66. Keogh E, Witt G. Hypoalgesic effect of caffeine in normotensive men and women.
Psychophysiology 2001;38:886‐95.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
34
67. Lane JD, Pieper CF, Phillips‐Bute BG, Bryant JE, Kuhn CM. Caffeine affects
cardiovascular and neuroendocrine activation at work and home. Psychosom Med
2002;64:595‐603.
Estudo fisiológico.
68. Isaksen J, Egge A, Waterloo K, Romner B, Ingebrigtsen T. Risk factors for
aneurysmal subarachnoid haemorrhage: the Tromsø study. J Neurol Neurosurg
Psychiatry 2002;73:185‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
69. Ciocoiu M, Azoicăi D, Bădescu M, Ivan A, Colev V. Occupational stress‐‐risk factor in
essential arterial hypertension. Rev Med Chir Soc Med Nat Iasi 2000;104:113‐7.
Artigo em romeno.
70. Brody S, Preut R. Cannabis, tobacco, and caffeine use modify the blood pressure
reactivity protection of ascorbic acid. Pharmacol Biochem Behav 2002;72:811‐6.
Estudo não relevante para a questão clínica.
71. Boozer CN, Daly PA, Homel P, Solomon JL, Blanchard D, Nasser JA, Strauss R,
Meredith T. Herbal ephedra/caffeine for weight loss: a 6‐month randomized safety
and efficacy trial. Int J Obes Relat Metab Disord 2002;26:593‐604.
Estudo não relevante para a questão clínica.
72. Nash JM, Holroyd KA, Rokicki LA, Kvaal S, Penzien DB. The influence of placebo
awareness on stimulant drug response in a double‐blind trial. Psychopharmacology
2002;161:213‐21.
Estudo não relevante para a questão clínica.
73. Ueland PM, Nygård O, Vollset SE, Refsum H. The Hordaland Homocysteine Studies.
Lipids 2001;36 Suppl:S33‐9.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
35
74. Hartley TR, Lovallo WR, Whitsett TL, Sung BH, Wilson MF. Caffeine and stress:
implications for risk, assessment, and management of hypertension. J Clin
Hypertens 2001;3:354‐61.
Estudo de revisão.
75. Moser M. Obesity and hypertension in children; caffeine, stress, and elevated
blood pressure; resistant hypertension; and is it lowering of blood pressure alone
that accounts for reduction in cardiovascular events? J Clin Hypertens 2001;3:343‐
5.
Editorial.
76. Paganini‐Hill A. Risk factors for parkinson's disease: the leisure world cohort study.
Neuroepidemiology 2001;20:118‐24.
Estudo não relevante para a questão clínica.
77. Jacques PF, Bostom AG, Wilson PW, Rich S, Rosenberg IH, Selhub J. Determinants
of plasma total homocysteine concentration in the Framingham Offspring cohort.
Am J Clin Nutr 2001;73:613‐21.
Estudo não relevante para a questão clínica.
78. Rasmussen LB, Ovesen L, Bülow I, Knudsen N, Laurberg P, Perrild H. Folate intake,
lifestyle factors, and homocysteine concentrations in younger and older women.
Am J Clin Nutr 2000;72:1156‐63.
Estudo não relevante para a questão clínica.
79. Minami J, Matsuoka H. Effect of caffeine and other drinks containing caffeine on
blood pressure. Nippon Rinsho 2000;58 Suppl 1:685‐9.
Estudo em japonês.
80. Dhôte R, Pellicer‐Coeuret M, Thiounn N, Debré B, Vidal‐Trecan G. Risk factors for
adult renal cell carcinoma: a systematic review and implications for prevention.
BJU Int 2000;86:20‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
36
81. El‐Khairy L, Ueland PM, Nygård O, Refsum H, Vollset SE. Lifestyle and
cardiovascular disease risk factors as determinants of total cysteine in plasma: the
Hordaland Homocysteine Study. Am J Clin Nutr 1999;70:1016‐24.
Estudo não relevante para a questão clínica.
82. Klein BE, Klein R, Lee KE, Bruskewitz RC. Correlates of urinary symptom scores in
men. Am J Public Health 1999;89:1745‐8.
Estudo não relevante para a questão clínica.
83. Greenway FL, Ryan DH, Bray GA, Rood JC, Tucker EW, Smith SR. Pharmaceutical
cost savings of treating obesity with weight loss medications. Obes Res 1999;7:523‐
31.
Estudo não relevante para a questão clínica.
84. Sauer LA, France CR. Caffeine attenuates vasovagal reactions in female first‐time
blood donors. Health Psychol 1999;18:403‐9.
Estudo não relevante para a questão clínica.
85. Sesso HD, Gaziano JM, Buring JE, Hennekens CH. Coffee and tea intake and the risk
of myocardial infarction. Am J Epidemiol 1999;149:162‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
86. Arciero PJ, Gardner AW, Poehlman ET. Relationship of blood pressure, heart rate
and behavioral mood state to norepinephrine kinetics in younger and older men
following caffeine ingestion. Eur J Clin Nutr 1998;52:805‐12.
Estudo não relevante para a questão clínica.
87. Madore F, Stampfer MJ, Willett WC, Speizer FE, Curhan GC. Nephrolithiasis and risk
of hypertension in women. Am J Kidney Dis 1998;32:802‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
88. Jordan J, Shannon JR, Biaggioni I, Norman R, Black BK, Robertson D. Contrasting
actions of pressor agents in severe autonomic failure. Am J Med 1998;105:116‐24.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
37
89. al'Absi M, Lovallo WR, McKey B, Sung BH, Whitsett TL, Wilson MF. Hypothalamic‐
pituitary‐adrenocortical responses to psychological stress and caffeine in men at
high and low risk for hypertension. Psychosom Med 1998;60:521‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
90. Hakim AA, Ross GW, Curb JD, Rodriguez BL, Burchfiel CM, Sharp DS, Yano K, Abbott
RD.Coffee consumption in hypertensive men in older middle‐age and the risk of
stroke: the Honolulu Heart Program. J Clin Epidemiol 1998;51:487‐94.
Estudo não relevante para a questão clínica.
91. Flaten MA. Caffeine‐induced arousal modulates somatomotor and autonomic
differential classical conditioning in humans. Psychopharmacology 1998;135:82‐92.
Estudo fisiológico.
92. Poikolainen K, Vartiainen E. Determinants of gamma‐glutamyltransferase: positive
interaction with alcohol and body mass index, negative association with coffee. Am
J Epidemiol 1997;146:1019‐24.
Estudo não relevante para a questão clínica.
93. Hart C, Smith GD. Coffee consumption and coronary heart disease mortality in
Scottish men: a 21 year follow up study. J Epidemiol Community Health
1997;51:461‐2.
Estudo não relevante para a questão clínica.
94. James JE. Is habitual caffeine use a preventable cardiovascular risk factor? Lancet
1997;349:279‐81.
Editorial.
95. Lovallo WR, Al'Absi M, Blick K, Whitsett TL, Wilson MF. Stress‐like
adrenocorticotropin responses to caffeine in young healthy men. Pharmacol
Biochem Behav 996;55(3):365‐9.
Estudo de fisiologia humana.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
38
96. Maish WA, Hampton EM, Whitsett TL, Shepard JD, Lovallo WR. Influence of
grapefruit juice on caffeine pharmacokinetics and pharmacodynamics.
Pharmacotherapy 1996;16:1046‐52.
Estudo farmacológico.
97. Palatini P, Canali C, Graniero GR, Rossi G, de Toni R, Santonastaso M, dal Follo M,
Zanata G, Ferrarese E, Mormino P, Pessina AC. Relationship of plasma renin activity
with caffeine intake and physical training in mild hypertensive men. HARVEST
Study Group. Eur J Epidemiol 1996;12:485‐91.
Estudo não relevante para a questão clínica.
98. Suadicani P, Hein HO, Gyntelberg F. Adverse effects on risk of ischaemic heart
disease of adding sugar to hot beverages in hypertensives using diuretics. A six year
follow‐up in the Copenhagen Male Study. Blood Press 1996;5:91‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
99. Riedel W, Hogervorst E, Leboux R, Verhey F, van Praag H, Jolles J. Caffeine
attenuates scopolamine‐induced memory impairment in humans.
Psychopharmacology 1995;122:158‐68.
Estudo não relevante para a questão clínica.
100. Palatini P, Pessina AC, Graniero GR, Canali C, Mormino P, Dorigatti F, Accurso V,
Michieletto M, Ferrarese E, Vriz O, et al. The relationship between overweight, life
style and casual and 24‐hour pressures in a population of male subjects with mild
hypertension. The results of the HARVEST study. G Ital Cardiol 1995;25:977‐89.
Estudo em italiano.
101. Palmer JR, Rosenberg L, Rao RS, Shapiro S. Coffee consumption and myocardial
infarction in women. Am J Epidemiol 1995;141:724‐31.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
39
102. Rongen GA, Smits P, Ver Donck K, Willemsen JJ, De Abreu RA, Van Belle H,
Thien T. Hemodynamic and neurohumoral effects of various grades of selective
adenosine transport inhibition in humans. Implications for its future role in
cardioprotection. J Clin Invest 1995;95:658‐68.
Estudo não relevante para a questão clínica.
103. Myers MG. Effect of caffeine on ambulatory blood pressure. Am J Cardiol
1995;75:318‐9.
Estudo não relevante para a questão clínica.
104. Freestone S, Yeo WW, Ramsay LE. Effect of coffee and cigarette smoking on the
blood pressure of patients with accelerated (malignant) hypertension. J Hum
Hypertens 1995;9:89‐91.
Estudo não relevante para a questão clínica.
105. Komarov FI, Ol'binskaia LI, Khapaev BA. Effects of smoking and coffee
consumption on indicators of arterial pressure in 24‐hour monitoring Klin Med
1995;73(4):46‐8.
Estudo de fisiologia humana.
106. Cleophas AJ, Kauw FH. Paradoxical blood pressure increases during increased
sympathetic activity with the administration of non‐beta 1‐specific beta blockers
Ned Tijdschr Geneeskd 1994;138:2337‐40.
Estudo em holandês.
107. Klag MJ, Mead LA, LaCroix AZ, Wang NY, Coresh J, Liang KY, Pearson TA, Levine
DM. Coffee intake and coronary heart disease. Ann Epidemiol 1994;4:425‐33.
Estudo não relevante para a questão clínica.
108. King AC, Parsons OA, Bernardy NC, Lovallo WR. Drinking history is related to
persistent blood pressure dysregulation in postwithdrawal alcoholics. Alcohol Clin
Exp Res 1994;18:1172‐6.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
40
109. Lancaster T, Muir J, Silagy C. The effects of coffee on serum lipids and blood
pressure in a UK population. J R Soc Med 1994;87:506‐7.
Carta ao editor.
110. Sung BH, Whitsett TL, Lovallo WR, al'Absi M, Pincomb GA, Wilson MF.
Prolonged increase in blood pressure by a single oral dose of caffeine in mildly
hypertensive men. Am J Hypertens 1994;7:755‐8.
Estudo de fisiologia humana.
111. Nilssen O, Førde OH. Seven‐year longitudinal population study of change in
gamma‐glutamyltransferase: the Tromsø Study. Am J Epidemiol 1994;139:787‐92.
Estudo não relevante para a questão clínica.
112. Smith A, Maben A, Brockman P. Effects of evening meals and caffeine on
cognitive performance, mood and cardiovascular functioning. Appetite 1994;22:57‐
65.
Estudo não relevante para a questão clínica.
113. Breum L, Pedersen JK, Ahlstrøm F, Frimodt‐Møller J. Comparison of an
ephedrine/caffeine combination and dexfenfluramine in the treatment of obesity.
A double‐blind multi‐centre trial in general practice. Int J Obes Relat Metab Disord
1994;18:99‐103.
Estudo não relevante para a questão clínica.
114. Kupari M, Virolainen J, Koskinen P, Tikkanen MJ. Short‐term heart rate
variability and factors modifying the risk of coronary artery disease in a population
sample. Am J Cardiol 1993;72:897‐903.
Estudo não relevante para a questão clínica.
115. Suter PM, Vetter W. Coffee and caffeine. Various selected aspects for everyday
practice. Schweiz Rundsch Med Prax 1993;82:1122‐8.
Artigo em alemão.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
41
116. Hedberg GE, Jacobsson KA, Janlert U, Langendoen S. Risk indicators of ischemic
heart disease among male professional drivers in Sweden. Scand J Work Environ
Health 1993;19:326‐33.
Estudo não relevante para a questão clínica.
117. Smits P, Temme L, Thien T. The cardiovascular interaction between caffeine and
nicotine in humans. Clin Pharmacol Ther 1993;54:194‐204.
Estudo de fisiologia humana.
118. Casiglia E, Spolaore P, Ginocchio G, Ambrosio GB. Unexpected effects of coffee
consumption on liver enzymes. Eur J Epidemiol 1993;9:293‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
119. Casiglia E, Spolaore P, Ginocchio G, Ambrosio GB. Unexpected effects of coffee
consumption on liver enzymes. Eur J Epidemiol 1993;9:293‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
120. Vogt MT, Cauley JA, Kuller LH, Hulley SB. Prevalence and correlates of lower
extremity arterial disease in elderly women. Am J Epidemiol 1993;137:559‐68.
Estudo não relevante para a questão clínica.
121. Grender JM, Johnson WD. Analysis of crossover designs with multivariate
response. Stat Med 1993;12:69‐89.
Estudo de metodologia estatística.
122. Bättig K. Cardiovascular effects of everyday coffee consumption. Schweiz Med
Wochenschr 1992;122:1536‐43.
Estudo em alemão.
123. Siegler IC, Peterson BL, Barefoot JC, Williams RB. Hostility during late
adolescence predicts coronary risk factors at mid‐life. Am J Epidemiol
1992;136:146‐54.
Estudo de metodologia estatística.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
42
124. Hata Y, Mizukawa S. Life guidance to essential hypertension. Nippon Rinsho
1992;50 Suppl:178‐83.
Artigo em japonês.
125. Hirota Y. Dietary components, coffee or caffeine and essential hypertension.
Nippon Rinsho 1992;50 Suppl:488‐93.
Artigo em japonês.
126. Astrup A, Breum L, Toubro S, Hein P, Quaade F. The effect and safety of an
ephedrine/caffeine compound compared to ephedrine, caffeine and placebo in
obese subjects on an energy restricted diet. A double blind trial. Int J Obes Relat
Metab Disord 1992;16:269‐77.
Estudo não relevante para a questão clínica.
127. Siegel D, Benowitz N, Ernster VL, Grady DG, Hauck WW. Smokeless tobacco,
cardiovascular risk factors, and nicotine and cotinine levels in professional baseball
players. Am J Public Health 1992;82:417‐21.
Estudo não relevante para a questão clínica.
128. Hirvonen L. Coffee and health. Duodecim 1992;108:1667‐73.
Artigo de revisão.
129. MacDonald TM, Sharpe K, Fowler G, Lyons D, Freestone S, Lovell HG, Webster J,
Petrie JC. Caffeine restriction: effect on mild hypertension. BMJ 1991;303:1235‐8.
Estudo não relevante para a questão clínica.
130. Lotfi K, Grunwald JE. The effect of caffeine on the human macular circulation.
Invest Ophthalmol Vis Sci 1991;32:3028‐32.
Artigo oftalmológico.
131. Pincomb GA, Wilson MF, Sung BH, Passey RB, Lovallo WR. Effects of caffeine on
pressor regulation during rest and exercise in men at risk for hypertension. Am
Heart J 1991;122:1107‐15.
Estudo fisiológico.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
43
132. Williams RR, Hunt SC, Hasstedt SJ, Hopkins PN, Wu LL, Berry TD, Stults BM,
Barlow GK, Schumacher MC, Lifton RP, et al. Are there interactions and relations
between genetic and environmental factors predisposing to high blood pressure?
Hypertension 1991;18(3 Suppl):I29‐37.
Artigo de revisão.
133. Kaplan NM. Long‐term effectiveness of nonpharmacological treatment of
hypertension. Hypertension 1991;18(3 Suppl):I153‐60.
Artigo de revisão.
134. Eliasson M, Lundblad D, Hägg E. Cardiovascular risk factors in young snuff‐users
and cigarette smokers. J Intern Med 1991;230:17‐22.
Estudo não relevante para a questão clínica.
135. Lee DJ, Markides KS. Health behaviors, risk factors, and health indicators
associated with cigarette use in Mexican Americans: results from the Hispanic
HANES. Am J Public Health 1991;81:859‐64.
Estudo não relevante para a questão clínica.
136. Kohno M, Murakawa K, Horio T, Yokokawa K, Yasunari K, Fukui T, Takeda T.
Plasma immunoreactive endothelin‐1 in experimental malignant hypertension.
Hypertension 1991;18:93‐100.
Estudo animal.
137. Nüssel E. Nutrition‐related risk factors in the elderly. Zentralbl Hyg Umweltmed
1991;191:333‐46.
Estudo em alemão.
138. Lovallo WR, Pincomb GA, Sung BH, Everson SA, Passey RB, Wilson MF.
Hypertension risk and caffeine's effect on cardiovascular activity during mental
stress in young men. Health Psychol 1991;10:236‐43.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
44
139. Casiglia E, Mormino P, Spolaore P, Maschio O, Cernetti C, Costa F, Colangeli G,
Ambrosio GB. Cardiovascular effects of coffee consumption in the aged: the
CASTEL epidemiologic study. Cardiologia 1990;35:827‐32.
Estudo não relevante para a questão clínica.
140. Klatsky AL, Friedman GD, Armstrong MA. Coffee use prior to myocardial
infarction restudied: heavier intake may increase the risk. Am J Epidemiol
1990;132:479‐88.
Estudo não relevante para a questão clínica.
141. Sharp DS, Benowitz NL, Osterloh JD, Becker CE, Smith AH, Syme SL. Influence of
race, tobacco use, and caffeine use on the relation between blood pressure and
blood lead concentration. Am J Epidemiol 1990;131:845‐54.
Estudo não relevante para a questão clínica.
142. Tverdal A, Stensvold I, Solvoll K, Foss OP, Lund‐Larsen P, Bjartveit K. Coffee
consumption and death from coronary heart disease in middle aged Norwegian
men and women. BMJ 1990;300:566‐9.
Estudo não relevante para a questão clínica.
143. Cameron OG, Modell JG, Hariharan M. Caffeine and human cerebral blood flow:
a positron emission tomography study. Life Sci 1990;47:1141‐6.
Estudo não relevante para a questão clínica.
144. Bak AA, Grobbee DE. Abstinence from coffee leads to a fall in blood pressure. J
Hypertens Suppl 1989;7:S260‐1.
Estudo não relevante para a questão clínica.
145. Rosmarin PC. Coffee and coronary heart disease: a review. Prog Cardiovasc Dis
1989;32:239‐45.
Artigo de revisão.
146. La Vecchia C, Gentile A, Negri E, Parazzini F, Franceschi S. Coffee consumption
and myocardial infarction in women. Am J Epidemiol 1989;130:481‐5.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
45
147. Lapidus L, Bengtsson C, Hällström T, Björntorp P. Obesity, adipose tissue
distribution and health in women‐‐results from a population study in Gothenburg,
Sweden. Appetite 1989;13:25‐35.
Estudo não relevante para a questão clínica.
148. Lovallo WR, Pincomb GA, Sung BH, Passey RB, Sausen KP, Wilson MF. Caffeine
may potentiate adrenocortical stress responses in hypertension‐prone men.
Hypertension 1989;14:170‐6.
Estudo não relevante para a questão clínica.
149. Salvador HS, Koos BJ. Effects of regular and decaffeinated coffee on fetal
breathing and heart rate. Am J Obstet Gynecol 1989;160:1043‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
150. Wilson PW, Garrison RJ, Kannel WB, McGee DL, Castelli WP. Is coffee
consumption a contributor to cardiovascular disease? Insights from the
Framingham Study. Arch Intern Med 1989;149:1169‐72.
Estudo não relevante para a questão clínica.
151. Higginbotham EJ, Kilimanjaro HA, Wilensky JT, Batenhorst RL, Hermann D. The
effect of caffeine on intraocular pressure in glaucoma patients. Ophthalmology
1989;96:624‐6.
Estudo não relevante para a questão clínica.
152. France C, Ditto B. Cardiovascular responses to occupational stress and caffeine
in telemarketing employees. Psychosom Med 1989;51:145‐51.
Estudo não relevante para a questão clínica.
153. Gimeno Ortiz A, Jiménez Romano R. Influence of some ambient factors in the
epidemiology of essential hypertension. Rev Clin Esp 1989;184:135‐8.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
46
154. Winkleby MA, Ragland DR, Syme SL, Fisher JM. Heightened risk of hypertension
among black males: the masking effects of covariables. Am J Epidemiol
1988;128:1075‐83.
Estudo não relevante para a questão clínica.
155. Davis BR, Curb JD, Borhani NO, Prineas RJ, Molteni A. Coffee consumption and
serum cholesterol in the hypertension detection and follow‐up program. Am J
Epidemiol 1988;128:124‐36.
Estudo não relevante para a questão clínica.
156. Myers MG. Effects of caffeine on blood pressure. Arch Intern Med
1988;148:1189‐93.
Artigo de revisão.
157. Pincomb GA, Lovallo WR, Passey RB, Wilson MF. Effect of behavior state on
caffeine's ability to alter blood pressure. Am J Cardiol 1988;61:798‐802.
Estudo não relevante para a questão clínica.
158. Greenstadt L, Yang L, Shapiro D. Caffeine, mental stress, and risk for
hypertension: a cross‐cultural replication. Psychosom Med 1988;50:15‐22.
Estudo não relevante para a questão clínica.
159. Prakash R, Kaushik VS. Acute effect of decaffeinated coffee on heart rate, blood
pressure, and exercise performance in healthy subjects. J Natl Med Assoc
1988;80:71‐4.
Estudo não relevante para a questão clínica.
160. Thelle DS. Coffee, alcohol and coronary risk factors. Soz Praventivmed
1988;33):223‐5.
Estudo não relevante para a questão clínica.
161. Schmieder RE, Garavaglia G, Ruddel H, Messerli FH. Risks in the development of
hypertension. Medicina 1988;48:303‐10.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
47
162. LeGrady D, Dyer AR, Shekelle RB, Stamler J, Liu K, Paul O, Lepper M, Shryock
AM. Coffee consumption and mortality in the Chicago Western Electric Company
Study. Am J Epidemiol 1987;126:803‐12.
Estudo não relevante para a questão clínica.
163. de Leeuw PW. Coffee: an unknown risk factor? Neth J Med 1987;31:1‐2.
Editorial.
164. Smits P, Thien T, van 't Laar A. Coffee and the human cardiovascular system.
Neth J Med 1987;31:36‐45.
Editorial.
165. Herd JA, Falkner B, Anderson DE, Costa PD Jr, Dembroski TM, Hendrix GH,
Henry JP, Kaplan JR, Light KC, Schneiderman N, et al. Psychophysiologic factors in
hypertension. Circulation 1987;76:I89‐94.
Estudo não relevante para a questão clínica.
166. Myers MG, Harris L, Leenen FH, Grant DM. Caffeine as a possible cause of
ventricular arrhythmias during the healing phase of acute myocardial infarction.
Am J Cardiol 19871;59:1024‐8.
Estudo não relevante para a questão clínica.
167. Campese VM. Management of essential hypertension. Whom, when and how
to treat. Contrib Nephrol 1987;54:38‐53.
Estudo não relevante para a questão clínica.
168. LaCroix AZ, Mead LA, Liang KY, Thomas CB, Pearson TA. Coffee consumption
and the incidence of coronary heart disease. N Engl J Med 1986;315:977‐82.
Estudo não relevante para a questão clínica.
169. Smits P, Pieters G, Thien T. The role of epinephrine in the circulatory effects of
coffee. Clin Pharmacol Ther 1986;40:431‐7.
Estudo fisiológico.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
48
170. Hoeldtke RD, O'Dorisio TM, Boden G. Treatment of autonomic neuropathy with
a somatostatin analogue SMS‐201‐995. Lancet 1986;2:602‐5.
Estudo não relevante para a questão clínica.
171. Heyden S, Martin JB. Coffee‐‐cholesterol‐‐myocardial infarction. Dtsch Med
Wochenschr 1986;111:1289‐91.
Artigo em alemão.
172. Yu MC, Mack TM, Hanisch R, Cicioni C, Henderson BE. Cigarette smoking,
obesity, diuretic use, and coffee consumption as risk factors for renal cell
carcinoma. J Natl Cancer Inst 1986;77:351‐6.
Estudo não relevante para a questão clínica.
173. Green MS, Jucha E, Luz Y. Blood pressure in smokers and nonsmokers:
epidemiologic findings. Am Heart J 1986;111:932‐40.
Estudo não relevante para a questão clínica.
174. Nonpharmacological approaches to the control of high blood pressure. Final
report of the Subcommittee on Nonpharmacological Therapy of the 1984 Joint
National Committee on Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood
Pressure. Hypertension 1986;8:444‐67.
Norma de Orientação Clínica.
175. Curb JD, Reed DM, Kautz JA, Yano K. Coffee, caffeine, and serum cholesterol in
Japanese men in Hawaii. Am J Epidemiol 1986;123:648‐55.
Estudo não relevante para a questão clínica.
176. Vandenbroucke JP, Kok FJ, van 't Bosch G, van den Dungen PJ, van der Heide‐
Wessel C, van der Heide RM. Coffee drinking and mortality in a 25‐year follow up.
Am J Epidemiol 1986;123:359‐61.
Estudo não relevante para a questão clínica.
177. Schmieder RE, Messerli FH, Ruddel H. Risks for arterial hypertension. Cardiol
Clin 1986;4:57‐66.
Artigo de revisão.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
49
178. Krzesinski JM, Rorive GL. The non‐medicinal therapeutic arsenal in essential
arterial hypertension Rev Med Liege 1985;40:485‐97.
Estudo não relevante para a questão clínica.
179. Grajek S, Cieślicka T, Wysocki M, Szmydt W, Adamski M, Paradowski S, Ochotny
R, Blok W, Konieczko Z. Angina pectoris, smoking and coffee consumption in
patients with mild arterial hypertension (data based on the examination of a male
population aged 40‐59 years). Pol Tyg Lek 1985;40:293‐7.
Estudo não relevante para a questão clínica.
180. Charney DS, Heninger GR, Jatlow PI. Increased anxiogenic effects of caffeine in
panic disorders. Arch Gen Psychiatry 1985;42:233‐43.
Estudo não relevante para a questão clínica.
181. Glynn RJ, Campion EW, Bouchard GR, Silbert JE. The development of benign
prostatic hyperplasia among volunteers in the Normative Aging Study. Am J
Epidemiol. 1985 Jan;121(1):78‐90.
Estudo não relevante para a questão clínica.
182. Huttunen JK, Pietinen P, Nissinen A, Puska P. Dietary factors and hypertension.
Acta Med Scand Suppl 1985;701:72‐82.
Artigo de revisão.
183. Wells SJ. Caffeine: implications of recent research for clinical practice. Am J
Orthopsychiatry 1984;54:375‐89.
Estudo não relevante para a questão clínica.
184. Kannel WB, Doyle JT, Ostfeld AM, Jenkins CD, Kuller L, Podell RN, Stamler J.
Optimal resources for primary prevention of atherosclerotic diseases.
Atherosclerosis Study Group. Circulation 1984;70:155A‐205A.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
50
185. Hammond IW, Lee ET, Davis AW, Booze CF Jr. Prognostic factors related to
survival and complication‐free times in airmen medically certified after coronary
surgery. Aviat Space Environ Med 1984;55:321‐31.
Estudo não relevante para a questão clínica.
186. Ernster VL. Epidemiologic studies of caffeine and human health. Prog Clin Biol
Res 1984;158:377‐400.
Artigo de revisão.
187. Kannel WB, Schatzkin A. Risk factor analysis. Prog Cardiovasc Dis 1984;26:309‐
32.
Estudo não relevante para a questão clínica.
188. Mathew RJ, Barr DL, Weinman ML. Caffeine and cerebral blood flow. Br J
Psychiatry 1983;143:604‐8.
Estudo fisiológico.
189. Friedman GD, Klatsky AL, Siegelaub AB. Alcohol, tobacco, and hypertension.
Hypertension 1982;4:III143‐50.
Artigo de revisão.
190. Kannel WB, Thomas HE Jr. Sudden coronary death: the Framingham Study. Ann
N Y Acad Sci 1982;382:3‐21.
Artigo de revisão.
191. Altschuler S, Conte A, Sebok M, Marlin RL, Winick C. Three controlled trials of
weight loss with phenylpropanolamine. Int J Obes 1982;6:549‐56.
Estudo não relevante para a questão clínica.
192. Pleuss J, Kochar MS. Dietary considerations in hypertension. Postgrad Med
1981;69:34‐43.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
51
193. Zahorska‐Markiewicz B. The thermic effect of caffeinated and decaffeinated
coffee ingested with breakfast. Acta Physiol Pol 1980;31:17‐20.
Estudo não relevante para a questão clínica.
194. Wenger R. Hypertension and nutrition. Wien Med Wochenschr 1979;129:439‐
42.
Artigo em alemão.
195. Godin G. Epidemiology of coronary disease. Union Med Can 1979;108:1028‐32.
Artigo em francês.
196. Koppe JG, de Bruijne JI, de Boer P. Apneic spells and transcutaneous PO2:
treatment with caffeine, 19‐year follow‐up. Birth Defects Orig Artic Ser
1979;15:437‐45.
Artigo pediátrico em francês.
197. Bengtsson U. Prevention of renal disease. Proc Eur Dial Transplant Assoc
1979;16:466‐74.
Estudo não relevante para a questão clínica.
198. Wilhelmsen L, Tibblin G, Elmfeldt D, Wedel H, Werkö L. Coffee consumption
and coronary heart disease in middle‐aged Swedish men. Acta Med Scand
1977;201:547‐52.
Estudo não relevante para a questão clínica.
199. Hennekens CH, Drolette ME, Jesse MJ, Davies JE, Hutchison GB. Coffee drinking
and death due to coronary heart disease. N Engl J Med 1976;294):633‐6.
Estudo não relevante para a questão clínica.
200. Furlong FW. Possible psychiatric significance of excessive coffee consumption.
Can Psychiatr Assoc J 1975;20:577‐83.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
52
201. Kannel WB, Wolf PA, Dawber TR. An evaluation of the epidemiology of
atherothrombotic brain infarction. Milbank Mem Fund Q Health Soc 1975;53:405‐
48.
Estudo não relevante para a questão clínica.
202. Dawber TR, Kannel WB, Gordon T. Coffee and cardiovascular disease.
Observations from the framingham study. N Engl J Med 1974;291:871‐4.
Artigo de revisão.
203. Paffenbarger RS Jr, Wing AL, Hyde RT. Chronic disease in former college
students; 13. Early precursors of peptic ulcer Am J Epidemiol 1974;100:307‐15.
Estudo não relevante para a questão clínica.
204. Mulli JC, Weber I, Fabre J. Epidemiology of hypertension. Schweiz Med
Wochenschr 1973;103:1663‐70.
Estudo em francês.
205. Heyden S, Escher M. Coffee‐drinking from the medical point of view. Schweiz
Med Wochenschr 1973;103:1509‐11.
Estudo em alemão.
206. Brunk SF, Ferguson RK, Toubes DB, Leaverton PE, Nordschow CD, Wilson WR. A
teaching format in clinical pharmacology. Comparison of two xanthines and a
placebo. J Clin Pharmacol New Drugs 1973;13:121‐6.
Estudo não relevante para a questão clínica.
207. Blumstein CG. Drug treatment in bronchial asthma. Semin Drug Treat
1973;2:385‐401.
Estudo não relevante para a questão clínica.
208. Winnie AP. Chemical respirogenesis: a comparative study. Acta Anaesthesiol
Scand Suppl 1973;51:1‐32.
Estudo fisiológico.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
53
209. Little JA. Fats in adult nutrition. Can J Public Health 1971;62:27‐35.
Estudo não relevante para a questão clínica.
210. Ambrozi L, Birkmayer W. Possibility for assay of psychopharmacological drugs
in the example of caffeine and caffeine‐free coffee. Int Z Klin Pharmakol Ther
Toxikol 1970;3:167‐73.
Artigo em alemão.
211. Brown J, Bourke GJ, Gearty GF, Finnegan A et al. Nutritional and epidemiologic
factors related to heart disease. World Rev Nutr Diet 1970;12:1‐42.
Estudo não relevante para a questão clínica.
212. Kamel D, Vaissman I, Veloso E, Rotman F, Manhães H. Artherosclerotic ischemic
coronary disease. Etiopathogenic considerations. Arq Bras Endocrinol Metabol
1969;18:163‐84.
Artigo de revisão.
213. Clark VA, Chapman JM, Coulson AH. Effects of various factors on systolic and
diastolic blood pressure in the Los Angeles heart study. J Chronic Dis 1967;20:571‐
81.
Estudo não relevante para a questão clínica.
214. Palatini P, Ceolotto G, Ragazzo F, Dorigatti F, Saladini F, Papparella I, Mos L,
Zanata G, Santonastaso M. CYP1A2 genotype modifies the association between
coffee intake and the risk of hypertension. J Hypertens. 2009 Aug;27(8):1594‐601.
Estudo não relevante para a questão clínica.
215. Rogers PJ, Smith JE, Heatherley SV, Pleydell‐Pearce CW. Time for tea: mood,
blood pressure and cognitive performance effects of caffeine and theanine
administered alone and together. Psychopharmacology 2008;195:569‐77.
Estudo fisiológico.
216. Haller CA, Jacob P 3rd, Benowitz NL. Enhanced stimulant and metabolic effects
of combined ephedrine and caffeine Clin Pharmacol Ther 2004;75:259‐73.
Estudo fisiológico.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
54
217. Strickland TL, Myers HF, Lahey BB. Cardiovascular reactivity with caffeine and
stress in black and white normotensive females. Psychosom Med 1989;51:381‐9.
Estudo fisiológico.
218. Lake CR, Zaloga G, Bray J, Rosenberg D, Chernow B. Transient hypertension
after two phenylpropanolamine diet aids and the effects of caffeine: a placebo‐
controlled follow‐up study. Am J Med 1989;86:427‐32.
Estudo fisiológico.
219. van Nguyen P, Myers MG. Cardiovascular effects of caffeine and nifedipine. Clin
Pharmacol Ther 1988;44:315‐9.
Estudo de ingestão aguda de café.
220. Davis BR, Curb JD, Borhani NO, Prineas RJ, Molteni A. Coffee consumption and
serum cholesterol in the hypertension detection and follow‐up program. Am J
Epidemiol 1988;128:124‐36.
Estudo não relevante para a questão clínica.
221. Martin JB, Annegers JF, Curb JD, Heyden S, Howson C, Lee ES, Lee M. Mortality
patterns among hypertensives by reported level of caffeine consumption. Prev
Med 1988;17:310‐20.
Estudo não relevante para a questão clínica.
222. Stensvold I, Tverdal A, Foss OP. The effect of coffee on blood lipids and blood
pressure. Results from a Norwegian cross‐sectional study, men and women, 40‐42
years. J Clin Epidemiol 1989;42:877‐84
Dados insuficientes para obtenção de conclusões.
223. Superko HR, Myll J, DiRicco C, Williams PT, Bortz WM, Wood PD. Effects of
cessation of caffeinated‐coffee consumption on ambulatory and resting blood
pressure in men. Am J Cardiol 1994;73:780‐4
Estudo de ingestão semi‐aguda de café.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
55
224. Arciero PJ, Ormsbee MJ. Relationship of blood pressure, behavioral mood state,
and physical activity following caffeine ingestion in younger and older women. Appl
Physiol Nutr Metab 2009;34:754‐62
Estudo de ingestão aguda de café.
225. Greenberg JA, Chow G, Ziegelstein RC. Caffeinated coffee consumption,
cardiovascular disease, and heart valve disease in the elderly (from the
Framingham Study). Am J Cardiol 2008;102:1502‐8
Estudo não relevante para a questão clínica.
226. Savoca MR, MacKey ML, Evans CD, Wilson M, Ludwig DA, Harshfield GA.
Association of ambulatory blood pressure and dietary caffeine in adolescents. Am J
Hypertens 2005;18:116‐20
Estudo de ingestão aguda de cafeína.
227. Hartley TR, Lovallo WR, Whitsett TL. Cardiovascular effects of caffeine in men
and women. Am J Cardiol 2004;93:1022‐6
Estudo de ingestão aguda de cafeína.
228. Corti R, Binggeli C, Sudano I, Spieker L, Hänseler E, Ruschitzka F, Chaplin WF,
Lüscher TF, Noll G. Coffee acutely increases sympathetic nerve activity and blood
pressure independently of caffeine content: role of habitual versus nonhabitual
drinking. Circulation 2002;106:2935‐40
Estudo de ingestão aguda de cafeína.
229. Shepard JD, al'Absi M, Whitsett TL, Passey RB, Lovallo WR. Additive pressor
effects of caffeine and stress in male medical students at risk for hypertension. Am
J Hypertens 2000;13:475‐81
Estudo de ingestão aguda de cafeína.
230. Rosmarin PC, Applegate WB, Somes GW. Coffee consumption and blood
pressure: a randomized, crossover clinical trial. J Gen Intern Med 1990;5:211‐3.
Estudo de ingestão aguda de cafeína.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
56
231. Keil U, Chambless L, Filipiak B, Härtel U. Alcohol and blood pressure and its
interaction with smoking and other behavioural variables: results from the
MONICA Augsburg Survey 1984‐1985. J Hypertens 1991;9:491‐8
Estudo relacionando tabagismo com HTA.
232. Myers HF, Shapiro D, McClure F, Daims R. Impact of caffeine and psychological
stress on blood pressure in black and white men. Health Psychol 1989;8:597‐612
Estudo de ingestão aguda de café.
233. Jeong DU, Dimsdale JE. The effects of caffeine on blood pressure in the work
environment. Am J Hypertens 1990;3:749‐53
Estudo de ingestão aguda de café.
234. Lewis CE, Caan B et al.. Inconsistent associations of caffeine‐containing
beverages with blood pressure and with lipoproteins. The CARDIA Study. Coronary
Artery Risk Development in Young Adults. Am J Epidemiol 1993;138:502‐7
Estudo com seguimento demasiado curto (2 anos).
235. Narkiewicz K, Maraglino G, Biasion T, Rossi G, Sanzuol F, Palatini P. Interactive
effect of cigarettes and coffee on daytime systolic blood pressure in patients with
mild essential hypertension. HARVEST Study Group (Italy). Hypertension
Ambulatory Recording VEnetia STudy. J Hypertens 1995;13:965‐70
Estudo em doentes hipertensos.
236. Stensvold I, Tverdal A. The relationship of coffee consumption to various self‐
reported cardiovascular events in middle‐aged Norwegian men and women. Scand
J Soc Med 1995;23:103‐9
Estudo relacionando o café com a doença coronária.
237. Reddy JG, Ebbert JO, Klesges LM, Enders FT, Klesges RC, Lanctot JQ,
McClanahan BS. The relationship between caffeine and blood pressure in
preadolescent African American girls. Ethn Dis 2008;18:283‐8
Estudo em população pediátrica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
57
238. Arciero PJ, Ormsbee MJ. Relationship of blood pressure, behavioral mood state,
and physical activity following caffeine ingestion in younger and older women. Appl
Physiol Nutr Metab 2009;34:754‐62
Estudo fisiológico de ingestão aguda de café.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
58
CAFÉ E HIPERTENSÃO ARTERIAL ‐ COMENTÁRIOS
A hipertensão arterial constitui um factor de risco major para a doença CV, sendo
responsável por uma maior incidência de AVC e de DC
No estudo INTERHEART, realizado em 52 países, a HTA foi responsável por 18% do
risco atribuível para um 1º EAM (Lancet 2004;364:937‐52)
A TAS é tão importante como a TAD, especialmente nos doentes idosos, em que
constitui um FR importante para AVC
Em grupos etários entre os 40‐69 anos, uma diferença de 20 mm Hg na TAS ou 10
mm Hg na TAD reflecte‐se numa mortalidade dupla no AVC
A cafeína é um derivado da metilxantina e é habitualmente consumido no café, chá
e refrigerantes variados (colas). É absorvida oralmente, atinge a sua concentração
máxima no soro em menos de uma hora, tem uma semi‐vida de ±5 horas, é
metabolizada no fígado e excretada na urina
A cafeína, como metilxantina, é sujeita a vários mecanismos moleculares que
podem explicar os seus efeitos cardiovasculares (Eur J Clinl Nutr 1999;53:831‐839):
Facilitação da libertação de norepinefrina no sistema simpático
Estimulação da medula adrenal
Inibição da fosfodiesterase, com aumento de cAMP e acção inotrópica
positiva no miocárdio
Antagonismo dos receptores de adenosina, com diminuição do seu efeito
inotrópico negativo
Aumento da concentração intracelular e da resposta ao cálcio
Efeitos renais (aumento da diurese, natriurese e estimulação do sistema
RAA)
Tem‐se demonstrado que a administração aguda de café aumenta a TA (mais em
hipertensos) mas a adaptação/tolerância aos efeitos CV ocorre rapidamente (JAMA
2005;294:2330‐2335)
O modo de confeccionar o café também tem alguma importância, mas só no
impacto no perfil lipídico, em que o café filtrado é melhor que o expresso
(filtragem dos terpenos)
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
59
As revisões sistemáticas de Nurminen et al., de Noordzij et al. e Jee et al.
demonstram uma correlação entre a ingestão crónica de café e uma subida da TA,
mas o efeito foi relativamente pequeno
Os estudos de Lang et al., Klag et al., Palatini et al. E Uiterwaal et al. detectaram
uma subida da TA com o café, mas também de pequenas dimensões
Os estudos de Shirlow et al. e Winkelmayer et al. não detectaram quaisquer efeitos
pressores da cafeína em indivíduos normais, isto é, a correlação entre o FR café e a
TA foi nula
Os estudos de Sharp et al., Salvagio et al., Stamler et al. E Wakabayashi et al.
identificaram até um efeito protector da ingestão de café, com baixa da TA.
A análise dos estudos publicados neste relatório permite identificar um panorama
que é pouco claro entre a ingestão crónica (durante muitos anos) e o risco de HTA.
Em alguns estudos existe um efeito negativo de elevação da TA, ainda que a
dimensão dessa subida seja modesta. Outros, no entanto, demonstram ausência
de efeito da ingestão de café na TA ou mesmo uma baixa desta
Baseado nestes achados, é possível afirmar:
“A ingestão crónica de café não aumenta significativamente o risco de
hipertensão arterial em indivíduos normais. No entanto, os que têm
tendência para hipertensão podem ter uma resposta hipertensiva
modesta à ingestão de café.”
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
60
CAFÉ E ARRITMIAS ‐ ESTUDOS SELECCIONADOS PARA INCLUSÃO FINAL
1. Myers MG. Caffeine and cardiac arrhythmias. Ann Intern Med 1991;114:147‐50.
2. Mattioli AV, Bonatti S, Zennaro M, Mattioli G. The relationship between
personality, socio‐economic factors, acute life stress and the development,
spontaneous conversion and recurrences of acute lone atrial fibrillation. Europace
2005;7:211‐20.
3. Frost L, Vestergaard P. Caffeine and risk of atrial fibrillation or flutter: the Danish
Diet, Cancer, and Health Study. Am J Clin Nutr 2005;81:578‐82.
4. Mattioli AV, Bonatti S, Zennaro M, Melotti R, Mattioli G. Effect of coffee
consumption, lifestyle and acute life stress in the development of acute lone atrial
fibrillation. J Cardiovasc Med 2008;9:794‐8.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
61
CAFÉ E ARRITMIAS ‐ ANÁLISE INDIVIDUAL DOS ESTUDOS SELECCIONADOS
Myers MG. Caffeine and cardiac arrhythmias. Ann Intern Med 1991;114:147‐50
Questão Qual é associação entre a ingestão de café e a incidência de arritmias cardíacas?
Métodos Revisão sistemática da literatura de estudos relacionando a ingestão de café com arritmias cardíacas.
A pesquisa incluiu estudos publicados entre 1982‐1991, pesquisados nas bases de dados Medline, Toxline e a Chemical Abstracts, assim como revisão de bibliografias de artigos de revisão sobre o assunto.
Os estudos seleccionados incluíram estudos clínicos relacionando o café com arritmias, assim como estudos animais fisiológicos.
Cada estudo foi criticamente avaliado pelos autor.
Resultados Em 5 ensaios clínicos controlados pelo placebo, a ingestão de café (5‐6 chávenas diárias – 500 mg de cafeína) não aumentou a frequência ou a gravidade de arritmias ventriculares.
Num estudo epidemiológico de base populacional, os indivíduos que bebiam ≥9 chávenas/dia apresentaram um aumento significativo de arritmias ventriculares.
Conclusões A ingestão moderada de cafeína não se associa a um risco aumentado de arritmias em pessoas sem doença cardiovascular.
Comentários Revisão sistemática da literatura demonstrando ausência de relação entre ingestão moderada de cafeína e as arritmias ventriculares.
Nesta RS o efeito arritmogénico da cafeína verifica‐se apenas com as ingestões mais elevadas (>9 chávenas diárias).
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
62
Mattioli AV, Bonatti S, Zennaro M, Mattioli G. The relationship between personality, socio‐economic factors, acute life stress and the development, spontaneous conversion and recurrences of acute lone atrial fibrillation. Europace 2005;7:211‐20
Questão Qual é associação entre factores de personalidade, socioeconómicos e de stress agudo na incidência, cardioversão espontânea e recorrência da fibrilhação auricular isolada (FA)?
Métodos Foram incluídos 116 doentes internados com FA de novo, sem doença cardiovascular conhecida ou a fazer terapêutica anti‐arrítimica.
As variáveis estudadas incluíram: ingestão de café, personalidade tipo A, stress, IMC, alcoolismo, status socioeconómico, educação e tabagismo.
Resultados No que concerne à ingestão de café, verificou‐se que o consumo mais elevado se relacionava com um aumento de prevalência de FAI (nos estratos mais elevados de consumo), menor probabilidade de conversão espontânea a ritmo sinusal (quadro) e maior taxa de recurrências arrítimicas.
Ingestão de café (chávenas)
FA presente FA ausente OR (IC 95%) P
0 13% 23% 0.59
(‐0.199 to 0.01) 0.070
1‐3 / dia 27% 43% 0.64
(‐0.283 to 0.037) 0.016
>3 / dia 58%* 33%* 1.74
(0.061 to 0.319) 0.006
Com conversão espontânea
Sem conversão espontânea
>3 / dia 48 % 75% 0.3
(0.11‐0.49) 0.008
*Diferença significativa
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a um risco moderado na incidência, cardioversão espontânea e recorrência da fibrilhação auricular isolada
Comentários Excelente estudo, procurando correlacionar – com um nested case‐control inserido –um conjunto de FR prevalentes com uma das arritmias mais frequentes (a da fibrilhação auricular isolada), demonstrando um efeito desfavorável moderado da ingestão de café com esta arritmia.
Este efeito verifica‐se apenas com as ingestões mais elevadas (>3 chávenas diárias).
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
63
Frost L, Vestergaard P. Caffeine and risk of atrial fibrillation or flutter: the Danish Diet, Cancer, and Health Study. Am J Clin Nutr 2005;81:578‐82
Questão Qual é associação entre a ingestão de café e a incidência de arritmias cardíacas?
Métodos Foram incluídos 57.053 homens e mulheres (275.136 pessoas‐ano), com idades compreendidas entre 50‐64 anos, fazendo parte do estudo The Danish Diet, Cancer, and Health Study, um estudo de coorte realizado entre Dezembro de 1993 e Maio de 1997. Foram utilizados para este estudo vários Registos de Doentes.
As variáveis estudadas incluíram: ingestão de café (por quintiles crescentes – ver abaixo), IMC, tensão arterial, colesterol, ingestão de álcool e co‐morbilidades cardíacas (critério de exclusão).
Os outcomes foram a incidência de novo de fibrilhação auricular (FA) e flutter auricular (FL).
Resultados Durante o estudo, 373 homens (1.7%) e 182 (0.7%) mulheres apresentaram um novo episódio de FA ou FL.
No quadro podem ver‐se os resultados do risco de arritmias auriculares com ingestão crescente de café.
Quintile
1 Quintile
2 Quintile
3 Quintile
4 Quintile
5
P para tendênci
a
Nº 9585 9577 9611 9585 9591 Consumo de cafeína (mg/dia)
248±91 475±67 584±58 769±17 997±144
Risco ajustado (IC 95%)
1.0 1.12 (0.87 a 1.44)
0.85 (0.65 a 1.12)
0.92 (0.71 a 1.20)
0.91 (0.70 a 1.19)
0.35
Conclusões A ingestão de cafeína não se associa a risco aumentado de fibrilhação ou flutterauriculares.
Comentários Excelente estudo, de grandes dimensões e com metodologia muito rigorosa, que analisou um conjunto de factores potencialmente indutores de arritmias cardíacas.
Este estudo teve várias vantagens: um conjunto de registos de doentes muito detalhados, um nº elevado de novos casos de arritmias, ser de base populacional/nacional, e ter uma definição de outcomes muito rigorosa.
No que ao café concerne, não se detectou aumento de risco com ingestão progressivamente maior de cafeína, após ajuste para outros factores relacionados.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
64
Mattioli AV, Bonatti S, Zennaro M, Melotti R, Mattioli G. Effect of coffee consumption, lifestyle and acute life stress in the development of acute lone atrial fibrillation. J Cardiovasc Med 2008;9:794‐8
Questão Qual é associação entre estilos de vida, stress agudo e ingestão de café na incidênciada fibrilhação auricular (FA)?
Métodos Foram incluídos 400 doentes (205 homens, média de idades 54±11 anos) com um episódio inaugural de FA, comparados com um grupo semelhantes de doentes de controlo (equiparados em termos de idade e género).
As variáveis estudadas incluíram ingestão de café, resultados de testes psicológicos de stress agudo, dieta, ingestão de álcool, tabagismo e obesidade.
Os outcomes foram a incidência de novo de fibrilhação auricular (FA).
Resultados O stress agudo induziu uma incidência mais elevada de FA, mas também uma ingestão mais marcada de café. Estes doentes apresentaram uma taxa mais favorável de conversão espontânea da arritmia.
Nos doentes obesos também se verificou uma maior taxa de incidência de FA (OR=0.88; IC 95% 0.84 a 1.20; P < 0.01).
Nos pacientes com maior consumo de café expresso verificou‐se um maior risco de incidência de FA (OR=0.86; IC 95% 0.49 a 1.21; P < 0.01) sendo este efeito particularmente marcado nos doentes que não bebem habitualmente (OR=4.1; IC 95% 1.98 a 4.56; P < 0.001).
Conclusões A ingestão de cafeína associa‐se a um risco moderado na incidência da fibrilhação auricular isolada.
Comentários Estudo de pequenas dimensões, analisando vários factores potencialmente arritmogénicos.
A ingestão progressiva de café aumentou o rico de FA, especialmente nos pacientes abstémicos, mas o efeito é moderado.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
65
CAFÉ E ARRITMIAS ‐ ANÁLISE DOS ESTUDOS REJEITADOS
1. Moriette G, Lescure S, El Ayoubi M, Lopez E. Apnea of prematurity: what's new?
Arch Pediatr 2010;17:186‐90
Estudo não analisando o café como factor de risco cardiovascular.
2. Natale F, Cirillo C, Di Marco GM e tal. When chewing gum is more than just a bad
habit. Lancet 2009;373:1918.
Estudo não analisando o café como factor de risco cardiovascular.
3. Fujiyoshi N, Yoshioka T, Morimoto F et al. Case of caffeine poisoning survived by
percutaneous cardio‐pulmonary support Chudoku Kenkyu 2008;21:69‐73.
Caso clínico de tratamento de intoxicação aguda com cafeína.
4. Lehtihet M, Sundh UB, Andersson DE. Energy drinks‐‐dangerous or not? Cases with
severe symptoms with possible connection to energy drinks‐‐more case reports
wanted. Lakartidningen 2006;103:2738‐41.
Artigo de revisão sobre séries de casos de ingestão de cafeína (em café e noutras
bebidas).
5. Ng GA. Treating patients with ventricular ectopic beats. Heart 2006;92:1707‐12.
Artigo de revisão de tratamento de arritmias cardíacas.
6. Rempher KJ. Cardiovascular sequelae of tobacco smoking. Crit Care Nurs Clin North
Am 2006;18:13‐20.
Artigo de enfermagem sobre os efeitos cardiovasculares do tabagismo.
7. Vermeylen D, Franco P, Hennequin Y et al.Laryngeal oedema in neonatal apnoea
and bradycardia syndrome (a pilot study). Early Hum Dev 2005;81:361‐7.
Artigo numa população pediátrica.
8. Katan MB, Schouten E. Caffeine and arrhythmia. Am J Clin Nutr 2005;81:539‐40.
Artigo de revisão.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
66
9. Aizaki T, Osaka M, Hara H e tal. Hypokalemia with syncope caused by drinking of
oolong tea. Intern Med 1999;38:252‐6.
Caso clínico de ingestão de chá em grandes quantidades e seus efeitos no potássio
sérico.
10. Tobias JD, Burd RS, Helikson MA. Apnea following spinal anaesthesia in two former
pre‐term infants. Can J Anaesth 1998;45:985‐9.
Estudo em população pediátrica.
11. Mehta A, Jain AC, Mehta MC, Billie M. Caffeine and cardiac arrhythmias. An
experimental study in dogs with review of literature. Acta CardioL 1997;52:273‐83.
Estudo animal.
12. Ishide N. Intracellular calcium modulators for cardiac muscle in pathological
conditions. Jpn Heart J 1996;37:1‐17.
Artigo de revisão.
13. Duc G, Bucher HU. Aminophylline versus caffeine citrate. Acta Paediatr
1995;84:1210.
Estudo em população pediátrica.
14. Larsen PB, Brendstrup L, Skov L, Flachs H. Aminophylline versus caffeine citrate for
apnea and bradycardia prophylaxis in premature neonates. Acta Paediatr
1995;84:360‐4.
Estudo em população pediátrica.
15. Roewer N, Greim C, Rumberger E, Schulte am Esch J. Abnormal action potential
responses to halothane in heart muscle isolated from malignant hyperthermia‐
susceptible pigs. Anesthesiology 1995;82:947‐53.
Estudo animal.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
67
16. Welborn LG, Greenspun JC. Anesthesia and apnea. Perioperative considerations in
the former preterm infant. Pediatr Clin North Am 1994;41:181‐98.
Estudo em população pediátrica.
17. Suter PM, Vetter W. Coffee and caffeine. Various selected aspects for everyday
practice. Schweiz Rundsch Med Prax 1993;82:1122‐8.
Artigo de revisão.
18. Zenk KE, Lloyd WC. Comparison of five inservicing methods in an intensive care
nursery. J Pharm Technol 1993;9:94‐6.
Artigo de revisão discutindo aspectos organizacionais.
19. Chou T. Wake up and smell the coffee. Caffeine, coffee, and the medical
consequences. West J Med 1992;157:544‐53.
Artigo de revisão.
20. Lynn LA, Kissinger JF. Coronary precautions: should caffeine be restricted in
patients after myocardial infarction? Heart Lung 1992;21:365‐71.
Artigo de revisão.
21. Beamish RE. Coffee, caffeine, cholesterol, cardiologists and confusion. Can J Cardiol
1990;6:93‐4.
Editorial.
22. Rosmarin PC. Coffee and coronary heart disease: a review. Prog Cardiovasc Dis
1989;32:239‐45.
Artigo de revisão.
23. Fuglsang G, Nielsen K, Kjaer Nielsen L et al. The effect of caffeine compared with
theophylline in the treatment of idiopathic apnea in premature infants. Acta
Paediatr Scand 1989;78:786‐8.
Estudo em população pediátrica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
68
24. Welborn LG, Hannallah RS, Fink R et al. High‐dose caffeine suppresses
postoperative apnea in former preterm infants. Anesthesiology 1989;71:347‐9.
Estudo em população pediátrica.
25. Brouard C, Moriette G, Murat I et al. Comparative efficacy of theophylline and
caffeine in the treatment of idiopathic apnea in premature infants. Am J Dis Child
1985;139:698‐700.
Estudo em população pediátrica.
26. Haley TJ. Metabolism and pharmacokinetics of theophylline in human neonates,
children, and adults. Drug Metab Rev 1983;14:295‐335.
Artigo de revisão.
27. Kannel WB, Thomas HE Jr. Sudden coronary death: the Framingham Study. Ann N Y
Acad Sci 1982;382:3‐21.
Artigo de revisão sobre risco coronário.
28. Shirkey HC. Treatment of petroleum distillate ingestion. Mod Treat 1971;8:580‐92.
Artigo de revisão sobre toxicologia.
29. Richardson T, Baker J, Thomas PW, Meckes C, Rozkovec A, Kerr D. Randomized
control trial investigating the influence of coffee on heart rate variability in patients
with ST‐segment elevation myocardial infarction. QJM 2009;102:555‐61
Estudo não relevante para a questão clínica.
30. Mukamal KJ, Hallqvist J, Hammar N, Ljung R, Gémes K, Ahlbom A, Ahnve S, Janszky
I. Coffee consumption and mortality after acute myocardial infarction: the
Stockholm Heart Epidemiology Program. Am Heart J 2009;157:495‐501.
Estudo não relevante para a questão clínica.
31. Marchlinski FE, Deely MP, Zado ES. Sex‐specific triggers for right ventricular
outflow tract tachycardia. Am Heart J 2000;139:1009‐13.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
69
32. Newby DE, Neilson JM, Jarvie DR, Boon NA. Caffeine restriction has no role in the
management of patients with symptomatic idiopathic ventricular premature beats.
Heart 1996;76:355‐7.
Estudo de restrição de café.
33. Myers MG, Harris L. High dose caffeine and ventricular arrhythmias. Can J Cardiol
1990;6:95‐8.
Estudo experimental.
34. Rigou DG, Pichel G, Fasah L. Ventricular arrhythmia in young university students
without evidence of heart disease. Medicina (B Aires) 1990;50:47‐51.
Estudo não relevante para a questão clínica.
35. Myers MG, Harris L, Leenen FH, Grant DM. Caffeine as a possible cause of
ventricular arrhythmias during the healing phase of acute myocardial infarction.
Am J Cardiol 1987;59:1024‐8.
Estudo não relevante para a questão clínica.
36. Mukamal KJ, Alert M, Maclure M, Muller JE, Mittleman MA. Tea consumption and
infarct‐related ventricular arrhythmias: the determinants of myocardial infarction
onset study. J Am Coll Nutr 2006;25:472‐9.
Estudo não relevante para a questão clínica.
37. Graboys TB, Blatt CM, Lown B. The effect of caffeine on ventricular ectopic activity
in patients with malignant ventricular arrhythmia. Arch Intern Med 1989;149:637‐
9.
Estudo não relevante para a questão clínica.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
70
CAFÉ E ARRITMIAS CARDÍACAS ‐ COMENTÁRIOS
As arritmias cardíacas – por exemplo a fibrilhação auricular (FA) e o flutter
auricular (FL) – raramente ocorrem sem doença estrutural do coração,
normalmente provocada por doença coronária, valvular ou miocardiopática
A prevalência das arritmias (nomeadamente ventriculares) constitui um factor de
risco cardiovascular importante, especialmente em doentes pós‐enfarte agudo do
miocárdio em que é uma das principais causas de morte. Neste contexto, as
arritmias supraventriculares – a FA e o FL – são menos perigosas, mas mesmo
assim podem induzir palpitações, falência cardíaca e síncope
Por outro lado, os episódios paroxísticos de FA/FL podem provocar fenómenos
tromboembólicos, para além dos outros sintomas já descritos, pelo que a
abordagem terapêutica é em nº elevado de casos urgente, quer através da
cardioversão quer farmacologicamente
Se um componente da dieta como o café aumentasse o risco de arritmias em
pessoas saudáveis (isto é, sem doença cardiovascular), então estas pessoas
deveriam ser aconselhadas a não tomar qualquer bebida com cafeína (café, chá,
refrigerantes, guaraná, etc.), pelas razões já expostas – embora um dos melhores
ensaios publicados com esta abordagem não tenha identificado qualquer benefício
(Heart 1996;76:355‐357)
Existem mecanismos fisiológicos descritos que suportam a potencial característica
arritmogénica do café em certos pacientes, com destaque para o aumento da
síntese de catecolaminas séricas pelas catequinas e o aumento da corrente de
cálcio através das membranas celulares (J Am Coll Nutr 2006;25:472–479)
Na presente análise verificámos que, dos quatro estudos relacionando a ingestão
de café com arritmias supra‐ventriculares, dois identificaram uma relação positiva
e outros dois foram negativos.
Os dois primeiros eram de pequenas dimensões e o impacto foi modesto. Os dois
estudos mais importantes – uma revisão sistemática da literatura e um estudo de
base populacional de grandes dimensões – não identificaram qualquer aumento de
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
71
risco de arritmias com ingestão de café (independentemente da ingestão diária),
pelo que se pode concluir que a ingestão crónica de café não parece aumentar o
risco de arritmias supraventriculares em doentes sem doença cardíaca.
Baseado nestes achados, é possível afirmar:
“A ingestão crónica de café não aumenta o risco de arritmias em
indivíduos normais.”
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
72
CONCLUSÕES FINAIS
O café é uma das bebidas mais consumidas a nível mundial – mais de 90% das pessoas
consome café diariamente ‐ e tem sido estudado extensivamente em relação com o
risco que sua ingestão provoca nas doenças cardiovasculares, endócrinas, oncológicas,
músculo‐esqueléticas e psiquiátricas.
O café tem na sua constituição uma complexa mistura de produtos químicos
fisiologicamente activos ‐ os mais importantes dos quais são a cafeína, o cafestol e
kahweol, o ácido clorogénico e vários micronutrientes ‐ cuja composição depende
(pelo menos em parte) de factores agrícolas, de manufactura (torrefacção), da mistura
e do modo de confecção (filtragem, fervura, etc.).
O consumo individual de cafeína é normalmente de longa duração, para toda a vida da
maior parte dos consumidores, variando substancialmente de país para país, com os
países nórdicos nos lugares cimeiros (figura).
Nesta revisão procurou‐se estudar e identificar eventuais relações (benéficas ou
prejudiciais) entre a ingestão regular de café ou de bebidas contendo cafeína e duas
condições: a hipertensão arterial e as arritmias cardíacas.
A. Vaz Carneiro e CEMBE da FML ‐ Relatório sobre café, hipertensão arterial e arritmias
73
Baseada nesta revisão científica, a resposta às perguntas inicialmente colocadas é:
“A ingestão crónica de café não aumenta o risco de hipertensão arterial
nem de arritmias em indivíduos normais. Os pacientes que têm
tendência para hipertensão podem ter uma resposta hipertensiva
modesta à ingestão de café."