Retiro do Advento_Parte 5_terceira semana
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Introdução: Ao orar os textos propostos para a Terceira Semana, devemos estar atentos às orientações dadas no
início deste Retiro do Advento.
Rezando os textos da liturgia estamos em comunhão
com a Igreja que reza também na expectativa de acolher mais uma vez nosso Salvador, o Emanuel.
Podemos a cada dia acolher e “saborear” no coração a riqueza e a beleza que trazem em si. Orando-os
assim, eles enriquecerão e fecundarão mais nossa
vida espiritual e apostólica.
Pois o mesmo Espírito que desceu sobre Jesus no batismo também está sobre nós, confirmando ou
não nossa vida e nossa missão.
Preparemo-nos para acolher com “ânimo e
liberalidade” a proposta desta semana.
Dada a importância dos rituais para o encontro com Deus na oração, voltamos a insistir na sua prática. No início do tempo reservado para a oração, devemos ler o texto proposto para a oração. Se ela for feita de manhã cedo, o texto deve ser lido na noite anterior antes de dormir. Assim, o conteúdo do texto surgirá no nosso pensamento ao acordar de manhã. No início do tempo reservado para a oração, devemos praticar estas cinco recomendações de Santo Inácio: 1) fazer a oração preparatória, 2) imaginar o cenário, 3) pedir a graça que desejo receber, 4) conscientizar-me de que estou na presença de Deus, meu Criador e meu Pai que me olha com um olhar carregado de ternura, 5) fazer um gesto de adoração e de louvor, inclinando meu corpo diante de Deus, ou fazendo uma genuflexão, ou prostrando-me no chão, ou outro gesto pelo qual expresso meu amor e meu louvor a Deus.
Proposta da oração: 3º Domingo do Advento
Preparação: Tomo consciência de que estou na
presença de Deus e de que Ele deseja encontrar-se comigo. Sinta-se acolhido e envolvido em seu
amor e sua ternura. Preparo meu coração para
este encontro. Para isso “é preciso vestir o coração”. O texto proposto para nossa oração de
hoje traz um forte apelo de conversão, ilustrado pelo exemplo da pregação do Batista no Jordão e
o desejo de mudança de seus ouvintes. É interessante atentar para o fato de que todos lhe
perguntavam, “o que devemos fazer?”. Com
autoridade de profeta, João dizia categoricamente o que cada um deveria fazer, partindo de sua
realidade. Tal como os ouvintes no Jordão, cada um de nós temos uma vereda, na vida, a
endireitar. O que devo fazer?
Graça: Senhor na expectativa de ser nova
criatura “dá-me um coração grande para amar, dá-me um coração forte para lutar”.
Leio o texto de Lc 3, 10-18 uma, duas ou mais
vezes e, depois fecho a Bíblia.
Outros textos da liturgia do dia: Sf 3, 14-
18a; (Sl) Is 12, 2-6; Fl 4, 4-7.
Textos para a semana:
1º dia (17.12) – Mateus 1, 1-17: Jesus é o messias esperado
As genealogias eram uma forma literária usada no Primeiro Testamento para confirmar a vinculação
de uma ou mais personagens de destaque a uma linhagem que recebeu as promessas divinas. Estas
promessas, no texto bíblico, foram feitas aos patriarcas e a Davi. Esta última aparece na
profecia de Natã, elaborada entre teólogos da
corte real.
A genealogia de Mateus, tratada teologicamente,
divide-se em três períodos da história de Israel e de Judá: período dos patriarcas e dos clãs tribais,
de Abraão até Davi; período da realeza e dinastia davídica, em Judá, de Davi até o exílio; e período
do surgimento e consolidação do judaísmo, do
exílio até Jesus. Por sua genealogia, Mateus quer demonstrar aos judeo-cristãos que, através de
José que o acolhe, Jesus é o messias esperado pelo judaísmo.
Outros textos da liturgia do dia: Gn 49, 2.8-
10; Sl 71(72);
2º dia (18.12) – Mateus 1, 18-24: José,
israelita sincero
O nascimento de Jesus é precedido da
anunciação, em Mateus e em Lucas. Neste, a anunciação é feita a Maria. Em Mateus, o anjo
aparece em sonho a José, "filho de Davi", com a intenção teológica de demonstrar a origem
davídica de Jesus, através da genealogia inicial. Jesus é o messias (cristo) dos judeo-cristãos para
quem Mateus escreve. Temos aqui uma tipologia:
o justo José é o protótipo dos israelitas sinceros. Em Maria vemos as comunidades fora do judaísmo
nas quais Jesus é gerado. Para aqueles israelitas surge a suspeita de infidelidade destas
comunidades. A situação é esclarecida pelo anjo:
o novo que é gerado é obra de Deus. Os israelitas são convidados a aderir a estas novas
comunidades para receberem Jesus Deus terá piedade salvador.
Outros textos da liturgia do dia: Jr 23, 5-8; Sl
71 (72);
3º dia (19.12) – Lucas 1, 5-25: O anúncio do nascimento de João Batista
Enquanto Marcos inicia seu Evangelho com a
pregação e o batismo de João, Mateus e Lucas iniciam com as narrativas de infância de Jesus. João
Evangelista, por sua vez, começa seu Evangelho com o prólogo do Verbo que se faz carne. Lucas
apresenta uma originalidade. Após uma curta
introdução em que justifica seu trabalho redacional do Evangelho, narra, no texto de hoje, o anúncio do
nascimento de João (Batista) e, em seguida, o anúncio de Jesus, ambos feitos pelo anjo Gabriel;
primeiro a Zacarias e, depois, a Maria. Assim, João e Jesus estão associados desde suas concepções
extraordinárias. O nascituro terá um nome, João,
que indica a ruptura do sacerdócio hereditário, pois não conserva o nome do pai. Mais tarde, dirigindo-se
ao deserto, rompe com o templo, no que será confirmado por Jesus, que vai ao seu encontro.
Outros textos: Jz 13, 2-7. 24-25ª; Sl 70 (71);
4º dia (20.12) – Lucas 1, 39-45: Feliz aquela que acreditou
O batismo de Jesus feito por João, bem
testemunhado pelos quatro evangelistas, revela a
íntima ligação entre a proclamação de João e, em continuidade, a proclamação de Jesus com a
revelação da Boa-Nova da comunhão de vida com Deus. Esta ligação é realçada por Lucas, no início de
seu Evangelho. Isto é feito com as narrativas dos
anúncios a Zacarias e a Maria, respectivamente, com a apresentação dos dois nascimentos, de João e de
Jesus, em paralelo, e com esta narrativa da visitação de Maria a Isabel. Estas narrativas visam afirmar a
supremacia de Jesus em relação a João Batista
desde seus nascimentos. Maria, ao receber o anúncio de que conceberia a Jesus, teve como sinal
dado pelo anjo Gabriel a concepção que, também, acontecia a sua prima Isabel, já no sexto mês. Ela
parte então para visitar e servir Isabel já nos últimos
meses de gravidez. Lucas apresenta Maria, com seu
filho no ventre, seguindo o percurso da gentílica e
periférica Galiléia à Judéia, na casa de Zacarias,
sacerdote do templo de Jerusalém, em um encontro do desabrochar da vida.
Outros textos da liturgia de hoje: Is 7, 10-14;
Sl 23 (24);
5º dia (21.12) – Lucas 1, 39-45: Novos
tempos
Lucas narra a anunciação e o nascimento tanto de Jesus como de João Batista. Ele esboça um
paralelismo entre a missão de João Batista e a
missão de Jesus. João Batista significa a ruptura com a religião do templo e da Lei. O perdão dos
pecados é obtido pela conversão à prática da justiça, assumida no batismo de João, e não pelas
ofertas no templo de Jerusalém. Jesus, em
continuidade ao movimento de João Batista, inaugura os novos tempos da manifestação da
misericórdia e do amor de Deus, expressos na prática da justiça, que leva à comunhão de vida
com o Pai. Na narrativa de Lucas, na visitação de Maria a Isabel, o menino no ventre de Isabel é
subordinado ao menino no ventre de Maria. Jesus
assumiu e deu continuidade ao movimento de João Batista, inovando com o dom da vida eterna
através da prática do amor.
Outros textos da liturgia de hoje: Sf 3, 14-18;
Sl 32 (33); 6º dia (22.12) - Repetição:
Preparação: Como temos feito nas semanas anteriores, nesta também propomos uma
repetição no sábado. Esta consiste em, já na preparação remota, reler os apontamentos da
semana. Parar naquele ponto que foi mais marcante, que mais me interpelou ou também
naquele que tive mais resistência. Estes pontos
serão minha matéria para oração de hoje.
Retiro do Advento
TERCEIRA SEMANA
Advento / 2012