Retiro do Advento_Parte 6_quarta semana

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Introdução: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade!”Lc 1,38 Seguramente, na felicidade de Maria estava a nossa felicidade. Com Ela também podemos dizer que somos felizes porque, tal como os simples de coração, ousamos acreditar no grande mistério da salvação, acessível àqueles que, como Maria, colocam suas vidas inteiramente nas mãos do Senhor a serviço da redenção da humanidade. Nossa proposta de oração para esta semana quer nos ajudar a saborear com Maria sua alegria, com um coração agradecido a Deus, por Ele ter-se dignado nos aceitar como filhos amados seus. Abramos o coração para acolhermos as graças do Senhor! Proposta da oração: 4º Domingo do Advento Oração preparatória: Pedir luz ao Espírito Santo para mais saborear o encontro de Maria com Isabel. Recordar a história: A história a ser contemplada é o que sucede à concepção de Maria. Ou seja, sem perder tempo ela se dirige à região montanhosa para visitar sua prima, Isabel. Acompanhemos o desenrolar dos fatos. Composição de lugar: Trata-se de, com o olhar da imaginação, contemplar as montanhas de Judá. Ver as dificuldades do caminho para se chegar à casa de Isabel na qual acontece o grande encontro entre as duas mulheres de fé que gestam no ventre, precursor e Salvador. Graça: Senhor, concede-me a graça de ter um coração como o de Maria, capaz de acolher o mistério da salvação e de transformar-me em sinal de redenção para aqueles que Tu mesmo colocas em meu caminho. Leio o texto de Lc 1, 39-45 uma, duas ou mais vezes e fecho a Bíblia. Outros textos da liturgia de hoje: Mq 5,1-4a; Sl 79 (80); Hb 10,5-10. Textos para a semana: 1º dia (24.12) – Lucas 1, 67-79: João Batista abre caminho para um Deus No Primeiro Testamento, prevalece o caráter nacionalista na concepção do Deus de Israel, que elege um povo, o qual se confronta com os demais povos como sendo "inimigos". E no interior deste próprio povo eleito prevalece a discriminação do "pecado", caracterizado a partir das inobservâncias da Lei controlada pelos chefes religiosos de Israel. João Batista, rompendo com a tradição sacerdotal paterna e com o templo de Jerusalém, abre caminho para um Deus universalista. Com Jesus dar-se-á a revelação do Deus amoroso e misericordioso que remove os critérios de exclusão e condenação pela Lei e elimina a prevenção contra o "inimigo", proclamando a reconciliação. Outros textos da liturgia de hoje: @Sm 7,1- 5.8b-12.14ª.16; Sl 88 (89); 2º dia (25.12) - Lucas 2, 1-14: Maria dá à luz o Filho de Deus Por Maria, que concebe e dá à luz o Filho de Deus, todo amoroso e eterno, revela-se a realidade histórica da comunhão de Deus com nossa humanidade. O Prefácio III da missa do Natal proclama: "Por ele (Jesus) realizou-se neste dia o maravilhoso encontro que nos faz renascer, pois, enquanto o vosso Filho assume a nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável dignidade; torna-se de tal modo um de nós, que nos tornamos eternos". Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria, nasce em uma manjedoura, assumindo a condição dos empobrecidos. Com o anúncio prioritário de seu nascimento aos pastores que, à noite, tomavam conta do rebanho de seu patrão, o evangelista Lucas destaca que Deus escolhe os pequeninos para neles manifestar sua presença. Outros textos da liturgia de hoje: Is 9, 1-6; Sl 95 (96); Tt 2, 11-14; 3º dia (26.12) – Lucas 2, 15-20: Estevão testemunhou o Cristo Enviando os discípulos em missão, Jesus fala sobre as provações por que passarão. O compromisso com Jesus é fonte de alegria, o que não exclui as atribulações que advirão, no que serão assistidos pelo Espírito do Pai. Na proclamação das bem-aventuranças, na abertura do Sermão da Montanha, Jesus já anunciara a bem-aventurança dos que são injuriados e perseguidos por causa da justiça. Em oposição a estes bem-aventurados, temos o lamento de Lucas: "Ai de vós quando todos falarem bem de vós, pois era assim que seus antepassados tratavam os falsos profetas". O diácono Estêvão é uma testemunha de fidelidade a Jesus. Oriundo do judaísmo helênico e colocado em segunda categoria pelos líderes da comunidade cristã de Jerusalém, por sua coerência, ele é o primeiro mártir bem-aventurado pela fome e sede de justiça. À semelhança de

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Page 1: Retiro do Advento_Parte 6_quarta semana

Introdução:

“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade!”Lc 1,38

Seguramente, na felicidade de Maria estava a nossa

felicidade. Com Ela também podemos dizer que somos felizes porque, tal como os simples de

coração, ousamos acreditar no grande mistério da

salvação, acessível àqueles que, como Maria, colocam suas vidas inteiramente nas mãos do

Senhor a serviço da redenção da humanidade.

Nossa proposta de oração para esta semana quer

nos ajudar a saborear com Maria sua alegria, com um coração agradecido a Deus, por Ele ter-se

dignado nos aceitar como filhos amados seus. Abramos o coração para acolhermos as graças do

Senhor!

Proposta da oração: 4º Domingo do Advento

Oração preparatória: Pedir luz ao Espírito Santo

para mais saborear o encontro de Maria com Isabel.

Recordar a história: A história a ser contemplada

é o que sucede à concepção de Maria. Ou seja, sem perder tempo ela se dirige à região montanhosa

para visitar sua prima, Isabel. Acompanhemos o desenrolar dos fatos.

Composição de lugar: Trata-se de, com o olhar da imaginação, contemplar as montanhas de Judá. Ver

as dificuldades do caminho para se chegar à casa de Isabel na qual acontece o grande encontro entre as

duas mulheres de fé que gestam no ventre, precursor e Salvador.

Graça: Senhor, concede-me a graça de ter um coração como o de Maria, capaz de acolher o

mistério da salvação e de transformar-me em sinal

de redenção para aqueles que Tu mesmo colocas

em meu caminho.

Leio o texto de Lc 1, 39-45 uma, duas ou mais vezes e fecho a Bíblia.

Outros textos da liturgia de hoje: Mq 5,1-4a; Sl 79 (80); Hb 10,5-10.

Textos para a semana:

1º dia (24.12) – Lucas 1, 67-79: João Batista abre caminho para um Deus

No Primeiro Testamento, prevalece o caráter

nacionalista na concepção do Deus de Israel, que

elege um povo, o qual se confronta com os demais povos como sendo "inimigos". E no interior

deste próprio povo eleito prevalece a discriminação do "pecado", caracterizado a partir

das inobservâncias da Lei controlada pelos chefes

religiosos de Israel. João Batista, rompendo com a tradição sacerdotal paterna e com o templo de

Jerusalém, abre caminho para um Deus universalista. Com Jesus dar-se-á a revelação do

Deus amoroso e misericordioso que remove os

critérios de exclusão e condenação pela Lei e elimina a prevenção contra o "inimigo",

proclamando a reconciliação.

Outros textos da liturgia de hoje: @Sm 7,1-5.8b-12.14ª.16; Sl 88 (89);

2º dia (25.12) - Lucas 2, 1-14: Maria dá à

luz o Filho de Deus

Por Maria, que concebe e dá à luz o Filho de Deus,

todo amoroso e eterno, revela-se a realidade histórica da comunhão de Deus com nossa

humanidade. O Prefácio III da missa do Natal

proclama: "Por ele (Jesus) realizou-se neste dia o maravilhoso encontro que nos faz renascer, pois,

enquanto o vosso Filho assume a nossa fraqueza, a natureza humana recebe uma incomparável

dignidade; torna-se de tal modo um de nós, que

nos tornamos eternos".

Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria, nasce em uma manjedoura, assumindo a condição dos

empobrecidos. Com o anúncio prioritário de seu nascimento aos pastores que, à noite, tomavam

conta do rebanho de seu patrão, o evangelista

Lucas destaca que Deus escolhe os pequeninos para neles manifestar sua presença.

Outros textos da liturgia de hoje: Is 9, 1-6; Sl

95 (96); Tt 2, 11-14;

3º dia (26.12) – Lucas 2, 15-20: Estevão testemunhou o Cristo

Enviando os discípulos em missão, Jesus fala

sobre as provações por que passarão. O

compromisso com Jesus é fonte de alegria, o que não exclui as atribulações que advirão, no que

serão assistidos pelo Espírito do Pai. Na proclamação das bem-aventuranças, na abertura

do Sermão da Montanha, Jesus já anunciara a

bem-aventurança dos que são injuriados e perseguidos por causa da justiça.

Em oposição a estes bem-aventurados, temos o

lamento de Lucas: "Ai de vós quando todos

falarem bem de vós, pois era assim que seus antepassados tratavam os falsos profetas". O

diácono Estêvão é uma testemunha de fidelidade a Jesus. Oriundo do judaísmo helênico e colocado

em segunda categoria pelos líderes da comunidade cristã de Jerusalém, por sua

coerência, ele é o primeiro mártir bem-aventurado

pela fome e sede de justiça. À semelhança de

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Jesus, denunciou as injustiças decorrentes da

desfiguração do templo de Jerusalém e da Lei por parte dos chefes religiosos, e foi morto por

apedrejamento.

Outros textos da liturgia de hoje: At 6, 8-10. 7,

54-59; Sl 30(31);

4º dia (27.12) – João 20 2-8: Jesus revela-se como Filho de Deus

Lucas, em seu Evangelho e em Atos, destaca

Jerusalém como centro de irradiação do cristianismo.

Assim, seu Evangelho, desde o início, com as narrativas de infância, realça Jerusalém (Zacarias no

templo, apresentação no templo, Jesus entre os doutores) e encerra-se em Jerusalém. Sua intenção

teológica é apresentar o cristianismo como um novo

Israel, que se irradia a partir da velha Jerusalém. Os demais evangelistas apresentam a Galiléia, e não

Jerusalém, como centro de retomada da missão, depois da ressurreição. Este episódio da ida da

família a Jerusalém assemelha-se à ida de Ana, com seu filho Samuel, à casa do Senhor, em Silo

(primeira leitura).

A cena do menino Jesus entre os doutores no

templo envolve temas que serão aprofundados ao longo do Evangelho. Ao afirmar "eu devo estar na

casa ("naquilo") que é de meu pai", Jesus revela-se

como Filho de Deus. Inicia seu ensinamento no templo, voltando depois para denunciá-lo por ter-se

transformado em covil de ladrões. Priorizando o que é do Pai, mesmo obediente a seus pais, Jesus indica

que a família, sendo todos filhos de Deus (segunda

leitura), deve ser estabelecida em torno do cumprimento da vontade do Pai.

A Sagrada Família questiona e convida à conversão

aquelas famílias estabelecidas sob a continuidade do vínculo sangüíneo de raça eleita, bem como as

famílias tradicionais, conservadoras em torno de

suas propriedades e riquezas.

Outros textos da liturgia de hoje: 1Jo 1, 1-4;

Sl 96(97);

5º dia (28.12) – Mateus 2 ,13-18: O poder

do amor salva

Esta narrativa de Mateus expressa um êxodo às

avessas. O Egito não é mais o lugar da opressão, mas o lugar da proteção. O opressor não é mais o

faraó, mas o rei idumeu-judeu que reina sobre a Judéia e toda a Palestina. Em lugar dos

primogênitos das famílias oprimidas do Egito

mortos pelo anjo exterminador, as vítimas agora são os meninos de Belém, e o exterminador é o

próprio Herodes. Como é marcante em Mateus, a narrativa é pontuada com menções de

cumprimento das Escrituras, com reinterpretações

próprias dele. O perigo não está mais no Egito, mas sim em toda a Palestina, sob o controle do

Império Romano, e, particularmente, na própria Judéia, sob o poder consentido dos chefes

religiosos judeus sediados em Jerusalém. Já nos primeiros dias do menino prefigura-se o embate

de seu futuro ministério. Nos novos tempos, todos

os perseguidos encontrarão abrigo no Reino de Deus.

Outros textos da liturgia do dia: 1Jo 1, 5-2,2;

Sl 123 (124);

N.B.: Termina aqui o Retiro do Advento.

Desejamos a todos um santo e feliz tempo de Natal!

Retiro do Advento

QUARTA SEMANA

Advento / 2012