Revisão de História Geral - Da Pré-História Ao Século XIX

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HISTÓRIA GERAL DA PRÉ-HISTÓRIA AO SÉCULO XIX I. REVISÃO DE CONTEÚDO A Pré-História 1. CONCEITO: - É o período que vai do surgimento do homem até a invenção da escrita. este conceito não leva em consideração que a pré-história não acabou nessa época (4.000a.C) para todos os povos e que, ainda hoje, existem povos vivendo na pré- história. Ele é válido apenas para a região do Oriente Médio (ou Oriente Próximo). - É o período em que se observa o surgimento do Homem e sua evolução biológica e cultural. - É uma fase na evolução de todos os povos. 2. CRÍTICA AO TERMO PRÉ-HISTÓRIA: - O termo pré-história transmite a falsa impressão de que houve um período em que mesmo existindo homens não houve história. - leva em consideração como marco para o início da História a invenção da escrita e não a atuação do Homem como ser histórico. 3. A ORIGEM DO HOMEM: · Evolucionismo: - Charles Darwin: seleção natural e primata (pongídeos e hominídeos) 4. A PERIODIZAÇÃO DA PRÉ-HISTÓRIA: + baseada numa visão evolucionista do processo histórico. · Paleolítico. · Mesolítico. · Neolítico. · Idade dos Metais. 5. OS ANCESTRAIS DO HOMEM: - Australopithecus. - Homo Habilis. - Pithecanthropus erectus (homem de Java). - Homo pekinensis (homem de Pequim). - Arcantropinos. - Homo Neanderthalensis. - Homo heidelbergensis. - Homo de Grimalde. - Homo de Cro-Magnon. 6. PALEOLÍTICO: · Idade da Pedra Lascada + regime de comunidade primitiva - atividades econômicas: caça, pesca e coleta de frutos, raízes e ovos. - instrumentos rudimentares feitos de ossos, madeiras ou lascas de pedra (sílex): raspadores, furadores. - nomandismo. - bandos. - domesticação (controle) do fogo. - habitação: cavernas, copa de árvores ou choças feitas de galhos. - propriedade coletiva das terras, águas e bosques. - igualdade social. - ocupação da África à Europa, da Ásia à América e à Austrália. - invenção do arco e da flecha. - pintura rupestre. - sepultamento dos corpos. - magia.

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HISTÓRIA GERAL DA PRÉ-HISTÓRIA AO SÉCULO XIX

I. REVISÃO DE CONTEÚDO

A Pré-História1. CONCEITO:- É o período que vai do surgimento do homem até a invenção da escrita. este conceito não leva em consideração que a pré-história não acabou nessa época (4.000a.C) para todos os povos e que, ainda hoje, existem povos vivendo na pré-história. Ele é válido apenas para a região do Oriente Médio (ou Oriente Próximo).- É o período em que se observa o surgimento do Homem e sua evolução biológica e cultural.- É uma fase na evolução de todos os povos. 2. CRÍTICA AO TERMO PRÉ-HISTÓRIA:- O termo pré-história transmite a falsa impressão de que houve um período em que mesmo existindo homens não houve história.- leva em consideração como marco para o início da História a invenção da escrita e não a atuação do Homem como ser histórico.3. A ORIGEM DO HOMEM:· Evolucionismo:- Charles Darwin: seleção natural e primata (pongídeos e hominídeos)

4. A PERIODIZAÇÃO DA PRÉ-HISTÓRIA:+ baseada numa visão evolucionista do processo histórico.· Paleolítico.· Mesolítico.· Neolítico.· Idade dos Metais.5. OS ANCESTRAIS DO HOMEM:- Australopithecus.- Homo Habilis.- Pithecanthropus erectus (homem de Java).- Homo pekinensis (homem de Pequim).- Arcantropinos.- Homo Neanderthalensis.- Homo heidelbergensis.- Homo de Grimalde.- Homo de Cro-Magnon.6. PALEOLÍTICO:· Idade da Pedra Lascada

+ regime de comunidade primitiva- atividades econômicas: caça, pesca e coleta de frutos, raízes e ovos. - instrumentos rudimentares feitos de ossos, madeiras ou lascas de pedra (sílex): raspadores, furadores.- nomandismo.- bandos.- domesticação (controle) do fogo.- habitação: cavernas, copa de árvores ou choças feitas de galhos.- propriedade coletiva das terras, águas e bosques.- igualdade social.- ocupação da África à Europa, da Ásia à América e à Austrália.- invenção do arco e da flecha.- pintura rupestre.- sepultamento dos corpos.- magia.- mesolítico: início da formação de aldeias e da sedentarização, além do início da agricultura. 7. NEOLÍTICO:· Idade da Pedra Polida+ Revolução Neolítica ou Agrícola* Agricultura: cultivo de plantas.* Pecuária: criação (domesticação) de animais.- importância da mulher.- aldeias.- sedentarização.- aumento da população.- cerâmica.- tecelagem.- metalurgia.* Idade dos Metais: dissolução das comunidades neolíticas- cobre, bronze e ferro.- produção de excedente.- aumento da população.- armas.- desigualdade social.- propriedade privada.- Estado.- escrita.- Civilização: sociedades baseadas no regime de

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servidão coletiva, de Estado absoluto (sociedades asiáticas: Egito e Mesopotâmia); e sociedades escravistas (Grécia e Roma).

Egito Antigo1. AS INFLUÊNCIAS DO MEIO FÍSICO-GEOGRÁFICO: Localização: no nordeste da África, região seca e árida (desértica) Crescente Fértil.Segurança: cercada por desertos e mares, a região estava naturalmente protegida de invasões.Rio Nilo: irrigação (obras hidráulicas) e fertilização (húmus) facilidade da atividade agropecuária como meio de sobrevivência.Heródoto: “O Egito é uma dádiva do Nilo” somente os fatores naturais não explicam o desenvolvimento da civilização egípcia. Às condições da natureza, devemos acrescentar o valor do trabalho humano.O PERÍODO PRÉ-DINÁSTICO (5000-3200 ªC.):Período de povoamento e formação do Egito.Nomos: pequenas comunidades agrícolas (cidades-estados) independentes, nas quais se iniciou a dissolução da propriedade coletiva, com o surgimento no interior de cada um, de uma espécie de aristocracia, proprietária das melhores terras. A necessidade de construção das obras hidráulicas (barragens, diques e canais de irrigação) e de controle da população levou a formação de dois reinos: o Reino do Alto Egito (sul) e o Reino do Baixo Egito (norte) 3500 ªC.Em 3200 ªC., Menés, governante do Alto Egito, promove a unificação política dos dois reinos, tornando-se rei de todo o Egito centralização política e criação do Estado (zelar pelo bem comum: justificativa) egípcio. O PERÍODO DINÁSTICO:3.1. O ANTIGO IMPÉRIO (3200-2300 ªC.):Capitais: Tinis, depois Mênfis.Agricultura de regadio.Construção de obras hidráulicas.Monarquia Absoluta Teocrática.Construção das grandes pirâmides (túmulos): Quéops, Quéfren e Miquerinos demonstram o conhecimento arquitetônico e a força da fé dos egípcios.Período “feudal” egípcio: instabilidade política e social lutas entre os nomarcas, revoltas sociais e desorganização da produção. 3.2. O MÉDIO IMPÉRIO EGÍPCIO (2000-1580 ªC.):Restabelecimento do poder do faraó e da unidade do império.Capital: Tebas.Invasão dos hicsos (1750 ªC.): povos de origem asiática usavam cavalos, carros de guerra e a metalurgia do ferro.

Ocupação dos hebreus: chegaram ao Egito fugindo das secas, da fome e das guerras na Palestina. Chegaram a participar da administração hicsa (José chegou a ser vice-rei). 3.3. O NOVO IMPÉRIO EGÍPCIO (1580-525 ªC.):A dominação hicsa desenvolveu sentimentos de união, nacionalismo e militarismo entre os hebreus.Os hicsos são expulsos do Egito em 1580 ª.C. Amósis I.Os hebreus são dominados e escravizados pelos egípcios.Os hebreus conseguem sair do Egito, sob o comando de Moisés, no chamado Êxodo.Capitais: Tebas, depois Akhetaton.Tutmés III expandiu o império: subjugou os sírios e fenícios. Amenófis IV (Amen-hotep) promoveu uma revolução teológica, substituindo o politeísmo pelo monoteísmo (crença no deus Aton) com o objetivo de diminuir o poder dos sacerdotes de Amon-Ra. Amenófis mudou seu nome para Akhenaton e transferiu a capital para Akhetaton.Amenófis foi deposto pelos sacerdotes e substituído por Tutankhamon, que restituiu o culto politeísta. O túmulo de Tutankhamon foi descoberto intacto em 1922 d.C.Ramsés II continuou as conquistas e o expansionismo militar: hititas.Declínio da civilização egípcia e domínio assírio (Assurbanipal), em 662 ªC.3.4. O RENASCIMENTO SAÍTA (655-525 ª.C.):Período de restabelecimento do poder do faraó através de Psamético I, que expulsou os assírios e promoveu um florescimento econômico e cultural.Capital: Sais.O faraó Necao financiou o navegador fenício Hamon numa viagem que contornou toda a costa africana (mar Vermelho, Oceano Índico, sul da África, Oceano Atlântico, mar Mediterrâneo e Egito).Em 525 ªC., o Egito é conquistado pelos persas (Cambises) na Batalha de Pelusa e transformado em província do império persa.Outras dominações: gregos, macedônios, romanos, árabes, turcos, e ingleses.POLÍTICA:Monarquia Absoluta Teocrática.Constantes conflitos entre o poder central e os poderes locais.Estreita relação entre poder político e religião.ECONOMIA:Agricultura de regadio.Economia sob controle do Estado.O comércio e o artesanato se destinavam a suprir com artigos de luxo os palácios e os templos.Modo de Produção Asiático: Servidão Coletiva.O Estado era proprietário das terras.

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O Estado apropriava-se do excedente da produção, recrutava trabalhadores para as construções públicas e cobrava impostos.SOCIEDADE:Desigual, estratificada e hierarquizada: cristalização das camadas sociais, tendo-se formado uma poderosa burocracia estatal (administrativa e religiosa) que tornou seus cargos hereditários: rígida divisão social.Os camponeses (felás) eram os responsáveis pela produção e pelas construções.A classe sacerdotal era a mais poderosa em virtude do papel da religião.RELIGIÃO:Politeísta: Amon-Ra, Osíris, Ísis, Set, Hórus, Anúbis, Ápis.Deuses antropomórficos, zoomórficos e antropozoomórficos.Deuses locais.Crença na imortalidade da alma e no retorno desta ao corpo.Mumificação.A lenda de Osíris, que descreve a morte e a ressurreição desta divindade, reflete além da crença religiosa, a dependência do povo egípcio, no campo sócio-econômico, com relação às cheias e vazantes do rio Nilo.Túmulos: mastabas, pirâmides e hipogeus.Orientadora das instituições e da arte, além de embasamento social e cultural.

CULTURA:Influenciada pela religião.Escritas: Hieroglífica (decifrada por Champollion, que utilizou uma pedra – Pedra de Roseta – encontrada pelas tropas napoleônicas), demótica e hierática facilitar a contabilidade dos templos.Artes: Arquitetura (templos – Karnac e Luxor -, palácios e pirâmides), Escultura (Escriba Sentado) e Pintura (perfil).Ciências: Astronomia (calendário), Medicina (doenças do estômago, coração, fraturas, intervenções cirúrgicas no crânio), Matemática (álgebra e geometria).Literatura: Livro dos Mortos, Hino ao Sol. Sua religiosidade e tradicionalismo explicam a estabilidade e a permanência dos mesmos valores sociais, morais e culturais por muitos séculos.

A MesopotâmiaAS INFLUÊNCIAS DO MEIO FÍSICO-GEOGRÁFICO:Crescente Fértil.Rios Tigre e Eufrates: obras hidráulicas e fertilidade enchentes e invasões.

POVOAMENTO DA MESOPOTÂMIA (“terra entre rios”):

Sumérios.Acádios.Amoritas.Hitititas e Cassitas.Assírios.Caldeus.SUMÉRIOS:Base cultural da Mesopotâmia: cidade-estado, metalurgia, roda, escrita (cuneiforme).Cidades-estados: Ur, Uruk, Lagash, NippurPatesi: sumo-sacerdote e chefe militar.Mitos: a criação do mundo por Marduk, a confecção do homem com barro e a versão de um dilúvio universal.OS ACÁDIOS:Cidades: Agadê, Sippar, Babilônia.Sargão I: dominou o centro e o sul da Mesopotâmia: império.Assimilaram a cultura sumeriana.OS AMORITAS:1º Império Babilônico.Capital: Babilônia (centro econômico e cultural).Hamurábi: Código de Hamurábi 1º código de leis escritas da História, baseado na Lei de Talião (“olho por olho, dente por dente”)OS ASSÍRIOS:Violência e crueldade.Terror como instrumento de dominação.Sargão II: conquista o reino de Israel.Militarismo organizado e cruel: o primeiro exército organizado do mundo, com recrutamento obrigatório e que se tornou uma força permanente após o reinado de Tiglatfalasar III (tomou a cidade de Babilônia).Capitais: Assur, depois Nínive (Senaqueribe).Assurbanipal: conquistou o Egito e criou a Biblioteca de Nínive (reuniu um amplo acervo cultural de toda a região, formada por dezenas de milhares de blocos de argila).OS CALDEUS:2º Império Babilônico.Nabucodonosor: conquistas militares (o reino de Judá “Cativeiro da Babilônia”) e obras arquitetônicas (os Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel).POLÍTICA:Monarquia Absoluta Teocrática.ECONOMIA:Modo de Produção Asiático: Servidão Coletiva.Agricultura de regadio: obras hidráulicas.Artesanato e comércio significativos.SOCIEDADE:Desigual, estratificada e hierarquizada.RELIGIÃO:Politeísta: Marduk, Ishtar, Shamash.Não ofereciam compensações na vida após a morteCULTURA:Escrita: Cuneiforme (uma representação figurada evocando a coisa ou o ser), decifrada por Grotefend e

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Rawlison.Literatura: “Epopéia de Gilgamesh” e o “Mito da Criação”.Ciências: Astronomia (movimento dos planetas, estrelas e previsão de eclipses; calendário com o ano de doze meses, dividido em semanas de sete dias e estes, em períodos de doze horas); Matemática (divisão, multiplicação, raiz quadrada, raiz cúbica, divisão do circulo em 360 graus).Arquitetura: arcos, zigurats (templos).Pintura e escultura: estatuária e baixos-relevos.

Os HebreusORIGEM:Povo semita.Ur, na Caldéia (Mesopotâmia).Abraão “Terra Prometida” migração Palestina (Canaã = “Terra Prometida) ocupada por cananeus e filisteus rio Jordão. PERÍODO DOS PATRIARCAS:Divididos em tribos seminômades: descentralização política.Patriarcas: condutores das tribos hebraicas.Período de busca de uma base territorial.Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, José, Moisés e Josué.Nova migração para o Egito motivos: guerras, fome e secas.No Egito, chegaram a participar da administração hicsa: José ocupou o cargo de vice-rei.Após a expulsão dos hicsos, os hebreus são escravizados no Egito.Êxodo: saída dos hebreus do Egito sob o comando de Moisés.Permanência no deserto Moisés elabora os fundamentos do Judaísmo O Decálogo (Dez Mandamentos) avanço na unidade e coesão do povo hebreu chefia religiosa, política, militar e jurídica. Josué alcança a Palestina, reativando as lutas pela posse do território (conquista a cidade de Jericó).PERÍODO DOS JUÍZES:Período de transição entre a descentralização do período dos patriarcas e a centralização do período dos reis.Lutas de conquista de uma base territorial.Juízes: chefes militares.Juízes: Gideão, Sansão, Gefté e Samuel.Lutas contra cananeus e filisteus.Samuel propôs a criação da monarquia hebraica com o objetivo de acabar com as divergências entre as tribos, promover a unidade política entre as tribos e, assim, fortalecer os hebreus diante dos filisteus.

PERÍODO DOS REIS:Saul: instituição da monarquia.Criação do Estado Hebreu.

Intensificou as lutas contra os filisteus, mas, vencido em uma batalha, suicidou-se.Davi: venceu definitivamente os filisteus.Consolidação do Estado israelita: exército, burocracia, expansão militar e Jerusalém como a capital.“Salmos”.Salomão: Apogeu da monarquia hebraica, beneficiada pela debilidade da Mesopotâmia e do Egito.Desenvolvimento do comércio e da diplomacia.Construção de obras públicas: Templo de Jerusalém (símbolo da unidade do povo hebreu).Aliança com os fenícios.“Cântico dos Cânticos”.Descontentamento popular: pesados impostos e o trabalho dos camponeses nas grandes obras públicas.

CISMA:Divisão da monarquia hebraica após a morte de Salomão: descontentamento popular, grandes desigualdades sociais e rivalidades entre as tribos do Norte e do Sul.Roboão: duas tribos do Sul Reino de Judá capital em Jerusalém conquistado por Sargão II no século VIII a.C.Jeroboão: dez tribos do Norte Reino de Israel capital em Samaria conquistado por Nabucodonosor no século VI a.C. destruição do Templo de Jerusalém escravizou os sobreviventes no Cativeiro da Babilônia.

Cativeiro da Babilônia:Escravidão dos hebreus na cidade da Babilônia.Foram libertados por Ciro, rei persa, e retornaram a Palestina.Reconstruíram o Estado hebraico na região de Judá: subordinado ao Império Persa.

Diáspora:A Palestina é conquistado pelos macedônios e, mais tarde, pelos romanos.Domínio romano: pesados impostos e opressão.Revoltas judaicas e migrações.Em 70 d.C., durante o governo do Imperador Tito, a cidade de Jerusalém foi destruída e os hebreus completaram sal dispersão, abandonando a Palestina: essa dispersão do povo hebreu pelas terras do Império Romano é denominada de Diáspora.

Sionismo:Movimento feito pelos hebreus espalhados pelo mundo inteiro, para a volta à Terra Prometida.Em 1948, a ONU criou o Estado de Israel.Início de novos conflitos: judeus X palestinos (árabes).ECONOMIA:Durante os períodos dos patriarcas e dos juízes, foi

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essencialmente agro-pastoril.Durante a monarquia desenvolveu-se o comércio.SOCIEDADE:Desigual, estratificada e hierarquizada.CULTURA:Influência da cultura mesopotâmica: idéia do fatalismo e do caráter transcendental de deus. Influência sumeriana no Antigo Testamento: Mito da Criação e Epopéia de Gilgamesh.Influência amorita na Bíblia: “olho por olho, dente por dente”. Literatura: Talmud (escrito pelos rabinos = sacerdotes) e Antigo Testamento (Torá ou Pentateuco, Livros Históricos, Livros Proféticos e Livros Didáticos).RELIGIÃO:Judaísmo: monoteísmo, messianismo e concepção de “povo eleito”, Sabat.Influenciou o Cristianismo e o Islamismo.Bíblia (Antigo Testamento), Tora (Pentateuco) e Talmud.Festas: Páscoa (relembrando a saída dos hebreus do Egito), Tabernáculos (rememorando a permanência no deserto) e Pentecostes (recordando o recebimento do Decálogo por Moisés).

Grécia Antiga1. INFLUÊNCIAS DO MEIO FÍSICO-GEOGRÁFICO:Localização: Península Balcânica. Interior: solo árido e rochoso dificultava a agricultura.Litoral: recortado em penínsulas e portos naturais facilitava a navegação e a pesca comércio marítimo.O relevo montanhoso dificultava a comunicação entre os núcleos populacionais e estimulava o fracionamento político cidades-estados (pólis). A Grécia não tinha unidade política dividida em cidades-estados independentes. A Grécia possuía unidade cultural idioma e religião.

2. PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO:· Povoamento: povos indo-europeus.Pelágios ou pelasgos.Aqueus: fundaram Micenas, Tirinto e Argos.- invadiram Creta (civilização minóica) “Minotauro”.- formação da civilização creto-micênica: urbana e comercial. - domínio comercial no Mediterrâneo. - destruição de Tróia “Cavalo de Tróia”.- domínio comercial no Egeu. Eólios.Jônios.Dórios: destruição da civilização creto-micênica 1ª Diáspora grega (deslocamento de parte da população para as ilhas do Egeu e para a Ásia Menor

colonização) regressão sócio-econômica (agrária e rural) formação dos génos. 3. PERÍODO HOMÉRICO:· Génos: pequenas comunidades agrárias, gentílicas, coletivistas e de membros aparentados unidade econômica, política, social e religiosa.Fontes Históricas: os poemas Ilíada e Odisséia de Homero.Páter: chefe patriarcal. Propriedade coletiva dos meios de produção (terras) e dos bens produzidos (alimentos).Economia natural.Igualdade social.Desintegração dos génos: aumento da população e do consumo, falta de terras férteis, produção limitada e tecnologia rudimentar.Reflexos: conflitos por terras, propriedade privada, desigualdade social (eupátridas, georgóis e thetas), 2ª Diáspora grega (deslocamento da população excedente para a Magna Grécia [sul da Itália] e Mediterrâneo ocidental [Nice, Marselha]) e formação das pólis (fratria tribo [filobasileu] demos [basileu] pólis).4. PERÍODO ARCAICO: · Pólis: cidades-estados independentes e autônomas Esparta e Atenas.

· Esparta:Localização: Península do Peloponeso.Fundação: dórios união da três tribos dórias (sinecismo).Conquista de Messênia (região fértil): solidificou o caráter essencialmente guerreiro, escravista e provocou uma reforma econômica que aboliu a propriedade familiar em seu lugar instituiu a propriedade estatal – a terra cívica – dividida em lotes e entregue aos espartanos.Economia: agrícola e o Estado era o proprietário das terras férteis (cívicas) e dos escravos (hilotas).Sociedade: estamental, rígida, militarista, conservadora.- Espartanos, esparciatas ou espartíatas: cidadãos (direitos políticos), usavam as terras cívicas, descendentes dos dórios, controlavam o poder. - Periecos: pequenos proprietários (terras menos férteis periféricas), comerciantes, artesãos, livres, sem direitos políticos.- Hilotas: escravos.· Política: Oligarquia Legislador: Licurgo.- Diarquia: dois reis (funções religiosas e guerreiras). - Eforato: cinco membros (funções executivas). - Gerúsia: 28 membros anciãos (funções legislativas) conselho.- Ápela: assembléia popular cidadão maiores de 30 anos.

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· Educação: rígida e militarista, formação do corpo, aos cuidados do Estado, xenofobia, laconismo e kryptia.

· Atenas:· Localização: Península Ática.· Fundação: Jônios união das quatro tribos jônicas (sinecismo).· Economia: no início, agricultura, depois, comércio marítimo.· Sociedade: Eupátridas proprietários das melhores terras, cidadãos.Georgóis: pequenos proprietários, sem direitos políticos.Thetas: camponeses, sem direitos políticos.Demiurgos: comerciantes lutas por direitos políticos.Metecos: estrangeiros, sem direitos políticos.Escravos: atuaram em todos os ofícios.Evolução Política: Monarquia (basileu). Oligarquia (arcontado).Tirania: ditadores que usurparam o poder Psistrato obras públicas.Oligarquia.Democracia.· Legisladores: promotores de reformas que refletiam as lutas entre as classes sociais e o crescimento da pólis e do comércio.- Drácon: leis escritas e extremamente severas, manteve os privilégios dos eupátridas, mas acabava o arbítrio.- Sólon: acabou com a escravidão por dívidas e dividiu a sociedade censitariamente.- Clístenes: implantou a democracia, direitos políticos para eupátridas, demiurgos, georgóis e thetas. Ostracismo (banimento de todo aquele que ameaçasse a democracia por um período de 10 anos).- Péricles: consolidou a democracia, remuneração dos cargos público (participação de todos os cidadãos nos negócios públicos),“século de ouro” (V a.C.), desenvolvimento econômico e cultural, misthoy (soldo para os soldados do exército).· Democracia: participavam todos os cidadãos atenienses, adultos, fihos de pais e mães atenienses: eram uma minoria.Era direta.Escravista.Excluía os estrangeiros, os escravos e as mulheres+ Órgãos: Bulé – Conselho.Eclésia – Assembléia popular.Helieu – Tribunal de Justiça.

5. PERÍODO CLÁSSICO:· Hegemonias: imperialismo As Guerras Médicas+ gregos X persas (medos).+ motivo: o avanço do imperialismo persa.+ lª Guerra Médica: os gregos derrotam os persas na

Batalha de Maratona.+ 2ª Guerra Médica: os espartanos são derrotados na Batalha das Termópilas, mas os gregos derrotam os persas nas Batalhas de Salamina e Platéia.+ 3ª Guerra Médica: Confederação de Delos (liga militar das cidades gregas, lideradas por Atenas, que tinha por objetivo proteger a Grécia dos ataquespersas) : as pólis contribuíram com navios e dinheiro Esparta não participou.- os gregos derrotam definitivamente os persas na Batalha de Eurimedon.- Tratado de Susa (Paz de Calias ou Paz de Címon): fim do conflito.+Conseqüência: o imperialismo ateniense sobre as cidades participantes da Confederação de Delos (que não foi dissolvida): beneficiou-se das riquezas.

· A Guerra do Peloponeso:+ Atenas (Confederação de Delos) X Esparta (Liga do Peloponeso)+ motivos: o imperialismo ateniense e as diferenças políticas e culturais entre Atenas e Esparta.+ Paz de Nícias: trégua.+ vitória de Esparta na Batalha de Égos Potamos.+ conseqüências: fim do imperialismo ateniense e da democracia e início do imperialismo espartano.+ Esparta foi derrotada por Tebas na Batalha de Leutras: início do imperialismo tebano.

· Declínio da Grécia:+ Motivos: as constantes guerras entre as pólis e a falta de unidade grega.

· Conquista da Grécia:+ Em 338 a.C., o território grego é conquistado pelos macedônios de Filipe II na Batalha de Queronéia.

6. PERÍODO HELENÍSTICO:· Helenismo: Alexandre Magno:+ expansionismo militar e territorial e da cultura grega (aprofundamento).+ incremento do comércio internacional.+ fundação de cidades de cultura grega: Alexandria.+ helenismo: fusão da cultura grega com a cultura oriental.+ formação dos reinos helenísticos.7. CULTURA:democracia: práticas republicanas e participativas de poder.Influência sobre a civilização ocidental.Concepções de beleza, equilíbrio e harmonia.Racionalismo, humanismo e antropocentrismo.

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Produção teatral, filosófica e cientifica.Religião politeísta e sem dogmas.Estilos arquitetônicos: dórico, jônico e coríntio.

Roma Antiga1. MEIO FÍSICO-GEOGRÁFICO:Localização: Península Itálica.Solo fértil e litoral pouco recortado. 2. POVOAMENTO DA PENÍNSULA ITÁLICA:Gauleses: norte.Etruscos: centro (Toscana [Etrúria]).Latinos: centro.Gregos: sul (Magna Grécia).3. ORIGEM DE ROMA:Lendária: Rômulo e Remo (753 a.C.)Histórica: Roma foi fundada como um forte (fortaleza) pelos latinos para se defenderem dos ataques etruscos (1000 a.C.): região do Lácio.Os povos mais significativos na formação de Roma são os latinos, os sabinos e os etruscos.Foram os etruscos os responsáveis pela transformação da aldeia romana em cidade: na fase final da realeza, Roma foi dominada pelos etruscos.4. EVOLUCÃO POLÍTICA DE ROMA:Monarquia (753 a 509 a.C.).República (509 a 27 a.C.).Império (27 a.C. a 476 d.C.).5. A MONARQUIA ROMANA:Órgãos políticos:° Realeza: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco (o Antigo), Sérvio Túlio e Tarquínio (o Soberbo). ° Conselho dos Anciãos ou Senado.° Assembléia ou Cúria.Sociedade: Estamental.° Patrícios: cidadãos aristocracia.° Plebeus: livres, sem direitos políticos, pequenos proprietários, artesãos e comerciantes representavam a maioria da população. ° Clientes: plebeus que viviam agregados as famílias patrícias.° Escravos: prisioneiros de guerra, instrumentos de trabalho nessa fase ainda não eram os responsáveis pela produção do excedente. O Golpe dos Patrícios (509 a.C.):Os patrícios, através do Senado, derrubaram o último rei de Roma, o etrusco Tarqüínio, o Soberbo.Motivo: o absolutismo real.Objetivo: controlar diretamente o poder.Conseqüências: deposição do rei, extinção da monarquia e implantação da República.

6. A REPÚBLICA:Estrutura Administrativa: Instituições republicanas.* Senado: órgão máximo controlava toda a

administração, as finanças e decidia pela guerra ou pela paz órgão legislativo.* Magistraturas: poder executivo.+ Cônsules: chefia da república.+ Pretor: justiça.+ Censor: censo da população.+ Edil: conservação das construções públicas.+ Questor: tesouro público.+ Ditador: governava com plenos poderes, 6 meses, em caso de graves crises.* Assembléias: patrícios e plebeus.+ Assembléia Centurial: voto.+ Assembléia Curial: assuntos religiosos.+ Assembléia Tribal: escolhia questores e edis.· Lutas Sociais: conflitos entre plebeus e patrícios.* Motivo: a marginalização política dos plebeus.* Importância social: integravam o exército, pagavam impostos, garantiam a segurança de Roma, participação na economia.* Protesto: greve e abandonaram Roma.* Conquistas plebéias:Tribuno da Plebe (comício da plebe plebiscito): vetar leis que prejudicassem os plebeus assembléia centuriata.Lei das Doze Tábuas: leis escritas limitaram as arbitrariedades.Lei Canuléia: casamento entre plebeus e patrícios.Eleição dos magistrados plebeus: inclusive cônsul.Lei Licínia-Sêxtia: proibição da escravidão por dívida (nexum): depois, a escravidão de romanos foi proibida.

· O Expansionismo Romano:* Etapas:+ Conquista da Península Itálica: obter alimentos e defesa.+ Conquista do Mediterrâneo Ocidental:Guerras Púnicas.Roma X Cartago (antiga colônia fenícia, agora uma potência marítima comercial).Motivos: o avanço imperialista romano, a disputa pela Sicília e o controle comercial do Mediterrâneo.Vitória de Roma: abriu as portas do Mediterrâneo a Roma.+ Conquista do Mediterrâneo Oriental: Macedônia, Grécia, Egito, Ásia Menor, Síria.+ Conseqüências: grande afluxo de riquezas.Formação de latifúndios e ruína dos pequenos proprietários.Aumento da escravidão: modo de produção escravista.Êxodo rural.Empobrecimento da plebe.Formação de uma nova classe social: os cavaleiros (comerciantes). Crise da República: instabilidade política e social.

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· As Lutas Civis* As Reformas dos Irmãos Graco: em favor da plebe.+ Tibério Graco: Tribuno da Plebe.Reforma agrária: no ager publicus.Foi assassinado.+ Caio Graco: Tribuno da Plebe.Lei Frumentária: venda de trigo mais barato para a plebe.Reforma agrária.Foi eliminado. As propostas foram aprovadas pela Assembléia Popular e obstaculizadas pelo Senado.* As Ditaduras dos Generais Políticos: disputa entre facções do exército pelo controle do poder em benefício próprio.+ Mário (Cônsul): governo popular.instituição do soldo para os soldados (profissionalização do exército).+ Sila (Cônsul): governo conservador.governo violento, antipopular e agravamento da situação social.* Os Triunviratos: acordos entre políticos e generais para controlar o poder (controle do Estado) acentuaram a instabilidade política republicana.+ 1º Triunvirato: Pompeu, Júlio César e Crasso (Cônsules).Crasso morre.Rivalidade entre os cônsules (triunviros).Pompeu é proclamado cônsul único, destituindo Júlio César.Júlio César derrota Pompeu. Ditadura de Júlio César: apoio do exército e da plebe.Oposição do Senado que não aceitava nem o absolutismo nem a aproximação do rei com a plebe e temia a restauração da monarquia.Foi assassinado por uma conspiração promovida pelo Senado provocou uma revolta na população.+ 2º Triunvirato: Marco Antônio, Otávio e Lépido (Cônsules).- Otávio afastou Lépido e declarou guerra a Marco Antônio, vencendo-o no Egito.- Otávio conquistou os soldados com presentes e o povo com distribuição de trigo.- Recebeu do Senado vários títulos: princeps ( primeiro cidadão), imperator (o supremo) e augustus (o divino).- Centralização do poder: mesmo assim, consentiu que as instituições republica-nas continuassem existindo sufocar a anarquia e as rebeliões de escravos.

· O Principado de Otávio Augusto obras públicas.Guarda pretoriana.Novo sistema de cobrança de impostos.

Divisão censitária da sociedade imperial: cidadãos (ordem senatorial, ordem eqüestre e ordem plebéia.) e provinciais.Pax romana: período de paz (tranqüilidade) e prosperidade econômica e cultural.- Política do pão e circo: distribuição de trigo e promoção de diversão para as massas populares alienação da plebe. 7. O IMPÉRIO:* O Alto Império Romano· A perseguição aos cristãos (martírio) :motivos: os cristãos não aceitavam o politeísmo nem o caráter divino do imperador.O caráter pacifista e universalista do cristianismo chocou-se com o militarismo e o escravismo do Império romano.Nero iniciou as perseguições.* O Baixo Império Romano+ Inicio da crise do Império Romano· Tentativas de Reformas: Diocleciano:- Edito do Máximo: tabelava os preços máximos para produtos e salários. Não funcionou.- Tetrarquia: dividiu o governo do império entre quatro pessoas para facilitar a administração. Constantino: - fundação de Constantinopla: proteção do Oriente.- Edito de Milão: legalizou o cristianismo.- Lei do Colonato: obrigatoriedade de fixação do colono terra (vila) que trabalhava. Teodósio:- Edito de Tessalônica: oficializou o cristianismo.- Divisão do Império Romano: Império Romano do Ocidente (capital Roma) e Império Romano de Oriente (capital Constantinopla). · Decadência do Império Romano:* Fatores:- o imperialismo romano.- as guerras civis.- a ascensão do cristianismo.- a crise econômica.- a volta para uma economia rural de subsistência.- a anarquia militar.- a crise do escravismo.- as invasões bárbaras.* Queda de Roma:- em 476, os hérulos, invadiram a cidade de Roma e derrubaram o último imperador romano, Rômulo Augusto.8. CULTURA:- o Direito Romano visava regulamentar a vida do cidadão romano estabelecendo seus direitos e deveres diante do Estado.- práticas participativas de poder e instituições republicanas de governo.

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- literatura: Virgílio, Tito Lívio, Ovídio. - arquitetura: aquedutos, estradas e muralhas.

Império BizantinoO IMPÉRIO ROMANO DO ORIENTE:* Constantinopla: edificada no local da antiga colônia grega de Bizâncio.A manutenção do Império Romano do Oriente deve-se à preservação de Constantinopla como um dos terminais das rotas de caravanas provenientes da Ásia.Privilegiada localização geográfica em termos de segurança e posição estratégica do ponto de vista comercial. ECONOMIA:Comércio marítimo.Produção agrícola: latifúndios e trabalho de colonos livres ou escravos.Economia sob o controle do Estado.POLÍTICA:Monarquia despótica, centralizada e teocêntrica.O imperador comandava o exército e a Igreja.Burocracia.SOCIEDADE:Urbana.Interesse por problemas religiosos.GOVERNO DE JUSTINIANO:Expansionismo militar e territorialConquista do Norte da África, da Península Itálica e da Península Ibérica.Efêmeras devido à expansão árabe.· Revolta de NikaMovimento popular contra o imperador Justiniano.Motivos: a burocracia centralizada, os pesados impostos e os gastos militares.Foi violentamente reprimida.· ArquiteturaIgreja de Santa Sofia.Monumentalidade: poder do Estado e força da Igreja.· CesaropapismoA supremacia do imperador sobre a Igreja.· HeresiasQuestionamento dos dogmas da doutrina cristã.Monofisistas: Cristo teria apenas a natureza divina e negavam a Santíssima Trindade.Iconoclastas: destruição de imagens religiosas.· Código do Direito Civil+ Corpus Juris CivilisCompilação do Direito romano dividido em 4 partes.Código: conjunto de leis romanas.Digesto: comentários dos juristas a essas leis.Institutas: princípios fundamentais do Direito romano.Novelas: novas leis de Justiniano.Defendia os privilégios dos nobres e marginalizava a massa popular.Princípios: justiça e direitos individuais.

CULTURA:Mosaicos coloridos e cúpulas arredondadas.Propagação da cultura greco-romana.Utilização das artes em geral para exaltar ideais religiosos.Combinação de elementos culturais do Oriente e do Ocidente.CONQUISTA:- A tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos , em 1453, marcou o fim do Império Bizantino

O Império ÁrabeMEIO FÍSICO-GEOGRÁFICO:- Península Arábica.- região desértica.- no interior: oásis.- no litoral (regiões do Iêmem e Hedjaz) cidades: Meca e Iatreb.POVOS:- divididos em tribos: a fragmentação política deve-se, apesar da Caaba, da língua e da cultura em comum, as constantes guerras entre as tribos.• Beduínos:- tribos do deserto (interior): árabes do deserto.- nômades.- viviam nos oásis.- praticavam o pastoreio, agricultura rudimentar e saques (razzias) butim.- politeístas animistas (djins) e fetichistas.- peregrinavam todos os anos a Meca para visitar a Caaba (templo) e praticar o comércio.- chefe das tribos: xeques (sheiks).• Coraixitas:- tribos urbanas (cidades): árabes das cidades.- sedentários.- controlavam o templo e o comércio.- Meca: centro religioso e comercial.MAOMÉ:- membro de um ramo pobre dos coraixitas, os haxemitas: Meca.- órfão, foi criado no deserto.- casou-se com uma viúva proprietária de caravanas de camelos.- viagens pelo oriente: contato com religiões monoteístas (judaísmo e o cristianismo).- elaboração de uma nova doutrina religiosa: o Islamismo.- pregação da nova doutrina em Meca: condenava o politeísmo e a idolatria a Caaba incomodou e ameaçou o domínio dos coraixitas.- Hégira (622): fuga de Maomé de Meca para Iatreb (Medina) marca o inicio do calendário árabe.- conversão dos parentes, dos habitantes de Medina e dos beduínos.- conquista Meca em 630: unificação política e religiosa

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centralização política Estado árabe teocrático califas preservação da Caaba e da pedra negra e destruição das imagens dos deuses.O ISLAMISMO:- Islão: submissão a Alá.- Muslim: aquele que se submete a Alá.• Livro sagrado: Alcorão: doutrina religiosa, código de moral e justiça, normas de comportamento social.• Doutrina:- crença em um único Deus: Alá.- orar.- peregrinação (Hajj).- jejuar: mês de Ramada (julho).- dar esmolas.- guardar as sextas-feiras. Djihad (guerra santa) conversão e expansão.A EXPANSÃO MUÇULMANA:- fulminante.+ Fatores:- atendia aos interesses dos comerciantes.- pressão demográfica.- falta de recursos do território árabe- o ideal de guerra santa.- o interesse no butim.• Dinastia Haxemita:- parentes de Maomé controlam o poder após sua morte (632).- conquista de territórios bizantinos e persas (oriente).• Dinastia Omíada:- conquista do Norte da África, controle do Mediterrâneo e conquista da Península Ibérica.- capital: Damasco.- influências dos costumes persas na administração: vizir.• Dinastia Abássida:- capital: Bagdá.- avanço para o extremo oriente: Paquistão, Índia.- inicio da decadência.- conflitos políticos e religiosos divisões califados independentes Califado de Córdoba, Califado de Bagdá e Califado do Cairo.

SEITAS ISLÂMICAS:• Xiitas: Estado absoluto, chefe descendente de Maomé e Corão como fonte de ensinamento. Fundamentalistas: Lei Islâmica (Sharia).• Sunitas: chefe eleito pelos crentes e defendiam o Suna.CONQUISTA:- em 1258, os tártaros mongóis conquistam Bagdá.CULTURA:- fusão de elementos culturais diversos, servindo como ponte de ligação entre o Oriente e o Ocidente.- cultura original.- arquitetura: palácios e mesquitas, minaretes.- arabescos.

- literatura: “O Livro dos Reis” (Al-Firdausi), “Rubayyat” (Omar Khayyam), “As Mil e Uma Noites”.- matemática: os números indo-arábicos, trigonometria, álgebra.- física: refração da luz e ótica.- química: carbonato de sódio, nitrato de prata, ácido nítrico, ácido sulfúrico, álcool, destilação, sublimação, filtração.- medicina: tuberculose, sarampo Avicena: Cânon.- história: Ibn-Kaldun importância dos fatores materiais no processo histórico.- filosofia: preservação do pensamento aristotélico e platônico Averróis.- difusão da bússola, pólvora, papel: invenções chinesas.- difusão dos algarismos hindu-arábicos: criação hindu.- os árabes também podem ser chamados de mouros, sarracenos ou muçulmanos.- capacidade de assimilação e sistematização de conhecimentos.

O FeudalismoCONCEITO:- Modo de Produção que vigorou na Europa Ocidental durante a Idade Média e que se caracteriza pelas relações servis de produção.ORIGENS:• Romanas:- Clientela: relação de dependência pessoal entre indivíduos.- Colonato: fixação do colono a terra.- Precarium: entrega de terras a um grande senhor em troca de proteção.- Vilas: unidades econômicas (grandes propriedades agrárias).• Germânicas:- Economia agropastoril.- Comitatus: relações de fidelidade entre o chefe e seus guerreiros.- Beneficium: concessões de terras em troca de fidelidade.descentralização política.ECONOMIA:- agrária e rural.- auto-suficiente.- feudo: unidade de produção propriedade feudal ou senhorial.- pouco uso de moeda.- comércio reduzido localizado.- baixo nível técnico.- sistema trienal de rotação de culturas: preservação do solo.SOCIEDADE:• estamental, hierarquizada, estratificada e clerical.* Clero: membros da Igreja rezar controlador da

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ideologia medieval.* Nobreza: posse territorial combater cavalaria (honra, desprendimento e destreza, lealdade e heroísmo) controlava o poder feudal. * Servos: camponeses presos (vinculados, ligados) a terra, explorados, obrigados a prestar serviços (trabalhar) e pagar impostos em troca do uso da terra e de proteção militar.POLÍTICA:* Descentralização política: fragmentação do poder em função do parcelamento das terras.- particularismos feudais: senhores feudais poder.- o rei exercia pouca influência.- guerras contínuas: invasões e disputas pelo poder.- direito de governar era um privilegio de todo possuidor de feudo, implicando este privilégio obrigações muito definidas, cuja violação podia acarretar a perda do feudo.- direito consuetudinário.- Monarquias Feudais: poder particularizado, laços de dependência pessoal, caráter simbólico do poder real e fragmentação político-territorial.A DIVISÃO DO FEUDO: Mansos ou reservas.• Manso senhorial (domínio): uso exclusivo do senhor feudal.• Manso servil: arrendada aos servos e dividida em tenências.• Manso comunal: terras comuns (pastos, bosques, florestas).

OBRIGAÇÕES SERVIS: relações servis.- relações de exploração e dependência senhores e servos.

• corvéia: dias de trabalho semanal gratuito dos servos no manso senhorial a produção era do senhor feudal.• talha: divisão da produção servil no manso servil.• banalidades: taxas pagas pelos servos pela utilização das instalações do feudo (celeiro, moinho, forno).• capitação: imposto pago por cada servo individualmente.• tostão de Pedro: imposto pago para manter a capela.• mão-morta: imposto pago para transferir o lote de um servo falecido para seus herdeiros.• formariage: taxa paga para se casar.• albergagem: alojamento e produtos para os senhores em viagem. RELAÇÕES FEUDO-VASSÁLICAS: relações vassálicas.- relações de dependência pessoal e de obrigações recíprocas.- suserania e vassalagem: nobre e nobre.- suserano: doava a terra (beneficium) proteção.- vassalo: recebe a terra fidelidade, auxílio nas guerras, pagamento de resgate.- homenagem (cerimônia): juramento de fidelidade.- ajuda (auxilium) e consulta (consilium) mútuas.A IGREJA:• Teocentrismo Cristão.- maior instituição medieval.- poder e riqueza.- organização hierárquica.- herança cultural greco-romana.- hegemonia ideológica.- cultura teocêntrica.- justificava a ordem feudal.

O feudalismo e crise do feudalismo na Europa ocidental

1. O Feudalismo, conceituação:. O que foi: Feudalismo foi o modo de organização da sociedade na Idade Média (séculos V ao XV) na Europa. Sua característica maior é a servidão, relação social de produção onde há dependência e exploração entre o senhor e o servo. Basicamente, o servo trabalhava nas terras do senhor e o senhor tinha que defender o servo. Vejamos outras características do feudalismo.. Descentralização política: Apesar de haver reis e reinos com grandes territórios, quem realmente tinham o controle das diversas regiões da Europa, eram os senhores feudais, cada um tendo controle sobre o pequeno senhorio, estando a Europa dividida, portanto, em pequeníssimos estados, cada um com o seu senhor.. Produção tendendo à autossuficiência: Diferentemente do capitalismo, no regime feudal produziam-se bens essencialmente para o consumo dos habitantes do próprio senhorio. Assim, produzia-se apenas o pão que iria ser consumido no senhorio e não mais do que isso, a produção não era feita em função do comércio, apenas o excedente de produção era vendido para o mercado.. Pequeno comércio e pouca movimentação de pessoas: O comércio entre as diversas regiões da Europa era pequeno assim como a movimentação das populações, principalmente na primeira parte da Idade Média, a Alta Idade Média (séculos V ao X). O comércio e a urbanização aumentaram na Baixa Idade Média (XI-XV).

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. Três ordens sociais: A sociedade medieval poderia ser dividida em três ordens ou grupos. Os que lavram, os camponeses que eram servos; os que guerreiam, a nobreza feudal que lutava nas guerras; e os que oram, o clero, membros da Igreja que, nesse período tinham grande prestígio. Tanto a nobreza – os cavaleiros – como o clero eram proprietários de terra e, portanto, senhores feudais.. Predomínio da Igreja romana e teocentrismo: A Igreja católica era muito poderosa nesse tempo, podendo ser considerada a maior força da Idade Média, mais que os reis e senhores feudais. Tudo nesse período era explicado através da religião, de Deus e a superstição era muito forte entre todas as pessoas.. Condenação do lucro e da usura (juros) pela Igreja: Um ponto importante da doutrina da Igreja nesse período era a condenação do lucro e da usura, que se tornaram empecilhos para o crescimento do artesanato e comércio, tornando-se um ponto de conflito entre a Igreja e a burguesia que estava surgindo na Baixa Idade Média. Essa condenação do lucro e o fato de a produção não ser voltada para o comércio eram empecilhos para o desenvolvimento da burguesia.

2. Crise e queda do feudalismo:. A Baixa Idade Média (XI-XV): Após o fim das invasões bárbaras da Alta Idade Média, a população na Europa começa a crescer, levando em seguida à expansão do comércio e ao surgimento das cidades, o que iria trazer grandes mudanças para a Europa.. Expansão do feudalismo: As inovações técnicas, o aumento da mão-de-obra e o fim das invasões permitiram a produção de um excedente da produção nos senhorios que era vendido. Isso cria um certo comércio e um grupo mercantil, que transportava e comercializava essa produção. Novas terras começam a ser exploradas e o feudalismo se expande, surgindo grandes movimentos mercantis como o comércio marítimo e as Cruzadas, expansão do feudalismo europeu para o Oriente.. Feiras e burgos: Com o aumento do comércio, surgem as feiras, lugar onde se vendia o excedente de produção dos senhorios. Elas logo cresceram e deixaram de ser temporárias para serem permanentes, virando cidades – ou burgos. Os comerciantes e artesãos que se estabeleciam nessa região compravam as terras dos senhores e faziam burgos livres dos senhores feudais. Para lá fugiriam os servos, reforçando a produção dessas cidades.. Burguesia: O artesanato nas cidades se organizava através das corporações de ofício, que eram as uniões hierarquizadas de artesãos que faziam um mesmo produto. Os chefes dessas corporações, mestres de ofício, e os comerciantes se enquadram no perfil da nova classe que estava surgindo, a burguesia.. Crise do século XIV: Nesse século, uma grande crise de fome, peste e guerras assola a Europa matando um terço da sua população. Essa crise irá acentuar as modificações que já vinham ocorrendo no campo e, principalmente, irá acentuar a fuga de camponeses para as cidades.. Crise final do sistema: Com a fuga de servos para as cidades, a revolta de outros e a morte de mais camponeses com a peste e a fome, os senhores feudais entram em crise e muitos vão perder seus postos.

A formação dos estados nacionais1. A formação dos estados nacionais, características gerais:. Acordo entre nobreza, clero e burguesia: Com o enfraquecimento da classe feudal – os senhores de terra –, as monarquias vão conseguir se fortalecer no panorama europeu. As novas monarquias são chamadas de absolutas, características da Era Moderna na Europa (séculos XV-XVIII). Essa monarquia onde aparentemente o rei tem todo o poder do Estado é, na verdade, um Estado com a preponderância do clero e da nobreza, tendo também a presença importante da burguesia.. Mercado nacional unificado: Interessa ao comércio e à produção dos burgos um estado nacional onde não se precise pagar taxas para atravessar os senhorios (como acontecia na Idade Média), onde os pesos e medidas sejam os mesmos em todo o território nacional e a moeda seja a mesma em todo o reino. Tudo isso é cumprido no novo estado que está surgindo. O mercado nacional é unificado pelos interesses do comércio e da produção da burguesia.. Língua nacional: É nesse mesmo período que surgem as línguas nacionais européias. Elas são importantes para que todos no país se entendam na fala e na escrita e o Estado se faça presente em todo o território com uma língua comum. O surgimento das línguas nacionais é marcado pela publicação de grandes obras literárias nacionais.

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. Redução do poder da Igreja e do papa: Se durante a Idade Média, o poder do papa se fazia presente em toda a Europa fragmentada em pequenos senhorios, agora na Era Moderna, o poder papal encontrará dificuldade de se impor diante de poderosos estados nacionais. Há diversos conflitos entre a Igreja e os Estados recém-surgidos.. Casos particulares: Apesar de haver características gerais ao surgimento dessa nova forma de organização política, o estado nacional, cada país se unificou em condições específicas: A Espanha se unificou pela luta de várias casas de nobreza contra os muçulmanos na península ibérica, é a chamada guerra de Reconquista. No final do conflito, o rei de Aragão se casou com a rainha de Castela unificando o território; a França fortaleceu a sua monarquia e o seu exército com a guerra dos cem anos contra a Inglaterra; a Inglaterra teve a especificidade de manter forte os poderes regionais através do parlamento durante a Idade Média, que não era completamente submisso ao rei; Itália e Alemanha não conseguiram se unificar, só o fazendo no século XIX,já no contexto das revoluções burguesas.

2. A unificação de Portugal:. Uma região voltada para o mar: Também dominada pelos mouros – muçulmanos ibéricos – assim como a Espanha, Portugal surgiu na luta de Reconquista contra os mouros, que chegaram na península no século VIII. Desde cedo, Portugal mostrou uma forte tendência para a pesca e o comércio, visto que era o entreposto marítimo entre as duas principais regiões de comércio da Europa, as cidades italianas e Flandres. Assim, conseguiu se organizar facilmente para a expulsão dos mouros. No século XII, todos já tinham sido expulsos da região, diferentemente da Espanha que só expulsou os últimos muçulmanos do seu território em 1492.. Feudalismo diferente, centralizado: O condado Portucalense surge como um estado vassalo de Castela, tornando-se independente em 1139. Portugal se caracterizava no início por ter um feudalismo muito centralizado, diferente de outros feudalismos na Europa. O rei tinha mais poder do que em outras regiões da Europa, o feudalismo iria acabar no país com a Revolução de Avis de 1385.. Decadência do feudalismo em Portugal: O rei era forte em Portugal e, opondo-se aos senhores feudais, faz um amplo incentivo à fuga dos servos e também a criação das feiras de comércio. Os senhores feudais vão se enfraquecer e desesperadamente tentam se aliar a Castela para manter o poder sobre os senhorios. Isso detona a guerra que trará a formação do moderno estado português, a chamada Revolução de Avis.. Revolução de Avis: Em uma disputa dinástica, dois postulantes ao trono se confrontam em uma guerra. A casa de Borgonha era aliada aos senhores feudais portugueses e ao poderoso reino de Castela. Do outro lado, Dom João da casa de Avis, aliado dos comerciantes portugueses, dos pescadores e mestres de ofício. A vitória é de Dom João I e marca o fim do feudalismo em Portugal e o início do estado nacional monárquico português. Com essa unificação adiantada do país, os lusitanos serão o primeiro povo a navegar pelos oceanos em busca de riqueza. Nesse momento, Portugal é uma das regiões mais avançadas comercialmente da Europa, sendo o primeiro Estado a se unificar de fato.

O Estado moderno: absolutismo e mercantilismo1. Apresentação:A época moderna é um período de transição entre o feudalismo medieval para o capitalismo contemporâneo. Apesar de formas de trabalho semelhantes à servidão continuarem comuns no campo, existe uma burguesia mercantil e manufatureira com certa importância. Em função desse quadro social complexo em que coexistem burguesia e nobreza, existe uma forma própria de Estado, o estado absolutista e uma teoria e política econômica de forte intervenção do Estado também restrita a esse período histórico, o mercantilismo.

2. O Absolutismo:. Conceituação: O nome absolutismo dá a falsa idéia de que o rei tem poderes absolutos, totais. Na verdade, o rei serve como um ponto de equilíbrio entre os conflitos existentes entre as classes sociais daquela sociedade – burguesia, nobreza e campesinato. Em função desse quadro contrastante, o rei representava o poder que terminaria com todos os conflitos. Na verdade, o rei tinha que jogar com as pressões desses grupos sociais. A classe hegemônica daquele meio, no entanto, era a classe que se sustentava a partir do controle da terra, ou melhor, a nobreza e o clero.

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.Antigo regime: É o nome dado ao regime absolutista pelos iluministas do século XVIII de uma forma pejorativa. Na história é sinônimo de monarquia absoluta ou absolutismo.. Teóricos do absolutismo: O poder absoluto era legitimado através de discursos. Esses discursos foram importantíssimos para que o regime se consolidasse e fosse aceito por todos. As principais teorias são:. O Direito divino dos reis: Le Bret, Bodin e Bossuet são teóricos franceses que afirmam que os reis têm uma origem divina e por isso têm a legitimidade para governar. Essa é a principal base de sustentação teórica do regime absolutista. Portanto, a figura do rei nos tempos modernos é sagrada.. O Leviatã: Hobbes afirma que o homem é o lobo do homem e sem um governo forte e coercitivo, o homem pode se destruir. Diante dessa animalidade humana, é necessário um governo forte na mão de um rei. . Maquiavel: Esse autor escreveu o livro O Príncipe mostrando como os reis italianos de seu tempo agiam, como eram anti-éticos e arbitrários, mostra como eram os regimes absolutistas de seu tempo.

3. Mercantilismo. O que é: É a teoria e a prática econômica dos estados modernos, das monarquias absolutas. Tem como característica fundamental a intervenção do Estado na economia para o fomento da riqueza nacional. Pressupõe que a riqueza não se reproduz, ela é limitada na natureza, por isso os estados europeus vão ter longas e numerosas guerras para ter essa riqueza. Essas medidas têm o objetivo também de fortalecer o poder dos ainda fracos Estados nascentes. Existem ainda aspectos específicos do mercantilismo:. Metalismo – ou bulionismo: É o fator maior do sistema mercantilista que vai explicar todas as outras características desse sistema. Pensava-se na época que toda a riqueza do mundo estava nas pedras preciosas e outras riquezas naturais, principalmente o ouro e a prata. A riqueza de um país media em quanto ouro e prata havia em seu território. Diante disso, os países europeus restringem a saída de ouro e prata dos seus territórios, tentando trazer o máximo desses metais para dentro se suas fronteiras.. Balança comercial favorável: Os países europeus traçaram várias formas de se conseguir essa riqueza em metais. Com a balança comercial favorável, exportando-se mais do que se importava, o reino adquiria metais de outros reinos. Todos os países europeus tentavam manter esse saldo positivo na balança.. Colonialismo: Consistia na aquisição matérias-primas de alto valor, ouro e prata nas colônias no ultramar e a venda de produtos manufaturados para estas regiões. Era mais uma forma de enriquecimento.. Industrialismo: Era o fomento da produção de manufaturas, principalmente para exportação, objetivando uma balança favorável. Essa é uma característica mais tardia do mercantilismo, dos séculos XVII e XVIII. As unidades fabris desse período não são as mesmas da Revolução Industrial, são manufaturas.. Populacionismo: O poder de uma nação também era medido pela população que havia no reino. Isso porque a população mostrava o tamanho do exército que o país podia montar e a produção de alimentos e manufaturas que esse país podia ter, especialmente em períodos de guerra.. Contraste com o liberalismo: A teoria econômica que surge no final do século XVIII e consolida-se no século XIX, o liberalismo, nasce da crítica dessas práticas mercantilistas. O liberalismo defende a não intervenção do Estado na economia, já que as leis naturais do mercado regulariam automaticamente a economia.

O Renascimento1. Renascimento, conceituação:. O que foi: Foi a efervescência artística e cultural vivida nos séculos XV e XVI na Europa Ocidental que marca o início da Era Moderna e o nascimento do universo burguês, especificamente em sua face cultural. No Renascimento, fica claro o rompimento com a Idade Média em grande parte de seus elementos. É, sobretudo, a exposição do universo e dos valores da nova classe emergente, a burguesia.. Quando e onde: O Renascimento foi um movimento restrito à Europa Ocidental católica. Seu epicentro foi certamente a Itália e de modo mais específico, a cidade de Florença. Desde o meio da Baixa Idade Média já se via um florescimento das artes e da cultura, mas isso tomou uma forma ampla mesmo

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apenas no século XV. A partir deste momento ela sairá da Itália e ganhará todo o espaço da Europa Ocidental.

2. Elementos do Renascimento:. Estudo dos clássicos greco-romanos: Um dos elementos que sublinham o afastamento com a Idade Média é a visitação dos textos e livros clássicos da Antiga Grécia e do Império Romano. Reliam-se os textos políticos, admirava-se a arte daqueles povos e os seus conhecimentos sobre a natureza e o mundo. Inclusive a religião pagã desses povos antigos traz interesse, mas o catolicismo não chega a perder força diante disto.. Humanismo: Ao contrário do extremo peso que tinha a Igreja e Deus na cultura medieval, agora a atenção é voltada para o homem. Este, agora, constrói o seu mundo, o homem pode construir o seu conhecimento, conhecimento que pode modificar o mundo. O próprio conhecimento e as ações do homem na Terra não se justificam mais unicamente por Deus. Fala-se de um antropocentrismo – o homem no centro de tudo – moderno ante um teocentrismo medieval.. O indivíduo e a razão: A noção individual do mundo passa a ser valorizada contra uma visão mais comunal ou religiosa, característica da Idade Média. E esse indivíduo usa a razão para compreender o mundo. A razão, durante a Idade Média, era menos importante do que a fé, era submissa a esta.. Avanço do conhecimento e da técnica: Surge nesse período a origem do que depois será chamado de ciência. A razão agora será valorizada, mas ainda não será mais importante do que a fé. O conhecimento racional das coisas começa a ganhar corpo para depois triunfar no Iluminismo no XVIII. Durante o Renascimento e os séculos seguintes, constata-se um grande avanço de todos os campos do conhecimento e da técnica.. As artes: De forma bem ampla, as artes vão ser renovadas. Novas técnicas, novas formas de se fazer arte e também novos elementos artísticos serão introduzidos enriquecendo e diversificando bastante o campo das artes na Europa. As artes vão ser financiadas pelos mecenas, homens ricos – burgueses ou nobres – que patrocinavam os artistas para que estes fizessem as suas obras de arte. Com esse financiamento, surgem alguns artistas profissionais, o que antes não existia. Essa arte, porém, não é voltada para as massas, mas para uma pequena elite apenas.. A imprensa, as línguas e as grandes obras literárias: Um grande avanço técnico do período é a invenção da imprensa. Com ela, as obras literárias serão difundidas mais rapidamente, haverá um pequeno impulso para a redução do analfabetismo, mas a maioria da população européia ainda continuará analfabeta. Nesse momento surgirão as línguas nacionais, principalmente a partir de grandes obras literárias nacionais. Cada país que se unifica e ganha a sua língua própria, tendo também a sua própria obra-mãe. Assim, Os Lusíadas de Luís de Camões é tido como a certidão de nascimento da língua portuguesa, junto com outros escritos portugueses do mesmo período. O Dom Quixote de Miguel de Cervantes é a principal obra espanhola do período e é um marco para a fundação do idioma castelhano. A Utopia de Thomas Morus e as obras de Shakespeare são marcos fundantes da língua inglesa e assim por diante.. O elitismo do Renascimento: Vale lembrar que nessa época poucos eram os que sabiam ler e também eram poucos os que tinham acesso à arte. Essa arte que surge no Renascimento era fortemente elitista, poucos tinham acesso a esta arte e poucos também podiam entendê-la.

A América pré-colombiana e a colonização da América1. A América Pré-colombiana:Diversidade: A América, antes da chegada dos europeus em 1492, era densamente habitada. Estima-se entre 80 a 100 milhões o número de habitantes do continente naquele período. Havia grupos em vários estágios de desenvolvimento, desde grupos semi-nômades que usavam a agricultura de maneira não generalizada – como os índios encontrados no Brasil – até as grandes civilizações Inca, Asteca e Maia. Os maias tinham como organização a cidade-estado e desapareceram como civilização antes da chegada dos europeus. Os incas e astecas se organizavam em grandiosos impérios onde hoje ficam aproximadamente o Peru e o México. Ambas civilizações foram destruídas pelos espanhóis.

2. A conquista e a colonização:. O Genocídio: Se existiam por volta de 100 milhões de habitantes na América no final do século XV, no final do século XVI, os indígenas não passavam de 10 milhões devido à conquista européia. Foi o maior

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genocídio da História. As duas grandes civilizações foram dominadas e seus complexos sistemas produtivos e político foram tomados pelos espanhóis. Milhões de índios foram escravizados pelos conquistadores. A violência da invasão fez também minguar e até fez desaparecer as culturas desses povos.. Traços gerais das colonizações: Todas as dominações feitas pelos diversos povos europeus foram marcadas pela extrema violência dos brancos e pelo objetivo maior da colonização, o enriquecimento dos conquistadores e de seus países de origem.. O Colonialismo: A colonização da América se deu dentro do quadro do mercantilismo europeu, ela buscava o enriquecimento da nação de origem. A colônia deveria se especializar na produção de produtos primários de alto valor no mercado europeu, como o ouro, a prata, o açúcar, o tabaco, o algodão, o cacau, etc. Esses produtos só podiam ser vendidos para a metrópole colonizadora – é o exclusivo comercial – que revenderia os mesmos produtos no mercado europeu. A metrópole vendia também produtos manufaturados do reino para as colônias e estas eram proibidas de produzir qualquer artigo que concorresse com a produção metropolitana. Também importante era o comércio de mão-de-obra, o tráfico de escravos africanos e indígenas que davam tanto lucro aos comerciantes metropolitanos e locais. Esses princípios norteavam todas as colonizações na América, com a exceção de regiões conquistadas mas não colonizadas, como o Norte das treze colônias inglesas e outras poucas regiões da América.. A colonização espanhola: Segundo o Tratado de Tordesilhas de 1494 – que em seguida não foi respeitado – a Espanha ficaria com a maior parte do continente americano. Os espanhóis foram o primeiro povo europeu a chegar nas novas terras, o primeiro a achar grandes riquezas e a iniciar a colonização no início do XVI. Logo, foi descoberto ouro no México asteca e prata em grande quantidade no Império Inca, regiões do atual Peru e Bolívia. Fez-se uma grande empreitada mineradora, usando-se mão-de-obra compulsória (obrigatória) indígena, seguindo formas de trabalho que existiam na região antes da chegada dos europeus. Outras áreas da América hispânica se especializaram na pecuária, agricultura e atividade portuária em função daquelas áreas mineradoras.. Colonização portuguesa: Um pouco mais tardia que a espanhola, foi especializada na produção de produtos agrícolas, como a cana-de-açúcar e derivados na costa Nordeste do Brasil atual, utilizando-se do trabalho escravo indígena e africano. No XVIII, houve forte mineração de ouro e diamante no interior do território, com a utilização do mesmo tipo de mão-de-obra.. Colonização francesa: Mais atrasada, deu-se em regiões teoricamente já dominadas pelas potências ibéricas, como Quebec (leste do Canadá atual), Louisiana (atual região dos EUA), na costa portuguesa fundando cidades como o Rio de Janeiro e São Luiz – depois reconquistadas pelos portugueses –, no Haiti e outras localidades. No século XVIII, desenvolveu uma poderosa produção escrava açucareira no Haiti.. Colonização inglesa: A mais tardia, deu-se apenas no século XVII, majoritariamente na costa Leste da América do Norte. Na faixa Sul do território, desenvolveu-se a colonização de fato com grandes propriedades e trabalho escravo que produziam tabaco, açúcar e outros produtos para exportação. No Norte do território, não há colonialismo – ou pacto colonial –, há apenas uma faixa livre de terra para onde perseguidos religiosos e políticos de toda a Europa fugiam. Lá, eles se estabeleciam gratuitamente em pequenas propriedades.. Colonização holandesa: De menor importância, estabeleceu territórios nas Antilhas e no Norte da América do Sul – o atual Suriname – principalmente com produção de cana-de-açúcar. Muito importante também foi a ocupação holandesa no Nordeste da América portuguesa de 1630 a 1654.

As Reformas religiosas1. Introdução:. Conceituação e contextualização: As reformas religiosas ocorreram no século XVI na Europa e têm certa diversidade. Trata-se de um grande movimento, múltiplo, de contestação da velha religião católica em sua forma medieval. Este movimento adequou a religião aos novos tempos, à nova sociedade que emergia nos tempos modernos com a marcada presença da burguesia. O velho catolicismo feudal, do dízimo obrigatório, das missas em latim, da condenação da usura e do grande lucro não davam mais conta dos interesses e modo de vida dessa classe ascendente, a burguesia, e de toda nova vida material existente na Europa Ocidental.

2. A reforma protestante:

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. Críticas à Igreja: A primeira reforma e a detonante de todas as outras, a reforma luterana, parte de uma crítica interna na Igreja. As críticas de Martim Lutero se dirigiam à corrupção do clero, ao enriquecimento da Igreja, à venda de indulgências – uma forma de perdão religioso – e de outros artigos religiosos diversos, inclusive terrenos no céu. Criticava-se também a condenação feita pela Igreja aos juros, ao lucro e a outras práticas dos comerciantes e burgueses em geral.. O Luteranismo: Lutero, um monge alemão da Igreja, faz essa série de críticas a esta em 1517, tornando-se logo um inimigo dela até ser excomungado. Ele defendia que a Bíblia fosse traduzida nas línguas nacionais e não fosse só em latim como era até então, defendia a salvação pela fé e condenava o excesso dos ritos católicos. Consegue uma legião de seguidores na Alemanha, dentre camponeses, comerciantes e príncipes. Os camponeses alemães interpretam os ensinamentos luteranos como palavras de libertação contra a opressão senhorial e fazem uma revolta. São massacrados pelos príncipes alemães com o apoio de Lutero.. Calvinismo: Calvino é um suíço seguidor de Lutero, ele reformula as palavras deste, dando origem a outra seita protestante – em seguida, surgirão várias destas. Cria a teoria da predestinação, onde o homem já nasce com um destino certo após a morte escolhido por Deus, é certo já se ele irá para o inferno ou o paraíso.. Expansão e guerras: O protestantismo rapidamente se expandiu a partir da Alemanha e da Suíça, passando a ser a religião dominante do Norte da Europa. Essa expansão levou a várias guerras entre católicos e protestantes entre os países europeus e também dentro desses países.

3. A Reforma Anglicana:. Uma religião nacional: O rei da Inglaterra nunca teve muito poder em seu país devido à força da nobreza representada no parlamento, existente desde a Idade Média. Henrique VIII, rei inglês, resolve nacionalizar em nome da Coroa todas as propriedades da Igreja católica no país, sendo apoiado pelo Parlamento. Vários sacerdotes católicos foram mortos e a Igreja Católica passa a ser Igreja Anglicana em 1534, onde o rei era o chefe supremo da mesma. A Coroa fica com as enormes propriedades rurais católicas em seu país, vendendo e alugando essas terras. Isso leva a um grande incremento do poder real no país.

4. A Reforma Católica ou Contra-Reforma:. Planejamento do contra-ataque: A Igreja Católica não ficou parada ao ver seu poder sendo atacado. Convocou o Concílio de Trento (1545-1563) que reformulou a Igreja Católica, preparando o contra-ataque ao protestantismo. Várias são as mudanças e medidas desse Concílio.. Fatores da Contra-Reforma: A própria Igreja Católica se reformou, adequando-se aos novos tempos e à nova sociedade européia. Muitas das críticas luteranas feitas à Igreja foram admitidas pela hierarquia católica e decisões foram tomadas a respeito. Criticava-se que muitos padres não estavam preparados para exercer a função e só viravam padres as pessoas com maior projeção social. Foram criados então os seminários, onde os padres iriam ser preparados para exercer a função. Foi instalado nos países majoritariamente católicos – Portugal, Espanha, Itália, França e outros – o Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, que perseguia oshereges, os judeus, protestantes e outros, condenando-os a punições diversas. Foi criado o Índice, lista de livros proibidos que deveriam ser queimados nos países católicos. Foi criada a Ordem dos Jesuítas que tinha o objetivo de propagar a fé católica pelo mundo. Estes foram muito importantes na América portuguesa e espanhola, sendo donos de fazendas, usavam largamente o trabalho compulsório indígena em missões e fazendas e tinham a função de educar os filhos da elite colonial. A dureza das decisões do Concílio levou judeus estabelecidos em Portugal e Espanha a fugirem para países com religião livre como os Países Baixos ou a virar cristãos novos nesses países.

As revoluções inglesas do século XVII

1. Conceituação da Revolução inglesa:. O que foi: A Revolução inglesa – ou revoluções – do século XVII se deu entre 1640 a 1688 e marca o fim do regime absolutista na Inglaterra. É o primeiro grande país europeu a dar fim à monarquia absoluta. Não à toa, será o primeiro país industrializado do mundo e a maior potência do século XIX.

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Vejamos através do desenvolvimento do país desde o fim da Idade Média porque isso ocorreu primeiramente na Grã-Bretanha.

2. A mercantilização da sociedade, do século XIII ao século XVII:. A Magna Carta e o parlamento: Desde a Baixa Idade Média, a nobreza britânica não aceita facilmente a centralização do poder na Coroa. Através da Magna Carta de 1215, os nobres ingleses exigem que se crie um parlamento – que, depois, no século XIV será dividido entre Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns – para limitar o poder real.. A criação de ovelhas e os cercamentos: A partir do século XIV, a Inglaterra passa a ser um grande criadouro de ovelhas para exportação de lã para a Holanda. Para tal, expulsam-se os camponeses de suas terras e transformam-se propriedades coletivas em privadas – pertencentes aos nobres –, são os cercamentos. Os camponeses sem terra passam a trabalhar por salários ou a arrendar (alugar) terras de proprietários. Os camponeses perdem o controle das terras e estas passam a ser propriedades privadas comercializáveis. É importante ressaltar a violência desse processo com os camponeses. Estes fizeram várias revoltas massacradasduramente pelo Estado. Muitos acabaram virando desocupados sem terra.. As manufaturas: Aos poucos se desenvolveram também nessas áreas rurais manufaturas de lã e, em menor escala, de outros produtos. Utilizavam essa mão-de-obra ociosa do campo – expulsa pelos processos de cercamentos. Existiam, inclusive, leis que obrigavam essas pessoas desocupadas a trabalhar em regime semiescravo nas manufaturas dessa burguesia agrária – que tinha seus rendimentos principais do arrendamento da terra.. A Guerra das duas rosas e o absolutismo: Esta guerra (1455-85) foi a luta de duas casas de nobres pelo controle da monarquia, que estava sem herdeiros. Ao final da guerra, a nobreza estava enfraquecida e o rei detinha grande poder, formando-se o absolutismo inglês com Henrique VIII, Elizabeth I e outros.. A reforma anglicana: Henrique VIII só pode dar o golpe da Reforma anglicana porque passava por uma conjuntura de centralização do poder no rei. Essa Reforma ajudou a introdução do capitalismo no campo, com a venda e arrendamento das terras da Igreja confiscadas pelo Estado. Este processo já estava em curso com os cercamentos e arrendamentos. No entanto, o anglicanismo não foi a única religião que surgiu na Grã-Bretanha no período, várias seitas protestantes - chamados em conjunto de puritanos - surgem na ilha nesse instante, opondo-se aos anglicanos.

3. Etapas das Revoluções inglesas:. Revolução puritana (1642-49): O reinado de Carlos I (1625-49) foi de forte perseguição aos puritanos e acúmulo de poder real. O parlamento, os puritanos e a burguesia rural – os que exploravam a terra buscando lucro – juntaram-se contra o rei e seus cavaleiros e venceram.. Protetorado de Cromwell (1649-1658): O líder dos parlamentares, Oliver Cromwell, instaurou uma república-ditadura marcada pelas práticas mercantilistas através dos Atos de Navegação. Colonizou-se a Jamaica e incentivou-se a marinha mercante, dando grande força ao comércio britânico.. Período a restauração monárquica (1660-1688): Com a morte de Cromwell, os reis voltaram a governar a Inglaterra convidados pelo Parlamento. No entanto, o rei Jaime II tentou novamente o absolutismo e as Câmaras reagiram. O rei foi expulso do país sem ser preciso derramamento de sangue. Nesse período, foi instituído o habeas corpus no país, instrumento jurídico que defende o indivíduo contra o poder arbitrário do Estado.. Revolução Gloriosa (1688): Jaime II foi expulso do país e Guilherme de Orange foi convidado a ser rei da Inglaterra, tendo antes que assinar um juramento, a Declaração de Direitos, onde o poder do rei era quase nulo e o Parlamento governava..Conclusão: A partir de 1688 não há absolutismo na Inglaterra, o poder político está concentrado no Parlamento e a sociedade, fortemente mercantilizada, faz seu rumo em direção à industrialização.

A Revolução Científica do século XVII e o Iluminismo setecentista

1. Introdução:. A ciência: Pode-se dizer que a Ciência como ela mais ou menos é hoje surgiu na Europa do século XVII, principalmente com os trabalhos de Galileu, Descartes e Newton. Trata-se de uma forma de pensar nova,

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baseada na relação de conhecimento entre sujeito e objeto e tem como primado central o uso da razão.. O Iluminismo ou Ilustração: Foi um movimento de pensadores do XVIII herdeiros de Descartes e que defendiam a liberdade, o racionalismo, o progresso do homem, o fim do absolutismo e o anticlericalismo. O movimento iluminista mais conhecido é o francês, mas há iluministas em outros países. Foi importantíssimo, pois deu embasamento teórico às revoluções burguesas e todo o mundo burguês do século XIX.

2. O surgimento da ciência moderna:. O método científico: O século XVII é marcado pelo surgimento do método científico e, por conseqüência, da própria ciência. Condenava-se a tradição e todas as formas de conhecimento não racionais. Descartes foi o principal nome nesse assunto. Ele criou o modelo de ciência com a relação de sujeito com o objeto. Ainda, a nova ciência deveria ser experimental, ou melhor, comprovar-se com o experimento.. O avanço científico: Estudos feitos no século XVI e XVII ajudaram a institucionalizar essa nova forma de conhecimento. Importantíssimos são os estudos de Galileu sobre a astronomia e a gravidade. A consolidação dessas teorias se dá com Newton e as leis da física.

3. A Ilustração:. Quadro geral: O Iluminismo pode ser considerado uma visão específica da burguesia sobre a realidade, ou melhor, trata-se de uma ideologia burguesa. Das obras dos autores da Ilustração, importantes são os escritos sobre política: falam do quadro político daquele período e sobre a forma ideal de governo. O que se pregava para a França da época era a revolução para que se findasse o absolutismo no país como ele acabou na Inglaterra. Alguns filósofos ganharam grande destaque nesse período.. Locke e a Revolução Gloriosa: John Locke, que pode ser considerado um precursor da Ilustração dos setecentos, foi um pensador inglês do século XVII que escreveu seu principal livro, o Tratado do Governo Civil, logo após a Revolução Gloriosa na Inglaterra de 1688, legitimando-a. Ele dizia que todo povo tinha direito de escolher seu governante sendo a revolução seria legítima em casos de mau governo, dizia também que as principais funções do Estado deveriam ser a defesa da propriedade privada e das liberdadesindividuais. Este é o liberalismo político que influenciou bastante os iluministas franceses.. Voltaire: Escreveu as Cartas Inglesas, obra que não pode ser chamada de um estudo teórico, mas um panfleto contra o absolutismo francês. Era profundamente anticlerical e anti-absolutista.. Montesquieu: Para este filósofo, cada povo tem o governo que lhe cabe, isto está claro em sua obra O Espírito das Leis. Dizia que o absolutismo na França não condizia com o anseio do povo francês, que queria um regime constitucional. Defendia, baseando-se em Locke, o Estado em três esferas: Executivo, Legislativo e Judiciário, cada poder limitaria o outro para que assim não houvesse tirania de um desses poderes.. Rousseau: Diferente dos outros filósofos, não é consenso de que se trata de um pensador iluminista, muitos o situam na corrente do Romantismo. Defendia a democracia total com votos de todos, diferentemente dos outros pensadores ilustrados. Dizia que a propriedade era a origem de toda a desigualdade e sofrimento dos homens no seu livro O Contrato Social. Esta propriedade acabou com o estado de natureza humana onde reinaria a paz e a solidariedade.. Enciclopedistas: D´Alembert e Diderot com o auxílio de outros filósofos empreenderam esse grande esforço, compilar todo o conhecimento racional humano em uma grande obra, a ‘Enciclopédia’.. Fisiocratas: São teóricos da economia que questionam o mercantilismo, defendendo a não interferência do Estado na economia – laissez-faire, laissez-passer. Para esses pensadores, sobretudo franceses, só gera valor que é produzido na agropecuária. Eles defendem que a economia é regida por leis naturais.. Adam Smith e os liberais: Adam Smith é um iluminista, mas é também o pai fundador do liberalismo na economia. O liberalismo econômico será uma doutrina hegemônica no XIX. Assim como os fisiocratas, ele era crítico do mercantilismo e favorável à não-intervenção estatal na economia nacional. Todo a riqueza, para Smith vinha do trabalho e não do ouro e prata ou da agricultura. Dizia que os homens em um ímpeto individualista produziam para a sociedade e essa produção se auto-regulava pela mão invisível da economia, a lei a oferta e da demanda. Assim, a liberdade econômica geraria a prosperidade.

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O Absolutismo ilustrado ou despotismo esclarecido1. Aspectos gerais:. Conceituação: Foi a prática política de alguns reis da periferia européia na segunda metade do século XVIII de utilizar em seus governos idéias e ideais iluministas, com o objetivo de dinamizar e modernizar a estrutura do Estado além de dar uma imagem mais progressista ao reino.. Objetivos: O objetivo dessa prática é que estes países se tornassem tão desenvolvidos quanto às potências européias do período: Inglaterra e França. Pretendia fomentar a burguesia nacional e reafirmar o poder monárquico. Apesar de esclarecido, o absolutismo persiste e os objetivos, em geral, não foram atingidos.. Como: O método para se atingir esse fim era o reforço do mercantilismo. Assim, fiscalismo, balança favorável, metalismo, fomento do comércio são características das práticas dos déspotas esclarecidos.. Traços gerais: Apesar de se diferenciar razoavelmente de país para país, o absolutismo ilustrado tinha certas características gerais, que eram: a racionalização da administração pública, os conflitos com a Igreja Católica – no caso da Rússia com a Igreja ortodoxa –, a modernização do exército, o fomento da economia através de práticas mercantilistas e o aumento das liberdades individuais, com muitos limites.

2. Casos particulares:. A importância dos casos particulares: É importante conhecer os casos isolados, pois estas reformas trouxeram grandes mudanças a estes países e às suas colônias. Por exemplo, as reformas bourbônicas na Espanha vão ser importantíssimas para o processo de independência das colônias hispano-americanas e as reformas pombalinas em Portugal vão transformar a colonização na América portuguesa.. Prússia: As reformas ocorreram, sobretudo, com Frederico II (1740-1786) que impôs as seguintes medidas: concedeu liberdade de expressão à população, liberdade religiosa e, principalmente, instituiu uma ampla rede escolar na Prússia, que fez do país um dos melhores do mundo em termos de educação básica. Essa escolarização vai ser muito importante no futuro, na industrialização alemã, pois o país vai ter disponível uma ampla mão-de-obra especializada. A escolarização também será importante para o exército prussiano – o mais organizado, eficiente e nacionalista da Europa – que ao longo do século XIX irá unificar a Alemanha. Vale lembrar que as medidas de liberdade podiam ser e foram revogadas de acordo com o interesse do monarca. Portanto, os benefícios de liberdade individual não se estenderam por muito tempo.. Áustria: José II (1780-90) impôs uma forte centralização administrativa, acabou com a servidão em seu país, deu liberdade religiosa e igualdade jurídica aos cidadãos, expulsando ainda os jesuítas do território austríaco. O resultado disto tudo foi um enorme aumento do poder real. Novamente, as reformas eram revogáveis e não uma conquista perpétua da população, mas um simples exercício provisório do poder real.. Rússia: Pedro, o Grande na primeira metade do século XVIII já pode ser considerado um monarca absoluto ilustrado por suas reformas modernizantes, mas é Catarina II (1762-94) quem empreende as maiores reformas iluministas bem à maneira particular russa. Ao contrário de José II, ela não acaba com a servidão, mas a reafirma, nacionaliza e doa as terras da Igreja ortodoxa russa aos nobres e incentiva-os a manter o trabalho servil, sobretaxa os servos e camponeses livres e expande territorialmente o Império Russo. Isso tudo vai criar o enorme e arcaico Império servil que chega a ir da Polônia ao Alasca. A servidão se manterá até 1861.. Espanha: No reinado de Carlos III (1759-1788), o ministro Aranda teve grande peso no que ficaram conhecidas como as reformas bourbônicas. Assim como Portugal, o grande foco das reformas foi a colonização na América, esta foi completamente reformulada. Os jesuítas foram expulsos da Espanha e da América espanhola. Novas medidas fiscalistas conseguiram diminuir bastante o contrabando, que era gigantesco antes das reformas. Isso atrapalhou a vida dos colonos que tinham vantagens em comerciar ilegalmente com os britânicos e outras medidas endureceram a colonização, desagradando as elites criollas no Novo mundo. Isso vai levar a um caráter de revolta dessas elites, que começam a formular as independências.. Portugal: Durante o reinado de José I (1750-77) o ministro Marquês de Pombal ganha uma projeção nacional muito forte e se torna uma figura central na administração do Estado, principalmente a partir da reconstrução de Lisboa, abalada pelo terremoto de 1755. Assim como a Espanha, ele vai reformular a

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colonização portuguesa no ultramar. A capital do Brasil muda em 1763 de Salvador para o Rio de Janeiro, mais próximo das minas de ouro. Os jesuítas são expulsos da metrópole e da colônia em 1759. O fiscalismo aumenta de modo absurdo, instituindo-se a derrama, que vai ser o motivo maior para a Inconfidência mineira. Assim, os primeiros projetos de independência na colônia vão surgir após esse enrijecimento do colonialismo.

A independência dos Estados Unidos da América

1. Apresentação:A primeira coisa a se refletir sobre esse assunto é a forma como ele geralmente é exposto. Chama-se geralmente esse tema de Revolução americana, há aí um erro. Não se trata de uma revolução, pois este termo pressupõe que haja uma mudança profunda na estrutura social existente com modificações na economia, na política e cultura, o que não ocorre. O que há é a independência de uma região da América que se tinha tentado estabelecer um pacto colonial tardiamente. O novo país cria uma forma relativamente nova de poder, baseada nos ideais iluministas. Tratava-se, porém, de uma democracia fortemente reduzida, com o predomínio dos grandes fazendeiros e sem o voto feminino e o voto dos escravos. Estes últimos continuaram a existir após a independência.

2. A situação da Inglaterra e das colônias inglesas na América:. A colonização inglesa na América: A Inglaterra só se estabelece no século XVII na América, depois das outras potências européias. São fundadas treze colônias na América do Norte, a colônia da Jamaica e outras de menor importância. A Jamaica e a região Sul das treze colônias são colonizados nos moldes do colonialismo moderno. O Norte das treze colônias ficou como um espaço livre para perseguidos religiosos e políticos ingleses e europeus. Há terra livre para esses colonos e não há interferência da Coroa britânica na região.. As treze colônias nos séculos XVII e XVIII: Enquanto o Sul do território era colonizado nos moldes do colonialismo, com grandes plantations escravistas que produziam tabaco, arroz e açúcar para a exportação, o Norte recebia grande leva de perseguidos europeus. Essa região ia desenvolver uma forte ordem de pequenas propriedades policultoras com trabalho livre e com certa urbanização e comércio. No início do século XVIII não havia mais terras para os imigrantes.. A ruptura do não-pacto: Não havia uma fiscalização muito rígida em relação à colônia por parte da metrópole e os impostos também eram poucos e baixos. No entanto, após a Guerra dos Sete anos (1756-1763) entre a Inglaterra e a França, a Coroa britânica, fortemente endividada, passa a arrochar a situação da colônia. Ela estabelece um aparato fiscalista digno do colonialismo no Norte e no Sul. Essa ruptura de um não-pacto colonial cria revolta em toda a colônia. Eram as leis coercitivas como a lei do selo que previa o uso de selo real em todos os documentos que transitavam na colônia, a lei do açúcar que taxava o comércio de açúcar das treze colônias com colônias não-britânicas, leis que impediam o contrabando e a interdição do avanço das pequenas propriedades do Norte da colônia para áreas mais adentro do território ou para o Canadá.

3. A independência e a organização do novo Estado:. A organização da resistência: Desde as primeiras décadas da colonização, as questões públicas dos cidadãos – apenas os homens livres – da colônia eram decididas em assembléias, isso é um ponto importantíssimo para a escolha posterior do regime republicano. A partir da década de 1760, organizam-se os Congressos continentais, reuniões com representantes de cada uma das treze colônias. Com a consecução das diversas leis coercitivas, a situação se radicaliza e os colonos decidem pela ruptura. Em 1776 é declarada aindependência dos Estados Unidos da América, o que dá início à guerra de independência.. A guerra: A Inglaterra envia tropas às treze colônias, mas os colonos contavam com a ajuda de uma coalizão que reunia França, Espanha, Rússia, Holanda, Dinamarca e Suécia. As tropas rebeldes, então, vencem as tropas leais. É assinado o tratado de Paris em 1783, onde a Grã-Bretanha admite a independência dos EUA.. A formação do novo governo: A independência não faz esconder os conflitos de idéias que existiam entre sulistas e nortistas. Os nortistas desejavam um governo mais centralizado e os sulistas uma confederação, como nos tempos da guerra. Forma-se um pacto, cria-se uma federação presidencialista,

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onde cada Estado tem a sua Constituição própria tendo que respeitar uma Constituição da União – criada em 1787 – com um líder máximo da nação, o presidente da República. A organização do poder se baseia nas idéias de Montesquieu. A escravidão é mantida. No entanto, logo adiante o conflito entre Norte e Sul se tornará intolerável e será decidido em uma guerra civil (1861-5) onde dois modelos de país estarão em disputa.

A Revolução Francesa1. Introdução:.O que foi: Foi a grande revolução que pôs fim ao Antigo Regime na França, destruindo as estruturas sociais daquele regime e levando a burguesia ao poder. Apesar dos principais eventos terem ocorrido em Paris e no interior do país, ela se espalhou por toda a Europa e influenciou todo o mundo no século XIX.. A sociedade francesa: O estado monárquico francês dividia a sociedade em três estados, que na verdade não correspondiam à realidade sócio-econômica daquele país. O primeiro estado é constituído por todos membros do clero. O segundo, pelos nobres, tanto do interior como da Corte. O terceiro estado era o resto da sociedade e era o único que pagava impostos, sendo que muitas vezes o 1o e 2o estados eram sustentados por esses tributos.. Subprodução e fome: Apesar de a economia francesa ter se desenvolvido bastante no século XVIII, nos anos imediatamente anteriores à Revolução, assistiu-se a uma grande seca no campo, que levou à fome no país. Isso vai ser um dos fatores imediatos para a Revolução.. Crise financeira da Coroa: As freqüentes guerras e a extravagante corte tinham deixado o Estado francês extremamente endividado, levando a uma série crise financeira da Coroa. Luís XVI, o rei francês do período, tentou fazer uma reforma tributária onde o 1o e 2o estado pagassem impostos, mas esta foi barrada por estes. Dá-se uma crise política que leva o Rei a convocar os Estados Gerais, órgão consultivo do rei que era dividido entre os três estados, com um voto para cada um. A decisão final, no entanto, seria sempre do monarca.. Divisão cronológica da Revolução: A Revolução Francesa é dividida geralmente em três períodos. A Era das Instituições (1789-92), onde a burguesia chega ao poder; a Era das Antecipações (1792-4), onde são antecipadas práticas políticas igualitárias; e a Era das Consolidações (1794-1815), onde a alta burguesia se consolida no Estado.

2. A Era das Instituições:. A Assembléia Constituinte: Em maio de 1789, são convocados os Estados Gerais. Tudo o que o terceiro estado propunha era barrado pelo clero e pela nobreza. O Terceiro Estado se isola e declara-se Assembléia Constituinte, dando um golpe no poder da nobreza e do clero.. A tomada da Bastilha: Como o rei e os dois primeiros estados, desconfiados, colocam o exército de prontidão, a população de Paris, apoiando a Assembléia, toma a prisão da Bastilha. Nessa prisão havia armas, com as quais a população se armou para defender a Assembléia Constituinte.. O grande Medo: Enquanto isso, em algumas partes do interior da França, os camponeses ocupam as terras dos senhores (clero e nobreza) e queimam seus títulos de propriedade em um sentido de destruir a ordem senhorial no campo. Eles fazem uma divisão da terra entre eles, é o Grande Medo.. Constituição jurada: Em agosto do mesmo ano, é promulgada a Declaração dos Direitos Humanos. Os bens da Igreja são confiscados e no final do ano, promulga-se uma Constituição que o Rei é obrigado a assinar. Institucionaliza-se uma monarquia constitucional.. Guerra: As monarquias vizinhas à França, preocupadas com a agitação no país, resolvem invadir o país para restituir Luís XVI ao seu cargo. O exército francês, liderado por um general leal ao monarca, sofre sucessivas derrotas, deixando a população desconfiada. Descobre-se um acordo entre o rei e os exércitos estrangeiros, levando à condenação de Luís XVI à guilhotina em 1792. Tem fim a monarquia constitucional, dá-se a República.

3. A Era das Antecipações:. A nova Assembléia: Uma nova assembléia é constituída por sufrágio universal com uma divisão clara entre os girondinos – compostos pela alta burguesia – à direita e os jacobinos – compostos pela população média e pobre de Paris – à esquerda, além da planície, no centro.. Golpe jacobino: Diante das tropas estrangeiras à porta de Paris, os jacobinos dão um golpe de Estado estabelecendo medidas emergenciais: tabelam os alimentos a preços baixos, empreendem uma ampla

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reforma agrária no campo, criam um novo exército composto por voluntários para combater na frente, acabam com a escravidão nas colônias. Além disso, os jacobinos, para se manter no poder, perseguiam duramente seus adversários políticos, mandando-os para a guilhotina, assim, morreram quase todos girondinos. É o chamado Terror.. Nove Termidor: Os exércitos revolucionários conseguem sucessivas vitórias e conseguem expulsar os invasores para além da fronteira original francesa. Com a reversão da situação de emergência, os jacobinos levam um golpe de Estado dado pelos termidorianos – compostos pela alta burguesia – sendo levados à guilhotina em sua maioria.

4. A Era das Consolidações:. O Diretório: Os termidorianos estabelecem o seu governo, revertendo as medidas dos jacobinos. Eles restabelecem o sufrágio censitário, liberalizam os preços dos alimentos – prejudicando as classes pobres das cidades francesas – e fazem uma árdua proteção da propriedade, principalmente no campo. Com a vitória inicial dos exércitos revolucionários, a França começa uma grande expansão militar com certa estabilidade interna..O Império Napoleônico e o Congresso de Viena

1. O governo de Napoleão:. Dezoito Brumário: Mesmo com o sufrágio censitário, os termidorianos ainda sofrem com uma oposição dentro da Assembléia e decidem então pelo golpe militar. Chamam o jovem general Napoleão Bonaparte para dar esse golpe. Em 1799 é dado o golpe, consolidando o governo da alta burguesia com uma ditadura.. O Império napoleônico, plano interno: O governo de Napoleão é dividido em dois períodos, o Consulado que vai até 1804 e o Império, até 1815. Internamente, Napoleão executou uma série de reformas que beneficiavam a burguesia: reformulou o sistema bancário criando uma moeda nacional francesa, o franco, e o Banco da França; criou as escolas normais, com ensino laico por toda a França; criou o Código Civil; tentou retornar a escravidão nas colônias, não conseguindo e perdendo a colônia do Haiti; fez ainda um amplo incentivo à indústria e o comércio nacional da França.. O Império napoleônico, plano externo: Por volta de 1805, Napoleão tinha subjugado toda a Europa continental, tendo reinos controlados por parentes seus e outros subordinados à França. Napoleão, no entanto, não conseguia vencer a Inglaterra por não ter uma marinha capaz de derrotar a frota britânica.. Bloqueio Continental: Napoleão criou em 1806 o Bloqueio Continental que proibia qualquer país do continente europeu de comerciar com a Grã-Bretanha. Isso visava fomentar a indústria francesa, provendo o continente de produtos industrializados e também visava liquidar o poderio industrial e naval inglês. Porém, a indústria francesa não dava conta de suprir todo o continente como a Inglaterra supria. Além disso, as ilhas britânicas eram grandes compradoras de cereais e outros produtos primários da Europa continental, o que a França não era, pois era auto-suficiente na produção agrícola. Isso desagrada fortemente os países que eram antigos exportadores de produtos primários para a Inglaterra. Alguns países vão renunciar ao Bloqueio, sofrendo a conseqüente invasão francesa, é o caso de Portugal em 1807 e da Rússia em 1812. A família real portuguesa transfere a sede do Estado português para o Rio de Janeiro, fugindo das tropas francesas.. A campanha da Rússia: No entanto, na Rússia, Napoleão sofre sérias perdas humanas e militares, levando à quase total destruição do exército napoleônico devido às estratégias do exército russo e ao rigoroso inverno daquele país. Em 1814, forma-se um exército conjunto europeu para destruir o exército francês, liquidando Napoleão e seu Império.. O restabelecimento do Antigo Regime na França: Em 1815, Luís XVIII é posto no trono francês pelas tropas vencedoras das guerras. A França ficará sob ocupação militar até 1820 e as questões territoriais européias serão resolvidas no Congresso de Viena. O Antigo Regime na França tem vida curta, visto que suas bases sociais tinham sido destruídas.

2. O Congresso de Viena e a Santa Aliança:. O Congresso de Viena: Os líderes europeus se reuniram em 1815 em Viena para decidir o que fazer do mapa geopolítico europeu. Quem dava as cartas no encontro eram a Áustria, a Prússia, a Rússia e Inglaterra, os vencedores das guerras napoleônicas. Todos esses quatro países vão anexar territórios e

Page 24: Revisão de História Geral - Da Pré-História Ao Século XIX

crescer no cenário europeu. A Rússia que tinha o maior exército da Europa e vários planos expansionistas para o Ocidente, anexa vários territórios na Europa Oriental. Também, a Áustria e a Prússia vão anexar amplas regiões, criando a semente para os grandes impérios centrais, o Alemão e o Austro-Húngaro, existentes na Europa no final do século XIX.. A Santa Aliança: É uma aliança militar constituída inicialmente por Áustria, Prússia e Rússia e depois, por Inglaterra e França que visa a repressão de movimentos radicais tais como a Revolução Francesa. Essa aliança foi ativa nas revoluções de 1820, porém teve fim durante as revoluções de 1830 devido a discordâncias entre seus membros, não atingindo seus objetivos.