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RESUMO -PCN 1.ª A 4.ª SÉRIES EDUCAÇÃO – 1.ª a 4.ª série Os Parâmetros Curriculares Nacionais Os PCNs têm por objetivo dar apoio à execução do trabalho do professor, constitui um referencial da qualidade, tendo por função orientar e garantir investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, com participação de técnicos e professores. Trata-se de um instrumento democrático, forçando a educação de qualidade para todos e a possibilidade de participação social. As propostas são abertas e flexíveis, concretizando decisões regionais e l ocais, portanto NÃO se configura um modelo curricular homogêneo e impositivo, leva em conta as vivências em diferentes formas de inserção sóciopolíticos e cultura, devendo garantir e se adequar às diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas, além de igualdade de direitos entre os cidadãos e o acesso a totalidade dos bens públicos. Na medida em que o princípio de equidade reconhece-se a diferença e a necessidade de diferenciar o processo educacional, não se promove uma uniformalização que descaracterize e desvalorize as peculiaridades culturais e regionais. Na busca de melhorar a qualidade da educação impõe a necessidade de investimentos, formação inicial e continuada de professores, salários dignos, planos de carreira, qualidade de livro didático, recursos de multimídia e televisivos e disponibilidade de materiais didáticos. Discute-se ainda sobre a dignidade do ser humano, a igualdade de direitos e a recusa de discriminação, a importância da solidariedade e do respeito. E temas como inserção no mundo do trabalho e do consumo, cuidado com o corpo, saúde educação sexual e meio ambiente. As metodologias devem privilegiar a construção de estratégias de verificação e comprovação de hipóteses na construção do conhecimento, a construção de argumentação, capaz de controlar resultados do processo, desenvolver espírito critica, favorecer a criatividade e compreensão de limites, através de trabalhos individuais e coletivos. Assim, garantir aprendizagem essencial para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos. Como referencial nacional, estabelece metas com função de subsidiar a elaboração ou revisão curricular de Estados e Municípios, dialogando com propostas já existentes e na elaboração de projetos como material de reflexão para Secretarias de Educação, pelos responsáveis locais, e cada instituição de ensino, em processo democrático e pelo trabalho diário dos professores sob discussão e reflexão freqüentes de forma democrática, desde que explicitam valores e propostas que orientam um trabalho educacional que atendam as reais necessidades dos alunos. Todos devem se apropriar utilizando-o para a formação de uma identidade escolar, assim validando o pondo o em consonância social. Para esta validade necessita-se de processos periódicos de avaliação e revisão sob a coordenação do MEC. A escola amplia a responsabilidade de desenvolver novas competências, novas tecnologias e linguagens. Através de projetos devem ser formulados metas e meios para valorização da rotina do tr abalho pedagógico, delimitando prioridades, definindo resultados desejados, incorporando auto-avaliação ao trabalho do professor, planejando coletivamente, e refletindo continuamente.

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RESUMO -PCN 1.ª A 4.ª SÉRIESEDUCAÇÃO – 1.ª a 4.ª série

Os Parâmetros Curriculares Nacionais

Os PCNs têm por objetivo dar apoio à execução do trabalho do professor,constitui um referencial da qualidade, tendo por função orientar e garantir investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas erecomendações, com participação de técnicos e professores. Trata-se de uminstrumento democrático, forçando a educação de qualidade para todos e apossibilidade de participação social.As propostas são abertas e flexíveis, concretizando decisões regionais e locais,portanto NÃO se configura um modelo curricular homogêneo e impositivo, levaem conta as vivências em diferentes formas de inserção sóciopolíticos ecultura, devendo garantir e se adequar às diversidades culturais, regionais,étnicas, religiosas e políticas, além de igualdade de direitos entre os cidadãos e

o acesso a totalidade dos bens públicos. Na medida em que o princípio deequidade reconhece-se a diferença e a necessidade de diferenciar o processoeducacional, não se promove uma uniformalização que descaracterize edesvalorize as peculiaridades culturais e regionais.Na busca de melhorar a qualidade da educação impõe a necessidade deinvestimentos, formação inicial e continuada de professores, salários dignos,planos de carreira, qualidade de livro didático, recursos de multimídia etelevisivos e disponibilidade de materiais didáticos.Discute-se ainda sobre a dignidade do ser humano, a igualdade de direitos e arecusa de discriminação, a importância da solidariedade e do respeito. E temascomo inserção no mundo do trabalho e do consumo, cuidado com o corpo,saúde educação sexual e meio ambiente.As metodologias devem privilegiar a construção de estratégias de verificação ecomprovação de hipóteses na construção do conhecimento, a construção deargumentação, capaz de controlar resultados do processo, desenvolver espíritocritica, favorecer a criatividade e compreensão de limites, através de trabalhosindividuais e coletivos. Assim, garantir aprendizagem essencial para aformação de cidadãos autônomos, críticos e participativos.Como referencial nacional, estabelece metas com função de subsidiar aelaboração ou revisão curricular de Estados e Municípios, dialogando compropostas já existentes e na elaboração de projetos como material de reflexão

para Secretarias de Educação, pelos responsáveis locais, e cada instituição deensino, em processo democrático e pelo trabalho diário dos professores sobdiscussão e reflexão freqüentes de forma democrática, desde que explicitamvalores e propostas que orientam um trabalho educacional que atendam asreais necessidades dos alunos. Todos devem se apropriar utilizando-o para aformação de uma identidade escolar, assim validando o pondo o emconsonância social. Para esta validade necessita-se de processos periódicosde avaliação e revisão sob a coordenação do MEC.A escola amplia a responsabilidade de desenvolver novas competências, novastecnologias e linguagens. Através de projetos devem ser formulados metas emeios para valorização da rotina do trabalho pedagógico, delimitando

prioridades, definindo resultados desejados, incorporando auto-avaliação aotrabalho do professor, planejando coletivamente, e refletindo continuamente.

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Propiciando o domínio de recursos para discutir formas e utilização critica daparticipação social e política. Além de desenvolver capacidades relaçõesinterpessoais, cognitivas, afetivas, motoras, étnicas estéticas de inserção socialtorna-se possível mediante processo de construção e reconstituição deconhecimento, assim abre oportunidade para que os alunos atuem

propositalmente na formação de valores em relação ao outro, a política, aeconômica, sexo, droga, saúde, meio ambiente, tecnologia, etc. favorecendocondições para desenvolver competências e consciência profissional. Emsíntese, para exercer a função social proposta, a escola precisa possibilitar ocultivo de bens culturais e sociais, considerando as expectativas e asnecessidades dos alunos, pais, membros da comunidade e professores, ondetodos aprendem a respeitar e ser respeitados, ouvir e ser ouvidos, reivindicar diretos e cumprir obrigações, participando da vida cientifica, cultural social epolítica do país e do mundo.

Histórico.

A LDB consolida uma organização curricular conferindo flexibilidade nocurrículo com o objetivo maior de proporcionar a todos, formação básica para acidadania, através de escolas capazes de capacitar para aprender, o domínioda leitura, escrita e calculo, compreensão do meio natural e social, político,tecnológico, artístico e de valores, fortalecendo os vínculos familiares, desolidariedade humana e tolerância.

A pratica pedagógica pressupõe uma concepção de ensino e arpendizagemque compreende papeis de professor e aluno, metodologias, função social daescola e conteúdos a serem trabalhados. Estas concepções permeiam aformação educacional e o percurso do profissional incluindo suas experiênciasde vida, ideologias compartilhadas com seu grupo e tendências pedagógicascontemporâneas. Na tradição brasileira há quatro tendências: a tradicional, arenovada, a tecnicista e a que se critico social e política.A “Pedagogia tradicional” centrada no professor que vigia, aconselha alunos,corrige e ensina a matéria, e que é visto como autoridade máxima e guiaexclusivo do processo educativo. A metodologia baseia-se em exposição oralde conteúdos, que enfatizam exercícios repetidos e memorização. A escola

cabe transmitir conhecimentos para a formação geral dos alunos. Osconteúdos correspondem a conhecimentos e valores acumulados por gerações, verdades acabadas. Caracteriza-se por sobrecarga de informações eaquisições de conhecimento muitas vezes burocratizado e destituído designificação.A “Pedagogia renovada”, ligada no movimento da Escola Nova ou Escola Ativa,tem por principio norteador a valorização do individuo como ser livre, ativo esocial. Destaca o principio de aprendizagem por descoberta e atitudes deinteresses dos alunos. O professor torna-se um facilitador do processo,cabendo a ele organizar e coordenar situações de aprendizagem adaptando áscaracterísticas individuais dos alunos para desenvolver suas capacidades e

habilidades intelectuais. O ensino guiado pelo interesse dos alunos muitasvezes, descpnsidera a necessidade de um trabalho pedagógico e pode acabar 

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perdendo de vista o que se deve ser ensinado e aprendido. Essa tendênciaainda influencia muitas práticas pedagógicas.O “tecnicismo educacional”, proliferado nas décadas de 70, inspirado emteorias behavioristas, definiu-se por uma pratica pedagógica controlada edirigida pelo professor. A supervalorização da tecnologia revestiu a escola de

uma auto-suficiência criando uma falsa idéia de que aprender não é algonatural, mas que depende de especialistas e técnicas. O que é valorizado nãoé o professor e sim a tecnologia. O aluno corresponde às respostas esperadaspela escola.As “teorias reprodutivas”, oriundas do final do regime militar, no final dos anos70 e inicio dos anos 80, coincidiu com uma intensa mobilização de educadoresem busca de uma educação critica a serviço de transformações sociais,econômicas e políticas. As duas tendências assumem orientação marxista. A“pedagogia libertadora”, originada nos anos 50 e 60, retorna nas décadasposteriores propondo uma atividade escolar pautada em discussões de temassociais e políticas e em ações sobre a realidade social imediata. A “pedagogia

crítico-social dos conteúdos” se põe como uma reação de alguns educadoresque não aceitam a pouca relevância que a pedagogia libertadora dá aoaprendizado do chamado saber historicamente acumulado. Esta últimaassegura a função social e política da escola mediante o trabalho comconhecimentos sistematizados, a fim de colocar as classes populares emcondição de uma efetiva participação nas lutas sociais, e para isso énecessário que se domine o conhecimento, habilidades e capacidades paraque os alunos possam interpretar suas experiências e defender seus interessesde classe.No final dos anos 70, os viés psicológicos, sociológicos e políticos, marcam oinicio de uma pedagogia que se adeqüe características de um aluno quepensa, um professor que sabe e a conteúdos de valor social e formativo.No enfoque social, a importância da relação interpessoais, e entre cultua eeducação. Cabe a escola promover o desenvolvimento e a socialização dosalunos, construindo os como pessoas iguais, mas ao mesmo tempo, diferentesde todas as outras. A diferenciação na construção de uma identidade pessoal eos processos de socialização que conduzem a padrões de identidade coletivaconstitui duas faces de um mesmo processo. Isso se dá com a valorização dacultura de sua própria comunidade e buscando ultrapassar limites,proporcionando as crianças acesso ao saber socialmente relevantes nacional eregional que fazem parte do patrimônio universal da humanidade.

A psicologia genética aprofunda a compreensão sobre mecanismos deconstrução de conhecimento da criança, e a psicogênese da língua escrita, éum exemplo sobre a atividade construtiva do aluno sobre a língua escrita.

Construtivismos, entendimentos e equívocosA configuração do marco explicativo construtivista deu-se a partir da psicologiagenética, da teoria sociointeracionista e das explicações da atividadesignificativa. O núcleo central da integração de todas essas contribuiçõesrefere-se ao reconhecimento da atividade mental construtiva nos processos deaquisição do conhecimento.A pesquisa sobre a psicogênese da língua escrita evidencia a atividade

construtiva do aluno sobre a língua escrita. Metodologias utilizadas nestapesquisa foram muitas vezes interpretadas como proposta construtivista para a

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alfabetização, o que expressa um duplo equívoco: redução do construtivismo auma teoria psicogenética de aquisição da escrita e transformação de umainvestigação acadêmica em método de ensino.Quanto ao ERRO, hoje ele é visto como algo inerente ao processo deaprendizagem, porém, idéias de que não se devem corrigir os erros e que as

crianças aprendem do seu jeito, desconsidera a função primordial da escolaque é ensinar, intervindo para que os alunos aprendam. Na verdade, énecessária uma intervenção pedagógica para ajudar a superá-lo. Na práticaconstrutivista, é importante a participação da intervenção do professor, já que oprocesso cognitivo acontece por reorganização do conhecimento,aproximações sucessivas que permitem reconstrução, ou seja, modificação,reorganização e construção de conhecimentos que os alunos assimilam einterpretam conteúdos escolares. A superação do erro é resultado do processode incorporação de novas idéias e de transformação das anteriores, e dealcance a níveis superiores de conhecimento.

ConteúdosSão instrumentos para o desenvolvimento, socialização e exercício dacidadania democrática, e é compromisso da escola garantir o acesso aossaberes elaborados socialmente, portanto, devem estar em consonância comquestões sociais que marcam cada momento histórico. Devem favorecer ainserção e compreensão do aluno as questões e fenômenos sociais e culturais,e servir de meio para que desenvolvam capacidades que lhes permitamproduzir e usufruir dos bens culturais, sociais e econômicos.

O processo de atribuição de sentido aos conteúdos escolares é um processoindividual, nada substitui a atuação do próprio aluno na tarefa de construir significados sobre o conteúdo de aprendizagem, porém, as formas e saberessocialmente estruturados ganham vida assim que ganham significação. Oconceito de aprendizagem significativa implica num trabalho de significar arealidade que se conhece, estabelecendo relações entre conteúdos econhecimentos previamente construídos, articulando de novos significados.Cabe ao educador, por meio da intervenção pedagógica promover significado,propondo problemas, fazendo o aluno elaborar hipóteses e experimentos. Assituações escolares de ensino e aprendizagem são situações comunicativasonde alunos e professores atuam como co-responsáveis para o êxito doprocesso.

A prática escolar constitui-se a uma ação intencional, sistemática, planejada econtinuada para crianças e jovens durante um período contínuo, contribuindopara que a apropriação dos conteúdos sejam feita de maneira critica econstrutiva.Os alunos constroem conhecimentos também por influencia da mídia, família,igreja, amigos, esses conhecimentos influenciam a aprendizagem escolar, por isso é necessária a escola considerar as direções destes conhecimentos efornecer interpretação e intervenção articulando de interação e integração osdiversos tipos de conhecimentos.A seleção dos mesmos deve ser feita pela ressignificação, de conteúdosconceitual, procedimental e atitudinal, que se integram no processo de ensino e

aprendizagem e não em atividades especificas.Conteúdos conceituais – se referem a operar com símbolos, idéias, imagens e

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representação que permitam organizar a realidade. A memorização de vê ser entendida como recurso que torna o aluno capaz de representar informaçõesde maneira genérica, memória significativa, para poder relacioná-las comoutros conteúdos.Conteúdos procedimentais – expressam um saber fazer, que envolve decisões

e realizar ações de ordenada pra atingir uma meta. Estão presentes emresumos, experimentos, pesquisas, maquete, etc. é preciso de intervenção,ajuda, ensiná-lo a proceder apropriadamente, como pesquisar mais de umafonte, registrar dados, orientar-se para entrevistas e organizar os dados. Aoensinar procedimentos também se ensina produzir conhecimentos.Conteúdos atitudinais – a escola é um contexto socializador, gerador deatitudes, por isso deve adotar uma posição critica em relação aos valores. Umaprática constante de valores e atitudes expressa questões de ordem emocional.

A organização da escolaridade em ciclosOs PCNs adotam uma proposta de estruturação por ciclos, tornando possível

distribuir conteúdos de forma adequada, e favorecendo uma apresentaçãomenos parcelada do conhecimento. A organização em ciclos é uma tentativade superar a segmentação excessiva produzida pelo regime seriado e debuscar princípios de ordenação que possibilitem maior integração doconhecimento. Tem por objetivo propiciar maiores oportunidades deescolarização, voltada para a alfabetização efetiva das crianças e superar problemas do desenvolvimento escolar.A adoção de ciclos possibilita trabalhar melhor com as diferenças, levam emconta a desigualdade de oportunidades de escolarização, e os ritmos diferentesde aprendizagem, desempenhos diferentes na relação com objetos deconhecimento.A pratica escolar tem buscado incorporar essa diversidade de modo a garantir respeito aos alunos e a criar condições que possam progredir nas suasaprendizagens. A lógica dos ciclos consiste em evitar que o processo deaprendizagem tenha obstáculos inúteis e, desnecessários e nocivos. Todos daescola se co-responsabiliza com o processo criando condições que permitamdestinar espaço e tempo à realização de reuniões de professores para adiscussão do assunto. Professores realizem adaptações sucessivas da açãopedagógica adaptando as com as diferentes necessidades dos alunos.

Organização do conhecimento escolar: Áreas e Temas Transversais

O tratamento da área e de seus conteúdos integra uma serie de conhecimentosde diferentes disciplinas, e contribuem para a construção e compreensãoe,intervenção na realidade dos alunos. A concepção de área evidencia anatureza dos conteúdos definindo o corpo do conhecimento e o objeto deaprendizagem par que os professores possa se situar dentro de um conjuntode conhecimentos. Cada área, nos PCNs, se estrutura com objetivos econteúdos, critérios de avaliação, orientação pra a avaliação e orientaçõesdidáticas. Além das áreas, temas de problemáticas sociais são incluídos naproposta educacional como Temas Transversais: Ética, Saúde, Meio Ambiente,Pluralidade Cultural e Orientação Sexual..

AvaliaçãoA avaliação é considerada instrumento de auto-regulação, que requer que

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ocorra em todo processo de ensino e aprendizagem, possibilitando ajustesconstantes de regulação do processo e contribui para o efetivo sucesso.A avaliação deve compreender um conjunto de atuações que tem por funçãoalimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica, analisando eadequando situações didáticas, subsidiando assim, o professor com elementos

de reflexão contínua sobre sua prática.Avaliar significa emitir um juízo de valor, por isso exige-se critérios queorientem a leitura dos aspectos a serem avaliados, estabelecendo expectativasde aprendizagem dos alunos, expressando objetivos como testemunho daaprendizagem. Esses critérios devem refletir sobre diferentes tipos decapacidades e as três dimensões de conteúdos para encaminhar aprogramação e atividades do ensino aprendizagem.A avaliação inicial instrumentará o professor para que possa por em pratica seuplanejamento de forma adequada às características de seus alunos, servindode informação pra propor atividades e gerar novos conhecimentos.A avaliação contínua ela subsidia a avaliação final. Ela intenciona averiguar a

relação entre a construção do conhecimento, por parte do aluno e os objetivosa que o professor se propôs, é indispensável para se saber se todos os alunosestão aprendendo e quais condições estão sendo ou não favoráveis para isso,como indicadores para reorientação da pratica educacional e nunca como ummeio de estigmatizar os alunos. Avaliar a aprendizagem implica avaliar oensino oferecido.As avaliações devem ser feitas de modos sistemáticos, com observações, usode instrumentos como registros de tabelas, listas de controle, diário de classe eoutros, e na analise de produção dos alunos, em atividades especificas paraavaliação com objetividade expor o tema, e responder questionários.Par ao aluno, é um instrumento de tomada de consciência de suas conquistas,dificuldades e possibilidades de reorganização de seu investimento. Naautoavaliação, o aluno desenvolve estratégias de analises e interpretação desuas produções e dos diferentes procedimentos para se avaliar.Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar aspectos das açõeseducacionais, demandam maior apoio. A ela se delega a responsabilidade deestabelecer uma serie de registros e documentos, atestados oficiais deaproveitamento como notas, boletins, recuperações, aprovações, reprovações,diplomas, etc.como testemunhos oficial e social do aproveitamento do aluno.O resultado da avaliação leva a decisões, medidas didáticas,acompanhamentos individualizados, grupo de apoio, lições extras. Aprovar ou

reprovar requer analise dos professores. Devem-se considerar critérios deavaliação a sociabilidade e ordem emocional. No caso da reprovação,discussão de conselhos de classes deve considerar questões trazidas pelospais para subsidiar o professor na tomada de decisão. A repetência cristalizauma situação em que o problema é do aluno e não do sistema educacional, por isso deve ser estudado caso a caso. A permanência em mais um ano deve ser compreendia como medida educativa para que o aluno tenha oportunidade eexpectativa de sucesso e motivação. Aprovar ou reprovar alunos comdificuldades deve sempre ser acompanhada de encaminhamentos de apoio eajuda que garantam a qualidade de aprendizagem e desenvolvimento dascapacidades esperadas.

Orientações didáticas

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O eixo de formação no ensino fundamental é a formação de cidadão autônomoe participativo. Os alunos constroem significados a partir de múltiplas ecomplexas interações. O aluno é o sujeito da aprendizagem, o professor é omediador entre o aluno e o objeto. Os profissionais da educação devem levar em conta aspectos como:

• Autonomia – princípio didático, orientador das praticas pedagógicas, ondealunos devem ser levados a refletir criticamente, participar eticamente eassumir responsabilidades, valorizando tais ações, construindo seu próprioconhecimento valorizando seus conhecimentos prévios, e interação professor-aluno. O desenvolvimento da autonomia depende de suportes materiais,intelectuais e emocionais, por isso a intervenção do professor define essessuportes, além disso, trabalhar coletivamente, responsabilizarem por suasações, idéias, tarefas, organização, envolve o objeto de estudo.

• Diversidade – há necessidade de adequar objetivos , conteúdos e critérios deavaliação, forma a atender a diversidade no pais, além da especificidade de

cada individuo, analisando suas possibilidades de aprendizagem. O professor deve levar em conta fatores sociais, culturais, e a historia educativa de cadaaluno, como características pessoais de déficit sensorial, motor ou psíquico ousuperdotação intelectual.

• Interação e cooperação – compreendem saber dialogar, ouvir, ajudar, pedir ajuda, aproveitar críticas, explicar seus pontos de vistas. Essas interações têmcaráter cognitivo, emocional e afetivo, por isso interferem diretamente naprodução do trabalho. Aprender a conviver em grupo supõe um domínio deprocedimentos, valores, normas e atitudes.

• Disponibilidade para a aprendizagem – tal disponibilidade depende doenvolvimento do aluno, das relações do que já sabe e o que está aprendendo,da motivação intrínseca, ou seja, vontade de aprender, atitude curiosa einvestigativa. A aprendizagem se torna significativa a partir da intervenção doprofessor em garantir que o aluno conheça o objetivo da atividade, situe atarefa, reconheça o problema e tome decisões, de forma organizada eajustadas às possibilidades dos alunos. Além disso, aa relação professor-alunodeve ser com vínculos de confiança, cooperativa e solidária.

• Organização do tempo - O professor deve orientar o trabalho, planejando e

executando junto aos alunos sobre o uso do tempo. O professor deve definir atividades, organizar grupos, recursos matérias e definir período de execução,obedecendo tempo mínimo estabelecido pela legislação.

• Organização do espaço

• É preciso que as carteiras sejam moveis, que as crianças tenham acesso aosmateriais de uso freqüente, paredes utilizadas para exposição de trabalhos . osalunos devem assumir responsabilidade pela decoração e limpeza da classe. Aprogramação deve contar com passeios e excursões, laboratórios, teatro, artesplásticas, etc. a organização do espaço interfere diretamente na autonomia.

• Seleção de material – todo material é fonte de informação. Livros didáticos

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devem ser coerentes, de qualidade e deve se estar atentos a eventuaisrestrições. O uso de materiais de uso social, jornais, revistas, folhetos,calculadoras, computadores, atualizados estabelece vínculos entre o que éaprendido na escola e o conhecimento extra-escolar.

Objetivos gerais do ensino fundamentalQue os alunos sejam capazes de estabelecer capacidades relativas aosaspectos cognitivos, afetivo, físico, ético, estético, de atuação e inserção social,que devem ser adquirido ao termino da escolaridade obrigatória:• Compreender a cidadania como participação social, exercício dos direitos edeveres políticos, civis e sociais; repudiando as injustiças.• Posicionar-se critica, responsável e construtivamente nos conflitos e tomadasde decisões;• Conhecer características do Brasil nas dimensões sociais, materiais eculturais;• Conhecer e valorizar a pluralidade sociocultural brasileiro e outros países,

sem discriminação.• Perceber-se integrante transformador do ambiente• Desenvolver conhecimento sobre si mesmo, cuidar do seu corpo, cognitiva,física, afetivamente, responsabilizando pela sua saúde e da saúde coletiva;• Utilizar diferentes linguagens;• Utilizar diferentes fontes de informações e recursos tecnológicos;• Questionar a realidade criticamente, selecionando procedimentos, tomandodecisões, verificando adequações.

Bibliografia

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental.Parâmetros Curriculares Nacionais: 1.ª a 4.ª série – Introdução. Brasília:MEC/SEF, 1997, v. 1.Postado por Prof. Lídia às 16

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CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA 

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil 

PARECER CEB 22/98, aprovado em 17/12/98 (Processo 23001.000196/98-32) 

I – RELATÓRIO 

Introdução 

A Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, no exercício desuas atribuições definidas pela Lei 9131/95, tem como uma de suas grandesresponsabilidades a elaboração de Diretrizes Curriculares Nacionais para aEducação Básica. 

O direito à Educação Básica consagrado pela Constituição Federal de 1988,representa uma demanda essencial das sociedades democráticas e, vem sendoexigido, vigorosamente por todo o país, como garantia inalienável do exercício dacidadania plena. 

A conquista da cidadania plena, da qual todos os brasileiros são titulares, supõe,portanto, entre outros aspectos, o acesso à Educação Básica, constituída pelaEducação Infantil, Fundamental e Média. 

A integração da Educação Infantil no âmbito da Educação Básica, como direito dascrianças de 0 a 6 anos e suas famílias, dever do estado e da sociedade civil, é frutode muitas lutas desenvolvidas especialmente por educadores e alguns segmentosorganizados, que ao longo dos anos vêm buscando definir políticas públicas para ascrianças mais novas. 

No entanto uma política nacional, que se remeta à indispensável integração doestado e da sociedade civil, como co-participantes das famílias no cuidado eeducação de seus filhos entre 0 e 6 anos, ainda não está definida no Brasil. 

Uma política nacional para a infância é um investimento social queconsidera as crianças como sujeitos de direitos, cidadãos em processo ealvo preferencial de políticas públicas. A partir desta definição, alem daspróprias crianças de 0 a 6 anos e suas famílias, são também alvo de umapolítica nacional para a infância, os cuidados e a educação pré-natalvoltados aos futuros pais. 

Só muito recentemente, a legislação vem se referindo a este segmento da

educação, e na própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( Lei9394/96), o tratamento dedicado à Educação Infantil é bastante sucinto e genérico. 

Desta forma, confere-se a estas Diretrizes Curriculares Nacionais para osprogramas que cuidem de crianças, educando-as de 0 a 6 anos, em esforçoconjunto com suas famílias, especial importância, pelo ineditismo de seuspropósitos e pela relevância de suas conseqüências para a EducaçãoInfantil no âmbito público e privado. 

Ao elaborar estas Diretrizes, a Câmara de Educação Básica, além de acolher ascontribuições prestadas pelo Ministério da Educação e Cultura, através de suaSecretaria de Educação Fundamental e respectiva Coordenadoria de EducaçãoInfantil, vem mantendo amplo diálogo com múltiplos segmentos responsáveis porcrianças de 0 a 6 anos, na busca de compreensão dos anseios, dilemas, desafios,

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visões, expectativas, possibilidades e necessidades das crianças, suas famílias ecomunidades. 

O aprofundamento da análise sobre o papel do estado e da sociedade civil emrelação às famílias brasileiras e seus filhos de 0 a 6 anos, tem evidenciado umfenômeno também visível em outras nações, que é o da cisão entre cuidar e

educar. E este dilema, leva-nos a discutir "a importância da família versus estado";"poder centralizado versus descentralizado"; "desenvolvimento infantil versuspreparação para a escola"; "controle profissional versus parental sobre os objetivose conteúdos dos programas". 

Desta forma, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantilcontemplando o trabalho nas creches para as crianças de 0 a 3 anos e naschamadas pré-escolas ou centros e classes de educação infantil para as de4 a 6 anos, além de nortear as propostas curriculares e os projetospedagógicos, estabelecerão paradigmas para a própria concepção destesprogramas de cuidado e educação, com qualidade. 

A partir desta perspectiva, é muito importante que os Conselhos Municipais eEstaduais de Educação e respectivas Secretarias, tenham clareza a respeito de queas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil sãomandatórias para todas as instituições de cuidado e educação para ascrianças dos 0 aos 6 anos , a partir do momento de sua homologação pelo Sr.Ministro da Educação, e conseqüente publicação no Diário Oficial da União. 

A iniciativa do MEC, através da ação da Coordenadoria de Educação Infantil(COEDI), da Secretaria de Educação Fundamental (SEF), de produzir e divulgarReferenciais Curriculares para a Educação Infantil, é uma importante contribuiçãopara o trabalho dos educadores de crianças dos 0 aos 6 anos, embora não sejamandatória. Esta proposta do MEC vem se integrar aos esforços de váriasSecretarias de Estados e Municípios no sentido de qualificar os programas de

educação infantil, ficando no entanto, a critério das equipes pedagógicas a decisãode adotá-la na íntegra ou associá-la a outras propostas. 

O indispensável, no entanto, é que ao elaborar suas Propostas Pedagógicas paraa Educação Infantil, os educadores se norteiem pelas DiretrizesCurriculares Nacionais, aquí apresentadas. 

CUIDADO E EDUCAÇÃO NO ÂMBITO FAMILIAR E PÚBLICO 

A obra já clássica de Philipe Ariès, "A história social da criança e da família" (1981),mostra como o conceito de criança tem evoluído através dos séculos, e osciladoentre polos em que ora a consideram um "bibelot" ou "bichinho de estimação" , ora

um "adulto em miniatura", passível de encargos e abusos como os da negligência,do trabalho precoce e da exploração sexual. Esta indefinição, trouxe comoconseqüência, através das gerações, grandes injustiças e graves prejuízos emrelação às responsabilidades conjuntas do estado, da sociedade civil e da famíliasobre os cuidados de higiene, saúde, nutrição, segurança, acolhimento, lazer econstituição de conhecimentos e valores indispensáveis ao processo dedesenvolvimento e socialização das crianças de 0 aos 6 anos. 

A situação apresenta-se mais grave ainda em dois grupos específicos: os dascrianças portadoras de necessidades especiais de aprendizagem, como asdeficientes visuais, auditivas, motoras, psicológicas e aquelas originárias de famíliasde baixa renda, que no Brasil representam a maioria da população.  

Para o primeiro grupo, que de maneira dramática, é o que mais necessita decuidado e educação nesta etapa inicial da vida, há inclusive, enorme carência de

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dados para que se façam diagnósticos precisos a respeito de demanda porprogramas qualificados de Educação Infantil. 

Campos, et allii ( 1992) na obra "Creches e Pré-Escolas no Brasil", informamque,..."documento do Banco Mundial (World Bank, 1988,p.16) revela que ascrianças menores que 5 anos de idade, que constituem 13% da população, recebem

apenas 7% do total de benefícios sociais distribuídos. Como as famílias na faixa derenda mais baixa (renda per capita mensal menor que ¼ do salário mínimo), sãoaquelas com maior número de crianças (representando 19% da população erecebendo apenas 6% do total dos benefícios sociais), o documento identifica ascrianças de baixa renda como um dos grupos mais discriminados dentre osdestinatários das políticas sociais no país." (Campos, 1992,p.11-12) 

Esta discriminação histórica explica, em boa medida, o tipo de políticas públicasvoltadas para a infância que, desde o século XIX, abarcaram as iniciativas voltadaspara a educação, saúde , higiene e nutrição no âmbito da assistência. Sem seconstituir como uma prática emancipatória, a educação assistencialistacaracterizou-se como uma proposta educacional para os pobres vinculada aosórgãos assistenciais. 

A partir da década de 60, há uma crescente demanda por instituições de educaçãoinfantil associada a fatores como o aumento da presença feminina no mercado detrabalho e o reconhecimento da importância dos primeiros anos de vida em relaçãoao desenvolvimento cognitivo/linguístico, sócio/emocional e psico/motor, através dadiscussão de teorias originárias especialmente dos campos da Psicologia,Antropologia, Psico e Sócio-Linguísticas. Com isto, os órgãos educacionais passam ase ocupar mais das políticas públicas e das propostas para a educação da infância,seja no caso das crianças de famílias de renda média e mais alta, seja naquele dascrianças pobres. No entanto, muitas vezes ainda se observa uma visãoassistencialista, como no caso da "educação compensatória"de supostas carênciasculturais. 

No entanto, os programas de Educação Infantil reduziram-se a currículos, limitando-se as experiências de ensino para crianças pequenas , ao domínio exclusivo daeducação. Desta forma ainda não se observa o necessário e desejável equilíbrioentre as áreas das Políticas Sociais voltadas para a infância e a família, como as daSaúde, Serviço Social, Cultura, Habitação, Lazer e Esportes articuladas pelaEducação. Equipes lideradas por educadores, contando com médicos, terapeutas,assistentes sociais, psicólogos e nutricionistas, para citar alguns dos profissionais,que devem contribuir no trabalho das creches ou centros de Educação Infantil,ainda são raros no país, já nos dias de hoje. 

Assim, no Brasil, creche, ou seja, instituição que se ocupa de crianças de 0 a 3 anos,

conotada em larga medida, e errôneamente, como instituição para crianças pobres,tem sido em conseqüência, muitas vezes, uma instituição que oferece umaeducação "pobre para os pobres". A presença, nestas instituições de adultos semqualificação apropriada para o trabalho de cuidado e educação, a ausência depropostas pedagógicas, e alto grau de improvisação e descompromisso com osdireitos e necessidades das crianças e suas famílias, exigem atenção e açãoresponsáveis por parte de secretarias e conselhos de educação, especialmente osmunicipais. Tudo isto deve ser feito nos marcos do regime de colaboração,conforme define a Constituição Federal de 1988. 

As chamadas pré-escolas, mais freqüentadas pelo segmento de crianças de famíliasde renda média e largo contigente das famílias de mais alta renda, trazem tambémuma contradição: a de não conseguir qualificar, com precisão, a importância do

trabalho com cuidado e educação a ser realizado com as crianças de 4 a 6 anos,contribuindo, por isto, para diminuir sua relevância no âmbito das políticas públicas.

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Embora a Lei 9394/96 assim se refira a este segmento da Educação Infantil, oconceito de pré-escola, acaba por ser entendido como "fora da escola" ou do"sistema regular de ensino", portanto, em termos de políticas públicas, um "luxo"ou "supérfluo". 

O art. 2º, II da LDB/96, ao destacar a prioridade para o Ensino Fundamental , como

responsabilidade dos municípios, embora cite a Educação Infantil, não o faz com amesma ênfase, o que ocasiona problemas de interpretação sobre atribuição derecursos, junto aos prefeitos e secretários de educação. 

Os artigos 10 e 11 da LDB representaram um esforço para disciplinar asresponsabilidades de Estados e Municípios com a provisão de Educação Básica. OEnsino Fundamental, atribuído a ambos é prioridade municipal. 

À esfera estadual cabe prioridade pelo Ensino Médio, embora ainda em muitoscasos aquele ainda compartilhe com os municípios a responsabilidade pelo EnsinoFundamental. 

Com isto, a Educação Infantil, enquanto atribuição dos municípios, não se definiucomo prioridade de nenhuma esfera governamental. 

Para dar operacionalidade ao disposto pela LDB quanto ao ensino obrigatório foinecessário criar o FUNDEF, que deverá ordenar a atribuição de recursos e a divisãode tarefas entre os dois entes federativos para prover o Ensino Fundamental. 

Será preciso, daqui em diante, enfrentar o problema da responsabilidadeprioritária dos municípios pela Educação Infantil, dentro evidentemente,dos princípios maiores da colaboração federativa constitucional, de acôrdocom o Art.30, incisoVI da Constituição Federal. 

Para isto a própria operação continuada do FUNDEF, seu acompanhamentoe aperfeiçoamento contínuos, poderão contribuir. Em primeiro lugartornando mais claro a quanto montam os 10% de recursos que ficarãodisponíveis aos municípios, uma vez satisfeita a sub-vinculação dasreceitas municipais. Isto permitirá, em cada realidade municipal,considerar estes montantes à luz da prioridade de provisão de cuidados eeducação para as crianças de 0 a 6 anos. 

A importância da Educação Infantil implica a efetivação do Artigo 30,inciso VI da Constituição Federal, do Estatuto da Criança e doAdolescente, da Consolidação das Leis do Trabalho e a presença de outrosrecursos advindos da sociedade. 

Assim, o atendimento educacional das crianças de 0 a 6 anos de idade, garantidopelo artigo 208, inciso IV da Constituição Federal, que estabelece, ainda, no art. 211a oferta da Educação Infantil como uma das prioridades dos Municípios, dispõe queestes devem atuar prioritariamente no Ensino Fundamental e na Educação Infantil.Isto significa, claramente, que ao lado do Ensino Fundamental figura a EducaçãoInfantil, em grau de igualdade, como prioridade de atuação na esfera municipal. 

Por sua vez, a LDB, no art.11, inciso V, embora disponha que a oferta da EducaçãoInfantil seja incumbência dos Municípios, fixa como prioridade explícita para estaesfera administrativa o Ensino Fundamental, por este ser obrigatório, conforme aConstituição Federal, art.212 e 213. Isto não significa, entretanto, que estaria emsegundo plano a prioridade constitucional relativa à Educação Infantil. Na verdade,

a LDB enfatiza o Ensino Fundamental como prioridade em relação ao Ensino Médioe Superior. 

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Como a Emenda Constitucional no. 14/96 que criou o FUNDEF, subvinculou 15% dototal de impostos e transferências à manutenção e desenvolvimento do ensinofundamental, restam pelo menos 10% ou o que resultou da ampliação de recursosvinculados pelas leis orgânicas municipais (art. 69 da Lei 9394/96), para a atuaçãodos municípios na Educação Infantil ou Ensino Fundamental, uma vez que o jácitado artigo 11, inciso V da LDB dispõe que, aos Municípios só é permitida

atuação em outros níveis, quando estiverem atendidas plenamente asnecessidades de sua área de competência, ou seja, o Ensino Fundamentale a Educação Infantil. 

Uma intensa mobilização nacional terá que acompanhar a identificação dosrecursos municipais, que necessitam contar com o decisivo apoio da imprensa, damídia eletrônica, especialmente rádio e televisão e do marketing social. Emprimeiro lugar para criar um consenso com dirigentes municipais e a sociedadesobre a prioridade para a Educação Infantil. Em segundo lugar para identificar eoperacionalizar fontes adicionais de financiamento, públicas e privadas que, nosmarcos do regime federativo, e considerando a responsabilidade da sociedade coma Educação Infantil, apoiem prefeituras, conselhos municipais, conselhos da criançae do adolescente, conselhos tutelares, "ongs"e outras instituições na provisão destedireito, primeira etapa da Educação Básica, à qual todos os cidadãos, inclusive ascrianças mais novas e suas famílias, devem ter acesso. 

Além do problema orçamentário, a dificultar as políticas públicas para a EducaçãoInfantil, há ainda o descaso e o despreparo dos Cursos de Formação de Professoresem nível médio, dos chamados Cursos Normais, bem como os de Pedagogia emnível Superior, na definição da qualificação específica de profissionais para otrabalho com as crianças de 0 a 6 anos. 

 As dramáticas transformações familiares ocasionando mudanças de papéis para pais e mães, a acentuada ausência dos pais no âmbito familiar, a crescente entradadas mães no campo de trabalho fora de casa, a forte influência da mídia,

especialmente da televisão, a urbanização crescente das populações e atransformação de vínculos parentais e de vizinhança, criam novos contextos para aconstituição da identidade das crianças, que raramente são analisados em profundidade e com competência nos citados cursos. A pesquisa, o estudo e aanálise do impacto de todos aqueles aspectos sobre as crianças de 0 a 6 anos, e asconseqüências sobre seus modos de ser e relacionar-se, certamente influenciarãoas propostas pedagógicas e os processos de formação e atualização doseducadores.Além disso, os conhecimentos integrados a partir dos campos da psicologia,antropologia, psico e sócio linguística, história, filosofia, sociologia, comunicação,ética, política e estética são muito superficialmente trabalhados nos cursos Normaise de Pedagogia, o que ocasiona uma visão artificial sobre as formas de trabalhocom as crianças. Daí surgem as tendências que atribuem às didáticas e

metodologias de ensino um lugar todo poderoso, como panacéia para o "ensino dequalidade", derivado de teorias quase milagrosas na consecução de resultadoseducacionais. 

O conhecimento sobre áreas específicas das ciências humanas, sociais e exatasacopladas às tecnologias, cede lugar para o "como fazer" das didáticas emetodologias de ensino, que reduzem e deixam de lado o "por que" , "para que","para onde e quando", do cuidado e da educação com a criança pequena. 

Aqui é bom lembrar do que diz o escritor Paulo Leminsky: " Nesta vida pode-seaprender três coisas de uma criança: estar sempre alegre, nunca ficar inativo echorar com força por tudo que se quer." 

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Crianças pequenas são seres humanos portadores de todas as melhorespotencialidades da espécie: 

*inteligentes, curiosas, animadas, brincalhonas em busca derelacionamentos gratificantes, pois descobertas, entendimento, afeto,amor, brincadeira, bom humor e segurança trazem bem estar e felicidade; 

*tagarelas, desvendando todos os sentidos e significados das múltiplaslinguagens de comunicação, por onde a vida se explica; 

* inquietas, pois tudo deve ser descoberto e compreendido, num mundoque é sempre novo a cada manhã; 

* encantadas , fascinadas, solidárias e cooperativas desde que o contextoa seu redor, e principalmente, nós adultos/educadores, saibamosresponder, provocar e apoiar o encantamento, a fascinação, que levam aoconhecimento, à generosidade e à participação. 

Por isto, ao planejar propostas curriculares dentro dos projetos pedagógicos para aEducação Infantil, é muito importante assegurar que não haja uma antecipação derotinas e procedimentos comuns às classes de Educação Fundamental, a partir da1ª série, mas que não seriam aceitáveis para as crianças mais novas. 

No entanto, é responsabilidade dos educadores dos centros de Educação Infantil,situados em escolas ou não, em tempo integral ou não, propiciar uma transiçãoadequada do contexto familiar ao escolar, nesta etapa da vida das crianças, umavez que a Educação Fundamental naturalmente sucederá a Educação Infantil,aconteça esta em classes escolares ou não, e em período contínuo ou não. 

Além disso, quando há professores qualificados, horário, calendário para as

instituições educacionais, férias e proposta pedagógica que atendam a estesobjetivos, é ilógico defender que se trabalha numa "pré-escola", pois o que de fatoacontece, é o trabalho em instituições que respeitam e operam competentementeprogramas de Educação Infantil, capazes de não antecipar uma formalizaçãoartificial e indesejável do processo de cuidado e educação com a criança de 4 a 6anos, mas intencionalmente voltados para cuidado e educação, em complementoao trabalho da família. 

Os programas a serem desenvolvidos em centros de Educação Infantil, aorespeitarem o caráter lúdico, prazeroso das atividades e o amploatendimento às necessidades de ações planejadas, ora espontâneas, oradirigidas, ainda assim devem expressar uma intencionalidade e, portanto,uma responsabilidade correspondente, que deve ser avaliada,

supervisionada e apoiada pelas Secretarias e Conselhos de Educação,especialmente os Municipais, para verificar sua legitimidade e qualidade. 

Desta forma estado, sociedade civil e famílias passam a descobrir múltiplasestratégias de atender, acolher, estimular, apoiar e educar suas crianças, cuidandodelas. 

Ao analisar as razões do estado, da sociedade civil e das famílias, quando propiciamEducação Infantil, pode-se cair facilmente em argumentos sociológicos a respeitodas transformações e necessidades das famílias, e em particular de pais e mãesque trabalham e têm uma carreira ou planos profissionais, exigindo tempo longedos filhos entregues a creches ou classes escolares. 

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Pode-se pensar em argumentos econômicos de diminuição de custos escolares, aose constatar que os índices de repetência e evasão diminuem, quando os alunos daEducação Fundamental são egressos de boas experiências em Educação Infantil. 

Mas há que se pensar na própria natureza dos afetos, sentimentos e capacidadescognitivo/linguísticas, sócio/emocionais e psico/motoras das crianças, que exigem

políticas públicas para si e suas famílias, propiciando-lhes a igualdade deoportunidades de cuidado e educação de qualidade. 

Pesquisas sobre crianças pequenas em várias áreas das ciências humanas e sociaisapontam para as impressionantes mudanças que ocorrem nos primeiros cinco aseis anos de vida dos seres humanos, que incapazes de falar, locomover-se eorganizar-se, ao relacionar-se com o mundo a seu redor, de maneira construtiva,receptiva, positiva, passam a mover-se, comunicar-se através de várias linguagens,criando, transformando e afetando suas próprias circunstâncias de interação compessoas, eventos e lugares. 

As próprias crianças pequenas apontam ao estado, à sociedade civil e às famílias a

importância de um investimento integrado entre as áreas de educação, saúde,serviço social, cultura, habitação, lazer e esportes no sentido de atendimento a suasnecessidades e potencialidades, enquanto seres humanos. 

Este é pois o grande desafio que se coloca para a Educação Infantil: que elaconstitua um espaço e um tempo em que, de 0 a 3 anos haja uma articulação depolíticas sociais, que lideradas pela educação, integrem desenvolvimento com vidaindividual , social e cultural, num ambiente onde as formas de expressão, dentreelas a linguagem verbal e corporal ocupem lugar privilegiado, num contexto de jogos e brincadeiras, onde famílias e as equipes das creches convivam intensa econstrutivamente, cuidando e educando. 

E que, para as dos 4 aos 6 anos, haja uma progressiva e prazerosa articulação dasatividades de comunicação e ludicidade, com o ambiente escolarizado, no qualdesenvolvimento, socialização e constituição de identidades singulares, afirmativas,protagonistas das próprias ações, possam relacionar-se, gradualmente, comambientes distintos dos da família, na transição para a Educação Fundamental. 

Decisões sobre a adoção de tempo parcial ou integral no cuidado e educação dascrianças de 0 a 6 anos, requerem por parte das instituições flexibilidade nosarranjos de horário de maneira a atender, tanto às necessidades das crianças,quanto às de suas famílias. 

A parceria entre profissionais, instituições e famílias é o que propiciará cuidado eeducação de qualidade, e em sintonia com as expectativas dos que buscam estas

instituições. 

A LEI 9394/96 E A EDUCAÇÃO INFANTIL 

Além da LDBEN/96, a própria Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criançae do Adolescente de 1990, consagram as crianças de 0 a 6 anos como "sujeitos dedireitos". 

O Art.1º da LDB define que : "A educação abrange os processos formativos que sedesenvolvem na vida familiar, na convivência humana,....", e seu Art. 2º afirma que:"A educação dever da família e do estado"..., pressupondo sempre a correlaçãoentre os esforços de ambos, a família e o estado. 

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De acôrdo com o Censo Escolar do MEC, a matrícula na Educação Infantil e nasClasses de Alfabetização em 1996, foi de 5.714.313 crianças, sendo que 1.317.980tinham 7 anos ou mais, correspondendo a 23% da matrícula. 

Em 1998 a matrícula foi de 4.917.619 crianças, verificando-se, pois, um decréscimode 796.684 crianças, ou seja, de 14%. 

 Também em 1998, o número de crianças com 7 anos ou mais foi de 786.179crianças, correspondendo a 16% do total da matrícula nas classes de EducaçãoInfantil e de Alfabetização. 

Na verdade, as estatísticas existentes sobre Educação Infantil são maiscamufladoras do que indicadoras, pois incluem um significativo contingente decrianças que, pela sua idade e por direito, deveriam estar matriculadas no EnsinoFundamental. Por outro lado, não registram creches não cadastradas pelo Censo doMEC. 

Assim o decréscimo da matrícula pode ter sido apenas uma transferência para o

Ensino Fundamental de crianças indevidamente matriculadas em Classes deAlfabetização ou mesmo de Educação Infantil. 

Em relação à Educação Infantil, é, no entanto, muito importante considerar, comoalguns analistas o fazem, que à insuficiência de oportunidades em instituiçõespúblicas, as famílias inúmeras vezes têm uma percepção equivocada de seu papelcom as crianças, bem como com relação ao das creches e instituições para ascrianças de 4 aos 6 anos. Isto, sem contar com a ausência de apoios eficazes paraexercer suas responsabilidades de cuidado e educação, junto com o estado e com aprópria sociedade civil, através das responsabilidades das empresas, associaçõesde classe e organizações não governamentais, para citar algumas. 

Mas a própria Lei 9394/96 em seu Art.4º,IV, vem garantir o dever do Estado comeducação escolar pública, efetivada, mediante a garantia de atendimento gratuitoem "creches e pré-escolas às crianças de 0 a 6". E em seu Art.12, VI e VII preconizaque os estabelecimentos de ensino devem articular-se com as famílias e acomunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola. 

 A Lei propõe caminhos de interação intensa e continuada entre as intituições deEducação Infantil e as famílias, o que abre perspectivas a serem exploradas pelossistemas educacionais de maneira criativa e solidária, em regime de colaboração.Quanto menores as crianças, mais as famílias necessitam de apoios integrados dasáreas de políticas sociais integradas, principalmente as de saúde edesenvolvimento social, articuladas pela educação, e aqui nos referimos a todas asfamílias e suas crianças, visando uma política nacional que priorize seus direitos a

cuidados e educação. 

Esta política nacional deve incluir toda a etapa de cuidados e educação pré-natalaos futuros pais. 

Será muito lenta e parcial a conquista por uma política nacional, caso a imprensa, amídia eletrônica, principalmente rádio , televisão e a Internet, e os profissionais demarketing social estejam ausentes deste processo. 

Em conseqüência a política nacional para crianças de 0 a 6 anos e suasfamílias se fará com o apoio e a participação de todos os segmentos dasociedade, especialmente o dos profissionais da comunicação e da

informação, dos Conselhos Municipais, Tutelares, dos Juízes da Vara daInfância e das Associações de Pais, entre outros. 

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Ao analisar a questão das propostas pedagógicas, a Lei atribui grande importânciaao papel dos educadores em sua concepção, desenvolvimento, avaliação einterpretação com as famílias, como se depreende dos Arts. 13,I, II, VI; 14, I, II. 

Aqui é indispensável enfatizar a importância da formação prévia e da atualizaçãoem serviço dos educadores. Os Cursos de formação de docentes para a

Educação Infantil nos níveis médio e superior devem adaptar-se, com amaior urgência às exigências de qualificação dos educadores para ascrianças de 0 a 6 anos, considerando as transformações familiares esociais, as características sempre mais acentuadas da sociedade decomunicação e informação, e suas conseqüências sobre as crianças,mesmo as de mais baixa renda . 

 A integração da Educação Infantil aos sistemas de ensino é esclarecida nos Arts. 17,§ único; 18, I e II, inclusive, no que se refere à rede privada. A respeito daintegração da Educação Infantil aos sistemas é muito importante verificar o quedizem as Disposições Transitórias em seu Art. 89, a respeito dos prazos para que asinstituições para as crianças de 0 a 6 anos, existentes ou que venham a ser criadas,sejam integradas a seus respectivos sistemas. Isto deverá, portanto acontecer até20/12/1999. Pelo estabelecido no Art. 90 ficam também definidos como foros deresolução de dúvidas os respectivos Conselhos Municipais, Estaduais e, em últimainstância o Conselho Nacional de Educação.A organização da Educação Infantil deve também atender ao explicitado,inicialmente nos Arts. 29, 30 e 31, mas também no 23. É muito importanteconsiderar em consonância com estes o exposto no Art. 58, que aborda a oferta deEducação Especial na Educação Infantil. 

Um aspecto novo da organização tanto da Educação Infantil, quanto do EnsinoFundamental, e que exigirá medidas orçamentárias, administrativas e pedagógicasé o exposto nas Disposições Transitórias, art. 87,§ 3º, I que faculta a matrícula dascrianças de 6 anos na 1ª série do Ensino Fundamental. 

Em breve o CNE apresentará Parecer específico a respeito, porém é possíveladiantar que, sob o ponto de vista psico/linguístico, sócio/emocional , psico/motor eeducacional, esta medida é desejável, pois vem ao encontro das verdadeirascapacidades das crianças e das tendências mundiais em educação. 

Isto valorizará ainda mais a Educação Infantil e sua pertinência como momento elugar de transição entre a vida familiar e a Escola, encerrando a era das "Classes deAlfabetização", desnecessárias e desaconselháveis, uma vez que se considere que oprocesso de interpretação e produção de textos, de compreensão de quantidades eoperações de cálculo, assim como de situar-se em relação aos meios sociais enaturais, relacionando-se com eles, não acontece nem se cristaliza em apenas um

ano letivo. A sistematização que se busca nas "Classes de Alfabetização" artificializaum processo de ensino que só acontece ao longo dos anos, desejavelmente durantea Educação Infantil e início do Ensino Fundamental. 

Registre-se, inclusive, que as crianças de 7 anos não devem sermatriculadas em instituições ou classes de Educação Infantil, masobrigatoriamente no Ensino Fundamental (LDB/96, Arts.6º e 87). 

Menção especial deve ser feita em relação aos educadores para a Educação Infantil,segundo o prescrito nos arts. 62; 63, I, II; 64 e 67 e nas Disposições Transitórias,art. 87, § 1º, § 3º, III e IV; e § 4º. 

Fica claro, que durante este período de transição os Cursos Normais de nível médio,de acordo com o art. 62, seguirão contribuindo para a formação de professores,bem como deverão ser feitos todos os esforços entre estados e municípios para que

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os professores leigos tenham oportunidades de se qualificarem devidamente, comoprevisto pelos artigos citados. 

Aqui se exigem medidas práticas e imediatas entre as universidades e centros deensino superior, que em regime de colaboração com os sistemas públicos eprivados de instituições para as crianças de 0 a 6 anos, podem e devem contribuir

através de formas criativas e solidárias, com o grande esforço nacional, parapotencializar e qualificar os profissionais de Educação Infantil no Brasil. 

O bom senso e a vontade política devem prevalecer em benefício das criançasbrasileiras de 0 a 6 anos e suas famílias, para que no afã do aperfeiçoamento nãose percam as grandes conquistas já obtidas, principalmente junto às populações demais baixa renda e renda média.II - DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL 

" Pois eu hei de inventar coisa muito melhor que o mel humano, que o rádio, quetudo! – gritou Emília. Todos ficaram atentos à espera da asneirinha. 

- Vou inventar a máquina de fazer invenções. Bota-se a idéia dentro, vira-se amanivela e pronto – tem-se a invenção que se quer". 

Monteiro Lobato "A História das Invenções". 

1 – Educar e cuidar de crianças de 0 a 6 anos supõe definir previamente para quesociedade isto será feito, e como se desenvolverão as práticas pedagógicas, paraque as crianças e suas famílias sejam incluídas em uma vida de cidadania plena. 

Para que isto aconteça, é importante que as Propostas Pedagógicas de EducaçãoInfantil tenham qualidade e definam-se a respeito dos seguintes fundamentosnorteadores: 

a. Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, daSolidariedade e do Respeito ao Bem Comum; 

 b. Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, doExercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; 

c. Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, daLudicidade, da Qualidade e da Diversidade de manifestaçõesArtísticas e Culturais. 

As crianças pequenas e suas famílias devem encontrar nos centros de educaçãoinfantil, um ambiente físico e humano, através de estruturas e funcionamentoadequados, que propiciem experiências e situações planejadas intencionalmente,

de modo a democratizar o acesso de todos, aos bens culturais e educacionais, queproporcionam uma qualidade de vida mais justa, equânime e feliz. As situaçõesplanejadas intencionalmente devem prever momentos de atividades espontâneas eoutras dirigidas, com objetivos claros, que aconteçam num ambiente iluminadopelos princípios éticos, políticos e estéticos das propostas pedagógicas. 

Ao iniciar sua trajetória na vida, nossas crianças têm direito à Saúde, ao Amor, àAceitação , Segurança, à Estimulação, ao Apoio, à Confiança de sentir-se parte deuma família e de um ambiente de cuidados e educação. E embora as radicaismudanças nas estruturas familiares estejam trazendo maiores desafios para asinstituições de Educação Infantil, que também se apresentam com grandediversidade de propósitos, é indispensável que os Conselhos e as SecretariasMunicipais e Estaduais de Educação criem condições de interação construtiva comaquelas, para que os Princípios acima sejam respeitados e acatados. 

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Nesta perspectiva fica evidente que o que se propõe é a negociação constanteentre as autoridades constituídas, os educadores e as famílias das crianças nosentido de preservação de seus direitos, numa sociedade que todos desejamosdemocrática, justa e mais feliz. 

2 – Ao definir suas Propostas Pedagógicas, as Instituições de Educação

Infantil deverão explicitar o reconhecimento da importância da identidadepessoal de alunos, suas famílias, professores e outros profissionais e aidentidade de cada unidade educacional no contexto de suasorganizações. 

As crianças pequenas e suas famílias, mais do que em qualquer outra etapa da vidahumana, estão definindo identidades influenciadas pelas questões de gêneromasculino e feminino, etnia, idade, nível de desenvolvimento físico ,psico/linguístico, sócio/emocional e psico/motor e situações sócio-econômicas, quesão cruciais para a inserção numa vida de cidadania plena. 

No momento em que pais e filhos, com o apoio das instituições de educação

infantil, vivem nestes primeiros tempos, a busca de formas de ser e relacionar-se eespaços próprios de manifestação, é indispensável que haja diálogo, acolhimento,respeito e negociação sobre a identidade de cada um, nestes ambientes coletivos. 

As múltiplas trocas envolvem também os educadores, outros profissionais e ospróprios sistemas aos quais se relacionam as instituições de Educação Infantil. 

Neste sentido é indispensável enfatizar a necessidade do trabalho integrado entreas áreas de Políticas Sociais para a Infância e a Família, como a Saúde, o ServiçoSocial, o Trabalho, a Cultura, Habitação, Lazer e Esporte, que em alguns estados emunicípios brasileiros assumem formas diferenciadas de atendimento. 

Além disso, a variedade das próprias instituições de Educação Infantil, entre elas,creches familiares, atendimento a crianças hospitalizadas por longos períodos, oucom necessidades especiais de aprendizagem, por exemplo, podem criar desafiosem relação ao cuidado e à educação. 

No entanto, o que aqui se propõe, é que dentre os critérios para Licenciamento eFuncionamento de Instituições de Educação Infantil, haja nas PropostasPedagógicas dos estabelecimentos, menção explícita que acate as identidades decrianças e sua famílias em suas diversas manifestações, sem exclusões devidas agênero masculino ou feminino, às múltiplas etnias presentes na sociedadebrasileira, a distintas situações familiares, religiosas, econômicas e culturais e apeculiaridades no desenvolvimento em relação a necessidades especiais deeducação e cuidados, como é o caso de deficientes de qualquer natureza. 

A representatividade de identidades variadas entre os educadores e outrosprofissionais que trabalhem nas instituições de educação infantil, também deveestar enfatizada. Isto porque a riqueza que equipes formadas por homens emulheres, de diferentes etnias e ambientes sócio/econômicos, pode proporcionar aum grande número de crianças pequenas é muito grande, especialmente quandoelas só convivem com a mãe, ou o pai, ou irmãos, ou outros responsáveis. Alémdisto nesta diversidade de representações de gênero, etnia e situaçõessócio/econômicas vão aprendendo a conviver construtivamente com a riqueza dasdiferenças entre os seres humanos. 

Outro aspecto relevante sobre identidade é o das próprias instituições, algumas

delas centenárias, guardando a história das conquistas educacionais deste país econstituindo-se em verdadeiro patrimônio cultural a ser valorizado por todos. 

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3 – As Propostas Pedagógicas para as instituições de Educação Infantildevem promover em suas práticas de educação e cuidados, a integraçãoentre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivo/lingüisticos esociais da criança, entendendo que ela é um ser total, completo eindivisível. 

Desta forma ser, sentir, brincar, expressar-se, relacionar-se, mover-se,organizar-se, cuidar-se, agir e responsabilizar-se são partes do todo decada indivíduo, menino ou menina, que desde bebês vão, gradual earticuladamente, aperfeiçoando estes processos nos contatos consigopróprios, com as pessoas, coisas e o ambiente em geral. 

Este é um dos aspectos mais polêmicos dos programas de Educação Infantil, umavez que o que se observa, em geral, são duas tendências principais em seuspropósitos: 

a. ênfase nos aspectos do desenvolvimento da criança, reduzindo suasoportunidades e experiências ao processo de "socialização" e

especialização de aptidões em "hábitos e habilidades psicomotoras",principalmente;  b. ênfase numa visão de treinamento, mais "escolarizada" de

preparação para uma suposta e equivocada "prontidão paraalfabetização e o cálculo", em especial. 

Aqui há um campo fértil e amplo de trabalho a ser realizado por um conjunto deprofissionais e instituições: os cursos de formação de professores, as universidadese centros de pesquisa intensificando suas investigações, cursos e estágios, depreferência em parceria com as Secretarias Municipais e Estaduais, apoiadas pelosrespectivos Conselhos de Educação; e as próprias Secretarias desenvolvendo seusprogramas de atualização de recursos humanos, com vista à Educação Infantil. 

Como se abordou anteriormente, estes esforços devem estar articulados com os deoutros profissionais como os médicos, enfermeiras, terapeutas, agentes de saúde,assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos, arquitetos e todos que atendam àscrianças e suas famílias em centros de educação infantil. 

Desta forma, gradualmente, será possível atingir um consenso a respeito daeducação e cuidados para infância, entre 0 e 6 anos. Este consenso precisacontemplar o exposto nesta Diretriz 3, para garantir que as Propostas Pedagógicasatendam, integralmente à criança em todos os seus aspectos. 

4 – Ao reconhecer as crianças como seres íntegros, que aprendem a ser econviver consigo próprias, com os demais e o meio ambiente de maneiraarticulada e gradual, as Propostas Pedagógicas das Instituições deEducação Infantil devem buscar a interação entre as diversas áreas deconhecimento e aspectos da vida cidadã, como conteúdos básicos para aconstituição de conhecimentos e valores. 

Desta maneira, os conhecimentos sobre espaço, tempo, comunicação,expressão, a natureza e as pessoas devem estar articulados com oscuidados e a educação para a saúde, a sexualidade, a vida familiar esocial, o meio ambiente, a cultura, as linguagens, o trabalho, o lazer, aciência e a tecnologia. 

Um dos grandes equívocos em relação à Educação Infantil em nosso país é o de que

seu alvo prioritário são as crianças de famílias de baixa renda, e conseqüentemente

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a natureza de suas propostas deve ser "compensatória" de supostas carênciasculturais. 

Sem polemizar a respeito de reais necessidades de saúde, nutrição e ambientefamiliar favorável às crianças de 0 a 6 anos, o que se defende aqui, é existência dePropostas Pedagógicas que dêem conta da complexidade dos contextos em que as

crianças vivem na sociedade brasileira, que como várias outras do Planeta, passapor vertiginosas transformações econômicas e sociais. 

Por isso o que aqui se apresenta é a possibilidade concreta de que as instituiçõesde Educação Infantil articulem suas Propostas de maneira intencional, comqualidade, visando o êxito de seu trabalho, para que todas as crianças e suafamílias tenham oportunidade de acesso a conhecimentos valores e modos de vidaverdadeiramente cidadãos. No entanto, um grande alerta, aqui se coloca: tudo istodeve acontecer num contexto em que cuidados e educação se realizem de modoprazeroso, lúdico, onde as brincadeiras espontâneas, o uso de materiais, os jogos,as danças e cantos, as comidas e roupas, as múltiplas formas de comunicação,expressão, criação e movimento, o exercício de tarefas rotineiras do cotidiano e asexperiências dirigidas que exigem o conhecimento dos limites e alcances das açõesdas crianças e dos adultos estejam contemplados. 

Embora, crianças de 0 a 6 anos comuniquem-se, de maneiras distintas,expressando suas emoções, sentimentos, afetos, curiosidades e desejo decompreender e aprender, gradualmente, todas estas capacidades estão presentesdesde o início de suas vidas, e manifestam-se, espontaneamente ou através dainteração entre elas próprias e com os adultos. O papel dos educadores atentos,organizando, criando ambientes e situações contribui decisivamente para que osbebês e as crianças um pouco maiores, exercitem sua inteligência, seus afetos esentimentos, constituindo conhecimentos e valores, vivendo e convivendo ativa econstrutivamente. 

 Todos os que conhecemos e trabalhamos ou convivemos com crianças de 0 a 6anos sabemos de seu imenso potencial, inesgotável curiosidade e desejo deaprender, ser aceitos, estimados e "incluídos", participar, ter seus esforçosreconhecidos, ser respeitados como os irmãos mais velhos e os adultos. 

Educação Infantil não é portanto um "luxo" ou um "favor", é um direito a ser melhorreconhecido pela dignidade e capacidade de todas as crianças brasileiras, quemerecem de seus educadores um atendimento que as introduza a conhecimentos evalores, indispensáveis a uma vida plena e feliz. 

Vários educadores brasileiros, entre os quais nos incluímos, temos procuradoelaborar currículos e programas para a Educação Infantil, buscando as conexões

entre a vida destas crianças e suas famílias, as situações da vida brasileira eplanetária e o ambiente das instituições que freqüentam. 

Algumas destas propostas curriculares enfatizam a importância de, reconhecendo aintencionalidade de suas ações pedagógicas com qualidade, resguardar nosambientes das instituições de educação infantil, aspectos da vida, organizando osespaços para atividades movimentadas, semi-movimentadas e tranqüilas, como demodo geral lhes acontece fora daqueles ambientes. Contudo, para muitas crianças,as creches ou escolas são os locais onde passam o maior número de horas de seudia, e por isso, as estratégias pedagógicas utilizadas devem atender àquelesaspectos abordados na Diretriz 3, evitando a monotonia, o exagero de atividades"acadêmicas" ou de disciplinamento estéril. 

As múltiplas formas de diálogo e interação são o eixo de todo o trabalhopedagógico, que deve primar pelo envolvimento e interesse genuíno dos

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educadores, em todas as situações, provocando, brincando, rindo,apoiando, acolhendo, estabelecendo limites com energia e sensibilidade,consolando, observando, estimulando e desafiando a curiosidade e acriatividade, através de exercícios de sensibilidade, reconhecendo ealegrando-se com as conquistas individuais e coletivas das crianças,sobretudo as que promovam a autonomia, a responsabilidade e a

solidariedade. 

A participação dos educadores é participação, e não condução absoluta de todas asatividades e centralização das mesmas em sua pessoa. 

Por isso, desde a organização do espaço, móveis, acesso a brinquedos e materiais,aos locais como banheiros, cantinas e pátios até à divisão do tempo e do calendárioanual de atividades, passando pelas relações e ações conjuntas com as famílias eresponsáveis, o papel dos educadores deve legitimar os compromissos assumidosatravés das Propostas Pedagógicas. Cuidado deve ser tomado em relação àquantidade de crianças por educadores, atendendo às distintas faixas etárias.  

5– As Propostas Pedagógicas para a Educação Infantil devem organizarsuas estratégias de avaliação, através do acompanhamento e registros deetapas alcançadas nos cuidados e educação para crianças de 0 a 6 anos,"sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensinofundamental". (LDBEN, art. 31). 

Esta medida é fundamental para qualificar as Propostas Pedagógicas e explicitarseus propósitos com as crianças dos 0 aos 3 anos e dos 4 aos 6.  

É evidente que os objetivos serão diferentes para os distintos níveis de

desenvolvimento, e de situações específicas, considerando-se o estado de saúde,nutrição e higiene dos meninos e meninas. 

No entanto, é através da avaliação, entendida como instrumento de diagnóstico etomada de decisões, que os educadores poderão, em grande medida, verificar aqualidade de seu trabalho e das relações com as famílias das crianças.  

A grande maioria dos pais aprende junto com os filhos e seus educadores,independente de nível de escolaridade ou de situação sócio-econômica; por isso aavaliação sobre os resultados de cuidados e educação para as crianças de 0 aos 6anos é parte integrante das Propostas Pedagógicas e conseqüência de decisõestomadas pelas instituições de Educação Infantil. 

É claro que nesta perspectiva, a avaliação jamais deverá ser utilizada de maneirapunitiva contra as crianças, não se admitindo a reprovação ou os chamados"vestibulinhos", para o acesso ao Ensino Fundamental . A responsabilidade doseducadores ao avaliar as crianças, a si próprios e a proposta pedagógica, permitiráconstante aperfeiçoamento das estratégias educacionais e maior apoio ecolaboração com o trabalho das famílias. 

6. As Propostas Pedagógicas das creches para as crianças de 0 a 3 anosdeclasses e centros de educação infantil para as de 4 a 6 anos devem serconcebidas, desenvolvidas, supervisionadas e avaliadas por educadores,com pelo menos o diploma de curso de Formação de Professores, mesmoque da Equipe Educacional participem outros profissionais das áreas de

Ciências Humanas, Sociais e Exatas, assim como familiares das crianças.Da direção das instituições de Educação Infantil deve participar,

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necessariamente um educador, também com, no mínimo, Curso deFormação de Professores. 

Quaisquer que sejam as instituições que se dedicam à Educação Infantil com suasrespectivas Propostas Pedagógicas, é indispensável que as mesmas venhamacompanhadas por planejamentos, estratégias e formas de avaliação dos processos

de aperfeiçoamento dos educadores, desde os que ainda não tenham formaçãoespecífica, até os que já estão habilitados para o trabalho com as crianças de 0 a 6anos. 

As estratégias de atendimento individualizado às crianças devem prevalecer. Poristo a definição da quantidade de crianças por adulto é muito importante,entendendo-se que no caso de bebês de 0 a 2 anos, a cada educador devemcorresponder no máximo de 6 a 8 crianças. As turmas de crianças de 3 anos devemlimitar-se a 15 por adulto, e as de 4 a 6 anos de 20 crianças.  

O trabalho dos Conselhos deve ser o de diagnosticar situações, criar condições demelhoria e supervisionar a qualidade da ação dos que educam e cuidam das

crianças em instituições de Educação Infantil. 

Da mesma forma, atenção especial deve ser atribuída às maneiras pelas quais asinstituições se propõem ao trabalho com as famílias, seja no desenvolvimentonormal de atividades derivadas das Propostas Pedagógicas, seja no diálogo, apoio,orientação, intervenção e supervisão em situações de risco e conflito para ascrianças. 

Cabe às instituições de Educação Infantil, além de cuidar e educar com qualidade eêxito, advogar sempre pela causa das crianças de 0 a 6 anos e suas famílias. 

7– As Instituições de Educação Infantil, devem, através de suas propostas

pedagógicas e de seus regimentos, em clima de cooperação, proporcionarcondições de funcionamento das estratégias educacionais, do espaçofísico, do horário e do calendário, que possibilitem a adoção, a execução, aavaliação e o aperfeiçoamento das demais diretrizes. ( LDBEN arts 12 e14). 

Para que todas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil sejamrealizadas com êxito, são indispensáveis o espírito de equipe e as condições básicaspara planejar os usos de espaço e tempo escolar. 

Assim, desde as ênfases sobre múltiplas formas de comunicação e linguagem, atéas manifestações lúdicas e artísticas das crianças, passando pelas relações com asfamílias, seus bairros ou comunidades, a cidade, o país, a nação e outros países

serão objeto de um planejamento e de uma avaliação constante das Creches,Escolas e Centros de Educação Infantil. Por isso esforços e equipamentosadequados, a organização de horários de atividades devem refletir propostaspedagógicas de qualidade sobre as quais as Secretarias e Conselhos devem opinar,licenciando, supervisionando, avaliando e apoiando o aperfeiçoamento das açõesde cuidados e educação. 

III – VOTO DA RELATORA 

À luz das considerações anteriores, a Relatora vota no sentido de que este conjuntode Diretrizes Curriculares Nacionais norteiem os rumos da Educação Brasileira,garantindo direitos e deveres básicos de cidadania, conquistados através da

Educação Infantil e consagrados naquilo que é primordial e essencial: que ascrianças de 0 a 6 anos sejam cuidadas e educadas pelos esforços comuns de suasfamílias, da sociedade civil e do estado, o que lhes propiciará a possibilidade de

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inclusão numa vida de participação e transformação nacional, dentro de umcontexto de justiça social, equilíbrio e felicidade. 

Brasília, 17 de dezembro de 1998.(a) Conselheira Regina Alcântara de Assis – Relatora

IV – DECISÃO DA CÂMARA 

A Câmara de Educação Básica acompanha o Voto da Relatora. 

Sala das Sessões, 17 dezembro de 1998. 

(aa) Conselheiros: Ulysses de Oliveira Panisset – Presidente 

Francisco Aparecido Cordão – Vice- Presidente 

[Volta ao início do documento]

RESOLUÇÃO CEB Nº 1, DE 7 DE ABRIL DE 1999(*)Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional deEducação, de conformidade com o disposto no art. 9º § 1º, alínea "c", daLei 9.131, de 25 de novembro de 1995, e tendo em vista o ParecerCEB/CNE 22/98, homologado pelo Senhor Ministro da Educação e doDesporto em 22 de março de 1999, 

RESOLVE: 

Art. 1º - A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionaispara a Educação Infantil, a serem observadas na organização daspropostas pedagógicas das instituições de educação infantil integrantesdos diversos sistemas de ensino. 

Art. 2º - Diretrizes Curriculares Nacionais constituem-se na doutrina sobrePrincípios, Fundamentos e Procedimentos da Educação Básica, definidospela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, queorientarão as Instituições de Educação Infantil dos Sistemas Brasileiros deEnsino, na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suaspropostas pedagógicas. 

Art. 3º - São as seguintes as Diretrizes Curriculares Nacionais para aEducação Infantil: 

I – As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil, devemrespeitar os seguintes Fundamentos Norteadores: 

a. Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, daSolidariedade e do Respeito ao Bem Comum; 

 b. Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, doExercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; 

c. Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, daLudicidade e da Diversidade de Manifestações Artísticas eCulturais. 

II – As Instituições de Educação Infantil ao definir suas PropostasPedagógicas deverão explicitar o reconhecimento da importância daidentidade pessoal de alunos, suas famílias, professores e outros

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profissionais, e a identidade de cada Unidade Educacional, nos várioscontextos em que se situem. 

III – As Instituições de Educação Infantil devem promover em suasPropostas Pedagógicas, práticas de educação e cuidados, que possibilitema integração entre

RESOLUÇÃO CEB Nº 1, DE 7 DE ABRIL DE 1999(*)Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.

O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional deEducação, de conformidade com o disposto no art. 9º § 1º, alínea "c", daLei 9.131, de 25 de novembro de 1995, e tendo em vista o ParecerCEB/CNE 22/98, homologado pelo Senhor Ministro da Educação e doDesporto em 22 de março de 1999, 

RESOLVE: 

Art. 1º - A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionaispara a Educação Infantil, a serem observadas na organização daspropostas pedagógicas das instituições de educação infantil integrantes

dos diversos sistemas de ensino. 

Art. 2º - Diretrizes Curriculares Nacionais constituem-se na doutrina sobrePrincípios, Fundamentos e Procedimentos da Educação Básica, definidospela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, queorientarão as Instituições de Educação Infantil dos Sistemas Brasileiros deEnsino, na organização, articulação, desenvolvimento e avaliação de suaspropostas pedagógicas. 

Art. 3º - São as seguintes as Diretrizes Curriculares Nacionais para aEducação Infantil: 

I – As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil, devemrespeitar os seguintes Fundamentos Norteadores: 

a. Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, daSolidariedade e do Respeito ao Bem Comum; 

 b. Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, doExercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; 

c. Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, daLudicidade e da Diversidade de Manifestações Artísticas eCulturais. 

II – As Instituições de Educação Infantil ao definir suas Propostas

Pedagógicas deverão explicitar o reconhecimento da importância daidentidade pessoal de alunos, suas famílias, professores e outros

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profissionais, e a identidade de cada Unidade Educacional, nos várioscontextos em que se situem. 

III – As Instituições de Educação Infantil devem promover em suasPropostas Pedagógicas, práticas de educação e cuidados, que possibilitema integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos,

cognitivo/lingüísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um sercompleto, total e indivisível. 

IV – As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil, aoreconhecer as crianças como seres íntegros, que aprendem a ser econviver consigo próprios, com os demais e o próprio ambiente demaneira articulada e gradual, devem buscar a partir de atividadesintencionais, em momentos de ações, ora estruturadas, ora espontâneas elivres, a interação entre as diversas áreas de conhecimento e aspectos davida cidadã, contribuindo assim com o provimento de conteúdos básicospara a constituição de conhecimentos e valores. 

V – As Propostas Pedagógicas para a Educação Infantil devem organizarsuas estratégias de avaliação, através do acompanhamento e dosregistros de etapas alcançadas nos cuidados e na educação para criançasde 0 a 6 anos, "sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso aoensino fundamental". 

VI – As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil devemser criadas, coordenadas, supervisionadas e avaliadas por educadores,com, pelo menos, o diploma de Curso de Formação de Professores, mesmoque da equipe de Profissionais participem outros das áreas de CiênciasHumanas, Sociais e Exatas, assim como familiares das crianças. Da direçãodas instituições de Educação Infantil deve participar, necessariamente, umeducador com, no mínimo, o Curso de Formação de Professores. 

VII - O ambiente de gestão democrática por parte dos educadores, a partirde liderança responsável e de qualidade, deve garantir direitos básicos decrianças e suas famílias à educação e cuidados, num contexto de atençãomultidisciplinar com profissionais necessários para o atendimento. 

VIII – As Propostas Pedagógicas e os regimentos das Instituições deEducação Infantil devem, em clima de cooperação, proporcionar condiçõesde funcionamento das estratégias educacionais, do uso do espaço físico,do horário e do calendário escolar, que possibilitem a adoção, execução,avaliação e o aperfeiçoamento das diretrizes. 

Art. 4º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficandorevogadas as disposições em contrário. 

ULYSSES DE OLIVEIRA PANISSETPresidente da Câmara de Educação Básica

____________ 

(*) CNE/CEB. Resolução CEB nº 1/99. Diário Oficial , Brasília, 13 abr. 1999.Seção 1, p. 18. 

[Volta ao início do documento]

CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA 

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Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de Professores naModalidade Normal em Nível Médio 

PARECER CEB 1/99, aprovado em 29/1/99 (Processo nº: 23001.000037/99-18) 

I – RELATÓRIO 

Este Parecer dirige-se, especialmente, aos professores que, inspirados nos ideais desolidariedade, liberdade e justiça social, pretendem exercer a docência na EducaçãoInfantil e nas quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, tendo comoperspectiva a educação escolar, direito de todos e dimensão inalienável dacidadania plena, na sociedade contemporânea. 

É por essa convicção que os estudos e as reflexões sobre a formação de docentes,encontram no pensamento do Professor Paulo Freire pontos que são fundamentaispara a organização e o desenvolvimento das propostas pedagógicas das escolas. 

(...) O espaço de que disponho não me permite ir além de algumas rápidas

considerações em torno de um ou dois pontos que me parecem fundamentais emnossa prática. Pontos, de resto, ligados entre si, um implicando no outro. 

O primeiro deles é o da necessidade que temos, educadoras e educadores, de viver,na prática, o reconhecimento óbvio de que nem um de nós está só no mundo. Cadaum de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnaresta constatação evidente, enquanto educadora ou educador, significa reconhecernos outros – os educandos no nosso caso – o direito de dizer a sua palavra. Direitodeles de falar que corresponde ao nosso dever de escutá-los.  

Mas, como escutar implica em falar também, o dever que temos de escutá-lossignifica o direito que igualmente temos de falar-lhes. Escutá-los, no fundo, é falar

com eles, enquanto simplesmente falar a eles seria uma forma de não ouvi-los.Dizer-lhes sempre a nossa palavra, sem jamais nos oferecermos às palavras deles,arrogantemente convencidos de que estamos aqui para salvá-los, é um boamaneira que temos de afirmar o nosso elitismo, sempre autoritário. 

Esta não pode ser, porém, a maneira de atuar de uma educadora ou de umeducador cuja opção é libertadora. Quem assim trabalha, consciente ouinconscientemente, ajuda a preservação das estruturas dominadoras. 

O outro ponto, ligado a este, e a que eu gostaria de me referir é o da necessidadeque temos os educadores e educadoras de "assumir" a ingenuidade dos educandospara poder, com eles, superá-la. Estando num lado da rua ninguém estará, emseguida, no outro, a não ser atravessando a rua. Se estou do lado de cá, não possochegar ao lado de lá, partindo de lá, mas de cá. (...) 

Sejamos coerentes. Já é tempo. Fraternalmente, 

Paulo FreireSão Paulo, abril de 1982.