Resumos Laboratoriais QF II

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Joana Pereira, 120601005 MICF 2012/2013 Resumos laboratoriais de Química Farmacêutica II Prof. Madalena Pinto Prof. Maria Emília Sousa Prof. Carla Fernandes

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Joana Pereira, 120601005 MICF 2012/2013

Resumos laboratoriais de

Química Farmacêutica II

Prof. Madalena Pinto

Prof. Maria Emília Sousa

Prof. Carla Fernandes

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Trabalho 1

A) Identificação do Norgestrel e Etinilestradiol em drageias

B) Doseamento do Norgestrel em drageias

Parte A

1. As soluções padrão foram previamente preparadas 2. Pulverizar 3 drageias no almofariz até obter pó fino e transferir para um papel vegetal 3. Transferir o pó para um tubo com rolha e adicionar 5 mL de diclorometano (com

proveta e funil) 4. Agitar energicamente para extrair a substância ativa de modo a obter uma suspensão

(excipientes) 5. Centrifugar (3 min; 1000-1500 r/min) para separar a suspensão; se for necessário

aumentar o peso adicionar diclorometano 6. Transferir o sobrenadante para outro tubo com pipeta de Pasteur, deixando um pouco

para a segunda extração 7. Repetir os passos 3 a 6 8. Concentrar a solução, evaporando o solvente em banho de água até ter só um pouco

de solução 9. Cromatografia

a. Preparar a fase móvel – clorofórmio e álcool (9,6:0,4), medindo o clorofórmio numa proveta com rolha e adicionando o álcool medido com pipeta graduada – e colocar na câmara previamente para saturar

b. Preparar a placa de sílica gel e fazer aplicações equidistantes com capilares (ou 10 μL com pipeta automática), com amostra no centro para facilitar a comparação, deixando-as secar entre cada aplicação

c. Por a placa a eluir até quase ao cimo d. Retirar a placa e deixá-la secar ao lado da câmara e. Revelar com o revelador previamente preparado e secar na estufa durante 10

minutos

Parte B

1. O peso médio foi previamente calculado 2. Pulverizar 2 drageias a pó fino e pesar depois (p1) com 2 vidros de relógio na balança

de precisão 3. Transferir o pó para um balão de 50,0 mL com um funil de sólidos e adicionar 10 mL de

água (lavando os vidros de relógio e o funil) 4. Agitar energicamente, sem inverter, durante 20 minutos 5. Adicionar 30 mL de etanol e agitar sem inverter; perfazer o volume com etanol e agitar

com inversão 6. Filtrar a solução de modo a retirar algum sólido que a solução possa conter com filtro

de pregas (com ajuda de uma vareta) 7. Medir a absorvância da solução, usando como branco o etanol

a. Ligar o aparelho com antecedência b. Abrir o programa c. Verificar as condições da célula d. Colocar o comprimento de onda e calibrar (setup), lavando as células de

quartzo antes de encher para fazer a medição e. Medir a absorvância da amostra

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OBJETIVOS

Identificar, como substâncias ativas do Microginom, o Etinilestradiol e o Norgestrel

Proceder ao doseamento do Norgestrel nas mesmas drageias

Fazer uma comparação dos valores obtidos com os valores obtidos com os prescritos na USP 25 (90-110%)

METODOLOGIAS

A. Identificação do Norgestrel e Etinilestradiol em drageias a. Extração das substâncias ativas por extração múltipla sólido-líquido com

diclorometano b. Ensaio qualitativo por cromatografia em camada fina como auxiliar da

identificação por comparação com padrões, em que a fase estacionária é o gel de sílica HF254 e a fase móvel é uma mistura de clorofórmio e álcool (9,6:0,4)

c. Revelação química, irreversível, específica e colorimétrica da placa com uma mistura de ácido sulfúrico e metanol (80:20)

B. Doseamento do Norgestrel em drageias a. Extração simples sólido-líquido da substância ativa com álcool b. Determinação direta da absorvância por espectrofotometria no espectro UV

(máximo de 241 nm) com células de quartzo, usando o etanol como solução de compensação (revelação física)

c. Cálculo do teor da substância ativa por drageia e comparação com os valores prescritos na USP 25

REAÇÕES QUÍMICAS

RESULTADOS E/OU CÁLCULOS

Parte A

A P B

. . .

.

A → padrão A (Norgestrel)

A → amostra/problema (drageias

Microginom)

B → padrão B (Etinilestradiol)

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Parte B

(Norgestrel) = 550

dosagem = 0,150 mg

b = 1 cm

= 0,09105 g

p1 (≈ 2p) = 0,1568 g

V = 50,0 mL

1ª leitura = 0,3029

2ª leitura = 0,3030 A (média) = 0,3031

3ª leitura = 0,3033

CONCLUSÕES

A coloração e o valor dos Rf da amostra, na CCF, coincidem com as mesmas nos padrões.

Os valores obtidos para o teor estão contidos no valor prescrito pela USP 25 (90-110%).

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Como todos os resultados vão de encontro ao expectável, considera-se que o trabalho prático foi bem sucedido.

NOTAS

Em pesagens em vidro de relógio, utilizar um segundo para tapar, tendo o cuidado de incluir os dois na pesagem e de levar os dois para não haverem perdas

Levantar sempre o material para pôr o menisco ao nível dos olhos

Nunca colocar pipetas de Pasteur em frascos; por num tubo de ensaio se possível

Ao pipetar, aspirar um volume superior ao pretendido e limpar o exterior das pipetas antes de mergulhar para dispensar

Em medições envolvendo provetas em ensaios qualitativos não interessa se o volume ultrapassa o desejado

Material esmerilado precisa sempre de um funil

Ao utilizar um funil levantá-lo sempre para haver entrada de ar

Para extravasar sólidos usar funil de fundo largo

Ao transvazar colocar sempre o rótulo para cima

Para misturar só quando é para perfazer o volume é que se deve inverter

Antes de filtrar humedecer sempre o filtro com a mesma solução

Em ensaios qualitativos (como neste caso) mais vale deixar sobrenadante do que contaminar a amostra com o resíduo

Para contrapor o peso na centrífuga usar água e areia

Uma placa de gel de sílica HF254 é impregnada com indicador de fluorescência para 254 nm

Na placa de sílica identificar os pontos de aplicação em cima para não contaminar

Os pontos de aplicação devem ser feitos acima do nível do eluente

Manusear a placa de sílica com uma pinça para não contaminar a fase estacionária

Ao revelar, usar pouca quantidade e a uma certa distância sem enxarcar

No final da cromatografia, as câmaras ficam nas bancadas depois de secas com um papel

Trabalho 2 - Doseamento do Etinilestradiol em drageias

1. O peso médio foi previamente calculado e a solução padrão de etinilestradiol preparada

2. Pulverizar 3 drageias a pó fino e pesar depois (p1) com 2 vidros de relógio na balança de precisão

3. Transferir o pó para uma ampola de decantação, com o auxílio de um funil de sólidos e 5 mL de água, agitando durante 1 minuto

4. Adicionar 1 mL de ácido acético glacial 5. Adicionar 10 mL de clorofórmio (com proveta e funil) 6. Agitar com cuidado (em 8), para evitar a formação emulsões, aliviando a pressão ao

longo do processo 7. Transferir a fase clorofórmica (a de baixo) para outra ampola, deixando um pouco para

as seguintes extrações 8. Repetir os passos 5 a 7 mais 2 vezes 9. Concentrar a solução obtida com ar comprimido até se ter menos um pouco de

metade do que se tinha inicialmente, com a palma da mão envolvendo a ampola (para ajudar a concentração a ser mais rápida) e a boca da ampola virada para a parede da hotte

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10. Transferir 3,0 mL com uma pipeta graduada da solução padrão previamente feita para uma ampola de decantação

11. Identificar cada uma das ampolas e trata-las paralelamente 12. Adicionar 50 mL de isooctano com proveta 13. Adicionar 6 mL de NaOH 1M (com proveta e funil) 14. Agitar energicamente 15. Transferir a fase aquosa (a de baixo) para um recipiente, deixando um pouco para as

seguintes extrações 16. Repetir os passos 13 a 15 mais 2 vezes 17. Filtrar para um balão de 25,0 mL com um algodão previamente lavado com NaOH e

perfazer o volume com NaOH 1M 18. Adicionar 5,0 mL das soluções, com uma pipeta, lenta e cuidadosamente, a 15,0 mL de

ácido sulfúrico colocados num matraz com pipeta, em banho de gelo, com agitação magnética; deixar agitar durante mais 2 minutos

19. Medir a absorvância da solução problema e do padrão, usando como branco a água a. Ligar o aparelho com antecedência b. Abrir o programa c. Verificar as condições da célula d. Colocar o comprimento de onda e calibrar (setup), lavando as células de

quartzo antes de encher para fazer a medição e. Medir a absorvância das soluções

OBJETIVOS

Proceder ao doseamento do etinilestradiol em drageias de Microginom

Fazer uma comparação dos valores obtidos com os prescritos pela USP 25 (90-110%)

METODOLOGIAS

1. Extração da substância ativa por extração múltipla quantitativa líquido-líquido com clorofórmio (física) e com NaOH 1M (química) em ampolas de decantação, com adição de ácido acético glacial (para manter a solução ácida e líquida)

2. Determinação direta da absorvância por espectrofotometria no espectro visível (máximo de 536 nm) com células de vidro, usando água como solvente de compensação (efeitos batocrómico e hipercrómico)

3. Cálculo do teor da substância ativa por drageia e comparação com os valores prescritos na USP 25

REAÇÕES QUÍMICAS

RESULTADOS E/OU CÁLCULOS

dosagem = 0,03 mg

= 0,09105 g

p1 (≈ 3p) = 0,2681 g

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1ª leitura = 0,0916

2ª leitura = 0,0921 Apadrão (média) = 0,0920

3ª leitura = 0,0924

1ª leitura = 0,0923

2ª leitura = 0,0945 Aproblema (média) = 0,0938

3ª leitura = 0,0946

X = 0,0306 mg Y = 0,153 mg

CONCLUSÕES

O valor calculado para o teor de etinilestradiol é muito mais alto do que seria expetável. Isto poderá ter acontecido por variadas razões como ter-se adicionado emulsões às soluções recolhidas nas extrações (que poderiam conter substância ativa que não entrou na medição), tempo extenso demais entre o fim da agitação e a medição da absorvância, entre outras.

Como o resultado não foi o esperado, considera-se que a experiência não foi bem sucedida.

NOTAS

Ao adicionar a água à ampola de decantação, adicionar um pouco antes do sólido de modo a que este não solidifique no fundo da ampola

Verificar se a torneira e a rolha da ampola de decantação estão em condições antes de a utilizar

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Nunca segurar no vidro da ampola de decantação (para não aquecer a solução), mas sim no esmerilado e na torneira

Como no laboratório não há células de vidro, podem utilizar-se de plástico ou de quartzo; neste caso quartzo porque, como a solução é ácida, pode corroer o plástico

Por falta de pipetas de 15,0 mL é utilizada uma bureta para colocar o ácido sulfúrico nos matrazes

Após a preparação das soluções, a determinação das absorvâncias deve ser feita nos 10 a 15 minutos seguintes

Trabalho 3 – Síntese e identificação da Sulfanilamida (Parte A – Síntese da p-acetamidobenzenosulfonamida)

1. Pesar diretamente num matraz, em balança analítica, 2,0 g de cloreto de p-acetamidobenzenosulfonilo

2. Adicionar lentamente 10 mL de solução de amónia concentrada com uma proveta, na hotte (medida não rigorosa pois o reagente está em excesso)

3. Aquecer em banho de vapor com refluxo durante 10 minutos a. Retirar a primeira argola e pousar o matraz na segunda b. Colocar um funil de vidro no topo quando começar a ebulição (→ refluxo) c. Se se formarem pedras levantar o funil e desfazer com uma vareta

4. Arrefecer em banho de gelo 5. Adicionar, lentamente, com pipeta de Pasteur, ácido sulfúrico diluído até reação ácida

ao papel do Congo a. Retirar o papel de Congo da embalagem com uma pinça e coloca-lo sobre

papel vegetal b. Por a solução em contato com o papel de Congo com uma vareta c. A reação ácida é demonstrada pela obtenção de cor azul

6. Colocar em banho de gelo tubos com água para lavar o filtro e o insolubilizado 7. Recolher o precipitado por filtração a pressão reduzida

a. Prender o kitasato com uma garra b. Colocar o funil de Büchner com o filtro c. Aderir o filtro com a água gelada d. Filtrar a solução, lavando o matraz repetidamente com água gelada e pipeta

de Pasteur (principalmente a boca, para evitar perdas) e. Começar por vazio parcial (utilizando o T) f. Colocar um pouco de papel no T, começando por tapar só um pouco e

tapando depois completamente 8. Rejeitar as águas-mães 9. Secar o precipitado

a. Retirar o T, para passar para vazio total b. Colocar papel de alumínio com orifícios (feitos com pipeta de Pasteur) por

cima do Büchner e secar com secador a uma certa distância de segurança 10. Pesar o precipitado por diferença, pesando previamente 2 vidros de relógio e

cristalizar do etanol a. Retirar 2 ou 3 microespátulas de amostra e pesar b. Colocar o resto num tubo com parafilm e identificação c. Adicionar um pouco de etanol frio com pipeta de Pasteur d. Dissolver a quente em banho de água (intermitente; tirar, limpar e agitar) e

acrescentar etanol até dissolver (→ solução saturada) e. Filtrar rapidamente por gravidade com filtro de colo curto e um pouco de

algodão (lavado previamente com etanol quente)

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f. Arrefecer gradualmente (ambiente → água → gelo) g. Se necessário, induzir a cristalização

i. Fricção das paredes do tubo à superfície do líquido com uma vareta; libertação de partículas de vidro que podem atuar como núcleos de crescimento dos cristais

ii. Se houver substancia padrão disponível, colocar um cristal (núcleo de crescimento de cristais) na solução saturada, mantendo-se esta em banho de gelo

iii. Poderá ser necessário um arrefecimento mais prolongado, colocando a solução no congelador por algumas horas

iv. Se a solução não tiver sido devidamente saturada, dever-se-á aquecer novamente para reduzir a quantidade de solvente até chegar ao ponto de saturação

11. Colocar 2 tubos de etanol em gelo 12. Filtrar por funil de prego com pressão reduzida

a. Começar por vazio parcial (utilizando o T) b. Colocar um pouco de papel no T, começando por tapar só um pouco e

tapando depois completamente 13. Lavar com etanol frio 14. Secar

a. Retirar o T, para passar para vazio total b. Rejeitar as águas-mães c. Colocar papel de alumínio com orifícios (feitos com pipeta de Pasteur) por

cima do funil d. Secar com secador a uma certa distância de segurança

15. Determinar o ponto de fusão pelo método do tubo capilar a. Com ajuda da microespátulas inserir aos poucos o precipitado b. Fazer descer o precipitado por gravidade c. Repetir até encher cerca de ¼ do tubo capilar

16. Calcular o rendimento

OBJETIVOS

Sintetizar a p-acetamidobenzenosulfonamida

Isolar e purificar o composto sintetizado

Identificar e avaliar a pureza do composto

Calcular o rendimento da reação de síntese

METODOLOGIAS

1. Síntese por reação do cloreto de p-acetamidobenzenossulfonilo com amoníaco concentrado em banho de vapor e com sistema de refluxo

2. Isolamento por insolubilização em meio ácido com ácido sulfúrico diluído adicionado lentamente após arrefecimento em gelo e recolha do insolubilizado por filtração em funil de Büchner sob pressão reduzida

3. Purificação por cristalização usando álcool como solvente 4. Controlo do produto final obtido pela determinação do ponto de fusão da substância

pelo método do tubo capilar, sendo usado como critério de pureza e auxiliar na identificação (Fp-acetamidabenzenossulfonamida = 219°C)

5. Cálculo do rendimento da síntese

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REAÇÕES QUÍMICAS

Reação de neutralização:

RESULTADOS E/OU CÁLCULOS

Ponto de fusão

Fcalculado = 210-220 °C

Cálculo do rendimento

M (cloreto de p-acetamidobenzenosulfonilo) = 233,67 g/mol

M (p-acetamidobenzenosulfonamida) = 214,165 g/mol

m (cloreto de p-acetamidobenzenosulfonilo) = 2,0037 g

mreal = 0,2910 g

CONCLUSÕES

O valor que se obteve para o ponto de fusão tem um intervalo muito grande, pelo que não podemos usar este valor como auxiliar na identificação, visto que este intervalo dá a entender que o composto que obtivemos não está puro. Isto só aconteceria caso o intervalo fosse de 2°C e só nessa situação este valor poderia ser utilizado como prova de pureza e como auxiliar da identificação. Uma diminuição do ponto de fusão em relação ao esperado também pode indicar a presença de impurezas. A realização de uma nova purificação ou de um ponto de fusão misto (com o padrão e o composto em proporções diferentes) poderia resolver a situação.

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Quanto ao rendimento, o valor extremamente baixo que se obteve está relacionado não só com as inúmeras perdas que se tem de considerar normalmente, bem como com a perda de parte da solução na etapa do aquecimento em banho de água com refluxo. Além disso têm que se considerar as impurezas presentes aquando da pesagem, que aumentam este rendimento.

NOTAS

A primeira etapa da síntese da sulfanilamida inclui a acetilação da anilina (reação de substituição nucleofílica), com eliminação do ácido acético, seguida de sulfonação da acetilanilida com o ácido clorossulfónico (reação de substituição eletrofílica aromática), com subsequente formação do cloreto de p-acetamidobenzenossulfonilo

A função do ácido sulfúrico diluído é eliminar o amoníaco que não tenha reagido e regenerar a sulfonamida obtida que insolubiliza em meio aquoso

Ao lavar o matraz inclinado, ter o cuidado de lavar sempre a boca do mesmo antes de levantar o tubo

A cristalização tem o objetivo de purificar

A filtração a quente elimina impurezas insolúveis

As impurezas solúveis são eliminadas por filtração após a formação de cristais

Neste caso, a filtração é feita em funil de prego e não de Büchner porque os cristais são pequenos e em pouca quantidade

O filtrado obtido é chamado de água-mãe da cristalização

Depois de concentrar este filtrado, poderíamos obter cristais de segunda geração, por uma cristalização semelhante à feita; os cristais de segunda geração têm um grau de pureza e tamanho menores do que os cristais de primeira geração

Trabalho 4 – Síntese e identificação da Sulfanilamida (Parte B – Síntese da p-aminobenzenosulfonamida)

1. Pesar a substância obtida na aula anterior 2. Colocar num balão esmerilado de fundo redondo de 50 mL 3. Adicionar duas vezes o seu peso de ácido clorídrico diluído (1:1)

a. Medir o volume aproximado (relação da água) 4. Aquecer em manta de aquecimento com refluxo durante 20 minutos

a. Adicionar uma apara de porcelana, para evitar uma ebulição tumultuosa b. Montar o condensador (contracorrente baixo → cima) c. Ligar a manta (posição 6 e reduzir se a ebulição ficar muito tumultuosa) d. Se for preciso, adicionar mais ácido e. Desligar a manta, sem tirar o condensador imediatamente

5. Diluir a solução em igual volume de água 6. Transferir para um gobelé e adicionar carbonato de sódio anidro, pouco a pouco, até

parar de se visualizar gás 7. Controlar a reação alcalina ao papel vermelho de tornassol (coloração azul) 8. Se a solução ficar pastosa adicionar mais água 9. Colocar em banho de gelo durante alguns momentos 10. Colocar um tubo em banho de gelo 11. Recolher o precipitado por filtração a pressão reduzida

a. Prender o kitasato com uma garra b. Colocar o funil de Büchner com o filtro c. Aderir o filtro com a água gelada

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d. Filtrar a solução, lavando o matraz repetidamente com água gelada e pipeta de Pasteur (principalmente a boca, para evitar perdas)

e. Começar por vazio parcial (utilizando o T) f. Colocar um pouco de papel no T, começando por tapar só um pouco e

tapando depois completamente 12. Rejeitar as águas-mães 13. Secar o precipitado

a. Retirar o T, para passar para vazio total b. Colocar papel de alumínio com orifícios (feitos com pipeta de Pasteur) por

cima do Büchner e secar com secador a uma certa distância de segurança 14. Pesar o precipitado por diferença, pesando previamente 2 vidros de relógio 15. Dissolver o sólido obtido em pelo menos 15 vezes o seu peso em água fervente

a. Se formar papa pôr mais água 16. Adicionar uma microespátulas de carvão ativado e agitar 17. Filtrar de imediato, com filtro de pregas

a. Aderir o filtro com água fervente 18. Arrefecer em gelo 19. Recolher os cristais por filtração reduzida

a. Prender o kitasato com uma garra b. Colocar o funil de Büchner com o filtro c. Aderir o filtro com a água gelada d. Filtrar a solução, lavando o matraz repetidamente com água gelada e pipeta

de Pasteur (principalmente a boca, para evitar perdas) e. Começar por vazio parcial (utilizando o T) f. Colocar um pouco de papel no T, começando por tapar só um pouco e

tapando depois completamente 20. Rejeitar as águas-mães 21. Secar o precipitado

a. Retirar o T, para passar para vazio total b. Colocar papel de alumínio com orifícios (feitos com pipeta de Pasteur) por

cima do Büchner e secar com secador a uma certa distância de segurança 22. Cromatografia

a. Preparar a fase móvel – clorofórmio, metanol e ácido fórmico (7:3:0,1), medindo o clorofórmio numa proveta com rolha, o metanol com pipeta graduada e o ácido fórmico com uma pipeta de Pasteur – e colocar na câmara previamente para saturar

b. Preparar os padrões e a amostra – 1 microespátula e dissolver em acetona a olho

c. Preparar a placa de sílica gel e fazer aplicações equidistantes com capilares d. Por a placa a eluir até quase ao cimo e. Retirar a placa e deixá-la secar ao lado da câmara f. Revelar com o revelador previamente preparado e secar na estufa durante 10

minutos 23. Calcular o rendimento

OBJETIVOS

Sintetizar a p-aminobenzenosulfonamida a partir da p-acetamidobenzenosulfonamida

Isolar e purificar o composto

Identificar e avaliar a pureza da substância por cromatografia em camada fina

Determinar o rendimento da reação

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METODOLOGIAS

1. Síntese por reação da p-acetamidobenzenosulfonamida com ácido clorídrico diluído em manta de aquecimento com sistema de refluxo

2. Isolamento por insolubilização em meio alcalino, por adição do carbonato de sódio anidro

3. Purificação por cristalização, usando como solvente a água fervente e uma pequena porção de carvão ativado

4. Análise qualitativa do composto por cromatografia de camada fina, como auxiliar da identificação por comparação com padrão, em que a fase estacionária é o gel de sílica HF254 e a fase móvel é uma mistura de clorofórmio, metanol e ácido fórmico (7:3:0,1)

5. Revelação física, reversível e por contraste por UV a 254 nm 6. Determinação do rendimento da reação

REAÇÕES QUÍMICAS

Reação de neutralização:

RESULTADOS E/OU CÁLCULOS

Cromatografia

Cálculo do rendimento

M (p-acetamidobenzenosulfonamida) = 214,165 g/mol

m (p-acetamidobenzenosulfonamida) = 0,5255 g

M (p-aminobenzenosulfonamida) = 171,21 g/mol

m (p-aminobenzenosulfonamida) = 0,0239 g

1 A 2

. . .

.

1 → padrão de sulfanilamida

A → amostra

2 → padrão de p-acetamidobenzenosulfonamida

B (Etinilestradiol)

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CONCLUSÕES

Quanto à cromatografia, não foi possível tirar quaisquer conclusões, visto que aconteceu o fenómeno tailing (arrastamento). Isto poderia resolver-se diluindo a amostra ou aplicando menos quantidade, visto que resulta de uma concentração elevada da aplicação. O que seria de esperar seria uma placa com uma mancha semelhante no padrão 1 e na amostra e uma mancha mais alta no padrão 2. A pureza é determinada pela presença de uma só mancha na amostra (o que pode também indicar vários compostos com afinidade semelhante).

Para complementar este processo poderíamos efetuar uma nova cromatografia com um eluente diferente e uma prova cruzada (cristais, mistura e padrão; se for mistura aparece apenas uma mancha sem desdobramentos).

Quanto ao valor baixo obtido para o rendimento deve-se não só às impurezas que o composto já continha (provenientes da aula anterior), mas também à pouca quantidade de amostra disponível e perdas normais da filtração e do restante processo.

NOTAS

O ácido clorídrico diluído adicionado não vai interferir na reação se tiver em maior quantidade, visto que é o reagente em excesso

A adição do carbonato de sódio promove a neutralização do excesso de ácido e a regeneração da amina, insolúvel no meio reacional

O carvão ativado tem como função eliminar as impurezas

Ao utilizar o carvão ativado, deve-se abrir a tampa previamente, deixando a tampa pousada e só depois levantar a tampa e retirar a quantidade necessária

Se os cristais ficarem cinzentos, o carvão ativado está em excesso e fica no interior da rede cristalina e pode ainda absorver o composto em estudo

Usa-se o filtro de pregas porque é mais eficiente que o filtro normal

Trabalho 5 – Identificação e doseamento da Ampicilina em comprimidos

Identificação

1. Solução de ampicilina e solução padrão previamente preparadas 2. Cromatografia

a. Preparar a fase móvel – acetona, água, tolueno e ácido acético glacial (6,5:1:1:2,5), medindo a acetona numa proveta com rolha e adicionando os restantes reagentes com pipeta graduada – e colocar na câmara previamente para saturar

b. Preparar a placa de sílica gel c. Aplicar 5 μL com uma micropipeta, com amostra no centro para facilitar a

comparação, deixando-as secar entre cada aplicação d. Por a placa a eluir até quase ao cimo e. Retirar a placa e deixá-la secar ao lado da câmara f. Revelar a luz ultravioleta nos comprimentos de onda 254 e 365 nm

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g. Revelar com uma solução de ninidrina em etanol a 3 mg/mL (revelador), previamente preparada, e secar na estufa durante 15 minutos

h. Determinar as dimensões, a coloração e os Rf's das manchas principais

Doseamento

1. Medir para dois matrazes rolhados de 50 mL, 2,0 mL de solução padrão e solução problema

2. Adicionar 2,0 mL de hidróxido de sódio 1,0 N 3. Agitar e deixar em repouso durante 15 minutos 4. Adicionar 2,0 mL de ácido clorídrico 1,2 N e 10,0 mL de solução de iodo 0,01N VS 5. Tapar imediatamente e deixar em repouso durante 15 minutos no escuro 6. Titular com solução de tiossulfato de sódio 0,01N VS usando como indicador 1 gota de

cozimento de amido a. Cozimento de amido – 1 micro espátula de amido num tubo e água até meio

do tubo; aquecer à chama até ebulição; deixar arrefecer 7. Ensaio a branco

a. Medir para dois matrazes rolhados de 50 mL, 2,0 mL de solução padrão e solução problema

b. Adicionar sucessivamente, a ambos os tubos, 10,0 mL de solução de iodo 0,01N VS e 0,1 mL de ácido clorídrico 1,2N

c. Titular imediatamente, com solução de tiossulfato de sódio 0,01N VS, usando como indicador 1 gota de cozimento de amido

OBJETIVOS

Identificar a ampicilina por cromatografia em camada fina em comprimidos de Britacil®

Dosear o composto nos mesmos comprimidos através do método iodométrico

METODOLOGIAS

1. Extração sólido-líquido do composto a identificar numa mistura de acetona e ácido clorídrico 0,1N (4:1)

2. Ensaio semiquantitativo por cromatografia analítica em camada fina como auxiliar de identificação por comparação com padrão, em que a fase estacionária é o gel de sílica HF254 e a fase móvel é uma mistura de acetona, água, tolueno e ácido acético glacial (65:10:10:2,5)

3. Revelação física, reversível, por luz ultravioleta a 254 nm (por contraste) e a 365 nm (por fluorescência direta) e revelação química, irreversível, específica e colorimétrica com ninidrina em etanol a 3mg/mL

4. Titulação iodométrica, de complexação e de retorno com tiossulfato de sódio 0,01N VS, usando cozimento de amido como indicador, das soluções padrão e problema (soluções inativadas) e dos brancos (soluções ativadas)

5. Cálculo do teor de ampicilina por comprimido, usando as fórmulas fornecidas no protocolo, e comparação com os valores prescritos na USP 12 (90-120%)

REAÇÕES QUÍMICAS

Page 16: Resumos Laboratoriais QF II

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Reação de neutralização:

Titulação do excesso de iodo:

RESULTADOS E/OU CÁLCULOS

Identificação

Doseamento

Onde:

F → μg equivalente de ampicilina (μg/mL2)

C → concentração do padrão (mg/mL) → 1,25 mg/mL

P → potência do padrão/ μg em mg de ampicilina (mg) → 1000 mg

B → volume do tiossulfato de sódio 0,01N consumido na titulação do branco (mL)

I → volume do tiossulfato de sódio 0,01N consumido na titulação da amostra (mL)

T → dosagem/mg de ampicilina por comprimido (rótulo) → 1000 mg

D → concentração da solução problema, baseada na quantidade presente em cada comprimido em função da diluição (mg/mL) → 1,25 mg/mL

V → volume de tiossulfato gasto na titulação

V (branco problema) = 10,30 mL

V (amostra problema) = 4,20 mL

V (branco padrão) = 10,05 mL

V (amostra padrão) = 4,15 mL

A B

. .

.

A → amostra

A → branco

. .

.

. .

.

A B A B

Revelação UV

a 254 nm

Revelação com

ninidrina em etanol

a 3 mg/mL

Revelação UV

a 365nm

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CONCLUSÕES

Da revelação da cromatografia com a ninidrina e por UV a 254 nm obtivemos manchas com Rf's, coloração e dimensões semelhantes, pelo que podemos concluir que a substância a identificar é a ampicilina e que a concentração das soluções é semelhante. Da revelação por UV a 365 nm podemos concluir que ambas as soluções possuem compostos que não a ampicilina.

Em relação ao doseamento, o valor obtido para o teor (105%) está dentro do valor que deveríamos obter, segundo a USP 12 (90-120%).

Em conclusão, podemos concluir que todos os resultados estão de acordo com o que seria esperado.

NOTAS

O ácido acético glacial, na fase móvel, bloqueia a ionização da solução

Para revelar, é utilizada a ninidrina porque é um revelador químico adequado para moléculas com grupos amina (como é o caso)

As revelações devem dar manchas com dimensões, Rf's e colorações semelhantes entre o padrão e a amostra

O ácido clorídrico tem a função de regular o pH

Neste caso é usado o método iodométrico, visto que as penicilinas (como a ampicilina) não consomem iodo em solução aquosa, ao contrário dos seus derivados formados por rutura do anel β-lactâmicos (derivados do ácido peniciloico) a partir da hidrólise alcalina ou da hidrólise enzimática

A diferença entre os consumos de iodo antes e após ação de meio alcalino deverá ser diretamente proporcional à quantidade à quantidade da penicilina original intacta

O cozimento de amido só deve ser adicionado quando a coloração da solução for amarelo palha; a adição no início levaria a um aumento do consumo de iodo e iria adulterar os resultados