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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país POSSE DA DIRETORIA DA FEEB, 12 DE JANEIRO, 19H, NO SINDICATO Edição Diária 7363| Salvador, quarta-feira, 03.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos RETROCESSO Ano começa com muitos desafios para o brasileiro Gestão da Caixa mira a PLR. Reaja Página 2 Página 3 No Brasil de Temer, tudo muda, para pior. O preço dos produtos não para de crescer ao ponto de o gás de cozinha chegar perto dos R$ 100,00 em algumas cidades. Enquanto isso, o salário mínimo subiu irrisórios R$ 17,00. Página 4 E o salário, ó... Do jeito que está, daqui a pouco trabalhador terá de contar moeda, literalmente, para pagar as contas Luta contra a reforma da Previdência deve ganhar ainda mais força neste ano. O governo Temer aumenta a ofensiva e somente as ruas podem evitar que a proposta seja aprovada

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

POSSE DA DIRETORIA DA FEEB, 12 DE JANEIRO, 19H, NO SINDICATO

Edição Diária 7363| Salvador, quarta-feira, 03.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos

RETROCESSO

Ano começa com muitos desafios para o brasileiro

Gestão da Caixa mira a PLR. Reaja

Página 2

Página 3

No Brasil de Temer, tudo muda, para pior. O preço dos produtos não para de crescer ao ponto de o gás de cozinha chegar perto dos R$ 100,00 em algumas cidades. Enquanto isso, o salário mínimo subiu irrisórios R$ 17,00. Página 4

E o salário, ó...

Do jeito que está, daqui a pouco trabalhador terá de contar moeda, literalmente, para pagar as contas

Luta contra a reforma da Previdência deve ganhar ainda mais força neste ano. O governo Temer aumenta a ofensiva e somente as ruas podem evitar que a proposta seja aprovada

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 03.01.20182 RETROCESSO

Cenário difícil exige que os brasileiros tomem as ruasREDAçã[email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Com Temer, 2018 será de muitas lutas

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Renata Andrade- Reg. MTE 4409 SRTE-BA . Estagiária em jornalismo: Ilana Pepe e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

O ANO de 2018 começa sem muito a comemorar. Pelo me-nos, no âmbito nacional. A mi-séria no Brasil aumentou, assim como o desemprego. Muitos di-reitos estão sendo retirados e as empresas públicas, inclusive os bancos, ainda são ameaçadas de privatização.

A estimativa é de que 2017 tenha terminado com o ingres-so de 3,6 milhões de pessoas na linha da pobreza. O último dado do número de desempre-

gados do Caged (Cadastro Ge-ral de Empregados e Desempre-gados), de novembro, revela que o país fechou 12.292 vagas de empregos formais e o índice de pessoas sem trabalho não sai de perto dos 13%.

O governo de Michel Temer ainda entregou as reservas de petróleo para empresas estran-geiras, isentadas em até R$ 1 trilhão em impostos.

Quer dizer, menos recursos para serem investidos no país. Ainda ameaça vender bancos fundamentais para o desenvol-vimento, como Caixa, BB, BNB e BNDES. Não dá para esque-cer também o congelamento das verbas destinadas à saúde e educação por nada menos do que 20 anos.

Brasileiros dizem não à privatização das estataisOS BRASILEIROS são contra a política de privatização imposta pelo governo de Michel Temer. Sete em cada 10 cidadãos são contrários à venda das estatais, entregues de mãos beijadas ao grande capital internacional.

A pesquisa do Instituto Data-folha revela que a rejeição pre-valece em todos os níveis de es-colaridade e em quase todos os extratos de renda. Dos entre-vistados que cursaram apenas o ensino fundamental, 73% são contra a privatização. Entre os que têm formação superior, o índice é de 62%.

O levantamento traz um dado bem curioso. Das pesso-as que se declaram eleitoras do PSDB, 55% são contra a venda das estatais. Detalhe: o partido sempre foi ferrenho defensor da privatização das empresas pú-blicas. No governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, muitas foram en-tregues graciosamente ao gran-de capital estrangeiro.

Importante destacar que em 2017 o governo Temer anunciou um pacote de privatizações de 57 empresas estatais, como Ele-trobrás e Casa da Moeda.

No Brasil, a miséria cresceu no ano passado, assim como o número de pessoas desempregadas.O país retrocede

Sindicato dos Bancários da Bahia faz ampla defesa dos bancos públicos

APóS os festejos de ano novo, bancados pela Prefeitura, a po-pulação de Salvador já sofre o primeiro golpe de 2018: o au-mento da tarifa do transporte público. O pão e circo sempre presente para enganar o povo.

A tarifa teve um aumento de

Ano Novo, tarifa mais cara. População de Salvador sofre

R$ 0,10, passando a custar R$ 3,70, valendo para os ônibus e o metrô. Apesar do “pouco” acréscimo, para o bolso do tra-balhador que utiliza diariamen-te o transporte público da cida-de, o rombo vai ser maior.

Após o aumento, estudantes reeditaram a "Revolta do Buzu", manifestação ocorrida em 2003 que reivindicava a redução de R$ 0,20 do preço do transpor-te e incentivou o surgimento de mobilizações por todo o país.

Diante dos sucessíveis au-mentos da gasolina e do gás de cozinha, imposto pela agenda de Temer, o povo de Salvador vai precisar se virar ainda mais.Protesto contra aumento da tarifa

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quarta-feira, 03.01.2018 3RETROCESSO

Pagamento discrimina e desvaloriza grande parte dos empregados do bancoANA BEATRIz LEAL [email protected]

joão ubaldo

joão ubaldo Um novo bônus da Caixa ameaça a PLR

A CAIxA definiu, de forma unilateral, as regras para o pagamento de bônus, que dis-criminam os empregados. Diferentemente da PLR (Participação nos Lucros e Resulta-dos) e da PLR Social, que remuneram todos os bancários, o novo pagamento beneficia apenas gerentes, superintendentes, coorde-nadores e supervisores.

A PLR, resultado da mobilização dos tra-balhadores e das entidades sindicais, como o Sindicato dos Bancários da Bahia, passou a ser paga pela instituição em 2004, seguin-do a regra dos demais bancos. Desde 2010, a empresa distribui 4% do lucro líquido en-tre todos os empregados. A PLR Social leva em consideração funções sociais da Caixa como o atendimento à população.

Ano após ano, o banco ameaça a Parti-

cipação nos Lucros e Resultados e demons-tra querer acabar a PLR Social. Com o novo bônus, a instituição deixa claro o intuito de dividir os empregados e desvalorizar gran-de parte dos bancários que trabalha diaria-mente para dar lucro à empresa. Estão ex-cluídos, funcionários que ocupam funções gratificadas como auxiliar de atendimento, assistente e caixa.

Além da venda de produtos, o Bônus Caixa considera aspectos da rotina de tra-balho, a exemplo da economia de horas ex-tras nas agências. A instituição, inclusive, foi denunciada no Ministério do Trabalho por registro irregular, uma vez que os em-pregados são pressionados a continuarem trabalhando sem registrar o período a mais trabalhado no ponto.

O bônus abrange o período de 1º de ja-neiro a 31 de dezembro de 2017. A apura-ção para efeito de pagamento acontece após a divulgação oficial do resultado operacio-nal de 2017. O movimento sindical cobrou da Caixa, através de ofício, a suspensão do programa em 1º de dezembro. O banco, no entanto, não deu resposta.

Recursos dos bancos públicos viram moeda de trocaO GOvERNO federal usa de tudo para aca-bar com a aposentadoria do brasileiro. Após Temer afirmar que o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, era um “gigan-te” a trabalhar pela reforma da Previdência, o chefe da pasta disse que governadores e prefeitos só terão liberados recursos públi-

cos da Caixa e de outros bancos se traba-lharem pela aprovação da proposta.

Marun disse que “financiamentos da Caixa são ações de governo. Senão o gover-nador poderia tomar esse empréstimo no Bradesco. Obviamente se são na Caixa, no BB, no BNDES, e nesse sentido entendemos

que, deve sim, ser discutida com esses go-vernantes alguma reciprocidade”.

Recentemente, o jornal Estado de S.Paulo já havia noticiado que o ministro fez levan-tamento dos pedidos de empréstimos por Estados, capitais e grandes cidades, para começar a cobrar a contrapartida.

Demandas do BNB em debateOS ImPACTOS da reestruturação do BNB, sobretudo, nas agências de Juazei-ro, Vitória da Conquista e Feira de San-tana, foram objeto de discussão entre o Sindicato dos Bancários da Bahia, a Fe-deração da Bahia e Sergipe e o novo su-perintendente do banco no Estado, José Gomes da Costa.

A reestruturação altera as rotinas dos funcionários, que vivem um futuro de in-certezas com possibilidades de perda de comissão e realocação.

O Sindicato também levou à mesa o problema recorrente do prédio do BNB do Comércio, que sofre com defeitos na infraestrutura. A situação coloca em ris-co a saúde e a vida dos trabalhadores. O prédio não possui requisitos mínimos de segurança. Por duas vezes, o eleva-dor despencou. O risco de incêndio é iminente, inclusive, em outubro de 2017, houve uma ocorrência.

O superintendente se comprometeu em levar o assunto à matriz para buscar uma solução. Durante a reunião, o Sin-dicato reafirmou a defesa da instituição, ameaçada com os ataques ao FNE (Fun-do Constitucional de Financiamento do Nordeste), que podem penalizar os pe-quenos produtores rurais e as microem-presas, e cobrou a contratação dos apro-vados em concurso.

Caixa cria bônus que discrimina boa parte dos empregados. Regras são impostas sem discussão

Sindicato e Federação em reunião com o BNB

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 03.01.20184

SAQUE

RETROCESSO

Novo valor é de R$ 954,00, aumento de míseros R$ 17,00REDAçã[email protected]

Mínimo tem o pior reajuste dahistória do país

O ANO mal começou e o brasi-leiro amarga uma notícia bem ruim. O reajuste do salário mí-nimo definido pelo governo Te-mer, de 1,81%, é o menor em 24 anos. O valor sai de R$ 937,00 para R$ 954,00. O aumento de apenas R$ 17,00 não cobre nem sequer as sucessivas elevações do gás de cozinha, que em 2017 teve reajuste de 15,41%.

Isso quer dizer que o cidadão terá de apertar ainda mais as contas para conseguir sobrevi-

ver, porque certamente os pre-ços dos produtos vão subir, as-sim como demais despesas da família, a exemplo da mensali-dade escolar, reajustada anual-mente, do plano de saúde, das contas de luz e de água.

Enquanto penaliza a socieda-de com o falso discurso de que precisa ajustar as contas para a economia voltar a crescer, Te-mer gasta bilhões do dinheiro público para aprovar as pro-postas que retiram direitos dos brasileiros, a exemplo das re-formas da Previdência e traba-lhista, esta já em vigor. Também torrou o dinheiro para comprar votos dos deputados e escapar das denúncias de corrupção, obstrução da Justiça e formação de organização criminosa.

Inscrições para Residência de Grupos ArtísticosAS INSCRIçõES para o edital Residência de Grupos Artísti-cos – Teatro Raul Seixas seguem até o dia 15 de janeiro. A inicia-tiva visa contemplar o desenvol-vimento dos coletivos artísticos em diversas linguagens cultu-rais e que possuam pelo menos dois anos de existência.

A Residência artística tem o

intuito de fortalecer o diálogo do Sindicato dos Bancários da Bahia enquanto entidade que desenvolve ao longo da trajetó-ria o fortalecimento do pensa-mento político e sócio cultural.

Com o projeto, o SBBA fo-menta uma política pública de ampliação e democratização do acesso à produção artística,

tanto para a categoria bancária, quanto para a comunidade.

Para efetivar a inscrição, é necessário solicitar a ficha de inscrição através do e-mail [email protected]. Mais informações, basta aces-sar o edital, disponível para do-wnload no site www.bancarios-bahia.org.br.

Com reajuste irrisório do mínimo, carteira do cidadão deve ficar mais vazia

Projeto fomenta política pública de ampliação do acesso à produção artística em Salvador

DISPUTADÍSSImO O ano que começa será marcado por intensas disputas, no futebol e na política. No próximo mês tem a guerra da reforma da Previdência na Câmara Federal. Em junho, Copa do Mundo da Rússia. O Brasil aparece com boas chances de chegar às finais, pelo desempenho nas eli-minatórias. Em outubro, a primeira eleição geral depois do golpe jurídico-parlamentar-midiático de 2016, marcada pela ofensiva da extrema direita para inabilitar Lula, líder absolu-to na corrida presidencial.

RELEvANTE Professora da UFMG (Universidade Fede-ral de Minas Gerais), a cientista política Mara Telles diz em entrevista que a eleição presidencial do próximo ano será de-cidida por Lula, de qualquer jeito. “Se condenado, deve ter a possibilidade de transferir cerca de 40% dos seus eleitores para outro candidato, ou seja, ele é ainda a principal variá-vel, o principal fator eleitoral em 2018, seja condenado, preso ou livre. Ele é o elemento mais relevante da disputa de 2018".

PRELImINAR Nos meios jurídico e político, o que mais se fala é que o STJ (Superior Tribunal de Justiça) dá como certa a condenação de Lula no TRF4, por 3x0, no dia 24 pró-ximo, e já se prepara para o julgamento do recurso da defesa. O jornalista Kennedy Alencar afirma que o fato de o Tribu-nal Regional Federal condenar o ex-presidente não o tira, de imediato, da corrida presidencial.

ELITE Como diz a sabedoria popular, “pau que nasce tor-to não tem jeito, morre torto”. É a cara do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que deu mais uma demons-tração da concepção elitista que sempre o caracterizou, ao afirmar que Lula é líder nas pesquisas pelo baixo índice educacional do país. "FHC, sempre elitista, distanciado das angústias do povo e abraçado à elite reacionária", escreve o jornalista José Trajano.

GUERRA O grande capital, em especial o financeiro, ini-cia o ano na ofensiva para meter mão em um setor altamente lucrativo. O presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem o desplante de usar as redes sociais para afirmar que “a reforma da Previdência, apesar da aversão da maioria da população, é o mais importante avanço social do país”. Bom, para o mercado é a pura realidade, mas para o povo, uma tragédia.