Resumo sobre Amiloidose

3
Universidade de Caxias do Sul Curso de Medicina Unidade de Patologia Geral Docentes: Alessandra Eifler Guerra Godoy e Isnard Elman Litvin Discente: Tâmara Osmarini dos Santos Título: Amiloidose Data: 08/05/2012 Conceito de amiloidose Refere-se a um grupo de depósitos diversos de proteínas extracelulares, que apresentam propriedades morfológicas comuns, afinidades por corantes específicos e um aspecto característico sob luz polarizada. Embora variem na sequência de aminoácidos, todas as proteínas amilóides são dobradas de tal forma que compartilham propriedades ultraestruturais e físicas comuns. Agrupa processos patológicos variados, cuja característica em todos é o depósito intracelular e na parede de vasos de uma substância hialina, amorfa, proteinácea, patológica, que com o acúmulo progressivo induz atrofia por compressão e isquemia das células adjacentes. Essa substância amilóide tem características muito especiais: 1. Tem estrutura molecular beta. 2. Cora-se em rosa avermelhado pelo vermelho congo e tem birrefringência verde quando corada pelo vermelho-congo e vista ao microscópio com luz polarizada. Outras colorações, além do vermelho-congo, também podem ser usadas: Tioflavina T Alcian blue Anticorpos específicos 3. É composta de fibrilas não ramificadas de comprimento não definido e diâmetro de 7 – 13nm. 4. É pouco solúvel. A proteína fibrilar específica, que varia com a doença subjacente, nos diferentes tipos de amilóide agora é o fator determinante na classificação do amilóide. Conjunto de componentes comuns encontrados em todos os amilóides: Componente amilóide; Blocos de construção molecular de membranas basais; Apolipoproteína E (apoE) Nem todos os amilóides são a mesma coisa e a proteína responsável pelas suas características varia significativamente. Estrutura do amilóide Todos os amilóides apresentam um aspecto ultra-estrutural semelhante, independentemente de qual proteína é responsável pelo componente fibrilar. À microscopia eletrônica, grupos de fibras são arranjados em feixes paralelos, cada grupo apresentando uma orientação diferente. Esses arranjos

description

Conceito, estrutura, classificação clínica, esquema geral, características morfológicas, características clínicas.

Transcript of Resumo sobre Amiloidose

Universidade de Caxias do Sul

Curso de Medicina

Unidade de Patologia Geral

Docentes: Alessandra Eifler Guerra Godoy e Isnard Elman Litvin

Discente: Tâmara Osmarini dos Santos

Título: Amiloidose

Data: 08/05/2012

Conceito de amiloidose

Refere-se a um grupo de depósitos diversos de proteínas extracelulares, que apresentam propriedades morfológicas comuns, afinidades por corantes específicos e um aspecto característico sob luz polarizada. Embora variem na sequência de aminoácidos, todas as proteínas amilóides são dobradas de tal forma que compartilham propriedades ultraestruturais e físicas comuns. Agrupa processos patológicos variados, cuja característica em todos é o depósito intracelular e na parede de vasos de uma substância hialina, amorfa, proteinácea, patológica, que com o acúmulo progressivo induz atrofia por compressão e isquemia das células adjacentes.

Essa substância amilóide tem características muito especiais:

1. Tem estrutura molecular beta.

2. Cora-se em rosa avermelhado pelo vermelho congo e tem birrefringência verde quando corada pelo vermelho-congo e vista ao microscópio com luz polarizada.

Outras colorações, além do vermelho-congo, também podem ser usadas:

• Tioflavina T

• Alcian blue

• Anticorpos específicos

3. É composta de fibrilas não ramificadas de comprimento não definido e diâmetro de 7 – 13nm.

4. É pouco solúvel.

A proteína fibrilar específica, que varia com a doença subjacente, nos diferentes tipos de amilóide agora é o fator determinante na classificação do amilóide.

Conjunto de componentes comuns encontrados em todos os amilóides:

• Componente amilóide;

• Blocos de construção molecular de membranas basais;

• Apolipoproteína E (apoE)

Nem todos os amilóides são a mesma coisa e a proteína responsável pelas suas características varia significativamente.

Estrutura do amilóide

Todos os amilóides apresentam um aspecto ultra-estrutural semelhante, independentemente de qual proteína é responsável pelo componente fibrilar. À microscopia eletrônica, grupos de fibras são arranjados em feixes paralelos, cada grupo apresentando uma orientação diferente. Esses arranjos

paralelos orientam os corantes específicos, e dessa forma, conferem ao amilóide a habilidade de girar a luz polarizada, uma propriedade que provoca birrefringência clássica. Quando isoladas, geralmente as fibrilas individuais consistem em dois feixes entrecruzados. Entretanto, a estrutura da fibrila e a composição do amilóide in situ parecem ser semelhantes às das microfibrilas da membrana basal. A organização secundária e terciária da proteína que constitui a fibrila amilóide foi explorada por difração por raios X e espectroscopia por infravermelho; as subunidades protéicas individuais parecem estar organizadas primariamente como uma folha cruzada dobrada em β.

Classificação clínica da amiloidose

As amiloidoses primária, secundária e familiar são geralmente doenças sistêmicas, nas quais os pacientes apresentam-se com disfunção renal ou insuficiência cardíaca. Fígado, baço, trato gastrointestinal, língua e tecidos subcutâneos também são sítios freqüentes de deposição amilóide. Por definição, a amiloidose isolada restringe-se a um único órgão.

• Amiloidose primária:

Refere-se à apresentação do amilóide novo, ou seja, sem doença alguma precedente.

• Amiloidose secundária:

É uma complicação de um distúrbio inflamatório crônico previamente existente, que pode ou não ter uma base imunológica.

• Amiloidose familiar:

Formas herdadas geneticamente de amiloidose.

• Amiloidose isolada:

Tendem a acometer sistemas únicos de órgãos.A amiloidose também pode ser classificada pelo tipo de proteína:

• Amilóide A2M

• Amilóide AL

• Amilóide AA

• Amilóide ATTR

• Outros amilóides

Esquema geral de amiloidogênese

As necessidades para amiloidogênese in vivo incluem:

1. Um agrupamento adequado de uma proteína amiloidogênica

2. Um nicho ou núcleo para fibrilogênese

3. Interações entre componentes comuns (a maioria envolvida na estrutura da membrana basal)

4. Renovação do amilóide.

Características morfológicas da amiloidose

As fibrilas de amilóide, no início de sua deposição, encontram-se em íntima associação com as membranas basais subendoteliais. Como o amilóide acumula-se ao longo de redes de estroma, os depósitos levam em consideração a armação arquitetônica dos órgãos envolvidos. As diferenças morfológicas na deposição do amilóide a partir de um órgão para o próximo refletem as diferentes organizações do estroma de cada tecido.

O amilóide acrescenta material intersticial aos sítios de deposição, aumentando dessa forma o tamanho dos órgãos afetados. Esse aumento pode ser contrabalançado pela deposição de amilóide em vasos sanguíneos, um efeito que prejudica a circulação e pode levar a atrofia do órgão.Independentemente de um amilóide ser assentado de forma sistêmica ou local, os depósitos tendem a ocorrer entre células parenquimatosas e seus suprimentos sanguíneos. O amilóide, pode, também aprisionaras células parenquimatosas, pode apresentar um efeito tóxico direto sobre essas células ou

pode interferir em sua nutrição. De qualquer forma a amiloidose provoca estrangulamento e atrofia celular.

Características clínicas da amiloidose

As conseqüências das amiloidoses são muito variáveis: os sintomas variam com a quantidade e o local dos depósitos, bem como a doença básica subjacente. Não é incomum a amiloidose ser encontrada como um distúrbio completamente inesperado, sem manifestações clinicas. As manifestações clínicas mais freqüentes se relacionam com o envolvimento renal, cardíaco e gastrointestinal

Em todas as formas sistêmicas de amiloidose, o curso do paciente é, na maioria dos casos, contínuo e fatal.

O diagnóstico clínico de amiloidose baseia-se principalmente na sua demonstração histológica em biópsia, mostrando depósitos hialinos, róseos ao HE, vermelho-congo positivos e birrefringentes à luz polarizada.

Referências

MONTENEGRO, Mario Rubens. FRANCO, Marcello. Patologia processos gerais. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2008. 320 p.RUBIN, Emanuel; FARBER, John L. Patologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 1564 p.