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Católicos fazem festa para o Senhor São Félix A tradicional festa do padroeiro da cidade de São Félix teve início com o pregão realizado no pri- meiro domingo do mês de setembro, dia 5 último, prosseguindo com as festividades no dia 19 de se- tembro, com a famosa Lavagem do Adro da Igreja de Senhor São Félix, que é muito esperada pelos sanfelistas. A festa popular tem a coordenação da Secretaria de Educação, Departamento de Turismo, Cultura e Es- portes, além do auxílio da assessoria de comunica- ção. Neste ano, terá espaço também para apresenta- ção de shows musicais, que acontecerão nos dias 19, 24, 25 e 26 na Praça Rui Barbosa (página 12). Deputado Colbert Martins Vereadora Olívia Santana ESPECIAL ELEIÇÕES: Candidatos a deputado visitam redação do Reverso e falam de suas propostas (páginas 6 e 7) CONFIRA O QUE ROLA NA NET SOBRE CACHOEIRA (Pág. 7) Caminhada abriu jogos estudantis na cidade de São Felix Confira na página 5 Trânsito segue confuso na área da feira livre Com um transito muito confuso, principalmente na região onde fica a feira livre da cidade, os moradores da Cachoeira reclamam bastante e cobram providências. Como são poucos os agentes responsáveis por ordenar o tráfego de veículos de passeio, caminhões, motocicletas, bicicletas e até carroças, os engarrafamentos são constantes. Mas o problema não tem dificultado a vida apenas dos moradores da Cachoeira, pois alcança também a vizinha São Felix. Unidas pela ponte Dom Pedro II, ambas têm pessoas, carros, ônibus e trens indo e vindo todos os dias, causando uma série de problemas e gerando muitas reclamações. Por serem cidades pequenas, não há muito espaço para es- tabelecer pontos fixos de estacionamento de carros, de trans- porte publico e principalmente da feira livre, ou seja, as bar- racas de roupas, sapatos e alimentos misturam-se ao trânsito das cidades. Manoel de Jesus Rodrigues, 44 anos, vendedor ambulante da feira livre de Cachoeira, reclama que o trânsito é péssimo, a avenida é estreita e os automóveis, pessoas e animais se mistu- ram, dificultando a passagem e o acesso local (confira o texto completo na página 3).

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Jornal laboratorial do curso de Jornalismo da UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Edição 35 - setembro de 2010.

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Católicos fazem festa para o Senhor São Félix

A tradicional festa do padroeiro da cidade de São Félix teve início com o pregão realizado no pri-meiro domingo do mês de setembro, dia 5 último, prosseguindo com as festividades no dia 19 de se-tembro, com a famosa Lavagem do Adro da Igreja de Senhor São Félix, que é muito esperada pelos sanfelistas.

A festa popular tem a coordenação da Secretaria de Educação, Departamento de Turismo, Cultura e Es-portes, além do auxílio da assessoria de comunica-ção. Neste ano, terá espaço também para apresenta-ção de shows musicais, que acontecerão nos dias 19, 24, 25 e 26 na Praça Rui Barbosa (página 12).

Deputado Colbert Martins Vereadora Olívia Santana

ESPECIAL ELEIÇÕES:Candidatos a deputado

visitam redação doReverso e falam de

suas propostas(páginas 6 e 7)

CONFIRA O QUE ROLA NA NET SOBRE CACHOEIRA (Pág. 7)

Caminhada abriujogos estudantis nacidade de São FelixConfira na página 5

Trânsito segue confuso na área da feira livre

Com um transito muito confuso, principalmente na região onde fica a feira livre da cidade, os moradores da Cachoeira reclamam bastante e cobram providências. Como são poucos os agentes responsáveis por ordenar o tráfego de veículos de passeio, caminhões, motocicletas, bicicletas e até carroças, os engarrafamentos são constantes.

Mas o problema não tem dificultado a vida apenas dos moradores da Cachoeira, pois alcança também a vizinha São Felix. Unidas pela ponte Dom Pedro II, ambas têm pessoas, carros, ônibus e trens indo e vindo todos os dias, causando uma série de problemas e gerando muitas reclamações.

Por serem cidades pequenas, não há muito espaço para es-tabelecer pontos fixos de estacionamento de carros, de trans-porte publico e principalmente da feira livre, ou seja, as bar-racas de roupas, sapatos e alimentos misturam-se ao trânsito das cidades.

Manoel de Jesus Rodrigues, 44 anos, vendedor ambulante da feira livre de Cachoeira, reclama que o trânsito é péssimo, a avenida é estreita e os automóveis, pessoas e animais se mistu-ram, dificultando a passagem e o acesso local (confira o texto completo na página 3).

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Trânsito congestiona feira livreTexto de Laís MartinsFotos de Suely Alves

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Reitor: Paulo Gabriel Soledad Nacif

Coordenação Editorial: J. Péricles Diniz e Robério Marcelo

Coordenação de Editoração Gráfica: Juliano Mascarenhas

Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL)Quarteirão Leite Alves, Cachoeira/BA - CEP - 44.300-000 Tel.: (75) 3425-3189

Acesse o Reverso Online: www.ufrb.edu.br/reverso

CARTA AO LEITOR

Jornalismo do Reverso vai tambémpara a TVE, Educadora e Portal Irdeb

O conteúdo produzido pelos alunos do quarto semestre do curso de Jornalismo da UFRB será exibido na TV Educati-va, Rádio Educadora e Portal Irdeb, veículos que compõem o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB). A ini-ciativa faz parte de um projeto de viagens de estudo, que in-tegra alunos e professores das disciplinas de Telejornalismo, Radiojornalismo, Jornalismo Online e Jornalismo Impresso.

Durante todo o semestre de 2010.2, os alunos vão per-correr várias cidades do Recôncavo em viagens semanais, sob a supervisão dos professores, para a realização de reporta-gens que abordam diferentes aspectos da cultura e da identi-dade de cada município.

A ação interdisciplinar também inspirou um projeto de extensão, coordenado pela professora de telejornalismo Már-cia Rocha, que possibilita a participação de alunos do sexto e sétimo semestres na produção de conteúdo jornalístico a ser exibido num quadro semanal do programa TVE Revista. A extensão reforça o exercício e aprimoramento das técnicas jornalísticas, ao mesmo tempo em que beneficia o aluno em horas de atividades complementares, que envolvem a discus-são e elaboração de pautas, reportagens e edição.

A parceria com o Irdeb, além de dar visibilidade ao con-teúdo regional produzido pelos discentes da UFRB, aproxima a academia das rotinas produtivas do mercado de trabalho profissional, favorece a construção de uma rede de relacio-namento e contribui para colocar em evidência pequenos centros urbanos que não tem espaço na grande mídia, cuja pauta segue critérios de audiência e lucro.

www.ufrb.edu.br/reversowww.ufrb.edu.br/reverso

Transito confuso, pou-cos agentes responsáveis por ordenar o tráfego e en-garrafamentos constantes têm marcado o dia a dia dos moradores de Cachoeira e São Felix, duas cidades di-ferentes, mas unidas pela ponte Dom Pedro II. Por elas, as pessoas, carros, ôni-

bus e trens transitam todos os dias, causando uma sé-rie de problemas e gerando muitas reclamações.

Por serem cidades pe-quenas, não há muito espa-ço para estabelecer pontos fixos de estacionamento de carros, de transporte publi-co, e principalmente da fei-

ra livre, ou seja, as barracas de rou-pas, sapatos e ali-mentos misturam-se ao trânsito das cidades.

Manoel de Jesus Rodrigues, 44 anos, vendedor ambulante da fei-ra livre de Cacho-eira, reclama que

o trânsito é péssimo, a ave-nida é estreita, carro, moto, cachorro, ciclista, pessoas misturam-se dificultando a passagem e o acesso à feira.

Os guardas de trânsi-to nem sempre trabalham na feira, pois organizam o tráfego da cidade inteira e a quantidade de agentes pela rua é pouco pra revezar. As vans que fazem o transporte coletivo ficam estacionados no mesmo local onde acon-tece a feira, dificultando a visibilidade e o acesso da população. A poluição que os motores desses veículos geram, junto à poeira que os carros, motos e bicicletas levantam quando passam, mesclam-se às mercadorias

comercializadas, principal-mente aos alimentos, pre-judicando a vitalidade dos produtos e dos consumido-res.

Congestionamento

O congestionamento é desproporcional para as cidades e isso ocorre pelo grande fluxo do dia-a-dia da ponte. Jorge Araujo dos Santos, 64 anos, trabalha na feira de São Félix há 20 anos e afirma que o maior pro-blema da cidade é o trem. Quando estaciona na via principal, para por mais de dez minutos e impossibilita a passagem dos pedestres para a feira e dos veículos,

causando engarrafamento e consequentemente dor de cabeça pela buzina dos veículos e pela fumaça do trem.

As motos, como são menores, não aguardam o trânsito ser liberado e ge-ralmente passam rápido, correndo o risco de atrope-lar pedestres e clientes das barracas na feira. A falta de organização no trânsito acaba prejudicando não só os feirantes, mas também a circulação de veículos e pedestres. Pelo fato de Ca-choeira ser um entreposto comercial entre as cidades do Recôncavo, o fluxo de pessoas que trafega na cida-de é quase sempre intenso.

Característica sem-pre lembrada e comentada quando se trata da cida-de da Cachoeira, a boa re-ceptividade aos alunos da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) enfren-ta uma curiosa contradição quando se trata dos pró-prios moradores locais. Al-guns cachoeiranos não são tão receptivos, como mui-tos imaginavam, quando se trata dos universitários. O preconceito existe em rela-ção aos estudantes.

É notória a indigna-ção dos estudantes, nesse sentido. Alguns moradores

evitam e até preferem não alugar suas casas para es-tudantes da universidade, alegando irresponsabilida-de e falta de cuidado com o imóvel. Outros aumentam o aluguel e até cobram por pessoa, dificultando ainda mais a moradia dos alunos.

“ Eles escolhem o cliente pela cara, pra eu ficar um tempo num pensionato aqui em Cachoeira, tive que falar a profissão dos meus pais”, disse Flávio Alves Pereira, aluno do segundo semestre de jornalismo. Ele também descreveu outra si-tuação constrangedora que

aconteceu no dia do trote na universidade. “Um jo-vem daqui de Cachoeira disse que pessoas de outras cidades, filhinhos de papai, estão roubando as vagas da universidade”.

Falta hospedagem

Outras deficiências são apontadas pelos calou-ros. Gilcimário Guedes Bri-to, por exemplo, é aluno do primeiro semestre de gestão pública e diz estar na uni-versidade apenas para ob-ter o nível superior. Garante estar satisfeito com a estru-

tura do centro. No entanto, comenta a falta de professo-res para o seu curso.

Diego Piedade veio de Taperoá e mora atualmente em Cachoeira com amigos. É estudante do primeiro semestre de Serviço Social. Espera, com o curso, um maior aprendizado para levar ajuda à comunidade. Um ponto negativo visto pelo estudante é justamente a falta de hospedagem para os alunos de fora.

Insatisfeitos com a si-tuação atual do centro, ou-tros estudantes reclamam a falta de um restaurante uni-

Universitários reclamam da faltade hospedagem em Cachoeira

versitário e principalmente a falta de vagas na residên-cia universitária, que vem sendo constantemente co-brada pelo movimento es-tudantil.

Texto de Monalisa LealFotos de Jana Cambuí

O campo da comu-nicação é mediado por um razoável histórico de teorias, que não pu-deram fazer frente às mudanças nas conjun-turas e nas organizações sociais, tornando-se ob-soletas e inaplicáveis à realidade vigente. Se as teorias surgem na ten-tativa de responder ou problematizar as ques-tões de determinada época e contexto, quan-do caem no desuso é por

não poderem negar que não mais se aplicam, nem encontram eco em uma modernidade poli-fônica.

A maneira de in-vestigar os fenômenos da comunicação a par-tir das relações entre a cultura contemporânea e a sociedade, isto é, seus contornos e práti-cas culturais atreladas às muitas transforma-ções sociais, foi batiza-da de Estudos Culturais.

Este é um movimento do campo da comunica-ção, surgido entre a dé-cada de 1960 e 1970, que teve (tradicionalmente) como causa geradora as alterações dos valores da classe trabalhadora na Inglaterra, e que, atu-almente, ambienta estu-dos ao redor do mundo.

Os Estudos Cultu-rais, de natureza inter-disciplinar, enxergam o terreno popular como um espaço de contesta-

ção e efervescência ide-ólogica, buscando dar visibilidade aos objetos culturais discriminados do imaginário do povo. Esse movimento não surgiu de maneira iso-lada, pelo contrário, se desenvolveu dialogan-do com determinadas referências da época, representantes das for-mas de resistência de algumas parcelas da po-pulação diferenciadas

por classe, etnia, gêne-ro, entre outros. Desde o princípio, os Estudos Culturais se relacionam, estritamente, com movi-mentos étnicos, feminis-tas, políticas de cultura, estudos multiculturais e pós-coloniais.

A maior contri-buição e emergência dos Estudos Culturais é possibilitar rediscutir as concepções de cultu-ra no âmbito dos meios e das formas de comu-nicação, passando a en-xergar o papel e a ação dos grupos negligen-ciados do poder e da legitimidade nas nar-rativas históricas. Ele é um poderoso precursor e fomentador de novas interpretações sobre a comunicação e a cultu-ra, em especial com os autores e pesquisado-res latino-americanos que tem avançado no conhecimento e na acei-tação da multiplicidade cultural das socieda-des latino-americanas culminando na obra de Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas.

* Mestranda, professora. substituta do curso de Jor-nalismo da UFRB

A emergência dos Estudos Culturais

Emanuella Rodrigues*

INEDITORIAL

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São Félix realiza jogos estudantis Texto de Valdelice Santos

Fotos de Joaquim Bamberg e Janaina Carine

Uma grande caminha-da marcou, na manhã do último dia 7 de setembro, data da Independência do Brasil, a abertura dos I Jo-gos Estudantis da Rede Mu-nicipal de Ensino de São Fé-

lix. A iniciativa contou com a participação das escolas e professores de toda a rede municipal, secretarias e departamentos do municí-pio, do Centro de Referên-cia de Assistência Social (CRAS), dos alunos da Edu-cação para Jovens e Adultos (EJA), de representantes da Casa da Cultura Américo Simas, além da comunida-de sanfelista.

A caminhada saiu da Praça Dois de Julho com destino ao Ginásio de Es-porte Cândido dos Santos, onde aconteceu a solenida-de de abertura dos jogos, com a execução do Hino Nacional feito pelo coral Vozes da Alegria, composto por crianças e regido pela professora de música da Universidade Federal do

Rio Grande do Sul (UFRS) Nara Rúbia. O evento teve também apresentações ar-tísticas das escolas Duque de Caxias e Balão mági-co, além do grupo cultural Dançar’T.

De acordo com a se-cretária de Educação, Elba Matos de Oliveira Pereira, a maior intenção do evento foi fomentar a prática es-portiva nas escolas, incenti-vando os alunos a se envol-verem com vários esportes.

Organização do evento

Os jogos foram or-ganizados pela Secretária Municipal de Educação, atendendo a proposta do projeto Educação, Esporte e Saúde de promover a inte-gração do trabalho pedagó-gico desenvolvido nos esta-belecimentos que compõem a rede, focando a formação do educando, a partir da valorização do esporte e sua prática como instru-mento de desenvolvimento

do bem-estar físico, mental e social.

De acordo com os or-ganizadores, o evento trou-xe efeitos positivos para o município, principalmente por motivar jovens e adul-tos para a pratica esportiva. “É um trabalho conjunto dos secretariados, profes-sores diretores das escolas municipais. E é muito im-portante porque prova o nosso compromisso de estar oportunizando uma educa-ção de me-lhor quali-dade, dias m e l h o r e s , m o m e n t o de lazer e prática de esporte de melhor qua-lidade, porque esses jovens vão ficar bem distante do caminho das drogas, destas coisas que não são benéfi-cas para nossa sociedade”, comentou o prefeito Alex Sandro Aleluia de Brito.

Casas da Vila 25 foram construídas em área inadequada

Texto de Janaína FrançaFotos de Lorena Morais

A Vila 25, local onde foram construídos os imóveis do programa Minha Casa Minha Vida em Cachoeira, apresenta hoje condições inapropriadas para moradia, já que ao lado do terreno funciona uma estação de tratamento de esgoto, construída em 2001 pelo progra-ma Bahia Azul. Na época, funcionava no local apenas um abatedouro, além de algumas fa-

mílias vivendo em condições precárias e que foram removidas.

No lugar onde a vila foi erguida, o odor que sai da estação de saneamento é tão forte que parece que o esgoto está dentro da própria casa, “mas, sabe como é, o ser humano acaba se acostumando a tudo”, disseram os morado-res.

A secretária municipal Jurema Neves afirmou que em razão de Cachoeira ter a difi-culdade de crescer na sede por ser tombada, o melhor lugar para atender ao programa seria a Vila 25. Ela disse que a única exigência do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetu-ra e Agronomia (CREA) foi a criação de um cinturão verde, que delimitaria melhor a área e evitaria que os moradores, principalmente crianças, viessem a sofrer acidentes no local do

tratamento de esgoto.Iniciativa do governo federal, através da

Caixa Econômica Federal, que tem como obje-tivo oferecer moradia a famílias de baixa ren-da, o programa habitacional popular Minha Casa, Minha Vida foi implantado em Cacho-eira em 2007 e, até o momento, 80 casas foram construídas.

Cruz das Almas cria FórumRegional de Combate às Drogas

Texto de Juliana Rezende

“Com o crescente índice de violência causado pelas drogas aqui na nossa região, sentiu-se a necessidade de tomar alguma providência. Por isso, estamos lançando a proposta da criação de um Fórum Regional de Combate às Drogas”, a declaração é da diretora do Departamento de Assistência Social, Regina Moraes. Segundo ela, a ideia pretende abranger 10 cidades da região: Maragogipe, Ca-choeira, São Félix, Muritiba, Governador Mangabeira, Ca-baceiras do Paraguaçu, Cruz das Almas, Sapeaçú, São Feli-pe e Conceição do Almeida.

O Fórum foi instituído no dia 12 de agosto último, numa reunião que aconteceu na Câmara de Vereadores de Cruz das Almas, com representantes das 10 cidades que assinaram o termo de adesão. Na ocasião, a médica Ana Paula Lazaretti, da cidade de Maragogipe, fez uma pales-tra sobre a dignidade da pessoa humana.

Ela enfatizou o problema das drogas, afirmando-o como uma doença, destacanbdo que o objetivo da criação do fórum é estimular o surgimento de novas ideias para o combate às drogas na nossa região, e que essas ideias se transformem em ações concretas, sendo que o objetivo maior é a instalação de uma clínica de reabilitação regional com sede em Cruz das Almas, mas a serviço de toda região.

Numa ação ousada e inesperada, 10 presos con-seguiram escapar da De-legacia de Cachoeira, no último dia 30 de julho. Se-gundo Assis Castro, inves-tigador da Polícia Civil, por volta das 18h30min, o poli-cial que estava de plantão servia o café quando foi sur-preendido e dominado por um dos detentos, cuja ação foi seguida pelos outros elementos custodiados. O policial foi ferido, sofrendo lesões no tórax e nas costas.

Após a dominar o plantonista, os presos fugi-ram. São eles Cláudio An-drade e Robson Bispo San-tana (ambos provenientes

de Santo Antônio de Jesus), Dernevaldo Santos Silva (Neguinho), Edimilsom dos Santos Júnior (Júnior), Rai-mundo Cardoso da Cruz, Diego Gomes Gonçalves, Rogério Barbosa da C. Soa-res, Maurício da Conceição Santos, Fernando de Souza Alexandrino e Robson San-tos Gonzaga.

Os fugitivos levaram uma pistola 0.40mm que se encontrava sob a mesa do policial de plantão. Até o momento, foram recaptura-dos dois fugitivos e três se entregaram.

Os elementos cus-todiados que estão detidos são presos da Justiça à es-

Dez presos escapam da celaTexto de Layla Marques

pera de julgamento. Como a cidade não possui presídio, os detentos ficam em celas provisórias aguardando transfe-rência para um dos presídios das cidades vizinhas.

A Delegacia de Cachoeira criou um email ([email protected]) para receber informações sobre o paradeiro dos fugiti-vos e onde podem ser feitas denúncias de qualquer outro tipo de delito que ocorra na cidade.

O jogo do Campe-onato de Futsal de São Félix anteriormente mar-cado para dia 11 de se-tembro teve que ser adia-do, já que o ginásio local sediou o XII Congresso Baiano da Ordem Inter-nacional das Filhas de Jó, que ocupou a maior parte do dia de sábado e domingo inviabilizando os jogos nestes dias.

Desde o último dia 4 de setembro está acon-tecendo o Campeonato de Futsal de São Félix, no Ginásio de Esportes Cân-dido Santos, promovido através de parceria entre a diretoria municipal de Esportes e o Centro In-tegrado de Promoção à Saúde (CIPS).

Os jogos adiados acontecerão no dia 16 de setembro, começando às 19 horas, com o Barce-lona enfrentando Caixa D’água, prossegundo às 20 horas com Vitória con-tra Cabeça de Chuva. Na última partida, o Santa Cruz enfrentará o Dom Pedro, às 21 horas.

Jogos

Três escolas munici-pais participaram da com-petição: a Duque de Caxias, General Flamarion Pinto de Campos e Balão Mági-co, além do CRAS. As três equipes e alunos que tive-ram melhor desempenho foram premiados com tro-féus e medalhas.

As modalidades de esportes disputadas fo-ram corrida rústica, futsal,

h a n d e b o l masculino, futebol de campo e ba-leado, todas reunidas no Ginásio de Esporte e no

Campo do Ipirangui -nha.

“Eu gostei do evento porque nunca tinha partici-pado antes e também a gen-te se diverte e as crianças aprendem a valorizar mais o esporte”, disse Antonio Roque Sena Conceição, de

o ginásio municipal sedia os jogos de futsal em São Félix

“[...] A gente se di-verte e as crianças aprendem a valori-zar mais o esporte”

10 anos, aluno da quinta série da Escola Municipal Duque de Caxias, que par-ticipou da corrida rústica. A programação se esten-deu até o dia 9, finalizadan-do com o show musical do Partido Alto, no Campo do Ipiranguinha.

Campeonato de Futsalfoi adiado em São Félix

Texto de Janaína França

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Panorâmica

Conhecida na-cionalmente como a Cidade Heroica, Cachoeira é um dos principais municí-pios do Recôncavo da Bahia. Situada às margens do Rio Paraguaçu, reúne o segundo mais importante acervo arquitetônico no estilo barroco, atrás apenas da capital baiana. A imponên-cia de suas edifica-ções levou a cidade a alcançar o status de Monumento Na-cional.

A grande di-versidade cultural observada na cida-de se deu à signi-ficativa presença de africanos e afro-descendentes em interação com eu-ropeus durante o período escravista. Esta interação en-contra-se não ape-nas na rica diversi-dade popular, mas é forte também no sincretismo religio-so, que apresenta tanto característi-cas do catolicismo como africanas. Ca-choeira é hoje um baluarte cultural dentro Bahia e isso se refletem nas suas magníficas constru-ções e movimentos populares conheci-dos mundialmente.

Um pouco de História

Em 1531, chegava à Bahia a expedição de Mar-tim Afonso de Souza com a incumbência de estimular o cultivo da cana-de-açúcar e a sua indústria. O Recônca-vo, que começava a ser ex-plorado, possuía terras pro-pícias a essa cultura, sendo, portanto, escolhido para a instalação dos primeiros engenhos.

No final do século XVI já existiam cerca de cin-co engenhos na região. Em 1963, foi criada a Vila e Fregue-sia de Nossa Senhora do Ro-sário do Porto da Cachoeira, sendo instala-da, apenas, em 7 de Janeiro de 1698.

P a r a l e -lo ao seu de-senvolvimen-to econômico, crescia a impor-tância política: receberia, al-gum tempo de-pois, as visitas ilustres de D. Pedro I, D. Pe-dro II, Princesa Isabel e Conde D’Eu.

Historicamente, Ca-choeira foi a pioneira no movimento emancipador do Brasil. Dali partiram os primeiros brados de revolta contra a opressão lusitana. A 25 de Junho de 1822, an-tecipando o Grito do Ipiran-ga, Cachoeira já proclamava o Príncipe D. Pedro I como

Cachoeira, a Heróica e Monumento Nacional

Regente: estava lançada a semente, que frutificou em 2 de Julho de 1823, quan-do a Bahia definitivamente tornou-se livre do jugo por-tuguês, consolidando a In-dependência do Brasil.

Neste dia, pela primei-ra vez na História, a sede do governo baiano foi transfe-rida oficialmente para a ci-dade. A data comemora o 25 de Junho de 1822, quan-do Cachoeira e alguns Mu-nicípios vizinhos, iniciaram as lutas pela Independência da Bahia.

A primeira crise eco-nômica se abateu sobre o Município no final do Sé-culo XIX, quando chegou a perder um quarto da sua população. A partir de 1924 é atingida por uma nova crise, resultante de proble-mas na indústria fumageira e de reestruturação do siste-ma viário estadual, que veio

a marginalizar seu Porto. A partir de 1940, Ca-

choeira entrou em uma fase de grande decadência, per-dendo gradativamente a sua importância, à medida que crescia o processo de seu isolamento. Com o seu desenvolvimento do trans-porte rodoviário, a ferrovia se tornou obsoleta e o trans-porte fluvial, que sempre representou fator prepon-derante na importância de Cachoeira, decaiu tanto que chegou a ser suspenso.

Atração Turística

Cachoeira é uma das cidades baianas que mais preservou a sua identida-de cultural e histórica com o passar dos anos, o que a faz um dos principais rotei-ros turísticos históricos do estado.

O que mais chama

atenção na cidade são as construções antigas. Lindos casarões e igrejas riquís-simas. O estilo barroco é ponto forte nas edificações cachoeiranas.

Inúmeros turistas visi-tam a cidade o ano inteiro. A cidade fica cheia princi-palmente nos períodos fes-tivos mais conhecidos. O São João, A Festa de Nos-sa Senhora da Boa Morte e a Festa de Nossa Senhora D’Ajuda são os mais procu-rados.

Religiosidade

Uma das característi-cas mais marcantes da loca-lidade é sua religiosidade. A cidade tem como base o ca-tolicismo e a cultura africa-na. A primeira Igreja Matriz de Cachoeira data de 1595 e 1606. A mando de Paulo Dias Adorno foi erguida a primeira construção de cal e pedra em Cachoeira, uma ermida consagrada a Nossa Senhora do Rosário.

Em vista da dificul-dade de acesso para idosos e doentes, os paroquianos resolveram construir uma nova Matriz, sendo erguida em terreno plano e compor-taria a população, cada vez mais crescente de Cacho-eira. A população devota uma significativa veneração à virgem mãe de Deus. É possível notar tal devoção nas igrejas dedicadas às di-versas invocações de Nossa Senhora: Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora da Conceição do Monte, Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, Nossa Senhora do

Texto de Mariana Costa Villas BôasFoto de Jana[ina Fran;a

Rosário do Monte Formoso.Paralelo ao catolicis-

mo, a cultura africana tem presença marcante no ce-nário religioso de Cacho-eira. Representada princi-palmente pela Irmandade da Boa Morte. Trata-se de uma sociedade fechada que mantém viva suas tradi-ções. É formada exclusiva-mente por mulheres negras que tinham o intuito de al-forriar escravos ou dar-lhes fuga.

Com a abolição da escravidão, as irmãs apro-ximaram-se da Igreja Cató-lica, fundando a entidade que funciona atualmente num conjunto de quatro so-brados do século XVIII. A festa que acontece anual-mente no período de agosto e atrai centenas de turistas, foi reconhecida este ano como patrimônio imaterial do estado da Bahia.

Mistura de sabores

A culinária baiana tem fama mundial. E Cachoei-ra é uma das cidades mais procuradas por turistas para desfrutar suas delícias. A iguaria mais popular é a maniçoba. Prato de origem indígena.

O seu preparo é feito com as folhas da mandioca moídas e cozidas, por apro-ximadamente uma semana (para que se retire da planta o ácido cianídrico, que é ve-nenoso), acrescida de carne de porco, carne bovina e ou-tros ingredientes defuma-dos e salgados.

Visite também

h t t p : / / w w w . i b g e . g o v . b r / c i d a d e s a t / p a i n e l / p a i n e l .php?codmun=290490http://www.monumenta.gov.br/site/?page_id=177http://www.ferias.tur.br/informacoes/455/cachoeira-ba.htmlhttp://blogs.abril.com.br/lenidavid/2009/12/cachoeira-bahia-charme-beleza-historia.htmlhttp://alzirajornalista.blogspot.com/

TÁ NA NET- CachoeiraTexto de Joaquim Bamberg

O que o internauta en-contra ao digitar as palavras “Cachoeira Bahia” no mais famoso sistema de buscas da rede mundial de com-putadores? A primeira refe-rência é do próprio Google, um mapa com fotos de saté-lite da cidade. Em seguida, surge um artigo curto na Wikipédia (enciclopédia di-gital de autoria aberta) com informações gerais sobre a localidade.

Um número bastante grande de sites de turismo, com fichas sobre pontos tu-rísticos, de lazer e estadia na cidade e seus arredores, preenche quase todas as cinco primeiras páginas de busca. O que é perfeitamen-te justificável, já que Cacho-eira tem grande potencial turístico, graças ao seu rico valor histórico e cultural. Mas muitos sites estão com informações desatualiza-das, alguns com dados do ano de 2004.

São poucos os endere-ços eletrônicos que trazem uma informação mais bem elaborada. Blogs com con-teúdo produzido sobre a cidade e para a cidade são escassos. Dois figuram en-tre os mais visitados e estão em constante atualização. O primeiro, mantido pelo his-toriador Cacau Nascimento, possui desde notícias sobre a cidade até poesias. Conta inclusive com a possibilida-de da participação do leitor, podendo enviar sua contri-buição para o blog.

O segundo, da jorna-lista Alzira Costa, possui caráter estritamente jorna-

lístico, abordando as mais diversas notícias de Cacho-eira. A jornalista, que é as-sessora de comunicação da Câmara de Vereadores do município, também é res-ponsável por manter um blog informativo sobre os trabalhos do Legislativo.

E falando em poder municipal, é intrigante a ausência da página oficial do município. O site está fora da lista de pesquisa e sequer está no ar. Estatísti-cas oficiais de turismo, eco-nomia, administração, no-tícias sobre a cidade e seus eventos, inclusive acesso às contas públicas, não podem ser vistos pelos cidadãos e quem queira ter uma fonte oficial sobre o município. Cidades vizinhas, como São Félix e Muritiba, mantêm suas páginas na rede, em-bora não tenham uma atu-alização constante em todas as seções.

Nesse quesito, a Pre-feitura de Cachoeira parece preferir ficar com seus ares de cidade histórica do pas-sado a ficar no presente da era da internet.

Os endereços:

Blog de Alzira Costa - http://al-zirajornalista.blogspot.com/

Artigo sobre Cachoeira na Wiki-pédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Cachoeira_(Bahia)

Blog Informativo da Câmara de Cachoeira - http://camaradeca-choeira.blogspot.com/

Blog Cachoeira Online - http://cacaunascimento.blogspot.com/Mochila Brasil - http://www2.uol.com.br/mochilabrasil/ca-choeira.shtml

Googando na rede mundial

A Internet se mostra cada vez mais indispensá-vel no dia-a-dia de milhões de pessoas no mundo intei-ro. Somente no Brasil exis-tem cerca de 67 milhões de internautas. E esse número

tende a aumentar cada vez mais, graças à populari-zação das lan houses, que oferecem serviços a preços acessíveis a grande parte da população, além dos esfor-ços do governo federal para ampliar o número de usu-ários com o recente Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).

Comunicar com al-guém distante em tempo real, informar sobre os as-suntos do momento, en-treter com vídeos e jogos, interagir na febre das redes sociais. Enfim, uma infini-dade de possibilidades é encontrada na grande rede.

O site de buscas Google

é de longe o mais utilizado e se tornou uma ferramen-ta quase indispensável para quem acessa a rede mundial de informações. Googar já virou sinônimo de pesqui-sa na web. Numa simples busca, encontramos uma lista recheada de sites com o conteúdo pesquisado.

www.ufrb.edu.br/reverso www.ufrb.edu.br/reverso

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No último dia 1º de se-tembro, os estudantes de Jor-nalismo da UFRB receberam a visita do deputado federal Colbert Martins, candidato à reeleição, que falou sobre temas diversos, inclusive sobre as perspectivas para a profissão de jornalista. Ele foi membro do Comitê de Ciên-

cias e Tecnologia da Comunicação e fez parte da comissão especial que criou uma emenda cons-titucional sobre a questão do diploma na profis-são. Ele defende a obrigatoriedade do diploma.

Ainda sobre a questão da comunica-ção, defendeu a importância dos meios digi-tais e comentou sobre o Plano Nacional de Banda Larga, em convênio com as operado-ras, para que todas as cidades que ainda não têm o serviço disponível mudem o quadro e todos os cidadãos possam ter o acesso ili-mitado à internet, por um preço mais baixo.

O deputado apóia o uso de tecnologia nas comunicações dentro da segurança pública para

agilizar os contatos, tanto internos quanto com a população. Ao entrar nessa questão da segu-rança, que é um dos carros-chefe na sua cam-panha, ele afirma que é necessário o aumento do contingente de policiais na Bahia: atualmen-te, são 30 mil para 14 milhões de cidadãos.

Interiorização

Ao ser questionado sobre o projeto de inte-riorização do ensino superior e, especificamente, sobre a UFRB, Colbert respondeu que demorou de acontecer. “Eu torço por no mínimo mais duas universidades federais no Estado da Bahia”, disse.

Colbert, que atualmente é membro do Comitê para Assuntos Climáticos, comentou a importância de uma fiscalização específica so-bre os projetos de olimpíadas e copa do mundo quanto aos impactos ambientais aqui no país. Criticou os projetos imobiliários na orla de Sal-vador e seus impactos em diversos níveis, ape-sar de admitir que a pressão financeira é grande. “É preciso a aprovação de leis que regularizem isso mais rigorosamente, mas entendo que não

dá pra fazer muita coisa quando tem muito di-nheiro no meio, a pressão é grande”, afirmou.

Além desses assuntos, o candidato a de-putado comentou sobre a educação pública básica e meios de transportes públicos, de-fendendo preços mais baixos e a proposta do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que, de acordo com ele, é mais vantajoso que proje-tos para melhoria do transporte com ônibus.

Colbert Martins (PMDB) quer mais duas universidades federais na Bahia

Texto de Jana CambuíFotos de Maria Olívia Andrade

A vereadora Olívia Santana esteve na Universidade Federal do Recôn-cavo da Bahia (UFRB), no último dia primeiro de setembro, para uma entrevista sobre sua candidatura a deputada estadual pelo PCdoB. Fa-lou sobre seus projetos, suas ideias e sua trajetória política. A entrevis-ta durou pouco mais de uma hora e nesse tempo os alunos indagaram a candidata sobre os atuais proble-mas da Bahia e do Brasil e suas so-luções.Rompendo com as possibilidades que a vida que lhe deu, Olívia estu-dou em escolas públicas no turno da noite para que pudesse, desde os 14 anos, trabalhar como servente em uma escola particular. Passou, sem cursar o pré-vestibular, na Univer-sidade Federal da Bahia (UFBA) em pedagogia. Vereadora reeleita em 2008 é atual presidente da Comis-são de Educação, Cultura, Esporte e Lazer da Câmara Municipal da ci-dade de Salvador. Militante do mo-vimento negro e das mulheres, ela defende também educação pública e de qualidade para todos, sendo uma de suas principais preocupa-ções cultura e inserção do jovem na sociedade através da educação, do esporte do lazer.

Educação

Questionada sobre os planos para a cidade de Cachoei-ra, Olívia disse que tem que atacar na educação de base e no ensino médio para que não só os cachoeiranos te-nham oportunida-de, mas alunos de outras regiões do Recôncavo, senão a evasão acontece ou

eles pegam o suposto atalho: o mer-cado de trabalho. “Eu quero pautar educação na assembléia legislativa, eu quero discutir os projetos de es-cola técnica com o governo, a par-ceria entre prefeitura e governo do Estado”, afirmou. Dando-se como exemplo, ela con-ta que quando passou no vestibu-lar não foi apoiada por sua família. “Minha mãe valorizava muito a educação, que ela nunca teve, mas quando eu passei ela ficou chateada. Ao invés de ter celebração lá em casa, teve uma tris-teza muito grande, porque pra eu fazer a faculdade ia largar o trabalho... Então o menino sai da escola cedo porque ele tem que prover a família, é a realidade bru-ta batendo a porta!” , disse.Lembrou que o governo de Jacques Wagner aderiu ao programa do governo fe-deral TOPA - Todos pela educação, esclarecendo que “a proposta é tirar do breu mais de dois milhões de baianos que são analfa-betos. Então quando você olha qual foi o carro chefe, qual a principal marca nos quatro anos de Wagner?

Foi o TOPA”.A principal preocupação quando se trata de educação para Olívia San-tana são os professores. Para ela, “ter profissionais qualificados, salá-rio, plano de carreira de professo-res – professor tem que ter carreira – essa é uma luta histórica dos edu-cadores”. O que acontece em Ca-choeira é uma realidade nacional: alunos de escolas públicos não têm qualidade de ensino para competir no vestibular com alunos de escolas particulares, por isso ela luta pelas cotas.Mas afirma: “nós não podemos achar que o problema dos negros se resolve com cotas na universi-dade, isso é uma conquista, fruto da nossa luta, mas nós vamos ter que resolver o problema atrás, da educação básica”. A luta contra a desigualdade educacional no Brasil refletiu em todos os momentos da entrevista, porque no fim, a maioria dos problemas se resolve com um povo cidadão e educado. Emprega-do é consequência de sua educação, e todo o resto também.

Para Olívia Santana (PC do B), a maioria dosproblemas se resolve com investimento em educação

Texto de Raquel PimentelFotos de Maria Olivia Andrade

O candidato a deputado federal pelo Par-tido Popular Socialista Mário Lima esteve, no último dia 25 de agosto, no Centro de Artes, Hu-manidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia a convite da turma de Jor-nalismo que edita o jornal Reverso. O objetivo era promover uma conversa sobre a motivação à candidatura e seu histórico em militâncias po-liticas.

Segundo ele, o descrédito pela politica atu-al o incentivou a uma postura proativa. Disse ainda que Lula teve desprestígios junto às práti-cas que sempre condenou, citando esta frase ao falar sobre o ideal que oVs partidos de esquerda carregam em suas bandeiras e que hoje não esta sendo representado no governo atual devido às alianças formadas com partidos de direita.

Governo e poder

Ao falar sobre governo e poder, afirma que não se deve confundir uma coisa com a outra, que a pratica política conduz a uma serie de ví-cios e que tudo ainda é consequência da ditadu-ra. Ao comentar sobre a razão da fragmentação dos partidos de esquerda, ele disse que o status socialista teve a falsa ideia de serem monopolíti-cos, quando na verdade são várias as concepções de esquerda.

Dos seus projetos, destaca resgatar a práti-ca republicana, substituindo o presidencialismo

pelo parla-m e n t a r i s -mo. Além de aproveitar o potencial mi-

Mário Lima (PPS) defende implantação do parlamentarismoTexto de Roberval Santana

Foto de Raquel Pimentel

neral da região sisaleira baiana, qualificando a mão-de-obra. No entanto, para isso pretende le-var a universidade a municípios da região.

“O descrédito pela politi-ca atual o incentivou a uma postura proativa”

As propagandas eleitorais exibidas duas vezes por dia, obrigatoriamente, em todas as emissoras, são gratuitas para os partidos políticos, mas não para os cidadãos. As emissoras des-contam o valor de mercado do tem-po de duração dos programas para abater nas declarações de imposto de renda. Ou seja, quem mantém seus impostos em dias, paga pelo gratuito.Será que os cidadãos utilizam desse serviço para tomar a sua decisão?

Marcio Souza, estudante pré-vestibulando

“Não tenho parado para assistir as propagandas, mas tomo muito cuida-do na hora de escolher meu candida-to, procuro alguém que vá beneficiar minha cidade, não uma pessoa que aparece aqui atrás de voto e depois se esquece de tudo que prometeu na campanha.”

Antonio Carlos Dayube, estudante universitário

“Assisto sim, mas o horário elei-toral não interfere na minha decisão de voto, porque muito do que passa é mentira. Tenho opinião formada antes das propagandas. Para mim os debates são uma forma melhor de sa-ber quem esta melhor preparado para assumir um cargo de confiança. Já os horários eleitorais são pensados para manipular.”

Sirley Souza, autônoma“Não consigo assistir porque traba-

lho o dia todo, já decidi meu voto para presidente, mas não foi por influencia do horário eleitoral, eles fazem muitas promessas e não cumprem.”

Fala Povo!Como os horários eleitorais gratuitos interferem na de-cisão do voto?

Texto de Laís de Oliveira

www.ufrb.edu.br/reversowww.ufrb.edu.br/reverso

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Em época de eleição, o tema partidário entra em pau-ta. Mais uma vez, um candida-to de esquerda comanda a briga pela presidência da República. Dilma Rousseff (PT) lidera nas pesquisas populares, consoli-dando o recente quadro político da antiga oposição trazido pelo atual presidente Lula. Mas, afi-nal, quem é a oposição?

Nas décadas de 1950 e 1960, o Partido Comunista (PC) assumia o papel da esquerda no Brasil. Com propostas base-adas na ideologia socialista da

então União das Repúblicas Socia-listas Soviéticas (URSS), adotava políticas radicais de governo. No Recôncavo da Bahia, a cidade de Cachoeira destacou-se pelo forte tino político, tendo participação nas lutas pela independência do país.

Muitos cachoeiranos se en-volveram nestas causas, como Val-ter Evangelista da Silva, 79 anos. Fotógrafo há 60 anos, foi adepto do PC e chegou a ser preso em 1964, durante o regime militar. “A antiga esquerda trabalhava na es-curidão. Eram considerados como

Esquerda x EsquerdaO antigo radicalismo frente às novas políticas de aliança

subversivos. Hoje essa imagem foi mudada”, afirma. A antiga pos-tura radical comunista acabou se transformando num modelo mais liberal e democrático, visto a tenta-tiva de combater a elite de direita e

focando num caráter centralizado. Para Valter, as alianças po-

líticas favoreceram ao governo Lula e contribuíram na mudança. “O Lula foi um verdadeiro de-mocrata, pois cedeu ministérios a membros de diversos partidos, enquanto no passado [direita no poder], nenhum cargo era dado à esquerda”, disse. Defensor do Par-tido Trabalhista, ele acredita que o mito da esquerda comunista “co-medora de criancinhas” foi venci-do, dando espaço à nova esquerda democrática com fome de justiça social.

Texto de Gabrielle AlanoFoto de Pollyanna Macêdo

Para Valter, a antiga esquerda trabalhava na escuridão

Quais são as pers-pectivas de trabalho para quem acabou de se formar em Museologia, História ou Jornalismo na região do Re-côncavo da Bahia? Esta é a dúvida que ocupa espaço de destaque no rol de preocu-pações de profissionais re-cém-saídos das salas de aula do Centro de Artes, Huma-

nidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB), em Ca-choeira.

Para a museológa Iza-bel Souza, com o cresci-mento do curso de Museo-logia nas universidades, as oportunidades de emprego aumentaram, mas na Bahia ainda faltam investimentos para atender ao grande nú-mero de profissionais que se formam na área. No mo-mento, ela não está traba-lhando e ainda não foi em busca de emprego, mas sabe que as chances de exercer a profissão na sua área são pequenas, devido ao fato

Recém-formados buscamprimeiro emprego no Recôncavo

Texto de Suely AlvesFoto de Laís Martins

Ted Sampaio vê poucas oportunidades na região

Cachoeira não tem aparelho para medir poluição sonora nas ruas

Nenhum dos órgãos muni-cipais que deveriam fiscalizar os níveis de emissão sonora em Ca-choeira possuem o decibelímetro, aparelho utilizado para medição de níveis de ruído. O módulo local da polícia civil informou que o apare-lho foi encaminhado para o conser-to, mas sem tempo previsto para retorno. O subsecretário de Obras, Infra-estrutura e Meio-ambiente, Enio Soares, também afirma que já solicitou o aparelho à prefeitura e que ainda não recebeu resposta.

Enquanto isso, muitos mora-dores sofrem com a perturbação do silêncio em suas casas devido ao ru-ído proveniente do trânsito, como o uso excessivo de buzina e veículos com escapamentos e motores baru-lhentos. Alguns ainda criticam o in-cômodo produzido pela rádio-poste da cidade, carros de funerárias que anunciam falecimentos e, princi-

palmente neste período de eleições, as críticas recaem sobre os carros de som que transitam pela cidade divulgando jingles ou mensagens eleitorais de candidatos.

Cartilhas

Os donos de carros de som com propagandas eleitorais da ci-dade podem até respeitar o horário determinado pelo TRE, mas pou-cos seguem a ressalva da lei de não veiculá-las próximos a hospitais e

casas de saúde, escolas, bibliotecas, repartições públicas e igrejas; tam-pouco a utilização do volume ade-quado, que não deve ultrapassar 104 decibéis.

O secretário de Cultura Louri-val Trindade justifica que já foram distribuídas na cidade cartilhas educativas sobre como a população pode contribuir para conservar o patrimônio cachoeirano e inclusive diminuir o nível de ruído nas ruas. A praça 25 de Junho, por exemplo, recebe durante os finais de semana muitos estudantes e jovens da pró-pria cidade e de outras vizinhas, que exploram ao máximo o volume dos sons de seus carros e iniciam uma verdadeira guerra sonora.

Crime ambiental

Reconhecida como um pro-blema ambiental, a poluição sono-

ra é um mal capaz de produzir in-cômodo ao bem-estar, malefícios à saúde mental e física. Na cidade de Cachoeira as principais fontes emis-soras são os carros de som, bares, trânsito e alto-falantes espalhados pelas ruas. De acordo com a Orga-nização Mundial de Saúde (OMS), o início do estresse auditivo se dá sob exposições superiores a 70 decibéis.

O artigo 39º das normas elei-torais e partidárias do Tribunal Re-gional Eleitoral da Bahia (TRE) não proíbe o funcionamento de alto-fa-lantes em carros para propaganda eleitoral, mas permite o seu funcio-namento apenas entre as 8 horas e 22 horas, sendo vedados a instala-ção e o uso em distância inferior a 200 metros.

A Lei de Contravenções Pe-nais, em seu artigo 42º, prevê pena de 15 dias a três meses ou multa para quem perturbar o infrator.

A poluição sonora aumenta com a proximidade das eleições

Empresários e funcionários do setor turístico de Cachoeira buscam qualidade e capacitação, para oferecer melhores serviços aos turistas, em um programa que irá beneficiar toda a Bahia

A Secretária de Turismo da Bahia (Setur), em conjunto com a Secretária de Cultura e Turismo, Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial (Senac) e Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae), criaram e execu-taram o Programa de Qualificação Profissional para o Setor Turístico da Bahia (Prodetur). Seu objetivo é qualificar os profissionais que já estão trabalhando no receptivo turístico da região, envolvendo tanto funcionários básicos quanto gerentes, empresários, empreen-dedores e proprietários desse re-ceptivo.

O Projeto foi lançado no seminário Turismo com Qualida-de, em agosto de 2009, que contou com cerca de 500 participantes, entre empresários e gerentes de

da procura ser grande para uma oferta restrita.

Na visão de Lucas Café, graduando do curso de História, a sua escolha pelo curso veio do desejo de uma ideologia filosófica, da busca pela participação nos movimentos sociais e ingresso na vida política. Mas assim que entrou na faculdade descobriu logo cedo que não seria tão fácil assim e preferiu envolver-se com os projetos de pesquisa desde o primeiro semestre, acabando por descobrir a sua vocação pela profissão de professor universitário.

Durante o tempo que

fez estágio na área de edu-cação, conheceu de perto a realidade da escola pública e acabou fortalecendo ainda mais a vontade de fazer o mestrado. Apesar de consi-derar que tem instrumentos para contribuir com mudan-ças na educação, ele acres-centou que o seu objetivo principal agora é seguir car-reira acadêmica e lecionar na universidade. Para ele, a só graduação não é suficien-te e, enquanto se prepara para o mestrado que preten-de realizar na Universidade Federal da Bahia (UFBA) ou na Universidade de Cam-pinas (Unicamp), vai atuar

como professor na cidade de Maragogipe, para o qual foi recentemente selecionado.

Paixão pela profissão

Para o jornalista Ted Sampaio, quando prestou vestibular para Comunica-ção não tinha nenhuma no-ção do que seria o curso e só ficou sabendo que seria Jor-nalismo no primeiro dia de aula. Durante o curso, suas perspectivas foram mudan-do e logo veio a paixão pela profissão. Hoje com um di-ploma de jornalista, a sua preocupação é conseguir um emprego.

agências de viagens, donos de bares e restaurantes, entidades de classe do setor, barraqueiros de praia e guias de turismo, entre ou-tros, no auditório da Casa do Co-mércio em Salvador. Algum tem-po depois, a Secretária de Cultura e Turismo de Cachoeira incluiu a cidade no programa.

Cursos

De acordo com o secretário municipal de Turismo, Lourival Trindade, estes cursos acontecem na região desde fevereiro de 2010 e já foram oferecidos para as ati-vidades de cozinheiro e garçom. Para ele, “só conseguimos alcan-çar um objetivo se nos comprome-termos. Como nesse programa de qualificação, só vamos conseguir aumentar a capacidade turística e divulgar os atrativos de Cacho-eira se cada um fizer a sua parte, se empenhar e não pensar indivi-dualmente, mas em conjunto”. Ele acrescentou que, com esse progra-

ma, a sua secretaria visa atingir em dentro de dois anos a meta de auto-sustentabilidade na área tu-rística.

As aulas duram em média três meses. Desta vez, estão sendo ofertados cursos de camareiros, caixa e atendimento hoteleiro, bem como para artesãos. Constam em seus componentes curriculares noções de etiqueta, língua estran-geira (inglês básico), noções sobre ética, perfil profissional, combate à exploração sexual, além de aulas de tecnologia da informação, co-municação participativa, técnica profissional e relações humanas. Outro programa de qualificação profissional previsto para iniciar em setembro deste ano é o curso de qualificação para o turismo étnico. Segundo a Secretaria de Turismo, vão ser investidos mais de R$ 1 milhão nesse programa, que vai beneficiar as cidades de Cachoeira, Maragojipe, Salvador e São Francisco do Conde.

Clube da Excelência

Já o Clube da Excelência envolve cursos voltados para os empreendedores, com duração de um ano, através de reuniões que acontecem na Câmara Municipal de Cachoeira duas vezes por mês. Atualmente com 30 empresá-rios na primeira etapa, cobrindo aproximadamente 100% do trade turístico, a iniciatiba busca de-senvolver ações integradas para a qualificação de funcionários, em-presários e proprietários.

Neste encontros são abordados vários te-mas, como a apresenta-ção de atrativos turísticos, marketing empresarial, reflexões sobre eficiên-cia, qualidade e compe-titividade nos negócios, além da troca de infor-mações e ideias entre os empresários da cidade. O empresário Eduardo Moraes, participante do

clube, destacou que o fluxo turís-tico aumenta com a qualificação e que é imprescindível que todas as pessoas envolvidas, proprietários e funcionários, participem e se en-volvam com a causa.

Para participar destes cursos, as maiores exigências são, além de já estarem inseridos no efetivo turístico, ter a documenta-ção em ordem, pontualidade e as-siduidade. A inscrição é simples e pode ser feita na sede da Secretá-ria de Cultura e Turismo (na anti-ga prefeitura) no Largo D’Ajuda.

Cachoeira investe em qualificação para guiaTexto de Fernanda Rocha

Cachoeira está investindo na qualificação do setor turístico

Texto de Marília MarquesFoto de Leomir Santana

www.ufrb.edu.br/reverso www.ufrb.edu.br/reverso

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Comunidade festeja o padroeiro Senhor São Félix

Texto de Janaína CarineFotos de Mairan Reis

A tradicional festa do padroeiro da cidade de São Félix teve início com o pre-gão realizado no primeiro domingo do mês de setem-

bro, dia 5 último, p r o s s e g u i n d o com as festivida-des no dia 19 de setembro, com a famosa Lavagem do Adro da Igre-ja de Senhor São Félix, que é mui-to esperada pelos sanfelistas.

A festa po-pular tem a co-ordenação da Secretaria de

Educação, Departamento de Turismo, Cultura e Es-portes, além do auxílio da assessoria de comunicação.

Neste ano, terá espaço tam-bém para apresentação de shows musicais, que acon-tecerão nos dias 19, 24, 25 e 26 na Praça Rui Barbosa.

Patrono

A festa de organização religiosa é coordenada pelo padre João Carlos dos San-tos Pestana, administrador do centro paroquial. Os atos litúrgicos (novenário) terão início no dia 17 de setembro e, a aprtir daí, toda noite co-meçando às 20 horas. A pro-cissão dá prosseguimento à festa do santo padroeiro no

dia 26 de setembro. Na par-te profana do evento, ban-das famosas como Voa Dois e Saiddy Bamba também estão na lista da programa-ção.

A cidade de São Félix segue um estilo barroco, com prédios dos séculos XVII, XVIII e XIX. É co-nhecida como Cidade Pre-sépio pelo fato das suas construções serem feitas do vale para a montanha, passando a impressão de estarmos diante de um presépio. A cidade carre-ga as suas tradições, seus valores e crenças seguidos

com respeito.A programação com-

pleta da festa você encontra no site da prefeitura:

www.saofelix.ba.gov.br

Tiago Sant’Ana, Almir Oliveira da Cruz, Celestino Gama da Silva e Dezulene de Jesus são artistas que vêem na festa da Irmandade de Boa Morte um bom momen-to para expor suas peças. O festejo, que aconteceu no pe-ríodo entre 13 e 18 de agosto último, é um dos mais impor-tantes momentos para Ca-choeira, pois costuma atrair diversos turistas, aumentan-do a entrada de dinheiro na cidade.

Tiago Sant’Ana apre-sentou, nas escadarias da câmara-cadeia, na Praça da Aclamação, na tarde do dia 16, após o cortejo das irmãs, uma performace, que é uma modalidade de arte onde o instrumento básico é o corpo. Integrante do grupo Mandu,

Tiago afirma que escolheu esse momento em busca de dar visibilidade ao trabalho. Deu certo, pois, com isso, con-seguiu uma apresentação no atelier coletivo Visio, em Sal-vador.

Na performace, a temá-tica apresentada é voltada para a cidade, de onde vem a inspiração de Tiago. Devi-do ao convívio em Cachoeira e região há quase três anos, ele afirma sentir-se um artis-ta daqui. O grupo não espera anualmente para fazer uma apresentação, nem espaços como festejos para a prática, eles procuram outros como a internet e eventos fora da cidade para propaganda e demonstração de seus traba-lhos.

Vendas

Os ateliês artísticos da cidade ficam abertos nos cinco dias do cortejo, pois acreditam no aumento das vendas. Almir Cruz, 43 anos, tem um espaço que fica ao lado do palco onde ocorrem os sambas e apresen-tações de bandas, na rua do porto, Praça Texeira de Frei-tas, há um ano. Mimo, como é conhecido, é escultor desde os 13 anos, nascido e criado em Cachoeira. “Na festa são os turistas que mais compraram as peças”, afirma Mimo. Diz ainda que o bom da arte é ser vendida, para que uma pessoa que comprou com amor, pos-sa ter em casa.

Segundo Mimo, esse ano a festa não deu bom lucro. A movimentação foi fraca e

os americanos, que costumam comprar as obras, não apare-ceram. Ele diz que a popula-ção local não valoriza as obras, mas o trabalho dele “o pessoal daqui gosta assim, quando eu faço uma placa bonita. Aí eles querem.”. Não deixa de repre-sentar a cidade que nasceu nas expressões das peças que tem, de acordo com ele, um forte apoio no candomblé, na cul-tura negra que foi passada de pai pra filho e que ele, através da arte, tenta repassar aos de-mais.

Procissão

Na Rua 13 de Maio, onde a procissão passa, o Ateliê do Louco Filho não fechou suas portas nesses momentos. Dis-se que, embora isso, as vendas foram fracas. “O turismo foi

pouco esse ano, mas tem ano que dá boa”. As palavras de Celestino Silva, que trabalha com esculturas há sete anos, resumem a sorte de quem lida com público direciona-do.

O Ateliê e Galeria Luz do Sol, que fica no cruzamen-to da 13 de Maio com o Lions Clube, começou no espaço há uma semana. Antes, estava na frente da Igreja Matriz, mas mudaram por causa aumento do aluguel cobrado pelo espa-ço. A artista Dezú, Dezulene de Jesus, acredita na melhora do fluxo de vendas e que a mu-dança de lugar pode lhe aju-dar. O movimento de turistas que mais compram as obras são os americanos negros, se-gundo a mulher que trabalha com arte na região desde 2000.

Grupo performático usa festa para divulgar trabalho na ruaTexto de Diogo Silva de Oliveira