Revisão Realismo Naturalismo

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Revisão de Literatura - períodos literários.

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  • REALISMOProf. Ms. Ludovico Omar [email protected]

  • A partir da metade do sculo XIX, a velha nobreza e o clero passadista no conseguiam mais dar sustentao ao Romantismo.

    Na Europa, o conservadorismo burgus e o liberalismo da classe mdia, que se cristaliza no iderio republicano e, s vezes, nas teorias socialistas entram em choque.CONTEXTUALIZAO

  • A industrializao modifica as relaes de trabalho, provoca o inchao das cidades, expe e agrava os problemas urbanos, instaura o consumismo e d impulso ao imperialismo econmico.

  • COMO TEVE INCIO O REALISMO?A partir de 1881, com a publicao de Memrias Pstumas de Brs Cubas, de Machado de Assis, e O Mulato, de Alusio Azevedo, d-se o incio de um novo tempo na literatura brasileira. A fase romntica superada, e tem incio o Realismo.

  • Realismo um termo bastante genrico. Na realidade, essa manifestao artstica subdivide-se em:O QUE FOI O REALISMO?REALISMO: a escola propriamente dita, cujo maior representante brasileiro foi Machado de Assis.NATURALISMO: um realismo particularizado, que imprime na literatura as marcas de correntes cientificistas e filosficas da segunda metade do sculo XIX.PARNASIANISMO: a poesia do Realismo

  • O Romantismo era a apoteose do sentimento; O Realismo a anatomia do carter. a crtica do homem. a arte que nos pinta a nossos prprios olhos para nos conhecermos, para que saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.Ea de Queirs

  • Objetividade: a realidade deve ser vista e interpretada como uma coisa concreta, palpvel. Esta mesma materialidade deve ser levada em conta na concepo filosfica da vida; na criao dos personagens e no trato com eles. Os personagens devem existir e agir como seres comuns, com virtudes e vcios, contraditrios e vivos.CARACTERSTICAS

  • Racionalidade: preocupao com a verdade, a clareza, a correo gramatical e aos detalhes para dar verossimilhana ao texto. Os personagens e os enredos podem ser fictcios, mas so construdos de tal maneira que poderiam muito bem existir e terem acontecido na vida real. Ao contrrio do romntico, que se deixa levar mais pela emoo, o realista valoriza o conhecimento racional, a observao da realidade e a pesquisa.

  • Contemporaneidade: o Romntico, insatisfeito com a realidade presente, cria novos mundos e foge para o passado, onde pode idealizar heris e enredos que realizam seus sonhos de felicidade. O autor Realista tem o sentido do presente. Seus contemporneos, sua poca so o objeto de sua anlise e interpretao.

  • Crtica burguesia: o realista, com a inteno de demolir o conservadorismo burgus, desmascara os valores e ideais dessa classe, apontando suas mazelas e falsidade.

  • NATURALISMO: uma Extenso do Realismo

  • Lio de anatomia do Dr. Tulp (1631), Rembrandt van Rijn O Realismo, em especial na perspectiva naturalista, era a anatomia do ser humano.(...) um Realismo a que se acrescentam certos elementos (...)Afrnio Coutinho

  • CARACTERSTICAS NATURALISTASCIENTIFICISMO: O estudo da Biologia, da Sociologia e da Psicologia se desenvolveu significativamente, de modo que todos os conceitos at ento vigentes sobre o homem, a mente e a sociedade to influenciados pela religiosidade crist foram revistos e muitos refutados. A tica rigorosamente cientfica passa a ser a nica forma de viso e anlise da sociedade.

  • CARACTERSTICAS NATURALISTASDETERMINISMO: Foi uma corrente de pensamento desenvolvida por Hypollite Taine (1828-1893). De acordo com o Determinismo, o comportamento humano era condicionado pelas influncias hereditrias, do momento histrico e do meio onde o homem convivia.

  • CARACTERSTICAS NATURALISTASAMORALISMO: Como efeito do cientificismo vigente, o texto naturalista procura apresentar a realidade dos fatos sem se preocupar em emitir juzos de valor. Cabe ao autor, portanto, apenas, descrever, mostrar , narrar, deixando de lado qualquer julgamento a respeito da conduta de seus personagens.

  • CARACTERSTICAS NATURALISTASPATOLOGISMO: Como qualquer cientista, ao naturalista no interessa o estudo das situaes normais: as distores do comportamento, da personalidade e dos grupos sociais so os assuntos preferidos dos autores da poca. O leitor encontra, nas obras do perodo, com muita freqncia, cenas deprimentes, nojentas, degradantes.

  • CARACTERSTICAS NATURALISTASANIMALIZAO DO HOMEM: O homem, na viso dos naturalistas, um ser que se move muito mais pelos seus instintos do que pela razo, assim como os animais.

  • Machado de AssisNa obra de Machado de Assis, h uma enganosa transparncia direta nos meios, sinuosa nos fins que caracteriza a melhor prosa de fico (...), mais preocupado com a observao exata do que com exerccios de estilo.Revista Bravo, No. 17

  • CARACTERSTICAS DO ESTILO REALISTA DE MACHADO DE ASSISLINGUAGEM ACADMICA, culta, concisa, objetiva, compacta (apropriada para a reflexo e anlise). Emprego de perodos curtos (s vezes feitos apenas de reticncias), narrativas sem muita extenso.

    TEMPO E ESPAO CONTEMPORNEOS do autor. Os enredos de Machado se passam em ambientes da vida carioca, tm como pano de fundo, paisagens fsicas e sociais do Rio de Janeiro, do final do sculo XIX. Com freqncia, o autor faz referncias a fatos da Histria do Brasil: Guerra do Paraguai, Abolio da Escravatura, Proclamao da Repblica.

  • CARACTERSTICAS DO ESTILO REALISTA DE MACHADO DE ASSISPERSONAGENS VIVOS, tipos humanos comuns com suas virtudes e vcios, que bem poderiam ser reconhecidos na rua, vivem em suas histrias. So personagens geralmente redondos, ou seja, de personalidade forte, profundos, inconformados, imprevisveis.

    DESFECHOS INESPERADOS, surpreendentes, insatisfatrios. O narrador conduz a narrativa de maneira a convencer o leitor de um determinado final, para, em seguida, decepcion-lo com uma inverso total do rumo dos acontecimentos.

    NARRATIVA CIRCULAR em que se destacam as digresses, os rodeios e retrospectivas, as intromisses do narrador para comentrios e reflexes sobre os acontecimentos narrados ou a respeito da prpria arte narrativa so freqentes. Este recurso de estilo torna a narrativa lenta e d a ela um aspecto aparentemente dispersivo.

    METALINGUAGEM: o narrador por vezes dirige-se ao leitor tecendo comentrios sobre o prprio texto, desculpando-se, sugerindo a interrupo da leitura ou o salto de alguns captulos.

    INTERTEXTUALIDADE: referncia a outros textos e autores, atravs de citaes, pardias ou insero desses textos na trama em desenvolvimento.

  • O HOMEM, A SOCIEDADE E O MUNDO NA VISO REALISTA DE MACHADO DE ASSISVISO PESSIMISTA, amarga, desencantada e irnica da realidade, da vida, das pessoas e da sociedade. O humor e a ironia servem de contraponto a esse negativismo e provocam sorrisos amarelos quando alguns personagens so surpreendidos com atitudes, gestos e atos que so apenas fruto do fingimento e da vaidade.

    CRTICA BURGUESIA E DESTRUIO DE SEUS VALORES. A amizade, o amor, o casamento, a famlia, a religio, to caros classe social que sustentava o Romantismo, so ridicularizados e desacreditados. A traio, o adultrio, a hipocrisia e a vaidade; os interesses e as segundas intenes envenenam todos os relacionamentos humanos.

  • O HOMEM, A SOCIEDADE E O MUNDO NA VISO REALISTA DE MACHADO DE ASSISANLISE PSICOLGICA dos caracteres, do comportamento e das contradies humanas. Exposio das ambigidades da alma, viso profunda da realidade interior e da fisionomia moral das pessoas, investigao do destino e da solido deixam em segundo plano o enredo, o espao e o tempo da narrativa.

    A ANLISE DA PSICOLOGIA MASCULINA coloca em relevo os personagens homens (Brs Cubas, Quincas Borba, Rubio, Palha, Bentinho, Escobar, Pedro, Paulo, Conselheiro Aires). Alm disso, dando destaque s anormalidades e perturbaes mentais desses personagens, coloca-se em pauta a discusso sobre os limites da normalidade.

  • O HOMEM, A SOCIEDADE E O MUNDO NA VISO REALISTA DE MACHADO DE ASSISA AMBIGUIDADE FEMININA uma constante em Machado. As mulheres so vistas e apresentadas, no mais como deusas e heronas romnticas, mas como seres humanos comuns, sujeitas s mesmas fraquezas dos homens. Elas so ambiciosas, como Virglia, Sofia, Marcela; so manipuladoras, destruidoras como Capitu; so adlteras, real ou supostamente, como Rita; e possuidoras de uma arma fatal: os olhos lindos, sedutores, provocantes e destruidores.

  • AS OBRAS DA MATURIDADE DEMACHADO DE ASSISMEMRIAS PSTUMAS DE BRS CUBASA vida para Brs Cubas intil, amarga e sem sentido, como a dele que foi uma srie de negativas:

    - NO conseguiu o amor de Marcela que o amou apenas por causa do dinheiro;

    - NO conseguiu se casar com Virglia, que o trocou por Lobo Neves;

    - NO foi deputado, nem ministro, nem jornalista de renome, nem inventor do famoso emplastro Brs Cubas.EM SUMA, REFLETE A CONDIO HUMANA:A MSCARA, A AMBIO, A INSANIDADE, O DELRIO so metforas da inexplicvel e indecifrvel existncia humana.

  • AS OBRAS DA MATURIDADE DEMACHADO DE ASSISQUINCAS BORBAO amigo louco de Brs Cubas surge como ttulo do segundo realista de Machado de Assis, escrito 10 anos depois de Memrias pstumas. Quincas Borba, antes de morrer e deixar toda sua fortuna para o amigo Rubio, tenta expor-lhe a essncia da Teoria do Humanistismo:

    Supe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire foras para transpor a montanha e ir outra vertente, onde h batatas em abundncia; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, no chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanio. A paz, nesse caso, a destruio; a guerra a conservao. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. (...) Ao vencido, dio ou compaixo; ao vencedor, as batatas.

  • AS OBRAS DA MATURIDADE DEMACHADO DE ASSISDOM CASMURROO narrador, Bento, j com idade avanada resolve narrar sua vida, com a ntida inteno de condenar Capitu, sua falecida mulher, e Escobar, seu melhor amigo, que, segundo ele, o traram covardemente, foram amantes e pais de Ezequiel.

    So as mulheres, na obra, que decidem o destino de Bento: D. Glria, a me, e Capitu, a namorada e esposa.Personagens femininas machadianas: olhares enigmticos

  • AS OBRAS DA MATURIDADE DEMACHADO DE ASSISESA E JACPedro e Paulo, os gmeos que, como os da Bblia, foram eternamente rivais, serve para o autor analisar a natureza humana, principalmente sob o ponto de vista de seus dois plos irreconciliveis:

    RAZO Pedro e EMOO - Paulo

    O conselheiro Aires o suposto autor e narrador da histria dos gmeos; o mediador, conciliador avesso a disputas, que expressa uma posio irnica, ctica e s vezes muito prtica a respeito de tudo.

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