Resumo simpósio café esalq

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RESUMO DO III SIMPÓSIO SOBRE TECNOLOGIAS NO CULTIVO DO CAFEEIRO SUMÁRIO PALESTRA 1: Doenças e Produção de Cafeeiro – Eng. Agr. Flávia Rodrigues Alves – IB/APTA PALESTRA 2: Adubação Organomineral – Eng. Agr. Eduardo Lima de Souza – Faz. Ponto Alegre PALESTRA 3: Fertilizante de Liberação Controlada – Eng. Agr. Heitor Cantarella – IAC PALESTRA 4: Inovações Tecnológicas na Cafeicultura – Alessando S. de Oliveira – AP Agrícola PALESTRA 5: O Que Fazer Para o Café Ser Rentável ? – Eng. Agr. Celso L. Vegro – IEA PALESTRA 6: Fertilizantes Via Gotejo – Eng. Agr. José A. Quaggio – IAC PALESTRA 7: Viabilidade da Colheita Mecanizada – Eng. Agr. Rogner C. Avelar – SEBRAE PALESTRA 8: Fertilidade e Nutrição do Café – Eng. Agr. José Laércio Favarin – ESALQ/USP

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Resumo simpósio

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RESUMO DO III SIMPÓSIO SOBRE TECNOLOGIAS NO CULTIVO DO CAFEEIRO

SUMÁRIO

PALESTRA 1: Doenças e Produção de Cafeeiro – Eng. Agr. Flávia Rodrigues Alves – IB/APTA

PALESTRA 2: Adubação Organomineral – Eng. Agr. Eduardo Lima de Souza – Faz. Ponto Alegre

PALESTRA 3: Fertilizante de Liberação Controlada – Eng. Agr. Heitor Cantarella – IAC

PALESTRA 4: Inovações Tecnológicas na Cafeicultura – Alessando S. de Oliveira – AP Agrícola

PALESTRA 5: O Que Fazer Para o Café Ser Rentável ? – Eng. Agr. Celso L. Vegro – IEA

PALESTRA 6: Fertilizantes Via Gotejo – Eng. Agr. José A. Quaggio – IAC

PALESTRA 7: Viabilidade da Colheita Mecanizada – Eng. Agr. Rogner C. Avelar – SEBRAE

PALESTRA 8: Fertilidade e Nutrição do Café – Eng. Agr. José Laércio Favarin – ESALQ/USP

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PALESTRA 1: Doenças e Produção de Cafeeiro – Eng. Agr. Flávia Rodrigues Alves – IB/APTA

CONTATO: [email protected]

Tendência do mercado de café é a redução de área e aumento na produtividade com redução

na bienalidade. Principais doenças do Café: Ferrugem, Cercospora, Mancha Aureolada, Phoma

e Colletotrichum.

FERRUGEM: Condições favoráveis para início do desenvolvimento são temperaturas entre 22 e

24 ◦C e precipitação de 30 mm. Quanto maior a produção (carga alta) mais suscetível à

incidência da doença. Início da pressão ocorre em Dezembro e aumenta exponencialmente até

Julho/Agosto. Quanto maior a incidência da ferrugem menor a produção no ano seguinte

devido ao dano na gema floral e perda de folhas. Quando não controlada, a ferrugem aumenta

a bienalidade, com diferença de até 10,5 sc/ha em média segundo alguns ensaios, o que pode

representar na prática redução de 20 à 40% da produção na próxima safra. O ciclo varia de 25

à 45 dias.

Expectativa para a safra 2014/15 é de que haja explosão na ferrugem tardia, devendo-se

atenção especial ao controle preventivo, com redução do intervalo de aplicação (maior

frequência de aplicação). Recomenda-se usar fungicidas com indutores de resistência e cobre

em aplicações foliares.

CERCOSPORA: Prejudica a qualidade da bebida (gruda no tegumento), além de ser

disseminada pelo ácaro da leprose. Relaciona-se com desequilíbrio entre N(baixo)/K(alto).

Ocorre com maior frequência em solos arenosos, lavouras irrigadas, cultivos orgânicos e nas

condições do Cerrado. Condições favoráveis para o seu desenvolvimento é temperaturas

elevadas (> 25◦C) e altas precipitações, o que coincide com os meses de Janeiro e Fevereiro. O

ciclo varia de 10 à 30 dias, o que exige maior frequência de aplicação. O fungo penetra no fruto

cerca de 3 meses após o florescimento (janeiro/Fevereiro), no entanto a infestação ocorre em

Setembro/Outubro. As perdas na qualidade são ocorridas pela lesão nos frutos. Plantas com

muita carga apresentam maiores dificuldades para o controle, além de uma desfolha intensa.

Manejo da Cercospora: Evitar desequilíbrio N/K através de uma adubação balanceada;

Utilização de cultivares resistentes (Ouro Verdem Catuaí IAC 85, Catuaí SH3); Maior frequência

de aplicações de fungicidas com Triazol + Estrobirulina; Aplicações mensais (parceladas) de

cobre foliar em Novembro/Dezembro/Janeiro/Fevereiro.

MANCHA AUREOLADA: Causada pela bactéria Pseudomonas syringae, com maior ocorrência

nos últimos 4 anos, devido a problemas com manejo e qualidade das mudas. Tem relevada

importância no sistema Safra Zero, após as podas, pois é favorecida em tecidos jovens. Em

geral, sua ocorrência é predominantemente em locais com maiores altitudes e alta velocidade

de vento, ocasionando ferimentos por onde ocorre a penetração da bactéria. Quando há

chuva de pedras associada a ventos fortes é maior a intensidade da doença. O ciclo é curto (6 à

10 dias) em condições favoráveis. A bactéria consegue penetrar na flôr, porém os frutos

pequenos continuam sendo os mais susceptíveis a penetração da bactéria.

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A utilização de quebra ventos é de extrema importância em regiões de elevada altitude e

ventos fortes, e junto com hidróxidos e óxidos de cobre ajudam na redução da infestação na

planta. O controle químico não é tão eficaz devido ao agente ser bactéria.

A escolha do cultivar é fundamental para o manejo da doença em áreas com potencial de

infestação. Mundo Novo, Bourbon Vermelho e Amarelo são considerados cultivares muito

susceptíveis, enquanto que, Catuaí e Obatã apresentam média susceptibilidade à doença. O

manejo baseia-se em evitar o contato da bactéria com os tecidos novos (mais suscetíveis)

através de quebra ventos, plantio em áreas de menor altitude, aplicações de Cobre pós

colheita/início das brotações novas. A doença está presente na lavoura durante o ano todo, no

entanto, sua importância ocorre principalmente no estágio de flores alfinetes e brotações.

Recomenda-se aplicar Cobre na concentração de 1 Kg/ha na calda, além de reduzir o intervalo

entre aplicações em períodos chuvosos, situação em que o Cobre é lavado.

MANCHA DE PHOMA: Doença regionalizada em regiões com temperaturas mais baixas (12 à

22◦C) e menores umidades. Predomina no Brasil a Ascochyta coffea, hoje chamada de Phoma

tarda. A principal diferença do sintoma em relação a mancha aureolada é que as lesões ocorre

na ponta dos ramos, enquanto que a aureolada ocorre no ponteiro. Devido a sua

característica, não aparece Phoma no verão (altas temperaturas). O ciclo para incubação é

muito curto (6 à 10 dias).

ÉPOCA DE MAIOR IMPORTÂNCIA DAS DOENÇAS:

CONCLUSÕES: Na safra 2014/15 deve se atentar à Ferrugem tardia através de

monitoramentos constantes e controles mais frequentes. Acertar o momento de tratamento e

equilíbrio da adubação de Nitrogênio e Potássio.

D J F M A M J J A S O N D

Época Ideal de Controle

Época Ideal para desenvolvimento da doença

FERRUGEM

CERCOSPORA

AUREOLADA

PHOMA

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PALESTRA 2: Adubação Organomineral – Eng. Agr. Eduardo Lima Sousa – Faz. Ponto Alegre

CONTATO: [email protected] / (35) 9852-6840 – Cabo Verde/MG

Definição de Organomineral: É a mistura/combinação de fertilizante orgânico humificado,

turfa ou linito com fertilizante mineral, tendo como produto final um fertilizante de liberação

lenta ou disponibilidade controlada, melhorando a eficiência agronômica dos minerais para as

plantas. Na legislação, os organominerais devem obedecer ao seguinte requisito:

Eficiência dos fertilizantes orgânicos em relação ao mineral:

Orgânico é condicionador do mineral, o que ocorre em função da maior CTC, maior pH, maior

superfície específica, maior Capacidade de Retenção de Água e maior formação de quelatos.

EQUAÇÃO DA NUTRIÇÃO

M(fertilização) = {[M(vegetação) + M(produção)] – M(disponibilidade no solo)} x f

Quando f é maior que 1 compensar as perdas devido a volatilização de N, S e Se; Lixiviação de

N, K, S, B, Cl e Se; Fixação de P, K, N, B, Co, Cu, Fe, Mn, Zn, Mo e Ni; por erosão considerar

todos os elementos.

PORQUE ADUBAR ?

Para repor quantidade de nutrientes exportados pela cultura e recompor perdas e interações

que ocorrem no sistema (70% do K fica na casca do café). Observação: Para cada 1 sc de café

beneficiado produz 1 sc de palha (importância do K).

QUANTO ADUBAR ?

A quantidade de organomineral será definida pelos critérios técnicos embasados em análises

de solo, folha, carga e idade da lavoura. Pode se fazer uma redução de 30, 50 e 30%

respectivamente em N, P e K no balanço nutricional para a cultura. Em média, para uma

produção de 40 sc/ha são exigidos pela planta cerca de 208 Kg de N, 30 Kg de P e 142 Kg de K.

Umidade (%) máximo 30%

C orgânico mínimo 8%

pH mínimo 6

Soma NPK > 12

Margem Tolerância 10%

Mineral Orgânico

Nitrogênio 60% 50%

Fósforo 12% 60%

Potássio 60% 100%

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QUANDO ADUBAR ?

Por se tratar de fertilizante de liberação lenta, recomenda-se antecipar as aplicações ao início

do período das chuvas. Ideal logo após a colheita. Dependendo da fertilidade natural e textura

do solo, recomenda-se aplicar em uma única vez ou em até 2 parcelamentos. Solos mais

arenosos e com CTC menor fazer o parcelamento em 2x.

ONDE ADUBAR ?

Posicionar em ambos os lados da planta. A maneira e localização do fertilizante organomineral

é idêntica a recomendada para o fertilizante mineral. Deve-se procurar atingir as radicileas

novas, onde há maior eficiência na absorção da solução do solo (com nutrientes). Aplicar

organomineral preferencialmente em condições de céu limpo (sem chuvas e muitas nuvens)

ou muito orvalho. Evitar aderência da substância na folha, o que pode ocasionar queima. Um

bom exemplo de aplicação eficiente desse tipo de composto é a moto com distribuidor, muito

utilizado na região de Nova Resende/MG, ao passo que a distribuição através de pessoas (a

lanço) é pouco eficiente além de permitir excessos de aplicação em algumas áreas. O

rendimento na situação Sul de Minas é de em média 1000 Kg/homem/dia. O custo do

fertilizante organomineral é semelhante ao mineral, no entanto sua maior eficiência de

utilização pela planta compensa a maior atenção que deve ser dada a esse tipo de aplicação.

CALAGEM: No sistema organomineral tende a reduzir a necessidade após alguns anos de

utilização. No estudo de caso, após 9 safras utilizando-se fertilizante organomineral houve

redução de 2/3 do calcário. Para aumentar 1 mg/dm³ de M.O é preciso em média 50 toneladas

de esterco de galinha por hectare, considerando a densidade do solo = 1g/cm³. Observou

também aumento na CTC do solo, no P lábil, além de maior teor de N na folha.

VANTAGENS DO ORGANOMINERAL

Produto de liberação lenta; Redução dos custos de operação; Melhora as propriedades físicas

do solo; Contribui para atividade biológica do solo; Reduz fixação de P no solo; Maior

enraizamento e resistência à seca; Menor demanda de calcário; Melhor logística de

distribuição no campo; Melhor qualidade da bebida;

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PALESTRA 3: Fertilizante de Liberação Controlada – Eng. Agr. Heitor Cantarella – IAC

CONTATO: [email protected]

A eficiência do uso do Nitrogênio pelo café depende do manejo do sistema e efeito da

irrigação.

Imobilização não é perda, mas sim não disponibilização imediata à planta. O NO3- quando

presente nesta forma no solo pode sofrer lixiviação, percolando junto com a água através do

perfil do solo. Dessa forma, recomenda-se parcelar a adubação nitrogenada quando a fonte

principal for o Nitrato (NO3-).

O NH4+ (Amônio) pode sofrer volatilização, processo que ocorre principalmente em solos com

pH alto: NH4+ em solo ácido NH3 + H+: vira amônia que é muito volátil. A utilização de uréia

promove perdas por volatilização de NH3 em todas as condições de solo. Dessa forma, a

utilização de Uréia é menos eficiente do ponto de vista agronômico em relação a fontes de

Nitrato e Sultato de amônio, devido a volatilização da amônia. A desnitrificação (produção de

N2O) ocorre em condições anaeróbicas (sem oxigênio disponível à bactérias), geralmente em

solos inundados, o nitrato é consumido de 2 à 7 dias. No entanto, pequena quantidade

também ocorre durante a nitrificação (condição aeróbica).

MEDIDAS PARA REDUZIR PERDAS DE NITROGÊNIO

Utilização de fontes alternativas de N e/ou fertilizantes de eficiência aumentada como:

A) Fertilizantes de liberação lenta: Recobertos, encapsulados ou insolúveis

B) Fertilizantes estabilizados: contêm aditivos ou inibidores de reação enzimática

Os principais objetivos da utilização deste tipo de fertilizantes são:

-Reduzir problemas com excesso de N (poluição de lençóis freáticos);

-Fornecer nutrientes acompanhando a necessidade da planta ao longo de seu

desenvolvimento;

-Reduzir a necessidade de parcelamento;

-Reduzir perdas por ineficiência e imobilização;

A) FERTILIZANTES NITROGENADOS DE LIBERAÇÃO LENTA

-Uréia Formaldeido (UF) = 38% de N

-Isobutilidene Diuréia (IBDU) = 31% de N

Fertirrigação Convencional

Nitrogênio 80% 50%

Fósforo 70% 30%

Potássio 80% 60%

Page 7: Resumo simpósio café esalq

-Crotonilidene Diuréia (CDU) = 32% de N

FERTILIZANTES NITROGENADOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA

-Uréia Recoberta com Enxofre e Cera (SCO): para ser liberada a cera deve ser degradada por

microorganismos. Fendas na estrutura cristalina do S permite a liberação controlada do N.

Falhas na estrutura de cobertura podem danificar o produto quando empilhado em excesso,

FERTILIZANTES NITROGENADOS DE SOLUBILIDADE CONTROLADA

-Cobertura com polímeros de resina sintética o que promove a permeabilidade controlada e

associação com outros nutrientes no mesmo grânulo:

I) A água penetra no grânulo pelos poros do polímero

II) A dissolução dos nutrientes aumenta a pressão osmótica

III) Liberação dos nutrientes de acordo com as condições de Temperatura (quanto

maior mais rápida ocorre)

Os produtos de liberação controlada estão com muitos resultados positivos na literatura,

dentre eles estão a dispensa do parcelamento. No entanto, há casos de falhas no

recobrimento dos grânulos e condições de solo/clima que não favorecem a liberação dos

nutrientes antes ou depois do pretendido.

RELAÇÃO DE PREÇOS X CONVENCIONAL

-Custo do polímero é de 10 à 30 vezes o custo do fertilizante em si.

-Em geral, a participação de fertilizante liberação lenta comparando com o mercado

convencional é de 0,19% do mercado.

B) FERTILIZANTES ESTABILIZADOS

Basicamente há dois tipos desse fertilizante: os inibidores de nitrificação e inibidores de urease

INIBIDORES DE NITRIFICAÇÃO: Visam interromper a transformação do amônio em nitrito, e

manter o N na forma amoniacal por um período maior de tempo. São de diversos compostos

como Nitropirina, Diacinodiamida, DMPP. Em solos leves (arenoso) possuem efeitos positivos

evitando a lixiviação de nitrato, além de oferecer flexibilidade e alternativas no manejo como

antecipação, redução e parcelamento das doses.

INIBIDORES DA UREASE: bloqueiam a reação de hidrólise da uréia. Principais tipos de

compostos são as triamidas fosfóricas, CHPT, NBPT e PPDA, com destaque para a NBPT, que foi

lançada em 1996 nos EUA. O interesse no produto no Brasil ocorreu devido a importância da

Uréia, que representa cerca de 60% de toda a adubação de N no mercado. Possuem

estabilidade de 3 à 7 dias nas condições de clima do Brasil. Em temperaturas mais baixas o

efeito do NBPT é mais duradouro. O pico de perda da uréia ocorre de 3 à 5 dias após a

aplicação. Com esses inibidores há o bloqueio da redução da volatilização por até 10 dias,

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protegendo a liberação. É possível uma maior eficiência de uso, especialmente devido a

redução das perdas por volatilização.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os produtos de liberação lenta/controlada ainda são considerados produtos de nichos de

mercado.

A casca contêm 40% do N e 55% do K do fruto.

O Nitrogênio é fundamental para a formação de ramos (estimula crescimento). Em plantas

adultas, ocorre a produção de 2 Kg de Matéria Seca/Planta por ano que normalmente é a

produção de novos ramos, o que gera em um hectare cerca de 8 toneladas por ano de matéria

seca.

Mais de 50% do N da parte aérea da planta vem do solo. Boa parte do N fornecido via

fertilizante fica no solo na M.O.

QUANDO É VIÁVEL REDUZIR DOSES DE N ? Quando o aumento da eficiência implica em

redução de perda para o ambiente (ex: menores perdas por volatilização de amônia e menores

lixiviações de nitrato). É difícil dimensionar perdas, pois estão geralmente associadas a fatores

ambientais.

QUANDO É ARRISCADO REDUZIR DOSES DE N ? Quando os ganhos com redução não são

apropriados para o agricultor. Redução de doses pode implicar em redução do estoque de

nutrientes no solo (diminuição da fertilidade em médio prazo). Normalmente as doses

recomendadas estão próximas a exportação. O fósforo tem longo efeito residual, o potássio

também é retido com exceção em solos arenosos e bem drenados. O nitrogênio é acumulado

na fração orgânica e é responsável pelo suprimento das plantas em longo prazo.

COMO PAGAR PELA TECNOLOGIA DOS FERTILIZANTES DE EFICIÊNCIA AUMENTADA ?

Considerar o custo extra como seguro contra perdas. O preço não pode ser muito diferente

das opções de manejo de outras fontes. Compensar com conveniência ou reduções de outros

custos, além de facilidade na operação e economia com equipamentos, mão de obra e tempo.

Fruto Todo Casca EXTRAÇÃO

% do Fruto kg/ton café beneficiado

N 165 65,5 99,1 60 39,7

P 10 4,5 5,6 56 2,4

K 185 103,1 81,4 44 44,5

Ca 26 16,1 9,6 37 6,3

Mg 12 3,7 8,2 68 2,9

S 12 5,6 6,5 54 2,9

Quantidade Exportada

Café com 8 anos. Produção 4200 kg/ha; média de 10 cultivares

CONTEÚDO DE NUTRIENTES

kg/ha

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PALESTRA 4: Inovações Tecnológicas na Cafeicultura – Alessando S. de Oliveira – AP Agrícola

CONTATO: AP Agricola e CPAP – Piumhí/MG

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Valor do agronegócio: representa 32% dos empregos, 41% das exportações e 23% do PIB. 1 a

cada 3 reais gerados no país se deve ao agronegócio.

PRINCIPAIS DIFICULDADES E DESAFIOS NA CAFEICULTURA

Leis ambientais e trabalhistas; Escassez e elevados custos com mão de obra qualificada;

Maquinário ultrapassado; Produzir qualidade; Gestão da propriedade e venda do produto;

Logística pouco eficiente e cara; Água para irrigação e lavouras de sequeiro (Catuaí e Icatu são

os piores materiais para resistir a seca);

PARADIGMA – QUESTÕES ATUAIS

-ÁGUA: Secas e prejuízos no armazenamento e retenção de água no solo;

-GESTÃO: Lucro em épocas de crise; Interpretação de dados; Custo da produção;

-PESSOAS: Treinamento dos colaboradores; Treinamento das lideranças;

-CONSERVAÇÃO DO SOLO: Preparo para suportar chuvas; Controle de erosão e nutrição;

-MECANIZAÇÃO: Qualidade das operações de pulverização, colheita; adubação e podas;

VANTAGENS DO SISTEMA SAFRA ZERO

-Redução de 50% do uso de máquina no chão e uso de colheita de árvore. Colheita no chão é

muito cara.

-Redução da perda de água evaporada do solo (carreador) com manutenção de vegetação;

-Maior recuperação do sistema radicular, promovendo maior tolerância a seca e maior

renovação de raízes secundárias.

SISTEMA AP ROMERO

-Podar cedo e tratos culturais no momento correto;

-Adubação em área total favorecendo maior produção de M.O pela brachiária entre linha.

Parcelar em 3 aplicações sendo a primeira em Agosto, segunda em Outubro e a última em

Abril.

-Plantio de Brachiária na entre linha: maior eficiência no uso da água (economia de 108

mm/mês devido a redução de evaporação) e redução na temperatura do solo devido a

cobertura.

Page 10: Resumo simpósio café esalq

-Utilização de maquinário que permite colheita sem retirar a brachiária e evitar derrubar café

no chão (alto custo para varrer e colher depois);

-Redução de 50% do volume de calda nas aplicações: para café usar 150L/ha, para cereais

30L/ha. Utilizar produtos que aumentem a proteção das gotas e melhoram a tecnologia de

aplicação;

-Minimizar efeito do glifosato e teste de compatibilidade de produto (ver reação em um litro)

-Beneficiar café por Via Seca;

-Gotejo enterrado com aplicações de trifluralina em doses baixas para evitar penetração de

raízes do cafeeiro nos tubos de irrigação;

PROGRAMA DE SOLUÇÕES PARA GESTÃO

Foco na formação e engajamento da equipe, desenvolvimento dos processos e

regulamentação para cada funcionário além de premiação para os melhores funcionários.

Utilização de ferramentas de controle da operação.

Page 11: Resumo simpósio café esalq

PALESTRA 5: O Que Fazer Para o Café Ser Rentável ? – Eng. Agr. Celso L. Vegro – IEA

CONTATO: [email protected]

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGRICULTURA

É uma atividade que envolve os riscos: Climatológico; Preços de comercialização baixos e

Preços de insumos altos. É imprevisível a longo prazo. Considera-se que pode ser projetada

apartir do passado e construir um cenário futuro, pois o conhecimento sobre as situações

futuras e expectativas podem ser falíveis.

PROCESSO DECISÓRIO SOBRE INVESTIMENTO NA AGRICULTURA

Todo investimento possui suas singularidades, devendo-se calcular as probabilidades de

sucesso e fracasso, além de possuir relevado conhecimento sobre o negócio e sistema de

produção. No entanto o conhecimento é flutuante, vago e incerto. O que é determinante para

o sucesso do investimento é a análise do rendimento futuro esperado X custo de produção, o

que resultará na rentabilidade do negócio. Portanto a rentabilidade do cafeicultor deve ser

obtida apartir da mitigação dos riscos envolvidos ao negócio café (produção, crédito, mercado)

+ convivência com as incertezas (clima, política econômica, liquidez);

CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS

PRODUÇÃO: Clima; Praga; Doenças;

CRÉDITO: Descumprimento de contratos;

MERCADO: Volatilidade das cotações;

OPERACIONAL: Erros humanos / tecnológicos;

LEGAL: Transações não amparadas por legislação;

LIQUIDEZ: Transação consumada em razão dos preços e quantidades do comprador;

RISCO DE PRODUÇÃO

O principal fator que levou a má formação dos frutos na safra 2014/15 foi a alta temperatura

aliada a alta incidência de radiação solar (baixa nebulosidade entre os meses de Janeiro,

Fevereiro e Março). Para a Safra 2015/16 espera-se repetir o ciclo de baixa resultando em um

déficit no suprimento global e consequente consumo dos estoques. Espera-se uma disputa

pelas melhores ofertas (café de qualidade).

O manejo agronômico adequado de cada talhão, de acordo com sua condição e situação é

necessário. Renovação de áreas pouco produtivas, utilização de cultivares mais tolerantes a

estresses hídricos e temperaturas elevadas, adequação do adensamento populacional visando

reduzir temperatura do solo e melhorando microclima entre os ramos produtivos. Também é

Page 12: Resumo simpósio café esalq

recomendável utilização de quebra ventos, arborização, terraços e subsolagem, manejo do

mato entre linha, gessagem e calagem e outras práticas de otimização dos recursos hídricos.

Cafés de peneira alta (>17) serão cada vez mais disputados no mercado. Nesta safra, a

anomalia climática produziu grãos menores. Sabe-se que não foi o déficit hídrico que causou o

chochamento dos grãos, mas sim a baixa nebulosidade (alta incidência de radiação solar

direta) nos grãos em desenvolvimento;

RISCO DE MERCADO

A formação dos preços possui 2 alicerces:

A) Flutuação nos Preços – Fundamentos:

Balanço entre oferta e demanda;

Formação ou consumo de estoque;

Sazonalidade

B) Ações de Investidores – Especuladores:

Fundos privados;

Fundos soberanos (Dinheiro do País);

Exportadores e Industrias do setor;

Pequenos investidores

O consumo mundial de café cresce 2,5% ao ano, e o setor passa por alguns desafios nesta safra

de 2014/15 como as altas precipitações (monções) no mercado asiático, especialmente

Indonésia. Na América Central, em especial Colombia, está havendo altas infestações com

ferrugem. O Brasil, maior produtor mundial sofreu com a falta de água nas regiões produtoras,

onde choveu apenas 40% do esperado para o ano. Se o mundo parasse de produzir café hoje,

haveria estoque para 4 meses de consumo apenas. O estoque hoje é cada vez mais “Just in

Time” ou de acordo com a demanda momentânea.

ALTERNATIVAS PARA MITIGAR O RISCO DE MERCADO

Contratação de Hedge: Proteção contra oscilação de preços nas commodities devido a

variação do dólar;

Cédula do Produto Rural (CPR) – Física e Financeira; Quando a taxa selic está em alta paga-se

mais para ter CPR, pois o desconto é sobre o título.

Derivativos financeiro (Bolsa de Valor) – Contrato futuro X contrato de opções;

Especificações de Contratos:

Atributos de qualidade do produto a ser entregue;

Ajustes diários (mercado futuro);

Taxa e emolumentos como certificações e registros dos contratos;

Recolhimento do prêmio para quem tem o contrato na mão;

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DIMINUIÇÃO DOS RISCOS NA CAFEICULTURA

-Soluções Agronômicas

-Soluções Econômicas

-Organização Social (Participação; Cooperativa; Sociedades)

-Gestão:

Orçamentária

Supervisão / Controle

Avaliação do cenário e tendências futuras

Estratégias comerciais: Vender para produzir e não produzir para vender

Page 14: Resumo simpósio café esalq

PALESTRA 6: Fertilizantes Via Gotejo – Eng. Agr. José A. Quaggio – IAC

CONTATO: Instituto Agronômico de Campinas - Campinas/SP

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Dificuldade no diagnóstico da fertilidade do solo em café formado devido a enorme

variabilidade em termo da linha do café (horizontal e vertical). Nota-se também maior

acidificação no local de aplicação de N, o que sugere-se que a amostra de solo deve ser dentro

e fora da saia (misturar as duas) do café. Outra observação é a elevada acidificação no bulbo

de molhamento em lavouras fertirrigadas por gotejo. A utilização de alguns defensivos

principalmente a base de Cobre em um período muito próximo da análise de folhas estão

resultando em resíduos deste nutriente o que causa a impressão de falsa disponibilidade.

CRITÉRIOS PARA RECOMENDAÇÃO DA GESSAGEM

Saturação de Alumínio (m > 40%)

Saturação por base (V% < 25%)

Gesso em Kg/ha = 60 x teor de argila (%)

PADRÕES PARA INTERPRETAR FERTILIDADE DO SOLO - MACRONUTRIENTES

PADRÕES PARA INTERPRETAR FERTILIDADE DO SOLO – MICRONUTRIENTES

Ajustar na classe média os valores dos elementos.

CLASSES P Resina Potássio Magnésio V%

mg/dm³ %

Muito Baixo <6 <0,8 - <26

Baixo 6 à 12 0,8 à 1,5 <4 26 à 50

Médio 13 à 30 1,6 à 3,0 4 à 8 51 à 71

Alto >30 >3,0 >8 >70

mmolc dm³

CLASSES S-SO4 B Cu Mn Zn

Baixo <10 <0,6 <2 <3 <2

Médio 10 à 20 0,6 à 1,2 2 à 6 3 à 6 2 à 5

Alto >20 >1,2 >6 >6 >5

mg/dm³

Page 15: Resumo simpósio café esalq

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE NUTRIÇÃO DO CAFEEIRO

O segundo elemento mais importante para o café é o Zinco, depois do Nitrogênio. Sabe-se que

há grande relação entre Zn e N. O Zn estica internódio. As recomendações de Boro estão

sendo revistas devido a alta retenção deste elemento por algumas argilas, além do intervalo

de sensibilização da planta do ótimo com excesso ser muito curto. Boro tem importância na

desintoxicação da planta através de oxidases de fenol e carreação de alguns aminoácidos até

porções superiores e tecidos novos. Zonas de produção com maior altitude e menor

evapotranspiração exigem solos com > teores de Boro devido a redução na sua absorção pela

planta, naturalmente pelo menor fluxo de água para a planta.

Adubação foliar com Magnésio é recomendada em condições de altas adubações de Potássio

para manter a relação K/Mg adequada. Apenas a Calagem não basta para suprir todo o Mg

para a planta de café. A extração dos nutrientes por kg de saco de café é na ordem de 2kg/sc

de N, 3,2 kg/sc de K, 250 g/sc de P e 200 g/sc de S;

Portanto, a recomendação da adubação deve ser baseada na quantidade de cada nutriente

extraído + produtividade esperada + nível de fertilidade no solo, considerando ainda as perdas

naturais por ineficiência na absorção (perdas por lixiviação e volatilização) e imobilização de

alguns nutrientes por argilas e outros componentes do solo;

EQUILÍBRIO IÔNICO NAS PLANTAS

Alguns estudos mostram que o somatório de cátions e ânions dos nutrientes que a planta

absorve além da forma como o utiliza varia em anos de safra alta e baixa, principalmente para

alguns elementos como Potássio e Nitrogênio (consumo de luxo em ano de baixa por ambos

elementos), indicando algumas considerações dentre as quais:

Em solos tropicais não é recomendável usar fertirrigação em 100% da área devido a

possibilidade de acidificar demasiadamente o solo; Quando o pH do solo fica muito ácido há

um aumento nas atividades das bactérias nitrossomonas e Nitrobacter, que reduzem o nitrato

a nitrito.

De modo geral, café absorve Nitrogênio principalmente na forma amoniacal resultando em

uma acidificação natural do solo pela liberação de prótons (H+); Dessa forma, para trabalhar

com fertirrigação, é preciso mudar as fontes, do contrário, ao se utilizar uma fonte amoniacal

na fertirrigação, alguns estudos monstraram que com apenas um ano aplicando 450 Kg de N

uréia) o pH ao redor do bulbo foi de 8 para 3.

O pico de conteúdo de Nitrogênio na seiva do café ocorre em meados de setembro, época da

floração. No interior da planta, 23% do N esta na forma mineral (Amoniacal e Nitrato) e 77%

está na forma de aminoácido. Sabe-se também que existe 70x mais K do que Ca.

Ca+2 K+ Mg+2 Σ+ N SO4-2 H2PO4- Σ- (C+ -A-)-N

CARGA ALTA 625 480 481 1586 2279 127 39 2445 -859

CARGA BAIXA 615 616 337 1568 2586 138 50 2774 -1206

ANIONSCATIONS

mmolc kg-1

Page 16: Resumo simpósio café esalq

Há grande sinergia entre irrigação e nutrição (fertirrigação) no cafeeiro. Alguns estudos

mostram produtividades que superam 100 sc/ha no sistema safra zero.

Em clima quente a cultivar Mundo Novo cresce demais, atingido as vezes porte superior a 4m.

Os cultivares Catuaí apresentam bom desenvolvimento sendo mais recomendos para áreas

quentes fertirrigadas devido a menor intensidade de crescimento que o Mundo Novo,

facilitando o manejo e podas.

O maior problema da fertirrigação é a concentração muito grande de nutrientes em um

pequeno espaço, promovendo excesso de sais e acidificação do solo na proximidade do buldo

de irrigação e consequentemente raízes. Não é recomendado a utilização de solução com

condutividade elétrica (CE) superior à 2,0 mS/cm³. Café é uma planta muito sensível ao ânion

cloreto (Cl-), sendo algumas vezes necessário utilizar Ca+² para neutraliza-lo.

A relação ideal de Nitrato/Amônio na solução de fertirrigação é com a utilização 20% de fonte

Amoniacal (NH4+) e 80% de fonte com NO3, sendo que desses 80%, metade com Nitrato de

Cálcio e metade com Nitrato de Potássio.

AMOSTRAGEM DE SOLO EM SISTEMAS COM FERTIRRIGAÇÃO

Realizar preferencialmente a cada 2 anos na posição 30 cm do gotejo. No entanto realizar todo

ano a amostragem tradicional no meio da entre linha.

RESUMO

-Não aplicar todo fertilizante via fertirrigação: Recomenda-se aplicar até 50% do N e K via

fertirrigação, sendo que desses 50%, 20% seja na forma de Nitrato de Cálcio e 20% seja na

forma de Nitrato de Potássio.

-Aplicar 70% do N e do K até Dezembro;

-Utilizar adubação sólida antes da floração, sendo 60% antes da primeira e o restante antes da

segunda florada;

-Aplicar calcário debaixo da saia do café;

-Realizar maior parcelamento possível das doses de fertilizantes;

-Em anos de baixa produção fazer adubar preferencialmente em uma única parcela, com 60%

do valor da adubação do ano de alta produção, ou apenas fazer a fertirrigação;

-Não é interessante usar mais de 70 Kg de nutriente na adubação ou parcelamento;

-Não realizar fertirrigação no período das águas (desnecessário), voltar a fertirrigação após

fevereiro;

-Recomenda-se aplicações foliares dos nutrientes Zn, Cu, preferencialmente nas fontes de

sulfato de bom grau de moagem.

-Armazenar nutriente na biomassa e não apenas no solo;

Page 17: Resumo simpósio café esalq

PALESTRA 7: Viabilidade da Colheita Mecanizada – Eng. Agr. Rogner C. Avelar – SEBRAE

CONTATO: [email protected] / (34) 9989-2856 – Monte Carmelo/MG

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O custo de 1cv equivalente a homem é de R$107,00/h, enquanto que o custo de 1cv

equivalente a um trator de 60cv é de R$ 60,00 ou 1cv = R$ 1,00/h.

Considerando-se o Cerrado de MG, o custo total por hectare de uma lavoura de café está em

R$ 11.406,06. O custo total por saca está em R$ 276,66 e a produtividade média 41,23 sc/ha.

Com relação a distribuição dos gastos operacionais, a colheita representa cerca de 14% do

custo total; A adubação de solo 30% e o controle de pragas e doenças 13%;

O custo médio da colheita em Minas Gerais é de R$ 1415,12 e varia dentre as diversas regiões

produtoras:

Cerrado: R$ 1178,12

Sul de Minas: R$ 202,91

Zona da Mata: R$ 4161,52

DESAFIOS PARA A NOVA CAFEICULTURA: Redução dos custos operacionais

COLHEITA

Representa de 15 à 40% dos custos operacionais efetivo de uma lavoura de café;

Época de maior contratação de temporários;

Envolve o máximo de infraestrutura da propriedade;

Reflete diretamente a qualidade final da bebida;

VANTAGENS DA COLHEITA MECÂNICA

Redução dos custos operacionais

Redução do período de realização da colheita

DESEMPENHO OPERACIONAL DA COLHEITA MANUAL – 1 MEDIDA = 60 LITROS DE BEBIDA

TEMPO DERRIÇA 56 min/medida

TEMPO VARRIÇÃO 9 min/medida

TEMPO ABANAÇÃO 12 min/medida

TEMPO TOTAL 77 min/medida

DESEMPENHO OPERACIONAL 5 medidas/homem/dia

Page 18: Resumo simpósio café esalq

COMPARAÇÃO ENTRE CUSTOS COLHEITA MANUAL E MECÂNIZADA

MANUAL:

MECANIZADA:

Durante a operação da colheita mecanizada, cerca de 85% dos frutos são efetivamente

colhidos, enquanto que do restante, 5% caem no chão e 10% não é retirado do pé de café,

ficando para repasse. O custo médio do repasse é de R$ 0,10 por planta. Mesmo com o aluguel

de máquina, a operação mecanizada ainda é vantajosa, sendo que em média o aluguel da

máquina por hora está em torno de R$ 200,00/h.

COMO MEDIR O RENDIMENTO OPERACIONAL

Capacidade de Campo Teórica (h/ha)

CT = 1/{Velocidade (m/h) x Espaçamento (m) / 10000}

Capacidade de Campo Efetiva (h/ha)

CE = 1/{Área (ha) / Tempo Total de Campo (h)}

Produção Lavoura 30 sc/ha 35 sc/ha

Desempenho Operacional 5 med/H/dia 6 med/H/dia

Volume Colhido 240 med/ha 280 med/ha

Capacidade Operacional

Custo Operacional Líquido R$ 60,00/H/dia

Custo Encargos (43%) R$ 25,80/H/dia

Custo Operacional R$ 85,80/H/dia

Custo Total R$ 4.118,40/ha R$ 4.004,00/ha

Custo Parcial R$ 17,16/med R$ 14,30/med

48 Homens/dia/ha

Produção Lavoura 30 sc/ha 35 sc/ha

Desempenho Operacional 55 med/H/dia 60 med/H/dia

Volume Colhido 240 med/ha 280 med/ha

Capacidade Operacional

Custo Total da Colhedora

Custo Total R$ 744,00/ha R$ 744,00/ha

Repasse (15%) 36 med/ha 42 med/ha

Custo Medida (Repasse) R$ 10,44/med R$ 8,95/med

Custo Repasse (R$ 0,10/pl) R$ 376,00/ha R$ 376,00/ha

Custo Final R$ 1120,00/ha R$ 1120,00/ha

Custo Parcial Mecanização R$ 4,66/med R$ 4,00/med

Custo Operacional Aluguel Colhedora

Colhedora Repasse R$ 1176,00/ha R$ 1176,00/ha

Custo Parcial Mecanizacão Alugada R$ 4,90/med R$ 4,20/med

4,0 h/ha

R$ 186,00/h

R$ 200,00/h

Page 19: Resumo simpósio café esalq

Eficiência de Campo (%)

EfC = Capacidade Campo Efetiva / Capacidade Campo Teórica

INFLUÊNCIA SOBRE EFICIÊNCIA

Embuchamento

Parada para abastecimento

Manobras

Descarregamento

Capacidade de armazenamento

FATORES QUE INFLUENCIAM NA COLHEITA DO CAFÉ

- Planta:

Material Genético

Maturação e Uniformidade de Maturação

- Máquina:

Vibração

Velocidade Operação

Distribuição da Vareta

Regulagem dos Freios

- Infraestrutura Pós-Colheita:

Quantidade de Terreiros

Lavadores

Descascadores

Secadores

FORÇA DE DESPRENDIMENTO DOS FRUTOS

O melhor momento (rendimento operacional) para entrar com a colhedora é cerca de 30 dias

após o início da maturação. Existe alguns aparelhos no mercado que medem a força do

desprendimento do fruto no ramo, o que pode facilitar o gerenciamento do momento de

colheita.

PARÂMETROS DA DERRIÇA MECÂNICA

Sistema Vibratório da Colhedora:

Frequência de vibração (regulável) – Ideal entre 500 à 950 ciclos por minuto

Amplitude de vibração (fixo) – depende do fabricante

Impacto da vareta no ramo/grão – depende da regulagem do freio

Page 20: Resumo simpósio café esalq

Tempo da vibração (regulável) – Ideal entre 650 à 1600 m/h (Quanto mais rápido, mais

café cai no chão = maior a necessidade de realizar repasse)

Derriça dos Frutos

Verdes – Impacto da vareta

Cereja e Passa – Impacto da vareta e vibração

Seco – Vibração

Colheita Seletiva

Ideal é andar mais rápido e vibrar menos

REGULAGEM PARA COLHEITA DE LAVOURA NOVA (PRIMEIRA E SEGUNDA SAFRA):

Verificar o aspecto nutricional da lavoura

Posicionamento das varetas (onde não tem café não precisa de vareta)

Proteção das varetas com mangueira – 10 à 15 cm, não precisa revestir a vareta inteira

(redução dos danos aos ramos e frutos)

Vibração ideal entre 450 e 700 ciclos/minuto

Velocidade operacional ideal entre 1000 e 1600 metros por hora

Freios (peso das varetas ao ser tracionada) – 8 Kg

Comprimento de varetas – 500 mm espaçadas entre 5 e 10 cm

Aonde não tem café não precisa de vareta

REGULAGENS ADEQUADAS

FMS = (Vibração / Velocidade) = ciclos por metro

FMS varia de 0,5 à 1,0

Recomenda-se:

Colheita seletiva quando FMS estiver entre 0,5 e 0,7

Colheita plena quando FMS estiver entre 0,8 e 1,0

Page 21: Resumo simpósio café esalq

PALESTRA 8: Fertilidade e Nutrição do Café – Eng. Agr. José Laércio Favarin – ESALQ/USP

CONTATO: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Departamento Produção Vegetal

CONSIDERAÇÕES SOBRE POTÁSSIO E MAGNÉSIO

A cada 94 Kg de K2O que se aplica, equivale a 0,1 cmolc/dm³ de K.

Deficiência de Mg aparece devido a uma base muito baixa de Mg e alta de K.

ESCOLHA DO CALCÁRIO

O pH nos primeiros 5 cm é normalmente alto (>6,0), o que provoca a volatilização de uréia e

redução da reação do calcário que se encontra em um local com pH alto. Calcário que tem

reatividade menor recomenda-se utilizar na implantação da cultura. Já para lavouras em

produção, não deve ser utilizado calcário com PRNT baixo, sendo recomendado utilizar calcário

com reação imediata. Nas condições de pH em torno de 6,0, ocorre ainda a precipitação de

fósforo (Ca3(PO4)2), favorecida pela elevada concentração de Ca+2 e P2O5.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O FÓSFORO

A partir da adubação de 100 Kg de P2O5/ha, não ocorre o aumento do teor de fósforo na

folha, pois não há maior demanda pela planta. O teor máximo encontrado na folha é

normalmente em torno de 1,8 mg de P por Kg de MS.

A absorção de fósforo pela planta depende da concentração de água no solo, pois ocorre por

difusão e ainda depende de energia, pois este elemento é mais concentrado no interior da raíz

que no solo, de forma que para absorvê-lo a planta demanda o gasto de Energia. A respiração,

processo bioquímico que gera Energia, é reduzida quando ocorre a redução da temperatura

ambiente.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O NITROGÊNIO

A falta de água nos períodos entre fevereiro e março compromete a vegetação da lavoura e

tem impacto na redução da diferenciação das gemas, que ocorrem neste mesmo período,

devido ainda da não absorção adequada de nutrientes na solução do solo, especialmente o K.

Cerca de 75% do nitrogênio total encontrado na planta vem do solo, da mineralização da

matéria orgânica, comparando-se com o N fornecido via fertilizante.

Nas condições da maioria dos solos brasileiros, existe cerca de 200 Kg/ha de N total no solo,

dos quais 98% está imobilizado na matéria orgânica, microrganismos e resíduos que irão se

decompor. Alguns estudiosos dão para este fenômeno a denominação de “Mar de

Nitrogênio”, pois o N imobilizado na M.O pode ser disponibilizado pouco a pouco. O que faz a

liberação dos nutrientes imobilizados no solo são os microrganismos. A água (provida através

de irrigação ou chuvas) acelera a mineralização. O nitrogênio aplicado via fertilizantes estimula

a multiplicação dos microrganismos, os quais tem em média cerca de 5% de N em sua

composição.

Page 22: Resumo simpósio café esalq

O ideal seria a liberação gradativa e constante (pulsos de liberação de N) para estimular a

mineralização dos nutrientes da M.O por esses microrganismos, desde que tenha água

disponível.

EFICIÊNCIA DO APROVEITAMENTO DO NITROGÊNIO E LIXIVIAÇÃO

A eficiência de recuperação de N do fertilizante diminui com o aumento da dose de N. Em

condições de solos tropicais, o N não é lixiviado, e sim imobilizados pelos microrganismos no

solo. Nitrogênio lixivia em países subtropicais em que a atividade microbiana é cessada

durante o período do inverno devido a temperatura do solo abaixar no inverno. Em um estudo

de caso, em condição tropical e solo com 15% de argila, foi aplicado 450 Kg de N/ha cuja fonte

foi Uréia. Neste estudo houve perda por lixiviação de 15 Kg de N/ha, valor menor que 5%.

Volatilização do N da fonte uréia é mais importante do que lixiviação.

Em outro estudo, aplicando-se 280 kg/ha de N de fonte uréia, em solo com 50% de argila,

observou-se o seguinte:

PERDA DE ÁGUA POR EVAPORAÇÃO

Em estudo realizado na Bahia, a presença de material vegetal recobrindo o solo (brachiária

roçada) proporcionou economia de 49% de água não evaporada da superfície do solo,

equivalente a 108 mm de água por mês. Em um ambiente tropical, deve-se minimizar a

evaporação de água e evitar o aquecimento do solo via insolação direta da luz solar através da

utilização de cobertura vegetal é fundamental nas condições da nossa região produtora.

HÁ COMPETIÇÃO DO NITROGÊNIO PELA COBERTURA VEGETAL ?

No mesmo estudo em que se avaliou a economia de água no sistema, após marcar o

Nitrogênio com elementos radioativos, verificou-se que o N aplicado na linha do café, 3,4 kg

foi absorvido pela brachiária, e que o N aplicado no meio da linha, 1,6 kg foi absorvido pelo

café, o que dá uma competição líquida de 1,8 kg de N, ou cerca de 1,2% da adubação de N, o

que é considerado muito baixo, e inferior a lixiviação. O N chega a planta por fluxo de massa,

logo em condições de solos com maior teor de umidade esse elemento é melhor absorvido.

Quando não há brachiária na entre linha, a eficiência de absorção do N é em torno de 40%,

enquanto que, quando se utiliza a palhada de brachiária a eficiência medida foi de 68%.

N (kg/ha)

Parte Aérea e Raízes 94,5

Grãos de Café 19,1

Resíduos de Café 79,4

Lixiviação 6,5

Volatilização 58,1

TOTAL 257,6

Imobilizados na M.O 22,4

Page 23: Resumo simpósio café esalq

RELAÇÃO C/N

C/N = 27: absorção do N por 18 dias de forma rápida

C/N= 40: absorção do N por 28 dias de forma mais lenta (menor mineralização e imobilização)

Em cafés jovens, o ideal é roçar a brachiária quando a relação C/N for em torno de 27 ou em

média 30 dias após o corte, pois neste estágio, se objetiva o rápido aporte de N. No entanto,

em lavoura adulta, quando o interesse é manter água no sistema, fazer o corte quando a

relação C/N for em torno de 40, ou cerca de 55 dias após corte, nessa condição a maior

concentração de lignina no tecido foliar favorecerá a maior presença da brachiária protegendo

o solo por mais tempo.

ANÁLISE FOLIAR E INTERPRETAÇÃO

Há relação entre teor de nutriente no solo x produção; teor no solo x teor foliar; e, por lógica,

entre produção x teor foliar. Tudo isso vale apenas na deficiência leve. A interpretação deve

ser dinâmica, acompanhando o estágio de produção em que o cafeeiro está, considerando que

durante o enchimento dos grãos, o dreno principal da planta são os grãos, e os ramos e folhas

posterior aos grãos terão deficiência de alguns nutrientes visto que não são prioridades. Os

níveis críticos são considerados uma faixa de concentração onde se tem maior produtividade.

O Nitrogênio deve ser aplicado no início das chuvas, no entanto, aplicar pelo menos 70% da

dose recomendada até a granação (meados de dezembro), pois com o início da expansão

haverá queda na concentração foliar pela competição forte dos frutos.

Eng. Agr. Bruno Valentim Gomes (35) 9961-7279

Promotor Técnico de Vendas Sul de Minas, Zona da Mata, Espírito Santo e Rio de Janeiro

Acadian Seaplants LTDA