RESUMO ESCOLAS LITERÁRIAS

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A primeira escola que trataremos será o Quinhentismo, que se iniciou com o descobrimento do Brasil e perdurou até o fim do século XVI. O contexto histórico desta escola abrange a expansão marítima europeia pelos continentes africano, asiático e americano. Conciliada à procura de novas colônias, a expansão requeria dos viajantes informações sobre as terras visitadas e os povos encontrados, em algo que se assemelharia, nos dias de hoje, a um relatório. Este tipo de relato descritivo geralmente informava sobre as condições de viagem, como informações cartográficas e aspectos relevantes para a metrópole, como recursos minerais encontrados, a fauna e a flora das terras descobertas. O exemplo mais consagrado de obra deste período é a carta de Pero Vaz de Caminha, que viajou com Pedro Alvares Cabral, na qual há o relato para o Rei D. Manuel sobre a descoberta da “Terra da Vera Cruz”. Abaixo reproduzimos um excerto do texto original de Caminha, já adaptado para o português corrente. E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos. Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera Cruz.” Fonte: Fundação Biblioteca Nacional, disponível em: http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/carta.pdf. Como características gerais da produção quinhentista, temos o emprego da linguagem erudita, clareza, ausência de figuras de linguagem e simplicidade. Esta carta irá marcar a construção do imaginário sobre os habitantes e as virtudes da terra, o que posteriormente se denominou nativismo, caracterizado pelo afeto e exaltação das características da colônia. Este fenômeno, embrionário ainda no Quinhentismo, terá desdobramentos e influenciará a produção barroca e do Arcadismo. Outros autores relevantes do período são Pero de Magalhães Gândavo, Gabriel Soares de Sousa e Ambrósio Fernandes Brandão. Não poderíamos nos esquecer da produção dos missionários jesuítas que, motivados pela missão de civilizar os indígenas, produziram obras de caráter pedagógico e moralizante, como consta nos “Diálogos sobre a Conversão dos Gentios”. Este diálogo pode ser visto como uma justificativa da ação missionária, incentivando sua prática. Este texto formava parte

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A primeira escola que trataremos ser o Quinhentismo, que se iniciou com o descobrimento do Brasil e perdurou at o fim do sculo XVI. O contexto histrico desta escola abran!e a expans"o mar#tima europeia pelos continentes africano, asitico e americano. $onciliada % procura de no&as col'nias, a expans"o requeria dos &ia(antes informa)*es sobre as terras &isitadas e os po&os encontrados, em al!o que se assemelharia, nos dias de ho(e, a um relatrio. +ste tipo de relato descriti&o !eralmente informa&a sobre as condi)*es de &ia!em, como informa)*es carto!rficas e aspectos rele&antes para a metrpole, como recursos minerais encontrados, a fauna e a flora das terras descobertas.O exemplo mais consa!rado de obra deste per#odo a carta de ,ero Va- de $aminha, que &ia(ou com ,edro Al&ares $abral, na qual h o relato para o .ei /. 0anuel sobre a descoberta da 12erra da Vera $ru-3. Abaixo reprodu-imos um excerto do texto ori!inal de $aminha, ( adaptado para o portu!u4s corrente.+ assim se!uimos nosso caminho, por este mar, de lon!o, at que, ter)a5feira das Oita&as de ,scoa, que foram 67 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 889 ou 8:9 l!uas, se!undo os pilotos di-iam, topamos al!uns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de er&as compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que d"o o nome de rabo5de5asno. + quarta5feira se!uinte, pela manh", topamos a&es a que chamam fura5buxos.;este dia, a horas de &spera, hou&emos &ista de terra< ,rimeiramente dum !rande monte, muialto e redondo= e doutras serras mais baixas ao sul dele= e de terra ch", com !randes ar&oredos> ao monte alto o capit"o p's nome ? o 0onte ,ascoal e % terra ? a 2erra da Vera $ru-.3@onte> @unda)"o Biblioteca ;acional, dispon#&el em> http>AAob(di!ital.bn.brAAcer&oB/i!italAli&rosBeletronicosAcarta.pdf.$omo caracter#sticas !erais da produ)"o quinhentista, temos o empre!o da lin!ua!em erudita, clare-a, aus4ncia de fi!uras de lin!ua!em e simplicidade. +sta carta ir marcar a constru)"o do ima!inrio sobre os habitantes e as &irtudes da terra, o que posteriormente se denominou nati&ismo, caracteri-ado pelo afeto e exalta)"o das caracter#sticas da col'nia. +ste fen'meno, embrionrio ainda no Quinhentismo, ter desdobramentos e influenciar a produ)"obarroca e do Arcadismo.Outros autores rele&antes do per#odo s"o ,ero de 0a!alh"es CDnda&o, Cabriel Eoares de Eousa e Ambrsio @ernandes Brand"o. ;"o poder#amos nos esquecer da produ)"o dos missionrios (esu#tas que, moti&ados pela miss"o de ci&ili-ar os ind#!enas, produ-iram obras de carter peda!!ico e morali-ante, como consta nos 1/ilo!os sobre a $on&ers"o dos Centios3. +ste dilo!o pode ser &isto como uma (ustificati&a da a)"o missionria, incenti&ando sua prtica. +ste texto forma&a parte da peda!o!ia empre!ada nos col!ios (esu#ticos para a forma)"o de futuros padres.Barroco, tambm conhecido como Eeiscentismo por estar situado no per#odo do sculo XVII Fanos de 7897 a 7:99G.O Barroco influenciou as artes literrias, artes plsticas, pintura, escultura e mHsica. ,ara entendermos melhor esse per#odo, precisamos lembrar de seu antecedente> o Quinhentismo, influenciado pelo .enascimento $omercial e $ultural que rompeu com as ideias da Idade 0dia, &alori-ando as conquistas humanas e o antropocentrismo.I no sculo XVII, a sociedade &i&e um retorno %s ideias reli!iosas FteocentrismoG, ocasionado pela $ontrarreformada I!re(a $atlica em oposi)"o % .eforma ,rotestante de 0artin Jutero quequestionou &alores reli!iosos ( n"o aceit&eis pela sociedade, como a &enda de indul!4ncias.Isso causar uma dualidade e contrariedade de &alores que ser"o marcantes nas obras literrias desse per#odo histrico. O homem dessa poca ( reconhece o seu &alor e os pra-eres carnais, e nesse retorno ao campo espiritual, tomado por sentimentos melanclicos em rela)"o % &ida, como um conflito interno de sentimentos entre os pra-eres terrenos e o se!uimento das ordens reli!iosas espirituais. ,or isso, o barroco tambm conhecido como aArte da $ontrarreforma.,intura da poca do Barroco tra- cores &i&as e fortes.$onfira as principais caracter#sticas do Barroco s"o>O uso de paradoxos, ant#teses e dicotomias, por exemplo, corpoAalma, cuAinferno, deusAdiabo=O fluir do tempo Fcrises existenciaisG=2ens"o em rela)"o aos sentimentos dualistas=,reocupa)"o com a morte Fprincipalmente com a 1&ida aps a morte3, preser&a)"o da 1alma3G=$ultismo ou !on!orismo> que se apresenta no texto atra&s do formalismo, ou se(a, utili-ando a fun)"o potica e seus recursos estil#sticos como (o!o de pala&ras, lin!ua!em rebuscada etc=$onceptismo> em que se apresenta o (o!o de ideias e conceitos, atra&s de uma ordem ri!orosa de or!ani-a)"o das frases e racioc#nio l!ico.Os dois autores mais rele&antes do barroco s"o> Cre!rio de 0atos Cuerra, conhecido como Boca do Inferno, o qual possui uma obra di&idida em tr4s produ)*es literrias> l#ricoAamorosa Fexalta)"o da mulher amadaG, reli!iosa Fperd"o a /eus pelos pecados dos pra-eres carnaisG e sat#rica Fcr#ticas sociais, uso de ironiaG= e o ,e. Ant'nio Vieira, que escre&eu obras de carter reli!ioso FcatequticoG, constitu#das de profecias, cartas e, principalmente, serm*es, de cunho peda!!ico, como o Eerm"o da Eexa!sima, no qual critica a prpria I!re(a $atlica.;a escultura, temos a fi!ura #mpar de Alei(adinho, que apesar de ter caracter#sticas barrocas, pertence ao prximo 0o&imento Jiterrio Brasileiro FArcadismoG, que didaticamente se inicia noprximo sculo e do qual falaremos mais especificamente no prximo arti!o da srie.,or hora, temos aqui um apanhado !eral do 0o&imento Jiterrio do Eculo XVII com a &is"o deuma sociedade an!ustiada pelo conflito dos sentimentos reli!iosos e terrenos numa constante crise da exist4ncia humana.Arcadismo, tambm conhecido por ;eoclassicismo, presenciado no sculo XVIII Fanos de 7:97a 7K99G e a Hltima escola literria do per#odo colonial brasileiro.O Arcadismo um mo&imento que se contrap*e ao Barroco, pois busca um certo equil#brio, uma &ida mais amena e mais simples. O contexto histrico brasileiro o se!uinte>Ouro ,reto F0CG, ent"o chamada de Vila .ica, o centro cultural e econ'mico da poca.$iclo de 0inera)"o FouroG.Inconfid4ncia 0ineira.Ideais do iluminismo franc4s.As caracter#sticas principais do Arcadismo, que podemos perceber claramente nas obras escritas, s"o>Busca da simplicidadeIdeali-a)"o da nature-a FbucolismoGImita)"o dos clssicos,ersona!ens mitol!icosVis"o da cidade como sofrimento Ffu!ere urbemGApro&eitar a &ida a cada dia Fcarpe diemG,ortanto, os rcades busca&am a racionalidade diante da &ida, porm com simplicidade, apresentando como cenrio pastores e o&elhas num mundo campestre.Os principais autores desse mo&imento na poesia l#rica s"o> 2oms Antonio Con-a!a, cu(o pseud'nimo /irceu, com sua mais famosa obra 10ar#lia de /irceu3 que exalta seu amor por 0aria /orotia Ioaquina, pela qual era apaixonado= e $ludio 0anuel da $osta que publicou sonetos. ;a poesia pica &ale lembrar de Bas#lio da Cama FO Lru!uaiG e Eanta .ita /ur"o F$aramuruG./iante do panorama social da poca, a luta pela independ4ncia do Brasil, o qual foi um mo&imento intelectual e bur!u4s, muitos escritores usa&am pseud'nimos para assinar suas obras literrias para n"o serem identificados e muitos deles foram assassinados pela $orte ,ortu!uesa ou expulsos da $ol'nia, inclusi&e o l#der Ioaquim Ios da Eil&a Xa&ier, O 2iradentes.;os fins do sculo VXIII se encerra o ,er#odo Mrcade e uma no&a escola literria &ai sur!indo com a ascens"o da classe social bur!uesa> O .omantismo &eremos o primeiro mo&imento da literatura especificamente brasileiro. O 0o&imento .omDnticocome)a no Brasil em meados de 7KN9, sculo XIX, lo!o aps a Independ4ncia Brasileira que aconteceu em 7K66. A primeira obra que marca esse in#cio 1Euspiros ,oticos e Eaudades3 de Con)al&es de 0a!alh"es. ;a +uropa, o .omantismo ( se iniciara no sculo anterior e os moldes europeus influenciaram os autores brasileiros.E"o tr4s as !era)*es do 0o&imento .omDntico brasileiro que se diferem em suas caracter#sticas>7O Cera)"o>,or ser o primeiro mo&imento depois de tre-entos anos de $ol'nia Brasileira, h exalta)"o da ,tria e da nature-a brasileiras e do primeiro habitante dessa terra> o #ndio.A consa!rada poesia de Con)al&es /ias, $an)"o do +x#lio, s#mbolo desse per#odo e ( foi parafraseada e parodiada por muitos outros poetas, inclusi&e no Pino ;acional Brasileiro. O poeta exalta o amor % sua terra, ao lu!ar onde nasceu, ao patriotismo, ao nacionalismo, pois, para aquele contexto histrico e social, essencial a constru)"o da identidade nacional.Outra caracter#stica bastante importante o Indianismo> o #ndio exaltado como o !rande !uerreiro, o heri, o primeiro habitante dessa terra. 2emos aqui as obras> o Cuarani Fprosa de Ios de AlencarG e I Iuca ,irama Fpoema de Con)al&es /iasG, nos quais o #ndio aparece ideali-ado, quase um caucasiano, dentro, claro, dos moldes europeus> forte, &alente, !entil, poeta e conhecedor das normas cultas da l#n!ua.Ima!em da Obra Iracema, de Ios de Alencar.6O Cera)"o>Q conhecida como Lltrarromantismo e 0al do Eculo, por suas caracter#sticas de melancolia, exalta)"o % morte, pessimismo e bre&idade da &ida. O poeta n"o encontra nenhuma perspecti&a em rela)"o % &ida, n"o h moti&os para &i&er, &i&e5se ent"o num clima de intenso pessimismo. O maior poeta dessa !era)"o Al&are- de A-e&edo, que foi t"o fortemente influenciado por Jord BRron, poeta in!l4s. /entre suas maiores obras est"o 1;oite na 2a&erna3 FprosaG e 1Jira dos Vintes Anos3 FpoesiaG. A mulher &ista pelo eu5l#rico como al!um inatin!#&el, coisas de amor plat'nico, e a necessidade de morrer latente, como Hnica forma de acabar com o sofrimento e a dor que a &ida pro&oca.NO Cera)"o>2emos aqui ( os princ#pios do prximo 0o&imento literrio brasileiro F.ealismoA;aturalismoG. $onhecida porcondoreirismo Fpela a&e condor, que com suas enormes asas, expressam a liberdadeG, suas caracter#sticas s"o de cunho social. O poeta aqui em destaque $astro Al&es,que expressa em seu 1;a&io ;e!reiro3 FpoemaG os horrores da escra&id"o no Brasil, o anseio desesperador do eu5l#rico pela liberdade social./e maneira resumida, temos aqui um panorama do 0o&imento .omDntico Brasileiro, que foi o marco da nossa cultura. Iniciado na dcada de 7KN9, se finda em 7K89, quando a sociedade anseia por no&os parDmetros culturais literrios, atra&s da retrata)"o da realidade nacional..ealismoA;aturalismo, que se inicia na se!unda metade do sculo XIX, nos anos de 7KK7, coma publica)"o de 0emrias ,stumas de Brs $ubas, do memor&el Ioaquim 0aria 0achado de Assis. Vale lembrar que 0achado tem uma fase no .omantismo e outra no .ealismo, sendoconsiderado um autor dos dois mo&imentos literrios.O .ealismo foi um mo&imento art#stico e cultural, abordando um tratamento ob(eti&o da realidade, rea!indo ao sub(eti&ismo do .omantismo. Euas principais caracter#sticas foram>Aborda!em de temas sociais e a ob(eti&idade da realidade do ser humano.@orte carter ideol!ico.Jin!ua!em pol#tica e de denHncia dos problemas sociais, como> misria, pobre-a, explora)"o, corrup)"o, dentre outros.Jin!ua!em clara e ob(eti&a.$r#tica %s classes sociais dominantes..acionalismoAImpessoalidade.$ientificismoAVerossimilhan)aA,sicolo!ismo.Lni&ersalismo.O .ealismo e ;aturalismo t4m os mesmos princ#pios cient#ficos, art#sticos e filosficos, di&er!indo apenas que o ;aturalismo tem um aspecto mais intenso das teorias cient#ficas &i!entes na poca, principalmente odeterminismo. FO determinismo biol!ico atribui as capacidades f#sicas e psicol!icas do ser humano % sua etnia, nacionalidade ou o !rupo ao qual pertenceG.Vale lembrar, portanto, caracter#sticas exclusi&as do ;aturalismo>Pomem S animal S instinto,refer4ncia por temas sobre anomalias humanas, patolo!ias sexuais, focando a classe mais baixa da sociedade.$ontexto histrico e social>Aboli)"o da escra&atura F7TKKG.,roclama)"o da .epHblica F7TKTG..e&oltas 0ilitares.+specula)"o na Bolsa de Valores.Eur!imento das primeiras escolas de direito.+ntrada da filosofia positi&ista.Os principais autores desse mo&imento, indicados abaixo, pertencem respecti&amente ao .ealismo e ao ;aturalismo>0achado de Assis> 0emrias ,stumas de Brs $ubas, Quincas Borba, /om $asmurro etc.Alu#sio A-e&edo> O $orti)o, $asa de ,ens"o e O 0ulato.2emos ainda, no .ealismo portu!u4s, +)a de Queiro- e suas maiores obras, como> O crime do padre Amaro, O ,rimo Bas#lio, Os 0aias, A $idade e as Eerras./ando continuidade aos estudos de Jiteratura para o caderno de Jin!ua!ens e $di!os do +nem, abordaremos a escola literria do sculo XIX, o ,arnasianismo, que te&e seu marco inicial no Brasil em 7KK6, com a publica)"o de 1@anfarras3 de 2efilo /ias.Q preciso ressaltar que diferentemente do .ealismo e ;aturalismo que abordam temas com cr#tica % realidade, o parnasianismo representou na poesia um retorno ao clssico, o princ#pio do belo na arte, a busca do equil#brio e a perfei)"o do formal.Os parnasianos acredita&am que a arte reside nela mesma e n"o no mundo exterior. +studando as escolas literrias, percebe5se que o homem est sempre rompendo com o que considera ultrapassado e propondo al!o 1no&o3. +sse 1no&o3 tem al!umas de suas caracter#sticas no Arcadismo. +m oposi)"o % re&olu)"o romDntica, formou5se na escola parnasiana no&os &alores art#sticos, que dese(a&am restaurar apoesia clssica que os romDnticos re(eitaram.O 0o&imento ,arnasiano distancia5se da realidade e n"o tem como ob(eti&o art#stico tratar de problemas sociais e humanos e sim, alcan)ar a perfei)"o na sua constru)"o> rimas, mtrica, equil#brio, ima!ens e &ocabulrio culto. $om refer4ncias a persona!ens da mitolo!ia e o equil#brio formal, o conteHdo dessa arte n"o passa&a de uma pintura artificial com o ob(eti&o de !anhar prest#!io entre as classes letradas da sociedade brasileira. A letra do Pino ;acional Brasileiro, escrita por Ioaquim Osrio /uque +strada, se!ue o estilo parnasiano, o que (ustifica a presen)a de uma lin!ua!em culta e in&ers*es sintticas, que dificulta a compreens"o.,rincipais caracter#sticas da poesia parnasianaQuanto % forma> busca da perfei)"o formal, descri)*es, soneto, &ocabulrio culto.Quanto ao conteHdo> ob(eti&ismo, racionalismo, ape!o ao tradicionalismo clssico, presen)a damitolo!ia !reco5latina, uni&ersalismo, arte pela arte.,rincipais autores e obrasOla&o Bilac F,oesias57KKK, $r'nicas e no&elas57KTU, $r#tica e fantasia57T9U, 2ratado de Versifica)"o5 7T79G..aimundo $orreia F,rimeiros Eonhos57K:T, Einfonias57KKN, ,oesias57KTKG.Alberto de Oli&eira F0eridionais57KKU, $u, 2erra e 0ar5 7T7U, O culto da @orma na ,oesia Brasileira57T78G.Eimbolismo FJiteratura BrasileiraGI &imos que o .ealismo, o ;aturalismo e o ,arnasianismo foram mo&imentos literrios que ocorreram na mesma poca, que eles rea!iam contra o sentimentalismo do .omantismo e que retrata&am o mundo de modo real, obser&ando5o e o descre&endo exatamente como ele , sememo)"o e sem sentimento. O Eimbolismo foi um mo&imento literrio que rea!iu contra essa forma cient#fica de &er o mundo, res!atando um pouco a se!unda fase do .omantismo Fo Lltrarromantismo, o Vmal do sculoVG. ,orm, os simbolistas foram mais profundos no aspecto metaf#sico> eles eram muito mais filosficos. $aracter#sticas do Eimbolismo> mer!ulho no VeuV Fintrospec)"oG, emo)"o, uni&erso metaf#sico efilosfico, misticismo, dese(o de transcender o mundo e alcan)ar o VcosmosV, pessimismo Finteresse pela morte, pelo oculto, pelo mistrio e pela noiteG, sub(eti&ismo e decad4ncia humana Fretoma as caracter#sticas do LltrarromantismoG. /esse modo, eles &iam a realidade do mundo de uma maneira mais metaf#sica, usando uma lin!ua!em cheia de metforas, de ima!ens, de s#mbolos Fda# &em o nome VEimbolismoVG, de elementos sinestsicos Fmistura de sensa)*es= exemplo> &is"o com olfatoG. ,rincipais Autores> $ru- e Eou-a e +u!4nio de $astro. +xemplo de texto simbolista>$a&ador do Infinito F$ru- e Eou-aG$om a lDmpada do Eonho desce aflito + sobe aos mundos mais imponder&eis, Vai abafando as queixas implac&eis, /a alma o profundo e solu)ado !rito.Wnsias, /ese(os, tudo a fo!o, escrito Eente, em redor, nos astros inef&eis. $a&a nas fundas eras insond&eis O ca&ador do tr!ico Infinito.+ quanto mais pelo Infinito ca&a mais o Infinito setransforma em la&a + o ca&ador se perde nas distDncias...Alto le&anta a lDmpada do Eonho. + com o seu &ulto plido e tristonho $a&a os abismos das eternas Dnsias< Obser&e as metforas FVlDmpada do EonhoV, Vca&ador do tr!ico InfinitoVG, o Vmer!ulho no +uV Fo poeta Vmer!ulha em si mesmoV, ou se(a> ele mer!ulha no InfinitoG, o misticismo e o dese(o de transcender a matria FVe sobe aos mundos mais imponder&eisV, Vnos astros inef&eisVG e o pessimismo FVe com o seu &ulto plido e tristinhoV, Vca&a os abismos das eternas DnsiasVG. O poeta se afunda em si prprio FVca&a o InfinitoVG em busca do fundamento da exist4ncia humana Fmetaf#sica, filosofiaG e se perde FVe o ca&ador se perde nas distDnciasVG. EimbolismoX +sttica que sur!iu mo&ida por ideias sub(eti&as, pelo indi&idualismo e pelo misticismo.X Oposi)"o %s &ertentes realistas SY A &is"o ob(eti&a da realidade n"o desperta mais interesse, mas, sim, o ponto de &ista particular de um Hnico indiduo.X Eemelhan)a com o .omantismo SY Q uma poesia que se op*e % potica parnasiana e se reaproxima da esttica romDntica. +ntretanto, mais do que elaborar uma poesia e!oc4ntrica e &oltar5se para o cora)"o, os simbolistas procuram o 1eu3 em sua mais profunda manifesta)"o.X 2emticas> metaf#sica, misticismo, espiritualidade e abstracionismo. 2ra- passa!ens on#ricas, ou se(a, relati&as ao sonho, ao inconsciente. +xist4ncia humana, psicanlise, loucura.X $orpo SY crcere da alma= a morte como instrumento de liberta)"o.X Einestesia SY mistura de sensa)*es. +xemplos> 1doce abra)o3, 1!rito &ermelho3.X 0usicalidade SY alitera)"o Frepeti)"o de consoantesG e assonDncia Frepeti)"o de &o!aisG.X /icotomia SY almaAcorpo, matriaAesp#rito.1Z formas al&as, brancas, @ormas claras/e luares, de ne&es, de neblinas